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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 2012 RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA ANTONELLA ARCOVERDE GOBBO INICIAÇÃO CIENTÍFICA PESQUISA VOLUNTÁRIA 2012 PLANO DE TRABALHO: Plano de Paris: Contribuições para o Planejamento Urbano Contemporâneo Relatório apresentado à Banca de Avaliação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo para o 20º Evento de Iniciação Científica da Universidade Federal do Paraná UFPR por ocasião da conclusão das atividades voluntárias de pesquisa. NOME DO ORIENTADOR: Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou, neto Departamento de Arquitetura e Urbanismo TÍTULO DO PROJETO: Arquitetura e Sustentabilidade: Bases Conceituais para o Projeto Ecológico BANPESQ/THALES: 2007021212 CURITIBA 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – 2012

RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

ANTONELLA ARCOVERDE GOBBO

INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PESQUISA VOLUNTÁRIA 2012

PLANO DE TRABALHO:

Plano de Paris: Contribuições para o Planejamento Urbano Contemporâneo

Relatório apresentado à Banca de Avaliação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo para o 20º Evento de Iniciação Científica da Universidade Federal do Paraná – UFPR por ocasião da conclusão das atividades voluntárias de pesquisa.

NOME DO ORIENTADOR:

Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou, neto

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

TÍTULO DO PROJETO:

Arquitetura e Sustentabilidade: Bases Conceituais para o Projeto Ecológico

BANPESQ/THALES: 2007021212

CURITIBA

2012

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1 TÍTULO

Plano de Paris: Contribuições para o Planejamento Urbano Contemporâneo

2 RESUMO

De origens gaulesas e romanas, Paris é a capital e maior cidade da França, possuindo

uma população de pouco mais que 2,2 milhões de pessoas, mas cuja região metropolitana atinge

cerca de 12 milhões de habitantes, transformando-a em uma das maiores áreas de concentração

urbana da Europa. Devido à sua estratégica posição territorial, em terrenos férteis e no

cruzamento de importantes eixos de circulação e comércio, prosperou a partir da Idade Média e

tornou-se centro político, econômico e cultural da Renascença até a era contemporânea. Paris foi

uma das primeiras capitais europeias a se industrializar, o que iniciou um processo de planificação

urbana em meados do século XIX, durante o Segundo Império, entre 1851 e 1870, quando

Napoleão III (1808-73) reinava.

Esta pesquisa de iniciação científica faz parte do projeto intitulado “Arquitetura e

Sustentabilidade: Bases Conceituais para o Projeto Ecológico” e estuda teoricamente o plano

urbanístico de Paris, empreendido pelo então prefeito Georges-Eugènne Haussmann (1808-91), o

Barão de Haussmann); considerado modelo e inspiração para muitas cidades do mundo a partir

desse período. Através do levantamento web e bibliográfico de informações, fez-se a

caracterização de evolução histórica e desenvolvimento socioeconômico de Paris, descrevendo o

contexto de sua industrialização e apontando as diretrizes utilizadas na sua planificação. A cidade,

que até então possuía traçado essencialmente medieval e renascentista com ruas fechadas e

pouco lineares, passou por uma ampla reforma, antecipada pela Lei de Expropriação de 1840 e

da Lei Sanitária de 1850, seguindo o modelo pós-liberal adotado pelo barão. Várias ruas e

boulevares foram abertos, de traçados regulares e retilíneos, tanto no interior como na periferia da

cidade, preservando-se apenas praças e monumentos tradicionais. Novas edificações foram

propostas, visando a unidade arquitetônica das fachadas, além de terem sido implementados

diversos serviços coletivos, tais como: sistemas de abastecimento de água e esgoto, iluminação e

transporte; assim como a construção de hospitais, escolas, quartéis e principalmente parques

públicos.

A pesquisa conclui-se com um quadro geral sobre a reforma urbana de Paris, descrevendo

suas motivações estéticas, técnicas e militares, relacionadas aos conceitos de higienismo,

embelezamento classicista e controle político das massas, através da maior facilidade de

circulação de tropas para controle de revoltas. Por fim, avalia-se as contribuições que esse

processo trouxe para o surgimento e afirmação do planejamento urbano moderno e futuros

desdobramentos.

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3 OBJETIVOS

Basicamente, o intuito da pesquisa foi fazer a caracterização de evolução histórica e

desenvolvimento socioeconômico de Paris, descrevendo o contexto de sua industrialização e

apontando as diretrizes utilizadas na sua planificação. Buscou-se descrever o plano

haussmanniano e apontar seus principais elementos funcionais, técnicos e estéticos, de modo a

destacar suas maiores contribuição para o futuro daquela cidade como também ao planejamento

contemporâneo.

