universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato …desafios e avanços da política pública de...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA
Desafios e Avanços da Política Pública de Assistência Social e
a importância da atuação do Serviço Social junto à equipe
multiprofissional para o Centro de Referencia de Assistência
Social – CRAS
Por: Sheila Tavares Medeiros Lacerda
Matrícula: K228192
Orientador
Prof. Luiz Eduardo Chauvet
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA
Desafios e Avanços da Política Pública de Assistência Social e
a importância da atuação do Serviço Social junto à equipe
multiprofissional para o Centro de Referencia de Assistência
Social - CRAS.
Apresentação de monografia à AVM
Faculdade Integrada como requisito parcial
para obtenção do grau de Especialista em
Gestão Pública.
Por: Sheila Tavares Medeiros Lacerda.
Rio de Janeiro
2014
3
AGRADECIMENTOS
A cada vitória o reconhecimento devido ao meu DEUS.
Aos meus pais, meu esposo, meus filhos e toda família,
pelo carinho e apoio não medindo esforços, para me
ajudar.
A professora Flávia Martins pela inspiração no
amadurecimento dos meus conhecimentos e conceitos
que me levaram a execução e conclusão desta pesquisa.
Aos meus amigos da Pós AVM em especial a Claudia
que me incentivou a fazer presencial, a Carla, Priscila e
Roberto pela amizade, companheirismo e carinho.
Obrigado aos meus colegas de trabalho Fabiane,
Marcelo e Josilene (SMS/CEREST de Duque de Caxias)
e também a Silvia Mara (SMASDH/CRASIII/CREAS de
Guapimirim) que fizeram parte do processo, me apoiando
e acreditando.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a DEUS por me conceber força
para a realização e conclusão. Aos meus pais Jandira e
Altamiro (in memorian) e a minha irmã Luzinete pelo que
sou.
Aos meus filhos Aluízio Junior, Rodrigo e Raphael por
me entender nos momentos de ausência e estresse.
As minhas queridas colegas Carla, Claudia e ao colega
Roberto com quem tive o grande privilégio de poder
conviver neste período essencial para minha formação
profissional.
A todos os professores em especial a professora Flávia
Martins, “mulher guerreira”.
Ao meu amado marido e companheiro Aluízio Lacerda
que está sempre ao meu lado, me ajudando a formar
uma abençoada família, por acreditar e confiar em mim,
pelo companheirismo, pela dedicação, por me aceitar,
por me ajudar, por me acalmar, quando muitas vezes o
desespero vinha. Sou completa com você. Obrigado meu
amor.
5
RESUMO
Este trabalho é fruto de reflexões sobre as características do Serviço
Social brasileiro na assistência social e quais os avanços e desafios que a
atualidade apresenta para os profissionais da área atuantes no CRAS, os
avanços apresentados pela política publica de assistência social em cada
Governo desde o fim da ditadura militar. Visa contribuir para o fortalecimento
da atuação profissional de Serviço Social e da equipe multiprofissiona. Está
estruturado em três partes. Na primeira a trajetória histórica da política publica
de assistência social, abordando as Leis vigentes, o segundo os presidentes e
os avanços para assistência em seus governos, a terceira parte tem por
objetivo desenvolver uma reflexão sobre os desafios e avanços postos ao
serviço na atualidade para a equipe multiprofissional, para tanto, busca uma
interlocução com alguns autores da área que refletiram sobre o tema.
O grande desafio é colocar em pratica as políticas publicas que vem
avançado de maneira histórica no Brasil nos últimos anos, trazendo uma
assistência social qualificada dentro dos CRAS’s. Com o estudo acreditamos
poder mostrar para os profissionais e usuários que não entendem está relação
perversa capital x trabalho, que os Projetos e Programas como o Cadastro
Único (Tarifa Social de Energia Elétrica, Isenção de taxas de inscrição para
concurso publico, Bolsa Família, INSS da dona de casa e do empreendedor
individual...), precisam avançar nas ações que não podem ser imediatistas,
necessitam de prevenção, precaução e compreensão para enfrentar essas
dificuldades que lhes são apresentadas precisaram todos como profissionais,
nos humanizar buscando viabilizar direitos constituídos.
Precisamos relacionar a teoria e a pratica, proporcionando a equipe
multidisciplinar do CRAS uma leitura critica das políticas de assistência e da
sistematização da pratica, relacionando textos de autores do Serviço Social, da
Assistência, e demais políticas publicas como: Constituição Federal de 1988,
Sistema Único de Assistência Social – SUAS; Lei Orgânica de Assistência
Social – LOAS; na Política Nacional de Assistência Social – PNAS; do governo
federal, no Instituto Nacional da Seguridade Social – INSS; no Ministério do
6
Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS e no Fundo Nacional de
Assistência Social - FNAS.
Conhecer melhor as políticas de assistência social e a importância do
profissional de Serviço Social e da equipe multiprofissional para um
atendimento de qualidade junto à população usuária. Onde o grande desafio é
priorizar populações vulneráveis, garantindo à equidade no acesso, articulando
estratégias de acesso universal e equitativo em áreas prioritárias, respeitar as
potencialidades e capacidades de cada serviço, definindo objetivamente
normas de organização, adequando às ações de prevenção, a realidade do
usuário, estimulando a articulação com outros serviços, definindo estratégias
de divulgação da existência dos CRAS’s, incentivando o usuário a buscar o
resultado e utilizando meios que venham a envolver gestores, profissionais,
sociedade civil e usuários na resolução de problemas.
Em resumo, é fundamental ter conhecimento teórico das atualizações e
avanços das legislações, vontade política e competência técnica. Há de se ter
clareza, de que o que se tem em jogo não é a resposta imediatista, mas uma
redefinição das formas de enfrentamento ao longo prazo, bem como suas
conseqüências para os profissionais, o usuário e para a sociedade em geral.
7
METODOLOGIA
Segundo Minayo 2014, o tema de uma pesquisa indica uma área a ser
investigada. Neste trabalho buscamos apresentar os Desafios e avanços para
as Políticas, nas legislações vigentes e especificas de Assistência Social nos
entes federados. Pesquisando o assunto em livros, artigos, publicações que
contenham material sobre o assunto como: a Constituição Federal de 88
(CF88), no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), na Lei Orgânica da
Assistência Social (LOAS), na Política Nacional de Assistência Social (PNAS)
do governo federal, no Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), no
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e no Fundo
Nacional de Assistência Social (FNAS).
O objetivo á apresentar uma pesquisa sobre os avanços e desafios
apresentados pelas políticas publicas de assistência, a importância da atuação
do Serviço Social junto à equipe multiprofissional do Centro de Referencia e
Assistência Social - CRAS. Identificando as dificuldades enfrentadas, as
constantes mudanças e renovações nas Políticas Públicas de Assistência, os
níveis de conhecimento do profissional acerca dos parâmetros para a atuação
do Serviço Social, as estratégias utilizadas pelo mesmo para a realização do
trabalho no CRAS e como se dá a relação entre o Serviço Social e a equipe
multiprofissional, analisando qualitativamente o trabalho destes profissionais
para o sucesso dos Programas e Projetos da política publica de assistência
social.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I -
A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 12
1. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - CF88 14
2. LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS 17
3. SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS 20
3.1 Norma Operacional Básica (NOB/SUAS): instrumento operacional
do conteúdo da política nacional de assistência social. 21
4. POLÍTICAS NACIONAL ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS 22
5. A SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTENCIA SOCIAL E DIREITOS
HUMANOS (SMASDH) 23
5.1 PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA (PSB) 24
5.1.1 Centro de Referencia da Assistência Social (CRAS) 25
5.2 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL (PSE) 26
5.2.1 Centro de Referencia Especializado em Assistência Social
(CREAS) 26
5.3 OS CONSELHOS DE SERVIÇO SOCIAL 27
5.3.1. Conselho Federal de Serviço Social – CEFESS 27
5.3.2 Conselho Estadual de Serviço Social – CRESS 28
CAPÍTULO II -
OS PRESIDENTES E OS AVANÇOS DA POLITICA PUBLICA DE
ASSISTÊNCIA EM CADA GOVERNO 29
1. JOSÉ RIBAMAR SARNEY (1985-1990) 29
2. FERNANDO AFFONSO COLLOR DE MELLO (1990-1992) 31
9
3. ITAMAR AUGUSTO CAUTIERO FRANCO (1992-1994) 32
4. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2002) 32
5. LUIS INÁCIO LULA DA SILVA (2003-2010) 34
6. DILMA ROUSSEF (2011-2014) 36
CAPÍTULO III –
OS AVANÇOS E DESAFIOS POSTOS A PROPOSTA DE TRABALHO PARA
UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR COMPROMETIDA 39
CONCLUSÃO 42
REFERENCIA BIBLIOGRAFIA 44
ÍNDICE 47
FOLHA DE AVALIAÇÃO
10
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objeto de estudo a política publica da
assistência social, no âmbito do processo de implantação das legislações
vigentes, como expressão da dimensão universal do direito à Seguridade
Social no Brasil. A partir da Constituição de l988 (Constituição Cidadã) e com a
promulgação da Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS em 07/12/1993, a
assistência adquire uma nova visibilidade, saindo das esferas acadêmicas e
ganhando espaço nas esferas federais, estaduais e municipais, bem como,
junto aos segmentos da sociedade civil interessados na descentralização e
implementação da política de assistência social no país.
