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UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE
OMAR TORRES CRESPO
PORTFÓLIO FINAL
RIO PRETO DA EVA-AM
2017
OMAR TORRES CRESPO
PORTFÓLIO FINAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à UNASUS/UFSCPA, como requisito parcial para conclusão do Curso de Especialização em Saúde da Família sob orientação do Professor. Dr. Luiz Farias De Lima Neto, médico da família e comunidade.
RIO PRETO DA EVA-AM
2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 04
2 ESTUDO DE CASO CLÍNICO 06
3 PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS 14
4 VISITA DOMICILIAR 20
5 REFLEXÃO CONCLUSIVA 25
REFERÊNCIAS 29
ANEXO I – PROJETO DE INTERVENÇÃO 31
1 INTRODUÇÃO
Eu sou Omar Torres Crespo, tenho 50 anos, sou natural da Província de Pinar
do Rio, Cuba, onde estudei até graduar-me de médico no ano 1990. No início da
minha carreira profissional, foi como médico dos trabalhadores (medicina do trabalho)
em uma escola de ensino médio; no ano de 1995 até 2004 trabalhei no hospital para
HIV/AIDS na função de médico assistencial, nesse ano fui à missão médica na região
Centro-americana em Honduras por dois anos; no ano de 2008 trabalhei na área de
epidemiologia, depois eu participei na missão médica em Venezuela, trabalhando na
medicina familiar comunitária por três anos; no ano 2012 voltei de missão medica
novamente para a região Centro-americana em Nicarágua, onde trabalhei no hospital
de pronto socorro alternado com trabalho comunitário médico familiar, em 2014
retornei para trabalhar na medicina comunitária familiar na Policlínica Pedro Borras
município Pinar do Rio, Cuba.
Em julho de 2016 aderi ao Programa Mais Médico para o Brasil e, desde então,
atuo na comunidade Manápolis, município de Rio Preto da Eva-AM. Estou locado na
Unidade Básica de Saúde Manoel Rodriguez Castelo, localizada no km 129 da estrada
AM 010, ramais Manápolis km 18, cuja área de abrangência que atinge as
comunidades agrícolas: Manápolis, Santa Cruz, redenção, e 8 ramais (os principais
são: ramal da Chica, ramal Deus é fiel, ramal Piquirí). Há três Igrejas católicas, quatro
evangélicas (Assembleia de Deus, Pentecostal, Adventista e Congregação Cristã),
uma escola pública, um terreno para esportes com uma área de futebol em fase de
construção. A população atendida abrange um total de 1.578 usuários. As doenças
mais frequentes nos atendimentos são: hipertensão arterial sistêmica, Diabetes
mellitus tipo II, infecções de vias aéreas superiores, sacrolombalgia, micoses cutâneas,
piodermatose, parasitoses intestinais e infecções do trato urinário. A população
atendida, em sua maioria, não tem acesso à água tratada nem ao transporte para se
locomover.
O Projeto de Intervenção na UBS foi sobre doenças crônicas com o título:
Prevalência de fatores de risco de doenças crônicas em idosos. A escolha deste
trabalho foi feita pela prevalência dos fatores de risco em nossos idosos. Nosso estudo
será de intervenção educativa no município de Rio Preto da Eva, uma cidade de
aproximadamente 30 mil habitantes, situada no estado de Amazonas, Mesorregião do
Centro Amazonense, com o objetivo de avaliar e modificar os conhecimentos
sobre fatores de riscos em doenças crônicas em idosos de nossa área de
abrangência.
2 ESTUDO DE CASO CLÍNICO
CASO CLÍNICO: UBS MANOEL RODRIGUEZ CASTELO
ANAMNESE
DADOS DO PACIENTE
Nome: F.R.F.G
Sexo: Masculino
Idade: 58 anos
Escolaridade: Ensino Médio Completo.
Estado civil: Viúvo
Religião: Católico
Profissão: Cozinheiro
Naturalidade: Oriximiná / PA
Endereço atual: Ramal Manápolis km 8. AM 010. Amazonas.
QUEIXAS PRINCIPAIS:
Relata que sua muito, “mija” demais e perda de peso.
HISTORIA DA DOENÇA ATUAL:
Consulta Medica N°1 (03/07/2017). Paciente com histórico familiar de Diabetes
Mellitus e HAS, relatando episódios de decaimento desde no final do ano passado, e
uma vez desmaio, mas não procurou atendimento achando que seria normal por
motivos da temperatura alta na cozinha do hotel onde trabalha. Nos últimos dois
meses começaram com sudorações, polidipsia, poliúria e perda de peso de
aproximadamente 10 kg acompanhado em ocasiões de dor de cabeça e problemas na
função sexual, preocupado procurou atendimento na UBS.
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLOGICO:
Gerais: Normocorado, eupnéico, perda ponderal + - 10 kg.
Cabeça e Pescoço: Cefaleias ocasionais, cervicalgia.
Tórax: sem dificuldade respiratória
Abdome: Pirose, dor abdominal difusa.
Geniturinário: Polidipsia, urina colúricas em ocasiões, transtorno na função
sexual.
Sistema endócrino: Sudorações.
Sistema nervoso: Cefaleia, desmaio, insônia.
ANTECEDENTES PESSOAIS:
Nascido de parto normal intradomiciliar, é o quinto de seis filhos.
Patológicos: Dengue e malaria em duas ocasiões.
Antecedentes cirúrgicos: Cirurgia apendicectomia há oito anos.
Medicamentos em uso: Antiácidos orais em gel.
Antecedentes de Sobrepeso.
Historia familiar:
Pai: Hipertensão arterial, artrite.
Mãe: Obesidade, Diabetes mellitus II.
1º irmão: Hipertenso e obeso.
4ª irmã: Diabetes Mellitus tipo II.
6ª irmã: Hipertensa com sobrepeso.
3º filho: Dependente químico.
GENOGRAMA:
Descendência familiar de doenças crônicas. Família pequena disfuncional, onde
mora o pai com o filho mais novo, os quais possuem problemas de relações
interpessoais, porque o filho é dependente químico (drogas e álcool), então existem
brigas e maus tratos do filho com o pai. Há boa relação com os outros dois filhos, o
avô adora o neto Daniel.
1930
Joao
Francisco
Ferreira
86 1933
Maria
Gonzaga
84
1951
Eugenio
jesus
Ferreira
66
1953
Manoel
Isaias
Ferreira
64
1955
Braulio
Francisco
Ferreira
611957
Maria
Ivanilde
Ferreira
60
1960
Francisco
Raimundo
Ferreira
57
1964
Nilza
Beatriz
Ferreira
53
1965 - 2014
Marta
Ruth
Abreu
49
1984
Jesus
Carlos
Ferreira
33
1988
Danielie
Maria
Ferreira
29
1992
Joao
Matias
Ferreira
24
1986
Vanessa
Micheli
Pinto
31
2010
Daniel
Jesus
Ferreira
7
1985
Flavio
Daniel
Silva
32
2012
Jessica
Danieli
Silva
4
PERFIL PSICOSSOCIAL:
Condições de vida:
Situação habitacional:
Mora em uma casa no sitio, de alvenaria e teto de zinco, com dois quartos,
cozinha, banheiro e uma pequena área na frente, bebem água de poço.
Historia ocupacional:
Frequentou vários trabalhos na juventude, passou por estudos e cargos
militares fazem 10 anos, atualmente trabalha de cozinheiro no hotel do município.
