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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA EDUCAÇÃO EM SAÚDE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGIAS DE CONSTRUÇÃO DA ESCOLA PROMOTORA DA SAÚDE Maria Cecília Focesi Pelicioni Livre Docência São Paulo 2000

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA

EDUCAÇÃO EM SAÚDE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ESTRATÉGIAS DE CONSTRUÇÃO DA

ESCOLA PROMOTORA DA SAÚDE

Maria Cecília Focesi Pelicioni

Livre Docência

São Paulo

2000

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AGRADECIMENTOS

Impossível finalizar esse documento sem agradecer. E são muitos os agradecimentos a fazer paratodos aqueles que vêm contribuindo para a construção desse processo de formação profissionalque se expressa em grande parte neste trabalho, muitas vezes difícil, mas sempre gratificante,que teve a duração de 30 meses.

Considero que os resultados obtidos são decorrentes, principalmente, da colaboração de minhafamília, de tantos amigos, colegas e de meus alunos.

OBRIGADA....

Américo, querido companheiro, pelo apoio constante, pela confiança, pela simplicidade, peladisponibilidade, pela cumplicidade, pelo equilíbrio, pelo respeito ao meu trabalho, responsávelque foi pelo meu engajamento e amor à Saúde Pública. Obrigada por sempre poder contar comvocê, incondicionalmente.

meus filhos por fazerem parte de minha vida, enriquecendo-a com suas presenças, pelo carinho,pelo apoio constante, pela segurança e tranqüilidade de sabê-los pessoas íntegras, capazes,inteligentes e corajosas, excelentes profissionais, mas sempre humanas. Obrigada Andréa, porestar sempre presente, pois sem sua ajuda direta, persistência e opiniões tão valiosas epertinentes, eu não conseguiria terminar mais esta tarefa. Obrigada Paola, por sua delicadeza dealma, pela sensibilidade de saber ser... como ser... e quando ser. Obrigada Américo, meu filho,pelas alegrias que me tem proporcionado junto à Mônica, mais nova integrante de nossa família.

minha mãe, professora de quem tanto me orgulho, e de quem herdei a vocação..., com quemaprendemos a viver, minhas irmãs e eu, a ajudar e respeitar ao outro, obrigada por seu vínculopositivo com a vida, pela sua alegria de viver. Cida, pela dignidade com que sempre enfrentou osproblemas, resolvendo-os um a um, com sua fragilidade e ao mesmo tempo fortaleza. Éris,querida, obrigada pela sua generosidade, por seu desprendimento, e pelas suas outras inúmerasqualidades, educadora de alma e na ação, a quem devo grande parte de minha formação, mealfabetizou, me orientou, me criticou sempre que achou necessário, a quem espero continuarseguindo... Cristina obrigada, por sua presença alegre, pela disposição e pela garra em enfrentar avida. Mara, Melo e papai, embora ausentes, pela sua eterna permanência entre nós... Queridossobrinhos e sobrinhas de sangue e adquiridos pela convivência amiga.

Júlio César de Moraes pela sua seriedade e integridade na luta pelos excluídos. Fábio F.Carvalho pelos exemplos de ajuda silenciosa ao próximo de que temos sempre notícia.

Luciene dos Santos por ter tornado possível que todas as atividades fossem desenvolvidas dentrodo prazo, com a sua boa vontade de sempre em colaborar com nossa família.

Jéssica V. Kalil dos Santos e Solange A. Iervolino, alunas de pós-graduação que partilharam dasidéias, da utopia, dos sentimentos e assumiram o cotidiano desse trabalho em campo, comdedicação e profissionalismo. Em especial, agradeço a você Solange, pela parceria, amizade eajuda em todos os momentos, alegres e difíceis.

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Dra. Ruth Sandoval Marcondes pela credibilidade ao permitir que me tornasse parte do corpodocente da Faculdade, função a que tenho procurado corresponder com alegria, cada vez mais.

OBRIGADA ...

Arlindo Philippi Jr. pela amizade, pelo incentivo, pela confiança com quem e sobre quem,aprendo sempre.

Márcia F. Westphal pela coragem que faz com que as coisas caminhem e pelo convite paraassumir esse projeto.

Colegas da Faculdade, docentes do Departamento de Prática, e dos demais departamentos, emespecial a Jair Ferreira Santos com quem sempre tenho podido contar, como professor e comoamigo, desde o início de minha carreira universitária. Alunos dos Cursos de Pós-Graduação,especialmente aos meus orientandos Renata Ferraz Toledo, Vera Vilella, André Torres, RoseliLeal, Cecília Albergaria, Helena Magoso e Dinalva Tavares com os quais tenho aprendido muito.Aos colegas funcionários Mary, Mila, Marinei, Regina, Valdívia, Sônia, Eliana, Cidinha,Samantha e Antonio Carlos representando os demais.

Educadores de Vargem Grande Paulista incluindo a Secretária Neide Cândido, obrigada pelaoportunidade de partilhar os objetivos de construção de uma escola mais saudável.

FAPESP por ter financiado parte do trabalho (12 meses) e pelas bolsas concedidas aosprofessores-pesquisadores de Vargem Grande Paulista.

Fundação Levi Strauss do Brasil pelo custeio de material permanente e de consumoimprescindíveis ao desenvolvimento do projeto, pelo respeito e pela confiança depositados notrabalho do Grupo da Faculdade. Obrigada.

RESUMO

Pelicioni, MCF. Educação em Saúde e Educação Ambiental: Estratégias de Construção daEscola Promotora da Saúde. São Paulo, 2000 [Tese de Livre Docência - Faculdade de SaúdePública da USP].

O presente trabalho, partindo da análise dos principais conceitos gerados em conferênciasinternacionais de saúde e de meio ambiente, mostra que para viabilizar o novo paradigma daPromoção da Saúde, é preciso fundamentar a prática educativa integrando as áreas de Educação,Saúde e Meio Ambiente, o que poderá contribuir para desencadear o desenvolvimento de um

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processo de educação política continuada gerando a Escola Promotora da Saúde. O trabalhodiscute as inter-relações entre essas áreas e destaca algumas idéias mundialmente difundidas,como o Movimento Cidade Saudável e Agenda 21. Objetivo - Implementar um processo deeducação continuada nas áreas de Educação, Saúde e Meio Ambiente e em Metodologia dePesquisa, nível teórico e prático, junto com os professores e coordenadores pedagógicos dasEscolas Municipais de Ensino Fundamental e Infantil de Vargem Grande Paulista (SP), comoestratégia de construção da Escola Promotora da Saúde. Método - Com a duração de 30 meses,sua programação foi discutida e definida junto com os educadores, a partir de investigaçãodiagnóstica preliminar, realizada por meio de questionários e da técnica de grupo focal, a partirdos quais identificaram-se conhecimentos prévios, atitudes, necessidades, interesses e práticasdesses educadores relativas às áreas de Educação, Saúde e Meio Ambiente. Após um ano decapacitação (1a etapa do processo educativo) efetuou-se nova avaliação diagnóstica, utilizando-seos mesmos instrumentos, e verificou-se que a capacitação, durante a 2a etapa, deveria seraprofundada nessas mesmas áreas. Nesse período iniciou-se também a capacitação doseducadores em Metodologia de Pesquisa, voltada para uma investigação com alunos e pais dacomunidade escolar. Após 18 meses de capacitação os participantes começaram a atuar comomultiplicadores do processo junto às demais escolas do município. No 3o ano iniciou-se adevolução dos resultados sistematizados à comunidade e a apresentação do trabalho em algumasinstituições interessadas em reproduzi-lo. Resultados - A 1a etapa gerou alterações conceituaispequenas na área cognitiva, e algumas mudanças nas práticas dos educadores nas escolas, maspercebeu-se que a consciência crítica dos mesmos ia atingindo gradualmente níveis mais altos.Algumas competências foram formadas, por meio das estratégias usadas para a aquisição deaptidões específicas, tais como observação sistemática do escolar e do meio ambiente,possibilitando o desenvolvimento de ações planejadas. Ao final do 2o ano de capacitação além deaprofundar seus conhecimentos teóricos nas áreas previstas, os educadores mostraram-sepreparados para realizar investigações diagnósticas a partir de pesquisas quali-quantitativas,construir instrumentos, compilar e analisar dados da realidade, para subsidiar o planejamentopedagógico das escolas, o que ocorreu em 2000. Conclusão - As estratégias utilizadasmostraram-se eficientes e eficazes na medida em que permitiram que as idéias propostas pelaEscola Promotora de Saúde começassem a ser implementadas em Vargem Grande Paulista.

Descritores: Promoção da Saúde; Escola Promotora da Saúde; Educação em Saúde; EducaçãoAmbiental; Educação Continuada.

Summary

Pelicioni, MCF. Educação em Saúde e Educação Ambiental: Estratégias de Construção daEscola Promotora da Saúde. [Health Education and Environmental Education: Strategies forBuilding up the Health-Promoting School]. São Paulo (BR); 2000 [Tese de Livre Docência -Faculdade de Saúde Pública da USP].

This work, taking into consideration the main concepts originated from international conferenceson health and environment, shows that to make the new paradigm of Health Promotion feasible,it is important to base the educational practices on the integration of Education, Health andEnvironmental areas, which may contribute effectively to generate the development of a politicalcontinuing education process to implement Health-Promoting Schools. The work also discussesthe inter-relations among those areas and calls attention to some new ideas such as the HealthyCities Movement and Agenda XXI. Objective : To implement a continuing education process on

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Education, Health and Environmental areas and on Research Methodology, on theoretical andpractical levels, for teachers and educational coordinators of elementary and 1st graded municipalschools of Vargem Grande Paulista (State of São Paulo, Brazil), as a strategy for building upHealth-Promoting Schools. Method – The educational process has occurred during 30 months.Its program has been discussed and planned with the educators, in a participative way, after adiagnostic survey that had been done through the application of questionnaires and focus grouptechniques, which allowed to identify their previous knowledge, attitudes, needs, interests andpractices related to those areas. After one year, a new diagnosis was done, through the sametechniques, making it possible to realize that it was necessary to have a more profound approachon those areas. By this period, the educational process on Research Methodology began, and theeducators started a research focusing students and their parents/ responsibles. After 18 months,the participants started to act as multipliers along with other schools of the municipality. On the3rd year of work, its results were shown to the community and to other institutions that wereinterested in starting similar processes. Results – The 1st year of the continuing education processgenerated some few conceptual changes related to the educators’ cognitive area, and somechanges concerning their practices at school, nevertheless it has been shown that their awarenesswere gradually being improved. Some skills were developed due to the strategies applied, suchas student and environmental systematic observation, which aimed to help the development ofplanned actions. After the 2nd year, besides getting more profound knowledge on those areas, theteachers showed that they were prepared to do diagnostic surveys based on quali-quantitativeresearches, to apply some techniques to collect data, to analyze the data collected and buildeducational plans, which occurred in 2000. Conclusion – The strategies that were used during theprocess showed to be efficient and effective, once they helped the Health-Promoting Schoolideas to start being implemented in Vargem Grande Paulista.

Descriptors : Health Promotion; Health-Promoting School; Health Education, EnvironmentalHealth, Continuing Education.

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 1

1. Referencial Teórico 1

1.1.1. Conferências Internacionais de Saúde 3

1.1.2. Conferências Internacionais de Meio Ambiente e

de Educação Ambiental 11

1.1.3. O Movimento Município/Cidade Saudável 20

1.1.4. A Educação Continuada na Escola Promotora

da Saúde 40

1.2. O Município de Vargem Grande Paulista - Área do Estudo 51

1.3. A Participação da Faculdade de Saúde Pública da USP

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em Vargem Grande Paulista 58

1.3.1. A Pesquisa com os Professores 61

2. OBJETIVOS 63

2.1. Objetivo Geral 63

2.2. Objetivos Específicos 63

3. MÉTODO 64

3.1. População Alvo 64

3.2. O Desenvolvimento do Processo de Educação

Continuada em Vargem Grande Paulista 64

3.2.1. Estratégias Utilizadas na Capacitação 65

A Pesquisa no Ensino Fundamental 67

A Pesquisa na Educação Infantil 72

4. RESULTADOS 74

4.1. Do Processo de Educação Continuada 74

4.2. Da Pesquisa com os Alunos Realizada

pelos Professores 89

4.3. Da Pesquisa com os Pais ou Responsáveis

Realizada pelos Professores 105

5. CONCLUSÕES 118

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 124

7. REFERÊNCIAS 126

ANEXOS

Anexo 1 – Mapa da Grande São Paulo com localização do Município de Vargem GrandePaulista

Anexo 2 – Alguns dados complementares referentes às respostas dos educadores, obtidas nainvestigação preliminar realizada pelo grupo da Faculdade de Saúde Pública

Anexo 3 – Cronograma do processo de educação continuada desenvolvido em Vargem Grande

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Paulista

Anexo 4 – Fotografias, programas dos encontros e material instrucional de apoio referentes aalgumas atividades realizadas durante o processo de educação continuada em 1998 e 1999

Anexo 5 – Material instrucional de apoio "Saúde e meio ambiente inseridos no projetopedagógico do ensino fundamental e infantil das escolas municipais de Vargem Grande Paulista"

Anexo 6 – Fotografia do grupo de professores-pesquisadores participantes do processo deeducação continuada e do grupo da Faculdade de Saúde Pública em seminário realizado naFaculdade

Anexo 7 – Material instrucional de apoio "Capacitação em Metodologia de Pesquisa paraprofessores da Rede Municipal de Educação em Vargem Grande Paulista, abril de 1999".

Anexo 8 – Modelo de questionário para pesquisa feita com os educadores do ensino fundamentale da educação infantil de Vargem Grande Paulista (fases 1 e 2 – partes A e B)

Anexo 9 – Roteiro para grupos focais para pesquisa feita com os educadores do ensinofundamental e da educação infantil de Vargem Grande Paulista como complemento para osquestionários (fases 1 e 2 – partes A e B)

Anexo 10 – Modelo de formulário de entrevista para pesquisa feita com os alunos do ensinofundamental

Anexo 11 - Modelo de formulário de entrevista para pesquisa feita com os pais ou responsáveisde alunos do ensino fundamental

Anexo 12 – Fotografias referentes à realização de entrevista coletiva para pesquisa qualitativarealizada na educação infantil

Anexo 13 - Fotografias do I Fórum de Educação em Saúde e Educação Ambiental de VargemGrande Paulista realizado em 1999 pelos educadores envolvidos no processo com apoio dogrupo da FSP para apresentação à comunidade do trabalho realizado nas escolas

Anexo 14 – Termo de doação de material permanente da Faculdade de Saúde Pública para aSecretaria Municipal de Vargem Grande Paulista

APRESENTAÇÃO

Esta tese foi dividida em sete capítulos. A introdução, apresenta o referencial teórico do estudo,ou seja, o novo paradigma da Saúde Pública a "Promoção da Saúde" __ como processo decapacitação da população para que esta se torne apta para atuar na melhoria de sua qualidade devida __, introduz também as principais idéias e propostas que o embasaram, desde a PrimeiraConferência Internacional de Promoção da Saúde, realizada em 1986, em Ottawa (Canadá) até amais recente, realizada em 2000, na Cidade do México.

Esse 1o capítulo descreve as discussões mais relevantes e recomendações provenientes dasConferências Internacionais de Meio Ambiente e de Educação Ambiental, mostrando as inter-

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relações entre as áreas da saúde, resultante do meio ambiente equilibrado, e a educação,instrumento fundamental para o atendimento aos objetivos de melhoria de qualidade de vida etransformação da sociedade.

A Promoção da Saúde, ao tornar os ambientes mais saudáveis com a criação de políticas públicasapoiadas na participação popular, expressa uma filosofia de ação que considerando a saúde emseu sentido mais amplo, incorpora os aspectos biológicos, sócio-econômicos e ambientais comoseus determinantes, e encontra no Movimento Cidade Saudável uma nova forma de gestãopública local, que possibilita a implementação de suas propostas.

A Escola Promotora da Saúde, parte integrante desse movimento, ao procurar transformar aescola em um ambiente saudável, prepara para a adoção de ações necessárias para promoção dasaúde da comunidade escolar e à proteção, conservação e recuperação do meio ambiente. APromoção da Saúde no âmbito escolar, busca criar melhores condições de vida para a populaçãoe reduzir as desigualdades sociais por meio da educação para o exercício da cidadania e dopreparo para a participação popular.

Para a efetivação dessa idéias torna-se urgente a utilização de estratégias inovadoras que venhamatender às necessidades emergentes na dinâmica da sociedade moderna.

A escola, espaço privilegiado de formação, precisa estar pronta para dar respostas adequadasnesse sentido. No entanto, percebe-se claramente que seus recursos humanos não estãocompletamente aptos para isso.

No item referente à Educação Continuada na Escola Promotora da Saúde discute-se a novafunção da escola e dos professores, e a formação que vêm recebendo nas instituições atuais.Mostra a importância de capacitar professores para assumir uma concepção de educação integral,problematizadora, baseada na realidade dos alunos, levando em conta as diferenças culturais,sociais e pessoais, de forma a contribuir para a redução da exclusão social e melhoria daqualidade de vida. Ao serem estimulados a sistematizar a prática para construir a teoria, vãotornando a articulação entre teoria e prática intrínseca ao processo de ensino-aprendizagem.

O desenvolvimento profissional permanente possibilita instrumentalizar os educadores nopreparo dos alunos como cidadãos críticos, reflexivos, para mudança de valores inadequados,para formação de atitudes positivas, para um comprometimento consciente e responsável, para ocontrole da própria saúde, da saúde da comunidade e do meio ambiente.

O item seguinte, ainda no mesmo capítulo, caracteriza o local de estudo, Vargem GrandePaulista - VGP (SP) apresentando o histórico de formação da cidade e outros dados, relatandotambém como vem se construindo a parceria da Faculdade de Saúde Pública da USP nomunicípio, para o desenvolvimento de projetos de interesse da população.

A implementação do processo de Educação Continuada nas áreas de Educação, Saúde, MeioAmbiente e Metodologia de Pesquisa junto com professores e coordenadores pedagógicos deescolas municipais de VGP como estratégia de construção da Escola Promotora da Saúde,objetivo geral deste trabalho, apresentado no 2o capítulo, resultou de necessidades e interessesexpressos em levantamento diagnóstico preliminar feito com a população alvo.

O desenvolvimento do processo educativo ao longo de 30 meses, discutido no 3o capítulo, inclui

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as estratégias utilizadas na capacitação dos educadores feita em duas etapas.

A 1a etapa da capacitação concentrou-se nas áreas de Educação, Saúde e Meio Ambiente (1o ano)na qual foram utilizadas diferentes técnicas educativas e material instrucional de apoio, entre osquais, aulas, palestras, oficinas de trabalho, seminários, jogos dramáticos, demonstração,discussão em grupo, vivências com técnicas de dinâmica de grupo e arte-educação, fórum dediscussões e audiovisuais. A 2a etapa incluiu também a área de Metodologia de Pesquisa, comtrabalho de campo voltado para investigação com alunos e pais pertencentes à comunidadeescolar.

O 4o capítulo apresenta os resultados da educação continuada obtidos pelas avaliações realizadasdurante o processo por meio de observação da prática dos educadores, supervisão de atividadesrealizadas nas escolas com os alunos, inclusão dos temas discutidos no programa curricular edepoimentos orais e escritos em relatórios, além da pesquisa de campo feita com alunos e pais.

Nas conclusões, 5o capítulo, aparecem em que medida os objetivos propostos foram alcançados.

O 6o capítulo faz algumas considerações e sugestões para a continuação do processo.

O último capítulo diz respeito às referências bibliográficas que embasaram o estudo.

Os anexos também constituem documentos importantes, contendo modelos de todos osquestionários utilizados, o cronograma das atividades desenvolvidas, fotografias do grupoparticipante e de alguns eventos realizados.

1. Introdução

1.1. REFERENCIAL TEÓRICO

Melhorar a qualidade de vida da população tem sido um dos maiores desafios da humanidadeneste final de século. As diferenças sociais e econômicas entre os países têm dificultado oencaminhamento de soluções para as questões relacionadas a um desenvolvimento justo eambientalmente sustentável. Novos paradigmas, principalmente nas áreas de Saúde e de MeioAmbiente, vêm surgindo a fim de contribuir para a transformação da sociedade por meio de umadistribuição eqüitativa dos recursos existentes, mantendo a diversidade ecológica, biológica ecultural dos povos.

A insatisfação gerada internacionalmente pelas condições de vida e saúde da maior parte dapopulação mundial; a ênfase no modelo biomédico e suas conseqüências para a prevenção e otratamento das doenças ___ concepção mecanicista, reducionista e cartesiana da vida, queconsiderava apenas as explicações científicas, a etiologia das doenças, os diagnósticos clínicos eos prognósticos, não atendendo, portanto, às necessidades reais da população ___, deram origem,depois de muitas reflexões e discussões, em meados da década de 1970, à introdução de um novoconceito de Campo da Saúde proposto pelos canadenses.

De acordo com esse conceito, todas as causas de doenças e mortes decorrem de quatro fatoresdeterminantes e interligados: as características biofísicas do indivíduo; o estilo de vida ou osfatores comportamentais; a poluição e os agravos ambientais; bem como a inadequação ou

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incompetência dos serviços de saúde, exigindo, portanto, soluções integradas (Lalonde 1996).

Essas idéias levaram a uma nova concepção de saúde que, vendo o homem como um ser integral,considera urgentes, mudanças no ambiente e no comportamento humano, visando a Promoção daSaúde física e mental dos indivíduos, considerando a sua realidade sócioeconômica e cultural.Essa visão também incorpora o modelo biomédico, mas considera ainda a complexaproblemática dos assuntos sociais que afetam a saúde humana, o desemprego, a falta de moradia,a exclusão e a violência, entre outros, que levam a situações e comportamentos prejudiciais àsaúde.

Saúde é um recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal e, sobretudo, umaimportante dimensão da qualidade de vida, que ganhou força no Brasil, a partir da 8a ConferênciaNacional de Saúde, realizada em março de 1986, em Brasília (DF).

Nesse evento, foram discutidos principalmente: que a saúde é um direito inerente ao ser humanoe resultante tanto das condições de vida, quanto das formas de organização da produção, quepodem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida; que a reformulação do Sistema Nacionalde Saúde – SNS deve gerar a criação de um novo arcabouço institucional, o Sistema Único deSaúde – SUS, permitindo levar avante uma necessária e urgente reforma sanitária, e que passe aser financiado por um Fundo Único Federal de Saúde (Pelicioni 1989).

O ciclo iniciado nessa conferência e as propostas aí inscritas representaram a base para odesenvolvimento da Constituição Brasileira promulgada em 1988, no que se refere à saúde dapopulação:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociaise econômicas que visem à redução dos riscos de doenças e de outros agravos, e oacesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção erecuperação. Art. 196.

Para conseguir atingir esses objetivos, constitui no Art. 198, o Sistema Único de Saúde,organizado em uma rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com as seguintes diretrizes: I –descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II – atendimento integral, comprioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III –participação da comunidade (Brasil 1988).

A Lei Orgânica do Município de São Paulo, promulgada em 1990, a exemplo da Constituição de1988 dispõe que "a saúde é direito de todos", assegurada pelo Poder Público, e que o Município,com a participação da comunidade, garantirá o direito à saúde, por meio de políticas públicas queobjetivem "a redução e a busca da eliminação do risco de doenças e outros agravos, abrangendoo ambiente natural, os locais públicos e de trabalho." (São Paulo 1990).

1.1.1. CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS DE SAÚDE

A Promoção da Saúde foi considerada o novo paradigma mundial da saúde pública, segundo aCarta de Ottawa, produto da I Conferência Internacional de Promoção da Saúde, realizada noCanadá, em 1986. É um processo de fortalecimento e capacitação de indivíduos e coletividade(de municípios, sindicatos, organizações de trabalhadores, escolas e seu entorno) no sentido deque ampliem suas possibilidades de controlar os determinantes de saúde/doença e com isso,

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possibilitem a obtenção de melhores níveis de saúde (Ministério da Saúde 1996).

Baseia-se no conceito ampliado de saúde que é vista como resultante das condições de vida etrabalho da população, bem como de um conjunto de fatores sociais, econômicos, políticos,culturais, comportamentais e biológicos. Envolve uma combinação de ações relacionadas aosindivíduos, comunidades (sociedade civil) e governo (sociedade política) planejadas para obterum impacto nos estilos e condições de vida que possam estar interferindo nos níveis de saúde equalidade de vida (Pelicioni 1995).

Enquanto processo de capacitação a Promoção da Saúde pretende que a população se torne aptapara atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação nocontrole deste processo sabendo identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificarfavoravelmente o meio ambiente, utilizando a educação como instrumento primordial paraatingir esses objetivos (Ministério da Saúde 1996).

Essa Conferência, a primeira de uma série, organizada pela Organização Mundial da Saúde -OMS, definiu como campos de ação para a Promoção da Saúde: a construção e implementaçãode políticas públicas saudáveis; a criação de ambientes favoráveis à saúde; o desenvolvimento dehabilidades individuais; o reforço da ação comunitária e a reorientação dos serviços de saúde.Essas ações embora sejam interdependentes necessitam, especialmente, do desenvolvimento depolíticas públicas saudáveis (Arroyo 1997).

As conferências internacionais posteriores sobre Promoção da Saúde continuaram a aprofundar adiscussão a respeito dos campos de ação definidos em Ottawa como prioritários.

A II Conferência Internacional de Promoção da Saúde realizada em abril de 1988, em Adelaide,Austrália, teve também como tema, a criação de políticas públicas saudáveis para a viabilizaçãode ambientes favoráveis à saúde, onde todas as pessoas possam viver vidas saudáveis.

Entre as recomendações dessa Conferência, destacam-se: os ambientes sociais e físicos devemnecessariamente estar comprometidos com a saúde e melhoria da qualidade de vida dapopulação; políticas que promovam a saúde só podem ter sucesso em ambientes que conservemos recursos naturais, através de estratégias ecológicas de alcance global, regional e local. Muitaspessoas vivem e trabalham em condições prejudiciais à saúde e estão potencialmente expostas aprodutos perigosos, assim a administração e gestão ambiental devem proteger a saúde humanados efeitos adversos diretos e indiretos de fatores biológicos, químicos e físicos, reconhecendoque homens e mulheres são parte do complexo ecossistema universal (Ministério da Saúde1999).

Defendeu como prioridade, a junção de forças entre a saúde pública e os movimentosambientalistas para desenvolver estratégias comuns, visando o desenvolvimento sócioeconômicosustentável, de forma a conservar os limitados recursos do planeta.

A meta saúde para todos proposta em 1977, em Alma-Ata, ex-União Soviética, será alcançadasomente quando a criação e a preservação de condições de vida e trabalho saudáveis forem umapreocupação central, em todas as decisões de políticas públicas. Um princípio básico de justiçasocial é assegurar que toda a população tenha acesso aos meios imprescindíveis para uma vidasaudável e satisfatória, pois as iniqüidades na saúde têm raízes nas desigualdades sociais eeducacionais (Unicef 1997).

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Não será possível sustentar a qualidade de vida para os seres humanos e demais espécies vivas,sem uma mudança drástica nas atitudes e comportamentos em todos os níveis com relação aogerenciamento e à preservação do ambiente, o que só é possível obter, investindo em educação.

A III Conferência Internacional de Promoção da Saúde realizada em 1991, em Sundsvall, Suécia,concluiu que os temas saúde, ambiente e desenvolvimento humano não podem ser tratadosseparadamente, pois desenvolvimento implica na melhoria da qualidade de vida e saúde, assimcomo na preservação e sustentabilidade do meio ambiente.

Enfatizou a necessidade de estabelecer novos mecanismos para a prestação de contas dos setoresda saúde e ambiente, que devem se basear em princípios de sustentabilidade.

Essa Conferência, focalizando o tema apoios ambientais para a saúde , apresentou formaspráticas para criar ambientes físicos, sociais e econômicos favoráveis à saúde e compatíveis como desenvolvimento sustentado. Considerou essencial criar ambientes favoráveis e promotores desaúde, assim como acompanhar, sistematicamente, o impacto que as alterações no meio ambienteproduzem sobre a saúde, particularmente, nas áreas de tecnologia, trabalho, produção de energiae urbanização. Esse monitoramento "deve ser seguido de ações que assegurem benefíciospositivos para a vida da população. A proteção do meio ambiente e a conservação dos recursosnaturais devem, necessariamente, fazer parte de qualquer estratégia de Promoção da Saúde"(Ministério da Saúde 1996).

Antecedendo a Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento (Rio/92) realizada no Brasil, a III Conferência Internacional de Promoção daSaúde trouxe a discussão da temática ambiental para área da saúde, agora não mais restrita àdimensão física ou natural, mas, também, às dimensões social, econômica, política e cultural.Nesse evento, as áreas de meio ambiente e saúde foram consideradas interdependentes einseparáveis, tendo sido recomendado que tivessem precedência no estabelecimento deprioridades e no gerenciamento diário das políticas governamentais (Ministério da Saúde 1996),o que demonstra a incorporação de algumas idéias trazidas pelas Conferências Internacionais deMeio Ambiente e de Educação Ambiental, tais como as de Estocolmo, Suécia, em 1972, deBelgrado, Iugoslávia, em 1975, e de Tbilisi, ex-URSS, em 1977, cujas decisões serão discutidasposteriormente.

Essas e outras reuniões técnicas como a de Bogotá, Colômbia, realizada em 1992 e a IVConferência Internacional de Promoção da Saúde, de Jacarta, Indonésia, em 1997, vieramconsolidar as propostas teórico-práticas implícitas no novo movimento de Promoção da Saúde,reunindo especialistas com diferentes formações.

A Carta de Bogotá destacou a solidariedade e a eqüidade social como condições indispensáveispara a obtenção da saúde e do desenvolvimento, conciliando os interesses econômicos com aspropostas sociais de melhoria de qualidade de vida para todos. Reiterou a necessidade de optarpor novas alternativas de ações que venham combater efetivamente o sofrimento causado pelasenfermidades "do atraso e da pobreza" ao lado das enfermidades provocadas pela urbanização eindustrialização. Propôs como papel da Promoção da Saúde, identificar as causas das iniqüidadese as barreiras que limitam o exercício da democracia e da participação cidadã na tomada dedecisões, atuando como agente de mudanças de forma a induzir as transformações radicais nasatitudes e condutas da população e de seus dirigentes, assim como nas origens destas

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calamidades, de modo a diminuir as desigualdades e aumentar o poder civil (Ministério da Saúde1996).

No documento, o desenvolvimento integral e recíproco dos seres humanos e das sociedades foiconsiderado como a essência da estratégia de Promoção da Saúde no continente sul-americano.

A Declaração de Jacarta sobre a Promoção da Saúde pelo século XXI adentro, feita quase 20anos após Alma-Ata e 10 anos após a Conferência de Ottawa teve como proposta reexaminar osavanços obtidos até então e os novos desafios a serem enfrentados no próximo século, entre osquais, os determinantes da saúde, identificando estratégias e investimentos necessários para o seuenfrentamento, de forma a reduzir as iniqüidades nas questões de saúde. Estabeleceu como metada Promoção da Saúde aumentar a expectativa de vida com saúde em todos os países (WHO1997).

Alertou para o fato de que os fatores transnacionais representam também um impactosignificativo para a saúde, principalmente, no que diz respeito à integração da economia global,aos mercados financeiros e ao comércio, ao acesso aos meios de comunicação de massa e àtecnologia de comunicações, assim como, à degradação ambiental devido ao uso irresponsáveldos recursos, pois esses fatores acabam por provocar mudanças em valores, estilos e condiçõesde vida em todo o mundo, algumas de forma positiva, outras com um enorme impacto negativo.

Nessa Conferência, se propôs, pela primeira vez, a inclusão do setor privado e outros parceirospara colaborar na implementação do novo paradigma.

A V Conferência Internacional de Promoção da Saúde, realizada na Cidade do México, em junhode 2000, teve como tema Promoção da Saúde – a luta por uma maior eqüidade, propondo-sea consolidar as idéias das conferências anteriores e manter o impulso por elas criado.

Nesses 11 anos transcorridos desde a gênese da Promoção da Saúde, em Ottawa, a idoneidade desuas estratégias tem sido posta a prova em uma ampla variedade de contextos e comunidades.Agora, o desafio assumido na V Conferência, foi o de mostrar que as políticas e práticas dePromoção da Saúde podem produzir mudanças na saúde e na qualidade de vida e levar à maioreqüidade. A preocupação com a eqüidade tem sido o fio condutor entre as 5 conferênciasinternacionais de Promoção da Saúde e suas respectivas declarações. Assim mesmo, asdesigualdades econômicas e sanitárias continuam aumentando e enterrando as oportunidades dedesenvolvimento sanitário e humano. Esse fórum permitiu que fossem debatidas e analisadasestratégias e diretrizes destinadas a aumentar a eqüidade e as medidas de controle dasdesigualdades em nível mundial.

Os assuntos discutidos no evento foram baseados em informes técnicos produzidos por váriosautores, e como contribuição desses estudiosos de diferentes países, pode-se destacar:

1a - A necessidade de fortalecer e ampliar as bases científicas da Promoção da Saúde de forma aprovar a efetividade das ações realizadas, inclusive, em relação aos projetos comunitários;

2a – A necessidade de aumentar os investimentos em saúde, pois se sabe que ao longo dahistória, os maiores avanços em saúde foram fruto, principalmente, de melhorias sociais eeconômicas. O critério prático para investir em saúde é baseado no conceito de que a melhormaneira de usar os recursos, é combater as principais causas da má saúde de maneira eficaz, ética

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e com credibilidade. Além das melhorias sanitárias, o investimento em saúde permite alcançar osobjetivos de desenvolvimento social e econômico de forma eqüitativa, competente e sustentável,e para isso é preciso haver uma nova forma de liderança na esfera da saúde.

3a – A necessidade de continuar promovendo a responsabilidade social no planejamento e natomada de decisões (a formulação de políticas sãs) no plano comunitário. O compromisso comum comportamento socialmente responsável em todos os níveis, incluindo o comunitário éfundamental para conseguir maior eqüidade em saúde.

4a – Ampliar a capacidade das comunidades, habilitá-las para promover a saúde e criar um meioambiente saudável e propício por meio do estabelecimento de estratégias participativas, poderálevá-las mais facilmente a alcançar a eqüidade pretendida. A área da saúde não tem estado muitopreparada para assumir essa liderança, como também para responder às necessidades expressaspela população, por meio de políticas e decisões que melhorem sua qualidade de vida. Entenderas relações existentes entre Promoção da Saúde e mudanças sociais, capital social e distribuiçãode poder é fundamental para orientar o trabalho de participação da comunidade, na obtenção dosobjetivos de melhoria da qualidade de vida e de saúde para todos.

5a – A necessidade de garantir uma infraestrutura adequada para promover a saúde incluindo asestruturas orgânicas, os conhecimentos e demais recursos existentes. Isso se pode conseguir pormeio do desenvolvimento das capacidades necessárias para converter a Promoção da Saúde emum tema importante nos círculos políticos e burocráticos, por meio da identificação e de melhoraproveitamento da infraestrutura existente e o desenvolvimento de uma nova estrutura específicapara a Promoção da Saúde, que garanta a parceria da saúde com outros setores, com a sociedadecivil e nos diversos níveis de governo.

6ª - a necessidade de orientar os sistemas e serviços de saúde com critérios de Promoção daSaúde. Isso implica em preparar os recursos humanos para atuarem dentro desse novo enfoque(OMS 2000).

Resumindo, essa última Conferência de Promoção da Saúde enfatizou a necessidade de maioresesforços para se atingir a eqüidade social e indicou, como prioridade, promover aresponsabilidade social pela saúde; ampliar a instrumentalização técnica das comunidades e aparticipação social; concretizar e ampliar parcerias, investimentos e infraestrutura necessáriaspara se efetivar a Promoção da Saúde.

Educação e Promoção da Saúde

Desde o primeiro momento destacou-se o papel da Educação como a mais importante estratégiaa ser utilizada na viabilização de todas as idéias propostas pela Promoção da Saúde.

"A educação vista como o processo de transformação do sujeito, que ao transformar-se, modificaseu entorno e vice-versa. A transformação dos sistemas sociais só é possível mediante atransformação dos seres humanos que os configuram" (OPS 1995, p.40). O homem é um ser emtransformação e ao mesmo tempo, um agente transformador de sua realidade.

Sendo sujeito de sua própria educação, essa deve levá-lo à reflexão sobre seu ambiente concretoe conseqüentemente, a uma consciência crítica que lhe dê condições de transformar e intervirnessa realidade e nesse ambiente. O amadurecimento da sua capacidade crítica e reflexiva é

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resultado da participação consciente na sociedade.

Educar, portanto, é prover situações ou experiências que estimulem a expressão potencial dohomem e permitam a formação da consciência crítica e reflexiva. Implica em adesão voluntária.Assim, para que a educação se efetive, é preciso que o sujeito social motivado, incorpore osconhecimentos adquiridos, que a partir de então, se tornarão parte de sua vida e serãotransferidos para a prática cotidiana.

Segundo Pereira Lima (1998) "a ação educativa desenvolvida socialmente é um processodialógico,valorativo e ético e reflete uma visão do homem e do mundo em seu sentido amplo,temcomo objetivo a formação do sujeito social capaz de construir seu projeto próprio deenfrentamento dos problemas, assim como fazer a leitura crítica da realidade."(p.110). Para aautora, a capacitação da população para participação na vida social, e portanto,para odesenvolvimento de ações inovadoras de transformação da realidade, resultam do processoeducativo.

A ação educativa, como processo dialógico é então, construído passo a passo. Como diz PauloFreire (1998, p.46), "o futuro só vem, se a gente o fizer. Se a gente o fizer, transformando opresente. O futuro só vem se a gente o construir. Se a gente transformar o presente com vistas aoperfil, ao sonho ou à utopia" que se gostaria de atingir ou alcançar. Essa transformação seráentão, baseada naquilo em que cada pessoa acredita ser verdadeiro, naquela ideologia que cadaum escolhe para sua vida.

A educação é um processo político. "Se somos educadores e portanto, políticos temos que tercerteza com relação à nossa opção. Enquanto educadores, nosso sonho não é pedagógico, maspolítico. As formas de trabalhar, os métodos, têm muito de pedagógico, mas são eminentementepolíticos" (Paulo Freire in Gadotti 1981, p.16).

A educação enquanto prática político-pedagógica, determinada histórica e socialmente, pretendepossibilitar o desenvolvimento e a escolha de estratégias de ação, que venham contribuir para aconstrução do processo de cidadania e para a melhoria da qualidade de vida da população(Pelicioni 1999).

Valores éticos tais como a eqüidade, a solidariedade e a justiça social devem ser usados a serviçode opções conscientes. Um dos principais papéis da Educação é incrementar a capacidade daspessoas de transformar suas idéias sobre a sociedade em realidades funcionais imprescindíveispara que a humanidade possa então, modificar sua trajetória e melhorar sua qualidade de vida(Ibama/Unesco 1999).

A Promoção da Saúde como estratégia para obtenção de melhor qualidade de vida, com aparticipação de indivíduos e da comunidade na definição de metas e implantação de projetos, foitema central das diversas conferências internacionais já citadas. Tendo sido adotado peloMinistério da Saúde, esse conceito veio fortalecer a saúde pública e a cidadania, espalhando-sepor todo o país.

Ao mesmo tempo as idéias difundidas em Conferências Internacionais nas áreas de MeioAmbiente e de Educação Ambiental, foram sendo aos poucos incorporadas ao discurso da "novacultura da saúde" e vice-versa, como se pode verificar a seguir.

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1.1.2. CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS DE MEIO AMBIENTE E DE EDUCAÇÃOAMBIENTAL

Registros, estudos e denúncias de problemas ambientais decorrentes da ação antrópica vêmacontecendo desde a Antiguidade, acompanhados pela instituição de leis, decretos, normas decaráter proibitivo ou disciplinador da interferência humana sobre o ambiente (Dias 1992, 1994;McCormick 1992; Pelicioni 1998).

Entre as personalidades que contribuíram com estudos e/ou divulgação de situações dedegradação ambiental pode-se citar, por exemplo: Platão, na Antiguidade; Hans Staden, em1557; John Evelyn, em 1661; José Bonifácio de Andrada e Silva, em 1815; Friedrich Engels, em1825; Charles Darwin, em 1859; Thomas Huxley, em 1863; George Perkins Marsh, em 1864;Joaquim Nabuco, em 1883; Theodore Roosevelt, em 1914; C. C. Fagg e G. E. Hutchings, em1930; C. J. Cons e C. Fletcher, em 1938; Aldo Leopold e René Dubos, em 1945; Rachel Carson,em 1962.

O agravamento e a generalização da problemática ambiental, desde o século XIX, em virtude dediversos fatores como o incremento da urbanização e da industrialização provocando condiçõesde vida insalubres e indignas, a exploração irracional dos recursos naturais em nome docrescimento econômico, os desastres ambientais, os conflitos mundiais, e por outro lado, osavanços no conhecimento científico a respeito dos problemas e agravos decorrentes da açãohumana sobre o ambiente, a divulgação dessas informações por meio de publicações econgressos de especialistas, o desenvolvimento dos meios de comunicação, proporcionando aobservação do panorama mundial, principalmente nas décadas de 1950 e 1960, potencializaram odescontentamento de vários grupos da população, em diversos países, diante de uma situação quebeneficiava a poucos, gerava exclusão social e ameaçava a sobrevivência da humanidade.

A problemática ambiental percebida como ameaça caracterizou o início dos anos 70, a partir daspublicações de Um Esquema para Sobrevivência (Blueprint for Survival) pela revista britânicaThe Ecologist, em 1971 e, sobretudo, a partir do relatório Limites do Crescimento (The Limits toGrowth) de 1972, elaborado por cientistas do Massachusetts Institute of Technology, porsolicitação do Clube de Roma (McCormick 1992).

A origem do Clube remonta ao ano de 1968, quando um grupo de 30 pessoas entre economistas,cientistas, educadores e industriais reuniu-se em Roma com o objetivo de "incentivar acompreensão dos componentes econômicos, políticos, naturais e sociais interdependentes do‘sistema global’ e encorajar a adoção de novas atitudes e políticas públicas, e instituiçõescapazes de minorar os problemas." (p.86).

Apesar de serem bastante diferentes, as duas publicações transmitiram a mesma mensagem,deixando claro que, na crise ambiental, o que estava em jogo era a própria sobrevivência dahumanidade. As descobertas divulgadas colocaram em xeque a crença na viabilidade do sistemapolítico-econômico vigente.

A tese do relatório Limites do Crescimento apontava que as raízes da crise ambiental decorriamdo crescimento exponencial da economia e da população. Para os autores, a catástrofe seriainevitável ao final do século XX, devido ao esgotamento dos recursos naturais, à poluição e àcarência de alimentos. Sugeriam agir rapidamente para a obtenção do equilíbrio global, por meio

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do reconhecimento de que havia limites para o crescimento econômico e que era preciso adotarmedidas internacionais coordenadas, inclusive quanto à melhoria da situação do Terceiro Mundo(Meadows e col. 1972).

