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1 INCONTINÊNCIA URINÁRIA • A estática pélvica normal da mulher depende de um sistema de suspensão. • a ancoragem anterior que fixa os órgãos para cima e para frente é em grande parte muscular, contrátil, dominadas pelos elevadores do ânus. • a ancoragem posterior que fixa os órgãos para cima e para trás é puramente ligamentar e fibrosa.

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Page 1: 1 INCONTINÊNCIA URINÁRIA A estática pélvica normal da mulher depende de um sistema de suspensão. a ancoragem anterior que fixa os órgãos para cima e para

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INCONTINÊNCIA URINÁRIA

• A estática pélvica normal da mulher depende de um sistema de suspensão.

• a ancoragem anterior que fixa os órgãos para cima e para frente é em grande parte muscular, contrátil, dominadas pelos elevadores do ânus.

• a ancoragem posterior que fixa os órgãos para cima e para trás é puramente ligamentar e fibrosa.

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Introdução

A incontinência é definida como a saída involuntária da urina em horas e locais inadequados e anti-sociais.

Para a mulher, a perda urinária pode se traduzir por situação que determina desconforto social e higiênico, às vezes comprometendo sua sexualidade e psiquismo.

Determina importante impacto psicossocial em mulheres, com incidência significativamente maior de depressão e neurose.

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• Atualmente, na mulher jovem, a incontinência, mesmo mínima, pode ser vivenciada de forma dramática:– associada a um fenômeno de senilidade precoce, – medo de ficar molhada, – de cheirar mal, – temor de passar a vida inteira no banheiro,– proteção sistemática mesmo para eliminações

excepcionais, – abandono da atividade esportiva, – modificação de hábitos vestimentários,– efeito negativo na qualidade de vida, etc.

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• Mesmo com novas modalidades propedêuticas e de tratamento, os índices de insucesso acham-se ao redor de 15% a 20%, nos cinco anos subseqüentes à cirurgia, independentemente do tipo de procedimento e da habilidade do cirurgião.

• Inexiste uma padronização em relação ao volume e freqüência da perda urinária (Farrar, 1975).

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Dados Estatísticos

• Estima-se entre 3,5 a 4 milhões, o número de pessoas portadoras de uma incontinência

– 10 a 15% da população das crianças com mais de 5 anos, geralmente meninos

– 10% adultos, quase que exclusivamente mulheres , – 15 a 20% das pessoas idosas, comportando um número quase

igual de homens e mulheres.

• Todas as pesquisas confirmam que pelo menos 70% das mulheres atingidas por diversos distúrbios miccionais nunca falaram de seu problema a um médico.

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Etiologia

• Drogas• Tabagismo• Problemas mentais• Doença de Parkinson• Esclerose senil• Esclerose múltipla• Imobilidade no leito• Gravidez• Procedimentos cirúrgicos femininos como a Histerctomia• Procedimentos cirúrgicos ou irradiações que lesem os

nervos do esfíncter masculino

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Etiologia

• Deficiência hormonal: A função uretral relacionada á contenção urinária esta intimamente relacionada á produção estrogênica ovariana. Após a menopausa, a produção de estrogênio diminui, tornando o tecido uretral mais frágil, sujeito a lesões e infeções

• Diabetes: essa e outras doenças neurológicas podem lesar fibras nervosas que controlam a função uretro-vesical além de, eventualmente, determinar alteração da conscientização do desejo miccional

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Etiologia

• Doenças Respiratórias Crônicas: As tosses e espirros são mais freqüentes, que nas continentes, favorecendo o aparecimento da incontinência unirária

• Obesidade: promove acúmulo de gordura no interior do abdome, causando aumento da pressão intra-abdominal

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Etiologia

• Defeitos congênitos: Espinha bífida e mielomeningocele

• Tumores benignos ou malignos de cólon ou reto

• Doenças que comprimam a bexiga

• Bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador

• Constipação intestinal;

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Etiologia

• Deficiência Estrogênica: O trato urinário inferior é rico em receptores de estrogênio, que faz quando são estimulados, um aumento do fluxo sangüíneo do plexo artério-venoso e o fluxo sangüíneo aumentado melhora a coaptação da mucosa uretral e aumenta sua pressão, promovendo a continência.

