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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
TDAH: PROFESSORES X PAIS
UMA VISÃO COMPARATIVA
Por: Rita de Cássia Antunes Peres
Orientadora
Profª. Dayse Serra
Niterói
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
TDAH: PROFESSORES X PAIS
UMA VISÃO COMPARATIVA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicopedagogia.
Por: Rita de Cássia Antunes Peres
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AGRADECIMENTOS
A Deus por me permitir chegar até aqui.
Ao meu irmão Alexandre e minha cunhada Tati, pelo incentivo, e por
acreditarem em mim, e me possibilitarem a realização do curso.
Ao meu companheiro, parceiro e amigo, Eduardo por toda dedicação
apoio e ajuda sem os quais eu não teria conseguido realizar este trabalho.
As minhas filhas Alessandra e Luciana, por fazerem parte da minha vida.
Aos professores do curso e à minha orientadora Dayse, por todos os
ensinamentos transmitidos.
As colegas do curso, em especial as Rosemarys, e a Nádia, pela amizade
e troca compartilhada.
A direção, professoras, funcionários e, principalmente, aos alunos do
CIEP 450, por todo o carinho e colaboração ao meu trabalho.
A Fabíola, Orientadora Educacional do Colégio São José, Niterói, RJ, pelo
apoio e ajuda.
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DEDICATÓRIA
Ao meu pai, Alexandre (in memorian), por me
ensinar a simplicidade da vida.
A minha filha Luciana, inspiração e motivação
para realização desse trabalho.
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RESUMO
O TDAH é uma condição que afeta um segmento importante da
população infantil, persistindo algumas vezes até a idade adulta e alterando
seu processo de aprendizagem e sua autoestima. Este trabalho terá como
objetivo fazer uma visão comparativa entre professores e pais, de uma escola
pública e outra privada, sobre como estes veem o TDAH, utilizando como
instrumento principal a Escala de Conners, e a observação para fazer o
diagnóstico, procurando assim auxilia-los na detecção do transtorno e na sua
condução, para que eles possam auxiliar essa criança a desenvolver melhor
suas potencialidades.
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METODOLOGIA
Como instrumento principal, esta pesquisa utilizou neste trabalho a Escala
de Conners (anexo 1), que tem a sua versão destinada aos pais e uma outra
aos professores visando o diagnóstico do TDAH. Essa escala foi adaptada e
validada no Brasil por Genário Barbosa (1995) que a aplicou numa amostra de
979 crianças de escolas públicas de João Pessoa-PB. O objeto deste estudo
são alunos do ensino fundamental I e II, com idades que vão dos 8 aos 15
anos, de uma escola pública e outra particular do município de Niterói-RJ. A
pesquisa iniciou-se pela observação dos alunos em sala de aula, para uma
investigação dos possíveis alunos com o distúrbio.
As duas escolas escolhidas autorizaram a entrada da autora, enfatizando
a importância do trabalho. Além das escalas aplicadas, foram utilizadas como
complemento, entrevistas com os pais e, quando necessário, provas
operatórias com os alunos. Como base teórica, foram utilizados principalmente
os seguintes autores e livros:
BARBOSA, Genário Alves. Transtornos Hipercinéticos. Infanto – Revista de Neuropsiquiatria da Infância e Adolescência, 3 (2): 21-31: 1998. GAIÃO, Adriana Andrade de, BARBOSA, Genário. Estudo Epidemiológico dos Transtornos Hipercinéticos – Normas Diagnósticas e validação do questionário de Conners para Pais e Professores. Infanto – Revista de Neuropsiquiatria da Infância e Adolescência. 6 (1): 21-31:1998. SAMPAIO, Simara. Manual Pratico de Diagnóstico Psicopedagógico, capítulo 5, 7ª e 8ª sessão, outros testes, págs. 138, 139 e 140. WAK Editora: 2009. SILVA, Ana Beatriz. Mentes Inquietas – TDAH: Desatenção, Hiperatividade e Impulsividade. Rio de Janeiro: Editora Objetiva: 2009.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
APRESENTAÇÃO DO TDAH
CAPÍTULO II
CONHECENDO O TDAH
CAPÍTULO III
A CRIANÇA COM TDAH
CAPÍTULO IV
A PESQUISA DE CAMPO, INTERVENÇÕES E ORIENTAÇÕES
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
ÍNDICE
INDICE DE FIGURAS
8
9
12
18
23
45
46
48
57
59
8
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo principal mostrar como o
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem sido visto e
conduzido por professores e pais, apontando como é difícil diagnosticá-lo, o
que leva muitas vezes tais crianças a serem tratadas de forma errada,
causando-lhes dificuldades no seu processo de aprendizagem e no seu
relacionamento social. Para isso, foram utilizadas escalas, entrevistas com pais
e professores de escola pública e particular fazendo um estudo comparativo
entre as duas esferas de ensino, procurando, a partir desse levantamento,
desmistificá-lo e apresentar formas de intervenção e orientação, e também de
como ajudar tais crianças a se desenvolverem de forma mais feliz. A escolha
desse tema surgiu a partir da experiência pessoal da autora com a filha, que
seria diagnosticada erroneamente como tendo o DDA (Disturbio de Déficit de
Atenção, antiga denominação do TDAH) o que a levou a estudar e pesquisar o
assunto.
O que percebemos atualmente é que se tornou um modismo dizer que
uma criança é hiperativa, sem nem sabermos o que isso significa, o que tem
levado a sérias conseqüências, como a medicalização de crianças
desnecessariamente, acarretando graves prejuízos ao seu aprendizado. Com
este trabalho a autora pretende contribuir para um melhor entendimento do que
é o TDAH e torna-lo mais conhecido, para que essas crianças possam ser
melhor diagnosticadas e tratadas corretamente, para tornarem-se mais felizes.
No Capítulo 1, será apresentado o TDAH, mostrando o histórico da
evolução do termo, e também a sua prevalência. No Capítulo 2, será conhecido
um pouco mais sobre o transtorno: suas causas, tipos e sintomas. No Capítulo
3, o foco será a criança com TDAH e o seu comportamento e características na
escola, na família, bem como os mitos criados em torno do tema. E, por fim, no
Capítulo 4, será mostrado o resultado da pesquisa de campo e suas
conclusões.
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CAPÍTULO I
APRESENTAÇÃO DO TDAH
1.1 Definição
É definido como um transtorno neuropsiquiátrico de alta prevalência em
crianças e adolescentes, apresentando critérios clínicos operacionais bem
estabelecidos para o seu diagnóstico. Caracteriza-se por desatenção
generalizada e/ou hiperatividade-impulsividade. É considerado um dos
principais problemas crônicos da Infância que afetam tanto a conduta
emocional e a adaptação social da criança como o seu rendimento escolar
mesmo que ela apresente um nível satisfatório de inteligência.
Constitui um dos mais importantes transtornos do desenvolvimento
estando entre os mais comuns dentro do setor infantil. Segundo a Associação
Médica Americana (1988), o TDAH, é um dos transtornos mais bem estudados
da medicina.
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH, ainda é um
assunto que causa muitas dúvidas entre os professores e também nos pais que
apresentam filhos com esse problema. Por isso é importante que se possa falar
sobre ele de uma forma clara e esclarecedora para sanar as dúvidas mais
comuns sobre o transtorno.
Segundo Simaia Sampaio, em seu livro Dificuldades de Aprendizagem,
(pág.91), o TDAH é hoje apontado como um dos mais trabalhosos para se lidar
em sala de aula, em casa, e em locais públicos pela própria inquietação,
agitação, impulsividade e dificuldade de concentração.
Os Centros de Controle de Doenças e Prevenção de Atlanta, EUA,
estimam que 4,4 milhões de jovens entre 4 e 17 anos de idade foram
diagnosticados com TDAH por um profissional de saúde. A partir de 2003, 2,5
milhões de jovens nessa faixa etária vem recebendo tratamento
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medicamentoso para a desordem (Lesesne et.al, 2000).
