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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO MESTRADO EM GESTÃO SOCIAL, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO LOCAL DANIELA DUARTE PORTES ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO: Controle no Estado de Minas Gerais Belo Horizonte 2012

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO

MESTRADO EM GESTÃO SOCIAL, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO LOCAL

DANIELA DUARTE PORTES

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO:

Controle no Estado de Minas Gerais

Belo Horizonte

2012

DANIELA DUARTE PORTES

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO:

Controle no Estado de Minas Gerais

Dissertação apresentada ao Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do Centro Universitário UNA, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Inovações Sociais Educação e Desenvolvimento Local. Linha de pesquisa: Políticas Públicas: Gestão Social Orientador: Prof. Dr. Magno Federici Gomes

Belo Horizonte

2012

Ficha catalográfica desenvolvida pela Biblioteca UNA campus Guajajaras

P843a Portes, Daniela Duarte Administração Pública e organizações da sociedade civil de interesse público:

controle no Estado de Minas Gerais. / Daniela Duarte Portes. – 2012.

220f.;il. Orientador: Prof. Dr. Magno Federici Gomes. Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário UNA, 2012. Curso do Mestrado

Profissional em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local. Bibliografia f. 68-81.

1. Administração pública. 2. Sociedade civil. I. Gomes, Magno Federici. II. Centro Universitário UNA. III. Título.

CDU: 658.114.8

RESUMO

As Organizações Sociais de Interesse Público - OSCIPs representam o Terceiro Setor da Relação Parceria Público-Privada. Ao celebrarem Termos de Parceria com as entidades públicas, aportam recursos públicos que necessitam ser objeto de transparência referentemente aos seus deveres constitucionais. Os mecanismos de fiscalização e defesa do interesse público devem ser eficazes, a fim de não haver malversação do dinheiro público. Foram detectadas lacunas na metodologia aplicada pelo Governo de Minas: falta de consenso entre a auditoria e a OSCIP, além de ausência de responsabilização direta do gestor da OSCIP e do Secretário de Estado. Com isso, ressaltou-se que o método de fiscalização do município de Belo Horizonte (MG) apresenta soluções para o preenchimento de tais lacunas.

Palavras Chaves: OSCIPs. Termos de Parceria. Município.

ABSTRACT

OSCIPs - Social Organization of Public Interest represent the ratio of the Third Sector Public Private Partnership. By entering into a partnership agreement with public authorities, public provide resources that need to be subject to transparency in respect to their constitutional duties. However, the mechanisms for monitoring and defending the public interest must be effective, so there is no misappropriation of public money. It was found gaps in the methodology applied by the Government of Minas Gerais and thus emphasized that the method of supervision of the city of Belo Horizonte - MG presents solutions to fill those gaps.

Keywords: OSCIPs. A partnership agreement. City.

LISTA DE SIGLAS AICPA American Institute of Certified Public

ANOP Auditoria de natureza operacional

AUGE Auditoria Geral do Estado

BACEN Banco Central

BDMG Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais

CC/02 Código Civil de 2002

CFA Certificado Favorável de Auditoria

CFC Conselho Federal de Contabilidade

CGC Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CGTP Comitê de apoio à gestão dos termos de parceria

CNPJ Inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes

CR/88 Constituição da República de 1988

CVM Comissão de Valores Mobiliários

DIPJ Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa

Jurídica

DOM Diário Oficial do Município

ICM Índice de Cumprimento de Meta

IN/STN Instruções Normativas da Secretaria do Tesouro Nacional

LRF Lei da Responsabilidade Fiscal

NPM New Public Management

ONGs Organizações Não Governamentais

OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

OSEMG Orquestra Sinfônica do Estado de Minas Gerais SAS 1 Standard on Auditing Statement 1

SRFB Secretaria da Receita Federal do Brasil

SEPLAG-MG Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas

Gerais TCE

TCE

Tribunal de Contas do Estado

Tomada de Contas Especial

TCG Termo de Compromisso de Gestão TCU Tribunal de Contas da União

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 6 2 SUPREMACIA DO PODER PÚBLICO................................................................ 8 2.1 Princípios administrativos............................................................................................... 10 2.2 Contratação pública........................................................................................................ 12 3 ESTADO E PARCEIROS PRIVADOS................................................................. 14 4 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA.............................................................................. 16 5 GESTÃO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO LOCAL ......................................... 19 6 AUDITORIA ......................................................................................................... 22 6.1 Evolução e responsabilidades da auditoria....................................................................... 25 6.2 Auditoria operacional..................................................................................................... 28 6.3 Auditoria e contabilidade pública....................................................................................... 33 7 HONESTIDADE E ADMINISTRAÇÃO ................................................................ 39 8 OSCIPs................................................................................................................. 44 8.1 Noções preliminares........................................................................................................ 44 8.2 Documentação e procedimentos para a qualificação como OSCIP................................. 48 8.3 Organizações do interesse público e a celebração do Termo de Parceria e Choque de

Gestão .............................................................................................................................. 50

9 MODELO DE AUDITORIA ADOTADO PELO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE.........................................................................................................

57

10 ANÁLISE DOCUMENTAL DE TERMOS DE PARCERIA ENTRE OSCIPS E O ESTADO DE MINAS GERAIS.............................................................................

59

10.1 Do Termo de Parceria nº 029/2011, firmado entre Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude e o Instituto Brasileiro para o desenvolvimento do esporte, educação e cultura, com a interveniência da Secretaria de Estado da Educação, concernente à execução dos jogos escolares de Minas Gerais...............................................................

59

10.2 Do Termo de Parceria n. 019/2008 firmado entre a Fundação Clóvis Salgado e o Instituto Cultural Orquestra Sinfônica ...............................................................................

61

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 65 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 67 APÊNDICES ........................................................................................................ 81 1 - CARTILHA PRODUTO ............................................................................................. 81 2 - MODELO DE CFA - CERTIFICADO FAVORÁVEL DE AUDITORIA .......................... 93 3 - MODELO DE TGC - TERMO DE COMPROMISSO DE GESTÃO ............................. 94 ANEXOS .............................................................................................................. 95 1 - CONTROLE CONSENSUAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SUSPENSÃO DO

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (SUSPAD)............................................. 95

2 - DECRETO Nº 12.634 DE 22 DE FEVEREIRO DE 2007 ............................................ 104 3 - DECRETO Nº 12.635 DE 22 DE FEVEREIRO DE 2007 ............................................ 109 4 - DECRETO Nº. 45.007, DE 13 DE JANEIRO DE 2009 ............................................... 111 5 - DECRETO Nº. 45.088, DE 24 DE ABRIL DE 2009 .................................................... 112 6 - DECRETO Nº 45.269, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009 ........................................... 115 7 - DECRETO Nº 14.564, DE 12 DE SETEMBRO DE 2011 ............................................ 126 8 - DECRETO ESTADUAL Nº 44914, DE 03 DE OUTUBRO DE 2008 ........................... 135 9 - LEI Nº. 9.790, DE 23 DE MARÇO DE 1999 .............................................................. 182 10 - LEI ESTADUAL Nº 14.870, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2003 .................................. 193 11 - PORTARIA CTGM 002/2007 .................................................................................. 212 12 - PORTARIA CTGM 003/2007 ................................................................................. 213 13 - RESOLUÇÃO Nº 97, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2009 ........................................... 215

6

1 INTRODUÇÃO Ultimamente, as organizações encaram períodos de desordem devido às

firmes transformações a que o mundo está sujeito. Essa condição de inconstância é

inerente tanto às organizações privadas quanto às públicas, como também ao

Terceiro Setor. Têm sido cada vez mais difíceis as reivindicações feitas aos gestores

para que possam lidar com essas circunstâncias marcadas por ambientes

organizacionais complexos e instáveis, normalmente na ordem das políticas sociais.

Desse modo, a fim de colaborar para a diminuição dos problemas entre

teoria e prática no que tange ao assunto do desenvolvimento, algumas mudanças

nos modelos habituais de gestão social são originadas dos percalços da própria

cultura organizacional e da extensão burocrática.

As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIPs,

pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, foram regulamentadas no

domínio da União pela Lei Federal n. 9.790, de 23 de março de 1999 (BRASIL,

1999b). No Estado de Minas Gerais, a normatização se produziu pela Lei n. 14.870,

de 16 de dezembro de 2003 (MINAS GERAIS, 2003), constituindo um dos pilares de

sua gestão, estabelecido pelo Governo de Minas Gerais.

O tema se justifica uma vez que o desempenho observado nas OSCIPs

está sendo voltado para o requerimento do bem-estar social, juntamente com as

atividades do Estado. Isso acaba se formalizando pela celebração de Termos de

Parceria, em que o Poder Público promove a prática de ações sociais, e os parceiros

se empenham em usar os recursos públicos obtidos de forma a alcançar os fins

propostos.

Sabe-se que o Termo de Parceria é analisado como instrumento passível

de ser consolidado entre o Poder Público e as entidades, como as OSCIPs, proposto

muitas vezes para o desenvolvimento de vínculo de cooperação entre as partes para

o fomento e a efetivação das atividades de interesse público previstas na Lei

9790/99 (BRASIL, 1999b). Esse instrumento, que tem regulamentação própria e

reivindicações específicas, desburocratizou as relações que havia antes entre o

Terceiro Setor e o Poder Público.

Com vistas à procura de eficiência e de efetividade dos Termos de

Parceria celebrados entre a Administração Pública e as OSCIPs, atribuiu-se à

Auditoria Geral do Estado de Minas Gerais - AUGE, por meio do Decreto n. 44.655,

7

de 19 de novembro de 2007 (MINAS GERAIS, 2007), a competência não somente

de averiguar a concordância dos gastos alcançados, mas, ainda, para considerar a

forma como se produz a gestão dessas entidades e para a obtenção dos objetivos a

elas cedidos ratificando o valor do cumprimento concomitante de auditorias de

gestão e operacional.

Este trabalho tem como objetivo averiguar o desempenho do instrumento

de constatação de resultados realizado entre um ente político e uma entidade

classificada como OSCIP por meio da auditoria de gestão, para que a metodologia

de auditoria nessas entidades seja aperfeiçoada.

O aperfeiçoamento da metodologia de auditoria em OSCIPs no Estado de

Minas Gerais é de suma importância, haja vista que os auditores, muitas vezes, na

finalização de seus trabalhos, recomendam melhorias em um serviço que não é de

conhecimento comum entre eles. Com isso, atualmente, gera-se um transtorno entre

o gestor da OSCIP e a equipe de auditores.

Além disso, a existência de um servidor que é designado pelo Secretário

titular da pasta para ser o “Supervisor do Termo de Parceria”, faz com que este seja

o responsável por todo o desempenho do termo de parceria, afastando o gestor da

OSCIP, assim como o Secretário, das responsabilidades a eles inerentes.

Para se chegar ao objetivo deste trabalho, foi realizada uma revisão

bibliográfica, a qual leva à constituição do quadro teórico, do conjunto de definições,

princípios, categorias etc.

Além disso, em busca da existência de outros modelos de auditoria

aplicados em outras esferas administrativas, foram encontrados instrumentos

consensuais de controle interno, aplicados pelo município de Belo Horizonte, que

podem ser trazidos como paradigma, neste trabalho, para o Estado de Minas Gerais.

Os referidos instrumentos podem ser eficazes no Estado de Minas Gerais

por terem caráter consensual. Ou seja, as partes podem consensualmente acordar

as medidas a serem adotadas em busca da melhoria da prestação do serviço para a

sociedade.

Com esse acordo entre as partes, os verdadeiros responsáveis pela

execução do serviço, podem se comprometer, mediante assinatura em um Termo de

Compromisso de Gestão, a executarem as medidas acordadas, em busca da

solução dos entraves.

8

Tais instrumentos chamados de CFA (certificado favorável de auditoria) e

TCG (termo de compromisso de gestão) poderão ser aplicados no Estado de Minas

Gerais, de modo a fazer com que os envolvidos diretamente no Termo de Parceria,

tenham a oportunidade de buscar a melhoria da execução dos serviços prestados à

sociedade.

Desta forma, os envolvidos no Termo de Parceria, poderão analisar as

recomendações feitas pela equipe de auditoria e poderão verificar juntos a

pertinência e relevância das mesmas, comprometendo-se pessoalmente na melhoria

do serviço prestado à sociedade.

A coleta de dados foi procedida por meio de artigos, livros e revistas,

acrescidos de informações colhidas em trabalhos já produzidos sobre o tema, cujos

dados foram levantados também por meio do acesso à rede mundial de

computadores.

Por fim, foi elaborada uma cartilha, de simples entendimento, com a nova

metodologia de auditoria a ser aplicada no Estado de Minas Gerais, apresentada ao

final desta dissertação, como anexo.

9

2 SUPREMACIA DO PODER PÚBLICO A atuação administrativa possui diversos limites, contudo o mais

importante é o respeito aos princípios jurídicos fundamentais ensejados pela

Constituição. O princípio da supremacia do interesse público é um dos mais

relevantes no Direito Administrativo e é colocado pela maior parte da doutrina como

um dos princípios fundamentais.

No entendimento de Meirelles (2001), a supremacia do interesse público

preceitua que todos os atos administrativos precisam perseguir um alvo único – o

interesse público. É dever da Administração atuar em favor do interesse dos seus

administrados como sociedade. Sendo assim, temos que o interesse público não é

aquele da Administração Pública ou muito menos do agente público: é o interesse

do povo, da sociedade, da coletividade como um todo. O interesse público é um

conceito indefinido aberto à interpretação e é mudado ao longo do tempo, de acordo

com o progresso histórico do nosso país e ao bel-prazer da sociedade naquele

período particular.

Conforme entendimento de Justen Filho (2005), a supremacia do

interesse público denota sua prevalência sobre os demais interesses existentes na

sociedade. Os interesses privados não podem sobrepor-se ao interesse público e

sempre que existir conflito entre um interesse individual e um interesse coletivo este

último deve prevalecer.

Para Mello (2005), o que se entende por Direito Administrativo Brasileiro

se estabelece sobre os princípios da supremacia do interesse público sobre o

privado e da indisponibilidade do interesse público pela Administração. Tais

princípios procuram apresentar uma réplica teórica à tensão que se conforma entre

“prerrogativas da Administração – direitos dos administrados” (MELLO, 2005, p. 96).

Se por um lado num Estado Democrático de Direito apenas a vinculação à busca do

interesse público poderia explicar a vivência de prerrogativas para a Administração,

por outro lado a procura da realização do interesse público é um acordo indisponível.

Lima (1982), de certa forma, alberga o interesse público sob

denominação, qual seja o princípio de utilidade pública que, conforme sustenta, dá-

nos, por assim dizer, o delineio essencial do Direito Administrativo. A utilidade

pública é a finalidade própria da administração pública, enquanto providencia a

10

segurança do Estado, a sustentação da ordem pública e o contentamento de todas

as necessidades da sociedade.

Não se pode aqui deixar de citar a posição de Carvalho (2008) sobre a

supremacia do interesse público. A autora afirma que apenas quando os interesses

da sociedade se valem dos interesses particulares pode-se impedir a desagregação

que inevitavelmente aconteceria se cada componente ou grupo da coletividade

procurasse a realização dos seus interesses particulares. A necessidade de

prevalência do bem comum como finalidade primordial a ser perseguida pelo Estado

é uma condição para a própria sobrevivência social. Da superioridade do interesse

da coletividade emana a sua prevalência sobre o interesse do particular, como

condição até mesmo para a sobrevivência e forma de segurança desse último. Os

alicerces da supremacia do interesse público encontram-se no interesse geral da

sociedade e na soberania popular.

Entende-se que o problema de decidir o que seja interesse público, longe

de constituir-se abstração e esvaziamento semântico, é consequência não só da

intensidade do seu campo de ação, mas, principalmente, fruto da errônea

percepção, não raras vezes planeada de que é possível achar-se uma noção fixa e

imutável para a significação dos termos. Principalmente no que se refere a esse

último aspecto, é de se ver que "interesse público" trata-se de um conceito

indefinido, que fundamentalmente precisa ser contextualizado. Apesar disso,

consoante o preceito de Figueiredo apud Berclaz (2002),

Isto não alude em dizer que ele não atenha um centro mínimo de compreensão, sendo que sua conotação e denotação precisarão ser tiradas das normas dos princípios informadores do ordenamento. Finaliza a eminente jurista no sentido de que seu conceito será dado à luz do instituto, que se pesquisa, e do próprio sistema. Desse modo, já se têm ciência, de certa forma, onde buscar os subsídios para a concisa demarcação do princípio do interesse público (FIGUEIREDO apud BERCLAZ, 2002, p. 34).

Desse modo, Mello (2005) expõe que

Como expressão desta supremacia, a Administração, por representar o interesse público, tem a possibilidade, nos termos da lei, de constituir terceiros em obrigações mediante atos unilaterais. Tais atos são imperativos como quaisquer atos do Estado. Ademais disso, trazem consigo a decorrente exigibilidade, traduzida na previsão legal de sanções ou providências indiretas que induzam o administrado a acatá-las. vezes ensejam, ainda, que a própria Administração possa por si mesma, executar a pretensão traduzida no ato, sem necessidade de recorrer previamente às vias judiciais para obtê-la. É a chamada autoexecutoriedade dos atos administrativos (MELLO, 2005, p. 96).

11

Carvalho Filho (2005, p. 23) entende que o estado precisa ampliar sempre

suas atividades administrativas para o melhoramento da coletividade. Sendo assim,

a ação estatal precisa ser voltada para o interesse público, mesmo quando procurar

um interesse estatal imediato. Se a finalidade pública não for presente, a atuação

estatal estará corrompida pelo desvio de sua finalidade.

2.1 Princípios Administrativos Cabe destacar que esses princípios aqui propostos não são os únicos

marcados pela doutrina administrativista, sendo que os doutrinadores apontam

vários outros. Para Moraes (2002), os princípios são linhas gerais concentradas em

determinada área do direito, constituindo os alicerces e determinando as

composições em que se ajustam institutos e normas jurídicas e são de grande valor

na aplicação no Direito Administrativo. Princípios de uma ciência são as presunções

básicas, fundamentais, características que acondicionam todas as estruturas

subsequentes e são as bases da disciplina analisada.

Ao se atentar às preleções de Dal Bosco (2004), compreende-se o

elevado valor que têm os princípios para todo o Direito e, em particular, para o

Direito Administrativo:

No que se alude ao Direito Administrativo, é ainda mais importante essa definição, sobretudo porque este é um ramo do Direito ainda não codificado e de preparação recente, servindo para resolver episódios não previstos e apresentar qualquer nível de confiança ao cidadão quanto a seus direitos e deveres (DAL BOSCO, 2004, p. 243).

Para Luisi (1991), o Princípio da Legalidade representa um marco

avançado do Estado de Direito, que procura adaptar os comportamentos individuais

ou estatais às normas jurídicas legais. Nesse significado, o Princípio da Legalidade é

de importância relevante, pois estabelece as distinções entre o Estado constitucional

e o absolutista, este anterior à Revolução Francesa e momento de grande arbítrio.

Com o primado da lei, que se presume seja a expressão da vontade coletiva, cessa

o privilégio da vontade caprichosa do detentor do poder.

No entendimento de Mello (2003), a partir do momento em que não se

respeita o princípio da legalidade, que é vasto e abrangente, do mesmo modo não

12

se reconhece a existência do Estado de Direito; por conseguinte, deixa-se de lado o

exercício de agir conforme a lei, aparecendo em contrapartida uma conduta

voluntarista sempre condenada pelo sistema jurídico. É muito comum ouvirem-se

notícias segundo as quais os administradores públicos são responsabilizados pela

justiça por terem desrespeitado a lei sobrepondo o seu interesse individual aos

interesses coletivos e públicos. Esse é um problema que vem sendo identificado

como gravíssima doença no Brasil.

Segundo Marinela (2005), ao marcar os princípios que precisam ser

observados pelo administrador público no estágio de seu desempenho, o texto

constitucional introduziu entre eles o princípio da moralidade. Isso denota que o

administrador público precisa acolher os pareceres da conduta ética, virtuosa,

exigindo a observância de modelos éticos, de boa-fé, de lealdade, de regras que

garantam a boa administração e a especialidade interna na Administração Pública.

Sendo assim, a moralidade administrativa está vinculada ao conceito de bom

administrador. Comparando a moralidade com a probidade, afirma Di Pietro (2007) que

os princípios expressam praticamente a mesma coisa, mas quando se fala em

improbidade como ato desonesto, como violação confirmada pelo ordenamento

jurídico, deixa de existir o uso de sinônimos entre as duas demonstrações, porque a

improbidade tem sentido mais extenso e mais sucinto que envolve não só atos

errados ou imorais, mas também, e sobretudo, atos ilegais. Na lei de improbidade

administrativa, a lesão à moralidade administrativa é somente uma das inúmeras

suposições de atos de improbidade previstos em lei.

Conforme Meirelles (2007), o válido é que a moralidade do ato

administrativo junto à sua intenção e legalidade desenvolva pressupostos de

validade sem os quais toda atividade pública será ilegítima. Por acordo de direito e

de moral, o ato administrativo terá também que corresponder à lei ética da própria

instituição, e não simplesmente à lei jurídica. A moralidade agrega o Direito

indissociável de seu aproveitamento e finalidade, edificando-se em fator de

legalidade. As determinações de tribunais constituem que o controle jurisdicional se reduz ao exame da legalidade do ato administrativo, o que não expressa apenas à conformação do ato com a lei, mas também com a moral administrativa e o empenho coletivo (MEIRELLES, 2007, p. 44).

13

Desse modo, para Di Pietro (1998), pode-se consequentemente resumir

que em matéria administrativa, se se constatar que o comportamento da

Administração ou do administrado juridicamente ofende a moral, os bons costumes,

as regras de boa administração, o princípio de justiça e de equidade e a imagem

comum de honestidade – ainda que em consonância com a lei –, estará havendo

afronta ao princípio da moralidade administrativa. 2.2 Contratação Pública

Uma observação é imprescindível antes de qualquer explanação a

propósito do assunto: a escolha de contratações públicas diferenciadas necessita

ser vista além dos princípios divulgados pela Lei 8.666/93 (BRASIL, 1993b), para

cuja abrangência há uma gama de resoluções analógicas e evolutivas. Essa escolha

procede do estudo combinado de alguns órgãos legais, a saber: Lei n. 8.666/93

(licitações e contratos) (BRASIL, 1993b), Lei n. 10.520/02 (pregão) (BRASIL, 2002),

Lei n. 8.978/95 (concessões) (BRASIL, 1995), Lei n. 11.079/04 (parcerias público-

privadas) (BRASIL, 2004), Decreto n. 2745 (licitação simplificada da Petrobras)

(BRASIL, 1998b) e outros referentes à acessibilidade, meio ambiente, urbanística

etc.

Diógenes Gasparini (2000) conceitua o contrato administrativo como

sendo

O ato plurilateral ajustado pela Administração Pública ou por quem lhe faça às vezes com certo particular, cuja vigência e condições de execução a cargo do particular podem ser instabilizadas pela Administração Pública ressalvados os interesses patrimoniais do contratante particular (GASPARINI, 2000, p. 507).

Márcio Cammarosano (1995), não contradizendo o que foi explicitado

acima, esclarece que o contrato depende do acordo entre as partes e, logo, se

fundamenta no princípio da autonomia da vontade, ou seja, o particular resolve se

almeja ou não acordar com a Administração Pública. Destaca o autor que a

liberdade contratual da Administração Pública é ainda menor, já que o Administrador

Público não rege bens e interesses próprios, mas sim bens e interesses públicos.

Alguns autores, como Marçal Justen Filho (2000), creem que os contratos

administrativos podem ser analisados em duas condições. A primeira delas

significaria os contratos privados exercidos pela Administração, compreendendo os

14

contratos conduzidos pelo Direito Privado, mas que são empregados pela

Administração Pública. Como exemplo, os contratos de seguros e os de locação. Já

a segunda espécie trata-se dos contratos disciplinados designadamente no âmbito

da Administração Pública, como por exemplo, os contratos de obra pública.

Conforme entendimento do autor (2000) acima, a diferença fundamental

entre um e outro é a aplicação do regime jurídico, visto que o regime jurídico dos

contratos administrativos é o regime jurídico-administrativo, e o contrato privado da

Administração Pública apresenta regime particular que emprega normas do Direito

Privado e do Direito Público. Ou seja, ainda que os princípios dos contratos

administrativos e dos contratos de direito privado perpetrados pela Administração

sejam os mesmos, as normas aplicáveis a esses últimos não são as mesmas

aplicáveis aos contratos administrativos.

Assim, pode-se ponderar serem adequados os ensinos do Professor

Meirelles (2003) quando ele diz que

Embora típica do Direito Privado, a instituição do contrato é utilizada pela Administração Pública na sua pureza originária (contratos privados realizados pela Administração) ou com as adaptações necessárias aos negócios públicos (contratos administrativos propriamente ditos). Daí porque a teoria geral do contrato é a mesma tanto para os contratos privado (civis e comerciais) como para os contratos públicos, de que são espécies os contratos administrativos e os acordos internacionais. Todavia, os contratos públicos são regidos por normas e princípios próprios do Direito Público, atuando o Direito Privado apenas supletivamente, jamais substituindo ou derrogando as regras privativas da Administração. (...) No Direito Privado, a liberdade de contratar é ampla e informal, salvo as restrições da lei e as exigências especiais de forma para certos ajustes, ao passo que no Direito Público a Administração está sujeita a limitações de conteúdo e a requisitos formais rígidos, mas, em contrapartida, dispõe sempre dos privilégios administrativos para a fixação e alteração das cláusulas de interesse público e até mesmo para pôr fim ao contrato em meio de sua execução (MEIRELLES, 2003 p. 205).

Percebe-se que o pilar do Direito Administrativo está entre a legalidade e

a supremacia do interesse público e são esses princípios que formam os benefícios,

prerrogativas e licença para a Administração Pública. Vale notar que o princípio da

legalidade tem que ser empregado junto com o princípio da supremacia do interesse

público, uma vez que a Administração traz a obrigação de fazer atos que acolham a

sociedade como um todo, e esses atos têm que ser adequados a toda a sociedade.

15

3 ESTADO E PARCEIROS PRIVADOS Neste capítulo falar-se-á a respeito da importância do Terceiro Setor –

que foi se consagrando – e como ele se evidenciou na sociedade moderna ao lado

do Estado e do setor privado.

Carrion (2000) apresentou em seus estudos a participação das empresas

privadas no Terceiro Setor. Em suas respectivas participações, concluiu que o

Terceiro Setor é fundamental para o crescimento social do Brasil, bem como

essencial dentro do processo de conscientização e responsabilidade sustentável das

empresas.

Lopes (2004) dispõe o Terceiro Setor na administração pública inserida e

subjugada na esfera da gestão social, porém, nem sempre é fácil de ela ser

especificada ou de conceituar-se o Terceiro Setor devido aos relevantes e variados

aspectos e circunstâncias que nela estão envolvidos.

De acordo com Menezes (2010),

O discurso de “crise do Estado” e de sua ineficiência de gestão se fortalece ao mesmo tempo em que é repassada para a sociedade, via solidariedade e filantropia, a responsabilidade pelo atendimento das demandas sociais resultantes da “questão social” (MENEZES, 2010, p. 503-531).

Assumpção (2011) avalia que dentro do contexto do Terceiro Setor e das

Organizações Não Governamentais - ONGs são necessários diversos

entendimentos quanto a sua formação, defendendo então o modelo de avaliação

das ONGs, apresentando-as da seguinte forma:

[...] cinco grupos de ONGs: históricas, novos movimentos, prestação de serviços, fundações e institutos e filantrópicas... Assim, um primeiro cenário que emerge ao analisar os processos avaliativos e os focos de atuação de tais ONGs se caracteriza pela existência de uma tendência de que as organizações que atuam apoiadas pela cooperação privada, pelo Estado ou organismos internacionais, e cujos focos de atuação expressem valores técnicos, como profissionalização, saúde, educação e gestão, tendem a utilizar modelos centrados em objetivos e administração, em função das necessidades de se estabelecerem indicadores sólidos de eficiência e eficácia da intervenção social (ASSUMPÇÃO, 2011, p. 209-242).

Nesse reconhecimento e na preocupação de regulamentação do setor

como parceiro do Estado, surgem as OSCIPs e o voluntariado, sobre os quais diz

Silva (2010):

16

A legislação também sofreu modificações, incluindo a promulgação das leis do Voluntariado e das OSCIPs e a reformulação do Código Civil. Em nenhum período a gestão das organizações foi posta tão em foco. Todas as práticas de gestão até então desenvolvidas foram reforçadas e novas práticas foram introduzidas, como o marketing especializado, a gestão de voluntários e as auditorias externas. Ainda observou-se a formação de profissionais especialistas em “terceiro setor” (SILVA, 2010, p. 1301-1325).

Peci e outros (2008) lembram que:

Os novos instrumentos jurídicos acima mencionados foram responsáveis por viabilizar a estratégia de cooperação do governo com o terceiro setor e o setor privado, ao longo dos últimos anos. No entanto, eles também tornaram mais complexos os arranjos institucionais utilizados para essa finalidade, uma vez que multiplicaram os atores e as formas de relação entre eles (PECI et al, 2008, p. 1137-1162).

Ainda de acordo com Peci e outros (2008), um dos grandes entraves para

a melhor parceria entre o Estado e as OSCIPs são as burocracias fiscais existentes

nos processos para viabilização de projetos e parcerias, mesmo entendendo-se que

"No que se refere à relação entre o Estado e as OSCIPs, vale salientar que o

primeiro ‘não deixa de ser o responsável pelo serviço perante a população’” (PECI et

al, 2008, p. 1137).

Desse modo, pode-se concluir que entre as relações contratuais de

governança que a reforma busca implementar, os termos de parceria chamam

particular atenção pelo resgate da estratégia de publicização na delegação da

provisão de serviços públicos à sociedade civil organizada e pela ênfase na sua

gestão por resultados. O modelo híbrido que se tem das OSCIPs resgata as

vantagens gerenciais das organizações sociais, ao passo que mantém a qualificação

e fomento conforme as características das OSCIPs federais.

17

4 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA Na última década do século XX, esse conceito ganhou abrangência

social, passando a se agregar na agenda governamental (HEALD, 2003). Segundo o

entendimento de Fox (2007), uma das causas fundamentais que incentivaram as

discussões e aumento das ações em torno de uma maior transparência na gestão

pública deveu-se à inquietação de que, quando o histórico das alternativas políticas

não é notório, o eleitorado é impossibilitado de castigar os políticos que se arrastam

em corrupção e outras formas de comportamento ilegal.

Considera-se transparência a democratização do acesso às informações,

em contraposição ao segredo. Segundo entendimento de Thoenig (2000),

A avaliação pode ser assinalada, em linhas gerais, como uma atividade destinada à produção e apreciação de dados proeminentes e pertinentes, a respeito da relação entre os atos públicos, seus resultados e seus impactos (THOENIG, 2000, p. 45).

Sempre que se debate a respeito dos principais problemas da

administração pública contemporânea, a visibilidade e a transparência de seus atos

têm sido itens de ênfase e importância. Um dos elementos fundamentais da

accountability e capaz de adequar a concepção de maiores condições de confiança

entre governantes e governados, a transparência nas ações governamentais tem

sido firmemente mencionada como capaz de colaborar para a diminuição da

corrupção no ambiente público e de deixar assim as relações entre o Estado e a

sociedade civil muito mais democrática. Sendo assim, como nos lembra Bobbio

(2002), em todos os velhos e novos discursos a propósito da democracia, a

asseveração de que esta é o governo do poder visível tem sido um dos lugares

comuns, e a sua natureza concerne ao fato de que nada pode continuar limitado ao

espaço do mistério. Bobbio (2002) confere a Kant o ponto de partida de todo o

discurso sobre a precisão moral da visibilidade do poder, considerando-a como

medicamento contra a indecência que por muitas vezes se vê na política. Para Sanchez (2003), existem evidências no aspecto econômico de que

governos mais transparentes trabalham melhor e são mais competentes. Desse

modo, consentir o acesso público à informação pode ser um instrumento para se

garantir a finalidade de apresentar um Estado que funcione melhor e com menos

gasto de recursos. Informação publicamente discutida é, em tese, informação de

melhor qualidade. Sendo assim, Stiglitz (2001) entende que essa informação,

18

quando usada para a vigilância das ações estatais, pode proceder mais correta e

inteligente, redundando em maior eficácia das políticas públicas e do gasto

governamental. Para tanto, Sanchez (2003) diz que, de fato, entende-se que a

disponibilidade de informação coligada à probabilidade de alcançar ações corretivas

é essencial para se conferir mais eficiência e eficácia às políticas públicas tornando,

portanto, os dispêndios públicos mais ativos.

Contudo, deve-se ressaltar ainda o papel de promoção da accountability

determinado por políticas que estimulem a transparência governamental. O termo

accountability abrange, desse modo, responsabilidade política, necessidade de

prestação de contas, mecanismos de controle e responsabilização e transparência

administrativa. De fato, existem três particularidades ativas para que a accountability

seja efetivamente presente em uma sociedade: concorrência do sistema político;

vivência de mecanismos de pesos e contrapesos em diferentes planos de governo e

o foco fundamental, que seria a transparência em todo o sistema (LEDERMAN,

2005).

Quanto à responsabilidade pelos resultados, Iudícibus, Marion e Pereira

(2003) sintetizam accountability como a “responsabilidade do gestor profissional de

prestar contas” (IUDÍCIBUS; MARION; PEREIRA, 2003, p. 253). Para Nakagawa

(1998), accountability é “a obrigação de se prestar contas dos resultados obtidos em

razão das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder”

(NAKAGAWA, 1998 p. 67).

Sendo assim, Icerman e Sinason (1996) afirmam que O grau de transparência na prestação de informações a propósito de os atos da administração pública (accountability) está catalogado fundamentalmente a três subsídios: sociopolíticos, regras de planejamento e execução orçamentária e normas de apresentação de relatórios financeiros externos. Dessa forma, considera-se que a exposição de informações acerca dos atos da gestão pública não necessita se ater aos relatórios já previstos em dispositivos legais (em geral relatórios fiscais e financeiros), mas ainda de informações qualitativas que reproduzam desempenho, projetos e consecução de metas em áreas proeminentes para a sociedade, tais como saúde, educação, cultura, transporte e saneamento (ICERMAN; SINASON, 1996, p. 76).

Esse pensamento é confirmado por Matias-Pereira (2006) quando garante

que a transparência do Estado se concretiza por meio do acesso do cidadão à

informação governamental e, dessa forma, as relações entre o Estado e a sociedade

civil passam a ser democráticas.

19

A participação da sociedade na gestão pública, além da exposição das

informações em tempo hábil, tem sido frequentemente citada como outro ato de

transparência nesse campo. Para Nogueira (2004), a abertura de espaços de

participação pode promover o alcance de respostas para as demandas da

comunidade, ampliar a comunicação entre governantes e governados e prover

melhores parâmetros para a tomada de decisões. Considerando a existência de

estudos que despontam na continuação da cultura patrimonialista e de um Estado

que não se abre para o controle da sociedade, Pinho e Akutsu (2003), como

exemplo, nos dizem que se pode inferir que a aversão à abertura de tais ambientes

viabilizadores de uma gestão participativa constitui-se no maior impedimento para a

realização da transparência da administração pública no Brasil.

20

5 GESTÃO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO LOCAL Alguns pontos significantes e proeminentes merecem destaque, pois

permeiam a nova ótica de gestão social e de desenvolvimento local, a qual se

conjetura ser uma modalidade de convergências distinguidas a respeito do prisma

conceitual e ainda de planejamento e desempenho das políticas sociais. O termo

“gestão social” é complicado e abrangente. De fato, demanda-se a elaboração de

termos para o movimento de adaptação à realidade habitual, criando em muitos

casos saídas práticas. Torna-se essencial a produção de estímulos para empenhos

concentrados e estabelecidos, somando percepções e imagens até conseguirem-se

visões compartilhadas a respeito do que se faz e do que precisa ser feito nas

organizações.

Sobre a gestão social, um dos pilares de conservação do ponto de vista

dos administradores (público/privado) é que o desenvolvimento dos gestores tem

sido gerado de maneira inflexível, gerando, em consequência, administradores com

perfis intransigentes e certa dificuldade de acolher a diferença e a capacidade

criadora. É essencialmente necessária a disciplina gerencial, mas não o elitismo

enunciado.

A gestão social é avaliada por França Filho (2008) em dois planos: (1)

como uma “incerta” da sociedade e (2) como uma modalidade particular de gestão.

Quanto à “incerta” da sociedade, o termo diz respeito à gestão das demandas e

precisões do social – o social, neste sentido, indica a ideia de política social,

confundindo-se com a própria imagem de gestão pública. Aqui existe uma

aproximação teleológica da gestão, como se pode falar também num entendimento

inicial de aproximação ao termo voltado para um grupo social, mas, ainda assim,

essa intenção está vinculada à vontade da maior parte, necessariamente formada,

administrada e localizada no interesse do que Habermas (2003) chama de esfera

pública do Estado democrático de direito. Ou seja, a finalidade necessita ser grupal

ou societal, precisa se impor ao individual.

Na bibliografia relativa aos processos de reforma do Estado, com grande

assiduidade é dada ênfase à transferência de atribuições e recursos dos governos

centrais para regiões e governos municipais, considerando-se tanto os aspectos

positivos quanto os riscos abrangidos em tais procedimentos. Alguns críticos

chamam atenção para a probabilidade de que a descentralização represente

21

somente uma forma de diminuição do papel do Estado no social, resultando na

privatização da prestação de serviços sociais e no seu desamparo pelos

mecanismos de mercado (CORREIA; SILVA; ARAÚJO, 2003).

Netto (1995), em um ponto de vista mais otimista, enfatiza o papel que o

município pode exercer na saída dos problemas da população. Conforme esse

autor, a entrega de maiores pertinências ao município para operar na área social

será tanto mais imprescindível e respeitável se for considerada a imediação desse

plano de governo com a população. Por agir em escala menor, o governo local

poderia ser menos burocratizado, com composições organizacionais menos

onerosas, mais ágeis, maleáveis e sensíveis aos problemas dos cidadãos. Destaca-

se ainda que as políticas municipais tendem a ser naturalmente sujeitas a mais

transparência e controle social. Além disso, o autor (1995) avalia que os governos

locais apresentariam mais facilidade para movimentar recursos comunitários que se

incluiriam nos recursos públicos para a prestação de serviços. Não é, porém,

automático colocar em prática essas promessas e a sustentação das virtudes das

administrações locais.

Deve-se relembrar que na América Latina os governos locais

frequentemente são instâncias privilegiadas do exercício das gramáticas políticas do

clientelismo, do favoritismo e do patrimonialismo na gestão dos bens públicos. Nesse viés, a análise do local do desenvolvimento pode ganhar ânimo

com o desenvolvimento da globalização econômica, porquanto o desenvolvimento

local seria o contraponto do conjunto e da diferença frente ao receio da

uniformização de meios e teores. O local pode tornar-se fonte de novas situações e

oferecer potencialidade transformadora. Para que o desenvolvimento aconteça, Sen

(2000) lembra-nos que é essencial desenvolver a capacidade de prática das

atividades livremente indicadas e estimadas por cada sujeito do desenvolvimento;

logo, o desenvolvimento não é decorrência automática do desenvolvimento

econômico. O desenvolvimento local, pensado como projeto de transformação

social, responde a esse proferimento de Sen (2000). O Estado precisa contrair um modo de gestão para conduzir o sistema

público, pois sem uma gestão não se pode gerenciar suas políticas de acolhimento

ao cidadão. Desse modo, a gestão caracteriza-se pelo ato de administrar, governar

e para isso conjetura a interpretação de objetivos, tais como demarcar as atividades

necessárias para um bom gerenciamento, incorporar as atividades em uma

22

composição lógica, instituir atividades para pessoas específicas e organizar a

interdisciplinaridade.

Para Carvalho (1999), gestão social refere-se à gestão das ações sociais

públicas. A gestão do social é, de fato, a gestão das demandas e necessidades dos

cidadãos. A política social, os programas sociais e os projetos são canais a essas

necessidades e questões. Dowbor (1999) diz

[...] que a gestão social é à transformação da sociedade, em que a atividade econômica passe a ser o meio, e o bem-estar social o fim do desenvolvimento. Para isso, indica a necessidade da construção de um novo paradigma organizacional, a partir da redefinição da relação entre o político, o econômico e o social (DOWBOR, 1999, p. 23).