4 INTRODUÇÃO

Mesmo ocupada desde 4.500 a.C., foi no século III a.C. que ocorreu a fixação da tribo celta

dos parisii na região conhecida como Lutécia, situada na Île-de-la-Cité, a qual foi saqueada e

dominada pelos romanos em 59 a.C., na sua conquista da Gália. Estes, segundo Castelnou

(2007), impuseram o padrão reticular e fortificaram a ilha e parte da margem esquerda do rio

Sena, mas a vila somente passou a se chamar Paris com o imperador Juliano, em 360 d.C.

Atualmente, Paris é a maior cidade francesa, com pouco mais que 2,2 milhões de pessoas, mas

cuja região metropolitana atinge cerca de 12 milhões de habitantes, o que a torna em uma das

maiores áreas de concentração urbana da Europa.

Devido à sua estratégica posição territorial e favorecida por terras férteis e rotas

comerciais, seu núcleo urbano prosperou a partir do período medieval e tornou-se um importante

centro político, econômico e cultural da Renascença até a Era Contemporânea (Fig. 01). Se em

1370 Paris contava com aproximadamente 380 a 440 moradores, no século XVI, ultrapassou seus

muros medievais, chegando de 200.000 a 300.000 habitantes (BENEVOLO, 2001).

FIGURA 01 – Planta de Paris medieval. FIGURA 02 – Planta de Paris em 1590.

Embora se considere o período entre os séculos XVII e XVIII como o apogeu do urbanismo

clássico, de influência francesa, desde o século XVI já havia, conforme Harouel (1998), certa

preocupação com os limites das cidades, o que levava à tomada de algumas medidas para o

controle de seu crescimento. Em 1548, surgiu um decreto que proibia a expansão de Paris e que

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não foi respeitado (Fig. 02). Por sua vez, Luís XIII (1601-43), em 1627, interditou todo novo

crescimento da cidade, demolindo edifícios e confiscando terrenos e materiais, definindo sua

delimitação urbana em 1638, com a construção de muralhas (Fig. 03). Ainda assim Paris

continuava a crescer. Seu sucessor, Luís XIV (1638-1715) aplicou multa aos contraventores e, em

1672, ordenou uma nova demarcação de limites, mas, mesmo assim, as construções continuaram

a se proliferar nos subúrbios1 (HAROUEL, 1998).

Já no século XVIII, em 1724, Luís XV (1710-74) fez uma declaração real, na qual distinguia

rigorosamente o território da cidade e o dos subúrbios, porém tal declaração novamente não foi

respeitada. Em 1765, outra declaração real ampliou a zona construtiva ao redor de Paris e deu,

ainda segundo Harouel (1998), a liberdade de se construir as casas onde que se quisesse.

Contudo, a febre de construção que isto gerou fez com que o texto fosse suspenso, mantendo o

decreto de 1724 até o final do antigo regime. Em 1783, houve uma declaração real ordenando que

as novas ruas parisienses passassem a ter, no mínimo, 10 metros de largura, o que fez com que

muitas ruas existentes fossem progressivamente alargadas2.

Os motivos para a imposição de todas essas limitações foram as dificuldades de

abastecimento e o aumento dos preços das mercadorias, assim como os problemas em assegurar

a ordem pública e o bom funcionamento da administração. Isto era agravado pela dificuldade de

comunicação na cidade e o medo de que os imóveis do centro fossem negligenciados. Somava-se

ainda a necessidade de manter um cinturão cultivável para a produção de alimentos (Fig. 04)

(HAROUEL, 1998).

FIGURA 03 – Vista de Paris no século XVII. FIGURA 04 – Contraste entre Paris medieval e

Paris industrial segundo Augustus Pugin (1812-52).

