tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)
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INSTITUTO PIAGET
Campus Universitário de ViseuInstituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares (I.S.E.I.T) / Viseu
Decreto de lei N° 211/96 de 18 de Novembro
Viseu, 6 de Janeiro de 2010
Técnicas de modificação do comportamento
Docente: António Vinhal
Discentes: Liliana Ferreira Márcia Correia
Tópicos a desenvolver:
“A Psicologia é o corpo de ciência que estuda o comportamento. Comportamento é aquilo que fazem todos os seres animados. A Psicologia relacionada com o ser humano estuda aquilo que os humanos fazem e dizem e, a partir dessa constantação, infere ou imagina o que eles pensam ou sentem. Com base na análise destas observações e inferências, prevê, com maior ou menor rigor, o comportamento que as pessoas poderão vir a adoptar em determinadas circunstâncias com rigor e objectividade, existem técnicas que conseguem alterar a maneira de ser e actuar dos indivíduos em questão.”
(Noronha et Noronha, 1999, pp.7)
Enquadramento teórico
“ Ao longo da nossa vida, são muitos os comportamentos que desejamos modificar quer em nós próprios, quer nos outros. Porém, o tempo de que dispomos para esta tarefa tão importante não é muito, agora que entramos no séc. XXI e no novo milénio, repleto de desenvolvimento científico e tecnológico”.
Noronha et Noronha, 1999, pp. 7
“A terapia comportamental (TC), um termo que empregaremos como sinónimo de modificação do comportamento, tem um passado amplo, porém uma história curta.”
Vicente et Caballo, 2002, pp. 4
Definição de terapia comportamental (TC)
“… a TC é um enfoque enraizado, mas não improgressivo, na metodologia das ciências comportamentais e com uma forte, mas não exclusiva, predileção para alguma forma de teoria de aprendizagem E-R.”
Vicente et Caballo, 2002, pp. 11
A terapia comportamental baseia-se nas teorias sobre o comportamento que se desenvolveram a partir do início do século XX e que na década de 50 teve grande repercussão através obra de Skinner.O desenvolvimento da teoria comportamental permitiu o conhecimento a respeito das leisgerais do comportamento tornando-o mais previsível. Tal conhecimento é o ponto no qual a terapia comportamental se apoia para o desenvolvimento de sua prática clínica. Nesse sentido, é essencial o conhecimento a respeito de termos e conceitos relativos a esta abordagem.
Dentro da perspectiva comportamental existem dois tipos de comportamento: o conhecido como “comportamento respondente” (denominado assim por responder a um estímulo específico como os comportamentos reflexos, por exemplo) que tem carácter involuntário e o “comportamento operante” que tem caráter voluntário.
O comportamento operante é aquele que modifica o ambiente, estando sujeito a alterações a
partir das conseqüências de sua atuação sobre o ambiente. Ou seja, as probabilidades futuras de um
operante ocorrer novamente está na dependência das conseqüências que foram geradas por ele
(Skinner,1953).
Além do conhecimento sobre as formas de comportamento, o conceito de “condicionamento”
desempenha papel fundamental dentro desta abordagem. Este conceito traz a idéia de que os
comportamentos são mutáveis, ou seja, que a partir de mudanças nas condições do ambiente podem
ser alterados. Alguns fatores estão envolvidos no condicionamento operante: presença de
reforçadores ou de situações aversivas (Lotufo Neto, 1993a; Lettner, 1998).
Mediante uma conseqüência reforçadora a probabilidade de que um operante ocorra novamente
é aumentada. O padrão de reforçamento também é um fator que influencia na freqüência em
que ocorre um comportamento operante. O reforço pode ser contínuo ou seja, ocorrer sempre
após determinada resposta ou intermitente onde acontece de acordo com uma determinada periodicidade.
O comportamento tende a ocorrer numa freqüência maior quando está vinculado a um
esquema de reforçamento intermitente (Skinner,1953).