O autor (1999) indica a articulação entre empresários, administradores

públicos, políticos, organizações não governamentais, sindicatos, pesquisadores,

movimentos sociais, universidades e representantes comunitários, entre outros.

França Filho (2003) ensina que a gestão social precisa ser um modo

próprio das organizações da sociedade civil e da esfera pública não estatal,

caracterizado tanto pela iniciativa privada quanto por aquele empregado pelo

Estado, pois ambos se baseiam na racionalidade instrumental que orienta o balanço

utilitário das consequências. A gestão social tem, de maneira diferente, o

desenvolvimento de suas formas, que se baseiam na racionalidade substantiva,

onde os apegos sociais, as formas de dependência recíproca e espontaneidade, os

vínculos sociais e a própria classe da organização ou do bem a ser administrado,

bem com a sua escala de alcance se põem acima dos métodos instrumentais de

cálculo. Para Carvalho (2001), a gestão social precisa ser ardilosa, no sentido de

sua operacionalização. Em concordância com a autora (2001), Perret e outros

(2009) e Dowbor (1999) avaliam que as parcerias, as redes e a descentralização são

formas para operacionalizar a gestão social.

Nesse sentido, as disposições presentes na gestão social a partir da

descentralização política e da modificação de eixo de desenvolvimento para o local

impõem novas formas de organização social de relação entre os planos políticos,

econômico e social, para desenvolver investigações combinando diferentes

disciplinas e escutando tanto atores estatais como empresariais e comunitários.

23

6 AUDITORIA A auditoria deve ser compreendida como um conjunto de ações de

assessoria e consultoria.

Para Lisboa (1997), em muitas ocasiões o trabalho de auditoria é

executado com a finalidade de atender interesses de acionistas, investidores,

financiadores e do próprio Estado, ou para cumprir normas legais que regulam o

mercado acionário. É comum, ao término de uma auditoria, a emissão de um

documento formal – que pode ser chamado de relatório da auditoria –, que convém

para publicação junto às demonstrações financeiras ou contábeis no encerramento

de um momento ou do exercício social, por força de exigência da legislação.

No entanto, Bailey (1997) entende que a base da auditoria está ligada

inteiramente à contabilidade que – ainda que exerça o fundamental papel da

empresa, no significado de registrar e informar os reflexos das transações nos

aspectos econômicos e financeiros –, muitas vezes, é manipulada por interesse

estranho ao objetivo maior da empresa visando a vantagens ilícitas ou malversação

de recursos, como empréstimos, aprovação cadastral e financiamentos. Na

auditoria, todo o desígnio do trabalho futuro depende da fase do planejamento. No

entendimento de Cook e Winkle (1983), as normas e pronunciamentos

internacionais de auditoria, por sua vez, são determinados por assuntos distintos,

tais como evidências de auditoria, materialidade, procedimentos analíticos e outros.

Destarte, limitou-se a observação às normas internacionais específicas sobre a

avaliação de risco de auditoria e de sistema contábil e de controle interno.

Determinadas normas de assuntos correlacionados, como aquelas que abordam a

utilização de técnicas de auditoria com auxílio de processamento eletrônico de

dados, de amostragem estatística, fraude e erro não foram abordadas, uma vez que

o aprofundamento do assunto em detalhes não colabora, de forma relevante, para o

procedimento de comparação com as normas brasileiras. No caso específico da

atividade de auditoria independente das demonstrações contábeis, o American

Institute of certified public - AICPA, ao avaliar as normas de auditoria comumente

aceitas, na (Seção 150, item 1, da Exposição de Normas de Auditoria n. 1,

originariamente Standard on Auditing Statement 1 - SAS 1), declara que

24

As normas de auditoria diferem dos procedimentos, naquilo que os “procedimentos” se relacionam com atos a serem exercidos, enquanto que as “normas” tratam das medidas de qualidade na execução desses atos e dos desígnios a serem alcançados com o uso dos procedimentos adotados. As normas de auditoria, deste modo diferenciado dos procedimentos de auditoria, dizem respeito não somente às qualidades profissionais do auditor, mas, também, à sua avaliação pessoal do exame efetuado e do parecer emitido (SKINNER; ANDERSON, 1975, p. 32).

Almeida (1996) argumenta favoravelmente à posição do AICPA:

Tendo em conta a desigualdade do trabalho de auditoria, diversidade esta vivente em virtude dos múltiplos tipos de empresas e atividades nas quais os auditores independentes são levados a realizar os seus trabalhos seria muito complicado estabelecer-se um conjunto de normas técnicas extensas a ponto de cobrir todo o campo de atuação desses profissionais. Dessa maneira, as Normas Usuais de Auditoria apresentam-se como “normas de caráter abrangente”, ficando os procedimentos técnicos propriamente ditos à escolha do profissional, desde que permaneçam amparados por aquelas normas (ALMEIDA, 1996, p. 51).

Para Guerreiro (1989), o auditor necessita usar quaisquer procedimentos

alternativos que ele considere apropriados para obtenção das provas imperativas,

com relação aos pedidos significativos para os quais não recebe resposta. “Estes

procedimentos podem incluir exame das provas de recebimentos posteriores de

avisos de remessa de dinheiro, documentos de vendas e de embarque e outros

registros” (GUERREIRO,1989).

Sullivan (1985) diz que, se fosse possível atribuir um grau hierárquico de

importância, o órgão principal seria o Conselho Federal de Contabilidade - CFC,

porque, independentemente do ramo de atividade da entidade, suas regras aplicam-

se para o profissional contabilista que exerce a atividade de auditoria independente.

Desse modo, tanto desempenhando exames de auditoria em uma entidade de

capital ajustado em mercado de valores mobiliários (área de atuação da Comissão

de Valores Mobiliários - CVM) como auditando uma entidade de desempenho no

mercado financeiro (sob a supervisão do Banco Central - BACEN), o contabilista

está sujeito sempre à fiscalização do CFC.

No entendimento de Martins (1992), a CVM, na condição de órgão

emissor de normas de auditoria independente, apresenta a sua amplitude de

controle restrito ao seu espectro de atuação, ou seja, às companhias que negociam

títulos e valores mobiliários. Assim, apenas se aplicam suas orientações e

cobranças aos trabalhos independentes de auditoria executados para empresas sob

o seu raio de ação de fiscalização.

25

Já Andrade Filho (1995) tem o entendimento de que as normas de

auditoria, independentemente das demonstrações contábeis, dizem respeito ao

conjunto de processos técnicos que têm por objetivo a emissão de um relatório a

respeito da adequação que essas normas representam na posição patrimonial e

financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as

origens e aplicações de recursos de entidades auditadas, consoante os princípios

fundamentais de contabilidade e as normas brasileiras de contabilidade e, no que for

pertinente, a legislação específica.

O relatório relativo à auditoria dos livros e das contas da filial brasileira de

uma empresa multinacional mostra uma prática não frequente à época. Conforme

Franco e Marra (2000),

[...] quanto ao real exercício da atividade de Contador como profissional liberal, na qual se incluía a função de auditor independente, pouca coisa havia no Brasil antes de 1931, a não ser os escritórios estrangeiros de auditores, todos de origem inglesa (FRANCO; MARRA, 2000, p. 29).

No entanto, para Santi (1998), durante o trabalho e seguindo as normas

de auditoria comumente aceitas, o auditor pode reconhecer indícios de erros e

fraudes, pois em algumas ocasiões essas irregularidades chegam a comprometer

substancialmente as operações da empresa auditada. Se a auditoria fosse realizada

com o intuito de encontrar fraudes e erros, o trabalho deveria ser bem mais

aprofundado, e não por amostragem, como acontece, o que poderia ser impraticável

em empresas de grande porte.

Para Morais (2000), caso a organização decida por não corrigir os erros

detectados na auditoria, cabe ao auditor fazer as devidas observações em seu papel

de trabalho, que convirá tanto para tomar como base na hora de opinar em seu

parecer quanto para auditorias que forem realizadas em exercícios seguintes. Se a

distorção for relevante e não corrigida, o auditor precisa emitir um relatório com sua

advertência ou com uma opinião adversa. Além disso, se a entidade não tomar

medidas de correção referentemente às fraudes – medidas consideradas

imprescindíveis pela sua relevância para as demonstrações contábeis –, o auditor

pode retirar-se do trabalho. Outros fatores que podem afetar sua decisão de

abdicação são as implicações envolvendo a alta administração da entidade,

abalando assim a confiabilidade das informações dessa administração que esteja

sendo auditada.

26

Franco (FRANCO; MARRA, 2000) entende que a auditoria abrange o

exame de documentos, livros e registros; inspeções e obtenção de informações e

confirmações internas e externas – todos relacionados ao controle do patrimônio e

objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis

deles decorrentes.

Percebe-se que a oferta de serviços de auditoria atualmente é bastante

diversificada: ela compreende desde o clássico serviço de certificação das

comprovações contábeis – que é baseado num intenso conhecimento dos negócios

do cliente e dos riscos aos quais esteja sujeito –, até serviços direcionados a

empresas.

6.1 Evolução e responsabilidades da auditoria Esta seção versará sobre a responsabilidade da auditoria, bem como sua

importância no desempenho financeiro das organizações públicas ou privadas,

dando ênfase à sua evolução.

A literatura mostra a evolução da auditoria com acontecimentos

acentuados na história da contabilidade. Attie (1998) define a palavra auditoria como

a intenção de estudar, retificar, concertar e certificar as organizações. De acordo

com o autor (1998), as primeiras auditorias eram chamadas auditorias corretivas,

que tendiam a detectar desfalque e fraude e examinar a integridade dos

administradores. O objetivo era garantir aos proprietários que os empregados

assentados controlassem perfeitamente as contas, que não faltasse qualquer bem e

que os números fossem corretos. De acordo com Franco e Marra (2000), a auditoria apareceu como

resultado da necessidade de sustentação dos registros contábeis, em equidade com

o começo das grandes empresas e da taxação do imposto de renda, fundamentada

nos efeitos verificados em balanços. Sua evolução aconteceu paralelamente ao

desenvolvimento econômico, que originou as grandes empresas desenvolvidas por

capitais de muitas pessoas e que apresentam na confirmação dos registros

contábeis a assistência ao seu patrimônio.

A procedência da auditoria foi, em muito, tratada de forma severa pelos

especialistas, no entanto ainda torna-se recomendável relacioná-la com o começo

27

das atividades econômicas desenvolvidas pelo homem, retratadas por Boynton e

outros (2002):

Auditoria principia em ocasião tão ancestral quanto à contabilidade. Sempre que o progresso da civilização tinha implicado que a propriedade de um homem fosse confiada, em maior ou menor extensão, a outra, a desejabilidade da necessidade de verificação da fidelidade do último tornou-se clara (BOYTON; JOHNSON; KELL, 2002, p. 44).

Uma abrangência preliminar do termo auditoria pode ser descoberta na

seguinte descrição: “Uma auditoria é uma análise protocolar de contas por meio de

menções às testemunhas e aos comprovadores” (O’HANLON, 2006, p. 38).

A lisura profissional é um dos aspectos mais respeitáveis na ação dos

auditores, uma vez que seu trabalho incide no exame das demonstrações contábeis

para, no final, emitir uma opinião quanto à verdade das asseverações nelas

contidas. Desse modo, no mundo moderno, a responsabilidade dos auditores é cada

vez maior e abrange diversos aspectos, como ética, independência e juízo

profissional, que demonstram a boa prática profissional, conforme diz Silva (2007).

Lopez (apud SÁ, 1998) aduz que a auditoria traz elementos fundamentais

e auxiliares, como a opinião da fidedignidade das demonstrações contábeis e até

extracontábeis, bem como descobertas de erros e fraudes, informações sobre o

controle interno e assistência econômico-financeira.

Para Santos, Schmidt e Gomes (2006), a auditoria é uma ramificação da

contabilidade: “[...] a auditoria pode ser considerada uma especialização contábil

voltada a testar a eficiência e a eficácia do controle patrimonial [...]” (SANTOS;

SCHMIDT; GOMES, 2006, p. 22). Um exame normal de auditoria não é designado

especificadamente para mostrar fraudes ou erros que, no proceder dos trabalhos,

podem ou não aparecer. Tais acontecimentos podem ser de enorme grandeza,

afetando a disposição patrimonial e financeira da empresa em análise. Detectadas

certas anormalidades, compete ao auditor dar seu parecer à administração, de

forma secreta e confidencial. No decorrer do trabalho, cabe-lhe ainda averiguar

prováveis falhas nos controles internos, na tentativa de impedir possíveis falhas ou

prejuízos à organização, pois esse instrumento administrativo apresenta sugestões e

pareceres de melhoramentos.

Segundo Attie (1998), o parecer de auditoria é o utensílio pelo qual o

auditor propaga sua ideia, em subordinação às normas de auditoria a respeito das

demonstrações financeiras. O relatório importa o produto final do trabalho do auditor,

28

é o instrumento pelo qual ele produz aos usuários conhecimento da informação

contábil e do efeito do seu trabalho expresso, por meio da apreciação exposta no

parecer.

Para Franco e Marra (2000),

Se crer que tais fraudes e erros possam proceder em deformidades proeminentes nas demonstrações contábeis, o auditor precisa mudar seus métodos ou concentrar outros, em modo adicional (FRANCO; MARRA, 2000, p. 78).

Mello e outros (2002) ensinam que uma auditoria pode ser de primeira,

segunda ou de terceira parte. As auditorias de primeira parte – ainda chamadas de

auditorias internas –, são administradas pela própria organização ou em seu nome

para fins internos e podem desenvolver o alicerce para uma autodeclaração de

acordo da organização. As auditorias de segunda parte são dirigidas pelas partes

que têm empenho na organização, tais como clientes ou outras pessoas em seu

nome. As de terceira parte são regidas por organizações externas e independentes

da própria organização, fornecendo certificados ou registros de conformidade com

pré-requisitos, como a afirmação de sistemas de gestão da qualidade.

A auditoria tende a ponderar o controle das áreas fundamentais das

empresas, buscando protegê-las contra condições propiciadoras de fraudes,

dissimulações e roubos, dentre outras, por meio de técnicas próprias. No

entendimento de Mas (2000), a intenção da auditoria contábil é a sustentação dos

registros contábeis e procedentes demonstrações contábeis.

O uso dos trabalhos de auditoria para constatar a adequação dos

controles internos e das demonstrações contábeis faz parte de uma medida

gerencial atual e evoluída, envolvida com os alvos determinados pela administração.

Souza (1999) expõe que, mesmo se as contas forem exatas e se os controles

internos forem seguros, a certificação do grau de qualidade e de credibilidade dos

informes constitui-se em sinalizador inequívoco para a direção dos negócios.

Conforme Vasconcelos (2004), o auditor traz, como qualquer outro

profissional, direitos e compromissos decorrentes do estágio de sua atividade. Tem

ele o comprometimento de desenvolver seus trabalhos com afeto e categoria

(responsabilidade funcional), atualizando-se firmemente para cada vez mais

apresentar réplicas combinantes com as necessidades da empresa. Ele tem o dever

de cumprir as normas que regulam o exercício da profissão e tem ainda uma

29

obrigação moral para consigo mesmo, com a categoria e com a sociedade

(responsabilidade ética e social). O auditor apresenta, além disso, a obrigação de

trazer independência a seus juízos, buscando uma visão exata dos acontecimentos

analisados, desprovido de qualquer interesse particular.

Na época presente, o auditor tem um papel formidável na entidade, com

participação atenta no seu desenvolvimento, o que vai além de identificar problemas

e retificar disparates existentes, contribuindo desse modo para o seu aprimoramento

e desenvolvimento. Nos processos de auditoria, quando ocorrer o indício de erros ou

fraude, deve-se considerar o efeito sobre as demonstrações contábeis, levando-se a

questão até a administração da empresa e sugerindo-se procedimentos corretivos.

6.2 Auditoria operacional Esta seção tratará da auditoria operacional, expondo quais são suas

finalidades de aplicação e a importância de utilizá-la.

Conforme Haller (1986), a auditoria operacional tem suas origens em

trabalhos feitos nos campos privado e público, especialmente nos Estados Unidos.

No campo público, a auditoria operacional se desenvolveu em razão da busca das

entidades pela eficiência e eficácia das operações governamentais. Entende-se que

as informações operacionais auxiliam nas tomadas de decisões a propósito de

orçamentos, na prática de medidas corretivas e na administração superior, como

meio de aperfeiçoar a prestação de contas diante do público.

Attie (1998) entende que a finalidade da auditoria na área operacional se

traduz em assessorar a administração no desempenho concreto de suas funções e

responsabilidades, avaliando se a organização, departamento, sistemas, funções,

operações e programas auditados alcançam os objetivos propostos com a devida

identificação de falhas e irregularidades no sistema operacional. O objetivo da

auditoria operacional é analisar a ação governamental quanto aos feitios da

economicidade, eficiência e eficácia. Com essa intenção, são observados os

seguintes aspectos: 1) como os órgãos e entidades públicas adquirem, protegem e

aproveitam seus recursos; 2) as origens de práticas antieconômicas e ineficientes; 3)

o cumprimento das metas previstas; 4) a obediência aos dispositivos legais

aplicáveis aos aspectos da economicidade, eficiência e eficácia da gestão.

30

O foco da auditoria operacional é o procedimento de gestão nos seus

múltiplos aspectos de planejamento, de organização, de métodos operacionais e de

acompanhamento gerencial, até mesmo quanto aos seus resultados em termos de

metas obtidas. Ao se proceder a uma auditoria operacional, deve-se abordar, dentre

outras questões: 1) o ajuste da estrutura organizacional aos objetivos do órgão ou

entidade; 2) a existência de sistemas de controle adaptados, designados a

monitorar, com base em indicadores de desempenho válidos e confiáveis, aspectos

ligados à economicidade e à eficiência; 3) o cumprimento das práticas indicadas

pela legislação para aquisição de bens e serviços; 4) o ajustamento das aquisições

no que se refere aos prazos, à quantidade, ao tipo, à qualidade e aos preços; 5) a

guarda e manutenção dos bens móveis e imóveis; 6) a existência de costumes e

procedimentos de trabalho documentados e atualizados; 7) o uso apropriado dos

recursos humanos, instalações e equipamentos voltados para a produção e

prestação de bens e serviços na proporção, qualidade e prazos requeridos; 8) a

extensão do cumprimento das metas previstas pela administração ou legislação

pertinente.

Conforme Araújo (2001),

[...] a Auditoria de Natureza Operacional consiste no acompanhamento e avaliação da ação governamental, compreendendo a implementação de programas, a execução de projetos e atividades, a gestão de sistemas e a administração de órgãos e entidades, tendo em vista a utilização econômica dos recursos públicos, a eficiente geração de bens e serviços, o cumprimento das metas programadas e o efetivo resultado das políticas governamentais (ARAÚJO, 2001, p. 36).

Jund (2002) expõe que a auditoria operacional pode ser percebida como

um método de cálculo das ações e dos métodos catalogados no desempenho das

atividades próprias da gestão das organizações, e que traz como finalidade precípua

emitir opinião a propósito do grau de eficácia, de eficiência e de efetividade com o

qual essas ações e processos vêm sendo desenvolvidos. Além de assinalar

deficiências no sistema de gestão, a auditoria operacional procura auxiliar a

administração com a preparação de indicações que tendam ao aprimoramento dos

procedimentos e dos controles para que, desse modo, permitam o aumento do

resultado organizacional.

O Tribunal de Contas da União - TCU, em seu manual de auditoria

operacional, analisa a auditoria como acompanhamento e avaliação da ação

31

governamental abrangendo a implementação de programas, a execução de projetos

e atividades, a gestão de sistemas e a administração de órgãos e entidades, tendo

em vista a utilização econômica dos recursos públicos, a eficiente geração de bens e

serviços, o cumprimento das metas programadas e o efetivo resultado das políticas

governamentais, compreendendo duas modalidades: a auditoria de desempenho

operacional e a avaliação de programas (BRASIL, 2000).

Segundo Almeida (1996), ao se iniciar uma auditoria de desempenho

operacional, são empregadas três abordagens, de acordo com o problema e as

questões que se pretende examinar: análise da estratégia organizacional, análise da

gestão e análise dos procedimentos operacionais (ALMEIDA, 1996).

De acordo com Waterhouse (1989), na maioria das vezes na auditoria

operacional não há normas aceitas com as quais se estabelecerem parâmetros para

uma condição ou ocasião real. Nesse caso, é preciso criar critérios de auditoria ou

padrões únicos para cada trabalho e, nessas circunstâncias, a aptidão de

julgamento do auditor e seu senso empresarial tornam-se fatores importantes na

mediação e avaliação dos resultados.

Para Cardozo (1997), a auditoria pode desempenhar a capacidade de

influenciar a administração na medida em que permite uma visão gerencial do

sistema por meio da medição dos programas governamentais, da atuação dos

gestores públicos, do fornecimento de sugestões para melhor alocação de recursos

físicos e financeiros, da detecção de erros e fraudes, da avaliação dos controles

internos e da avaliação da execução orçamentária.

O manual do TCU (BRASIL, 1999c) diz que – fiel à visão institucional de

ser reconhecido como instituição de excelência no controle da administração pública

e com a intenção de suprir a necessidade de instrumentos apropriados para a

realização de auditorias dessa natureza –, o TCU implantou em 1998 o projeto de

desenvolvimento de técnicas de auditoria de natureza operacional, com vigência de

três anos (junho de 1998 a junho de 2001), com o apoio do Reino Unido. Foram

cumpridas, no âmbito desse projeto, vinte e quatro auditorias de natureza

operacional em programas das áreas de saúde, educação, meio ambiente,

assistência social e agricultura.

No manual do TCU (BRASIL, 2000b) pode-se perceber que a

Constituição da República de 1988 - CR/88 arrogou ao TCU competência para

cumprir auditorias de natureza operacional. No entanto, antes ainda dessa

32

designação, o TCU já se organizava para conferir maior transparência aos atos

exercidos por gestores públicos e para avaliar o resultado produzido por suas ações.

A adoção de novas rotinas e processos de trabalho no TCU foi precedida por um

intenso empenho de treinamento dos servidores, realizado com o apoio das

entidades superiores de fiscalização dos Estados Unidos, do Canadá e do Reino

Unido.

Deste modo, Amorin (2003) entende que as iniciativas de treinamento

implementadas na área de auditoria de natureza operacional ou auditoria de

desempenho denotam o pioneirismo do TCU ao trazer para o Brasil a modalidade de

controle que mais se desenvolveu nas últimas décadas e que procede assumindo

relevante papel na modernização das instituições públicas em vários países. Mais do

que isso, o TCU foi dotado de capacidade técnica para cumprir a fiscalização e a

avaliação de programas de governo, num momento em que os sistemas de

planejamento e de orçamento do governo federal estão organizados para trabalhar

com foco na mensuração de desempenho.

Nos ensinamentos de Barzelay (2002), a auditoria de desempenho é cada

vez mais adotada como uma atividade de revisão governamental ex post. Tal

comportamento é seguido de duas constatações: a inclusão desse tipo de trabalho

na rotina das entidades de controle é uma decisão institucional, forçada por

conjunturas próprias dos países dos quais fazem parte, e o conceito de auditoria de

desempenho varia de acordo com o país em que ele é adotado.

No entendimento de Bastos (2002), no TCU define-se Auditoria de

Natureza Operacional - ANOP como a estimativa metódica dos programas, projetos,

atividades e sistemas governamentais, igualmente como dos órgãos e entidades

jurisdicionadas ao Tribunal. As ANOPs podem ser de dois tipos: auditoria de

desempenho operacional ou avaliação de programas. A seleção do tema de

auditoria corresponde a uma orientação estratégica de atuação do Tribunal e é

fundamentada em critérios de materialidade, risco e relevância, para os quais são

impostos pesos diferenciados, de forma a equilibrar a valoração final dos programas.

Para as avaliações, a materialidade é importante, mas não se configura fator

determinante para a opção do programa que será avaliado.

No manual do TCU (BRASIL, 2000b), pode-se perceber que a auditoria

de natureza operacional, mesmo que esteja estribada na mesma base constitucional

(art. 70 da CR/88), contém foco distinto daquele da auditoria de legalidade ou

33

conformidade, pois essa auditoria tende à prestação das contas anuais dos gestores

de cada órgão ou entidade que gerenciam recursos públicos. As auditorias

operacionais buscam identificar erros e acertos da ação governamental e as suas

relativas causas e efeitos para subsidiar recomendações que possam ser

implementadas tempestivamente na correção das distorções e na manutenção e

ampliação dos acertos. Prevalece a indicação de medidas para a correção de rumo,

e elas não se limitam a explicar os erros cometidos ou a simples descrição dos

procedimentos impróprios, dos resultados que não deram certo e da quantificação

do dinheiro público desperdiçado, feitios geralmente abordados nas auditorias de

conformidade. Assim, a avaliação do objeto auditado valoriza a identificação de

oportunidades que possam ser empregadas oportunamente para aperfeiçoar

processos e procedimentos, objetivando a otimização dos recursos disponíveis para

cada projeto ou programa governamental.1

Segundo Leonard (1995), a auditoria operacional pode ser definida como O exame abrangente, construtivo e integral da estrutura organizacional de uma Companhia, Instituição ou Entidade governamental, ou qualquer parte integrante delas, tais como uma divisão ou departamentos e seus planos e objetivos, seus métodos de controle, meios de operação e a utilização de seu potencial humano e ativo físicos (LEONARD, 1995, p. 45).

No exercício da auditoria operacional, pode-se determinar que necessitam ser examinados: a) os fluxos, sistemas, critérios, políticas e procedimentos usados, igualmente como a qualidade da estrutura dos controles internos gerenciais e sua aderência; b) a adaptação, compatibilidade, eficiência e eficácia da estrutura organizacional, dos fluxos operacionais, dos sistemas de processamento, registro, análise e informações das operações e transações; c) a economicidade nos usos dos recursos humanos, materiais e financeiros, igualmente como a qualidade do desempenho global da organização em relação às metas individuais e coletivas estabelecidas.

Para Nascimento (2004), decididamente a grande diferença entre a auditoria operacional e a auditoria de conformidade está na possibilidade de se trabalhar com base na probabilidade do processo de gestão. Inúmeras são as vezes em que se detectam fraudes e disparates nos controles de obras públicas que, de forma periódica, voltam a ser perpetrados nesses mesmos órgãos em gestões futuras.

1 TCU. Tribunal de Contas da União. Coordenadoria de Fiscalização e Controle. Técnicas de Auditoria: Indicadores de Desempenho e Mapa de Produtos. Brasília, 2000b.

34

6.3 Auditoria e contabilidade pública A busca da padronização contábil a partir da elaboração dos manuais visa

à promoção do desenvolvimento conceitual da contabilidade aplicada ao setor

público. Ainda será necessário instituírem-se novos modelos das demonstrações

contábeis e do plano de contas nacional, além de se manter uma constante

atualização dos procedimentos, com o objetivo de convergência para as normas

internacionais de contabilidade aplicadas ao setor público. Desse modo, estarão

lançadas as bases para o desenvolvimento dos sistemas de contabilidade, que

deverão vir acompanhados de um esforço conjunto de capacitação dos gestores

públicos.

Inserida no campo da ciência contábil, a contabilidade pública pode ser

entendida como uma ramificação, sendo a que “estuda, orienta, controla e registra

os atos e fatos da administração pública, demonstrando o seu patrimônio e suas

variações, bem como acompanha e demonstra a execução do orçamento”

(CARVALHO, 2006, p. 152). Lima e Castro (2006) explicam que a gestão

orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades da Administração

Pública deve seguir os conceitos, normas e princípios contábeis, devendo

proporcionar a todo cidadão, de modo acessível e transparente, uma melhor visão

da gestão da coisa pública.

A contabilidade pública brasileira é regulamentada pela Lei n. 4.320/64,

(BRASIL, 1964) cujo art. 83 determina que “a contabilidade evidenciará perante a

Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem

receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou

confiados” (BRASIL, 1964).

De acordo com Silva (2003), os sistemas de contabilidade pública teriam

como função precípua a realização do controle para resolver dois problemas

distintos: fornecer à direção da organização todas as informações necessárias para

orientar de maneira mais econômica as opções de gestão e permitir aos gestores

que controlem o processo de gestão em seu aspecto econômico.

Portanto, cabe a ressalva, conforme explanado por Kohama (2006), que a

contabilidade pública não pode ser vista apenas como destinada ao registro e à

escrituração contábil, mas também à observação da legalidade dos atos da

35

execução orçamentária, por meio do controle e do acompanhamento, que é prévio,

concomitante e subsequente.

Desse modo, diante dos conceitos supramencionados, extrai-se que a

contabilidade pública possui um importante papel frente à sociedade, cabendo a ela

a demonstração exata dos atos e fatos atinentes à gestão pública, evidenciando de

forma precisa e acessível a todo cidadão as ações governamentais, cumprindo sua

finalidade de ciência social.

Segundo Crepaldi (2000), para avaliar a adequação e eficácia do controle

interno e a qualidade do desempenho da organização, a Administração Pública tem

utilizado uma importante ferramenta que é a auditoria interna, um controle gerencial

que atua medindo e avaliando os demais controles.

A auditoria interna também se preocupa com os controles administrativos,

desde que os atos administrativos possam produzir impactos financeiros que mudem

a situação econômica e financeira da entidade, refletidos nas demonstrações

contábeis e financeiras.

Da atuação da auditoria interna resultam, entre outros, os seguintes

benefícios: a) identificação de situações onde ocorre excesso de controle,

ocasionando dispersão dos esforços, morosidade nas operações e elevação

desnecessária de gastos; b) identificação de situação onde os controles são

inadequados gerando risco (perdas/prejuízo) para a entidade; c) identificação de

situação onde há oportunidade de melhoria de eficiência e economia nas operações

(incluindo simplificação e racionalização dos procedimentos); d) identificação de

causas de quaisquer ineficiências ou desperdícios, incluindo inadequações nos

sistemas de informações da Administração nos procedimentos administrativos ou

estruturas organizacionais e e) melhoria da execução do trabalho.

No entendimento de Flores (2006), os controles internos servem para

auxiliar o gestor na busca de sua missão: colocar serviços públicos à disposição da

comunidade, tendo em vista a necessidade de conhecimento daquilo que ocorre no

município, não com conhecimento empírico baseado somente na experiência –

quando existe – e sem nenhum conhecimento científico, mas sim voltado para

técnicas modernas de administração (planejamento e gestão). Antes de serem meio

de fiscalização, os controles internos têm cunho preventivo, pois oferecem ao gestor

público a tranquilidade de estar informado da legalidade dos atos de administração

que estão sendo praticados, da viabilidade ou não do cumprimento das diretrizes e

36

metas estabelecidas, possibilitando a correção de desvios ou rumos da sua

administração. Em síntese, os controles internos dão a possibilidade de exercer,

realmente, a função de gestor dos negócios públicos. Para Machado (1997), dentre

as finalidades do controle interno destaca-se o apoio ao controle externo no

exercício de sua missão institucional. Essa finalidade implica a compreensão mútua

de papéis e posturas desempenhados pelos agentes do controle interno das

entidades públicas e, por outro lado, as ações de fiscalização e auditoria exercidas

pelos agentes do controle externo. Discute-se, nesse sentido, uma possibilidade

conceitual, para que o controle interno possa apoiar o controle externo na sua

missão institucional, a partir de uma discussão em torno de um ponto de

congruência que seja fruto das atuações “reais”, tanto do controle interno como do

controle externo. Dessa maneira, os órgãos de contabilidade analítica dos entes

públicos se organizam para ser o ponto de contato mais efetivo do controle externo

(MACHADO, 1997).

O objetivo geral da auditoria interna é avaliar e prestar ajuda à alta

administração e desenvolver adequadamente suas atribuições, proporcionando-lhe

análises, recomendações e comentários objetivos acerca das atividades

examinadas.

O auditor interno deve, portanto, preocupar-se com qualquer fase das

atividades da empresa na qual possa ser de utilidade à Administração. Para

conseguir o cumprimento desse objetivo geral de serviços na administração, há a

necessidade de se desempenharem atividades como: 1) revisar e avaliar a eficácia,

suficiência e aplicação dos controles contábeis, financeiros e operacionais; 2)

determinar a extensão do cumprimento das normas, dos planos e procedimentos

vigentes; 3) determinar a extensão dos controles sobre a existência dos ativos da

empresa e da sua proteção contra todo tipo de perda; 4) determinar o grau de

confiança, das informações e dados contábeis e de outra natureza, preparados

dentro da empresa; 5) avaliar a qualidade alcançada na execução de tarefas

determinadas para o cumprimento das respectivas responsabilidades; 6) avaliar os

riscos estratégicos e de negócio da organização.

No entanto, para Rech (2001), a adoção de controles internos e a sua

organização está relacionada com a gestão das instituições governamentais

integrando-as como instrumentos para a viabilização da sua missão institucional. A

garantia de honestidade, de eficiência, de prevenção dos erros e fraudes em

37

qualquer organização não existe, porque os processos são trabalhados por pessoas

que, naturalmente, estão sujeitas a falhas, intencionais ou não. O que existe são

meios de prevenir e detectar problemas de ordem formal ou material que podem

resultar em atos antieconômicos ou dolosos perante a Fazenda Pública. A

articulação com os departamentos e pessoas, a elaboração do plano de

organização, a manutenção e melhoria no sistema de controle interno são funções

próprias da unidade de controle interno (RECH, 2001).

O sistema de controle interno pode ser definido como o mecanismo de

autocontrole da própria Administração Pública exercido por pessoas e unidades

administrativas e coordenado por meio de um órgão central, organizado, em

parâmetros gerais, por lei local. Consiste a atuação do sistema de controle, em sua

essência, na organização e na fiscalização que realizam mutuamente as unidades

administrativas cujas funções se encontram alinhadas de tal forma que os

processos, decisões ou tarefas não possam ser tomados por um departamento sem

que outro participe. Dessa maneira, evitam-se o erro, a fraude e/ou o desperdício.

Essa divisão entre as funções chama-se “segregação de funções”.

O sistema de controle interno permite a manutenção de um fluxo

contemporâneo de informações gerenciais, facilitando a tomada de decisões e

levando ao gestor público maior alívio quanto aos atos praticados pelos integrantes

do órgão, sendo que, na condição de instrumento gerencial, poderá:

– impedir que sejam realizadas operações em desacordo com os planos estabelecidos; – proporcionar uma racionalização na aplicação dos recursos públicos; – evitar que sejam praticados atos em desacordo com as disposições legais e regulamentares; – colocar à disposição do administrador um fluxo de informações capaz de proporcionar um planejamento mais adequado das atividades a serem desenvolvidas e, em decorrência, oferecer elementos atualizados para a elaboração dos orçamentos; – proporcionar tranquilidade ao governante pela constante ação de vigilância sobre as operações desenvolvidas; – tornar mais segura a ação administrativa, uma vez que, dispondo de informações corretas e atualizadas, pode-se decidir com maior eficácia e escolher prioridades mais urgentes (SILVA, 1999, p. 43).

Constitucionalmente, o sistema de controle interno não tem por desígnio

somente nortear quanto à legalidade da despesa ou dizer da regularidade das

contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores

públicos, mas, além disso,

38

– avaliar o cumprimento de metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de Governo e dos orçamentos; – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres; – apoiar o controle externo na sua missão institucional (SILVA, 1999, p. 59).

Para Pessoa (2009), o sistema de controle interno corresponde ao

funcionamento integrado dos controles internos, devendo ser coordenado por uma unidade central. Contudo, o que se verifica, em especial nos municípios de pequeno porte, é a ausência de um sistema legalmente criado

e que tenha regulamentado

todos os elementos de controle a serem utilizados, o que dificulta muito a atuação do Tribunal de Contas.

A prática de administrar em meio a situações inesperadas requer amplo conhecimento do ambiente interno e externo, a fim de proporcionar clareza na tomada de decisão. O risco é previsível quando se está gerindo uma empresa, um projeto, investindo em aplicações financeiras, e é inerentemente interligado a uma decisão que acarretará uma ação e será estudado previamente durante o processo decisório, o que traz a possibilidade de antevisão de consequências negativas ou positivas.

O gestor ou administrador deve atentar-se ao fato da eventualidade, da imprevisibilidade e da incerteza, que são características comuns numa gestão de risco que faz uso de probabilidades. A tomada de decisão deve vir acompanhada de estratégias subsidiárias, em caso de fracasso ou insuficiência da primeira delas – a eventualidade. O gerenciamento com riscos é baseado na previsão – são estudados os casos prováveis de acontecer – e é dotado de ferramentas necessárias para prevenir-se dos efeitos adversos.

Paralelamente é reconhecido o interesse na existência de órgãos de fiscalização internos da entidade pública, cujas funções devem ser desenvolvidas por profissionais de auditoria tecnicamente preparados.

É efetuada uma revisão sobre o enquadramento legal do exercício de auditoria em organismos públicos; são identificados os destinatários dos relatórios dos órgãos de fiscalização internos e a forma como estes devem cooperar com o Tribunal de Contas.

Verifica-se, porém, existirem algumas limitações à aplicação integral na contabilidade pública de todos os princípios contabilísticos geralmente aceites apresentados no Plano Oficial de Contabilidade.

39

O desenvolvimento prático da auditoria de regularidade e conformidade carece de um plano de procedimentos de auditoria, pelo que se apresenta um conjunto de procedimentos genéricos de conformidade e verificações substantivas a se ter em conta no exercício daquelas funções.

Em relação às vantagens proporcionadas pelas atividades de auditoria interna nas empresas, a pesquisa destaca a capacidade dessa função de identificar riscos de negócio e garantir maior eficiência nos processos internos.

Essas respostas sugerem, por um lado, que os profissionais da área já trabalham efetivamente com foco na gestão de riscos empresariais e, por outro, que os executivos já assimilam essa mudança, mas elas revelam também que ainda não são perceptíveis a esses executivos e aos auditores internos os benefícios financeiros (identificação de ganhos ou redução de perdas) decorrentes dos trabalhos de auditoria interna.

Isso permite concluir que, para se disseminar uma percepção mais clara dos benefícios da auditoria interna, será preciso buscar meios de quantificar o valor proporcionado pela função e balizar a atuação da área na consecução das estratégias de negócio nas organizações. À medida que os benefícios originados a partir dos trabalhos se tornarem mais evidentes, será possível ter-se uma visão mais clara do retorno sobre o investimento na função de auditoria interna.

No caso específico das instituições financeiras que participaram da pesquisa, o item “favorecer a aderência às normas internas e às regulamentações” aparece como o segundo benefício mais importante proporcionado pela auditoria interna.

As demonstrações contábeis passam por grande transformação e estão entre as mudanças previstas para a contabilidade aplicada ao setor público. Elas serão atualizadas de acordo com o padrão internacional, tornando-se praticamente idênticas ao modelo usado nas demonstrações contábeis societárias. Para isso, deverá ser elaborada uma série de manuais relacionados à Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (BRASIL, 2000a), dentre os quais o manual técnico de demonstrativos fiscais, manual de relatório resumido de execução orçamentária e o manual de plano de contas nacional.

40

7 HONESTIDADE E ADMINISTRAÇÃO No entendimento de Fernandes (1997), a contabilidade é o meio pelo qual

a administração procede ao registro, controle e análise das diferentes operações de

caráter orçamentário, financeiro e patrimonial, levadas a efeito em seu âmbito

durante o exercício. A escrituração contábil dá ao administrador a possibilidade de

medir a sua ação em termos financeiros e fornece-lhe os elementos para elaboração

de sua prestação de contas, além de dar-lhe as informações indispensáveis à

tomada de decisões e ao aperfeiçoamento da administração. Os registros contábeis

são objeto de análise por parte dos órgãos de controle, que deles se servem para

verificação dos procedimentos levados a efeito pela administração, no tocante aos

aspectos orçamentários, financeiros e patrimoniais da gestão pública. Os órgãos de

controle não estão adstritos à mera verificação dos registros contábeis, mas, ao

contrário, incumbe-lhes a retificação desses registros, quando errados, para que as

demonstrações a que se referem ressurjam, então, escoimadas dessas falhas.

