som mágico no castelo ruspoli em vignanello

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#90 EDIÇÃO OÁSIS MORREU O HOMEM-GATO Dennis Avner queria ser um tigre BICHOS POLICIAIS Os melhores amigos das forças armadas DO BIG BANG AO DIA DE HOJE A história da Terra em um minuto SOM MÁGICO NO CASTELO RUSPOLI EM VIGNANELLO VIOLA DA GAMBA

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Page 1: Som mágico no cASTElo RuSpoli Em VignAnEllo

#90

Edição OásisMORREU O HOMEM-GATOdennis Avner queria ser um tigre

BICHOS POLICIAISos melhores amigos das forças armadas

DO BIG BANG AO DIA DE HOJEA história da Terraem um minuto

Som mágico no cASTElo RuSpoli

Em VignAnEllo

VIOLA DA GAMBA

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1/2OáSIS . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

No Castelo Ruspoli de VigNaNello, todos os aNos, No iNíCio de outubRo, quaNdo o outoNo Chega, uma pRiNCesa da Casa,

doNNa giada, Realiza No loCal um CoNCuRso de músiCa eRu-dita RealmeNte siNgulaR

N a primeira semana de outubro estive três dias no bor-go medieval de Vignanello, província do lácio, itália central. É lá que, no alto de uma colina, surge o cas-

telo da família ruspoli, uma das mais antigas da nobreza roma-na. todos os anos, nessa época, quando o outono chega, uma princesa da casa, donna giada ruspoli, realiza um concurso de música erudita realmente singular. É o Concurso internacional Príncipe Francesco Maria ruspoli, especializado em música bar-roca. a cada ano o certame privilegia um instrumento ou uma categoria musical. neste ano de 2012 o instrumento escolhido foi a viola da gamba.

na matéria de capa falo um pouco do que foi essa experiên-cia musical, uma das mais interessantes e vibrantes que pude viver em toda a minha vida de apaixonado cultor da boa música. não apenas pela excelente qualidade dos músicos inscritos no

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por

Editor

PEllEgriniLuis

concurso – todos jovens e brilhantes -, mas também pelas ca-racterísticas peculiares do lugar onde tudo se realiza. o Caste-lo ruspoli de Vignanello é, com efeito, uma joia da arquitetura tardo medieval. Um castelo fortificado de verdade, com fosso de proteção, duas pontes levadiças, um jardim renascentista que se mantem idêntico há quase 500 anos. a donna giada ruspoli, agradeço a gentileza do convite. E não consigo esconder minha esperança de que no ano que vem ele se repita. Será o ano do canto no Concurso ruspoli de Vignanello. não quero perder.

Foram três dias de puro encanto, do qual tento passar um pou-co a nossos leitores. o trecho de vídeo ao final da reportagem fui eu mesmo quem fiz. desculpem os defeitos...

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VIOLA DA GAMBASom mágico no Castelo Ruspoli em Vignanello

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Os violistas Mathilde Vialle (direita) e Teodoro Baú,

respectivamente primeiro e segundo prêmios do Concurso Ruspoli para viola da gamba.

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o início de outubro, na região do monte Cimino, Itália cen-tral, o outono começa a dar o ar da sua graça dourando as folhas das árvores. Mas o céu permanece azul, o Sol brilha

intensamente e a temperatura permane-ce estável ao redor dos 23 graus.

Nesse momento privilegiado do ano, no borgo medieval de Vignanello, acontece o Concurso Internacional Príncipe Fran-cesco Maria Ruspoli, especializado em música barroca. Este ano, já na sua 4ª edição, ele abriu suas portas para uma nova classe instrumental: a viola da gam-ba. O concurso, cujas atividades princi-pais aconteceram nos dias 6 e 7 de ou-tubro no Castelo Ruspoli de Vignanello, atribuiu a vitória à jovem violista fran-cesa Mathilde Vialle. Em segundo lugar, o italiano Teodoro Baú, e em terceiro o romeno Soma Salat-Zakarias. Musicolo-gia, a outra seção do concurso, teve como vencedora a espanhola Ana Lombardia Gonzalez, com o ensaio “Corelli as a mo-del?: Composing violin sonatas in mid--18th – century Madrid”.

