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  • GLICLISE

    DQB/FCULBioqumica II: 2013/2014

  • Tpicos

    Glucose: papel central no metabolismo Breves apontamentos histricos Etapas da gliclise Balano energtico da gliclise

  • Papel central da glucose no metabolismo

    Armazenamento

    GlucognioAmido

    Oxidao via gliclise

    Piruvato5-fosfato de riboseNADPH

    Oxidao via dos fosfatos de pentose

    CO2 + H2OG = - 2 840 KJ/mol

    Fonte de energia

    Fonte de carbono

  • Papel central da glucose no metabolismo

    Organismos fotossintticos(a partir do CO2)

    Organismos no fotossintticos(a partir de C3 e C4)

    Trioses

    Glucose

    Gluconeognese

  • Gliclise

    do grego: glykys doce ou aucarlysis lise

    G = - 2 840 kJ/molFermentao degradao anaerbia da glucose (ou outros nutrientes) para obter ATP importante fonte industrial de etanol e cido lctico

  • Gliclise: alguns apontamentos histricos1860 Louis Pasteur descobriu que os microrganismos so

    responsveis pela fermentao

    1897 Eduard BuchnerPN Qumica 1907 demonstrou que extractos de leveduras livres de clulas tambm

    eram capazes de realizar a fermentao alcolica

    golpe importante na teoria do vitalismo: no era necessrio a presena de clulas vivas para que ocorresse a libertao de CO2

  • Gliclise: alguns apontamentos histricos

    foi a primeira via metablica a ser elucidada

    demorou ~ 40 anos !

    o estudo dos vrios passos envolvidos na via glicoltica em- extractos de levedura- extractos de msculos

    desempenhou um papel central no desenvolvimento da disciplina da Bioqumica

    as principais dificuldades encontradas residiram:- nos tempos de vida muito curtos- e nas concentraes reduzidas

    dos vrios intermedirios da via glicoltica

  • acumulava-se um difosfato de hexose (ster de Harden-Young = 1,6-bisfosfato de frutose) 1 intermedirio da via a ser descoberto

    aps dilise, o extracto de levedura apresentava duas fraces:

    - apenas uma era sensvel ao calor

    s ocorria fermentao com as duas fraces presentes

    PN 1929

    1905-1910 Harden e Young realizaram estudos sistemticos de

    produo de etanol a partir de glucose em anaerobiose (fermentao) com extractos de levedura

    o processo era estimulado pelo Pi

    Alguns apontamentos histricos

  • PN 1931

    1926 Otto Warburg e W. Christian relao entre oxidao-reduo e fosforilao

    natureza da fraco estvel ao calor

    1932 C. Neuberg

    purificao e identificao do 6-P-frutose

    1936 G.T. Cori, C.F. Cori (PN 1947) e S.P. Collowick purificao e identificao do 1-P-glucose

    Alguns apontamentos histricos

  • Caracterizao dos enzimas envolvidos no processo (ex aldolase) Identificao de intermedirios Elucidao da sequncia de reaces

    PN 1922PN 1929

    Gliclise = via Embden-Meyerhof-Parnas & Warburg

    Alguns apontamentos histricos

  • Da elucidao da gliclise ...

    conceito de via metablica

    desenvolvimento das metodologias de purificao e caracterizao de enzimas

    descoberta e reconhecimento do papel importante dos coenzimas (NADH)

    descoberta do papel central do ATP e de outros metabolitos fosforilados

  • A gliclise ...

    a via central (quase) universal do catabolismo da glucose a via com maior fluxo em (quase) todas as clulas a nica via de fornecimento de energia em certos tipos de

    clulas de mamfero (crebro, eritrcitos, esperma, ...) existem microrganismos anaerbios que dependem

    exclusivamente desta via para obter energia

    via extremamente conservada ao longo da evoluo, tanto do ponto de vista da qumica das reaces, como em termos de homologia estrutural dos enzimas da via

    a via difere entre os vrios organismos principalmente ao nvel da sua regulao e no destino final do piruvato

  • A gliclise ocorre no citosol e tem duas fases

  • Fase I: fase endergnica (fase de preparao)fosforilao da glucose e sua converso em fosfatos de triose: 3-P-gliceraldedo

    investe-se ATP mas aumenta o contedo energtico dos metabolitos

  • Fase II: fase exergnica Pay off

    Oxidao do 3-P-gliceraldedo a piruvato

    ocorre formao de NADH + H+ e ATP

    (fosforilo ao nvel de substrato)

