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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO FERNANDES DA SILVA ELABORAÇÃO DE PCMAT PARA CANTEIRO DE OBRA: ESTUDO DE CASO Florianópolis 2019

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

LEANDRO FERNANDES DA SILVA

ELABORAÇÃO DE PCMAT PARA CANTEIRO DE OBRA:

ESTUDO DE CASO

Florianópolis

2019

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LEANDRO FERNANDES DA SILVA

ELABORAÇÃO DE PCMAT PARA CANTEIRO DE OBRA:

ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Engenharia de Segurança do

Trabalho da Universidade do Sul de Santa

Catarina como requisito parcial à obtenção do

título de Especialista em Engenharia de

Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. Ms. José Humberto Dias de Tolêdo

Florianópolis

2019

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LEANDRO FERNANDES DA SILVA

ELABORAÇÃO DE PCMAT PARA CANTEIRO DE OBRA:

ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Engenharia de Segurança do

Trabalho da Universidade do Sul de Santa

Catarina como requisito parcial à obtenção do

título de Especialista em Engenharia de

Segurança do Trabalho.

Florianópolis, 25 de Maio de 2019

______________________________________________________

Professor Ms. José Humberto Dias de Tolêdo

Universidade do Sul de Santa Catarina

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Аоs meus pais, minha esposa Alessandra,

minha filha Kaiane е a toda minha família que,

com muito carinho е apoio, não mediram

esforços para que eu chegasse até esta etapa de

minha vida.

Page 5: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a minha filha Kaiane que muito compreendeu

minha ausência e por ser a minha maior incentivadora e inspiração. Se muitas vezes pensei em

não continuar, foi por você, seu beijo carinhoso ao acordar ou sua alegria ao ver minha chegada

que me davam força para enfrentar o dia e continuar a seguir em frente. Obrigada amor da

minha vida!

Agradeço ao meu pai Vânio e minha mãe Rosana que são os responsáveis pela base de

educação e que me ensinaram a ter coragem, dignidade e maiores valores que se pode ter na

vida. Obrigada pelo apoio constante em todas as etapas de minha vida. Amo muito vocês!

À minha esposa Alessandra, que não mediu esforços para a realização de um grande

sonho. Obrigada pelo companheirismo, amor, dedicação, parceria de todas as horas e troca de

experiência comigo todos esses anos. Essa conquista também é sua, meu amor!

Ao meu orientador Humberto que acreditou no meu trabalho e auxiliou em todas as

etapas deste trabalho. Obrigada pelo empenho!

A todos os professores da Pós-graduação que foram essenciais na minha trajetória

acadêmica.

Por fim, agradeço todos os amigos e amigas que estiveram comigo nessa jornada, vocês,

com certeza, são parte dessa vitória!

Page 6: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

“O melhor presente Deus me deu. A vida me ensinou a lutar pelo que é meu.”

(Alexandre Magno Abrão).

Page 7: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

RESUMO

A sigla PCMAT significa Programa de Condições e meio Ambiente de Trabalho na

Indústria de Construção e é regulamentado pela Norma Regulamentadora 18 (NR 18) através

da Portaria 3.214 de 1978.

O PCMAT é um programa que estabelece procedimentos de ordem administrativa, de

planejamento e de organização, que objetivam a implantação de medidas de controle e sistemas

preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na

Indústria da Construção, resumindo, dita uma série de medidas de segurança a serem adotadas

durante o desenvolvimento da obra. Esses procedimentos de segurança, que visam antecipar os

riscos. Para possam ser definidos estratégias para evitar acidentes de trabalho e o aparecimento

de doenças ocupacionais.

Segundo o item da NR 18.3.1 toda construção que terá pico de 20 trabalhadores ou mais

devem elaborar o PCMAT e adotar as medidas de prevenção contidas nele e para obras com 19

trabalhadores ou menos é necessário o PPRA

O PCMAT deve ser elaborado antes do início das atividades. Ele contempla os riscos

de todas as etapas da obra, e por isso não tem validade definida assim periodicamente deve

passar por uma reavaliação global. Na reavaliação deve ser observado seu desenvolvimento, e

também se ele está atendendo plenamente o objetivo para o qual foi elaborado. Se houver

necessidade, deve ser feito ajustes necessários estabelecendo novas metas e prioridades de

segurança.

Palavras-chave: PCMAT, NR-18, SEGURANÇA.

Page 8: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

ABSTRACT

The acronym PCMAT means Working Conditions and Environment in

Construction Industry and it is regulated by Regulatory Standard 18 (NR 18) through the

Ordinance 3.214 of 1978.

The PCMAT is a program that establishes administrative, planning and

organization procedures , wich aiming the implementation of control measures, and as well

preventive systems of security in the processes, conditions and working environment in

Construction Industry. Summarizing, it is a series of security measures that should be taken

during the construction development. This security procedures, aim to anticipate risks, enabling

the possibility to create strategies in order to avoid work accidents and the onset of occupational

diseases.

According with the item NR 18.3.1 all the constructions that will have peak of 20

or more employees, should elaborate the PCMAT an adopt the preventive measures contained

in. But, the Constructions with 19 or less employees need the PPRA.

The PCMAT should be elaborated before the start of activities. It contemplates all

the risks of all the stages of the construction, and because of it, doesn’t has expire date set. So,

periodically needs to pass through a global reevaluation. During the reevaluation, should be

noted its development, and also if it is fully meeting the objectives for which it was elaborated.

If needed, adjustments could be made setting new goal and security priorities.

Key Words: PCMAT, NR-18, Security.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Normas regulamentadoras de Segurança ...............................................................20

Tabela 2 – Itens da NR 18.........................................................................................................22

Page 10: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO ................................................................................................. 13

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................................ 13

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 13

1.4 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14

1.4.1 Objetivo Geral................................................................................................................ 14

1.4.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 14

1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................... 14

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 15

2 REFERENCIAL TEORICO .............................................................................................. 17

2.1 RISCOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................ 17

2.2 NORMAS REGULAMENTADORAS .............................................................................. 18

2.3 NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO ....................................................................................................................... 21

2.3.1 PCMAT – Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria de

construção................................................................................................................................ 23

3 ESTUDO DE CASO – ELABORAÇÃO DO PCMAT ..................................................... 25

3.1 CAMPO DE PESQUISA.................................................................................................... 25

3.2 PCMAT .............................................................................................................................. 27

3.2.1 Documentos que integram o desenvolvimento deste PCMAT................................... 28

3.2.2 Metas e prioridades ....................................................................................................... 28

3.2.3 Estratégia e metodologia de ação ................................................................................. 28

3.2.4 Responsabilidades .......................................................................................................... 29

3.2.5 Definição do GHR (grupos homogêneos de risco) ...................................................... 29

3.2.6 Metodologia e equipamentos dos levantamentos e avaliações ambientais ............... 30

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA E DOS EMPREGADORES ....................................... 30

3.3.1 Proprietário e construtora ............................................................................................ 30

3.3.2 Especificações da obra................................................................................................... 30

3.3.3 Condições ambientais do canteiro de obra .................................................................. 31

3.3.4 Planejamento da obra ................................................................................................... 32

3.3.4.1 O canteiro ..................................................................................................................... 32

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3.3.4.2 Área de vivência ........................................................................................................... 32

a) Instalações sanitárias ........................................................................................................... 32

b) Banheiros ............................................................................................................................. 32

c) Chuveiros .............................................................................................................................. 33

d) Local de refeições................................................................................................................. 33

e) Vestiário ............................................................................................................................... 33

f) Instalações elétricas .............................................................................................................. 34

3.4 PROCESSOS CONSTRUTIVOS DAS ETAPAS DA OBRA .......................................... 35

3.5 MATERIAIS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS ........................................................... 36

3.5.1 Serra Circular (ver esquema nos anexos) .................................................................... 36

3.5.2 Pistola finca-pino ........................................................................................................... 36

3.5.3 Elevador para transporte de funcionários .................................................................. 37

3.5.4 Elevador de carga .......................................................................................................... 37

3.5.5 Grua ................................................................................................................................ 38

3.5.6 Andaimes ........................................................................................................................ 39

3.5.7 Betoneiras ....................................................................................................................... 39

3.5.8 Bob-cat ............................................................................................................................ 40

3.5.9 Ferramentas ................................................................................................................... 40

3.6 SINALIZAÇÃO ................................................................................................................. 40

3.6.1 Interna ............................................................................................................................ 40

3.6.2 Externa ........................................................................................................................... 41

3.7 PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA ......................................................................... 41

3.7.1 Pequenos acidentes ........................................................................................................ 41

3.7.2 Acidente de gravidade média e alta ............................................................................. 42

3.7.3 Acidente com óbito ........................................................................................................ 42

3.8 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO .............................................................................. 43

3.8.1 Equipamentos de proteção coletiva – EPC’S .............................................................. 43

3.8.2 Equipamentos de proteção individual – EPI’S ........................................................... 44

3.8.3 Extintores ....................................................................................................................... 45

3.8.4 Incêndio .......................................................................................................................... 45

4 RISCOS DE ACIDENTES ................................................................................................. 46

4.1 RISCOS GERAIS DE ACIDENTES E SEU CONTROLE ............................................... 46

4.2 LIMPEZA DO TERRENO ................................................................................................. 46

4.3 ESCAVAÇÕES .................................................................................................................. 46

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4.4 FUNDAÇÕES .................................................................................................................... 47

4.5 ESTRUTURA/FORMAS ................................................................................................... 48

4.6 ARMADURAS ................................................................................................................... 48

4.7 CONCRETAGEM .............................................................................................................. 49

4.8 ALVENARIA ..................................................................................................................... 50

4.9 ACABAMENTO ................................................................................................................ 51

4.10 DIVERSAS ATIVIDADES ............................................................................................. 52

4.11 MANUTENÇÃO PREDIAL PÓS-OCUPAÇÃO (DESTACAR E FORNECER AOS

CONDÔMINOS) ...................................................................................................................... 53

4.12 PLANILHA DE EPI ......................................................................................................... 54

4.12.1 Características dos EPI’s ............................................................................................ 55

4.13 CARTAZES E AVISOS – LOCAIS RECOMENDADOS .............................................. 59

4.14 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS ................................................................... 60

4.15 TREINAMENTO ............................................................................................................. 60

4.16 CONTROLE MÉDICO .................................................................................................... 61

4.16.1 Exames médicos ........................................................................................................ 61

5 CONSIDERACOES FINAIS .............................................................................................. 63

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 64

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12

1 INTRODUÇÃO

Construção civil é o nome dado a todo tipo de construção que interaja com uma

comunidade, cidade ou população. O nome construção civil é usado até hoje, pois antigamente,

a engenharia era dividida em duas grandes áreas: civil e militar. Com o tempo, tal divisão foi

perdendo seu efeito e hoje compreendemos por construção civil tudo o que engloba a

participação de engenheiros e arquitetos civis em conjunto com profissionais de outras áreas de

conhecimento. A construção civil é um dos fenômenos de maior representatividade no Brasil,

pois as cidades-polo estão cada vez mais absorvendo moradores das cidades menores e vizinhas.

Assim, a construção de novas estruturas urbanas é uma realidade pela qual observa-se o

crescimento constante dos municípios-polo do Brasil. O papel da construção civil está

diretamente ligado com o bem-estar da população, abrangendo também princípios de cidadania

como inclusão social e divisão ente espaços particulares e públicos (MIKAIL, 2013).

Porém, as dificuldades para a implantação da construção civil são diversas, como:

troca constante de trabalhadores (alto índice de flutuação, principalmente em grandes obras),

baixo grau de escolaridade de muitos funcionários da base (muito são analfabetos ou

analfabetos funcionais), prazo da obra variável (alguns tem prazos curtíssimos e outros se

estendem muito), quantidade de funcionários (existem canteiros como o de loteamentos,

hidrelétricas, pontes com milhares de funcionários), localização da obra (algumas obras ficam

em áreas ermas ou localizadas próximas a cidades pequenas), dificuldades construtivas

diversas, dentre outras (COSTA, 2016).

