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www.aplateia.com.br Sant’Ana do Livramento. 10 de janeiro de 2016 | Não pode ser vendido separadamente UM JORNAL HISTÓRICO O MAIS ANTIGO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO EM CIRCULAÇÃO DE LIVRAMENTO Anos de Circulação de A Plateia Jornal A Plateia. 79 anos narrando a história de Livramento.

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www.aplateia.com.brSant’Ana do Livramento. 10 de janeiro de 2016 | Não pode ser vendido separadamente

UM JORNAL HISTÓRICOO MAIS ANTIgO veíCULO de COMUNICAçãO

eM CIRCULAçãO de LIvRAMeNTO

A n o s d e C i r c u l a ç ã o d e A P l a t e i a

Jornal A Plateia. 79 anos narrando a história de Livramento.

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2 Sant’Ana do Livramento - Domingo, 10 de janeiro de 2016 - Especial A Plateia - 79 anos

Editorial

DIAGRAMAÇÃO | Jonathan Almeida

REVISÃO | Michele Albuquerque

IMPRESSÃO | Gráfica Jornal A Plateia

EDItORA-chEfE | Elis Regina Cartaxo

[email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] 55 3242 2939

DIREtORIA | Antonio Badra Kamal Badra

REPORtAGEM E EDIÇÃO | Eduardo Silva PROJEtO GRÁfIcO |

Jonathan Almeida

Expediente

79 anos de JornalA Plateia

O jornal A Plateia é um Jorna-lismo que expira história e ins-pira desenvolvimento. A Plateia foi uma marca que nasceu com o objetivo no seu nome: para o público, para a sua plateia. Em 79 anos de história, o jorna-lismo empregado desde a sua fundação sobreviveu a ata-ques e tentativas de censura. Passaram guerras, ditaduras e governos e por todas as ad-versidades o Jornal A Plateia sobreviveu. Na última década, o desenvol-vimento e nova forma de fazer jornal revestiram o ideal e mis-são do jornal. O que era apenas conhecido apenas com mídia impressa, tornou em alicerce para uma grande empresa de mídia, com seus canais de Rá-dio TV e Internet. Hoje A Plateia leva informação por ondas, por imagens, vídeos e pelo tradicio-nal jornal do dia a dia: o papel santo que honramos. Fazer jornal é fazer um jura-mento e requer compromisso por quem está por trás das câmaras, dos teclados e dos microfones. Fazer jornal não á para todos e fazê-lo por 79 anos é missão e compromisso. Seriedade, profissionalismo, dedicação e compromisso são os adjetivos do canal de comu-nicação santanense que está há 79 anos ao seu lado. Não por acaso que 7+9 = 16. Para 2016, A Plateia faz seu aniver-sário na data mais que espe-cial. O Jornal é feito por pessoas, simples, lutadoras e iguais a to-dos os cidadãos que não veem obstáculos na hora de levar a notícia para a sua comunidade. Na cidade mais irmã do mundo o endereço da informação tem nome: Jornal A Plateia. Seja no papel, no celular, na in-ternet, na sua TV, a informação chega a você, A Plateia. Nosso agradecimento ao povo santa-nense, aos riverenses a todos que habitam em nossa Frontei-ra mais irmã do mundo.

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3Sant’Ana do Livramento - Domingo, 10 de janeiro de 2016 - Especial A Plateia - 79 anos

história

Linha do tempo“A platéa 1937”...

A vida na velha Santana e a Livramento do século 21

Expediente com os primeiros Jornalistas de Livramento

No Brasil do estado Novo ainda hoje se discute na academia se foi ou não foi dita-dura. Época em que a CLT era um projeto em curso, o fronteiriço getúlio dornelles vargas conduzia a politica com olhos na unidade da nação em um cenário onde co-munistas, fascistas e capitalistas disputam o mapa mundi, palmo a palmo.Nessa efervência é que nascia na fronteira, recentemente demarcada, é que nascia o

folheto “A Platea” distribuído nas cadeiras do Cine Internacional. Inicialmente para divulgar a programação de filmes, depois para divulgar o puxante comércio local, e em menos de 10 anos já era comercializado nas ruas de Livramento e Rivera.O diretor era o pecuarista Carlos varela, dono do cinema. e na redação na rua dos Andradas, 59, o redator secretario foi do-mingos Labarthe.

Florescia a cidade, a urbanização e o folhe-tim diário passou a contar essa históriaAcompanhando os primeiros dez anos do jornal impresso, fazemos uma deliciosa viagem pelo tempo. Nas manchetes, uma cidade de economia rural, que começa a contar com uma forte estrutura urbana comercial. E com profissionais que desa-pareceram com o tempo, mas ficaram re-gistrados no periódico matutino.era um tempo onde Lavadeiras que pas-savam o dia a beira do rio, pediam per-missão ao prefeito para elevar o preço da dúzia de peças de roupa lavadas. Alfaiates apelavam para a elegância: “A moda faz o homem, e nós fazemos a moda sob medi-da”.Médicos, parteiras. Todos faziam saber

quando estavam atendendo em Livramen-to ou Rivera. Cartas esquecidas nos cor-reios eram anunciadas pelos nomes dos destinatários, assim como os horários de ônibus eram publicações que não podiam faltar, assim como as notas de falecimento ou de despedida daqueles que rumavam para outras terras.Os classificados, ainda tímidos se chama-vam pequenos anúncios e dividiam a pá-gina com editais de casamentos e anún-cios diversos.O gosto pela boa vida, também é uma ca-racterística marcante. Anúncios de espe-táculos teatrais, de cervejas e é claro das estreias nos cinemas, assim como eventos nos clubes fomentavam a sociedade santa-nense do inicio do século XX.

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4 Sant’Ana do Livramento - Domingo, 10 de janeiro de 2016 - Especial A Plateia - 79 anos

Entrevista

Venho atuando naquilo que gosto há 30 anos e sobretudo trabalhando numa das áreas que acompanha o nascimento do jornal A Plateia. Pelas pesquisas que a gente teve

oportunidade de acompanhar nos arquivos do jornal, A Plateia iniciou suas atividades

no ano de 1937, como folhetim que era distribuído no Cine Teatro Internacional e

sendo Carlos Varela diretor proprietário, um pecuarista, também o setor primário passou

a ser contemplado nas páginas daquele, então boletim. Já no ano de 1940, é possível,

consultando os registros, verificar que a parte de agropecuária, principalmente a

pecuária santanense e riverense presentes nas páginas. Dali já na década de 50 evoluiu

para páginas diárias contendo em seu interior de conteúdo aquilo que acontecia em

termos de pecuária: criatórios, ovinocultura, os frigoríficos como Swift Armour, como o frigorífico do bairro São Paulo, o Lanifício

Thomaz Albornoz.Era uma página que se traduzia com

agricultura pecuária, indústria e comércio. Os quatro esteios do município de Sant´Ana do

Livramento, embora se saiba que durante todo seu histórico a base econômica de

Livramento é a pecuária e posteriormente a agricultura.

Tal era a força da pecuária que nos primeiros 10 anos do jornal já havia um caderno de Pecuária – Indústria e Comércio. O jornal viu nascer a expo- feira e no interior de suas paginas em formato Standart lá estava o anúncio chamando a todos

para prestigiar o evento. A época, Aftosa já era motivo de preocupação. A grã –Bretanha era parceira comercial na compra de carne enlatada, e assim movimentava a economia baseada na agroindústria de capital anglo-saxão.

henrique Bacchio, editor de caderno Rural desde 1985

Pecuária, Indústria e comércio

Nos anos 80...