1.2 Histórico
A primeira abordagem científica sobre o assunto aparece em 1902,
quando o médico britânico George Still descreveu crianças impetuosas,
agressivas, e desafiadoras, sendo esses relatos influenciados pela teoria do
darwinismo, que no final do século XIX era bem aceita pela comunidade
científica e atribuía vários comportamentos desviantes a falhas morais inatas.
Entre 1917/18 Hofman descreve crianças com sintomas de inquietação, e
desatenção devido ao surto de encefalite epidêmica na América do Norte
ocorrido nessa época. Nos anos de 1930/40, inicialmente era visto como Lesão
Cerebral Mínima.
Na 2ª Guerra Mundial, pesquisadores descobriram que os prejuízos
causados em qualquer parte do cérebro frequentemente resultavam em
sintomas de desatenção, inquietação e impaciência. Crianças foram vítimas de
lesão celebral como consequência da guerra.
Em 1960, como foi impossível demonstrar o dano, passou-se a denominar
Disfunção Cerebral Mínima (DCM).
Em 1980, o DSM-II (Diagnostic and Statical Manual) alterou o termo para
Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA) ressaltando o déficit de atenção e a
impulsividade. Em 1987, o DSM-III, novamente enfatizou a hiperatividade
alterando o nome para Distúrbio de Hiperatividade com Déficit de Atenção.
Em 1992/1993, o CID-10 (Código Internacional de Doenças), passou a
denominar de Transtorno Hipercinético. Por fim, em 1994, o DSM-IV, passa a
denominar, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH),
nomenclatura que se mantém até hoje.
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1.3 Prevalência
Os estudos revelam uma prevalência de 3 a 5% das crianças em idade
escolar nos EUA. Na Espanha, Pino e Praxedes (1993) encontraram uma
prevalência de 6%. No Brasil, Barbosa (1995), na Paraíba, por meio da Escala
de Conners encontrou uma prevalência de 3,3%.
Segundo o DSM-IV, (Manual de Estatística e Diagnóstico), a taxa de
prevalência do transtorno permanece até a vida adulta e varia de 10 a 60% dos
casos.
Há um predomínio dos meninos em relação às meninas (3 para 1). Nas
meninas, predomina o subtipo da desatenção.
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CAPÍTULO II
CONHECENDO O TDAH
2.1- Causas
Não existe uma causa específica definida. Sabemos que existe uma
participação genética no transtorno. Outros fatores que podem estar
associados:
- Recém-nascidos de baixo peso
- Prematuridade
- Uso de álcool e fumo
- Problema no parto
Os elementos psicossociais e do meio ambiente têm sido investigados
como uma das causas prováveis do aparecimento do TDAH e podem ser
responsáveis por seu curso ou prognóstico.
O cérebro do TDAH apresenta um funcionamento bastante peculiar. O
TDAH é um funcionamento de origem biológica, marcado pela hereditariedade
e que se manifesta na criança ainda bem jovem, antes dos 7 anos de idade,
independentemente de ela ser proveniente de um ambiente hostil ou de estar
passando por problemas.
As crianças com TDAH apresentam níveis baixos de dopamina e
noradrenalina (neurotransmissores cerebrais). É no lobo frontal que está
localizada a sede estrutural do déficit de atenção. Ele é o responsável pela
regulação e controle do comportamento. Cabe a ele puxar o freio de mão do
cérebro humano no que diz respeito aos pensamentos, impulsos e velocidades
de suas atividades físicas e mentais.
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2.2- Sintomas
O TDAH se caracteriza por 3 sintomas básicos:
- Desatenção
- Impulsividade
- Hiperatividade física e mental
Segundo a Dra. Ana Beatriz Silva, a alteração da atenção é o sintoma
mais importante no entendimento do comportamento TDAH.
Aparece em crianças na idade pré-escolar e em 70% dos casos persiste
até a vida adulta.
As pessoas com esse déficit apresentam sinais de desatenção acima do
esperado.
A hiperatividade é outro sintoma que merece consideração. Geralmente, é
o fator de maior ênfase quando se detecta o TDAH, principalmente a
hiperatividade motora. É o sintoma gerador de insatisfação social e é o que
comumente leva a criança ou os adolescentes aos consultórios médicos.
Outro sintoma muito presente é a impulsividade.
Modernamente, a síndrome é subdividida em 3 tipos principais e
apresenta alta taxa de comorbidades, em especial com outros transtornos
disruptivos do comportamento.
2.2.1- Subtipos (A, B, C)
(A) Forma predominantemente hiperativa/impulsiva
Os principais sintomas são:
- Parecer ser movido por um motor "elétrico" sempre a "mil por hora".
- Mover de modo incessante pés e mãos quando sentado.
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- Dificuldade de se manter sentado em situações nas quais isto é esperado (ex:
sala de aula).
- Correr ou trepar em objetos freqüentemente, em situações nas quais isso é
inapropriado.
- Dificuldade de se manter em atividades de lazer (jogos ou brincadeiras) em
silêncio.
- Falar demais.
- Responder perguntas antes de elas serem concluídas.
- Não conseguir aguardar a sua vez (nos jogos, em salas de aula, em filas,
etc.).
- Interromper freqüentemente os outros em suas atividades ou conversas.
As crianças mais velhas apresentam excessivamente inquietude com
movimentos finos, dificuldade de coordenação motora fina e na estruturação
perceptiva.
(B) Forma predominantemente desatenta
Na forma desatenta os sintomas mais evidentes são:
- Prestar pouca atenção a detalhes e cometer erros por falta de atenção.
- Dificuldade de se concentrar.
- Parecer estar prestando atenção em outras coisas numa conversa.
- Dificuldade de seguir as instruções até o fim ou então deixar tarefas e deveres
incompletos.
- Dificuldade de se organizar para fazer algo ou planejar com antecedência.
- Relutância ou antipatia para fazer deveres de casa ou iniciar tarefas que
exijam esforço mental por muito tempo.
- Perder os mais variados objetos ou esquecer compromissos.
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- Distrair-se com muita facilidade com coisas à sua volta ou mesmo com seus
próprios pensamentos.
- Esquecer coisas no dia-a-dia.
- Lentidão excessiva.
(C) Forma combinada (apresenta as duas formas)
Caracteriza-se pela presença de sintomas de desatenção e de
hiperatividade.
Para se dizer que uma criança tem a forma desatenta ou é hiperativa, é
necessário que ela apresente pelo menos 6 dos 9 sintomas descritos acima. Já
na forma combinada é preciso apresentar pelo menos 6 sintomas de cada um
dos módulos. O limite para o desenvolvimento do transtorno é aos 12 anos.
2.3-Avaliação e Diagnóstico
O processo de avaliação diagnóstica é abrangente, envolvendo
necessariamente a coleta de dados com os pais, com a criança e com a
escola.
A anamnese é o 1º passo e um dos mais importantes. É realizada em
uma entrevista clínica com a participação da família. Essa entrevista constitui a
pedra angular de avaliação destinada a obter um diagnóstico. O ideal seria
contar com a presença do pai e da mãe, ou então, da pessoa que permaneça
mais tempo com a criança.
Existem outras formas de avaliação:
- Exame médico geral
- Avaliação neuropsicológica (Muito útil no diagnóstico)
- Avaliação psicológica - Tem como objetivo obter informações sobre:
a) Desenvolvimento intelectual, estudos cognitivos, capacidade de atenção e
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concentração.
b) Desenvolvimento Emocional da criança.
O que define o TDAH é sua inadequação com a idade de
desenvolvimento da criança.
A importância de um diagnóstico precoce incide no tratamento e no
prognóstico do quadro. Para um diagnóstico preciso é necessário um avaliador
especialista no assunto que conheça as características próprias do transtorno.
Deve ser feito por uma equipe multidisciplinar: uma avaliação
psicopedagógica, uma avaliação cognitiva, e uma avaliação neuropsicológica.
