universidade cÂndido mendes pÓs-graduÇÃo latu sensu … · sendo ele o criador do nosso planeta...

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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUÇÃO LATU SENSU IAVM ANÁLISE COMPARATIVA SOBRE A PROPOSTA DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO POR: MÔNICA GRIPP TAVARES ORIENTADOR PROF. FRANCISCO DE JESUS CARRERA RIO DE JANEIRO 2011

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1

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUÇÃO LATU SENSU

IAVM

ANÁLISE COMPARATIVA SOBRE A PROPOSTA DO NOVO CÓDIGO

FLORESTAL BRASILEIRO

POR: MÔNICA GRIPP TAVARES

ORIENTADOR

PROF. FRANCISCO DE JESUS CARRERA

RIO DE JANEIRO

2011

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUÇÃO LATU SENSU

IAVM

ANÁLISE COMPARATIVA SOBRE A PROPOSTA DO NOVO CÓDIGO

FLORESTAL BRASILEIRO

Apresentação de monografia do Instituto A Vez do Mestre –

Universidade Cândido Mendes, como requisito para obtenção

ao grau de especialista em Direito Ambiental.

Por: Mônica Gripp Tavares

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que me proporcionou mais esta vitória.

Ao meu marido e a meus filhos, que sempre me apoiaram e

me estimularam a prosseguir, privando-se de minha atenção e

companhia para que eu pudesse chegar até aqui. Amigos e

professores pelo carinhoso auxílio, apoio e cooperação. Em

especial, agradeço ao Professor Francisco Carrera, por seu

entusiasmo ao nos trazer as matérias e informações relativas

ao nosso estudo, por seu empenho e dedicação, por sua vasta

experiência, capacidade e inteligência e sobretudo, por sua

sensibilidade...

4

DEDICATORIA

Dedico a Deus a conclusão deste trabalho e deste curso, pois

sendo Ele o criador do nosso planeta Terra, do homem e de

toda natureza, fez tudo lindo e perfeito, para que pudéssemos

viver em harmonia e desfrutarmos do melhor. Faço esta

dedicatória pedindo desculpas por não estar cuidando do

planeta e da natureza como deveria, mas com o firme

propósito de atuar daqui pra frente, consciente de que devo

obedecer à orientação que nos foi dada desde o inicio da

criação: “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou

no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.” (Genesis

2:15)

5

RESUMO

O presente estudo não tem o propósito de esgotar o assunto em tela, até porque o

mesmo ainda está em discussão, agora no Senado, aguardando votação dos

senadores, mas propõe-se a comparar as diversas opiniões e críticas trazidas à tona

pelas duas bancadas divergentes, a dos ruralistas e a dos ambientalistas, de modo a

sopesar ambas as opiniões, com o intuito de obter maiores informações e

esclarecimentos para que possamos compreender o porquê de tantas divergências.

Não há dúvidas de que são necessárias mudanças no atual Código Florestal

Brasileiro, Lei nº 4.771/65, entretanto essas alterações necessitam de muita cautela

para serem aprovadas, e também de muito estudo, de prudência e de fiscalização,

pois em 46 anos de vigência, a lei não impediu que seus ditames fossem

desrespeitados, de modo, que daqui pra frente, é preciso que a lei seja, antes de

mais nada, respeitada e obedecida criteriosamente, senão, de nada adiantará alterá-

la novamente.

6

METODOLOGIA

A pesquisa para obtenção de informações e dados para a elaboração do presente

estudo, foi feito somente através da internet e de jornais, pois, sendo um assunto

atual, propondo a alteração de uma lei, no caso a lei nº 4.771/65, mais conhecido

como Código Florestal, cujos termos ainda estão em discussão, o que se tem são

apenas textos ou artigos lançados diariamente na mídia, através destes

instrumentos de informação de massa, contendo críticas, comparações e

informações sobre os diversos argumentos, tanto a favor como contrários, ficando

na verdade a pesquisa no aguardo de seu desfecho. Entretanto, como a proposta é

apenas traçar linhas de comparação entre os argumentos apresentados para

aprovação da nova lei, a pesquisa alcançou seu objetivo, porque será em cima

destes fundamentos que será votada a nova lei, a qual, espera-se, seja recheada de

equilíbrio e bom senso.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

1. BREVE HISTÓRICO SOBRE A LEGISLAÇÃO FLORESTAL NO BRASIL 11

2. A PROPOSTA DE REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL 16

2.1 Pontos incluídos no texto da proposta sem o consentimento do governo 18

3. COMPARAÇÃO ENTRE A LEI ATUAL E AS PROPOSTAS APRESENTADAS

PELA REFORMA 19

3.1 Em relação à Área de Preservação Permanente (APP) 19

3.2 Em relação à Reserva Legal 20

3.3 Em relação à Anistia e à Regularização Ambiental 22

4. CRÍTICAS APRESENTADAS PELOS AMBIENTALISTAS AO

PROJETO DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL. 23

5. JUSTIFICATIVAS APRESENTADAS PELA BANCADA RURALISTA

PARA APROVAÇÃO DA REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL. 28

6. UM CASO CONCRETO QUE PODE JUSTIFICAR A REFORMA 31

7. CONCLUSÃO 33

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34

8

INTRODUÇÃO

A proposta trazida ao Congresso pelo Deputado Federal Aldo Rebelo do

Partido Comunista do Brasil – SP tem sido alvo de críticas violentas e debates

acirrados entre os congressistas, bem como matéria importante, divulgada

diariamente em jornais e revistas nos últimos meses.

Nascida no interior do Estado de Minas Gerais e também proprietária de

um pequeno sítio na região sudeste do Estado, antiga zona da mata mineira, onde

predomina a cultura do café, interessei-me pelo assunto ao ouvir alguns amigos

discutindo sobre uma reunião que tiveram no Funrural – Fundo de Assistência ao

Trabalhador Rural, onde lhes foi passada a informação de que teriam de atender as

exigências contidas no atual Código Florestal, caso contrario, seriam penalizados

com pesadas multas. Muito agitados, demonstrando bastante descontentamento e

preocupação, diziam que se forem obrigados a atender a todas as exigências que

lhes foram apresentadas, seria melhor abandonar a propriedade e ir mendigar na

cidade... Pensando no que ouvi, passei a me interessar um pouco mais pelo

assunto, na tentativa de entender quais são as propostas apresentadas e no que

poderiam beneficiar os pequenos proprietários rurais e porque tantas críticas ao

referido projeto de alteração do Código Florestal Brasileiro.

Na verdade, a votação do Projeto de Lei nº 1.876/99 divide a opinião de

ambientalistas e ruralistas e até do governo, sem chegarem a um consenso sobre a

matéria. Entretanto, na noite de terça-feira, dia 24 de maio de 2011, os

parlamentares aprovaram o texto-base do novo Código Florestal brasileiro.

Para alguns, o que está sendo proposto não tem embasamento científico

e a reclamação dos produtores rurais em relação às exigências do atual Código

Florestal não se justificam. Entendem que pelo fato do Código ser de 1965, há

necessidade de se atualizarem determinados tópicos, mas não acreditam que as

exigências do código atual inviabilizem a atividade rural de suas propriedades.

