algarve informativo #52

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ALGARVE INFORMATIVO #52 1 Febre do crossfit instalou-se em Faro E AINDA: NUNO CAMPOS INÁCIO CINECLUBE DE FARO SEGREDOS DA RIA FORMOSA ALGARVE INFORMATIVO #52 WWW.ALGARVEINFORMATIVO.BLOGSPOT.PT

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Febre do crossfitinstalou-se em FaroE AINDA:

NUNO CAMPOS INÁCIOCINECLUBE DE FARO

SEGREDOS DA RIA FORMOSA

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ALGARVE INFORMATIVO #52, 9 DE ABRIL, 2016

8 - Crossfit

40 -Nuno Campos Inácio

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SUMÁRIO

Daniel Pina

Paulo Cunha

José Graça

Pág. 8

Pág. 32

Pág. 36

Dália PauloPág. 38

PauloBernardoPág. 34

20 - Ria Formosa

50 - Cineclube de Faro

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Esta semana tem sido pródiga emincidentes merecedoras da minharabugice, desde os famosos «Panama

Papers» ao pedido de demissão do Ministroda Cultura, temas sobejamente debatidos eopinados por pessoas bem mais avalizadaspara esse efeito do que eu. Por isso, opto porrecordar uma croniqueta escrita precisamentehá quatro anos, isto porque, depois de terpassado uma manhã a percorrer a RiaFormosa, uma das Sete Maravilhas Naturaisde Portugal, constatei que, depois de tantoalarido que se fez na época, e de tantodinheiro gasto, poucos ou nenhuns benefíciosse tiraram de tal galardão.

(…)

Já me irrita esta treta das Sete Maravilhasdisto e daquilo que se começou a organizarem Portugal desde 2007. Como sempre gosteidos livros, filmes e programas de aventura àlaia do Indiana Jones e da Lara Croft,acompanhava com algum interesse este temaquando era miúdo e já na altura havia váriaslistas das ditas maravilhas, dependendo doorganismo internacional que a elaborava.Assim, tínhamos as Sete Maravilhas doMundo Antigo (Jardins Suspensos daBabilónia, Pirâmides de Gizé, Estátua de Zeus,Templo de Artémis, Mausoléu deHalicarnasso, Colosso de Rodes e o Farol deAlexandria), as Sete Maravilhas da EraMedieval (Stonehenge, Coliseu de Roma,

Catacumbas de Kom el Shoqafa, Torre dePorcelana de Nanquim, Muralha da China,Torre de Pisa e a Basílica de Santa Sofia) eas Sete Maravilhas dos Tempos Modernos(Grande Muralha da China, Taj Mahal,Cristo Redentor, Migração do Serengueti,Ilhas Galápagos, Grand Canyon e MachuPicchu)

Entretanto, mudou o milénio, entramosno século XXI e as cabecinhas pensadorasconstataram que as «velhinhas» setemaravilhas já não atraiam tantos turistascomo antigamente e que era preciso umalufada de ar fresco. O mundo também jánão era o mesmo e havia novas potênciasque gostavam de figurar na preciosa lista, eassim se decidiu eleger as novas SeteMaravilhas, no dia 7 de Julho de 2007,designadamente a Muralha da China, acidade de Petra (Jordânia), o CristoRedentor (Brasil), as ruinas de MachuPicchu (Perú) e de Chichén Itzá (México), oColiseu de Roma (Itália) e o Taj Mahal(India).

Não sei bem como a gala de eleição veioparar a Lisboa, mas de certeza que nãodeve ter sido à «borlix» e pela simpáticaconversa de José Sócrates, o nossoPrimeiro-Ministro na altura. O certo é quea RTP aproveitou a embalagem para seescolherem igualmente as Sete Maravilhasde Portugal e, concorde-se ou não, os

Venderam-se maravilhas a granel…e para nada!!!

Daniel Pina

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vencedores foram o Castelo de Guimarães,Castelo de Óbidos, Mosteiro de Alcobaça,Mosteiro da Batalha, Mosteiro dos Jerónimos,Palácio Nacional da Pena e Torre de Belém.

O problema é que os portugueses não saberparar e, como na época não haviaausteridade, começou a organizar-se umconcurso todo os anos. Primeiro foram asSete Maravilhas de Origem Portuguesa noMundo – Fortaleza de Diu (Índia), Basílica doBom Jesus (Goa, Índia), Convento de S.Francisco de Assis da Penitência em OuroPreto e o Convento de S. Francisco da OrdemTerceira em Salvador da Baía, Fortaleza deMazagão (Marrocos), Cidade Velha deSantiago (Cabo Verde), Igreja de São Paulo(Macau). Depois, as Sete Maravilhas Naturais– Floresta Laurissilva, Parque Nacional daPeneda-Gerês, Grutas de Mira de Aire, Lagoadas Sete Cidades, Portinho da Arrábida, RiaFormosa, Paisagem Vulcânica do Pico. Deseguida, as Sete Maravilhas da Gastronomia –Alheira de Mirandela, Queijo da Serra daEstrela, Caldo Verde, Arroz de Marisco,Sardinha Assada, Leitão da Bairrada e Pastelde Belém.

Agora, chegou a vez de eleger as setemelhores praias do país, as 21 finalistas jáforam escolhidas por um colégio depersonalidades e as votações começamprecisamente daqui a uma semana, no dia 7de Maio. Curiosamente, algumas praiasalgarvias que todos os anos figuram entre asmelhores da Europa e do Mundo, não fazemparte do lote final, se calhar porque ascâmaras municipais já não têm dinheiro paragastar em candidaturas.

Chegando ao cerne da questão, foram maisumas largas dezenas de milhares de euros quese gastaram na preparação e apresentaçãodas candidaturas e, agora, mais uns milharessaem do bolso para fora para se promover nosprint final. E depois toca a pedir aosportugueses para gastarem também a suaquota em chamadas de valor acrescentado,

como se já não bastassem os telefonemaspara a «Casa dos Segredos», «Ídolos», «Atua cara não me é estranha» e programassemelhantes.

E do outro lado da balança, já alguémcontabilizou o retorno efetivo e real? É quenão estou a ver os portugueses a viajarempor esse país fora para visitar umamaravilha natural ou um monumento oupara comer uma alheira de Mirandela.Aliás, a esmagadora maioria dosportugueses que ainda têm orçamentopara férias vêm todos direitinhos para oAlgarve nos meses de Julho e Agosto e oresto dos passeios fica para quandoestiverem reformados, para aproveitaremas excursões do INATEL. Quanto aosturistas estrangeiros, não vejo que estesconcursos tenham grande impacto oupromoção além-fronteiras e essesvisitantes só percebem que estão peranteuma maravilha nacional quando seencontram no próprio local e lá veem umaplaca toda bonita a aludir a esse prémio.

Por isso, a moda das «7 Maravilhas» sóserve para encher os bolsos da empresaque detém a marca e organiza anualmenteo concurso e para que a RTP tenha maisuma gala para transmitir em direto, emesmo assim com pouca audiência,porque a malta só quer saber do futebol,das novelas e dos «reality shows». Osportugueses também já perceberam queessa coisa da imagem e das aparências nãoenche a barriga nem cala os choros dosfilhos e não devem estar muito inclinadospara esgotar o saldo dos telemóveis a votarnas maravilhas lá da terra. Mas isso nãoimpede que o concurso vá para a frente e,em 2013, lá teremos mais umas «7Maravilhas» seja lá do que for que elesinventem a seguir. (…) .

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Na manhã de 2 de abril, o Algarve Informativo foi até à capital algarvia,mais concretamente à box da HATLEX Faro, para assistir a umacompetição amigável entre dezenas de alunos e praticantes de Crossfit,um momento de convívio e de superação de desafios pessoais numambiente quase familiar. No final, ainda a recuperar o fôlego, porque sóassistir a estes treinos cansa os que estão menos preparados fisicamente,houve oportunidade para conversar com João Espada, que divide agerência com Alberto Felício, para conhecermos melhor este conjunto detécnicas e exercícios que tem estado a fazer furor em Portugal.

Texto: Fotografia:

em Faro

Febre doCrossfitinstalou-se

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O ator Marco Delgado é um dos sócios da HATLEX Faro

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É junto ao recém-requalificadoParque Ribeirinho de Faro, com aRia Formosa ali bem perto, quese situa o ginásio, melhordizendo, a «box», da HATLEX

Faro, ponto de encontro para uma manhãde sábado bem diferente do habitual. Àhora marcada começaram a chegardezenas de praticantes do espaço de JoãoEspada, Aurelien De Bckr e do conhecidoator Marco Delgado, ele próprio umentusiasta praticante de crossfit. Abraçospara aqui, apertos de mão e beijinhos paraacolá, percebemos que não estamos numginásio tradicional, onde cada um fica nasua, sentado num aparelho qualquer afazer pesos e a admirar os resultados aoespelho. Aliás, nem sequer existemespelhos na «box» da HATLEX Faro, a únicarepresentante desta conceituada marcaitaliana em Portugal, existindo apenas maisuma em toda a Península Ibérica.

Depois de alguns minutos de convívio,João Espada, formado em MotricidadeHumana e Psicomotricidade e com umalonga experiência como PersonalTrainer, explicou em que consistiria acompetição amigável deste sábado, 2 deabril, um encontro inserido nascomemorações do primeiro ano deatividade na cidade de Faro. Tudopercebido, fez-se um pequenoaquecimento, seguido de uma corridano passeio ribeirinho e pronto, eraaltura de começar a ação propriamentedita. Equipas de três, desafiosescrevinhados a giz na parede da «box»,música acelerada e em alto som,cronómetro a marcar o tempo eacabou-se a conversa, agora era suar, emuito, porque os exercícios não erampara qualquer um.

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Num instante se passaram quase duashoras de intensa atividade física, provasuperada com pontuação máxima. Nemvale a pena tentar descrever a adrenalina,o convívio, o espírito de família, cada um apuxar pelo colega de equipa, mas tambémpelos adversários, ali todos sãovencedores, num ginásio que abriu aopúblico a 4 de abril de 2015 e que nãoqueria ser apenas mais um no mercado.“Quisemos fugir daquele espaçotradicional onde existe uma série demáquinas e onde há um instrutor, quepode dar alguma instrução ou não.Trabalhei nesses ginásios durante maisde 10 anos, senti necessidade deprocurar algo diferente para mim eacreditava que muitas pessoas sentiriamo mesmo”, admite João Espada, quepartilha a gerência da HATLEX Faro comAlberto Felício.