Todas com a finalidade de se fazer um diagnóstico diferencial.
Procura-se determinar se os sintomas são de hiperatividade, déficit de
atenção, impulsividade, ou outro problema diferente. Para isso, o avaliador
baseia-se no questionário de Conners, e realiza um exame neurológico
complementar.
Segundo o DSM-IV, os critérios para o diagnóstico são os seguintes:
- Devem aparecer antes dos 7 anos.
- Estar presentes pelo menos durante 6 meses.
- Devem manifestar-se em 2 ou mais contextos (ex: escola, casa).
2.4 Tratamento
O tratamento do TDAH envolve uma abordagem múltipla, englobando
intervenções psicossociais e psicofarmacológicas, sendo o metilfenidato
(ritalina) a medicação com maior comprovação de eficácia. A idéia de se usar
medicamentos nos casos de TDAH é um consenso entre especialistas e
pesquisadores. Os benefícios são muito maiores que eventuais riscos para o
portador do transtorno. É a forma de tratamento mais eficaz. A Ritalina atua
nos neurotransmissores dopamina e noradrenalina, aumentando a sua
quantidade. Seu efeito dura de 4 a 5 horas. No entanto, deve-se tomar cuidado
17
com os efeitos colaterais que a Ritalina pode causar: insônia, perda do apetite,
palidez cutânea, dores abdominais e de cabeça entre outros.
A terapia indicada é a cognitivo-comportamental.
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CAPÍTULO III
A CRIANÇA COM TDAH
Como distinguir uma criança TDAH de uma “normal”, já que as três
características de uma criança TDAH (distração, impulsividade e
hiperatividade) confundem-se com outros sintomas típicos da infância (correria,
agitação, falta de atenção em atividades longas)?
O que vai fazer a distinção é a intensidade, a frequência e a constância
em que os sintomas aparecem.
Tudo na criança TDAH é “a mais’’. Em tudo ela é mais intensa em
comparação com as outras.
As crianças e os adolescentes com TDAH apresentam uma escassa
capacidade de atenção mantida. As com déficit de atenção tem mais
dificuldade na atenção controlada do que na atenção automática. Parecem
constantamente inquietas e infatigáveis, as características e as formas de
apresentação da hiperatividade variam de acordo com a etapa do
desenvolvimento.
As crianças com TDAH tendem a mostrar um rendimento instável e a
fracassar na escola independentemente de suas habilidades. Apresentam
indicadores de ansiedade, estresse, e apresentam problemas na auto-estima.
Algumas crianças podem causar a falsa impressão de serem TDAH se
estiverem passando por problemas que contribuam para deflagrar ou
intensificar comportamentos agitados ou falta de concentração.
A criança TDAH pode dar tudo de si e deixar fluir sua criatividade e seu
entusiasmo inatos se ela for corretamente estimulada. Mais do que qualquer
outra criança ela precisa de elogios e incentivos para responder melhor aos
seus comportamentos.
É importante a parceria família-escola para uma boa condução do
19
tratamento dessa criança.
Cerca de 9% das crianças com TDAH tem problemas com linguagem,
fracassam na aprendizagem, e tem déficit motor.
No desenvolvimento socioemocional a criança com TDAH apresenta
algumas características particulares:
- Apresenta baixa tolerância a frustação.
- Tem dificuldades nas relações sociais.
- Necessidade de chamar atenção.
- Grande dependência de aprovação do adulto.
- Maior índice de sentimentos depressivos.
Aprender a dominar os sintomas do TDAH é algo que a criança ou o
adolescente só conquistará mediante o auxílio de todos que a cercam.
3.1 Na Família
Sabemos como é difícil para a família ter um filho com TDAH, pois este
afeta o cotidiano dessa. O 1º passo é esclarecer aos pais sobre o que é o
TDAH, as causas, o desenvolvimento do transtorno e como agir em diferentes
situações. Isso ajudará a criança a melhor lidar com ele, e fará com que os pais
possam diferenciar quando é uma desobediência ou uma inabilidade da
criança, o que evitará muitas brigas e conflitos.
Uma coisa comum é essa criança ser punida com castigos fisicos, e
fazerem comentários sobre o seu caráter, dizendo, por exemplo, que ela é má,
o que acaba provocando um sentimento de rejeição na criança.
Uma ação importante que os pais devem fazer é recompensar a criança
com elogios a cada avanço que ela fizer. Isso a estimulará a continuar a ter
aquele comportamento de forma positiva.
Ao repreender o filho, os pais devem explicar o porquê de se estar
20
fazendo isso. Agindo dessa maneira ele saberá o que é o correto a fazer.
Mostre ao seu filho que novas chances de acertar serão sempre dadas e que
ele deve apresentá-las sempre.
Deve-se estruturar o ambiente familiar para aquela criança, por exemplo,
deixando as portas dos armários trancadas, pois assim se evitará possíveis
acontecimentos desagraveis.
Ao estabelecer regras claras e objetivas a família estará contribuindo para
um ambiente mais estruturado. Se, ao contrário, discordarem sobre a
educação, as conduções de situações tornarão o ambiente confuso,
dificultando o equilíbrio da criança.
3.2 – Na Escola
Um estudo feito por Mandoki e Ferrari (1991), citado no texto escrito por
Barbosa (1995), estimou que 20% das crianças em escolas apresentam déficit
de atenção e hiperatividade e que esta última é o sintoma mais comum no
campo da psicopatologia infantil.
É na escola que uma criança com TDAH começará a apresentar
dificuldades maiores, pois ela será solicitada a cumprir metas e seguir rotinas,
coisas que são muito difíceis para uma criança com TDAH.
O professor, sendo normalmente o primeiro a observar os sinais do
TDAH, deve estar capacitado a perceber e distinguir características comuns
aos sintomas específicos da síndrome.
É importante diferenciar “dificuldade em se adaptar ao sistema
educacional” de “impossibilidade de aprendizagem”. Muitas crianças com
TDAH são muito inteligentes e se lhes dermos uma chance elas poderão ser
bem sucedidas. A inteligência do portador de TDAH é provavelmente o maior
determinante de quanto ele vai conseguir vencer na vida apesar do transtorno.
O estilo cognitivo predominante nelas é impulsivo. Uma das
características que foram descritas como interferentes, é a dificuldade que
21
essas crianças têm para organizar as informações.
É necessário se criar uma rede de apoio fazendo um trabalho conjunto
com a família.
O reforço positivo é sempre melhor que a punição. Diversas pesquisas
mostram que quando se começa a elogiar determinado comportamento
adequado nas pessoas, mesmo sem criticar outro comportamento inadequado
simultâneo, ele tende a aumentar com o passar do tempo e o inadequado
tende a diminuir. O professor deve saber escutar a criança, saber sobre suas
dificuldades e ouvir sugestões de como as coisas poderiam se tornar mais
fáceis para ela. Deve descobrir a melhor forma de utilizar o material ou a
melhor adaptação do conteúdo para o aluno com TDAH.
3.3 – Os Mitos
O que é um mito? Segundo o dicionário Aurélio, um mito é um enigma. É
alguma coisa que não tem realidade, que se cria a partir de um determinado
tema.
Um dos mitos mais comum sobre o TDAH é que as crianças que
apresentam esse problema são menos inteligentes que as outras. Isso é um
grande erro, pois as crianças com TDAH tem uma inteligência normal e
algumas vezes até acima da média.
A Drª Ana Beatriz, no seu livro Mentes Inquietas, cita exemplos de várias
personalidades famosas que foram TDAH, entre elas, Albert Enstein, Agatha
Christie, Mozart, Bethoven, Tom Cruise, entre outras.
Outro mito é colocar o ambiente como um dos causadores do TDAH. É
errado dizer isso, pois o ambiente pode ser um facilitador para que os sintomas
se manifestem, mas não o causador.
Não se deve à processos alérgicos. Não é uma reação alérgica. No
entanto, quando uma criança é alérgica e faz um tratamento com corticóides,
pode ficar inquieta e irritável.