O reconhecimento pela Constituição de 1988 da Assistência Social (AS)
como política pública e sua inserção no Sistema de Seguridade Social
brasileiro transforma o ano de 1988 no marco referência a partir do qual a
Assistência insere-se na agenda decisória governamental brasileira. Nos
últimos anos com a questão da municipalização da assistência e da
universalização dos direitos, através da implementação das leis vigentes,
observamos grandes avanços para o tripé (assistência, previdência e saúde).
Visando essas políticas publicas e os avanços e desafios apresentados,
elaboramos este estudo, que possui uma natureza eminentemente
documental, ou seja, realizado através de pesquisa bibliográfica, tendo como
fonte básica a própria lei, com subsídios na literatura corrente (livros, artigos e
outros), materiais elaborados após a Nova República, por entendermos serem
os mais representativos sobre o assunto.
Objetivos do estudo:
• Identificar as dificuldades enfrentadas pelo Serviço Social e pela equipe
multiprofissional na política de assistência e no CRAS;
• Identificar o conhecimento da equipe multiprofissional acerca dos
parâmetros para a atuação profissional na assistência;
11
• Verificar as estratégias utilizadas pelas politicas publicas de assistência
social, servindo de base para a realização do trabalho no CRAS;
Que este sirva a equipe multidisciplinar, para que esteja preparada,
tenha acessos a materiais que possam contribuir nas ações de: prevenção,
promoção e proteção do usuário, dispondo de conhecimento técnico, teórico e
metodológico, permitindo interpretação das políticas públicas de assistência
social, os avanços e desafios postos a está e suas normas operacionais,
baseando sua intervenção nas legislações vigentes. Podendo assim responder
as muitas demandas existentes e emergentes nesta esfera, que melhor
conheçam a enorme gama das manifestações da “questão social” que derivam
da exclusão/inclusão, sendo um grande desafio para a equipe multidisciplinar.
12
CAPITULO I
A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Para analisar a Política de Assistência Social é fundamental investigar a
sua trajetória. A Constituição Federal é um marco fundamental desse processo
porque reconhece a assistência social como política social que, junto com as
políticas de saúde e de previdência social, compõem o sistema de seguridade
social brasileiro. Portanto, pensar esta área como política social é uma
possibilidade recente. Mas, há um legado de concepções, ações e práticas de
assistência social que precisa ser capturado para análise do movimento de
construção dessa política social.
No Brasil, até 1930, não havia uma compreensão da pobreza enquanto
expressão da questão social e quando esta emergia para a sociedade, era
tratada como “caso de polícia” e problematizada por intermédio de seus
aparelhos repressivos. Dessa forma a pobreza era tratada como disfunção
individual.
“A primeira grande regulação da assistência social no país foi a
instalação do Conselho Nacional de Serviço Social – CNSS -
criado em 1938”. (Mestriner 2001, p.57-58).
O conceito de amparo social neste momento é tido como uma
concepção de assistência social, porém identificado com benemerência.
Portanto, o CNSS foi a primeira forma de presença da assistência social na
burocracia do Estado brasileiro, ainda que na função subsidiária de subvenção
às organizações que prestavam amparo social.
“A primeira grande instituição de assistência social foi a Legião
Brasileira de Assistência – LBA - que tem sua gênese marcada
pela presença das mulheres e pelo patriotismo”. (Sposati, 2004)
A relação da assistência social com o sentimento patriótico ocorreu
quando Darcy Vargas, a esposa do presidente, reúne as senhoras da
sociedade para acarinhar pracinhas brasileiros da FEB – Força Expedicionária
13
Brasileira – combatentes da II Guerra Mundial, com cigarros e chocolates e
instala a Legião Brasileira de Assistência – LBA. Compreende-se que o intuito
inicial da LBA era atuar como uma legião, como um corpo em ação numa luta
em campo.
“Em Outubro de 1942 a L.B.A. se torna uma sociedade civil de
finalidades não econômicas, voltadas para “congregar as
organizações de boa vontade”. Aqui a assistência social como
ação social é ato de vontade e não direito de cidadania”.
(SPOSATI, 2004 p.20).
A L.B.A. assegura estatutariamente sua presidência às primeiras damas
da República, imprimindo dessa forma a marca do primeiro-damismo (pratica
não extinta no Brasil) junto à assistência social e estende sua ação às famílias
da grande massa não previdenciária, atendendo na ocorrência de calamidades
com ações pontuais, urgentes e fragmentadas. Para desenvolver essas novas
funções, a LBA busca auxílio junto às escolas de serviço social especializadas.
Dessa forma, há uma aproximação de interesse mútuo entre a LBA e o serviço
social, pois a LBA precisava de serviço técnico, de pesquisas e trabalhos
técnicos na área social e o serviço social estava se firmando e precisava se
legitimar enquanto profissão. Somente em 1969, a LBA é transformada em
fundação e vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, tendo
sua estrutura ampliada e passando a contar com novos projetos e programas.
A ditadura militar cria, sob o comando de Geisel, em 1º de Maio de
1974, o Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS – que contém
na sua estrutura uma Secretaria de Assistência Social, a qual, em caráter
consultivo, vai ser o órgão-chave na formulação de política de ataque à
pobreza. A assistência social deixa de ser simplesmente filantrópica fazendo
parte cada vez mais da relação social de produção, mas:
“A criação de novos organismos segue a lógica do
retalhamento social, criando-se serviços, projetos e programas
para cada necessidade, problema ou faixa etária, compondo
uma prática setorizada, fragmentada e descontínua, que
perdura até hoje. (MESTRINER, 2001, p.170).
14
Nesse contexto de grande mobilização democrática e exigência de
práticas inovadoras na área social, tem início uma intensa discussão para a
formulação de uma política pública de Assistência Social, constitucionalmente
assegurada. Onde é necessária a elaboração de diagnósticos, estudos e
propostas, promovidas pelo Estado, categorias profissionais e organizações da
sociedade civil, compreendendo o significado político e o vínculo de tal área
com os setores populares de todo território nacional.
Construindo um complexo processo de debates e articulações com
vistas ao nascimento da Política de Assistência Social, inscrita no campo
democrático dos direitos sociais, garantindo densidade e visibilidade à questão.
Neste contexto do processo constituinte que gestou a Nova Constituição
Federal é marcado por grande pressão social, crescente participação
corporativa de vários setores e decrescente capacidade de decisão do sistema
político. A Constituição Federal de 1988 – CF/88, aprovada em 5 de outubro,
trouxe uma nova concepção para a Assistência Social, incluindo-a na esfera da
Seguridade Social esse é o nosso próximo tema.
1 - A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.
A "Constituição Cidadã", assim chamada a Constituição Federal de
1988, registra o maior período de vida democrática no Brasil desde 1946. Com
o intuito de dar publicidade ao processo constituinte iniciado em 1987. Quando
a Constituição foi entregue pelos parlamentares à sociedade brasileira, em 5
de outubro DE 1988, foi quase impossível que não recebesse o apelido de
"Constituição Cidadã", devido à grande quantidade de leis voltadas à área
social.
O deputado Ulysses Guimarães, que chefiou os trabalhos, destacou-se
pela capacidade de articulação entre os diferentes partidos e tendências
ideológicas que disputavam espaço na Constituinte.
15
De acordo com os artigos 203 e 204 da Constituição Federal de 1988
(CF/88) que prioriza as políticas publicas de assistência:
“Assistência Social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social”, já o
artigo 204, traz que (...) as ações na área governamental, serão
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social”.