Esteio

Retomando um ciclo que veio das décadas de 60 e 70, pe-ríodos conflituosos até em razão da ditadura militar, A Plateia mantinha o caderno rural, contando o cotidiano do setor primário. Um dos problemas recorrentes, como a questão das estradas que são históricos; algumas situ-ações satisfatórias como a expansão dos ovinos e o gran-de volume de bovinos, o número significativo de cavalos, em nível de município; criatórios tradicionais realizaram seus remates. Temos remates ai com mais de 40 anos! . Temos propriedades que tem genética centenária...to-dos esses conteúdos, neste ou naquele momento fizeram parte das páginas rurais do jornal A Plateia.Até que se instituiu o caderno Panorama Rural que foi estabelecido nos anos 70, circulando com quatro páginas, com a Plateia ainda no formato Standart, realizado e de-senvolvido por um grupo de setoristas que procurava ir até as propriedades rurais, levando em conta que naque-la época os custos eram bem menores, e de lá colhiam as informações para as páginas para o rural de A Plateia. Os patrocinadores desse caderno, dessa secção eram os próprios empreendedores rurais que a época estavam es-tabelecidos em Livramento.

Me recordo da exposição internacional, a expointer que sempre teve a participação de Livramento e a co-bertura de A Plateia. Também tive a oportunidade de participar dessa cobertura jornalística na região me-tropolitana durante 15 anos, dez deles de forma con-tinua pelo grupo A Plateia. Isso motivou uma láurea

que eu tenho muito orgulho até hoje da Associação Rio-grandense de Imprensa, da Associação Brasileira dos Criadores de Hereford e Braford, da Associação dos criadores de Angus, entre outras premiações que a gente obteve especificamente ao longo da carreira, nesse segmento.

Anúncio primeira expo feira no jornal

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história

TransformaçõesMas o caderno rural de A Plateia passou por várias trans-formações: em 1985, quando eu iniciava as atividades, o ca-derno rural de A Plateia tinha como foco a questão da agro industrialização, era o nascedouro, de uma nova dinâmica, de um novo modelo de agroindustria em Sant Ana do Livra-mento. Ainda eram fortes por exemplo, a parte de ovinocul-tura e sobretudo a parte de lã, como lanifício Albornoz ainda com dificuldades, mas trabalhava, seguiu até 1989, depois foi assumido por funcionários e por fim toda uma sequencia de fatos levaram a um funcionamento, sem o mesmo brio de outrora até porque a realidade do mercado internacional da lã hoje é outra. Os pequenos abatedouros começaram a surgir e a se estabelecer em Sant Ana do Livramento, ope-rando tanto com carne bovina quanto ovina, com matéria--prima local.As raças Britânicas foram sendo incentivadas a ser incentivadas, hoje nós temos o foco no Hereford, Braford, Angus e no Brangus e ainda no que diz respeito a equinos nos cavalos de carreira de outrora e nos de trabalho, o cava-lo crioulo se assentou definitivamente em Livramento, toas essa informações ao longo das décadas, dos anos 80, 90 estão nas páginas do caderno rural de A Plateia, que teve três de-nominações: a primeira delas Panorama Rural de 70 a 80, de-pois eu evoluiu de página rural para caderno e como o nome foi registrado pela Massey Fergunson, deixou de ser utili-zado pelo grupo A Plateia, até por uma questão de respeito. Posteriormente foi caderno Agropecuário, com característi-ca regional com informações de Quaraí, Rosário, dom Pedri-to, São gabriel dentre outros municípios...uma curiosidade desse período , para que a gente possa recordar, é que tinha bandeirinha do município, um mapa de cada município em cada uma das matérias. era um coletivo de jornalistas, to-dos profissionais do segmento de campo participavam desse caderno, que chegou a ter 16 páginas em alguns momentos. Foram memoráveis as coberturas da expointer nos anos 90 e 2000. Claro que esse projeto teve suas interrupções por ques-tões de mercado, por questões até mesmo de disponibilidade de papel no mercado internacional e que houve a necessida-de de contenção de custos, assim como ocorreram situações em que a pecuária também sofreu baixas no mercado, com preços extremamente aviltados. em 2000 vivemos a crise da Aftosa, quando na fronteira várias reses foram perdidas pela incidência da doença qe se propagou naquele período. A lição que ficou dessa experiência foi o fortalecimento de um programa nacional de combate a Aftosa, vigente com vi-gor ainda hoje. Também houve problemas com os “morcegos vampiros” que mobilizaram equipes do Brasil e Uruguai no controle das furnas.Conclusão de toda essa história, hoje te-mos um caderno rural que circula todas as sextas-feiras, e nas páginas rurais que circulam aos domingos, trazem o co-tidiano do meio rural, trazem toda a efetividade daquilo que é produzido nos mais diversos segmentos e formas; desde a cultura dos produtos básicos de subsistência, das hortas e dos demais recantos do interior do município até a pecuária de precisão, as grandes lavouras...tudo passa pelo caderno rural do jornal A Plateia.

Segunda expo-feira de Livramento nos anos 40

tenas da pecuária industria e comercio em 1945

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Entrevista

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Edis Elgarte com o amigo de longa data e colega Duda Pinto

Comecei no jornalismo no início da década de 1980, junto com colegas inesquecíveis, como os saudosos João david Bittencourt, Arlindo Coitinho, Ricardo Lessa, Luis Mário Osório, glênio Lemos – dentre os que já nos deixaram -, e outros com os quais até hoje compartilho espaço na redação e na vida, a exemplo de duda Pinto, Luis Cleber Telles Severo (nosso “econômico”, como carinhosamente o apelidou o ex-diretor de A Plateia e uma de minhas maiores referências de jornalismo, elmar Bones da Costa, o “Bicudo”) e Lecy elguy, a “Neca”, sem falar nos parceiros de aprendizagem Paulinho Martins Pinto, Roberto e Marcos Tavares, na gigante jornalista Linete Braz Martins, na querida Ceres Aragonez, parceira mais adiante em outras aventuras jornalísticas, e nos “professores” darcy “Santamaria” Tavares, Rubem Maria Silva, o “Pelego”, e o popular “Negro Zeca” – uma verdadeira “picanha” a exigir celeridade na elaboração do jornal porque era o responsável pela equipe de entrega e volta e meia só conseguia começar a distribuir o jornal por volta das 9h30 ou 10h da manhã.Saudosos tempos. Naquela época, A Plateia recém havia sido adquirida da família grisollia por um grupo de jornalistas santanenses, que somaram esforços e recursos para evitar o fechamento do jornal, então pretendida pelos antigos proprietários. Faziam parte do grupo glênio Lemos, o não menos saudoso jornalista Jorge dias escosteguy, danilo Ucha, “Bicudo” e Kenny Braga, todos eles atuando, à época, em grandes veículos do centro do País e na Capital do Rio grande. Cabia a glênio, auxiliado pelo então gerente Marcírio Silva, a administração da empresa e, obviamente, a editoria do jornal, que funcionava na esquina das ruas Silveira Martins e Brigadeiro Canabarro – prédio recentemente transformado em um novísisimo edifício de apartamentos. Ucha, Kenney e Bicudo, contudo, semanalmente davam um jeito de “descer” na fronteira, para acompanhar a evolução de A Plateia. Ainda hoje guardo alguns dos “bilhetes” que Bicudo deixava em minhas mãos quando retornava para Porto Alegre, com a análise minuciosa de cada texto, cada legenda, cada foto, cada página do jornal. e novas “sugestões” de como fazer melhor.A menos de 150 metros dali, naquele início da década de 1980, o saudoso jornalista, historiador e vereador Ivo Caggiani havia instalado a redação e oficinas do jornal Folha Popular, o outro diário que circulava em Livramento. Tinham quase a mesma idade, os dois jornais, mas A Plateia já possuía sistema de composição e impressão off-set, enquanto a “Folha” continuava sendo impressa pelo

