sociologia e psicologia criminal

10
SOCIOLOGIA CRIMINAL Segundo Cuello Calon, sociologia criminal é o conjunto de estudos relativos ao delito como fenômeno social, acrescentando que os mais destacados estudiosos da sociologia criminal foram Ferri e outros. Ferri acrescenta três fatores criminógenos: Antropológico, Físicos e Sociais. O antropológico são inerentes a à personalidade da pessoa do criminoso, e se divide em três subclasses: A constituição Orgânica do criminoso, sua constituição psíquica e seus caracteres pessoais. Na constituição orgânica entram as anomalias do crânio, do cérebro, das vísceras, na constituição psíquica são anomalias da inteligência , do sentimento e do senso moral, e os caracteres pessoais são as condições biológicas ou biossociais, como: a raça, a idade, o estado civil, a profissão, o sexo, o domicilio, a classe social, a instrução e a educação. Os fatores Físicos, são o clima, a natureza do solo, as estações do ano, a temperatura anual, as condições meteorológicas, e os Fatores Sociais compreendem a densidade da população, a opinião publica, os costumes, a religião, as condições de família, o regime educativo, a produção industrial, o alcoolismo, as condições

Upload: conrado-schramme

Post on 28-Oct-2015

28 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Sociologia e Psicologia Criminal

SOCIOLOGIA CRIMINAL

Segundo Cuello Calon, sociologia criminal é o conjunto de estudos relativos ao

delito como fenômeno social, acrescentando que os mais destacados estudiosos da

sociologia criminal foram Ferri e outros.

Ferri acrescenta três fatores criminógenos: Antropológico, Físicos e Sociais. O

antropológico são inerentes a à personalidade da pessoa do criminoso, e se divide

em três subclasses: A constituição Orgânica do criminoso, sua constituição psíquica

e seus caracteres pessoais.

Na constituição orgânica entram as anomalias do crânio, do cérebro, das vísceras,

na constituição psíquica são anomalias da inteligência , do sentimento e do senso

moral, e os caracteres pessoais são as condições biológicas ou biossociais, como: a

raça, a idade, o estado civil, a profissão, o sexo, o domicilio, a classe social, a

instrução e a educação.

Os fatores Físicos, são o clima, a natureza do solo, as estações do ano, a

temperatura anual, as condições meteorológicas, e os Fatores Sociais compreendem

a densidade da população, a opinião publica, os costumes, a religião, as condições

de família, o regime educativo, a produção industrial, o alcoolismo, as condições

econômicas e políticas, a justiça, a policia e, em geral, a organização legislativa,

civil e penal.

Afirmava Ferri que a vontade humana sofria influencia natural de todos esse

fatores, que o homem não tem domínio sobre a sua vontade porque ele é efeito, se

ele é delinqüente, ele o é porque é produto de múltiplas causas.

O que ocorre na realidade é que não existe exclusividade de fatores exógenos ou

endógenos, há sempre a polifatoriedade da causação do comportamento criminoso.

Os fatores exógenos mais comuns são: 1º Sócio-Familiares; 2º Sócio-Econômicos;

3º Sócio-Ético-pedagógicos; 4º Sócio-Ambientais, sabendo que os influxos sociais

maléficos, se transmitem e são contraídos por indução, instigação, contagio,

sugestão e imitação. Quantos delinqüentes arrastam outros que nunca pensaram em

Page 2: Sociologia e Psicologia Criminal

praticar crimes, acabando por se tornarem também delinqüentes, o fruto podre é

capaz de contaminar e arruinar todos os outros que co ele tiverem contato. Assim

como os frutos podres, os indivíduos de condutas desviadas, em interação social, são

capazes de contagiar os seus circunstantes. Os fenômenos de indução, contagio,

sugestão e imitação se verificam com muito mais intensidade da clientela, mas pelo

adensamento e coesão interindividual que aí existem. Ferri classifica os

delinqüentes em cinco tipos: 1º Natos ou instintivos; 2º Loucos; 3º De Hábito ou por