A Política de Assistência Social é inscrita na CF/88, principalmente pelos
artigos 203 e 204. Como podemos observar no artigo 203 o avanço é um fato,
no entanto o grande desafio posto até hoje tem sido, em colocar em pratica
integralmente, e na ponta no serviço do CRAS os itens descritos no artigo 203:
A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem
por objetivos:
I- a proteção à família, à maternidade, à infância, à
adolescência e à velhice;
II- o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III- a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV- a habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de
deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não
possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família, conforme dispuser a lei.
(art. 203 CF/88).
Completando os dois artigos podemos observar que no Art.204 da
CF/88. Vamos contemplar os desafios não só postos a assistência social, mas
sim ao que chamamos de tripé da seguridade social (saúde, assistência e
previdência), onde citamos a importância do controle social, da participação
dos entes federados e da sociedade civil simultaneamente.
16
As ações governamentais na área da assistência social serão
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social,
previstos no art.195, além de outras fontes, e organizadas com
base nas seguintes diretrizes:
I–descentralização político-administrativa, cabendo a
coordenação e as normas gerais à esfera federal e a
coordenação e a execução dos respectivos programas às
esferas estadual e municipal, bem como a entidades
beneficentes e de assistência social;
II–participação da população, por meio de organizações
representativas, na formulação das políticas e no controle das
ações em todos os níveis. (CF/88, art. 204, p. 130)
Afirma Sposati (2004, p.42), que a Assistência Social, garantida na
CF/88 contesta o conceito de “(...) população beneficiária como marginal ou
carente, o que seria vitimá-la, pois suas necessidades advêm da estrutura
social e não do caráter pessoal” tendo, portanto, como público alvo os
segmentos em situação de risco social e vulnerabilidade, não sendo destinada
somente à população pobre.
A CF/ 88 ofereceu a oportunidade de reflexão e mudança, inaugurando
um padrão de proteção social afirmativo de direitos que superasse as práticas
assistenciais e clientelistas, além do surgimento de novos movimentos sociais
objetivando sua efetivação. No período pós-CF/88, evidenciam-se fortes
inspirações neoliberais nas ações do Estado no campo social. O processo de
Reforma do Estado, iniciado na década de 90.
“trabalharia em prol de uma redução do tamanho do Estado
mediante políticas de privatização, terceirização e parceria
público-privado, tendo como objetivo alcançar um Estado mais
ágil, menor e mais barato” (Nogueira, 2004, p.41).
Neste contexto, as políticas sociais assumem características seletivas e
compensatórias. Deflagra-se um movimento de desresponsabilização do
Estado na gestão das necessidades e demandas dos cidadãos. O Estado
passa a transferir as suas responsabilidades para as organizações da
17
sociedade civil sem fins lucrativos e para o mercado. Consequentemente, a
implementação da LOAS esbarra em aspectos da ordem política e econômica,
que comprometem a sua efetivação.
O Ministério do Bem-Estar Social promoveu encontros regionais em todo
o país para a discussão da Lei Orgânica da Assistência Social, culminando na
Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em junho de 1993, em
Brasília.
2 – LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS
A Lei 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social) trouxe formas de
afirmar os direitos a todos os brasileiros, através da promulgação da conhecida
Constituição Cidadã, os direitos básicos para que vivessem de forma digna,
possibilitando, em determinados casos, a concessão de benefícios, cujo
objetivo nada mais é do que lhes garantir o mínimo necessário para poderem
conquistar um lugar para viverem socialmente de forma digna.
A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é
Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os
mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de
ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o
atendimento às necessidades básicas. (LOAS, Art. 1)
Distendo como fonte principal o inciso V, do artigo 203, da Carta Maior,
a LOAS foi de forma específica, promulgada para disciplinar o referido
comando legal que assegura a assistência social para quem dela necessitar,
independente de qualquer tipo de contribuição ou filiação à Previdência Social,
garantido, assim, a quantia de um salário mínimo de benefício mensal à
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir meio de
prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, o que
extinguiu, contudo, a renda mensal vitalícia.
18
O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) tem por objetivos a execução
da LOAS, ou seja:
• proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à
velhice;
• amparo às crianças e adolescentes carentes;
• promoção da integração ao mercado de trabalho;
• habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária;
• a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família. (Benefício de prestação continuada - BPC)
A LOAS traz a definição das competências da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios pode-se dizer que, ao indicar o papel e as
responsabilidades de cada uma das instâncias do poder público, a LOAS
estabelece uma hierarquia de competências entre os níveis de governo,
porém, sem ferir a autonomia de cada ente governamental, conforme
prerrogativa constitucional.
“as ações na área da Assistência Social devem ocorrer “de
forma articulada, sabendo a coordenação e as normas gerais à
esfera federal e a coordenação e execução dos programas, em
suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios” (LOAS, art. 11).
Para o financiamento da Política de Assistência, a LOAS previu a
criação do Fundo de Assistência Social (FAS), regulamentado pelo Decreto nº
1605/95, nas três esferas de governo, sendo que de acordo com o artigo 1º do
citado decreto, o objetivo é proporcionar recursos e meios para financiar o BPC
e apoiar serviços, programas e projetos de assistência social.
19
Concordamos que a história da Política de Assistência Social, não
termina com a promulgação da LOAS, visto que esta Lei introduziu uma nova
realidade institucional, propondo mudanças estruturais e conceituais, um
cenário com novos atores revestidos com novas estratégias e práticas, além de
novas relações interinstitucionais e intergovernamentais, confirmando-se
enquanto.
“possibilidade de reconhecimento público da legitimidade das
demandas de seus usuários e serviços de ampliação de seu
protagonismo”, assegurando-se como direito não contributivo e
garantia de cidadania. (YASBEK, 2004, p.13)
A avaliação da Assistência Social pós-LOAS é, portanto, Rumo a
concretização dos pressupostos contidos na CF/88 e na LOAS, em 1997 foi
aprovada a primeira Norma Operacional Básica que conceituou o sistema
descentralizado e participativo da política de Assistência Social. Em dezembro
de 1998, foi definido o primeiro texto da Política Nacional de Assistência
Social. No mesmo ano, foi editada uma Norma Operacional Básica de
conformidade com o disposto na Política Nacional de Assistência Social.
Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-
se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos
sociais e provimento de condições para atender contingências
sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais.
(LOAS. Parágrafo único. Art.2)
Esses instrumentos normativos estabelecem as condições de gestão, de
financiamento, de controle social, de competências dos níveis de governo com
a gestão da política, de comissões de pactuação e negociação e de avaliação.
Criam, por exemplo, conselhos deliberativos e controladores da Política de
Assistência Social, Fundos Especiais para alocação de recursos financeiros
específicos da Assistência Social e órgãos gestores da Política de Assistência
Social, em todos os níveis de governo, além de Comissões Intergestoras
Bipartites e Tripartites.
20
3 – SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - SUAS
Criado a partir das deliberações da IV Conferência Nacional de
Assistência Social e previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), o
Suas teve suas bases de implantação consolidadas em 2005, por meio da sua
Norma Operacional Básica do Suas (NOB/Suas), que apresenta claramente as
competências de cada órgão federado e os eixos de implementação e
consolidação da iniciativa.
O Sistema Único de Assistência Social (Suas) é um sistema público que
organiza, de forma descentralizada, os serviços socioassistenciais no Brasil.
Com um modelo de gestão participativa, ele articula os esforços e recursos dos
três níveis de governo para a execução e o financiamento da Política Nacional
de Assistência Social (PNAS), envolvendo diretamente as estruturas e marcos
regulatórios nacionais, estaduais, municipais e do Distrito Federal.
Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome (MDS), o Sistema é composto pelo poder público e sociedade civil, que
participam diretamente do processo de gestão compartilhada. Do mesmo
modo, todos os Estados, comprometidos com a implantação de sistemas locais
e regionais de assistência social e com sua adequação aos modelos de gestão
e cofinanciamento propostos, assinaram pactos de aperfeiçoamento do
Sistema.
O Suas organiza as ações da assistência social em dois tipos de
proteção social. A primeira é a Proteção Social Básica, destinada à prevenção
de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas, projetos,
serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade
social. A segunda é a Proteção Social Especial, destinada as famílias e
indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus
direitos violados por ocorrência de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso
de drogas, entre outros aspectos.