método tipográfico, com caixas de tipo e linotipos para composição em chumbo derretido.essa diferença na estrutura de composição e impressão davam muito mais agilidade à equipe de A Plateia – mas corriqueiramente repórteres de um e de outro veículos ombreavam espaços na busca das notícias. Circulávamos pela fronteira de carro (caso o destino estivesse mais afastado) ou até de moto, mas rotineiramente a pé. entrevista por telefone só se fosse impossível o contato pessoal e a presença do repórter. A maior “modernidade” conquistada por A Plateia permitia o “fechamento” mais tarde e, igualmente, com maior número de páginas do que a Folha. Mas a concorrência existia e, diariamente, diretores e repórteres de um veículo tratavam de “catar” a edição concorrente para comparar a cobertura jornalística.em 1984, A Plateia foi adquirida pelo empresário elson Ilha de Macedo e mudou de endereço, passando a funcionar na esquina das ruas 13 de Maio e general Câmara, mas manteve-se os mesmos cerca de 150 metros da sede da Folha Popular. Naquele período, Ivo já havia entregue a propriedade e a direção da Folha a uma cooperativa formada pelos funcionários do jornal, entre os quais o saudoso Luis Santos, Selço (assim mesmo, com S e ç), Tebas, Toro e getúlio Pereira. Pouco tempo depois, coordenado por getúlio, o grupo se reuniu e aceitou proposta de compra do jornal feita por elson Macedo, com o compromisso de que todos que quisessem permaneceriam como funcionários do jornal. Com exceção de getúlio Pereira, que mudou-se para Brasília/dF, todos os demais permaneceram.A partir daí, a Folha virou um diário impresso em off-set, também com maior número de páginas. A Plateia, contudo, já havia ganhado cadernos extras e crescia em volume editorial. elson Macedo trouxe de Quaraí o veterano jornalista Roberto Arrieta, que formou uma equipe própria trazendo de A Plateia nomes como o fotógrafo Paulinho Pinto e a repórter vera Menezes e incorporando ao time alguns novatos no jornalismo impresso como Claudino Nunes, o “dininho”, e dagberto Reis. Na composição, “econômico”, e na paginação, o saudoso Washington Custódio.Quase na mesma época em que a Folha Popular foi adquirida por elson Macedo, os saudosos jornalistas Jose Nascimento e Wolmer Jardim, junto com o sempre ativo Rusbel Nicola, fundaram uma das mais qualificadas experiências em jornalismo de conteúdo que já circularam na fronteira: o Jornal da Semana. desde o início, o propósito eram reportagens aprofundadas, com

Edis Elgarte, colunista do Jornal A Plateia desde 1981 Muito antes da internet

informações que – dada a premência do tempo, passaram “a lo largo” pelos noticiosos diários. O JS trazia reportagens amplas, com detalhes ricos sobre o cotidiano, a história e a cultura da fronteira.Pela proximidade e identificação profissional que tinha com os três, costumava também contribuir na produção do JS, com textos que Nicola teimava em pedir fossem “mais curtos”. “Teus textos são para revistas grandes, não temos tanto espaço”, alertava. Nunca consegui o poder de síntese que me pedia, e esta “pequena” resenha é uma prova disso.Mesmo assim, duda e eu permanecíamos na equipe de A Plateia, cuja redação era chefiada pelo professor e jornalista uruguaio Arturo Cerviño e tinha na equipe, entre outros, José Norberto Oliveira e o fotógrafo Hugo Lopez. Como Cerviño tinha uma formação mais conservadora e Arrieta dava à equipe muito mais liberdade para “ousar” nas coberturas jornalísticas, duda e eu acabávamos passando muito mais tempo na redação da “Folha” do que de A Plateia. Acabávamos trabalhando nos dois jornais – pelo mesmo salário. Mas o prazer de ver o produto no dia seguinte compensava tudo.Certa feita, já nos detalhes finais de fechamento de uma edição de A Plateia, ao som de uma emissora de rádio local, ouvimos a voz do dininho – que, como muitos, além do jornal também atuava no rádio -, chamando pela repórter vera Menezes e pedindo que, se estivesse ouvindo, entrasse em contato com ele imediatamente. eram cerca de 0h30min. A equipe de A Plateia “parou o ouvido”: algo havia acontecido. Literalmente, o fechamento do jornal entrou em “stand-by” e deu-se início a uma louca busca por informações e fotos. Uma anciã havia sido assassinada a punhaladas por um ladrão que invadira sua casa, na avenida Tamandaré. essa manchete, com algumas poucas informações extras e até foto da fachada da casa da vítima, seria suficiente para esgotar as edições dos dois jornais, no dia seguinte. Mas, capaz que isso seria suficiente para aquela gente da Folha e de A Plateia.No dia seguinte, os leitores dos dois jornais puderam ler a cobertura completa, com fotos de Paulinho Pinto e de Hugo López, entrevistas com moradores vizinhos e, até, a foto do acusado, que confessou o crime com riqueza de detalhes. Perdeu-se a chance de dois dias de vendas estouradas nas bancas – mas não se perdeu o furo para a concorrência.Mais adiante, elson Macedo percebeu que, apesar de salutar para as equipes de profissionais, financeiramente a concorrência trazia mais custos do que receita à empresa. Assim, a Folha Popular passou a circular semanalmente, mas manteve sua “raiz” diária. No fim das contas, fazia concorrência para o diário A Plateia e para o semanário Jornal da Semana. Concorrência salutar, que até hoje ainda faz vibrar a veia jornalística, faz correr o sangue de quem gosta, por sua vez, de correr atrás da notícia. eram tempos sem internet.

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7Sant’Ana do Livramento - Domingo, 10 de janeiro de 2016 - Especial A Plateia - 79 anos

Entrevista

A vida Riverense desde os primórdios do jornal esteve presente nas páginas da “Platea”. Filmes “totalmente em castelhano”, já constavam nas amareladas páginas dos exemplares de nossos arquivos. e totalmente escrito em espanhol vinham as notas da Junta departamental, onde os hermanos já podiam acompanhar a vida pública da capital do departamento de Rivera. espetáculos que vinham de Buenos Aires ou Montevideo, desembarcavam aqui na fronteira antes de seguir rumo a Porto Alegre ou Rio de Janeiro, confirmando assim a riqueza econômica da fronteira Livramento –Rivera de meados da década de 40. Arte e Cultura faziam parte do cotidiano de uma cidade, como se diz por esses termos, “com dois bairros, um ao norte e outro ao sul do Parque Internacional”

Vida Riverense

Se levarmos em conta o lugar onde vivemos, se temos em conta que são dois países, divididos

apenas por uma rua, isso porque a politica assim determina. Tem gente do Uruguai que mora ,

trabalha e vive no Brasil, assim como também há brasileiros que vivem e trabalham em Rivera...

se necessitava de um meio de comunicação que tivesse um alcance massivo que tivesse

significado tanto para Uruguai quanto para o Brasil. Por isso A Plateia foi trabalhando pouco a

pouco mostrando seu produto e foi conquistando o gosto das pessoas com seu estilo de trabalho.

Quando digo que A Plateia foi “impondo” seu estilo de trabalho , não quer dizer que é algo forçado, mas que o jornal buscou cobrir

essas lacunas existentes para atender a essa característica na fronteira da paz.

Com o passar dos anos o encarte em espanhol, cresceu e passou a ter oito páginas. Em 2011 recebemos uma premiação, porque o Jornal

A Plateia é o único periódico diário do Brasil que atualmente escreve em duas línguas.

