universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato … · para o gerenciamento de serviços de...

49
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O projeto de implantação de ITIL melhora os fluxos de uma empresa Por: Rodrigo Oliveira Gomes de Araújo Orientador Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2012

Upload: others

Post on 25-Jun-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O projeto de implantação de ITIL melhora os fluxos de

uma empresa

Por: Rodrigo Oliveira Gomes de Araújo

Orientador

Prof. Nelsom Magalhães

Rio de Janeiro

2012

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O projeto de implantação de ITIL melhora os fluxos de

uma empresa

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em....

Por: . Rodrigo Oliveira Gomes de Araújo

3

AGRADECIMENTOS

....a minha mãe, esposa , filho e

principalmente a Deus......

4

DEDICATÓRIA

....a minha mãe, esposa , filho e

principalmente a Deus......

5

RESUMO

Esse trabalho tem por objetivo demonstrar os benefícios que podemos

alcançar com um projeto de implementação da ITIL (Information Technology

Infrastructure Library). Descreverei de forma sucinta os conceitos básicos para

a implantação da ITIL e os principais pontos e ferramentas que compõem o

ciclo de vida de um serviço. Serão apresentados, também, alguns cases de

sucesso , com ISO desmontarei como a ITIL pode ser implementada de

maneiras diferentes e mesmo assim, consegue alcançar o seu objetivo, que é

a melhoria continua dos serviços e a otimização dos processos como um

todo.

6

METODOLOGIA

Como ponto de partida para a elaboração da monografia, foi feita uma

pesquisa sobre a história da ITIL ( criação e evolução ), para complementar a

pesquisa inicial, foram pesquisados todos os livros do ITIL V3 e para concluir ,

estudamos caos reais de empresas que adotaram a ITIL como melhoras

práticas de gerenciamento de TI.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A História 09

CAPÍTULO II - ITIL e seus conceitos básicos 14

CAPÍTULO III – Ciclo de vida do Serviço 22

CAPÍTULO III – Casos de sucesso 37

CONCLUSÃO 42

ANEXO - Índice 43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46

WEBGRAFIA CONSULTADA 47

ÍNDICE 48

8

INTRODUÇÃO

A TI (Tecnologia da Informação) no Brasil amadureceu a ultima década

e se tornou mais eficiente para os negócios das empresas. As áreas de

negocio, percebendo esse amadurecimento, tem investido em TI agora

realmente para torná-la aliada vital do negócio.

As empresas buscam cada vez mais novas tecnologias e soluções

informatizadas para conseguir suportar seus negócios . Existem empresas que

em média 80% de seus processos dependem diretamente de TI. Com um

mercado competitivo e em constante mutação, são exigidos da área de TI

serviços de qualidade e com alta disponibilidade para que a empresa alcance

os seus objetivos organizacionais.

9

Esta monografia tem por objetivo demonstrar os benefícios que

podemos alcançar com um projeto de implementação da ITIL (Information

Technology Infrastructure Library).

Com um conjunto de boas práticas e de processos mais adequados

para o gerenciamento de serviços de TI, a ITIL tem como objetivo organizar e

otimizar os fluxos entre as áreas internas e com os parceiros externos. Uma

implantação bem sucedida da ITIL trará como principais benefícios um maior

aproveitamento dos recursos internos, melhoria da comunicação entre as

áreas , melhoria no desenvolvimento de novos serviços entre outras. Com o

entendimento e a aplicação do ITIL no cotidiano da empresa , temos uma

empresa mais competitiva e rentável.

10

CAPÍTULO I

HISTÓRIA DA ITIL

No início da década de 80, mas exatamente em 1982, o conflito entre a

Inglaterra e a Argentina pelas ilhas Malvinas ( ou Falklands ) se agravou,

segundo a história, a Inglaterra por falta de planejamento adequado e,

principalmente, um gerenciamento dos recursos para a tomada de uma

decisão imediata, perdeu o poder das ilhas Malvinas no dia 02 ( dois ) de abril

de 1982.

Como a Inglaterra era uma potencia militar e econômica e dispunha de

vontade política, recursos financeiros, infraestrutura adequada e pessoal

preparado, no dia 03 ( três ) de abril de 1982 começou o caminho para a

retomada das Ilhas Malvinas e em 14 ( quatorze ) de julho de 1982 alcançou o

seu objetivo.

Mesmo despois do objetivo alcançado, a derrota momentânea mexeu

com os brios dos ingleses e um grande estudo foi desenvolvido, para melhorar

o fluxo da informação.

1.1. Cenário Mundial

Por muitos anos algumas organizações puderam continuar seus

negócios ainda que tivessem pouco apoio da Tecnologia da Informação ( TI ) .

Hoje a realidade é diferente, a TI é um fator crítico de sucesso para muitas

organizações, e até em muitos casos sendo seu diferencial competitivo no

mercado. Existem determinados ramos de negócio que são quase impossíveis

de serem imaginados hoje sem o apoio da TI, como por exemplo o sistema

bancário . Seria impossível tentar controlar as contas bancárias dos clientes

sem o apoio de um sistema de banco de dados.

A TI hoje se tornou um parceiro estratégico para muitas empresas. Faz

parte do negócio, por ISO falamos que a TI está integrada ao negócio ( ou pelo

menos deveria estar ). Atualmente as decisões sobre os investimentos em TI

11

são tratadas nas reuniões de planejamento estratégico pelo conselho

administrativo da empresa. Não é mais possível tratar a TI isoladamente. A TI

está deixando de ser tratada por apenas por técnicos e está passando a ser

incorporada na estratégia da empresa para alcançar seus objetivos de negócio.

Em algumas empresas, obviamente, não há este nível de integração, logo, a TI

continua sendo tratada como um componente tecnológico. Quando a TI é

tratada como componente tecnológico e apenas é comunicada sobre as

decisões da organização, ela se torna muito reativa ás mudanças, e muitas

vezes não consegue atender prontamente todas elas. Em empresas onde é

colocada como parceira de negócios, a TI consegue antecipar as mudanças e

consegue fazer um planejamento adequado.

Com o aumento do peso de importância dentro da organização, a TI

passou a ter vários desafios. Vejamos alguns :

• Adaptar-se rapidamente às necessidades de mudança do negócio.

• A TI precisa justificar o retorno sobre o investimento ( ROI ).

• A TI sempre tem o desafio de executar suas operações de maneira

otimizada e com ISO , reduzir os custos das operações de TI.

• Aumentar a disponibilidade dos serviços de TI sem perder a

agilidade.

• As operações de TI têm que oferecer o menos risco possível,

segurança e conformidade com todas as leis e regulamentos que

impactam o negócio.