As bases organizacionais do processo de gestão do SUAS de acordo
com a PNAS, são:
21
Matricialidade sócio-familiar; Descentralização político-
administrativa e Territorialização; Novas bases para relação
entre Estado e Sociedade Civil; Financiamento pelas três
esferas de governo, com divisão de responsabilidades; Controle
Social; Política de Recursos Humanos e; Informação,
Monitoramento e Avaliação. (BRASIL, 2005, p.39)
A regulamentação do SUAS sustentou também a necessidade de
implantação dos Centros de Referência de Assistência Social, que na
afirmação de Silveira (2007, p. 63) “é a condição primeira para o vínculo
municipal”. Acredita-se que o passo inicial para a materialização do conteúdo
da política de assistência social, foi dado, mas ainda há muito a ser feito, e
nesse sentido a proteção social básica, deve ser efetivada através do CRAS,
não como único meio de realização da proteção social básica, mas como a
porta de entrada da Assistência Social.
3.1 Norma Operacional Básica (NOB/SUAS): instrumento operacional do
conteúdo da política nacional de assistência social.
A fim de explicitar o funcionamento do SUAS, o CNAS aprovou a
resolução nº 46130 de 15 de Julho de 2005 que institui a Norma Operacional
Básica (NOB/SUAS, 2005). Dessa forma a NOB/SUAS do ano de 2005 é um
instrumento que juntamente com as orientações das NOB’s anteriores, vão
contribuir com a regulamentação da PNAS através da apresentação das bases
de realização do SUAS. Em sua estrutura, a NOB/SUAS apresenta divisão de
competências e responsabilidades entre as três esferas de governo; os níveis
de gestão de cada uma dessas esferas; as instâncias que compõe o processo
de gestão e controle dessa política e como elas se relacionam; a nova relação
com as entidades e organizações governamentais e não-governamentais; os
principais instrumentos de gestão a serem utilizados; e a forma de gestão
financeira, que considera os mecanismos de transferência, os critérios de
partilha e de transferências de recursos (BRASIL, 2005, p.84).
22
4 – POLÍTICA NACIONAL ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS
Política publlica que junto com as políticas setoriais, considera as
desigualdades socioterritoriais, visando seu enfrentamento, à garantia dos
mínimos sociais, ao provimento de condições para atender à sociedade e à
universalização dos direitos sociais. O público dessa política são os cidadãos e
grupos que se encontram em situações de risco. Ela significa garantir a todos,
que dela necessitam, e sem contribuição prévia a provisão dessa proteção.
Os princípios da PNAS. Em consonância com o disposto na LOAS,
capítulo II, seção I, artigo 4º, a Política Nacional de Assistência Social rege-se
pelos seguintes princípios democráticos:
I – Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre
as exigências de rentabilidade econômica;
II – Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o
destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais
políticas públicas;
III – Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao
seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à
convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer
comprovação vexatória de necessidade;
IV – Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem
discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência
às populações urbanas e rurais;
V – Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e
projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo
Poder Público e dos critérios para sua concessão.
A Política de Assistência Social vai permitir a padronização, melhoria e
ampliação dos serviços de assistência no país, respeitando as diferenças
locais. Expressa exatamente à materialidade do conteúdo da Assistência
Social como um pilar do Sistema de Proteção Social Brasileiro no âmbito da
Seguridade Social (BRASIL, 2005, p.11).
A Política Pública de Assistência Social realiza-se de forma integrada às
políticas setoriais, considerando as desigualdades socioterritoriais, visando seu
23
enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições
para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais. Sob
essa perspectiva, objetiva:
• Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social
básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e grupos que deles
necessitarem;
• Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos
específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais
básicos e especiais, em áreas urbana e rural;
• Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham
centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e
comunitária.
A PNAS/2004 aborda a questão da proteção social em uma perspectiva de
articulação com outras políticas do campo social que são dirigidas a uma
estrutura de garantias de direitos e de condições dignas de vida. Ocupa-se de
prover proteção à vida, reduzir danos, monitorar populações em risco e
prevenir a incidência de agravos à vida em face das situações de
vulnerabilidade.
5 – A SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTENCIA SOCIAL E DIREITOS
HUMANOS (SMASDH), A SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTENCIA
SOCIAL E DIREITOS HUMANOS (SMASDH): PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
(PSB) E PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL (PSE).
A implantação do SUAS no município, através do órgão que representa
o comando único, que é a Secretaria Municipal de Assistência Social
(SMASDH), responsável pela organização as ações da área de assistência
social. A Secretaria é apresentada visando favorecer uma melhor
compreensão sobre a estrutura existente para que se efetive as ações de
assistência social, os programas e projetos que são oferecidos pela SMASDH,
24
conforme já visto na primeira parte do trabalho de onde provem as ações que
objetivam provocar a emancipação social.
Cabe ressaltar, que um dos programas que merecem destaque é o
Programa de Atenção Integral a Família (PAIF) ofertada no CRAS que por sua
vez é o objeto de estudo deste trabalho.
O Suas organiza as ações da assistência social em dois tipos de
proteção social. A primeira é a Proteção Social Básica, destinada à prevenção
de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas, projetos,
serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade
social. A segunda é a Proteção Social Especial, destinada a famílias e
indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus
direitos violados por ocorrência de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso
de drogas, entre outros aspectos.
5.1 PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA (PSB)
A Proteção Social Básica tem como objetivo a prevenção de situações
de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e o
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população
que vive em situação de fragilidade decorrente da pobreza, ausência de renda,
acesso precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de vínculos
afetivos (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre
outras).
Essa Proteção prevê o desenvolvimento de serviços, programas e
projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de
indivíduos, conforme identificação da situação de vulnerabilidade apresentada.
Esses serviços e programas deverão incluir as pessoas com deficiência e ser
organizados em rede, de modo a inseri-las nas diversas ações ofertadas. Os
Benefícios Eventuais e os Benefícios de Prestação Continuada
(BPC) compõem a Proteção Social Básica, dada a natureza de sua realização.
25
Os programas qualificam e incentivam os benefícios e serviços
socioassistencias, como o Programa Nacional de Promoção do Acesso ao
Mundo do Trabalho - ACESSUAS/TRABALHO, que busca a autonomia das
famílias usuárias da política de assistência social, por meio do incentivo e da
mobilização à integração ao mundo do trabalho.
5.1.1 CENTRO DE REFERENCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL - CRAS
A Proteção Social Básica atua por intermédio de diferentes unidades.
Dentre elas, destacam-se os Centros de Referência de Assistência Social
(Cras) e a rede de serviços socioeducativos direcionados para grupos
específicos, dentre eles, os Centros de Convivência para crianças, jovens e
idosos.
Este equipamento é um grande avanço para a política publica e
Assistência Social. O CRAS é uma unidade pública estatal descentralizada
da PNAS. Atua como a principal porta de entrada do Sistema Único de
Assistência Social (Suas), é responsável pela organização e oferta de serviços
da Proteção Social Básica nas áreas de vulnerabilidade e risco social.
O grande desafio é que além de ofertar serviços e ações de proteção
básica, o Cras possui a função de gestão territorial da rede de assistência
social básica, promovendo a organização e a articulação das unidades (saúde,
assistência, educação) a ele referenciadas e o gerenciamento dos processos
nele envolvidos, como: oficinas e o Serviço Convivência e Fortalecimento de
Vínculos.
O principal serviço ofertado pelo CRAS é o Serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família (PAIF), cuja execução é obrigatória e exclusiva.
Este consiste em um trabalho de caráter continuado que visa fortalecer aas
famílias, prevenindo a ruptura de vínculos, promovendo o acesso e usufruto de
direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do cidadão, difícil
na pratica para a equipe técnica, pois exige além de uma grande qualifica
26
teórica uma pratica permeada por dificuldades que são enfrentadas no dia-a-
dia profissional.
A localização do CRAS é fator determinante para que ele viabilize, de
forma descentralizada, o acesso aos direitos socioassistenciais. O CRAS deve
ser instalado prioritariamente em locais de maior concentração de famílias em
situação de vulnerabilidade, com concentração de famílias com renda per
capita mensal de até ½ salário mínimo, com presença significativa de famílias
e indivíduos beneficiários dos programas de transferências de renda, como o
BPC - Benefício de Prestação Continuada, Bolsa Família e outros, conforme
indicadores definidos na Norma Operacional Básica - NOBSUAS/2005. Cada
município deve identificar o(s) território(s) de vulnerabilidade social e nele(s)
implantar um CRAS, a fim de aproximar os serviços oferecidos aos usuários.
