trabalho como exemp.pdf

Upload: rory-wilson

Post on 04-Jun-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    1/43

    UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCENTRO DE EDUCAO E HUMANIDADES

    FACULDADE DE EDUCAO

    A CONSTRUO DO PENSAMENTO LGICO

    MATEMTICO NA EDUCAO INFANTIL

    ANA ROCHA CARBONELL DE FIGUEIREDO

    Rio de Janeiro2004

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    2/43

    2

    ANA ROCHA CARBONELL DE FIGUEIREDO

    A CONSTRUO DO PENSAMENTO LGICO

    MATEMTICO NA EDUCAO INFANTIL

    Monografia apresentada Faculdade de

    Educao da Universidade do Estado do

    Rio de Janeiro como requisito parcial

    para a concluso do curso de Pedagogia.

    ORIENTADOR: Prof. Dr. Raquel Villardi

    CO-ORIENTADORA: Marta Cardoso de Lima da Costa Rego

    Rio de JaneiroJulho de 2004

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    3/43

    3

    ANA ROCHA CARBONELL DE FIGUEIREDO

    A CONSTRUO DO PENSAMENTO LGICO

    MATEMTICO NA EDUCAO INFANTIL

    BANCA EXAMINADORA

    Prof Dr Raquel Villardi

    Orientadora

    Co-Orientadora: Prof Marta C. de L. da C. Rego

    Prof Celso Henrique Diniz Valente de Figueiredo

    Examinador

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    4/43

    4

    Aos meus alunos que ao longo desses

    anos, me ajudaram a realizar-me como

    educadora e que foram fonte de inspirao

    para a realizao desse trabalho

    monogrfico.

    Por todos que por mim passaram e que

    ainda esto por vir.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    5/43

    5

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a todos que compartilharam do desenvolvimento do meu estudo, e

    em especial:

    Deus, que me deu a sua beno, f, fora e coragem para enfrentar os

    obstculos de meu caminho e que Ele permanea presente em todos os momentos

    da minha vida.

    minha me que nunca deixou que eu desistisse de concluir o meu curso.Se

    cheguei hoje aqui, devo ela.

    As minhas filhas Bianca e Bruna, que sempre compreenderam alguns

    momentos de ausncia e que sempre me recebiam com carinho e alegria ao meu

    retorno.Com certeza, razo do meu viver.

    Ao meu marido pelo amor e carinho que nos une e torna a nossa famlia feliz.

    A minha co-orientadora Prof Marta, pelo seu apoio e carinho, e que com

    tanta sabedoria me fez acreditar que eu era capaz de realizar esse trabalho.

    A minha professora e orientadora Raquel Villardi, por fazer parte do meu

    crescimento profissional.Ao meu professor Celso, que prontamente aceitou dedicar parte do seu tempo

    leitura desta pesquisa.

    A todos os professores que por mim passaram e com certeza contriburam

    para o meu crescimento profissional ao longo desses anos de estudo.

    As minhas amigas que fazem parte dessa histria da minha vida e que ficaro

    para sempre em meu corao.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    6/43

    6

    Convena-se que voc capaz e pode.

    Acredite na nica pessoa que talvez nunca

    tenha escutado .... voc mesmo.

    Tenha pressa em crer na sua prpria fora e

    ver como seus sonhos se tornaro realidade.

    Voc tem o poder, a sabedoria e o amor

    ilimitado para lutar.

    Autor desconhecido

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    7/43

    7

    A educao faz um povo fcil de ser

    liderado, mas difcil de ser dirigido; fcil de ser

    governado, impossvel de ser escravizado.

    Henry Peter

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    8/43

    8

    SUMRIO

    Introduo............................................................................................................................ 9

    Captulo 1

    1.Pensamento Lgico Matemtico ................................................................................... 11

    1.1 A teoria da construo do nmero no pensamento da criana segundo Piaget.............. 16

    1.2 Prova de conservao do nmero................................................................................... 18

    1.2.1 Igualdade...................................................................................................................... 18

    1.2.2 Conservao................................................................................................................. 19

    1.2.3 Contra argumentao................................................................................................ 19

    1.3 A abstrao emprica e abstrao reflexiva.................................................................... 22

    Captulo 2

    2.A presena da matemtica na Educao Infantil ..................................................... 25

    2.1 Repetio, memorizao e associao........................................................................... 25

    2.2 Do concreto ao abstrato................................................................................................. 25

    2.3 Jogos e brincadeiras ...................................................................................................... 26

    2.4 Contagem ...................................................................................................................... 26

    2.5 Operaes...................................................................................................................... 27

    2.6 Topologia ...................................................................................................................... 28

    2.7 Blocos lgicos ............................................................................................................... 29

    Captulo 3

    3.Relatando experincia enquanto professora .............................................................. 30

    3.1 Correspondncia........................................................................................................... 30

    3.2 Contagem...................................................................................................................... 31

    3.3 Classificao................................................................................................................. 31

    3.4 Topologia...................................................................................................................... 32

    3.5 Adio e subtrao....................................................................................................... 32

    3.6 Contagem..................................................................................................................... 33

    Concluso........................................................................................................... 34

    Referncias Bibliogrficas ............................................................................... 35

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    9/43

    9

    INTRODUO

    No presente trabalho, sero abordados questionamentos que nos levaro a

    repensar na nossa prtica, acerca da construo do pensamento lgico matemtico.

    Alguns textos lidos enfocam, a construo do pensamento, como um processo

    gradativo e contnuo. Ser que ele tem fim? Ou ser que sempre iremos nos

    surpreender com a nossa capacidade de adquirir conhecimento e com a quantidade

    de informaes que conseguimos armazenar e explorar durante toda nossa vida.

    O conhecimento construdo pela criana quando ela interage com seu meiofsico e social, buscando adaptar-se e organizar internamente um mundo que lhe

    oferece, a cada momento, uma multiplicidade de desafios.

    A criana interage com o meio movimentando-se observando, experimentando,

    transformando, refletindo a partir das respostas que sua ao provoca e realizando

    trocas com outras crianas ou com os adultos.

