sociologia e psicologia criminal
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SOCIOLOGIA CRIMINAL
Segundo Cuello Calon, sociologia criminal é o conjunto de estudos relativos ao
delito como fenômeno social, acrescentando que os mais destacados estudiosos da
sociologia criminal foram Ferri e outros.
Ferri acrescenta três fatores criminógenos: Antropológico, Físicos e Sociais. O
antropológico são inerentes a à personalidade da pessoa do criminoso, e se divide
em três subclasses: A constituição Orgânica do criminoso, sua constituição psíquica
e seus caracteres pessoais.
Na constituição orgânica entram as anomalias do crânio, do cérebro, das vísceras,
na constituição psíquica são anomalias da inteligência , do sentimento e do senso
moral, e os caracteres pessoais são as condições biológicas ou biossociais, como: a
raça, a idade, o estado civil, a profissão, o sexo, o domicilio, a classe social, a
instrução e a educação.
Os fatores Físicos, são o clima, a natureza do solo, as estações do ano, a
temperatura anual, as condições meteorológicas, e os Fatores Sociais compreendem
a densidade da população, a opinião publica, os costumes, a religião, as condições
de família, o regime educativo, a produção industrial, o alcoolismo, as condições
econômicas e políticas, a justiça, a policia e, em geral, a organização legislativa,
civil e penal.
Afirmava Ferri que a vontade humana sofria influencia natural de todos esse
fatores, que o homem não tem domínio sobre a sua vontade porque ele é efeito, se
ele é delinqüente, ele o é porque é produto de múltiplas causas.
O que ocorre na realidade é que não existe exclusividade de fatores exógenos ou
endógenos, há sempre a polifatoriedade da causação do comportamento criminoso.
Os fatores exógenos mais comuns são: 1º Sócio-Familiares; 2º Sócio-Econômicos;
3º Sócio-Ético-pedagógicos; 4º Sócio-Ambientais, sabendo que os influxos sociais
maléficos, se transmitem e são contraídos por indução, instigação, contagio,
sugestão e imitação. Quantos delinqüentes arrastam outros que nunca pensaram em
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praticar crimes, acabando por se tornarem também delinqüentes, o fruto podre é
capaz de contaminar e arruinar todos os outros que co ele tiverem contato. Assim
como os frutos podres, os indivíduos de condutas desviadas, em interação social, são
capazes de contagiar os seus circunstantes. Os fenômenos de indução, contagio,
sugestão e imitação se verificam com muito mais intensidade da clientela, mas pelo
adensamento e coesão interindividual que aí existem. Ferri classifica os
delinqüentes em cinco tipos: 1º Natos ou instintivos; 2º Loucos; 3º De Hábito ou por
hábito adquirido; 4º De Ocasião ou ocasionais; 5º Por Paixão ou passionais. A
Biologia criminal e antropologia criminal, que segundo Calon, são duas disciplinas
que apresentam o mesmo objetivo, que é o estudo do delinqüente segundo os fatores
endógenos influenciadores do seu comportamento criminoso, isto é, estudam a
constituição orgânica, fisiológica, endocrinológica, nervosa, psíquica, genética,
anatômica, morfológica, funcional, patológica etc.. do delinqüente buscando por tal
estudo, explicação de seu comportamento criminoso. O comportamento criminoso
através de fatores biológicos foi a preocupação de Lombroso e de seus seguidores.
O comportamento criminoso do ponto de vista biológico, levou muitos a acreditar
que os fatores causais fossem exclusivamente endógenos. Sendo que alguns acham
que há uma associação de fatores endógenos e exógenos.
Assim as glândulas tireóide, paratireóide, hipófise, timo, supra-renais, pâncreas e
glândulas sexuais , com suas secreções hormonais, quando em excesso ou em
escassez, em combinação com os processos do dinamismo orgânico funciona,
principalmente do sistema nervoso, podem influir direta ou indiretamente do ser
humano, a ponto de tornar o homem um ser de conduta anômala. Também defeitos
cromossômicos podem influenciar o comportamento do ser humano. Até mesmo a
quantidade de glicose contida no sangue pode alterar a conduta do homem.
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PSICOLOGIA CRIMINAL
Psicologia criminal é à parte da Psicologia Analítica que, não só tem por objeto do
estudo mental daqueles que, por razões de seus delitos, são perigosos para a
sociedade, mas estuda também os fatores determinativos dos atos humanos e o
estado mental geral gerador dos ditos atos.
Segundo Felippo Gramática, a aferição do delinqüente deveria ser feita pelo seu
grau de anti-sociabilidade e não pela responsabilidade moral, onde exames de
critérios científicos, seriam idôneo para se chegar à anti-sociabilidade.
Segundo Calon, quando a psicologia estuda o estado mental geral, gerador de atos
criminosos, ela está integrada também pela Psicopatologia (ou Psiquiatria Criminal).
A Psicologia Criminal excursiona por vários campos, Como a Psicologia Criminal
de menores, adolescentes, da mulher, estuda também os motivos que dirigem o
comportamento criminoso, entra na avaliação da periculosidade, nos testes e exames
de criminosos para a predição de possível reincidência ou cessação da
periculosidade.
Assim a Psicologia Criminal integra a Criminologia no estudo do delinqüente, da
criminalidade e dos fatores criminógenos, tanto endógenos, quanto exógenos.
