v diretrizes brasileiras de hipertensão arterial
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V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. 2006TRANSCRIPT
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Realizao
Sociedade Brasileira de Cardiologia SBCPresidente: JosPriclesEsteves
Sociedade Brasileira de Hipertenso SBHPresidente: RobsonAugustoS.dosSantos
Sociedade Brasileira de Nefrologia SBNPresidente: PedroGordan
Comisso Organizadora
DcioMionJr.(Coordenador),OsvaldoKohlmannJr.(SBH)CarlosAlbertoMachado(SBC)CelsoAmodeo(SBN)MarcoAntnioMotaGomes(SBC)JosNeryPraxedes(SBN)FernandoNobre(SBH)AndraBrando(SBC)
Comisso de Redao
DcioMionJr.,OsvaldoKohlmannJr.,CarlosAlbertoMachado,CelsoAmodeo,MarcoAntnioMotaGomes,JosNeryPraxedes,FernandoNobre,AndraBrando,MariaTerezaZanellaeJosianeLimaGusmo
Apoio
BayerHealthCareBiosintticaFarmacuticaLtda.BoehringerIngelheimdoBrasilQumicaeFarmacuticaLtda.
FarmalabIndstriasQumicaseFarmacuticasLtda.
LaboratriosPfizerLtda.MedleyS/AIndstriaFarmacutica.MerckSharp&DohmeFarmacuticaLtda.
NovartisBiocinciasS.A.OmronSankyoPharmaBrasilLtda.TorrentdoBrasilLtda.
So Paulo, 13 de fevereiro de 2006
Sociedades Patrocinadoras
Associao Brasileira para o Estudo da Obesidade ABESOPresidente: HenriqueSuplicyRepresentante: MarcioMancini
Academia Brasileira de Neurologia ABNPresidente: SrgioRobertoHaussenRepresentante: AyrtonMassaro
Federao Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrcia FEBRASGOPresidente: NilsonRobertoMeloRepresentante: LuciaHelenadeAzevedo
Sociedade Brasileira Clinica Mdica SBCMPresidente: AntonioCarlosLopesRepresentante: RenatoDelascioLopes
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia SBGGPresidente: ElisaFrancodeAssisCostaRepresentante: ElizabeteVianadeFreitas
Sociedade Brasileira de Pediatria SBPPresidente: DioclcioCamposJuniorRepresentante: OlberesV.B.deAndrade
Sociedade Brasileira de Diabetes SBDPresidente: MarcosTambasciaRepresentante: AdrianaForti
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia SBEMPresidente: MarisaHelenaCsarCoral
Sociedade Brasileira de Medicina de Famlia SOBRAMFAPresidente: SarkisJoundBayedRepresentante: MarceloLevites
AndrMaterial de Enfermagem
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V Diretrizes Brasileiras de Hipertenso Arterial
Apresentao
Passadosquatroanos,foinecessrioreverascondutasdiagnsticaseteraputicasemhipertensoarterialparapublicarasVDiretrizesBrasileirasdeHipertensoArterialeofereceraomdicobrasileirooconhecimentodasmudanasmais importantesnapreveno,nodiagnstico,notratamentoenocontroledahipertensoarterial,orientadopelotrabalhorduoevoluntriode118especialistasdasvriasregiesdoPassobopatrocniodaSociedadeBrasileiradeCardiologia,daSociedadeBrasileiradeHipertensoedaSociedadeBrasileiradeNefrologiaeoapoioeacontribuiodenoveSociedadesMdicas.
Mudanas importantes na conduta diagnstica e teraputica foram exaustivamente discutidas. No diagnstico, considerandoo progresso verificado nasmedidas de presso arterial fora do consultriomdico, amonitorizao ambulatorial da presso arterial(MAPA)eamonitorizaoresidencialdapressoarterial(MRPA)foramincludascomoopesnofluxogramadiagnstico.Comrelaoteraputica,ainclusodacondutabaseadanoriscocardiovascularadicionaldeacordocomosnveisdapressoarterialeapresenadefatoresderisco, lesesdergos-alvoedoenacardiovasculardeixamestedocumentoemsintoniacomoquehdemaisatualnateraputicacardiovascular.
Temoscertezaqueestedocumento,semelhanadosanteriores1-4,oferecercomunidademdicabrasileiraumguiaprtico,objetivoeadequadonossarealidade,paraserutilizadocomoreferncianaprticadiria.
Agradecemosoempenhodetodososcolegasquecontriburamdeformadefinitivaparaosucessodestapublicao,trabalhandoviainterneteparticipandoativamentedareunioplenrianodia13defevereirode2006,emSoPaulo,SP.
SomosgratostambmindstriafarmacuticapeloapoioinstitucionalquepermitiuarealizaodareunioplenriaeadivulgaodestedocumentoemreuniesqueserorealizadasemvriasregiesdoPas.
A Comisso Organizadora
1I Consenso Brasileiro de Hipertenso Arterial Arq Bras Cardiol sppl A A sppl A A
2 II Consenso Brasileiro de Hipertenso ArterialII Consenso Brasileiro de Hipertenso Arterial Arq Bras Cardiol 4 3 4 333347
3 III Consenso Brasileiro de Hipertenso Arterial Rev Bras Clin Terap 8 24 23272
4 IV Brazilian Gidelines in Arterial Hypertension Arq Bras Cardiol 2004 82 sppl 4 722
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Grupos de TrabalhoGrupo 1 Diagnstico e ClassificaoCoordenador: Secretrios: AlexandreAlessi(PR) HiltonChaves(PE)DcioMionJnior(SP) GiovnioVieiradaSilva(SP) AngelaMariaGeraldoPierin(SP) JosCarlosAidarAyoub(SP) KatiaCoelhoOrtega(SP) AudesMagalhesFeitosa(PE) JosianeLimaGusmo(SP) DanteMarceloArtigasGiorgi(SP) LilianSoaresdaCosta(RJ) FernandoAntonioAlmeida(SP) TufikJosMagalhesGeleilete(SP)
Grupo 2 Investigao Clnico-Laboratorial e Deciso Teraputica Coordenador: Secretrios: AltamiroReisdaCosta(RS) JosMarcioRibeiro(MG)OsvaldoKohlmannJunior(SP) FernandaConsolim-Colombo(SP) AntonioFelipeSanjuliani(RJ) JosPriclesEsteves(BA) EduardoCantoniRosa(SP) AyrtonPiresBrando(RJ) PedroGordan(PR) CsarPontes(CE) RafaelLeiteLuna(RJ) FridaLianePlavnik(SP) WeimarSebba(GO)
Grupo 3 Abordagem MultiprofissionalCoordenador: Secretrios: ClovisOliveiraAndrade(SE) MariaFtimadeAzevedo(RN)MarcoAntonioMotaGomes(AL) PauloRobertoPereiraToscano(PA) CristinaSAti(SP) MarildaLipp(SP) PauloCesarVeigaJardim(GO) EliudenGalvoDeLima(ES) NrciaElisaB.Kohlmann(SP) JooCarlosRocha(SP) NeidedeJesus(BA) JosXavierDeMelloFilho(MA) NeusaEliPortela(SP) MariaCecliaG.MarinhoArruda(SP)
Grupo 4 Tratamento No-MedicamentosoCoordenador: Secretrios: ArmnioCostaGuimares(BA) OsvaldoPassarelli(SP)JosNeryPraxedes(SP) CarlosEduardoNegro(SP) EstelamarisTroncoMonego(GO) SebastioFerreiraFilho(MG) HenoLopes(SP) MarcioKalil(MG) SergioFabianoVieiraFerreira(MG) NatalinoSalgadoFilho(MA) TalesdeCarvalho(SC)
Grupo 5 Tratamento MedicamentosoCoordenador: Secretrios: AyrtonPiresBrando(RJ) MariaHelenaCatelliCarvalho(SP)FernandoNobre(SP) EduardoBarbosaCoelho(SP) ArturBeltrameRibeiro(SP) MichelBatlouni(SP) CibeleIsaacSaadRodrigues(SP) CibeliIsaacSaadRodrigues(SP) MiguelGus(RS) EduardoB.Coelho(SP) RobertoJorgedaSilvaFranco(SP) GilsonFeitosa(BA) RobsonAugustoSdosSantos(MG) JorgePintoRibeiro(RS) WilleOigman(RJ) JosFernandoVilelaMartins(SP)
Grupo 6 Hipertenso SecundriaCoordenador: Secretrios: AdelaideA.Pereira(SP) LuizAparecidoBortolloto(SP)CelsoAmodeo(SP) JosGastoRochaCarvalho(PR) AntonioCambara(SP) MariaElietePinheiro(AL) FlavioBorelli(SP) AntonioMarmoLucon(SP) PedroJabur(SP) JosLuizSantello(SP) RogrioA.Mulinari(PR)
Grupo 7 Situaes EspeciaisCoordenadora: Secretrios: AdrianaForti(CE) MarceloBertolami(SP)MariaTerezaZanella(SP) RobertoMiranda(SP) AirtonMassaro(SP) MarcioMancini(SP) MariaElianeMagalhes(RJ) AntnioAlbertoSilvaLopes(BA) MauricioWajgarten(SP) IstnioPascoal(DF) RaulDiasdosSantos(SP) IvanCordovil(RJ) VeraKoch(SP)
Grupo 8 Preveno Primria em Hipertenso Coordenador: Secretrias: lvaroAvezum(SP) RaimundoMarquesNascimentoCarlosAlbertoMachado(SP) ClaudiaLuciadeMoraesForjaz(SP) EduardoMoacyrKrieger(SP) Neto(MG) Adrianavila(SP) LucliaC.Magalhes(BA) ReginaTeresaCapelari(SP) MarcusV.BolivarMalachias(MG) RuiManueldosSantosPvoa(SP) MarioMaranho(PR) VictorMatsudo(SP) OtavioRizziCoelho(SP)
Grupo 9 Epidemiologia da HipertensoCoordenadora: Secretrios: AbroCury(SP) LuizCarlosBodanese(RS)AndraBrando(RJ) SandraFuchs(RS) AgostinhoTavares(SP) LuizCesarScala(MT) ArmandodaRochaNogueira(RJ) AntnioFelipeSimo(SC) MarioFritshNeves(RJ) EdgarPessoadeMello(PE) PauloLotufo(SP) InesLessa(BA) RomeroBezerra(DF) JosAugustoBarretoFilho(SE)
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4GrauAgrandesensaiosclnicosaleatorizadosemetanlises.GrauBestudosclnicoseobservacionaisbemdesenhados.GrauCrelatosesriesdecasos.GrauDpublicaesbaseadasemconsensoseopiniesdeespecialistas.
Grau de Recomendao
Sumrio1.EpidemiologiadaHipertensoArterial......................................................................................................... 5
2.DiagnsticoeClassificao........................................................................................................................... 7
3.InvestigaoClnico-LaboratorialeDecisoTeraputica............................................................................. 14
4.AbordagemMultiprofissional..................................................................................................................... 17
5.TratamentoNo-Medicamentoso............................................................................................................... 20
6.TratamentoMedicamentoso....................................................................................................................... 23
7.SituaesEspeciais..................................................................................................................................... 31
8.HipertensoArterialSecundria................................................................................................................. 35
9.PrevenoPrimriadaHipertensoedosFatoresdeRiscoAssociados........................................................ 41
RefernciasBibliogrficas............................................................................................................................... 43
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51.1. Hipertenso Arterial: A Importncia do Problema
A elevaodapresso arterial representa um fator de risco independente,linearecontnuoparadoenacardiovascular1.Ahipertensoarterialapresentacustos mdicos e socioeconmicos elevados, decorrentes principalmentedas suas complicaes, tais como: doena cerebrovascular, doena arterialcoronariana, insuficincia cardaca, insuficincia renal crnica e doenavasculardeextremidades.
1.2. MortalidadeNoBrasil, em 2003, 27,4%dos bitos foramdecorrentes de doenascardiovasculares, atingindo 37% quando so excludos os bitos porcausasmaldefinidaseaviolncia.AprincipalcausademorteemtodasasregiesdoBrasiloacidentevascularcerebral,acometendoasmulheresemmaiorproporo2.
Observa-se tendncia lenta e constante de reduo das taxas demortalidadecardiovascular.Adoenacerebrovascular,cujofatorderiscoprincipalahipertenso,tevereduoanualdastaxasajustadasporidadede1,5%parahomense1,6%paramulheres.Oconjuntodasdoenasdo corao, hipertenso, doena coronria e insuficincia cardacatambmtevetaxasanuaisdecrescentesde1,2%parahomense1,3%paramulheres(Figura1).Noentanto,apesardodeclnio,amortalidadenoBrasilaindaelevadaemcomparaoaoutrospases,tantoparadoenacerebrovascularcomoparadoenasdocorao3.