Nesta «box», para além de nãoexistirem espelhos para não se dardemasiada importância à estética e aovisual, cada aluno lida diretamente comum instrutor, até porque estamos napresença de treinos bastante exigentes,de alta intensidade e com movimentoscomplexos. “Pelo menos nos primeirosquatro a seis meses tem que haver umacompanhamento muito próximojunto de quem inicia esta atividade. E,neste conceito, o nosso corpo é a única«máquina» que trabalhamos. Temosmáquinas de remo e de ski, de resto,são pesos livres”, evidencia oalentejano de nascença, adiantandoque privilegiam uma grande base deyoga nesta «box». “Se não tivermosestabilidade, agilidade, equilíbrio,coordenação, coisas básicas que umacriança, aos 10 anos, já deve possuir,para que me adianta estar a levantar

Ao fundo, João Espada explica em que ia consistir a competição amigável do dia 2 de abril

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pesos? A nossa missão é ajudar a pessoanas tarefas do dia-a-dia, para que estejao mais funcional possível, para estarpreparada para correr, levantar algumacoisa, carregar um peso”, esclarece.

Dá-se, então, maior enfase à qualidade eao estilo de vida dos clientes e nãopropriamente a questões de estética, setem o corpo melhor definido, se tem maismúsculos, preocupações que estão maissubjacentes aos ginásios tradicionais.Nesse sentido, João Espada está convictode que o crossfit não será mais uma moda

passageira, porque os resultados sãorapidamente visíveis. “É certo queestamos sujeitos a algumas lesões,porque são movimentos complexos aalta intensidade. Os nossos WOD’s –Workout of the Day podem ir dos doisaos 10 minutos, um curto espaço detempo em que somos desafiados afazer inúmeros movimentoscompletamente diferentes, combarras, a subir cordas, a sprintar, atransportar cargas ou fazerlevantamentos. É uma panóplia deestímulos a que somos expostos mas,

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desde que tenhamos uma boa instruçãoe acompanhamento, estamos preparadospara cumprir estes desafios sem qualquerlesão”, garante o entrevistado.

Superar limites,vencer desafios

Lesões que, como é óbvio, acontecemem qualquer tipo de modalidade, às vezesaté naquelas que parecem perfeitamenteinofensivas, e o interesse de qualquerinstrutor é evitar que elas aconteçam,

para não prejudicar o praticante eporque, na hora da verdade, um clientedescontente é um cliente perdido.“Toda a gente pode fazer crossfit, maseste tem que ser adaptado a cadapraticante, porque todas as pessoassão diferentes”, indica João Espada,adiantando que não é preciso ter esteou aquele peso, esta ou aquela idade,para começar a treinar. “Precisa, antesde mais, de ter grande energia e degostar de estar em contato com outraspessoas, porque a comunidade émuito forte no crossfit. Não há um

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único momento em que um coleganão esteja a sentir o mesmo que nós,a passar pelo mesmo que nós. Oesforço é enorme, a dedicação temque ser imensa, mas depois todosdão um tremendo valor ao que estãoa fazer e há uma grande entreajuda erespeito entre todos”, observa oentrevistado.

João Espada não duvida que muitaspessoas andavam «perdidas» nosginásios tradicionais, locais recheadosde máquinas e onde se faziam sempreos mesmos exercícios, cada um para simesmo, algo que não se vislumbranuma «box» de crossfit. “É engraçadover que os mais avançados ajudam,por sua livre iniciativa, os maisnovatos. É como uma família em queo pai passa o legado para o filho maisvelho, este depois transmite-o para oirmão mais novo e por aí adiante.Acredito realmente que isto, se for

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uma moda, vai durar muitos bons anose por alguma razão os ginásiostradicionais estão a perder clientestodos os dias”, nota o instrutor. “Aspessoas, quando aqui chegam,constatam que vão conseguir chegarbem mais além do que alguma vezimaginaram, que vão superar os seuslimites. Às vezes, uma simples elevaçãode barra é um ganho brutal, ou correrum quilómetro e depois aindacompletar três desafios. Aqui, ébastante fácil medir a nossa progressãoe a estética acaba por ficar parasegundo plano. No entanto, também éfácil verificar que qualquer atleta detopo do crossfit está em excelenteforma física, devido aos programas detreino que proporcionarmos”, frisa.

Programas que são diversificados, eadaptados às características e anseios decada praticante, porque o crossfit não épropriamente uma modalidade, antes

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sim um cocktail de modalidades comoendurance, ginástica, levantamentoolímpico, fitness, entre outras. “É umconceito diferente de tudo o resto, quedesperta a curiosidade e o sentido dedesafio. Como disse, o crossfit é para

todos, mas muitos podem não serpara o crossfit, tudo depende do gostode cada um. Nos ginásios tradicionais,se as pessoas não veem resultados aonível da estética ao fim de três meses,desistem. A nossa abordagem é

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completamente diferente, colocamoso foco no desempenho, por isso,temos alunos dos 16 anos, comautorização dos pais, logicamente, atéuma senhora com 62 anos. Há pessoasque gostam de se sentir mais vivas doque outras, que precisam de emoçõesmais intensas, e este é o sítio idealpara treinarem”, defende um dossócios da HATLEX Faro.

A manhã de 2 de abril mostrou,entretanto, um pouco da vertentecompetitiva do crossfit, porque hápraticantes que gostam de desafiar osseus limites de forma mais aguerrida,mas sempre com a supervisão eacompanhamento dos instrutores,inclusive de especialistas emfisioterapia, osteopatia e nutrição,outros dos serviços ao dispor naHATLEX Faro. “As pessoas muitas vezesnão fazem a mínima ideia do potencialque os seus corpos têm, nem das suas

capacidades psicológicas. Tambémpercebem logo no primeiro treino seo crossfit é para elas ou não, não écomo nos ginásios, que andam ládois ou três meses a ver seencaixam ou não. No primeirotreino veem o que temos paraoferecer, o que vão fazer e, ou fazsentido terem isto nas suas vidas, ounão”, salienta João Espada, satisfeitopor constatar que a maior parte daspessoas acaba por ficar.

Ora, como o objetivo é superar-nosa nós próprios e desafiar os limites aque nos impomosinconscientemente, ao mesmotempo que notamos benefícios parao nosso bem-estar e qualidade devida, é razoável acreditar que ocrossfit poderá, de facto, não sermais uma moda, opinião partilhadapelo instrutor. “Este tipo demodalidade tem outra vantagem

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tremenda, todos os dias temos desafiosdiferentes. Se estamos a seguir umaprogramação cuidada, o treino desegunda-feira não pode ser igual ao deterça, porque foram feitos estímulos queprecisam descansar e há váriascomponentes que influenciam oprogresso do atleta, entre eles a genéticae a anatomia. São programascientificamente estudados em que tudo éestruturado, há uma lógica sequencialpara tudo o que é realizado”, salienta oformado em Motricidade Humana ePsicomotricidade.

Assim, desde que haja força de vontade,uma boa instrução e um ambientesaudável na «box», podemos estar napresença da nova evolução do fitness, umtreino funcional e mais intenso edesafiante do que há uma década.“Muitos dos exercícios que realizamosaqui não foram inventados pelo crossfit,

faziam parte dos treinos de circuito damaioria dos desportos de combate e jácom frequências cardíacas altíssimas. Ocrossfit, basicamente, criou programascom todas essas modalidades eestímulos e que facilitam a progressãodos atletas, sejam aqueles que queremcompetir ou aqueles que simplesmentedesejam sentir-se bem com elespróprios”, refere, enfatizando que tudoisto pode ser alcançado sem sofrerquaisquer lesões. “Qualquer pessoapode chegar aqui e mandar fazer 100agachamentos, não é preciso ser umgénio do fitness, mas depoisacontecem os acidentes. Temos queproteger os nossos clientes e atletas,mostrando qual é o nosso projeto, eeles querem estar numa «box» comoesta, onde temos conhecimento detodas as modalidades específicas queabordamos através do crossfit” .

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Ria FormosaÀ descoberta dos segredos da

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A mais recente FAM Trip dinamizada pela Região de Turismo, em parceriacom a Câmara Municipal de Faro, deu aos jornalistas um pequeno cheirinhodos segredos e riquezas da Ria Formosa e abriu o apetite para uma viagemmais longa. Duas semanas depois tive, finalmente, possibilidade paradesfrutar de uma manhã diferente, e inesquecível, na companhia de PauloNugas Lopes e Bárbara Abelho, da FORMOSAMAR, empresa especializadaem Ecoturismo e passeios de barco pela Ria Formosa. No fim, as palavras, efotos, são poucas para descrever o que é percorrer uma das sete maravilhasnaturais de Portugal.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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Paulo Nugas Lopes e Bárbara Abelho, da FORMOSAMAR

Quarta-feira, 9h30, láestava eu junto à Docade Faro, sol a brilhar,nada de vento, umcontraste tremendo se

pensar que, dois dias antes, tinhachovido imenso. À minha esperaestava Paulo Nugas Lopes, proprietárioda «Formosamar», instalada nomercado desde 2005 e vocacionadapara o ecoturismo e para as múltiplasriquezas do Parque Natural da RiaFormosa. Passeios de barco,birdwatching, passeios interpretativosde bicicleta e de caiaque, observaçãode cetáceos e de golfinhos sãoalgumas das áreas em que a empresasedeada em Faro é reconhecidainternacionalmente e que lhe valeram,inclusive, vários prémios deoperadores turísticos e revistas daespecialidade.

Enquanto esperávamos pelabióloga e guia Bárbara Abelho, osvários funcionários andavam numcorrupio a preparar os barcos paralevar grupos de turistas, umaazáfama a que Paulo Nugas Lopes jáestá, felizmente, habituado, atéporque é uma das poucas empresasa operar ao longo de todo o ano deforma ininterrupta. “São 10 barcos,na época baixa nunca temos menosde oito colaboradores e, naPrimavera/Verão, vamos aos 15 ou16, consoante os contratos quefazemos com os operadoresturísticos, com os hotéis e com ospróprios clientes finais. Temos umaforça promocional bastante forteem Faro e o site da internet étambém muito utilizado para fazera reserva dos pacotes de

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atividades”, explica,enquanto verificava seestava tudo OK com obarco onde iriamosrealizar o percurso pelaRia Formosa.

Sem se poder fazercomparações, como éóbvio, com os picos deVerão, Paulo Nugas Lopesrevela que a«Formosamar» há algunsanos que é perfeitamentesustentável durante oInverno, o que significaque existe procura paraeste tipo de produtoturístico. “Claro que asunidades hoteleiras e osrestaurantes precisamestar abertos nessaaltura do ano parareceber os turistas e ascompanhias aéreastambém devem manteras suas ligações para oAlgarve de forma regular.Verificando-se tudo isso,há negócio”, garante oempresário, adiantandoque é procurado inclusivepor turistas que estão agozar férias noutrospontos da região. “Vêmvisitar Faro e fazerpasseios connoscoporque estamos abertose prestamos um serviçode altíssima qualidade. E,por norma, temos muitosrepetentes de um anopara o outro e trazem

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amigos com eles para desfrutarem damesma experiência. As nossasatividades não se resumem somenteao lazer e ao contato com a natureza,são atividades interpretativas e,quando o passeio termina, saemdaqui com um conhecimentoadicional para a sua vida. Fazemavistamento de aves, observam afauna e a flora, os próprios homens atrabalhar nos viveiros de ostras e deameijoas, nas suas artes piscatórias, aapanhar marisco”, destaca.