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Não se deve ao consumo excessivo de açúcares, aditivos ou corantes
artificiais: Durante os anos 70 acreditava-se firmemente que as questões
ligadas à alimentação podiam estar por trás do transtorno. Atualmente, todos
os corantes que podiam ocasionar problemas estão proibidos e não são mais
utilizados.
Não tem origem em uma educação inadequada: Os sintomas de
hiperatividade, déficit de atenção e impulsividade, não tem qualquer origem nos
métodos de educação.
23
CAPÍTULO IV
A PESQUISA DE CAMPO
A observação de campo iniciou-se a partir da entrada da autora na Escola
Pública, autorizada pela direção que a recebeu de forma bastante acolhedora.
Houve também uma boa receptividade por parte dos professores que muito a
auxiliaram, ao permitir a permanência nas suas salas de aula.
Foram observadas as 11 turmas da Escola, do 2º ao 5º ano, sendo duas
classes de aceleração. Foi realizado todo um processo de investigação dos
possíveis alunos com o transtorno, visto que a Escola não possuía nenhum tipo
de avaliação (laudo) dessas crianças. A partir da observação com os
professores, a autora utilizou como instrumento de pesquisa, a Escala de
Conners, validada no Brasil por Barbosa (1995).
A maior dificuldade encontrada foi com os pais, em conseguir que eles
comparecessem a escola para que pudessem preencher o questionário da
escala. Esse processo de observação e investigação ocorreu durante o 2º
semestre letivo, totalizando 200 horas de estágio, que foram autorizadas pela
Secretaria Estadual de Educação (SEEDUC), tendo sua importância
reconhecida pela Direção (ver anexo 2), e pelas professoras.
Quanto à Escola Particular, o contato se deu através da Orientadora
Educacional que se propôs a encaminhar as escalas para os pais e
professores dos alunos com laudo de TDAH para serem preenchidas. Não foi
possível observar os alunos em sala de aula. Os dados foram obtidos através
da Orientadora, com os professores, que fizeram várias observações. Os pais
preencheram o questionário sem a presença da autora ou da orientadora.
4.1 - Levantamento dos Dados Coletados
Conners elaborou o questionário em duas formas, uma para professores
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e outra para pais, na Austrália em 1969 e revisado posteriormente em 1973. No
Brasil foi validado por Barbosa em 1995. A versão abreviada para professores
apresenta 39 ítens e ponto de corte em 62. A versão dos pais tem 42 itens e
ponto de corte em 58, onde se avalia como se apresenta a conduta hiperativa
das crianças. A aplicação segundo Barbosa deve ser feita em crianças de 7 a
14 anos.
Os estudos realizados por ele para a validação da escala indicaram que
os questionários apresentavam características satisfatórias de confiabilidade
para o diagnóstico do transtorno.
Após o fechamento das observações, a autora fez o levantamento das
escalas, e surgiu a dúvida de como proceder em relação aos alunos, pois não
havia sido possível contatar os pais para que se pudesse ter a confirmação do
diagnóstico. A mesma foi sanada gentilmente pelo Prof. Genário Alves Barbosa
em resposta a um e-mail enviado pela própria autora, onde perguntava sobre
essa questão. Segue abaixo transcrição na íntegra da resposta do professor e
validador da Escala de Conners no Brasil enviada por email pelo próprio:
De: [email protected] Para:[email protected] Enviadas:Terça-feira,15deNovembrode201118:14 Assunto: Re: Escala de Conners validada por Barbosa(1995)
“Rita, Saúde.
Não há escores, você terá que fazer a soma. Para ser
hiperativa a criança deve apresentar hiperatividade
massiva, ou seja, em dois ou mais lugares. Em uma ótica
clinica se a criança é hiperativa na escola e não em casa,
obviamente não cumpre critérios para o diagnóstico.
Por outro lado, quero lhe dizer que as escalas por si só,
não fazem diagnóstico. Elas são complementos e que
com a entrevista com a criança você poderá firmar o
25
diagnóstico, mesmo, neste caso, somente uma delas
dando alta pontuação. Boa sorte.
Genário”
Após esta confirmação e os esclarecimentos prestados, a autora pode
fechar o diagnóstico daqueles alunos, cujo contato com os pais não foi
possível, ou que o ponto de corte não foi alcançado nos dois questionários.
4.2 - A Escola Pública
A 1ª etapa do trabalho constituiu-se na participação da autora na reunião
pedagógica da escola, onde foi apresentada a Escala de Conners, instrumento
que seria utilizado, explicando o seu preenchimento, o objetivo da pesquisa e
falando um pouco sobre o TDAH. Após esse encontro foram distribuídas as
escalas aos professores que se mostraram muito solícitos em participar da
pesquisa e iniciada a observação dos alunos nas turmas. A aplicação dos pais
foi realizada paralelamente através do agendamento feito pela secretaria da
escola que explicava sobre a importâcia do comparecimento dos mesmos a
escola.
Foram observadas 11 turmas do 2º ao 5º ano do ensino fundamental,
totalizando 244 alunos, sendo 141 do sexo masculino e 103 do sexo feminino.
Foram aplicadas 22 escalas nos alunos selecionados pela autora com a ajuda
das professoras. Foram confirmados 12 alunos com TDAH. As idades desses
alunos variam de 8 a 15 anos (ver Figura 1). Os alunos, além da sala de aula,
também foram observados no recreio, nas aulas de educação física e no
intervalo de duas horas para o almoço.
26
- Figura 1-
-
Escalas CasosMasc. Fem. Aplicadas Confirmados
201 21 12 9 2 1202 17 8 9 2 2301 22 14 8 2 1302 22 10 12 3 2303 23 15 8 3 2401 28 14 14 1 0402 27 16 11 2 0501 28 21 7 3 1502 23 10 13 3 3
AC 001 17 12 5 1 0AC 002 16 9 7 0 0TOTAIS 244 141 103 22 12
% Pesquisa 100% 57,8% 42,2% 9,0% 4,9%
Turmas, Escalas de Conners aplicadas e casos confirmados no CIEP 450
TurmasSexo
Nº Alunos
É importante ressaltar a ajuda dada por cada professora que mesmo com
turmas grandes conseguem ter um olhar diferenciado para aqueles alunos com
dificuldade procurando fazer dentro de suas limitações um trabalho específico
com eles. Finalizando, apliquei a escala de Conners com os pais. A maioria
demontrou-se solícita em responder, mas não consegui falar com todos.
4.2.1 – Relato sobre as Turmas e os Alunos
Conforme o resultado da Figura 2, foram confirmados 12 alunos com
TDAH.
27
- Figura 2 -
AlunosConfirmados Masc. Fem. A B C Profs. Pais
Talles X 9 X 62 -Ruan X 9 X 63 67
Paulo Ricardo X 8 X 65 58Julia X 12 X 65 38
Dhonny X 9 X 53 59Peterson X 10 X 53 -Jasmin X 8 X 62 / 64 58Lucas X 9 X 76 / 62 58Jonas X 11 X 86 57
Wemerson X 11 X 83 54Sabrina X 12 X 66 65Gabriel X 11 X 80 -
Total: 12 alunos 9 3 - 9 0 3 - -
SexoIdade
TDAH ESCORE
Resultado das Escalas de Conners aplicadas com os Sub-tipos de TDAH
Legenda: Sub-tipos constituintes do Questionário Abreviado de Conners: (A):
Predomínio da Hiperatividade. (B) Predomínio da Desatenção. Combinado: Hiperatividade +
Desatenção.
Turma 201
É uma turma de alunos menores, alguns com certa dificuldade. A
professora Alcicleide consegue realizar bem as atividades. Foram aplicadas
duas escalas e teve um aluno confirmado.
Talles - É uma criança bastante agressiva, inclusive com relatórios já
encaminhados para o Conselho Tutelar. Atrapalha muito o andamento das
aulas. Não foi possível conversar com a mãe.
