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a revista do engenheiro civil techne téchne 120 março 2007 www.revistatechne.com.br IPT apoio Edição 120 ano 14 março de 2007 R$ 23,00 Charles Thornton Encunhamento de alvenaria Marquises Armaduras Estruturas de madeira Lajes planas Proteção contra o fogo ISSN 0104-1053 9 7 7 0 1 0 4 1 0 5 0 0 0 0 0 1 2 0 COMO CONSTRUIR Lajes planas COMO CONSTRUIR Lajes planas ENTREVISTA CHARLES THORNTON O engenheiro das grandes estruturas MARQUISES Risco suspenso FOGO Medidas de segurança ALVENARIA Fixação superior ENTREVISTA CHARLES THORNTON O engenheiro das grandes estruturas MARQUISES Risco suspenso FOGO Medidas de segurança ALVENARIA Fixação superior Armaduras Armaduras Racionalização abre espaço maior ao aço cortado e dobrado, mas essa etapa da obra ainda pode ser mais industrializada Racionalização abre espaço maior ao aço cortado e dobrado, mas essa etapa da obra ainda pode ser mais industrializada capa tech 120.qxd 5/3/2007 15:53 Page 1

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‘a revista do engenheiro civil

techne

téchne120 m

arço2007

www.revistatechne.com.br

IPTapoio

Edição 120 ano 14 março de 2007 R$ 23,00

Charles Thornton■

Encunhamento de alvenaria

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Armaduras

■Estruturas de m

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Lajes planas■

Proteção contra o fogo

ISSN

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COMO CONSTRUIR

Lajes planasCOMO CONSTRUIR

Lajes planas

ENTREVISTACHARLES THORNTON

O engenheiro dasgrandes estruturas

MARQUISES

Risco suspenso

FOGO

Medidas de segurança

ALVENARIA

Fixação superior

ENTREVISTACHARLES THORNTON

O engenheiro dasgrandes estruturas

MARQUISES

Risco suspenso

FOGO

Medidas de segurança

ALVENARIA

Fixação superior

ArmadurasArmadurasRacionalização abre espaço maior ao açocortado e dobrado, mas essa etapa da obra ainda pode ser mais industrializada

Racionalização abre espaço maior ao açocortado e dobrado, mas essa etapa da obra ainda pode ser mais industrializada

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SUMÁRIO

SEÇÕESEditorial 2Web 6Área Construída 8Índices 12IPT Responde 14Carreira 16Melhores Práticas 20P&T 56Obra Aberta 72Agenda 74

CapaLayout: Lucia LopesFoto: Marcelo Scandaroli

ENTREVISTARevolução a caminhoCharles Thornton, projetista das Petronas

Towers e especialista em colapsos,fala dos avanços nos projetos

38

22

CAPAProjeto de armadurasCresce o uso de aço cortado e dobrado

e de telas soldadas

30 ALVENARIAÚltima fiadaVeja as diferentes maneiras de

executar o encunhamento de paredes

34 MARQUISESPerigo suspensoQueda de marquises alerta para o

risco de projetos mal-executadose falta de manutenção

42 SEGURANÇAFogo contidoO que você deve saber sobre

especificação de materiais e projeto

48 ARTIGOEstrutura de madeira laminada

coladaPesquisadores viabilizam uso de vigas e

pilares feitos com lâminas de Pínus

77 COMO CONSTRUIRLajes planas com fôrmas tipo deckVeja como executar lajes pelo sistema de

fôrmas industrializadas

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EDITORIAL

2 TÉCHNE 120 | MARÇO DE 2007

Os recentes acidentes seriam um reflexo da crise da engenhariacivil brasileira? Ou uma oportunidade para a sociedade

aprender a valorizá-la? O que hoje pode ser visto como ataque ouhumilhação talvez seja o ponto de partida para uma necessáriamudança de paradigma. Fato é que, pouco mais de um mês após atragédia do Metrô em São Paulo, a queda de uma marquise, no Riode Janeiro, fez novas vítimas. Esta edição já previa uma matériasobre essas estruturas, planejada bem antes da trágica ocorrência.Não por acaso, pois o problema das marquises causa preocupaçãono meio técnico há muito tempo. O Ibracon (Instituto Brasileirodo Concreto) e a Abece (Associação Brasileira de Engenharia eConsultoria Estrutural) já haviam dado o alerta para o grave riscodessas estruturas desabarem sobre o passeio público por máconservação ou até por mau dimensionamento. É claro que, assimcomo no caso do Metrô, a engenharia nacional não merece sercrucificada. Para a sociedade, entretanto, as questões seconfundem. As pessoas assistem aos telejornais e, pasmas, lançamsérias dúvidas sobre o trabalho dos engenheiros, sua capacitaçãotécnica e até sobre a ética dos profissionais. Mesmo cientes dospreconceitos envolvidos e do sensacionalismo que por vezespercorre a cobertura de alguns poderosos veículos decomunicação, julgamos necessário discutir o assunto e procurar,sem ufanismo ou corporativismo, resgatar a imagem da profissão.Formação acadêmica, atualização profissional, legislação econtratos de obras públicas, terceirização e qualidade são temasque precisam ser valorizados não apenas em páginas de revistas oueventos setoriais. Devem fazer parte do cotidiano dos profissionais.E de volta às marquises, há um perigo "suspenso" sobre nossascabeças. O presidente do Ibracon, o professor Paulo Helene,acredita que está na hora de reduzir, na norma, as tolerâncias deabertura de fissuras e recomendar o uso de concretos mais coesos,menos permeáveis e até de armaduras inoxidáveis ou galvanizadas.Helene revela que países como Argentina e Estados Unidos jáadotaram leis rigorosas tanto na execução quanto na manutençãodessas estruturas. Não devemos fazer o mesmo?

Engenharia no divã VEJA EM AU

� Entrevista com Robert Brufau

� Hotel Faena, Buenos Aires� Torres Siamesas, Chile,

Steel Frame

VEJA EM CONSTRUÇÃOMERCADO

� Locação de equipamentos� Acidente do metrô� Cooperativas de compras� Elevadores de obras

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4 TÉCHNE 120 | MARÇO DE 2007

Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)

DDiirreettoorr GGeerraall

Ademir Pautasso Nunes

DDiirreettoorr ddee RReeddaaççããoo

Eric Cozza [email protected]

EEddiittoorr:: Paulo Kiss [email protected]:: Gustavo Mendes RReeppóórrtteerr:: Bruno Loturco; Renato Faria (produtor editorial)

RReevviissoorraa:: Mariza Passos CCoooorrddeennaaddoorraa ddee aarrttee:: Lucia Lopes DDiiaaggrraammaaddoorreess:: Leticia Mantovani e Maurício Luiz Aires;

Renato Billa (trainee) IIlluussttrraaddoorr:: Sergio Colotto PPrroodduuttoorraa eeddiittoorriiaall:: Juliana Costa FFoottóóggrraaffoo:: Marcelo Scandaroli

CCoonnsseellhhoo AAddmmiinniissttrraattiivvoo:: Caio Fábio A. Motta (in memoriam), Cláudio Mitidieri, Ercio Thomaz,Paulo Kiss, Eric Cozza e Luiz Carlos F. Oliveira CCoonnsseellhhoo EEddiittoorriiaall:: Carlos Alberto Tauil, Emílio R. E.

Kallas, Fernando H. Aidar, Francisco A. de Vasconcellos Netto, Francisco Paulo Graziano, Günter Leitner,José Carlos de Figueiredo Ferraz (in memoriam), José Maria de Camargo Barros, Maurício Linn Bianchi,

Osmar Mammini, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza e Vera Conceição F. Hachich

EENNGGEENNHHAARRIIAA EE CCUUSSTTOOSS:: Regiane Grigoli Pessarello PPrreeççooss ee FFoorrnneecceeddoorreess:: Fábio Kawano AAuuddiittoorriiaa ddee PPrreeççooss:: Danilo Campos e Aparecido Ulysses

EEssppeecciiffiiccaaççõõeess ttééccnniiccaass:: Erica Costa Pereira e Ana Carolina FerreiraÍÍnnddiicceess ee CCuussttooss:: Juliana Cristina Teixeira CCoommppoossiiççõõeess ddee CCuussttooss:: Fernando Benigno

SSEERRVVIIÇÇOOSS DDEE EENNGGEENNHHAARRIIAA:: Celso Ragazzi, Luiz Freire de Carvalho e Mário Sérgio PiniPPUUBBLLIICCIIDDAADDEE:: Luiz Carlos F. de Oliveira, Adriano Andrade e Jane Elias

EExxeeccuuttiivvooss ddee ccoonnttaass:: Alexandre Ambros, Eduardo Yamashita,Patrícia Dominguez, Ricardo Coelho e Rúbia Guerra

MMAARRKKEETTIINNGG:: Ricardo Massaro EEVVEENNTTOOSS:: Vitor Rodrigues VVEENNDDAASS:: José Carlos Perez RREELLAAÇÇÕÕEESS IINNSSTTIITTUUCCIIOONNAAIISS:: Mário S. Pini

AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO EE FFIINNAANNÇÇAASS:: Tarcísio Morelli CCIIRRCCUULLAAÇÇÃÃOO:: José Roberto Pini SSIISSTTEEMMAASS:: José Pires Alvim Neto e Pedro Paulo Machado

MMAANNUUAAIISS TTÉÉCCNNIICCOOSS EE CCUURRSSOOSS:: Eric Cozza

EENNDDEERREEÇÇOO EE TTEELLEEFFOONNEESS

Rua Anhaia, 964 – CEP 01130-900 – São Paulo-SP – Brasil

PPIINNII Publicidade, Engenharia, Administração e Redação – fone: (11) 2173-2300

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RReepprreesseennttaanntteess ddaa PPuubblliicciiddaaddee::

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MMiinnaass GGeerraaiiss (31) 3411-7333 RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull (51) 3333-2756

RRiioo ddee JJaanneeiirroo (21) 2247-0407/9656-8856

RReepprreesseennttaanntteess ddee LLiivvrrooss ee AAssssiinnaattuurraass::

AAllaaggooaass (82) 3338-2290 AAmmaazzoonnaass (92) 3646-3113 BBaahhiiaa (71) 3341-2610 CCeeaarráá (85) 3478-1611

EEssppíírriittoo SSaannttoo (27) 3242-3531 MMaarraannhhããoo (98) 3088-0528

MMaattoo GGrroossssoo ddoo SSuull (67) 9951-5246 PPaarráá (91) 3246-5522 PPaarraaííbbaa (83) 3223-1105

PPeerrnnaammbbuuccoo (81) 3222-5757 PPiiaauuíí (86) 3223-5336

RRiioo ddee JJaanneeiirroo (21) 2265-7899 RRiioo GGrraannddee ddoo NNoorrttee (84) 3613-1222

RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull (51) 3470-3060 SSããoo PPaauulloo Marília (14) 3417-3099

São José dos Campos (12) 3929-7739 Sorocaba (15) 9718-8337

ttéécchhnnee:: ISSN 0104-1053Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,necessariamente, as opiniões da revista.

VVeennddaass ddee aassssiinnaattuurraass,, mmaannuuaaiiss ttééccnniiccooss,, TTCCPPOO ee aatteennddiimmeennttoo aaoo aassssiinnaanntteeSegunda a sexta das 9h às 18h

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Para solicitar reimpressões de reportagens

ou artigos publicados:

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PINIrevistasRReeddaaççããoofone (11) 2173-2303fax (11) 2173-2327e-mail: ccoonnssttrruuccaaoo@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINImanuais técnicosfone (11) 2173-2328e-mail: mmaannuuaaiiss@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINIsistemasSSuuppoorrtteefone (11) 2173-2400e-mail: ssuuppoorrttee@@ppiinniiwweebb..ccoomm

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PINIserviços de engenhariafone (11) 2173-2369

e-mail: eennggeennhhaarriiaa@@ppiinnii..ccoomm..bbrr PROIBIDA A REPRODUÇÃO E A TRANSCRIÇÃO PARCIAL OU TOTAL TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

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6 TÉCHNE 120 | MARÇO DE 2007

Fórum TéchneConfira as últimas opiniões deixadas no site da Téchne.

A NBR 6118 – Projeto deEstruturas de Concreto – deve serrevisada? Por quê?A quantidade de estruturas de concretoque apresentam patologias antesmesmo de cinco anos de construídasleva a crer na necessidade dos novosconceitos da NBR 6118, mas tambémsignifica que esta deve ser atualizada.Por exemplo: falta estabelecer os limitesdas diversas classes de agressividadeambiental e contemplar microclima.Sérgio Pereira Pinto Lemos

A segurança do trabalho noscanteiros de obras tem melhoradoou piorado?A segurança do trabalho teve umagrande melhoria nos últimos cinco anos.Os técnicos formados em Segurança doTrabalho vêm estudando e seaprimorando com cursos relacionadosao Meio Ambiente e Saúde, conhecidoscomo Gestão em SMS (Segurança, MeioAmbiente e Saúde). Em relação ao ladoempresarial, o Sistema SMS, na maioriadas empresas, é frágil. Existe umdescaso dos diretores que enxergamapenas o faturamento sem custos.Augusto Francisco Polegato

Qual sua opinião sobre odesabamento do Metrô?Antes de possíveis erros técnicos, omaior erro foi termos deixado a"concorrência do mercado capitalista"engolir-nos e cegar-nos a ponto desermos desvalorizados comoprofissionais. A busca pelo menor preçoante a qualidade é extremamenteprejudicial para nossas obras.José Rodrigo Santana Pinho

Acesse links para artigossobre ensaios de edifícios emtúneis de vento. O tema foiabordado na entrevista como engenheiro CharlesThornton, especialista emperícia de colapsosestruturais e projetista daPetronas Towers (foto), umdos edifícios mais altos domundo, com 450 m de altura.Para Thornton, os ensaios deedifícios em túneis de ventosão absolutamente confiáveis.

Ação do vento

Confira em detalhes os requisitospara envio de artigos para a Téchne,como número de caracteres,resolução de fotos e ilustrações,além de roteiro de execução. Valemtambém artigos para a seção ComoConstruir. Veja também a listacompleta dos artigos já publicados.

Artigos

Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdospublicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista

www.revistatechne.com.br

Conheça mais detalhes do ACE MentorProgram, ou Programa de Mentores emArquitetura, Construção e Engenharia,fundado pelo engenheiro Charles Thornton na década de 90 e que atende a mais decinco mil estudantes. O programa, que contacom a colaboração de 1.500 mentores,promove a qualificação profissional de jovenscarentes em uma das três áreascontempladas pela iniciativa.

Responsabilidade social

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ÁREA CONSTRUÍDA

TÉCHNE 120 | MARÇO DE 2007

Pavimentação deve usar resíduos reciclados

Ministério daráconsultoria em projetosde saneamentoO Ministério das Cidades prestaráassistência técnica às companhiasestaduais e municipais desaneamento básico para habilitarseus projetos junto ao Programa deSaneamento para Todos, incluído noPAC (Programa de Aceleração doCrescimento). Em vigor desdefevereiro, a Lei de SaneamentoBásico determina investimentosanuais de R$ 10 bilhões no setor,incluídos R$ 3 bilhões de recursosprovenientes do PAC. O texto,sancionado no ano passado, prevê,entre outros, a universalização dosserviços de abastecimento de água,rede de esgoto e drenagem deáguas pluviais.

Manual de aterros para resíduos da construção

Conselhos estaduais e municipaisde meio ambiente receberão o ma-nual "Áreas de Manejo de Resíduosda Construção Civil e ResíduosVolumosos", elaborado em con-

junto pelos ministérios das Cida-des e do Meio Ambiente. O docu-mento tem como objetivo orientaressas entidades na criação de nor-mas de licenciamento de áreas que

Os serviços de pavimentação de viaspúblicas no município de São Paulodeverão utilizar agregados recicla-dos provenientes de resíduos sólidosda construção civil. Até o final dejunho, no máximo, todas as contra-tações de pavimentação de vias de-verão prever no projeto especifica-ções técnicas que contemplem o usodos resíduos. A obrigatoriedade nãose aplicará: em caso de pavimenta-ção emergencial; quando não hou-ver, no mercado, material beneficia-do adequadamente; ou quando autilização dos agregados reciclados

for tecnicamente inexeqüível. Essascondições excepcionais deverão serjustificadas com um estudo técnicodemonstrativo.

vão receber o lixo gerado pela cons-trução civil. A publicação é resulta-do do seminário LicenciamentoAmbiental de Destinação Final deResíduos Sólidos, realizado em2006. Para o consultor do Ministé-rio das Cidades, Tarcísio de PaulaPinto, o licenciamento dessas áreaspermitirá que todo o material quehoje está sendo enterrado seja reu-tilizado. "De acordo com a normabrasileira, os lixões passaram a seráreas de triagem, de reciclagem eaterros. É um processo todo novo,que vai permitir que terra, areia,pedra, madeira e ferro, que vêmsendo enterrados de forma contí-nua, possam retornar para a cons-trução, de forma absolutamentevantajosa", afirmou.

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CBCA publica manual"Steel Framing:Engenharia"

Em 127 páginas, o manual trazos principais conceitos relativosaos perfis formados a frio, o seudimensionamento e ligaçõessegundo os critérios da ABNTNBR 14762/2001 –"Dimensionamento deestruturas de aço constituídaspor perfis formados a frio –procedimento". Trata-se dosegundo manual sobre SteelFraming publicado pela CBCA(Câmara Brasileira deConstrução em Aço). A primeirafoi o "Steel Framing:Arquitetura", com detalhesconstrutivos do sistema, quevisa orientar arquitetos eprofissionais da área para aconcepção de projetos deedificações.

Um edifício de alto padrão em Ameri-cana, interior de São Paulo, adotou umnível de pré-fabricação ainda raro nosegmento residencial. O prédio terá pi-lares e fundações moldados no local. Jáno caso das pré-vigas, lajes alveolares,escadas e painéis de fachada, a fabrica-ção ficará a cargo da Munte.A estruturadeverá ser concluída em meados de2007 e a obra, entregue no início de2009. O condomínio, que possui 12 pa-vimentos (um apartamento por andar),térreo e subsolo, foi definido inicial-mente como uma construção conven-cional. No entanto, sofreu sensível alte-ração em sua concepção em meados de2006. Ao participar da implantação doedifício de uma faculdade em SantaBárbara D'Oeste, o engenheiro LucianoCadaval, diretor da Copen – empresaque incorpora o condomínio residen-cial de Americana –, vislumbrou a pos-sibilidade de aplicar a pré-fabricaçãoem seu novo empreendimento.

Empresa aplica pré-fabricação em edifício residencial

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Á R E A C O N S T R U Í D A

Infra-estrutura do PanA prefeitura do Rio de Janeiro deu iní-cio a oito licitações para execução deserviços de infra-estrutura na cidadepara os Jogos Pan-americanos. A Se-cretaria Municipal de Obras do muni-cípio anunciou em fevereiro que apli-cará R$ 57,6 milhões em serviços demelhoria na pavimentação de ruas e

avenidas, construção de novo acesso àIlha do Governador a partir da LinhaVermelha e duplicação de um trechoda Avenida Ayrton Senna. Avenidasserão recapeadas e também serãoconstruídas uma ponte sobre o ArroioFundo e uma passarela em frente à VilaPan-Americana, na Barra da Tijuca.

Masisa lança novasfôrmas de OSBA Masisa lançou o OSB Form e o OSBForm Plastificado para confecção defôrmas de concreto, vigas, pilares efundações. Os dois produtos estãosendo comercializados em chapas detamanho padrão, nas dimensões de1,22 m x 2,20 m e nas espessuras de 12,14 e 17 mm. A fabricante garante ummínimo de 12 desenformas (seis porface) para o OSB Form e 16 desenfor-mas (oito por face) para a versão plas-tificada com Tego Filme.

Comunidade daConstrução lança 2o

Prêmio Melhores Práticas

Vão até o final do mês de março asinscrições dos trabalhos para o 2o

Prêmio Melhores Práticas, realizadopela Comunidade da Construção. Apremiação visa prestigiar as melhoresrealizações e contribuições para oaumento de desempenho dos sistemasconstrutivos à base de cimento. AComunidade, liderada pela ABCP(Associação Brasileira de CimentoPortland) e diversos Sindusconsregionais, reúne cerca de 250construtoras, fornecedores demateriais, profissionais, entidadessetoriais e instituições acadêmicas, eestá presente em 17 pólos espalhadospelo País. Todos os integrantes daComunidade da Construção podemparticipar do prêmio. A entregaocorrerá no 79o Encontro Nacional daIndústria da Construção, em outubro.

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ÍNDICESIPCEem São PauloFevereiro tem leve deflação, com destaquepara barra de aço, areia e vidro

Oíndice global do IPCE (ÍndicePINI de Custos de Edificações)

encerrou o mês de fevereiro comqueda de 0,04%, percentual inferior àinflação de 0,23% apresentada peloIGP-M (Índice Geral de Preços deMercado).

Apesar de negativo, o IPCE regis-trou inflação em materiais como a fe-chadura completa para porta interna,que subiu de R$ 50,10 para R$ 50,61.Materiais como assoalho e porta lisa,provenientes da madeira, tambémsofreram reajuste de R$ 91,92 paraR$ 94,44 e de R$ 68,09 para R$ 68,89,respectivamente. A inflação dessesdois itens é decorrente do repasse dosfabricantes.

Dos itens que sofreram deflaçãodestaca-se a barra de aço, com ligeiraqueda de 0,22%. A areia teve seu preçoreduzido de R$ 51,30 para R$ 50,41.Devido ao repasse do fabricante, os vi-dros também tiveram o preço reduzi-do.O vidro temperado baixou 7,72% eo cristal comum passou de R$ 47,85para R$ 46,41/m².

Apesar da deflação, construir emSão Paulo está em média 5,33% maiscaro, percentual superior à média de3,54% registrado pelo IGP-M nos últi-mos 12 meses.

SSuuppoorrttee TTééccnniiccoo:: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:[email protected]. Assinantes poderão consultar indíces e outros serviços no portal www.piniweb.com

IPCE globalIPCE materiaisIPCE mão-de-obra

Índice PINI de Custos de Edificações (SP)Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior

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25

20

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10

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5

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8

7 76 6

8 87 7

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8

6,574,42

8,696,125,334,51

Fev/06 Abr Jun Ago Out Dez Fev/07

666

TÉCHNE 120 | MARÇO DE 2007

Data-base: mar/86 dez/92 = 100Mês e Ano IPCE – São Paulo

gglloobbaall mmaatteerriiaaiiss mmããoo--ddee--oobbrraaFFeevv//0066 110055..111100,,2200 5511..221177,,6644 5533..889922,,5566mar 104.327,62 50.435,06 53.892,56abr 104.425,80 50.533,25 53.892,56mai 109.352,73 52.161,98 57.190,76jun 110.471,04 53.280,28 57.190,76jul 110.411,03 53.220,27 57.190,76ago 110.432,28 53.241,52 57.190,76set 110.443,36 53.252,61 57.190,76out 110.677,85 53.487,10 57.190,76nov 110.937,11 53.746,35 57.190,76dez 111.010,59 53.819,83 57.190,76jan 110.759,12 53.568,36 57.190,76FFeevv//0077 111100..771166,,1188 5533..552255,,4422 5577..119900,,7766Variações % referente ao último mêsmês -0,04 -0,08 0,00acumulado no ano -0,27 -0,55 0,00acumulado em 12 meses 5,33 4,51 6,12Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir dasvariações dos preços de um lote básico de insumos. O número índice é atualizado porpesquisa realizada em São Paulo (SP). Período de coleta: a cada 30 dias com pesquisana última semana do mês de referência.Fonte: PINI

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Pressurizador

Envie sua pergunta para a Téchne.Utilize o cartão-resposta encartado na revista.

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IPT RESPONDE

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O Brasil é mesmo um dos poucos paísesque usa reservatório de água elevado? Ouso de pressurizador elimina anecessidade de reservatório? Quaisnormas devem ser seguidas? Silas Sepúlveda e Silva Jr.

Brasília

Realmente no Brasil é muito usado oreservatório domiciliar, que historica-mente está ligado à questão da confia-bilidade do abastecimento de água.Como as concessionárias de modogeral acabam sempre apresentando fa-lhas no abastecimento, as pessoas sãolevadas a usar o reservatório, ausenteem alguns países com sistemas deabastecimento melhor consolidados.O pressurizador de água tem funcio-namento semelhante aos sistemas tra-

Que características deve possuir oconcreto para executar superfíciesinclinadas, como lajes?Paula Miranda da Silva

Bela Vista (GO)

Para pequenas inclinações (da ordemde até 20 ou 25%) as concretagem sãorealizadas sem dispositivos especiais,utilizando-se concretos de consistên-cia normal, ou seja, slump em torno de6 a 8 cm. A concretagem é feita debaixo para cima, compactando-se oconcreto contra a fôrma/anteparo

Lajes inclinadaspresente na parte mais inferior da lajee, em seguida, compactando-se asnovas camadas contra as anterior-mente adensadas.