Atividades físicas: Faz caminhadas ocasionalmente.
Consumo alimentar:
Come de todo (doces, açúcar, sal, gorduras, cafeína, farinhas, etc) em grande
quantidade.
Vícios:
Fumante (10 cigarros ao dia), álcool ocasionalmente.
Condições socioeconômicas:
Ganha um pouco mais que um salário mínimo e ajuda com manutenção dos
netos.
Ajustamento familiar:
Mantém boa relação com os outros dois filhos, os quais o visitam com
frequência.
EXAME FISICO GERAL:
Aparente bom estado geral, lúcido, biótipo brevilineo, atitude voluntaria.
Fala normal, típica.
Facie normal.
Mucosas: Normocoradas, hidratadas.
Sinais vitais:
PA: 140x90 mmhg
FC: 80 bpm
FR: 17 irpm.
Temperatura: 36 °C.
Medidas antropométricas: Peso: 85 kg, Altura: 1,68 cm. Cintura abdominal 102
cm.
Estado nutricional: IMC: 30.12, Obesidade grau I.
EXAME FISICO REGIONAL:
Cabeça e pescoço: Simétricos e sem deformidades aparentes, cadeias
linfonodulares normais, tireoide normal, orofaringe vermelha.
Tórax (inspeção): Tórax simétrico, eupnéico, não tiragem nem retrações.
Palpação: Expansibilidade torácica normal, vibrações vocais conservadas.
Percussão: Normal.
Ausculta pulmonar: Murmúrio vesicular normal, sem ruídos.
Ausculta cardiovascular: Batimentos cardíacos rítmicos, sem sopros.
Abdome (Inspeção): Globuloso, doloroso difusamente, com presença da cicatriz
cirúrgica de apendicectomia.
Ausculta: Ruídos hidroaéreos normais.
Percussão: hipertimpânico.
Palpação: doloroso difusamente a palpação profunda, com ausência de
visceromegalia nem outros processos tumorais.
Extremidades: Simétricas, com leve edema nos tornozelos.
HIPOTESE DIAGNOSTICA
Diabetes Mellitus tipo II (Síndrome Endócrino Metabólico, pré-diabético),
obesidade e HAS.
CONDUTA:
Orientações gerais: Explico sobre a doença Diabetes mellitus, suas
complicações, oriento sobre dieta, assim como, o acompanhamento que deve ter o
paciente diabético.
Indico mapeamento de PA por 10 dias. Exames: Glicemia em jejum,
hemoglobina glicada (HbA1C), hemograma, Lipidograma. Creatinina sérica,
Uroanálise. Voltar à consulta dentro de dos dias com os exames feitos.
EVOLUÇÂO:
2ª Consulta (05/07/2017)
Dados da triagem:
PA: 130/85 mmhg (aferição de PA 2º dia)
Temperatura: 36 °C.
Peso: 84,5 kg, altura 1,68 cm. Circunferência abdominal: 102 cm
IMC: 29.94, sobrepeso.
Ao interrogatório refere fraqueza, insônias, continuam as sudorações, fala estar
preocupado e começou fazer regime, fica com fome todo tempo, fez exames indicados
e trouxe os resultados.
Ao exame físico:
Ausculta cardíaca e pulmonar: Normal.
Frequência cardíaca: 78 bpm
Frequência respiratória: 18 rpm
Exame da cavidade oral: Há presença de gengivite e queilite angular.
Pescoço: Palpação de tireoide normal.
Exame dos pés: presença de lesões cutâneas fúngicas interdigitais, unhas
normais, leve edema em membros inferiores.
Pulsos arteriais periféricos presentes.
Exame neurológico: Consciente, orientado, ativo, reflexos presentes, memórias
conservadas.
Glicemia em jejum: 221 mg/dl
Hemograma: Hb 14,5 g/l, Hto 47,5 %
Hb glicada A1C: 8,4 g/l
Colesterol total: 217 mg/dl
HDL colesterol: 64 mg/dl
Triglicerídeos: 189 mg/dl
Fração de LDL: CT-HDL Colesterol-(Triglicerídeos/5) = 115,2 mg/dl.
Cálculo de risco para doença coronária segundo escala de Framingham = 14
pontos (calculado x 1.3 por ter IMC >= 30 kg/m2sc) = 18.2 pontos. Categoria
moderada (10-20%) Risco de evento cardiovascular em 10 anos.
Creatinina sérica: 0,8 mg/dl
Avaliando os critérios diagnósticos de DM Tipo II e segundo os sintomas e
resultados dos exames confirmam que você vem desenvolvendo uma diabetes mellitus
tipo II, além disso, também apresenta alterações dos lipídios (colesterol e
triglicerídeos), momento no qual já temos que iniciar o tratamento para estas doenças
e começaremos com:
Tratamento não medicamentoso:
Orientações gerais: Oriento dieta de diabético: Alimentação equilibrada, não
pode comer nenhum alimento que contenha açúcar, vai utilizar edulcorante artificial se
quiser, evitar carboidrato do tipo das farinhas , alimentos fritos, eliminar comidas
gordurosas, comer verduras ,hortaliças e frutas (atingir mudanças dos hábitos
alimentares).
Outros hábitos de vida saudáveis: Abandono de álcool e tabagismo, práticas de
exercícios físicos: continuar com as caminhadas diariamente. Mapeamento de PA.
Glicemia em jejum para avaliar tratamento hipoglicemiante: controle glicêmico,
monitorização da glicemia.
Medicamentoso:
Metformina (500 mg) 01 comp. após café da manha.
Cetonazol (creme) aplicar duas vezes ao dia nos pés por 10 dias.
Retorno consulta em uma semana dia 11/7/2017 indico exame de glicemia em
jejum para avaliar tratamento. Fazer acompanhamento de seu filho dependente
químico com Psicologia e Psiquiatria.
3ª. Consulta. (11/07/2017)
Dados de triagem:
Peso: 83,1 Kg, altura: 1.68 cm, circunferência abdominal: 100 cm
IMC: 29.44, sobrepeso
Temp: 36,1°C
PA: 130/80 mmHg
Mapeamento de PA:
06/07/2017: 130/85 mmHg
07/07/2017: 125/82 mmHg
08/07/2017: 128/81 mmHg
09/07/2017: 120/85 mmHg
10/07/2017: 125/80 mmHg
Ao retorno fala ter melhora dos sintomas: sudorações escassas, urina menos,
apetite ainda marcante.
Ao exame físico
Mucosas: Hidratadas e coradas.
Ausculta cardíaca: Batimentos cardíacos audíveis, sem sopros. FC: 80 bpm.
Ausculta respiratória: sem ruídos. FR: 18 rpm.
Abdome: Timpânico, presença de gases.
Leve edema em membros inferiores.
Trouxe resultado do exame de glicemia em jejum: 154 mg/dl. Faço ajuste do
tratamento e aumento a Metformina para 850 mg ao dia, após café da manhã. Indico
exames de glicemia, retorno para consulta dentro de um mês.
4ª Consulta (12/08/2017)
Dados de triagem:
PA: 125/75 mmhg
Temperatura: 36°C
Peso: 78 kg, Altura: 1.68 cm, circunferência abdominal: 98 cm
IMC: 27.64, sobrepeso.
Refere sentir-se muito bem, as maiorias dos sintomas sumiram, apresenta em
ocasiões, diarreias.
Ao exame físico:
Mucosas: coradas e hidratadas.
Ausculta cardiorrespiratória: sem alterações.
Abdome: sem alterações.