hábito adquirido; 4º De Ocasião ou ocasionais; 5º Por Paixão ou passionais. A

Biologia criminal e antropologia criminal, que segundo Calon, são duas disciplinas

que apresentam o mesmo objetivo, que é o estudo do delinqüente segundo os fatores

endógenos influenciadores do seu comportamento criminoso, isto é, estudam a

constituição orgânica, fisiológica, endocrinológica, nervosa, psíquica, genética,

anatômica, morfológica, funcional, patológica etc.. do delinqüente buscando por tal

estudo, explicação de seu comportamento criminoso. O comportamento criminoso

através de fatores biológicos foi a preocupação de Lombroso e de seus seguidores.

O comportamento criminoso do ponto de vista biológico, levou muitos a acreditar

que os fatores causais fossem exclusivamente endógenos. Sendo que alguns acham

que há uma associação de fatores endógenos e exógenos.

Assim as glândulas tireóide, paratireóide, hipófise, timo, supra-renais, pâncreas e

glândulas sexuais , com suas secreções hormonais, quando em excesso ou em

escassez, em combinação com os processos do dinamismo orgânico funciona,

principalmente do sistema nervoso, podem influir direta ou indiretamente do ser

humano, a ponto de tornar o homem um ser de conduta anômala. Também defeitos

cromossômicos podem influenciar o comportamento do ser humano. Até mesmo a

quantidade de glicose contida no sangue pode alterar a conduta do homem.

Page 3: Sociologia e Psicologia Criminal

PSICOLOGIA CRIMINAL

Psicologia criminal é à parte da Psicologia Analítica que, não só tem por objeto do

estudo mental daqueles que, por razões de seus delitos, são perigosos para a

sociedade, mas estuda também os fatores determinativos dos atos humanos e o

estado mental geral gerador dos ditos atos.

Segundo Felippo Gramática, a aferição do delinqüente deveria ser feita pelo seu

grau de anti-sociabilidade e não pela responsabilidade moral, onde exames de

critérios científicos, seriam idôneo para se chegar à anti-sociabilidade.

Segundo Calon, quando a psicologia estuda o estado mental geral, gerador de atos

criminosos, ela está integrada também pela Psicopatologia (ou Psiquiatria Criminal).

A Psicologia Criminal excursiona por vários campos, Como a Psicologia Criminal

de menores, adolescentes, da mulher, estuda também os motivos que dirigem o

comportamento criminoso, entra na avaliação da periculosidade, nos testes e exames

de criminosos para a predição de possível reincidência ou cessação da

periculosidade.

Assim a Psicologia Criminal integra a Criminologia no estudo do delinqüente, da

criminalidade e dos fatores criminógenos, tanto endógenos, quanto exógenos.

O infortúnio da vida criminosa para Pedro Dorado Monteiro, que foi um dos

mentores da doutrina correcionalista , e poe em debate duas correntes: a determinista

e a livre-arbitrista, onde esta ultima se entende que o homem criminoso o é porque

quer ser um criminoso, que ele tem capacidade de conhecer o bem e o mal, e, se

pratica o mal é porque quer, se pratica o crime é por que quer, esse querer livre e

espontâneo é que lhe confere a condição de culpável, imputável e moralmente

responsável.

Já a corrente determinista afirma que o homem criminoso não tem o pleno

domínio de controle de sua vontade e de sua conciência, que a sua disposição para o

ato depende da contextura moral ou idiossincrasia, e esta contextura moral, ou

Page 4: Sociologia e Psicologia Criminal

idiossincrasia, depende dos influxos contraídos ou de fatores endógenos e exógenos

a que foi submetido.

A pessoa não tem uma predisposição inata para a escolha de onde vai morar, a

família que vai ter, ou a classe salarial que vai fazer parte de sua vida, tudo é uma

questão de sorte, e se tivesse a possibilidade de escolha com certeza escolheria o

caminho do bem, pois ele teria a capacidade suficiente para saber que o caminho do

mal o levaria a sofrimento, a dores, a torturas cruéis, a fugas, a conflitos com a

polícia e à morte.