Finalizadas as verificações técnicas,Paulo Nugas Lopes colocou os motoresa funcionar e Bárbara Abelho iaexplicando tudo o que nos envolvia, azona lagunar, o que era um sapal, aomesmo tempo que apontava para unsmariscadores que andavam na sualabuta. “Os homens têm duas a trêshoras para trabalhar por dia eaproveitam a maré baixa para

procurar o marisco, que é,certamente uma das tarefas maisárduas que temos aqui na RiaFormosa”, indica, já de dedo fixonuma garça branca que pousara alibem perto. “Estas embarcaçõesmenores permitem-nos entrar emcanais mais pequenos e aproximar-nos das margens, em qualqueraltura do dia e em qualquer épocado ano”, acrescenta.

Ria Formosa que pode mudar porcompleto no espaço de algumashoras à medida que a maré enche,dai que os passeios se tornemsempre diferentes e inesquecíveis,esteja sol ou tempo encoberto, calorou frio. “Estamos numa sistema deáguas abrigadas, portanto, ascondições são bem distintas dequando andamos em mar aberto.São experiências para toda afamília, das crianças aos mais

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idosos, até para pessoascom mobilidade reduzida”,prossegue Bárbara Abelho.“São turistas bastanteinteressados na vertente danatureza e na educaçãoambiental, que chegamcom elevadas expetativas eque não são defraudadospelos nossos passeiosinterpretativos”, assegura aguia da «Formosamar» eproprietária da «Lands».

Passeios que são bemdiversificados, sublinhaPaulo Nugas Lopes,concentrado na navegaçãodo barco, desde aobservação de aves einterpretação da natureza,visitas guiadas à Ilha daBarreta, mais conhecida porIlha Deserta, e à Ilha doFarol, saídas de mar paraobservação de golfinhos eda vida marinha, passeiospedestres, de bicicleta,caiaque, ou vela, semprecom a Ria Formosa comopano de fundo. “Esta zona éextremamente importantecomo viveiro de váriasespécies que vêm aquinidificar, é uma autênticamaternidade. Tambémtemos aqui uma dasprincipais colónias decavalos-marinhos daEuropa”, diz Bárbara, já achamar a atenção para umaave de rapina em pleno voo

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de caça. “O guia tem queser uma pessoa queconheça e consigatransmitir aos clientesaquilo que estão a ver aolongo da atividade.Temos a trabalharconnosco pessoasformadas em biologia eespecializadas comotécnicos de animação emoutdoor, com cursoscreditados, normalmenteaté naturais do Algarve ejá com algumconhecimento prévio daregião”, sublinha.

Entretanto, nas margensvislumbravam-se váriosmariscadores epescadores, tambémhomens e mulheres naapanha da ameijoa e deostras, habituados atodos estes pássaros queiam ocupando a memóriado cartão digital damáquina fotográfica.Minutos depois tínhamoso Aeroporto Internacionalde Faro como vizinho, osaviões a levantar voo. Dooutro lado, métodosinovadores na apanha dasostras, mais ao fundo aIlha de Faro e a barraartificial, com os seusbancos de areia e a ver asondas, bem lá ao fundo, apiscar o olho aos surfistas.“Esta experiência na Ria

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Formosa será, sem dúvida, uma dasmelhores memórias que alguém levadas suas férias no Algarve. Aliás, é oprimeiro cartão-de-visita de quemchega ao Algarve de avião, verem doar todo este labirinto de sapais”, frisaBárbara Abelho.

Terminado o passeio, com centenasde fotografias na máquina e imagensbem vivas na memória, Paulo NugasLopes indica que, chegado o Verão, asilhas ganham ainda mais atratividade,com zonas de areias brancas e águastranslúcidas a que ninguém resiste.“Penso que já toda a gente percebeuque existe um grande movimento depessoas, a nível mundial, à procuradestas atividades e daquilo que nósfazemos. Temos condições fabulosasno Algarve para o turismo de naturezae há uma vasta zona de parques ereservas naturais relativamentepertos uns dos outros que incentiva osclientes a moverem-se ao longo daregião, do barlavento ao sotavento”,assegura.

Engane-se, porém, quem pensa que avida é fácil, mesmo para uma empresaconceituada como a «Formosamar»,apresta-se a esclarecer Paulo NugasLopes. “Tem que haver um grandeempenho, dedicação e gosto, paraalém de um forte investimentofinanceiro. Nós, felizmente, tivemosuma grande ajuda dos órgãos decomunicação social de outros países,ou seja, fomos conhecidos primeiro láfora do que cá dentro”, aponta, comum sorriso, sorriso que, contudo,

durou pouco tempo. “Os organismosque gerem este setor de atividadedevem compreender que somos todosmicroempresários e que devemos sertodos ajudados por igual. Não se podebeneficiar esta ou aquela empresa,que acaba por crescer mas, se calhar,até nem gere muitos postos detrabalhos, e as outras sentem sériasdificuldades”, critica, sem meias-palavras. “Os Invernos são longos,estes equipamentos sãoextremamente caros e as despesas demanutenção elevadíssimas”, reforça.

O sorriso regressa aos lábios de PauloNugas Lopes quando confrontado como súbito interesse do poder central nascaminhadas, passeios de bicicleta eobservação de aves, os mesmosgovernantes que, entretanto, separecem ter esquecido que a RiaFormosa é uma das Sete MaravilhasNaturais de Portugal. “Nós fazemosbirdwatching e passeiosinterpretativos na Ria Formosa há 11anos e, na época, a maioria dosdirigentes associativos, das pessoasditas com responsabilidade, diziamque isso não tinha interesse, que nãoera isso que trazia dinheiro para oAlgarve”, desabafa, sem mais tempopara conversar porque já estava àporta outro grupo de turistasestrangeiros, ávidos por conhecer asmaravilhas da Ria Formosa .

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Ao longo da história, apesar deperniciosos e lesivos, certoscomportamentos tornaram-se tão

comuns que, mesmo socialmente criticáveis, sãohoje reconhecidos como intrínsecos à naturezahumana. Vulgarizou-se chamar “chico-espertismo” a comportamentos assentes nabatota, na falcatrua, no suborno, na corrupção,na usurpação e no engano. Uma forma de estarque se tem vindo a consolidar através dareplicação das ditas atitudes. Desde quepermaneçam na esfera privada de quem ospratica, muitos desses comportamentos sãoinconsciente e subliminarmente tolerados,tornando-se até desculpáveis.

É curioso observar como, aos olhos de muitos,certas figuras se transformam, num ápice, debestiais em bestas. Como se o poder, de ummomento para o outro, os tivesse tornadopessoas desonestas, mentirosas e infratoras. Nãoserão os que, acérrima e veementemente,criticam, também possuidores das característicasque tanto censuram? Para um observador isento,e mais atento, é possível observar que havendopredisposição, a ocasião, inevitavelmente, fará oladrão. E a predisposição cresce à medida quecresce o acesso ao dinheiro dos outros!

Chegámos a um estado de coisas em que épossível ver adultos com responsabilidades avários níveis e de vária índole a vangloriarem-se,em círculos fechados, das “artimanhas, façanhase patranhas” ilegais e imorais que usam (eabusam) para somar mais bens patrimoniais àsua existência. E quem não o faz é tomado porpapalvo, ingénuo e até “totó”!

A culpa não “morre solteira” sobre o pouco

que nos vão deixando saber da atuaçãofraudulenta de alguns dos muitos poderosos.Sendo já um hábito escutar e ler que “eles vãopara lá para se encher e para se governar!”, seriainteressante observar, em iguais circunstâncias, aatuação de muitos que usam tais tiradas comoarma de arremesso pela inveja e despeito quesentem por lá não estar.

Sobre Portugal alguém escreveu: “O povoportuguês precisa de perceber que o problemade Portugal não é só a meia dúzia de políticos nopoder (lá em cima), pois eles são apenas oreflexo dos mais de dez milhões de oportunistas(aqui em baixo). Os políticos de hoje foram osoportunistas de ontem!”. Sendo uma visãoextremada e redutora do percurso histórico quenos levou a esta forma de estar assente num“nacional-porreirismo”, alicerçado em “jogadas eesquemas”, não deixa de haver um fundo deverdade nesta análise ao nosso Zé Povinho.

Recordo-me como se fosse ontem, quandonuma reunião mais acalorada um dosintervenientes “sacou” do seu telemóvel e nosdisse: “Poder? «Poder» são todos os contactosaqui tenho… De Presidentes da Câmara aMinistros!”. Na troca de favores, assente nasfamosas “cunhas”, vão-se construindo teias ondea ética, a moral, os valores e a competência sãosubstituídos pelas “jogadas do costume”.

Como cantaria o músico/poeta do outro ladodo Atlântico: “Começar de novo e contar comigo,vai valer a pena ter amanhecido. Ter-merebelado, ter-me debatido, ter-me machucado,ter sobrevivido. Ter virado a mesa, ter-meconhecido, ter virado o barco, ter-mesocorrido.”. Talvez assim!?… .

Diz que vais da minha parte!Paulo Cunha

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Mossack FonsecaPaulo Bernardo

Grande nome para um empresa delavagem de dinheiro, podia ter outro,mas este é fantástico. Dá-lhe um ar de

super-herói, tipo «O Regresso de MossackFonseca» ou «Mossack Fonseca e os ImpostosEscondidos».

Também podia ser um bom nome para umprato, pois tem um nome bem-parecido com oprato tradicional grego Moussaca. Contudo, e paramal dos nossos pecados, nem é uma coisa nemoutra, é algo bem pior. Algo que ninguém quer vere ninguém vai fazer nada para resolver esteproblema. Vamos varrer o lixo para debaixo dotapete como forma de esconder aquilo que hoje setenta mostrar.

O dinheiro que se retirou da Europa é cerca desete orçamentos anuais do espaço europeu, é estedinheiro que faz falta na nossa economia. Ointeressante é que quem o tem também nada fazcom ele, apenas o amealha, julgando que o podelevar para a última morada. Aqui nesta lista estãoos verdadeiros criminosos de colarinho branco esem coragem de dar a cara. Mas os principaisculpados são os governos que se deixammanipular para que estas situações se perpetuem.

Todavia, o que se ouve falar é apenas a ponta doiceberg, pois não estamos a falar da maiormaquina de lavar, a Mossack Fonseca é umamaquina tipo de quatro quilos, ainda existemoutras que lavam muito mais. E o maisinteressante é aquele país que nunca entrou noeuro e agora até quer sair da comunidade ser dasmaiores máquinas de lavar do mundo, pois só eledetém uma grande parte das praças offshore nomundo.