Em virtude desse cenário, onde a TI aparece com grande importância

para o negócio da empresa, buscando por otimização de seus processos de

redução de custos e riscos, vários frameworks ( estrutura ) de processos e

boas práticas foram criados. A figura abaixo mostra a evolução destes

frameworks e seus níveis de maturidade em termos de Gerenciamento de

Serviços .

12

Figura 1 - Maturidade do Gerenciamento de TI

Fonte : TI Exames E-Learning 2008 ( Slide 16 – Modulo 1 )

1.2. Evolução da ITIL

A ITIL fornece orientações práticas e tem mais de 20 anos de evolução.

Acompanhe abaixo a evolução desta biblioteca :

• Em 1983 o governo britânico pediu a CCTA para desenvolver um

manual de boas práticas do gerenciamento de infraestrutura, com o

foco em reduzir os custos em duas áreas de TI.

• A CCTA pesquisou o que as empresas de sucesso estavam

fazendo, compilou tudo e daí nasceu o GITIMM, Método de

Gerenciamento da Infraestrutura de TI do Governo . Este foi o

Primeiro nome da ITIL.

• Alguns anos depois, viu-se que este nome não combinava muito

com a estrutura de livros, e decidiram tirar o G de Governo e

trocaram o MM por L de Library, já que a estrutura era composta por

mais de um livro. Eis que então a biblioteca ganha o nome de ITIL (

IT Infrastructure Library ).

• A partir daí empresas mundo afora conheceram o que o governo

britânico tinha produzido e perceberam que as praticas da ITIL eram

13

aplicáveis nos departamentos de TI das empresas privadas. Foi

então que a partir da década de 90 empresas começaram a adotar

estas práticas.

• Como o governo britânico não tinha desenvolvido a ITIL com o

intuito disseminá-la mundo afora, decidiu-se então repassar esta

tarefa para uma entidade chamada na época de ITMF ( IT

Infrastructure Management Fórum ). O ITMF era composto por uma

comunidade de TI com objetivo de discutir e disseminar as boas

práticas na gestão de TI. Como viram que a área de TI estava de

transformando em uma área de serviços, decidiu-se em 1997 mudar

o nome da comunidade para ITSMF (IT Service Management

Forum).

• A partir do ano 2000 a Itil passa por uma reestruturação. Surge

então o primeiro livro da ITIL V2, Suporte ao Serviço. Ao longo dos

próximos anos são lançados os demais livros, totalizando 9.

• Em 2004 inicia-se um projeto para reescrever toda a biblioteca e

lançar a ITIL V3. Enquanto a ITIL era toda reescrita em 2005, é

publicada a norma ISO/IEC 20000, voltada para certificar o sistema

de gestão das áreas de TI das empresas. Pelo fato da ISO/IEC

20000 ter sido publicada antes da ITIL V3, ela tem uma estrutura

muito parecida com a estrutura da ITIL V2.

• Desde 2004 o OGC, que ficou responsável pela ITIL, iniciou um

projeto chamado ITIL Refresh, que trata de uma revisão da atual

estrutura de livros. A ITIL V2 já não refletia totalmente a realidade

das organizações. Foram convidados vários autores de diversas

empresas e universidades para criar uma nova versão. Os livros

foram todos reescritos e em maio de 2007 foi lançado a ITIL V3,

com 5 livros principais.

14

Figura 2 – Evolução da ITIL

Fonte : TI Exames E-Learning 2008 ( Slide 24 – Modulo 1 )

A ITIL foi evoluindo conforme o reconhecimento que ela foi ganhando

dentro das organizações. Vale lembrar que a TI ao longo do tempo tem se

tornado crucial para os negócios de uma empresa. Pela importância que

ganhou a TI ganhou, foi necessário investir em melhoria de processos para

entregar serviços de qualidade aos clientes. A ITIL serve como inspiração para

que as empresas adotem as boas práticas do mercado e obtenham melhores

resultados nas suas operações de TI.

15

CAPÍTULO II

ITIL E SEUS CONCEITOS BÁSICOS

Nesse capítulo detalharei o que é a ITIL, as razões que estão levando

as grandes empresas a adotarem as melhores práticas contidas em seus livros

, a evolução da estrutura da versão ITIL e os conceitos básicos para sua

implantação.

2.1. O que é ITIL ?

ITIL é um acrônimo de Information Technology Infrastructure Library.

A ITIL foi desenvolvido inicialmente pela CCTA ( Central Computing and

Telecommunications Agency ) e hoje está sob domínio do OGC ( Office of

Government Commerce ) . O OGC é um órgão do governo britânico que tem

como objetivo desenvolver metodologias e criar padrões dentro dos

departamentos governamentais buscando otimizar e melhorar os processos

internos .

Constitui-se de uma descrição coerente e integrada de práticas de

Gerenciamento de Serviços de TI. Estas práticas ajudam a implantar e manter

um Gerenciamento de Serviços de TI focando em pessoas, processos e

recursos que são usados na entrega de serviços que atendam às

necessidades dos clientes.

2.2. Razões para adotar a ITIL

Vejamos algumas razões que explicam porque a ITIL é o modelo mais

utilizado para Gerenciamento de Serviços de TI no mundo todo :

• É um modelo não-proprietário

o Independente de plataforma tecnológica e pode ser usado por

qualquer empresa.

16

• Não é um modelo prescritivo

o A ITIL é flexível, pode ser adaptado independente do

tamanho da empresa ou do setor.

• Fornece as boas práticas e as melhores práticas

o As empresas se beneficiam destas práticas sem terem que

investir tempo para reinventar a roda.

• É usada por milhares de empresas no mundo todo, sendo uma

referência para o Gerenciamento de Serviços de TI

o Ajuda a estabelecer uma terminologia comum entre

provedores de TI internos e externos.

• Ajuda a atender aos requisitos da ISO/IEC 20000

o Não existe certificação ITIL para empresas. Entretanto, as

empresas que adotam a ITIL estarão alinhadas com os

requisitos da ISO/IEC 2000, que é o padrão internacional de

Gerenciamento de Serviço de TI.

Figura 3 – Relação ISO/IEC 20000 X ITIL

Fonte : TI Exames E-Learning 2008 ( Slide 10 – Modulo 2 )

As empresas adotam os processos da ITIL com o objetivo de obter

resultados melhores na entrega de suporte aos serviços de TI. Não existe uma

certificação ITIL para empresas, apenas para profissionais . As empresas que

17

quiserem obter um selo ou certificação para os seus processos de TI poderão

se certificar com base no ISO/IEC 20000. Publicada em dezembro de 2005, a

ISO/IEC 20000 propôs estabelecer os requisitos mínimos que um provedor de

serviços de TI estabelecido e controlado. Este padrão ISO substitui o padrão

britânico BS 15000. Uma organização que adota as práticas ITIL terá mais

facilidade em conseguir a certificação ISO/IEC 20000, pois esta norma foi

baseada na estrutura da ITIL. A ITIL explica como devem ser os processos e a

ISO/IEC 20000 tem os requisitos obrigatórios que especificam o que o

provedor de serviço deve cumprir.