Muita gente vai dizer que tem vários periódicos que se escrevem em duas línguas, e sim, isso

ocorre. Mas a diferença é que aqui temos duas editorias especificas, uma em português e

outra independente de A Plateia em espanhol. Atualmente tratamos de abarcar absolutamente

tudo que acontece em Rivera. Aos poucos fomos avançando e tratando de ver qual era a

necessidade da comunidade. Chegamos a lugares que hoje podemos dizer com orgulho que conquistamos: A Plateia em

espanhol sempre marca presença e sempre está presente nos eventos do outro lado da fronteira

. Um desses lugares é junto a Administração Departamental, nos bairros, onde ouvimos os moradores, e tratamos de acompanhar cada

definição ou cada ocorrência que passa com os cidadãos. Outro exemplo é a parceria firmada

com a Policia de Rivera; hoje A Plateia em espanhol conquistou um lugar, graças aos nossos

esforços, sem se preocupar com dia, horário, se feriado ou não, mas sempre marcando

presença nas ações policiais e mostrando para comunidade o resultado desse trabalho, pois é

para eles que preparamos nossas reportagens, pois as pessoas tem que receber o impresso e

saber oque está acontecendo no lugar onde elas vivem.

No esporte, não poderíamos deixar de falar dos momentos marcantes na fronteira da paz. O

estádio Atílio Paiva é o segundo maior estádio do Uruguai, atrás apenas do Centenário de

Montevideo. Tivemos aqui momentos de extrema irmandade e de partidas excepcionais como na

Copa América de 1995, quando recebemos a Seleção Brasileira. Tal a expressão do estádio para o Uruguai que aqui houve partidas pelo

campeonato Uruguaio e onde Nacional e Penharol jogaram também pela Libertadores

da América. E uma das melhores noites em que quase 30 mil pessoas foram ao estádio, também

numa Libertadores, foi num confronto Brasil/Uruguai no jogo entre Inter e Cerro.

O certo é que com o passar dos anos, temos nos consolidado com uma referência. Não somente A

Plateia em espanhol, mas toda a empresa, pois somos um grupo. Quando trabalhamos somos

uma equipe, tanto em português, espanhol, RCC FM, TV A Plateia. Um exemplo claro disso

foi quando houve no fim de Dezembro um acidente na linha de fronteira, próximo a um serviço médico de Rivera e não realizaram o

atendimento dentro do território brasileiro. Tão logo nos mobilizamos com equipes de rádio,

impresso e tv, e de imediato três ambulâncias se mobilizaram através de nosso meios de

comunicação e prestaram o socorro à vítima. Isso nos reconforta, pois isso nos mostra que os

meios de comunicação tem sua importância e são parte fundamental da sociedade. Tem que

estar preparado e saber do que se fala. Em Plateia em espanhol informa a todos o que Rivera

é e tem para mostrar para a sociedade, para além dos Freeshops. Falando nesse aspecto, o

turista brasileiro tem uma clara referência do que buscar e encontrar aqui e agora tem outra

possibilidade que o novo shopping Melancia, que sem duvida facilita ainda mais para o turista que

vem a fronteira e quer além das compras um passeio agradável.

Washington Pereira coordenador de A Plateia em Español há cinco anos

Reportagem do caderno espanhol com chefe da Policia

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cobertura de uma perseguição seguida de tiroteio e sequestro em Rivera no Uruguai

Washington Pereira e sua colega Viviane Perez

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8 Sant’Ana do Livramento - Domingo, 10 de janeiro de 2016 - Especial A Plateia - 79 anos

Entrevista

“Temos o Caderno Variedades que é voltado para a área comercial e é distribuído todos os finais de semana com matérias sobre nossos

parceiros. Nesse ano, que muitas pessoas reclamavam de crise, nós conseguimos fechar

parcerias e unimos forças com o comércio da Fronteira para alavancar as vendas. Tivemos um resultado muito positivo na

qual os nossos parceiros tiveram o retorno esperado mesmo nesse ano que tiveram tantas dificuldades. Hoje conto com uma

equipe de quatro vendedores; um arte finalista que também hoje, o Jornal A Plateia

oferece um grande diferencial, nós além de vendermos os anúncios, conseguimos bonificar os nossos clientes com a arte do anúncio, esse

é um diferencial por que temos essa pessoa pensando e criando material para os nossos

anunciantes; temos uma repórter para o Variedades que tem o foco em alavancar as

vendas dos nossos anunciantes, ela pensa e cria junto aos empresários, matérias,

sugere várias opções e conseguimos criar um caderno bem completo e focado nas vendas. Gostaria que todos conferissem

por que todos os finais de semana temos assuntos diversificados: moda, educação,

saúde, leitura... são assuntos que chamam a atenção de adultos e jovens, sendo este

o nosso objetivo: atingir mulheres, homens, adultos, terceira idade(...) O jornal completando

79 anos e nós temos parceiros que há muitos anos anunciam conosco. Começaram com

empresas pequenas e hoje, são grandes empresas e continuam participando e sendo

parceiros do Jornal A Plateia(...) A gente tenta fazer com que as pessoas da Fronteira se

identifiquem com o Caderno. Tanto que sempre convidamos para a foto de capa, pessoas da comunidade contando histórias das pessoas

da cidade. O Variedades começou com poucas páginas e hoje, estamos com 32 em datas comemorativas e todo colorido, o que

também é um diferencial. O retorno da página Sociedade é grande. As pessoas gostam

de enviar fotos de aniversário, casamento, formatura. Estamos de portas abertas para que a comunidade participe conosco, traga

as suas fotos de eventos familiares para que possamos publicar(...) Em 79 anos, o jornal foi grande. Temos um diferencial que a diretoria

está sempre investindo na tecnologia, na empresa, então, hoje, conseguimos aprimorar os investimentos que a direção vem fazendo!”

Com a queda do Muro de Berlim em 1989 e a abertura da União Soviética de Mikail gorbachov, já não se falava mais de um mundo polarizado entre Capitalistas e Comunistas. era o Fim da guerra Fria. Mas no Brasil, os problemas eram outros. de volta ao estado democrático de direito, sobreviver aos anos 80 não foi fácil em razão dos problemas econômicos num país com a hiperinflação na casa dos 80 % ao mês e de 1000% ao ano. Já em 1994 com a estabilização da economia e o plano real em curso, o Brasil ainda buscava se recuperar de uma década de planos econômicos mal sucedidos, congelamentos de preços...a economia

globalizada fez a economia estremecer mais uma vez e em 1998, houve a desvalorização do real , que estava equiparado ao dólar americano: para se adquirir um dólar o brasileiro tinha que desembolsar dois reais. Foi nesse contexto de novas ondas de mudanças e privatizações de estatais, que a família Badra decidiu diversificar e investir em comunicações, passando a administrar primeiramente o Jornal da Semana, e em seguida o jornal A Plateia e a Folha Popular. Todas as mídias impressas santanenses mais importantes da época chegaram a circular e em seguida vieram as reestruturações.

Laura Saravia, diretora comercial do Jornal A Plateia desde 2011 conta sobre o trabalho desenvolvido pela equipe de vendas na empresa

Do século 20 ao 21...Sob nova administração

Na virada do Milênio...A Plateia ganha força, e com investimentos e profissiona-lismo passa a incorporar o Jornal da Semana, enquanto e o projeto da Folha Popular perdeu relevância, diante da solidez, história e tradição da Plateia.Seguindo as tendências de mercado A Plateia passou a editar e separar os temas por editorias e cadernos. den-tre os cadernos, O variedades com uma temática leve e descontraída, reunia moda, beleza e estilo e ainda hoje é um “jornal com cara de revista”, trazendo temas ain-da mais diversificados como saúde, terceira idade, lazer, casa e construção dentre outros temas ligados ao cotidia-no das pessoas.