Por isso, ou o mundo altera estas coisas, ou nãochegamos a lado nenhum. Vamos afundar-nostodos e depois nem mesmo todo o dinheiro do

mundo vai conseguir resolver algo. Assim, querodeixar o apelo para que os governantes pensemum pouco no povo e não só neles.

No entanto, quero ressalvar que algumas destasoperações não são ilegais, mas são imorais. Esperoque este alerta dado pela fuga de informação sirvapara algo e não só para vender jornais e fazerhoras de televisão. Espero também que a nossajustiça proceda e não esteja apenas a encanar aperna à rã.

Nota da semana: O futebol de Portugal, temaque não sendo importante é uma boa imagem decomo se pode gerir uma empresa. Temos o casodo Benfica, que não tendo ganho, fez um bomjogo de futebol e recuperou a imagem que tinhana Europa. Uma equipa jovem com um treinadorainda pouco experiente, deu bem conta do recadoe o resultado não foi outro por uma unha negra.Fez melhor resultado que o Real Madrid.

Outro fator é o arrastar do Porto. É triste quandoum grande gestor como Pinto da Costa nãoentende que o seu tempo chegou ao fim e temque passar a pasta a outro. Deveria ter saído já háalgum tempo e os clubes não são monarquias. Seaté o Papa Bento abdicou, não sei porque o Papado Porto não faz o mesmo. Gosto de um Portoforte.

Figura da semana: Sigmundur DavidGunnlaugsson, primeiro-ministro islandês querenunciou ao cargo, dois dias após a divulgaçãodos Panama Papers, que o vinculam a umaempresa em um paraíso fiscal. Demostra desapegoe coragem para tomar uma atitude deste tipo. Dopaís onde se prendem os banqueiros, só tenho afelicitar o senhor pela atitude .

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O PSD do Algarve resolveu levar a questão daregionalização ao Congresso Nacional dopartido, logrando conseguir apoio unânime à

sua causa, e assumindo-se desde logo como o grandepaladino da sua implementação através de grandefoguetório mediático…

Sucede que a agenda mediática e política nacional eregional não é regulada pelos diretórios partidários nempelas estruturas da administração desconcentrada,como é sabido dos livros e Vítor Neto explica estasemana numa entrevista de leitura obrigatória registadano Jornal do Algarve.

A dado passo, o ex-secretário de Estado do Turismo eatual presidente do NERA – Associação empresarial doAlgarve refere que a região “não tem qualquer peso ecapacidade de influência política a nível central”,acrescentando que “só assim se compreende comoquestões como as portagens na Via do Infante – ou asobras na EN125 -, que geram o conforto nos algarvios ea quem nos visita, a começar pelos espanhóis, nãotenham uma solução correspondente à importânciaeconómica do turismo”. E acredito que a maioria dosalgarvios pensa desta forma, fundamentando assim adescrença nos atores políticos e nos seusrepresentantes no Parlamento!

Segundo o filósofo político basco Daniel Innerarity, nasua recente obra «La política en tiempos deindignación», “as transformações políticas, sejam dotipo revolucionário ou evolutivo, modificam três classesde assuntos: os sujeitos, os temas ou as condições”,sublinhando que as mudanças podem acontecer devidoà alteração dos temas sobre os quais se debate ougoverna. Este regresso ao passado do PSD-Algarverevela que pouco ou nada aprenderam com o resultadodas eleições de 2015 e que nem a alteração recente dodiretório regional serviu para alterar o rumo.

A agenda política diz-nos quais são os assuntos quedeixam de ser os mais importantes e aponta aquelesque estão no centro do debate ou das atenções da açãogovernativa. Se no passado recente, durante oconsulado do governo PSD-CDS, as questões sociaisdeixaram de merecer cuidados especiais,nomeadamente nos domínios da educação, emprego esaúde, está mais que evidente que estes são temas

consensuais no espaço público, exigindo os cidadãosuma intervenção prioritária do governo na sua melhoriae sustentabilidade.

Também é dos livros que qualquer bom governopoderá ser ainda melhor se tiver uma oposição ativa eexigente, capaz de apresentar-se como uma alternativacredível aos olhos do eleitorado. Com diretóriospartidários desfocados da realidade social epreocupados apenas com cargos e manutenção dostatus quo, não iremos longe…

Pelo contrário, quer o Partido Socialista, quer ospartidos que suportam o governo no Parlamento,perceberam claramente que há um conjunto deprioridades para a região que justificam a defesa deuma maior descentralização de competências para asautarquias locais e o reforço do papel das comissões decoordenação e desenvolvimento regional, suprimindoas deficiências existentes no funcionamento das demaisórgãos desconcentrados da Administração Central epromovendo a articulação do seu funcionamento, deforma a garantir melhores resultados num contexto deexigentes limitações orçamentais.

Isto não quer dizer que se abandone definitivamentea defesa da instauração em concreto das regiõesadministrativas, como autarquias locais de âmbitoregional, tal como está previsto na Constituição daRepública portuguesa há quarenta anos. Esperemos queseja dado um passo atrás para que se possam dar doispassos em frente…

Porém, até lá, o Algarve só poderá ter peso ecapacidade de influência política a nível central seestivermos unidos em torno dos nossos objetivoscomuns, como já sucedeu noutras ocasiões, forçando amudança de uma agenda política que nem semprerespeita os interesses específicos das regiões e dos seushabitantes, condicionada por interesses corporativistase restrições orçamentais, que acabam por favoreceraqueles que se encontram mais próximos do PoderCentral. Quem dá o primeiro passo?! .

NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobreestas e outras matérias no meu blogue(www.terradosol.blogspot.com) ou na páginawww.facebook.com/josegraca1966

Por uma questão de agenda…José Graça

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Mãe Soberana, património cultural imaterialDália Paulo

“Porque a alma desse povoVai dentro daquele andor.”António Aleixo

Neste domingo celebra-se a FestaGrande da Mãe Soberana. Emoção,entrega, envolvimento coletivo,

alegria, dor, partilha, amor. Disso outros falammelhor do que eu, como Lídia Jorge ou JoãoRomero Chagas Aleixo. Quero aqui, apenas,partilhar o trabalho coletivo realizado para oInventário Nacional do Património CulturalImaterial da manifestação religiosa MãeSoberana, como forma de homenagem a todosos que confiaram neste processo de valorizaçãoda nossa Mãe Soberana.

E porquê esta iniciativa? A Mãe Soberana éuma manifestação religiosa que reflete umaforte identidade louletana numa perspetivahistórica de longa duração e que, acima de tudo,tem uma forte componente de transmissãointergeracional. Assim, o Museu Municipal deLoulé serviu de facilitador e, simultaneamente,de motor para a realização da inscrição noinventário nacional, que foi submetida pelaparóquia “com sucesso” em julho de 2015. Umprocesso colaborativo e participado que contoucom a participação ativa dos detentores damanifestação religiosa – a paróquia, os homensdo andor e a comunidade em geral.

Começamos por partilhar com os parceiros oespírito da Convenção para a Salvaguarda doPatrimónio Cultural Imaterial (2003) da UNESCO,que define património cultural imaterial como“transmitido de geração em geração, é

constantemente recriado pelas comunidades egrupos em função do seu meio”, ou seja, umpatrimónio vivo que se recria e que passa degeração em geração. Essa partilha foi necessáriapara derrubar alguns receios dos detentores damanifestação, nomeadamente a cristalização damanifestação religiosa após a sua inventariaçãoe a apropriação pela administração local damanifestação, ficando os seus verdadeirosdetentores órfãos e sem poder sobre a sua tãoquerida religiosidade na Mãe Soberana.

Receios ultrapassados, percebemos que noprocesso de inventariação desta manifestaçãode património cultural imaterial, teríamos de tercomo pontos de partida dois fatores relevantes:o tempo, ou melhor a necessidade de dar tempoaos nossos interlocutores, quer para quepudessem sentir a necessidade de inventariar assuas manifestações culturais, religiosas, querpara que se apropriassem do processo e nelecolaborassem ativamente; o segundo fator foi orespeito pela cultura dos detentores damanifestação, pelas suas ideias, pela suadevoção (caso da Mãe Soberana) e pela suaforma de reagir a este processo depatrimonialização da sua vida (ou de parte dela).Este último aspeto é muito importante edelicado, constituindo ao mesmo tempo avalorização do que para os detentores é comum,havendo, inevitavelmente, um novo olhar que seconstrói sobre as suas práticas.

Passada a primeira fase de quebrar barreiras ede criar laços de confiança, era altura deconstituir a equipa. Esta fase trazia novaspessoas ao processo, novos olhares e novos

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laços a serem criados. Assim, partindo da equipado Museu Municipal de Loulé, houve anecessidade de juntar investigadores externosao Museu, nomeadamente uma antropóloga –Vanessa Cantinho de Jesus, para coordenar oprocesso; o historiador João Romero ChagasAleixo e, finalmente, para fechar a equipa duascineastas – Helena Inverno e Verónica Castroque, desde 2013, vinham de documentar osHomens do Andor. O processo decorreu deforma muito participada e com grandeenvolvimento de todos, tendo cumprido osobjetivos.

Um dos pressupostos da inventariação é aexistência de um Plano de Salvaguarda querelacione a manifestação com a comunidade,que a continue a pensar e a investigar e, nessesentido, estabeleceu-se nova colaboraçãoestreita entre a paróquia e a autarquia, atravésdo Museu, para planear algumas atividades em2016: programa cultural dos dias 2 e 3 de abril

onde, entre outras ações, tivemos oportunidadede, numa belíssima, sábia e tocante palestra,ouvir Lídia Jorge falar da Mãe Soberana; deiniciar um projeto de base de dados fotográficosda Festa com os fotógrafos Fernando Mendes,Luís da Cruz e Vasco Célio; de realizar aexposição Mãe Soberana de um Povo onde semostra o trabalho dos fotógrafos acimareferidos e comissariada por João Chagas Aleixo;entre outras iniciativas pensadas para 2016conta-se a edição (em maio) de um livro de JoãoRomero Chagas Aleixo.

Este processo de inventariação nacional é umprocesso em aberto que exige um trabalhoconstante e de permanente valorização damanifestação religiosa Mãe Soberana,sobremaneira facilitado porque contamos comtodos os louletanos nesta tarefa. Viva a nossaMãe Soberana! .

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Nuno Campos Inácio

Sócio-fundador da Arandis Editora, Nuno Campos Inácio é tambémfamoso pela sua profícua vertente literária, nos primeiros tempos comobras de ficção, de há uns anos para cá com livros sobre a histórialocal e regional. Menos mediático, mas bastante mais trabalhoso, é oseu projeto da «Genealogia do Algarve», através do qual teminvestigado e dado a conhecer o percurso das gentes que têm vividono sul do país nos últimos séculos.

