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Sumário
Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918)............................................................................4
Revolução Russa...............................................................................................................7
A revolução liberal de fevereiro (1917) .............................................................................9
A revolução de outubro de 1917 ..................................................................................... 10
Tratado de Versalhes (1919) – Alemanha .................................................................. 13
A Europa após a Primeira Guerra Mundial ..................................................................... 15
Crise de 1929................................................................................................................... 17
New Deal ......................................................................................................................... 18
Fascismo Italiano ............................................................................................................. 20
A base social do Fascismo.............................................................................................. 22
O governo Fascista ...................................................................................................... 24
Realizações do Estado Fascista .............................................................................. 25
Nazismo – Alemanha....................................................................................................... 26
Origens do Nazismo: ....................................................................................................... 27
O partido Nazista: ............................................................................................................ 28
Totalitarismo na península ibérica................................................................................... 32
Segunda Guerra Mundial ................................................................................................ 33
Doutrina Truman .............................................................................................................. 39
Macarthismo .................................................................................................................... 39
Cronologia da Guerra Fria ............................................................................................... 40
1947 - Independência da Índia ........................................................................................ 41
Paquistão – islamismo..................................................................................................... 41
Criação da OTAN ............................................................................................................ 42
Revolução Chinesa ...................................................................................................... 42
Guerra Fria (1945 – 1989) ............................................................................................... 47
Primavera de Praga - 1968 ............................................................................................. 47
Mundo pós Guerra Fria ................................................................................................... 55
Guerra do Golfo (1990 – 1991) ....................................................................................... 57
Iugoslávia – Guerra da Bósnia ........................................................................................ 59
World Trade Center – 2001 ............................................................................................. 61
Guerra do Iraque ............................................................................................................. 62
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História do Brasil.............................................................................................................. 66
República Velha (1889-1930) ...................................................................................... 66
A República da Espada (1889 A 1894) ....................................................................... 67
República DAS Oligarquias ......................................................................................... 68
A Crise da República Velha e o Golpe de 1930 .......................................................... 70
Revolução DE 1930 ..................................................................................................... 72
Governo Provisório (1930 – 1934) ............................................................................. 73
Constituição de 1934 (Votada) ................................................................................... 73
Estado Novo (1937 –1945) .......................................................................................... 74
Constituição de 1937 (A Polaca) – Outorgada............................................................ 75
Crises do Estado Novo ................................................................................................ 76
Governo Dutra (1946-1951)........................................................................................ 78
Getúlio Vargas (1951-1954) ........................................................................................ 78
Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-1961) ............................................................ 80
Jânio Quadros (1961) .................................................................................................. 81
Governo de João Goulart (1963 -1964) ...................................................................... 84
Regime militar (1964- 1985) ........................................................................................ 85
Castelo Branco (1964 -1967)....................................................................................... 86
Costa e Silva (1967-1969) ........................................................................................... 87
Emílio Garrastazu Médici (1969 – 1974) ..................................................................... 88
Milagre Brasileiro ......................................................................................................... 88
Governo Ernesto Geisel (1974 – 1979)...................................................................... 90
João Batista Figueiredo (1979 – 1985) ....................................................................... 92
Nova República............................................................................................................ 95
Governo Sarney (1985 – 1989) ................................................................................... 97
Plano Cruzado ............................................................................................................. 97
Plano Bresser............................................................................................................... 99
Plano Verão ................................................................................................................. 99
Governo Collor (1990 – 1992) ................................................................................... 100
Governo Itamar Franco (1992 – 1994) ...................................................................... 103
Governo Fernando Henrique Cardoso (1994 – 1998) .............................................. 104
Segundo Mandato FHC (1998 – 2002) ..................................................................... 105
Governo Lula (2002 – 2006) ......................................................................................... 106
Posse De Lula................................................................................................................ 106
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Segundo mandato- Lula ............................................................................................ 107
Governo Dilma Rousseff ............................................................................................... 110
Exercícios ...................................................................................................................... 112
História geral .............................................................................................................. 112
Guerra Fria ................................................................................................................ 131
História Do Brasil ........................................................................................................... 134
Ditadura Militar (1964 A 1985) à Nova República ............................................................. 145
Ditadura Militar ........................................................................................................... 150
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3ª ETAPA
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914 – 1918)
Causas:
-Concorrência industrial anglo-germânica, disputas por mercados
consumidores.
- Concorrência colonial e imperialista alemã, país que se unificou em 1871
e passou a concorrer por colônias na África e Ásia.
- Revanchismo francês em relação a Alemanha, devido as perdas
territoriais de Alsácia- Lorena na guerra franco – prussiana de 1871.
- Dumping alemão efetuado em áreas comerciais inglesas.
- Questões balcânicas, disputas de áreas nos Bálcãs entre a Rússia e a
Áustria (Império austro-húngaro).
- Em 1908 a Áustria anexou a Bósnia – Herzegovínia ao Império Austro
Húngaro, resultando em protestos da Rússia.
- Corrida militar desenvolvida pelos países europeus.
- Nacionalismos – Pan – germanismo X revanchismo francês.
- Estrada de ferro Berlim – Bagdá.
- Questão do Marrocos: Região rica em minérios que era cobiçada pela
Inglaterra e França. A Alemanha entra na disputa em 1905, foi acertado o
acordo que garante privilégios comerciais aos franceses, em troca a Alemanha
ganha o Togo na África, mas o Marrocos continuava sob a administração do
Império Turco.
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Política de alianças
Tríplice Aliança X Tríplice Entente
Alemanha
Áustria
Itália
Inglaterra
França
Rússia
A Europa estava militarizada, as relações diplomáticas entre russos e
austríacos foram rompidas. As tensões cresciam em todo o continente movidos
por grupos étnicos que buscavam autonomia em relação ao domínio austríaco
nos Balcãs, (Império austro-húngaro).
Assim em 28 de Julho de 1914 quando o arquiduque da Áustria,
Francisco Ferdinando foi a Sarajevo na Bósnia, território anexado ao Império
austro-húngaro em 1908, onde havia grupos guerrilheiros que lutavam por
autonomia da região, ocorreu o seu assassinato e de sua esposa Sofia,
planejado e executado pelo grupo Jovem Bósnia.
A Áustria manda um ultimato à Sérvia, que era responsável pela
Administração da Bósnia em nome do império Austro – Húngaro, os sérvios
contando com o apoio da Rússia não aceitam as normas impostas pela Áustria,
isso leva ao início da guerra, quando:
- Áustria invade a Sérvia
- Rússia declara guerra à Áustria
- Alemanha declara guerra a Rússia
- França declara guerra à Alemanha
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- Alemanha marcha sobre a Bélgica, território neutro
- Inglaterra declara guerra à Alemanha
- Itália entra na guerra ao lado da Inglaterra (1915)
- Rússia sai da guerra em 1917 (Revolução bolchevique)
- EUA entra na guerra (1917) ao lado da Inglaterra devido ao
torpedeamento de navios americanos e a promessa alemã de ajudar o México
a reconquistar territórios perdidos para os EUA no século XIX.
Fases da Guerra:
1) Movimento de tropas (1914 – 1915)
2) Guerra de Trincheiras (1915 – 1918)
3) Movimento de tropas (1918)
A guerra manteve-se equilibrada até 1917, quando a Rússia saiu da
guerra após assinar o tratado Brestlitovsk com a Alemanha.
Esse fato dava à Alemanha novas forças, pois os alemães não
precisavam mais de tropas na frente oriental contra os russos, poderiam
concentrar todo o esforço de guerra contra os franceses e ingleses, porém com
a entrada de tropas americanas ao lado dos ingleses, o conflito ficou favorável
às forças da Tríplice Entente.
A Alemanha foi ficando isolada, o império Austro – Húngaro foi se
desintegrando com a independência de povos que o compunham.
Na Áustria ocorreram sucessivas greves de funcionários das fábricas de
munição com a intenção de acabar com a guerra, assim austríacos, húngaros,
búlgaros e turcos renderam-se às tropas da Entente.
A Alemanha cercada, foi ficando sem condições de continuar no conflito
devido à fome, falta de matérias primas para a produção de armas, crises e
greves, além da deserção de soldados fizeram do país um caos.
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Em novembro de 1918, o Kaiser abdicou e fugiu para a Holanda,
formou-se a seguir a República de Weimar, que assinou a rendição alemã em
Compiène em 11.11.1918.
REVOLUÇÃO RUSSA
A Rússia era o país mais atrasado da Europa no início do século XX,
onde permanecia o modelo Absolutista de governo com o Czar (imperador)
Alexandre II.
Em 1861 o governo havia abolido a servidão do tipo feudal, que ainda
vigorava no país, os camponeses passaram a pagar mais impostos para
indenizar seus antigos senhores.
A Rússia tinha uma população de 170 milhões de habitantes, 85% viviam
no campo, 40% das terras férteis estavam nas mãos da nobreza, que apoiava
o governo Absolutista.
A burguesia industrial e mercantil ligada a indústria estrangeira e a guarda
pessoal do Czar, os Cossacos sustentavam o regime, as custas de milhões de
pessoas exploradas e sem direitos políticos, perto de 96% da população.
Outra força que apoiava o regime era a igreja ortodoxa, que monopoli zava
a educação no país, reforçando junto aos estudantes a autoridade do Czar e
seu governo.
Qualquer forma de oposição ao governo era reprimida pela polícia política
do Czar, a Ochrana, que controlava a imprensa, o ensino e os tribunais de
justiça, assim muitos fugiram do país por não concordarem com o regime ou
para não morrer nas mãos da polícia.
Os partidos políticos da Rússia eram os seguintes:
- Partido Catete – formado pela burguesia industrial, eram favoráveis a
uma monarquia constitucional, onde o Czar tivesse seus poderes diminuídos.
- Partido Absolutista – eram favoráveis ao Czar e a manutenção do
regime formado pelos nobres e a igreja, detentores dos latifúndios.
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- Partido Menchevique – favoráveis ao crescimento da burguesia, para
depois chegar ao Socialismo, defendiam pequenas reformas sociais.
- Partido Bolchevique – na clandestinidade, defendiam a aliança entre
camponeses pobres e operários para fazer a revolução socialista.
Em 1904 a Rússia entrou em
guerra com o Japão pelo controle de
áreas da China, os russos foram
derrotados em 1905, isso gerou
revoltas em todo o país devido ao
esforço exigido do povo para
sustentar a guerra.
Em 22 de Janeiro de 1905 ocorreu o “domingo sangrento”, quando o
exército massacrou mais de mil pessoas que estavam fazendo um movimento
pacífico por reformas sociais, desencadeando greves e manifestações em todo
o país.
Diante das revoltas, o Czar permitiu a eleição para o Parlamento (Duma),
foi só uma manobra para ganhar tempo e acalmar o país.
Em 1914 a Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial ao lado da França e
Inglaterra (Tríplice Entente), as coisas pioraram para o povo, o exército russo
era um amontoado de camponeses recrutados à força, sem treinamento, sem
equipamento, sem oficiais capacitados para os cargos de comando, em dois
anos de guerra a Rússia perdeu 4 milhões de soldados diante das bem
treinadas tropas alemãs na frente oriental.
Por outro lado, o governo exigia cada vez mais esforços dos camponeses
e operários para garantir a continuidade da guerra.
Logo o país passou a conviver com a fome, o racionamento de gêneros
básicos, inflação, desvalorização de salários, falência de empresas nacionais.
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No início de 1917 uma greve geral organizada pelos socialistas paralisou
o país, logo a seguir ocorreu outra greve de transportes, agora devido à falta de
carvão, as fábricas também pararam de funcionar.
O Czar ordenou que o exército atacasse os grevistas, mas os soldados
que já vinham desertando em massa do exército, se negaram a atacar os
operários paralisados com a falta de carvão e outros produtos, logo a seguir os
militares aderiram a greve que se espalhou para todo o país.
O Czar percebendo que não podia mais contar com o apoio dos militares,
que haviam se aliado aos grupos socialistas e aos grevistas, abdicou do poder.
Logo após a saída do Czar, o poder ficou polarizado entre a Duma
(Parlamento), constituído pela burguesia do partido Catete e do outro lado
estavam os sovietes, que eram conselhos de operários, camponeses e
soldados, que influenciados pelos bolcheviques defendiam uma República
Socialista.
A Revolução Liberal de Fevereiro (1917)
A Duma se auto-proclamou governo provisório, ganhando apoio dos
Mencheviques, grupo dos socialistas moderados, esse governo optou por
manter o país na guerra, o que gerou novos protestos. Nesse clima de caos,
Lênin, o líder dos bolchevique voltou do exílio e proclamou as teses de abril,
onde defendia;
Todo o poder aos sovietes.
Nacionalização dos bancos.
Controle das fábricas pelos operários.
Terra aos camponeses, confiscar as terras dos nobres.
Assinar a paz com a Alemanha e tirar o país da guerra.
Em 17 de Julho de 1917 o poder passou para Kerenski, líder dos
Mencheviques depois da renúncia do governo provisório do príncipe Lvov.
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O novo governo mantinha o país na guerra, se negava a dividir terras com
os camponeses e retardava as eleições para a Assembleia Constituinte.
Na frente de batalha os soldados desertavam em massa e passavam a
apoiar os bolcheviques, que eram favoráveis ao fim da guerra.
A Revolução de Outubro de 1917
Em outubro os bolcheviques iniciaram
a tomada do poder com a greve de
Petrogrado, quando os soldados aderiram
ao movimento com os trabalhadores, a
greve se espalhou pelo país. Kerenski,
percebendo que não tinha mais o apoio do
exército, fugiu do país, os bolcheviques
decretaram:
Divisão das grandes fazendas com os camponeses
Os bancos foram nacionalizados
Foi assinada a paz com a Alemanha (tratado de Brest-Litovsk).
Em 1918, com o fim da primeira guerra, os países capitalistas atacaram a
Rússia, auxiliados pelos nobres que haviam fugido e cujas terras foram
divididas com os camponeses.
Guerra Civil (1918 – 1921): período que se caracterizou pela resistência
da Rússia frente aos ataques de tropas inglesas, francesas e americanas.
Essas forças queriam restabelecer a monarquia Absolutista e evitar que as
ideias socialistas ganhassem seguidores na Europa, mas em 1921 o exército
vermelho (russo) foi vitorioso e essas tropas invasoras se retiraram.
NEP (1921 – 1924): Plano econômico adotado por Lênin que reatou
relações diplomáticas com a Inglaterra, atraindo empresas e tecnologia para
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modernizar o país, o slogan adotado era: “retroceder um passo para avançar
dois”, assimilar a tecnologia capitalista em proveito do socialismo.
Stalinismo (1924 – 1953): Com a morte de Lênin (1924), o poder passou
para Josef Stálin, essa fase se caracterizou pela máxima centralização do
poder político nas mãos do governo, perseguição dos opositores e a instalação
da ditadura do Estado socialista. Por outro lado, nesse período, a Rússia
conheceu um grande surto de desenvolvimento industrial, tecnológico, militar e
social, tornando-se uma grande potência mundial.
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Consequências da Guerra:
10 milhões de mortos, em sua maioria constituídos pela população civil.
20 milhões de feridos e inválidos.
Desorganização da agricultura e indústria europeia.
Pressões de operários e socialistas
Decadência dos costumes, da moral, alcoolismo.
Tratados de paz injustos.
Aumento do nacionalismo, ódio e revanchismo dos vencidos.
Criação da Liga das Nações, para evitar novos conflitos.
Transferência do eixo econômico da Europa para os EUA (NY).
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Tratado de Versalhes (1919) – Alemanha
Os representantes da Alemanha foram levados à Versalhes na França,
onde foram obrigados a aceitar as imposições feitas pelos vencedores, que
acusavam a Alemanha como a causadora da guerra.
a) Cláusula de segurança – exigida pela França, a Alemanha ficava
proibida de:
- ter exército superior a 100 mil homens
- ter marinha de guerra
- ter submarinos
- ter aviões militares
- ter artilharia
- proibido o serviço militar obrigatório
- manter a fronteiras abertas
b) Cláusula territorial:
- devolução de Alsácia e Lorena para a França
- Devolução de Eupen e Maumedy para a Bélgica
- Devolução de Höllstein e Slevig para a Dinamarca
- Entrega da Silécia e Sudetos para a formação da Tchecoeslováquia
- Entrega de Posnânia e Pomerânia para formação da Polônia
- Entrega do porto de Dantzig à Liga das Nações a ser administrado pela
Polônia
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- Entrega de todas as jazidas de carvão para a França durante 15 anos
como compensação a anexação alemã de Alsácia e Lorena em 1871
- A Alemanha perdia todas as suas colônias conquistadas no século XIX
c) Cláusula Econômico-financeira:
A Alemanha foi obriga a entregar locomotivas, marinha mercante,
indústria química à França, Itália e Bélgica.
Tropas francesas se instalaram no vale do Ruhr para garantir o
cumprimento do tratado, com o transporte dos produtos alemães aos
vencedores.
A Alemanha deverá pagar em 30 anos uma multa aos vencedores no
valor de 400 bilhões de marcos.
d) Cláusulas Diversas:
A Alemanha foi obrigada a reconhecer a independência da Polônia e
Tchecoslováquia, além de ficar proibida de qualquer tipo de aproximação dos
austríacos.
Esse tratado injusto será o combustível do nazismo nos anos
seguintes, que vai explorar o ódio e a humilhação dos alemães frente aos
vencedores de 1918.
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A EUROPA APÓS A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
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PÓS-GUERRA
Os EUA saíram da primeira guerra mundial (1914 – 1918) como a maior
potência industrial, militar e o centro econômico do capitalismo mundial, onde
Nova York passou a ser o centro das decisões mundiais em termos de
investimentos capitalistas.
Antes da guerra os americanos eram devedores da Europa. Para
desenvolver sua indústria ao longo do século XIX, os americanos importaram
tecnologia e máquinas dos europeus, assim quando a guerra começou em
1914 a dívida americana com os países desenvolvidos era de 3 bilhões de
dólares.
Com o desenvolvimento do conflito, no primeiro ano os americanos
passaram a exportar para os países europeus tudo o que eles não conseguiam
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produzir devido à desorganização industrial resultante dos constantes
bombardeios de seus parques industriais.
Assim quando chegou o ano de 1917 a balança comercial havia
invertido, ou seja, a Europa devia 11 bilhões de dólares aos americanos, razão
pela qual os EUA vão entrar no conflito, quando a Rússia abandonou a guerra
(Tratado de Brest-Litovsk).
Com o final da guerra a Europa estava endividada, além de estar com seu
parque industrial reduzido a 30% da capacidade produtiva, a isso se soma a
devastação do continente europeu provocado pelo conflito. A guerra
proporcionou a consolidação da indústria americana, que cresceu
violentamente voltada para atender o mercado interno e também para as
exportações destinadas à Europa.
O governo americano incentivava as pessoas a comprarem ações das
empresas sólidas que eram vendidas na Bolsa de Valores, muitos passaram a
especular com esses títulos, vendendo tudo para converter o capital em ações,
surgiram fortunas feitas às custas de especulação.
Em 1924 o governo americano criou o Plano Daves, os capitais
excedentes no país passaram a ser investidos na Europa para reconstruir o
velho mundo, a Alemanha também foi beneficiada pelo plano, assim os
alemães pagavam sua dívida com a Inglaterra (Tratado de Versalhes) e os
ingleses pagavam os americanos.
Com a entrada de capitais americanos os europeus passaram a
reorganizar seu parque industrial e a diminuir as importações. O governo
americano criou barreiras alfandegárias para proteger ainda mais sua indústria
contra qualquer concorrente internacional. Por outro lado, o governo Hoover
dos EUA incentivava as pessoas a comprarem ações na Bolsa de Valores,
essas ações passaram a ser valorizadas artificialmente por especuladores que
as mantinham com preços muito acima da realidade.
Assim o país foi sendo arrastado para uma crise gerada por
especuladores, funcionários da bolsa, homens do governo, cúmplices que
ganhavam milhões especulando e criando valorizações artificiais de títulos.
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Em janeiro de 1929 a Europa não importava mais de 20% dos produtos
americanos em relação a 1914. Havia-se recuperado dos efeitos da guerra,
porém a especulação, a corrupção e o aumento da produção industrial nos
EUA cresciam.
Os pequenos agricultores estavam endividados com bancos devido a
desvalorização dos produtos agrícolas, outros se endividavam comprando mais
terras para aumentar a produção na esperança de assim se recuperar.
CRISE DE 1929
As Causas da Crise:
Superprodução industrial: muito além da capacidade de consumo
interno, exportações em baixa.
Superprodução agrícola: com preços desvalorizados e sem mercados
para consumir.
Especulação financeira: bancos e investidores manipulando índices e
cotações na Bolsa de Valores.
Corrupção: funcionários do governo que se beneficiavam com a
especulação, mantiveram a economia acelerada e incentivando as pessoas a
compra de ações, criando uma falsa ideia de prosperidade e segurança.
Em setembro de 1929 os especuladores passaram a vender seus títulos e
ações, iniciando as flutuações dos preços, em 24 de Outubro veio a crise, a
“quinta feira negra”, a quebra da bolsa de valores, tornou-se público que toda a
riqueza alardeada a cerca das ações e títulos da bolsa eram falsos, não tinham
sustentação, daí o colapso.
Um grupo de banqueiros de Nova York comprou 13 milhões de títulos e
ações para evitar a crise, mas no dia 29 de Outubro de 1919 foram despejados
mais 16 milhões de títulos no mercado para a venda, resultando na quebra final
do sistema, esses títulos chegaram a valor zero.
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Os efeitos dessa crise foram terríveis para a sociedade, famílias
perderam tudo, pois aconselhados por “especialistas”, haviam transformado
seus patrimônios em ações da bolsa de valores, tidos como investimentos
seguros.
De 1929 até 1933 o país conviveu com 16 milhões de desempregados,
4mil bancos faliram, milhares de empresas fecharam suas portas, aumentando
o desemprego, a violência e a miséria no país.
O governo americano passou a cobrar o capital investido na Europa
durante os anos de 1924 e 1925, o que resultou em crise no mercado europeu
e no congelamento das exportações americanas, aumentando ainda mais a
crise.
New Deal
Em 4 de março de 1933 foi eleito presidente dos EUA, o ex-governador
de Nova York Franklin Delano Roosevelt pelo partido democrata, que chegou
ao poder com a promessa de tirar o país da crise com seu plano conhecido
como New Deal.
Esse plano se caracterizava entre outros aspectos como aquele em que o
Estado passava a intervir na economia em áreas de interesse popular ou
social, conhecido também como “dirigismo econômico”, esse plano era
influenciado pelas ideias do economista inglês John Maynard Keynes.
O New Deal de Roosevelt sepultava o liberalismo clássico, que se
caracterizava pela completa liberdade das empresas agirem no mercado sem a
interferência do Estado, agora o centro de decisões não era mais NY, mas sim
Washington onde o governo passou a traçar os rumos da economia para sair
da crise.
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Características do New Deal
- Obras públicas
- Suspendeu as hipotecas dos pequenos agricultores endividados com os
bancos
- Subsídios às empresas em dificuldades
- Aumento de salários, para garantir o consumo, base do capitalismo.
- Limitar a ação de grandes empresas em nome da sociedade
- Impostos sobre os mais ricos
- Redução da jornada de trabalho
- Proibição do trabalho infantil e feminino
- Evitar superprodução industrial
- Fortalecimento dos sindicatos
- Criados serviços de saúde pública
- Criação do salário desemprego
- Garantia de aposentadorias
- Suspensão da Lei Seca de 1925, reativação das indústrias de bebidas.
As medidas do New Deal foram lentamente promovendo a reconstrução
do país, a crise só foi superada em 1939 com o início da segunda guerra
mundial, quando os EUA voltaram a atender a Europa e a economia voltou a
crescer.
A crise de 1929 atingiu todos os países capitalistas, que estavam ligados
à economia dos EUA, os efeitos da crise na Europa se manifestaram no
crescimento de regimes antidemocráticos como o nazi-fascismo e o socialismo,
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onde os europeus passaram a desconfiar de países com economia liberal e
parlamentares.
A partir deste contexto se originam e fortalecem regimes totalitários na
Europa, que defendiam um Estado forte e centralizado.
Nos países onde os regimes totalitários chegaram ao poder (Itália e
Alemanha) a economia liberal deu lugar ao nacionalismo econômico,
controlado pelo Estado centralizado.
FASCISMO ITALIANO
Com o final da primeira guerra mundial, a Itália mesmo estando ao lado
dos vencedores, era um país destruído, Veneza foi arrasada durante o conflito,
além do país ser pobre em relação à Inglaterra e a França.
Os italianos foram enganados nos
tratados do pós-guerra, no que se refere aos
territórios prometidos, a Dalmácia foi entregue
à Iugoslávia, as colônias alemãs da África e
Ásia não passaram ao controle italiano.
Durante a guerra a Itália havia perdido
650 mil homens em combate. As crises se
agravaram com a volta dos ex-combatentes,
que foram desmilitarizados e passaram a buscar empregos. jornalri.w ordpress.com
A inflação de 40% ao ano crescia como as greves e as organizações
socialistas, a experiência da Revolução Russa incentivou o crescimento do
socialismo no país, como uma alternativa as crises resultantes da guerra e da
má administração do rei Vitor Emanuel.
Os socialistas no norte da Itália invadiram fábricas e exigiam a reforma
agrária no sul do país, agravando as tensões e assustando a burguesia e a
igreja que temiam ver a Itália mergulhar no socialismo do tipo russo.
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Em 1920 as coisas se agravaram quando os EUA proibiram a entrada de
imigrantes vindos da Europa, isso impedia o escoamento do excedente
populacional de baixa renda. As greves e manifestações populares se
multiplicavam em todo o país, culminando em assaltos à lojas e armazéns,
levando o país ao caos, diante da incapacidade do governo em criar
alternativas aos problemas.
Assim a burguesia passou a apoiar e a financiar um grupo paramilitar de
Milão, conhecido como Esquadra de Ação, fundado por Benito Mussolini em
1919, que se caracterizava por ser antissocialistas e antiparlamentar.
A ação desse grupo era violenta, disciplinados e bem organizados
atacavam líderes sindicais, socialistas e intelectuais de esquerda.
Comandados por ex – combatentes, eram grupos constituídos por
desempregados, marginais e filhos de burgueses, dentro das crises que o país
atravessava não foi difícil atrair pobres e desiludidos com o Estado.
Esses grupos foram ampliando sua área de atuação por todo o país a
cada dia ganhando novos adeptos entre os descontentes e desajustados
sociais, que passaram a ver neste tipo de ação a forma de se vingar do sistema
e das crises, no sul assassinaram líderes socialistas, que defendiam a reforma
agrária.
Com o crescimento das Esquadras de Ação, a burguesia e os
latifundiários passaram a apoiar abertamente as práticas terroristas destes
grupos, que representavam a proteção de seus interesses contra os socialistas.
Em 1921 Mussolini fundou o Partido Nacional Fascista, que cresceu
rapidamente com sua propaganda inflamada contra a desordem.
O Partido Fascista era resultado da incompetência do governo em conter
o avanço dos socialistas, ou criar alternativas às crises.
Em 26 de Outubro de 1922 os fascistas fizeram a “Marcha sobre Roma”,
mais de 40 mil homens vindos de todas as regiões do país invadiram as ruas
da capital, Mussolini exigia do rei 5 ministérios para o Partido Fascista.
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Os burgueses, militares e simpatizantes do fascismo ligados ao governo
convenceram o rei a chamar Mussolini para formar um novo governo e pôr fim
ao caos na Itália.
Em novembro de 1922 Mussolini recebeu do Parlamento plenos poderes
para formar um novo ministério e acabar com as tensões sociais no país, assim
os fascistas chegavam ao poder como representantes de diversos seguimentos
da sociedade que viam neles a solução.
BENITO MUSSOLINI
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A Base Social do Fascismo
Alta Burguesia – queriam manter seus bens e propriedades a salvo da
ameaça de socialistas e o perigo da coletivização.
Classe Média – empobrecida com a crise do pós-guerra, temiam ficar
mais pobres, apoiavam o fascismo com seu discurso de progresso e
crescimento social.
