suplemento galardão empresa do ano

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SEMANÁRIO REGIONAL - DIÁRIO ONLINE O MIRANTE faz parte integrante da edição n.º 936 deste jornal e não pode ser vendido separadamente SUPLEMENTO GaLardăO EMPrESa dO aNO 2010 António Vieira Rodrigues - Prémio Carreira Empresarial Maria Conceição Barreira - Prémio Mulher Empresária Francisco Mascarenhas. Petroibérica - Prémio Empresa do Ano António Castro Guerra - Medalha de Ouro da NERSANT Jorge Antunes. Móveis Antunes - Prémio Micro Empresa do Ano Bernardino Feija - Prémio Jovem Empresário Rogério Hortelão. Incompol - Prémio PME do Ano X Edição Galardão Empresa do Ano Os tempos são de crise, mas mesmo em momentos como este há lugar para um bom negócio. O fundador da Construtora do Lena, António Vieira Rodrigues, prémio carreira empresarial, incita os jovens a apostar em nichos de mercado com futuro. O discurso trouxe esperança à cerimónia do Galardão Empresa do Ano, uma iniciativa de O MIRANTE e NERSANT que encheu o Convento de São Francisco, em Santarém, na noite de terça-feira, 8 de Junho, em que foi homenageado também o ex-Secretário de Estado Castro Guerra. Um bom negócio sobrevive até em tempo de crise Fundador da Construtora do Lena convida jovens para o empreendedorismo PUBLICIDADE

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O MIRANTE | 17 Junho 2010 SOCIEDADE | 1

SEMANÁRIO REGIONAL - DIÁRIO ONLINE

O MIRANTEfaz parte integrante da edição n.º 936 deste jornal e não pode ser vendido separadamenteSUPLEMENTO GaLardăO EMPrESa dO aNO 2010

António Vieira Rodrigues - Prémio Carreira Empresarial

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X Edição Galardão Empresa do Ano

Os tempos são de crise, mas mesmo em momentos como este há lugar para um bom negócio. O fundador da Construtora do Lena, António Vieira Rodrigues, prémio carreira empresarial, incita os jovens a apostar em nichos de mercado com futuro. O discurso trouxe esperança à cerimónia do Galardão Empresa do Ano, uma iniciativa de O MIRANTE e NERsANT que encheu o Convento de são Francisco, em santarém, na noite de terça-feira, 8 de Junho, em que foi homenageado também o ex-secretário de Estado Castro Guerra.

Um bom negócio sobrevive até em tempo de criseFundador da Construtora do Lena convida jovens para o empreendedorismo

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Os tempos são de crise, mas mesmo em momentos como este há lugar para um bom negócio. O fundador da Construtora do Lena, prémio carreira empresarial, incita os jovens a apostar em nichos de mercado com futuro. O discurso trouxe esperança à cerimónia do Galardão Empresa do Ano, uma iniciativa de O MIRANTE e Nersant que encheu o Convento de São Francisco, em Santarém, na noite de 8 de Junho.

“Convido todos os jovens de 17, 25 e até de 35 anos a lançarem um negó-cio. Espreitem. Há sempre um lugar”. O repto foi lançado por António Vieira Rodrigues, 77 anos, fundador da Cons-trutora do Lena, durante a cerimónia de entrega do Galardão Empresa do Ano, que decorreu na noite de terça-feira, 8 de Junho, no Convento de São Francisco, em Santarém, uma iniciativa do jornal O MIRANTE em parceria com a Nersant – Associação Empresarial da Região de Santarém.

O galardoado com o prémio carreira empresarial, que nasceu em Santa Ca-tarina da Serra, no concelho de Leiria, onde está sedeada a Lena Construções, admite que ser empresário em Portugal “não é pêra doce”, mas lembra que é preciso sacrifício para atingir objectivos. “Há quem me diga que não encontra tra-balho. Mas os estrangeiros arranjam cá emprego. Temos 600 mil desempregados e 800 mil imigrantes cá a trabalhar. Na Quinta da Cortiçada, entre Rio Maior e Santarém, tenho um casal de ucranianos e um de romenos. Muitos portugueses não querem trabalhar”, analisa o em-presário que se confessa apaixonado pelo país onde nasceu depois de ter visitado os vários continentes ao longo da carreira.

Mesmo passando por anos de crise conseguiu superá-los sem despedir ninguém. “Peço agora a Deus que os meus filhos tenham igual sorte”, desejou lembrando a responsabilidade que têm os descendentes. Tem dificuldades em explicar como criou o grupo. Ao ver o vídeo sobre o percurso de vida confessa não saber se chorar ou rir, mas garante que se voltasse a ser jovem faria tudo igual.

Jorge Antunes, um dos três sócios da Micro Empresa do ano, Móveis Antunes, uma sociedade por quotas constituída

em 2002, sedeada na Golegã, que se dedica à compra, venda e distribuição de mobiliário, esclarece que o segredo do sucesso da empresa é a conjugação do conhecimento e da experiência. Agradeceu aos pais a possibilidade de ter estudado e os conhecimentos que ad-quiriu com os progenitores. Para a mãe, porto de abrigo nos dias mais pesados, foi um agradecimento especial. “Apesar das horas de trabalho que temos – não há fins-de-semana nem feriados – sabe muito bem, independentemente da hora a que chegamos, ter o nosso prato de sopa quente à espera”.