Para garantir uma melhoria e qualidade da construção civil, as Normas

Regulamentadoras (NRs) foram criadas a partir da Lei nº 6.514 de 1977. A lei alterou o Capítulo

V do Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativas à Segurança e Medicina

do Trabalho. As NRs foram aprovadas pela Portaria n° 3.214, em 08 de junho de 1978. As NRs

foram criadas para dar um formato final nas leis de Segurança do Trabalho. Foram feitas em

capítulos para facilitar, normatizar e unificar as normas de segurança brasileiras (CAMPINED,

2017).

Para a implantação da construção civil tem-se algumas NRs a serem seguidas, mas

para implantação de canteiros deve-se seguir a NR-18.

A NR 18 foi uma das 28 normas regulamentadoras publicadas pela Portaria nº

3.214, de 08 de junho de 1978. Nesse início, era voltada para "obras de construção, demolição

e reparos". A primeira modificação dessa NR ocorreu em 1983. Mais de 10 anos depois, com o

avanço da tecnologia e das relações de trabalho, a então Secretaria de Segurança e Saúde no

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Trabalho - SSST iniciou um processo de revisão. Assim, em junho de 1994, um Grupo Técnico

de Trabalho começou a reformulação da norma sob a coordenação da Fundacentro. O projeto

foi à consulta pública e uma comissão analisou as mais de três mil sugestões recebidas. Chegou-

se a um novo texto, submetido à Reunião Tripartite e Paritária, realizada em Brasília/DF, entre

15 e 19 de maio de 1995. Nessa discussão, foi aprovado o texto final, publicado no Diário

Oficial da União de 7 de julho de 1995, com o nome de "Condições e Meio Ambiente de

Trabalho na Indústria da Construção" (FUNDACENTRO, 2015).

Este estudo apresentará a elaboração de um PCMAT – Programa de Condições e

Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – para uma obra a ser realizada no

bairro Praia Comprida no município São José/SC.

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

Implantação de um PCMAT para uma construção a ser realizada em São José – SC.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Será que a implantação de um PCMAT garante a qualidade do trabalho para os

operários da construção em análise?

1.3 JUSTIFICATIVA

Normas regulamentadoras, como a NR 18, são citadas na Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT) e se aplicam tanto para o empregador quanto para o empregado. Assim, para

as empresas, o não cumprimento dessas diretrizes pode levar às responsabilidades de ordem:

• Administrativa: multas, embargo ou interdição da obra;

• Trabalhista e previdenciária: pode envolver o pagamento de adicionais de

insalubridade e periculosidade, ação civil pública, etc.;

• Tributária: como o aumento da alíquota do SAT/FAP (Seguro de Acidente do

Trabalho / Fator Acidentário de Prevenção);

• Civil e criminal.

De acordo com a NR-18, o PCMAT é obrigatório nos estabelecimentos com 20

(vinte) trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos na norma citada e outros dispositivos

complementares de segurança.

Page 15: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

14

Seguindo a determinação da NR-18 o construtor também pode obter os seguintes

benefícios:

• Seguir a NR leva a um trabalho com menos risco de ações indenizatórias;

• Permite reduzir gastos com o SAT (Seguro Acidente do Trabalho);

• Atender aos requisitos da norma é uma proteção para a imagem da empresa;

• Garante maior controle dos perigos e riscos de acidentes na construção civil. Isso

resulta em melhoria na produtividade e otimização de recursos.

A prevenção de acidentes de trabalho evita inúmeras despesas pessoais e

patrimoniais, incluindo indenizações por acidentes que podem ser bastante expressivas.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é implantar um PCMAT em uma construção em São José-

SC para que a mesma obtenha uma melhor qualidade produtiva e operacional tanto para os

profissionais que irão acompanhar o processo construtivo como para a empresa responsável

pela construção.

1.4.2 Objetivos Específicos

- Descrever as recomendações da NR-18 para a elaboração de um PCMAT;

- Levantar os riscos ambientais;

- Elaborar o PCMAT.

1.5 METODOLOGIA

Quanto à natureza é aplicada, pois trata-se da implantação de um programa proposto

pela NR-18 em local específico, não sendo possível a reutilização do mesmo em qualquer outra

construção sem a verificação e entendimento das suas condições.

Com relação ao problema é uma pesquisa de cunho qualitativo que segundo

Goldenberg (1997, p. 34): “é uma pesquisa que não se preocupa com

a representação numérica, mas sim com a compreensão do tema” e, quantitativa que segundo

esclarece Fonseca (2002, p. 20), os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados.

Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os

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15

resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da

pesquisa.

Já, quanto aos objetivos é uma pesquisa descritiva que segundo Silva e Menezes

(2000, p. 21):

A pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população ou

fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas

padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em

geral, a forma de levantamento.

Quanto aos procedimentos técnicos, esta pesquisa

se enquadra em três tipos, bibliográfica, experimental e estudo de caso. Bibliográfica, pois é

um dos pontos desta que é um levantamento de referências

teóricas já existentes, e publicadas por outros autores (FONSECA, 2002, p. 32). Todas as

pesquisas se iniciam com este modelo de pesquisa, podendo ser somente esse ou misturados

como o caso desta.

Experimental, pois segue um planejamento rigoroso, que consiste em determinar o

objetivo de estudo, selecionar o que é capaz de influenciar e observar todos os pontos

importantes (GIL, 2007).

E o último tipo do ponto de vista de procedimentos técnicos é estudo de caso, pois

se caracteriza pela investigação em campo para levantamento e coleta de dados (FONSECA,

2002).

Este trabalho utiizará o procedimento de estudo de caso pois aplicará os requisitos

da NR 18 em uma construção a ser realizada na cidade de São José-SC.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de conclusão de curso é composto de quatro capítulos.

O capítulo um faz uma introdução ao trabalho, explanando o porquê

da importância dele, assim como sua justificativa e objetivos. Explica, ainda, como será feito o

trabalho no decorrer do restante.

O segundo capítulo possuirá o referencial teórico que contemplara um breve

histórico sobre a construção civil no país, os riscos de acidentes em canteiros de obra, as normas

regulamentadoras existentes em vigor e sobre a norma regulamentadora 18.

Page 17: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

16

O capítulo três apresenta o estudo de caso, descrição da obra em estudo, em que

fase ela se encontra, o que está sendo seguido relacionado à segurança e saúde no ambiente de

trabalho.

No quarto capítulo serão apresentadas todas as etapas da elaboração do PCMAT

realizado seguindo as recomendações da NR 18 na obra a ser implantada.

E, finalmente, as considerações finais do presente estudo.

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17

2 REFERENCIAL TEORICO

2.1 RISCOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A construção civil oferece muitos riscos. A afirmação vale tanto para as

construtoras quanto para os colaboradores. Há riscos dos mais variados envolvidos em todos os

processos. A execução da obra, por exemplo, apresenta risco de acidentes aos funcionários.

Dentro do escritório, os riscos são financeiros, como, por exemplo, na contratação de prestação

de serviços. Mas, embora a atividade de construção civil apresente muito riscos, é possível

evitar a maior parte deles (SINGE, 2017).

Afinal, quando um colaborador trabalha em um ambiente seguro e confiável, seu

rendimento pode ser ainda maior. Como benefício, se evita problemas graves para o trabalhador

e a empresa.

A indústria da Construção Civil é um dos setores mais importantes da economia do

Brasil. Entretanto, é muito dependente de mão de obra. Com isso, consequentemente, os

acidentes de trabalho nos canteiros de obra apresentam números bastante significativos.

Alguns fatores contribuem para a incidência de acidentes no local de trabalho. Os

sete riscos mais comuns são, de acordo com informações extraídas do sítio virtual da Mongeral

Aegon (2019):

• Desorganização: parece bobagem, mas a falta de organização no canteiro de

obras oferece muitos riscos aos colaboradores. Os problemas se concentram principalmente na

circulação de pessoas e no armazenamento de equipamentos e materiais;

• Falta de atenção: o canteiro de obras exige muita concentração e foco dos

colaboradores. Ao se distrair um funcionário pode se ferir ou causar um acidente com outro

colega de trabalho;

• Queda de Materiais: muito comum no canteiro de obras, a queda de materiais

pode causar acidentes graves. Por isso, é importante lembrar que seus colaboradores devem

seguir as NRs e utilizar os EPIs e EPCs;

• Choques Elétricos: nas tarefas que envolvem energia elétrica, a recomendação

principal é que: este trabalho seja feito por profissional qualificado, com todos os equipamentos

de segurança necessários;

• Queda de altura: para os colaboradores que exercem trabalho em altura acima de

dois metros é extremamente importante utilizar equipamentos de segurança. Tais como: cintos

paraquedistas ou dispositivo de sistemas de ancoragem;

Page 19: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

18

• Falta de Sinalização: ao sinalizar de maneira correta e clara o seu canteiro de

obras, informa-se aos colaboradores os riscos presentes em cada área da construção. Isso pode

evitar acidentes. Use de placas, barreiras, fitas zebradas e outros métodos de sinalização;

• Manuseio de Ferramentas: muitos acidentes na construção civil acontecem

porque o colaborador não sabia utilizar uma ferramenta e nem sobre os riscos que ela poderia

oferecer pelo mal-uso. Dar treinamento aos colaboradores e se certeza de que eles sabem

exatamente o que estão fazendo.

Além dos fatores de riscos apontados acima também se pode classificá-los da

seguinte maneira:

• Físicos: energias com as quais o colaborador terá contato, tais como: ruídos,

umidade, pressão, temperatura, entre outros;

• Químicos: agentes que podem ser inalados pelo funcionário, como poeira e

vapor;

• Biológicos: bactérias, fungos ou parasitas que podem atingir o operário;

• Ergonômicos: situações que podem causar desconforto no colaborador, como

movimentos repetitivos e monotonia;

• Acidentes: qualquer fator que coloque o trabalho em riscos de acidentes,

afetando sua integridade física (BRASIL, 2016).

Os riscos encontrados em um canteiro de obras podem ser de todas as naturezas

citadas acima e para analisar e evitar estes riscos tem-se a NR18 que dá todos os parâmetros

necessários para que o canteiro seja considerado seguro e apropriado para seu devido fim.

2.2 NORMAS REGULAMENTADORAS

Normas Regulamentadoras (NRs) são orientações trabalhistas sobre procedimentos

obrigatórios relacionados à saúde e à segurança do empregado. Ao todo são 37 Normas que as

empresas devem seguir para atuar dentro da legalidade. Cada uma possui seus próprios

parâmetros de regulamentação, com o objetivo de prevenir acidentes e doenças provocadas pelo

trabalho.

As NRs servem como um norte, uma bússola que orienta as ações dos empregadores

para tornar os ambientes mais saudáveis e seguros. Elas promovem e preservam a integridade

física do trabalhador, estabelecem a regulamentação da legislação pertinente à segurança e

Page 20: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

19

medicina do trabalho, além de instituir políticas sobre esses assuntos dentro das empresas

(ÁREA SST, 2019).

A primeira vez que o termo foi utilizado foi no artigo 200 da Consolidação das Leis

do Trabalho (CLT), com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. A

aprovação das primeiras NRs, porém, só foi realizada em 1978, quando o então Ministério do

Trabalho e Emprego (antigo nome da pasta) decidiu padronizar, fiscalizar e fornecer

informações sobre os procedimentos básicos das empresas. A princípio eram apenas 28 Normas

Regulamentadoras, mas hoje este número está quase na casa dos 40 (ÁREA SST, 2019).

Todas as empresas que possuem empregados sob o regime da CLT devem seguir

as Normas Regulamentadoras. Isso inclui empresas privadas e públicas, órgãos públicos da

administração direta e indireta e também os órgãos dos poderes legislativo e judiciário (ÁREA

SST, 2019).