Nos anos 90, o caderno atrativo com temas leves e relevantes

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9Sant’Ana do Livramento - Domingo, 10 de janeiro de 2016 - Especial A Plateia - 79 anos

história

Em coresem 1º de setembro de 1999, o jornal A Platéia passou a per-tencer à Família Badra (grupo Badra de Comunicações), com a direção de Antonio Badra e com os filhos, Kamal, Janete, Luciana e Fábio. daquele então, o veículo mante-ve uma linha de crescimento e abrangência, realizando grandes coberturas. Segundo pesquisa realizada pelo Ibope, em 2001, A Platéia conquistou a 6ª posição estadual em jornais diários, alcançando 37.700 leitores diariamen-te, e por esta pesquisa, foi considerado um dos jornais mais lidos no estado do Rio grande do Sul. “A partir dali a responsabilidade de todos só aumentou” – referiu Hen-rique Bacchio, chefe de Redação à época da conquista em nível de Rio grande do Sul e um dos mais antigos jorna-listas de A Plateia, onde começou sua carreira em fins de 1985. Segundo ele, a principal reformulação no veículo ocorreu em janeiro de 2004, quando o título completou 67 anos. “Realizamos, em praticamente dois dias, justa-mente a véspera e a ante-véspera do aniversário, 10 de janeiro, todas as alterações gráficas para que o colorido fosse implantado, um verdadeiro recorde daquela equi-pe” – lembra Bacchio, reforçando que o investimento da empresa, na aquisição da máquina goss Comunity, única rotativa da Fronteira Oeste permitiu a realização de um sonho: contar com o colorido nas páginas de A Plateia. “A meu ver, o sonho de todos nós, que começamos na década de 80, foi realizado pelo Antônio, o Kamal, a Janete, a Lu-ciana – que hoje está na defensoria Pública e o Fábio. eles acreditaram e investiram e isso nos honra e orgulha” – depõe Bacchio. colaboradores do jornal segurando a primeira edição totalmente colorida

contraste: no passadoas primeiras fotografias na depcada de 40 em escala de cinzas variando do preto ao branco, hoje a tecnologia permite alta definição de imagens

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Entrevista

O escritor desde a infância Muhammad El Hanini é conhecido no mundo árabe e também no ocidente como o escritor de 25 antologias, com mais de 35 distinções recebidas em razão da paixão pelas letras. O sentimento... ele conta que é de “orgulho”, não só pelo reconhecimento , mas pelos amigos que fez nos mais de 30 anos de Brasil. “Me sinto feliz aqui , e hoje a maior alegria é que voltou A Plateia aqui, de novo, para fazer entrevista comigo”, disse no finalzinho da conversa que teve com a nossa reportagem em razão dos 79 anos do jornal. Hanini fez parte desta história tanto escrevendo na língua materna, quanto na língua da pátria que adotou no inicio dos anos 80. Jornal AP: A quanto tempo o senhor escreve em jornais?hanini: Faz tempo que escrevo em jornais. Na Palestina antes de vir para o Brasil escrevi em vários jornais e revistas também. E a primeira coisa que eu fiz desde que cheguei aqui em 1981, procurei aonde tem jornais árabes aqui. Como resposta me disseram que aqui não tem , só em São Paulo. E o que eu fiz aqui? Eu tinha amizade com vários árabes aqui e juntei todos os jornais, vários jornais e revistas antigas que eu tinha (o chamado clipping, ou portfólio), desde 1964 e comecei a pensar aonde podia começar a trabalhar. E em São Paulo achei vários jornais, revistas. Mandei cartas me propondo a escrever sobre a Palestina em jornais e na verdade me receberam muito bem e partir de 1982 comecei a escrever nos jornais e revistas árabes.Jornal AP: E na Plateia?Aqui, naquela época o jornal A Plateia tinha eu acho umas quatro páginas...eu tinha um amigo,

até bem famoso aqui , o Luciano Machado e sempre mostrava meus escritos em árabe pra ele e ele fez uma matéria sobre mim na Plateia, com uma colunista, que eles era no jornal. E foi depois de ter essa matéria e eu disse o que ele achava de ter uma coluna em árabe no jornal! Ele disse que era uma boa ideia, mas que depois dava uma resposta sobre o assunto. Depois ele esqueceu, não soube o que aconteceu. Passado isso tudo anos mais tarde quem comprou o jornal? Antônio Badra e com quase uma semana depois de comprar o jornal ele veio ao meu encontro e eu disse : - Antônio tenho uma ideia, assim, assim e assim...e ele me respondeu : - Vem aqui.Me chamou pro escritório dele e também quem estava responsável pelo jornal e disse para me dar uma página inteira do jornal. Eu pensei como iria fazer isso, falei que queria apenas uma coluna. “ Você tem condição de escrever uma página Hanini”, foi o que ouvi de volta mesmo tendo dito ao doutor que achava muito.” O jornal tem quatro páginas, o senhor vai dar uma página pra mim?”, respondeu Hanini ainda surpreso com a proposta e mais uma vez ouviu uma resposta positiva por parte da diretoria: “ Fica tranquilo”.E comecei a escrever em árabe, desde 22 de setembro de 1999, conta o palestino ao mesmo tempo que exibe o imenso livro onde preserva todos seus escritos no jornal fronteiriço ainda hoje guardados com cuidado. “ A página saiu toda em árabe...a primeira e a segunda”, destaca o jornalista.

Português e espanhol sempre correram nas veias do jornal, ou melhor, nas páginas. Mas o diretor Antonio Badra decide inovar e convida o amigo e poeta de

origem palestina Hanini para escrever em árabe. Uma experiência sem igual no jornalismo gaúcho e brasileiro.MUhAMMAD EL hANINI,

jornalista e poeta palestino

De Bilingue a trilingue

Trilingue

trecho de poesia sobre a relaçãod do Dr. Badra com o Jornal, na visão do poeta

O escritor hanini e as obras no jornal A Plateia

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hanini guarda até hoje a primeira página que escreveu em 1999 totalmente em árabe

homenagem de hanini aos 79 anos do jornal impresso Paginas em árabe no impresso em 1999

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Era um feito memorável...

Do árabe ao português

Novas Portas

Pois A Plateia naquele momento passou a ser um jor-nal trilíngue: português, espanhol e árabe! Ainda so-bre o inicio no jornal em 1999, Hanini segue discor-rendo: Na terceira edição eu fiz, encontrei como prefeito Glê-nio Lemos, e ele me questionou: “Hanini o que estás escrevendo? e disse que escrevo sobre a sociedade, so-bre a Palestina, sobre a nossa cultura...e o glênio com curiosidade pediu pra saber do que estava sendo fala-do e escrevi portanto em português”, diz com sereni-dade. Hanini lembra que tinha apenas uma poesia em português, sobre Santana do Livramento. Perguntei ao Luciano Machado sobre o que ele achava, já que eu escrevia quase nada em português e ele depois de ler me contou que a poesia poderia ser escrita em qual-quer jornal. eu então lancei na Plateia e recebi vários elogios e críticas positivas sobre essa poesia e isso me deu forças para mim continuar escrevendo em portu-guês também... acho que fiz umas 40 páginas em duas línguas, que aborda praticamente sobre tudo, políti-ca, economia, educação, etc.

Na festa de lançamento de um livro da escritora uru-guaia Tereza Araújo, tinha muita gente entre escri-tores e poetas e naquela ocasião abri minha página para quem quisesse colaborar e acho que participa-ram comigo cerca de 165 poetas e escritores, gente de Livramento, São Paulo...isso dá alegria para a pessoa pelo resultado de ver um trabalho muito bom . depois através desta página, até o dr. Badra me chamou de-pois de um ano e me disse que foi feita uma pesquisa em Livramento, onde foi apontada que a minha pági-na saiu em terceiro lugar, com 29% da preferência dos leitores da época. Muito bom isso, nunca me aconte-ceu, e é isso que dá força a pessoa!.

depois disso também participei da criação da Casa do Poeta Santanense, ali no Prado e a gente lançava livro todo o ano pela casa. Eu fiquei de presidente de honra. Também na Academia Santanense de Letras eu entrei e fiquei de vice-presidente. Ainda havia o grupo Zumbi dos Palmares e também fiquei na dire-toria. e tudo isso foi através da página na Plateia! Teve uma movimentação cultural fantástica para Santana do Livramento, desenho, teatro, tudo, tudo. Minha filha estava prestes a fazer 15 anos e eu dei para ela a oportunidade para falar sobre crianças, juventude, adolescência. e o doutor deu pra ela uma página intei-ra sobre o Jornal da Semana e tenho algumas comigo também guardadas.Antes de finalizar a conversa Hanini deixou registra-do em árabe os parabéns ao jornal que lhe oportuni-zou difundir não só a língua, mas a poesia e o olhar do estrangeiro, que passou a adotar esse novo mundo como parte da vida familiar, como uma raiz do orien-te médio, na fronteira da paz.

