talento, mas melhor talento "já não se quer só talento, mas o melhor talento" texto...
TRANSCRIPT
"Já não se quersó talento, mas omelhor talento"
TEXTO CÁTIA MATEUS
O programa é inovador entre asBusiness Schools nacionais e temcomo missão a deteção precocede talentos em contexto nacional.O The Magellan MBA Followers
já caminha para a segundaedição, na Escola de Gestão daUniversidade do Porto (EGP-UPBS).Tudo porque já não basta às
empresas captar e reter talentos.A meta é escolher os melhores.
OTheMagellan MBA Followers
arrancou em novembro de
2010, com o objetivo de daràs empresas a possibilidade
de detectarem e testarem os alunos do
Magellan MBA, e assim perceberemqual o que melhor se adequaria ao perfilda sua organização. O programa está
estruturado em função das empresas,
mas nesta relação lucram ambos os
intervenientes: alunos e organizaçõesenvolvidas. Para Paula Rodrigues,coordenadora do Serviço de Gestão de
Carreiras da EGP-Univerity of Porto
Business School (entidade mentorado projeto), "o programa é inédito
entre as business schools em Portugal e
coloca em contacto empresas de topo
com alunos de MBA que se encontrem
numa fase inicial do programa".Foi o caso de Patrício Carvalho, quedurante um ano integrou este programa.Tal como a grande maioria dos seus
colegas, a frequência deste curso acabou
por ditar uma mudança no rumo da
carreira. Licenciado em Medicina
Veterinária, Patrício Carvalho exercia
a sua formação inicial quando integrou
o The Magellan MBA, mas no decorrer
do curso percebeu o enorme potencial
para alcançar novas competências
profissionais. O jovem profissionalrealizou o seu internship ao abrigo
do Programa Followers numa das
empresas do grupo RAR, a Acembex,
especializada no desenvolvimento de
soluções para o sector agroalimentar,e acabou por ser contratado depois de
ter respondido com sucesso ao desafio
lançado pela organização. "A experiênciafoi extremamente positiva, tendo tido
a oportunidade de participar no estudo
de oportunidades de mercado, analisar
transversalmente as operações da
empresa e, acima de tudo, verificar o
focus da Acembex na valorização dos
seus parceiros, fornecedores e clientes",relembra Patrício Carvalho, que pareceter deixado para trás o exercício
clínico da medicina veterinária.Na sua primeira edição, o The MagellanMBA Followers contou com a adesão de
10 empresas - entre elas a BIAL, RAR,
EDP, BES, AMORIM, MILLENNIUMBCP, CEREALIS - que identificaram
um mentor interno e durante um ano
letivo acolheram um aluno lançando-lhe desafios que permitem avaliar o seu
desempenho e as suas competências.A edição deste ano contará com 13
empresas participantes, mas segundo
Paula Rodrigues os princípios são os
mesmos, "por um lado proporcionaràs empresas um contacto antecipado,
privilegiado e em primeira mão com os
alunos do Magellan MBA, possibilitando
uma forma eficaz, atempada e proativade identificar talento e funcionando
também como uma iniciativa de atraçãode talento e de employer branding. Por
outro lado, o programa cria um contexto
muito favorável para o aluno conhecer
de forma privilegiada, empresas, funções
e projetos e para se dar a conhecer
a estas empresas". A coordenadora
do Serviço de Gestão de Carreiras da
EGP-UPBS não tem dúvidas de que se
trata de "uma iniciativa que gera ótimas
condições para que o aluno consiga dar
visibilidade aos seus talentos de forma
concreta, o que na maior parte das vezes
não seria possível mostrar através de
um CV ou até de uma entrevista". Paula
Rodrigues acrescenta que "tendo em
conta que a maior parte dos alunos do
The Magellan MBA pretendem fazer e
fazem grandes mudanças de carreira
após o MBA, é muito importante criar
contextos que lhes permitam dar-se a
conhecer como um todo e mostrar o quevalem em áreas e projetos para os quais
não apresentam experiência formal".
Uma iniciativa que para a EGP-UPBS
tem potencial de crescimento e é cada
vez mais decisiva para os alunos em
matéria de desenvolvimento de carreira.cmateus.externo(ã)impresa.pt
O The Magellan MBAFollowers aproximaalunos e empresas,
promovendo adescoberta das suas
aptidões através dedesafios práticos
"O conhecimento já não é diferenciador"
P: Da experiência que temno Serviço de Gestão de
Carreiras da EGP-UPBS, quecompetências têm atualmentede possuir os jovens paratriunfarem no mercado laborai?R: Como refere Daniel Pink,vivemos numa era de high-touch
e high-concept, na qual
o conhecimento já não é
diferenciador. Competênciascomunicacionais e relacionais,
capacidade de inovar,
relacionando conceitos e ideias
muito diversos, capacidade de
lidar e gerir a mudança e um fortesentido de empreendedorismo,mesmo para quem trabalha porconta de outrem (entrepreneur),de fazer acontecer e de
acrescentar são factores
determinantes.