Texto: | Fotografia:

dá a conhecer a históriae as gentes do Algarve

Nuno Campos Inácio vailançar, no dia 14 deabril, no Hotel Hilton deVilamoura, o livro «OAcordeão no Algarve», o

último de uma já longa série de obrassobre a história do Algarve, emboratenha iniciado a sua carreira literáriana área da ficção. Com 16 títulospublicados, a ponte para a vertentehistórica deu-se em 2011, com «1189– o Último Massacre», sobre aconquista de Alvor. Entretanto, depoisde abraçar o projeto da «Genealogiado Algarve», começou a encontrarinúmeros documentos inéditos quederam azo a novos livros, entre eles«Portimão - Cidade com História», que

mostra Portimão antes de 1924;compilou o «Apokalipsys» de VítorBorges, que aborda o Algarvedurante o período islâmico; lançou«A Batalha do Arade» e «A HistóriaIlustrada de Portimão», emparceria com Luís Peres; já paranão falar da coleção de 84 volumesdo «Índice Geral de Casamentos doAlgarve», cujos três primeirosvolumes já foram publicados, sobreAlcantarilha, Alferce e Alcoutim.

À conversa no Instituto ManuelTeixeira Gomes, em Portimão,Nuno Campos Inácio confirma quea história do Algarve estápraticamente toda por escrever,

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sobretudo porque, há coisa de meioséculo, surgiu a ideia de que a regiãoera apenas sol e mar, devido aocrescimento do turismo. “Contudo, atéessa data, o que evidenciava o Algarveera a sua cultura, a forma como assuas raízes estavam implantadas nummeio mais ou menos fechado e comcaracterísticas bastante regionais, quepouco ou nada tinham a ver com oresto do país. As exceções eram osgrandes portos de entrada – Portimão,Faro, Lagos e Olhão – onde se notavauma maior abertura ao exterior”,revela o entrevistado, lembrando que,nessa altura, bastava ir à zona dobarrocal e da serra para encontrar oAlgarve exatamente como ele era nosséculos XVI, XVII ou XVIII.

O boom da região para a atividade

turística e o facto de praticamentedois terços da população residenteno Algarve não ter cá nascidocontribuiu para que a sua história etradições ficassem remetidas aoesquecimento. “Só maisrecentemente é que se temassistido ao ressurgimento desseorgulho regionalista, com váriosautores a debruçarem-se sobre ahistória do Algarve e a descobriremcoisas fantásticas”, assegura NunoCampos Inácio. “E não nos podemosesquecer que os dois primeirosfinalistas ao Prémio Nobel daLiteratura eram algarvios – o JoãoBonança e o Júlio Dantas. O maiorpedagogo nacional, João de Deus, éalgarvio. Ramalho Ortigão é filho dealgarvios, Eça de Queirós é bisnetode algarvios, todos os grandes

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vultos ao nível da cultura portuguesatêm ligações ao Algarve”, destaca oportimonense.

Nuno Campos Inácio vai mais longe efala do trabalho do investigador CarlosCastelo sobre a «Escrita do Sudoeste»e que aponta que o berço da própriaescrita foi a região do Algarve e BaixoAlentejo. “E se compararmos osnossos vestígios arqueológicos comoutros semelhantes que sãodescobertos noutros pontos daEuropa, está demonstrado que osnossos são mais antigos. Ou seja, nãohouve no Algarve um acumular deculturas vindas de outras zonas, massim a saída dos povos autóctonesdaqui para outras zonas e quelevaram para lá a evolução. Séculosdepois, outros povos que foramassimilando essas culturas vierampara o Algarve e um exemplo disso é aescrita”, afiança.

Matéria-prima não falta, por assimdizer, para quem queira escrever sobrea história do Algarve, resta saber quaisos critérios que regem as escolhas dosautores e Nuno Campos Inácioresponde de imediato que nuncapensa nos proveitos financeiros quepossam advir dos seus livros. “Quemescreve para o mercado do presente,não tem futuro. Eu não estouminimamente preocupado com aquiloque as pessoas de agora pensamsobre aquilo que escrevo, mas simcom a utilidade que as próximasgerações vão retirar daquilo que euescrevi”, afirma, indicando que as suasobras têm, normalmente, início num

acontecimento que o surpreendeu.“Encontrei, numa tradução decrónicas árabes, referência a umabatalha naval ocorrida no RioArade, que é algo que não passapela cabeça de ninguém. Aliás,mesmo depois de ter publicadoesse livro, ainda há pessoas quecolocam esse facto em causa. Nãoimaginam como o rio era há 1200anos, nem percebem o que levariaos vikings a atacarem cidades doAlgarve, porque se esquecem que,no período islâmico, Silves eraquatro vezes maior do que Lisboa,em dimensão e importância”,justifica.

Infelizmente, Nuno Campos Ináciosente que nunca existiu vontadepara que estes factos se tornassemdo domínio público, mesmo daspróprias entidades dos locais emquestão. “Se calhar estou a serinjusto com quem decidiu, masnunca vi esse dinamismo. Sendonós uma região turística e sendoSilves a cidade berço das grandesfiguras da cultura árabe,surpreende-me como é que não setira proveito disso para se atrairum novo leque de turistas”,desabafa o escritor.

Cultura algarvia vaimorrendo aos poucos

Depois de alguns minutos àconversa com Nuno Campos Inácio,e ao vermos o entusiasmo com quefala sobre estes temas, percebemos

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facilmente o porquê de terabandonado a ficção e se ter dedicadoàs obras históricas. “A realidade émuito mais abrangente do que aficção”, garante, embora reconheçaque o mercado é, por oposição, maisreduzido. “Quando lanço umamonografia sobre o Alferce, não possoestar à espera de vender cinco ou 10mil livros, porque é uma terra com 200e poucos habitantes. Mas basta umaedição de 100 exemplares para oconhecimento não desaparecer, paraser transmitido para as geraçõesfuturas”, evidencia, não se cansandode enfatizar a importância de seescrever para o futuro. Nesse sentido,recorda que, por exemplo, FernandoPessoa nunca vendeu mais de 200exemplares de cada obra enquanto foivivo. E o mesmo aconteceu com Estácioda Veiga ou Ataíde Oliveira, figuras dereferência para quem quiser escreveralgo sobre a história do Algarve.

Olhando para o presente,nomeadamente para «O Acordeão noAlgarve», foi um desafio colocado àArandis Editora por Francisco Saboia,diretor do Museu do Acordeão dePaderne e organizador das GalasInternacionais do Acordeão, que esteano assinalam as bodas de prata.Contudo, a dimensão da obra acaboupor surpreender o próprio autor.“Deparei-me com um acervo com 2500documentos e a perspetiva do livromudou por completo, focando-se nos100 anos de presença do acordeão noAlgarve. Sabemos que o grande boomse deu com o fim da primeira guerramundial, mas terá chegado à região

um pouco antes disso”, explicaNuno Campos Inácio, acrescentandoque este ano será realizado, pelaterceira vez, o Troféu Mundial doAcordeão do Algarve.

O livro vai ser apresentado no dia14 de abril e contou com ocontributo de várias pessoas, entreos quais Gonçalo Pescada, oprimeiro doutorado em acordeão doAlgarve e que escreveu o prefácio, oProfessor Hermenegildo Guerreiro,mestre de diversos campeões doMundo, da Europa e ibéricos, a MitoAlgarvio e Nelson Conceição, entreoutros. “É um instrumento em queo Algarve não fica a dever nada aninguém. O João Frade foi oprimeiro acordeonista mundial aganhar as três principaiscompetições no mesmo ano e éapenas um exemplo da qualidadeque existe na região, em termos deexecutantes e de formadores”,destaca Nuno Campos Inácio,lamentando que, mais uma vez, nãose tire partido destas situações. “OJoão Frade não vem à apresentaçãodo livro porque está em tournée noCanada e, de cada vez que ele atua,está a promover o Algarve. E oAlgarve alguma vez promoveu oJoão Frade, ou o seu professor, ouqualquer outro acordeonistaalgarvio? Até os Festivais deAcordeão do Algarvedesapareceram, quando atraiammilhares de pessoas e eramtransmitidos em direto para canaisde televisão. O facto de 2/3 dapopulação algarvia não ser do

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Algarve e de não sentirem a culturaalgarvia, e de muitos deles acabarempor chegar aos órgãos de decisão, fazcom que a cultura algarvia vámorrendo aos poucos”, critica.

Dar a conhecer a história e a culturado Algarve é, precisamente, um dospropósitos do projeto da «Genealogiado Algarve», que Nuno Campos Inácioiniciou há perto de uma década.Entretanto, o oficial de justiça deprofissão meteu uma licença semvencimento, em 2009, por utilidadepública para se dedicar de corpo e almaa esta investigação que demora, parauma freguesia pequena, um ano delevantamento sistemático dedocumentos e transposição dessainformação para uma base de dadosdigital. “Neste momento é,seguramente, o maior projeto de

investigação do Algarve, sejapúblico ou privado, tem registadas195 mil pessoas, todas elas comligação genealógica à região, temtrês milhões de dados informativos(nome, apelido, data denascimento, data de falecimento,local onde nasceram, casaram,quem foram os padrinhos, quais asprofissões, etc.). O meu«ordenado» advém da venda dosdireitos de autor dessa recolha aosvários municípios, que depoiscolocam gratuitamente essainformação à disposição daspopulações. Ora, como demoro umano a fazer o levantamento de umafreguesia, só posso ter apoio deuma autarquia. O problema équando ela se compromete edepois não cumpre”, lamenta.

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As pessoas morremquando são esquecidas

Apesar de alguns dissabores, NunoCampos Inácio vai resistindo à tentaçãode regressar às origens, isto é, aostribunais, o que implicaria o cessar doprojeto da «Genealogia do Algarve»,mas também de outros que estãoligados à Arandis Editora. E se, paramuitos, isso não constituiria,aparentemente, uma grande perda,basta pensar que, cada vez quefazemos uma busca na internet sobrealguém e nos surge uma panóplia dedados, nomeadamente através dowikipedia, alguém teve que fazer arecolha e compilação dessainformação. “O meu projeto é muitoabrangente porque vai desde asorigens documentais de cadafreguesia. Alguém que queira fazer um

trabalho académico sobre, porexemplo, a população escrava doAlgarve, consegue saber quemeram os escravos existentes emcada freguesia e os respetivosdonos. Escravos que, em Direito, sediz que não possuíam identidadejurídica e eu descobri que essainformação não é verdadeira,porque encontrei escravosbatizados, a testemunhar, acelebrar contratos”, aponta. “Secalhar, isto não contribui nada paraa felicidade dos algarvios em geral,mas é importante para o nível doconhecimento científico”, reforça.