Para inclinações mais significati-vas, deve-se recorrer a fôrmas, tantona superfície inferior quanto na su-perfície superior da laje, especifican-do-se o menor abatimento possíveldo concreto (em função da espessurada laje, densidade de armaduras econdições de adensamento). Nessacircunstância, pode-se recorrer auma espécie de fôrmas trepantes, ou

seja, utilizam-se dois segmentos defôrmas para a superfície superior:adensadas as faixas 1 e 2, a partir dabase, retira-se o segmento de fôrma 1que é imediatamente posicionadopara a concretagem da faixa 3, eassim sucessivamente. A retirada ereposicionamento da fôrma superiorpodem ser feitas logo após o início depega do cimento, ou seja, em tornode uma hora.Ercio Thomaz

Cetac-IPT (Centro de Tecnologia do

Ambiente Construído)

dicionais em que se usa reservatórioinferior, motobomba e reservatóriosuperior. Contudo, não é permitidoligar a sucção do sistema pressuriza-dor à tubulação da rede pública. Serásempre necessário usar um reservató-rio de água acoplado, o que não é um

requisito da norma técnica, mas simuma exigência das concessionárias.O reservatório acoplado alimenta opressurizador, composto essencial-mente por um motor elétrico e por umrotor, que impulsiona a água commaior velocidade e pressão. Os siste-mas normalmente possuem coman-dos automáticos (só passa a pressuri-zar a partir de certa vazão/abertura datorneira ou do chuveiro,cessa a pressu-rização também com uma diminuiçãoda vazão), operando de acordo comcurvas de rendimento vazão x pressãodefinidas pela potência do equipa-mento, tipo e diâmetro das tubulações.Adilson Lourenço Rocha

Laboratório de Instalações Prediais

Cetac-IPT (Centro de Tecnologia do

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Hidrômetros individuais O que é preciso para instalar hidrômetrosindividuais em condomínios? Quais osparâmetros de cálculo/instalação?Cláudia R. B. de Barba

Blumenau (SC)

A medição individualizada de água nosedifícios residenciais vem sendo cadavez mais requisitada por parte decondôminos, tendendo, num futuropróximo, a ser exigida nas legislaçõesdas cidades. Em alguns edifícios, inclu-sive, já se vem operando o sistema demedição remota, ou seja, não há neces-sidade de pessoal da empresa conces-sionária de água ter acesso físico aoshidrômetros individuais instalados pró-ximos às entradas dos apartamentos.

Os cuidados a serem observados emcada caso dependerão da forma comoserá feita a medição. Se a medição forfeita por tubulação exclusiva que ali-menta cada residência individualmentea partir do reservatório superior, nãovalem os dispositivos de dimensiona-

mento estabelecidos na NBR 5626:1998,que é a norma técnica brasileira usadano projeto das instalações prediais deágua fria.

A observância a tais requisitos danorma só se dará caso se utilizem os

Na região de Juiz de Fora podem serencontrados dois tipos de eucalipto: um é branco e outro, vermelho. Qual é maisadequado para executar estrutura paratelhado e qual o mais indicado para portase janelas?Mauro Santoro Campello

Juiz de Fora (MG)

Para a utilização correta de madeira deeucalipto ou outra espécie qualquer épreciso conhecer as suas característicasfísicas e mecânicas. Não basta apenas asua identificação pela cor,porque as ca-racterísticas físicas e mecânicas do eu-calipto variam com a espécie, idade, lo-calização geográfica, posição ao longodo tronco, sentido medula/casca, etc.Deve-se ressaltar que quando houver ocruzamento de espécies (híbridos), assuas características físicas e mecânicastornam-se imprevisíveis mesmo com aidentificação botânica, porque os hí-bridos podem herdar informações ge-néticas de qualquer uma das espécies

envolvidas em proporções variáveis. Aescolha da madeira adequada para es-trutura de telhado e para a confecçãode portas e janelas envolve outros parâ-metros, além das propriedades físicas emecânicas, como o processamento e atrabalhabilidade.Para o correto dimensionamento deestruturas de telhados, segundo aABNT, NBR 7190/97, o projetista ne-cessitará de informações como a den-sidade de massa, resistência caracte-rística à compressão axial, resistênciacaracterística ao cisalhamento parale-lo às fibras e módulo de elasticidadeda madeira. A secagem da madeira es-trutural até o teor de umidade deequilíbrio compatível com as condi-ções climáticas do ambiente, antes desubmetê-la ao carregamento, é essen-cial para minimizar deformações aolongo do tempo (deformações visco-elásticas).

Em se tratando de portas e janelas,outros requisitos físicos e mecânicos

serão ainda exigidos. As principais ca-racterísticas que devem ser considera-das são: a textura, a densidade demassa moderada e uniforme, a facili-dade de colagem, boa aceitação de aca-bamento, a resistência biológica, grãreta, ausência de nós e bolsas de resina,facilidade de secagem e resistência aoarrancamento de parafusos. A seca-gem da madeira até o teor de umidadede equilíbrio compatível com as con-dições climáticas do ambiente, tam-bém é essencial para minimizar defor-mações por secagem, muito prejudi-ciais para o desempenho dos caixilhos.

Portanto, recomenda-se para osdois tipos de eucalipto, o branco e overmelho, pelo menos a determinaçãodas propriedades físicas e mecânicas.Somente assim os profissionais pode-rão tomar decisões acertadas sobre autilização da madeira para as finalida-des mencionadas.Takashi Yojo

Centro de Tecnologia de Recursos Florestais–IPT

Eucalipto para telhado

medidores individuais de consumoligados a uma prumada única que ali-menta todas as residências.Adilson Lourenço Rocha

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CARREIRA

A té o momento, são cinco os li-vros didáticos sobre cálculo es-

trutural publicados pelo engenhei-ro de estruturas José Carlos Susse-kind. Talvez não provem, mas certa-mente evidenciam que ele possuiconhecimento técnico acima damédia de mercado. Numa linha ló-gica de raciocínio, conclui-se quedesse conhecimento – possivelmen-te excepcional – é que brotou a pro-ximidade profissional com um dos,inegavelmente, mais bem-sucedi-dos arquitetos de todos os tempos –Oscar Niemeyer.

Sussekind nega. Afirma que,muito mais que a destreza técnica,foram os bate-papos casuais queconquistaram a confiança e o afetode pessoas como Niemeyer e de umou outro governador fluminense. Aessa habilidade em cativar pessoaspor meio da prosa atribui a sorte deter se destacado frente a colegas deprofissão. "Ao relembrar momentosdecisivos da minha carreira, vejoque tiveram em comum o fato de euter, muito provavelmente, agradadocertas pessoas mais pelas conversa-ções acerca de temas gerais do que,especificamente, por conversas téc-nicas", rememora. Daí vem o conse-lho a jovens profissionais. Que estu-dem história, filosofia, política, artese literatura para complementar aformação técnica. O desenvolvi-mento do aspecto renascentista do

José Carlos SussekindInterlocutor de Niemeyer e autor de projetos como o Sambódromo do Rio e os Cieps, engenheiro aconselha o estudo de humanidades, à maneira renascentista

José Carlos SussekindIdade: 59 anosGraduação: em engenhariaestrutural, em 1969, pela PUC-RJ(Pontifícia Universidade Católica doRio de Janeiro)Especialização: mestre emestruturas e fundações, pela PUC-RJ,em 1970Empresas em que trabalhou:Projectum, empresa especializada emcálculo estrutural, de 1967 até seradquirida pela Promon, em 1981, ondefoi diretor geral até 1995. Desde então édiretor presidente da Developer S.A. epresidente do Conselho deAdministração do Grupo Águas do BrasilCargos exercidos: professor deEstática das Construções, pela PUC-RJ,de 1970 a 1978, e de Concreto Armadoe Concreto Protendido, pelo IME-RJ(Instituto Militar de Engenharia do Riode Janeiro), de 1977 a 1987

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ser é grande aliado, assegura Susse-kind, quando da tomada de decisõescruciais para a vida profissional emesmo pessoal.

Os céticos podem questionar: naprática da engenharia, quais os bene-fícios resultantes do estudo literário,por exemplo? "O que temos dentrode nós de algum modo se reflete notrabalho. Em tese, gostar de filosofianão muda o cálculo das dimensõesde uma coluna, mas possibilita fazê-lo com mais serenidade", pondera.

Tal placidez alcança lendo ro-mances históricos, biografias ou no-velas policiais – "geralmente dois li-vros ao mesmo tempo" –, estudandomúsica clássica com amigos, tocandopiano, compartilhando, aos finais desemana e junto da esposa, a compa-nhia dos seis cachorros e conversan-do com pessoas agradáveis. "O quemais gosto na minha profissão é daoportunidade de conviver com pes-soas diferentes e interessantes", pon-tua ao verificar a semelhança com oamigo Niemeyer.

Se hoje é visita freqüente na casado arquiteto, onde passam apenas"5% do tempo tratando dos projetose o restante conversando sobre coisasda vida", o início da amizade se deupor mero acaso. Quando era estagiá-rio da construtora Rabello, o respon-sável pelas estruturas de Niemeyer,Joaquim Cardozo, adoeceu. Foientão que Marco Paulo Rabello colo-

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Obras marcantes das quaisparticipou: a Procuradoria Geral daRepública, o Museu Nacional deBrasília, a Universidade deConstantine, na Argélia; oSambódromo, a Linha Vermelha e os 500 Ciep (Centros Integradosde Educação Pública), no Rio de Janeiro

Obra mais significativa daengenharia brasileira: em vez deobras, cito duas pessoas-chave. Oengenheiro Emílio Baumgart, quecriou a solução em balançossucessivos na ponte do rio do Peixee concebeu o primeiro arranha-céuem concreto do mundo, o edifício ANoite, no Rio de Janeiro, e oarquiteto Oscar Niemeyer, que abriuas portas para a exportação deserviços de engenharia

Realização profissional: tornar-me o principal interlocutor técnicodo mais importante arquiteto que jáexistiu e do mais extraordinário serhumano que já conheci

Dez questões para José Carlos Sussekind

Mestres: os engenheiros BrunoContarini, José Villas Boas e CarlosAlberto Fragelli

Por que escolheu serengenheiro: não foi simples, poissempre gostei muito de história eliteratura e minha vocação era serprofessor, mas sabia dasdificuldades materiais que tem umprofessor no Brasil e achei quedevia, sendo prático, escolherentre as três profissões nobres daépoca: direito, engenharia oumedicina. Escolhi engenharia eacabei gostando da escolha

Melhor instituição de ensino daengenharia: temos algumasmuito boas. Não vou cometer adeselegância de privilegiar uma

Conselho ao jovemprofissional: não esqueçam que aformação técnica é apenas umaparte, que cultura geral éimprescindível. Temos que estudarhistória, política, artes, filosofia,

Dotado dos instrumentos quejulga indispensáveis para bemcoordenar uma obra, "comandototal outorgado pelo governador erecursos para pagar a todos emdia", ainda deveria lidar com acomplexidade técnica exigida ecom a superexposição inerente aobras públicas, especialmente as degrande porte. "Partindo do princí-pio de que é mais barato trabalharcom quem é competente, fiz oóbvio. Me cerquei de poucas pes-soas, de muita confiança e compe-tência, e selecionei rigorosamente,sob o prisma da capacidade técnicae financeira, as empresas." Alémdisso, conta, aprendeu que os maio-res aliados em obras muito expostassão a mídia e a opinião pública."Em vez de meia dúzia de fiscais,tem-se centenas de milhares."

Bruno Loturco

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cou o corpo técnico de sua empresa,liderado por Bruno Contarini, à dis-posição do arquiteto. Niemeyer pro-curou pelo engenheiro, que viajava, eencontrou Sussekind. "Por algumarazão, ele gostou de conversar comi-go e uma grande e definitiva amizadedaí surgiu. É impossível se aproximarde Oscar e não se deixar cativar porsua generosidade, simplicidade e ge-nialidade", resume.

Além dos projetos, as longas con-versas, quase diárias, resultaram napublicação do livro "Conversa deAmigos". Idéia de Niemeyer, que ad-mira essa forma de registro e lamen-tava não ter guardado os bilhetes tro-cados com Joaquim Cardozo quandoda construção de Brasília. Os amigospassaram a trocar cartas a exemplo deautores consagrados da literatura.

A experiência agradou sobrema-neira Sussekind. "Sempre digo que

foi o meu processo de análise sem terque aturar um analista", brinca. A pu-blicação foi iniciativa de Niemeyer,que "gosta muito de publicar o queescreve e, nesse caso, generosamenteme associou a ele".

Talvez a serenidade obtida com afilosofia também tenha contribuídopara que o engenheiro de estruturasenfrentasse aquele que considera osmaiores desafios de sua carreira. Res-ponsável global pela execução de al-gumas grandes obras, como o Sambó-dromo do Rio de Janeiro e, na mesmacidade, a Linha Vermelha, ou Via Ex-pressa Presidente João Goulart, en-frentou exposição pública extrema eapertados prazos de conclusão.Foram 110 dias para o primeiro e 11meses para a segunda, bem a tempode servir a Rio-92, ou Conferência dasNações Unidas para o Meio Ambientee o Desenvolvimento.

literatura etc., e tentar ser ummisto de técnicos comrenascentistas, pois é esse ladoque nos ajuda nos momentoscruciais de escolhas

Principal avanço tecnológicorecente: ao buscar o limite emleveza e esbeltez, a essência domeu trabalho com Niemeyer, amais importante ferramenta foramos concretos de alta resistênciaeconomicamente viáveis

Indicação de livro: aqueles dosalemães Emil Morsch e FritzLeonhardt, e do brasileiroTelêmaco Van Langendonck

Um mal da engenharia: tivemosquase 20 anos perdidos, compoucas obras, e a engenhariatornou-se pouco atrativa aosjovens, que rumaram para outrasáreas. Ao perder essa geração,descontinuou-se uma linhabrilhante de sucessão. Temos quepreencher essa lacuna

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MELHORES PRÁTICAS

Alvenaria estruturalCuidados começam no recebimento do material. Confira as dicaspara a correta execução desse tipo de alvenaria

Aplicação daargamassa A argamassa pode ser aplicada com ouso de colher, bisnaga ou régua. Aespessura das juntas verticais ehorizontais deve ser de 10 mm, comtolerância de 3 mm para mais ou paramenos. O consumo de argamassacom o uso de bisnaga é menor, mas oaprendizado da mão-de-obra é maisdifícil. É essencial contar com suportecom rodas para a masseira.

Blocos estruturais

AssentamentoO assentamento só deve ser iniciado após amarcação da primeira fiada, verificando-se oesquadro e o nivelamento, conformeespecificado no projeto modulado daalvenaria. A região onde a primeira fiada seráassentada deve estar limpa e ser levemente

umedecida com uma brocha para melhorara aderência da argamassa de assentamento.O tempo entre a mistura da argamassa –sempre em misturadora de argamassa e nãoem betoneira – e a aplicação não deveexceder três horas.

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Avalie, no recebimento, se os blocosapresentam aspecto homogêneo, se asarestas (cantos) são vivas, se não hátrincas ou outros defeitos, e se osblocos não se quebram com facilidade.Caso uma quantidade superior a 10%seja reprovada, o lote deve serrecusado. A cada pavimento, devemser ensaiados os prismas (modelosimulando uma parede), que consisteno assentamento de dois blocos com aargamassa utilizada na obra eexecutado pelo pedreiro encarregadodas elevações nos pavimentos, deforma a retratar a condição exata deaplicação. Identificar os lotes erespectivos locais de aplicação permiterastrear o material.

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Colaboraram Cláudio Oliveira (ABCP), Edison Ribeiro de Mattos (Fortenge) e engenheiro Marcio Santos Faria e arquiteta Claudia PratesFaria (Arq. Est Consultoria e Projetos)

Encontro deparedesA união de paredes que se cruzam podeser realizada de forma direta, quando50% dos blocos penetramalternadamente na parede interceptada(amarração), ou de forma indireta, pormeio de barras metálicas ou chapasmetálicas a cada duas ou três fiadas. Oencontro das paredes já deve estardefinido no projeto de modulação.

InstalaçõesAs instalações elétricas e hidráulicas jádevem estar previstas no projetomodulado de alvenaria. As tubulaçõeselétricas só podem passar pelos septosdos blocos na posição vertical. Rasgos naalvenaria para o embutimento dastubulações não são permitidos. Tambémnão é permitida a passagem de fluidos(água, gás, esgoto) nas paredes quesuportam carga da estrutura.

GrautesOs septos dos blocos devem serpreenchidos de acordo com o projetoestrutural. Para garantir aintegridade, deve-se abrir janelas deinspeção no pé da alvenaria eimediatamente acima das cintas deamarração. Esses septos devem serlimpos para a retirada de eventualargamassa ali depositada. O grautedeve ser aplicado com slump dematerial auto-adensável e, comoprecaução, deve ser socado componta de ferro.

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ENTREVISTA

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CHARLES H. THORNTON

Após 40 anos (desde 1956) à frentedo Grupo Thornton-Tomasetti,empresa com 12 escritórios nosEstados Unidos e outros em Londres,Hong Kong, Moscou e Xangai, fundoua CHT & Co. (Charles H. Thornton &Company LLC.), que oferece serviçosespecializados em consultoriaestratégica nas áreas degerenciamento e marketing,concepção estrutural e perícia.Projetista das Petronas Towers,dentre os maiores prédios do mundo,e especialista em perícia de colapsosestruturais, esteve envolvido com osestudos sobre as causas da queda doWTC (World Trade Center) após osatentados terroristas de 11 desetembro de 2001. Eleito para aAcademia Nacional de Engenharianorte-americana em 1997 enomeado membro honorário daSociedade Americana de EngenheirosCivis em 1999, é fundador do ACEMentor Program, ou Programa deMentores em Arquitetura, Construçãoe Engenharia. O programa colocajovens carentes em contato comengenheiros e arquitetos a fim depromover a qualificação profissional.

Não raro, afirma-se que reconheci-mento e estudo dos próprios erros,

abertura a novos conhecimentos e possi-bilidades e flexibilidade para evitar extre-mismos são os ingredientes essenciaispara o amadurecimento pessoal.Talvez omesmo possa ser aplicado à tecnologia emesmo ao desenvolvimento de um país.A situação tecnológica dos Estados Uni-dos talvez se beneficie dessas virtudes,conforme pode ser visto nesta entrevistaque o projetista estrutural e especialistaem análise de colapsos, o engenheironorte-americano Charles Thornton,cedeu à Téchne. A aposta numa revolu-ção na forma de conceber, contratar econstruir, baseada na inserção de novastecnologias virtuais, assim como o alertapara as peculiaridades da segurança de

estruturas excepcionais, como o WTC, ea capacidade de pensar em sistemas mis-tos são evidências dessa linha de raciocí-nio. Mesmo o problema da falta de qua-lificação da mão-de-obra é visto soboutro prisma quando a prioridade é de-senvolver tecnologias que tornem aconstrução mais industrializada e, con-seqüentemente, mais precisa. Daí, pro-mover programas profissionalizantespassa a ser, senão uma obrigação, umanecessidade da construção civil,que se vêcarente de mão-de-obra capaz de lidarcom novos conceitos e tecnologias. Oalerta para as mudanças atinge tambémos arquitetos que, avessos a padroniza-ções, tendem a dificultar mudanças deconceitos e atrasar a aparentemente ine-vitável industrialização.

Revolução a caminho

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Atualmente, em especial na Ásia, háuma espécie de corrida para aconstrução do prédio mais alto domundo. Essa competição induz, dealguma forma, o desenvolvimento datecnologia da construção? A corrida é mundial, mas em Dubai,nos Emirados Árabes Unidos, estásendo construído o próximo recordis-ta,o Burj Dubai,que terá mais de 850 mde altura. E tenho conhecimento devários outros, ainda na prancheta –ou, melhor, na tela do 3D BIM (Buil-ding Information Models,ou Modelosde Informação para Construção, natradução livre) –, com mais de 910 mde altura. No ano passado, a ThorntonTomasetti concebeu um projeto comcerca de 1.580 m de altura a ser cons-truído no Meio-Oeste americano.Construir prédios altos é uma manei-ra de "colocar seu país ou cidade nomapa" e se consolidar como uma so-ciedade ou cultura tecnologicamenteavançada. O Primeiro Ministro daMalásia afirmou que as Petronas To-wers "estão entre as maiores atraçõesturísticas da Ásia".

Quais tecnologias têm sidobeneficiadas em decorrência dessabusca por alturas cada vez maiselevadas?Todos os recordistas anteriores ao Pe-tronas têm estrutura de aço. No en-tanto, a Malásia não tem indústrias si-derúrgicas nativas e há um impostode importação de 42% sobre o aço in-dustrializado. Em contrapartida, nãohá imposto de importação sobre o açocru. Então, desenvolvemos um siste-ma composto – um concreto muitoresistente para as colunas verticais e asparedes centrais e um composto levecom vigas de aço e lajes em steel deck econcreto – que cortou os custos pelametade e permitiu às torres gêmeas de88 andares serem construídas em ci-

clos de três dias. Bombeamos concre-to a mais de 390 m de altura apenascom bombas de elevação.Toda a con-cepção do projeto e a construção sederam sob uma perspectiva totalmen-te diferenciada.

Tecnicamente, há um limite paraconstruir prédios cada vez maisaltos?Não existem limites se há dinheiro. Amaioria dos prédios altos tem umarelação entre altura e largura de 6para 10. As torres Petronas, com 450m de altura e 45 m de largura extra-polam o limite para 10. Se alguémconceber um prédio com 3 mil m dealtura e largura de 300 m, o que fazercom todo o espaço entre 90 e 150 mque se abre entre os apoios principaisda torre? Uma das possibilidades étransformar as partes mais baixas doprojeto em múltiplos edifícios, agru-pados em plataformas de tal formaque as lajes dos níveis ascendentes e

sucessivos permitam aos ocupantestransitarem dos andares mais baixospara as partes superiores.

A questão da segurança ao fogo éproblemática em edifícios altos.Quais soluções têm sido adotadasnesses casos?A maioria dos prédios muito altosatuais conta com pilares-parede deconcreto ao redor da área central decirculação vertical com o objetivo deenrijecer o edifício contra esforçoslaterais – vento, terremotos, estabili-dade global etc. – e isolamento dacirculação vertical ao fogo. Alémdisso, em alto padrão, edifícios muitoaltos geralmente são projetados pararesistirem a rajadas de vento e apre-sentarem uma segurança elevada aocolapso progressivo.

Ao ver o World Trade Center emchamas, o senhor imaginou que astorres iriam cair?Naquela ocasião, estava na coberturado escritório da Thornton-Tomasetti,que fica a aproximadamente 40 qua-dras ao norte do WTC, com cerca de100 engenheiros estruturais, obser-vando a fumaça e o fogo ultrapassan-do o topo das torres. Nenhum de nósimaginava que haveria o colapso es-trutural. Porém, alguns minutos de-pois, o edifício veio abaixo em quedalivre! Eram cerca de 240 pilares emvolta do perímetro de 62,1 x 62,1 m eapenas 39 foram derrubados pelo im-pacto do avião. Ou seja, 16% dos pila-res perimetrais. Por considerar mode-los de comportamento não-linear nasanálises, estruturas modernas contamcom fatores de segurança que ultra-passam em 2,5 vezes aqueles aplicadosem pequenas edificações. Nunca ne-nhuma outra estrutura alta havia co-lapsado durante apenas 56 minutossob ação do fogo.