1 Foi durante o reinado de Luís XIV, entre 1653 e 1715, que Paris atingiu 500.000 habitantes, sendo suas intervenções urbanas

pontuais e totalmente seguindo os preceitos barrocos. Houve a inserção de novos episódios limitados no tecido da cidade, tais como: o Palais de Luxembourg (1631), o Hôtel des Invalides (1671/6), a Place Vendôme (1698), a Place des Victoires (1685) e um novo arranjo do Palais du Louvre. Além disso, ocorreu a demolição dos muros, os quais foram substituídos por uma coroa de avenidas arborizadas (os boulevards), “abrindo” a cidade para a periferia, descontínua e misturada ao campo (CASTELNOU, 2007). 2De modo geral, pode-se dizer que o século XVIII teve como uma de suas características, no que se refere ao urbanismo, a

preocupação com a salubridade nas cidades. As ruas largas facilitariam a circulação de um ar salubre, assim como os jardins. Muitos dos espaços verdes medievais, de acordo com Harouel (1998), foram demolidos no século XVI, para dar lugar às construções e, dessa forma, foi necessário substituí-los por jardins públicos e passeios, no decorrer da Renascença. Foi justamente no século XVIII que terminou o isolamento da cidade do meio natural, o que vinha acontecendo desde a Idade Média. Vale lembrar que foi nesse período que os “jardins franceses”, essencialmente barrocos, encontraram seu apogeu e influenciaram todo o paisagismo europeu.

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No final do século XVIII, embora apenas 1,7% da população mundial fosse urbana e

apenas 20 cidades possuíssem mais de 100.000 pessoas, Paris já atingia 600.000 habitantes,

atrás apenas de Londres, que possuía cerca de 900.000 moradores. Tal crescimento deu-se

devido à Revolução Industrial (1750-1830), que mudou a configuração das cidades europeias:

mais gente passou a viver nas cidades, além do modo de produção modificar-se com as novas

tecnologias, assim como a forma de trabalhar e de morar. Surgiu o modelo de cidade pós-liberal.

Naquele momento, aparecia um limite entre o espaço da administração pública e o da propriedade

imobiliária, onde aquela interferia apenas com regulamentos. Despontava a periferia, com

habitações precárias para a classe pobre, estabelecimentos industriais, manufaturados e

armazéns; elementos necessários à cidade, mas incompatíveis com o desenho guiado pelo pós-

liberalismo (BENEVOLO, 1998; 2001).

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Com a industrialização crescente, que ocorria na passagem do século XVIII para o XIX; e

consequente desenvolvimento urbano acelerado das principais capitais europeias – com destaque

para Londres e Paris –, medidas urbanísticas tornaram-se cada vez mais necessárias.

Primeiramente, as questões ligadas à higiene e salubridade dos núcleos antigos passaram a ser

prioridades, o que levou a medidas urgentes por parte dos administradores dessas cidades, tais

como: a pavimentação urbana; a criação de sistemas de esgotos, o isolamento de curtumes e

matadouros em subúrbios, e a transferência do cemitério para longe dos aglomerados

populacionais.

Houve ainda preocupações ligadas à infraestrutura urbana – em especial quanto à

iluminação e sanaeamento público – e à arquitetura das construções. O urbanismo clássico

defendia a retitude das ruas, os alinhamentos e as perspectivas monumentais, além da

regularidade do programa arquitetural das fachadas. Todos estes fatores influenciaram no

planejamento que viria posteriormente, com a experiência parisiense da segunda metade do

século XIX3 (FERRARI, 1982).

Naquele momento, apesar das tentativas de correções anteriores, Paris ainda enfrentava

problemas de higiene, circulação e densidade. Em 1830, o cólera tornou-se uma epidemia em

toda a Europa. Nas grandes cidades, os governantes viram-se obrigados a pensar em planos

urbanos, para corrigir tais questões e, principalmente, prevenir possíveis catástrofes. Foi nestes

termos que, em 1840, foi decretada na França a Lei de Expropriação; e, em 1850, a Lei Sanitária,

3 Foram muitos os antecedentes da grande reforma parisiense do século XIX, já que desde cedo havia a preocupação em liberar o

tecido urbano com fins militares. Entre 1793 e 1797, em plena Revolução Francesa, houve uma planificação embrionária (Plan des Artistes), que buscava localizar a classe operária à margem esquerda do rio Sena, uma vez que três quartos da população já residiam nessa área. Na gestão de Claude-Philibert de Rambuteau (1781-1869), na primeira metade do século XIX, houve uma série de reformas pontuais em Paris, mas que não alteraram a estrutura da cidade e respeitaram o tecido urbano existente, procurando mais dar qualidade – especialmente sanitária – sem desfigurar a paisagem ao criar passeios para pedestres, antes inexistentes; pavimentar ruas e arborizá-las, além de criar uma comissão de monumentos históricos, liderada por Eugènne Viollet-le-Duc (1814-79). Por sua vez, entre 1848 e 1853, na gestão de Jean-Jacques Berger (1791-1859), antecessor do Barão de Haussmann, houve a reconstrução dos Halles de Paris, a abertura da Rue des Écoles (1852), a ampliação da Rue de Rivoli (1853) e a criação da lei que obrigava os imóveis serem limpos de dez em dez anos (FERRARI, 1982).