Investigações que, já se percebeu,podem colocar em causa algumasverdades supostamente universais,factos que se assumem comocomprovados, com os incómodosque dai possam advir. “Realmente,

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já recebi telefonemas a dizer que nãoposso pôr em causa trabalhospublicados por pessoas comdoutoramentos, mas eu também nãoculpo os autores por causa dessasfalhas. Na elaboração dos trabalhos dehistória, muitas vezes há a tendênciade se utilizarem fontes repetidas edamos como verdade a fonte original,cuja autenticidade ninguém verifica.Depois, percebemos que aquelapessoa, quando escreveu o texto, nãoviu o documento original, ou não fez aleitura adequada dele, ou quisaldrabar”, afirma, sem meias-palavras.

Claro que também pode haveralguém que não goste da história quetem atrás de si, do que fizeram os seusantepassados, mas Nuno CamposInácio explica que não há famílias «debem» e famílias «de mal». “A nossaascendência é uma progressãoarimética e que a cada geração semultiplica por dois, portanto, toda agente descende de todo o tipo degente e não há ninguém que sejaapenas de uma terra. Todos nós temosna nossa árvore genealógica escravose judeus, malfeitores, pessoas de bemou pais incógnitos, e não devemosenvergonhar-nos ou vangloriar-nospor causa disso”, entende o escritor eeditor. “O Nicolau Breyner dizia que aspessoas morrem quando sãoesquecidas e este trabalho, no fundo,está a ressuscitar milhares de pessoasque deixaram de fazer parte da nossamemória”.

Um trabalho de imenso valor e que,por estar assente numa base de dados

digital, pode induzir as pessoas emerro quanto à sua dimensão.Contudo, só para se ter uma ideia, olivro respeitante à freguesia doAlferce, uma das mais pequenas doAlgarve, tem 1800 páginas e, àmédia de uma freguesia por ano, opróprio admite que nuncaconseguirá conclui-lo em vida.“Felizmente, temos váriosgenealogistas no Algarve comgrandes competências econhecimentos, há pessoas quefazem estudos a partir das suasfamílias, e organizamos, inclusive,um encontro anual, portanto,haverá, certamente, quem dêseguimento ao projeto no dia emque me acontecer alguma coisa”,preconiza, descontraído.

Para já, no entanto, é tempo depensar em mais livros, a começarpelo «O Acordeão no Algarve»,depois, mais um volume do «ÍndiceGeral de Casamentos do Algarve»,seguido de mais um guia turístico,desta feita sobre Albufeira, daresponsabilidade da Arandis Editora.“O nosso objetivo é que esse livro,de 300 páginas, seja oferecido acada pessoa que passe férias noconcelho de Albufeira e que depoiso leve para casa, para mostrar aosoutros o que Albufeira tem ao nívelde história e cultura”, adianta,terminando com uma achega aolivro da sua vida, «A História dePortimão», que já vai com 1400páginas, com tudo aquilo que temdescoberto sobre a história da terraque o viu nascer e crescer .

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60 anos deCineclube de Faro

O Cineclube de Faro comemorou, no dia 6 de Abril, as seis décadas de existência, mas oprograma festivo decorre ao longo de todo o ano, já com alguns eventos realizados e maisiniciativas agendadas para os próximos meses. Contudo, quem acompanha de perto o dia-a-dia da entidade sabe que esta não tem tido vida fácil, como não tem tido nenhumaassociação cultural, recreativa ou desportiva nos últimos tempos em Portugal. Um problematransversal a que se soma o advento das novas tecnologias e a concorrência dos cinemastradicionais, mas a resiliência das sucessivas direções tem permitido que o CCF continue aser o cineclube do país há mais anos com atividade ininterrupta.

Entrevista

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A 6 de abril de 1956 tinhalugar a primeira sessão doCineclube de Faro, noCinema Santo António,com a exibição de «O

Regresso Eterno Douro, Faina Fluvial» deJean Delannoy, com comentário deRoberto Nobre e uma palestra deJoaquim Magalhães. Volvidos 60 anos,estávamos à conversa com Rafael Lopes,atual presidente da direção do CCF efrequentador das suas sessões há cercade duas décadas, altura em que veioestudar para a Universidade do Algarvepara se formar em Biotecnologia. OEngenheiro biólogo e investigadorcientífico lembra que o movimentocineclubista surgiu no primeiro terço doséculo XX e teve um papel bastanteimportante em Portugal como uminstrumento de contrapoder e demanifestação antirregime. “Asassociações culturais eram uma dasraras formas que as pessoas tinhampara celebrar a diversidade cultural etentar contrariar as restrições impostaspelo regime político. Nesse sentido, oCCF foi uma associação bastanteinterventiva e um fator muito grande deunião na sociedade farense, situaçãoque se foi alterando com o passar dostempos e com o surgimento de outrosinteresses e acontecimentos”, observa,na sede localizada perto do Hospital deFaro.

De facto, as mudanças tecnológicas quese verificaram na sétima arte tiveram umforte impacto no dia-a-dia doscineclubes, como se assistiu nos anos 80,com o aparecimento do vídeo e adisseminação dos filmes em VHS, mas aprópria mudança de regime retirou

alguma mística a estas associações,não nega Rafael Lopes. “Todas assessões, pelo menos as públicas,tinham que ter o aval da PIDE/DGS,do instituto que monitorizava asatividades culturais e dasassociações. Aliás, a primeira sessãodo CCF era para acontecer a 2 demarço e não foi autorizada, tendosido adiada para 6 de abril de 1956,mas os sócios fundadores diziam queexistia uma espécie de movimentoclandestino anterior à fundaçãooficial”, conta, com um sorriso.

A chegada das videocassetespermitiu que as pessoas pudessem vercinema mais confortavelmente nassuas residências sem estaremdependentes do que era transmitidopelos canais de televisão, mas o boomdo cinema comercial foi outra fortemachadada na vida dos cineclubes,embora Rafael Lopes não encare essefacto com demasiado dramatismo.“Os cineclubes sempre tiverem umpapel ligado mais a uma diversidadecinematográfica e a um cinema doponto de vista artístico, do que aocinema de consumo de massas eapenas de entretenimento. Veja-seque o VHS morreu e os cineclubescontinuam vivos, apesar do fortedesenvolvimento tecnológico a quetemos assistido, mais recentementecom a era do digital”, salienta oentrevistado.

Isso não significa que estasentidades não tenham perdido algumdo seu espaço enquanto aglutinadorasdo ponto de vista social, mas oinvestigador atribui esse fenómeno à

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própria transformação que a sociedadecivil sofreu no passado recente. “Osinteresses das pessoas, hoje, sãocompletamente diferentes do que eramhá 30 anos e a liberdade de usufruto decultura também se tornou bem maisabrangente. O acesso às coisas é muitomais fácil e isso dificulta a vida dasassociações culturais, desportivas erecreativas, é um problema transversal”,lamenta Rafael Lopes. E para tentarremar contra a maré, os cineclubesapostaram ainda mais no chamadocinema alternativo para se distinguiremdas salas de cinema comercial. “Todas asobras com interesse e relevância sempretiveram espaço nos cineclubes mas, sehá um acesso muito forte aosblockbusters, obviamente que essesestarão um pouco arredados da nossaprogramação corrente”, justifica.

A verdade é que sempre houve umamaior liberdade no movimentocineclubista, no que toca à escolha dosfilmes a exibir, do que nas salas ditascomerciais, onde o objetivo é vender omáximo de bilhetes. Assim se explicaque os cineclubes tenham dado cartasno cinema não de entretenimentopuro, mas isso acabou por afastarclientes das novas gerações, que sãomais seduzidos pelos filmes de açãode Hollywood e afins. “As marcasdistintivas da programação do CCFtêm uma perspetiva, não diriaestritamente artística ou concetual,mas de um cinema feito por pessoas ecom pessoas, de filmes que sejamuma arte, objeto da criação dealguém, onde tudo é pensado eobedece a planos. Não se trata de ter

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uma sucessão de planos de 10 em 10segundos, ou de 5 em 5 segundos, paraque a atenção dos espetadores estejaabsolutamente sublimada por essadinâmica”, distingue.

Associações não sobrevivemsem sócios

No mês em que se celebram os 60 anosde vida do Cineclube de Faro, RafaelLopes indica que, desde os anos 90,nunca houve tanta quantidade ediversidade de filmes a estrear emPortugal e o próprio cinema português émarcado por uma nova geração decineastas bastante interessantes e cujo

talento está a ser reconhecido além-fronteiras. Neste contexto, aprogramação do CCF vai sendo feitode acordo com o mapa de estreias anível nacional, integrando,igualmente, obras de relevância dahistória do cinema, normalmenteinseridos em ciclos temáticos. Depois,as sessões acontecem, às terças-feiras, no Instituto Português doDesporto e Juventude e, às sextas-feiras, na própria sede, estas maisintimistas, devido à menor dimensãodo espaço. “São noites de carátercinéfilo mais marcado, dirigidas paraa obra de um realizador ou para umtema específico. Já fizemos sessõesalusivas, por exemplo, ao 25 de abril.

Este mês, temos um ciclodedicado a filmes que cumpremtambém 60 anos de vida em2016. São quatro filmes, da Índia,Japão, França e Estados Unidosda América, com a tal diversidadeque procuramos sempre imprimirpara alargar também oshorizontes do nosso público”,indica o presidente da direção.

Mais dificuldade em integrar aprogramação regular têm sentidoas curtas-metragens, reconheceRafael Lopes, devido às maioresdespesas com os direitos deexibição e ao menor público queatraem. “Uma regra que é maisou menos generalizada é conciliaruma curta-metragem e umalonga-metragem na mesmasessão, especialmente durante oVerão, em vez de termos umasessão exclusivamentepreenchida por curtas-

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metragens. E tentar que as curtas-metragens acompanhemtematicamente as longas-metragensque se seguem é um exercícioengraçado, ver se elas conseguemdialogar uma com a outra”, acrescenta obiólogo.

Técnicas e estratégias que se vãoafinando com o tempo, à medida que aexperiência dos dirigentes vai sendomaior nesta constante tentativa deadaptação ao mercado, de dar o que opúblico busca, mas a sobrevivência deum cineclube depende sempre donúmero de sócios que possui e do seugrau de envolvimento com a entidade.“Infelizmente, vemos esse númerodiminuir de ano para ano, é umfenómeno transversal a quase todas asassociações. É um problema bastantegrande que nasce da maior facilidade

com que as pessoas têm filmes nassuas casas e, por vezes, até os veemcom melhores condições técnicas doque nós podemos oferecer nasnossas atividades. Apesar disso, ésempre diferente ver um filme numatela grande e no escurinho da sala docinema”, garante Rafael Lopes,defendendo ainda que a falta detempo não pode ser desculpa para sedeixar de fazer quase tudo na vida.“Temos que evitar aquele ritmo maisou menos anárquico que imprimimosàs nossas vidas, em que nosnorteamos praticamente peloshorários do trabalho, de levar osmiúdos à escola e às atividades emque estão envolvidos e de ir buscá-lospara ir para casa, jantar e dormir. Éimportante conseguir sair destarotina e arranjar tempo para asnossas próprias coisas, sair das

Rafael Lopes, presidente da Direção do Cineclube de Faro

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fronteiras em que nos fechamos, sair dopequeno casulo em que subsiste a nossaexistência”, defende, preocupado.

