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TH3 – Teoria, História e Crítica da Arquitetura e Urbanismo III Pontifícia Universidade Católica de Goiás Escola de Artes e Arquitetura Curso de Arquitetura e Urbanismo Prof. Ana Paula Zimmermann

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TH3 – Teoria, História e Crítica da Arquitetura e Urbanismo III Pontifícia Universidade Católica de Goiás Escola de Artes e Arquitetura Curso de Arquitetura e Urbanismo Prof. Ana Paula Zimmermann

EMENTA

• Estudo da arquitetura e do urbanismo do século XIX até meados do século XX, compreendendo a experiência internacional e brasileira, discutindo o movimento moderno como momento máximo do projeto iluminista.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

• Unidade 1 – conjuntura sócio-econômica e política da Europa do final do século XVIII e início do século XIX

• O edifício e a cidade dos séculos XVIII e XIX: neoclássico, arquitetura do ferro, engenharia x arquitetura, Art Nouveau, reformas urbanas de Paris e Barcelona, escola de Chicago

• Brasil no século XIX: transferência da corte portuguesa, missão francesa, neoclássico, Brasil republicano

Século XVIII

ABSOLUTISMO x ILUMINISMO

FORMAÇÃO DO MOVIMENTO ILUMINISTA • Economia baseada no Mercantilismo, domínios

coloniais, política baseada no Absolutismo, domínio do pensamento religioso e controle das liberdades individuais

• MERCANTILISMO – Doutrina econômica adotada pelas principais nações europeias. Era caracterizado por: • Balança comercial

favorável;

• Protecionismo;

• Metalismo;

• Colonialismo.

Rotas mercantis

• Absolutismo – centralização dos poderes nas mãos dos reis. Apoio da burguesia e da aristocracia (nobreza).

Luís XIV (1643-1715), o “Rei Sol” Henrique VIII (1491-1547)

Pensadores e Filósofos

Nicolau Maquiavel: Separação entre moral e política; razões do Estado acima de tudo.

Thomas Hobbes: Governo forte é necessário; humanidade com tendência ao caos.

René Descartes: 1596-1650 Racionalismo como única fonte do conhecimento; verdade absoluta e incontestável; Deus era criador do Universo, porém este era regido por leis que o homem poderia desvendar.

Isaac Newton: 1643-1727 Interpretação matemática das leis da natureza; apesar de católico, favoreceu o afastamento da crença de interferência divina no universo.

ILUMINISMO • Conceito: movimento cultural da elite intelectualizada

europeia do século XVIII que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado da tradição medieval.

• Promoveu o intercâmbio intelectual e foi contra a intolerância e os abusos da Igreja e do Estado.

• O Iluminismo é uma atitude geral de pensamento e de ação.

• Os iluministas admitiam que os seres humanos estão em condição de tornar este mundo um mundo melhor – mediante:

• Introspecção;

• livre exercício das capacidades humanas;

• engajamento político-social.

O ILUMINISMO

• O “Século das Luzes”

• Crença na libertação das mentes, dominadas pelas “trevas” da ignorância

• Defendiam a Razão (contra Igreja, tradição e fanatismo), as leis universais, jusnaturalismo, a experimentação e a importância das iniciativas individuais e dos interesses burgueses

• Mudanças sociais contra o “Antigo Regime”

• Governos: criação social, não divina

Voltaire (1694-1778): crítico da Igreja, do clero, embora deísta; defensor da livre expressão do pensamento; contra a guerra e revolução.

Montesquieu (1689-1755): Divisão dos poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário); leis que regulassem o conjunto de valores do Estado e da sociedade – Constituição; denúncia contra abusos de Luís XIV e críticas contra a situação social da França.

ILUMINISTAS

Diderot (1713-1784) e d’Alembert (117-1783): responsáveis pela Enciclopédia, obra que reunia os escritos dos iluministas e divulgava suas idéias entre 1751 e 1772, quando sua circulação foi proibida pelo governo após a edição de 20 volumes.

Rousseau (1712-1778): Suíço estabelecido em Paris, foi colaborador dos enciclopedistas e mais influente pensador iluminista para a Revolução Francesa. Defendia que o homem era naturalmente bom, ressaltou a democracia igualitária liderada pelo povo.

Adam Smith (1723-1790): considerado “o Pai da Economia”, elaborou e demonstrou leis econômicas.

• Contrário ao mercantilismo, afirmava que o trabalho era a fonte das riquezas.

• O equilíbrio social seria possível através da concorrência, do livre-comércio e da divisão do trabalho.

• Fundamentou o liberalismo econômico.

• influenciados pelas ideias iluministas, em 1776, foi declarada a independência dos Estados Unidos da América.

• Os EUA passaram a constituir um governo de base iluminista, com um sistema conhecido como “Liberalismo Político”.

• Posteriormente várias revoltas ocorreram na Europa a nas Américas sob inspiração do Iluminismo.

REVOLUÇÃO FRANCESA

INTRODUÇÃO

• Foi o conjunto de eventos que, de 1789 a 1799, alterou o quadro político, econômico e social da França.

• Antes da revolução, a França era caracterizada pelo Antigo Regime, ou seja, o absolutismo monárquico e o mercantilismo.