Pobres – Viam no fascismo a chance de ascensão social.
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Um fator que beneficiou o fascismo na sua ascensão política, foi o fato
dos demais partidos políticos italianos manterem uma prática e um discurso
ultrapassado diante das crises e problemas do momento.
O fascismo apresentava um discurso novo, dinâmico e, alternativas
novas, o povo cansado dos velhos discursos optou pelo novo, como saída das
crises.
Outro aspecto que atraia o eleitor a votar nos fascistas era o fato de seus
representantes não terem a mesma característica dos políticos t radicionais:
sóbrios, sérios e ligados as classes ricas; os representantes fascistas eram
rudes, grosseiros, gente saída do povo, que falava a mesma linguagem sem
refinamento.
Características do Fascismo:
1) Totalitarismo – “Nada deve haver acima do Estado, nada fora do
Estado, nada contra o Estado, só pode haver um partido, o fascista; uma
imprensa, a fascista, uma educação, a fascista”.
2) Nacionalismo – “A nação é a mais alta forma de sociedade que a raça
humana pode desenvolver, é preciso tornar forte a grande nação, pela
autossuficiência e por um exército poderoso”.
3) Romantismo – “O espírito fascista é vontade, não é intelecto”. O
intelecto deve ser completado pelo autossacrifício de cada um em nome da
nação, pelo culto ao heroísmo e à força.
4) Autoritarismo – “A soberania do Estado é absoluta . O cidadão não tem
direitos, mas deveres; o país precisa de ordem, prosperidade e trabalho para
todos”.
5) Militarismo – “A guerra exalta e enobrece o homem, regenera os
povos”.
6) Anti – Democrático – “A democracia é um amontoado de palavras dos
demagogos, que não resulta em nada de positivo à nação”.
7) Antissocialista – “Os socialistas representam a desordem e a barbárie,
não contribuem para o crescimento da nação”.
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8) Anti – Liberal – “Os representantes do liberalismo internacional
roubaram a Itália em 1919, quando não entregaram os territórios prometidos
aos italianos”.
O governo Fascista
Depois de chegar ao poder em 1922, Mussolini passou a pôr em prática
seu plano de governo. Manipulando as eleições em 1924, os fascistas
conseguiram a maioria no Parlamento, o líder socialista Matteoti denunciou a
fraude e foi assassinado, logo a seguir o governo fascista tomou as seguintes
medidas:
Dissolveu o Parlamento e os partidos políticos, menos o fascista;
Fechou jornais de oposição e criou a censura à imprensa;
Políticos de oposição foram presos e deportados;
Milhares de pessoas foram presas ou deportadas por não concordarem
com o regime fascista;
Foi criada a Polícia Política a serviço do Estado fascista, a OVRA;
Crianças, jovens e adultos foram organizados em movimentos
destinados a consolidar a cultura fascista na sociedade sob o lema: “Crer,
obedecer e combater” em nome do líder (DUCE).
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O fascismo desenvolveu o culto ao líder (Duce) como sendo a
encarnação do Estado, o guia infalível que levaria o país a redenção todos os
males, mas para isso o indivíduo deveria abrir mão de seus interesses em favor
do Estado. Isso caracterizava outro aspecto da filosofia fascista, que era o
corporativismo, onde o indivíduo ficaria completamente submetido aos
interesses do Estado.
“O Estado é tudo, o indivíduo não é nada”.
Realizações do Estado Fascista
- Redução do analfabetismo
- Eliminou a Máfia nos principais centros do país
- Agricultura científica, aumento de 30% na produção
- Auxílio à indústria, elevando o crescimento industrial
- Duplicação do potencial hidrelétrico do país
- Drenagem de pântanos, aumentando a área agricultável
- Obras públicas, ferrovias, pontes e estradas
- Tratado de Latrão 1929 – o governo fascista devolvia o Vaticano para o
controle do Papa, além de indenizar a igreja em 2 milhões de liras, tornava o
ensino religioso obrigatório em todo o país.
- Carta de trabalho – garantia férias pagas, previdência social, formação
profissional aos trabalhadores.
- Erradicou a malária, desenvolvimento da medicina sanitária.
Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, a Itália sofreu
os efeitos da crise com a falência de indústrias e bancos, o governo buscou
atenuar o problema com as grandes obras públicas e o desenvolvimento da
indústria de armas para manter a população empregada.
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As armas passaram a ser vendidas à Espanha na guerra civil de 1936 –
1939, outro destino destas armas foi a tentativa frustrada dos italianos de
conquistar a Etiópia, em 1935, quando foram derrotados em Ádua.
A crise de 1929 foi explorada pelo governo fascista, acusando o sistema
liberal como o causador da crise, reforçando assim o nacionalismo econômico
e o culto ao líder (Duce).
A aventura militar italiana na Etiópia resultou em sanções da Liga das
Nações contra a Itália em favor da Etiópia, isolado, o governo italiano vai se
aproximar da Alemanha nazista.
NAZISMO – Alemanha
A Alemanha no final da Primeira Guerra
Mundial:
Em outubro de 1918 ocorreram
insurreições de operários e militares em toda a
Alemanha, exigindo a renúncia do Kaiser
(imperador) Guilherme e a paz com as tropas da
Tríplice Entente.
O país estava cercado, a fome a destruição
eram visíveis em toda a parte, em novembro de
1918 estourou a rebelião em Berlim, capital da
Alemanha, levando o Kaiser a abdicar do poder
e fugir para a Holanda. thoth3126.com.br
Logo a seguir foi proclamada a República de Weimar (coalizão de
socialistas, centristas e democratas), quando foi assinada a paz com os aliados
em Compiegne em 1918.
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Esse governo redigiu uma constituição moderna que se apresentava
avançada para o seu tempo:
Jornada de 8h diárias de trabalho
Voto secreto
Liberdades individuais
Direito de emprego
Direito à educação
Liberdade sindical
Mesmo assim essa república que durou de 1918 até 1933 não conseguiu
superar as crises do período que iniciaram em 1919 quando da assinatura do
Tratado de Versalhes, que humilhou o povo alemão, jogando por terra qualquer
expectativa de reconstrução nacional.
Os grupos de ex-combatentes inaptos à vida civil passaram a difundir a
ideia que o invencível exército alemão não foi derrotado, foi traído por judeus e
socialistas e pelos representantes da República de Weimar com suas ideias
liberais e a falta de autoridade.
Essa teoria absurda ganhava crédito junto a uma parcela da população
que buscava em alívio diante das crises geradas com o final da guerra, por
outro lado a Alemanha não tinha tradição democrática.
Origens do Nazismo:
Tratado de Versalhes: que humilhou o país perante a Europa.
Inflação de 1923 – Quando a moeda alemã (marco) chegou a valor zero,
devido as constantes emissões de dinheiro pelo governo, sem ter sustentação.
Crescimento dos Socialistas e comunistas, influenciados pela Revolução
Russa.
A Grande Depressão – resultante da quebra da Bolsa de Valores de
Nova York em 1929, que jogou o país em nova e violenta crise depois de um
período de recuperação, quando a Alemanha havia atingido o crescimento
anterior a 1914.
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Desemprego, fome, falência de pequenas empresas, agricultores
endividados, especulação, agiotagem foram os resultados das crises, levando
a uma total desconfiança do povo nos partidos tradicionais e nos sistemas
liberais europeus, reforçando a crença em um modelo novo, capaz de salvar o
país.
O Partido Nazista:
Em 1919, na cidade de Munique, foi fundado o Partido Nacional Socialista
Alemão dos Trabalhadores (Nazi) como ficou conhecido, organizado por sete
homens numa cervejaria. O programa do partido tinha aspectos radicais que
não atraíram a maioria, seus principais pontos eram:
- Antissemitismo e Anticomunismo,
- Combate ao Tratado de Versalhes.
Enquanto os nazistas se organizavam e passavam a atrair ex-
combatentes, desempregados, marginais e outros desajustados, a República
de Weimar sofria oposição da burguesia nacionalista, do exército, de
socialistas e de grupos de extrema direita, a hiperinflação de 1923 leva a
sociedade ao desespero e a total descrença no governo.
Em 8 de novembro de 1923, Hitler comandando os nazistas, aliado ao
general Ludendorff e outros fanáticos de extrema direita tentaram tomar o
poder em Berlim, episódio conhecido como Putsch de Munique, que fracasso u,
Hitler foi preso.
Condenado a 5 anos de prisão, Hitler cumpriu 9 meses, período
em que escreveu o livro Mein Kampf (Minha Luta) onde estão contidos
todos os fundamentos do nazismo e como deveria ser organizada a
sociedade sob o controle do partido único, o nazista.
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Quando saiu da cadeia Hitler passou a reorganizar o partido de forma
diferente expurgando os elementos mais radicais violentos, com isso passou a
ganhar a simpatia da burguesia que temia o crescimento dos comunistas e
socialistas.
Em 1924 os americanos criaram o Plano Daves, que se caracterizava
pela injeção de dinheiro na Europa com a finalidade de reconstruir o Continente
e evitar o avanço dos socialistas e das constantes crises.
A França e a Bélgica foram forçadas pelos ingleses e americanos a se
retirarem do vale do Ruhr na Alemanha, onde haviam estacionado tropas no
final da guerra.
Essa medida tinha como finalidade acalmar os alemães, que nunca
aceitaram essa invasão de seu território por tropas dos países vencedores no
conflito de 1914.
Assim a Alemanha viu a retirada das tropas estrangeiras com alegria,
somado aos capitais americanos do Plano Daves, o país passou a crescer e
reativou sua economia de forma acelerada para recuperar o tempo perdido. Em
1929 a Alemanha já produzia mais bens industriais que o período anterior a
guerra.
Com a crise de 1929 (Crack da Bolsa de Valores) os EUA retiraram seus
capitais investidos na Alemanha, o mercado mundial fechou-se, resultando na
falência de fábricas e o desemprego em massa, mais de 18 milhões de
pessoas passaram a viver na miséria, dependendo da caridade e dos
comedouros públicos.
Essa nova crise que jogou o país na sarjeta depois de haver conhecido a
reconstrução e um relativo desenvolvimento econômico e social (1924 – 1929),
provocou uma onda de agitações dos comunistas, que acusavam o governo
social democrata e os governos liberais como os causadores da crise.
A burguesia temendo o avanço dos comunistas passou a financiar os
nazistas como forma de frear os grupos de esquerda que cresciam em todo o
país.
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Assim enquanto o governo perdia força, os
nazistas cresciam com seu discurso violento,
recebendo capitais e acesso aos meios de
comunicação fornecidos pela burguesia.
Nas eleições de 1933 os nazistas
ganharam a maioria das cadeiras do Reichstag
(Parlamento). A burguesia convenceu o
presidente Hidenburg a nomear Hitler como
chanceler na esperança de controlar o
crescimento do Partido Nazista.
Os grupos paramilitares comandados por Hitler (SS.SA) incendiaram o
Reichstag e acusaram os comunistas, o que resultou na perseguição de
sindicatos, socialista, comunistas e qualquer organização de esquerda pelos
nazistas.
Com a morte do presidente Hidenburg em 1934, Hitler tornou-se o
senhor absoluto da Alemanha impondo a instalação do estado totalitário
nazista, assim um grupo de parasitas, corruptos passam a governar o país.
A Noite dos Longos Punhais:
Durante o desenvolvimento do nazismo, Hitler havia se utilizado de um
discurso demagogo, onde prometia o combate ao capitalismo, uma vez no
poder ele sabia que para contar com o apoio da burguesia deveria mudar sua
tática.
Erns Roehn líder do grupo paramilitar SA, entrou em choque com Hitler,
queria mais poder para seu grupo, além de liquidar com a burguesia, a solução
encontrada por Hitler foi dar férias a SA, que neste período não poderia andar
armada, assim em 30 de julho de 1930 “a noite dos longos punhais” o exército
recebeu ordem de eliminar Roehn e todo o seu grupo, logo a seguir outros
descontentes também foram eliminados, consolidando o Estado nazista,
recebendo apoio integral da burguesia.
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O nazismo se consolidou usando o terror policial, a propaganda, onde os
meios de comunicação tornaram-se monopólio estatal, foi criado o Ministério da
Propaganda, o sistema educacional também passou a ser controlado pelo
governo, assim nenhum seguimento da sociedade ficava fora do controle do
estado totalitário nazista.
O antissemitismo ganhou forma primeiro no afastamento dos judeus de
todos os cargos públicos, artísticos, meios de comunicação e depois na
eliminação física, denominada de “solução final”.
O governo nazista desenvolveu grandes obras públicas para absorver os
desempregados, assim construíram-se;
Aeroportos, autoestradas, estradas de ferro, portos, construção de
habitações e a indústria de armas que se desenvolvia secretamente, quando
chegou o ano de 1937 o desemprego havia desaparecido da Alemanha,
consolidando a imagem do Führer (o líder).
Em 1939 a agricultura atendia a 85% do consumo nacional, a indústria
alemã era a segunda do mundo.
O crescimento industrial alemão tinha seus limites, havia a crescente
necessidade de matérias primas para garantir o desenvolvimento, o que levou
Hitler a desenvolver a teoria de “Espaço Vital” com a intenção de justificar a
anexação de territórios europeus para garantir o fornecimento de matérias
primas para indústria alemã, o que vai resultar na segunda guerra mundial.
O programa do partido nazista
é semelhante ao programa do
partido fascista italiano, a grande
diferença estava no racismo alemão,
que se apoiava na teoria de
superioridade racial germânica, que
justificava a perseguição as demais
etnias como judeus, ciganos e os
povos não germânicos em geral plus.google.com
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TOTALITARISMO NA PENÍNSULA IBÉRICA
Portugal
A ascensão da ditadura totalitária em Portugal iniciou sua escalada em
1928 quando o general Carmona, presidente do país , indicou Antônio de
Oliveira Salazar ao cargo de ministro da economia.
Em 5 de julho de 1932 Salazar chegava ao poder apoiado pela burguesia
e pela organização fascista União Nacional, logo a seguir instalou um governo
aos moldes do fascismo italiano.
Salazar morreu em 1970, mas a ditadura continuou com Marcelo
Caetano até 1974, quando este foi deposto pela Revolução dos Cravos, só
então Portugal voltou a se redemocratizar e buscar o desenvolvimento
econômico dentro da comunidade europeia.
Espanha:
Origens:
Movimentos operários
Crescimento de grupos socialistas e anarquistas
Movimentos separatistas – bascos e catalães
Lutas de independência do Marrocos
Em 1923 o general Miguel Primo de Rivera instalou uma ditadura aos
moldes do fascismo italiano no país.
Com as crises derivadas da quebra da Bolsa de Valores de Nova York,
ocorreu uma insurreição popular, que levou a queda da ditadura, em 1931
foram realizadas eleições o que resultou na formação de um governo de
coalizão formado por diversas forças como: socialistas, republicanos, liberais e
comunistas, levando o rei Afonso XIII a abdicar em favo r da formação de um
governo republicano.
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As forças conservadoras fundaram a Falange, novo partido de tendência
fascista que passou a se opor ao governo republicano, que pretendia fazer
reforma agrária no país.
A Falange foi buscar apoio junto a Francisco Franco, comandante das
tropas espanholas no Marrocos, que marchou sobre a Espanha contando com
7400 soldados fascistas italianos e da aviação nazista, que destruiu Guernica.
Assim em 1939, Franco dominou Madri e instalou uma ditadura fascista
que durou até 1975, condenando a Espanha ao atraso econômico em relação à
Europa e só voltou a se modernizar após o final da segunda guerra mundial.
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Origens:
Tratado de Versalhes: O resultado deste tratado se traduziu na fome,
miséria, humilhação do povo alemão perante a Europa, onde os vencedores da
guerra (França, Inglaterra) passaram a ser vistos como os causadores das
crises.
Ascensão de regimes totalitários na Europa como: Nazismo alemão,
Fascismo italiano, Salazarismo português e o Franquismo espanhol. Esses
regimes tinham em comum o ódio em relação aos sistemas democráticos,
liberais e socialistas acusados como os responsáveis pelas crises e derrotas.
Queda da Bolsa de Nova York (crise de 1929): O governo liberal dos
EUA retirou todos os capitais investidos na Europa em 1924 com o Plano
Daves fazendo com que o desenvolvimento e a superação das crises geradas
pela primeira guerra na Europa retrocedesse ao caos de 1919, aumentando o
ódio da população em relação aos regimes democráticos e reforçando o nazi–
fascismo que manipulava com os meios de comunicação em seu favor (caso
da Itália).
Expansionismo italiano: Com a recuperação econômica da Alemanha e
da Itália, ao longo dos anos de 1930, cresceu também a necessidade de fontes
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de matérias-primas para garantir a continuidade de suas indústrias Esses
países justificaram as invasões que efetuaram ao longo deste período como
legítimas através do expansionismo, assim a Itália invadiu a Etiópia em 1935.
Espaço Vital – Alemanha: Em 1936 a Alemanha ocupou a Renânia na
fronteira da França e tornou o serviço militar obrigatório por 2 anos, rompendo
as restrições do Tratado de Versalhes.Em 1938 foi a vez da Áustria ser
anexada pela Alemanha (Anschluss), após plebiscito austríaco, onde a maioria
do povo aprovou a anexação ao terceiro Reich alemão.
Mussolini convocou a França, Inglaterra, Alemanha e Itália para a
conferência de Munique (1938), que resultou na devolução dos Sudetos,
territórios entregues à Tchecoeslováquia em 1919 (Tratado de Versalhes), que
voltavam ao controle da Alemanha, até março de 1939, Hitler havia anexado
toda a Tchecoeslováquia.
Em maio de 1939 foi assinado o Pacto de Aço entre Itália e Alemanha,
aliança ofensiva que garantia apoio mútuo entre os dois países em operações
de conquista.
As operações conjuntas entre alemães e italianos já haviam iniciado em
1936, quando a Itália havia colaborado com o ditador Francisco Franco na
Espanha, enviando 7.400 soldados italianos para auxiliar Franco contra o
governo republicano.
A Alemanha também colaborou com os golpistas de franco enviando
aviões da Luftwaffe, que destruíram Guernica na Espanha, garantindo o
avanço das tropas franquistas até Madri.
Política de Apaziguamento – Inglaterra e França
Os governos da Inglaterra e França cederam a todas as exigências
expansionistas da Alemanha e Itália buscando com isso evitar uma guerra,
essa política de favorecimentos aos alemães se enquadrava dentro do projeto
de Espaço Vital, onde Hitler percebendo a neutralidade franco -britânica foi se
apoderando de territórios e rompendo o Tratado de Versalhes.
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Hitler tinha a intenção de anexar a Polônia, mas para isso era preciso
contar com a neutralidade da Rússia que também via a Polônia como área de
seu interesse. Assim em agosto 1939 foi assinado o pacto secreto nazi-
soviético ou Ribbentrop–Molotov, que dividia a Polônia entre alemães e russos
e ainda garantia aos russos o controle sobre a Finlândia, Letônia e Estônia.
Em 1° de setembro de 1939, as tropas alemães invadiram a Polônia
dando início à segunda guerra mundial, levando a Inglaterra e a França a
declarar guerra à Alemanha, a Itália declarou-se neutra no início do conflito.
A Guerra:
1939 - Invasão da Polônia, operação relâmpago (Blietzkrieg), em três
semanas a Alemanha havia dominado todo o território polonês.
1940 – Invasão alemã na; Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda e
França, além dos constantes bombardeios alemães sobre Londres.
-A campanha alemã contra a França resultou na invasão da Bélgica, onde
40.000 soldados belgas e franceses foram feitos prisioneiros e 65000 foram
retirados pelos barcos ingleses (Retirada de Dunquerque).
-A Itália motivada pelas vitórias alemãs declarou guerra à França e
Inglaterra em 1940.
1941- Alemanha invade a Rússia – Operação Barbarossa, onde os
alemães queriam o trigo e o petróleo Russo para garantir as reservas de
guerra.
-Bombardeio japonês em Pearl Harbour
-Eixo – Alemanha, Itália e Japão declaram guerra aos EUA.
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1942 –Japão avança pelo pacífico dominando a Coreia e várias ilhas
Afrika Korps – alemães sob o comando do general Rhomel expulsam os
ingleses da África do Norte na Batalha de El Alamein.
-Ingleses retomam o controle sobre a África do Norte em El Alamein
-Batalha de Stalingrado – início da reação russa.
1943 - Alemães expulsos da África
-Itália é invadida por tropas aliadas, queda do Fascismo. Mussolini é
executado pela população e a Itália aliou-se aos ingleses.
-Alemães são expulsos da Rússia.
-Japoneses, dominam Java e Filipinas.
1944-
-Dia “D”: Invasão dos aliados na Europa, Hitler havia suspendido os
bombardeios sobre a Inglaterra, resultando na organização das forças inglesas
que passaram a contar com o apoio dos americanos, passando a atacar áreas
industriais alemãs.
-Desembarque aliado na Normandia, libertação da França.
-Rússia invade a Alemanha.
1945 - Batalha de Berlim – suicídio de Hitler, rendição do alto comando
alemão frente aos aliados (7/5/1945)
- Bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, rendição do Japão
(agosto de 1945).
- Tribunal de Nuremberg – alemães julgados por crimes de guerra.
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Consequências da Guerra:
50 milhões de mortos
Completa falência econômica da Europa (75% do parque industrial
europeu)
Holocausto – 6 milhões de judeus haviam sido executados
Emergência da Rússia como potência
Alemanha dividida – Ocidental com a presença de tropas aliadas
(ingleses, franceses e americanos), e Oriental sob o domínio russo
Anexação da Hungria, Polônia, Tchecoeslováquia, Bulgária, Estônia,
Lituânia e Letônia pela Rússia
EUA surgiu como a maior potência econômica, sepultando os efeitos da
crise de 1929
Japão passou a ser administrado pelos EUA
Estabelecimento da Guerra Fria – capitalismo X socialismo
Países do Eixo foram obrigados a devolver territórios conquistados
durante a guerra
Descolonização afro–asiática
Inserção da mulher no mercado de trabalho
GUERRA FRIA
Período que corresponde ao final da Segunda Guerra Mundial (1945) até
a queda do Muro de Berlim (1989), caracterizou-se pela luta ideológica entre as
duas potências vencedoras da guerra, que emergiram como polarizadoras da
política internacional.
De um lado os EUA defendendo o sistema capitalista e o modelo
americano de vida; do outro lado a Rússia que pregava o socialismo como o
melhor modelo a ser seguido.
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A guerra fria, que marcou a história do mundo durante 45 anos, se
caracterizou por ser uma guerra de propaganda ideológica onde as duas
potências buscavam atrair aliados a sua causa nos 4 cantos do mundo.
Características:
Auxílio econômico aos países em dificuldades econômicas
Propaganda intensa de cunho ideológico, filmes, música, estilo de vida,
cultura, conhecido como: colonialismo cultural americano no Ocidente e
sovietização dos países do leste sob a influência da Rússia
Apoio militar ou intervenção direta em áreas onde houvesse conflitos
entre tendências capitalistas X socialistas
Espionagem intensa para saber qual o próximo passo do adversário
Apoio à descolonização afro-asiática, as grandes potências da guerra
fria (Rússia e EUA) incentivavam as independências de antigas colônias
europeias na África e Ásia na expectativa de garantir aliados políticos,
econômicos, ideológicos e militares
Corrida atômica ou terror atômico: Em 1949 os russos passaram a
desenvolver a tecnologia atômica, que até então era exclusividade dos EUA, a
partir daí a corrida na produção de armas atômicas se acelerou e ganhou
proporções alarmantes
Corrida Espacial: Os russos iniciaram a corrida espacial, seguidos
pelos americanos, a crença neste tipo de concorrência se apoiava na teoria de
que; “Quem detiver o controle do espaço, deterá o controle do mundo”
Produção de armas convencionais: Um vantajoso negócio, onde as
grandes potências da Guerra Fria exportaram milhões de armas para o mundo
e incentivaram conflitos localizados como forma de manter a produção e venda
de armamentos, assim a indústria de armas tornou-se a mais rentável do
mundo
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Assim esses 45 anos se caracterizaram pela tensão permanente, entre
russos e norte-americanos, projetando sua ideologia e seu poderio ameaçador
sobre todo o planeta.
Origens:
A Guerra Fria começou a se delinear durante a Segunda Guerra Mundial
no Tratado de Yalta (1945) com a divisão da Europa entre os aliados EUA,
Inglaterra, França e Rússia. Com o final da guerra as tropas russas estavam
estacionadas nos países do leste europeu onde haviam expulsado os alemães.
Stálin passou a incentivar os partidos comunistas no leste europeu a
conquistarem o poder político e consolidarem assim um cinturão socialista para
evitar um possível avanço capitalista contra a Rússia.
Doutrina Truman
Em 1945 o presidente americano Harry Truman fez um discurso no
congresso que é apontado como o inicio da guerra fria:
“Os EUA estão prontos a intervir em qualquer parte do mundo onde seus
interesses estiverem ameaçados pela expansão socialista soviética”.
A imensa indústria militar americana estava montada, era preciso mantê-
la funcionando para garantir milhões de empregados, assim o governo
americano passou a difundir a ideia do perigo de uma expansão soviética sobre
o mundo livre, a opinião pública foi manipulada por notícias que davam uma
dimensão muito maior da realidade.
Macarthismo
Foi o desdobramento natural da doutrina Truman. Se caracterizou pela
perseguição e prisão de cidadãos americanos acusados de comunistas ou
simpatizantes do socialismo.
Essa onda reacionária organizada pelo senador Josef Macarthy atingiu a
todos os seguimentos da sociedade, onde a delação e o entreguismo eram
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premiados como ações patrióticas contra o perigo vermelho do comunismo
russo.
Essa fase negra onde as liberdades individuais foram suspensas e
qualquer cidadão era um suspeito, varreu o país de 1946 até 1960, fazendo
inúmeras vítimas como: o casal de cientistas Rosenberg foi executado, o
psicanalista William Reich foi assassinado na cadeia, o cineasta Charles
Chaplin foi exilado - além de dezenas de artistas e intelectuais que
abandonaram o país devido às interdições impostas pelo Macarthismo.
Cronologia da Guerra Fria
1946 – Criação da ONU
Na Conferência de São Francisco foi criada a ONU com a função de
arbitrar e evitar novos conflitos mundiais, esse organismo substituía a Liga das
Nações que vigorou no período entre guerras.
A ONU jamais cumpriu sua função, não conseguiu evitar os conflitos que
marcaram o mundo até os dias de hoje, um dos fatores dessa deficiência está
relacionado ao Conselho de Segurança, formado pala Rússia, EUA, Inglaterra,
França, China e Itália, esses países têm direito de veto sobre a maioria dos
demais países.
Conferência de São Francisco criou o FMI e o Banco Mundial,
destinados a socorrer os países pobres com ajuda financeira e garantir sua
lealdade ao sistema capitalista.
1947 – Plano Marshall
Ajuda econômica dos EUA à Europa, reconstrução o continente europeu
arrasado com a segunda guerra mundial, garantindo assim que os europeus
ficariam atrelados a economia capitalista, além de promover a descolonização
afro-asiática pelos países europeus, garantindo com isso a presença dos EUA
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como investidor nas antigas colônias europeias, o Plano Marshall visava evitar
que a Europa recebesse apoio financeiro da Rússia e com isso sofresse as
influências do socialismo soviético.
1947 - Independência da Índia
As lutas de independência na Índia, antiga colônia inglesa se
desenvolveram dentro do pacifismo e da desobediência civil organizadas pelo
líder Mahatma Gandhi. Em 1947, a Inglaterra retirou suas tropas e funcionários
do país reconhecendo sua independência.
Paquistão – Islamismo
Logo após a independência da Índia, o país passou a viver conflitos
religiosos entre hindus e islâmicos, assim em 1947 foi acertado que a Índia
seria dividida em dois territórios: um formado pelos hindus e outro constituído
de maioria islâmica que se tornou independente com o nome de Paquistão.