Um dos desafios postos a equipe multiciplinar é que todo CRAS em
funcionamento terá de ofertar obrigatoriamente o serviço PAIF. A existência do
CRAS está necessariamente vinculada ao funcionamento desse serviço,
cofinanciado ou não pelo Governo Federal. Reconhece-se, portanto, ser
atribuição exclusiva do poder público, o trabalho social com famílias, sendo
esta a identidade que deve ser expressa no espaço físico do CRAS. O CRAS
que não oferta o serviço PAIF, não poderá ser identificado como CRAS. Não
existi CRAS sem PAIF, ou sem uma equipe preparada para execução eficiente
dos serviços prestados a população usuária.
5.2 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL (PSE)
A Proteção Social Especial (PSE) destina-se a famílias e indivíduos em
situação de risco pessoal ou social, cujos direitos tenham sido violados ou
ameaçados. Para integrar as ações da Proteção Especial, é necessário que o
cidadão esteja enfrentando situações de violações de direitos por ocorrência
de violência física ou psicológica, abuso ou exploração sexual; abandono,
rompimento ou fragilização de vínculos ou afastamento do convívio familiar
devido à aplicação de medidas.
27
Diferentemente da Proteção Social Básica que tem um caráter
preventivo, a PSE atua com natureza protetiva. São ações que requerem o
acompanhamento familiar e individual e maior flexibilidade nas soluções.
Comportam encaminhamentos efetivos e monitorados, apoios e processos que
assegurem qualidade na atenção.
As atividades da Proteção Especial são diferenciadas de acordo com
níveis de complexidade (média ou alta) e conforme a situação vivenciada pelo
indivíduo ou família. Os serviços de PSE atuam diretamente ligados com o
sistema de garantia de direito, exigindo uma gestão mais complexa e
compartilhada com o Poder Judiciário, o Ministério Público e com outros
órgãos e ações do Executivo. Cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS), em parceria com governos estaduais e municipais, a
promoção do atendimento às famílias ou indivíduos que enfrentam
adversidades.
5.2.1 O Centro de Referência Especializada em Assistência Social – CREAS
O CREAS é a unidade pública estatal que oferta serviços da proteção
especial, especializados e continuados, gratuitamente a famílias e indivíduos
em situação de ameaça ou violação de direitos. Além da oferta de atenção
especializada, o Creas tem o papel de coordenar e fortalecer a articulação dos
serviços com a rede de assistência social e as demais políticas públicas.
5.3 OS CONSELHOS DE SERVIÇO SOCIAL:
5.3.1 O Conselho Federal de Serviço Social CEFESS
O Conselho Federal de Serviço Social é sem dúvida a entidade nacional
de representação desta categoria. Assim sendo, examinar as suas frentes de
ação política é identificar qual tem sido a bandeira organizativa desta profissão.
Um dos eixos de suas frentes foi “Trabalho, direitos e democracia: a
28
resistência ao neoliberalismo”, onde é reafirmada a defesa das políticas
públicas, sendo o compromisso com a seguridade social pública uma
estratégia central. Para tanto, essa luta não se dá de uma maneira endógena e
sim, em articulação com outros trabalhadores, onde os espaços de controle
social são fundamentais
O CFESS na arena da saúde, tal qual nas outras áreas das políticas
sociais públicas, possui reconhecimento enquanto entidade que tem como
estratégia o fortalecimento da política pública, na perspectiva da
democratização do Estado e da sociedade brasileira. Durante o período que o
relatório abraça, cabe destacar a intervenção da entidade no debate sobre a
Norma Operacional Básica sobre Recursos Humanos (NOB-RH).
5.3.2.O Conselho Estadual de Serviço Social CRESS
Para que os Assistentes Sociais possam exercer a profissão de Serviço
Social é necessário concluir graduação em Serviço Social em unidade de
ensino cujo curso tenha sido oficialmente reconhecido e proceder a inscrição
no CRESS. O registro no Conselho é requisito estabelecido pela lei de
Regulamentação Profissional como condição para a habilitação ao exercício da
profissão de Serviço Social. Trabalhar sem registro constitui ilegalidade,
podendo ser caracterizada como contravenção penal sujeita à processo penal
por crime de responsabilidade.
Ressaltamos que os profissionais que ocupem o cargo de assistente
social, mas estejam em desvio de função, bem como os que, embora
contratados sob outra função, mas que desenvolvam atividades privativas do
assistente social, necessariamente deverão estar inscritos no CRESS. Caso o
profissional exerça trabalho voluntário também deve se inscrever.
29
CAPÍTULO II -
OS PRESIDENTES E OS AVANÇOS DA POLITICA PUBLICA DE ASSISTÊNCIA
EM CADA GOVERNO
1 – JOSÉ RIBAMAR FERREIRA ARAUJO DA COSTA SARNEY (1985-1990)
Quando tomou posse, Sarney afirmou que mudanças viriam durante o
processo de redemocratização. As primeiras delas vieram em 8 de maio de
1985, quando foi aprovada a emenda constitucional que estabeleceu eleições
diretas para presidente, prefeito e governador. Os analfabetos tiveram pela
primeira vez o direito ao voto na história brasileira, e os partidos comunistas
foram legalizados.
O cruzeiro, moeda vigente na época, foi mudada para o cruzado. Os
salários foram congelados, tendo reajuste sempre que a inflação atingisse
20%. A correção monetária foi extinta, e, foi criado o seguro-desemprego. No
início, o plano conseguiu atingir seus objetivos, diminui o desemprego e
reduziu a inflação.
Dois outros planos de governo apresentados na gestão de Sarney foram
o Plano Bresser, de autoria do Ministro da Fazenda, Bresser Pereira, lançado
em 16 de junho de 1987 que resultou na redução do poder de compra dos
trabalhadores e conseqüentemente na desigualdade social. O outro foi de
autoria do ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, com a “Política do Arroz
com Feijão”, que seguiu a risca, as orientações do ideário liberal,
operacionalizando corte nos gastos públicos, principalmente como regra geral,
da área social.
“o governo Sarney ficou conhecido como de transição Democrática, que teve como resultante a Constituição Federal de 1988, e, por outro lado, pelo processo de articulação das forças conservadoras, que tornaram, pela sua pressão, inacabada a reforma prevista pela Constituição, iniciando o percurso do Brasil que teve como agenda econômica, política e social as orientações de recorte teórico neoliberal”. (Couto 2006, p.144)
30
No processo de redemocratização, era necessário que uma
nova Constituição fosse feita. Isso, porque a então vigente Constituição de
1967 tinha sido feita durante o regime militar, e, logo, possuía caráter ditatorial.
Em 1º de fevereiro de1987, tomou posse a Assembléia Constituinte de 1988,
responsável por formar a nova Constituição. O presidente da Assembléia foi
Ulysses Guimarães (PMDB-SP). A maior parte da Assembléia Constituinte era
formada pelo (PMDB, PFL, PTB, PDS e partidos menores).
Independentemente das controvérsias de cunho político, a Constituição
Federal de 1988 assegurou diversas garantias constitucionais, com o objetivo
de dar maior efetividade aos direitos fundamentais. As estratégias utilizadas
por Sarney para cumprir as novas determinações institucionais, principalmente,
no campo da proteção social, visando atender as reformas previstas na
Constituição Federal, em realidade não se efetivaram, pois os objetivos
econômicos se sobrepuseram mais uma vez aos do social, ou seja, acreditava-
se que com o controle da economia, haveria um crescimento econômico e que
este por sua vez daria conta de, por exemplo, gerar novos postos de trabalho e
aumentar o poder de compra do trabalhador.
Como medidas de caráter emergencial, foram elaborados programas de
combate à fome, a miséria e a pobreza, como foi o caso do Programa Nacional
de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Suplementação Alimentar (PSA)
e o Programa Nacional do Leite para as Crianças Carentes (PNLCC). No plano
econômico foi criado o Plano Cruzado, I e II que visavam o controle dos preços
e da inflação, porém estas medidas tiveram um efeito temporário, pois a
inflação voltou a subir e, conseqüentemente, a desigualdade social, já que o
trabalhador voltou a perder seu poder de compra.
No governo Sarney, executa-se um quadro de reformas institucionais,
visando o desenvolvimento econômico e social, esquematizando planos de
realinhamento de posições. Dentre tais planos destaca-se, em 1985, o I Plano
Nacional de Desenvolvimento da Nova República, propondo um
desenvolvimentismo baseado em critérios sociais.