9

Por outro lado, a bancada ruralista, que apóia fortemente a proposta

apresentada pelo Deputado Aldo Rebelo, defende as alterações por entender que

sem estes ajustes o agronegócio será afetado de forma irreversível, prejudicando

principalmente o pequeno agricultor, cuja propriedade poderá se tornar inviável se

forem obrigados a se ajustarem ao atual Código Florestal.

Segundo afirma o relator do projeto, Deputado Aldo Rebelo, a aprovação

da proposta irá beneficiar cerca de 90% dos produtores rurais do país e que o

projeto foi feito para regularizar os pequenos produtores rurais que estão na

ilegalidade, face ao atual Código.1

Para os ambientalistas é inaceitável a proposta apresentada e entendem

que aprovar tal medida será um retrocesso legislativo que irá trazer grandes

prejuízos ambientais para o país. A conexão que existe entre a Constituição Federal,

a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81) e o Código Florestal

(Lei nº 4.771/65), dentre outras normas ambientais, permitiu a formação de um

conteúdo normativo considerado um dos melhores do mundo. Entretanto, como

ocorre em todas as áreas, a relação entre a legislação e seu efeito real é complexo,

e sua efetividade relativa. Estamos caminhando para permitir, que aconteça o

mesmo que ocorreu nos séculos passados, que os interesses econômicos

prevaleçam sobre os interesses ambientais.2

Neste cenário, é preciso cautela. É preciso diálogo. É preciso

ponderação. O Código Florestal é a legislação que determina como deve ser a

preservação das florestas e de toda vegetação no país, bem como a preservação

dos recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, a

fauna e flora, a proteção do solo e do subsolo, combinados com a produção de

alimentos e a criação do gado, garantindo ao homem viver num ambiente sadio e

equilibrado ecologicamente.

1 Novo Código Florestal desagrada ambientalistas e bancada ruralista. Disponível em: <http://gazetadopovo.com.br.> Acesso em 10 jun. 2011. 2 AMARAL. Priscila Cristina. Reforma do Código Florestal. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br.> Acesso em: 10 jun. 2011.

10

É uma discussão séria que precisa ser analisada com

responsabilidade, pois está em jogo o nosso futuro comum. O nosso planeta. A

nossa existência e a existência das futuras gerações.

11

1- BREVE HISTÓRICO SOBRE A LEGISLAÇÃO FLORESTAL NO BRASIL

As primeiras normas no Brasil, destinadas à proteger a natureza,

remontam os tempos coloniais. Entretanto, essa preocupação era voltada de forma

específica para alguns setores da economia. Naquele tempo, a preocupação da

Coroa Portuguesa era preservar seu estoque madeireiro, pois a exploração da

madeira e de seus subprodutos representava a base da economia da colônia e era

monopólio da Coroa. Na verdade, apesar dos recursos florestais serem os primeiros

bens de interesse do poder público a receber proteção legal, o interesse era

puramente econômico. A Coroa chegou a definir penas severas para quem

desrespeitasse as regras de utilização do solo e das florestas existentes, chegando

a aplicar a pena do exílio e até mesmo a pena de morte.3

Mesmo depois do Brasil independente, essa mentalidade de proteger

setores da economia prevaleceu por muito tempo. Foi na década de 30, quando o

país passava por modificações políticas relevantes, que os interesses voltaram-se

também para outros recursos que não apenas os florestais, e passaram a editar

códigos, sendo criados nesta época, o Código Florestal, o Código das Águas, de

Caça e o de Mineração, todos voltados para proteção de determinados recursos

ambientais de importância econômica.4

O Primeiro Código Florestal do Brasil foi instituído através do Decreto

23.793, de 23 de janeiro de 1934, e inicialmente estabeleceu o conceito de florestas

protetoras, muito parecido com o conceito das Áreas de Preservação Permanente

(APPs), só que não previa as distâncias mínimas para a proteção dessas áreas.

Nesta época foi definido também um tipo de reserva florestal nas propriedades, com

o intuito de garantir o fornecimento de carvão e lenha, muito consumidos nessa

época, sendo permitida a abertura de apenas 75% da área de matas existentes na

propriedade. Entretanto, era autorizada a substituição dessas matas pelo plantio de

3 Evolução Histórica do Código Florestal Brasileiro. Disponível em: <http://www.canaldoprodutor.com.br/codigoflorestal/historico-da-proposta.> Acesso em: 14 jun. 2011. 4 Idem.

12

florestas homogêneas, para futura utilização e melhor aproveitamento industrial.

Esse pensamento foi seguido pelo atual código florestal. 5

Assim dispunha o antigo código florestal:

“Art. 4º Serão consideradas florestas protectoras as que, por

sua localização, servirem conjuncta ou separadamente para

qualquer dos fins seguintes:

a) conservar o regimen das águas;

b) evitar a erosão das terras pela acção dos agentes naturaes;

c) fixar dunas;

d) auxiliar a defesa das fronteiras, de modo julgado necessario

pelas autoridades militares;

e) assegurar condições de salubridade pública;

f) proteger sitios que por sua belleza mereçam ser

conservados;

g) asilar especimens raros de fauna indígena”.

O antigo código chegou a insinuar um tipo de reserva legal:

“Art. 8º Consideram-se de conservação perenne, e são

inalienaveis, salvo se o adquirente se obrigar, por si, seus

herdeiros e successores, a mante-las sob o regimen legal

respectivo, as florestas protectoras e as remanescentes.”

Foi a partir dos anos 60, que as atenções começaram a se voltar um

pouco mais para a natureza, reconhecendo que os recursos naturais são finitos e

devem ser explorados de forma racional, de modo a transformá-los em riqueza, sem,

no entanto destruí-la, e sem prejudicar a saúde e o bem estar de população. Deste

5 Idem.

13

período datam, dentre outras, o Estatuto da Terra (Lei nº 4.504, de 30.12.1964), o

atual Código Florestal (Lei nº 4.771, de 15.09.1965), a Lei de Proteção à Fauna (Lei

nº 5.197, de 03.01.1967), o Código de Pesca (Decreto-Lei nº 221/67), o Código de

Mineração (Decreto-Lei nº 227/67), o Decreto-Lei nº 289/67 que criou o Instituto

Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, com finalidade de “cumprir e fazer cumprir”

tanto o Código Florestal, como a Lei de Proteção à Fauna. Também nessa década

foram criados Parques Nacionais e Reservas Biológicas e instituídas reservas

indígenas.

Na década de 70, a Conferência das Nações Unidas para o Meio

Ambiente realizada em Estocolmo (1972), foi um evento que marcou de forma

positiva o Brasil, dando uma nova direção à legislação ambiental, culminando na

criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), pelo Decreto nº 73.030,

de 30 de outubro de 1973, como órgão autônomo da Administração Direta, no

âmbito do Ministério do Interior, cujos objetivos estavam diretamente voltados para o

uso racional dos recursos naturais e para a conservação do meio ambiente.