Larissa - Não foi confirmada como tendo o TDAH, mas é uma aluna que tem
grande dificuldade de aprendizado, o que através da investigação foi
descoberto ter causa na sua história familiar. Necessita de um
acompanhamento psicológico.
28
Turma 202
É um pouco mais agitada em função dos dois alunos que atrapalham o
andamento. A Profª Mônica coloca um deles sentado perto dela para que ela
possa controlá-lo melhor. Foram aplicadas duas escalas e confirmados os dois
alunos.
Ruan - É bastante agitado. Não consegue ficar quieto. De vez em quando
causa confusões em sala de aula. A mãe disse que em casa ele também é
bastante agitado.
Paulo Ricardo - Bastante agitado. É o aluno que precisa sentar perto da
professora para que ela consiga que ele faça alguma coisa.
Turma 301
Turma bem tranqüila. A Profª Renata tem uma ótima postura. Tem na
turma um aluno com deficiência intelectual que não acompanha o ritmo da
turma e ela faz um trabalho diferenciado com ele na sala. Foram aplicadas
duas escalas e um caso foi confirmado.
Julia - É uma aluna com dificuldade de aprendizado. Bastante desatenta, não
consegue se concentrar. Leva muito tempo para terminar as atividades
propostas. Está morando há pouco tempo com o pai, que não soube dizer
muito sobre ela. Foi tentado um contato com a avó várias vezes, mas ela não
compareceu.
Matheus - É um aluno bastante disperso, não faz as tarefas, fica fazendo
outras coisas que não as atividades. A mãe relatou que é uma criança
tranqüila, bem mais calma que seu irmão Lucas. Não foi confirmado.
Turma 302
Turma agitada, em função de dois alunos que impedem o
andamento da aula. A Profª Claudia precisa deixar um desses alunos sair de
29
sala, para conseguir dar aula. Foram aplicadas três escalas, e dois alunos
foram confirmados.
Dhonny - Bastante agitado. Não fica sentado. Anda todo o tempo pela sala de
aula. A Profª Claudia precisa colocá-lo muitas vezes atrás da sala, isolado dos
outros alunos, para que ela consiga dar aula.
Peterson - Bastante agitado, algumas vezes a professora teve que tirá-lo de
sala para conseguir dar aula. Faz tratamento com psicólogo. A autora não
conseguiu conversar com a mãe que se mostrou bastante resistente. Vale
ressaltar que apesar do aluno não ter as escalas confirmadas, pela observação
feita em outros contextos (no recreio, sala de aula, educação física e nas duas
horas do almoço), levou a autora a confirmar o diagnóstico.
Aquiles – Aluno agitado, mas essa agitação é agravada pelo comportamento
de outros dois colegas, que fazem com que ele se torne mais agitado do que
realmente é. Não foi confirmado.
Turma 303
Essa turma teve problemas com trocas de professores durante todo o ano
letivo, o que prejudicou o rendimento de alguns alunos, principalmente o Edgar
e a Andressa, que são alunos com dificuldade de aprendizado e de interação
social. Foram aplicadas três escalas, mas confirmadas apenas duas crianças.
Tem alunos com idades muito variadas.
- Figura 3 -
Idade 8 9 10 11 12 13 15 Alunos 2 7 5 2 1 5 1
Jasmim - É uma criança muito agitada, não consegue terminar sua tarefa. É
brigona. Esta turma tinha duas professoras e elas disseram que ela é muito
dispersa. A mãe teve problemas durante a gravidez, e sofre de síndrome do
pânico, o que pode estar afetando a filha. Confirmado o TDAH.
30
Lucas - É uma criança bastante agitada. É o único que tem um laudo médico
de hiperativo. Faz tratamento psicológico desde 2009. A mãe o rejeitou logo
que nasceu. O pai morreu do coração quando ele tinha dois anos. Esses
fatores ajudaram a se entender a causa do transtorno. Foi avaliado pelas duas
professoras da sala. Teve seu diagnóstico confirmado.
Edgar - Esse aluno quase não fala em sala de aula, não interage com as
professoras. Foram aplicadas as escalas, mas não chegaram ao ponto de
corte. O pai e a mãe foram chamados para conversar. Tem uma conduta
passiva, um pouco antissocial. A mãe relatou que, em casa, ele conversa e é
uma criança normal. Foi colocada a importância de se fazer uma avaliação
neurológica. Não foi confirmado com o TDAH.
Andressa - Essa aluna foi observada a pedido das professoras, pois ela não
conversa, não fala nada. É uma menina com um jeito muito quieto e até na
postura é bastante cabisbaixa. Não interage com outras crianças. Na hora do
recreio isola-se num canto. Parece apresentar sintomas da Síndrome de
Asperger. Na conversa com a mãe, a mesma pareceu não se importar muito
com o comportamento da filha. Foi colocada para a mãe, a importância de se
fazer uma avaliação neurológica. Não foi aplicada a Escala de Conners.
Conseguimos encaminhá-la para fazer tratamento psicológico.
Turma 401
Turma tranqüila, muito bem conduzida pela Profª Elza. Mas, pareceu
uma turma desinteressada, com poucos alunos querendo realmente aprender.
É uma turma com grande quantidade de meninas. A leitura deles é muito fraca.
Os alunos escolhem o lugar, onde sentam em dupla. Foi aplicada uma escala,
mas nenhum aluno não foi confirmado.
31
Mateus - A escala foi aplicada porque esse aluno apresenta problemas de
comportamento e vive se envolvendo em confusões com os colegas. Apesar
disso, é inteligente e consegue cumprir todas as tarefas dadas pela professora.
A mãe protege o filho das atitudes erradas, colocando a culpa nas outras
pessoas. Não foi possível conversar com ela, pois se mostrou bastante
reticente, questionando o “porquê” dessa conversa.
Turma 402
É uma turma menos agitada, com poucos alunos que atrapalham o
andamento da turma. Foram observados dois alunos e aplicadas as escalas,
mas não demonstraram problemas e não foram confirmados. Não foi
necessário observar a turma por muito tempo.
Turma 501
Turma bastante agitada e numerosa. A Profª Neuza, muitas vezes
tem que gritar para conseguir silêncio dos alunos. A autora realizou um
trabalho individual com o aluno Jonas, que apresentava sintomas de
Discalculia.
Jonas - Após a palestra sobre “Distúrbios de Aprendizagem”, a Profª Neusa
procurou a autora para se consultar sobre seu aluno Jonas, que ela identificou
como apresentando os sintomas de Discalculia, relatando que ele tem grande
dificuldade em matemática. Foi iniciada uma série de atividades com ele,
procurando trabalhar a matemática de forma lúdica. Na conversa com a mãe,
ela relatou que ele sempre tirou notas baixas na matéria. Foi pedido que ela
procurasse uma avaliação neurológica e dada a escala para ela responder, já
que ela informou que seu filho é uma criança bastante agitada. Foram
realizadas mais algumas atividades e depois foi feita uma avaliação com a
32
Profª Neusa sobre como essa dificuldade poderá ser trabalhada. Pela escala
descobriu-se que ele apresenta o TDAH associado à Discalculia.
Os outros dois alunos observados não tiveram o diagnóstico confirmado.
Pablo - É um aluno bem agitado. A professora o coloca sentado na primeira
carteira para que ele possa prestar atenção. A mãe não acha que ele tenha
esse comportamento e culpa a professora por isso. Ele perdeu um irmão com
câncer que ele gostava muito e isso pode ter contribuído para esse
comportamento mais agitado.
Wesley - É um aluno muito inquieto, fala muito. É participativo nas aulas, quer
logo responder as perguntas. Por causa desse comportamento agitado
seguidamente fica de castigo. Apesar disso, não teve seu diagnóstico
confirmado através das escalas. A mãe é presente e participativa. Mostra-se
preocupada com o comportamento do filho.
Turma 502
É considerada a pior turma do colégio devido a sua agitação. Teve troca
de professores o que agravou ainda mais para essa situação. As professoras
não conseguem dar aula e os alunos não querem aprender. Teve três casos
confirmados.
