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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DO PROFESSOR DE NATAÇÃO
SOBRE UTILIZAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE NO PROCESSO
DE ADAPTAÇÃO COM CRIANÇAS DE 3 A 4 ANOS
Autor: Elayne de Oliveira Alves Fontes
Orientadora: Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2005
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DO PROFESSOR DE NATAÇÃO
SOBRE UTILIZAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE NO PROCESSO
DE ADAPTAÇÃO COM CRIANÇAS DE 3 A 4 ANOS
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em
Psicomotricidade.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a professora Fabiana Albino que foi a co-orientadora deste trabalho monográfico pela colaboração e paciência a qual demonstrou. Aos professores Luis Leitão, Lennart Novaes, Kátia Fiúza, Martha Lovisaro, Ricardo, Homero Junior pela boa vontade o qual me ajudaram para conclusão deste trabalho monográfico. Agradeço a minha coordenadora Márcia Nappo por ser uma pessoa maravilhosa que contribui para meu crescimento profissional a cada dia e meu crescimento pessoal e toda equipe por contribuírem no meu aprendizado.
DEDICATÓRIA
Dedico a minha mãe Maria Amélia O. Fontes, minha madrinha Vilma Fontes, ao meu pai que me ilumina João Baptista, minha irmã Fabiana Fontes, meu padrasto Walter Bargella e ao meu namorado Marcelo Eduardo, pois sem incentivo, força e ajuda que me deram não conseguiria concluir minha faculdade, pois vida não seria a mesma com ausência de vocês obrigado por vocês existirem. Dedico aos mestres pelos ensinamentos passados aos seus alunos e pela vontade de ensinar.
RESUMO
O estudo teve como objetivo de investigar se a utilização da
psicomotricidade como metodologia científica facilitará a criança neste processo
de adaptação. Como questão norteadora o estudo primou pela: análise da
percepção do professor de natação sobre a utilização da psicomotricidade no
processo de adaptação com crianças de três a quatro anos.
Em função do objetivo e questão norteadores deste estudo, ficou claro nos
resultados que 50% dos professores utilizam uma metodologia de aprendizagem
psicomotora no ensino da natação, e em contra partida 35% dos professores
utilizam uma metodologia voltada para as habilidades específicas da
aprendizagem da natação e 15% utilizam metodologia transitória entre as
metodologias embora tenham conhecimento acerca da psicomotricidade da
criança na faixa etária entre três a quatro anos.
A partir desta análise pode-se sugerir com este estudo que um programa
de aprendizagem da natação deve estar baseado nos princípios metodológicos
da psicomotricidade, respeitando as fases e características psicomotoras da
criança nesta faixa etária.
METODOLOGIA
Como procedimentos metodológicos foram utilizados estudos descritivo e
de campo, o instrumento base foi um questionário elaborado de dez perguntas,
que foi aplicado com dois grupos de professores referentes a uma escola de
natação e um clube de natação contendo em cada grupo dez professores de
educação física graduados que trabalham com natação há mais de um ano.
Através da análise dos resultados referentes ao instrumento aplicado,
pode-se avaliar o conhecimento e aplicação da psicomotricidade pelos
professores entrevistados na fase de adaptação da aprendizagem da natação.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – 12
CAPÍTULO II – 15
CAPÍTULO III – 28
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37
ANEXOS 39
ÍNDICE 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 42
8
INTRODUÇÃO
Nos dias de atuais, ocorre uma grande preocupação em relação à
qualidade de vida, onde as famílias e os meios primam por esta qualidade.
Ocorre uma grande procura pelas atividades físicas, sendo natação uma prática
bem aceita tanto pelos adultos quanto em relação às crianças.
A natação proporciona a potencialidade do indivíduo, utilizando a água
como meio de ação para o movimento e a relação do indivíduo com o espaço,
com os objetos, com os outros e consigo mesmo.
A natação é uma atividade física indicada para todas as pessoas sem
restrição d idade, pois propriedades da água como flutuação e densidade
permitem a realização de vários exercícios, com baixo risco de lesões e pode ser
benéfica graças à atuação aeróbica, trazendo para saúde como melhora do
sistema cardiovascular, cardiorrespiratório, promover melhor condicionamento
físico, favorecer flexibilidade, força muscular e resistência, além da diversão,
prazer e caráter recreativo, através das propriedades relaxantes e terapêuticas
da água. A natação pode proporcionar melhor relacionamento social e no caso
de crianças uma melhor construção da estruturação do seu esquema corporal.
Nossas experiências aquáticas começam na vida intra-uterina onde
passamos nove meses em um ambiente seguro e controlado, inteiramente
cercado por água. Flutuando no útero, nossas experiências pré-natais são
agradáveis; sentimos apoio, conforto e calor. Nos primeiros meses de vida temos
esta capacidade de lidar com a água, os movimentos relativos à natação podem
ser classificados como reflexos primitivos, juntamente com outros reflexos como
preensão.
9
A criança quando inicia na prática da natação. Busca vivenciar suas
experiências intra-uterinas que foram prazerosas.
O professor tem um papel importante, pois deve recepcionar com o
mesmo proporcionando vontade de voltar outra vez, a primeira aula da natação
será mais importante para iniciação desta prática.
Pois a criança estará em um mundo repleto de novidades onde as
pessoas, as cores, os sons, os materiais e os brinquedos são novos e
principalmente sem o seu principal referencial, colo de sua mãe.
O profissional contribuíra na construção do desenvolvimento desta
criança, através da quantidade de estímulos oferecidos e pela qualidade dos
mesmos.
Todos esses fatores como lugar, estímulos, ausência da mãe,
abordagem do professor, e a metodologia utilizada e o meio líquido podem
favorecer a prática ou a desistência para esta criança na natação.
Este estudo designa especificamente a investigar o desenvolvimento da
criança, através do seguinte: análise da percepção do professor de natação
sobre a utilização da psicomotricidade no processo da adaptação com crianças
de três e quatro anos.