Ainda com relação ao condicionamento operante, situações que antecedem determinada resposta
e que tenham sido vinculadas a um reforçamento constituem-se em fatores que podem governar
o comportamento do indivíduo. Esta situação denomina-se estímulo discriminativo, pois,
permite que o sujeito consiga discriminar no ambiente as situações que garantem o reforço após a
emissão de determinada resposta. Além desta capacidade de discriminação também é importante o
conhecimento sobre o conceito de generalização: um organismo é capaz de estabelecer diferenças
e semelhanças entre estímulos e a partir disso comportar-se da mesma forma em ambientes diferentes
(Lotufo Neto, 1993a; Rangé,1998a; Bahls, 2003).
No condicionamento operante pode ser utilizado um procedimento conhecido como “modelagem”
que consiste na forma progressiva com que o repertório comportamental de um organismo
vai sendo modificado através de reforçamentos sistemáticos de comportamentos que se assemelham
ao comportamento final ao qual se quer atingir.
Situações ditas aversivas também produzem determinados tipos de comportamentos. A punição,
por exemplo, é uma delas: a punição caracteriza-se pela retirada de um estímulo reforçador
diante de determinada resposta ou pela apresentação de um estímulo aversivo. De acordo com
Skinner (1953) a punição somente produz diminuição de um dado comportamento temporariamente
e nas situações em que o agente punitivo estiver presente. Assim a punição não é eficiente
para a remoção de um comportamento, podendo gerar outros comportamentos indesejados tais
como a agressividade. A utilização do reforço positivo é mais adequada quando se quer promover
uma mudança prolongada e eficaz do repertório comportamental do indivíduo.
Frente a um estímulo aversivo, o indivíduo pode emitir comportamentos de fuga (evitação do
estímulo na presença deste) ou de esquiva (evitação quando o estímulo aversivo ainda não está presente). Outra situação aversiva é a frustração , que consiste na situação em que o estímulo
reforçador é inacessível ao organismo por fatores de impedimento diversos, dentre eles o fator
tempo ( situações em que o indivíduo precisa esperar para receber o reforço), ou situações de
conflito onde a opção por determinado tipo de reforço implica necessariamente na frustração de
não obter o outro (Rangé, 1998a).
Apresentaram-se aqui alguns dos conceitos pertencentes à abordagem comportamental que
auxiliam na compreensão das leis que regem o comportamento, base teórica para a prática clínica
nesta abordagem.
Técnicas de modificação do comportamento:• Reforço
• Reforço do comportamento incompativel
• Retirada do reforço
• Puniçao (time out)
• Condicionamento aversivo
• Extinção ou desaprendizagem
• Reaprendizagem
• Sensibilizaçao
• Saciaçao (flooding)
• Moldagem (shaping)
• Auto-reforço
• Modelagem (social learning)
• Facilitaçao
• Psicodrama
• Acumulação de vantagens (token economy)
• Contrato escrito
• Relaxamento
• Auto-hipnose
• Nivel de tolerancia
• Fading
• Encadeamento
• Desensibilização sistemática
• Terapia implosiva (inundaçao)
• Condicionamento encoberto
• Biofeedback
• Generalização
Reforço
Definição: é a consequência de um comportamento que mostra-se capaz de alterar
a frequência deste comportamento, tornando-o mais provável. Reforços são estímulos
que incentivam um determinado comportamento, em oposição à punição.
Os reforços são divididos em dois tipos: reforço positivo e reforço negativo.
Um reforço positivo aumenta a probabilidade de um comportamento pela presença
(positividade) de uma recompensa (estímulo). Um reforço negativo também aumenta a
probabilidade de um comportamento pela a ausência (retirada) de um estímulo
aversivo (que cause desprazer) após o organismo apresentar o comportamento
pretendido.
• É a técnica mais simples e uma das melhores;
• Esta técnica raramente se utiliza como exclusividade, uma vez que demora tempo para produzir bons resultados quando o comportamento desejado não ocorre com frequencia;
• Cada vez que reforçarmos o comportamento, mais tendencia vai ter para ser repetido, e vice-versa;
• É uma técnica que tem o inconveniente de exigir muito de quem a utiliza, uma vez que o terapeuta em causa tem que ter uma grande capacidade de objecçao, discriminaçao e bom senso, porque um reforço inoportuno pode trazer comportamentos que não queremos;
• Quem aplicar a técnica do reforço tem que ter em conta os parametros da saciaçao, do reforço vicariante, da identificaçao, das capacidades básicas do destinatário da acção (o “manipulador” ou aquele que se deseja modificar), bem como das aprendizagens imediatas, diferida, maciça e distribuída;
Exemplo:
Exemplo
Reforço contínuo: aquele que ocorre toda vez que a resposta se manifesta.