O galardoado jovem empresário, Ber-nardino Feija, das Carnes Montebravo, com unidades em Santarém e Torres Novas, optou por partilhar o prémio com alguns colaboradores e dedicou-o à mulher. “Sei que a ela tem calhado a parte mais difícil dos bons e dos maus momentos”, reconheceu. O engenheiro zootécnico, pai de três filhos, residente em Alcanede, Santarém, admite que hoje é difícil ser empresário e por isso este prémio não é de um homem só. “Pertence a 300 pessoas que trabalham todos os dias para contribuir para que esta em-presa seja de grande qualidade”.

Em representação da Incompol, Indústria de Componentes, SA, PME do ano 2008, instalada em Benavente, Rogério Hortelão, agradeceu a quem possibilita à firma que obtenha bons resultados e por isso falou em todos quantos se relacionam com a empresa, sejam pessoas colectivas ou particulares. “Só o seu envolvimento, disponibilidade e consideração permitiu esta distinção”, referiu o responsável da empresa que fabrica componentes para peças de Wolkswagen, esquentadores Vulcano e até máquinas de café Nespresso.

Para a especialista em análises clínicas Maria Conceição Barreira, gestora do laboratório Fernanda Galo, em Tomar, os actos dizem mais que as palavras. “Por detrás do prémio está um trabalho que envolveu muitos colaboradores e sacrifício”, revelou lembrando que o laboratório, um investimento de sete milhões de euros, o maior que Tomar conheceu nos últimos anos, está certifi-cado ao mais alto nível. “O futuro falará por mim”, concluiu.

Um bom negócio sobrevive até em tempo de criseFundador da Construtora do Lena convida jovens a partir para o empreendedorismo

“Há quem me diga que não encontra trabalho. Mas os estrangeiros arranjam cá emprego. Temos 600 mil desempregados e 800 mil imigrantes cá a trabalhar

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VER VÍDEOwww.omirante.pt

O ex-secretário de Estado da In-dústria no anterior Governo, António Castro Guerra, destacou terça-feira, 8 de Junho, em Santarém o papel que o tecido empresarial tem na vida do país e exortou os empresários “a recriar a esperança e lutar contra a adversidade” neste “momento particularmente difícil”. “Porque sem sacrifícios não se vai lá”, alertou o actual presidente do conselho de administração da Cimpor.

“Sou dos que pensam que sem uma sociedade civil forte não há uma socie-dade moderna. E de facto o que este país precisa é de uma sociedade civil forte, sendo certo que as empresas são a coluna vertebral da nossa sociedade civil e dentro delas as PME (pequenas e médias empresas)”, disse Castro Guerra durante a cerimónia de atribuição do Galardão Empresa do Ano, onde recebeu a Medalha de Ouro da Nersant.

Quanto à homenagem de que foi alvo pela associação empresarial da região de Santarém, pela sua acção enquanto governante no apoio às empresas, Castro Guerra diz que se limitou a cumprir o seu dever. “Cada um tem a sua maneira de se fazer cumprir. A minha é cumprir o meu dever, servir o meu país”, declarou, elogiando também aqueles que o inspi-raram no seu trabalho, como os quadros do Ministério da Economia Nelson de Sousa, Rui de Brito, Luís Filipe Costa e “velhos amigos” como Rocha de Matos e António Barros.

Confessando a amizade que o liga desde há 15 anos ao presidente da Nersant, José Eduardo Carvalho, o homenageado referiu que o galardão “terá porventura mais uma componente de simpatia do que de mérito pessoal meu”. Mas agradeceu o gesto. “Porque já dizia Hegel: nós também perseguimos o reconhecimento público”.

Antes, na cerimónia realizada no Convento de São Francisco perante cerca de duas centenas de pessoas, o presidente da Nersant fez o elogio de Castro Guerra pela sua actuação numa altura em que o tecido empresarial vivia uma situação conturbada, devido ao acumular de falências, aos conflitos laborais, às elevadas taxas de juro, à

pressão fiscal.“Neste turbilhão de problemas, e so-

frendo pressão de toda a ordem e de todo o lado, o professor Castro Guerra tinha disponibilidade para ouvir empresários, para atender às solicitações mais diver-sas e encontrar soluções para impedir o encerramento de empresas”, afirmou José Eduardo Carvalho, acrescentando: “Partilhámos com ele a resolução dos problemas de algumas empresas com grande relevância económica e social na região e ficámos surpreendidos pela sua entrega e empenho”.

E, disse ainda o presidente da Ner-sant, “no meio deste mar de problemas ainda teve capacidade para conceber e implementar um conjunto significativo de medidas anti-crise que serviram para atenuar e amortecer os efeitos mais devastadores da recessão”.