A utilização da psicomotricidade como metodologia, facilitará a criança
sua percepção corporal, assim favorecendo sua integração com o meio líquido, a
sua socialização favorecendo a conquista da autonomia com isso alcançando o
objetivo principal, meio liquido obtém significado das sensações e um repertório
psicomotor amplo e expansivo que psicomotricidade aquática lhe proporcionará
e promover enriquecimento adaptativo, crescimento e evolutivo. Para
proporcionar uma aprendizagem consciente e importante que as dificuldades
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devem ser amenizadas dentro do processo de adaptação de acordo com a
evolução da criança a utilização percepção e de seu corpo no meio, através de
um processo pedagógico para ser internalizado pela criança de forma
gradativamente que são eles adaptação. Propulsão e coordenação.
Pois psicomotricidade, segundo a Sociedade Brasileira de
Psicomotricidade (SBP, 1999) pode ser definida como: “Uma ciência que tem
objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento, nas reações
com seu mundo interno e externo, refletindo sobre a organização neurológica, que
serve de base a todas as aprendizagens”.
O estudo desta pesquisa tem o objetivo identificar as formas de
utilização psicomotricidade como metodologia no processo de adaptação da
aprendizagem na natação sob a perspectiva do professor.
Esta pesquisa se realizou com professores de natação de uma escola de
natação na Barra da Tijuca e em clube em Jacarepaguá.
O estudo é relevante para os profissionais da área de educação física
como professores, e estudantes para esclarecimentos sobre o tipo de
metodologia abordada durante as aulas de natação, esse estudo é relevante
para pais de crianças praticantes de natação que são agentes diretos no
desenvolvimento da criança.
O capítulo 1 comporta uma breve explanação da história da natação e
seu desenvolvimento, psicomotricidade, jogo, que estão diretamente ligados na
adaptação da criança, como também propriedades físicas da água com
adaptações fisiológicas.
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Dissertar-se-á sobre a importância de trabalhar o lúdico durante período
de aula, as bases psicomotoras estruturais durante execução das atividades, da
psicomotricidade para favorecer a criança percepção de seu esquema corporal.
No capítulo 2 está definido o tipo de metodologia que será aplicada
nesta pesquisa, população, amostra, instrumento, procedimento e como foi
concluído o resultado final.
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CAPÍTULO I
REVISÃO DA LITERATURA
1.1 – Processo de aprendizagem da natação
Neste capítulo estão descritos os aspectos que influenciam, a adaptação
das crianças, referente ao meio líquido.
A natação se confunde com a própria origem da humanidade, pois as
civilizações mais antigas já desenvolviam algumas atividades na água, pois
viviam às margens de rios e mares. O homem utiliza a água para atividades
como forma de sua própria subsistência: com a pesca, para o banho, utilizações
de embarcações, lazer e como banhos terapêuticos, muito realizados em
piscinas da Roma antiga (Santos e Carlos, 1996).
Segundo Cacilda (1997), a água está sempre em contato com nosso
cotidiano e, em toda a nossa história.
Através dos fatos históricos, os militares foram o que mais referências
trouxeram sobre um ensino sistemático da tal atividade, que na atualidade é
conhecida como “natação” (Santos e Carlos, 1996).
Em 1982, Wilde Kurt, foi primeira pessoa ministrar aulas de natação
sistematicamente, dando início a uma pedagogia mecanicista da natação. Pela
falta de conhecimento sobre as leis e princípios físicos, instrutores desta época,
não acreditavam que o homem era capaz de flutuar naturalmente, mas hoje
através de estudo sabemos porque o corpo flutua sem ajuda dos flutuadores,
passamos também a compreender, que através dos movimentos de braços e
pernas utilizamos como forma de propulsão, que se entende por deslocamentos
associados a leis atuantes, sendo elas: hidrostática, pressão e densidade
13
(Santos e Carlos, 1996).
Através de Wiessner (1925), foi dado o primeiro passo para uma nova
pedagogia na natação, onde os instrumentos utilizados como material deixam de
ser objetos principais, sendo fundamental o conhecimento do meio e de si
mesmo (Santos e Carlos, 1996).
A natação evolui de forma lenta até ocorrer o surgimento dos estilos que
designaria pela maneira com que utilizamos as nossas habilidades e
conhecimento para que possa executar os nados (Velasco, 1997).
- Nado Crawl:
O nado crawl foi aperfeiçoado em 1893 por um inglês J. Arthur Trundgen,
onde os movimentos dos membros inferiores eram de tesoura, o inglês Frederik
Caviel evolui adotando assim o estilo crawl australiano. Duke Kahanamoku
introduziu o crawl moderno o mesmo foi vendedor da prova dos 100m nado livre
nas olimpíadas de 1912 e 1920.
Na olimpíada de 1924 em Paris, Johny Weissmuller arrancou-lhe o recorde
consagrando o estilista como nado mais veloz.
- Nado costas:
Em 1912 o norte-americano Hary Habner venceu os 100m nos jogos
olímpicos puxada crawlada.
Mais tarde alterações ocorreram no nado costas por Adolph Kiefer, onde já
se utilizavam movimentos de perna “crawlada” e modifica a entrada do braço na
água estando para uma melhor flutuação.
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Adolph Kiefer em 1935 se consagrou como um dos maiores nadadores de
costas onde o nado já era completo.
- Nado peito:
No século XVI, na Alemanha, Inglaterra e a Suécia ocorreram os primeiros
trabalhos escritos sobre a natação, onde o ensino peito era uma tradição, pois os
soldados precisavam atravessar rios, levando armaduras e roupas. Através do
nado peito o homem se locomovia na água.
O nado peito teve várias alterações tanto na regra quanto em técnica na sua
braçada, 1957 foi proibido submersão total podendo ser realizada na saída e na
virada.
- Nado borboleta:
Por causa da dificuldade da braçada peito, Henry Myers, em 1933 na
cidade de Nova York mudou braçada sendo semelhante à figura de uma
borboleta, assim surgindo um novo estilo.
Só a partir da II Guerra Mundial, Fina definiu regras para os estilos.
Natação foi oficializada em 31 de julho de 1987, com fundação no Rio de
Janeiro da União de Regras Fluminense e que hoje é a Federação Brasileira das
Sociedades de Remo (Velasco, 1994).
1.1.1 Adaptação dos nados
Adaptação significa adaptar-se, ajustar neste processo de interação que
não é tão simples e fácil quanto parece. Para iniciarmos é necessária uma
adaptação gradual nesta primeira etapa e a de ambientação, para integrar ao
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espaço e ao meio líquido, e segundo respeitar a fase de desenvolvimento em que
o aluno se encontra.
