agrotóxicos: usos, cuidados e penalidades prevenção ser objeto de uma cartilha...
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Agrotóxicos: Usos, Cuidados e Penalidades
Aspectos Normativos da Relação de Emprego e Gestão de Risco no Trabalho
Prevenção e Tratamento das Intoxicações Humanas e Acidentes com Animais Peçonhentos
Fortaleza/CE - Abril/2008
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“De uma coisa sabemos. A terra nãopertence ao homem: é o homem quepertence à terra, disso temos certeza.
Todas as coisas estão interligadas, como osangue que une uma família. Tudo está
relacionado entre si. Tudo quanto agride aterra, agride os filhos da terra. Não foi o
homem quem teceu a trama da vida: ele émeramente um fio da mesma. Tudo o que
ele fizer à trama, a si próprio fará”
Discurso feito pelo líder dos índiosSuquamish e Duwamish, Chief Seattle, ao
presidente americano Franklin Pierce, em 1854
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O presente manual originou-se do Seminário Estadualsobre o Uso Indevido dos Agrotóxicos, realizado em For-taleza, no final de 2006, com a participação de técnicosagrícolas e profissionais ligados à prática agrícola de di-versos municípios, como meio para discussão dos pro-blemas enfrentados no cotidiano rural no tocante à apli-cação de agrotóxicos e aos malefícios decorrentes douso inadequado dos produtos que, nesta condição, tor-nam-se venenosos aos seus usuários.
No evento, foram ainda discutidas práticas alternati-vas para o uso de agrotóxicos, como o uso de defensi-vos orgânicos e o manejo integrado de pragas, que de-verá ser objeto de uma cartilha própria, dada suaespecificidade.
Volta-se a publicação à democratizar das informaçõesinerentes ao uso indevido dos agrotóxicos, em seus as-pectos mais práticos, caminhando em paralelo às previ-sões das leis aplicáveis aos produtos e a todos os queintegram a cadeia de utilização dos agrotóxicos desde aprodução, uso de embalagens, utensílios, destino final,discorrendo sobre as responsabilidades e penalidades res-pectivas.
Hilda Leopoldina Pinheiro BarretoProcuradora Regional do Trabalho
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Em seguida, o tema é abordado sob a ótica médica,dispondo sobre a prevenção e o tratamento de intoxica-ções, complementada pela disposição acerca dos aci-dentes com animais peçonhentos, eventos corriqueirosna lida diária do trabalho rural.
A contribuição trazida pelo doutor José Ambrósio Gui-marães inclui uma planilha por ele elaborada, protocoladano Conselho Regional de Medicina sob o nº 3342/2005,em que prevê o tratamento a ser conferido à vítima deintoxicação desde o primeiro atendimento a ser realiza-do nas diversas incidências, concessão valiosa para oconhecimento comum, o que torna o manual instrumen-to de uso cotidiano e indispensável aos profissionais eagricultores que lidam com o uso dos agrotóxicos.
Enfeixa o doutor Dorelland Ponte Lima, auditor-fiscaldo Trabalho, as normas aplicáveis aos trabalhadores eempregadores que utilizem na prática laboral agrotóxicos,estendendo sua visão preventiva aos princípios gerais degestão de risco, aplicáveis ao trabalho rural.
Consideram-se, finalmente, os efeitos danosos à práti-ca comercial de produtos contaminados, com o conse-qüente risco à saúde de todos nós, consumidores, sendoainda oportuno apontar as competências dos órgãos ofi-ciais envolvidos no desenvolvimento da atividade rural,com os dados respectivos para contato.
Esperamos que o compromisso assumido pelo Ministé-rio Público do Trabalho no Ceará minimize as dificulda-des próprias do meio rural, amplo e desagregado, desper-tando-lhe a capacidade de preservação da vida e saúdeatravés do conhecimento dos direitos e dos riscos a queestão expostos os usuários de agrotóxicos, comunicando-lhe ainda a certeza de que a melhoria da qualidade devida é tarefa de cada pessoa, que se torna responsávelpelo bem-estar comum.
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Conceito legal de agrotóxico
São considerados agrotóxicos pela legislação atual (Leis7.802/1989, 9.974/2000 e Decreto 4.074/2002) os produ-tos destinados ao uso nos setores de:
* produção, armazenamento e beneficiamento de pro-dutos agrícolas;
* nas pastagens;* na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e
de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos,hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a com-posição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las daação danosa de seres vivos considerados nocivos.
Também são consideradas agrotóxicos as substânciase produtos empregados como desfolhantes, dessecantes,estimuladores e inibidores de crescimento.
Da produção dos agrotóxicos
Os agrotóxicos para serem produzidos, exportados, im-portados, comercializados e utilizados, deverão ser previa-mente registrados no Ministério da Agricultura, só podendoum novo produto ser registrado se a sua ação tóxica sobre oser humano e o meio ambiente for comprovadamente igualou menor do que a daqueles já registrados. Ou seja, ne- 1.
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Hilda LeopoldinaPinheiro Barreto
Procuradora Regionaldo Trabalho
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nhum produto novo pode trazer mais toxicidade que os jáutilizados no País, devendo ser observadas as restrições aosprodutos já usados, feitos em qualquer outro país, sendodesaconselhado o seu uso.
Os fabricantes dos produtos a serem comercializados diri-girão requerimento à Superintendência do Meio Ambientedo Ceará (Semace), para fins de cadastramento, que terávalidade de 5 (cinco) anos, renovável por idêntico período.
Todos os que atuarem na prestação de serviços de apli-cação de agrotóxicos, na prevenção, destruição e controlede seres vivos, deverão também ser registrados, sejam pes-soas físicas ou jurídicas, como ainda os que produzam, im-portem, exportem ou comercializem o produto.
Da comercialização dos agrotóxicos
Os agrotóxicos só poderão ser comercializados diretamen-te ao usuário mediante apresentação de receituário próprioemitido por profissional legalmente habilitado, que é o enge-nheiro agrônomo ou engenheiro florestal. A receita deveráser emitida em, no mínimo, duas vias, destinando-se a pri-meira ao usuário e a segunda ao estabelecimento comercial,que a manterá à disposição dos órgãos fiscalizadores peloprazo de 2 (dois) anos após a sua emissão.
Deverá ser específica para cada cultura ou problema econterá, dentre outras informações:
* o nome do usuário, da propriedade e sua localização,com o respectivo diagnóstico;
* o nome do produto que deverá ser utilizado;* a cultura e áreas onde serão aplicadas:* as doses de aplicação e quantidades totais a serem
adquiridas;* a época de aplicação;* o intervalo de segurança;
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* as precauções de uso;* orientação quanto ao manejo integrado de pragas e
quanto à obrigatoriedade de EPI.Diante da carência de profissionais habilitados, o CREA
autorizou a emissão de receituário agronômico pelo profis-sional que seja, ao mesmo tempo, responsável técnico peloestabelecimento comercial que vende os produtos, desdeque esteja devidamente registrado no CREA.
É vedada a comercialização e a utilização de agrotóxicosorganomercuriais e organoclorados em todo o Estado do Cea-rá, nos termos dos artigos 27 e 28 da Lei Estadual 12.228/93.
Das embalagens
As embalagens dos agrotóxicos deverão ser projetadas efabricadas de forma a impedir qualquer vazamento, evapo-ração, perda ou alteração de seu conteúdo e de modo a fa-cilitar as operações de lavagem, classificação, reutilização,reciclagem e destinação final adequada. Os materiais deque forem feitas as embalagens devem ser imunes à açãode seu conteúdo ou insuscetíveis de formar com ele combi-nações nocivas ou perigosas. Devem ainda ser suficiente-mente resistentes em todas as suas partes, de forma a nãosofrer enfraquecimento e a manter-se adequado à conser-vação do produto.
É necessário que as embalagens tenham lacre que deixever sua inviolabilidade e que seja destruído ao ser abertopela primeira vez. Somente a empresa produtora oumanipulador, sob sua responsabilidade, pode fracionar oureembalar os agrotóxicos, devendo tal fato ser expresso norótulo e na bula da nova embalagem. É proibida a sua rea-lização pelo vendedor. Ou seja, o vendedor atacadista ouvarejista não pode fracionar ou reembalar os agrotóxicos,não podendo vendê-los “a retalho”.
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Cuidados no armazenamento e transporte dasembalagens
· Os produtos devem ser mantidos em suas embala-gens originais, com seus rótulos e bulas.
· As embalagens vazias não devem ser reutilizadaspara qualquer fim, mesmo depois de bem lavadas. É co-mum sua utilização para acondicionar água e grãos, oque pode gerar diversos problemas.
