surgimento da enfermagem

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FACULDADE PITGORASPROF.: HELONETURMA: 27

Enfermagem e Cincia A histria da Enfermagem

Leila Fernanda Leite Laisla SantanaGabriela FreitasIanaine GonalvesOlgaLasYuri

Introduo

O desenvolvimento das prticas de enfermagem est intimamente associado s estruturas das diferentes naes em pocas diversas, e, desde seus primrdios, vem exercendo um trabalho fruto de uma lenta e progressiva formao.Pode-se dizer que a Enfermagem to antiga quanto humanidade, vez que inerente prpria condio de sobrevivncia dos homens. A sua prtica, por mais simples que fosse, determinaram a para a sociedade de seu tempo e para a sociedade contempornea as bases e os conhecimentos necessrios para que tal cincia se desenvolvesse. A abordagem de sua evoluo histrica, que aqui se busca, tem como cenrio as relaes da enfermagem com a estrutura poltica e social de cada perodo em que estudada, com a cultura e sabedoria dos povos em que se desenvolveu.Para embasamento desse estudo, estudaremos as contribuies de Florence Nightingale, mulher que renovou todos os conceitos at ento dominantes na rea da enfermagem e foi de grande utilidade na imensa reforma realizada em seu prprio pas e que posteriormente se estenderia rapidamente a outras naes.Nessa mesma esteira, estudaremos tambm as contribuies de Ana Justina Ferreira Nery, que se consagrou como pioneira da enfermagem no Brasil

Surgimento da Enfermagem

A profisso surgiu do desenvolvimento e evoluo das prticas de sade no decorrer dos perodos histricos. As prticas de sade instintivas foram s primeiras formas de prestao de assistncia. Num primeiro estgio da civilizao, estas aes garantiam ao homem a manuteno da sua sobrevivncia, estando na sua origem, associadas ao trabalho feminino, caracterizado pela prtica do cuidar nos grupos nmades primitivos, tendo como pano-de-fundo as concepes evolucionistas e teolgicas, Mas, como o domnio dos meios de cura passaram a significar poder, o homem, aliando este conhecimento ao misticismo, fortaleceu tal poder e apoderou-se dele.Quanto Enfermagem, as nicas referncias concernentes poca em questo esto relacionadas com a prtica domiciliar de partos e a atuao pouco clara de mulheres de classe social elevada que dividiam as atividades dos templos com os sacerdotes.

As prticas de sade mgico-sacerdotais, abordavam a relao mstica entre as prticas religiosas e de sade primitiva desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Este perodo corresponde fase de empirismo, verificada antes do surgimento da especulao filosfica que ocorre por volta do sculo V a.C. Essas aes permanecem por muitos sculos desenvolvidas nos templos que, a princpio, foram simultaneamente santurios e escolas, onde os conceitos primitivos de sade eram ensinados. Posteriormente, desenvolveram-se escolas especficas para o ensino da arte de curar no sul da Itlia e na Siclia, propagando-se pelos grandes centros do comrcio, nas ilhas e cidades da costa.

Nos primeiros sculos da era crist a prtica de sade, antes mstica e sacerdotal, passa agora a ser um produto desta nova fase, baseando-se essencialmente na experincia, no conhecimento da natureza, no raciocnio lgico - que desencadeia uma relao de causa e efeito para as doenas - e na especulao filosfica, baseada na investigao livre e na observao dos fenmenos, limitada, entretanto, pela ausncia quase total de conhecimentos anatomofisiolgicos. Essa prtica individualista volta-se para o homem e suas relaes com a natureza e suas leis imutveis. Este perodo considerado pela medicina grega como perodo hipocrtico, destacando a figura de Hipcrates que como j foi demonstrado no relato histrico, props uma nova concepo em sade, dissociando a arte de curar dos preceitos msticos e sacerdotais, atravs da utilizao do mtodo indutivo, da inspeo e da observao. No h caracterizao ntida da prtica de Enfermagem nesta poca.As prticas de sade monstico-medievais, focalizavam a influncia dos fatores socioeconmicos e polticos do medievo e da sociedade feudal nas prticas de sade e as relaes destas com o cristianismo. Esta poca corresponde ao aparecimento da Enfermagem como prtica leiga, desenvolvida por religiosos e abrange o perodo medieval compreendido entre os sculos V e XIII.As prticas de sade no mundo moderno analisam as aes de sade e, em especial, as de Enfermagem, sob a tica do sistema poltico-econmico da sociedade capitalista. Ressaltam o surgimento da Enfermagem como atividade profissional institucionalizada. Esta anlise inicia-se com a Revoluo Industrial no sculo XVI e culmina com o surgimento da Enfermagem moderna na Inglaterra, no sculo XIX.Naquela poca, estiveram sob piores condies, devido predominncia de doenas infectocontagiosas e a falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes. Os ricos continuavam a ser tratados em suas prprias casas, enquanto os pobres, alm de no terem esta alternativa, tornavam-se objeto de instruo e experincias que resultariam num maior conhecimento sobre as doenas em benefcio da classe abastada. neste cenrio que a Enfermagem passa a atuar, quando Florence Nightingale convidada pelo Ministro da Guerra da Inglaterra para trabalhar junto aos soldados feridos em combate na Guerra da Crimia.