Trouxe resultados de exame de glicemia evolutivo 119 mg/dl. Oriento continuar
igual tratamento medicamentoso, manter hábitos de vida saudáveis, alimentação
equilibrada. Acompanhamento pela equipe em consulta trimestral e visita domiciliar.
3 PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS
No dia a dia na Unidade de Saúde onde eu atuo, sempre procuro como
estratégia ter um trabalho organizado e sistemático para garantir o bom atendimento à
população, contribuindo na construção de ações em saúde que possibilitam responder
às necessidades individuais, podendo-lhe ajudar com uma ótima consulta e assim
alcançar uma melhor qualidade de vida com efeito na redução da vulnerabilidade e
dos riscos à saúde. Neste projeto de trabalho destacamos três pontos importantes que
determinam os atendimentos diários junto a minha equipe e temos:
Atenção ao pré-natal:
Tendo sempre presente os princípios básicos do cuidado pré-natal:
Os profissionais de atenção primária devem realizar o pré-natal, provendo
cuidado contínuo no decorrer da gravidez. Serviços de atenção secundária e/ou
terciária devem ser envolvidos apenas quando se faz necessário cuidado adicional, e a
gestante deve permanecer em acompanhamento pela APS, responsável pela
coordenação do cuidado.
Todos os membros das equipes devem envolver-se no cuidado à gestante.
Idealmente, as consultas devem ser alternadas entre médico e enfermeiro. Os agentes
comunitários de saúde (ACS) devem realizar visitas domiciliares mensais à gestante.
Para pontuar na variável 3 do pagamento por desempenho, devem estar registradas
pelo menos 2 visitas domiciliares do ACS até 38 semanas de gestação.
Não existe uma regra definida para o calendário de consultas. O Ministério da
Saúde (MS) recomenda um número mínimo de seis consultas, e não há evidências de
que um número maior de consultas melhore os desfechos da gestação, porém
aumenta a satisfação. O risco gestacional deve ser reavaliado a cada encontro.
O acompanhamento deve ser iniciado precocemente (no primeiro trimestre),
sendo este um indicador de qualidade do cuidado pré-natal. Sugerimos consultas
mensais até 32 semanas, quinzenais até 36 semanas e semanais até o parto. Não
existe evidência de que o número de consultas isoladamente determina qualidade do
pré-natal. A cada consulta: avaliar queixas, avaliar risco, verificar pressão arterial (PA),
altura uterina, peso, batimentos cardiofetais (BCF), exames solicitados e a solicitar,
tratamentos instituídos e sua adesão.
Os atendimentos no início da gestação podem ser mais longos, a fim de prover
informações e tempo para discussão sobre rastreamentos, de forma que a mulher
possa tomar decisões informadas.
Não existe alta do pré-natal. O acompanhamento da mulher no ciclo gravídico-
puerperal encerra-se apenas após a realização de pelo menos uma consulta
puerperal, que deverá ocorrer até o 20º dia pós-parto. O seguimento poderá ser
prolongado se forem observados riscos no período puerperal.
Os registros da atenção pré-natal devem ser completos e estruturados, com
todas as informações contidas no prontuário e no cartão da gestante, que é uma
importante ferramenta para a coordenação do cuidado.
Reflexão:
Com respeito à atenção pré-natal tratamos de cumprir os objetivos propostos
para atingir as metas de um atendimento de ótima qualidade.
Puericultura:
O Programa de Puericultura deve se estender a toda nossa população na faixa
etária que vai do nascimento aos 20 anos incompletos, com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades, e serem realizado por meio de atendimento
ambulatorial individualizado, visitas domiciliares e participação em grupos de educação
e socialização. Considerando que seus objetivos gerais são:
Vigiar o crescimento físico e o desenvolvimento neuropsicomotor e intelectual;
Ampliar a cobertura vacinal;
Promover a educação alimentar e nutricional;
Promover a segurança e a prevenção de acidentes;
Promover a prevenção de lesões intencionais, principalmente no ambiente
doméstico;
Estimular a promoção da saúde e a prevenção das doenças mais comuns na
comunidade;
Promover a higiene física e mental e a prática de atividades de lazer adequadas
às faixas etárias;
Propiciar a socialização, estimulação cultural e adaptação da criança e do
adolescente em seu meio social.
E de acordo com as diferentes faixas etárias, observam-se algumas
particularidades:
1) O recém-nascido (RN): suas principais características são a completa
dependência do adulto para sobrevivência, grande imaturidade e incapacidade
de controlar impulsos e emoções. Trata-se de uma criança que apresenta
maiores riscos e necessita de cuidados mais intensos. Portanto, durante a
primeira semana de vida, após a alta hospitalar, deverá receber visita domiciliar
de uma enfermeira, auxiliar de enfermagem ou agente comunitário de saúde. Os
objetivos desta visita são proporcionar maior contato entre o binômio mãe-filho e,
por parte da equipe de Saúde da Família, identificar dúvidas e dificuldades da
puerperal em desempenhar o papel de mãe, oferecer orientações sobre os
cuidados básicos ao recém-nascido e avaliar a adaptação da criança ao meio
extrauterino. É uma excelente oportunidade para fortalecer a implantação e
estimular a prática do aleitamento materno. Ao término dessa visita, já será
marcada a primeira consulta médica do RN para sua matrícula no programa;
2) O lactente: caracteriza-se por ser uma criança que se encontra em um período
de rápido crescimento pôndero-estatural e desenvolvimento neuromotor, que
evolui rapidamente de uma condição de vida dependente para uma vida de
relacionamento com os pais e com o ambiente familiar, ganhando autonomia
progressivamente. A criança adquire maior movimentação voluntária, amplia seu
espaço social e é muito estimulada pelo ambiente. Nesta ocasião ocorrem ainda
o início da construção da inteligência e a fase oral do desenvolvimento da
personalidade. As crianças nesta faixa etária, que se estende dos 28 dias aos
dois anos de vida, serão acompanhadas por consultas médicas mensais, durante
o primeiro semestre de vida, bimestrais, no segundo semestre, e trimestrais,
entre 12 e 24 meses de idade;
3) O pré-escolar: período que se estende dos dois aos sete anos de idade,
caracterizado por desaceleração do crescimento e menores necessidades
nutricionais do que na fase anterior. Com a especialização do desenvolvimento
neuromotor, a criança vai adquirindo autonomia, ampliando o seu ambiente social
e diminuindo a dependência dos adultos, que se torna mais emocional e
intelectual do que física. Sua evolução sócia adaptativa e cognitiva permite o
início do processo de aprendizagem formal, embora ainda tenha pequena
capacidade de prever riscos e de reconhecer o perigo. O objetivo é obter um
candidato fisicamente forte, mentalmente capaz e socialmente ajustado para
entrar na escola. As crianças serão avaliadas em consultas médicas semestrais
entre dois e sete anos;
4) O escolar: caracteriza-se por ser um período de crescimento estável, quando o
sistema nervoso central está se completando e pronto para receber alfabetização
e realizar operações concretas. Nesta fase, a criança sofre muitas influências
externas e é insuficiente e inadequadamente vigiada pelos adultos. O programa
indica consultas médicas semestrais, entre sete e 10 anos de idade;
5) A adolescência: inicia-se aos 10 anos, caracterizando-se por significativas e
intensas mudanças físicas e emocionais, que visam a preparar o indivíduo para a
vida adulta, definindo sua identidade e integração social. Neste período, ocorre a
maturidade física e reprodutiva, identidade sexual e psíquica e independência
emocional. O adolescente necessita de autoafirmação, pois ainda é inexperiente
e apresenta espírito desafiador e aventureiro. A partir dos 10 anos, as consultas
são semestrais até os 20 anos de idade. Atenção especial deverá ser dada para
o estadiamento púbere que ocorre durante este período, avaliando-se a
maturidade sexual.