P: Participar em programasdeste tipo pode ser um caminho para a empregabilidade?R: Diria que nenhuma iniciativa, por si só, é garantia de empregabilidade.Numa era em que já não se quer só talento, mas sim o melhor talento, a EGP-
UPBS tenta criar todas as condições para que os alunos possam desenvolver
a sua carreira. Contudo, a gestão da carreira é da responsabilidade de cada
aluno e tem muito que ver com a forma como estes aproveitam as ferramentas
e as aprendizagens que adquirem no MBA e, também, com a sua capacidadede diferenciação e de construir e dar visibilidade à sua marca pessoal.
P: Quantos alunos já envolveu o The Magellan MBA Followers?R: Na sua primeira edição, o programa envolveu 85% dos alunos do MagellanMBA. Em termos de qualificação, aprendizagem, experiência e networking, é
sem dúvida uma aposta ganha.P: Que metas futuras tem a EGP-UPBS para este programa?R: Em relação ao Magellan MBA é de esperar que no futuro este programaveja consolidada a sua posição como um dos MBAfull-time de referência na
Europa. O Programa Followers é um exemplo de uma das características
mais marcantes deste programa, que é a forte ligação aos meios empresariais.Mas há outras dimensões e sucessos recentes que potenciam uma evolução
promissora. Refira-se, por exemplo, a dupla acreditação internacional (AMBA,EPAS/EFMD) que o Magellan MBA possui, a maior taxa (60%) de alunos
internacionais em qualquer MBA acreditado em Portugal e a sua entrada
para o Top 30 dos MBA Rising Stars 2011. Há ainda que salientar as vitórias
alcançadas pelos nossos alunos em 2010 e 2011, em competições internacionais
de MBA e empreendedorismo, o track record dos nossos alumni (patente, por
exemplo, no facto de 4 das 20 empresas do PSI-20 serem dirigidas por CEOs
alumni neste MBA) e a crescente rede internacional de alunos.
Paula Rodrigues
Coordenadora do Serviço de Gestão
de Carreiras da EGP-UPBS
Programa COHITEC atrai biotecnologiaA maioria dos projetos selecionados pelo Programa COHITEC provém das áreas
da biotecnologia e da química. Segundo a Cotec Portugal, "o Programa COHITEC,realizado com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento
(FLAD), recebeu este ano 47 candidaturas, mais do dobro das registadas no ano
passado". O programa, que tem por objetivo avaliar o potencial comercial de
produtos ou serviços baseados em tecnologias desenvolvidas em instituições de
Investigação & Desenvolvimento (I&D) ou empresas, tem início marcado para 28
de fevereiro, no Porto, e 1 de março, em Lisboa. Entre as candidaturas recebidas
foram selecionados 16 projetos, oito dos quais vão frequentar uma ação de
formação em ambas as cidades. A maioria dos projetos selecionados provém das
áreas da biotecnologia (seis projetos) e da química (cinco projetos), havendo ainda
tecnologias de outras áreas como a robótica, eletrónica, engenharia de materiais
e energias renováveis. Desde a sua criação, em 2004, já participaram no ProgramaCOHITEC 92 projetos, num total de 284 investigadores, 155 estudantes de gestãoe 96 empresas. Deste programa nasceram 13 empresas de base tecnológica.
«Mais ética para não termosde pensar na repressão»
ALEXANDRE MESTRE
? 0 Plano Nacional de
Ética no Desporto é
uma iniciativa do Governo, que
vai ser apresentado na segun-
da-feira, em cerimónia, a rea-
lizar-se no Teatro Camões, em
Lisboa, às 18 horas. A BOLA é
parceiro da iniciativa. O secre-
tário de Estado do Desporto e
Juventude, Alexandre Mestre,
antecipa-lhe algumas ideias
deste projeto
Secretário de Estado do Desporto e Juventude, em pose formal, no gabinete
Entrevista de
MARTINS MORIM
VEMaí
o Plano Nacional deÉtica no Desporto. Podedizer-nos a quem se des-tina e o que pretende al-cançar?
— Visa a promoção da ética e dos
valores que a suportam. Há vários
públicos-alvo, o federado e o não-federado, os movimentos olímpi-cos e paraolímpico, os universos es-colar e universitário, nacional e
internacional, sendo que, no âmbi-to da vertente internacional, há algode especial, até porque este ano va-mos acolher os Jogos da CPLP, emMarra, no mês de julho, e ainda areunião dos ministros do Desportoe da Juventude da CPLP. É este ouniverso e pretende-se dar ênfase à
promoção de regras, princípios e
valores...
— Tais c0m0...— O respeito, a tolerância, a ho-
nestidade, a solidariedade, o espíri
to de grupo, trabalho em equipa, ahumildade... Mas, como aética não
se decreta, através de iniciativas co-nexas com o desporto, vai-se tentar
que os diversos agentes possam vi-venciar princípios, regras e valores.
-Masaética pode ser ensinada...— Por isso, vai haver, natural-
mente, uma articulação com a mi-nha colega do ensino básico e se-cundário. Temos, aliás, a noção de
que é na fase infantojuvenil que tudo
começa, desde logo nos hábitos da
prática desportiva. E, ou esse hábi-
to se adquire naquela faixa etária,ou já será tarde.