· O armazenamento deve obedecer às normas da le-gislação vigente e as especificações do fabricante cons-tantes dos rótulos e bulas;
· Não devem ser armazenados os agrotóxicos a céuaberto. Devem permanecer em local com paredes e co-bertura resistentes, que possua ventilação, comunican-do-se exclusivamente com o exterior .
· O local onde os produtos estiverem armazenados deveficar fora do acesso de crianças e animais e de pessoasque não conheçam ou não saibam lidar com osagrotóxicos.
· Os agrotóxicos, ou suas embalagens vazias, devemficar armazenados em local situado a mais de trintametros das habitações e locais onde são conservados ouconsumidos alimentos, medicamentos ou outros materi-ais, e de fontes de água.
· O local onde estiverem armazenados os agrotóxicosdeve possibilitar sua limpeza e descontaminação.
· As embalagens devem ser colocadas sobre estrados,evitando contato com o piso, com as pilhas estáveis eafastadas das paredes e do teto.
· Os produtos inflamáveis serão mantidos em local ven-tilado, protegido contra centelhas e outras fontes de com-bustão.
· Os agrotóxicos devem ser transportados em recipien-
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tes rotulados, resistentes e hermeticamente fechados.· É vedado transportar agrotóxicos em um mesmo com-
partimento que contenha alimentos, rações, forragens,utensílios de uso pessoal e doméstico.
· Os veículos utilizados para transporte de agrotóxicosdevem ser higienizados e descontaminados, sempre queforem destinados para outros fins.
· É vedada a lavagem de veículos transportadores deagrotóxicos em locais que acumulem água, de forma anão contaminar poços, rios, córregos e quaisquer outrascoleções de água.
· É vedado transportar simultaneamente trabalhadorese agrotóxicos em veículos que não possuam comparti-mentos separados projetados para tal fim.
Do uso das embalagens e equipamentos
* É importante que o trabalhador, empregado ou não,tenha conhecimento das formas de exposição direta eaos agrotóxicos; dos sinais e sintomas de intoxicação emedidas de primeiros socorros; da rotulagem e sinaliza-ção de segurança.
* É preciso ainda que adote medidas higiênicas,durante e após o trabalho;(deve tomar banho combastante água e sabão e mudar de roupa). As roupasutilizadas na aplicação devem ser lavadas, com água esabão, separadamente das demais. Deve lavar as mãos,os braços e o rosto antes das refeições
* Deve utilizar vestimentas e equipamentos deproteção pessoal adequados e promover sua limpeza emanutenção após o uso. As vestimentas indicadas sãocalças compridas de brim, camisa de brim ou algodão,de mangas compridas.
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Os equipamentos geralmente utilizados são:
· Proteção de segurança para a cabeça, olhos e face:capacete, chapéu, protetores faciais e óculos;
· Proteção auditiva: protetores auriculares;
· Proteção das vias respiratórias: respiradores comfiltros mecânicos (para o trabalho com exposição a poeiraorgânica) químicos (para trabalho com produtos químicos)ou combinados(químicos e mecânicos, para atividadesem que haja emanação de gases e poeiras tóxicas)
· Proteção dos membros superiores: luvas e mangasde segurança, contra lesões ou doenças provocadas pormateriais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes,perfurantes, produtos corrosivos, cáusticos ou solventes.Também contra picada de animais peçonhentos e parao trato com animais, suas vísceras e detritos.
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·Proteção de membros inferiores: sapatos ou botasimpermeáveis adequadas ao meio, como, por exemplo,antiderrapantes para trabalho em terrenos úmidos oulamacentos, encharcados ou com dejetos de animais;com biqueira reforçada, quando haja perigo de quedade materiais/objetos pesados ou pisões de animais,comsolado reforçado, quando haja perigo de perfuração; comcano longo ou botina com perneira, onde existam animaispeçonhentos; fechados para as demais atividades
·Proteção para o corpo inteiro: aventais, jaquetas ecapas, macacões, coletes ou faixas de sinalização.
No abastecimento e lavagem dos pulverizadores
Deve o trabalhador evitar o abastecimento dopulverizador com resto de calda, tendo cuidado aoenchê-lo, evitando derramar.
Não deve jogar resto da calda nem lavar ospulverizadores em caixas d’água, poços, rios, açudes,igarapés ou qualquer tipo de água usada por pessoas eanimais, de modo a não contaminar quaisquer fontes oureservatórios d’água.
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Não deve desentupir bicos de pulverizadores com a boca.
Da Aplicação dos produtos
· O pulverizador usado para herbicidas não deve serusado para a aplicação de outros agrotóxicos, diante dorisco de permanecer algum resíduo, no caso de lavageminsuficiente, podendo matar as plantas que irão receberoutro tipo de agrotóxico;
· A aplicação dos produtos deve ser feita nas horas menosquentes do dia para diminuir a evaporação e facilitar o usode vestimentas e equipamentos de proteção.
· Deve fazer uma boa regulagem no equipamento econsertar os vazamentos que existirem.
· Durante as pulverizações, as crianças e pessoas quenão estiverem vestidas adequadamente devem ficarafastadas para evitar contaminação.
· É vedada a manipulação de quaisquer agrotóxicos,nos ambientes de trabalho, em desacordo com a receitae as indicações do rótulo e bula.
· É vedado o trabalho em áreas recém-tratadas, antesdo término do intervalo de reentrada (intervalo de tempoentre a aplicação de agrotóxicos e a entrada de pessoasna área tratada sem a necessidade de uso de EPI)estabelecido nos rótulos dos produtos, salvo com o uso deequipamento de proteção recomendado.
· É vedada a entrada e permanência de qualquer pessoana área a ser tratada durante a pulverização aérea.
· A conservação, manutenção, limpeza e utilização dosequipamentos só poderão ser realizadas por pessoas
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previamente treinadas e protegidas, devendo ficar longede outras pessoas ou animais.
· O aplicador deve estar bem alimentado, não estar comindisposição física, como dor de cabeça ou de estômago enão ter ferimentos no corpo.
· Deve evitar comer, beber ou fumar durante omanuseio ou a aplicação dos agrotóxicos.
Apesar de todos os cuidados indicados, o trabalhadorque apresentar sintomas de intoxicação deve serimediatamente afastado das atividades e transportadopara atendimento médico, juntamente com asinformações contidas nos rótulos e bulas dosagrotóxicos aos quais tenha sido exposto.
Destino final
Os usuários de agrotóxicos deverão devolver as em-balagens vazias, juntamente com as respectivas tampasdos produtos. Deve o agricultor, previamente, separar asembalagens laváveis das não laváveis; adquirir sacosplásticos padronizados para guardar as embalagens fle-xíveis (não laváveis); preparar as embalagens vazias paradevolvê-las, armazenando-as na propriedade, em localapropriado, até a sua devolução.
É obrigatório efetuar a tríplice lavagem das embala-gens rígidas. Para a realização da tríplice lavagem, oagricultor deve esvaziar completamente o conteúdo daembalagem no tanque do pulverizador. Depois, adicio-nar água limpa à embalagem até ¼ (um quarto) do seuvolume; tampar bem a embalagem e agitá-la por 30 (trin-ta) segundos. Finalmente, despejar a água da lavagemno tanque do pulverizador. Essa operação deve ser repe-
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tida três vezes. A embalagem plástica ou metálica deveser inutilizada após a lavagem, perfurando-se o fundo.
A devolução deve ser realizada nos estabelecimentoscomerciais em que foram adquiridos ou nos locais poreles indicados. As empresas produtoras e comerciali-zadoras deverão dispor de instalações adequadas pararecebimento e armazenamento das embalagens vaziasdevolvidas, até que sejam recolhidas pelas respectivasempresas responsáveis pela destinação final dessas em-balagens. Quando o agrotóxico for estrangeiro, a pessoafísica ou jurídica responsável pela importação é responsá-vel pelo recolhimento.
Se não tiverem condições de receber ou armazenar asembalagens vazias, deverão credenciar postos de recebi-mento ou centros de recolhimento. É responsabilidade dovendedor informar ao agricultor o local onde as embala-gens devem ser devolvidas, fazendo constar na nota fiscala indicação, comunicando ao usuário eventual alteração.Cabe-lhe ainda instruir o agricultor como preparar, arma-zenar e transportar as embalagens vazias.
O prazo de devolução é de até um ano, contado da data
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de compra. Se, ao término do período, restar produto naembalagem, ainda no prazo de validade, poderá o usuáriodevolver a embalagem em até seis (06) meses após o térmi-no do prazo de validade.
Poderá ainda o agricultor devolver as embalagens emqualquer posto de recebimento ou centros de recolhimentoreferidos, que devem ter seu funcionamento autorizado, sercredenciados por estabelecimento comercial e receber fis-calização pelos órgãos competentes.