Em meio a esse período conturbado, a Organização das Nações Unidas – ONU, promoveu, emEstocolmo (Suécia), a I Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em1972. Pela primeira vez na história, representantes de 113 países se reuniram para discutirquestões políticas, sociais e econômicas do meio ambiente global, com a perspectiva deempreender ações corretivas, produzindo maior envolvimento tanto por parte dos governantes edas instituições supranacionais quanto das Organizações Não-Governamentais (ONGs).

O reconhecimento da profunda relação entre meio ambiente* e desenvolvimento, no sentido deque as preocupações ambientais não deveriam constituir uma barreira ao desenvolvimento,porém fazer parte do processo; a recomendação da implementação de um Programa Internacionalde Educação Ambiental, como elemento fundamental para o combate à crise ambiental; oincentivo à implementação de políticas públicas, órgãos ambientais estatais, parcerias e acordosinternacionais; bem como iniciativas voltadas para a recuperação da saúde ambiental do planeta,foram alguns de seus principais resultados (McCormick 1992; SMA 1993).

Em 1974, realizou-se em Haia, Holanda, o 1o Congresso Internacional de Ecologia e em 1975 aOrganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO promoveutambém um Encontro Internacional de Educação Ambiental em Belgrado (Iugoslávia)extremamente importante, onde foram formuladas os princípios e orientações para o ProgramaInternacional de Educação Ambiental proposto em Estocolmo. Com a participação deespecialistas de 65 países definiu que a Educação Ambiental deveria ser um processo contínuo,multidisciplinar, integrado e levar em consideração as diferenças regionais e os interessesnacionais. O Encontro de Belgrado teve como tema principal a necessidade urgente de uma"nova ética global que proporcionasse a erradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, dapoluição e da dominação e exploração humana" (Dias 1992, p.64).

Ocorreram ao mesmo tempo reuniões regionalizadas na África, Ásia, América Latina e Europa.

O evento mais decisivo para os rumos da educação ambiental no mundo foi a PrimeiraConferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental organizada pela UNESCO emcolaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA, em Tbilisi,ex-URSS, em 1977. Estabeleceu importantes orientações, objetivos e princípios da educaçãoambiental contendo funções, características, estratégias e 41 recomendações (IBAMA 1997).

Baseada na idéia de que a defesa e melhoria do meio ambiente para as futuras geraçõesconstituem urgente objetivo da humanidade, a Declaração de Tbilisi propôs a adoção deestratégias de atuação modernas para o estabelecimento de uma nova ordem internacional tendocomo base a ética, a solidariedade e a eqüidade nas relações entre as nações.

Considerou a Educação como fundamental para a formação da consciência e construção deconhecimentos que possibilitem melhor compreensão de causas e conseqüências dos problemasque afetam o meio ambiente no contexto de suas realidades específicas, bem como para odesenvolvimento de competências não só para a defesa, proteção e recuperação das áreasambientais mas, principalmente, para a melhoria da qualidade de vida somente alcançada por

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meio da transformação social.

É interessante lembrar que essa conferência ocorreu muito próxima à de Alma-Ata, 5 anos após ade Estocolmo e 10 anos antes da 1a Conferência Internacional de Promoção da Saúde, realizadaem Ottawa.

A Organização das Nações Unidas - ONU criou, em 1983, a Comissão Mundial sobre MeioAmbiente e Desenvolvimento, presidida por Gro Harlem Brundtland, na ocasião primeira-ministra da Noruega e, atualmente, presidente da Organização Mundial de Saúde. A comissãotinha por objetivo de "reexaminar os principais problemas de meio ambiente e dodesenvolvimento em âmbito planetário, formular propostas realistas para solucioná-las eassegurar que o progresso humano seja sustentável através do desenvolvimento, semcomprometer os recursos ambientais para as futuras gerações" (Dias 1992, p.55).

Essa Comissão divulgou, em 1987, o relatório Nosso Futuro Comum (CMMAD 1988),considerado um dos documentos mais importantes da década, por ter conferido parâmetros paraas discussões políticas realizadas na Rio/92.

Ainda em 1987, realizou-se em Moscou, Rússia, o Congresso Internacional sobre a Educação eFormação Ambientais promovido pela UNESCO - PNUMA, a fim de analisar as conquistas edificuldades da educação ambiental a partir da Conferência de Tbilisi e planejar uma estratégiade ação internacional para a década de 1990 em educação e formação ambientais (IBAMA1997).

A Constituição Brasileira de 1988 ao ser promulgada já continha importantes artigos no capítuloVI – Do Meio Ambiente dos quais destaca-se o Art. 225:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de usocomum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao PoderPúblico e à coletividade, o dever de defendê-lo para as presentes e futurasgerações. (....) IV – Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensinoe a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. (Brasil 1988)

No mesmo ano, em Recife (PE) foi realizado 1o Encontro Nacional sobre Educação Ambientalno Ensino Formal, promovido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis - IBAMA e pela Universidade Federal de Pernambuco, com a participaçãode vários órgãos de meio ambiente dos estados brasileiros (Dias 1992).

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD(1997), conhecida como Rio/92 contou com a participação de 170 países e teve como objetivos:analisar a situação ambiental e as mudanças ocorridas no mundo todo a partir do evento de 1972;identificar estratégias regionais e globais apropriadas; para a realização de ações ligadas àquestão ambiental; recomendar medidas referentes à proteção ambiental por meio de políticasnacionais e internacionais de desenvolvimento sustentável; aperfeiçoar a legislação ambientalinternacional e analisar a promoção de desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobrezanos países em desenvolvimento, entre outros.

Agenda 21

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A Rio/92, considerada a maior conferência já realizada pela Organização das Nações Unidas –ONU, teve como resultado a aprovação de vários documentos incluindo convenções, declaraçõesde princípios e a Agenda 21, conhecida como "o documento da esperança", um programa deações para viabilizar o desenvolvimento sustentável. "Por desenvolvimento sustentável entende-se garantir a qualidade de vida das gerações futuras por meio da utilização racional dos recursosexistentes hoje." (Philippi Jr. e Pelicioni 1998, p.2).

Esse planejamento estratégico, está voltado para os problemas prementes de hoje e tem oobjetivo de preparar o mundo para os desafios dos próximos séculos (CNUMAD 1997). Propõeações relevantes para os países, tanto em relação às mudanças nos padrões de consumo edesenvolvimento de novos processos que reorientem a produção econômica, como no que serefere à adoção de políticas e ações de controle ambiental. Não pretende propor soluções paratodos os problemas que atingem a humanidade, mas introduzir a discussão, como tambémidentificar uma série de ações locais, regionais e globais (Pelicioni e Philippi Jr. 1998, p.2).

A agenda 21 é dividida em 4 seções que dizem respeito a aspectos sociais, econômicos, àconservação e administração de recursos e ao fortalecimento dos grupos sociais. Cada seçãodivide-se em capítulos, quarenta ao todo que incluem temas e áreas de programas descritos emtermos de bases para a ação, objetivos, atividades e meios de implementação.

Todas as propostas contidas na Agenda 21 apresentam como condições essenciais: a participaçãopopular, a vontade política e a educação, que devem permear todo o processo.

O primeiro e maior tema da Agenda 21 trata da qualidade de vida sobre a terra. Os níveis emodelos de consumo e produção do homem precisam ser compatíveis com a finitude dosrecursos naturais, assim o seu uso eficiente forma a base do 2o tema da Agenda 21. O 3o trata daproteção e administração dos bens comuns, a atmosfera e os oceanos, o 4o trata da gestão dasáreas habitadas pois a qualidade de vida humana depende em grande parte das condições físicas,sociais e econômicas dos locais onde a população vive, suas comunidades, vilas ou cidades. Ouso de produtos químicos e a administração do desperdício humano e industrial é o 5o temacentral. O crescimento econômico global baseado na sustentabilidade, constitui o 6o tema. Essesseis temas e seus programas propõem portanto, o uso sustentável dos recursos naturais aliado aum nível de vida satisfatório para toda humanidade.

A Agenda 21 é um compromisso político partilhado "para garantir as transformações sociaisnecessárias para o combate à pobreza, capacitando a população para a obtenção de meios desubsistência sustentáveis, o que requer uma profunda reorientação da sociedade humana"(Philippi Jr e Pelicioni, 1999 p.2) realizada por meio da educação ambiental.

Cinco anos após a Rio/92 novos eventos na área ambiental foram realizados: o Fórum Rio+5,cujo objetivo era avaliar os avanços obtidos e o cumprimento dos acordos firmados na Rio/92 e,em Brasília (DF), a Primeira Conferência Nacional de Educação Ambiental, onde estiverampresentes 2868 participantes e foram apresentados mais de 400 projetos de educação ambiental.

Além de ter proporcionado um vasto intercâmbio de experiências entre educadores de todo opaís, o evento gerou a elaboração de um documento concernente às reflexões e contribuições dosbrasileiros para os rumos da educação ambiental conhecido como "Declaração de Brasília para aEducação Ambiental", que foi encaminhada à Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e

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Sociedade: Educação e Conscientização para a Sustentabilidade (MMA/MEC 1997).

Essa conferência internacional, promovida pela Unesco e pelo governo grego, em 1997, naTessalônica, Grécia, foi o último encontro em nível mundial, relativo à educação ambiental.

A Unesco preparou esse evento no desempenho de suas funções de organização coordenadoradas atividades referidas no capítulo 36 da Agenda 21, que trata da reorientação do ensino nosentido do desenvolvimento sustentável, aumento da consciência pública e promoção dotreinamento.

A Conferência da Tessalônica, como é conhecida, teve por objetivos: "destacar a função daeducação e da sensibilização dos cidadãos em prol da sustentabilidade, analisar a importantecontribuição da educação ambiental nesse contexto e mobilizar meios de ação para isso"(Ibama/Unesco 1999, p.5).

O encontro reafirmou a pertinência das recomendações e planos de ação definidos pelas diversasconferências promovidas pela ONU, desde o Encontro de Belgrado. Propôs a reorientação daeducação para a sustentabilidade, declarando que esse conceito deveria abranger não só o meioambiente como também a pobreza, a habitação, a saúde, a segurança alimentar, a democracia, osdireitos humanos e a paz, bem como resultar em um imperativo moral e ético, no qual adiversidade cultural e o conhecimento tradicional deveriam ser respeitados (Ibama/Unesco1999).

Além disso, chamou a atenção para questões críticas relativas ao desenvolvimento da educaçãoambiental como: a necessidade de formação dos professores e intercâmbio de experiências;carência de materiais didáticos; ausência de políticas nacionais, estratégias claras e recursos paraa implementação da educação ambiental; falta de sistematização e avaliação das açõesexecutadas; dificuldades em promover mudanças de valores por meio de práticas educativas,entre outros (WWF/Ecopress 1998).

Educação Ambiental

Desde agosto de 1981, quando foi sancionada a Lei no 6938, que dispõe sobre a Política Nacionaldo Meio Ambiente, finalidades e mecanismos de formulação e execução, a educação ambientalfoi considerada como um de seus alicerces, devendo-se voltar a todos os níveis de ensino,inclusive a educação da comunidade, a fim de capacitá-la para a participação ativa na defesa domeio ambiente (Brasil 1981).

Decorridas quase duas décadas dessa primeira menção em forma de lei e estimulada pela atuaçãode ambientalistas, educadores e outros grupos junto aos legisladores, foi finalmente promulgadano Brasil, em abril de 1999, a Lei no 9.795, que dispõe sobre a educação ambiental, institui aPolítica Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências (Brasil 1999).

Considera a educação ambiental um direito de todos e incumbe aos vários setores: o poderpúblico, as instituições educativas, os órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente- SISNAMA, os meios de comunicação de massa, as empresas, as entidades de classe, asinstituições públicas e privadas, e também a sociedade em geral, a se engajar em ações voltadas àproteção ambiental e à promoção da educação ambiental.

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Seu artigo 1o exprime a influência das recomendações da Primeira ConferênciaIntergovernamental de Educação Ambiental, realizada em 1977 e do Capítulo do Meio Ambienteda Constituição Federal:

Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais oindivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meioambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida esua sustentabilidade.

A Política Nacional de Educação Ambiental, cuja esfera de ação envolve órgãos e entidadesintegrantes do SISNAMA, instituições educacionais, órgãos públicos e organizações nãogovernamentais com atuação em educação ambiental, possui entre suas linhas de atuação acapacitação de recursos humanos, que deverá voltar-se para:

I – a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização eatualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino;

II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização eatualização dos profissionais de todas as áreas;

III – a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestãoambiental;

IV – a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meioambiente;

V – o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no quediz respeito à problemática ambiental.

A educação ambiental deve, portanto, capacitar ao pleno exercício da cidadania permitindo aformação de uma base conceitual suficientemente diversificada técnica e culturalmente de modoa permitir que sejam superados os obstáculos à utilização sustentável do meio.

Para que isso ocorra, é preciso formar pessoas conscientes, críticas, éticas, preparadas portanto,para enfrentar esse novo paradigma. A educação ambiental nos níveis formais e informais temprocurado desempenhar esse difícil papel resgatando valores como o respeito à vida e à natureza,entre outros, de forma a tornar a sociedade mais justa e feliz.

É uma ideologia que conduz à melhoria da qualidade de vida e ao equilíbrio dos ecossistemaspara todos seres vivos. Assim, mais do que instrumento de gestão ambiental, ela deve se tornaruma filosofia de vida, que se expressa como uma forma de intervenção em todos os aspectossociais, econômicos, políticos, culturais, éticos e estéticos.

Deste modo, a educação nunca é neutra. Ela reflete necessariamente a ideologia de quem com elatrabalha, podendo ser reprodutora ou questionadora do sistema sócio-político e econômicodominante.

Para Reigota (1995), o meio ambiente latino-americano exige que a educação ambiental enfrenteo desafio da mudança sobre as idéias de modelo de desenvolvimento baseado na acumulação

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econômica, no autoritarismo político, no saque aos recursos naturais, no desprezo às culturas degrupos minoritários e aos direitos fundamentais do homem. Essa educação política deve estarempenhada na formação do cidadão nacional, continental e planetário baseando-se no diálogo decultura e de conhecimento entre povos, gerações e gêneros.

Segundo esse autor,

a educação ambiental deve ser entendida como educação política, no sentido deque ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social, cidadanianacional e planetária, auto gestão e ética nas relações sociais e com a natureza.(1994, p.10)

1.1.3. O MOVIMENTO MUNICÍPIO/CIDADE SAUDÁVEL

Iniciativas baseadas nos conceitos anteriormente apresentados vêm revolucionando a gestãopública de saúde e meio ambiente, e começam a aparecer sempre relacionadas. Entre essasiniciativas pode-se citar o movimento de municípios e cidades saudáveis a partir do nível local eas experiências da Escola Promotora da Saúde ou Escola Saudável. Esses conceitos têm passadoda teoria à prática, na busca da redução das desigualdades sociais.

No final do século XIX, o urbanista Ebenezer Howard iniciou o "Projeto Cidade Jardim ", naInglaterra, influenciado pelas idéias do Movimento Sanitário e propostas de pensadores quequeriam reverter a miséria das comunidades, recomendando que as cidades mantivessem o arlimpo, o transporte público eficiente, construíssem hospitais e instituições para idosos e doentesmentais, proibissem o álcool e o tabaco, e adotassem medidas de saúde no trabalho (Gentile1999).

Apesar da grande influência que teve naquele tempo, Howard não teve muito sucesso naviabilização de suas idéias por não ter considerado em suas propostas técnicas, as necessidadesda população envolvida nos seus projetos.

Essa concepção foi enriquecida com práticas mais modernas e democráticas de consulta eparticipação popular, e acabou por ressurgir como estratégia de nível local no movimento dePromoção da Saúde em Toronto, no Canadá, com o nome de "Cidade Saudável", no começo dadécada de 1970, e vem tentando desde então, através de novas formas de ação, criar melhorescondições de vida para a população (Strozzi e Giacomini 1996).

Cidade Saudável, de acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, é aquela em que asautoridades políticas e civis, as instituições e organizações públicas e privadas, os proprietários,os empresários, os trabalhadores e a sociedade dedicam esforços constantes para melhorar ascondições de vida, trabalho e cultura da população, estabelecem uma relação harmoniosa com omeio ambiente físico e natural, além de expandirem os recursos comunitários para melhorar aconvivência, desenvolver a solidariedade, a co-gestão e a democracia (Ferraz 1993).

O termo Cidade Saudável, segundo Westphal (1997, p.9) vem sendo empregado para

expressar uma filosofia de ação, baseada em uma concepção ampla de saúde queincorpora além dos aspectos biológicos que interferem no processo saúde-doença; os determinantes sociais, econômicos e ambientais, ou melhor, que

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ampliam o conceito de saúde, para além da consideração simples de saúde como"ausência de doença".

De acordo com Malik (1997) torna-se difícil definir o papel dos cidadãos ou dos munícipes arespeito de cidades saudáveis. "Uma primeira abordagem faz pensar que a cidadania existente oualmejada, traz implícitos direitos e deveres, tanto para os habitantes, quanto para os dirigentesdestas cidades" (p.24). No entanto, o que se vê comumente é que nem sempre os técnicos e ospolíticos envolvidos, têm sido sensíveis às demandas e às necessidades da população.

Para a autora,

a ideologia das Cidades Saudáveis não deveria ser vista como político-partidária, mas sim, como um conjunto de idéias em função das quais estesgrupos de interesses inicialmente contraditórios, se pressionam mutuamente,ajustam seus objetivos e se dispõem a lutar juntos (não um contra o outro, mas afavor das idéias). (p.24)

Destaca ainda que "muitas vezes se coloca a questão do confronto entre o poder municipal e acomunidade, por mais contraditório que possa parecer, basicamente porque o governo temduração definida e a comunidade tem uma inserção de longo prazo no município." (p.25). Torna-se então muito importante formar lideranças comunitárias efetivas que difundam as idéias e osprojetos e garantam sua continuidade. Essas lideranças podem ser de diferentes tipos e áreas deatuação e categorias profissionais: administradores, técnicos de todos os campos deconhecimento e representantes de grupos da população, entre outros.

Esse movimento-projeto busca a diminuição da exclusão e o resgate da cidadania(....) quanto menos exclusão, menor a probabilidade de marginalidade e de desviodas condições de vida adequadas que contribuem para a saúde dos indivíduos eda cidade na qual eles vivem (....) não é a estratégia que levará à mudança. Comosempre, serão os indivíduos, os governantes por eles eleitos e controlados, queviabilizarão ou impedirão os novos rumos. (Malik 1977, p.28-9)

Desta forma, cabe ao prefeito "o papel de condutor desse processo que deve concentrar vontade erecursos políticos, institucionais, comunitários e pessoais para atingir seus objetivos" (Gentile1999, p.13). E a participação popular é condição essencial para a efetivação desse processo. Ummunicípio começa a ser saudável quando suas organizações locais e seus cidadãos adquirem ocompromisso e iniciam o processo de melhorar continuamente as condições de saúde de todos osseus habitantes (Yunes 1999).

Segundo Keinert (1997) a proposta de cidades saudáveis vem ganhando novos adeptos ecrescendo rapidamente em importância e abrangência, isto é, de onze (11) cidades filiadas aomovimento em 1986, passou para 650 cidades (em 15 países) em 1993, interagindo através de 19redes nacionais e internacionais. Foi o reconhecimento da importância para a urbanização e seuimpacto na saúde das populações que fez com que a Organização Mundial de Saúde – OMS,elegesse o tema "Saúde Urbana" para a Assembléia Mundial da Saúde, de 1991.

A proposta de Cidades Saudáveis enfatiza fortemente a idéia de um planejamento sistemático,continuado e intersetorial. Constitui-se em uma das mais importantes iniciativas da OMS para odesenvolvimento e melhoria de condições de saúde e qualidade de vida urbana.

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Uma cidade saudável procura continuamente colocar em prática a melhoria de seu ambientefísico e social utilizando os recursos de sua comunidade, a fim de oferecer aos seus cidadãos umaaptidão mútua em todas atividades humanas que levem à sua plena realização (Hancock citadopor Keinert 1997).

De acordo com Mendes (1996), a produção social da saúde deve acontecer em diferentesentornos, não ficando restrita aos limites da cidade. Assim, é possível falar de um estadosaudável, de um país saudável e até mesmo de uma ordem internacional saudável. Em umacidade saudável todos os atores sociais, governos, ONGs, famílias e indivíduos orientam suasações para transformá-la em espaço de produção social da saúde, construindo uma rede desolidariedade a fim de melhorar a sua qualidade de vida.

Para esse autor, a Cidade Saudável será, nesse sentido, sempre uma utopia dos projetospresentes, que articula as ações cotidianas em um processo em permanente construção.

Assim, ele conceitua Cidade Saudável como aquela em que há esforços constantes para melhoraras condições de vida, trabalho e cultura da população, onde as pessoas estabelecem uma relaçãoharmoniosa com o meio ambiente natural e construído e expandem os recursos comunitários afim de melhorar a convivência, desenvolver a solidariedade, co-gestão e democracia.

É um movimento que procura instituir uma nova ordem de governo na cidade, a gestão socialinformada pela prática da vigilância da saúde, onde a saúde como qualidade de vida é objeto detodas as políticas públicas, entre elas, as políticas de serviços de saúde (Mendes 1996).

Esse conceito já existia nos trabalhos de Chadwick, no século XIX, quando causou grandeimpacto no movimento da saúde das cidades.

Em palestra realizada por Jack Lee - Executive Officer, Department of Public Health, City ofToronto, em janeiro de 1995, no Seminário "São Paulo Cidade Saudável" promovido pelaPrefeitura Municipal de São Paulo - PMSP, foi citado que em 1982, organizou-se uma discussãocom toda a comunidade, envolvendo governo, empresários, trabalhadores, desabrigados eestudantes, entre outros, sobre o que cada participante queria para a cidade de Toronto, no ano2000. As respostas destacaram a preferência por uma "cidade limpa, verde, elegante, carinhosa"sintetizadas na proposta de uma cidade saudável, como um novo paradigma para o governo local(Sempla 1995)*.

Para Ferraz (1993), baseados nestas idéias e preocupados com o impacto progressivo daurbanização sobre as condições de saúde, como também com o papel dos governos municipais,foi que o psiquiatra e urbanista da Universidade de Berkeley Leonard Duhl e junto com TrevorHancock, médico consultor de saúde pública do Departamento de Saúde da cidade de Toronto,elaboraram a proposta de Cidades Saudáveis.

Apresentada em um Seminário sobre Toronto Saudável 2000, em 1984, como parte de umaConferência sobre Políticas Públicas Saudáveis cristalizou-se na já citada I ConferênciaInternacional de Promoção da Saúde, realizada também no Canadá, em Ottawa, em 1986.

O projeto da Organização Mundial de Saúde - OMS teve início oficialmente em 1986, no ISimpósio sobre Cidades Saudáveis, realizado em Lisboa e começou com a participação de onzecidades (Ferraz 1993).

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Com esse impulso inicial, a OMS reuniu, em 1988, um pequeno grupo de especialistas emPromoção da Saúde para planejar o Projeto de Cidade Saudável como estratégia de Promoção daSaúde dessa organização na Europa. Seu enfoque inicial era baseado numa concepção global ena implementação local dando origem a essa idéia hoje tão difundida na área ambiental.

A proposta chegou à América Latina e Caribe no início dos anos 90, junto com os processos dedescentralização da saúde e com a implantação dos Sistemas Locais de Saúde (SILOS),impulsionada pela Organização Panamericana de Saúde – OPS (Mendes 1996).

Expandiu-se rapidamente em outros continentes e países e no VII Simpósio Anual de CidadeSaudável, realizado em 1992 em Copenhague, já havia inúmeras adesões em muitos países daEuropa, no Canadá, nos EUA e na Austrália.

A OMS considera uma cidade saudável, quando os dirigentes municipais enfatizam a saúde deseus cidadãos dentro de uma ótica ampliada de qualidade de vida em acordo com a proposta dePromoção da Saúde, referida na Carta de Ottawa, em 1986 (Ferraz 1993).

A Cidade saudável tem, portanto, como base a implantação de políticas públicas por meio dofortalecimento das ações comunitárias; uma consciência da busca permanente de mais saúde e desua incorporação em todas as decisões políticas; e sua localização no nível local conduzida pelasautoridades municipais.

Deste modo, são parâmetros de uma Cidade Saudável: um ambiente limpo, seguro e de altaqualidade; um ecossistema estável no presente e sustentável a longo prazo; uma comunidadeforte com laços de suporte mútuo; um alto grau de participação popular e controle sobre asdecisões que afetam a vida, a saúde e o bem estar dos indivíduos; a satisfação das necessidadesbásicas; o acesso a uma grande variedade de experiências e recursos com a possibilidade demúltiplos contatos, interação e comunicação; uma economia diversificada, dinâmica e inovadora;uma valorização da história e da herança sociocultural da cidade; um nível ótimo de saúdepública expresso por altos níveis de saúde positiva e por baixos níveis de doença e morte; bemcomo acesso universal a serviços de saúde (Mendes 1996, p.260).

Algumas características definem bem uma cidade saudável: a busca da melhoria de qualidade devida da população, por meio de parceria com o governo municipal; o desenvolvimento depolíticas saudáveis (para os transportes, educação, emprego, habitação e serviços de saúde, entreoutros) e o compromisso das diferentes políticas setoriais introduzirem a qualidade de vida naagenda local; um trabalho intersetorial para garantir a eficiência e a eficácia das políticaspúblicas no enfrentamento dos problemas complexos da cidade; o compromisso com a eqüidadepara os grupos humanos que vivem em situação de exclusão social; a construção cotidiana dacidadania por meio da participação individual e coletiva; a criatividade e espírito inovador pararomper a inércia da cidade convencional, de seus governantes e governados (Mendes 1996).

As bases doutrinárias da proposta cidade saudável são universais, porém, sua implementação trazdiferenças significativas, pois, nos países desenvolvidos os determinantes da má qualidade devida dos países em desenvolvimento, não têm sido tão relevantes por estarem em boa parte,resolvidos.

Resumindo, para o processo de construção de uma cidade saudável alguns aspectos são portanto,fundamentais: como já foi dito anteriormente, haver um compromisso efetivo das autoridades

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municipais com a proposta, principalmente do Prefeito do município, haver uma difusãoextensiva da idéia do movimento para todos os espaços sociais do município o que exige umaexperiência de comunicação eficaz e permanente com os cidadãos e dirigida a diferentespúblicos, com a utilização, portanto, de estratégias pertinentes; a criação de um comitê municipalde cidade saudável, com representação ampla, governamental e não governamental; instituir umacultura de negociação permanente das políticas públicas saudáveis e implantar um sistema demonitoramento e avaliação constante dessas políticas, baseados em diagnósticos qualitativos degrupos definidos (mulheres, escolares, jovens, idosos, portadores de deficiência), e emindicadores de cidade saudável; o desenvolvimento de uma cultura de trabalho intersetorial coma participação das diferentes secretarias de governo; estimular o desenvolvimento do sentimentode pertencer à cidade por meio do levantamento de sua herança histórica e cultural.

São também condições para o sucesso de um projeto de cidade saudável entender a diferençaentre a saúde e serviços de saúde; disponibilizar recursos mínimos para iniciar o projeto;identificar pessoas influentes e formadoras de opinião e envolvê-las no projeto; trabalharestruturas administrativas mínimas; começar por projetos pequenos de fácil execução, difundirsempre os resultados positivos.

A OMS estima que são necessários de 3 a 6 anos para a implantação de políticas públicassaudáveis e de 5 a 10 anos para que elas se transformem em ganhos concretos de saúde. Essademora é proveniente do tempo necessário para a criação da consciência política e para asuperação da tradição burocrática, do ceticismo da população e das resistências corporativas quepoderão vir a existir (Ministério da Saúde 1996).

De acordo com Yunes (1999, p.5), ex-Secretário de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde,

a importância dessas experiências de Município Saudável que tem sido levadas aefeito no Brasil, não se mede pelo número de pessoas envolvidas, nem pelotamanho da área ou do equipamento público em que ela se deu, seja numapequena escola, em um bairro, em um município pequeno ou grande. Todas essasexperiências são importantes porque mudaram para melhor alguma coisa, emalgum lugar.

A abordagem de contextos ou ambientes saudáveis pode assumir, portanto, a abrangência de umacomunidade saudável, um entorno ou ambiente saudável, uma escola saudável, um hospitalsaudável, prisões saudáveis. Assim, o conceito "saudável" proposto pela Promoção da Saúde seadapta a diferentes níveis e extensões.

Ainda, para Yunes (1999, p.8),

no âmbito local é a população que sabe qual é a sua necessidade, qual é aprioridade, qual é a maneira de participar... Nós não temos uma receita paratransformação ou criação de um município saudável. Temos um conceito. Se oMunicípio tem a preocupação de melhorar a qualidade de vida, é indispensável aparticipação de vários setores e da população. Ela participa desde o diagnóstico,definindo suas prioridades. Não só em termos de saúde, mas, do que é prioridadepara ela. Pode ser saúde, segurança, educação, esportes... A partir daí tem inícioa implementação das ações pelos setores respectivos, ou seja, o que cabe à saúde,

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à educação... e o que cabe à comunidade. Mais uma vez, a população tem umpapel muito importante - o de acompanhar e motivar o processo, por intermédiodo Conselho Intersetorial.

A Escola Promotora da Saúde

O movimento município/cidade saudável não pode prescindir da participação das instituiçõeseducativas, reconhecidos espaços de mobilização da comunidade, para atingir aos objetivos a quese propõe realizar.

A Promoção da Saúde no âmbito escolar parte de uma visão integral, multidisciplinar do serhumano, que considera as pessoas em seu contexto familiar, comunitário e social. Procuradesenvolver conhecimentos, habilidades e destrezas para o autocuidado da saúde e a prevençãodas condutas de risco em todas as oportunidades educativas; fomenta uma análise crítica ereflexiva sobre os valores, condutas, condições sociais e estilos de vida, buscando fortalecer tudoaquilo que contribui para melhoria da saúde, da qualidade ambiental e do desenvolvimentohumano. Facilita a participação de todos os integrantes da comunidade educativa na tomada dedecisões, colabora na promoção de relações socialmente igualitárias entre as pessoas, naconstrução da cidadania e democracia, e reforça a solidariedade, o espírito de comunidade e osdireitos humanos (OPS 1996).

Durante algum tempo, a educação em saúde na escola centrou a sua ação nas individualidades,tentando mudar comportamentos e atitudes sem, muitas vezes, levar em contar as inúmerasinfluências provenientes da realidade na qual as crianças estavam inseridas.

É necessário compreender a variedade de fatores que podem afetar a saúde, o meio ambiente e,conseqüentemente, a qualidade de vida das pessoas. Estas devem ser as bases para que aEducação e a Promoção da Saúde sejam colocadas em prática (Ministerio de Educación 1995).

Aos poucos, foi-se conscientizando sobre a potencialidade das escolas em promover a saúde dascrianças e dos jovens, o que não dependia apenas do ensino da saúde no currículo. As escolaspassaram a ser vistas, como potentes locais para a Promoção e a Educação em Saúde e para odesenvolvimento de outras ações, que podem e devem ser realizadas, para proteger e melhorar asaúde e o meio ambiente da comunidade escolar como um todo.

O princípio da OMS de pensar globalmente e agir localmente passou também a adequar-se àEscola Promotora da Saúde, levando à adoção de ações necessárias para a promoção da saúde noambiente escolar, e ações de proteção, conservação e recuperação do meio ambiente que acircunda, do bairro em que está, da comunidade, da cidade em que ela se localiza, e assim pordiante.

A motivação das crianças e jovens pelos temas de meio ambiente tem se mostrado importantepara que o conceito "Escola Promotora" seja implementado, incluindo o entorno e não tratando asaúde como uma questão unicamente individual, mas, como resultante de um meio ambientesaudável bio-físico e social.

Cada vez mais tem sido aceito que crianças saudáveis aprendem melhor e que professores

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saudáveis ensinam melhor. No entanto, a Escola Promotora da Saúde não pode ser vista apenascomo um sistema muito eficiente para produzir educação, mas como uma comunidade humanaque se preocupa com a saúde de todos os seus membros: professores, alunos e pessoal nãodocente, incluindo todos que se relacionam com a comunidade escolar e com a qualidade domeio em que vivem. Desta forma, todas as escolas podem potencialmente promover a saúde e aproteção do meio ambiente.

A escola saudável, deve então, ser entendida como um espaço vital gerador de autonomia,participação, crítica e criatividade, para que o escolar tenha a possibilidade de desenvolver suaspotencialidades físicas, psíquicas, cognitivas e sociais (WHOE 1995).

Mediante a criação de condições adequadas para a construção do conhecimento, recreação,convivência e segurança, e apoiada pela participação da comunidade educativa poderá favorecera adoção de estilos de vida saudáveis e condutas de proteção ao meio ambiente, de acordo com aSecretaria Distrital da Saúde de Santa Fé de Bogotá (1997) mas, além disso, na opinião destaautora, deve principalmente contribuir para a formação de cidadãos críticos e aptos para lutarpela transformação da sociedade e pela melhoria das condições de vida de todos.

A idéia de uma escola que seja promotora da saúde é o reconhecimento implícito de que aeducação em saúde e a educação ambiental não se fazem somente por meio do currículoexplícito, parte do programa escolar, mas a partir de ações pedagógicas e de ações de prevençãoe promoção da saúde, e de conservação do meio ambiente dirigidas à comunidade, bem comopelo apoio mútuo entre a escola, as famílias e a comunidade, a partir do conceito ampliado deEducação. No entanto, se o que se ensina não tiver como base os valores e a prática diária dasescolas ou da comunidade, as mensagens se enfraquecem e não alcançarão seus objetivos. Parase levar a proposta da Escola Promotora da Saúde à frente, deve-se dar atenção à forma como seensina e se participa da vida da escola.

Teoricamente, as Escolas Promotoras da Saúde são aquelas que contam com um edifício seguroe confortável, com água potável, instalações sanitárias adequadas e uma atmosfera psicológicapositiva para a aprendizagem; que possibilitam um desenvolvimento humano saudável;estimulam relações humanas construtivas e harmônicas e promovem atitudes positivas,conducentes à saúde (OPS 1998). Na prática, entretanto, nem sempre isso vem ocorrendo.

Uma parte significativa da função destas escolas é oferecer conhecimentos e destrezas quepromovam o cuidado da própria saúde e ajudem a prevenir comportamentos de risco e impeçama degradação ambiental. Este enfoque facilita o trabalho conjunto de todos os integrantes dacomunidade educativa, unidos sob um denominador comum: melhorar a saúde e a qualidade devida das gerações atuais e futuras.

As escolas não podem ser mudadas da noite para o dia, mas é preciso ser constante no trabalhoempreendido. As pequenas mudanças vão se somando e aos poucos, se transformam em grandesmudanças.

Três tarefas a serem realizadas são muito importantes e servem como ponto de partida para oprocesso:

1. Desenvolver um plano escolar de Educação e Promoção da Saúde que inclua:

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• o desenho de um currículo especial flexível de forma que os temas saúde e meioambiente ensinados transversalmente, respondam às necessidades específicas dos alunosdaquela localidade;

• a capacitação dos docentes e demais funcionários da escola nos objetivos, conteúdos emétodos da Educação e da Promoção da Saúde e da Educação Ambiental;

• o desenvolvimento de um sistema de valores coerente com o conceito de EscolaPromotora da Saúde, de forma a contribuir para a criação e a execução de políticaspúblicas adequadas.

1. Estabelecer uma relação estreita com as famílias, procurando:

• consultar os pais sobre assuntos de particular interesse e relevância, principalmente osrelacionados com as áreas de Saúde e Meio Ambiente;

• informar sobre as finalidades e objetivos que a escola pretende atingir;

• envolver os pais no processo de ensino-aprendizagem de seus filhos, utilizando materiaise estratégias cuidadosamente preparados que possibilitem o diálogo, assim como arealização de atividades conjuntas.

1. Integrar a escola com a comunidade, de modo a:

• incluir o pessoal dos serviços de saúde e de meio ambiente locais, no planejamento e naexecução de programas escolares para a Promoção e Educação em Saúde e EducaçãoAmbiental, e nas ações preventivas a serem desenvolvidas a partir da escola;

• divulgar o trabalho escolar na comunidade, contatar pessoas para troca de experiências;

• mobilizar recursos que existam na comunidade;

• envolver o pessoal não docente, porteiros, merendeiras, os agentes comunitários e aslideranças locais.

A aquisição de conteúdos relativos à saúde e ao meio ambiente, o ensino de procedimentos, e aformação de valores são essenciais para preparar os alunos para a tomada de decisões racionais eefetivas para a manutenção de uma vida saudável. Assim, é necessário não apenas oferecerinformações verdadeiras, atuais e confiáveis, mas promover um processo de assimilação dessasinformações.

Qualquer conhecimento será mais facilmente incorporado, se for resultado de discussões sobrequestões solucionadas pelos próprios estudantes e sobre as ações por eles sugeridas. Isso vaipermitir que os alunos passem a se responsabilizar e a viver essa experiência. Por esta razão, épreciso enfatizar os enfoques de ensino que se baseiem na participação dos estudantes comosujeitos ativos da sua aprendizagem, requisito imprescindível para a construção deconhecimentos.

A informação por si só não leva as pessoas a adotarem estilos de vida saudáveis, a lutar pelamelhoria de suas condições de vida e ambientais, ou a modificar práticas que conduzam à

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doença. A informação é um aspecto imprescindível da Educação mas, deve permitir a promoçãode aprendizagens significativas para que funcione.

As atividades das Escolas Promotoras da Saúde, se orientam para a formação de jovens comespírito crítico, capazes de refletir sobre os valores, a situação social e os modos de vida quefavoreçam a saúde, o desenvolvimento humano e mantenham íntegro o meio ambiente (Pelicionie Torres 1999).

O desafio da Educação então, é o de propiciar bases para compreensão da realidade a fim de quese possa transformá-la.

Segundo Focesi (1990),

A função da escola é, principalmente, criar condições para que o escolarrealmente esteja motivado a se educar, colaborando no desenvolvimento decapacidades que lhe permitam atuar como cidadão na luta para a transformaçãoe melhoria de vida. (p.19)

Os programas de saúde escolar, muitas vezes, têm falhas e carências, não se adequando àsprioridades e oportunidades concretas de cada escola. É preciso portanto, que as escolaselaborem planos de estudo de acordo com as necessidades existentes, que contem comprofessores capacitados e atentos e com serviços de apoio adequados, e que o processo deensino-aprendizagem ocorra em um ambiente saudável e motivador (Pelicioni e Torres 1999).

A educação e a saúde devem fortalecer-se mutuamente, não somente no ensino formal mas,também no informal, que pode atuar como uma poderosa força para promover essas idéias.

A saúde é o resultado das condições de vida, dos cuidados que cada pessoa dispensa a si mesmoe aos demais, da capacidade de tomar decisões e de controlar a própria vida e da garantia de queseja oferecida a todos os membros da sociedade a possibilidade de usufruir um bom estado desaúde e de ter acesso aos serviços de saúde. De acordo com a Carta de Ottawa (Ministério daSaúde 1996), a saúde se cria e se vive no dia a dia dos centros de ensino, trabalho e lazer.

Assim sendo, a escola é um espaço de ensino-aprendizagem, convivência e crescimentoimportante,no qual se adquirem valores vitais fundamentais. É o lugar ideal para desenvolverprogramas de Promoção e Educação em Saúde e de Educação Ambiental, de amplo alcance erepercussão, já que exerce uma grande influência sobre as crianças e adolescentes nas etapasformativas mais importantes de suas vidas.

É nas idades pré-escolar e escolar que as crianças adquirem as bases de seu comportamento econhecimento, o senso de responsabilidade e a capacidade de observar, pensar e agir.

A partir desse período, a criança adota hábitos higiênicos que duram por toda vida; descobre apotencialidade de seu corpo e desenvolve habilidades e destrezas para cuidar de sua saúde e domeio ambiente e colaborar no cuidado de sua família e comunidade. Isso mostra a importância deelaborar um novo modelo conceitual que, ampliando a idéia da educação básica, inclui comovalores fundamentais as noções e habilidades relacionadas com o cuidado da saúde pessoal e oensino da convivência harmônica, bem como o respeito aos valores e formas de vida diferentesdos seus.

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Uma parte essencial desse processo é o reconhecimento de que existe uma grande diversidade deenfoques para tratar os problemas e que é necessário analisar as circunstâncias em que ocorrem eprocurar solucioná-los de forma participativa e democrática.

Esse novo modelo educativo deve alcançar a todos, igualmente, sem exclusão de raça, sexo,deficiência física ou mental, situação econômica ou localização geográfica, procurando reduziras desigualdades de acesso que existem.

Cada escola é uma combinação particular de elementos físicos, culturais, emocionais e sociaisque lhe outorgam um caráter especial e que definem o processo de ensino-aprendizagem a serdesenvolvido determinando a qualidade da educação que se pretende (Pelicioni e Torres 1999).

A função das Escolas Promotoras da Saúde não se limita aos aspectos preventivos, mas, devetambém estabelecer um sistema de referência para atendimento de casos, fazendo alianças comas famílias, a comunidade e o setor público e colocando em prática, estratégias comuns.

A Promoção da Saúde, no âmbito escolar, tem três componentes principais:

a. A educação em saúde na escola com enfoque integral, que procura responder àsnecessidades dos alunos em cada etapa de seu desenvolvimento, inclui desde a formaçãoda auto-estima dos alunos, como a capacidade de adquirir hábitos higiênicos e o estímuloà adoção de um modo de vida saudável. Não se limita à transmissão de informações, mas,busca desenvolver conhecimentos, habilidades e destrezas que contribuam para a adoçãode formas de vida mais saudáveis.

b. A criação de entornos saudáveis, ambientes físicos seguros, limpos e estruturalmenteapropriados e que assegurem uma atmosfera psicossocial harmônica e estimulante, semagressões nem violência verbal, física ou psicológica. Isto determina o clima emocional eas interações sociais que afetam o bem estar e a produtividade dos estudantes e dopessoal da comunidade escolar.

c. A provisão de serviços de saúde que organizados, permitirão o crescimento e odesenvolvimento infantil (OPS 1996; OPS 1998).

É importante considerar que a preocupação com o meio ambiente nessa proposta deveultrapassar, como já foi dito, os aspectos físicos e os limites da escola assim como o seu entorno,incluindo os problemas regionais, nacionais e globais que interferem e muito na qualidade devida de cada cidadão.