— A BOLA é parceira nesta ini-
ciativa. Há outros media envolvi-dos?
— Tanto a imprensa como a rádio
e a televisão vão estar envolvidas. ABOLA, por exemplo, além de parcei-ro, é claramente um veículo através
do qual o governo, através da ad-
ministração pública desportiva, pen-sa concertar a disseminação destes
ideais desportivos. Aliás, uma das
iniciativas que estamos a prever é a
criação da figura do Provedor da Éti-ca no Desporto, que vai ser o juizdesembargador, Sérgio Abrantes
Mendes, que será uma espécie de
recetador de mensagens que sejamtransmitidas pelos leitores, espeta-dores, ouvintes e agentes desporti-vos sobre o que acham menos bemnas condutas dos diversos agentes.E terá a oportunidade, quer atravésde uma plataforma digital, quer porvia dos media, assim eles se dispo-nibilizem para esta ação concerta-da, de evidenciar o papel de refe-rencial ético e de, pedagogicamente,estimular a adoção de um tipo deconduta correta.
— Está também prevista a cria-ção da figura do embaixador da éti-ca desportivo. Pode elucidar-nossobre os critérios de escolha?
— Os embaixadores têm comomissão no terreno propagarem os
princípios, regras e valores de quefalámos antes. Um dos critérios foi,desde logo, o de pedir às federa-ções desportivas que nos indiquemquem, no entender delas, na respe-tiva modalidade, tem o perfil cer-to. De igual modo, também fomosescolher pessoas que são vistas nasociedade civil como referenciaisde conduta num percurso de vida,tanto das artes, como do espetá-culo e do desporto, passando pelaciência e a literatura. Há aqui trans-versalidade e um denominador co-
mum, que é serem pessoas que são
ouvidos, porque são um referencialético.
— Para além do que já disse rela-tivamente ao ensino básico, como é
que o plano vai ser posto em prati-ca?
— Claro que pretendemos incluiro tema ética nos vários níveis do en-sino, do básico ao superior, atravésde formação especializada para os
docentes do básico e do secundá-
rio, mas também para agentes des-
portivos - treinadores, juizes, árbi-tros, dirigentes, etc - e, a este nível,
já há um conjunto de ações concre-tizadas com algumas entidades.
— Exemplos...— Criação de um Kit de formação
em parceria comaLEDonVahies, es-
pecializada em educação para os va-lores. Será um Kit sobre éticano des-
porto para diferentes públicos; açõesde formação certificada para os pro-fessores, em articulação com o Mi-nistério da Educação. Com a parti-cipação de especialistas e deuniversidades, será criado um mó-dulo formativo específico com a du-ração de 25 horas, que será objetode uma certificação.
— Acredita que, com a aplicaçãodo plano, pode haver maior cons-
E na fase infantojuvenil
que tudo começa,
desde logo nos hábitos
da prática desportiva
ciência cívica, que situações como a
do Estádio da Luz, no Benfica-Spor-
ting, não se repitam?— No essencial, o que se preten-
de é olhar para a ética numa ver-tente positiva, para evitar que te-nhamos de pensar mais na
repressão. A ética, a meu ver, até
ao momento presente, tem sido
abordada numa lógica de comba-
te a flagelos associados ao despor-to, como a dopagem, corrupçãono fenómeno desportivo, váriasformas de descriminação social,
sempre numa lógica de combate a
algo que já acontece. Nós, a mon-tante, teremos que evitar o mais
que possível que isso aconteça. E,
com uma maior consciencializaçãoe vivência, evitar fenómenos como
a viciação de resultados, reduziros casos dopagem, que põe emcausa a verdade e a lealdade des-
portivas. E, porque estamos tam-bém imbuídos desse propósito,logo que tomámos posse e detetá-mos que, desde 2009, a AgênciaMundial Antidopagem vinha ten-tando sensibilizar o governo paraconformar a legislação com o Có-
digo Mundial Antidopagem, o quenõrv cnr*f»Hpu niidámnç rlp nor co-
bro a uma situação que fez com
que o nosso laboratório nacional ti-vesse perdido a sua acreditação.
— E agora?— Já diligenciámos com a Agên-
cia Mundial Antidopagem pôr co -bro a essa situação e vamos avan-
çar com uma proposta de leiantidopagem e, entroncando nis-
so, com uma proposta de criaçãode um tribunal arbitrai do despor-to, tudo orientado precisamentepara a ética no desporto a montan-te. O laboratório perdeu a acredi-
tação, mas, com uma ação muito
rápida, em mês e meio, fizemos o
que.não foi feito num ano e meio.
-E que foi?— Recuperou a acreditação.
Este governo não tem
falhado rigorosamente
em nato Ino apoio à
preparação olímpica!
O » Nasceu em Lisboa, é licencidado
em Direito, mestre em Estudos
Europeus e tem pós-graduação em
Estudos Jurídicos e Económicos da
União Europeia, Legística e Estudos
Olímpicos. Foi investigador na
Universidade Nova, lecionou na
Universidade Autónoma de Lisboa e
foi jurista na Confederação de
Agricultores de Portugal. Foi adjunto
do secretário de Estado do
Desporto, Hermínio Loureiro, e inte-
grou o grupo fundador do Tribunal
Arbitrai do Desporto. Éautor de
vários livros e de artigos em revistas
científicas e em jornais diários.