Saúde mental:
Com respeito esse item comecei primeiramente a fazer o registro dos usuários
com acompanhamento em saúde mental (alcoólatras), com uma DCNT (Diabetes
Mellitus tipo I e II), que em alguma ocasião procuravam consulta medica por diferentes
motivos, assim como também durante as visitas domiciliares junto com o agente
comunitário de saúde da área, fiz anotações do preenchimento das fichas individuais
de controle, colocando dados de identificação, endereço, planejamento alimentar,
convivência familiar, esquemas das medicações utilizadas (data e quantidade de
comprimidos prescritos), número de internações hospitalares, etc, permitindo identificar
cada usuário, conhecê-lo em suas singularidades e particularidades. As fichas são
organizadas em ordem alfabética numa pasta, para sempre registrar estas
informações, e assim desenvolver o trabalho planejado.
Quando eu cheguei à UBS os pacientes Diabéticos alcoólatras não faziam
acompanhamentos de forma continuada, na medida em que fomos avaliando-os em
consultas e em visitas domiciliares ajustarmos os tratamentos medicamentos e não
medicamentosos (reajuste na dieta) tendo presente também as avaliações de
psicologia e psiquiatria, com as conseguintes mudanças na qualidade de vida,
seguindo os objetivos das ações prioritárias na política nacional de promoção e
educação em saúde.
Educação em saúde:
Compreendendo que, após ser consumido, o álcool é convertido em carboidrato
no organismo. Sabe-se que o diabético deve evitar o álcool assim como outras fontes
de carboidratos (pão, massas, entre outros). Como o diabético não possui insulina
responsável pela absorção dos açúcares, neste caso os carboidratos, ele passa a
apresentar índices elevados de açúcar no sangue, situação prejudicial para diversos
órgãos.
No coma alcoólico não há necessariamente redução de glicose no sangue, o
que ocorre é que muitos indivíduos alcoólatras que chegam a esse estado podem
estar sem comer a muitos dias e bebendo sem parar.
Atualmente se evita administrar glicose para o indivíduo em coma antes de
saber seus níveis glicêmicos, visto que, a glicose, administrada indiscriminadamente,
pode antecipar a síndrome de Wernick que é uma síndrome própria do alcoolista de
longa data, cuja causa está relacionada à deficiência de vitamina B1 ou tiamina. O
quadro clínico da síndrome de Wernick é caracterizado por alterações oculares,
prejuízo da marcha e estado confussional.
Promoção da saúde:
Alimentação Saudável: Uma alimentação saudável deve ser acessível,
saborosa, variada, colorida, harmônica e segura quanto aos aspectos sanitários; deve
considerar as práticas alimentares culturais e valorizar o consumo de alimentos
saudáveis regionais. Além disso, deve ser adequada às necessidades biológicas e
sociais dos indivíduos e deve estar de acordo com as fases do curso da vida e
principalmente também com a doença que padece.
O álcool e o planejamento alimentar : Somente o médico ou o nutricionista
podem determinar se o álcool pode ser incluído no planejamento alimentar de um
diabético, mediante um bom controle glicêmico. Cervejas normais e vinhos doces
aumentam as taxas glicêmicas mais do que cervejas leves, vinhos secos, whisky ou
vodka, devido à alta concentração de carboidratos destas bebidas.
Para cortar calorias:
Ingerir bebidas de teor alcoólico mais baixo. Cada grama de álcool contém 7
calorias.
Ingerir menos ou evitar bebidas destiladas, cujo teor alcoólico é altíssimo e elas
possuem em média 107 calorias por dose.
Misturar as bebidas com água tônica diet ou club soda, que não contém calorias.
Escolher cervejas mais leves, que têm cerca de 97 calorias, evitando-se as
normais, que têm em média 151 calorias e alteram muito os níveis glicêmicos.
Preferir os vinhos secos ao invés dos suaves, que contêm altas concentrações
de açúcar. Os vinhos secos em média contêm apenas 68 calorias por dose, e
não afetam muito o controle glicêmico quando consumidos moderadamente.
Reflexão:
Conhecendo a população com doenças crônicas (Diabetes Mellitus) e além de
isso com transtorno em saúde mental (alcoolismo) da área pude conhecer as
seguintes situações: Identificação de comorbidades (HAS, Obesidade, Dislipidemias,
Dermatose, etc.) e seu tratamento, identificação de vulnerabilidade e risco social,
conflitos familiares, etc. Muitas pessoas parecem perder o direito aos cuidados de
saúde integral em razão do alcoolismo e da exclusão social em sua comunidade.
4 VISITA DOMICILIAR
Consolidando a visita domiciliar no âmbito da Atenção Primária à Saúde. Nesse
sentido, surge o Programa de Saúde da Família, implantado pelo Ministério da Saúde
em 1994, trazendo em seus ideais a intenção de promover a reordenação do modelo
assistencial centrado na doença, considerado desgastado devido à insatisfação da
população, à ineficiência do setor e à incapacidade de atender os princípios do
Sistema Único de Saúde.
O modelo assistencial pode ser definido como os modos que se produz saúde,
ou seja, como a sociedade e o Estado lançam mão e desenvolvem as tecnologias para
produzir e distribuir ações de saúde. O Programa trouxe, portanto, uma nova dinâmica
nos serviços de saúde, estabelecendo uma relação de vínculo com a comunidade,
humanizando uma prática direcionada à vigilância na saúde, na perspectiva da
intersetorialidade, com ideais no fortalecimento dos princípios da universalidade, da
acessibilidade, da integralidade e da equidade do SUS, denominando-se não mais
programa e sim Estratégia Saúde da Família. Para a operacionalização da ESF, é
necessária a criação de equipe multiprofissional que atue numa área delimitada, e as
ações básicas a serem executadas por estes profissionais estão descritas nas Normas
Operacionais da Assistência à Saúde. No entanto, com o advento da ESF a
assistência domiciliar constitui uma atividade básica a ser realizada em Atenção
Primária à Saúde para responder às necessidades de assistência de pessoas que, de
forma temporária ou permanente, estão incapacitadas para deslocarem-se aos
serviços de saúde. A intervenção deste atendimento faz-se de forma diferenciada por
todos os componentes da equipe de saúde, estando a resolutividade relacionada com
a sua composição. Sendo assim, a Organização Mundial de Saúde define Assistência
Domiciliar como a provisão de serviços de saúde, com objetivo de promover, restaurar
e manter o conforto, função e saúde das pessoas num nível máximo, incluindo
cuidados para uma morte digna.
Acredita-se que as mudanças e potencialização da Atenção Primária à Saúde
no Brasil a partir da implantação da Estratégia Saúde da Família têm repercutido na
assistência domiciliar, que passou de uma assistência pontual, a um processo de
atenção continuado, integral e multidisciplinar no qual se realizam funções e tarefas
sanitárias, assistenciais e sociais, dentro da lógica da vigilância à saúde. Entendemos
a visita domiciliar como uma grande possibilidade de atendimento domiciliário junto às
famílias, que favorece a avaliação das demandas desses clientes, bem como do
ambiente em que vivem. Momento de promoção da saúde surge como uma
oportunidade de estabelecimento de um plano assistencial voltado à recuperação e ao
autocuidado. Essas visitas são realizadas por vários profissionais de diversas áreas,
como médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas, que atuam conjuntamente,
formando uma equipe interdisciplinar, compartilhando a assistência e as
responsabilidades em saúde.
