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UNINOVE
2010.
MATERIAL DE APOIO DE DIREITO E PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO ADMINISTRATIVO.
Profº MS. Pedro Luiz Zarantonelli
UNINOVE
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São Paulo/2010
Universidade Nove de Julho – UNINOVE
Unidades Memorial e Vergueiro.
Disciplina: Direito e Planejamento Tributário Empresarial
Professor Mestre Pedro Luiz Zarantonelli
e-mail : [email protected]
CONTRATO PEDAGÓGICO
“A Universidade é um lugar - mas não só ela - privilegiado
para conhecer a cultura universal e as várias ciências,
para criar e divulgar o saber, mas deve buscar uma
identidade própria e uma adequação à realidade
nacional”1
1 - Ementa: Atividade financeira do Estado, Direito Financeiro, Tributos,
Fato Gerador, Crédito. Tributário, Lançamento, Processo Administrativo e
Processo Judicial Tributário
2 - Objetivo: Demonstrar ao aluno a necessidade da imposição tributária
para a satisfação das necessidades públicas, as fontes de direito tributário,
explicando a hierarquia das leis dentro do ordenamento jurídico tributário,
bem como a constitucionalidade e legalidade das normas. Conhecimento
das obrigações tributárias inerentes ao exercício da contabilidade e do
relacionamento empresarial.
3- Metodologia:
Aulas expositivas acompanhadas de discussões e debates sobre os assuntos
ligados às práticas jurídicas e legislação vigente abordadas pela disciplina.
4 – Avaliações:
AV1 = PROVA
AV2 = SEMINÁRIO/TRABALHO
AV3 = PROVA INTEGRADA
1 WANDERLEY, Luiz Eduardo W. O que é universidade? São Paulo: Editora Brasiliense. 9. ed. –
Coleção Primeiros Passos, 1988, p. 15.
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AV4 = PROVA
NOTA FINAL = AVX + AV3 + AV4 → MÉDIA: 6,0 (SEIS)
AVX = AV1 ou AV2 (Menor Descartada!)
*CONTEÚDOS E CRITÉRIOS SERÃO ESTABELECIDOS AO LONGO DO SEMESTRE
5- Horários das aulas:
Período noturno: 19:15 – 20:55 Período matutino: 07:50 – 09:30
20:55 – 21:20 09:30 – 09:50
21:20 – 23:00 09:50 – 11:30
6- Faltas justificadas: Somente as faltas previstas pela legislação vigente,
ou seja:
6.1. Licença maternidade;
6.2. Doenças infecto contagiosas / crônicas;
6.3. Regime domiciliar
Nestes casos, e demais previstos por lei, os atestados deverão ser entregues
à secretaria no prazo máximo de 48 horas.
7- Limite de Faltas:
A aprovação na disciplina está condicionada, além do aproveitamento de
notas (média 6,0), a 75% de presença às aulas, portanto, o limite de faltas
corresponde a 25%, o que equivale a:
- disciplinas de 40 horas = 10 faltas
- disciplinas de 80 horas = 20 faltas.
Obs.: Cada aluno deve administrar suas faltas de forma a manter-se
dentro do limite permitido, salvo os casos reconhecidos pela Secretaria.
8- Controle de Presença:
8.1. Haverá controle de presença em todas as aulas por meio de chamada
que será feita uma única vez, no início ou no final da aula, ou em duas
vezes, no início e no final da aula, a critério do professor;
8.2. O aluno que não responder a chamada será considerado faltante.
9- Regras de Conduta e Comportamento:
9.1. A sala de aula é um ambiente de estudo, trabalho e concentração.
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9.2. É fundamental que os alunos participem das aulas levantando suas
dúvidas, expondo suas idéias e promovendo debates referentes aos temas
propostos. A participação será coordenada pelo professor, portanto,
levantem a mão para que esta participação seja feita de modo organizado.
9.3. Atrasos e saídas antecipadas devem ser evitados para não prejudicar o
andamento dos trabalhos. Em caso de urgência, saiam discretamente sem
atrapalhar a concentração dos colegas.
9.4. Durante as aulas expositivas, não serão admitidas conversas entre
alunos. As conversas paralelas atrapalham a concentração de toda a turma.
9.5. Aparelhos de telefone celular devem ser mantidos desligados durante
as aulas. Em caso de urgência, devem permanecer no vibra call e atendido
fora da sala discretamente.
10- Material e bibliografia:
10.1. O instrumento das aulas será o material de apoio enviado pelo
professor via email da turma e a bibliografia apontada abaixo, sendo que
esta última contribuirá em muito para o maior aprendizado do aluno;
10.2. O material enviado ao email da turma deverá ser impresso por cada
aluno que deverá trazê-lo a todas as aulas para o adequado
acompanhamento da explanação do conteúdo pelo professor.
10.3. O material de apoio não esgota todo o conteúdo, sendo apenas um
roteiro facilitador das aulas, portanto, compareçam as aulas e façam as
anotações mencionadas pelo professor ao longo da explanação do
conteúdo. Alguns exemplos de casos concretos poderão não constar no
material enviado e poderão ser objeto de pergunta em avaliação.
11 – Provas e trabalhos:
11.1. As provas serão aplicadas exclusivamente nas datas estipuladas pelo
professor.
11.2. As provas devem ser respondidas com caneta, não sendo corrigidas as
provas feitas a lápis.
11.3. Durante a realização das provas não serão admitidas consultas a
nenhum material, livro ou apontamentos, a menos que se trate de prova de
consulta cujos materiais a ser consultados serão criteriosamente
examinados pelo professor.
11.4. O professor terá o direito de reter a prova do aluno que fornecer
consulta e daquele que consultar qualquer material ou pedir ajuda para
outro aluno, sendo desconsiderada a nota.
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11.5. Provas substitutivas somente serão realizadas em casos excepcionais
para o aluno em regime domiciliar acometido de doença grave, infecto
contagiosa e ou crônica, cuja situação deve ser devidamente comprovada
por atestado médico (documento original válido) entregue na secretaria da
instituição. Neste caso, a prova substitutiva será aplicada na aula
subseqüente à data marcada para a prova, dentre as circunstâncias
mencionadas neste item.
11.6. Acaso o aluno não compareça na data de realização da prova, nem
apresente na aula subseqüente sua justificativa válida aos casos acima
mencionados para a excepcional prova substitutiva ficará sem nota com o
registro de “N/C” (não compareceu) no quadro de notas, sem direito a
qualquer atividade substitutiva, a menos que esteja em regime domiciliar
superior a uma semana, o que também deverá ser atestado pela Secretaria
da instituição, como nos casos de cirurgias com internação e licença
maternidade.
11.7. As provas serão corrigidas e entregues na semana subseqüente a data
de sua aplicação.
11.8. As reclamações quanto ao cômputo da nota e correção da prova
somente poderão ser levantadas no dia da sua entrega, oportunidade em que
o conteúdo da avaliação será
discutido rapidamente em sala de aula.
11.9. O prazo para revisão de notas é exclusivamente o dia de entrega das
provas, sendo
desconsideradas quaisquer reclamações futuras, portanto, é importante que
o aluno compareça na aula para pessoalmente receber sua avaliação
corrigida.
11.10. As datas previstas para entrega e apresentação de trabalhos deverão
ser cumpridas rigorosamente, sob o risco de ficar sem nota.
11.11. No caso de trabalho em grupo o tema deverá ser bem distribuído a
todos os integrantes de modo a possibilitar o envolvimento e o
desenvolvimento de todos.
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12 - Bibliografia:
FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo; FÜHRER, Maximiliano
Roberto Ernesto. Resumo de
Direito Tributário. Coleção Resumos 8. 19 ed. São Paulo: Malheiros,
2008.
ICHIHARA, Yoshiaki. Direito Tributário. São Paulo: Atlas, 2008.
FABRETTI, Láudio Camargo; FABRETTI, Dilene Ramos. Direito
Tributário para os cursos de Administração e Ciências Contábeis. 6 ed.
rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2007.
LOPES, Mauro Luís Rocha. Direito Tributário Brasileiro. Niterói-RJ:
Ímpetus, 2009.
ROSA JÚNIOR, Luiz Emygdio F. Manual de Direito Financeiro e
Tributário. 12 ed. rev e atual.
Rio de Janeiro: Renovar, 1998.
OLIVEIRA, Frederico B. de, Apostila de Direito Tributário para Ciências
Contábeis. 2010.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
(atualizada).
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (atualizado)
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ATENÇÃO : este material é simplesmente de apóio e não está transcrito
na íntegra, pois todos os detalhes e complementos serão debatidos em sala
de aula (aula presencial)
I – TEMAS INTRODUTÓRIOS-REVISÃO
1. ESTADO
1.1. Conceito de Estado
É a “pessoa jurídica formada por uma sociedade que vive num
determinado território subordinada a uma autoridade soberana.” (Max e
Édis)
1.2. Elementos do Estado
a) Território – é o espaço físico delimitado por fronteiras naturais ou não.
Compreende a superfície, o subsolo, o espaço aéreo correspondente à
superfície e o mar territorial.
b) Povo – é o número determinado ou não de indivíduos que habitam o
território unidos por uma mesma língua, objetivos e cultura. Não se
confunde com população, que exprime um conceito matemático, de caráter
quantitativo, abrangendo tanto os nacionais quanto os estrangeiros.
c) Poder soberano – é o poder que tem o Estado de aplicar o Direito
dentro de seu território, sem subordinação a outra ordem.
2. OS PODERES DO ESTADO
O nosso país, inclusive a atual Constituição Federal de 1988 adotou o
sistema de tripartição do poder em que a SOBERANIA do Estado é
formada nas funções EXECUTIVA, LEGISLATIVA e JUDICIÁRIA
independentes e harmônicas entre si.
A Constituição Federal estabelece no art. 2º que: “São poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.”
Poder Legislativo
SOBERANIA Poder Executivo
Poder Judiciário
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2.1. Poder Legislativo
Poder incumbido de fazer as leis, pelas quais deve reger o Estado.
Função Típica: elaboração das normas jurídicas (leis) e a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.
a) Poder Legislativo Federal: adota o sistema bicameral (duas
câmaras)
Senado Federal
Congresso Nacional
Câmara dos Deputados
O Senado Federal é composto de Senadores que representam os Estados
da Federação e o Distrito Federal para um mandato de 8 anos. Cada Estado
e o DF tem direito a 3 senadores representando as respectivas unidades,
sendo estes renovados de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e
dois terços.
A Câmara dos Deputados é composta de Deputados Federais que são
representantes do povo para um mandato de 4 anos. Como esta casa
representa o povo, o número de deputados federais é proporcional a
população das unidades federativas, ou seja, o estado membro mais
populoso, a exemplo de São Paulo, tem o número maior de representantes
nesta casa legislativa.
Neste sistema bicameral os projetos de lei examinado e votado por uma
casa será revisto pela outra e vice-versa.
b) Poder Legislativo Estadual: sistema unicameral
Assembléias Legislativas compostas por Deputados Estaduais em número
proporcional à população do estado.
Obs.: No Distrito Federal a Assembléia Legislativa é composta por
Deputados Distritais.
c) Poder Legislativo Municipal: sistema unicameral
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Câmaras de Vereadores ou Câmara Municipal composta por
Vereadores em número proporcional à população dos respectivos
Municípios.
Obs.: Como o Distrito Federal é uma unidade federativa anômala em que
não há subdivisão em municípios, a Assembléia Legislativa do Distrito
Federal acumula a competência legislativa municipal, não havendo,
portanto, Câmaras de Vereadores.
Obs2.: Diferente do Poder Executivo, no poder legislativo não há limite
para reeleição no mesmo cargo.
2.2. Poder Executivo
É o poder incumbido de executar as leis e administrar o Estado.
Função típica: exercício da chefia de Estado e de governo e da
administração geral do Estado.
a) Poder Executivo Federal: é exercido pelo Presidente da República,
auxiliado pelos Ministros de Estado.
b) Poder Executivo Estadual e Distrito Federal: é exercido pelos
Governadores de Estado, auxiliado pelos Secretários de Estado.
c) Poder Executivo Municipal: é exercido pelos Prefeitos Municipais,
auxiliados por seus secretários municipais. Na vacância do cargo do
Prefeito e do vice a substituição será feita pelo Presidente da Câmara de
Vereadores.
Obs.: O Distrito Federal é a única unidade da federação que não possui
Poder Executivo Municipal.
2.3. Poder Judiciário
É o poder incumbido de aplicar o Direito, solucionando os litígios e
controvérsias trazidos a sua apreciação. Garante o Estado Democrático de
Direito por ser o aplicador dos direitos dispostos na Constituição Federal e
nas leis do nosso país.
Função típica: aplica o direito pondo fim aos conflitos sociais por meio das
ações judiciais aplicando a justiça.
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Diferente dos demais poderes o ingresso na magistratura se dá por concurso
público, salvo os cargos destinados ao quinto constitucional.
A estruturação do Poder Judiciário também é diferenciada não podendo se
falar em subdivisão em esferas federais, estaduais e municipais.
3. FONTES DO DIREITO
3.1. Lei
Lei consiste numa regra de conduta, geral e obrigatória emanada de poder
competente e provida de força coercitiva. É uma regra elaborada pelo
legislador para ordenar, dirigir o comportamento do homem que vive em
sociedade determinando como deve ser sua conduta.
ASPECTOS DA LEI
1º - Regra de conduta geral e obrigatória
2º - Elaborada por um poder competente
3º - Força coercitiva
A lei é a principal fonte do Direito Tributário, isto porque, de acordo, com
o princípio da legalidade, como veremos a cobrança e majoração de
tributos somente poderão ocorrer em virtude de lei.