Entre os fatores de risco para mortalidade, hipertenso arterialexplica40%dasmortesporacidentevascularcerebrale25%daquelaspor doena coronariana4. A mortalidade por doena cardiovascularaumentaprogressivamentecomaelevaodapressoarterial,apartirde115/75mmHg1.
1.3. PrevalnciaInquritos de base populacional realizados em algumas cidades do Brasilmostramprevalnciadehipertensoarterial(140/90mmHg)de22,3%a43,9%(Figura2)5-7.
1. Epidemiologia da Hipertenso Arterial
Doena do corao em homens Doenas do corao em mlheres Acidente vasclar cerebral em homens Acidente vasclar cerebral em mlheres
80 8 82 83 84 8 8 87 88 8 0 2 3 4 7 8 2000 200 2002 2003
20
200
0
00
0
0
Figura 2. Prevalncia de hipertenso arterial 40/0 mmHg em cidades brasileiras
1.4. Hospitalizaes Ahipertensoarterialeasdoenasrelacionadaspressoarterialsores-ponsveis por alta freqncia de internaes (Figura 3). Insuficinciacardaca a principal causa de hospitalizao entre as doenas cardio-vasculares,sendoduasvezesmaisfreqentequeasinternaesporacidentevascularcerebral.Em2005ocorreram1.180.184internaespordoenascardiovasculares,comcustoglobaldeR$1.323.775.008,283.
4
40
3
30
2
20
0
0
Arar
aqa
ra
0
So
Palo
0
Pirac
icaba
Porto
Aleg
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4
Cotia
7
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2003
Rio
Gran
de d
o S
l2
004
43,9
22,3
32,7
26
44
31,5
36,533,7
Figura 1. Evolo temporal das taxas de mortalidade ajstadas pela idade padro OMS no perodo de 80 a 2003 para doena cerebrovasclar e doenas do corao coronariana, insficincia cardaca e miocardiopatia hipertensiva para ambos os gneros no Brasil
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61.5. Fatores de Risco para Hipertenso Arterial
IdadeA presso arterial aumenta linearmente com a idade8. Em indivduosjovens, a hipertenso decorremais freqentemente apenas da elevaona presso diastlica, enquanto a partir da sexta dcada o principalcomponenteaelevaodapressosistlica9.EmindivduosidososdacidadedeBambu,MG,61,5%apresentavamhipertensoarterial10.
O risco relativodedesenvolverdoena cardiovascular associadoaoaumentodapressoarterialnodiminuicomoavanodaidadeeoriscoabsolutoaumentamarcadamente1.
Sexo e EtniaA prevalncia global de hipertenso entre homens (26,6%; IC 95%26,0-27,2%)emulheres(26,1%;IC95%25,5-26,6%)insinuaquesexonoumfatorderiscoparahipertenso.Estimativasglobaissugeremtaxasdehipertensomaiselevadasparahomensatos50anoseparamulheresapartirdasextadcada11.Hipertensomaisprevalenteemmulheresafrodescendentescomexcessoderiscodehipertensodeat130%emrelaosmulheresbrancas12.
Fatores SocioeconmicosNvel socioeconmicomais baixo est associado amaior prevalncia dehipertensoarterialedefatoresderiscoparaelevaodapressoarterial,almdemaior riscode leso emrgos-alvo e eventos cardiovasculares.Hbitosdietticos,incluindoconsumodesaleingestodelcool,ndicedemassacorpreaaumentado,estressepsicossocial,menoracessoaoscuidadosdesadeenveleducacionalsopossveisfatoresassociados13.
SalOexcessodeconsumodesdiocontribuiparaaocorrnciadehipertensoarterial14.Arelaoentreaumentodapressoarterialeavanodaidademaiorempopulaescomaltaingestodesal.Povosqueconsomemdietacomreduzidocontedodestetmmenorprevalnciadehipertensoeapressoarterialnoseelevacomaidade.EntreosndiosYanomami,quetmbaixaingestodesal,noforamobservadoscasosdehipertensoarterial15.Empopulaourbanabrasileira,foiidentificadamaioringestodesalnosnveisscioeconmicosmaisbaixos(videcaptulo5,item5.3;captulo9,item9.1).
Epidemiologia da Hipertenso Arterial
Figura 3. Nmero de hospitalizaes por doena cardiovasclar no Brasil 20002004
2000000
800000
00000
400000
200000
000000
800000
00000
400000
200000
0Otras Insficincia
cardacaAcidente vasclar
cerebralDoena arterial
coronarianaHipertenso
arterial
ObesidadeOexcessodemassacorporalumfatorpredisponenteparaahipertenso,podendo ser responsvel por 20% a 30% dos casos de hipertensoarterial16;75%doshomense65%dasmulheresapresentamhipertensodiretamenteatribuvelasobrepesoeobesidade.Apesardoganhodepesoestarfortementeassociadocomoaumentodapressoarterial,nemtodosos indivduos obesos tornam-se hipertensos. Estudos observacionaismostraramqueganhodepesoeaumentodacircunfernciadacinturasondicesprognsticosimportantesdehipertensoarterial,sendoaobesidadecentralumimportanteindicadorderiscocardiovascularaumentado16-18.Estudos sugeremqueobesidade central estmais fortemente associadacomosnveisdepressoarterialdoqueaadiposidadetotal19.Indivduoscomnveldepressoarterialtimo,queaocorrerdotempoapresentamobesidade central, tmmaior incidncia de hipertenso19. A perda depesoacarretareduodapressoarterial20.
lcoolOconsumoelevadodebebidasalcolicascomocerveja,vinhoedestiladosaumentaapressoarterial.Oefeitovariacomognero,eamagnitudeest associada quantidade de etanol e freqncia de ingesto21.Oefeitodoconsumoleveamoderadodeetanolnoestdefinitivamenteestabelecido.Verifica-sereduomdiade3,3mmHg(2,5a4,1mmHg)napressosistlicae2,0mmHg(1,5a2,6mmHg)napressodiastlicacomareduonoconsumodeetanol22.
Estudo observacional21 indica que o consumo de bebida alcolicaforaderefeiesaumentaoriscodehipertenso,independentementedaquantidadedelcoolingerida.
SedentarismoOsedentarismoaumentaaincidnciadehipertensoarterial.Indivduossedentrios apresentam risco aproximado 30% maior de desenvolverhipertenso que os ativos23,24. O exerccio aerbio apresenta efeitohipotensor maior em indivduos hipertensos que normotensos25. Oexerccio resistido possui efeito hipotensor semelhante, mas menosconsistente26(videcaptulo5,item5.5;captulo9,item9.2).
1.6. Outros Fatores de Risco Cardiovascular
Apresenadefatoresderiscocardiovascularocorremaiscomumentenaformacombinada27.Almdapredisposiogentica,fatoresambientaispodemcontribuirparaumaagregaodefatoresderiscocardiovascularemfamliascomestilodevidapoucosaudvel28.Emamostrasdanossapopulao,acombinaodefatoresderiscoentreindivduoshipertensosparecevariarcomaidade,predominandoainatividadefsica,osobrepeso,ahiperglicemiaeadislipidemia5.Aobesidadeaumentaaprevalnciadaassociaodemltiplosfatoresderisco29.
1.7. Taxas de Conhecimento, Controle e Tratamento da Hipertenso Arterial
Estudobrasileiro revelouque,em indivduosadultos,50,8%sabiamserhipertensos,40,5%estavamemtratamentoeapenas10,4%tinhampressoarterialcontrolada( 30/80 Mdia 24h > 3/8
Hipertenso do avental branco
140/90 135/85 Mdia Viglia
135/85
Hipertenso mascarada < 40/0 > 3/8 Mdia Viglia > 3/8
Efeito do avental branco Diferena entre a medida da presso arterial no consltrio e a da MAPA na viglia o MRPA, sem haver mdana no diagnstico de normotenso o hipertenso
Identificao e segimento do hipertenso do avental branco B Identificao do efeito do avental branco B Identificao de hipertenso mascarada B Avaliao da teraptica antihipertensiva B
Tabela 5. Indicaes da MRPA segndo a II Diretriz Brasileira de MRPA
Sspeita de hipertenso do avental branco BAvaliao da eficcia teraptica antihipertensiva B a Qando a presso arterial casal permanecer elevada, apesar
da otimizao do tratamento antihipertensivo para diagnstico de hipertenso arterial resistente o efeito do avental branco
b Qando a presso arterial casal estiver controlada e hover indcios da persistncia o da progresso de leso de rgosalvo
Avaliao de normotensos com leso de rgosalvo DAvaliao de sintomas, principalmente hipotenso D
Tabela 6. Indicaes da MAPA segndo a IV Diretriz Brasileira de MAPA
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9Diagnstico e Classificao
* Avaliao laboratorial recomendada no captlo 3** Vide tabela 3 segimento*** Estratificao de risco cardiovasclar recomendado no captlo 3PA presso arterial PAD presso arterial diastlica PAS presso arterial sistlica
Presso arterial casual elevada no consultrio ou fora dele
Visita 2PA 40/0 com risco cardiovasclar***
alto, muito alto ou PA 180/110
Diagnstico de hipertenso
Visita 1Medida da PA
Anamnese, exame fsico e avaliao laboratorial*Prazo mximo de reavaliao
2 meses**
Emergncia/ Urgncia hipertensiva
Sim
No
ou Considerar MAPA
PA = 140-179/90-109
Hipertenso estgio o 2 e risco cardiovasclar* ** baixo o mdio
Prazo mximo de reavaliao2 meses**
Considerar MRPA ou
Normotenso
MAPA/MRPA na sspeita de
hipertenso mascarada
Continar medidas de
presso arterial
Hipertenso
MAPA/MRPA na sspeita de hipertenso do avental branco
Continar medidas de
presso arterial
Hipertenso do avental branco
Diagnstico de hipertenso
Hipertenso do avental branco
Diagnstico de hipertenso
Figura 1. Algoritmo para o diagnstico da hipertenso arterial modificado de sgesto do Canadian Hypertension Edcation Program
2.5. Situaes Especiais de Medida da Presso Arterial
CrianasA medida da presso arterial em crianas recomendada em todaavaliaoclnicaapsostrsanosdeidadeouemcircunstnciasespeciaisde risco antes desta idade, identificando-se a pressodiastlicana faseVdeKorotkoff e empregando-semanguito combolsa de borrachadetamanhoadequadocircunfernciadobrao(Tabela2)51.
IdososNamedidadapressoarterialdoidoso,existemtrsaspectosimportantes52:maiorfreqnciadehiatoauscultatrio,queconsistenodesaparecimentodossonsnaauscultaduranteadeflaodomanguito,geralmenteentreofinaldafaseIeoinciodafaseIIdossonsdeKorotkoff.Talachadopodesubestimaraverdadeirapressosistlicaousuperestimarapressodiastlica;pseudo-hipertenso,caracterizadapornveldepressoarterialsuperestimado em decorrncia do enrijecimento da parede da artria.Pode ser detectada por meio da manobra de Osler, que consiste nainflaodomanguitonobraoatodesaparecimentodopulso radial.
Presso arterial casual de consultrio
Visita 3 PA < 40/0
Visita 3PAS 140 ou
PAD 90
Visita 3PA viglia 135/85
Visita 3PA 24 horas
PAS > 30 oPAD > 80
Visita 3PA 135/85
Visita 3PAS > 3 o
PAD > 8
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Seaartriaforpalpvelapsesseprocedimento,sugerindoenrijecimento,opacienteconsideradoOslerpositivo53;ahipertensodoaventalbrancomaisfreqentenoidoso.
GestantesRecomenda-sequeamedidadapressoarterialsejafeitanaposiosentada,identificando-seapressodiastlicanafaseVdeKorotkoff54(D).
2.6. Critrios Diagnsticos e Classificao
Em estudos populacionais, a presso arterial tem relao direta como riscodemorteedeeventosmrbidos.Os limitesdepressoarterialconsideradosnormaissoarbitrriose,naavaliaodospacientes,deve-seconsiderartambmapresenadefatoresderisco,lesesdergos-alvoedoenasassociadas.Aacurciadodiagnsticodehipertensoarterialdepende fundamentalmente dos cuidados dispendidos nasmedidas dapresso arterial.Minimizam-se, assim, os riscos de falsos diagnsticos,tantodahipertensoarterialquantodanormotenso,esuasrepercussesnasadedosindivduosenocustosocialenvolvido.
Osvaloresquepermitemclassificarosindivduosadultosacimade18anos,deacordocomosnveisdepressoarterialestonatabela7.