Os estabelecimentos comerciais, pontos de recebimen-to e centros de recolhimento de embalagens vazias forne-cerão comprovante de recebimento, devendo constar nomeda pessoa física ou jurídica que efetuou a devolução, datado recebimento, quantidade e tipo de embalagem.
Os comprovantes da devolução deverão permanecerguardados por pelo menos um ano após a devolução daembalagem, para o caso de eventual fiscalização.
No Ceará, a Semace é quem licencia o funcionamentodo centro de recolhimento (licença renovável por um ano),sendo a fiscalização feita pela Agência de Desenvolvi-mento Agropecuário do Ceará (Adagri).
Há somente um centro de recolhimento de embala-gens no Estado, que funciona no município serrano deUbajara, devendo, então, ser promovida a devolução noslocais de compra dos produtos, nas demais regiões.
As empresas produtoras e comercializadoras deagrotóxicos, seus componentes e afins, são responsáveispela destinação das embalagens vazias dos produtos porelas fabricados e comercializados, após a devoluçãopelos usuários, e pela dos produtos apreendidos pela açãofiscalizatória e dos impróprios para utilização ou em de-suso, com vistas à sua reutilização, reciclagem ou inu-tilização, obedecidas as normas e instruções dos órgãosregistrantes e sanitário-ambientais competentes.
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Responsabilidades e penalidades
As responsabilidades administrativa, civil e penal pe-los danos causados à saúde das pessoas e ao meio ambi-ente, em função do descumprimento do disposto na le-gislação pertinente a agrotóxicos, seus componentes eafins, recairão sobre:
· O registrante que omitir informações ou fornecê-lasincorretamente;
· O produtor, quando produzir agrotóxicos, seus compo-nentes e afins em desacordo com as especificações cons-tantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do folhetoe da propaganda, ou não der destinação às embalagensvazias em conformidade com a legislação pertinente;
· O produtor, o comerciante, o usuário, o profissional res-ponsável e o prestador de serviços que opuser embaraço àfiscalização dos órgãos competentes ou que não der desti-nação às embalagens vazias de acordo com a legislação;
· O profissional que prescrever a utilização deagrotóxicos e afins em desacordo com as especificaçõestécnicas. Os engenheiros agrônomos e florestaiscredenciados junto ao CREA são os profissionais legal-mente habilitados para prescrever os agrotóxicos quepoderão ser utilizados, devendo fazê-lo em receituáriopróprio, sendo pessoalmente responsabilizados em casode emissão de receita errada, displicente ou indevida.
· O comerciante, quando efetuar a venda sem o res-pectivo receituário, em desacordo com sua prescriçãoou com as recomendações do fabricante e dos órgãosregistrantes e sanitário-ambientais.
· O comerciante, o empregador, o profissional responsá-vel ou prestador de serviços que deixar de promover as medi-das necessárias de proteção à saúde ou ao meio ambiente.
· O empregador ainda quando não fornecer e não fizer
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manutenção dos equipamentos adequados à proteção dasaúde dos trabalhadores ou dos equipamentos na produ-ção, distribuição e aplicação dos produtos.
· O usuário ou o prestador de serviços, quando proce-der em desacordo com o receituário ou com as recomen-dações do fabricante ou dos órgãos sanitário-ambientais.
· É responsabilidade do agricultor guardar em seu po-der a nota fiscal de compra e a receita agronômica queutilizou para comprar o produto, bem como o compro-vante de devolução.
Punições
· Aquele que produzir, comercializar, transportar, apli-car, prestar serviço, der destinação a resíduos e embala-gens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins,em descumprimento às exigências estabelecidas na le-gislação pertinente estará sujeito à pena de reclusão, dedois a quatro anos, além de multa. (art.15 da Lei 7.802/89, com a redação da Lei 9.974/2000).
· O empregador, profissional responsável ou o prestadorde serviço, que deixar de promover as medidas necessá-rias de proteção à saúde e ao meio ambiente, estará su-jeito à pena de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,além de multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. Em casode culpa, será punido com pena de reclusão de 1 (um) a3 (três) anos, além de multa de 50 (cinqüenta) a 500(quinhentos) MVR.(Art.16 da Lei 7.902/89)
· Sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabí-veis, a infração de qualquer das obrigações indicadas acarre-tará a apreensão do produto ou alimentos contaminados, alémde outras sanções previstas no art. 17 da Lei nº 7.802/89.
Em caso de descumprimento de algum dispositivo daNorma do Ministério do Trabalho e Emprego sobre Segu-
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rança e Saúde no Trabalho Rural (NR 31), as multas vari-am de R$ 402,19 a R$ 6.708,09, conforme o número deempregados e a gravidade da infração. Nas situações degrave e iminente risco pode ser decretada a interdiçãodo setor de serviço, equipamento ou estabelecimento,com paralisação total ou parcial das atividades capazesde ensejar a ocorrência de acidentes ou doenças.
No Ceará, a Lei Estadual nº 12.228, de 9 de dezembrode 1993, prevê ainda que:
Art. 36 - As responsabilidades administrativa, civil e penalpelos danos causados à saúde das pessoas e ao meio ambi-ente, quando a produção, a comercialização, a utilização eo transporte não cumprirem o disposto nesta Lei, na sua regu-lamentação e nas Legislações Municipais, cabem:
a) ao profissional, quando comprovada receita errada, dis-plicente ou indevida;
b) ao usuário ou ao prestador de serviços, quando em desa-cordo com o receituário;
c) ao comerciante, quando efetuar venda sem o respectivoreceituário ou em desacordo com a receita;
d) ao registrante que, por dolo ou por culpa, emitir informa-ções incorretas;
e) ao produtor que produzir mercadorias em desacordo comas especificações constantes do registro do produto, do rótu-lo, da bula, do folheto e da propaganda;
f) ao empregador, quando não fornecer e não fizer manu-tenção dos equipamentos adequados à proteção da saúdedos trabalhadores e dos equipamentos na produção, distribui-ção e aplicação dos produtos.
Art. 37 - Sem prejuízo das responsabilidades civil e penalcabíveis a infração de disposições desta Lei acarretará, iso-lada ou cumulativamente, nos termos previstos em regula-mento, independente das medidas cautelares de embargodo estabelecimento e apreensão do produto ou alimentos
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contaminados, a aplicação das seguintes sanções:I - Advertência;II - Multa de até 20 (vinte) vezes as unidades fiscais do
Estado, aplicáveis em dobro em caso de reincidência, se-gundo os parâmetros fixados na regulamentação desta Lei;
III - Condenação do produto;IV - Interdição do produto;V - Inutilização do produto;VI - Suspensão de autorização, registro ou licença;VII - Cancelamento de autorização, registro ou licença;VIII -Interdição temporária ou definitiva de estabelecimentos;IX - Destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos
nos quais tenha havido aplicação de agrotóxicos de uso nãoautorizado, a critérios do órgão competente;
X - Destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos,com resíduos acima do permitido.
Parágrafo Único - A autoridade fiscalizadora fará a divul-gação das sanções impostas aos infratores desta Lei.
Art. 38 - Após a conclusão do processo administrativo, osagrotóxicos e afins apreendidos, como resultado da açãofiscalizadora, serão inutilizados ou poderão ter outro destino,a critério da autoridade competente, observada a LegislaçãoAmbiental em vigor.
Parágrafo Único - Os custos referentes a quaisquer dosprocedimentos mencionados neste Artigo correrão por con-ta do infrator.
· Qualquer pessoa que tome conhecimento dos fatos in-cluídos nas situações de risco para o trabalhador rural, para apopulação em geral ou para o meio ambiente pode apresen-tar denúncia ao Ministério Público, além do CREA e dosórgãos de fiscalização estadual- Semace e Adagri e aos ór-gãos da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego(SRTE, antiga DRT). A denúncia ao MPT pode ser feita porcarta, e-mail e telefonema, sendo preservado anonimato.
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Educação, saúde, qualidade de vida e justiça social
- É consenso universal que a educação melhora as con-dições de saúde das populações onde é levada à sério.
- A saúde decorrente contribui fortemente para o in-cremento da economia.
- Este incremento da economia favorece as políticasque melhoram a qualidade de vida.
- A qualidade de vida, que toda sociedade civilizadadeve buscar como o alvo de todo esforço e preparaçãopara a verdadeira justiça social.
- Justiça social em que a individualidade gera a soci-edade e esta gera a individualidade, sem que ambas in-vadam uma a outra.