“A causa do colapsofoi a remoção, devidoao impacto do avião,da proteção passivaao fogo, com apenas1,25 cm de espessura (0,5 polegada),das vigas abertastreliçadas e de vãode 18,2 m. Essa foi aconclusão do NIBS(National Institute of Building Sciences)”

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E N T R E V I S T A

O impacto dos aviões contribuiusobremaneira ou o fogo foi a causaprincipal para a queda das torres?A causa do colapso foi a remoção,devi-do ao impacto do avião, da proteçãopassiva ao fogo,com apenas 1,25 cm deespessura (0,5 polegada), das vigasabertas treliçadas e de vão de 18,2 m.Essa foi a conclusão do NIBS (NationalInstitute of Building Sciences, ou Insti-tuto Nacional das Ciências da Cons-trução, em português) ao término deum estudo de US$ 16 milhões. O siste-ma de vigas abertas treliçadas utilizadono WTC nunca havia sido usado ante-riormente, não tem sido usado desdeentão e, na minha opinião, nunca seráusado novamente. A capacidade de re-sistência ao fogo do sistema estruturalutilizado, onde as diagonais da treliçasão revestidas por uma camada de 12,5mm de fibras isolantes, jamais foracomprovada experimentalmente, emespecial para um tempo de exposiçãode duas horas, apesar de os códigosnorte-americanos exigirem testes ecomprovação experimental.

Com 452 m, em Kuala Lumpur, naMalásia, as Petronas Towers têmestrutura mista devido a fatorespolítico-econômicos e logísticos.Com ciclos de três dias, as torres de88 andares extrapolam os limitesconvencionais da relação entre alturae largura de prédios altos

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Dentre os mais altos prédios do mundo,com 509 m de altura, o Taipei 101, emTaiwan, tem projeto estrutural daThornton-Tomasetti e conta compêndulo em aço de 730 t, dourado evisível aos visitantes no 87o andar, paraauxiliar na absorção de vibraçõesprovocadas pelo vento e terremotos

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Os estudos sobre o colapso do WTC acarretaram em conhecimento sobre a reação dasestruturas em condições extremas.Como a concepção de novosarranha-céus tem sido influenciadapor esses estudos?Na minha opinião, os projetistas deestruturas, em especial para edifíciosaltos e institucionais, deveriam consi-derar o fogo como uma das condiçõesde carregamento já durante a concep-ção. Os métodos tabulares, semelhan-tes a "livros de receita", presentes noscódigos para determinar a classifica-ção ao fogo são inapropriados paraesse tipo de edificação. Os processosde análise computacional deveriamser uma ferramenta determinante naengenharia de desempenho das torresde grande envergadura, pois conce-bem a estrutura pelo método dos ele-mentos finitos e utilizam os princí-pios da Mecânica e da Dinâmica dosFluidos associados aos algoritmos, emque a capacidade resistente dependeda grandeza da temperatura.

Um renomado engenheiro brasileiroafirma que, num futuro próximo, oconcreto armado não será feito combarras de aço, mas com fibras decarbono. O senhor acredita nisso?Quais seriam os ganhos?Resistência elevada e um concretomais denso transformarão radical-

mente a construção. Composiçõesquímicas já nos permitem obter con-cretos quatro vezes mais resistentesque há 25 anos. A adição de fibrascrescerá e a solução é usar fibras demateriais econômicos com coeficien-tes de expansão térmica similares aodo concreto para evitar efeitos colate-rais negativos.

Alguns especialistas afirmam queestruturas de aço têm umcomportamento mais simples que asde concreto. O senhor concorda queestruturas de aço sejam maisprevisíveis do que as de concreto?Engenheiros mais velhos, que ini-ciaram suas carreiras antes do ad-vento dos computadores, sempregostaram das estruturas de aço porestas serem representadas por "li-nhas em um desenho", ou elemen-tos estruturais lineares, simples e emduas dimensões. Estruturas de con-creto são contínuas, compostas porlajes planas (2D) e cascas curvas(3D), com análise e concepção mais

“O BIM, sistema de modelagem doprojeto estrutural, doarranjo dos elementos,da construção e da operação em 3D, 4D e 5D, irá revolucionar o modocomo concebemos,compramos econstruímos estruturas”

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E N T R E V I S T A

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complicadas, mas, por outro lado,muito mais elegantes e versáteis de-vido à continuidade e redundâncianaturais e inerentes às estruturas deconcreto. Em contrapartida, estru-turas de concreto estão sujeitas a al-terações volumétricas, devidas à re-tração e à fluência, durante os cincoprimeiros anos de vida. Essas carac-terísticas exigem que engenheiro econstrutor estejam muito mais aler-tas e colaborativos ao conceber econstruir, visando a eliminar osefeitos potencialmente deletériosdesses fenômenos.

Como obter vantagens dascaracterísticas físicas e mecânicasdesses materiais?Os reais benefícios aparecem quan-do os usamos em sistemas mistos,que permitem explorar vantagensdos aspectos positivos. Sabemos queo concreto é muito resistente no quediz respeito à compressão e que o açoresiste bem à tração. Que o concretotem massa e capacidade de amorte-cimento, enquanto o aço é leve. Talpropriedade do concreto ajuda naredução de vibrações e de aceleraçãono topo de torres altas e esbeltas, en-quanto estruturas semelhantes ex-clusivamente de aço são excessiva-mente flexíveis. Então, combinamosaço e concreto em soluções compos-tas, como nas Torres Petronas. Opeso das estruturas de concreto,quando utilizado convenientemen-te, evita tracionamento dos elemen-tos de fundação, quando o edifício ésujeito à ação do vento, e os poucoeconômicos pilares e pilares-paredetracionados. Já o aço aumenta a ver-satilidade do piso para futuras adap-tações, aumentando as possibilida-des para locação.

O uso de softwares está, de fato,provocando uma revolução nosprojetos de estruturas? Na suaopinião, o trabalho dos engenheirosse tornou mais complexo?O BIM, sistema de modelagem doprojeto estrutural, do arranjo doselementos, da construção e da ope-ração em 3D, 4D e 5D, irá revolu-

cionar o modo como concebemos,compramos e construímos estrutu-ras. Os acordos contratuais entreprojetistas e construtores serãodrasticamente alterados num futu-ro próximo. Os engenheiros utili-zarão modelos digitais para com-prar aço, concreto, etc., materiaisque são fabricados utilizando equi-pamentos CNC (Computer Nume-rically Controlled, ou Controle Nu-mérico Computadorizado). Trata-se de uma máquina para construircomponentes e peças de um prédioa partir de modelos digitais prepa-rados pelos projetistas e comparti-lhados com os construtores.

As empresas brasileiras de cálculode estruturas sofrem com adesvalorização dos projetos porparte do mercado. Qual o futuro da engenharia de estruturas? Quais as novas características,funções e responsabilidades doprojetista de estruturas?O desenho digital utilizando o BIM ea fabricação digital com equipamen-tos CNC, integrando concepção, fa-bricação e construção, vão revolucio-nar a indústria da construção nospróximos três a cinco anos. Os arqui-tetos estão lutando contra essa ten-dência, mas os engenheiros de estru-

turas estão participando do movi-mento e os construtores estão ado-tando o BIM. A integração colabora-tiva entre concepção e construçãoaumentará a importância dos enge-nheiros de estruturas, especialmentese os arquitetos encamparem essa re-volução gradual.

Há alguns anos, com mudanças nasnormas, racionalização dasestruturas e a chegada de novosmateriais, tivemos, no Brasil,alguns problemas decorrentes de deformação lenta em estruturasde concreto. Quais os melhoresmodelos de análise para essefenômeno? Como lidar com esses problemas?As mudanças volumétricas devido àvariação da temperatura, em decor-rência da retração e da fluência sãoquantificáveis e podem ser gerencia-das por meio da tecnologia e de mé-todos construtivos adequados. En-saios de deformação lenta acelerada eretração têm sido usados como ferra-menta de previsão pela Thornton To-masetti em diversos projetos.

Quais foram os maiores desafiosenfrentados no projeto das TorresPetronas?Manter o trabalho! Os principaisclientes da Petronas, a MalaysianNational Oil and Gas Company, sãoChina, Coréia, Japão e Taiwan, to-dos com grandes indústrias de aço.Uma vez que o Empire State, o WTCe as Sears Towers têm estruturas deaço, como esses engenheiros "malu-cos" de Nova York podem proporuma estrutura de concreto? AThornton-Tomasetti desenvolveu15 diferentes sistemas estruturais,incluindo alguns totalmente em açoou em concreto e variações entreuma e outra, e orçamos todos eles.Não havia a menor chance de o pro-jeto se tornar realidade sem a com-posição do sistema com aço e con-creto – que em 1993 alcançou US$100,00/m2 de área total.

Os ensaios em túnel de vento sãoconfiáveis? Houve progressos

“Métodosindustrializados utilizando desenhodigital e equipamentosCNC irão viabilizar a pré-fabricação, fora docanteiro,de componentesinteiros inseridos emsubsistemas.Estes serãomontados no solo e içados para o local dedestino quasefinalizados”

* Veja mais no site da Téchne, em www.revistatechne.com.br

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recentes no que diz respeito a esses ensaios?São absolutamente confiáveis! ARWDI (Rowan Williams Davies &Irwin, empresa canadense de consul-toria e ciência em engenharia) e CPP(Cermak-Peterka-Petersen, empresanorte-americana de engenharia dovento e soluções para fluxo de ar emambientes construídos) detêm o esta-do-da-arte em sistemas de ensaio e re-gistro, com resultados muito aceitá-veis e precisos.

Embora a tecnologia de projetos deedifícios altos tenha avançado, omesmo não pode ser dito sobre atecnologia de ensaios de solos efundações. Ainda é necessário vencermuitos desafios nessa área?Acredito que, ao pagar os devidoshonorários ao consultor geotécnicocorreto, alcança-se resultados seme-lhantes para a engenharia de estrutu-ras e para a geotécnica. As fundaçõesdas Torres Petronas foram modela-

das e analisadas com tanta precisãoquanto a superestrutura.

O senhor acha que a baixa qualificaçãoda mão-de-obra brasileira do setor da construção civil é o maior obstáculo ao desenvolvimentotecnológico? Qual o seu conselho para superarmos essa questão?Acredito que toda nossa indústria estáà beira de uma revolução. Métodosindustrializados utilizando desenhodigital e equipamentos CNC irão via-bilizar a pré-fabricação, fora do can-teiro, de componentes inteiros inseri-dos em subsistemas. Estes serão mon-tados no solo e içados para o local dedestino quase finalizados. A carênciamundial por mão-de-obra qualifica-da pressionará a migração para linhasde montagem robotizadas. Os méto-dos de fornecimento e entrega just-in-time finalmente tornarão a constru-ção uma indústria automatizada.Minha nova empresa, a ThorntonTermohlen, está desenvolvendo um

sistema revolucionário de concepçãode montagem de estruturas. Pretendoapresentá-lo em breve no Brasil.

O senhor atua com trabalhoprofissionalizante voluntário. Qualé a responsabilidade social daconstrução?A indústria da construção não é respei-tada. Nas últimas quatro décadas o sis-tema escolar eliminou o ensino de ofí-cios e profissões.Há dez anos iniciei umprograma comunitário em Nova Yorkque atualmente está em 90 cidades daAmérica, incluindo Trinidad, e expan-dindo entre 30 e 60% ao ano. Adorariaexpandir as atividades ao Brasil. O pro-grama se chama ACE (Architect,Cons-truction and Engineering Mentor Pro-gram, ou Programa de Mentores emArquitetura, Construção e Engenha-ria).Mais informações podem ser obti-das em www.acementor.org.

Bruno Loturco

Colaboraram: Augusto Carlos Vasconcelos

e Francisco Paulo Graziano

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ALVENARIA

30 TÉCHNE 120 | MARÇO DE 2007

Aexecução do "encunhamento", quese referia à ligação da alvenaria à es-

trutura com cunhas de concreto batidasou tijolos maciços em forma de cunha,caiu em desuso. Segundo especialistas,essa solução não é mais recomendadana maioria dos casos. "Fixação superioré o termo mais indicado, e basicamenteinclui o preenchimento do espaço entrea alvenaria e a estrutura com argamassa,com ou sem adições", explica o enge-

Última fiadaPlanejamento da ligação da alvenaria à estrutura exige atenção à seqüênciade aplicação das sobrecargas na edificação

nheiro Jonas Silvestre Medeiros,da con-sultoria Inovatec.

De acordo com o engenheiro LuisSergio Franco, da Arco, empresa deassessoria em racionalização constru-tiva, a fixação deve iniciar-se a partirdos pavimentos superiores, pois a lajefixada transmite parte dos esforçosdecorrentes da deformação da estru-tura para a laje inferior, na qual seapóia a parede. "Esta ordem permite

que a estrutura carregue mais lenta-mente as alvenarias, uma vez que asmaiores deformações concentram-senos andares mais baixos", explica.

No entanto,Medeiros,da Inovatec,alerta que devido aos prazos semprecurtos,a fixação em muitos casos seguea seqüência cronológica da execuçãodas paredes, ou seja, de baixo paracima. Como alternativa para compen-sar os efeitos das deformações,ela pode

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ALVENARIA

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Aexecução do "encunhamento", quese referia à ligação da alvenaria à es-

trutura com cunhas de concreto batidasou tijolos maciços em forma de cunha,caiu em desuso. Segundo especialistas,essa solução não é mais recomendadana maioria dos casos. "Fixação superioré o termo mais indicado, e basicamenteinclui o preenchimento do espaço entrea alvenaria e a estrutura com argamassa,com ou sem adições", explica o enge-

Última fiadaPlanejamento da ligação da alvenaria à estrutura exige atenção à seqüênciade aplicação das sobrecargas na edificação

nheiro Jonas Silvestre Medeiros,da con-sultoria Inovatec.

De acordo com o engenheiro LuisSergio Franco, da Arco, empresa deassessoria em racionalização constru-tiva, a fixação deve iniciar-se a partirdos pavimentos superiores, pois a lajefixada transmite parte dos esforçosdecorrentes da deformação da estru-tura para a laje inferior, na qual seapóia a parede. "Esta ordem permite

que a estrutura carregue mais lenta-mente as alvenarias, uma vez que asmaiores deformações concentram-senos andares mais baixos", explica.

No entanto,Medeiros,da Inovatec,alerta que devido aos prazos semprecurtos,a fixação em muitos casos seguea seqüência cronológica da execuçãodas paredes, ou seja, de baixo paracima. Como alternativa para compen-sar os efeitos das deformações,ela pode

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Em primeiro lugar, recomenda-se o inícioda fixação superior das primeiras paredesquando toda a alvenaria já estejafinalizada, para evitar maioressobrecargas. "Nessas condições, aestrutura deve ter sido finalizada a pelomenos 60 dias", explica Silvestre. Aexecução de uma fixação perfeitadepende também da previsão dasdeformabilidades da estrutura e daalvenaria, e de uma boa preparação queinclui limpeza e umedecimento dasuperfície antes da aplicação de qualquertipo de massa. Outra sobrecargaimportante que deve ser prevista é a decontrapiso. "Depois das alvenarias, esta éa segunda sobrecarga mais importantepara efeito de deslocamentos que podemafetar as paredes", conclui.De maneira geral, os especialistas

recomendam os seguintes cuidados eprocedimentos com relação à execuçãodo serviço:� A estrutura deve estar finalizada a pelomenos três pavimentos acima dopavimento onde será executada a fixação– o ideal, no entanto, é que a fixação sóseja realizada após 60 dias de conclusãocompleta da estrutura;� A alvenaria pode estar executada a doispavimentos acima, mas sem a fixação;� As paredes do pavimento onde serárealizado o procedimento devem ter sidoexecutadas há pelo menos 14 dias;� O procedimento em si deve serretardado o máximo possível, (colocarantes toda a carga permanente possível, como, por exemplo, o contrapiso finalizado);� Executar a alvenaria e a fixação dos

pavimentos superiores para os inferiores(quando isso não for possível naestrutura toda, procurar fazer emgrupos de pavimento, por exemplo, dequatro em quatro). �De preferência, a aplicação do produtodeve ser feita com o auxílio da bisnaga deargamassa. Quando o último bloco daparede for vazado, os dois cordões devemser preenchidos completamente, semdeixar vazios. Quando a face do últimobloco (ou submódulo) for maciça opreenchimento deve ser completo emtoda a junta de argamassa. � Nas paredes de fachada, o cordãoexterno deve ser executado junto com aprópria preparação da base para aexecução do revestimento da fachada,mas com argamassa própria, não comargamassa para emboço de fachada.

Etapas de execução

ser executada de cima para baixo paracada conjunto de três ou quatro anda-res, respeitando: os prazos de escora-mento de vigas e lajes, o intervalo detempo sem escoras antes da elevaçãodas paredes, a conclusão de toda a es-trutura e a seqüência de aplicação dasdemais sobrecargas importantes, comoa do contrapiso.

Novos materiaisAntigamente, em estruturas pouco

deformáveis (flechas finais em tornode L/500, por exemplo), a fixação erafeita com argamassas rígidas e cunhasde concreto. Hoje em dia, com a exe-cução de estruturas mais flexíveis,deve-se recorrer a materiais mais resi-lientes como massa podre (argamassarica em cal hidratada e pequeno con-sumo de cimento), tijolos de barro co-zido com pequeno módulo de defor-mação, argamassas com elastômeros,esferas de isopor, placas de neoprene,

cortiça ou isopor, poliuretano expan-dido e outros. "Quanto mais flexível aestrutura e mais desfavoráveis as con-dições da parede (grande extensão oupequena espessura), mais deformávele resiliente deve ser o material de fixa-ção",explica Ercio Thomaz,especialis-ta do IPT (Instituto de Pesquisas Tec-nológicas do Estado de São Paulo).

De maneira geral, o tipo de mate-rial empregado também depende dasituação de uso e da própria vedação

ou alvenaria. O engenheiro da Inova-tec recomenda a utilização da própriaargamassa de assentamento com a adi-ção de polímero, que aumenta bastan-te a aderência nos fundos de viga oulaje, evitando o surgimento de umaeventual fissura na ligação. Já para es-truturas com lajes e vigas que possamapresentar maiores deslocamentos es-pecíficos,como em lajes nervuradas ouvigas isostáticas de grandes vãos, podeser necessária a adoção de uma fixação

A fixação com encunhamento tradicional (foto) está sendo substituída pela ligaçãoalvenaria-estrutura com argamassa

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A L V E N A R I A

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Graute(f )10,0

gk

Bloco(f )2,5

bk

Resistências (MPa)Argamassa

(f )4,0

ak

Med

idas

em

cm

Planta 1 fiadaa

Viga metálica

Alvenaria interna – esp=19

Elevação Parede 05

Pila

r met

álic

o

Pila

r met

álic

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Até

390

865

390

842

4040

40

15

0,510

60ø 1/2"Variável

Preencherespuma

de poliuretano

ø 0,5 c/ 40

100%com

D 04Travamento verticalInterface pilar-parede

10

24

2

1

f = 2,5 MPabk

Armação simples

1 ø

1,0

c =

156

156

11,

0 c

= 5

050

ø

D 01

D 04D 04

Espuma depoliuretano

ø 5/8"

Bloco

Emboço

Aço CA 25 ø 1 25,

D 01Travamento verticalInterface viga-parede

Aço CA 50 ø 1

Detalhe do conectorde cisalhamento –conector fundo de viga

Solda oupino de aço

e = 0,5

Detalhe do conectorde cisalhamento

1 ø

1,0

c =

156

156

1 ø

1,0

c =

15,

615

6

mais deformável, como espuma de po-liuretano,desde que se garanta a estabi-lidade horizontal das paredes e se com-patibilize com os revestimentos especi-ficados. "O uso de alvenaria de bloco degesso e laje nervurada tem exigido essetipo de fixação para tolerar as movi-mentações", explica Medeiros.

Mas Franco, da Arco, alerta para ocuidado de uso nessas situações, poisrevestimentos rígidos como argamassae gesso não podem cobrir esse tipo de

ligação.O ideal seria a criação de forrosou sancas para esconder a fixação, ou aexecução de juntas de movimentaçãono revestimento de fachada.

O tipo de bloco empregado tam-bém influencia na escolha do materialde fixação na medida em que define acapacidade de deformação da parede esua resistência e movimentação intrín-seca, como retração na secagem. Aforma e estrutura do bloco, vazado ounão, determina o tipo de fiada de res-

paldo e sua técnica de preenchimento.Para Franco,no entanto,o mais impor-tante é observar se todos os componen-tes da alvenaria têm capacidade de re-sistir aos esforços transmitidos. Muitosproblemas patológicos ocorrem por-que, mesmo utilizando-se um bloco deboa resistência nas paredes, os submó-dulos utilizados para ajustar o espaçorestante entre a última fiada e a estrutu-ra apresentam menor resistência. "Essebloco 'mais fraco' funciona como um

Detalhes de parede de vedação em galpão com estrutura metálica

Fonte: Inovatec Consultores Associados

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verdadeiro fusível que se rompe quan-do carregado com esforços inferioresaos que poderiam ser resistidos pelorestante da parede", diz Franco.

PatologiasUma fixação malfeita pode acarre-

tar destacamentos entre alvenaria e es-trutura, fissuras, esmagamentos e rup-turas da alvenaria como um todo, ouapenas dos materiais de revestimento.

De acordo com o engenheiro Me-deiros, as patologias mais comuns sãoas fissuras horizontais que acompa-nham o alinhamento da fixação supe-

rior, entre a última fiada e os fundos daviga ou da laje. Elas podem ocorrerainda na fase da obra, quando a paredeestá ligada apenas por dentro e perma-nece assim até receber a fixação externa,geralmente feita junto com o revesti-mento de fachada. Depois de finalizadaa obra, as fissuras podem ocorrer quan-do a fluência e a retração da estruturapassam a contribuir para o desloca-mento de lajes e vigas mais esbeltas ouem balanço. Também podem surgir fis-suras inclinadas, atravessando os blocose juntas de argamassa e, na forma maiscrítica, regiões das paredes esmagadas,

próximas ao apoio nos pés e junto dospilares ou próximos à fixação da alvena-ria.Todas essas patologias atingem dire-tamente os pavimentos inferiores, ondeocorrem os encurtamentos mais signi-ficativos dos pilares, as transições da es-trutura para pavimentos térreos e osmezaninos, e os últimos pavimentos,em função da retração hidráulica e mo-vimentação térmica da cobertura.

Outra situação que exige atenção éa descontinuidade da prumada dasparedes, que pode levar ao surgimentode fissuras nas paredes imediatamentesuperiores ao andar na qual a pruma-da foi interrompida. "Essa situaçãovem se tornando comum, pois muitasempresas têm oferecido apartamentoscom inúmeras possibilidades de mu-danças de layouts", explica Franco.Além dessas situações, podem ocorrerfissuras no último pavimento, causa-das pela deformação térmica da laje decobertura. "Nessa situação, a fixaçãocom espuma de poliuretano pode serbastante eficaz", conclui.

Simone Sayegh

À esquerda, fixação mal preenchida com colher de pedreiro; à direita, ruptura nafixação de poço de elevador devido à utilização de bloco com baixa resistência

Elementos do projeto de alvenaria (elevação genérica)

Fonte: Inovatec Consultores Associados

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MARQUISES

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Em fevereiro de 2006, a queda deuma marquise na Universidade

Estadual de Londrina, no Paraná, pro-vocou a morte de duas pessoas e feriumais de 20. A investigação que apurouas causas do acidente apontou queproblemas no projeto e falhas na exe-cução causaram o colapso da estrutu-ra. São erros que favorecem o apareci-mento de anomalias e aceleram o pro-cesso de degradação nas marquises deconcreto armado, mas que podem serevitados com alguns cuidados impor-tantes em todas as fases da obra, in-cluindo a manutenção.

Os projetos de marquises são rela-tivamente simples. Mesmo assim, senão forem considerados aspectos queevitam o aceleramento da degradaçãoda estrutura, manifestações patológi-cas se tornam freqüentes. Um deles é aespecificação correta e adequada docobrimento de concreto em relação àarmação, fundamental para não oca-sionar problemas de fissuração, des-placamentos, corrosão das barras deaço e perda da capacidade resistente.Os valores mínimos do cobrimento,que dependem basicamente do ele-mento estrutural (laje, viga, pilar etc.)e da agressividade do meio ambiente,estão discriminados na NBR 6118(Projeto de estruturas de concreto).

A execução correta das marquisesexige atenção à posição e forma de ca-ranguejos e de espaçadores entrefôrma e armação, que podem dimi-nuir as espessuras de cobrimento ne-cessárias para garantir a durabilidadee vida útil da estrutura. Esse descuido

Perigo suspensoCuidados com armaduras, concreto e drenagem sãofundamentais nas estruturas em balanço

na fase de execução altera a espessurade cobrimento de concreto sobre aface da armação.

Já os recorrentes problemas de in-filtrações podem ser evitados com umcuidadoso projeto de impermeabiliza-ção, que deve atender aos padrões danorma NBR 9575 (Impermeabilização– seleção e projeto) da ABNT (Associa-ção Brasileira de Normas Técnicas).Também se deve levar em conta o di-mensionamento correto de coletoresde águas pluviais, que instalados sobreas marquises captam a água da chuva eevitam empoçamentos e infiltrações.