O Brasil nesta Conferência defendeu a posição de que o homem era o

principal sujeito da proteção ambiental, e que a pobreza, aliada a falta de

saneamento básico e de cuidados com a saúde pública é tão maléfica quanto a

poluição causada pelas indústrias, que trazem o benefício da riqueza e do

progresso. Não aceitava deixar de produzir e continuar na miséria. No entanto,

entendemos hoje que é preciso equilibrar ambas as circunstâncias para que possa

haver no país um desenvolvimento verdadeiro. É o que estão chamando atualmente

de desenvolvimento sustentável.6

O Código Florestal desde sua instituição sofreu diversas alterações,

sendo uma delas através da Lei nº 7.511/86, que modificou o conceito de reserva

legal e APP’s. Pelo Código de 34, a reserva legal podia ser totalmente desmatada,

desde que a mata nativa fosse substituída por plantio de outras espécies, inclusive

exóticas. A nova lei não mais permitia o desmatamento das áreas nativas, mas

permitia ao proprietário repor as áreas desmatadas com espécies exóticas e fazer

uso econômico das mesmas. Essa lei alterou também os limites das APP’s,

6A Conferência de Estocolmo. Evolução histórica – 02. Disponível em: <http://amaliamaria.blogspot.com/2007/09/desenvolvimento-sustentável-evolução> Acesso em: 10 jun. 2011.

14

originalmente de 05 metros para 30 metros, sendo que nos rios com mais de 200

metros de largura a APP passou a ser equivalente à largura do rio.

Já em 1989, a Lei Federal nº 7.803 decidiu que fossem utilizadas na

reposição das florestas, prioritariamente espécies nativas, sem deixar, no entanto,

de proibir a utilização de espécies exóticas. Esta lei instituiu a Reserva Legal,

limitando o uso de um percentual da área da propriedade rural, que não poderia ser

desmatada. Criou também a obrigação de 20% de reserva legal para áreas de

cerrado, que era obrigatória somente para áreas de florestas. A partir desta lei, a

fase da “reserva florestal” chegou ao seu término, sendo substituída a partir de

agora pela “reserva legal”. Esta lei determinou também, que a averbação da reserva

legal fosse feita à margem da matrícula do imóvel no registro de imóveis

competente.7

Esta lei alterou o tamanho das APP’s nas margens dos rios ou de

qualquer curso d’água e criou novas áreas localizadas ao redor das nascentes e

olhos d’água; nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do

relevo e ainda em propriedades com áreas com altitude superior a 1.800 (mil e

oitocentos) metros qualquer que seja a vegetação, bem como em qualquer situação

que se enquadre no art. 3º da lei.

Em 1996, a Medida Provisória 1511/96, restringiu ainda mais o

desmatamento em áreas de floresta, e posteriormente, a Medida Provisória 2166-

67/2001, sem aumentar o percentual da reserva legal a ser mantida, permitiu o

desmatamento de apenas 20% nas áreas de floresta. Esta MP definiu reserva legal

como sendo “área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,

excetuando a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos

recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à

conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas”. O

tipo de vegetação e a sua localização nas propriedades vão determinar o tamanho

7Evolução Histórica do Código Florestal Brasileiro. Disponível em: <http://www.canaldoprodutor.com.br/codigoflorestal/historico-da-proposta.> Acesso em: 14 jun. 2011.

15

mínimo da reserva legal a ser mantida. No bioma Amazônia, o mínimo é de 80%. No

cerrado amazônico, 35%. Nas demais regiões e biomas, 20%.8

A MP 2166-67/2001 alterou também o conceito de APP, que passou a ser

definida como faixa marginal dos cursos d’água cobertos ou não por vegetação,

sendo que na redação anterior, era apenas a faixa coberta por vegetação. Nas

pequenas propriedades ou posse rural familiar, ficou definido que podem ser

computados no cálculo da área de reserva legal os plantios de árvores frutíferas

ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema

intercalar ou em consórcio com espécies nativas.9

Outras alterações foram acrescentadas ao Código Florestal atual,

entretanto, pertinente ao nosso tema, são estas as modificações que nos interessam

apresentar.

8 Idem. 9 Idem.

16

2 – A PROPOSTA DE REFORMA DO CÓDIGO FLORESTA

A proposta de reforma do Código Florestal, apresentada pelo Deputado

Aldo Rebelo, do partido PCdoB-SP, é bastante polêmica, dividindo opiniões entre

ruralistas, ambientalistas e também do governo, numa disputa acirrada quanto à sua

aprovação.

Os ruralistas querem sua aprovação o mais rápido possível, e os

ambientalistas, unidos em defesa do meio ambiente, entendem que a proposta é um

retrocesso.10

Os ruralistas entendem que o código florestal como está hoje impede o

desenvolvimento do agronegócio, que é responsável pela movimentação da

economia em muitos estados do Norte e Centro Oeste do Brasil. Com esse

entendimento, apresentam seus argumentos justificando as mudanças ao código

florestal, que resumidamente são as seguintes:

• Anistia geral aos produtores que desmataram Reservas Legais

e áreas de Preservação Permanente;

• Redução da área da Reserva Legal no Cerrado de 50% para

20%;

• Redução da área de Reserva Legal da Amazônia de 80% para

50%;

• Reflorestamentos poderá ser feito com eucaliptos ou com pinus

(espécies exóticas) e ainda com plantios de eucaliptos, manga, côco, limão

ou outras culturas, por exemplo, que serão consideradas como Reserva

Legal, recebendo status de vegetação nativa;

• Redução da Área de Preservação Permanente (APP).

Florestas nativas poderão ser convertidas em lavouras nas propriedades

mais produtivas, sem qualquer licença das autoridades ambientais e a 10 NOLASCO, Patrícia. Proposta do novo Código Florestal divide opiniões. A Tribuna do Advogado. Edição Regional. Fevereiro/2011 Número 13. ano XXXV. pág. 15.

17

exploração econômica de florestas e outras formas de vegetação nas áreas

de preservação permanente serão permitidas. Será permitido também que

as florestas de preservação permanente sejam usadas para realização de

construções, aberturas de estradas, canais de derivação de água e ainda

atividades de mineração e garimpo.11

Os ambientalistas por sua vez, também apresentam suas críticas à

proposta, sendo uma delas o fim da obrigação de se recuperar áreas desmatadas

ilegalmente até 2008. Consideram que é uma anistia ampla, geral e irrestrita para

aqueles que praticaram crime ambiental e ocuparam áreas de forma irregular. Os

responsáveis estão livres de pagar multa pelo estrago.12

Outro item inaceitável para os ambientalistas é a redução da Área de

Proteção Permanente (APP) dos atuais 30 metros para 15 metros de faixa marginal,

de modo que a distância mínima entre a plantação e o rio cai drasticamente, além da

demarcação das matas ciliares protegidas ser a partir do leito menor do rio e não do

nível maior do curso d’água, o que, de acordo com os ambientalistas, aumenta o

risco de inundações e desabamentos.13

Outro ponto também muito debatido pelos ambientalistas, considerado

protetivo do pequeno produtor rural, foi a decisão de liberar algumas propriedades

da obrigação legal de manter uma área preservada, ou seja, propriedades com até

quatro módulos fiscais, que variam entre 05 e 400 hectares, de acordo com o

estado, não precisam manter a reserva legal, podendo usar toda a propriedade para

a agropecuária. Nesse ponto, a grande preocupação dos ambientalistas é que, como

a lei não faz referência à condição socioeconômica do beneficiado, grandes

proprietários também vão poder se beneficiar, pois, na prática, essa medida vai

estimular a fragmentação de imóveis rurais permitindo que grandes proprietários

11 Novo Código Florestal ameaça o meio ambiente brasileiro. Disponível em: <http://altamontanha.com/colunas.asp?newsID=2283> Acesso em: 17 jun.2011. 12 Novo Código Florestal desagrada ambientalistas e bancada ruralista. Disponível em: <http://gazetadopovo.com.br > Acesso em 17 jun. 2011 13 NOLASCO, Patrícia. Proposta do novo Código Florestal divide opiniões. A Tribuna do Advogado. Edição Regional. Fevereiro/2011 Número 13. ano XXXV. pág. 15.