Deste modo, Piscitteli (2002) entende que a Lei de Responsabilidade

Fiscal - LRF, como ficou conhecida a Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de

2000 (BRASIL, 2000a), veio atender a esse anseio da transparência como um dos

seus princípios básicos. Ela impõe instrumentos a serem adotados a fim de trazer

para a sociedade o conhecimento da forma como estão sendo geridos os recursos

por ela disponibilizados. A transparência está concretizada com a divulgação ampla,

inclusive pela internet, de quatro novos relatórios de acompanhamento da gestão

fiscal, que permitem identificar as receitas e despesas.

Sendo assim, Cruz (2003) expõe que a implantação de sistemas de

controle interno – além de reivindicação constitucional e, atualmente, da Lei

Complementar 101/00 (BRASIL, 2000a) –, consente aos gestores o

acompanhamento do desenvolvimento dos serviços públicos, da verdadeira

aplicação dos recursos e da imprescindível preservação do patrimônio público e,

além disso, avaliza a transparência das contas públicas. O controle interno é

responsável pela vistoria preventiva, concomitante e subsequente, impedindo

desacertos involuntários, desperdícios e atos que possam afetar a gestão.

No manual do TCU (BRASIL, 2000b) pode-se entender que, nascida mediante

grande influência da sociedade para moralizar o setor público financeiro, essa lei

apresentou melhorias expressivas nos gastos públicos de todo o país, evoluções no

41

sentido de responsabilidade e moralidade no trato com a coisa pública, dentro dos

princípios de razoabilidade, ação, moralidade e probidade administrativa. Essa lei,

longe de ser somente “mais uma” no rol da legislação brasileira, veio para

estabelecer o País e trazer a ele um caráter de eficácia e importância que a

sociedade brasileira há muito ambiciona. A partir dela, todos os agentes públicos

devem adotar um compromisso para com o orçamento e com metas, que devem ser

dadas e acatadas pelo atinente Poder Legislativo.

Bobbio (2002) entende que sempre que se discutem os principais

problemas da administração pública contemporânea, a visibilidade e a transparência

de seus atos têm sido objeto de destaque e relevância. Um dos ingredientes básicos

da accountability2 e, portanto, capaz de proporcionar a criação de maiores condições

de confiança entre governantes e governados, a transparência nas ações

governamentais tem sido constantemente citada como capaz de contribuir para a

redução da corrupção no espaço público e de tornar as relações entre o Estado e a

sociedade civis mais democráticas.

Para Pereira (2001), a transparência na gestão governamental sempre foi

o ideal de todo cidadão que contribui para o abastecimento dos cofres públicos. A

LRF (BRASIL, 2000a) está apoiada na transparência, evidenciando-a pela inserção

de novos relatórios a serem emitidos pelos gestores públicos, que devem ser

amplamente divulgados, até mesmo por meios eletrônicos, a fim de favorecer o

controle da sociedade sobre a gestão fiscal. A transparência na administração

pública já era vislumbrada pela CR/88 (BRASIL, 1988), no princípio da publicidade

da Administração Pública, explícito no art. 37, caput: “Exige-se, em especial, a

publicidade de atos que devem surtir efeitos externos, fora dos órgãos da

Administração Pública. A publicidade é elemento formativo do ato e requisito de

eficácia e moralidade” (PEREIRA, 2001, p. 46).

Para tanto, Khair (2000) entende que a garantia de uma eficaz

administração pública está centrada na boa interação entre o governo e a

sociedade, e as audiências públicas vieram para favorecer essa interação, tendo em

vista que seu objetivo é a divulgação do controle das contas públicas. Uma

administração transparente e democrática deve mostrar o que pretende fazer e de

2 Accountability é um termo sem tradução exata que remete à obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representantes. Outro termo, numa possível versão portuguesa, seria responsabilização.

42

onde irá tirar seus recursos, de modo que possa contar com a confiança da

população, o que irá proporcionar uma perfeita interação entre ambas as partes.

Claro está, portanto, que a transparência na administração pública vai

além da simples divulgação ou publicação de informações elaboradas pelos seus

gestores, devendo, pois, alcançar um nível de evidenciação tal que permita à

sociedade julgar as ações dos seus gestores.

A busca pela transparência na administração pública deve se configurar

como um valor a ser observado, já que, como leciona Nogueira (2001), todo governo

ou esquema de dominação pratica, em algum grau, a arte de esconder dos olhares

do público ou dos adversários atos ilícitos ou vergonhosos. Segundo ele, a prática

dessa “arte” não se dá necessariamente para ocultar, mas para surpreender e não

ser surpreendido.

A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o compromisso de metas e resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange à renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidadas e mobiliárias, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em restos a pagar (NOGUEIRA, 2001, p. 59).

E assim, continua:

São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Parágrafo Único: A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos (NOGUEIRA, 2001, p. 60).

Para Drazen (2002), a finalidade da LRF é fazer obedecer à gestão dos

recursos públicos, atribuindo maior responsabilidade aos gestores. A palavra fiscal é

um termo que incorpora todas as ações que se relacionam com o arrecadamento e a

aplicação dos recursos públicos. Neste sentido, o desígnio da lei é a ação delineada

e clara, tendo o objetivo de precaver riscos e corrigir irregularidades capazes de

comprometer a estabilização das contas públicas. Os meios usados para se

alcançar esse objetivo são a realização de metas de receitas e de despesas em

obediência às condições para o débito público e os gastos com pessoal.

43

No entendimento de Frey (2002), no caso brasileiro, essa concepção mais

moderna de gestão organizacional também se torna dominante na esfera pública.

Tradicionalmente tratados como servidores públicos, funcionários públicos ou

simplesmente agentes públicos, os profissionais que compõem a burocracia estatal

começam a ser tratados em várias organizações públicas como gestores públicos.

Essa mudança, apesar de conceitual, reflete uma mudança de princípios e de

concepções administrativas dentro da máquina pública. O serviço público passa a

ser conduzido como atividade de gestores públicos, operando nos seus diversos

níveis de funcionamento. A visão preconceituosa de que só o chefe é quem decide,

e os demais agentes só fazem cumprir, é substituída pelo compartilhamento da

gestão e das responsabilidades pela boa atuação da Administração Pública.

Frey (2002) ainda expõe que a transparência pública não se confunde

com o tradicional princípio jurídico da publicidade, que fundamenta o moderno

Estado Democrático de Direito. As duas noções são distintas, ainda que a

publicidade garanta ao Poder Público certa transparência. A diferença é que a

exigência da publicidade é atendida com a publicação dos atos do Poder Público no

veículo oficial de imprensa, ao passo que a transparência não se satisfaz com o

mero cumprimento de formalidades. Ela é mais exigente. Não pode ser vista, mas

pode ser percebida em uma determinada atitude comportamental que se manifesta

no relacionamento com o outro. É transparente quem remove barreiras ao

conhecimento de si pelo outro. Portanto, requer a disposição, o destemor de

desproteger-se em relação ao outro, de se expor, de se mostrar, de dar a conhecer

externamente aquilo que não é aparente e que de outro modo não seria do

conhecimento do outro. Enfim, se desnudar, porque transparência confere

visibilidade.

Para Abramo (2001), muitas vezes o pequeno empresário questiona o

porquê de seu negócio não dar certo. As respostas mais comuns são que o mercado

está ruim, o governo não ajuda, a carga tributária é alta e faltam funcionários

competentes. Apesar de todas as respostas estarem corretas, a análise a ser feita

deve envolver muito mais variáveis, pois o negócio está mais sob controle do gestor

do que se imagina. Em primeiro lugar, o empresário precisa entender que existem

fatores que afetam os negócios, mas que estão fora do seu controle (ou área de

influência) e, portanto, só resta rezar para que tudo dê certo. Têm-se como

exemplos as políticas governamentais, cambiais e os impostos. Existem os fatores

44

relacionados à atuação da empresa no mercado (como ela se organiza) e, por isso,

estão na área de controle do empresário. Exemplos: ações de marketing,

organização interna, gestão de custos e finanças. É importante salientar que a má

gestão desses fatores leva a maior parte dos pequenos negócios a não completar o

primeiro ano de vida. Isso não parece simples e realmente não é. Ocorre que manter

uma empresa requer não só boa intenção e experiência no ramo como também

vários conhecimentos básicos de administração, porém não é obrigatório ser um

administrador para que o negócio dê certo (ABRAMO, 2001).

A LRF (BRASIL, 2000a) contém por desígnio primordial impor um novo

regime de gestão fiscal com vistas ao equilíbrio das contas públicas, atribuindo, para

tanto, responsabilidades administrativas, penais e políticas aos agentes públicos que

descumprirem as suas determinações. Como resultado, a LRF dispõe, a um só

tempo, a respeito de finanças públicas, dívida pública externa e interna e concessão

de garantias, com fulcro no art. 163, incisos I, II e III da Lei Complementar n. 101, de

4/5/2000, que estabelece normas de gestão financeira e patrimonial da

administração direta e indireta. Além disso, com base no inciso II do § 9 do art. 165

da Lei Complementar supracitada, são estabelecidos limites e condições para a

despesa com o pessoal ativo e inativo da União, dos estados, do Distrito Federal e

dos municípios.

45

8 OSCIPs Quando se fala em organizações do Terceiro Setor, a palavra de ordem

atualmente é OSCIP, pois a maior parte das instituições do Terceiro Setor está

sendo orientada a se enquadrar nessa qualificação.

Este capítulo tratará de apresentar noções sobre OSCIP e relacionar a

documentação e os procedimentos necessários para nela se qualificar, além de

demonstrar os termos de parceria e a Gestão de Choque.

8.1 Noções preliminares Existe certa confusão no que diz respeito ao termo “OSCIP” que, de modo

geral, é entendida como uma instituição em si mesma, porém se trata de uma

qualificação decorrente da Lei 9.790 de 23 de março de 1999 (BRASIL, 1999b). Para

entender melhor o assunto, é preciso esclarecer uma questão em relação a outro

termo diretamente relacionado: Organização não governamental - ONG.

Do mesmo modo que OSCIP, ONG não é um tipo específico de

organização. Não há no direito brasileiro qualquer designação de ONG. Não há uma

espécie de sociedade chamada ONG no Brasil, mas um reconhecimento supralegal,

de cunho cultural, político e sociológico que está em vigor mundo afora.

Pode-se dizer que há um entendimento social de que as ONGs são

entidades às quais as pessoas se vinculam por identificação pessoal com a causa

que elas promovem. Essas entidades, por natureza, não têm finalidade lucrativa,

mas uma finalidade maior, genericamente filantrópica, humanitária, de defesa de

interesses que costumam ser de toda a população e que, historicamente, deveriam

ser objeto de atividade do Poder Público. Destinam-se a atividades de caráter

eminentemente público, sendo parcela da sociedade civil como um todo que se

organiza na defesa de seus interesses coletivos. Dessa forma, distinguem-se até de

seus sócios e passam a fazer genericamente parte do patrimônio de toda a

sociedade, às vezes no mundo inteiro.

A sigla ONG, então, expressa genericamente o conjunto de organizações,

como associações, cooperativas, fundações e institutos. Mesmo sendo não

governamentais, as ONGs normalmente exercem alguma função pública, isto é,

46

embora não pertençam ao Estado, ofertam serviços sociais, geralmente de caráter

assistencial, que atendem um conjunto da sociedade maior que apenas os

fundadores e/ou administradores da organização. Assim, a esfera de sua atuação é

pública, embora não estatal. É importante mencionar também, que nem todas elas

têm uma função pública direcionada à promoção do bem-estar social (educacionais,

de tratamento médico, de caridade aos pobres, científicas e culturais) e que

apresentam diferentes graus de institucionalização. Há ONGs cuja função é única e

exclusivamente atender os interesses do seu grupo fundador e/ou administrador,

como alguns sindicatos, as cooperativas e as associações de seguro mútuo.

Caracterizam-se normalmente por serem organizações constituídas para

fins não econômicos e finalidade não lucrativa, com trabalhos voluntários (em

grande medida) e dependentes financeiramente, na maioria das vezes, de doações

privadas e/ou estatais. Nada impede, contudo, que tenham fins econômicos ou

atividades de cunho econômico, mas cumpre saber distingui-las das sociedades

comerciais, cuja característica é ter atividade econômica, produzirem lucro e dividi-lo

entre os sócios. Por isso, em sua maior parte, sua natureza é civil. Assim, tem-se

que as ONGs, em geral, são: 1) associações civis; 2) sem fins lucrativos; 3) de

direito privado; 4) de interesse público.

ONG não existe em nosso ordenamento jurídico. É um feito mundial, onde

a corporação civil se organiza prontamente para a execução de certo tipo de

atividade cujo caráter é de interesse público. A forma societária mais utilizada é a da

associação civil (em contrapartida às organizações públicas e às organizações

comerciais). São regidas por estatutos, têm finalidade não econômica e não

lucrativa. Fundações também podem vir a ser genericamente reconhecidas como

ONGs.

A Lei 9.790 de 23 de março de 1999 (BRASIL, 1999b), também conhecida

como Lei do Terceiro Setor, é um marco na organização desse setor. Promulgada a

partir de discussões promovidas entre governo e lideranças de organizações não

governamentais, essa lei é o reconhecimento legal e oficial das ONGs,

principalmente pela transparência administrativa que a legislação exige.

As ONGs que, com a adoção da Lei 9.790/99 (BRASIL, 1999b),

provavelmente passarão a ser chamadas de OSCIPs, são entidades privadas

atuando em áreas típicas do setor público, e o interesse social que despertam

47

merece ser, eventualmente, financiado pelo Estado ou pela iniciativa privada para

que suportem iniciativas sem retorno econômico.

Para Fischer (2002), a expressão ONG passou a ser uma condição de

logomarca que, se de um lado garante licitude junto a certos financiadores, de outro

lado poderia radicalizar uma desordem mesmo que sutil entre órgãos da máquina

administrativa do Estado e essas entidades. Muitas organizações sem fins lucrativos

vocacionadas para atividades de assistência social e desenvolvimento comunitário

originaram-se de associações religiosas, mas não apresentavam um esforço grupal

de oposição ao Estado ou ao regime político. Da mesma forma como buscavam

recursos financeiros em diversas fontes, como as contribuições individuais de

simpatizantes e as doações empresariais, também buscavam legitimar-se junto aos

financiadores internacionais e, ao mesmo tempo, junto aos órgãos governamentais,

que disseminavam parte das verbas orçamentárias a esses prestadores de serviços.

Cabe destacar que o conceito de ONG não é determinado juridicamente.

Segundo Pessoa e Rocha (2003) “o que há é uma abrangência coletiva, até mesmo

na doutrina jurídica de que ONGs são entidades às quais as pessoas se atrelam por

assimilação pessoal e/ou profissional” (PESSOA; ROCHA, 2003, p. 87) expressando

a imagem geral de pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e com

interesse público, tendo como probabilidades no ordenamento jurídico as

agregações e as fundações. Para o senso comum, o termo aparece para coligar um

conjunto de instituições que se achavam fora do campo das entidades estatais, mas

que trabalhavam com algum tipo de projeto na área social.

Para Fernandes (1994), ao oposto do que pode parecer à primeira vista, a

falta de exatidão conceitual do nome que determina o conjunto dessas organizações

não é uma discussão vazia e de importância somente acadêmica. Ao observar a

conduta das próprias entidades, verifica-se que não há uma assimilação com o

termo, uma amostra clara e total de pertencer ao Terceiro Setor. Algumas

organizações, sobretudo aquelas com fortes procedências ideológicas, de cunho

político ou religioso, optam por ressaltar sua identidade própria, como se temessem

que a agregação com as outras gerasse uma espécie de diluição dos valores e

preceitos que guiam sua atuação. Outras, como as entidades representativas,

parece hesitarem entre dois tipos de assimilação: aquela que explica sua origem,

isto é, o segmento ou grupo social que importa; e, aquela que lhe dá o acolhimento

de pertencer a um setor mais diversificado, no entanto mais amplo e visível.

48

Como qualificação, a OSCIP é opcional, e isso significa dizer que as

ONGs já constituídas podem optar por obter a qualificação, e as novas podem optar

por começar já se qualificando como OSCIP.

Para obter essa qualificação, é necessário o cumprimento de alguns pré-

requisitos que a legislação estabelece, mas principalmente se enquadrar em alguns

dos objetivos sociais e finalidades já estabelecidos na lei: 1) promoção da

assistência social; 2) promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio

histórico e artístico; 3) promoção gratuita da educação, observando-se a forma

complementar de participação das organizações; 4) promoção gratuita da saúde,

observando-se a forma complementar de participação das organizações; 5)

promoção da segurança alimentar e nutricional; 6) defesa, preservação,

conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; 7)

promoção do voluntariado; 8) experimentação sem fins lucrativos de novos modelos

socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e

crédito; 9) promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e

assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; 10) promoção da ética, da paz,

da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;

11) estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e

divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam

respeito às atividades mencionadas acima. A Lei 9.790/99 (BRASIL, 1999b) foi elaborada com o principal objetivo de

fortalecer o Terceiro Setor, que constitui hoje uma orientação estratégica em virtude

da sua capacidade de gerar projetos, assumir responsabilidades, empreender

iniciativas e mobilizar pessoas e recursos necessários ao desenvolvimento social do

País. Nele estão incluídas organizações que se dedicam à prestação de serviços

nas áreas de saúde, educação e assistência social, à defesa dos direitos de grupos

específicos da população, ao trabalho voluntário, à proteção ao meio ambiente e à

concessão de microcrédito, dentre outras.

Antes da nova lei, o setor não lucrativo com fins públicos não encontrava

amparo adequado no arcabouço jurídico existente, tendo suas relações com o

Estado ora pautadas pela lógica do setor estatal, ora pela lógica do setor privado.

A nova Lei das OSCIPs é o início do processo de atualização da

legislação brasileira, que passa a reconhecer a importância e as especificidades da

esfera pública não estatal. Com base na identificação desses problemas, a nova Lei

49

9.790/99 (BRASIL, 1999b) tem como objetivos específicos: 1) qualificar as

organizações do Terceiro Setor por meio de critérios simples e transparentes,

criando uma nova qualificação – a Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público - OSCIP. Essa nova qualificação inclui as formas recentes de atuação das

organizações da sociedade civil e exclui aquelas que não são de interesse público,

que se voltam para um círculo restrito de sócios ou que estão (ou deveriam estar)

abrigadas em outra legislação; 2) incentivar a parceria entre as OSCIPs e o Estado,

por meio do Termo de Parceria, um novo instrumento jurídico criado para promover

o fomento e a gestão das relações de parceria, permitindo a negociação de objetivos

e metas e também o monitoramento e a avaliação dos resultados alcançados; 3)

programar mecanismos adequados de controle social e responsabilização das

organizações com o objetivo de garantir que os recursos de origem estatal

administrados pelas OSCIPs sejam, de fato, destinados a fins públicos.

8.2 Documentação e procedimentos para a qualificação como OSCIP Como OSCIP pode qualificar-se a pessoa jurídica de direito privado sem

fins lucrativos, estabelecida nos marcos do Código Civil de 2002 - CC/02, cujos fins

sociais e normas estatutárias acatem o disposto na Lei 14.870/03 (MINAS GERAIS,

2003) e no Decreto 44.914/08 (MINAS GERAIS, 2008), e que desempenhe

atividades cobertas em seu alvo social há pelo menos dois anos. De acordo com o

art. 4 da referida lei, podem concorrer ao título de OSCIP as entidades que gerem

pelo menos uma das seguintes atividades: 1) assistência social; 2) cultura, defesa e

conservação do patrimônio histórico e artístico; 3) Ensino Fundamental ou Médio

gratuitos; 4) saúde gratuita; 5) segurança alimentar e nutricional; 6) defesa,

preservação e conservação do meio ambiente, gestão de recursos hídricos e

desenvolvimento sustentável; 7) trabalho voluntário; 8) desenvolvimento econômico

e social e combate à pobreza; 9) experimentação não lucrativa de novos modelos

socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e

crédito; 10) defesa dos direitos estabelecidos, construção de novos direitos e

assessoria jurídica gratuita; 11) defesa da ética, da paz, da cidadania, dos direitos

humanos, da democracia e de outros valores universais; 12) estudos e pesquisas,

desenvolvimento de tecnologias, produção e divulgação de informações e

50

conhecimentos técnicos e científicos; 13) fomento do esporte amador; 14) ensino

profissionalizante ou superior.

A entidade que deseje se qualificar como OSCIP deve fazer uma

solicitação formal ao Ministério da Justiça, na Coordenação de Outorga e Títulos da

Secretaria Nacional de Justiça anexando ao pedido cópias autenticadas em cartório

de todos os documentos relacionados a seguir, conforme art. 5 da Lei 9.790/99: 1)

Estatuto registrado em cartório; 2) Ata de eleição de sua atual diretoria; 3) Balanço

patrimonial; 4) Demonstração do resultado do exercício; 5) Declaração de Isenção

do Imposto de Renda (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa

Jurídica - DIPJ), acompanhada do recibo de entrega, referente ao ano calendário

anterior; 6) Inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes - CGC /Cadastro Nacional

da Pessoa Jurídica - CNPJ.

No caso do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do

exercício, mesmo que a entidade tenha sido criada há menos de um ano, deve-se

fazer o levantamento desse balanço e dessa demonstração para o período de

existência da entidade – o que é feito por um contador registrado no Conselho

Regional de Contabilidade.

A declaração de isenção do imposto de renda é a própria Declaração de

Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que as entidades sem

fins lucrativos isentas são obrigadas a apresentar à Secretaria da Receita Federal do

Brasil - SRFB. Para fins de qualificação como OSCIP, a DIPJ deve ser referente ao

último ano em que a sua entrega à SRFB foi obrigatoriamente apresentada. Por

exemplo, se a solicitação de qualificação como OSCIP for feita em fevereiro de

2002, a declaração de isenção do imposto de renda deve ser relativa a 2001.

É importante destacar que também é obrigatória a apresentação ao

Ministério da Justiça do comprovante de entrega da Declaração à SRFB. As

organizações criadas há menos de um ano deverão procurar maiores

esclarecimentos no Ministério da Justiça.

Em afinidade com a qualificação de institutos como OSCIP em Minas

Gerais, ressalta-se que é ato perpetuado aos pré-requisitos da Lei Estadual n.

14.870/03 (MINAS GERAIS, 2003), ou seja, uma vez analisados os dispositivos

legais, o administrador público fica forçado a proceder à qualificação, não cabendo

qualquer juízo de valor ou de conveniência. A entidade que concorre ao título

precisa constatar se seu estatuto está correspondente às reivindicações legais e,

51

após essa comprovação, precisará expedir os documentos relacionados no art. 7 da

citada lei para a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais -

SEPLAG-MG.

Deste modo, transparência, efetividade e controle desenvolvem o terno de

confirmação do modelo de OSCIP em Minas Gerais.

8.3 Organizações do interesse público e a celebração do Termo de Parceria e Choque de Gestão

Classificada a entidade como OSCIP, ela se torna capaz de concluir um

termo de parceria com o Estado. A escolha dessa instituição pode ser por meio de

livre alternativa, diretamente pelo órgão público, utilizando-se da discricionariedade

do administrador, ou por meio de um concurso de projetos em que as OSCIPs

oferecem suas propostas, e a mais proveitosa para o Estado será indicada. No caso

do concurso de projetos, será escolhido na mesma ocasião o órgão estatal parceiro.

A finalidade ao se celebrar o Termo de Parceria é de formalizar um acordo de

colaboração entre as partes para a aquisição de um fim comum, direcionado à

obtenção de um resultado de interesse público. As vontades se somam para a real

prática de uma política pública.

Para Leite (2003), como um novo instrumento jurídico definido na própria

Lei n. 9.790/99 (BRASIL, 1999b), as OSCIPs podem receber recursos públicos por

meio de Termo de Parceria. Antes dessa lei, os repasses se produziam

excepcionalmente por meio de pactos, o que forçava tanto o governo quanto as

entidades parceiras a acompanharem o disposto nas instruções normativas da

Secretaria do Tesouro Nacional - IN/STN n. 01/1997 (BRASIL, 1997) e n. 03/1993

(BRASIL, 1993). O Termo de Parceria é um instrumento menos severo que os

pactos na aplicação dos recursos obtidos do governo. Não é necessário

acompanhar-se a legislação de licitações – Lei n. 8.666/93 (BRASIL, 1993) –,

devendo a instituição divulgar em 30 dias, calculados a partir da assinatura do

Termo de Parceria, o seu condicionamento de compras e contratações. Além disso,

ponderam-se legítimos os adiantamentos da OSCIP à conta da parceria, no caso de

atraso nos repasses públicos, e as despesas ocorridas entre o fim da vigência do

termo de parceria e a sua renovação (LEITE, 2003, p. 56).

52

Desse modo, Pacheco (2006) entende que os novos instrumentos

jurídicos acima citados foram responsáveis por viabilizar a tática de colaboração do

governo com o terceiro setor e o setor privado, ao longo dos últimos anos. No

entanto, do mesmo modo, eles tornaram mais difíceis os acondicionamentos

institucionais aproveitados para essa finalidade, uma vez que multiplicaram os

atores e as formas de relação entre si. Daí surge o debate presente a propósito da

governança, que se refere à qualidade da influência mútua entre o governo, a

sociedade civil e o setor privado.

O Termo de Parceria é uma das principais inovações da Lei das OSCIPs.

Trata-se de um novo instrumento jurídico criado pela Lei 9.790/99 (BRASIL, 1999b)

(art. 9) para a realização de parcerias unicamente entre o Poder Público e a OSCIP

para o fomento e execução de projetos. Em outras palavras, o Termo de Parceria

consolida um acordo de cooperação entre as partes e constitui uma alternativa ao

convênio para a realização de projetos entre OSCIPs e órgãos das três esferas de

governo, dispondo de procedimentos mais simples do que aqueles utilizados para a

celebração de um convênio.

A escolha da OSCIP para a celebração de Termo de Parceria pelo órgão

estatal poderá ser feita por meio de concurso de projetos. Embora não seja

obrigatório, o concurso de projetos representa uma forma mais democrática,

transparente e eficiente de escolha.

De qualquer maneira, seja qual for a forma de seleção, o órgão estatal

tem sempre a obrigação de verificar o funcionamento regular da OSCIP antes de

celebrar um Termo de Parceria. Nesse viés, é responsabilidade do órgão estatal

averiguar com antecedência a idoneidade, a regularidade a competência e a

adequação da OSCIP aos propósitos do Termo de Parceria. Pela Lei 9.790/99 (BRASIL, 1999b), § 2 do art. 10, as cláusulas do Termo

de Parceria devem obrigatoriamente explicitar: 1) o objeto, com especificação do

programa de trabalho; 2) as metas e resultados previstos com prazos de execução e

cronograma de desembolso; 3) os critérios objetivos de avaliação de desempenho

com indicadores de resultado; 4) a previsão de receitas e despesas detalhadas por

categorias contábeis segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade, inclusive as

remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos com recursos do Termo de

Parceria; 5) a publicação pelo órgão estatal do extrato do Termo de Parceria na

imprensa oficial do município, estado ou União, conforme modelo citado no

53

parágrafo 4 do art. 10 do Decreto 3.100/99 (BRASIL, 1999a); 6) a obrigação de

prestação de contas ao Poder Público, ao término de cada exercício, incluindo: I)

relatório sobre o objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo das metas com

os respectivos resultados; II) demonstrativo dos gastos e receitas efetivamente

realizados; III) publicação pela OSCIP na imprensa oficial do município, estado ou

União de demonstrativo da sua execução física e financeira, até sessenta dias após

o término de cada exercício financeiro, de acordo com o modelo citado no art. 18 do

Decreto 3.100/99 (BRASIL, 1999a).

O exemplo de Termo de Parceria no estado de Minas Gerais foi

estabelecido com a intenção de se designar um ligame de colaboração entre o

Poder Público e as OSCIPs, tendo em vista que o Terceiro Setor concretiza um

“espaço de articulação e participação social” (COSTA, 2002, p.77), sendo formado

de entidades que transcendem seus papéis de executoras de atividades para

auxiliar a comunidade, passando a agir como formuladoras e implementadoras de

políticas públicas. Além dessa probabilidade de desenvolvimento da governança, os

padrões de parceria com as OSCIPs, do mesmo modo, anunciariam maior rapidez e

ganhos de eficiência para o provimento de políticas públicas, alinhando- se com o

New Public Management - NPM (COSTA, 2002).

Para Cunha Junior (2004), segundo a análise oferecida pelo Banco de

Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG, em 2002 o cenário mineiro era de crise

fiscal, com uma máquina estatal perto de ser obsoleta, bastante lenta e com políticas

públicas que não proporcionavam efeitos. Para lidar com essa condição, o governo

então nomeado ofereceu uma estratégia de reforma de Estado, chamada Choque de

Gestão. Esse projeto unificou e desenvolveu algumas novidades e ações de

modernização da gestão principiadas pelo governo federal. Buscou-se melhorar a

preparação de um novo marco legal para a edificação de uma administração voltada

para resultados, com destaque no fortalecimento do capital social e no conceito de

governança. Novos acondicionamentos institucionais foram idealizados, entre eles o

Acordo de Resultados e os Termos de Parceria com as OSCIPs. A Lei Estadual n.

14.870/03 (MINAS GERAIS, 2003) dispõe sobre a qualificação de entidades de

direito privado sem fins lucrativos, como as OSCIPs, e disciplina o Termo de

Parceria em âmbito estadual.

Lemos (2006) entende que o estado de Minas Gerais, a partir da

implantação do Projeto Estruturador (2004-2007) Choque de Gestão, Pessoas,

54

Qualidade e Inovação na Administração Pública, inovou nos campos do plano

governamental, pactuação de resultados entre organizações públicas e privadas,

gestão de pessoas, sistemas administrativos e controle, criando novos

acondicionamentos institucionais, novas jurisdições e instrumentos gerenciais mais

apropriados. Uma das vertentes do Projeto Estruturador Choque de Gestão, hoje

aperfeiçoado e batizado como Projeto Estruturador “Choques Setoriais de Gestão”

(2007-2010), é o modelo de parceria entre o Estado e a sociedade civil organizada,

catalogada na contratualização de resultados entre os parceiros.

No entendimento de Pacheco (2004), o Governo de Minas Gerais

estabeleceu uma forma de contratos por resultados, com a finalidade de atribuir

maior eficácia, força e efetividade às políticas públicas do Estado, além de levar a

um aumento da participação na área de governança. A justificativa para o

desenvolvimento desse tipo de parceria se deve ao fato de o poder público ter

perdido, em parte, sua habilidade de produzir respostas às crescentes pendências

da sociedade por si próprias. Verifica- se que o Terceiro Setor tem uma expertise

não disponível no setor público e maior autonomia operacional, além de estar em

contato direto com o público-alvo, sendo que esse diferencial pode ajustar ganhos

de eficiência e de escala no fornecimento de saídas em ações de interesse público.

Pachedo (2006) expõe que ultimamente boa parte dos experimentos de

publicização encontra-se em movimento no plano estadual. Minas Gerais, São Paulo

e Pernambuco são marcados como condutores na execução de políticas públicas

em parceria com a sociedade civil. Ainda que os outros estados apresentem as

experiências mais avançadas, especialmente como o caso da administração de

hospitais na periferia de São Paulo e das escolas de Pernambuco, é o chamado

Choque de Gestão em Minas Gerais que vem recebendo maior cuidado dos meios

de comunicação. O vetor central de adoção das parcerias com a sociedade civil tem

sido o da restrição fiscal. O Estado de Minas Gerais não é exceção, considerando a

grave crise fiscal encarada pelo governo em 2003. Essa circunstância levou a uma

vasta reforma administrativa, institucionalizada a partir da publicação de um conjunto

de 63 leis delegadas editadas pelo Executivo logo no primeiro mês e um

contingenciamento de verbas para os 100 primeiros dias de governo. Foram extintas

secretarias, superintendências, diretorias, unidades administrativas e cargos

comissionados, e iniciado um plano estratégico de médio e longo prazo (PACHECO,

2006, p. 45).

55

Para Peci (2008), no que alude à relação entre o Estado e as OSCIPs,

vale salientar que o primeiro não deixa de ser o responsável pelo serviço diante da

população, uma vez que o segundo é somente o executor das benfeitorias. Isso

expressa que a presença do Terceiro Setor não visa, a princípio, à redução do

Estado, que passa somente a focar-se no papel de formulador e fomentador da

atividade que lhe foi atribuída. Incumbe ainda a observação de que, com a nova

legislação mineira, os servidores e os bens públicos podem ser cedidos à

organização. Para tanto, procede-se a um termo de parceria, segundo o qual se

consolida o vínculo instituído entre as partes.

O Governo de Minas Gerais concluiu 14 termos de parceria, um número

relativamente baixo, quando se avalia que se tem 115 entidades consideradas como

OSCIPs. Coutinho, Bernardo e Silva (2008) consideraram três casos de OSCIPs

mineiras que concluíram termos de parceria no domínio do Choque de Gestão.

Conforme os autores (2008), ainda existe um considerável desconhecimento a

propósito da metodologia e dos mecanismos de funcionamento do modelo por parte

dos próprios órgãos estatais, das OSCIPs e dos órgãos de controle. Como efeito, há

receio por parte dos órgãos estatais de cumprir parcerias com OSCIPs, pois são

descobertas dificuldades acerca da preparação do termo de parceira à adoção de

um formato de controle focado em resultados, assim como há incerteza de ordem

jurídica e cultural com relação ao modelo. Por outro lado, há desconhecimento

igualmente por parte das OSCIPs. O trabalho com o Estado estabelece pré-

requisitos administrativos e legais inteiramente novos para essas entidades, que

passam a ter que conciliar a promoção de determinado serviço social com a

categoria de parceira do Estado, obrigando-se a prestar contas a respeito dos

recursos aproveitados e dos efeitos conseguidos. Por fim, o modelo demanda

controle e acompanhamento constante das parcerias, tornando imprescindível o

controle interno desempenhado pelos próprios órgãos estatais e, incluindo o

Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado, os quais já requereram

informações sobre as parcerias vigentes, mas o fizeram de maneira pontual,

imperfeita e obscura. Além dessas dificuldades, os autores (2008) marcam os

potenciais decorrentes do modelo, em termos de intersetorialidade, participação,

transparência, accountability e responsividade do governo.

Busca-se nas OSCIPs a expertise do setor privado, culminando na

dignidade na gestão dos recursos e na operacionalização das atividades. Salienta-

56

se que, quando da preparação do modelo em 2003, a preocupação estatal era

desenvolver apontadores que pudessem mensurar os resultados, sem se prender

aos métodos e procedimentos, caracterizando-se a aplicação do modelo gerencial

com o controle de resultados. Porém, com a efetivação dos primeiros Termos de

Parceria, percebeu-se certa ausência por parte das entidades qualificadas como

OSCIPs no que toca à informação das normas e dos princípios da administração

pública, até mesmo à carência de mecanismos firmados de controle de recursos – o

que pode comprometer a transparência da gestão –, além da incipiência de

conhecimento a respeito de assuntos trabalhistas, de prestação de contas e gestão

organizacional. Isso se esclarece em face da diferença do Terceiro Setor, com

instituições de todos os portes e especialidades, que muitas vezes trouxeram foco

específico em sua atividade fim, de atendimento à comunidade, em detrimento de

uma gestão profissional da área meio.

Oliveira (2008) expõe que o modelo de parcerias de resultados no Estado

de Minas Gerais aspirou evolucionar no sentido de se fazer um balanceamento entre

a procura consecutiva dos resultados para a sociedade e a observância das normas

privadas e dos princípios ético-administrativos pelas OSCIPs, além de tentativas de

tornar mínimo o risco moral incutido na contratação, justificando-se, nesse sentido, a

iniciação de novos mecanismos de apoio às entidades, como o Comitê de Apoio à

Gestão dos Termos de Parceria - CGTP, o fortalecimento do papel do AUGE e a

introdução de nova normatização (Decreto Estadual n. 44.914/08) (OLIVEIRA, 2008,

p. 55).

Sendo assim, percebe-se que o Choque de Gestão pode ser considerado

como uma reforma de gestão pública que instiga as relações de governança

contratuais. Guiado pela obtenção de resultados, o instrumento essencial da reforma

é o contrato de gestão, no qual se anotam os acordos ajustados entre as partes,

incluindo metas, fins e impactos aguardados. No caso de Minas Gerais, o contrato

de gestão ganha nomes diferentes de acordo com o contratante. Se o contrato é

intragoverno, como o concluído voluntariamente entre governador e secretário, é um

"acordo de resultados". No caso de acolhimento de uma demanda social pela

execução direta de uma OSCIP mineira, o instrumento recebe o nome de Termo de

Parceria.

Para Bresser-Pereira (2006), o controle concomitante à efetivação do

Termo de Parceria se amplia em duas vertentes: a auditoria de gestão e a auditoria

57

operacional. A auditoria de gestão considera a atuação da OSCIP em marcos da

eficiência, eficácia e efetividade na obtenção dos resultados condescendidos.

Beneficiários são entrevistados, as fontes de demonstração de metas são

confrontadas, do mesmo modo como a entrega dos produtos aguardados. Já a

auditoria operacional faz um trabalho de julgamento de contas e processos,

verificando a relação do gasto e a apropriada observância do regulamento de

compras e contratos publicados pela própria OSCIP. Este controle concomitante de

resultados e de processos origina documentos que são entregues aos órgãos

estatais parceiros e às OSCIPs com sugestões para se erguer o patamar de

qualidade da parceria. Outra vez trata-se de espaço para aprendizado e

desenvolvimento organizacional que, ao ver desse autor, confirma o

desenvolvimento da accountability do modelo (BRESSER-PEREIRA, 2006, p. 22)

58

9 MODELO DE AUDITORIA ADOTADO PELO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE Verifica-se que não há um modelo de auditoria exclusivo para parcerias

entre o município de Belo Horizonte e o Terceiro Setor. Entretanto, a Prefeitura de

Belo Horizonte adota desde 2007 instrumentos consensuais de controle interno para

controlar “amigavelmente” as secretarias da prefeitura.

O procedimento de controle interno consensual utilizado pela prefeitura de

Belo Horizonte começou a ser aplicado na gestão do prefeito Fernando Pimentel,

exercício de 2007, e executado pelo então Controlador Geral do Município, Luciano

de Araújo Ferraz.

O primeiro momento deu-se com base no estudo de que a Controladoria

Geral do Município de subdivide em Auditoria-Geral do Município, Corregedoria-

Geral do Município e Ouvidoria-Geral do Município. No caso específico da Auditoria-

Geral do Município, o modelo consensual substitui o modelo tradicional de auditoria.

Dessa forma, adaptam-se os instrumentos de controle ao novo modelo de Estado

moderno defendido por Martins (1992). Saem de cena os modelos autoritários de

gestão, representados pelo modelo tradicional, e entra em cena um modelo

adequado ao Estado Social de Direito preconizado pela CR/88 (BRASIL, 1988).

Nesse ínterim, a auditoria se desenvolve com sua instauração, o trabalho de campo,

o relatório preliminar, com apontamentos de irregularidades e/ou inconformidades

encontradas nas secretarias e as alegações e justificativas dos auditados,

culminando com o relatório conclusivo e seus instrumentos consensuais de controle.

Os instrumentos de controle próprios desse modelo de auditoria

consensual são o Certificado Favorável de Auditoria - CFA, o Termo de

Compromisso de Gestão - TCG que, assim que emitidos são publicados no Diário

Oficial do Município - DOM.

No citado relatório conclusivo de auditoria, são apresentadas

recomendações/sugestões de melhorias para a secretaria auditada, nos casos em

que a equipe de auditoria concluiu estar com irregularidade e/ou inconformidades.

Assim, cabe à Controladoria Geral, órgão superior à Auditoria Geral,

analisar tais recomendações e selecionar as passíveis de serem acordadas entre o

Controlador Geral e o secretário da pasta.

59

Nos casos em que não exista a necessidade de acordar melhorias, a

Controladoria Geral aplica o CFA, que tem como efeito premiar aquela Secretaria

Municipal que se destaca como ausente de irregularidades e/ou inconformidades.

Nos casos em que for salutar um acordo entre as partes, ou seja, entre o

Controlador Geral e o órgão auditado para que o serviço público seja prestado de

maneira satisfatória para a sociedade, emite-se o TCG. Nele, as recomendações

elaboradas pela equipe de auditoria e ratificadas pela controladoria geral e pela

secretaria auditada são elencadas com prazos para cumprimento, além de

contemplarem as sanções cabíveis no caso do seu não cumprimento. Ressalta-se

que ambos os compromissados no TCG estão de acordo com as recomendações e

prazos estipulados.