“O objetivo da manifestação é reencon-trar e expressar o genius loci (o espírito do lugar) que, em Vignanello e no Cas-telo Ruspoli é representado pela músi-ca, como sempre aconteceu em nossa família, sobretudo nos tempos do Prín-cipe Francesco Maria, no século 18”, diz Giada Ruspoli, princesa dessa casa per-tencente à mais antiga nobreza romana. Idealizadora e mantenedora do concurso, Donna Giada, como todos a chamam, re-propõe Vignanello como centro de estu-do e difusão da música barroca em geral.

N

todos os anos, no início de outubro, um concurso realmente singular de música barroca acontece no castelo dos príncipes Ruspoli, em Vignanello, província do lácio, na itália. em 2012 aconteceu a 4ª edição do evento, e teve como protagonista a viola da gamba. oásis foi lá conferir

Por Luis PeLLegrini e fotos de Lamberto sciPioni, de VignaneLLo

http://www.youtube.com/embed/2nnIxwnSnjM

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Da direita: os violistas Soma Salat-Zakarias, Mathilde Vi-alle e Teodoro Baú, respecti-vamente terceiro, primeiro e segundo prêmios do Concurso Ruspoli. As apresentações dos concorrentes são realizadas no salão de recitais do Castelo de Viganello. Nele tocaram alguns dos maiores nomes da música barroca, como Handel, Caldara e Scarlatti.

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Os príncipes Giada Ruspoli e Francesco Maria Ruspoli durante a entrega do prêmio de musicologia à espanhola Ana Lombardia Gonzalez (ao centro).

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Para gerir o concurso e as várias outras atividades culturais e artísticas ali desenvolvidas, ela fundou o Centro de Estudos e Pesquisas Santa Giacinta Ma-rescotti, associação sem fins lucrativos com sede em Vignanello, no próprio castelo da família.

Como descrever a experiência de passar alguns dias repletos de boa música entre as paredes multisse-culares desse castelo, visitando os seus salões deco-rados com uma sábia mistura de mobiliário moder-no, barroco e renascentista, passeando por entre as alamedas do seu impecável jardim à italiana, comendo a ótima comida regional preparada sobre os grandes fogões das enormes cozinhas palacia-nas? Quando, sentados nos salões, transitando pe-los corredores, ou à sombra dos antigos carvalhos do jardim jovens músicos especializados na viola da gamba, provenientes de vários países, ensaiam superconcentrados, preparando-se para as provas do concurso? Sobretudo, quando a própria dona da casa, Donna Giada, se transforma em guia de exce-ção e lhe acompanha nas visitas aos recantos mais importantes do castelo, dando de cada aposento, de cada quadro, de cada escultura explicações que só quem é da família é capaz de dar?

A capela do castelo, por exemplo. Ela guarda entre seus tesouros as roupagens e algumas relíquias de Santa Giacinta Marescotti, santa de verdade, outro-ra princesa da família, que nasceu e viveu no cas-telo de Vignanello no século 17 antes de se tornar religiosa. “Jacinta, na juventude, não demonstrava nenhuma vocação para monja. Bem ao contrário,

“Como descrever a experiência de passar alguns dias repletos de boa música entre as paredes multisseculares do Castelo Ruspoli de Vignanello?”

apreciava a vida mundana, as festas e o luxo. Até mesmo depois de enclasurada num convento fran-ciscano fazia questão que seus aposentos fossem requintados”, explica Donna Giada. “Após uma do-ença que quase a levou à morte, ela mudou. Abraçou com fervor a vida monástica, trocou a soberba pela paciência e a ambição pela humildade. Tornou-se devota e até fervorosa. Mas salientou-se sobretudo na caridade, cheia de delicadeza e ternura para com as irmãs e para com a população de Viterbo, a quem Jacinta socorria em todas as necessidades”, prosse-gue, enquanto aponta para uma vitrine onde estão guardados, entre outrasa peças, o hábito monásti-co e um pequeno açoite que sua antepassada usava para autoflagelarse. “Claro, a santidade não é fácil de ser alcançada”, completa Donna Giada.