A Medalha de Ouro da Nersant foi entregue pela sétima vez em 21 anos de vida da associação. A acompanhar José Eduardo Carvalho na outorga estiveram Rocha de Matos e Ferreira de Barros

“Empresas são a coluna vertebral da nossa sociedade civil”Ex-secretário de Estado da Indústria, Castro Guerra, homenageado pela Nersant em Santarém

Castro Guerra diz que se limitou a cumprir o seu dever. “Cada um tem a sua maneira de se fazer cumprir. A minha é cumprir o meu dever, servir o meu país”

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Um beirão apaixonado pelo Ribatejo

O administrador da Petroibérica, em Fátima, concelho de Ourém, empresa do ano, Francisco Mascarenhas, lem-brou que a firma não é mais que uma família de 100 pessoas que tem evoluído e trabalhado em conjunto.

Francisco Mascarenhas agradeceu o prémio em nome da firma e pediu licença para falar sobre a sua história, tal é o orgulho de receber um galar-dão no Ribatejo. Nasceu na Beira, mas está fortemente ligado à região ribatejana por três razões: fé, trabalho e família.

“Desde pequeno me habituei a rezar a nossa senhora de Fátima”, justificou. O avô, por quem sempre teve uma consideração enorme, serviu a região

durante uma década e ajudou a criar a então província do Ribatejo com capital em Santarém.

“Trinta anos depois o meu pai vem construir numa altura bem difícil, entre 1976 e 1978, uma indústria de produtos horto alimentares congelados criando cerca de 300 postos de trabalho. Foi aí que iniciei a minha actividade profis-sional e que tive o prazer de conhecer muita gente, o que me permitiu tirar grandes ensinamentos”.

Só mais tarde Francisco Mascare-nhas apresentou o projecto Petroibérica à família Vieira Rodrigues que desde a primeira hora acolheu o projecto no Grupo Lena. Foi também por terras do Ribatejo que conheceu a mulher que se tornou na mãe dos seus filhos. “Bem-haja Ribatejo. Bem-haja Portu-gal”, terminou.

O MIRANTE deve o seu êxito à classe empresarial

“O MIRANTE deve à classe empresa-rial o êxito do seu projecto editorial”, diz o director geral do jornal, que organizou o galardão empresa do ano em parceria com a Nersant – Associação Empresarial da Região de Santarém.

“Há 23 anos apostámos num título e numa marca e dia a dia temos feito ca-minho, principalmente por 23 concelhos da região ribatejana, que mesmo assim estamos longe de cumprir ao nível das nossas metas e objectivos”.

Joaquim António Emídio considera que Portugal tem dos melhores jornais do mundo. Uma das razões é a grande concentração em Lisboa e nas historie-tas da vida política e socioeconómica que dão pano para mangas. “Por mais estranho que pareça ninguém está interessado em conquistar leitores fora dos grandes centros. Ou estão interessados, mas querem fazê-lo sem grandes investimentos. Reside aí uma das razões para o sucesso do projecto empresarial de O MIRANTE”, explica.

Muitos jornais não têm distribuição por assinaturas e vão vivendo das ven-das em banca, cada vez menores, e das “tiragens miseráveis” que são menores do que há 10 ou 20 anos. “Ninguém em Portugal, a começar no Expresso,

de quem aliás somos parceiros, e a acabar no Público, tem uma distribuição porta a porta tão bem organizada como a nossa. Nem sequer há outro jornal com uma redacção como a nossa que faça jornalismo de proximidade como nós fazemos todos os dias”.

Joaquim António Emídio sublinha que O MIRANTE é o único jornal assu-midamente regional que faz parte do barómetro da imprensa na Marktest. “Desde há muitos anos, graças ao nos-so modelo de negócio, somos a nível nacional na nossa área de influência o primeiro em fidelidade e afinidade junto dos leitores dos 23 concelhos onde mais trabalhamos”.

O director-geral de O MIRANTE su-blinha que Portugal é o país da Europa desenvolvida com mais ferros velhos por metro quadrado e com uma justiça que não consegue que uma companhia de seguros pague mais de 50 mil euros por uma morte cruel em trabalho ou na curva traiçoeira de uma estrada. “Por sermos ainda um país tão invulgar no respeito pelos direitos humanos e pela livre concorrência não temos legislação nem apoios para a criação de televisões regionais. Pelos vistos não temos ainda maioridade, como país e empresários, para poder investir num negócio que na vizinha Espanha é velho como as barbas de milho”.

“Pertencemos à geração que levou este país à insolvência”José Eduardo Carvalho num discurso onde foi directo ao assunto e pediu aos governantes que não adiem por mais tempo o que tem de ser feito para combater a crise.

“Nós pertencemos à geração que le-vou este país à insolvência. Uns por irres-ponsabilidade, outros por incompetência, outros por resignação. Se são necessárias medidas duras para dar a volta a este país que se as tome de vez”.

As palavras são do presidente da Nersant, José Eduardo Carvalho, que abriu assim a cerimónia de entrega dos prémios galardão empresa do ano, que decorreu na noite de terça-feira, iniciativa organizada em conjunto pela Associação Empresarial da Região de Santarém e jornal O MIRANTE.