Em casos de não cumprimento, caberá à Controladoria Geral comunicá-lo

ao prefeito e ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, que é o responsável

por analisar as contas dos municípios mineiros, assim como exercer o controle

externo.

Ainda em relação ao TCG, destaca-se que as suas características se

fundamentam nos princípios da boa-fé e eficiência; elisão de acúmulo de cargos e

desvios de função similar ao art. 133, § 5, da Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990

(Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União) (BRASIL, 1990); a adesão

voluntária; estipulação de obrigação e metas bem como o monitoramento regular

pela Auditoria Geral do Município.

Importante destacar que o TCG, uma vez cumprido, é arquivado

comunicando-se o fato por relatório interno das contas de Governo. Vale lembrar

que, caso haja seu descumprimento, comunica-se a ocorrência ao Prefeito e ao

Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais.

60

10 ANÁLISE DOCUMENTAL DE TERMOS DE PARCERIA ENTRE OSCIPs E O

ESTADO DE MINAS GERAIS

Em análise do site da SEPLAG-MG, podem-se verificar algumas

informações básicas acerca dos termos de parcerias firmados entre o estado de

Minas Gerais e OSCIPs. Juntamente com tais informações, podem-se verificar

alguns relatórios gerenciais acerca da execução do termo. Não se pode, entretanto,

notar em nenhum site do governo a disponibilização de relatórios de auditoria acerca

de trabalhos realizados em OSCIPs.

Apenas a título de pesquisa, selecionam-se por amostragem as

informações acerca das parcerias com as OSCIPs que o Governo de Minas Gerais

disponibiliza para a sociedade por meio do site da SEPLAG.

10.1 Do Termo de Parceria n. 029/2011, firmado entre Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude e o Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento do

Esporte, Educação e Cultura, com a interveniência da Secretaria de Estado da Educação, concernente à execução dos jogos escolares de Minas Gerais

O Termo de Parceria em questão, firmado em 29 de dezembro de 2010,

tem por objeto a execução dos seguintes programas: Minas Olímpica Jogos

Escolares de Minas Gerais e Minas Olímpica Jogos Escolares de Minas JIMI,

visando ao aperfeiçoamento da gestão dos jogos e do esporte escolar e ao

progresso do nível técnico dos participantes nos anos de 2011 e 2012.

Posteriormente, em 7 de dezembro de 2011, foi firmado o Termo Aditivo

tendo por objeto a suplementação dos recursos financeiros previstos no Termo de

Parceria, alterando o valor de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), para R$

6.496.000,00 (seis milhões, quatrocentos e noventa e seis mil reais). A seguir, tendo

em vista que o Termo de Parceria foi avaliado satisfatoriamente, além do

estabelecimento de novas metas para 2012 e a reestruturação da metodologia de

pactuação das parcerias, elaborada pela SEPLAG em 2011, houve a necessidade

de se atualizarem as cláusulas do Termo de Parceria vigente. Para tanto, foi

elaborado e firmado o Termo Aditivo em 30 de dezembro de 2011, que alterou os

Anexos I a V do Termo de Parceria anteriormente celebrado e nele inseriu novas

61

cláusulas. Ocorre que, diante de erros materiais constantes do Termo de Parceria,

foi firmado o Termo de Apostila, que retificou cláusulas e anexos do citado Termo.

Em 15 de abril de 2011, foi apresentado o primeiro relatório gerencial,

tendo a Comissão de Avaliação se reunido em 25 do mesmo mês para aprovação

do documento. Nesse relatório, efetuado em 31 de março de 2011, o Presidente da

OSCIP, Gilson Santana Júnior, avaliou o período de 1o de janeiro de 2011 a 31 de

março de 2011, referendado pelo Supervisor do Termo de Parceria, Aurélio do

Amaral Duarte Costa, representante da Secretaria de Estado de Esportes e da

Juventude.

Quanto à captação de recursos, não houve fatores facilitadores, enquanto

os fatores dificultadores foram a incapacidade para captação de recursos, já que o

Termo de Parceria foi firmado em dezembro de 2011, ou seja, após o término da

definição de cotas orçamentárias pelas empresas.

Em resposta, a Comissão de Avaliação emitiu o seu primeiro relatório aos

26 de abril de 2011. Não houve representação por parte da Secretaria de Estado da

Educação, já que a representante se ausentou por motivo de licença médica, não

tendo enviado substituto. Em tal relatório, não foi possível avaliar as metas

alcançadas pela OSCIP, tendo sido referendados os fatores dificultadores

apresentados no primeiro relatório gerencial. O Índice de Cumprimento de Meta -

ICM pela OSCIP obteve pontuação máxima, e a Comissão de Avaliação

recomendou ao órgão parceiro que garantisse os aportes necessários à execução

do Termo de Parceira, além de sugerir à OSCIP a adequação de seus instrumentos

ao objeto do citado Termo. Com isto, por estar coerente a prestação de contas com

as exigências do Termo de Parceria, a pontuação da OSCIP foi 10, relativamente ao

ICM, e seu conceito em relação ao Termo foi cumprido plenamente. Já a situação do

Termo de Parceria foi cumprida com ressalvas, tendo em vista os fatores

dificultadores já citados.

Em 26 de julho de 2011 foi emitido o segundo Relatório da Comissão de

Avaliação. Nele houve a comprovação de inadequação entre atividades previstas e

as realizadas, o que motivou a Comissão a recomendar à OSCIP que as

regularizasse. Também houve a recomendação para que o órgão parceiro

viabilizasse a execução do Termo de Parceria, elidindo os fatores dificultadores.

Desse modo, a pontuação da OSCIP foi de 7,06, e seu conceito foi cumprido.

Ressalte-se que no relatório em questão a Comissão declarou que a OSCIP é a

62

responsável pela adequada utilização dos recursos repassados e pela prestação de

contas, enquanto o órgão parceiro é responsável pela fiscalização do Termo de

Parceria.

Em 24 de outubro de 2011, foi emitido o terceiro Relatório da Comissão

de Avaliação, compreendendo o período de 1o de julho a 30 de setembro de 2011. A

Comissão não se opôs ao repasse de recursos à OSCIP, apesar de algumas metas

não haverem sido cumpridas, ou não terem sido cumpridas satisfatoriamente. A

pontuação da OSCIP foi 7,38%, e seu conceito foi cumprido. A comissão, porém,

recomendou que se verificasse o déficit apresentado pela OSCIP em seu terceiro

relatório gerencial.

O quarto relatório gerencial foi emitido em 31 de dezembro de 2011,

compreendendo o período de 1o de outubro a 31 de dezembro de 2011. Foram

apontados os fatores dificultadores, dentre eles a falta de acesso à tecnologia

implantada para execução do Termo de Parceria. Além disso, continuou a haver

remanejamento de recursos e problemas com o funcionamento de equipamentos

técnicos. Com isso, inferiu-se que os problemas apontados nos Relatório da

Comissão de Avaliação não foram efetivamente sanados.

Em resposta, o quarto Relatório da Comissão de Avaliação foi emitido em

20 de janeiro de 2012, tendo sido publicado com data de 20 de janeiro de 2011,

configurando erro material. Nesse relatório, insistiu-se na correta adequação dos

aportes financeiros por parte da OSCIP. A Pontuação Global da OSCIP foi de 7,93,

e seu conceito foi cumprido. Diante disso, não houve oposição para o repasse das

verbas para o período subsequente. Até o momento, ainda não foram emitidos os

relatórios concernentes a este período, já que o Termo de Parceria está vigente.

10.2 DO Termo de Parceria n. 019/2008 firmado entre a Fundação Clóvis Salgado e o Instituto Cultural Orquestra Sinfônica

O objeto do Termo de Parceria acima citado foi a cooperação para o

desenvolvimento de atividades culturais entre as partes, voltadas para a difusão de

música clássica, por meio da criação, realização da estrutura e manutenção de uma

nova orquestra sinfônica para o Estado de Minas Gerais, a ser denominada

Orquestra Sinfônica do Estado de Minas Gerais - OSEMG.

63

O Termo de Parceria foi firmado aos 29 de janeiro de 2008. Em primeiro

de julho de 2008 foi celebrado o Termo Aditivo ao contrato, tendo em vista, após

análises meticulosas da OSCIP com as apresentações ofertadas ao público, o

retorno de satisfação pelo público. Alterou-se a cláusula primeira do Contrato,

mudando o nome da entidade a ser criada para Orquestra Filarmônica de Minas

Gerais. Em seguida, foram alterados anexos ao Termo de Parceria por meio do

segundo Termo Aditivo. Em terceiro lugar, o Terceiro Termo Aditivo acresce a

implementação, repasse e rubrica de despesas para a execução do Termo de

Parceria. Por fim, o Quarto Termo Aditivo altera cláusulas do Termo de Parceria

firmado entre as partes. Em 13 de março de 2011 foi publicado Termo de Apostila

determinando a rubrica da dotação orçamentária para aporte dos recursos públicos.

O primeiro relatório gerencial da OSCIP discriminou a pesquisa voltada

para as suas apresentações e programas e a resposta do público, fato que gerou o

primeiro Termo Aditivo. Em resposta, o Relatório da Comissão de Avaliação

compreendendo o período de 29 de janeiro a 31 de março de 2008 comprovou a

regularidade na aplicação das verbas públicas. Diante disso, não se opôs ao

repasse da verba concernente à segunda parcela prevista no Termo de Parceria e

concluiu-se que as metas foram satisfatoriamente cumpridas pela OSCIP. Pelo

trabalho, a Comissão de Avaliação atribuiu nota 9,12 à OSCIP, concordando com o

repasse da terceira parcela dos recursos orçamentários. É de se ressaltar que,

diante do sucesso dos resultados obtidos, a Comissão de Avaliação recomendou

que se aprimorasse ainda mais a excelência dos serviços prestados pela OSCIP à

população, tornando-os mais desafiadores.

O terceiro relatório gerencial demonstrou que os novos desafios

enfrentados pela OSCIP foram vencidos, atendendo a recomendação da Comissão

de Avaliação. Diante disto, a Comissão de Avaliação, mediante seu Relatório,

manifestou-se favorável ao repasse da verba para o período seguinte, tendo em

vista o alto nível de atendimento dos desafios.

O quarto relatório gerencial da OSCIP manifestou o cumprimento das

metas estabelecidas para o período. A Comissão de Avaliação atribuiu nota 8,61,

sendo o conceito bom e reconhecendo o cumprimento do Termo de Parceria. Com

isso, manifestou-se favorável ao repasse dos recursos para o período seguinte.

O relatório gerencial apontou a superação de desafios e novas metas da

OSCIP, dentre eles o incentivo à produção intelectual e artística. O Relatório da

64

Comissão de Avaliação fez restrições ao regulamento de compras da OSCIP, a fim

de que fosse adaptado ao determinado pela lei. Entretanto, compreendendo que os

desafios e metas foram superados, recomendou o repasse da próxima parcela para

o período seguinte.

No sexto relatório gerencial, a OSCIP declarou que atingiu com plenitude

as metas e captação de recursos buscados no Termo de Parceria. O Relatório da

Comissão de Avaliação atribuiu nota 9,89 à OSCIP, tendo sido seu conceito

excelente, cumprindo-se o Termo de Parceria.

O sétimo relatório gerencial demonstrou o mesmo cumprimento

satisfatório das metas a serem alcançadas, visando ao cumprimento do Termo de

Parceria. O Relatório da Comissão de Avaliação reconheceu a excelência no

trabalho da OSCIP, recomendando o repasse da parcela seguinte.

Quanto ao oitavo Relatório Gerencial, ficou evidente a correta aplicação

dos recursos financeiros, sua adequação e o cumprimento das metas pela OSCIP, o

que foi reconhecido pelo Relatório da Comissão de Avaliação. Nesse caso, foi

atribuída nota 9,71 ao trabalho desenvolvido pela OSCIP, cujo conceito foi

excelente, tendo sido o Termo de Parceria, até o momento, cumprido plenamente.

O nono relatório gerencial persistiu na superação de desafios e metas

pela OSCIP em todo o estado de Minas Gerais. A Comissão de Avaliação

reconheceu a correta aplicação dos aportes, o atendimento das metas e desafios,

bem como a correta prestação de contas. Desse modo, não se opôs ao repasse da

verba para o período seguinte.

O décimo relatório gerencial comprovou que as metas foram

satisfatoriamente superadas no período em questão. Entrementes, a Comissão de

Avaliação recomendou à OSCIP que enviasse um quadro mais detalhado de seus

gastos financeiros e contábeis bem como cumprisse os prazos de envio dos

documentos determinados pela legislação em vigor. Recomendou ainda o

cumprimento de algumas metas. Apesar disso, o Termo de Parceria foi cumprido

plenamente, tendo sido o conceito excelente, e a nota de aproveitamento 9,86.

O décimo primeiro relatório gerencial insistiu na superação de metas pela

OSCIP e sua adequação às exigências legais. O Relatório da Comissão de

Avaliação recomendou que a OSCIP incluísse os fatores dificultadores e

facilitadores, bem como o cumprimento dos prazos para envio dos Relatórios

65

Gerenciais de Resultados e Financeiro. Demais metas seriam avaliadas nos

Relatórios seguintes. Com isso, foi aprovada a atuação da OSCIP.

O décimo segundo relatório gerencial apontou as medidas tomadas pela

OSCIP para se adequar à exigência do órgão parceiro e destacou o cumprimento de

metas. Tal fato foi corroborado pela Comissão de Avaliação, embora tenha se

destacado que a troca de um DVD por um CD possa ter comprometido a qualidade

dos trabalhos. Entretanto, atingiu satisfatoriamente as metas a serem alcançadas.

O décimo terceiro relatório gerencial demonstrou o aumento no número

de apresentações da OSCIP, devidamente documentado. O Relatório da Comissão

de Avaliação declarou que foram atendidas todas as recomendações da reunião

anterior. Desse modo, foi aprovado o Relatório Gerencial.

O décimo quarto relatório gerencial e último até a redação deste trabalho

destaca a superação de metas mais desafiadoras por parte da OSCIP na temporada

em questão. O Relatório da Comissão de Avaliação questionou gastos em área de

marketing, revisão de gastos com jantares sem se ter estabelecida a parceria entre

restaurantes para sua racionalização, e ainda gastos com equipamentos

ergonômicos. Os esclarecimentos da OSCIP, bem como sua adequação ou não às

recomendações da Comissão de Avaliação, ainda não foram relatados até a

redação do presente trabalho. As recomendações da reunião anterior foram

cumpridas plenamente pela OSCIP. A nota atribuía foi 8,8, e o conceito foi cumprido

plenamente.

66

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS Entende-se que o termo OSCIP significa uma entidade de direito privado,

sem fins lucrativos, organizada sob a forma de associação, fundação ou sociedade

civil que, em virtude de seu objeto, recebeu do Poder Público uma qualificação

especial que a torna apta a celebrar Termo de Parceria. Diante disto, recebe

recursos públicos sem perder sua característica de entidade privada.

O Termo de Parceria é um ajuste bilateral entre Poder Público e a

entidade privada conceituada como OSCIP. Ressalta-se que ele é mais que um

simples contrato, é uma parceria que busca envidar esforços para o bem comum.

Diante disto, a OSCIP deve se ater a algumas finalidades, conforme preceitua o

artigo 3º da Lei 9.790, de 23 de março de 1999 (BRASIL, 1999b), a saber: I.

promoção da assistência social; II. promoção da cultura, defesa e conservação do

patrimônio histórico e artístico; III. promoção gratuita da educação, observando-se a

forma complementar de participação das organizações de que trata essa Lei.

O parágrafo único do art. 3 da Lei 9.790/1999 (BRASIL, 1999b) declara

que, para os fins do artigo supracitado, a dedicação às atividades nele previstas

configura-se mediante a execução direta de projetos, programas e planos de ações

correlatos, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda

pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins

lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.

Neste diapasão, permeando o que se pode entender com este trabalho,

em face do recebimento de recursos públicos por parte da OSCIP, se faz necessária

auditoria a fim de que a sociedade não se veja prejudicada por malversação do

recurso repassado. Observou-se, porém, no decorrer da análise que, mesmo diante

da observância das normas que envolvem o assunto, existem situações que devem

ser sanadas. No caso específico do presente trabalho, é possível verificarem-se

falhas encontradas no método utilizado pelo Governo de Minas Gerais.

Por outro lado, a metodologia aplicada pelo município de Belo Horizonte

em auditorias na Administração direta/Secretarias municipais vai ao encontro das

aspirações sociais. Pode-se ainda notar que o mecanismo utilizado pela

administração da capital mineira oferece recursos mais eficientes para o alcance do

bem comum. Tais mecanismos são limitados no que tange ao Estado mineiro,

conforme demonstrado ao longo da análise.

67

O sistema adotado pelo Estado de Minas Gerais retira a responsabilidade

do gestor público, ou seja, do secretário titular do órgão estatal mineiro que assina o

Termo de Parceria com a OSCIP. O servidor público eleito a ser o supervisor é de

fato o responsável por toda a execução do termo, que poderá ser acompanhada

pela sociedade civil, pois no site da Secretaria de Planejamento é disponibilizado um

resumo e o acompanhamento dos Termos de Parceria, vigentes ou não, mas não

permite mecanismos de ação eficazes.

Já o modelo de auditoria consensual adotado pelo município de Belo

Horizonte apresenta mecanismos mais adequados para que a sociedade possa

estar ciente do processo de parceria entre os acordantes.

Os instrumentos consensuais de controle interno – Termo de

Compromisso de Gestão - TCG, Certificado Favorável de Auditoria - CFA e Tomada

de Contas Especial - TCE – são meios que permitem melhor controle social sobre o

importante tema.

Diante do exposto, podem-se constatar falhas decorrentes do método

mineiro. Não é a intenção deste trabalho condenar o método em sua totalidade.

Apenas alertar sobre suas falhas e, desse modo, poder mostrar uma alternativa que

se encontra próxima ao Governo de Minas, ou seja, o método utilizado pela

municipalidade da capital mineira. Assim sendo, sugere-se que o Governo de Minas

Gerais, em sua relação com o Terceiro Setor, adote a estrutura utilizada pelo

município de Belo Horizonte, obviamente resguardando suas características

próprias.

Sendo assim pode-se dizer que o Governo de Minas, mediante seus

órgãos públicos, torna adequada sua legislação específica, adotando os

instrumentos consensuais de controle interno, destacando-se o TCG, para que a

responsabilidade do detentor da titularidade que celebra o Termo de Parceria seja

direta, pois ele irá assinar o compromisso de ajustar as falhas, e a sociedade civil

poderá acompanhar o processo por meio da publicação do extrato do TCG no diário

oficial. Tal fato é necessário, tendo em vista o princípio da moralidade administrativa,

bem como possibilita à sociedade – beneficiada pelos objetos do Termo de Parceria

–, defender-se de qualquer anomalia da aplicação do ajuste entre os dois setores

que lhe dizem respeito.

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REFERÊNCIAS

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82

APÊNDICES 1 - CARTILHA PRODUTO

Em busca de um melhor controle do Termos de Parceria, celebrados

entre as OSCIPs e o Estado de Minas Gerais, essa cartilha foi ajustada de modo a

permitir que a sociedade além de entender melhor essa parceria, possa acompanhar

também os resultados provenientes desta parceria.

Criamos instrumentos consensuais de controle, onde a Controladoria

Geral poderá consensualmente com o órgão estatal parceiro e a OSCIP ajustar as

melhorias do serviço prestado para a sociedade.

OSCIP

OSCIP é a qualificação concedida pelo Estado à pessoa jurídica de direito

privado sem fins lucrativos, nos termos da lei civil, e em atividade, cujos objetivos

sociais e normas estatutárias atendam ao disposto na Lei 14.870, de 16 de

dezembro de 2003 e normas correlatas, como requisito obrigatório para a assinatura

de Termo de Parceria - TP entre o poder público estadual e ente privado. Para esse

fim, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não

distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados

ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos,

participações ou parcelas de seu patrimônio auferidos mediante o exercício de suas

atividades e que os aplica integralmente na consecução de seu objetivo social.

REQUISITOS PARA QUALIFICAÇÃO DE UMA OSCIP

a) Áreas de Atuação das OSCIPs:

A OSCIP deverá conter em seus objetivos sociais, pelo menos, uma das

seguintes atividades:

assistência social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; ensino fundamental ou médio gratuitos; saúde gratuita;

83

segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente, gestão de recursos

hídricos e desenvolvimento sustentável; trabalho voluntário; desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; experimentação não lucrativa de novos modelos socioprodutivos e de sistemas

alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; defesa dos direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria

jurídica gratuita; defesa da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de

outros valores universais; estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias, produção e divulgação de

informações e conhecimentos técnicos e científicos; fomento do esporte amador; ensino profissionalizante ou superior.

b) Vedações para qualificação como OSCIP:

A qualificação como OSCIP não é autorizada para as organizações que

sejam:

sociedade comercial; sindicato, associação de classe ou representativa de categoria profissional; instituição religiosa ou voltada para a disseminação de credo, culto ou prática

devocional e confessional; organização partidária e assemelhada e suas fundações; entidade de benefício mútuo destinada a proporcionar bens ou serviços a um

círculo restrito de associados ou sócios; entidade ou empresa que comercialize plano de saúde e assemelhados; instituição hospitalar privada não gratuita e sua mantenedora; escola privada dedicada ao ensino fundamental e médio não gratuitos e sua

mantenedora; cooperativa; fundação pública; organização creditícia que tenha vinculação com o sistema financeiro nacional; entidade desportiva e recreativa dotada de fim empresarial.

84

c) Estatuto de OSCIP:

É requisito para a qualificação de OSCIP a existência, no estatuto da

organização, de normas que contemplem:

observância, para aplicação de recursos públicos e gestão dos bens públicos,

dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade,

da economicidade, da razoabilidade e da eficiência;

duração igual ou inferior a três anos para o mandato dos membros dos órgãos

deliberativos;

adoção de práticas de gestão administrativas necessárias e suficientes para

coibir a obtenção de benefícios ou vantagens pessoais em decorrência de

participação nas atividades da respectiva pessoa jurídica;

constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente;

transferência, em caso de dissolução da entidade, do respectivo patrimônio

líquido a outra pessoa jurídica qualificada como OSCIP, ou, na falta desta, ao

Estado;

transferência, em caso de perda da qualificação, do acervo patrimonial adquirido

com recursos públicos durante o período em que esteve qualificada e de

excedentes financeiros a outra pessoa jurídica qualificada como OSCIP ou, na

falta desta, ao Estado;

limitação da remuneração dos administradores, gerentes e diretores aos valores

praticados pelo mercado da região de atuação;

existência de normas que contemplem definição de normas de prestação de

contas que contemplem:

o obediência aos princípios fundamentais de contabilidade e às normas

brasileiras de contabilidade;

o publicidade do relatório de atividades e das demonstrações financeiras

da entidade, bem como das certidões negativas de débitos do INSS e

FGTS;

o realização de auditoria por auditores externos independentes da

aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria;

o prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública

recebidos pela OSCIP;

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finalidade não lucrativa da entidade, com a obrigatoriedade de investimento de

seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;

atribuições da diretoria executiva ou do diretor executivo;

aceitação de novos associados;

proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido;

natureza social dos objetivos da entidade relativos à respectiva área de atuação.

PROCEDIMENTOS

A qualificação de entidade como OSCIP é de responsabilidade da Secretaria

de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG. O procedimento de qualificação de

entidade como OSCIP está apresentado no fluxograma a seguir:

O requerimento de qualificação emitido pela entidade interessada deverá

ser acompanhado de cópia da seguinte documentação:

estatuto registrado em cartório;

ata de eleição dos membros dos órgãos deliberativos;

inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ;

documentos que comprovem a experiência mínima de dois anos da entidade1 na

execução das atividades indicadas no estatuto social;

declaração de que a entidade não possui agente público ativo de qualquer dos

entes federados exercendo cargo de direção na entidade, exceto se cedido;

Entidade SEPLAG

Requere qualificação

Aprova solicitação (30 dias)

Sim

Emite certificado

Publica diário

Não

Início

Término

86

declaração de que a entidade não possui como dirigente ou conselheiro parente

consanguíneo ou afim até terceiro grau do Governador ou do Vice-Governador

do Estado, de Secretário de Estado, de Senador ou de Deputado Federal ou

Estadual.

CELEBRAÇÃO DO TERMO DE PARCERIA – TP

REQUISITOS

São requisitos necessários para a celebração de TP:

a entidade escolhida como parceira estar qualificada como OSCIP e

disponibilizar a documentação constante do item 1 do Anexo A deste Manual,

apresentando-se regular;

o órgão estatal parceiro ter elaborado a Minuta do TP e Programa de Trabalho,

contendo o Cronograma de Desembolso e o quadro de Previsão de Receitas e

Despesas.

Não existir TCG (termo de compromisso de gestão) em andamento, ou seja,

todos os itens acordados em TCG deverão estar sanados. Somente após

sanadas as pendências, a OSCIP poderá efetivar nova parceria com o Estado.

Da mesma forma, somente após sanadas as pendências, o Órgão Estatal

Parceiro poderá firmar parceria com outra OSCIP.

Não existir casos de TCE (tomada de contas especial)

PROCEDIMENTOS

Constituem procedimentos obrigatórios para a celebração de Termo de

Parceria - TP:

consulta ao conselho de política pública da área de atuação da entidade;

consulta à AUGE/Controladoria Geral;

apresentação da minuta do termo à Câmara de Coordenação-Geral,

Planejamento, Gestão e Finanças - CCGPGF;

publicação do extrato da minuta do termo no órgão oficial dos poderes do

Estado;

87

CONTEÚDO DO TERMO DE PARCERIA

O Termo de Parceria deverá dispor, obrigatoriamente, sobre os seguintes

itens:

os direitos, as responsabilidades e as obrigações das partes signatárias;

objeto do termo de parceria, acompanhado de programa de trabalho;

especificação técnica do bem, do projeto, da obra ou do serviço a ser obtido ou

realizado;

metas e resultados a serem atingidos pela OSCIP com os prazos de execução

ou cronogramas;

critérios de avaliação de desempenho a serem utilizados mediante a

incorporação de indicadores de resultados;

previsão de receitas e despesas, em nível sintético, a serem realizadas;

obrigações da OSCIP, dentre as quais a de apresentar, ao término de cada

exercício, relatório de execução contendo comparativo das metas propostas com

os resultados alcançados e prestação de contas contábil;

publicação, a cargo do órgão estatal parceiro, no órgão oficial do Estado, do

extrato do termo de parceria e do extrato de execução física e financeira;

rescisão do TP.

EXECUÇÃO DO TERMO DE PARCERIA

ACOMPANHAMENTO, FISCALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO

A execução do Termo de Parceria será acompanhada pelo órgão estatal

parceiro, pelo conselho de política pública da respectiva área de atuação e por

comissão de avaliação específica para este fim.

A Comissão de Avaliação - CA – responsável pela avaliação dos

resultados atingidos pela parceria, no mínimo semestralmente – é composta por um

representante indicado pelo dirigente máximo de cada ente a seguir:

SEPLAG;

Órgão estatal parceiro (supervisor do termo);

88

OSCIP;

Conselho de Políticas Públicas;

Eventuais Intervenientes.

PRESTAÇÃO DE CONTAS

A OSCIP que tenha TP celebrado com órgão ou entidade do Estado

deverá prestar contas anuais e, ao final da vigência do termo, contas referentes à

comprovação da correta aplicação de todos os recursos de origem pública

repassados. Os seguintes documentos devem acompanhar a prestação de contas:

relatório gerencial de execução de atividades;

demonstração de resultados do exercício;

balanço patrimonial;

demonstração das origens e aplicações de recursos;

demonstração das mutações do patrimônio social;

notas explicativas das demonstrações contábeis; e

extrato da execução física e financeira.

AUDITORIA

CELEBRAÇÃO DO TERMO DE PARCERIA

Auditoria Operacional

A auditoria operacional, quanto à celebração do TP, visa verificar a

regularidade do instrumento jurídico e da organização da parceira.

Nesta fase da auditoria deverão ser observados os seguintes

procedimentos:

Análise da Adequação do Termo de Parceria à Legislação Específica

Análise da Previsão de Receitas e Despesas Verificação da Existência Física da OSCIP

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Auditoria de Gestão

Análise do quadro de Indicadores e Metas Análise se o objeto constante no Programa de Trabalho é o mesmo descrito

no instrumento contratual

Análise, a partir de visitas in loco, a capacidade operacional da OSCIP

ADITAMENTO DO TERMO DE PARCERIA

Auditoria Operacional Análise da Adequação do Termo de Aditamento à Legislação Específica Análise da Previsão de Receitas e Despesas

Auditoria de Gestão Análise do quadro de Indicadores e Metas

Análise se o objeto constante no Programa de Trabalho é o mesmo descrito no instrumento contratual

Análise do Relatório de Execução - RE, elaborado pela OSCIP, e o Relatório de Avaliação - RA, elaborado pela CA, que deverão ser solicitados ao Órgão Estatal Parceiro.

AUDITORIA OPERACIONAL DA EXECUÇÃO DO TP

Auditoria Operacional

Verificação do cumprimento das exigências legais Análise do cumprimento do regulamento de compras Análise da realização da receita

Na verificação da conformidade da realização da receita, o auditor deverá

checar se a OSCIP:

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movimentou os recursos repassados, em virtude do Termo de Parceria, em conta

específica;

recebeu os repasses previstos no termo de parceria e seus aditivos, nos prazos e

valores determinados;

emitiu corretamente os documentos comprobatórios de realização da receita

(notas fiscais ou outros documentos equivalentes;

atuou com pontualidade nos recebimentos, observando a devida cobrança de

multas contratuais e juros de mora, quando cabível;

procedeu à aplicação financeira de recursos vinculados disponíveis;

observou a segregação de funções entre as atividades de venda, marketing,

captação de recursos, contas a receber e tesouraria.

Análise da execução da despesa

Na verificação da conformidade da execução da despesa, o auditor

deverá checar se a OSCIP:

dispõe dos documentos comprobatórios de realização da despesa (notas fiscais,

RPA, entre outros), observando:

o a legalidade e validade do documento;

o a identificação da OSCIP (denominação social, endereço e CNPJ);

o a existência de rasuras;

o a possibilidade de leitura de todo o conteúdo do documento (legibilidade);

o o preenchimento da data de emissão.

observou a pertinência e relevância do gasto em relação ao objeto do termo de

parceria;

efetuou os pagamentos em conformidade com os valores expressos nos

documentos comprobatórios de venda de bem ou contratação de serviço;

efetuou os pagamentos em conformidade com os valores decorrentes do

processo de cotação, conforme regras estabelecidas no regulamento de

compras;

executou despesas em adequação ao Quadro de Previsão de Receitas e

Despesas, constante do TP e de seus aditivos;

proporcionou gastos com multa, juros, atualização monetária e demais custos

decorrentes de atraso no pagamento, considerando a existência de recurso

disponível.

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Análise de eventuais recomendações nos Relatórios da Comissão de

Avaliação Análise das despesas com pessoal

forma de contratação dos profissionais (observância da legislação trabalhista

e previdenciária;

adequação dos salários de seus administradores e demais empregados em

relação aos preços de mercado.

Análise da conformidade dos instrumentos contratuais celebrados

Verificação da cessão de servidor Verificação da situação patrimonial dos bens cedidos/adquiridos

AUDITORIA DE GESTÃO

Entendimento claro acerca dos insumos, processos e produtos da OSCIP

Solicitação da documentação e conferência dos resultados relatados no

Relatório de Execução

Análise da fidedignidade das informações contidas no RE, verificando o cumprimento das metas, as justificativas e a veracidade das informações prestadas

análise documental;

entrevistas;

análise física.

Apresentação de recomendações e sugestões de melhorias

Análise comparativa

.

INSTRUMENTOS DE CONTROLE CONSENSUAL

Com a finalidade de fazer com que os envolvidos diretamente no termo de

parceria assumam responsabilidade sobre as irregularidades/inconformidades

apresentadas em relatório de auditoria, o Controlador Geral do Estado convocará

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uma reunião com o Secretário titular da pasta e o gestor da OSCIP para, juntos,

analisarem as questões apresentadas pelos auditores.

É de suma importância o acordo consensual das partes, pois a equipe de

auditores que faz o levantamento das questões, na maioria das vezes não tem

expertise no assunto. Assim, neste encontro, todas as questões serão devidamente

tratadas e ajustadas com as peculiaridades de cada serviço prestado pela OSCIP.

Após verificarem a situação e a pertinência das questões apresentadas,

irão consensualmente decidir qual a melhor medida a ser adotada:

CFA - Certificado Favorável de Auditoria – Certificado assinado pelo

Controlador Geral do Estado assim como pelo Secretário Titular do órgão

Estatal parceiro e o Gestor da OSCIP - Certificação acerca da ausência de

irregularidades e inconformidades.

TCG - Termo de Compromisso de Gestão – Acordo entre o Controlador Geral

do Estado, o Secretário titular do órgão estatal parceiro e o Gestor da OSCIP.

Assinatura de todos, se comprometendo a sanar as irregularidades e

inconformidades apresentadas no relatório de auditoria.

Nestes casos, cada item acordado, terá um prazo de cumprimento. O prazo

também será acordado entre as partes.

TCE - Tomada de Contas Especial – Instauração, pelo Secretário titular da

Secretaria do órgão estatal parceiro a fim de averiguar possível desvio de

verba repassada para a OSCIP. Responsabilidade da averiguação será do

órgão repassador da verba (órgão estatal parceiro).

Detectado o desvio, o órgão estatal parceiro deverá cientificar o Tribunal de

Contas do Estado.

Após assinatura dos instrumentos, a Controladoria Geral enviará para

publicação no Diário Oficial do Estado.

Desta forma, a sociedade será a maior beneficiada, pois assim os

serviços serão devidamente prestados.

93

LEGISLAÇÃO BÁSICA

MINAS GERAIS. Lei estadual n. 14.870, de 16 de dezembro de 2003 e

alterações.

MINAS GERAIS. Decreto n. 43.749, de 12 de fevereiro de 2004.

MINAS GERAIS. Decreto n. 43.818, de 16 de junho de 2004.

MINAS GERAIS. Decreto n. 43.843, de 5 de agosto de 2004.

MINAS GERAIS. Decreto n. 44.578, de 25 de julho de 2007.

MINAS GERAIS. Resolução Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão –

SEPLAG, n. 48, de 20 de maio de 2004.

MINAS GERAIS. Resolução Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão –

SEPLAG, n. 66, de 09 de agosto de 2004.

MINAS GERAIS. Resolução Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão –

SEPLAG, n. 82, de 29 de dezembro de 2006.

DECRETO 12634

DECRETO 12635

94

2 - MODELO DE CFA - CERTIFICADO FAVORÁVEL DE AUDITORIA

CFA Nº/ANO

(Certificado Favorável de Auditoria)

O Controlador Geral do Estado de Minas Gerais (nome) certifica que a Organização da sociedade civil de interesse público (nome da OSCIP) e o órgão Estatal parceiro (nome do órgão), não apresentam irregularidades/inconformidades com relação ao Termo de Parceria número xxx, firmado no dia xxx.

Sendo assim, ambos encontram-se aptos a renovarem o termo de parceria, assim como se encontram aptos a proporem outras parcerias com o Estado de Minas Gerais.

Belo Horizonte, dia/mês/ano.

Assinatura do Controlador Geral

Assinatura do Titular do órgão estatal parceiro

Assinatura do Gestor da OSCIP

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3 - MODELO DE TGC - TERMO DE COMPROMISSO DE GESTÃO

TERMO DE COMPROMISSO DE GESTÃO

TCG – Nº /ANO

O Controlador-Geral celebra o presente TERMO DE COMPROMISSO DE

GESTÃO com o titular do órgão estatal parceiro (nome do órgão) e com o titular da OSCIP

(nome da OSCIP) que se comprometem a observar, no prazo estipulado, as recomendações

abaixo descritas, em decorrência das constatações apresentadas no Relatório de Auditoria

decorrente do termo de parceria xxxx.

OBS.: A adoção pelos auditados das recomendações contidas nesse termo será objeto de monitoramento pela órgão

responsável.

Belo Horizonte, de de 2012.

Controlador-Geral do Estado (assinatura)

Secretário titular do Órgão Estatal Parceiro (assinatura)

Gestor da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (assinatura)

96

ANEXOS

1 -

97

98

99

100

101

102

103

104

105

2 - DECRETO Nº 12.634 DE 22 DE FEVEREIRO DE 2007

Sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007.

Ano XIII - Edição N. 2792

Poder Executivo

Secretaria Municipal de Governo

DECRETO Nº 12.634 DE 22 DE FEVEREIRO DE 2007

Dispõe sobre procedimentos de controle interno no âmbito da Administração Direta e Indireta do Município de Belo Horizonte, e dá outras providências.

O Prefeito de Belo Horizonte, no exercício de suas atribuições legais, de conformidade com a Lei nº 9.155, de 12 de janeiro de 2006, considerando o disposto na Lei Orgânica do Tribunal de Contas de Minas Gerais - Lei Complementar nº 33, de 28 de junho de 1994, e considerando a necessidade de estabelecer mecanismos de controle consensual e de regular mecanismos de controle tradicional na Administração Direta e Indireta do Município de Belo Horizonte,

DECRETA:

Art. 1º - Os procedimentos de auditoria realizados pela Auditoria-Geral do Município, órgão integrante da Controladoria-Geral do Município, serão realizados na forma prevista neste Decreto e nas demais normas aplicáveis à espécie.

Art. 2º - Os procedimentos de auditoria reger-se-ão pelos princípios da legalidade, legitimidade, economicidade, eficácia, eficiência, transparência da gestão pública municipal, subdividindo-se em auditorias de regularidade e auditorias de gestão.

Art. 3º - As auditorias de regularidade serão direcionadas a sindicar a adequação dos procedimentos dos órgãos, entidades, programas e projetos da Administração Pública Municipal aos princípios e regras regentes da atuação administrativa.

§ 1º - As auditorias de regularidade poderão ser iniciadas, de ofício, pelo Controlador-Geral ou pelo Auditor-Geral, por solicitação do Prefeito ou mediante requerimento de autoridade de primeiro nível hierárquico da Administração Municipal, ou, ainda, por determinação do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais - TCEMG.

§ 2º - Qualquer cidadão, devidamente qualificado e desde que apresente indícios consistentes de irregularidades na gestão pública municipal, é parte legítima para

106

provocar a Controladoria-Geral do Município, a fim de que esta instaure auditorias de regularidade.

Art. 4º - As auditorias de gestão serão direcionadas a sindicar, além dos aspectos de legalidade e legitimidade, o desempenho em si dos órgãos, entidades, programas, projetos e sistemas de tecnologia da informação, com vistas a detectar fatores de inibição e sugerir mudanças para a melhoria do desempenho da Administração Pública Municipal.

Parágrafo único - As auditorias de gestão seguirão, no que couber, a Programação Anual de Auditorias, sem prejuízo de sua realização a qualquer tempo por determinação do Controlador-Geral do Município.

Art. 5º - Aos auditores designados para a realização de auditorias no Município são asseguradas as seguintes prerrogativas:

I - livre acesso às dependências e instalações dos órgãos e entidades da Administração Municipal;

II - acesso a todos os documentos, relatórios e informações necessários à realização dos trabalhos, inclusive aos sistemas informatizados;

III - competência para requerer, mediante solicitações de auditoria (SAs), documentos, informações e acessos, fixando prazo razoável para sua apresentação;

IV - tomada de depoimentos, reduzindo o conteúdo a termo, e realização de perícias, sempre que se fizerem necessárias para o bom andamento dos trabalhos.

Parágrafo único - O impedimento de acesso, a sonegação ou a recusa imotivada na concessão de documentos e informações aos servidores designados para as auditorias constituem falta disciplinar punível nos termos da Lei nº 7.169, de 30 de agosto de 1996.

Art. 6º - As auditorias de regularidade, devidamente autuadas e numeradas, observarão as seguintes etapas:

I - instauração;

II - trabalho de campo;

III - relatório preliminar;

IV - alegações e justificativas dos auditados;

V - relatório conclusivo e instrumentos de controle.

Parágrafo único - O conteúdo das auditorias de regularidade será restrito aos auditores e auditados até a elaboração do relatório conclusivo.