Astabelas9e10apresentamosvaloresdepressoarterialreferentesaospercentis90,95e99depressoarterialparacrianaseadolescentes,deacordocomospercentisdeestaturaparaambosossexos(Tabela11).Consideram-se os valores abaixo do percentil 90 como normotenso,desdequeinferioresa120/80mmHg;entreospercentis90e95,comolimtrofe51(pr-hipertenso, de acordo comoTheFourthReport onthe Diagnosis, Evaluation, andTreatment of High Blood Pressure inChildren andAdolescents), e igual ou superior ao percentil 95, comohipertensoarterial,salientando-sequequalquervalorigualousuperior
Classificao Presso sistlica(mmHg)
Presso diastlica(mmHg)
tima < 20 < 80
Normal < 30 < 8
Limtrofe 303 88
Hipertenso estgio 40 0
Hipertenso estgio 2 07 000
Hipertenso estgio 3 180 110
Hipertenso sistlica isolada 140 < 0
Qando as presses sistlica e diastlica de m paciente sitamse em categorias diferentes, a maior deve ser tilizada para classificao da presso arterial
Tabela 7. Classificao da presso arterial de acordo com a medida casal no consltrio > 8 anos
a120/80mmHgemadolescentes,mesmoqueinferioraopercentil95,deve ser considerado limtrofe (Tabela 8)51. Por exemplo, ummeninocom6 anosde idade,medindo110 cm (percentil 10) e apresentandopressoarterialde100/60mmHg,seriaconsideradonormotenso.Jummeninodemesma idade e altura,mas compresso arterialde108/70mmHg,seriaconsideradolimtrofe.Seestasegundacriana,emvezde110cm,tivesseestaturade119cm(percentil75),apressoarterialde115/75mmHgofariaserconsideradohipertenso.
Poroutrolado,ummeninocom14anosdeidade,medindo158cm(percentil25)ecompressoarterialde110/70mmHg,seriaconsideradonormotenso.Joutromeninodemesmaidadeemesmaaltura,mascompresso arterial de 122/70 mmHg, seria considerado limtrofe. Se estasegundacriana,emvezde158cm,tivesseestaturade170cm(percentil75),apressoarterialde130/83mmHgofariaserconsideradohipertenso.
Diagnstico e Classificao
Classificao Percentil* para PAS e PAD Freqncia de medida da presso arterial
Normal PA < percentil 0 Reavaliar na prxima conslta mdica agendada
Limtrofe PA entre percentis 0 a o se PA exceder 20/80 mmHg sempre < percentil 0 at < percentil
Reavaliar em meses
Hipertenso estgio Percentil a mais mmHg Paciente assintomtico reavaliar em a 2 semanas se hipertenso confirmada encaminhar para avaliao diagnstica
Paciente sintomtico encaminhar para avaliao diagnstica
Hipertenso estgio 2 PA > percentil mais mmHg Encaminhar para avaliao diagnstica
Hipertenso do avental branco PA > percentil em amblatrio o consltrio e PA normal em ambientes no relacionados prtica clnica
* Para idade, sexo e percentil de estatra
Tabela 8. Classificao da presso arterial para crianas e adolescentes modificado do The Forth Report on the Diagnosis, Evalation and Teatment of High Blood Pressre in Children and Adolescents
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Idade (anos)
Percentil PA sistlica (mmHg) por percentil de estatura PA diastlica (mmHg) por percentil de estatura
Diagnstico e Classificao
% 0% 2% 0% 7% 0% % % 0% 2% 0% 7% 0% %
0 7 7 8 00 0 02 03 2 3 3 4
00 0 02 04 0 0 07 7 7 8 0
08 08 0 2 3 4 4 4 7 7
2 0 8 00 0 03 04 0 7 8 8 0
02 03 04 0 07 08 0 2 2 3 4
0 0 2 4 70 70 7 72 72
3 0 00 00 02 03 04 0 0 2 2 3 4 4
04 04 0 07 08 0 0 7 8 8
3 4 7 73 73 74 74 7 7 7
4 0 0 02 03 04 0 07 08 4 4 7 7 8
0 0 07 08 0 2 8 8 70 7 7 72
2 3 4 7 8 7 7 7 77 78 7 7
0 03 03 0 0 07 0 0 7 7 8 70
07 07 08 0 2 3 70 7 7 72 73 73 74
4 4 7 8 20 20 78 78 7 7 80 8 8
0 04 0 0 08 0 0 8 8 70 70 7 72
08 0 0 3 4 72 72 73 74 74 7 7
7 20 2 22 80 80 80 8 82 83 83
7 0 0 07 08 0 2 3 70 70 7 72 72 73
0 2 3 73 74 74 7 7 7 77
7 8 20 22 23 24 8 8 82 82 83 84 84
8 0 08 0 0 3 4 4 7 7 7 72 73 74 74
2 2 4 8 8 7 7 7 7 77 78 78
20 2 22 23 2 2 82 82 83 83 84 8 8
0 0 0 2 3 4 72 72 72 73 74 7 7
4 4 7 8 20 7 7 7 77 78 7 7
2 2 23 24 2 27 27 83 83 84 84 8 8 87
0 0 2 2 4 8 8 73 73 73 74 7 7 7
7 20 2 22 77 77 77 78 7 80 80
23 23 2 2 27 2 2 84 84 8 8 8 87 88
0 4 4 7 8 20 74 74 74 7 7 77 77
8 8 2 22 23 24 78 78 78 7 80 8 8
2 2 2 28 2 30 3 8 8 8 87 87 88 8
2 0 7 20 2 22 7 7 7 7 77 78 78
20 2 23 24 2 2 7 7 7 80 8 82 82
27 27 28 30 3 32 33 8 8 87 88 88 8 0
3 0 7 8 2 22 23 24 7 7 7 77 78 7 7
2 22 23 24 2 27 28 80 80 80 8 82 83 83
28 2 30 32 33 34 3 87 87 88 8 8 0
4 0 20 2 22 24 2 2 77 77 77 78 7 80 80
23 23 2 2 27 2 2 8 8 8 82 83 84 84
30 3 32 33 3 3 3 88 88 8 0 0 2
0 20 2 22 23 2 2 27 78 78 78 7 80 8 8
24 2 2 27 2 30 3 82 82 82 83 84 8 8
3 32 33 34 3 37 38 8 8 0 2 3
0 2 22 23 24 2 27 28 78 78 7 80 8 8 82
2 2 27 28 30 3 32 82 82 83 84 8 8 8
32 33 34 3 37 38 3 0 0 0 2 3 3
7 0 22 22 23 2 2 27 28 78 7 7 80 8 8 82
2 2 27 2 30 3 32 82 83 83 84 8 8 8
33 33 34 3 37 38 3 0 0 2 3 3
Tabela 9. Valores de presso arterial referentes aos percentis 0, e de presso arterial para meninas de a 7 anos de idade, de acordo com o percentil de estatra
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12
Diagnstico e Classificao
Idade (anos)
Percentil PA sistlica (mmHg) por percentil de estatura PA diastlica (mmHg) por percentil de estatura
Tabela 10. Valores de presso arterial referentes aos percentis 0, e de presso arterial para meninos de a 7 anos de idade, de acordo com o percentil de estatra
% 0% 2% 0% 7% 0% % % 0% 2% 0% 7% 0% %
0 4 7 00 02 03 4 0 2 3 3 4
8 0 03 04 0 0 4 4 7 8 8
0 0 08 0 2 3 4 2 3 4
2 0 7 00 02 04 0 0 4 7 8 8
0 02 04 0 08 0 0 0 2 3 3
0 0 3 7 7 7 8 70 7 7
3 0 00 0 03 0 07 08 0 0 2 3 3
04 0 07 0 0 2 3 3 3 4 7 7
2 4 8 20 7 7 72 73 74 7 7
4 0 02 03 0 07 0 0 2 3 4 7
0 07 0 2 4 7 8 70 7 7
3 4 8 20 2 22 74 7 7 77 78 78 7
0 04 0 0 08 0 2 7 8 70
08 0 0 2 4 70 7 72 73 74 74
8 20 2 23 23 77 78 7 80 8 8 82
0 0 0 08 0 3 3 8 8 70 7 72 72
0 0 2 4 7 7 72 72 73 74 7 7 7
7 2 23 24 2 80 80 8 82 83 84 84
7 0 0 07 0 3 4 70 70 7 72 73 74 74
0 3 7 8 74 74 7 7 77 78 78
7 8 20 22 24 2 2 82 82 83 84 8 8 8
8 0 07 0 0 2 4 7 72 72 73 74 7 7
2 4 8 20 7 7 77 78 7 7 80
20 22 23 2 27 27 83 84 8 8 87 87 88
0 0 0 2 4 7 8 72 73 74 7 7 7 77
3 4 8 2 2 7 77 78 7 80 8 8
20 2 23 2 27 28 2 84 8 8 87 88 88 8
0 0 2 4 7 73 73 74 7 7 77 78
7 2 22 23 77 78 7 80 8 8 82
22 23 2 27 28 30 30 8 8 8 88 88 8 0
0 3 4 7 20 2 74 74 7 7 77 78 78
7 8 2 23 24 2 78 78 7 80 8 82 82
24 2 27 2 30 32 32 8 8 87 88 8 0 0
2 0 8 20 2 23 23 74 7 7 7 77 78 7
20 22 23 2 27 27 78 7 80 8 82 82 83
2 27 2 3 33 34 3 8 87 88 8 0 0
3 0 7 8 20 22 24 2 2 7 7 7 77 78 7 7
2 22 24 2 28 2 30 7 7 80 8 82 83 83
28 30 3 33 3 3 37 87 87 88 8 0
4 0 20 2 23 2 2 28 28 7 7 77 78 7 7 80
24 2 27 28 30 32 32 80 80 8 82 83 84 84
3 32 34 3 38 3 40 87 88 8 0 2 2
0 22 24 2 27 2 30 3 7 77 78 7 80 80 8
2 27 2 3 33 34 3 8 8 82 83 84 8 8
34 3 3 38 40 42 42 88 8 0 2 3 3
0 2 2 28 30 3 33 34 78 78 7 80 8 82 82
2 30 32 34 3 37 37 82 83 83 84 8 8 87
3 37 3 4 43 44 4 0 0 2 3 4 4
7 0 27 28 30 32 34 3 3 80 80 8 82 83 84 84
3 32 34 3 38 3 40 84 8 8 87 87 88 8
3 40 4 43 4 4 47 2 3 3 4 7
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Tabela 11. Grficos de desenvolvimento para clclo do percentil de altra
Diagnstico e Classificao
A. Grfico de desenvolvimento de meninas para clculo do percentil de altura
B. Grfico de desenvolvimento de meninos para clculo do percentil de altura.
Pblished May 30, 2000 modified /2/00
SOURCE Developed by the National Center for Health Statistics in collaboration with the National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion 2000
http//wwwcdcgov/growthcharts
Idade (anos)
Idade (anos)
altura
peso
altura
peso
Idade (anos)
Idade (anos)
altura
peso
altura
peso
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Tabela 3. Dados relevantes do exame fsico
Osobjetivosdainvestigaoclnico-laboratorialestonatabela1.
3. Investigao Clnico-Laboratorial e Deciso Teraputica
Confirmar a elevao da presso arterial e firmar o diagnstico de hipertenso arterial Identificar fatores de risco para doenas cardiovasclares Avaliar leses de rgosalvo e presena de doena cardiovasclar Diagnosticar doenas associadas hipertenso Estratificar o risco cardiovasclar do paciente Diagnosticar hipertenso arterial secndria
Sinais vitais medida da presso arterial vide captlo 2, tabela e freqncia cardaca
Obteno das medidas antropomtricas a circnferncias da cintra C = no ponto mdio entre a ltima costela e a
crista ilaca lateral e do qadril Q = ao nvel do trocanter maior e clclo da relao cintra/qadril C/Q Limite de normalidade mlheres C = 88 cm e C/Q = 0,8 homens C = 02 cm e C/Q = 0,
b obteno de peso e altra e clclo do ndice de massa corporal [IMC = peso kg/altra2 m] Sobrepeso 2 IMC < 30 kg/m2 e obesidade IMC 30 kg/m2
Inspeo fcies e aspectos sgestivos de hipertenso secndria Tabela Pescoo palpao e asclta das artrias cartidas, verificao da presena
de estase venosa e palpao de tireide Exame do precrdio cts sgestivo de hipertrofia o dilatao do ventrclo
esqerdo arritmias 3a blha, qe sinaliza disfno sistlica do ventrclo esqerdo o 4a blha, qe sinaliza presena de disfno diastlica do ventrclo esqerdo, hiperfonese de 2a blha em foco artico, alm de sopros nos focos mitral e artico
Exame do plmo asclta de estertores, roncos e sibilos Exame do abdome massas abdominais indicativas de rins policsticos,
hidronefrose, tmores e anerismas Identificao de sopros abdominais na aorta e nas artrias renais
Extremidades palpao de plsos braqiais, radiais, femorais, tibiais posteriores e pediosos A diminio da amplitde o o retardo do plso das artrias femorais sgerem doena obstrtiva o coartao da aorta
Se hover forte sspeita de doena arterial obstrtiva perifrica, determinar o ndice TornozeloBraqial ITB * Avaliao de evental edema
Exame nerolgico smrio Exame de fndo do olho identificar estreitamento arteriolar, crzamentos
arteriovenosos patolgicos, hemorragias, exsdatos e papiledema
* Para o clclo do ITB, tilizamse os valores de presso arterial do brao e tornozelo ITB direito = presso tornozelo direito/presso brao direito ITB esqerdo = presso tornozelo esqerdo/presso brao esqerdo Interpretao normal = acima de 0, obstro leve = 0,70,0 obstro moderada = 0,40,70 obstro grave = 0,000,40
Anlise de rina D Potssio plasmtico D Creatinina plasmtica D* Glicemia de jejm D Colesterol total, HDL, triglicrides plasmticos D** cido rico plasmtico D Eletrocardiograma convencional D
* Calclar a taxa de filtrao glomerlar estimada TFGE pela frmla de CockroftGalt7TFGE ml/min = [40 idade] x peso kg/creatinina plasmtica mg/dl x 72 para homens para mlheres, mltiplicar o resltado por 0,8 Interpretao fno renal normal > 0 ml/min disfno renal leve 00 ml/min disfno renal moderada 300 ml/min e disfno renal grave < 30 ml/min
** O LDLc calclado pela frmla LDLc = colesterol total HDLc triglicrides/ qando a dosagem de triglicrides for abaixo de 400 mg/dl
Paraatingirtaisobjetivos,sofundamentais:Histriaclnica,considerando,emespecial,oqueconstadatabela2Examefsico(Tabela3)Avaliaolaboratorialinicialdohipertenso(Tabela4)Aavaliaocomplementar(Tabela5)estindicadaempacientesque
apresentamelementosindicativosdedoenasassociadas,lesesemrgos-alvo, doena cardiovascular ou trs oumais fatores de risco.Quandohouverindciosdehipertensosecundria(Tabela6),estapossibilidadedeveserinvestigadapormtodosespecficos(videcaptulo8).