Wemerson - É um aluno bastante agitado. Atrapalha o andamento da aula. A
professora não consegue que ele faça as tarefas. A mãe disse que chegou a
tomar remédio para tentar abortar. Tem uma história familiar bastante
complexa.
Sabrina - É uma menina muito agitada. Não consegue ficar parada. Não
termina suas atividades. Está sempre metida em alguma confusão. A autora
33
conversou com o pai e com a mãe. O pai acha que essa agitação é normal,
“coisa de criança”, segundo ele. A mãe teve problemas no parto da irmã mais
nova e faz tratamento. A Sabrina acompanhou tudo isso, o que pode vir a
explicar o seu comportamento.
Gabriel - É um aluno agitado. Não consegue terminar suas tarefas. É bastante
impulsivo, de temperamento forte. Não foi possível conversar com a mãe.
Turma AC-001
Turma de alunos que estão atrasados em relação a sua idade. Foi a
turma na qual a autora mais acompanhou o desenvolvimento dos alunos, onde
pode ver o quanto eles cresceram. A Profª Tânia tem uma conduta excelente
com a turma, o que contribuiu muito para esse crescimento.
Wallace - A autora fez com ele a Entrevista Operativa Centrada na
Aprendizagem (EOCA), para um trabalho sobre “Distúrbios de Aprendizagem”
do curso de pós-graduação. Demonstrou através do seu desenho, ser uma
criança carente afetivamente, colocando a sua casa como um lugar de
importância na sua vida. Fez também algumas atividades da caixa lógica, onde
respondeu satisfatoriamente. Apresenta algumas dificuldades, como troca de
fonemas e um quadro de Disgrafia. É criado pelo avô e a autora conversou
com ele dizendo da importância de se fazer um tratamento fonoaudiológico
para trabalhar essas dificuldades, mas ele colocou que demora muito para
conseguir um tratamento, mostrando-se um pouco reticente. Foi aplicada a
escala, mas não foi confirmado o TDAH.
Turma AC-002
Turma de alunos maiores (11 a 14 anos), com um trabalho excelente
conduzido pela Profª Helenita. A maioria dos alunos teve ótimo
34
desenvolvimento, principalmente na leitura. Foi a única turma na qual não foi
necessário aplicar a escala.
4.3 - A Escola Particular
Como já foi dito anteriormente, nela, diferentemente da escola pública, a
autora não pode observar os alunos em sala de aula. Portanto, a mesma se
baseou no relato da orientadora e na observação dos professores, o que
também foi interessante, pois permitiu a obtenção de uma outra visão isenta de
sua observação.
Foram aplicadas as escalas a quatro alunos do ensino FundamentaI II
que já tinham laudo de hiperatividade, sendo todos do 7º ano. Três desses
alunos são medicados. Apenas um não toma remédios, o que interfere no seu
desempenho e comportamento em sala de aula. Pelas duas escalas foi
confirmado apenas um aluno. Como no Fundamental II, são vários professores,
as escalas foram preenchidas por três professores (português, matemática e
ciências). Ver Figura 4. Também não foi permitido divulgar os nomes dos
alunos.
- Figura 4 -
Sub – tiposTDAH
P M CP.V.F.C. M 12 anos 34 29 38 48 Não confirmadoM.I.L.Q. M 12 anos 46 45 41 62 C - CombinadoB.D.S.L. * M 11 anos 65 14 67 61 C - CombinadoL.A.M. M 12 anos 26 43 29 64 B - Desatenção
Total 4
Resultados das Escalas de Conners, na Escola ParticularEscores TDAH
ProfessoresPais
Alunos Sexo Idade
Legenda: *Apenas esse aluno foi confirmado. Os outros, apesar de terem o laudo, não se confirmaram pelas duas escalas. P (português). M (matemática). C (ciências).
35
4.3.1 Breve Relato sobre os Alunos
P.V.F.C. - Pelo resultado da escala dos pais, ele não apresenta o sintoma da
hiperatividade. Parece ser uma criança medrosa e insegura. Da mesma forma,
as escalas dos professores não confirmaram o TDAH. Segundo relato dos
professores, ele é uma criança ingênua, o que a torna susceptível a certos
colegas que o controlam, e assim o leva a ter certas atitudes que não teria
normalmente. Vem se esforçando para melhorar seu desempenho. Segundo
relato da orientadora, o aluno faz tratamento, mas a mãe não está satisfeita,
quer mudar e fazer outra avaliação.
M.I.L.Q. - Foi confirmado pela escala dos pais. Pelo que a autora pode concluir
através do relato dos professores, parece ser uma criança bastante impulsiva,
solitária e triste em certos aspectos. Além disso, apresenta atitudes de revolta e
transgressão. É repetente. É uma criança solta, largada, que a família deixa
fazer o que quiser. Segundo a orientadora é muito inteligente, mas não tem
rotina. Em certos momentos, ela relatou que ele se fecha. Os pais são
separados, e o pai é ausente.
B.D.S.L. - O único aluno com o diagnóstico confirmado nas duas escalas.
Segundo o relato dos professores, é uma criança extremanente difícil de lidar.
É mimado, intrometido e não possui qualquer limite. Tem uma necessidade
muito grande de aparecer e ser aceito, e não gosta de ser contrariado. Não
toma remédio. Segundo a orientadora, é bem agitado, mas é uma criança
colaborativa. A mãe não dá limite para ele, por já ter perdido um outro filho.
Aparentemente em matemática ele tem uma boa participação e
comportamento.
L.A.M. - Teve o resultado apenas confirmado pela escala dos pais. Pelo relato
dos professores, é muito desatento, parece que vive num planeta só dele.
Aparentemente é medicado e isto provavelmente diminui sua capacidade de
abstração e seu foco. Não consegue ter um bom desempenho por não estar
36
completamente na sala de aula. O pai não acredita no diagnóstico, acha que é
uma “besteira”.
É relevante salientar a diferença observada na avaliação feita pelos
professores nos casos dos alunos que são medicados, em relação à dos pais,
e que o único aluno confirmado nas duas escalas, não toma remédio.
4.4 - Visão dos Professores
Os professores (assim como os pais) não sabem reconhecer um aluno
com o TDAH, que muitas vezes acabam sendo rotulados por eles de
“bagunceiro”, “preguiçoso” sem, na verdade, sê-los.
É importante que os professores conheçam o TDAH para que possam
ajudar os seus alunos a conseguirem ter um desempenho favorável em sala de
aula aproveitando o seu potencial. Sabemos o quanto isso é uma tarefa árdua,
em função de todas as dificuldades (turmas muito numerosas, por exemplo) e
limitações que eles possuem.
4.5 - Visão dos Pais
A partir de todo o levantamento e entrevistas feitas com os pais, verificou-
se que a maioria deles não conhece nada a respeito do TDAH. Não são
capazes de distinguir uma criança que apresenta um nível de agitação, que
muitas vezes é comum, no estágio de desenvolvimento que ela se encontra de
outra que tenha o TDAH.
É relevante a constatação que até mesmo aquelas crianças que já
possuiam o diagnóstico não tiveram os sintomas reconhecidos pelos pais tanto
na Escola Pública como na Escola Particular. Alguns poucos conseguiram
identificá-lo.
Pode-se perceber que uma das grandes preocupações dos pais está
relacionada à medicação. Muitos se preocupam se o filho realmente precisa
tomar o remédio.
37
É necessário que conheçam o TDAH, para que realmente possam ajudar
os seus filhos.
4.6 - Uma Visão Comparativa
Comparando as duas visões que a autora obteve através da análise de
duas esferas de ensino diferentes, foi possível fazer algumas considerações.
Na Escola Pública, apesar de suas limitações, os professores conseguem
perceber os alunos que tem maiores dificuldades, mesmo sem ter muitas
informações sobre as dificuldades de aprendizagem em geral, possuindo um
olhar diferenciado.