107

Art. 7º - A instauração é etapa inicial do procedimento, inaugurando-se por ato do Auditor-Geral do Município, que especificará:

I - órgãos, entidades, programas e projetos a serem auditados;

II - natureza e objetivos da auditoria;

III - prazo de início e término dos trabalhos, sem prejuízo das eventuais prorrogações;

IV - servidores designados, com as prerrogativas inerentes;

V - outros elementos necessários aos trabalhos de auditoria.

Art. 8º - O trabalho de campo é etapa de instrução preliminar do procedimento e engloba solicitações de auditoria, captação de documentos, tomada de depoimentos, realização de perícias e outras medidas necessárias para subsidiar os trabalhos de auditagem.

Art. 9º - O relatório preliminar consiste na apresentação do primeiro diagnóstico de auditoria, do qual constarão a metodologia utilizada, a fundamentação legal, as falhas eventualmente detectadas, a tipificação e os responsáveis, se houver, podendo conter, ainda, sugestões para correções e melhoria do desempenho da Administração Pública Municipal.

Art. 10 - Após o encerramento, o relatório preliminar será enviado à autoridade máxima do órgão, entidade, programa ou projeto auditado, para apresentação de alegações e justificativas, no prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento.

Art. 11 - As alegações e justificativas, juntamente com o relatório preliminar de auditoria, serão submetidos a exame da unidade administrativa competente da Auditoria-Geral do Município que, após analisar o conteúdo de ambos, emitirá relatório conclusivo.

Parágrafo único - O relatório conclusivo proporá os seguintes instrumentos de controle:

I - emissão, pela Controladoria-Geral do Município, do Certificado Favorável de Auditoria - CFA, com ou sem ressalvas, nas hipóteses de inexistência de falhas substanciais e de acatamento total das alegações e justificativas apresentadas pelo auditado;

II - celebração de Termo de Compromisso de Gestão - TCG, na hipótese de constatação de irregularidades, sem evidência de má-fé dos responsáveis e sem prejuízo deliberado ao erário;

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III - conversão do procedimento de auditoria em Tomada de Contas Especial - TCE, nos termos da legislação própria, hipótese em que a Controladoria-Geral do Município comunicará o fato ao TCEMG.

Art. 12 - O Termo de Compromisso de Gestão - TCG é instrumento de controle consensual, celebrado entre a autoridade máxima do órgão, entidade, programa ou projeto auditado e a Controladoria-Geral do Município, e conterá:

I - identificação sucinta das autoridades e da administração envolvidas;

II - obrigações e metas assumidas pelas autoridades diante das recomendações do Controlador-Geral do Município;

III - prazos para implementação das obrigações assumidas;

IV - outros elementos necessários para seu fiel cumprimento.

§ 1º - O Termo de Compromisso de Gestão - TCG, obriga as autoridades signatárias à adoção das recomendações formuladas pelo Controlador-Geral e será monitorado regularmente pela Auditoria-Geral do Município, a qual poderá solicitar informações periódicas sobre seu adimplemento.

§ 2º - Será instituído banco de dados específico, visando ao permanente monitoramento dos Termos de Compromissos de Gestão celebrados.

§ 3º - O não cumprimento das obrigações previstas no Termo de Compromisso de Gestão - TCG, pelas autoridades signatárias, provoca sua automática rescisão, autorizando o Controlador-Geral do Município a dar ciência do fato ao Prefeito e ao TCEMG, sem prejuízo das responsabilidades funcionais a serem apuradas em processos próprios.

Art. 13 - As auditorias de gestão, devidamente autuadas e numeradas, obedecerão, no que couber, as etapas previstas no art. 6º deste Decreto, culminando na celebração de Termo de Compromisso de Gestão - TCG, que disciplinará, entre outros aspectos, condições e metas para a melhoria do desempenho da Administração Pública Municipal.

§ 1º - Poderão ser criadas, no âmbito da Auditoria-Geral do Município, equipes de auditoria de gestão compostas por auditores, que contarão, se necessário, com a colaboração de servidores pertencentes a outros órgãos ou entidades da Administração Pública Municipal, sem prejuízo da utilização excepcional de suporte técnico externo e especializado.

§ 2º - A Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação desenvolverá índices que servirão de base para as auditorias de gestão a cargo da Auditoria-Geral do Município.

109

Art. 14 - Aplicam-se as disposições deste Decreto, no que couber, aos procedimentos de auditoria em curso na Auditoria-Geral do Município.

Art. 15 - Do relatório anual de controle interno, que acompanha a prestação de contas do Governo, constará relação das TCEs instauradas, dos CFAs emitidos e dos TCGs celebrados pela Controladoria-Geral do Município com base neste Decreto.

Art. 16 - As falhas administrativas recorrentemente detectadas pelos trabalhos da Auditoria-Geral do Município, assim como as sugestões apresentadas para o exato cumprimento da lei e do Direito, poderão ser sintetizadas em Súmulas de orientação, dirigidas aos órgãos, entidades, programas e projetos da Administração Pública Municipal.

Art. 17 - O Controlador-Geral do Município expedirá normas complementares à fiel aplicação deste Decreto.

Art. 18 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 22 de fevereiro de 2007

Fernando Damata Pimentel

Prefeito de Belo Horizonte

110

3 - DECRETO Nº 12.635 DE 22 DE FEVEREIRO DE 2007 Sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007.

Ano XIII - Edição N. 2792

Poder Executivo

Secretaria Municipal de Governo

DECRETO Nº 12.635 DE 22 DE FEVEREIRO DE 2007

Dispõe sobre a Tomada de Contas Especial no âmbito da Administração Direta e Indireta do Município de Belo Horizonte.

O Prefeito de Belo Horizonte, no exercício de suas atribuições legais e de conformidade com a Lei nº 9.155, de 12 de janeiro de 2006, e com o art. 40 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais - Lei Complementar nº 33, de 28 de junho de 1994, e respectivas instruções normativas complementares,

DECRETA:

Art. 1º - Os procedimentos administrativos de Tomada de Contas Especial, no âmbito da Administração Direta e Indireta do Município de Belo Horizonte, serão realizados com observância das normas gerais expedidas pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais - TCEMG, e pelo disposto neste Decreto.

Art. 2º - A Tomada de Contas Especial, no âmbito da Administração Direta e Indireta do Município de Belo Horizonte, será instaurada quando constatada a ocorrência de quaisquer dos seguintes fatos:

I - omissão no dever de prestar contas;

II - falta de comprovação da aplicação de recursos repassados pelo Poder Executivo do Município mediante convênio, acordo, ajuste ou instrumento congênere, bem como a título de auxílio, subvenção ou contribuição;

III - ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos;

IV - prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, do qual resulte dano ao erário.

Art. 3º - A autoridade administrativa competente do órgão ou entidade da Administração Direta ou Indireta do Município, ao tomar conhecimento de quaisquer dos fatos relacionados no art. 2º deste Decreto, deverá, imediatamente, sob pena de responsabilidade solidária, promover a instauração da Tomada de Contas Especial para a apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano.

111

Parágrafo único - Considera-se competente para os fins do caput deste artigo o Secretário Municipal ou correlato, na Administração Direta, e o dirigente máximo das entidades na Administração Indireta, salvo delegação de competência.

Art. 4º - Ao instaurar a Tomada de Contas Especial a autoridade competente deverá:

I - designar, mediante portaria, servidor, empregado ou comissão para conduzir o procedimento administrativo de Tomada de Contas Especial, fixando prazo para sua conclusão;

II - seguir os procedimentos fixados pelo TCEMG, para a instrução das Tomadas de Contas Especiais;

III - comunicar à Controladoria-Geral do Município a instauração da Tomada de Contas Especial;

IV - aprovar o relatório final da Tomada de Contas Especial para a manifestação do Controlador-Geral do Município, que a encaminhará ao TCEMG.

Parágrafo único - As pessoas designadas para conduzirem a Tomada de Contas Especial não poderão estar envolvidas com os fatos a serem apurados, nem possuir qualquer interesse no resultado do procedimento.

Art. 5º - Na hipótese de omissão da autoridade responsável pela instauração da Tomada de Contas Especial, o Controlador-Geral do Município a instaurará nos termos do inciso VI do art. 3º da Lei nº 9.155/06, sem prejuízo da responsabilização administrativa pela omissão.

Art. 6º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação e revoga o Decreto nº 12.320, de 10 de março de 2006.

Belo Horizonte, 22 de fevereiro de 2007

Fernando Damata Pimentel

Prefeito de Belo Horizonte

112

4 - DECRETO Nº. 45.007, DE 13 DE JANEIRO DE 2009. Altera o Decreto nº 44.914, de 3 de outubro de 2008, que regulamenta a qualificação

de pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, como Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público OSCIP, e institui e disciplina o Termo de

Parceria, de que trata a Lei nº 14.870, de 16 de dezembro de2003.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe

confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado,

DECRETA:

Art. 1º O § 1º do art. 50 do Decreto nº 44.914, de 3 de outubro de 2008, passa a

vigorar com a seguinte redação:

"Art. 50............................................................................................................................

§ 1º A OSCIP será responsável pela escolha e contratação da pessoa jurídica que

realizará os trabalhos de auditoria, dentre aquelas habilitadas pelos Conselhos

Regionais de Contabilidade e credenciadas pela AUGE, observando, para isso, seu

regulamento de compras e contratações.

..............................................................................................................................." (nr)

Art. 2º A auditoria externa de que trata o art. 50 do Decreto nº 44.914, de 2008, será

exigida a partir do exercício de 2009.

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 13 de janeiro de 2009; 221º da

Inconfidência Mineira e 188º da Independência do Brasil.

AÉCIO NEVES

Danilo de Castro

Renata Maria Paes de Vilhena

Maria Celeste Guimarães Morais

113

5 - DECRETO Nº. 45.088, DE 24 DE ABRIL DE 2009.

Altera os Decretos nº. 44.817, de 21 de maio de 2008, e nº. 44.914, de outubro de

2008.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe

confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado, e tendo em vista o

disposto na Lei Delegada nº 126, de 25de janeiro de 2007, e na Lei nº 14.870, de 16

de dezembro de 2003,

DECRETA:

Art. 1º Os arts. 4º e 42 do Decreto nº 44.817, de 21 de maio de 2008, que dispõe

dobre a

organização da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão -SEPLAG, passam

a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 4º...............................................

VIII -Subsecretaria de Gestão:

d) Superintendência Central de Modernização Institucional:

..................................................................

4. Diretoria Central de Parcerias com OSCIPs.

..................................................................

Art. 42................................................

I -desenvolver e implementar:

a) instrumentos de contratualização de resultados, que busquem incentivar as

organizações na melhoria da eficiência, eficácia e efetividade dos programas

governamentais; e

b) o processo de avaliação de desempenho institucional, por meio dos acordos de

resultados, de forma a oferecer à sociedade instrumentos objetivos de mensuração

do desempenho dos órgãos e entidades;

.........................................................." (nr)

114

Art. 2º O Decreto nº 44.817, de 2008, passa a vigorar acrescido da seguinte

Subseção IV composta do art. 42-A:

"Subseção IV

Da Diretoria Central de Parcerias com OSCIPs

Art. 42-A. A Diretoria Central de Parcerias com OSCIPs – DCPO -tem por finalidade

desenvolver e implementar mecanismos alternativos de gerenciamento de políticas

públicas, para a implantação de políticas não-exclusivas do Estado, competindo-lhe:

I -estabelecer diretrizes e propor normas para a política de contratualização de

resultados com a sociedade civil organizada;

II -analisar os pedidos de concessão do título de Organização da Sociedade Civil de

Interesse Público -OSCIP, nos termos da Lei nº 14.870, de 16 de dezembro de 2003;

III -orientar os órgãos e entidades do Poder Executivo na formulação e celebração

dos termos de parceria; e

IV -desenvolver estudos, pesquisas e promover debates relacionados ao

desenvolvimento dos instrumentos de parceria do Estado com o Terceiro Setor." (nr)

Art. 3º O parágrafo único do art. 23 do Decreto nº 44.914, de 3 de outubro de 2008,

que regulamenta a Lei nº 14.870, de 2003, que dispõe sobre a qualificação de

pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, como Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público -OSCIP, passa a vigorar como § 1º, ficando o

artigo acrescido do seguinte § 2º:

"Art. 23.............................................

§ 1º Para acompanhamento e fiscalização do Termo de Parceria, o OEP publicará

ato de seu dirigente máximo em até quinze dias da assinatura da parceria contendo,

no mínimo, o nome de um integrante da Assessoria Jurídica e outro da área de

Contabilidade e Finanças, para assessorarem o Supervisor em suas tarefas.

115

§ 2º O membro da Assessoria Jurídica do OEP, no âmbito de suas atribuições,

deverá prestar assistência jurídica ao Supervisor do Termo de Parceria, sempre que

demandado." (nr)

Art. 4º O § 4º do art. 42 e o art. 75 do Decreto nº 44.914, de 2008, passam a vigorar

com as seguintes alterações:

"Art. 42..............................................

§ 4º Deverão ser realizadas pelo supervisor checagens amostrais periódicas, com

intervalo máximo de três meses, de documentos fiscais, trabalhistas e

previdenciários da OSCIP, assim como de contratos e extratos bancários,

observando o cumprimento do regulamento de compras e contratações e a

adequação das despesas.

…....................................................................................................................................

Art. 75. Compete à Diretoria Central de Parcerias com OSCIPs da SEPLAG proceder

à análise dos pedidos de qualificação das entidades como OSCIP, e fornecer o

suporte técnico e institucional para a celebração dos termos de parceria." (nr)

Art. 5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 24 de abril de 2009; 221º da

Inconfidência Mineira e 188º da Independência do Brasil.

AÉCIO NEVES

Danilo de Castro

Renata Maria Paes de Vilhena

116

6 - DECRETO Nº 45.269, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009. Altera o Decreto nº. 44.914, de 3 de outubro de 2008, que regulamenta a Lei 14.870,

de 26 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a qualificação de pessoa jurídica de

direito privado, sem fins lucrativos, como Organização da Sociedade Civil de

Interesse Público -OSCIP, institui e disciplina o Termo de Parceria e dá outras

providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe

confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado,

DECRETA:

Art. 1º Os Arts. 2º., 15, 22, 23, 28, 30, 40, 42, 45, 50, 52, 53, 55, 56, 60, 62 e 63 do

Decreto nº. 44.914, de 3 de outubro de 2008, passam a vigorar com a seguinte

redação:

"Art.2º.........................................................................................................

V -declaração de que a entidade não mantém agente público ativo de qualquer dos

entes federados, exercendo, a qualquer título, cargo de direção na entidade, exceto

se cedido, nos termos do § 6º do art. 20 da Lei nº. 14.870, de 2003, conforme

modelo disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG; e

........................................................................................................................................

Art.15.

..............................................................................................................................

VIII -minuta de Regulamento de Compras e Contratações, devidamente validada

pela SEPLAG e pelo OEP, contendo os requisitos constantes do Manual de

Construção disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG.

........................................................................................................................................

117

Art.22.

.............................................................................................................................

I -apresentar ao OEP, ao término de cada período avaliatório, Relatório Gerencial de

Resultados e Relatório Gerencial Financeiro, sobre a execução do objeto do Termo

de Parceria, conforme modelos disponibilizados no sítio eletrônico da SEPLAG;

........................................................................................................................................

VI -publicar em jornal de grande circulação, no prazo máximo de trinta dias,

contados da assinatura do Termo de Parceria, a íntegra do Regulamento de

Compras e Contratações, conforme previsto no art. 17 da Lei nº 14.870, de 2003,

contendo procedimentos para promover a contratação de quaisquer bens, obras e

serviços, bem como para compras com o emprego de recursos provenientes do

Poder Público ou arrecadados em função da existência do Termo de Parceria;

........................................................................................................................................

XI -disponibilizar, em seu sítio eletrônico, seu estatuto, certificado de qualificação

como OSCIP Estadual, o Termo de Parceria na íntegra e seus aditamentos, bem

como todos os Relatórios Gerenciais de Resultados com demonstrativos financeiros

consolidados, e os Relatórios da Comissão de Avaliação no prazo de quinze dias

após a formalização dos referidos documentos;

........................................................................................................................................

XVI-...............................................................................................................................

a) quando não forem apresentadas, nos prazos exigidos, as prestações de contas

anuais e de encerramento;

........................................................................................................................................

XVIII -manter o OEP e a SEPLAG informados sobre quaisquer alterações em seu

Estatuto, composição de Diretoria, Conselhos e outros órgãos da OSCIP, diretivos

ou consultivos; e

118

XIX -as alterações estatutárias deverão ser enviadas para a SEPLAG em até dez

dias úteis após o registro em cartório.

........................................................................................................................................

§3º No que se refere à elaboração, aplicação e alteração do Regulamento de

Compras e Contratações, será observado o seguinte:

I -o Regulamento de Compras e Contratações deverá ser construído de forma a

contemplar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,

eficiência e razoabilidade e os requisitos mínimos estabelecidos no Manual de

Construção do Regulamento de Compras e Contratações, disponível no sítio

eletrônico da SEPLAG;

II -é vedada qualquer forma de aquisição ou contratação, com recursos provenientes

do Termo de Parceria, anterior à publicação do Regulamento de Compras e

Contratações, devidamente validado pela SEPLAG e pelo OEP;

III -todas as alterações efetuadas no Regulamento de Compras e Contratações

deverão ser submetidas à análise da SEPLAG e do OEP, para validação e posterior

disponibilização no sítio eletrônico da OSCIP; e

IV -a análise a que se refere o inciso III será feita com base no Manual de

Construção do Regulamento de Compras e Contratações e nos requisitos mínimos

nele previstos.

Art.23 .............................................................................................................................

VII -analisar a prestação de contas anual, apresentada pela OSCIP de acordo com o

disposto no art. 62;

VIII -analisar a prestação de contas de encerramento, apresentada pela OSCIP de

acordo com o disposto no art. 63;

119

IX -disponibilizar, em seu sítio eletrônico, na íntegra, o Termo de Parceria e seus

aditamentos, bem como todos os Relatórios Gerenciais de Resultados e da CA, no

prazo de quinze dias, a partir da assinatura dos referidos documentos; e

X -comunicar tempestivamente à OSCIP todas as orientações e recomendações

efetuadas pela Auditoria-Geral do Estado -AUGE e pela SEPLAG, bem como

acompanhar e supervisionar as implementações necessárias no prazo devido.

........................................................................................................................................

Art.28.

.............................................................................................................................

§6º

..................................................................................................................................

V -o Relatório Gerencial de Resultado, o Relatório Gerencial Financeiro e o Relatório

da CA.

§7º Quando houver necessidade de alteração de rubrica orçamentária, o OEP o fará

por meio de termo de apostila, assinada por seu dirigente máximo e apensada à

documentação do Termo de Parceria e de seus aditivos.

Art.30.

.............................................................................................................................

§ 5º O período de que trata o caput não poderá ultrapassar trinta dias corridos,

sendo que a OSCIP não poderá assumir compromissos após o encerramento da

vigência do Termo de Parceria.

§ 6º É vedada a realização de repasse sem instrumento formal vigente, mesmo que

tenha sido autorizado pela CA e pelo supervisor do Termo de Parceria.

Art. 40. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada

pelo OEP.

120

Art.42.

.............................................................................................................................

§4º Deverão ser realizadas pelo supervisor checagens amostrais periódicas sobre o

período avaliatório a ser analisado pela CA, gerando-se um relatório conclusivo que

deverá ser disponibilizado à CA no dia da reunião.

§5º As checagens amostrais periódicas deverão ser realizadas sobre os documentos

fiscais, trabalhistas e previdenciários da OSCIP, assim como de contratos e extratos

bancários, observado o cumprimento do Regulamento de Compras e Contratações

pela OSCIP e adequação das despesas ao objeto do Termo de Parceria.

Art.45.

.............................................................................................................................

§2º Para subsidiar a avaliação realizada pela Comissão, a OSCIP deverá

apresentar, até quinze dias após o término de cada período avaliatório, Relatório

Gerencial de Resultados e Relatório Gerencial Financeiro sobre a execução do

objeto do Termo de Parceria, elaborados conforme modelos disponibilizados no sítio

eletrônico da SEPLAG.

§3º O Relatório Gerencial de Resultados e o Relatório Gerencial Financeiro serão

encaminhados pela OSCIP ao supervisor do Termo de Parceria que, no prazo de até

cinco dias úteis, deverá analisar o seu conteúdo e atestar a veracidade e a

fidedignidade das informações apresentadas e, quando for necessário, solicitar à

OSCIP a realização de alterações ou adequações.

§4º O supervisor deverá assinar a versão final do Relatório Gerencial de Resultados

e do Relatório Gerencial Financeiro e encaminhar uma cópia para cada membro da

CA com, no mínimo, cinco dias úteis de antecedência da data da reunião, a ser

convocada pelo supervisor.

Art.50.

.............................................................................................................................

121

§3º A auditoria externa será realizada sobre a prestação de contas anual do Termo

de Parceria, no prazo estabelecido pela OSCIP.

........................................................................................................................................

§5º A auditoria externa deverá ser realizada sobre prestação de contas de

encerramento do Termo de Parceria caso o período abrangido por esta prestação de

contas seja superior a três meses.

Art.52. ............................................................................................................................

Parágrafo único. A liberação de recursos de que trata o caput obedecerá ao

cronograma de desembolso e às demais disposições constantes do Termo de

Parceria, ressalvadas a necessidade de manifestação favorável da CA e autorização

do supervisor.

Art. 53. Os recursos repassados pelo OEP à OSCIP, enquanto não utilizados, serão

obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança ou em fundo de aplicação

financeira de curto prazo, de liquidez imediata e composto majoritariamente por

títulos públicos, quando não forem utilizados nos trinta dias subseqüentes à

liberação.

§1º As receitas financeiras auferidas na forma do caput, bem como as receitas

arrecadadas diretamente pela OSCIP em função da existência do Termo de

Parceria, serão obrigatoriamente aplicadas na execução do objeto do Termo de

Parceria, devendo constar das prestações de contas anuais e de encerramento.

§2º Ainda que não sejam oriundas diretamente do Tesouro Estadual, as receitas

arrecadadas pela OSCIP em função da existência do Termo de Parceria deverão

obedecer, em sua aplicação, ao Regulamento de Compras e Contratações.

........................................................................................................................................

§4º Para fins deste Decreto, entende-se como receitas arrecadadas diretamente

pela OSCIP, em função da existência do Termo de Parceria, as seguintes:

122

I -resultados de bilheteria de eventos promovidos pela OSCIP, ligados diretamente

ao objeto do Termo de Parceria;

II -patrocínios advindos em função da prestação de serviços previstos ou em

decorrência do Termo de Parceria;

III -recursos direcionados ao fomento de projetos relacionados diretamente ao objeto

do Termo de Parceria;

IV -taxas de administração ou de gestão de recursos advindos por meio das leis de

incentivo, dentre outros;

V -receitas de prestação de serviços ligados à execução do objeto do Termo de

Parceria;

VI -receita de comercialização de produtos oriundos da execução do objeto do

Termo de Parceria;

VII -juros bancários e outras receitas financeiras advindas da aplicação dos recursos

repassados por meio do Termo de Parceria;

VIII -juros bancários e outras receitas financeiras advindas da aplicação dos

recursos a

que se refere o §2º;

IX -recursos captados por meio de renúncia fiscal de qualquer um dos entes

federados;

X -recursos advindos de incentivo fiscal; e

XI -direitos sobre marcas e patentes, advindas da execução do Termo de Parceria.

Art.55. Quando do encerramento ou rescisão do Termo de Parceria, os saldos

financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das

123

aplicações financeiras realizadas e das arrecadadas diretamente pela OSCIP em

função da existência do Termo de Parceria, serão devolvidos ao órgão repassador

dos recursos, no prazo de trinta dias do término das atividades, sob pena de

imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada

pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.

Art.56.

.............................................................................................................................

§3º A permuta de que trata o § 2º dependerá de prévia avaliação do bem e de

expressa autorização do órgão permitente.

Art.60.

.............................................................................................................................

I -ao término de cada exercício;

II -no encerramento do Termo de Parceria; e

III -a qualquer momento, por solicitação do OEP.

Art.62.

.............................................................................................................................

§1º A prestação de contas anual será instruída com os seguintes documentos:

I -relatório de execução anual, seguindo modelo disponibilizado no sítio eletrônico da

SEPLAG;

II -demonstração de resultados do exercício;

III -balanço patrimonial;

IV -demonstração de valor adicionado;

124

V -demonstração das mutações do patrimônio líquido social;

VI -demonstração de fluxo de caixa;

VII -notas explicativas das demonstrações contábeis, caso necessário;

VIII -inventário geral dos bens cedidos ou adquiridos;

IX -comprovantes de despesas reembolsadas;

X -extratos bancários da conta específica do Termo de Parceria e da conta

específica em que se movimentam os recursos diretamente arrecadados em função

da existência do termo, quando houver;

XI -comprovantes da homologação das rescisões trabalhistas, quando houver;

XII -comprovantes de regularidade fiscal, trabalhista e previdenciária;

XIII -outros documentos que possam comprovar a utilização dos recursos

repassados, conforme solicitação do OEP; e

XIV -parecer da auditoria externa independente sobre a aplicação dos recursos

recebidos mediante o Termo de Parceria e os diretamente arrecadados em função

do Termo de Parceria, nos termos do art. 50.

§2º A OSCIP deverá encaminhar ao OEP a prestação de contas de que trata este

artigo até 31 de janeiro do ano subsequente ao objeto da prestação de contas,

podendo solicitar dilação de prazo por trinta dias, condicionada à aprovação do OEP

e da SEPLAG.

§3º Após o recebimento da prestação de contas de que trata o SS 2º, o OEP deverá

analisar a documentação encaminhada e emitir parecer aprovando ou reprovando a

prestação de contas, até sessenta dias a partir do recebimento da prestação de

contas encaminhada pela OSCIP.

125

§4º Durante o período de análise da prestação de contas pelo OEP, este poderá

solicitar correções ou esclarecimentos à OSCIP.

§5º Após a emissão do parecer de que trata o SS 3º, o OEP deverá publicar o

extrato da execução física e financeira, de acordo com o modelo constante no sítio

eletrônico da SEPLAG, no Órgão Oficial de Imprensa dos Poderes do Estado, até 10

de maio do ano subsequente ao objeto da prestação de contas.

§6º O parecer de que trata o SS 3º deverá conter análise da área finalística do OEP

acerca dos resultados atingidos e análise da área de contabilidade e finanças do

OEP acerca da execução financeira da OSCIP.

Art. 63. A prestação de contas de encerramento a que se refere o inciso II do art. 60

será realizada ao final da vigência do Termo de Parceria, conforme o estabelecido

no §1º do art. 62, referente ao período em que não houve cobertura de uma

prestação de contas anual.

§1º A OSCIP deverá encaminhar, em até trinta dias do término da vigência do Termo

de Parceria, todos os documentos previstos no SS 1º do art. 62, somente referentes

ao período em que não houve cobertura por uma prestação de contas anual.

§2º. A OSCIP poderá solicitar dilação de prazo por trinta dias, condicionada à

aprovação do OEP e da SEPLAG.

§3º Após o recebimento da prestação de contas de que trata o SS 1º, o OEP terá o

prazo de sessenta dias para analisar a documentação encaminhada e emitir

parecer, aprovando ou reprovando a prestação de contas.

§4º Durante o período de análise da prestação de contas pelo OEP, este poderá

solicitar correções ou esclarecimentos à OSCIP, no prazo por ele estabelecido.

§5º No prazo máximo de dez dias, após a emissão do parecer de que trata o SS 3º,

o OEP deverá providenciar a publicação, no Órgão Oficial de Imprensa dos Poderes

126

do Estado, de extrato de encerramento do Termo de Parceria, conforme modelo

disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG.

§ 6º O parecer de que trata o SS 3º deverá conter análise da área finalística do OEP

acerca dos resultados atingidos, e análise da área de contabilidade e finanças do

OEP acerca da execução financeira da OSCIP.

§ 7º O Termo de Parceria será considerado encerrado após a publicação do extrato

de encerramento." (nr)

Art. 2º Fica acrescido ao Decreto nº. 44.914, de 2008, o CAPÍTULO XI DISPOSIÇÃO

TRANSITÓRIA, com a seguinte redação:

"CAPÍTULO XI -DISPOSIÇÃO TRANSITÓRIA

Art. 79. As OSCIPs com Termo de Parceria assinados com o Estado de Minas

Gerais deverão revisar seu Regulamento de Compras e Contratações, submetendo-

o à análise e aprovação do OEP e da SEPLAG em até trinta dias após a publicação

deste Decreto." (nr)

Art. 3º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º. Ficam revogados o § 4º do artigo 13 e o artigo 61 do Decreto nº 44.914, de 3

de outubro de 2008.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 29 de dezembro de 2009; 221º da

Inconfidência Mineira e 188º. da Independência do Brasil.

AÉCIO NEVES

Danilo de Castro

Renata Maria Paes de Vilhena

127

7 - DECRETO Nº 14.564, DE 12 DE SETEMBRO DE 2011. Terça-feira, 13 de setembro de 2011. Ano XVII - Edição N.: 3908 Poder Executivo Secretaria Municipal de Governo DECRETO Nº 14.564, DE 12 DE SETEMBRO DE 2011 Dispõe sobre procedimentos de controle interno no âmbito da Administração Direta e Indireta do Município de Belo Horizonte, e dá outras providências.

O Prefeito de Belo Horizonte, no exercício de suas atribuições legais, de conformidade com a Lei nº 9.155, de 12 de janeiro de 2006, alterada pela Lei nº 10.202, de 10 de junho de 2011, e considerando o disposto na Lei Orgânica do Tribunal de Contas de Minas Gerais - Lei Complementar Estadual nº 102, de 17 de janeiro de 2008, bem como a necessidade de aprimorar os mecanismos de controle consensual e de regular os mecanismos de controle tradicional na Administração Direta e Indireta do Município de Belo Horizonte,

DECRETA:

Art. 1º - Os procedimentos de auditoria realizados pela Auditoria-Geral do Município, órgão integrante da Controladoria-Geral do Município, no âmbito da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo do Município, serão realizados na forma prevista neste Decreto e nas demais normas aplicáveis à espécie.

CAPÍTULO I DAS DEFINIÇÕES

Art. 2º - Para os fins deste Decreto, ficam estabelecidos os seguintes conceitos:

I - Produto Preliminar: documento contendo o primeiro diagnóstico decorrente da realização dos trabalhos de auditorias, programadas ou extraordinárias, que compreende relatório, parecer técnico e laudo técnico preliminares;

II - Produto Conclusivo: documento contendo o resultado da avaliação das medidas adotadas em face das recomendações constantes dos produtos preliminares, que compreende relatório, parecer técnico e laudo técnico conclusivos;

III - Auditoria Programada: procedimento de auditoria para o qual já existam parâmetros para estabelecer o seu nível de complexidade e o tempo necessário para sua execução e que seja objeto de programação anual de auditoria;

128

IV - Auditoria Extraordinária: procedimento de auditoria de cunho eventual ou atípico e não prevista na programação anual de auditoria;

V - Atividades Especiais: atividades a serem desempenhadas, conforme determinação superior, relacionadas com o exercício de funções de planejamento, controle, normatização, programação, coordenação, estudos e pesquisas relacionadas com a área de atuação da Auditoria e, ainda, quando convocado para participar de reuniões de trabalho ou de órgãos colegiados;

VI - Solicitação de Auditoria - SA: expediente padrão da Auditoria-Geral do Município, por meio do qual são ordinariamente requeridos documentos, informações e acessos físico e/ou digital, apresentado por meio de mensagem de correio eletrônico institucional sem prejuízo do seu encaminhamento por meio convencional, quando necessário, devendo uma via do aludido documento ser apensada ao respectivo processo de auditoria;

VII - Processo de Auditoria: expediente iniciado exclusivamente pela Auditoria-Geral do Município, devidamente autuado e numerado, instruído com elementos suficientes para sustentar os diagnósticos e recomendações, sem prejuízo de outras peças que possam contribuir para clareza dos achados de auditoria;

VIII - Termo de Compromisso de Gestão - TCG: instrumento de controle consensual, decorrente das auditorias de conformidade e operacionais, ou de situações identificadas pela Controladoria-Geral do Município que recomendem sua adoção, celebrado entre o gestor do órgão, entidade, programa ou projeto auditado e o órgão responsável pelo controle interno;

IX - Administração Municipal: órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo do Município Belo Horizonte.

CAPÍTULO II DAS AUDITORIAS

Art. 3º - Os procedimentos de auditoria serão subdivididos em programados e extraordinários conforme a motivação para expedição das respectivas designações.

Art. 4º - A programação anual de auditoria contemplará auditorias de regularidade e auditorias operacionais e será submetida à aprovação do Controlador-Geral do Município.

Art. 5º - A execução da programação anual de auditoria será acompanhada diretamente pelas gerências competentes, além da supervisão pelo Auditor-Geral do Município.

129

Art. 6º - Os procedimentos de auditoria são classificados em auditorias de regularidade e auditorias operacionais.

Seção I Das Auditorias de Regularidade

Art. 7º - As auditorias de regularidade subdividem-se em:

I - auditorias de conformidade direcionadas a avaliar a regularidade dos atos e procedimentos dos órgãos, entidades, programas e projetos da Administração Municipal aos princípios regentes da atuação administrativa e à legislação aplicável;

II - auditorias da gestão destinadas a monitorar os atos de gestão com repercussão contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, considerando os aspectos inerentes às prestações de contas do Chefe do Poder Executivo visando a formar subsídios para a elaboração do Relatório Anual de Controle Interno.

Parágrafo único - Serão considerados, para fins das auditorias da gestão, os índices de eficiência, eficácia da gestão orçamentária, financeira e patrimonial desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação, sem prejuízo de outros parâmetros aplicáveis.

Seção II Das Auditorias Operacionais

Art. 8º - As auditorias operacionais serão direcionadas a sindicar, além dos aspectos de legalidade e legitimidade, o desempenho em si dos órgãos, entidades, programas e projetos com vistas a detectar fatores de inibição e sugerir mudanças para a melhoria do desempenho da Administração Municipal.

Art. 9º - As auditorias operacionais subdividem-se em:

I - auditorias de tecnologia da informação, que objetivam a verificação do grau de observância dos requisitos de segurança física e lógica, da preservação da informação e do ambiente tecnológico, das métricas de análise de sistemas de informação, da obediência à legislação, aos padrões internacionais e às melhores práticas aplicáveis, além de outros aspectos inerentes;

II - auditorias da qualidade, que visam ao levantamento, análise e certificação dos programas, projetos, órgãos, entidades, unidades administrativas, serviços e processos ou de atendimento à população visando a identificar a adoção das melhores práticas ou o atingimento de um nível de excelência, tanto para a legitimação e disseminação no ambiente interno, quanto para o estímulo à adesão por outras unidades administrativas, além do reconhecimento no ambiente externo;

III - fiscalizações e inspeções físicas, que se destinam a conferir o aspecto fático da execução do objeto dos projetos, obras e serviços contratados ou executados diretamente pelos órgãos e entidades municipais, dos fornecimentos de

130

mercadorias, e ainda, validação de relatórios e sorteios, além de outros procedimentos alcançados pela espécie.

Parágrafo único - A certificação da qualidade pela Auditoria-Geral do Município observará os parâmetros e critérios a serem fixados em ato do Executivo.

CAPÍTULO III

DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Art. 10 - Os procedimentos de auditoria reger-se-ão pelos princípios da legalidade, legitimidade, economicidade, eficácia, eficiência, efetividade e transparência da gestão pública municipal.

Seção I Das Etapas dos Procedimentos de Auditoria

Art. 11 - As auditorias poderão ser iniciadas de ofício pelo Auditor-Geral, ou por determinação do Controlador-Geral ou do Prefeito, ou mediante solicitação de autoridade de primeiro grau hierárquico da Administração Direta ou titular de entidade da Administração Indireta, ou, ainda, por determinação do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais - TCEMG.

Art. 12 - Os procedimentos de auditoria observarão as seguintes etapas, quando necessárias:

I - instauração;

II - trabalho de campo;

III - produto preliminar;

IV - aprovação pelo Auditor-Geral e encaminhamentos;

V - justificativas e providências adotadas pelos auditados;

VI - produto conclusivo;

VII - aprovação pelo Auditor-Geral e encaminhamentos.

§ 1º - A instauração é a etapa inicial do procedimento, inaugurando-se por ato do Auditor-Geral do Município, que especificará:

I - órgãos, entidades, programas e projetos a serem auditados;

II - natureza e objetivos do procedimento de auditoria;

III - prazos de início e término dos trabalhos, sem prejuízo das eventuais prorrogações;

131

IV - servidores designados, com as prerrogativas inerentes;

V - outros elementos necessários aos trabalhos de auditoria.

§ 2º - O trabalho de campo é a etapa de instrução dos procedimentos de auditoria e engloba solicitações de auditoria, captação de documentos, entrevistas, realização de perícias e outras medidas necessárias para subsidiar a auditagem.

§ 3º - Do produto preliminar constarão a metodologia utilizada, a fundamentação, as falhas e as irregularidades eventualmente detectadas e os responsáveis, se houver, podendo conter, ainda, sugestões para correções e melhoria do desempenho da Administração Municipal.

§ 4º - O produto preliminar, após aprovação pelo Auditor-Geral, será enviado ao gestor do órgão, entidade, programa ou projeto auditado para adoção de providências ou apresentação de justificativas, no prazo de 5 (cinco) dias úteis contados do recebimento, ressalvadas as situações que motivem a fixação de prazo diferenciado em razão da urgência ou complexidade das medidas saneadoras a serem implementadas.

§ 5º - Na hipótese de inexistência de falhas e irregularidades, será proposto o arquivamento do processo de auditoria à Controladoria-Geral do Município, a quem competirá a decisão final.

§ 6º - A comprovação das providências adotadas e as justificativas apresentadas, devidamente aprovadas pelo gestor do órgão ou entidade, serão submetidas ao exame da Auditoria-Geral do Município, que emitirá o produto conclusivo a ser remetido para deliberação final da Controladoria-Geral do Município, sugerindo, conforme o caso, as seguintes providências:

I - arquivamento do processo de auditoria, nos casos de acatamento total das alegações e justificativas apresentadas e/ou providências adotadas pelo auditado;

II - celebração de TCG no caso de persistirem as irregularidades sem indícios de má-fé dos responsáveis e sem dano ao erário;

III - conversão do procedimento de auditoria em Tomada de Contas Especial - TCE nos casos em que se revelarem indícios de má fé e/ou dano ao erário e nas demais hipóteses previstas na legislação própria, devendo o Controlador-Geral do Município comunicar o fato ao TCEMG.

Art. 13 - O conteúdo das auditorias será restrito ao ambiente da Auditoria-Geral do Município até o acolhimento do produto conclusivo pela Controladoria-Geral do Município, salvo para aqueles órgãos e entidades que, por sua natureza, devam ter conhecimento.

132

Art. 14 - Os produtos das auditorias de regularidade e operacionais serão encaminhados por meio de mensagem de correio eletrônico institucional, sem prejuízo do seu encaminhamento por meio convencional, quando necessário.

§ 1º - O encaminhamento por meio de mensagem de correio eletrônico de que trata o caput deste artigo terá protocolização mediante certificação digital.

§ 2º - A Auditoria-Geral do Município implementará práticas com vistas à substituição gradativa da documentação física pelos meios que permitirem a tramitação eletrônica dos procedimentos de auditoria por meio da implantação do processo virtual digital.

CAPÍTULO IV

DO TERMO DE COMPROMISSO DE GESTÃO Art. 15 - O Termo de Compromisso de Gestão - TCG conterá:

I - identificação sucinta das partes envolvidas;

II - cláusulas contendo obrigações e metas assumidas pelas partes;

III - prazos para implementação das obrigações assumidas nas respectivas cláusulas;

IV - outros elementos necessários ao seu fiel cumprimento.

§ 1º - O TCG obriga os signatários à adoção das providências previstas nas respectivas cláusulas e será monitorado regularmente pela Auditoria-Geral do Município, a qual poderá solicitar informações periódicas sobre seu adimplemento.

§ 2º - Será instituído banco de dados específico, visando ao permanente monitoramento dos TCGs celebrados.

§ 3º - O relatório de monitoramento consiste na avaliação pela Auditoria-Geral do Município das justificativas apresentadas e da comprovação das providências adotadas, aprovadas pelo gestor do órgão ou entidade, em relação aos compromissos constantes do TCG, após transcurso dos prazos pactuados.