Os grandes jardins do castelo também são alvo de suas explicações: “Nosso jardim é um típico exem-plo de jardim à italiana da época renascentista, muito ordenado e caracterizado por cercas-vivas de buxinho, louro e mirto, esculpidas em várias formas

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O jardim à italiana do Castelo Ruspoli. Criado em meados do século 16, é hoje um dos mais perfeitos e bem conservados jardins renascentistas da Itália. Repleto de labirintos criados com plantas como o buxinho, o mirto e o louro, ele é mantido até hoje exatamente como foi planejado há quase cinco séculos. Ao fundo, o Castelo Ruspoli de Vignanello.

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Acima, o maestro Giorgio Monari, da Universidade La Sapienza de Roma, diretor artístico do concurso. Abaixo, Manola Erasmi, assessora de Giada Ruspoli na organização e administração do evento.

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decorativas que delimitam as doze áreas no cen-tro das quais está uma grande fonte”. Aproxima-se Santino, que há mais de 40 anos é administrador faz-tudo do castelo Ruspoli, e completa a descrição: “As sebes de buxinho e mirto são as mesmas desde a construção do jardim, no século 16. São plantas de crescimento muito lento, que precisam apenas de uma poda ao ano. Quando chega o momento da

“A história dos Marescotti-Ruspoli, família da princesa Giada Ruspoli, é uma saga

que se inicia no século 8 d.C., com Carlos Magno”

forma um ar de coisa habitada, viva, usado também para cerimônias, conferências, casamentos e ban-quetes, sobretudo nos espaços do jardim. Quem ti-ver interesse pode encontrar todas as informações no site: www.castelloruspoli.

A história dos Marescotti-Ruspoli, família da prin-cesa Giada Ruspoli, é uma saga relatada em vários livros e registrada nos anais do Vaticano, que se inicia no século 8 d.C., com Carlos Magno. “Somos uma família papal”, diz com naturalidade a aristo-crata, que tem no sangue 15 papas e uma árvore ge-nealógica enraizada na alta nobreza italiana e euro-peia.

Morando entre o Brasil e a Itália há 35 anos, Giada é filha de Don Sforza Vicino Ruspoli e Donna Domi-tilla dei Duchi Salviati (“família ligada aos Medici de Florença”), é Matarazzo pelo lado paterno (“mi-nha avó Claudia era a caçula do Conde Francisco Matarazzo”). Casada com o paulistano Lulli Misasi e mãe de dois rapazes ítalo-brasileiros, Marco e Pau-lo, Giada Ruspoli se dedica a unir os dois países da família, Itália e Brasil, estreitando seus laços cultu-rais.

“O concurso de música barroca no Castelo de Vigna-nello, bem como a maior parte dos eventos que or-ganizei no Brasil e na Itália, podem ser encaixados dentro de uma tradição muito antiga de mecenato cultural e artístico que desde sempre foi mantida por minha família”, diz Donna Giada. “Só para re-cordar, no século 18, meu antepassado o príncipe

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poda, nada de tesouras ou podadeiras elétricas: usamos uma simples foice de mão, como sempre foi feito!”

O castelo Ruspoli é uma típica construção fortifica-da erigida em pedra, no estilo tardo medieval e re-nascentista, cercado por um fosso profundo e com duas entradas, pelas quais se passa através de pon-tes levadiças. Está aberto à visitação pública aos domingos. Um dos seus aspectos mais interessan-tes, e que contribui para a sua raridade, é que ele é mantido como uma residência de família, e não como um museu. O enorme edifício mantem dessa

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Acima, durante almoço nos jardins do Castelo Ruspoli, a paulista Maria Elizabete Prata Carvalho (esquerda), e Luis Pellegrini e Lamberto Scipioni (direita). Abaixo, Ana Elisa Sestini, outra convidada paulista, aproveita uma folga do concurso para visitar o “Jardim dos Monstros”, no vizinho borgo de Bomarzo.

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Acima, ângulo do borgo medieval de Vignanello. Abaixo, o Príncipe Sforza Ruspoli (esquerda) e Luis Pellegrini conversam no jardim do Castelo Ruspoli.