A felicidade é uma obrigação de todos para com to-dos, implantando-se uma máxima de Mokiti Okada, es-tudioso do sofrimento humano e das condições parasolucioná-lo: “Para ser feliz, devemos fazer o próximofeliz,” implantando a união os saberes, cientifico clássi-co e o conhecimento das humanidades.
Neste contexto é que discorreremos sobre nossa visão
José Ambrósio GuimarãesMédico (Cremec 2345), diretor do
Centro de Informações e AssistênciaToxicológica (CIAT), do Hospital
Geral de Fortaleza (HGF)
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de atenção às pessoas intoxicadas e vítimas de aciden-tes com animais peçonhentos.
Os efeitos dos agrotóxicos (que daqui pra frente deno-minaremos de praguicida) precisam sempre ser analisa-dos como componentes de uma realidade maior. Sendoos mesmos parte de um universo multifacetado, auto-consciente, com vontade própria superior e o ser huma-no acima das demais criaturas e coisas.
Os venenos
Os agrotóxicos ou praguicidas, assim como os medi-camentos e as sementes (também as transgênicas), fa-zem parte, ironicamente, de uma relação de produtos fa-bricados por um grupo seleto de empresas transnacionaisque, ao mesmo tempo, vendem veneno e remédio.
A denominação empregada para identificá-los, na ver-dade, varia em função do grau de comprometimento dafonte: na literatura e na militância ambientalistas, alémde agrotóxicos, eles são chamados também de pesticidas,praguicidas e muito comumente de veneno, o que é, co-mo poderemos ver, a forma mais adequada de ressaltaros riscos inerentes à saúde humana, animal e ao meioambiente de maneira geral. Os adeptos da RevoluçãoVerde e do modelo agroexportador preferem denominá-los de defensivos agrícolas, agroquímicos e até de “remé-dios de plantas”.
Os praguicidas requerem e merecem, para sua comer-cialização de registro nos Ministérios de Agricultura, Saú-de e Meio Ambiente, classificação em função tanto de suapericulosidade ambiental, como de seus efeitos à saúde.
Em princípio, eles só podem ser comercializados quan-do acompanhados dos receituários agronômicos que de-vem ser prescritos por profissionais com a devida habili-
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tação. Embalagem (rótulo) e bula devem ser absoluta-mente claras no sentido de indicar os problemas que seuuso pode acarretar para a saúde e o meio ambiente.
Devemos levar em conta que os agricultores têm muitadificuldade para decifrar os termos técnicos e mesmo asilustrações inseridas nos rótulos, o que torna, na maioria doscasos, ineficaz e perigoso este tipo de comunicação.
A ação dos praguicidas sobre a saúde humana costu-ma ser deletéria, muitas vezes fatal, provocando desdenáuseas, tonteiras, dores de cabeça ou alergias a lesõesrenais e hepáticas, cânceres, alterações cromossomiais,doença de Parkinson etc. Essa ação pode ser percebidade maneira clara, contundente, imediatamente após ocontato com o produto (os chamados efeitos agudos) oudepois de algum tempo - semanas ou anos, por exemplo(os chamados efeitos crônicos). Nesse último caso, mui-tas vezes são requeridos exames sofisticados e nem sem-pre disponíveis para sua identificação como causa daspatologias observadas.
A indústria agroquímica costuma valer-se da dificul-dade de comprovação do nexo causal entre praguicida edoença para colocar em dúvida o efeito nocivo dessesprodutos e, inclusive, para safar-se de processos judici-ais. Explicando melhor, pelo fato de não existir examelaboratorial que identifique o veneno na hora do atendi-mento médico, o mesmo não dá um laudo com o nomedo produto, enquadrando o caso entre as doenças maldefinidas no Código Internacional das Doenças (CID).
Os praguicidas têm sido identificados como causaimportante de intoxicações e mortes em todo o País, so-bretudo nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste.
O Sinitox – Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas em suas análises, mostra que, em 2001,ocorreram 433 óbitos por intoxicação, com os agrotóxicos
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e os raticidas, nesta ordem, liderando as causas.
25%dos casos de intoxicação atribuídos à circunstância
ocupacional devem-se aos agrotóxicos, que tambémcontribuem com 13% do total de casos de intoxicação
associados às tentativas de suicídio.
A associação entre a exposição a praguicidas e distúr-bios neurocomportamentais também tem sido cada vezmais evidenciada. Estudo realizado por universidades de3 Estados (São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro)com agricultores gaúchos de Santa Cruz do Sul, que plan-tam fumo,constatou que o manganês, presente em al-guns fungicidas, pode provocar danos muito mais graves(comparativamente às suspeitas de contaminação pelosorganofosforados que haviam sido apontados como res-ponsáveis por um índice grande de suicídios em VenâncioAires, cidade vizinha a Santa Cruz, em 1996 ).
Mas o veneno está cada vez mais perto de nós, ou, oque é mais dramático, dentro de nós. A contaminaçãode alimentos por praguicidas é alarmante, conforme in-dicam pesquisas e levantamentos.
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A prevenção
Felizmente, a maioria das pessoas intoxicadas rece-bem alta curadas, quando atendidas de forma rápida eeficaz, de preferência nas emergências gerais onde osocorrista pode consultar uma planilha de “Condutas nasintoxicações e acidentes com animais peçonhentos”, oque não acontece nos casos de intoxicação crônica, comoas leucemias, cânceres cujo tratamento geralmente sur-te pouco ou quase nenhum efeito.
O primeiro atendimento do paciente intoxicado devevisar ao restabelecimento da condição humana digna,facilitar ao mesmo voltar a ser feliz, ter esperança, sen-tir-se gente. Visa ainda o restabelecimento das funçõesvitais, especialmente o pH, que na maioria está indican-do que o paciente está com acidose e requer correçãoimediata. Somente depois ou em uns vinte e poucoscasos é que se pensa em antídotos específicos.
Regras básicas de segurança no trabalho quanto aouso dos praguicidas:
· Evite usar produtos ilegais, sem o registro nos Minis-térios responsáveis;
· Siga sempre as especificações de cada produto e decada lavoura;
25
· Use sempre os equipamentos de segurança, comoroupa apropriada, máscara, luvas, botas;
· Evite alimentar-se no local das aplicações;
· Evite fumar durante o trabalho;
· Evite cheirar praguicida, você pode desmaiar e atémorrer na hora;
· Procure sempre orientação de um técnico capacita-do na área;
· Em caso de mal-estar, tonteira, dor de cabeça, dorde barriga, suor forte, babeira, vista ruim, vômito, diar-réia, etc; procurar socorro médico, levando esta cartilhapara o socorrista verificar a planilha do Cremec e aten-der o mais rápido possível, na primeira emergência, evi-tando transferir sem este procedimento básico e inadiável.
26
Os animais peçonhentos
Animais peçonhentos, como cobras, aranhas, escorpi-ões e abelhas peçonhentas, produzem intoxicação e re-querem abordagem específica sendo, em geral, necessá-rio tranqüilizar o paciente, dar-lhe um pouco de água elavar o local com água e sabão. Em seguida, sem perdertempo, encaminhar para o hospital mais próximo, paraum exame clínico criterioso e o tratamento médico ade-quado a cada caso. É preciso lembrar que existem mui-tas cobras não peçonhentas e que a maioria dos aciden-tados recuperam totalmente a saúde, devendo aprenderque a prevenção dos mesmos é fundamental, eficaz eeficiente num nível muito elevado, tendendo para 100%.
Regras básicas de prevenção contra animaispeçonhentos
· A prevenção é sempre mais efetiva que o remédio;· Nós, seres humanos, temos uma capacidade incrível
de defesa quando utilizamos nossa força interior, paranos acalmar e acalmar os outros;
· Picadas de escorpião podem levar a óbito, em al-guns casos, em poucos minutos;
· Use sempre equipamentos de segurança;· Mantenha o ambiente de trabalho sempre limpo,
evitando acumular material desnecessário;· Feche todos os ralos, buracos, frestas de portas e pa-
redes, etc.;· Observe com cuidado os panos de limpeza (chão),
antes de apanhá-los;· Tenha cuidado com picadas nas mãos, quando me-
xer em equipamentos, tijolos, entulhos, folhagens e bu-racos;
27
· Evite jogar lixo e entulhos ao redor de seu ambientede trabalho. O lixo é um bom ninho para escorpiões earanhas;
· Elimine latas velhas, cacos de telhas e outros objetosque possam acumular água. Os escorpiões têm necessi-dade de água;
· Acabe com as baratas. Elas são um bom alimentopara escorpiões;
· As “dedetizações” são ineficazes para escorpiões;· Faça sempre uma busca cuidadosa dentro e fora dos
ambientes de trabalho, do paiol, de casa, etc;· Observe com cuidado botas, sapatos e roupas, jale-
cos, sacudindo-os antes de calçar e vestir;· Se você for picado, procure imediatamente a emer-
gência mais próxima, para um exame médico de urgên-cia, procurando tentar se acalmar (ou acalmar os outrosque estão agitados, pois isto ajuda na produção deendorfinas, nosso analgésico natural);
· Após o atendimento médico, comunicar ao CIAT-HGF, pelo telefone (0xx85) 3101.7077.