Asindicaesparaexamesespecficos,comoMRPAeMAPA,estonocaptulo2,tabelas5e6.
3.1. Estratificao de Risco e Deciso Teraputica
Paraatomadadadecisoteraputicanecessriaaconfirmaodiagnstica,seguindo-seaestratificaoderisco(Tabela7),quelevaremconta,almdosvaloresdepressoarterial64,65,apresenadefatoresderiscocardiovasculares(Tabela8),aslesesemrgos-alvoeasdoenascardiovasculares(Tabela9)e,finalmente,ametamnimadevaloresdapressoarterial,quedeverseratingidacomotratamento64,65(Tabela10).
Tabela 1. Objetivos da investigao clnicolaboratorial
Identificao sexo, idade, cor da pele, profisso e condio socioeconmica Histria atal drao conhecida de hipertenso arterial e nveis de presso de
consltrio e domiciliar, adeso e reaes adversas aos tratamentos prvios Sintomas de doena arterial coronria, sinais e sintomas sgestivos de insficincia
cardaca, doena vasclar enceflica, insficincia vasclar de extremidades, doena renal, diabetes melito, indcios de hipertenso secndria Tabela
Fatores de risco modificveis dislipidemia, tabagismo, sobrepeso e obesidade, sedentarismo, etilismo e hbitos alimentares no sadveis
Avaliao diettica, inclindo consmo de sal, bebidas alcolicas, gordra satrada, cafena e ingesto de fibras, frtas e vegetais
Consmo pregresso o atal de medicamentos o drogas qe podem elevar a presso arterial o interferir em se tratamento
Gra de atividade fsica Histria atal o pregressa de gota, doena arterial coronria, insficincia
cardaca, preclmpsia/eclmpsia, doena renal, doena plmonar obstrtiva crnica, asma, disfno sexal e apnia do sono
Perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais, sintomas de depresso, ansiedade e pnico, sitao familiar, condies de trabalho e gra de escolaridade
Histria familiar de diabetes melito, dislipidemias, doena renal, acidente vasclar cerebral, doena arterial coronariana prematra o morte prematra e sbita de familiares prximos homens < anos e mlheres < anos
Tabela 2. Dados relevantes da histria clnica
Tabela 4. Avaliao inicial de rotina para o paciente hipertenso
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Pacientes hipertensos diabticos, hipertensos com sndrome metablica e hipertensos com trs o mais fatores de riscorecomendase pesqisa de microalbminria ndice albmina/creatinina em amostra isolada de rina mg de albmina/g de creatinina o mg de albmina/mmol de creatinina B80
Normal < 30 mg/g o < 2, mg/mmol
Microalbminria 30 a 300 mg/g o 2, a 2 mg/mmol
Pacientes com glicemia de jejm entre 00 e 2 mg/dl recomendase determinar a glicemia das horas aps sobrecarga oral de glicose 7 g B
Em hipertensos estgios e 2 sem hipertrofia ventriclar esqerda ao ECG, mas com trs o mais fatores de risco, considerar o emprego do ecocardiograma para deteco de hipertrofia ventriclar esqerda D
Para hipertensos com sspeita clnica de insficincia cardaca considerar a tilizao do ecocardiograma para avaliao da fno sistlica e diastlica D
Incio da hipertenso antes dos 30 anos o aps os 0 anos de idade
Hipertenso arterial grave estgio 3 e/o resistente terapia
Trade do feocromocitoma palpitaes, sdorese e cefalia em crises
Uso de medicamentos e drogas qe possam elevar a presso arterial vide captlo 8, Tabela 4
Fcies o biotipo de doena qe crsa com hipertensodoena renal, hipertireoidismo, acromegalia, sndrome de Cshing
Presena de massas o sopros abdominais
Assimetria de plsos femorais
Amento da creatinina srica o taxa de filtrao glomerlar estimada diminda
Hipopotassemia espontnea
Exame de rina anormal proteinria o hematria
Sintomas de apnia drante o sono
Fatores de risco maiores Tabagismo Dislipidemias Diabetes melito Nefropatia Idade acima de 0 anos Histria familiar de doena cardiovasclar em mlheres com menos de anos homens com menos de anosOtros fatores Relao cintra/qadril amentada Circnferncia da cintra amentada Microalbminria Tolerncia glicose diminda/glicemia de jejm alterada Hiperricemia PCR ltrasensvel amentada2,3
Hipertrofia do ventrclo esqerdo Angina do peito o infarto agdo do miocrdio prvio Revasclarizao miocrdica prvia Insficincia cardaca Acidente vasclar cerebral Isqemia cerebral transitria Alteraes cognitivas o demncia vasclar Nefropatia Doena vasclar arterial de extremidades Retinopatia hipertensiva
Para pacientes com trs o mais fatores de risco cardiovasclar considerar marca dores mais precoces da leso de rgosalvo, como Microalbminria ndice albmina/creatinina em amostra isolada de rina Parmetros ecocardiogrficosremodelao ventriclar, fno sistlica e diastlica Espessra do complexo ntimamdia da cartida ltrasom vasclar Rigidez arterial Fno endotelial
Fatores de risco Presso arterial
Normal Limtrofe Hipertenso estgio
Hipertenso estgio 2
Hipertenso estgio 3
Sem fator de risco Sem risco adicional Risco baixo Risco mdio Risco alto
a 2 fatores de risco Risco baixo Risco baixo Risco mdio Risco mdio Risco mito alto
3 o mais fatores de risco o leso de rgosalvo o diabetes melito Risco mdio Risco alto Risco alto Risco alto Risco mito alto
Doena cardiovasclar Risco alto Risco mito alto Risco mito alto Risco mito alto Risco mito alto
Tabela 7. Estratificao do risco individal do paciente hipertenso risco cardiovasclar adicional de acordo com os nveis da presso arterial e a presena de fatores de risco, leses de rgosalvo e doena cardiovasclar
* Se o paciente tolerar, recomendase atingir com o tratamento valores de presso arterial menores qe os indicados como metas mnimas, alcanando, se possvel, os nveis da presso arterial considerada tima 20/80 mmHg
Categorias Meta (no mnimo)*
Hipertensos estgio e 2 com risco cardiovasclar baixo e mdio < 40/0 mmHg
Hipertensos e limtrofes com risco cardiovasclar alto < 30/8 mmHg
Hipertensos e limtrofes com risco cardiovasclar mito alto < 30/80 mmHg
Hipertensos nefropatas com proteinria > ,0 g/l < 2/7 mmHg
Tabela 10. Metas de valores da presso arterial a serem obtidas com o tratamento
Investigao Clnico-Laboratorial e Deciso Teraputica
Tabela 5. Avaliao complementar para o paciente hipertenso
Tabela 6. Indcios de hipertenso secndria
Tabela 8. Identificao de fatores do risco cardiovasclar
Tabela 9. Identificao de leses de rgosalvo e doenas cardiovasclares
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Aestratgiateraputicadeverserindividualizadadeacordocomaestratificaoderiscoeametadonveldepressoarterialaseralcanado(Tabela10).
Preconizam-semudanas dos hbitos alimentares e do estilo de vida(tratamentono-medicamentoso)paratodosospacientes,independentementedoriscocardiovascular.
Para emprego isolado do tratamento no-medicamentoso, ouassociado ao tratamento medicamentoso como estratgia teraputica,deve-seconsiderarametadapressoarterialaseratingida,queemgeraldeterminadapelograuderiscocardiovascular.
Atabela11apontaaestratgiadetratamentodahipertensoarterialmaisprovveldeacordocomaestratificaodoriscocardiovascular.
Categoria de risco Estratgia
Sem risco adicional Tratamento nomedicamentoso isolado
Risco adicional baixo Tratamento nomedicamentoso isolado por at meses Se no atingir a meta, associar tratamento medicamentoso
Risco adicional mdio Tratamento nomedicamentoso + medicamentoso
Risco adicional alto Tratamento nomedicamentoso + medicamentoso
Risco adicional mito alto Tratamento nomedicamentoso + medicamentoso
Tabela 11. Deciso teraptica da hipertenso arterial segndo o risco cardiovasclar
Investigao Clnico-Laboratorial e Deciso Teraputica
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Anecessidadedetrabalhomultiprofissionalnoscuidadoscomasadereconhecidaportodosevemsendoincorporadadeformaprogressivanaprticadiria.Treinadosduranteaformaoparaatuarindividualmente,osprofissionaisdesadevivemumafasecontraditrianaqual,mesmosabendo o que melhor, se vem com dificuldades e pudores paradefinirlimites,interseceseinterfaces.Esteumtrabalhonecessrio,que exige coragem, determinao e contnua autocrtica para que osobjetivossejamatingidos66-71.
A hipertenso arterial um excelente modelo para o trabalho deuma equipe multiprofissional. Por ser uma doena multifatorial, queenvolve orientaes voltadas para vrios objetivos, ter seu tratamentomais efetivo como apoiode vrios profissionais de sade72.Objetivosmltiplos exigem diferentes abordagens, e a formao de uma equipemultiprofissional proporcionar essa ao diferenciada71-78, ampliandoo sucesso do controle da hipertenso e dos demais fatores de riscocardiovascular.
Preveniretratarahipertensoarterialenvolveensinamentosparaoconhecimentodadoena,desuasinter-relaes,desuascomplicaeseimplica,namaioriadasvezes,anecessidadedaintroduodemudanasdehbitosdevida.
Aaquisiodoconhecimentofundamental,masapenasoprimeiropasso.Aimplementaoefetivadasmudanaslentae,pordependeremde medidas educativas, necessitam de continuidade73-75. Devem serpromovidaspormeiodeaesindividualizadas,elaboradasparaatendersnecessidadesespecficasdecadapaciente,edeaescoletivasdemodoaampliarocampodeaoeapresentaramelhorrelaocusto-benefcio,podendo,assim,sermantidasalongoprazo76,77.
Otrabalhodaequipemultiprofissionalcontribuirparaofereceraopaciente e comunidadeuma visomais ampladoproblema,dando-lhesconhecimentoemotivaoparavencerodesafioeadotaratitudesdemudanasdehbitosdevidaeadesorealaotratamentopropostocombasenoriscocardiovascularglobal71-79,80(B).
4.1. Equipe MultiprofissionalAequipemultiprofissionalpodeserconstitudaportodososprofissionaisquelidemcompacienteshipertensos:mdicos,enfermeiros,tcnicoseauxiliaresdeenfermagem,nutricionistas,psiclogos,assistentessociais,professoresdeeducaofsica,fisioterapeutas,musicoterapeutas,farmacuticos,funcionriosadministrativoseagentescomunitriosdesade.
Os membros de um grupo multiprofissional devem trabalhar deacordocomoslimiteseespecificidadesdesuaformao,erespeitadaestaespecificidade, necessitam conhecer a ao individual de cada um dosoutrosmembros66,68,69,71,73,74,80,81.Almdisso,cadalocaldetrabalhodeveadequar-sesuarealidade.
Deveficarclaroquenohnecessidadedetodoessegrupoparaaformaodaequipe.