1948 – Criação do Estado de Israel
No século XIX surgiu o movimento sionista internacional na Áustria que
defendia a “criação de um lar para os judeus da diáspora”.
Esse movimento evoluiu com as perseguições nazistas durante a
segunda guerra, levando 1.500.000 judeus a se deslocar para a Palestina.
Em 1948 a ONU aprovou a criação do Estado de Israel em território de
maioria palestina (árabes), dividindo a região e gerando uma série de conflitos
contra Israel promovidos pelos países árabes da região que não reconhecem o
Estado de Israel.
Esses conflitos resultaram na diáspora palestina, quando Israel avançou
sobre os territórios palestinos resultando no domínio destes territórios e a fuga
da população que hoje vive dispersa pelo mundo, aguardando o
reconhecimento de um Estado Palestino.
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1949 – Experiências Atômicas Russas
No ano de 1949 os russos fizeram suas primeiras experiências atômicas
com sucesso na Sibéria, estabelecendo o equilíbrio atômico entre as duas
grandes potências, também conhecido como o início do terror atômico.
Criação da OTAN
Diante da crescente militarização dos russos, os americanos criaram a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que consistia na instalação
de base militares americanas e vários pontos da Europa Ocidental com a
presença de armas atômicas para conter um possível avanço russo na região.
Revolução Chinesa
Mão Tse Tung comandou o exército comunista contando com o apoio da
maioria da população, chegou ao poder em Pequim, obrigando o decadente e
corrupto governo de Chiang Kai-Shek a refugiar-se.
A China proclamou-se República Popular aliada da Rússia, foi um
importante avanço do socialismo na Ásia dentro da guerra fria.
1950-1953: Guerra da Coreia
A Coreia havia sido dominada pelo Japão, em 1941. Com o final da
guerra, foi dividida entre EUA e Rússia (paralelo 38). Em 1950 iniciou-se o
avanço das tropas comunistas do norte em direção ao sul com a intenção de
unificar o país dentro do sistema socialista. Contavam com o apoio da Rússia e
da China.
Os americanos, temendo perder outra área para o comunismo, acionaram
suas tropas para a região do conflito, que se estendeu até 1953, quando a
Coreia ficou dividida entre Coreia do Sul Capitalista e Coreia do Norte
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Socialista. Um dos fatores que garantiu o fim do conflito foi o fato da Rússia
iniciar a produção de bombas de hidrogênio em 1953.
1954 – 1962 – Lutas de independência da Argélia
A Argélia havia sido anexada ao domínio colonial francês em 1830,
quando os argelinos passaram a sofrer todo tipo de humilhação por parte dos
colonizadores franceses.
Em 1954 surgiu a Frente Nacional de Libertação da Argélia (FNLA), grupo
guerrilheiro organizado por comunistas argelinos contando com armas russas.
A luta dos argelinos ganhou a simpatia da opinião pública internacional e
cresceu rapidamente. Foi um movimento que contou com a participação da
população incluindo as mulheres. Assim, em 1961, o governo francês declarou
a Argélia ingovernável e se retirou do país.
A Argélia conquistou sua independência política, mas continuou
dependente do Ocidente em termos econômicos.
1955 – Independência da Indonésia
A Indonésia era colônia da Holanda, mas há tempos vinha crescendo o
sentimento nacionalista no país influenciado pelas lutas de outros povos da
Ásia. Assim, em 1955, os guerrilheiros comandados por Sukarno desfecharam
um movimento massivo no país derrotando os holandeses, que foram
expulsos.
Conferência dos não alinhados: Bandung – Indonésia.
A Indonésia foi o país escolhido para a primeira conferência dos países
não-alinhados. Os países que buscavam a terceira via (não estar alinhados
nem com o capitalismo, nem com o socialismo) não conseguiram desenvolver
nenhuma política concreta que resultasse independente das duas grandes
44
potências. Esse movimento foi liderado por Sukarno (Indonésia) Tito
(Iugoslávia) e Nehru (Índia).
Pacto de Varsóvia:
Diante do crescente arsenal instalado pelos americanos na Europa
(forças da OTAN), os russos criaram o seu sistema de bases defensivas
conhecido como Pacto de Varsóvia, onde a cidade Varsóvia, na Polônia,
passou a ser o centro de operações das bases socialistas no leste europeu,
equilibrando a corrida militar e atômica, aumentando o terror atômico na
Europa.
Nikita Kruschev (1956 – 1964) – Coexistência Pacífica
O governo russo de Kruschev (1953 – 1964) defendia a coexistência
pacífica com o capitalismo, promoveu uma série de reformas internas, que
abrandaram as relações na URSS, além de suspender a ajuda financeira à
China, o que resultou no rompimento de relações entre os dois países e o
isolamento da China.
Revolução Cubana (1959)
Cuba era conhecida como o “Bordel das Américas”, i lha do Caribe onde a
população se caracterizava pelo analfabetismo, prostituição, desemprego,
mendigos.
O poder estava nas mãos de Fulgêncio Batista desde os anos 1930,
ligado à máfia, exercia uma das ditaduras mais sanguinárias do mundo.
Em 1953 ocorreu a tentativa de Fidel Castro e um grupo de estudantes de
tomar o poder, foram presos e exilados no México.
Em 1956 Fidel, Che Guevara e um grupo de guerri lheiros desembarcaram
em Cuba e se refugiaram no interior da Sierra Maestra, onde passaram a
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organizar a revolução. Os guerrilheiros ganharam apoio dos marginalizados e
excluídos e operários.
Em 1 de janeiro de 1959 os rebeldes dominaram a capital Havana,
Fulgêncio Batista fugiu para a República Dominicana.
O governo revolucionário estatizou as empresas estrangeiras e fez
reforma agrária, o que levou os EUA a usar todas as formas para derrubar o
novo governo, até a tentativa de uma invasão militar (baía dos porcos), isso
levou Cuba a aproximar-se da Rússia e tornar-se um país socialista.
Muro de Berlim (1961)
Com a instalação do regime socialista na Alemanha Oriental, sob o
domínio russo, um grande número de técnicos passou a migrar para o
Ocidente capitalista.
O governante da Alemanha Oriental Erick Heinencker decretou em 1961 a
construção do muro que separou fisicamente a cidade de Berlim em Ocidental
(capitalista) e Oriental (comunista).
Centenas de pessoas ficaram separadas pelo muro até o fim da década
de 1980, quando caiu o muro e a Alemanha iniciou seu processo de
reunificação.
Guerra do Vietnã (1961 – 1974)
Em 1954 o Vietnã conquistou sua independência da França, a antiga
Indochina ganhava soberania, assim Laos, Camboja e Vietnã iniciaram o
processo de descolonização em relação á França.
Em 1960 surgiu a Frente de Libertação Nacional, guerrilheiros conhecidos
como vietcongs, ligado ao partido comunista vietnamita, liderados por Ho Chi
Minh, que avançaram para o sul com a intenção de unificar o país sob o
sistema socialista.
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Em 1961 o presidente Kennedy dos EUA enviou ajuda militar para conter
o avanço das forças socialistas, que recebiam armas da China e da Rússia.
A guerra evoluiu e os americanos se afundavam no conflito, no Vietnã do
sul o governo afundava-se em corrupção, tráfico de drogas e desvio de dinheiro
da ajuda militar norte-americana.
Em 1973 ocorreu o encontro entre representantes do governo vietcong e
americano para acertar o fim da guerra e a retirada das tropas americanas da
região em troca dos prisioneiros de guerra em mãos dos vietcongs.
Em 1975 os vietcongs invadiram Saigon e impuseram o sistema socialista
em todo o país. No Laos e no Camboja, as forças comunistas também
chegaram ao poder com a retirada das tropas americanas da região.
No Camboja instalou-se o governo socialista pró-chinês Khmer Vermelho
em 1977, que logo entrou em choque com o Vietnã aliado da Rússia.
A China rompeu relações com o Vietnã e invadiu o país, mas os
vietnamitas foram derrotando os chineses, que sofreram pressões
internacionais e se retiraram do país. Logo a seguir os vietnamitas aliados a
oposição interna invadiram o Camboja e passaram a lutar contra o Khmer
Vermelho, que acabou derrotado em 1979, a seguir os vietnamitas se retiraram
do país. O Camboja restaurou o sistema de monarquia e o pluripartidarismo.
Incidente dos Mísseis - 1962
O governo americano não podia aceitar o fato de ter perdido Cuba para o
comunismo, assim passou a treinar cubanos refugiados em Miami e outros
mercenários, que tentaram invadir a Ilha em 1962.
Os americanos foram alertados da presença de mísseis soviéticos
instalados em Cuba, que estavam apontados para as maiores cidades
americanas, isso fez o governo americano recuar e negociar coma Rússia a
retirada dos mísseis atômicos de Cuba.
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GUERRA FRIA (1945 – 1989)
Primavera de Praga - 1968
Incentivados com as notícias de distensão e convivência pacífica do
governo russo de Nikita Kruschev, a Tchecoeslováquia passou a desenvolver
reformas sociais como: liberdade de imprensa, fim da censura, criatividade
artística e organizações partidárias, além de inúmeros jornais e revistas que
haviam sido proibidas pelos russos passaram a ser editados novamente.
O governo russo, temendo perder o controle sobre os tchecos, invadiu o
país e depôs o presidente Alexander Dubcek, impondo um regime fechado
onde as liberdades foram suprimidas, isso ficou conhecido como primavera de
Praga.
Projeto Apollo - 1969
Os russos haviam saído na frente dos americanos na corrida espacial,
quando em 1961 com o projeto Sputnik colocaram o primeiro astronauta na
órbita terrestre.
Os norte-americanos desenvolveram o projeto espacial (Apollo) que levou
Neil Armstrong a chegar a lua em 1969, equilibrando a corrida espacial com os
russos.
Líbia – Muammar Kadafi - 1969
O país conquistou independência em relação ao domínio anglo – francês
em 1951, o governo estabelecido então foi a monarquia com o rei Idris, em
1959 foi descoberto petróleo no país, que passou a ser explorado por
empresas inglesas e americanas.
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Em 1969 o coronel Muammar Kadafi comandou um golpe de estado dos
jovens oficiais do exército líbio, que resultou na deposição do rei Idris e na
nacionalização do petróleo, que corresponde a 95% da renda do país.
Kadafi instalou uma ditadura no país, onde a tradição islâmica e o
nacionalismo se tornaram a ideologia do Estado.
A Líbia ficou isolada do mundo, sob embargos internacionais, acusada de
exportar terrorismo e de organizar atentados contra aviões.
Em 2001 o governo líbio iniciou um processo de negociações
diplomáticas, que resultou na reintegração do país ao Ocidente, com a
suspensão de todas as restrições que pesavam sobre a Líbia, que abriu o país
para investimentos europeus e americanos em seu território.
Golpe de Estado no Chile - 1973
No ano de 1970 foi eleito presidente do Chile, Salvador Allende
representante de uma coligação de forças de esquerda como comunistas,
socialistas e representantes populares, voltados para reformas sociais, o que
resultou na nacionalização de mineradora norte-americanas que operavam no
Chile.
As forças ligadas ao capital internacional e a embaixada dos EUA
passaram a organizar o golpe de Estado para depor o presidente eleito.
Em 1973 ocorreu o golpe militar liderado pelo general Augusto Pinochet,
que instalou a ditadura mais sanguinária da América do Sul, que durou até
1990, assim os interesses do capitalismo internacional ficavam garantidos no
Chile e afastava a possibilidade de um governo socialista.
Independência de Angola e Moçambique - 1975
Com a queda da ditadura salazarista em Portugal, em 1974, as antigas
colônias portuguesas na África, intensificaram seus movimentos guerri lheiros
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contando com armas russas, assim Angola liderada por Agostinho Neto e
Moçambique com a Frelimo conquistaram independência em 1975, quando as
tropas portuguesas se retiraram da África.
Angola viveu uma guerra civil que se arrastou até os anos 1990, entre
grupos de tendência socialista financiados pela Rússia e mercenários
financiados pelos EUA, que usavam a África do Sul como base de operações.
Ditadura Militar na Argentina - 1976
Com a morte do presidente Juan Domingos Perón em 1974, a vice-
presidente Maria Estela (Isabelita) assumiu o governo da Argentina,
aprofundando uma crise que vinha crescendo com corrupção, greves,
descontrole administrativo, crescimento de grupos de esquerda, assustaram a
burguesia ligada ao capitalismo internacional, que operava no país.
Os setores mais conservadores da sociedade passaram a buscar uma
solução junto às forças armadas, que em 1976 deram um golpe de estado,
depuseram Isabelita e instalaram uma ditadura militar. Esse regime durou até
1983 quando a Argentina foi derrotada na Guerra das Malvinas (Falklands)
frente à Inglaterra, o que precipitou a queda do regime ditatorial dos militares.
Revolução Sandinista – Nicarágua - 1979
A Nicarágua fazia parte dos países da América Central ligados a política
do “Big Stick” implantada na década de 1930 pelos EUA.
Governada pela família Somoza, o país era aberto à exploração de
empresas americanas. A população vivia na mais completa miséria submetida
à violência da Guarda Nacional comandada pelo ditador Anastácio Somoza.
Nos anos 1960 surgiu a FSLN, grupo guerrilheiro que passou a lutar
contra o governo, esse grupo era liderado por Éden Pastora e Daniel Ortega,
que haviam sido treinados em Cuba.
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Em 1979 os guerrilheiros Sandinistas da FSLN derrubaram a ditad ura e
iniciaram reformas de caráter social, o que levou os americanos a financiarem
os “contra”, grupo de mercenários que atacavam a Nicarágua com bases em
Honduras.
Os EUA criaram embargos econômicos contra o país . Em 1990 Daniel
Ortega antecipou as eleições devido a gravidade da situação, onde o país
estava arrasado, Violeta Chamorro ganhou as eleições contando com o apoio
do governo norte-americano.
Invasão Russa no Afeganistão - 1979
Com a revolução xiita no Irã e a consequente expansão do islamismo pelo
mundo, a Rússia passou a encarar o perigo de revoltas em repúblicas sobre
seu controle onde a maioria da população é islâmica.
No Afeganistão havia uma luta pelo poder entre um grupo socialista e
outro pró EUA. Os russos invadiram o país para garantir o poder a facção
socialista e justificavam as operações militares como forma de conter o avanço
dos fundamentalistas islâmicos.
Os americanos, percebendo que não poderiam intervir diretamente em
território afegão, passaram a treinar um grupo guerrilheiro para desestabilizar a
presença russa no país, esse grupo ficou conhecido como os” mujahidins” que
mais tarde passaram a ser conhecidos como osTalibans.
Em 1985 os russos se retiraram do Afeganistão derrotados e os Talibans
avançaram dominando Cabul e impondo o fundamentalismo mais primitivo do
islamismo influenciado pelas ideias de Osama Bin Laden.
Sindicato Solidariedade – Polônia - 1980
Com o final da segunda guerra a Polônia passou para a influência da
Rússia. Com o tempo os governos poloneses foram criando alternativas ao
controle russo, que incluíram comércio com países capitalistas europeus.
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No final dos anos 1970 o sistema socialista estava em crise em todo o
leste europeu, gerando greves, protestos e crises na Polônia.
Em 1980 ocorreu a greve do estaleiro de
Gdansk e dos mineiros da Silécia, onde surgiu o
sindicato independente do Solidariedade, ao
longo dos anos com as crises de multiplicando, o
Solidariedade foi crescendo e ganhando a
simpatia do povo, até que em 1989 Lech
Walesa, líder do sindicato ganhou as primeiras
eleições livres em um país socialista.
Guerra Irã e Iraque - 1980-1988
Saddam Hussein, presidente do Iraque, aproveitando a confusão no
vizinho Irã devido a instalação do fundamentalismo político do Aiatolá
Khomeini, invadiu o país em setembro de 1980.
O povo do Irã uniu-se aos militares e expulsou os invasores além de
avançar dentro do território iraquiano.
A guerra comprometeu as exportações de petróleo na região com vários
navios atingidos por armas dos dois países em conflito. O Irã passou a vender
petróleo a ser pago em iene japonês ou marco alemão, desqualificando o dólar
como moeda comercial, isso gerou a segunda crise do petróleo em 1988.
Nesta guerra, o Ocidente apoiou o Iraque de Saddam Hussein contra o
perigo da expansão xiita no Oriente Médio e a possibilidade dos
fundamentalistas se apoderarem dos negócios ocidentais na região.
O Iraque tinha planos para apoderar-se do petróleo iraniano, o que daria a
Saddam Hussein papel privilegiado no Oriente.
A guerra terminou em 1988 com os dois países arrasados, mais de 500
mil mortos e sem vencedores. O Iraque estava endividado com vários países
do Oriente e do Ocidente.
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Era Reagan - 1980-1988
Ronald Reagan - do Partido Republicano - foi eleito presidente em 1980 e
passou a desenvolver o que chamou de “guerra contra o eixo do mal”, ou
seja, contra o socialismo no mundo.
Os EUA aceleraram a produção de armas, financiaram mercenários em
todo o mundo para desestabilizar regimes socialistas.
Essa corrida militar contribuiu para a derrocada do socialismo soviético
que não conseguia acompanhar a corrida militar americana.
Reagan implantou o sistema neoliberal de economia nos EUA, que já
havia sido implantado na Inglaterra pela primeira ministra Margareth Tatcher,
gerando desemprego, crises sociais, migração de empresas americanas para a
Ásia em busca de melhores condições e redução de custos, deixando nos EUA
centenas de desempregados.
Em 1981, Reagan decretou a isenção de impostos aos mais ricos,
recaindo sobre a classe média e os pobres toda a tributação, gerando fome,
miséria e o aumento assustador da violência em todo o país, principalmente
nas áreas industriais onde o desemprego se tornou mais frequente.
O modelo implantado por Reagan, continuou com George Bush (1988-
1992), que manteve as mesmas bases e diretrizes implantadas, o que se
resumiu numa frase;
“Diminuir gastos do governo com saúde, educação, pensões e
salário desemprego, elevar gastos com defesa e produção de armas”.
A era Reagan, que durou de 1980 até 1992, se caracterizou pelo
empobrecimento do americano médio que viu as frentes de trabalho diminuindo
a cada dia; por outro lado o país se tornava o maior produtor de armas do
planeta.
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Gorbatchev e o início da transição na Rússia - 1985
A Rússia vinha perdendo mercado de exportações desde 1970, quando o
governo de Leonid Breshnev passou a canalizar toda a economia para gastos
com armas, corrida espacial e armas atômicas, abandonando qualquer
investimento voltado para o crescimento interno de bens de consumo, bens
duráveis, educação, saúde, habitação etc.
O resultado desta política levou o país ao racionamento de gêneros de
primeira necessidade, decadência do sistema produtivo, falta de
competitividade, somado a isso havia uma burocracia no poder formada por
altos funcionários, militares e técnicos onde a corrupção se institucionalizou no
país.
Quando Mikhail Gorbatchev chegou ao poder em 1985, adotou uma série
de medidas no sentido de reorganizar a sociedade, os investimentos e a
política da Rússia, promovendo uma transição lenta do socialismo para o
capitalismo e a economia de mercado.
Com o acidente nuclear de Chernobil, em 1986, a Rússia perdeu toda
produção agrícola naquele ano e teve que importar alimentos, agravando mais
as crises que se aprofundavam. Diante desse quadro o presidente Gorbatchev
desenvolveu dois planos de reforma na Rússia.
1- Perestroika – diminuição de gastos militares a Rússia retirou suas
tropas de diversos países como Afeganistão, Angola, Iêmen, Alemanha
Oriental, ocorreu a desativação do projeto espacial (Estação MIR), reduziu a
produção de armas, além de propor aos países do leste europeu (socialistas) a
promoverem a transição e a abertura econômica, o sistema socialista estava
falido.
2- Glasnost a liberdade de expressão à imprensa e a transparência do
governo para com a população, retirando assim a forte censura que o governo
comunista impunha à sociedade.
Essas medidas encontraram apoio na maioria dos países europeus que
estavam sob o sistema socialista, que também iniciaram a transição ao
capitalismo buscando integrar-se a comunidade europeia.
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Massacre da Praça da Paz Celestial – China - 1989
http://super.abril.com.br/blogs/historia-sem-fim/files/2012/09/Massacre-Pra%C3%A7a-da-paz-celestial.jpg
Com os ventos liberalizantes vindos da Rússia, vários países socialistas
iniciaram a transição para a economia de mercado e promoveram eleições
livres, Polônia, Hungria, Tchecoeslováquia etc.
Na China os estudantes saíram ás ruas na esperança de ver o país
promover a transição para a economia de mercado, porém o governo chinês de
Deng Xiaoping não estava disposto a mudar o regime comunista, mesmo com
toda a corrupção existente nos altos escalões do governo.
O resultado das manifestações dos jovens foi o massacre de milhares de
pessoas indefesas que buscavam liberdade de expressão e melhorias sociais
para todos.
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Queda do Muro de Berlim - 1989
Com as medidas
liberalizantes do governo
Gorbatchev na Rússia, iniciaram-
se as negociações com o primeiro
ministro da Alemanha Ocidental,
Helmuth Kohl no sentido da
reunificação alemã, assim a
Rússia recebeu 7 bilhões de
dólares e tecnologia para
modernizar o parque industrial
que estava obsoleto, em troca os russos retiravam suas tropas da Alemanha
Oriental.
Em novembro de 1989, quando caiu o muro de Berlim, não havia mais
tropas russas no lado oriental da Alemanha, a queda do muro marcou o fim da
Guerra Fria no Ocidente, o fim do socialismo na Europa e a hegemonia mili tar
americana em nível mundial.
MUNDO PÓS GUERRA FRIA
Alemanha
Com a queda do muro de Berlim ocorreu de fato a incorporação da
Alemanha Oriental (socialista) pela Alemanha Ocidental (capitalista) e o inicio
da difícil reunificação alemã.
O país foi dividido, em 1945, a economia e a vida na Alemanha Oriental
foi moldado segundo os padrões russos, o total controle do Estado sobre a
sociedade, economia, cultura, imprensa etc.
No lado ocidental vigorava o modelo capitalista com suas características
de livre concorrência, ricos e pobres.
http://revistaescola.abril.com.br/img/historia/192-alemanha-
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O grande desafio do governo alemão é integrar a população da antiga
área oriental aos padrões ocidentais, onde fábricas obsoletas faliram
juntamente com o modelo socialista, aumentando o desemprego e as tensões
sociais.
Em 1990 o governo da Alemanha gastou 100 bilhões de dólares para
cobrir custos sociais da unificação, por outro lado o governo passou a diminuir
investimentos na área social, gerando o ressentimento dos alemães ocidentais
em relação aos orientais, dois milhões haviam migrado para o lado Ocidental.
Com o fim dos regimes socialistas no leste europeu, começou a migração
de búlgaros, húngaros, romenos, albaneses, tchecos entre outros povos rumo
à Alemanha rica (terceira economia do mundo) agravando ainda mais as
tensões sociais e econômicas do país.
As dificuldades econômicas, aliadas ao desemprego e à diminuição dos
benefícios sociais como assistência médica, educacional e habitacional,
resultaram no surgimento da xenofobia de grupos neonazistas e nacionalistas,
que acusam os estrangeiros como causadores das crises.
Só no ano de 1994 havia mais de 80 grupos neonazistas atuando na
Alemanha perseguindo e matando estrangeiros, promovendo incêndios e
fazendo passeatas contra a permanência dos migrantes no país.
A base destes grupos xenofóbicos está na antiga Alemanha Oriental,
onde os salários são menores e as tensões são mais visíveis, a cidade de
Rostock tornou-se bem conhecida pela quantidade de grupos nacionalistas em
atividade.
O crescimento de grupos nacionalistas e da xenofobia é uma das
consequências do fim da guerra fria do socialismo na Europa toda.
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Fim da União Soviética e a formação da CEI
Com as medidas liberalizantes adotadas pelo governo Gorbachev e o
processo de transição em marcha nos países do leste europeu, que se
materializaram em eleições livres na Polônia, Tchecoeslováquia, Hungria, os
países bálticos da Estônia, Letônia e Lituônia que haviam sido anexados pela
Rússia no final da Segunda Guerra Mundial agora buscavam autonomia.
Na Rússia os militares conservadores liderados por Boris Pugo e Guenédi
tentaram um golpe de estado contra Gorbachev, mas acabaram vencidos pelas
forças lideradas por Boris Ieltsin.
Em setembro de 1991 os países bálticos da Estônia, Letônia e Lutuônia
conseguiram suas independências; em dezembro foi a Ucrânia que se tornou
independente.
Diante deste desmoronar das repúblicas, em dezembro de 1991,
Gorbachev declarou extinta a antiga União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas, dando origem a CEI, Estados das Comunidades Independentes.
Guerra Do Golfo (1990 – 1991)
Saddam Hussein
https://w w w .10emtudo.com.br/_img/upload/artigo/artigo_51_1.jpg
Com o final da guerra Irã x Iraque em 1988, o governo do Iraque tinha
uma dívida externa de 80 bilhões de dólares contraída com a Arábia Saudita,
Kuwait, EUA e outros países ocidentais que haviam financiado o Iraque contra
o fanatismo dos Aiatolás do Irã.
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Em julho de 1990, Saddam Hussein, presidente do Iraque, acusou o
Kuwait de ser o causador da queda do preço do petróleo no mercado mundial,
por estar vendendo mais do que a cota estabelecida pela OPEP.
Saddam passou a exigir indenizações, assim como territórios
kuwaitianos, que ele alegava pertencerem ao Iraque. O governo do Kuwait se
negou a aceitar as exigências de Saddam Hussein, assim em agosto de 1990
tropas do Iraque invadiram o Kuwait.
A reação da ONU foi imediata, o presidente George Bush (pai) ordenou a
mobilização de tropas para o golfo pérsico, em 17 de janeiro de 1991 iniciaram
as operações de guerra onde os EUA comandavam uma coligação de 28
países na operação “Tempestade no Deserto”.
No final de fevereiro as forças iraquianas já estavam vencidas,
resultando a guerra civil no país, que colocou os Curdos do norte e os Xiitas do
sul contra o governo de Saddam Hussein.
Centenas de instalações de petróleo no Iraque e no Kuwait foram
destruídas ocasionando o derramamento de óleo no golfo pérsico causando o
maior desastre ecológico já ocorrido na região.
A invasão do Kuwait pelas tropas do Iraque mostrava que Saddam
Hussein estava muito enganado a cerca da realidade política internacional;
Os EUA estavam vivendo uma série de crises econômicas devido à
desativação de suas fábricas de armas atômicas resultante dos acordos
assinados durante os anos 80 com a Rússia.
Ao invadir o Kuwait, Saddam Hussein salvou a economia americana de
um colapso, justificando a reativação da indústria bé lica, onde estavam
previstos 20.000 desempregados.
Países como Alemanha, Japão, Kuwait, Arábia Saudita contribuíram
com bilhões de dólares em favor dos EUA contra o Iraque.
O resultado deste conflito foi a reabilitação da economia americana e o
início da hegemonia dos EUA como única potência militar, pois a Rússia não se
envolveu no conflito, devido ao fim da Guerra Fria.
Sanções econômicas e territoriais impostas ao Iraque.
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Iugoslávia – Guerra da Bósnia
A Iugoslávia surgiu como país em 1919 nos tratados do final da primeira
guerra mundial, reunindo 6 repúblicas e duas províncias sob o mesmo governo,
a monarquia dos Karageorgeovic. Nessa formação não foram consideradas as
diferenças étnicas, religiosas e culturais existentes dentro destas 6 repúblicas.
Em 1942 surgiu a guerrilha dos Partisans; estes, liderados por Tito,
passaram a lutar contra os nazistas que haviam invadido o país.
Com o final da guerra, Tito consolidou sua imagem de herói nacional e
assinou vários tratados de cooperação com a Rússia. Porém o governo russo
de Stálin não confiava em Tito, um herói nacional, que não se submeteria ao
domínio de Moscou como vinha ocorrendo com os demais países socialistas.
Em 1948 a Iugoslávia rompeu relações com a Rússia devido aos
boicotes promovidos pelo governo russo em relação aos acordos firmados,
assim os iugoslavos passaram a buscar apoio no Banco Mundial e no FMI.
