veloce mar - orquestra filarmônica de minas gerais · regente principal da filarmônica da...
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1415
MAR
Presto
Veloce
F O R T I S S I M O N º 2 / 2 0 1 9
P R O G R A M A
CLAUDIO SANTOROBrasiliana Allegro moderato e deciso
Adagio
Allegro
ALBERTO ROUSSELBaco e Ariadne, op. 43: Suíte nº 2 Prelúdio: o sono de Ariadne
O despertar de Ariadne
Baco dança sozinho
O beijo
Dança de Ariadne
Dança de Ariadne e Baco
Bacanal
A coroação de Ariadne
I N T E R VA L O
ANTONÍN DVORÁKConcerto para violoncelo em si menor, op. 104 Allegro
Adagio ma non troppo
Finale: Allegro moderato
Ministério da Cidadania eGoverno de Minas GeraisA P R E S E N TA M
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Presto
Veloce
FA B I O M E C H E T T I , R E G E N T E
A S I E R P O L O , V I O L O N C E L O
Diretor Artístico e Regente Titular
da Orquestra Filarmônica de Minas
Gerais desde sua criação, em 2008,
Fabio Mechetti posicionou a orques-
tra mineira no cenário mundial da
música erudita. Além dos prêmios
conquistados, levou a Filarmônica
a quinze capitais brasileiras, a uma
turnê pela Argentina e Uruguai e
realizou a gravação de nove álbuns,
sendo quatro para o selo interna-
cional Naxos. Natural de São Paulo,
Mechetti serviu recentemente como
Regente Principal da Filarmônica
da Malásia, tornando-se o primeiro
regente brasileiro a ser titular de
uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve
quatorze anos à frente da Orquestra
Sinfônica de Jacksonville e, atual-
mente, é seu Regente Titular Emérito.
Foi também Regente Titular das sin-
fônicas de Syracuse e de Spokane,
da qual hoje é Regente Emérito.
Regente Associado de Mstislav
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Nacional de Washington, com ela
dirigiu concertos no Kennedy Center
e no Capitólio. Da Sinfônica de San
Diego, foi Regente Residente. Fez
sua estreia no Carnegie Hall de Nova
York conduzindo a Sinfônica de Nova
Jersey. Continua dirigindo inúmeras
orquestras norte-americanas e é
convidado frequente dos festivais
de verão norte-americanos, entre
eles os de Grant Park em Chicago
e Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente
de ópera, estreou nos Estados Unidos
dirigindo a Ópera de Washington. No
seu repertório destacam-se produções
de Tosca, Turandot, Carmem, Don
Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
Madame Butterfly, O barbeiro de
Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem
ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,
Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-
lia, Japão, México, Nova Zelândia,
Suécia e Venezuela. No Brasil, re-
geu todas as importantes orques-
tras brasileiras.
Fabio Mechetti é Mestre em Regência
e em Composição pela Juil l iard
School de Nova York e vencedor do
Concurso Internacional de Regência
Nicolai Malko, da Dinamarca.
FOTO
: ALE
XAN
DRE
REZ
END
E
CAROS AMIGOS E AMIGAS,
FABIO MECHETTI
Bem-vindos a mais uma temporada
da nossa Filarmônica. Temos duas
celebrações importantes neste primeiro
concerto: os 100 anos de um dos mais
importantes músicos brasileiros, o
amazonense Claudio Santoro, e os
150 anos do francês Albert Roussel.
Santoro transitou com igual maestria
e competência entre várias estéticas
ao longo do século XX, demonstrando
grande facilidade de adaptar correntes
musicais díspares à sua linguagem
exploradora e múltipla. Dentre suas
obras de cunho nacionalista salien-
ta-se a Brasiliana, repleta de ritmos
e referências melódicas de nosso
inconfundível folclore. Já Roussel
segue numa linha traçada no final
do século XIX para o início do XX,
quando compositores, especialmente
franceses, se utilizaram da fértil tra-
dição clássica grega como fonte de
inspiração. Junto a Daphnis e Chloé
de Ravel, Baco e Ariadne demonstra
essa afinidade típica do francês com a
dança e com a capacidade sugestiva
do impressionismo que se consolidava
na época.
É com grande prazer que recebemos
uma vez mais o violoncelista basco
Asier Polo, um dos mais completos
músicos da atualidade, que traz ao nosso
palco o mais adorado dos concertos
para o seu instrumento, o de Dvorák.