Para a diretora técnica do Ibape-SP(Instituto Brasileiro de Avaliações e Pe-rícias de Engenharia de São Paulo) esócia-diretora da Archeo EngenheirosAssociados, Flávia Zoéga Andreatta

Pujadas,outro equívoco em relação aosprojetos é subestimar os efeitos decor-rentes do subdimensionamento damarquise, como flechas e deformaçõesexcessivas, e formações de fissuras. Asdeficiências no comprimento das ferra-gens, na ancoragem da laje em balanço,podem provocar a formação de fissurasna área de união entre a laje e seu apoio.

Outro aspecto importante é o cál-culo de cargas permanentes, incluindofechamentos diversos como alvenaria,vidros e grades; e de cargas de serviçoenvolvidas. Nesse aspecto, a NBR 6120(Cargas para o cálculo de estruturas deedificação) fornece as recomendaçõespara a determinação das cargas."Deve-se ressaltar que a carga aciden-tal depende do tipo de uso do elemen-to em questão, incluindo a questão da

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acessibilidade ao público", afirma Ro-berto Nakaguma, professor e consul-tor do IPT. No caso de marquises ondehá acesso ao público, a carga acidentalvertical mínima recomendada é de 3,0kN/m2. No parapeito deve-se conside-rar a aplicação em seu topo de cargahorizontal de 0,8 kN/m e carga verti-cal de 2,0 kN/m. Já em marquises co-muns, onde a laje é inacessível, a cargaacidental vertical recomendada é de0,5 kN/m2, considerando que a circu-lação sobre a laje será mínima e espo-rádica, apenas para manutenção.

Processos construtivosDurante a execução da obra, é fun-

damental que as determinações doprojeto sejam obedecidas. Nessa fase écomum que aconteça o rebaixamentoda armadura negativa, o que podegerar riscos à estrutura da marquise."Antes da concretagem é comum queas pessoas andem em cima da arma-dura e esta, de tanto ser pisoteada, porfalta de cuidado, vai parar numa posi-ção que se torna ineficaz. Se a concre-tagem dessa peça for feita com a arma-

Transmissão dosesforços de maiorintensidade

Marquise

+19,15L 505

h = 15

L 506h = 15

L 507h = 15

V 507 19/60

L 504h = 15V 505 19/60

L 503h = 15

+19,15

V 51

1

V 51

2

V 51

3 1

9/60

V 51

0 1

9/60

P 3119/19

P 4219/30

P 4119/30

P 2940/19

P 3030/19

P 2819/19

V 506 19/60

382,

519

19 781819

19

193,

619

260

201

Exemplo de projeto de marquise com destaque para a área de concentração dos esforços de maior intensidade;à direita, foto da marquise pronta

�Na construção, seguir os projetosestabelecidos e as precauções usuaiscomo as relativas à dosagem e àvibração do concreto; �É necessário cuidado especial quantoà posição correta da armadura negativano engastamento. A armadura pode sairde posição, por exemplo, porpisoteamento durante o transporte oumanuseio de equipamentos e demateriais na laje;�Observar o cobrimento do concretoadequado para proteção da armadura;

Cuidados de execução e conservação de marquises

Fonte: Roberto Nakaguma, professor e consultor técnico do IPT

� Realizar a cura do concretoadequadamente para evitar fissuras porretração;�Evitar acúmulo de água de chuva(represamento), que implica sobrecarganão prevista em projeto;�Uso e ocupação devem ser de acordocom o previsto em projeto;�Programar inspeções visuais rotineirase periódicas na estrutura, nos sistemas dedrenagem e de impermeabilização,fazendo os reparos necessários dos danose deficiências encontrados.

dura na posição errada, a marquisecai", afirma José Roberto Braguim,presidente da Abece (Associação Bra-sileira de Engenharia e ConsultoriaEstrutural). E recomenda: "O enge-nheiro que estiver executando a obrajamais pode concretar a marquise semantes fazer uma revisão rigorosa naposição das armaduras".

O deslocamento da armadura ne-gativa torna a laje subdimensionadapara os esforços aos quais será subme-tida em sua condição de apoio-bal-anço. Esse deslocamento tambémpode ser causado por erros de posicio-namento das ferragens. "Algumas des-sas mudanças de posição são provoca-das pelo lançamento e pela vibração

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M A R Q U I S E S

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do concreto sobre essa ferragem, nafase de concretagem da peça", comple-menta a engenheira Flávia Pujadas.

Outros equívocos comuns durantea realização da obra de uma marquisesão problemas e deficiências com a curado concreto, que geram fissuramento;erros relacionados à execução do siste-ma de impermeabilização (ancoragensde manta, deficiências de transpasses,perda de aderências por falta de trata-mento e regularização de bases, entreoutros) e inadequação do projeto decimbramento e falta de planejamentodo processo de descimbramento, impli-cando a remoção desordenada de esco-ras que pode modificar momentanea-mente as condições de apoio da laje,nãocalculadas para esse tipo de estrutura,causando fissuras e possíveis colapsos.

ManutençãoDepois da obra, a fase de uso tam-

bém requer cuidados para evitar prejuí-zos à estrutura da marquise. "A maiorincidência de problemas está relaciona-da com a falta de manutenção e conser-vação das marquises e dos sistemasnelas aplicados como impermeabiliza-ção e captação de águas pluviais", afir-ma Flávia Pujadas. As anomalias comorigem nas fases de projeto e execução,na maioria dos casos, aparecem logonos primeiros anos. Alguns dos princi-pais problemas são formação de fissurase trincas, corrosão das armaduras cau-sadas por cobrimentos insuficientes deconcreto, infiltrações de água, desplaca-mentos de concreto e empoçamento deágua causado pela falta de caimentopara os coletores de águas pluviais.

Sem os procedimentos de manu-tenção necessários, as marquisesapresentam inevitavelmente diversosproblemas, na maioria dos casos li-gados às infiltrações decorrentes danão realização de limpeza da cober-tura em balanço, acumulando sujeirajunto aos coletores de água pluviais eda falta de renovação ou manuten-ção do sistema de impermeabiliza-ção. Com o passar dos anos, essasmarquises apresentam problemascrônicos de infiltrações, acelerando adeterioração e corrosão das armadu-ras, além do aparecimento de fissu-rações e desplacamentos de concre-to. "As marquises também são preju-dicadas pelo uso inadequado, comocargas não previstas em projeto e ainstalação de elementos perfurantes

� A aplicação deve ser realizada emsuperfícies lisas e secas isentas desujeira, óleo, graxas, fissuras, etc.;� As superfícies deverão ter caimentomínimo de 1% para os coletores, e, naimpossibilidade disso, o número decoletores deverá ser revisado, a fim deque não haja problemas relativos aeflorescências;� A altura dos rodapés deverá ser de no

Algumas recomendações da NBR 9575 (Impermeabilização - seleção e projeto)mínimo 20 cm acima do piso acabado;�Todas as arestas e cantos deverão serarredondados, em um raio mínimo de 8 cm;� Os trechos verticais deverão serembutidos, a fim de evitar penetraçõesde água sob a membrana;� A membrana asfáltica deverá serprotegida imediatamente após suaexecução;� Após a execução da manta asfáltica, a

mesma deverá ser submetida a teste deestanqueidade com lâmina de água nãoinferior a 10 cm;� O projeto de impermeabilização deveser realizado por profissionalespecializado, para ser efetuado odetalhamento nos ralos, ancoragens, etc.� A execução da impermeabilizaçãodeverá ser realizada por profissionalhabilitado e especializado.

No dia 26 de fevereiro, o desabamento damarquise do Hotel Canadá, no bairro deCopacabana, no Rio de Janeiro, provocoua morte de duas pessoas e deixou pelomenos nove feridos. Até o fechamentodesta edição ainda não haviam sidoapontadas as causas do acidente – aperícia seria realizada pelo Instituto deCriminalística Carlos Éboli e o resultado,apresentado em 15 dias. O prédio, construído na década de 50, haviapassado por uma reforma recente. Segundoo advogado do hotel, Ely Machado, duranteas obras não haviam sido encontradosproblemas aparentes na marquise. De

Mais uma marquise desabaacordo com a Secretaria Municipal deUrbanismo não há pedido de licença para arealização de obras na marquise do hotel, esão esperados os resultados da perícia paradeterminar as penalidades. Em visita aolocal, o Crea avaliou uma sobrecarga naestrutura, provocada pelo acúmulo deentulhos. Também foi identificada umaimpermeabilização com material de máqualidade. Além disso, foi encontradaferrugem na armadura da marquise. Logoapós o colapso, a defesa civil e profissionaisdo Crea realizaram vistoria no local e emprédios vizinhos para avaliar a possibilidadede outros desabamentos.

Fonte: Flávia Zoéga Andreatta Pujadas, engenheira civil, diretora técnica do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Períciasde Engenharia de São Paulo) e sócia-diretora da Archeo Engenheiros Associados.

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que danificam o sistema de imper-meabilização", diz Pujadas.

No Brasil ainda são poucas as cida-des que exigem a manutenção das mar-quises e que realizam inspeções perió-dicas. A prefeitura do Rio de Janeirorealiza vistorias nas marquises da cida-de e aplica multas e notificações quan-do necessário. Em Porto Alegre, a legis-lação municipal exige que um relatóriotécnico,assinado por profissional regis-trado no Crea (Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura e Agrono-mia), seja apresentado a cada três anosna Secretaria Municipal de Obras e Via-

ção. Já na cidade de Santos, em SãoPaulo, desde 2002 uma lei municipaldetermina que periodicamente osdonos de imóveis cujos elementos este-jam sobre logradouro público apresen-tem à prefeitura uma ART (Anotaçãode Responsabilidade Técnica) emitidapor um profissional, engenheiro ou ar-quiteto, responsável pela vistoria.

Em São Paulo, por iniciativa daAbece, tramita na Câmara Municipalprojeto de lei para tornar obrigatória avistoria das marquises.A proposta é queseja realizada uma vistoria no máximodez anos após a conclusão da obra e a

partir daí,a cada cinco anos.Após cincoanos do habite-se, a construtora res-ponsável pela obra é obrigada a fazeruma vistoria e emitir um relatório espe-cífico para as marquises. Se houveralgum problema, a construtora devecorrigir. Depois de mais cinco anos oproprietário do imóvel deve providen-ciar a vistoria, junto a empresas de ins-peção ou engenheiros. "Funcionariacomo uma renovação de habite-se, emfunção da vistoria nas marquises. Issoprotege o usuário", afirma José RobertoBraguim, da Abece.

Aline Alves

Os colapsos de marquises muitasvezes são causados por problemasnas armaduras. O que deve serlevado em consideração em relaçãoàs armaduras, no momento doprojeto e da execução?Acredito que a maior origem dosproblemas na armadura está no projeto.Quando se dimensiona a flexão de umaestrutura de concreto, a norma permiteque se aceite aberturas de fissura de até0,3 ou 0,4 mm. Efetivamente isso nãocompromete em nada a durabilidade nascondições usuais de, por exemplo, umalaje, uma viga, um dormitório, ou umambiente relativamente protegido. Mas,quando se tem uma estrutura em balançocomo as marquises, as fissuras e acorrosão são difíceis de seremobservadas. Em casos de tração localizadae elevada, como é caso de marquises, afissura ocorre na direção transversal àarmadura, não causando necessariamenteum sintoma visível a olho nu. A armadurasob tensão elevada rompe fragilmentesem se deformar e sem avisar que vairomper. A meu ver, a abertura de fissurapermitida pela norma atual para essasestruturas é muito ousada e nãorepresenta durabilidade, principalmenteem ambientes de cidades de umidaderelativa do ar alta, tais como Rio deJaneiro, Fortaleza, Recife. Para se evitaresses problemas na armadura deveriahaver medidas de projeto onde seriamdimensionadas as estruturas para uma

abertura de fissura menor que 0,1 mm. Ocalculista tem que ser avisado que não sepode dimensionar com abertura de fissuragrande. Durante a execução, arecomendação é evitar que os operáriospisem nas armaduras porque éjustamente a armadura superior queresiste. Se os operários pisarem durante aexecução, aquela armadura que deveriaficar a 3 cm da borda superior vai para 5ou 6 cm, o que é prejudicial.

Há materiais que apresentam maiordurabilidade e segurança para amarquise?Poder-se-ia usar armadura galvanizadaou armadura de aço inoxidável, ambas jáexistentes no Brasil. Isso daria muitomais garantias, mas encarece a obra.Outro aspecto importante é a qualidadedo concreto. Quanto mais tenso, maisfechado, de baixa permeabilidade, mesmodepois de fissurado, o concreto consegueproteger mais. Um erro muito freqüentetambém ocorre durante a manutenção daimpermeabilização. Em vez de retirar aimpermeabilização antiga, colocam a novapor cima. Isso aumenta a carga namarquise. Além disso, a manutenção deveser feita por um especialista. Há fissurasque aparecem muito próximas do apoioe podem ficar escondidas, maquiadaspor um revestimento. Muitas marquisessão revestidas por manta asfáltica, enesses casos a fissura aparece por baixoe não é visível.

Qual é a principal recomendaçãoaos projetistas de marquises? Ao projetar e construir uma marquise, énecessário considerar a incidência muitoelevada de acidentes que vêm ocorrendono Brasil e no exterior. Sendo assim, deveser dado maior rigor no projeto, naescolha dos materiais, e na execução.Também acredito que a melhor maneirade evitar os colapsos é a implantação deleis. Em Buenos Aires, a implantação da leipara as marquises foi dura e todos foramobrigados a fazer vistorias. Em casos maiscríticos, as marquises foram demolidas.Em Nova York também havia muitosacidentes. Essas cidades só conseguiramminimizar os colapsos de marquises comvistorias obrigatórias, inspeções periódicase anotações de responsabilidade técnica.

Projeto acertado

Paulo HelenePresidente do Ibracon (Instituto Brasileirodo Concreto)

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do concreto sobre essa ferragem, nafase de concretagem da peça", comple-menta a engenheira Flávia Pujadas.

Outros equívocos comuns durantea realização da obra de uma marquisesão problemas e deficiências com a curado concreto, que geram fissuramento;erros relacionados à execução do siste-ma de impermeabilização (ancoragensde manta, deficiências de transpasses,perda de aderências por falta de trata-mento e regularização de bases, entreoutros) e inadequação do projeto decimbramento e falta de planejamentodo processo de descimbramento, impli-cando a remoção desordenada de esco-ras que pode modificar momentanea-mente as condições de apoio da laje,nãocalculadas para esse tipo de estrutura,causando fissuras e possíveis colapsos.

ManutençãoDepois da obra, a fase de uso tam-

bém requer cuidados para evitar prejuí-zos à estrutura da marquise. "A maiorincidência de problemas está relaciona-da com a falta de manutenção e conser-vação das marquises e dos sistemasnelas aplicados como impermeabiliza-ção e captação de águas pluviais", afir-ma Flávia Pujadas. As anomalias comorigem nas fases de projeto e execução,na maioria dos casos, aparecem logonos primeiros anos. Alguns dos princi-pais problemas são formação de fissurase trincas, corrosão das armaduras cau-sadas por cobrimentos insuficientes deconcreto, infiltrações de água, desplaca-mentos de concreto e empoçamento deágua causado pela falta de caimentopara os coletores de águas pluviais.

Sem os procedimentos de manu-tenção necessários, as marquisesapresentam inevitavelmente diversosproblemas, na maioria dos casos li-gados às infiltrações decorrentes danão realização de limpeza da cober-tura em balanço, acumulando sujeirajunto aos coletores de água pluviais eda falta de renovação ou manuten-ção do sistema de impermeabiliza-ção. Com o passar dos anos, essasmarquises apresentam problemascrônicos de infiltrações, acelerando adeterioração e corrosão das armadu-ras, além do aparecimento de fissu-rações e desplacamentos de concre-to. "As marquises também são preju-dicadas pelo uso inadequado, comocargas não previstas em projeto e ainstalação de elementos perfurantes

� A aplicação deve ser realizada emsuperfícies lisas e secas isentas desujeira, óleo, graxas, fissuras, etc.;� As superfícies deverão ter caimentomínimo de 1% para os coletores, e, naimpossibilidade disso, o número decoletores deverá ser revisado, a fim deque não haja problemas relativos aeflorescências;� A altura dos rodapés deverá ser de no

Algumas recomendações da NBR 9575 (Impermeabilização - seleção e projeto)mínimo 20 cm acima do piso acabado;�Todas as arestas e cantos deverão serarredondados, em um raio mínimo de 8 cm;� Os trechos verticais deverão serembutidos, a fim de evitar penetraçõesde água sob a membrana;� A membrana asfáltica deverá serprotegida imediatamente após suaexecução;� Após a execução da manta asfáltica, a

mesma deverá ser submetida a teste deestanqueidade com lâmina de água nãoinferior a 10 cm;� O projeto de impermeabilização deveser realizado por profissionalespecializado, para ser efetuado odetalhamento nos ralos, ancoragens, etc.� A execução da impermeabilizaçãodeverá ser realizada por profissionalhabilitado e especializado.

No dia 26 de fevereiro, o desabamento damarquise do Hotel Canadá, no bairro deCopacabana, no Rio de Janeiro, provocoua morte de duas pessoas e deixou pelomenos nove feridos. Até o fechamentodesta edição ainda não haviam sidoapontadas as causas do acidente – aperícia seria realizada pelo Instituto deCriminalística Carlos Éboli e o resultado,apresentado em 15 dias. O prédio, construído na década de 50, haviapassado por uma reforma recente. Segundoo advogado do hotel, Ely Machado, duranteas obras não haviam sido encontradosproblemas aparentes na marquise. De

Mais uma marquise desabaacordo com a Secretaria Municipal deUrbanismo não há pedido de licença para arealização de obras na marquise do hotel, esão esperados os resultados da perícia paradeterminar as penalidades. Em visita aolocal, o Crea avaliou uma sobrecarga naestrutura, provocada pelo acúmulo deentulhos. Também foi identificada umaimpermeabilização com material de máqualidade. Além disso, foi encontradaferrugem na armadura da marquise. Logoapós o colapso, a defesa civil e profissionaisdo Crea realizaram vistoria no local e emprédios vizinhos para avaliar a possibilidadede outros desabamentos.

Fonte: Flávia Zoéga Andreatta Pujadas, engenheira civil, diretora técnica do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Períciasde Engenharia de São Paulo) e sócia-diretora da Archeo Engenheiros Associados.

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Projeto dearmaduras Apesar das vantagens das armaduras prontas em obrascom pouco espaço e mais industrializadas, construtorespõem na balança os custos, combinam soluçõesartesanais e até preferem manter uma estrutura mínimapara armadores, em caso de emergência

Quando se fala de estruturas deconcreto armado, as opiniões dos

construtores convergem em um as-pecto: o aço é o componente maiscaro dessa etapa da obra. Para com-pensar e reduzir os custos, há umaconstante busca pelo aumento deprodutividade da mão-de-obra. Du-rante muito tempo, a execução dasarmaduras foi quase artesanal. Masos serviços de corte e dobra, antesmaciçamente presentes nos cantei-ros, foram gradualmente industriali-zados e hoje, nos grandes centros ur-banos, já se consolidam como alter-nativa economicamente viável epoupadora de mão-de-obra. Treli-ças, estribos e vergalhões são entre-gues nas dimensões exatas e a obravira apenas uma linha de montagemde armaduras. Novos produtos e ser-viços continuam surgindo para ra-cionalizar ainda mais essa etapa daobra, mas projetistas, construtores econsultores são um pouco mais céti-cos quanto à completa industrializa-ção das armaduras.

CAPA

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No processo de elaboração do pro-jeto estrutural, o detalhamento das ar-maduras é a última etapa a ser realiza-da. Antes disso, os calculistas traba-lham a pré-fôrma. Segundo José Fran-cisco Gianotti, sócio do escritório deprojetos estruturais JC Saldanha Ro-drigues,para sua elaboração são neces-sárias quatro informações básicas doempreendimento: o projeto básico dearquitetura, a sondagem do terreno eos levantamentos planialtimétricos doterreno e dos vizinhos. "Para planeja-mento das contenções, se necessário",explica. Essa pré-fôrma será depoisdiscutida e negociada entre construtor,calculista e arquiteto. Nesse momento,alterações são feitas de maneira a com-patibilizar posições de elementos es-truturais, portas, janelas, instalaçõeshidráulicas e elétricas, vagas de gara-gens, entre outros. Ajustes finos de al-turas de vigas e lajes também são defi-nidos e, como conseqüência, surgemnúmeros bastante próximos do consu-mo final dos materiais que compõem aestrutura, inclusive do aço. Com o pré-

projeto aprovado, as armaduras jápodem ser projetadas.

Normalmente, somente após esseprocesso é que o construtor definiráse utilizará na obra armaduras corta-das e dobradas no canteiro ou pron-tas, entregues já cortadas e dobradas.Na prática, a cultura construtiva daempresa define de antemão qual siste-ma será utilizado. Para Jorge BatlouniNeto, diretor técnico da TecnumConstrutora, a viabilidade do açopronto em São Paulo já é indiscutível."Comprar as barras e fazer corte edobra dentro do canteiro sai maiscaro do que comprar pronto", afirma.Em sua opinião, essa opção resulta naretirada de serviços de dentro do can-teiro de obras, o que seria um ganhoem termos de produtividade e indus-trialização. A melhoria das condições

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Projeto dearmaduras Apesar das vantagens das armaduras prontas em obrascom pouco espaço e mais industrializadas, construtorespõem na balança os custos, combinam soluçõesartesanais e até preferem manter uma estrutura mínimapara armadores, em caso de emergência

Quando se fala de estruturas deconcreto armado, as opiniões dos

construtores convergem em um as-pecto: o aço é o componente maiscaro dessa etapa da obra. Para com-pensar e reduzir os custos, há umaconstante busca pelo aumento deprodutividade da mão-de-obra. Du-rante muito tempo, a execução dasarmaduras foi quase artesanal. Masos serviços de corte e dobra, antesmaciçamente presentes nos cantei-ros, foram gradualmente industriali-zados e hoje, nos grandes centros ur-banos, já se consolidam como alter-nativa economicamente viável epoupadora de mão-de-obra. Treli-ças, estribos e vergalhões são entre-gues nas dimensões exatas e a obravira apenas uma linha de montagemde armaduras. Novos produtos e ser-viços continuam surgindo para ra-cionalizar ainda mais essa etapa daobra, mas projetistas, construtores econsultores são um pouco mais céti-cos quanto à completa industrializa-ção das armaduras.

CAPA

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No processo de elaboração do pro-jeto estrutural, o detalhamento das ar-maduras é a última etapa a ser realiza-da. Antes disso, os calculistas traba-lham a pré-fôrma. Segundo José Fran-cisco Gianotti, sócio do escritório deprojetos estruturais JC Saldanha Ro-drigues,para sua elaboração são neces-sárias quatro informações básicas doempreendimento: o projeto básico dearquitetura, a sondagem do terreno eos levantamentos planialtimétricos doterreno e dos vizinhos. "Para planeja-mento das contenções, se necessário",explica. Essa pré-fôrma será depoisdiscutida e negociada entre construtor,calculista e arquiteto. Nesse momento,alterações são feitas de maneira a com-patibilizar posições de elementos es-truturais, portas, janelas, instalaçõeshidráulicas e elétricas, vagas de gara-gens, entre outros. Ajustes finos de al-turas de vigas e lajes também são defi-nidos e, como conseqüência, surgemnúmeros bastante próximos do consu-mo final dos materiais que compõem aestrutura, inclusive do aço. Com o pré-

projeto aprovado, as armaduras jápodem ser projetadas.