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Entrevista

Português e espanhol sempre correram nas veias do jornal, ou melhor, nas páginas. Mas o diretor Antonio Badra decide inovar e convida o amigo e poeta de

origem palestina Hanini para escrever em árabe. Uma experiência sem igual no jornalismo gaúcho e brasileiro.

Luis cleber telles Severo, Diagramador há 35 anos de jornal A Plateia

três Décadas de Jornalismo

Seu Telles por ser o funcionário mais antigo da redação conquistou o respeito dos

“novatos” não apenas pelo tempo de casa, mas pela simpatia. Constantemente é alvo de brincadeiras, muitas delas partindo dos

colegas que também são prata da casa como o pessoal do esporte, ou mesmo do Henrique Bacchio, que sempre faz questão de lembrar dos feitos da história dos quais seu Telles teria participação como autor ou

coadjuvante. Há quem diga que seu Telles auxiliou Guttemberg na primeira impressão da era moderna...outros causos o retratam sempre em grandes feitos da humanidade,

como um vulto “oculto” da história, e assim o clima na redação é amenizado, em meio as

tensões do dia a dia. Seu Telles leva tudo na esportiva.

Em 1979, Cleberzito, aos 19 anos, com baixa no exército, entrou na empresa

como revisor de texto, tendo recebido indicação da revisora anterior. Depois

de um ano seu Cleber passou a fazer a diagramação e não saiu mais. Nas palavras

do experiente diagramador...”Naquela época era tudo manual. Nós digitávamos o texto em pequenas tiras de papel, em

um equipamento elétrico, depois fazíamos o recorte com tesoura e depois tinha que

montar o espelho. Pra se ter uma ideia, naquela época a gente levava 12 horas

para montar o espelho de um jornal de 12 páginas...jornais com 24 paginas como são

feitos hoje, levaria mais de dois dias”, brinca seu Cleber.

Novas tecnologias

Prédios

Questionado sobre as grande mudanças que surgiram de imediato a primeira lembrança do diagramador nos remete a um passado não tão distante, em 2004 com a edição de um jornal impresso totalmente colorido. ele acrescenta ainda que na década de 80 era tudo muito rustico ainda, até os títulos eram recortados e colados. Até as fotos, eram com fotolitos e no espelho a gen-te fazia um recorte no papel, do tamanho reservado para a fotografia. depois vieram os computadores e as facilidades da edição em plataforma digital, com pro-gramas como o Pagemaker. Foi numa dessas mudanças de plataformas que boas histórias ainda perduram na memória dos que vivenciaram esses momentos.- soube que foi nessa troca da máquina de escrever pro computador que se perdeu um jornal inteiro, é verda-de seu Cleber?- Foi sim ( risos)...ninguém sabia como salvar a pagina. então faltava luz, ou desligava o computador e perdia tudo, conta.Foi preciso fazer cerão, o pessoal da redação trabalhou a noite inteira para que aquela edição saísse às ruas, relembra.Talvez por essas e outras é que seu Cleber seja retra-tado em histórias antológicas pelos corredores das di-versas redações as quais o jornal já ocupou pela cida-de, desde 1979.Com a chegada do dr. Antônio e família é que os equi-pamentos gráficos foram substituídos por outros com tecnologia superior e mesmo até a evolução para o jor-nal em cores. “ veio uma gráfica maior. Antes a gente rodava só A Plateia e a Folha. depois tivemos condições para “rodar” jornais de fora, de d. Pedrito, Quaraí, que até hoje está conosco.Hoje não é mais preciso sujar os dedos com cola, ou reescrever e colar sobre uma palavra com grafia erra-da para fazer a correção, o modo de se fazer um jornal impresso se tornou simples do ponto de vista de quem faz o serviço de diagramação. Ao longo dos anos Telles contabilizou mudanças também de endereço comer-cial.

Nesse passeio pelo tempo Telles relembra que a redação passou pela Treze de Maio, Silveira Martins, também es-teve próxima ao Tênis Clube, na região da estação férrea, na rua Manduca Rodrigues. Com a família Badra no co-mando, passou para a Tamandaré e agora na Almirante Barroso. O Parque gráfico que mudou apenas da Estação Ferroviária, para o atual endereço na esquina da Barroso, com a Uruguai.De tudo isso Cleberzito diz que o que fica foram as ami-zades que foram feitas, das pessoas que passaram pelo jornal ao longo de décadas: “ A empresa cresceu bastan-te e se conhece bastante gente, quantos amigos a gente fez!?...é isso”, diz o lendário, dono de uma simplicidade que cativa àqueles que tem a honra de trabalhar com essa ilustre figura.

Diagramadores na década de 80 cleber telles e marcos tavares

Diagramadores nos tempos de hoje cleber telles e Jonathan Almeida

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Entrevista

A casa Nova

“Em dezembro de 2013 viemos para cá. Aqui era a casa da família. Inicialmente, ela se instalou

em Alegrete, e depois Quarai e finalmente Livramento. Nos primeiros tempos morávamos

na Joaquim Soares, em Rivera, enquanto a família na sequencia construiu essa casa em

que morávamos todos, isso em 71 já estávamos aqui a alguns anos. ou seja, já passamos

de 50 anos de Brasil, todos moravam aqui, inclusive eu. Foi construída pelos meus avos. O interessante que hoje onde é o administrativo

da RCC era o meu quarto junto com o Kamal e a Luciana. Então fomos criados desde muito cedo

participávamos das atividades do Guanabara, brincávamos aqui em frente, nos acidentamos, criamos vínculos e laços afetivamente com as

pessoas que moram aqui e na verdade, foi uma alegria voltar para cá.(...)Nos sentimos

em casa. Foram muitos anos que moramos aqui. Quando não conseguimos fazer a obra

aqui na frente que pensávamos em fazer um prédio para a gráfica acabamos por optar, são

aquelas coisas que acontecem que no inicio a gente não se agrada mas que acaba sendo um privilégio voltar a casa de nossas origens. O pai

fez questão de fazer esse reconhecimento para saber inclusive do valor que não é só um imóvel.

Minha avó faleceu , ela morou até cinco anos atrás. Aqui era ponto de encontro de todos.

Passou um tempo fechada pelo próprio luto, e foi um momento muito sensível inclusive para o Dr. Antonio, depois foi uma alegria ver tudo

repaginado. Tendo a estrutura original(...) A ideia de vir de cá foi do Kamal, todos aceitaram e as instalações anteriores estavam assoberbadas

de pessoas e o grupo só crescia cada vez mais. Não havia mais espaço. O centro se tornou

inviável para entrevistas, receber pessoas, era difícil estacionar, chegar, entrar, sair, o que nos

forçava a sair da av. Tamandaré onde tudo começou. Ocupávamos outros apartamentos como anexos, por que no segundo andar, não

tinha mais lugar. (...)Faremos reformas no prédio em frente, onde vamos deixar todas

as empresas perto, estarmos todos juntos na mesma quadra para poder trabalhar melhor.