O sistema socialista iugoslavo, embora tivesse só o partido comunista no
poder, promovia o direito de greve, liberdade de religião, cultura e idioma - ao
contrário dos países sob o domínio russo que não permitia tais liberdades.
Em 1980 Tito morreu, mas havia estabelecido um sistema rotativo de
governo, onde em cada 2 anos uma república deveria governar o país.
Ao longo da década de 1980, as crises se multiplicaram na Iugoslávia:
inflação e desemprego agravados pelo fim do socialismo no leste europeu e
uma imensa dívida com o Banco Mundial.
Em 1989 Slobodan Milosevic (Slobo), presidente da Iugoslávia, defende
o nacionalismo sérvio nas repúblicas que compunham o país, iniciando a
ofensiva do exército no Kosovo contra a maioria albanesa da região.
Essa política xenofóbica tinha como meta desviar as atenções do povo a
cerca das crises e tensões que o governo não resolvia.
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Em 1990 começaram os movimentos de independência nas repúblicas da
Croácia e Eslovênia, as mais ricas e desenvolvidas do país, que não aceitavam
mais continuar sustentando as regiões mais atrasadas como a Macedônia e o
Montenegro.
Em 1991 as tropas da Sérvia invadiram a Eslovênia e a Croácia para
impedir a independência destas repúblicas, mas a ONU forçou os sérvios a se
retirarem da região. A alegação de Milosevic de proteger as minorias sérvias na
Croácia e Eslovênia eram absurdas.
Em 1992 a Bósnia Herzegovínia declarou sua independência em relação
à Iugoslávia, Milosevic mobilizou tropas sérvias para proteger as minorias,
justificando as operações de guerra na região.
Os bósnios são eslavos de fé islâmica, portanto cidadãos de segunda
categoria. Não receberam apoio internacional como havia ocorrido com os
croatas e eslovenos católicos e germanizados.
A Bósnia reunia povos de diversas etnias, entre eles os sérvios. As
tropas da Sérvia sob as ordens de Milosevic passaram a fazer o que ficou
conhecido como limpeza étnica, ou seja: matar colonos bósnios muçulmanos e
colocar em seu lugar sérvios para justificar a ocupação territorial e diminuir o
problema de falta de terras e ocupação na Sérvia.
As forças da ONU só entraram em ação em 1994 quando foram
divulgadas imagens dos campos de concentração, onde estavam presos
soldados da ONU.
A guerra chegou ao fim em 1995 quando ocorreu a divisão da Bósnia-
Herzegovinia em áreas de controle entre Bósnios, Sérvios e Croatas - com a
presença de tropas da ONU para evitar novos conflitos.
A Iugoslávia não existe mais, as antigas repúblicas hoje são
independentes e buscam se integrar à Europa Ocidental, essas repúblicas são:
Bósnia Herzegovínia, Croácia, Eslovênia, Montenegro, Sérvia, Macedônia e as
províncias do Kosovo e Voivodina submetidas à Sérvia.
61
World Trade Center – 2001
http://4.bp.blogspot.com/-jetJ_LBxK84/TmjPX7flf1I/AAAAAAAACUI/Rf28tXOiL3o/s1600/setembro2.jpg
http://agoranew smk.com.br/w p-content/uploads/2013/09/11-09-01.jpg
Em 11 de setembro de 2001, os EUA sofreram o maior atentado terrorista
de sua história com a destruição das torres gêmeas de World Trade Center. Os
ataques foram atribuídos à rede terrorista Al Quaeda liderada por Osama Bin
Laden, que vivia no Afeganistão sob a proteção dos Talibans (grupo
fundamentalista islâmico que controlava o país desde 1996).
Os EUA iniciaram a guerra contra o Afeganistão, conseguiram afastar os
talibans do governo, mas não conseguiram prender Bin Laden.
62
O presidente Bush (EUA), fez da luta contra o terrorismo a sua política
de governo. Elevou gastos militares e diminuiu investimentos na área social. A
Doutrina Bush de 2002 estabelece o direito dos EUA invadir qualquer país que
represente perigo à segurança americana.
http://w w w .historiadomundo.com.br/imagens/w tc1.jpg
Guerra do Iraque
Em 2003 tropas americanas invadiram o Iraque sob a alegação que o
país estava produzindo armas de destruição em massa, embora as tropas da
coalizão lideradas pelos EUA tenham derrubado o governo de Saddam
Hussein, os americanos comandando 140.000 soldados não conseguem impor
o controle sobre o país.
Guerrilheiros, fundamentalistas, traficantes e outros grupos impedem a
hegemonia ocidental no Iraque e no Afeganistão.
O apoio e a solidariedade mundial que os EUA receberam após os
atentados de 11 de setembro desapareceram quando ficaram claras as
intenções do governo norte-americano de derrubar o regime de Saddam
Hussein.
Contrariando os aliados europeus (França e Alemanha) o governo
Bush defendeu uma política de intervenções ou guerras preventivas,
mesmo sem provas.
Um presidente despreparado, eleito por um eleitorado fundamentalista
cristão que declara guerra ao homossexualismo e ao aborto, cercado de
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assessores conservadores e ligados (até mesmo o presidente) a lobbies na
indústria do petróleo, começou a reabrir focos de tensão, enquanto
abandonava o papel de mediador em conflitos como o Oriente Médio, que
mergulhou numa espiral incontida de violência.
Armas de destruição em massa? Segundo o governo norte-americano,
Saddam teria armas de destruição em massa o que se constituía em ameaça
ao povo americano, e teria fortes ligações com Bin Laden.
Apesar dos inspetores da ONU vasculharem todo território iraquiano,
incluindo palácios, e não encontrarem nada, as acusações continuaram. Bush
não recebendo o apoio que esperava, busca o aval do Conselho de Segurança
da ONU para invadir o Iraque.
Em março de 2002, os EUA propuseram ao Conselho de Segurança uma
resolução que autorizava o uso da força contra Saddam. Após a negativa, os
EUA decidem ir à guerra sem a permissão da ONU.
A captura: entre os dias 19 de março e 9 de abril, dezenas de milhares
de soldados norte-americanos e britânicos invadem o Iraque até entrar em
Bagdá. A invasão destrói sítios arqueológicos, e museus históricos - com
artefatos das primeiras civilizações da história - foram saqueados.
Quando dezembro chega, num Iraque invadido, palácios destruídos,
exército rendido, fi lhos de Saddam mortos, Saddam Hussein é encontrado e é
preso, no dia 13, num esconderijo subterrâneo perto de sua cidade natal, Tikrit.
Paz? A ocupação foi difícil e sangrenta. As cidades em quase todos os
casos foram conquistadas depois de muita resistência da população civil, os
EUA descobriram que se os iraquianos queriam se verem livres do ditador, não
queriam uma força externa a invadi-los.
Em muitas cidades houve distúrbios e depredações, a onda de violência
não pode ser contida. Em 1° de maio de 2003 Bush definiu, prematuramente, o
fim dos conflitos armados no Iraque.
Uma resistência maior e mais intensa se fez, uma força chamada
antiamericanismo chamou jovens a lutarem contra as forças de ocupação, o
64
terrorismo contra essas forças se fez sentir em Nassiriya, quando 18 italianos
morreram, ou em Bagdá quando a sede da ONU, no Iraque, sofreu um
atentado matando o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
Abu Ghraib: O ano de 2004 foi marcante para a opinião pública
internacional. As manifestações no mundo inteiro pedindo que a invasão ao
Iraque não se consumasse enquanto nada fosse provado, encontraram ouvidos
surdos.
A própria ONU como entidade ficou numa situação difícil após a
determinação dos EUA de entrar na guerra sem seu aval. Enquanto Bush
cantava vitória, enquanto dizia que o povo iraquiano estava satisfeito com os
resultados da invasão, enquanto reafirmava o soldado norte-americano como o
propagador da liberdade, da democracia e da paz, imagens de uma prisão em
Bagdá chocou o mundo.
Fotos e vídeos mostravam casos de abusos e torturas, apesar do
declarado, a política de maus-tratos teria sido decidida pelo comando militar
dos EUA no Iraque.
65
O porquê de tudo isto: os sequestros de estrangeiros, muitos
decapitados diante de câmeras de televisão, a resistência da cidade de
Fallujah, uma das últimas a serem
conquistadas, os atentados diários matando
homens na fila de desempregados, e a
primeira eleição no Iraque vencida pelos
xiitas, colocam um grande ponto de
interrogação nas pretensões norte-
americanas de transformar o Iraque num
modelo de democracia para a região... o tempo dirá.
30 de dezembro de 2006 - A eliminação:
A sentença de morte por enforcamento dada a Saddam Hussein é um
primor de conveniência política, especialmente para Washington.
As 148 mortes em Dujail foram fáceis de serem atribuídas ao ditador, que
nunca demonstrou qualquer arrependimento, mas a decisão elimina uma
grande dor de cabeça que cairia sobre George Bush. Afinal, se a condenação
não fosse pela pena capital, Saddam deveria obrigatoriamente ser julgado pelo
massacre dos curdos de Halabja, em 1988, quando seus aviões despejaram
gás venenoso sobre a cidade.
Nesse caso, deveria ter ao seu lado, no banco dos réus, o presidente
George Bush (pai) e o atual secretário de Defesa, Donald Rumsfeld.
O presidente mantinha uma aliança com Saddam contra o Irã e Rumsfeld
honrou a parceria vendendo as armas químicas que tostaram homens,
mulheres e crianças em um dos mais bárbaros crimes de guerra no século XX,
o massacre dos Curdos feitos por ordem de Saddam Hussein.
Com Saddam enforcado, Bush pai e o secretário podem ter eliminado
uma testemunha, mas não apagarão o episódio da História. E nela, o
julgamento é implacável.
66
HISTÓRIA DO BRASIL
República Velha (1889-1930)
Militares e liberais se debatem em dilemas: conciliar os ideais de
mudança com a realidade da falta de cidadania; montar uma sociedade urbana
com o poder político concentrado no campo; gerir uma federação com poder
centralizado. Em meio às tentativas, firma-se a sociedade urbana.
República Velha, ou Primeira República, é o nome dado ao período
compreendido entre a Proclamação da República, em 1889, e a eclosão da
Revolução de 1930.
Neste canal do Brasil Escola, o leitor e estudante irá encontrar uma série
de artigos referentes a esse momento de formação do Estado republicano
brasileiro. Usualmente, a República Velha é dividida em dois momentos: a
República da Espada e a República Oligárquica.
A República da Espada abrange os governos dos marechais Deodoro da
Fonseca e Floriano Peixoto. Foi durante a República da Espada que foi
outorgada a Constituição que iria nortear as ações institucionais durante a
Primeira República. Além disso, o período foi marcado por crises econômicas,
como a do Encilhamento, e por conflitos entre as elites brasileiras, como a
Revolução Federalista e a Revolta da Armada.
A República Oligárquica foi marcada pelo controle político exercido
sobre o governo federal pela oligarquia cafeeira paulista e pela elite rural
mineira, na conhecida “política do café com leite”. Foi nesse período ainda que
se desenvolveu mais fortemente o coronelismo, garantindo poder político
regional às diversas elites locais do país.
O período marca também a ascensão e queda do poder econômico dos
fazendeiros paulistas, baseado na produção do café para a exportação. Além
disso, os capitais acumulados com a exportação do produto garantiram o início
da industrialização do país, ao menos na região Sudeste.
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Essa industrialização proporcionou mudanças na estrutura social
brasileira, com a formação de uma classe operária e o crescimento do espaço
urbano. As mudanças políticas e sociais, também conhecidas pelo termo
modernização, resultaram ainda em agudos conflitos sociais, tanto no campo,
como no caso da Guerra de Canudos, quanto nas cidades, como a Revolta da
Vacina e as greves operárias na década de 1910.
A crise das oligarquias rurais e a crise
econômica mundial, atingindo profundamente
a produção cafeeira, representaram a agonia
da República Velha. A insatisfação com a
eleição de Júlio Prestes, em 1930, deu à elite
os motivos para derrubar os fazendeiros
paulistas que estavam no poder, através da Revolução de 1930. Era o fim da
República Velha e o início da Era Vargas.(Tales Pinto)
A República da Espada (1889 a 1894)
A proclamação da República Proclamação da República (Praça da
Aclimação, atual Praça da República, Rio de Janeiro, 15/11/1889)
Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República,
liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil
foi governado por militares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do Governo
Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano
Peixoto. O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que
ainda davam apoio à monarquia.
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A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Republicana)
Após o início da República havia a necessidade da elaboração de uma
nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A
constituição de 1891 garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse
algumas limitações, pois representava os interesses das elites agrárias do pais.
A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos ( mulheres,
analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora ). A constituição instituiu
o presidencialismo e o voto aberto.
República das Oligarquias
O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de
presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes
partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro
(PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de
maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país.
Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que
beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do
oeste paulista.
Surgiu neste período o tenentismo, que foi um movimento de caráter
político-mili tar, liderado por tenentes, que faziam oposição ao governo
oligárquico. Defendiam a moralidade política e mudanças no sistema eleitoral
(implantação do voto secreto) e transformações no ensino público do país. A
Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foram dois
exemplos do movimento tenentista.
Política do Café com Leite
A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e
São Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso,
dominavam o cenário político da república. Saídos das elites mineiras e
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paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola,
principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café com
leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em
expansão neste período.
Se por um lado a política do café com leite privi legiou e favoreceu o
crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou
provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste,
Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus
problemas sociais agravados.
Política dos Governadores
Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política
visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores
políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos
dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte
à candidatura presidencial e também durante a época do governo.
O coronelismo
A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da
República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um
grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição
dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, em que o coronel
(fazendeiro) obrigava e usava até mesmo a violência para que os eleitores de
seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto
era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do
coronel para que votassem nos candidatos indicados. O coronel também
utilizava outros "recursos" para conseguir seus objetivos políticos, tais como:
compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e
violência.
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VOTO DE CABRESTO
O Convênio de Taubaté
Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo republicano para
beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café
abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava.
Esperava-se a alta do preço e então os estoques eram liberados. Esta política
mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e
garantia os lucros dos fazendeiros de café.
A crise da República Velha e o Golpe de 1930
Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política
do café com leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o
Partido Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um
político paulista, Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café com leite.
Descontente, o PRM junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul
(forma-se a Aliança Liberal ) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio
Vargas.
Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, deixando
descontes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais.
Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares
71
descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e
início da Era Vargas.
Galeria dos Presidentes da República Velha:
Marechal Deodoro da Fonseca (15/11/1889 a 23/11/1891)
Marechal Floriano Peixoto (23/11/1891 a 15/11/1894)
Prudente Moraes (15/11/1894 a 15/11/1898)
Campos Salles (15/11/1898 a 15/11/1902)
Rodrigues Alves (15/11/1902 a 15/11/1906)
Affonso Penna (15/11/1906 a 14/06/1909)
Nilo Peçanha (14/06/1909 a 15/11/1910)
Marechal Hermes da Fonseca (15/11/1910 a 15/11/1914)
Wenceslau Braz (15/11/1914 a 15/11/1918)
Delfim Moreira da Costa Ribeiro (15/11/1918 a 27/07/1919)
Epitácio Pessoa (28/07/1919 a 15/11/1922)
Artur Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926)
Washington Luiz (15/11/1926 a 24/10/1930)
Você sabia?
- O período da História do Brasil conhecido como Nova República teve
início em 1985, com o fim da Ditadura Militar e início do processo de
redemocratização. Este período da História do Brasil dura até os dias atuais.
- A palavra República tem origem no latim res publica, cujo significado é
"coisa pública".
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Revolução de 1930
A revolução que encerrou a política da república velha com a
permanência de paulistas e mineiros no poder foi resultante dos desgastes
sucessivos dessa política centrada nos interesses de alguns grupos instalados
no poder e a marginalização do país nas decisões políticas.
O Brasil foi se transformando ao longo dos anos, surgiu uma classe média
urbana, relativamente informada, ocorreu um relativo desenvolvimento
industrial, o que gerou o surgimento do operariado e de movimentos e partidos
políticos como o PCB, dentro deste novo quadro a política da república velha
estava estagnada e não correspondia à exigência das novas forças que
emergiam no Brasil.
As eleições de 1930 deram a vitória ao paulista Júlio Prestes, que
derrotou Getúlio Vargas da Aliança Liberal. Os velhos políticos que apoiavam
Vargas como Antonio Carlos (MG), Artur Bernardes (SP), João Pessoa (PB)
aceitaram o resultado eleitoral.
Os políticos mais jovens como Osvaldo Aranha, Francisco Campos e
Getúlio Vargas não aceitaram o resultado das urnas. Os tenentes falavam em
pegar em armas e derrubar o presidente eleito quando esse assumisse.
Em 27 de Julho de 1930, João Pessoa foi assassinado em Recife, Getúlio
Vargas e os líderes da Aliança Liberal acusam o governo como respo nsável
pela morte de João Pessoa, milhares de pessoas saem às ruas em todo país
protestando contra a situação e todos os ódios reprimidos, diante de uma
revolta desordenada. Antônio Carlos, governador de Minas Gerais, conclama
as elites para conter a revolução:
“Vargas, façamos a revolução, antes que o povo a faça”.
As forças aliancistas se articulam contando com o apoio dos tenentes, da
classe média urbana e das oligarquias periféricas afastadas do poder, diante
da possibilidade de uma guerra civil, o alto comando do exército no Rio de
73
Janeiro em 24 de Outubro de 1930 depõe o presidente Washington Luis e
impede que Júlio Prestes assuma o governo.
A revolução foi vitoriosa evitando uma guerra civil e levando Getúlio
Vargas ao poder em 3 de Novembro de 1930. Nascia o governo provisório que
contava com o apoio das forças armadas e de amplos setores da sociedade.
Governo Provisório (1930 – 1934)
- Criação do ministério do trabalho, indústria e comércio
- Interventores (tenentes) X Oligarquias regionais = Vargas como juiz
- Criação dos sindicatos ligados ao governo (pelegos) para evitar greves e
a autonomia dos trabalhadores
- Tenentes defendiam o centralismo político X militares legalistas
- Em 1931 foi criado o conselho nacional do café
- Em 1932 surgiu a Ação Integralista Brasileira, grupo fascista influenciado
pelo nazi-fascismo, que defendia a centralização política e o combate aos
comunistas
Em 1932 ocorreu a Revolução Constitucionalista em São Paulo com o
lema; “Interventor civil e paulista, Constituição já”, mas foram derrotados pelas
forças do governo depois de alguns meses de luta
Constituição de 1934 (votada)
- Garantia o federalismo, autonomia política dos estados
- Liberdade de imprensa e religião
- Eleições diretas e voto secreto
- Direito de voto feminino
- Criada a justiça do trabalho
- Férias aos trabalhadores depois de 12 meses
- Representação classista: deputados eleitos pelos sindicatos
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Em 1935 surgiu a Aliança Nacional Libertadora, de orientação comunista,
essa organização surgiu para combater o crescimento da AIB . Seu programa
era bastante avançado para seu tempo:
1) Defendiam o não pagamento da dívida externa brasileira
2) Reforma agrária
3) Criação de um governo popular, com consultas permanentes da
sociedade
4) Nacionalização de empresas estrangeiras
5) Combate ao fascismo, representado no Brasil pela AIB
Diante do vertiginoso crescimento da ANL em todo o território nacional,
ganhando simpatizantes dentro das forças armadas e da classe média urbana,
Vargas decretou o fechamento de todos os núcleos dessa organização
considerada perigosa a segurança nacional e a democracia.
Os comunistas ligados a ANL, quando do fechamento de todos os seus
núcleos, passaram a articular um golpe ligado aos militares de orientação
comunista, esse golpe ficou conhecido como Intentona Comunista de 1935.
Foi fácil para o governo liquidar com o desarticulado golpe, que iniciou em
Natal (RN), depois ocorreram levantes em quartéis do RJ e Recife, esse
movimento resultou no aumento de poder do presidente Getúlio Vargas, que
conseguiu apoio do senado em nome da segurança nacional.
Estado Novo (1937 –1945)
Como desdobramento da fracassada Intentona Comunista de 1935,
Vargas tratou de criar um meio de reforçar seu poder, isso se consumou com a
divulgação do Plano Cohen, onde o governo garantiu poderes excepcionais do
Congresso como forma de conter um iminente ataque de comunistas ao Brasil.
A farsa do Plano Cohen foi um projeto conjunto de Vargas, dos militares e
da burocracia civil com o objetivo de criar um estado ditatorial, estável, acabar
75
com autonomia dos estados (federalismo) e submeter às oligarquias regionais
ao poder do estado. O Estado Novo, implantado por Vargas em 1937, seguia o
modelo dos governos fascista e nazista da Europa.
Constituição de 1937 (a polaca) – outorgada
Redigida por Francisco Campos, essa constituição era influenciada pelas
constituições de países que viviam sob regimes ditatoriais ou autoritários como:
Alemanha, Polônia e Portugal.
- Acabava com a autonomia dos estados, queima de bandeiras estaduais
- Fechamento das câmaras municipais, assembleias estaduais e o
senado
- Suspensão dos direitos individuais
- Extinção de todos os partidos políticos
- Censura à imprensa
Levante Integralista de 1938
Os integralistas da AIB apoiaram o golpe de Estado desfechado pelo
presidente Vargas na esperança de conseguir cargos e vantagens políticas,
porém foram postos na ilegalidade e proibidos de continuarem suas atividades.
Sentindo-se traídos, os integralistas atacaram o Palácio do Catete no RJ
para matar o presidente em 11.05.38, mas acabaram vencidos e suas
lideranças foram exiladas do Brasil pondo fim á tentativa de golpe.
Planejamento Econômico e Social do Estado Novo:
1940: Criado o Instituto de Previdência Social – assistência médica aos
trabalhadores assim como pagamento de aposentadorias e pensões aos
operários
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1940: Hidrelétrica de Paulo Afonso
1941: Cia. Siderúrgica Nacional
1942: Cia. Vale do Rio Doce (siderurgia)
1943: Criação da Consolidação das Leis trabalhistas (CLT)
Criação de escolas públicas de primeiro e segundo graus assim como
universidades públicas.
Criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), assim como o
programa radiofônico A Voz do Brasil, com a função de divulgar as obras e
realizações do governo para a população.
Estabelecimento de concursos públicos, para qualificar o funcionalismo.
Em 1942 o Brasil declarou guerra à Alemanha e enviou 23 mil soldados
da FEB, que foram lutar na Itália sob as ordens do 5° comando norte-
americano. O Brasil acertou com o governo norte-americano empréstimo para
a construção de siderúrgicas e outras obras de infraestrutura em troca do envio
de tropas.
Vargas foi o primeiro governante populista do Brasil, desenvolvendo uma
política que tinha por meta promover o desenvolvimento de empresas
brasileiras, atendeu uma série de reivindicações antigas dos trabalhadores
(CLT), manteve os empresários satisfeitos com o desenvolvimento econômico
e o completo controle sobre a sociedade, evitando a participação política, e a
organização de sindicatos independentes do Ministério do Trabalho.
Crises do Estado Novo
A presença do Brasil lutando ao lado dos EUA na Segunda Guerra
Mundial era vista como uma contradição. “Lutamos contra uma ditadura
(fascismo italiano), mas tínhamos um governo ditatorial ( Estado Novo)”.
Em 1943 o Manifesto dos Mineiros e as declarações do Congresso
Nacional dos Escritores de 1945, foram censuradas pelo DIP. Eram
77
declarações de oposição ao governo, feitas por intelectuais, que defendiam a
volta das liberdades de expressão e políticas.
A oposição ao governo crescia também nos meios militares influenciados
pelos EUA e na classe média devido ao crescimento da inflação.
Vargas, percebendo que as insatisfações e oposições cresciam, decretou
em 28 de fevereiro de 1945 a volta dos partidos políticos e eleições gerais para
o final de 1945.
Em Abril, Vargas decretou a anistia aos presos políticos. Luís Carlos
Prestes foi liberto da prisão depois de nove anos, e o governo brasileiro reatou
relações diplomáticas com URSS.
O governo perdia apoio no meio urbano; por outro lado o PCB crescia,
assim Vargas criou o PTB (partido político que tinha a finalidade de garantir o
eleitorado urbano e evitar o crescimento do PCB). O PSD, partido ligado às
oligarquias, era o reforço político do governo na zona rural e , usando os meios
de comunicação, lançou a campanha União Nacional.
O PCB lançou a campanha do Queremismo, “queremos uma nova
constituição com Vargas no poder”. Os comunistas apostavam na política
nacionalista de Vargas, temiam que as forças burguesas viessem a criar uma
constituição favorável ao capitalismo internacional.
Em junho de 1945, Vargas lança a “Lei Malaia”, antitruste e nacionalista,
essa lei previa o controle da remessa de lucros das empresas estrangeiras
atuando no Brasil.
Em 29 de Outubro de 1945, o general Góes Monteiro depôs o presidente
Getúlio Vargas em nome do alto comando do exército. Temendo o continuísmo
da ditadura, José Linhares (presidente do Supremo Tribunal Federal), governou
o Brasil (29.10.45 - 31.01.46) até a posse do novo presidente.
A deposição de Vargas marcava o fim do Estado Novo e dos quinze anos
em que o Brasil ficou sendo governado pelo mesmo presidente, marcou
também a presença e novas forças no cenário político e econômico do Brasil
onde alguns setores ligados ao capital internacional não queriam a
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continuidade do governo Vargas que, por ser nacionalista, representava um
entrave aos interesses internacionais atuando no país.
Governo Dutra (1946-1951)
Dutra foi eleito pelo PTB e PSD contando com o apoio de Vargas, que
mesmo afastado do poder ainda tinha muita influência sobre o eleitorado
brasileiro.
- Constituição de 1946 – liberal
- Em fins de 1946, Vargas retirou seu apoio ao governo Dutra, devido à
abertura das importações sem critérios, balança comercial brasileira em déficit
- Em 7.5.47 o governo cassou o registro do PCB, devido ao alinhamento
total do Brasil aos EUA (guerra fria)
- Em 28.10.47 Dutra rompeu relações diplomáticas do Brasil com a
URSS- dentro da política de alinhamento com o governo americano,
anticomunista.
- Intervenção do governo em 200 sindicatos
- Plano SALTE – saúde, alimentação, transporte e energia (plano que
ficou no projeto, jamais funcionou)
- Arrocho salarial – salários congelados durante todo o período Dutra
(1946-1952)
Getúlio Vargas (1951-1954)
Vargas se candidatou pela coligação PTB/PSD, defendendo em sua
campanha a volta da moralização e do crescimento social, ganhando o apoio
do operariado nas eleições.
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Vargas defende uma política de desenvolvimento nacionalista e vai
enfrentar uma oposição que defende a política desenvolvimentista ligada ao
capital internacional
Em 1953 criou a Petrobrás, na campanha “o petróleo é nosso”
Em 1954 criou a Eletrobrás
Decretou aumento de 100% no salário mínimo, defasado, corroído pela
inflação do governo anterior
O governo criou o BNDES para financiar empresas nacionais
O governo teve que enfrentar a oposição do jornalista Carlos Lacerda do
jornal “Tribuna da Imprensa”, militares, empresários ligados ao capital
internacional e políticos da UDN.
Em 5.8.54 ocorreu o atentado contra Carlos Lacerda, que resultou na
morte do major Ruben Vaz, segurança de Lacerda. A oposição explorou o
episódio ao máximo contra o governo.
Em 24 de Agosto de 1954 Vargas, na iminência de ser novamente
deposto pelos militares, se suicidou legando ao povo a Carta Testamento e
criando um vazio de poder.
Quando a carta foi lida no rádio causou consternação nacional, o povo
saiu às ruas no Rio de Janeiro.
Com a morte de Vargas assumiu o governo
o vice-presidente Café Filho, que alegando
problemas de saúde se afastou, assumindo o
governo Carlos Luz, presidente da Câmara dos
deputados, francamente favorável ao golpe
militar.