Já na Escola Particular mesmo com o diagnóstico já pronto, eles não
conseguem ter este mesmo olhar para com os seus alunos.
Em relação aos pais, nas duas esferas (pública e particular), podemos
perceber o total desconhecimento do TDAH, apesar de já existir o diagnóstico
em alguns casos. Isso é muito ruim, pois eles não conseguem ajudar o seu
filho(a) a ter uma aprendizagem mais segura.
Para melhor elucidação da visão comparativa entre professores e pais, a
autora utilizou os Gráficos 1 e 2.
Para estabelecer os diagnósticos, além da obervação e entrevistas,
utilizou o que Barbosa, em seu estudo para validação da Escala de Conners,
chamou de Fatores Constituintes da Escala Abreviada de Conners, tanto na de
professores como na de pais, adaptados por ele para a realidade brasileira.
Esses fatores são divididos separadamente em cada uma delas, como
demonstrado na tabela de tabulação (Anexo 3), que também evidencia a
diferença de visões de professores e pais.
39
Gráfico 2
4.6.1 Fatores Constituintes da Escala de Conners para Professores
É importante resaltar que nas duas escalas no Fator I (hiperatividade), os
3 primeiros ítens, apresentam carga fatorial mais alta, para estabelecer o
diagnóstico da criança (Gaião e - Barbosa, 1998).
Abaixo seguem os ítens dos fatores constituintes da escala.
FATOR I - HiperatividadeItem Conteúdo14 Perturba outras crianças
6 Excitável, impulsivo15 Provoca confusões13 Chora com freqüência e facilidade1 Constantemente se mexendo21 Explosões de raiva, comportamento imprevisível, explosivo2 Emite sons, ruídos29 Provoca outras crianças ou interfere com as suas atividades31 Desafiadora12 Mal-humorado, rabugento16 Humor muda drasticamente com rapidez18 Destrutivo20 Mente32 Atrevida5 Inquieto, superativo17 Matreiro, faz-se de esperto36 Teimosa
Um dado interessante observado por Barbosa, é que os 3 primeiros
itens(14/ 6/15) do Fator I apresentam cargas fatoriais maiores que o primeiro
item (7) do Fator II da Desatenção. Outro dado observado é que os professores
muitas vezes, não conseguem observar a desatenção.
40
FATOR II - DesatençãoItem Conteúdo
7 Desatento, facilmente distraído11 Sonha acordado10 Extremamente sério, triste4 Coordenação motora comprometida, fraca3 Pedidos tem que ser imediatamente atendidos39 Falta à aula com freqüência34 Medrosa33 Tímida8 Não termina o que começa35 Excessiva exigência da atenção do professor9 Extremamente sensível26 Parece não ter liderança
Em relação aos Fatores III (passividade) e o Fator IV (conduta antissocial)
foram muito baixos em relação a grande maioria dos alunos.
FATOR III - PassividadeItem Conteúdo37 Excessivamente ansiosa para agradar38 De não cooperação28 Não se relaciona bem com crianças do mesmo sexo25 Não tem “espírito esportivo”27 Não se relaciona bem com o sexo oposto
FATOR IV - Conduta anti-socialItem Conteúdo22 Isola-se de outras crianças23 Parece não ser aceito pelo grupo19 Furta
4.6.2 - Fatores Constituintes da Escala de Conners para Pais
Os três primeiros itens são os que descrevem condutas hiperativas e
impulsivas das crianças, confirmando assim os critérios do DSM-IV.
41
FATOR I - HiperatividadeItem Conteúdo42 Seus atos dão a impressão de serem movidos por um motor
21 Briga constantemente15 É valente (arrogante) e desrespeita seus superiores (insolente)14 Desafia e intimida os demais16 É descarado com os adultos37 Não pode ficar quieto27 Mente, culpando os demais dos seus erros38 Sobe em todas as partes20 É malicioso com seus irmãos26 Desobedece as normas da escola36 Mostra-se nervoso e inquieto22 Critica muito outras crianças41 Se começa a fazer uma coisa, repetitivamente, é impossível parar
Os itens do Fator II descrevem a sintomatologia fóbica assim como
também de caráter somático (ansiedade). Alguns alunos apresentam escore
alto nesse fator. Mais a maioria não demonstrou ter medo ou fobia.
FATOR II - Medos / SomatizaçõesItem Conteúdo
2 Tem medo diante de novas situações8 Apresenta tremores4 Tem medo de estar sozinho6 Mostra-se tenso e rígido3 Tem medo de gente5 Preocupa-se com doenças e mortes7 Apresenta sacudidas ou espasmos musculares9 Sente dores de cabeça1 Desperta à noite12 Queixa-se de enfermidades e dores
O Fator III demonstrou um grau elevado por parte dos alunos, concluindo-
se que uma boa parcela dos alunos gosta de fazer as coisas bem feitas. O
Fator IV foi quase nulo, somente um aluno apresentou um resultado maior
nesse fator.
42
FATOR III - Persevereração / PerfeccionismoItem Conteúdo32 Pretende fazer tudo bem feito (perfeito)24 Gosta de ir à escola19 Tem amigos23 Aprende na escola33 Necessita fazer sempre as coisas da mesma maneira34 Tem objetivos muito altos (sonhar alto)39 Desperta-se muito cedo
FATOR IV - Furtos / Conduta antissocialItem Conteúdo30 Rouba em lojas, em barracas e outros lugares29 Realiza roubos na escola31 Tem problemas com a polícia28 Realiza roubos de seus pais5 Inquieto, superativo17 Matreiro, faz-se de esperto36 Teimosa
Com a análise desses fatores a autora pode fazer uma comprovação
dos sub-tipos predominantes, o que contribuiu para o fechamento do
diagnóstico daqueles alunos que haviam ficado sem pontuação um uma das
escalas, ou abaixo do ponto de corte.
4.7- Intervenções e Orientações para Crianças com TDAH
Como sugestões, a principal, comum a professores e pais, é a precisão
do diagnóstico e a importância de ser realizado por profissionais qualificados
para tal (psiquiatra, neurologista, psicólogo, etc.).
4.7.1 – Intervenções para professores
- Formar redes de apoio, fazendo um trabalho de parceria (família-escola-
profissionais).
- Escutar a criança.
43
- Permitir que o aluno faça sugestões.
- Tarefas longas para casa não são indicadas.
- Dividir as tarefas em partes.
- Aproveitar sua capacidade de brincar.
- Estabelecer normas, limites e ambientes estruturados e prevísiveis.
- Proporcionar ferramentas de estudo.
- Ajudar a criança a observar os outros e a si mesmo.
- Incentivar e elogiar o aluno.
- Colocar o aluno sentado em uma das fileiras da frente.
- Dar ordens precisas e curtas.
- Evitar tarefas monótonas e repetitivas.
- Compartilhar tarefas e estimular trabalhos em grupo.
4.7.2 - Orientações para as famílias
- Coordenar o intercâmbio de informações entre os profissionais e a escola.
- Organizar um mural de programações diárias com os horários para brincar,
estudar, e dormir.
- Planejar os estudos, dividindo as tarefas em dois ou três tempos.
- Programar horários livres para o lazer.
- Incentivar as brincadeiras com jogos de regras.
- Não fazer comparações entre os filhos.
- Estabelecer limites claros e consistentes.
- Advertir construtivamernte o comportamento.
- Lembrar-se de elogiar e ser afetivo.
- Evitar críticas constantes
44
- Usar um sistema de reforço imediato para todo bom comportamento da
criança.
- Ensinar a criança a organizar uma agenda.
- Ter sempre que possível, ter um tempo disponível para interagir com a
criança.
- Pensar antes de agir.
45
CONCLUSÃO
A partir do que foi pesquisado e apresentado, observou-se que o TDAH é
um transtorno bastante comum que aparece na infância e acompanha o
indivíduo por toda sua vida. O que foi demostrado aqui é que nem professores,
nem pais sabem como lidar com a criança que apresenta o TDAH. É
necessário que eles conheçam mais sobre o transtorno para que possam
ajudar essas crianças a terem uma vida mais feliz.