2.3. Estrutura da ITIL

A ITIL define os objetivos e atividades, e as entradas e saídas de cada

um dos processos encontrados em uma organização de TI. Entretanto, a ITIL

não da uma descrição específica de como estas atividades devem ser

executadas, pois em cada organização elas são diferentes, ou seja , não existe

receita pronta para a implantação das práticas da ITIL. A ênfase está em

sugestões que foram provadas na prática, mas que podem ser implantadas de

várias formas. ITIL não é método, em vez disso, oferece uma estrutura para

desenhar os processos de TI mais comuns, papéis e atividades, indicando as

ligações entre eles e que linhas de comunicação são necessárias.

Originalmente, a ITIL era formada por um grande conjunto de livros.

Cada um deles descrevia uma área especifica de manutenção e operação da

infraestrutura de TI. Na ITIL V1 havia aproximadamente 40 livros abordando

diversos assuntos relacionados ao Gerenciamento de Infraestrutura. Em 2000,

foi lançado a ITIL V2, resumida em 7 livros principais .

Agora na versão V3, a ITIL está resumida em 5 livros e é focada no ciclo

de vida do serviço.

18

Figura 4 – Diferença entre ITIL V2 e V3

Fonte : TI Exames E-Learning 2008 ( Slide 28 – Modulo 1 )

O ciclo de vida do serviço tem um eixo central, que é a estratégia do

serviço que é também o estágio inicial deste ciclo . Essa estratégia vai guiar

todos os outros estágios : Desenho de Serviço, Transição de Serviço e

Operação de Serviço. Envolvendo todos os estágios do ciclo de vida vem a

Melhoria de Serviço Contínuo. Processos e funções agora estão distribuídos

ao longo desse ciclo de vida.

2.4. Conceitos básicos para implantação da ITIL V3

Para entendermos a sistemática dos processos sugeridos pela ITIL,

devemos ter e mente alguns conceitos básicos como : O que é serviço,

Gerencia de Serviço de TI, processos, funções e papéis.

2.4.1. O que é Boa Prática ?

As empresas buscam inovar seus processos para se tornarem mais

eficientes e competitivas. Inovações que dão certo transformam-se em

melhores práticas. Estas melhores práticas transformam-se em boas práticas e

passam a ser utilizadas por outras empresas do setor. Ao longo do tempo as

19

boas práticas tornam-se comuns , deixando de ser um diferencial para se

tornarem commodities. Práticas consideradas imprescindíveis acabam sendo

incorporadas por padrões e requisitos reguladores .

A boa prática pode estar relacionada a algo que é realizado usando

recursos de forma otimizada, que ajude a alcançar um resultado de forma

eficaz e eficiente.

As boas práticas originam-se de :

• Frameworks públicos

• Padrões proprietários

• Padrões ISO

• Experiências internas

• Práticas da indústria

As boas práticas de um framework público, como ITIL e COBIT, levam

vantagem sobre os padrões proprietários, pois o públicos estão acessíveis a

todos, já foram testados por muitas empresas e existe normalmente

comunidades de usuários para a troca de experiência no uso do framework.

2.4.2. O que é Gerenciamento de Serviços de TI ?

O Gerenciamento de Serviço de TI é um conjunto especializado de

habilidades organizacionais para fornecer valor para o cliente em forma de

serviço. Estas habilidades tomam a forma de um conjunto de funções a

processos para gerenciar os serviços durante o seu ciclo de vida.

Encontramos estes processos distribuídos nos estágios do ciclo de vida

( Estratégia, Desenho, Transição, Operação e Melhoria Continua )

O Gerenciamento de Serviço é o que possibilita o provedor a :

• Entender os serviços que estão sendo fornecidos

• Garantir que os serviços realmente facilitem os resultados que seus

clientes querem alcançar

• Entender o valor do serviço para os seus clientes

20

• Entender e gerenciar todos os custos e riscos associados a este

serviço

2.4.3. Função

É um time ou grupo de pessoas especializadas e os recursos

necessários para realizar um ou mais processos ou atividades. Em uma grande

organização, uma função pode ser quebrada em vários departamentos ou

grupos. Entretanto, podemos também encontrar uma pessoa ou grupo

desempenhado várias funções.

Cada função tem o seu próprio corpo de conhecimento e foca em

otimizar seu trabalho e gerar resultados específicos. Um bom exemplo de uma

função é a central de serviço, que é composta por um número de atendentes

de suporte e executa várias atividades no processo de Gerenciamento de

incidente.

2.4.4. Processo

É um conjunto de atividades coordenadas combinando e implantando

recursos e habilidades com o objetivo de produzir uma saída, a qual, direta ou

indiretamente, cria valor para um cliente ou parte interessada.

Um processo pode ser composto por vários elementos. Basicamente

todo processo tem uma entrada e atividades que vão utilizar esta entrada para

produzir uma saída

Quando se é implantado um processo de Gerenciamento de Serviço,

direcionamos o foco da TI para o atendimento das necessidades dos clientes.

São estabelecidos objetivos e metas comuns para todos os departamentos,

com isso, a comunicação entre os departamentos melhora e eliminam-se os

conflitos de interesses entre eles. A ITIL ajuda a criara uma TI com a missão

de ser provedor de serviço aos clientes e não meramente uma área de

desenvolvimento de tecnologia.

21

A ITIL traz características essenciais para um processo :

• Resultado específico : a razão de um processo existir é que ele vai

gerar na sua saída um resultado específico.

• Orientado ao cliente : quando criamos um processo precisamos

refletir para que ele serve, o que ele vai gerar. Nós sempre temos

que pensar que a TI deve ter processos que de alguma forma visam

atender às necessidades dos clientes. É importante esclarecer que a

saída em um processo não necessariamente será uma saída a ser

utilizada por ele.

• Mensurável : nós devemos ter a possibilidade de medir um

processo. O processo deve ser guiado para obter o melhor

desempenho em relação a qualidade , custo e produtividade.

• Responde a eventos específicos : podemos ter gatilhos que inicia

o processo.

Figura 5 – Características de um processo

Fonte : TI Exames E-Learning 2008 ( Slide 30 – Modulo 2 )

22

2.4.5. Papéis

Um papel é um conjunto de responsabilidades e autoridades concedido

a uma pessoa ou grupo em determinados processos. Uma pessoas ou grupo

pode ter múltiplos papéis.

Existem 2 tipos de papéis importantes dentro do Gerenciamento de

Serviços , são eles :

• Proprietário de Serviço : é responsável pelo cliente para iniciação,

manutenção e suporte de um determinado serviço. Isso significa que

quem assume este papel gerencia todo o cliclo de vida de um

serviço.