O que o médico deve fazer ao atender
Após um exame médico criterioso do paciente intoxi-cado, utilizar as regras da planilha protocolada no Con-selho Regional de Medicina do Ceará sob número 3342/2005 (reproduzida nas páginas seguintes).
Muitos pacientes estão morrendo por falta, às vezes,de uma hidratação vigorosa. Na maioria dos casos erasomente isto que o paciente necessitava, pois inexistemantídotos para a maioria das 30.000.000 de substânciasregistradas.
Para melhor compreender o uso da Planilha que logoapresentaremos se faz necessário ler as instruções gerais
28
que estão na parte de tratamento (TI) nos itens de núme-ro 1, 2 e 3.
Após o exame médico, identificar os principais sinto-mas enquadrando-os nas síndromes que estão na primei-ra parte da planilha e seguir a sugestão de tratamentoconforme a numeração ao lado cujo conteúdo se encon-tra na segunda parte da planilha e outros, dentro do sen-so clínico da rotina clínica humanizada.
Exemplo 1Paciente jovem passa mal nos primeiros dias de seu
emprego numa empresa agrícola e é levado ao pronto-socorro pelo técnico de segurança do Trabalho. Este in-forma que o rapaz estava pulverizando veneno numaplantação quando uma ventania em sentido contrário lhebanhou com o conteúdo aplicado. O jovem foi piorandono caminho, quando apresentou suor muito intenso, náu-seas, vômitos, diarréia fétida abundante, dor de cabeça.Num determinado momento, com a fala arrastada, bal-buciou que ia morrer e, em seguida, desmaiou.
Ao chegar ao hospital municipal, o clínico de plan-tão, além do quadro acima encontrou um paciente commiose, sialorréia, sudorese, fasciculação, desidratado, co-matoso, em estado geral grave. Com estes dados ele en-quadrou o caso no item V da Planilha, aplicou o trata-mento proposto ao lado: 5, 6, 12, 15, 17, 18 e 33, o quesignifica:
1) Examinar o paciente e preencher sua ficha de aten-dimento (Item 1);
2) Hidratação venosa (Item 5);3) Correção da acidose com solução de ringer lactato
ou bicarbonato de sódio (Item 6 );4) Monitorização cardíaca ( Item 12 );5) Lavagem gástrica com soro fisiológico (Item 15 );
29
6) Administrar pela sonda da lavagem gástrica, car-vão ativado em doses repetidas (Item 17 );
7) Administrar atropina endovenosa 4 ampolas até de15 em 15 minutos para manter o pulso acima de 70 pul-sações por minuto e ou sem secreções (Item 18);
8) Tratamento sintomático ( Item 33 );9) Acalmar os familiares (Humaniza SUS );10) Acompanhar clinicamente o paciente até o mes-
mo ficar em condições de alta.11) Em caso de dúvida ligar para Central de Regulação
do Estado, fone (0xx85) 3101.5269.
Exemplo 2Paciente picado por escorpião, somente com dor localItem XI–A :– Tratamento: 4, 33, 34 e 35 SN (Se Neces-
sário)O que fazer:1) Examinar o paciente e preencher sua ficha de aten-
dimento (Item 1) ;2) Administrar água (Item 4);3) Acalmar o paciente e familiares (Humaniza SUS )4) Tratamento sintomático (33);5) Tratamento sintomático da dor (34 e 35 SN).6) Acompanhar clinicamente o paciente até o mesmo
ficar em condições de alta.7) Em caso de dúvida ligar para Central de Regulação
do Estado, fone (0xx85) 3101.5269.
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Expansão da produção e de mortes
É indiscutível que muitos trabalhadores continuam aser envenenados ou mortos em decorrência de práticasinadequadas na utilização de produtos de notória to-xicidade. As preocupações com a segurança e a saúdeno trabalho agrícola merecem ainda mais destaque porconta da contínua expansão da produção na maior partedo mundo. Os estoques de alimentos terão de ser maisdo que duplicados em trinta anos para fazer frente àsexigências mínimas da população da terra. Isso implica-rá, certamente, no recurso cada vez mais intenso ao em-prego dos chamados agrotóxicos. Como um dos celeirospotenciais do mundo, o Brasil, inevitavelmente, deveráser palco de graves problemas de contaminação relacio-nados com as condições de trabalho no extrativismo agrí-cola.
Um obstáculo importante à provisão de condiçõesadequadas de trabalho é a distribuição geográfica dis-persa dos trabalhadores agrícolas, que muitas vezes sãoprodutores individuais ou familiares. Espera-se que asinformações ora oferecidas possam constituir uma ferra-menta educativa de utilidade para organizações de em-pregadores e empregados.
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Aspectos normativos
A Constituição brasileira assegura aos trabalhadoresurbanos e rurais o direito à redução dos riscos inerentesao trabalho por meio de normas de higiene, segurança esaúde do trabalho. É bem verdade que normas por si sónão garantem essa desejada redução, sendo imprescin-díveis medidas de ordem administrativa e/ou técnica.
Nesse contexto normativo, merece destaque a NormaRegulamentadora nº 31 - Segurança e saúde no trabalhona agricultura, pecuária, silvicultura, exploração flores-tal e aquicultura, vigente desde março de 2005.
Apesar de seus indiscutíveis méritos, frutos de amploprocesso de negociação tripartite, a NR 31 só pode serfiscalizada em estabelecimentos que admitam trabalha-dores como empregados. Portanto, é de aplicação difícilem empreendimentos familiares, autônomos e até coo-perativas.
Os trechos da NR31 diretamente relacionados comagrotóxicos são transcritos a seguir.
31.8 Agrotóxicos, Adjuvantes e Produtos Afins31.8.1 Para fins desta norma são considerados:a) trabalhadores em exposição direta, os que manipu-
lam os agrotóxicos e produtos afins, em qualquer umadas etapas de armazenamento, transporte, preparo, apli-cação, descarte, e descontaminação de equipamentos evestimentas;
b) trabalhadores em exposição indireta, os que nãomanipulam diretamente os agrotóxicos, adjuvantes e pro-dutos afins, mas circulam e desempenham suas ativida-de de trabalho em áreas vizinhas aos locais onde se faza manipulação dos agrotóxicos em qualquer uma dasetapas de armazenamento, transporte, preparo, aplica-
35
ção e descarte, e descontaminação de equipamentos evestimentas, e ou ainda os que desempenham atividadesde trabalho em áreas recém-tratadas.
31.8.2 É vedada a manipulação de quaisqueragrotóxicos, adjuvantes e produtos afins que não este-jam registrados e autorizados pelos órgãos governamen-tais competentes.
31.8.3 É vedada a manipulação de quaisqueragrotóxicos, adjuvantes e produtos afins por menores dedezoito anos, maiores de sessenta anos e por gestantes.
31.8.3.1 O empregador rural ou equiparado afastará agestante das atividades com exposição direta ou indiretaa agrotóxicos imediatamente após ser informado da ges-tação.
31.8.4 É vedada a manipulação de quaisqueragrotóxicos, adjuvantes e produtos afins, nos ambientesde trabalho, em desacordo com a receita e as indicaçõesdo rótulo e bula, previstos em legislação vigente.
31.8.5 É vedado o trabalho em áreas recém-tratadas,antes do término do intervalo de reentrada estabelecidonos rótulos dos produtos, salvo com o uso de equipamen-to de proteção recomendado.
31.8.6 É vedada a entrada e permanência de qualquerpessoa na área a ser tratada durante a pulverização aérea.
31.8.7 O empregador rural ou equiparado, deve forne-cer instruções suficientes aos que manipulam agrotóxicos,adjuvantes e afins, e aos que desenvolvam qualquer ati-vidade em áreas onde possa haver exposição direta ouindireta a esses produtos, garantindo os requisitos de se-gurança previstos nesta norma.
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31.8.8 O empregador rural ou equiparado, deve propor-cionar capacitação sobre prevenção de acidentes comagrotóxicos a todos os trabalhadores expostos diretamente.