O dirigente disse que muitos acharam despropositada a realização do evento na actual conjuntura económica. “O momento, dizem eles, é de ruptura e não de festas. Nós, pelo contrário, achamos oportuno e gostaríamos que este momento servisse também para reflectir porque é que uns conseguem e outros não. Porque é que nas mesmas condições conjunturais uns chegam lá e os outros não”.

Medidas para dar outro rumo ao país precisam-se, defende José Eduardo Carvalho. “Se é necessário reduzir os salários das administrações públicas, que se reduza. O mercado já está a obrigar o sector privado a fazê-lo. Cada vez mais as empresas acordam reduções negociadas de salários e procedem à supressão de prémios de produtividade, de absentismo e outros complementos salariais”.

Da mesma forma devem enfrentar-se, se assim for preciso, os sindicatos da fun-ção pública, do sector empresarial com participação estatal e as corporações. E até flexibilizar de forma ambiciosa e significativa a legislação laboral. “Se se concluir que se deve reduzir de forma acentuada os impostos sobre o trabalho e os bens produzidos e aumentar aqueles que incidem sobre o consumo que não se perca tempo”, concluiu José Eduardo Carvalho num discurso forte que anteci-pou a entrega dos prémios, um evento de evidência de exemplos práticos e actos que diferenciam alguns elementos do resto da comunidade empresarial. “Mesmo nos momentos de festa nada nos impede de transmitir o que nos vai na alma”, sublinhou, fazendo votos de que no próximo ano, por altura da entrega do galardão referente ao ano de 2009 exista uma outra “conjuntura” e uma outra “esperança”.

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A música perfeita para o perfeito espaço do Convento de S. Francisco, em Santarém. A guitarra de Custódio Castelo surpreendeu os convidados menos atentos ao panorama da música portuguesa. A cerimónia de en-trega dos galardões empresa do ano teve o brilho dos premiados e dos convidados. O espectáculo de Custódio Castelo e dos

seus músicos deu nobreza ao acto.Dentro de cada português há uma

guitarra que toca mesmo quando quem a transporta não sabe. O mestre Custódio Castelo nado e criado no concelho de Al-meirim, inspirado por paisagens ribatejanas que soube fundir noutras imagens sonoras, bebidas nas mil andanças pelo mundo,

subiu ao palco para dar aos presentes um galardão da nossa cultura.

Com ele em palco esteve outro músico da região. Carlos Garcia e a sua viola clássica. Natural de Santarém passou pelo conserva-tório e aos 9 anos já integrava a Orquestra Típica Scalabitana. Na adolescência tocava com alguns dos melhores músicos da área

A noite dos mestres do fado. O rol de cantores e cantoras que acompanhou é extenso e não se resume a fadistas. Na noite do Convento de S. Francisco mostrou todo o seu talento.

Com Custódio Castelo e Carlos Garcia tocou, como habitualmente, o contrabai-xista de Évora, Carlos Menezes. Tal como Carlos Garcia, tem formação clássica. Aluno de nota máxima. É convidado habitual da Orquestra Metropolitana de Lisboa e da Orquestra Gulbenkian. Também é contra-baixista de Jazz.

Na parte final a cantora Cristina Maria juntou a sua voz à voz dos instrumentos. Canções tecidas a fios de bom gosto. Na ponte entre o fado e outros fados do mundo. A cantora é escultora. Trabalha a pedra. No convento de S. Francisco, numa luz coada e rodeada de tanto granito esculpido por mãos de mestres passados, deve ter-se sentido no céu. E era céu e felicidade que a sua voz anunciava.

Pelo concerto passaram alguns dos te-mas mais emblemáticos do CD “Tempus”. O disco que Custódio Castelo gravou numa altura em que estava para ser operado a uma mão e temia nunca mais poder tocar. Quando, no tema de homenagem a Carlos Paredes, soaram os primeiros acordes de Verdes Anos houve gente que se arrepiou. A alma do supremo e irrepetível mestre da guitarra num edifício em que cada pedra conta uma história da nossa história, feita de gente simples com generoso coração.

Os galardoados mereciam um enquadra-mento musical assim. Em tempo de crise haja palco para os melhores de todos nós. E o palco foi dos melhores por uma noite.

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“Muitos acharam despropositada a realização do evento na actual con-juntura económica. O tempo, dizem eles, é de ruptura e não de festas. Nós, pelo contrário, achamos oportuno e gostaríamos que este momento servisse também para reflectir porque é que uns conseguem e outros

não. Porque é que nas mesmas condições conjunturais uns chegam lá e os outros não”.

José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém – Nersant

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Empresários, administradores de empresas de sucesso, galardoados, autarcas, ex-governantes, directores de Escolas de Ensino Superior. Na noite dos galardões a Nersant e O MIRANTE, parceiros de uma década na tarefa de mostrar a face do sucesso da região a nível

empresar ia l , conseguiram reunir cerca de duas centenas e meia de i lustres convidados, num aplauso unânime a quem consegue dobrar o cabo das dif iculdades e traçar novas rotas no mundo dos negócios.