    Ao agir, a criana o faz espontaneamente, isto o impulso ou motivao e

    natural originando de uma necessidade funcional. A interao da criana com oambiente ldica, efetiva-se pelo jogo , conjunto de atividades as quais o

    organismo se entrega , principalmente pelo prazer da prpria atividade (KAMII,

    1998).

    A construo do conhecimento ocorre de modo contnuo e gradualmente.

    Forma estruturas de pensamento que tornam a criana apta a compreender o

    mundo ou acrescentar novos elementos s estruturas j construdas. Em funo

    disso, possvel distinguir estgios no processo de desenvolvimento infantil. Cadasituaes.

    A criana pr escolar encontra-se, segundo Jean Piaget, no estgio pr

    operatrio: curiosa, naturalmente impulsionada a explorar , descobrir, inventar,

    aprende. Ou seja cada curiosidade que ela tem impulsiona novos interesses , a

    novas descobertas e a cada fase adquiri novos conhecimentos levando-a assim a

    construo do conhecimento, atravs desse processo que se d os efeitos das

    causas que a motivaram esses interesses.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    10/43

    10

    Quanto mais as crianas forem estimuladas a estabelecer relaes ( entre

    objetos, acontecimentos, pessoas, aes ) mais flexveis ser seu raciocnio, mais

    coerente e melhor estruturado.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    11/43

    11

    CAPTULO 1 PENSAMENTO LGICO MATEMTICO

    Piaget e outros estudiosos do desenvolvimento infantil, afirmam que a

    capacidade de raciocnio construda pela criana,desde o seu nascimento , a

    partir de atos motores estimulados pela interao afetiva com os adultos . Segundo

    Vygotsky, a interao com outras crianas , desde cedo, da maior importncia

    nessa construo .

    Assim , um ato que nos primeiros meses de vida parece apenas motor

    tambm o responsvel pela percepo de causas e conseqncias, semelhanas e

    diferenas, etc., o que possibilita criana estabelecer relaes entre pessoas ,

    objetos, situaes.Se atos como levar boca joga-los longe, arrastar-se, engatinhar so aceitos

    como necessrios ao desenvolvimento da criana e estimulados por um ambiente

    fsico e social positivo, ele sero pouco a pouco aprimorados e alm do desempenho

    motor, as estruturas lgicas neles iro tambm se construindo.

    Essa interdependncia entre ato motor e raciocnio marca os dois primeiros

    anos de vida, a que Piaget chama de perodo sensrio motor . Mas a necessidade

    do concreto, do envolvimento do corpo para a construo das percepes e dasestruturas lgicas permanece por muito mais tempo, uma vez que s aos 8 anos,

    aproximadamente, que a criana comea a ser capaz de raciocnios abstratos.

    Entre 2 e os 7 anos h uma modificao sensvel: o ato motor perde um

    pouco de sua importncia, j que a criana adquire a capacidade de representar,

    interiorizar objetos e situaes em um processo que Piaget chama funo

    semitica. Entretanto, durante este perodo chamado de operaes concretas e que

    no de simples transio, pois que so necessrios se passar 5 ou 6 anos parapassar da ao operao, as atividades corporais e aquelas realizadas com

    material concreto continuam sendo indispensvel para a formao intelectual

    propriamente dita .

    Piaget distingue o conhecimento lgico-matemtico dos conhecimentos fsico

    e social . Segundo ele, o conhecimento fsico diz respeito s caractersticas de um

    objeto na sua realidade externa, percebida atravs dos sentidos; o conhecimento

    social diz respeito aquilo que socialmente determinado e transmitido ( o nome de

    um objeto, por exemplo ). J o conhecimento lgico matemtico implica as relaes

    entre objetos, fatos, aes, e, portanto, no pode ser apenas percebido

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    12/43

    12

    sensorialmente, nem pode ser ensinado: ele deve ser construdo individualmente.

    Esse conhecimento, bem como as aes de classificar, seriar, perceber quantidades

    e relaciona-las com numerais, construdo pela criana atravs da manipulao de

    materiais diversos e da interao social com seus colegas e com adultos.

    Perceber que operaes lgico-matemticas as crianas de 5 a 6 anos so

    capazes de realizar, e estimul-las na construo de suas estruturas, constituem os

    objetivos a que se propem as atividades, jogos e exerccios.

    preciso, que fique bem claro, que no devemos ensinar, mas, sim o

    importante construir junto com a criana o seu pensamento lgico.

    A aprendizagem da aritmtica, segundo Constance Kamii requer participao

    mental ativa e autnoma da criana, eliminando a instruo tradicional de aritmticana 1 srie e substitu-la por dois tipos de atividades: situaes dirias de sala de

    aula e jogos em grupo. O nmero a criana constri com sua estrutura mental; no

    algo aprendido do meio ambiente.

    A adio, claro, nasce tambm da capacidade de pensar que a

    capacidade natural da criana. Portanto a adio no precisa ser ensinada; o mais

    importante fornecer as crianas oportunidades, situaes, problemas, para que

    elas se engajem no raciocnio que envolve a quantidade, o nmero.Podemos dizer que, o nmero no emprico por natureza. A criana constri

    atravs da abstrao reflexiva pela sua prpria ao mental de colocar coisas em

    relao. Os conceitos de nmero tambm no pode ser ensinados; a criana

    constri dentro de si mesma pela capacidade natural de pensar.

    A opinio de Piaget vai contra a crena segundo a qual existe um mundo dos

    nmeros no qual a criana precisa ser sociabilizada. H um consenso sobre a soma

    2+3, mas no h nem nmero nem adio fora do mundo social, para seremtransmitidos pelas pessoas.

    Toda a Lgica e as Matemticas repousam em definitivo,em aes ou operaes dessa natureza, mas cada vezmais complexas, e precisamente porque essesconhecimentos so tirados das aes e no de objetoscomo tais que podem ser traduzidos em operaessimblicas e em linguagem.1

    1PIAGET,1975;120.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    13/43

    13

    Pode-se ensinar a criana a dar resposta correta a 2+3, mas no pode

    ensinar diretamente as relaes latentes nessa adio.

    A aritmtica no um tipo de conhecimento que deve ser ensinado pela

    transmisso social. Precisa ser construda pela criana atravs da abstrao

    reflexiva. Se a criana no consegue construir uma relao, nenhuma explicao do

    mundo far com que ela entenda as afirmaes do professor.