Segundo a CLT, cabe ao ministério do Trabalho a elaboração das Normas

Regulamentadoras. A Portaria nº 1.127, de 2 de outubro de 2003, determina que elas serão

elaboradas seguindo um sistema tripartite paritário, formado por representantes do Governo,

dos trabalhadores e dos empregadores, os três com o mesmo peso de decisão. Para criar uma

NR, é necessário observar as seguintes necessidades:

• Demandas da sociedade;

• Necessidades apontadas pela inspeção do trabalho;

• Compromissos internacionais;

• Estatísticas de acidentes e doenças (ÁREA SST, 2019).

O processo para criação de uma Norma Regulamentadora precisa seguir alguns

passos:

1. Definição dos temas a serem discutidos;

2. Elaboração do texto técnico básico;

3. Publicação do texto técnico básico no Diário Oficial da União (DOU);

4. Instalação do Grupo de Trabalho Tripartite (GTT);

5. Aprovação e publicação da Norma no DOU.

Com a evolução dessas normas, elas sofreram muitas modificações, sempre

pensando em aumentar a prevenção e proteção ao trabalhador. Mas, verificou-se que as

normas contidas na Portaria nº 3.214/1978 não abrangiam todos os requisitos e necessidades

para se ter essa total segurança para os trabalhadores. Assim, com o passar dos anos foram

surgindo novas NRs, totalizando nos dias de hoje 37, como se pode analisar no quadro 1.

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20

Quadro 1 – Normas regulamentadoras de Segurança

Normas Regulamentadoras Descrição

NR – 1 Disposições Gerais

NR – 2 Inspeção Prévia

NR – 3 Embargo ou Interdição

NR – 4 Serviços Especializados em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho

NR – 5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

NR – 6 Equipamento de Proteção Individual – EPI

NR – 7 Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional

NR – 8 Edificações

NR – 9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

NR – 10 Segurança em Instalações e Serviços de

Eletricidade

NR – 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e

Manuseio de Materiais

NR – 12 Segurança no Trabalho em Máquinas e

Equipamentos

NR – 13 Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulação

NR – 14 Fornos

NR – 15 Atividades e Operações Insalubres

NR – 16 Atividades e Operações Perigosas

NR – 17 Ergonomia

NR – 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Industria da Construção

NR – 19 Explosivos

NR – 20 Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis

e Combustíveis

NR – 21 Trabalhos a Céu Aberto

NR – 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

NR – 23 Proteção Contra Incêndios

NR – 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais

de Trabalho

NR – 25 Resíduos Industriais

NR – 26 Sinalização de Segurança

NR – 27 Registro Profissional do Técnico de Segurança

do Trabalho (Revogada)

NR – 28 Fiscalização e Penalidades

NR – 29 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde

no Trabalho Portuário

NR – 30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

NR – 31

Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,

Pecuária, Silvicultura,

Exploração Florestal e Aquicultura

NR – 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Serviço de

Saúde

Page 22: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

21

NR – 33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços

Confinados

NR – 34

Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Industria de Construção, Reparação

e Desmonte Naval

NR – 35 Trabalho em Altura

NR – 36

Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de

Abate e Processamento de

Carnes e Derivados

NR – 37 Segurança e Saúde em Plataforma de Petróleo

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (2019).

Como pode ser analisada no Quadro 1, existem 10 NR que podem ser utilizadas

na indústria da construção, são elas: NR 8, 10, 11, 12, 17, 18, 23, 24, 26 e 35. Dentre essas tem

uma que se destaca, pois é a que abrange as prescrições para organização do trabalho,

equipamentos, áreas de produção e convivência, num grande nível de detalhamento para a

proteção e segurança do trabalhador do setor, que é a NR18 – Condições e Meio Ambiente de

Trabalho na Industria da Construção (FERREIRA, 2005). Tendo em vista que ela é a única

totalmente específica para a área, torna-se a principal legislação brasileira para regulamentar a

segurança e condições de trabalho no setor (SIMÕES, 2010).

2.3 NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO

NR 18 é a Norma Regulamentadora 18, que estabelece diretrizes de ordem

administrativa, de planejamento e de organização para implementação e controle de medidas

de segurança na indústria da construção civil. Especificamente, através do PCMAT.

Além de abordar questões próprias e específicas da atividade da construção civil,

como escavações, demolições, soldagem, corte, telhados, dentre muitos outros, a NR 18 ainda

descreve as instruções para outras situações relacionadas ao canteiro de obras, como os

alojamentos e áreas de vivência para os trabalhadores, proteção contra incêndios, entre outros.

A construção civil é um dos setores da economia que mais emprega mão de obra,

porém também é um dos que mais registra acidentes.

De acordo com as estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT,

2018), dos aproximadamente 355 mil acidentes fatais que acontecem anualmente no mundo,

pelo menos 60 mil ocorrem nas atividades da construção civil.

Page 23: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

22

As causas dos acidentes são as mais diversas, e dentre elas podemos destacar as

mais representativas: quedas de pessoas e materiais, choques elétricos e soterramentos (ÁREA

SST, 2018).

A alta taxa de rotatividade do setor, associada a um baixo nível de formação –

inclusive com muitos trabalhadores analfabetos (apesar deste cenário estar mudando nos

últimos anos) – ajuda a agravar o quadro e dificultar a resolução.

Isso especialmente porque os trabalhadores muitas vezes não são adequadamente

treinados para a prevenção, apesar da norma ser consideravelmente rigorosa neste aspecto.

A OIT considera que a prevenção de acidentes de trabalho nas obras exige enfoque

específico, tanto pela natureza particular do trabalho de construção como pelo caráter

temporário dos centros de trabalho (obras) do setor (ÁREA SST, 2018).

Esse enfoque específico, no âmbito das Normas Regulamentadores, é

aplicado justamente na NR 18, sem prejuízo de outras normas regulamentadoras ou legislações

federais, estaduais ou municipais aplicáveis (CHAVES, 2015).

A NR18 ao todo já teve 22 atualizações. A última atualização realizou-se no ano de

2015. A norma hoje é separada em 39 itens, sendo o 32 revogado em 2011 (BRASIL, 2015),

sendo eles listados na tabela a seguir.

Tabela 2 – Itens da NR18

Item Descrição Item Descrição

18.1 Objetivo e Campo de Aplicação 18.2 Comunicação Prévia

18.3

Programa de Condições e Meio Ambiente

de

Trabalho na Indústria da Construção -

PCMAT

18.4 Áreas de Vivência

18.5 Demolição 18.6

Escavações, Fundações e

Desmonte de

Rochas

18.7 Carpintaria 18.8 Armações de Aço

18.9 Estruturas de Concreto 18.10 Estruturas Metálicas

18.11 Operações de Soldagem e Corte a Quente 18.12 Escadas, Rampas e Passarelas

18.13 Medidas de Proteção contra Quedas de Altura

18.14

Movimentação e Transporte de

Materiais e

Pessoas

18.15 Andaimes e Plataformas de Trabalho 18.16 Cabos de Aço e Cabos de Fibra

Sintética

18.17 Alvenaria, Revestimentos e Acabamentos 18.18 Telhados e Coberturas

18.19 Serviços em Flutuantes 18.20 Locais Confinados

Page 24: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

23

18.21 Instalações Elétricas 18.22

Máquinas, Equipamentos e

Ferramentas

Diversas

18.23 Equipamentos de Proteção Individual 18.24 Armazenagem e Estocagem de

Materiais

18.25 Transporte de Trabalhadores em Veículos

Automotores 18.26 Proteção Contra Incêndio

18.27 Sinalização de Segurança 18.28 Treinamento

18.29 Ordem e Limpeza 18.30 Tapumes e Galerias

18.31 Acidente Fatal 18.32 Dados Estatísticos (Revogado

em 2011)

18.33

Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes

CIPA nas empresas da Indústria da

Construção

18.34

Comitês Permanentes Sobre

Condições e

Meio Ambiente do Trabalho na

Indústria da

Construção

18.35

Recomendações Técnicas de

Procedimentos

RTP

18.36 Disposições Gerais

18.37 Disposições Finais 18.38 Disposições Transitórias

18.39 Glossário

Fonte: NR18 (2015)

Neste estudo abordar-se-á o item 18.3 - Programa de Condições e Meio Ambiente

de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT e seus subitens.

2.3.1 PCMAT – Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria de

construção

O PCMAT é regulamentado pela Norma Regulamentadora 18 (NR 18) através da

Portaria nº 3.214 de 1978. É um programa que estabelece procedimentos de ordem

administrativa, de planejamento e de organização que objetivam a implantação de medidas de

controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente

de trabalho na Indústria da Construção.

Resumindo, o PCMAT dita uma série de medidas de segurança a serem adotadas

durante o desenvolvimento da obra. Esses procedimentos de segurança visam antecipar os

riscos para que possam ser definidos nas estratégias para evitar acidentes de trabalho e o

aparecimento de doenças ocupacionais.

Page 25: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

24

Segundo o item da NR 18.3.1 toda construção que terá pico de 20 trabalhadores ou

mais deve elaborar o PCMAT e adotar as medidas de prevenção contidas nele. Para obras com

19 trabalhadores ou menos é necessário o PPRA.

A NR 18 no seu item 18.3.2 diz que o PCMAT deve ser elaborado por profissional

legalmente habilitado na área de segurança do trabalho.

O PCMAT deve ser elaborado antes do início das atividades. Ele contempla os

riscos de todas as etapas da obra e, por isso, não tem validade definida. Periodicamente o

PCMAT deve passar por uma reavaliação global. Na reavaliação deve ser observado seu

desenvolvimento, e também se ele está atendendo plenamente o objetivo para o qual foi

elaborado. Se houver necessidade, devem ser feitos ajustes necessários estabelecendo novas

metas e prioridades de segurança.

Page 26: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

25

3 ESTUDO DE CASO – ELABORAÇÃO DO PCMAT

3.1 CAMPO DE PESQUISA

Este PCMAT será elaborado para uma obra de médio padrão localizada no bairro

Praia Comprida próximo ao centro histórico do município de São José/SC. A construção será

composta por apenas uma torre com três pavimentos de subsolo, térreo e sete pavimentos tipo.

Sendo os três pavimentos de subsolo com garagens, o pavimento térreo como hall, área de lazer

3 salas comerciais e sete pavimentos de apartamentos. Para cada pavimento tipo ter-se-á 12

(doze) apartamentos totalizando 84 (oitenta e quatro) apartamentos. A área total do terreno é de

2.451,51m² e a área total construída 15.121,94m².

A obra tem um prazo de execução previsto para três anos e meio, do início dos

trabalhos no terreno até o fim. Este prazo não considera o tempo de projeto, licenças para o

início da obra e o processo de habite-se (Figura 1).

Figura 1: Obra a ser construída no bairro Praia Comprida, no município de São José/SC (1)

Fonte: Dados primários (2019)

Page 27: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

26

O programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria de construção –

PCMAT desta construção será elaborado antes do início da referida construção. O canteiro de

obra será dividido em três etapas tendo em vista a geometria do terreno e o planejamento de

construção. Portanto, o primeiro canteiro será provisório com instalação de contêineres até o

final da etapa de concretagem da primeira laje do subsolo 01. Após a desforma dos pilares e o

início dos pilares do pavimento subsolo 02 o canteiro da obra deverá migrar para o subsolo 01.

E, a terceira etapa de mudança do canteiro será quando o pavimento térreo já estiver em

condições para receber o mesmo.

A obra demandará de um número expressivo de funcionários tendo em vista suas

dimensões. A construtora manterá uma equipe técnica básica na obra e o restante será divido

por tipo de serviço com empresas especializadas.

A construtora contará com 07 funcionários registrados em CLT que serão os

seguintes: um engenheiro, um mestre de obras, um encarregado, um almoxarife, um pedreiro e

dois serventes. Existem mais quatro empresas neste projeto, a subcontratada A tem 20

empregados e as subcontratadas B, C, D e E que possuem de dois a cinco empregados. Essas

quatro últimas são encarregadas pela elétrica, hidráulica, operação de máquina, revestimento e

pintura enquanto a primeira é responsável pelo restante das operações.