(...) Tu tens que te adaptar ao momento em que está se vivendo e dentro dessas adaptações

a gente não pode também apocar, temos que enfrentar, achando boas alternativas e o

provedor foi uma boa alternativa para agregar valor ao nosso trabalho(...) Temos projetos para iniciar ou semear durante o ano e executar em

2017”.

Janete Badra, diretora

confraternizacao de inauguração da nova sede onde o Jornal se encontra nos dias de hoje

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Entrevista

GRUPO A PLAtEIA – EMPRESASRCC FM

A relação com a comunidade...

em 32 anos de existência a rádio faz parte do grupo Ba-dra. O jornalismo é parte da programação que também comporta programas de debates, musicais, saúde e agro-negócio. A parceria entre jornal A Plateia e rádio RCC hoje pode –se dizer que é mais marcante em função do Jornal da Manhã, já que a reportagem e a produção in-teragem diariamente com a redação, como nos conta a produtora e repórter Keila Louzada:“ eu trabalho já há mais de um ano no Jornal da manhã, cm reportagens e amo fazer reportagens de rua, pelo contato que a gente tem com as pessoas, isso é muito ba-cana, poder vivenciar as realidades diversas da comuni-dade, experiência que considero importante, assim como a interatividade que nós conseguimos com a equipe de jornalismo do jornal A Plateia. essa parceria acontece nas reuniões de pauta, onde as ideias são transmitidas e as-sim nós conseguimos trazer toda essa informação para os nossos ouvintes e também o s telespectadores da Tv A Plateia e também aos assinantes do jornal A Plateia, que conseguem captar essas informações e agora também disponíveis em nossas redes sociais. O Jornal da manhã é totalmente comunitário. Buscamos mostrar os proble-mas , as dificuldades, e o que está sendo feito para melho-rar a qualidade de vida dos santanenses. Como produto-ra de jornalismo, o dia é corrido, em meio a ligações para agendar com os entrevistados; tem que estar sabendo de tudo o que acontece na cidade, o tempo inteiro, então é algo que tem que estra ligado, sempre interagindo com os colegas que vem da rua com novidades, a caça a noti-cia. A produção é bastante cansativo, exige bastante in-sistência pra conseguir nossos entrevistados para que a notícia chegue ao público.

...é maravilhoso o reconhecimento dos ouvintes, o cari-nho, saber que tu faz parte da vida das pessoas e que as pessoas param pra te cumprimentar na rua, pra te co-nhecer, eu acho que isso demonstra a importância des-sa informação que a gente passa. Bom saber que para as pessoas temos essa importância e que todos os dias elas estão te acompanhando. No Canal Livre, ainda tem a parceria com o Bacchio, onde aprendo muito com ele e com os colegas. Importante ter a informação em primeira mão e passar isso para a co-munidade pela RCC FM. Temos ainda o “Falando em Saú-de” aos sábados, programa que tenho a oportunidade de levar o conhecimento em diversas áreas da saúde para as pessoas, pra que elas possam ter uma melhor qualidade de vida e saibam de questões importantes para manter o bem estar.Já nas palavras do apresentador do Jornal da Manhã, Sér-gio dávila: “ parabenizo o jornal a Plateia pelos 79 anos, como parte do grupo, do Jornal da Manhã e também do Manhã 95. Para mi o experiência em rádio , é nova, pois sempre fiz programas musicais pelas rádios onde passei, é uma experiência nova, com ótimos resultados...o públi-co sempre participa e isso é bom”, pontua dávila.

Equipe Jornal da Manhã - Rcc fM, Eduardo Silva, Sérgio Dávila e Keila Louzada

Uma das últimas aquisições de 2015, a unidade móvel para transmissões ao vivo da tV Aplateia

tV A Plateia além de ser disponível online, pode ser assistida pela Video cable Rivera no Uruguai

Julio Neves, responsável pelo site e redes sociais do Grupo A Plateia

“O site é uma plataforma bem interessante, porque tem uma facilidade onde o nosso jornal impresso é publicado nas redes sociais e site do jornal, acabando assim, tendo toda facilidade na divulgação é sempre feita no site do jornal também. Pode acessar a plataforma, ver notícias anteriores e de anos anteriores, além de ver a noticia individualmente pode ver como se fosse um jornal digital, folhear inclusive, como se fosse impresso. Facilidade de que a noticia vai acontecendo e sendo publicada no site nas redes sociais. A diferença das redes sociais pro site é que no site vai ter a noticia completa e nas redes sociais somente a manchete. Para poder acessar o site, ele é todo pago e tem um valor mínimo, menor que o jornal impresso, então, tem essa facilidade. Acessar e ver o que esta acontecendo, no momento do fato. Para ter o conhecimento da notícia(...) Assinantes de vários estados do Brasil. No Rs, varias cidades que fazem a assinatura do jornal online e isso mostra que o jornal a plateia tem evoluído. É importante falar

sobre isso para que as pessoas de Livramento possam assinar o jornal digital, acessando

pelo smartphone, tablet, onde quer que for. Tem uma facilidade sempre estar

dentro da noticia da cidade mesmo estando longe”

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Entrevista

Richard Maciel, responsável pelo Provedor A Plateia

No grupo A Plateia desde 2011 – sobre a TV A Plateia: “Tudo começou com vídeos”.“ Cheguei no grupo A Plateia como radialista, vindo da rádio Cultura onde trabalhei por 20 anos. Minha missão era de reestrutura o site do jornal A Plateia e da Rádio RCC FM. Até então o site era um site estático, feito em HTML em parceiria com uma empresa local nós transformamos esse site em um site dinâmico. Foi a primeira vez que o site teve a integração com as outras mídias, com os outros meios e com facebook, youtube...e vendo essa integração, em 2011 ainda eu comecei, junto com a reportagem a fazer vídeos. Foi quando iniciou A Plateia vídeos: fazíamos com a reportagem , vídeos do material que era destinado ao impresso e no jornal havia uma indicação para o leitor acompanhar a versão em vídeo . Vários vídeos foram feitos eram apresentados como novidade naquela época. Eram feitos com regularidade, dando um seguimento para o leitor habituado a ler e a ver as fotos do jornal, agora tinham mais esse recurso no vídeo, e ouvir as pessoas envolvidas nos fatos.Com o passar dos anos, passei a me ocupar também com as fotografias do jornal e na sequencia, como muitos vídeos que se teve a ideia de iniciar a TV A Plateia.

“O provedor surgiu de uma necessidade da TV onde tínhamos que contratar o link de uma empresa terceirizada onde infelizmente não conseguimos ter a qualidade que esperávamos, por esse motivo, incialmente fizemos um investimento de três pontos na cidade, exclusivamente para a televisão, onde ao decorrer do tempo foi gerando um crescimento, hoje, trabalhamos com quinze pontos de distribuição que alcança 80 a 90% da cidade(...) Se tornar uma empesa vem de seis meses atrás. Os primeiros pontos farão um ano, mas, o provedor em si, começou a ser gerado dentro da direção há seis ou sete meses e passou a se incorporar como uma empresa distinta da televisão. Hoje, o provedor vai prestar serviço pra televisão, mas, é uma empresa totalmente a parte. A televisão, o provedor será essencial . O provedor se tornou um corpo tão grande. A principio nossa maior dificuldade foi a qualidade e atendimento em horários que tínhamos os principais eventos que a televisão cobria. Dessa forma, a nossa identificação em relação ao cliente é entregar exatamente aquilo que o cliente paga, que, hoje eu acredito ser a reclamação de grande parte dos usuários de internet, rescender menos da metade . o compromisso do provedor a plateia é esse contratou um mega vai chegar um mega não importa o dia, não importa o horário . a ideia é permanentemente entregar esse valor de banda, de velocidade na casa do cliente de forma continua. Esse é o compromisso. Estamos trabalhando forte nisso, para que seja uma realidade(...) Fibra ótica é algo muito animadora em relação a cidade porque é uma coisa que não há ainda. Estamos pensando, em fase de estruturação, todo equipamento, toda instalação já foi feita, falta agora a implantação nas ruas, que é um trabalho árduo, e esperamos que pelos próximos meses comecemos a implantação, com a parte central fibrado. A estimativa é que nesses primeiros seis meses tenhamos uma malha de fibra espalhados pela cidade na parte central e depois bairros”.