    Ainda segundo Piaget, todas as crianas, de inteligncia normal podem

    aprender aritmtica.Aritmtica algo que as crianas pensam, no h como

    construir nmero, adio e subtrao.

    O ambiente social e a situao que o professor cria so cruciais no

    desenvolvimento do conhecimento lgico -matemtico. Considerando-se que esseconhecimento construdo pela criana, atravs da abstrao reflexiva, importante

    que o ambiente social incentive a criana us-la.

    No domnio lgico-matemtico, a confrontao de pontos de vista serve para

    aumentar a capacidade de raciocinar das crianas a nvel sempre mais elevado, A

    interao com os colegas deve ser aumentada e estimulada.

    Constance Kamii cita o estudo de Pierret Clermont (apud KAMII, 1998) , que

    verificou os efeitos do intercmbio de idias entre crianas em pequenosgrupos.Trabalhou-se com a noo de conservao de lquidos, com tarefas

    envolvendo a conservao de nmero, quantidade de argila e comprimento.

    Falando de objetivos, na educao, a autora cita vrias teorias tradicionais e

    da crena emprica. Ela diferencia o construtivismo dessas crenas empricas.As

    crenas empricas acreditam que o conhecimento e valores morais precisam ser

    impostos s crianas, j na construtivista, as crianas coordenam a pontos de vistas

    ou relao, elas desenvolvem sua inteligncia naturalmente e esse desenvolvimentoleva autonomia. A autonomia significa ser governado por si mesmo, tendo um

    grande aspecto moral e intelectual.

    As crianas podem aceitar a explicao dos adultos por um momento, mas

    continuam a pensar nas explicaes e as relaes com as coisas que sabem.

    A autora afirma tratar-se de uma teoria que no implica apenas na inveno

    de um outro mtodo para atingir as mesmas metas tradicionais, mas de uma teoria

    que implica em uma conceituao de objetivos. Ela tambm discute a leitura e a

    escrita dos numerais como objetivos apropriados para a 1 srie, bem como

    demonstra que valor posicional no uma nova conceituao de objetivos.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    14/43

    14

    O valor posicional no uma tcnica. A aritmtica no uma coleo de

    tcnicas. Aprender a somar, subtrair, e multiplicar envolve um raciocnio lgico-

    matemtico e raciocnio no tcnica.

    O objetivo principal as crianas se empenhem na ao mental de operao

    com nmeros e se lembrem dos resultados dessas opes.

    Subtrao, os matemticos e adultos em geral colocam que a subtrao o

    inverso da adio. Ela critica o ensino da matemtica na 1 srie exatamente pelos

    objetivos implcitos nesse ensino: dar o significado da subtrao, introduzir a

    linguagem e simbolismo e desenvolver uma tcnica segura para encontrar a

    diferena entre os dois nmeros. A autora acha que o objetivo, tanto na adio,

    deveria ser o de incentivar as crianas a pensar e a lembrar dos resultados de seuprprio raciocnio, e no simplesmente ensinar-lhes tcnicas especficas para darem

    respostas escritas. Ela reafirma o tempo todo a necessidade da construo da

    aritmtica pela criana; fala tambm na necessidade dela ser aprendida com

    significado. Por isso prope sempre as vantagens das situaes do dia-a dia e dos

    jogos em grupo. Chama a ateno de que fcil utilizarmos jogos e outras

    atividades de maneira inadequadas. Para a pedagogia construtivista o principal

    objetivo dar condies para a autonomia da criana. Essa autonomia deve sefocalizar trs reas.

    1 - A autonomia no relacionamento das crianas com os adultos para isso acontecer,

    deve existir a troca de opinies entre o adulto com as crianas, evitando

    recompensas ou castigos. Enfim adultos autnomos geram autonomia.

    2 - A autonomia na relao das crianas com outras crianas, deve-se incentivar o

    intercmbio e a coordenao de pontos de vista entre crianas, sem esquecer que

    esta coordenao de pontos de vista essencial para o desenvolvimento daautonomia moral e do raciocnio lgico matemtico.

    3 - A autonomia em relao aprendizagem, para isso, deve-se incentivar as

    crianas a pensarem com suas prprias cabeas, e procurar engaj-las em

    atividades que as motivem.

    Para as situaes dirias em sala de aula, a autora chama a ateno para

    trs princpios bsicos esteja atento para tirar o proveito de todas as situaes

    dirias em sala de aula, no tenha medo de problemas difceis e no tenha medo de

    perder tempo e tambm incentivar as crianas a pensar ou seja a relacionar coisas.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    15/43

    15

    Para jogos em grupo, ela fala dos cinco aspectos seqenciais dos jogos que

    so: escolhe-los, introduz-los, jog-los, termin-los e avaliar seus resultados.

    Partindo desse princpio, ela afirma que as coisas pblicas apresentam

    problemas, particularmente com relao ao ensino da matemtica, a bastante

    tempo.

    A pedagogia construtivista do ensino da matemtica diferente: as pessoas

    no podem aprender bem atravs de exerccios impostos, medo de testes,

    passividade mental e obedincia. A busca da autonomia exige uma postura

    diferenciada da tradicional.

    Nesse momento ela relata suas lutas e frustraes que passou quando

    resolveu aplicar teoria.A autora faz a avaliao do programa e comenta as tcnicas de avaliao,

    objetivos e teoria de aprendizagem em que o ensino baseado. Fala dos resultados

    obtidos nos grupos experimentais e em outros grupos.

    Ressalta que os efeitos do trabalho de educao, tendo em vista o

    desenvolvimento, demoram a aparecer. Educar como um processo de

    desenvolvimento algo mais profundo do que ensinar superficialmente, pois o efeito

    no acontece em um ou dois anos. Uma vez que o conhecimento lgico matemtico um conhecimento cumulativo que se desenvolve atravs da

    coordenao de relaes que cada criana constri, uma boa base necessria

    para a aquisio de conhecimentos posteriores significativos.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    16/43

    16

    1.1 -A TEORIA DA CONSTRUO DO NMERO NO PENSAMENTO DA

    CRIANA SEGUNDO PIAGET.