Ex.: Colocar dinheiro na máquina do estacionamento a fim de evitar uma multa de trânsito.
Colocar moedas em uma máquina de vendas automáticas em troca de doces e refrigerantes.
Esquema de razão fixa: reforçamento que ocorre após um determinado número de
respostas.
Ex.: Ser pago de acordo com a produção. Na indústria de vestuário, por exemplo, os trabalhadores
devem receber determinado valor a cada cem peças de roupa costuradas.
Esquema de razão variável: (reforçamento que ocorre após um determinado número variável de
respostas)
Ex.: Comissões de vendas. É necessário conversar com vários clientes antes de realizar uma
venda, e nunca é possível saber se o próximo cliente é aquele que efetuará a compra. Se a venda
é feita por telefone, é o número de chamadas telefônicas de vendas que você faz, e não o tempo
transcorrido, que determina se seu comportamento será reforçado por uma venda - e esse número
é variável.
Ex.: Jogar em uma máquina caça-níqueis. A máquina está programada para fazer pagamentos
após ter sido realizado um certo número de ações, mas esse número é sempre alterado. Esse tipo
de plano cria um padrão constante de respostas, porque os jogadores sabem que, se jogarem
durante muito tempo, ganharão um prémio.
Esquema de intervalos fixos: (reforçamento da primeira resposta após um período fixo de tempo)
Esquema de intervalos variáveis: (reforçamento da primeira resposta após períodos de tempo
variáveis
Reforço do comportamento incompatível
Definição: é uma técnica eficaz e económica de aprendizagem e
desaprendizagem; Reforça todos os comportamentos que sejam incompatíveis
com aquele que se deseja eliminar;
É uma técnica de eliminaçao fácil e pouco complicada de um comportamento que
se deseja diminuir. Enquanto de deseja a desaprendizagem de um
comportamento inadequado, fomenta-se a aprendizagem de qualquer outro
adequado e incompatível com o primeiro. A própria incompatibilidade ou
dificuldade de existência simultânea do comportamento que se deseja eliminar
com qualquer outro que se fomenta faz com que o primeiro desapareça, porque
os dois não podem coexistir.
Exemplo
Pedro 8 anos
Dificuldades motoras
Havia necessidade de lhe proporcionar uma maior firmeza nos movimentos, o que só
conseguia com bastante treino.
Pedro gostava imenso da sua educadora e ficava satisfeito quando ela o elogiava. Isto
significava que o elogio dela lhe concedia reforço.
Educadora Psicólogo
O psicólogo combinou com a educadora efectuar os treinos necessários
utilizando a sua atenção como reforço. Quando o Pedro tinha de empilhar cubos
uns sobre os outros, ele não conseguia evitar que a sua mão vagueasse pelos
mesmos porque não tinha controlo nos movimentos. Era esse descontrolo que se
desejava eliminar. Durante todo o tempo que a mão estava descontrolada, os
cubos passeavam por cima do tampo da mesa. Por mais que se lhe dissesse que
não deixasse vaguear a mão, não havia possibilidade de a parar. Contudo, o Pedro
conseguia pegar num cubo e colocá-lo num determinado lugar.
Como isto era incompatível com o descontrolo da mão, o psicólogo combinou com a
educadora que ela o deveria reforçar sempre que ele deixasse a mão quieta, a
pousasse na mesa ou fizesse o mais pequeno gesto de tentar agarrar o cubo. Nestes
momentos o descontrolo da mão diminuía.
A técnica do reforço do comportamento incompatível fez com que o Pedro não
deixasse a mao descontrolada, mas embora esta técnica acabe aqui, ela pode ser
conjugada vantajosamente com outras, como por exemplo, a moldagem.
Com muita dificuldade inicial mas também com muita persistência, o reforço dado
só quando havia controlo da mão, foi fazendo com que a motricidade manual do
Pedro ficasse controlada.