  • Passo 1. Fosforilao da glucose

    Glucose 6-P-Glucose

    Hexocinase

    ster de Robinson

    ocorre em C-6

    o io magnsio essencial para a actividade do hexocinase

    passo irreversvel na clula ponto importante de regulao da via reaces acopladas

  • Passo 1. Reaces acopladas

  • Passo 1. Fosforilao da glucose

    substrato do hexocinase: complexo Mg2+-ATP

    no h transportadores para os compostos fosforilados

    O io magnsio essencial para a actividade do hexocinase

  • Passo 2. Converso a 6-P-frutose

    isomerizao reversvel de uma aldose a cetose

    este passo tem um papel crtico na qumica da via glicoltica:

    o re-arranjo molecular essencial para garantir os passos seguintes

    6-P-Glucose 6-P-Frutose

    Fosfohexose isomerase

    ster de Neuberg

  • Passo 2. Converso a 6-P-frutose

    Fosfohexose isomerase

  • Passo 3. Fosforilao a 1,6-bisP-frutose

    1,6-bisP-Frutose

    6-P-Frutose

    Fosfofrutocinase 1PFK-1

    ster de Harden & Young

    Reaco essencialmente irreversvel na clula o ponto mais importante de regulao da via glicoltica

    PFK1 um dos enzimas de regulao mais complexos:

    a sua actividade diminui quando a [ATP] elevada (!)

  • Passo 3. Fosforilao a 1,6-bisP-frutose

    o passo do compromisso

    o 1,6-bisP-frutose est de forma definitiva na via glicoltica

    1,6-bisP-frutose

    FosfofrutocinasePFK-1

  • Passo 4. Rutura do 1,6-bisP-frutose

    1,6-bisP-Frutose

    fosfato de dihidroxiacetona

    1,6-bisP-frutose aldolase

    3-P-gliceraldedo

    ster de Fischer

    GLICLISE

    reaco reversvel com produo de dois fosfatos de triose

    embora G seja positivo, a reaco ocorre no sentido directo nas condies intracelulares

  • Passo 5. Interconverso das trioses

    Fosfato de dihidroxiacetona

    Fosfato de triose

    isomerase3-P-gliceraldedo

    s o 3-P-gliceraldedo pode seguir na via glicoltica

    reaco de isomerizao rpida e reversvel

    Final da fase preparatria da glicliseA molcula de aldohexose foi fosforilada em C1 e C6 e sofreu

    rutura, formando-se duas molculas de 3-P-gliceraldedo

  • Passos 4 e 5 da fase I da gliclise

    Fosfato de triose isomerase

  • Passo 6. Oxidao a 1,3-bisfosfoglicerato

    1,3-bisfosfoglicerato

    3-P-gliceraldedo desidrogenase

    3-P-gliceraldedo fosfato inorgnico

    ster de Warburg-Negelein

    X 2

    reaco de oxidao e fosforilao

    produo do coenzima reduzido NADH

    (regenerado anaerobicamente a NAD+ durante a fermentao)

  • Alguns dos intermedirios fosforilados da gliclise

    Formado no passo 6

    G= - 49.3 kJ/mol

  • Passo 7. Transferncia do grupo fosforilo

    1,3-bisfosfoglicerato

    Fosfoglicerato cinase

    3-fosfogliceratoster de Nilson

    X 2 o nome do enzima reflecte a reaco inversa

    juntamente com o passo anterior, forma um passo de acoplamento energtico cujo G= - 12.5 kJ/mol

    ocorre formao de ATP:

    fosforilao ao nvel do substrato

  • Passo 8. Converso a 2-fosfoglicerato

    2-fosfoglicerato

    Fosfoglicerato mutase

    3-fosfoglicerato

    X 2

    a reaco enzimtica depende da existncia de 2,3-bisfosfoglicerato em quantidades vestigiais

    este metabolito necessrio para o incio do ciclo cataltico do enzima

  • Passo 9. Desidratao a fosfoenolpiruvato

    2-fosfoglicerato

    Enolase

    fosfoenolpiruvato

    X 2

    remoo reversvel de uma molcula de H2O a partir do 2-fosfoglicerato

    a perda de molcula de H2O leva redistribuio de energia no susbtrato, aumentando significativamente a energia que resultar da hidrlise do grupo fosforilo

  • Alguns dos intermedirios fosforilados da gliclise

    Formado no passo 9

    G= - 61.9 kJ/mol

  • Passo 10. Transferncia do grupo fosforilo

    piruvato

    Piruvato cinase

    fosfoenolpiruvato

    X 2

    o nome do enzima reflecte a reaco inversa

    o enzima requer Mg2+ e K+

    ocorre formao de ATP:

    fosforilao ao nvel do susbtrato

    a reaco irreversvel e constitui um ponto importante de regulao da via

    DCA-inibidor

  • Passo 10. Hidrlise do fosfoenolpiruvato

    o produto piruvato surge primeiro na sua forma enlica

    o piruvato tautomeriza no enzimaticamente na sua forma ceto (pH 7.0)

  • Passo 10. Reaces acopladas

  • Sumrio da gliclise: 10 passos

    ...

    ...

    Hexocinase

    Fosfohexose isomerase

    Fosfofrutocinase

    Aldolase

    Triose fosfato isomerase

    3-P-gliceraldedo desidrogenase

    Fosfoglicerato cinase

    Fosfoglicerato mutase

    Enolase

    Piruvato cinase

    ...

    Glucose + 2 NAD+ + 2 ADP + 2 Pi 2 piruvato + 2 NADH + 2 H+ + 2 ATP + 2 H2O

  • ATP

  • Via de Embden-Meyerhof-Parnas & Warburg