Principais vantagens desse tipo de atuao O nmero de indivduos atendidos ser maior; a adeso ao
tratamentosersuperior;cadapacientepoderserumreplicadordeconhecimentoseatitudes.
Haverfavorecimentodeaesdepesquisaemservio. Como vantagem adicional, teremos o crescimento profissional no
serviocomoumtodo(C).
Aes comuns equipe multiprofissional Promoosade(aeseducativascomnfaseemmudanasdoestilo
devida,correodosfatoresderiscoeproduodematerialeducativo). Treinamentodeprofissionais. Aes assistenciais individuais e emgrupode acordo comas espe-
cificidades;participaoemprojetosdepesquisa81.
Aes especficas individuaisAs aes especficas definidas pelas diretrizes de cada profisso devemobviamenteserrespeitadas.Nassituaesecircunstnciasemquehouversuperposiesdefunes,issodeveacontecerdemaneiranaturalesserpossvel se houver harmonia entre o grupo, estabelecimento de regrasclaras e perfeita uniformidade de linguagem. O processo educativo lento, asmudanasde atitudes sodemoradas, e a comunicao clara,objetivaeequilibradacrucialparaoalcancedasmetas75,81.
Participao do mdico Consultamdica(veravaliaoclnico-laboratorial). Responsabilidadepelodiagnsticoepelascondutasteraputicas. Avaliaoclnicadospacientespelomenosduasvezesporano. Apoioaosdemaismembros,quandonecessrio72,73(B). Administraodoservio. Encaminhamento de pacientes e delegao de atividades a outros
profissionaisquandonecessrio(B).
Participao do enfermeiro Consultadeenfermagem72,82,83: Medidadapressoarterialcommanguitoadequadocircunferncia
dobrao;medidadealturaepesocomroupaslevesesemsapatos,medidadacircunfernciadacinturaequadrileclculodondicedemassacorporal;
Investigaosobrefatoresderiscoehbitosdevida; Orientao sobre a doena e o uso regular de medicamentos
prescritospelomdico; Orientaessobrehbitosdevidapessoaisefamiliares Acompanhamentodotratamentodospacienteshipertensos; Encaminhamentoaomdicopelomenosduasvezesaoanoecom
maiorfreqncianoscasosemqueapressonoestiverdevidamentecontroladaounapresenadeoutrasintercorrncias.
Administraodoservio. Delegao e superviso das atividades do tcnico/auxiliar de
enfermagem73,84-87(B).
Participao da nutricionista Consultadenutrio: Medidadapressoarterialcommanguitoadequadocircunfernciado
brao;medidadealturaepesocomroupaslevesesemsapatos,medidadacircunfernciadacinturaequadrileclculodondicedemassacorporal;
Anamnesealimentar,avaliandofreqncia,quantidadeequalidadedealimentos,intolernciasealergiasalimentares88;
4. Abordagem Multiprofissional
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Diagnsticonutricional; Prescrio e orientao especfica da dieta, considerando aspectos
socioeconmicos, culturais e ambientais, com ensinamentos quepossibilitem preparaes alimentares saborosas, prticas e saudveis;identificaodosalimentosdiete/oulightedoteordesdioexistentenosalimentosprocessados87,89,90;
Avaliao da interao de alimentos e/ou nutrientes commedicamentos89.
Seguimentodaevoluonutricional. Educaonutricional87-90(B).
Participao do psiclogo73,75,76,91-93 Consultadepsicologia: Avaliao e tratamento de aspectos emocionais que interfiram
naqualidadedevidadopaciente, seunveldeestresseeadesoaotratamentoglobaldahipertensoarterial73,75,76,91-93;
Avaliao de como o paciente processa a informao quanto sade, para que o mtodo de comunicao com ele sejadevidamente individualizado eoplanodemudanasdehbitosdevida,mantido73.
Atendimentoa familiares,para facilitarasmudanasdehbitosdevidadogrupofamiliareaadesoaotratamento.
Treinamentodecontroledeestresse. Trabalhosistemticojuntoequipecomoobjetivodepromovero
entrosamento e a harmonia entre todos, como objetivo de que ogrupo,defato,constitua-seemumaequipemultiprofissional67,76,93.
Participao da assistente social Entrevista social para identificao socioeconmica e familiar
(visando a uma atuao preventiva), caracterizao da situaode trabalhoeprevidncia,e levantamentodeexpectativas sobreadoenaeoseutratamento72.
Atualizaodocadastroderecursossociais(paraencaminhamentodoatendimentodasdificuldadesdospacientesefamiliaresquepossaminterferirnateraputica)71.
Desenvolvimentodeatividadesvisandoorganizaodospacientesemassociaesdeportadoresdehipertensoarterial.
Buscaativadefaltosos(B).
Participao do professor de educao fsica Programao e superviso das atividades fsicas, presencial ou a
distncia(individuaiseemgrupo)dospacientes,apsconsultamdica,adequando-as s realidades locais e s caractersticas especficas decadaum94,95(B).
Programaoeexecuodeprojetosdeatividadefsicaparaprevenodahipertensoarterialnacomunidade.
Participao do farmacutico Participaoemcomitsparaaseleodemedicamentos. Gerenciamentodeestoque,armazenamentocorretoedispensaode
medicamentos. Promoodaatenofarmacuticaaopaciente(orientaoindividual
ouemgrupoeacompanhamentodousodemedicamentos)72,96. Orientaoquantoaousoracionaldemedicamentospopulao72,96.
Participao do fisioterapeuta66,68,69,71,74 Atendimentoindividualeemgrupoaospacientesencaminhados. Identificao e atuao fisioteraputica sobre problemas que causem
limitaosmudanasdehbitosdevida(doreslimitantes,posturasetc).
Participao do musicoterapeuta66,68,69,71,74,91 Atividades em grupo para trabalho musicoteraputico visando
adoodehbitossaudveisediminuiodoestresse.
Participao de funcionrios administrativos Recepodospacientes71,73,74. Controleeagendamentodeconsultasereunies73,74(C).
Participao de agentes comunitrios de sade67,69 Aeseducativasprimrias,visandopromoodesade. Buscaativadefaltosos. Sugestodeencaminhamentoparaunidadesdebsicasdesade. Coletadedadosreferenteshipertensoarterial,conformeimpresso
padronizado.
4.2. Aes em Grupo
Reunies com pacientesAsaeseducativaseteraputicasemsadedevemserdesenvolvidascomgruposdepacientes,seusfamiliareseacomunidade,sendoadicionaissatividadesindividuais.
A equipe deve usar todos os recursos disponveis para orientao,educaoemotivaoafimde,modificandohbitosdevida,diminuiros fatoresde risco cardiovasculares e incentivarouso ininterruptodosmedicamentos,quandonecessrios.
Osrecursosdisponveisvodesdeocontatoindividualatautilizaodefontesdeinformaescoletivas,comoreunies,palestras,simpsios,peasteatrais, folhetos,vdeosemsicaseducativas.Devemsersempreconsideradasasparticularidadesregionaisparaaaplicaodequalquerumdosmtodoseducativos.Nessetipodeatividade,opacienteseidentificacom outros indivduos com problemas semelhantes, aprendendo aexpressarseusmedoseexpectativas.Comisso,passaacompartilhardasexperinciasdetodos,buscandosoluesreaisparaproblemasdesadesemelhantesaosseus72,76-78,97(B).
Reunies da equipeAtividadesperidicas comaparticipaode todoogrupoparaanlisecrtica das aes desenvolvidas, acerto de arestas e novas orientaes,caso necessrias74 (C).Ter emmente que: trabalhar em equipe maisdoqueagregarprofissionaisdediferentesreas;sexisteequipequandotodosconhecemosobjetivos,estocientesdanecessidadedealcan-losedesenvolvemumavisocrticaarespeitododesempenhodecadaumedogrupo.
4.3. Atividades que Devem Contar com a Participao da Equipe Multiprofissional
Programas comunitriosA equipe multiprofissional deve procurar estimular, por meio dospacientes, dos representantes da comunidade, de profissionais da reade comunicao e da sociedade civil, o desenvolvimentode atividadescomunitrias4.
AcriaodeLigaseAssociaesdePortadoresdeHipertensoArterialuma estratgiaque tambmpode aumentar a adesodopaciente aotratamentoinstitudo(B).
Abordagem Multiprofissional
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Atividades conjuntas (equipes/pacientes)Devem ocorrer concomitantemente, reunindo diversas equipes multi-profissionaisegruposdepacientes.
Sugestes para implantao do servioIdentificao da equipe multiprofissional mnima possvel, de acordocomarealidadeexistente,edefiniodastarefasdecadaum.
Fluxograma de atendimento: cada servio, de acordo com suaequipe,estabelecerumaestratgia,devendoestaraincludasatividadesindividuais e/ou de grupo. Informao ao paciente sobre a rotina de
atendimento,paraquetenhamaiorcompreensoe,conseqentemente,maioradesoaotratamento.
Aes administrativas Cartodopaciente. Obrigatoriedadedoregistrodetodososdadosdopacienteempronturio. Reunies peridicas da equipe buscando uniformizao de proce-
dimentoselinguagem.
Oquedeterminaobomfuncionamentodogruposuafilosofiadetrabalho:caminharunidosnamesmadireo.
Abordagem Multiprofissional
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Aadoodeumestilosaudveldevidafundamentalnotratamentodehipertensos4,particularmentequandohsndromemetablica98-100.
Os principais fatores ambientais modificveis da hipertensoarterial so os hbitos alimentares inadequados, principalmenteingestoexcessivadesalebaixoconsumodevegetais,sedentarismo,obesidadeeconsumoexageradodelcool,podendo-seobterreduodapressoarterialediminuiodoriscocardiovascularcontrolandoessesfatores98,101(Tabela1).
5.1. Controle de PesoHipertensoscomexcessodepesodevemserincludosemprogramasdeemagrecimentocomrestriodeingestocalricaeaumentodeatividadefsica.Ametaalcanarndicedemassacorporalinferiora25kg/m(102)ecircunfernciadacinturainferiora102cmparahomense88cmparamulheres,emboraadiminuiode5%a10%dopesocorporalinicialjsejasuficienteparareduzirapressoarterial(B).
A reduo do peso est relacionada queda da insulinemia, reduo da sensibilidade ao sdio e diminuio da atividade dosistemanervososimptico99.
5.2. Padro AlimentarOconsumodosalimentospodelevaringestodecertosnutrientesqueinduzemrespostassvezes indesejveisnapressoarterialenosistemacardiovascular. Os alimentos de risco, ricos em sdio e gordurassaturadas,porexemplo,devemserevitados,aopassoqueosdeproteo,ricosemfibrasepotssio,sopermitidos103(B).
Padroalimentardefinidocomooperfildoconsumodealimentospeloindivduoao longodeumdeterminadoperodode tempo.utilizadonoestudodarelaoentreaingestodecertosnutrienteseoriscodedoenas,poispermiteumacompreensomaisclarasobreaalimentaocomoumtodo,emlugardeseconsideraremosnutrientesindividualmente101,103-106(B).
AdietapreconizadapeloestudoDASH(DietaryApproachstoStopHypertension)mostroubenefciosnocontroledapressoarterial,inclusiveem pacientes fazendo uso de anti-hipertensivos. Enfatiza o consumode frutas, verduras, alimentos integrais, leite desnatado e derivados,quantidadereduzidadegordurassaturadasecolesterol,maiorquantidadedefibras,potssio,clcioemagnsio107.Associadareduonoconsumodesal,mostrabenefciosaindamaisevidentes,sendo,portanto,fortementerecomendadaparahipertensos108.Compe-sedequatroacincoporesdefrutas,quatroacincoporesdevegetaiseduasatrsporesdelaticniosdesnatadospordia,commenosde25%degordura107.
Dietas vegetarianas podem ocasionar discreta reduo na pressoarterial sistlica em hipertensos leves109. O estilo de vida vegetarianocomatividadefsicaregular,controledepeso,aumentodoconsumodepotssioebaixaingestodelcooleadietaemsi,ricaemfibras,podeserfavorvelnareduodoriscocardiovascular102,109,110.