3.1.1. Lei como fonte primária: Constituição Federal, Constituições
Estaduais, Emendas à Constituição; leis complementares; leis ordinárias;
medidas provisórias; resoluções.
a) Constituição Federal – lei básica fundamental que dispõe a estrutura do
sistema nacional tributário com as diretrizes e princípios essenciais. Os
arts. 145 a 162 definem os tributos adotados no nosso país e distribui as
competências tributárias da União, Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal, bem como as limitações do poder de tributar;
b) Leis Complementares – tem função de complementar dispositivos da
Constituição Federal, com o diferencial de serem aprovadas por maioria
absoluta das casas legislativas. O Código Tributário Nacional (CTN) tem
força de lei complementar por definir normas gerais de direito tributário.
Ex.: “Art. 146. Cabe a lei complementar: I – dispor sobre conflitos de
competência, em matéria tributária, entre a União, Estados, o Distrito
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Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder
de tributar; III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária...” (CF)
c) Leis Ordinárias – são leis comuns federais, estaduais e municipais e
normatizam apenas dentro dos limites de sua competência. Ex.: “Lei
Estadual 6.374/89 que disciplina o ICMS no Estado de São Paulo,
obedecendo aos princípios e regras da CF e CTN.
d) Medidas Provisórias – é um instrumento legislativo provisório, com
força de lei, editado pelo Presidente da República (Poder Executivo) que
deve ser submetido de imediato ao Congresso Nacional para que seja
convertido em lei. Somente poderá ser editado em casos de RELEVÂNCIA
e URGÊNCIA.
e) Resoluções – são leis feitas pelo Senado Federal para, no caso do direito
tributário, estabelecer limites das alíquotas de certos impostos, como por
exemplo, o ICMS de competência estadual.
3.1.2. Lei como fonte secundária (sentido amplo) – não inovam na ordem
jurídica: decretos, regulamentos, atos, instruções normativas, circulares,
portarias, ordens de serviço e convênios.
a) Decretos – são normas elaboradas pelo Poder Executivo que se limita a
dar aplicação prática de leis. Ex. decreto para especificar detalhadamente as
alíquotas sobre a circulação de cada tipo de produtos; Decreto 3.000/99 –
Regulamento do Imposto de Renda, que regula a forma de recolhimento e
administração do imposto de renda das pessoas físicas e jurídicas.
b) Normas complementares das leis (art. 100 CTN) que orientam a
administração tributária e as formas de recolhimento de tributos. Ex.:
instruções normativas.
3.2. Doutrina
Trata-se de elemento de alcance e compreensão da legislação tributária. A
doutrina compõe-se pela produção de estudos dos doutores, juristas e
estudiosos do Direito Tributário que elaboram e sistematizam conceitos e
explicações dos institutos jurídicos de tributação.
3.3. Jurisprudência
É o conjunto das soluções reiteradas de conflitos (processos judiciais)
postos à decisão do Poder Judiciário, levando-se em consideração os
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tribunais (STJ e STF). Não tem poder normativo - decisões proferidas pelo
STF e STJ;
- súmulas vinculantes e a declaração de inconstitucionalidade de lei
declarada pelo STF.
OBS.: O DIREITO TRIBUTÁRIO NÃO ADOTA O COSTUME
COMO FORMA DE INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO
DIREITO, CONFORME INTELIGÊNCIA DO ART. 108 DO CTN. 4. – RAMOS DO DIREITO
a) Direito Público : direito indisponível – temos como exemplo : Direito
Constitucional; Direito Tributário; Direito administrativo; Direito
Processual Civil e Penal; Direito Penal; Direito Canônico; Direito
internacional Público, Direito Eleitoral, Direito Militar.
b) Direito Privado : direito disponível – temos como exemplo : Direito
Comercial e Direito Civil-Empresarial
c) Direito Difuso : Direito do Consumidor, Direito do Trabalho e Direito
Ambiental, Direito Previdenciário e Direito Econômico e Direito
Internacional Privado.
5. VIGÊNCIA DA LEI
Como sabemos a lei é levada ao conhecimento da população através (por
meio) da sua publicação no Diário Oficial seja da UNIÂO ou do ESTADO, não
se pode escusar ao seu cumprimento alegando o seu desconhecimento.
Sua força obrigatória, vigência, se dá, ou melhor, está condicionada à sua
vigência, isto quando ela começa a vigorar.
No bojo da própria lei vem determinando o prazo em que a norma terá a
sua vigência e este tempo é determinado pelo legislador.
Note que no bojo da Lei pode vir determinando quando a norma entrará
em vigor, seja na data da publicação ou no prazo que o legislador entender que é
necessário e suficiente para a sociedade se adequar àquela nova norma.
Quando a Lei não trouxer este prazo seguiremos a regra geral que é de 45
(quarenta e cinco) dias da data da publicação.
Este espaço de tempo entre a publicação e a entrada em vigor da norma
dá-se o nome de vacatio legis.
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6. DA RETROATIVIDADE E IRRETROATIVIDADE DA LEI
Temos que ter como regra geral que impera o princípio da irretroatividade
das leis, para garantir o ato jurídico perfeito e dar segurança jurídica aos negócios
realizados. Entretanto, a retroatividade somente ocorre em casos especialíssimos
como, por exemplo, na Lei Penal quando esta é mais benigna ao Réu, ou ainda
mais especialíssima quando houver lei que autorize (esta raramente ocorre e
quando acontece é na esfera do direito tributário)
7. DA CESSAÇÃO DA OBRIGATORIEDADE DA LEI
A cessação da obrigatoriedade da Lei se dá através da REVOGAÇÃO.
A revogação pode ser: a) Expressa: quando a lei nova declara revogada a
lei anterior ou: b) Tácita: -quando a nova lei é incompatível com a anterior. –
quando a lei nova regula inteiramente a matéria tratada pela anterior.
8. PERSONALIDADE DA PESSOA FÍSICA
Conhecemos as garantias e os direitos constitucionais e agora veremos que o
nosso Código Civil/2002 protege também os direitos da personalidade, assim
entendidos: ao prenome, sobrenome ou pseudônimo, à divulgação não autorizada
de escritos ou da própria imagem, bem como a disposição de órgãos para
transplantes.
O início da personalidade da pessoa humana se dá com o seu REGISTRO de
nascimento, onde temos sua identificação através do seu nome, pré nome,
sobrenome, filiação, data de nascimento, local e assim sucessivamente, dados
estes que vai identificando a pessoa e a sua personalidade.
Do mesmo modo que a personalidade do indivíduo inicia-se com o seu
nascimento e seu registro, a mesma se extingue com a morte, morte presumida e
pela ausência.
• Considera-se ausente a pessoa que desaparece de seu domicílio, não
havendo dela notícias.
• A Lei dá à ausência uma solução em três etapas: (a) se o ausente não
deixou procurador ou representante legal será feita a arrecadação judicial
de seu bens, com a nomeação de um curador, publicando-se editais sobre
o fato, de dois em dois. (b) Um ano após o primeiro edital poderá ser
aberta a sucessão provisória entrando os herdeiros na posse dos bens, se
prestarem garantia, para devolução integral, na hipótese de retorno do
ausente. (c) sucessão definitiva se dará quando, dez anos depois da
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sentença transitada em julgado que concede a abertura da sucessão
provisória ou 5 anos após das últimas notícias, se o ausente contar com 80
anos de idade, converte-se a sucessão provisória em definitiva.
• MORTE PRESUMIDA : independentemente do processo de ausência,
pode também ser presumida a morte, desde logo, de pessoa que estava em
perigo de vida, com falecimento extremamente provável, ou de pessoa
desaparecida na guerra, em campanha ou feita prisioneira. A morte
presumida abre a sucessão definitiva e dissolve o vínculo conjugal.
II – NOÇÕES PRELIMINARES DE DIREITO FINANCEIRO
Para conceituarmos o Direito Financeiro é necessário recordarmos o
conceito de Direito, que de forma mais simplificada, é o conjunto de
normas ou regras de conduta impostas pelo Estado.
1. Conceito de Direito Financeiro
Direito Financeiro é o ramo do direito público que regula as finanças do
Estado e as relações da atividade financeira que se estabelece entre o
Estado e o particular que podem ser tanto as pessoas físicas como pessoas
jurídicas. As finanças do Estado são, portanto, o conjunto de riquezas que o
Estado tem disponível para cumprir seus objetivos. Mas, quais são estes
objetivos? Basta recordar os interesses coletivos e os serviços públicos
essenciais para a manutenção da organização do povo que figura como
elemento deste Estado.
De acordo com a nossa Constituição Federal tanto a União, como os
estados-membros, o DF e os Municípios possuem competência, ou seja,
atribuição para legislar sobre Direito Financeiro, mas as diretrizes gerais
ficam a cargo da União por se tratar de competência concorrente (art. 24
CF/88).
Isso ocorre porque os Estados e os Municípios, em razão da autonomia
administrativa, política e financeira necessitam fazer suas leis
orçamentárias para organização de suas receitas e despesas públicas.
É importante evidenciar que o Direito Financeiro cuida em estudar a
Despesa Pública, Receita Pública e Orçamento Público, este último como
equilíbrio entre a receita e despesa.
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2. Arrecadação e a Atividade Financeira do Estado
O Estado arrecada por meio dos tributos que nos são impostos
compulsoriamente (obrigatoriamente) graças ao elemento constrangedor
que nos obriga cumprir a norma denominado sanção. Se não pago o IPTU
na data do vencimento terei que pagar com juros, correção monetária,
multa e ainda poderei perder o meu imóvel em favor do Município para
garantir a arrecadação do referido tributo.
Mas qual é o objetivo do Estado, quer seja a União, estados membros ou
Municípios em desempenhar uma atividade financeira? A atividade
financeira do Estado deve sempre zelar pelo bem comum. Será que o
Estado tem por objetivo o lucro? O Estado é uma pessoa jurídica sem fins
lucrativos, e, mesmo no desempenho de atividades lucrativas como é o caso
excepcional das empresas públicas a exemplo da Petrobrás, Caixa
Econômica Federal, estas devem desempenhar tal papel em benefício dos
interesses da coletividade.
A atividade financeira do Estado é, portanto, ARRECADAR, GERIR e
APLICAR recursos. Disto temos a RECEITA, DESPESA e o
ORÇAMENTO público que o Direito Financeiro cumpre regulamentar.
3. Receita Pública
A receita pública é toda a entrada de recursos monetários tanto pela
arrecadação de tributos quanto pela obtenção de empréstimos. Temos assim
as seguintes espécies de receitas, conforme leciona Láudio Camargo
Fabretti:
“a) receita corrente: a que produz variação positiva no patrimônio
líquido, por aumento de valor do ativo. Por exemplo: arrecadação de
tributos; recebimento de dividendos de sociedades de economia mista ou
de empresas estatais dependentes etc.;
b) receita de capital: a que corresponde a permuta de valores ativos e
passivos. Por exemplo: operações de crédito (tomada de empréstimos
públicos ou privados),alienação de bens (venda de controle acionário de
empresas estatais privatizadas) etc.”
4. Despesa Pública
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Entende-se por despesa pública toda a saída de numerário decorrente ou da
diminuição do patrimônio líquido ou pela troca de valores que não alteram
referido patrimônio. Trago, pois a classificação feita por Láudio Camargo
Fabretti:
a) despesas correntes: as que produzem variação negativa no patrimônio
líquido, ou seja, redução de valor do ativo. Por exemplo: despesas de
custeio (pagamento de pessoal civil e militar; de material de consumo etc.);
b) despesas de capital: as que representam simples permuta de valores do
ativo. Por exemplo: investimentos (obras públicas, equipamentos e
instalações, aquisições de imóveis, concessão de empréstimo etc.).
5. Orçamento Público
É o orçamento público o objeto de regulação do direito financeiro diante da
atividade financeira do Estado. Neste aspecto, temos que este corresponde
a um documento contábil adotado como instrumento da execução de
políticas econômicas e sociais conforme a vocação da atividade estatal.
Com efeito, o orçamento público é a previsão de receitas e despesas que
devem ser equilibradas para a consecução dos objetivos do Estado.
A Constituição Federal ao regular as finanças públicas determina que os
orçamentos são leis, nestes termos:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo
estabelecerão:
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I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”
a) plano plurianual (PPLA): é um plano que dispõe sobre programas de
duração prolongada voltada a diversos setores do governo (§ 1º);
b) lei de diretrizes orçamentárias (LDO): compreende as metas e
prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital. É
um documento que traz diretrizes orientadoras para a elaboração da lei
orçamentária anual (§ 2º);
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c) lei orçamentária anual (LOA): dispõe minuciosamente o orçamento
fiscal com a previsão de receitas e despesas no âmbito dos três Poderes e
todos os órgãos da administração pública direta, indireta (§ 5º).
É a Lei n. 4.320/64 que regula de forma geral o direito financeiro para a
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados,
Municípios e Distrito Federal. Ao lado dela temos como instrumento de
responsabilização dos gestores das finanças públicas a Lei de
Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar n. 101/2000, obrigando a todas
as esferas de administração pública a cumprir um rigoroso equilíbrio entre
receita e despesa; previsão e arrecadação; limites de despesas e
endividamento; gestão patrimonial; e transparência na gestão fiscal com a
correta escrituração e prestação de contas dos orçamentos.
III – NOÇÕES PRELIMINARES DE DIREITO TRIBUTÁRIO.
Disciplina do semestre.