Retirada do reforço
Definição: Nesta técnica existe uma gratificação ou uma vantagem que é retirada.
Funciona mais como punição porque elimina uma gratificação que se conseguiria
obter se esta técnica não fosse utilizada. Sabendo como se efectuam a aprendizagem
e desaprendizagem, é importante manter a retirada do reforço com presistência e sem
proporcionar à criança, mesmo que inadvertidamente, qualquer outro tipo de
interacções pessoais que possam reforçar-lhe comportamentos inadequados e
patológicos.
Um comportamento aprendido pode ser desaprendido e, o mais importante, é
dissociá-lo do reforço recebido. Neste caso, a gratificação que é recebida tem de ser
eliminada por completo até o seu comportamento se modificar.
Exemplo
Os especialista aconselham a retirada de um certo tipo de gratifucações ou benefícios a
uma criança que faz birras. Esta falta de gratificação pode fazer com que a criança
aumente ou intensifique o comportamento de birranou oposição. Por este motivo, esta
falta de gratificação pode, por acaso, ser acompanhada de ralhos e admoestações que
geralmente se utilizam. Como não consegue obter o reforço da gratificação que é
retirada com esta técnica, bem como o da atenção subsequente à birra, è provável que
a criança se mostre ainda mais birrenta.
Um comportamento aprendido pode ser desaprendido e, o mais
importante é dissociá-lo do reforço recebido.
Neste caso, a gratificação que é recebida tem de ser eliminada por
completo até o seu comportamento modificar.
Punição (TIME OUT)
Definição: Estímulo nocivo, geralmente aplicado na experimentação em psicologia comparada
(com animais), com a finalidade de evitar o comportamento indesejável (Noronha, M.).
Refere-se ao procedimento de fazer seguir a um comportamento uma consequência que diminua a sua
força ou probabilidade futura. Assim qualquer acontecimento que diminua a força de um
comportamento ao qual se segue é chamado de acontecimento punitivo.
A única forma de determinar se uma consequência é punitiva é observando os seus efeitos no
comportamento ao qual se segue. Quando se tenta diminuir a força de um comportamento através da
punição é importante assegurarmo-nos de que o agente punitivo seleccionado seja realmente efectivo.
Isto pode ser feito, através de procedimentos usados para o reforço:
• Medir o nível operante do comportamento.
• Fazer seguir ao comportamento um agente punitivo potencial e observar os efeitos no
comportamento.
• Usar um procedimento de verificação científica.
A maneira mais rápida de diminuir a força de um comportamento é fazer com que
seja seguido de um forte agente punitivo.
No entanto a punição de uma criança por um comportamento indesejado não
garante, necessariamente, que ela irá mostrar um comportamento desejado;
embora possa interromper o acto pelo qual foi punida, pode não apresentar um
comportamento mais desejável em lugar do outro. Se a punição for usada deverá
ser principalmente para interromper um comportamento potencialmente perigoso
ou um comportamento que esteja a impedir a ocorrência dum comportamento
apropriado. Se se utilizar a punição é muito importante assegurar que assim que o
comportamento apropriado ocorra seja reforçado.
Exemplo
Não conseguia deixar de perturbar as aulas
Os pais pediram à professora que lhe batesse quando fosse necessário, mas como a professora não
podia usar esse método, encarregou os pais de tratar do castigo que lhe deviam dar.
Ela escrevia no caderno diário o comportamento que o rapaz tinha tido na sala de aula.
O Daniel vivia com a mãe, de quem não se importava de apanhar uns açoites, mas não gostava que o
pai lhe batesse, nem queria dormir em casa dele. Além disso, devido ao divórcio dos pais, e ao
abandono a que ele ficava votado, a atenção da professora era um reforço muito importante a ser
aplicado no condicionamento.
Atendendo a todos estes factores, ficou decidido que a professora chamaria o Daniel à atenção logo
que ele se portasse mal nas aulas.
Quando o comportamento do Daniel era inaceitável depois da professora o
avisar algumas vezes (time out), ela tossia de uma maneira especial e no
fim da aula, mesmo enquanto tossia escrevia no caderno diário que ele não
se tinha portado bem.