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Francesco Maria foi mecenas de grandes talentos como Georg Friedrich Handel, Scarlatti (pai e fi-lho), Hotteterre le Romain, Antonio Caldara e os poetas da Academia da Arcádia”.

Handel viveu muitos anos na Itália, passando in-clusive por Roma, onde conheceu o Príncipe Fran-cesco Maria Ruspoli. Foi hóspede várias vezes no Castelo de Vignanello, e nele compôs e executou várias obras, dentre as quais a Ressurreição, a Sal-ve Regina, e mais de cem cantatas.

As audições do concurso são realizadas no mesmo salão nobre onde Handel e tantos outros composi-tores do período barroco executaram suas obras. “É difícil explicar o que significa para nós, músicos, tocar no mesmo espaço, sentar talvez na mesma cadeira em que sentou e tocou Handel”, comenta a violista francesa Mathilde Vialle, a vencedora da 4ª edição do concurso. “Não é certamente a mes-ma coisa que tocar no palco de um grande teatro moderno, por mais bonito que ele seja. Em Vigna-nello, quando seguro minha viola da gamba, tenho o sentimento que todos esses monstros sagrados da música barroca permanecem ali, sentados à minha frente, atentos ao que irei fazer. É de arrepiar”.

A empresa, no entanto, não é fácil para os músicos, e muito menos para a idealizadora do evento. Exige de Giada Ruspoli e de sua pequena equipe (além da princesa, dela faz parte Manola Erasmi, uma outra faz-tudo, e o maestro Giorgio Monari, da Univer-sidade La Sapienza de Roma, que é o diretor artís-

tico do concurso) muito esforço – e muita despesa. “Temos de fazer tudo com nossas próprias mãos e fundos próprios”, ela revela. “À parte uma preciosa contribuição de Paulo Gala e Eliane de Castro, que são queridos amigos brasileiros (Paulo é dono da rede de restaurantes Galeto) não tenho nenhum ou-tro patrocínio”.

E no Brasil, por que não fazer algo similar aqui? “Estou cada vez mais entusiasmada com a ideia de organizar no Brasil um evento similar ao concur-so de Vignanello. Vivemos um momento brasileiro muito interessante em termos de interesse pela mú-sica erudita, não apenas por parte dos profissionais da arte mas também pelo grande público. Assim que voltar a São Paulo, em dezembro, vou mais uma vez arregaçar as mangas e por mãos à obra. Toda ajuda será bem vinda!”

No domingo, durante a entrega dos prêmios e o re-cital de música para viola da gamba tocada pelos premiados (confira no vídeo), os olhos de Donna Giada brilhavam com uma luz especial. O desafio fora enfrentado e, mais uma vez, vencido. A mes-ma luz estava nos sorrisos dos jovens músicos, pre-miados ou não, e do público presente. O concurso de Vignanello é viagem a um tempo e a um espaço onde a arte do ritmo, da melodia e da harmonia era também uma filosofia e uma religião. Tomara que algo dessa empreitada tão enriquecedora para a alma chegue mesmo também ao Brasil, pelas mãos de Donna Giada Ruspoli. E de quem mais quiser participar.

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http://goo.gl/yxB2s

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Donna Giada Ruspoli entrega o prêmio à francesa Mathilde Vialle, primeira colocada no Concurso Ruspoli para viola da gamba.

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Entrada principal do Castelo Ruspoli de Vignanello. Típica construção fortificada dos séculos 15/16, esse castelo fica no alto de uma colina sobre cujas encostas foi erigido o borgo medieval.

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Um ponte de pedra passa sobre o fosso de proteção e leva do castelo ao jardim. Como todos os castelos importantes construídos naquela época, a casa Ruspoli de Vignanello é totalmente fortificada e tem apenas duas entradas defendidas por pontes levadiças.

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MORREU O HOMEM-GATODennis Avner queria ser um tigre

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ennis queria ser um tigre. Ou um gato. Ou uma pan-tera. Bastava que fosse um felino. Para realizar o seu

sonho, ele se submeteu a inúmeras in-tervenções de cirurgia plástica que mo-dificaram o seu corpo até torná-lo se-melhante ao de um desses animais. No dia 5 de novembro, Dennis foi en-contrado morto em sua casa em Tono-pah, Nevada (EUA). Ele se suicidou na madrugada.