18

adquiram pequenas propriedades, sem a obrigação de manter a reserva legal, o que

levaria a um problema ambiental sério no futuro.14

2.1 Pontos incluídos no texto da proposta sem o consentimento do

governo

1. Programa de Regularização Ambiental (PRA). O governo defende que apenas a

União tem o direito de elaborar o PRA, entretanto, o relator e a bancada ruralista

querem que cada Estado possa definir os limites de preservação, podendo inclusive

diminuí-los, como fez o Estado de Santa Catarina.

2. O governo concorda em aprovar plantações de café, maçã e uva em topo de

morros, borda de tabuleiro e chapada e áreas com mais de 1.800 metros de altitude,

locais considerados APPs. A bancada ruralista quer aprovar a manutenção também

de culturas como a de cana-de-açúcar, e a criação de gado intensivo nestas áreas.

3. Nas áreas de encostas entre 25° e 45° o governo somente concorda com o cultivo

de espécies frutíferas nestes locais. Os ruralistas querem aprovar também a

manutenção de culturas como a da cana-de-açúcar.

4. O governo não quer aceitar a redução da Reserva Legal dos atuais limites de 80%

para 50% na Amazônia Legal propostos pelos ruralistas.

5. O ruralistas propõem ao produtor rural que, após cumpridas todas as exigências

do PRA, suas multas serão convertidas em preservação. O governo não entender

ser possível recuperar áreas desmatadas para a atividade agropastoril e ao mesmo

tempo, mantê-las.

6. O relatório retira do texto dois artigos que previam punição para quem desmatou

ilegalmente. O governo não concorda em retirar artigos que punem quem foi

condenado em processo administrativo e é reincidente na infração.15

14 Idem. 15 O Código da discórdia. Jornal O Globo. Disponível em: http://pib.socioambiental.org. Acesso em: 12 mai. 2011.

19

3. COMPARAÇÃO ENTRE A LEI ATUAL E AS PROPOSTAS APRESENTADAS PELA REFORMA

3.1 Em relação à Área de Preservação Permanente (APP)

Um dos tópicos mais discutido pelos ambientalistas é o que dispõe sobre

as APPs. Atualmente é considerado APP, de acordo com o artigo 2º do Código

Florestal, o local onde a vegetação nativa tem que ser preservada, que são,

dentre outras:

• Ao longo dos rios ou de qualquer outro curso d’água.

• Nas encostas com declividade superior a 45°.

• Nas nascentes ou olhos d’água devem ser mantidas matas num raio

mínimo de 50 metros de largura.

• Nas restingas que são fixadoras de dunas e estabilizadoras de mangues.

• Nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do

relevo, em faixa mínima de 100 metros horizontais.

• Nas áreas com altitude superior a 1.800 metros.

Atualmente, a lei protege no mínimo 30 metros de extensão a partir das

margens dos rios, encostas íngremes (acima de 45º), topos de morros, restingas.

E quem desmatou é obrigado a recompor as matas.

A proposta de Reforma do Código Florestal aprovada em 06 de julho de

2010, pela Comissão Especial, com objetivo de regularizar pequenos

proprietários rurais que atualmente estão na ilegalidade, frente ao atual Código

Florestal, pretende reduzir os limites de proteção das áreas de APP, alterando a

faixa mínima, nas beiras de rios, ou seja, quem desmatou vegetação nativa às

margens de rios de até 10 metros de largura, não será obrigado a recuperar

todos os 30 metros que a atual lei exige, poderá reflorestar apenas metade, ou

seja, 15 metros.

20

Topos de morros e áreas com altitude superior a 1.800 metros de altitude

deixam de ser protegidas. Demais áreas, mesmo continuando a ser formalmente

protegidas, poderão ser ocupadas por plantações, pastagens ou construções

caso tenham sido desmatadas até 2008 e sejam consideradas pelos governos

estaduais como áreas consolidadas. Veredas também passam a ser

consideradas APP’s.

Neste caso, as áreas consolidadas são aquelas em que as plantações já

existem, e a proposta do novo código é que plantações como as culturas de café,

maçã, uva e fumo, dentre outras ou de atividades silviculturais, assim como a

infraestrutura física ligada a elas, sejam permitidas em topos de morros e

encostas com inclinação acima de 25 graus, que são classificadas como APPs,

desde que não exijam novos desmatamentos para que sejam mantidas ou

plantadas.16

O novo Código também pretende regularizar o que na prática já vem

ocorrendo nas APPs, que é o desenvolvimento de atividades de ecoturismo e

turismo rural.

3.2. Em relação à Reserva Legal

A reserva legal da propriedade rural é um percentual de mata nativa que

deve ser preservado, sendo que esse percentual varia de acordo com a região

onde a propriedade está localizada.

A Reserva Legal pelo atual código é definida como “área localizada no

interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação

permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação

e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao

abrigo e proteção da fauna e flora nativas.”

16 AMARAL. Priscila Cristina. Reforma do Código Florestal. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br.> Acesso em: 10 jun. 2011.

21

Dispõe o atual Código, que toda propriedade ou posse rural, tem de

manter um mínimo de vegetação nativa. Nas propriedades situadas em áreas de

floresta localizada na Amazônia legal, o percentual a ser reservado é de 80%.

Nas propriedades situadas em área de cerrado, localizadas também na

Amazônia legal, o percentual é de 35%. Nas propriedades situadas em área de

floresta ou outras formas de vegetação nativa, localizada nas demais regiões do

país, e naquelas localizadas em qualquer região em área de campos gerais, a

reserva é de 20%. Quem não tem área preservada tem que recuperar ou

compensar.

A recomposição em pequena propriedade ou posse rural pode ser feita

com espécies frutíferas, ornamentais ou industriais, podendo ser compensada a

falta de reserva em seu imóvel com o arrendamento de outra área, com

vegetação preservada, situada na mesma bacia hidrográfica.