Uma noite que certamente encantará
nossos ouvintes e ditará as trajetó-
rias a serem realizadas ao longo da
temporada.
A todos, um bom concerto.
FAB IO MECHET T I
D I R E T O R A R T Í S T I C O
E R E G E N T E T I T U L A R
Considerado pela crítica especializada
o violoncelista espanhol mais desta-
cado de sua geração, Asier Polo foi
solista com importantes orquestras,
como as filarmônicas de Dresden,
BBC, Bergen, Israel e Louisiana;
sinfônicas Nacional da RAI, de Berlim,
de São Paulo e da Basileia; orques-
tras de Paris, Nacional do México,
Nacional da Espanha e Philharmonia,
sob direção de Pinchas Steinberg,
Christian Badea, Rafael Frühbeck
de Burgos, Claus Peter Flor, Carlos
Miguel Prieto, Günther Herbig, Juanjo
Mena, Antoni Wit e Anne Mansoni.
Polo realizou quatro apresentações
com a Filarmônica de Minas Gerais
e Fabio Mechetti.
Convidado dos festivais Schleswig-
Holstein, Nantes, Ohrid, Biennale
di Venezia, Roma, Lisboa, Morelia,
Granada e San Sebastián, colaborou
com artistas como Silvia Marcovici,
Nicolás Chumachenco, Sol Gabetta,
Isabelle van Keulen, Josep Colom,
Eldar Nebolsin, Gerard Caussé,
Cuarteto Janácek, Cuarteto Casals
e Alfredo Kraus.
Asier Polo tem forte compromisso
com a música atual, especialmente
de seu país, e os compositores
Gabriel Erkoreka, Jesús Torres,
FOTO
: EU
GÊN
IO S
ÁVIO
ASIER POLO
Luis de Pablo, Jesús Villa-Rojo e
Antón García Abril lhe dedicaram
obras. Ele combina a música nova
com os repertórios clássico, român-
tico e contemporâneo.
Possui quatorze gravações com
obras que se destacam na criação
espanhola para violoncelo – Usan-
dizaga, Rodrigo, Escudero, Marco,
Bernaola e Rueda –, além de Sofía
Gubaidulina e Cristóbal Halffter.
Asier Polo estudou em Bilbao,
Madri, Colônia e Basileia com Pascu,
Kliegel e Monighetti; participou de
masterclasses com Starker, Gutman
e Rostropovich. Premiado ao longo
da carreira, atualmente é professor
no Centro Superior de Música do
País Basco “Musikene” e diretor
artístico na Universidade Afonso X
e do Forum Musikae.
O artista se apresenta com o violon-
celo Francesco Rugieri (Cremona,
1689), cedido pela Fundação Banco
Santander.
FOTO
: PAB
LO A
XPE
SANTORO Brasiliana
M A N AUS , B R A S I L , 1 9 1 9 B R A S Í L I A , B R A S I L , 1 989
Claudio
INSTRUMENTAÇÃO
2 flautas, 2 oboés,
2 clarinetes, 2 fagotes,
4 trompas, 2 trompetes,
3 trombones, tímpanos,
percussão, cordas.
ED ITORA
Edition Savart
PARA OUV IR
LP Claudio Santoro –
Orquestra Sinfônica
Brasileira – Claudio Santoro,
regente – Sinter/MRE/Rádio
MEC – 1957
DVD Música Viva – Série
Música Brasileira no Tempo
– Orquestra Sinfônica
Nacional-UFF – Ligia
Amadio, regente – 2007
PARA ASS IST IR
Orquestra Sinfônica
Nacional-UFF –
Ligia Amadio, regente
Acesse: fil.mg/sbrasiliana
PARA LER
Vasco Mariz – Claudio
Santoro – Civilização
Brasileira – 1994
PARA V IS ITAR
claudiosantoro.art.br
A música do compositor e regente amazonense Claudio
Santoro navegou pelas mais variadas e até mesmo diver-
gentes correntes estéticas do século XX. Sua primeira fase
como compositor corresponde ao período da Segunda
Guerra Mundial. Nela percebe-se a utilização de técnicas
composicionais da vanguarda estética internacional,
como o dodecafonismo e o serialismo – que estudara
com Koellreutter no Rio de Janeiro. Em 1947 estuda em
Paris com Nadia Boulanger e, em 1948, participa do
II Congresso de Compositores e Músicos Progressistas,
em Praga. Desde então, assume deliberadamente os
preceitos artísticos apregoados pelo Realismo Socia-
lista e abandona os rumos da estética expressionista:
“o artista que marcha ao lado do proletariado deve estar
na linha do progresso e não ao lado das tendências da
última fase da burguesia”, escreveu Santoro à época. Em
1962, levado por Darcy Ribeiro, cria o Departamento de
Música da Universidade de Brasília. Em 1964 afasta-se
para lecionar na Universidade de Heidelberg, Alemanha.