O infortúnio da vida criminosa para Pedro Dorado Monteiro, que foi um dos
mentores da doutrina correcionalista , e poe em debate duas correntes: a determinista
e a livre-arbitrista, onde esta ultima se entende que o homem criminoso o é porque
quer ser um criminoso, que ele tem capacidade de conhecer o bem e o mal, e, se
pratica o mal é porque quer, se pratica o crime é por que quer, esse querer livre e
espontâneo é que lhe confere a condição de culpável, imputável e moralmente
responsável.
Já a corrente determinista afirma que o homem criminoso não tem o pleno
domínio de controle de sua vontade e de sua conciência, que a sua disposição para o
ato depende da contextura moral ou idiossincrasia, e esta contextura moral, ou
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idiossincrasia, depende dos influxos contraídos ou de fatores endógenos e exógenos
a que foi submetido.
A pessoa não tem uma predisposição inata para a escolha de onde vai morar, a
família que vai ter, ou a classe salarial que vai fazer parte de sua vida, tudo é uma
questão de sorte, e se tivesse a possibilidade de escolha com certeza escolheria o
caminho do bem, pois ele teria a capacidade suficiente para saber que o caminho do
mal o levaria a sofrimento, a dores, a torturas cruéis, a fugas, a conflitos com a
polícia e à morte.
A vontade é livre no homem que teve uma boa formação moral, que não contraiu
os influxos maléficos do meio em que viveu, que não sofreu nenhum distúrbio
endócrino, nervoso, genético, e desajustes internos e psicológicos capazes de influir
no seu comportamento, que não sofreu nenhuma ação capaz de fazê-lo sair de sua
normalidade.
A Psicanálise Criminal se ocupa do tratamento de pessoas afetadas anomalias
comportamentais de fundo nervoso. Essas pessoas portadoras de anomalias podem
também incidir em crime.
As obras de Freud, tratam de do crime e do criminoso, procurando dar uma
interpretação para o comportamento criminoso e fixar preceitos relativos à terapia.
Freud estuda o individuo ainda antes de nascer, quando o ID (inconsciente) surge
como núcleo de seu psiquismo. Esse núcleo conserva-se pela vida afora, isolado e
independente do consciente que é o Ego. Ao contato com o ambiente o Id fábrica o
Ego através do qual o individuo sente, age e se personaliza. Mas o Id e o Ego não
constituem toda a personalidade humana, e só se completa com o superego, em
instância superior, que vai exercer a censura íntima, refreadora dos impulsos
inconscientes do Id, procurando submetê-los as regras morais, às normas sociais, aos
preconceitos, às tradições, aos costumes, aos preceitos imperativos do meio em que
vivemos, que o superego exerce a função fiscalizadora e coatora, advertindo o Ego,
repreendendo-o, censurando-o.
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A Impulsividade Criminal sob a ótica psicanalítica, diz que o ser humano entra no
mundo como um criminoso, isto é, socialmente inadaptado. Durante os primeiros
anos, o individuo mantêm a sua criminalidade no mais alto grau. Sua verdadeira
adaptação social começa somente quando o complexo de Édipo é vencido (período
da puberdade).
È nesse período que o desenvolvimento do criminoso começa a se diferenciar do
individuo normal, que consegue reprimir, em parte, seus impulsos instintivos,
tipicamente criminosos, impedindo assim sua exteriorização e transformando-os
num esforço socialmente aceitável. O futuro criminoso não consegue não consegue
levar as exigências desenfreadas de seus naturais impulsos instintivos, agindo como
uma criança o faria por si própria, e admitem três grandes classes de criminosos: 1º
o Neurótico tem atividade hostil contra a sociedade é o resultado de um conflito
intrapsíquico entre os componentes sociais e anti-sociais de sua personalidade
(etiologia psicológica), 2º o normal que o identifica como protótipo de criminoso
(etiologia sociológica), 3º o criminoso oriundo de algum processo patológico de
natureza orgânica (etiologia biológica). Podemos afirmar que a criminologia é o alvo
receptor dos subsídios da Sociologia Criminal, Da biologia Criminal e da Psicologia
Criminal, e que o homem delinqüente sofre a incidência dos fatores sociológicos,
biológicos e psicológicos.
CONCLUSÃO: que não importa a procedência do individuo, se é de classe alta ou
baixa, o fato que todos podemos ser criminosos em potencial, algumas pessoas são
criminosas por terem uma disfunção cromossômica ou genética do lobo frontal ou
lobo lateral, que as fazem passar de um estado angelical para um estado diabólico,
ou por influencia do meio social ou amizades, alguns o são por falta de sorte ou de
oportunidade e outros não são criminosos por terem sorte, por terem uma boa
educação ou por terem um poder econômico abastado, pois corremos o risco de nos
tornarmos um delinqüente ocasional porque estamos rodeados de fatores endógenos
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e exógenos que a qualquer momento podem eclodir e que neste momento nos faça
perder a noção do certo ou errado e vir com isso a praticar o mal a outrem, ou que
por ironia do destino venha a surgir um fato em que uma pessoa de bem não tenha
como desvencilhar da situação e com isso venha a cometer um crime, mesmo que o
tenha acometido dentro das excludentes de ilicitude, e mesmo assim tendo que
responder um processo e que terá que provar a sua inocência judicialmente.