O sonho do digital

Sem sócios nenhuma associaçãosobrevive, os apoios das autarquias eoutras entidades são cada vez maisescassos, os preços cobrados em cadasessão são quase simbólicos, portanto,há que conjugar todas as «migalhinhas»de modo a conseguir ter a situaçãofinanceira equilibrada. Mas asobrevivência depende, igualmente, deter pessoas que estejam disponíveis paraabdicar dos seus tempos livres em proldo bem comum, porque todos osdiretores do CCF trabalham em regimede voluntariado. “As associações sóexistem na medida em que as pessoastêm ou não interesse na sua atividade,

mas também é muito difícil conciliaras nossas vidas profissionais efamiliares com a direção de umaentidade cultural como esta. Depois,quando falamos em cinco pessoas,que são os atuais elementos dadireção, ainda mais complicado égerir os horários de todos”, apontaRafael Lopes.

Como se tudo isto não bastasse, umcineclube tem despesas defuncionamento bem mais elevadas doque outras associações culturais,porque o seu dia-a-dia envolvetrabalhar com equipamentosdelicados, caros e que devem serrenovados com alguma frequência. “Ocinema está a sofrer um adventoainda mais crítico do que oaparecimento do VHS, que é amodificação para o digital. É um

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formato muito mais simples e barato doque as velhinhas caixas de película epraticamente já não se encontramfilmes em película. Contudo, o cinemaestritamente digital tem um conjuntode contingências que gera uma espéciede monopólio ao nível dosequipamentos de projeção, o que ostorna muito caros”, revela o presidentedo CCF. “O nosso grande desafio passapela sobrevivência e por cumprir com asnossas responsabilidades financeiras,portanto, não sobra espaço para pensarnesse género de investimento, quandonem sequer temos uma sala própria”.

Uma situação por que passam grandeparte dos cineclubes e a soluçãonormalmente encontrada é serem ascâmaras municipais ou outrasentidades locais a adquiriremessas ferramentas para ascolocar ao serviço dos seusequipamentos culturais. “Osfundos europeus dão umcontributo importante paraesses investimentos eesperamos que isso possa vira ser uma realidade em Faro,e num futuro próximo. Setivéssemos uma sala própria,poderíamos tentar concebermaneira de reunir essesvalores, que são superiores a40 mil euros, mas, no atualcenário, nem vale a penacomeçar a pensar nisso”,lamenta o entrevistado.

Contingências múltiplas quenão impedem o Cineclube deFaro de manter atividaderegular há 47 anos e de ter

projetos para o futuro, para além derealizarem alguns upgradestecnológicos na medida do possível.“Hoje, temos uma situação financeirarelativamente estável, que nãopermite grandes aventuras, mastambém não vivemos com a corda nagarganta, como se verificou nopassado. Comprámos um projetornovo em 2015, que dá uma maiornobreza às sessões que promovemos,e temos várias iniciativas para tentartrazer para o cineclube mais público,entre elas o cinema de animação,numa perspetiva formativa e departilha, para atrair as famílias. Nãose trata somente de as pessoaschegarem, carregar no play e dizeradeus no final do filme” .

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FÓRUM SAÚDE SENSIBILIZOUALBUFEIRA PARA O CICLO DA VIDA

Albufeira recebeu, de 7 a 9 de abril, o«Fórum Saúde», iniciativa que teve porobjetivo informar e esclarecer a

população sobre a importância da saúde aolongo do ciclo de vida. Rastreios, exposições,palestras, mass training em suporte básico devida, a presença de médicos de diferentesespecialidades, demonstrações de ginástica eyoga para bebés, aulas de pilates, sessões derelaxamento e workshops de culinária foramalgumas das propostas apresentadas noprograma, que pretendia alcançar todas asfaixas etárias da população. Subordinado aotema «Ciclo de Vida», a Prevenção esteve emdestaque ao longo dos três dias do Fórum.

Durante a Sessão de Abertura, na manhã dodia 7 de abril, precisamente o Dia Mundial deSaúde, Carlos Silva e Sousa lembrou que todos

os autarcas se preocupam com a saúde dosseus munícipes e com a existência de umacomunidade saudável. “Recordo oinvestimento enorme que tem sido feitopelo poder local, especialmente desde o 25de abril, em infraestruturas da água e dosaneamento e basta pensar que, a nívelmundial, cerca de 80 por cento dasquestões de saúde têm a ver com osaneamento e a água potável. Do mesmomodo, a Organização Mundial de Saúdefrisa que um dólar gasto nas áreas da águae do saneamento equivale a quatro oucinco que têm que ser investidos navertente da saúde, em clínicas, médicos,enfermeiros e medicamentos”, afirmou opresidente da Câmara Municipal deAlbufeira.

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Saúde que implica igualmenteproporcionar estilos de vida saudável eCarlos Silva e Sousa dá o exemplo dosginásios ao ar livre recentementeinstalados em vários pontos da cidadepara chamar as pessoas para caminhar eefetuar exercício físico. “Esse bem-estarterá que ser encontrado também doponto de vista social e isso está ligadoigualmente à saúde que, convém nãoesquecer, é um direito constitucional detodos nós. Este Fórum inclui palestrascom pessoas muito bem habilitadas emtodas estas matérias e enquadra-seperfeitamente no nosso espírito deAlbufeira. Queremos ter umacomunidade cada vez mais saudável euma sociedade que seja justa efraterna”, defende, dai a aposta ematividades desportivas para todas asfaixas etárias e que envolvem uma sériede agentes, para além do poder local.“Não pode haver ninguém que nãopossa ter acesso à saúde e ter uma vidasaudável”.

Seguiu-se a intervenção da vereadorada Câmara Municipal de Albufeira, AnaVidigal, responsável pelo pelouro daSaúde, que explicou que o «Ciclo deVida» foi o tema escolhido para melhorse enquadrar o Fórum com o QuadroEuropeu de Referência das PolíticasEstratégicas para a Saúde. “O papel dasautarquias e do poder local estáefetivamente na promoção da saúde ena prevenção da doença e foi por issoque concebemos todo este Fórum,dedicado desde a conceção do serhumano até à última etapa de vida.Queremos promover um melhorconhecimento para todos aqueles queainda não sabem como prevenirdeterminadas patologias, ou comopodem obter também, através damudança de alguns estilos de vida, umamaior longevidade e uma melhorqualidade de vida ao longo dos tempos”,sublinhou Ana Vidigal.

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Presente na cerimónia de aberturaesteve igualmente Gabriela Peixoto,em representação do presidente doConselho Diretivo da AdministraçãoRegional de Saúde do Algarve, quedeixou uma palavra dereconhecimento a todos osprofissionais de saúde envolvidosneste tipo de ações. “Este Fóruminsere-se num dos objetivos doprotoloco de colaboração celebradoentre a ARS Algarve e o Município deAlbufeira, com vista a reforçar aindamais, quer os cuidados de prestaçãode saúde, quer a promoção de estilosde vida mais saudáveis junto dapopulação deste concelho. Há que,juntos, criar condições para odiálogo, procurar soluções etrabalharmos em prol do bem-estarda nossa comunidade e as autarquiasdesempenham um papelfundamental de complementaridadepara se chegar ainda mais próximodos cidadãos”, sustenta a DiretoraExecutiva do Agrupamento de Centrosde Saúde do Algarve Central.

Por último, usou da palavra PauloFreitas, presidente da AssembleiaMunicipal de Albufeira, que apelou àresponsabilidade de cada um no quetoca à saúde, nos tratamentos, naprevenção, nos cuidados do dia-a-dia.“Tudo tem influência na saúde eAlbufeira é um concelho que respirasaúde em todos os seus sentidos.Quando uma comunidade se sentebem com o meio-ambiente, com asacessibilidades, com osequipamentos que tem ao seudispor, só podemos dizer que o ciclode saúde está completo”.

Quanto ao protocolo decolaboração assinado entre aAdministração Regional de Saúde doAlgarve e a Câmara Municipal de

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Albufeira, promoveintervenções proactivas embenefício dos munícipes,visando, entre outros, aadoção de hábitos e estilos devida saudáveis; promove aorganização e cooperação emações de promoção de saúde;a colaboração na partilha dedados e informaçõesrelativamente à saúde dapopulação; promove acooperação na elaboração,dinamização e implementaçãodo Plano de Saúde Municipal;a divulgação de açõesdesenvolvidas pelo ACER Central; e a colaboração na emissão de pareceres tendo em vista umamelhoria da qualidade de vida dos munícipes albufeirenses .

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AUTARQUIA DE ALBUFEIRAASSINOU PROTOCOLO COM CTC

A CTC – Companhia de TeatroContemporâneo – Núcleo de PesquisaLiterária e Criação Teatral, acaba de

assinar um protocolo com o Município deAlbufeira referente à realização de diversosprogramas culturais, nomeadamente o Festival T– Festival Internacional de Teatro de Albufeira.Depois de um ano de interregno, o Festivalregressou ao palco do Auditório Municipal comaquela que foi a nona edição e onde incluiuestreias de espetáculos, numa programaçãoheterogénea quanto às faixas etárias e àsabordagens estéticas.

Decorrido entre 17 e 22 de Março, o Festivaljuntou na totalidade cerca de 1100 espectadoresque apreciaram espetáculos como «O judeu queguardou portugueses no Quarto de Van Gogh»,de Luísa Monteiro, «I can’t breath», de ElmanoSancho, «O Homúnculo», de Natália Correia,«Branca», dos Irmãos Grimm e «O BarãoMedusa», de Eric Satie. Este Festival ofereceu

também aosespectadores umamostra retrospetivas deFotografia de Cena doFestival, da autoria dofotógrafo Rui Gregório.

Outra das atividadespromovidas pela CTCforam as «Serenatas àsDonzelas da baixa deAlbufeira», na noite queantecedeu o Dia de S.Valentim e quehomenageou o passadoromântico da cidade.Aquela estrutura tem

previstas diversas ações para o ano em curso,sendo de salientar o espetáculo de teatro naaltura do Natal com entrada «paga» emgéneros, a reverterem a favor de instituiçõesde apoio social.