Um fator muito importante na aprendizagem e o contato físico e social do
aluno com professor, essa relação gera um maior grau de segurança e para o
aluno confiança assim proporcionando um melhor desenvolvimento na adaptação
(Velasco, Cacilda, 1997).
D’Angour (1987) afirma que uma adaptação bem feita, de forma segura e
consciente, será um início para o bom desenvolvimento no processo de
aprendizagem. Não podemos esquecer que para criança não existe lugar mais
seguro do que o colo de sua mãe.
À medida que o aluno consegue se sentir mais familiarizado, mais seguro
no meio líquido ele estará pronto para prosseguir outros processos da adaptação
e preciso que ocorra uma integração polissensorial complexa e de uma série de
padrões motores adaptativos, que podem ser alcançados com dependência
medializadora como: respiratório, adaptação polissensorial, imersão, flutuação,
sustentação e propulsão.
Adaptação polissensorial onde o aluno vivenciará através do rosto,
iniciando-se pela boca, nariz, olhos e ouvidos.
Processo respiratório onde o aluno terá consciência do movimento ativo e
passivo da entrada e saída de ar no organismo inspiração e expiração.
Imersão onde o aluno será capaz de executar de forma parcial e
voluntariamente.
Flutuação para que ocorra de forma correta é importante o aluno está
adaptado, pois esse tipo de trabalho irá proporcionar ao aluno a oportunidade de
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perceber que seu corpo torna-se mais leve quando dentro da água e também
mudando o corpo de vertical para horizontal.
Sustentação o aluno terá domínio em relação aos movimentos e equilíbrio
do corpo podendo usar membros superiores e inferiores.
Propulsão onde o aluno utilizará braços e pernas para aprendizado dos
nados.
Nesta fase de adaptação das águas o medializador deve observar os sinais
que as crianças possam apresentar como reações faciais e mímicas, tocar da
criança, estar presente durante as atividades para suporte ou apoio caso criança
necessite de ajuda, são fatores essenciais para que ocorra uma adaptação.
Estar na água é completamente diferente do que na terra sobre o ponto
psicomotor e sensorial as experiências na aprendizagem medializada na água
pedem uma reaprendizagem postural e motora, pois este meio instável e
inseguro daí importância condições de segurança e conforto (Velasco, 1997).
Pois criança ao executar atividades propostas como: mergulho, flutuação,
respiração, propulsão, saltos e giros ela conseguiu atingir a adaptação e iniciará
os movimentos dos estilos de natação de forma natural na etapa da
aprendizagem (Bueno, 1997).
1.1.2 Propriedades físicas
Velasco (1997) afirma que, antes de fazer qualquer adaptação, é preciso
saber que estar e agir no meio aéreo, não é igual ao meio aquático, pois
conhecer a densidade, equilíbrio, turbulência, fricção, pressão, velocidade e
temperatura da água, que são classificadas como suas propriedades físicas é
fundamental saber como elas interferem na ação direta e indireta neste primeiro
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contato. Abordaremos algumas dessas propriedades, como:
- densidade: relação entre massa de uma substância e seu volume, cada pessoa
tem sua própria densidade;
- equilíbrio: manutenção de um corpo na posição de um corpo na posição normal,
sem oscilações na água está sujeito duas forças opostas gravidade e flutuação;
- turbulência: é redução da pressão pela movimentação da água;
- fricção: diferença do ar para água é 790 vezes maior, com isso requer maior
gasto de energia;
- pressão: “lei de Pascal estabelece que pressão hidrostática é exercida
igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso em repouso e
uma dada profundidade”;
- velocidade: para que ocorra uma melhor execução dos movimentos e
necessário que o corpo se encontre posição horizontal.
Temperatura da água interfere de forma definitiva no nível motivacional,
trabalho de musculatura para hipertônicos, relaxamento e flutuabilidade, tendo
questão da individualidade de cada um em relação à temperatura da água.
Para que profissional consiga realizar com sucesso suas tarefas é
importante estar familiarizado com as propriedades físicas da água, para saber
como aplicá-las no seu trabalho (Di Mais, 2000).
1.2 – Desenvolvimento psicomotor na infância
1.2.1 Estruturas psicomotoras
Psicomotricidade está diretamente ligada ao desenvolvimento psicomotor,
pois através desta estimulação do desenvolvimento ocorrerá a consciência dos
movimentos corporais dos movimentos corporais que serão expressos pelos
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movimentos.
Para se obter um indivíduo de forma global e importante que o
desenvolvimento aconteça na faixa etária do nascimento até oito anos, pois neste
período devem ser explorados e trabalhados todas estruturas psicomotoras para
que no futuro esta criança não traga prejuízos como dificuldades de escrita, na
fala, na leitura, sociabilização, entre outros, pois daí a importância da
psicomotricidade na formação do indivíduo com todas as potencialidades.
As estruturas psicomotoras estão presentes em todas as atividades sejam
elas terrestres ou aquáticas para um melhor desenvolvimento da coordenação
global do indivíduo, explorando o potencial ativo de cada um. Essas condutas
psicomotoras são subdivididas didaticamente em funcionais e relacionais.
Nesta pesquisa o autor aborda sobre as estruturas psicomotoras funcionais,
citaremos agora as estruturas:
- Esquema corporal:
E o elemento básico e indispensável para a formação da personalidade da
criança. A própria criança percebe-se e percebe os outros e as coisas que a
cercam, em função da sua própria expressão corporal.
O desenvolvimento da criança resulta da interação com pessoas com quem
convive e com o mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais.
- Imagem corporal:
Descoberta da imagem da criança no espelho, ocorre a partir dos seis
anos. Criança vai reconhecendo que o reflexo no espelho é sua representação e
passa a se ver de uma forma global com um ser único onde ela brinca, faz conta,
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mexe as mãos nos cabelos, mão na face, dança e até beija o espelho.
- Tônus:
E o grau mínimo de tensão corporal, o tônus participa de todas as funções
psicomotoras através da interação entre a impulsão e gravidade, ocorrem
modificações substanciais que podem libertar ou bloquear sinergias estáticas.