1. Conceito de Direito Tributário
O Estado não poderia atender os anseios da coletividade acaso não tivesse à
sua disposição um mecanismo para obrigar os indivíduos a contribuírem
com a arrecadação dos cofres públicos. Para este mister, contamos com o
direito tributário que é o ramo do direito público que regula as relações
entre o Estado e os particulares diante sua atividade financeira quanto a
obtenção de receitas conceituadas como tributos. O Direito Tributário nada
mais é que um conjunto de regras instrumentos para obrigar os particulares
a contribuírem com o Estado nas suas atividades essenciais por meio do
recolhimento de tributos.
IV – TRIBUTO – Hipótese de incidência e seus aspectos, sujeito ativo e
Passivo.
Neste capítulo estudaremos a relação jurídica entre o Fisco (Estado –
sujeito ativo) com os contribuintes para a arrecadação da receita pública.
Conheceremos em que consistem os fundamentos para a cobrança do
tributo, suas espécies e quem são os obrigados ao seu pagamento (sujeito
passivo).
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1. Tributo
O Código Tributário Nacional em seu artigo 3º define tributo como sendo:
“toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção a ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada”.
2. Espécies tributárias
Os tributos são divididos nas seguintes categorias:
2.1. Imposto: tributo não vinculado a uma atuação estatal, ou seja, a
contribuinte paga sem receber algo imediatamente em troca, haja vista que
sua arrecadação será utilizada posteriormente para o custeio da
Administração e para aplicação em serviços públicos. Ex.: IR, IPTU, IPVA
etc;
2.2. Taxa: tributo diretamente vinculado a uma prestação dada pelo Estado,
ou seja, você paga em troca de um serviço público que é imediatamente
prestado, podendo ainda referir-se a atuação de fiscalização da
administração pública (poder de polícia)2. Ex.: taxa de licença para abertura
de estabelecimento comercial; taxa de renovação da CNH, etc;
2.3. Contribuição de Melhoria: é tributo exigido quando a realização de
uma obra pública eleve a valorização do imóvel. Ex.: contribuição de
melhoria decorrente do asfaltamento da rua etc.;
2.4. Empréstimo Compulsório: tributo instituído (criado) para atender
despesas extraordinárias como calamidade pública e guerra, neste caso, por
se tratar de empréstimo, o Estado fica obrigado a restituir;
2.5 Contribuições Sociais (parafiscais ou especiais): são tributos
instituídos para coletar recursos destinados a determinadas áreas da
Administração Pública indireta, como autarquias públicas, que são
entidades que exercem atividades públicas dirigidas a grupo sociais. Ex.:
2 Considera-se poder de polícia, como dispõe o art. 78 do Código Tributário Nacional, a atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivo. E o parágrafo único agrega ser regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente, nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade
que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder
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contribuição previdenciária (INSS); contribuições corporativas para a
OAB, CRECI, CREA, CRA.
2.5.1. Contribuições sociais do artigo 149 da Constituição Federal
Conhecidas como contribuições especiais ou parafiscais, o artigo 149 da
Constituição Federal relata que compete exclusivamente à União instituir
as seguintes contribuições sociais:
- De intervenção no domínio econômico; e
- De interesse das categorias profissionais ou econômicas.
No parágrafo 1º estabelece que os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios também poderão instituir contribuições, mas especificamente
para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de seus
servidores, dos quais serão cobradas.
A Emenda Constitucional nº 39/02 acrescentou o art. 149-A a Constituição
Federal onde autoriza os Municípios e o Distrito Federal a instituir
contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das
respectivas leis.
As contribuições figuram no capítulo em que são estabelecidos os
princípios gerais do sistema tributário nacional, e estão submetidas às
limitações constitucionais impostas aos tributos e às normas gerais
previstas no artigo 146, III da Constituição Federal. É pois, vedado cobrar
contribuições:
- sem lei que as estabeleça;
- antes da vigência da lei que as houver instituído ou aumentado;
- no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que as
instituiu ou aumentou.
Exceção é feita apenas às contribuições à seguridade social, previstas no
artigo 195 da Constituição Federal. Estas poderão ser exigidas após
decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
aumentado, não se lhes aplicando a exigência de que a respectiva lei esteja
em vigor antes do início do competente exercício financeiro.
O fato gerador da respectiva obrigação é que determinará a natureza
específica da contribuição em cada caso (CTN, art. 4º). A Constituição
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Federal refere-se a contribuições específicas em vários dispositivos:
contribuição à seguridade social (art. 195 e 201 a 204); contribuição social
do salário-educação (art. 212, §5º); contribuição para o Programa de
Integração Social – PIS e para o Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público – PASEP, que financiará o programa do seguro
desemprego (art. 239).
As crescentes funções intervencionistas do Estado cada vez mais estimulam
a criação de contribuições de organismos que se desenvolvem e atuam ao
lado das funções estatais; são chamadas funções paraestatais.
As contribuições – instrumento de atuação e de intervenção do Estado –
têm uma característica peculiar: o sujeito ativo das contribuições não é
necessariamente aquele que detém a respectiva competência tributária. A
competência tributária compreende a competência legislativa (art. 6º do
CTN), de que são dotadas apenas as pessoa políticas – União, Estados e
Municípios.
O artigo 7º do CTN dispõe que a competência tributária é indelegável, o
que não prejudica a atribuição a outras pessoas de direito público das
funções de arrecadar e fiscalizar tributos, ou executar leis e atos
administrativos. A atribuição de funções prevista no artigo 6º do CTN não
autoriza o ente, a quem estas foram conferidas, a ficar com o produto da
arrecadação, o que, no entanto, pode ocorrer no âmbito do Direito
Financeiro. Quando o sujeito ativo recebe a atribuição das funções
previstas no artigo 7º do CTN e, além disso, tem a disponibilidade sobre os
valores arrecadados, para aplicá-los no desempenho de suas atividades
específicas, temos caracterizado o fenômeno da parafiscalidade.
Os tributos parafiscais estão subordinados ao regime jurídico-constitucional
dos tributos. A destinação legal do produto da arrecadação é irrelevante
para a qualificação jurídica específica do tributo, conforme estabelece o
artigo 4º do CTN.
a) As contribuições sociais de intervenção no domínio econômico são as
seguintes:
1) Taxa de Marinha Mercante (TMM), hoje, Adicional ao Frete para
Renovação da Marinha Mercante (AFRMM). Essa exação constitui
contribuição social destinada à obtenção de recursos financeiros para
custear a intervenção da União nas atividades de apoio ao desenvolvimento
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da marinha mercante, bem como ao desenvolvimento de nossa indústria de
construção e reparação naval.
2) CIDE Combustível (art. 176, § 4- CF).
Incidente sobre a importação e a comercialização de gasolina e outros
combustíveis derivados do petróleo, inclusive o álcool etílico. Têm por fato
gerador as operações realizadas com os aludidos combustíveis como a
comercialização no mercado interno e a importação. Os contribuintes deste
tributo são: o produtor, o formulador e o importador, nos termos do art. 3º
da Lei 10. 336 de 2001.
b) As contribuições sociais de interesse de categorias profissionais ou
econômicas são as seguintes:
1) Contribuição sindical prevista no art. 578 e seguintes da CLT. A
contribuição sindical será recolhida de uma só vez, anualmente e consistirá
na importância correspondente à remuneração de um dia de trabalho para
os empregados, sendo variável aos trabalhadores autônomos, profissionais
liberais e empregadores conforme prevê tais dispositivos da CLT. Não se
confunde com a contribuição associativa a sindicatos que é facultativa.
2) Contribuições sociais arrecadadas para a manutenção do SENAI, do
SENAC, do SESC, do SESI, da OAB etc.
5.5.2. Contribuições sociais do artigo 195 da Constituição Federal
Preliminarmente, cumpre distinguir entre contribuições sociais gerais e
contribuições para a seguridade social. A Constituição Federal define a
seguridade social como um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social (art.194). Os artigos
196, 201 e 203 delineiam os direitos concernentes à saúde, à previdência
social e à assistência social, respectivamente. Com um simples olhar
podemos constatar que o campo de abrangência da seguridade social é bem
maior que o da previdência social.
O artigo 195 da Constituição Federal dispõe que a seguridade social será
financiada por toda a sociedade, de forma indireta, através de recursos
orçamentários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
por meio de impostos em geral e, de forma direta, através das seguintes
contribuições sociais:
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da
lei, incidentes sobre:
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- folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
- a receita ou o faturamento;
- o lucro;
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social.
III – sobre a receita de concursos de prognósticos (concursos de sorteio,
como loterias etc).
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou quem a lei a ele
equiparar. O § 4º do art. 194 faculta instituição de outras fontes para
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, desde que
obedecido o disposto no art. 154, I, da CF, ou seja, pode a União utilizar-se
do mecanismo da competência residual com a observância dos requisitos
constitucionais exigidos a esse título, inclusive a obrigatoriedade de
entregar aos Estados e ao DF 25% do produto de sua arrecadação (art. 157,
II da CF).
As contribuições sociais para financiamento da seguridade social não se
submetem ao princípio da anterioridade do exercício financeiro, mas ao da
anterioridade nonagesimal (art. 195, § 6º da CF). Tal fato não tem a menor
relevância jurídica para negar seu caráter tributário, pois os impostos
federais, com exceção do imposto sobre a renda e do imposto territorial
rural, não se submetem ao referido princípio tributário.
A verdade é que essas contribuições são compulsórias e se enquadram
perfeitamente na definição de tributo dado pelo artigo 3º do CTN. Sua
natureza jurídica específica resulta do fato gerador da respectiva obrigação,
sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características
formais adotadas pela lei, assim como, a destinação legal do produto de sua
arrecadação (art. 4º do CTN).
a) Contribuições sobre folha de salários e demais rendimentos do
trabalho
A base de cálculo dessa contribuição social é o total das remunerações
pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços,
destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja sua forma, sobre o qual
incide a alíquota de 20% (art. 22, I, da Lei nº 8.212/91, alterada pela Lei nº
9.876/99). Aplica-se, também, sobre o total das remunerações pagas ou
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creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados
contribuintes individuais que lhe prestem serviços, a alíquota de 20%.
Com a nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98, não haverá
mais necessidade de a empresa manter empregados para qualificar-se como
sujeito passivo da contribuição; bastará apenas a relação de trabalho, e não
relação de emprego, entre a empresa e o beneficiário de qualquer
rendimento pago ou creditado.
b) Contribuições sociais sobre a receita ou o faturamento.
Como modalidades dessa subespécie de contribuição temos a COFINS e o
PIS.
COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social foi
instituída pela Lei Complementar nº 70/91, alterada pela Lei nº 9.718/98,
incidindo à alíquota de 3%, sobre o faturamento, entendendo-se como tal a
receita bruta, abarcando a totalidade das receitas auferidas pela pessoa
jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a
classificação contábil adota para as receitas. A Lei nº 10.833/03 elevou a
alíquota de 3% para 7,6% para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro
real permitindo descontar créditos de bens e direitos adquiridos.
PIS/PASEP – A contribuição para o Programa de Integração Social foi
instituída pela Lei Complementar nº 7/70, ao passo que a contribuição para
o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público o foi pela Lei
Complementar nº 8/70. A partir do advento da Carta Política de 1988 essas
duas contribuições passaram a financiar, nos termos que a lei dispuser, o
programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º do art. 239
da CF.
A base de cálculo do PIS foi alterada pela Lei nº 9.718/98, passando a
incidir sobre o faturamento, sendo a mesma base da COFINS. A alíquota
atual é de 0,65%, conforme estabelecido pela Lei nº 9.715/98. A Lei nº
10.637/02 elevou a alíquota de 0,65% para 1,65% para as pessoas jurídicas
tributadas pelo lucro real permitindo descontar créditos de bens e serviços
adquiridos.
Com a criação da COFINS, em substituição ao FINSOCIAL, o qual
estipulava que sua base de calculo era o faturamento mensal, assim
considerada a receita bruta de vendas de mercadorias e serviços, que era a
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mesma do PIS, propiciou na doutrina a tese de inconstitucionalidade por
bitributação. Ora, se a entidade tributante é a mesma, não há que se falar
em bitributação (jurídica); o que existe, na realidade, é o bis in idem, isto é,
incidência dupla sobre o mesmo fato econômico (faturamento mensal), o
que não é inconstitucional porque a Carta Política não fixou um
determinado teto de tributação, limitando-se a proibir o efeito confiscatório.
Tanto faz tributar-se com alíquota de 4% com o nome de COFINS, ou,
tributar-se com alíquota de 2% com o nome de COFINS e outros 2% com
nome de PIS. De qualquer maneira, o STF já declarou a constitucionalidade
dessa contribuição social em sede de ação declaratória de
constitucionalidade, cuja decisão produz eficácia contra todos e efeito
vinculante, relativamente aos órgãos do Poder Judiciário.
A Lei nº 10.865/04 veio dispor sobre a incidência do PIS e da COFINS
sobre as importações de produtos e serviços provenientes do exterior.
c) Contribuição social sobre o lucro
Essa contribuição social foi instituída pela Lei nº 7.689/88. Seu fato
gerador é o lucro das pessoas jurídicas, tendo como base de cálculo o valor
do resultado do exercício, antes da provisão do imposto sobre a renda.
Segundo a Medida Provisória nº 1.991/00 incidirá o percentual de 9% sobre
sua base de cálculo, relativamente aos fatos geradores ocorridos de 1º de
fevereiro de 2.000 a 31 de dezembro de 2.002.
d) Contribuição social dos servidores públicos
O artigo 40 da Constituição Federal, redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20/98, descreve o seguinte:
Aos servidores titulares de cargos, efetivos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
contribuição do respectivo ente público, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o
disposto neste artigo.