Ao todo são 47 empregados trabalhando diretamente na obra, além da parte

administrativa que é feita pela administração geral da construtora e não fica no canteiro, mas

no escritório central. (Figura 2)

Figura 2: Obra a ser construída no bairro Praia Comprida, no município de São José/SC (2)

Fonte: Dados primários (2019)

Page 28: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

27

3.2 PCMAT

Este PCMAT refere-se ao canteiro da obra do edifício Mirante da Praia, localizada

no município de São José – SC.

A NR-18 (Norma Regulamentadora de Segurança e Medicina do Trabalho do MTE

“Ministério do Trabalho e Emprego”) no seu item 18.3.1.2 referente às obras de construção

civil exige a elaboração deste Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Indústria da Construção (PCMAT), para obras com 20 ou mais trabalhadores, para definir quais

as medidas de controle de segurança do trabalho necessárias para prevenir acidentes do

trabalho.

Neste PCMAT entende-se como “TRABALHADORES” todas as pessoas que

adentrarem ao canteiro de obras para executarem quaisquer tipos de serviços permanentes,

intermitentes ou eventuais, independentemente do tipo de vínculo empregatício!

Os principais objetivos deste projeto de segurança do trabalho descrito neste

PCMAT são:

• Garantir, através da implementação de ações preventivas, a integridade física e

a saúde de Todos Trabalhadores desta construção, funcionários diretos e terceirizados,

fornecedores, contratadas, empreiteiras, visitantes e demais pessoas que atuam mesmo que

eventualmente no canteiro de obras;

• Estabelecer um sistema de gestão em Segurança do Trabalho com atribuições e

responsabilidades à equipe que administrará a obra;

• Informar aos trabalhadores, aos proprietários e responsáveis pela execução da

obra e as Contratadas (Terceirizadas), as medidas de prevenção de acidentes do trabalho que

devem ser implementadas antes da execução de qualquer das atividades de construção neste

canteiro de obras;

• Preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores e a proteção do meio

ambiente e dos recursos naturais, conforme estabelece o PPRA (programa de prevenção dos

riscos ambientais) da NR-9 do MTE, e o requisito 18.3.1.1 da NR-18;

• Atender a Legislação Previdenciária e ser um Demonstrativo Ambiental para o

MPAS conforme a IN/DC no 99/2003 e INSS/PRES No 20, de 10/10/2007 suas alterações

posteriores e assim subsidiar a indicação dos Registros Ambientais para elaboração do PPP

(perfil profissiográfico profissional).

Page 29: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

28

3.2.1 Documentos que integram o desenvolvimento deste PCMAT

• Layout inicial do canteiro de obras, contemplando, inclusive, previsão de

dimensionamento das áreas de vivência;

• Avaliação dos riscos ambientais de todas atividades de cada etapa da obra;

• Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e

operações;

• Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;

• Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e

doenças do trabalho, com sua carga horária.

• Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT para

controlar os riscos ocupacionais.

3.2.2 Metas e prioridades

• Fornecer aos responsáveis legais e equipe de chefia da obra informações técnicas

para a segurança no trabalho de todos trabalhadores e suas atividades;

• Oferecer subsídios ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -

PCMSO para planejamento de avaliações médicas direcionadas à identificação e quantificação

de eventuais alterações do estado de saúde do trabalhador, preferentemente ainda em estágios

sub - clínicos.

3.2.3 Estratégia e metodologia de ação

Para elaboração e desenvolvimento deste PCMAT a obra foi dividida em etapas e

identificados e analisados os Riscos ocupacionais das respectivas atividades que a compõem,

indicando também as medidas ações de prevenção de acidentes do trabalho/atividade e função

do trabalhador.

Portanto, consideram-se etapas do Desenvolvimento deste PCMAT:

• Reconhecimento dos riscos ambientais de natureza Física, Química, Biológica,

Ergonômica e Mecânico (Acidentes);

• Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

• Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

Page 30: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

29

• Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;

• Monitoramento da exposição aos riscos;

• Registro e divulgação dos dados.

O Reconhecimento dos riscos ambientais conterá as seguintes etapas, quando

aplicáveis:

• A sua identificação;

• A determinação e localização das possíveis fontes geradoras;

• Identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no

ambiente de trabalho;

• Identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;

• Caracterização das atividades e do tipo de exposição;

• A obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível

comprometimento da saúde decorrente do trabalho;

• Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na

literatura técnica.

3.2.4 Responsabilidades

As responsabilidades do empregador, empregados e demais agentes envolvidos

deverão estar em conformidade com os itens 9.4 e 9.5 da NR-09.

3.2.5 Definição do GHR (grupos homogêneos de risco)

Serão consideradas como de um mesmo GHR ou GHE (grupo homogêneos de

Exposição) aquelas funções que correspondem a um grupo de trabalhadores que experimentam

exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte

do grupo seja representativo da exposição de todos os trabalhadores que compõem o mesmo

grupo (OLIVER, 2019).

Os principais GHR deste canteiro de obras serão: almoxarife, engenharia, mestre

de obra, serventes de apoio, equipe de betoneira, equipe de carpintaria, equipe de armação,

equipe de estaqueamento, operador de guincho de coluna, operador de serra-circular, operador

de policorte, pedreiros gerais, pedreiros da fachada, eletricistas, encanadores, instaladores de

gesso, instaladores de forros, instalação de ar condicionado, pintores, etc.

Page 31: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

30

3.2.6 Metodologia e equipamentos dos levantamentos e avaliações ambientais

O levantamento e avaliação ambiental para fins ocupacionais serão realizados

conforme:

• A metodologia e os procedimentos de avaliação dos agentes nocivos

estabelecidos pelas Normas de Higiene Ocupacional - NHO da fundacentro;

• Os limites de tolerância estabelecidos pela NR-15 do MTE e na ausência destes

os valores limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH - American Conference of

Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação

coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos.

Os equipamentos e instrumentos disponíveis para as avaliações ambientais

quantitativas são:

• Audiosímetro de Ruído: marca INSTRUTHERM, modelo DOS-600, no de

série/código de barras 120500397;

• Luxímetro Digital: modelo THDL marca INSTRUTHERM, No de Série

11090441

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA E DOS EMPREGADORES

3.3.1 Proprietário e construtora

Proprietário/Incorporador: XYZ Construtora e Incorporadora Ltda.

Construtora ou Gestora/Administradora Técnica: ABC Construtora e Incorporadora Ltda

Endereço Fiscal/Telefone: Rua Alfabeto, Praia Comprida – São José/SC

CNPJ: 00.000.000/0001-00

3.3.2 Especificações da obra

Nome do Empreendimento: Mirante da Praia

Endereço/CEP: Rua Luiz Fagundes, Praia Comprida – São José/SC

CEI do INSS: não possui

Características da Edificação: residencial com 01 torres, 84 unidades de apartamentos, 03

unidades de sala comercial, 01 pavto. Térreo, 01 pavto. Garagem 1, 01 pavto. Garagem 2, 01

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31

pavto. Garagem 03, 06 pavtos. Tipos, 01 pavimento Ático.

Área Construída: 15.121,94 m2

Resp. Técnico/da Obra e Registro do Crea SC: Leandro Fernandes da Silva – CREA

092.411-0

Localização da obra

3.3.3 Condições ambientais do canteiro de obra

• Á céu aberto com os trabalhadores expostos às intempéries nas etapas de

fundação, acabamentos externos, fachadas, ático, reservatório, e outros externos;

• Em ambiente semi-aberto e protegido dentro das edificações nas etapas da

alvenaria/revestimentos internos, pisos, instalações; gesso, forros, revestimentos cerâmicos,

instalações de esquadrias, pinturas internas, e outros serviços internos.

Page 33: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

32

3.3.4 Planejamento da obra

Data de Início Prevista: outubro/2019

Data de Término Prevista: outubro/2022

Quantidade Máxima de Trabalhadores /Dia: 60

Jornada de Trabalho da Obra: Segunda à Quinta-Feira das 07h00min às 17h00min Sexta-

feira das 07h00min às 16h00min; Pausa para almoço de 1 hora.

3.3.4.1 O canteiro

A alocação do canteiro de obra será realizado em três etapas conforme croqui, onde

tem-se além da projeção da planta da obra, a alocação da área de vivência.

3.3.4.2 Área de vivência

a) Instalações sanitárias

As instalações sanitárias provisórias, estarão dimensionadas adequadamente para

atender ao número máximo previsto de trabalhadores (60). Os sistemas construtivos serão

padronizados, assegurando a durabilidade às instalações.

b) Banheiros

Os banheiros serão constituídos de lavatórios, vaso sanitário, mictório tipo calha,

chuveiros plásticos, seguindo o estipulado na NR-18.4.2.4.

As características são:

• A ventilação será natural para o exterior através de aberturas (janelas) de

ventilação;

• As paredes divisórias com altura de 2,10 metros, sendo estas revestidas com

material cerâmico (sobras das obras) até uma altura de 1,50m;

• O piso será revestido com material cerâmico antiderrapante (sobra de obras);

• Cada compartimento contará com recipiente para papéis usados;

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33

• Papel higiênico ficará à disposição no almoxarifado, em compartimento

específico e ao alcance de todos os trabalhadores;

• Será realizada limpeza diária no início do expediente e às 13 horas.

c) Chuveiros

Características:

• Os chuveiros serão plásticos com água quente e fria, do tipo coletivo, aterrados

eletricamente;

• Haverá suporte para sabonete e cabide para toalha;

• O piso será provido de material emborrachado e retirado, freqüentemente, para

secagem;

• O piso terá caimento necessário para escoamento da água para a rede de esgoto.

d) Local de refeições

Características:

• Mesas com tampo forrado com material impermeável;

• Marmiteiro tipo banho-maria com capacidade para atender aos usuários;

• Lixeiras para resíduos;

• Limpeza realizada após o café-da-manhã e após o almoço, todos os dias.

e) Vestiário

Características mínimas:

• Com armários e bancos em número suficiente;

• Armários: estes armários serão confeccionados em madeira laminada,

numerados e com fechadura e cadeado. Não será permitida a guarda de bebida alcoólica nem

armas de qualquer natureza;

• Iluminação natural e artificial adequada.

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34

f) Instalações elétricas

Características mínimas:

• O quadro geral será aterrado, além de dispor de terminal neutro para alimentar

o sistema monofásico. Manter as portas do quadro fechadas para evitar que os funcionários

encostem nas partes energizadas (“vivas”) e não guardem roupas, garrafas ou outros objetos

dentro dele;

• Os fios e cabos serão extendidos de forma aérea e por locais que não atrapalhem

a passagem de pessoas máquinas e materiais;

• Sempre que se realizarem trabalhos próximos da rede externa elétrica, os

mesmos serão acompanhados por pessoa experiente para avisar quando houver risco de

acidente;

• A rede de distribuição nas instalações de apoio será protegida por eletrodutos

de PVC;

• Não será permitido o uso de gambiarras. Todas as conexões dos equipamentos

serão pelo conjunto “Plug/Tomada”;

• Todos os eletricistas receberão Ordens de Serviço específicas.

Page 36: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

35

3.4 PROCESSOS CONSTRUTIVOS DAS ETAPAS DA OBRA

Fase: implantação do canteiro

de obras Fase: revestimentos internos

• tapumes: chapa de

compensado plastificada.

• chapisco: no substrato das alvenarias será utilizado

mistura de cimento e areia grossa; e nos substratos de

concreto com chapisco colante.

• áreas de vivência: estrutura de

madeira, fechamento vertical

com chapas de compensado e

piso de madeira. demais locais

utilizando a estrutura de concreto

da edificação, com teto de

concreto, paredes de chapas de

compensado pintadas, piso de

concreto desempenado.

• fixação da alvenaria nos pilares: através de chapisco

rolado com argamassa colante e telas metálicas.

• argamassa para alvenaria e reboco: produzida em obra

com mistura de cimento, areia e “bianco”.