As técnicas preferidas para atingir os objetivos de Promoção da Saúde Escolar são participativase envolvem as discussões em grupo, o estudo de caso e projetos de trabalho comunitário, entreoutros, que vão além do âmbito da sala de aula e que implicam necessariamente na integração daescola com os serviços de saúde e de meio ambiente.

Quanto aos Serviços de Saúde Escolar, de acordo com as idéias da Escola Promotora da Saúde(OMS 1997), deverão entre os seus objetivos:

• prevenir as enfermidades mais comuns por meio de exames médicos constantes;

• contribuir para a educação sobre os diversos aspectos que conduzam a uma vida saudável

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e para esclarecer concepções erradas ou superstições sobre a saúde;

• prover primeiros socorros e cuidados de emergência;

• promover a saúde mental e emocional;

• orientar crianças e adolescentes com deficiências físicas e mentais;

• vigiar e ajudar a melhorar o estado nutricional dos alunos;

• controlar a imunização;

• assegurar um entorno saudável;

• prevenir as enfermidades de transmissão sexual, tabagismo e gravidez precoce,alcoolismo, drogadição, anorexia e o suicídio.

Do ponto de vista dessa autora, deverão também explicitar as inter-relações entre a saúde e omeio ambiente; e prevenir situações de risco de agravos de saúde provenientes de problemasambientais.

Esses objetivos serão alcançados mediante a realização de ações preventivas incluindoorientação nutricional e alimentação suplementar; imunizações; revisões periódicas da saúde dosescolares; de ações de educação em saúde sexual e reprodutiva dirigida aos alunos; cursos deatualização em educação ambiental e educação em saúde dirigidos a professores e a profissionaisde saúde; integração entre os profissionais dessas áreas para o desenvolvimento de práticasconjuntas nas escolas; e estabelecimento de um sistema de vigilância sanitária, epidemiológica eambiental bem como um sistema de referência e contra-referência, entre outras.

A Escola Promotora da Saúde pode contribuir bastante no atendimento a esses objetivos,incluindo profissionais de saúde e de educação, professores, estudantes, pais e líderescomunitários nos esforços de Promoção da Saúde.

Utiliza todos os instrumentos disponíveis e empenha-se na provisão e manutenção de umambiente saudável e de programas e serviços chaves de Educação em Saúde e de Promoção daSaúde.

Implementa políticas, práticas e outras medidas que se referem à auto-estima dos indivíduos, àprovisão de múltiplas oportunidades para seu sucesso e ao reconhecimento de bons esforços einiciativas, bem como de realizações pessoais.

Empenha-se no aprimoramento dos profissionais que atuam com saúde na escola, das famílias edos membros da comunidade, bem como de estudantes, e trabalha com líderes comunitários paraajudá-los a compreender a forma pela qual a comunidade pode contribuir para a saúde e aeducação (OMS 1998).

Em maio de 1997, realizou-se uma Conferência na Salônica-Halkidiki, Grécia sobre EscolaPromotora da Saúde, tendo sido deliberado que cada criança e adolescente na Europa tinha odireito e deveria ter a oportunidade, de ser educado na Escola Promotora da Saúde (WHOER1997).

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Nesta conferência seus membros concluíram que a Escola Promotora da Saúde poderá ter umimpacto substancial na redução de injustiças na comunidade, contribuindo deste modo, para asaúde e riqueza da população em geral.

Outras resoluções, princípios e fundamentos foram definidos a partir de então, entre as quais,destacam-se:

a. Democracia

A escola promotora é fundamentada em princípios democráticos conduzindo para a promoção dosaber, do desenvolvimento pessoal, social e de saúde.

b. Eqüidade

A escola promotora considera que o princípio da igualdade é parte integrante da experiênciaeducativa e o promove para que todas as pessoas tenham oportunidades educacionais iguais.Fomenta o desenvolvimento emocional e social de todos os indivíduos, livre de discriminação.

c. Poder na capacidade de ação

A Escola Promotora da Saúde melhora as habilidades das crianças e jovens, para agir e provocarmudanças sociais. Promove um cenário dentro do qual, os alunos trabalhando junto com seusprofessores e a comunidade, possam se realizar.Dando poder aos jovens, a escola deveconsiderar suas visões do mundo, seus ideais, seus projetos de vida e influenciar suas vidas esuas condições de vida. Isto pode ser feito por meio de políticas públicas e de práticaseducacionais de qualidade, criando oportunidades de participação na formação de decisõescríticas.

d. Ambiente escolar

A escola promotora enfatiza a importância de criar um ambiente saudável nas escolas (físico esocial), como fator crucial para a sustentabilidade e Promoção da Saúde.

e. Currículo

Promove oportunidades para que estudantes tenham um ganho de conhecimento e possamadquirir habilidades de vida essenciais, estimulando sua criatividade, seu discernimento eaprendizagem. O currículo da escola promotora da saúde também deve ser motivador para odesenvolvimento pessoal e profissional de professores e outros que trabalham na escola.

f. Formação dos professores

A formação dos professores é um importante investimento e junto com iniciativas apropriadas,deve utilizar a prática, como alicerce conceitual.

g. Avaliando o sucesso

As Escolas Promotoras da Saúde devem valorizar e avaliar a eficácia de suas ações em relaçãoaos interesses de sua comunidade.

h. Parcerias

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A responsabilidade compartilhada e a extrema colaboração entre os diferentes Ministérios eSecretarias Estaduais e Municipais assim como entre os diferentes setores principalmente o daEducação, o da Saúde, e o do Meio Ambiente, são requisitos indispensáveis para levar a cabo umplanejamento estratégico da escola promotora. A colaboração e participação demonstradas emnível nacional se refletem nos níveis regionais e locais. Tanto as suas funções como asresponsabilidades e linhas de ação devem ser estabelecidas de forma clara para todos.

i. Comunidade local

O papel dos pais, assim como de toda a comunidade, é essencial na hora de adotar, apoiar epotencializar a noção de Promoção da Saúde na Escola. A colaboração entre eles, ONGs,empresas, OGS e comunidades locais constituem uma poderosa força capaz de criar uma trocapositiva. Esta cooperação permite, que surjam oportunidades para que os jovens se transformemem cidadãos ativos, à serviço de sua comunidade. Escola e comunidade unidas influenciam deforma positiva a criação de um entorno social e físico favoráveis à saúde.

j. Desenvolvimento sustentável

Os poderes públicos em qualquer nível, municipal, estadual ou federal, devem aplicar recursosna Promoção da Saúde nas escolas. Esse investimento contribuirá em longo prazo, para odesenvolvimento da própria comunidade. Em contrapartida, a comunidade local a que as escolaspertencem, irá transformando-se cada vez mais em um recurso para estas (WHOER 1997).

Enfim, uma Escola Promotora da Saúde pretende prevenir enfermidades físicas e mentais;produzir maior rendimento escolar; fomentar adequadas relações interpessoais na comunidadeeducativa; contribuir para que o ambiente físico de trabalho seja ameno e saudável e reduzir osgastos sociais e econômicos no sistema educativo. Mas, além disso e principalmente a propostadas escolas promotoras de saúde é formar gerações de cidadãos éticos com conhecimentos,habilidades e destrezas necessárias para promover e cuidar de sua saúde, de sua família ecomunidade, assim como criar e manter ambientes de vida, de estudo e de convivência saudáveis(OPS 1996).

Todos esses benefícios podem ser alcançados por qualquer escola por menor que seja, medianteviabilização de ações que respondam a necessidades e problemas da instituição e da populaçãousuária (pais, alunos e equipe escolar) desde que haja um compromisso real da comunidadeeducativa nesse sentido.

A educação em saúde nas escolas tem uma antiga e variada trajetória em quase todos os países etem incluído entre suas atividades essenciais, os exames preventivos dentais e médicos, visuais eauditivos, entre outros.

Todavia, em diversas reuniões sobre o tema, tem-se enfatizado a necessidade de dar um enfoqueintegral e utilizar estratégias mais inovadoras que correspondam a novas dinâmicas sociais,políticas e econômicas entre as quais, investir na capacitação e atualização dos professores,alunos, pais e comunidade; organizar os serviços de saúde de acordo com as reais necessidades einteresses da população escolar, promover hábitos saudáveis, alimentação nutritiva nas cantinasescolares, e usar metodologias educativas dirigidas para a formação de novas habilidades edestrezas, transformando a vida escolar numa oportunidade para o desenvolvimento humano, apaz e a eqüidade (OPS 1996).

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A implementação de uma iniciativa de promoção da saúde no âmbito escolar, nos moldes daEscola Promotora da Saúde,possibilitará detectar e oferecer assistência às crianças e jovensevitando que continue aumentando o número de estudantes que adquirem condutas de risco paraa saúde, como o hábito de fumar, consumo de bebidas alcoólicas e abuso de substâncias aditivas,doenças de transmissão sexual e gravidez precoce. Fenômenos como a exploração do trabalhoinfantil (o que provoca a evasão escolar) e a violência que se torna crescente em muitas cidadesdo continente, podem ser prevenidas com ações que gerem, nas escolas e a partir das escolas,condições para a convivência, sem discriminação, por meio de promoção de relações harmônicasentre os gêneros e a partir da resolução e gerenciamento de conflitos.

Deste modo,a Promoção da Saúde no âmbito escolar é uma prioridade impostergável. Asseguraro direito à saúde e à educação na infância, é responsabilidade de todos e cada sociedade deveinvestir de forma a gerar, por meio da capacidade criadora e produtiva dos jovens, um futurosocial e humano sustentável.

Todos os conceitos acima descritos é que embasaram as ações desenvolvidas no Município deVargem Grande Paulista.

1.1.4. A EDUCAÇÃO CONTINUADA NA ESCOLA PROMOTORA DA SAÚDE

A formação como a capacitação e atualização de docentes por meio de uma educação continuadasão dos fatores mais importantes para o sucesso de um programa de implementação da EscolaPromotora da Saúde.

É importante contar para isso, com a participação das universidades, das instituiçõesresponsáveis pela formação de professores e de Organizações Não Governamentais. Nosprogramas de capacitação deve-se utilizar métodos práticos e interativos e incluir experiências decampo, além de possibilitar os conhecimentos necessários para o desenvolvimento profissional.

É necessário preparar professores para que sejam capazes de levar a cabo de forma adequada eeficaz a educação em saúde e ambiental nas escolas; dar apoio técnico às suas instituiçõesformadoras a fim de garantir o desenvolvimento de recursos humanos inovadores, promover ainvestigação da realidade e avaliar o processo e o impacto das ações educativas no âmbitoescolar verificando se os objetivos propostos para transformar a instituição numa escola saudávele promotora da saúde para a comunidade, estão realmente sendo atingidos (OPS 1998).

A pesquisa desenvolvida pelos próprios educadores é fundamental para garantir umplanejamento pedagógico que atenda às necessidades reais dos alunos.

De acordo com a Organização Panamericana de Saúde – OPS (1998, p.14) as investigaçõesdevem centrar-se nos seguintes temas:

- diagnóstico da situação de saúde das comunidades, dos sistemas educacionais e sanitários doambiente (das escolas e da qualidade dos serviços de saúde) e das condições de saúde de criançase adolescentes, assim como de seus conhecimentos, práticas e valores relacionados à saúde;

- desenvolvimento de instrumentos que permitam traçar um diagnóstico rápido doscomportamentos de risco de acordo com cada grupo etário;

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- estudo do impacto das ações desenvolvidas.

Se a participação de estudantes nas investigações enriquecem o seu conhecimento, da mesmaforma, sempre que for possível, é interessante incluir os pais nessa atividade.

Os resultados obtidos podem ajudar a colocar as áreas da educação em saúde e ambiental naagenda governamental e a fortalecer o apoio da comunidade para as metas pretendidas no âmbitoescolar.

Quando se pretende formar crianças, como homens e cidadãos capazes de se realizar comopessoas, mas, também como seres sociais que se identificam, com o seu grupo num dadocontexto histórico, percebe-se que os desafios são muito grandes. As dificuldades tambémaparecem na hora de decidir sobre o conteúdo de um programa disciplinar que considere asnecessidades ou os problemas a serem enfrentados pelos alunos, ou sobre quais valores, atitudese comportamentos devem ser estimulados para permitir que convivam harmoniosamente compessoas diferentes em raça, crenças, religiões e idéias.

Para Alonso (1999, p.10), esse é o grande paradoxo com o qual os educadores se defrontam

por causa de sua frágil e ultrapassada formação (....) o maior problema talvezseja a sua visão um tanto idealista, ou mesmo ingênua do trabalho educativo,uma idéia que tem pouco a ver com a realidade de nossos dias e com asdificuldades próprias da situação de ensino, que nos dias atuais se tornarammuito maiores.

Para a autora, os professores se vêem diante de uma situação totalmente nova, e ainda quereconheçam a necessidade de redimensionar o seu trabalho e buscar novas bases para o ensino,encontram-se despreparados, mal informados e sem condições de sozinhos enfrentarem tantosdesafios.

A função da escola na sociedade contemporânea além, do desenvolvimento pessoal do alunos,busca prepará-los para a vida em comum, ou seja, para a sua socialização e trabalho, tornando-osaptos a compreender a dinâmica da sociedade e conseguir desenvolver mecanismos efetivos departicipação social.

Nesse período de transição pela qual a sociedade está passando, debates nacionais einternacionais têm sido realizados em relação à concepção da educação, a função da escola, arelação entre o conhecimento escolar e a vida sócio-cultural, o perfil e o trabalho profissional doprofessor.

Um novo papel do professor está sendo "gestado a partir de novas práticas pedagógicas, daatuação da categoria e da demanda social" em diferentes instituições (Laranjeira e col. 1999,p.18).

Entretanto, apesar dos avanços, do empenho e das experiências existentes, segundo esses autores,ainda há uma grande distância entre o conhecimento e a prática da maioria dos professores emexercício e as novas concepções de trabalho e de escola que esses movimentos vêm produzindo.Deste modo, é preciso "construir pontes" entre a realidade das práticas educativas e o que sepretende realizar. Isso não está ocorrendo apenas no Brasil.

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A competência profissional exige mudanças estratégias "no sistema e nas práticas de formação,incluindo a organização das instituições formadoras, a metodologia que orienta os processosformativos, a definição dos conteúdos e a formação dos formadores de professores" (Bicudo eSilva Jr. 1999, p.19).

Ainda, segundo os autores, essas mudanças se orientam pelos seguintes pressupostos:

1. O professor exerce uma atividade profissional de natureza pública (que diz respeito atoda a sociedade, uma prática compartilhada que tem dimensão coletiva e pessoal,implicando em autonomia e responsabilidade.

2. O desenvolvimento profissional permanente é necessidade intrínseca à sua atuação, e porisso, um direito de todos os professores.

3. A formação profissional do professor tem como eixo a docência, em seu sentido maisamplo de atendimento aos alunos, mas não se restringe a ela. Inclui também aparticipação no projeto educativo e curricular da instituição educacional, a produção deconhecimento pedagógico e a participação na comunidade educativa.

4. O trabalho do professor é simultaneamente intelectual e técnico, profissional e político.Visa ao desenvolvimento dos alunos como pessoas nas suas múltiplas dimensões epossibilidades.

5. O necessário compromisso com o sucesso das aprendizagens dos alunos nas creches e nasescolas de educação infantil e do ensino fundamental exige que o professor considere asdiferenças culturais, sociais e pessoais de modo a não reafirmá-las como causa dedesigualdade ou exclusão.

6. A formação se orienta pela concepção de competência profissional à qual a articulaçãoteórico-prática é intrínseca. Isso exige uma postura metodológica na qual o professorpense a prática e tome decisões pedagógicas segundo suas próprias convicções, paraintervir e criar situações que respondam aos objetivos educacionais.

7. A organização e o funcionamento das instituições de formação de professores sãoelementos decisivos para a construção e o desenvolvimento da cultura profissional que sepretende afirmar. A perspectiva interinstitucional (de abertura e cooperação) é defundamental importância.

8. O estabelecimento de relações cada vez mais estreitas entre as escolas de formação e asredes de escolas do ensino fundamental é necessário para a construção da competênciaprofissional inserida na prática real e para a produção de conhecimento e transformaçõesnecessárias no trabalho pedagógico.

9. Os projetos de desenvolvimento profissional não terão eficácia se não estiveremvinculados a condições de trabalho, avaliação, carreira e salário (Bicudo e Silva Jr. 1999,p.19-20).

O professor Ruz Ruz (in Serbino 1998, p.85) da Universidade Educares de Santiago, Chile,considera necessário que se tenha uma nova atitude formadora pautada em cinco eixos e fios

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condutores do currículo de formação de professores "o técnico e o prático na formação; aintegração de saberes; a preparação para a participação social; a atitude teórico crítica e aprospectiva. Esses eixos são dimensões complementares, mas, ao mesmo tempo independentes,estão comentados a seguir e se constituem na base sobre a qual deve emergir uma nova atitudeformadora.

Para Habermas (1993), o técnico é monológico, unidirecionado, enquanto o prático, é dialógico einterdirecionado. O espaço do técnico está preenchido por práticas e estratégias e por decisõesracionais. O espaço do prático se rege pelo consenso ou pelo acordo, numa relação de normasque regem a ação e está na família, na amizade, no amor, nas relações sociais e na sociedadecivil.

O racional está ligado ao cumprimento de metas sob certas circunstâncias, num pensar calculista,próprio das estratégias de ensino, dos métodos, da eficiência e do rendimento, e hoje predominana educação em geral e na formação de professores, em particular. O prático é uma busca desentido ou fundamento de tudo que existe, é razoável em relação a valores, é inter-relacional, é osentido e fundamento do fazer pedagógico e educativo.

Deste modo, é preciso haver um novo equilíbrio ou convergência entre o técnico e o prático nocampo da educação, reinserir o técnico no prático, ou seja, colocar as estratégias e os métodos aserviço dos valores. Isto implica em reavaliar os perfis profissionais, os papéis do professor, osplanos e programas de estudo, a relação teoria/prática da formação, chegando a uma nova leiturado campo educacional.

A integração entre o saber elaborado, da cultura erudita, "dita universal" ou teoria e o sabercotidiano da cultura popular ou da socialização,constitui o 2o eixo e vai favorecer não só aautonomia do educador, mas, se constitui num avanço em direção à pertinência cultural docurrículo de formação não só dos professores, como também dos alunos.

O saber cotidiano é o saber vivido, fruto da experiência, corresponde ao saber de uma época oude um extrato social, que deve ser internalizado para que os sujeitos tenham um desempenhoadequado ao meio social a que pertencem. É mais do que um saber de um único sujeito, estámais perto do coletivo do que do privado. É um saber imediato que permite resolver problemaspráticos e está vinculado à ação.

O saber científico, mais abstrato e elaborado, refere-se aos conhecimentos sistematizados quereconstroem e ordenam a experiência, de acordo com certas regras e princípios de pensamento.

De acordo com Paulo Freire (in Serbino 1998, p.45)

há uma idéia equivocada de que na medida em que a massa popular aprende osconteúdos que a gente lhe distribui, ela se liberta. É a concepção fetichista doconteúdo, do objeto. O conteúdo sozinho, não liberta ninguém, essa é a dimensãopolítica da luta. Essa dimensão só é pedagógica como conseqüência, comoreflexo e não como fundamentação. Nunca se precisou tanto de uma educaçãoque fosse além do pragmático, isto é de fazer a unidade dialética contraditóriaentre a leitura da palavra e a leitura do mundo para que se tenha a relação entreo texto e o contexto.

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O terceiro eixo citado por Ruz Ruz (in Serbino 1998) é a participação social vista como umaforma de levar o indivíduo a transformar-se em um ator social, de fazer parte da sociedade emque se vive, como construtor do seu próprio destino, sem o que haverá marginalização ediscriminação.

Se a escola enquanto instituição, não cumpre seu papel de preparar os indivíduos como atoressociais, toda a sociedade se ressente.

A sociedade hoje, é desigual na economia e plural na cultura, com modelos de valores e normasvariadas que constantemente se vêem questionados, pois, não há critérios únicos. Diferente daantiga sociedade monolítica, atualmente, a sociedade é pluralista, fragmentada, diversa emúltipla.

Assim, a formação dos professores precisa assumir a realidade inteira, sem parcelamento,desenvolvendo todos os segmentos sociais, mesmo os contraditórios, de forma que eles estejamaptos para "ampliar a visão sóciocultural e uma concepção filosófica que aceite a diversidade eque fomente a tolerância. (....) A participação social expressa-se na democratização daconvivência social. Aprende-se no processo de formação profissional não só por meio deconteúdos, mas, também, pelas experiências pluriculturais e multissociais." (p.98).

O ensino teórico deve partir dos problemas reais, considerando que os alunos vêm de estratosvariados e sofrem influências culturais diferentes.

Por atitude teórica crítica (quarto eixo) entende-se uma exigência própria do conhecimentocientífico que busca a dimensão auto-reflexiva do conhecimento.

Para Habermas (1993), o paradigma positivista da ciência tem negado a reflexão do sujeito queconhece. No entanto, é preciso ter uma atitude teórica baseada numa ciência capaz de refletirsobre si própria e ao mesmo tempo retraduzir, em termos de referências práticas para a vidasocial, a realidade por ela objetivada e manipulada.

De acordo com Paulo Freire (in Serbino 1998) é importante teorizar a prática e construir a teoria,procurando articular teoria e prática, o saber e o fazer, o ensino e a pesquisa. Somente assim, aeducação poderá assumir um papel ativo na aprendizagem coletiva e na potencialização dodesenvolvimento do conhecimento.

As mudanças decorrentes de todos os níveis e tipos de atividades de nossa época tambémrepercutem na educação. Há novas formas de saber e de cultura aparecendo. Isso vaitransformando o homem, que ao transformar-se, transforma sua realidade.

Para Paulo Freire,

uma das grandes invenções das mulheres e dos homens, ao longo da história, foiexatamente transformar a vida em existência – e a existência não se faria jamaissem linguagem, sem produção de conhecimento, sem transformação. Mas, jamaiscom transferência de conhecimento. Conhecimento não se transfere,conhecimento se discute (....) Enquanto educadores progressistas, é essa aeducação que me parece, nós deveríamos obrigar a desenvolver, a praticar comos nossos companheiros, do povo brasileiro. Não uma educação de pura

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memorização mecânica, e não o escamoteamento de verdades. (in Serbino 1998,p.46-7)

Assim, torna-se urgente revisar as práticas que têm caracterizado a formação dos professores afim de prepará-los para um mundo que está por vir, onde as formas de pensar estãoharmoniosamente relacionadas com a afetividade, e são consideradas mais importantes que osconteúdos; onde é preciso superar a ação autoritária na educação.

Segundo Ruz Ruz (in Serbino 1998, p.99) o quinto eixo diz respeito a "uma educaçãoprospectiva que deve transcender todas as formas de pedagogia ou aprendizagem da limitação ouauto-limitação."

O educador tanto quanto a escola deve buscar produzir em seus alunos, transformações emquatro campos interligados, a saber: o do domínio afetivo, desenvolvendo atitudes positivas detolerância, superação da frustação e da incerteza, auto-estima, identidade pessoal, entre outras; odo domínio cognitivo, procurando desenvolver capacidades de utilização de diferentes estilos,técnicas e estratégias de pensamento, saber buscar, processar e utilizar informações, e observarfenômenos a partir de múltiplas perspectivas; o do domínio metacognitivo de forma que possamaprender a aprender e a desaprender se necessário, observar e conhecer a si mesmo, compreendero caráter específico de cada tarefa ou problema, identificar que instrumentos podem ser usadospara seu enfrentamento, e reconhecer as influências que perpassam as interações; o do domíniointerpessoal que leva à aceitação da diferença e da crítica, à capacidade de resolver conflitos, àshabilidades comunicativas que favorecem a adaptação e coesão do grupo, e à disposição para otrabalho em equipe (Ruz Ruz in Serbino 1998).

Laranjeira e col. (1999) reafirmam essas idéias e consideram que a escola ao assumircompromissos em favor da cidadania e da democracia, torna-se responsável por criar condiçõespara que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e adquiram subsídios necessários paracompreender a realidade, atuar sobre ela e sejam capazes de participar de relações sociais cadavez mais amplas e diversificadas. Para esses autores, "a defesa de uma educação escolar dequalidade é portanto, a defesa do direito de todo brasileiro ao desenvolvimento de suascapacidades cognitivas, afetivas, físicas, éticas, estéticas, de inserção social e de relaçãointerpessoal." (p.21).

Atingir esses objetivos, implica em investir em recursos materiais, em construção, melhoria emanutenção de creches e escolas como também, na formação continuada dos profissionais dosquais depende a educação brasileira -, o que se constitui sem dúvida, em uma das maisimportantes dentre as políticas públicas para a educação. Deste modo, se por um lado isso éinsuficiente para garantir uma aprendizagem escolar de melhor qualidade, por outro, é condiçãosine qua non.

No Brasil e em vários outros países da América Latina, a preparação para o exercício domagistério tem características similares, principalmente, em relação à inexistência de um sistemaarticulado de formação inicial e continuada. Isso tem conduzido às práticas compensatórias deformação em serviço que assegurem o desenvolvimento de diferentes competências profissionaisna tentativa de cobrir parte da ineficácia dos cursos de formação inicial (Bicudo e Silva 1999;Queluz e Alonso 1999; Serbino e col. 1998).

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A formação enquanto processo contínuo e permanente de desenvolvimento, implica em ensinar aaprender, como foi dito anteriormente, mas também em que o professor tenha disponibilidadepara essa aprendizagem, e que o sistema escolar dê condições para que, enquanto profissional,ele continue aprendendo.

A educação continuada, não é eventual nem apenas um instrumento destinado a suprirdeficiências de uma formação inicial de baixa qualidade, mais do que isso deve fazer parteintegrante do exercício profissional do professor.

Esse desenvolvimento contínuo justifica-se por várias razões decorrentes do avanço constante doconhecimento científico e das investigações relacionadas à Educação, à Cultura, à Comunicação,e às Artes, entre outros, das transformações de valores, crenças, hábitos e formas de se relacionarcom a vida e das decorrentes das mudanças e da evolução da sociedade em suas estruturasmateriais e institucionais, nas formas de organização da convivência e na produção dos modeloseconômicos.

Conforme Bicudo e Silva (1999), a formação continuada nas escolas de educação básica (deeducação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos) pode acontecer tanto notrabalho sistemático dentro da escola como fora dela, mas sempre com repercussão em suasatividades.

O desenvolvimento das competências necessárias ao exercício profissional,requer atitudes investigativas e reflexivas que constituam instrumentos para aconstrução de conhecimento das pessoas (....) [Isso só é obtido] por meio daprática do questionamento, da argumentação, da fundamentação, do manejocrítico e criativo da informação disponível, entre outros procedimentos. (p. 28)

É no contato direto com os alunos que os professores redefinem o seu conhecimento etransformam as idéias em ação, conferindo-lhes um significado.

Para Queluz e Alonso (1999) o professor necessita de muito mais do que a intuição para procederà reflexão sobre a sua prática,

ele precisa estar mais preocupado com o aluno do que com o conhecimento a sertransmitido, com suas reações frente a esse conhecimento, com os seus propósitosem termos de ensino e aprendizagem e estar consciente de sua responsabilidadenesse processo (....) O professor terá de se colocar em uma posição depesquisador (deixando de lado a sua participação como ator do processo), quebusca compreender e analisar os fenômenos que observa, com o objetivo deencontrar não só respostas às perguntas que ele se faz e possíveisencaminhamentos, como também soluções para as dificuldades constatadas.(p.15-6)

De acordo com esses autores, a prática reflexiva, tem sido amplamente estudada, e é hoje umadas proposições mais aceitas em termos de formação de professores, principalmente quando

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tomada em confronto com as condições sociais efetivas em que se dá o trabalho educativo.

A formação para a prática reflexiva, do ponto de vista dessa autora, implica necessariamente emeducação política.

Política, aqui entendida como uma "posição ideológica a respeito dos fins do Estado" (Ferreira1995, p.515), ou seja, um sistema de regras que diz respeito à direção dos negócios públicos.

A Educação Política prepara o cidadão para dizer como o Estado deve se conduzir em relação adeterminadas questões: econômicas, sociais, de saúde, ambientais, entre outros. Leva as pessoasa se posicionarem para dizer como elas querem que a Sociedade seja, já que o Estado é oregulador das relações sociais, e tem como atribuições garantir direitos e deveres. Assim, aEducação Política cria condições para que as pessoas possam se mobilizar diante de questõesfundamentais, por exemplo reivindicando um Estado mais intervencionista ou menosintervencionista.

A iniciativa das escolas promotoras da saúde, vem ao encontro das idéias já discutidas nessetrabalho, trazidas pelas conferências internacionais de saúde e meio ambiente já apresentadas, daía proposta de atuação com os professores municipais de Vargem Grande Paulista ter partidodesse ideário, para atingir os objetivos da educação continuada.

Por concordar plenamente com as idéias expostas anteriormente decidiu-se aceitar o trabalhosolicitado pela Secretaria da Educação de Vargem Grande Paulista, desenvolvendo um processode educação continuada que durante 30 meses, atingiu mais de 900 horas, nas quais procurou-sefazer em conjunto com os professores, "uma leitura do texto e do contexto", como propunhaPaulo Freire, pois "enquanto educadores, nosso sonho não é pedagógico, mas político", por serum sonho na busca de uma transformação social.

1.2. O MUNICÍPIO DE VARGEM GRANDE PAULISTA - ÁREA DO ESTUDO

Em tempos passados foi chamada de "Raposo Tavares" e nela havia poucos moradores. Esselocal era considerado estratégico, por servir, naquela ocasião, como passagem de tropas, quelevavam e traziam mercadorias em carros de boi do interior para a cidade de São Paulo,precisamente, para o mercado de Pinheiros. Posteriormente tornou-se "Vila de Vargem Grande"e, em seguida, "Bairro de Vargem Grande", na época em que pertencia ao Município e Comarcade Cotia.

Existem divergências quanto à origem do nome "Vargem Grande". Para uns estaria relacionadocom o relevo topográfico local, com os contornos de planície, chapada, vale, várgea, vargem, quepor sua extensão recebeu o nome de Vargem Grande. Embora não esteja numa grande planície,como o nome indica, dando, porém, essa impressão quando vista do alto das serras de SãoRoque, os bandeirantes nas suas andanças pela região, deram-lhe esse nome. Outra versão atribuio nome a uma plantação de feijoeiros com vagens enormes, que existia no local. Foidenominada, também, "Ribeirão de Vargem Grande" (Araújo 1999).

Segundo Westphal (1992), a evolução urbana da região está relacionada com o crescimento dacidade de São Paulo, principalmente após o asfaltamento da Rodovia Raposo Tavares, em 1953,

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e posterior alargamento das pistas.

Em dezembro de 1963, o bairro de Vargem Grande que já contava com 160 casas e 600habitantes no perímetro urbano, segundo o Instituto Geográfico e Geológico do Estado de SãoPaulo, foi elevado à categoria de distrito, com o nome de "Raposo Tavares" e assim continuou sedesenvolvendo.

Em 1981, um grupo formado por moradores em prol da emancipação do bairro, conseguiu, apósgrande campanha junto à Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia Legislativa doEstado de São Paulo, realizar um plebiscito organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral. Eassim, com voto favorável da maioria da população, foi promulgada em 23 de dezembro de1981, a Lei no 3.198, que criou o Município de Vargem Grande Paulista - VGP e estabeleceu asdivisas do novo município, com os municípios de Cotia, São Roque e Itapevi. Em 1983, uma leicomplementar o integrou à Região Metropolitana da Grande São Paulo.

Após novo plebiscito junto à população interessada, a Lei no 9.330, de 27 de dezembro de 1995,anexou ao Município de Vargem Grande Paulista alguns bairros e um loteamento do vizinhomunicípio Itapevi, aumentando sua área em aproximadamente 8 km2, e a população em 6000habitantes, que passaram a receber benefícios como creches, iluminação pública, saneamentobásico e segurança (Araújo 1999).

A Lei no 7.384, de 24 de julho de 1991, que disciplina o uso do solo para proteção dos recursoshídricos de interesse da Região Metropolitana da Grande São Paulo, reconheceu Vargem Grandecomo pertencente à Zona de Proteção dos Mananciais. Isso se tornou necessário devido àexistência de um lixão a céu aberto próximo ao Córrego Vermelho (ou Ribeirão VargemGrande).

As normas de proteção da lei estendiam-se ao uso e ocupação do solo, havendo necessidade delicenciamento prévio da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo para a realizaçãode algumas atividades no município. Isto foi considerado restritivo e levou à "criação de umacomissão para a realização de estudos, fiscalização e propostas em conjunto com o MinistérioPúblico, para sanar definitivamente o problema da disposição final do lixo nos municípios daGrande São Paulo, assim como punir os responsáveis por tão reprovável crime contra o meioambiente" (Araújo 1999, p.86).

Porém, poucos anos depois, o município, rico em recursos hídricos, deixou de pertencerlegalmente à Zona de Proteção de Mananciais, por solicitação de alguns políticos locais queachavam, equivocadamente, que a referida lei "retardaria o progresso", tendo sido, então,substituída pela Lei no 9.808, de 16 de outubro de 1997.

De acordo com Araújo (1999, p.98) "procurar manter o equilíbrio entre as necessidades dapopulação e as características do meio ambiente é um grande desafio, sobretudo numa cidadecaracterizada por grandes reservas de mananciais e delimitada por dezenas de córregos".

Inicialmente, a ocupação territorial foi feita por grupos da população de alto poder aquisitivo deum lado, fugindo dos problemas da metrópole, e de outro, por grupos de baixa renda em busca demoradia, devido à intensa especulação imobiliária existente em São Paulo, criando assim, umapaisagem cheia de contrastes. Essa ocupação desordenada, com terrenos vendidos a preçosbaixos em loteamentos clandestinos vem contribuindo para diminuir o restante da Mata Atlântica

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existente na região, poluir o solo e o manancial de águas.

O município pertence à região administrativa no 7 da Grande São Paulo. Está situado entre osquilômetros 39 e 45 da Rodovia Raposo Tavares, na latitude 23o36’30" S e longitude 47o10’40"W. Possui condições climáticas agradáveis com a temperatura média variando de 19 oC a 27oC, ealtitude média de 930m acima do nível do mar. Ocupa uma extensão territorial de 37 Km2.

As principais atividades econômicas desenvolvidas em Vargem Grande Paulista são ahorticultura, a fruticultura, a avicultura e a cultura de plantas ornamentais, características,portanto, de zona rural. O setor de comércio e serviços absorve grande parte da mão-de-obralocal. Com a industrialização nas áreas têxtil, química, metalúrgica, entre outras, o municípiodeixou de ser essencialmente agrícola, iniciando o ciclo industrial urbano e, conseqüentemente, oêxodo rural (Westphal 1992).

A rede elétrica abrange 99,2% do município; a rede de água chega a 73% e a de esgoto 73%. Acoleta de lixo atinge 96,8% dos domicílios. No que se refere ao saneamento básico, os principaisproblemas estão relacionados com a falta de tratamento de esgotos sanitários e à inadequadasolução adotada para o destino final do lixo.

No quadro a seguir, verifica-se o crescimento populacional do município, em 10 anos (Araújo1999).

Quadro 1 - Crescimento Populacional do Município

Ano 1985 1988 1992 1994 1995 1996

População 12.127 13.825 17.716 21.978 24.112 26.455

Fonte: SEADE, 1996.

As estimativas mostram que ao final do ano 2000, a população de Vargem Grande será de,aproximadamente, 35.000 habitantes (Araújo 1999).

Considerando-se o índice populacional, Vargem Grande Paulista é uma cidade jovem e de médioporte, contudo sua extensão territorial a enquadra como município de pequeno porte. Issosignifica que uma grande concentração populacional encontra-se numa área geograficamentepequena.

Em 1995, a população de 10 a 14 anos de idade totalizava 2.703 habitantes, o que fez com que a"administração municipal orientasse suas atividades no sentido de atender a esse percentualsignificativo da população" (Araújo 1999, p.95). A educação e a cultura passaram, então, aconstituir áreas prioritárias, assim como a saúde e o esporte, na gestão do município.

Salas de aula foram construídas e reformadas para atender desde a Educação Infantil até oEnsino Médio, e inúmeras atividades começaram a ser oferecidas, tais como: aulas de capoeira,escola de balé, escola de música (teclado e violão), escola de voleibol, basquetebol, atletismo,futebol de campo e de salão; além de ginástica para mulheres.

Ao Plano de Gestão Municipal foram incorporadas mudanças sugeridas pela Lei de Diretrizes eBases da Educação (Lei no 9.394/96) e pela Emenda 14, que trata do Fundo de Valorização do

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Magistério.

Com o processo de municipalização do ensino, Vargem Grande Paulista recebeu centenas dealunos do ensino fundamental e, considerando a taxa de crescimento populacional, o município,que contava apenas com oito escolas em 1986, projetou para os anos seguintes a construção deoutras (Araújo 1999).

Quadro 2 - Distribuição de Alunos, Professores e Escolas de VGP

Ano No de EscolasMunicipais

No de Alunos No de Professores

E I E F Total E I E F Total E I E F Total

1983

1 0 1 120 0 120 4 0 4

1998

10 7 17 1.141 706 1.847 39 31 70

1999

10 8 18 1.232 1.553 2.785 43 50 93

Fonte: Secretaria Municipal de Educação de VGP (in Iervolino 2000, p.62)

Obs.: As siglas EI e EF correspondem, respectivamente, a Educação Infantil e EnsinoFundamental. Foram incluídos nos dados que aparecem no Quadro 2 o número de crianças dascreches, pois de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases no 9.394/96 pertencem ao Ensino Básico.

Em convênio com o Ministério da Educação e com Organizações Não-Governamentais (ONGs)foram oferecidos cursos de alfabetização de adultos e equipadas 11 salas de aula, em 1997,ampliadas para 20 em 1999.

O crescente aumento de alunos, professores e, conseqüentemente, de escolas ou salas de aulavêm exigindo maior atenção das autoridades de ensino do município.

O sistema de ensino, em 1996,contava com 300 crianças matriculadas em Escolas de EnsinoFundamental particulares, 160 crianças em creches públicas e 600 crianças em escolas maternais,também particulares. Possui no momento cerca de 2.000 alunos matriculados e 85 professoresem escolas públicas de Ensino Fundamental, 34 professores na Educação Infantil e 8Coordenadores Pedagógicos. Atualmente, a Secretaria Municipal de Educação possui 20 escolas,incluindo as que foram municipalizadas recentemente (Pelicioni e col. 1999).

A maior parte das escolas desta região, portanto, são de Ensino Fundamental e a grandepreocupação das autoridades e das lideranças locais, é melhorar o rendimento das crianças,reduzindo a repetência e a evasão.

O município conta com 5 Postos de Saúde e com Pronto Atendimento orientados para a saúdepreventiva e curativa, mas há necessidade de maiores recursos, principalmente especializados,

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para atendimento à população.

Inúmeros acidentes têm ocorrido ao longo da rodovia Raposo Tavares, principalmente entre osquilômetros 34 e 75 que têm sido atendidos pela Base SAU (Serviço de Apoio ao Usuário) nokm 45, da concessionária Via Oeste.

Outros Dados do Município

Alguns dados complementares organizados pela Emplasa (1997) podem contribuir para entendermelhor a realidade do município.

- Número de Eleitores

Em 1986, VGP tinha 9.028 eleitores cadastrados e esse número correspondia a 0,1% doseleitores da Grande São Paulo. O número absoluto de eleitores aumentou em 1990 para 12.316 eem 1994 para 14.921, mantendo-se nessas duas datas a proporção de 0,1% de eleitores da GrandeSão Paulo. Já em 1996, correspondia a 0,2% com 18.304 eleitores.

- Evolução do número de ligações de esgoto

Em 1994 era de 818, subindo para 889 em 1995, e para 939 em 1996, o que representa umincremento relativo, entre 1996/1994, de 14,79%.

Fonte: SABESP e Prefeitura de São Paulo (in Emplasa 1997).

- Evolução da Extensão da Rede de Abastecimento de Água.Em 1994 era de 68.420 queaumentou para 74.370 em 1995 e para 74.598 em 1996, o que representa um incremento relativo,entre 1996/1994 de 9,03%.

Fonte: SABESP e Prefeitura de São Paulo (in Emplasa 1997).

- Taxa de Mortalidade Infantil (óbitos de menores de 1 ano/ mil nascidos vivos)

Em 1996 foi de 26,40 e pode ser considerada alta, embora corresponda à média da Grande SãoPaulo.

- Taxa de Mortalidade Geral (óbitos/ mil habitantes)

Em 1996 foi de 6,84 e é maior que a média na Grande São Paulo.

- Taxa de Natalidade (nascidos vivos/ mil habitantes)

Em 1996 foi de 24,48 e está acima da média da Grande São Paulo que foi de 21,89.

- Evasão Escolar (%) no Ensino de 2o Grau da Rede Estadual

Em 1995, foi de 26,1%, o que é um número alto, um dos maiores naquele ano, na Grande SãoPaulo.

Fonte: Secretaria de Estado da Educação - Centro de Informações Educacionais (in Emplasa1997).

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Para Araújo (1999, p.98), diante "de tantos contrastes, resta o desafio de superar os problemasexistentes com um desenvolvimento auto-sustentável", capaz de construir uma mentalidadecultural e econômica que tenha como pressuposto a dignidade da pessoa humana em suas váriasdimensões .

1.3. A PARTICIPAÇÃO DA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP EMVARGEM GRANDE PAULISTA

A Faculdade de Saúde Pública já vinha desenvolvendo atividades na região, desde 1989, apedido da Secretaria Municipal de Saúde.

Há mais de dez anos, todas as atividades de integração docente, nas quais a Faculdade tem seenvolvido no Município de Vargem Grande Paulista, tem contado com a participação dapopulação, que vem aderindo aos esforços de mobilização para uma transformação socialsignificativa.

Entre esses esforços destacam-se a formação e o fortalecimento de conselheiros de saúde, ligadosao Departamento de Saúde do Município, e um autocenso, realizado pela Faculdade de SaúdePública em conjunto com as lideranças locais.

Centrando suas atenções no problema das crianças e adolescentes, reuniu setores governamentaise os conselhos gestores para elaborar um plano de ação conjunto. Um fórum municipalintersetorial foi articulado para monitorar o desenvolvimento desse plano, enquanto as secretariasmunicipais desenvolviam suas ações específicas (Ministério da Saúde 1999, p. 74).

O autocenso feito em 1995, contribuiu para que se ampliassem os conhecimentos das autoridadeslocais e da população sobre as condições de vida e a situação demográfica e sócio-econômica. Osdados obtidos foram discutidos com a população em pré-conferências e conferências, entre eles,o esgoto e o lixo, indicados como problemas prioritários.