    Jean Piaget nasceu em Neuchtel, Sua em 1896 e faleceu em

    1980.Escreveu mais de cinqenta livros e monografias, tendo publicado centenas de

    artigos. Estudou a evoluo do pensamento at a adolescncia, procurando

    entender os mecanismos mentais que o indivduo utiliza para captar o mundo.Como

    epstemolgo, investigou o processo da construo do conhecimento, sendo que nos

    ltimos anos de sua vida centrou seus estudos no pensamento lgico matemtico.

    At o incio do sculo XX assumia-se que as crianas pensavam eraciocinavam da mesma maneira que os adulto. A crena da maior parte das

    sociedades era a de qualquer diferena entre os processos cognitivos entre criana

    e adulto, era sobretudo de grau: os adultos eram superiores mentalmente, do

    mesmo modo que eram fisicamente maiores, mas os processos cognitivos bsicos

    eram os mesmos ao longo da vida.

    Seus estudos comearam , a partir da observao de seus prprios filhos e

    de muitas outras crianas. Concluiu que em muitas questes cruciais as crianasno pensam como adultos. Por ainda lhes faltarem habilidades, a maneira de pensar

    diferente, no somente em grau, como em classe

    Piaget v o nmero como uma estrutura mental que cada criana constri a

    partir de uma capacidade natural de pensar e no algo aprendido no meio ambiente.

    O nmero no , pois, um dado primitivo correspondentea uma intuio inicial, mas se constri de forma operatriaa partir de um nvel de no conservao.2

    A prpria adio est includa na construo do nmero,pois nasce da

    capacidade natural que a criana tem de pensar.

    A teoria de Piaget pode ser entendida num contexto epistemolgico.

    2PIAGET,1974;147.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    17/43

    17

    No que concerne a esse modo particular de transmissoque a escola, ele consiste mais em fazer repetir, recitar,aprender de uma maneira geral, do que em fazer operar.Dito de outra maneira o ensino antes veicula um saber, nomais das vezes verbal, do que pe as crianas emcondies de exercer suas estruturas e de adquiriroutras.3

    Epistemologia o estudo da natureza e origens do conhecimento manifestado

    em questes tais como; Como sabemos o que pensamos que sabemos? e Como

    sabemos que o que pensamos que sabemos verdade?

    Sabemos que existe uma causa para todo acontecimento, mas no temos a

    possibilidade de verificar todos os acontecimentos do passado e do futuro do

    universo.

    Os racionalistas defendem tambm que no podemos contar com a

    experincia sensorial no sentido de nos dar um conhecimento seguro. E sendo a

    Matemtica uma disciplina puramente dedutiva, surge o primeiro na defesa da razo.

    Assim, quando tinham que explicar a origem do poder, diziam que certos

    conhecimentos ou conceitos so inatos e que desabrocham em funo da

    maturidade.

    Do mesmo modo que se pode considerar a Lgicacomo axiomatizao das estruturas operatrias dosujeito,assim tambm as Matemticas podem ser

    consideradas como um sistema de construes quese apiam inicialmente nas coordenaes das aese nas operaes do sujeito procedendo a abstraesrefletidoras de nveis cada vez mais elevados.4

    3PIAGET,1974;130.4PIAGET,1974;136.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    18/43

    18

    Piaget, convenceu-se de que o melhor meio de responder a perguntas

    epistemolgicas era estud-las cientificamente e no respond-las por especulao.

    Decidiu que a melhor maneira de estudar a natureza do conhecimento emprico, era

    estudar o desenvolvimento das crianas. Assim o estudo que fez sobre as crianas,

    foi um meio de responder, cientificamente, as perguntas epistemolgicas.

    E para isso como um recurso, realizou a prova da conservao do nmero.

    1.2 . PROVA DA CONSERVAO DO NMERO

    A conservao do nmero a maneira de deduzir atravs da razo,que a

    quantidade permanece a mesma quando a aparncia emprica dos objetos muda.

    1.Mtodo

    Materiais

    20 fichas vermelhas

    20 fichas azuis

    Procedimento

    1.2.1 - IgualdadeEsto colocadas em fila 8 fichas azuis e pede-se criana que coloque tantas

    fichas vermelhas quanto as azuis.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    19/43

    19

    1.2.2 - Conservao

    A disposio das fichas colocadas inicialmente so modificadas frente da

    criana,segundo a figura:

    A partir da observao, feita a seguinte pergunta: H o mesmo nmero de

    fichas azuis e vermelhas ou h mais azuis do que vermelhas?.

    1.2.3 - Contra- argumentao

    Esta etapa realizada depois da criana responder questo anterior.

    a) Se criana acertou, deve-se argumentar a sua resposta, isto , deve-se pr

    em dvida a resposta da criana indicando que a fila das fichas azuis tem

    mais fichas que a das fichas vermelhas.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    20/43

    20

    2-Descobertas

    a)No 1 estgio a criana no consegue fazer um conjunto com o mesmo nmero

    e muito menos conservar a igualdade dos conjuntos.Normalmente a criana

    coloca todas as fichas segundo a figura :

    A criana s para quando as 20 fichas vermelhas acabam.

    Quando as crianas ainda no construram as primeiras estruturas mentais do

    nmero, estabelecem as extremidades da primeira fila como critrio para decidir a

    igualdade das duas quantidades, como mostra a figura:

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    21/43

    21

    b)No 2 estgio a criana, apesar de fazer um conjunto que tem o mesmo nmero de

    fichas,no consegue conservar a igualdade.

    c)No 3 estgio, as crianas so conservadoras, isto , no so influenciadas por

    contra sugestes e conseguem elaborar argumentos para defenderem a sua

    resposta:

    * Existe o mesmo nmero de fichas azuis e vermelhas porque no se tirou nenhuma

    ficha (argumento identidade).

    *Pode-se colocar todas as fichas vermelhas de forma como estavam antes, assim

    no h mais azuis do que vermelhas (argumento reversibilidade).

    *As vermelhas formam uma fila mais comprida, mas h espao entre elas,assim no

    d mesmo (argumento compensao).