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Estava uma noite de Inverno mas os convidados não faltaram à cerimónia de entrega dos galardões empresa do ano. À entrada muitos apresen-tavam as marcas da chuva no vestuário mas traziam sorrisos e palavras

amáveis. A noite não era de carpideiras. Os lamentos não franquearam as paredes do Convento de S. Francisco, em Santarém, transformado em casa de vencedores e de gente de antes quebrar que torcer.

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“Sou dos que pensam que sem uma soc iedade c iv i l for te não há uma soc iedade moderna. E de facto o que este pa ís prec isa é de uma soc iedade c iv i l for te, sendo certo que as empresas são a co luna vertebra l da nossa soc iedade c iv i l e dentro de las as PME

(pequenas e médias empresas)”Castro Guerra - Ex-secretário de Estado da Indústria e

actual presidente do Conselho de Administração da Cimpor, distinguido com a Medalha de Ouro da Nersant.

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Enquanto o ex-secretário de Estado da Indústria, Castro Guerra, subia ao palco para receber a medalha de ouro da Nersant, a sua esposa, Margarida de Senna Martinez, administradora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) – Universidade Nova de Lisboa -, sentada na primeira fila, recebia um ramo de flores. Uma distin-ção discreta para uma personalidade da área da investigação.

Uma distinção discreta

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Primeiros galardões foram entregues há 10 anosOs galardões empresa do ano tiveram a sua primeira edição em 2000. Já

lá vão 10 anos. A iniciativa da Associação Empresarial de Santarém - Nersant, em parceria com O MIRANTE, teve desde logo sucesso. Num país onde o mérito não é facilmente reconhecido ou só é reconhecido a título póstumo, distinguir as melhores empresas e empresários era essencial para o aumento da auto-estima do sector empresarial da região

As empresas e os empresários não trabalham para obter reconhecimento público mas mal vai uma sociedade que não presta homenagem aos seus melhores. E o Galardão Empresa do Ano tem mostrado que a região é capaz

de prestar esse tributo com dignidade. Aos promotores juntam-se os patro-cinadores. E a iniciativa desperta interesse junto dos cidadãos e revela casos exemplares que muitas vezes passam despercebidos na voragem dos dias.

Este ano, a cerimónia era aguardada com maior expectativa. Em tempo de crise chegaram a erguer-se vozes a favor da sua não realização. A resposta foi exemplar. Numa noite de tempestade, num dia de semana, duas centenas e meia de convidados, pessoas que ocupam cargos de grande responsabi-lidade, fizeram questão de não faltar à chamada. Quem tem o privilégio de ver o brilho no olhar dos que recebem os prémios percebe a importância do Galardão Empresa do Ano.

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Alguém pensa no concelho de Benavente ou no distrito de Santarém quando passa por um Wolkswagen EOS, um Wolskwagen Scirocco, ou quando vê um esquentador Vulcano, ou uma máquina de café Nespresso? A resposta mais óbvia é não. Mas é bom que nos habituemos a pensar que há empresas como a INCOMPOL – Indústria de Componentes, S.A. que têm a sua impressão digital em grandes marcas.

A PME do ano de 2008 encontra-se instalada no concelho de Benavente. Iniciou a sua actividade em 1987 com 7 colaboradores e uma área coberta de 500 m2. Hoje a Incompol tem 180 colaboradores e 16.300m2 divididos em três localizações: Unidade de Produção do Porto Alto, Unidade de Produção de Benavente e Centro de Formação no Porto Alto.

O “core business” é a fabricação de componentes metálicos, nomeadamen-te peças estampadas, maquinagem em série, soldadura e montagem de componentes. Os sectores para que trabalha são a indústria automóvel, electrónica, electrodomésticos, aero-náutica. É um dos principais “players” da indústria de componentes metálicos em Portugal. Do grupo, ainda fazem parte a V. N. Automóveis, localizada em Vendas Novas e que monta, pinta e transforma camiões Isuzu e a Varão Técnica, no Cartaxo, que se dedica à fabricação de dispositivos, gabarits e protótipos.

Com uma facturação de 21 milhões de euros, 90% da produção é para exportação, quer directa ou indirec-tamente. Os seus principais mercados são o Reino Unido, Espanha, França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Estados Unidos da América, Brasil, China, Suíça, Itália, Áustria e Hungria.

Dotada de prensas que vão desde as

Prémio PME do Ano

Incompol fabrica peças para grandes marcas mundiais

10 às 800 toneladas, fabrica componen-tes para volantes, carroçarias, sistemas de escape, bancos, apoios metálicos do motor, suportes de airbags, terminais para sensores e ignição, placas de aquecimento para electrodomésticos e moldes de vácuo para a indústria aeronáutica. Dando grande importância à formação profissional para suprir ne-cessidades específicas como é o caso da aeronáutica, a empresa assegurou em 2009, 90 mil horas de formação.

O esforço e o investimento em investigação e desenvolvimento e a sensibilização para a qualidade fazem parte das preocupações de gestão da empresa, sendo certificada pela ISO 9002, QS 9000, ISO 9001, ISO / TS 16949, ISO 14001, ONS-000106 e EN 9100. A estratégia futura passa por centrar na área dos compósitos por serem a base onde irá assentar nos próximos tempos a construção de automóveis e aviões.