Portanto, a visita domiciliar no contexto da atenção em saúde é um instrumento
de assistência importante na Estratégia Saúde da Família, por contribuir para a
mudança de padrões de comportamento e, consequentemente, na promoção da
qualidade de vida através de promoção da integralidade em saúde. Desse modo, a
Visita Domiciliar como estratégia de trabalho das equipes requer cuidados em sua
realização, que deve ocorrer mediante processo racional, com objetivos definidos
pautados nos princípios de eficiência. Kawamoto; Santos e Matos (1995), define este
instrumento como “um conjunto das ações de saúde voltadas para o atendimento,
tanto educativo como assistencial”, o qual oportuniza a família a buscar capacidade
para, o cuidar em saúde. E é entendido como um ato, uma atitude, um momento de
atenção, de zelo e de desvelo, de preocupação e de envolvimento afetivo com o outro.
Acrescenta-se que o cuidado somente surge quando a existência de alguém
tem importância para o outro, provocando preocupação, inquietação e sentido de
responsabilidade. O processo de cuidar é o desenvolvimento de ações, atitudes e
comportamentos com base em conhecimentos científicos, experiência, intuição e
pensamento crítico, realizado para e com o sujeito cuidado no sentido de promover,
manter e/ou recuperar sua dignidade e totalidade.
A Atenção Domiciliar é a modalidade de atenção à saúde integrada às Redes
de Atenção à Saúde, caracterizada por um conjunto de ações de prevenção e
tratamento de doenças, reabilitação, paliação e promoção à saúde, prestadas em
domicílio, garantindo continuidade de cuidados, é indicada para pessoas que, estando
em estabilidade clínica, necessitam de atenção à saúde em situação de restrição ao
leito ou ao lar de maneira temporária ou definitiva ou em grau de vulnerabilidade na
qual a atenção domiciliar é considerada a oferta mais oportuna para tratamento,
paliação, reabilitação e prevenção de agravos, tendo em vista a ampliação de
autonomia do usuário, família e cuidador.
Com a implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF), pode-se atingir a
consolidação da visita domiciliar no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
Na UBS Manoel Rodriguez Castelo onde eu trabalho esta prática era realizada
de forma irregular e não continua feita conforme a demanda dos familiares ou dos
profissionais: Enfermeira e Agentes Comunitários de Saúde. Eu mudei o cronograma
visando ampliar o acesso no atendimento, solicitei aos ACS’s que fizessem um
levantamento dos usuários que necessitam de visita domiciliar fazendo um
planejamento mensal dos atendimentos e determinei quais pacientes seriam visitados,
fiz uma lista dependendo das doenças com prioridade: neoplasias terminais,
demência avançada, pacientes em processo pós-cirúrgico imediato e tardio,
portadores de Alzheimer, acidentes vasculares encefálicos com ou sem restrição ao
leito, diabéticos, pacientes com ulceras varicosas, hipertensos, asmáticos, portadores
de uma insuficiência cardíaca, entre outras condições crônicas ou portadores de
síndromes de instabilidade clínica, que demandam de sondagem vesical,
nasoentérica, gastrectomia ou traqueostomia. Também crianças com internações
hospitalares frequentes com alterações neurológicas ou somáticas, assim como às
grávidas que por qualquer eventualidade não recorrem à UBS e inclui também
famílias com vulnerabilidade social e assim, não haverá mais reclamação de alguns
moradores que falavam que nunca foram visitados pela equipe medico tendo
pacientes dependentes químicos ou domicílios com risco na infraestrutura com perigo
de quedas etc.
Fizemos uma planilha de controle em que poderemos avisar aos pacientes com
antecedência o dia da visita. Existem dificuldades no transporte para a realização das
visitas e as vezes não temos medicamentos, nem reagentes para fazer os exames.
Desta forma, é frequente ter que cancelar as visitas. Este fato prejudica muito o
planejamento da equipe, e mais ainda compromete o vínculo entre o usuário-cuidador-
profissional, pois perdemos a credibilidade e a periodicidade da assistência.
A pobre logística e a burocracia são fatores limitantes no acesso aos serviços de
saúde pelos usuários comuns e, mais ainda, aqueles acamados, deficientes ou
debilitados, sobre todo quando se precisa de encaminhamento. A minha maior
dificuldade é quando preciso encaminhar os usuários para uma avaliação médica
especializada para fora do município, pois muitas especialidades médicas só podem
ser agendadas em Manaus (capital).
As visitas domiciliares são realizadas juntamente com o ACS que conhece o
endereço e às vezes a Enfermeira participa para conhecer a situação, com frequência
vai também a Odontologista e auxiliares de odontologia, em algumas visitas na qual,
temos que fazer exames laboratoriais nos acompanha o técnico do laboratório.
Os procedimentos mais utilizados nas visitas é aferição da pressão
arterial, a realização da glicemia capilar em diabéticos, assim como curativos e outros
procederes em geral. Quando há necessidade de exames como ultrassonografias,
ECG e radiografias exigem o deslocamento dos usuários para o local de realização,
quando já temos os resultados, planejamos de novo outra visita para colocar a conduta
correta.
Embora podemos falar que as visitas são gratificantes quando percebo que as
intervenções e orientações nossas surtem o efeito esperado na melhoria da qualidade
de vida desta população que exige uma atenção diferenciada voltada para suas
necessidades a longo, médio e curto prazo.
Exemplo de Visita ao domicilio da família Ferreira pela equipe: Doutor,
Enfermeira, ACS, Odontologista.
A família está composta pelos seguintes membros:
MRFT esposo, 64 anos, diabético, obeso,
ARSG esposa, 59 anos, HAS e angina peitorais com acompanhamento pelo
cardiologista.
CRSF filho, 35 anos, sobrepeso e fumante,
CFRS neto, 7 anos, caries dentarias, lesões na pele.
Descrição do domicilio.
Palafita construída de madeira, coberta com palhas, sem compartimentos, piso
de barro, fogão a lenha, com letrinha na área externa, dormem em redes, presença de
cachorros e um gato. Criam galinhas que ficam quase sempre dentro da casa.
Apresentamos nossa equipe para eles, e ACS falou da situação e condições de
vida de dita família, avaliamos a saúde deles fazendo uma anamnese, exame físico,
analisando o histórico clínico, principalmente dos doentes crônicos: tratamentos
farmacológicos e não farmacológicos exames feitos, internações hospitalares,
consultas pelos especialistas, em resumo umas avaliações gerais aprofundaram no
cumprimento do tratamento, além de todas as medidas higiênico – sanitárias indicadas
para garantir uma boa saúde. Por outra parte a enfermeira aferiu PA aos três adultos e
fez glicemia ao diabético, todo ficou dentro dos limites normais exceto a glicose (325
mg/dl), ele falou que em ocasiões esquece de tomar os medicamentos indicados
(metformina e glibenclamida), a odontologista fez avaliação e agendou consulta para
todos na UBS. Finalmente explicamos as complicações e consequências de estas
doenças crônicas e a importância do cumprimento do tratamento indicado, para poder
ter uma melhor qualidade de vida. Ficaram muito agradecidos pela visita.