Para uma justiça célere e mais barata-> Governante quer movimento as-sociativo empenhado na criaçãodo Tribunal Arbitrai do Desporto
— Falou atrás no Tribunal Ar-bitrai do Desporto. Em que pé está?
— Está já a ser concluído um tra-balho político e técnico e pratica-mente desenhado o modelo do fu-turo tribunal arbitrai do desporto,que vai, no fundo, compaginar duas
prioridades absolutas. Uma, que éclaramente o descongestionamen-to dos tribunais, designadamenteos tribunais administrativos, e si-multaneamente algo que me é mui-to caro, uma forte participação domovimento associativo no dese-nho, na operacionalização e no fun-
cionamento desse tribunal.— Como?— Não quero avançar os moldes
deste tribunal. Posso apenas lem-brar que, em assembleia plenária doComité Olímpico de Portugal(COP), creio que em 2007 ou 2ooB,foi aprovada por unanimidade a
criação de um Tribunal Arbitrai do
Desporto. Claro que os represen-tantes do movimento associativoserão dos primeiros a serem auscul-tados, logo que tenhamos fechadoo projeto de diploma e estou plena-mente convicto de que irá ao en-contro dos anseios e das necessida-des dos agentes desportivos. Temosde ter uma justiça célere, especia-
lizada e porventura mais barata.
— Com ele, os órgãos jurisdi-cionais federativos serão esva-ziados?- O Tribunal Arbitrai do Des -porto vai dirimir litígios, diretaou indiretamente conexos como fenómeno desportivo e com a
agilização que a arbitragem,como método alternativo na re-solução de litígios proporciona,vamos ter seguramente decisõescéleres e espero convictamenteque ajustadas.
Mestre diz que processo está a andar
Secretário de Estado não abdicou dos 'dossiers' para responder ao jornalista de A BOLA
Reforma legislativasó depois dos Jogos Olímpicos
¦* Alexandre Mestre entende quelegislar agoraprejudicariaprepa-ração para os Jogos Olímpicos
—Vem ai os Jogos Olímpicos de
Londres. No final do ano, o presiden-te do COP queixava-se de um défi-ce de 300 mil euros. Qualéhqjeasi-tuação relativamente aos apoios doEstado?
— Este governo não tem falhado
rigorosamente em nada. Estamos a
falar de um projeto a quatro anos e
nós estamos no governo há sete me -ses. Apesar de estarmos numa fase
em que os recursos não abundam, a
nossa preocupação foi assegurar o
cumprimento integral e pontual-mente das responsabilidades finan-ceiras. Estamosafalar de um progra-ma de 14 milhões e 600 mil euros,havia efetivamente um saldo nega-tivo, creio que em 2009, que foiamortizado em 2010, em 2011 o sal-do foi positivo e, em 2012, estamos
a pagar cerca de 4,2 milhões de eu-ros no âmbito do PIDDAC. A res-
ponsabilidade do Estado está total-mente assegurada para que haja total
serenidade e condições de prepara-ção da nossa missão. Por esse moti-
vo, tenho dito reiteradamente quenão haverá qualquer reforma legis-lativa até aos Jogos Olímpicos, por-que isso também implicaria desmo-bilizar as federações e os agentes
desportivos envolvidos na prepara-ção. Não podemos estar aqui sob a
pressão de uma febre legislativa. . .
- Porquê então intervir no Re-
gime Jurídico das Federações?— Eu preferia não mudar, mas o
Regime Jurídico das Federações Des-
portivas dotadas de Utilidade Pú-blica Desportiva tem de ser adapta-do à prática. Tenho recebido todas as
federações que me têm solicitado
audiência e todas têm enumerado
um conjunto de normas que não
aplicáveis à especificidade da sua
própria modalidade. E nós não po-demos deixar de ser sensíveis à ne-cessidade de uma lei que seja adequa-da a muitas modalidades e não
apenas auma, duas. De igual modo,
o Conselho Superior do Desporto jáidentificou que há algo a mudar no
regime jurídico relativamente aos fe-nómenos da violência associados ao
desporto.Por outro lado, anão-con-formidade com o Código Mundial
Antidopagem também nos leva a al-terar a legislação e, por força da di-retiva de serviços da UE, temos de le-
gislar em sede de formação, de
treinadores, por exemplo, e não só.
Enfim, há um conjunto de itens quefazem com que tenhamos de alterar
a legislação. Mas, insisto, isso só será
feitas no momento em que se tenha
perfeita noção de que já passou tem-
po suficiente para saber se esta ou
aquela lei é ou não exequível.
— Ogovemo propõe-se tambémestudar a mudança do modelo das
SAD para Sociedades Comerciais
Desportivas...— É uma recomendação de um
dos quatro grupos de trabalho, pre-cisamente das sociedades despor-tivas, coordenado pelo Prof. Paulo
Pittae Cunha.- Concorda que se pode ver ano-sa liga, algoprotecionista, ser trans-formada em objetivamente liberal?