Florence Nightingale

Possua inteligncia incomum, tenacidade de propsitos, determinao e perseverana, o que lhe permitia dialogar com polticos e oficiais do Exercito, fazendo prevalecer suas ideias.No desejo de realizar-se como enfermeira, passa o inverno de 1844 em Roma, estudando as atividades das Irmandades Catlicas. Decidida a seguir sua vocao, procura completar seus conhecimentos que julga ainda insuficientes. Visita o Hospital de Dublin dirigido pelas Irms de Misericrdia, Ordem Catlica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Aos poucos vai se preparando para a sua grande misso. Em 1854, a Inglaterra, a Frana e a Turquia declaram guerra Rssia: a Guerra da Crimia. Os soldados acham-se no maior abandono. A mortalidade entre os hospitalizados de 40%.

Florence partiu para Scutari com 38 voluntrias entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. Algumas enfermeiras foram despedidas por incapacidade de adaptao e principalmente por indisciplina. A mortalidade decresce de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela ser imortalizada como a "Dama da Lmpada" porque, de lanterna na mo, percorre as enfermarias, atendendo os doentes. Durante a guerra contrai tifo e ao retornar da Crimia, em 1856, leva uma vida de invlida.Dedica-se, porm, com ardor, a trabalhos intelectuais. Pelos trabalhos na Crimia, recebe um prmio do Governo Ingls e, graas a este prmio, consegue iniciar o que para ela a nica maneira de mudar os destinos da Enfermagem - uma Escola de Enfermagem em 1959. Florence fundou A Escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram fundadas posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das caractersticas da escola Nightingaleana, bem como a exigncia de qualidades morais das candidatas.

Nas primeiras escolas de Enfermagem, o mdico foi de fato a nica pessoa qualificada para ensinar. A ele cabia ento decidir quais das suas funes poderiam colocar nas mos das enfermeiras. Florence morre em 13 de agosto de 1910, deixando florescente o ensino de Enfermagem. Assim, a Enfermagem surge no mais como uma atividade emprica, mas como uma ocupao assalariada que vem atender a necessidade de mo-de-obra nos hospitais, constituindo-se como uma prtica social institucionalizada e especfica.

Sistema Nightingale de EnsinoAs escolas conseguiram sobreviver graas aos pontos essenciais estabelecidos:1. Direo da escola por uma Enfermeira.2. Mais ensino metdico, em vez de apenas ocasional.3. Seleo de candidatos do ponto de vista fsico, moral, intelectual e aptido profissional.

Enfermagem no Brasil

A organizao da Enfermagem na Sociedade Brasileira comea no perodo colonial e vai at o final do sculo XIX. A profisso surge como uma simples prestao de cuidados aos doentes, realizada por um grupo formado, na sua maioria, por escravos, que nesta poca trabalhavam nos domiclios. Desde o princpio da colonizao foi includa a abertura das Casas de Misericrdia, que tiveram origem em Portugal.

Os escravos tiveram papel relevante, pois auxiliavam os religiosos no cuidado aos doentes. Em 1738, Romo de Matos Duarte consegue fundar no Rio de Janeiro a Casa dos Expostos. Somente em 1822, o Brasil tomou as primeiras medidas de proteo maternidade que se conhecem na legislao mundial. A primeira sala de partos funcionava na Casa dos Expostos em 1822. Em 1832 organizou-se o ensino mdico e foi criada a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A escola de parteiras da Faculdade de Medicina diplomou no ano seguinte a clebre Madame Durocher, a primeira parteira formada no Brasil.

Assim sendo, na enfermagem brasileira do tempo do Imprio, raros nomes de destacaram e, entre eles, merece especial meno o de Anna Nery.

Anna Nery

Nascida em 13 de dezembro de 1814 na Cidade de Cachoeira, na Provncia da Bahia. Casou-se com Isidoro Antnio Nery, enviuvando aos 30 anos.