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e) Contribuição provisória sobre movimentação financeira – CPMF
(REVOGADA)
Inicialmente criada como imposto provisório sobre movimentação
financeira – IPMF pela Emenda Constitucional nº 03/93, sob a alegação de
promover o ajuste fiscal para reequilibrar as finanças da União, foi
considerada inconstitucional pelo STF no aspecto relativo a cobrança de
imposto em relação às entidades sob a proteção da imunidade recíproca e
da imunidade genérica, bem como daquele cobrado no mesmo exercício de
sua instituição pela Lei Complementar nº 77/93.
A Emenda Constitucional nº 12/96, enxertada no art. 74 da ADCT da
Constituição Federal de 1988, outorgou a União a competência para
instituir a contribuição provisória sobre movimentação financeira ou
transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira,
conhecida pela sigla de CPMF, pelo prazo máximo de 2 anos, cuja
arrecadação será inteiramente destinada ao Fundo Nacional de Saúde, para
financiamento das ações e serviços de saúde. Estabeleceu como alíquota
máxima o percentual de 0,25%.
Em ação direita de inconstitucionalidade nº 1.497-8, impetrada pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde – CNTS – foi pedida a
suspensão dos efeitos da Emenda nº 12/96, sendo que o Plenário do STF,
por maioria de votos, denegou a liminar pleiteada, em sessão do dia 9 de
outubro de 1996, considerando válida a CPMF.
A Emenda Constitucional, a de nº 21, de 18 de março de 1999, prorrogou
por mais trinta e seis meses a cobrança dessa “contribuição provisória”,
através do expediente de acrescentar o art. 75 ao Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias. Essa Emenda elevou a alíquota para 0,38%
para os doze primeiros meses e para 0,30% para os meses subseqüentes,
destinando o produto de sua arrecadação ao custeio da previdência social.
A Emenda Constitucional nº 37/02, prorroga novamente a CPMF até 31 de
dezembro de 2004, acrescentando o art. 84 ao ADCT. A alíquota passa a
ser de 0,38% e a sua destinação é dividida em:
- 0,20 % - Fundo Nacional de Saúde, para financiamento das ações
e serviços de saúde;
- 0,10% - Custeio da previdência social;
- 0,08% - Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.
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A Emenda Constitucional nº 42/03 prorroga novamente a CPMF até 31 de
dezembro de 2007 quando finalmente chega-se ao seu fim. Nunca um
provisório foi tão permanente.
3. Hipótese de Incidência ou Fato Gerador ou Fato imponível.
O Código Tributário Nacional estabelece que:
“Art. 114. Fato gerador [ou hipótese de incidência ou fato
imponível da obrigação principal é a situação definida em
lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.”
Nesta linha de raciocínio, temos que o fato gerador é aquilo que a lei
descreve como sendo motivo para a cobrança de determinado tributo. O
fato de alguém ser proprietário de imóvel que lhe obriga o pagamento do
IPTU; o proprietário de automóvel que obriga o pagamento do IPVA; a
venda de mercadoria que obriga o pagamento do ICMS etc.
3.1. Espécies de Fato Gerador.
a) Fato Gerador instantâneo – se concretiza em um único ato. Ex.: venda
de um imóvel com pagamento à vista – fato gerador do ITBI;
b) Fato Gerador periódico – ocorre diariamente, mas a lei determina que
montante do tributo seja apurado em determinado período. Ex.: ICMS –
apuração mensal; IPI – apuração decendial (60 dias) ; PIS/COFINS –
apuração mensal;
c) Fato Gerador complexivo – depende de uma série de operações para a
apuração da base de cálculo e o montante do tributo devido. Ex.: IRPF.
d) Fato Gerador persistente – é o constante, que não tem um prazo certo
para a sua conclusão, incluem nesta espécie os fatos geradores decorrentes
da propriedade que é um direito permanente. Neste caso, a lei fixa uma data
em que se considera ocorrido o fato gerador para fim de calcular o tributo
devido.
Ex.: 1º de janeiro de cada exercício financeiro para o IPTU, IPVA etc.
3.2. Aspectos do Fato Gerador:
a) aspecto material – é o ato ou fato jurídico necessário e suficiente para a
concretização da hipótese de incidência. Ex.: a propriedade territorial
urbana (IPTU), a realização da importação (II) e exportação (IE), a
transmissão de bens imóveis entre pessoas vivas (ITBI) etc.
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b) aspecto temporal – é o momento da consumação do fato gerador, ou
seja, o instante em que a obrigação nasce. Ex.: a entrada de produtos
estrangeiros no território nacional (II). Para os fatos geradores persistentes
a exemplo do IPTU e IPVA é a lei que vai fixar o momento do fato gerador
para efeito de nascimento da obrigação tributária.
c) aspecto espacial – é o local da ocorrência do fato gerador para verificar-
se a competência para se exigir o tributo. Ex.: “o serviço considera-se
prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na
fato do estabelecimento, no local do domicílio do prestador” (art. 3º da LC
116/03).Deste modo, é possível verificar qual é o município competente
para exigir o tributo ou para qual a obrigação tributária é devida.
d) aspecto quantitativo – corresponde à identificação do valor da
prestação tributária mediante a verificação da base de cálculo e a alíquota
determinável em lei.
3.3. Base de cálculo
Entende-se por base de cálculo o valor sobre o qual é aplicado o percentual
(alíquota) para apurar o valor do tributo a pagar. É a lei complementar que
define a base de cálculo. Ex.: a base de cálculo do IRPJ poderá ser
calculado sobre o lucro real; a base de cálculo do IPTU é o valor venal do
imóvel de acordo com a avaliação feita pela prefeitura etc.
3.4. Alíquota
Entende-se por alíquota o percentual definido em lei a ser aplicado sobre a
base de cálculo para apuração do tributo devido. As alterações também
devem ser determinadas por lei.
V – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
“Competência tributária é a aptidão para criar tributos, mediante a edição
do necessário veículo legislativo (art. 150, I, da CF), indicador de todos os
aspectos de sua hipótese de incidência.” (COSTA, CTN Comentado). Ou
seja, é atribuição que a União, Estados, Municípios e DF possuem em criar
tributos por lei (princípio da legalidade).
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União, Estados,
Município e o D.Federal União
Estados e o D.Federal
Municípios e o D.Federal
Taxas IR - Imposto de Renda (PF e PJ)
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços
ISS-QN - Imposto sobre serviço de qualquer natureza
Contribuições de Melhorias
II - Imposto de Importação
IOF - Imposto Sobre Operações Financeiras
IPVA - Imposto sobre propriedade de veículos automotores.
IPTU - Imposto Predial Territorial Urbano
IE - Imposto de Exportação
IGF - Imposto sobre Grandes Fortunas.
ITCMD - Imposto de Transmissão causa mortis e doação
ITBI - Imposto de Transmissão de Bens Imóveis.
ITR - Imposto Territorial Rual
IEG - Imposto Especial de Guerra.
IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados
Contribuições Sociais.
Empréstimos Compulsórios.
* calculo por dentro para composição de preço.
VI – VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA NORMA TRIBUTÁRIA
Estes institutos são importantes para a verificação da vigência da lei
tributária e o momento de sua aplicação efetiva para instituir e majorar
tributos. A interpretação e integração é método de aplicação dos
dispositivos legais de acordo com o caso concreto, observando-se ainda sua
integração na ocorrência de lacunas.
1. Vigência
A lei, salvo disposição contrária, começa a vigorar em todo o país 45 dias
depois de oficialmente publicada. Esta disposição serve apenas para
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quando a lei não dispõe expressamente qual é o momento exato de sua
vigência. Por outro lado, a maioria das leis dispõe expressamente o início
de sua vigência, sendo na grande parte das vezes a partir da sua publicação.
Ex. “Art. X. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.”
No Código Civil de 2002 – “Art. 2.044. Este Código entrará em vigor 1
(um) ano após a sua publicação.”
- Não se tratando de vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
- A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando
com ela seja incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior.
- A lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a anterior;
- A lei em vigor terá efeito imediato e geral não atingindo, salvo disposição
contrária as situações jurídicas definitivamente constituídas, como é o caso
do ato jurídico perfeito e da coisa julgada.
Para Paulo de Barros Carvalho a “vigência é a propriedade das regras
jurídicas que estão prontas para propagar efeitos tão logo aconteçam, no
mundo fático, os eventos que elas descrevam.”
2. Aplicação da lei tributária
A aplicação da lei tributária divide-se em:
- aplicação da lei tributária no tempo; e
- aplicação da lei tributária no espaço.
a) Aplicação da lei tributária no tempo:
Temos que levar em consideração o fato gerador (hipótese de incidência)
que leva a cobrança do tributo (a propriedade de imóvel – IPTU, a
propriedade de carro – IPVA, a circulação de mercadorias – ICMS etc.) –
art. 105 do CTN – fatos geradores futuros.
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O Código Tributário Nacional estabelece que:
“Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o
fato gerador e existentes os seus efeitos:
I – tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem
as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que
normalmente lhe são próprios;
II – tratando-se de situação fática jurídica, desde o momento em que esteja
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.”
Para Geraldo Ataliba: “Define-se o aspecto temporal da hipótese de
incidência como a propriedade que esta tem de designar (explícita ou
implicitamente) o momento em que se deve reputar consumado
(acontecido, realizado) um fato imponível.”
Deste modo, podemos ilustrar o Imposto de Renda sendo que os
rendimentos do contribuinte serão considerados para a aplicação da lei
tributária no momento em que houver sua disponibilidade econômica ou
jurídica, criando assim o dever do contribuinte recolher o tributo aos cofres
públicos.
b) Aplicação da lei tributária no espaço:
Este aspecto deverá ser analisado levando em consideração o local onde o
fato gerador ocorre. Isto terá importância para a verificação da competência
das unidades federativas e dos municípios pelos quais o nosso país
encontra-se segmentado.
Podemos ilustrar esta questão no caso de uma indústria construída fora do
Estado do Amazonas que não poderá usufruir os benefícios fiscais de
redução de imposto de renda, isenção de IPI em suas operações,
financiamentos de ICMS conferidos àquelas empresas estabelecidas na
Zona Franca de Manaus.
3. Interpretação da Lei Tributária
A interpretação da legislação tributária poderá ser:
a) autêntica – feita pelo legislador;
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b) administrativa – feita pela administração tributária a exemplo das
instruções normativas;
c) judicial – feita pelas decisões judiciais;
d) informal – feita pelos operadores do direito tributário, como advogados,
contadores, auditores etc.
A interpretação da legislação tributária é o entendimento obtido pelos
operadores do direito, contribuintes e estudiosos do Direito Tributário a
respeito da cobrança dos tributos, suas isenções etc.
- art. 111 do CTN – interpretação literal para os casos de suspensão ou
exclusão do crédito tributário;
- art. 112 do CTN – interpretação mais benéfica ao contribuinte nos casos
de infração penal ao contribuinte nos casos de dúvida;
- art. 118 do CTN – interpretação quanto a definição do fato gerador
(hipótese de incidência)
“Art. 118 – A definição legal do fato gerador é
interpretada abstraindo-se:
I – da validade jurídica dos atos efetivamente praticados
pelos contribuintes, responsáveis ou terceiros, bem como
da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II – dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.”
4. Integração da Lei Tributária
As lacunas da lei não poderão servir para onerar o contribuinte.
O CTN estabelece que:
“Art. 108 – Na ausência de disposição expressa, a
autoridade competente para aplicar a legislação tributária
utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de Direito Tributário;
III – os princípios gerais de Direito Público;
IV – a equidade.[senso de justiça, imparcialidade]
§ 1º. O emprego da analogia não poderá resultar na
exigência de tributo não previsto em lei. [serviços
congêneres no ISS]
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§ 2º. O emprego da equidade não poderá resultar na
dispensa do pagamento do tributo devido.”
VII – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS –
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR.
Como a nossa Constituição Federal trata de forma pormenorizada o sistema
tributário nacional destacando, inclusive as espécies tributárias e a
competência de cada ente federativo para instituir tributos, temos uma alta
carga principiológica que rege o modo de cobrança de tributos que devem
ser observados a todo o tempo como limitações ao poder tributante.
1. Princípio da Legalidade (inc. II do art. 5º e inc. I do art. 150 da CF)
Premissa máxima – não há tributo sem lei que o defina.
Deste princípio é importante considerar que a exigência dos tributos
encontra-se vinculada à existência de lei que o institua. Do mesmo modo
que a majoração (aumento) também deve decorrer de prévia lei que o
estabeleça.
Este princípio “garante ao contribuinte que se sujeitará a imposição
tributária segundo o disposto em norma pré-estabelecida no limite de suas
disposições, situação sem a qual o tributo não será exigível, já que eivado
de vício” (ilegal).
2. Princípio da Capacidade Contributiva (§ 1º do art. 145 da CF)
Este princípio decorre da idéia de que o Estado deve tributar de acordo com
a exteriorização de riquezas manifestada por meio da prática de um ato que
revelará a capacidade contributiva do contribuinte para suportar o ônus
fiscal. Isto ocorre para que o contribuinte não suporte grande sacrifício
afetando sua substância básica.
“Este princípio constitucional garante ao contribuinte ser tributado segundo
a grandeza do fato descrito em Lei, passível de gerar a constituição da
obrigação tributária que lhe é imputável. Trata-se, portanto, de garantia ao
contribuinte de que será tributado segundo dimensão adequada do evento
jurídico ou econômico que realizar descrito na hipótese de incidência do
tributo previamente estabelecido em Lei.”
