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Economia Irma Filomena Lobosco

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Economia

Irma Filomena Lobosco

Page 2: Unisa [1] Economia

Irma Filomena Lobosco

ECONOMIA

Educação a Distância

Page 3: Unisa [1] Economia

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 51 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA 151.1 O QUE É ECONOMIA 171.2 IMPORTÂNCIA DA ECONOMIA 171.3 CONCEITOS DE ECONOMIA 181.4 AS NECESSIDADES HUMANAS 191.5 NECESSIDADES ILIMITADAS X RECURSOS LIMITADOS 211.6 RECURSOS OU FATORES (OU MEIOS) DE PRODUÇÃO 221.7 CURVA (OU FRONTEIRA) DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO 231.8 PRODUÇÃO EFICIENTE 241.9 MUDANÇA NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO 251.10 O PRINCÍPIO DO CUSTO DE OPORTUNIDADE 251.11 RIQUEZA, UTILIDADE E VALOR 26

2 CONCEITOS DE MICRO E MACROECONOMIA 272.1 DIVISÃO DA ECONOMIA 272.2 MÉTODO 272.3 PRELIMINARES 272.4 INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA 292.4.1 Pressupostos Básicos da Análise Microeconômica 302.4.1.1 A Hipótese Coeteris Paribus 302.4.1.2 Papel dos Preços Relativos 302.4.1.3 Objetivos da Empresa 302.4.1.4 Aplicações da Análise Microeconômica 312.4.1.5 Divisão do Estudo Microeconômico 322.5 AS TAREFAS DO SISTEMA DE MERCADO 342.6 COMO O MERCADO FUNCIONA 352.7 A PRODUÇÃO 362.8 OS SETORES DE PRODUÇÃO 372.9 POSSIBLIDADE DE PRODUÇÃO 372.10 OS FATORES DE PRODUÇAO 38

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2.11 A IMPORTÂNCIA E ORIGEM DO CAPITAL 412.12 IMPORTÂNCIA E HISTÓRIA DO TRABALHO 412.12.1 Na Antiguidade 422.12.2 Na Idade Média 422.12.2.1 Cresce o Comércio, Muda o Trabalho 422.12.2.2 Os Artesãos e suas Corporações 432.12.3 A Revolução Industrial 432.12.3.1 Novas Idéias 442.13 OS DOIS MERCADOS 44

3 A ECONOMIA E A PRODUTIVIDADE 463.1 CUSTO OPERACIONAL DA EMPRESA 47

4 FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA 494.1 MEDINDO O PRODUTO DO PAÍS 494.2 CONCEITOS DE RENDA (RN) E PRODUTO NACIONAL (PNB) 504.2.1 Renda Nacional 504.2.2 Renda Per Capita 504.2.3 Para que Serve o Cálculo da Renda 504.2.4 Lucro 514.2.5 Juro 524.2.6 Produto Nacional 524.3 CONCEITO DE BALANÇA DE PAGAMENTOS 534.4 ECONOMIA E GLOBALIZAÇÃO 554.4.1 Atual Estágio de Inserção do Brasil na Economia Mundial 554.5 POLÍTICAS ECONÔMICAS 57

5 TEORIA ELEMENTAR DO FUNCIONAMENTO DO MERCADO

60

5.1 TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA 605.1.1 Relação entre Quantidade Demandada e Preço do Bem 625.1.2 Relação entre a Procura de um Bem e o Preço dos Outros

Bens 63

5.1.3 Relação entre a Procura de um Bem e a Renda do Consumidor 635.1.4 Relação entre a Procura de um Bem e o Gasto do Consumidor 645.2 TEORIA ELEMENTAR DA OFERTA 65

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6 INDICADORES DA ECONOMIA BRASILEIRA 676.1 NÚMEROS-ÍNDICES 676.2 ÍNDICES DE PREÇOS 686.3 PRINCIPAIS ÍNDICES QUE ACOMPANHAM OS PREÇOS 68

REFERÊNCIAS 70

Page 6: Unisa [1] Economia

5

INTRODUÇÃO

Deparamo-nos, seja em nosso cotidiano, seja por meio dos jornais, rádio

e televisão, com inúmeras questões econômicas, como, por exemplo:

• aumento de preços;

• períodos de crise econômica ou de crescimento;

• desemprego;

• setores que crescem mais do que outros;

• diferenças salariais, dissídios coletivos;

• crises no balanço de pagamentos;

• valorização ou desvalorização da taxa de câmbio;

• ociosidade em alguns setores de atividade;

• diferença de renda entre as várias regiões do país;

• taxas de juros;

• déficit governamental;

• elevação de impostos e tarifas públicas.

Tais temas são discutidos pelos cidadãos comuns que, com altas doses

de empirismo, têm opiniões formadas sobre as medidas que o Estado deve adotar.

Um estudante de Economia, de Direito ou de outra área pode vir a ocupar cargo de

responsabilidade em uma empresa ou na própria administração pública e

necessitará de conhecimentos teóricos mais sólidos para poder analisar os

problemas econômicos que nos rodeiam em nosso dia-a-dia (VASCONCELOS;

GARCIA, 2003, p.1).

O objetivo da Ciência Econômica é o de analisar os problemas

econômicos e formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar a qualidade

de vida da sociedade.

Esta disciplina foi desenvolvida visando aspectos básicos da Economia,

voltada ao estudo da Macroeconomia e da Microeconomia, onde se localizam a

Page 7: Unisa [1] Economia

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ação, os problemas políticos e sociais de hoje de amanhã na área da Macroanálise

e da Microanálise.

A Economia é o estudo da maneira como os homens e a sociedade

decidem, com ou sem a utilização do dinheiro, empregar recursos produtivos

escassos, que poderiam ter aplicações alternativas, para produzir diversas

mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las para consumo, agora e no futuro,

entre diversas pessoas e grupos da sociedade. A Economia analisa os custos e os

benefícios da melhoria das configurações de alocação de recursos.

Destacamos a importância da Economia que faz fronteiras com outras

importantes disciplinas, tais como a Sociologia, Psicologia, Antropologia,

Administração, Contabilidade, Estatística e Matemática. Para a interpretação de

registros históricos, são necessários os instrumentos analíticos, porque os fatos não

“contam sua própria história”, mas possuem grande importância.

A função da Economia como um todo é descrever, analisar, explicar e

correlacionar o comportamento da produção, do desemprego, dos preços e

fenômenos semelhantes. Para que tenham significado, é preciso que as descrições

sejam mais do que uma série de narrativas separadas. Devem estabelecer um

padrão sistemático visando constituir a verdadeira análise.

Todo indivíduo tem algum conhecimento sobre Economia e este

conhecimento é tão útil quanto ilusório. Útil, porque muito conhecimento pode ser

considerado ponto pacífico; ilusório, porque é natural e humano aceitar pontos de

vista superficialmente plausíveis. Contudo, um conhecimento insuficiente pode ser

perigoso.

Como um profissional que tenha realizado vários negócios envolvendo

contratos trabalhistas, com sucesso, pode considerar-se um perito na economia dos

salários. Já, um administrador de empresa que tenha enfrentado o controle dos

custos de sua empresa, pode considerar que seu ponto de vista sobre o controle de

preços é a última palavra. Nesse mesmo sentido, um profissional do mercado

financeiro que negocia ações, pode concluir que sabe tudo a respeito de economia

financeira.

Podemos assim concluir que cada indivíduo tende, naturalmente, a julgar

um fato econômico pelo seu efeito imediato sobre ele.

O crescente interesse pela economia e os problemas dela decorrentes

sempre despertaram a atenção dos povos, mas o estudo sistemático da Economia é

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relativamente recente. Certamente, em todas as épocas da História universal as

pequenas comunidades e as grandes nações procuraram resolver eficientemente

seus problemas de natureza econômica. Mas, só a partir do século XVIII é que a

Economia despontou como ciência. No século XIX, seu progresso foi extraordinário

e nas últimas décadas do século XX seu estudo ganhou novo e inesperado impulso

(ROSSETTI, 1995, p. 31).

Inicialmente, pode-se assinalar que esse crescente interesse tem muito a

ver com a eclosão das Grandes Guerras de 14-18 e de 39-45 e com a crise

econômica que abalou o mundo ocidental na década de 30. Muitos instrumentos de

análise econômica foram desenvolvidos durante as guerras, com o objetivo de se

conhecer em profundidade a estrutura dos sistemas nacionais de produção, como

apoio de retaguarda aos esforços da guerra. Depois, nos intervalos das guerras, as

nações ocidentais, abaladas pela Grande Depressão, se voltaram para o estudo dos

elementos determinantes do equilíbrio econômico, interessadas no restabelecimento

da normalidade e na rápida reabsorção das massas desempregadas.

Como observa James (1955), “a Grande Depressão suscitou uma crise de

consciência entre todos os economistas”, da mesma forma que as perturbações da

ação econômica, desafiaram os estudiosos da Economia a encontrar os caminhos

da estabilização.

Salienta-se que em meio às inflações e às depressões, os economistas

foram mobilizados pelos grandes estadistas contemporâneos para solucionar os

angustiantes problemas de sua época. Keynes (1936), intitulado como notável

economista inglês, ao qual pode ser atribuída a formulação teórica da moderna

Análise Macroeconômica, registrou que o mundo estava excepcionalmente ansioso

por um diagnóstico mais bem-fundamentado, pronto a aceitá-lo e desejoso de

experimentá-lo.

Assim, praticamente durante toda a primeira metade do século a Grande

Depressão e as Grandes Guerras aproximariam as reflexões teóricas dos

economistas às soluções práticas dos estadistas. A Grande Depressão abalou todo

o sistema econômico do Ocidente. Nos anos de 1929-33, o desemprego se alastrara

de forma incontrolável. E, durante as Grandes Guerras, o esforço de mobilização

tecnológica e industrial veio demonstrar a correlação definitiva entre o poder militar e

o poder econômico. A depressão dos anos 30 reduziu drasticamente o Produto

Nacional (PN) das economias atingidas, reduzindo-o pela metade: os Estados

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Unidos, que produziam mais de 115 bilhões de dólares em 1929, atingiram apenas

55 bilhões em 1933, época que cerca de ¼ de sua força de trabalho ficou

desempregada. De outro lado, as Grandes Guerras também viriam comprometer a

atividade econômica normal. Em 1945, no auge do esforço militar, cerca de 55% da

capacidade industrial do mundo estavam destinados à produção de armamentos.

Mas, além destas causas do crescente interesse pela Economia, há uma

terceira causa de alta significação, que se fez notar, sobretudo no pós-guerra. Trata-

se da preocupação básica do século XX em torno da idéia do desenvolvimento

econômico. De fato, tão logo terminou a Segunda Grande Guerra, o mundo todo se

viu às voltas com um fenômeno de dimensões inesperadas – o grande despertar dos

povos subdesenvolvidos. Esse despertar, motivado pela facilitação das

comunicações internacionais evidenciaram os contrastes do atraso e da afluência,

transformando-se numa das mais notáveis características dos últimos anos da

década de 40 e, sobretudo, até os anos 70. A perseguição obstinada do

desenvolvimento econômico, por mais de 2/3 da população da Terra, passaria a ser

fundamental da economia do pós-guerra.

De acordo com Rossetti (1995), no final do século XX, os habitantes do

mundo subdesenvolvido empenharam-se numa mobilização sem precendentes, com

vistas a um gigantesco alvo: a construção de uma nova sociedade e de uma nova

economia, para possibilitar a universalização das condições do bem-estar, através

da aceleração de seu progresso material.

Encontramos na evolução do pensamento econômico o consenso de que

a Teoria Econômica, de forma sistematizada, iniciou-se quando foi publicada a obra

de Adam Smith “A riqueza das nações, em 1776”. Em períodos anteriores, a

atividade econômica do homem era tratada e estudada como parte integrante da

Filosofia Social, da Moral e da Ética. Nesse contexto, a atividade econômica deveria

se orientar de acordo com alguns princípios gerais de ética, justiça e igualdade. Os

conceitos de troca, em Aristóteles, e preços justos, em São Tomás de Aquino, a

condenação dos juros ou da usura, encontravam sua justificativa em termos morais,

não existindo um estudo sistemático das relações econômicas.

Na antiguidade, encontramos na Grécia Antiga, as primeiras referências

conhecidas de Economia no trabalho de Aristóteles (384-322 a.C.) em seus estudos

sobre aspectos de administração privada e sobre finanças públicas. Também são

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encontradas algumas considerações de ordem econômica nos escritos de Platão

(427 - 347 a.C.) de Xenofonte (440- 335 a.C.).

A partir do século XVI observamos o nascimento da primeira escola

econômica: o mercantilismo. Mesmo sem representar um conjunto técnico

homogêneo, são explícitas as preocupações sobre a acumulação de riquezas de

uma nação. São presentes alguns princípios de como fomentar o comércio exterior e

entesourar riquezas, bem como, o acúmulo de metais adquire uma grande

importância de acordo com os relatos sobre a moeda. O mercantilismo considerava

que o governo de um país seria mais forte e poderoso quanto maior fosse seu

estoque de metais preciosos, estimulou guerras e praticou o nacionalismo que

manteve a poderosa e constante presença do Estado em assuntos econômicos.

No século XVIII, uma escola de pensamento francesa, a fisiocracia,

elaborou alguns trabalhos importantes que sustentavam que a terra era a única fonte

de riqueza e que havia uma ordem natural que fazia com que o universo fosse

regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela

Providência Divina para a felicidade dos homens. O trabalho de maior destaque foi o

do Dr. Fraçois Quesnay, autor da obra Tableau Économique, o primeiro a dividir a

economia em setores, mostrando a inter-relação dos mesmos. Wassily Leontief

(1940), economista russo, naturalizado norte-americano da Universidade de Harvard

aperfeiçoando o trabalho de Quesnay o transformou no sistema de circulação

monetária input-output.

Na realidade, a fisiocracia surgiu como reação ao mercantilismo, pois

considerada desnecessária a regulamentação governamental, considerando a lei da

natureza como suprema, e tudo o que fosse contra ela seria derrotado. A função do

soberano era servir de intermediário para que as leis da natureza fossem cumpridas.