31.8.8.1 A capacitação prevista nesta norma deve serproporcionada aos trabalhadores em exposição diretamediante programa, com carga horária mínima de vintehoras, distribuídas em no máximo oito horas diárias, du-rante o expediente normal de trabalho, com o seguinteconteúdo mínimo:
a) conhecimento das formas de exposição direta e in-direta aos agrotóxicos;
b) conhecimento de sinais e sintomas de intoxicaçãoe medidas de primeiros socorros;
c) rotulagem e sinalização de segurança;d) medidas higiênicas durante e após o trabalho;e) uso de vestimentas e equipamentos de proteção
pessoal;f) limpeza e manutenção das roupas, vestimentas e
equipamentos de proteção pessoal.
31.8.8.2 O programa de capacitação deve ser desen-volvido a partir de materiais escritos ou audiovisuais eapresentado em linguagem adequada aos trabalhadorese assegurada a atualização de conhecimentos para ostrabalhadores já capacitados.
31.8.8.3 São considerados válidos os programas decapacitação desenvolvidos por órgãos e serviços oficiaisde extensão rural, instituições de ensino de nível médioe superior em ciências agrárias e o Serviço Nacional deAprendizagem Rural - Senar, entidades sindicais, associ-ações de produtores rurais, cooperativas de produçãoagropecuária ou florestal e associações de profissionais,desde que obedecidos os critérios estabelecidos por esta
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norma, garantindo-se a livre escolha de quaisquer destespelo empregador.
31.8.8.4 O empregador rural ou equiparado deve com-plementar ou realizar novo programa quando comprova-da a insuficiência da capacitação proporcionada ao tra-balhador.
31.8.9 O empregador rural ou equiparado, deve ado-tar, no mínimo, as seguintes medidas:
a) fornecer equipamentos de proteção individual evestimentas adequadas aos riscos, que não propiciemdesconforto térmico prejudicial ao trabalhador;
b) fornecer os equipamentos de proteção individual evestimentas de trabalho em perfeitas condições de uso edevidamente higienizados, responsabilizando-se peladescontaminação dos mesmos ao final de cada jornadade trabalho e substituindo-os sempre que necessário;
c) orientar quanto ao uso correto dos dispositivos deproteção;
d) disponibilizar um local adequado para a guarda daroupa de uso pessoal;
e) fornecer água, sabão e toalhas para higiene pessoal;f) garantir que nenhum dispositivo de proteção ou
vestimenta contaminada seja levado para fora do ambi-ente de trabalho;
g) garantir que nenhum dispositivo ou vestimenta deproteção seja reutilizado antes da devidadescontaminação;
h) vedar o uso de roupas pessoais quando da aplica-ção de agrotóxicos.
31.8.10 O empregador rural ou equiparado devedisponibilizar a todos os trabalhadores informações so-bre o uso de agrotóxicos no estabelecimento, abordando
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os seguintes aspectos:a) área tratada: descrição das características gerais da
área da localização, e do tipo de aplicação a ser feita,incluindo o equipamento a ser utilizado;
b) nome comercial do produto utilizado;
c) classificação toxicológica;
d) data e hora da aplicação;
e) intervalo de reentrada;
f) intervalo de segurança/período de carência;
g) medidas de proteção necessárias aos trabalhadoresem exposição direta e indireta;
h) medidas a serem adotadas em caso de intoxicação.
31.8.10.1 O empregador rural ou equiparado deve sina-lizar as áreas tratadas, informando o período de reentrada.
31.8.11 O trabalhador que apresentar sintomas de in-toxicação deve ser imediatamente afastado das ativida-des e transportado para atendimento médico, juntamen-te com as informações contidas nos rótulos e bulas dosagrotóxicos aos quais tenha sido exposto.
31.8.12 Os equipamentos de aplicação dos agrotóxicos,adjuvantes e produtos afins, devem ser:
a) mantidos em perfeito estado de conservação e fun-cionamento;
b) inspecionados antes de cada aplicação;
c) utilizados para a finalidade indicada;
d) operados dentro dos limites, especificações e orien-tações técnicas.
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31.8.13 A conservação, manutenção, limpeza e utili-zação dos equipamentos só poderão ser realizadas porpessoas previamente treinadas e protegidas.
31.8.13.1 A limpeza dos equipamentos será executa-da de forma a não contaminar poços, rios, córregos equaisquer outras coleções de água.
31.8.14 Os produtos devem ser mantidos em suas em-balagens originais, com seus rótulos e bulas.
31.8.15 É vedada a reutilização, para qualquer fim,das embalagens vazias de agrotóxicos, adjuvantes e pro-dutos afins, cuja destinação final deve atender à legisla-ção vigente.
31.8.16 É vedada a armazenagem de agrotóxicos,adjuvantes e produtos afins a céu aberto.
31.8.17 As edificações destinadas ao armazenamentode agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins devem:
a) ter paredes e cobertura resistentes;
b) ter acesso restrito aos trabalhadores devidamentecapacitados a manusear os referidos produtos;
c) possuir ventilação, comunicando-se exclusivamen-te com o exterior e dotada de proteção que não permitao acesso de animais;
d) ter afixadas placas ou cartazes com símbolos deperigo;
e) estar situadas a mais de trinta metros das habita-ções e locais onde são conservados ou consumidos ali-mentos, medicamentos ou outros materiais, e de fontesde água;
f) possibilitar limpeza e descontaminação.
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31.8.18 O armazenamento deve obedecer, as normasda legislação vigente, as especificações do fabricanteconstantes dos rótulos e bulas, e as seguintes recomen-dações básicas:
a) as embalagens devem ser colocadas sobre estrados,evitando contato com o piso, com as pilhas estáveis eafastadas das paredes e do teto;
b) os produtos inflamáveis serão mantidos em localventilado, protegido contra centelhas e outras fontes decombustão.
31.8.19 Os agrotóxicos, adjuvantes e produtos afinsdevem ser transportados em recipientes rotulados, resis-tentes e hermeticamente fechados.
31.8.19.1 É vedado transportar agrotóxicos, adjuvantese produtos afins em um mesmo compartimento que con-tenha alimentos, rações, forragens, utensílios de uso pes-soal e doméstico.
31.8.19.2 Os veículos utilizados para transporte deagrotóxicos, adjuvantes e produtos afins, devem serhigienizados e descontaminados, sempre que forem des-tinados para outros fins.
31.8.19.3 É vedada a lavagem de veículos transporta-dores de agrotóxicos em coleções de água.
31.8.19.4 É vedado transportar simultaneamente tra-balhadores e agrotóxicos, em veículos que não possuamcompartimentos estanques projetados para tal fim.
31.9 Meio Ambiente e resíduos
31.9.1 Os resíduos provenientes dos processos produti-vos devem ser eliminados dos locais de trabalho, segun-
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do métodos e procedimentos adequados que não provo-quem contaminação ambiental.
31.9.2 As emissões de resíduos para o meio ambientedevem estar de acordo com a legislação em vigor sobrea matéria.
31.9.3 Os resíduos sólidos ou líquidos de altatoxicidade, periculosidade, alto risco biológico e os resí-duos radioativos deverão ser dispostos com o conheci-mento e a orientação dos órgãos competentes e manti-dos sob monitoramento.
31.9.4 Nos processos de compostagem de dejetos deorigem animal, deve-se evitar que a fermentação exces-siva provoque incêndios no local.
Observa-se que a NR31 incorporou, de forma bem ar-ticulada, os princípios básicos da prevenção, que serãocomentados a seguir.
Princípios gerais de gestão de riscos no trabalho
A gestão de qualquer risco envolve alguns princípiosgerais aplicáveis a todas as situações. Mesmo no traba-lho rural e na utilização de agrotóxicos, os princípios aseguir devem nortear as iniciativas de prevenção de em-pregadores e trabalhadores autônomos:
1. Antecipação dos riscos que podem surgir em decor-rência de uma determinada atividade;
2. Planejamento das atividades a executar com basena antecipação dos riscos, o que leva a práticas e condi-ções de trabalho seguras;
3. Designação de um supervisor da equipe envolvidaem atividade de risco;
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4. Designação de trabalhadores em condições físicas,mentais e profissionais, adequadas às suas tarefas;
5. Treinamento do supervisor e dos trabalhadoresdesignados para atividade de risco, abrangendo a execu-ção correta do trabalho e as práticas de segurança cor-respondentes;
6. Adoção de procedimentos de segurança por escrito;
7. Emprego de sinalização de segurança;
8. Emprego de tecnologias capazes de viabilizar astarefas com o máximo de segurança e mínimo de des-gaste para os trabalhadores;
9. Proibição de quaisquer improvisações.
Naturalmente, nem todos os princípios acima indica-dos são de fácil viabilização no setor rural. Contudo,devem ser tentados até onde praticável.