O fato de o município naquela ocasião ser considerado uma área de proteção de mananciais,potencializou o problema que foi apresentado e discutido com a SABESP. Esse órgão secomprometeu, em médio prazo, a construir uma estação de tratamento de esgotos no município,para resolver o problema da contaminação dos córregos. O problema do destino final do lixo,coletado pela prefeitura e lançado a céu aberto em área habitada do município, foi consideradotambém um dos problemas a ser trabalhado intersetorialmente (Westphal 1992).

Assim, várias medidas foram propostas às Secretarias Municipais na ocasião, porém nem todasforam viabilizadas.

Em 1996, foi apresentado e divulgado o Projeto Município/Cidades Saudáveis para autoridades egrupos de população de Vargem Grande Paulista. Houve interesse por parte do prefeito eleitoque se comprometeu com a Organização Panamericana de Saúde – OPS, a assumir uma forma degestão que se encaminhasse para os princípios e idéias desse Movimento, o que na práticadeveria se refletir no estabelecimento de políticas públicas saudáveis.

A partir de 1997, a Secretária de Educação de Vargem Grande Paulista solicitou da Faculdade deSaúde Pública da Universidade de São Paulo colaboração para o desenvolvimento da EducaçãoAmbiental junto à rede municipal de ensino por considerar um tema importante e novo, que

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deveria ser trabalhado de forma interdisciplinar e transversal ao programa curricular, comosugerem os Parâmetros Curriculares Nacionais propostos pelo Ministério de Educação e doDesporto – MEC (1996).

Reconhecendo a necessidade crescente de envolvimento da Saúde Pública com as questõesambientais para a melhoria das condições de vida e para a criação de novas perspectivasintersetoriais de políticas saudáveis, decidiu-se desenvolver ações de capacitação junto aosistema oficial de ensino do município de Vargem Grande Paulista, promovendo a Educação emSaúde e a Educação Ambiental como temas transversais articulados com outros projetos namesma direção, tomando como base as proposições da Escola Promotora da Saúde.

Identificados os recursos humanos que seriam convidados a participar e, as escolas piloto onde aproposta seria iniciada, e definiram-se as datas possíveis para uma capacitação, desde jáconsiderada como necessária para os professores.

As escola foram selecionadas, tendo em vista o critério de "pólo difusor" já que se situam empontos estratégicos, para facilitar a multiplicação das idéias para as escolas próximas.

Tendo sido decidido em conjunto com a Secretaria Municipal de Vargem Grande Paulista que osprofessores de 5 escolas-pólo (incluindo escolas de Educação Infantil - EMEI e de EnsinoFundamental - EMEIEF) representativas das 5 regiões geopolíticas de Vargem Grande Paulistairiam fazer parte do projeto a ser desenvolvido, foram selecionadas a EMEI Annita Carmelita deMoraes e as EMEIEF Flor de Lis, Brinco de Princesa, Sabiá Laranjeira e João de Barros,localizadas respectivamente nos seguintes bairros: Tijuco Preto, Parque do Agreste, Capela deSão Pedro, Lagoa e no Centro.

A população alvo da etapa de diagnóstico foi, portanto, constituída por professores provenientesdessas escolas da Secretaria Municipal de Vargem Grande Paulista.

Embora o convite tenha se estendido a todos os professores, num primeiro momento o número devagas previsto (20) foi preenchido pelos interessados. No entanto, a partir dos primeiroscontactos, o número de participantes começou a aumentar cada vez mais, havendo uma aberturapara que isso pudesse ocorrer, desde que coubesse no espaço físico destinado às atividadesprogramadas.

No final de 1997, foi elaborada uma proposta de trabalho e encaminhada às CoordenadorasPedagógicas e à Secretária de Educação de Vargem Grande Paulista para discussão.

Inicialmente, a Secretaria não demonstrou interesse em trabalhar conteúdos de Promoção eEducação em Saúde. No entanto, aos poucos, foi sendo negociada a inserção dessa área deestudo integrada à Educação Ambiental, por se considerar impossível trabalhá-lasseparadamente.

Em fevereiro de 1998, o grupo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo -FSP/USP participou do Planejamento Pedagógico Anual, discutindo com todos os professores doMunicípio de Vargem Grande Paulista a proposta de trabalho conjunto a ser desenvolvidonaquele mesmo ano e no ano seguinte. Nesse evento destacaram-se a importância dodesenvolvimento sustentável em Vargem Grande Paulista e da manutenção das áreas de proteçãode mananciais e a contribuição das propostas contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais -

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PCNs (MEC 1996) para que as escolas e a cidade se tornassem ambientalmente mais saudáveis.Um projeto piloto foi então desenvolvido durante 30 meses. No primeiro ano ainda não haviafinanciamento de qualquer instituição.

1.3.1. A Pesquisa com os Professores

Decidiu-se começar realizando um levantamento para investigar os conhecimentos,necessidades, interesses, dificuldades, percepções e práticas dos professores que aderiram aoprojeto.

Para isso utilizou-se um questionário, contendo perguntas abertas e fechadas sobre as áreas deEducação, Saúde e Meio Ambiente, seguido da técnica de grupo focal, com os 20 professores darede municipal de ensino das 5 escolas-pólo.

O primeiro dos instrumentos foi devidamente pré-testado. Os resultados e suas respectivasanálises se constituíram em dissertações de mestrado de duas alunas da Faculdade que atuaramaté o momento, diretamente no campo. Os dados sistematizados serão apresentados mais adiante.

O questionário (em anexo) utilizado com os professores, continha questões que visavamcaracterizar seu perfil: idade, sexo, tempo de serviço, local de moradia, suas aspiraçõesprofissionais, e incluíram, ainda, suas percepções sobre a nova proposta curricular nacional(PCNs) e a possibilidade de sua implementação.

Segundo Gil (1994), o questionário constitui hoje uma das mais importantes técnicas deinvestigação disponíveis para obtenção de dados nas pesquisas sociais, podendo ser compostopor um número mais ou menos elevado de questões, apresentadas por escrito às pessoas. Tempor objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas esituações vivenciadas.

Sendo uma técnica de rápida aplicação, o questionário foi respondido na presença dospesquisadores no próprio local de trabalho das professoras.

Os dados obtidos no questionário, foram aprofundados por meio da técnica de grupo focal, com10 professores constituindo cada grupo, totalizando 20 professores.

O Grupo Focal, técnica de pesquisa quantitativa que utiliza sessões grupais, é um dos fórunsfacilitadores da expressão de percepções, crenças, valores e atitudes sobre uma questãoespecífica (Iervolino e Pelicioni 1998).

Neste caso, a escolha deveu-se ao fato de facilitar a observação da dinâmica de interação nogrupo, o envolvimento dos seus componentes nos processos de mudanças e identificar suasatitudes e práticas.

Foi então utilizado um estudo baseado em um modelo pré-experimental, de acordo com aclassificação de Campbell e Stanley (1979), que pressupõe a realização de um pré-teste e pós-teste, para comparar a situação inicial e final através de mensuração quantitativa e análisequalitativa, tendo em vista os objetivos propostos no estudo, cujos resultados serão resumidosadiante, e estão descritos por Iervolino (2000) na dissertação denominada Escola Promotora deSaúde - Um Projeto de Vida.

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Após a conclusão desse diagnóstico situacional, de características quali-quantitativas em funçãodos instrumentos utilizados, tornou-se evidente a necessidade de capacitação dos professoresenvolvidos, nas áreas de Educação, Saúde e com uma ênfase maior para a área ambiental.Iniciou-se então, um processo de educação continuada cujos objetivos serão apresentados aseguir.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Implementar um processo de educação continuada junto com professores e coordenadorespedagógicos da Secretaria Municipal de Vargem Grande Paulista, nas áreas de Educação, Saúdee Meio Ambiente e em Metodologia de Pesquisa, como estratégia de construção da EscolaPromotora da Saúde.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar os conhecimentos, percepções, necessidades, interesses e práticas dos professores ecoordenadores pedagógicos sobre Educação em Saúde e Educação Ambiental, antes e após a 1a

etapa de capacitação.

Analisar os resultados do processo de educação continuada, a partir da metodologia empregada.

Elaborar material instrucional de apoio sobre os temas Educação, Saúde e Meio Ambiente, quepermita utilização nas escolas de forma interdisciplinar e transversal.

Estimular a participação de professores, funcionários, alunos e pais em atividades conjuntas, comvistas à transformação das escolas municipais em ambientes mais saudáveis.

Incentivar o desenvolvimento de um programa integrado de Promoção e Educação em Saúde ede Educação Ambiental, construído junto com os profissionais das Secretarias Municipais deEducação e de Saúde, como parte do currículo do Ensino Infantil e Fundamental.

3. MÉTODO

3.1. POPULAÇÃO ALVO

Foi constituída pelos mesmos professores e coordenadores pedagógicos (20) provenientes das 5escolas-pólo de Vargem Grande Paulista, que participaram da investigação diagnósticapreliminar.

3.2. O DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DA EDUCAÇÃO CONTINUADA EMVARGEM GRANDE PAULISTA

O processo teve na sua 1a etapa, em 1998, a duração de um ano, com atividades de capacitaçãoteórica e prática sobre temas na área de Saúde : Promoção e Educação em Saúde e EscolaPromotora da Saúde; Observação do Escolar; Doenças Imunopreveníveis e Vacinação;Verminose; Prevenção de Acidentes nas Escolas e Noções de Primeiros Socorros; ErroAlimentar e Oficina de Alimentação Alternativa; Noções de Saúde Ocular e Tracoma; e temas naárea de Meio Ambiente: Educação Ambiental - conceitos, objetivos e princípios; Observação do

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Entorno; Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21; Poluição do Ar, Água e Solo;Biodiversidade; Leis de Crimes Ambientais, entre outros.

Esses temas foram selecionados e priorizados pelos próprios professores, com apoio da equipe daFaculdade de Saúde Pública, de acordo com as necessidades identificadas no levantamento doseducadores ou em sugestões baseadas em interesses por eles expressos.

Na capacitação dos professores procurou-se levar em consideração o conceito de"Empowerment", muito utilizado na Promoção da Saúde, enquanto processo de ação social noqual indivíduos e grupos buscam adquirir controle sobre suas vidas, num contexto de mudançados seus ambientes sociais e políticos. Este processo pode ocorrer em comunidades interpretadascomo geográficas, institucionais ou de interesse (Wallerstein e Bernstein 1998).

Após um ano, na 2a etapa, com a mesma metodologia usada para o diagnóstico inicial, avaliou-seo trabalho, aplicando novamente os mesmos questionários, complementados com grupos focaispara aprofundar e compreender melhor os resultados obtidos que indicaram a necessidade decontinuar o processo educativo nas áreas de Saúde e Meio Ambiente.

Com a aprovação, ao final de dezembro de 1998, do projeto de capacitação enviado para aFAPESP, e conseqüente financiamento, oportunizando concessão de bolsas por um ano aosprofessores interessados (11) começou o processo de capacitação teórico e prático emmetodologia de pesquisa qualitativa e quantitativa.

3.2.1. Estratégias utilizadas na capacitação

Atividades relativas à Educação Ambiental e Educação em Saúde continuaram a ser feitas com ogrupo dos 20 professores. Assim, além das aulas ministradas por especialistas das duas áreas,realizaram-se: seminários, oficinas com técnicas participativas e de criatividade incluindodramatização, observação do meio ambiente, entre outras, tanto no município quanto naFaculdade, conforme pode-se verificar em anexo.

Discutiu-se entre outros temas:

• o histórico do Movimento Ambientalista e da Promoção da Saúde;

• os fundamentos, conceitos, objetivos e princípios da Educação Ambiental e da Educaçãoem Saúde e a sua relação com a proposta da Escola Promotora da Saúde;

• o papel da equipe na elaboração e execução de um programa em que a Educação emSaúde e Ambiental sejam tratadas como temas transversais ao ensino, dentro de uma açãopedagógica interdisciplinar, participativa e problematizadora;

• a importância de estabelecer uma relação positiva com outros professores na escola,outros profissionais das áreas de Educação, Saúde e Meio Ambiente, bem como de outrossetores;

• adoção de métodos e técnicas inovadoras para estimular a participação de toda acomunidade escolar nas atividades propostas;

• a importância de implementar projetos, partindo de diagnósticos situacionais por eles

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realizados, e de definir formas de acompanhamento dos mesmos.

No 2o semestre, o investimento em capacitação foi contínuo, agora envolvendo todo oprofessorado da Rede Municipal. Nessa ocasião, os professores participantes passaram adivulgar, como multiplicadores, as informações adquiridas para os demais.

Sentiu-se necessidade, desde o primeiro momento, de um computador para uso dos professoresno município, o que facilitaria tanto as pesquisas como a preparação das aulas e do material deapoio para os alunos. Assim, por meio de uma verba específica para a capacitação dosprofessores que foi doada a nosso pedido, pela Fundação Levis Straus do Brasil, foramcomprados, por intermédio da equipe da Faculdade, um computador e uma impressora,encaminhados para VGP. Isso possibilitou, não só ao grupo participante, mas a todos osprofessores da rede, aprender a utilizá-los.

Procurou-se também conseguir livros, que foram oferecidos para a formação de uma pequenabiblioteca para uso dos professores, dos quais muitos artigos foram selecionados para discussãoem grupo.

Quando a capacitação ocorria aos sábados e domingos, a Secretaria da Educação ofereciaalmoços comunitários, o que permitia intensificar as relações interpessoais tanto entre osprofessores quanto entre esses e a equipe da Faculdade. Ao final de cada semestre, quando serealizavam avaliações do trabalho, também havia comemorações sociais com churrasco, almoçoou chás da tarde e eram proporcionadas algumas atividades, por exemplo, oficina de Ikebana.

A capacitação em pesquisa foi realizada usando como referências os seguintes autores: Gil(1994b), Demo (1995), Triviños (1987) e Minayo (1994). Assim mesmo optou-se por escreverum texto de apoio resumido e numa linguagem mais clara "Capacitação em Pesquisa paraProfessores da Rede Municipal de Educação em Vargem Grande Paulista", em abril de 1999,para reforço das idéias que haviam sido construídas nas reuniões (em anexo).

Iniciou-se mostrando a importância da pesquisa para as escolas, para os professores, para osalunos e suas famílias; e o programa a ser seguido, com discussão do significado de métodocientífico em pesquisa social; as diferenças entre pesquisa quantitativa e qualitativa, pesquisapura e aplicada; as características das pesquisas exploratória, descritiva e explicativa.

Considerou-se importante analisar as etapas da pesquisa social quantitativa, a saber:

I - planejamento: a formulação do problema, a determinação dos objetivos, o delineamento dapesquisa, a definição de conceitos e variáveis, a seleção da população, a escolha dospesquisadores, o cronograma, a elaboração dos instrumentos de levantamento de dados, anecessidade de prever custos e buscar financiamento; II - o trabalho de campo; III - otreinamento dos pesquisadores; IV - a realização do pré-teste do instrumento; V - a coleta dedados.

a) A Pesquisa no Ensino Fundamental

A partir da etapa referente à elaboração dos instrumentos para o levantamento de dados, além dadiscussão teórica, os professores realizaram as demais, diretamente no campo.

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Depois de planejadas em conjunto com os participantes, em maio de 1999 foi feita a pesquisaquantitativa com os escolares.

Com os Alunos

Teve como objetivos:

1o – Identificar conhecimentos básicos, necessidades, opiniões, interesses e práticas dos alunossobre questões relacionadas ao meio ambiente e saúde;

2o – Identificar as percepções sobre os seus problemas de saúde e os problemas ambientais nosâmbitos da escola, do bairro e do município;

3o – Levantar sugestões referentes a como cada indivíduo pode se envolver nas resoluções dessesproblemas.

Junto com os professores-pesquisadores, definiram-se as estratégias de atuação e o preparo doinstrumento a ser utilizado, durante 6 meses, inclusive aos sábados, domingos e algumas noitesao longo da semana. Decidiu-se que o instrumento a ser usado seria um questionário, a serrespondido individualmente pelos alunos. Dessa forma, ganhar-se-ia tempo, pois a equipe detrabalho de campo contava apenas com 11 professores-pesquisadores, além das 2 mestrandas daFSP/USP envolvidas no processo. Cada uma das questões foi discutida intensamente e, emseguida, foram treinados para a aplicação.

Elaborado o instrumento de pesquisa, o procedimento mais utilizado para averiguar sua validadeé o teste preliminar ou pré-teste, que consiste em "testar os instrumentos da pesquisa sobre umapequena parte da população do universo ou amostra, antes de ser aplicado definitivamente, a fimde evitar que a pesquisa chegue a um resultado falso." (Marconi e Lakatos 1996, p.29). Seuobjetivo, portanto, é verificar até que ponto esses instrumentos têm, realmente, condições degarantir resultados isentos de erros.

Para Kidder (1987) o pré-teste é uma prova para verificar se o instrumento funciona e semudanças são necessárias. É um meio de captar e resolver problemas não previstos tais como aformulação, seqüência ou tamanho das questões e indicar a necessidade de incluir questõesadicionais ou eliminar outras. Se mudanças substanciais forem necessárias, é importante realizarum segundo pré-teste. Depois de reformulado, deve-se assegurar que em sua redação final, oinstrumento apresente o conteúdo, forma e seqüência das questões, espaços e arranjosconsiderados mais adequados.

Segundo Gil (1994a, p.95), "o pré-teste não visa captar qualquer dos aspectos que constituem oobjetivo do levantamento. Não pode trazer nenhum resultado referente a esses objetivos. Ele estácentrado na avaliação dos instrumentos enquanto tais, visando garantir que meçam exatamenteaquilo que pretendem medir".

Depois de pronto, esse instrumento foi, portanto, pré-testado em escolas com característicassemelhantes. A escola escolhida para a realização do pré-teste com os alunos do ensinofundamental, foi a EMEI Benedito Rocha situada no bairro de Ruth Maria.

Durante o pré-teste ficou evidente a enorme dificuldade que as crianças tinham para ler e

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compreender o significado das palavras e das questões, mesmo cursando as 3as e 4as séries.Embora o instrumento tivesse sido escrito em função dessa faixa etária, as crianças das primeirasséries iniciais do ensino fundamental não dominavam a leitura e a escrita.

Em função disso, optou-se por utilizar a técnica de entrevista com formulário, a ser preenchidopelo professor-pesquisador, muito embora se soubesse que essa decisão implicaria num esforçomaior de todos os participantes e mais tempo para o desenvolvimento dessa etapa.

Para atender aos objetivos propostos delineou-se um formulário semi-estruturado contendoquestões abertas e fechadas, a fim de obter informações por meio de entrevistas, isto é, de relatosverbais sobre sentimentos, experiências, opiniões, comportamentos. Realizou-se então um novopré-teste.

Numa entrevista, uma vez que o entrevistador e o entrevistado estão presentes, face a face, àmedida que as questões são formuladas e respondidas há a oportunidade de comunicar melhor asquestões e fornecer esclarecimentos necessários antes que as respostas sejam dadas, além de sepoder observar tanto o entrevistado como a situação total na qual a resposta ocorre (Kidder1987).

Entre as vantagens da entrevista pode-se dizer que o índice de resposta é freqüentemente maior,pois as pessoas em geral estão dispostas e são capazes de cooperar num estudo onde tudo o quetêm a fazer é falar, principalmente com pessoas que estejam interessadas naquilo que pensam.Além disso, torna-se mais adequado para ser usado com pessoas que tenham dificuldade emescrever, adultos analfabetos, pessoas semi-alfabetizadas ou crianças que ainda não foramalfabetizadas ou não têm habilidade para escrever como os dois segmentos pesquisados, pais ecrianças das escolas de Vargem Grande Paulista. Permite maior elasticidade no tempo deduração e uma cobertura mais profunda do assunto em estudo (Kidder 1987; Gil 1994a).

O formulário é um dos instrumentos essenciais para a investigação social e consiste em obterinformações diretamente do entrevistado por meio de interrogatório, a partir de um roteiro deperguntas preenchido pelo entrevistador, no momento da pesquisa.

Apresenta como vantagens poder ser utilizado em quase todo o segmento da população, por serpreenchido pelo entrevistador. Devido ao contato pessoal permite estabelecer um rapport com orespondente, isto é, esclarecer os objetivos da pesquisa de forma clara e flexível adaptando-se àsnecessidades de compreensão dos informantes, possibilita a obtenção de dados complexos eúteis. Permite também que haja uma uniformidade nos símbolos utilizados (Markoni e Lakatos1996).

Apresenta algumas desvantagens como por exemplo, leva mais tempo para ser aplicado, nãopossibilita o anonimato por ser face a face, podendo gerar insegurança nos respondentes, podeapresentar distorções, influência do aplicador, entre outras.

O formulário constitui hoje a técnica mais adequada nas pesquisas de opinião e de mercado, alémde ser uma das mais práticas e eficientes técnicas de coleta de dados embora exija treinamento dopessoal que vai aplicar esse instrumento.

Teve-se sempre o cuidado de visitar as escolas antes da pesquisa ter início para conversar comprofessores e funcionários sobre o trabalho de parceria entre a Universidade e a Secretaria

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Municipal de Educação, explicar os objetivos pretendidos, bem como firmar compromisso emdevolver os resultados obtidos.

Decidiu-se que nenhum professor faria a investigação com seus próprios alunos. finalmente,foram entrevistados todos os alunos matriculados (587) nas 5 escolas-pólo, que na ocasiãofreqüentavam as aulas.

Tendo levantado os dados, os professores aprenderam, então, a tabulá-los, analisá-los,estabelecer categorias para as questões abertas, e interpretá-los.

Os resultados da pesquisa com os alunos seriam parciais se não fossem complementados porinvestigação feita junto aos pais. Assim, mais uma vez os professores foram preparados paraisso.

Com os Pais/Responsáveis

Para a pesquisa realizada com os pais/responsáveis (312), o instrumento foi construído pelospróprios educadores, discutido com o grupo de trabalho, pré-testado e aplicado.

Teve como objetivo:

1o - Investigar os conhecimentos básicos, necessidades, opiniões, interesses e práticas dos paissobre questões relacionadas ao meio ambiente e saúde.

Decidiu-se realizar novamente entrevista com formulário, pela dificuldade de muitos pais em lere escrever, em função do baixo nível de escolaridade da comunidade, que incluía também adultosanalfabetos. Desta vez o instrumento foi feito pelos professores e discutido com a equipe detrabalho, tendo sido baseado no modelo utilizado para a entrevista com os alunos.

Foram feitos ajustes no formulário após a realização do pré-teste com os pais dos alunos daEMEI Benedito Rocha (que não faz parte das escolas-pólo), situada no bairro de Ruth Maria.

Diferentemente da facilidade de acesso aos alunos, intermediada pelos coordenadorespedagógicos e pelos outros professores, a mobilização dos pais demandou maior esforço. Foifeito um levantamento sobre a sua disponibilidade e preferência em relação a datas e horários.Para atingir o maior número possível de participantes foi necessário que o grupo permanecessena escola em diferentes horários e dias, inclusive nos finais de semana, tendo terminado ainvestigação somente em setembro de 1999.

Os relatos dos professores e as discussões feitas nas conclusões permitem considerar que osresultados foram gratificantes para todos os participantes.

Os dados gerais obtidos nas pesquisas, assim como todas as atividades realizadas desde o iníciodo trabalho da Faculdade com a Secretaria da Educação do Município, foram apresentados pelaequipe e pelos professores-pesquisadores, em 20 de março de 2000, na Câmara Municipal deVargem Grande Paulista, para os demais professores da rede, vereadores, Secretários daEducação e da Saúde, representante do prefeito e pessoas da população local.

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b) A Pesquisa na Educação Infantil com Alunos e Pais/Responsáveis

Na Educação Infantil, isto é, na pré-escola, o instrumento utilizado foi a entrevista coletivabaseada na observação imediatamente anterior de situações que diziam respeito ao ambientefísico e social da escola, uma vez que nessa faixa etária das crianças predomina o pensamentoconcreto e lúdico.

O instrumento foi idealizado e pré-testado pelo grupo de professores-pesquisadores que tinhamrecebido capacitação junto com os demais professores da rede, para utilização dessa metodologiapor profissional convidada, da Secretaria da Educação do Município de São Paulo, especialistaem Educação Ambiental.

A atividade foi subdividida em 5 momentos:

- o 1o no qual uma estória relacionada com os 5 sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato -conforme sugerido no documento produzido pelo grupo da Faculdade) era contada peloprofessor-pesquisador como forma de sensibilização para o que viria a seguir;

- o 2o no qual os alunos eram levados para observar o ambiente escolar, incluindo todas asdependência internas e externas da escola, utilizando para tal o 5 sentidos;

- no 3o os alunos foram estimulados a classificar em bom e ruim o que foi observado,estabelecendo juízo de valor expresso por opiniões, devidamente registradas na lousa.

- no 4o eram convidados a desenhar uma das situações observadas e suas respectivascaracterísticas, posteriormente discutidas.

- no 5o e último, os dados obtidos foram organizados junto com os alunos, resultando numgráfico de barras, a fim de possibilitar melhor visualização do diagnóstico feito sobre a realidadede sua unidade escolar.

A mesma metodologia foi usada com os pais/responsáveis, com exceção do 1p e 4o momentos.

4. RESULTADOS

Os resultados obtidos no processo de educação continuada bem como nas pesquisas realizadaspelos professores junto a alunos e pais/responsáveis encontram-se descritos a seguir.

4.1. DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

No início do trabalho foi realizado um diagnóstico preliminar, a respeito de alguns temastratados pela Educação Ambiental e Educação em Saúde, com os 20 profissionais do ensinoformal das escolas municipais de VGP, que responderam a um questionário (modelo em anexo).Seus resultados foram tabulados, discutidos e complementados por meio da técnica de grupofocal.

Esse diagnóstico preliminar, realizado em 1998, mostrou que:

• A maioria dos professores era constituída por mulheres. Os professores se encontravamna faixa etária de 19 a 25 anos (55%); 20% estavam entre 26 e 32 anos de idade, osdemais tinham de 33 a 54 anos.

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• O grupo era constituído por pessoas formadas entre 1 e 30 anos, sendo pouco mais dametade formado entre 6 e 8 anos. Em relação ao exercício profissional, havia professoresque estavam trabalhando há apenas 1 ano, e outros há 18 anos; pouco mais da metadetrabalhava na profissão há menos de 6 anos.

• Quanto à formação acadêmica, apenas 3 participantes haviam concluído a Graduação.Todos declararam ter feito cursos de capacitação promovidos pela Secretaria Municipalde Educação de Vargem Grande Paulista.

• Os maiores problemas da escola, por eles citados, foram: "o fato dos alunos seremcarentes"; o "analfabetismo dos pais"; a "falta de saneamento básico";"principalmente de água"; "dificuldade de acesso e a falta de espaço para arecreação".

• Entre os maiores problemas do bairro onde a escola se localiza os professores indicaramnovamente a questão da falta de saneamento básico, principalmente água e esgoto a céuaberto, além de lixo jogado pela rua e falta de asfalto. Falaram também sobre aprecariedade do atendimento do posto de saúde, do transporte urbano e sobre odesemprego e a violência, que caracterizam uma preocupação mais ampla.

• Entre os problemas ambientais da cidade, foram citados mais uma vez "a ausência desaneamento básico"; "a coleta de lixo irregular"; "as áreas verdes usadas comolixão", "a poluição dos rios", "o desmatamento", e "as enchentes". Destacaramainda, a "desinformação da população e dos políticos" e "a saída da cidade da áreade proteção ambiental", o que não deixa de ser conseqüência da desinformação dosmoradores.

• A percepção dos maiores problemas ambientais do Estado de São Paulo reproduz asituação já citada anteriormente em relação ao município, a poluição, os loteamentosclandestinos, o desmatamento, a falta de preservação e de saneamento básico, adestruição da Mata Atlântica. Quanto aos problemas ambientais do Brasil, além dos jácitados, incluíram ainda "falta de moradia", "as secas", "a saúde precária" e "adestruição da Floresta Amazônica".

• Com relação à Saúde predominava a idéia de que saúde é "ausência de doença", ou"bem-estar físico, mental e social" ou ainda, "corpo em ótimo funcionamento","corpo saudável, livre de qualquer problema".

• A Educação em Saúde na escola apareceu relacionada a "noções básicas de higiene"transmitidas com a função de "educar os alunos para obter saúde, mudandocomportamentos", com forte conotação de vigiar as ações. Isso acabava por dar origema ações de educação em saúde punitivas (por exemplo, suspender as crianças com piolhosdas aulas) "para educá-las e aos seus pais" que eram considerados como "ignorantes"e culpabilizados pelas intercorrências que as crianças apresentavam. As atividadeseducativas eram realizadas exclusivamente por meio de conversas com os alunos. Asituação sócio-econômica, política e cultural e sua influência sobre as crianças e suasfamílias não eram levadas em consideração.

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• Alguns professores que já haviam sido capacitados no município ou no estado, tinhamuma visão um pouco mais ampla de educação em saúde ligada a screening visual eauditiva, e a outras formas de prevenção, tais como aplicação de flúor e escovação dedentes, campanha de vacinação, entre outras.

• Todos concordavam sobre a importância de trabalhar Educação em Saúde na escola para"prevenir doenças e viver melhor".

• Houve algumas queixas em relação ao fato de que os professores não conseguiamtrabalhar as questões de saúde de forma integrada com os outros profissionais da escola,não se referindo, porém, aos profissionais de saúde de unidades básicas próximas.

• Mais de 50% dos professores disseram que os alunos apresentavam problemas em sala deaula ligados a: desnutrição, falta de higiene, falta de interesse, desânimo, resfriado,preguiça, febre, vômito, mal-estar, problemas de dicção e audição, palidez, vermes, faltade orientação dos pais, absenteísmo. Nesses casos encaminhavam para atendimento nasUnidades Básicas de Saúde – UBS (Secretaria da Saúde), sem se preocupar com ocontrole sistemático dessas intercorrências.

• Os mais antigos na função consideravam-se preparados para observar as crianças econheciam a rotina para encaminhamento aos serviços de saúde.

• Metade dos respondentes não conseguia identificar situações de risco nas suas escolas,embora essas situações tivessem sido documentadas por meio de algumas fotos feitas naocasião. De maneira geral, não percebiam a prevenção de acidentes como parte integranteda educação em saúde dos alunos e nem como responsabilidade da equipe da escola,mesmo tendo citado algumas ocorrências com os alunos.

• Relataram grande dificuldade e medo diante dessas ocorrências e sentiam-sedespreparados para lidar com elas. A única unidade de atendimento de emergência dacidade de Vargem Grande Paulista ficava distante e nas Unidades Básicas de Saúde, nemsempre contavam com a presença de profissionais qualificados.

• Em relação à saúde ocular, achavam que a detecção precoce de sinais e sintomas bemcomo os testes de Acuidade Visual de Snellen deveriam ser feitos por profissionais daUBS, por representar para eles uma sobrecarga de trabalho.

Conforme relatado anteriormente, depois de um ano de trabalho utilizou-se o mesmoquestionário e novo roteiro de grupo focal, para avaliação diagnóstica da capacitação dos 20profissionais e aprofundamento dos resultados obtidos.

Nessa nova avaliação, a descrição dos maiores problemas das escolas na qual trabalhavam foimais rica do que na 1a fase, incluindo detalhes relacionados aos temas discutidos ao longo dacapacitação. Citaram, por exemplo, o espaço inadequado para atividades pedagógicas e de lazer,o armazenamento precário do lixo, o fato de o banheiro ser comum às crianças e adultos daescola, situações de risco de acidentes (barranco, escadas), merenda mal preparada, falta de águaconstante, falta de especialistas e/ou de capacitação para lidar com as crianças especiais, falta deinteração entre os funcionários que trabalhavam na escola.

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• Entre os maiores problemas do bairro relatados, quase todos se mantiveram iguais, tendosido acrescentados "a pobreza", "a falta de infra-estrutura urbana", "telefone" e"iluminação pública e vandalismo".

• Os problemas ambientais da cidade tiveram como acréscimo "as queimadas", "falta deáreas de lazer", "a manutenção da saúde" e "a falta de preservação das áreasverdes", além dos anteriormente descritos. Os maiores problemas ambientais de SãoPaulo foram descritos também da mesma forma, tendo sido incluídos novamente "asqueimadas", "as enchentes", "o lixo" e "a ausência de ações preventivas de saúde",situações acompanhadas no dia-a-dia diretamente ou por meio de divulgação dos órgãosde comunicação.

• Quanto aos problemas ambientais do Brasil nessa 2a fase, os professores sóacrescentaram "o lixo", demonstrando uma ampliação de visão para uma questão vistaanteriormente apenas como sendo local.

• Mais da metade dos professores continuaram a achar que "os políticos não têmpreocupação, nem interesse em resolver os problemas" citados, no entanto, entendiamque os cursos de capacitação oferecidos aos professores constituíam uma ação positivadas autoridades. Apenas 3 professores não responderam a essa questão.

• Com relação ao conceito de saúde, passou a ser encarado de forma ampliada, dependentede uma somatória de fatores palpáveis e concretos relacionados à melhoria da qualidadede vida e ao atendimento às necessidades básicas do ser humano. A educação em saúdepassou a ser vista como parte de um processo planejado, que conduz ao controle daprópria saúde pelo indivíduo e capacita para sua manutenção, promoção e prevenção dedoenças. Apenas um dos professores ainda não estava realizando atividades de educaçãoem saúde na escola, os demais citaram que além da higiene, estavam trabalhandoalimentação saudável, prevenção de acidentes e riscos à saúde, cuidados com opatrimônio público, meio ambiente e o incentivo à imunização.

• A grande diferença na 2a fase, em relação à educação em saúde, é que houve umamadurecimento em relação ao tema, percebendo que não é possível conseguir realizarum bom trabalho na Escola Promotora de Saúde sem envolver os pais e a comunidadenesse processo.

• Aqueles que estavam atuando há mais tempo na rede municipal de Ensino, consideravamque educação em saúde implica necessariamente em trabalhar com higiene, teste deacuidade visual, teste fonoaudiólogo, aplicação de flúor e escovação de dentes,campanhas de vacinação, ou seja, ações de saúde que eram desenvolvidas por programasde Saúde Escolar de outros Municípios do Estado de São Paulo, há muito tempo. Issomostrou a necessidade de investir em uma construção mais intensa dos princípios e idéiasque embasam a concepção de Escola Promotora da Saúde, sem minimizar a necessidadede realizar ações preventivas já incorporadas.

• Uma ficha para o professor propondo a observação sistemática de sinais, sintomas e dealteração de comportamentos dos alunos não pôde ser implantada sob a forma deimpresso padronizado pela instituição, antes dessa 2a fase. Na 1a fase, os professores não

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realizavam e nem registravam a observação feita sobre cada aluno, no entanto, segundodeclaração dos respondentes, isso passou a ocorrer.

• Com a integração realizada pelo grupo de trabalho da Faculdade entre os profissionais daSecretaria da Saúde de Vargem Grande Paulista com os das escolas,e a partir dasorientações recebidas, os participantes melhor capacitados para realizarencaminhamentos dos escolares às Unidades Básicas, passaram a ter um retorno sobre oscasos atendidos, o que antes não ocorria. Esses profissionais passaram também acontribuir sistematicamente na capacitação dos temas sobre saúde, tendo o grupo passadoa contar, para isso, com a participação de uma médica da Secretaria Municipal de VGP.

• Um quarto dos professores não tinha conseguido ainda identificar situações de risco deacidentes para as crianças, professores e funcionários na escola, o que é bastantepreocupante pois essa identificação, já poderia ter minimizado grandes agravos. Issoimplicou em visitas e atenção especial do grupo de trabalho a essas escolas, bem comorealização de novas discussões sobre o tema. Na 2a fase, notou-se uma alteração na visãodos professores que começaram a se preocupar com a prevenção de acidentes também detrânsito, e portanto, com as ocorrências de fora do espaço da escola, o que significava umavanço .

• Um modelo padrão de caixa de primeiros socorros foi proposto e adotado por todas asescolas da rede municipal e o material para reposição foi incluído no planejamento anualfinanceiro da Secretaria Municipal de Educação.

• Quanto à saúde ocular, o Teste de Snellen continuava sendo reconhecido comoimportante na prevenção de doenças, tendo sido adotado como atividade sistemática dosprofessores.

A análise dos dados dos questionários aplicados com os professores e coordenadorespedagógicos, comparando antes e após (na 1a e 2afases - partes A e B) desenvolvimento doprocesso de educação continuada, demonstrou como pode-se perceber algumas alterações nosaspectos teóricos e conceituais (aspectos cognitivos). As discussões dos grupos focais, como jáfoi dito, também realizadas em 2 fases, evidenciaram algumas mudanças de atitude e de práticas,que se traduziram em maior responsabilidade em relação às questões de saúde e meio ambiente,bastante incrementadas após a experiência do grupo de professores no campo adquirida com aspesquisas.

Algumas competências foram formadas por meio de diferentes estratégias educativas usadas, taiscomo: discussão em grupo, realização de encontros, seminários, demonstração de práticas, entreoutras já descritas, e serviram para incentivar o autocuidado em relação à própria saúde e ocuidado com a saúde das crianças e com o meio ambiente.

Essas técnicas contribuíram positivamente para a aquisição de aptidões específicas tais como: aobservação do escolar, a observação do ambiente local e do entorno; o encaminhamento imediatopara os recursos pertinentes sempre que se fizesse necessário e atendimento de eventuaisintercorrências e acidentes; a verificação da situação vacinal das crianças; e a manutenção domeio ambiente saudável, entre outros.

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Depois do segundo ano de capacitação pode-se constatar que os participantes foram aos poucosdesenvolvendo uma visão crítica sobre o meio ambiente natural e construído em sua totalidade esobre a saúde relacionada à qualidade de vida e resultante do meio ambiente, bem como as inter-relações obrigatórias e inevitáveis entre as duas áreas.

Efetivou-se uma percepção mais acurada das condições do ambiente local e seu entorno, assimcomo do ambiente psicossocial da escola, das interações estabelecidas entre eles e o restante dacomunidade escolar procurando evitar atitudes discriminatórias, preconceituosas, hostis e dealienação.

Evidenciou-se uma postura diferenciada quanto ao entendimento que os professores tinhamsobre saúde, agora relacionada à necessidade de prevenção, promoção e educação, deixando delado a abordagem higienista, antes incorporada e a ênfase dada à doença.

Percebeu-se um crescimento na sensibilidade dos educadores em relação à sua atuação junto aosalunos e pais bem como um aumento de conhecimentos incluindo uma compreensão básica emrelação ao meio ambiente em geral e aos problemas decorrentes da presença e interferência dohomem, e às condições de vida e saúde de seus alunos e da comunidade em geral, relacionadas aproblemas ambientais, principalmente, quanto às causas e conseqüências dos mesmos.

Houve a incorporação de novos valores sociais ligados às idéias discutidas __ por exemplo,consumismo, equilíbrio na utilização de recursos, reaproveitamento e reciclagem de materiaissempre que possível __, e reforço dos valores positivos já existentes, bem como uma vontade departicipar ativamente na melhoria da qualidade de vida da comunidade.

O processo de educação continuada teve ainda como resultados, a partir do desenvolvimento daspotencialidades dos professores no campo cognitivo, afetivo e psicomotor dentro das áreas deEducação Ambiental e Educação em Saúde, a contribuição para a formação de cidadãosconscientes de seus direitos e deveres, preocupados com a saúde individual e coletiva dacomunidade escolar e com a conservação dos ecossistemas, traduzida em práticas depreservação, controle e manutenção dos recursos naturais compatíveis com o desenvolvimentosustentado conforme já comentado anteriormente.

Houve também um crescente sentimento de responsabilidade e de consciência da urgentenecessidade de adoção de medidas adequadas para a transformação das escolas em promotorasde saúde.

Os professores-pesquisadores tornaram-se capazes de desenvolver investigações quantitativas,criar e aplicar instrumentos, tabular e interpretar dados,com a obtenção de aptidões necessáriaspara identificar as percepções, interesses, opiniões de alunos e pais das escolas de Vargemgrande Paulista por meio de investigação da realidade, o que pode ser verificado pelos resultadosdas pesquisas realizadas com pais e alunos, bem como pelos depoimentos abaixo relatados.

Depoimentos dos professores-pesquisadores

Os professores-pesquisadores fizeram relatórios parciais e finais avaliando o trabalho queestavam realizando com a equipe da Faculdade, cujos depoimentos foram transcritos exatamenteda forma como foram produzidos:

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"Após participar da capacitação e dos encontros, acabei modificando minha linha detrabalho, dando maior importância para assuntos relacionados à saúde e meio ambiente, tãoimportantes para o desenvolvimento das crianças. Deixei de pensar que meus alunos eramimaturos para perceber que são (ou podem vir a ser) cidadãos capazes e críticos."

"Nessas capacitações construímos alguns conceitos de meio ambiente, discutimosPromoção da Saúde, como deverá ser uma Escola Promotora da Saúde e Planejamento deEducação Ambiental..."

"Com a convivência e a proximidade com o projeto mudei minha concepção de meio ambientee que ele necessita ser cuidado, ser preservado, foi uma mudança no meu íntimo... e através deconversas com os alunos levantamos problemas e suas possíveis soluções e o que cada umapode fazer para ajudar. Mudando minha postura e meu ponto de vista estou mudando tambémde certa forma a maneira de pensar dos meus alunos e das pessoas ao meu redor."

"Além de perceber mudanças no trabalho (maior interação entre professores e funcionáriosvoltados para o mesmo objetivo e com maior facilidade para trocar experiências e aceitarsugestões) mudei algumas das minhas atitudes na vida pessoal."

"Me sinto privilegiada pelo fato de fazer parte de um grupo com possibilidades de desenvolverum grande projeto para um mundo melhor." Professora

"Durante o ano de 1998 o suporte teórico, vasto e com excelente conteúdo, além de contribuirpara a ampliação e renovação da bagagem de conhecimentos dos professores despertou alucidez em todos nós professores que: sempre, sempre teremos muita coisa a aprender eestudar."

"Foi importante para mim eu pude ser multiplicadora dessas ações. Enriqueceu o meutrabalho de educadora. Fez com que eu interagisse com a comunidade em relação ao seupapel de cidadãos."

"As capacitações ofereceram contribuição para desenvolver em nós educadores, um olharcrítico em relação a educação ambiental e educação em saúde."

"Com a realização desse trabalho mudei minhas atitudes perante os conteúdos de trabalho emsala de aula."

"Foi através dessa parceria com a Universidade no processo de capacitação que eu comoeducadora pude promover a educação global e suscitar a participação ativa dos educandos,sua criatividade para a construção de um futuro melhor."