Segundo Fonseca (1993), o tônus prepara a musculatura para diversas
atividades motoras e encontra-se ligada à evolução temporal do indivíduo em
algumas atitudes.
- Postura:
Está relacionado com tônus, cujo controle facilita realização gestos,
prolongar a ação ou levar o corpo a posição determinada.
Para haver esse controle é preciso um nível de maturação, força muscular e
das características psicomotoras.
Novas habilidades só poderão ocorrer se a criança conseguir uma postura
adequada e dominada.
- Equilíbrio:
O equilíbrio é distribuição do peso em relação ao espaço, e há tempo. Esta
estrutura é base de toda coordenação e integração mecanismos
neuropsicomotores.
Para ocorrer um bom equilíbrio depende do sistema labiríntico e do sistema
plantar. Temos duas formas de equilíbrio: o estático (necessária muita
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concentração, importante para uma futura e adequada aprendizagem) e o
dinâmico (está relacionado diretamente ligado ao estado ponderal, e funções
tônico-motoras, com os sensoriais e motores).
- Respiração:
Serve para elevar fala, par controlar ansiedade, para oxigenar o corpo e na
natação, respiração é fundamental para execução dos nados no processo de
adaptação.
- Lateralidade:
É uma estrutura ligada ao desenvolvimento do esquema corporal, onde
criança terá capacidade motora de percepção dos dois lados, tomar consciência
da simetria corporal.
Para que depois ela defina o seu lado dominante que pode estar
relacionado com alguns fatores como: culturais, ambientais e neurológicos entre
outros.
Lateralidade nada mais é do que dominância de um lado sobre o outro em
nível de força e precisão.
- Relaxamento:
Estrutura psicomotora que tem como objetivo a redução das tensões
psíquicas, conhecimento do esquema corporal, melhor estruturação espaço-
temporal e o equilíbrio, contração e descontração. Serve para realizar momento
de repouso e de calma interior, proporcionando uma integração da
corporalidade.
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- Organização espacial:
É consciência das coisas entre si, espaço em que vive, perceber a medida
e a forma dos espaços percorridos e organizar-se perante o mundo que a cerca.
Dificuldade desta estrutura pode comprometer no futuro a aprendizagem da
leitura.
- Organização temporal:
Nesta estrutura o tempo está ligado à noção de espaço, como: percepção
de duração, apreciação de estruturas rítmicas e apreciação de velocidades e
aceleração, aquisição de noções de simultaneidade e sucessão e aquisições de
antes, depois, durante, agora primeiro etc.
Mas para ocorrer uma compreensão do tempo é necessária ação da
memória, que tem papel importante.
- Ritmo:
Segundo Bueno (1998), o ritmo é algo constante em todas as atividades
humanas e se encontra em todos fenômenos da natureza.
O ritmo proporciona a criança equilíbrio dos processos de assimilação e
acomodação, o indivíduo que consegue descobrir seu próprio ritmo consegue
melhorar sua aprendizagem e sua capacidade de concentração.
- Estruturação espaço-temporal:
Esta estruturação interage tempo-espaço, localiza partes d corpo, faz
seqüência de gestos. Para uma boa estruturação estão incluídos o tempo, o
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espaço e o ritmo.
- Percepção:
Capacidade de reconhecer e compreender os estímulos que lhe foram
oferecidos, percepção depende de estímulos sensoriais que são captados
através dos sentidos.
Estimulando a criança pela percepção ela adquire consciência do domínio
de seus sentidos, ela julgará e chegará à conclusão.
Temos percepção auditiva (interpretar estímulos auditivos, discriminando-
os); visual (está presente em todas as atividades, importante no futuro para
distinção de palavras, letras, formas entre outros, grande parte dos estímulos são
enviados ao cérebro recebem auxílio direto e ou indiretamente da visão); tátil
(criança vivencia esta percepção na vida intra-uterina, relação do nosso corpo e
dos objetos); olfativa (capacidade de diferenciar odores) e gustativa
(diferenciação dos sabores).
1.2.2 Jogos
Wallon (1961) cita apoiado em alguns autores como W. Stein Buhler, vê no
jogo a atividade característica da criança. Jogo é uma etapa da evolução global
da criança, de forma espontânea, não sendo envolvida por nenhum objetivo
educacional.
Santos (1996) comenta que jogo tem uma grande importância no processo
de aprendizagem da criança, como afirma Vygotsky, Piaget, Wallon, Pickarde e
outros grandes pesquisadores. Os jogos devem ser utilizados como uma forma
de recreação, ludicamente ou integrada a objetivos específicos.
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O mesmo afirma que no ensino da natação a metodologia mais utilizada é a
“pedagogia tradicional”, onde a criança deixa de usufruir seu mundo repleto de
atividades lúdicas como: jogos, brincadeiras, movimentos espontâneos e
fantasias, para um ensinamento mais mecânico. Está comprovada pelo mesmo
autor que é possível ensinar os estilos do nado estimulando o conhecimento
espontâneo da criança onde através das atividades lúdicas são direcionadas de
uma forma pedagógica ao aprendizado.
Conforme Wallon (1961), atividade do jogo é o principal canal de relação da
criança com o mundo, pois ela reproduz através da imitação, dos gestos, do que
ela é capaz de conseguir compreender do mundo ao seu redor.
Através dessas imitações, ela começa a se conhecer, tornando então
consciência de seu próprio corpo, conquistando assim sua autonomia.
Portanto, podemos constatar a importância do mesmo em um processo de
desenvolvimento, construindo uma relação com os objetos, com linguagem e com
isso aprendendo a interagir coletivamente entrando assim no mundo da
socialização.
1.3 – Desenvolvimento psicomotor X natação
1.3.1 Desenvolvimento motor
Como já foi abordado a psicomotricidade tem olhar para o homem, o seu
desenvolvimento, a interação do mesmo com objetos e o meio para execução de
tarefas.
Para que este desenvolvimento psicomotor ocorra temos um conjunto de
aspectos como motor, intelectual, emocional e expressivo, dividindo-se em duas
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fases na criança: 0-3 anos primeira infância, 3-7 anos segunda infância e aos 8
anos estando completa maturacionalmente.