5 REFLEXÃO CONCLUSIVA
Durante o curso de especialização eu posso dizer que pude aperfeiçoar minhas
habilidades, experimentei uma aprendizagem um pouco diferente ao acostumado, mas
foi muito bom, fui aproveitando os conteúdos, as aulas, artigos e atividades dos
módulos, protocolos permitindo colocar todos os conhecimentos na prática diária, para
oferecer uma consulta de ótima qualidade.
Sempre enfrentamos diferentes obstáculos e situações que às vezes fazem
mudanças em relação à nossa posição como medico nas questões de organização e
planejamento de ações, discutidas ou analisadas nas reuniões de equipe.
Melhoraram muito as consultas de acompanhamento de pacientes com doenças
crônicas como diabetes, hipertensão arterial, obesidade, e saúde mental, entre outras.
Revisando os prontuários durante este tempo de trabalho na UBS encontrei que
tinham pouca informação sobre os usuários e comecei a coletar mais dados nas
consultas:
Histórico pessoal e familiar de doenças;
Queixa principal;
História da doença atual;
Exame físico;
Hipóteses diagnósticas (Avaliação);
Conduta (Plano terapêutico);
Lista de problemas e a conduta para cada situação;
Saúde da Criança. Em análise de:
Principais diagnósticos ou situações vulneráveis:
Transtornos nutricionais,
Alimentação,
Crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM),
Vacinação.
Comecei a fazer uma coleta selecionando as cadernetas das crianças avaliadas
nas consultas de puericultura para registrar os dados antropométricos nas curvas de
percentil segundo a OMS que apresentaram alguma alteração. Deste modo, pude
identificar as alterações e ter a conduta adequada.
Saúde dos adolescentes:
Acompanhamos eles com as Cadernetas dos Adolescentes, visando melhoria
no retorno às consultas com a criação de um grupo de adolescentes onde se fazem
atividades de diferentes tipos, principalmente esportivas e lazer, aproveitando-se o
espaço para dar palestras relacionadas com esta faixa etária, podendo atingir
respostas aos problemas ou situações que eles possam apresentar.
Melhorou tudo com respeito à agenda profissional, organizei de tal forma que
foram incluídos todos os grupos: Saúde da mulher, do Homem, da Criança, do Idoso,
pré-natal e visita domiciliar, colocando uma programação para cada grupo onde pode
ser visualizado no quadro informativo que fica na sala de espera da UBS, também
colocamos a atualização do quadro geral de saúde da UBS:
Total de população dividida em grupos:
Crianças menores de 1 ano (com aleitamento materno exclusivo),
Crianças de 1-5 anos,
Crianças de 6-18 anos (incluindo adolescentes)
Adultos de 18-59 anos
Idosos: 60 anos e mais.
Alem de outros grupos: Total
Gestantes,
Hipertensos,
Diabéticos,
Asmáticos,
Epilépticos,
Dependentes químicos,
Acamados, etc.
Total de trabalhadores divididos em diferentes funções.
Também aqui consta a organização da escala de palestras em sala de espera
na qual quase todos os funcionários fazem palestras em dias específicos para os
grupos.
Foram feito os livros de registro e controle para doenças crônicas, saúde
mental, crianças de diferentes idades, gestantes, dependentes de álcool e drogas,
encaminhamentos, planejamento familiar, pacientes com tuberculose/
hanseníase/leishmaniose etc., assim como também livro no controle de Agravos de
Notificação (SINAM): malaria, dengue, sífilis, HIV/AIDS, etc.
Fiz cartazes informativos sobre as diferentes doenças mais frequentes em que
diz repeito a prevenção e promoção de saúde.
O caso clínico que eu avaliei foi especificamente de diabetes mellitus tipo 2 no
projeto de intervenção; em relação com esta doença crônica, fiz uma avaliação do
histórico pessoal e familiar dos pacientes com diabetes mellitus, aprendi que
inicialmente devemos tentar a abordagem não medicamentosa, com mudanças de
estilo de vida (dieta e atividade física) pelo menos três meses e acompanhar o
paciente para saber se esta medida isolada surtirá o efeito desejado; aprendi que a
primeira escolha de hipoglicemiantes orais é a Metformina, pois esta tem um efeito
adicional na perda de peso em pacientes obesos ou com sobrepeso, como acontece
com a maioria dos pacientes diabéticos. Indicam-se todos os exames para ter uma
avaliação completa: Lipidograma, Triglicerídeos, Perfil renal (creatinina), HB glicada
A1C, Uroanalisis, Fracao de LDL: CT-HDL Colesterol (Triglicerideos/5) e assim
determinando o Calculo de risco para doença coronária segundo escala de
Framingham e determinar também o Risco de evento cardiovascular em 10 anos, etc.
Em relação aos hipertensos, sempre faço uma avaliação integral analisando o
histórico familiar de doenças crônicas (HAS), indico mapeamento de pressão arterial
por 10 dias, e tratamento não farmacológico para ter mudanças no estilo de vida (dieta
e exercícios físico), alem dos diversos exames: Lipidograma, triglicerídeos, cálculo do
Clearance de Creatinina para estimar a função renal, Eletrocardiograma, Raio X de
tórax, ultrassonografia abdome total, etc, e em dependente das cifras obtidas no
mapeamento da PA e dos resultados dos exames coloca-se tratamento farmacológico:
prescrevo as drogas diuréticas, a maioria das vezes combinada com drogas nefro-
protetoras como os IECA (Inibidor da enzima conversora de angiotensina) ou BRA
(Bloqueador dos receptores de Angiotensina II), e também os beta-bloqueantes
cardiosseletivos. A maioria das vezes faco encaminhamento para cardiologista para
uma melhor avaliação. Alem disso prescrevo drogas que oferecem benefícios na
redução da mortalidade, como o ácido acetilsalicílico (AAS) e/ou Estatinas/Fibratos,
sempre avaliando o risco-benefício da intervenção.
Em quanto à obesidade, faço o diagnóstico segundo o cálculo do índice de
massa corpórea (IMC) e da circunferência abdominal (CA). Coloco tratamento
higiênico-dietetico tratando de fazer mudanças no estilo de vida (regime dietético e
exercícios físicos; atividade física regular sob a supervisão de um profissional de
educação física). Quase sempre tenho que encaminhar à nutricionista que atende na
UBS uma vez por mês. Em alguns casos rebeldes ao tratamento são encaminhados
ao Endocrinologista.
Referente à Saúde Mental, utilizo um sistema de registro individual dos usuários
que fazem uso de medicamentos controlados, para registrar a data da renovação da
receita, igual aos casos de Hiperdia.
Gostei sempre de trabalhar em ambiente relacionado com a Estratégia de
Saúde da Família (ESF), gosto da rotina de conhecer os pacientes, conversar, tirar
dúvidas, discutir condutas e metas e conquistar sua confiança para juntos alcançarmos
o sucesso terapêutico. É muito bom e satisfatório acompanhar este desenvolvimento
com os indivíduos e a comunidade.
REFERÊNCIAS
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10. Severo, Mateus Dornelles. Medico Endocrinologista. Mestre em Endocrinologia.
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Anexo 1 – Projeto de intervenção
PREVALENCIA DOS FATORES DE RISCO DE DOENÇAS CRÔNICAS EM IDOSOS. UMA INTERVENCAO EDUCATIVA. RIO PRETO DA EVA. AMAZONAS.
JULHO 2017 - DEZEMBRO 2017.