• alvenaria: em alvenaria de tijolo cerâmico de espessuras

de acordo com o projeto de arquitetura.

• encunhamento de fixação alvenaria nas vigas e/ou

lajes: em argamassa com aditivo tipo “expanssor” ou

similar.

• reboco de paredes internas: tipo paulista (1 camada de

massa); banheiros serão impermeabilizados com argamassa

polimérica.

• reboco de teto/forro: nas áreas internas haverá reboco,

nas áreas comuns utilizaremos forro tipo placas de gesso,

exceto nos subsolos.

fase: fachadas

• reboco das fachadas: aplicação de chapisco e argamassa

confeccionada na obra.

• acabamento das fachadas: predominantemente em

textura com pintura acrílica; parte em revestimento de

pastilha cerâmica.

fase: cobertura

• telhado: estrutura de telhado em madeira e telha de

fibrocimento, calhas impermeabilizadas com manta.

fase: acabamentos

• tetos, paredes e pisos: esquadrias de alumínio anodizadas

com persianas, vidros simples com alto fator de proteção solar, pisos cerâmicos e porcelanato, pintura em paredes

nas áreas frias, bancadas, peitoris e soleiras em granito,

portas/batentes com kit pronto, rodapés em madeira, massa-

corrida, pintura pva, pintura acrílica,

• instalações: sistema de condicionador de ar individual,

para-raios, elevadores, instalações elétricas- telefônicas-tv-

internet, etc..

Page 37: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

36

3.5 MATERIAIS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

• As máquinas e equipamentos elétricos serão aterrados adequadamente, a anel

de aterramento.

• Todos os operadores de máquinas e equipamentos receberão instruções via

Ordem de Serviço sobre os métodos mais seguros para cada operação.

3.5.1 Serra Circular (ver esquema nos anexos)

Somente será operada por funcionários qualificados, identificados e com o devido

EPI 3 em 1 (capacete, protetor facial e protetor auricular num só equipamento). Estes EPI’s

ficarão em compartimento próprio próximos da mesa da serra e ao alcance dos operadores.

Atenderá os seguintes requisitos mínimos:

• Coifa protetora;

• Empurradores;

• Caixa coletora de resíduos;

• Chave de ignição;

• Extintor tipo PQS;

• Aterrada eletricamente;

• Ficará sob cobertura;

• Quadros de aviso “Uso exclusivo de carpinteiro” e “Uso obrigatório de EPI”.

Alguns procedimentos básicos:

• Regularmente será verificado o disco de corte.

• Será esvaziada a caixa coletora de resíduos, principalmente no final do

expediente.

• Corte de cunhas somente em madeiras com mais de 30cm (trinta centímetros).

3.5.2 Pistola finca-pino

Somente será operada por funcionário habilitado e credenciado pela Administração

da Obra, deve ainda receber Ordem de Serviço.

Page 38: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

37

3.5.3 Elevador para transporte de funcionários

Será utilizado o elevador de cremalheira no canteiro de obra, devendo atender as

seguintes observações:

• O elevador de cremalheira obedecerá as especificações do fabricante para

montagem, operação, manutenção e desmontagem, e estará sob a responsabilidade de

profissional legalmente habilitado, com a emissão de ART;

• Os manuais de orientação do fabricante estarão na obra, para consulta.

Este elevador pode transportar materiais desde que não simultaneamente e com o

comando externo. Na obra dar-se-á prioridade ao transporte de pessoas.

3.5.4 Elevador de carga

Será operado por funcionário qualificado e devidamente identificado.

• O posto de trabalho, do operador, será isolado com paredes de madeira

compensada, inclusive com cobertura e porta com cadeado;

• Todas as partes móveis da força motriz serão protegidas;

• O sistema de comunicação será feito via campainha elétrica;

• A mesa do elevador será provida de sinalizador acústico, para ser acionado

durante sua movimentação;

• Em toda a extensão da obra e acompanhando a torre, será instalado o Tubo-fone;

• A cabina será fechada nas laterais e na parte posterior, por painéis até a altura da

cobertura basculante da mesa;

• Na altura das plataformas em contato com a torre do elevador, serão colocados

anteparos com no mínimo 1,80m envolvendo a torre, principalmnete nos locais de possíveis

contatos acidentais;

• Terá livro de manutenção periódica, assinado pelo responsável;

• Será feita inspeção diária visual pelo operador verificando as condições do cabo

de aço, mesa do elevador, campainha, tubo-fone, fim de curso e freios;

• Toda e qualquer irregularidade será comunicada pelo operador imediatamente

ao mestre-de-obra e ao responsável pela Administração da obra;

• Será sinalizado com os avisos “capacidade máxima”, “proibido transporte de

pessoas”;

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38

• “ Não coloque a cabeça no Poço do elevador” em todas as lajes, próximo à torre;

• A torre do elevador será revestida com tela nas faces laterais e posterior, até dois

metros acima da última parada, para proteção contra a queda de materiais além de seus limites;

• A torre será afastada da beirada da laje no máximo 20cm;

• O acesso à torre do elevador terá cancela, afastada a um metro da borda da laje.

3.5.5 Grua

Este equipamento de guindar atenderá às seguintes orientações:

• A ponta de lança e o cabo de aço ficarão afastados, no mínimo, a três metros de

qualquer obstáculo e terá afastamento da rede elétrica conforme orientação da CELESC;

• O primeiro estaiamento da torre fixa ao solo será no oitavo elemento e a partir

daí de cinco em cinco elementos;

• Sempre que o equipamento de guindar não estiver em operação, a lança será

colocada em posição de descanso;

• Não será realizado trabalho sob intempéries desfavoráveis (principalmente em

prenúncio de chuva, durante a chuva, e ventos fortes), que exponham a risco aos colaboradores

da área, e principalmente terceiros;

• A grua estará aterrada eletricamente, e se necessário, disporá de pára-raios

situado a dois metros acima da ponta mais elevada da torre;

• O moitão necessariamente disporá de trava de segurança;

• As áreas de carga e descarga serão convenientemente delimitadas, permitindo o

acesso às mesmas somente ao pessoal envolvido na operação;

• A grua disporá de alarme sonoro que será acionado pelo operador sempre que

houver movimentação de carga;

• Outras orientações para operação deste equipamento serão realizadas em

conformidade com as recomendações do fornecedor do equipamento;

• As áreas de carga e descarga, dentro do raio de ação da lança serão

constantemente vigiadas e isoladas de forma a prevenir acidentes. O responsável será designado

pelo engenheiro da obra. A comunicação do vigilante com o operador da grua será

necessariamente via rádio.

Page 40: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

39

3.5.6 Andaimes

Além das orientações do fornecedor dos andaimes, serão consideradas as seguintes

observações:

• A montagem, movimentação e desmontagem dos andaimes, será supervisionada

pelo técnico de Segurança da obra para evitar riscos de acidentes, principalmente com redes

elétricas e queda de componentes, que possam atingir não somente aos trabalhadores da obra,

como a pedestres;

• O andaime suspenso disporá de sistema guarda-corpo e rodapé, inclusive nas

cabeceiras;

• Todos os andaimes suspensos serão numerados, e no livro da obra registrado o

nome da(s) pessoa(s) que estiverem nesses equipamentos diariamente;

• Deve ser feita verificação diária das condições dos cabos de sustentação,

assoalho e do cabo guia de segurança, dos balancins;

• Os andaimes fachadeiros fixos, se utilizados, disporão de tela de proteção, desde

a primeira plataforma de trabalho até pelo menos dois metros acima da última plataforma;

• Após o uso dos andaimes suspensos, devem ser devidamente ancorados à

estrutura do prédio.

3.5.7 Betoneiras

Serão utilizadas betoneiras com carregador e misturador, operadas apenas por

funcionário qualificado, identificado como tal e com os EPI’s necessários (ver planilha EPI X

Função). A betoneira obedecerá os seguintes requisitos mínimos:

• Ficará sob cobertura;

• Terá sua área isolada com barreira ou cancela;

• Seus componentes serão revisados periodicamente (proteções na transmissão de

força principalmente);

• Limpeza do equipamento somente no final do expediente e com o equipamento

desligado, colocando sempre um calço de suporte na caçamba.

Page 41: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

40

3.5.8 Bob-cat

Será operado por funcionário habilitado e identificado. Durante os serviços os

cuidados serão os mesmos do trator comum. Nos serviços realizados no subsolo deve-se utilizar

máscara contra gases e abafador de ruído. O Bob-cat deverá trabalhar com giroflex e cabina em

perfeito estado.

3.5.9 Ferramentas

O Almoxarifado disporá de todas as ferramentas necessárias à etapa da obra. Caso

algumas ferramentas, equipamentos, instrumentos ou similares precisem ser alugados, os

mesmos deverão acompanhar garantia explicitada em documento próprio, de funcionamento e

de manutenção realizada nos equipamentos alugados.

• Antes da saída (das ferramentas) do almoxarifado será verificado o

funcionamento da máquina ou equipamento. Verificação visual;

• Serão periodicamente vistoriadas todas as ferramentas e equipamentos de apoio,

nas suas proteções, estado, fiação elétrica e outros considerados necessários e recomendados

pelos fabricantes;

• Se a ferramenta requerer EPI específico, o responsável do almoxarifado

entregará a Ferramenta e o EPI obrigatoriamente. (Ex. entalhadora é óculos de segurança);

• Especial atenção para a pistola de fixação à pólvora. Deve ser verificado

principalmente o bocal protetor e seguir as instruções do fabricante. O operador

obrigatoriamente usará abafador de ruído e será submetido às avaliações constantes de

audiometria pelo serviço médico do SESI/SC.

3.6 SINALIZAÇÃO

3.6.1 Interna

Toda a obra será sinalizada com avisos e cartazes, informando sobre Riscos,

Atenção e Avisos, conforme orientações da assessoria de segurança do trabalho e material do

Sinduscon/SC/ SECONCI/SC.

Page 42: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

41

3.6.2 Externa

Na sinalização externa serão atendidos os critérios para Bloqueio de testada de Obra

e Trânsito de Veículos de Carga e Descarga da Urbanização de São José/SC

A execução de serviços externos (fora dos limites do canteiro, principalmente na

rua) será sinalizado com cavaletes, cones, fita zebrada e um orientador de trânsito veicular e de

pedestres, quando necessário. Ainda deve ser observado o seguinte:

• Na eventualidade de obstrução temporária do passeio para fins de descarga de

materiais, deverá ser providenciado cordão de isolamento, em volta do veículo, de maneira a

criar um corredor para passagem do pedestre;

• Durante a descarga de concreto usinado, será utilizado cordão de isolamento,

como descrito no item anterior. Pode ser utilizada fita zebrada fixa em balizas, e como

complemento cones de sinalização;

• Antes da execução de qualquer serviço na rua verificar e certificar-se que não

exista risco contra terceiros. Devemos priorizar a segurança dos pedestres (principalmente

crianças) e veículos.

3.7 PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA

Em caso de ocorrência de acidente, onde a vítima precise ser removida para centro

de atendimento médico, serão tomadas as seguintes providências:

• Hospital: o hospital mais próximo que deve ser procurado em caso de acidentes

é o REGIONAL, situado na Rua Adolfo Donato da Silva, s/n - Praia Comprida, São José –

Fone: (48) 3271-9000.

3.7.1 Pequenos acidentes

• Encaminhar a vítima para o almoxarifado do canteiro, onde se encontra o

material de primeiros socorros, e funcionário treinado em primeiros socorros para o

atendimento;

• A caixa de primeiros socorros estará abastecida com: sal de fruta, mercúrio,

esparadrapo, analgésico em gotas, analgésico em comprimidos, gazes, pomada para

queimaduras, ataduras, algodão, luvas de procedimento, tesoura ponta romba. O Serviço de

Page 43: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

42

Saúde e Segurança controlará periodicamente os mesmos.

• Comunicar ao setor de segurança no trabalho, pelo (048) 99155-1670.