A riqueza consistia em bens produzidos com o auxílio da natureza

(fisiocracia significa “regras da natureza”) em atividades econômicas como a lavoura,

a pesca e a mineração. Portanto, estimulava-se a agricultura e exigia-se que as

pessoas empenhadas no comércio e nas finanças fossem reduzidas ao menor

número possível. Em um mundo constantemente ameaçado pela falta de alimentos,

com excesso de regulamentação e intervenção governamental, a situação não se

ajustava às necessidades da expansão econômica. Só a terra tinha capacidade de

multiplicar a riqueza.

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Adam Smith (1723- 1790), em sua visão harmônica do mundo real,

acreditava que se deixasse atuar a livre concorrência, uma “mão invisível” levaria a

sociedade à perfeição. Colocou que todos os agentes, em sua busca de lucrar o

máximo, acabam promovendo o bem-estar de toda a comunidade. A defesa do

mercado como regulador das decisões econômicas de uma nação traria muitos

benefícios para a coletividade, independente da ação do Estado. É o princípio do

liberalismo.

Partindo das idéias de Smith, David Ricardo (1772-1823) pode ser

considerado como outro expoente do período clássico, desenvolveu alguns modelos

econômicos com grande potencial analítico. Aprimora a tese de que todos os custos

se reduzem a custos o trabalho e mostra como a acumulação do capital,

acompanhada de aumentos populacionais, provoca uma elevação da renda da terra,

até que os rendimentos decrescentes diminuem de tal forma os lucros que a

poupança se torna nula, atingindo-se uma economia estacionária, com salários de

subsistência e sem nenhum crescimento. Sua análise de distribuição do rendimento

da terra foi um trabalho seminal de muitas idéias do chamado período neoclássico.

Ricardo discute a renda auferida pelos proprietários de terras mais férteis.

Em virtude de a terra ser limitada, quando a terra de menor qualidade é utilizada no

cultivo, surge imediatamente a renda sobre aquela de primeira qualidade, ou seja, a

renda da terra é determinada pela produtividade das terras mais pobres. Analisou

ainda por que as nações comerciavam entre si, se é melhor para elas comerciarem

e quais produtos devem ser comerciados. A resposta dada por Ricardo constitui um

importante item da teoria do comércio internacional, chamada de Teoria das

Vantagens Comparativas. O comércio entre países dependeria das dotações

relativas de fatores de produção.

A maioria dos estudiosos considera que os estudos de Ricardo deram

origem a duas correntes antagônicas: a neoclássica, pela suas abstrações

simplificadoras, e a marxista, pela ênfase dada à questão distributiva e aos aspectos

sociais na repartição da renda da terra.

John Stuart Mill (1806- 1873) foi o sintetizador do pensamento clássico.

Seu trabalho foi o principal texto utilizado para o ensino de Economia no fim do

período clássico e no início do período neoclássico. Sua obra consolidou o exposto

por seus antecessores e avançou por incorporar mais elementos institucionais,

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definindo melhor as restrições, vantagens e funcionamento de uma economia de

mercado.

O economista francês Jean Baptiste Say (1768 - 1834) retomou a obra de

Adam Smith, ampliando-a. Suybordinou o problema das trocas de mercadorias a sua

produção e popularizou a chama Lei de Say: “A oferta cria sua própria procura”, ou

seja, o aumento da produção transformar-se-ia em renda dos trabalhadores e

empresários, que seria gasta na compra de outras mercadorias e serviços.

O trabalho de Thomas Malthus (1766 - 1834) sistematizou uma teoria

geral sobre a população, ao assinalar que o crescimento da população dependia

rigidamente da oferta de alimentos, apoiando a teoria dos salários de subsistência.

Para este economista, a causa de todos os males da sociedade residia no

excesso populacional: enquanto a população crescia em progressão geométrica, a

produção de alimentos seguia uma progressão aritmética. Portanto, o potencial da

população excederia em muito o potencial da terra na produção de alimentos.

Entretanto, Malthus não previu o ritmo e o impacto do progresso

tecnológico, nem as técnicas de limitação da fertilidade humana que se seguiam.

A partir da contribuição dos economistas clássicos citados anteriormente,

a Economia passa a formar um corpo teórico próprio e a desenvolver um

instrumental de análise específico para as questões econômicas.

O período considerado neoclássico teve início na década de 1870 e

desenvolveu-se até as primeiras décadas do século XX. Nesse período, privilegiam-

se os aspectos microeconômicos da teoria, pois a crença na economia de mercado

e em sua capacidade auto-reguladora fez com que não se preocupassem tanto com

a política e o planejamento macroeconômico.

Os neoclássicos sedimentaram o raciocínio matemático explícito

inaugurado por David Ricardo, procurando isolar os fatos econômicos de outros

aspectos da realidade social.

O grande nome desse período foi Alfred Marshall (1842 - 1924). Seu livro,

“Princípios de Economia”, publicado em 1890, serviu como livro-texto básico até a

metade deste século. Outros economistas de destaque foram: William Jevons, Léon

Walras, Eugene Böhm-Bawerk, Joseph Alois Schumpeter, Vilfredo Pareto, Arthur

Pigou e Francis Edgeworth.

Esse período marca a formalização da análise econômica com destaque

a Microeconomia. O comportamento de consumidor é analisado em profundidade. O

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desejo do consumidor de maximizar sua utilidade (satisfação no consumo) e o do

produtor de maximizar seu lucro são a base para a elaboração de um sofisticado

aparato teórico. Por meio do estudo de funções ou curvas de utilidade (que

pretendem medir o grau de satisfação do consumidor) e de produção, considerando

restrições de fatores e restrições orçamentárias, é possível deduzir o equilíbrio de

mercado. Como o resultado depende basicamente dos conceitos marginais (receita

marginal, custo marginal etc.), é também chama de Teoria Marginalista.

Segundo Vasconcelos (2003, p.18) “a análise marginalista é muito rica e

variada”. Apesar de questões microeconômicas ocuparem o centro das atenções,

houve uma produção rica em outros aspectos da Teoria Econômica, como a Teoria

do Desenvolvimento Econômico de Schumpeter e a Teoria do Capital e dos Juros de

Böhm-Bawerk. Ainda segundo o mesmo autor deve-se destacar também a análise

monetária, com a criação da Teoria Quantitativa da Moeda, que relaciona a

quantidade de dinheiro com os níveis gerais de atividade econômica e de preços.

A era denominada keynesiana iniciou-se com a publicação da Teoria

geral do emprego, dos juros e da moeda, de John Maynard Keynes (1936). Para

entender o impacto da obra de Keynes é preciso considerar a economia mundial da

década de 30, em crise, que ficou conhecida como a Grande Depressão conforme já

descrito anteriormente. A realidade dos fatos relacionados à situação conjuntural da

economia dos principais países capitalistas era crítica, relacionada com o número de

desempregados.

A Teoria Econômica vigente acreditava que se tratava de um problema

temporário. A Teoria Geral consegue mostrar que a combinação das políticas

econômicas adotadas até então não funcionava adequadamente, e aponta para

soluções que poderiam tirar o mundo da recessão.

Para Keynes, como não existem forças de auto-ajustamento na

economia, torna-se necessária a intervenção do Estado através de uma política de

gastos públicos, o que significa o fim do laissez-faire da época clássica. É o

chamado Princípio da Demanda Efetiva. Seus argumentos influenciaram muito a

política econômica dos países capitalistas. De modo geral, essas políticas

revelaram-se eficientes e apresentaram resultados positivos no período que seguiu à

Segunda Guerra Mundial.

Nos anos seguintes houve um desenvolvimento expressivo da Teoria

Econômica. Por um lado, incorporaram-se os modelos por meio do instrumental

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estatístico e matemático, que contribuiu para formalizar ainda mais a ciência

econômica. Por outro, alguns economistas trabalharam na agenda de pesquisa

aberta pela obra de Keynes.

Destacaram-se três grupos de economistas no debate sobre os aspectos

do trabalho de Keynes que dura até hoje: os monetaristas, os fiscalistas e os pós-

keynesianos. É possível fazer algumas generalizações, embora não existe entre os

grupos um pensamento homogêneo.

Os monetaristas estão associados à Universidade de Chicago e têm

como economista de maior destque Milton Friedman. De maneira geral, previlegiam

o controle da moeda e um baixo grau de intervenção do Estado.

Os fiscalistas têm seus maiores expoentes em James Tobin, da

Universidade de Yale, e Paul Anthony Samuelson, de Harvard e MIT. Estes

recomendam o uso de políticas fiscais ativas e um acentuado grau de intervenção

do Estado.

Os pós-keynesianos realizaram uma releitura da obra de Keynes, visando

mostrar que ele não negligenciou o papel da moeda e da política monetária.

Enfatizam o papel da especulação financeira e, como Keynes, defendem um papel

ativo do Estado na condução da atividade econômica. Além da economista Joan

Robinson, outros economistas dessa corrente são Hyman Minsky, Paul Davison e

Alessandro Vercelli.

É necessário ressaltar que, apesar das diferenças entre as várias

correntes, há consenso aos pontos fundamentais da teoria, já que são baseados no

trabalho de Keynes.

O período recente revela que a Teoria Econômica vem apresentando

algumas transformações, principalmente a partir dos anos 70, após as duas crises

do petróleo. Três características marcam esse período. Primeiro, existe uma

consciência maior das limitações e possibilidades de aplicações da teoria. O

segundo ponto diz respeito ao avanço no conteúdo empírico da economia.

Finalmente, podemos observar uma consolidação das contribuições dos períodos

anteriores.

Com o desenvolvimento da informática que permitiu um processamento

de informações em volume e precisão sem presentes, quando a Teoria Econômica

passou a ter um conteúdo empírico que lhe conferiu uma aplicação prática maior.

Page 15: Unisa [1] Economia

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Isso permite o aprimoramento constante da teoria existente e abre novas frentes

importantes.

É possível que a análise econômica englobe quase todos os aspectos da

vida humana, e o impacto desses estudos na melhoria do padrão de vida e do bem-

estar de nossa sociedade é considerável. O controle e o planejamento

macroeconômico nos permitem antecipar muitos problemas e evitar algumas

flutuações desnecessárias.

Conseqüentemente, a Teoria Econômica caminha em muitas direções, a

exemplo da área de finanças empresariais que era basicamente descritiva, com um

baixo conteúdo empírico. A incorporação de algumas técnicas econométricas,

conceitos de equilíbrio de mercados e hipóteses sobre o comportamento dos

agentes econômicos revolucionaram a Teoria de Finanças e essa revolução se fez

sentir também nos mercados financeiros, com a explosão recente dos chamados

mercados futuros e de derivativos.

Irma Filomena Lobosco

Page 16: Unisa [1] Economia

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1 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA

Podemos explicar o que é Economia analisando o significado do verbo

economizar ou da expressão “fazer economia”. Economizar significa evitar gastar

inutilmente e guardar para futuras necessidades. Sempre procuramos economizar o

nosso dinheiro, reservando uma parte para uma situação de emergência.

A palavra economia deriva do grego oikosnomos (de oikos, casa, e

nomos, lei), que significa a administração de uma casa, ou do Estado, e pode ser

assim definida:

Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade

decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e

serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a

fim de satisfazer as necessidades humanas.

Essa definição contém vários conceitos importantes, que são a base e o

objeto do estudo da Ciência Econômica:

• escolha

• escassez

• necessidades

• recursos

• produção

• distribuição

Economia é a ciência que estuda a produção, a circulação, a distribuição

e o consumo.

Economia é fundamentalmente o estudo da escassez e os problemas

dela decorrentes (STONIER; HUGUE).

Economia é o estudo das leis econômicas indicadoras do caminho que

devemos seguir a fim de aumentarmos a produtividade, melhorando o padrão de

vida às populações com o correto emprego dos recursos (SAMUELSON, 1975).

Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são

escassos; contudo, as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam.

Page 17: Unisa [1] Economia

16

Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição

dos resultados da atividade produtiva aos vários grupos da sociedade.

Tudo que é raro em relação às necessidades individuais ou coletivas deve

ser economizado. Assim, tudo aquilo que é raro é um bem econômico, e tudo

aquilo cuja abundância supera nossas necessidades não é um bem econômico. O ar

que respiramos, a areia do deserto, a água do mar e muitos outros bens não pode

ser classificado como bens econômicos. São classificados como bens livres. A

principal característica dos bens econômicos é sua carência, isto é, existem em

menor quantidade do que as necessidades.

Devido a essa característica os bens econômicos devem ser racionados.

Isto pode ser feito através de um sistema de repartição autoritária ou – o que é mais

freqüente – cobrando-se um preço daqueles que desejam tais bens.

Devido à sua carência, os bens econômicos devem, geralmente, ser

produzidos, quando então tomam a forma de serviços ou de bens materiais: o

vendedor que realiza a venda de um determinado produto (mercadoria) na loja

participa na produção do bem econômico assim como o operário que trabalhou na

sua produção.

Fabricar algo, transpor e vendê-lo, dar uma aula, cortar o cabelo, entregar

uma carta, tudo isso e mais uma infinidade de outras atividades, são atos de

produção. Quem realiza atos de produção realiza uma atividade econômica.

Podemos definir atividade econômica como sendo “o conjunto das

operações que consistem em utilizar os recursos disponíveis para a produção de

bens econômicos, bens que são raros em relação às múltiplas e variadas

necessidades dos consumidores”.

O objetivo final da produção é satisfazer as necessidades humanas, o que

podemos resumir através de um esquema extremamente simples:

RECURSOS PRODUÇÃO CONSUMO

A economia de um país não é mais do que a sua organização com vista à

produção de bens econômicos (LECAILLON, s/d, p. 12).

Do estudo da produção, distribuição e consumo dos bens surgiram à

ciência econômica, ou Economia. Com o passar do tempo, com a evolução do

Page 18: Unisa [1] Economia

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homem e o aumento de suas necessidades, a Economia assumiu um lugar de

destaque, como forma de melhor administrar os poucos recursos disponíveis para a

satisfação das necessidades humanas.