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Ex. - O IPTU possui sua incidência valorada de acordo com o valor venal
do imóvel cuja propriedade é o fato gerador (hipótese de incidência);
- O IPVA possui sua incidência valorada de acordo com o valor venal do
veículo cuja propriedade é o fato gerador (hipótese de incidência);
- O IR é calculado em porcentagens variáveis de acordo com o rendimento
bruto do contribuinte Tabela Progressiva para cálculo mensal do
Imposto de Renda de Pessoa Física a partir do exercício de 2011, ano
calendário de 2010.
TABELA PROGRESSIVA DE I.R. 2010
BASE DE CÁLCULO EM REAIS ALÍQUOTA
PARCELA A DEDUZIR DO IMPOSTO
Até R$ 1.499,15 Isento - -
de R$ 1,499,15 até R$ 2.246,75 7,50% R$ 112,43
de R$ 2.246,76 até R$ 2.995,70 15% R$ 280,94
de R$ 2.995,71 até R$ 3.743,19 22,50% R$ 505,62
Acima de R$ 3.743,19 27,50% R$ 692,78
3. Princípio da Isonomia (inc. II do art. 150 da CF)
Este princípio impõe que as situações fiscais semelhantes devem ser
tributadas igualmente sem discriminação ou privilégios, deste modo, os
contribuintes da mesma categoria ou que apresentam as mesmas condições
devem ser tributados de forma igual.
“O princípio da isonomia em matéria tributária traduz-se na
impossibilidade de entes tributantes, ao instituírem o tributo, tratarem
contribuintes em situação equivalente de forma desigual.”
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4. Princípio Tributário da Anterioridade ou “Princípio da Não-
Surpresa do Contribuinte”
Este princípio assegura aos contribuintes o conhecimento prévio (com certa
antecedência) de quais tributos serão criados ou majorados. Este princípio
divide-se em:
- Anterioridade do exercício financeiro e;
- Anterioridade nonagesimal (noventena).
4.1. Anterioridade do Exercício Financeiro (art. 150, III, “b” da CF).
Para a sua aplicação basta que a lei tributária que cria ou majore tributo
seja publicada até o dia 31 de dezembro de um ano para que possa ser
aplicada com a produção de seus efeitos no exercício (ano) seguinte.
Com efeito, a Constituição Federal no art. 150, III, “b”, proíbe, em regra,
que a lei que crie ou aumente o tributo produza efeitos no mesmo ano em
que tenha sido publicada.
Obs.: não confunda a produção de efeitos da lei (aplicação) com
vigência.
EXCEÇÃO - Não submete ao princípio da anterioridade do exercício
financeiro os seguintes tributos (art. 150, § 1º, 1ª parte da CF) :
- Empréstimos Compulsórios para guerra e calamidade pública;
- IPI;
- Imposto de Importação;
- Imposto de Exportação;
- IOF;
- Contribuição Previdenciária.
4.2. Anterioridade Nonagesimal ou Noventena (art. 150, III, “c”)
Este método de aplicação veio a dar maior efetividade ao princípio da não
surpresa ao contribuinte, considerando que não basta a mudança do
exercício financeiro, sendo necessário o cumprimento do prazo de noventa
dias da publicação da lei.
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Ex.1. O tributo que foi aumentado por lei publicada em 31/12/07 somente
poderá ter o seu aumento exigido no dia 1º de abril, ou seja, decorrido 90
dias; Ex. 2. Se a lei que aumentou o tributo foi publicada em 2 de
novembro de 2007, a majoração não poderá ser exigida a partir de 1º de
janeiro de 2008, mas tão somente a partir de 1º de fevereiro de 2008, ou
seja, após transcorrido 90 dias da publicação da lei.
EXCEÇÃO - A noventena não se aplica aos seguintes tributos (§1º do art.
150, 2ª parte da CF):
- Empréstimos Compulsórios – guerra e calamidade pública;
- Imposto de Importação;
- Imposto de Exportação;
- Imposto de Renda;
- IOF;
- a fixação da base de cálculo do IPVA
- a fixação da base de cálculo do IPTU.
Obs.: No caso da verificação da anterioridade, concluímos que o
aumento do Imposto de Renda poderá ter vigência no primeiro dia do
exercício seguinte ao que a lei foi publicada, assim como a fixação da
base de cálculo do IPVA e IPTU.
5. Princípio do Não-Confisco
Este princípio assegura que o contribuinte não será tributado de modo a
impossibilitá-lo de exercer suas liberdades, a exemplo do direito de
propriedade. Portanto uma propriedade que tenha um valor venal de R$
10.000,00 (dez mil reais) que tenha uma alíquota de IPTU fixada em 20%
teremos aí uma exigência confiscatória, haja vista que o proprietário
perderá o exercício do seu direito de propriedade proporcionalmente em 5
anos de pagamento de IPTU, o que tornaria inviável sua manutenção.
6. Princípio da Imunidade
Trata-se de limitação que resguarda a independência dos entes da
federação, a liberdade de culto religioso, a liberdade de associação política,
sindical, assistencial, educacional e de divulgação científica e cultural (art.
150 CF).
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6.1. Espécies de Imunidades
a) Imunidade recíproca ou intergovernamental – os entes tributantes ou
federativos não poderão instituir impostos uns dos outros.
b) Imunidade para templos – visa preservar a liberdade religiosa no País.
c) Imunidades para Partidos Políticos, Entidades Sindicais de
Trabalhadores, Instituição de Educação e Entidades de Assistência Social.
d) Partidos Políticos – a atividade política é fundamental para a sustentação
do regime democrático: a liberdade política deve ser difundida. Trata-se de
regra que vem ao encontro da proteção do PLURALISMO PARTIDÁRIO.
A imunidade em comento deve abranger os partidos registrados no
Tribunal Superior Eleitoral – TSE.
e) Instituição de Educação – a regra imunizadora visa lograr difundir
ensino e cultura.
f) Entidades de Assistência Social – englobam os trabalhos de assistência
social ou benemerência (entidades que promovem a filantropia, e não a
“pilantropia”). É mister enaltecer que, além de não pagarem impostos, as
entidades filantrópicas também não pagam Contribuição Previdenciária,
conforme imunidade prevista no art. 195, § 7º, da CF/88.
g) Imunidades para Livros – difusão da cultura. Abrange livros, periódicos,
jornais e o papel destinado a sua impressão.
VIII – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
1. Obrigação tributária
A relação entre o Estado e as pessoas sujeitas a tributação é uma relação
jurídica que constitui objeto essencial do direito tributário, que é de
natureza obrigacional.
Antes de adentrar ao que seja obrigação tributária temos a considerar uma
distinção importante para que não haja confusão entre a obrigação e o
crédito tributário, este último como estágio mais avançado da atividade
fiscal do Estado. A obrigação é um primeiro momento na relação tributária,
isto porque seu conteúdo ainda não é determinado e o seu sujeito passivo
ainda não está formalmente identificado conforme iremos constatar após
estudarmos o lançamento.
Na obrigação tributária a prestação ainda não é exigível porque é
necessário o Estado avaliar quem é o sujeito passivo desta relação.
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Deste modo, podemos considerar que obrigação tributaria é a relação
jurídica em que o particular (sujeito passivo) tem o dever de prestar
dinheiro ao Estado (sujeito ativo), ou de fazer ou não fazer no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos, e o Estado, por outro lado, tem
o direito de constituir contra o particular o denominado crédito tributário.
A obrigação tributária poderá ser também acessória, ou seja, representará
uma penalidade pelo não pagamento dos tributos, como é o caso das
multas, ou, ainda, quando a lei impõe a prática ou a abstenção de um ato,
como é o caso de obrigar as empresas e emitir notas fiscais etc.
a) Obrigação Principal - consiste numa obrigação de dar uma soma em
dinheiro, sendo, portanto, de natureza patrimonial;
b) Obrigação acessória – obrigação de fazer, não sendo de ordem
patrimonial, mas converterá em principal acaso não seja cumprida. Ex.:
emitir nota fiscal; não receber mercadorias sem nota fiscal; deixar de
fiscalizar os livros fiscais. A demora no pagamento dos tributos ensejam as
obrigações acessórias que se convertem em obrigação principal como é o
caso de juros, correção monetária e multa.
Diante disto, é importante considerar que as obrigações acessórias existem
para viabilizar o cumprimento das obrigações principais.
2. Sujeitos da obrigação tributária
legislar e
exigir tributos: A União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
dividindo-se
em:
a) Contribuinte – “quando tenha relação pessoal e direta com a situação
que constitua o respectivo fato gerador” (inc. I, art. 121 CTN);
b) Responsável (arts. 128 a 138) – “quando, sem revestir a condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.” (inc. II,
art. 121 CTN). Atua como um agente arrecadador do fisco em substituição
ao contribuinte de fato. Ex.: IR retido na fonte;
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INSS descontado do empregado em folha de pagamentos;
IPI cobrado do comprador na nota fiscal
b1. Responsabilidade dos sucessores – é a responsabilidade daqueles que
sucedem na relação que constitua o fato gerador do tributo.
- sucessão dos herdeiros no inventário e arrolamento;
- sucessão de empresas pelo fundo do comércio, a fusão, incorporação e
transformação;
- compra e venda doação ou dação em pagamento.
Obs.: a incapacidade civil do sujeito passivo não interfere na sua
capacidade tributária, assim, um incapaz poderá ser sujeito tributário e
deverá arcar com o pagamento dos tributos.
IX - LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
Lançamento tributário é o “procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, e
terminar matéria tributável, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da
penalidade cabível” (art. 142 do CTN). É a formalização da constituição do
crédito tributário, ou seja, é a constatação oficial da ocorrência do fato
gerador.
1. Modalidades de lançamento
O Fisco poderá avaliar a ocorrência do fato gerador dos seguintes modos:
a) Lançamento por declaração: é o efetuado “com base na declaração do
sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação
tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de
fato, indispensável à sua efetivação” (art. 147 do CTN). Neste caso,
ocorrendo a hipótese de incidência, o sujeito passivo (contribuinte) é quem
declara as informações referentes ao fato gerador fornecendo ao fisco as
condições para a constituição do crédito tributário. Ex. ITR porque é o
contribuinte quem declara as medidas, localização da propriedade rural,
tipo de solo, natureza da exploração agrícola por declarações anuais
prestadas ao INCRA, Imposto de importação e exportação que é declarado
pelo transportador ao passar pela alfândega/imigração;
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b) Lançamento de ofício ou direto: lançamento de ofício é o que a
iniciativa compete à administração tributária sem participação do sujeito
passivo. Ex. IPTU, taxas e contribuição de melhoria;
c) Lançamento por homologação: neste procedimento o contribuinte faz a
declaração do fato gerador e o pagamento antecipadamente, somente após
as informações e o pagamento é que a administração tributária irá proceder
ao lançamento concordando ou não com as declarações prestadas. Ex.
ICMS, IR, IPI (prazo decadencial de 5 anos para a homologação).
Obs.: Após a notificação do sujeito passivo, o lançamento somente poderá
ser alterado mediante impugnação, recurso de oficio ou iniciativa da
autoridade administrativa, conforme prevê o art. 149 do CTN.
X – FORMAS DE SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
a) Moratória – é quando a administração tributária concede por lei um
prazo maior do que a lei normalmente prevê para que o sujeito passivo
efetue o pagamento do crédito tributário. Afasta, portanto, a possibilidade
da cobrança de multa, juros de mora e correção monetária (arts. 152 a 155
do CTN);
b) Depósito do montante integral do crédito tributário – é quando o
contribuinte deposita em juízo o montante integral do crédito tributário em
juízo visando discuti-lo judicialmente. É feito em ações cautelares ou em
ações de consignação em pagamento;
c) Recursos administrativos – a constituição (formação) do crédito
tributário de tributos em que o lançamento é feito por homologação, como
ICMS e IPI, é feita pela administração tributária (fisco) por meio de
processo administrativo (lançamento tributário), assim também como a
discussão de autos de infração tributária em que a aplicação da penalidade
deve preceder a notificação do infrator. Como a Constituição Federal
garante o direito a ampla defesa a definitiva constituição do crédito
tributário e a aplicação da penalidade decorrente de auto de infração cabe
discussão nas vias administrativas (direito de defesa). Deste modo, acaso o
contribuinte venha a utilizar o seu direito de defesa o fará por meio de
recurso administrativo que também é causa de suspensão do crédito
tributário;
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d) concessão de medida liminar em mandado de segurança, em
medidas cautelares e tutela antecipada -
MS – medida judicial para proteger direito líquido e certo lesado por ato de
autoridade. Os demais são medidas de urgência que também suspendem a
exigibilidade do crédito tributário.
e) Parcelamento - o parcelamento é um benefício fiscal concedido por lei
pela entidade tributante, uma vez concedido e sendo regularmente
cumprido pelo contribuinte impede-se a exigibilidade da obrigação. No
caso de haver execução fiscal em curso tal processo judicial será suspensa
até o cumprimento integral do parcelamento.