O Daniel sabia que a tosse era um indicativo de que a professora ia
informar os pais que ele não se tinha portado bem. Logo que chegava a
casa, a mãe levava-o a casa do pai que lhe dava uns bons açoites e o
obrigava a dormir lá nos dias seguintes.
O comportamento do Daniel começou a modificar-se para melhor ao fim de duas semanas, mas piorou na
terceira, e nessa ocasião foi obrigado a dormir dias em casa do pai.
Nas semanas seguintes o seu comportamento melhorou.
Dormir em casa do pai e apanhar uns açoites dele, deu resultado como ínicio da modificação definitiva do seu
comportamento de perturbar as aulas.
Contudo, era necessário utilizar outras medidas para manter esse comportamento.
A professora, aproveitava todas as oportunidades para elogiar o Daniel quando ele se portava bem nas aulas.
Também nunca se esquecia de tossir de maneira especial quando ele não se portava bem nas aulas. Deste modo,
ao fim de 8 semanas, a tosse especial da professora fez com que o Daniel começasse a portar-se bem logo que a
ouvisse.
A professora reforçava-o logo para que o seu comportamento correcto se mative-se.
Se a professora não utilizasse a tosse como sinal condicional, seria mais difícil manter a modificação do
comportamento do Daniel.
Condicionamento aversivo
Definição: É uma técnica baseada na puniçao que deve ser evitada sempre que possível ou
quando houver qualquer outra alternativa aceitável, mesmo que de eficácia reduzida.
Nesta técnica, o comportamento indesejável é punido associando-o a um sinal condicional como o
condicionamento clássico.
Exemplo
Castigado
A simples visão do copo faz lembrar que o choque está eminente.
Para evitar o choque o indivíduo não pega no copo e deixa de
beber.
Depois de várias vezes ter apanhado o choque, o indivíduo deixa
o seu vício, mas, como a causa desse vício não ficou removida,
nem resolvida pode criar outro tipo de vício, às vezes mais
aceitável do que o alcóol mais igualmente alienante para o
próprio.
Extinção ou desaprendizagem
Definição: Processo de remoção de reforço até que o comportamento retorne a níveis baixos
(Sprinthall).
A aprendizagem efectuada quer através de gratificação quer com o evitamento da punição, não
dura permanentemente sem qualquer tipo de reforço posterior. Há um momento em que ela se
extingue. Também se chama isso desaprendizagem ou descondicionamento.
Extinçao: é o desaparecimento de qualquer coisa que existiu e refere-se, neste caso, aos
comportamentos existentes. Para que a extinção se processe, é imprescindivel que o
comportamento aprendido passe a não beneficiar, consistentemente, de qualquer tipo de
reforço, isto é, que não obtenha qualquer tipo de satisfaçao. Caso contrário, de cada vez
que exista um reforço esporádico, o mesmo funciona como de razão variável ou aleatório,
aumentando a aprendizagem ou fazendo elevar o pico da extinção a valores muito altos.
Um princípio básico da aprendizagem é que se um comportamento não for reforçado será extinto
lentamente. A frequência de um comportamento que foi seguido por reforço diminuirá se este for
retirado. É quase como um processo de esquecimento. A técnica da extinção é não reforçar a resposta
ou acção até esta chegar a níveis operantes. O facto de se impedir a resposta não leva à extinção. É
necessário que haja resposta e que esta não seja reforçada.No início do processo de extinção os
comportamentos desadequados aumentam até se começarem a extinguir pouco a pouco.
As técnicas de extinção só resultam quando:
• o se consegue identificar o que está a reforçar o comportamento da criança;
• o se pode eliminar esse reforço
• o se permanece fiel ao programa de extinção.
A extinção de comportamentos indesejados pode ser conseguida em conjunto com reforço de
comportamento incompatível - reforço de todo e qualquer comportamento que é incompatível com
aquele que se deseja eliminar (Noronha, M.)
Desensibilização
Definição: é uma técnica utilizada na eliminação de medos, obsessões, tiques, ideias e
comportamentos inadequados e indesejáveis, sendo, por isso, uma técnica terapêutica
progressiva, suave e demorada e uma desabituação progressiva que tanto se pode fazer
na imaginação como ao vivo.