O projeto apresentado permitirá que todos os produtores rurais com

imóveis de até quatro módulos fiscais sejam dispensados de reflorestar a reserva

legal desmatada ilegalmente. Considerando que cada módulo corresponde a

uma área que varia entre 05 a 400 hectares, de acordo com o estado, pode-se

entender que propriedades com até 400 hectares não serão obrigadas a manter

qualquer tipo de vegetação nativa. E, propriedades cuja área destinada à

Reserva Legal tenha sido desmatada até a promulgação da lei, não precisará ser

recuperada. Nas demais propriedades, com mais de quatro módulos fiscais,

a área terá de ser recuperada, mas será menor do que o percentual exigido

atualmente, porque não será calculada com base na área total do imóvel, mas

apenas na área que exceder aos quatro módulos fiscais. Se a propriedade, por

exemplo, tiver 10 módulos, a área destinada à reserva legal será calculada

apenas sobre 6 módulos fiscais. Será permitido ainda compensar a área devida

em outro local, mesmo que distante milhares de quilômetros, desde que pertença

ao mesmo bioma. Poderá também ser compensada em dinheiro a ser doado a

um fundo para regularização de unidades de conservação.

Os proprietários rurais nestas condições serão obrigados a manter Áreas

de Preservação Permanente (vegetação nativa em margens de rios, topos de

22

morros e encostas) e ainda terão de registrar como reserva legal a mata nativa

que ainda restar em suas propriedades.

A preocupação dos ambientalistas fundamenta-se no fato de

que no país, mais de 90% das propriedades rurais tem até quatro módulos

fiscais, e grande parte delas encontram-se na região sul e sudeste, o que pode

levar a acontecer no futuro, é que nestas regiões não vão mais existir áreas com

vegetação nativa, pois são essas regiões as que possuem o maior número de

APP’s com ocupação consolidada. Preocupa muito também os ambientalistas o

fato de que, grandes propriedades sejam divididas de forma ficticia apenas para

se isentarem de ter de recuperar essas áreas, algo que, aliás, já vem

acontecendo. Infelizmente, é muito difícil fiscalizar todas estas áreas e situações

para impedir esse tipo de fraude, da mesma forma que é muito difícil fiscalizar se

as áreas arrendadas em outras localidades estarão sendo mesmo preservadas,

de modo que vai acabar prevalecendo a irregularidade.17

2.3. Em relação À Anistia e À Regularização Ambiental

Hoje, os proprietários que não preservaram as APP’s e nem mantiveram a

Reserva Legal, ou se a desmataram ilegalmente, estão sujeitos à multas caso se

recusem a recuperá-las e podem até mesmo ter suas produções embargadas.

O Projeto do novo código em seu artigo 24 impede autuações e suspende

as multas que já foram aplicadas por corte irregular de vegetação nativa em APP,

áreas de Reserva Legal ou em área de inclinação entre 25º e 45º praticados até

22 de julho de 2008.

Os Estados terão cinco anos, a partir da publicação da lei, para criar

Programas de Regularização Ambiental (PRA), sendo que os proprietários que

aderirem ao programa de regularização não poderão ser multados nesse período

e as multas dadas ficarão suspensas. Os que concordarem com o programa de

17 Idem.

23

regularização ficarão dispensados da multa e dispensados também da

recuperação das áreas ilegalmente desmatadas.

Os ambientalistas não aceitam que os mais graves crimes cometidos

contra o meio ambiente sejam ignorados e fiquem sem punição pela simples

adesão e cumprimento do programa de regularização ambiental.18

18 O Código da discórdia. Jornal O Globo. Disponível em: http://pib.socioambiental.org. Acesso em: 12 mai. 2011.

24

4. CRÍTICAS APRESENTADAS PELOS AMBIENTALISTAS AO PROJETO DO

NOVO CÓDIGO FLORESTAL.

São muitas as críticas dirigidas ao Projeto apresentado pelo deputado

Aldo Rebelo, aprovado em comissão especial em julho de 2010. Entretanto, as

mesmas têm sido rebatidas, com o firme propósito do deputado, com apoio da

bancada ruralista, de dar continuidade ao Projeto e levar adiante suas

convicções, que tem como principal fundamento, legalizar os pequenos

proprietários rurais que trabalham em regime familiar, cujas propriedades se

tornarão inviáveis, caso sejam obrigados a cumprir a legislação atual, pelo fato

de serem pequenas e não comportarem as exigências legais do atual código

florestal.

Em relação às APP’S, a preocupação dos ambientalistas é muito grande

e sobre elas são lançadas as maiores criticas, porque estas áreas, por estarem

irregularmente ocupadas, são vítimas de deslizamentos e enchentes, e

continuarão a sofrer assoreamento o que levará inclusive à seca dos rios. Estas

áreas estão condenadas a conviver para sempre com esses problemas, porque

não serão recuperadas e as ocupações desordenadas vão continuar, e agora, de

forma legalizada.19

Justificam os ambientalistas que os limites impostos pela legislação atual

para proteção das APPs, não foi colocada por acaso, mas são frutos de

pesquisas e muitos estudos, com bases científicas, sem falar que foi uma

crescente conquista legislativa, que desde o Decreto nº 23.793/34, passando

pela atual Lei nº 4.771/65 até a mais recente alteração pela Lei nº 7.803/89, vem

demonstrando claramente o nível de conscientização que vem ocorrendo em

relação ao meio ambiente no país.

De acordo com os ambientalistas, os defensores do projeto de alteração

do novo código florestal se esquecem de que não podemos voltar aos primórdios

do século anterior, onde o que prevalecia era o interesse econômico sobre o 19 Nolasco, Patrícia. Proposta do novo Código Florestal divide opiniões. A Tribuna do Advogado. Edição Regional. Fevereiro/2011 Número 13. ano XXXV. pág. 15.

25

interesse ambiental, e jogar fora toda evolução científica e legislativa

conquistadas até agora. Precisamos sim, aumentar a conscientização de que

devemos preservar o meio ambiente por ele mesmo, entendendo que o homem

somente viverá melhor se preservar os recursos naturais que ainda existem hoje.

Segundo os ambientalistas, o limite legal de proteção das APPs não serve

apenas para evitar o assoreamento dos rios, mas também para a conservação

do clima, a preservação de cursos d’água, da fauna, da flora, bem como auxilia

no controle da demanda biológica de oxigênio, dentre outros fatores

imprescindíveis que necessitam de uma área mínima para manter em equilíbrio o

ecossistema.

Os ambientalistas preocupam-se com o fato de que a APP em

reservatórios artificiais deixará de ter um limite legal, segundo disciplina a

Resolução CONAMA nº 302/02, e será regulada de acordo com o procedimento

de licenciamento ambiental, podendo até mesmo ser rejeitada nos casos de

acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a um hectare.

Sobre a Reserva Legal, preocupam-se os ambientalistas com o fato de

que a proposta do novo código, ao se basear na proteção aos pequenos

proprietários rurais, não se preocupa com a condição socioeconômica do

beneficiário da dispensa.

Lembram que a nossa Constituição Federal preocupa-se com a proteção

do meio ambiente e dispõe no artigo 186, inciso II, que a propriedade cumprirá

sua função social quanto utilizar adequadamente os recursos naturais

disponíveis e preservar o meio ambiente. Nesse entendimento, os ambientalistas

percebem que a pequena propriedade rural não pode se eximir de cumprir com

sua função social descumprindo o comando constitucional de suma importância.