Exemplos de situações de risco
· Emprego de agrotóxicos sem conhecimento adequa-do dos riscos envolvidos e das técnicas de segurança;
· Equipamentos de proteção individual improvisadosou utilizados incorretamente;
· Reaproveitamento de embalagens de agrotóxicos;
· Limpeza de resíduos de agrotóxicos;
· Preparação de misturas para aplicação em ambientefechado;
· Derrame acidental de agrotóxicos durante a prepara-ção de uma aplicação.
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Seleção de pessoal
Empregar agrotóxicos não é uma situação de trabalhonormal ou tarefa rotineira. A seleção de pessoal para essetipo de atividade deve levar em conta o seguinte:
1. Proibição do trabalho de menores;
2. Restrição de pessoas com histórico de problemas mé-dicos internos;
3. Restrição de pessoas sob medicação de uso continuado;
4. Verificação do histórico pessoal de trabalho com pro-dutos químicos;
5. Disposição para se envolver no planejamento da uti-lização de EPI durante o trabalho e para dar aos seus com-panheiros um exemplo de segurança.
6. Não sendo possível a implantação de medidas deproteção coletiva contra o risco dos agrotóxicos é quedeve ser utilizada a proteção individual, com o uso deEPIs.
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Observações importantes
· O treinamento deve ser uma forma de compartilhar eexpandir o bom senso. Nem sempre é possível apresentarum vídeo periodicamente e esperar que os trabalhadoresaprendam e sigam as práticas sugeridas. Sem comunica-ção em duas mãos, o treinamento está comprometido. Pro-gramas interativos são um passo na direção certa, mas ocompromisso tem de ser ensinado através do exemplo pes-soal e repetição das práticas e princípios prevencionistasadequados a cada caso, de forma insistente e sob o maisestrito controle.
· Devem ser evitadas comunicações orais devendo men-sagens ser transmitidas por escrito, sendo claras e objetivas.
· Todos os trabalhadores devem receber materiais escri-tos recordando suas principais obrigações, rotinas de segu-rança, regras de convivência no local de trabalho, meca-nismos e canais para a resolução de problemas.
· A promoção da conscientização sobre os riscos exi-ge esforços contínuos e iniciativas criativas. O local detrabalho deve contar com sinalização de segurança comavisos, cartazes, barreiras e outros recursos visuais.
· É essencial coibir todo tipo de improvisação na exe-cução de trabalhos com riscos de intoxicação. Improvi-sações representam formas de reduzir custos, capazes degerar imensos prejuízos na forma de acidentes e atrasosna execução dos serviços contratados.
· Improvisações podem ser causadas por: deficiênciasno treinamento, falta de supervisão, comunicação ina-dequada, pressão por produção, falta de material ade-quado, dentre outros fatores.
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Con
clus
ão
Hilda Leopoldina Pinheiro BarretoProcuradora Regional do Trabalho
Ministério Público do Trabalho
Problema em todas as suas etapas
Não se poderia tratar do uso indevido do agrotóxico semvinculá-lo a todo o processo que segue à colheita, com otransporte e comercialização, destino das frutas e verduras.
Os primeiros entre os consumidores a sofrer os riscos decontaminação são os da própria família do produtor quese alimenta do que produz. O consumidor final, por suavez, poderá ser gravemente afetado pelos resíduos deagrotóxicos presentes nos produtos submetidos ao seu usoanteriormente, podendo desenvolver inúmeras doenças.
O risco a que estão expostos os consumidores implicadiretamente na capacidade de venda dos produtos, em ra-zão de sua rejeição no mercado interno e internacional.Assim, o êxito do plantio depende ainda de sua poten-cialidade comercial, que estará comprometida com o can-celamento das vendas, com prejuízo direto ao produtor.
Assim, o uso inadequado de agrotóxicos atingirá nãosó a saúde física, mas a financeira do pequeno produtor,do repassador, do comerciante e do exportador. Alimen-to seguro é o que não traz risco à saúde. A segurança doalimento interessa a todos os que integram a rede devenda de produtos hortifrutigranjeiros.
Devemos considerar, ainda, como elementos de ex-posição a risco, fatores ambientais degradados, práticasruins de higiene pessoal e ausência de responsabilidadecom o outro, o que tem extrema relevância para o com-
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prometimento da saúde do trabalhador, bem como doconsumidor.
É comum haver plantações ladeadas por chiqueiros,por abatedouros e com carnes expostas a céu aberto, comotambém a prática da compra de produtos “a retalho” ouainda a repetição da dosagem de um produto por outro,uma vez não encontrado o que se está acostumado autilizar, além do uso das embalagens de agrotóxicos paraguardar grãos, para tomar água etc. Implica, principal-mente, em agravar o risco à saúde de todos o reiteradodescumprimento da determinação legal de compra doproduto somente através do receituário agronômico.
O uso inadequado de agrotóxicos pelas empresas ex-portadoras de frutas, implica no comprometimento decórregos ou fontes de água, além do exaurimento da terra.Sem contar com os riscos a que estão expostos seus em-pregados em caso de inexistência de equipamento de pro-teção ou de seu uso inadequado, por falta de treinamento.
Pode-se ver que são incontáveis os problemas que de-correm do mau uso dos agrotóxicos.
Há, entretanto, alternativas à sua utilização, com prá-ticas e métodos que podem promover de forma eficaz ocontrole de pragas e doenças das lavouras. O manejo in-tegrado de pragas na agricultura apresenta novas práticase métodos que podem ser adotados em substituição aosagrotóxicos, como o plantio variado de plantas resistentesa pragas, a rotação de culturas, a destruição de resíduo decolheitas, a adubação adequada e a irrigação.
Os métodos mais recomendados são o uso de armadi-lhas e barreiras, calor, frio e umidade, além, do controlebiológico, com a utilização de inimigos naturais das pra-gas. O uso de defensivos orgânicos se mostra ainda umaopção ao uso de agrotóxicos, uma vez que utiliza produ-tos naturais para enfrentamento de doenças e pragas.
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Relevantes os temas apresentados no seminário queensejou a criação desse manual, mas, alguns deles, porserem extremamente técnicos, merecem uma abordagemespecífica, revelando a necessidade de elaboração deuma edição complementar, no que se empenhará o Mi-nistério Público do Trabalho.
Por derradeiro, apresenta-se o rol dos órgãos envolvi-dos na autorização, licença e fiscalização dos agrotóxicospara que possam ser acessados por todos.
Cabe o desejo sincero de que o esforço conjunto doscolaboradores do presente manual ecoe nos corações,mentes e almas de todos aqueles que a ele tiverem aces-so e que possam aplicá-lo para a melhoria da qualidadede vida dos que se envolverem, ainda que indiretamen-te, com a atividade agrícola.
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Competências apontadas peloDecreto 4.074, de 4 de janeiro de 2002
Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimentoe da Saúde (art.3º) –Embrapa
Cabe monitorar os resíduos de agrotóxicos e afins emprodutos de origem vegetal.
Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimentoe do Meio Ambiente (art.4º)
Compete registrar os componentes caracterizadoscomo matérias-primas, ingredientes inertes e aditivos.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
I - avaliar a eficiência agronômica dos agrotóxicos eafins para uso nos setores de produção, armazenamentoe beneficiamento de produtos agrícolas, nas florestas plan-tadas e nas pastagens; e
II - conceder o registro, inclusive o RET, de agrotóxicos,produtos técnicos, pré-misturas e afins para uso nos seto-res de produção, armazenamento e beneficiamento deprodutos agrícolas, nas florestas plantadas e nas pasta-gens, atendidas as diretrizes e exigências dos Ministéri-os da Saúde e do Meio Ambiente.
Ministério da Saúde - Anvisa
I - avaliar e classificar toxicologicamente osagrotóxicos, seus componentes, e afins;
II - avaliar os agrotóxicos e afins destinados ao uso emambientes urbanos, industriais, domiciliares, públicos ou
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coletivos, ao tratamento de água e ao uso em campa-nhas de saúde pública, quanto à eficiência do produto;
III - realizar avaliação toxicológica preliminar dosagrotóxicos, produtos técnicos, pré-misturas e afins, des-tinados à pesquisa e à experimentação;
IV - estabelecer intervalo de reentrada em ambientetratado com agrotóxicos e afins;
V - conceder o registro, inclusive o RET, de agrotóxicos,produtos técnicos, pré-misturas e afins destinados ao usoem ambientes urbanos, industriais, domiciliares, públi-cos ou coletivos, ao tratamento de água e ao uso emcampanhas de saúde pública atendidas as diretrizes eexigências dos Ministérios da Agricultura e do MeioAmbiente; e
VI - monitorar os resíduos de agrotóxicos e afins emprodutos de origem animal.