Ohbitoalimentardoshipertensosdeveincluir101,102,110:reduodaquantidadedesalnaelaboraodealimentos(A);retiradadosaleirodamesa (A); restrio das fontes industrializadas de sal:molhos prontos,sopas emp, embutidos, conservas, enlatados, congelados, defumadosesalgadosdepacotetiposnacks(B);usorestritoouaboliodebebidasalcolicas(B);prefernciaportemperosnaturaiscomolimo,ervas,alho,cebola, salsaecebolinha,emsubstituioaos similares industrializados(D);reduodealimentosdealtadensidadecalrica,substituindodocesederivadosdoacarporcarboidratoscomplexosefrutas(A),diminuindo
5. Tratamento No-Medicamentoso
Tabela 1. Modificaes do estilo de vida no controle da presso arterial adaptado do JNC VII*
Modificao Recomendao Reduo aproximada na PAS**
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal ndice de massa corporal entre 8, a 24, kg/m2
a 20 mmHg para cada0 kg de peso redzido
Padro alimentar Consmir dieta rica em frtas e vegetais e alimentos com baixa densidade calrica e baixo teor de gordras satradas e
totais Adotar dieta DASH
8 a 4 mmHg
Redo do consmo de sal Redzir a ingesto de sdio para no mais de 00 mmol/dia = 2,4 g de sdio g de sal/dia = 4 colheres de caf rasas de sal =
4 g + 2 g de sal prprio dos alimentos
2 a 8 mmHg
Moderao no consmo de lcool Limitar o consmo a 30 g/dia de etanol para os homens e g/dia para mlheres
2 a 4 mmHg
Exerccio fsico Habitarse prtica reglar de atividade fsica aerbica, como caminhadas por, pelo menos,
30 mintos por dia, 3 a vezes/semana
4 a mmHg
* Associar abandono do tabagismo para redzir o risco cardiovasclar** Pode haver efeito aditivo para algmas das medidas adotadas
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oconsumodebebidasaucaradasedandoprefernciaaadoantesnocalricos(C);inclusode,pelomenos,cincoporesdefrutas/verdurasnoplano alimentar dirio, com nfase em vegetais ou frutas ctricas ecereaisintegrais(A);opoporalimentoscomreduzidoteordegordura,eliminando as gorduras hidrogenadas (trans) e preferindo as do tipomonooupoliinsaturadas,presentesnasfontesdeorigemvegetal,excetodend e coco (A); ingesto adequada de clcio pelo uso de produtoslcteos, de preferncia, desnatados (B); busca de forma prazerosa epalatveldepreparodosalimentos:assados,crusegrelhados(D);planoalimentar que atenda s exigncias de uma alimentao saudvel, docontroledopesocorporal,dasprefernciaspessoaisedopoderaquisitivodoindivduo/famlia(D).
Suplementao de potssioA suplementao de potssio promove reduo modesta da pressoarterial111 (A). Sua ingesto na dieta pode ser aumentada pela escolhadealimentospobresemsdioericosempotssio,comofeijes,ervilha,vegetaisdecorverde-escuro,banana,melo, cenoura,beterraba, frutassecas,tomate,batatainglesaelaranja.
razovel a recomendao de nveis de ingesto de potssio de4,7 g/dia. Para a populao saudvel com funo renal normal, aingestode potssio pode ser superior a 4,7 g/dia semoferecer riscos,porqueoexcessoserexcretadopelosrins.Entretanto,para indivduoscomfunorenaldiminuda(taxadefiltraoglomerular90ml/min/1,73m2(156-160)(A);d)emprevenoprimria162(B)esecundria148(A)deacidentevascularcerebral.
Se o objetivo teraputico no for conseguido com amonoterapiainicial,trscondutassopossveis:a)seoresultadoforparcialounulo,massemreaoadversa,recomenda-seaumentaradosedomedicamentoem uso ou associar anti-hipertensivo de outro grupo teraputico;b)quandonoseobtiverefeitoteraputiconadosemximapreconizada,ou se surgirem eventos adversos, recomenda-se a substituio do anti-hipertensivoutilizadocomomonoterapia;c)seaindaassimarespostaforinadequada,devem-seassociardoisoumaismedicamentos(Figura1).
Teraputica anti-hipertensiva combinadaCombaseemevidnciasdeestudosrecentesmostrandoque,emcercade 2/3 dos casos, amonoterapia no foi suficiente para atingir asreduesdepressoprevistas,ediantedanecessidadedecontrolemaisrigorosodapressoarterial,hclaratendnciaatualparaaintroduomais precoce de teraputica combinada de anti-hipertensivos comoprimeiramedidamedicamentosa,principalmenteparapacientescomhipertensoemestgios2e379,157(D).
Oesquemaanti-hipertensivoinstitudodevemanteraqualidadedevidadopaciente,demodoaestimularaadesosrecomendaesprescritas. Aps longo perodo de controle da presso, pode sertentada,criteriosamente,areduoprogressivadasdosesdosmedica-mentosemuso.
Existem evidncias de que, para hipertensos compresso arterialcontrolada, a associao de cido acetilsaliclico em baixas doses
inibidoresdaECA,vemsendoassociadoamenor incidnciadenovoscasos de diabetesmelito do tipo 2150,166,185,186 (A).Os bloqueadores doreceptorAT1apresentambomperfildetolerabilidade.
Reaes adversas principaisTontura e, raramente, reao de hipersensibilidade cutnea (rash). Asprecauesparaseuusososemelhantessdescritasparaos inibidoresdaECA.
Vasodilatadores diretosAtuamsobreamusculaturadaparedevascular,promovendorelaxamentomuscularcomconseqentevasodilataoereduodaresistnciavascularperifrica.Pelavasodilataoarterialdireta,promovemretenohdricaetaquicardiareflexa,oquecontra-indicaseuusocomomonoterapia.Soutilizadosemassociaoadiurticose/oubetabloqueadores.Hidralazinaeminoxidilsodoisdosprincipaisrepresentantesdessegrupo.
6.4. Esquemas Teraputicos
MonoterapiaOsanti-hipertensivospreferenciaisparaarealizaodocontroledapressoarterial emmonoterapia inicial so: diurticos140-142 (A); betabloquea-dores140,141,143,144 (A); bloqueadores dos canais de clcio145,149,152-154 (A);inibidoresdaECA144-149(A);bloqueadoresdoreceptorAT1
150,151(A).Otratamentodeveserindividualizadoeaescolhainicialdomedica-
mentocomomonoterapiadevebasear-seem:a)capacidadedoagenteaser escolhidode reduzir amorbidadeeamortalidadecardiovasculares;b)perfilde seguranadomedicamento (potencialde reaes adversas,interao medicamentosa e comodidade ao paciente); c) mecanismofisiopatognicopredominante;d)caractersticas individuais;e)doenasassociadas;f )condiessocioeconmicasdopaciente.
Figura 1. Flxograma para o tratamento da hipertenso arterial
Tratamento Medicamentoso
Amentar a dose Sbstitir a monoterapiaAdicionar o segndo
antihipertensivoAmentar a dose da
associao
Resposta inadequada ou efeitos adversos
Monoterapia
Estgio I
Dirtico Betabloqeador Inibidor da ECA
Bloqeadores dos canais de clcioBloqeadores do receptor AT
Classes distintas em baixas doses, principalmente para estgios 2 e 3
Trocar a associaoAdicionar o terceiro antihipertensivo
Resposta inadequada
Adicionar otros antihipertensivos
Associao de anti-hipertensivos
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diminuiaocorrnciadecomplicaescardiovasculares,desdequenohajacontra-indicao157(A).
Devemos estimular o SUS, dada a necessidade de tratamentocrnicodahipertensoarterial, agarantiro fornecimentocontnuodemedicamentos depelomenos quatrodos gruposde anti-hipertensivosrecomendados79 (A). As associaes de anti-hipertensivos (Tabela 4)devemseguiralgicadenocombinarmedicamentoscommecanismosdeaosimilares,comexceodacombinaodediurticostiazdicosedealacompoupadoresdepotssio.Taisassociaesdeanti-hipertensivospodem ser feitas por meio de medicamentos em separado ou porassociaesemdosesfixas.
Associaes reconhecidas como eficazes: diurticos e diurticosde diferentes mecanismos de ao; medicamentos de ao central ediurticos; betabloqueadores e diurticos; bloqueadores do receptorAT1 e diurticos; inibidores da ECA e diurticos; bloqueadores doscanaisdeclcioebetabloqueadores;bloqueadoresdoscanaisdeclcioeinibidoresdaECA;bloqueadoresdoscanaisdeclcioebloqueadoresdoreceptorAT1
79(A).Asassociaesassinaladastambmestodisponveisnomercado(Tabela
4)emdosesfixas.Seuemprego,desdequesejacriterioso,podesertilporsimplificaroesquemaposolgico, reduzindoonmerodecomprimidosadministradose,assim,estimulandoaadesoaotratamento.
Nahipertensoresistenteduplaterapia,podemserprescritostrsoumaismedicamentos.Nessasituao,ousodediurticosfundamental.Em casos ainda mais resistentes, a adio de minoxidil ao esquemateraputicotem-semostradotil.
6.5. Interaes Medicamentosas importante conhecer as principais interaes de anti-hipertensivose medicamentos de uso contnuo que podem ser prescritos para opacientehipertenso(Tabela5).Paraosanti-hipertensivoslanadosmaisrecentemente,essapossibilidadetemsidoavaliadadeformasistemtica,oquenemsempreocorrecomosmedicamentosmaisantigos.
6.6. Complicaes Hipertensivas AgudasPresso arterial muito elevada, acompanhada de sintomas, caracterizaumacomplicaohipertensivaagudaerequeravaliaoclnicaadequada,incluindoexamefsicodetalhadoeexamedefundodeolho.
Urgncias hipertensivasH elevao importante da presso arterial, em geral pressoarterial diastlica > 120mmHg, com condio clnica estvel, semcomprometimento de rgos-alvo. A presso arterial dever serreduzidaempelomenos24horas,emgeralcommedicamentosporviaoral(D)(Tabela6).
Embora a administrao sublingual de nifedipina de ao rpidatenha sido amplamente utilizadapara esse fim, foramdescritos efeitosadversosgravescomesseuso.Adificuldadedecontrolaroritmoeograudereduodapressoarterial,quandointensa,podeocasionaracidentesvasculares; o riscode importante estimulao simptica secundria e aexistnciadealternativaseficazesemaisbemtoleradastornamousodanifedipinadecurtadurao(cpsulas)norecomendvelnessasituao.Ousodessemedicamento,sobretudodeformaabusiva,foirecentementeanalisado em parecer tcnico do Conselho Regional de Medicina doEstadodeSoPaulo(http://www.sbn.org.br).
Emergncias hipertensivasCondio em que h elevao crtica da presso arterial com quadroclnicograve,progressivalesodergos-alvoeriscodemorte,exigindoimediatareduodapressoarterialcomagentesporviaparenteral(D)(Tabela7).
Resultam de elevao abrupta da presso arterial, com perda daauto-regulao do fluxo cerebral e evidncias de leso vascular, comquadro clnico de encefalopatia hipertensiva, leses hemorrgicasdos vasos da retina e papiledema. Habitualmente, apresentam-secom presso arterial muito elevada em pacientes com hipertensocrnicaoumenoselevadaempacientescomdoenaaguda,comoemeclmpsia,glomerulonefriteaguda,eemusodedrogas ilcitas, comococana.Emergnciashipertensivaspodemtambmcursarcompressoarterialmuitoelevada,acompanhadadesinaisqueindicamlesesemrgos-alvoemprogresso, tais comoacidentevascular cerebral (videcaptulo7, item7.9), edemapulmonar agudo, sndromes isqumicasmiocrdicas agudas (infarto agudo domiocrdio, crises repetidas deangina)edissecoagudadaaorta.Nessescasos,h risco iminentevidaoudelesoorgnicagrave.
Depois de obtida a reduo imediata da presso arterial, deve-seiniciar a terapia anti-hipertensiva de manuteno e interromper amedicao parenteral. A hidralazina contra-indicada nos casos desndromesisqumicasmiocrdicasagudasededissecoagudadeaortapor induzir ativao simptica, com taquicardia e aumentodapressode pulso. Em tais situaes, indica-se o uso de betabloqueadores e denitroglicerina(C).
Na fase aguda de acidente vascular cerebral, a reduo da pressoarterial deve ser gradativa e cuidadosa, evitando-se redues bruscas eexcessivas. Embora saiba-se que a reduo da presso arterial, nessascondies,devaserfeitadeformagradualenoabrupta,nohconsensoparaseestabelecerapressoarterialideal.
comum, ainda, a ocorrncia de situaes de estresse psicolgicoagudo e de sndrome do pnico associadas presso arterial elevada,no caracterizando complicaes hipertensivas agudas. Recomenda-se teraputica do estresse psicolgico e tratamento ambulatorial dahipertensoarterial.
6.7. Adeso ao TratamentoAadesoaotratamentopodeserdefinidacomoograudecoincidnciaentre a prescrio e o comportamento do paciente. Vrios so osdeterminantes da no-adeso ao tratamento187-189 (Tabela 8). Ospercentuaisdecontroledepressoarterialsomuitobaixos,apesardasevidnciasdequeotratamentoanti-hipertensivoeficazemdiminuira morbidade e a mortalidade cardiovasculares, em razo da baixaadeso ao tratamento. Estudos isolados apontam controle de 20% a40%,190,191.Ataxadeabandono,graumaiselevadodefaltadeadeso,crescenteconformeotempodecorridoapsoinciodateraputica.Atabela9indicasugestesparamelhoraraadesosprescriesparaoshipertensos.