Retornou a Brasília em 1978, assumindo a direção da
Orquestra do Teatro Nacional, onde veio a falecer.
Nos anos 1950, guiado pelo Informe Zhdanov, Santoro
se propôs a aplicar na música nacionalista brasileira os
fundamentos da produção cultural dos países socia-
listas. A essa fase pertence a Brasiliana, iniciada em
novembro de 1954, em São Paulo, e concluída em 1955
em Bucareste, na Romênia. Foi estreada pelo autor em
1958, frente à Orquestra do Theatro
Municipal do Rio de Janeiro. Nela,
Santoro aplica premissas da política
prescritiva expostas nas resoluções
do Congresso de Praga, em suma:
uma arte simples, direta e popular,
baseada em elementos folclóricos
e facilmente assimilável. Para isso,
apresenta os temas logo no início da
obra, reforçados por diversos instru-
mentos em uníssono.
No primeiro movimento, o autor realiza
variantes sobre um motivo melódico
de apenas sete notas, com pregnância
das três notas ascendentes iniciais.
Aliás, material idêntico ao da 3ª Sonata
para Piano — outra obra de tendên-
cia nacionalista composta em 1955.
Tal motivo melódico de sete notas,
enérgico, evocado repetidamente, se
torna uma unidade simbólica, espécie
de metáfora do brado do proletariado
sobre a burguesia. A batalha das
vozes populares, representada pelo
contraponto orquestral, dá lugar ao
entendimento mútuo, à consonância
dos ideais, representada pelo acorde
final. Segundo os preceitos do Realismo
Socialista, adotados por Santoro à
época, uma obra sinfônica deve trans-
mitir um conteúdo positivo, otimista e
encerrar-se vitoriosamente.
No Adagio da Brasiliana, o material
temático do primeiro movimento parece
camuflar-se: as três notas iniciais,
antes enérgicas, surgem juntas, num
suave acorde, e o tema prossegue
com um lírico solo de oboé acompa-
nhado de leve dança sincopada. No
Allegro final, Santoro utiliza a rítmica
e o modalismo da música nordestina,
fornecendo à composição elementos
idiossincraticamente nacionais. Nesse
movimento, o compositor abre mão
da nova estética simplificada e pro-
duz um desenvolvimento amplamente
sinfônico, contrapontístico, expressivo
e dinâmico.
MARCELO CORRÊA
Pianista, Mestre em Piano pela
Universidade Federal de Minas Gerais,
professor na Universidade do Estado de
Minas Gerais.
1 9 5 4 1 3 M I N U TO S
Última apresentação:
19 de agosto / 2008
Fabio Mechetti, regente
ROUSSEL Baco e Ariadne, op. 43: Suíte nº 2
TO U RCO I N G , F R A N Ç A , 1 8 69 ROYA N , F R A N Ç A , 1 93 7
Alberto
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,
corne inglês, 2 clarinetes,
clarone, 2 fagotes,
contrafagote, 4 trompas,
4 trompetes, 3 trombones,
tuba, tímpanos, percussão,
2 harpas, celesta, cordas.
ED ITORA
Edition Durand-Salabert-
Eschig — Representante: Melos
Ediciones Musicales S. A.
PARA OUV IR
CD Milhaud, Honegger,
Roussel – Orchestre
Lamoureux – Igor Markevitch,
regente – Deutsche
Grammophon – 1997
PARA ASS IST IR
Brussels Philharmonic –
Stéphane Denève, regente
Acesse: fil.mg/rbaco
PARA LER
Basil Deane – Albert Roussel –
Barrie & Rockliff – 1961
Em 1894, fazendo contraponto e frente ao Conservatório
de Paris, é fundada na França a Schola Cantorum. O fato
é que a importância que o Conservatório dava à ópera
levou alguns compositores, dentre eles Vincent D’Indy, a
buscarem um ambiente diferente para o desenvolvimento
dos processos criativos. No entanto, a Schola nasceu
paradoxalmente de uma defesa da ordem tonal, associada
a uma admiração sem disfarces pela música de Wagner.