Sobre a anistia a ser dispensada aos pequenos produtores rurais que até

julho de 2008 desmataram vegetação nativa às margens de rios de até 10

metros de largura, consideradas APPs, ou em áreas de inclinação entre 25° e

45°, ou áreas de reserva legal, os ambientalistas dizem que por ser esta uma das

mais graves mutilações ambientais cometidas contra a natureza não poderiam

26

ser ignoradas e perdoadas tão facilmente, pela simples adesão ao Plano de

Regularização Ambiental (PRA).

De acordo com a proposta do novo código, todo produtor rural terá de se

registrar no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e aderir ao PRA. Feito isso, todas

as multas ambientais por infração cometida até 2008 serão suspensas e o

produtor terá um prazo para recuperar o passivo ambiental sobre o qual foi

autuado. Depois de cumprido os termos do PRA, as multas serão extintas. Os

PRAs serão feitos pela União em parceria com os Estados.

Para os ambientalistas não há dúvidas de que a aprovação do novo

código nestes termos propostos irá aumentar consideravelmente a emissão de

gás carbônico, porque, é inquestionável o fato de que as florestas exercem uma

importante função no que se refere ao acúmulo de carbono, pois as plantas

retiram do ar o dióxido de carbono e o trocam por oxigênio. 20

Como a proposta do novo código traz a possibilidade de se reduzir a

reserva legal de imóveis situados na Amazônica Legal, com base no

Zoneamento Ecológico Econômico, não há dúvidas de que a Floresta Amazônica

é a maior ameaçada pelas alterações apresentadas.

Assim dispõe o artigo 17 do projeto de Reforma do Código Florestal:

“Art. 17. quando indicado pelo Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE

estadual, realizado segundo metodologia unificada, o Poder Público

Federal poder´:

I – reduzir, para fins exclusivamente de regulariação ambiental, a Reserva

Legal de imóveis siturados em área de floresta localizada na Amazônica

Legal para até cinqüenta por cento da propriedade;

II – reduzir, para fins exclusivamente de regularização ambiental, a

Reserva Legal de imóveis situados em área de cerrado na Amazônia

Legal para até vinte por cento da propriedade.” 20 AMARAL. Priscila Cristina. Reforma do Código Florestal. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br.> Acesso em: 10 jun. 2011.

27

Alguns cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),

representantes do Instituto Socioambiental (ISA), e outras instituições de

pesquisa científica, fazem coro com os ambientalistas contra as alterações

apresentadas ao Código Florestal, sustentando que as propostas apresentadas

não tiveram nenhuma base científica para sua elaboração, e que os estudos

científicos deveriam balizar todo entendimento para as mudanças do Código.

Concordam estas instituições que o Código precisa ser modificado mas que deve

haver também um embasamento científico para determinar as modificações.21

21 Cientistas recomendam mais dois anos de discussão sobre novo Código Florestal. Disponível em: <http://www.sbpcnet.br> Acesso em: 23 jun. 2011.

28

5. JUSTIFICATIVAS APRESENTADAS PELA BANCADA RURALISTA

PARA APROVAÇÃO DA REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL.

Os ruralistas e um grande número de deputados na Câmara apóiam o

Projeto de Lei nº 1876/99, apresentado pelo Deputado Federal, Aldo Rebelo do

PCdoB-SP, que traz propostas de mudanças significativas ao atual Código

Florestal.

O apoio desta bancada ao projeto, tem como principal fundamento a

regularização da situação da grande maioria dos pequenos produtores rurais do

país, que encontram-se na ilegalidade, frente ao atual código florestal.22

O que acontece na prática é que muitos agricultores familiares plantam em

áreas que deveriam ser de preservação para conseguir o mínimo de produtividade

necessária à sua subsistência.

Para os ruralistas, a agricultura não pode ser inviabilizada em nome da

defesa da natureza, porque a maior agressão ao meio ambiente é a miséria

humana.

De acordo com o Deputado Aldo Rebelo, o atual Código Florestal, em

vigor há mais de 45 anos, não impediu a devastação das florestas, mas colocou

a maioria dos agricultores, principalmente daqueles que trabalham na agricultura

familiar, na ilegalidade.

Deste modo, pretende-se com a reforma do Código Florestal, reconhecer

o direito dos pequenos agricultores de terem as suas propriedades legalizadas

sob o aspecto ambiental e adequar medidas que permitam que as propriedades

rurais possam harmonizar produtividade com preservação do ambiente natural,

de forma sustentável e equilibrada. 23

22 NOLASCO, Patrícia. Proposta do novo Código Florestal divide opiniões. A Tribuna do Advogado. Edição Regional. Fevereiro/2011 Número 13. ano XXXV. pág. 15. 23 Idem.

29

É preciso considerar também o fato de que, na época em que foram feitas

as conversões nas propriedades, a lei dispunha de uma forma, e hoje, de outra.

Ou seja, é preciso observar qual era a legislação na época, e o que deveria ser

observado frente às questões ambientais quando os proprietários realizaram a

supressão da vegetação. Deste modo a lei não estará flexibilizando, nem

anistiando ninguém, mas, sendo respeitada no momento em que foi aplicada.24

Ou seja, os pequenos produtores rurais que comprovarem que na época

em que realizaram o desmatamento na propriedade, foi respeitado o índice de

reserva legal então vigente, ficam dispensados da sua recomposição ou

compensação, reafirmando o art. 5º, inciso XXVI da Constituição Federal, que

assim dispõe:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes

no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à

segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que

trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de

débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios

de financiar o seu desenvolvimento;”

Dispõe ainda o art. 5º da CF/88:

“XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;”

Estes institutos presentes na Constituição Federal dispostos no inciso XXXVI do

art. 5º, surgiram para impedir que as leis retroagissem, de modo a não permitir que os

efeitos da nova lei, viessem a vigorar onde já existia uma situação juridicamente firmada,

tudo para dar segurança jurídica às decisões. Faz-se, portanto imperioso analisar

24 Aprovado, Código Florestal segue ao Senado. Disponível em: <http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011> Acesso em: 25 jun. 2011.

30

cautelosamente essas situações, frente aos problemas levantados em relação às pequenas

propriedades rurais.25

De acordo com estudos realizados pela Secretaria de Agricultura de São

Paulo 3,7 milhões de hectares (numero total de áreas que precisam ser recuperadas no

Estado, de acordo com o que determina a Medida Provisória 2166-67/2001) poderão sair da

ilegalidade caso o novo Código Florestal seja aprovado.26

Justificam-se os ruralistas que, antes da MP 2166-67/2001, a área de

preservação permanente (APP) era contada para efeito de reserva legal. Depois desta MP,

excluiu-se a APP do computo da reserva legal. Portanto, essa lei não pode ter efeito

retroativo a situações vividas antes de 2001. Desta forma, não se estará anistiando

ninguém, apenas cumprimento a lei. A proposta do novo Código volta a considerar as APPs

no cálculo das reservas legais.27

No mesmo sentido, no que diz respeito às áreas de Reserva Legal, o Código Florestal

de 1965 jamais proibiu a supressão das florestas e outras formas de vegetação nativa após

sua vigência, apenas impôs uma condição, no sentido de se manter uma parcela de floresta

à titulo de Reserva Legal. Deste modo, os proprietários de imóveis rurais naquela época

tinham o direito de desmatar, desde que mantivessem o percentual exigido pela lei de

reserva legal. E para aqueles que adquiriram suas propriedades antes de 1965, as

disposições do Código Florestal de 1965 não podem retroagir para atingir situações de fato

definitivamente consolidadas.