Quando passamos por um Wolkswa-gen EOS, um Wolskwagen Scirocco, vimos um esquentador Vulcano, ou uma máquina de café Nespresso, temos de nos lembrar que todas elas têm incorporadas peças e componentes fabricados pela PME do Ano 2008 do distrito de Santarém, a INCOMPOL – Indústria de Componentes, S.A.

A estratégia futura passa por centrar na área dos compósitos por serem a base onde irá assentar nos próximos tempos a construção de automóveis e aviões

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Na Petroibérica a filosofia é estar à frente. O futuro é que vale. A empresa está a criar uma rede nacional de abastecimento de gasóleo rodoviário para frotistas de fornecimento automático sem operadores e iniciou uma operação de internacionalização dos cartões frota que permitirá o abastecimento a crédito em qualquer ponto da Europa. O segredo é não haver tempos mortos.

A empresa do ano 2008 constituiu-se em 1992, encontra-se sedeada em Fátima, concelho de Ourém, e tem 80 colaboradores. A empresa comercializa e distribui produtos petrolíferos - como fuelóleo, gás e lubrificantes - e betumes asfálticos. Tem 1000 clientes industriais e vende mais de 180000 toneladas de pro-dutos petrolíferos. A distribuição directa para clientes industriais, transportadoras e empresas de obras públicas é assegu-rada por uma frota de 18 viaturas.

Foi o primeiro distribuidor a nível nacio-nal a implementar um sistema de cartões frota nos 34 postos de abastecimento e Centros Automáticos Sem Operador que a empresa possui, permitindo aos clientes usufruírem de crédito e descontos. É a primeira em Portugal na comercialização directa de Ad-Blue nos postos de abas-tecimento.

Foi a primeira empresa deste sec-tor a obter certificação do sistema de gestão da qualidade ISO 9001:2000. Na comercialização e distribuição de ligantes betuminosos, forneceu obras de referência como foi o caso da Ponte das Lezírias, entre Carregado e Benavente, onde forneceu mais de 6,5 toneladas de ligantes betuminosos.

Em 2008 atingiu um volume de negócios de 110 milhões euros, crescendo 24 % relativamente ao exercício de 2007. Os resultados líquidos foram de 1,1 milhões de euros, tendo uma evolução de 28 % face ao ano anterior. Apesar da recessão continua a desenvolver-se e a investir. O investimento previsto para o ano de 2010 é de 2,2 milhões de euros. A empresa continua a investir na expansão da rede de retalho, abrindo dois novos postos em cada ano.

Está a criar uma rede nacional de abastecimento de gasóleo rodoviário para frotistas de fornecimento automático sem operadores. Iniciou uma operação de internacionalização dos cartões frota que permitirá o abastecimento a crédito em qualquer ponto da Europa. E res-ponde à agressividade das companhias petrolíferas estabelecendo parcerias no âmbito da rede de retalho com cadeias de distribuição alimentar, comércio tra-dicional e várias associações.

Prémio Empresa do Ano

Petroibérica continua a investir apesar da recessão

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A empresa “Móveis Antunes” está a construir um novo espaço de exposição com 1.500 m2 a inaugurar em Agosto, que vai permitir a criação de mais postos de trabalho. Mas há outros espaços onde se movimenta. Foi a primeira empresa do ramo a nível nacional que iniciou a venda online. Actualmente, 80% do volume de negócios deriva da consulta do site, e a venda directa e pagamentos online representa 10% das vendas.

A Micro Empresa do ano é uma socie-dade por quotas constituída em 2002. Sedeada na Golegã, dedica-se à compra, venda e distribuição de mobiliário. É uma empresa familiar constituída por três colaboradores, que são os sócios (filho, pai e mãe). No ano de 2008 vendeu 1,2 milhões de euros, maior volume de vendas desde a sua constituição e com um crescimento de 53% relativamente a 2007.

Foi a primeira empresa do ramo a nível nacional que iniciou a venda online. Actualmente, 80% do volume de negócios deriva da consulta do site, e a venda directa e pagamentos online representa 10% das vendas.

Concebendo os seus próprios modelos ou possibilitando modelos criados pelos próprios clientes, comercializa-os com marca registada, outra das grandes preocupações de gestão. Fabricantes de Pataias e alguns de Ourém constituem os seus parceiros privilegiados.

Dando grande importância à formação em design e decoração, estão a adequar o negócio à conjugação de três ramos: móveis, electrodomésticos e decoração. É esta reorientação estratégica que está a implicar a construção de um novo espaço de exposição com 1.500 m2 a inaugu-rar em Agosto, num investimento de 700.000,00€. Este projecto vai permitir a criação de mais 5 postos de trabalho na área de atendimento e distribuição. Negoceia, neste momento, com uma trading uma parceria para expansão para Angola.