A vontade é livre no homem que teve uma boa formação moral, que não contraiu

os influxos maléficos do meio em que viveu, que não sofreu nenhum distúrbio

endócrino, nervoso, genético, e desajustes internos e psicológicos capazes de influir

no seu comportamento, que não sofreu nenhuma ação capaz de fazê-lo sair de sua

normalidade.

A Psicanálise Criminal se ocupa do tratamento de pessoas afetadas anomalias

comportamentais de fundo nervoso. Essas pessoas portadoras de anomalias podem

também incidir em crime.

As obras de Freud, tratam de do crime e do criminoso, procurando dar uma

interpretação para o comportamento criminoso e fixar preceitos relativos à terapia.

Freud estuda o individuo ainda antes de nascer, quando o ID (inconsciente) surge

como núcleo de seu psiquismo. Esse núcleo conserva-se pela vida afora, isolado e

independente do consciente que é o Ego. Ao contato com o ambiente o Id fábrica o

Ego através do qual o individuo sente, age e se personaliza. Mas o Id e o Ego não

constituem toda a personalidade humana, e só se completa com o superego, em

instância superior, que vai exercer a censura íntima, refreadora dos impulsos

inconscientes do Id, procurando submetê-los as regras morais, às normas sociais, aos

preconceitos, às tradições, aos costumes, aos preceitos imperativos do meio em que

vivemos, que o superego exerce a função fiscalizadora e coatora, advertindo o Ego,

repreendendo-o, censurando-o.

Page 5: Sociologia e Psicologia Criminal

A Impulsividade Criminal sob a ótica psicanalítica, diz que o ser humano entra no

mundo como um criminoso, isto é, socialmente inadaptado. Durante os primeiros

anos, o individuo mantêm a sua criminalidade no mais alto grau. Sua verdadeira

adaptação social começa somente quando o complexo de Édipo é vencido (período

da puberdade).

È nesse período que o desenvolvimento do criminoso começa a se diferenciar do

individuo normal, que consegue reprimir, em parte, seus impulsos instintivos,

tipicamente criminosos, impedindo assim sua exteriorização e transformando-os

num esforço socialmente aceitável. O futuro criminoso não consegue não consegue

levar as exigências desenfreadas de seus naturais impulsos instintivos, agindo como

uma criança o faria por si própria, e admitem três grandes classes de criminosos: 1º

o Neurótico tem atividade hostil contra a sociedade é o resultado de um conflito

intrapsíquico entre os componentes sociais e anti-sociais de sua personalidade

(etiologia psicológica), 2º o normal que o identifica como protótipo de criminoso

(etiologia sociológica), 3º o criminoso oriundo de algum processo patológico de

natureza orgânica (etiologia biológica). Podemos afirmar que a criminologia é o alvo

receptor dos subsídios da Sociologia Criminal, Da biologia Criminal e da Psicologia

Criminal, e que o homem delinqüente sofre a incidência dos fatores sociológicos,

biológicos e psicológicos.

CONCLUSÃO: que não importa a procedência do individuo, se é de classe alta ou

baixa, o fato que todos podemos ser criminosos em potencial, algumas pessoas são

criminosas por terem uma disfunção cromossômica ou genética do lobo frontal ou

lobo lateral, que as fazem passar de um estado angelical para um estado diabólico,

ou por influencia do meio social ou amizades, alguns o são por falta de sorte ou de

oportunidade e outros não são criminosos por terem sorte, por terem uma boa

educação ou por terem um poder econômico abastado, pois corremos o risco de nos

tornarmos um delinqüente ocasional porque estamos rodeados de fatores endógenos

Page 6: Sociologia e Psicologia Criminal

e exógenos que a qualquer momento podem eclodir e que neste momento nos faça

perder a noção do certo ou errado e vir com isso a praticar o mal a outrem, ou que

por ironia do destino venha a surgir um fato em que uma pessoa de bem não tenha

como desvencilhar da situação e com isso venha a cometer um crime, mesmo que o

tenha acometido dentro das excludentes de ilicitude, e mesmo assim tendo que

responder um processo e que terá que provar a sua inocência judicialmente.