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as quais tinham o intuito de regular o espaço urbano com fins voltados à salubridade. Durante o

Segundo Império, entre 1851 e 1870, quando Napoleão III (1808-73) reinava, a cidade de Paris

passou por grandes e definitivas transformações. O imperador queria fazer de Paris “a capital das

capitais”; e escolheu seu prefeito, o Barão de Haussmann (Fig. 05) para empreender sua política

urbana (HAROUEL, 1998).

De acordo com Guimarães (2004), Georges-Eugène Haussmann (1808-91) assumiu a

prefeitura do Sena (La Seine) em 1853; e sua primeira providência foi mandar desenhar em

detalhe a planta cadastral de toda a cidade (Fig. 06). A população parisiense já teria atingido a

marca de 1,2 milhões de habitantes em 1846, tendendo a atingir os dois milhões por volta de

1870. Além dos problemas de abastecimento e circulação, havia insurgências e revoltas

populares, que ameaçavam a estabilidade de poder, colocando em risco não somente a paz como

o progresso econômico e desenvolvimento social da nação francesa.

Considerado exemplar máximo do chamado urbanismo neoconservador, o Plano de Paris

– cujo conjunto de trabalhos ficou conhecido como Les Grands Traveaux de Paris – foi

empreendido entre os anos de 1853 e 1869, podendo ser caracterizado como um plano de caráter

estético, técnico e higienista, que incluiu a abertura de novas artérias para o trânsito nos velhos

bairros; a criação de praças e grandes parques; a urbanização de terrenos periféricos, através da

construção de novos subúrbios; a reconstrução de prédios ao longo dos recentes alinhamentos; e

a renovação dos sistemas de água, saneamento, iluminação e transporte público; além da reforma

de todo o sistema administrativo parisiense, com descentralização e instalação de novos edifícios

públicos (CASTELNOU, 2007).

Conforme Benevolo (1994), o neoconservadorismo deu-se devido ao fato de que muitos

países europeus – destacando-se a França – submeteram-se a uma nova direita, autoritária e

popular, por meio da qual se passou a fazer o controle direto do Estado sobre a vida econômica e

social, além de efetuar uma série de reformas de caráter coordenador e de preocupação anti-

revolucionária, que modificaram substancialmente o desenho urbano de varias cidades, as quais

adquiriram feições grandiloquentes a partir da segunda metade do século XIX.

FIGURA 05 – Caricatura de Haussmann por Gaucher FIGURA 06 – Planta de Paris em 1853, antes do plano.

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No caso específico de Paris, o Barão de Haussmann criou uma vasta rede de grandes

artérias que cortaram a cidade no centro e na periferia. Eram traçados com entroncamentos

radiais, em estrela, a exemplo da Place d’Étoile, onde se encontra o Arco do Triunfo4; além dos

bulevares (boulevards), que se constituem em vias largas, arborizadas, como o Champs-Elysées

(Figs. 07 e 08). Para tal, Haussmann teve de demolir grandes áreas da cidade antiga, de traçado

ainda medieval e renascentista. Segundo Mumford (1965), desaparecem cerca de 50 km de ruas

antigas. Ao construir o Boulevard-Saint-Michel, por exemplo, Haussmann rasgou o coração da

antiga Quartier Latin, que tinha sido uma identidade quase autônoma desde a Idade Média.

Paralelamente, foram construídos 165 km de novas vias, todas dotadas de sistemas de esgoto e

escoamento pluvial.

FIGURA 07 – A Place de L’Étoile, atual Charles de Gaulle. FIGURA 08 – Planta de Place de L’Étoile.

Essas vias seguiam a estética clássica e barroca; eram retilíneas e regulares, criando

eixos de perspectivas para os monumentos; mas elas tinham, ainda, caráter militar, pois

facilitariam a circulação, não só da população, mas das forças armadas, para controle de revoltas

e rebeliões. As fachadas dos edifícios eram uniformes, tanto nos bairros populares quanto nos

aristocráticos, criando uma ilusão de homogeneidade no espaço urbano. Houve, na realidade,

uma grande separação das categorias sociais, pois os burgueses investiam nos imóveis que se

construíam no centro; e as grandes obras expulsavam desta área a população modesta e

indigente (HAROUEL, 1998).