    O conhecimento lgico-matemtico consiste na relao que um indivduo faz

    um objeto. A diferena que existe entre uma ficha azul e vermelha, um exemplo

    do fundamento do conhecimento lgico-matemtico. Essa diferena a relao

    criada mentalmente pelo indivduo que faz o relacionamento entre os dois objetos.

    Para um indivduo as fichas podem ser semelhantes devido ao peso, assim como

    para outro ser diferente devido cor.A criana coordena as relaes que criou entre os objetos,construindo assim

    o conhecimento lgico-matemtico.Por exemplo, coordenando as relaes de

    igualdade, diferena e mais, a criana capaz de deduzir que h mais fichas no

    mundo do que vermelhas.

    Assim para o autor, a fonte do conhecimento fsico externa ao indivduo, ao

    contrrio da fonte de conhecimento lgico-matemtico, que interna.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    22/43

    22

    1.3-A ABSTRAO EMPRICA E ABSTRAO REFLEXIVA

    atravs de dois tipos de abstrao que a criana constri o conhecimento

    fsico lgico-matemtico.

    Piaget constri uma concepo do nmero completamente oposta dos

    educadores de matemtica. Para muitos educadores matemticos,o nmero uma

    propriedade de conjunto ,da mesma forma se referem s propriedades de objetos.

    Em sua teoria, a abstrao da cor dos objetos muito diferente da abstrao

    de nmero,porque a abstrao de propriedades de objetos emprica, enquanto que

    para a abstrao do nmero reflexiva.

    Piaget distingue, portanto, dois tipos de experincia( ou dois componentes de toda experincia ): aexperincia fsica e a experincia lgica-matemtica. A experincia fsica consiste em agir sobreos objetos para descobrir suas propriedades tirando-asdeles por uma abstrao simples a partir dasinformaes perceptivas s quais do lugar: porexemplo,descobrir que o peso dos objetos proporcionala seu volume se permanecem homogneos (mesmadensidade), mas j no o se so heterogneos;queesse peso independente das formas e das cores etc.A

    experincia lgico-matemtica (necessria criancinha aum nvel em que ela ainda no capaz de operaesnem de deduo ordenada) consiste em agir sobre osobjetos;ela tira sua informao, no desses objetos comotais,mas,o que equivale ao mesmo,das propriedades queas aes introduzem nos objetos.5

    5PIAGET,1975;107.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    23/43

    23

    Na abstrao emprica, a criana concentra-se numa certa propriedade do

    objeto e ignora as outras.Quando ela abstrai a cor de um objeto, ignora todas as

    outras propriedades,como por exemplo o peso.Na abstrao reflexiva, j existe

    a criana no consegue construir a relao diferente, se no observar propriedades

    diferentes nos objetos.Se uma criana no tiver uma estrutura lgico-matemtica

    que lhe permitia questionar-se sobre o conhecimento que j adquiriu, no pode

    construir o conhecimento fsico.

    Para a criana interiorizar uma certa cor, ela precisa de um esquema

    classificatrio para distinguir essa cor das restantes. Logo a estrutura lgico-

    matemtica (construda pela abstrao reflexiva) necessria para a abstraoemprica, caso contrrio no conseguiria relacionar a realidade externa ao

    conhecimento j construdo uma relao entre os objetos. Aps se fazer a distino

    entre abstrao emprica e reflexiva, Piaget refere que na realidade psicolgica da

    criana, uma no existe sem a outra. Por exemplo:

    Esta distino entre as duas abstraes pode parecer mnima quando a

    criana est a aprender nmeros pequenos.Mas a aprendizagem de nmeros

    maiores.

    Piaget defende que a teoria do nmero inversa teoria dos nmeros que

    podem ser ensinados pela transmisso social, como por exemplo o contar. O

    conhecimento social resume-se a convenes estabelecidas pelas pessoas, e a sua

    principal caracterstica a arbitrariedade.

    O conhecimento social, tal como o fsico, requer uma estrutura lgica-

    matemtica para sua assimilao e organizao. A criana precisa de uma estrutura

    lgico-matemtica para reconhecer um peixe vermelho (conhecimento fsico) e uma

    giria (conhecimento social). Assim a mesma estrutura lgico-matemtica usada

    pela criana para construir tanto o conhecimento fsico como o social.

    As pessoas que consideram que o conceito de nmero deve ser ensinado por

    transmisso social, separam o conhecimento lgico matemtico de social. Por

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    24/43

    24

    exemplo, 2+3=5. Na opinio de Piaget, pode-se ensinar a criana a dar a resposta

    correta de 2+3, mas no se pode ensinar diretamente as relaes ocultas nessa

    adio.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    25/43

    25

    CAPTULO 2 A PRESENA DA MATEMTICA NA EDUCAO INFANTIL

    2.1-Repetio, memorizao e associao.

    Temos a idia de que a criana,aprende no s a Matemtica,mas todos os

    outros contedos, por repetio e memorizao, sendo a gradao do mais fcil

    para o mais difcil.So comuns as situaes de memorizao de algarismos

    isolados. Por exemplo: ensina-se o 1, depois o 2 e assim por diante.Prope-se

    exerccios de escrita como:colagem com bolinhas de papel crepom,cobrir o

    pontilhado,passar o dedinho com cola colorida, copias repetidas de um mesmonumeral,escrita repetida da sucesso numrica,e etc. Ao mesmo tempo, comum

    enfeitar os algarismos, grafando-os com figuras de bichos ou dando-lhes um aspecto

    humano, com olhos, boca e cabelos ou ainda, promovendo associao entre os

    algarismos e desenhos, por exemplo, o nmero 2 associados a dois patinhos.

    Acredita-se que, dessa forma, a criana estar construindo o conceito de nmero.

    A ampliao dos estudos da matemtica permitem questionar essa

    concepo de aprendizagem restrita memorizao, repetio e associao.