Normalmente, somente após esseprocesso é que o construtor definiráse utilizará na obra armaduras corta-das e dobradas no canteiro ou pron-tas, entregues já cortadas e dobradas.Na prática, a cultura construtiva daempresa define de antemão qual siste-ma será utilizado. Para Jorge BatlouniNeto, diretor técnico da TecnumConstrutora, a viabilidade do açopronto em São Paulo já é indiscutível."Comprar as barras e fazer corte edobra dentro do canteiro sai maiscaro do que comprar pronto", afirma.Em sua opinião, essa opção resulta naretirada de serviços de dentro do can-teiro de obras, o que seria um ganhoem termos de produtividade e indus-trialização. A melhoria das condições

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Com uma cultura de uso de arma-duras definida, projetistas e, sobretu-do, construtores podem trabalhar me-lhor o processo de racionalização dessaetapa. Sabendo previamente que o açoserá cortado e dobrado em fábrica, ocalculista pode adequar o detalhamen-to do projeto ao processo de produçãodo fornecedor. "Nós tentamos fazer omelhor detalhamento possível paraque o pessoal do corte e dobra nãotenha problemas", afirma Gino Sche-vano Filho, diretor da SVS Engenhariade Projetos. "São preocupações comraios de curvatura, detalhes de corte,que facilitam o trabalho na central",completa. A mesma preocupação temo escritório JC Saldanha Rodrigues,que adapta o formato de algumaspeças das armaduras para serem me-lhor trabalhadas nas máquinas de

corte e dobra (veja ilustração). "Nós sa-bemos que é mais difícil dobrar umabarra em formato de 'S', isso exige mo-vimentos nos sentidos horário e anti-horário", explica o sócio do escritório,José Carlos Saldanha Rodrigues."Então, se possível, desenhamos a peçade forma que ela seja dobrada apenasem um sentido, para aumentar a pro-dutividade da empresa", completa.

Projeto otimizadoCaso o construtor opte pela utili-

zação de aço cortado e dobrado nocanteiro, o papel do projetista é aindamais importante. O detalhamento doprojeto de armaduras pode implicardiretamente a minimização de perdasde material, já que as matérias-primassão barras padronizadas de 12 m decomprimento. "Nós nos preocupa-

de trabalho seria outra vantagem, jáque os trabalhadores não ficariam ex-postos às intempéries dos canteiros deobra já que o trabalho pesado seriafeito por máquinas. "É uma tendênciairreversível", conclui.

No entanto, a região onde a obraestá sendo executada pode ser umfator decisivo na adoção do sistema dearmaduras. A distância dos centrosfornecedores pode encarecer o fretedo aço pronto, tornando-o inviávelpara certos empreendimentos. O IBS(Instituto Brasileiro de Siderurgia),por outro lado, afirma que há umatendência de redução de custos tam-bém nos centros urbanos menores, jáque a oferta de armaduras prontasavança em direção a cidades médias,com a instalação de novas fábricas decorte e dobra.

Mesmo comprando aço cortado e dobrado em fábrica, construtoras mantêm umapequena central de corte e dobra no canteiro para contornar as emergências

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mos em otimizar o comprimento dasbarras e procuramos desenhar aspeças utilizando submúltiplos de 12m", afirma Gianotti. "Mas nem sem-pre isso é possível", lamenta. O profes-sor do departamento de construção

civil da UFRJ (Universidade Federaldo Rio de Janeiro), Luís Otávio Coci-to de Araújo, afirma ainda que o pro-jeto não chega em sua forma originalpara o funcionário que realizará ocorte e dobra. "Normalmente, o en-

carregado faz o 'rascunho' do projetopara o operário", explica. Dessaforma, sugere, seria interessante queos projetos incluíssem um plano decorte das barras, orientando ao usuá-rio a ordem das peças a serem corta-das, evitando desperdício de material.Além disso, ele lembra que o projetopode ser elaborado em busca deganho de produtividade. E exemplifi-ca: "O projetista pode detalhar o estri-bo de duas formas, um quadrado fe-chado ou como duas barras em for-mato de 'U'. Só que, na obra, os arma-dores têm preferência pela peça qua-drada mais simples, cuja montagem émenos trabalhosa e garante maiorprodutividade". Outro ponto a que oconstrutor deve estar atento, alertaAraújo, são as perdas incorporadas aomaterial. "Como ele paga por quilo deaço, o engenheiro deve, no recebi-mento, pesar o feixe de barras que re-cebe, contar o número de barras dessefeixe e verificar a densidade do mate-rial", aconselha, afirmando que, comesses parâmetros, ele pode constatarse as barras estão conformes.

Além do corte e dobra, já existe apossibilidade de se comprar as arma-duras pré-montadas. No entanto, se-gundo o IBS, ainda são iniciativasisoladas, em estágio inicial no Brasil.Construtores e consultores acredi-tam que não se vislumbra, em curtoprazo, completa industrialização daetapa das armaduras. Para Batlouni,da Tecnum, essa solução ainda nãoatende às necessidades de obras maispesadas. "Não se trata de uma ten-

AÇO CORTADO E DOBRADOCanteiro FábricaVantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens� Gerenciamento das � Gera muitas perdas � Não há perdas por � Gerenciamento das barras é mais simples de material desperdício de material diferentes peças no canteiro�Mais viável se o canteiro �Traz muita mão-de-obra � Retira mão-de-obra é mais complexoestiver distante de fábricas para o canteiro do canteiro � Exige uma área maiorde corte e dobra �Mais difícil controlar a � Produto final tem de armazenamento� Recomendável quando as qualidade das peças dimensões mais � Se, por erro de projeto oumedidas das peças são cortadas e dobradas precisas, pois são de planilhamento nadefinidas apenas no produzidas por máquinas fábrica, as peças chegammomento da execução à obra em dimensões erradas,

não há tempo hábil para fazer novo pedido

Otimização de projeto de armaduras – ganchos para travamentode barras longitudinais

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2.5

162.5

Dobras nos sentidoshorário e anti-horário

Comprimento sempreocupação como aproveitamentoda barra

Dobras nossentidos horárioe anti-horário

Comprimento sempreocupação como aproveitamentoda barra

C = 26

2.5

2.5

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C = 25

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Dobras todasnum

Comprimento submúltiplode 12 m (comprimentopadrão do vergalhãofornecido pelas usinas)

mesmosentido

Detalhe tradicional Novo detalhe visando corte e dobra

Detalhe tradicional Novo detalhe visando corte e dobra

Dobras todas nummesmo sentido

Comprimentosubmúltiplo de 12 m(comprimento padrãodo vergalhão fornecidopelas usinas)

Fonte: JC Saldanha Engenharia Estrutural

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dência no momento, mas pode serno futuro", afirma, ressaltando quedeve haver um aprimoramento doprocesso para ela se consolidar.

O professor da UFRJ concorda,dizendo que a alternativa seria viávelpara armação de pilares. Para vigas,no entanto, seria um pouco mais di-fícil. "A montagem da viga precisa sercomplementada no andar. Não éuma peça que se encaixa perfeita-mente em sua posição final. Tem in-terferência na armadura do pilar,tem que mexer em outras vigas, suamontagem é mais complexa", afirma.

Telas soldadasPor situação diferente passam as

telas soldadas para utilização em lajes.Seu projeto pode vir já do escritóriodo projetista ou pode ser adaptado,pelo fornecedor, a partir do projetotradicional de armadura da laje. Tec-nicamente, sua aceitação é plena. "Opreço da tela soldada só precisa serum pouco mais competitivo. Se ele di-minuir um pouco mais, será imbatí-vel", avalia Batlouni.

Gino Schevano, da SVS, concordacom Batlouni, e lembra que sua utili-zação facilita bastante o trabalho doprojetista. "Espaçamento, bitola,todos os valores já estão definidos. E oconstrutor ainda ganha em produtivi-dade", explica.

Mas existe um fator impeditivopara as pequenas construtoras – a ado-ção desse material depende de equipa-mentos pesados e caros para seu trans-porte. Como as telas vêm em rolos, suamovimentação exige a presença de umagrua no canteiro. Conseqüentemente, alogística do canteiro deve ser planejada."As áreas de recebimento e armazena-mento dos materiais devem estar locali-zadas dentro do raio de alcance desseequipamento", afirma o coordenadorde produção da Lúcio Engenharia, Ma-nuel Regueiro Rodriguez.

O engenheiro da Lúcio elogia ocontrole de fissuramento e a ancora-gem que o material confere. Às vezes,porém, sua execução incorreta podeinfluenciar a qualidade da laje. Salda-nha explica que um erro freqüenteocorre nas emendas das telas. "Existe

uma emenda pré-definida em proje-to. Na execução, ela não é observada.Aumenta-se o encobrimento, pormedo ou desconhecimento, e issoacarreta falta de tela na ancoragem",explica Saldanha. Como diferencialde seus serviços, ele conta que, juntodo engenheiro da obra, faz o acom-panhamento da montagem das lajespara verificar se o projeto estruturalestá sendo seguido. Para Saldanha, oideal é fazer a visita na montagem dasfundações, seguida da de cada umdos subsolos, do térreo e do primeiropavimento-tipo. "Depois disso, coma repetição, tende-se a executar a es-trutura de forma correta", conclui.

O uso de telas prontas é reco-mendado principalmente para lajesregulares, quadradas ou retangula-res, em que o índice de perdas é míni-mo. "Em uma laje circular ou trian-gular, talvez o mais recomendávelseja a utilização de vergalhões tradi-cionais", explica o sócio de Saldanha,José Francisco Gianotti.

Para o engenheiro Manoel Henri-que Campos Botelho, com isso emmente, o construtor já pode orientaro arquiteto na concepção do projeto."Ele explica ao projetista que, parausar telas soldadas, as lajes precisamser mais regulares, e pede que o proje-to leve em conta esses cuidados", afir-ma Botelho.

PadronizaçãoO gerenciamento das peças

prontas, beneficiadas fora do can-

teiro, é uma das desvantagens apon-tadas por Araújo, da UFRJ. Segundoele, as barras de diferentes diâme-tros são relativamente mais fáceis degerenciar do que as peças prontas.Por serem menores, essas peças seembaralham mais facilmente duran-te o transporte e podem dificultar oprocesso de recebimento e contagemna obra.

Para escapar desses problemas,Batlouni, da Tecnum, procura sem-pre trabalhar com o modelo just intime, ou seja, o caminhão entrega oaço pré-cortado, pré-dobrado e eti-quetado, e o material já é separadopara subir para a próxima laje. Claroque, para trabalhar com esse modelo,é necessário que o fornecedor trans-mita confiança no serviço de entrega.E como a execução da estrutura é oque dita o cronograma da obra, não éprudente trabalhar com prazos aper-tados, com a entrega do material navéspera da execução do serviço. "Se ofornecedor for confiável, dá para tra-balhar com um prazo de uma sema-na", explica Batlouni.

O diretor técnico da Tecnumacredita que uma solução para ganhode produtividade na montagem dearmaduras seria a padronização daspeças cortadas e dobradas. Segundoo engenheiro, o que o mundo temfeito hoje é padronizar em algunstipos. "Isso ajudaria na tarefa deidentificação do aço e na execução docorte e dobra das peças", conclui.

Renato Faria

Para evitar problemas de gerenciamento das peças prontas, construtora procuratrabalhar no modelo just-in-time

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C A P A

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mos em otimizar o comprimento dasbarras e procuramos desenhar aspeças utilizando submúltiplos de 12m", afirma Gianotti. "Mas nem sem-pre isso é possível", lamenta. O profes-sor do departamento de construção

civil da UFRJ (Universidade Federaldo Rio de Janeiro), Luís Otávio Coci-to de Araújo, afirma ainda que o pro-jeto não chega em sua forma originalpara o funcionário que realizará ocorte e dobra. "Normalmente, o en-

carregado faz o 'rascunho' do projetopara o operário", explica. Dessaforma, sugere, seria interessante queos projetos incluíssem um plano decorte das barras, orientando ao usuá-rio a ordem das peças a serem corta-das, evitando desperdício de material.Além disso, ele lembra que o projetopode ser elaborado em busca deganho de produtividade. E exemplifi-ca: "O projetista pode detalhar o estri-bo de duas formas, um quadrado fe-chado ou como duas barras em for-mato de 'U'. Só que, na obra, os arma-dores têm preferência pela peça qua-drada mais simples, cuja montagem émenos trabalhosa e garante maiorprodutividade". Outro ponto a que oconstrutor deve estar atento, alertaAraújo, são as perdas incorporadas aomaterial. "Como ele paga por quilo deaço, o engenheiro deve, no recebi-mento, pesar o feixe de barras que re-cebe, contar o número de barras dessefeixe e verificar a densidade do mate-rial", aconselha, afirmando que, comesses parâmetros, ele pode constatarse as barras estão conformes.

Além do corte e dobra, já existe apossibilidade de se comprar as arma-duras pré-montadas. No entanto, se-gundo o IBS, ainda são iniciativasisoladas, em estágio inicial no Brasil.Construtores e consultores acredi-tam que não se vislumbra, em curtoprazo, completa industrialização daetapa das armaduras. Para Batlouni,da Tecnum, essa solução ainda nãoatende às necessidades de obras maispesadas. "Não se trata de uma ten-

AÇO CORTADO E DOBRADOCanteiro FábricaVantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens� Gerenciamento das � Gera muitas perdas � Não há perdas por � Gerenciamento das barras é mais simples de material desperdício de material diferentes peças no canteiro�Mais viável se o canteiro �Traz muita mão-de-obra � Retira mão-de-obra é mais complexoestiver distante de fábricas para o canteiro do canteiro � Exige uma área maiorde corte e dobra �Mais difícil controlar a � Produto final tem de armazenamento� Recomendável quando as qualidade das peças dimensões mais � Se, por erro de projeto oumedidas das peças são cortadas e dobradas precisas, pois são de planilhamento nadefinidas apenas no produzidas por máquinas fábrica, as peças chegammomento da execução à obra em dimensões erradas,

não há tempo hábil para fazer novo pedido

Otimização de projeto de armaduras – ganchos para travamentode barras longitudinais

25

5 510 1010

10

25

5 5

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37.5100

C = 130

32.590

C = 120

4 ø 5

10 10

120

21

2.5

162.5

Dobras nos sentidoshorário e anti-horário

Comprimento sempreocupação como aproveitamentoda barra

Dobras nossentidos horárioe anti-horário

Comprimento sempreocupação como aproveitamentoda barra

C = 26

2.5

2.5

120

C = 25

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2.5

16

2.5

4

Dobras todasnum

Comprimento submúltiplode 12 m (comprimentopadrão do vergalhãofornecido pelas usinas)

mesmosentido

Detalhe tradicional Novo detalhe visando corte e dobra

Detalhe tradicional Novo detalhe visando corte e dobra

Dobras todas nummesmo sentido

Comprimentosubmúltiplo de 12 m(comprimento padrãodo vergalhão fornecidopelas usinas)

Fonte: JC Saldanha Engenharia Estrutural

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SEGURANÇA

42 TÉCHNE 120 | MARÇO DE 2007

Odesenvolvimento e a duração deum incêndio são diretamente in-

fluenciados pela quantidade de com-bustível a queimar. A especificação dequalquer material inserido em umaconstrução precisa, portanto, seracompanhada de rigoroso controlepara evitar que sirvam de alimentopara o fogo e contribuam para agra-var uma situação de incêndio.

A vulnerabilidade de um ambien-te perante o fogo é diretamente in-fluenciada pela carga de incêndio, asoma das energias caloríficas possí-veis de serem liberadas pela queimade todos os materiais em um espaço.Na carga de incêndio estão incluídosos componentes de construção, taiscomo revestimentos de piso, forro,paredes, divisórias, assim como todoo material depositado na edificação,como peças de mobiliário e elemen-tos de decoração, por exemplo.

Os cuidados devem ser sempreproporcionais às dimensões, ocupa-ção e risco da edificação. Mas dianteda necessidade de limitar a propaga-ção do incêndio, a principal medida aser adotada consiste na comparti-mentação. Nesse sentido são igual-mente importantes os equipamentosque fazem essa separação tanto hori-zontal quanto vertical, impedindoque o fogo se propague para outrasáreas no mesmo pavimento ou atémesmo para outros andares e cons-truções vizinhas. Para obter a com-partimentação horizontal há dispo-

Fogo contidoDomínio do comportamento dos materiais e correta especificaçãode equipamentos de segurança reduzem riscos e prejuízos emsituações de incêndio

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Tabela 1 – CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS CONFORME VELOCIDADE DEPROPAGAÇÃO DE CHAMA E EMISSÃO DE FUMAÇAClasse Método de ensaio

ISO 1182 NBR 9442 ASTM E 662I Incombustível - - II A Combustível Ip = 25 (classe A) Dm = 450

B Combustível Ip = 25 (classe A) Dm > 450III A Combustível 25 < Ip = 75 (classe B) Dm = 450

B Combustível 25 < Ip = 75 (classe B) Dm > 450IV A Combustível 75 < Ip = 150 (classe C) Dm = 450

B Combustível 75 < Ip = 150 (classe C) Dm > 450V A Combustível 150 < Ip = 400 (classe D) Dm = 450

B Combustível 150 < Ip = 400 (classe D) Dm > 450VI Combustível Ip > 400 (classe E) -Ip = índice médio de propagação superficial de chamaDm = densidade ótica específica máxima de fumaça para ensaios com chama e semchama.Fonte: Decreto Estadual de São Paulo no 46.076, de 31 de agosto de 2001. InstruçãoTécnica no 10.

sitivos como paredes, portas, regis-tros e selagens corta-fogo. Já parapermitir que cada pavimento possacompor um núcleo isolado em umaedificação, são necessárias soluçõescomo lajes corta-fogo, enclausura-mento das escadas, selagem corta-fogo de passagens de cabos elétricose tubulações, além da utilização deabas verticais ou horizontais proje-tando-se além da fachada, resisten-tes ao fogo para separar as janelas depavimentos consecutivos.

Especificar e dimensionar todosesses dispositivos é o desafio queprecisa estar inserido em uma abor-dagem global, segundo o engenhei-ro Antônio Fernando Berto, pesqui-sador do Laboratório de Segurançaao Fogo do Centro Tecnológico doAmbiente Construído do IPT (Ins-tituto de Pesquisas Tecnológicas doEstado de São Paulo). Em sua opi-nião, a segurança contra o fogo de-pende de um tratamento sistêmico,de maneira que a solução conjuntade problemas menores leve à solu-ção do problema como um todo. "Asegurança contra incêndio não se li-mita às instalações prediais e a ex-tintores, hidrantes e sprinklers. Oedifício, os materiais que o consti-tuem, a estrutura, a composição dafachada, as comunicações e meiosde circulação são todos importan-tes", salienta o pesquisador.

Reação ao fogo, grau de com-bustibilidade e taxa de emissão de

Novos materiais e equipamentos, como cabos com baixa emissão de gases edetectores de fumaça, têm aumentado a segurança das edificações

gases tóxicos durante a combustãosão aspectos do comportamento dosmateriais que precisam ser indica-dos pelos fabricantes em seus produ-tos, bem como os certificados de en-

saio devem ser exigidos antes daaquisição de qualquer componenteespecificado preliminarmente. "Aspartes da construção mais sensíveisao desenvolvimento de um incêndio

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Tabela 2 – CLASSE DOS MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS CONSIDERANDO OCUPAÇÃO DO EDIFÍCIOFinalidade do material (acabamento/revestimento)

Grupo Piso Parede e divisória Teto e forroHabitação (multifamiliar e coletiva) Classes I, II, III-A, Classes I, II-A, Classes I, II-A e condomínios residenciais com IV-A ou V-A2 III-A ou IV-A3 ou III-A1altura superior a 12 mLocal de hospedagem de serviço Classes I, II-A, Classes, I, II-A Classes I ou II-Aprofissional (por exemplo, agência III-A ou IV-A ou III-A4bancária), escolas, garagens, clínicas e hospitais, indústrias com baixo potencial de incêndio, depósitos de material incombustível ou com carga de incêndio até 300 MJ/m2

Locais de uso comercial, teatros Classes I, II-A, Classes I ou II-A Classes I ou II-Ae auditórios, indústrias e depósitos III-A ou IV-Acom médio e alto potencial de incêndio, comércio de fogos de artifício, tanques de líquidos dos gases inflamáveis e centrais de comunicação e energiaNotas:1) Exceto para cozinhas que serão Classe I ou II-A;2) Exceto para revestimentos que serão Classes I, II-A, III-A ou IV-A;3) Exceto para revestimentos que serão Classes I, II-A ou III-A;4) Exceto para revestimentos que serão Classes I ou II-A.Fonte: Decreto Estadual de São Paulo no 46.076, de 31 de agosto de 2001. Instrução Técnica no 10.

Paredes e as portas corta-fogo fazemparte da compartimentação horizontal,que busca evitar que grandes áreassejam atacadas pelo fogo. A função dasparedes é reduzir a propagação dafumaça e do fogo, bem como garantir asegurança estrutural no caso de umincêndio por um período de tempopredeterminado. "De formasemelhante, as portas corta-fogodevem permitir umacompartimentação adequadaassegurando a maior vedação possívelpara a passagem de fumaça de umambiente para outro, bem comoevitando a propagação da irradiação datemperatura, dentro de temposestabelecidos por ensaios laboratoriais",explica Aleksander Grievs. As portas são classificadas conforme otempo de resistência ao fogo em: P-30(usadas em algumas regiões do Paíscomo porta nos apartamentos), P-60(para escadas enclausuradas eantecâmara de prédios residenciais), P-90 (presente em escadas enclausuradas

Barreira ao fogoe na antecâmara de prédios comerciais)e P-120 (para ambientes de maiorrisco). As P-120 resistem ao fogo porpelo menos duas horas. Para aplicaçõesindustriais, há ainda as P-240, quesuportam 240 minutos.Antônio Berto, do IPT, conta que hátrês tipos de portas corta-fogo emrelação ao uso. O primeiro, detalhadopela NBR 11724, é composto porportas metálicas com isolamentotérmico e ferragens especiais parasaídas de emergência. Para usoindustrial, há as portas empregadas(NBR 11711) para compartimentar asáreas de risco, por exemplo, separar aárea de estoque e a área industrial eaumentar os ganhos no prêmio doseguro. Por fim, existem as portascorta-fogo para unidades autônomas,como quartos de hotéis e de hospitais,salas de aula, entradas dos escritórios(NBR 15281). "São portas com aspectovisual convencional, mas que podemresistir ao fogo por meia-hora, porexemplo", explica Berto. Assim como

portas e paredes, também éimportante que sejam empregadosselos e registros corta-fogo para vedaras aberturas existentes para apassagem de instalações.

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Quais são os objetivos doPrograma Brasil sem Chamas?Trata-se de um esforço coletivo quereúne IPT, Ligabom (Liga Nacional doCorpo de Bombeiros), Epusp (EscolaPolitécnica), FAU-USP (Faculdade deArquitetura e Urbanismo) e INT(Instituto Nacional de Tecnologia) paradesenvolver um amplo estudo da áreade segurança contra incêndios emedificações. A intenção é fazer umaespécie de diagnóstico dos aspectostécnicos e econômicos. Ainda somoscarentes de informações sobre essaindústria no Brasil. Por isso, queremossaber o quanto esse segmentomovimenta, quantos profissionaisatuam nessa área etc. Os trabalhos sãofinanciados pela Finep (Financiadorade Estudos e Projetos do Ministério deCiência e Tecnologia).

Como o trabalho vem sendoconduzido?Estamos tabulando os dadosestatísticos coletados relativos àsperdas (número de incêndios, perdashumanas e materiais), custos comprevenção e combate, seguros,

Engenheiro José Carlos Tominachefe do Agrupamento de InstalaçõesPrediais, Saneamento Ambiental eSegurança ao Fogo do IPT,superintendente do Comitê da ABNT(Associação Brasileira de NormasTécnicas) de Segurança Contra Incêndio(CB-24) e coordenados do ProgramaBrasil Sem Chamas

Integração e qualidadetratamento de vítimas, economiamovimentada pelo mercado na áreaetc. Estamos também estruturandoum observatório na internet para darvisibilidade e acesso às fontes deinformações e documentação do setor.Em seguida, um grupo de trabalhodeve se debruçar sobre a avaliação do marco legal, com o objetivo dedefinir um plano nacional de combate contra incêndio.

Além de boa regulamentação, éimportante também garantir aqualidade dos produtos colocadosno mercado. Há algumamobilização nesse sentido? Há o Qualincêndio, programa setorialde qualidade que teve início há doisanos e, desde então, tem avaliado aqualidade dos produtos de segurançacontra incêndio. Nessa primeira etapa,estão sendo avaliados os extintores,mas a proposta é estender o programapara outros produtos. A iniciativa, cujasações seguem as diretrizes do PBQP-H(Programa Brasileiro da Qualidade eProdutividade do Habitat), pretendeajudar os fabricantes a melhorar a

qualidade de seus produtos. Oprograma é uma realização da Abiex(Associação Brasileira das Indústrias de Equipamentos Contra Incêndio e Cilindros de Alta Pressão), do IPT e da Tesis (Tecnologia de Sistemas de Engenharia).