Haussmann teve ainda uma política ativa quanto aos equipamentos públicos, além do

sistema viário: construiu redes de esgotos, aquedutos e sistemas de distribuição de gás e

iluminação. Também construiu mercados cobertos, feiras, escolas, prefeituras, estações,

casernas, prisões e hospitais – edificações que equiparam modernamente a capital francesa, que

passou a ser um exemplo para todas as nações ocidentais. Importantes também foram os

4 Destaca-se aqui que o Arco do Triunfo (L’Arc de Triomphe) é um monumento neoclássico anterior ao Plano de Haussmann, pois foi

construído em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte (1769-1821), o qual ordenou a sua construção em 1806, sendo sua autoria do arquiteto Jean Chalgrin (1739-1811). Inaugurado em 1836, trata-se de uma monumental obra que detém, gravados, os nomes de 128 batalhas e 558 generais, além de altos-relevos do escultor François Rude (1784-1855). Em sua base, situa-se o Túmulo do Soldado Desconhecido, estabelecido em 1920. Atualmente, a praça estrelar passou a ser designada de Place Charles de Gaulle (N. Autora).

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espaços verdes, além dos bulevares: os parques e passeios públicos adquiriram maior

valorização urbana, com destaque para o Bois de Vincennes, com cerca de 9.950 km2, situado ao

leste da cidade; e o Bois de Boulogne, de aproximadamente 8.460 km2, localizado a oeste. Várias

praças (places) foram implantadas no tecido urbano aos moldes ingles das squares, o que tinha

sido trazido de Londres pelo próprio Napoleão III. Sua concepção foi como de verdadeiros

cenários, uma vez que eram dotadas de estátuas e monumentos.

Os objetivos do Barão e do Imperador eram fazer desaparecer a imagem de cidade velha,

perigosa e insalubre, como descrita na literatura de Honoré de Balzac (1799-1850) e de Victor

Hugo (1802-85). Os aperfeiçoamentos sanitários foram a maior contribuição de Haussmann para

a Paris de sua época. Como diz Mumford (1965): “Era um triunfo de princípios democráticos que

nem mesmo os regimes ditatoriais podiam inibir; aliás, um dos maiores benefícios públicos

trazidos pela derrubada da segunda Republica Francesa verificou-se na temível limpeza de Paris,

dirigida pelo Barão [de] Haussmann, serviço muito mais essencial e original que seus atos de

urbanismo propriamente ditos”.

Entretanto, para alguns autores, a principal meta da reforma urbana idealizada por

Haussmann para Paris era, na verdade, liberar seu tecido urbano para facilitar manobras militares.

Como prova disto estaria a transformação da Île-de-la-Cité em área militar e administrativa, o que

foi feito através da demolição de quase todas as edificações existentes. Toda a cidade foi dividida

em 20 arrondissements (setores administrativos). Para Haussmann, a arquitetura era um

problema administrativo e somente deveria visar os interesses de Napoleão III, os quais tinham

cunho estritamente militares. A partir disso, produziu-se um urbanismo totalmente racional, com

vistas mais à técnica, em detrimento à questões artísticas e/ou históricas.

A antiga cidade medieval, com traçado orgânico e ruas estreitas, passou a ser cortada por

grandes eixos e contornada por um amplo anel viário, o qual substituiu as antigas muralhas. Além

dos amplos boulevards, apareceu um novo elemento urbano, o carrefour, que consiste em uma

espécie de rotatória disposta em entroncamentos viários. Tais intervenções regularizaram o

traçado tradicional, não aproveitando o existente e transfigurando totalmente a cidade. Como um

dos focos fundamentais do plano era a melhoria da circulação, visava-se o acesso rápido para

toda a cidade como visão estratégica, o que estabelecia uma imagem geral de modernidade.

Junto a esta modificação de imagem de Paris, que passaria a ser mundialmente conhecida como

a Cidade-Luz, havia a questão da insalubridade. Portanto, foram eliminados bairros considerados

degradados, ruas passaram a ser arborizadas e varias vias receberam sistema de iluminação.

No Plano de Haussmann, surgiu a figura do quarteirão (bloquer), sendo determinado pelo

sistema viário e, portanto, um espaço residual que era configurado a partir do que “sobrasse”

depois de definido o traçado viário predominante, acabando por se tornar um elemento urbano

complexo, formado por lotes de formato irregular. Ao mesmo tempo, foram definidas leis de

ocupação: cada lote deveria ser perpendicular à rua, embora não houvesse uma mesma medida

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padrão; e os edifícios passariam a ser regulados em suas fachadas, as quais seguiriam o

neoclassicismo. Assim, a tipologia urbana de Paris seguiu um catálogo pré-definido, passando a

ter unicidade arquitetônica. As galerias e passagens cobertas teriam função comercial e, deste

modo, garantiriam a multifuncionalidade dos quarteirões, que abrigavam também restaurantes,

cafés e demais lojas.