§ 4º - O não cumprimento das obrigações previstas no TCG pelos signatários implica sua rescisão, devendo o Controlador-Geral do Município dar ciência do fato ao Prefeito e ao TCEMG, sem prejuízo das responsabilidades funcionais a serem apuradas em processo próprio.

§ 5º - Eventuais solicitações de alteração de conteúdo e de prazos constantes dos TCG deverão ser apresentadas à Controladoria-Geral do Município.

133

CAPÍTULO V DA REFERÊNCIA DE CONTROLE INTERNO

Art. 16 - A Auditoria-Geral do Município exercerá o controle prévio e concomitante por meio da referência de controle interno, que, observando os princípios da legalidade, legitimidade, economicidade, eficácia, eficiência, efetividade, transparência da gestão pública, atuará diretamente nos órgãos e entidades da Administração Municipal, conforme designação expressa do Auditor-Geral.

§ 1º - O controle a ser exercido quando da atuação da referência de controle interno, na forma deste artigo, não prejudica o controle posterior a ser exercido a qualquer tempo pela Auditoria-Geral do Município e não vincula a Auditoria-Geral aos atos resultantes daquela atuação.

§ 2º - O auditor, referência de controle interno, examinará e avaliará o desenvolvimento e execução dos atos e procedimentos administrativos dos órgãos e entidades da Administração Municipal, visando a mitigar o risco de desconformidade com a legislação, programas e instrumentos obrigacionais, considerando os elementos essenciais de controle da Administração Pública.

§ 3º - O exame e avaliação de que trata este artigo contemplará, no mínimo, o seguinte:

I - minutas de atos normativos;

II - atos de ordenação e processamento da despesa;

III - inventários e outros procedimentos de gestão de materiais de consumo e permanente;

IV - levantamentos e estudos direcionados à composição de preços que servirão de base para licitações e contratações pretendidas;

V - projetos que envolvam a tecnologia da informação como meio essencial para atingimento dos objetivos a serem alcançados;

VI - avaliação, em caráter consultivo, de outras questões levantadas pelos órgãos e entidades, observadas as atribuições do cargo.

§ 4º - A atuação da referência de controle interno não poderá resultar em constrangimento do poder discricionário dos gestores, salvo flagrante descumprimento da Lei e do Direito.

Art. 17 - O produto da atuação do auditor será intitulado Parecer de Referência de Controle Interno.

§ 1º - Eventual pedido de revisão do posicionamento firmado no Parecer de Referência de Controle Interno observará os seguintes procedimentos:

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I - requerimento, devidamente motivado, pelo responsável pela unidade administrativa, endereçado ao auditor signatário do parecer contestado;

II - encaminhamento à Auditoria-Geral do Município para pronunciamento técnico, na hipótese de não acolhimento da contestação pelo signatário do parecer;

III - manifestação da Auditoria-Geral do Município em relação à contestação;

IV - encaminhamento ao titular do órgão ou entidade.

§ 2º - Os procedimentos previstos no § 1º deste artigo deverão ocorrer por meio de mensagem de correio eletrônico institucional, aplicando-se, no que couber, as disposições do art. 14 deste Decreto.

CAPÍTULO VI

DAS PRERROGATIVAS DOS AUDITORES Art. 18 - Aos auditores são asseguradas as seguintes prerrogativas no desempenho de suas funções, inclusive na qualidade de referência de controle interno, quando designados:

I - livre acesso às dependências e instalações dos órgãos e entidades da Administração Municipal;

II - acesso a todos os documentos, relatórios e informações necessários à realização dos trabalhos, inclusive aos sistemas de informação e banco de dados;

III - expedir solicitações de auditoria;

IV - realizar entrevistas, reduzindo o conteúdo a termo;

V - realizar perícias expedindo laudos técnicos;

VI - recomendar, no curso do trabalho, adoção imediata de medidas saneadoras quando verificar risco para a segurança de pessoas ou de dano para o patrimônio do Município ou de terceiros.

Parágrafo único - O impedimento de acesso, a sonegação ou a recusa imotivada na concessão de documentos e informações aos servidores designados para as auditorias constituem falta disciplinar punível nos termos da legislação vigente.

CAPÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 19 - Poderão ser criadas, no âmbito da Auditoria-Geral do Município, equipes de auditoria que contarão, quando necessário, com a colaboração de servidores

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pertencentes a outros órgãos ou entidades da Administração Municipal, sem prejuízo da utilização de suporte técnico externo e especializado.

Art. 20 - O encaminhamento dos produtos conclusivos e dos relatórios de monitoramento à Controladoria-Geral do Município será precedido do envio das respectivas minutas aos órgãos e entidades envolvidos.

Art. 21 - Os laudos técnicos deverão ser expedidos na forma estabelecida pelo respectivo órgão ou entidade a que esteja vinculado o profissional.

Art. 22 - Do relatório anual de controle interno, que acompanha a prestação de contas do Governo, constará relação das TCEs instauradas e dos TCGs celebrados pela Controladoria-Geral do Município com base neste Decreto.

Art. 23 - Aplicam-se as disposições deste Decreto, no que couber, aos procedimentos de auditoria em curso.

Art. 24 - A Controladoria-Geral do Município poderá expedir súmulas com a finalidade de orientar a atuação dos órgãos e entidades da Administração Municipal no fiel cumprimento da Lei e do Direito.

Art. 25 - Compete ao Controlador-Geral do Município expedir normas complementares para a fiel execução deste Decreto. Art. 26 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 27 - Fica revogado o Decreto nº. 12.634, de 22 de fevereiro de 2007. Belo Horizonte, 12 de setembro de 2011 Marcio de Araujo Lacerda Prefeito de Belo Horizonte

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8 - DECRETO ESTADUAL Nº 44914, DE 03 DE OUTUBRO DE 2008 (Atualizado em maio/2011)

Regulamenta a Lei nº 14.870, de 16 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a

qualificação de pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, como

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público OSCIP, institui e disciplina o

Termo de Parceria, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe

confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado, e tendo em vista o

disposto no art. 29 da Lei nº 14.870, de 16 de dezembro de 2003,

DECRETA:

CAPÍTULO I -DA QUALIFICAÇÃO

Art.1º. Este Decreto dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito

privado, sem fins lucrativos, como Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público -OSCIP, e institui e disciplina o Termo de Parceria, o qual estabelece vínculo

de cooperação entre uma OSCIP e o Poder Público Estadual para o fomento e

execução das atividades de interesse público previstas no art. 4º da Lei nº 14.870,

de 16 de dezembro de 2003, bem como para a consecução dos respectivos

objetivos.

Art.2º. O requerimento de qualificação como OSCIP será dirigido, pela pessoa

jurídica de direito privado sem fins lucrativos que atenda aos requisitos dos arts. 3º,

4º, 5º e 6º da Lei nº 14.870, de 2003, ao Secretário de Estado de Planejamento e

Gestão, por escrito, conforme modelo disponibilizado no sítio eletrônico da

Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão -SEPLAG, acompanhado dos

seguintes documentos originais ou em cópias autenticadas:

I -estatuto registrado em cartório;

II -ata de eleição ou documento de nomeação dos membros dos órgãos

deliberativos, que estiverem em exercício no momento da solicitação da

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qualificação, nos termos da Lei Federal nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que

instituiu o Código Civil;

III -inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas -CNPJ;

IV -documentos que comprovem a experiência mínima de dois anos da entidade na

execução das atividades indicadas no seu estatuto social;

V -declaração de que a entidade não mantém agente público ativo de qualquer dos

entes federados, exercendo, a qualquer título, cargo de direção na entidade, exceto

se cedido, nos termos do § 6º do art. 20 da Lei nº 14.870, de 2003, conforme modelo

disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG; e

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009)

VI -declaração de que a entidade não possui como dirigente ou conselheiro parente

consangüíneo ou afim até o terceiro grau do Governador ou do Vice-Governador do

Estado, de Secretário de Estado, de Senador ou de Deputado Federal ou Estadual,

conforme modelo disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG.

§1º Os documentos apresentados para requerimento de qualificação, comporão um

processo que ficará arquivado na SEPLAG.

§ 2º Para comprovar a experiência mínima de dois anos na execução das atividades

indicadas no seu estatuto social, conforme exigido no inciso IV, a entidade

requerente deverá encaminhar documento, conforme modelo disponibilizado no sítio

eletrônico da SEPLAG, assinado por seu dirigente máximo, atestando a veracidade

das informações prestadas, acompanhado de documentos hábeis à comprovação da

execução direta de projetos, programas ou planos de ação relacionados às

atividades previstas no art. 4º da Lei nº 14.870, de 2003, ou, ainda, à prestação de

serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a

órgãos do setor público que atuem em áreas

afins.

138

§3º Para comprovação do disposto no § 2º, a entidade poderá encaminhar cópias de

convênios, contratos, parcerias ou outros instrumentos formais, ou, no caso de apoio

a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público, relatório

elaborado pela entidade apoiada, que comprove a realização de atividades na área

de atuação prevista no estatuto social da entidade a ser qualificada, especificando

as ações realizadas, o montante de recursos utilizados e sua origem, o público

atendido e os resultados alcançados.

Art.3º. No período compreendido entre 18 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de

2009, a apresentação dos documentos previstos no inciso IV do art.2º poderá ser

suprida pela comprovação da experiência mínima de dois anos de pelo menos um

dos dirigentes da entidade, na execução das atividades indicadas em seu estatuto

social, nos termos do § 1º do art. 7º da Lei nº 14.870, de 2003.

§1º Para comprovação do disposto no caput, a entidade requerente deverá

encaminhar documento assinado por seu dirigente máximo, conforme modelo

disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG, atestando a veracidade das

informações prestadas, indicando o nome do dirigente cuja experiência será

comprovada mediante apresentação de currículo devidamente documentado, o qual

deverá indicar as atividades profissionais por ele exercidas na área de qualificação

da entidade.

§2º Na hipótese de a entidade requerente se qualificar como OSCIP no período

previsto no caput, mediante a comprovação da experiência de dirigente e se, por

qualquer razão e em qualquer tempo, for comprovado que as informações prestadas

não são verídicas, a qualificação será automaticamente cancelada.

§3º Na hipótese de o dirigente cuja experiência possibilitou a qualificação da

entidade como OSCIP, por qualquer motivo, deixar de integrar a direção da

entidade, esta deverá, num prazo de trinta dias, comprovar junto à SEPLAG a

experiência de outro dirigente ou da própria entidade, caso esta tenha completado

dois anos na execução das atividades indicadas no seu estatuto social, sob pena de

perda da qualificação prevista no § 2º.

139

Art.4º. A SEPLAG deverá verificar a conformidade dos documentos apresentados

para requerimento da qualificação, devendo observar:

I -se a entidade tem como finalidade uma das atividades constantes dos incisos I a

XIV do art. 4º da Lei nº 14.870, de 2003;

II -se o estatuto obedece aos requisitos do art. 5º da Lei nº 14.870, de 2003;

III -se há impedimento para a qualificação da entidade, de acordo com o art. 6º da

Lei nº 14.870, de 2003;

IV -se a qualificação está sendo solicitada pelo dirigente máximo ou pelo

representante legal da entidade, conforme disposto na ata de eleição da diretoria, no

estatuto da entidade ou em outro documento que comprove a nomeação; e

V -se foram apresentados os demais documentos exigidos no art. 7º da Lei nº

14.870, de 2003.

§1º Para fins do inciso VI do art. 5º da Lei nº 14.870, de 2003, entende-se por

recursos públicos aqueles repassados em função de Termo de Parceria, nos termos

deste Decreto.

§2º Para fins da alínea c, do inciso VIII, do art. 5º da Lei nº 14.870, de 2003, a

pessoa jurídica interessada em se qualificar como OSCIP deverá prever em seu

estatuto a realização de auditoria nos termos do art. 50 deste Decreto.

§3º Para fins do inciso IX, do art. 5º da Lei nº 14.870, de 2003, a entidade deverá

prever em seu estatuto a finalidade não lucrativa da entidade, com a obrigatoriedade

de investimento de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias

atividades, vedada a distribuição, entre os seus associados, conselheiros, diretores,

trabalhadores ou doadores, de eventuais excedentes operacionais, brutos ou

líquidos, dividendos, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos

mediante o exercício de suas atividades.

140

§4º As transferências de que tratam os incisos V e VI do art. 5º da Lei nº 14.870, de

2003, ficam condicionadas à autorização do Órgão Estatal Parceiro -OEP, no caso

de OSCIP com Termo de Parceria vigente, ou da SEPLAG, nos demais casos,

cabendo a esses órgãos a definição das entidades que as receberão.

Art.5º. A SEPLAG, após o recebimento do requerimento de qualificação, terá o prazo

de trinta dias para analisar o pedido e, em seguida, publicar o seu deferimento ou

indeferimento no órgão oficial de imprensa dos Poderes do Estado no prazo de

quinze dias.

§1º No caso de deferimento, a SEPLAG emitirá o certificado de qualificação da

requerente como OSCIP, encaminhando-o à entidade qualificada até quinze dias

após os prazos de que trata o caput.

§2º No caso de indeferimento, a SEPLAG publicará as razões do indeferimento de

que trata o caput, e informará à entidade requerente em até quinze dias após a

expiração do respectivo prazo.

§ 3º O pedido de qualificação será indeferido caso:

I -a requerente não atenda aos requisitos descritos nos arts. 4º e 5º da Lei nº 14.870,

de 2003;

II -a requerente se enquadre nas hipóteses previstas no art. 6º da Lei nº 14.870, de

2003; e

III -a documentação apresentada esteja incompleta.

§ 4º A pessoa jurídica sem fins lucrativos que tiver seu pedido indeferido poderá

requerer novamente a qualificação a qualquer tempo, exceto nos casos previstos no

parágrafo único do art. 10 da Lei nº 14.870, de 2003.

Art.6º. Qualquer alteração na finalidade ou no regime de funcionamento da

organização, que implique mudança das condições que instruíram sua qualificação,

141

deverá ser comunicada à SEPLAG, acompanhada de justificativa, sob pena de

perda da qualificação.

Art.7º. Para fins da Lei nº 14.870, de 2003, entende-se:

I -por pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos em atividade, a

associação ou fundação de direito privado sem fins lucrativos, nos termos do

parágrafo único do art. 3º da Lei nº 14.870, de 2003, cujo CNPJ encontrar-se ativo

junto à Receita Federal e que exercer, no momento de sua qualificação, atividades

afetas ao seu objetivo social, ou ainda possuir dirigentes com experiência na área de

atuação, nos termos do § 2º do art. 1º;

II -por membros dos órgãos deliberativos, aqueles que ocupam cargos eletivos ou de

nomeação em Conselhos, Colegiados, Diretorias ou outros órgãos deliberativos da

associação ou fundação;

III -por dirigentes, aqueles que, ocupando ou não cargos eletivos, realizam

atividades inerentes ao comando, gerenciamento e representação da entidade;

IV -por assistência social, o desenvolvimento das atividades previstas no art. 3º da

Lei Federal nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993;

V -por promoção gratuita da saúde e do ensino fundamental e médio, a prestação

desses serviços realizada pela OSCIP sem a exigência ao beneficiário da

apresentação de contrapartida, doação ou equivalente;

VI -por promoção do ensino profissionalizante ou superior, a prestação desses

serviços realizada pela OSCIP com recursos próprios ou com recursos gerados

pelas próprias beneficiárias, pessoas físicas ou jurídicas; e

VII -por OEP, o órgão público que celebre um Termo de Parceria, significando Órgão

Estatal Parceiro.

142

Parágrafo único. Na hipótese de a OSCIP celebrar Termo de Parceria para

promoção do ensino profissionalizante ou superior, nos termos do inciso VI, e

receber recursos públicos para executar suas atividades, o valor repassado pelo

Estado deverá ser deduzido do valor cobrado do beneficiário do serviço.

Art.8º. Entende-se como benefícios ou vantagens pessoais, nos termos do inciso III

do art. 5º da Lei nº 14.870, de 2003, os auferidos:

I -pelos dirigentes da entidade e seus cônjuges, companheiros e parentes

consangüíneos ou afins até o terceiro grau; e

II -pelas pessoas jurídicas de que as pessoas referidas no inciso I sejam

controladoras ou detenham mais de dez por cento das participações societárias.

Art.9º. A pessoa jurídica qualificada como OSCIP nos termos da Lei nº 14.870, de

2003, estará sujeita à fiscalização do Ministério Público no âmbito de sua

competência, ao controle externo da Assembléia Legislativa do Estado de Minas

Gerais, que o exercerá com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, e ao controle

interno do Estado de Minas Gerais, que o exercerá por meio da Auditoria-Geral do

Estado -AUGE.

Art.10. Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade sindical, vedado o

anonimato e respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, e desde que

amparados por evidências de erro ou fraude, são partes legítimas para requerer,

judicial ou administrativamente, a perda da qualificação da entidade como OSCIP.

Parágrafo único. Dispensa-se o processo quando a própria OSCIP requerer a

revogação da qualificação, que será efetivada após o protocolo do respectivo

requerimento na SEPLAG, a qual publicará o ato em até vinte dias.

Art.11. A perda da qualificação dar-se-á mediante decisão proferida em processo

administrativo, instaurado na SEPLAG, de ofício ou a pedido do interessado, ou em

processo judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, assegurada a ampla

defesa e o contraditório.

143

§1º Na hipótese de instauração de processo administrativo a pedido, o interessado

deverá apresentar requerimento por escrito à SEPLAG, com a comprovação que

enseje a instauração do processo.

§2º O requerimento será analisado pela SEPLAG que, a partir das evidências

apresentadas, procederá ou não à instauração de processo para apuração dos

fatos.

§3º No caso de instauração de processo administrativo de ofício ou a pedido,

deverão ser obedecidas as seguintes etapas e prazos:

I -o dirigente máximo da SEPLAG nomeará Comissão para produzir relatório e

subsidiar a decisão acerca da perda de qualificação;

II -a Comissão, no prazo de dez dias, instruirá os autos com todos os documentos

comprobatórios da falta cometida;

III -a Comissão cientificará a parte indiciada, por meio de correspondência com

Aviso de Recebimento -AR, concedendo o prazo de dez dias para a defesa e

produção de provas;

IV -a Comissão, no prazo de quarenta dias, julgará a falta cometida e apresentará

relatório ao dirigente máximo da SEPLAG com suas conclusões; e

V – o dirigente máximo da SEPLAG, no prazo de sete dias, decidirá pela

desqualificação ou não da entidade e publicará o ato em que consta a decisão no

Órgão Oficial de Imprensa dos Poderes do Estado.

Art.12. Perderá a qualificação como OSCIP a entidade que se enquadrar no disposto

no art. 10 da Lei nº 14.870, de 2003.

§1º A perda da qualificação como OSCIP importará na rescisão de eventual Termo

de Parceria firmado entre a entidade e o Poder Público Estadual e na aplicação das

demais medidas cabíveis.

144

§2º Caso uma entidade perca a qualificação como OSCIP e requeira novamente o

título no período de cinco anos, a contar da data da publicação do ato de

desqualificação, o pedido será automaticamente indeferido em função do

impedimento imposto pelo parágrafo único do art. 10 da Lei nº 14.870, de 2003.

CAPÍTULO II -DO TERMO DE PARCERIA

Art.13. Poderá ser firmado entre o Poder Público Estadual e as entidades

qualificadas como OSCIP, Termo de Parceria estabelecendo vínculo de cooperação

entre as partes, objetivando a consecução dos resultados pretendidos, conforme

previsto no art. 1º.

§ 1º Para firmar o Termo de Parceria, o OEP deverá manifestar interesse em

promover a parceria com entidade qualificada como OSCIP, indicando a área de

atuação abrangida pelo instrumento, bem como os requisitos técnicos e

operacionais a serem preenchidos pela entidade, sendo facultada, para fins de

seleção, a realização de concurso de projetos.

§2º A OSCIP poderá propor a parceria, apresentando seu projeto ao OEP, que irá

avaliar sua relevância e conveniência em relação aos programas e políticas públicas

do Estado, tendo em vista os potenciais benefícios para o público-alvo.

§3º No caso de celebração de Termo de Parceria, os membros do Conselho Fiscal,

ou órgão congênere na estrutura da OSCIP, responderão solidariamente pelos atos

de sua administração.

§4º O Conselho Fiscal, ou órgão equivalente da OSCIP, deverá aprovar a realização

de quaisquer despesas acima de R$15.000,00(quinze mil reais).

(revogado pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.14. O Termo de Parceria será elaborado com o apoio da SEPLAG.

Seção I

Dos Requisitos

Art.15. Para atender às exigências do art. 12 da Lei nº 14.870, de 2003, previamente

à celebração do Termo de Parceria, o OEP deverá instruir o processo com os

seguintes documentos:

145

I -minuta do Termo de Parceria, elaborada nos termos dos arts. 12, 16 e 17;

II -manifestação do Conselho de Política Pública da área de celebração do Termo de

Parceria, caso este exista e esteja em atividade, acerca da minuta encaminhada

pelo OEP;

III -parecer técnico elaborado pelo OEP contendo a justificativa da escolha da

OSCIP, caso não ocorra concurso de projetos, especificando as credenciais

técnicas, a experiência, competência, idoneidade, regularidade e a qualificação de

seu corpo de profissionais, bem como as vantagens decorrentes da celebração;

IV -certidões negativas de débito da OSCIP junto ao Instituto Nacional do Seguro

Social -INSS, ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço -FGTS e às Fazendas

Federal, Estadual e Municipal, para comprovação de sua regularidade;

V -relatório circunstanciado comprovando a experiência da OSCIP por dois anos em

atividades na área objeto do Termo de Parceria;

VI -declaração de isenção de Imposto de Renda -IR, de balanço patrimonial e de

demonstrativo dos resultados financeiros do último exercício da OSCIP, ressalvada

a hipótese de a entidade que, em razão do tempo de sua constituição, ainda não

estiver obrigada à sua apresentação, nos termos do § 1º do art. 7º da Lei nº 14.870,

de 2003;

VII -a previsão das receitas e despesas em nível analítico, estipulando, item por

item, as categorias contábeis usadas, a previsão de receitas e despesas em nível

sintético e o detalhamento das remunerações e dos benefícios de pessoal a serem

pagos a seus dirigentes e trabalhadores, com recursos oriundos do Termo de

Parceria ou a ele vinculados, comprovando a compatibilidade dos valores propostos

com os valores de mercado, conforme modelos de planilhas disponibilizadas no sítio

eletrônico da SEPLAG; e

146

VIII -minuta de Regulamento de Compras e Contratações, devidamente validada

pela SEPLAG e pelo OEP, contendo os requisitos constantes do Manual de

Construção disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§1º No prazo compreendido entre 18 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2009,

a comprovação exigida no inciso V do caput poderá ser suprida mediante

comprovação da experiência dos dirigentes da entidade na execução das atividades

indicadas em seu estatuto social, nos casos em que a OSCIP tiver-se qualificado

com base nessa experiência, nos termos do § 1º do art. 7º da Lei nº 14.870, de

2003.

§2º A previsão das receitas e despesas em nível analítico é o instrumento que

permitirá ao OEP e à OSCIP definirem o valor total a ser gasto no Termo de Parceria

e os montantes dos desembolsos a serem repassados.

§3º A previsão a que se refere o § 2º constitui referencial para a destinação dos

recursos do Termo de Parceria, e não vincula os gastos da OSCIP ao longo da

execução do Termo de Parceria, sendo utilizada pelo OEP para acompanhar a

adequação dos gastos, inclusive com a solicitação de justificativa para gastos em

desacordo com o planejado, sempre que julgar necessário.

§4º Quando a entidade houver sido qualificada com base na experiência de seus

dirigentes, conforme estabelecido no § 1º do art. 7º da Lei nº 14.870, de 2003, não

se exigirá a observância do disposto no inciso V do caput e, em caso de estar em

atividade conselho estadual de política pública da área objeto da parceria, a

celebração do Termo de Parceria ficará condicionada à aprovação prévia de dois

terços dos seus membros.

§5º O processo a que se refere o caput deverá ser enviado à SEPLAG por meio de

ofício do dirigente máximo do OEP.

147

Art.16. O Conselho de Política Pública terá o prazo de vinte dias, contados da data

de recebimento da minuta, para se manifestar sobre a celebração do Termo de

Parceria, por meio de documento encaminhado ao dirigente máximo do OEP.

§1º A manifestação do Conselho de Política Pública de que trata este artigo não

condiciona a decisão do OEP sobre a celebração do Termo de Parceria, cabendo ao

OEP a decisão final, ressalvado o previsto no § 4º do art. 15.

§2º Caso o Conselho de Política Pública na área de celebração do Termo de

Parceria não exista ou esteja inativo, o OEP não poderá substituí-lo por outro

Conselho e ficará dispensado de realizar a consulta, devendo apresentar ofício do

dirigente máximo do OEP atestando a impossibilidade de realização de consulta.

Art.17. O OEP deverá encaminhar uma cópia do processo a que se refere o art. 15 à

SEPLAG, que deverá analisar a conformidade técnica do Termo de Parceria

proposto e encaminhar o processo à AUGE.

§1º A manifestação da AUGE de que trata este artigo tem por objetivo subsidiar a

decisão da Câmara de Coordenação-Geral, Planejamento, Gestão e Finanças -

CCGPGF.

§2º Para a emissão da manifestação, a AUGE realizará visitas à entidade

interessada, podendo solicitar qualquer documentação que julgar necessária à

OSCIP e ao OEP.

§3º A AUGE emitirá manifestação no prazo de quinze dias, contados da data de

recebimento da solicitação e da documentação enviadas pela SEPLAG.

§4º O prazo de que trata o § 3º será suspenso caso a documentação encaminhada

esteja incompleta ou inválida, sendo restabelecido após os ajustes necessários.

Art.18. Após a manifestação da AUGE, a SEPLAG encaminhará a minuta do Termo

de Parceria à CCGPGF, para análise e aprovação.

148

Parágrafo único. A manifestação favorável da CCGPGF é condição para a

celebração do Termo de Parceria.

Art.19. Após a aprovação da CCGPGF, e previamente à celebração do Termo de

Parceria, o OEP deverá, nos termos do inciso X do art. 12 da Lei nº 14.870, de 2003,

publicar o extrato da minuta do Termo de Parceria no Órgão Oficial de Imprensa dos

Poderes do Estado, contendo o endereço eletrônico em que a minuta estiver

disponibilizada na íntegra, conforme modelo constante do sítio eletrônico da

SEPLAG.

Art.20. Na minuta de Termo de Parceria constarão os direitos e as obrigações das

partes, e as seguintes previsões essenciais:

I -o objeto do Termo de Parceria, restrito às áreas indicadas no estatuto social da

OSCIP parceira, e a especificação de seu programa de trabalho;

II -a especificação técnica detalhada do bem, do projeto, da obra ou do serviço a ser

obtido ou realizado;

III -direitos e obrigações das partes signatárias, inclusive as previstas nos arts. 22 e

23;

IV -a origem e forma de gestão de recursos financeiros destinados à execução do

Termo de Parceria, bem como a dotação orçamentária que o amparar;

V -normas relativas à prestação de contas dos recursos e bens de origem pública,

constantes do Termo celebrado;

VI -período de vigência e formas de prorrogação do instrumento celebrado;

VII -aspectos relativos à rescisão e modificação do instrumento celebrado;

VIII -aspectos relativos à cessão de recursos humanos e bens do OEP;

149

IX -critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante a

incorporação de indicadores de resultados; e

X -o Programa de Trabalho.

Art.21. O Programa de Trabalho é anexo integrante da minuta do Termo de Parceria,

em que são especificados os resultados a serem alcançados, e deve conter, no

mínimo:

I -o objeto do Termo de Parceria;

II -quadro de Indicadores, contendo as metas a serem atingidas pela OSCIP, com

seus respectivos prazos de execução e descrições detalhadas;

III -quadro de produtos e suas descrições detalhadas, quando necessário;

IV -quadro de receitas e despesas, contendo previsão de receitas e despesas em

nível sintético, e incluindo as remunerações e benefícios de pessoal, compostas

minimamente nas categorias de salários, encargos e benefícios, a serem pagos com

recursos do Termo de Parceria;

V -cronograma de desembolso e condições para realização de repasses;

VI -os critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem adotados; e

VII -outras informações que as partes signatárias julgarem pertinentes.

§1º Somente poderão ser aumentados os gastos com pessoal previstos no quadro

de Receitas e Despesas mediante justificativa formal da OSCIP e aprovação pelo

OEP.

§2º Outras hipóteses de remanejamento entre as rubricas do quadro de Receitas e

Despesas poderão ter seu procedimento definido pelo Termo de Parceria, e o

remanejamento deverá ser informado ao OEP.

150

§3º O Programa de Trabalho deverá ser elaborado segundo diretrizes expressas no

documento "Construindo o Programa de Trabalho", disponibilizado no site da

SEPLAG.

Seção II

Das obrigações dos envolvidos

Art.22. São obrigações da OSCIP relativas ao Termo de Parceria, além das demais

previstas na Lei nº 14.870, de 2003, e neste Decreto:

I -apresentar ao OEP, ao término de cada período avaliatório, Relatório Gerencial de

Resultados e Relatório Gerencial Financeiro, sobre a execução do objeto do Termo

de Parceria, conforme modelos disponibilizados no sítio eletrônico da SEPLAG;

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269,de 29 de dezembro de 2009).

II -prestar contas ao OEP, ao término de cada exercício e no encerramento da

vigência do Termo de Parceria, sobre a totalidade das operações patrimoniais e

resultados da entidade, nos termos dos incisos II e III do art. 60;

III -executar todas as atividades inerentes à implementação do Termo de Parceria

baseada no princípio da legalidade, e zelar pela boa qualidade das ações e serviços

prestados, buscando alcançar eficiência, eficácia, efetividade e economicidade em

suas atividades;

IV -observar, no transcorrer da execução de suas atividades, todas as orientações

emanadas do OEP;

V -responsabilizar-se integralmente pela contratação e pagamento do pessoal que

vier a ser necessário e se encontrar em efetivo exercício nas atividades inerentes à

execução do Termo de Parceria, observando-se o disposto no inciso VII art. 5º da

Lei nº 14.870, de 2003, inclusive pelos encargos sociais e obrigações trabalhistas

decorrentes, bem como as responsabilidades advindas do ajuizamento de eventuais

demandas judiciais e de ônus tributários ou extraordinários que incidam sobre o

instrumento;

151

VI -publicar em jornal de grande circulação, no prazo máximo de trinta dias,

contados da assinatura do Termo de Parceria, a íntegra do Regulamento de

Compras e Contratações, conforme previsto no art. 17 da Lei nº 14.870, de 2003,

contendo procedimentos para promover a contratação de quaisquer bens, obras e

serviços, bem como para compras com o emprego de recursos provenientes do

Poder Público ou arrecadados em função da existência do Termo de Parceria;

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269,de 29 de dezembro de 2009).

VII -fazer constar do extrato do Termo de Parceria pelo menos um responsável pela

administração e aplicação dos recursos recebidos, o qual se responsabilizará pela

correta aplicação dos recursos e pela sua utilização exclusivamente para as

finalidades previstas no Termo de Parceria;

VIII -indicar ao OEP pelo menos um representante para compor a Comissão de

Avaliação, no prazo de vinte e cinco dias contados da data de assinatura do Termo

de Parceria;

IX -movimentar os recursos financeiros repassados para a execução do Termo de

Parceria em uma única e exclusiva conta bancária, aberta junto ao banco indicado

pelo OEP;

X -assegurar que toda divulgação das ações objeto do Termo de Parceria seja

realizada com o consentimento prévio do OEP;

XI – disponibilizar, em seu sítio eletrônico, seu estatuto, certificado de qualificação

como OSCIP Estadual, o Termo de Parceria na íntegra e seus aditamentos, bem

como todos os Relatórios Gerenciais de Resultados com demonstrativos financeiros

consolidados, e os Relatórios da Comissão de Avaliação no prazo de quinze dias

após a formalização dos referidos documentos;

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009).

XII -manter registro, arquivos e controles contábeis específicos para os dispêndios

relativos ao Termo de Parceria;

152

XIII -permitir e facilitar o acesso de técnicos do OEP, de membros do Interveniente e

do Conselho de Política Pública da área, quando houver, da Comissão de Avaliação

-CA, da SEPLAG e da AUGE, a todos os documentos relativos à execução do objeto

do Termo de Parceria, prestando-lhes todas e quaisquer informações solicitadas;

XIV -utilizar os bens, materiais e serviços custeados com recursos do Termo de

Parceria exclusivamente na execução de seu objeto;

XV -registrar todos os bens imóveis e móveis permanentes em até quinze dias após

sua aquisição;

XVI -restituir à conta do OEP o valor repassado, atualizado monetariamente,

acrescido de juros legais na forma da legislação aplicável aos débitos para com a

Fazenda Estadual, a partir da data do seu recebimento, nos seguintes casos:

a) quando não forem apresentadas, nos prazos exigidos, as prestações de contas

anuais e de encerramento;

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009).

b) quando os recursos forem utilizados para finalidade diversa da estabelecida no

Temo de Parceria;

c) quando a OSCIP não cumprir o disposto no Termo de Parceria e na Lei nº 14.870,

de 2003; e

d) quando a qualificação da OSCIP for cancelada; e

XVII -estabelecer regulamento interno contendo normas para concessão de diárias e

procedimentos de reembolso.

XVIII -manter o OEP e a SEPLAG informados sobre quaisquer alterações em seu

Estatuto, composição de Diretoria, Conselhos e outros órgãos da OSCIP, diretivos

ou consultivos; e

(Acrescido pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

153

XIX -as alterações estatutárias deverão ser enviadas para a SEPLAG em até dez

dias úteis após o registro em cartório.

(Acrescido pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§1º Os empregados contratados pela OSCIP não guardam qualquer vínculo

empregatício com o poder público, inexistindo também qualquer responsabilidade do

Estado relativamente às obrigações trabalhistas assumidas pela OSCIP.

§2º O Estado não responde subsidiariamente ou solidariamente pelo não

cumprimento das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias assumidas pela

OSCIP.

§3º No que se refere à elaboração, aplicação e alteração do Regulamento de

Compras e Contratações, será observado o seguinte:

I -o Regulamento de Compras e Contratações deverá ser construído de forma a

contemplar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,

eficiência e razoabilidade e os requisitos mínimos estabelecidos no Manual de

Construção do Regulamento de Compras e Contratações, disponível no sítio

eletrônico da SEPLAG;

II -é vedada qualquer forma de aquisição ou contratação, com recursos provenientes

do Termo de Parceria, anterior à publicação do Regulamento de Compras e

Contratações, devidamente validado pela SEPLAG e pelo OEP;

III -todas as alterações efetuadas no Regulamento de Compras e Contratações

deverão ser submetidas à análise da SEPLAG e do OEP, para validação e posterior

disponibilização no sítio eletrônico da OSCIP; e

IV -a análise a que se refere o inciso III será feita com base no Manual de

Construção do Regulamento de Compras e Contratações e nos requisitos mínimos

nele previstos. (Acrescido pelo Decreto Estadual nº45.269,de 29 de dezembro de 2009).

154

Art.23. São obrigações do OEP no Termo de Parceria, além das demais previstas na

Lei nº 14.870, de 2003, e neste Decreto:

I -acompanhar, supervisionar e fiscalizar a execução do Termo de Parceria, devendo

zelar pelo alcance dos resultados pactuados e pela correta aplicação dos recursos

repassados;

II -prestar o apoio necessário e indispensável à OSCIP para que seja alcançado o

objeto do Termo de Parceria em toda sua extensão e no tempo devido;

III -repassar à OSCIP os recursos financeiros previstos para a execução do Termo

de Parceria de acordo com o cronograma de desembolsos previsto;

IV -publicar, no Órgão Oficial de Imprensa dos Poderes do Estado, extrato do Termo

de Parceria, contendo o nome de seu supervisor e do responsável pela boa gestão

dos recursos por parte da OSCIP, bem como de seus aditivos, no prazo máximo de

quinze dias após sua assinatura, conforme modelo constante no sítio eletrônico da

SEPLAG;

V -instituir CA, nos termos do art. 44;

VI -analisar os relatórios sobre a execução do objeto do Termo de Parceria e as

prestações de contas periódicas apresentadas pela OSCIP, submetendo-o à

aprovação do dirigente máximo do OEP;

VII -analisar a prestação de contas anual, apresentada pela OSCIP de acordo com o

disposto no art. 62;

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009).

VIII -analisar a prestação de contas de encerramento, apresentada pela OSCIP de

acordo com o disposto no art. 63;

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009).

155

IX -disponibilizar, em seu sítio eletrônico, na íntegra, o Termo de Parceria e seus

aditamentos, bem como todos os Relatórios Gerenciais de Resultados e da CA, no

prazo de quinze dias, a partir da assinatura dos referidos documentos; e

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009).

X -comunicar tempestivamente à OSCIP todas as orientações e recomendações

efetuadas pela Auditoria-Geral do Estado -AUGE e pela SEPLAG, bem como

acompanhar e supervisionar as implementações necessárias no prazo devido.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§1º Para acompanhamento e fiscalização do Termo de Parceria, o OEP publicará

ato de seu dirigente máximo em até quinze dias da assinatura da parceria contendo,

no mínimo, o nome de um integrante da Assessoria Jurídica e outro da área de

Contabilidade e Finanças, para assessorarem o Supervisor em suas tarefas.

(Acrescido pelo Decreto Estadual nº 45088, de 24 de abril de 2009)

§2º O membro da Assessoria Jurídica do OEP, no âmbito de suas atribuições,

deverá prestar assistência jurídica ao Supervisor do Termo de Parceria, sempre que

demandado.

(Acrescido pelo Decreto Estadual nº 45088, de 24 de abril de 2009)

Art.24. São obrigações da SEPLAG no Termo de Parceria, além das demais

previstas na Lei nº 14.870, de 2003, e neste Decreto:

I -orientar o OEP e a OSCIP durante a construção do Termo de Parceria, garantido a

observância da metodologia de elaboração do instrumento;

II -emitir parecer técnico sobre adequação técnica do Termo de Parceria;

III -disponibilizar em seu sítio eletrônico, na íntegra, o Termo de Parceria e seus

aditamentos, bem como todos os Relatórios Gerenciais e da CA, no prazo de quinze

dias após assinatura dos referidos documentos;

156

IV -designar representante para compor a CA no prazo de vinte e cinco dias

contados da data de assinatura do Termo; e

V -apoiar os OEPs na construção e aprimoramento dos mecanismos de

monitoramento dos Termos de Parceria celebrados.

Art.25. São obrigações da AUGE, no Termo de Parceria,além das demais previstas

na Lei nº 14.870, de 2003, e neste Decreto:

I -analisar a minuta do Termo de Parceria antes de sua celebração e emitir manifestação para subsidiar a decisão da CCGPGF;

II -auditar os termos de parceria, seja por intermédio de solicitações externas, seja de acordo com o seu planejamento anual de auditoria; e

III -auditar indícios de irregularidade mediante solicitação do OEP ou da SEPLAG.

Art.26. São obrigações do Conselho de Política Pública da area do Termo de Parceria, além das demais previstas na Lei nº 14.870, de 2003, e neste Decreto:

I -analisar o teor do Termo de Parceria antes de sua celebração e emitir parecer

técnico para subsidiar a decisão do OEP, no prazo máximo de vinte dias do

recebimento da minuta;

II -designar representante para compor a Comissão de Avaliação no prazo de vinte e

cinco dias contados da data de assinatura do Termo; e

III -acompanhar a execução do Termo de Parceria podendo, para tanto, solicitar à

OSCIP e ao OEP todas as informações e documentos que julgar necessários.

Art.27. As obrigações dos eventuais órgãos intervenientes serão definidas no Termo

de Parceria.

Seção III

Dos Aditamentos

Art.28. O Termo de Parceria vigente, nos termos da Lei nº 14.870, de 2003, poderá

ser alterado ou prorrogado, por acordo entre as partes, mediante a celebração de

Termo Aditivo.

157

§1o A celebração de Termo Aditivo ao Termo de Parceria deverá ser precedida de

apresentação de justificativa pelo OEP.

§2º A minuta do Termo Aditivo deverá indicar claramente todas as alterações

promovidas, conforme modelo disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG.