"Desempenhando atividade como pesquisadora pude participar com maior proximidade darealidade do nosso município. (....) Aguçou assim, o desejo pelo resultado imediato dapesquisa e a necessidade em refletir melhor sobre essas questões. Houve momentos em que

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fiquei chocada com certas respostas muito espontâneas". Coordenadora pedagógica, maio1999

"A aplicação dos formulários foi muito diferente do que imaginei inicialmente. Fui ignorantea ponto de pensar que não iria me envolver com as crianças e com o que eles dissessem. Muitopelo contrário, teve dia em que cheguei em casa com uma certa angústia, não por achar queteria que resolver os problemas das crianças, mas, por saber que eles depositaram confiançaem mim, achando que depois da entrevista, teriam os problemas resolvidos. Uma coisa que mechamou a atenção e acho importante citar, é justamente o quanto o profissional, professor, éimportante para as crianças. Eles chegavam apreensivos, medrosos, mas durante o rapport,quando sabiam que éramos professores, logo se soltavam e começavam a desvendar seus‘segredos’. Gostei da experiência, aprendi muito e estou mais calma para fazer a aplicação aospais." Professora

"No início, não imaginava o que poderia encontrar, existia muita dúvida e uma mistura desentimentos que chegavam a apavorar-me afinal, tudo era novo, mas com o passar dosinstantes, a calma veio e tudo correu bem. Através das entrevistas pude notar que nossascrianças estão realmente muito necessitadas de cuidados pessoais, elas não tem condiçõespara poder aprender, pois suas vidas são muito desgastantes, cheias de restrições, tendomuitas vezes de se tornarem adultos antes da hora. Agora vejo as pessoas de uma formadiferente, quem sabe no futuro todos possam se comover e serem pessoas melhores sempre".Professora

"Às vezes é preciso entrarmos em choque para valorizarmos ou enxergarmos o que está diantedos nossos olhos, sempre tratava meus alunos (e as crianças) como seres muitos sentimentais,barulhentos, mal-educados que não importava com nada, e muitas vezes subestimava-os. Mascom a entrevista tive a felicidade de viajar no mundo desconhecido e encantador. Criançasfalando-me de assuntos sérios, sonhos, decepções, angústias, alegrias, sentimentos... Agorasinto-me no compromisso de mudar meu comportamento e posso assegurar que meu jeito detrabalhar será ANTES e DEPOIS da pesquisa, pois aprendi muito, muito mesmo, fiz umarevisão de vida, uma auto-avaliação, sinto-me um privilegiado de ter participado dessetrabalho, que com certeza irá contribuir e muito para nossas escolas, bairros e nossa cidade,tornando-a realmente numa cidade saudável e numa Escola Promotora de Saúde. Obrigado."Professor

"Através das entrevistas com os alunos, pude conhecer melhor a realidade do meu município.Esses dados com certeza irão contribuir no planejamento, definindo ações e objetivos maisclaros no trabalho pedagógico. Apesar de ter achado a forma de trabalho um pouco cansativo,não posso deixar de expressar que a nível pessoal tive uma grande lição de vida, pois tomeiconhecimento de outras realidades diferentes da minha, o que me levou a uma reflexão sobrea minha postura diante das diversas situações do dia a dia, na vida particular e profissional.Na faculdade terei que fazer uma monografia, uma das disciplinas é Pesquisa Educacional eatravés desta pesquisa estou podendo ampliar meus conhecimentos, podendo fazer a inter-relação entre ambas. Estou ansiosa para obter os resultados e poder encaminhá-los para atransformação da realidade educacional da cidade, através da ação coletiva escola-comunidade". Coordenadora Pedagógica

"Essa pesquisa me fez refletir muito. Achei cansativo, mas, enriqueci muito tanto

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psicologicamente como profissionalmente. Senti que de imediato não poderia estar fazendomuita coisa, mas as crianças confiavam em mim para poder desabafar seus sentimentos. Nãovejo a hora de estar com resultados prontos para podermos juntos fazermos melhorias não sóna educação mas, no todo. Quanto à parte afetiva já tomei a liberdade de em reuniões de paisfalar da importância do afeto, do carinho que os pais devido ao trabalho não dão a atençãonecessária aos seus filhos. E sei que juntos nós educadores e pesquisadores podemos tornar anossa cidade mais saudável". Professora

"No início, ainda na elaboração do questionário, não estava muito claro como se daria asentrevistas. Não tinha noção do tamanho do compromisso que estava assumindo com o grupo.Com os questionários já prontos, fomos para campo, fazer as entrevistas. Confesso que cansei,embora tenha feito poucas entrevistas. Só que o cansaço era menor se comparado com acuriosidade de saber qual a opinião dos alunos, que por muitas vezes não tem tempo de falarou melhor não tem oportunidade de falar e serem ouvidos. A confiança que tiveram em nós,foi 100%, pois pelo menos comigo, ninguém se recusou a responder e a sinceridade que veiodeles, parece ter sido total... Já na tabulação, a coisa mudou um pouco, não conheci nenhumdos entrevistados, mas, em alguns momentos percebi que as respostas parecem ser iguaisembora as séries sejam diferentes. A questão do que é importante para ser feliz, cada umresponde de um jeito, mais a família, o futuro, fantasias parecem resumir essas respostas.Cresci muito com esse trabalho, é difícil tabular quando se tem pressa, pois é uma coisa queexige tempo, pois é o tempo que nos deixa valorizar as respostas. Sem mais e pronta paraoutra." Professora

"De início me senti muito bem em estar participando desse projeto de pesquisa,principalmente por ter possibilidade de me envolver com profissionais tão capacitados como osda USP. No meu trabalho da pesquisa de campo, fiquei chocada com as reações de meuscolegas que ficaram sensibilizados com as respostas, angústias, apreensões e aspirações dascrianças porque eu não me senti assim, pelo contrário não foi novidade para mim as respostasdos alunos, talvez por eu trabalhar há vários anos com a realidade onde foram aplicados osquestionários, eu previa aqueles tipos de respostas. Ao mesmo tempo fiquei me questionandosobre a minha frieza diante das respostas, porém procurei não levar adiante essequestionamento para que um envolvimento emocional mais profundo não afetasse meu sensocrítico. Após o término das entrevistas percebi e constatei mais uma vez que o ‘problema émais em cima’. Podemos mudar a conduta, direcionar a aprendizagem para que ela possa seaproximar cada vez mais da realidade do aluno e com isso ‘tentar’ preencher ou melhor‘tentar’ fazer com que eles (os alunos) procurem meios para conseguir realizar suas‘aspirações’, ‘anseios’, ‘dúvidas’, etc... Concluindo, para variar, acho que sem a educaçãoseria nada vai mudar e enquanto o povo não acordar que sem escola nada muda ‘chovemosno molhado’." Professora

"Através da pesquisa pude perceber que as crianças, do município estão muito carentes deespaço para brincar, para terem atividades físicas que possam preencher seus temposociosa\os. Não há perspectivas de vida para eles. São crianças consideradas de nível de baixarenda e não têm como procurarem outras atividades fora de seus bairros, pois precisariampegar ônibus... Eles sentem falta também de uma praça mais bem montada e vigiada para nãoser depredado, como está a única que tem no bairro do Agreste. Percebi também que ascrianças sentem-se tristes quanto a vida familiar que não lhes oferecem muitas opções de vida,

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por causa da vida difícil que enfrentam". Professora

"No momento das entrevistas me senti, na maioria das vezes, emocionada com as respostasque as crianças foram dando não tem por onde não se sentir envolvido com o outro, que está asua frente, vai relatando. Teve respostas que ficaram na minha cabeça por um bom tempo,onde me senti até egoísta e parei para refletir muitas vezes, pois reclamamos tanto por poucocoisa e quando nos damos de frente com algumas respostas, problemas, vemos que a coisa nãoé bem assim. Deu para constatar que a maioria das crianças não sabe se quer o nome de suaprofessora, sua escola, seu endereço, seu bairro, sua ‘cidade’, mas foi bom pois me fez pensarno meu trabalho com as crianças com quem eu convivo o ano todo, pois estas não sãodiferentes. Comecei a dar uma atenção maior para esse fator e aplicar em sala de aula e atécom os pais, ou seja, me pegou também... outra coisa que me chamou a atenção foram asrespostas das crianças quanto às bebidas e drogas (fiz entrevista só no Parque do Agreste etabulei 50 só desse bairro); é claro que não é só coincidência, pois muitos deram respostasparecidas. Em relação à tabulação, realmente pensei que fosse muito mais simples, não queseja difícil, mas é trabalhoso. É que também foram muitas respostas abertas. Mas penso queseja por ser a primeira vez que tabulei, pois à medida que fui tabulando, fui descobrindomaneiras mais rápidas e simples... sei que as entrevistas que eu fiz também tiveram erros edúvidas, sendo assim, precisamos ser mais atentos nas próximas. Mas como já falei, deve serpelo fato de serem ‘as primeiras que fizemos’." Professor

4.2. DA PESQUISA COM OS ALUNOS REALIZADA PELOS PROFESSORES

Quinhentos e oitenta e sete alunos (100%) foram entrevistados.Tinham entre 5 e 15 anos deidade; a maior parte dos quais, (77,2%) entre 7 e 10 anos, faixa etária considerada adequada paracursar as 4 séries iniciais do Ensino Fundamental. Pouco mais da metade (52,6%) dos escolaresentrevistados eram do sexo masculino. Noventa e dois por cento moravam com a família.

Entre os resultados dessa pesquisa, destacaram-se os seguintes:

Dez por cento dos alunos, não sabiam (em maio) o nome do professor da sua sala, emboratenham começado o curso em fevereiro.Quarenta e três por cento não sabiam o nome da escolaque freqüentavam. Cinqüenta e três por cento não sabiam o endereço de sua residência; 42,8%não sabiam o nome do bairro onde moravam; 55,9% não sabiam o nome da cidade ondemoravam, confundindo com o nome do bairro.

Pouco mais de noventa e sete por cento afirmaram gostar do bairro onde moravam, 2% disseramnão gostar. Apenas sete por cento (41) dos entrevistados, declararam não gostar da sua rua. Osdemais, 92,7% (544) afirmaram gostar da rua onde moravam. De acordo com 81,9% (481) dosalunos, na rua onde moravam, tinha árvores; segundo 27,8% (163) havia uma praça perto de suamoradia.

Motivos pelos quais os alunos disseram gostar do bairro onde moravam:

"Tem família"; "Os familiares trabalham no bairro"; "É bom / legal / gostoso / bonito /arrumado"; "É legal, mas tem cachorros doentes"; "É legal / sossegado e tem praça";"Tem amigos e campo de futebol"; "Tem espaço físico / é gostoso poder brincar"; "Temsegurança"; "Tem vizinhança / amigos / tem gente boa"; "Ninguém incomoda"; "Éasfaltado"; "Não tem asfalto"; "É perto do comércio ( padaria, bar, lojas ) e da escola";

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"Tem posto de saúde"; "Tem tudo"; "Tem animais"; "Não tem enchentes e violência"; "Ésaudável / não tem poluição / tem natureza"; "É calmo / sossegado / tranqüilo / poucomovimentado"; "É mais calmo que São Paulo"; "É movimentado / animado / às vezes temfesta"; "Mora no bairro desde pequena / nasceu lá"; "Traz boas lembranças".

Dezenove ( 3,2% ) alunos deram respostas que não foram pertinentes e 33 ( 5,6% )nãoresponderam a essa questão.

Apenas 12 alunos ( 2% ) declararam que não gostavam do bairro onde moravam pelos motivos:

"Muito ladrão"; "Gente que usa droga"; "Morcegos no bairro"; "Tem muita genteestranha, não dá para brincar"; "Porque fura muito o pneu da minha bicicleta"; "Porquequando chove faz muito barro"; "Porque tem um homem muito ruim, eu odeio ele";"Porque é muito movimentado"; "Acho chato ninguém fala comigo"; "É ruim".

Seis ( 1% ) alunos alegaram que gostavam "mais ou menos" do bairro onde moravam porque:

"Faz muito frio"; "Tem segurança"; "Tem higiene"; "Falta asfalto". Um não respondeu

Os 41 ( 7% ) entrevistados que declararam não gostar da sua rua alegaram os seguintes motivos:

"É longe da escola"; "Quando chove fica horrível"; "É muito pequena, estreita"; "Temmuito lixo"; "Prefiro a rua do lado"; "Tem um menino que me irrita"; "Perigoso, passamuito carro"; "Falta segurança"; "Falta energia"; "Tem buraco / não tem asfalto"; "Temmuita lama"; "Muito barulho e tem asfalto"; "É feia / é chata / não gosto / é muito ruim";"Tem pedra na rua"; "O clima é muito instável", "morava em Alagoas"; "Eu não gostodaqui"; "Meus amigos são chatos"; "Têm poucas crianças"; "Não gosto dos vizinhos"; "Amãe não me deixa andar na rua sozinho".

Os 544 (92,7%) que afirmaram gostar da rua onde moravam, deram os motivos relacionadosabaixo:

"É Bonito / gostoso / legal / bom"; "Pode brincar"; "É legal"; "Lá o pai brinca comigo";"É alegre"; "Tem amigos para brincar"; "Nasci lá"; "Gosto de brincar"; "Tenhofamília"; "Ë legal e tenho amigos"; "É legal e tem pessoas de bom humor"; "Lá nãoacumula barro"; "É bom pra andar"; "É asfaltada"; "É bem cuidada"; "Tem espaço parabrincar"; "Tem campo para jogar bola"; "Dá para brincar"; "Tem campo para jogarbola"; "Dá para brincar"; "Tem natureza"; "Tem árvores e flores"; "Tem praça"; "Arua é bonita e tem flor e mato"; "É grande"; "Lá tem bastante espaço"; "Tem muitocarro"; "Tem comércio"; "É perto da escola"; "É boa"; "Tem bar"; "Tem supermercadoe não bate tanto sol"; "É movimentado"; "Não tem bandido"; "Não tem violência"; "Nãotem muito perigo"; "Tem tranqüilidade"; "É sossegado"; "Tem segurança"; "Não temmuito barulho"; "Não tem muito carro e dá para andar de bicicleta"; "Não tem asfalto".

Dezenove ( 3,5% ) alunos deram respostas que não foram pertinentes e 34 ( 6,3% )nãoresponderam a essa questão.

Setenta e um por cento (419) dos alunos entrevistados, brincavam na rua da sua casa. Setenta edois por cento (422) achavam que era possível tornar a escola mais legal, mais bonita e mais

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gostosa para aprender e brincar; 75% (440) consideravam que era possível tornar a rua um lugarmais legal, mais bonita e mais gostosa e 63,5% (373) pensavam que era possível tornar o bairroum lugar mais legal, mais bonito e mais gostoso. Já, somente 49,9% (293) achavam que podiammelhorar a cidade de Vargem Grande Paulista.

Na opinião de quase metade dos alunos (44,5%) a escola em que estudava era agradável e bonita.No entanto, 38,8% achavam que a escola era apenas bonita.

Oitenta e nove por cento das crianças gostavam da escola; 9,9% gostavam mais ou menos e 0,9%(5) não gostava da escola.

Na escola, apenas 61,7% (362) dos alunos achavam que eram considerados bons alunos; 33,6%(197) achavam que eram considerados "alunos como os outros" e 2,4% (14) achavam que eramconsiderados maus alunos. A forma como é considerado na escola, influi diretamente na auto-estima dos alunos. Chama a atenção o fato de 14 alunos responderem que eram consideradosmaus alunos.

Noventa e oito por cento dos alunos disseram que tinham amigos.

Por sua vez, 48,5% ( 442 ) alunos se consideravam alegres, 14,3% (130) se consideravamenvergonhados, e 14,3% ( 130 ) agitados.

Como pode se verificar na tabela 1 e gráfico 1, no ano anterior (1998) ã pesquisa ocorreramsentimentos de tristeza e falta de esperança no futuro, entre 39,7 %(233)dos alunos.Desses,21%(49) sentiram-se tristes com freqüência (tabela 1 e gráfico 2) essas porcentagens são bastantealtas, e portanto, preocupantes.

TABELA 1- Ocorrência de sentimentos de tristeza e de falta de esperança no futuro entreos alunos, desde o ano anterior (1998)

OCORRÊNCIA DE SENTIMENTOS ENTREVISTADOS

Nº %

SIM 233 39,7

NÀO 352 60,0

NS/NR 2 0,3

TOTAL 587 100,0

GRÁFICO 1- Distribuição de ocorrência de sentimentos de tristeza e de falta de esperançano futuro desde o ano anterior (1998)

SENTIU-SE TRISTE, SEM ESPERANÇA NO FUTURO:

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TABELA 2 – Freqüência com que se sentiram tristes, sem esperança no futuro desde o anoanterior (1998)

FREQÜÊNCIA ENTREVISTADOS

Nº %

SEMPRE 49 21,0

ÀS VEZES 184 79,0

TOTAL 233 100,0

GRÁFICO 2 Freqüência com que se sentiram tristes, sem esperança no futuro desde o anoanterior (1998)

Os relatos a seguir apresentam as razões dadas pelos entrevistados para os sentimentoscitados.

Quarenta e nove alunos ( 21,9% ) indicararam os seguintes motivos pelos quais disseramsentir-se sempre tristes e sem esperança no futuro:

Perda de familiares: "Desde quando meu pai morreu"; "Me separei da minha irmã";

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"Quando mataram meu primo"; "Perdi um parente".

Perda de amigos: "Senti falta da Carol"; "Quando a professora foi embora".

Briga: "Quando sai briga me culpam"; "Brigam comigo"; "Brigas na família"; "O meninome chamou de boba"; "Não me deixam brincar".

Saudades/solidão: "Me senti sozinho"; "Saudades da criança que eu cuidava"; "Saudade daminha avó"; "Saudade da minha tia"; "Meus país viajam".

Escola/professores: "Mudei de escola"; "Professora deixa nóis de castigo e sem recreio";"Relativo a professores"; "Não estou bem na escola"; "Quando estava fora da escolaficava triste e não sabia nada"; "Meu irmão não quis me trazer na escola"; "Meuprofessor sempre brigava comigo"; "Eu estava na quarta série, e quando passei para cá,tive que voltar um ano"; "A professora falou que eu ia repetir de ano".

Outras declarações: "A mãe não cuidava de mim e dos meus irmãos, fui morar com minhaavó"; "Tenho angústia"; "Às vezes eu fico cansado"; "Meus pais são separados"; "Ficavadesanimado e não gostava de fazer as lições".

Houve duas respostas que não foram pertinentes e seis alunos responderam a essa questão.

Cento e oitenta e quatro (79% ) alunos disseram sentir-se tristes e sem esperança nofuturo às vezes, pelos seguintes motivos:

Perda de Familiares: "Perdi parentes"; "A minha avó faleceu"; "O meu avô faleceu";"Quando o meu pai morreu"; "Minha avó morreu,minha mãe saiu de casa,fiquei só com omeu pai"; "Quando perdi meu irmão".

Perda de Animais:"Perdi um animal".

Brigas:"Tem dia que não brincam comigo"; "Brigam comigo"; "O menino xingou eu,meupai,minha mãe"; "Minha mãe e meu pai brigam"; "Quando brigam comigo"; "Brigas nafamília"; "Os meninos ficam dizendo que sou garota"; "Quando brigo"; "No ano passadomexiam comigo e a professora me culpava"; "Quando o meu pai briga com a minha mãe".

Saudades/Solidão: "Senti falta do meu pai que não está perto"; "Quero ficar com a minhairmã,e ela está no médico"; "Meu pai sai e não me leva"; "Eu já fiquei sem amigos";"Quando os amigos faltam na escola"; "Ninguém gosta de brincar comigo"; "No começonão conhecia ninguém na escola"; "Não tem ninguém para brincar"; "Tenho saudades deminha mãe"; "Ausência de algum familiar"; "Quando a minha mãe sai para VargemGrande Paulista".

Escola/Professores: "Não quero ficar na escola de baixo"; "Quando não tem aula"; "Eu nãoestava estudando antes"; "A professora mandava escrever e eu não sabia"; "Mudou oprofessor"; "Mudei de escola"; "Problemas relacionados com a escola"; "Não estou bemna escola"; "Comecei estudar atrasado na escola"; "Quando a professora foi embora";"Tenho 14 anos e ainda estou na 3a série"; "Porque eu faltava e queria ir na escola".

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Familiares: "Quando apanho da minha mãe"; "Quando a minha mãe não pode vir naescola"; "Porque as pessoas da minha casa mexem nas minhas coisas"; "Porque a minhamãe me bate"; "Minha irmã não fala e não anda já tem 12 anos"; "Quando os meus paisprometem e não cumprem"; "O meu pai foi embora"; "Meu pai não deixa eu sair na rua";"Tem doença na minha família".

Outras declarações: "Quando chove e não posso sair na rua"; "Muitas coisas"; "Eu estavadoente"; "Por causa do futuro"; "Não tinha nada para fazer"; "Às vezes me acho feio";"Quando quero fazer as coisas e minha mãe não deixa"; "Os moleques me atrapalham";"Quando quero alguma coisa e não me dão"; "Um moleque pegou a minha bicicleta";"Porque sim, fico triste para não bater nos outros e fico bonzinho"; "Por angústia".

Uma resposta não foi pertinente e dez alunos não responderam a questão.

Sessenta e dois porcento (383) das crianças gostavam de brincar de correr na escola. Vinte e doisporcento dos alunos (131) costumavam cair na escola; desses 86,3% caiam às vezes, mas 9,9%caiam sempre. Quarenta e quatro porcento (260) relataram ter se machucado na escola. Desses,38,1% (99) precisaram ser atendidos na escola (39%); no posto de saúde (19,2%); no hospital(15,2%).

Setenta e dois por cento (422) dos alunos entrevistados faltaram à escola desde o anoanterior (1998) porque estavam doentes; 33,2% (140) ausentaram-se apenas um dia; os demais66,6% ausentaram-se mais dias. Mais da metade das crianças, 54,5% (154) faltaram de 2 a 4dias. Um dos alunos relatou ter faltado um ano inteiro na escola.

Dos 422 (71,9%) entrevistados que faltaram à escola desde o ano anterior por motivo dedoença, 69% (291) tiveram que ir ao médico para que a doença fosse diagnosticada. Foramrelatados alguns problemas de saúde prevalentes ou superados pelos alunos entrevistados: 6,8%citaram diabetes; 30,8% citaram alergias e manchas na pele; 20,4% bronquite; 6% ataqueepilético; 20,6% problemas para enxergar; 14,3% problemas para escutar; 28,8% tinhamproblemas para aprender na escola.

Oito porcento dos alunos (50) entrevistados usavam óculos. Oitenta e cinco porcento(499) disseram enxergar bem do lugar que ocupavam na sala de aula; 8,5% (50) disseramenxergar "mais ou menos"; 6,5% (38) disseram não enxergar bem do lugar que ocupavam.

Os seis e meio porcento (38) dos alunos que enxergavam mal, deram como razões paraisso principalmente o fato de serem os últimos da fila e sentarem muito longe da lousa na sala deaula. Quase 30% desses, declararam ter problemas de visão e dor nos olhos.

A maioria dos escolares 92,8% (545) escovavam diariamente os dentes, desses 76,7%escovavam só emcasa.

Quarenta e oito por cento (283) dos alunos relacionaram saúde à vida (estado de bem-estar e ausência de doença).

Aproximadamente setenta e três porcento (426) disseram gostar da merenda; 19,3% (113)disseram gostar da merenda; 19,3% (113) disseram gostar "só às vezes"; 8,2% (48) disseram nãogostar da merenda, conforme mostra a tabela 3 e o gráfico 3.

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Entre os alimentos oferecidos, os doces (22,1%) foram os mais escolhidos pelas crianças(como era de se esperar), seguidos das massas, bolachas, sopas, sanduíches, arroz e feijão, sucose refrigerantese, por último, as frutas. Apenas 10 (1,4%) dos alunos disseram gostar de tudo.

TABELA 3 – Satisfação em relação à merenda oferecida na escola

GOSTAVA DA MERENDA ENTREVISTADOS

Nº %

Sim 426 72,6

Não 48 8,2

Às vezes 113 19,3

TOTAL 587 100,0

GRÁFICO 3 – Satisfação em relação à merenda oferecida na escola

GOSTAVA DA MERENDA:

Razões pelas quais 8,2% (48) das crianças entrevistadas disseram não gostar da merndaescolar:

"Tem muita banana"; "Só tem pão, não gosto de suco"; "Não gosto de comer comida";"Eles não dão quase nada"; "Não tenho fome"; "É ruim"; "Comi e passei mal";"Colocaram muito molho no macarrão"; "Não é bem temperada"; "Falta higiene, tembicho"; "Tem cabelo".

Razões pelas quais 72,6% (426) das crianças entrevistadas disseram gostar da merendaescolar:

"É gostosa"; "A merendeira faz a comida gostosa, com amor"; "É feita com carinho"; "Ébem temperada".

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Os demais citaram que gostavam mais da merenda quando:

"Tem pão com sardinha, salsicha, geléia, lanche e suco"; "Dá doce"; "Tem refrigerante";"Tem banana, guaraná, bolacha"; "Faz bem"; "Tem vitamina"; "Saudável"; "Dá pãocom banana"; "Tem danone, tem dia que é pão".

Quatro por cento (17) deram respostas que não foram pertinentes, e 5,9% (25) nãoresponderam a essa questão.

Razões pelas quais 19,2% (113) alunos disseram gostar da merenda escolar "só às vezes":

"A comida é ruim"; "Quando é polenta"; "Quando é bolacha"; "Não gosto de sopa";"Não gosto de cebola"; "É por causa dos legumes"; "Falta higiene"; "Tem cabelo"; "Tembicho"; "É coisa que eu não gosto"; "Não gosto de pão com sardinha"; "Todo dia é pãocom geléia"; "Não gosto de arroz doce"; "Porque dão suco no frio e chá no calor";"Quando é leite com toddy"; "Só como pão com maionese"; "É coisa que eu não gosto";"Muito doce"; "Dão pão com nada dentro"; "Tem papinha de nenê"; "Quando estavacomendo vomitei"; "A merendeira briga"; "Depende do que é".

Respostas que não foram pertinentes, tais como: "Porque sim", "Não sei", "Não tenhofome"; "Trago lanche"foram dadas por 16,8% (19) e 3,5% (4) não responderam a essa questão.

Quase a metade dos alunos, 48,6%(285),consideravam-se gordos; 34,1% (200) nem gordos nemmagros; 16,5% (97) achavam-se magros; 0,2%(1) achava-se elegante,conforme mostra a tabela4.

TABELA 4 – Opinião dos entrevistados sobre sua aparência física

CONSIDERA-SE ENTREVISTADOS

Nº %

Gordo(a) 285 48,55

Nem gordo(a) nem magro(a) 200 34,07

Magro(a) 97 16,52

"Elegante" 1 0,17

NS/NR 4 0,68

TOTAL 587 100,00

Cinqüenta e sete por cento (338) dos entrevistados costumavam atravessar a rodovia a pé parachegar à escola; 42,1% (101) o faziam sozinhos. Os demais 55,4% eram acompanhados de seuspaís, mães, irmãos, outros familiares, madrinha ou amigos.

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Do total de escolares entrevistados, 30,7% (180) trabalhavam além de estudar. Desses,72,2% (130) trabalhavam em casa, colaborando no serviço doméstico.

Atividades dos escolares desenvolvidas no trabalho:

Arrumação da própria casa, serviços de ajudante, lida com animais,carrega:caixas/concreto/areia/ o caminhão/ sacos de batata para vender na pista, lava carros,ajuda o paiem casa fazendo tomadas, carpindo, apanha verduras na roça, serviços domésticos, cuida dopróprio cachorro,mecânico, vende roupas, cuida da loja, recolhe lata e papelão, limpa piscina e acasa do patrão, martela madeiras, pinta e lava piscina, vende doce e churrasco, faz cadeiras, pegabola de tênis.

Quanto à satisfação dos alunos em relação ao trabalho realizado, 170 alunos (94,4%)disseram estar satisfeitos com o trabalho que realizavam, apenas 8 (4,4%) disseram não gostar doque faziam. Dois (1,1%) não responderam. Os motivos estão citados nas tabelas 5 e 6.

TABELA 5 – Motivos pelos quais disseram gostar do trabalho que realizavam

GOSTAVA DO TRABALHO PORQUE ENTREVISTADOS

Nº %

É bom/Legal/Gostoso/Fico Feliz/Divertido/Fácil 74 12,6

Para me sentir útil/Responsável 23 3,9

Ajudo à minha mãe/ Deixa minha mãe feliz 22 3,7

Ganho dinheiro/ Qualquer recompensa 19 3,2

É bom para eu aprender 2 0,3

Não tenho o que fazer 2 0,3

Depois posso brincar 1 0,2

A patroa dá presente 1 0,2

Consigo limpar o que está imundo, às vezes 1 0,2

Minha mãe me dá dinheiro 1 0,2

Os patrões dão dinheiro 1 0,2

Fico forte 1 0,2

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Por obrigação 1 0,2

Não pertinente 3 0,5

NS/NR 18 3,1

TOTAL 170 29,0

A essa questão 3 (1,8%) das respostas não foram pertinentes, e se referiram a "Porque sim".

TABELA 6 – Motivos pelos quais disseram não gostar do trabalho

NÃO GOSTAVA DO TRABALHO PORQUE ENTREVISTADOS

Nº %

É muito duro esse trabalho/ Difícil 3 0,5

É muito chato 2 0,3

Ponho a mão na água fria, quando varro faz poeira 1 0,2

Tem muito pernilongo 1 0,2

Tenho preguiça 1 0,2

TOTAL 8 1,4

Quanto aos conhecimentos que tinham sobre drogas,63,2% dos respondentes relataram quetinham recebido informações (tabela 7),com a família,16,4% ^1) e na escola ,7,5% (28).Noentanto a maioria ,recebeu informações pela TV ,62,5% (232) e no rádio,4,3% (16).

Do total de entrevistados,4,8% (28) relataram que já tinham experimentado fumar cigarros e 24,2% (142) declararam ter experimentado bebidas alcoólicas , e que as conseguiram com familiares.

TABELA 7 – Conhecimento sobre drogas

CONHECIMENTO SOBRE DROGAS ENTREVISTADOS

Nº %

Sim 371 63,2

Não 216 36,8

TOTAL 587 100,0

É bastante estranho e motivo de grande preocupação, o fato de que 36,8% dos alunos

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tivessem afirmado que não tinham recebido informações sobre drogas, já que sabe-se que oconsumo das mesmas é um dos mais sérios problemas instalados naquela região. Demonstra que,para mais de 1/3 dos respondentes, a escola não tem tratado do assunto ou é possível que tenhammedo de falar sobre isso. Entretanto, é interessante notar que todos respondem a essa questão.

Recebeu informações:

Com a família (em casa) – 16,4% (61)

"A mãe já foi presa por causa de droga"; "A mãe comentou que não pode usar"; "Minhamãe falou"; "Meu primo fumava drogas"; "Eu tinha uma tia que fumava drogas, hoje nãofuma mais"; "Parentes que falaram"; "Parentes que usam"; "Amigos que usam / amigosque falaram"; "Familiar falou que é perigoso"; "Comentário na casa da tia: escaparamladrões em Cotia, eram drogados, pessoas que usam drogas..."; "Minha mãe disse quedroga é pedira e quem usa fica drogado, aí, pega uma arma e mata o outro"; "Primo leuum texto na casa da tia"; "Primos drogueiros"; "Mãe explicou que droga é muito ruim, sealguém oferecer, digo não".

Na escola – 7,5% (28)

"Ofereceram pauzinho, comeu, achou que era cocaína e largou, nunca mais teve vontade";"Professor(a) comentou"; "Comentaram na escola sobre armas e assassinatos"; "Diretoracomentou"; "No livro da escola"; "Alguns meninos fazem e oferecem droga na escola";"Colegas querendo usar"; "Os outros falavam para não falar com estranhos"; "Mata".

Na TV - 62,5% (232)

"Reportagem"; "Jornal"; "Propaganda"; "É perigoso"; "Não pode usar, se não morre";"Causa violência"; "Não pode tocar na droga"; "Que tem que cheirar"; "A pessoa nãosabe o que faz"; "Programas"; "Mostrou como faz pra fumar (gestos)"; "Para dizer nãoàs drogas"; "Junto com minha mãe"; "Depoimento de Leonardo de Caprio"; "Que elegostava de drogas"; "Prevenção contra drogas"; "Jornal nacional"; "Não pode, é ruim";"Meu pai viu vestígios de droga perto da escola"; "Atirou em três homens e morreu";"Hoje de manhã um homem deu um tiro numa mulher e ela morreu"; "No Cidade Alerta,que um adulto fumava drogas..."; "Que um homem deu drogas para uma criança e elamorreu"; "Propaganda de drogados"; "Na Eliana"; "No Ratinho"; "Na Globo"; "NoSBT"; "Pessoas fumando, roubando e matando"; "Passa muita coisa sobre droga na TV".

No rádio – 4,3% (16)

"Notícias"; "É proibido"; "Propaganda"; "Droga faz mal"; "Atirou em três homens emorreu"; "No programa da Sonia"; "Droga complica a vida"; "Trazem armas e ummonte de coisas para matar as pessoas"; "Reportagem".

Outros – 9,2% (34)

"Meu primo leu um texto na casa de minha tia"; "Meus primos são drogueiros"; "Osirmãos do meu colega da escola usam drogas"; "O Marcelo fuma drogas"; "Os meninos darua fumam na casa abandonada"; "Meu pai mexia com isso, lá onde eu morava"; "Eu vi

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uma pessoa drogada na escola"; "Eu ouvi os meninos conversando na praia"; "Os homensfumam no salão e faz ir preso"; "Não pode fumar"; "Na rua"; "Rua (no parquinho)";"Vejo pessoas fumando próximo à casa"; "Droga/Cocaína"; "Faz mal à saúde / proibido".

Entre os 587 entrevistados, 4,8%(28) relataram que já tinham experimentado fumar cigarros, pormeio dos seguintes depoimentos: "Pedi para o meu avô"; "Fumei com palha de milho";"Peguei do chão e o outro peguei de minha mãe"; "Fumei nas festas"; "No bar do meutio"; "Em casa"; "Com o pai / mãe/ avó/ tios/ tias"; "Peguei escondido"; "Peguei bituca docinzeiro"; "consegui com pessoas de fora".

Três não responderam, como conseguiram cigarro.

Entre os esportes realizados pela metade dos alunos, 50,1% (294) que afirmaram praticá-los, destacaram-se: Futebol (39,9%); Educação Física (22,8%); Ballet (2,5%); Capoeira (12,1%);Vôlei (6,5%); Basquete (3,7%); Corrida (3,4%); Natação (4,2%); Judô (o,6%). Os demaismencionaram: Karatê, Golf, Andar de bicicleta, Jazz, Baseball; e outros Jogos e Brincadeiras.

Embora o Município de Vargem Grande do Sul seja muito rico em recursos hídricos,menos da metade dos alunos entrevistados (38,7%) declararam ter nadado desde o ano anterior(1998), nos seguintes locais: na piscina (63,8%); na lagoa (13,8%); no lago (6,5%) e no rio(4,6%).

Quase doze por cento declararam que jogavam lixo nas ruas e 40,5% tinham vizinhos quejogavam lixo nas ruas, conforme mostra a tabela 8. Quarenta por cento dos entrevistados queresponderam que seus vizinhos jogavam lixo nas ruas citaram que a maioria era constituída porpapel, lata, vidro e restos de alimentos. Na opinião dos alunos, o lixo ia para o caminhão dolixeiro (38,8%), para o lixão (17,5%), e para a lixeira (13,3%), conforme mostra a tabela 10.

TABELA 8 – Comportamento em relação ao lixo

JOGAVA LIXO NAS RUAS ENTREVISTADOS

Nº %

Sim 69 11,8

Não 515 87,7

NS/NR 3 0,5

TOTAL 587 100,0

A maioria dos entrevistados (87,7%) disse que não jogava lixo nas ruas.Quanto aos 11,8% queafirmaram que jogavam,foram convidados a opinar sobre isso. Pela tabela abaixo, pode-se ver oresultado:

TABELA 9- Opiniões dos entrevistados sobre o fato de jogarem lixo

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JOGAR LIXO NA RUA ENTREVISTADOS

Nº %

Não é certo/Não pode 30 43,5

Não tem lixeiro/Lixeira 6 8,7

Acho ruim 5 7,2

Não se deve jogar 4 5,8

Dá muita doença 4 5,8

Entope os bueiros/Traz enchente 4 5,8

Fica feio e sujo 2 2,9

É falta de educação/Higiene 2 2,9

A minha mãe mandou 1 1,4

A rua é suja 1 1,4

Jogo no mato 1 1,4

Não pertinente 3 4,3

NR 6 8,7

TOTAL 69 100,0

Percebe-se claramente que quase a totalidade das respostas dos alunos que disseram jogarlixo nas ruas demonstram que eles tinham conhecimento de que não deveriam faze-lo. Noentanto, na prática o seu comportamento era diferente.

TABELA 10 – Conhecimentos sobre o destino do lixo doméstico

LIXO SE SUA CASA VAI PARA ENTREVISTADOS

Nº %

O caminhão do lixo 228 38,8

Lixão/Depósito/Fábrica do lixo 103 17,5

A lixeira/O tambor/A lata 78 13,3

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O mato/O buraco/O poço velho 19 3,2

O esgoto/A rua 17 2,9

Os municípios (Cotia/Caucáia/Barueri/Vargem GdePta)

9 1,5

Queima 9 1,5

Reciclagem 6 1,0

O rio/A lagoa 5 0,9

O patrão que leva 1 0,2

Não pertinente 1 0,2

NS/NR 111 18,9

TOTAL 587 100,0

A maior parte dos respondentes desconhecia o destino do lixo proveniente de suas casas.Para quase 40% o destino final era o caminhão do lixeiro. Muitos relataram situaçõesextremamente inadequadas para o destino do lixo, por exemplo: o mato, o esgoto, a rua, o rio, alagoa e a queima demonstrando necessidade urgente de intervenção por meio da educaçãoambiental.

Dos entrevistados, 346 (59,7) não souberam responder o que é meio ambiente,o que é bastantepreocupante e demonstra que esse tema não havia sido trabalhado nas escolas.

Outros 25%(146) responderam que meio ambiente era:

"Ter de beber água potável, Saudável"; "Andar na mata"; "Ter saúde"; "Não prenderbichos"; "Ë tudo"; "É preservação da natureza"; "É fazer algo legal"; "Não terpoluição"; "Não jogar lixo nas ruas"; "Que o rio fique limpo"; "Lugar saudável"; "É bompara a saúde"; "Natureza"; "Não matar os bichos"; "Onde vivem os animais"; "Umambiente mais calmo"; "Árvores,plantas,águas"; "É educar os outros e ficar bonzinhopara os outros não jogar lixo nas ruas"; "Área construída"; "É onde eu moro,um buracogrande".

Os demais 95 alunos (16,5%) deram respostas não pertinentes,tais como:

"As coisas"; "Brinquedos"; "Saladas"; "Pouca população"; "Cuidar dos sem teto";"Deus"; "Precisa ter carrocinha para acabar com os cachorros das ruas"; "Estudar";"Comer"; "Brincar".

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Da mesma forma,49,6% não souberam explicitar o que entendiam por "qualidade devida".Os demais responderam o seguinte:

É ESPAÇO FÍSICO ("Ter Espaço"), É CONDIÇÃO DE VIDA ("Ter trabalho"; "É viverlegal / melhor / feliz / bem mais"; "É paz"; "É ter sentimento de felicidade,alegria eamor"; "É ter perspectiva de futuro, segurança e solidariedade"; "é ter esperança e paz";"Ter família"; "Ter conforto"; Ter casa"; "Estudar"; "Ter dinheiro para comprarcomida"; "Viver"; "Ter Fé"; "Crer em Deus"), É SAÚDE ("É ter higiene"; "É ter saúde";"É estar bem"; "Não ter vícios"; "Não beber pinga"; "Não fumar".), É MEIO AMBIENTE("Não ter poluição e não jogar lixo nas ruas"; "Preservar a natureza"), É ALIMENTAÇÃO("Ter alimentação"), É LAZER ("É brincar"; "Ter lazer"), É NÃO TER VIOLÊNCIA ("Énão vender armas"; "É não ter bandidos").

Para 517 (88,1%) dos alunos, para ser feliz era importante:

"Ter família"; "Ter diversão / passear / lazer"; "Ter amigos / respeito aos outros / amar aspessoas"; "Ter saúde / não ter doença / não ter vícios / não usar drogas / bebidas"; "Nãobrigar / não bater / não matar"; "Ter felicidade / ser feliz / deixar a gente alegre / serlivre"; "Estudar / aprender / ler e escrever"; "Ter conforto / carro / bens de consumo";"Progredir na vida / se dar bem com a vida / realizar sonhos"; "Não ter roubo / violência";"Ter moradia"; "Ter o pai junto com a mãe / família reunida"; "Ter sentimento / amor /felicidade / alegria / solidariedade"; "Trabalhar e estudar"; "Preservar o meio ambiente";"Ter dinheiro"; "Tranqüilidade / paz / sossego"; "A vida"; "Eu abraçar a mamãe / Terminha mãe"; "Ter alimento"; "Ter Deus / fé / religião"; "Ter brinquedo / videogame";"Tomar conta da família"; "Não ter riqueza / Não cobrar caro"; "Ter uma mãe (eu nãotenho)"; "ir pra minha terra e morar com minha avó"; "Ser boa e obediente"; "Ter umpai que não bebe"; "Ter um aniversário bonito"; "Ter qualquer coisa pra mim"; "Seralegre e estudar bastante"; "Ter fama"; "Nada, já sou feliz"; "Tirar bandido da rua e porpobres numa casa"; "Conhecer o grupo ‘É o Tchan’".

Vinte e dois alunos(3,7%) não deram respostas pertinentes;quarenta e oito alunos (8,2%)não responderam a essa questão.

Esses resultados serviram como diagnóstico para o Planejamento Pedagógico anual de trabalhodas professoras da Secretaria Municipal de Educação de Vargem Grande Paulista no início doano 2000, envolvendo todas as escolas da rede, não apenas as cinco escolas-pólo participantes doprojeto inicial.

4.3. DA PESQUISA COM OS PAIS OU RESPONSÁVEIS REALIZADA PELOSPROFESSORES

Trezentos e doze pais e/ou responsáveis foram entrevistados pelos 11 professores-pesquisadoresbolsistas. Eram pais das 587 crianças entrevistadas das 5 escolas-pólo de Vargem GrandePaulista.

A maioria (43%) era proveniente das Escolas Brinco de Princesa e Parque do Agreste, no Bairrodo Agreste; seguida de 22,8% da Escola Flor de Lis (Bairro Tijuco Preto); 13,1% da EscolaSabiá Laranjeira (Bairro Capela do Socorro); 12,5% da Escola Francisca do Prado (Bairro BelaVista) e 8,7% da Escola Jéssica Yukari Assami (Bairro Matão).

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Os entrevistados tinham idade variando entre 14 a 70 anos; 77,6% eram mães dos alunos e11,5% dos respondentes eram pais; os demais eram parentes próximos ou irmãos, responsáveispor levar e trazer as crianças à escola, bem como cuidar delas durante grande parte do dia e,portanto, aptos a responder o formulário e a entrevista proposta pelo grupo de trabalho; apenasum dos entrevistados era amigo da família.