31
2 – FERNANDO AFFONSO COLLOR DE MELLO (1990-1992)
Em 1989 ocorreu a primeira eleição direta para presidente da República
no Brasil. Depois de quase três décadas de interrupção do processo eleitoral
democrático, os brasileiros voltaram às urnas para escolher o sucessor
de José Sarney. Collor foi o presidente mais jovem da história do Brasil (na
época com 40 anos de idade), o primeiro presidente eleito por voto direto do
povo, após o Regime Militar (1964/1985) e o único deposto por um processo
de impeachment no país. Sucedeu o presidente José Sarney, nas eleições de
1989. Antes destas eleições, a última vez que o povo brasileiro elegeu um
presidente pelo voto direto, foi em 1960, com a eleição na época do
candidato Jânio Quadros.
Neste período não ocorreram grandes avanços para a assistência
social no Brasil. Aconteceram grandes privatizações como a da Companhia
Vale do Rio Doce e da Companhia Siderúrgica Nacional, os recursos captados com o processo de privatização deveriam servir para diminuir a dívida pública –
todas as dívidas do setor público, incluindo governo (federal, estadual e
municipal), mas isso não ocorreu. A inflação era altíssima e três planos
separados para estabilização da inflação foram implementados durante os dois
anos do governo Collor (Plano Collor I e II e Plano Marcílio), todos um
fracasso. Um dos pontos importantes do plano previa o confisco dos depósitos
bancários.
Em meados de 1991, denúncias de irregularidades começaram a surgir
na imprensa, em maio de 1992, Pedro Collor de Mello, irmão do presidente,
revelou o esquema de corrupção, em 27 de maio uma Comissão Parlamentar
de Inquérito para apurar a responsabilidade do presidente sobre os fatos
divulgados. Em 1° de junho, a CPI começa seus trabalhos e em 2 de outubro é
aberto o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, impulsionado
pela maciça presença do povo nas ruas, como o movimento dos “Caras
pintadas”. Em 29 de setembro, por 441 a 38 votos, a Câmara vota pelo
impedimento do presidente, que renuncia antes de ser condenado. A
presidência é assumida pelo então vice-presidente, Itamar Franco.
32
3 – ITAMAR AUGUSTO CAUTIERO FRANCO (1992-1994)
Quando o empossado o novo governo, Itamar logo foi se afastando de
Collor, divergindo de importantes aspectos da política econômico-financeira
adotada pelo novo governo. Criticou publicamente o processo de privatizações
e a aplicação dos fundos resultantes da venda das companhias estatais, que
para ele, deveriam ser usados na área social.
O Brasil estava no meio de uma grave crise econômica, com
a inflação chegando a 1100% em1992, e alcançando 2708,55% no ano
seguinte (a maior da historia do Brasil). Itamar trocou de ministros da economia
várias vezes, até que Fernando Henrique Cardoso assumisse o Ministério da
Fazenda.
O Presidente Itamar Franco fez projetos de combate à miséria ao lado
do sociólogo Betinho.
4 - FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003)
No governo de FHC acorreram grandes avanços para assistência do
País: a criação do Ministério de Previdência e Assistência Social (MPAS) no
FHC quanto a criação do Ministério da Assistência Social (MAS) e do Ministério
Extraordinário de Segurança Alimentar (MESA), e de sua posterior fusão no
Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em 2004, se
constituíram em novos pontos de canalização das demandas dos atores
sociais envolvidos.
A Secretaria Nacional de Assistência Social foi a instância coordenadora
da Política Nacional de Assistência Social, conforme preconizada na Lei
Orgânica de Assistência Social – a LOAS (Lei 8.742/93). Em agosto de 1995,
foi regulamentado o Fundo Nacional de Assistência Social. No mês seguinte, a
1ª Conferência Nacional de Assistência Social foi convocada e, em dezembro,
houve a regulamentação do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
33
Em janeiro de 1996, teve início a Operacionalização do Benefício de
Prestação Continuada. Além disso, neste mesmo ano, foi regulamentada a
Política Nacional do Idoso e encaminhada ao Conselho Nacional de
Assistência Social a proposta da Política Nacional de Assistência Social, e foi
lançado o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), com a
finalidade de atender às famílias com filhos na faixa etária de 7 a 14 anos,
submetidos a trabalhos caracterizados como insalubres e degradantes. No seu
segundo ano de funcionamento, 1977, o PETI recebeu 4 PRÊMIOS UNICEF
“Criança e Paz – Betinho”: em Nível Nacional e nos três estados em que
estava implantado, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Bahia.
Regulamentação e Operacionalização do Benefício de Prestação
Continuada, o Benefício LOAS:
É a garantia de um salário mínimo mensal è pessoa com deficiência e
ao idoso com 65 anos ou mais, e que comprovem não possuir meios de
promover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família. Cerca
de 3 milhões de pessoas, entre pessoas com deficiência e idosas, são
atendidas atualmente pelo Programa.
Regulamentação do Fundo Nacional de Assistência Social:
Quando, em agosto de 1996, o Presidente FHC regulamentou o Fundo
Nacional de Assistência Social estava dando a maioridade à Assistência
Social. Os recursos para as políticas públicas de Assistência Social passaram
a ser depositados no Fundo, como uma obrigação do Estado brasileiro e direito
do cidadão.
Implantação dos Conselhos Estaduais e Municipais de Assistência
Social. A Assistência Social, como Política Pública, passou a ser fiscalizada e
acompanhada por Conselhos Estaduais e Municipais em todo o país, inclusive
com representação da comunidade.
Regulamentação da Política Nacional do Idoso
Assegura os direitos sociais do idoso, criando condições para promover
sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.
34
5 - O GOVERNO DE LUIS INÁCIO LULA DA SILVA (2003-2010)
No dia 27 de Outubro 2002, foi eleito presidente da república brasileira
Luis Inácio Lula da Silva, que “tinha o apoio entusiasta dos movimentos
sociais, de parte da classe média e de setores empresariado. Em seu primeiro mandato, de 2002 a 2005, Lula deu continuidade à
mesma orientação econômica, seguida pelo governo de FHC, ou seja, priorizar
a estabilidade econômica. No que diz respeito ao sistema de seguridade social,
mas precisamente na área de assistência social, houve a implantação do
programa Fome Zero, em 30 de janeiro de 2003, objetivando o fim da fome no
país. O Programa Bolsa Família (PBF) foi implantado em todos os municípios
por meio da Lei nº 10.836, sendo este um programa de transferência de renda,
onde o beneficiário saca o valor do benefício diretamente através do Banco do
Brasil ou da Caixa Econômica Federal.
Um avanço significativo na área social foi à aprovação pelo Conselho
Nacional de Assistência Social (CNAS), da nova PNAS no dia 22 de setembro
de 2004 através da resolução 145, do dia 15 de outubro de 2004.
“Um avanço para a constituição do SUAS foi a construção da
Política Nacional de Assistência Social PNAS/ 2004, cuja
racionalidade de gestão apontou e exigiu um novo modelo
assistencial com caráter público na assistência social,
comprometido em efetivar resultados, garantir seguranças
sociais e direitos aos usuários” (SPOSATI, 2006, p.106).
No governo Lula, foram aprovadas:
• Política Nacional de Assistência Social (PNAS), de 2004;
• Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência
Social (NOB-SUAS), de 2005;
• Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH), de
2006;
• Projeto de Lei que regula o Sistema Único de Assistência Social
(SUAS), citando apenas os marcos normativos mais importantes.
35
A PNAS reforça as diretrizes da LOAS de descentralização político-
administrativa, com uma maior articulação entre as três esferas de governo,
enfatizando a primazia da responsabilidade do estado em cada nível de
governo, reforça a idéia de participação da população por meio de
organizações representativas tanto no processo de formulação quanto no de
controle social. Na PNAS que é colocada por um lado, a centralidade da
família para concepção e implementação dos benefícios, programas e projetos.
Os grandes avanços apresentados e já implementados na época
demonstram a importância da NOB-SUAS que apresenta as bases
operacionais para as diretrizes dadas pela LOAS e pela PNAS, estruturando o
funcionamento do SUAS.