• Proprietário de Processo : é responsável por assegurar que o

processo seja executado conforme acordado e documentado, e que

atinja os objetivos propostos.

Para definir e distribuir as reponsabilidades e papéis envolvidos em um

processo, a ITIL recomenda que se utilize o modelo RACI, que serve como

ferramenta para designar responsabilidades para qualquer tipo de tarefa ou

atividade importante.

Figura 6 – Matriz RACI

Fonte : TI Exames E-Learning 2008 ( Slide 33 – Modulo 2 )

23

CAPÍTULO III

CICLO DE VIDA DO SERVIÇO

O ciclo de vida do serviço é um modelo que fornece uma visão dos

estágios do serviço desde a sua concepção até o seu encerramento. É a forma

como a abordagem de Gerenciamento de Serviços da ITIL V3 está

estruturada. O ciclo de vida funciona também como se fosse uma “cola” entre

as 5 publicações principais.

O ciclo de vida é comporto por 5 componentes:

• Estratégia de Serviço : prevê e conceitua um conjunto de serviços

que ajuda o negócio a alcançar seu objetivos. É aqui que são

tomadas as decisões estratégicas relacionadas aos serviços que

vão ser desenvolvidos.

• Desenho de Serviço : desenha / cria o serviço tendo em mente

objetivos de utilidade e garantia. Basicamente desenha o que a

estratégia decidiu.

• Transição de Serviço : move os serviços para o ambiente de

produção. Os serviços são testados e liberados de forma controlada.

• Operação de Serviço : gerencia os serviços em produção para

assegurar que seus objetivos de utilidade e garantis sejam

alcançados. Aqui estão os processos do dia-a-dia, que mantém os

serviços funcionando.

• Melhoria de Serviço Continuada ( MSC ): avalia os serviços e

identifica formas de melhorar sua utilidade e garantia no suporte aos

objetivos do negócio.

A ideia do ciclo de vida do serviço permite alinha a TI com o negócio

para :

• Converter conceitos e ideias inovadoras em serviços para os

clientes. Isso quer dizer que se a TI tem muitas demandas, ela vai

ter que saber decidir o que deve ser transformado em serviço. O

Desenvolvimento do serviço terá que ser feito de maneira

24

controlada, parando pelos estágios Estratégia, Desenho e

Transição, e depois será colocado em operação.

• Resolver problemas usando soluções efetivas e prolongadas.

Temos feedback entre os estágios, o que permite identificar as

melhorias necessárias tanto para os processos como para os

serviços. A intenção é que todo o sistema tenha uma otimizam ao

longo do tempo para obter melhores resultados.

• Controlar custos e riscos que podem potencialmente influenciar o

valor que foi criado. Os riscos devem ser identificados já durante o

estabelecimento da estratégia. Isso é muito importante, pois nós já

sabemos que os projetos de TI normalmente não cumprem os seus

orçamentos justamente porque os riscos não são gerenciados. Esta

questão é um tanto preocupante, pois o pessoal de TI ainda não tem

a cultura de prever os riscos e fazer a gestão correta deles.

• Aprender com os sucessos e falhas para gerenciar desafios e

ideias. Isso é a Melhoria de Serviço Continuada. Identifica-se o que

não funciona e o que falhou no processo, e propõe-se uma ação

corretiva.

Em cada estágio do ciclo de vida existem processos e funções que

ajudarão a realizar o propósito e objetivos do estágio. Na figura abaixo

podemos visualizar um mapa :

Figura 7 – Processos e Funções do ciclo de vida

Fonte : TI Exames E-Learning 2008 ( Slide 13 – Modulo 3 )

25

3.1. Estratégia de Serviço

A Estratégia de Serviços é a primeiro estágio do ciclo de vida do serviço,

e é o eixo central que move todos os outros estágios.

O propósito desta área do ciclo de vida é ajudar as organizações a

desenvolver tais habilidades. A ITIL mostra como transformar o Gerenciamento

de Serviço em um ativo estratégico, ajudando assim a alcançar sua metas e

objetivos. Já foi mencionado no CAPITULO II , os usuários da ITIL se

beneficiam em ver o relacionamento entre vários serviços, sistemas ou

processos que eles gerenciam e os modelos de negócio, estratégias a que eles

dão suporte.

Uma organização sem estratégia é como um navio em viagem sem

plano de navegação, sendo assim, pode destacar os principais objetivos da

etapa de Estratégia de Serviço :

• Melhorar o impacto estratégico do Gerenciamento de Serviço

• Transformar o Gerenciamento de Serviço em um ativo estratégico

• Fornecer uma visão clara dos relacionamentos entre os sistemas,

processos, funções, serviços, modelos de negócio, estratégias e

visão organizacional

• Fornecer um gerenciamento com foco estratégico através de

análise, planejamento e posicionamento

• Fornecer princípios que serão usados no desenvolvimento de

políticas, diretrizes e processos do ciclo de vida do serviço

26

3.1.1. Os 4 P’s da Estratégia

O conceito 4P’s foi baseado na ideia do autor Mintzberg. Estes 4 P’s (

Perspectiva, Posição, Plano e Padrão ) juntos formam a estratégia de uma

organização.

Figura 8 – 4 P’s da Estratégia

Fonte : TI Exames E-Learning 2008 ( Slide 18 – Modulo 4 )

• Perspectiva : é a visão da organização. Define seus valores e

convicções. Vai dar direção na qual o provedor de serviços vai

alcançar seus objetivos.

• Posição : Define qual é a imagem que a organização vai ter para os

clientes. Basicamente trata da definição de serviços que serão

oferecidos para o mercado específico.

• Plano : a estratégia é um plano de ação da organização para tornar-

se competitiva e o plano descreve como a estratégia será

executada.

• Padrão : representa os procedimentos da organização. Como os

resultados das perspectiva, posição e plano estratégico, surgem os

padrões que guiam as atividades para executar a estratégia.

27

3.1.2. Ferramentas para a Estratégia de Serviço

Alguns tipos de ferramentas que podem ser utilizadas como auxílio na

Estratégia de Serviço :

• Simulação

o Dinâmica de sistemas é uma metodologia para entender e

gerenciar problemas complexos de organizações de TI.

Server como ferramenta para avaliar as consequências de

novas políticas e novas estruturas antes de colocá-las em

prática.

• Modelos Analíticos

o Seis Sigma, PMBOK e PRICE2 fornecem métodos

testados baseados em modelos analíticos.