Podemos definir atividade econômica como sendo “o conjunto das

operações que consistem em utilizar os recursos disponíveis para a produção de

bens econômicos, bens que são raros em relação às múltiplas e variadas

necessidades dos consumidores”.

Economia: é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade

decidem empregar os recursos produtivos escassos na produção de bens e

serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, de

modo a satisfazer as necessidades humanas.

1.1 O QUE É ECONOMIA

Economia é o estudo da maneira como os homens e a sociedade

decidem, com ou sem utilização do dinheiro, empregar recursos produtivos

escassos, que poderiam ter aplicações alternativas, para produzir diversas

mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las para consumo, agora e no futuro,

entre diversas pessoas e grupos da sociedade. A economia analisa os custos e os

benefícios da melhoria das configurações de alocação de recursos.

1.2 IMPORTÂNCIA DA ECONOMIA

A economia faz fronteira com outras importantes disciplinas, tais como a

Sociologia, Psicologia, Antropologia, Administração, Contabilidade, Estatística e

Matemática. Para a interpretação de registros históricos, são necessários os

instrumentos analíticos, porque os fatos não “contam com sua própria história”, mas

possuem grande importância.

A tarefa da Economia como um todo é descrever, analisar, explicar e

correlacionar o comportamento da produção, do desemprego, dos preços e

fenômenos semelhantes. Para que tenham significado, é preciso que as descrições

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sejam mais do que uma série de narrativas separadas. Devem se encaixar num

padrão de sistemático, isto é, constituir a verdadeira análise.

Desde a infância, todos sabem alguma coisa sobre Economia. Este

conhecimento é tão útil quanto ilusório: útil, porque é natural e humano aceitar

pontos de vista superficialmente plausíveis. Um conhecimento insuficiente pode ser

perigoso.

Um profissional (advogado, contabilista, etc.) que tenha negociado, vários

contratos trabalhistas, com sucesso, pode achar-se um perito na economia dos

salários. Um empresário que tem enfrentado o dia-a-dia no controle dos custos de

sua empresa, pode achar que seu ponto de vista sobre o controle de preços é a

última palavra. Um banqueiro, pelas suas ações no mercado financeiro, pode

concluir que sabe tudo a respeito da economia financeira.

Cada indivíduo tende, naturalmente, a julgar um fato econômico pelo seu

efeito imediato sobre ele.

1.3 CONCEITOS DE ECONOMIA

Podemos definir atividade econômica como sendo “o conjunto das operações que consistem em utilizar os recursos disponíveis para a produção de bens econômicos, bens que são raros em relação às múltiplas e variadas necessidade dos consumidores”.

Segundo Mendes (2005, p. 03):

A economia é uma ciência social, tanto quanto a ciência política, a psicologia e a sociologia. Ela pode ser definida como o estudo da alocação (utilização) dos recursos escassos na produção de bens e serviços para a satisfação das necessidades ou dos desejos humanos. Portanto, sua principal tarefa é descobrir como o mundo econômico funciona.

A economia analisa o funcionamento do sistema econômico. O problema

básico de qualquer sociedade é alocar os recursos fixos e variáveis para atender

aos desejos individuais e coletivos. Nos países desenvolvidos com característica de

recursos abundantes, o problema de alocação é trivial; nos países subdesenvolvidos

Page 20: Unisa [1] Economia

19

ou em desenvolvimento onde os recursos são escassos, a alocação assume

importância preponderante.

A economia de um país não é mais do que a sua organização com vista à

produção de bens econômicos.

Do estudo da produção, distribuição e consumo de bens surgiu a ciência

econômica, ou Economia. Com o passar do tempo, com a evolução do homem e o

aumento de suas necessidades, a Economia assumiu um lugar de destaque, como

forma de melhor administrar os poucos recursos disponíveis para a satisfação das

necessidades humanas.

A Economia só surgiu como ciência a partir do século XVIII, quando foram

feitas grandes descobertas técnicas e científicas que modificaram radicalmente o

modo de produzir dos povos (Revolução Industrial). Desde então, a Economia foi se

tornando cada vez mais importante1.

A economia trata do bem-estar do homem e os elementos-chave da atividade econômica são: (a) os recursos produtivos (R); (b) as técnicas de

produção (que transformam os recursos em bens e serviços - BS); (c) as

necessidades humanas (NH) (MENDES, 2005, p. 3).

Tem-se:

R BS NH.

1.4 AS NECESSIDADES HUMANAS

Considerado elemento-chave da atividade econômica, as necessidades

humanas, se constituem na razão de ser (na força motivadora) da atividade

econômica. Os desejos dos serem humanos são ilimitados.

As diferentes necessidades humanas são, geralmente, agrupadas da

seguinte forma:

1. Fisiológicas: são as necessidades básicas da vida: água, comida,

abrigo, ar, vestuário, descanso, etc.

1 GUIMARÃES, S. Economia e Mercados.

Page 21: Unisa [1] Economia

20

2. Segurança: as pessoas desejam estar, na medida do possível,

seguras de que no futuro não lhes faltarão meios de satisfazer suas

necessidades básicas. Necessitam, também, sentirem-se seguras

quanto ao respeito e à estima dos demais. No trabalho, as pessoas

sentem necessidade de segurança quanto ao seu emprego, isto é,

desejam ter certa garantia de que não serão dispensadas a qualquer

momento.

3. Sociais: consistem no desejo, que todos sentem, de participar de

vários grupos e de serem aceitos por eles. Alguns desses grupos são:

o familiar, grupos de escola, companheiros de trabalho.

4. Estima: o indivíduo deseja ser mais do que um membro do seu grupo.

Necessita de estima, afeto, amor, valorização e reconhecimento. A

satisfação das necessidades de estima provoca sentimentos de

autoconfiança.

5. Auto-realização: está ligada ao desejo do ser humano de desenvolver

e usar sua capacidade, suas aptidões e habilidades, bem como de

realizar seus planos.

SOCIAIS

AUTO REALIZAÇÃO

NECESSIDADES BÁSICAS

ESTIMA SEGURANÇA

FISIOLÓGICAS

Pensando e observando a vida das pessoas, percebemos facilmente que

as necessidades humanas são limitadas quanto ao número. Logo que alguém

consegue dinheiro para saciar sua fome e para vestir-se, já pensa em adquirir sua

casa própria. Quando já tem a casa, quer decorá-la da melhor maneira possível.

Depois, surge a necessidade de convidar os amigos para conhecer a casa e ouvir os

últimos CDs adquiridos.

Page 22: Unisa [1] Economia

21

À medida que vãos satisfazendo as necessidades, outras vão surgindo:

carros, viagens, cursos, roupas da moda, emprego melhor, e assim por diante.

1.5 NECESSIDADES ILIMITADAS X RECURSOS LIMITADOS

A ciência econômica procura resolver este problema atribuindo um grau

de importância a cada necessidade e sugerindo a canalização dos recursos para a

satisfação das necessidades mais urgentes. Um indivíduo deve satisfazer suas

necessidades. Porém, o alimento cotidiano e o lazer não têm a mesma importância.

De que adianta o indivíduo andar vestido de acordo com a última moda, se tem

dificuldades em se alimentar? Também não tem a mesma importância a

necessidade de pagar a educação dos filhos e o desejo de comprar um carro.

O dinheiro que um indivíduo dispõe serve para muita coisa quando é

abundante. Como, em geral, o dinheiro é escasso, é preciso utilizá-lo muito bem,

para que seja suficiente para o mais importante, ao mesmo tempo em que se

procura melhorar a situação.

Um país também tem muitas necessidades: estradas, represas, hospitais,

escolas, fábricas, etc. Diante da elevada quantidade de necessidades, o governo,

geralmente, sente a falta de recursos. É preciso classificá-las segundo sua

importância, em seguida, canalizar para as prioritárias os recursos disponíveis.

Por escassez entende-se a situação em que os recursos são limitados e

podem ser utilizados de diferentes maneiras, de tal modo que devemos sacrificar

uma coisa por outra. A seguir, apresentam-se situações de escassez comum no dia-

a-dia:

• Uma quantidade limitada de recursos (dinheiro) para consumir

alimentos ofertados nos supermercados exige a escolha entre a

compra de determinadas mercadorias (comprar unidades a mais de um

produto e a menos de outro).

A economia é a ciência da escassez ou das escolhas

Page 23: Unisa [1] Economia

22

• Tempo limitado para ler um livro que exige algumas horas de

dedicação implica em ter menos horas para se dedicar a outras

atividades, como, por exemplo, assistir um filme no cinema.

• Na empresa uma máquina tem capacidade para produzir dois

diferentes produtos e exige decisão de qual deles irá produzir a mais

ou a menos.

1.6 RECURSOS OU FATORES (OU MEIOS) DE PRODUÇÃO

Os recursos econômicos, que constituem a base de qualquer

economia, são os meios utilizados pela sociedade para a produção de bens e

serviços que irão satisfazer as necessidades humanas.

São três características dos recursos econômicos:

• Escassos em sua quantidade (ou seja, limitados), representados por

uma situação na qual os recursos podem ser utilizados na produção de

diferentes bens e serviços.

• Versáteis, pois, podem ser aproveitados em diversos usos.

• Podem ser combinados em proporções variáveis na produção de

bens e serviços.

Quanto à classificação, os recursos podem ser agrupados em:

• Recursos naturais: consistem em todos os bens econômicos na

produção e que são obtidos diretamente da natureza.

• Recursos humanos: incluem toda atividade humana (esforço físico

e/ou mental) utilizada na produção de bens e serviços.

• Capital: abrange todos os bens materiais produzidos pelo homem e

que são utilizados na produção. O fator capital inclui o conjunto de

riquezas acumuladas por uma sociedade, e é com essas riquezas que

um país desenvolve suas atividades de produção. Entre os principais

grupos de riquezas acumuladas por uma sociedade estão os

seguintes:

Page 24: Unisa [1] Economia

23

- Infra-estrutura econômica: transportes; telecomunicações; energia.

- Infra-estrutura social: sistemas de água e saneamento; educação,

cultura, segurança, saúde, lazer e esportes.

- Construções e edificações de modo geral, sejam públicas ou

privadas.

- Equipamentos de transporte: caminhões, ônibus, utilitários,

locomotivas, vagões, embarcações, aeronaves.

- Máquinas e equipamentos: são utilizados nas atividades de

extração, transformação, prestação de serviços, na indústria de

construção e nas atividades agrícolas.

- Matérias-primas ou insumos: energia elétrica, óleo diesel, gás,

corantes, matérias químicas para a indústria; ou sementes,

fertilizantes, inseticidas, herbicidas, fungicidas, vacinas, rações e

combustíveis na agricultura, entre outros.

Segundo Mendes (2005, p. 5):

Alguns autores consideram também como mais um tipo de recurso o empreendedorismo, que é o esforço utilizado para coordenar a produção, distribuição e venda de bens e serviços, ou seja, para organizar os recursos naturais, humanos e o capital. Um empreendedor toma decisões de negócios, assume os riscos oriundos dessas decisões, compromete tempo e dinheiro com negócios sem nenhuma garantia de lucro.

1.7 CURVA (OU FRONTEIRA) DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO

Levando em consideração que em cada dia útil de trabalho cerca de 80

milhões de pessoas produzem uma variedade de bens e serviços avaliados em

aproximadamente R$ 4 bilhões2. A quantidade de bens e serviços que podem ser

produzidos é limitada por nossos recursos disponíveis e pela tecnologia que

dominamos.

De acordo com Mendes (2005):

2 Cf. Mendes. 2005.

Page 25: Unisa [1] Economia

24

Na escolha dos bens e serviços que devem ser produzidos, a primeira providência é determinar quais combinações de bens e serviços são possíveis, levando em consideração duas restrições: (a) que a quantidade de recursos produtivos é determinada (limitada); (b) que o nível de tecnologia disponível também é determinado, ou seja, naquele momento, não é possível fazer uma mudança tecnológica. Esse limite é descrito pela curva ou fronteira de possibilidade de produção.

A seguir ilustra-se na tabela 1 a curva de possibilidade de produção de

dois produtos num determinado momento, considerando assim que a quantidade

produzida de todos os demais bens e serviços é mantida constante. Admitindo dois

produtos que a maioria dos estudantes adquire: guaraná e CDs (MENDES, 2005, p.

7).

POSSIBILIDADES PRODUÇÃO DE GUARANÁ

(milhões de litros/mês)

PRODUÇÃO DE CDs

(milhões de unidades/mês)

A

B

C

D

E

F

30

28

24

18

10

0

0

1

2

3

4

5

Tabela 1 - Seis pontos hipotéticos sobre a fronteira de possibilidades de produção. Fonte: Mendes, 2005.

1.8 PRODUÇÃO EFICIENTE

Uma economia que produz num ponto dentro da Curva de Possibilidade

de Produção está operando de modo ineficiente, no sentido de que poderia gerar

mais de ambos os produtos.

A eficiência de produção é alcançada se não pudermos produzir mais de

um produto sem produzir menos de algum outro bem. Uma economia poderia estar

Page 26: Unisa [1] Economia

25

produzindo abaixo da Curva de Possibilidade de Produção por uma das duas

seguintes razões:

• Os recursos não estão sendo empregados plenamente.

• Os recursos estão sendo utilizados de maneira ineficiente.

1.9 MUDANÇA NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO

Considerando a necessidade de crescimento econômico de um país

como o Brasil em virtude do crescimento populacional elevado (cerca de 1,3% ano)

e admitindo-se que a produção já seja eficiente, como seria possível produzir mais

de ambos os produtos? Como é possível deslocar para a direita a curva de

possibilidade de produção?

De acordo com a Curva de Possibilidade de Produção a opção de

produção disponível com um dado conjunto de recursos produtivos deve deslocar a

curva de possibilidade de produção para a direita (crescimento econômico). Se uma

economia utilizar mais recursos naturais, humanos, capital e habilidades

empreendedoras, ela poderá, como um todo, produzir mais de cada um dos bens e

serviços. Esse mesmo resultado pode ser alcançado se novas tecnologias forem

desenvolvidas, de tal modo que a produtividade dos fatores aumente.