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a 5 de novembro, dennis avner se suicidou aos 54 anos. mais conhecido como “homem-gato”, ele se submeteu a dezenas de intervenções para implantar garras, dentes, “bigodes” e tatuagens. tudo para ter a aparência de um felinoPor: equiPe oásis

entrevista com Dennis avner, o Homem-Gatohttp://goo.gl/pFPbh

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a trajetória do homem-gato Desde jovem, Dennis Avner iniciou uma série de cirurgias muito dolorosas para modificar o seu corpo: fez implante de unhas enormes; limou os dentes para que parecessem aos de um felino; im-plantou silicone para modificar os traços e defor-mar o rosto; usava lentes de contato verdes com as pupilas em formas de fendas muito estreitas; o seu rosto era recoberto por tatuagens que imitavam a pelagem de um tigre.

Um tigre na natureza vive em média 9 anos; no ca-tiveiro, alcança entre 16 e 18 anos. Desse ponto de vista, Dennis morreu muito velho.

as razões da estranha escoLhaO que terá levado Dennis Avner a desejar ser um felino? A hipótese de um apego doentio às suas origens é a mais aceita: antepassados de seus pais vinham das tribos indígenas Wyandot e Lakota e sabe-se que alguém, no passado, sugeriu-lhe “seguir as pegadas de um tigre”. Quem deu tal conselho provavelmente queria apenas indicar que ele deve-ria procurar desenvolver as qualidades e atributos do tigre. Mas, como muitas vezes acontece, Dennis tomou o conselho ao pé da letra. A tal ponto que en-trou para a lista de recordes do Guinness.Da mesma forma que o piercing, a tatuagem e a es-carificação (produção de cortes na pele que mais tarde se transformarão em cicatrizes), modificações do corpo são praticadas em várias formas por am-bos os sexos no mundo todo e desde os tempos mais remotos.

Para a psicologia trata-se de “obsessão limítrofe”Os motivos pelos quais tais práticas são adotadas são variados. Algumas pessoas o fazem por razões religiosas ou espirituais, outras por questões esté-ticas, como uma expressão de si mesmo, por prazer sexual, para simplesmente seguir uma moda ou cor-rente cultural ou para demonstrar rebelião contra a cultura ou o status quo vigente. Com frequência, a modificação corporal é combatida nas escolas e por empregadores e grupos religiosos mais puritanos e radicais. Apesar disso, e das muitas controvérsias que despertam, inclusive do ponto de vista da higie-ne e da saúde, algumas pessoas, em todo o mundo, entregam-se a práticas extremas de transformação,

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como é o caso de Dennis Avner. Mas ele está longe de ser o único: o Livro Guinness relata vários casos de pes-soas com centenas e até mesmo milhares de piercings temporários e permanentes inseridos no próprio corpo.

A moderna psicologia não hesita em classificar esses casos extremos de modificação do corpo na categoria da “obsessão limítrofe”. Dennis Avner chegou ao extremo de se alimentar quase exclusiva-mente de carne crua, apenas aquecida até a tempe-ratura normal do animal vivo. Ou seja, a tempera-

tura da carne da presa do tigre no momento em que é devorada. Além disso, Dennis adorava subir em árvores e andar descalço pelos campos. As modifica-ções que ele fez produzir em seu corpo incluem: ci-rurgia para deixar suas orelhas pontudas; limagem dos dentes; tatuagens: implantes de silicone nas bochechas e na fronte; piercings faciais onde pelos de bigodes felinos podem ser fixados, e bifurcação (corte e separação) do seu lábio superior. Para ga-nhar a vida, Dennis Avner se exibia em shows e pro-gramas de televisão. Visitou o Brasil em 2009.