Portanto, em qualquer situação, a lei não pode retroagir para atingir direito adquirido,

pois assim sendo, estará praticando flagrante conflito frente à nossa ordem constitucional.28

Entende-se neste sentido, que anistia em relação a Reserva Legal, somente será

aplicada para aqueles que praticaram supressão da vegetação a partir de 1965, pois a partir

desta data, todo proprietário rural já estava obrigado a reservar uma parcela de sua floresta

à titulo de Reserva Legal. E quanto às APPs, estas foram impostas separadamente da

Reserva Legal, somente depois da MP 2166-67/2001, de modo, que antes desta data

também não se pode exigir dos proprietários rurais sua manutenção.

25 Uma analise do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada e sua interpretação doutrinaria e jurisprudencial. Disponível em: <http://www.vemconcurso.com.> Acesso em: 17 jun. 2011. 26 AGROCIM. Pequenos produtores de 7 estados avaliam impacto do Código Florestal. Disponível em:

http://www.agrocim.com.br. Acesso em: 17 jun. 2011. 27 HECK. Mariana. Bortolin. Fábio. Código Florestal – direito adquirido e reserva legal. Disponível em: http://www.agrolink.com.br. Acesso em: 23 de junho de 2011. 28 Idem.

31

Nestas situações não há que se falar em anistia ou recuperação de áreas, mas sim em

direito adquirido, princípio importantíssimo que vem sendo esquecido durante os debates

apresentados sobre o assunto.29

6. UM CASO CONCRETO QUE PODE JUSTIFICAR A REFORMA

A cidade de Manhuaçu, localizada no interior do Estado de Minas Gerais, sediou

no dia 16 de Março de 2011, a 15º edição do Simpósio de Cafeicultura de Montanha,

contando com mais de 700 produtores, além de técnicos e engenheiros agrônomos e

representantes políticos da região e do Estado. Como tema de uma das palestras, foi

destacada a preocupação dos pequenos agricultores da região com a proposta do novo

Código Florestal, em tramitação na Câmara Federal. 30

A região é considerada excelente produtora de café, sendo grande parte da

produção destinada à exportação através dos portos de Santos (SP) e Vitória (ES). É,

portanto, uma cidade onde se concentram diversas empresas que realizam a

comercialização da produção de café da região, compreendendo não apenas os seus

escritórios como também enormes armazéns.31

A cafeicultura é a principal atividade agropecuária na região, que tem cerca de

20 mil propriedades cafeeiras. Este número representa 71% das propriedades produtoras de

café na Zona da Mata, a segunda região produtora de café no Estado de Minas Gerais. A

área plantadas somente na região de Manhuaçu, abrange cerca de 115 mil hectares de

café, sendo a região responsável pela produção de aproximadamente 2,8 milhões de sacas

por ano.32

Um destaque foi dado à proposta apresentada para reforma do atual

Código Florestal. Foi colocado por um dos palestrantes que o perfil dos agricultores

da região é o de agricultura familiar, cujas propriedades são pequenas, e caso sejam

todos obrigados a atender ao que dispõe o Atual Código Florestal, estas

propriedades se tornarão inviáveis.

29 Idem. 30 Simpósio de Cafeicultura é aberto com foco no Código Florestal. Disponível em< http://manhuaçu.com/geral> Acesso em: 24 jun. 2011. 31 Idem. 32 Idem.

32

Deste modo, na defesa dos pequenos agricultores, os políticos da região

defendem a necessidade de uma reforma para o Código Florestal atual, desde que

se encontre uma solução que seja coerente com a realidade dos pequenos

agricultores da região.

O Presidente da ACIAM, Toninho Gama, ressaltou as preocupações com as

propostas do novo Código Florestal, em tramitação na Câmara Federal e declarou: “o

Simpósio de Cafeicultura nasceu com a preocupação em melhorar a qualidade e a

produtividade, passou por uma fase que buscou a valorização do produto da região

e agora vivencia o momento em que o tema ambiental é a preocupação maior. A

produção de cafés de forma sustentável é possível. o que não podemos aceitar é

imposição de um Código que não leva em conta nossa realidade, muito diferenciada

e específica no cenário do Brasil.” 33

Com declarações como esta, podemos perceber que há necessidade de

uma reforma no atual Código Florestal e que seja analisada com zelo a situação de

uma grande parte dos agricultores não apenas da região da Zona da Mata Mineira,

mas do país, para que se chegue a uma solução que atenda tanto aos agricultores,

que possuem propriedades pequenas onde não é possível atender na totalidade ao

que dispõe o atual Código Florestal, mas que também não deixe de atender às

necessidades ambientais, porque precisamos aprender que é possível produzir sem

destruir.

33 Informativo Coffee Break. Disponível em: http://www.coffeebreak.com.br. Acesso em: 24 de junho de 2011.

33

CONCLUSÃO

Conforme foi demonstrado nestas breves linhas, podemos perceber que

tanto os ruralistas como os ambientalistas possuem suas cotas de razão no que

tange a aprovação do novo Código Florestal.

A bancada ruralista, que apóia a proposta do Deputado Federal Aldo

Rebelo tem razão ao questionar a situação real de uma grande maioria de

agricultores do país. É preciso olhar de perto a situação dos pequenos proprietários

rurais, cujas propriedades por serem por demais pequenas, não comportam atender

às exigências do atual Código Florestal sem perderem parte significativa de suas

terras e se tornarem, por este motivo, inviáveis economicamente.

Deste modo, é claramente compreensível a reclamação dos produtores

rurais em relação às exigências do atual Código Florestal, que é de 1965. Existem

vários tópicos que precisam ser melhor definidos, para que sejam atendidas as

necessidades dos produtores, sem contudo impedir que suas propriedades se

tornem inviáveis.

Talvez, tenha sido até mesmo uma falha dos cartórios, que

permitiram ao longo dos anos, o registro de pequenas propriedades, sem exigir um

mapeamento, para saber na prática, se as mesmas poderiam ser desmembradas em

partes tão pequenas, e se o desmembramento comportaria as exigências legais do

Código Florestal.

Antes de se registrar uma propriedade, principalmente se a compra e

venda estiver se dando devido a um desmembramento da propriedade, deveria ser

obrigatório por parte do Cartório de Registro de Imóveis, verificar se há possibilidade

desta propriedade ser desmembrada. Deveria ter um aval do Órgão Ambiental local

aprovando ou não o desmembramento da propriedade. Se fosse feito assim,

respeitando cada alteração feita no Código, não teríamos chegado ao ponto em que

chegamos, de ter propriedades passíveis de se tornarem inviáveis economicamente,

caso tenham de se adequar ao atual Código Florestal.