Suponhamos que uma pessoa tem medo de um animal. Geralmente, esse medo não se
evidencia a qualquer momento e em quaisquer circunstâncias sem a presença desse
animal ou sem a ideia de que o mesmo está por perto. Existe uma ideia, um tamanho, um
tipo e uma distância que serve de referência para provocar medo no indivíduo fóbico. Por
isso, para a técnica de dessensibilização é necessário construir uma hierarquia de valores
relacinados com os estímulos adversos ou fóbicos.
Exemplo
Jaime
MEDO
Ratos
No seu historial pessoal descobriu-se que:
• Ratos vulgares• Com cerca de 20 cm • A uma distância inferior a 3metros
Havia que dessensibilizá-lo…
1 metro
50 centrímetros
20 cm
5 cm
2 m
Rato grande, muito perto
Rato muito grande muito perto
Presença de ratos muito grandes
Reaprendizagem
Sensibilização
Definição: Consiste em aproximar gradualmente uma pessoa de estímulos, situações ou
acontecimentos novos. Em linguagem vulgar e não técnica dizemos que é uma
familiarização.
Esta tecnica é importante nos estágios profissionais. Se assim não fosse, os médicos, não
seriam capazes de operar os doentes.
Quando a sensibilização é acompanhada de reforço positivo, com estímulos graduais e cada
vez mais complexos ou num determinado sentido, pode funcionar como moldagem, embora
não exista preocupação de expor a pessoa a uma aprendizagem programada.
Exemplo
Ensinamentos teóricos…
Visionamento de fotos, filmes, vídeos…
Capaz de exercer.
Saciação (Flooding)
Definição: com este procedimento conseguimos suprimir uma conduta
baseando-nos na utilização do próprio reforçador que a manteve porque
aumentando de uma forma considerável a administração de reforçamento fazemos
que o reforçador perca o seu valor como tal. Esta técnica, que se designa
também por implosive therapy, é muito mais violenta do que a desensibilização
ao vivo. É uma técnica que provoca reacções muito fortes físicos e emocionais
muito violentos.
Exemplo
Jaime
É uma espécie de punição que uma pessoa tem de aguentar até ficar farta da mesma, soltando no final um suspiro de alívio. Para que não existissem dúvidas de que o Jaime era capaz de a aguentar, teríamos de o manter na mesma situação durante mais algum tempo até criar habituação. Por isso, sem sair do local onde encontrava, o Jaime tinha de se relaxar e reduzir o medo até se habituar à inevitável companhia dos ratos.
Moldagem (Shaping)
Definição: Técnica de condicionamento em que, à medida que as respostas mais simples são
aprendidas, deixam de ser sucessivamente reforçadas para se reforçarem unicamente as mais
complicadas até se obter o comportamento complexo final.
A moldagem é um procedimento que pode ser usado quando um comportamento desejado não ocorre ou
tem nível operante muito baixo. Em alguns casos, se o modificador de comportamento esperasse até que a
criança emitisse certos comportamentos antes de ser reforçada, poderiam passar semanas ou meses sem
que o comportamento desejado fosse observado. A moldagem é feita através de passos distintos:
1º- Definir o comportamento terminal desejado.
2º- Medir o nível operante do comportamento.
3º-Reforçar diferencialmente aproximações sucessivas até que o comportamento terminal desejado
seja obtido.
Exemplo
reforço
Auto-reforço
Definições: Esta técnica exige que a pessoa seja sensata e esteja bastante lúcida para
conseguir “extrair” dos vários acontecimentos que vai vivenciando o reforço de que necessita
a fim de continuar o seu comportamento num sentido positivo. Este tipo de reforço, é
“descoberto” pelo próprio quando as suas acções são positivas, apesar de não existir
qualquer pessoa que aprove ou elogie os seus actos. Este auto-reforço só pode ocorrer em
pessoas com uma maturidade, autonomia e independência bastante acentuadas.
Exemplo
Ou
O professor deve: • Descobrir onde falhou
Isto exige:• Humildade• Objectividade• Autoconfiança
MODELAGEM (SOCIAL LEARNING)
• A aprendizagem por observaçao ou modelagem baseia-se na teoria de aprendizagem social, por modelo.
