a sociologia de max weber 51

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  • 8/3/2019 A Sociologia de Max Weber 51

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    TICA PROTESTANTE

    Max Weber

    A Frana desenvolveu seu pensamento

    social sob influncia da filosofia

    positivista. Como potncia emergentenos sculos XVII e XVIII foi, com a

    Inglaterra, a sede do desenvolvimento

    industrial e da sedimentao do

    pensamento burgus.

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    O desenvolvimento da indstria e a

    expanso martima e comercialcolocaram esses pases em contato

    com outras culturas e outras

    sociedades, obrigando seuspensadores a um esforo

    interpretativo da diversidade social.

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    O sucesso alcanado pelas cincias

    fsicas e biolgicas, impulsionadas

    pela indstria e pelo desenvolvimento

    tecnolgico, fizeram com que as

    primeiras escolas sociolgicas fossem

    fortemente influenciadas pelaadaptao dos princpios e da

    metodologia dessas cincias

    realidade social.

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    Na Alemanha, entretanto, a realidade

    distinta. O pensamento burgus seorganiza tardiamente e quando o faz,

    j no sculo XIX, sob influncia de

    outras correntes filosficas e da

    sistematizao de outras cincias

    humanas, como a histria e a

    antropologia.

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    A expanso econmica alem se d,

    por outro lado, numa poca de

    capitalismo concorrencial, no qual os

    pases disputam com unhas e dentes

    os mercados mundiais, submetendo a

    seu imperialismo as mais diferentesculturas, o que torna a especificidade

    das formaes sociais uma evidncia

    e um conceito da maior importncia.

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    A Alemanha se unifica e se organiza

    como Estado nacional maistardiamente que o conjunto das

    naes europias, o que atrasou seu

    ingresso na corrida industrial e

    imperialista da segunda metade do

    sculo XIX.

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    Esse descompasso em relao s grandes

    potncias vizinhas fez elevar no pas o

    interesse pela histria como cincia daintegrao, da memria e do nacionalismo.

    Por tudo isso, o pensamento alemo se volta

    para a diversidade, enquanto o francs e oingls, para a universalidade.

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    Essa associao entre histria, esforo

    interpretativo e facilidade em discernir

    diversidades caracterizou o pensamento

    alemo e quase todos seus cientistas, desde

    Gabriel Tarde e Ferdinand Tonnies.

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    Mas foi Max Weber o grande

    sistematizador da sociologia na Alemanha.

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    A sociedade sob uma perspectiva histrica

    O contraste entre o positivismo e o

    idealismo se expressa, entre outros

    elementos, nas maneiras diferentes comocada uma dessas correntes encara a histria.

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    Para o positivismo, a histria o processo

    universal de evoluo da humanidade, cujos

    estgios o cientista pode perceber pelomtodo comparativo, capaz de aproximar

    sociedades humanas de todos os tempos e

    lugares.

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    A histria particular de cada sociedade

    desaparece diluda nessa lei geral que os

    pensadores positivistas tentaram reconstruir.Essa forma de pensar faz desaparecer as

    particularidades histricas, e os indivduos

    so dissolvidos em meio a foras sociaisimpositivas.

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    Weber , figura dominante na sociologia

    alem, com formao histrica consistente,

    se opor a essa concepo. Para ele, apesquisa histrica essencial para a

    compreenso das sociedades. Essa pesquisa,

    baseada na coleta de documentos e noesforo interpretativo das fontes, permite o

    entendimento das diferenas sociais, que

    seriam, para Weber de gnese e formao, e

    no de estgios de evoluo.

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    Portanto, segundo a perspectiva de Weber,

    o carter particular e especfico de cada

    formao social e histrica contemporneadeve ser respeitado. O conhecimento

    histrico, entendido como, a busca de

    evidncias, torna-se um poderosoinstrumento para o cientista social.

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    Weber conseguiu desenvolver a perspectiva

    histrica e sociolgica.

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    Weber, entretanto, no achava que uma sucesso de fatos

    histricos fizesse sentido por si mesma. Para ele, todo

    historiador trabalha com dados esparsos e fragmentrios.

    Por isso, propunha para esse trabalho o mtodocompreensivo, isto , um esforo interpretativo do passa-

    do e de sua repercusso nas caractersticas peculiares das

    sociedades contemporneas. Essa atitude de compreenso

    que permite ao cientista atribuir aos fatos esparsos umsentido social e histrico.