• Controle Financeiro

o Orçamento

o Controle de custo ( contabilidade )

o Relatórios financeiros para rateio e cobrança

3.2. Desenho do Serviço

Após o estágio Estratégia de Serviços vem o estágio Desenho de

Serviço. Tudo o que foi levantado no estágio anterior, será passado para o

Desenho de Serviço. Neste estágio levam-se em consideração estratégia,

políticas, recursos e restrições que já foram levantadas no estágio anterior. É

aqui no Desenho que vamos confirmar exatamente e claramente quais são os

requisitos do cliente e vamos entrar nos detalhes dos requisitos funcionais e

não funcionais. No estágio de Desenho vamos alinhar os objetivos e metas de

qualidade para que o serviço seja entregue dentro das condições necessárias

para o negócio.

O principal propósito do Estágio de Desenho de serviço é o desenho de

serviços novos ou alteração para a introdução destes no ambiente de

produção visando assegurar consistência e integração com todas as atividades

28

e processos dentro de toda a infraestrutura de TI. As mudanças no negócio

normalmente provocam mudanças nos serviços de TI, por isso em alguns

casos precisamos redesenhar um serviço existente para atender à nova

necessidade no negócio.

O estágio Desenho de Serviços tem como objetivos :

• Desenhar serviços que satisfaçam os objetivos do negócio. Por este

motivo precisamos de informações oriundas do estágio Estratégia

de Serviço.

• Melhorar a eficácia e a eficiência de forma geral

• Desenhar serviços que possam ser desenvolvidos dentro de prozo e

custos, e que reduzam os custos da provisão de serviço a longo

prazo.

• Desenhar processos eficazes para o Desenho, Transição, Operação

e Melhoria Continuada dos serviços de TI.

• Incluir ferramentas de suporte, sistemas e informação.

• Identificar e gerenciar riscos antes do serviço entrar em produção

• Desenhar infraestrutura de TI, ambientes, aplicativos e habilidades

seguras.

• Produzir e manter planos de TI, processos, políticas, arquiteturas,

estruturas e documentos para o desenho de soluções.

• Assistir no desenvolvimento de políticas e padrões em todas as

áreas do desenho

• Contribuir para a melhoria da qualidade do serviço de TI dentro das

restrições de desenhos impostos.

29

3.2.1. Os 4 P’s do Desenho

Assim como no estágio Estratégia do Serviço, aqui também utilizamos o

conceito dos 4 P’s, vejamos :

Figura 9 – 4 P’s do Desenho

Fonte : TI Exames E-Learning 2008 ( Slide 7 – Modulo 5 )

Quando vamos oferecer um serviço é necessário :

• Determinar os papéis das Pessoas nos processos

• Definis Processos

• Determinar Produtos

• Estabelecer Parceiros

Esses elementos representam as competências necessárias que o

provedor de serviços deve ter. Sem a integração dos 4 P’s, qualquer desenho,

plano ou projeto normalmente falha , porque vai haver falta de preparação e de

gerenciamento.

Existem 5 aspectos tratados dentro do estágio de Desenho de Serviço :

• Soluções de serviço

o Incluindo todos os requisitos funcionais, recursos e

habilidades necessárias e acordadas.

• Portfólio de Serviço

o Inclui as ferramentas para o sistema de gerenciamento

30

• Arquitetura tecnológica

o Onde o serviço novo ou alterado irá rodar

• Processos

o Necessários para desenhar, transferir, operar e melhorar o

serviço

• Sistema de medição e métricas

o Métodos e métricas para os serviços, arquiteturas e seus

componentes e processos

3.2.2. Ferramentas para o Desenho de Serviço

Ferramentas podem assegurar que os processos de Desenho de

Serviço funcionem de forma eficiente, a lista abaixo exemplifica algumas

dessas ferramentas :

• Ferramentas para suportar o desenho

o Hardware, software, ambiente, processos e dados

• Ferramentas de Gerenciamento de Nível de Serviço

o Relatórios gráficos

o Monitoramentos de metas de serviço, componentes,

processos e fornecedores

• Ferramentas para a gestão de Portfólio de Serviços e Catálogo

de Serviços

3.3. Transição de Serviço

O estágio Transição de Serviço é composto por um conjunto de

processos e atividades para a transição de serviços no ambiente de produção.

O estágio de Transição de Serviço pode set tratado como um projeto de

implantação, pois neste estágio o ciclo de vida precisamos gerenciar bem os

recursos para implantar com sucesso um novo serviço ou uma alteração em

um serviço existente. Muitas das atividades que vamos apresentar aqui estão

relacionadas diretamente aos conceitos de um Gerenciamento de Projetos, por

31

isso , recomenda-se adotar outros modelos como o PMBOK e PRINCE2 para

estabelecer as práticas de Gerencia do Projeto de Transição.

Este estágio tem como propósito :

• Planejar e gerenciar a capacidade e os recursos necessários para

empacotar, construir, testar e implantar uma liberação em produção.

• Fornecer uma estrutura consistente e rigorosa para avaliar a

habilidade de serviço e perfil de risco.

• Estabelecer e manter a integridade de todos os ativos de serviços e

configurações identificadas.

• Fornecer conhecimento e informação de boa qualidade.

• Fornecer mecanismos de construção e instalação repetíveis e

eficientes.

• Garantir que o serviço pode ser gerenciado, operado e suportado de

acordo com os requisitos e restrições especificadas no Desenho de

Serviço

A Transição de Serviço vai fazer a interface entre o Desenho de Serviço

e a operação de Serviço. Se no Desenho se pensa em todos os requisitos

relacionados a Capacidade, Disponibilidade, Continuidade e Segurança, agora

o que foi projetado será implantado no ambiente de produção. A Transição ou

materialização do serviço ocorre neste estágio.

Sendo assim, esse estágio tem como objetivo :

• Planejar e gerenciar os recursos para estabelecer com sucesso um

serviço novo ou alterado em produção dentro do custo, qualidade e

estimativas de tempo previstas.

• Assegurar que haja um mínimo de impacto imprevisível sobre os

serviços em produção, as operações e a organização.

• Aumentar a satisfação do cliente, do usuário de serviço e do pessoal

de Gerenciamento de Serviço com práticas de Transição de Serviço.

• Aumentar o uso dos serviços e aplicativos, e de soluções

tecnológicas de suporte.

32

• Fornecer planos claros e compreensíveis que permitam ao cliente e

aos projetistas de mudança de negócio alinharem suas atividades

com planos de Transição de Serviço.

Este estágio também assegura que os requisitos da Estratégia de

Serviço estejam definidos no pacote de Desenho de Serviço. O ciclo de vida

proposto pela ITIL V3 tem como objetivo criar mecanismos que evitem erros na

definição do serviço, e consequentemente eliminem o retrabalho, então, este

estágio confirma se realmente o que foi desenhado confere com o que o

cliente está esperando do serviço.