A relao mdicopaciente deve ser a base de sustentao parao sucesso do tratamento anti-hipertensivo. A participao de vriosprofissionaisdareadasade,comumaabordagemmultidisciplinaraohipertensopode facilitar a adesoao tratamentoe, conseqentemente,aumentarocontrole192.
Tratamento Medicamentoso
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Anti-hipertensivo Medicamentos Efeitos
Dirticos
Tiazdicos e de ala Digitlicos Intoxicao digitlica por hipopotassemia
Antiinflamatrios esterides e noesterides Antagonizam o efeito dirtico
Hipoglicemiantes orais Efeito dimindo pelos tiazdicos
Ltio Amento dos nveis sricos do ltio
Popadores de potssio Splementos de potssio e inibidores da ECA Hiperpotassemia
Inibidores adrenrgicos
Ao central Antidepressivos tricclicos Redo do efeito antihipertensivo
Betabloqeadores Inslina e hipoglicemiantes orais Redo dos sinais de hipoglicemia e bloqeio da mobilizao de glicose
Amiodarona qinidina Bradicardia
Cimetidina Redz a deprao heptica de propranolol e metoprolol
Cocana Potencializam o efeito da cocana
Vasoconstritores nasais Facilitam o amento da presso pelos vasoconstritores nasais
Diltiazem, verapamil Bradicardia, depresso sinsal e atrioventriclar
Dipiridamol Bradicardia
Antiinflamatrios esterides e noesterides Antagonizam o efeito hipotensor
Diltiazem, verapamil, betabloqeadores e medicamentos de ao central
Hipotenso
Inibidores da ECA
Splementos e dirticos popadores de potssio Hiperpotassemia
Ciclosporina Amento dos nveis de ciclosporina
Antiinflamatrios esterides e noesterides Antagonizam o efeito hipotensor
Ltio Diminio da deprao do ltio
Anticidos Redzem a biodisponibilidade do captopril
Bloqeadores dos canais de clcio
Digoxina Verapamil e diltiazem amentam os nveis de digoxina
Bloqeadores de H2 Amentam os nveis dos bloqeadores dos canais de clcio
Ciclosporina Amento do nvel de ciclosporina, a exceo de anlodipino e felodipino
Teofilina, prazosina Nveis amentados com verapamil
Moxonidina Hipotenso
Bloqeadores do receptor AT
Moxonidina Hipotenso com losartana
Tabela 5. Antihipertensivos interaes medicamentosas
Medicamentos Dose Ao Efeitos adversos e precaues
Incio Durao
Nifedipino 020 mg VO min 3 h Redo abrpta da presso, hipotenso Cidados especiais em idosos
Captopril ,22 mg VO repetir em h se necessrio
30 min 8 h Hipotenso, hiperpotassemia, insficincia renal, estenose bilateral de artria renal o rim nico com estenose de artria renal
Clonidina 0,0,2 mg VO h/h 300 min 8 h Hipotenso postral,sonolncia, boca seca
Tratamento Medicamentoso
Tabela 6. Medicamentos indicados para so oral nas rgncias hipertensivas
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Medicamentos Dose Ao Efeitos adversos e precaues Indicaes
Incio Durao
Nitroprssiato de sdio 0,20 mg/kg/min EV Imediato 2 min Nseas, vmitos, intoxicao por cianeto Cidado na insficincia renal e heptica
e na presso intracraniana altaHipotenso grave
Maioria das emergncias hipertensivas
Nitroglicerina 00 mg/min EV 2 min 3 min Cefalia, taqicardia, taqifilaxia, flshing, metahemoglobinemia
Insficincia coronariana
Hidralazina 020 mg EV o 040 mg IM / h
030 min 32 h Taqicardia, cefalia, vmitos Piora da angina e do infarto Cidado com presso intracraniana elevada
Eclmpsia
Metoprolol mg EV repetir 0/0 min, se necessrio
at 20 mg
0 min 34 h Bradicardia, bloqeio atrioventriclar avanado, insficincia cardaca, broncoespasmo
Insficincia coronarianaAnerisma dissecante
de aorta
Frosemida 200 mg repetir aps 30 min
2 min 300 min Hipopotassemia Insficincia ventriclar esqerda Sitaes de
hipervolemia
Tabela 7. Medicamentos sados por via parenteral para o tratamento das emergncias hipertensivas
Tabela 8. Principais determinantes da noadeso ao tratamento antihipertensivo
Falta de conhecimento do paciente sobre a doena o de motivao para tratar ma doena assintomtica e crnica
2 Baixo nvel socioeconmico, aspectos cltrais e crenas erradas adqiridas em experincias com a doena no contexto familiar e baixa atoestima
3 Relacionamento inadeqado com a eqipe de sade4 Tempo de atendimento prolongado, dificldade na marcao de consltas, falta de
contato com os faltosos e com aqeles qe deixam o servio Csto elevado dos medicamentos e ocorrncia de efeitos indesejveis Interferncia na qalidade de vida aps o incio do tratamento
Tabela 9. Principais sgestes para melhor adeso ao tratamento antihipertensivo
Edcao em sade, com especial enfoqe nos conceitos de hipertenso e sas caractersticas
2 Orientaes sobre os benefcios dos tratamentos, inclindo mdanas de estilo de vida
3 Informaes detalhadas e compreensveis pelos pacientes sobre os eventais efeitos adversos dos medicamentos prescritos e necessidades de ajstes posolgicos com o passar do tempo
4 Cidados e atenes particlarizadas de conformidade com as necessidades Atendimento mdico facilitado, sobretdo no qe se refere ao agendamento
de consltas
Tratamento Medicamentoso
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7.1. Afrodescendente e MiscigenadosOs afrodescendentes apresentam maior prevalncia e gravidade dahipertenso relacionadas a fatores tnicos e/ou socioeconmicos193 (B).Os miscigenados, predominantes em nosso pas, podem diferir dosafrodescendentesquantoscaractersticasdahipertenso.Comonohevidnciasdeaodiferenciadadosmedicamentosanti-hipertensivosemnossapopulao,aescolhadoanti-hipertensivodeve sernorteadapelapresenadecomorbidadeseeficciaematingirasmetas194(A).
7.2. IdososEstima-sequepelomenos60%dosidososbrasileiros,indivduoscom60anosoumais,sohipertensos.Amaioriaapresentaelevaoisoladaoupredominantedapressosistlica,aumentandoapressodepulso,quemostraforterelaocomeventoscardiovasculares(B).Aprevalnciadeoutrosfatoresderisco,comoasndromemetablica,tambmaumentacomaidade,elevandoaindamaisoriscocardiovascular(B).
Osaspectosrelacionadosmedidadepressoarterialeoscritriosdiagnsticosestonocaptulo2,tabelas1e7.
O objetivo do tratamento a reduo gradual da presso arterialparavaloresabaixode140/90mmHg.Empacientescomvaloresmuitoelevadosdepressosistlica,podemsermantidosinicialmentenveisdeat160mmHg(A).Noestbemestabelecidoonvelmnimotolervelda presso diastlica,mas estudos sugerem que reduo abaixo de 65mmHgidentificaogrupodepiorprognstico195(B).
Otratamentono-medicamentosorecomendadoparaosidosos121(A).Quandootratamentomedicamentosofornecessrio,adoseinicialdevesermaisbaixa,eo incrementodedosesouaassociaodenovosmedicamentosdeveserfeitocommaiscuidado,especialmenteemidososfrgeis(D).Grandepartedosidosostemoutrosfatoresderisco,lesodergo-alvooudoenacardiovascularassociada,fatoresquedevemnorteara escolha do anti-hipertensivo inicial. Amaioria, porm, necessita deterapiacombinada,principalmenteparaocontroleadequadodapressosistlica(B).
Estudos controlados demonstraram melhora da morbidade e damortalidade com diferentes agentes: diurticos tiazdicos, betablo-queadores em combinao, bloqueadores de canais de clcio de aolonga,inibidoresdaECAebloqueadoresdoreceptorAT1
142,152,196-198(A).Evidncias sugeremqueo tratamentodahipertensono idoso reduzaincidnciadedficitcognitivoedemncia199(B).
Otratamentodehipertensoscommaisde80anossemcomorbidadescardiovascularesdeveserindividualizado,considerandoestadoclnicoemotivaodopaciente.Asevidnciasdisponveis,oriundasdaanlisedesubgrupos,sugeremreduodeeventossemimpactosobreamortalidade200(B).Outrogrupoquedeve ter seu tratamentocuidadosamente indivi-dualizado o dos idosos portadores de mltiplas comorbidades nocardiovasculares,situaonorepresentadanosgrandesensaiosclnicos.
7.3. Crianas e Adolescentes A medida da presso arterial deve ser avaliada em toda consultamdicaapartirde3anosdeidadee,nascrianasabaixodessaidade,
quandohouverantecedentesoucondiesclnicasderisco,taiscomoprematuridadeenefropatia51.
Osaspectosrelacionadosmedidadapressoarterialeoscritriosdiagnsticosestonocaptulo2,tabelas1,2,8a11.Quantomaisaltosforemosvaloresdapressoarterialemais jovemopaciente,maiorapossibilidadedahipertensoarterialsersecundria,commaiorprevalnciadascausasrenais201.Aingestodelcool,otabagismo,ousodedrogasilcitaseautilizaodehormniosesterides,hormniodocrescimento,anabolizanteseanticoncepcionaisoraisdevemserconsideradospossveiscausasdehipertenso51.
O objetivo do tratamento atingir valores de presso arterialsistlica e diastlica abaixo do percentil 95 para sexo, altura e faixaetria na hipertenso arterial no complicada, e abaixo do percentil90 na hipertenso complicada por comorbidades. O tratamento no-medicamentosodeveserrecomendadoapartirdopercentil90depressoarterialsistlicaoudiastlica(hipertensolimtrofe).
O emprego de anti-hipertensivos deve ser considerado nos que norespondemaotratamentono-medicamentoso,naquelescomevidnciadelesoemrgos-alvooufatoresderiscoconhecidos,comodiabetes,tabagismoedislipidemia,enahipertensosintomticaouhipertensosecundria.Nohestudosemlongoprazosobreousodeanti-hipertensivosnainfnciaounaadolescncia.Aescolhadosmedicamentosobedeceaoscritriosutilizadospara adultos. A utilizao de inibidores da ECA ou de bloqueadores doreceptor AT1 deve ser evitada em adolescentes do sexo feminino, excetoquandohouverindicaoabsoluta,emrazodapossibilidadedegravidez.
7.4. Anticoncepcionais Orais e Terapia de Reposio Estrognica
Ahipertensoduasatrsvezesmaiscomumemusuriasdeanticoncepcionaisorais, especialmente entre asquepossuemmaisde35anos eobesas.Emmulhereshipertensascommaisde35anosefumantes,oanticoncepcionaloralestcontra-indicado202(B).Devetambmserevitadoemportadorasdesndromemetablicapeloaumentopotencialdoriscocardiovascular203.Oaparecimentodehipertensoarterialduranteousodeanticoncepcionaloralimpeainterrupoimediatadamedicao,oque,emgeral,normalizaapresso arterial em algunsmeses.Outromtodo contraceptivodever serrapidamenteinstitudoparaevitargravidezindesejada.
Areposioestrognicaapsamenopausanoestcontra-indicadaparamulhereshipertensas,poistempoucainterfernciasobreapressoarterial204(A).Aviatransdrmicapareceseramelhoropo205(B).Emmulheresdealtoriscocardiovascular,areposiohormonalcontra-indicada206(A).Comoum pequeno nmero demulheres apresenta elevao da presso arterial,hnecessidadedeavaliaoperidicadapressoapsoinciodareposio.Porcausadoaumentoderiscodeeventoscoronarianos,cerebrovascularesetromboembolismovenoso,aterapiadereposiohormonalnodeveserutilizadacomointuitodepromoverproteocardiovascular205(A).
7.5. Gravidez Considera-sehipertensonagravidezquandoonveldapressoarterialformaiorouiguala140/90mmHg,sendoapressodiastlicaidentificada
7. Situaes Especiais
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nafaseVdeKorotkoff.Duasformasdehipertensopodemcomplicaragravidez:hipertensopreexistente(crnica)ehipertensoinduzidapelagravidez(pr-eclmpsia/eclmpsia),podendoocorrerisoladamenteoudeformaassociada.
Hipertenso arterial crnica Corresponde a hipertenso de qualquer etiologia, presente antesda gravidez ou diagnosticada at a vigsima semana da gestao. Asmulherescompressoarterialsuperiora159/99mmHgdevemrecebertratamento medicamentoso. Gestantes com presso arterial inferior a159/99mmHge/ouportadorasdediabetesmelito,obesidade,gravidezgemelar,nulparas,idadesuperiora40anoseantecedentespessoaisoufamiliares de pr-eclmpsia merecem avaliao peridica em razo dapossibilidadederpidaelevaodapressoousurgimentodeproteinriae podem receber tratamentomedicamentoso com valoresmais baixos,entre120/80e159/99mmHg,visandoproteomaterno-fetal.