• O eminente psicologo Albert Bandura é um dos principais defensores deste tipo de aprendizagem.
Facilitação
• Pode ser considerada uma técnica de pressão para uma aprendizagem social ou moldagem do comportamento. É o que se utiliza em muitas reuniões políticas e outras onde se necessita de uma maioria que não é muito desejada por todos.
Psicodrama
• Nesta técnica, que funciona com a modelagem, moldagem e reforço vicariante, torna-se necessário que uma pessoa cujo comportamento se deseja modificar experimente protagonizar o papel que ela própria pretende desempenhar ou que se deseja que se desepenhe. Por este motivo, a pessoa é ajudada, muitas vezes, com a exposição de modelos adequados, sendo reforçada por conseguir desempenhar correctamente o papel pretendido.
Acumulação de vantagem (token economy)
Definição: Esta técnica exige que a pessoa cujo comportamento se deseja
modificar seja capaz de esperar pelo reforço diferido e entenda os bebefícios que
pode ter em economizar as vantagens que vai descobrindo aos poucos ao longo
do tempo. Cada um não consegue aperceber-se, de imediato e com facilidade,
do reforço que as fichas, símbolos ou documentos acumulados podem
proporcionar, no futuro. Por cada comportamento correcto que uma pessoa
executa é reforçada com uma ficha de um determinado valor preestabelecido.
Essa ficha funciona, geralmente, como uma moeda de troca para a aquisição de
bens, serviçoes ou privilégios.
Os sistemas de reforço por ficha, quando devidamente aplicados, podem ser extremamente úteis na
manipulação de uma grande amplitude de comportamentos. O sucesso do reforço por ficha é baseado
em diversos pontos demonstrados:
• As fichas não dependem de qualquer condição de privação, uma vez que podem ser trocadas por muitos reforçadores.
• As fichas são concretas, podem ser vistas.
• Podem ser dadas imediatamente após o comportamento desejado, embora o reforçador de troca possa ser fornecido muito tempo mais tarde.
• São entregues durante ou imediatamente a seguir às respostas adequadas.
• Permitem que o reforço seja dividido em pequenos segmentos.
• Requerem provisões para troca, assegurando assim que os reforçadores estejam disponíveis para as crianças.
• Encorajam as crianças a participar no estabelecimento de objectivos. As crianças frequentemente trabalham ou negoceiam o estabelecimento de objectivos e dos valores das fichas para os objectivos desejados.
• Ajudam a definir claramente os objectivos comportamentais a serem atingidos pelo seu uso.
tamanho ou forma das fichas neste sistema de reforço não são restritivos.
Contrato escrito
• A t´´ecnica ou o artíficio do contrato escrito utiliza-se porque as “promessas” verbais são mais difíceis de cumprir. Esquecem-se com facilidade e até os amigos se zangam muitas vezes por causa desses “esquecimentos”. Baseia-se no provérbio latino “verba volant, scripta manente”, ou na expressao portuguesa “palavras, leva-as o vento”.
Relaxamento
• A técnica de relaxamento é complemento indispensável de todas as terapias em psicologia. Enquanto a técnica de relaxação muscular de Jacobson exige um treino de mais de 100 sessões, a de Wolpe e Lazarus é muito mais simples e rápida porque se baseia na contracção e relaxação de certos grupos de mésculos, em cerca de 10 sessões de 15 a 20 minutos cada, o que se torna muito mais acessível.
AUTO-HIPNOSE
• É um auxiliar precioso que ajuda a encurtar a terapia o a melhorar o desempenho individual. Embora seja um pouco mais difícil entrar em auto-hipnose do que em hipnose induzida por um especialista, a prática ajuda imenso. Pode tambem não ser tao profunda como a hipnose, mas é mais do que suficiente para melhorar muitas das dificuldades de que as pessoas se queixam.
NÍVEL DE TOLERÂNCIA
Desensibilização sistemática
Definição:
Generalização
Definição: A generalização refere-se ao facto de um comportamento que foi
reforçado em certas situações ocorrer em situações semelhantes. Sem
generalização teríamos todos de aprender cada nova tarefa desde o princípio,
mas felizmente podemos aplicar o que aprendemos no passado a novas
situações.