3.7.2 Acidente de gravidade média e alta

Se esta for a situação, tomar as seguintes providências:

• Acionar o SAMU pelo telefone 192, ou o convênio de remoção médica;

• Comunicar à Administração da Obra, ao setor de segurança do trabalho ou ao

departamento de recursos humanos;

• A assistência social deverá acompanhar o desenvolvimento do quadro do

funcionário acidentado.

3.7.3 Acidente com óbito

• Comunicar à Administração da Obra, ao setor de segurança do trabalho ou ao

departamento de recursos humanos;

• Comunicar a Polícia Civil pelo fone (48) 3241-9200;

• Isolar a área do acidente;

• Comunicar à Delegacia Regional do Trabalho pelo fone (48) 3259-5090;

• Não mexer no local até liberação por parte da polícia ou DRT;

• A assistência social da empresa deverá acompanhar e orientar à família da vítima

nos trâmites legais necessários e no apoio psicológico necessário durante e na sequência do

evento. Todo apoio deve ser realizado de forma a mitigar o sofrimento de um acidente tanto ao

acidentado como à família do acidentado.

Em todas as situações, o departamento de pessoal, emitirá a Comunicação de

Acidentes do Trabalho – CAT , com a seguinte destinação (conforme ordem de serviço do INSS

nº 329, de 26.10.93):

• 1ª via ao INSS;

• 2ª via ao SUS;

• 3ª via ao sindicato dos trabalhadores;

• 4ª via à empresa;

• 5ª via ao segurado ou dependente;

• 6ª via à DRT/Ministério do Trabalho.

Page 44: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

43

Igualmente será preenchido o Anexo I da NR-18, com a seguinte destinação:

• 1ª via para Fundacentro/CTN. Rua Capote Valente, 710 – Pinheiros – São Paulo

– SP – CEP: 05409-009;

• 2ª via para Seconci/SC. Av. Mauro Ramos, 1366 - Centro, Florianópolis - SC,

88020-302.

3.8 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

3.8.1 Equipamentos de proteção coletiva – EPC’S

Equipamento de Proteção Coletiva, diz respeito ao coletivo, ao grupo a ser

protegido. Quando há risco de acidente ou doença relacionada ao trabalho, a empresa deve

providenciar EPC, visando eliminar o risco no ambiente de trabalho.

Estes são os EPC’s mínimos a serem utilizados durante a construção da obra:

• Plataformas de proteção;

• Guarda-corpo;

• Proteção de aberturas no piso;

• Proteção de escavações;

• Proteção de pontas de vergalhões;

• Corda de segurança;

• Tela de proteção;

• Proteções de partes móveis de máquinas e equipamentos;

• Proteções para terceiros (passeios e logradouros);

• Proteção de entrada da obra;

• Passarelas;

• Rampas;

• Escadas de mão;

• Barreiras de proteção (ex. tapume).

Obs. Todo o perímetro da obra será devidamente isolado com tapumes de forma a

evitar o ingresso de pessoas estranhas à obra e que possam colocar-se em situação de risco.

Page 45: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

44

3.8.2 Equipamentos de proteção individual – EPI’S

A empresa fornecerá aos trabalhadores, como medida complementar de segurança,

atendendo o disposto no quadro do anexo 12:

• Calçado fechado de couro resistente para proteção dos pés do trabalhador com

solado antiderrapante;

• Botas impermeáveis somente para trabalhos de lançamentos de concreto ou em

terrenos encharcados;

• Luvas adequadas ao serviço a ser executado (raspa de couro para trabalhos

grosseiros e de borracha para aplicação de massas);

• Cinto de segurança do tipo pára-quedista para trabalhos em alturas superiores a

2m (dois metros);

• Protetor facial ou óculos de proteção e abafador de ruído para os trabalhos com

serra circular;

• Capacete de segurança nas seguintes cores:

➢ Branco: administração e comando;

➢ Verde: carpinteiros;

➢ Vermelho: eletricistas e encanadores;

➢ Amarelo: armadores;

➢ Azul: servente;

➢ Marrom: pedreiros;

➢ Laranja: visitantes.

• Óculos e protetores faciais com filtros de luz para os soldadores;

• Óculos de segurança contra impactos, para trabalhos com esmeril e

apicoamento de concreto;

• Óculos de segurança contra poeiras e respingos, para serviços de lixamento de

concreto, pinturas e outros;

• Outros equipamentos de proteção individual adequados a riscos específicos, tais

como:

• Capas impermeáveis, para chuvas;

• Luvas com enchimento de borracha especial, para vibrações de marteletes;

• Perneira, mangote e avental de raspa, para trabalhos com solda;

• Outros a critério da segurança no Trabalho.

Page 46: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

45

3.8.3 Extintores

Serão colocados extintores (todos de no mínimo 6Kg) contra princípio de incêndios

nos seguintes locais:

• Almoxarifado: 01 PQS (Pó Químico Seco) e 01 água pressurizada;

• Serra Circular: 01 PQS;

• Local de refeições: 01 PQS e 01 água pressurizada;

• Cabina do Guincheiro: 01 PQS;

• Administração da obra: 01 PQS;

3.8.4 Incêndio

Princípio de incêndio que não possa ser controlado, ligar imediatamente para o

Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

Page 47: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

46

4 RISCOS DE ACIDENTES

4.1 RISCOS GERAIS DE ACIDENTES E SEU CONTROLE

A seguir a relação dos possíveis riscos à integridade física dos trabalhadores e

terceiros, que podem acontecer durante os diversos serviços da obra, e as correspondentes

medidas de eliminação ou neutralização e controle por meio de Equipamentos de Proteção

Coletiva (EPC’s) e ou medidas administrativas de correção e finalmente por Equipamentos de

Proteção Individual (EPI’s).

4.2 LIMPEZA DO TERRENO

ATIVIDADES E

OPERAÇÕES

PRINCIPAIS

RISCOS

EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Remoção de

vegetação arbustiva,

com ferramentas

manuais.

Ataque de animais

peçonhentos e

ferimentos por

ferramenta de

limpeza.

Retirar ou escorar

solidamente árvores,

rochas, equipamentos,

materiais e objetos de

qualquer natureza,

quando for constatado

comprometimento de

sua estabilidade. Usar

luvas de raspa de

couro, botas de cano-

longo.

---

Remoção de

vegetação arbustiva,

com equipamento

autopropulsado.

Risco de acidentes

com o veículo.

Poeiras.

Abafador de ruído (se

necessário), máscara

contra poeiras.

Na entrada e saída do

terreno, sinalizar

adequadamente o local,

inclusive com anteparos

(cavaletes)

Remoção de

cobertura florestal

com motosserra ou

outro equipamento.

Risco de acidentes

com o equipamento de

corte.

Atender as Ordens de

Serviço –OS-emitidas.

---

4.3 ESCAVAÇÕES

Além do atendimento ao regulamento da NR-18-6, deve ser atendido o disposto na

NBR 9061.

Page 48: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

47

ATIVIDADES E

OPERAÇÕES

PRINCIPAIS

RISCOS

EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Escavação manual ou

com máquina.

Risco de

desabamento.

Quedas em nível e em

diferença de nível.

Inalação de poeiras.

Usar capacete, bota de

borracha com solado

antiderrapante.

Abafador de ruído,

para o operador da

máquina, se

necessário e Máscara

contra poeiras, quando

houver excesso de

poeira.

Pranchões (escorados

horizontalmente se

necessário em taludes

superiores a 1,20m),

Escadas de saída de

emergência. Muros,

edificações vizinhas e

todas as estruturas

adjacentes devem ser

escoradas.

O material retirado deve

ficar a distância superior

à metade da

profundidade, medida a

partir da borda do talude.

Escavação manual ou

com máquina.

Risco de choque

elétrico.

Botas impermeáveis. Verificar a existência de

cabos elétricos

subterrâneos e desligar os

mesmos.

Não permitir a entrada de

pessoas não autorizadas a

este local de trabalho.

4.4 FUNDAÇÕES

ATIVIDADES E

OPERAÇÕES

PRINCIPAIS

RISCOS

EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Cravação de estacas

(equipamento: golpe

de martelo por

gravidade).

Risco de estouro da

estaca, podendo

atingir aos

trabalhadores.

Operador do Utilizar

abafador de ruídos,

luvas de raspa, botinas

de segurança.

Cuidado com cabos

elétricos aéreos, evitar

contato com o braço

da máquina. Deve

ficar no tambor do

cabo do pilão, seis

voltas. O operador do

equipamento deve ser

qualificado.

Arranques Risco de ferimentos

(eventuais cortes por

ferro) com as esperas

ou arranques

desprotegidos.

Equipamentos

rotineiros de proteção

individual.

Proteger as pontas dos

vergalhões

(arranques).

Abertura de valas Risco de

soterramento.

- Utilizar

pranchões escorados

horizontalmente.

Page 49: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

48

4.5 ESTRUTURA/FORMAS

O Quadro abaixo mostra os Riscos, os EPI’s e os EPC’s necessários para evitar

acidentes durante esta fase da obra.

ATIVIDADES E

OPERAÇÕES

PRINCIPAIS

RISCOS

EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Confecção das

fôrmas

Contusões nas mãos

(martelo), cortes

severos nas mãos,

partículas aos olhos,

barulho pela serra

circular (100dB(A)).

Protetor facial ou

óculos de segurança,

abafador de ruído.

Não confeccionar

cunhas com madeiras

menores de 30 cm.

Proteções no disco da

serra, proteções frontal e

posterior da mesa,

extintor do tipo PQS de

4kg. Ou mais.

Montagem das

fôrmas

Quando da montagem

dos pilares ou vigas

externas (periferia de

laje), existe o risco de

quedas em diferença

de nível. Assim como,

quando do lançamento

de fundos de viga a

partir da cabeça dos

pilares.

Cinto de Segurança

tipo pára-quedista.

Plataforma de proteção

em balanço, na 2º laje

(fixa) e posteriormente

de três em três lajes

(móvel). Para a

montagem de pilares

externos engatar o cinto

de segurança no grampo

de segurança.

Desmontagem das

fôrmas

Ao realizar a

desforma pelos

pilares, soltando-se os

tensores, existe o risco

de quedas em nível e

diferença de nível,

assim como a queda

de objetos para dentro

e fora dos limites do

empreendimento.

Risco de ferimentos

por pregos das

madeiras. Contusões

nas mãos. Detritos nos

olhos.

Utilizar cinto de

segurança tipo pára-

quedista, botina de

segurança, luvas de

raspa de couro, óculos

de segurança.

Manter o local

organizado e livre de

entulhos.

Retirar ou rebater

pregos das madeiras

da desfôrma.

Plataforma de proteção

fixa em balanço na 2º

laje (fixa) e

posteriormente de três

em três lajes (móvel).

4.6 ARMADURAS

O quadro abaixo mostra os Riscos, os EPI’s e os EPC’s necessários para evitar

acidentes durante a realização desta atividade.

Page 50: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

49

ATIVIDADES E

OPERAÇÕES

PRINCIPAIS

RISCOS

EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Confecção e

montagem: Armação

de ferro, disco de

corte, lixadeira para

concreto

Ferimento nas mãos,

Detritos nos olhos,

poeiras,

Quedas em nível.

Luvas de raspa,

máscara

contra poeiras, óculos

amplos

visão.

Proteções no policorte,

coifa e partes móveis.

Deve ficar instalado a

Policorte sob

cobertura.

TRANSPORTE: DA

BANCADA AO

LOCAL DE

MONTAGEM OU

COLOCAÇÃO

DEFINITIVA.

Problemas de postura,

principalmente

quando transporte nos

ombros das

armaduras prontas.

Ombreiras, luvas de

raspa, botina

(preferencialmente

com ponta de aço).

Montagem na Laje:

Trabalhos em periferia

de laje,

com altura superior a 2

metros

do nível do solo

Queda em diferença

de nível.

Cinto de segurança

tipo pára-quedas.

4.7 CONCRETAGEM

O Quadro abaixo mostra os Riscos, os EPI’s e os EPC’s necessários para evitar

acidentes durante esta atividade.