O Cadastro Único e o Programa Bolsa-Família (PBF) – foi o principal
Programa criado no governo Lula, através do Decreto n. 5.209 de 17 de
Setembro de 2004 é um programa de transferência de renda e um dos
principais programas que surgiu a partir da reforma e fusão de programas de
transferência de renda que já existiam em governo anterior. Sua natureza é de
benefício social, pois ajuda famílias em situação de pobreza - com renda
mensal por pessoa de R$ 60,00 (sessenta reais) a R$ 120,00 (cento e vinte
reais) - e extrema pobreza - com renda mensal por pessoa de até R$ 60,00
(sessenta reais). Onde as famílias devem cumprir condições específicas como,
por exemplo: a permanência das crianças de até 15 anos na escola, com
freqüência mínima de 85%; e a atualização das carteiras de vacinação. Já
forma beneficiadas mais de 11 milhões de famílias.
Neste período com o processo de inserção da assistência social num
novo status nas políticas sociais, ocorre uma grande transformação, quando
essa passa de política de governo para uma política de Estado. Assim, a
construção da assistência social como agenda decisória busca identificar as
ligações entre a estrutura institucional, os atores políticos, em especial do
presidente da república, e sua mudança de imagem no âmbito político e social.
36
6 – DILMA VANA ROUSSEF (2011-2014)
O período é marcado por fato histórico, pois representa a primeira vez que
uma mulher assumiu o poder no Brasil no posto mais importante do país.
A presidente Dilma disse que a sanção da lei que institui o Sistema Único de
Assistência Social (Suas) representa “institucionalização em nosso país a
política de assistência social”. A cerimônia ocorreu nesta quarta-feira (6/7), no
Salão Nobre do Palácio do Planalto. Segundo a presidenta, a lei representa o
coroamento do processo iniciado durante a Constituição de 1988 e destacou
que sua elaboração resultou no atendimento de demandas dos mais diversos
setores quando tramitou no Congresso Nacional.
O tripé da seguridade social (saúde, assistência e presidência) leva o
governo ao tripé de ações. O programa se apóia sobre algumas ações já
existentes e outras inéditas, com metas parciais para serem atingidas ano a
ano. O governo continuará fazendo transferência de renda via Bolsa Família
que sofreu mudanças com vistas a alcançar maior número de crianças. A nova
proposta avança ao também se preocupar em levar infra-estrutura a uma
população desatendida por serviços básicos, como luz, água, esgoto, escola e
saúde. Tentando auxiliar as pessoas com capacitação profissional Além disso,
há o Bolsa Verde, para as famílias em situação de extrema pobreza que
promovam a conservação ambiental nas áreas onde vivem e trabalham. O
programa pagará, a cada trimestre, R$ 300 por família que preserve florestas
nacionais, reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável.
Para atuar no Programa Bolsa família o SUAS prevê e possui uma rede de
Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e de Centros de
Referência Especializados de Assistência Social (CREAS). Esses organismos
funcionam como porta de entrada ao estado daqueles que precisam de
assistência social. Serão os CRAS e seus agentes que farão a “busca ativa”
dos pobres ainda fora do cadastro único do Bolsa Família, por exemplo.
Na área urbana, a principal aposta do plano para proporcionar encaixe
profissional às pessoas de menor renda são os canteiros de obras do
37
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, particularmente, daqueles
relacionadas à Copa do Mundo de 2014 e à Olimpíada de 2016.
Programas para a erradicação da miséria no Brasil e a elevação do País
como referência no investimento para educação e esportes marcaram o ano de
2012 da presidenta Dilma Rousseff à frente do Planalto.
Faremos uma breve retrospectiva com as principais ações e conquistas
realizadas ao longo do ano.
• Brasil sem Miséria;
• Lançamento do Brasil Carinhoso;
• 11 anos do Programa Bolsa Família;
• Aumento dos empregos no país;
• Na saúde foram realizados mais de 12,3 mil transplantes no SUS;
• Minha Casa, Minha Vida;
• Crédito em expansão;
• Redução da tarifa de energia;
• Ampliação do Pronatec. O Programa Nacional de acesso ao Ensino
Técnico e Emprego;
• Cientistas para o mundo. Com bolsas de estudos do programa
Ciência sem Fronteiras;
• Mais Educação. Atividades educacionais no contraturno;
• Meio ambiente. O desmatamento da Amazônia continua em queda;
• Modernizações dos aeroportos. Estão em andamento 31 ações em
13 aeroportos: Brasília, Belo horizonte, Campinas, Cuiabá, Curitiba,
Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Salvador, Guarulhos/SP,
São Gonçalo do Amarante/RN e Galeão/RJ;
• Infraestrutura. As obras e ações de grande complexidade do PAC2
foram concluídas;
• Copa do Mundo. Construção de novos estádios.
O ciclo histórico da Presidente Dilma não está completo. Mas, de um
ponto de vista objetivo, até aqui, o governo Dilma realizou pouco. É necessário,
então, compreender esse processo para que se percebam desafios, impasses
38
e limites do governo em curso. Um processo longo, de transformação do Brasil,
que começa lá atrás, nos tempos de FHC e Lula; nas escolhas do passado que
geram efeitos de longo prazo; ecos que ainda ressoam.
Todo governo tem seu desafio histórico. Alguns mais dramáticos; outros
menos perceptíveis porque as circunstâncias não revelam tantas angústias.
Dilma assumiu o governo em condições menos dramáticas que seus
antecessores.
Desse modo, a tarefa Dilma seria dar continuidade à transformação:
liberar o fluxo do desenvolvimento sustentável, sem retorno à inflação. Fazê-lo
com inclusão social e aperfeiçoamento institucional. Eis seu desafio histórico.
A questão que cabe discutir é se Dilma tem cumprido a contento este papel.
39
CAPÍTULO III
OS AVANÇOS E DESAFIOS POSTOS A PROPOSTA DE TRABALHO PARA UMA
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR COMPROMETIDA
No que tange ao modelo de proteção social, a Constituição Federal de
1988 é uma das mais progressistas, onde a Assistência Social, conjuntamente
com a Saúde e a Previdência Social integra a Seguridade Social. A pesquisa
examina várias formulações de política social, a presença da assistência no
conjunto desta política, as singularidades da assistência e do assistencialismo
e suas relações com o serviço social. A assistência está colocada como um
caminho a ser trilhado para viabilizar a população, em busca de bens e
serviços.
A assistência social, no âmbito do processo de implantação da Lei
Orgânica da Assistência Social - LOAS,como expressão da dimensão universal
do direito à Seguridade Social no Brasil. A análise se detém ao exame da
particularidade histórica da política pública de assistência social no país, após
a legalização de seu estatuto como direito social, na Constituição de 1988.
Esse estudo busca a análise dos avanços presenciados nas políticas e
os desafios postos a equipe que trabalha nestas políticas publicas,
principalmente no CRAS, percebidas como fundamentais, a estruturação dos
temas referentes ao escopo e abrangência da assistência social enquanto um
direito universal, com as suas modulações teóricas e as inflexões e políticas
decorrentes do cenário de retração de direitos, levada a termo pela
hegemônica orientação política neoliberal.
O propósito maior desdobra-se, também, em confrontar as alterações
substantivas trazidas pelas referências constitucionais da cidadania, diante do
legado histórico da contraditória composição da responsabilidade estatal no
provimento dos direitos sociais na sociedade brasileira, e da organização do
campo dos direitos socioassistenciais.
O grande desafio encontra-se em assinalar potencialidades na
perspectiva da democratização e universalização do acesso à proteção social,
40
principalmente nos CRAS que são unidades de referencia familiar, onde se
coloca em pratica nos termos que as políticas públicas de Seguridade Social
têm a exercer, a partir dos dizeres constitucionais com a especial distinção à
política pública de assistência social.
Nesta direção pode-se questionar: Como os municípios se organizaram
frente ao processo de implementação do SUAS. Qual a relação entre a
execução e a regulação. Como a legislação federal disciplinou e como a
legislação municipal organizou a dinâmica local. Que mudanças
organizacionais foram realizadas. Quais responsabilidades os municípios
assumiram. Como acabar com a lógica de ajuda, colocando em foco o direito à
proteção social. Que desafios e dificuldades se impõem aos serviços prestados
pelos profissionais. Qual o nível de entendimento dos trabalhadores dessa
política sobre o SUAS. De que forma ocorre a participação dos cidadãos e o
financiamento dessa política social dentro do município e áreas de
abrangências de cada CRAS.