Pacientes sob anti-hipertensivospodem ter amedicao reduzidaou suspensa em virtude da hipotenso. A alfametildopa a drogapreferidaporseramaisbemestudadaenohaverevidnciadeefeitosdeletrios para o feto207 (B).Opes aditivas ou alternativas incluembetabloqueadores, que podem estar associados a crescimento fetalrestrito,outrosbloqueadores adrenrgicos,bloqueadoresde canaisdeclcioediurticos.
OsinibidoresdaECAeosbloqueadoresdoreceptorAT1socontra-indicadosduranteagravidez208(A).
Pr-eclmpsia/eclmpsiaA pr-eclmpsia/eclmpsia ocorre geralmente aps 20 semanas degestao. Caracteriza-se pelo desenvolvimento gradual de hipertensoe proteinria. A interrupo da gestao o tratamento definitivo napr-eclmpsiaedeveserconsideradoemtodososcasoscommaturidadepulmonar fetal assegurada. Se no houvermaturidade pulmonar fetalpode-setentarprolongaragravidez,masainterrupodeveserindicadasehouverdeterioraomaternaou fetal.Ahipertensoarterialgravefreqentemente tratada com hidralazina endovenosa (vide captulo6, tabela7).Onifedipino tem sido tambmutilizado, entretanto, suaassociaocomosulfatodemagnsio,drogadeescolhanotratamentoe,possivelmente,naprevenodaconvulsoeclmptica,podeprovocarqueda sbita e intensa da presso arterial. Em raras circunstncias, onitroprussiatodesdiopodeserutilizadoseahidralazinaeonifedipinonoforemefetivos.Ocidoacetilsaliclicoembaixasdosestempequenoefeitonaprevenodapr-eclmpsia,enquantoasuplementaooraldeclcioempacientesdealtoriscoecombaixa ingestodeclcioparecereduziraincidnciadepr-eclmpsia.
7.6. Sndrome Metablica e Obesidade a condio representada por um conjunto de fatores de riscocardiovascularusualmenterelacionadosobesidadecentraleresistnciainsulina,aumentandoamortalidadegeralem1,5vezeacardiovascularem2,5vezes209.necessriaapresenadepelomenostrscomponentesparafirmarodiagnstico(Tabela1).
Reduo do peso corporal superior a 5% do valor inicial e in-cremento da atividade fsica atuam favoravelmente sobre todos oselementosdessasndrome.
No tratamento medicamentoso da obesidade, o orlistat melhora operfilmetablicoenointerferenapressoarterial.Asibutramina,emborapossaelevarapressoarterialeafreqnciacardaca,tem-semostradoum
agenteseguroparaotratamentodaobesidadeemhipertensostratados(B).Derivadosanfetamnicosestocontra-indicadosemhipertensos.
O tratamento da hipertenso arterial em indivduos obesos devepriorizarousodosinibidoresdaECA(poraumentaremasensibilidadeinsulina),dosbloqueadoresdosreceptoresAT1edosbloqueadoresdoscanaisdeclcio,neutrosquantoaosefeitosmetablicos(B).Diurticostiazdicos podem ser utilizados em doses baixas isoladamente ou emcombinaocombloqueadoresdoSRAA.
7.7. Diabetes melitoA freqente associao entre hipertenso arterial e diabetes tem comoconseqncia grande aumento no risco cardiovascular. Em pacientescom diabetes tipo 1, existe evidente relao entre hipertenso edesenvolvimentodanefropatiadiabtica,enquantonodiabetestipo2,ahipertensoarterialfazpartedasndromemetablica.Otratamentodahipertensoarterial importantenospacientesdiabticos,tantoparaaprevenodadoenacardiovascularquantoparaminimizaraprogressodadoenarenaledaretinopatiadiabtica156(A).
Recomenda-se que a presso arterial seja reduzida a valoresinferiores a 130/80 mmHg 157 (A) e a 125/75 mmHg, se houverproteinria >1 g/24h210 (A), por serempacientes de alto riscoparaeventoscardiovasculares.
Todososagentesanti-hipertensivospodemserutilizadosempacientesdiabticos;namaioriadasvezes,doisoutrsdelesprecisamserassociadosparaqueseatinjamosobjetivos.Ousodeassociaesdemedicamentosjnoinciodotratamentopodesertilparareduzirdeformamaiseficienteosnveisdepressoarterialemmenorperododetempo.
Os diurticos devem ser utilizados em baixas doses. Os betablo-queadores em hipertensos aumentam o risco de desenvolvimento dediabetes211(A).Essesagentesdevemserutilizadosquandohouverindicaoespecfica, como na doena arterial coronariana. Existem vantagensna incluso de inibidores da ECA ou de bloqueadores dos receptoresAT1 no esquema teraputico, tanto para prevenir o aparecimento damicroalbuminria212(A)comoparaimpediraprogressodadoenarenalecardiovascular151,158,175,213(A).
Navignciademicroalbuminriaouproteinria,obloqueiodoSRAA comprovadamente amedidamais eficiente para deter a progressodadoenarenal158,175,214,215(A).Areduodaexcreodeprotenascrucialpara a proteo renal e requer o controle rgido da presso arterial e autilizaodedosesmximasdosbloqueadoresdoSRAA,algumasvezesemcombinao,paraobtenodomximoefeitoantiproteinrico,mesmoempacientesnormotensosoucompressoarterialcontrolada214,215(A).
Componentes Nveis
Obesidade central Circnferncia abdominal > 02 cm em homens e > 88 cm em mlheres
Triglicrides 150 mg/dl
HDLc Homens < 40 mg/dL mlheres < 0 mg/dl
Presso arterial 130 mmHg ou 85 mmHg
Glicemia de jejm 110 mg/dl
A presena de diabetes melito no excli o diagnstico de sndrome metablica
Tabela 1. Componentes da sndrome metablica I Diretriz Brasileira de Diagnstico e Tratamento da Sndrome Metablica20
Situaes Especiais
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7.8. Dislipidemias Nveis elevados de colesterol, juntamente com hipertenso arterial,representammais que 50%do risco atribuvel para doena coronria.Indivduos hipertensos beneficiam-se de forma incontestvel dadiminuio do colesterol, e as intervenes teraputicas para reduzirconjuntamenteahipertensoarterialeocolesterolsocapazesdediminuiramorbidadeeamortalidadeemdiversascondiesderisco216(A).
InibidoresdaECA,bloqueadoresdosreceptoresAT1,bloqueadoresdos canais de clcio e diurticos em doses baixas no interferem nalipemia. Os betabloqueadores podem aumentar temporariamente osnveisdetriglicridesereduziroHDL-c.
OtratamentodasdislipidemiastemcomoprioridadeadiminuiodoLDL-c, e asmetasdeHDL-c e triglicrides so secundrias, comexceodosindivduoscomhipertrigliceridemiagrave,emqueocorreriscodepancreatiteaguda217.Ousodehipolipemiantes,especialmentede vastatinas, demonstrou grande benefcio sobre a morbidade ea mortalidade cardiovasculares, independentemente da presenade hipertenso arterial, sndrome metablica, diabetes ou doenaaterosclertica (A). Associaes com outros hipolipemiantes, comoezetimibaoucidonicotnico,podemsernecessriasparaobtenodasmetas,commenoresdosesdevastatinasemcasodeefeitoscolaterais.
ObenefciodareduodoLDL-csertantomaiorquantomaiorfororiscoabsolutodeeventoscoronrios.Aestratificaodoriscodeverserfeitacombasenapresenaounodedoenaaterosclertica,dediabetesenoriscoabsolutodeeventoscoronriosemdezanoscalculadopelosescoresderiscodeFramingham218.
Odiagnstico,asmetaslipdicaseotratamentodadislipidemiaempacienteshipertensosassemelham-seemtudoaosdosno-hipertensos.As metas propostas segundo as I Diretrizes Brasileiras de SndromeMetablica esto na tabela 2.Na impossibilidade de atingir asmetas,recomenda-sereduodepelomenos30%a40%doLDL-cdosnveisbasais218. Os fibratos e o cido nicotnico tm importante papel nadislipidemiadasndromemetablica,melhorandooperfilaterognico.
Nos pacientes com concentraes de triglicrides > 200 mg/dl, importante calcular o colesterol no-HDL (colesterol total HDL-c).Este parmetro reflete o colesterol carregado pelas lipoprotenas ate-rognicas, englobando o LDL-c, o VLDL-c e os seus remanescentes.Os valores a serem atingidos so 30 mg/dl acima da meta do LDL-cpara cada nvel de risco. Exemplo: paciente de alto risco, meta deLDL-c 40 > 40 > 40 > 4 se diabetes melito > 40 > 4 se diabetes melito
Triglicrides mg/dl B < 0 < 0 < 0 < 0* Valor tolerado recomendase LDLc < 30 no grpo de baixo risco, de acordo com as III Diretrizes Brasileiras de Dislipidemias e Preveno da Aterosclerose
** Valor opcional baseado na atalizao do Adlt Treatment Panel III
Tabela 2. Metas lipdicas propostas para a preveno da doena aterosclertica
Situaes Especiais
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Apressoarterialdevesermantidaemtornode180/100mmHgnospacientescomhipertensoarterialprviaeentre160-180/90-100mmHgnospacientesno-hipertensos224(C).Pacientessubmetidostromblisedevemmanterapressoarterialabaixode180/110mmHg225(C).
7.10. Hematoma CerebralNveis de presso arterial sistlica > 160 mmHg foram relacionadoscom a expanso do hematoma226 (C). A reduo da presso arterialmdia abaixode130mmHge amanutenoacimade90mmHgnafaseagudadohematomaintraparenquimatosovisamreduziroriscoderessangramento227(D)(videcaptulo6,item6.6).
7.11. Cardiopatia Isqumica Emhipertensos comdoenaarterial coronria,objetiva-seocontrolegradualdapressoarterialatatingirnveisinferioresa140/90mmHg.fundamentalocontroledeoutrosfatoresderisco,bemcomoousodecidoacetilsaliclico228(A).Osbetabloqueadoressoosmaisindicadospor sua ao antiisqumica. Os bloqueadores dos canais de clcio,excetoosdeaorpida,podemserutilizadoscomorecursoalternativo.Agentes hipotensores que aumentam a freqncia cardaca, comoa hidralazina, devem ser evitados. Em portadores de doena arterialcoronariana,foidemonstradareduodeeventoscomousodoinibidorda ECA ramipril, mesmo sem hipertenso arterial147. Nos pacientesquejsofreraminfartoagudodomiocrdio,devemserutilizadosumbetabloqueador sem atividade simpaticomimtica intrnseca e uminibidordaECA147(A).No infartoagudodomiocrdio semondaQcom funo sistlica preservada, podem ser utilizados diltiazem ouverapamil229(A).
7.12. Insuficincia CardacaA hipertenso arterial pode promover alteraes estruturais noventrculo esquerdo, com ou sem isquemia coronria, contribuindopara o desenvolvimento de insuficincia cardaca, com funosistlica preservada ou no. fundamental o tratamento adequadoda hipertenso prevenindo a insuficincia cardaca, uma vez que,mesmocomaevoluodo tratamento, a insuficincia cardacaaindatemaltamorbimortalidade (A).Empacientes com65 anosoumais,a insuficincia cardaca a primeira causa de internao, segundo oDATASUS230(C).
Medidas no-medicamentosas so muito importantes, como arestriodesale,emalgunscasos,degua,almdaprticadeatividadefsicasupervisionada.Osdiurticosdevemserusadosparaocontroledahipertensoouparaevitararetenohdrica,nemsempresendonecessrioousodediurticodeala,salvoempacientescominsuficinciarenal.
Empresenadedisfunosistlica,osinibidoresdaECAdevemserutilizadosemdosesplenas,mesmoqueapressoarterialestejacontrolada,pois diminuem a morbidade e a mortalidade231 (A). Bloqueadoresdo receptorAT1 podem ser utilizados tambm emdoses plenas comoalternativa232(A)ouemassociao233(A)aosinibidoresdaECA.
Obetabloqueadorcarvedilol,associadoaoinibidordaECA,mostrou-sebenficonotratamentodainsuficinciacardaca,reduzindoamortalidade,empacientesdediferentesclassesfuncionais(A).Benefciossemelhantesforamdemonstradoscomousodemetoprolol234ebisoprolol235(A),masnocombucindolol236(A).
Entreosbloqueadoresdoscanaisdeclcio,paracontroledaanginade peito ou da hipertenso arterial, em pacientes com insuficinciacardaca,apenasoanlodipino237ouofelodipino238podeseradicionadocomsegurana(A).
A adio de um antagonista da aldosterona, espironolactona239 oueplerenona240,demonstroureduosignificativademortalidade(A)eminsuficinciacardacaavanada.Seuuso,porm,podeestarassociadoamaiorinci