Tabela 3 – CLASSIFICAÇÃO DASEDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCOQUANTO À CARGA DE INCÊNDIORisco Carga de

Incêndio (MJ/m²)Baixo até 300 MJ/m²Médio Entre 300 e 1.200 MJ/m²Alto Acima de 1.200 MJ/m²Fonte: Decreto Estadual de São Paulo no

46.076, de 31 de agosto de 2001

são as superfícies verticais (pare-des) e o teto, onde o calor acumula-do pode estimular a sua propaga-ção", alerta Rosária Ono, professorada FAU-USP (Faculdade de Arqui-tetura e Urbanismo da Universida-de de São Paulo) especializada emsegurança contra incêndio. "Daí aimportância de os materiais de re-vestimento e acabamento dessassuperfícies apresentarem caracte-rísticas que não contribuam para ocrescimento do fogo em um iníciode incêndio", complementa.

No caso dos forros, é importanteque os materiais sejam retardantesdo fogo ou incombustíveis. "Outrascaracterísticas importantes são boaresistência mecânica e alta resistên-cia à temperatura, de forma a reduziro risco da propagação pela irradia-ção da temperatura", informa o con-

sultor em segurança contra incên-dios, Aleksander Grievs.

Instalações mais segurasEstatísticas do Corpo de Bom-

beiros revelam que cerca de 80%das mortes em incêndios são oca-sionadas pelos gases tóxicos e pelafumaça. Por isso, nos últimos anos,o desenvolvimento de fios e cabos

com baixa emissão de fumaça egases tóxicos, livres de halogênios,agregou maior segurança às edifica-ções, sobretudo naquelas comgrande fluxo de pessoas, como es-colas, hospitais, hotéis, supermer-cados, shoppings centers, terminaisrodoviários, estações de metrô, edi-fícios comerciais e industriais.

Compostos por isolação e cober-tura auto-extinguíveis, esses caboscontam com a vantagem de pode-rem ser instalados em eletrocalhasabertas, garantindo melhor capaci-dade de corrente e instalação maisrápida. Na solução tradicional, paraaplicação em locais de grande fluxode pessoas, cabos tradicionais po-dem ser utilizados, mas desde queinstalados dentro de condutores fe-chados que apresentem característi-cas de baixa emissão de fumaça e

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gases tóxicos, conforme a NBR5410:2004. "Além dessas melhorias,no caso de fios e cabos, contribui ofato de esses produtos estarem sujei-tos a certificação compulsória queexige, entre outras coisas, a realiza-ção de testes de propagação de cha-mas", comenta Antônio Berto.

Progressos ocorreram tambémentre as soluções eletrônicas para pre-venção, sobretudo nos sistemas de de-tecção e alarmes, que se sofisticaram.Aleksander Grievs conta que a quedade preços dos microprocessadorespermitiu a total informatização, nãosomente das centrais de controle,como dos próprios componentes des-ses sistemas. Hoje há, por exemplo,sensores de fumaça e temperaturaque podem discriminar suas leituraspermitindo uma análise mais apura-da e eliminando ao máximo os alar-mes falsos. "Todo esse incrementotecnológico, no entanto, passou a exi-gir um profissional mais especializa-do em engenharia de proteção contraincêndio, profundos conhecedoresdas normas técnicas e do comporta-mento dos materiais e do fogo", sa-lienta o consultor. Estima-se que ossistemas de prevenção e combate a in-cêndios consumam menos 5% docusto da total da obra.

Juliana Nakamura

Tabela 4 – TECNOLOGIAS PARA DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIOTipo de sistema Características principais Indicação

Detector Convencional Os componentes (detectores de fumaça, Pequenos ambientespontual temperatura, acionadores) são

supervisionados por uma central de controle por laços (pares de fios). Não contam com flexibilidade para expansões e possuem apenas dois estados de funcionamento: normal e alarme

Endereçável Permite identificação individual de cada Pequenos, médioselemento, além de uma leitura completa de e grandes ambientesseu estado, nível de sensibilidade, defeito etc.

Detector Convencional Fornece localização geral, ou seja, informa Pequenos e médios ambientespor aspiração que está ocorrendo um evento

Endereçável Fornece localização específica, ou seja, Em centros de distribuição, ondeinforma onde está ocorrendo um evento a proteção de sistemas de detecção

pontual é prejudicada pela distribuiçãodas prateleiras, altura e dificuldade da movimentação da fumaça

Fonte: Aleksander Grievs e Siemens.

Escritório com forro incombustível: teto exige cuidado especial por ser uma daspartes das edificações mais sensíveis a incêndios

Setorcompartimentado

Setorcompartimentado

Setorcompartimentado

PCFP90

PCFP90

Porta corta-fogo decompartimentação

2,00

Afastamento horizontalentre aberturas < 2,00

Afastamento horizontalentre aberturas 2,00

SE SE

SE

SE = saída de emergênciaPCF = porta corta-fogo

Porta corta-fogo decorrer NBR-11711

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Modelo de compartimentação horizontal

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Envie artigo para: [email protected] texto não deve ultrapassar o limitede 15 mil caracteres (com espaço).Fotos devem ser encaminhadasseparadamente em JPG.ARTIGO

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Opresente artigo apresenta e analisa aproposta de um sistema estrutural

de madeira inovador com aplicaçõesprevistas na construção de edificaçõesde médio porte. O estudo, baseado nosconceitos da produção seriada e modu-lar, é parte de pesquisa mais ampla quepretende viabilizar a construção de es-colas secundárias paulistas dotadas demobilidade e intercambiabilidade.Alémde considerar a seriação e a produçãomodular, a proposta foi concebida con-siderando os seguintes fatores:a) a madeira é, depois do aço, o segun-do material de maior consumo naconstrução, sendo tecnicamente ade-quado e economicamente competitivopara todas as obras de engenharia;b) a importância da introdução deinovações tecnológicas, visto que atradição da construção em madeira noBrasil, exceção feita a alguns Estadosdo Sul, está associada a uma conotaçãode provisoriedade, sendo apenas acei-ta para uso em habitações de veraneio

Estrutura de madeiralaminada colada

ou provisórias, mas dificilmentecomo uma construção definitiva;c) a disponibilidade de extensas áreaspara reflorestamento, fator diferencialem relação à maioria dos países, quepermite fornecimento abundante dematéria-prima;

d) a madeira é material de fácil mani-pulação, depende de tecnologia relati-vamente simples, dominada e dispo-nível no País, além de utilizar maqui-naria de baixa complexidade.

Finalmente, podemos dizer que ossistemas estruturais de madeira sãoimportantes no desenvolvimento daindústria da construção civil por exi-gir baixo consumo de energia.

Características do sistema estruturalChamamos a unidade elementar e

resistente do sistema como Módulo-Base (figura 1). É o elemento estrutu-ral principal da plataforma utilizadapara a construção da família de pro-dutos pretendida. Seu conceito é cons-tante, havendo apenas variações di-mensionais, conforme a funcionalida-de específica que deve desempenhar. Éconstruído por meio de um conjuntode vigas e pilares produzidos com umatécnica inovadora a partir de madeirafina laminada e colada (LVL). Essas

Alexandre WahrhaftigDepartamento de Engenharia de

Estruturas e GeotécnicaEscola Politécnica da USP

[email protected]

Reyolando M.L.R.F. BrasilDepartamento de Engenharia de

Estruturas e GeotécnicaEscola Politécnica da USP

[email protected]

AlessandroVenturaDepartamento de ProjetosFaculdade de Arquitetura

e Urbanismo da [email protected]

Figura 1 – Módulo-base Figura 2 – Viga

Y

X

Bordo 1

Bordo 2

7,9

14,1

1,1

12,7 12,7

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vigas e pilares são unidos entre si porconectores metálicos que também têma função de interface entre os diversosMódulos-Base permitindo liberdadeno arranjo arquitetônico. O conjuntoestrutural composto por vigas, pilarese conectores é completado por um sis-tema de cobertura, vedações, forro episo, que garantem o conforto térmicoe a proteção contra as intempéries.

O sistema construtivo é fechadodo ponto de vista manufatureiro.Parte-se do pressuposto que a indus-trialização da construção deve ser ope-racionalizada pela produção seriadade conjuntos completos, e não pela re-petição de elementos simples.

As vigas (figura 2) são compostaspor três lâminas iguais e independen-tes, a partir da prensagem de lâminasfinas de madeira, sendo posteriormen-te coladas entre si. A seção transversalda viga é composta por trechos planose curvas que se mantêm constantes aolongo do comprimento. Os planos for-mam entre si um ângulo de 120º, demodo que a figura resultante fica simi-lar a um triângulo eqüilátero. Essa dis-posição confere uma maior rigidez aoconjunto, duplicando a espessura naregião de contato com a lâmina contí-gua,oferecendo uma condição mais fa-vorável para as operações de furação efixação das ferragens e a união dos de-mais elementos da estrutura.

Os pilares (figura 3) possuem seçãoquadrada formada pela união de qua-tro lâminas iguais, produzidas com amesma técnica de colagem usada para aconfecção das vigas. Essa disposição fa-cilita a interligação dos pilares às vigas.

O conector (figura 4) é formadopor quatro chapas planas,com espessu-ra de 1/4" (6,35 mm), soldadas em suasarestas.Essas chapas são conformadas efuradas com a técnica oxicorte, sendochanfradas em suas arestas verticais in-ternas e soldadas de modo a obter a

configuração cúbica da conexão. Aforma cúbica dá a opção de engate deaté quatro vigas ortogonais entre si, epermite o apoio para os pilares.

A espécie escolhida para a fabrica-ção dos elementos da estrutura de ma-deira foi o Pinus Eliiotii, um tipo demadeira pertencente ao grupo das co-níferas. As coníferas são madeiras pri-mitivas de gimnospermas, com um ar-ranjo anatômico simplificado. Nas co-níferas os traqueídes são os que têm afunção de dar suporte mecânico para aestrutura da árvore. Suas característicasestão apresentadas na tabela 1.

Fabricação e conformação das peçasestruturais de madeira

As peças de madeira da estruturaforam confeccionadas nas oficinas daFaculdade de Arquitetura e Urbanismoda Universidade de São Paulo.O proces-so de fabricação consiste em colar finas

lâminas de madeira com espessura de0,5 mm em camadas superpostas, comseus veios cruzados. O produto final éuma peça semelhante aos compensados,porém com a vantagem de a concepçãoconstrutiva facilitar a produção indus-trial.As fases de fabricação são:

Colagem – As finas lâminas rece-bem cola e são dispostas em camadasintercaladas de faixas longitudinais etransversais. As faixas transversais sãofixadas umas às outras com fita adesi-va (figura 5). Posteriormente, as fai-xas, já prensadas e secas, irão dar aforma final da peça. Reunidos dois adois, os conjuntos são colocados nasfôrmas das vigas ou pilares e recebemmais uma aplicação de cola. Um gaba-rito auxilia o posicionamento dasabas (figura 6).

Conformação – A técnica usada é ade moldes e contramoldes em madei-ra. As faixas, formando um conjunto

Figura 3 – Pilar

Y

X

90°

10,310,3

10,310,3

Figura 4 – União metálica

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A R T I G O

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A R T I G O

com 16 lâminas, sendo sete transver-sais e nove longitudinais, são levadas àfôrma. Também confeccionadas emmadeira, as fôrmas são constituídasde partes móveis que se sobrepõempara dar a forma desejada, previa-mente à prensagem (figura 7).

Prensagem – Depois de colocadasna fôrma, as camadas são embebidasem cola e levadas a duas prensas Imaccom capacidade de 90 t dispostas emsérie, onde são pressionadas. A cargadas prensas é transferida por meio detransversinas às fôrmas. Faz-se omesmo na segunda fase da colagem,quando as abas são unidas (figura 8).

Acabamento – As peças apre-sentam na superfície excesso de colaque escorreu durante a prensagem.Para retirar esse excesso, emprega-

se a máquina de aplanamento, quedesbasta a superfície rugosa, dei-xando-a lisa ao tato. A última ope-ração é a correção das dimensões,que se faz retirando as medidas ex-cedentes (figura 9).

A proposta resulta de pesquisaconjunta entre o Laboratório de In-dustrialização da FAUUSP e o Labo-ratório de Estruturas e Materiais Es-truturais da Epusp.

Resultados experimentaisForam realizados ensaios de fle-

xão simples para duas diferentes posi-ções da seção (figura 10). A viga foiposta sobre dois apoios móveis e arti-culados, na qual se aplicou uma cargaconcentrada no meio do vão (figura11). O vínculo horizontal do sistema

foi conferido pelo ponto de contatodo carregamento. Nas duas experiên-cias o material apresentou comporta-mento elástico-linear.

Chegou-se às seguintes máximastensões:1o ensaioCompressão: 33,51 MPaTração: 59,70 MPa2o ensaioCompressão: 58, 72 MPaTração: 32, 97 MPa

Um ensaio de flexão pura foi reali-zado com arranjo semelhante ao an-terior, sendo que a parte central daviga ficou isenta de força cortante ecriou-se um trecho de um momentofletor constante, onde foi fixada aunião. Para garantir a existência dessetrecho, foi usado um perfil metálico

Figura 6 – Segunda etapa da colagem

Figura 5 – Preparação e colagem das lâminas de madeira

Tabela 1 – PINUS ELIIOTII – (NBR 7190/97 – PROJETO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA)Nome comum Nome científico ρap(12%)(kgf/m3) fc0(MPa) ft0(MPa) ft90(MPa) fv(MPa) Ec0(MPa)Pinus elliotti Pinus elliotti var. elliottii 560 40,4 66,0 2,5 7,4 10904ρap(12%) – massa específica aparente a 12 % de umidade;fc0 – resistência à compressão paralela às fibras;ft0 – resistência à tração paralela às fibras;fv – resistência ao cisalhamento;ft90 – resistência à tração normal às fibras;Ec0 – módulo de elasticidade longitudinal obtido no ensaio de compressão paralela às fibras.

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simplesmente apoiado na viga sobre oqual foi aplicado o carregamento pormeio do atuador.

Pôde-se verificar que a união me-tálica comportou-se como uma mola,e sua rigidez foi obtida pela relação:

K = M(t)2θ (t)

onde M (t) e θ (t) são o momento fle-tor atuante e a rotação como funçãodo tempo, assim que, pela figura 17,tem-se:

k = 3,448 kNmrad

Análise em estado limite últimoA análise das condições de segu-

rança foi realizada com base nas pres-crições da NBR 8681/2003 – Ações esegurança nas estruturas, da NBR7190/97 – Projeto de estruturas demadeira e da NBR 6120 – Cargas parao cálculo de estruturas de edificações.

De acordo com as recomendaçõesnormativas, para a verificação da segu-rança em relação aos estados limites úl-timos foram consideradas apenas ascombinações últimas normais de carre-

gamento. A segurança da estrutura emrelação a possíveis estados limites deveser garantida pelo respeito às condiçõesconstrutivas especificadas por norma e,simultaneamente, pela obediência àscondições analíticas de segurança ex-pressa por Sd≤Rd,onde Sd é a solicitaçãode cálculo e Rd a resistência de cálculo.

As combinações últimas normaisno caso de estruturas de madeira se-guem a expressão

m n

Fd = Σγgi FGi,k + γq[FQ1,k + Σψ0j FQj,k]i=1 j=2

onde:FGi,k é o valor característico das açõespermanentes;FQ1,k é o valor característico da açãoprincipal para a combinação;ψojFQj,k é o valor reduzido de com-binação de cada uma das demaisações variáveis.

Na verificação da segurança frenteaos estados limites últimos, as açõespermanentes constituídas pelo pesopróprio e pelas partes fixas não-estru-turais foram majoradas com ummesmo coeficiente,de valor igual a 1,4.Os valores reduzidos de combinaçãosão empregados nas condições de se-

gurança relativas a estados limites últi-mos. Quando existirem ações variá-veis de diferentes naturezas, será con-siderada a sobrecarga do piso comoação variável principal e a da cobertu-ra como secundária.

A NBR 7190/97 recomenda quenas verificações de segurança que de-pendam da rigidez da madeira, o mó-dulo de elasticidade paralelamente àsfibras deve ser tomado com o valorefetivo, dado por:

Ec0,ef = Kmod,1 Kmod,2 Kmod,3 Eco,m

onde os Kmod representam os coefi-cientes de modificação, que afetam osvalores de cálculo das propriedades damadeira em função da classe de carre-gamento da estrutura,da classe de umi-dade admitida, e do eventual empregode madeira de segunda qualidade.Foram adotados os seguintes valores:Kmod,1 = 0,7, considerando madeiralaminada colada;Kmod,2 = 1,0, considerando madeiralaminada colada e classe de umidade(1) 12% ou (2) 15%;Kmod,3= 0,8, considerando coníferasde primeira categoria.

O peso próprio dos componentes

Figura 7 – Colocação nas fôrmas e colagem dos conjuntos

Figura 8 – O operador faz a prensagem com prensa manual

Figura 9 – Acabamento doselementos estruturais

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A R T I G O

TÉCHNE 120 | MARÇO DE 200752

– Peso próprio do piso mais a sobre-carga como ação principal: 4,87 kN/m2

– Peso próprio da cobertura mais asobrecarga como ação variável secun-dária: 1,73 kN/m2

– Peso próprio do painel: 0,17 kN/m2

– Peso próprio da ligação viga-pilar:0,28 kN– Peso específico da madeira lamina-da: 8,92 kN/m3

– Módulo de elasticidade: 6106 MPa– Rigidez da ligação viga-pilar: kθ=3,448 kNm/rad

Análise dos resultados em estadolimite último

Os esforços resistentes de cálculoforam estabelecidos com os seguintescoeficientes:Kmod = 0,56 classe de umidade (1) e

da estrutura foi determinado por me-dição e pesagem de amostras.

Para determinação das solicita-ções de projeto foi empregado o Mé-todo dos Elementos Finitos, admitin-do-se a condição de pórtico espacialda estrutura, adotando-se os seguin-tes parâmetros:

�Dimensões de cálculo– Vão da viga longitudinal: 6,90 m– Vão da viga transversal: 2,58 m– Pé-direito: 3,30 m� Viga– Inércia: 2.942,80 cm4

– Área: 75,98 cm2

� Pilar– Inércia: 2.341,45 cm4

– Área: 53,81 cm2

� Valores de cálculo das ações

Figura 12 – Modo de ruptura no primeiro ensaio de flexão simplesFigura 13 – Modo de ruptura nosegundo ensaio de flexão simples

P

Figura 10 – Arranjo dos ensaiosde flexão simples

PP

Figura 11 – Aparelho de apoio dosensaios de flexão simples

(2) e carregamento de longa duraçãoγc = 1,4 para compressão paralela àsfibrasγt = 1,8 para tração paralela às fibras.

As médias das tensões experimen-tais nos respectivos bordos são: 59,2MPa em tração e 33,24 MPa em com-pressão.

A resistência de cálculo à com-pressão paralela às fibras é então:

fc0d = Kmod σc ... fc0d = – 13,296 MPaγc

A resistência de cálculo à traçãoparalela às fibras é:

ft0d = Kmod σt ... ft0d = 18,421 MPaγt

Verificação das vigasAs vigas são componentes cujas se-

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fixação dos painéis de fechamento domódulo. As dimensões da nova seçãoforam otimizadas para atender às soli-citações de projeto (figura 15).

Na verificação da condição de se-gurança em relação às tensões tangen-ciais a NBR 7190/97 permite que, nafalta de determinação experimentalespecífica, se admita para as coníferas

fv0d = 0,12 fc0,d

o que leva a um valor de resistênciaaos esforços tangenciais de

fv0d = 1,6 MPa

Aplicando a expressão da Resis-tência dos Materiais para o cálculodas tensões de cisalhamento na seção

redefinida, e resolvendo para a situa-ção mais desfavorável de projeto,obteve-se o seguinte coeficiente:

td = 0,86fv0d

Verificação dos pilaresOs pilares possuem coeficiente de

esbeltez de 35, o que dispensa a consi-deração de eventuais efeitos de se-gunda ordem. Os pilares estão em fle-xão oblíqua e, portanto, devem aten-der à mais rigorosa das expressões

(σNcd)2

+ σMxd + KM . σMyd ≤ 1fc0d fc0d fc0d

(σNcd)2

+ KM σMxd + σMyd ≤ 1fc0d fc0d fc0d

onde σNcd é a parcela da tensão decompressão atuante em virtude daforça normal, σMdx e σMdy são os mo-mentos fletores de cálculo, fc0d é a re-sistência de cálculo à compressão, KM

é o coeficiente de correção, sendoigual a 1,0 para o tipo de seção.

Feita a verificação para Ncd =-11,50 kN; Ntd = 0; Mxd = -0,01 kNme Myd = 0,11 kNm encontrou-se umarelação entre as tensões de 0,06.

ConclusãoA análise dos resultados experi-

mentais e numéricos permite con-cluir que a estrutura apresentacondições satisfatórias quanto aoestado limite último. A análise emestado limite de utilização comple-ta o estudo. Nela está a análise doestado limite de deformações ex-cessivas, que permite flechas de até34,5 mm, enquanto que a máximaencontrada na estrutura foi de32,17 mm, possibilitando concluirpelo atendimento a mais esse crité-rio de verificação.

ApoioPesquisa realizada com apoio da

Fapesp (Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado de São Paulo) e doCNPq (Conselho Nacional de Desen-volvimento Científico e Tecnológico).

Figura 14 – Flexocompressão das vigas

-36,25 -10,45-0

,98

-63,

23Z

X

-19,26

-0,65-0,6

5

0,65

14,5

3

19,26 -2,58 2,58

-21,

58

12,1

7

Z

X

15

34,9

9

3

10

33,4

9

5

26,9

9

2

Figura 15 – Seção transversal daviga redefinida

P

Figura 16 – Arranjo do ensaiode flexão pura

2��

y(t)L/2

M(t)

Figura 17 – A união comporta-se comouma mola rotacional

ções estão submetidas à ação conjuntado esforço normal e do momento fle-tor (figura 14). A análise dessas peçasobedece ao item 7.3.6 da NBR7190/97, que estabelece a verificaçãorelativa à resistência das seções trans-versais submetidas à flexocompressão,na qual se considera uma função qua-drática para a influência das tensõesdevidas à força normal de compressão.

Ao se aplicar verificação à solici-tação mais desfavorável para a estru-tura, chegou-se a uma relação entreas tensões atuantes e as resistênciasde 7,20, revelando a necessidade dereadequações.