O formato de curva é explicado pelo conceito de custo de oportunidade,

que é um dos princípios fundamentais para a análise econômica. Por princípio,

entende-se uma simples, mas evidente verdade que a maioria das pessoas entende

e aceita (MENDES, 2005, p. 8).

1.10 O PRINCÍPIO DO CUSTO DE OPORTUNIDADE

Incorpora a noção de que sempre enfrentamos a situação de escolher

entre duas ou mais opções e de que temos que optar por uma coisa (um produto,

por exemplo) em detrimento de outra, visto que os recursos são limitados e podem

ser utilizados em diferentes alternativas.

Page 27: Unisa [1] Economia

26

1.11 RIQUEZA, UTILIDADE E VALOR

A palavra “riqueza” lembra uma grande quantidade de bens econômicos

ou dinheiro. Adam Smith (1723-1790), economista inglês, escreveu que “riqueza é o

conjunto de bens de que o homem efetivamente e realmente pode dispor para fins

econômicos”. Em Economia, qualquer bem útil, acessível e limitado recebe o nome

de riqueza.

“Utilidade” é a qualidade que possuem os bens econômicos de satisfazer

as necessidades humanas. O bem, porém, só é útil quando desejado pelo homem.

Utilidade, portanto, é um conceito mais subjetivo que objetivo. O grau de utilidade de

um bem depende da necessidade de cada indivíduo. Um bem pode ser útil para

alguém e não o ser para outra pessoa.

“Valor” é a medida da utilidade econômica. Existem dois tipos:

• Valor de uso: é a utilidade que um bem tem para nós pessoalmente.

• Valor de troca: é o valor que um bem tem no sentido de poder ser

trocado por outro.

Desse modo, um bem pode ser de grande valor de uso e de nenhum valor

de troca, como um álbum de fotos de família, por exemplo.

O valor das coisas é determinado por um conjunto de fatores: o trabalho e

a utilidade são apenas dois dos fatores constitutivos desse valor. Além desses,

existem outros elementos-sociais, políticos, psicológicos, estéticos, etc.

Page 28: Unisa [1] Economia

27

2 CONCEITOS DE MICRO E MACROECONOMIA

2.1 DIVISÃO DA ECONOMIA

• Micro: estuda os problemas econômicos do indivíduo, da família e da

empresa.

• Macro: se envolve com os grandes problemas, em seus setores, no

aspecto global ou seus agregados.

2.2 MÉTODO

• Indutivo: partimos da análise, observação e pesquisa de fatos

individuais para obtermos uma conclusão, um ensinamento, uma lei ou

verdade universal.

• Dedutivo: obtemos de Leis e Verdades Universais experiências,

ensinamentos, verdades ou Leis de caráter particular, contidas

naqueles princípios.

• Psicológico: buscamos na psicologia a explicação sobre

determinadas formas de comportamento da população. Exemplo:

boatos (força dos comentários).

2.3 PRELIMINARES

A Microeconomia é conhecida como o ramo da Ciência Econômica

voltado ao estudo do comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivíduos e/ou famílias (estas desde que caracterizadas por um orçamento único), ao estudo das empresas, suas respectivas produções e

Page 29: Unisa [1] Economia

28

custos e ao estudo da produção e preços dos diversos bens, serviços e fatores produtivos.

A Macroeconomia, por sua vez, se interessa pelos estudos dos agregados como a produção, o consumo e a renda da população como um todo.

A bifurcação da Ciência Econômica nesses dois grandes ramos, isto é, a

macroeconomia e a microeconomia, data dos primórdios da década de 1930.

Ambas giram em torno do problema da limitação e do caráter finito dos recursos

produtivos em face das necessidades vitais e da civilização, infinitas e ilimitadas,

subjacentes ao ser humano, problemática essa que embasa e justifica a razão da

existência da economia como ciência.

Efetivamente, a microeconomia, ao estabelecer princípios gerais, revela-se muito mais abstrata do que a macroeconomia, a qual se encontra voltada ao exame de questões e de medidas peculiares a um dado lugar e instante do tempo.

A microeconomia apresenta uma visão microscópica dos fenômenos

econômicos, e a macroeconomia, uma óptica telescópica, isto é, esta última possui

uma amplitude muito maior, apreciando o funcionamento da economia no seu global.

A título comparativo se fosse considerada uma floresta, a microeconomia estudaria

as espécies vegetais que a compõem individualmente, ou seja, estudaria a

composição dos itens da floresta; enquanto a macroeconomia preocupar-se-ia com

o produto floresta como um todo.

Uma outra forma de distinguir a microeconomia e a macroeconomia

abrangem a análise das formas de comportamento der variáveis agregadas e de

variedades individuais.

Exemplificando, os grandes agregados estudados pela macroeconomia,

como a renda, o emprego e o desemprego, o consumo, o investimento, a poupança,

soa todos de natureza heterogênea, na forma como considerada. Já a

microeconomia está voltada à apreciação das unidades individuais da economia.

Outro modo de distinção entre microeconomia e a macroeconomia

repousa no aspecto dos preços.

Efetivamente, a microeconomia é igualmente conhecida por Teoria de

Preços, pois procura evidenciar a formação dos preços dos bens e serviços, assim como dos recursos produtivos.

Page 30: Unisa [1] Economia

29

Como isso é concretizado? Na Teoria do Consumidor, a microeconomia

enaltece a intenção dos indivíduos, em face das respectivas rendas, de se

apropriarem de uma combinação de quantidades de bens tal que lhes possibilite a

maximização de suas satisfações. Em outras palavras, originam-se aí as procuras

(individuais ou não) que se traduzirão em rendimentos paras as firmas.

Já na Teoria da Firma, tem-se a figura do indivíduo-empresário

esforçando-se para combinar os fatores de produção, em vista de sua limitação

orçamentária, com a intenção de maximizar o nível de lucro de sua organização.

Colocando de outra maneira, a partir da análise desses procedimentos

são obtidos os elementos necessários à derivação das ofertas individuais e de

mercado.

A combinação das quantidades fatores de produção, bens, e/ou serviços

que os consumidores estariam dispostos a adquirir, impõe a determinação de um

denominador comum, que nada mais será do que o preço. A determinação deste

preço é tarefa que se propõe a microeconomia, ao estudar a questão tanto no

âmbito dos fatores de produção como no caso dos bens e/ou serviços.

2.4 INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA

A Microeconomia, ou Teoria dos Preços, analisa a formação de preços do

mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o

preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados específicos

(VASCONCELOS; GARCIA, 2003, p. 30).

A microeconomia estuda as unidades (consumidores, firmas,

trabalhadores, proprietários dos recursos, etc.) componentes da economia e o modo

como suas decisões e ações são inter-relacionadas. Portanto, é de responsabilidade

da microeconomia, cuidar, individualmente, do comportamento dos consumidores e

produtores, com vistas à compreensão do funcionamento geral do sistema

econômico, ou seja, ela está ligada ao exame das ações dos agentes econômicos

privados em suas atividades de produção e de consumo e, assim, procura investigar

as possibilidades de eficiência e equilíbrio do sistema econômico como um todo. A

análise microeconômica é também chamada de “teoria dos preços”, visto que nas

economias liberais é o funcionamento do livre mecanismo do sistema de preços que

Page 31: Unisa [1] Economia

30

articula e coordena as ações dos produtores e consumidores (MENDES, 2005, p.

24).

2.4.1 Pressupostos Básicos da Análise Microeconômica

2.4.1.1 A Hipótese Coeteris Paribus

Para analisar um mercado específico, a Microeconomia se vale da

hipótese de que “tudo o mais permanece constante” (em latim, coeteris paribus). O

foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado, analisando-se o papel que a

oferta e a demanda nele exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito

pouco, ou que não interfiram de maneira absoluta. Assim, torna-se possível o estudo

de um determinado mercado selecionando-se apenas as variáveis que influenciam

os agentes econômicos – consumidores e produtores – nesse particular mercado,

independentemente de outros fatores, que estão em outros mercados, poderem

influenciá-los (VASCONCELOS; GARCIA, 2003, p. 31).

2.4.1.2 Papel dos Preços Relativos

Na análise microeconômica, os preços relativos assumem destacada

importância, ou seja, os preços de um bem em relação aos demais, do que os

preços absolutos (isolados) das mercadorias.

2.4.1.3 Objetivos da Empresa

A grande questão na Microeconomia, que é a origem das diferentes

correntes de abordagem, reside na hipótese adotada quanto aos objetivos da

empresa produtora de bens e serviços.

Segundo Vasconcelos e Garcia (2003, p. 32):

Page 32: Unisa [1] Economia

31

A análise tradicional supõe o Princípio da Racionalidade, segundo o qual o empresário sempre busca a maximização do lucro total, otimizando a utilização dos recursos de que dispõe3. Essa corrente enfatiza conceitos como receita marginal, custo marginal e produtividade marginal em lugar de conceitos de média (receita média, custo médio e produtividade média), daí ser chamada de marginalista.

2.4.1.4 Aplicações da Análise Microeconômica

A análise microeconômica, ou Teoria dos Preços, como parte da Ciência

Econômica, preocupa-se em explicar como se determina os preços dos bens e

serviços, bem como dos fatores de produção. O instrumental microeconômico

procura responder, também, as questões aparentemente triviais; por exemplo, por

que, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse bem

deve cair, coeteris paribus.

A Microeconomia representa uma ferramenta útil para estabelecer

políticas e estratégias, dentro de um horizonte de planejamento, tanto nas empresas

quanto na política econômica.

Nas empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes

decisões:

• política de preços da empresa.

• previsões de demanda e de faturamento.

• previsões de custo de produção.

• decisões ótimas de produção (escolha da melhor alternativa de

produção, isto é, da melhor combinação de fatores de produção).

• avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo-

benefício a compra de equipamentos, ampliação da empresa etc.).

• política de propaganda e publicidade (como as preferências dos

consumidores podem afetar a procura do produto). 3 O Princípio da Racionalidade (que supõe um homus economicus) é aplicado extensamente na Teoria Microeconômica tradicional. Por esse princípio, os empresários tentam sempre maximizar lucros condicionados pelos custos de produção, os consumidores procuram maximizar sua satisfação (ou utilidade) no consumo de bens e serviços (limitados por sua renda e pelos preços das mercadorias), os trabalhadores procuram maximizar lazer etc.

Page 33: Unisa [1] Economia

32

• localização da empresa (se a empresa deve situar-se próxima aos

centros consumidores ou aos centros fornecedores de insumos).

• diferenciação de mercados (possibilidades de preços diferenciados, em

diferentes mercados consumidores do mesmo produto).

Em relação à política econômica, a Teoria Microeconômica pode

contribuir na análise e tomada de decisões das seguintes questões:

• efeitos dos impostos sobre mercados específicos.

• política de subsídios (nos preços de produtos como trigo e leito, ou na

compra de insumos como máquinas, fertilizantes etc.).

• fixação de preços mínimos na agricultura.

• controle de preços.

• política salarial

• política de tarifas públicas (água, luz etc.).

• política de preços públicos (petróleo, aço etc.).

• leis antitrustes (controle de lucros de monopólios e oligopólios).

Pode-se inferir com estas observações que são decisões necessárias ao

planejamento estratégico das empresas e a política e programação econômica do

setor público.

2.4.1.5 Divisão do Estudo Microeconômico

A Teoria Microeconômica consiste nos seguintes tópicos:

• Análise da Demanda: A Teoria da Demanda ou Procura de uma

mercadoria ou serviço divide-se em Teoria do Consumidor (demanda

individual) e Teoria da Demanda de Mercado.

• Análise da Oferta: A Teoria da Oferta de um bem ou serviço também

subdivide-se em oferta da firma individual e oferta de mercado. Dentro

da análise da oferta da firma são abordadas a Teoria da Produção, que

Page 34: Unisa [1] Economia

33

analisa as relações entre quantidades físicas entre o produto e os

fatores de produção, e a Teoria dos Custos de Produção, que

incorpora, além das quantidades físicas, os preços dos insumos.

• Análise das estruturas de mercado: a partir da demanda e da oferta

de mercado são determinados o preço e a quantidade de equilíbrio de

um dado bem ou serviço. O preço e quantidade, entretanto,

dependerão da particular forma ou estrutura desse mercado, ou seja,

se ele é competitivo, com muitas empresas produzindo um dado

produto, ou concentrado em poucas ou em uma única empresa. As

estruturas de mercados de bens e serviços são:

1. concorrência perfeita;

2. concorrência imperfeita ou monopolista;

3. monopólio;

4. oligopólio.

As estruturas do mercado de fatores de produção são:

1. concorrência perfeita;

2. concorrência imperfeita;

3. monopsônio;

4. oligopsônio.

• Teoria do equilíbrio geral: considera as inter-relações entre todos os

mercados, diferentemente da análise de equilíbrio parcial, que analisa

um mercado isoladamente, sem considerar suas inter-relações com os

demais. A Teoria do Bem-Estar, ou Welfare, estuda como alcançar

soluções socialmente eficientes para o problema da alocação e

distribuição dos recursos, ou seja, encontrar a “alocação ótima dos

recursos”.

Um dos focos do estudo microeconômico consiste na análise das

imperfeições de mercado, onde se analisam situações nas quais os preços não são

determinados isoladamente em cada mercado.

Page 35: Unisa [1] Economia

34

2.5 AS TAREFAS DO SISTEMA DE MERCADO

Quais são as funções sociais que qualquer mecanismo econômico – seja

ele regido pela tradição, imposição ou mercado – deve desempenhar?

Examinando o problema, vemos que existem três tarefas a serem

desempenhadas por todos esses mecanismos econômicos:

1. Todos os sistemas econômicos devem direcionar esforços da

sociedade na produção de bens e serviços de que tal sociedade

necessita, sejam elas regidas pela tradição, imposição ou mercado,

todas as sociedades devem poder contar com a produção regular das

provisões necessárias.