    2.2 Do concreto ao abstrato.

    Outra idia bastante presente que,a partir da manipulao de objetos

    concretos,a criana chega a desenvolver um raciocnio abstrato.Cabe ao professor

    auxiliar o desenvolvimento infantil por meio da organizao de situaes de

    aprendizagem nas quais os materiais pedaggicos cumprem um papel de auto-instruo, quase como um fim em si mesmo.Essa concepo resulta da idia de

    que primeiro trabalha-se o conceito no concreto para depois trabalh-lo no

    abstrato.O concreto e o abstrato se caracterizam como duas realidades

    dissociadas,em que o concreto identificado com o manipulvel e o abstrato com

    as representaes formais, com as definies e sistematizaes.Essa

    concepo,porm,dissocia a ao fsica da ao intelectual,dissociao que no

    existe do ponto de vista do sujeito.Na realidade, toda ao fsica supe ao

    intelectual.A manipulao observada de fora do sujeito est dirigida por uma

    finalidade e tem um sentido do ponto de vista da criana.Como aprender construir

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    26/43

    26

    significados e atribuir sentidos, as aes representam momentos importantes da

    aprendizagem na medida em que a criana realiza uma inteno.

    2.3 Jogos e br incadeiras.

    As noes matemticas que so trabalhadas na Educao Infantil, tambm

    envolvem alguns jogos e brincadeiras, principalmente aqueles que so de

    construo e de regras.

    Vrios jogos e brincadeiras que interessam a criana pequena tm um rico

    contexto em idias matemticas que podem ser desenvolvidas pelo adulto, atravs

    de perguntas, observaes, e formulaes de propostas. Alguns exemplos so:cantigas de roda, brincadeira da dana da cadeira, quebra-cabea, labirinto,

    domin, dados de diferentes tipos (com formas,nmero,figuras,etc...) , jogos de

    encaixe, jogos de cartas, etc...

    Os jogos numricos permitem as crianas utilizarem nmeros e suas

    representaes, ampliarem a contagem, estabelecerem correspondncia,

    operarem: cartes, dados, contagem, comparao e adio. Os jogos de pistas ou

    tabuleiros numerados, em que se faz deslocamento de um objeto, permitem fazercorrespondncias, contar de um em um , de dois em dois, etc. Jogos de cartas,

    permitem a distribuio, comparao de quantidades, a reunio de colees e a

    familiaridade com resultados aditivos.Os jogos especiais permitem as crianas

    observarem as figuras e suas formas, identificar propriedades geomtricas dos

    objetos, fazer representaes, modelando, compondo, decompondo ou

    desenhando.Um exemplo desse tipo de jogo a modelagem de dois objetos em

    massa de modelar ou argila, em que as crianas descrevem seu processo deelaborao.

    2.4 Contagem

    Contar uma estratgia fundamental para estabelecer o valor cardinal de

    conjuntos de objetos.Isso est evidente quando se busca a propriedade numricados conjuntos ou colees quando se tem a resposta nas perguntas quantos?

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    27/43

    27

    (cinco, seis, dez, etc.), e tambm quando se busca a propriedade numrica dos

    objetos, respondendo pergunta qual?. Nesse caso tambm em questo o valor

    ordinal de um nmero (quinto, sexto, dcimo, etc.).

    A contagem realizada de forma diversificada pela criana, como um

    significado que se modifica conforme o contexto e a compreenso que se

    desenvolve sobre o nmero.

    As crianas desde muito cedo, atravs do seu meio social, aprendem a recitar

    a seqncia numrica, muita das vezes sem se referir a objetos externos.Podem

    faz-lo, por exemplo como uma sucesso de palavras, no controle do tempo para

    iniciar uma brincadeira (1,2,3 e j !), por repetio ou com a inteno de observar a

    regularidade da sucesso.Nessa prtica, a criana se engana, para, recomea,progride. A criana pode tambm, realizar recitaes de nmeros, numa ordem

    prpria e particular, sem necessariamente fazer a correspondncia de nmeros a

    sucesso de objetos de uma coleo (1,3,6,15,por exemplo). Embora a recitao

    dos nmeros seja uma importante forma de aproximao com o sistema numrico,

    para evitar mecanizao, necessrio que as crianas compreendam o sentido do

    que esto fazendo.

    Na contagem propriamente dita, ou seja ao contar objetos as crianasaprendem a distinguir o que j contaram do que ainda no contaram e a no contar

    duas ou mais vezes o mesmo objeto.Descobre tambm que no devem repetir as

    palavras numricas j ditas e que, se mudarem sua ordem, obtero resultados finais

    diferentes daqueles de seus amiguinhos;percebem que no importa a ordem que

    estabelecem para contar os objetos,pois obtero sempre o mesmo resultado.

    2.5 Operaes

    Quando a criana conta de dois em dois ou de dez em dez, ou seja quando a

    contagem agregada uma quantidade de elementos a partir de outra, ou contam

    tirando uma quantidade de outra, ou ainda quando distribuem figurinhas, fichas ou

    balas, elas esto realizando aes de acrescentar, agregar, segregar, e repartir

    relacionadas as operaes aritmticas.O clculo portanto, aprendido junto com a

    noo de nmero e a partir do seu uso em jogos e situao problema.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    28/43

    28

    Nessas situaes, em geral as crianas calculam com apoio dos dedos, de lpis e

    papel ou de materiais diversos, como contas, conchinhas, etc. importante,

    tambm que elas possam faz-lo sem esse tipo de apoio, realizando clculos

    mentais ou estimativas.

    As crianas pequenas tambm j utilizam alguns procedimentos para

    comparar quantidades.Geralmente se apiam na contagem utilizando os dedos,

    estabelecendo uma relao termo a termo.

    2.6 Topologia

    Trabalhar com linhas curvas abertas e fechadas importante para aconstruo dos conceitos relativos a conjuntos, bem como para a construo dos

    conceitos relativos a conjuntos, e para estruturao espacial.

    Na realidade em sua vida diria a criana tem inmeras oportunidades de

    interagir com esses conceitos, cabe ao professor proporcionar-lhes muitos desses

    momentos, desafiando-a a expressar oralmente suas concluses.

    Ao brincar por exemplo,de caladinha minha, gato e rato, pique, e

    outros jogos semelhantes, a criana est se defrontando com territrios,fronteiras, limites, dentro, fora,etc.