Prémio Micro Empresa do Ano

Móveis Antunes foi a primeira empresa do ramo a fazer vendas online

Concebendo os seus próprios modelos ou possibilitando modelos criados pelos próprios clientes, comercializa-os com marca registada, outra das grandes preocupações de gestão

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O MIRANTE | 17 Junho 2010 SOCIEDADE | 17 17

Era um rapaz empreendedor que aos 14 anos montou um negócio de carvão e que nunca mais parou. Subiu a pulso mas nunca perdeu tempo a lamentar-se. Lançou e desenvolveu a Construtora do Lena. Comendador da Ordem de Mérito Industrial diz-se aberto à discussão de qualquer ideia de negócio.

António Vieira Rodrigues, fundador da Construtora do Lena, galardoado com o prémio carreira empresarial descobriu a sua vocação para os negócios muito jovem e nunca a perdeu. Já completou 77 anos, passou as empresas para os filhos mas continua aberto à discussão de novos investimentos.

Nasceu em Santa Catarina da Serra, no concelho de Leiria, onde está sede-ada a Lena Construções. A sua família estava ligada à agricultura. Diz que a casa dos seus pais era uma casa farta em trabalho, respeito e disciplina.

Com espírito empreendedor cedo começou a lutar pela sua independência económica. A primeira actividade foi o fabrico de carvão, que vendia nas redon-dezas. Paralelamente fazia viveiros de plantas ao mesmo tempo que trabalhava para a família nas actividades agrícolas. E não tinha a vida facilitada. Conta que quando não podia trabalhar com a junta de bois nos terrenos familiares, tinha que pagar do seu bolso a um homem que ocupasse o seu lugar.

Apesar de ser vizinho da escola da freguesia, só fez a terceira classe. Aos 14 anos conseguiu dinheiro para comprar uma bicicleta e mais tarde uma moto-rizada. Os investimentos eram sempre feitos a pensar na melhoria das suas actividades empresariais.

Um dia descobriu que podia ganhar dinheiro a produzir essências de alecrim e eucalipto que vendia à indústria far-macêutica. O custo de fabrico era então de cinco escudos o litro e o produto era vendido a 95 escudos. Mas não era lucro fácil. António Vieira Rodrigues levava os bidões de 50 litros na bicicleta até Ourém, onde apanhava boleia nos ca-

miões de madeira que iam para Lisboa. Muitas vezes tinha que ir em cima da carga. Nos postos de pesagem da polícia tinha que sair para que a carga não pesasse mais e o motorista não fosse multado e levava o bidão às costas pela estrada até ser recolhido de novo pelo camionista.

Dedicou-se também a fazer viveiros de eucaliptos e foi comprando máquinas para nivelar terrenos. Homem que ia atrás das oportunidades começou a utilizar as máquinas na construção de estradas através de contratos que fazia com os empreiteiros. Na década de ses-senta constituiu uma empresa de cons-trução em nome individual, que mais tarde deu origem à Lena Construções. A empresa não parou de crescer e deu origem a um grande grupo empresarial que opera em vários sectores.

António Vieira Rodrigues diz que nunca teve dinheiro, mas que sempre que precisava ele aparecia. Continua a ter um gabinete na Lena Construções onde costuma passar parte do dia em-bora já não tenha funções executivas. Passa algum tempo no Brasil onde tem uma exploração agrícola e na quinta da Cortiçada, no concelho de Rio Maior, onde produz vinho. Em 2006 recebeu das mãos do Presidente da República, a comenda de mérito industrial.

Prémio Carreira Empresarial

António Vieira Rodrigues começou a vender carvão e criou um grande grupo empresarial

Com espírito empreendedor cedo começou a lutar pela sua independência económica. A primeira actividade foi o fabrico de carvão, que vendia nas redondezas.

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Durante anos a fio espreitou a sua oportunidade. Estudou, trabalhou, pesquisou e arriscou porque quem não arrisca…Bernardino Feija sabia o que queria e avançou na altura própria. Depois foi o trabalho de consolidação e crescimento. Com espírito positivo e…sem dramas.

Bernardino Feija nasceu em Luanda em 1969 e em 1973 já estava em Portu-gal com os pais. Estudou no Liceu Sá da Bandeira, em Santarém e formou-se em engenharia zootécnica na Universidade de Évora. O pai estava ligado à produção de gado bovino e ele quis seguir-lhe as pisadas. Durante a vida académica percebeu que a indústria alimentar era o seu futuro e nunca desistiu desse objectivo.

Quando saiu da universidade deu aulas de ciências na Escola Secundária de Rio Maior durante um ano. Ao mesmo tempo investiu em formação comple-mentar. Estagiou na unidade de abate Santa Carnes, em Santarém, que hoje lhe pertence, e noutra indústria alimentar da região. Foi director técnico e director geral em duas empresas.

A emancipação empresarial chegou em 2001. Criou com o primeiro sócio a Carnes Montebravo, colocando carnes por grosso no mercado, mas foi em 2007 que Bernardino Feija deu o passo decisivo.