Lapierre (1984) afirma que “a partir das primeiras experiências
psicomotoras que a criança vai construindo pouco a pouco o seu modo pessoal
de ser, de sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que
a rodeia e a qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que
condicionará a saúde mental da mesma”.
- Primeiro ano de vida
O primeiro ano de vida para um bom desenvolvimento é importante que o
recém-nascido encontre um meio favorável, no qual crescerá com afeto dos pais,
criando melhores condições para seu desenvolvimento.
Nesta fase, o canal de interação do bebê com adulto e até mesmo com
outras crianças é a emoção. Este diálogo afetivo ocorre através do toque
corporal, pelas modulações da voz, por expressões cheias de sentido.
Neta idade a criança se encontra na fase oral onde boca, língua e lábios
são as partes mais sensíveis do seu corpo, pois através delas o bebê tem suas
primeiras reações com objeto bom – mãe pela amamentação, também fase
libido ligada diretamente à alimentação e ao aparelho digestivo superior e
percepções desagradáveis onde a criança coloca objetos na boca que são ruins,
fase do desmame importante para não ocorrer depressões ou dependência de
forma patológica.
Acontecem importantes conquistas no plano de sustentação do próprio
corpo, consegue rolar, virar-se, sentar-se etc, o que prepara para o aprendizado
da locomoção o que possibilita ação independente, criando conquistas
importantes no plano da consciência corporal.
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No primeiro mês ocorre reação de atenção inata, começa a olhar, deixa de
chorar quando alguém se aproxima, comunica suas necessidades através do
choro.
Depois no segundo mês segue com olhos os estímulos, emite sons vocais,
brinca com as mãos, figuras combinadas podem desencadear um sorriso.
Assim no terceiro mês sacode chocalho involuntariamente, sorri em
resposta a outro sorriso, sai do estágio reflexo entrando no mundo humano pela
comunicação do sorriso.
Durante o quarto mês aproxima-se dos objetos apalpando-os, ri alto,
esconde-se, rola, começa a orientar-se no espaço.
Logo no quinto mês pega objetos ao seu alcance, senta-se com apoio, leva
os pés à boca, o desenvolvimento da preensão muda a visão do mundo.
No sexto mês utiliza seu corpo e objetos no espaço, balbucia, alimentação
sólida e com colher.
Ocorrem no sétimo ao oitavo meses a procura de objetos caídos, joga-os,
simboliza a presença e ausência (cadê, achou), simboliza a aceitação e a
rejeição, sorrindo ou chorando conforme quem vê, preensão ativa do polegar,
crise de angústia distônica, chora quando a mãe não está perto, estabelece
relação percebida e reconhecida do objeto, reconhece-se alegremente no
espelho, transfere objetos de uma mão para outra, repete os atos que lhe
interessam, ou seja, palmas, dá pontapés em brinquedos no berço para vê-los
alcançar, começa a demonstrar compreensão das palavras e emite sons,
parecendo gostar de ouvir sua própria voz, vocaliza sílabas.
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No nono mês mantém-se de pé com apoio, pega objetos escondidos à sua
frente, primeiras palavras de duas sílabas servindo para nomear tudo, instituindo-
se assim a memória, movimento de pinça.
Já no décimo mês coloca-se de pé sozinho, bebe com copo, repete os sons
ouvidos, interrompe a ação ao ouvir ordens, aprende a falar as primeiras
palavras, juntando sílabas, instituem-se as noções de defesa e proibição.
Finalmente no décimo primeiro e décimo segundo meses há o
desenvolvimento da marcha com domínio do espaço físico e simbólico,
linguagem: diz três ou quatro palavras, aumentando assim a perspectiva de
pensamento, entende frases curtas.
Durante o primeiro ano alguns objetivos devem ser alcançados como:
. ações em que o bebê possa descobrir o efeito dos seus gestos;
. preensão e locomoção;
. explorar o espaço;
. atividades diversificadas;
. familiarizar-se com imagem do próprio corpo.
- Criança de um a três anos
Os interesses da criança nesta idade estão voltados para o mundo exterior,
atividade de exploração do espaço, a criança logo que aprende a andar se
diverte locomovendo-se de uma lado para outro, sem uma finalidade específica é
aquela que não para, mexe em tudo, explora, pesquisa onde e acompanha as
mãos.
Outros desenvolvimentos ocorrem como adequar seus gestos e
movimentos às intenções da realidade, gestos como segurar colher, pegar o
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lápis de forma ainda não muito seguro, demonstra progressão da gestualidade.
Nesta fase, os gestos simbólicos estão presentes, que serão importantes para
construção da imagem da criança, pois criança começa reconhecer a imagem do
seu corpo, principalmente com brincadeiras diante do espelho.
Nesta fase anal órgão máximo de prazer e interesse para a criança é o reto,
o ânus e, em geral, a porção distal do tubo digestivo e seus anexos, fase ocorre
entre dois e três anos.
Suas atividades infantis são quebrar objetos, jogos entre outros, passa da
posição passiva para ativa, a criança vive prazer e interesse em relação retenção
e expulsão das fezes e urina, desenvolve a expressão raiva e valoriza seu produto
corporal, seu objeto exclusivo.
Faixa etária de três a quatro anos ocorrem desenvolvimentos como
aquisição da linguagem, motilidade dirigida para objeto em que a ação já é o
produto da atividade mental, autonomia postural e imitação com elo de ligação
entre percepção e movimento.
Na primeira infância, crianças de três anos possuem noções de identidade
(nome, imagem no espelho e foto), fase de oposição, desenvolvimento
considerável da linguagem, início da socialização disciplina esfincteriana e na
idade de quatro anos fase contraditória e de interesse pelos autores assim
estabeleceu Wallon e Gesell.
Durante seu primeiro ano a criança anda sozinha, apresenta linguagem de
ação com organizações rítmicas, maturação neurológica para controle
esfincteriano, á faz rabiscos.
Nos seus dois anos a criança possui noção de totalidade corporal,
reconhece diferença sexual, usa colher e lápis, salta com os dois pés juntos, o
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real está confuso com fantasia – o que pensa e imagina é sempre mais
verdadeiro e realizável para a criança, controle total dos esfíncteres, o vocabulário
aumenta.