• A revolução rompeu com o antigo regime, que dominava a Europa desde o século XV. Tornou-se, assim, um importante marco histórico, iniciando a Idade Contemporânea.

• A Revolução Francesa inspirou reformas em outros países, além de ter influenciado na independência das colônias espanholas e na proclamação da independência do Brasil.

CAUSAS DA REVOLUÇÃO

• Alto custo da monarquia, pois o rei Luís XVI e a sua corte gastavam enormes quantias para sustentar seus privilégios.

• As ideias iluministas também influenciaram o desejo por reformas políticas e econômicas. Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade acabaram estampados nas cores da bandeira e também no hino da França.

• O gasto com guerras pesou na economia do país. A

França participou da Guerra da Independência dos Estados Unidos e perdeu a Guerra dos Sete Anos, contra a Inglaterra.

• Quadro econômico na França era péssimo e a fome ameaçava a população. Secas levaram a escassez de alimentos.

• A divisão da sociedade francesa pois não havia mobilidade e a posição social dependia do nascimento.

SOCIEDADE FRANCESA

• Primeiro estado: CLERO

• Segundo estado: NOBREZA

• Terceiro estado: POVO

• Isenção de impostos: primeiro e segundo

Estados → ESTADO sustentado pelo

Terceiro estado

ALTO - Bispos, abades (origem nobre)

BAIXO - Padres (origem popular)

DE SANGUE (herdeiros da nobreza feudal)

DE TOGA (Burgueses que compravam ou ganhavam títulos de nobreza)

BURGUESIA: Alta, Média e Pequena.

POBRES – Camponeses, trabalhadores urbanos e desempregados

• Os gastos da nobreza parasitária e o luxo das festas da corte francesa no Palácio de Versalhes eram bancados pelos impostos pagos pela burguesia.

• A INSATISFAÇÃO da maioria esmagadora da população contra a monarquia fazia da França um terreno fértil para os ideais iluministas de “ Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

ETAPAS DA REVOLUÇÃO

• Assembleia dos Estados Gerais (1789):

Questão dos impostos - rei convoca a Assembleia dos Estados Gerais, com representantes dos três estados;

1 estado = um voto / burguesia queria voto por indivíduo;

Terceiro estado declara-se Assembleia Nacional Constituinte.

ETAPAS DA REVOLUÇÃO

• 1ª fase: Assembleia Nacional Constituinte (1789-91)

fim do absolutismo monárquico na França;

Invasão da antiga prisão da Bastilha, num momento que representou, simbolicamente, o fim do Antigo Regime.

• 2ª FASE: A Convenção (1792-93)

Mandou o rei deposto à guilhotina;

1793 - REPÚBLICA JACOBINA - os pequeno burgueses, invadiram a Convenção e prenderam os líderes da alta burguesia.

Resultou em medidas populares – voto masculino, escola publica, abolição da escravidão, tabelamento de preços de alimentos.

• 3ª fase: O Diretório (1795-99)

Alta burguesia voltou ao poder;

Diretório, 5 membros – diretores – exerciam o Poder Executivo.

Crise econômica: a corrupção aumentava e faltavam alimentos.

Com a França imersa no caos, e sob a ameaça de ataques internos e externos, a burguesia articulou entregar o poder a alguém influente e poderoso.

General Napoleão Bonaparte (1799) começou a governar a França.

CONQUISTAS SIGNIFICATIVAS

• Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (todos têm direito à liberdade e à defesa da propriedade privada);

• Extinção dos privilégios feudais da nobreza;

• Aprovação da Constituição Civil do Clero: confisco das terras da Igreja e subordinação de seus membros ao Estado francês;

• Promulgação da Constituição de 1791 , que estabelecia o voto censitário e a tripartição dos poderes .

Barroco Tardio / Rococó • Até meados do XVIII, a arte BARROCA promoveu

um prolongamento em escala do Renascimento e, embora negasse suas normas rígidas e proporções imutáveis, manteve a perspectiva como elemento primordial na concepção espacial e da valorização das vias e monumentos.

Piazza del Popolo

• Principais elementos do URBANISMO BARROCO, característico da Europa dos séculos XVII e XVIII:

• a) Traçados de bases renascentistas, guiados pela perspectiva, mas dotados de maior liberdade, movimento e escala, passando a simetria a ser relativa (em composição, mas não em detalhes);

• b) Caráter monumental expresso pela busca da grandiosidade e pela criação de verdadeiras “cidades-cenário”, o que foi obtido por meio de rasgamento e alargamento de vias, assim como a criação de amplos espaços públicos.

• c) Desenho urbano realizado com base na composição arquitetônica – simetria, ritmo, dominância de massas compactas e aspecto imponente e sólido das obras – além da artificialidade dos jardins;

• d) Paisagem concebida como construção humana, adquirindo assim um espírito mais arquitetônico artificial e cênico: proliferam eixos, ruas e avenidas radiais, composições geométricas e a retificação de canais, fontes e espelhos d’água;

• e) Arquitetura urbana exuberante e retórica, de escala monumental composta por igrejas, palácios e monumentos para os quais convergiam alamedas arborizadas e consistiam nos principais temas estéticos.

Próximas aulas:

• Revolução Industrial

• Transformações urbanas

• Neoclassicismo

• Arquitetura do ferro