Aconteceram os primeiros passos em direção ao que futuramente seria chamado de urban

planning, especialmente no que se refere ao zoneamento urbano. Foram estabelecidas áreas

especiais para as estações ferroviárias e também espaços voltados ao lazer e recreação. Além

dos imensos bosques já citados, foram realizados jardins igualmente públicos, como: a

implantação do Parc Montsouris, criado em 1860 – embora sua efetiva construção tenha ocorrido

entre 1867 e 1878, por Jean-Charles Alphand (1817-91) – no 14º arrondissements como jardim

inglês; a remodelação do Parc Monceau (1860) que, embora já existente, teve uma parte ocupada

por construções hausmannianas e outra semi-ppública, redesenhada também por Alphand; e a

abertura do Jardin des Tuileries – antes propriedade de Luís Napoleão (1808-73), em que se

localizava o palácio de mesmo nome, incendiado em 1871 –, próximo ao Palácio do Louvre,

transformado em museu desde o início do século XIX.

Como pagamento aos empreiteiros, Haussmann deu títulos de dívida pública, os quais

eram descontados pelo Crédit Foncier. Segundo Harouel (1998), o investimento nas grandes

obras teve efeito multiplicador sobre a atividade econômica da capital, o que resultou em um

crescimento da arrecadação fiscal local. Ao final, a capital parisiense tornou-se a cidade mais

moderna da Europa, dotada de uma infraestrutura invejável e modelo para inúmeras intervenções

urbanas, tanto dentro como fora da França, inclusive em outros continentes.

6 METODOLOGIA

De caráter teórico e exploratório, esta pesquisa de iniciação científica foi baseada na

revisão web e bibliográfica, tendo sido realizada por meio da investigação, seleção e coleta de

fontes impressas nacionais e internacionais; ou ainda publicadas on line, que tratavam direta ou

indiretamente sobre o Plano de Paris. Além de material para registro computacional, gráfico e

fotográfico, utilizou-se as instalações físicas destinadas ao docente-adjunto, autor do projeto e

lotado na subárea de Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo, em Regime de Dedicação

Exclusiva, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, com a participação de 01 (uma) discente

do curso de graduação, autora do presente relatório.

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da pesquisa, foi possível reunir imagens dos trabalhos de Haussmann sobre a

cidade de Paris, as quais ilustram seu plano e suas principais intervenções (Figs. 09 a 16).

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FIGURA 09 – Esquema dos percements (« aberturas ») realizadas por Haussmann em Paris: em branco, as ruas e espaços já existentes; em negro, as vias criadas durante o Segundo Império (1851/70); em quadrícula, os novos bairros;

e em hachurado, as áreas verdes (BENEVOLO, 2001).

FIGURA 10 – Planta esquemática das intervenções do Plano de Paris (1853/69).

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FIGURA 12 – Divisão da cidade de Paris em 20 arrondissements (setores administrativos).

FIGURAS 13, 14 e 15 – Planta esquemática, perspectiva, fotografia da abertura da Avenue de L’Opera, em Paris, entre

1864 e 1876, segundo as propostas de Haussmann.

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FIGURAS 16 e 17 – Elevação, plantas e corte esquemática da moradia padrão proposta por Haussmann.

O Plano de Haussmann para Paris teve influência não só na Europa, mas em várias partes

do mundo. De acordo com Castelnou (2007), acabou se repercutindo nos planos de Florença

(1864, Itália), Marselha (1865, França), Estocolmo (1866, Suécia) e de Toulouse (1868, França);

assim como influenciou as propostas para as cidades italianas de Roma e Bolonha; para Colônia

e Leipzig, na Alemanha; Copenhague, na Dinamarca; e Adelaide e Brisbane, na Áustralia, entre

outras. Uma de suas peculiaridades foi à busca da valorização de edifícios monumentais,

reforçando sua função como marcos perspectivos e simbólicos, o que teve grande influência nas

concepções do City Beautiful Movement – importante movimento norte-americano de higienização

e embelezamento das cidades norte-americanas, que interviu em suas feições no início do século

XX, especialmente em cidades como Chicago IL e Washington D. C. – assim como conduziu a

reformas urbanas, inclusive na América Latina, destando-se Argentina e Brasil, aplicando-se em

cidades como Buenos Aires, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Em Buenos Aires, a influência haussmanniana apareceu na administração do intendente

Torcuato de Alvear (1822-90), que promoveu grandes mudanças na face física da capital portenha

durante seu mandato, entre 1883 e 1887. Situada no bairro Montserrat, a Avenida de Mayo (Fig.