Esse paradoxo não surtiu frutos muito viçosos, mas um
se destaca: Albert Roussel.
Roussel foi oficial da marinha francesa e começou rela-
tivamente tarde seus estudos de música e, por isso, sua
obra gerou severas divergências. De um lado, havia quem
o considerasse um amador, ou havia quem o admirasse,
mas o achasse demasiado rebuscado. De outro lado,
havia, entre os jovens compositores da geração entre as
duas grandes guerras, quem o visse como um inovador.
Fato é que ele foi mais apreciado fora da França que
por seus compatriotas.
Sua obra e sua linguagem se dividem em duas partes.
Na primeira delas, a ascensão de César Franck, através
de D’Indy, associa-se às inovações de Debussy e Ravel
(que, aliás, foram estudantes do Conservatório, rival
da Schola). Disso desponta uma paradoxal conciliação
entre o formalismo e uma liberdade quase sensual, da
qual Debussy é a maior fonte. Na segunda fase, Roussel
se engaja em uma estética neoclássica, pela qual foi
duramente criticado, inclusive por
Stravinsky, que foi impiedoso.
Observando-se com a isenção própria
do afastamento cronológico, vê-se
que Roussel não é nem inovador nem
reacionário, mas é inegavelmente
talentoso. Abraçou o seu próprio
tempo com uma única reserva: as
tendências atonais. Roussel recusa-se
a abandonar de completo o sistema
tonal e, por isso, recorre a artifícios
como a politonalidade, em que se
nota uma infraestrutura contrapon-
tística, ou o modalismo, que busca
em escalas orientais, para garantir
uma espécie de linearidade narrativa.
Por isso, a música de Roussel não
causa o mesmo estranhamento que
a obra de seus contemporâneos ou
que alguns de seus precursores.
Baco e Ariadne é um balé que pertence
à fase neoclássica de Roussel. Nele, se
nota claramente a ambiguidade modal,
dispersa em grandes frases de uma
linearidade severa, mas nem por isso
pouco brilhante ou atraente. O balé
foi composto em 1930 e estreado na
Ópera de Paris no ano seguinte, com
coreografia de Serge Lifar. Depois
da estreia, Roussel dividiu a obra em
duas suítes orquestrais, estreadas
respectivamente em 1933 e 1934. A
segunda suíte foi ouvida sob a batuta
do antológico Pierre Monteux.
Tanto no balé quanto nas suítes se
podem ouvir o brilho e o virtuosismo
de uma orquestração herdeira de
Berlioz, a melodia franca, larga e
relativamente acessível, mas ainda
assim muito moderna, a ambiguidade
tonal, sem, no entanto, deixar de
garantir pontos de referência e, em
alguns trechos, uma nítida ironia,
marca da música e da cultura fran-
cesa. Se Stravinsky foi tão duro com
Roussel é porque estava engajado
em sua própria revolução.
MOACYR L ATERZA F ILHO
Pianista e cravista, Doutor em Literaturas
de Língua Portuguesa, professor da
Universidade do Estado de Minas Gerais
e da Fundação de Educação Artística.
Primeira apresentação
com a Filarmônica
1 93 0 2 1 M I N U TO S
DVORÁK Concerto para violoncelo em si menor, op. 104
N E L A H OZ E V ES , R E P Ú B L I C A TC H EC A , 1 84 1 PR AG A , R E P Ú B L I C A TC H EC A , 1 904
Antonín
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,
2 clarinetes, 2 fagotes,
3 trompas, 2 trompetes,
3 trombones, tuba, tímpanos,
percussão, cordas.