Exemplo: coexistem no Brasil diferentes sociedades no mesmo

espaço, como algumas cidades do Nordeste e do interior de alguns

Estados. Nessas sociedades muito simples, a necessidade básica gira

em torno da busca infindável de alimento, vestimenta e educação. Em

cidades mais “avançadas”, as “necessidades” vão muito além desse

tripé.

Em princípio, as tarefas são as mesmas: todas as sociedades apóiam-

se em organização econômicas que devem alocar seus homens e

materiais aos usos que a sociedade exige para se manter em

funcionamento. Se o método de organização falha, a comunidade entra

em colapso.

2. Todos os sistemas econômicos devem também determinar os métodos

de produção. A produção não é simplesmente a aplicação de esforço

humano à natureza. Em todo sistema social, do mais rústico ao mais

avançado, existe o problema da técnica a ser utilizada. Em todas as

sociedades acima do nível de subsistência existe sempre o problema

de como produzir o que a sociedade deseja, bem como o que produzir.

Exemplo: se você fosse o Prefeito de uma cidade do interior de

qualquer Estado brasileiro, teria que decidir que tipo de transporte

utilizar, que métodos agrícolas encorajarem que tipos de sistemas de

distribuição deveriam estabelecer. A escolha da técnica errada pode

Page 36: Unisa [1] Economia

35

não provocar colapso (apesar de isso ser possível), mas acarretará

desperdício e um nível de bem-estar menor do que o que está ao

alcance da cidade.

3. Todos os sistemas econômicos devem resolver o problema de

distribuição do produto entre seus membros.

Exemplo: Sob muitos aspectos, este é o problema mais difícil. A

escassez – importa pela natureza ou causada pelo homem – torna

extremamente necessária a solução do problema da divisão de um

produto. Entretanto, seja por costume, imposição ou outra maneira

qualquer, para a sociedade sobreviver é necessário que a produção do

sistema seja partilhada – e de modo aceitável.

2.6 COMO O MERCADO FUNCIONA

Assim, o que produzir, como produzir, e a quem entregar o produto

constituem os problemas básicos da Economia, que toda ordem social deve

enfrentar de uma maneira ou de outra.

Como o mercado enfrenta esses três problemas?

O mercado não parece prestar atenção para isto. Quando olhamos para

um sistema de mercado, tudo o que vemos é um sistema de trocas em que cada um

tem de se arranjar por si mesmo, onde ninguém é responsável pelo encargo de

conferir se serão produzidos os bens adequados, se serão produzidos da maneira

correta e entregues às pessoas certas.

Exemplo: vamos supor que somos donos de uma ilha onde podemos

obter apenas dois produtos. Podemos usar nossa terra, trabalho e capital para

plantar cereais ou podemos usa-los para criar gado e obter leite. Suponhamos que

utilizamos todos os nossos recursos na produção de cereais e após 6 meses

colhemos 500 sacas do mesmo. No semestre seguinte colocamos todos os nossos

esforços na criação de gado leiteiro e obtemos 250 litros de leite. Teríamos então

descoberto duas possibilidades extremas de produção para a alocação de nosso

esforço social.

Page 37: Unisa [1] Economia

36

É mais provável, entretanto, preferirmos uma mistura de cereal e leite, e

não tudo de um e nada de outro. Assim, teríamos de encontrar, através de

tentativas, as combinações de cereal e leite que poderíamos ter, ao utilizar alguns

de nossos recursos em cada operação.

2.7 A PRODUÇÃO

Produzir é criar uma utilidade ou aumentar a utilidade dos bens

econômicos. O homem não cria matéria. Ele cria apenas utilidade, transformando os

bens e adaptando-se às suas necessidades.

As riquezas naturais, por si só, não são suficientes para atender às

necessidades humanas. Por isso são necessárias novas utilidades. A tudo que é

transformado em utilidade pelo homem damos o nome de produto.

Produzir, portanto, significa criar meios para a satisfação das

necessidades. Como exemplo, podemos analisar todo o caminho por onde passa o

produto “camisa”:

PREPARO DA TERRA → PLANTIO DO ALGODÃO → ADUBAÇÃO → COLHEITA → BENEFICIAMENTO

TRANSPORTE

FIAÇÃO → PREPARAÇÃO À FIAÇÃO → FIAÇÃO → ACABAMENTO DE FIAÇÃO

TECELAGEM → PREPARAÇÃO À TECELAGEM → TECELAGEM → ACABAMENTO DE TECELAGEM

TRANSPORTE

CONFECÇÃO DE ROUPAS

TRANSPORTE

MAGAZINES, LOJAS, BUTIQUES ETC.

COMPRAS E USO

LAVADEIRAS, PASSADEIRAS ETC.

Page 38: Unisa [1] Economia

37

Todas as atividades desenvolvidas para que possamos utilizar uma roupa

limpa e bem passada são consideradas atividades de produção.

Vimos que produzir significa criar meios para a satisfação das

necessidades humanas. A plantação, o transporte, a tecelagem, a confecção, as

lojas, a lavadeira, tudo isso faz parte do processo para satisfazer nossa necessidade

de vestir.

2.8 OS SETORES DE PRODUÇÃO

Desde as primeiras torças, o comércio tem marcado sua presença na vida

do ser humano, garantindo-lhe um modo de vida. A circulação de riquezas,

viabilizada pelo comércio, trouxe e ainda traz importantes conseqüências para as

atividades econômicas.

As atividades econômicas estão divididas em três setores:

• Setor primário: compreende as atividades que se desenvolvem em

contato direto com a natureza: agropecuária, pesca, extração de

minérios, horticultura, fruticultura, etc.

• Setor secundário: abrange todas as atividades industriais de

elaboração de produtos: indústria, produção de Energia, obras

públicas, etc. Concentra-se em modificar os produtos que vêm do setor

primário.

• Setor terciário: responsável pela distribuição e venda dos produtos

dos setores primário e secundário, bem como pela prestação de

serviços.

2.9 POSSIBLIDADE DE PRODUÇÃO

O centro do problema da produção é a necessidade de escolha que

devemos fazer. Esta escolha é inevitável porque é imposta, naturalmente, pelos

recursos existentes, por nossa técnica ou know-how conhecido.

Page 39: Unisa [1] Economia

38

As possibilidades são muitas e não são estáticas. À medida que cresce o

capital e a tecnologia, a fronteira pode avançar, de modo que o impossível no

passado torna-se atingível no futuro. Além disso, quando as técnicas mudam, ou

quando nossos recursos crescem ou diminuem essa divisão também muda.

Por exemplo, a invenção de uma nova forragem para o gado pode elevar

a produção de leite em nossa ilha: então, poderíamos produzir mais sacas de cere e

mais litros de leite.

2.10 OS FATORES DE PRODUÇAO

Como o mercado, essa imensa e confusa teia de indivíduos e empresas,

determina a alocação dos recursos da sociedade?

Para responder a esta pergunta, teremos de esclarecer as atividades do

mercado e descobrir em seu fluxo um padrão qualquer que nos permita

compreender como ele funciona.

Alguns elementos são necessários para que haja produção. Chamamos

de fatores de produção os seguintes elementos básicos: recursos naturais, trabalho, e capital.

Page 40: Unisa [1] Economia

39

• Recursos Naturais: são os recursos obtidos da natureza e que vão

ser transformados através da indústria: ferro, madeira, petróleo, terras,

etc.

• Trabalho: é a colaboração da energia humana, manual ou intelectual,

no processo de produção.

• Capital: é tudo aquilo que é fruto de poupança e que vai aumentar a

produção.

Na verdade, existe um padrão. Se olharmos para o fluxo de mercado,

observamos que os participantes não são iguais.

Um grupo de participantes consiste de indivíduos, como nós, que entram

no mercado como compradores, buscando os bens e serviços que desejam ou que

RECURSOS NATURAIS

Terras cultiváveis

Florestas Matérias-primas

TRABALHO Operários, técnicos,

engenheiros, comerciantes, Profissionais

liberais

CAPITAL

Dinheiro, maquinário, ferramenta, barragens

Hotéis

Carros

Habitação

Produtos Alimentícios

Serviços Públicos

Vestuário

PRODUÇÃO

DE BENS

ECONÔMICOS

Page 41: Unisa [1] Economia

40

podem comprar. Esses são os consumidores, que normalmente pensamos ser o

único – ou pelo menos, o mais importante – grupo do “mercado”. Mas, se olharmos

outra vez, podemos ver que não são.

Existe um segundo grupo, tão grande e importante quanto o primeiro, cujo

papel vamos examinar agora. São os indivíduos que já identificamos como

consumidores, desta vez, entretanto, no mercado com um propósito diferente:

ganhar a vida oferecendo seus serviços para a produção. Além disso, podemos

distinguir pelo menos três tipos de serviços oferecidos por esses indivíduos:

• o primeiro é o trabalho, oferecido pelos indivíduos sob várias formas,

desde as profissões não especializadas e de baixa remuneração, até

as sofisticadas e altamente remuneradas;

• o segundo são os serviços dos recursos naturais, tais como a terra,

oferecidos pelos indivíduos que são seus proprietários;

• o terceiro são os serviços de capital – instrumentos de produção feitos

pelo homem – oferecidos no mercado pelas pessoas que os possuem.

Chamamos estes indivíduos, em seus papéis de produtores, de fatores de produção, e vemos que eles constituem um grupo e uma atividade sob todos os

aspectos tão importantes quanto os dos consumidores.

O trabalho, os recursos naturais e o capital oferecidos pelos indivíduos

donos de suas próprias habilidades, ou donos de recursos e equipamentos

constituem não apenas os agentes físicos da produção, que devem ser combinados

de maneira a garantir a produção, como também constituem classes sociais cujo

comportamento deve ser coordenado na produção.

O mercado combina as realidades físicas de trabalho, recursos e

equipamentos, organizando as atividades apropriadas daqueles que possuem cada

uma dessas entidades físicas.

O mercado transforma-se, então, em algo mais que uma terrível confusão.

É agora um local onde consumidores e fatores de produção buscam uma solução

para seus problemas particulares e individuais, despendendo sua renda para

satisfazer seus desejos próprios, por um lado, e ganhando dinheiro ao oferecer suas

habilidades ou posses, por outro.

Page 42: Unisa [1] Economia

41

2.11 A IMPORTÂNCIA E ORIGEM DO CAPITAL

Definimos “capital” como sendo o bem que se destina a produzir outros

bens. Por isso, ele é muito importante no processo produtivo.

Compare o rendimento de um agricultor trabalhando com ferramentas

agrícolas rudimentares e o rendimento de um agricultor que pode dispor de

modernas máquinas e equipamentos agrícolas. Analise a importância do capital.

Como surge o capital? A produção gera receitas (recursos financeiros).

Nem toda receita se destina ao consumo imediato de bens e serviços, sendo parte

dela utilizada para aumentar a produção.

O ato de não consumir uma parte da renda denomina-se poupança que,

por sua vez, permite que se faça um investimento, ou seja,a despesa destinada a

produzir novos bens.

Assim, temos o seguinte esquema:

POUPANÇA INVESTIMENTO PRODUÇÃO DE

MAIS BENS

PRODUÇÃO

DE

BENS CONSUMO

2.12 IMPORTÂNCIA E HISTÓRIA DO TRABALHO

O trabalho é o mais importante fator de produção e sem ele não existiriam

os meios de produção; consequentemente, não haveria geração de riquezas.

Embora seja o mais importante, a maior parte das riquezas por ele

produzidas não vai para os trabalhadores. Só recentemente os trabalhadores

começaram a adquirir consciência de sua importância e passaram a lutar para

alcançar maior participação nos benefícios gerados pelo trabalho.

A palavra ”trabalho” deriva da palavra latina “tripalium”, que designava um

tipo de instrumento de tortura. De fato, o trabalho apresentou, durante muito tempo,

Page 43: Unisa [1] Economia

42

um sentido de punição e de castigo. Para os hebreus, por exemplo, o homem havia

sido simplesmente condenado ao trabalho.

2.12.1 Na Antiguidade

Os gregos e os romanos só admitiam o trabalho manual para os

escravos. As elites só admitiam o trabalho intelectual, porque correspondia à parte

nobre do corpo humano: o cérebro. O trabalho que exigisse orça e destreza

musculares e um contato direto com a matéria, era desprezível.

2.12.2 Na Idade Média

Na Idade Média existiam três classes de pessoas: os sacerdotes, os

nobres e os trabalhadores. Trabalhar significava cultivar a terra para produzir

alimentos e cuidar do rebanho que fornecia a lã para o vestuário. A maioria das

terras agrícolas estava dividida em áreas chamadas feudos. Um feudo abrangia uma

aldeia e uma grande extensão de terra arável que a circundava. A terra arável era

dividida em duas partes: uma ficava pertencente ao senhor e a outra ficava à

disposição dos servos para produzirem seu sustento. O servo era obrigado a

trabalhar dois oi três dias por semana nas terras do senhor, sem pagamento algum.

Quando havia pressa, primeiro devia colher os produtos das terras do senhor, não

importando quantos dias fossem necessários para a colheita.

2.12.2.1 Cresce o Comércio, Muda o Trabalho

Durante a maior parte da Idade Média, praticamente não existia o

comércio como conhecemos hoje, apenas um intercâmbio de mercadorias. Alguém

poderia não ter lã suficiente para fazer seu vestuário, mas ter vinho de sobra, e

então trocava alguns galões pela lã que precisava. O comércio cresceu. Este fato provocou profundas mudanças na

sociedade feudal. A riqueza, que era medida pela quantidade de terras que a pessoa

Page 44: Unisa [1] Economia

43

possuía, passou no final da Idade Média a ser medida pelo dinheiro. Além disso, a

expansão do comércio provocou também o crescimento das cidades.