Em 2007, Bernardino Feija, um ano depois de ter comprado a Santa Carnes, adquiriu as instalações da antiga Tonova, em Torres Novas, fábrica concebida de raiz para o processamento de carnes. Ficou assim com uma unidade de abate e desmanche em Santarém e uma uni-dade de embalamento em Torres Novas. Ambas as unidades estão certificadas

Prémio Jovem Empresário

Bernardino Feija considera que tudo se resolve sem dramas

pela norma ISO 22:1000 e pelas normas internacionais da International Food Standard e do British Retail Consortium, o que acredita a empresa no mercado externo.

A Carnes Montebravo canaliza 70 por cento da sua produção para o mercado nacional. O restante é exportado para países como Inglaterra, Polónia, Espa-nha, Venezuela. Emprega um total de 320 pessoas, 220 das quais em Torres Novas e 100 em Santarém.

Bernardino Feija reside em Alcanede, concelho de Santarém, de onde os pais são naturais. A mulher Sandra, é direc-tora de qualidade do grupo empresarial. Têm três filhos menores.

Gosta de viver no campo mas não renega a vida urbana onde se desen-rola toda a sua estratégia empresarial. Aproveita todos os bocadinhos para carregar baterias e estar com a família. Faz caminhadas com os filhos. Relaxa na sua quinta e põe a leitura em dia com revistas de negócios e actualidade.

Possuidor de um espírito positivo, considera que tudo se resolve sem dra-mas. Quando lhe falam em problemas graves, pergunta logo se alguém está doente. Para ele, mesmo as coisas más têm sempre um lado positivo.

A Carnes Montebravo canaliza 70 por cento da sua produção para o mercado nacional. O restante é exportado para países como Inglaterra, Polónia, Espanha, Venezuela. Emprega um total de 320 pessoas, 220 das quais em Torres Novas e 100 em Santarém

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Tem a paixão da leitura e do trabalho. E quando se fala de paixão é mesmo paixão. Esquece-se do tempo quando está embrenhada naquilo que gosta de fazer. Tem discernimento suficiente para perceber que o mundo tem também outros encantos. Adora andar descalça na terra quando ajuda o pai nos trabalhos da quinta.

Se por um acaso às seis da manhã passar pelo imponente edifício do labora-tório de análises clínicas Fernanda Galo, em Tomar, é provável que lá encontre a directora técnica já em actividade. Tal como não será descabido deparar-se com Maria Conceição Barreira, às duas da ma-nhã, ainda embrenhada no trabalho.

A especialista em análises clínicas, que em 2008 impulsionou um dos maiores investimentos que Tomar conheceu nos últimos anos - no valor de sete milhões de euros - trabalha entre 16 a 18 horas por dia. Tem três filhos, dois rapazes e uma rapariga e um marido que a apoia incondicionalmente.

Maria Conceição Barreira não tem dias de folga. Mesmo em férias não consegue estar muitos dias desligada. Trabalha ao fim de semana. Quando não é na empresa é em casa. Está ligada em rede ao laboratório. Os tempos livres são passados a andar descalça na terra. Ajuda o pai, 82 anos, a fazer alguns trabalhos na quinta. Gosta de cozinhar para casas cheias. Bacalhau com migas. Comida tipicamente portuguesa.

A leitura é a sua grande paixão. À cabeceira tem 12 livros. “Assim falou Zaratustra” de Nietzsche é um deles. Mas os livros técnicos também estão lá e outros autores como Pablo Neruda. Natural de Soudos, Tomar, foi sempre aluna de 18 e 20 valores enquanto fre-quentou o liceu. À entrada da empresa está um poema que leu há trinta anos sobre a falta que o tempo faz.

Prémio Mulher Empresária

Maria Conceição Barreira não tem dias de folga

Diz que põe as pessoas à frente dos lucros da empresa. Também por isso abdicou de ter um gestor. Acumula as funções de directora técnica e gestora. Foi trabalhar para a empresa Fernanda Galo, em 1989. Tinha passado pelo Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e por Ponta Delgada, nos Açores, onde o marido foi juiz. Em 1993 passou a ser a proprietária da empresa.

Considera que saber ouvir é meio caminho andado para uma boa liderança e afirma que nunca se arrepende das decisões que toma. Não tira mérito aos homens, gestores de topo, mas admite que as mulheres podem ser mais senso-riais e ter maior jogo de cintura. Acima de tudo põe a questão da competência.

Além do laboratório de análises clínicas, que funciona com mais sete unidades de colheitas (Torres Novas, Lamarosa, Ourém, Fátima, Almeirim, Ferreira do Zêzere e Alvaiázere) tem ainda um laboratório de águas, um de alimentos e outro de controlo ambiental. A biologia molecular é uma das áreas em que aposta.

Dá primazia a colaboradores da região nos quadros da empresa que tem mais de duas dezenas de funcionários e acolhe estagiários porque considera que as em-presas têm a obrigação moral de ajudar quem está a entrar no mercado.

Maria Conceição Barreira não tem dias de folga. Mesmo em férias não consegue estar muitos dias desligada. Trabalha ao fim de semana. Quando não é na empresa é em casa. Está ligada em rede ao laboratório. Os tempos livres são passados a andar descalça na terra

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