—Eu concordo, objetivamente,com a premissa com que este grupode trabalho partiu. E que é a de queas SAD foram criadas com um mo-delo, que inicialmente, em 1995, não
funcionou, porque não se permitia a
distribuição de lucros. Em 1997, não
funcionou tanto como se pretendia,
porque se levou a que se recorresse
o mais possível ao modelo da SAD e
o regime especial de gestão fosse re-sidual, mas viu-se que, na prática,se recorreu muito mais ao regime
especial de gestão , porque havia for -mas de se poder viver sem ter a fi-gura daSAD. Ora, se queremos trans-
parência, rigor e sustentabilidade no
desporto, uma sociedade desporti-vaé, claramente, algo de vantajoso.Se é nos moldes que este grupo de
trabalho propõe, ou não, caberá ao
governo ajuizar, mas há que valori-zar que este grupo de trabalho apre-sentou uma proposta de diploma de
um novo regime jurídico e de umnovo regime fiscal, facilitando o tra-
balho dos agentes desportivos noseio do Conselho Nacional do Des-
porto e do próprio governo.— Mas pode desaparecer a figu-
ra do clube...— Não nos esqueçamos de que
estamos a falar aqui de competiçõesde natureza profissional. Infelizmen-
te, no mandato anterior, não se che-
gou a repensar o que é uma compe-tição de natureza profissional e,portanto, qualquer alteração legis-lativa terá de ser feita a montante.
Estado quer ajudar no Totonegócio-» O assunto está a ser tratado
pela tutela das Finanças em ar-ticulação com a do Desporto
— Deve o Estado intervir nos di-reitos televisivos?- Em Itália, o Estado, por lei, jápreviu uma coisa e outra: a nego-ciação individual e a coletiva. É ver-dade que a Comissão Europeia e o
Parlamento Europeu têm recomen-dado a negociação em bloco, mas
também referem, nomeadamente
no livro Branco sobre o Desporto
que há também algumas vantagensna negociação individual. Portan-
to, eu entendo, até com o exemplo
prático de Itália, que não teve efeito
prático, que deve ser o movimento
associativo, os clubes a encontrar a
opção, numa lógica de repartição de
ganhos e de solidariedade.
— Mas já no caso do totonegócio,
ele não pode agir sozinho. Precisadas
verbas dos jogos sociais. . .
— Há quem lhe chame dação em
pagamento, dação em cumprimen-to, não quero entrar nessa discussão,
tão só lembrar a intervenção do Es-tado no sentido de viabilizar o paga-mento dessas dívidas através de re-ceitas oriundas de receitas de jogossociais . Na lógica de ajudar , mas num
enquadramento de respeito pela lei,é que esse assunto está a ser tratado
ao mais alto nível pelo senhor minis-
tro das Finanças em articulação comesta Secretaria de Estado.
— Há quem conteste o monopó-lio da Santa Casa da Misericórdianeste domínio...
— Isso é um facto. Está na lei. Mas
muitos clubes e SAD, em Portugal,têm recorrido a essas empresas de
apostas online como uma fonte de
receita. Por isso mesmo, e hoje mes-mo está a decorrer a primeira reu-nião interministerial, para ver se, e
em que medida, deve ou não, haver
alteração legislativa em sede de jo-gos sociais.
«Monopólio da Santa Casa está na lei»
Professores em vigíliaem frente ao MinistérioReforçar a denúncia de precariedade no setor é um dos objetivos
o Protesto terá a duração de 24 horas o Sem dormir por mais direitos
LISBOA
por
IRINAIGLÉSIAS
VINTE
e quatro horas. E
este o tempo que os pro-fessores e sindicalistasvão ficar sem dormir emnome de mais direitos.
A vigília teve início às 15 ho-ras de ontem, em frente ao Minis-tério da Educação, e foi erguidasob forma de protesto contra o
desemprego e a precariedade de-vido à instabilidade dos contra-tos a prazo e o desemprego queafeta a classe.
De acordo com a Federação Na-cional dos Professores (FENPROF) ,
o objetivo deste protesto «é refor-çar a denúncia dos problemas de
precariedade e desemprego que se
abatem violentamente sobre osdocentes e investigadores».
Para os professores, as medi-das de cortes financeiros impos-tos pelo Orçamento de Estado, a
revisão da estrutura curricularno ensino básico e secundário, oencerramento de escolas e a cria-ção de mega agrupamentos, bemcomo o aumento do número dealunos por turma visam apenascortar nas despesa e em nada be-
neficiam o ensino português e a
classe profissional.«A vígilia pretende chamar
atenções para o problema, denun-ciá-lo e corrigi-lo» , afirmou Má-rio Nogueira, secretário -geral da
FENPROF, acrescentando:— Em 2011, inúmeros docen-
tes ficaram desempregados porforça das medidas deliberada-mente tomadas para reduzir o nú-
mero de professores nas escolas.O número de desempregados
na classe estava, em outubro de2011, estimado em mais de 12 mil,sendo que alguns desses profes-sores tinham mais de dez anosde serviço.
No final do período de 24 horasa que está sujeito o protesto, será
aprovada uma moção a enviar aoMinistério da Educação.