Com três anos já utiliza o pronome “eu” tomada de consciência de si,
reconhece e explica ações, é capaz de classificar, identificar e comparar,
vocabulário em torno de 200 palavras, demonstra cooperação, usa talheres e
quer vestir-se e calçar-se sozinho, salta em um pé só, dois ou três passos, anda
de velocípede, sobe e desce escadas alternando os passos, a coordenação
motora fina se aperfeiçoa, idade dos “porquês”, começa a se meter na conversa
dos adultos, começa a usar a tesoura.
Objetivos a serem desenvolvidos para crianças de um a três anos:
. explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais;
. deslocar-se no espaço ao andar, correr, pular assim desenvolvendo confiança
nas próprias capacidades motoras;
. utilizar os movimentos de encaixe, lançamento, preensão com uso de objetos de
diferentes formas e tamanhos.
- Crianças de quatro a seis anos
Nesta faixa etária ocorre uma ampliação do repertório de gestos
instrumentais, coordenação de vários segmentos motores e o ajuste a objetos
específicos.
A criança planeja e antecipa as ações, pensa antes de agir, a quantidade
de jogos e brincadeiras propicia precisão no movimento e conquistas no plano
da coordenação.
Nesta fase fonte de energia é região genital, ocorre identificação do eu pelo
29
sexo feminino e masculino, fase do conflito edipiano para os meninos, onde seu
maior rival é o pai que tem atenção de sua mãe e nas meninas complexo de
Electra, onde ocorre inveja do pai.
Na idade de quatro anos tem mais elasticidade das articulações, coordena
o movimento das mãos na escrita, mas não apresenta freio motor, inicia
abstrações e relações com os fatos, não distinguindo claramente a fantasia da
realidade, distingue frente e costas, veste-se sozinho, salta com habilidade, início
da socialização, exploração e manipulação mais acentuada da área sexual, sabe
copiar carimbos, associa a figura à escrita, pode copiar uma cruz, anda na ponta
dos pés, reconhece as cores branco e preto, ainda se vê do modo pelo qual
pensa que as outras pessoas a vêem (Bueno, 1998).
Seus cinco anos há coordenação global desenvolvida, desenvolvimento do
esquema corporal, utiliza a mão dominante reconhecendo direita e esquerda em
si apenas, coordenação viso-motora em desenvolvimento, dissociação manual e
digital, protege as crianças menores, colabora gradativamente, gosta de ajudar
em tarefas domésticas, aceita responsabilidade e ordens, salta alternando os
pés, salta a distância com habilidade, agregação com crianças do mesmo sexo
(simpatia e antipatia), formação de censura, certo e errado, segura o lápis com
mais segurança mostrando os progressos neuromotores quando desenha traços
retos, conseguindo fazer círculos e quadrados, distingue todas as cores,
identificação com figuras de ídolos.
Na idade seis anos apresenta experimentação do corpo, dissociação
manual e digital já está firmada (apresenta possibilidades de escrever), atitudes
sociais bruscas, orientação nobre, distingue os dois lados (lateralização), não faz
laços, distingue fantasia da realidade claramente, início dos jogos
heterossexuais, troca de bicicleta, desenvolve com maior facilidade jogos de
competição e raciocínio.
30
Objetivo a serem desenvolvidos para crianças de quatro a seis anos:
. todos os objetivos do primeiro ano e o de um a três anos devem ser
aprofundados e ampliados;
. explorar diferentes qualidades e dinâmicas do movimento (força, velocidade,
flexibilidade),
. ajustar suas habilidades motoras para utilização em jogos, brincadeiras;
. conhecendo e identificando seus segmentos e elementos, desenvolvendo
interesse com próprio corpo.
1.3.2 Psicomotricidade no aprendizado da natação
Velasco (1997) coloca que o corpo humano em contato com o meio líquido
precisa respeitar os princípios de Arquimedes, as leis de Newton, a equação de
Bernaelli e outros princípios de hidrodinâmica, sem os quais a adaptação
aquática não é possível, nem realizável.
O ser humano tem características adaptativas específicas que são
fundamentais para sua sobrevivência. Através dessas características o ser
humano se ajusta no ambiente em que for necessário, sendo assim armazenando
conhecimento, recebendo estímulos e também decodificado numa constante
recriação.
Como já foi abordado que no meio líquido ocorre modificações em toda
estrutura corporal, através dos canais proprioceptivos (cinestésico, vestibular,
labirinto), exteroceptivos (tato, visão, audição) e interoceptivos (estrutura
esquema corporal) que recebem e transmitem impulsos nos vários momentos de
sua prática, com diversos graus de importância.
Na atividade aquática todos esses canais são utilizados durante aula com
outras estruturas psicomotores funcionais como: estruturais, globais e
31
perceptivos.
Durante as atividades aquáticas o cérebro da criança precisa armazenar as
sensações difusas que foram experimentadas, em todo momento entram
informações no cérebro provindo dos olhos, dos ouvidos, da pele, dos músculos,
da gravidade, da impulsão, da flutuação que precisam ser organizadas para que
caso sejam recrutadas as crianças possam responder de forma satisfatória,
assim demonstrando uma organização no comportamento aquático e um
resultado de adaptação e segurança ao meio líquido.
Através de execuções de tarefas como equilibrar, voltar, virar, baixar,
levantar, saltar, correr, apoiar, agarrar, apanhar objetos, prender, arrastar,
engatinhar, rolar, entre outras durante atividades aquáticas a criança amplia seu
repertório psicomotor proporcionando novas vivências à mesma. Pois através
dos movimentos executados exige-se da criança controle de suas ações globais
e segmentares e a adaptação às condições de tempo e espaço.
Segundo Carlos (1996) o aprendizado de forma organizada apresenta para
criança como resultado do desenvolvimento. A experiência do aprendizado
medializado na água possui uma enorme importância, interagindo o trabalho de
forma consciente e pedagógica durante a realização das aulas de natação
possibilitando para criança novos conhecimentos que ficaram cumulados ao
longo de sua vida.
A natação contribui de forma positiva na estruturação de seu esquema
corporal atuando assim sobre o sistema sensório perceptivo, conscientizando o
aluno, através de seu corpo, sobre o mundo exterior.