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Causas de disfunção urinária

Sinais e sintomas Explicação Causa

Fase de armazenamento

1. Desejo freqüente de urinar, passagem de pequenos volumes de urina.

A bexiga ou uretra estão hipersensíveis. É reduzida a inibiçãoneurológicado detrusor.A capacidade da bexigaé reduzida.O detrusor se contrai demodo espontâneo ou éfacilmente provocado, por exemplo, por tosse, mudança de posição, frio,água.Hábito aprendido.A mulher fica ansiosa deforma aguda, com medoou com estresse

Infecção, inflamação ououtra patologia, por exemplo, fibróide, distúrbios neurológicos; álcool, café,chá ou cola (ingestão de)

2. Desejo freqüente de urinar, passagem de volumes normais de urina

A mulher bebeu um grande volume, ou comeu alimento com muita águaGravidezParto recenteTerapia diurética

3. A urina vaza com um esforço físico.

A pressão de fechamento da uretra é baixa.A atividade provoca a contração do detrusor.

4 - Urgência incontrolável para urinar, vazamentos

O detrusor está muito ativo (motor) ou hipersensível (sensorial).Há uma neuropatologiaA uretra,o tecido vizinho e/ou a inervação foram traumatizados

Parto recente

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Causas de disfunção urinária

Fase de esvaziamento

1. A passagem da urina leva muito tempo, o fluxo é fraco.

A uretra está parcialmente obstruída.O detrusor está pouco ativo.Distúrbio neurológico.

Pressão devida à prisão de ventre, tumor, edema, traumatismo, inflamação, constrição da uretra. DrogasDetrusor dissinergia do esfíncter (DED)

2. A mulher tem desejo de urinar, está pronta, mas não pode começar.

Estresse ou gravidez causa uma inibição simpática do esvaziamento.A uretra está obstruída por um intestino cheio.Uretrite aguda com obstrução ou inibição por dor.

3. A mulher se abaixa para urinar HábitoVer também (1)

4. A urina escorre depois de uma micção aparentemente completada (raro).

Acúmulo de urina no intróito.Uretrocele com uma uretra "torta"

5. Ao ficar em pé, a paciente percebe que há ainda urina na bexiga ao final da micção e que pode urinar mais se sentar outra vez

Urina residual.Pressa - a mulher parou a micção antes da hora.A bexiga estava tão cheia que a urina se acumulou nos ureteres e foi liberada quando o detrusor relaxou.

Descida uterina, cistocele, Uretrocele

6. A mulher tem de comprimir o assoalho pélvico para ajudar o esvaziamento

Cistocele com parte da bexiga pendendo abaixo do nível do colo da bexiga.

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Tipos Comuns de Incontinência Urinária

1. Incontinência de esforço2. Urge-Incontinência3. Incontinência Urinária Mista

4. Incontinência extra-uretral5. Incontinência premente ou de urgência sensorial 6. Incontinência premente ou de urgência motora7. Incontinência de estresse e de estresse verdadeira8. Incontinência de fluxo excessivo9. Incontinência reflexa10. Enurese noturna11. Incontinência por riso.12. Incontinência orgásmica. 13. Incontinência por transbordamento14. Incontinência funcional

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Incontinência de esforço

• Este tipo representa a perda involuntária de urina durante a tosse, espirro, riso ou outras atividades físicas que aumentem a pressão abdominal.

• Tal incontinência resulta quando os mecanismos de saída da bexiga não podem suportar a elevação da pressão intravesical (incompetência do esfíncter) e pode ser secundária a hipermobilidade uretral, fraqueza do esfíncter interno, ou ambos.

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A incontinência de esforço pode ser ainda classificada em quatro tipos

Tipo 0 A paciente queixa-se de perda urinária, mas durante o teste e exame não consegue demonstrar a incontinência.

Tipo 1 A incontinência ocorre em manifestações de esforço, e um pequeno grau de descenso da área da uretra-colo da bexiga é verificado.

Tipo 2 A incontinência está presente com um descenso da uretra-colo da bexiga em uma área de cerca de 2cm.