Professores durante a vigília de 24 horas contra a precariedade e o desemprego
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Portuguesa cria
robotnosEUA¦A investigadora portugue-sa, Marta Ferraz, de 29 anos,desenvolveu nos EUA, umfato biónico, um robot e umanave espacial com aplicações
terapêuticas. As inovaçõesforam criadas com o objecti-vo de optimizar o desenvolvi-
mento das crianças nos do-mínios cognitivo, motor, fisio-
lógico, social e virtual. A por-tuguesa já tem parceria comuma empresa da Califórnia,
na área da Neurologia.
Grão Torrado Querido, mudei o caféCriou uma tosta com 800 gramas que tem que ser dividida. E um conceito de café que aproxime as pessoas. Rui trabalha com arquitetose 'marketeers' para transformar os velhos cafés em pontos de encontro. Pelo caminho, quer criar uma rede sociável em Portugal
Rui Mendes aposta na imagem para tornar os cafés mais sociáveis, foto: adelino meirelles
fia-prima
Grão Torrado é pro-bado. Rui Mendes, 35 anos,Sa empresa que procura ca-
Dtio o País para os transfor-es^aços adaptados à atuali-
dade. "Os cafés eram os sítios onde
se sabiam as notícias. Agora, graçasàs cápsulas à venda no mercado,
qualquer um pode tomar um ótimocafé com conforto e sem sair de casa.
Quero devolver aos cafés a dinâmi-ca social que tinham, devolver-lhes
a sociabilidade", explica Rui Men-des, fundador da Grão Torrado.
A empresa, criada no final de
2010 com um investimento de cemmil euros e capital brasileiro e por-tuguês, começou a trabalhar no ter-reno no início deste ano. Os resulta-dos do primeiro refresh já podemver-se no renovado café Tremen-dão-Grão Torrado, no Porto. Para fa-
zer parte da rede Grão Torrado é pre-ciso investir 3500 euros. O valor ga-
rante a redecoração do espaço, oti-mizando os recursos disponíveis e
optando, muitas vezes, por umanova pintura e, por exemplo, a apli-cação de vinil nas mesas: a ideia é
aumentar as vendas entre 20 e 25%nos primeiros seis meses depois docontrato com o master franchising.O universo é enorme: em Portugalexistem 70 mil cafés, quatro vezesmais do que o número ideal parauma "concorrência saudável", es-
conceito. Além de uma nova decora-
ção, a empresa assegura que, por 150
euros por mês, a comunicação nosmedia e nas redes sociais é feita de
maneira a ajudar no posicionamen-to do novo produto. A empresa tra-balha com a Universidade do Portonum projeto de redução da pegadaecológica, que estabelece uma tabe-la classificativa em que os cafés queconvidarem clientes a plantar árvo-res terão lugar de destaque.
O nome original de cada cafémantém-se com o devido destaquee lado a lado com logotipo da redeGrão Torrado, "de uma cor que se
destaca entre os concorrentes: o
roxo." Rui quer estabelecer parce-rias com pelo menos 50 cafés até aofim de 2012 e chegar a mais de 300até 2014. Depois de aprovadas, as
obras nos cafés demoram dois dias.
"Porque é que um cliente vai esco-lher um café Grão Torrado e não ou-tro? Porque vamos ajudar a diferen-ciar. Fazer que o mínimo investi-mento possível resulte no maior
impacto possível."—Mariana de Araújo Barbosa
o A Grão Torrado é um masterfranchising fundado no últimotrimestre de 2010. o A primeirarenovação de um café ficouterminada em janeiro de 2012.o Cada projeto custa aos clientes
3500 euros (base), o o chefdo Grão Torrado criou menuslow cost a 5€ e tem parceriacom a Escola de Turismo, o A
aplicação para iPhone e Androidestá disponível a partir de 15 de
março, www.graotorrado.pt
Descobertos insetosdas profundezas
ciência Sofia Reboleira, biólo-
ga da Universidade de Aveiro,foi uma das cientistas que des-
cobriram quatro novas espé-cies de insetos primitivos semasas e sem olhos que vivem acerca de dois mil metros de pro-fundidade, em total escuridão.A descoberta, agora divulgada,foi feita durante uma expedi-ção ibero-russa, em 2010, à gru-ta Krubera-Vorónia (a maisfunda que se conhece) na Geór-
gia, perto do Mar Negro. Atéentão não se conheciam ani-mais cavernícolas adaptados acondições tão extremas. As es-
pécies encontradas medem en-tre um e quatro milímetros.
Professor catedrático do Instituto Superior Técnico questiona a fusão da UL e da UTL
Que universidades para Lisboa?
Manuel Heitor
A eventual fusão das Universidades deLisboa (UL) e Técnica de Lisboa
(UTL) foi alvo de um documento cir-culado há poucos dias, o qual não po-
de deixar de suscitar um debate público, maugrado já incluir um calendário e um modelode organização para a sua concretização.