XI – FORMAS DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
a) Pagamento – é a satisfação integral da obrigação tributária, devendo ser
realizado em moeda corrente, cheque ou vale postal;
b) Compensação – tratando-se de créditos líquidos, certos e fungíveis,
admite-se a compensação, desde que prevista em lei, toda vez que o sujeito
passivo for ao mesmo tempo credor e devedor do sujeito ativo da obrigação
tributária;
c) Transação – ocorre desde que autorizada por lei, admite-se a celebração
de concessões mútuas entre sujeito ativo e passivo da obrigação tributária;
d) Remissão – é o perdão da obrigação tributária após sua constituição, se
dá por autorização de lei desde que preenchidos os requisitos da situação
econômica do sujeito passivo, erro ou ignorância inevitável do sujeito
passivo quanto a matéria de fato, a pequena importância do crédito
tributário, as condições peculiares de determinada região do território
tributante (art. 172 CTN);
e) Decadência – é o perecimento (perda) do direito do Fisco constituir o
crédito tributário, em se tratando de lançamento tributário direto, se dá no
prazo de cinco anos contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte
àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Nos tributos sujeitos
a lançamento por homologação, o prazo decadencial de cinco anos é
contado da data da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4º CTN)
f) Prescrição – é a perda do direito de ação para cobrança do crédito
tributário, se da no prazo de cinco anos, contados da constituição definitiva
do crédito.
XII – FORMAS DE EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
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a) Isenção – é a dispensa, por meio de lei, de forma geral ou específica do
pagamento de um tributo devido ou normalmente devido. Ex.: os isentos do
pagamento de imposto de renda, isentos de pagamento de pequena
propriedade urbana etc;
b) Anistia – consiste no perdão de penalidade imposta ao sujeito passivo
infrator, depende de lei que só alcança fatos pretéritos. Não se confunde
com remissão que dispensa o pagamento do tributo enquanto a anistia
dispensa de forma específica, excluindo as infrações cometidas
anteriormente à vigência da lei que concedeu esta modalidade de exclusão.
Cabe dizer então que a anistia extingue a multa ou a penalidade já aplicada;
Obs.: Existe uma modalidade denominada IMUNIDADE que não pode ser
confundida com isenção. Na imunidade algumas pessoas jurídicas ou
alguns casos concretos não são considerados hipóteses de incidência
porque não se forma sequer a relação jurídica com o Fisco. A imunidade
diferentemente da isenção é impedimento do exercício do poder de tributar,
como ocorre a proibição de cobrança de tributos entre a União, Estados e
Municípios, templos de qualquer culto, patrimônio, renda ou serviços das
entidades sindicais, assistenciais, educacionais sem fins lucrativos e livros,
jornais e periódicos.
XIII – DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Com o aprendizado acima, já podemos entender o que é planejamento
tributário e para uma definição bem aperfeiçoada temos que recordar que
começamos um planejamento a partir da formação de uma sociedade,
quando estamos redigindo o documento de constituição de uma sociedade
empresária;
Vimos que conforme o Estado ou Município em que será a sede da nova
empresa sobre o seu objetivo social (serviços, indústria ou comércio)
incidirá tributos diversos em diversos âmbitos sejam Federal, Estadual ou
Municipal.
Ainda neste momento da formação de uma sociedade empresária podemos
ainda fazer as opções pelo SIMPLES, conforme autoriza a legislação
específica para o caso. (ver micros empresas e Empresas de Pequeno
Porte).
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Agora podemos definir que Planejamento Tributário Empresarial como
sendo:
“o conjunto de procedimentos adotados pelo contribuinte
visando ELIMINAR, REDUZIR ou DIFERIR PARA
MOMENTO MAIS OPORTUNO a incidência tributária.”
XIV – FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
a) ELISÃO FISCAL
A elisão fiscal é o procedimento LÍCITO (legal) adotado pelo
contribuinte para reduzir a carga tributária, podendo utilizar procedimentos
destinados a fazer com que os seus negócios não se encaixem nas hipóteses
de incidência de tributos, reduzindo, assim, a alta carga tributária imposto
pelo nosso País.
Casos concretos de ELISÃO FISCAL: a) sede da empresa em
relação ao ISS; b) Abertura de nova sociedade para venda de imóvel e
posterior venda da nova sociedade – para evitar a incidência do ITBI.
As espécies de Elisão fiscal são aquelas que decorrem da própria lei
ou aquelas que resultam de lacunas ou brechas existentes na norma.
- aquela que decorre da própria Lei = neste caso a própria lei permite
ou até mesmo induz a economia de tributos em que o próprio legislador
concede ao contribuinte benefícios fiscais e podemos citar como exemplos
incentivos para criação de pólo industrial visando contribuir com a geração
de emprego e a obtenção de mais recursos para a receita do respectivo
estado/município outro exemplo é a Lei de recuperação fiscal – REFIS e
REFAZ, programas instituído por lei em que o fisco garante ao devedor
redução ou até mesmo isenções de multas e juros para o pagamento da
obrigação tributária e ainda pode até mesmo conceder parcelamentos.
-aquele que resulta de lacunas e brechas da Lei, neste caso o
contribuinte opta por realizar negócios de forma que terá um menor ônus
tributário, utilizando-se de elementos ou forma que a lei não proíbe ou que
possibilitem evitar o fato gerador de determinados tributos sem infringir a
Lei, temos como exemplo a mudança da sede social de uma empresa para
outro município para diminuir a alíquota do ISS.
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b) EVASÃO FISCAL (ilegal – constitui crime)
A evasão fiscal constitui prática ILÍCITA (ilegal) adotada pelo
contribuinte para não pagar total ou parcialmente os tributos devidos. Neste
caso o contribuinte comete sonegação fiscal, fraude ou conluio incidindo
nas penas dos crimes contra a ordem pública previsto na Lei Federal
8.137/990, bem como nas penas acessórias da obrigação tributária que
impõe pesadíssimas multas e alta incidência de juros e correção monetária.
XV - ILÍCITO TRIBUTÁRIO
O sujeito passivo da obrigação tributária deve efetuar o pagamento do
tributo devido na forma, prazo e condições estabelecidas na lei.
O ilícito tributário ocorre quando o sujeito passivo deixa de cumprir
qualquer obrigação, principal ou acessória constante da legislação
tributária.
1. FINALIDADE DA PENALIDADE
Garantia da efetiva arrecadação de tributos em favor das despesas do
Estado, ou seja, da coletividade.
2. ESPÉCIES DE ILÍCITO TRIBUTÁRIO
a) Infração puramente tributária – é aquela que se configura
exclusivamente pela lei fiscal, cuja averiguação será feita pela
administração tributária mediante procedimento administrativo, iniciado
geralmente pela lavratura de “auto de infração”. Esta tem por finalidade o
pagamento do tributo, ou de penalidade. Sanção de natureza
administrativo-fiscal. Ex.: hipótese em que o contribuinte do IPI classifica
erroneamente seu produto numa posição da tabela, recolhendo o imposto
no valor que lhe parece devido.
b) Infração tributária e penal – quando o contribuinte pratica um ato que
ao mesmo tempo infringe a lei tributária e a lei penal, sujeitando-o a um
procedimento administrativo fiscal e a um processo penal para apuração do
crime tributário. Sanção de natureza administrativa pela infração à
legislação tributária e sanção penal pela violação da lei penal. Ex.: hipótese
em que o contribuinte do ICMS que falsifica uma guia de recolhimento de
tributo, e, sendo descoberta a falsificação, ficará sujeito a um procedimento
administrativo objetivando o pagamento do tributo e da penalidade
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administrativa e estará sujeito às sanções da lei penal pela falsificação da
guia que será apurado por meio de processo penal.
c) Infração exclusivamente penal – quando o contribuinte pratica um ato
que fere somente a lei penal, sujeitando o autor exclusivamente ao processo
judicial para apuração do crime e imposição da pena prevista na lei penal.
Ex.: quando um funcionário público, consciente de que um imposto é
indevido, exige o seu pagamento, ato criminoso previsto no art. 316, § 1º
do CP (excesso de exação – Pena reclusão de 3 a 8 anos e multa).
3. INFRAÇÕES FISCAIS
Classificação
a) Infrações culposas – ocorrem quando o infrator, embora sem intenção,
agiu ou se omitiu por negligência, imprudência ou imperícia, e, portanto,
com culpa. Ex.: o comerciante ao vender um produto sujeito a ICMS, emite
uma nota fiscal de modelo errado ou paga erradamente um imposto;
b) Infrações dolosas – são aquelas em que o sujeito passivo tem a intenção
deliberada de agir contra a lei, visando conseguir o evento, como quando
age com sonegação, fraude e conluio.
Sanções Fiscais
Finalidade de manutenção da ordem jurídica é o meio para desestimular o
comportamento ilícito. As sanções fiscais consistem em:
a) penas pecuniárias: imposição de multas no caso de descumprimento da
obrigação tributária. Ex.: multas, juros de mora;
b) apreensões de bens sobre os quais incide o imposto, visando vender os
bens apreendidos em leilão para aplicar o seu produto na liquidação total
ou parcial do débito tributário do contribuinte. Se o produto da venda não
for suficiente o contribuinte continua devedor, acaso supere o restante
deverá ser restituído;
c) perdimento de bens: sanção prevista na legislação aduaneira em que a
mercadoria objeto de contrabando é apreendida, apresentando caráter
punitivo. Diferente da apreensão porque neste caso o contribuinte não terá
qualquer direito a abatimento da venda feita por leilão;
d) interdição de direitos: priva o contribuinte do exercício de determinados
direitos por estar em débito com a Fazenda Pública,
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ficando impossibilitada por exemplo de participar de licitações e transações
com órgãos públicos. Súmula 70 STF – “inadmissível a interdição de
estabelecimento como meio coercitivo para a cobrança de tributo”.
Obs.: A correção monetária não é considerada penalidade, mas mera
atualização do valor monetário do tributo em razão de não ter sido pago no
prazo.
4. CRIMES TRIBUTÁRIOS
Crimes especificamente tributários no Código Penal:
a) Contrabando (art. 334, primeira parte do Código Penal) – é a importação
ou exportação de mercadoria PROIBIDA, inexistindo incidência fiscal
sobre tal tipo de mercadoria – não há tributo a pagar, tratando-se de
infração exclusivamente penal.
b) Descaminho (art. 334, parte final do Código Penal) – é a ação de evadir,
no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída de mercadorias. Não se confunde com o de contrabando
porque o primeiro refere-se à mercadoria não proibida. No descaminho o
tributo é devido, tratando-se de infração administrativa e penal.
Crimes indiretamente tributárias no Código Penal:
a) violação de segredo funcional (art. 325 do Código Penal) – refere-se
indiretamente à matéria tributária, e consiste em revelar a situação de
fortuna do contribuinte, fato que o funcionário público tem ciência em
razão do cargo, e que por ser segredo de interesse público não pode revelá-
lo.
b) excesso de exação (art. 316, §1º, do Código Penal) – consiste no fato do
funcionário público exigir imposto, taxa ou emolumento que sabe indevido,
ou quando devido, emprega na cobrança meio gravoso não autorizado por
lei.
c) Prevaricação (art. 319 do Código Penal) – consiste em retardar ou deixar
de praticar ato ou praticá-lo contra disposição expressa de lei para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal (praticado por funcionário
público).
d) Falsidade ideológica (art. – consiste em omissão em documento público
ou particular, declaração que dele devia constar ou inserir declaração falsa
ou diversa da que devia ser escrita com o fim de prejudicar direito, criar
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obrigação ou alterar a verdade dos fatos. Ex.: passar certidão falsa, alterar a
verdadeira, ocultar ou subtrair documentos oficiais;
Crimes contra a ordem tributária.
a) Sonegação – consiste na ocultação do fato gerador com o objetivo de não
pagar o tributo devido de acordo com a lei, sem que tenha havido qualquer
modificação na estrutura da obrigação ou na responsabilidade do
contribuinte;
b) Fraude – consiste na falsificação de documentos fiscais, na prestação de
informações falsas ou na inserção de elementos inexatos nos livros fiscais,
com o objetivo de não pagar o tributo ou de pagar importância inferior a
devida;
c) Conluio – é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou
jurídicas visando obter os efeitos da sonegação ou fraude. Ex.: locador e
locatário anuem em não declarar ao fisco a existência de aluguel e o
locatário não declara que pagou, neste caso o locador lucra com o não
pagamento do imposto de renda e o locatário com o aluguel mais barato.
Ex2: emissão inverídica de recibo de serviços de profissional liberal.
Crimes previstos na Lei 4.729/65, considerados amplamente como
sonegação fiscal, abrangendo também a fraude fiscal:
Art 1º Constitui crime de sonegação fiscal:
I - prestar declaração falsa ou omitir, total ou
parcialmente,informação que deva ser produzida a agentes
das pessoas jurídicas de direito público interno, com a
intenção de eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento
de tributos, taxas e quaisquer adicionais devidos por lei;
II - inserir elementos inexatos ou omitir, rendimentos ou
operações de qualquer natureza em documentos ou livros
exigidos pelas leis fiscais, com a intenção de exonerar-se do
pagamento de tributos devidos à Fazenda Pública;
III - alterar faturas e quaisquer documentos relativos a
operações mercantis com o propósito de fraudar a Fazenda
Pública;
IV - fornecer ou emitir documentos graciosos ou alterar
despesas, majorando-as, com o objetivo de obter dedução
de tributos devidos à Fazenda Pública, sem prejuízo das
sanções administrativas cabíveis.
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V - Exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte
beneficiário da paga, qualquer percentagem sobre a
parcela dedutível ou deduzida do imposto sobre a renda
como incentivo fiscal. (Incluído pela Lei nº 5.569, de 1969)
Pena: Detenção, de seis meses a dois anos, e multa de duas
a cinco vezes o valor do tributo.
§ 1º Quando se tratar de criminoso primário, a pena será
reduzida à multa de 10 (dez) vezes o valor do tributo.