Seus dois filhos, um mdico militar e um oficial do exrcito, so convocados a servir a Ptria durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), sob a presidncia de Solano Lopes. O mais jovem, aluno do 6 ano de Medicina, oferece seus servios mdicos em prol dos brasileiros. Anna Nery no resiste separao da famlia e escreve ao Presidente da Provncia, colocando-se disposio de sua Ptria. Em 15 de agosto parte para os campos de batalha, onde dois de seus irmos tambm lutavam. Improvisa hospitais e no mede esforos no atendimento aos feridos.

A primeira Escola de Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome. Anna Nery que, como Florence Nightingale, rompeu com os preconceitos da poca que faziam da mulher prisioneira do lar.

PrimeirasEscolas de Enfermagem no Brasil

1. Escola de Enfermagem "Alfredo Pinto": Esta escola a mais antiga do Brasil, data de 1890, foi reformada por Decreto de 23 de maio de 1939. O curso passou a trs anos de durao e era dirigida por enfermeiras diplomadas. Foi reorganizada por Maria Pamphiro, uma das pioneiras da Escola Anna Nery.2. Escola da Cruz Vermelha do Rio de JaneiroComeou em 1916 com um curso de socorrista, para atender s necessidades prementes da 1 Guerra Mundial. Logo foi evidenciada a necessidade de formar profissionais (que desenvolveu-se somente aps a fundao da Escola Anna Nery) e o outro para voluntrios. Os diplomas expedidos pela escola eram registrados inicialmente no Ministrio da Guerra e considerados oficiais. Esta encerrou suas atividades.3. Escola Anna NeryA primeira diretoria foi Miss Clara Louise Kienninger, senhora de grande capacidade e virtude, que soube ganhar o corao das primeiras alunas. Com habilidade fora do comum, adaptou-se aos costumes brasileiros. Os cursos tiveram incio em 19 de fevereiro de 1923, com 14 alunas. Instalou-se pequeno internato prximo ao Hospital So Francisco de Assis, onde seriam feitos os primeiros estgios. Em 1923, durante um surto de varola, enfermeiras e alunas dedicaram-se ao combate doena. Enquanto nas epidemias anteriores o ndice de mortalidade atingia 50%, desta vez baixou para 15%. A primeira turma de Enfermeiras diplomou-se em 19 de julho de 1925.4. Escola de Enfermagem Carlos ChagasPor Decreto n 10.925, de 7 de junho de 1933 e iniciativa de Dr. Ernani Agrcola, diretor da Sade Pblica de Minas Gerais, foi criado pelo Estado a Escola de Enfermagem "Carlos Chagas", a primeira a funcionar fora da Capital da Repblica. A organizao e direo dessa escola coube a Las Netto dos Reys, sendo inaugurada em 19 de julho do mesmo ano. A Escola "Carlos Chagas", alm de pioneira entre as escolas estaduais, foi a primeira a diplomar religiosas no Brasil.5. Escola de Enfermagem "Luisa de Marillac"Fundada e dirigida por Irm Matilde Nina, Filha de caridade, a Escola de Enfermagem Luisa de Marillac representou um avano na Enfermagem Nacional, pois abria largamente suas portas, no s s jovens estudantes seculares, como tambm s religiosas de todas as Congregaes. a mais antiga escola de religiosas no Brasil e faz parte da Unio Social Camiliana, instituio de carter confessional da Provncia Camiliana Brasileira.6. Escola Paulista de EnfermagemFundada em 1939 pelas Franciscanas Missionrias de Maria, foi a pioneira da renovao da enfermagem na Capital paulista, acolhendo tambm religiosas de outras Congregaes. Uma das importantes contribuies dessa escola foi incio dos Cursos de Ps-Graduao em Enfermagem Obsttrica. Esse curso que deu origem a tantos outros, atualmente ministrado em vrias escolas do pas.7. Escola de Enfermagem da USPFundada com a colaborao da Fundao de Servios de Sade Pblica (FSESP) em 1944, faz parte da Universidade de So Paulo. Sua primeira diretora foi Edith Franckel, que tambm prestara servios como Superintendente do Servio de Enfermeiras do Departamento de Sade. A primeira turma diplomou-se em 1946.

Entidades deClasse

1. Associao Brasileira de Enfermagem - ABEn

uma entidade de direito privado, de carter cientfico e assistencial regida pelas disposies do Estatuto, Regulamento Geral ou Regimento Especial.Por um espao de tempo a associao ficou inativa. Em 1944, um grupo de enfermeiras resolveu reergu-la com o nome Associao Brasileira de Enfermeiras Diplomadas.