O General Lott (legalista), percebendo as manobras dos militares
golpistas, afastou Carlos luz e colocou no governo Nereu Ramos, presidente do
Senado, até que se efetuassem novas eleições.
80
Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-1961)
O governo JK estabeleceu o Plano de Metas,
uma política de desenvolvimento, energia,
transportes, indústria, educação e alimentação,
visando fazer o Brasil “Crescer 50 anos em 5 anos”.
O Incentivo a empresas nacionais e
estrangeiras, dentro da chamada política
desenvolvimentista, e a abertura do país para a
entrada de empresas multinacionais eram o objetivo
do governo.
JK buscava acelerar o desenvolvimento e para isso precisava atrair
tecnologia de ponta e assim poderia cumprir o seu Plano de Metas.
Crescimento econômico e industrial, produção de bens de consumo
duráveis como automóveis, eletrodomésticos
Criação do GEIA (Grupo de Estudos da Indústria Automobilística)
Construção da estrada Belém Brasília
Levantes militares de Jacareacanga e Aragarças, da aeronáutica (foram
vencidos pelas forças do governo e anistiados a seguir)
Compra o porta-aviões Minas Gerais
Em 1959 Juscelino rompeu relações com o FMI, ganhando apoio da
esquerda e da FIESP
Em 1959 JK cria a SUDENE, com a finalidade de integrar o nordeste à
economia nacional
Construção de Brasília, nova capital do Brasil
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Jânio Quadros (1961)
Jânio Quadros, ex-prefeito de São Paulo, chegou ao poder com uma
campanha empolgante, onde prometia acabar com a corrupção e a bandalheira
de Brasília, porém não tinha um projeto de governo, um programa definido e
nem bases de sustentação no Senado.
O novo governo encontrou o Brasil com a seguinte realidade:
Inflação em crescimento
Déficit na balança comercial
Dívida externa crescente
Relações rompidas com o FMI
Fonte:w w w .portalmegaphone.com.br
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Diante desse quadro de crises tentou resolver o problema criando a
Política Anti Inflacionária:
= Restringiu o crédito à população assalariada
= Congelou salários
= Incentivo à exportação
= Restabeleceu relações diplomáticas com a URSS
= Condecorou Che Guevara, líder da revolução cubana
= Buscou desenvolver uma política independente dos EUA
Jânio foi o presidente populista que mais trabalhou sua imagem pública. A
campanha presidencial havia sido empolgante, porém a prática se mostrava
uma grande decepção popular. A oposição não tardou a fazer críticas. Sem
maioria no Congresso, sem alternativas, isolado politicamente, em agosto de
1961, Jânio Quadros renunciou ao governo e partiu para Londres. Ele esperava
que o povo o recolocasse no poder, fato que não ocorreu.
O presidente da câmara dos deputados assumiu a presidência até a
volta do vice-presidente, João Goulart, que estava na China em visita oficial.
Fonte:w w w .portalmegaphone.com.br
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Com a renúncia do presidente o país ficou dividido:
De um lado estavam os militares golpistas, a UDN, grandes
empresários, os grandes jornais, que não queriam a volta de Goulart, por ser
uma criação do período Vargas e representar a volta do populismo sindicalista,
que atemorizava o poder econômico.
Do outro lado estavam os militares legalistas, o PTB, os líderes
sindicais, partidos de esquerda e Brizola (que montou a rede da legalidade no
RS - onde era governador), com a intenção de garantir a posse de João
Goulart na presidência do Brasil.
A situação começou a ganhar dimensões de uma possível guerra civil,
quando o comandante do III exército, general Machado Lopes, passou a apoiar
a posse de João Goulart alegando que a constituição assim o exigia, afinal
Goulart era o vice-presidente eleito.
O alto comando do exército, para evitar uma guerra civil, aceitou a posse
de João Goulart, porém o presidente ficaria submetido ao sistema
Parlamentarista de 1961 até 1963, desta forma o poder não ficaria nas mãos
do presidente, mas sim com o primeiro ministro.
Durante esse período o Brasil viveu sob três primeiros ministros, até que
em 1963 foi feito o plebiscito e o povo votou pela volta do presidencialismo, os
primeiros ministros foram: Tancredo Neves, Brochado da Rocha e Hermes
Lima.
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Governo de João Goulart (1963 -1964)
Em 1963, livre do sistema Parlamentarista, João Goulart tentou resolver
as graves crises geradas no período anterior, lançou o Plano Trienal:
= Promover o crescimento de 7% da renda nacional
= Reduzir o déficit público e a inflação
= Desvalorização da moeda nacional para aumentar as exportações
Esse plano não funcionou, era
impopular, havia uma defasagem entre
salário e custo de vida, o plano só
aumentaria o arrocho dos trabalhadores.
Diante do fracasso deste plano, o
governo lançou outro plano, ainda no
ano de 1963. O novo plano ficou
conhecido como Reformas de Base que previa:
= Controle da remessa de lucros para o exterior
= Reforma agrária
=Reforma educacional
=Reforma financeira
=Projetos habitacionais
Diante da divulgação do novo plano econômico e social apresentado pelo
governo, as forças conservadoras, o exército e os empresários ligados ao
capital internacional (aliados ao embaixador dos EUA no Brasil), passaram a
conspirar para a derrubada do governo.
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Em 13 de março de 1964 o presidente fez o discurso na Central do Brasil,
no Rio de Janeiro, decretando a nacionalização das refinarias de petróleo, criou
a SUPRA (Superintendência da Reforma Agrária), e defendeu a sindicalização
de soldados e marinheiros.
Uma semana depois do comício presidencial no RJ, as forças
conservadoras organizaram a grande marcha da família com Deus pelo Brasil,
contando com 400 mil pessoas levadas às ruas a protestar contra o governo;
por outro lado, as forças golpistas se articulavam na embaixada dos EUA para
a derrubada do governo. Assim, em 31 de março de 1964, o presidente João
Goulart foi deposto e o Brasil passou a ser governado por uma junta militar que
ficou no poder até 1985.
Regime Militar (1964- 1985)
Causas:
Os governos de Jânio Quadros e João Goulart haviam sido marcados
por inflação, perda do poder aquisitivo dos trabalhadores, desemprego,
redução de investimentos de capitais estrangeiros no Brasil.
A crise do Estado populista desestabilizou o apoio ao governo devido á
radicalização das propostas do Plano de Metas, que assustou vários
seguimentos da sociedade.
A burguesia e os seguimentos conservadores da sociedade,
amedrontados, se voltaram contra o governo.
A conspiração interna foi apoiada pelos EUA com recursos e agentes
com a finalidade de derrubar o governo, por ser considerado de tendência
socialista, portanto um inimigo dos americanos, em plena Guerra Fria.
Assim novamente a burguesia foi bater na porta dos quartéis pedindo
ajuda para conter um governo que havia sido eleito de forma leg ítima pela
maioria da sociedade.
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Castelo Branco (1964 -1967)
AI-1 Ato institucional número 1º estabelecia a eleição indireta para
presidente, suspende os direitos de centenas de políticos, militares e
funcionários públicos, acusados de simpatizantes do governo deposto.
Criado o SNI (Serviço Nacional de Informações).
Lei Suplicy extingue a UNE e as UEES.
Suspensos temporariamente a estabilidade dos funcionários públicos.
AI-2 (Ato Institucional número 2), extinguiu os partidos políticos.
Ato complementar cria o Bipartidarismo ARENA e o MDB.
AI-3 estabelecia a eleição indireta para governadores e prefeitos das
capitais.
Constituição de 1967 restringia as liberdades individuais, aumentando os
poderes do Estado sobre o indivíduo.
Criada a Lei de Imprensa que estabelecia a censura prévia à toda
produção cultural.
Criado o PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo), que previa:
1) Controle do déficit público, aumento de impostos sobre a população.
2) Controle da inflação, restrição ao crédito e arrocho salarial.
3) Estímulo à exportação e desvalorização cambial.
4)Abertura do país aos investimentos i nternacionais garantindo amplas
vantagens às empresas internacionais.
5) Revogada a lei de remessa de lucros, criada no governo anterior.
6) Criado o BNH.
7) Criado o FGTS, que acabava com a garantia no emprego após 10 anos
de trabalho.
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Costa e Silva (1967-1969)
PED (Plano Estratégico de Desenvolvimento).
Promover o crescimento econômico, liberando gradualmente o sistema
de crédito.
Ampliar áreas de atuação do BNDES, siderurgia, cimento, indústrias e
segurança.
Aumento de investimentos, atrair capitais internacionais, assim como
novos empréstimos no FMI.
Em 1968 o governo criou o sistema de Áreas de Segurança Nacional, que
estabelecia que mais de 60 municípios teriam seus prefeitos nomeados pelo
governo federal em cidades consideradas “áreas de segurança nacional”, por
tratarem-se de municípios estratégicos, como Canoas no RS e Paulínia em SP,
áreas de refinarias de petróleo.
AI 5 – Fecha o Congresso, cassou os direitos políticos de deputados
federais e estaduais, vereadores, prefeitos, juizes, militares. Milhares de
pessoas da sociedade civil foram presas sob suspeita de atividades contrárias
à segurança nacional.
O governo desenvolveu a Doutrina de Segurança Nacional, que estabelecia o
máximo de poderes ao Estado diante do cidadão, que ficava privado de seus direitos
de cidadania e defesa em caso de suspeita de atividades subversivas.
AI 13 – Exílio aos cidadãos considerados perigosos à segurança
nacional.
Durante o governo Costa e Silva, diante de tanta pressão do Estado
sobre o cidadão, surgiram os grupos de guerrilha urbana, que passaram a
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assaltar bancos, sequestrar pessoas importantes para serem trocadas por
guerrilheiros presos.
Emílio Garrastazu Médici (1969 – 1974)
Milagre brasileiro
Graças aos empréstimos conseguidos junto ao FMI, o governo brasileiro
passou a investir em projetos de habitação popular (BNH), atração de
empresas estrangeiras ampliando o parque industrial, gerando assim empregos
e garantindo maiores salários para funcionários qualificados da classe média
que trabalham nestas empresas.
Esses capitais - que vieram para o Brasil - representam o momento da
economia mundial, quando muitas empresas precisavam investir e o país se
mostrava atraente, pois oferecia uma série de vantagens aos investidores
como:
Baixos salários em relação aos países de primeiro mundo
Isenções de impostos às empresas por vários anos
Liberdade na remessa de lucros conseguidos no Brasil para o país
dessas empresas
Sindicatos controlados pelo governo, evitando assim o perigo de greves
Facilidade destas empresas de acesso às matérias primas para
produção industrial
O resultado deste processo foi o desenvolvimento industrial jamais visto
antes no país. Áreas como o ABC paulista, Rio de Janeiro e grande Belo
Horizonte se constituíram no eixo dos investimentos estrangeiros no Brasil,
trazendo como resultado a formação de um grande número de funcionários
qualificados na área industrial e o surgimento de empresas brasileiras que
foram crescendo à sombra das multinacionais.
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Este surto industrial e desenvolvimentista tornou o Brasil a oitava
economia mundial em termos de crescimento anual, levando o governo a
desenvolver grandes obras dentro de um modelo que os militares no governo
classificavam como “Brasil Grande Potência”, as grandes obras do período
foram:
Transamazônica: estrada na região amazônica construída sem levar em
consideração os efeitos negativos no impacto ambiental, essa estrada hoje
está abandonada e destruída pela falta de manutenção.
Ponte Rio Niterói – obra super faturada, fonte de desvios e corrupção no
processo de execução.
O governo Médici se caracterizou por ser o governo militar que mais
utilizou a mídia como forma de promover o Estado perante a opinião pública,
com frases do tipo:
“Brasil ame-o ou deixe-o”
e
“Ninguém segura este gigante”
Em 1970 o Brasil tornou-se Tri-campeão de futebol
no México. Esse fato foi largamente utilizado pelo
governo como forma de manter a população embalada e
emocionada com a vitória e assim não lembrava das
torturas, dos desaparecidos, dos exilados e da total falta
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de liberdades individuais que caracterizavam o Brasil naqueles anos de
chumbo.
Outro aspecto deste período sombrio da história política do Brasil foi a
eliminação física de grupos guerrilheiros que atuavam no meio urbano e no
campo (Araguaia), onde os envolvidos foram executados, enquanto o povo se
maravilhava revendo os gols que garantiram a conquista da copa do mundo.
Governo Ernesto Geisel (1974 – 1979)
O congresso foi convocado para referendar o nome de outro general para
a presidência. Esse era o papel da Arena e do MDB (os dois partidos políticos
da época): cumprir uma mera formalidade, pois não exerciam de fato nenhuma
função decisória, isso ficava a cargo da junta militar que de fato governava o
país e punha em prática suas resoluções por meio de decretos e atos
institucionais. Assim o nome do novo presidente foi divulgado à nação: Ernesto
Geisel (general gaúcho).
O ano de 1974 se caracterizou pelo agravamento da crise do petróleo
iniciada no ano anterior, quando a Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP) passou a aumentar o preço do barril de petróleo.
O Brasil importava 60% do petróleo consumido no país, assim a crise se
instaurou e um dos efeitos imediatos foi o aumento da inflação, a perda do
poder aquisitivo da população diante dos aumentos sucessivos dos gêneros de
primeira necessidade e os salários defasados, que não acompanhavam o
aumento do custo de vida.
O governo desenvolveu o projeto PRÓALCOOL, como forma alternativa
ao petróleo, ou seja, o Brasil passava a desenvolver combustível à base de
álcool como forma de diminuir as importações de petróleo e assim buscava
diminuir a crise energética.
A crise do petróleo mostrou que o milagre brasileiro e o estado de euforia
da economia brasileira gerados artificialmente no governo anterior eram falsos,
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na medida em que aumentavam os preços e os salários não acompanhavam a
inflação.
Outra característica do governo Geisel foi a assinatura do acordo nuclear
com a Alemanha. Tal fato causou estranhamento nos meios diplomáticos
devido à total ligação do Brasil aos EUA. Este acordo mostrava que Geisel
buscava uma política mais independente. Esse projeto nunca se consumou,
pois a usina instalada em Angra dos Reis foi condenada devido as rachaduras
em sua estrutura o que levaria a vazamentos e uma catástrofe como acabou
ocorrendo em Chernobyl, na Rússia, anos depois.
O governo Geisel deu continuidade às grandes obras iniciadas com o
governo anterior, assim durante seu governo foram construídas:
Usina hidrelétrica de Itaipu – binacional, obra que beneficiava o Brasil,
Paraguai e Argentina (essa usina foi considerada a maior do mundo durante
muito tempo);
Usina de Tucuruí no rio Tocantins, para geração de energia elétrica
na região norte;
Projeto Carajás – destinado a extração de ferro na região norte do país;
200 milhas marítimas brasileiras.
Diante das crises geradas pelo petróleo e seus resultados, cresciam os
descontentes em relação ao regime. As críticas apareceram, mesmo proibidas,
o que levou o governo a tomar medidas diante das eleições que se
aproximavam para governadores nos estados, temendo sofrer uma derrota
esmagadora o governo criou os SENADORES BIÕNICOS.
Com essa medida o governo garantia que 1/3 dos senadores seriam
indicados pelos militares, evitando assim que a oposição viesse a obter maioria
de eleitos.
- Lei Falcão (1977) com essa medida o governo restringia o uso da mídia
pelos candidatos nas campanhas eleitorais.
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- Pacote de Abril (1977)
- “Distensão Lenta e Gradual” (1978) com essa medida o governo
revogava o AI5 e aliviava um pouco a pressão sobre a sociedade em termos de
liberdades individuais.
- Separação entre MT e MS (1978)
Em 1978 tivemos as primeiras grandes greves operárias no ABC
paulista (quando surgiu a figura de Lula como líder sindical), mostrando que o
regime estava desgastado e que mesmo com todo o controle do Estado, os
operários passavam a se organizar diante das crises econômicas, o que levou
o general Geisel a declarar: “O Brasil vai bem, o povo é que vai mal.”.
Um fato que abalou a opinião pública foi o assassinato do jornalista
Vladimir Herzog, em São Paulo, vítima de torturas no II exército. A versão
oficial foi de suicídio, o que não convenceu a população quando surgiram fotos
do caso.
Geisel afastou o comandante da unidade militar e estabeleceu inquérito
para apurar os fatos. Por outro lado, cresciam as pressões de órgãos como a
CNBB, direitos humanos e a anistia internacional sobre os atos de torturas e
falta de liberdade no Brasil.
João Batista Figueiredo (1979 – 1985)
O novo general chegou ao poder e encontrou o país convulsionado por
greves, manifestações contra a carestia e por direitos civis, o regime dava
mostras claras de completo esgotamento.
Diante do panorama, o governo assinou a Lei de Anistia (1979) - dentro
de um projeto anunciado como “Abertura Lenta e Gradual do regime” rumo á
democratização do país. Assim vários exilados do período anterior tiveram o
direito de retornar ao país, entre eles, várias lideranças políticas.
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Pluripartidarismo – (1979) o governo temia ver a oposição ganhar as
próximas eleições, pois todos os políticos que retornaram do exílio iriam se
concentrar dentro do MDB, assim foi criado o pluripartidarismo. A oposição se
fragmentava em vários partidos políticos e não haveria uma só força contrária
ao governo.
Aparecem na cena política os seguintes partidos políticos:
PMDB, antigo MDB
PDS, antiga Arena
PTB
PDT, fundado por Leonel Brizola, que não ganhou o direito de usar a
sigla PTB
PT – fundado pelos sindicalistas de São Paulo, tendo Lula como
presidente
PCB
PC do B
Em 1980, dentro do processo de abertura política do governo , foram
anunciadas eleições diretas para senadores e governadores. A oposição
obteve maioria dos votos, elegendo Brizola como governador do RJ pelo PDT e
Tancredo Neves em MG pelo PMDB.
Por outro lado a inflação anual de 1980 chegava a 110%, aumentando as
agitações e as críticas ao governo em todo o país.
A ala mais conservadora do exército, percebendo que a transição se
aproximava, promoveu uma série de atos terroristas como a carta bomba
enviada à OAB do RJ, o atentado do Rio Centro em 1981 (quando uma bomba
explodiu dentro de um carro onde estavam dois militares que pretendiam fazer
o artefato explodir num evento musical gratuito onde se concentravam
centenas de pessoas).
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O governo ainda tentou atribuir a culpa do atentado a grupos terroristas
de esquerda, mas a população percebeu que era um atentado do próprio
governo que falhou na última hora.
Campanha das Diretas Já – (1984) movimento organizado
pelos partidos de oposição que empolgou o país levando milhares
de pessoas a assistir os comícios dos políticos favoráveis à
emenda Dante Oliveira, que foi derrotada em mais uma manobra do governo
no senado, essa emenda previa eleições diretas para presidente. Muitos
desses políticos haviam retornado do exílio. Esse movimento mostrava o
quanto o regime militar estava desgastado e sem credibilidade.
Características do final do Regime Militar:
Desemprego e a inflação cresciam;
A indústria de base estava em decadência;
A indústria em geral estava sucateada em benefício das multinacionais;
Investimentos sociais em saúde, educação e habitação foram
abandonados;
Aumento das favelas nas grandes cidades;
Aumento da especulação financeira em títulos;
Fraudes e escândalos financeiros e a impunidade caracterizaram o
governo Figueiredo.
A ditadura militar chegava ao fim deixando o Brasil como uma das nações
mais endividadas com o FMI (uma dívida externa astronômica), além do
aumento da criminalidade, da fome e da miséria. Tudo isso somado ao
desemprego crescente. Por outro lado, durante o regime militar, o país havia se
tornado industrializado, com a entrada de multinacionais e do desenvolvimento
das indústrias consideradas como sendo de segurança nacional – siderurgia,
cimento, materiais ligados à construção civil (BNH).
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Esse processo industrial consolidou um perfil urbano a sociedade
brasileira, mas como não houve planejamento no desenvolvimento urbano
passamos a conviver com favelas, falta de infraestrutura nas cidades, êxodo
rural e uma brutal concentração de renda o que resultou na escalada de
criminalidade no meio urbano.
Nova República
O governo de João Batista Figueiredo, o último general, foi marcado pela
corrupção, inflação e a decadência social. Isso fez com que o regime militar
perdesse suas bases de apoio em toda a sociedade.
Para a burguesia não interessava mais um sistema onde não havia
crescimento econômico, para a classe média o regime tornou-se nocivo devido
ao crescimento desordenado da inflação que corroia o poder aquisitivo, (100%
em 1980 e 200% em 1983). Somado a isso, a dívida externa do Brasil chegava
a 100 bilhões de dólares.
Para a classe trabalhadora, o regime era sinônimo de mais trabalho e
menos renda, além da falência de empresas e o desemprego crescente em
todo o país.
O regime militar se esgotou, caiu no vazio, não contava mais com o
apoio que garantiu sua existência ao longo dos anos em que vigorou no Brasil.
Os militares haviam derrotado a Emenda Dante Oliveira de 1984, que
previa eleições diretas para presidente, assim o novo presidente deverá ser
eleito pelo voto indireto no colégio eleitoral, formado pelos políticos aliados do
regime e os da oposição.
O PMDB lançou a candidatura de Tancredo Neves rep resentando a
oposição ao regime. Fato que acabou atraindo políticos ligados ao regime, mas
que estavam descontentes, formando a Aliança Democrática, além de políticos
do PFL, partido criado por José Sarney e Marco Maciel (antigos nomes da
ARENA/PDS).
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Assim a oposição foi disputar as eleições tendo Tancredo Neves como
candidato à presidência e José Sarney como candidato à vice – presidente.
Sarney desligou-se do PFL e filiou-se ao PMDB, mantendo sua tradição de
político oportunista.
Os militares lançaram Paulo Maluf do PDS como seu candidato civil à
eleição. A eleição indireta deu a vitória ao candidato da oposição Tancredo
Neves, numa prova clara da falência do regime militar, que não controlava mais
a máquina política, quando antigos aliados do regime votaram no candidato da
oposição.
Tancredo tornou-se a esperança de milhões de brasileiros, essa imagem
foi reforçada pela mídia, ele era a encarnação do Messias, que veio para tirar o
país do caos.
Porém Tancredo estava doente e não quis se tratar antes da posse
presidencial, na véspera de tomar posse como presidente da república foi
internado no hospital de Brasília, sofreu 7 cirurgias e ficou 38 dias internado,
vindo a falecer no dia 21de abril de 1985 no hospital do coração em São Paulo.
José Sarney (ex-filiado da UDN, depois passou para a ARENA, apoiou
todos os militares da ditadura, fundou o PFL quando instaurado o
pluripartidarismo – governo João Batista Figueiredo – num golpe oportunista
passou para o PMDB para concorrer como vice –presidente ao lado de
Tancredo no colégio eleitoral contra Maluf e os militares), assumiu o cargo de
presidente do Brasil.
Sarney deu continuidade à política econômica equivocada do período
João Figueiredo (com inúmeros planos econômicos). O Brasil tornou-se
laboratório de tecnocratas da economia, que só agravaram as crises existentes
num festival de irresponsabilidades.
Com a posse de Sarney, os militares garantiram – assim - que um
antigo aliado continuaria na presidência.
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Governo Sarney (1985 – 1989)
José Sarney e Tancredo Neves
Fonte: w w w .idadecerta.com.br
Plano Cruzado
Primeiro plano econômico do governo Sarney,
desenvolvido pelo ministro da economia Dílson Funaro,
também conhecido como Plano de Estabilização Econômica,
ocorreu a troca da moeda de cruzeiro para cruzado com a
desvalorização cambial: 1000 cruzeiros = 1 cruzado.
Salários congelados
Aluguéis congelados
Criado o salário desemprego
Congelamento dos preços nos supermercados, surgindo a figura dos
fiscais do Sarney, senhoras que fiscalizavam os preços com as tabelas
fornecidas pelo governo
Gatilhos salariais – quando a inflação atingisse 20%, haveria o aumento
salarial automático
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Essas medidas resultaram na explosão do consumo pela classe média
devido ao congelamento dos preços, isso se acentuou devido ao fato do
governo não estar pagando correção monetária nas cadernetas de poupança,
assim as pessoas retiravam o dinheiro da poupança para consumir.
O resultado disso foi a falta de abastecimento do mercado, onde as
empresas não conseguiam atender ao aumento de consumo, passando a
surgir o “ágio”, um tipo de inflação disfarçada.
Até o final de 1986 a população estava contente com governo, onde as
medidas se refletiam da seguinte maneira:
Consumidores não se preocupavam, preços estavam congelados
Ocorreram aumentos de salários, resultando em mais consumo
Empresários não tinham que pagar altos juros aos bancos
Diminuiu o desemprego no período
Aumentou a produção industrial
Mas logo o sonho do Plano Cruzado virou pesadelo, quando os bancos
passaram a cobrar preços exorbitantes pelos serviços prestados, por outro lado
começaram a faltar mercadorias, que só eram vendidas com preços acima da
tabela oficial.
Plano Cruzado II
Como o desabastecimento crescia no país, onde faltavam gêneros
básicos nos supermercados, o ministro Funaro lançou o novo plano econômico,
cruzado II, em novembro de 1986.
A inflação continuava subindo, as crises voltaram, pois o governo não
tinha o controle sobre a produção e o abastecimento, assim o governo
decretou:
Aumento de 80% no preço dos automóveis
Aumento nas taxas de telefone, energia elétrica, correios e na compra
de dólares
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Em janeiro de 1987 o governo decretou moratória ao FMI
Essas medidas só agravaram as crises em marcha. Em maio de 1987 a
inflação chegou à casa dos 23% ao mês, levando o ministro da economia
Dílson Funaro a demitir-se.
Plano Bresser
O novo ministro da economia, Bresser Pereira, apresentou um plano
econômico para tirar o país da crise:
Congelamento de preços e salários por 2 meses;
Aumento de impostos sobre a população;
Fim do gatilho salarial, mesmo com salários defasados;
Brasil voltou a pagar os juros da dívida externa ao FMI;
Limitou os salários de funcionários públicos;
Proibição de novas contratações de funcionários públicos.
Essa nova experiência econômica também fracassou e a inflação no
final de 1987 já era superior a 350% ao ano, em dezembro o ministro Bresser
demitiu-se.
Plano Verão
O novo ministro da economia, Maílson da Nóbrega, apresentou o seu
plano salvador para resolver o problema da inflação crescente no país:
Nova moeda: O cruzado novo, desvalorizado frente ao dólar;
Congelamento de preços, o que resultou no desaparecimento dos
produtos e a sua volta com ágio (inflacionados).
O Brasil entrou numa espiral inflacionária onde os índices chegavam a
80% ao mês. Por outro lado, corrupção, favorecimentos políticos a aliados,
100
concessões de emissoras de TV e de rádio eram características do governo
Sarney, que dizia que seu governo era voltado para “Tudo pelo Social.”
Assim terminou o primeiro governo civil depois de 21
anos de regime militar. O Brasil apresentava a maior dívida
externa do mundo, beirava à hiperinflação. Greves,
aumento da violência nas grandes cidades e o crescimento
das favelas, esse era o legado do governo ao próximo
presidente.
Governo Collor (1990 – 1992)
Fernando Collor de Mello fez carreira política em Alagoas. Ligado aos
militares, foi prefeito de Maceió, casou com uma herdeira das mais poderosas
oligarquias do estado: a família Malta.
Assim valendo-se do oportunismo, da demagogia, da corrupção
característica no meio político, foi criando a imagem de salvador da pátria,
aquele que veio para “caçar os marajás” (funcionários públicos com altos
salários).
O país estava descrente em relação aos políticos tradicionais que nada
fizeram para evitar as crises que assolavam o Brasi l, muitos parlamentares se
beneficiavam dessas crises.
Assim o processo eleitoral, que elegeria o primeiro presidente eleito pelo
voto direto depois de 1960, estava polarizado no segundo turno das eleições
de 1989 entre dois partidos e políticos novos.
De um lado Collor do PRN, partido sem regras, sem tradição ideológica,
formado por políticos oportunistas, marginalizados dos grandes partidos.