§ 2º Se o agente cometer o crime prevalecendo-se do cargo
público que exerce, a pena será aumentada da sexta parte.
§ 3º O funcionário público com atribuições de verificação,
lançamento ou fiscalização de tributos, que concorrer para
a prática do crime de sonegação fiscal, será punido com a
pena deste artigo aumentada da terça parte, com a abertura
obrigatória do competente processo administrativo.
XVI – IMPOSTOS DA UNIÃO
1. Imposto de Importação (art. 153, inc. I da CF) O fato gerador do
Imposto de Importação é a entrada no país de mercadoria estrangeira a ele
destinada.
- o desembaraço aduaneiro é o momento de sua formalização;
- tem a função especial extrafiscal de regular o comércio exterior;
- não está sujeito ao princípio da anterioridade;
- as alíquotas podem ser específicas ou de acordo com o valor das
mercadorias;
2. Imposto de Exportação (art. 153, inc. II da CF)
O fato gerador do Imposto de Exportação é saída de produtos nacionais ou
nacionalizados para o exterior. A expedição de guia de exportação ou
documento equivalente é o momento de sua formalização.
- tem a função especial extra fiscal de regular o comércio exterior;
- não se sujeita ao princípio da anterioridade; a alíquota é de 10% podendo
ser reduzida a zero ou aumentada até quatro vezes.
3. Imposto de Renda (art. 153, inc. III da CF) – se sujeita ao princípio da
anterioridade do exercício financeiro, mas não se sujeita à noventena.
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O fato gerador do imposto de renda é a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza, desde
que implique acréscimo patrimonial.
Obs.: Renda é todo o produto do capital ou do trabalho, ou, ainda, a
combinação de ambos. Proventos são todos os outros acréscimos
patrimoniais não compreendidos no conceito de renda.
- o sujeito passivo do imposto de renda é toda pessoa física ou jurídica que
tenha registrado acréscimos em seu patrimônio; o responsável pela retenção
do imposto na fonte também é considerado sujeito passivo desta espécie de
imposto;
- o imposto de renda deve obedecer aos critérios da generalidade, da
isonomia tributária e progressividade de acordo com a capacidade
contributiva.
3.1. IMPOSTO DE RENDA - PESSOA JURÍDICA
São contribuintes do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ):
I – as pessoas jurídicas;
II – as empresas individuais.
As disposições tributárias do IR aplicam-se a todas as firmas e sociedades,
registradas ou não.
As entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de
falência sujeitam-se às normas de incidência do imposto aplicáveis às
pessoas jurídicas, em relação às operações praticadas durante o período em
que perdurarem os procedimentos para a realização de seu ativo e o
pagamento do passivo ( Lei 9.430/96, art. 60).
As empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como suas
subsidiárias, são contribuintes nas mesmas condições das demais pessoas
jurídicas (Constituição Federal, art. 173 § 1º).
FORMAS DE TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS
As Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação legal, são tributadas
por uma das seguintes formas:
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a) Lucro Presumido.
b) Lucro Real.
c) Lucro Arbitrado.
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de
ocorrência do fato gerador, é o lucro real, presumido ou arbitrado,
correspondente ao período de apuração.
Como regra geral, integram a base de cálculo todos os ganhos e
rendimentos de capital, qualquer que seja a denominação que lhes seja
dada, independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título
ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio que, pela sua
finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma específica de
incidência do imposto.
PERÍODO DE APURAÇÃO
O imposto será determinado com base no lucro real, presumido ou
arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de
março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-
calendário. À opção do contribuinte, o lucro real também pode ser apurado
por período anual.
Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cálculo e
do imposto devido será efetuada na data do evento.
Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, a
apuração da base de cálculo e do imposto devido será efetuada na data
desse evento.
ALÍQUOTAS E ADICIONAL
A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à
alíquota de 15% (quinze por cento) sobre o lucro real, apurado de
conformidade com o Regulamento.
O disposto neste item aplica-se, inclusive, à pessoa jurídica que explore
atividade rural.
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ADICIONAL
A parcela do lucro real que exceder ao valor resultante da multiplicação de
R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período
de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de
10% (dez por cento).
O adicional aplica-se, inclusive, nos casos de incorporação, fusão ou cisão
e de extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação.
O disposto neste item aplica-se, igualmente, à pessoa jurídica que explore
atividade rural.
O adicional de que trata este item será pago juntamente com o imposto de
renda apurado pela aplicação da alíquota geral de 15%.
LUCROS DISTRIBUÍDOS
Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a
partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas
jurídicas tributadas com base no lucro real, não estão sujeitos à incidência
do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do imposto
de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no país ou
no exterior.
OBRIGAÇÕES, LUCRO LÍQUIDO
A sistemática de tributação sob o Lucro Real é disciplinada pelos artigos
246 a 515 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto Federal
3.000/99).
PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL
A partir de 1999 estão obrigadas à apuração do Lucro Real as pessoas
jurídicas (Lei 9.718/98, art. 14):
I –cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior,
seja superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a
R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de
meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze)
meses (limite fixado pela Lei 10.637/2002);
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Nota: o limite acima é válido a partir de 01.01.2003. Até 31.12.2002, a
obrigação pela opção do lucro real era para as pessoas jurídicas cuja
receita ano-calendário fosse superior a R$ 24.000.000,00, ou
proporcionalmente, quando o número de meses de atividades fosse inferior
a 12 meses.
II – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos,
Bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
Financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário,
sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidora
de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,
cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e
entidades de previdência privada aberta;
III – que tiverem lucros, rendimento ou ganhos de capital oriundo do
exterior;
Notas: com base no Ato Declaratório Interpretativo5/2001 SRF:
1) Não confundir rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior
com receitas de exportação. As exportadoras podem optar pelo Lucro
Presumido, desde que não estejam nas hipóteses de vedação. A restrição
deste item alcança aquelas empresas que tenham lucros gerados no
exterior (como empresas Offshore, filiais controladas e coligadas no
exterior, etc.).
2) A prestação direta de serviços no exterior(sem a utilização de filiais,
sucursais, agências,representações, coligadas, controladas e outras
unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam
assemelhadas) não obriga á tributação do lucro real.
IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios
fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;
Nota: como exemplo de benefícios fiscais: o programa BEFIEX (isenção
do lucro de exportação), redução do IR pelo Programa de Alimentação do
Trabalhador, projetos incentivados pela SUDENE e SUDAM, etc.
V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento
mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/96;
Nota: o regime de estimativa é a opção de pagamento mensal, estimado, do
Imposto de Renda, para fins de apuração do Lucro Real em Balanço Anual.
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VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção
e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de
serviços (factoring).
Também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, enquanto
não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de
custo orçado (IN SRF 25/99). O custo orçado é a modalidade de tratamento
contábil dos custos futuros de conclusão de obras.
LUCRO REAL – OPÇÃO – POSSIBILIDADE
As pessoas jurídicas, mesmo se não obrigadas a tal, poderão apurar seus
resultados tributáveis com base no Lucro Real.
Assim, por exemplo, uma empresa que esteja com pequeno lucro ou
mesmo prejuízo, não estando obrigada a apurar o Lucro Real, poderá fazê-
lo, visando economia tributária (planejamento fiscal).
OCORRÊNCIA DE SITUAÇÃO DE OBRIGATORIEDADE AO
LUCRO REAL DURANTE O ANO CALENDÁRIO
A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido
e que, em relação ao mesmo ano calendário, incorrer em situação de
obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros,
rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o
IRPJ e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) sob o regime de
apuração do lucro real trimestral, a partir inclusive, do trimestre da
ocorrência do fato.
CONCEITO DE LUCRO REAL
Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições,
exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo Regulamento
(Decreto Lei 1.598/77, art. 6).
A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido e
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cada período de apuração com observância das disposições das leis
comerciais (Lei 8.981/95, art. 37, § 1º).
O lucro líquido do exercício referido no conceito acima é a soma algébrica
do lucro operacional, dos resultados não operacionais e das participações, e
deverá ser determinado com observância dos preceitos da lei comercial.
Portanto, o lucro líquido é aquele definido no art. 191, da Lei 6.404/76,
porém, sem as deduções do art. 189 (prejuízos contábeis acumulados e
provisão para o imposto sobre a renda).
3.1. IMPOSTO DE RENDA - PESSOA FÍSICA - RENDIMENTOS
TRIBUTÁVEIS NA DECLARAÇÃO
1. Rendimentos do trabalho
Considera-se rendimento do trabalho todas as formas de remuneração por
trabalho ou serviços prestados, com ou sem vínculo empregatício, tais
como salários (inclusive férias), proventos de aposentadoria, pensões,
rendimentos de profissionais liberais e autônomos.
2. Rendimento de aluguéis
3. Rendimentos de pensão judicial.
Constituem rendimentos tributáveis as importâncias recebidas, em dinheiro,
título de alimentos ou pensões, em cumprimento de acordo ou decisão
judicial, inclusive alimentos provisionais.
Esses rendimentos sujeitam-se ao recolhimento mensal (carnê-leão).
4. Resultado tributável da atividade rural.
O resultado da atividade rural será apurado no Anexo da Atividade Rural,
segundo as instruções nele constantes e, quando positivo, será considerado
rendimento tributável na declaração de rendimentos.
RENDIMENTOS ISENTOS E NÃO TRIBUTÁVEIS
São exemplos de rendimentos isentos os valores recebidos de Fundo de
Garantia (FGTS), indenizações de seguro e bolsas de estudo sem caráter de
remuneração.
A novidade neste ano é a inclusão do valor da venda de dez dias de férias
como valor isento e não tributável. Esta informação deve constar no
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informe de rendimentos recebido de pessoa jurídica, para que não haja
desencontro de informações entre empregador e empregado e o
contribuinte caia na malha fina.
Se a empresa não discriminou o valor das férias vendidas em rendimento
isento, o contribuinte deve solicitar a correção do informe recebido. O
quadro é composto de 13 itens:
1. Bolsa de estudo ou pesquisa - informe o valor total recebido no ano;
2. Seguro - informe as indenizações recebidas a título de seguro;
3. Indenizações a título de trabalho - informe os valores recebidos por
motivos trabalhistas, como aviso prévio indenizado, FGTS ou PDV (plano
de demissão voluntária).
4. Lucro na venda de imóvel - Neste quadro deve ser informado o lucro na
alienação de bens ou direitos de pequeno valor (abaixo de R$ 35 mil), ou
lucro na venda de único imóvel de valor até R$ 440 mil (desde que não
tenha havido alienação nos últimos 5 anos), ou ainda redução no ganho de
capital 5. Lucros e dividendos recebidos pelo titular ou pelos dependentes -
é obrigatório o preenchimento do quadro auxiliar, no qual deverá ser
informado o beneficiário, o CNPF da empresa, a fonte pagadora e o valor
pago.
6. Parcela isenta - neste quadro deve ser informada a parcela isenta de
aposentadoria, pensão, reforma ou reserva remunerada do declarante se este
tiver mais de 65 anos. A parcela de dedução permitida é de R$ 17.846,53,
relativos à isenção de R$ 16.473,72, mais a parcela do 13º salário.
7. Rendimentos de pensão e aposentadoria por moléstia grave - só serão
considerados isentos os rendimentos de pessoa que tiver laudo do INSS
comprovando ser portador da moléstia.
8. Rendimento de caderneta de poupança e letras hipotecárias - O quadro
auxiliar, neste campo, é opcional e só deve ser usado se o contribuinte tiver
mais de uma caderneta de poupança ou aplicação em letra hipotecária. Se
houver mais de uma caderneta de poupança, o contribuinte poderá somar o
saldo e informar o valor total.
9. Rendimento de sócio ou titular de microempresa optante pelo Simples. O
contribuinte deve informar o valor que a empresa distribuiu exceto pro-
labore, aluguel e serviços prestados.
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10. Transferências patrimoniais - nesta linha devem ser informadas as
doações, heranças valores resultantes de partilha de bens após o fim do
casamento.
11. Parcela isenta correspondente à atividade rural - este campo só pode ser
preenchido se o declarante preencher a ficha Atividade Rural.
12. Outros - nesta linha é possível informar outros rendimentos isentos
como auxílio-doença, seguro-desemprego, restituição do Imposto de
Renda. Há um quadro opcional para transporte de valor caso o contribuinte
tenha mais de um dado para a linha da ficha.
13. Rendimentos isentos e não tributáveis recebidos pelos dependentes -
nesta linha devem ser informados os rendimentos recebidos pelos
dependentes. Há um quadro opcional para transporte de valor caso o
contribuinte tenha mais de um dado para a linha da ficha.3
RENDIMENTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA
Os rendimentos sujeitos à tributação exclusiva para efeitos do Regulamento
do Imposto de Renda são:
a) o décimo terceiro salário;
b) os ganhos de capital na alienação de bens e direitos;
c) os ganhos líquidos em renda variável, decorrentes de bolsas de valores,
de mercadorias, de futuros e assemelhados;
d) os rendimentos de aplicações financeiras, tais como, renda fixa, fundos
de ações;
e) outros rendimentos, relativos aos valores líquidos (rendimento menos
imposto), tais como, lucro arbitrado; prêmios, em dinheiro, efetivamente
obtidos em loterias, sorteios, concursos de prognósticos; benefícios
atribuídos aos proprietários de título de capitalização, nos lucros da
empresa, dentre outros.