Seus estatutos foram aprovados em 18 de setembro de 1945. Foram criadas Sees Estaduais, Coordenadorias de Comisses. Ficou estabelecido que em qualquer Estado onde houvesse sete enfermeiras diplomadas, poderia ser formada uma Seo. Em 1955 esse nmero foi elevado a dez.Em 21 de agosto de 1964, foi mudada a denominao para Associao Brasileira de Enfermagem - ABEn, com sede em Braslia.

A ABEn tem como finalidades, congregar os enfermeiros e tcnicos em enfermagem e incentivar o esprito de unio e solidariedade entre as classes;Promover o desenvolvimento tcnico, cientfico e profissional dos integrantes de Enfermagem do Pas;Promover integrao s demais entidades representativas da Enfermagem, na defesa dos interesses da profisso.E constituda pelos seguintes rgos: Assemblia de delegados; Conselho Nacional da ABEn (CONABEn); Diretoria Central; Conselho Fiscal.Tem como principal realizao o Congresso Brasileiro de Enfermagem, que beneficia a classe dos enfermeiros, reunindo-os nos Congressos pra fortalecer a unio entre os profissionais, aprofundar o conhecimento e a formao profissional e incentivar o espirito de colaborao e intercambio de conhecimento.

2. Sistema COFEN/COREN

Criado em 12 de julho de 1973, atravs da Lei 5.905. Constituindo em seu conjunto, Autarquias Federais, vinculadas ao Ministrio do Trabalho e Previdncia Social. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais so rgos disciplinadores do exerccio da profisso de Enfermeiros, Tcnicos e Auxiliares de Enfermagem. Em cada Estado existe um Conselho Regional, os quais esto subordinados ao Conselho Federal.Os Conselhos Regionais so dirigidos pelos prprios inscritos, que formam uma chapa e concorrem eleies. O mandato dos membros do COFEN/CORENs honorfico e tem durao de trs anos, com direito apenas a uma reeleio. Onde a manuteno do Sistema feita atravs da arrecadao de taxas emolumentos por servios prestados, anuidades, doaes, legados e outros, dos profissionais inscritos nos CORENs. E tem como objetivo primordial zelar pela qualidade dos profissionais de enfermagem e cumprimento da Lei do Exercicio Profissional.

de competncia do CONFEN: -Normatizar e expedir instrues, para uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais; -Esclarecer dvidas apresentadas pelos CORENs; -Apreciar Decises dos COREns; -Aprovar contas e propostas oramentrias de Autarquia, remetendo-as aos rgos competentes; -Promover estudos e campanhas para aperfeioamento profissional; -Exercer as demais atribuies que lhe forem conferidas por lei.

E do COREN:-Deliberar sobre inscries no Conselho e seu cancelamento;-Disciplinar e fiscalizar o exerccio profissional, observando as diretrizes gerais do COFEN;-Executar as instrues e resolues do COFEN;-Expedir carteira e cdula de identidade profissional, indispensvel ao exerccio da profisso, a qual tem validade em todo o territrio nacional;-Fiscalizar e decidir os assuntos referentes tica Profissional impondo as penalidades cabveis;-Elaborar a proposta oramentria anual e o projeto de seu regimento interno, submetendo-os aprovao do COFEN;-Zelar pelo conceito da profisso e dos que a exercem;-Propor ao COFEN medidas visando a melhoria do exerccio profissional;-Eleger sua Diretoria e seus Delegados a nvel central e regional;-Exercer as demais atribuies que lhe forem conferidas pela Lei 5.905/73 e pelo COFEN.

Concluso

A enfermagem moderna, com a suas bases de rigor tcnico e cientfico, comeou a se desenvolver no sculo XIX, atravs de Florence Nightingale, que estruturou seu modelo de assistncia depois de ter trabalhado no cuidado de soldados durante a guerra da Crimia. A sua assistncia baseada em fatos observveis prestou valiosa contribuio na recuperao dos moribundos, e iniciou uma nova vaga do conhecimento em enfermagem, atravs do carter cientfico que lhe impunha. Caracteriza-se por efetuao deregistosclnicos, dando origem implementao do,ainda atual, e mundialmente adaptado, processo clnico do doente.Outro nome que se destacou, foi o de Ana Nery, aqui no Brasil. Onde ela foi a pioneira para iniciao da enfermagem, com trabalho voluntrio apenas pelo prazer e a gratificao de ajudar os doentes e feridos de guerra.Apesar das dificuldades que as pioneiras da Enfermagem tiveram que enfrentar, devido incompreenso dos valores necessrios ao desempenho da profisso, as escolas se espalharam pelo mundo.