ATIVIDADES E

OPERAÇÕES

PRINCIPAIS

RISCOS

EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Concretagem geral,

ponta do mangote,

adensamento do

concreto

Queda em diferença

de nível,

estouro do mangote,

respingos do concreto,

queda e choque

elétrico.

Cinto de segurança,

bota de

borracha, óculos ou

protetor

facial, sobre calça de

PVC.

Guarda-corpo,

Plataforma de proteção

em balanço, na 2º laje

(fixa) e depois de três em

três lajes (móveis).

Grampo de segurança

deve ser colocado

próximo aos arranques de

periferia. A fiação elétrica

deve estar devidamente

isolada.

Concretagem em

periferia de laje e

recebimento de

gericas na mesa do

guincho de carga.

Quedas em diferença

de nível e em nível.

Queda no poço do

elevador. Impacto da

mesa de elevador em

parte doe corpo de

trabalhador

imprudente.

Cinto de segurança e

os demais necessários.

Supervisionar à

equipe de carga e

descarga do guincho,

para evitar que

coloquem a cabeça

dentro da torre do

elevador.

Guarda-corpo,

Plataforma de proteção

em balanço, na 2º laje

(fixa) posteriormente de

três em três lajes (móveis)

Page 51: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

50

Operações de

bombeamento, e

manobra da

Betoneira (na rua).

Risco de

atropelamento,

durante as operações

de estacionamento,

descarga e saída doa

betoneira.

O funcionário que irá

dirigir as operações

para o

estacionamento,

utilizará colete com

pintura refletiva.

A testada da rua será

sinalizada por meio de

cones, fita zebrada e

cavaletes. Atenção

redobrada com terceiros.

As áreas de acesso desde

a descarga do concreto

até o guincho estarão

desobstruídas e

regularizadas.

Transporte de

concreto por Guincho

de carga e gericas.

Queda em diferença

de nível

(principalmente ao

poço do elevador).

Queda em nível.

A equipe de descarga

(retirada das gericas

da mesa do guincho)

deverá utilizar cinto

de segurança, quando

estiverem próximos

4.8 ALVENARIA

O Quadro abaixo mostra os Riscos, os EPI’s e os EPC’s necessários para evitar

acidentes durante esta fase da obra.

ATIVIDADES E

OPERAÇÕES

PRINCIPAIS RISCOS EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Preparo de massa.

Queima de cal.

Irritações para os olhos

---

Marcação de

alvenaria de vedação

Risco de ferimento por

pregos. Risco de queda

em diferença de nível

(ao realizar a vedação de

periferia), Queda de

materiais sobre membros

inferiores durante o

transporte dos tijolos.

Assegurar a limpeza do

andar (remover

gastalhos, pregos da

estrutura, aços de

amarração de pilares e

vigas, poeiras e

materiais soltos).

Realizar o transporte dos

blocos (tijolos) de forma

segura. Utilizar botina

de segurança. Cinto de

segurança tipo pára-

quedista em periferia de

laje.

Plataforma de

proteção inferior.

Tela de proteção

entre as plataformas.

Assentamento dos

blocos (tijolos).

. . . queda das paredes

levantadas

(principalmente quando

recém-concluídas). Pode

acontecer reação

Luvas de látex As paredes

levantadas devem ser

fixadas firmemente

por meio de cunhas

ou bisnaga (entre a

viga e o bloco).

Page 52: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

51

alérgica dermatológica

pelo uso da massa.

Colocação de

prumadas externas

Quedas em diferença de

nível

Utilizar cinto de

segurança tipo pára-

quedista, engatado a

corda auxiliar.

As periferias das lajes

devem estar

adequadamente

protegidas.

Emboço interno e

externo, serviços

gerais de

contrapisos.

Irritações

dermatológicas.

Quedas em diferença de

nível e em nível.

Utilizar cinto de

segurança tipo pára-

quedista, engatado a

corda auxiliar.

Aberturas nos pisos

devem ter proteção

provisória.

Montagem de

balancim

Queda em diferença de

nível.

Ferimentos nas mãos

pelo cabo de aço.

Utilizar cinto de

segurança tipo pára-

quedista, engatado a

corda auxiliar.

Utilizar luvas de raspa

de couro.

Manter as áreas

abaixo dos balancins

devidamente isoladas

e protegidas.

Trabalhos na

fachada com

balancim

Queda em diferença de

nível.

Utilizar cinto de

segurança tipo pára-

quedista, engatado a

corda auxiliar.

Manter as áreas

abaixo dos balancins

devidamente isoladas

e protegidas.

4.9 ACABAMENTO

O Quadro abaixo mostra os Riscos, os EPI’s e os EPC’s necessários para evitar

acidentes durante esta fase da obra.

ATIVIDADES E

OPERAÇÕES

PRINCIPAIS

RISCOS

EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Serviços de

regularização de

superfícies.

Inalação de poeiras,

principalmente pelo

lixamento de

superfícies.

Dermatites e

conjuntivites.

Queda em nível e

diferença de nível.

Utilizar máscara

contra poeiras.

Utilizar luvas

impermeáveis.

Contra quedas utilizar

bancada de trabalho

adequado e nunca

latas improvisadas.

O poço do elevador

deve estar

adequadamente

fechado.

Pintura interna e

externa

Irritações

dermatológicas. Quedas em diferença

de nível e em nível.

Luvas impermeáveis.

Óculos de segurança, preferencialmente

ampla visão.

Cinto de segurança,

na pintura externa,

engatado a corda

auxiliar de segurança.

Proteções nas áreas

abaixo dos serviços. Isolando, mantendo

ou colocando

plataforma de

proteção.

Page 53: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

52

Pastilhado Quedas em diferença

de nível.

Utilizar cinto de

segurança do tipo

pára-quedista,

engatado a corda

auxiliar.

Proteções nas áreas

abaixo dos serviços.

Isolando, mantendo

ou colocando

plataforma de

proteção.

Limpeza de fachada

com produto

químico.

(pastilhado,

cerâmica, concreto)

Quedas em diferença

de nível.

Queimaduras por

produto químico, nas

mãos e rosto.

Utilizar cinto de

segurança do tipo

pára-quedista,

engatado a corda

auxiliar.

Utilizar luvas

impermeáveis.

Utilizar protetor facial

Proteções nas áreas

abaixo dos serviços.

Isolando ou colocando

plataforma de

proteção.

4.10 DIVERSAS ATIVIDADES

ATIVIDADES E

OPERAÇÕES

PRINCIPAIS

RISCOS

EPI’s cuidados EPC’s prevenção

Impermeabilização Queimaduras pelo

GLP.

Intoxicação, via

respiratória,

principalmente em

locais confinados.

Incêndio e explosão

do GLP.

Cortes.

Prestar muita atenção

ao uso do bico de

fogo. Utilizar luvas de

raspa de couro.

Utilizar máscara

respiratória,

principalmente em

locais confinados.

Ter sempre por perto

Extintor de incêndio.

Para evitar cortes

pelos estiletes, utilizar

sempre luvas.

Os locais confinados

devem possuir

ventilação e

exaustores. Trabalhar

sempre em duplas.

Instalações elétricas

provisórias e

definitivas

Choque elétrico.

Botinas de segurança

sem partes metálicas.

Óculos de proteção.

Luvas isolantes.

Não deixar partes

vivas nas instalações

provisórias.

Não realizar serviços

em circuitos

energizados.

Serviço autorizado

somente a trabalhador

qualificado.

Utilizar materiais

especificados no

projeto.

Page 54: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEANDRO …

53

Organização e

limpeza no canteiro

Riscos diversos de

acidentes.

Utilizar sempre

Capacete e botina de

segurança.

Manter sempre as vias

de circulação, escadas

e passagens

desobstruídas.

Manter os entulhos

afastados da periferia

das lajes

4.11 MANUTENÇÃO PREDIAL PÓS-OCUPAÇÃO (destacar e fornecer aos condôminos)

Um dos grandes problemas e que trazem graves riscos de acidentes numa edificação

habitada está relacionada com a limpeza e reparos que normalmente são necessários nas

edificações. Como a maior parte das edificações carecem de pontos específicos para a

realização das atividades de manutenção, as mesmas devem ser realizadas de forma muito

criteriosa pelas empresas contratadas para a manutenção. Na medida do possível os prédios

devem prever pontos para fixação de plataformas, cadeirinhas, eventuais mãos francesas para

colocação de telas de proteção e outros.

ATIVIDADES E

OPERAÇÕES

PRINCIPAIS

RISCOS

EPI’s cuidados EPC’s prevenção.

Observações.

Limpeza de fachada Queda em diferença

de nível. Muito grave.

Cinto de segurança

preso a cabo guia

independente, botina

antiderrapante, luvas

impermeáveis e roupa

adequada.

Logo abaixo da fachada,

isolar a área

considerando o a

projeção da altura efetiva

de trabalho.

A cadeirinha utilizada

deve atender as normas

de segurança, nunca

devendo ser utilizada

cadeira improvisada de

madeira.

Pequenos reparos

em fachada

Idem Anterior Idem

Anterior

Idem

Anterior, com a

possibilidade de

instalação de tela de

proteção e coberturas de

passagem e de proteção

em residências vizinhas.

Limpéza da caixa

d’água

Afogamento, asfixia. Não entrar na caixa

d’água sem a mesma

estar completamente

esvaziada. Retirar a

tampa de proteção e

afastarse por alguns

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minutos para a saíde de

eventuais vapores.

Realizar trabalhos

sempre em dupla (para

eventual auxílio).

OBS.: CRONOGRAMA

A obra será executada em conformidade do cronograma físico-executivo do

empreendimento. Assim, o cronograma de implantação das medidas de proteção constantes no

PCMAT, devem ser elaborados de maneira tal que acompanhem o físico-executivo.

4.12 PLANILHA DE EPI

Apresenta-se, na sequência, a planilha de EPI.

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4.12.1 Características dos EPI’s

✓ Protetor Facial: equipamento destinado à proteção do rosto dos colaboradores;

Utilização: deverá ser utilizado em serviços com riscos de projeções de quaisquer tipos de

partículas sobre o rosto do funcionário, como durante o abastecimento de material combustível

(lenha) ao forno.

Conservação: manter sempre limpo para boa visibilidade. Utilizar apenas pano macio, água e

sabão neutro para limpeza. Nunca solventes.

FUNÇÃO X EPI

(O:Obrigatório

E: Eventual)

Cap

acete

Ócu

los

de

segu

ran

ça

Ócu

los

am

pla

vis

ão

Ó

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Másc

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Prote

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au

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ula

r

Aven

tal

de

rasp

a

Administração O

Almoxarife O

Armador O E E

Azulejista O E E

Carpinteiro O E E E E

Carp. Serra

circular

O O O O E

Eletricista O E E

Encanador O E E

Eq. Concretagem O O E

Eq. Mont. Eqpa. O

Op. Betoneira O O O E O

Op. Empilhadeira O E

Op. Elevador carga O E

Op. Elevador

pessoas

O

Op. Máq. e Eqp. O E

Operador

martelete

O O E E O O

Operador policorte O E O O O

Pastilheiro O E

Pedreiro O E E

Pintor O E E E E E

Poceiro O E

Soldador O O O O O E O

Servente O E

Vigia O

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✓ Protetor Auricular: equipamento destinado à proteção das pessoas que

trabalham em locais com ruído elevado e acima dos limites de tolerância.

Utilização: deverá ser utilizado pelos funcionários que trabalham nos britadores, moinhos,

operação da máquina, corte de materiais por disco, esmerilhadeiras, lixamento de peças

metálicas, e outras onde o ruído for alto.

Conservação: manter sempre limpo para boa higiene e conforto. Solicitar a substituição, para

higienização mensal ou de acordo com a periodicidade de utilização.

✓ Capacete: equipamento destinado a proteger a cabeça contra impactos

contundentes.