ED ITORA
Breitkopf & Härtel
PARA OUV IR
CD Dvorák, Saint-Saëns,
Cello Concertos – London
Philharmonic Orchestra –
Carlo Maria Giulini, regente
– Mstislav Rostropovitch,
violoncelo – EMI Classics – 2001
PARA ASS IST IR
London Philharmonic
Orchestra – Carlo Maria
Giulini, regente – Mstislav
Rostropovich, violoncelo
Acesse: fil.mg/dvioloncelo
PARA LER
John Clapham –
Antonin Dvorak,
musician and craftsman –
Faber & Faber – 1966
Em Praga, o jovem Dvorák trabalhou como violista, sob a
regência do compositor Smetana, o grande nacionalista
eslavo, de quem herdou o amor às tradições musicais
de seu país. Em Viena, com uma bolsa de estudos do
governo austríaco, ele tornou-se amigo de Brahms, cul-
tivando grande apego às formas germânicas tradicionais.
Sob essa dupla influência, a arte de Dvorák realiza uma
síntese dos procedimentos composicionais clássicos
com elementos característicos da música de seu país.
Filho de um humilde artesão da aldeia de Nelahozeves,
Dvorák tornou-se doutor honoris causa pela Universi-
dade de Cambridge, foi professor nos conservatórios
de Praga e Nova York (1892-1895) e apresentou-se
na Rússia, por indicação de Tchaikovsky. Sua vasta
produção inclui nove sinfonias, óperas, peças para
piano e para diversas formações camerísticas, grandes
peças corais, além de três concertos – para piano,
violino e violoncelo.
O Concerto para violoncelo foi composto por enco-
menda do famoso violoncelista Hannus Wihan, durante
o inverno de 1894-1895. É a última obra americana de
Dvorák. Retornando logo depois à Tchecoslováquia, o
compositor ficou muito abalado pela notícia da morte
de sua cunhada, que fora seu primeiro amor e por
quem tinha profunda afeição. Para homenageá-la, fez
algumas alterações em sua partitura, acrescentando (no
segundo e no quarto movimentos) uma citação de um de
seus Cantos, op. 82, justamente a canção predileta de
Joséphine Kounicova. Nessa versão
final, Dvorák aboliu a cadência que
Hannus Wihan compusera para o
concerto. A estreia aconteceu em
Londres, em 19 de março de 1896,
com o violoncelista Leo Stern (mais
tarde, o próprio Wihan tornou-se um
célebre intérprete da obra).
A partitura segue a forma clássica
de concerto, em três movimentos.
Além dos tutti poderosos, são parti-
cularmente fascinantes os diálogos
do solista com timbres isolados da
orquestra (principalmente os ins-
trumentos de sopro).
No Allegro inicial, o tema aparece
no clarinete, já no primeiro com-
passo. Reapresentado por três vezes
sucessivas, culmina em poderosa
passagem instrumental com toda a
orquestra, quando atinge sua plena
dimensão. Em contraste com esse
tema vigoroso, o segundo motivo,
extremamente lírico, é anunciado
em pianíssimo pelas trompas.
O movimento central, Adagio ma non
troppo, inicia-se com uma terna melodia
dividida entre as madeiras e o violoncelo.
Mas a orquestra logo intervém com
a canção composta por Dvorák em
homenagem à sua cunhada. A melodia
do início retorna nas trompas (sobre
pizzicatti das cordas) e é ampliada pelo
violoncelo (Quase cadenza). O clima é
de serena religiosidade.
O Finale: Allegro moderato apre-
senta um ritmo de marcha, nas
cordas graves. O tema principal é
anunciado pelas trompas e retorna
várias vezes, entremeado com outros
motivos, incluindo os temas dos dois
movimentos anteriores. Na coda, em
pianíssimo, a canção Possa minha alma
reaparece no violino e nas madeiras.
Um rápido crescendo conduz a um
final cintilante que conclui a obra com
poderoso brilho orquestral.
PAULO SÉRG IO
MALHE IROS DOS SANTOS
Pianista, Doutor em Letras, professor na
UEMG, autor dos livros Músico, doce
músico e O grão perfumado – Mário
de Andrade e a arte do inacabado.
Apresenta o programa semanal Recitais
Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
Última apresentação:
31 de outubro / 2012
Fabio Mechetti, regente
Antonio Meneses, violoncelo
1 894 / 1 89 5 4 0 M I N U TO S
INGRESSO SOLIDÁRIO
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NO SEU CELULAR
A P R O V E I T E PA R A A P R E S E N TA R A
F I L A R M Ô N I C A A O S S E U S A M I G O S ,
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É muito simples. Para doar seu Ingresso Solidário,
basta o Assinante acessar o aplicativo da Filarmônica
até 30 minutos antes do início do concerto e realizar
sua doação. O Assinante também pode enviar um
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pelo menos 2 horas antes do concerto.