Passados cinco anos sobre a aprovaçãodo novo regime jurídico do ensino superiore completado todo um ciclo de acreditaçãodos cursos de ensino superior, é legítimo ede saudar a abertura da discussão sobre a
reorganização do ensino superior em Lis-boa. A oportunidade é ainda estimulada pe-lo atual contexto social e económico. Con-tudo, a discussão deve orientar-se por valo-res e ideias.
Primeiro, revela-se totalmente desajustadaa opção de ignorar a crescente capacidadeacadémica da região de Lisboa no seu todo e,neste caso, esquecer em particular a capacida-de da Universidade Nova de Lisboa e do ISC-TE. O argumento da complementaridade en-tre a UL e a UTL é totalmente irrelevantenum quadro universitário moderno. O debate
só é sério se for aberto a todos, mobilizando
professores e estudantes nas quatro universi-dades públicas de Lisboa, assim como alar-gando a discussão a outros parceiros, com
tempo e de uma forma informada.
Porque não fazer Lisboa evoluir para umaorganização federativa de todas as escolas uni-versitárias públicas, assente num quadro re-formador de mobilidade interinstitucional e
programação conjunta, garantindo novas for-mas de colaboração e competição num âmbi-to de referência internacional?
Segundo, o documento agora em circulaçãoé sobretudo uma declaração do défice de fun-cionamento interno da UTL mais de 80 anos
após a sua criação e imposição administrativa
pelo regime de Salazar, assim como do reco-nhecimento claro dos problemas internos de
afirmação da UL. Apoiamos este esforço declarividência crítica, mais uma vez, de louvar.Mas sendo reconhecido que os modelos orga-nizacionais da UTL e da UL não funcionam,não será certamente a "colagem" desses mo-delos que vai funcionar!
Haja a coragem de entender as melhores
práticas internacionais e facilitar a constru-
ção de um sistema orientado pelas necessida-des de formação avançada da população, valo-
rizando as oportunidades de afirmação inter-nacional da capacidade académica de Lisboa.
A qualidade constrói-se sobretudo com di-versidade e seleção, e não apenas com acumu-lação e escala.
Terceiro, que se comece por valorizar os
estudantes e as suas ambições. Passados cer-ca de cinco anos sobre a adoção do novosistema de graus e diplomas em Portugal,incluindo a nova legislação para facilitar amobilidade dos estudantes, persistem namaioria das instituições de Lisboa regras e
práticas antiquadas e de imobilismo. Por-
que não evoluir para um quadro efetivo de'autonomia do aluno' em Lisboa, de âmbitointerinstitucional?
Quarto, não parece sequer compreensívelque a reorganização das universidades públi-cas em Lisboa não passe obrigatoriamentepor um debate profundo sobre a sua interna-
cionalização efetiva, nomeadamente num qua-dro de grande exigência internacional e rele-vante nos espaços da lusofonia. Mais uma vez,a discussão agora lançada parece ser imune a
essa realidade.Os portugueses merecem mais e melhor. E
as universidades de Lisboa têm certamentemuito para oferecer!
EmpreenDourodinamiza Norte
TEXTO CÁTIA MATEUS
O projeto resulta de um trabalhode mais de dois anos no terreno,mas só agora viu a luz do dia.A Rede EmpreenDouro é um
projeto com contornos inéditos
que promete gerar uma novaatitude de empreendedorismono Norte do país.
São26 as entidades envolvidas
nesta rede com a missão
de que os empreendedoresnortenhos não se aventurem
no mercado sem ela, a rede. Apesar das
singularidades e potencialidades que
encerra, o Douro é uma das regiões
que apresenta menores índices de
desenvolvimento da Europa. Umarealidade que faz crescer o desafio da
Rede EmpreenDouro, mas também
a sua missão: promover a criação de
empresas e a captação de projetos de
investimento em atividades de valoracrescentado para a região duriense.A Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro (UTAD), a Comunidade
Intermunicipal do Douro o InstitutoPolitécnico de Bragança (IPB) e
a Estrutura de Missão da RegiãoDemarcada do Douro, figuramentre as 26 instituições que se
uniram em rede para provocare apoiar a criação de iniciativas
empreendedoras e inovadoras na
região. Um projeto pretende assegurarde forma sitemática a divulgação de
iniciativas de empreendedorismo,bem como promover a transferênciade conhecimento das instituiçõesde ensino superior e centros de
Investigação & Desenvolvimento,
que possa conduzir à criaçãode empresas a nível local.Em termos práticos, esta rede
permite a qualquer empreendedorcom uma ideia de negócio recorrera uma das entidades parceiras- câmaras municipais, associações
de desenvolvimento comerciais ou
empresariais e, a curto prazo, os
centros de emprego - que o ajudarãoa garantir o encaminhamento do
processo dentro da rede, bem como
ao apoio na maturação da ideia,
elaboração do plano de negócios e
análise do risco. Um apoio no qualcolaboram diretamente a UTAD e IPB
e que contempla também a formaçãona área do empreendedorismo e gestão
empresarial, a constituição formal da
empresa, o coaching ao empresárionos primeiros anos de atividade e
até o apoio na internacionalização,se essa for a meta do empresário.