Como já se esperava, 86,4% dos entrevistados eram do sexo feminino, sendo. Mais da metadedos entrevistados (52,9%) residiam no mesmo endereço há menos de 4 anos; 58,7% moravamnos bairros Parque do Agreste e do Tijuco Preto, que possuem escolas com maior capacidade deatendimento e, conseqüentemente, maior número de vagas.

Embora noventa e oito por cento residissem em Vargem Grande Paulista, 80,5% aí estavamapenas há nove anos ou menos, e eram provenientes de várias cidades e estados brasileiros,destacando-se os municípios de Cotia, São Paulo e Osasco, no Estado de São Paulo, mas haviatambém muitas pessoas de Minas Gerais, Paraná e da Bahia. Os 2% restantes residiam, porocasião da pesquisa, em Cotia e Itapevi, que são os municípios mais próximos de VargemGrande Paulista.

Do total de entrevistados 69,2% tinham os filhos freqüentando as duas primeiras séries doEnsino Fundamental e 56,7% estudavam no período da manhã.

Oitenta e um por cento do total de entrevistados eram casados.

A maioria dos respondentes, 94,2%, tinha freqüentado a escola, sendo que 79,8% tinham o 1o

grau completo e apenas uma pessoa tinha curso superior.

Quarenta e um por cento estavam trabalhando e a maioria gostava do trabalho que realizava.

Suas opiniões sobre saúde eram relacionadas ao bem-estar físico, mental e social à semelhançado conceito da OMS*, de 1945, porém os entrevistados referiam-se também a: alimentação sadia,equilíbrio financeiro, atendimento de algumas necessidades básicas, meio ambiente saudável(como sinônimo de ar puro e ausência de poluição, rede de esgoto, água tratada), moradia, lazer,prática de esportes, acesso aos serviços de saúde e transporte público, trabalhar, ter paz, carinho,alegria, higiene e limpeza, escola para os filhos, não depender de remédios ou de médico, e nãousar drogas. Embora o enfoque algumas vezes fosse diferente, todos foram unânimes emconsiderar a saúde como o bem mais importante para a vida.

Um quarto (25%) dos entrevistados fumavam, 21% declararam beber apenas às vezes e 2,6%disseram que costumavam beber freqüentemente. Essas questões são muito importantes, poissabe-se que na maior parte das vezes o hábito dos pais acaba influenciando os filhos. Além disso,1% declararam que tinham o costume de oferecer bebida aos filhos, e 2,9% o faziam às vezes,em comemorações. Em relação ao tipo de bebida oferecida foram citados, principalmente,cerveja e champagne. Essas são as mesmas bebidas consumidas pelos pais que citaram aindapinga, vodca, vinho, conhaque.

Entre os passeios, jogos ou diversões que os entrevistados disseram realizar com os escolaresdestacam-se: "brincadeiras infantis com bola"; "quebra-cabeça"; "casinha"; "bicicleta";"escolinha"; "boneca"; alguns "contam histórias"; "visitam parentes e amigos"; "vão aoshopping"; "vão ao circo e ao parque"; "ao jardim"; "ao clube"; "à Igreja"; "viajam nas

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férias"; "vão ao zoológico"; "ao sítio"; "pescar"; "à sorveteria"; "pizzaria";"McDonald’s"; "vêem televisão"; "jogar videogames"; "ao rodeio"; "ao jóquei"; "àpraia" e "passear de carro". Embora todas essas alternativas tenham sido expressas, a maiorparte das pessoas declararam que isso não tem ocorrido sempre, por falta de dinheiro, por teremmuito trabalho a ser feito e outras dificuldades.

Entre as atividades de lazer referidas: 85% assistem à televisão; 82% visitam amigos efamiliares; 81% ouvem rádio; 70% conversam com os amigos; 66% gostam de ler,principalmente, a Bíblia, jornais, revistas, romances; 42% fazem trabalhos manuais; 41% fazemcaminhadas, 37% passeiam no shopping; 33% viajam aos finais de semana e feriados.

Em relação ao bairro em que moravam, 86,5% disseram gostar de onde moravam; 74,7%possuíam água encanada; 55,4% possuíam água de poço na residência; 56,1% possuíam sistemade esgoto no bairro, mas, mesmo assim, 61,9% disseram ter fossa séptica na residência; 81,7%possuíam iluminação e 94% tinham serviço de coleta de lixo em seu bairro, dos quais 87% otinham apenas 2 ou 3 vezes na semana. A maior parte dos entrevistados (quase 80%) não sabiamonde o lixo doméstico coletado era depositado, os demais citaram o lixão e alguns disseram quequeimavam o lixo por eles produzido.

Trinta e oito por cento disseram que seu vizinho costumava jogar lixo nas ruas, mas apenas 3,8%afirmaram que o faziam também. Alegaram que a rua permanecia constantemente suja pelosseguintes motivos: "falta de educação"; "por costume"; "por preguiça"; "falta de higiene";"falta de bom senso"; "falta de respeito"; "falta de compreensão"; "falta de imaginação";"falta de informação, de consciência"; "por não ter lixeira"; "por relaxo". Outrosdeclararam que eram os cachorros que derrubavam lixo.

Segundo os respondentes, o lixo jogado nas ruas por seus vizinhos era constituído de: podas deárvores, grama, mato, comida, fezes, entulhos domésticos, fraldas, garrafas, latas, lixo debanheiro, vidro, papel e plástico.

Sobre segurança, 16% responderam que já tinham sido assaltados em Vargem Grande Paulista;7% desses assaltos tinham ocorrido próximo às suas residências. Houve o relato de um tiro queatingiu um filho do entrevistado.

Oitenta e três por cento dos entrevistados possuíam outros filhos; 24% estudando em alguma dascinco escolas-pólo de Vargem Grande Paulista. Quando não estavam na escola, a maioria dascrianças ficava com familiares, algumas ficavam com vizinhos e 4% ficavam sozinhas.

Cerca de 59% relataram ter se sentido tristes, chateados e sem esperança no futuro, no anoanterior ao que foram entrevistados.

Para ser feliz, os entrevistados consideravam importantes: "a família"; "a saúde"; "a paz"; "aharmonia"; "viver bem com os outros"; "ajudar quem precisa"; "ter fé em Deus";"amar"; "ser amado"; "boa amizade"; "ter o que comer"; "morar bem"; "brincar";"estabilidade"; "emprego"; "compreensão"; "respeito"; "comunicar-se com os vizinhos";"comprar um terreno"; "cuidar dos filhos"; "fazê-los estudar"; "ter Deus"; "saúde edinheiro"; "ter escola"; "ter diálogo"; "ter liberdade"; "estar bem com a vida"; "estarbem consigo mesmo"; "estar bem psicologicamente"; "tocar violão"; "evitar assalto";"casa arrumadinha"; "ganhar o suficiente"; "gostar de si mesmo"; "ter Jesus na vida";

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"ter vida estável"; "poder dar tudo para minha família"; "os parentes estarem felizes";"participar"; "amigos"; "ser humilde"; "fidelidade"; "ter lazer"; "ser alegre"; "fazer obem"; "ser legal"; "ter caráter e religião"; "lutar pelo seu objetivo"; "ser digno"; "ter luzem casa para não depender do vizinho"; "ter terra e tomar conta do que é meu"; "terqualidade de vida"; "ter uma creche para o nenê"; "saber dividir"; "ver pessoas felizes";"ter auto confiança"; "se conhecer".

A opinião dos entrevistados sobre qualidade de vida dizia respeito a: "A gente procurar viversempre o melhor."; "Bom estudo inclusive para os adultos."; "A gente ter um certoconforto."; "A minha não é muito boa, mas dá."; "A pessoa tem que lutar para ter algo.";"A vida devia ser igual para todos."; "É ajudar sempre o próximo."; "É boa alimentação.Vestir alguma coisa."; "Ar puro, bastante verde, rua limpa."; "É as pessoas viver bem. Ébem-estar."; "É trabalho, casa própria."; "Moradia boa, calma e limpa."; "EscolaAtendimento Médico."; "Harmonia."; "É ir à missa, boa saúde."; "Diversão."; "Governofazer as coisas."; "Lar. Comunidade. Respeito pelo outro."; "Mais amor. Ter direito atudo."; "Poder comprar material para os filhos."; "Ter chão, paz."; "Comer todos os dias,ter onde morar."; "Dormir, ter abundância."; "Conseguir tirar FHC para estabilizar odinheiro"; "Viver unido com a família"; "Criar os filhos, dar estudo, ensinar a Bíblia";"Dar oportunidade para o filho desenvolver"; "De tudo um pouco."; "Sem dinheiro vocênão passeia com os filhos"; "É fazer por viver, estar feliz."; "É melhorar, ter maisserviço."; "É ter uma vida saudável."; "É vida boa ou ruim."; "É viver melhor,comprando sem economizar."; "É educação, saúde e o básico."; "Boas oportunidades.";"É cidade limpa, educação sem violência."; "É pagar contas em dia."; "Estar bem consigomesmo e com a família."; "Estar em paz consigo mesmo e com Deus."; "É ter marido comemprego, religião e educação."; "É melhorar a vida, a pobreza, o desemprego."; "É tercarro, é morar onde gosto, não bater nas crianças."; "É ter boas coisas, boa situação.";"Quem tem goza a vida e não passa apertado."; "O jeito que a gente vive."; "Pensar nofuturo. Pedir saúde para Deus."; "Pessoas de nível alto e os pobres."; "Se dar bem comtodo mundo."; "As pessoas querem ser melhor que as outras."; "Ter posto policial,médicos bons voltarem."; "É viver sem aluguel."; "É sempre estar limpa."; "É ser bompara os filhos, marido e para os outros."; "É sociedade, meio ambiente e segurança."; "Écultura, dar bom exemplo aos filhos."; "Ter caráter, ser leal com todos. Poder manter afamília"; "Ter educação... está faltando nas pessoas."; "Ter emprego, condição de pagarconta."; "Ter o essencial, ter uma família estruturada."; "Ter poder real, sonho. Ter planode saúde para os filhos."; "Um bom padrão de vida."; "Um lugar tranqüilo, sempoluição."; "Viver bem, trabalhando com objetivo.".

Em relação à saúde, quase 44% consideravam que seus filhos tinham problemas de saúde dosmais variados, entre os quais citaram: bronquite, pneumonia, alergia, sinusite, amigdalite,adenóide e anemia. Algumas cirurgias foram relatadas ainda: na coluna, fimose, nariz e garganta,no fêmur. Além desses, outros agravos foram lembrados: desmaios, convulsões, ataquesepilépticos, problemas de visão e audição, dores de cabeça e na barriga, dificuldade de aprender,desidratação, meningite, nervosismo, enxaqueca, hepatite, problemas nos rins, sopro no coração,rinite, catapora.

Houve também um relato de fenilcitonuria, um de retardamento global e um de autismo.

Noventa e sete por cento dos entrevistados disseram que a carteira de vacinação das crianças

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estava em dia.

Trinta e seis por cento achavam que seu filho tinha dificuldade para aprender, o que é muitopreocupante, exigindo medidas imediatas. Para essa dificuldade, deram como causas osofrimento passado na infância pelas crianças e outros motivos: "a mãe judiava dele";"apanhei quando estava grávida"; "meu marido bebia"; "é agitado", "não prestaatenção"; "a mãe tomava droga"; "entrou atrasado na escola"; "falta alguma coisa quenão sei"; "é fechado, revoltado porque o pai foi embora"; ou ainda, "por doença"; "porcausa da visão"; "de preguiça"; "distração"; "por causa da professora antiga";"dificuldade para ler"; "para escrever"; "pouca vontade"; "por lerdeza"; "é muitonervosa(o)"; "é meio devagar"; "é tímido"; "fala errado"; "não está alfabetizado"; "temlíngua presa"; "falta compreensão e interesse dos professores"; "falta interesse do aluno";"fica fora do ar"; "não consegue se concentrar"; "gosta de brincar"; "é inseguro"; "temmedo"; "é meio doente"; "estressado"; "não sabe ler"; "por causa dos dentes"; "não fez opré"; "por causa da mente dela"; "a professora foi agressiva"; "a professora precisapuxar mais"; "é rebelde"; "não obedece"; "vem de um ensino muito fraco"; "é vagaroso";"tem que ficar no pé"; "tem que passar com psicóloga"; "se sente só"; "sente falta do pai".Um motivo gravíssimo: "sofreu abuso em Taboão da Serra".

Os pais consideravam a escola de seus filhos boa, muitos elogiaram os professores, a merenda, edisseram, na ocasião da pesquisa, que a escola estava melhorando bastante, alguns achavam quepoderia melhorar mais. As mudanças relatadas, tanto quanto ao ambiente físico da escola comoquanto às relações com os pais foram, em grande parte, decorrentes da educação continuada quepossibilitou que os professores passassem a valorizar mais essas questões.

Fizeram críticas, principalmente, em relação à troca de professores, à infra-estrutura e ao ensino:"a classe é pequena para tanta criança"; "falta parque"; "deveria ter dois quebra-molasna rua", "tem piolho nas crianças", "deveria ter alguém para cuidar do recreio"; "temproblema na hora do lanche"; "a classe é muito grande o que dificulta o controle"; "nãotem lição de casa"; "o modo de ensinar é fraco"; "só acho errado passar sem saber";"pátio fica ruim quando chove"; "tem que exigir mais dos alunos"; "um relaxo"; "muitapoeira e o relógio de luz fica aberto".

Oitenta e oito por cento dos entrevistados responderam que seus filhos gostavam da escola emque estudavam: "por causa dos amigos"; "dos professores"; "da merenda"; "porque queraprender"; "acha divertido"; "porque não tem briga"; "adora estudar"; "é onde ele maisbagunça"; "por causa do parquinho"; "para ser advogada e professora"; "para seralguém na vida"; "para sair um pouco"; "sonha ter diploma"; "talvez por problemas dacasa"; "porque tem força de vontade".

As opiniões sobre a merenda oferecida na escola foram bastante variadas. Os depoimentosfavoráveis referiam-se a: "a comida da tia Maria, não tem igual"; "a um tempo atrás estavafraca, agora melhorou"; "acho muito boa"; "é ótima"; "ela nunca reclamou"; "acho boa,mas não sei o que ela come"; "acho boa porque ela come"; "adora a comida da DonaLuiza"; "está de primeira qualidade agora"; "é melhor que a minha"; "boa paraalimentar bastante"; "boa mas, ele não come"; "tem que melhorar, ser mais reforçada";"com essa merendeira, a comida está boa"; "as crianças que são chatas para comer"; "éuma refeição que ajuda"; "acho adequada"; "ela adora"; "excelente"; "ela come tudo".

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Outros disseram que as crianças só gostavam da merenda "às vezes": "é difícil ela comer"; "afilha gostaria que trocasse (variasse)"; "acho que fazem de acordo com as condições";"acho que na manhã tinha que ser comida"; "acho que pode melhorar"; "algumas coisasela não come"; "é razoável"; "tem dia que é boa, outra não".

Há também os que disseram que os estudantes não gostavam: "ela leva lanche"; "ela é meioenjoada"; "ele diz que é ruim"; "ele já almoça em casa"; "é fraca e repetitiva"; "não temcardápio variado"; "eles reclamam é quase sempre a mesma coisa"; "é horrível, muitodoce ou sem açúcar ou salgado demais"; "meio fraco, já teve melhor"; "péssima, nãocome, prefiro a outra, ele comia"; "minha filha enjoou, leva lanche de casa"; "precisamelhorar"; "fazer coisas diferentes".

Apenas 21% dos respondentes acreditavam que havia problemas relacionados ao prédio daescola em que as crianças estudavam. Um entrevistado não respondeu.

Entre os problemas citados, destacaram-se: "água não potável"; "escolas e classes pequenas";"salas com claridade"; "frias"; "barranco perigoso"; "escola perigosa"; "com poucoespaço"; "falta de segurança"; "existência de pombos"; "pisos inadequados"; "falta gradee falta quadra"; "há pedras no pátio".

Para os entrevistados a responsabilidade na resolução dos problemas identificados deveria ser:"da comunidade"; "da direção"; "da prefeitura"; "da escola"; "do governo"; "dos pais";"dos políticos".Quatro pessoas não souberam responder essa questão.

Apenas 14% dos entrevistados identificaram problemas relativos ao ensino nas escolaspesquisadas referindo-se a: "deveria ensinar melhor"; "o atraso da professora"; "o ensino éfraco"; "o ensino é médio"; "falta correção"; "faltam livros"; "falta dar lição de casa";"mudou a professora"; "muitos professores"; "menos recortes"; "as crianças não sabemler"; "têm falhas"; "precisa ensinar caligrafia"; "não gosto da forma de ensino"; "faltapuxar mais".

Para resolver esses problemas de qualidade do ensino a maioria considerava a coordenaçãoresponsável; os demais citaram o governador, as famílias, os professores, a prefeitura e aSecretaria da Educação.

Sessenta e seis por cento não consideravam a escola segura pelos seguintes motivos: "é abertados lados"; "por causa das pedras"; "agressividade"; "há um bar em frente"; "tembarranco"; "tem briga na saída"; "as crianças atravessam a rua"; "por causa da caixa deluz"; "precisa colocar vigia"; "por causa do depósito de gás"; "deveria ter polícia";"deveria ter muro"; "tem droga na saída"; "falta inspetor"; "é perto da lagoa"; "precisamais monitoria"; "o portão fica aberto"; "por causa do recreio"; "deveria separar ascrianças por idade"; "deveria ter porteiro".

Na opinião dos entrevistados, eram responsáveis pela resolução dos problemas de segurança: "adireção da escola"; "a comunidade"; "os professores"; "o governo municipal"; "apolícia"; "os vereadores"; "os políticos"; "todos"; "o Estado"; "a Secretaria daEducação".

Em relação ao recreio, 17% consideravam que existiam os seguintes problemas: "agressão";

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"bagunça"; "problemas por causa do barranco"; "brigas"; "as crianças correm";"caem"; "empurram"; "o espaço é pequeno"; "falta controle de alguém"; "deveria ser emdois horários diferentes"; "é muito longo"; "não usar o banheiro"; "tem pedras"; "osportões ficam abertos"; "atiram pedras"; "uns tiram o lanche dos outros".

Para grande parte dos entrevistados, os responsáveis por resolver os problemas de segurançadeveriam ser: em primeiro lugar, a direção da escola; depois, o prefeito; e em seguida, acomunidade, a escola, a coordenação, o fiscal, o governo, a escola e os pais juntos, osprofessores, a Secretaria da Educação.

Quase 8% dos pais e/ou responsáveis tiveram problemas em relação aos professores da escola.Mencionaram: "atraso"; "falta"; "falta de atenção"; "falta de interesse"; "falta depaciência"; "caligrafia"; "advertência"; "são poucos"; "devem ensinar mais"; "quanto aomodo de ensinar"; "não explica"; "tem pouca experiência"; "precisa ser mais firme";"trocam sempre"; "pegam muito no pé".

De acordo com a opinião dos pais, os responsáveis pela resolução dos problemas relativos aosprofessores deveriam ser: "a delegacia de ensino"; "os próprios professores"; "a direção daescola"; "o Estado"; "os pais"; "a Secretaria da Educação".

Cerca de 4% dos pais consideravam que havia problemas com a direção das escolas pesquisadas.A maioria era de opinião que a direção deveria ir mais vezes às escolas; os demais disseram que:"falta diretoria"; "deveria abrir cedo"; "falta diálogo"; "falta cuidar melhor da grama";"deveria ter pulso"; "A responsabilidade para resolver esses problemas é deles mesmos";"da prefeitura"; "dos pais"; "dos professores" e "da Secretaria da Educação".

Cerca de 3% afirmaram ter tido problemas com o pessoal da escola, principalmente com asmerendeiras: "essas pessoas não tem preparo para exercer suas funções; não são muitosimpáticas"; "deveriam cuidar mais das escolas"; "ter mais higiene"; "não abrem oportão". Para resolver esses problemas, atribuíam responsabilidade a: "Secretaria daEducação"; "quem freqüenta a escola"; "prefeitura"; "direção da escola".

Outros problemas relacionados com a escola foram ainda citados: "é muito longe"; "a lagoa éperigosa"; "deveria ter um muro para lagoa"; "tem um aluno que bate nas crianças"; "aprofessora atrasa"; "deveriam fazer mais classes"; "aumentar a escola"; "o banheiro ficatrancado"; "as crianças bagunçam"; "deveria ter um parque"; "esgoto"; "tem águaempoçada"; "faltam cortinas nas janelas"; "faltam eventos para integrar as pessoas";"falta uma quadra de esportes"; "falta guarda de dia"; "falta higiene"; "tem piolho nascrianças"; "deveria ter um horário melhor"; "ter mais lazer e excursões"; "falta materialescolar"; "não posso comprar uniforme"; "tem pombos"; "tem poucos funcionários".

Para resolver esses problemas afirmaram ser preciso: "a atuação da direção"; "da Secretariada Educação"; "da escola"; "dos pais/comunidade"; "do governo"; "dos professores";"dos coordenadores"; "da prefeitura/o prefeito"; "dos políticos".

Quarenta e quatro por cento dos entrevistados percebiam as seguintes situações de risco deacidentes nas escolas: "rampa com descida grande"; "pedras"; "o alambrado"; "atravessara rua"; "baixada com risco de cair"; "barranco"; "poço"; "cacho de abelhas";"torneira"; "cachorro"; "brinquedos perigosos"; "caixa de luz aberta"; "carros em alta

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velocidade"; "cerca de arame"; "chão liso e tapetes"; "as crianças correm com o pratoquente"; "o corrimão na escada"; "as crianças correm muito"; "trazem objetosperigosos"; "nas escadas"; "falta espaço para brincar"; "em todos os lugares"; "levantaro muro do pátio"; "morrinho de terra"; "muito mato em volta"; "o morro atrás daescola"; "terreno acidentado"; "piolho dos pombos"; "portão aberto"; "portão trancadocom cadeado"; "trepa-trepa"; "rua com depósito de gás"; "tampa da fossa".

Embora 55% não tenham respondido a essa questão, a maior parte dos que responderamacreditavam na possibilidade de diminuir esses riscos. Entre as sugestões para resolver osproblemas citaram: "arrancar a pedra"; "arrumar melhor o barranco"; "arrumar osdegraus"; "aumentar o espaço físico"; "nivelar o barranco"; "cercar e tampar o poço";"construir o bebedouro"; "chamar o responsável"; "colocar grades"; "alambrado";"cerca"; "tela"; "muro"; "parede"; "colocar mais gente"; "guarda"; "a comunidadeajudar"; "participando ativamente"; "construir paredão de arrimo"; "construir escada narampa"; "controlar as brincadeiras"; "colocar corrimão"; "deixar reta a descida";"encerar menos"; "orientar"; "fazer uma lombada"; "fechar"; "governo limpar emvolta"; "lutar para conseguir quadra"; "mães prestarem atenção"; "melhorar oparquinho"; "mudar a fossa"; "mudar o depósito"; "murar a lagoa e a escola"; "pais nãoestacionarem"; "pessoa para olhar o recreio"; "prefeitura doar água"; "sinalizar para ascrianças"; "terminar a escola"; "tirar a cerca"; "tirar a terra"; "tirar os pombos"; trocaro piso"; "trocar o prédio de lugar"; "unindo e ajudando".

Setenta e dois por cento dos pais consideravam que poderiam contribuir para melhorar a escola.Sete por cento não responderam. Como formas possíveis de contribuição, citaram: "fazerabaixo-assinado"; "reivindicar, ajudar no que for possível"; "ajudando em festas"; "nointervalo"; "na saída"; "no recreio"; "a reformar"; "a Associação de Pais e Mestres(APM)"; "em união com o povo"; "a limpar a escola"; "na merenda"; "quando pedirem";"se for chamado"; "se precisar"; "como voluntária"; "alertar para não brigarem"; "apoioem tudo"; "através de mutirão"; "minha aposentadoria é pequena"; "fazer bingo";"colaborar com os professores"; "colocar funcionários"; "ajudar com mão de obra", "comum dia de serviço"; "conseguindo material"; "contribuindo com dinheiro"; "conversandocom os professores e pais com a diretoria"; "dar idéias"; "opinião"; "depende do Estado","do prefeito"; "escola fazendo congresso"; "falando o que está errado"; "incentivandopara estudar mais"; "participando de reuniões"; "de tudo"; "pedir para aumentar aescola"; "plantar flor"; "cuidar da terra"; "ajudar na limpeza".

Sessenta e seis por cento achavam que seu filho era considerado bom nas escolas pesquisadas;para 31,7% dos pais, seu filho era considerado regular; e para 0,6% (2 pais) seu filho eraconsiderado mau; 1,6% (5) não responderam a essa questão.

Segundo 87,8% dos pais, seu filho era alegre; para 62,8% dos pais seu filho era envergonhado;para 61,5% dos pais seu filho era distraído; para 60,9% seu filho era bravo; para 54,8% seu filhoera agitado; para 22,4% seu filho era desanimado; para 20,2% seu filho era agressivo; para19,9% seu filho era triste. Outras características dos filhos foram também citadas: "animado";"atento"; "calmo"; "detalhista"; "carinhoso"; "carente"; "desinibida"; "emotiva";"esquisito"; "esperta"; "exigente"; "estudiosa"; "extrovertida"; "falante";"brincalhona"; "insegura"; "teimosa"; "inteligente"; "amorosa"; "calada"; "revoltada";"nervoso"; "preguiçoso"; "lerdo"; "sentimental"; "sonhador"; "tímido". A maioria tinha

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opiniões diferentes sobre os outros filhos.

Noventa e oito por cento responderam que seus filhos tinham amigos. Os que responderam queseus filhos não tinham amigos (1,3%) alegaram que era porque: "ficam sempre em casa"; "émuito acanhada e chora"; "não deixo os filhos saírem"; "porque conhecem pouca gente".

Meio ambiente para eles era: "o lugar em que a gente vive"; "limpeza na rua"; "é deixartudo limpo"; "em ordem"; "é conservar"; "preservar a natureza"; "arvores"; "o campo";"bastante verde"; "é cuidar das plantas"; "é mata"; "os animais"; "os pássaros"; "dizrespeito à floresta"; "ar puro"; "sem poluição"; "é o clima"; "água canalizada"; "limpa";"lagoinha limpa"; "onde vive o rio"; "é rio"; "área de lazer"; "espaço"; "alimentaçãoboa"; "aonde a gente vive não jogar lixo"; "cuidar mais do lixo"; "cada criança plantandoárvore e cuidando"; "As pessoas que criam o ambiente saudável"; "casa, água, luz, esgotoe ambiente saudável"; "casa limpa e criança bem cuidada"; "cidade e escola limpa eorganizada"; "o Clube Bamerindus onde a gente se encontra com a natureza, coisa muitoboa que as pessoas tem que aprender"; "é comunicação entre as pessoas"; "é conservar aágua limpa"; "as ruas e os animais"; "cuidar daquilo que tem em volta da gente"; "dolugar onde moro"; "do nosso bairro"; "é cada um cuidar de sua vida"; "devemos cultivarplantas e árvores para saúde"; "é a classe média (não pertinente)"; "é a gente estar bem";"é a pessoa trabalhar meio período"; "é bom"; "é importante na vida de todos"; "é onde apessoa está bem de vida"; "é tudo"; "é uma coisa com água, bichos e árvores"; "é umaparte que está faltando no Bairro"; "é viver com ar livre"; "não queimar árvores"; "éemprego para meu marido", "para todos"; "é escola creche"; "está ruim"; "é juntar opessoal, conversar"; "é conservação de ruas"; "das árvores"; "é lugar legal para morar";"ter paz"; "mais árvores para melhorar o ar"; "é meio bom e ruim"; "é não derrubarárvores"; "não queimar"; "não jogar esgoto nos rios"; "não ter produtos que poluem oar"; "é passear"; "é ter esgoto"; "é ferver água para o bebê"; "é plantar árvores eincentivar a criança"; "é preservação das áreas para manter a vida"; "do gramado"; "tertransporte"; "posto de saúde"; "supermercado"; "ter muita liberdade"; "ter um bairrocom toda estrutura"; "trazer a cidade limpa e as pessoas unidas"; "é um lugar pequeno,com pouca gente"; "vida saudável"; "ar puro"; "povo conscientizado".

5. CONCLUSÕES

O presente trabalho procurou ampliar os conhecimentos dos professores e coordenadorespedagógicos da rede municipal de ensino de Vargem Grande Paulista sobre questões ambientaise de saúde, e sobre metodologia de pesquisa, disponibilizando e investindo em estratégias quepudessem instrumentalizá-los e contribuir para melhorar as condições de vida e saúde dapopulação, por meio do desenvolvimento sustentado.

Com a realização de projetos de pesquisa voltados para problemas concretos vividos pela própriapopulação, é que as áreas de Educação em Saúde e Educação Ambiental puderam tornarrealidade a interdisciplinaridade, buscando não só o aumento do grau de suas consciências, mastambém a adoção de práticas efetivas de cidadania.

A Educação, além de ser uma exigência constitucional, ao tratar as questões relacionadas com a

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qualidade de vida e com o ambiente humano, vincula-se diretamente ao exercício da cidadania,funcionando como instrumento para a construção de um mundo melhor e mais justo, e atua comoelemento fundamental para a solução de problemas locais. Isso pode ser percebido em relaçãoaos educadores que participaram do projeto e que ao final do processo tornaram-se muito maiscríticos em relação à realidade em que viviam.

O objetivo de investigar os conhecimentos, percepções, necessidades, interesses e práticas doseducadores, pais e alunos das escolas, sobre educação em saúde e educação ambiental foialcançado, conforme demonstrado pelos resultados das pesquisas já apresentados.

Quanto a implementar um processo de educação continuada sobre os temas Educação, Saúde eMeio Ambiente (e posteriormente Metodologia de Pesquisa) partindo da investigaçãodiagnóstica feita, foi além das expectativas iniciais, contando com o envolvimento deprofissionais da Secretaria Municipal da Saúde de VGP, médicos, pediatras e sanitaristas,dentistas, fonoaudiólogos, enfermeiras e psicólogos, além de integrantes de ONGs, profissionaisda Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, docentes da FSP/USP e doProcurador do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, com mais de 900 horas em 30 meses.

Em relação a elaborar material instrucional de apoio sobre as áreas Educação, Saúde, MeioAmbiente além do material bibliográfico que serviu como reforço para as discussões teóricas epráticas, cabe destacar a criação do texto "Projeto Pedagógico do Ensino Infantil e Fundamentale das Escolas Municipais de VGP" (em anexo) e do documento para reforço das orientaçõessobre a Metodologia de Pesquisa "Capacitação em Pesquisa para Professores da SecretariaMunicipal de Educação de VGP" usado como base para a pesquisa quantitativa, vivenciadadepois, nas investigações efetivadas. O primeiro foi montado como sugestão para os professoresna tentativa de trabalhar interdisciplinarmente e como temas transversais, tanto a Educação emSaúde como a Educação Ambiental, conforme proposto pelos Parâmetros CurricularesNacionais.

O objetivo de estimular a participação dos pais, alunos, professores e comunidade em atividadesconjuntas visando a transformação das escolas municipais em ambientes mais saudáveis,atendido em parte, tem tido continuidade. Com relação aos alunos, muitas atividades foramdesenvolvidas, conforme descritas no cronograma, mas com os pais e a comunidade, apenaseventos pontuais foram realizados até o momento, por exemplo, fóruns, desfiles e algumasreuniões, apesar de os professores-pesquisadores terem entrevistado 312 pais/responsáveis, o quenão deixou de se constituir em um estímulo à participação.

O desenvolvimento de um programa integrado de Promoção e Educação em Saúde e EducaçãoAmbiental, como parte do currículo, foi sendo discutido no decorrer do processo da educaçãocontinuada, e aos poucos está sendo implementado no dia-a-dia das crianças.

A avaliação periódica do processo de educação continuada junto com os professores ecoordenadores pedagógicos da Secretaria da Educação e com as mestrandas da FSP/USP foirealizada durante todo o processo, usando questionários, grupos focais, discussão em grupo eobservação, bem como depoimentos orais e escritos em relatórios, conforme se pode verificar aseguir.

Depoimentos dos professores e coordenadores pedagógicos

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Esse relatório, obrigatório para todos os bolsistas, foi escrito ao final das atividadesfinanciadas pela FAPESP e responde a alguns itens pré-determinados relativos à descrição dacontribuição de professores e coordenadores pedagógicos na execução do projeto depesquisa; às mudanças e ajustes realizadas nas atividades previstas, comentários referentes àforma como a equipe da universidade subsidiou a investigação;as principais contribuiçõespara a unidade escolar; o cronograma da próxima etapa do trabalho, e outras observaçõesconsideradas relevantes para a análise. Os depoimentos abaixo retratam aleatoriamente e daforma como foram escritos pelos professores-pesquisadores, alguns trechos dos documentosenviados.

Quanto à participação e à metodologia utilizada:

"No início do projeto de pesquisa, contribuí com minha equipe no planejamento dasatividades e na definição das metas a serem atingidas no desenvolvimento do mesmo.Elaboramos os questionários que seriam posteriormente aplicados por nós pesquisadoresnas diferentes unidades escolares, onde num primeiro momento as questões foramelaboradas levando-se em conta o conhecimento que tínhamos do público alvo, abordandoos assuntos que se faziam necessários. Mostramos uma estratégia de trabalho onde foramprevistas teoricamente as possíveis dificuldades e facilidades de implantação. Em equipeaplicamos os questionários tomando o rigoroso cuidado de deixar a criança à vontade,transcrevendo com fidelidade suas respostas. Após o trabalho de campo, de coleta deinformações, trabalhei na tabulação dos dados de pesquisa, onde traduzi em dadosnuméricos todas das informações prestadas pelas crianças. Participei da elaboração doinstrumento de pesquisa da pré-escola, modificações e aplicação do mesmo. Participei detodas as reuniões com os outros professores pesquisadores e coordenadores envolvidos noprojeto, autoridades profissionais de outras áreas e convidados."

"Participei de todas as reuniões de Educação Ambiental e Escola Promotora da Saúde,realizadas desde o ano passado e também da capacitação para a pesquisa. Durante apesquisa nas escolas correu tudo bem e houve grande preocupação e participação tanto dosalunos quanto dos pais".

"Pude participar de diversas etapas dessa pesquisa desenvolvida em nosso município deVargem Grande Paulista. Foi muito importante para mim, não só como educadora, mastambém como cidadã, pois pude enriquecer os meus conhecimentos. Contribuí em diversasetapas: por diversas vezes nos reunimos para a confecção dos formulários para os alunosde 1a a 4a série; porém, para que pudéssemos aplicar este formulário foi necessário testá-loem escolas que não faziam parte dos pólos, para sabermos se a qualidade deste instrumentoestava boa ou se havia necessidade de mudanças; enquanto coordenadora pedagógica pudefazer reuniões de pais e mestres nas escolas pólo, na qual o meu papel era de informá-los danecessidade e importância da nossa equipe; houve vários encontros com as mestrandas daFaculdade de Saúde Pública da USP, e os pesquisadores para reflexão quanto ao trabalhodesenvolvido no município; fui até a USP algumas vezes para junto com a orientadora ecoordenadora da pesquisa, elaborarmos o formulário dos pais; participei de toda a fase detabulação e foi muito importante pois pude ter uma visão global da realidade do nossomunicípio; houve também várias reuniões, para definição do instrumento a ser utilizadojunto aos alunos das EMEIS".

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Quanto ao apoio e subsídios oferecidos pela equipe da Faculdade de Saúde Pública da USP:

"Foi um trabalho predominantemente em equipe. Houve interação entre os membros dosgrupos de trabalho e uma constante troca de experiência, sendo isso possível devido ànecessária e imprescindível ação da equipe da Universidade. Tivemos pronta orientação eapoio, recebemos amplo material de estudo e pesquisa, foi nos dada a oportunidade decapacitação para o trabalho. A equipe da Universidade esteve presente em todas as ações,inclusive na aplicação do pré-teste, questionários, levantamento de dados e tabulações".

Quanto às contribuições do projeto para as unidades escolares:

"Passei a conversar sobre o assunto com todas as pessoas no meu local de trabalho(professores, funcionários, pais e alunos) propondo inclusive algumas mudanças a partir daconscientização e esclarecimentos. Em sala de aula, notei a importância de abordarassuntos relacionados à saúde, meio ambiente e cidadania. Durante a execução do projeto,houve maior e melhor interação com os pais, o que é de relevante importância, não apenaspara o desenvolvimento do meu trabalho, como também para o crescimento dos meusalunos. Participei do curso de capacitação de professores da rede municipal de ensino, noqual, todos os envolvidos no projeto, deram sua contribuição. Finalmente, participei do IFórum de Educação Ambiental e Educação em Saúde de Vargem Grande Paulista, no qualforam expostas as atividades dos alunos de todas as escolas da rede".

Outras observações sobre as mudanças internas ocorridas:

"Desempenhar este trabalho de modo a não desmerecer a confiança que a FAPESP depositouem mim não foi tarefa das mais fáceis, mas, o trabalho exaustivo, foi compensador. Tive aoportunidade dentre tantas outras pessoas de receber treinamento, estudar, discutir e acima detudo aprender a ver as coisas de uma outra forma, além de conhecer pessoas com muitaexperiência e disposição para o trabalho. É interessante mencionar ainda o quanto esseprojeto foi importante para minha vida pessoal, profissional e familiar. Ninguém engajadonuma pesquisa como essa, tendo contato tão próximo e confidencial com os pais e alunos, teráa mesma postura diante dos fatos e problemas do dia-a-dia."

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Procurou-se analisar, em conjunto, os ganhos, as dificuldades, as falhas e as necessidadesatendidas para permitir a continuação do processo educativo pelos próprios professores.

O tempo foi exíguo para mais realizações, porém a partir da devolução dos resultados daspesquisas, os projetos sugeridos na investigação poderão ter início agora, a partir de 2000.

O processo desencadeado em Vargem Grande Paulista possibilitou identificar os problemas desaúde e ambientais que têm afetado a qualidade de vida das pessoas, ajudando a descobrir as suascausas e a encontrar soluções e alternativas de atuação por meio da participação popular.Contribuiu para a busca do atendimento aos interesses da comunidade, na medida em quemobilizou a discussão sobre os direitos humanos constitucionais.

As escolas, espaços públicos irradiadores de conceitos e idéias, vieram contribuir para reafirmara cidadania e para a construção de conhecimentos, valores, atitudes, habilidades e práticas dos

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professores e coordenadores pedagógicos, assim como para possibilitar uma participação efetivae um comprometimento consciente e responsável em relação às questões de saúde e ambientaisdo município.

À medida que os temas foram sendo discutidos durante o processo de educação continuadaforam adaptados pelos professores à realidade de cada região do município e sempre quepossível colocados em prática com os alunos.

Pode-se dizer então que hoje a Escola Promotora da Saúde é uma idéia incorporada ao cotidianodos professores e coordenadores, que tem procurado realizar o processo pedagógico de formaintegrada, trabalhando os conceitos da Promoção e Educação em Saúde e Educação Ambientalpara a melhoria da qualidade de vida, de forma transversal ao currículo.

Recomenda-se que este trabalho tenha continuidade e venha contribuir para que esses educadoresconsigam seguir estimulando seus alunos a incorporar hábitos mais saudáveis do que osinduzidos pela sociedade capitalista e sua indústria de consumo e pela mídia; desenvolvam umsentimento respeitoso e afetivo em relação ao meio ambiente natural e construído e assumam ocontrole pela sua própria saúde e responsabilidade em relação à saúde da comunidade, a fim detornar realidade a construção da Escola Promotora da Saúde.

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WWF/ Ecopress. Impressões de Tessalonique. Educ Amb 1998; 5 (17).

Yunes J. A criatividade da população é muito maior que a dos técnicos de gabinete. Rev PromoçSaúde 1999; 1: 6-8. (Ministério da Saúde - Secretaria de Políticas da Saúde)

ANEXOS

ANEXO 1

MAPA DA GRANDE SÃO PAULO COM LOCALIZAÇÃODO MUNICÍPIO DE VARGEM GRANDE PAULISTA

Região Metropolitana de São Paulo

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ANEXO 2

ALGUNS DADOS COMPLEMENTARES REFERENTES ÀS RESPOSTAS DOSEDUCADORES OBTIDAS NA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR REALIZADA PELO

GRUPO DA FACULDADE DE SÁUDE PÚBLICA

Gráfico 5 - Crianças que apresentaramproblemas de saúde na escola

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Gráfico 6 - Conhece os Novos Parâmetros Curriculares propostos pelo

Ministério da Educação

Gráfico 7 - Percentual de ocorrência de acidentes com as crianças naescola

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Gráfico 8 - Percentual de professores que utilizam formas de prevenção de

acidentes com as crianças na escola

Gráfico 9 - Percentual de percepção dos professores em relação aproblemas oculares nas crianças

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Gráfico 10 - Se sente preparada para trabalhar conteúdos relacionados aomeio

ambiente, em sala de aula

CONCEITOS AMBIENTAIS MENOS CONHECIDOS

1. Lixo tóxico

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2. Buraco na camada de ozônio

3. Biodiversidade

4. Efeito estufa

5. Recursos hídricos

6. Mananciais

CONCEITOS QUE GOSTARIAM DE CONHECER MELHOR

1. Armazenamento de lixo tóxico

2. Buraco na camada de ozônio

3. Poluição

4. Esgotamento dos recursos hídricos

5. Efeito estufa

5. Manutenção de Mananciais

PROBLEMAS AMBIENTAIS DA CIDADE

1. Lixo – quanto à coleta e acondicionamento (uso de áreas verdescomo lixões)

2. Esgoto a céu aberto

3. Poluição dos rios e córregos (enchentes)

4. Falta de saneamento básico

5. Desmatamento

6. Falta de informação por parte da população

7. Falta de interesse político

8. Saída da cidade da área de proteção de mananciais

9. Loteamentos irregulares

AÇÕES DESENVOLVIDAS PELOS POLÍTICOS PARA A RESOLUÇÃODOS PROBLEMAS AMBIENTAIS

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1. Combate ao desmatamento

2. Cursos noturnos

3. Palestras

MOTIVOS QUE LEVAM OS POLÍTICOS A NÃO DESENVOLVEREMAÇÕES PARA RESOLVER OS PROBLEMAS AMBIENTAIS

1. Falta de interesse no assunto

2. Saída da cidade da área de proteção dos mananciais

3. Falta de conscientização

4. Poucas associações amigos de bairro

5. Se preocupam mais com outras questões: interesse financeiro ecarreira política

5) Você acha importante trabalhar com o tema educação em saúde no dia a dia daescola?1ª fase – 100% de SIM 2ª fase – 100% SIM

1. Sim, faz parte do dia a dia do aluno, doplanejamento da vida em si. Primeiro vem asaúde.

Não tem como não trabalhar o tema educação emsaúde, uma vez que trabalhamos com sereshumanos. Principalmente nas escolas, já quecolocamos desde cedo esta questão com ospequenos.