18) foi o primeiro boulevard da capital, totalmente inspirado no Champs-Elysées e erguido entre

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1885 e 1894, quando também se criou a Plaza de Mayo, de desenho nitidamente francês, em

frente à Casa Rosada. Com 17 m de largura e 1,35 km de extensão, a Avenida de Mayo conecta a

Plaza de Mayo com a Plaza del Congreso, sendo arborizada e margeada por lojas e cafés que se

transformaram na vitrine burguesa de Buenos Aires.

Em 1907, o francês Joseph-Antoine

Bouvard (1840-1920) foi convocado para

elaborar um plano para Buenos Aires, no

qual propôs melhorias no sistema viário,

além das condições de higiene e estética,

seguindo conceitos neoconservadores do

Barão de Haussmann, principalmente o

emprego de eixos e perspectivas. Ainda em

1923, foi elaborado o Plano Noel, que

propôs grandes avenidas com pontos focais,

tal como havia em Paris. Desenvolvido pelo

argentino Martín Noel de 1923 a 1928, este

plano resgatava antigas receitas

academicistas com a preocupação em

conciliar os princípios do urbanismo

moderno com os princípios

neoconservadores franceses do século XIX,

estruturados no higienismo positivista5

(MEDEIROS et al., 2012).

FIGURA 18 – Avenida de Mayo, Buenos Aires.

No Brasil, uma grande influência de Haussmann encontra-se no plano de Francisco

Pereira Passos (1836-1913) para a cidade do Rio de Janeiro, implementado entre 1902 e 1906

(Fig. 19). O prefeito tinha o objetivo de higienizar, sanear e embelezar a cidade, com a construção

de grandes avenidas centrais, praças e edifícios. Para isso, realizou um verdadeiro "bota abaixo”,

demolindo muitas casas e edifícios comerciais, construindo muitas vias e alargando outras já

existentes, assim como Haussmann fez em Paris. Foram construídas as avenidas Rio Branco

(antiga Avenida Central), Beira-Mar, Rodrigues Alves e Mem de Sá, além dos edifícios, de

inspiração eclética, para a Biblioteca Nacional e o Teatro Municipal (Fig. 20).

5 O Plano Noel consolidou-se em 1925 a partir da colaboração do francês Jean-Claude Nicolas Forestier (1861-1930) no Proyecto

Orgánico de Urbanización del Municipio. Em 1938, Noel anexa sua experiência francesa, propondo um plano regulador que pode ser classificado como “tradicional” devido ao sistema de diagonais e grandes avenidas com pontos focais como em Paris, possuindo ainda a preocupação com a cidade existente, na tentativa de manter a quadrícula original espanhola, e reorganizando o espaço de acordo com ela (MEDEIROS et al., 2012).

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FIGURA 19 – Planta das principais intervenções de Pereira Passos da cidade do Rio de Janeiro, destacando-se a

abertura das importantes avenidas Mem de Sá (1), na Lapa; Beira-Mar (2) e Central (3).

FIGURA 20 – Imagens das demolições empreendidas por Pereira Passos para a construção da Avenida Central (atual

Avenida Rio Branco), destacando-se o Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

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8 CONCLUSÃO

Foram várias as contribuições urbanas do Plano de Paris, que melhorou a funcionalidade,

a circulação, e, principalmente, o saneamento e higienização da cidade. As condições das

habitações eram precárias nas periferias e a densidade excessiva no centro: houve uma

homogeneização, a qual também pode ser vista como negativa, pois levou à destruição de

espaços antigos, com perda patrimonial irrecuperável. Para o planejamento moderno, foi

precursor na implantação de sistemas públicos em larga escala, no dimensionamento de vias, no

embelezamento paisagístico e na criação de áreas verdes, o que influenciou muitas outras

cidades no mundo. Contudo, promoveu e intensificou a separação das categorias sociais; os

burgueses investiram nos imóveis que se construíam; e as grandes obras expulsaram da área

central a população modesta e indigente. E com o advento e expansão do automóvel, novas

alterações se fizeram necessárias.

9 REFERÊNCIAS

BENEVOLO, L. As origens da urbanística moderna. Lisboa: Presença, 1994.