    Outra atividade interessante e que est ligada a esse contedo desenhar no

    cho, com giz, curvas abertas e fechadas em tamanho grande o suficiente para que

    a criana caminhe sobre o risco, no esquecendo que na linguagem matemtica, as

    curvas podem ser formadas por linhas retas ou sinuosas.

    Sugira que a criana escolha um risco e o ponto ondecomear a caminhar, a brincadeira consiste em para eandar onde a linha termina.6

    6THIESSEN,1996;20.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    29/43

    29

    2.7 Blocos lgicos

    Ao utilizar os blocos lgicos nas atividades dirias a criana utiliza, guarda,

    distribui, reparte, manipula observando formas, espessura, tamanho, cor,

    estimulando assim o seu raciocnio lgico matemtico. Entretanto, podemos de

    forma ldica, sistematizar a construo de conceitos matemticos ao mesmo tempo

    que desafia a capacidade de raciocnio das crianas, organizando atividades com

    blocos lgicos.

    Os blocos lgicos, compem - se de 48 blocos de madeira (8) com quatro

    tipos de atributos:

    formas quadrado, retngulo, crculo e tringulo

    cores - vermelho, azul e amarelo;

    tamanhos grande e pequeno;

    espessuras grosso e fino;

    De incio aconselhvel, o uso de um conjunto completo

    para cada grupo e as atividades devem ser realizadas no

    cho, com o maior espao livre possvel, no horrio deatividade coletiva, explorando o livremente.7

    Depois, podemos estimular as descobertas dos atributos, manipulando-os e

    criando atividades ou brincadeiras. Em seguida, podemos comear a introduzir as

    noes, que podem ser desafiadoras levando a descobertas de vrios atributos aomesmo tempo, dependendo da reao , interesse e participao da criana.

    Devemos usar o vocabulrio correto ao nomear vrios atributos, porm sem

    exigir o mesmo da criana, dependendo claro da faixa etria, podemos aproveitar

    e trabalhar noes como: igual e diferente ou seja pareando as peas, levando-os

    assim a desenvolver o raciocnio- lgico matemtico.

    7THIESSEM,1996;22.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    30/43

    30

    CAPTULO 3 RELATANDO EXPERINCIA ENQUANTO EDUCADORA

    Com base nos princpios apresentados neste trabalho, resultado de pesquisasbibliogrfica que fundamentasse o conhecimento construdo atravs das minhas

    experincias como regente de turma da Educao Infantil e atualmente com a 1

    srie do Ensino Fundamental, e solidificando no Curso de Licenciatura Plena. A

    minha prtica busca consolidar essa teoria e a teoria de Piaget refora a minha

    prtica.

    Aps trabalhar tantos anos como regente de turma de Educao Infantil,

    constatei que de uma suma importncia a rotina da escola, pois torna a crianaindependente e a adquirir limites. Sempre fiz com que as atividades do dia se

    tornassem prazerosas, atravs de muito canto e brincadeiras.

    As atividades para a criana de Educao Infantil, devem ser desenvolvidas

    dia aps dia, havendo sempre continuidade. Para que haja uma aprendizagem

    positiva e progressiva, a rotina e a continuidade se tornam fundamentais. A prtica

    deve ser organizada de tal forma que as crianas desenvolvam plenamente suas

    capacidades.

    Quando mencionei que, ao dar aulas, sempre lancei mo de muito canto e

    brincadeiras, quis dizer, na verdade, que a rotina, no dia a dia, de um aluno de

    Educao Infantil necessria, mas se for sem criatividade e alegria, torna-se

    cansativa.

    Quando inserimos contedos nas crianas de Educao Infantil, o primeiro

    passo deixar que manipulem o material concreto para que possamos partir para o

    papel, pois estes sero fundamental na construo do pensamento lgico

    matemtico.

    3.1- CORRESPONDNCIA

    Com o objetivo de fazer a correspondncia, comparar a adio, trabalhei com

    uma atividade, com uma turma de crianas com 4 anos , onde confeccionei um

    tabuleiro em papel pardo, onde haviam nmeros de 0 at 9. Ao jogar o dado a

    criana deveria pular na casa determinada e assim sucessivamente. Os nmeros j

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    31/43

    31

    haviam sido trabalhados previamente e nesse momento estava trabalhando a

    adio, uma vez que a criana teria que somar a partir do nmero que estava.

    A criana pequena tem grande interesse em jogos e brincadeiras que

    envolvam regras, com um rico contexto em idias matemticas, pois sentem-se

    desafiadas a cumprir tal tarefa e fica feliz com suas conquistas, com isso o

    educador transmite um conhecimento atravs da brincadeira e quando o material

    confeccionado pela criana, ela sempre valoriza mais.

    3.2 CONTAGEM

    Com o objetivo de desenvolver atividades para o trabalho com contagem,estabelecer o valor cardinal de conjunto e objeto, realizei uma atividade, com

    crianas de 5 anos, onde cada criana estava com um pedao de barbante e formou

    um conjunto no cho. Ao som do apito e com a apresentao de um determinado

    nmero, a criana a at o centro e pegava a quantidade determinada e colocava

    dentro do conjunto, estabelecendo assim a relao do nmero com a quantidade,

    fazendo a contagem dos objetos. Com isso tambm a criana busca a propriedade

    numrica dos conjunto. A contagem realizada de forma diversificada pela criana,como um significado que se modifica conforme o contexto e a compreenso que se

    desenvolve sobre o nmero.

    3.3 CLASSIFICAO

    Com o objetivo de trabalhar com blocos lgicos nas atividades dirias livre, a

    criana manipulando de forma ldica, est trabalhando vrias noes que levam aconstruo do pensamento lgico matemtico e na evoluo no raciocnio abstrato.

    Em pequenas doses, com brincadeiras e atividades dirigidas, podemos tirar proveito

    didtico que o material oferece. Com blocos lgicos possvel, por exemplo, ensinar

    operaes bsicas para a aprendizagem da Matemtica, como classificao e a

    correspondncia. Essa ajuda certamente vai facilitar a vida do aluno, nos futuros

    encontros com nmeros, operaes, equaes e outros conceitos da disciplina.