Professora-orientadora: Caren Bavaresco
Discente: Omar Torres Crespo
Projeto de Intervenção
Rio Preto da Eva (Amazonas)
2017
Resumo
Este projeto de intervenção é uma ideia de trabalhar com idosos que moram na comunidade de Manápolis. O estudo será de intervenção educativa sobre a prevalência de fatores de risco para doenças crônicas em idosos de uma parte da população do município Rio Preto da Eva, Amazonas, com o objetivo de avaliar e modificar os conhecimentos sobre fatores de riscos em doenças crônicas em idosos de nossa área de abrangência da UBS Manapólis . Apresentar-se-á um projeto a equipe de saúde, com o cronograma de atividades e se concordar com o nosso estudo começará trabalhar com um grupo de idosos, sejam doentes ou não, aplicando-lhes uma entrevista o encosta inicial para avaliar seus conhecimentos sobre os fatores de risco em doenças crônicas, a mesma será de respostas fácil e apenas marcar com um x , os dados obtidos pela entrevista inicial aplicadas serão colocados na tabela e começaremos fazer atividades educativas ou corretivas (palestras educativas) durante 5 meses , depois aplicaremos outra entrevista final, avaliando sempre o nível de conhecimentos.
PALAVRAS-CHAVE: Fatores de risco, idosos, diabetes.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 04
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................................... ..06
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................................... ..06
2.2 Objetivos específicos ..................................................................................................................... ..06 3 REVISÃO DA LITERATURA...................................................................................07
4 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 10
4.1 Critérios de inclusão .......................................................................................................................... 10
4.2 Critérios de exclusão ........................................................................................................................ 11
5 CRONOGRAMA .................................................................................................................................... .12
6 RECURSOS NECESSÁRIOS ........................................................................................................ .13
7 RESULTADOS ESPERADOS ......................................................................................................... .14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 15
ANEXOS...................................................................................................................17
1 INTRODUÇÃO
A expectativa de vida tem aumentado no mundo inteiro, ocasionando o
envelhecimento populacional, com este fenômeno verificam-se mudanças no perfil
epidemiológico, aumentando a necessidade de se conhecer os fatores de risco
que atuam sobre a prevalência das doenças crônico-degenerativas associadas à
idade. Para que o idoso possa usufruir desses anos adicionais, o sistema de
atenção à saúde precisa ser melhorado, pois os centros populacionais ainda não
dispõem de recursos e infraestrutura para atender ao aumento da demanda de
atendimento de doenças crônicas aos idosos. Várias providências precisam ser
tomadas em relação à melhora da saúde pública, sobretudo no que diz respeito à
contratação de profissionais qualificados nas diversas especialidades, como
geriatras, nutricionistas, neurologistas, cardiologistas, reumatologistas entre outros.
(1)
Segundo estimativas para 2025, o Brasil terá 85% de indivíduos com mais
de 60 anos de idade com, pelo menos, uma doença crônicas não transmissíveis.
Para evitar complicações e sequelas as doenças crônicas não transmissíveis e
incapacitantes precisam ser devidamente acompanhadas e tratadas, evitando se
comprometer a autonomia do idoso. Devido ao aumento do envelhecimento
populacional, estudos sobre os fatores de risco que contribuem para a alta
prevalência das DCNTs são necessários, e podem contribuir de modo significativo
para se conhecer o desenvolvimento dessas patologias. É preciso identificar as
causas da deficiência de saúde, alimentação e nutrição, para melhorar a qualidade
de vida e planejar intervenções educativas, nutricionais, esportivas e outras de
acompanhamento a este grupo populacional. (2)
O envelhecimento afeta diretamente a qualidade de vida por todas as
alterações que ocorrem no organismo, como redução da visão e do olfato,
envelhecimento da marcha, desconfortos ou distúrbios digestivos como:
diminuição da secreção salivar, dificuldade de mastigação e constipação intestinal,
desconfortos urinários : dificuldades para a micção em homens,etc. Os programas
de educação nutricional, assim como o monitoramento do estado nutricional de
idosos, são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida, o que torna
necessária a atuação do município na prevenção, proteção e recuperação da
saúde, direcionando intervenções mais adequadas.As principais causas de
mortalidade no mundo estão relacionadas às doenças cardiovasculares. Fatores
de risco como hiperglicemia, dislipidemia, pressão arterial limítrofe, sedentarismo,
álcool, fumo e obesidade são hoje um dos maiores desafios para a saúde pública
em todo o mundo, principalmente para a melhoria na qualidade de vida dos idosos.
(4,5)
Referente ao tema, decidi fazer uma exploração em um grupo de idosos
para avaliar o nível de conhecimentos sobre fatores de risco nas doenças crônicos
e mediante uma intervenção educativa lograr mudanças em os estilos de vida dos
mesmos.
2 OBJETIVOS
Objetivo grerall
Avaliar o nível de conhecimento sobre os fatores de risco que incidem na
prevalência de doenças crônicas nos idosos no município Rio Preto da Eva
no período de julho a dezembro de 2017.
Objetivos específicos
Conhecer os grupos de idosos predominantes em variáveis sócias
demográficas e biológicas.
Identificar o nível de conhecimentos dos fatores de risco de doenças
crônicas em idosos no município, no período de julho a dezembro de 2017
antes de aplicar a estratégia de intervenção educativa.
Trabalhar com os diferentes grupos de idosos para aumentar o nível de
conhecimentos sobre os fatores de risco de doenças crônicas.
3 REVISÃO DA LITERATURA
Com as mudanças sociais, políticas e econômicas que o Brasil vem
passando desde o último século têm causado transformações relevantes no
perfil de morbidade e mortalidade de nossa população. Doenças infecciosas e
parasitárias, principais causas de morte no início do século passado, cederam
lugar às doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).
Essa transição epidemiológica tem se refletido na área de saúde pública e
o desenvolvimento de estratégias para o controle das doenças crônicas não
transmissíveis se tornou uma emergência para o Sistema Único de Saúde
(Brasil, 2006).
As doenças crônicas são definidas como afecções de saúde que
acompanham os indivíduos por longo período de tempo, podendo apresentar
momentos de piora (episódios agudos) ou melhora sensível (Barros, 2006).
Para finalmente se desencadear uma doença crônica não transmissíveis
vai ter presentes fatores de risco modificáveis, e temos a hipertensão arterial, a
ingestão de álcool em grandes quantidades, o diabetes mellitus, o tabagismo, o
sedentarismo, o estresse, a obesidade e o colesterol elevado (Botrel, 2000).
Todos estes fatores mutáveis são elementos nos quais podemos influir,
mudando, prevenindo ou tratando: fumo, colesterol, pressão arterial,
sedentarismo, obesidade, diabetes e outros. A população idosa vem crescendo
nos últimos anos, devido às melhorias de condições de vida e dos avanços da
ciência, o que tem aumentado a expectativa de vida do ser humano, o processo
de envelhecimento vai acompanhado de perdas estruturais e funcionais, que
facilitam o aparecimento de doenças, piorando as condições e qualidade de vida
(Mendonça, 2004).
Existem estudos epidemiológicos os quais sugerem que os fatores de
risco para estas doenças , estão relacionados ao estilo de vida e podem ser
modificados, tais como dieta rica em energia, gordura saturada, colesterol e sal;
bem como consumo de bebida alcoólica, tabagismo e estilo de vida sedentário.