Do outro lado estava Luís Inácio (lula) do PT, com ideologia radical, que
prometia reforma agrária, e o não pagamento da dívida externa ao FMI, além
de mudanças profundas no processo político social do Brasil.
101
Devido ao radicalismo de suas propostas, o PT assustou a burguesia, a
classe média e os setores mais conservadores da sociedade, além da mídia
que apoiava Collor.
Assim, em 1989, Fernando Collor de Mello foi eleito com 35 milhões de
votos para governar o Brasil e solucionar a herança caótica deixada pelo
governo Sarney.
Collor vinha para salvar a maioria dos miseráveis que haviam se
multiplicado pelo país nos últimos 10 anos. Collor era o salvador dos
“descamisados” (eram os desesperados).
“Os desesperados não raciocinam, creem em salvadores, que lhes
prometem a redenção”.Cáceres, Florival.
Em 15 de março de 1990 Collor assumiu o governo e anunciou o seu
plano econômico, que ficou conhecido como Plano de Estabilização Brasil
Novo. Este plano se caracterizou pela implantação do modelo neoliberal no
Brasil, imposto pelo consenso de Washington:
Fim do cruzado novo, volta do cruzeiro
Todo o dinheiro aplicado em poupança ou qualquer investimento
financeiro ficou retido, seria devolvido em 1991 em parcelas corrigidas
Preços e salários ficavam congelados
Aumento de impostos
Liberou as importações (seguia o modelo neoliberal)
Livre negociação de salários
Não pagamento de dívidas do Estado com fornecedores (calote)
Privatização de empresas estatais
Fim de incentivo à cultura (Embrafilme)
A inflação, a falta de capitais circulantes e de consumo resultaram em
falências, desemprego e aumento de miseráveis. Assim o Brasil terminou o ano
de 1991 com a inflação de 450% em relação ao ano anterior.
102
O ano de 1992 iniciou com mais falências de empresas, desemprego,
aumento da inflação, enquanto o presidente acusava os empresários de
causadores das crises.
Enquanto isso ocorria uma avalanche de denúncias de corrupção,
favorecimentos aos aliados, chantagem, suborno e todo o tipo de
irregularidades ligadas aos ministros e ao próprio governo.
Em maio de 1992, Pedro Collor de Mello, irmão do presidente deu uma
entrevista ao semanário Veja, denunciando o esquema PC Farias de corrupção
e roubo de dinheiro público chefiado por seu irmão Fernando Collor.
Logo a seguir o congresso estabeleceu uma CPI para investigar PC
Farias, tesoureiro da campanha presidencial de Collor.
À medida que as investigações evoluíam, mais clara ficava a relação do
presidente com todo mar de lama envolvendo o governo, nas ruas crescia o
movimento pelo afastamento do presidente.
Na medida em que os escândalos vinham ao conhecimento do público,
crescia a pressão sobre os políticos no sentido de afastar Collor da
presidência.
No dia 2 de outubro o presidente foi afastado de suas atividades até ser
concluído o processo de impeachment, que se consumou em 30 de dezembro
de 1992 com o afastamento definitivo de Collor no cargo de presidente.
Collor caiu no vazio do poder. Fora eleito com 35 milhões de votos, na
primeira eleição direta depois de 21 anos de regime militar; entendeu que tinha
todos os poderes e estaria acima e tudo e de todos. Entrou em choque com as
forças que o apoiaram, culminando em atritos com Roberto Marinho da rede
Globo, que o havia apoiado durante sua campanha.
103
Fonte: http://w w w .brasilescola.com/upload/e/impeachment2.jpg
Governo Itamar Franco (1992 – 1994)
O governo de Itamar Franco se caracterizou por cumprir o mandato
restante do presidente afastado.
Massacre no presídio do Carandiru em São Paulo
Paralisou as privatizações iniciadas no governo Collor
Elaboração do plano econômico – Plano Real
Fonte: http://bimg1.mlstatic.com/revista-manchete-2113-itamar-franco_MLB-F-192034620_8401.jpg
104
Durante seu governo aumentou a violência urbana. Fernando Henrique
Cardoso, ministro da economia de Itamar, elaborou o Plano Real. Este entrou
em vigor no mês de julho de 1994, substituindo o cruzeiro pela nova moeda: o
real, trazendo como resultado a paralisação do processo inflacionário, trazendo
grande euforia à sociedade e à confiança em FHC, que aproveitou o resultado
de seu plano e candidatou-se à presidência da república.
Nas eleições de 1994, FHC do PSDB ganhou as eleições no primeiro
turno derrotando Lula do PT.
Governo Fernando Henrique Cardoso (1994 – 1998)
Fonte: http://upload.w ikimedia.org/w ikipedia/commons/1/14/Fhc-color.jpg
Inflação zero (plano real)
Adota o modelo neoliberal acelerando as privatizações de empresas
estatais
Aumento da criminalidade nos meios urbanos
Criou a paridade do dólar com o real 1=1 (1998)
Conseguiu aprovar o projeto de reeleição
105
FHC prometia em campanha reformas fiscal e tributária, que agradaram
os empresários e a burguesia diretamente interessada na diminuição das taxas
de impostos e da pesada carga tributária no país.
Novamente o candidato de oposição a concorrer nas eleições
presidenciais foi Lula do PT, mas novamente conheceu a derrota diante do
sucesso do Plano Real e do apoio de FHC junto á mídia.
Segundo Mandato FHC (1998 – 2002)
Reforma ministerial, garantir bases de apoio para aprovar projetos de
privatizações de empresas estatais como o setor de telecomunicações
Fim da paridade do dólar com o real 1 dólar = 4,20 reais
Aumento da dívida externa em 29 bilhões de dólares
No segundo mandato do governo FHC, aumentaram a miséria, a inflação,
as greves e os juros bancários que chegaram a 21% (o maior do mundo).
Por outro lado, não ocorreu nenhuma reforma fiscal ou tributária que
pudesse melhorar a economia e o consumo popular.
FHC terminou seu governo com o Brasil apresentando a maior dívida
externa do mundo. Várias empresas estatais privatizadas, como a Vale do Rio
Doce. Sem ter investido nada em geração de empregos ou algum programa
para diminuir a miséria e a violência que só cresceram no seu governo.
106
Governo Lula (2002 – 2006)
Posse de Lula
Fonte: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/retrospectiva_2007/brasil/galeria/LULA-POSSE.jpg
Depois de várias tentativas nas urnas, Lula chegava à presidência com o
Slogan “sem medo de ser feliz” e a promessa de acabar com a miséria no país
(fome zero).
O PT ganhou as eleições como o voto dos decepcionados com a política
neoliberal de FHC, que só agravou crises e inviabilizou o crescimento
econômico do país.
Aumento das exportações e da arrecadação (balança comercial
favorável).
Criada a bolsa família, 11 milhões de famílias beneficiadas.
Criada a bolsa escola, população de baixa renda.
A política econômica seguiu o mesmo modelo do governo anterior com
altos juros bancários, poucos investimentos na área social, mas mesmo assim
Lula conseguiu manter sua imagem ilesa diante da avalanche de processos de
corrupção envolvendo ministros e homens ligados ao governo (mensalão,
Correios, Sanguessugas etc.).
107
Segundo Mandato- Lula
Pagamento da dívida com o FMI (juros). O Brasil não paga mais a
dívida.
Criado o PAC – plano de aceleração do crescimento com investimentos
em obras de infraestrutura; portos, estradas, ferrovias, hidrelétricas.
Criação da política de cotas para negros e índios, além das cotas sociais
nas universidades.
O governo não investiu em obras de caráter social ou de geração de
empregos, conforme anunciou em campanha. O Brasil convive com altos
índices de exportações, modernização industrial, mas, por outro lado, a saúde,
a educação, a habitação e outros investimentos sociais estão abandonados.
Um aspecto do governo Lula em seus dois mandatos foi a suspensão das
privatizações de empresas estatais, como vinha ocorrendo nos governos
anteriores.
O legado de Lula e os desafios do novo governo
Ao tomar posse, Dilma herdará dois Brasis: um repleto de
conquistas e outro que precisa de ajustes econômicos, políticos e
sociais.
Por Rodrigo de Almeida
Quando colocar a faixa presidencial sobre o ombro de Dilma Rousseff,
Luiz Inácio Lula da Silva estará entregando à sucessora um governo e dois
países bem distintos. Há um Brasil repleto de conquistas econômicas, po líticas
e sociais que precisam ser mantidas ou ampliadas. É o Brasil que pede pé
embaixo no acelerador. E há outro Brasil precisando de ajustes econômicos,
políticos e sociais, alguns deles urgentes. É o Brasil do freio de arrumação.
Administrar esta contradição, com o agravante de que seu antecessor é seu
padrinho político, constitui o grande desafio da presidenta eleita.
108
O Brasil do pé embaixo no acelerador deverá encerrar 2010 com um
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima de 7%, a maior alta
registrada desde os anos 70. A taxa de desemprego das principais regiões
metropolitanas, que em 2002 beirava os 12%, praticamente caiu à metade nos
últimos oito anos. No mesmo período, o salário mínimo mais do que dobrou. O
número de beneficiários dos programas sociais quadruplicou. Cerca de 32
milhões de brasileiros foram incorporados à classe média. A compra de carros
e imóveis disparou.
Foto: Agência Estado
Dilma ao lado de Lula, antes da primeira entrevista depois de eleita
Dilma iniciará seu mandato sem nenhuma crise econômica à vista. O País
quitou o que devia ao Fundo Monetário Internacional. Tornou-se um credor,
deixando para trás a marca da dívida externa como uma mancha perene sobre
a sua economia. Receberá ainda o estímulo adicional de bilhões de dólares a
serem gastos com a exploração do petróleo do pré -sal e com as obras de
infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
A tais ingredientes, somam-se outros, como a redução da natalidade e o
chamado bônus demográfico - quando a maior parte da população
economicamente ativa supera largamente a de dependentes, composta por
idosos e crianças. É uma condição propícia ao desenvolvimento de uma
109
economia. Por exemplo, a reconstrução da Europa e do Japão, no período do
pós-guerra, foi facilitada pelo fato de ambas as regiões passarem por um bônus
demográfico.
Esses dados alimentam a avaliação de que o Brasil tem condições de se
sobressair na cena internacional nos próximos anos. Para o Nobel de
economia Edward Prescott, “o Brasil entrará no rol dos países industrializados
e será uma nação rica”.
O Brasil do pé embaixo no acelerador foi construído sem a utilização de
todas as boas práticas de gestão pública. Resultado: caiu no colo de Dilma
Rousseff a tarefa de corrigir vários erros que parecem pequenos hoje, mas que
podem se tornar graves se nada for feito. Especialistas em administração
pública acreditam que Dilma precisará recorrer ao freio de arrumação em
várias áreas. Serão freadas parcimoniosas, mas firmes. Essenciais para que o
Brasil não saia dos trilhos, perdendo-se numa espiral inflacionária. A
durabilidade do avanço dependerá de alguns fatores, como a preservação do
alicerce da estabilidade macroeconômica e a promoção de reformas estruturais
que sustentem o crescimento do País.
Dilma assumirá um governo marcado pelo inchaço da máquina pública e
pela necessidade cada vez mais intensa de um ajuste fiscal. Apesar dos
avanços obtidos nos últimos anos, há contas históricas a serem cobradas: o
Brasil ainda detém o terceiro pior índice de desigualdade do mundo. Metade da
população não tem rede de esgoto, a educação foi universalizada, mas
continua de baixa qualidade, e os impostos estão entre os mais altos do
mundo.
A petista já avisou que quer fazer da erradicação da miséria sua maior
bandeira de governo. Isso significa tirar, em quatro anos, 18 milhões de
brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza, segundo Estudo do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Além disso, existem problemas conjunturais a resolver. O País precisa
modernizar sua infraestrutura para manter o ritmo de crescimento, bem como
qualificar melhor sua mão de obra, se quiser atender às exigências de
110
competitividade de uma economia que está saindo do modelo agrícola e
industrial para uma economia de serviços.
Agendas não enfrentadas no governo Lula precisarão ser retomadas no
governo Dilma, como as reformas tributária, previdenciária e política.
Armadilhas como a elevação do gasto público e a necessidade de redução das
taxas de juros também precisarão ser desarmadas. E Dilma deverá ter
habilidade suficiente para implementar as correções sem desagradar as bases
políticas ligadas ao seu padrinho, um lider que deixa o governo com quase
80% de aprovação, segundo dados do instituto Vox Populi.
Sua capacidade de pisar no freio dependerá basicamente da qualidade do
relacionamento que estabelecer com a base governista no Congresso
Nacional. Dilma assume com maioria inédita na Câmara dos deputados e no
Senado Federal. Numericamente, tem condições de aprovar qualquer projeto
de lei e mesmo emendas à Constituição. Mas política não é matemática. É na
montagem do novo governo que residem as garantias de que os partidos
aliados vão apoiá-la em votações estratégicas. A presidenta eleita terá de
buscar uma fórmula para contentar o PMDB, ao mesmo tempo em que será
obrigada a agir para conter o apetite de seu próprio partido.
Governo Dilma Rousseff
36ª Presidente do Brasil
Mandato 1º de janeiro de 2011 à atualidade
Vice-presidente Michel Temer
Antecessor(a) Luiz Inácio Lula da Silva
Nome completo Dilma Vana Rousseff
Partido PT
O Governo Dilma Rousseff (2011-atualidade) é um termo informal que
corresponde ao período da história política brasileira que se inicia com a posse
111
de Dilma Vana Rousseff à presidência, em 1 de janeiro de 2011, em sua
primeira tentativa de chegar ao cargo presidencial, após derrotar o candidato
do PSDB, José Serra, nas eleições de 2010, com 56,05% dos votos válidos,
em segundo turno.
O período é marcado por fato histórico, pois representa a primeira vez
que uma mulher assumiu o poder no Brasil no posto mais importante do país.
Dilma Rousseff fazia parte do Governo Lula, tendo sido Ministra de Minas e
Energia e, mais tarde, Ministra-Chefe da Casa Civil do Brasil. Sua estada na
presidência está prevista até o dia 1 de janeiro de 2015, podendo se estender
por mais quatro anos, caso se candidate novamente e consiga se reeleger na
eleição de 2014.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
112
EXERCÍCIOS
HISTÓRIA GERAL
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
01.(USP) A preocupação em isolar a França e obter o maior número
possível de aliados caracterizou a política de um chefe de governo europeu no
período de 1871 a 1890. Estamos no referindo a:
a) Lloyd George
b) Bismarck
c) Guilherme II
d) Cavour
e) Guilherme I
02. (UFRN) Em 1914, a crise balcânica atingiu um momento de grande
tensão, quando a Áustria e a Sérvia entraram em atrito devido ao (à):
a) patrocínio da independência da Albânia pela Áustria, privando a Sérvia
de uma saída para o mar;
b) anexação da Bósnia e Herzegovina pela Áustria;
c) tentativa da Áustria de anexar a Sérvia;
d) tentativa da Rússia de anexar a Sérvia;
e) n.d.a.
113
03. (OSEC) Um dos fatores da I Grande Guerra foi a rivalidade industrial
entre a Alemanha e a Inglaterra, porque:
a) os ingleses temiam a penetração alemã em suas colônias, como se
estava verificando na Austrália;
b) os alemães receavam o poderio econômico inglês, acreditando na
eliminação da rivalidade por meio de uma guerra;
c) os alemães haviam obtido o controle comercial sobre o Império
Otomano;
d) a Alemanha vinha dominando grande parte dos mercados de consumo
até então pertencentes à Inglaterra;
e) n.d.a.
04. (USP) O assassinato do herdeiro do Império Austro-Húngaro em
Sarajevo veio complicar a situação europeia e ocasionou a eclosão da I Guerra
Mundial. O personagem em questão era:
a) o Kaiser Guilherme
b) Francisco Fernando
c) Lloyd George
d) Nicolau Romanov
e) n.d.a.
114
05. (PUC) O fim da I Guerra Mundial trouxe, entre outras consequências:
a) a unificação política do Oriente Médio, sob a liderança do Egito;
b) o aparecimento de numerosos novos Estados, em virtude da
desintegração dos Impérios Otomano, Austro- Húngaro e Russo;
c) a ampliação do território alemão, em detrimento a Polônia;
d) a simplificação do mapa político da Eurásia pelo desaparecimento de
numerosos pequenos Estados;
e) a dominação da Alemanha pelas forças de ocupação aliadas.
06. (OSEC) Presidente dos EUA durante a Guerra de 1914-1918:
a) Franklin Roosevelt
b) Churchill
c) Wilson
d) Theodore Roosevelt
e) n.d.a.
07. Qual dos fatores abaixo NÃO está ligado à I Guerra Mundial enquanto
causa?
a) O Tratado de Frankfurt.
b) A crescente procura de mercados e matérias-primas.
c) A política agressiva de Bismarck.
d) A Crise Balcânica.
e) A disputa colonial.
115
08. Qual o acontecimento que em 1871 veio alterar o equilíbrio europeu?
a) A unificação da Alemanha.
b) A derrota da França na Guerra Franco-Prussiana.
c) O início da industrialização da Rússia.
d) A dissolução da "Liga dos Três Imperadores".
e) O fim do Império de Napoleão III.
09. Em todos os sistemas de alianças formados por Bismarck, qual o país
que foi sistematicamente excluído?
a) Áustria
b) Rússia
c) França
d) Itália
e) Grã-Bretanha
10. Qual dos países abaixo NÃO está alinhado com as chamadas
"Potências Centrais" durante a I Grande Guerra?
a) Turquia
b) Bulgária
c) Sérvia
d) Alemanha
e) Áustria-Hungria
116
11. (Puccamp 2001) Observe a gravura.
A imagem simboliza o fim da Primeira Guerra Mundial. Ao associar a
imagem aos acontecimentos daquele momento histórico, pode-se afirmar que:
a) os conflitos prosseguiram depois da assinatura dos Tratados de
Versalhes, já que a França não concordou em ceder à Alemanha as regiões da
Alsácia e Lorena.
b) não foram resolvidos os problemas que deram origem à Primeira
Guerra, já que os tratados de paz previam apenas uma trégua, com a
suspensão dos conflitos bélicos.
c) na verdade não houve paz, uma vez que a Alemanha recusou-se a
assinar o Tratado de Versalhes, elaborado pela França e Inglaterra, que
estabelecia o término dos conflitos.
d) os países europeus não tinham condições bélicas de prosseguir os
conflitos, motivo pelo qual pode-se explicar a rendição de todos os países
envolvidos na guerra.
e) apesar da paz estabelecida, a guerra afetou profundamente a
economia dos países europeus, que tiveram que arcar com prejuízos imensos,
mesmo os países vitoriosos.
12. (Uel 2009)
A Grande Guerra de 1914 foi uma consequência da remobilização
contemporânea dos anciens regimes da Europa. Embora perdendo terreno
para as forças do capitalismo industrial, as forças da antiga ordem ainda
estavam suficientemente dispostas e poderosas para resistir e retardar o curso
da história, se necessário recorrendo à violência. A Grande Guerra foi antes a
expressão da decadência e queda da antiga ordem, lutando para prolongar sua
117
vida, que do explosivo crescimento do capitalismo industrial, resolvido a impor
a sua primazia. Por toda a Europa, a partir de 1917, as pressões de uma
guerra prolongada afinal abalaram e romperam os alicerces da velha ordem
entricheirada, que havia sido sua incubadora. Mesmo assim, à exceção da
Rússia, onde se desmoronou o antigo regime mais obstinado e tradicional,
após 1918 - 1919 as forças da permanência se recobraram o suficiente para
agravar a crise geral da Europa, promover o fascismo e contribuir para
retomada da guerra total em 1939.
(MAYER, A. "A força da tradição: a persistência do Antigo Regime". São
Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 13 - 14.)
De acordo com o texto, é correto afirmar que a Primeira Guerra Mundial:
a) Teria sido resultado dos conflitos entre as forças da antiga ordem
feudal e as da nova ordem socialista, especialmente depois do triunfo da
Revolução Russa.
b) Resultou do confronto entre as forças da permanência e as forças de
mudança, isto é, do escravismo decadente e do capitalismo em ascensão.
c) Foi consequência do triunfo da indústria sobre a manufatura, o que
provocou uma concorrência em nível mundial, levando ao choque das
potências capitalistas imperialistas.
d) Foi produto de um momento histórico específico em que as mudanças
se processavam mais lentamente do que fazem crer os historiadores que
tratam a guerra como resultado do imperialismo.
e) Engendrou o nazi-fascismo, pois a burguesia europeia, tendo apoiado
os comunistas russos, criaram o terreno propício ao surgimento e à expansão
dos regimes totalitários do final do século.
118
13. (Enem 2009) A primeira metade do século XX foi marcada por
conflitos e processos que a inscreveram como um dos mais violentos períodos
da história humana.
Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos
ocorridos durante a primeira metade do século XX estão:
a) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.
b) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a
corrida nuclear.
c) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução
Cubana.
d) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo
soviético.
e) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.
14. (Ufpel 2008) Artigos do Tratado de Versalhes (séc. XX):
Art. 45 - Alemanha cede à França a propriedade absoluta [...], com direito
total de exploração, das minas de carvão situadas na bacia do rio Sarre.
Art. 119 - A Alemanha renuncia, em favor das potências aliadas, a todos
os direitos sobre as colônias ultramarinas.
Art. 171 - Estão proibidas na Alemanha a fabricação e a importação de
carros blindados, tanques, ou qualquer outro instrumento que sirva a objetivos
de guerra.
Art. 232 - A Alemanha se compromete a reparar todos os danos causados
à população civil das potências aliadas e a seus bens".
MARQUES, Adhemar Martins et all. "História Contemporânea Textos e
documentos". São Paulo: Contexto, 1999.
De acordo com o texto e com seus conhecimentos, é correto afirmar que
o Tratado de Versalhes:
a) Encerrou a 2ª Guerra Mundial, fazendo com que a Alemanha perdesse
as colônias ultramarinas para os países dos Aliados.
119
b) Extinguiu a Liga das Nações, propondo a criação da Organização das
Nações Unidas (ONU), em 1945, com o objetivo de preservar a paz mundial.
c) Estimulou a competição econômica e colonial entre os países
europeus, culminando na 1ª Guerra Mundial.
d) Permitiu que as potências aliadas dividissem a Alemanha, no fim
da 2ª Guerra Mundial, em quatro zonas de ocupação: francesa, britânica,
americana e soviética.
e) Impôs duras sanções à Alemanha, no fim da 1ª Guerra Mundial,
fazendo ressurgir o nacionalismo e reorganizando as forças políticas do país.
15. (Ufpr 2008)
"A Grande Guerra Mundial de 1939 a 1945 estava umbilicalmente ligada à
Grande Guerra de 1914-1918. [...] Estes dois conflitos constituíram nada
menos que a Guerra dos Trinta Anos da crise geral do século XX. [...] A Grande
Guerra de 1914, ou a fase primeira e pro togênica dessa crise geral, foi uma
consequência da remobilização contemporânea dos 'anciens regimes' da
Europa. Embora perdendo terreno para as forças do capitalismo industrial, as
forças da antiga ordem ainda estavam suficientemente dispostas e poderosas
para resistir e retardar o curso da história, se necessário recorrendo à violência.
[...] Após 1918 - 1919 as forças da permanência se recobraram o suficiente
para agravar a crise geral da Europa, promover o fascismo e contribuir para a
retomada da guerra total em 1939."
(MAYER, Arno. "A força da tradição: a persistência do Antigo Regime".
São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 13 -14.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o período, é correto
afirmar:
a) A imobilização dos exércitos na chamada "guerra de trincheiras",
característica da I Guerra Mundial, foi atribuída ao desequilíbrio econômico dos
principais países envolvidos na disputa, já que a unificação tardia da Alemanha
impossibilitou um desenvolvimento capaz de fazer frente ao poderio da
Inglaterra e da França.
b) No episódio da I Grande Guerra Mundial, a identificação de elementos
sociais oriundos do Antigo Regime destaca a importância da tensão constante
120
entre o potencial para as transformações e a força das permanências na
análise dos acontecimentos históricos.
c) As organizações de militantes fascistas e nazistas, surgidas no
contexto dos anos entre-guerras, tinham por base uma concepção aristocrática
de mundo herdada do "ancien régime", caracterizando-se assim mais como
forças da antiga ordem do que como resultado da modernidade capitalista.
d) A retomada da guerra total, em 1939, foi marcada por uma mudança
radical no cenário econômico internacional, pois, ao contrário das disputas
imperialistas que antecederam o conflito na I Guerra Mundial, a Europa
beneficiou-se amplamente da Grande Depressão que atingiu os Estados
Unidos da América.
e) É fundamental reconhecer o fracasso do socialismo e da social-
democracia a partir da emergência do nazi-fascismo, o que explica a
inequívoca opção do movimento trabalhista internacional pelas forças
partidárias da denominada antiga ordem, sobretudo nos anos que sucederam
as duas Grandes Guerras Mundiais.
16. (Uff 2012) No século XIX, um dos eventos mais importantes foi a
unificação alemã. A partir dela o mundo europeu e colonial caminhou na
direção da hegemonia da Alemanha.
Assinale a alternativa que melhor identifica o período.
a) A Conferência Colonial de Berlim, em 1884/1885, simboliza a força do
Império alemão nas conquistas das regiões africanas, como o Egito.
b) A política alemã no processo de expansão colonial do século XIX
reacendeu as rivalidades entre as potências, como a crise franco-italiana
ocasionada pela conquista da Tunísia pela França.
c) O prussiano Bismark foi o responsável único pela unificação alemã e
pela vitoriosa expansão colonial na região da Ásia Menor.
d) A política socialista de Bismark permitiu o fortalecimento econômico da
Alemanha, pautado no apoio às pequenas empresas de origem familiar.
e) O período é marcado, não somente pelo isolamento da França, mas
também pelo enfraquecimento das relações internacionais entre a Alemanha e
a Itália.
121
17. (Puccamp) Uma ameaça que não se cumpriu:
Em 1937, em Genebra, no plenário da Sociedade das Nações, o
embaixador japonês barão Shudo levantou a tese de que as regiões
inexploradas de vários países deveriam ser cedidas a nações ricas e
populosas, como o Japão, naturalmente. Nesse caso o Brasil Central desértico
era uma preocupação crescente. (...) Os estrategistas brasileiros concluíram
que a Amazônia se autodefendia do colonizador branco com suas doenças,
suas selvas e seu calor. Não havia porquê recear ali uma investida do Eixo. A
mortandade provocada nos estrangeiros pela construção da ferrovia Madeira-
Mamoré, na atual Rondônia, também corroborava essa tese.
Muito diferente, no entanto, era a situação da pré-Amazônia mato-
grossense e goiana, com suas extensas faixas de campos e cerrados
habitáveis, colonizáveis sem maiores esforços. Era o caso típico da região do
Araguaia-Xingu, que continha a Serra do Roncador e seus prodígios, além dos
garimpos de diamantes do alto Araguaia, em parte contrabandeados para a
Alemanha.
(Adaptado da Revista "Especial Temática". O Brasil que Getúlio sonhou.
n.4. São Paulo: Duetto, 2004. p.71)
A Sociedade das Nações mencionada no texto, também conhecida como
Liga das Nações, foi criada em 1919 com o objetivo de:
a) promover a paz armada, após o Tratado de Versalhes, através da
liderança do governo dos Estados Unidos, que presidiu essa organização.
b) unir as nações democráticas e economicamente mais poderosas, para
impedir a volta do nazi-fascismo, cuja expansão causara a Primeira Guerra
Mundial.
c) executar as determinações previstas pelo documento conhecido como
"14 pontos de Wilson" e que favoreciam os países da Tríplice Aliança.
d) promover o neocolonialismo na África, Ásia e Oceania, condição
fundamental para a expansão mundial do capitalismo monopolista.
e) intermediar conflitos internacionais a fim de preservar a paz mundial,
fiscalizando o cumprimento dos tratados pós-guerra.