§3o Após a celebração de Termo Aditivo ao Termo de Parceria, o OEP deverá

publicar, no prazo máximo de quinze dias após sua assinatura, extrato de Termo

Aditivo, conforme modelo disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG.

§4o Caso a celebração do Termo Aditivo ao Termo de Parceria não gere a

necessidade de realização de novos repasses de recursos financeiros, a minuta

deverá ser submetida à análise da AUGE e a parecer técnico da SEPLAG, que a

encaminhará para conhecimento da CCGPGF, obedecendo aos mesmos prazos e

procedimentos estabelecidos para a celebração de Termo de Parceria.

§5o Caso a celebração do Termo Aditivo ao Termo de Parceria gere a necessidade

de realização de novos repasses de recursos financeiros, a minuta deverá ser

submetida à análise da AUGE, a parecer técnico da SEPLAG e à aprovação da

CCGPGF, obedecendo aos mesmos prazos e procedimentos estabelecidos para a

celebração de Termo de Parceria.

§6º Para as análises a que se referem os §§ 4o e 5o, a SEPLAG deverá encaminhar

à AUGE a seguinte documentação:

I -minuta do Termo Aditivo;

II -parecer técnico elaborado pelo próprio OEP contendo a justificativa do

aditamento;

III -certidões negativas de débito da OSCIP válidas junto ao INSS, ao FGTS e à

Fazenda Federal, Estadual e Municipal, para comprovação de sua regularidade;

158

IV -a previsão das receitas e despesas em nível analítico, estipulando, item por item,

as categorias contábeis usadas, a previsão de receitas e despesas em nível sintético

e o detalhamento das remunerações e dos benefícios de pessoal a serem pagos a

seus dirigentes e empregados com recursos oriundos do Termo de Parceria ou a ele

vinculados, comprovando que os valores propostos estejam compatíveis com os

valores de mercado, conforme modelos de planilhas disponibilizadas no sítio

eletrônico da SEPLAG; e

V -o Relatório Gerencial de Resultado, o Relatório Gerencial Financeiro e o Relatório

da CA. Gerencial Financeiro e o Relatório da CA.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§7º Quando houver necessidade de alteração de rubrica orçamentária, o OEP o fará

por meio de termo de apostila, assinada por seu dirigente máximo e apensada à

documentação do Termo de Parceria e de seus aditivos.

(Acrescido pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.29. Na hipótese de aditamento para prorrogação da vigência, as partes deverão

definir as novas ações e metas, bem como os novos prazos e custos envolvidos,

com possibilidade de utilização de saldo remanescente, se houver, ou realização de

novos aportes.

Parágrafo único. Para o cálculo do saldo remanescente, devem ser deduzidos os

valores referentes a todos os provisionamentos, inclusive aqueles trabalhistas,

obrigatoriamente previstos em lei.

Art.30. No período compreendido entre a data de encerramento do Termo de

Parceria e a formalização de nova data de início pelo aditivo, as despesas realizadas

para garantir a continuidade das atividades e o cumprimento dos resultados

previstos no Termo de Parceria pactuado poderão ser consideradas como legítimas,

desde que previamente autorizadas pelo OEP e cobertas pelo respectivo empenho.

§1º As despesas a que se refere o caput deverão ser justificadas e comprovadas,

para fins de convalidação por parte do OEP.

159

§2º A restituição das despesas amparadas por recursos da própria OSCIP deverá

ser realizada assim que o OEP ou o órgão interveniente efetuar a liberação dos

recursos financeiros na conta bancária específica do Termo de Parceria.

§3º O valor da restituição das despesas suportadas pela OSCIP deverá ser idêntico

ao valor gasto no período que antecedeu o desembolso de recursos por parte do

OEP.

§4º Todos os comprovantes de gastos realizados com recursos da pessoa jurídica

qualificada como OSCIP, e da restituição feita à sua conta, deverão ser anexados à

prestação de contas.

§5º O período de que trata o caput não poderá ultrapassar trinta dias corridos, sendo

que a OSCIP não poderá assumir compromissos após o encerramento da vigência

do Termo de Parceria.

(Acrescido pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§6º É vedada a realização de repasse sem instrumento formal vigente, mesmo que

tenha sido autorizado pela CA e pelo supervisor do Termo de Parceria.

(Acrescido pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

CAPÍTULO III

DA ESCOLHA DA OSCIP

Art.31. A escolha da OSCIP para a celebração do Termo de Parceria, conforme

dispõe o § 1o do art. 12 da Lei nº 14.870, de 2003, poderá ser feita de acordo com

critérios estabelecidos pelo Órgão Estatal ou por meio de Concurso de Projetos,

definido nos termos deste Decreto.

Parágrafo único. Na hipótese da escolha da OSCIP se dar sem a realização do

Concurso de Projetos, ela deverá ser precedida de justificativa de escolha nos

termos do inciso III do art.15.

160

Art.32. Previamente à realização do concurso, o OEP deverá definir o objeto, as

principais ações a serem realizadas e os resultados a serem obtidos por meio do

Termo de Parceria.

Art.33. Após a definição do objeto do Termo de Parceria, o OEP lançará o edital do

concurso, em que constarão, entre outras, informações sobre:

I -especificação técnica do objeto do Termo de Parceria;

II -prazos, condições, forma e local de apresentação das propostas;

III -documentação exigida;

IV -critérios de seleção e julgamento das propostas;

V -pontuação pertinente a cada item da proposta ou projeto; e

VI -datas do resultado do concurso e data provável de celebração do Termo de

Parceria.

Art.34. Para participar do concurso de projetos, a OSCIP deverá apresentar ao OEP

envelope contendo seu projeto técnico e o detalhamento dos custos a serem

realizados na sua implementação, além de outras informações e documentos

solicitados no edital.

Parágrafo único. O prazo final para apresentação dos documentos e do projeto

constará do edital publicado, sendo contado a partir da data da publicação.

Art.35. Observados os princípios da administração pública, o edital definirá os

critérios para seleção e julgamento das propostas, devendo constar como

obrigatórios:

I -o mérito do projeto apresentado e sua adequação ao edital;

161

II -a capacidade técnica e operacional da entidade candidata;

III -a adequação aos meios sugeridos, seus custos, cronogramas e resultados;

IV -o ajustamento da proposta às especificações técnicas previstas no edital; e

V -a regularidade fiscal, trabalhista e previdenciária da OSCIP.

Art.36. O OEP designará, para a escolha da OSCIP, uma comissão julgadora,

composta por, no mínimo, dois representantes do OEP e um da SEPLAG.

§1º O trabalho da comissão de que trata o caput não será remunerado.

§2º A comissão julgadora zelará pela não identificação da organização proponente.

§3º A comissão poderá solicitar ao OEP informações adicionais sobre os projetos.

§4º A comissão classificará as propostas das OSCIP, obedecendo aos critérios

estabelecidos neste Decreto e no edital.

§5º É vedado aos membros da Comissão Julgadora qualquer vínculo com as

OSCIP's participantes do Concurso de Projetos.

§6º As decisões da Comissão Julgadora deverão ser fundamentadas e registradas

em documentos arquivados pelo OEP.

Art.37. No dia útil imediatamente seguinte ao prazo final de entrega das propostas,

como previsto no art. 34, a Comissão Julgadora procederá à abertura dos envelopes

contendo os projetos em sessão pública.

Art.38. O julgamento da Comissão será realizado sobre o conjunto das propostas

das OSCIP, no prazo máximo de dez dias úteis contados da data de abertura dos

envelopes.

162

Parágrafo único. Após o julgamento definitivo das propostas, o OEP providenciará a

publicação do resultado, indicando a OSCIP aprovada, no Órgão Oficial de Imprensa

dos Poderes do Estado.

Art.39. A decisão final sobre a efetivação do Termo de Parceria caberá ao OEP, que

homologará a escolha da Comissão Julgadora no caso de haver concurso de

projetos.

Parágrafo único. É vedado ao OEP anular ou suspender administrativamente o

resultado do concurso, e celebrar outros termos de parceria com o mesmo objeto,

fora do concurso iniciado, no prazo de um ano.

CAPÍTULO IV

DO ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO

Art.40. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada

pelo OEP.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.41. Para exercer efetivamente a função de acompanhamento e fiscalização, o

OEP designará um supervisor para participar, com poder de veto, das decisões da

OSCIP relativas ao Termo de Parceria.

Art.42. O supervisor do Termo de Parceria representará o OEP na interlocução com

a OSCIP e no acompanhamento e fiscalização da execução do Termo de Parceria,

devendo zelar pelo seu adequado cumprimento e manter o OEP informado sobre o

andamento das atividades.

§1º A designação do supervisor deverá ser feita por meio de ato formal, publicado no

Órgão Oficial de Imprensa dos Poderes do Estado, juntamente com o Extrato do

Termo de Parceria.

§2º Cabe ao supervisor acompanhar as atividades desenvolvidas pela OSCIP

parceira e monitorar o Termo de Parceria nos aspectos administrativo, técnico e

163

financeiro, propondo as medidas de ajuste e melhoria segundo as metas pactuadas

e os resultados observados.

§3º Para a realização das atividades de monitoramento, o supervisor deverá, além

da prestação de contas, estabelecer práticas de acompanhamento e verificação no

local das atividades desenvolvidas, mediante agenda de reuniões e encontros com

os dirigentes da OSCIP, para assegurar a adoção das diretrizes constantes do

Termo de Parceria.

§4º Deverão ser realizadas pelo supervisor checagens amostrais periódicas sobre o

período avaliatório a ser analisado pela CA, gerando-se um relatório conclusivo que

deverá ser disponibilizado à CA no dia da reunião.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§5º As checagens amostrais periódicas deverão ser realizadas sobre os documentos

fiscais, trabalhistas e previdenciários da OSCIP, assim como de contratos e extratos

bancários, observado o cumprimento do Regulamento de Compras e Contratações

pela OSCIP e adequação das despesas ao objeto do Termo de Parceria.

(Acrescido pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.43. O OEP deverá estabelecer procedimentos para viabilizar os trabalhos de

monitoramento e de verificação do cumprimento das metas, e o supervisor indicado

desenvolverá, com o assessoramento dos servidores indicados no § 1º do art. 23, as

seguintes atividades:

I -consolidar e disponibilizar as informações a serem direcionadas à OSCIP, e

aquelas a direcionar aos dirigentes do OEP, subsidiando a tomada de decisões;

II -informar aos dirigentes do OEP sobre qualquer irregularidade verificada,

buscando sua correção tempestiva;

III -verificar a coerência e veracidade dos dados apresentados nas prestações de

contas periódicas, garantindo a sua conferência pormenorizada pelas áreas

competentes do OEP e fazendo recomendações formais, tanto à OSCIP quanto ao

164

dirigente do OEP sobre a execução do Termo de Parceria, bem como requisitando

providências administrativas, quando necessárias;

IV -acompanhar e avaliar a adequada utilização dos recursos e bens públicos

destinados à OSCIP por meio do Termo de Parceria, verificando por amostragem os

comprovantes de gastos e a obediência ao regulamento de compras e contratações;

V -realizar periodicamente a conferência e a checagem do cumprimento das metas

por parte da OSCIP, solicitando todos os comprovantes necessários para validação

do seu cumprimento;

VI -analisar e confirmar, previamente, os dados dos Relatórios Gerenciais enviados

pela OSCIP parceira à CA, atestando o alcance dos resultados pactuados e

anexando parecer sobre os aspectos técnicos e qualitativos das ações

empreendidas pela OSCIP em cada período avaliatório;

VII -convocar as reuniões da CA e delas participar como representante do OEP,

apresentando informações qualitativas sobre as ações realizadas pela OSCIP,

sugestões e críticas, além dos temas objeto de veto no período avaliatório em

questão; e

VIII -elaborar, com base nas informações da reunião da comissão, o relatório da CA

de cada período avaliatório, que deverá ser assinado e rubricado por todos os

membros desta.

CAPÍTULO V

DA AVALIAÇÃO

Art.44. Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria serão

avaliados pelo menos uma vez a cada semestre, nos termos do § 1º do art. 14 da

Lei nº 14.870, de 2003, por uma CA paritária composta, por, no mínimo:

I -um representante da SEPLAG, indicado por seu dirigente máximo;

165

II -um representante do OEP, que será o supervisor indicado no Extrato do Termo de

Parceria, nos termos do art. 42;

III -um representante da OSCIP, indicado por seu dirigente máximo;

IV -um representante do Conselho de Política Pública da área correspondente de

atuação, quando houver Conselho ativo na área, indicado por seu dirigente máximo

V -um representante de cada interveniente, quando houver, indicado por seu

dirigente máximo; e

VI -um especialista da área objeto do Termo de Parceria, indicado pelo OEP, não

integrante da administração estadual, quando houver.

§1º Para instituir a CA a que se refere este artigo, o OEP deverá publicar ato de seu

dirigente máximo, contendo o nome de seus integrantes, no Órgão Oficial de

Imprensa dos Poderes do Estado, no prazo máximo de trinta dias a partir da

assinatura do Termo de Parceria.

§2º Em caso de empate nas deliberações da CA, caberá ao representante do OEP o

voto de desempate.

Art.45. A CA é responsável pela análise dos resultados alcançados pela OSCIP em

cada período avaliatório estabelecido no Termo de Parceria, com base nos

indicadores de resultados constantes do programa de trabalho.

§ 1º A análise da Comissão a que se refere o caput será feita com base nos dados

apresentados pela OSCIP e atestados pelo supervisor do Termo de Parceria, e tem

por objetivo avaliar o alcance de resultados.

§2º Para subsidiar a avaliação realizada pela Comissão, a OSCIP deverá

apresentar, até quinze dias após o término de cada período avaliatório, Relatório

Gerencial sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, elaborado conforme

modelo disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG, contendo:

166

I -comparativo entre as metas propostas e os resultados alcançados, acompanhado

de justificativas para todos os resultados não alcançados e propostas de ação para

superação dos problemas enfrentados;

II -demonstrativo integral da receita e despesa realizadas na execução, em regime

de caixa e em regime de competência; e

III -comprovantes de regularidade fiscal, trabalhista e previdenciária.

§2º Para subsidiar a avaliação realizada pela Comissão, a OSCIP deverá

apresentar, até quinze dias após o término de cada período avaliatório, Relatório

Gerencial de Resultados e Relatório Gerencial Financeiro sobre a execução do

objeto do Termo de Parceria, elaborados conforme modelos disponibilizados no sítio

eletrônico da SEPLAG.

§3º O Relatório Gerencial de Resultados e o Relatório Gerencial Financeiro serão

encaminhados pela OSCIP ao supervisor do Termo de Parceria que, no prazo de até

cinco dias úteis, deverá analisar o seu conteúdo e atestar a veracidade e a

fidedignidade das informações apresentadas e, quando for necessário, solicitar à

OSCIP a realização de alterações ou adequações.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§4º O supervisor deverá assinar a versão final do Relatório Gerencial de Resultados

e do Relatório Gerencial Financeiro e encaminhar uma cópia para cada membro da

CA com, no mínimo, cinco dias úteis de antecedência da data da reunião, a ser

convocada pelo supervisor.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.46. Após cada reunião avaliatória, a CA elaborará relatório conclusivo sobre os

resultados obtidos no período, contendo sua avaliação das justificativas

apresentadas pela OSCIP, suas recomendações, suas críticas e sugestões de

alterações.

167

Parágrafo único. A CA poderá indicar, no relatório, a conveniência ou não da

prorrogação do Termo de Parceria.

Art.47. Os membros da CA, com exceção do especialista, encaminharão cópia do

Relatório Gerencial e do Relatório da Comissão para o dirigente máximo do órgão

ou entidade que representa.

Art.48. Sempre que necessário, qualquer membro da CA poderá solicitar reuniões

extraordinárias.

Art.49. A CA, para subsidiar sua avaliação, poderá solicitar ao OEP ou à OSCIP os

esclarecimentos que se fizerem necessários.

CAPÍTULO VI

DAS AUDITORIAS EXTERNAS

Art.50. Será obrigatória a realização de auditoria externa Independente a partir do

exercício de 2009 para a verificação da aplicação dos recursos nos Termos de

Parceria cujo valor anual seja igual ou superior a R$600.000,00 (seiscentos mil

reais).

§1º A OSCIP será responsável pela escolha e contratação da pessoa jurídica que

realizará os trabalhos de auditoria, dentre aquelas habilitadas pelos Conselhos

Regionais de Contabilidade e credenciadas pela AUGE, observando, para isso, seu

regulamento de compras e contratações.

(Redação dada pelo Decreto nº 45.007, de 13 de janeiro de 2009)

§2º A auditoria externa deverá verificar a conformidade dos documentos contábeis

da OSCIP, procedendo a uma auditoria de contas e controles internos.

§3º A auditoria externa será realizada sobre a prestação de contas anual do Termo

de Parceria, no prazo estabelecido pela OSCIP. (Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

168

§4º O disposto no caput aplica-se também aos casos em que a OSCIP celebre

concomitantemente mais de um Termo de Parceria com um ou vários órgãos

estatais, e cuja soma ultrapasse o referido valor anual.

§ 5º A auditoria externa deverá ser realizada sobre prestação de contas de

encerramento do Termo de Parceria caso o período abrangido por esta prestação de

contas seja superior a três meses.

(Acrescido pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

CAPÍTULO VII

DO FOMENTO ÀS ATIVIDADES DA OSCIP

Art.51. Às OSCIP's com Termo de Parceria em vigor poderão ser destinados

recursos orçamentários, ressalvadas as hipóteses de inadimplência com o poder

público ou de descumprimento das condições estabelecidas no Termo.

Art.52. A liberação de recursos financeiros necessários à execução do Termo de

Parceria far-se-á em conta bancária única e específica, aberta em banco a ser

indicado pelo OEP, obrigando-se a OSCIP a exclusivamente nela movimentar os

recursos financeiros referentes ao Termo de Parceria.

Parágrafo único. A liberação de recursos de que trata o caput obedecerá ao

cronograma de desembolso e às demais disposições constantes do Termo de

Parceria, ressalvadas a necessidade de manifestação favorável da CA e autorização

do supervisor.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.53. Os recursos repassados pelo OEP à OSCIP, enquanto não utilizados, serão

obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança ou em fundo de aplicação

financeira de curto prazo, de liquidez imediata e composto majoritariamente por

títulos públicos, quando não forem utilizados nos trinta dias subseqüentes à

liberação. (Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269,de 29 de dezembro de 2009).

169

§1º As receitas financeiras auferidas na forma do caput, bem como as receitas

arrecadadas diretamente pela OSCIP em função da existência do Termo de

Parceria, serão obrigatoriamente aplicadas na execução do objeto do Termo de

Parceria, devendo constar das prestações de contas anuais e de encerramento.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269,de 29 de dezembro de 2009).

§2º Ainda que não sejam oriundas diretamente do Tesouro Estadual, ceitas

arrecadadas pela OSCIP em função da existência do Termo de Parceria deverão

obedecer, em sua aplicação, ao Regulamento de Compras e Contratações.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§3º É vedado o pagamento de despesas com juros, multas, atualização monetária e

custas de protesto de título, por atraso de pagamento com recursos do Termo de

Parceria.

§4º Para fins deste Decreto, entende-se como receitas arrecadadas diretamente

pela OSCIP, em função da existência do Termo de Parceria, as seguintes:

I -resultados de bilheteria de eventos promovidos pela OSCIP, ligados diretamente

ao objeto do Termo de Parceria;

II -patrocínios advindos em função da prestação de serviços previstos ou em

decorrência do Termo de Parceria;

III -recursos direcionados ao fomento de projetos relacionados diretamente ao objeto

do Termo de Parceria;

IV -taxas de administração ou de gestão de recursos advindos por meio das leis de

incentivo, dentre outros;

V -receitas de prestação de serviços ligados à execução do objeto do Termo de

Parceria;

170

VI -receita de comercialização de produtos oriundos da execução do objeto do

Termo de Parceria;

VII -juros bancários e outras receitas financeiras advindas da aplicação dos recursos

repassados por meio do Termo de Parceria;

VIII -juros bancários e outras receitas financeiras advindas da aplicação dos

recursos a que se refere o § 2º;

IX -recursos captados por meio de renúncia fiscal de qualquer um dos entes

federados;

X -recursos advindos de incentivo fiscal; e

XI -direitos sobre marcas e patentes, advindas da execução do Termo de Parceria.

(Acrescido pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.54. É vedada à OSCIP a realização de quaisquer despesas à conta dos recursos

provenientes do Termo de Parceria antes da publicação do regulamento de compras

e contratações, ressalvada a própria publicação deste, e em finalidade diversa

daquela estabelecida no Termo de Parceria, ainda que em caráter de emergência.

Art.55. Quando do encerramento ou rescisão do Termo de Parceria, os saldos

financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das

aplicações financeiras realizadas e das arrecadadas diretamente pela OSCIP em

função da existência do Termo de Parceria, serão devolvidos ao órgão repassador

dos recursos, no prazo de trinta dias do término das atividades, sob pena de

imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada

pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.56. Poderão ser eventualmente destinados às OSCIPs com Termo de Parceria

em vigor, bens públicos necessários ao cumprimento do Termo de Parceria,

171

ressalvadas as hipóteses de inadimplência com o poder público ou de

descumprimento das condições estabelecidas no termo.

§1º Os bens de que trata este artigo serão destinados às OSCIPs parceiras

mediante cláusula expressa constante do Termo de Parceria, e anexo que os

identifique e relacione, ou, durante a vigência do termo, mediante permissão de uso,

devendo ser devolvidos ao órgão que efetuou a permissão após o encerramento da

vigência do instrumento ou no caso de sua rescisão.

§2º Os bens móveis públicos destinados à OSCIP poderão ser permutados, após

prévia avaliação do bem e expressa autorização do órgão permitente, por outros de

igual ou maior valor, os quais passarão a integrar o patrimônio do Estado.

§3º A permuta de que trata o § 2º dependerá de prévia avaliação do bem e de

expressa autorização do órgão permitente.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.57. Caso a OSCIP adquira bens móveis depreciáveis com recursos provenientes

da celebração do Termo de Parceria, estes deverão ser transferidos

preferencialmente ao OEP ou, com a anuência deste, a outro órgão do poder público

estadual, ao término da vigência do instrumento, se sua depreciação acumulada for

menor que sessenta por cento do seu valor original.

§1º Para efeito de cálculo da depreciação a que se refere este artigo, serão

considerados, em dobro, os prazos estabelecidos na Instrução Normativa da SRF nº

162, de 31 de dezembro de 1998.

§2º A contabilização da depreciação dos bens móveis adquiridos com recurso do

Termo de Parceria será efetuada a partir da data de aquisição do bem pela OSCIP,

inclusive no caso de bens já utilizados.

§3º Caso a OSCIP adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do

Termo de Parceria, este será afetado a seu objeto e gravado com cláusula de

inalienabilidade, devendo ser transferido preferencialmente ao OEP ou, com a

172

anuência deste, para outro órgão ou entidade do poder público estadual, ao término

da vigência do instrumento.

Art.58. O OEP e o órgão interveniente poderão ceder, com ou sem ônus para o

órgão de origem, servidor civil para ter exercício em OSCIP com Termo de Parceria

vigente, desde que com anuência deste e mediante cláusula expressa constante do

Termo, inclusive com anexo que identifique e relacione os servidores a serem

cedidos.

§1º Durante a vigência do Termo de Parceria, a cessão do servidor lotado no OEP

ou em órgão interveniente se dará por ato do dirigente máximo, ou, se com exercício

em órgão estatal diverso, por ato conjunto do dirigente máximo de sua lotação e do

órgão em que o servidor esteja em exercício, competindo-lhes, em qualquer caso,

informar à SEPLAG sobre a cessão e proceder à publicação do ato.

§2º A cessão de servidor para ter exercício em OSCIP com ônus para o órgão de

origem ocorrerá sem prejuízo do vencimento e vantagens de caráter permanente

atribuídos ao cargo efetivo ou função pública ocupados pelo servidor, suprimindo-se

o pagamento de prêmio concedido a título de produtividade ou trabalho desenvolvido

em condições especiais pelo órgão de origem.

§3º O pagamento da remuneração mensal do servidor cedido à OSCIP com ônus

para o órgão de origem será processado mediante apresentação de comprovante de

freqüência enviado pela OSCIP.

§4º Não será permitido à OSCIP o pagamento, a servidor cedido, de vantagem

pecuniária permanente com recursos provenientes do Termo de Parceria,

ressalvada a hipótese de adicional relativo a exercício de função de direção ou

assessoramento.

§5º Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do servidor

cedido qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela OSCIP.

173

§6º O servidor cedido, com ou sem ônus para o órgão de origem, enquanto em

exercício em OSCIP, perceberá as vantagens do cargo ou função pública a que fizer

jus e não sofrerá nenhum prejuízo, para qualquer fim, na contagem de seu tempo de

serviço.

§7º A cessão de servidor de que trata este artigo não poderá gerar a necessidade de

substituição do servidor cedido nem de nomeação ou contratação de novos

servidores para o exercício de função idêntica ou assemelhada no órgão ou entidade

cedente.

§8º É vedado a agentes públicos ativos o exercício, a qualquer título, de cargo de

direção de OSCIP, excetuados os servidores que lhe forem cedidos.

§9º O servidor que, por interesse da Administração Pública, passar a exercer suas

atividades em OSCIP, com atribuições similares às do seu cargo de provimento

efetivo ou função pública, não será submetido à Avaliação de Desempenho

Individual -ADI, e ser-lhe-á atribuída a pontuação de setenta pontos em cada

período avaliatório, até que retorne ao seu órgão ou entidade de origem, nos termos

do inciso III do art. 22 do Decreto nº 44.559, de 29 de junho de 2007.

§10. Excluem-se da cessão de que trata o caput os servidores:

I -que estejam em período de estágio probatório;

II -que ocupem cargo de provimento em comissão ou função gratificada; e

III -que estejam respondendo a processo administrativo ou disciplinar.

CAPÍTULO VIII

DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

Art.59. Para efeito do disposto na alínea "d" do inciso VIII do art. 5º da Lei nº 14.870,

de 2003, entende-se por prestação de contas a comprovação do alcance dos

174

resultados e da correta aplicação de todos os recursos, bens e pessoal de origem

pública repassados à OSCIP.

Art.60. Durante a execução do Termo de Parceria, a OSCIP deverá prestar contas

ao OEP nas seguintes situações:

I -ao término de cada exercício;

II -no encerramento do Termo de Parceria; e

III -a qualquer momento, por solicitação do OEP.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art. 61. A prestação de contas a que se refere o inciso I do art. 60 deverá conter o

fluxo de caixa consolidado, demonstrando integralmente as receitas e as despesas

efetivamente realizadas, em regime de caixa e relatório de execução orçamentária

em nível analítico, realizadas na execução das atividades do Termo de Parceria em

cada período avaliatório.

§1º A prestação de contas parcial será encaminhada pela OSCIP para o OEP

juntamente com o Relatório Gerencial de cada período avaliatório, conforme modelo

disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG.

§2º A OSCIP deve disponibilizar todos os comprovante dos gastos realizados no

período para conferência do supervisor, o qual poderá solicitar o apoio da área

competente do OEP para analisar a respectiva prestação de contas.

(revogado pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.62. As prestações de contas anuais, a que se refere o inciso II do art.60, serão

realizadas sobre a totalidade das operações patrimoniais e resultados financeiros da

OSCIP no exercício imediatamente anterior.

§1º A prestação de contas anual será instruída com os seguintes documentos:

175

I -relatório de execução anual, seguindo modelo disponibilizado no sítio eletrônico da

SEPLAG;

II -demonstração de resultados do exercício;

III -balanço patrimonial;

IV -demonstração de valor adicionado;

V -demonstração das mutações do patrimônio líquido social;

VI -demonstração de fluxo de caixa;

VII – notas explicativas das demonstrações contábeis, caso necessário;

VIII -inventário geral dos bens cedidos ou adquiridos;

IX -comprovantes de despesas reembolsadas;

X -extratos bancários da conta específica do Termo de Parceria e da conta

específica em que se movimentam os recursos diretamente arrecadados em função

da existência do termo, quando houver;

XI -comprovantes da homologação das rescisões trabalhistas, quando houver;

XII -comprovantes de regularidade fiscal, trabalhista e previdenciária;

XIII -outros documentos que possam comprovar a utilização dos recursos

repassados, conforme solicitação do OEP; e

XIV -parecer da auditoria externa independente sobre a aplicação dos recursos

recebidos mediante o Termo de Parceria e os diretamente arrecadados em função

do Termo de Parceria, nos termos do art. 50.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

176

§2º A OSCIP deverá encaminhar ao OEP a prestação de contas de que trata este

artigo até 31 de janeiro do ano subsequente ao objeto da prestação de contas,

podendo solicitar dilação de prazo por trinta dias, condicionada à aprovação do OEP

e da SEPLAG.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§3º Após o recebimento da prestação de contas de que trata o §2º, o OEP deverá

analisar a documentação encaminhada e emitir parecer aprovando ou reprovando a

prestação de contas, até sessenta dias a partir do recebimento da prestação de

contas encaminhada pela OSCIP.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§4º Durante o período de análise da prestação de contas pelo OEP, este poderá

solicitar correções ou esclarecimentos à OSCIP.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§5º Após a emissão do parecer de que trata o § 3º, o OEP deverá publicar o extrato

da execução física e financeira, de acordo com o modelo constante no sítio

eletrônico da SEPLAG, no Órgão Oficial de Imprensa dos Poderes do Estado, até 10

de maio do ano subsequente ao objeto da prestação de contas.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§6º O parecer de que trata o § 3º deverá conter análise da área finalística do OEP

acerca dos resultados atingidos e análise da área de contabilidade e finanças do

OEP acerca da execução financeira da OSCIP.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Art.63. A prestação de contas de encerramento a que se refere o inciso II do art. 60,

será realizada ao final da vigência do Termo de Parceria, conforme o estabelecido

no § 1º do art. 62, referente ao período em que não houve cobertura de uma

prestação de contas anual.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

177

§ 1º A OSCIP deverá encaminhar, em até trinta dias do término da vigência do

Termo de Parceria, todos os documentos previstos no §1º do art. 62, somente

referentes ao período em que não houve cobertura por uma prestação de contas

anual.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§2º A OSCIP poderá solicitar dilação de prazo por trinta dias, condicionada à

aprovação do OEP e da SEPLAG.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§3º Após o recebimento da prestação de contas de que trata o §1º, o OEP terá o

prazo de sessenta dias para analisar a documentação encaminhada e emitir

parecer, aprovando ou reprovando a prestação de contas.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§4º Durante o período de análise da prestação de contas pelo OEP, este poderá

solicitar correções ou esclarecimentos à OSCIP, no prazo por ele estabelecido.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§5º No prazo máximo de dez dias, após a emissão do parecer de que trata o § 3º, o

OEP deverá providenciar a publicação, no Órgão Oficial de Imprensa dos Poderes

do Estado, de extrato de encerramento do Termo de Parceria, conforme modelo

disponibilizado no sítio eletrônico da SEPLAG.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§6º O parecer de que trata o § 3º deverá conter análise da area finalística do OEP

acerca dos resultados atingidos, e análise da área de contabilidade e finanças do

OEP acerca da execução financeira da OSCIP.

(Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

§7º O Termo de Parceria será considerado encerrado após a publicação do extrato

de encerramento. (Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.269, de 29 de dezembro de 2009).

178

CAPÍTULO IX

DA RESCISÃO

Art.65. O Termo de Parceria poderá ser rescindido, independentemente das demais

medidas cabíveis, nas seguintes situações:

I -unilateralmente, pelo OEP, se:

a) durante a vigência do Termo de Parceria, a OSCIP perder, por qualquer razão, a

qualificação como "OSCIP", instituída pela Lei nº 14.870, de 2003, ou nos casos de

dissolução da entidade;

b) a OSCIP descumprir qualquer cláusula do Termo de Parceria;

c) a OSCIP utilizar os recursos em desacordo com o Termo de Parceria;

d) a OSCIP não apresentar as prestações de contas nos prazos determinados;

e) a OSCIP não atingir as metas previstas no Termo de Parceria ou não apresentar

justificativa coerente quanto ao seu eventual descumprimento parcial;

f) a OSCIP suspender a prestação do bem ou serviço, sem justa causa e sem prévia

comunicação ao OEP;

g) a OSCIP descumprir as orientações formalmente registradas pelo OEP;

h) o Estado apresentar razões de interesse público para a rescisão, de alta

relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pelo dirigente máximo

do OEP; e

i) a OSCIP apresentar documentação inidônea; e

II -por acordo entre as partes, registrado por escrito, desde que não se enquadre nas

hipóteses das alíneas "a" a "i" do inciso I.

Art.66. Os casos de rescisão, na forma estabelecida no inciso I do art. 65, serão

efetivados por meio de ato, devidamente justificado, do dirigente máximo do OEP.

§1º Na hipótese prevista na alínea "a" do inciso I do art. 65, o acervo patrimonial

disponível, adquirido com recursos públicos dentro do Termo de Parceria, durante o

período em que tiver perdurado aquela qualificação, bem como os excedentes

financeiros decorrentes de suas atividades, serão transferidos a outra pessoa

jurídica qualificada nos termos da Lei nº 14.870, de 2003, que tenha,

179

preferencialmente, o mesmo objeto social, ou, na falta de pessoa jurídica com essas

características, ao Estado.

§2º A rescisão unilateral do Termo de Parceria poderá ensejar a instauração da

competente Tomada de Contas Especial e poderá acarretar as seguintes

conseqüências:

I -assunção imediata do objeto do Termo de Parceria, no estado e local em que se

encontrar por ato próprio da Administração, ou transferência para outra OSCIP a ser

indicada, de modo a evitar a descontinuidade dos serviços;

II -ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos e materiais na

execução do Termo de Parceria, necessários à sua continuidade; e

III -devolução dos recursos repassados, dos excedentes financeiros decorrentes de

sua aplicação, dos bens e servidores cedidos.

§3º No caso de que trata o caput, as despesas relativas aos contratos assinados e

aos compromissos já assumidos pela OSCIP a partir o momento da rescisão,

deverão ser custeadas com recursos da OSCIP, ressalvadas as multas rescisórias

geradas pelo cancelamento de tais contratos.

Art.67. A rescisão por acordo entre as partes, prevista no inciso II do art. 65, será

precedida de justificativa escrita e fundamentada, assinada pelos dirigentes

máximos do OEP e da OSCIP.

§1º Quando a rescisão ocorrer nos termos do caput a OSCIP terá direito a:

I -pagamento pela execução do Termo de Parceria até a data da rescisão;

II -pagamento do custo da desmobilização;

III -permanecer com os bens já depreciados nos limites estabelecidos pelo § 3o do

art. 18 da Lei nº 14.870, de 2003, e art. 57 deste Decreto.

180

CAPÍTULO X

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art.68. As OSCIPs poderão, mediante a celebração de Termo de Parceria, executar

parcialmente as atividades e serviços de órgãos e entidades do Poder Executivo.

§1º Na hipótese de que trata o caput, deverá ser realizado, pelas unidades

responsáveis da OEP, inventário de seus bens móveis e imóveis e de seu acervo

físico, documental e material, levantamento dos contratos e convênios em vigor,

bem como identificação dos servidores em exercício nas referidas unidades.

§2º Compete ao dirigente máximo da unidade que for desativada viabilizar a

assunção das atividades da unidade pela entidade qualificada como OSCIP, e

garantir a continuidade da prestação dos serviços até a efetiva implementação do

Termo de Parceria.

§3º As receitas orçamentárias e os recursos de qualquer natureza, destinados às

unidades que forem desativadas, serão utilizados no processo de inventário e para a

manutenção e o financiamento das atividades, até a assinatura do Termo de

Parceria.

§4º Compete à SEPLAG dispor sobre procedimentos adicionais concernentes ao

inventário de unidade a ser desativada.

Art.69. O Termo de Parceria disporá sobre eventuais direitos e obrigações da

unidade que for desativada, a serem assumidos pela OSCIP.

Art.70. Quando necessário, parcela dos recursos orçamentários alocados à unidade

que for desativada poderá ser destinada à OSCIP pelo OEP.

Art.71. O Termo de Parceria poderá ser celebrado por período superior ao do

exercício fiscal.

181

Art.72. É facultada a vigência simultânea de um ou mais termos de parceria da OSCIP, ainda que com o mesmo órgão estatal. Parágrafo único. A OSCIP deverá instituir uma tabela de rateio de suas despesas fixas, a exemplo dos custos de água e energia, quando possuir mais de um Termo de Parceria ou desenvolver outros projetos com a mesma estrutura, observando a proporcionalidade do uso efetivo por cada projeto. Art.73. Correrão à conta das dotações orçamentárias próprias dos órgãos estatais parceiros as despesas de deslocamento, de alimentação e de hospedagem dos servidores no exercício de atividades relacionadas ao Termo de Parceria, e dos colaboradores eventuais da administração pública estadual, com exceção dos servidores cedidos à OSCIP. Art.74. A SEPLAG facultará o acesso a todas as informações relativas às OSCIPs, mediante requerimento do interessado, e disponibilizará, em seu sítio eletrônico, todos os Termos de Parceria celebrados, inclusive aditamentos e avaliações. Art.75. Compete à Diretoria Central de Parcerias com OSCIPs da SEPLAG proceder à análise dos pedidos de qualificação das entidades como OSCIP, e fornecer o suporte técnico e institucional para a celebração dos termos de parceria. (Redação dada pelo Decreto Estadual nº45.088, de 24 de abril de 2009) Art.76. A SEPLAG poderá expedir normas complementares a este Decreto. Art.77. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art.78. Ficam revogados o Decreto nº 43.749 de 12 de fevereiro de 2004, o Decreto nº 43.818, de 16 de junho de 2004, o Decreto nº 43.843, de 5 de agosto de 2004, o Decreto nº 43.867, de 13 de setembro de 2004, o Decreto nº 44.298, de 23 de maio de 2006, o Decreto nº 44.578, de 25 de julho de 2007, a Resolução SEPLAG nº 66, de 9 de agosto de 2004, a Resolução SEPLAG nº 82, de 29 de dezembro de 2006.

"CAPÍTULO XI -DISPOSIÇÃO TRANSITÓRIA Art.79. As OSCIPs com Termo de Parceria assinados com o Estado de Minas Gerais deverão revisar seu Regulamento de Compras e Contratações, submetendo-o à

182

análise e aprovação do OEP e da SEPLAG em até trinta dias após a publicação deste Decreto. (acrescido pelo Decreto Estadual nº 45.269, de 29 de dezembro de 2009).

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 29 de dezembro de 2009; 221º da

Inconfidência Mineira e 188º da Independência do Brasil.

AÉCIO NEVES

Danilo de Castro

Renata Maria Paes de Vilhena

183

9 - LEI Nº. 9.790, DE 23 DE MARÇO DE 1999 Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI N. 9.790, DE 23 DE MARÇO DE 1999.

Regulamento Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DA QUALIFICAÇÃO COMO ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE

INTERESSE PÚBLICO

Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse

Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que os

respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos

instituídos por esta Lei.

§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de

direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros,

diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou

líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio,

auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na

consecução do respectivo objeto social.

§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento

dos requisitos instituídos por esta Lei.

184

Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de

Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas

no art. 3o desta Lei:

I - as sociedades comerciais;

II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria

profissional;

III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,

práticas e visões devocionais e confessionais;

IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;

V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a

um círculo restrito de associados ou sócios;

VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;

VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;

VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas

mantenedoras;

IX - as organizações sociais;

X - as cooperativas;

XI - as fundações públicas;

XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por

órgão público ou por fundações públicas;

XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o

sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

185

Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio

da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações,

somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,

cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:

I - promoção da assistência social;

II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;

III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de

participação das organizações de que trata esta Lei;

IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de

participação das organizações de que trata esta Lei;

V - promoção da segurança alimentar e nutricional;

VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do

desenvolvimento sustentável;

VII - promoção do voluntariado;

VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;

IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de

sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;

X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria

jurídica gratuita de interesse suplementar;

XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia

e de outros valores universais;

186

XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e

divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam

respeito às atividades mencionadas neste artigo.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas

configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações

correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda

pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins

lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.

Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas

interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham

sobre:

I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade, economicidade e da eficiência;

II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir

a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais,

em decorrência da participação no respectivo processo decisório;

III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência

para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as

operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos

superiores da entidade;

IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio

líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei,

preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta;

V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação

instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com

recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será

187

transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei,

preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;

VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que

atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços

específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado,

na região correspondente a sua área de atuação;

VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que

determinarão, no mínimo:

a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas

Brasileiras de Contabilidade;

b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício

fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade,

incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-

os à disposição para exame de qualquer cidadão;

c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o

caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme

previsto em regulamento;

d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos

pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme

determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.

Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição

de conselho de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, vedada a

percepção de remuneração ou subsídio, a qualquer título(Incluído pela Lei nº 10.539,

de 2002)

Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de

direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por

188

esta Lei, deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído com

cópias autenticadas dos seguintes documentos:

I - estatuto registrado em cartório;

II - ata de eleição de sua atual diretoria;

III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;

IV - declaração de isenção do imposto de renda;

V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.

Art. 6o Recebido o requerimento previsto no artigo anterior, o Ministério da Justiça

decidirá, no prazo de trinta dias, deferindo ou não o pedido.

§ 1o No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de quinze dias

da decisão, certificado de qualificação da requerente como Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 2o Indeferido o pedido, o Ministério da Justiça, no prazo do § 1o, dará ciência da

decisão, mediante publicação no Diário Oficial.

§ 3o O pedido de qualificação somente será indeferido quando:

I - a requerente enquadrar-se nas hipóteses previstas no art. 2o desta Lei;

II - a requerente não atender aos requisitos descritos nos arts. 3o e 4o desta Lei;

III - a documentação apresentada estiver incompleta.

Art. 7o Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou

189

judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados,

ampla defesa e o devido contraditório.

Art. 8o Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro

ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, é

parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação

instituída por esta Lei.

CAPÍTULO II

DO TERMO DE PARCERIA

Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento

passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de

vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades

de interesse público previstas no art. 3o desta Lei.

Art. 10. O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público e as

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos,

responsabilidades e obrigações das partes signatárias.

§ 1o A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos

de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, nos

respectivos níveis de governo.

§ 2o São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:

I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;

II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos

prazos de execução ou cronograma;

190

III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a

serem utilizados, mediante indicadores de resultado;

IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento,

estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e o

detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos, com

recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores,

empregados e consultores;

V - a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as

quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório

sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico

das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de

contas dos gastos e receitas efetivamente realizados, independente das previsões

mencionadas no inciso IV;

VI - a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da União,

conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de

Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelo

simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados principais da

documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não liberação dos recursos

previstos no Termo de Parceria.

Art. 11. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada

por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade

fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de

atuação existentes, em cada nível de governo.

§ 1o Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem ser

analisados por comissão de avaliação, composta de comum acordo entre o órgão

parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

191

§ 2o A comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a

avaliação procedida.

§ 3o Os Termos de Parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas de que

trata esta Lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na

legislação.

Art. 12. Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem

conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou

bens de origem pública pela organização parceira, darão imediata ciência ao

Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade

solidária.

Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 12 desta Lei, havendo indícios

fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis

pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União,

para que requeiram ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens

da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente

público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao

patrimônio público, além de outras medidas consubstanciadas na Lei no 8.429, de 2

de junho de 1992, e na Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.

§ 1o O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822

e 825 do Código de Processo Civil.

§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de

bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no

exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor

dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das

atividades sociais da organização parceira.

192

Art. 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias,

contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os

procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para

compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, observados os

princípios estabelecidos no inciso I do art. 4o desta Lei.

Art. 15. Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da

celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de

inalienabilidade.

CAPÍTULO III

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 16. É vedada às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil

de Interesse Público a participação em campanhas de interesse político-partidário ou

eleitorais, sob quaisquer meios ou formas.

Art. 17. O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos interessados,

livre acesso público a todas as informações pertinentes às Organizações da

Sociedade Civil de Interesse Público.

Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com

base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações da

Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos os requisitos para tanto

exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea dessas qualificações,

até dois anos contados da data de vigência desta Lei.

§ 1o Findo o prazo de dois anos, a pessoa jurídica interessada em manter a

qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia

automática de suas qualificações anteriores.

Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com

base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações da

Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos aos requisitos para tanto

193

exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea dessas qualificações,

até cinco anos contados da data de vigência desta Lei. (Redação dada pela Medida

Provisória nº 2.216-37, de 2001)

§ 1o Findo o prazo de cinco anos, a pessoa jurídica interessada em manter a

qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia

automática de suas qualificações anteriores. (Redação dada pela Medida Provisória

nº 2.216-37, de 2001)

§ 2o Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa jurídica

perderá automaticamente a qualificação obtida nos termos desta Lei.

Art. 19. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de trinta dias.

Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 23 de março de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Renan Calheiros

Pedro Mallan

Ailton Barcelos Fernandes

Paulo Renato Souza

Francisco Dornelles

Waldeck Ornélas

José Serra

Paulo Paiva

Clovis de Barros Carvalho

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24.3.1999

194

10 - LEI ESTADUAL Nº 14.870, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2003 (texto atualizado)

Dispõe sobre a qualificação de pessoa jurídica de direito privado como Organização

da Sociedade Civil de Interesse Público -OSCIP -e dá outras providências.

O Povo de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome,

sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art.1º -O Estado poderá qualificar pessoa jurídica de direito privado como

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público OSCIP -, nos termos desta Lei.

§1º A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento

dos requisitos estabelecidos nesta Lei.

(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº17349, de 17/1/2008.)

§2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se equivalente

a:

I -poder público estadual a expressão "poder público";

II -órgão estatal parceiro as expressões "órgão público" e "órgão estadual";

III -Oscip as expressões "organização parceira" e "entidade parceira";

IV -Poder Executivo estadual a expressão "Poder Executivo".

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

Art. 2º -O poder público e a entidade qualificada como OSCIP poderão firmar termo

de parceria, destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o

fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 4º desta

Lei.

195

CAPÍTULO II

DA QUALIFICAÇÃO COMO ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL

DE INTERESSE PÚBLICO

Seção I

Dos Requisitos

Art.3º Pode qualificar-se como Oscip a pessoa jurídica de direito privado sem fins

lucrativos, nos termos da lei civil, em atividade, cujos objetivos sociais e normas

estatutárias atendam ao disposto nesta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa

jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus associados, conselheiros,

diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou

líquidos, dividendos, participações ou parcelas de seu patrimônio auferidos mediante

o exercício de suas atividades e que os aplica integralmente na consecução de seu

objetivo social.

(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008. (Vide art. 22 da Lei nº 15972, de 12/1/2006.)

Art.4º -Observados o princípio da universalidade e os requisitos instituídos por esta

Lei, a qualificação como OSCIP será conferida à pessoa jurídica cujos objetivos

sociais consistam na promoção de, pelo menos, uma das seguintes atividades:

I -assistência social;

II -cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;

III -ensino fundamental ou médio gratuitos;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

IV -saúde gratuita;

V -segurança alimentar e nutricional;

196

VI -defesa, preservação e conservação do meio ambiente, gestão de recursos

hídricos e desenvolvimento sustentável;

VII -trabalho voluntário;

VIII -desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;

IX -experimentação não lucrativa de novos modelos socioprodutivos e de sistemas

alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;

X -defesa dos direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria

jurídica gratuita;

XI -defesa da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de

outros valores universais;

XII -estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias, produção e divulgação de

informações e conhecimentos técnicos e científicos;

XIII -fomento do esporte amador.

XIV -ensino profissionalizante ou superior.

(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a partir de 1º de janeiro de 2010, a

entidade deverá comprovar a execução direta de projetos, programas ou planos de

ação relacionados às áreas de atividade descritas nos incisos deste artigo, ou,

ainda, a prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem

fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins, na forma do

regulamento.

(Parágrafo com redação dada pelo art.1ºda Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

197

Art.5º -Respeitado o disposto nos arts. 3º e 4º desta Lei, exige-se, para a

qualificação como OSCIP, que a pessoa jurídica interessada seja regida por estatuto

cujas normas prevejam:

I -observância, para aplicação de recursos públicos e gestão dos bens públicos, dos

princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da

economicidade, da razoabilidade e da eficiência;

II -duração igual ou inferior a três anos para o mandato dos membros dos órgãos

deliberativos;

(Inciso com redação dada pelo art.1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

III -adoção de práticas de gestão administrativa necessárias e suficientes para coibir

a obtenção, individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais em

decorrência de participação nas atividades da respectiva pessoa jurídica;

IV -constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente dotado de competência para

emitir parecer sobre relatórios de desempenho financeiro e contábil e sobre as

operações patrimoniais realizadas com a finalidade de subsidiar as atividades dos

organismos superiores da entidade;

V -transferência, em caso de dissolução da entidade, do respectivo patrimônio

líquido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, a qual tenha,

preferencialmente, o mesmo objeto social da extinta, ou, na falta de pessoa jurídica

com essas características, ao Estado;

VI -transferência, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída

por esta lei, do acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos

durante o período em que tiver perdurado aquela qualificação, bem como dos

excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, a outra pessoa jurídica

qualificada nos termos desta Lei, a qual tenha, preferencialmente, o mesmo objeto

social, ou, na falta de pessoa jurídica com essas características, ao Estado;

198

VII -limitação da remuneração dos administradores, gerentes ou diretores, quando

houver, aos valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área

de atuação;

VIII -definição de normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade,

especificamente:

a) obediência aos princípios fundamentais de contabilidade e às normas brasileiras

de contabilidade;

b) publicidade, por meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, do relatório de

atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões

negativas de débitos no Instituto Nacional do Seguro Social -INSS -e no Fundo de

Garantia por Tempo de Serviço -FGTS -, colocando-as à disposição, para exame, de

qualquer cidadão;

c) realização de auditoria, por auditores externos independentes, da aplicação dos

eventuais recursos objeto do termo de parceria, obrigatória nos limites, valores e

condições definidos em regulamento;

(Alínea com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

d) prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos

pela OSCIP, conforme determinam o art.73 e seguintes da Constituição do Estado;

IX -finalidade não lucrativa da entidade, com a obrigatoriedade de investimento de

seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades, vedada a

distribuição, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores ou

doadores, de eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos,

bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o

exercício de suas atividades;

X -atribuições da diretoria executiva ou do diretor executivo;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

XI -aceitação de novos associados, na forma do estatuto, no caso de associação

civil;

199

XII -proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em

qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de

associado ou membro da entidade;

XIII -natureza social dos objetivos da entidade relativos à respectiva área de

atuação.

§1º -É permitida a participação de servidor público ou ocupante de função pública na

composição de conselho de OSCIP, vedada a percepção de remuneração ou

subsídio, a qualquer título.

§2º -É vedado a parente consanguíneo ou afim até o terceiro grau do Governador ou

do Vice-Governador do Estado, de Secretário de Estado, de Senador ou de

Deputado Federal ou Estadual atuar como conselheiro ou dirigente de OSCIP.

§3º As transferências de que tratam os incisos V e VI do caput deste artigo ficam

condicionadas à autorização do Estado, nos termos do regulamento.

(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

Art.6º -Não pode qualificar-se como OSCIP, ainda que se dedique às atividades

descritas no art. 4º desta Lei:

I -a sociedade comercial;

II -o sindicato, a associação de classe ou representativa de categoria profissional;

III -a instituição religiosa ou voltada para a disseminação de credo, culto ou prática

devocional e confessional;

IV -a organização partidária e assemelhada e suas fundações;

V -a entidade de benefício mútuo destinada a proporcionar bens ou serviços a um

círculo restrito de associados ou sócios;

200

VI -a entidade ou empresa que comercialize plano de saúde e assemelhados;

VII -a instituição hospitalar privada não gratuita e sua mantenedora;

VIII -a escola privada dedicada ao ensino fundamental e médio não gratuitos e sua

mantenedora;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

IX -a cooperativa;

X -a fundação pública;

XI -a organização creditícia a que se refere o art. 192 da Constituição da República,

que tenha qualquer vinculação com o sistema financeiro nacional.

XII -a entidade desportiva e recreativa dotada de fim empresarial.

Seção II

Dos Procedimentos

Art.7º -A qualificação como OSCIP será solicitada pela entidade interessada ao

Secretário de Estado do Planejamento e Gestão, por meio de requerimento escrito,

instruído com cópias autenticadas dos seguintes documentos:

I -estatuto registrado em cartório;

II -ata de eleição dos membros dos órgãos deliberativos;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

III -inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas -CNPJ;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.) (Vide art. 22 da Lei nº 15972, de 12/1/2006.)

201

IV -documentos que comprovem a experiência mínima de dois anos da entidade na

execução das atividades indicadas no seu estatuto social, conforme previsto em

regulamento;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.) (Vide art. 22 da Lei nº 15972, de 12/1/2006.)

V -declaração de que a entidade não possui agente público ativo de qualquer dos

entes federados, exercendo, a qualquer título, cargo de direção na entidade, exceto

se cedido, nos termos do § 6º do art. 20;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

VI -declaração de que a entidade não possui como dirigente ou conselheiro parente

consangüíneo ou afim até o terceiro grau do Governador ou do Vice-Governador do

Estado, de Secretário de Estado, de Senador ou de Deputado Federal ou Estadual.

(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§1º A comprovação prevista no inciso IV do caput deste artigo poderá, a partir da

data de publicação desta Lei até 31 de dezembro de 2009, ser suprida mediante

comprovação da experiência dos dirigentes da entidade na execução das atividades

indicadas em seu estatuto social, conforme previsto em regulamento.

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§2º Na hipótese prevista no § 1º deste artigo, a Oscip que deixar de comprovar o

requisito de experiência mínima de dois anos de seus dirigentes perderá

automaticamente o título concedido.

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

Art.8º -Recebido o requerimento a que se refere o art.7º desta Lei, a Secretaria de

Estado de Planejamento e Gestão sobre ele decidirá, no prazo de trinta dias.

§1º -No caso de deferimento, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, no

prazo de quinze dias, emitirá certificado de qualificação da requerente como OSCIP,

dando publicidade do ato no órgão oficial de imprensa do Estado.

202

§2º -Indeferido o pedido, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, no

prazo referido no § 1º deste artigo, fará publicar no órgão oficial de imprensa do

Estado as razões do indeferimento.

§3º -O pedido de qualificação será indeferido caso:

I -a requerente se enquadre nas hipóteses previstas no art. 6º desta Lei;

II -a requerente não atenda aos requisitos descritos nos arts. 4º e 5º desta Lei;

III -a documentação apresentada esteja incompleta.

§4º O deferimento da qualificação da entidade requerente a credencia a participar de

processos seletivos para a celebração de termos de parceria com o poder público no

âmbito das atividades indicadas no seu estatuto social.

(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§5º -O deferimento do título de OSCIP não importa no reconhecimento, à entidade

qualificada, de prerrogativa de direito público, material ou processual, nem de

delegação de atribuições reservadas ao poder público.

Seção III

Do Controle

Art.9º -A pessoa jurídica qualificada como OSCIP nos termos desta lei será

submetida à fiscalização do Ministério Público, no exercício de suas competências

legais, e ao controle externo da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais,

que o exercerá com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado.

Art.10 -Perderá a qualificação como OSCIP a entidade que:

I -dispuser de forma irregular dos recursos públicos que lhe forem destinados; (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

203

II -incorrer em irregularidade fiscal ou trabalhista;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

III -descumprir o disposto nesta Lei.

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

Parágrafo único. A entidade que perder a qualificação como Oscip ficará impedida

de requerer novamente o título no período de cinco anos a contar da data da

publicação do ato de desqualificação.

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

Art.11 -É parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da

qualificação da entidade como OSCIP, o cidadão, o partido político, a associação ou

entidade sindical, se amparados por evidência de erro ou fraude, vedado o

anonimato e respeitadas as prerrogativas do Ministério Público.

Parágrafo único -A perda da qualificação dar-se-á mediante decisão proferida em

processo administrativo instaurado na Secretaria de Estado de Planejamento e

Gestão de ofício ou a pedido do interessado, ou judicial, de iniciativa popular ou do

Ministério Público, nos quais serão assegurados a ampla defesa e o contraditório.

CAPÍTULO III

DO TERMO DE PARCERIA

Seção I

Dos Requisitos

Art.12 -A celebração do termo de parceria entre o poder público e a entidade

qualificada como OSCIP, nos termos do art. 2º desta Lei, será precedida de:

I -consulta aos conselhos de políticas públicas das áreas de atuação da entidade;

204

II -comprovação, pela Oscip, de sua regularidade fiscal junto ao Instituto Nacional do

Seguro Social -INSS -, ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço -FGTS -e à

Fazenda Federal, Estadual e Municipal;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

III -consulta à Auditoria-Geral do Estado, conforme disposto em decreto;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

IV -apresentação da minuta do termo de parceria à Câmara de Coordenação-Geral,

Planejamento, Gestão e Finanças -CCGPGF;

(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

V -apresentação, pela Oscip, de relatório circunstanciado comprovando sua

experiência por dois anos na execução de atividades na área do objeto do termo de

parceria, conforme o disposto em regulamento;

(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

VI -apresentação de declaração de isenção de Imposto de Renda, de balanço

patrimonial e de demonstrativo dos resultados financeiros do último exercício,

ressalvada a hipótese da entidade que, em razão do tempo de sua constituição,

ainda não estiver obrigada a apresentá-los, nos termos definidos pela legislação

vigente;

(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

VII -apresentação da previsão das receitas e despesas em nível analítico,

estipulando, item por item, as categorias contábeis usadas pela entidade e o

detalhamento das remunerações e dos benefícios de pessoal a serem pagos a seus

dirigentes e empregados com recursos oriundos do termo de parceria ou a ele

vinculados;

(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

VIII -parecer técnico do órgão estatal parceiro contendo justificativa da escolha da

Oscip, caso não ocorra processo seletivo de concurso de projetos;

(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

205

IX -apresentação de minuta de regulamento de compras e aquisições, conforme o

disposto em decreto;

(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

X -publicação do extrato da minuta do termo de parceria no órgão oficial de

imprensa dos Poderes do Estado.

(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§1º Quando houver possibilidade de mais de uma entidade qualificada prestar os

serviços sociais objeto do fomento, poderá ser realizado processo seletivo, nos

termos do regulamento.

(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§ 2º (Vetado).

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§3º Quando a entidade houver sido qualificada com base na experiência de seus

dirigentes, conforme estabelecido no § 1º do art. 7º desta Lei, não se exigirá a

observância do disposto no inciso V do caput deste artigo, mas, no caso de estar em

atividade conselho estadual de política pública da área objeto da parceria, a

celebração do termo de parceria ficará condicionada à aprovação prévia de dois

terços dos seus membros.

(Parágrafo acrescentado pelo art.1º da Lei nº 17502, de 21/5/2008.)

Art.13 -O termo de parceria firmado entre o poder público e a OSCIP discriminará os

direitos, as responsabilidades e as obrigações das partes signatárias e disporá ainda

sobre:

I -o objeto do termo de parceria, com a especificação de seu programa de trabalho;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

II -a especificação técnica detalhada do bem, do projeto, da obra ou do serviço a ser

obtido ou realizado;

206

III -as metas e os resultados a serem atingidos pela entidade e os respectivos

prazos de execução ou cronogramas;

IV -os critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados mediante a

incorporação de indicadores de resultados;

V -a previsão de receitas e despesas, em nível sintético, a serem realizadas em seu

cumprimento;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

VI -as obrigações da Oscip, entre as quais a de apresentar ao poder público

estadual, ao término de cada exercício, relatório sobre a execução do objeto do

termo de parceria, contendo comparativo específico das metas propostas com os

resultados alcançados e a prestação de contas contábil, independentemente das

previsões mencionadas no inciso V;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

VII -a publicação, no órgão oficial de imprensa dos Poderes do Estado, a cargo do

órgão estatal parceiro signatário, do extrato do termo de parceria e do extrato de

execução física e financeira, conforme modelo simplificado estabelecido em decreto,

sob pena de não liberação dos recursos previstos no termo de parceria;

(Inciso com redação dada pelo art.1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

VIII -a rescisão, cominada expressamente para os casos de infração aos dispositivos

desta lei e para os demais casos que especificar, conforme regulamento.

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§1º Os créditos orçamentários assegurados às Oscips serão liberados de acordo

com o cronograma de desembolso e as demais disposições previstas no termo de

parceria, observado o disposto em decreto.

(Parágrafo com redação dada pelo art.1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§2º -É lícita a vigência simultânea de um ou mais termos de parceria, ainda que com

o mesmo órgão estatal, de acordo com a capacidade operacional da OSCIP.

207

§3º -O termo de parceria celebrado com OSCIP que tenha por objeto social a

promoção de saúde gratuita deverá observar os princípios do art. 198 da

Constituição da República e do art. 7º da Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de

1990.

§4º -A perda da qualificação como OSCIP importará na rescisão do termo de

parceria.

Seção II

Do Acompanhamento e da Fiscalização

Art.14 -A execução do objeto do termo de parceria será acompanhada e fiscalizada

pelo órgão do poder público afeto à área de atuação relativa à atividade fomentada e

pelos conselhos de políticas públicas das áreas correspondentes de atuação.

§1º Os resultados atingidos com a execução do termo de parceria serão analisados

semestralmente, no mínimo, por comissão de avaliação integrada por:

I -um membro indicado pela Seplag;

II -um supervisor indicado pelo órgão estatal parceiro;

III -um membro indicado pela Oscip;

IV -um membro indicado pelo conselho de políticas públicas da área correspondente

de atuação, quando houver;

V -um membro indicado por cada interveniente, quando houver;

VI -um especialista da área em que se enquadre o objeto do termo de parceria,

indicado pelo órgão estatal parceiro, não integrante da administração estadual.

(Parágrafo com redação dada pelo art.1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

208

§2º A comissão encaminhará relatório conclusivo, no mínimo semestral, sobre a

avaliação realizada à autoridade competente do órgão estatal parceiro e ao conselho

de política pública da área correspondente de atuação.

(Parágrafo com redação dada pelo art.1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§3º Os termos de parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas de que

trata esta lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na

legislação.

§4º O órgão estatal parceiro a que se refere o caput deste artigo, na forma do termo

de parceria, designará supervisor para participar, com poder de veto, de decisões da

Oscip relativas ao termo de parceria, conforme regulamento.

(Parágrafo com redação dada pelo art.1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§5º A entidade parceira encaminhará à comissão de avaliação a cada seis meses,

no mínimo, os comprovantes de cumprimento das obrigações trabalhistas e

previdenciárias.

Art.15 -Os responsáveis pela fiscalização do termo de parceria, ao tomarem

conhecimento de irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de

origem pública pela organização parceira, darão imediata ciência do fato ao Tribunal

de Contas e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.

Art.16 -Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 15 desta Lei, havendo indícios

fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis

pela fiscalização representarão ao Ministério Público e à Advocacia-Geral do Estado,

para que requeiram ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens

da entidade e o seqüestro dos bens de seus dirigentes e de agente público ou

terceiro que possam haver enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio

público, além de outras medidas consubstanciadas na Lei Federal nº 8.429, de 2 de

junho de 1992, e na Lei Complementar Federal nº 64, de 18 de maio de 1990.

§1º -O pedido de seqüestro de bens será processado de acordo com o disposto nos

arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.

209

§2º -Quando for o caso, o pedido de que trata o § 1º incluirá a investigação, o exame

e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no

País e no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

§3º -Até o término da ação, o poder público permanecerá como depositário e gestor

dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pelo prosseguimento das

atividades sociais da OSCIP.

Art.17 -A OSCIP fará publicar, no prazo máximo de trinta dias contados da

assinatura do termo de parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos a

serem adotados para a contratação de obras e serviços, bem como para compras

com o emprego de recursos provenientes do poder público, observados os princípios

estabelecidos no inciso I do art. 5º desta lei.

CAPÍTULO IV

DO FOMENTO ÀS ATIVIDADES DAS OSCIPS

Art.18 -Às OSCIPs serão destinados recursos orçamentários e, eventualmente, bens

públicos necessários ao cumprimento do termo de parceria de que trata o Capítulo

III desta lei, ressalvadas as hipóteses de inadimplência com o poder público ou de

descumprimento das condições estabelecidas no termo.

§1º Os bens de que trata este artigo serão destinados às Oscips mediante cláusula

expressa constante no termo de parceria, e anexo que os identifique e relacione, ou,

durante a vigência do termo, mediante permissão de uso.

(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§2º Caso a Oscip adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do

termo de parceria, este será afetado a seu objeto e gravado com cláusula de

inalienabilidade, devendo ser transferido ao Estado ao término da vigência do

instrumento.

(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

210

§3º Na hipótese de a Oscip adquirir bens móveis depreciáveis com recursos

provenientes da celebração do termo de parceria, estes deverão ser transferidos ao

Estado, ao término da vigência do instrumento, se sua depreciação acumulada for

menor que 60% (sessenta por cento) do seu valor original, conforme estabelecido

em decreto.

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

§4º A aquisição de bens imóveis com recursos provenientes da celebração do termo

de parceria será precedida de autorização do órgão estatal parceiro.

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

Art.19 -Os bens móveis públicos permitidos para uso da OSCIP poderão ser

permutados por outros de igual ou maior valor, os quais integrarão o patrimônio do

Estado.

Parágrafo único -A permuta de que trata este artigo dependerá de prévia avaliação

do bem e de expressa autorização do poder público.

Art.20 -É facultada ao Poder Executivo a cessão especial de servidor civil para

OSCIP, com ou sem ônus para o órgão de origem, condicionada à anuência do

servidor.

§1º -Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do

servidor cedido qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela OSCIP.

§2º -Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária permanente por

OSCIP a servidor cedido com recursos provenientes do termo de parceria,

ressalvada a hipótese de adicional relativo ao exercício de função temporária de

direção e assessoramento.

§3º -O servidor cedido perceberá as vantagens do cargo a que fizer jus no órgão de

origem.

211

§4º -Caso o servidor cedido com ônus para o órgão de origem deixe de prestar

serviço à OSCIP, poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao

custeio do termo de parceria a parcela de recursos correspondente à remuneração

do servidor, desde que haja justificativa expressa da necessidade pela OSCIP.

§5º -A cessão de servidor de que trata este artigo não poderá gerar a necessidade

de substituição do servidor cedido nem de nomeação ou contratação de novos

servidores para o exercício de função idêntica ou assemelhada na unidade

administrativa cedente.

§6º -É vedado a agentes públicos o exercício, a qualquer título, de cargo de direção

de OSCIP, excetuados os servidores que lhe forem cedidos.

Art.21 -Fica qualificada como organização social para os efeitos do inciso XXIV do

art. 24 da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e do art. 15 da Lei nº 9.637,

de 15 de maio de 1998, a entidade qualificada como OSCIP.

Art.22 -São extensíveis, no âmbito do Estado, os efeitos dos arts. 8º, §4º, e 18, § 1º,

desta lei, às entidades qualificadas como Organização Social ou OSCIP pela União,

pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, desde que a legislação dos

demais entes federados guarde reciprocidade com as normas desta Lei.

Art.23 -As OSCIPs poderão executar, parcialmente, atividades e serviços de órgãos

e entidades do Poder Executivo, mediante a celebração de termo de parceria, na

forma prevista nos arts. 12 e 13 desta Lei.

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art.24 -É vedada à entidade qualificada como OSCIP qualquer tipo de participação

em campanha de interesse político-partidário ou eleitoral.

Art.25 -A Seplag permitirá o acesso a todas as informações relativas às Oscips,

inclusive em meio eletrônico.

(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

212

Art.26 -A pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos qualificada com base

em outros diplomas legais poderá qualificar-se como OSCIP, observados os

requisitos estabelecidos nesta Lei.

Art.27 -Os empregados contratados por OSCIP não guardam qualquer vínculo

empregatício com o poder público, inexistindo também qualquer responsabilidade do

Estado relativamente às obrigações de qualquer natureza assumidas pela OSCIP.

Art.28 -Correrão à conta das dotações orçamentárias próprias dos órgãos

interessados, nos termos de decreto, as despesas de deslocamento, de alimentação

e de pousada dos colaboradores eventuais da administração pública estadual.

(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 17349, de 17/1/2008.)

Art.29 -O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de sessenta dias

contados da data de sua publicação.

Art. 30 -Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 31 -Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 16 de dezembro de 2003.

AÉCIO NEVES -Governador do Estado.

213

11 - PORTARIA CTGM 002/2007 Estabelece normas complementares ao Decreto 12.634, de 22 de fevereiro de 2007 e dá outras providências.

O Controlador Geral do Município, no exercício de suas atribuições legais, em conformidade com a Lei 9.155, de 12 de janeiro de 2006, e com o art. 17 do Decreto 12.634, de 22 de fevereiro de 2007, considerando a necessidade de adequação dos procedimentos de auditoria já realizados e dos procedimentos de auditoria em curso no âmbito da Auditoria-Geral do Município,

RESOLVE:

Art. 1º - A Auditoria-Geral do Município - AGM enviará aos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta relatório circunstanciado, informando o estágio das auditorias já realizadas, nos termos das Portarias AGM 001/2000 e AUDIM 002/2001, destacando as questões pendentes de justificativa, para fins de enquadramento nas regras procedimentais do Decreto n. 12.634/2007.

Parágrafo Único - Os órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta terão prazo de vinte dias, contados do recebimento do relatório circunstanciado, para apresentarem à AGM, considerando os pontos destacados, as justificativas que julgarem pertinentes ou a comprovação das providências adotadas.

Art. 2º - Após apreciação da manifestação dos órgãos e entidades, devidamente aprovada pelo seu titular, a AGM elaborará relatório conclusivo, mediante o qual proporá um dos instrumentos de controle previstos no Decreto 12.634/2007.

Art. 3º. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 26 de fevereiro de 2007.

Luciano de Araújo Ferraz

Controlador-Geral do Município

214

12 - PORTARIA CTGM 003/2007 Terça-feira, 24 de abril de 2007.

Ano XIII - Edição N. 2832

Poder Executivo

Controladoria-Geral do Município

PORTARIA CTGM 003/2007

Estabelece normas complementares ao Decreto 12.634, de 22 de fevereiro de 2007 e dá outras providências.

O Controlador Geral do Município, no exercício de suas atribuições legais, de conformidade com a Lei 9.155, de 12 de janeiro de 2006, com o art. 17 do Decreto 12.634, de 22 de fevereiro de 2007 e com o Decreto nº 12.683, de 18 de abril de 2007,

RESOLVE:

Art. 1º - A instauração do procedimento de que trata o Art 6º, inciso I, do Decreto 12.634/07, dar-se-á com a expedição da respectiva designação de início de auditoria, devidamente autuada em procedimento administrativo próprio.

Art. 2º - As Solicitações de Auditoria - SAs, deverão ser emitidas em duas vias, sendo uma entregue ao auditado e a outra apensada ao procedimento de auditoria.

Art. 3º - As justificativas e providências adotadas pelos auditados sobre os relatórios preliminares, aprovadas pelos titulares do órgão ou entidade, deverão ser, inicialmente, apreciadas pelo auditor responsável pela elaboração.

§ 1º - Acolhidas pelo auditor as medidas saneadoras ou justificativas apresentadas pelos auditados será emitido o relatório conclusivo pela gerência competente, devidamente aprovado pelo Auditor-Geral, que proporá, se for o caso, a emissão do Certificado Favorável de Auditoria - CFA, com ou sem ressalvas.

§ 2º Na hipótese de não acolhimento das providências adotadas ou das justificativas apresentadas pelo auditado será emitido o relatório conclusivo pela gerência competente, devidamente aprovado pelo Auditor-Geral, que proporá a instauração de Tomada de Contas Especial - TCE ou a celebração do Termo de Compromisso de Gestão - TCG, conforme o caso.

Art. 4º - Os relatórios conclusivos de que trata o art. 3º desta Portaria serão encaminhados à Gerência de Controle Interno que, após manifestação, submeterá proposta de instrumento de controle ao Controlador-Geral do Município.

215

Art. 5º - Os procedimentos de auditoria, após sua conclusão, serão enviados à Gerência de Coordenação de Sistemas de Informação e Apoio aos Trabalhos de Auditoria, para serem arquivados, nos termos do art. 4º do Decreto 12.683, de 18 de abril de 2007.

Parágrafo único: Havendo instrumento de controle a ser monitorado, nos termos do §1° do artigo 12 do Decreto 12.634, de 22 de fevereiro de 2007, os procedimentos serão encaminhados para a gerência competente da Auditoria-Geral do Município.

Art. 6º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 20 abril de 2007

Luciano de Araújo Ferraz

Controlador-Geral do Município

216

13 - RESOLUÇÃO Nº 97, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2009

Esta Resolução define os procedimentos a serem adotados para a transferência de bens permanentes, adquiridos com recursos do Termo de Parceria da OSCIP, para o Órgão Estatal Parceiro (OEP) ou outro órgão do Poder Público Estadual, quando do término da vigência do Termo de Parceria, conforme previsto no Art. 18, §3º, da Lei nº.

14.870 de 16 de dezembro de 2003, e estabelece os procedimentos a serem

seguidos pelo Órgão Estatal Parceiro na gestão do patrimônio em caso de furto,

roubo ou dano de bens patrimoniais do Termo de Parceria.

A SECRETÁRIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO, no uso da

atribuição que lhe confere o art. 93, parágrafo único, inciso III da Constituição do

Estado, tendo em vista o disposto na Lei 14.870, de 16 de dezembro de 2006, no

Decreto 44.914, de 03 de outubro de 2008 e no Decreto 43.053, de 28 de novembro

de 2002.

RESOLVE:

Art. 1º -Estabelece-se que o procedimento para a formalização da transferência de

bens da OSCIP para o Órgão Estatal Parceiro (OEP) ou outro órgão do Poder

Público Estadual, adquiridos por aquela com recursos do Termo de Parceria, será a

incorporação dos bens transferidos ao patrimônio publico, quando do término da

vigência do Termo de Parceria.

§ 1º -Será responsabilidade do Supervisor do Termo de Parceria conferir a

conformidade dos bens listados no "Formulário de Transferência de Bens da OSCIP

para o Poder Público Estadual", com as respectivas notas fiscais e verificar se todos

os bens listados estão sendo efetivamente entregues pela OSCIP, aceitando ou não

a transferência.

217

§ 2º -A transferência se concretiza com a entrega ocorrida e com a incorporação dos

bens transferidos ao patrimônio do Poder Público Estadual.

§ 3º -Para o procedimento de incorporação deve ser observado o disposto no

Decreto nº. 43.053 de 28 de novembro de 2002.

§ 4º -Permanecem inalteradas as demais disposições constantes na Lei 14.870, de

16 de dezembro de 2006, no Decreto 44.914, de 03 de outubro de 2008 e no

Decreto 43.053, de 28 de novembro de 2002.

Art. 2º -A transferência de bens deve seguir os procedimentos estabelecidos por

esta resolução.

§ 1º -A OSCIP deverá registrar todos os bens adquiridos com recursos do termo de

parceria em até 15 dias após a sua aquisição por meio de placas ou etiquetas de

identificação contendo no mínimo o número do termo de parceria.

§ 2º -A OSCIP será a responsável por montar o processo de transferência de bens,

com o "Formulário de Transferência de Bens da OSCIP para o Poder Público

Estadual", em 3 (três) vias preenchidas e assinadas, segundo modelo e orientações

disponibilizadas pela SEPLAG em seu sítio eletrônico, e a ele anexar as respectivas

Notas Fiscais de compra dos bens listados.

§ 3º -O Supervisor do Termo de Parceria deverá analisar o processo de

transferência, conferindo, pessoalmente inclusive, se os bens listados estão em

conformidade com o informado. Em caso de inconformidade solicitar à OSCIP as

alterações necessárias e, em caso de conformidade, encaminhar o processo para a

análise da Assessoria Jurídica do OEP.

§ 4º -Após aprovado pela Assessoria Jurídica do OEP, o processo de transferência

de bens deve ser assinado pelo Supervisor do Termo de Parceria, que deverá

providenciar o transporte dos bens.

218

§ 5º As despesas referentes ao transporte dos bens transferidos ficam a cargo do

Órgão Estatal Parceiro ou do órgão que os receberá.

Art. 3º -Havendo recusa da OSCIP quanto à transferência dos bens, esta deve ser

notificada para que disponibilize os mesmos, sob pena de transferência compulsória,

sem prejuízo das medidas judiciais cabíveis.

Art. 4º -Para o caso de a OSCIP abandonar os bens, ou proceder de maneira similar

quanto aos mesmos, o Órgão Estatal Parceiro deve notificar a OSCIP de que os

bens serão transferidos para o patrimônio público compulsoriamente, sem prejuízo

das medidas judiciais cabíveis.

§ 1º -Na impossibilidade de apresentação de toda a documentação necessária para

a incorporação do bem, não havendo dúvidas quanto à legalidade da procedência

do mesmo, o Supervisor do Termo de parceria poderá autorizar a incorporação e

esta será realizada, mesmo sem a devida documentação completa.

Art. 5º -Após a entrega dos bens, o Supervisor do Termo de Parceria deverá conferi-

los, atestando ou não a sua conformidade e, caso estejam de acordo, oficiará a

Unidade de Patrimônio do OEP ou do órgão que receberá estes bens, solicitando

que proceda à incorporação dos bens transferidos.

§ 1º -Não havendo conformidade no procedimento de entrega dos bens, o

Supervisor do Termo de Parceria deve oficiar a OSCIP solicitando a correção, sob

pena de medida judicial cabível.

Art. 6º -O desaparecimento, por furto ou roubo, e o dano de bens patrimoniais da

OSCIP devem ser apurados mediante sindicância.

§ 1º -O processo de sindicância deve ser apurado por uma Comissão de Apuração,

formada pelo Supervisor do Termo de Parceria, que a presidirá, por pelo menos 2

(dois) servidores efetivos do Órgão Estatal Parceiro e por 1 (um) funcionário da

OSCIP.

219

§ 2º O Dirigente Máximo do OEP ou pessoa por ele designada definirá os servidores

que comporão a comissão.

Art. 7º -A apuração da sindicância deve seguir os seguintes procedimentos:

I -Procedimentos de responsabilidade da OSCIP:

a) Registro do Boletim de ocorrência;

b) Registro da ocorrência em livro próprio;

c) Comunicação ao Supervisor do Termo de Parceria, por meio de ofício, sobre o

fato ocorrido com o bem.

II -Procedimentos de responsabilidade da Comissão de Apuração do OEP:

a) Apurar os fatos e as responsabilidades e, em caso de furto, avaliar as condições

de segurança do local, inclusive mediante vistoria, com os nomes e registros

funcionais e de horários de trabalho dos funcionários, tomar depoimento de vigias,

verificar falhas no quadro de segurança, entre outros;

b) Montar processo de sindicância com o boletim de ocorrência, documentos que

comprovem a apuração dos fatos estabelecidos no inciso "I" deste parágrafo;

c) Elaborar parecer conclusivo que contenha:

i. descrição sucinta e objetiva dos atos praticados;

ii. análise dos documentos obtidos;

iii. conclusão quanto ter sido ou não apurada a responsabilidade direta ou indireta da

OSCIP, apontando, em caso positivo, nomes completos dos funcionários

responsáveis;

iv. sugestões para a adoção de medidas que visem à prevenção de novas

ocorrências.

§ 1º -Caso o relatório aponte que a perda, o furto ou o dano ocorreu por culpa ou

dolo da OSCIP, esta será responsabilizada pelo restabelecimento, substituição ou

indenização do bem ao OEP.

§ 2º -No caso de desaparecimento em face de perda ou furto por culpa ou dolo da

OSCIP, a indenização será estabelecida de acordo com o tempo decorrido desde a

aquisição do bem móvel, conforme o seguinte critério:

220

I -até um 1 ano: 100% do valor do bem novo;

II -entre 1 e 2 anos: 90% do valor do bem novo;

III -de 2a 3 anos : 80% do valor do bem novo;

IV -entre 3 e 4 anos: 70% do valor do bem novo;

V -de 4 a 5 anos: 60% do valor do bem novo;

VI -entre 5 e 6 anos: 50% do valor do bem novo;

VII -de 6 e 7 anos: 40% do valor do bem novo;

VIII -entre 7 e 8 anos: 30% do valor do bem novo;

IX -de 8 a 9anos: 20% do valor do bem novo; e

X -acima de 10 anos: 10% do valor do bem novo.

Art. 8º -Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, em Belo Horizonte -MG, aos 15 de

dezembro de 2009.

RENATA MARIA PAES DE VILHENA

Secretária de Estado de Planejamento e Gestão