_____. História da arquitetura moderna. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

_____. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2001.

CASTELNOU, A. M. Teoria do urbanismo. Curitiba: Apostila, UNIVERSIDADE FEDERAL DO

PARANÁ – UFPR, 2007.

FERRARI, C. Curso de planejamento municipal integrado. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1982.

GOITIA, F. C. Breve história do urbanismo. 5. ed. Lisboa: Editorial Presença, 2003.

GUIMARÃES, P. P. Configuração urbana: evolução, avaliação, planejamento e urbanização. São Paulo: ProLivros, 2004.

HAROUEL, J. L. História do urbanismo. Campinas: Papirus, 1998.

MEDEIROS, E. D.; CAVALCANTI FILHO, I.; DIEB, D. de A.; ANDRADE, P. A. de. Influências de Haussmann na América do Sul: O caso de Buenos Aires. In: ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA, XIII. João pessoa: Anais, Universidade Federal da Paraíba – UFPB, 2012. Disponível em: <http//www.prac.ufpb.br/anais/XIIENEX_XIIIENID/ ENID/MONITORIA/TRABALHOS/0052.DAq.CT.MT.10.R.P.10.doc>. Acesso em: 26.set.2012.

MUMFORD, L. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

10 BIBLIOGRAFIA DE APOIO

CASTELNOU, A. M. Arquitetura e cidade contemporânea. Curitiba: Apostila, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR, 2010.

HALL, P. Cidades do amanhã: uma história intelectual do planejamento e do projeto urbano no século XX. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, Série Urbanismo, Col. Estudos, n. 123, 2002.

KOSTOF, S. The city shaped. London: Thames & Hudson, 1991.

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11 FONTES DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Disponível em: <http://atelievenustas.blogspot.com.br/2011/12/viagem-paris.html>.

Figura 02 – Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_jzVK41xAUmE/SY8byJ-WoTI/ AAAAAAAADaw/YrgTCOgZzSg/s1600-h/paris1590g.jpg>.

Figura 03 – Disponível em: <http://www.nicolevoilhes.com/La_mouche/rencontres.htm>.

Figura 04 – Disponível em: <http://www.tristramhunt.com/web/whats-new/>.

Figura 05 – Disponível em: <http://www.laits.utexas.edu/wettlaufer/architecture/images/ 0201haussmann.jpg>.

Figura 06 – Disponível em: <http://www.upf.edu/materials/fhuma/portal_geos/tag/img/img_temes/ 018paris-1853.jpg>.

Figura 07 – Disponível em: <http://www.linternaute.com/paris/magazine/diaporama/06/ paris-vu-du-ciel/1950/images/2.jpg>.

Figura 08 – Disponível em: <http://houseplansllc.files.wordpress.com/2010/05/ fig88-from-camillo-sitte-via-cornell-library2.gif>.

Figura 09 – BENEVOLO, L. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2001.

Figura 10 – Disponível em: <http://arquitetura.weebly.com/aulas.html>.

Figura 11 – Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/09/ R%C3%A9alisationsUrbaines2ndEmpire.jpg>.

Figura 12 – Disponível em: <http://conservapedia.com/images/b/b2/ Haussmann_Plano_de_Paris_1851-1870.jpg>.

Figura 13 – Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/66/Par_Arr.svg>.

Figura 14 – Disponível em: <http://www.jwinspiration.com/enews/volume6/photos/ A-Haussmann-Avenue-de-lOpera-Esquisse.jpg>.

Figura 15 – Disponível em: <http://media.kunst-fuer-alle.de/img/36/m/ 36_164510~charles-marville_building-of-avenue-de-l'opera,-building-site-of-the-mound-of- moulins-near-passage-moliere,-paris,-1858-78.jpg>.

Figura 16 – Disponível em: <http://madrid2008-09.blogspot.com.br/2009/01/ apuntes-martes-13-de-enero.html.

Figura 17 – Disponível em: <http://madrid2008-09.blogspot.com.br/2009/01/ apuntes-martes-13-de-enero.html.

Figura 18 – Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/92/ Mapa_de_Av_de_Mayo.png?uselang=es>.

Figura 19 – Disponível em: < http://www.arquitetonico.ufsc.br/ a-reforma-urbana-de-pereira-passos-no-rio-de-janeiro>.

Figura 20 – Disponível em: < http://www.arquitetonico.ufsc.br/ a-reforma-urbana-de-pereira-passos-no-rio-de-janeiro>.

Observação: Todas as imagens foram acessadas em 24.set.2012.