3.3.1. Ferramentas para a Transição de Serviço

Ferramentas podem assegurar que os processos de Transição possam

funcionar de forma eficiente. Alguns tipos de ferramentas que podem ser

utilizadas na Transição de Serviço são :

• Ferramentas de workflow

• Ferramentas de colaboração

• Ferramentas de relatórios e painéis de dashboard

• Ferramentas de deployment

• Ferramentas de coleta automatizada de inventário de hardware e

software

3.4. Operação de Serviço

Este é o estágio mais prolongado do ciclo de vida, pois o serviço deverá

ser mantido em bom estado operacional até que ele perca a sua utilidade e

seja aposentado, ou seja, a Operação de Serviço é o dia a dia do pessoal de

TI.

É importante reconhecer que o sucesso da Operação de Serviço

dependerá de todos os estágios anteriores do ciclo de vida do serviço. Se o

serviço foi mal planejado, então ele será desenhado incorretamente,

consequentemente a transição irá implantar um serviço em operação que

33

apresentará defeitos, por isso, durante todo o ciclo de vida cada estágio deve

validar o pacote de informação gerado pelo estágio anterior, para evitar que o

serviço seja projetado e implantado sem atender plenamente às necessidades

do negócio. Para que se possa ter ganhos com as práticas da ITIL na

organização, é necessário que todos os estágios do ciclo de vida estejam em

bom funcionamento .

Na maioria das organizações de TI que não tem boa gestão é muito

comum os serviços serem projetados se haver um bom entendimento dos

requisitos do cliente e do desenho adequado da infraestrutura, e após a

implantação do serviço é que se descobrem as falhas e iniciam-se as

correções. Este tipo de situação causa grandes impactos negativos como :

• Insatisfação dos usuários

• Piora da imagem de TI

• O tempo e o dinheiro que se gasta para corrigir falhas quando o

serviço já implantado é muito maior comparado às falhas que são

identificadas durante o estágio de Desenho de Serviço

• Cria demanda para a central de serviço com chamadas referentes a

erros e mau funcionamento do serviço

• Perdas financeiras para o negócio

O propósito da Operação de Serviços é coordenar e realizar as

atividades e processos necessários para fornecer e gerenciar serviços em

níveis acordados com usuários e clientes do negócio.

Processos bem desenhados e implantados serão de pouco valor se sua

operação do dia a dia não for bem conduzida, controlada e gerenciada.

Melhorias no serviço serão possíveis se as atividades diárias para monitorar o

desempenho, avaliar métricas e reunir dados não forem conduzidas

sistematicamente durante a Operação de Serviço. É na Operação de Serviço

que o usuário terá a percepção sobre o valor que a TI está entregando, pois é

neste momento que o usuário vai fazer o uso do serviço.

Como parte do ciclo de vida, a Operação de Serviço é responsável por

executar processos que otimizam o custo e a qualidade de serviços. Como

34

parte da organização, ela é responsável por permitir que o negócio atinja seus

objetivos.

Os objetivos da Operação de Serviço são :

• Conduzir, controlar e gerenciar a operação dos processos no dia a

dia.

• Ser responsável pelo gerenciamento da tecnologia em produção

usada para entregar serviços e suporte.

• Apoiar a Melhoria de Serviço Continuado através de monitoramento

do desempenho, analise de métricas e coleta de dados.

3.4.1. Conflitos na Operação de Serviço

O pessoal que está envolvido na Operação de Serviço terá que lidar

com alguns conflitos, logo, terão que balancear algumas delas, vejamos alguns

exemplos :

• Visão interna X Visão externa do negócio : O pessoal de YI não

pode ter apenas a visão interna, pois somente a visão interna pode

levar a focar em sistemas que não são importantes para o negócio,

por outro lado, só pensar no lado do cliente pode levar o pessoal de

TI a prometer o que não consegue cumprir. Os requisitos do negócio

dependem da capacidade da infraestrutura de TI existente., logo,

recomenda-se um equilíbrio entre as duas visões.

• Estabilidade X Agilidade : Os requisitos do negócio mudam o

tempo todo, e isto exige mudanças na TI. Se a TI pensa apenas na

estabilidade ela se torna lenta para adaptar-se às necessidades do

negócio, e se se torna muito ágil, não faz bom planejamento das

mudanças e perde estabilidade.

• Qualidade X Custo do Serviço : A Operação de Serviço precisa

oferecer serviços dentro dos níveis acordados. Os clientes estão o

tempo todo pressionando para que a qualidade dos serviços

aumentem, mas não se consegue oferecer alto qualidade com baixo

custo. Então a TI precisa fazer uso de recursos do nível ótimo.

35

• Reativo X Proativo : Uma TI reativa só faz coisa quando há uma

pressão externa, ou seja, só desenvolve um aplicativo quando o

negócio pede. Uma TI proativa está sempre buscando

oportunidades ou melhorias nos serviços. A proatividade é vista

como positivo, entretanto se a TI for muito proativa ela pode tomar

muito cara para a organização. Uma equipe é muito criativa quer

sempre inovar e pode perder o foco na necessidade real do negócio.

3.4.2. Ferramentas para a Operação de Serviço

Ferramentas podem assegurar que os processos de Operação de

Serviço possam funcionar de forma eficiente. Alguns tipos de ferramentas que

podem ser utilizadas na Operação de Serviço São :

• Ferramenta de auto ajuda

• Softwares para gerenciar incidentes e problemas

• Workflow para suportar os processos de operação

• Ferramenta de monitoramento de rede

• Gerador de relatórios e dashboard

3.5. Melhoria de Serviço Continuada ( MSC )

Esta ultima parte do ciclo de vida avalia os serviços e identifica formas

de melhorar a sua qualidade, também faz melhorias para garantir a eficiência e

eficácia dos processos em cada estágio do ciclo de vida.

O propósito primário da Melhoria de Serviço Continuada é

continuamente alinhar e realinhar os serviços de TI às mudanças de

necessidades do negócio, identificando e implantando melhorias nos serviços

que suportam os processos de negócio.

A melhoria é uma atividade contínua que vai acontecer durante todo o

ciclo de vida e deve focar em aumentar a eficiência, maximizar a efetividade e

otimizar o custo dos serviços e processos relacionados ao Gerenciamento de

36

TI. A única maneira de fazer isso é assegurar que as oportunidades sejam

identificadas durante todo o ciclo de vida do serviço.

A MSC tem como objetivos principais :

• Rever, analisar e fazer recomendações sobre oportunidades de

melhoria em cada estágio do ciclo de vida.

• Rever e analisar os resultados da realização de nível de serviço

• Identificar e implantar atividades para melhorar a qualidade do

serviço e melhorar a eficiência e eficácia dos processos que

habilitam o Gerenciamento de Serviço de TI.