2.12.2.2 Os Artesãos e suas Corporações

O progresso das cidades e o uso do dinheiro fizeram com que os

camponeses, que tinham habilidade para fabricar algum produto, pudessem

abandonar a agricultura e viver de seu ofício. Se o artesão fosse bom trabalhador e

se tornasse conhecido entre os moradores da cidade, seus produtos seriam

procurados e ele poderia aumentar a produção e contratar um ou dois ajudantes.

2.12.3 A Revolução Industrial

A invenção de máquinas para substituir o trabalho humano diminuiu ainda

mais a importância da unção dos artesãos. Com as máquinas vieram as fábricas,

com sua organização eficiente e a divisão de trabalho. O sistema fabril provocou um

grande aumento na produção.

Com a Revolução Industrial e o surgimento das grandes fábricas,a a partir

do século XVIII, a exploração do trabalho humano atingiu limites inacreditáveis: os

operários, inclusive mulheres e crianças, eram obrigados a trabalhar, em média, 85

horas por semana. Além do excessivo número de horas de trabalho, as condições

eram precárias.

2.12.3.1 Novas Idéias

Em contrapartida à exploração do trabalho humano, surgiram novas

idéias, principalmente com Karl Marx. Marx propunha que os meios de produção –

fábricas, máquinas, matérias-primas – fossem de propriedade de todo o povo.

Os trabalhadores, por sua vez, passaram a se organizar em sindicatos

para defender seus interesses e perceberam que, embora fracos como indivíduos,

poderiam tornar-se fortes quando unidos.

Page 45: Unisa [1] Economia

44

A partir dessas novas idéias sobre o trabalho e graças aos movimentos

trabalhistas, a classe trabalhadora passou a ter maior importância social e política.

2.13 OS DOIS MERCADOS

O dinheiro que os indivíduos gastam como consumidores é ganho por

eles próprio quando agem como fatores de produção. Essa conexão de

consumidores e fatores de produção mostra-nos um outro aspecto do mercado: é o

fato de que duas atividades (a compra pelos indivíduos e a venda de fatores de

produção) têm lugar no mercado e que essas atividades têm lugar em dois

mercados.

O indivíduo, ao fazer compras visando satisfazer suas necessidades

particulares, irá procurar um lugar no mercado em que as transações envolvam bens

e serviços. Os que buscam um lugar para ganhar dinheiro irão procurar um lugar no

mercado em que as transações envolvem exclusivamente serviços de outros

indivíduos como eles próprios.

Não se compra recursos naturais, trabalho ou capital num armazém, ou

bens e serviços de consumo numa agência de empregos, num escritório imobiliário

ou num banco.

Falta esclarecer um aspecto do mercado: ele não engloba apenas

participantes individuais, sejam consumidores ou fatores de produção, mas engloba

também a instituição chamada empresa.

Qual é o papel desempenhado pelas empresas?

Olhando o luxo, percebemos imediatamente que seu papel é central, pois

no mercado em que os indivíduos buscam bens e serviços, vemos que os

vendedores dos mesmos são, em sua maior parte, empresas.

Na outra parte do mercado, onde os fatores de produção oferecem seus

serviços, vemos que os compradores desse mercado também são as empresas.

Assim, as empresas funcionam como elos na cadeia circular já observada,

adquirindo os recursos naturais, trabalho e capital e vendendo bens e serviços.

A próxima figura nos ajuda a visualizar esse fluxo de transações e nos diz

como analisar a complexidade do processo e mercado.

Page 46: Unisa [1] Economia

45

Para solucionar o problema econômico vamos seguir o caminho mais

fácil. Primeiro, devemos estudar o mercado de bens e serviços, pois ele certamente

está ligado à tarefa de garantir à sociedade a produção que ela necessita.

Passamos então para o mercado de fatores, pois sem dúvida esse mercado

aumentará nossa visão quanto ao problema de quem será capaz de pedir tais bens

e serviços. E finalmente, vamos investigar a instituição central que é a empresa, pois

aí esta o foco de energia e organização em que são determinadas as técnicas da

sociedade.

O FLUXO CIRCULAR NUMA VISÃO MICROECONÔMICA

$$$$$$$ $$$$$

$$$ $$$$$$

$$$$ $$$$$$

$$$$$$$ $$$$$$

$$$$ $ $ $ $

A FAMÍLIA COMO CONSUMIDORA

A FAMÍLIA COMO FATOR DE PRODUÇÃO

A EMPRESA COMO VENDEDORA DE BENS E SERVIÇOS

A EMPRESA COMO EMPREGADORA DE FATORES

O MERCADO DE FATORES

O MERCADO DE BENS E

SERVIÇOS

Page 47: Unisa [1] Economia

46

3 A ECONOMIA E A PRODUTIVIDADE

Produtividade é mais um problema administrativo do que econômico. A

maior ou menor produtividade é uma questão de organização do trabalho, de

engenharia industrial (processos, logística, etc.).

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) muitos países passaram

a se preocupar com a produtividade. Por volta de 1950, sete trabalhadores

japoneses produziam o mesmo que um norte-americano. Em 1977, a produção de

dois japoneses era igual à de um operário norte-americano. Em 1978, o índice de

produtividade do Japão aumentou 8% e o dos Estados Unidos 0,3%.

Produtividade é uma unidade de medida ou valor expresso pela relação

entre o insumo e o produto (do Inglês input-output)

De acordo com a definição, temos:

PRODUTIVIDADE = PRODUTO _ INSUMO4

A produtividade pode ser analisada sob o aspecto quantitativo e

qualitativo.

Por exemplo: uma empresa industrial cuja produção mensal atinja o valor

de R$ 90.000,00, empregando insumos calculados em R$ 45.000,00, terá um índice

de produtividade igual a 2:

___R$ 90.000,00__ = 2 R$ 45.000,00

Para uma análise mais precisa da produtividade podemos calculá-la

considerando isoladamente os três grupos de insumos: natureza, capital e trabalho.

4 Insumo - s.m. Neologismo criado para traduzir a expressão inglesa input. Que abrange todos os recursos gastos ou investidos para a obtenção de determinado resultado (output) da produção.

Page 48: Unisa [1] Economia

47

As matérias-primas são insumos da natureza. Máquinas, equipamentos e

instalações pertencem ao grupo de capital. A mão de obra direta e indireta

representa o grupo de trabalho. A produtividade de cada um desses grupos pode ser

calculada conforme segue:

Podemos também calcular a produtividade do trabalhador da seguinte

forma:

Além das fórmulas mencionadas, a produtividade pode ser ainda

calculada de várias maneiras. Um dos cálculos utilizados, principalmente pelas

indústrias e que permite uma análise mais detalhada da produtividade, é o cálculo

custo-minuto.

3.1 CUSTO OPERACIONAL DA EMPRESA

Cálculo do custo-minuto:

Volume líquido do faturamento 596.108,14

( - ) Custo das mercadorias vendidas 233.594,50

( + ) Resultado do período (43.209,47)

Custo operacional da empresa 319.304,17 Dias do ano .............................................365

Domingos ..................................................52

PRODUTIVIDADE DA NATUREZA = VALOR DA PRODUÇÃO ___ ! VALOR DA MATÉRIA-PRIMA PRODUTIVIDADE DO CAPITAL = QUANTIDADE PRODUZIDA___ OU VALOR DA PRODUÇÃO ____ NÚMEROS DE MÁQUINAS VALOR DAS MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES PRODUTIVIDADE DO TRABALHO = _ QUANTIDADE PRODUZIDA___ HOMENS-HORA

PRODUTIVIDADE DO TRABALHADOR = __ QUANTIDADE PRODUZIDA___ NÚMERO DE TRABALHADORES

Page 49: Unisa [1] Economia

48

Sábados .....................................................52

Feriados .......................................................8

Total de dias a descontar .........................112

Total de dias de trabalho ..........................253

Horas de trabalho (253x8) .....................2.024

Minutos de trabalho (2024 x 60) ......121.440

Custo-minuto

Custo operacional/total de minutos de trabalho ......... 2,62 Minutos perdidos por dia ............................................................25

Total de minutos perdidos por anos (253x 25) .......................6.325

Valor dos minutos perdidos por ano

(custo do minuto x total de minutos perdidos) ...................16.571,50

Perda potencial de produtividade (minutos perdidos x 100/minutos de trabalho) .............. 5,2%

Um índice de produtividade maior ou menor não corresponde

necessariamente à melhor ou por produtividade; por isso, além da análise

quantitativa, é preciso fazer a análise qualitativa.

Em épocas de crise muitas empresas diminuem quadros de pessoal,

supondo que a diminuição da mão-de-obra possa melhorar os índices de

produtividade. Não podemos esquecer que os Recursos Humanos são os únicos

que reagem, isto é, são os que têm condições de encontrar e viabilizar alternativas

produtivas.

A produtividade empresarial é mais uma questão de organização e

métodos. As organizações mais eficazes e que utilizam os métodos mais eficientes

são aquelas cujos índices de produtividade são constituídos de valores quantitativos

e qualitativos.

Page 50: Unisa [1] Economia

49

4 FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA

Assuntos corriqueiros estão despertando os interesses da população com

o objetivo de entender melhor as manchetes dos jornais do dia: segundo o IBGE, o

crescimento da economia havia sido pífio. Os juros hoje estão altos, mas estavam

ainda mais elevados no início do governo FHC. O que é demanda agregada? A

inflação, que antes era de mais de 1.000% ao ano, agora está domada, pos tem

apresentado abaixo de 10% ao ano.

4.1 MEDINDO O PRODUTO DO PAÍS

O principal objeto da macroeconomia é estudar os elementos que

determinam o nível de produção, do emprego e dos preços (inflação). Há períodos

em que a economia consegue fazer com que a produção e o consumo sejam

elevados, quando os investimentos crescem e o nível de desemprego é baixo.

Considera-se, nessa situação, que está havendo prosperidade nacional e que há

crescimento econômico. Há, também, o inverso: observa-se queda da produção,

baixo consumo, desemprego em alta e desestímulo aos investimentos.

Determinar o nível de produção (e, conseqüentemente, de emprego dos

fatores de produção) é o mesmo que medir o crescimento (ou decréscimo) da

economia. É esse um dos grandes objetivos da macroeconomia. Tendo em vista que

na produção global de um país entram os mais variados tipos de produtos e serviços

(cimento, pão, geladeira, carnes, sapatos, bananas, televisão, milho, soja, trigo, etc.)

seria muito difícil agrega-los, pois não tem sentido somar sapatos com carnes, ou

milho com soja. Para resolver esse problema de “juntar” tudo, de obter um único

indicador que incluísse todos os bens e serviços, os economistas criaram o conceito

de “produto”.

Com o intuito de avaliar o nível de produção de um país que se calcula o

“produto”, o qual pode ser avaliado sob duas óticas: o produto interno bruto e o

produto nacional bruto. Ambos são representados por um único número, que

procura expressar o nível de atividade econômica em todos os setores, ou seja, a

produção de todos os bens e serviços (BS) de um país num determinado ano.

Page 51: Unisa [1] Economia

50

4.2 CONCEITOS DE RENDA (RN) E PRODUTO NACIONAL (PNB)

4.2.1 Renda Nacional

Todos os países procuram medir o resultado de suas atividades

econômicas e essa medição pode ser feita através do cálculo da renda nacional.

Renda nacional é a soma das rendas ou receitas recebidas por todas as

pessoas em um ano, ou seja, é a soma total dos salários, juros, lucros, aluguéis e

renda da terra obtida pelos cidadãos de um país, durante o período de um ano.

A renda nacional depende da maior ou menor produtividade do trabalho e

da maior ou menor rentabilidade de todos os fatores da produção.

4.2.2 Renda Per Capita

Dividindo a renda nacional pelo número de habitantes, temos a renda per

capita de um país. Renda per capita é o que cada ganharia se dividíssemos

igualmente o valor da produção, em um ano, entre todas as pessoas do país.

A renda per capita é um dos critérios para se avaliar o desenvolvimento

econômico de um país, mas não pode ser o único. Portanto, além da renda nacional,

devemos levar em conta certos dados indicativos do padrão de vida da população

em geral: média de vida dos habitantes, mortalidade infantil, leitos de hospital,

percentual de alfabetização, consumo de energia per capita, meios de transporte,

etc.

A renda per capita do Brasil é muito baixa em relação aos povos

economicamente mais desenvolvidos.

4.2.3 Para que Serve o Cálculo da Renda

As principais vantagens são:

• medir o crescimento econômico do país;

Page 52: Unisa [1] Economia

51

• avaliar a contribuição dos diferentes setores da produção na atividade

econômica, tais como a agricultura, a pesca, construção civil, do

comércio e da indústria na produção de riquezas;

• conhecer a distribuição da renda, isto é, o modo como é repartido o

total que o país produz.

4.2.4 Lucro

Lucro é a remuneração do empresário, representado por um ganho

aleatório igual à diferença entre o preço de venda e o preço de custo dos produtos e

serviços. Se não houvesse a possibilidade de lucro, o empresário não correria o

risco de aplicar seu capital em determinada atividade produtiva.

Karl Marx explicou a origem do lucro através da teoria denominada “mais-

valia”. Segundo a teoria, no regime capitalista, o capital tende a aumentar

indefinidamente pela exploração que o sistema lhe permite exercer sobre o trabalho.

Assim, o capital é formado da “mais-valia”, que consiste no seguinte:

O trabalhador, em qualquer processo de produção, transforma matéria-prima em produtos, empregando determinados meios de produção. O valor do produto é formado pelo valor dos meios de produção mais o novo valor que o operário, ao trabalhar, está criando. Do trabalho, portanto, sai o único valor que se cria em cada processo de produção.

Dessa forma, o capitalista obtém os seus lucros apoderando-se de todo o

trabalho que o operário continua a realizar após ter criado um valor igual ao seu

salário. Chamamos de “mais-valia” ao valor suplementar que o operário produz

durante todo o tempo em que continua a trabalhar depois de produzir o valor de sua

força de trabalho.

Hoje, o que se discute não é a existência do lucro, mas a sua

apropriação. Nas economias capitalistas ele vai para os detentores do capital das

empresas. Nas economias socialistas o lucro vai necessariamente para o Estado,

embora uma fração possa ser deixada à disposição das empresas. Um dos aspectos

interessantes é o que diz respeito à distribuição do lucro entre os empregados.