DOS DEPENDENTES
Consideram-se dependentes para efeito de deduções do imposto de renda:
1 - companheiro(a) com quem o contribuinte tenha filho ou viva há mais de
5 anos, ou cônjuge;
3 http://economia.uol.com.br/impostoderenda/ultnot/ult2795u218.jhtm
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2 - filho(a) ou enteado(a), até 21 anos de idade, ou, em qualquer idade,
quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho;
3 - filho(a) ou enteado(a), se ainda estiverem cursando estabelecimento de
ensino superior ou escola técnica de segundo grau, até 24 anos de idade;
4 - irmão(ã), neto(a) ou bisneto(a), sem arrimo dos pais, de quem o
contribuinte detenha a guarda judicial, até 21 anos, ou em qualquer idade,
quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho;
5 - irmão(ã), neto(a) ou bisneto(a), sem arrimo dos pais, com idade de 21
anos até 24 anos, se ainda estiver cursando estabelecimento de ensino
superior ou escola técnica de segundo grau, desde que o contribuinte tenha
detido sua guarda judicial até os 21 anos;
6 - pais, avós e bisavós que, em 2008, tenham recebido rendimentos,
tributáveis ou não, até R$ 16.473,72;
7 - menor pobre até 21 anos que o contribuinte crie e eduque e de quem
detenha a guarda judicial;
8 - pessoa absolutamente incapaz, da qual o contribuinte seja tutor ou
curador.
Atenção: O fato de os dependentes receberem no ano-calendário
rendimentos, tributáveis ou não, não descaracteriza essa condição, desde
que os rendimentos sejam informados pelo declarante de acordo com a sua
natureza.
No caso de dependentes comuns e declaração em separado, cada declarante
pode deduzir os valores relativos a qualquer dos dependentes comuns,
desde que nenhum deles conste simultaneamente na declaração do outro
declarante.
É obrigatória a informação do número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas (CPF) para dependente com dezoito anos ou mais, completados até
31 de dezembro de 2008.
Filho de pais separados:
O contribuinte pode considerar como dependentes os filhos que ficarem
sob sua guarda, em cumprimento de decisão judicial ou acordo
homologado judicialmente. Nesse caso, deve oferecer à tributação, na sua
declaração os rendimentos recebidos pelos filhos, inclusive a importância
recebida do ex-cônjuge a título de pensão alimentícia;
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O filho somente pode constar como dependente na declaração daquele que
detém a sua guarda judicial. Se o filho declarar em separado, não pode
constar como dependente na declaração do responsável;
O responsável pelo pagamento da pensão alimentícia pode deduzir o valor
efetivamente pago a este título, sendo vedada a dedução do valor
correspondente ao dependente, exceto no caso de separação judicial
ocorrida em 2008, quando podem ser deduzidos, nesse ano, os valores
relativos a dependente e a pensão alimentícia judicial paga.
(Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 35; Lei nº 11.482, de 31 de
maio de 2007, art. 2º e 3º ; Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 –
Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR), art. 77, § 1º; Instrução
Normativa SRF nº 15, de 6 de fevereiro de 2001, art. 38)
4. Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI (art. 153, inc. IV da
CF)
Incide sobre produtos industrializados, que são aqueles aperfeiçoados para
o consumo. O fato gerador é, pois, o processo de beneficiamento,
transformação, montagem, acondicionamento ou renovação.
Não se submete ao princípio da anterioridade do exercício financeiro, mas
observa a anterioridade nonagesimal.
5. Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas
a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF (art. 153, inc. V da CF).
Tem como fato gerador, além das operações de crédito, câmbio, seguro ou
relativas a títulos ou valores mobiliários, o ouro, quando definido por lei
como ativo financeiro.
É utilizado como instrumento de política financeira (função extrafiscal).
Não se submete a nenhum dos princípios da anterioridade.
6. Imposto Territorial Rural – ITR (art. 153, inc. VI da CF)
Seu fato gerador é a propriedade, domínio, posse de terra localizada em
zona rural.
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Possui alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades não produtivas (progressividade).
Imunidade Tributária: são imunes, ou seja, dispensados do pagamento do
ITR os proprietários de pequenas glebas de terras, desde que exploradas
pelo próprio dono e que este não possua outro imóvel.
Isenção Tributária: o imóvel compreendido em programa de reforma
agrária.
A fiscalização e cobrança desse imposto é feita pelos município que assim
optarem por esta atribuição.
XVII – IMPOSTOS ESTADUAIS E DO DISTRITO FEDERAL
1. Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doações (ITCMD)
O fato gerador deste imposto é a transmissão de bens da pessoa falecida os
seus herdeiros, no caso de herança ou quando se aperfeiçoa a liberalidade
nas doações de bens. Na herança o fato gerador é apurado no inventário ou
arrolamento, momento em que se verifica judicialmente a legitimidade dos
herdeiros.
As alíquotas do ITCMD, por se tratar de imposto de competência estadual
são fixadas pela legislação de cada estado-membro ou DF, cabendo ao
Senado Federal, por meio de resolução, estabelecer a alíquota máxima e
mínima que os entes federados poderão cobrar.
2. Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação – ICMS.
Têm-se como fato gerador deste imposto:
- operações de circulação de mercadorias;
- prestação de serviços de transporte e comunicação, de caráter oneroso;
- produção, importação, circulação, distribuição e consumo de lubrificantes
e combustíveis líquidos e gasosos e de energia elétrica;
- operações de extração, circulação, distribuição e consumo de minerais;
- desembaraço aduaneiro de bem ou mercadoria importada por pessoa
física ou jurídica;
- fornecimento de alimentação e bebidas;
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- transmissão de propriedade de mercadoria.
Não incide o ICMS sobre:
- a entrada e saída de matéria-prima para beneficiamento;
- na remessa de impressos ou material de escritório para diversos setores de
uma mesma empresa;
- na remessa de mercadoria para demonstração;
- na saída de mercadoria para outro estabelecimento da mesma empresa,
localizado em outro Estado;
- na transferência de bens da matriz para as filiais;
- na transferência de produtos de estabelecimento agrícola para
estabelecimento industrial pertencentes à mesma empresa;
- na venda de bens do ativo fixo;
- no empréstimo de equipamentos a postos de gasolina;
- no transporte de animais de uma fazenda para outra, do mesmo
proprietário;
- no transporte de máquinas entre canteiros de obra de uma mesma
construtora;
- sobre operações que destinem mercadorias ou serviços para o exterior;
- sobre operações que destinem petróleo e seus derivados para outro
Estado;
- sobre ouro, quando considerado ativo financeiro;
- sobre prestação de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens de
recepção livre e gratuita.
As alíquotas de ICMS aplicáveis às operações e prestações de serviço
interestaduais e de exportação são fixadas pelo Senado Federal por meio de
resolução. Nas demais operações, por se tratar de imposto de competência
estadual, as alíquotas são fixadas pela legislação de cada estado-membro ou
DF, cabendo ao Senado Federal, por meio de resolução, estabelecer a
alíquota máxima e mínima que os entes federados poderão cobrar.
No sistema de cobrança do ICMS temos a figura do responsável tributário
por substituição visando facilitar a arrecadação tributária a um número
menor de sujeitos passivos. Temos, assim, como responsáveis tributários
por substituição:
a) produtor industrial ou comerciante atacadista quanto ao imposto devido
pelo comerciante varejista;
b) produtor ou industrial quanto ao imposto devido pelo comerciante
atacadista e pelo comerciante varejista.
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Neste aspecto, o fato gerador é presumido, ou seja, a circulação da
mercadoria ainda não ocorreu para o consumidor final.
A base de cálculo deve ser fixada previamente por lei.
Durante a circulação da mercadoria com a mudança de titular temos a
incidência do imposto desde a produção até o consumo. O contribuinte em
cada operação ou prestação tem direito ao crédito da operação ou prestação
anterior para compensar o que seria devido na operação subseqüente.
O ICMS é imposto não cumulativo, ou seja, não poderá haver reincidência
de um tributo sobre a mesma base de cálculo.
3. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA
Fato Gerador: A propriedade de veículos automotores.
O próprio veículo pode servir como garantia para a satisfação do tributo em
caso de inadimplência. O imposto acompanha o bem, tanto que o
licenciamento e transferência ficam impossibilitados. O marco de
incidência do fato gerador do tributo é fixado por lei – final de placa.
O aspecto valorativo do IPVA é composto de base de cálculo e alíquota
fixados em lei. Base de cálculo – valor venal do veículo levando-se em
conta o modelo, ano, potência do motor, o combustível utilizado etc. A
alíquota é variável considerando o combustível. O lançamento deste
imposto é de ofício (direto).
XVIII – IMPOSTOS MUNICIPAIS E DO DISTRITO FEDERAL
1. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
Fato gerador – a propriedade imóvel (prédio, casa, terreno) localizado em
zona urbana. Imposto incidente tanto sobre a propriedade quanto sobre o
domínio útil ou a posse de bem imóvel.
A ocorrência do fato gerador (aspecto temporal) se dá em 1º de janeiro de
cada ano, podendo o Município lançá-lo a partir do dia 02 de janeiro.
O lançamento deste imposto é de ofício (direto). O inquilino não é
contribuinte deste imposto mesmo quanto o encargo do pagamento deste
tributo é repassado a este no contrato de locação.
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O aspecto valorativo do IPTU é composto de base de cálculo e alíquota
fixados em lei. Base de cálculo – valor venal do imóvel, levando-se em
conta o valor, a localização e o uso do imóvel. A alíquota poderá ser
aumentada progressivamente em razão do não cumprimento da função
social da propriedade, conforme prevê a CF/88.
2. Imposto sobre Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
oneroso de Bens Imóveis (ITBI)
Fato gerador – transmissão de bens imóveis por pessoa viva, não podendo
ser por doação, incluindo a cessão de direitos destes bens imóveis
(usufruto, cessão de crédito de financiamento do imóvel etc). Obs.: na
doação de bens imóveis incide o ITCMD.
O momento de incidência deste tributo é o da transmissão do imóvel a
título oneroso. Como a transmissão é feita pelo registro no Cartório de
Registro de Imóveis este poderá ser o momento considerado para a
incidência.
O aspecto valorativo do imóvel é composto de base de cálculo e alíquota.
Base de cálculo – valor do imóvel (preço de venda). Alíquota fixada por lei
– uma porcentagem sobre o valor do imóvel.
3. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – (ISS-QN)
Fato Gerador – são todos os serviços relacionados no Decreto-lei 406/68. O
fato gerador deste tributo consuma-se quando há a efetiva prestação do
serviço, não importando quando ocorreu o pagamento do preço combinado.
Este imposto encontra-se regulado pela LC 116/2003 nestes termos:
Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência
dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de
serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como
atividade preponderante do prestador.
§ 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do
País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.
§ 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela
mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte
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Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua
prestação envolva fornecimento de mercadorias.
§ 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os
serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos
explorados economicamente mediante autorização, permissão ou
concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final
do serviço.
§ 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço
prestado.
Art. 2o O imposto não incide sobre:
I – as exportações de serviços para o exterior do País;
II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores
avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho
fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos
gerentes delegados;
III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o
valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios
relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras.
Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços
desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o
pagamento seja feito por residente no exterior.
Art. 3o O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do
estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do
domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII,
quando o imposto será devido no local:
I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta
de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do
art. 1º desta Lei Complementar;
II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no
caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;
III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e
7.19 da lista anexa;
IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista
anexa;
V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso
dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa;
VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento,
reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos
quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa;
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VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e
logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e
congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa;
VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores,
no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa;
IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes
físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem
7.12 da lista anexa;
X – (VETADO)
XI – (VETADO)
XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e
congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa;
XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e
congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa;
XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem
7.18 da lista anexa;
XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços
descritos no subitem 11.01 da lista anexa;
XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou
monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista
anexa;
XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda
do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa;
XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e
congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto
o 12.13, da lista anexa;
XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos
serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa;
XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de
estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços
descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa;
XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o
planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos
pelo subitem 17.10 da lista anexa;
XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou
metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa.
§ 1o No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 da lista anexa,
considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município
em cujo território haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e
condutos de qualquer natureza, objetos de locação, sublocação,
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arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou
não.
§ 2o No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 da lista anexa,
considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município
em cujo território haja extensão de rodovia explorada.
§ 3o Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no local do
estabelecimento prestador nos serviços executados em águas marítimas,
excetuados os serviços descritos no subitem 20.01.
Art. 4o Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte
desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou
temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo
irrelevante para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência,
posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou
quaisquer outras que venham a ser utilizadas.
Art. 5o Contribuinte é o prestador do serviço.
XIX - BIBLIOGRAFIA:
ROSA JÚNIOR, Luiz Emydio F. da. Manual de direito financeiro e
direito tributário. 12 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1998.
FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo; FÜHRER, Maximiliano
Roberto Ernesto. Resumo de Direito Tributário. Coleção Resumos 8. 19
ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
ICHIHARA, Yoshiaki. Direito Tributário. São Paulo: Atlas.
FABRETTI, Láudio Camargo; FABRETTI, Dilene Ramos. Direito
Tributário para os cursos de Administração e Ciências Contábeis. 6 ed.
rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2007.
LOPES, Mauro Luís Rocha. Direito Tributário Brasileiro. Niterói-RJ:
Ímpetus, 2009.
OLIVEIRA, Frederico B. de, Apostila de Direito Tributário para Ciências
Contábeis. 2010.
Constituição Federal da República do Brasil – 1988 (atualizada)
Código Tributário Nacional (atualizado)
Código Civil Brasileiro (atualizado).
Filme: “O Mercador de Veneza” – Willian Shakespare.