Como ultimas considerações faz-se necessário dizer que é fundamental
que tanto professores quanto pais estejam bem informados sobre as
alternativas de tratamento disponíveis e atentos as que venham a surgir no
futuro a fim de contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento emocional e
cognitivo de meninos e meninas que apresentam esse transtorno. É preciso
trabalhar para acabar com estigma dessas crianças, procurando desenvolvê-
las onde demonstrarem ter talentos especiais.
É preciso ter em mente que a ferramenta psicopedagógica principal deve
ser o afeto e que devemos concentrar-nos sempre na pessoa, e não no
distúrbio.
A importancia desse trabalho foi trazer uma visão comparativa sobre o
TDAH para professores e pais de duas esferas de ensino diferentes (pública e
particular).
“Ter déficit de atenção deve ser sempre um dado na
narrativa da criança e, certamente não é o mais importante”.
Maria Helena Gorostegui
46
BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, Genário Alves. Transtornos Hipercinéticos. Infanto – Revista de Neuropsiquiatria da Infância e Adolescência, 3 (2): 21-31: 1998. CID - 10. Código Nacional de Doenças. Acessado do site: www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htm, em 17/01/2012. CONDEMARIM, Mabel et al. Transtorno do Déficit de Atenção – Estratégias para o Diagnóstico e a Intervenção Psico-Educativa. São Paulo: Editora Planeta do Brasil: 2006. CUNHA, Antonio Eugenio. Práticas Pedagógicas para Inclusão e Diversidade.Rio de Janeiro: Wak Editora: 2011. DSM – IV. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Acessado no site: Psiq. web. Portal de Psiquiatria em 07/01/2012. GAIÃO, Adriana Andrade de, BARBOSA, Genário. Estudos Epidemiológicos dos Transtornos Hipercinéticos – Normas Diagnósticas e validação do questionário de Conners para Pais e Professores. Infanto – Revista de Neuropsiquiatria da Infância e Adolescência. 6 (1): 21-31:1998. GONZÁLES, Eugênio et.al Necessidades Educacionais Específicas – Intervenção Psieducacional, RJ, Artmed:2007. LESESNE, C. et al. Attention deficit/hyperctivity disorder: a public healthresearch agenda. Atlanta,GA: Centers for Disease Control and Prevention.2000. MATTOS, Paulo. No Mundo da Lua – Perguntas e Repostas sobre o TDAH em crianças Adolescentes e Alunos. 3ª Ed. Editora Lemos: 2003. MUSZKAT, Mauro et al.São Paulo. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. São Paulo. Cortez: 2011.
47
ROHDE, Luis Augusto. Comentário sobre o artigo; “Injuries to Children With Attention Deficit Hyperactivity Disorder. Carla di Scala Ilana Lescohier, Martha Barthel and Guohua Li. Pediatrics 1998;102,1415-1421. Jornal Hipocrates, nº2, pág. 12: 2006. SAMPAIO, Simara. Manual Pratico de Diagnóstico Psicopedagógico, capítulo 5, 7ª e 8ª sessão, outros testes, págs. 138, 139 e 140. Wak Editora: 2010. SAMPAIO, Simara. Dificuldades de Aprendizagem: A Psicopedagogia na Relação Sujeito, Família e Escola. Rio de Janeiro: Wak Editora: 2011. SCANDARO, O. Ruben. Inquietos, Distraídos, Diferentes? – Orientação e Conselhos para Pais, Educadores e Professores de Crianças com Déficit de Atenção e Hiperatividade. SILVA, Ana Beatriz. Mentes Inquietas – TDAH: Desatenção, Hiperatividade e Impulsividade. Rio de Janeiro: Editora Objetiva: 2009.
48
ANEXOS
Anexo 1 – Escala de Conners
- Capa da Escala para Professores
- Escala de Conners para Professores
- Capa da Escala para Pais
- Escala de Conners para Pais
Anexo 2 - Documentos do Estágio
- Documentos de autorização da Escola e SEEDUC
- Declaração da Diretora (Escola Pública)
Anexo 3 – Tabela da Tabulação dos Fatores Constituintes da
Escala de Conners.
53
- ANEXO 2 -
Documentos do Estágio
Documentos de autorização da Escola e SEEDUC - 1
54
Documentos de autorização da Escola e SEEDUC - 2
55
- Declaração da Diretora (Escola Pública)
56
- ANEXO 3 -
Fatores Constituintes da Escala de Conners, segundo Barbosa,1998
Tabela da Tabulação dos Dados dos Questionários
Alunos Prof Pais CF1 Pf2 Pa3 Pf Pa Pf Pa Pf Pa4 62 58 9 51 39 36 30 15 24 9 12
Thalles 62 - 8 43 - 24 - 5 - 1 -Ruan 63 67 8 41 29 11 11 5 18 0 0
Paulo Ricardo 65 58 7 37 33 18 7 7 11 1 0Julia 65 38 7 24 11 22 10 4 7 1 0
Dhonny 53 59 7 34 26 7 10 5 16 1 5Peterson 53 - 9 37 - 8 - 5 - 1 -
Jasmin5 62/64 58 8 34 30 16 5 9 17 3 0
Lucas6 76/62 58 9 43 24 14 2 6 17 3 0Jonas 57 86 7 29 27 13 23 7 20 7 12
Wemerson 83 54 8 45 27 23 5 11 19 6 0
Sabrina 66 65 8 36 27 18 10 13 20 0 0
Gabriel 62 - 7 46 - 19 - 9 - 3 -
FatoresEscore TDAH
III IVI II
Legenda: 1 - Carga Fatorial maior para o Fator I . 2 - Pf é Professores. 3 - Pa é Pais. 4 –
Pontos de Corte e Pontuação máxima de cada item. 5 e 6 - Nos fatores foi utilizada a
média dos dois professores.
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 9
APRESENTAÇÃO DO TDAH 9
1.1 - Definição 9
1.2 - Histórico 10
1.3 - Prevalência 11
CAPÍTULO II 12
CONHECENDO O TDAH 12
2.1 - Causas 12
2.2 - Sintomas 13
2.2.1 - Sub-tipos 13
2.3 - Avaliação e Diagnóstico 15
2.4 - Tratamento 16
CAPÍTULO III
A CRIANÇA COM TDAH 18
3.1 - Na Família 19
3.2 - Na Escola 20
3.3 - Os Mitos 21
CAPÍTULO IV
A PESQUISA DE CAMPO, INTERVENÇÕES E ORIENTAÇÕES 23
4.1 - Levantamento dos Dados Coletados 24
4.2 - A Escola Pública 25
4.2.1 - Relato das turmas e alunos 26
4.3 - A Escola Particular 34
4.3.1 - Breve relato dos alunos 34
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4.4 - Visão dos Professores 37
4.5 - Visão dos Pais 38
4.6 - Uma Visão Comparativa 38
4.6.1 - Fatores constituintes da escala de Conners para professores 39
4.6..2 - Fatores constituintes da escala de Conners para pais 40
4.7 – Intervenções e Orientações para essas Crianças 42
4.7.1 – Intervenções para os professores 42
4.7.2 - Orientações para as famílias 41
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIA 46
ANEXOS 48
ÍNDICE 57
ÍNDICE DE FIGURAS 59
59
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura1 - Quadro de Turmas, Escalas Aplicadas e Casos Confirmados 26
Figura 2 – Quadro de Resultados das Escalas Aplicadas e Sub-tipos 27
Figura 3 – Quadro da Diferença de Idades dos Alunos em uma Turma 29
Figura 4 – Quadro de Resultados das Escalas na Escola Particular 34
Figura 5 – Gráfico 1 – Visão dos Professores na Escola Pública 38
Figura 6 – Gráfico 2 – Visão da Família na Escola Pública 38