O aplicativo da Filarmônica é compatível com aparelhos
Android e IOS e pode ser baixado na loja de aplicativos
do seu celular (Google Play ou App Store).
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FOTO
DO
FU
ND
O: J
OM
AR B
RAG
ANÇA
PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – Spalla
Rommel Fernandes –
Spalla associado
Ara Harutyunyan –
Spalla assistente
Ana Paula Schmidt
Ana Zivkovic
Arthur Vieira Terto
Joanna Bello
Luis Andrés Moncada
Roberta Arruda
Rodrigo Bustamante
Rodrigo M. Braga
Rodrigo de Oliveira
Wesley Prates
SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *
Hyu-Kyung Jung ****
Gideôni Loamir
Jovana Trifunovic
Luka Milanovic
Martha de Moura
Pacífico
Matheus Braga
Radmila Bocev
Rodolfo Toffolo
Tiago Ellwanger
Valentina Gostilovitch
VIOLASJoão Carlos Ferreira *
Roberto Papi ***
Flávia Motta
Gerry Varona
Gilberto Paganini
Katarzyna Druzd
Luciano Gatelli
Marcelo Nébias
Mikhail Bugaev
Nathan Medina
VIOLONCELOSPhilip Hansen *
Robson Fonseca ***
Camila Pacífico
Camilla Ribeiro
Eduardo Swerts
Emília Neves
Lina Radovanovic
Lucas Barros
William Neres
CONTRABAIXOSNilson Bellotto *
André Geiger ***
Marcelo Cunha
Marcos Lemes
Pablo Guiñez
Rossini Parucci
Walace Mariano
FLAUTASCássia Lima*
Renata Xavier ***
Alexandre Braga
Elena Suchkova
OBOÉSAlexandre Barros *
Públio Silva ***
Israel Muniz
Maria Fernanda
Gonçalves
CLARINETESMarcus Julius Lander *
Jonatas Bueno ***
Ney Franco
Alexandre Silva
FAGOTESCatherine Carignan *
Victor Morais ***
Andrew Huntriss
Francisco Silva
TROMPASAlma Maria Liebrecht *
Evgueni Gerassimov ***
Gustavo Garcia Trindade
José Francisco dos Santos
Lucas Filho
Fabio Ogata
TROMPETESMarlon Humphreys *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
TROMBONESMark John Mulley *
Diego Ribeiro **
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
TUBAEleilton Cruz *
TÍMPANOSPatricio Hernández
Pradenas *
PERCUSSÃORafael Alberto *
Daniel Lemos ***
Sérgio Aluotto
Werner Silveira
HARPASClémence Boinot *
Marcelo Penido *****
TECLADOSAyumi Shigeta *
GERENTE
Jussan Fernandes
INSPETORAKarolina Lima
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar
ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi
ASSISTENTESClaudio Starlino
Jônatas Reis
SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro
MONTADORESHélio Sardinha
Klênio Carvalho
CONSELHO ADMINISTRATIVOPresidente Emérito
Jacques Schwartzman
Presidente
Roberto Mário
Gonçalves Soares Filho
Conselheiros
Angela Gutierrez
Arquimedes Brandão
Berenice Menegale
Bruno Volpini
Celina Szrvinsk
Fernando de Almeida
Ítalo Gaetani
Marco Antônio Pepino
Marco Antônio Soares da
Cunha Castello Branco
Mauricio Freire
Octávio Elísio
Paulo Brant
Sérgio Pena
DIRETORIA EXECUTIVADiretor Presidente
Diomar Silveira
Diretor
Administrativo-
financeiro
Estêvão Fiuza
Diretor de
Comunicação
Agenor Carvalho
Diretora de
Marketing e Projetos
Zilka Caribé
Diretor de Operações
Ivar Siewers
EQUIPE TÉCNICAGerente de
Comunicação
Merrina Godinho
Delgado
Gerente de
Produção Musical
Claudia da Silva
Guimarães
Assessora de
Programação Musical
Gabriela de Souza
Produtor
Luis Otávio Rezende
Analistas de
Comunicação
Fernando Dornas
Lívia Aguiar
Renata Gibson
Renata Romeiro
Analista de Marketing
de Relacionamento
Mônica Moreira
Analistas de
Marketing e Projetos
Itamara Kelly
Lilian Sette