• Melhorar o custo benefício da entrega de serviços de TI sem

sacrificar a satisfação do cliente.

• Assegurar que métodos de gerenciamento da qualidade aplicáveis

sejam usadas para suportar as atividades de melhoria contínua.

3.5.1. Modelo de MSC

Quando pensamos em melhoria contínua temos que saber onde

estamos e para aonde vamos. A MSC recomenda uma abordagem estruturada

para ajudar a melhoria de serviços e habilidades da TI. Este ciclo consiste em

6 questões, e se fizermos a sequencia de perguntas abaixo, certamente vamos

evitar a perda de foco ao fazer qualquer iniciativa de melhoria.

• Determinar a visão : a TI precisa saber quais são as metas do

negócio, e formar uma visão para ajustar a estratégia de TI com a

estratégia do negócio.

• Identificar aonde estamos agora : Saber qual é a situação atual,

para isso, se faz uma avaliação de processos , pessoas e

tecnologia.

• Identificar aonde se quer chegar : determinar prioridades

baseadas na visão do cliente, identificar o que precisa ser

melhorado primeiro.

37

• Saber como se chega lá : para isto faz-se um plano detalhado de

aperfeiçoamento do serviço, incluindo ações a serem executadas.

• Verificar se os objetivos foram alcançados : utilizar a

mensuração da qualidade e utilizar métricas para medir os

resultados.

• Deve-se manter o impulso : O ciclo deve ser repetido

continuamente para garantir os resultados positivos do

aperfeiçoamento.

Figura 10 – 6 perguntas do MSC

Fonte : TI Exames E-Learning 2008 ( Slide 16 – Modulo 8 )

Qual é a visão?

Aonde nós estamos agora ?

Aonde queremos estar ?

Como nós chegaremos lá ?

Chegamos lá ?

Como mantemos o impulso ?

38

CAPÍTULO IV

CASO DE SUCESSO

4.1 Siemens investe pesado em ITIL e já colhe bons

resultados

Quando, lá pelos idos de 2002, a divisão no Brasil da Siemens

Business Services (SBS), o braço de TI do grupo, recebeu o comunicado da

matriz, na Alemanha, informando que todas as unidades mundiais deveriam

adotar o ITIL, o padrão ainda era praticamente desconhecido por aqui. Era

também uma novidade para a própria área de TI, que passou a se debruçar

sobre o tema para montar o plano da matriz, até que em 2004 a divisão foi

surpreendida com a perspectiva de um crescimento acima do esperado e com

a decisão da companhia de torná-la um centro para a América Latina. Este foi,

na realidade, o estopim que fez com que a implantação do ITIL na SBS

deixasse de ser encarada como um processo meramente de âmbito local e

passasse a ser vista sob uma perspectiva mais ampla, e que acabou se

tornando um ambicioso projeto que vem sendo executado até hoje.

"De 2002 a 2004 passamos por um processo de

treinamento e pessoas para podermos montar um plano

de implantação do ITIL. Foi como se estivéssemos nos

preparando, aumentando nosso nível de maturidade, para

poder efetivamente fazer uma coisa mais concreta. E em

2004 tivemos essa situação bastante peculiar dentro da

SBS, que foram os indicativos de que haveria um forte

crescimento e que nos tornaríamos um hub da América

Latina", conta Gilberto Biasoto, gerente de operações da

SBS.

39

Diante desse cenário, o executivo diz que a SBS se deu conta de que o

modelo de operação até então empregado não servia mais para o passo que a

empresa queria dar. Biasoto diz que a primeira medida para modificar toda

essa estrutura foi a decisão, após reunião dos responsáveis pelo projeto com a

direção na Alemanha, de que como se tratava de uma mudança de cultura o

processo seria conduzido pela equipe local da SBS. "Todo o desenvolvimento

da estratégia, as definições das metas, das métricas e do que iria ser feito foi

definido localmente. A matriz apenas supervisionou o processo para verificar

se o projeto estava na direção correta", detalha.

Para colocar o plano de pé, a SBS recorreu à Ilumna, empresa que atua

em projetos de consultoria, implantação e treinamento em gestão de serviços

de TI. Segundo Biasoto, a Ilumna teve um papel fundamental nesse processo

por se tratar de uma empresa que, além de ser especializada em processos e

ferramentas, sabe lidar com pessoas. O executivo diz que, quando foi definido

que o projeto seria desenvolvido localmente, a equipe da SBS concluiu que

não conseguiria realizá-lo sozinha, daí a escolha da empresa.

O plano de implementação, ao contrário de como normalmente ocorre,

em vez de começar por áreas-chave ou disciplinas do ITIL, se baseou nos

problemas imediatos que a SBS tinha de resolver. Um deles, segundo Biasoto,

dizia respeito à expectativa elevada de entrada de novos clientes - o que, de

fato, acabou acontecendo. A equipe estava receosa de que a inserção desses

clientes piorasse a qualidade dos serviços não apenas para dos novos clientes,

mas para todos os demais que já utilizam os serviços da empresa. o foco do

projeto sobre problemas se mostrou uma decisão acertada.

4.1.1. Benefícios no curto prazo

Apesar de ainda não dispor de indicadores palpáveis para medir os

resultados, já que a implementação do ITIL foi finalizada em maio passado,

Biasoto diz que alguns benefícios já puderam ser constatados. "A gente

40

percebe que hoje conseguimos fazer rollouts de novos clientes sem que o SLA

médio de todos os outros clientes seja afetado. Outra coisa é que o próprio

rollout de novos clientes agora é feito de uma forma muito mais tranquila e

rápida. Em 30 dias a gente consegue fazer um rollout sem que haja muitos

problemas".

Outro benefício foi a redução no tempo médio de atendimento de

chamado, que caiu em torno de 30% para várias das áreas do grupo Siemens,

que também utiliza os serviços da SBS. "De modo geral, conseguimos ter

maior eficiência no tratamento dos incidentes, uma redução do tempo de

atendimento, manter o SLA médio a cada novo cliente e agora dispomos de

controles que antes não tínhamos", resume Biasoto.

A razão de a SBS ter começado a implementação do ITIL atacando os

pontos que poderiam vir a causar problemas, segundo o executivo, foi

estratégica e visou o crescimento sustentável da operação. "As questões que

se colocavam eram como manter a qualidade dos serviços, aumentar a

satisfação do cliente e diminuir os problemas em ambientes críticos", diz

Biasoto, ao explicar que isso consequentemente envolveu três disciplinas do

ITIL: gerenciamento de incidentes, de problemas e de configurações.