Ministério do Meio Ambiente - Ibama
I - avaliar os agrotóxicos e afins destinados ao uso emambientes hídricos, na proteção de florestas nativas e deoutros ecossistemas, quanto à eficiência do produto;
II - realizar a avaliação ambiental, dos agrotóxicos,seus componentes e afins, estabelecendo suas classifica-ções quanto ao potencial de periculosidade ambiental;
III - realizar a avaliação ambiental preliminar deagrotóxicos, produto técnico, pré-mistura e afins destina-dos à pesquisa e à experimentação; e
IV - conceder o registro, inclusive o RET, deagrotóxicos, produtos técnicos e pré-misturas e afins des-tinados ao uso em ambientes hídricos, na proteção deflorestas nativas e de outros ecossistemas, atendidas asdiretrizes e exigências dos Ministérios da Agricultura,Pecuária e Abastecimento e da Saúde.
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Lei Estadual 12.228, de 09.12.93, indica acompetência dos órgãos e secretarias estaduais
Art. 15 - A fiscalização do disposto nesta Lei incum-be, no âmbito das respectivas atribuições, à SEMACE eàs Secretarias da Agricultura e da Saúde, através do tra-balho integrado de seus órgãos técnicos específicos, deforma a garantir o pleno aproveitamento dos recursoshumanos e materiais disponíveis. No exercício de suacompetência, o Estado exercerá ação fiscalizadora:
a) Quando se tratar de uso e consumo dos agrotóxicose afins na área de jurisdição respectiva;
b) Quando se tratar de estabelecimentos decomercialização, armazenamento e prestação de serviços:
c) Quando se tratar de assuntos relacionados àdestinação final de resíduos e embalagens;
d) Quando se tratar de transportes por vias terrestre, la-custre fluvial, marítima e aérea em suas áreas de compe-tência;
e) Quando se tratar de coleta de amostras para análisefiscal;
f) No monitoramento da comercialização de produtosagropecuários e seus derivados destinados à alimenta-ção humana e animal.
Compete ainda ao CREA-Conselho Regional de Enge-nharia, Arquitetura e Agronomia do Ceará fiscalizar a atua-ção dos engenheiros agrônomos e florestais, que são os pro-fissionais habilitados para emitir o receituário agronômico,bem como dos técnicos agrícolas e tecnólogos da área deagropecuária e florestais, que são habilitados legalmente aassumir a responsabilidade técnica na aplicação dos produ-tos agrotóxicos e afins prescritos no receituário agronômi-co, sob supervisão dos engenheiros correspondentes.
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Órgãos ligados aos Ministérios eSecretarias mencionados nesta cartilha
Superintendência do Meio Ambiente do Ceará (Semace)Rua Jaime Benévolo, 1400 - Bairro de FátimaCEP 60050-081 Fortaleza-CEFones: (0xx85) 3101.5568 / Fax: (0xx85) 3101.5511Disque-Natureza 0800.852233Site: www.semace.ce.gov.br
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e AgronomiaRua Paula Rodrigues, 304 - Bairro de FátimaCEP 60411-270 Fortaleza-CE Fones: (0xx85) 3452.3800 /Fax: (0xx85) 3452.3810 Site: www.creace.org.brInspetorias regionais em:* Aracati (88) 3421-4999 / (85) 8895-5701* Crateús (88) 3691-1383 / (85) 8895-5702* Iguatu (88) 3581-0650 / (85) 8895-5703* Juazeiro do Norte (88) 3511-0918 / (85) 8895-5704* Limoeiro do Norte (88) 3423-1169 / (85) 8895-5706* Quixadá (88) 3412-1077 / (85) 8895-5707* Sobral (88) 3611-0316 / (85) 8895-5708* Tianguá (88) 3671-8010 / (85) 8895-5709
Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri)Av.Bezerra de Menezes, 1820, São GerardoFone (0xx85) 3101.2500 / Fax (0xx85) 3101.2499E-mail: [email protected]
Centro de Informações e Assistência Toxicológica (CIAT)do Hospital Geral de FortalezaRua Ávila Goulart, 900CEP 60115-290 Fortaleza-CEFones: (0xx85) 3101.7077 e e-mail: [email protected]
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Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará(Seagri) - Av.Bezerra de Menezes, 1820, São GerardoCEP 60325-004 Fortaleza-CE Site: www.seagri.ce.gov.brFone (0xx85) 3101.8000 / E-mail: [email protected]
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (Ibama)Rua Visconde do Rio Branco, 3900, FátimaCEP 60055-172 Fortaleza-CE Site: www.ibama.gov.br/ceFone (0xx85) 3272.1600
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce)Av.Bezerra de Menezes, 1900, São GerardoCEP 60325-004 Fortaleza-CESite: www.ematerce.ce.gov.brFone (0xx85) 3101.2416 /E-mail: [email protected]
Embrapa Agroindustrial TropicalRua Dra. Sara Mesquita, 2270, Planalto do PiciCEP 60511-110 Fortaleza-CESite: www.cnpat.embrapa.brFone (0xx85) 3299.1800 / Fax: (0xx85) 3299.1833
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)- Coordenação de Vigilância Sanitária de Portos eAeroportos e Fronteiras no Estado do CearáRua do Rosário, 283, 4º andar - Sala 413 - CentroCEP 60055-090 Fortaleza-CE Site: www.anvisa.gov.brFone (0xx85) 3452.6013 / Fax: (0xx85) 3452.6010
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego noCeará - SRTE (antiga DRT)Rua 24 de Maio, 178 - Centro - Tel: (0xx85) 3255.3940CEP 60020-000 Fortaleza-CESite: www.mte.gov.br/delegacias/ce
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Ministério Público do Trabalho (MPT)Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) da 7ª Região
* Sede FortalezaAv.Padre Antônio Tomás, 2110 - AldeotaCEP 60140-160 Fortaleza - CETelefone(Pabx): (0xx85) 3462.3400Fax: (0xx85) 3462.3406Horário de Atendimento: das 8 às 19 horas
* Ofício de SobralRua Anahyde Andrade, 524 - CentroCEP 60011-000 Sobral-CETelefone: (0xx88) 3611.1897 / 3611.1105Fax: (0xx88) 3611.1897Horário de Atendimento: das 8 às 17 horas
* Ofício de Juazeiro do NorteRua Joaquim Mansinho, 175 - Santa TeresaCEP 63050-260 Juazeiro do Norte - CETelefone/Fax: (0xx88) 3512.3134 / 3512.3191 / 3512.3639Horário de Atendimento: das 8 às 17 horas
* Ofício de Limoeiro do NorteAv. Coronel José Nunes, 685 - CentroCEP 62930-000 Limoeiro do Norte - CETelefone/Fax: (88) 3423-3733 / 3423-3699 / 3423-3299Horário de Atendimento: das 8 às 17 horas
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“Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmãovento, pelo ar nublado e sereno e todo o
tempo, pelo qual às tuas criaturas dás sustento.Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água,
que é muito útil e humilde, preciosa e casta.Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo,
pelo qual iluminas a noite: e Ele é belo e alegre,vigoroso e forte.
Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã,a mãe terra, que nos sustenta e governa e
produz tantos frutos e coloridas flores e ervas”
Cântico das CriaturasSão Francisco de Assis
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ExpedienteMANUAL DE SEGURANÇA DO TRABALHADOR RURAL
Elaboração:* Ministério Público do Trabalho (Procuradoria Regio-nal do Trabalho da 7ª Região)* Superintendência Regional do Trabalho e Empregono Estado do Ceará-DRT* Centro de Informações e Assistência Toxicológica(CIAT), do Hospital Geral de Fortaleza (HGF)* Superintendência Federal de Agriculturano Estado do Ceará* Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)
Consultoria técnica:* Auditor fiscal do Trabalho Dorelland Ponte Lima* Médico José Ambrósio Guimarães* Engenheiro agrônomo Walter dos Santos Sobrinho* Engenheiro agrônomo Anízio de Carvalho Júnior
Coordenação:* Procuradora regional do Trabalho Hilda LeopoldinaPinheiro Barreto
Criação e projeto gráfico:* Assessoria de Comunicação da PRT-7ª RegiãoAv. Padre Antônio Tomás, 2110 - AldeotaTelefone: (0xx84) 3462.3435Jornalista Valdélio Muniz (editoração eletrônica)Colaboração: Jornalista Felipe Lima (ilustrações)Liane Paiva - Setor de Informática da PRT (capa)Impressão: Gráfica Pouchain Ramos
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Patrocínio:
Realização:
Apoio:* Superintendência Regional do Trabalho no Ceará-SRTE* Secretaria de Saúde do Estado (Sesa)* Superintendência Federal de Agriculturano Estado do Ceará* Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)
M P TM P TPRT - CE