Page 53: Unisa [1] Economia

52

4.2.5 Juro

Juro é a remuneração do capital. Quando alguém recebe um empréstimo

em dinheiro, deve pagar ao credor, além do “principal”, uma soma determinada para

compensar o lucro que o credor deixou de ter ao emprestar o dinheiro.

Podemos justificar a cobrança dos juros da seguinte forma:

• não são apenas os pobres que pedem empréstimos, mas também os

comerciantes, os industriais e o governo, com o fim de aplicar esse

capital na produção;

• o capital é hoje um fator de produção; sendo produtivo, ninguém o

empresta sem receber um retribuição;

• apesar de a inflação ser baixa, de se ter uma moeda praticamente

estável com o câmbio controlado, o próprio sistema comercial de

financiamento e a cultura existente no mercado financeiro fazem com

que os juros sejam cobrados.

4.2.6 Produto Nacional

Vimos que a renda nacional é a soma das rendas ou receitas recebidas

por todas as pessoas em um ano. Para alcançar determinada receita ou renda é

preciso produzir. Produto nacional é precisamente a soma de todos os bens e

serviços finais vendidos no período de um anos

Exemplo: imagine uma nação que só produzisse café. Durante um ano

ela produz 1 milhão de sacas de café, vendidas a R$ 500,00 a saca. O valor do

produto nacional dessa nação é: 1 milhão de sacas de café x R$ 500,00 =

500.000.000,00. Isto significa que o valor do produto nacional é constituído pela

soma paga aos que contribuíram para cria-lo.

Page 54: Unisa [1] Economia

53

Produto nacional Renda nacional R$ 1 milhão de sacas de pago a:

Café a R$ 500,00 a saca - operários/empregados 250.000.000,00

- donos de terra 125.000.000,00

- prestamistas 65.000.000,00

- empresários 70.000.000,00

TOTAL R$ 500.000.000,00 TOTAL R$ 500.000.000,00

4.3 CONCEITO DE BALANÇA DE PAGAMENTOS

A balança de pagamentos é o registro contábil de todas as transações de

um país com outros países do mundo. Assim, na balança de pagamentos estão

registradas todas as importações e exportações brasileiras, os fretes que os navios

pagam a navios estrangeiros, os empréstimos que o Brasil recebe em moeda

estrangeira, o capital de firmas estrangeiras que abrem filiais no Brasil, o capital das

firmas estrangeiras que saem do Brasil, etc.

Na balança de pagamentos estão registradas todas as compras e vendas

de moeda estrangeira. As compras são efetivadas para importar mercadorias de

outros países ou para pagar serviços prestados por estrangeiros a brasileiros, ou

ainda para que as firmas estrangeiras possam enviar seus lucros aos países de

origem, para pagamento de juros de empréstimos estrangeiros ou para pagamento

de royalties e patentes a outras nações.

As vendas de moedas estrangeira são efetivadas pelos exportadores que

receberam suas receitas em dólares.

Todas as compras de moeda estrangeira são registradas no lado

esquerdo da balança de pagamentos, isto é, são lançadas a débito. Por outro lado,

todas as vendas de moeda estrangeira são registradas no lado direito da balança de

pagamentos, isto é, são lançadas a crédito.

Esquematicamente:

PRODUTO NACIONAL = RENDA NACIONAL

Page 55: Unisa [1] Economia

54

Débito Crédito Compra de moeda estrangeira Venda de moeda estrangeira

O total de compras de moeda estrangeira deve ser sempre exatamente

igual ao total de vendas de moeda estrangeira, pois, sempre que alguém está

vendendo alguma coisa, outra pessoa está comprando. A balança de pagamentos

precisa estar sempre em equilíbrio, ou seja, o montante de débitos deve sempre

“bater” com o montante de crédito, da mesma forma que qualquer registro contábil

que registre lançamentos por partidas dobradas.

Geralmente a balança de pagamentos é dividida em três grandes

categorias relativas a três tipos de transações.

A balança de pagamentos poderia ser representada assim:

Balança Comercial Débito Crédito Importações Exportações

Balança de Serviços Débito Crédito (pagamentos estrangeiros) (recebimentos estrangeiros) Fretes Fretes

Prêmios de seguros Prêmios de seguros

Transporte Transportes

Turismo e viagens Turismo e viagens

Juros de empréstimos Juros de empréstimos

Lucros remetidos ao exterior Lucros remetidos ao exterior

Outros pagamentos Outros recebimentos

A balança comercial e a balança de serviços, consideradas

conjuntamente, formam a chamada “balança de transações correntes”.

A balança de transações correntes não registra os capitais das firmas

estrangeiras que entram e saem do Brasil, os empréstimos que o Brasil recebe de

entidades e nações internacionais, etc. Todas estas transações que não se referem

Page 56: Unisa [1] Economia

55

à produção e venda de serviços ou bens são registradas na terceira divisão da

balança de pagamentos, a balança de capitais.

Balança de Capitais Débito/Crédito Capitais de empresas estrangeiras

Empréstimos estrangeiros

Investimentos diretos

Crédito de longo prazo

Apesar de havermos afirmado que a balança de pagamentos está sempre

em equilíbrio, isto não significa de forma alguma que as diversas divisões da

balança de pagamentos também estejam em equilíbrio. Não é necessário que o

montante de importações brasileiras seja igual ao montante de exportações, e que o

montante de renda de serviços pago aos brasileiros seja igual ao montante de

capital que ingressou no país, ou que abandonou o país.

A soma dois débitos das três balanças, conjuntamente, deve ser igual à

soma dos créditos.

4.4 ECONOMIA E GLOBALIZAÇÃO

4.4.1 Atual Estágio de Inserção do Brasil na Economia Mundial

A inserção do Brasil na economia mundial ainda é pequena e alguns

indicadores podem dar uma idéia da trajetória que o país terá ainda que percorrer

para participar mais ativamente da globalização. Quanto mais um país está

integrado na economia mundial, maior é a exposição à concorrência internacional,

maior a absorção de tecnologias modernas, maiores as opções de escolhas para os

consumidores finais e para os produtores de obter recursos financeiros a custos

menores no mercado mundial: tudo isso contribui para melhorara alocação de

recursos da economia e para atingir padrões mundiais de eficiência.

Page 57: Unisa [1] Economia

56

Existem várias formas para expressar o grau de integração de um país na

economia mundial. Aqui são utilizados:

• o grau de abertura comercial;

• a estabilidade da política de importações;

• A participação dos manufaturados no total das exportações.

Os dois primeiros apontam o grau de exposição do país à concorrência

mundial e o terceiro é um indicador da capacidade do país produzir dentro dos

padrões mundiais e absorver níveis mais sofisticados de tecnologia. Não são

medidas perfeitas, mas dão uma idéia da posição do Brasil em relação a alguns

fatos estilizados da economia mundial.

A próxima tabela apresenta o grau de abertura de um número significativo

de países, em diferentes níveis de desenvolvimento e com diferentes padrões de

inserção internacional. Dentro dessa amostra, o Brasil se destaca com o menor grau

de exposição à concorrência internacional, embora a partir de 1990 haja uma

reversão do seu fechamento exagerado, o qual se estendeu por toda a década de

80.

Mesmo assim, a política de abertura não tem sido linear nem consistente.

Os retrocessos têm sido freqüentes, particularmente depois do Plano Real,

introduzindo grande instabilidade nas regras de importação e nos preços relativos,

dificultando o planejamento de longo prazo das empresas.

Restrições às importações são importantes barreiras à difusão de

tecnologia e ao aumento da produtividade total dos fatores de produção, além de

introduzirem distorções na alocação dos fatores de produção e no padrão de

concorrência.

Grau de abertura5 de economias selecionadas

5 (exportações + importações).

Page 58: Unisa [1] Economia

57

Alemanha 28,7 30,8 3,3

Argentina 8,0 7,5 8,7

Austrália 17,4 17,1 19,9

Brasil 10,0 6,8 7,7 Canada 27,4 25,4 36,8

Chile 21,0 32,7 27,3

China nd 15,7 20,8

Colômbia 13,6 17,7 17,1

Coréia do Sul 37,6 30,1 34,4

Estados Unidos 10,4 10,4 11,9

França 22,1 22,5 22,7

Índia 8,3 8,4 10,6

Indonésia 26,1 26,3 25,6

Itália 21,9 18,8 22,1

Japão 15,3 10,3 9,7

México 13,0 16,1 14,2

Reino Unido 26,1 25,5 29,5

Tailândia 27,2 37,7 44,7

Fonte: FMI “Internacional Financial Statistics”, vários anos.

O que essas informações indicam é que a reaproximação do Brasil da

economia mundial ainda está numa etapa inicial, e que ainda há um longo caminho

a percorrer para alcançar uma maior participação na globalização dos mercados.

4.5 POLÍTICAS ECONÔMICAS

O principal objeto da macroeconomia é estudar os elementos que

determinam o nível de produção de bens e serviços (PIB), da renda nacional, do

emprego e dos preços de um país, e que essas variáveis, na visão keynesiana,

dependem do nível e de variações na demanda agregada, que é a soma dos fluxos

de dispêndios em bens e serviços de consumo (privado e público), em investimento

(privado e público) e exportações (o que os estrangeiros compras de produtos

brasileiros).

Page 59: Unisa [1] Economia

58

Portanto, quanto maior for a demanda agregada dos cerca de 175

milhões de brasileiros, das administrações públicas (governo), das empresas (que

investem) e dos estrangeiros que compram produtos brasileiros, maior será o nível

de produção de bens e serviços no Brasil, maior o nível de empregos e maior o nível

de renda nacional.

De acordo com Keynes (apud MENDES, 2005, p. 188):

A demanda agregada influencia a produção, o controle do nível da demanda agregada é exercido pelas autoridades governamentais, ou seja, pelo governo. Essa intervenção do governo na economia é chamada de política econômica, que é um ramo da economia dita normativa e faz parte da política pública.

Os instrumentos de política econômica são:

• política fiscal: entende-se a atuação do governo no que diz respeito à

arrecadação de impostos (as chamadas receitas públicas) e os gatos

públicos. O objetivo básico da política fiscal é conduzir, com eficiência,

a área administrativa do governo, promovendo o bem-estar da

população mediante a realização de obras de interesse da sociedade e

a eficácia na arrecadação tributária, a fim de fazer frente às despesas

orçamentárias.

• política monetária: diz respeito às intervenções governamentais sobre

o mercado financeiro, seja atuando ativamente ao controlar a oferta de

moeda ou atuando passivamente sobre as taxas de juros. Ela pode ser

definida como o controle da oferta da moeda e das taxas de juros que

garantem a liquidez ideal de cada momento econômico. Por

controle da oferta de moeda, pode-se entender:

- condições de crédito, ou seja, disponibilidade ou não de

empréstimos. O governo pode aumentar ou reduzir a capacidade

dos bancos de emprestar por meio do depósito compulsório (isto é,

ao obrigar os bancos a recolherem maiores ou menores volume de

seus recursos no Banco Central);

- aumento ou diminuição do dinheiro que circula na economia (por

meio do volume de dinheiro que o governo emite).

Page 60: Unisa [1] Economia

59

• política cambial: fundamenta-se na administração da taxa de câmbio

e no controle das operações cambiais. Ela tem impacto direito sobre

a política monetária.

• política de rendas: refere-se ao controle de preços e salários

exercidos pelas autoridades econômicas e podem ser considerados

dentro do âmbito das políticas monetárias, fiscal ou cambial. Os

controles sobre preços e salários situam-se em categoria própria de

política econômica. A característica especial é a de que, nesses

controles, os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o

que fariam, em resposta a influências econômicas normais do

mercado.

Page 61: Unisa [1] Economia

60

5 TEORIA ELEMENTAR DO FUNCIONAMENTO DO MERCADO

5.1 TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA

Não é nosso objetivo desenvolver uma teoria completa da demanda.

Nossa intenção é fazer uma introdução à teoria da demanda e, portanto, apresentar

uma visão simplificada do problema. Costuma-se definir a procura, ou demanda

individual, como a quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor

deseja adquirir em certo período de tempo. Nesta definição é preciso destacar dois

elementos. Em primeiro lugar, a demanda é um desejo de adquirir, é uma aspiração,

um plano, e não sua realização.

Demanda é o desejo de comprar. Em segundo lugar, a demanda é o luxo

por unidade de tempo. A procura se expressa por uma dada quantidade em um

dado período. Assim, deve-se dizer que: Dª Maria tem desejo de adquirir 5 quilos de

feijão por semana e não, simplesmente, que Dª Maria deseja 5 quilos e que está a

sua procura.

Mas, do que depende esta procura, ou este desejo de adquirir? Quais são

os fatores ou variáveis que influenciam esta procura?

A teoria da demanda é derivada de hipóteses sobre a escolha do

consumidor entre diversos bens que seu orçamento permite adquirir. O que se

procura é explicar o processo de escolha do consumidor perante as diversas

alternativas existentes. Tendo um orçamento limitado, o que quer dizer, um dado

nível de renda, o consumidor procurará distribuir este seu orçamento (renda) entre

os diversos bens e serviços de forma a alcançar a melhor combinação possível, ou

seja, aquela que lhe trará o maior nível de satisfação.

Exemplo: supondo que um indivíduo vá almoçar num restaurante, vamos

verificar o que influencia sua escolha. Recebendo o cardápio, a primeira coisa que

Não se deve confundir procura com compra, nem oferta com venda.

Page 62: Unisa [1] Economia

61

ele olha são os preços. Assim, a escolha de um determinado prato, digamos um filé,

depende não só do preço do filé, mas também do preço de outras carnes, do preço

das massas, etc.

Pode-se facilmente ver que, quanto maior for o preço do filé, menos

propenso estaria o indivíduo a pedir um.