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    Na obra As causas sociais do declnio da

    cultura antiga, por exemplo, Weberanalisou, com base em textos e documentos,

    as transformaes da sociedade romana em

    funo da utilizao da mo-de-obraescrava e do servo de gleba, mostrando a

    passagem da Antiguidade para a sociedade

    medieval.

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    Max Weber - (1864-1920) Max Weber nasceu na cidade de Erfurt (Alemanha), numa famlia de

    burgueses liberais. Desenvolveu estudos de direito, filosofia, histria e

    sociologia, constantemente interrompidos por uma doena que o acompanhou

    por toda a vida. Iniciou a carreira de professor em Berlim e, em 1895, foi

    catedrtico na Universidade de Heidelberg. Manteve contato permanente com

    intelectuais de sua poca, como Simmel Sombart, Tnnies e Georg Lukcs. Na

    poltica, defendeu ardoro- samente seus pontos de vista liberais e

    parlamentaristas e participou da comisso redatora da Constituio da

    Repblica de Weimar. Sua maior influncia nos ramos especializados da

    sociologia foi no estudo das religies, estabelecendo relaes entre formaes

    polticas e crenas religiosas. Suas principais obras foram: Artigos reunidos de

    teoria da cincia; Economia e sociedade (obra pstuma) e A tica protestante e o esprito do capitalismo

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    Segundo Weber, cada indivduo age levado

    por motivos que resultam da influncia da

    tradio dos interesses racionais e daemotividade

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    Para a sociologia positivista, a ordem social

    submete os indivduos como fora exterior a

    eles. Para Weber, ao contrrio, no existeoposio entre indivduo e sociedade: , as

    normas sociais s se tomam concretas

    quando se manifestam em cada indivduosob a forma de motivao.

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    O tipo ideal

    Para atingir a explicao dos fatos sociaisWeber props um instrumento de anlise que

    chamou de tiPo ideal. Assim, por exemplo,

    em As causas sociais do declnio da cultura

    antiga, ele define o patrcio romano no auge

    do imprio:

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    "o tipo do grande proprietrio de terra romano no

    o do agricultor que dirige pessoalmente a empresa,

    mas o homem que vive na cidade, pratica a

    poltica e quer, antes de tudo, perceber rendas em

    dinheiro. A gesto de suas terras est nas mos dos

    servos inspetores (villic)".

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    O tipo ideal de Max Weber corresponde ao que Florestan

    Fernandes definiu como conceitos sociolgicos

    construdos interpretativamente como instrumentos deordenao da realidade. O conceito, ou tipo ideal,

    previamente construdo e testado, depois aplicado a

    diferentes situaes em que dado fenmeno possa ter

    ocorrido. A medida que o fenmeno se aproxima ou seafasta de sua manifestao tpica, o socilogo pode

    identificar e selecionar aspectos que tenham

    interesse explicao como, por exemplo,

    os fenmenos tpicos "capitalismo" e"feudalismo".

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    O tipo ideal no um modelo perfeito a ser

    buscado pelas formaes sociais histricasnem mesmo qualquer realidade observvel.

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    A tica protestante e o esprito do

    capitalismo Um dos trabalhos mais conhecidos e

    importantes de Weber A tica protestante

    e o esprito do capitalismo, no qual ele

    relaciona o papel do protestantismo na

    formao do comportamento tpico do

    capitalismo ocidental moderno.

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    Weber descobre que os valores do

    protestantismo -como a disciplina asctica,

    a poupana, a austeridade, a vocao, odever e a propenso ao trabalho atuavam

    de maneira decisiva sobre os indivduos.

  • 8/3/2019 A Sociologia de Max Weber 51

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    No seio das famlias protestantes, os filhos eram criados

    para o ensino especializado e para o trabalho fabril,

    optando sempre por atividades mais adequadas obtenodo lucro, preferindo o clculo e os estudos tcnicos ao

    estudo humanstico. Weber mostra a formao de uma

    nova mentalidade, um ethos-valores ticos -propcio ao

    capitalismo, em flagrante oposio ao "alheamento" e atitude contemplativa do catolicismo, voltados para a

    orao, sacrifcio e renncia da vida prtica.