Assistente
de Produção
Rildo Lopez
Auxiliares
de Produção
André Barbosa
Jeferson Silva
EQUIPE ADMINISTRATIVAGerente
Administrativo-
financeira
Ana Lúcia Carvalho
Gerente de
Recursos Humanos
Quézia Macedo Silva
Gerente Contábil
Graziela Coelho
Analistas
Administrativos
João Paulo de Oliveira
Paulo Baraldi
Secretária Executiva
Flaviana Mendes
Assistente
Administrativa
Cristiane Reis
Assistente de
Recursos Humanos
Jessica Nascimento
Recepcionistas
Meire Gonçalves
Vivian Figueiredo
Auxiliar Contábil
Pedro Almeida
Auxiliar
Administrativa
Geovana Benicio
Auxiliares de
Serviços Gerais
Ailda Conceição
Rose Mary de Castro
Mensageiro
Douglas Conrado
Jovem Aprendiz
Sunamita Souza
SALA MINAS GERAISGerente de
Infraestrutura
Renato Bretas
Gerente de Operações
Jorge Correia
Técnicos de Áudio
e de Iluminação
Diano Carvalho
Rafael Franca
Assistente Operacional
Rodrigo Brandão
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Regente Associado
MARCOS ARAKAKI
Diretor Artístico e Regente Titular
FABIO MECHETTI
FORTISSIMO Março nº 2 / 2019
ISSN 2357-7258
Editora Merrina
Godinho Delgado
Edição de texto
Berenice Menegale
Capa
Baco e Ariadne — Titian
O Fortissimo está
indexado aos
sistemas nacionais
e internacionais de
pesquisa. Você pode
acessá-lo também
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Este programa
foi impresso em
papel doado pela
Resma Papéis.
Oscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
Lei 14.870 / Dez 2003
OS — Organização Social
Lei 23.081 / Ago 2018
* principal ** principal associado *** principal assistente
**** principal / assistente substituta ***** musicista convidado
S E J A P O N T U A L .C U I D E DA S A L A
M I N A S G E R A I S .
D E S L I G U E
O C E L U L A R
( S O M E L U Z ) .
D E I X E PA R A
A P L AU D I R AO F I M
D E C A DA O B R A .
T R A G A S E U I N G R E S S O
O U C A R TÃO D E
A S S I N A N T E .
N ÃO C O M A
O U B E B A .
N ÃO F OT O G R A F E
O U G R AV E E M
ÁU D I O / V Í D E O .
S E P U D E R , D E V O LVA
S E U P R O G R A M A
D E C O N C E R T O .
FA Ç A S I L Ê N C I O
E E V I T E T O S S I R .
E V I T E T R A Z E R
C R I A N Ç A S M E N O R E S
D E 8 A N O S .
NO CONCERTO
EM MARÇO14 E 15 2 0 h 3 0
Presto e Veloce
21 E 22 2 0 h 3 0
Allegro e Vivace
9 1 8 h
M Ú S I C A E DA N Ç AFora de Série
30 1 8 h
M Ú S I C A E T E AT R OFora de Série
26 2 0 h 3 0
Filarmônica em Câmara
FOTO: BRUNA BRANDÃO
COMEÇAMOS 2019 CHEIOS DE
VELHOS E NOVOS AMIGOS.
MUITO OBRIGADA PELA SUA PARCERIA!
Se a sua doação foi por incentivo fiscal, é hora de contar isso
ao Leão. O prazo para entrega da declaração do IRPF 2019 é
até 30 de abril.
Tem alguma dúvida? Ligue (31) 3219-9029 ou mande um e-mail
para [email protected]
Amigos da Filarmônica contribuem para a Programação Educacional da Orquestra.
J U N T E - S E A E L E S ! S E J A V O C Ê TA M B É M U M A M I G O D A F I L A R M Ô N I C A .
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R E A L I Z A Ç Ã O
PAT R O C Í N I O
M A N T E N E D O R
Sala Minas Gerais
www.filarmonica.art.br
D I V U L G A Ç Ã O
R UA T E N E N T E B R I TO M E LO , 1 . 0 9 0 — B A R R O P R E TO
C E P 3 0 .1 8 0 - 0 7 0 | B E LO H O R I Z O N T E – M G
T E L : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 0 0 | FA X : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 3 0