Para esse processo de ensino-aprendizagem a presença do adulto é
importantíssima para que a criança consiga realizar atividades, assim se
tornando mais confiante de si, podendo interagir com outras pessoas e
32
construindo sua autonomia o professor será o medializador o referencial para
esta criança.
O aprendizado dessa atividade não deve ser vista apenas como uma
iniciação prática do desporto, mas um trabalho sério com bases científicas e
pedagógicas com todo um olhar para criança onde os fatores emocionais,
motores e cognitivos devem ser respeitados, porque todos esses fatores podem
determinar o grau de satisfação ou desconforto para a criança (Bueno, 1998).
A prática da natação possibilita para o indivíduo a plenitude e o equilíbrio do
desenvolvimento de seu potencial genético.
33
CAPÍTULO II
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Apresentação e discussões dos resultados foram realizados mediante
estatística percentual, onde as respostas foram adquiridas pelo questionário, no
Anexo I, que abordam sobre a utilização da psicomotricidade no processo da
adaptação. Os resultados estão apresentados nos gráficos que se encontram em
Anexo II.
No gráfico 1, todos os professores conhecem psicomotricidade, sendo que
75% na graduação, 20% no trabalho e 5% na pesquisa.
No gráfico 2, mais de 70% trabalham com adaptação com mais de cinco
anos, 25% mais de dois anos, 5% mais de um ano.
No gráfico 3, as atividades como jogos e brincadeiras são predominantes
em 45%, sendo que 35% usam educativos orientados e formação corporal, 15%
iniciação esportiva e 5% lúdico e corporeidade.
No gráfico 4, quanto ao programa de adaptação ao meio líquido, 50%
baseia-se nas funções psicomotoras, 35% usam iniciação nas habilidades
específicas, 10% parcialmente e 5% não utilizam as funções psicomotoras.
No gráfico 5, podemos verificar que 70% aplicam os aspectos
psicomotores afetivo e social, cognitivo, psicomotor, sendo que 15% aplicam
cognitivo e motor, 10% motor e qualidades físicas básicas e 5% outros.
No gráfico 6, sobre a utilização de uma avaliação 65% não fazem, 15%
parcialmente, 10% utilizam e 10% utilizam para as habilidades específicas
básicas da natação.
34
No gráfico 7, metade do grupo utiliza um planejamento sendo que 45%
planejamento mensal e 5% bimestral, 30% utilizam acompanhamento informal e
20% não acha necessário.
No gráfico 8, 90% adequa suas atividades na fase de desenvolvimento, 5%
parcialmente e 5% não.
No gráfico 9, observa-se que 75% tem como objetivo ambientação e
integração, 15% auxílio ao desempenho psicomotor, 5% iniciação desportiva na
prática da natação e 5% com homogeinização.
No gráfico 10, 60% das respostas obtidas é quando a criança sente-se
segura, 30% quando se mostra relaxada e 10% deslocamentos.
Ao compararmos as respostas dos dois grupos pesquisados, podemos
observar que todos os professores admitem que conhecem a psicomotricidade,
mas uma parte deste grupo segue uma linha de trabalho em que priorizam o
ensino de técnicas específicas da natação e o outro grupo para lado da
psicomotricidade.
A metodologia voltada para técnica dá ênfase exagerada ao aspecto motor,
relegando a último plano os outros aspectos.
Através dos resultados obtidos, pode-se observar que mais da metade dos
professores utiliza uma metodologia para psicomotricidade.
35
CONCLUSÃO
Na prática da natação, a partir do momento em que estamos na água, a
psicomotricidade está presente daí a importância de uma conscientização aos
professores sobre utilização da mesma para favorecer o processo de adaptação
de forma agradável, prazerosa e também construtiva por favorecer vivências que
serão utilizadas pelas crianças durante toda sua vida e principalmente
respeitando os limites e a evolução natural das crianças, deixando de ser
mecanicistas e técnicas dando oportunidade do aprendizado prazeroso e natural.
Os resultados obtidos apontam que os professores conhecem
psicomotricidade e que mais da metade utilizam em suas aulas uma metodologia
psicomotora, pois as respostas obtidas possuem um embasamento para
tendências da psicomotricidade, como ocorreram em várias questões como, por
exemplo: maioria dos professores utiliza jogos e brincadeiras durante as aulas,
metade desses professores baseia-se nas funções psicomotoras, a maior parte
aplica os aspectos psicomotores em suas aulas, metade do grupo faz
planejamento para melhor organização dos conteúdos, a grande maioria respeita
fase de desenvolvimento psicomotor da criança e maioria possui como objetivo
na fase de adaptação e integração ao meio líquido. E através da independência
e segurança na água foi concluída adaptação.
A psicomotricidade favorece a integração entre aluno e o meio líquido
obtendo pelas bases psicomotoras que serão explorados para facilitar esta
etapa obtendo coordenação motora, equilíbrio, organização temporal,
estruturação espaço-temporal, ritmo, lateralidade entre outros.
Proporcionando ao aluno aspecto de segurança, no meio líquido
desenvolvendo autonomia afetiva e motora e autoconfiança importante não
apenas para prática da natação, mas para seu cotidiano.
36
Sugere-se então que a psicomotricidade deve ser aplicada pelos
professores de natação, pois conforme o estudo, mais da metade dos
professores utilizam esta metodologia no processo de adaptação, por favorecer
uma adaptação prazerosa, gradual e segura para criança além do
enriquecimento em seus aspectos psicomotores, proporcionando à mesma uma
aprendizagem dos nados de forma natural.
37
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Questionário;
Anexo 2 >> Gráficos.
38
ANEXO I
QUESTIONÁRIO
1) Como conheceu a psicomotricidade?
( ) nas graduações (graduação e pós)
( ) pesquisa
( ) trabalho (alguns locais são essenciais para prática profissional)
( ) não conhece
2) Quanto tempo trabalha com adaptação ao meio líquido crianças de 3 a 4
anos?
( ) menos de 1 ano
( ) mais de 1 ano
( ) mais de 2 anos
( ) mais de 5 anos
3) Que tipos de atividade predominam em suas aulas?
( ) educativos orientados e formação corporal
( ) jogos e brincadeiras (baseia-se nas estruturas psicomotoras)
( ) iniciação esportiva (iniciação a aprendizagem das habilidades específicas da
natação)
( ) lúdico e corporeidade
4) O seu programa de adaptação ao meio líquido baseia-se nas funções
psicomotoras?