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BICHOS POLICIAISOs melhores amigos das forças armadas

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Nos países de língua inglesa eles são chamados de “K-9” (que é um homófono de canino). São os cães treinados para a polícia em

seu trabalho. A raça mais comumente usada é o pastor alemão, embora outras, como o pastor malinês belga, os pastores holandeses, os rot-tweilers, os doberman pinschers , os schnauzers gigantes, os american pit bull terrier e o ameri-can staffordshire terrier também sejam bastante apreciadas. São, todos eles, animais de respeito. Em muitos lugares ferir ou matar intencional-

mente um cão policial é crime sério que sujeita o autor a penalidades ainda mais severas do que as que punem maus tratos aos demais animais. Nos Estados Unidos e em vários países euro-peus, os cães policiais são vestidos com roupas à prova de balas e identificados com distintivos especiais. Em várias ocasiões, cães policiais mor-tos no cumprimento do dever foram objetivo de homenagens policiais fúnebres completas.Há várias especializações disponíveis paras os cães policiais:

Cães de busca e salvamento - Esses cães são utilizados para localizar suspeitos ou encontrar pessoas ou objetos desaparecidos. A raça mais usada para tarefas do gênero é a bloodhound.Cães farejadores para a detecção de drogas e ex-plosivos - São usados para detectar substâncias ilícitas, como drogas, explosivos e outros mate-riais não permitidos. Trabalham sobretudo na alfândega de portos e aeroportos, e a raça mais comumente usada é a beagle. Graças à sua apa-rência dócil e comportamento amigável, o beagle normalmente não preocupa os passageiros.

Cães de cadáver - Alguns cães são treinados para detectar o odor de corpos em decomposição. Os cães possuem um olfato tão apurado que lhes permite inclusive detectar a presença de corpo que se encontram no fundo de rios e lagos.

A galeria abaixo mostra coisas curiosas e interes-santes sobre os animais policiais:

O

encontram e resgatam pessoas que se perderam ou que ficaram sob os escombros de terremotos, colaboram com a polícia, o exército, a aeronáutica e a marinha. por um biscoito ou uma sardinha aceitam missões de alto risco. entre eles estão cães, cavalos, ratos, porcos, focas e golfinhos

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Belo modo de agradecer nosso melhor amigo e tudo aquilo que ele faz por nós: Há mais de 3 mil anos o levamos às guerras para combater a nosso lado. A primeira notícia que se tem do uso de cães em operações bélicas data do século 18, quando eles apareceram pela primeira vez ao

lado dos guerreiros hicsos durante uma invasão do Egito. Sua missão era a vigilância dos acampamentos, mas também o combate corpo-a-corpo, treinados para morder com ferocidade os inimigos.

Hoje os cães são empregados por quase todas as forças armadas do mundo, graças a seu olfato apurado e sua coragem para desempenhar as tarefas mais diversas. No Oriente Médio são atualmente usados para o rastreamento de explosivos escondidos. Este é o caso de Ikhar, o pastor

que protagoniza esta foto, em patrulha sobre um carro armado americano na periferia de Kandahar, no Afeganistão.

CACHORROS NA TRINCHEIRA

Foto: shamil zhumatoV/ReuteRs

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Os cães não farejam apenas os explosivos e as drogas: nos últimos anos, em muitos países, cães-policiais trabalham ativamente para descobrir dinheiro. Eles são treinados para encontrar notas e moedas escondidas no interior de pacotes e malas. Utilizados sobretudo nos aeroportos, portos e postos de fronteira, revelaram-se particularmente

eficazes no combate ao tráfico clandestino de divisas.

As raças mais utilizadas para esse fim são os labradores e os golden retrievers. O treinamento se aproveita do seu olfato extremamente apurado, da sua grande vontade de brincar, e também da sua gula. Quando a caça ao dinheiro

alcança bom êxito, esses cães são recompensados com uma bola de tênis e alguma guloseima apetitosa.

CãES BANQUEIROS

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Não apenas os imponentes pastores-alemães ou os elegantes golden-retrievers são convocados pela polícia. Numa delegacia da cidade de Nápoles, na Itália, trabalha Pocho, um Jack Russel como o da fotografia acima. Pequeno e dotado de um faro infalível, herdado dos seus antepassados caçadores, Pocho consegue executar investigações em ambientes inacessíveis à maioria dos seus colegas de maior tamanho, como passar através de pequenos túneis ou

contêineres abarrotados de mercadorias entre as quais estão escondidas armas ou droga.