34

Por outro lado, os ambientalistas também têm suas razões,

pois, afinal, estamos vivendo um retrocesso na legislação ambiental, e porque não

dizer, na conscientização que devemos desenvolver em relação aos recursos

naturais. De certo modo, estamos promovendo alterações legislativas menos

protetivas ao meio ambiente, enquanto todo o mundo está cuidando de promover

normas mais protetivas.

Não podemos deixar de produzir, e o Brasil é um celeiro para o mundo,

não somente em relação a grãos e outros alimentos, mas também é um país

abundante em recursos naturais. Com o aumento da população, há também o

crescimento da demanda por alimentos e não há como impedir essa realidade.

O mundo todo está de olho na Amazônia e quer defender suas matas,

porque a floresta amazônica corresponde a um terço da reserva florestal do mundo,

com enorme variedade de plantas de todos os tipos, que podem ser usadas para a

produção de medicamentos, perfumes, corantes, etc. Há um grande número

também de árvores produtoras de madeiras de lei, como o cedro e o mogno.34 E,

ultimamente, uma das maiores preocupações do mundo é com o desmatamento da

Floresta Amazônica, pois sua destruição põe em risco o equilíbrio ecológico da

região, do país e do mundo, pois seu desmatamento faz aumentar o número de

carbono lançado na atmosfera, fazendo aumentar o aquecimento global.35

Diante de todos os argumento apresentados, de ambos os lados, todos

argumentos lógicos, válidos, inteligentes e reais, não podemos perder de vista que o

país não pode parar de produzir, nem de crescer e de se desenvolver. Todas as

regiões do país desejam o desenvolvimento e o progresso e a modernização, e para

isto é imperioso produzir. Nosso sistema é capitalista e, portanto, todos buscam o

lucro em suas atividades. E o agronegócio representa hoje cerca de um terço do PIB

brasileiro, razão pela qual é considerado o setor mais importante da economia

nacional.36

34 Riqueza vegetal da Amazônia. Disponível em: http://www.colegioweb.com.br. Acesso em: 25 de junho de 2011. 35 Redução de emissões de carbono associadas ao desmatamento no Brasil: O papel do Programa Áreas Protegidas da Amazônia. Disponível em: http://www.wwf.org.br. Acesso em: 25 de junho de 2011. 36 Agronegócio no Brasil.Disponível em: http://pt.wikipedia.org. Acesso em: 25 de junho de 2011.

35

Por todos os motivos que foram timidamente apresentados nestas poucas

linhas, fica claro que precisamos buscar um meio de compatibilizar a questão da

preservação do meio ambiente com as atividades agropecuárias, pois, o

agronegócio no Brasil não tem condições de sobreviver se não forem observados

esses problemas.

Não podemos deixar de enxergar que a riqueza do Brasil passa pela

questão da biodiversidade, e cada vez mais está sendo exigido do agronegócio

certificação de qualidade ambiental, de modo que é imperioso que as questões

sejam ajustadas para amparar tanto o pequeno agricultor brasileiro quanto às

questões ambientais. Ambos são de relevante interesse para o país e para o mundo.

As mudanças propostas para alteração do Código Florestal não devem e

não podem beneficiar apenas um setor da sociedade. A riqueza do Brasil é um bem

de valor inestimável, e toda a nossa riqueza e toda nossa diversidade cultural,

social, econômica e ambiental deve ser desfrutada por nós e pelas futuras gerações

(CF/88 art. 225).37

Cabe ainda lembrar que o Criador do universo quando fez o nosso

pequeno e lindo planeta terra, fez também um jardim e nele colocou sua mais bela

obra prima, o homem. E diz assim a Bíblia, em Gênesis 2.15: “Tomou, pois, o

Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o

guardar.”

Diz assim o dicionário Aurélio: Cultivar: procurar manter ou conservar.

Guardar: preservar, defender. Pelo visto, não estamos cumprindo bem com nossa

obrigação...

37 DIAS. Felipe Augusto. Especialista questiona mudanças no novo Código Florestal brasileiro. Disponível em: http://www.g1.globo.com. Acesso em: 25 de junho de 2011.

36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• A Conferência de Estocolmo. Evolução histórica – 02. Disponível em:

<http://amaliamaria.blogspot.com/2007/09/desenvolvimento-sustentável-evolução> Acesso em: 10 jun. 2011.

• AMARAL. Priscila Cristina. Reforma do Código Florestal. Disponível em:

<http://www.jurisway.org.br.>Acesso em: 10 jun. 2011. • Aprovado, Código Florestal segue ao Senado. Disponível em:

<http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011> Acesso em: 25 jun. 2011. • AGROCIM. Pequenos produtores de 7 estados avaliam impacto do Código

Florestal. Disponível em: http://www.agrocim.com.br. Acesso em: 17 jun. 2011. • Agronegócio no Brasil. Disponível em: http://pt.wikipedia.org. Acesso em: 25 de

junho de 2011. • Cientistas recomendam mais dois anos de discussão sobre novo Código Florestal.

Disponível em: <http://www.sbpcnet.br> Acesso em: 23 jun. 2011.

• DIAS. Felipe Augusto. Especialista questiona mudanças no novo Código Florestal brasileiro. Disponível em: http://www.g1.globo.com. Acesso em: 25 de junho de 2011.

• Evolução Histórica do Código Florestal Brasileiro. Disponível em:

<http://www.canaldoprodutor.com.br/codigoflorestal/historico-da-proposta.> Acesso em: 14 jun. 2011.

• HECK. Mariana. BORTOLIN. Fábio. Código Florestal – direito adquirido e reserva

legal. Disponível em: http://www.agrolink.com.br. Acesso em: 23 de junho de 2011.

• Informativo Coffee Break. Disponível em: http://www.coffeebreak.com.br. Acesso em: 24 de junho de 2011.

• NOLASCO, Patrícia. Proposta do novo Código Florestal divide opiniões. A Tribuna

do Advogado. Edição Regional. Fevereiro/2011 Número 13. ano XXXV. pág. 15.

• Novo Código Florestal ameaça o meio ambiente brasileiro. Disponível em: <http://altamontanha.com/colunas.asp?newsID=2283> Acesso em: 17 jun.2011.

• Novo Código Florestal desagrada ambientalistas e bancada ruralista. Disponível

em: <http://gazetadopovo.com.br > Acesso em 17 jun. 2011

• O Código da discórdia. Jornal O Globo. Disponível em: http://pib.socioambiental.org. Acesso em: 12 mai. 2011.

• Redução de emissões de carbono associadas ao desmatamento no Brasil: O papel

do Programa Áreas Protegidas da Amazônia. Disponível em: http://www.wwf.org.br. Acesso em: 25 de junho de 2011.

37

• Riqueza vegetal da Amazônia. Disponível em: http://www.colegioweb.com.br. Acesso em: 25 de junho de 2011.

• Simpósio de Cafeicultura é aberto com foco no Código Florestal. Disponível em: < http://manhuaçu.com/geral> Acesso em: 24 jun. 2011. • Uma analise do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada e sua

interpretação doutrinaria e jurisprudencial. Disponível em: <http://www.vemconcurso.com.> Acesso em: 17 jun. 2011.