39
( ) sim. Quais? __________________________________________________
( ) não. Qual a metodologia empregada? _____________________________
( ) parcialmente. De que forma? ____________________________________
( ) uso a iniciação as habilidades específicas.
5) Quais os aspectos psicomotores aplicados em suas aulas?
( ) afetivo e social, cognitivo, psicomotor
( ) motor e qualidades físicas básicas
( ) cognitivo e motor
( ) outros. Quais? ________________________________________________
6) Você utiliza algum teste para avaliação biopsicomotora (biológico –
aptidão/psicomotor – desenvolvimento cognitivo e motor) ao aluno que está
iniciando na prática da natação?
( ) sim. Qual? ___________________________________________________
( ) não
( ) parcialmente. De que forma? ____________________________________
( ) uso um teste para as habilidades específicas
7) Você faz acompanhamento da turma de adaptação ao meio líquido baseado
em um planejamento?
( ) sim. Acompanhamento de periodicidade de quanto tempo? _____________
( ) não faço planejamento
( ) acompanhamento informal (sem protocolo, apenas através da percepção do
professor)
( ) não acho necessário. Mas faz planejamento como? ___________________
40
8) Durante suas aulas há um respeito na fase de desenvolvimento psicomotor em
relação atividades propostas?
( ) sim. Há uma adequação a faixa etária ao nível desenvolvimento
( ) não. As atividades propostas respeitam as ordens progressivas dos nados da
prática da natação
( ) parcialmente. Utilizo este recurso prática de natação só no começo adaptação
( ) não acho necessário
9) Quais os principais objetivos da fase de adaptação ao meio líquido?
( ) iniciação desportiva na prática da natação
( ) ambientação e integração
( ) auxílio ao desempenho
( ) homogeinização dos conteúdos em relação aos alunos da turma
10) Como você identifica que o trabalho da adaptação ao meio líquido foi
alcançado?
( ) quando a criança se sente segura no meio líquido
( ) deslocamentos de longa distância com material/flutuador
( ) vivências dos nados de crawl e costas
( ) quando a criança mostra-se relaxada (descontraída) na água
41
ANEXO II
GRÁFICOS
Gráfico 1 – Percentual da amostra de professores relativo ao conhecimento da psicomotricidade
Gráfico 2 – Percentual da amostra de professores quanto ao tempo de trabalho com adaptação ao meio líquido
42
Gráfico 3 – Percentual da amostra de professores sobre as atividades predominantes em suas aulas
Gráfico 4 – Percentual da amostra de professores que se baseiam nas funções psicomotoras
43
Gráfico 5 – Percentual da amostra de professores referentes aos aspectos psicomotores aplicados
Gráfico 6 – Percentual da amostra sobre utilização de uma avaliação biopsicomotora
44
Gráfico 7 – Percentual da amostra de professores com base em um planejamento de suas aulas
Gráfico 8 – Percentual da amostra de professores em relação ao respeito na fase de desenvolvimento psicomotor da criança
45
Gráfico 9 – Percentual da amostra de professores sobre os objetivos da fase da adaptação
Gráfico 10 – Percentual da amostra de professores como identificação que o trabalho da adaptação foi alcançado
46
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
- BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade Teoria & Prática – estimulação,
educação e reeducação psicomotora com atividades acuáticas. 1a ed. São
Paulo: Lovise, 1998.
- CASTRO, Luiz Carlos Cardoso. Aprenda a nadar corretamente. Rio de Janeiro:
Tecnoprint, 1997.
- FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade, psicología e pedagogía. 3a ed. Livraria
Martins Fontes.
- FLINCHUM, Betty M. PHD. Desenvolvimento motor da criança. Editora
Guanabara, 1986.
- LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos seis
anos. 7a ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
- MASI, Fabricio di. Hidro: propriedades físicas e aspectos fisiológicos. Rio de
Janeiro: Sprint, 2000.
- NAKAMURA, Oswaldo Fumio, SILVEIRA, Ruth Helena. Natação para bebês.
São Paulo: Ícone, 1998.
- RAPPORT, Clara Regina, FORI, Wagner da Rocha, DAVIS, Cláudia. Psicología
do desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1981.
- SHAW, Steven, D’ANGOUR, Armand. A arte de nadar. 1a ed. Manole, 2001.
47
- VELASCO, Casilda Gonçalves. Natação segundo a psicomotricidade. 2a ed.
Rio de Janeiro: Sprint, 1997.
- RICHARDSON, Roberto Jarry e cols. Pesquisa social – métodos e técnicas. 3a
ed. São Paulo: Atlas, 1999.
48
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ....................................................................................................4
DEDICATÓRIA ...............................................................................................................5
RESUMO.........................................................................................................................6
METODOLOGIA.............................................................................................................7
SUMÁRIO........................................................................................................................8
INTRODUÇÃO................................................................................................................8
CAPÍTULO I - REVISÃO DA LITERATURA .............................................................12
1.1 – Processo de aprendizagem da natação .....................................................12
1.1.1 Adaptação dos nados................................................................................14
1.1.2 Propriedades físicas ..................................................................................16
1.2 – Desenvolvimento psicomotor na infância ....................................................17
1.2.1 Estruturas psicomotoras............................................................................17
1.2.2 Jogos ...........................................................................................................22
1.3 – Desenvolvimento psicomotor X natação .....................................................23
1.3.1 Desenvolvimento motor .............................................................................23
1.3.2 Psicomotricidade no aprendizado da natação.......................................30
CAPÍTULO II - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...........33
CONCLUSÃO...............................................................................................................35
ANEXOS.......................................................................................................................37
Índice de anexos.......................................................................................................37
ANEXO I ................................................................................................................38
ANEXO II ...............................................................................................................41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.................................................................................46
ÍNDICE...........................................................................................................................48
FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................................49
49
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: Análise da Percepção do Professor de Natação sobre
Utilização da Psicomotricidade no Processo de Adaptação com Crianças de 3 a
4 Anos
Autor: Elayne de Oliveira Alves Fontes
Data da entrega: 09/04/2005
Avaliado por: Fabiane Muniz Conceito: _____