122
18. (Cesgranrio) O clima de tensão oriundo da expansão imperialista na
Ásia e determinador do Primeiro Conflito Mundial pode ser avaliado pelas:
a) rivalidades entre franceses e ingleses na Indochina, entre ingleses e
russos na Ásia Central e entre russos e japoneses na Mandchúria e Coreia.
b) políticas de alianças entre russos e japoneses para bloquear as
pretensões inglesas e francesas no sudeste asiático.
c) tensões entre o Império Inglês e o Império Chinês em torno da Coreia e
da Mandchúria com o apoio da França à Inglaterra.
d) rivalidades entre ingleses e franceses no sudeste asiático, entre belgas
e alemães em Port-Arthur e entre russos e poloneses na Ásia Europeia.
e) tensões entre o Império Austro-Húngaro e a Grécia na região do
sudeste asiático com o apoio da Inglaterra aos gregos.
19. (Mackenzie) Ao término da Primeira Grande Guerra, as potências
vencedoras responsabilizaram a Alemanha pela guerra e foi-lhe imposto um
tratado punitivo, o Tratado de Versailles, que teve como consequências:
a) degradação dos ideais liberais e democráticos, agitações políticas de
esquerda - como o movimento espartaquista - crise econômica e desemprego.
b) enfraquecimento dos sentimentos nacionais, militarização do Estado
Alemão, recuperação econômica e incorporação de Gdansk.
c) anexação das colônias de Togo e Camarões, a afirmação dos ideais
liberais e democráticos e a valorização do marco alemão.
d) prosperidade econômica, rearmamento alemão, desmembramento da
Alemanha e fortalecimento dos partidos liberais.
e) surgimento da República Democrática Alemã e da República Federal
Alemã, fortalecimento do nazismo, militarismo e diminuição do desemprego.
123
20. (Mackenzie) Dentre as causas da Primeira Grande Guerra, destaca-se
a questão balcânica, que pode ser associada:
a) à formação de novas nacionalidades, como a Iugoslava sob a tutela da
Alemanha.
b) às disputas coloniais na Ásia e na África entre a França e a Inglaterra.
c) ao interesse russo em abrir os estreitos de Bósforo e Dardanelos, o
nacionalismo eslavo e ao temor austríaco quanto à formação da Grande
Sérvia.
d) às desavenças entre o Império Austro-Húngaro e a Inglaterra ligadas à
anexação da Bósnia-Herzegovina.
e) ao assassinato do Príncipe Herdeiro, Francisco Ferdinando, e as
questões pendentes relacionadas ao Tratado de Brest-Litowsky e o
desmembramento da Áustria-Hungria.
21. (Puccamp) A Primeira Guerra Mundial, que enfraqueceu a Europa em
população e importância econômica:
a) acarretou a criação da Liga Pan-Germânica encarregada de efetivar o
"Anschluss".
b) contribuiu para a concretização do Pacto Germânico-Soviético de não
agressão, firmado entre Guilherme II e Nicolau II.
c) contribuiu para a formação, dentro da Sérvia de sociedades secretas,
tais como a Mão Negra fundada em 1921.
d) contribuiu para a criação de um clima favorável para a aceitação dos
princípios do socialismo utópico.
e) acarretou a difusão das ideias que apontavam as contradições do
liberalismo.
124
22. (Pucrs) Dentre os desdobramentos políticoeconômicos imediatos na
ordem internacional produzidos pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918), é
correto apontar
a) o fim dos privi légios aduaneiros da França no comércio com a
Alemanha.
b) o surgimento da Organização das Nações Unidas, por meio do Tratado
de Sevres.
c) a criação da Iugoslávia, como decorrência das questões políticas dos
Balcãs.
d) a anexação da Palestina, da Síria e do Iraque ao Império Otomano.
e) a incorporação da Hungria e da Tchecoslováquia aos domínios
austríacos.
23. (Uff) Muitos historiadores consideram a Primeira Guerra Mundial como
fator de peso na crise das sociedades liberais contemporâneas. Assinale a
opção que contém argumentos todos corretos a favor de tal opinião.
a) A economia de guerra levou a um intervencionismo de Estado sem
precedentes; a "união sagrada" foi invocada em favor de sérias restrições às
liberdades civis e políticas e, em função da guerra recém-terminada, eclodiram
em 1920 graves dificuldades econômicas que abalaram os países liberais
sobretudo através da inflação.
b) Em todos os países, a economia de guerra forçou a abolir os sindicatos
operários, a confiscar as fortunas privadas e a fechar os Parlamentos, pondo
assim em cheque os pilares básicos da sociedade liberal.
c) Durante a guerra foi preciso instaurar regimes autoritários e ditatoriais
em países antes liberais como a França e a Inglaterra, num prenúncio do
fascismo ainda por vir.
d) A guerra transformou Estados antes liberais em gestores de uma
economia militarizada que uti lizou de novo o trabalho servil para a confecção
de armas e munições, em flagrante desrespeito às liberdades individuais.
e) Derrotadas na Primeira Guerra Mundial, as grandes potências liberais
foram, por tal razão, impotentes para conter, a seguir, o desafio comunista e o
fascismo.
125
24. (Unesp) A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) resultou de uma
alteração da ordem institucional vigente em longo período do século XIX. Entre
os motivos desta alteração, destacam-se:
a) a divisão do mundo em dois blocos ideologicamente antagônicos e a
constituição de países industrializados na América.
b) a desestabilização da sociedade europeia com a emergência do
socialismo e a constituição de governos fascistas nos países europeus.
c) o domínio econômico dos mercados do continente europeu pela
Inglaterra e o cerco da Rússia pelo capitalismo.
d) a oposição da França à divisão de seu território após as guerras
napoleônicas e a aproximação entre a Inglaterra e a Alemanha.
e) a unificação da Alemanha e os conflitos entre as potências suscitados
pela anexação de áreas coloniais na Ásia e na África.
25. (Unifesp) Para o historiador Arno J. Mayer, as duas guerras mundiais, a de
1914-1918 e a de 1939-1945, devem ser vistas como constituindo um único
conflito, uma segunda Guerra dos Trinta Anos. Essa interpre tação é possível
pelo fato:
a) de as duas guerras mundiais terem envolvido todos os países da
Europa, além de suas colônias de ultramar.
b) de prevalecer antes da Segunda Guerra Mundial o equilíbrio europeu,
tal como ocorrera antes de ter início a primeira Guerra dos Trinta Anos, em
1618.
c) de, apesar da paz do período entre guerras, a Segunda Guerra ter sido
causada pelos dispositivos decorrentes da Paz de Versalhes de 1919.
d) de terem ocorrido, entre as duas guerras mundiais, rebeliões e
revoluções como na década de 1640.
e) de, em ambas as guerras mundiais, o conflito ter sido travado por
motivos ideológicos, mais do que imperialistas.
126
Resolução:
01. B
02. B
03. D
04. B
05. B
06. C
07. C
08. A
09. C
10. C
11.E
12.D
13.A
14.E
15.B
16.B
17.E
18.A
19.A
20.C
21.E
22.C
23.A
24.E
25.C
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
1. (UNITAUC) O fato concreto que desencadeou a Segunda Guerra
Mundial foi:
a) a saída dos invasores alemães do território dos Sudetos, na
Checoslováquia;
b) a tomada do "Corredor Polonês" que desembocava na cidade-livre de
Dantzig (atual Gdanki), pelos italianos;
c) a invasão da Polônia por tropas nazistas e a ação da Inglaterra e da
França declarando guerra ao Terceiro Reich;
d) a efetivação do "Anschluss", que desmembrou a Áustria da Alemanha;
e) a invasão da Polônia por tropas alemãs, quebrando o Pacto Germano-
Soviético.
127
2. (FUVEST) "Esta guerra, de fato, é uma continuação da
anterior." (Winston Churchill, em discurso feito no Parlamento em 21 de agosto
de 1941). A afirmativa acima confirma a continuidade latente de problemas não
solucionados na Primeira Guerra Mundial, que contribuíram para alimentar
antagonismos e levaram à eclosão da Segunda Guerra Mundial. Entre esses
problemas, identificamos:
a) o crescente nacionalismo e o aumento da disputa por mercados
consumidores e por áreas de investimentos;
b) o desenvolvimento do imperialismo chinês da Ásia, com abertura para
o Ocidente;
c) os antagonismos austro-ingleses em torno da questão da Alsácia-
Lorena;
d) a oposição ideológica que fragilizou os vínculos entre os países,
enfraquecendo todo tipo de nacionalismo;
e) a divisão da Alemanha, que a levou a uma política agressiva de
expansão marítima.
3. (UFPED) Em torno de fatos relacionados com a Segunda Guerra
Mundial, estabeleça a correspondência:
1. Blitzkrieg ( ) Guerra relâmpago.
2. Kamikaze ( ) Cidade arrasada pela bomba atômica.
3. Os países da Aliança ( ) Piloto suicida utilizado pela aviação
japonesa.
4. As nações do Eixo ( ) Inglaterra, França, União Soviética e
Estados Unidos.
5. Nagasaki ( ) Japão, Itália e Alemanha.
a) 2, 3, 5, 4 e 1
b) 1, 2, 5, 4 e 3
c) 1, 5, 2, 4 e 3
d) 1, 5, 2, 3 e 4
e) 4, 5, 2, 3 e 1
128
4. (UFRNA) Em relação à Segunda Guerra Mundial, é correto afirmar
que:
a) Hitler empreendeu implacável perseguição aos judeus, o Holocausto, que
resultou na morte de seis milhões de pessoas;
b) os norte-americanos permaneceram neutros na guerra até 1941, quando
bombardearam Hiroshima e Nagasaki;
c) Charles de Gaulle, líder da resistência francesa, foi o chefe do governo de
Vichy ;
d) com o ataque alemão a base de Pearl Harbor, os norte-americanos
resolveram entrar na guerra;
e) a Crise de 1929 nada teve a ver com a Segunda Guerra Mundial.
5. (UEMTC) A Segunda Grande Guerra (1939-1945) adquiriu caráter mais
abrangente tanto em relação à área do conflito quanto a participação de
poderosos países a partir de dezembro de 1941, quando:
a) os russos tomaram a iniciativa de anexar os Estados Bálticos;
b) os alemães invadiram o litoral mediterrâneo da África;
c) os japoneses atacaram a base norte-americana de Pearl Harbor;
d) os franceses, por determinação do marechal Pétain, ocuparam o Sudeste da
Ásia;
e) os chineses cederam a maior parte de seu território às tropas do Eixo.
6. Os Estados Unidos iniciaram sua participação na Segunda Guerra Mundial
motivados pelo(a):
a) invasão da China pelo exército do Japão;
b) política de implantação do Plano Marshall, que favorecia a industrialização
do país;
c) afundamento pelos japoneses, no Oceano Pacífico, de navios de países
aliados, como o Brasil;
d) ataque japonês à base naval americana de Pearl Harbor;
129
e) apoio dado pela ONU aos países latino-americanos participantes do conflito.
7. Assinale a alternativa errada no contexto da Segunda Guerra Mundial:
a) A anexação da Albânia pelas tropas fascistas italianas.
b) A invasão, pelos japoneses, de regiões chinesas de grande importância
econômica.
c) A vitória alemã na batalha de Stalingrado, que consolidou a hegemonia
alemã.
d) A anexação da região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, pelos alemães.
e) A crise do Corredor Polonês, que culminou com a invasão da Polônia por
tropas nazistas.
8-O Totalitarismo Nazifascista na Europa instalou-se sob permissão
complacente de Inglaterra e França, devido a(o):
( ) O estabelecimento de governos totalitários era uma garantia de paz entre
os países.
( ) O socialismo era uma terrível ameaça aos interesses de banqueiros e
industriais capitalistas.
( ) Grande parte da classe dominante que visando seus interesses
econômicos apoia as ditaduras em favor da ordem social
( ) Os regimes totalitários não tinham uma doutrina clara, portanto facilmente
flexíveis aos interesses da França.
( ) A ascensão econômica mundial dos EUA dependia do apoio de regimes
totalitários como o Nazismo e o Fascismo.
Assinale a sequência correta das afirmativas acima:
(A) V_V_F_V_V (B) F_V_V_F_F (C) F_F_F_V_F (D)
V_V_V_V_V (E) F_F_F_F_F
9- Ainda entre os historiadores não esgotou o debate sobre o motivo pelo qual
uma nação formada por pessoas com boa formação cultural escolheu o regime
130
Nazista como forma de governo. A este respeito podemos afirmar que os
alemães apostaram no Nazismo devido:
( ) Votaram nas propostas nazistas por descrédito nas democracias.
( ) A fantástica máquina de propaganda nazista com seu aparato cenográfico
e discursos teatrais fabricavam massas de fanáticos seguidores.
( ) Unicamente pelo carisma de Hitler que sozinho contabilizava o sucesso
da propaganda nazista.
( ) O desejo de vingança pela derrota na primeira guerra mundial
foi viabilizado como possível pela população pelas realizações do governo
nazista.
Assinale a sequência correta das afirmativas acima:
(A) V_V_F_V (B) F_V_V_F (C) F_F_F_V (D)
V_V_V_V (E) F_F_F_F
10-Observe a evolução do partido nazista. Em 1928 obtiveram 2% dos votos;
em 1930 foram 15%; em 1932 foram 31%. Podemos apontar entre os
motivos que ajudaram a ascensão meteórica do Partido Nacional Socialismo
(NAZI) só pode ser explicada devido principalmente:
a) A desconfiança dos alemães nas propostas do socialismo utópico
para reerguer a Alemanha.
b) Ao medo dos grupos capitalistas face ao avanço do "perigo vermelho" e o
aumento da luta de classes.
c) A tradição alemã em acreditar que governos fortes e autoritários são a
solução final para o país erguer-se.
d) A alta qualidade dos intelectuais, políticos e militares que compunham os
quadros do partido nazista.
e) crença da pureza e da escolha do povo alemão eleito por Deus para
governar o mundo.
131
Respostas: 1-c,2-a,3-d,4-a,5-c,6-d,7-c,8-b,9-a,10-b.
Guerra Fria
1. (UFPE) Em 24 de outubro de 2009, chefes de Estado, reunidos em Nova
Yorque, comemoraram o 64°
aniversário da Organização das Nações Unidas - ONU. O que representa essa
organização?
a) Uma associação dos países do Ocidente para o enfrentamento com os
países do Oriente.
b) A vitória da Liga das Nações, vigente durante a Primeira e a Segunda
Guerra Mundial.
c) O fim da Guerra Fria entre o mundo capitalista e o mundo comunista.
d) A descolonização da América e da África e o respectivo engajamento
político dos dois continentes.
e) Uma força internacional acima das nações, na defesa da paz mundial, dos
direitos do homem e da igualdade povos.
2 - (UFMGB) No período de 1948 e 1952, mudanças na conjuntura
internacional obrigaram os EUA a alterar sua política em relação ao Japão.
Essa alteração ocasionou o fim da intervenção americana naquele país,
adotando medidas para o Japão torna-se um aliado dos EUA na Ásia. Entre
estes medidas estão os pesados investimentos em infra-estrutura e
modernização do Japão.
Assinale a alternativa que apresenta fatores que motivaram a alteração da
política americana em relação ao Japão:
a) A ascensão de Nikita Kruchev na URSS e a invasão da Hungria pelos
soviéticos.
132
b) O advento da guerra fria e a Revolução Socialista Chinesa.
c) O macartismo e o arrependimento por ter lançado as bombas atômicas no
período da 2ª guerra mundial.
d) O surgimento da Cortina de Ferro e o conflito entre ditadores Tito-Stalin.
e) Os conflitos da Coreia e do Vietnã.
3. (PUCCD) Entre as guerras resultantes da política bipolarização das duas
grandes potências EUA e URSS, pode-se citar a que envolve:
a) católicos e protestantes.
b) sul-africanos e ingleses.
c) cubanos e soviéticos.
d) estadosunidenses e vietnamitas
e) soviéticos e judeus.
4- Durante o período da Guerra Fria as superpotências EUA e URSS adotavam
estratégias a fim de atraírem países para seu círculo de influência. Entre as
estratégias adotadas estava a criação de organismos e programas de ajuda
que rivalizam entre si no papel que cada um desempenhava. Em relação à
área econômica e militar marque a alternativa abaixo que corresponde aos
exemplos corretos de programas de ajuda e organismos criados durante a
Guerra Fria.
a) Na área econômica o Plano Marshall e o Comecon. Na área militar a OTAN
e o Pacto de Varsóvia.
b) Na área econômica o FMI e o Plano Quinquenal. Na área militar a NASA e o
Pacto de Varsóvia.
c) Na área econômica o Plano Marshall e o FMI. Na área militar a ONU e o
Pacto de Varsóvia.
d) Na área econômica o Macartismo e a ALCA. Na área militar a OTAN e o
Pacto de não agressão.
133
5- A Guerra Fria provocou a bipolarização ideológica da civilização durante boa
parte do século XX. Apesar da influência maior concentrar-se no campo
ideológico, outras áreas como o esporte e a aeroespacial sofreram interferência
da Guerra Fria e serviram de cenário para as superpotências destilarem suas
vaidades diante do mundo. Contudo foi no campo político e militar que
indiretamente EUA e URSS confrontaram-se perigosamente em diversos
momentos. Assinale a única alternativa que corresponde a sequência correta
relacionada aos conflitos indiretos entre EUA e URSS.
( )Revolução Cubana ( )Golpe Militar de 64 no Brasil ( )Guerra do Vietnã (
)Guerra do Golfo ( )Guerra da Coréia.
a) VVVVF. b)VFVFV. c) VVVVV. d)FFFFV. e)VVVFV.
Respostas: 1-E; 2-B; 3-D; 4-A; 5-E.
134
HISTÓRIA DO BRASIL
REPÚBLICA VELHA
1- Assinale a única alternativa correta. São características do Regime
republicano no Brasil na Primeira República:
a) Federalismo, voto universal, os 3 poderes (executivo, legislativo e
judiciário).
b) Federalismo, voto universal, criação do conselho de Estado e
monarquia parlamentarista.
c) Federalismo, voto universal, eleições indiretas, abolição da
escravidão.
d) Presidencialismo, Conselho de Estado, manutenção da escravidão.
e) Presidencialismo, voto censitário, eleições i ndiretas, abolição da
escravidão.
2- Em relação a o episódio da Guerra de Canudos é correto afirmar:
a) Estava relacionada com a questão fundiária, a miséria e religiosidade
do sertanejo.
b) Não lutava pela terra seus seguidores utilizavam os movimentos
messiânicos como forma de sobrevivência.
c) Foi fruto da estrutura de poder da política dos governadores
associada ao coronelismo da região.
d) As alternativas “A” e “C” estão corretas.
e) Apenas a alternativa “B” está correta.
3- Sobre a “Política dos Governadores” é correto afirmar:
a) Foi um arranjo político que resolveu o problema financeiro da enorme
divida externa do Brasil.
b) Principal fator que contribuiu para a revolta de Canudos em 1896,
liderada por Antonio Conselheiro.
135
c) Arranjo político que consistia na troca de favores entre o coronel, o
governador e o governo federal.
d) Acordo político que possibilitou aos governadores maior influência de
interferir na política nacional.
e) As alternativas “b” e “c” estão corretas.
4- A respeito do "coronelismo" podemos afirmar que:
a) O coronel era o líder político do local cujo poder era medido pela
quantidade de votos que controlava.
b) Através da intimidação e da troca de favores sobre o povo que o
coronel praticava o voto de cabresto.
c) Constituía o poder local através do voto direto secreto e de maneira
democrática.
d) A penas a alternativa “C” esta correta.
e) As alternativas “a” e “b” estão corretas.
5- Apesar da origem tanto de Canudos como do Cangaço estar ligada à
questão da terra. Estes movimentos tinham objetivos diferentes. Podemos
afirmar que a principal diferença residia em:
a) O cangaceiro via no cangaço uma forma de ascensão social.
Enquanto Canudos lutava contra a monarquia.
b) Canudos lutava pela terra. Enquanto o cangaceiro não. Apenas
utilizava-se do cangaço como meio de sobrevivência.
c) O Cangaço combatia a Coluna Prestes, enquanto Canudos era a favor
dos ideais da Coluna Prestes.
d) Canudos lutava contra o alto índice de desemprego no sertão e o
Cangaço combatia os desmandos da polícia e dos coronéis.
e) O cangaceiro era um instrumento da justiça no sertão enquanto
Canudos apoiava-se na religião, única forma de melhoria das condições de
vida do sertanejo.
136
6- Proclamada a República inicia-se um novo período na História política
do Brasil: “A República Velha ou Primeira República”. A respeito dos
primórdios da República é correto afirmar. A fase e o primeiro presidente da
República foram, respectivamente:
a)República Oligárquica e Hermes da Fonseca
b)República da Espada e Deodoro da Fonseca
c)República da Espada e Floriano Peixoto
d)República Oligárquica e Prudente de Morais
e)República da Espada e Campos Sales
7- A chamada “Política dos Governadores”, instituída a partir do governo
de Campos Salles, caracterizava-se por:
a) permitir que a escolha do Presidente da República fosse resultado de
um consenso entre os governadores;
b) tornar os governadores um mero instrumento do poder do Presidente
da República;
c) acordo político que consistia na troca de favores entre os governos
federal, estadual e municipal.
d) tornar os governadores representantes de um federalismo liberal e
democrático;
e) promover, através dos governadores, a desarticulação das oligarquias
locais.
8- "Não é por acaso que as autoridades brasileiras recebem o aplauso unânime
das autoridades internacionais das grandes potências, pela energia implacável
e eficaz de sua política saneadora das epidemias [...]. O mesmo se dá com a
repressão dos movimentos populares de Canudos e do Contestado, que no
contexto rural [...] significavam praticamente o mesmo que a Revolta da Vacina
no contexto urbano". Nicolau Sevcenko. A revolta da vacina.
De acordo com o texto, a Revolta da Vacina, o movimento de
Canudos e o do Contestado foram vistos internacionalmente como
MOVIMENTOS :
137
a) provocados pelo êxodo maciço de populações saídas do campo rumo
às cidades logo após a abolição.
b) retrógrados, pois as agitações provocadas dificultavam a modernização
do país.
c) decorrentes da política sanitarista de Oswaldo Cruz.
d) indícios de que a escravidão e o império chegavam ao fim para dar
lugar ao trabalho livre e à república.
e) conservadores, porque ameaçavam o avanço do capital norte-
americano no Brasil.
9- Sobre a Revolta de Canudos, assinale a alternativa incorreta:
A) O seu principal líder foi Antônio Conselheiro.
B) Os sertanejos de Canudos lutavam contra a injustiça e a miséria, que
afetavam o povo sertanejo.
C) Caracterizou-se como um movimento de caráter messiânico.
D) A Guerra de Canudos foi tema do livro “Os Sertões”, do escritor e
jornalista Euclides da Cunha.
E) Os revoltosos de Canudos receberam apoio incondicional dos coronéis
da região .
10) Os vaqueiros e os peões do interior escutavam o Conselheiro em silêncio,
intrigados, atemorizados, comovidos... Alguma vez, alguém o interrompia para
tirar uma dúvida. Terminaria o século? Chegaria o mundo ao ano 1900? Ele
respondia (...) Em 1896, mil rebanhos correriam da praia para o sertão e o mar
se tornaria sertão e o sertão mar (...). Mario Vargas Llosa
O carismático Antonio Conselheiro, de que fala o texto acima, liderou
a Revolta de Canudos em 1897. Podemos apontar como principais fatores
da revolta:
a) o crescimento e a modernização da economia nordestina.
b) o apoio incondicional do sertanejo à Monarquia.
c) a impossibilidade de adaptação do sertanejo aos valores republicanos.
d) o abandono em que vivia o sertanejo, o coronelismo e a luta pelo
acesso à terra.
e) a oposição contra a Igreja Católica, aliada dos monarquistas.
138
11) (UFRJ97)- “Canudos ficava num cenário que lembrava as paisagens
descritas na Bíblia: uma região árida repleta de caatingas, rodeada por cinco
serras ásperas e atravessada por um rio, o Vaza-Barris. Decidido a
permanecer naquela autêntica fortaleza natural, e isso não deve ter escapado à
percepção de Conselheiro, ele e seu grupo entraram em ação para construir
uma comunidade onde estivessem livres do incômodo das autoridades
religiosas católicas e políticas, bem como das leis republicanas, dos "coronéis",
dos juízes, dos impostos, da justiça arbitrária, da política etc”.
(COSTA, Nicola S. Canudos – Ordem e Progresso no Sertão. São Paulo,
Moderna, 1990.)
O movimento de Canudos (1896-97), liderado pelo beato Antônio Vicente
Mendes Maciel, o "Antônio Conselheiro", no sertão nordestino, é um dos mais
conhecidos exemplos de movimentos místico-populares que marcou o início da
República no Brasil. As problemáticas sociais que deram vida àquele
movimento permanecem, até hoje, em grande parte sem solução.
A) Cite e justifique dois motivos pelos quais o povoado de Canudos
incomodava as "autoridades políticas locais e as autoridades religiosas".
12- O coronelismo era uma peça chave na engrenagem da “política
dos governadores”. Em que consistia a política dos governadores e qual
a importância do coronelismo neste contexto?
12.De acordo com o texto, a Revolta da Vacina, o movimento de
Canudos e o do Contestado foram vistos internacionalmente como
MOVIMENTOS :
a) provocados pelo êxodo maciço de populações saídas do campo rumo
às cidades logo após a abolição.
b) retrógrados, pois as agitações provocadas por estes movimentos
populares dificultavam a modernização do país.
c) decorrentes da política sanitarista de Oswaldo Cruz.
d) indícios de que a escravidão e o império chegavam ao fim para dar
lugar ao trabalho livre e à república.
e) conservadores, porque ameaçavam o avanço do capital norte-
americano no Brasil.
139
13. Os movimentos messiânicos eram mais comuns do Brasil do que
imaginávamos. Além de Canudos, várias revoltas envolvendo seguidores
destes movimentos eclodiram durante a primeira metade de século passado.
Como o Messianismo foi possível?
a)Devido a concentração latifundiária, o estado de miséria dos
camponeses, a prática do coronelismo e a forte religiosidade popular.
b)Devido unicamente a religiosidade do sertanejo que encontrava nas
práticas do messias um conforto para a vida miserável que estava submetido.
c)Devido ao grande poder dos líderes messiânicos cujo prestígio era
medido pela quantidade de eleitores que controlasse conseguindo desta forma
se eleger para os cargos políticos.
d)Em virtude do temor que as profecias dos beatos causavam à
população mais pobre, preferindo resignar-se à vida de perigrinações e
orações para salvação da alma.
e)Em razão do clima de insegurança que assolava o campo causado pelo
banditismo obrigando a população mais pobre abrigarem-se nos movimentos
messiânicos para se proteger.
14-Embora fossem movimentos ligados à questão agrária e à falta de
justiça no campo Canudos e o Cangaço possuem finalidades distintas. Em
relação a esta diferenciação dos objetivos do Cangaço e de Canudos podemos
afirmar como correto que:
a) O cangaceiro tinha um fim social na sua prática, pois busca a posse da
terra e a justiça social, saqueando e roubando dos ricos para doar aos pobres.
Eram considerados os justiceiros pobres.
b) O cangaceiro não tinha nenhum fim social na sua prática, não busca a
posse da terra e tampouco a justiça social. Luta simplesmente pela
sobrevivência praticando a violência.
c) O cangaceiro é um tipo de bandido social que procura aplicar a justiça
contra os desmandos dos poderosos no sertão nordestino.
140
d) Canudos não tinha nenhum fim social na sua prática, não busca a
posse da terra e tampouco a justiça social. Luta simplesmente pela
sobrevivência praticando o fanatismo religioso.
e) Canudos tinha um fim social, mas não busca a posse da terra apenas a
justiça social mesmo que fosse alcançada por métodos violentos justificados
pelo fanatismo religioso.
15- Sobre a Revolta de Canudos, assinale a alternativa INCORRETA.
A) O seu principal líder foi Antônio Conselheiro.
B) Os sertanejos de Canudos lutavam contra a injustiça e a miséria
persistente na região.
C) Caracterizou-se como um movimento de caráter messiânico.
D) A Guerra de Canudos foi tema do livro “Os Sertões”, do
escritor Euclides da Cunha.