4.1.2. Orientação para Serviço

Na avaliação do sócio-diretor da Ilumna, Bruno Aguirre, um dos

aspectos que contribuiu para o sucesso da implementação do ITIL na SBS foi

o fato de a Siemens ter um programa chamado Service Initiative, o qual

estabelece como meta que 50% do faturamento da companhia seja gerado por

vendas de serviços até 2008. "O fato de já haver uma orientação para serviços

facilitou o nosso trabalho, embora assim mesmo tivéssemos que 'vender

internamente' o projeto, conta ele. Aguirre diz que as implementações de ITIL,

de modo geral, costumam demonstrar resultados no prazo de quatro a cinco

41

anos, mas afirma que os benefícios podem ser percebidos em cerca de seis

meses, que é exatamente o que vem acontecendo com a SBS.

A empresa, no entanto, já vem se preparando para medir seus

resultados através da coleta de informações para fazer o benchmark. "Isso é

de extrema importância porque todo projeto precisa comprovar seu retorno

para que se justifique", diz Biasoto, ao adiantar que a partir de janeiro de 2006

o projeto envolvendo o ITIL deve entrar numa outra etapa. Isso é parte também

da meta estabelecida pela matriz de que a SBS consiga a certificação

BS15000, num prazo entre 18 e 24 meses.

42

CONCLUSÃO

A implementação da ITIL não precisa ser necessariamente se realizada

por completo, ou seja, a empresa pode estabelecer níveis de maturidade para

essas implementações. Uma reestruturação de um Service Desk é um bom

exemplo de começo, através dele, podemos fazer com que a empresa já

introduza processo de Gerenciamento de Incidentes, evoluindo para

Gerenciamento de Problemas e Gerenciamento de Mudanças. A ideia é

justamente que essa implementação não seja feita de forma massiva, e sim

aos poucos, pois como eu já havia mencionado, esse tipo de mudança vai,

muitas vezes, contra o modo com que as pessoas executam suas tarefas.

Uma empresa com uma área de TI bem organizada não só traz como

benefício uma infraestrutura e entrega de serviços mais ajustados, mas

também ajuda as pessoas a desenvolver suas tarefas relacionados ao negócio

da empresa de maneira mais eficiente. O TI de uma empresa não só pode,

como deve influenciar positivamente no desempenho dos funcionários.

Em suma, o ITIL nos provê uma abordagem sistemática e profissional

do gerenciamento dos serviços e da infraestrutura de TI, oferecendo muitos

benefícios, como por exemplo :

• Redução de custos de TI

• Melhoria dos services de TI através da utilização de melhores

práticas comprovadas pelo mercado

• Melhoria da satisfação dos usuários através de uma abordagem

mais profissional da entrega de serviços

• Padrões e direcionamentos

• Melhoria da produtividade

• Melhoria do expertise

• Melhoria no relacionamento e contratação dos fornecedores de

serviços, utilizando as especificações do ITIL como padrão de

comparação em entrega de serviços.

43

ANEXOS

Índice de anexos

ANEXO 1 – LISTA DE SIGLAS 44

ANEXO 2 – VERBETES EM INGLÊS 45

44

ANEXO 1

LISTA DE SIGLAS

• TI : Tecnologia da Informação

• ITIL : Information Technology Infrastructure Library

• CCTA : Central Computer and Telecommunications Agency

• OGC : Office for Government Commerce

• ROI : Return On Investment

• GITIMM : Government Information Technology Infrastructure

Management Method

• ITMF : IT Management Forum

• ITSMF : IT Service Management FORUM

• ISO : International Organization for Standardization

• IEC : International Electrotechnical Commission

• COBIT : Control Objectives for Information and related Technology

• RACI : Responsible Accountable Consulted Informed

• PMBOK : Project Management Body of Knowledge

• PRICE2 : Projects in Controlled Environments 2

• MSC : Melhoria de Serviço Continua

• SBS : Siemens Business Services

45

ANEXO 2

VERBETES EM INGLÊS

• Framework : Estrutura;modelo

• Library : Biblioteca

• Refresh : Atualizar ; Dar nova forma

• Feedback : Comentátio;Parecer

• Workflow : Fluxo de trabalho

• Dashboard : Painel de Instrumentos

• Deployment : Desenvolvimento; Desdobramento

• Rollout : Retroceder ; Voltar um estágio

• Services : Serviços

• Expertise : Perícia; Coenhecimento específico

46

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

MARCELO GASPAR & THIERRY GOMEZ & ZAILTON MIRANDA , “ T.I.

Mudar e Inovar: Resolvendo Conflitos com Itil®v3 Aplicado a um Estudo

de Caso” , Senac, 2010

MARCOS ANDRÉ DOS SANTOS FREITAS, “Fundamentos do

Gerenciamento de Serviços de TI: Preparatório para a Certificação ITIL®

V3 Foundation”,Brasport, 2010

47

WEBGRAFIA CONSULTADA

http://www.ilumna.com/v2/casos/caso_sbs.htm - Acessado em 25/12/2011

http://www.tiexames.com.br/ - Curso e-learning “Fundamentos no

Gerenciamento de Serviços de TI com base na ITIL® v3 “ concluído em

10/11/2011

48

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGREDECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - HISTÓRIA DA ITIL 09

1.1 Cenário Mundial 09

1.2 Evolução da ITIL 11

CAPÍTULO II - ITIL E SEUS CONCEITOS BÁSICOS 14

2.1 O que é ITIL ? 14

2.2 Razões para adotar a ITIL 14

2.3 Estrutura da ITIL 16

2.4 Conceitos básicos para implantação da ITIL V3 17

2.4.1 O que é boa prática ? 17

2.4.2 O que é Gerencia de Serviço de TI ? 18

2.4.3 Função 18

2.4.4 Processo 18

2.4.5 Papéis 21

CAPÍTULO III – CICLO DE VIDA DO SERVIÇO 22

3.1 Estratégia de Serviço 24

3.1.1 Os 4P’s da Estratégia 25

3.1.2 Ferramentas para a Estratégia de Serviço 26

3.2 Desenho do Serviço 26

3.2.1 Os 4P’s de Desenho 28

3.2.2 Ferramentas para o Desenho de Serviço 29

3.3 Transição de Serviço 29

3.3.1 Ferramentas para a Transição de Serviço 31

3.4 Operação de Serviço 31

49

3.4.1 Conflitos na Operação de Serviço 33

3.4.2 Ferramentas para a Operação de Serviço 34

3.5 Melhoria de Serviço Continua ( MSC ) 34

3.5.1 Modelo de MSC 35

CAPÍTULO IV – CASO DE SUCESSO 37

4.1 Siemens investe pesado em ITIL 37

4.1.1 Benefício no curto prazo 38

4.1.2 Orientação para Serviço 39

CONCLUSÃO 41

ANEXO - INDICE 43

ANEXO 1 – Lista de Siglas 44

ANEXO 2 – Verbetes em Inglês 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46

WEBGRAFIA CONSULTADA 47

ÍNDICE 48