2. Sim, porque a criança vai perceber desdepequena as necessidades de saúde,comparando a diferença na escola e na casa,bairro e família.

Porque através dos conhecimentos que passamos àeles no dia a dia é que podemos tentar clarear aosseus pais e tentar melhorar os seus conhecimentos.

3. Sim, porque o futuro deles depende daconscientização do hoje.

Para poder informar os alunos e familiares um poucodo que aprendemos, principalmente em se tratandode prevenção e higiene.

4. Sim, os alunos passam a ter maisconhecimentos do funcionamento do seucorpo e como o meio interfere na sua saúde.

No caso da escola que trabalho, a maioria dos paisnão possuem noções básicas de saúde,especialmente em relação a higiene pessoal.

5. Sim, para prevenir doenças, para vivermelhor.

A saúde é básica na vida de qualquer pessoa e setivermos uma educação em relação a saúde tudo ficabem.

6. Sim, para se obter resultados é necessárioque se cobre diariamente os hábitos maisbásicos de higiene.

É um assunto que não se esgota e todo dia apareceum tema para ser discutido.

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7. Sim, porque isso faz parte da vida e do dia adia de cada um.

Para que as crianças estejam conscientes do que éeducação em saúde.

8. Sim, porque assim estaremos passandoconhecimentos que os alunos poderãoestarem transmitindo aos pais, amigos,vizinhos. Assim as informações chegam maisrápido.

O importante é os alunos tomarem consciência dosproblemas e que eles são agentes cooperativos naresolução e que podem passar para os que orodeiam o que sabem.

9. Sim, porque as pessoas em condiçõesbásicas de saúde ou seja, sendo sãs temgrandes possibilidades de captar e assimilaros conteúdos do que uma pessoa doente.

Porque sem saúde na há vida saudável, ambientesaudável, enfim, não tem como separar educação desaúde.

10. Sim, porque a criança vem para a escolapreparada para receber as mais diversasinformações e se receber informações arespeito de saúde, além de aprender, podetransmitir os conhecimentos para a família.

Porque a criança, além de aprender, pode transmitirconhecimentos e em alguns casos fazer com que ospais mudem comportamentos inadequados.

11. Sim, para que as crianças se eduquem,saibam como agir, mediante prevenções dedoenças.

É importante que os alunos se eduquem e previnam-se.

12. Sim, para se prevenir de doenças futuras. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

13. Sim, porque a partir da "estrução" (instrução)que a criança tem na escola, ela usará no seudia a dia para melhor se orientar em relaçãoas pessoas do seu meio familiar.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

14. Sim, porque saúde faz parte de nossas vidas;é muito importante ser trabalhado explicado ecompreendido pelos pais e pelos professorese principalmente pela criança.

A saúde faz parte de nossas vidas, está presente e otema educação em saúde é muito importante, poisvai ajudar as crianças a entender melhor o que sepassa com ela.

15. Sim, porque a saúde esta presente em todosos momentos.

Sim, Por ex.: teste Snellen, não só aplicar o testemais, estar participando o aluno, o pai da suaimportância.

16. Sim, para não termos problemas comepidemias, ratos (nos lixos).

Criando bons hábitos nas pessoas, de como mantera saúde, a questão da higiene corporal, do ambiente,para podermos evitar futuros problemas.

17. Sim, porque muitas vezes elas não tem essainformação em suas casas. Os pais as vezessão ignorantes ou muitas vezes relaxados.

Porque é uma forma de se educar brincando, porqueeu acho que assim o povo irá se conscientizar quesaúde não é só não ficar doente.

18. Sim, porque saúde é tudo. E essa noção deveser passada para nossos alunos.

Porque a saúde é a coisa mais importante quepodemos ter.

19. Sim, porque auxilia a criança no seu dia a dia Para que as crianças possam ter consciência de que

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e dá conhecimento para que ela saiba dosperigos que a rodeiam.

é importante cuidar da saúde para o seu bem estar.

20. Sim, porque é um tema que não atingesomente os alunos, mas a família. E um dosobjetivos que a escola tem é de interar acomunidade à escola.

Devido a importância da relação que a saúde temcom a educação em nosso dia-a-dia.

TODOS ACREDITAM QUE É POSSÍVEL TRABALHAR CONTEÚDOS DE EDUCAÇÃOAMBIENTAL COM OS ALUNOS PORQUE:

1. Através do trabalho eles aprenderão a conhecer e valorizar o meioambiente

2. É um tema muito importante

3. Faz parte da realidade das crianças

4. São crianças interessadas

5. Através das crianças podemos chegar à população

1. Eles moram na zona rural

ANEXO 3

CRONOGRAMA DO PROCESSO DE EDUCAÇÃOCONTINUADA DESENVOLVIDO EM

VARGEM GRANDE PAULISTA

Cronograma de Atuação em Vargem Grande Paulista, de 1997 a 2000

Ano de 1997

1. Parceria da Faculdade de Saúde Publica e Prefeitura para realizar algunsprojetos em Vargem Grande Paulista, baseados nos princípios do MovimentoCidade Saudável.

2. Convite da Secreta ria da Educação para desenvolver um trabalho de educação

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ambiental junto às escolas, no 2º semestre de 1997.

3. Negociação para definir o número de escolas e de profissionais da rede deensino que se envolveriam com a proposta, e para incluir a educação em saúdee não apenas educação ambiental na temática a ser trabalhada.

4. Formação da equipe de trabalho da Faculdade de Saúde Publica constituídapela autora e duas alunas de mestrado, e colaboração da docente que haviatrabalhado anteriormente na região, responsável pelo convite a participação dosintegrantes desse grupo. Representando a Secretaria da Educação, duascoordenadoras pedagógicas passam a fazer parte do projeto.

5. Envio de projeto a FAPESP, solicitando financiamento, o qual só foi analisadoe aprovado um ano depois do projeto em andamento (final de 1998).

Ano de 1998

6. Apresentação da proposta de trabalho a todos os educadores da rede municipal,no inicio de ano, período de Planejamento Pedagógico Anual, os quais foramconvidados a participar, obedecendo ao limite definido de 20 educadores e de 5escolas representativas das regi6es do município.

7. Definição do grupo de educadores participantes e realização de umlevantamento, par meio de questionário (1a fase) e da técnica de grupo focal (1ªfase), parte A referente a meio ambiente e parte B referente à saúde, a fim deidentificar seus conhecimentos, atitudes, necessidades, interesses e praticasnas áreas de Saúde e Meio Ambiente.

8. Tabulação dos dados pela equipe da Faculdade e devolução dos resultadospara os educadores entrevistados. Eleição dos temas geradores a seremcontemplados na capacitação, cuja necessidade foi evidenciada pela pesquisa.Estabelecimento de uma agenda para sua efetivação. Identificação de técnicos eprofissionais com experiência nos assuntos escolhidos, com disponibilidade paracolaborar, gratuitamente, na capacitação.

9. Capacitação em abril e junho de 1997, 32 horas, par meio de oficinas paraanalise e discussão do livro "Muda o Mundo Raimundo", com participação daONG "Instituto Brasil".

10. Avaliação das atividades do 1º semestre, e planejamento das atividades do 2ºsemestre.

11. Participação em alguns eventos programados pelas escolas procurando integrá-los ao processo educativo em desenvolvimento; comemoração da Festa daPrimavera com plantio de mudas de arvores nas escolas municipais; desfile dasescolas no Dia das Crianças, entre outros.

12. Continuação da capacitação durante todo 0 2° semestre de 1998, com

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aprofundamento do conceito e das idéias trazidas pela Escola Promotora da Saúdee sua articulação com os outros temas: conferências internacionais de EducaçãoAmbiental, Agenda 21, consumismo e desenvolvimento sustentável, problemasambientais (poluição, lixo, desmatamento, buraco de ozônio) com a participação dedocentes da FSP/USP e profissionais da Secretaria Municipal do Verde e do MeioAmbiente de Sac Paulo.

13. A partir de setembro de 1998, as atividades de capacitação abordaram,concomitantemente, o tema Promoção e Educação em Saúde, e os educadoresforam preparados para observação sistemática do escolar, detecção precoce eencaminhamento para os recursos de Saúde existentes, bem como paraidentificar situações de risco no ambiente escolar e realizar os primeirossocorros nos acidentes com as crianças. Aprenderam a analisar a carteira devacinação e providenciar sua complementação junto à área de Saúde. Discutiu-se 0 tema verminose e em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde e daSecreta ria do Estado da Saúde realizou-se a discussão e treinamento emSaúde ocular, para o screening com a tabela de Snellen. Em relação ao temaerro alimentar e nutrição alternativa, ao mesmo tempo em que era discutido,Ihes foi ensinado como preparar os alimentos.

14. Realização do "Seminário de Educação, Saúde e Meio Ambiente", na Faculdadede Saúde Publica/USP, com a participação do Promotor de Justiça de MeioAmbiente do Estado de Sac Paulo falando sobre a Lei de Crimes Ambientais, ede docente da FSP/USP falando sabre Participação Popular bem como daequipe de trabalho da faculdade e educadores (20) de VGP.

15. Discussão com os educadores sabre um questionário produzido pela equipe daFSP/USP voltado à observação do entorno da escola, a ser utilizado em classe.

16. Aprovação do projeto enviado a F APESP e financiamento de balsas paraprofessores-pesquisadores da Rede Municipal de Ensino interessados em sercapacitados em Metodologia de Pesquisa durante um ano, 10 horas parsemana. Discussão e aprovação da proposta da FAPESP, com adesão deapenas 11 educadores entre os 20, uma vez que 9 educadores não tinhamdisponibilidade para assumir compromisso de cumprimento da carga horárioobrigat6ria, vista que também trabalhavam na Rede Estadual de Ensino.

17. Início da capacitação em Metodologia de Pesquisa. Discussão teórica sabre aIntrodução a Ciência, Metodologia e Pesquisa, e dramatiza9ao de uma situaçãode entrevista, com a participação dos 20 educadores.

18. Avaliação das atividades desenvolvidas no ano de 1998, referente a um total de167 horas trabalhadas, com os 20 educadores. Planejamento da agenda para oano de 1999. Discussão dos entraves burocráticos, administrativos e políticosenfrentados. Palestra sabre filosofia e criação de Ikebana.

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Ano de 1999

19. Planejamento conjunto de atividades a serem desenvolvidas com as Secretariasda Educação e da Saúde de VGP.

20. Em março, aplicação de questionário e da técnica de grupo focal (2ª fase) comos 20 educadores, de forma a poder avaliar os ganhos de conhecimento eperceber mudan9as de atitudes e de comportamento, após um ano decapacitação teórica e prática. Os resultados trazidos pelo questionário não forammuito satisfatórios, melhorando com a técnica de grupo focal que foi reaplicada.Mesmo assim, mostrou-se necessária intensificar a capacitação em 1999. Ostemas saúde e meio ambiente no levantamento foram abordadosseparadamente (partes A e B).

21. Realização de Concurso Público pela Secretaria de Educação do Município.Dois professores nas foram aprovados, gerando mudanças no grupo. A esperapara que todos assumissem suas novas vagas, acabou par atrasar as atividadesplanejadas.

22. Continuação da capacitação em Metodologia de Pesquisa dos 11 professores-pesquisadores bolsistas da FAPESP. Depois de treinados para elaborar oformulário e realizar pré-teste do instrumento, entrevistaram 557 alunos queconstituíam o universo do ensino fundamental (18 a 48 séries). Aprenderam atabular e interpretar dados, até o final do 1º semestre.

23. A avaliação mostrou um crescimento grande desses educadores em relação aosdemais, depois da pesquisa de campo. Planejamento das atividades para o 2ºsemestre.

24. Em agosto, fase de elaboração do formulário com entrevista para os pais, pelospróprios professores-pesquisadores, que após ter sido pré-testado foi aplicadocom 312 pais dos mesmos alunos do ensino fundamental já entrevistados.

25. Os educadores (20) tiveram ainda capacitação em Educa9ao em Saúde voltadapara saúde bucal, saúde mental e fonoaudiologia. Aprenderam a prevenirdistúrbios da tala e fazer exercícios para relaxamento das cordas vocais comprofissional especializado da Secretaria Municipal da Saúde. A maioria dessescursos teve também a participação de todos os educadores da rede municipal,que começaram a serem introduzidos nos conceitos da Escola Promotora daSaúde.

26. As escolas eram visitadas pelo grupo para acompanhamento da discussão dostemas saúde e meio ambiente. Educadores e alunos passaram a seremestimulados a observar o entorno da escola de forma sistematizada, utilizandoum instrumento preparado pela equipe da Faculdade para esse fim.

27.Percebendo-se a dificuldade de trabalhar esses temas de forma interdisciplinar etransversal ao programa curricular, o grupo decidiu produzir um texto integrandoambos os temas, como sugestão para os educadores: "Projeto Pedagógico do

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Ensino Fundamental e Infantil das Escolas Municipais de VGP". Esse texto incluíaorientações e técnicas de dinâmica de grupo que permitiam que os alunosincorporassem questões voltadas a estimular sua auto-estima, o auto-conhecimento, valorizar sua presença no mundo, perceber sua importância nogrupo social, conhecer melhor sua história de vida, a hist6ria de sua família, de seubairro, de sua cidade, conforme a proposta da Escola Promotora de Saúde. Foidiscutido com os 20 educadores que o complementaram com idéias pr6prias,passando a usá-lo na sua pratica docente cotidiana.

28. A partir de setembro de 1999 o grupo dos 20 sentiu-se apto para multiplicar otrabalho junto aos outros educadores da rede e começaram, com a assessoria daequipe da FSP, a capacitação dos demais, nos mesmos temas.

29. As escolas continuaram a serem visitadas a fim de sensibilizar os outrosfuncionários e educadores para a construção da Escola Promotora da Saúde.

30. Capacitação de todos os educadores da rede municipal, para 0 desenvolvimentode pesquisa na Educação Infantil par meio de metodologia qualitativa voltadapara essa faixa etária com a participação de profissional especializada daSecretaria da Educação do Município de São Paulo.

31. Reunião com todas as diretoras e coordenadoras pedagógicas de VGP para aapresentação do tema Conceituando a Escola Promotora da Saúde.

32. Capacitação com a participação de todos os educadores da rede sabre o temaMeio Ambiente e Saúde como uma das estratégias utilizadas na mobilizaçãopara a realização de um fórum sabre o assunto.

33. Planejamento, construção, pré-teste e aplicação de instrumento parainvestigação com metodologia qualitativa (entrevista coletiva) e discussão emgrupo realizados pelos professores-pesquisadores, com os alunos da EducaçãoInfantil e seus respectivos pais/responsáveis.

34.Realização no final do ano, do 1º Fórum de Educação em Saúde e EducaçãoAmbiental de Vargem Grande Paulista, com a participação de todos os educadorese alunos da rede, que apresentaram a comunidade os resultados do trabalhorealizado nos 24 meses anteriores, o que serviu para avaliar o impacto das açõesdesenvolvidas.

35. Avaliação das atividades do ano com os educadores (811 horas de capacitação)e planejamento do 1º semestre de 2000.

Ano 2000

36. Apresentação em março do trabalho desenvolvido, no Fórum de EscolasPromotoras da Saúde pelas Coordenadoras Pedag6gicas, para professores da

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Rede Municipal de Educação e de Saúde de São Paulo - promoção da Faculdadede Saúde Pública - USP.

37. Apresentação em maio do trabalho realizado pela equipe da FSP/USP emconjunto com os educadores, para o Prefeito, Secretários, ConselheirosMunicipais, enfim para todo a comunidade de VGP, na Câmara Municipal.

38. Os resultados das pesquisas serviram como subsídio para o PlanejamentoPedagógico Anual da Secretaria Municipal de Educação de VGP.

39. A dissertação de uma das alunas foi apresentada à banca final de Mestrado naFSP/USP relatando a experiência levada a efeito em VGP, sob o ponto de vistada Promoção e Educação em Saúde, com a presença de quase todos oseducadores do grupo de trabalho.

Obs.: Outra dissertação analisando o trabalho sob o ponto de vista da EducaçãoAmbiental será apresentada em dezembro, pela outra aluna do mestrado. Embora, nasdissertações, os dois temas tenham sido apresentados de forma dissociada, emmomenta algum, no trabalho teórico ou no campo, foram tratados separadamente.

ANEXO 4

FOTOGRAFIAS,PROGRAMA DOS ENCONTROS E

MATERIAL INSTRUCIONAL DE APOIOREFERENTES A ALGUMAS ATIVIDADES REALIZADASDURANTE O PROCESSO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

EM 1998 E 1999

Capacitação em Saúde e Meio Ambiente – 1998/1999

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Quadro dos Temas Geradores – Obtidos a Partir da InvestigaçãoDiagnóstica

Saúde Meio Ambiente

Tracoma (Saúde Ocular) Camada de Ozônio

Verminose Poluição

Pediculose Legislação (Lei Orgânica doMunicípio)

Anemia, Subnutrição,Alimentação Mananciais

Prevenção de Acidentes naEscola

Proteção dos Animais

Primeiros Socorros na Escola Oficina de Reciclagem

Escola Promotora de Saúde Lixo

Doenças Infecciosas Agenda 21

Convulsões Desenvolvimento Sustentável

Obs.: 1 – Os temas foram sugeridos pelas professoras:

2 – Para o tema de Alimentação decidiu-se chamar a médica pediatra quedesenvolve trabalho com alimentação alternativa

Capacitação: "Muda o Mundo Raimundo"

Ministrada pelo Médico João Carlos de Oliveira Lopes,

Pela ONG "Instituto Brasil"

Local: Vargem Grande Paulista – 24 e 25 de abril de 1998.

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MÓDULO I

- Abertura e Apresentação (Secretária da Educação)

- Dinâmica de Grupo: Clareando as Intenções

- Dinâmica de Grupo: Reconhecimento e Construções dos Espaços deVida

- Almoço comunitário (nos dois dias)

- Aporte Teórico

- Exercícios

- Avaliação (nos dois dias)

MÓDULO II

19 e 20/06/99

- Dinâmica de aquecimento

- Dinâmica de Grupo: construção de maquete de uma "Cidade Saudável"utilizando sucata

- Almoço comunitário (nos dois dias)

- Discussão – "Como Fazer um Planejamento"

- Discussão – "Como Elaborar Projetos de Educação Ambiental"

- Apresentação do trabalho desenvolvido pelo "Projeto TAMAR"

- Avaliação e Encerramento

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Grupo de educadores de Vargem Grande Paulistae grupo da Faculdade de Saúde Pública

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contro para a Programação

7/08/98

9:00h – Abertura

9:30h – Devolução dos Resultados do Questionário

Parte A

10:30h - Construção dos Conceitos de Meio

Ambiente

12:00h - Almoço Comunitário

13:30h - Devolução dos Resultados do

Questionário Parte B

14:30h – Discutindo Promoção da Saúde.

16:00h – Avaliação do Dia

08/08/98

9:00h – Elaboração de um Programa de

Capacitação para do Segundo Semestre

11:00h – Fechamento do Cronograma

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do

Segundo semestre

08 de Agosto

de 1988

Local: Escola Annita

e

12:00h - Encerramento

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Programa do Encontro dodia 04/09/98

Manhã

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8:00 às 12:00 h

Planejamento de Educação Ambiental – Dia da Árvore

10:00 às 11:30 h

Escola Promotora da Saúde

Tarde

14:00 às 16:00 h

Escola Promotora da Saúde

16:00 às 16:30 h

Planejamento de Educação Ambiental – Dia da Árvore

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FICHA DE OBSERVAÇÃO DA SAÚDE DO ALUNO

Observação de Saúde do Escolar

Observar

- Características Físicas

- Características Mentais e Sociais

- Imunização

O Escolar apresentando Desvios da Normalidade

Observar

- Estado Geral – ajustamento psicossocial

- Postura e Marcha

- Cabelos e Couro Cabeludo

- Pele

- Olhos/visão

- Nariz/olfato

- Boca, Dentes e Garganta/fala

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- Ouvidos/audição

- Pescoço

- Tronco

- Membros superiores

- Membros inferiores

Ficha de Observação da Saúde do Aluno

Nome:________________________________________ Idade: ______

Classe: ________________________ Professor: __________________

Histórico de Saúde

1 – Estado Vacinal

( ) completo

( ) incompleto. Qual está faltando? ____________________________

2 – Portador de deficiência física?

( ) não

( ) sim. Qual? _____________________________________________

3 – Portador de Doenças Crônicas?

( ) não

( ) sim. Qual(ais)?

( ) diabetes ( ) problemas urinários

( ) epilepsia ( ) cardíaco

( ) asma/bronquite

( ) outros. Quais? __________________________________________

Registro das observações efetuadas (breve descrição). Assinar e datar.

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Obs.: com a utilização desta ficha pretendemos facilitar o registro das observações de saúde e doençados alunos, no intuito de registrar os problemas podendo resolve-los por meio de orientação ou atravésde encaminhamento aos profissionais competentes.

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MINÁRIO DE EDUCAÇÃO,

AÚDE E MEIO AMBIENTE

13 de Novembro de 1998

culdade de Saúde Pública

niversidade de São Paulo

PROGRAMAÇÃO

MANHÃ

• 8:30 às 9:00h - ABERTURA

Profa. Dra. Maria Cecília Focesi Pelicioni

Profa. Dra. Márcia Faria Westphal

• 9:00 às 12:15h - MESA REDONDA

• Legislação e Participação

Dr. José Calos Meloni Sicoli –Promotor de Justiça doC.A.O. das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente.

• Meio Ambiente e Participação Popular

Profa. Dra. Márcia Faria WestphalVice-Diretora da Faculdade de SaúdePública da Universidade de São Paulo

• 12:30 ÀS 13:30h - ALMOÇO

TARDE

• 13:30 ÀS 15:45h - ATIVIDADE PRÁTICA

• Coleta De Dados : Instrumento de Pesquisa

Pós- Graduanda Jéssica Vasques KallilPós- Graduanda Solange Abrocesi Iervolino

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Lista dos Nomes dos Professoresde Vargem Grande Paulista

Data do Encontro: 13/11/98

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Lista dos participantes

Horário aproximado do almoço: 12:30 h

1. Adriana Donizete de Camargo

2. Ana de Fátima C. Silva

3. Anali Ordonez Gasparini

4. Benedita Conceição C. Coelho

5. Célia Maria T. A. Vicente de Oliveira

6. Clério Cezar B. Sena

7. Cristina Dias do Nascimento

8. Dagmar de Lourdes S. Ribeiro

9. Dorly Bigarelli

10. Elidia Alves da S. Cortez

11. Elizete Silva Lemes

12. Fernanda Almeida Pereira Pinto

13. Gisleine Marinho Ribeiro Silva

14. Gláucia Piccirillo S. Ricardo

15. Joana Dárc Tenório

16. Luzenilda Ferreira Dias

17. Magali A. Rodrigues dos Santos

18. Mara Rúbia Silva

19. Maria Aparecida Pereira da Silva

20. Maria Sueli Bigarelli de Jesus

21. Miriam Andrade Novaes

22. Mônica Bigarelli Carvalho

23. Nanci Onofre Rodrigues

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24. Neide Aparecida R. Prado

25. Patrícia Pereira dos Santos

26. Paula Akemi Sogabe

27. Rute Novaes Cardoso dos Santos

28. Shisleide Tadeu de Souza

29. Vânia Bueno Marcon Mascarenhas

20 e 21 de Novembro

20/11/98

Manhã

8:00 às 09:45 h

Análise do questionário do entorno das escolas

Jéssica

09:45 às 10:00 h - Intervalo

10:00 às 11:45 h

Prevenção de acidentes nas escolas

Solange

12:00 às 13:00 h – Almoço

Tarde

13:00 às 14:45 h

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Prevenção de acidentes nas escolas

Solange

14:00 às 14:45 h

Análise do questionário do entorno das escolas

Jéssica

21/11/98

8:00 às 9:45 h

Erro alimentar e alimentação alternativa

Drª Emilse – Pediatra de V.G.P.

9:45 às 10:00 h – Intervalo

10:00 às 10:45 h – Preparo de uma receita alternativanutritiva

12:00 h – Almoço: alimentos preparados

QUESTIONÁRIO DE OBSERVAÇÃO DO ENTORNO

Roteiro de Observação

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I – Identificação da Escola

Nome: ____________________________________________________

Endereço: _________________________________________________

Bairro: ________________________ Telefone:____________________

Cidade: __________________ Estado: ____________ CEP: _________

População Escolar: ______________ alunos: ___________ professores

Períodos: __________________________________________________

II – Ambiente Físico

A – Características Gerais

1 – Localização: zona

residencial

comercial

industrial

mista

2 – Tipo de terreno:

úmido seco

abaixo do nível da rua

no nível da rua

acima do nível da rua

3 – Tipo de rua:

terra

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pavimentada

com escoamento de águas pluviais

tranqüila

arborizada

iluminada

Outros: ____________________________________________

4 – Estabelecimentos próximos à escola:

bares

fábricas

padaria

UBS

Outros: ____________________________________________

5 – Acesso à escola:

ônibus

lotação

condução própria/qual?

a pé

Problemas:_________________________________________

B – Saneamento Básico

1 – Água:

1.1 – Procedência:

rede pública

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carro tanque

poço

outra (especificar)

1.2 – Armazenamento:

caixa d’água

número de caixas

Tipo: subterrânea

nível do solo

elevada

outro (especificar)

Capacidade: __________ m3

Cobertura: Sim ________ Não ________

Freqüência de limpeza da(s)

caixa(s): __________________________

Material utilizado para

Limpeza: _________________________

Tratamento:

cloração

filtração

outro (especificar) _____________

1.3 – Utilização da água:

no bebedouro - número

direto da torneira

de filtro ______________ Limpeza/freqüência

outro

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Problemas:_________________________________________

2 – Lixo:

2.1 – Armazenamento:

recipiente com tampa

recipiente sem tampa

acondicionamento em saco plástico: Sim ____ Não ____

outros

2.2 – Localização de lixeiras:

______________________________________________

2.3 – Coleta de lixo:

diária

____ vezes por semana

Outra: ________________________________________

2.4 – Destino do lixo:

lixão

aterro

Outro: ________________________________________

3 – Esgoto:

3.1 – Tipo:

rede pública

fossa séptica

fossa negra

fossa seca

a céu aberto

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Outro (especificar): _____________________________

3.2 – Fossas:

freqüência de limpeza

Problemas:____________________________________

4 – Insetos e roedores:

4.1 – No prédio escolar ______ Quais? ______ Onde? ______

4.2 – Nas áreas adjacentes: Quais?

Problemas:____________________________________

C – Prédio Escolar

1 – Tipo de construção:

madeira

alvenaria

misto

há recuo em relação à via pública

2 – Pavimentos:

número de pavimentos

3 – Dependências:

biblioteca

secretaria

sala de professores

cozinha

pátio coberto ---------não coberto

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parque (brinquedos)

salas de aula/quantas

Outras: ____________________________________________

4 – Acesso às dependências:

escada/tipo de revestimento

rampa/tipo de revestimento

5 – Piso:

das salas de aula: madeira

cerâmica

outros

dos corredores

6 – Iluminação:

natural

artificial

mista

7 – Proteção contra incêndios:

há extintor de incêncio/tipo

há mangueira

há algum treinamento contra incêndio

Problemas:_________________________________________

D – Instalações sanitárias

banheiro/nº ______________

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localização – junto às salas _____ (nº)

no pátio _________ (nº)

pias/nº _________________

localização ______________

chuveiros/nº _____________

Problemas:____________________________________________

E – Jardim

há jardim

Problemas:____________________________________________

FOTOGRAFIAS DE DESFILE COMEMORATIVODO ANIVERSÁRIO DA CIDADE COMO O

TEMA SAÚDE E MEIO AMBIENTEREALIZADO EM 1998

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Calendário para capacitação de Verificação da SituaçãoVacinal das Crianças dos Cinco Pólos de Pesquisas

(atividade pré requisito para verificação das carteiras de vacinação 04-12-

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98)

2a Feira- 23/11

Manhã - 10:30 às 11:30 - Hermínia

Tarde - 13:30 às 14:30 - Hermínia

15:00 às 16:00 - Capela

4a Feira - 25/11

Manhã - 9:30 às 10:30 - Capela

11:00 às 12:00 - Ruth Maria

Tarde - 13:30 às 14:30 - Ruth Maria

5a Feira - 26/11

Manhã - 8:00 às 9:00 - Creche Vargem Grande Paulista

9:30 às 10:30 - Tijuco

10:30 às 11:30 - Agreste + Profa. Célia

Tarde - 13:30 às 14:30 - Tijuco

14:30 às 15:30 - Agreste

Obs. No dia 04/12/98 Todos os professores deverão trazer todas as carteira de

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vacinação das crianças.

Pedir sugestões para lista de nomes dos carteiras verificadas e situaçãovacinal de cada aluno. (possibilidade da secretaria fornecer)

04 e 05 de dezembro

Manhã

04/12/98

8:00 às 9:45 h

Saúde Ocular e Tracoma

Drª Mara Regina Zanforllin

9:45 às 10:00 h - intervalo

10:00 às 11:45 h

Verificação das carteiras de vacinação dos alunos doperíodo da manhã

Solange e Professores

12:00 às 13:00 h – almoço

Tarde

13:00 às 14:45 h

Saúde Ocular e Tracoma

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Drª Mara Regina Zanforllin

14:45 às 15:00 h - intervalo

15:00 às 16:45 h

Verificação das carteiras de vacinação dos alunos doperíodo da manhã

Solange e Professores

05/12/98

9:00 às 12:00 h

Escola Promotora da Saúde

Profª Drª Éris Focesi

AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DO ANOE

ENCERRAMENTO DO SEMESTRE

11 de dezembro de 1998

Manhã

8:00 às 10:00 h - Avaliação

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- Sistematização dos temas de capacitação do ano de 1998

- Atividade de dinâmica de grupo: aquecimento e sensibilização

- Avaliação final

10:00 às 10:30 h - Oficina

- Ikebana: Filosofia e Confecção – Ministrada por membros da Igreja Mesiânica deVargem Grande Paulista

Tarde

13:00 h – Encerramento do ano letivo de 1998

Almoço de confraternização

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ESCOLA PROMOTORA DA SAÚDE

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E

SAÚDE AUDITIVA

Convite aos Professores da

Rede Municipal de Ensino de Vargem Grande Paulista

Data: 24 de abril de 1999

Local: EMEI Annita Carmelita de Morães

Programa

• 8:00hs – Abertura

• 8:00hs – 9:00hs - Introdução dos Conceitos sobre "Escola

Promotora da Saúde"

Solange – mestranda da Faculdade de Saúde Públicada USP

• 9:00hs às 9:30hs – Intervalo

• 9:30hs às 12:00hs – Saúde Auditiva: distúrbios da fala e prevençãodo"stress" das cordas vocais.

Fonoaudióloga Simone Marinho Maciel da

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Secretaria da Saúde de Vargem Grande Paulista

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ESCOLA PROMOTORA DA SAÚDE

SAÚDE OCULAR E TESTE DE SNELLEN

Convite aos Professores da

Rede Municipal de Ensino de Vargem Grande Paulista

Data: 07 e 08 de Maio de 1999

Local: EMEI Annita Carmelita de Morães

Programa

07/05

• 8:00hs – Abertura

• 8:00hs – 12:00hs –Promoção da Saúde Ocular e Teste de Snellen

Dr. Adilson da Secretaria da Saúde do Município deSão Paulo.

08/05

• 8:00hs às 9:30hs – Discussão dos Conceitos sobre "Escola

Promotora da Saúde" – Apresentação do videoproduzido pela OPAS .

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• 9:30hs às 10:00hs – Intervalo

• 10:00hs às 10:30hs – Prática e Treinamento do Teste de Snellen

Dra. Mara Regina Zanforlin

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SAÚDE BUCAL

Convite aos Professores da

Rede Municipal de Ensino de Vargem Grande Paulista

Data: 28 de Maio de 1999

Local: EMEI Annita Carmelita de Morães

Programa

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• 8:00hs – Abertura

• 8:00hs – 12:00hs – Saúde Bucal e Bochecho Semanal com Flúor

Dr. Valter Liared – Dentista da Secretaria da Saúdedo Município de Vargem Grande Paulista.

SAÚDE MENTAL E EDUCAÇÃO

Convite aos Professores da

Rede Municipal de Ensino de Vargem Grande Paulista

Data: 28 de Maio de 1999

Local: EMEI Annita Carmelita de Morães

Programa

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• 8:00hs – Abertura

• 8:00hs – 12:00hs – Educadores e Educandos Frente ao ModeloAtual de Educação - Psicólogas Ligia e Terezinha da Secretaria daSaúde do Município de Vargem Grande Paulista.

CAPACITAÇÃO SOBRE ESCOLA PROMOTORA DA SAÚDEREALIZADA PELOS EDUCADORES PARTICIPANTES

COMO MULTIPLICADORES DO PROCESSO DEEDUCAÇÃO CONTINUADA AOS OUTROS PROFESSORES

DA REDE MUNICIPAL DE VARGEM GRANDE PAULISTA

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APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOSDO TRABALHO PELO GRUPO DAFACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA

À COMUNIDADENA CÂMARA MUNICIPAL DE

VARGEM GRANDE PAULISTA EM 2000

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ANEXO 5

MATERIAL INSTRUCIONAL DE APOIO

"SAÚDE E MEIO AMBIENTE INSERIDOS NO PROJETOPEDAGÓGICO DO ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO

INFANTIL DAS ESCOLAS MUNICIPAISDE VARGEM GRANDE PAULISTA

TEXTO CRIADO PELO GRUPO DA FACULDADEDE SAÚDE PÚBLICA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O

PROJETO PEDAGÓGICO DOS EDUCADORESDE VARGEM GRANDE PAULISTA

TEXTO (COM 35 PÁGINAS) AGUARDANDO FINANCIAMENTO DA FUNDAÇÃOLEVIS DO BRASIL, SOLICITADO EM JUNHO DE 2000

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ESCOLA PROMOTORA DA SAÚDE

CONTRIBUIÇÃO PARA O

PROJETO PEDAGÓGICO

Profa. Dra. Maria Cecília Focesi Pelicioni

Orientadora e Coordenadora do Projeto Saúde e EducaçãoAmbiental no Contexto de Cidades Saudáveis.

Docente da Faculdade de Saúde Pública da USP

Jéssica Vasques Kalil dos Santos

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Solange Abrocesi Iervolino

Mestrandas da Faculdade de Saúde Pública da USP

Vargem Grande Paulista

MAIO/99

Caro professor,

A palavra desafio está sempre presente quando se fala de educação em nossopaís.

E o desafio colocado à você é o de transformar a sua escola, para que ela setorne uma escola promotora da saúde. Quando falamos em escola promotora dasaúde estamos falando de uma escola que assume com responsabilidade ecrítica seu papel na formação de valores.

Mas, que valores queremos promover, a competição ou a cooperação, oindividualismo ou a solidariedade, a dependência ou a autonomia, a expoliaçãoou o respeito à natureza, a discriminação ou o respeito à diversidade? Essareflexão deve estar presente na escola envolvendo toda a comunidade escolar.

O caminho aqui proposto é o da inserção da educação em saúde e da educaçãoambiental no projeto pedagógico da escola, não se restringindo ao âmbito dasala de aula. Devendo envolver os diversos atores que compõe a comunidadeescolar.

O conhecimento adquirido pelos alunos, professores e funcionários, se tornaráautêntico quando transformar a prática, promovendo: a qualidade nas relaçõesinterpessoais no ambiente escolar; a qualidade do meio ambiente escolar e doentorno; a qualidade nas relações entre escola e comunidade.

Essa apostila traz idéias e dicas de atividades que integram conhecimentos evivências sobre saúde e meio ambiente ao projeto pedagógico da escola.

A participação de pais e comunidade no projeto é fundamental para a construçãoda escola promotora da saúde.

Somente juntos poderemos vencer mais esse desafio!

EIXO TEMÁTICO: EDUCAÇÃO EM SAÚDE E

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

OBJETIVO GERAL:

Inserir no currículo temas relacionados ao meio ambiente e à saúde, demodo integrado e interdisciplinar, contribuindo para a formação dacidadania de cada criança, e para a transformação da escola em escolapromotora da saúde.

Estratégia: Elegemos como eixo temático as duas áreas de conhecimentosaúde e meio ambiente para desenvolvermos de forma integradasatividades didáticas e pedagógicas partindo de duas abordagens "aconsciência de si e os cinco sentidos" e "a consciência de si e a identidadesocial". Por meio desse trabalho pretende-se promover a saúde física emental, assim como promover a qualidade na relação das crianças com omeio ambiente escolar e social.

I- A CONSCIÊNCIA DE SI E OS CINCO SENTIDOS

Objetivos Específicos:

1. Propiciar aos alunos acesso a informações sobre os aspectos anatômicos efisiológicos dos órgãos dos sentidos, adequadas à cada faixa etária.

2. Oferecer aos alunos a oportunidade de vivenciar, por meio de jogos e atividadesdidáticas, a importância de cada órgão do sentido para o desenvolvimento e orelacionamento humano e com o meio.

3. Educar as crianças para torná-las capazes de cuidar de seu corpo para amanutenção de sua própria saúde e da saúde da comunidade a qual faz parte.Saúde que é resultante de um meio ambiente saudável.

4. Educar as crianças para que adquiram um comportamento de prevenção adoenças, a situações de risco, e de promoção da saúde.

5. Desenvolver nas crianças a incorporação de hábitos saudáveis em relação àalimentação, à higiene pessoal e de práticas de conservação e preservação domeio ambiente.

6. Contribuir para a construção de um conceito de saúde que supere o sensocomum de que "saúde é a ausência de doença", mas que mostre que a "saúde éresultante de fatores sócio-econômico-culturais" e de qualidade de vida.

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ANEXO 6

FOTOGRAFIA DO GRUPO DEPROFESSORES-PESQUISADORES PARTICIPANTES

DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EDO GRUPO DA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA

EM SEMINÁRIO REALIZADO NA FACULDADE

ANEXO 7

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MATERIAL INSTRUCIONAL DE APOIO

"CAPACITAÇÃO EM METODOLOGIA DE PESQUISA PARAEDUCADORES DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO EM

VARGEM GRANDE PAULISTA – ABRIL DE 1999"

TEXTO CRIADO PELO GRUPO DA FACULDADE DE SAÚDEPÚBLICA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O PROCESSO DE EDUCAÇÃO

CONTINUADA DOS EDUCADORES DEVARGEM GRANDE PAULISTA

CAPACITAÇÃO EM PESQUISAPARA PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE

VARGEM GRANDE PAULISTA

ABRIL - 1999

Profª Maria Cecília Focesi Pelicioni

Solange Abrocesi IervolinoJéssica Vasques Kalil dos Santos

MÉTODO CIENTÍFICO

Método – Caminho para se chegar a determinado fim.

Método Científico – Conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados parase atingir o conhecimento.

PESQUISA

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Método Acadêmico de Pesquisa – Pesquisa como método científico que tem porobjetivo estudar sistematicamente uma situação ou a realidade mais global com oobjetivo de atuar sobre ela. Pode estar voltada para:

1. o interesse de alguém ou de um determinado grupo; ou

2. os interesses da população.

I – Pesquisa Social -

É o processo que utilizando a metodologia científica, permite a obtenção de novosconhecimentos no campo da realidade social. A realidade social envolve todos osaspectos relativos ao relacionamento do homem com outros homens, e do homem comas instituições sociais.

II – Pesquisa Social -

Tem como objetivo discutir respostas para problemas mediante emprego deprocedimentos científicos. A pesquisa científica pode ser pura, ou aplicada quando sebaseia no desejo de conhecer para agir.

PODEMOS AGRUPAR AS PESQUISAS COMO:

1. Pesquisa Exploratória:

Busca desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias para formularproblemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Écomumente usada como primeira etapa de uma investigação mais ampla.

Envolve: levantamento bibliográfico e documental; entrevistas não padronizadas;estudos de caso.

Objetivo: proporcionar visão geral sobre um fato.

2. Pesquisa Descritiva:

As pesquisas descritivas e as exploratórias são as que habitualmente realizamos pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática.

Envolve: levantamento de opiniões, atitudes e crenças de uma população.

Objetivo: descrever características de uma determinada população oufenômeno, ou estabelecer relações entre variáveis.

3. Pesquisa Explicativa:

É o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porqueexplica a razão, o porquê das coisas.

Objetivo: identificar fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos

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fenômenos.

FASES DA PESQUISA

I – Planejamento da Pesquisa

1. Formulação do problema:

Questões básicas – "O quê?" – definição do objeto de pesquisa, da questão aser investigada.

"Porquê?" – justificar o estudo definindo os motivos que determinaram adefinição do objeto, que são de ordem teórica e prática.

2. Determinação dos Objetivos:

Questão Básica – "Para quê?" – definir o que se pretende alcançar com apesquisa.

3. Delineamento da Pesquisa:

Questões Básicas – "Qual?" – definir o tipo de estudo a ser usado de acordocom os objetivos almejados e com o referencial teórico estabelecido.

"Onde fazer?" – definir o local onde o estudo será realizado..

"Como?" – tipo de estudo.

4. Definição dos Conceitos e Variáveis:

Estabelecer os conceitos teóricos que referenciarão o estudo;

Estabelecer quais as variáveis (sexo, idade, opiniões, crenças...) a sereminvestigadas.

5. Seleção de População:

Questão Básica – "Com quem?" – definir se vai se pesquisar o universo todo, ouuma amostra.

6. Escolha dos Pesquisadores para a Execução do Trabalho de Campo:

Questão Básica – "Quem vai fazer?".

7. Cronograma:

Questão Básica – "Quando?".- definir o tempo de cada etapa do estudo.

8. Elaboração dos Instrumentos para o Levantamento de Dados:

Questão Básica – "Com que?" – tipo de instrumento de pesquisa.

Elaborar o instrumento levando em conta a realidade local, os objetivos que

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queremos alcançar, e as bases teóricas que norteiam o estudo.

9. Previsão de Custos e Busca de Financiamento:

Questões Básicas – "Quanto?" e "Como pagar?".

II – Trabalho de Campo

10. Preparo de um plano de capacitação dos pesquisadores, para que eles:

a. Se apropriem:

• do objetivo da pesquisa;

• da definição do problema/objeto do estudo;

• do referencial teórico que dá embasamento à pesquisa;

• das questões de ordem teórico e prática que determinaram a necessidadede se fazer o estudo;

a. Compreendam:

• escolha do instrumento de levantamento de dados;

a. Se habilitem:

• a lidar com esse instrumento.

1. Treinamento dos Pesquisadores.

2. Realização do Pré-teste do Instrumento:

Etapa importante para verificar se o instrumento elaborado atende àsnecessidades do estudo; se a linguagem está adequada; se o tempo deaplicação está adequado.