TV A PLATEIA Provedor de INTERNET

A primeira Transmissão

Pra chegar no dia de hoje...

Foi em um 20 de Setembro, a primeira transmissão ofi-cial da Tv A Plateia, não existia ainda a Tv A Plateia, mas sabíamos que tínhamos condições de transmitir. Antes mesmo da minha vinda pra cá, alguns debates políticos já havia sido transmitidos aqui no jornal A Plateia e na rádio RCC FM, é claro , não com a tecnologia que temos hoje.Naquele 20 de Setembro , nós tínhamos um serviço con-tratado de fora da cidade que nos possibilitava o strea-ming e era partir dele que nós conseguíamos fazer essa transmissão de vídeo. O sinal também era de uma em-presa de internet local, junto com o nosso painel digital ( localizado no largo Hugolino Andrade), ao mesmo tempo. Além do pessoal ver o desfile na internet , assistia tam-bém pelo painel. Aquela primeira transmissão nos sur-preendeu porque teve milhares de acessos e para aquela época foi significativo. De lá pra cá passamos a estudar melhor como se faz transmissões online e o Ronaldo Ma-ciel veio a se somar a essa equipe, e a partir daí , tudo começou a ser feito dentro do grupo A Plateia. Aque-la primeira transmissão foi feito dentro de uma Fiorino onde só tinha espaço pra mim ali dentro. Colocamos uma mesa de corte, tinha monitores e eu meio que acocado ali dentro, mesmo assim conseguimos fazer a transmissão

..onde nós temos uma van com condições de transmis-são de qualquer ponto da cidade. Temos uma unidade móvel montada, com a qual já fizemos transmissões inclusive, fora de Santana do Livramento. Isso já em 2015, com remates, que é uma transmissão complica-da de fazer por causa do delay ( atraso entre tempo real e a transmissão), que para remates não pode ser maior que três segundos, pois do outro lado temos um comprador interessado em dar um lance e ele não pode ficar em desvantagem em relação aos que estão assistindo no local onde o remate está sendo realiza-do. Ter um segundo de atraso, é muito difícil, e isso nós conseguimos fazer. Transmitimos todos os rema-tes da nossa expo feira , foi suado, mas consolidamos a

marca da Tv. Aqui mesmo no estúdio, já fizemos vários programas, de temas diversos, musicais, culinária, política...e hoje o que é feito em Alta definição , chega na casa de quem está assistindo sem perda alguma de qualidade, graças aos nossos pesados investimentos em tecnologia. Hoje estamos também na video Cable Rivera, que transmite para Rivera e cidades ao redor, em Hd e em Sd. Tv A Plateia veio para suprir aquele espaço existente na Fronteira Livramento – Rivera...com certeza os santanenses, não só os que estão fora da cidade, mas também para aquelas que permanecem aqui e querem ver o dia-a- dia da cidade, Livramento e Rivera, porque aqui andamos dos dois lados, não po-deria ser diferente.

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Marcelo Pinto, fotógrafo Jornal A Plateia

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Entrevista

Antônio Badra,Diretor Jornal A Plateia

“Eu advogava para o antigo dono do jornal A Plateia, era o Elson Macedo e eu recebia um determinado valor mensal, e ficou mais ou menos razoável e ai ele me propôs, isso faz mais ou mesmo 22 anos, o titulo do Jornal da Semana. Então eu me associei ao ex -colaborador dele, ex-editor chefe, saudoso João Alberto Pinto e trabalhamos seis anos juntos, até 1999 quando surgiu a aquisição do jornal A Plateia, ou seja, o jornal está nas

mãos da família há 16 anos. E de lá pra cá eu acho que a gente fez uma transformação, uma trajetória muito grande...pegamos um jornal de poucas páginas, um jornal preto e branco, hoje um jornal reconhecido na região, no estado. A Plateia já revelou vários grandes profissionais que estão no mercado, grandes jornalistas passaram pela Plateia. O jornal é um laboratório, de revelação de talentos.

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A família Badra se instalou na Fronteira Oeste do estado, chegando a Livramento na década de 70. Os patriarcas e os filhos viviam na ampla casa da rua Almirante Barroso, onde nasceu a terceira geração e que hoje de volta ao mesmo prédio, totalmente

reformado, abriga a família A Plateia, por assim dizer. dr. Antônio conta essa e outras histórias para esse especial pela passagem dos 79 anos do jornal. Relembra ainda dos projetos do pai Wadie Badra que aspirava a prefeitura para o jovem Antonio .

Do jornal ao Grupo A Plateia

De volta as origens

De Direito e Politica

A situação é essa, tu tens que diversificar para que se te-nha sempre um valor agregado, eu sempre defendo essa tese. Porque no momento em que tu tenhas uma dificul-dade em uma área, tu tens a outra para suprir, e uma vai complementando a outra. Hoje é publico e notório que o custo para produzir um jornal , em função da dolariza-ção é extremamente caro e tu não tens como repassar ao cliente, haja vista que o dólar apouco estava em dois reias e 20 centavos e hoje já está na casa dos quatro reias. A matéria –prima é dolarizada, o papel , a chapa, o papel vegetal...tudo é dolarizado, então é preciso essa diversifi-cação no negócio para que possa ter um suporte.

esse prédio foi construído pelo saudoso papai e mamãe em 1971, eu morei aqui por muitos anos; o Kamal, a Janete, a Luciana nasceram nesse prédio. Meu escritório é onde fica-va o jardim da mamãe, ela adorava esse lugar, as parreiras, as rosas, a mãe gostava tanto desse jardim. A gente queria construir na esquina (onde está situada a gráfica na Barro-so com Uruguai), fazer um prédio enorme inclusive, com maiores acomodações e acho que uma estrutura bem di-ferente...mas em função do plano diretor que não se podia isso, não se podia aquilo, e ai nesse tempo que não se podia construir, faleceu a minha mãe e o prédio acabou me to-cando uma boa parte e uma parte pra minha irmã. A gente fez uma composição e a gente acabou reformando o prédio e acho que ficamos com uma estrutura bastante boa, pra um jornal do tamanho da Plateia é de bom tamanho, com um ambiente de trabalho agradável.

Por aqui (enquanto casa da família Badra), passaram di-versas personalidades, como o vice-governador, o saudo-so Otávio germano que faleceu a pouco; o secretário de segurança, vários deputados federais e estaduais, o sau-doso Pedro germano... esse era um palco de recepções...no passado havia a vontade de papai de me ver na condi-ção de prefeito, essa era a vontade de papai. e as coisas foram se modificando, cheguei a entrar no ramo e aque-la vontade e aspiração politica que eu tinha, até porque eu fiz parte um partido político, do diretório; então eu tinha alguma aspiração politica que depois acabou, por vários fatores, a conjuntura política, a conjuntura do próprio negócio, da minha formação jurídica de ir para a área jurídica atuando como advogado e continuo atu-ando, né...eu tenho um escritório, graças a deus, movi-mentado, com uma excelente clientela, então isso acabei perdendo...o desejo, cumprir o desejo de papai de con-corre a prefeito”.

Dr. Antonio com sucesso na vida jurídica, não realizou o desejo do pai de concorrer na politica

Os filhos fabio Badra e Kamal Badra passaram a infância no velho casarão da Almirante Barroso hoje auxiliam o pai na administração das Empresas

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