“Avaliar os impactos da Política de Assistência Social na vida
dos cidadãos é condição igualmente importante em função da
escassez de conhecimento e dados referentes à população que
recorre a Assistência Social para satisfazer suas demandas
histórica e socialmente produzidas, pois trata-se de uma
população destituída de poder, trabalho, informação, direitos,
oportunidades e esperanças” (YASBEK, 2004, p.22).
Com esse estudo, abordamos os avanços apresentados pelos Governos
para as políticas publicas de assistência e com esta os desafios para o Serviço
Social e para equipe multiprofissional no CRAS, analisando as contribuições,
os limites e os desafios do profissional do Serviço Social na assistência. O
assistente social e enquanto suporte e facilitador para a resolução das
problemáticas sociais que impactam as instituições assistenciais, relacionadas
com as famílias dos usuários dos Programas e projetos ofertados pelos
CRAS’s e o cenário social em que se inserem.
41
`Podemos acreditar que o maior avanços e maior desafio encontrados
pelos profissionais que atuam na ponta, nos CRAS’s tem sido colocar em
pratica os princípios e diretrizes apresentados na LOAS:
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de
danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente:
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à
adolescência e à velhice;
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; d) a
habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária; e
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à
pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por
sua família.
II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar
territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a
ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e
danos;
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos
direitos no conjunto das provisões socioassistenciais.
(LOAS, art. 2)
A legislação prevê ainda a atuação de psicólogos e assistentes sociais
no CRAS como profissionais parceiros dos gestores, outros trabalhadores e
membros da comunidade na área de abrangência de cada unidade,
trabalhando na implantação de projetos pela melhoria da qualidade dos
serviços prestados, viabilizando o processo de orientações, encaminhamentos
e na mediação das relações sociais e institucionais.
Obviamente, que todos os profissionais precisam entender que a
qualidade dos serviços prestados a população também dependem do contexto
econômico e político e de movimentos de pressão e negociação permanentes.
Esse processo é contraditório, lento e gradual e requer a coordenação
qualificada, dos entes federados: municípios, dos Estados e da União.
42
CONCLUSÃO
A trajetória de afirmação da Assistência Social como política social,
demonstra que as inovações legais estabelecidas na Constituição Federal de
1988, na LOAS, na Política Nacional de Assistência Social e na Norma
Operacional Básica/SUAS, por si sós, são incapazes de modificar de imediato
o legado das práticas de assistência social sedimentadas na ajuda, na
filantropia e no clientelismo.
As legislações precisam ser compreendidas, debatidas, incorporadas e
assumidas por todos os envolvidos no processo de gestão da Política de
Assistência Social, em todos os níveis da federação. No curso da história, a
Política de Assistência Social adquiriu status de política social. Está em franco
processo de institucionalização; de profissionalização e de alcance de
racionalidade técnica e política. A regulação estabelece os fundamentos sobre
os quais está colocada a possibilidade de reversão da lógica do favor para a
lógica do direito à proteção social para todos os cidadãos.
Art.194. A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,
à previdência e à assistência social. (CF 88, 2003, p. 193.)
Considerando a atual conjuntura política, social e econômica em que se
insere a Política de Assistência Social é necessário compreender os limites e
constrangimentos de ordem estrutural, que comprometem a sua efetividade.
Apesar de todos os esforços e avanços, ainda permanece um abismo entre os
direitos garantidos constitucionalmente e a sua efetiva afirmação.
“na árdua e lenta trajetória rumo à sua efetivação como política
de direitos, permanece na Assistência Social brasileira uma
imensa fratura entre o anúncio do direito e sua efetiva
possibilidade de reverter o caráter cumulativo dos riscos e
possibilidades que permeiam a vida de seus usuários”
(YASBEK, 2004, p. 26).
43
A investigação do processo de execução da Política de Assistência
Social é uma medida importante, na perspectiva de implementação do Sistema
Único de Assistência Social, capaz de analisar, avaliar e construir
conhecimentos sobre a área e atuação do serviço social no CRAS.
44
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
BEHRING, Elaine e BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: Fundamentos e
historia. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2007.
BRASIL, Constituição Federal de 1988. Constituição da República Federativa
do Brasil. Brasilia: Senado Federal, 1988.
______. MDS. Secretária de Assistência Social. Direitos Humanos: Direitos e
Deveres dos Usuários do SUAS – Brasília - DF, 2008.
______. LOAS (1993). Lei Orgânica da Assistência Social. Brasília, MPAS,
Secretaria de Estado de Assistência Social, 1999.
BRAVO, Maria Inês Souza. Serviço Social e Reforma Sanitária: Lutas sociais
e práticas profissionais. São Paulo: Cortez, 1996.
CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. Assistência Social: Reflexões sobre a
política e sua regulação. Mimeo, Novembro, 2005.
COUTO, Berenice Rojas. O Direito Social e a Assistência Social na
Sociedade Brasileira: uma equação possível?. São Paulo: Cortez, 2006.
FALEIROS, V. P. O que é Política Social. São Paulo: Brasiliense, 1986.
GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do Serviço Social. 3 ed. São Paulo:
Cortez, 2002.
IAMAMOTO, Marilda; e CARVALHO, Raul. Relações Sociais e Serviço
Social no Brasil: Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 20ª ed.
São Paulo: Cortez, 2007.
45
NOGUEIRA, M.A. Os direitos de cidadania como causa cívica: o desafio de
construir e consolidar direitos no mundo globalizado. In: XI Congresso
Brasileiro de Assistentes Sociais. III Encontro Nacional de Serviço Social e
Seguridade. Fortaleza, 2004.
MARTINELLI, Maria Lucia. Serviço Social: Identidade e Alienação. 6ª ed. São
Paulo: Cortez, 2000.
MESTRINER, M. L. O Estado entre a filantropia e a assistência social. 2ª
ed. São Paulo: Cortez, 2001.
MINAYO, M.C.S. Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. 33ª ed. Rio
de Janeiro, Vozes, 2014.
NETTO, José Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 6ª ed. São
Paulo: Cortez, 2007.
SPOSATI, A. O. (Coord). A Assistência Social no Brasil 1983-1990. 6ª ed.
São Paulo: Cortez, 1991.
______. A menina Loas: um processo de construção da assistência social.
São Paulo: Cortez, 2004.
______. A assistência na trajetória das políticas sociais brasileiras: uma
questão em análise. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1992.
YASBEK, M. C. As ambigüidades da Assistência Social Brasileira após 10
anos de LOAS. Revista Serviço Social & Sociedade, ano XXV, n° 77, 2004.
46
WEBGRAFIA
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.mds.gov.br/acesso-ainformacao/legislacao/assistenciasocial/leis
http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/assistencia-social
http://www.mj.gov.br
http://www.onu-brasil.org.br/documentos_cartas.php
http://www.pt.wikipedia.org/wiki/presidentes
http://www.educacional.com.br
47
ÍNDICE
CAPA 1
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I -
A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 12
6. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - CF88 14
7. LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS 17
8. SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS 20
3.1 Norma Operacional Básica (NOB/SUAS): instrumento operacional
do conteúdo da política nacional de assistência social. 21
9. POLÍTICAS NACIONAL ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS 22
10. A SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTENCIA SOCIAL E DIREITOS
HUMANOS (SMASDH) 23
5.1 PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA (PSB) 24
5.1.1 Centro de Referencia da Assistência Social (CRAS) 25
5.2 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL (PSE) 26
48
5.2.1 Centro de Referencia Especializado em Assistência Social
(CREAS) 26
5.3 OS CONSELHOS DE SERVIÇO SOCIAL 27
5.3.1. Conselho Federal de Serviço Social – CEFESS 27
5.3.2 Conselho Estadual de Serviço Social – CRESS 28
CAPÍTULO II -
OS PRESIDENTES E OS AVANÇOS DA POLITICA PUBLICA DE
ASSISTÊNCIA EM CADA GOVERNO 29
7. JOSÉ RIBAMAR SARNEY (1985-1990) 29
8. FERNANDO AFFONSO COLLOR DE MELLO (1990-1992) 31
9. ITAMAR AUGUSTO CAUTIERO FRANCO (1992-1994) 32
10. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2002) 32
11. LUIS INÁCIO LULA DA SILVA (2003-2010) 34
12. DILMA ROUSSEF (2011-2014) 36
CAPÍTULO III –
OS AVANÇOS E DESAFIOS POSTOS A PROPOSTA DE TRABALHO PARA
UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR COMPROMETIDA 39
CONCLUSÃO 42
REFERENCIA BIBLIOGRAFIA 44
ÍNDICE 47