Os mesmos geralmente são encontrados de forma múltipla, em grande parte dos
pacientes, sendo sua maior prevalência em localidades das regiões Sul e
Sudeste do Brasil, que correspondem às áreas mais desenvolvidas do país,
embora pode-se apresentar nossa região (Duncan, 1993; Cervato, 2005).
Há fatores que tendem ao declínio, como no caso do tabagismo,
enquanto outros tendem a ascensão, como a obesidade no Brasil. A obesidade,
inclusive, passou a se comportar como epidemia com tendência a pandemia,
como resultado de mudanças sociais e culturais nos padrões de alimentação e de
atividade física (Levenson, 2002).
Os fatores de risco modificáveis, que são adquiridos com o passar do
tempo e estão relacionados com hábitos de vida,uns deles é o associado ao
tabagismo que é proporcional ao número de cigarros fumados e à profundidade
da inalação (Costa, 2000).
O diabetes, junto com a hipertensão arterial, é responsável, no Brasil, pela
primeira causa de mortalidade e de hospitalização cardiovascular, de amputações
de membros inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnósticos primários em
pacientes com insuficiência renal crônica submetido à diálise (Brasília, 2006).
A Hipertensão Arterial Sistêmica é um dos principais fatores de risco
cardiovascular e pode resultar em consequências graves a alguns órgãos
(coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos ) , alem de ser considerado um grave
problema de saúde publica pela sua cronicidade,pelos altos custos com
internações ,pela incapacitação por invalidez e aposentadoria precoce (Carvalho,
2013).
A prevalência de relato de DCNT encontrada foi de 69%. As principais
doenças relatadas pelos indivíduos participantes do estudo foram: hipertensão
arterial (43,9%), artrite (37,5%), doenças do coração (19,0%) e diabetes (10,3%).
Essas doenças tendem a se manifestar de forma ainda mais expressiva quanto
maior for a idade, e estas doenças, associadas com outros fatores de risco,
maiores serão os agravos e complicações para a saúde dos idosos (Lima, 2003).
Idoso
Define-se como idoso todo indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos
para países em desenvolvimento ou 65 anos, no caso de nações desenvolvidas
(OMS, 2005). As condições de saúde da população idosa podem ser
compreendidas por indicadores específicos do processo saúde/doença,
destacando-se o perfil de morbidade, mortalidade e qualidade de vida desta faixa
etária. Especificamente com relação às causas de morbidade no idoso, merecem
destaque as doenças e agravos nãotransmissíveis (DANT), pois exigem
acompanhamento constante para que possa evitar o aumento da mortalidade
nessa população (Brasília.2005).
4 METODOLOGIA
Nosso estudo será de intervenção educativa sobre a prevalência de fatores
de risco para doenças crônicas em idosos de uma parte da população do
município Rio Preto da Eva, uma cidade de aproximadamente 30 mil habitantes,
situada no estado de Amazonas, Norte do Brasil, com o objetivo de avaliar e
modificar os conhecimentos sobre fatores de riscos em doenças crônicas em
idosos de nossa área de abrangência da UBS Manápolis .
Se apresentará um projeto a equipe de saúde, com o cronograma de
atividades, se houver o consentimento com nosso estudo começarei trabalhar
com um grupo de idosos ,sejam doentes ou não , aplicando-lhes uma entrevista
padronizada inicial aos idosos para avaliar seus conhecimentos sobre os fatores
de risco em doenças crônicas a mesma será de respostas fácil e marcar com um x,
que contenha as variáveis sócio demográficas e biológicas ,assim como outros
elementos (fatores de risco mais frequentes ): doenças como hipertensão
arterial,diabetes mellitus ; sedentarismo ,obesidade ,dietas com excesso de açúcar
ou sal, excesso de gorduras ,stresse, fumantes, alcoolismo entre outras , os
dados obtidos pela entrevista inicial aplicadas serão colocados na tabela e
começaremos fazer atividades educativas ou corretivas (palestras educativas)
diante 5 meses ,depois aplicaremos outra entrevista avaliando sempre o nível de
conhecimentos que eles terão adquirido, e posteriormente em dependência das
respostas que eles terão, trabalhar para evitar adoecer e para evitar agravos e
outras complicações referentes à doenças crônicas.
Universo, população e mostra:
O município conta com um total de 2652 idosos, a linha de base da mostra
será constituída por todos os moradores com 60 anos ou mais de idade de nossa
UBS em um total de 129 deles participaram 63 , em o período de julho de 2017
ate dezembro de 2017 que foram identificados por meio de um censo completo na
comunidade.
4.1 Critérios de inclusão
Serão incluídos na amostra:
Os entrevistados devem ter mais de 60 anos.
Devem residir na área da abrangência da UBS Manápolis.
Ser voluntário na participação do estudo.
4.2 Critérios de exclusão
Não permanência dos idosos durante o estudo na área de abrangência.
Saída de alguns deles por qualquer motivo.
5 CRONOGRAMAS DE EXECUÇÃO
ATIVIDADES JUL AGO
SET OUT
NOV
DEC
ELABORACAO DO PROJETO X
APRESSENTAÇÃO DO PROJETO À EQUIPE DE SAUDE.
X
SELECIONAR AS DIFERENTES TURMAS DE IDOSOS.
X
APLICAR QUESTIONÁRIO INICIAL. X
COLETA DE DADOS
ORGANIZACAO DE PALESTRAS SOBRE OS FATORES DE RISCO DAS DOENÇAS CRÔNICAS.
X X X
PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES ESPORTIVAS (EDUCACAO FISICA E CAMINHADA).
X X X
PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES DE EDUCACAO NUTRICIONAL.
X X X
APLICAR ENCOSTA FINAL. X
DISCUSAO E ANALISIS DOS RESULTADOS
X
AVALIACAO DO PROJETO PELA EQUIPE SAUDE.
X
REVISAO FINAL E DIGITALIZACAO X
ENTREGA DO TRABALHO FINAL X
SOCIALIZACAO DO TRABALHO X
6 RECURSOS NECESSÁRIOS
Sala para realização de grupos para aplicação dos questionários e palestras.
Folhas de A4 para impressão dos questionários.
Canetas
Cadernos de Atenção Básica (Envelhecimento, Atenção ao Idoso, entre
outros).
Equipamento de multimídia, computador.
Pasta para arquivo de planejamento das atividades.
Profissionais médicos, enfermagem e agentes comunitários de saúde.
7 RESULTADOS ESPERADOS
Será um compartilhamento de vivências e conhecimentos. Com este trabalho de
intervenção educativa em idosos de nosso município esperamos que melhorem os
conhecimentos sobre os fatores de risco, alimentação saudável, pratica de
exercícios físicos e mediante as palestras e demais atividades eles modifiquem ou
mudem as condutas não favoráveis para a saúde, evitando adoecer destas
doenças crônicas garantindo assim um melhor estilo e condições de vida.
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ANEXOS Questionário. Marque com um x o que você considera correto.
Coma alimentos salgado, é bom para a saúde.
O consumo de legumes e hortaliças vai proteger seu coração.
Fume 10 cigarros por dia.
Faça caminhada diariamente durante 30 min. todos os dias.
Os remédios indicados pelos doutores são de obrigação cumprimento.
O consumo de água potável não é importante para a saúde.
É importante a realização de exames laboratoriais regularmente.
É essencial o apoio familiar tanto nos idosos doentes como não doentes.
Convivência social não é boa para os idosos.
Manter-se ativo fisicamente e psicologicamente é muito importante.
O idoso sente satisfação em ainda ser útil.