Utilização: deverá ser utilizado pelos colaboradores dos setores de produção constantemente,

e sua conservação é guarda é de responsabilidade do empregado.

Conservação: manter limpo e evitar danos no casco e na carneira.

✓ Luvas de raspa de couro (ou equivalente): equipamento utilizado para a

proteção das mãos e punhos, contra riscos de ferimentos por corte, lacerações etc.

Utilização: deverá ser utilizada nos serviços de levantamento e transporte de materiais, e em

todos aqueles que tragam riscos às mãos dos funcionários da área de produção.

Manutenção: deverá ser solicitado um equipamento novo, quando o mesmo não apresentar

condições de uso. Não deve ser submetido à umidade.

✓ Vestimenta de Trabalho: roupa para trabalho destinada a proteger o corpo do

funcionário do contato com as partículas em suspensão (poeiras). Recomenda-se roupa em

tecido resistente, porem leve e confortável com mangas compridas e do tipo macacão.

Utilização: deverá ser usado durante os trabalhos na produção da cal e calcário, observando

que a barra da calça deve ficar sempre por cima do calçado de segurança.

Manutenção: o funcionário deve providenciar sua limpeza e manutenção. Somente será

entregue uma nova muda contra a entrega da anterior.

✓ Cinto de Segurança: equipamento destinado a limitar uma possível queda

durante a execução de um trabalho que esteja sendo realizado a mais de dois metros de altura

do piso.

Utilização: deverá ser utilizado em trabalhos superiores a dois metros de altura, principalmente

durante a manutenção ou reparos de coberturas ou outros. O cinto deve ser o tipo paraquedista.

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Manutenção: evitar o contato com materiais cortantes e químicos. Revisar, antes do uso, as

condições das costuras, das partes metálicas, das conexões, do rabicho (não utilizar se o cabo

tiver suas fibras soltas) e do mosquetão, assim como o deve ser revisado o cabo auxiliar de

segurança, seu estado e sua correta fixação.

✓ Avental de raspa: equipamento destinado à proteção do tronco e parte das

pernas do trabalhador, quando da execução de serviços de solda, manipulação de peças com

rebarbas e outros.

Utilização: deverá ser utilizado quando da execução de serviços de solda, peças cortantes,

proteção contra fagulhas (ex. no esmeril).

✓ Máscara contra poeiras: equipamento destinado à proteção respiratória dos

trabalhadores contra poeiras incômodas, como a cal e calcário.

Utilização: deverá ser utilizada quando no ambiente de trabalho houver poeiras inertes, cuja

concentração seja desconfortável para o trabalho. Pela quantificação realizada na empresa e

análise desses particulados, recomendamos o uso de máscaras simples contra poeiras

(descartáveis) do tipo de fibras não-tecidas e que possui tira metálica para amoldar ao tipo de

nariz e um elástico para prender a máscara à altura do nariz.

Conservação: após o uso deve ser limpo e guardado em local seco, ventilado, evitando umidade

e a exposição a contaminantes. Deverá ser trocado sempre que se encontrar saturada, perfurada,

rasgada ou com falta de vedação.

✓ Calçado de Segurança: calçado destinado à proteção dos pés do trabalhador.

Utilização: deve ser utilizado em todos os locais de produção da empresa, durante toda a

jornada de trabalho.

Manutenção: o calçado deve ser periodicamente limpo e engraxado para manter o couro macio.

Não deve ser submetido a locais com excesso de umidade, para tal deve ser utilizada bota de

borracha.

✓ Óculos Ampla Visão: equipamento destinado a proteger os olhos dos

trabalhadores contra partículas e poeiras em suspensão e produtos químicos.

Utilização: deverá ser utilizado durante o britamento, ensacamento e carregamento dos

produtos, assim como no manuseio de produtos químicos, lixamento, pintura e similares.

Conservação: devem ser mantidos sempre limpos. Utilizar pano macio, água e sabão neutro.

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✓ Eventuais necessários: Quando da ocorrência de fatos novos (condições

esporádicas e não comuns), deve ser utilizado o EPI adequado à nova condição, consultando à

Assessoria de Segurança e Saúde do Seconci/SC pelo (48) 3251-7700.

✓ Obs: TODOS OS EPI’S DEVEM POSSUIR C. A (Certificado de

Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego).

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4.13 CARTAZES E AVISOS – LOCAIS RECOMENDADOS

TIPO DE CARTAZ LOCAL RECOMENDADO

Uso Obrigatório de Máscara

de Respiração

Próximo a betoneiras, queima de cal, recintos fechados de

pintura ou colocação de carpete (com cola), corte de

tijolos ou cerâmica.

Coloque o Lixo na Lixeira No local de refeições, no vestiário, no almoxarifado, na

sala do mestre, do engenheiro.

Uso Obrigatório de Capacete Principalmente na entrada da obra (ao lado do relógio

ponto), no balcão do almoxarifado e outros a critério da

empresa.

Use Protetor Auricular Próximo à serra circular, policorte, pistola pregadeira

(pneumática) e a máquinas muito ruidosas (colocar um

cartaz na caixa da pistola finca pinos, da maquita etc).

Obrigatório Uso de Luvas Próximo a locais de fechamento com alvenaria,

concretagem, carga e descarga de materiais, preparação de

ferragens, lavagem de pastilhas, impermeabilização

Obrigatório Uso de Botas Em locais com excesso de umidade, fundação,

concretagem, queima de cal, preparo de argamassa.

Uso Obrigatório de Óculos de

Segurança ou Protetor Facial

Próximo de equipamentos tipo: serra circular, policorte,

maquita, ou em pedestais próximo de serviços com

entalhadoras, chapisco, emboço de parede e teto,

concretagem, vibradores, lavagem de pastilhas e outros a

critério da empresa.

Primeiros Socorros Colocar na caixa de primeiros socorros ou no Ambulatório

médico.

Cuidado! Queda de Objetos Colocar nos locais de projeção da fachada

Uso Obrigatório de Cinto de

Segurança

Colocar em pedestal próximo das beiradas da laje em

execução, afixar dentro do balancim e divulgar para

serviços de montagem de torre de elevador.

Cuidado! Eletricidade Nas caixas de distribuição elétrica e locais energizados.

Não Fume neste Local No almoxarifado, no local de refeições, no vestiário e nos

locais com manuseio de inflamáveis.

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4.14 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

• Todos os EPI’s fornecidos aos colaboradores, serão anotados em ficha própria e

individual onde obrigatoriamente deverá constar o nº do Certificado de Aprovação – C.A. e

data e assinatura do recebedor do EPI.

• Para o fornecimento de um novo EPI, o funcionário entregará o EPI objeto da

substituição.

• Todos os trabalhadores estarão legalmente contratados, tanto os próprios como

os terceirizados.

• Os Atestados de Saúde Ocupacional – ASO, ficarão na administração da obra ou

no almoxarifado, para fins de consulta do Ministério do Trabalho. Inclusive dos empreiteiros.

• Serão realizadas vistorias periódicas de Segurança e Saúde pela Assessoria de

Segurança do Sinduscon/Seconci, com elaboração de relatório de campo e circunstanciado.

Estes relatórios serão encaminhados à administração da obra para a correção de eventuais

irregularidades.

o Em todas as reuniões gerais sobre o andamento da obra, será apresentado

relatório da segurança e saúde no canteiro, pela assessoria de segurança do Sinduscon/Seconci.

• Todos os funcionários receberão Ordens de Serviço – OS, já mencionadas

anteriormente.

• Todos os funcionários deverão estar imunizados contra o Tétano.

• Empreiteiros também deverão atender as disposições da NR-7 e 18.

Principalmente no tocante a treinamentos, ordens de serviço e aos exames médicos.

• Fica à disposição dos empreiteiros o PCMAT da obra, para consulta e

acompanhamento.

4.15 TREINAMENTO

Todos os funcionários receberão treinamento inicial e periódico em Saúde e

Segurança, a ser administrado pelo Sinduscon/Seconci com carga horária total de seis horas,

que serão distribuídas acompanhando o cronograma de execução da obra. Treinamentos

periódicos serão realizados a cada sessenta dias úteis pelo pessoal da segurança do trabalho do

Seconci/PR, conforme agenda própria.

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O treinamento contemplará os seguintes assuntos:

• O mundo do trabalho

➢ A importância da Construção Civil;

➢ Responsabilidade.

• A Segurança:

➢ A Comissão de Prevenção de Acidentes – CIPA;

➢ O Serviço de Saúde e Segurança – SESMT;

➢ Principais Riscos de acidentes e Mapa de Riscos;

➢ Equipamentos de Proteção (EPI’s e EPC’s)

➢ Praticando a prevenção.

• A Saúde e Higiene:

➢ Bons hábitos de higiene;

➢ Saúde do corpo;

➢ Saúde dos dentes;

➢ Doenças sexuais;

➢ Doenças da pele;

➢ Como evitar as doenças no trabalho.

4.16 CONTROLE MÉDICO

O PCMSO é desenvolvido pelo Seconci/SC, com programação própria e que pode

ser consultada pelo RH da empresa para eventuais dúvidas relacionadas a procedimentos.

Todos os funcionários serão monitorados pelos médicos do Seconci, atendendo as

disposições legais em vigência.

4.16.1 Exames médicos

A planilha Exames X Função mostra os tipos de exames que serão realizados para

as diferentes funções e sua periodicidade conforme critério do médico do trabalho do

Seconci/SC.

Eventualmente o Médico do Trabalho do Seconci acompanhará aos técnicos do

Seconci/SC nas vistorias de orientação para poder levantar situações de risco à saúde. Os riscos

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à saúde serão abordados pelos técnicos periodicamente e comunicados ao médico do trabalho

para análise, avaliação e tomada de providências.

O PCMSO, inicialmente consta como diretriz do empreendimento a ser executado,

o mesmo será efetivamente consolidado quando do início do empreendimento, acompanhando

as etapas da obra e seguindo os relatórios ambientais de riscos à saúde a serem realizados

periodicamente pelos técnicos da empresa.

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63

5 CONSIDERACOES FINAIS

A NR18 é a principal norma regulamentadora para trabalhos em construção civil,

ela é complementada por outras, como NR9 e NR35, mas é ela que rege toda a parte de

segurança de uma obra. Ela deve ser aplicada em várias etapas da obra, ou seja, tem que ser

acompanhada do início ao fim.

O PCMAT apresentado será aplicado a partir do mês de Outubro, portanto a obra

ainda está no período de aprovação de orçamentos.

Assim que se iniciarem os serviços o PCMAT passará por uma nova revisão para

que nenhum item da NR-18 deixe de ser aplicado durante a execução da obra.

Sabemos da difícil tarefa de se fazer atender todos os itens deste PCMAT e o quanto

é necessário o trabalho de repetição com todos que passarão por esta construção, mas também

sabemos que apenas desta maneira iremos chegar no final com toda a segurança e com baixos

índices de acidente.

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REFERÊNCIAS

ÁREA SST. Saúde e segurança no trabalho: normas regulamentadoras. 2019. Disponível

em: <https://areasst.com/normas-regulamentadoras//>. Acesso em: 06 out. 2019.

ÁREA SST. Saúde e segurança no trabalho: NR 18 (PCMAT). 2018. Disponível em:

<https://areasst.com/nr-18-pcmat/>. Acesso em: 06 out. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Saúde e segurança no

trabalho. 12/09/2016. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2323-

saude-e-seguranca-no-trabalho/>. Acesso em: 06 out. 2019.

MONGERAL AEGON. Conheça as 7 principais causas de acidente de trabalho.

30/01/2019. Disponível em: <https://www.mongeralaegon.com.br/blog/educacao-

financeira/artigo/causas-de-acidentes-de-trabalho>. Acesso em: 06 out. 2019.

OLIVER, Rodrigo. Grupo homogêneo de exposição, saiba tudo sobre o GHE! 2019.

Disponível em: <https://prolifeengenharia.com.br/grupo-homogeneo-de-exposicao-veja-o-

que-e/>. Acesso em: 06 out. 2019.