E) Os revoltosos de Canudos receberam apoio incondicional dos coronéis
da região.
16) "Em 1898, há de rebanhos mil correr da praia para o sertão; então o
sertão virará praia e a praia virará sertão...Em 1899 ficarão as águas em
sangue e o planeta há de aparecer no nascente com o raio de sol que o ramo
se confrontará na terra e em algum lugar se confrontará no céu...Há de chover
uma grande chuva de estrelas e aí será o fim do mundo. Em 1900 se apagarão
as luzes. Deus disse no evangelho: eu tenho um rebanho que anda fora deste
aprisco e é preciso que se reúnam porque há um só pastor e um só rebanho!"
(apud CUNHA, Euclides, 1975, pág.132-3). A profecia acima refere-se a uma
das mais importantes revoltas populares vivenciadas na história da República
brasileira. Estamos nos referindo a:
A) Guerra de Canudos. B) Lampião e o cangaço. C) Revolta da Chibata. D)
Guerra do Contestado. E) a Revolução Federalista
141
Respostas:
1-A
2-D
3-C
4-E
5-B
6-B
7-C
8-B
9-E
10-D
12-B
13.A
14.B
15-E
16.A
Era Vargas
01. (FUVEST) O Brasil sofreu de forma relativamente forte os efeitos da
Crise de 1929 porque:
a) o governo de Getúlio Vargas promoveu medidas de incentivo
econômico, com empréstimos obtidos no Exterior;
b) o País, não tendo uma economia capitalista desenvolvida, ficou
menos sujeito aos efeitos da crise;
c) houve redução do consumo de bens e, com isso foi possível
equilibrar as finanças públicas;
d) acordos internacionais, fixando um preço mínimo para o café,
facilitaram a retomada da economia;
e) a base da economia eram as exportações de produtos agrícolas,
principalmente o café, sem grande valor agregado.
02. (FUVEST) A política cultural do Estado Novo com relação aos
intelectuais caracterizou-se:
a) pela repressão indiscriminada, por serem os intelectuais
considerados adversários de regimes ditatoriais;
b) por um clima de ampla liberdade, pois o governo cortejava os
intelectuais para obter apoio ao seu projeto nacional;
c) pela indiferença, pois os intelectuais não tinham expressão e o
governo se baseava nas forças militares;
d) pelo desinteresse com relação aos intelectuais, pois o governo se
apoiava nos trabalhadores sindicalizados;
e ) por uma política seletiva através da qual só os adversários frontais
do regime foram reprimidos.
142
03. De uma forma geral as fases da Era Vargas (1930 - 1945) apresentou:
a) O abandono definitivo da política de proteção ao café.
b) A crescente centralização políticoadministrativa .
c) Um respeito aos princípios democráticos, em toda sua duração.
d) Um leve "surto industrial", resultante da conjuntura da Grande
Guerra (1914 - 1918).
e) Um caráter extremamente ditatorial, em todas as suas três fases.
04. A Europa dos anos 30 conheceu os extremismos resultantes do
confronto ideológico entre os totalitarismos de esquerda e
de direita. Eram representantes de direita (nazi-fascismo), no Brasil no
período do Governo Constitucional da Era Vargas?
a) os aliancistas, reunidos em torno da Aliança Nacional Libertadora;
b) os "camisas-verdes" liderados por Luís Carlos Prestes;
c) os tenentes, que após a Revolução de 1930, tornaram-se
defensores do Estado Fascista;
d) os integralistas, sob a liderança de Plínio Salgado, sonhavam com
um Estado Totalitário;
e) os getulistas, adeptos de um Estado Forte, sob a liderança de
Vargas.
05. Recuperação da autonomia, reconstitucionalização do País e
nomeação de um interventor civil e paulista foram reivindicações que marcaram
qual fato histórico da Era Vargas:
a) o movimento tenentista da década de 1920;
b) a reação da oligarquia paulista na Revolução de 1932;
c) as manifestações integralistas nos anos 30;
d) as intentonas comunistas de 1935;
e) as rebeliões promovidas pela ANL entre 1934 e 1937.
143
06. (FGV) "Redescobrir e revolucionar é também o lema do Verde-
Amarelismo, que, antes de organizar-se no movimento Anta (Cassiano Ricardo,
Menotti del Picchia, Plínio Salgado) e materializar-se no ideário 'curupira',
passa pela xenofobia espingardeira da Revista Brasília."
O texto acima fala de um movimento literário do Brasil dos anos 30, que
tem correspondência político-ideológica com:
a) o Integralismo
b) o Marxismo-lenilismo
c) o Anarcossindicalismo
d) o Socialismo Utópico
e) a Maçonaria
07. (UFRJ) A expressão Estado Novo foi empregada para identificar um
fato histórico a partir do momento em que:
a) entrou em vigor a terceira Constituição brasileira, a de 1934;
b) foram reunidos num só os Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara;
c) Getúlio Vargas outorgou ao País a Carta de 1937, que lhe conferia
plenos poderes;
d) assumiu a Presidência da república, Jânio Quadros;
e) assumiu a Presidência da República, João Goulart.
08. (MACKENZIE) Sobre o Estado Novo, é falso afirmar que:
a) DIP, DASP e Polícia Secreta constituíram órgãos de repressão e de
sustentação do regime;
b) a centralização política e a indefinição ideológica identificaram nesta
fase;
c) a legislação trabalhista garantia o direito de greve e autonomia
sindical. O Estado afasta-se da relação capital e trabalho;
d) o crescimento industrial se fez em parte graças à concentração de
renda, baixos salários e desemprego;
e) as oligarquias apoiavam o governo já que este garantia a grande
propriedade e não estendia as leis trabalhistas ao campo.
144
09. Durante a vigência do Estado Novo (1937-1945), destaca-se a
implantação da legislação trabalhista. Foram medidas do governo Getúlio
Vargas, EXCETO:
a) A redução da jornada de trabalho.
b) A liberdade de organização sindical.
c) A remuneração de férias trabalhistas.
d) A regulamentação do trabalho feminino.
e) A criação dos institutos de aposentadoria.
10. (FUVEST) O período entre as duas guerras mundiais (1919 - 1939),
foi marcado por:
a) crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia e polarização
ideológica entre fascismo e comunismo;
b) sucesso do capitalismo, do liberalismo e da democracia e coexistência
fraterna entre o fascismo e o comunismo;
c) estagnação das economias socialista e capitalista e aliança entre os
EUA e a URSS para deter o avanço fascista na Europa;
d) prosperidade das economias capitalista e socialista e aparecimento da
guerra fria entre os EUA e a URSS;
e) a coexistência pacífica entre os blocos americano e soviético e
surgimento do capitalismo monopolista.
11. Após a queda de Getúlio Vargas (29/10/1945) é eleito Eurico Gaspar
Dutra e no primeiro ano de seu governo é concluída a:
a) Reforma Partidária;
b) Pacificação interna dos Estados;
c) Emenda Constitucional que consolida a Constituição de 1934;
d) Democratização do País;
e) Constituição, a quinta do Brasil e a quarta da República, em setembro
de 1946.
145
RESPOSTAS: 1E: 2E: 3B: 4D: 5B: 6 A: 7C: 8C: 9B: 10A: 11E
DITADURA MILITAR (1964 A 1985) À NOVA REPÚBLICA
1) (UFRSE)- Considere o modelo econômico brasileiro e suas
características intensificadas a partir de 1964:
I) internacionalização da economia brasileira.
II) Maior presença das multinacionais no sistema produtivo local.
III) Exportação de bens manufaturados baratos e importação de equipamento e
tecnologia.
Quais das afirmativas acima estão corretas?
a) apenas I
b) apenas II
c) apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III
2) (FUVEST-SP) Sobre o fim do período militar no Brasil (1964/1985),
pode-se afirmar que ocorreu de forma:
a) conflituosa, resultando em um rompimento entre as Forças Armadas e
os partidos políticos;
b) abrupta e inesperada, como na Argentina do general Galtieri;
c) negociada, como no Chile, entre o ditador e os partidos na ilegalidade;
d) lenta e gradual, como desejavam setores das Forças Armadas;
e) sigilosa, entre o presidente Geisel e Tancredo Neves, à revelia do
exército e dos partidos.
146
3) (MOGI) – Assinale a alternativa certa:
a) a crise energética da década de 70 não afetou o Brasil com intensidade
maior em razão da produção maciça de eletricidade, assim como o petróleo
descoberto na época foi suficiente para cobrir a maior parte de consumo dos
derivados do produto;
b) a abertura política iniciada no governo Geisel permitiu que se
evidenciassem problemas graves no campo social, o que foi demonstrado
pelas inúmeras greves de caráter reivindicatório salarial ocorridas a partir
daquele governo;
c) o governo Figueiredo, dando sequência à abertura iniciada na gestão
presidencial anterior, estabeleceu eleições diretas para preenchimento de
todos os cargos do poder executivo a partir de 1982;
d) a censura à imprensa foi totalmente abolida a partir do início do
governo do general Emílio Garrastazu Médici;
e) a extinção do AI-5 colaborou para que a democracia plena fosse
adiada indeterminadamente no Brasil.
4) (FGV) – Dos fatos abaixo, qual não teve relação com o movimento
das “Diretas-já!” de 1984:
a) a eleição direta de José Sarney para a presidência da República;
b) a mobilização política da juventude de classe média, que se repetiria
com os “cara pintadas” anti-Collor alguns anos depois;
c) o fortalecimento da candidatura de Tancredo Neves a presidente, ainda
que escolhido indiretamente;
d) a transformação de uma parte dos políticos do PDS que apoiavam a
ditadura militar em membros da Frente Liberal;
e) a ampliação da participação político-partidária com a formação de
partidos novos e o enfraquecimento do regime militar.
147
5) (UFMC) – No governo de Ernesto Geisel, a chamada abertura
democrática iniciou-se com:
a) a introdução do voto vinculado;
b) o término da intervenção nos sindicatos;
c) a revogação do ato institucional nº5;
d) a concessão do direito de voto aos analfabetos
e) a volta dos exilados políticos de 1964.
6) (FATEC) – Sobre o governo do presidente Itamar Franco, considere as
seguintes afirmações:
I-Embora os graves problemas sociais e econômicos continuassem a exigir
providências, o grande debate político dava-se em torno da definição das
futuras candidaturas para presidente da República;
II- Após a realização do plebiscito que decidiu sobre o regime e a forma de
governo que deveriam vigorar no País, a revisão constitucional (questão de
fundamental importância) não foi adiante;
III- A culminância da atuação do Ministério da Fazenda deu-se com a
implantação de um novo plano econômico: o Plano Real. Tratava-se de um
conjunto de medidas que deveriam estabilizar a moeda e promover a
estabilidade da economia.
Das afirmações acima é correto afirmar:
a) apenas as alternativas II e III estão corretas;
b) apenas as alternativas I e II estão corretas;
c) apenas as alternativas I e III estão corretas;
d) apenas a alternativa I está correta;
e) todas as alternativas estão corretas.
Respostas: 1-E; 2-D; 3-B;4-A;5-C;6-E
148
Período democrático do Brasil
1.Ao final do Estado Novo, veio a abertura democrática. Eleições gerais
foram realizadas e para presidente da república, foi eleito:
a) Júlio Prestes
b) Getúlio Vargas
c) João Pessoa
d) Jânio Quadros
e) Eurico Gaspar Dutra
2. Depois de meses de trabalho legislativo, foi promulgada, em 18 de
setembro de 1946:
a) A nova constituição
b) A lei de proteção à natureza
c) A reforma na economia brasileira
d) A nova aliança entre estrangeiros
e) A reforma congressista
3. No governo de Dutra em 1946 até 1951 houve o interesse de
coordenar os gastos públicos dirigindo os investimentos para os setores
prioritários. Neste período nascia o plano:
a) DUTRA
b) SALTE
c) COLLOR
d) BRESSE
e) CRUZEIRO
149
4. Uma das principais características do governo Dutra foi:
a) O abandono do nacionalismo econômico da Era Vargas.
b) O aumento de preços dos produtos industrializados que viam dos
Estados Unidos.
c) O controle de doenças epidêmicas em todo Brasil.
d) O investimento maciço no esporte e saúde com construções de
estádios e hospitais.
e) O investimento em usinas hidrelétricas em todo país.
5. Terminando o governo Dutra, houve novas eleições para presidente e
com 68 anos de idade vence as eleições:
a) Jânio Quadros
b) João Pessoa
c) Getúlio Vargas
d) Júlio Prestes
e) José Sarney
1.e – 2.a – 3.b – 4.a – 5.c
150
Ditadura Militar
1. (Uerj 2011)
Tropicália
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento no planalto central
do país
(...)
O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga, estreita e torta
E no joelho uma criança, sorridente, feia e morta
Estende a mão
151
(...)
Disponível em www.caetanoveloso.com.br
O disco e a música Tropicália tornaram-se símbolos do
“Tropicalismo”, movimento protagonizado por artistas e intelectuais, no
Brasil, em finais da década de 1960.
Esse movimento destacou-se, principalmente, pela seguinte
proposta:
a) valorização do pluralismo cultural
b) denúncia das influências estrangeiras
c) enaltecimento da originalidade nacional
d) defesa da homogeneização de comportamentos sociais
2. (Unicamp 2012) O movimento pelas Diretas Já provocou uma das
maiores mobilizações populares na história recente do Brasil, tendo
contado com a cobertura nos principais jornais do país. Assinale a
alternativa correta.
a) O movimento pelas Diretas Já, baseado na emenda constitucional
proposta pelo deputado Dante de Oliveira, exigia a antecipação das eleições
gerais para deputados, senadores, governadores e prefeitos.
b) O fato de que os protestos populares pelas Diretas Já pudessem ser
veiculados nas páginas dos jornais indica que o governo vigente, ao evitar
censurar a imprensa, mostrava-se favorável às eleições diretas para
presidente.
c) O movimento pelas Diretas Já exigia que as eleições presidenciais de
1985 ocorressem não de forma indireta, via Colégio Eleitoral, mas de forma
direta por meio do voto popular.
152
d) As manifestações populares pelas Diretas Já consistiram nas primeiras
marchas e protestos civis no espaço público desde a instituição do AI-5, em
dezembro de 1968.
3. (Fuvest 2012) No início de 1969, a situação política se modifica. A
repressão endurece e leva à retração do movimento de massas. As
primeiras greves, de Osasco e Contagem, têm seus dirigentes
perseguidos e são suspensas. O movimento estudantil reflui. A oposição
liberal está amordaçada pela censura à imprensa e pela cassação de
mandatos.
Apolônio de Carvalho. Vale a pena sonhar. Rio de Janeiro: Rocco, 1997,
p. 202.
O testemunho, dado por um participante da resistência à ditadura
militar brasileira, sintetiza o panorama político dos últimos anos da
década de 1960, marcados:
a) pela adesão total dos grupos oposicionistas à luta armada e pela
subordinação dos sindicatos e centrais operárias aos partidos de extrema
esquerda.
b) pelo bipartidarismo implantado por meio do Ato Institucional nº 2, que
eliminou toda forma de oposição institucional ao regime militar.
c) pela desmobilização do movimento estudantil, que foi bastante
combativo nos anos imediatamente posteriores ao golpe de 64, mas depois
passou a defender o regime.
d) pelo apoio da maioria das organizações da sociedade civi l ao governo
militar, empenhadas em combater a subversão e afastar, do Brasil, o perigo
comunista.
e) pela decretação do Ato Institucional nº 5, que limitou drasticamente a
liberdade de expressão e instituiu medidas que ampliaram a repressão aos
opositores do regime.
153
4. (Upe 2012) A novela Amor e Revolução exibida pelo canal de
televisão brasileiro SBT resgata os acontecimentos políticos ocorridos no
Brasil, a partir de 1964, culminando com um golpe, o qual iniciou o longo
período da Ditadura Militar. Sobre esse período histórico, podemos
concluir que:
a) apesar da repressão, a arte foi utilizada como instrumento de protesto
e de denúncias políticas, alertando para a situação do país. Foi marcado pelos
festivais com as canções de protesto de Geraldo Vandré e Chico Buarque, com
o cinema de Cacá Diegues e Glauber Rocha.
b) o Golpe de 1964 não conseguiu sufocar completamente as
manifestações culturais no país, como demonstra a emergência, no plano
musical, dos "movimentos conhecidos como Tropicália, Reggae e Bossa
Nova”.
c) o Pacote de Abril do presidente Ernesto Geisel instituiu eleições
indiretas para os governos estaduais e para um terço do senado, criando, pela
primeira vez, no Brasil, o sistema parlamentarista.
d) o Ato Institucional nº 5, editado no governo de Castelo Branco,
restringiu a liberdade individual do cidadão, mas assegurou os mandatos
políticos e o direito ao habeas corpus.
e) o slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o”, divulgava a imagem do “Brasil
Grande” por meio da política econômica denominada “milagre econômico”, não
permitindo a entrada de capital estrangeiro no país.
5. (UFTM 2012) O refrão Um, dois, três, quatro, cinco, mil, queremos
eleger o presidente do Brasil! foi entoado nos vários comícios do
movimento Diretas Já, iniciado em fins de 1983 e que tomou conta das
ruas do país em 1984. Sobre esse movimento, é correto afirmar que
a) resultou na eleição do Presidente Fernando Collor de Mello, que não
chegou a terminar o seu mandato.
154
b) preocupou os militares, que tentaram acalmar os ânimos por meio da
lei que anistiou os presos políticos.
c) renovou o cenário político nacional, pois foi a causa do surgimento de
novos partidos e lideranças políticas.
d) contou com o apoio do Presidente Figueiredo, que autorizou a
realização dos comícios e retirou o exército das ruas.
e) terminou por não atingir seus objetivos, pois não se obtiveram os votos
necessários para alterar a Constituição então em vigor.
6. (IFBA 2012)
A imagem é representativa da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985) e
permite caracterizá-la como um período marcado pela:
a) perseguição aos opositores do regime, que sofreram todo tipo de
repressão, legitimados pela Doutrina de Segurança Nacional.
b) estabilidade política marcada pela ausência de oposição e pela adesão
imediata e apoio da maior parte dos brasileiros ao regime militar.
c) ação de diferentes grupos de resistência ao regime militar, que
conseguiram impor alguns limites à repressão no país, através da guerrilha.
d) liberdade de expressão garantida pelo próprio regime, embora a
constituição estabelecesse limites à imprensa através da censura prévia.
e) manutenção dos principais direitos do cidadão, como o voto direto para
os cargos do executivo, embora houvesse forte perseguição à oposição.
155
7. (UERJ 2012)
A expansão do consumo de eletrodomésticos, como o televisor, foi
uma das características do processo de modernização da sociedade
brasileira nas décadas de 1960 e 1970. Havia, no entanto, contradições
relacionadas ao exercício dos direitos políticos.
Uma dessas contradições estava associada ao seguinte aspecto:
a) restrição do voto feminino
b) supressão do poder legislativo
c) proibição das associações sindicais
d) cerceamento da representação partidária
8. (PUCSP 2012) "Os anos 70, que se iniciaram em 1969, foram
terríveis. Todo mundo parecia apoiar a ditadura. Os brasileiros
começaram a década torcendo pelo Brasil na Copa, '90 milhões em ação',
unidos em torno da excelente seleção, que levou o tricampeonato. A
vitória deu grande prestígio a Emílio Garrastazu Médici, o militar de
plantão no governo. O plano econômico, apelidado de 'milagre brasileiro',
além de enriquecer ainda mais a burguesia, propiciou a expansão da
classe média e elevou os padrões de consumo de muitas famílias:
eletrodomésticos, um carro, o segundo carro, financiamentos da casa
156
própria pelo Banco Nacional da Habitação, o BNH. Mas, principalmente, o
começo dos anos 70 marca o início da era da televisão no Brasil".
Maria Rita Kehl. “As duas décadas dos anos 70”, in Anos 70: trajetórias.
São Paulo: Iluminuras, 2006, p. 32. Adaptado.
O texto faz um balanço da década de 1970 no Brasil e destaca, entre
outros aspectos, o
a) aumento da carestia, o avanço do populismo e a explosão no consumo
de bens de primeira necessidade.
b) surgimento da indústria automobilística, a vitória eleitoral dos militares e
a forte repressão à oposição institucional.
c) aumento da prática de esportes, a militarização do cotidiano e o
declínio do regime militar.
d) surgimento do sonho da casa própria, a superação da hiperinflação e a
plena democratização do país.
e) aumento das desigualdades sociais, o avanço da cultura de massa e o
autoritarismo político.
9. (UNESP 2012) A situação de harmonia no Congresso entraria em
crise nas eleições de 1974, marco importante do avanço pela retomada do
Estado de Direito.
(Edgard Leite Ferreira Neto. Os partidos políticos no Brasil, 1988.)
O texto menciona as eleições parlamentares de 1974, ocorridas
durante o regime militar. Pode-se dizer que essas eleições
a) representaram uma vitória significativa do partido da situação e
eliminaram os esforços reformistas de deputados e senadores.
157
b) revelaram a ampla hegemonia de que o governo desfrutava nos
estados economicamente mais fortes do Sudeste e sua fragilidade no Centro-
Norte do país.
c) reforçaram a convicção de que o bipartidarismo era o modelo político-
partidário adequado para a consolidação da República brasileira.
d) demonstraram insatisfação de parte expressiva da sociedade brasileira
e provocaram forte reação do governo, que alterou as leis eleitorais para
assegurar a manutenção do controle sobre o Congresso Nacional.
e) expressaram a popularidade dos candidatos do partido de oposição e o
desejo dos oposicionistas de manterem a ordem política então predominante.
10. (UFF 2011) A abertura política brasileira, ocorrida em meados da
década de 1980, teve início na gestão do general Ernesto Geisel em 1974,
levando mais de treze anos para desaguar em um regime democrático,
seguindo uma estratégia “lenta, gradual e segura”. A longa duração
desse processo pode ser explicada por alguns conflitos, sobretudo
aquele entre
a) políticos ligados à Arena versus políticos ligados ao Partido da
Renovação Nacional.
b) setores militares da Escola Superior de Guerra versus setores militares
dos órgãos de informação.
c) segmentos da classe média urbana versus segmentos da classe média
rural.
d) empresários industriais versus oficiais de baixo escalão das Forças
Armadas.
e) comunidades indígenas da Amazônia versus operários do ABC
paulista.
158
11. (UDESC 2011) Leia o excerto a seguir: “As classes dominantes,
sob liderança do bloco multinacional e associado, empreenderam uma
campanha ideológica e político-militar em frentes diversas, através de
uma série de instituições e organizações de classe, muitas das quais
eram parte integrantes do sistema político populista.”
(DREIFUSS, René Armand. 1964: a Conquista do Estado–Ação Política,
Poder e Golpe de Classe. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 1986. p. 483.)
Relacionando as motivações do golpe militar de 1964 no Brasil,
expostas no excerto, à cultura política brasileira, assinale a alternativa
correta.
a) À época, o Estado brasileiro tentava aproximação com a China
Comunista, o que pode ser facilmente verificável na condecoração que Jânio
Quadros realizou a Ernesto Guevara (Che) e também na viagem que João
Goulart realizou para aquele país.
b) A guerrilha urbana instituída pelo Estado Brasileiro foi capaz de
proteger os cidadãos da ameaça comunista.
c) Entre os partidos políticos que lutaram pela preservação da democracia
e contra a ditadura militar, destacou-se a Aliança Renovadora Nacional –
ARENA.
d) Pode-se afirmar que o Golpe Militar não se realizou apenas por
influências internas e exclusivamente brasileiras.
e) Questões sociais como reforma agrária, distribuição de renda e
alianças políticas não foram significativas para a produção do Golpe Militar de
1964.
12. (UFF 2011) “ (...) foi relativamente rápida a tragédia dos Waimiri-
Atruahi. Foram derrotados, mas como os Txukahamai, impuseram
imensas derrotas a seus inimigos brancos, através de muitos ataques
159
entre 1968 e 1975. Depois disso, a doença, as muitas mortes, a invasão do
território pela estrada, pela hidrelétrica, pela mineradora. A história se
repete, mais ou menos a mesma, com os Arara, na Transamazônica, com
os Parakanã, removidos três vezes em consequência da invasão de seu
território pela estrada e pelas águas da hidrelétrica de Tucuruí.”
MARTINS, José de Souza. A chegada do estranho. São Paulo, Hucitec,
1993, p.75.
Se é possível falarmos hoje de uma História do índio no Brasil, é
preciso considerar as rupturas e continuidades nos projetos de proteção
ou de destruição de comunidades indígenas. Sobre isso, pode-se afirmar
que:
a) a história da expulsão de comunidades indígenas deve ser analisada
não somente pelo seu viés econômico. Trata-se também da destruição de seus
valores culturais. Tais valores foram reconhecidos e consagrados pela Carta
Magna de 1988.
b) a legislação indigenista do período pombalino inaugurou a política de
reconhecimento dos valores culturais dos índios que se manteria, sem
alterações, ao longo do Império brasileiro.
c) o emprego de técnicas para disseminar doenças desconhecidas pelos
índios é uma prática atual para acelerar o processo de extermínio de
comunidades, na maior parte das vezes, assentadas em áreas inférteis e
desvalorizadas para o capital.
d) ao contrário das expectativas otimistas e de uma história recente de
preservação das comunidades, a população indígena tem diminuído nos
últimos anos.
e) a conjuntura a que se refere o autor representa o período de ditadura,
quando os projetos de expansão agrícola para as áreas amazônicas foram
beneficiados com incentivos fiscais e por uma política agrária que não
regularizava as terras pertencentes às comunidades indígenas.
160
13. (UERJ 2013) Entre a posse do presidente João Goulart, em 1961,
e a abertura política, iniciada em 1979-1980, a economia brasileira
enfrentou conjunturas de crise e de prosperidade, perceptíveis nas
variações dos índices econômicos apresentados na tabela a seguir.
As particularidades do período conhecido como “Milagre
Econômico” foram caracterizadas por:
a) redução das taxas de inflação e crescimento do PIB
b) incremento da dívida externa e retração das importações
c) estagnação das exportações e manutenção das taxas de inflação
d) estabilização da balança comercial e diminuição da dívida externa
14. (Enem 2010) A gente não sabemos escolher presidente/ A gente
não sabemos tomar conta da gente/ A gente não sabemos nem escovar
os dentes/ Tem gringo pensando que nóis é indigente/ Inútil/ A gente
somos inútil
MOREIRA, R. Inútil. 1983 (fragmento).
O fragmento integra a letra de uma canção gravada em momento de
intensa mobilização política. A canção foi censurada por estar associada
a) ao rock nacional, que sofreu limitações desde o início da ditadura
militar.
161
b) a uma crítica ao regime ditatorial que, mesmo em sua fase final,
impedia a escolha popular do presidente.
c) à falta de conteúdo relevante, pois o Estado buscava, naquele
contexto, a conscientização da sociedade por meio da música.
d) a dominação cultural dos Estados Unidos da América sobre a
sociedade brasileira, que o regime militar pretendia esconder.
e) à alusão à baixa escolaridade e à falta de consciência política do povo
brasileiro.
15. (Cftsc 2010) Durante o período do governo militar (1964 a 1985),
era comum a utilização dos chamados Atos Institucionais, impostos pela
repressão aos que fossem contrários ao regime. Sobre os Atos
Institucionais, é correto afirmar que:
a) os Atos Institucionais representaram o que houve de mais democrático
na República Brasileira.
b) os Atos Institucionais eram aprovados pelo Congresso Nacional.
c) os Atos Institucionais pregavam a maior participação da população na
vida política do país.
d) os Atos Institucionais tiveram apoio total de todas as classes políticas
do país.
e) o mais famoso foi AI-5 (Ato Institucional nº 5), decretado no governo do
Presidente Costa e Silva, que dava amplos poderes ao presidente da
República de governar, bem como, de suspender várias garantias individuais.
162
RESPOSTAS:
1. A
2. C]
3. E
4. A
5. E
6. A
7. D
8. E
9. D
10. B
11. D
12. E
13. A
14. B
15. E