    Querendo trabalhar a seqncia, promovi uma atividade assim. Preparei uma

    histria com vrios desenhos, feitos na cartolina onde as crianas em grupos iriam

    encaixar as formas geomtricas nas figuras desenhadas. Em seguida os alunos

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    32/43

    32

    reproduzem as figuras utilizando as peas dos blocos lgico. Para isso, vo observar

    e compara as cores, os tamanhos e as formas que se encaixam.

    O trabalho em grupo enriquece a atividade, pois as crianas certamente vo

    discordar entre si. O dilogo contribuir para o conhecimento fsico de cada bloco.

    Depois de completar alguns desenhos, os prprios alunos criam novas figuras. Essa

    atividade foi desenvolvida com crianas de 3 anos.

    3.4 TOPOLOGIA

    Com o objetivo de desenvolver topologia, pois muito importante para

    construo dos conceitos relativos conjuntos e par a estruturao espacial, leveimeus alunos para o ptio e desenhava curvas abertas e curvas fechadas, e depois

    pedia para que as crianas andassem em cima da linha.Tambm pedia para que

    eles reproduzissem com barbante e que colocassem uma folha de papel ofcio em

    cima e passasse o lpis cera por cima fazendo desenho sombreado e depois

    colasse por cima o barbante. Essa atividade era desenvolvida com crianas de 5

    anos.

    Atualmente estou trabalhando com uma turma de 1 srie, crianas com 7anos, e est sendo uma experincia riqussima para mim. Percebo claramente que

    todo o trabalho feito na Educao Infantil, se reflete nas sries mais altas.

    3.5 ADIO E SUBTRAO

    Quando trabalhei as operaes de adio e subtrao, percebi que havia

    necessidade de usar material concreto para uma melhor assimilao. Nessemomento a quantidade est agregada uma quantidade de elementos a partir de

    outro, ou tirando uma quantidade.

    Levei balas e criei vrias situaes problemas, onde estava inserindo a

    subtrao e a adio. Em seguida, levei a turma para o ptio e dividi em duas

    equipes: azul e vermelha. Cada equipe tinha nmeros de 0 at 9 para darem a

    resposta, eu falava a operao por exemplo: 2 + 3 igual a , o grupo que

    respondesse primeiro ganhava o ponto, sendo que era necessrio respeitar e deixar

    que todos da equipe participassem. Depois de muito trabalhado, fomos para a sala

    de aula fazer exerccios no caderno.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    33/43

    33

    3.6 CONTAGEM

    Outra atividade muito gratificante, foi trabalhar com material dourado, tendo

    como objetivo o sistema decimal. As crianas perceberam que cada quadradinho

    igual a uma unidade, e que uma barrinha com dez quadradinhos, ou seja dez

    unidades igual a uma dezena. Depois de bem trabalhado a base dez, parti para: 2

    dezenas, 3 dezenas, 4 dezenas e assim foi at chegar 9 dezenas. Em seguida

    lancei a composio e decomposio dos nmeros. Essa atividade tem como

    requisito a contagem.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    34/43

    34

    CONCLUSO

    Penso que no seja possvel ensinar matemtica fazendo a criana decorar

    regras, sinais e informaes e, por outro lado, tenho certeza de que a construo do

    pensamento lgico matemtico, essencial ao conhecimento, est relacionada

    diretamente influencia que o meio ambiente exerce sobre a criana.

    Acredito que no seja suficiente o talento inato. preciso que o meio

    ambiente seja rico em situaes, que desafiem o uso desse potencial para que a

    inteligncia se construa e crie formas, gradativamente.

    H um tempo para que o indivduo atinja cada estgio e este deve ser

    respeitado. Cabe ao professor respeitar o ritmo de cada criana, desenvolver o seutrabalho da melhor maneira possvel, buscando a construo do conhecimento.

    Crianas pequenas envolvem-se com interesse, a todo o momento, com

    questes de distribuio de quantidade e se mostram gratificadas e felizes quando

    encontram uma soluo que lhes parea justa. Embora no se deva confundir esse

    uso do cdigo numrico com o conhecimento do seu valor posicional preciso levar

    em conta as informaes de que a criana j dispe ao construir o conceito de

    nmero.A Educao Infantil pode favorecer a aquisio, ampliao a e consolidao

    desse saber. Lidar com quantidades exige do sujeito certas formas de raciocnio

    lgico conectadas com o desenvolvimento do conceito de nmero e das relaes

    entre nmeros.

    De incio as representaes podem ser livres, mas gradativamente, devem

    ser utilizados os sinais estabelecidos pelo grupo para que a comunicao se

    estabelea de forma mais objetiva.O professor deve proporcionar situaes interessantes com materiais

    variados para trabalhar as relaes matemticas, fazendo com que os alunos

    progridam seu conhecimento matemtico.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    35/43

    35

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    KAMII Constance, A cr iana e o nmero,So Paulo : Editora Papirus, 24 edio.

    1998.

    PIAGET Jean, O nascimento da inteligncia na criana, Rio de Janeiro: Zahar

    Editores/MEC, 2 edio.Traduo de lvaro Cabral.1975.

    PIAGET Jean, A construo do real na cr iana, Rio de Janeiro: Zahar

    Editores/MEC, 2 edio.Traduo de lvaro Cabral.1975.

    PIAGET Jean, A formao do smbolo na criana, Rio de Janeiro: Zahar

    Editores/MEC, 2 edio. Traduo de lvaro Cabral e Christiano Monteiro Oiticica.

    1975.

    PIAGET Jean,Para compreender Jean Piaget,Rio de Janeiro: Editora Guanabara,

    4 edio.Traduo de Maria Jos J. G. de Almeida.1990.

    RIZZO Gilda, Matemtica Natural a construo do raciocnio, Rio de Janeiro:

    Editora Didtica e Cientfica.2001.

    BEAL Ana Rosa e THIESSEN Maria Lucia, Uni Duni Te desafios na pr-

    escola, Rio de janeiro: Editora tica. 2 edio.1996.

    BRASIL, Referncia Curricular Nacional para a Educao Infantil,

    MEC/SEF.1998.

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    36/43

    36

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    37/43

    37

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    38/43

    38

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    39/43

    39

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    40/43

    40

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    41/43

    41

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    42/43

    42

  • 8/13/2019 trabalho como exemp.pdf

    43/43