O instrumento deve ser pré-testado numa população que não faz parte dapopulação do estudo, mas dever ter características semelhantes em relação àfaixa etária, nível de escolaridade, condição sócio-econômica, entre outras,dependendo dos objetivos do estudo.

3. Coleta de Dados:

Aplicação dos instrumentos em campo.

III – Tabulação, Análise e Conclusão

4. Tabulação dos Dados.

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5. Análise e Interpretação dos Resultados.

6. Elaboração do Relatório Final.

INSTRUMENTOS PARA A COLETA DE DADOS

São usadas as técnicas de interrogação:

• Questionário: conjunto de questões respondidas por escrito pelopesquisado. De aplicação rápida e barata, além de garantir o anonimato enão exigir treinamento de pesquisadores.

• Entrevista: técnica que envolve duas pessoas numa situação face a faceem que uma formula questões e a outro responde. É a técnica maisusada no trabalho de campo. E como ressalta Minayo, é sempre umasituação de interação, na qual as informações dadas pelos sujeitospodem ser profundamente afetadas pela natureza de suas relações como entrevistador.

• Formulário: técnica de coleta de dados em que o pesquisador formulaquestões previamente e anota as respostas.

Ambas as técnicas, possibilitam a obtenção de dados a partir do ponto de vista dospesquisados, a cerca principalmente do que a pessoa sabe, crê ou espera, sente oudeseja, pretende fazer, faz ou fez, bem como a respeito de suas explicações ou razõespara quaisquer situações precedentes.

QUALIDADES PESSOAIS DO PESQUISADOR

• Conhecimento do assunto a ser pesquisado

• Curiosidade

• Criatividade

• Integridade intelectual

• Sensibilidade social

• Perseverança e paciência.

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BIBLIOGRAFIA

Gil, Antonio Carlos – Métodos e técnicas de pesquisa social – São Paulo: Atlas, 1994.

Demo, Pedro – Metodologia Científica em ciências sociais – São Paulo: Atlas, 1995.

Triviños, Augusto Nibaldo Silva – Introdução à pesquisa em ciências sociais: apesquisa qualitativa em educação – São Paulo: Atlas, 1987.

Minayo, Maria Cecilia de Souza – O desafio do conhecimento – pesquisa qualitativa emsaúde – Rio de Janeiro\\; Hucitec-Abrasco, 1994.

ANEXO 8

MODELO DE QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA FEITACOM OS EDUCADORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E DA EDUCAÇÃO INFANTIL

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DE VARGEM GRANDE PAULISTA

PESQUISA QUALI-QUANTITATIVAÁREAS DE EDUCAÇÃO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

FASES 1 E 2 – PARTES A E B"

INSTRUMENTO APLICADO PELO GRUPO DAFACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA EM 1998 E 1999

Caro professor!

Este questionário tem por objetivo conhecer a opinião dos professores da SecretariaMunicipal de Educação de Vargem Grande Paulista, sobre questões de ensino, meioambiente, para o desenvolvimento de um programa de ação conjunta entre aFaculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e a Prefeitura local, a fimde assim contribuir para que as escolas do município sejam ambientalmente maissaudáveis. Você pode contar com o sigilo das respostas como um compromisso donosso grupo.

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Nome: _____________________________________________________________

Endereço: ___________________________________________________________

Data de nascimento: _____/____/_____

Sexo: __________________________

Escola: ____________________________________________________________

Classe: _____________________________________________________________

1. Há quantos anos você se formou como professora?

___________________________________________________________________

2. Há quantos anos você leciona?

___________________________________________________________________

3. Você fez algum curso universitário?

( ) Sim ( ) Não

Qual? ___________________________

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4. Qual e quando foi o último curso que você fez?

Foi curso de:

( ) graduação

( ) magistério

( ) aperfeiçoamento

( ) especialização

( ) outros: __________________________________________________________

5. Você está fazendo algum curso no momento?

( ) Sim ( ) Não

Qual? ___________________________

6. O que você sabe sobre a escola em que leciona:

• Há quantos anos funciona?___________________________________________

• De que bairro vêm a maioria dos alunos?________________________________

7. Na sua opinião, quais são os maiores problemas da escola em que você leciona?Coloque por ordem de importância sendo o primeiro o mais importante.

7. _________________________________________________________________

8. _________________________________________________________________

9. _________________________________________________________________

8. E quais são os problemas mais importantes do bairro onde a sua escola selocaliza? Coloque por ordem de importância sendo o primeiro o mais importante.

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10. _________________________________________________________________

11. _________________________________________________________________

12. _________________________________________________________________

9. Você considera que há problemas relacionados ao meioambiente em Vargem Grande?

( ) Sim - Quais?

10. _________________________________________________________________

11. _________________________________________________________________

12. _________________________________________________________________

( ) Não - Por quê? (se não, passe para a questão nº 10)

____________________________________________________________________

10. Os políticos locais têm se preocupado em desenvolver ações para resolverestes problemas?

( ) Sim

Quais?_________________________________________________________________________________________________________________________________

( ) Não

Por quê? ___________________________________________________________

11. Quais os dois maiores problemas ambientais:

do Estado de São Paulo

13. ________________________________________________

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_________________

14. _________________________________________________________________

do Brasil

15. _________________________________________________________________

16. _________________________________________________________________

do planeta

17. _________________________________________________________________

18. _________________________________________________________________

12. Você acredita que a escola é um espaço adequado para se trabalhar temasligados ao meio ambiente?

( ) Sim

Por quê? ____________________________________________________________

( ) Não

Por quê? ____________________________________________________________

13. Você acha possível trabalhar conteúdos relacionados à educação ambientalcom seus alunos?

( ) Sim

Por quê? ____________________________________________________________

( ) Não

Por quê? ____________________________________________________________

14. Você se sente preparada para trabalhar conteúdos relacionados às questõesambientais em sala de aula?

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( ) Sim

Por quê? ____________________________________________________________

( ) Não

Por quê? ____________________________________________________________

15. Você tem desenvolvido atividades de educação ambiental na escola ?

( ) Sim

Quais? _____________________________________________________________

( ) Não

Por quê? ____________________________________________________________

16. Dentre os problemas relacionados abaixo qual (quais) você considera queafetam a sua vida?

AFETA NÃO AFETA

a. efeito estufa ( ) ( )

b. manutenção de mananciais ( ) ( )

c. poluição ( ) ( )

d. esgotamento dos recursos hídricos ( ) ( )

e. buraco na camada de ozônio ( ) ( )

f. armazenamento de lixo tóxico ( ) ( )

17. O que você entende por biodiversidade?

___________________________________________________________________

18. O que é meio ambiente para você?

___________________________________________________________________

19. O que você entende por efeito estufa?

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___________________________________________________________________

20. O que você entende por mananciais?

___________________________________________________________________

21. O que você entende por poluição?

___________________________________________________________________

22. O que você entende por buraco na camada de ozônio?

___________________________________________________________________

23. O que você entende por lixo tóxico?

___________________________________________________________________

24. Dentre os problemas colocados até aqui, qual deles você conhece menos?

___________________________________________________________________

25. Dentre os problemas colocados na questão 16, qual você gostaria de conhecermelhor?

___________________________________________________________________

26. O que você entende por qualidade de vida?

___________________________________________________________________

27. Você conhece os novos parâmetros curriculares propostos pelo Ministério daEducação?

( ) Sim ( ) Não

28. Se sim, quais os pontos positivos e negativos desta proposta?

Positivos:___________________________________________________________________

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Negativos:___________________________________________________________________

29. Qual o aspecto que mais chamou sua atenção na proposta dos novos parâmetroscurriculares?

___________________________________________________________________

30. Para você qual o significado dos temas transversais de ensino propostos pelosnovos parâmetros curriculares?

________________________________________________________________

Obrigada! A sua participação foi muito importante.

Caro Professor

Este questionário tem por objetivo conhecer a opinião dos professores das E.M.E.I.S. eEnsino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação de Vargem Grande Paulista,sobre questões de ensino meio ambiente (respondido anteriormente - parte A) e saúde(o presente - parte B), para o desenvolvimento de ação conjunta entre a Faculdade deSaúde Publica da Universidade de São Paulo e a Prefeitura local, a fim de contribuirpara que cada escola do município seria ambientalmente mais saudável. Você podecontar com o sigilo das respostas como um compromisso do nosso grupo.

Identificação

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Nome: ___________________________________________________________

Sexo: ____________________ Idade:_________________________________

Escola: ___________________________________________________________

Classe: ___________________________________________________________

Parte B

1) O que você entende por saúde ?

2) O que você entende por educação em saúde ?

3) Você tem realizado atividades de educação em saúde na sua escola ?

1. Não ( )

2. Sim ( )

4) Se sim, na questão anterior, especifique as atividades de educação emsaúde que te realizado na escola.

5) Você acha importante trabalhar com o tema educação em saúde no dia adia da escola?

1. Não ( ) Por que?

2. Sim ( ) Por que?

6) Os seus alunos tem tido problemas de saúde na sala de aula?

1. Não ( ) Por que?

2. Sim ( ) Por que?

7) Se sim, na questão anterior, como você percebe que o aluno está comproblemas?

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8) Na escola que você trabalha você identifica condições que podemprovocar ou favorecer acidentes as crianças, professores ou funcionários ?

1. Não ( )

2. Sim ( )

9) Se sim, na questão anterior, indique três condições de maior risco deacidente existente na escola (sendo o 1º o mais importante)

1-

2-

3-

10) Desde que as aulas começam ocorreu algum acidente com as criançasdentro da escola?

1. Não ( )

2. Sim ( )

11) Caso tenha ocorrido acidente com as crianças, especifique até três quevocê considerou mais importantes (sendo o 1º o mais importante)

1-

2-

3-

12) A escola tem utilizado alguma forma de prevenção de acidentes com ascrianças?

1. Não ( ) Por que?

2. Sim ( )

13) Se sim, na questão anterior, de um exemplo de atividade de prevençãode acidentes realizado pela escola.

14) Você tem percebido nas crianças algum problema (sinais ou sintomas)relacionado com a visão?

1. Não ( )

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2. Sim ( )

15) Se sim, na questão anterior, de até 3 exemplos destes problemasoculares percebidos.

1-

2-

3-

16) O que você tem feito quando percebe que um aluno está com problemavisual?

17) Você considera importante a escola desenvolver ocular?

1. Não ( ) Por que?

2. Sim ( ) Por que?

18) Na escola tem havido acidentes oculares com as crianças ?

1. Não ( )

2. Sim ( ) Quais?

19) No ano passado você aplicou o teste de Snellen?

1. Não ( ) Por que?

2. Sim ( ) Por que?

20) Caso você tenha aplicado o teste de Snellen, houve alguma dificuldade ?

1. Não ( ) Por que?

2. Sim ( ) Por que?

21) Você recebeu treinamento para aplicação do teste de Snellen?

1. Não ( )

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2. Sim ( )

22) Se você recebeu treinamento, ele foi suficiente?

1. Não ( ) Por que?

2. Sim ( ) Por que?

23) Você sabe o que é tracoma?

1. Não ( )

2. Sim ( )

24) Se sim, na resposta anterior, o que é ? (responda com suas própriaspalavras).

25) Há algum cuidado que os pais podem ter com as crianças para prevenir otracoma?

1. Não ( )

2. Sim ( ) Quais?

26) Você deseja fazer outros comentários ou observações em relação asaúde das crianças que freqüentam a escola ?

1. Não ( )

2. Sim ( ) Especifique?

Obrigada pela sua colaboração, ela foi muito importante para o programa desaúde e educação.

Data ____/____/1998

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ANEXO 9

ROTEIRO PARA GRUPOS FOCAISPARA PESQUISA FEITA COM EDUCADORES DO ENSINO

FUNDAMENTAL E DA EDUCAÇÃO INFANTIL COMOCOMPLEMENTO PARA OS QUESTIONÁRIOS

PESQUISA QUALITATIVAÁREAS DE EDUCAÇÃO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

FASES 1 E 2 – PARTES A E B"

INSTRUMENTO APLICADO PELO GRUPO DAFACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA EM 1998 E 1999

ROTEIRO PARA O GRUPO FOCAL

DATA: ____/____/____

19. Gostaria que vocês falassem das diferenças ocorridas emVargem Grande nos últimos anos. Em relação à infra-estrutura, equipamentospúblicos, qualidade de vida, perfil da população, o que mudou e par que mudou?

20. Na opinião de vocês quais os problemas ambientais mais

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graves da cidade?

21. Como vêem estes problemas em relação às causas,conseqüências, soluções e responsabilidades?

22. As escolas do município são iguais em relação à estruturafísica, conservação e manutenção; equipamento, ...?

23. Por que há diferenças entre as escolas?

24. Vocês consideram que a escola é um espaço para setrabalhar ternas de Educação Ambiental?

25. Qual o maior desafio que você enfrenta na sua atividade deeducador?

ROTEIRO DO GRUPO FOCAL – PARTE A

26. Gostaria que vocês falassem das diferenças ocorridas nacidade nos últimos anos.

27. Vocês percebem mudanças na cidade do ano passado paracá.

28. Vargem Grande oferece uma boa qualidade de vida, naopinião de vocês.

29. Quais os maiores problemas ambientais de Vargem Grande.

30. De quem e a responsabilidade por gerar e resolver essesproblemas.

31. Vocês têm sugestões de atividades para trabalhar educaçãoambiental na sala de aula.

32. Na opinião de vocês, par que trabalhou-se educaçãoambiental e educação em saúde concomitantemente.(*)

33. O conceito que vocês têm de meio ambiente mudou emrelação ao ano passado.(*)

(*) as questões 7 e 8 são exclusivas da 2ª fase/1999.

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ROTEIRO DO GRUPO FOCAL – PARTE B

34. Iniciar: Fazer devolutiva dos resultados obtidos da questãonº 4 (atividades de educação em saúde) dos questionários.

35. O que você acha de realizar atividades de educação emsaúde na escola? Vocês têm realizado ? Como tem realizado ?

36. Fazer devolutiva das questões sabre ocorrência deacidentes gerais e oculares.Aprofundar : como e par que acontecem acidentes gerais e oculares com ascrianças? O que se entende par acidente ocular?

37. Fazer devolução das questões sabre a teste de Snellen.Aprofundar : percepção sobre a teste de Snellen- capacitação e necessidade.De quem e a responsabilidade da aplicação do teste?

38. Após o encaminhamento das crianças aos serviços desaúde indicados, os pais trazem informações sobre problemas detectados(descobertos) e tratamento indicado? Qual a percepção dos pais quanta aoatendimento.

39. Existe algum sistema de agenda, fichário ou qualquerformulário para anota90es de problemas, para o acompanhamento de saúde edoença das crianças?

40. Os pais trazem a carteira de vacinação das crianças para aescola controlar a imunização?E o que e feito na escola?

41. Na opinião de vocês há integração entre a Secretaria deSaúde e a Secretaria de Educação ? Como isto acontece? ou porque você achaque não acontece? Como vocês imaginam que essa integração poderiaacontecer?

42. Na sua opinião o que é um indivíduo ou uma criança, umaescola e um município saudável?

43. Como a escola pode contribuir para tornar os alunos, osprofessores e o município mais saudável ?

ROTEIRO DO GRUPO FOCAL PARA A 2ª FASE

44. O que seria para vocês uma Escola Saudável, EscolaPromotora da Saúde?E uma criança saudável?

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O que é preciso para uma criança ser saudável?

45. Quando observamos coisas, locais que freqüentamos (comopor exemplo o pátio da escola, o refeitório, a sala de aula), os relacionamentosque temos e as situações de um modo geral, quando é que podemos dizer que asituação ou local representa saúde? E quando é que representa doença?

46. Quais os problemas de saúde os seus alunos apresentammais freqüentemente?Como você percebe esses problemas?E o que você ou a escola tem feito a respeito desses problemas?Em 1998 esses problemas ficaram registrados em algum lugar?

47. Você têm tido oportunidade de fazer Educação em Saúde,na escola, junto com as crianças?- Em que momentos isso têm acontecido, tem sido feito? (obs. Se aparecerconscientizar:explorar o significado de conscientizar)- Que tipos de atividades poderiam ser feitas em 1999?

48. Em 1998, ocorreram acidentes com as crianças na escola?- que tipo de acidentes?- quais deles ocorreram mais freqüentemente?- Por que vocês acham que esses acidentes têm se repetido?

49. Em 1998, houveram crianças com dificuldade deaprendizagem?- por que vocês acham que essas crianças tinham dificuldade?- (se aparecer problema de visão) como foi que você percebeu?- O que a escola poderia fazer para conhecer as dificuldades das crianças,assim que elasentram para a escola?- Como os professores poderiam colaborar?

50. O que vocês acharam da atividade com a carteira devacinação que nos fizemos no ano passado?- Como poderia ser feito de rotina?- a escola poderia assumir esta atividade de rotina? Como?

ANEXO 10

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MODELO DE FORMULÁRIO DE ENTREVISTAPARA PESQUISA FEITA COM ALUNOS

DO ENSINO FUNDAMENTAL

PESQUISA QUALI-QUALITATIVAÁREAS DE EDUCAÇÃO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

INSTRUMENTO APLICADO EM 1999 PELOS EDUCADORESDO ENSINO FUNDAMENTAL E DA EDUCAÇÃO INFANTILDE VARGEM GRANDE PAULISTA COM A PARTICIPAÇÃO

DO GRUPO DA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA

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Questionário Para Alunosdas Escolas Municipais de Vargem Grande Paulista

Parte A

(o entrevistador deverá preencher a parte A previamente)

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a) Nome do aluno: ____________________________________ Sexo: _________Idade: _______

b) Série que esta cursando: _____________________________ Período:. ( ) manhã ( )tarde

c) Nome do Professor:______________________________________

d) Nome da escola:_______________________________________________________________

Parte B

e) Com quem vocêmora:__________________________________________________________

f) Qual o nome da sua mãe, do seu pai ou do responsável com quem vocêmora:_____________________________________________Idade:______________________

g) Endereço residencial_______________________________Bairro:_______________________

Parte CESCOLA

1) O que você acha da sua escola? (Coloque um x em mais de uma alternativa, se for ocaso)

a) Feia ( ) c) Agradável ( )

b) Bonita ( ) d) Desagradável ( )

2) Você gosta de ficar na escola?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, você gosta mais de ficar:

a) no horário de aula ( )b) fora do horário de aula( )

3) Você gosta da sua escola? Por que?

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4) Você vai para a escola:

a) a pé ( ) d) de bicicleta ( )

b) de ônibus ( ) e) Outro ( ) Qual?_________________

c) de automóvel ( )

SAÚDE BIO-PSICOSSOCIAL

5) Você gosta de ficar na escola?

a) um(a) bom/boa aluno(a) ( )

b) um(a) bom/boa aluno(a) como os(as) outros(as) ( )

c) um(a) mal/má aluno(a) ( )

6) Você se acha:

a) tímido(a) ( )

b) desinibido(a) ( )

c) desanimado(a) ( )

d) alegre ( )

e) agressivo(a) ( )

e) agitado(a) ( )

7) Você tem amigos:

a) só na escola ( )

b) só na vizinhança ( )

c) na escola e na vizinhança ( )

8) Nos últimos 12 meses você se sentiu triste, desiludido, sem esperança no futuro?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim:

a) sempre ( )Por que? _________________________________

b) às vezes ( )Por que? _________________________________

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9) Nos últimos 12 meses você brigou com alguém (bateu ou apanhou)?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, com quem:

a) com um desconhecido ( )b) com um amigo ou conhecido ( )c) com um membro da família ( )d) Outro ( ) Quem? _______________________

10) Você gosta de brincar de correr?

1) não ( )

2) sim ( )

11) Você se machucou na escola?

1) não ( )

2) sim ( ) – Como? ____________________________________________

12) Nesta ocasião, você foi atendido:

1) na escola ( )

2) no pronto socorro ( )

3) no posto de saúde ( )

4) no hospital ( )

5) em casa ( )

6) Outro lugar ( ) – Onde?__________________________________________

13) Você costuma cair na escola?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim:

a) às vezes ( )

b) sempre ( )

14) Se sim, por que você caiu?

a) algum amiguinho empurrou( )

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b) tropeçou em algum lugar ( )

c) tem buraco no pátio ( )

d) tem barranco no pátio ( )

e) tem pedras no pátio ( )

f ) tem lixo jogado no pátio ( )

g) por outro motivo ( ) – Qual?________________________________

15) Você já faltou à escola porque estava doente?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, você faltou:

a) 1 dia ( )

b) 2 dias ( )

c) 3 a 6 dias ( )

d) 1 semana ( )

f) mais de 1 semana ( )

g) outro ( )

16) Se sim, na pergunta 15, você foi ao médico?

1) não ( )

2) sim ( ) – Que doença você teve?______________________________________

17) Se sim, na pergunta 16, quem levou você ao médico?

1) seu pai ( )

2) sua mãe ( )

3) o responsável por você ( )

4) outra pessoa da família ( )

5) um amigo ou conhecido ( )

18) dos problemas de saúde relacionados abaixo, seu filho teve ou têm algum ou

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alguns deles?

a) diabetes (açúcar no sangue) ( ) não ( ) sim

b) problemas nos pulmões ( ) não ( ) sim

c) alergias na pele ( ) não ( ) sim

d) ataque epiléptico (convulsão) ( ) não ( ) sim

e) problema no coração ( ) não ( ) sim

f ) problema para enxergar ( ) não ( ) sim

g) problema para escutar ( ) não ( ) sim

h) problema para urinar ( ) não ( ) sim

i ) problemas para andar ( ) não ( ) sim

j ) problemas para segurar objetos ( ) não ( ) sim

l ) problemas para aprender na escola ( ) não ( ) sim

Outro – Qual?____________________________________________________________

19) Para você o que é saúde?

NUTRIÇÃO

20) Você gosta da merenda da escola?

1) não ( )

2) sim ( )

21) Na merenda da escola, você gosta mais de comer:_______________________________

22) Você costuma trazer lanche de sua casa?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, o que:_________________________________________________

23) Você se acha:

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1) gordo(a) ( )

2) com peso ideal ( )

3) magro(a) ( )

SEGURANÇA

24) Nesse último ano, você foi assaltado em Vargem Grande Paulista?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, onde:

a) no centro da cidade ( )

b) próximo de casa ( )

c) próximo da escola ( )

d) outro ( ) – Onde?___________________

25) Você costuma atravessar a pé a Rodovia Raposo Tavares?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, com quem:

a) sozinho ( )

b) acompanhado ( ) – De quem?________________

TRABALHO

26) Você trabalha, além de estudar?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim:

a) em casa ( )

b) em fábrica ( )

c) em supermercado ( )

d) em escritório ( )

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e) na roça/campo ( )

f ) Outro ( ) – Qual?________________________

27) Se sim na pergunta 26, você gosta do seu trabalho?

1) não ( ) – Por que?_____________________________________________________

2) sim ( ) – Por que?_____________________________________________________

SAÚDE OCULAR

28) Você enxerga bem do seu lugar, na sala de aula?

1) não ( )

2) sim ( )

29) Você costuma levantar para enxergar o que está escrito na lousa?

1) não ( )

2) sim ( )

30) Você usa óculos?

1) não ( )

2) sim ( )

SAÚDE BUCAL

31) Você escova os dentes diariamente?

1) não ( )

2) sim ( )

32) Se sim, quando você escova? (Coloque um x em mais de uma alternativa, se for ocaso)

a) todos os dias, quando acorda ( )

b) todos os dias, depois do almoço ( )

c) todos os dias, depois do jantar ( )

d) todos os dias, antes de dormir ( )

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e) só quando estou na escola ( )

f ) às vezes ( )

g) outro ( ) – Qual?___________________________

DROGAS

33) Você já aprendeu alguma coisa sobre drogas?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim:

a) em casa ( )

b) na escola ( )

c) na TV ( )

d) no rádio ( )

e) Outro ( )____________________________

34) Você já experimentou fumar cigarros?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, como conseguiu ocigarro?_________________________________

35) Você já experimentou tomar bebida alcóolica?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim,onde?__________________________________________________

36) Você já experimentou outros tipos de droga?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim,qual?__________________________________________________

37) Você já aprendeu alguma coisa sobre doenças que pegam, fazendo sexo?

1) não ( )

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2) sim ( ) – Se sim, onde:

a) em casa ( )

b) na escola ( )

c) na TV ( )

d) no rádio ( )

e) Outro ( )Onde?________________________

38) Você tem namorada(o)?

1) não ( )

2) sim ( )

ATIVIDADE FÍSICA

39) Você participa de alguma atividade física ou desportiva?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, qual?

a) ginástica f) basquete

b) capoeira g) vôlei

c) balet h) corrida

d) judô i ) natação

e) futebol j ) Outra:_______________________

40) Nos últimos 12 meses, você nadou em Vargem Grande Paulista?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim,:

a) na piscina

b) no lago

c) na lagoa

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d) no rio

e) no córrego

f ) Outro:_________________________________________

LOCAL de MORADIA

41) Você gosta do seu bairro?

1) não ( ) – Por que?_____________________________________________________

2) sim ( ) – Por que?_____________________________________________________

42) Você gosta da rua da sua casa?

1) não ( ) – Por que?_____________________________________________________

2) sim ( ) – Por que?_____________________________________________________

43) Você brinca na rua da sua casa?

1) não ( ) – Por que?_____________________________________________________

2) sim ( ) – Por que?_____________________________________________________

44) Na rua da sua casa, tem árvores?

1) não ( )

2) sim ( )

45) Perto da sua casa tem alguma praça?

1) não ( )

2) sim ( )

46) Se sim na pergunta anterior, o que você acha da praça?

LIXO

47) Você tem jogado lixo nas ruas?

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1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, o que você pensa disso?________________________________

48) As pessoas têm jogado lixo nas ruas próximas da sua escola?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, que tipo de lixo:

a) papel ( )

b) lata ( )

c) vidro ( )

d) restos de alimento ( )

e) restos de construção ( )

f ) restos de plantas e árvores ( )

g) mobília (colchões,...) ( )

e) Outro ( )Qual?______________________

49) Os seus vizinhos costumam jogar lixo nas ruas próximas da sua casa?

1) não ( )

2) sim ( ) – Se sim, que tipo de lixo:

a) papel ( )

b) lata ( )

c) vidro ( )

d) restos de alimento ( )

e) restos de construção ( )

f ) restos de plantas e árvores ( )

g) mobília (colchões,...) ( )

e) Outro ( )Qual?_______________________

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MEIO AMBIENTE

50) Você acha que alguma coisa pode ser feita para tornar sua escola um lugarlegal, mais bonito e mais gostoso para aprender e brincar?

1) não ( )

2) sim ( )

51) Dê 3 exemplos de coisas que você acha que podem ser feitas para melhorar asua escola:

1ª - ___________________________________________________________

2ª - ___________________________________________________________

3ª - ___________________________________________________________

52) Você acha que alguma coisa pode ser feita para tornar sua rua um lugar legal,mais bonito e mais gostoso para brincar e para morar?

1) não ( )

2) sim ( )

53) Dê 3 exemplos de coisas que você acha que podem ser feitas para melhorar asua rua:

1ª - ___________________________________________________________

2ª - ___________________________________________________________

3ª - ___________________________________________________________

54) Você acha que alguma coisa pode ser feita para tornar seu bairro um lugarlegal, mais bonito para morar?

1) não ( )

2) sim ( )

55) Dê 3 exemplos de coisas que você acha que podem ser feitas para melhorar oseu bairro:

1ª - __________________________________________________________

2ª - ___________________________________________________________

3ª - ___________________________________________________________

56) Você acha que alguma coisa pode ser feita para tornar a cidade de VargemGrande Paulista mais legal, mais bonita e agradável para se viver?

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1) não ( )

2) sim ( )

57) Dê 3 exemplos de coisas que você acha que podem ser feitas para melhorar asua cidade:

1ª - ___________________________________________________________

2ª - ___________________________________________________________

3ª - ___________________________________________________________

58) Para você o que é meio ambiente?

59) Na sua opinião, o que é importante para ser feliz?

60) Para você, o que é qualidade de vida?

Obrigada! Sua participação foi muito importante.

ANEXO 11

MODELO DE FORMULÁRIO DE ENTREVISTA

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PARA PESQUISA FEITA COM PAIS E RESPONSÁVEISDE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

PESQUISA QUALI-QUANTITATIVAÁREAS DE EDUCAÇÃO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

INSTRUMENTO APLICADO EM 1999 PELOS EDUCADORESDO ENSINO FUNDAMENTAL E DA EDUCAÇÃO INFANTILDE VARGEM GRANDE PAULISTA COM A PARTICIPAÇÃO

DO GRUPO DA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA

NOME DO ENTREVISTADOR:____________________

DATA: ____________

Formulário para Entrevista com pai, mãe (ou responsável) dos alunos das 5 escolasde Vargem Grande Paulista

Junho/99

(o entrevistador deverá preencher a parte A/B/C previamente)

a) Nome da escola:____________________________________________________________

b) Série: _____________________________

c) Período:. ( ) manhã ( ) tarde

PARTE A

DADOS PESSOAIS DO ENTREVISTADO

d) Nome de quem está respondendo o questionário:__________________________________

_______________________________________________ Sexo: M ( ) F ( ) Idade:__________

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e) Nome completo da criança que está estudando nesta escola:________________________

_______________________________________________ Sexo: M ( ) F ( ) Idade:__________

f ) Nome do professor da criança:_________________________________________________

g) Natureza do vínculo com o aluno: 1.( ) mãe 2.( ) pai 3.( ) responsável

4.( ) outro - Qual?_____________________________

h) Estado Civil (explicar ao entrevistado que consideramos como casado aqueleque mantém vida a dois com um companheiros, independente de ser uma relaçãolegalmente formalizada): ______________

i ) O Sr. Estudou? 1.( ) não 2.( ) sim

Se sim, até que série?_____________________________

j ) Endereço residencial:________________________________________________________

Bairro: _______________________________ Município: _________

k) Com quem o Sr.Mora?________________________________________________________

l ) Há quanto tempo mora nesseendereço?__________________________________________

m) Há quanto tempo está morando em Vargem GrandePaulista?_________________________

n) De onde veio antes de morar em Vargem Grande Paulista? (cidade, estado)

______________________________________________________________________

o) O Sr. Está trabalhando no momento? 1.( ) não (Se não, passe para a pergunta 1)

2.( ) sim (Se sim, em quê?)

_________________________________________________________________

p) O Sr. Gosta de seu trabalho?

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1.( ) não – Por quê?___________________________________________________________

2.( ) sim – Por quê?___________________________________________________________

PARTE B

SAÚDE

1. Para o Sr. O que é saúde?

___________________________________________________________

DROGAS

51. O Sr. Fuma?

3.1) não ( )

3.2) sim ( )

52. O Sr. costuma oferecer bebida alcoólica para seu(s) filho(s)?(cerveja, vinho, champagne...)

4.1) não ( )

4.2) sim ( ) – Se sim, qual bebida?_______________________________________

4.3) às vezes ( ) – Se sim, qual bebida?_______________________________________

53. O Sr. costuma beber?

5.1) não ( )

5.2) sim ( ) – O quê? _________________________________________________

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5.3) às vezes ( ) – O quê?_________________________________________________

LAZER

6. Que tipo de passeio, jogo ou diversão o Sr. Faz com seu(s) filho(s)?________________________________________________________

7. Que tipo de lazer o Sr. costuma ter:

7.a) assistir TV ( )

7.b) praticar esporte: vôlei, ginástica, futebol ( )

7.c) fazer caminhada ( )

7.d) ouvir rádio ( )

7.e) ler ( ) – O quê?______________________

7.f ) bater papo com os amigos ( )

7.g) fazer trabalhos manuais ( )

7.h) visitar familiares e conhecidos ( )

7.i ) passear no shopping ( )

7.j ) viajar nos finais de semana e feriados ( )

7.k) nenhum ( )

7.l ) Outro ( ) – Qual?________________________

LOCAL DE MORADIA

8. O Sr. gosta do bairro onde mora?

8.1) não ( ) – Por quê?______________________________________________________

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8.2) não ( ) – Por quê?_______________________________________________________

9. No seu bairro tem:

7.a) água encanada ( ) não ( ) sim

7.b) poço ( ) não ( ) sim

7.c) rede de esgoto ( ) não ( ) sim

7.d) fossa ( ) não ( ) sim

7.e) iluminação pública (na rua) ( ) não ( ) sim

7.f ) árvores ( ) não ( ) sim

7.g) praças ( ) não ( ) sim

7.h) parques ( ) não ( ) sim

7.i ) lago, rio, lagoa ou córrego ( ) não ( ) sim

7.j ) outro ( ) – O quê?

____________________________________________________

MEIO AMBIENTE

10. Na sua opinião, como são as ruas do seu bairro?_____________________________________________________

11. O Sr. acha que há algum problema no seu bairro?

11.1) não ( )

11.2) sim ( ) – Qual?__________________________________________________

12. Na sua opinião, de quem é a responsabilidade de resolver este problema?

12.a) da Prefeitura ( )

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12.b) dos moradores ( )

12.c) dos políticos ( )

12.d) da polícia ( )

12.e) do pessoal da escola ( )

12.f ) outro ( ) – De quem?____________________

12.g) não sei ( )

13. O Sr. acha que o Sr. Pode contribuir para melhorar o seu bairro?

13.1) não ( )

13.2) sim ( ) – Como?_________________________________________________

14. Na sua opinião, o que falta no seu bairro para melhorar a vida:

14.1 – das crianças?________________________________________________________

14.2 – e dos jovens?________________________________________________________

14.3 – e dos adultos?

_________________________________________________________

15. O Sr. acha que há problemas em Vargem Grande Paulista?

15.1) não ( )

15.2) sim ( ) – Qual?Quais?____________________________________________

16. Na sua opinião, de quem é a responsabilidade de resolver este(s) problema(s)?

16.a) da Prefeitura ( )

16.b) dos moradores ( )

16.c) dos políticos ( )

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16.d) da polícia ( )

16.e) da escola ( )

16.f ) de todos ( )

16.g) n.d.a. ( )

16.h) outros ( ) – De quem?

____________________________________________________________

17. O Sr. acha que o Sr. Pode contribuir para resolver este(s) problema(s)?

17.1) não ( ) – Por quê?_______________________________________________

17.2) sim ( ) – Como__________________________________________________

18. Para o Sr. o que é meio ambiente?_______________________________________________________________

LIXO

19. No seu bairro tem coleta de lixo?

19.1) não ( )

19.2) sim ( ) – Quantas vezes por semana passao caminhão de coleta de lixo?_________________________

20. Para onde vai o lixo coletado no seu bairro?_______________________________________________________________

21. O Sr. costuma jogar lixo nas ruas?

21.1) não ( ) – Por quê?_____________________________________________________

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21.2) sim ( ) – Por quê?_____________________________________________________

22. E os seus vizinhos, costumam jogar lixo nas ruas?

22.1) não ( )

____________________________________________________________

22.2) sim ( ) – Por quê?_____________________________________________________

- Que tipo delixo?____________________________________________

22.3) N. S.( )

23. Se sim na 21 e ou 22, perguntar: O que o Sr. Pensa disso (jogar lixo nas ruas)?

_______________________________________________________________

SEGURANÇA

24. Do ano passado até hoje o Sr. ou alguém de sua família foi assaltado emVargem Grande Paulista?

24.1) não ( )

24.2) sim ( ) – Onde?

24.2.a) no centro da cidade ( )

24.2.b) próximo à sua casa ( )

24.2.c) próximo à escola de seu filho ( )

24.2.d) outro ( ) – Onde?_______________________________

SAÚDE MENTAL

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25. Nos últimos 12 meses o Sr. se sentiu triste, chateado, sem esperança no futuro?

25.1) não ( )

25.2) sim ( ) – Se sim:

25.2.a) sempre ( ) – Por quê?

_______________________________________________________________

25.2.b) às vezes ( ) – Por quê?

_______________________________________________________________

26. O que o Sr. entende por qualidade de vida?_______________________________________________________________

27. Na sua opinião, o que é importante para ser feliz?_______________________________________________________________

PARTE C

DADOS DO ALUNO DA SÉRIE ENTREVISTADA

28. O (aluno) _____________________ tem irmãos?_______________________________________________________________

28.1) não ( ) – Se não, passar para a questão 30.

28.2) sim ( ) – Se sim, qual o nome deles? (preencher o quadro abaixo)

29. Qual o nome deles (dos irmãos)?

Nome dos Irmãos Sexo Idade Série Escola

1.

2.

3.

4.

5.

30. Com quem a(s) criança(s) fica(m) quando ela(s) não está(ão) na escola?_______________________________________________________________

31. Como estão as vacinas do seu filho?

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_______________________________________________________________

32. Seu filho teve ou tem algum problema de saúde?

3.2.1) não ( )

3.2.2) sim( ) – Se sim, qual?

_______________________________________________________________

33. Seu filho tem tido dificuldade para aprender na escola?

_______________________________________________________________

ESCOLA

34. O que o Sr. acha da escola do seu filho?_______________________________________________________________

35. O seu filho gosta de ir à escola?

35.1) não ( ) – Por quê?

____________________________________________________________

35.2) sim ( ) – Por quê?

____________________________________________________________

35.3) mais ou menos ( ) – Por quê?

____________________________________________________________

36. O que o Sr. acha da merenda oferecida na escola do seu filho?_______________________________________________________________

37. O Sr. acha que há algum problema na escola do seu filho?

37.a) em relação ao prédio -

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37.a.1) não ( )

37.a.2) sim ( ) – Qual?________________________________________________

37.a.3) De quem é a responsabilidade de resolver este problema?_______________________________________________________

37.b) em relação à qualidade do ensino -

37.b.1) não ( )

37.b.2) sim ( ) – Qual?________________________________________________

37.b.3) De quem é a responsabilidade de resolver este problema?_______________________________________________________

37.c) em relação à segurança -

37.c.1) não ( )

37.c.2) sim ( ) – Qual?________________________________________________

37.c.3) De quem é a responsabilidade de resolver este problema?_______________________________________________________

37.d) em relação ao recreio -

37.d.1) não ( )

37.d.2) sim ( ) – Qual?________________________________________________

37.d.3) De quem é a responsabilidade de resolver este problema?_______________________________________________________

37.e) em relação aos professores -

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37.e.1) não ( )

37.e.2) sim ( ) – Qual?________________________________________________

37.e.3) De quem é a responsabilidade de resolver este problema?

______________________________________________________

37.f) em relação à direção da escola -

37.f.1) não ( )

37.f.2) sim ( ) – Qual?________________________________________________

37.f.3) De quem é a responsabilidade de resolver este problema?_______________________________________________________

37.g) em relação ao pessoal que trabalha na escola -

37.g.1) não ( )

37.g.2) sim ( ) – Qual?________________________________________________

37.g.3) De quem é a responsabilidade de resolver este problema?_______________________________________________________

37.h) Outro -

37.h.1) não ( )

37.h.2) sim ( ) – Qual?________________________________________________

37.h.3) De quem é a responsabilidade de resolver este problema?_______________________________________________________

38. Na escola em que seu filho estuda, o Sr. percebe algum risco de acidente?

38.1) não ( )

38.2) sim ( ) – Qual/

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quais?___________________________________________________

39. Se sim na pergunta 35, o Sr. acha que existe alguma maneira de diminuir esse(s)risco(s) de acidente na escola?

39.1) não ( ) – Por quê?___________________________________________________

39.2) sim ( ) – Como?___________________________________________________

40. O Sr. acha que o Sr. pode contribuir para melhorar a escola em que seu filhoestuda?

40.1) não ( ) – Por quê?___________________________________________________

40.2) sim ( ) – Como?___________________________________________________

SAÚDE BIO-PSICOSSOCIAL

41. Seu filho tem amiguinhos?

41.1) não ( ) – Por quê?___________________________________________________

41.2) não ( ) – Onde?_____________________________________________________

42. Na escola, seu filho é considerado:

42.a) um bom aluno ( )

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42.b) um aluno como os outros (regular) ( )

42.c) um mau aluno ( )

43. O Sr. acha que seu filho é:

43.a) envergonhado ( )

43.b) triste ( )

43.c) desanimado ( )

43.d) alegre ( )

43.e) bravo ( )

43.f) agitado ( )

43.g) agressivo ( )

43.h) distraído ( )

43.i ) Outro ( ) – Qual?_______________________

44. No caso de haver outros filhos, perguntar: Em relação aos outros filho o Sr. gostariade acrescentar alguma coisa?_______________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________________

OBRIGADO

Sua participação foi muito importante.

ANEXO 12

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FOTOGRAFIAS REFERENTES À REALIZAÇÃO DEENTREVISTA COLETIVA PARA

PESQUISA QUALITATIVA REALIZADANA EDUCAÇÃO INFANTIL

APLICADA EM 1999 PELOS EDUCADORES DE VARGEMGRANDE PAULISTA COM A PARTICIPAÇÃO DO GRUPO

DA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA

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ANEXO 13

FOTOGRAFIAS DO I FÓRUM DE EDUCAÇÃO EMSAÚDE E EDUCAÇÃO AMBIENTALDE VARGEM GRANDE PAULISTA

REALIZADO EM 1999PELOS EDUCADORES ENVOLVIDOS NO

PROCESSO DE EDUCAÇÃO CONTINUADACOM APOIO DO GRUPO DA

FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICAPARA APRESENTAÇÃO À COMUNIDADE

DO TRABALHO REALIZADO NAS ESCOLAS

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ANEXO 14

TERMO DE DOAÇÃO DE MATERIAL PERMANENTEDA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA PARA A

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

DE VARGEM GRANDE PAULISTA EM 1999

São Paulo, 7 de julho de 1999.

Ilma. Sra.

Secretária da Educação de Vargem Grande Paulista

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Neide Cândido Brás da Silva

Em nome do Centro de Educação Permanente em Saúde Pública - CEP e daFaculdade de Saúde Pública - FSP/USP, parceria desse Município no Projeto "Saúde eEducação Ambiental no Contexto de Municípios Saudáveis", do qual soucoordenadora, estou encaminhando um microcomputador Pentium II 400 mhz, 32MB,CD, 44x, HD 4,3, Fax 56K, monitor 14’’ Philips, teclado, mouse, caixa de som, umamesa pequena para micro, e uma impressora jato de tinta Deskjet 695c HP, financiadospela Fundação Levis Strauss, para uso exclusivo dos coordenadores pedagógicos eprofessores da Rede Municipal de Ensino de Vargem Grande Paulista.

Esse equipamento só deverá ser usado para incrementar as atividadeseducativas e de pesquisa da Oficina Pedagógica.

A guarda e a manutenção desse equipamento passam, a partir de agora, a serde responsabilidade da Secretaria de Educação do Município.

Atenciosamente,

Prof. Dr. Maria Cecília Focesi Pelicioni

Estou ciente e concordo com os termos acima descritos

Secretária Municipal