PEQUENO E INFALíVEL

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Descem de helicópteros, surgem nos telhados, fugir deles é praticamente impossível. São os “cães de assalto”, utilizados pelos corpos especiais da polícia em todo o mundo.

Selecionados entre raças fortes e corajosas como os pastores alemães e os belgas, esses cães são adestrados durante 18/24 meses para trbalhar ao lado de seus colegas humanos nas missões mais

perigosas. Equipados com telecâmeras e coletes antibala especiais, exploram as áreas onde haverá alguma intervenção antes dos agentes, coletando informações importantes para o bom êxito das operações.

RAMBO DE QUATRO PATAS

Foto: ReuteRs/stRiNgeR

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Inteligentes, sociáveis, fácil de ser treinados e transportados, e donos de um olfato que às vezes supera o dos cães, várias espécies de ratos há anos prestam serviços policiais e militares em vários lugares do mundo.Este é o caso do rato gigante da Gâmbia (Cricetomys gambianus), como o exemplar que vemos na foto,

trabalhando num campo minado em Moçambique. Muito mais leves do que os homens, os cães e os robôs, esses animais podem passar sobre as minas enterradas sem desencadear o seu mecanismo de explosão.

Quando descobrem algum artefato do gênero, começam a escavar chamando a atenção do seu condutor que o recompensará com alguma guloseima para rato.

O mais avançado centro mundial para o adestramento de ratos chama-se Apopo, gerido por uma ONG belga com sede na Tanzânia e com centros também em Moçambique e na Tailândia. O adestramento de cada animal

dura em média 9 meses a um custo de cerca 6 mil euros (18 mil reais).

RATOS BOMBEIROS

Foto: howaRd buRditt/ReuteRs

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Não será ágil e elegante como um pastor alemão, nem terá o look marcial de um rottweiler, mas em matéria de nariz nenhum outro bicho chega perto dele. Estamos falando do porco. O olfato desses simpáticos e geralmente gorduchos

animais é ainda mais desenvolvido que o dos cães. Em Israel existem campos especializados no treinamento de porcos para a

detecção de explosivos escondidos.

Um dos protagonistas desse curioso trabalho é Geva Zin, que dirige uma unidade cinófila da polícia israelense. No seu kibbutz, Zin adestrou alguns porcos para a busca de bombas e minas. Quando o animal fareja o perigo, se senta e espera a intervenção do seu acompanhante, bem como a merecida

recompensa. “As minas constituem o aspecto mais odioso da guerra”, ele diz. “Mas para os meus porcos encontrá-las é uma brincadeira: para treiná-los lanço mão da paixão que eles têm

por raízes e por tudo que está enterrado, e nunca esqueço de lhes dar um prêmio quando alcançam o objetivo”.

NARIZ DE TOMADA ELéTRICA

Foto: shamil zhumatoV/ReuteRs

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Desde os tempos da guerra do Vietnã a marinha militar dos Estados Unidos utiliza os serviços

de marinheiros muito particulares, dotados de nadadeiras e de bico. São os cerca de 60 cetáceos,

sobretudo golfinhos da espécie Tursiops, que fazem parte do US Navy Marine Mammal Mine Hunting

System, um projeto que teve início há 40 anos e que emprega esses simpáticos animais na identificação e sinalização de minas e bombas submersas. Quando

uma mina é encontrada, o golfinho a marca com um dispositivo especial que libera uma boia flutuante,

e desse modo os militares podem em seguida tratar da sua desmontagem. Segundo declarações

de autoridades da marinha norte-americana, a contribuição dessa unidade de cetáceos foi

determinante para a eliminação das minas lançadas no porto de Umm Qasr, no Iraque, durante a primeira

Guerra do Golfo.

Os animais são transportados das suas bases em San Diego, na Califórnia, e no Havaí até as zonas de

operação a bordo de aviões especialmente adaptados e equipados para isso.

Os golfinhos também são utilizados como “cães de guarda” no patrulhamento de portos de países em

risco nos quais estão ancorados navios americanos. Nesse caso são adestrados para detectar e perseguir

eventuais mergulhadores intrusos e fixar o dispositivo com a boia nos seus tubos de oxigênio, permitindo que

a patrulha na superfície possa localizá-los.