Optou-se por adaptar o desenhoinicial da seção, melhorando-lhe ainércia.A mudança atendeu às exigên-cias arquitetônicas e ainda favoreceu a

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ACABAMENTOS

MASSA ACRÍLICALançamento da Vedacit/OttoBaumgart na Feicon 2007, oSelatrinca é indicado paravedação de trincas e fissuras deaté 5 mm, em paredes deconcreto ou alvenaria,localizadas em ambientesinternos ou externos. Aceitapinturas à base de tinta látex oude emulsões acrílicas, que sejamisentas de solventes.(11) 6902-5555www.vedacit.com.br

ASSENTAMENTOCERÂMICOAlternativa à argamassa colante,o Ofix, da Bautech, é um sistemade colagem dupla face paraassentamento de cerâmicas emambientes internos. Uma vezaplicado, a liberação do localpara tráfego de pedestres éinstantânea. Permite colagemtambém sobre drywall.(11) [email protected]

PISO DE PNEUConfeccionado artesanalmentecom raspas de pneu reciclado, opiso da Verdeal não escorrega,amortece quedas, é atóxico eantialérgico – o que o tornarecomendável para aplicação empátios e playgrounds. Alémdisso, o material não acumulaágua, impedindo a criação de fungos.(11) [email protected]

LINHA DE TINTASA linha Pinta Tudo, da Renner,abarca produtos para ambientesinternos e externos, disponíveisem quatro acabamentos: fosco,acetinado, semibrilho e altobrilho. Feitas à base de água, astintas não precisam ser diluídas,e podem ser aplicadas sobrealvenaria, madeira e metal com omesmo padrão de acabamento.Oferecidas em embalagens de900 ml, 3,6 l e 18 [email protected]

ACABAMENTOS

TINTA MINERALProduzida pela Tecnocola, a Pinte& Habite Color é indicada paraparedes de concreto, reboco,tijolo, bloco de concreto efibrocimento em ambientesinternos ou externos. A tintapode ser aplicada em paredeslisas, rústicas ou texturizadas.Disponível em sacas ou baldes de5 kg e baldes de 15 kg.(48) [email protected]

ARGAMASSAA Top Coll, novidade da UsinaFortaleza, assenta piso sobrepiso, ardósia, porcelanato,mármore, granito, cerâmicaretificada, pastilha cerâmica econcreto liso ou rústico. Asecagem é concluída em duashoras, e o produto estádisponível em duas versões: parauso interno e externo (incluindofachadas, piscinas e saunas).(11) 2102-0202 www.usinafortaleza.com.br

PASTILHAS DE VIDROA linha Metálica, novidade daColor Plus, possui peças comacabamento de aço inox ediferentes dimensões: 1 x 1 cm,2 x 2 cm, 5 x 5 cm, 2,5 x 2,5 cm,1 x 2,5 cm e 1 x 5 cm. Ospedidos também podem serfeitos sob encomenda.(11) 5531-7700www.pastilhascolorplus.com.br

ARGAMASSASA Votorantim Cimentos apresentaao mercado dois novos modelos:Votomassa Revestimento Interno(mais grossa, com menor tempode puxamento e maiorresistência de aderência) e aVotomassa Maxi Fachada(composição mais fina, desecagem rápida). As argamassassão destinadas principalmente àsconstrutoras.0800-7019898www.votorantimcimentos.com.br

PRODUTOS & TÉCNICAS

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ACABAMENTOS

REVESTIMENTO DEPAPELO Papier Froissé, da Sénidéco, éum revestimento decorativo depapel enrugado sem juntas nememendas. Está disponível noformato plano e dobrado, e existeem dois tamanhos: 5 m lineares x2,7 m de altura ou 10 m linearesx 2,70 m de [email protected] www.senideco.com

PISO PLÁSTICOMODULARComposto de polietileno, comsuperfície antiderrapante, oExapiso é aplicável em vestiários,oficinas, áreas de estocagem,cozinhas industriais, canteiros deobras, piscinas, academias, entreoutros. Segundo a fabricanteExaplas, o produto protege opiso original, impede arranhões esuporta altas compressões.Disponível em módulos de 243 x120 x 17 mm.(21) [email protected]

FORRO MONOLÍTICOO modelo FHP, da Placo, éexecutado com placas de gessopara drywall interligadas porarame galvanizado no 18. O forropossui padrões de medida erebaixos que se adaptam aossistemas de encaixes e vedação.O isolamento acústico pode seracentuado com o acréscimo delã mineral entre as placas e alaje ou telhado.0800-192540www.placo.com.br

ARGAMASSAA Weber Quartzolit lança naFeicon 2007 o RebofinQuartzolit, uma argamassamonocamada com acabamentoextrafino. Sua função é substituirdiversas etapas do revestimentode paredes e tetos, como ochapisco, massa grossa, massafina e massa corrida. De acordocom o fabricante, o produtoreduz em até 40% o prazo deexecução dos revestimentos atéa pintura e com conseqüentesganhos de custo.0800-7096979www.quartzolit.com.br

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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ACABAMENTOS

ESMALTEO Esmalte Eucatex Premium BaseÁgua, lançamento da Eucatex, édestinado à aplicação sobremetal, madeira e alvenaria. Oproduto pode ser aplicado sem anecessidade de deixar o localdevido ao seu baixo odor – abase água indica que o esmaltenão é tóxico. Fabricado na corbranca, pode ainda ser adquiridonuma das mil opções de cores doSistema Tintométrico E-Colors,da Eucatex.0800-172100www.eucatex.com.br

VERNIZA Akzo Nobel – Divisão TintasDecorativas, acaba de trazer aoBrasil o Cetol Long Life, umanova tecnologia em verniz quepermite alta durabilidade: oitoanos. De acordo com afabricante, a tecnologia é inéditano País. O produto é apresentadoem um kit com dois produtos: oCetol Long Life Base, que tem afunção de preparar a madeira, eo Cetol Long Life Acabamento,responsável peloembelezamento.0800-0557121www.ypiranga.com.br

CAÇAMBASAs Caçambas Estacionárias deAplicação Múltipla, da Kabí, estãodisponíveis em diversos modelose capacidades. São próprias paraa coleta de resíduos sólidos,semilíquidos e líquidos. Aempresa traz a opção, também,de fornecer caçambas comfechos herméticos e borracha devedação, que evita oderramamento do resíduodurante o transporte.Kabí(21) 2481-3122www.kabi.com.br

CANTEIRO DE OBRA

FITA ANTIDERRAPANTELançado em janeiro deste anopela Adere, o modelo 860/S éum adesivo composto por filmepoliéster de 0,050 mm deespessura e resinas sintéticas àprova d'água. A função é deprevenir escorregões e quedasem superfícies lisas comoescadas, rampas, pisos, degraus,entre outros. Disponível em rolosde 50 mm x 5 m.0800-7012903www.adere.com

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COBERTURA, IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO

ISOLANTE TÉRMICOO Bigfoil, da Atco Plásticos, écomposto por lâmina de alumínioe camadas de filme de polietilenocom alvéolos de ar extrusados a180ºC. Indicado para qualquer tipode telhado ou subcoberturaresidencial, comercial ouindustrial. Oferece benefícios comoconforto térmico, redução deconsumo de energia em ambientesclimatizados, impermeabilidade doteto, além de formar uma barreiraacústica e proteger contracondensação no teto.(19) [email protected]

TELHAS ONDULADASAs telhas Onduline, que levam onome da fabricante, sãoconstituídas por umamonocamada de fibras vegetaisimpregnada de asfalto.Resistentes aos raios UV,possuem baixa transmissãotérmica e acústica, diversasopções de cores e são [email protected]

MANTA ASFÁLTICAA Lwarflex Geotêxtil, da LwartProasfar, é protegida na faceexposta com um composto depoliéster pré-estabilizado, quepode ser pintado de qualquer cor.A manta é recomendada paraimpermeabilização de telhados elajes de cobertura. (14) 3269-5060www.lwart.com.br

CANTEIRO DE OBRA

CIMENTOA Lafarge Brasil lançou um novoproduto da marca Montes Claros,o Cimento Portland Composto CPII-F 32. Segundo a fabricante,entre as características do novocimento estão: maior resistênciainicial, melhor capacidade deredução de fissuras e maioruniformidade do produto final.Lafargewww.lafarge.com.br0800-318800

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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SISTEMA DEIMPERMEABILIZAÇÃOO sistema Preprufe, da Grace,é pré-aplicado a frio em túneis,lajes de subpressão e demaisestruturas subterrâneas.Desenvolvido para aderir aoconcreto, elimina a percolaçãoda água em pressões de até 80mca. Também é resistente eimpermeável à passagem degases e odores.(15) [email protected]

COBERTURA, IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO

TELHASAUTOPORTANTESAs telhas Imasa, produzidas pelaAçoport, cobrem vãos livres deaté 40 m sem necessidade deestruturas intermediárias.Adaptam-se a qualquer tipo desustentação, como concreto,metal ou madeira. São indicadaspara indústrias, galpões,supermercados, ginásios deesportes, hangares, entre outros locais.(12) 3953-2199 www.acoport.com.br

TELHAS DE PVCFabricadas na França edistribuídas no Brasil pelaAnders, as telhas Bi-OrientadoOndex têm garantia de até 15anos, proteção contra raios UV eauto-extinguibilidade semgotejamento. Também sãoresistentes a impactos, maresia e agentes químicos.(11) [email protected]

IMPERMEABILIZANTEO Construcril Flex, que carrega onome da fabricante, é umproduto em forma de emulsão,com base em resinas acrílicasespeciais, indicado paraimpermeabilização e tratamentode juntas de chapas cimentícias.A secagem é feita porevaporação, e o produto éoferecido em baldes de 5, 10, 18e 20 kg, ou barrica de 10 e 18 kg.(41) [email protected]

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ADESIVO SELANTEO Brasuper MS Polymer,lançamento da Brascola, colamateriais como vidro, madeira,cerâmica, metais e até concreto.Resistente aos raios UV, nãocontém silicone e por issopode ser aplicado em superfícies úmidas.0800-7702660www.brascola.com.br

COBERTURA, IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO

REVESTIMENTOPROTETORDuroshield SPR é uma linha derevestimentos de proteçãocomposta por sistemaselastoméricos de alta espessura,que reúnem características deresistência química, mecânica, à abrasão, flexibilidadee aderência.(11) 3034-0330www.duroshield.com.br

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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TELAS SOLDADASNERVURADASProduzidos pela Belgo-Arcelor,os produtos são indicados comoarmaduras de lajes, pisos eelementos pré-moldados.Segundo a empresa, as telasoferecem rápido posicionamentonas fôrmas e, em virtude de suasnervuras, possuem ótimaaderência com o concreto.(11) 3638-6540www.arcelor.com/br

CONCRETO E COMPONENTES PARA A ESTRUITURA

INTERTRAVADOSOs pisos intertravados Multipaverem formato raquete, daMultibloco, têm de 6 a 10 cm dealtura e 3,3 a 5,6 kg por peça.Sua geometria permite acolocação de até 42 peças a cadametro quadrado de piso.Multibloco(21) 2663-1510www.multibloco.com.br

INSTALAÇÕESCOMPLEMENTARES E EXTERIORES

ARMADURAS O sistema Gewi de armadura deestruturas, da Dywidag, utilizaaço ST 50/55, de 32 mm dediâmetro. As altas nervurasformam uma rosca robusta,segundo a fabricante, de passo16 mm. Isso permite emendascom luvas e contraporcas comalta aderência.Dywidag(11) 2131-3700www.protendidosdywidag.com.br

PISO ESPORTIVOO Recomaflex Premium, daRecoma, é dotado de sistemaflutuante e flexível para absorçãode impactos. Para uso emginásios e academias, o pisoatende às determinações danorma DIN 18.032 e estádisponível em diversas opções demadeiras maciças.(11) [email protected]

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INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES E EXTERIORES

CERCAMENTOO sistema Gradil Fort-Line, daTelamarck, pode ser utilizado nocercamento de residências,prédios, shoppings, indústrias,supermercados, entre outroslocais. É oferecido em painéis de1,26 m de largura e em trêsopções de altura. Além disso, afixação é efetuada por meio deencaixes em grapas soldadas naslaterais dos tubos, dispensandoporcas, parafusos e profissionaistécnicos.(11) [email protected]

PROTETOR PERIMETRALO produto da Alge é oferecidocom lâminas em dois formatos:12 pontas perfurantes, sendo seisinternas e seis externas; e noformado com quatro pontasperfurantes – sendo duasinternas e duas externas. Durantea instalação são utilizadosarames de sustentação ovaladose hastes galvanizadas a fogo. (11) 6721-0986www.algeperfilados.com.br

RESERVATÓRIOSTÉRMICOSOs reservatórios térmicos daTranssen têm alto grau deconservação térmica, comcapacidade disponível de até 10mil litros. O corpo interno é emaço inoxídável e seu isolamentotérmico é feito com poliuretanoexpandido rígido.Transsen0800-7737050

PISOPiso Box, da Astra, é umcompartimento pré-fabricado empoliéster reforçado com fibra devidro para aplicação em boxes debanheiros. É antiderrapante etem alta resistência mecânica equímica, segundo o fabricante.Astra(11) 4583-7777www.astra-sa.com.br

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ACABAMENTOS

REVESTIMENTO DEPAPELO Papier Froissé, da Sénidéco, éum revestimento decorativo depapel enrugado sem juntas nememendas. Está disponível noformato plano e dobrado, e existeem dois tamanhos: 5 m lineares x2,7 m de altura ou 10 m linearesx 2,70 m de [email protected] www.senideco.com

PISO PLÁSTICOMODULARComposto de polietileno, comsuperfície antiderrapante, oExapiso é aplicável em vestiários,oficinas, áreas de estocagem,cozinhas industriais, canteiros deobras, piscinas, academias, entreoutros. Segundo a fabricanteExaplas, o produto protege opiso original, impede arranhões esuporta altas compressões.Disponível em módulos de 243 x120 x 17 mm.(21) [email protected]

FORRO MONOLÍTICOO modelo FHP, da Placo, éexecutado com placas de gessopara drywall interligadas porarame galvanizado no 18. O forropossui padrões de medida erebaixos que se adaptam aossistemas de encaixes e vedação.O isolamento acústico pode seracentuado com o acréscimo delã mineral entre as placas e alaje ou telhado.0800-192540www.placo.com.br

ARGAMASSAA Weber Quartzolit lança naFeicon 2007 o RebofinQuartzolit, uma argamassamonocamada com acabamentoextrafino. Sua função é substituirdiversas etapas do revestimentode paredes e tetos, como ochapisco, massa grossa, massafina e massa corrida. De acordocom o fabricante, o produtoreduz em até 40% o prazo deexecução dos revestimentos atéa pintura e com conseqüentesganhos de custo.0800-7096979www.quartzolit.com.br

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES E EXTERIORES

AQUECEDORES PARAPISCINASA linha a gás da marca americanaPentair contém dois modelos:um com capacidade parapiscinas de 10 mil l a 80 mil l, eoutra opção mais potente, parapiscinas de 100 mil l a 400 mil l.Os aquecedores produzemtemperatura de até 40ºC, têmligação feita de PVC e, parafuncionarem, utilizam o motor efiltro da própria piscina.(11) 6411-2002www.brasilpentair.com.br

PISOSOs pisos Stamp são produzidosem diversas cores e texturas epermitem a criação de ambientesdiferenciados, com superfíciesuniformes. Executados emconcreto de alto desempenho,compactos e rigorosamentecontrolados, apresentambaixíssima porosidade, alto graude dureza e resistência à abrasão.Ademais, sua modulação garantevelocidade e precisão noassentamento sem necessidadede mão-de-obra especializada,permitindo fácil remanejamentoquando necessário.www.stamppfa.com.br

VIDEOPORTEIROO modelo Memory Port, da HDL,é composto por câmera, circuitode áudio, acionamento defechadura, gerador de toque dechamada, monitor com tela de 4"e fone acoplado. Possui alarmeantiviolação no painel externo eaceita até quatro pontosinternos, que podem sermonitores ou interfones. (11) 4025-6500www.hdl.com.br

TOMADA PARA FIBRAÓPTICAPresente na linha Vela, da PialLegrand, a tomada VDIOrtronics, modelo RJ 45 cat 6, édestinada a instalações elétricasque necessitam de redes deinformática com fibra óptica.Dispensa o uso de ferramentaspara conexão rápida e de porta-etiqueta de identificação.Disponível em quatro cores:branco, grafite, alumíniometalizado e pérola metalizada.0800-118008www.legrand.com.br

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES

TUBOSA linha de tubos corrugados paradreno e dutos à área de energiaelétrica é novidade da Petech. Aspeças são compostas depolietileno de alta densidade epossuem diâmetros de 40 a 160mm. A empresa ofereceacessórios para instalação comoaparelhos termofusores, tesourase outras ferramentas.(12) 3939-1096www.petech.com.br

CAIXA DE PISOREDONDAO produto da Dutotec foidesenvolvido para atender aosegmento de piso celular, sejaconcentrado ou elevado. Possuicorpo e tampa de alumínioinjetado, além de janelaarticulável para saída de cabos.São três modelos de tampa: lisade alumínio polida; de alumíniorebaixada; e tampa lisa dealumínio cega polida, para serutilizada como caixa depassagem.0800-7026828www.dutotec.com.br

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES

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INSTALAÇÕESELÉTRICAS ETELECOMUNICAÇÕES

DISJUNTORES Além do novo design e do duplosistema de fixação, osdisjuntores DLBC apresentamoutros benefícios para asinstalações elétricas. Entre elesestão a melhoria contradesarmes indesejáveis, caixa etampa em poliamida aditivada,com elevada resistência ao calore à chama e com propriedadesde auto-extinguibilidade.Lorenzetti0800-7711657www.lorenzettieletric.com.br

INSTALAÇÕESHIDRÁULICAS

BOMBAS PARA POÇOSCapazes de operar em até 300 mde profundidade, as bombashidráulicas da Dancor sãoacompanhadas por um motor –fabricado pela própria empresa –e por uma caixa de controle comcapacitores de partida epermanente. O portfólio contaainda com bombas centrífugas,auto-aspirantes, ejetoras,booster, filtros de piscina esistemas de pressurização.(21) [email protected]

CUBAA cuba de apoio de alumínioEspanha tem 36,5 x 12 cm e éfabricada pela Produza comresina virgem de poliéster. Tempolimento de baixa abrasão comcomponente abrilhantador quepermite acabamento desuperfície, espelhamento eplanicidade. Disponível emdiversas cores opacas etranslúcidas, entre as quaisverde-limão e [email protected]

SISTEMA DETUBULAÇÃOO sistema Acqua System, daTecno Fluidos, é constituído portubulação contínua, sem roscas,soldas ou colas – resultadoobtido por processo determofusão. Os tubos, de PRP,suportam altas e baixastemperaturas e pressões, alémde aceitarem qualquer tipo deágua, sem riscos de corrosão. Osistema permite diâmetros de até110 mm e possui garantia de 50 anos.0800-7710331www.tecnofluidos.com.br

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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ASSENTOS SANITÁRIOSA Tupan apresenta na Feicon suanova linha Eva. O anel dosassentos é fabricado commaterial que dispensa o uso derespiros e não possui bolsas dear. Isso impede a absorção deumidade e cheiros, e evita aformação de fungos e bactérias.Os produtos têm fixadoresajustáveis e estão disponíveisnas cores branca, biscuit [email protected]

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

COMPONENTE PARABACIA SANITÁRIAFabricado pela Sanifix, o Anel écomposto de PVC com agentesantifungos. Tem a função deisolar a ligação entre a bacia e otubo de esgoto, de modo aeliminar o contato de líquidos egases com o ambiente externo.Adapta-se a todos os tipos demateriais da instalaçãohidráulica, seja aço, ferro ou PVC,e pode ser reutilizado.(11) 3935-3333www.sanifix.com.br

CHUVEIRO A GÁSO modelo M4, da Mitsumaru,atende a casos em que não hápossibilidade de instalação derede de água fria e quente commisturador. Com 38 cm de alturapor 22,5 cm de largura, oproduto conta com uma válvulade gás que é comandada pelavazão da água: basta abrir oregistro para o que chuveiroacenda automaticamente efechar para que ele se apague. (11) 2296-3688www.mitsumaru.com.br

TORNEIRASOs novos modelos Blanc e Fienza,da Viqua, são feitos segundo oprocesso HET (High EnduranceTechnology). Desenvolvido pelaequipe técnica da empresa, oprocedimento concede aosprodutos resistência à abrasão, a impactos e a temperaturashostis. Além disso, peças feitassegundo o HET são imunesà oxidação e ao acúmulo de sujeira.0800-8831010www.viqua.com.br

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

ASSENTOS SANITÁRIOSOs produtos da linha Silentium,da marca Inter, são produzidoscom resina termofixa, queconcede resistência a riscos e àdeformação. Existem doismodelos: o Eros e o Universal – oúltimo com fixadores ajustáveis.Ambos possuem o Foft Close(Sistema de Fechamento Suave)[email protected]

AQUECEDORFeito de aço inox, o modelo KO1500 SX, da Komeco, temexaustão forçada, mecanismoque pressiona a saída domonóxido de carbono e evita quea chama de aquecimento da águase apague com ventos. O produtopossui ainda mostrador digital detemperatura e vazão de 16 l por minuto.0800-7014805www.komeco.com.br

TANQUEEm conformidade com a NBR14799, o produto da Permatex écomposto de polietileno que jávem pigmentado de fábrica peloprocesso de extrusão. O tanque,de 5 ou 10 mil l, não apresentasuperfície rugosa, não retémpartículas e sujeiras e suportatemperaturas de até 65ºC.0800-7073420www.permatex.com.br

TUBO FLEXÍVELO Hydro Pex conduz água eoutros fluidos, sejam elesquentes, frios ou gelados.Segundo a fabricante Epex,apresenta durabilidade de até100 anos e suporta pressãode até 12,5 bar, além deresistir a temperaturas entre-100 e +95 °C.(47) [email protected]

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INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

CAIXA D'ÁGUA O modelo composto depolietileno da Fortlev dispensaparafusos e amarras nainstalação. Além disso, a caixapossui um sistema de trava natampa, de maneira a assegurar aqualidade e a higiene da água.Pode ser encontrada em modelosde 100 l até 2 mil l.(27) [email protected]

FITA PARA VEDAÇÃOO Polytubes, produzido pelaPulvitec, é usado na vedação dequalquer tipo de rosca. Suportatemperaturas entre -200°C e260°C sem deformação, eencontra-se disponível nasmedidas 18 mm x 20 m e18 mm x 40 m.(11) 2108-6363www.pulvitec.com.br

ACESSÓRIOS PARABANHEIROSNovidade da Lorenzetti, osMisturadores com BarrasExternas e Duchas Acopladastêm 12 anos de garantia a partirda data de compra. Estãodisponíveis em três modelos,um ligado à linha LorenQuadraPlus e dois pertencentes àlinha Allure.0800-0160211www.lorenzetti.com.br

FECHADURALançamento da AliançaMetalúrgica, o modelo Diamanteé direcionado ao mercadopopular. Possui o SistemaClippex, que elimina parafusosde fixação nas rosetas. Afechadura está disponível nasversões Externa, Interna eBanho, nas opções deacabamento cromado, bronzelatonado, antique verde ecromado acetinado.0800-559782www.aliancametalurgica.com.br

JANELAS, PORTASE VIDROS

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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DOBRADIÇASA marca alemã Simonswerk,distribuída com exclusividade noBrasil pela Praktika, temprodutos adequados para portasde abrir leves, pesadas esuperpesadas. As dobradiças deabertura possuem ângulo de180°, são oferecidas em trêsopções de regulagem e podemser instaladas em batentes demadeira ou metal.(11) 5844-9366www.praktika.com.br

JANELAS, PORTAS E VIDROS

MAÇANETA DE INOXO Conjunto Inox 520, novidadeda La Fonte, é composto pormaçaneta de aço inox classe 304microfundido, com espelho domesmo material. O produtopossui trinco reversível – isto é,há a possibilidade de aplicaçãoem portas com abertura tantopara a direita quanto para aesquerda. É indicado para locaisde grande movimentação comohospitais, clínicas, escritórios,escolas, entre outros.0800-160077www.yalelafonte.com.br

MAÇANETAS EPUXADORESA novidade na Lockwell é a linhaFuture, composta por cincomodelos: Kika, Kiko, Kili, Keco eGugu. Os cabos das maçanetassão confeccionados ou comalumínio reciclado, ou commadeira certificada pelo FSC(Conselho de Manejo Florestal).Os traços das peças,desenvolvidos a partir de linhassimples, foram criados emparceria com a Domus Design.0800-160688lockwell@ lockwell.com.brwww.lockwell.com.br

PERFIL PARAESQUADRIASO Thermal Break, da AtenuaSom, possui elementos de baixacondutividade térmica, o queimpede a troca de calor com omeio externo e mantém atemperatura interna constante.Além disso, proporcionaredução sonora de até 35 dB,em vidros que podem ter deduas a cinco camadas comdiferentes espessuras. (11) 5543-5377www.atenuasom.com.br

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JANELAS, PORTAS E VIDROS

FECHADURA A Biométrica, da Soprano, possuisistema de abertura por leiturade impressão digital. Aprogramação (que aceitacadastramento de até 138impressões) tem base numsensor localizado no centro daparte externa da maçaneta, e éefetuada por discretos botões euma pequena tela, semnecessidade de fios oucomputadores – o que reduz aschances de fraudes.(54) [email protected]

PORTAS ECOLÓGICASFeitas com matéria-primaproveniente de florestasplantadas, as portas Eco-Style,da ESL Portas, são produzidascom textura, imitando veios demadeira. São fabricadas emchapas moldadas masonite, oque impede o encolhimento e adilatação do produto devido àvariação de umidade do ar. (42) [email protected].