Da mesma forma, quanto menor o preço dos outros pratos principais

(massas,carnes, etc.), menor desejo ele terá de comer um filé. Isto se dá porque o

filé, as outras carnes e a massa são substitutos. Ele escolhe ou um ou outro.

Dificilmente o consumidor pedirá um frango acompanhado de um peixe.

Caso o preço dos acompanhamentos seja alto, ele reduzirá sua vontade

de pedir filé. Além dos preços, uma outra variável afeta esta escolha: a renda. Se o

indivíduo não tiver dinheiro para pagar a conta, não irá pedir o filé com fritas.

Também o gosto do consumidor determina a escolha. Mesmo que o preço do bife de

fígado e seus acompanhamentos seja baixo, o indivíduo não o pedirá caso não

suporte fígado.

Vemos que a escolha do consumidor foi influenciada por algumas

variáveis que em geral serão as mesmas que influenciarão sua escolha em outras

ocasiões. Dessa forma, costuma-se apresentar quatro determinantes de procura

individual:

• Preço do bem;

• Preço de outros bens;

• Renda do consumidor;

• Gosto ou preferência do indivíduo.

Em linguagem matemática, expressaremos estas relações da seguinte

forma:

Dn = f(Pn, P1, P2 ... Pn-1, R, G) Onde:

Dn – a demanda do bem n

Pn – o preço do bem n

Pi – o preço de outros bens, i = 1,2,..., n-1

R – renda

G – preferência

Page 63: Unisa [1] Economia

62

Para estudar a influência de cada fator sobre a procura é preciso fazer

uma simplificação, pois estudar em conjunto é bastante complexo e exigiria um

instrumento matemático mais elaborado. A simplificação consistirá em considerar cada efeito, cada variável, separadamente, fazendo a hipóteses de que tudo o mais permaneça constante. Esta hipótese é também conhecida como a cláusula

de ceteris paribus. Por exemplo, dizemos que, ceteris paribus6 (*), a demanda é

função do preço.

5.1.1 Relação entre Quantidade Demandada e Preço do Bem

Podemos representar a relação entre quantidade demandada e preço do

bem da seguinte maneira: Dn = f( Pn), tudo o mais permanece constante.

Normalmente, teremos uma relação inversa entre o preço do bem e a

quantidade demandada. Quando o preço do bem cai, o bem fica mais barato em

relação aos seus concorrentes e, desta forma, os consumidores deverão aumentar

seu desejo de compra=lo. De outra parte, quando o preço cai, o indivíduo fica mais

rico em termos reais.

Exemplo: com R$ 100,00 eu posso comprar 1 (um) par de sapatos se o

preço for R$ 100,00, e dois pares se o preço cair pela metade, e quatro pares se o

preço for R$ 25,00.

Quando o indivíduo fica mais rico, normalmente aumenta as demandas.

Por estas razões, o bem fica relativamente mais barato e o consumidor com maior

poder de compra; deve-se esperar que, quando o preço de um bem ou serviço cai, a quantidade procurada aumenta.

Assim, quando Pn ↓ ↔ Dn ↑ e Pn ↑ ↔ Dn↓

Ou seja, quando Pn cai, a demanda por este bem aumenta. Quando o

preço aumenta, a demanda cai.

6 Condição ceteris paribus: mediante o qual é selecionado as variáveis relevantes de um determinado problema, supondo fixo tudo o mais, porque se estima que não é essencial para a questão que se está estudando.

Page 64: Unisa [1] Economia

63

Esta é uma hipótese plausível e já testada várias vezes para diversos

produtos. Mas há uma limitação: tudo o mais permanecendo constante, é um efeito

isolado. Na realidade, muitos efeitos aparecem conjuntamente, e é difícil fazer a

separação de cada um.

5.1.2 Relação entre a Procura de um Bem e o Preço dos Outros Bens

Dn = f( Pi), tudo o mais permanecendo constante.

Para esta função temos a relação geral: o aumento do preço do bem i poderá aumentar ou reduzir a demanda do bem n. A reação do tipo de relação

existente entre os dois bens.

1. Caso o aumento do preço do i aumentar a demanda do bem n, os itens

i e n são chamados substitutos ou concorrentes. No exemplo dado do

restaurante, o filé e as massas são bens substitutos. Também são

substitutos a manteiga e a margarina, o transporte por trem e por

avião, o café e o chá, etc.

Bens concorrentes são aqueles que guardam uma relação de

substituição: ou se consome um ou outro. O consumo de um pode

substituir o consumo do outro.

2. Caso o aumento do preço do item i ocasionar uma queda na demanda

do bem n, os bens são chamados complementares. É o caso de

pneumáticos e câmaras de ar, pão e manteiga, caneta e tinta, etc.

Bens complementares são aqueles que, em geral, são consumidos

conjuntamente. Sua complementaridade pode ser técnica, caso do

automóvel e gasolina, ou psicológica, como trabalhar com música.

5.1.3 Relação entre a Procura de um Bem e a Renda do Consumidor

Dn = f( R)

Page 65: Unisa [1] Economia

64

Em geral existe uma relação crescente e direta entre a renda e a

demanda de um bem ou serviço. Quando a renda cresce, a demanda do bem deve

aumentar. O indivíduo, ficando mais rico, vai desejar aumentar seu padrão de

consumo e, portanto, demandar maiores quantidades de bens e serviços.

Esta é a regra e como toda regra, ela admite exceções. Em primeiro

lugar, é possível que o indivíduo esteja totalmente satisfeito com o consumo de um

determinado bem e, portanto, não altere a quantidade procurada por unidade de

tempo, quando sua renda aumentar. É o caso do consumo saciado.

Outra exceção encontra-se nos chamados bens inferiores. Estes são bem

cuja demanda se reduz quando a renda aumenta. Por exemplo: a demanda de carne

de segunda se reduz quando o indivíduo aumenta seus ganhos, pois aí ele passará

a demandar carne de primeira e não mais de segunda.

5.1.4 Relação entre a Procura de um Bem e o Gasto do Consumidor

Por fim, resta examinar a influência do gasto ou da preferência do

consumidor sobre a demanda. Vamos estudar esta relação por meio de um

exemplo.

Exemplo: suponhamos que seja feita uma grande campanha publicitária

incentivando a população a beber mais leite. Nesta campanha se mostra o valor

nutritivo do leite e os benefícios que ele traz à saúde. O povo é despertado por esta

propaganda e resolve tomar mais leite e resolve tomar mais leite. O que ocorrerá

com a demanda do leite? É fácil responder. A demanda aumentará.

Sempre falamos sobre a procura individual. E a procura de mercado? A

procura de mercado é a soma das procuras individuais. Suponhamos que, a um

dado preço, o consumidor “A” deseja adquirir 10 caixas de bombons, o consumidor

“B” deseja 7 e o “C” 5 caixas. Sendo o mercado constituído destas pessoas, a

procura de mercado será de 22 caixas de bombons. Ao preço dado.

Page 66: Unisa [1] Economia

65

5.2 TEORIA ELEMENTAR DA OFERTA

Define-se oferta como a quantidade de um bem ou serviço que os

produtores desejam vender por unidade de tempo. Novamente é preciso destacar os

dois elementos: a oferta é um desejo, um plano, uma aspiração; é um fluxo por

unidade de tempo; do mesmo modo que a demanda, a oferta de um bem depende

de inúmeros fatores.

A oferta de um bem depende de seu próprio preço, admitindo a hipótese

coeteris paribus: quanto maior for o preço de um bem, mais interessante se torna

produzi-lo e, portanto, a oferta é maior.

Em segundo lugar, a oferta do bem x depende dos preços dos fatores de

produção. De fato, o preço dos fatores, juntamente com a tecnologia empregada,

determina o custo da produção. Havendo aumento do preço de fator, aumentaria o

custo da produção.

Os bens em cuja produção se empregam grandes quantidades deste fator

sofrerão aumentos de custo significativos, enquanto aqueles que o empregam pouco

sofrerão menos.

Exemplo: aumentando o preço da terra, teremos um grande aumento no

custo de produção de soja, enquanto que em outros setores, que utilizam em menor

intensidade o fator terra, teremos menores aumentos de custos. Assim, a mudança

no preço de um ator, acarretará alterações na lucratividade relativa das produções.

O mesmo raciocínio se pode fazer em relação à mudança na tecnologia

de produção. Os bens que mais se beneficiaram da mudança tecnológica terão

lucratividade aumentada, e assim surgirão deslocamentos nas curvas de oferta de

diversos bens e serviços.

Em terceiro lugar, a oferta de um bem pode ser alterada por mudança nos

preços dos demais bens produzidos. Se os preços dos demais bens subirem e o

preço do bem x permanecer idêntico, a sua produção torna-se menos atraente em

relação à produção dos outros bens, consequentemente diminuindo sua oferta.

O preço, em uma economia de mercado, é determinado tanto pela oferta

quanto pela procura:

Page 67: Unisa [1] Economia

66

P

P0

Q0 Q

Page 68: Unisa [1] Economia

67

6 INDICADORES DA ECONOMIA BRASILEIRA

Por indicadores entendem-se algumas variáveis que sofrem influências

das políticas econômicas adotadas pelo governo, as quais afetam tanto as empresas

como os consumidores. Para melhor compreensão, diferenciam-se estes indicadores

em internos e externos.

Como indicadores internos (aqueles que têm influência apenas dentro

do país), têm-se: a inflação, o produto interno bruto, o déficit público (que é crônico)

e a dívida interna do setor público.

Entre os indicadores externos podemos citar: a balança comercial

(diferença entre a exportação e a importação), o balanço de pagamentos (que mede

contabilmente as transações econômicas que o Brasil faz com o restante do mundo),

a taxa de câmbio, os investimentos estrangeiros e a dívida externa. Portanto, as

variáveis de cada um dos indicadores são:

• internas: inflação, PIB, déficit público, dívida interna;

• externas: balança comercial, balanço de pagamentos, câmbio,

investimentos estrangeiros, dívida externa.

6.1 NÚMEROS-ÍNDICES

É uma estatística da variação de um conjunto composto por bens

fisicamente diferentes. Existem índices de preços e índices de quantidade. Os

índices de preços são mais difundidos, dado sua utilidade para deflacionar (tirar o

efeito da inflação) ou inflacionar informações monetárias e para o acompanhamento

da taxa de inflação. Os índices de quantidade (ou de quantum) são úteis para

determinar a variação física de séries compostas por produtos diferentes.

Page 69: Unisa [1] Economia

68

6.2 ÍNDICES DE PREÇOS

Existem índices de preços por atacada (indústria e agricultura) e índice de

preços de varejo (consumidor e construção civil). Como principal base de referência

pode-se considerar os índices de preços ao consumidor (IPC), também

denominados de índices de custo de vida (ICV).

Ilustra-se na tabela 2 a existência de três bens na economia, e a

respectiva variação de preços entre dois meses:

Variação de preços no período

Participação no gasto total do consumidor

Carne

Arroz

Fósforo

10%

10%

100%

30%

60%

10%

Soma 100% Tabela 2 - Comparativa do índice de preços

Fonte: Fundamentos de Economia. Vasconcelos, M.A. S; Garcia, M.E, 2003.

Não se pode calcular uma média aritmética, pois os três bens têm pesos

diferentes. Calculamos, então, uma média aritmética ponderada:

Média aritmética = 0,1 x 0,3 + 0,1 x 0,6 + 1 x 0,1 = 0,19 ou 19%.

6.3 PRINCIPAIS ÍNDICES QUE ACOMPANHAM OS PREÇOS

A forma como as instituições de pesquisa determinam esses

componentes é o que provoca algumas diferenças entre índices. A seguir,

demonstram-se no Quadro-resumo 1, os principais índices de preços no Brasil.

Page 70: Unisa [1] Economia

69

Índice/Instituições

Período de

coleta de preços

Local de pesquisa

Orçamento Familiar em

Salários mínimos

Para que é

usado

IPCA especial

IBGE

Dias 16 a 16 11 regiões 1 a 40 UFIR7

IPCA IBGE Mês completo 11 regiões 1 a 40 Genérico

INPC IBGE Mês completo 11 regiões 1 a 8 Genérico

IGP FVG8

Mês completo

RJ/SP e 10

regiões

1 a 33 (inclui Preços por Atacado e construção civil)

Contratos

IGP FVG

Dias 21 a 20

RJ/SP e 10

regiões

1 a 33 (inclui Preços por Atacado e construção civil)

Contratos

IGP-10 FGV

Dias 11 a 10

RJ/SP e 10

regiões

1 a 33 (inclui Preços por Atacado e construção civil)

Antecipação

IGP

IPC FIPE Mês completo São Paulo 1 a 20

Contratos

IPC DIEESE Mês completo São Paulo 1 a 30 Acordos

salários

Quadro 1 - Principais índices que acompanham os preços Fonte: Fundamentos de Economia. Vasconcelos, M.A. S; Garcia, M.E, 2003.

Legenda dos índices e Instituições de Pesquisa:

IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo

INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumior

IGP - Índice Geral de Preços

IGP-M - Índice Geral de Preços do Mercado

ICV - Índice de Custo de Vida

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

FGV - Fundação Getúlio Vargas

FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas

DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-

Econômicos 7 Não é mais praticado para cobrança de títulos. 8 É uma composição de três subíndices: Índice de Preços por Atacado (60%); Índice de Preços ao Consumidor (30%) e Índice Nacional de Construção Civil (10%).

Page 71: Unisa [1] Economia

70

REFERÊNCIAS

GUIMARÃES, S. Economia e Mercados. São Paulo: Ática, 1993.

LECAILLON, J. Como funciona a economia? Lisboa, Pórtico, s/d, p.12.

MENDES, J. T. G. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: Pearson

Prentice Hall, 2005.

MOCHÓN, F. M. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Education, 2004.

PINHO, D. B.; VASCONCELOS, M. A. S. (Org.). Manual de economia. 5. ed. São

Paulo: Saraiva, 2006.

ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

SAMUELSON, P. A. Introdução à Análise Econômica. 8. ed. São Paulo: Agir,

1975.

VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São

Paulo: Saraiva, 2003.

______. Economia Micro e Macro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.