MARINHEIROS COM NADADEIRAS

Foto: bRieN aho, u.s. NaVy

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Os leões marinhos e as focas que trabalham para o exército norte-americano são soldados perfeitamente treinados, especialistas que a cada ano salvam a vida a centenas de seus companheiros humanos. Da mesa

forma que os golfinhos, também as focas e os leões marinhos são empregados para a localização de minas e o patrulhamento das águas ao redor das frotas militares

ancoradas nos portos.

Não têm fundamento, por outro lado, as notícias segundo as quais esses animais seriam treinados também para

atacar os mergulhadores ou, inclusive, as naves inimigas em missões kamikaze.

Focas e golfinhos, com efeito, não conseguem distinguir um mergulhador inimigo de um amigo, e nem uma nave norte-

americana de uma hostil.

De qualquer modo, o emprego militar desses animais suscita muita perplexidade não apenas do ponto de vista ético mas também etológico: O estresse provocado pelas transferências contínuas, a vida em cativeiro por longos

períodos, o treinamento. Será que esses animais veem tudo isso como uma simples brincadeira?

PORTOS PROTEGIDOS

photo CRedit: us NaVy

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OáSIS . galEria 11/12

Companheiro de armas do homem desde os tempos mais antigos, o cavalo tem hoje um papel muito mais marginal do que outrora nos conflitos bélicos. Mas ele ainda é muito utilizado pelas polícias do mundo todo para o controle da ordem pública.

Equipados com proteções especiais para o focinho e as pernas, e óculos que lhes protegem da fumaça das bombas lacrimogêneas e das pedradas, os cavalos das forças armadas da ordem não têm medo de nada. Trata-se quase sempre de exemplares muito robustos, de grandes

dimensões, corajosos e que não temem ruídos, gritos, explosões e disparos.

Na foto: um destacamento de cavalaria da polícia canadense durante uma manifestação.

TANQUE DE GUERRA COM CASCOS

ReuteRs/ChRistiNNe musChi

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OáSIS . galEria 12/12

Eles são os verdadeiros senhores do céu e há muitos anos se ocupam da segurança das nossas viagens aéreas: são os rapaces adestrados que atuam nas pistas dos aeroportos em todo o mundo para mantê-las vazias de pombos, corvos, gaivotas e um sem número de outros pássaros. As

aves constituem um grande perigo para os aviões, sobretudo durante as fazes de decolagem e aterrissagem.

Na Itália, por exemplo, no aeroporto da cidade de Turim, atuam 14 rapaces sob as ordens do treinador, o falcoeiro Giovanni Paone. Entre eles está uma águia real, 4 grifos do Himalaia, uma coruja real europeia – quase sempre utilizada no amanhecer e no crepúsculo -, uma coruja real

africana, 5 falcões peregrinos que podem atingir os 380 quilômetros horários de velocidade.

Na foto: um falcão e um falcoeiro em ação na pista do aeroporto de Lisboa.

OLHOS DE FALCãO

Foto: Jose maNuel RibeiRo/ReuteRs

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OáSIS . CiÊnCia 1/2

CIÊ

NC

IA

DO BIG BANG AO DIA DE HOJEA história da Terraem um minuto

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OáSIS . CiÊnCia 2/2

ode-se resumir a história da Terra e dos seus habitantes em um minuto? Sim, julgan-do-se a partir da sucessão

tira-fôlego de acontecimentos apresen-tados neste vídeo. Do Big Bang à forma-ção da Lua, do surgimento das formas

primordiais de vida aquática à era dos dinossauros, passa-se por uma terrível tempestade de meteoros, assiste-se ao de-senvolvimento dos primatas e do homem, até o aparecimento da sociedade moder-na. São 60 segundos densos de emoção. O vídeo faz parte do projeto Symphony of Science, para a divulgação da ciência em chave musical.

P

a grande explosão que deu origem a tudo, a formação da lua, o advento dos dinossauros, o nascimento do homem e da civilização moderna: o resumo da vida em nosso planeta em apenas 60 segundos Video: meLodysheeP, symPhony of science, john bosweLL

a história da terra em um minutohttp://goo.gl/GHL4f