GUINCHOA Mecan traz para o mercado oGuincho G 200-25. A operaçãodo equipamento é feita porbotoeira blindada, segura e debaixa manutenção. Guincho decoluna com motor trifásico, o G200-25 da Mecan temcapacidade de carga de 200 kg ealtura máxima de elevação de 25m, com peso do equipamento de 37 kg.(31) 3629-4000www.mecan.com.br

MÁQUINAS,EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

ADESIVO DE MADEIRAO SikaBond T52 é isento desolventes e indicado sobretudopara colagem de madeirasproblemáticas como bambu ecarvalho. Além disso, pode serusado em assoalhos, pranchas,painéis, tábuas, mosaicos, tacos,entre outros. O produto tem baixoodor e capacidade de abafar sonsprovocados por passos.Utilizando-se o sistema AcouBond,que combina a manta e o adesivo,a fabricante Sika assegura que épossível reduzir em até 21 dB osruídos sobre o piso.0800-7037340consumidor.atendimento@br.sika.comwww.sika.com.br

MADEIRAS, PLÁSTICOSE MELANÍMICOS

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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MARTELO DEMOLIDORO modelo D25980, da Dewalt,tem 30 kg, 2 mil W e 68 J. Omartelo conta com sistema deredução e controle de vibraçãode todo o conjunto, além de punhos com amortecimentoantivibração. É indicado para empreiteiras,departamentos de manutençãoe instaladores industriais.0800-7034644www.dewalt.com.br

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

GUINCHOO Guincho Elétrico BramexEW001, da Orguel, disponívelem 110 ou 220 V, pesa poucomenos de 10 kg. Indicado paraiçar e descer volumes com até100 kg, o produto tem um motorcom potência de 500 W, quepossibilita uma velocidade deelevação de 10 m/min. Possuigarantia de seis meses.Orguel(31) 3271-1919www.orguel.com.br

SERRA MÁRMOREA Bosch desenvolveu novasfunções para a Serra MármoreGDC 14-40. A ferramenta elétricade corte de mármore e granitoganhou, segundo o fabricante,mais potência e maiorcapacidade de corte até 40 mme em 45º.Bosch0800-7045446www.bosch.com.br

PLATAFORMAS A linha Genie de plataformas, daTerex, apresenta o modelo Z-135. O produto pode atingir umaaltura de até 43,2 m e éprojetado para ser transportadoem uma carreta prancha normal,sem necessidade de projetosespeciais e rotas alternativas.0800-6025600www.terexla.com

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PROJETOS E SERVIÇOS TÉCNICO

CADO Allplan foi desenvolvido pelaempresa alemã Nemetschek,com distribuição no Brasil pelaTotalCAD. O software prometeauxiliar os profissionais desde oesboço à mão de um edifício atéa fase de documentação. Muros,vigas, pilares e escadas sãolevados à condição de objetos3D, que conservam suaidentidade e podem sermodificados graficamente emqualquer vista – seja planta,elevação, corte ou perspectiva.(11) [email protected]

BLOCOS CERÂMICOSA Selecta dispõe de uma linha deblocos cerâmicos destinada àalvenaria estrutural e outravoltada à alvenaria de vedação.Os produtos são fabricadossegundo o processo de extrusãoa vácuo e alta pressão, e sãoqueimados a temperaturas deaté 900º C – o que garante àpeça final impermeabilidade àágua. Para evitar perdas, osblocos chegam às obrasdevidamente embalados.0800-7070075www.selectablocos.com.br

BLOCOS CALCÁRIOSOs blocos sílico-calcários(conhecidos como BSC) daPrensil oferecem isolamentotérmico, acústico e integral,além de serem resistentes aofogo. Segundo a fabricante, osprodutos geram tambémeconomia de tempo, mão-de-obra e materiais na obra.Prensil(11) 3060-9530www.prensil.com.br

VEDAÇÕES,PAREDES E DIVISÓRIAS

GERENCIAMENTO DE OBRASA PINI apresenta na Feicon osoftware Volare, que possibilitaorçar, planejar, controlar egerenciar obras de construtorasde qualquer porte. Produzinformações que podem serutilizadas por outros aplicativos,como o Excel da Microsoft. OVolare é comercializado emmódulos que podem seradquiridos de acordo com anecessidade do cliente, seja paraprocessamento em umequipamento individual, em redeou via internet.

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OBRA ABERTA

Avaliação de impactoambiental – conceitos emétodos*Luis Enrique SánchezEditora PINIwww.piniweb.comAborda 20 casos históricosnacionais e 12 internacionais paraexplicar o desenvolvimento e afundamentação dos estudos deimpacto ambiental para a tomadade decisões. Os exemplos reaisvão desde hidrelétricas eminerações até sistemas detransporte, sendo que a obra édividida em seis partes e 18capítulos. Na primeira parte sãoapresentados os conceitos para,na segunda, ser explorado ohistórico da avaliação de impactoambiental até a atualidade. Aterceira e a quarta partesapresentam as etapas deplanejamento e execução dosestudos. Nas últimas duas sãotratados o processo de decisão e oacompanhamento pós-aprovação.O autor é engenheiro de minas egeógrafo, com doutorado emEconomia dos Recursos Naturais e do Desenvolvimento.

Livros

Manual Uqbar deSecuritização – Umglossário de termosUqbar Educação e InformaçãoFinanceira Avançada115 páginasFone: (21) 2529-2925www.uqbar.comPara incentivar a exploração datecnologia financeira desecuritização, a Uqbar, empresaespecializada em finançasavançadas, lança esse glossáriode termos técnicos, palavras,siglas e frases relacionados aotema. Apresenta o conteúdoacompanhado de imagens,gráficos e tabelas para facilitara compreensão do assunto e,assim, ampliar o número departicipantes nesse mercado.Pretende ser uma publicaçãode referência para os maisdiversos profissionais domercado, como investidoresinstitucionais, corretores,distribuidores, bancoscomerciais e de investimento,empresas e pessoas físicas.Pode ser adquirido nas livrariasCultura e Martins Fontes, emSão Paulo, e na Livraria Letras eExpressões, do Rio de Janeiro.Também é possível fazerpedidos por meio do site ou dotelefone da Uqbar.

Guia Técnico AmbientalTintas e Vernizes – Série P+LSitivesp (Sindicato daIndústria de Tintas e Vernizesdo Estado de São Paulo)Fone: (11) 3262-4566www.sitivesp.org.brDisponível gratuitamente nosite do Sitivesp, o guia é parteda série P+L (Produção MaisLimpa), encabeçada pela Fiesp(Federação das Indústrias doEstado de São Paulo) emparceria com a Cetesb(Companhia de Tecnologia deSaneamento Ambiental doEstado de São Paulo) e ossindicatos de cada indústria.Tem o objetivo de levar aopúblico geral e às fábricas detintas e vernizes informaçõesatualizadas e condensadassobre práticas sustentáveis,bem como sobre legislação daárea de segurança e meioambiente. Atualmente apenasna versão eletrônica, asentidades pretendem lançarversões impressas, comatualização e revisão anual das informações.

Manual de construção emaço – Steel framing:Engenharia*Francisco Carlos RodriguesEditora PINIwww.piniweb.comDécimo primeiro livro da sériesobre construção em açoorganizada pelo CentroBrasileiro da Construção emAço, aborda o sistemaconstrutivo designado comoautoportante de construção aseco em aço, o light steelframing. O foco específico sãoos conceitos relativos a perfisformados a frio e odimensionamento dasestruturas. Pretende orientararquitetos e profissionais daárea sobre a concepção deprojetos. Dividido em setecapítulos, apresenta asinformações a partir dasdiretrizes para o projeto, dosfundamentos dos perfisformados a frio, dasprescrições da normareferente e das ligações comparafusos autobrocantes.Conta, ainda, com exemplosde dimensionamento,incluindo tabelas de pré-dimensionamento dos sistemas.

* Vendas PINIFone: 4001-6400 (regiões metropolitanas)ou 0800-5966400 (demais regiões)

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Seminários econferênciasDesafios da Construção Civil – Comosuperar gargalos legais, ambientais,reduzir perdas e aumentar acompetitividade da sua empresa24/4/2007São PauloDirecionado a engenheiros e construtores,a proposta do seminário, realizado pelaPINI, é promover a discussão de diversosassuntos relevantes para a construçãocivil. Os temas previstos no seminário,dividido em cinco palestras, são: INSS naConstrução Civil (Marlene CarvalhaesPereira e Souza), Legislação Ambiental naConstrução Civil (Eng. José CarlosBaptista Puoli), Orçamento e BDI naConstrução Civil (Eng. Maçahico Tisaka),Como reduzir perdas e aumentar aprodutividade nas obras (Eng. UbiraciEspinelli Lemes de Souza) e Comogerenciar contratos com empreiteiros(Eng. André Augusto Choma).Fone: (11) 2173-2396E-mail: [email protected]

1 a 4/5/2007VII SBTA – Simpósio Brasileiro deTecnologia das Argamassas Recife O evento vai divulgar novidades daspesquisas em argamassa e aproximar osavanços tecnológicos das universidades edo setor produtivo às empresas deconstrução civil.Fone: (81) 3463-0871E-mail: [email protected] www.antac.org.br/sbta

3 a 6/6/200751o Congresso Brasileiro de CerâmicaSalvador A proposta do evento é permitir ainteração entre o setor produtivo decerâmica e as instituições de ensino e

pesquisa. Para tal, promoveráconferências e painéis, discussões sobretemas específicos e dará oportunidade a pesquisadores, estudantes e técnicosdas indústrias de divulgaremseus trabalhos. Fone: (11) 3768-7101 E-mail: [email protected]

12 a 14/10/2007II Congresso Brasileiro de Pontes eEstruturasRio de JaneiroPromovido pela ABPE (AssociaçãoBrasileira de Pontes e Estruturas), oevento pretende divulgar trabalhosrecentes e relevantes, tanto de pesquisaquanto de aplicação de inúmerosprofissionais. Será aberto a engenheiros,projetistas, arquitetos, pesquisadores eprofessores que queiram se atualizar,discutir, divulgar e inovar idéias na áreade engenharia estrutural.Fone: (21) 2232-8334www.abpe.org.br

Feiras e exposições23 a 27/4/2007Fiee – 24a Feira Internacional daIndústria Elétrica, Energia eAutomaçãoSão Paulo Um dos principais eventos de energia, aFiee promete alavancar negócios emostrar os avanços tecnológicos emtermos de produtos e serviços para osetor, um dos mais importantes daeconomia brasileira. Fone: (11) 4191-4324 www.fiee.com.br

23 a 29/4/2007Bauma – Feira Internacional deMáquinas e Equipamentos paraConstruçãoMunique (Alemanha)

Evento deve atrair construtores, indústrias esetores do comércio da construção mundiale apresentará novidades do mercado.www.bauma.de

24 a 28/4/20079a Habitacon Sul – Feira Nacional deHabitação & ConstruçãoBlumenau (SC)O evento é um dos maiores do setor emSanta Catarina e em 2007 pretendereunir aproximadamente 150 empresasexpositoras, oferecendo produtos,acessórios, serviços e tecnologias paratodas as etapas da construção civil,arquitetura e marcenaria. Fone: (47) 3328-1555www.montebelloeventos.com.br

21 a 24/05/2007Tube Rússia – Feira de Tubos,Válvulas, Conexões, Máquinas deFabricação e TransformaçãoMoscou O evento, que acontece anualmente emMoscou, funciona como um pontointernacional dos setores de alumínio etubos, e apresenta os novos produtos queserão lançados no mercado internacional.Fone: +49 (0) 211/45 60-7768E-mail: [email protected] www.metallurgy-tube-russia.com

1 a 4/8/200710a Construsul – Feira da Indústriada ConstruçãoPorto Alegre Vista atualmente como um dos principaiseventos da região Sul direcionado àconstrução civil, a feira aconteceparalelamente à Expo Máquinas, queapresenta também uma grande exposiçãode plataformas elevatórias,retroescavadeiras, gruas, perfuratrizes ediversos equipamentos e máquinas paraconstrução pesada. Fone: (51) 3225-0011

AGENDA

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E-mail: [email protected]

25 a 29/9/2007InterconJoinville (SC)Evento deve reunir fabricantes,distribuidores, revendedores, construtores,engenheiros, arquitetos e entidades detodo o Brasil e do exterior, promovendo adivulgação e, sobretudo, a realização denegócios. Em sua sétima edição, aIntercon terá sua área ampliada e deverácontar com a participação de mais de 200expositores, superando o número de 30 milvisitantes registrados no evento anterior.Fone: (11) 3451-3000 E-mail: [email protected]

2 a 4/10/2007Cobtech – II Feira Nacional deCobertura de EdificaçõesSão PauloA Cobtech figura como a primeira feira daAmérica Latina desenhada para ser umponto de encontro do setor de coberturas euma importante ferramenta de promoçãocomercial segmentada para fomentar ocrescimento e a profissionalização do setor.Direcionada a revendedores, empresários,fabricantes e construtores.Fone: (11) 5585-4355www.cipanet.com.br

Cursos e treinamentos3, 4, 5 e 10/4/2007Como integrar todos os processosde gestão em uma única plataformaGoiânia, Brasília, Rio de Janeiro eSão PauloDirecionado a gestores de construtoras,empreiteiras e incorporadoras, o cursoteve início em 20 de março e continuaráseu programa em mais quatro encontrosno mês de abril. O objetivo é apresentar osoftware Versato como uma ferramentaque viabilize um melhor estudo econômicoe financeiro de empreendimentos, além deoferecer soluções para aumentar aeficiência na gestão de custo, integrando acontabilidade a todo os departamentosresponsáveis por gastos.Fone: 0800-7076055E-mail: [email protected]

13 e 14/4/2007Patologia em sistemas hidráulicosprediaisCuritiba (PR)O curso transmitirá fundamentos teóricose soluções práticas sobre manifestação depatologias em sistemas prediaishidráulico-sanitários e suas causas,visando a prevenção de falhas e adoçãode medidas adequadas de reparos. Oconteúdo deve mostrar como evitar errosfreqüentes de projeto e execução quecausam patologias e como corrigir falhasjá existentes nas edificações.Fone: (11) 3816-0441E-mail: [email protected]

20 e 21/4/2007Projeto e execução de pavimentosasfálticos e pavimentos rígidos deconcretoSão PauloO curso pretende capacitar e atualizar osprofissionais envolvidos nas áreas deplanejamento e execução de obras depavimentação com informaçõesreferentes às normas técnicas, insumosutilizados, projeto, dimensionamento,execução e conservação.Fone: (11) 3816-0441E-mail: [email protected]

27 e 28/4/2007Plano de recuperação de áreasdegradadas Chapecó (SC)Direcionado a profissionais de variadasáreas em trabalhos relacionados commeio ambiente (engenheiros,arquitetos, agrônomos, advogados,ambientalistas, ecologistas, contadores,professores etc.), o curso aborda, pormeio de discussões em sala, diversosassuntos relacionados ao meioambiente. Fone: (11) 3739-0901E-mail: [email protected] www.aeacursos.com.br

14 a 17/5/2007Planejamento e controle demanutenção Belo Horizonte Com o objetivo de desenvolver

habilidades nas técnicas de PCM(Planejamento e Controle deManutenção), o curso pretendemostrar aos participantes comoorganizar atividades, o uso da mão-de-obra e dos equipamentos, partindo deuma situação sem planejamento,entrando no planejamento manual eindicando os pontos principais nainterface entre o usuário e ocomputador, facilitando o diálogo como pessoal especialista em informática. Fone: (11) 3739-0901E-mail: [email protected] www.aeacursos.com.br

Concursosaté 31/3/2007Prêmio Ibracon 2007 – Concursode Teses e Dissertações São PauloO objetivo do concurso do Ibracon(Instituto Brasileiro do Concreto) éestimular os futuros profissionais(estudantes de engenharia earquitetura) a pensarem sobre osdiversos aspectos que envolvem oprojeto e a execução de obras deconcreto, tais como: segurança,durabilidade, estética, funcionalidade,integração ao entorno e impacto aomeio ambiente. Neste ano, asinscrições de teses e dissertaçõessobre o concreto nas áreas deEstruturas e Materiais para concorrerao prêmio serão aceitas até 31 demarço. Concorrerão os trabalhosdefendidos entre janeiro de 2006 emarço de 2007.Fone: (11) 3735-0202 http://ibracon1.locaweb.com.br

15/7/2007Prêmio Holcim Antac – Excelênciaem Construção SustentávelBrasilA Holcim Brasil vai premiar a melhordissertação de mestrado e tese dedoutorado sobre construção sustentávelno País. Entre os objetivos da premiaçãoestá levar o conceito de construçãosustentável para o dia-a-dia dosprofissionais desde a universidade.Fone: (51) 3316-4084www.antac.org.br

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COMO CONSTRUIRMaria Alice Moreiraengenheira e diretora comercial da SH Fôrmas, Andaimes e [email protected]

Entende-se por lajes planas aquelasexecutadas sem a existência de

vigas como elementos estruturais desuporte da laje e de distribuição de car-gas aos pilares. Dessa forma, a laje porsi só absorve e transmite os esforçosdiretamente aos pilares ou paredes dascaixas de escada e de elevadores. Pode-se dizer que possui um único nível deteto.Essa solução é obtida por um pro-jeto estrutural no qual se aumenta umpouco a espessura de concreto da lajee a taxa de armação. Uma outra alter-nativa para a laje plana é que ela sejaprotendida, conseguindo-se dessa ma-neira uma menor espessura de concre-to e de taxa de armação, ficando os vo-lumes de concreto e aço praticamenteiguais às soluções convencionais comvigas, considerando-se a inclusão dascordoalhas engraxadas da protensão.

A laje plana em edificações permi-te a utilização de sistemas de últimageração no que tange ao item fôrmas eescoramentos, e proporciona maiorfacilidade na execução da estrutura,que passa a não depender tanto demão-de-obra especializada.

Esses sistemas de última geraçãosão conhecidos como deck. São painéismodulares e estruturados em alumí-nio, com a superfície de contato com oconcreto em compensado. Esses mó-dulos possuem estruturação suficientepara a execução de lajes de até 30 cm deespessura, são leves e fáceis de seremmanuseados. Ademais, por serem bemestruturados, com espaçamentos exa-tos entre os barrotes de travamento se-cundário, possibilitam a utilização de

Lajes planas com fôrmas tipo deck

compensado de 10 mm em vez dos de18 mm, normalmente utilizados nassoluções convencionais.

CustosNa composição de custos de uma

estrutura, o item Fôrmas (que englobaescoramentos e sua respectiva mão-de-obra de execução) pode representar até44% do custo total da estrutura. É im-portante salientar que este é o únicoitem que está sob o total controle do exe-cutor da obra,uma vez que os outros in-sumos como concreto,armação e lança-mento são fatores inerentes ao projeto.

Com a laje plana, a área de fôrmaa ser executada é reduzida em compa-

ração à de lajes convencionais. Con-seqüentemente, o gasto de madeira emão-de-obra é menor. Ademais, coma utilização de um sistema industria-lizado de fôrmas e escoramentos, asimprovisações e os desperdícios sãoquase que totalmente eliminados .

As lajes planas permitem a execu-ção de pilares solteiros, ou seja, pila-

Percentual de custos da Estrutura

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res executados antes da laje, total-mente com fôrmas metálicas, evitan-do assim os complementos de madei-ra na cabeça dos pilares e nos encon-tros com as vigas.

mas dessess encontros sem danificá-las. Estas, de maneira geral, devem serfeitas em madeira devido ao alto graude detalhes e de suas dimensões redu-zidas, o que inviabiliza o uso de fôrmametálica industrializada.

Os sistemas com painéis modula-res tipo deck, apoiados sob escoras me-tálicas, estão entre os sistemas maismodernos para a execução de lajes pla-nas.Esses sistemas reduzem a mão-de-obra e a quantidade empregada demadeira, principalmente no caso daslajes totalmente planas – sem as vigasde borda, inclusive.

Os painéis das fôrmas tipo deck sãode alumínio, o que traz maior produti-vidade na montagem, manuseio e des-

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Encontro na cabeça de um pilar, a viga e alaje chegando (meio-piso abaixo)

Comparativo de projeto de laje convencional com projeto de laje plana (abaixo),enfatizando a redução de área de fôrma (acima)

Pilar solteiro (meio-piso acima)

Esse pequeno detalhe facilita aexecução das fôrmas, pois esses en-contros são pontos críticos da execu-ção e também da desenforma. Difi-cilmente consegue-se retirar as fôr-

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montagem das fôrmas devido à levezadas peças.Um painel de 1 m x 2 m pesa14,60 kg.Assim, um operário carrega emonta esse painel em cinco minutos.Isso significa 2 m² de fôrma posiciona-dos em cinco minutos,eliminando trêsetapas de montagem do sistema con-vencional (longarinas, barroteamentoe chapa de compensado).

Os painéis tipo deck já possuemchapa de compensado incorporada aosistema, que vem rebitada à estruturade alumínio e totalmente vedada comsilicone,o que garante grande reutiliza-ção das chapas de madeira, evitando-seo corte de madeira e a montagem arte-sanal com pregos e improvisações.

Uma outra característica impor-tante das fôrmas tipo deck é o reesco-ramento. Seu sistema de dropheads

para escoramento residual possibilitaa desenforma rápida, sem riscos dedeformações indesejáveis na estrutu-ra, liberando toda a fôrma, manten-do-se as escoras. As escoras que pos-suem o drophead ficam presas e já sãoas do reescoramento. Toda a laje é de-senformada sem o alívio dessaspeças. Isso possibilita a racionaliza-ção de fôrmas na obra.

A taxa de produtividade da mon-tagem do sistema deck pode ser as-sumida como 0,30 m2/hh.

ExecuçãoA adoção de um sistema de escora-

mentos e fôrmas industrializado fun-ciona da seguinte maneira. O constru-tor aluga os equipamentos de umaempresa do ramo, a qual, além de for-necer todo o sistema por um contratode locação pelo período necessário,disponibiliza também um projeto exe-cutivo que irá orientá-lo no decorrerda montagem do sistema na obra, queserá supervisionada e orientada porprofissionais especializados.

Nesse projeto executivo, todo di-mensionado para a estrutura a ser es-corada, consta a relação de peças aserem utilizadas e o detalhamento para

Sistema de fôrmas para laje tipo deck

Sequência de desenforma com dropheads

Escoramento residual com drophead

que os serviços de montagem trans-corram sem erros ou improvisações.

O material deve ser retirado naempresa locadora, com o acompa-nhamento de profissional credencia-do pelo construtor, a fim de conferir edar recebimento aos materiais, quedevem seguir para a obra em perfeitoestado de uso e em quantidades exatascom a definição do projeto.

Inicia-se a montagem fazendo-se alocação dos pontos onde deverão serposicionadas as escoras. Essas medi-das são tomadas pelas distâncias dospilares, que já deverão estar concreta-dos e desenformados.

As escoras devem ser previamenteajustadas na altura próxima do final donivelamento. Isto se faz pelo posiciona-mento do pino no furo do macho ouflauta. Depois, a altura correta e perfei-tamente nivelada se atinge com a roscano topo da escora, já com o painel posi-cionado, inclusive no seu conjunto.

O equilíbrio das duas primeirasescoras pode ser realizado por umoperário com auxílio de tripé, ou pordois operários. Depois de montado oprimeiro painel, a montagem dos pai-néis pode ser feita por uma única pes-soa, como se vê na ilustração.

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Toda a montagem dos painéis éfeita do piso, com a ajuda de bastãoque empurra e leva o painel até a posi-ção de encaixe dentro das cabeças dasescoras, drophead ou suporte de pai-nel. Dessa forma, painel após painel, afôrma vai sendo montada.

Algumas faixas de arremates sefarão necessárias, pois os painéis pos-suem medidas padrão, pré-estabeleci-das, e a estrutura e os conseqüentesvãos entre pilares nem sempre pos-suem medidas exatamente iguais àsdo painel metálico. Essas faixas serãopreenchidas com compensado apoia-do diretamente sobre o perfil lateraldo painel, que geralmente não ultra-passa 10 ou 15 cm, e farão também oencontro com a cabeça dos pilares.

Após a montagem de todo o siste-ma, é realizado o nivelamento finocom a rosca da escora. Assim, a fôrmaestá pronta para receber a armação eposteriormente o concreto.

ConclusãoA execução de lajes planas com

qualidade evita uma série de custosadicionais e retrabalhos do tipo:� Desnivelamento da laje e, conse-qüentemente, maior espessura docontrapiso e do revestimento do teto;� Torção e deslocamento em vigas,que aumentam a espessura dos reves-timentos internos e externos, e difi-cultam a colocação de azulejos, pisos eo posicionamento das alvenarias;� Pilares fora do prumo acarretam oaumento dos revestimentos internos eexternos, dificultam nas colocações depisos e azulejos, nas guias do elevador,no posicionamento das alvenarias enas dimensões dos cômodos;�O prumo das fachadas, quando afe-tado, aumenta a espessura dos revesti-mentos externos e dificulta a coloca-ção das esquadrias.

Todos esses problemas acarretam oaumento de tempo da obra, a necessi-dade de um maior número de operá-rios nos trabalhos e retrabalhos e, con-seqüentemente, o aumento dos custos.Cuidados especiais devem ser tomadosno dimensionamento das lajes planas,a fim de evitarem-se fissuras em alve-narias e outras patologias.

Encaixar painel

Levantar painel

Colocar escora

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