Valorizar o potencial da regiãoPara Fontainhas Fernandes,coordenador do projeto Douro
Empreendedor, que integra a
rede, "o objetivo deste programa é
valorizar o potencial endógeno desta
região, organizando uma abordagemsistémica, global e sistemática do
apoio ao empreendedorismo na
região". O responsável acrescenta
que "a criação de uma rede de apoio
ao empreendedorismo do Douro,envolvendo e articulando a ação de
um conjunto de entidades locais e
regionais que já operam no terreno,complementando-a com o eventual
desenvolvimento de novos serviçosem falta, constituirá um dispositivorelevante para promover a iniciativa
empresarial e o empreendedorismoeconómico na região".A rede está já em funcionamento e
para este ano estão já agendados um
conjunto de eventos. Em março arranca
já um ciclo de conferências temáticassobre Start Up Program para Jovens
Universitários, EmpreendedorismoLocal e dois workshops sobre
Empreendedorimso Social e
Oportunidades no Douro. Para maioestá previsto o lançamento do Prémio
EmpreenDouro, que vai distinguiro que de melhor se faz na regiãoem matéria de empreendedorismo,
inovação e promoção do Douro como
uma região onde vale a pena investir.
No mesmo mês arranca o Fórum do
Empreendedorismo e Emprego (a 2 e
3 de maio), que promete debater umatemática cada vez mais vital para o
país: como vencer a crise e inverter a
escalada do desemprego nacional.cmateus.externo(ã>impresa.pt
Erasmus da lusofoniaune alunos e professores
Está em marcha um programa que visa facilitar o intercâmbio de alunos e professores dentro do espaço lusófono
TEXTO CÁTIA MATEUS
Cerca de 120 alunos e
professores de universidadesde língua portuguesa vãover mais facilitadas as suas
aspirações de estudar outrabalhar no espaço lusófono.
oderia chamar-se o
J Erasmus da Lusofonia,
porque, afinal, é disso que
se trata. A Associaçãode Universidades de LínguaPortuguesa (AULP) é uma das
dinamizadoras de um projeto que
possibilitará a mais de 120 alunos
e professores de universidades de
língua portuguesa, a realizaçãode intercâmbios. Jorge Ferrão,
presidente da AULP, granteque está dado o primeiro
passo para a construção de
um Erasmus da Lusofonia.
A AULP e a FundaçãoCoordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), do Brasil, já assinaram
o primeiro Memorando de
Entendimento em Ensino
Superior, Ciência e Pesquisa.Outros se poderão seguir, com
outros países, numa missão
que para Jorge Ferrão tem porobjetivo "iniciar verdadeiramente
um programa de mobilidade e
partilha de conhecimento entre
as universidades lusófonas".
A CAPES é a primeira agênciafinanciadora deste projeto e
contribuiu já com 1,5 milhões
de euros que viabilizarão o
primeiro ano desta operação.Segundo o presidente da AULP,"o montante permitirá cobrir os
custos com passagens aéreas,
vistos, estadias e as universidades
aderentes comparticiparãooutros custos, como materiais".O responsável estima que seja
possível apoiar nesta fase, o
intercâmbio de, pelo menos, 120
pessoas que deverão ser mais
discentes do que docentes.
Intercâmbios de curta duraçãoQuatro a cinco semanas é quantodeverá durar cada intercâmbio.Os interessados em participarneste projeto deverão formalizara sua candidatura junto da AULP
que confessa que privilegiará os
alunos dos segundo e terceiro
anos de licenciatura. "Vamos dar
prioridade aos alunos que aindanão iniciaram os seus trabalhos
de final de curso e que a partirdessas trocas de experiênciapossam beneficiar da deslocação
e do contacto com outros
estudantes", revela Jorge Ferrão.O presidente da AULP é tambémreitor da universidade de Lúrio,em Moçambique, e estima queos estudantes africanos prefiramfazer intercâmbios nas áreas das
ciências naturais e os portugueses
e brasileiros optem mais pelasciências sociais. "Os alunos
africanos querem claramente
aprofundar os seus conhecimentos
sobre o continente africano,
enquanto os europeus procuramlaboratórios de referência, quemuitas vezes não temos nos nossos
países", explica o presidente
que diz acreditar num equilíbrioentre a adesão de estudantesafricanos e os restantes.As primeiras fundações deste
projeto lusófono já estão emmarcha e com o financiamento
para o primeiro ano garantido,as universidades parceirasdo projeto preparam agoraeditais até abril. Jorge Ferrão
espera que 60 dias depoisexistam condições para iniciarformalmente os intercâmbios.
Fundada em 1986, a AULPreúne mais de 150 universidades
públicas e privadas e institutos
politécnicos, nos oito países daComunidade dos Países de LínguaPortuguesa (CPLP) e em Macau.cmateus.externo(ã>impresa.pt
BREVES
Sardinhaportuguesaé seguraUM ESTUDO do InstitutoSuperior de Engenhariado Porto diz que "consu-mir sardinha, carapau e
cavala pescados em Por-
tugal é seguro". Dos qua-se 900 peixes analisados,todos apresentaram ní-veis de contaminaçãomuito abaixo dos limitesimpostos pelas leis euro-peia e não tinham hidro-carbonetos cancerígenos.