Tipo 3 Demonstração de uma uretra aberta ("fácil de verificar") e sem contração da área do colo da bexiga. A área da uretra-colo da bexiga pode estar fibrótica (após cirurgia ou trauma), neurologicamente debilitada, ou ambas.

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Urge-Incontinência

• Quando a paciente sente forte desejo de urinar e perde urina no trajeto até o banheiro.

• Ocorre quando o mecanismo para inibir a contração do detrusor é ineficaz.

• A paciente tem sensação de plenitude vesical por diminuição da complacência. A Incontinência de Urgência pode ser sensitiva ou motora e a diferenciação é feita no exame urodinâmico.

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Premência ou urgência sensorial

• É causada devido à hipersensibilidade dos receptores na parede da bexiga, e às vezes da uretra

• Assim, à medida que a bexiga enche, são produzidas contrações do músculo detrusor não desejadas e precoces, tanto de modo espontâneo, como em resposta a atividade.

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Premência ou urgência sensorial

• Seu tratamento:– remover a causa, sempre que possível, – ensinar as contrações do assoalho pélvico e;– treinamento da bexiga para reaver a

confiança e a capacidade de reter volumes razoáveis de urina.

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Premência ou urgência motora

• Ocorrem contrações involuntárias do detrusor durante a fase de enchimento, essas podem ser aparentemente espontâneas ou por atividades

• É a segunda maior causa de incontinência urinária nas mulheres com idade mediana e a causa mais comum nos idosos.

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Premência ou urgência motora

• Seu tratamento:– contrações fortes e repetidas do assoalho

pélvico, para tentar suprimir o detrusor muito ativo e no treinamento da bexiga.

– uso de drogas anticolinérgicas pode ter sucesso no tratamento, porem tem efeitos colaterais como boca seca e prisão de ventre.

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Incontinência Urinária Mista

• Quando se somam os sintomas da incontinência urinária de esforço (IUE) e da Incontinência de Urgência, e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra

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Incontinência extra-uretral

• Ocorre à perda de urina por outros canais além da uretra, pode ser devido à uma anormalidade congênita, sendo mais comum como resultado de um traumatismo na cirurgia pélvica, o parto é ainda uma grande causa de traumatismo. Seu tratamento inclui uma cirurgia reconstrutora.

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Incontinência de estresse

• É o tipo mais comum de incontinência urinária em mulheres jovens.

• Quando há perda involuntária de urina, na falta de uma contração do detrusor, a pressão intravesical excede o máximo de pressão uretral, assim a atividade do detrusor é normal, mas o mecanismo de fechamento da uretra é insuficiente

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Incontinência de estresse verdadeira

• Está ligada com uma percepção exagerada de qualquer desejo de micção por medo de vazamento.

• Tratamento– excluir os fatores causais;– contrações do assoalho pélvico como um hábito

diário;– Cirurgia, de acordo com a natureza e a gravidade do

estado

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Incontinência de fluxo excessivo

• Qualquer perda involuntária de urina ligada com uma distensão excessiva da bexiga.

• A urina se acumula na bexiga e tem dificuldade de sair, isso pode ocorrer por um suprimento nervoso ao detrusor alterado ou o detrusor está muito estirado que não pode se contrair, ou ainda, a uretra pode estar obstruída de alguma forma.

• Tratamento:– a fraca atividade do detrusor estimulada por drogas;– nos casos neurológicos intratáveis é indicado autocateterização

intermitente ou implantação de cateter supra púbico

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Incontinência reflexa

• Vista principalmente em paraplégicos.

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Enurese noturna

• Incontinência durante o sono, mais comum em crianças.

• Tratamento:– Comportamental – Alarme Urinário: Sonorizadores instalados na roupa

da criança - Pipi-Stop– Redução de líquido– Exercícios físicos regulares– Calendário das noites seca – Estímulos positivos

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Por transbordamento

• Quando a bexiga não está completamente vazia. Acontece mais durante a noite.

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Incontinência funcional

• Acontece pela dificuldade de encontrar um local adequado para urinar. Geralmente afeta pessoas com mobilidade diminuída, deficiência visual ou perda de memória.