Para a responsável pela CTC, LuísaMonteiro, o apoio cedido pelo Município éfundamental para que haja neste concelhomais e diversificada programação cultural.“Não só o subsídio, mas todo o ambiente deajuda que os funcionários da Autarquia, dosmais variados sectores, proporcionam, émuito meritório. De resto, a formaçãointelectual que o teatro confere aos seuspúblicos traduz-se, com o tempo, numamais-valia para a personalidade coletiva deAlbufeira e esta Câmara, felizmente, sabedisso. Somos muito gratos” .

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TIGUAN EXPERIENCEENCHEU ALBUFEIRA DE TURISTAS

O presidente da Câmara Municipal deAlbufeira, Carlos Silva e Sousa, e asecretária de Estado do Turismo, Ana

Mendes Godinho, estiveram, no dia 31 demarço, na apresentação do novo modelo daVolkswagen. A «Tiguan Experience» é um dosmaiores eventos realizados em Portugal na áreado mundo automóvel, sendo responsável portrazer a Albufeira perto de 20 mil participantesde todas as partes do mundo, numa operaçãogigantesca que envolve mais de 30 mil dormidas.

Carlos Silva e Sousa elogiou o investimentofeito pela marca alemã, sublinhado aimportância da iniciativa “pelo que estarepresenta em termos de retorno económicoimediato, não só em termos de receita e criaçãoou manutenção de emprego no concelho e naprópria região, mas também pela projeçãomediática associada ao evento”, com um efeito

que consideroumultiplicador emuito bem-vindo,sobretudo nestaaltura do ano,quando ainda seesta em plena épocabaixa. “Somosconhecidos porsaber receber quemnos visita, pelacapacidade equalidade da nossahotelaria, bomclima, gastronomia,praias de sonho,boas acessibilidadese segurança, ou

seja, temos todas as condições para quequalquer evento seja um sucesso”, sublinhouo edil

Foram precisamente estas qualidades quelevaram a marca a escolher Albufeira para arealização da iniciativa, confirmou a diretorade eventos da Volkswagen, Sandra Waidelich.Já a secretária de Estado do Turismoconfirmou que este tipo de iniciativas sãouma mais-valia para o País. “São uma dasrespostas que satisfazem a necessidade dePortugal ter turismo todo o ano, de forma acombater a sazonalidade”. Ana Mendesrevelou que o governo tem “uma equipa dechoque” com vista à captação internacionalde congressos e de eventos corporativos dedimensão, “uma alavanca importante paragarantir fatores de atratividade fora daépoca alta” .

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SABORES DA SERRA AO RIOARRANCOU EM ALCOUTIM

No sábado, dia 2 de abril, decorreu noEspaço Guadiana, em Alcoutim, asessão de abertura do III Festival

Gastronómico do Concelho de Alcoutim,«Sabores da Serra ao Rio», que contou com aapresentação de «A Rota da DietaMediterrânica» por Artur Gregório, daAssociação In Loco, e a apresentação do livro«Algarve Mediterrânico; tradição, produtos ecozinhas», que contou com a presença dos trêsautores Maria Manuel Valagão (texto ecoordenação), Vasco Célio (fotografia) e BertílioGomes (cozinha contemporânea).

A Associação In loco, responsável peladinamização da Rota da Dieta Mediterrânica(RDM), apresentou os trabalhos realizados e osrecursos disponíveis na Rede. A RDM terá esteano como linha estratégica a capacitação,trabalho em rede e promoção da mesma,sempre tendo em vista a consolidação, oalargamento e a sustentabilidade. Já os trêsautores de «Algarve Mediterrânico; tradição,

produtos e cozinhas» descreveramo livro como um projeto queatravés da culinária nos leva adescobrir a identidade da região ea sua relação com a natureza ecom os produtos locais. Oprograma do III FestivalGastronómico do Concelho deAlcoutim integra também duasSessões de Informação sobre aDieta Mediterrânica, que serealizam no dia 19 de abril, nosalão nobre da Câmara Municipalde Alcoutim, às 10h30, e no Salãoda Junta de Freguesia de MartimLongo, às 16h. A iniciativa destina-se a empresários e responsáveisde entidades interessados em

conhecer o tema.

O Festival Gastronómico de Alcoutim iniciouassim a Edição primavera, procurandopromover a cultura regional, particularmentea gastronomia do nordeste algarvio,revivendo assim um pouco das tradições doconcelho e promovendo o patrimóniogastronómico, com 14 restaurantes aderentesonde o público poderá comprovar muitos dossaberes e sabores da região. “A iniciativa éagregadora de um conjunto de saberes daregião, que vão das atividades produtivas(agricultura, pesca, pecuária), passando pelaconservação e transporte (artesanato), assimcomo o processamento, confeção, partilha econsumo de alimentos, saberes e saboresintegrantes da dieta mediterrânica, e sendoum excelente atrativo para todos osvisitantes da região”, considera o presidenteda Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldodos Santos Gonçalves .

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PARQUE DE AUTOCARAVANASVAI AVANÇAR EM ALTURA

A Câmara Municipal deCastro Marim concluiu aexecução de um projeto

para uma Área de Serviço deAutocaravanas em Altura, com oobjetivo de disciplinar e melhorar aprática do autocaravanismo nalocalidade, que recebe milhares depraticantes durante o ano inteiro. Oequipamento, com capacidadeaproximada de 56 lugares, localizar-se-á na zona poente de Altura,junto ao Ribeiro do Álamo, numazona próxima e com acesso à áreabalnear e com grande facilidade deacesso ao centro da localidade.

O projeto contempla a criação deuma plataforma dotada dasnecessárias infraestruturas deapoio, como receção, estação deserviço, sanitários, abastecimentode água potável, sistema de esgotose drenagem de pluviais e aindapontos de estadia e lazer. “Oautocaravanismo é um segmentodo turismo em forte expansão euma atividade com cada vez maiorimportância para odesenvolvimento da economialocal e para a promoção turísticado território, mas é precisoorganizar e rentabilizar os espaçospara esta prática”, sublinhou opresidente da Câmara Municipal deCastro Marim.

Também em Altura, um investidor privado estáa delinear um projeto similar, junto ao campo defutebol. Com um investimento estimado em

cerca de 170 mil euros, o concurso para aexecução da Área de Serviço deAutocaravanas em Altura deverá serbrevemente lançado .

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QUEIJO E VINHOINVADEM A BAIXA DE FARO

Depois do sucesso das duas edições daFeira do Queijo e do Vinho de Faro,que contou com milhares de visitantes

nacionais e estrangeiros, a empresamunicipal AmbiFaro vai realizar, de 14 a 17 deAbril, a 3ª edição desta feira, que decorrerá,mais uma vez no Jardim Manuel Bívar (baixa deFaro). Este certame, àsemelhança dos anteriores, vai trazer a Faro umsector ainda desconhecido por muitos,permitindo que os seus visitantes aprofundem osseus conhecimentos numa área de grandeinteresse estratégico para a economia do nossopaís e que precisa de ser valorizada e promovida,reforçando a coesão territorial e a importânciados produtos endógenos na economia, natradição e na identidade portuguesa.

Este ano, destaquepara a presença domunicípio de Serpa quese fará representar comos queijos daquelareconhecida DOP e comos seus vinhos.Presentes vão estartambém os famososenchidos de Monchiquee Ourique, os queijos deNisa, de Moura, da Serrada Gardunha e osqueijos de cabra doAlgarve e, como nãopoderia deixar de ser,um vasto leque devinhos de regiões comoo Algarve, Alentejo,

Bairrada, Beira Interior e Douro.

Ao todo serão quase três dezenas de standsapoiados por uma área de tasquinhas com400 metros quadrados que durante quatrodias vão promover e divulgar o que de melhorse faz no sector vitivinícola e do queijo, bemcomo na produção regional de doces, licores eenchidos. Esta iniciativa é de entrada livre e opúblico presente poderá também contar comalgumas provas de queijo, enchidos e vinho ecom uma mostra de artesanato regionalalgarvio .

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BAIRRO DA CAVALINHA VAI TER NOVAREDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Foi assinado, no dia 1 de abril, o contratode adjudicação da empreitada deRemodelação da Rede de Abastecimento

de Água do Bairro da Cavalinha, na cidade deOlhão, intervenção há muito necessária e queem 2016 se tornará uma realidade. A obra foiadjudicada à empresa Joaquim Rodrigues daSilva e Filhos Lda., pelo valor de cerca de 210 mileuros, estando o início das obras previsto para o2.º trimestre do corrente ano. O prazo deexecução da obra é de oito meses.

O contrato foi assinado por António MiguelPina e Carlos Martins, membros do Conselho deAdministração da Ambiolhão, e por Jacques daSilva, por parte da empresa que venceu oconcurso público. “O Bairro da Cavalinha possuiuma rede de distribuição de água constituídamaioritariamente por condutas envelhecidas,cujo período de vida útil foi ultrapassado, o queconstitui um forte constrangimento aoabastecimento de água àquela zona da cidade,onde ocorrem ruturas frequentes, que obrigam

à interrupção doabastecimento de água.Com esta intervençãoprofunda, o serviço deabastecimento de águasofrerá uma melhoriasignificativa nesta zonada cidade, que é hoje azona mais fragilizada dosistema deabastecimento doconcelho de Olhão”,explicou o edil olhanense.

A empreitada a realizarconsiste na substituiçãointegral da rede de

distribuição de água de todos os arruamentosdo bairro por condutas novas, constituídaspor materiais e dimensões adequadas, numaextensão de 2,9 quilómetros e beneficiandouma população de cerca de 2.700 habitantes.A nova rede de distribuição garantirá tambémo combate aos incêndios, mediante ainstalação de marcos de incêndio. Serão aindainstaladas bocas de rega e lavagem, quepermitirão assegurar a rega de zonas verdes ea lavagem de pavimentos.

Uma vez concluídos os trabalhos, este bairroa nordeste da zona antiga da cidade, limitadoa norte pela EN 125 e a sul pela linha decaminho de ferro, ficará dotado de uma redede abastecimento de água moderna, comcondições para suprir as necessidades de umapopulação em crescimento .

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CIRCUITO DE MANUTENÇÃODE PINHEIROS DE MARIM ALVODE REQUALIFICAÇÃO PROFUNDA

Foi assinado esta quinta-feira, 31 demarço, o contrato de adjudicação daempreitada de requalificação do Circuito

de Manutenção de Pinheiros de Marim. A obra,que ficará a cargo da empresa Vibeiras –Sociedade Comercial de Plantas, terá um custode cerca de 125 mil euros, e ficará pronta 90 diasapós o arranque das obras, que deverá ocorrerainda durante o mês de abril.

Há muito que este circuito de manutenção,situado no Sítio de Marim, na freguesia deQuelfes, necessitava de uma intervençãoprofunda. Procurado por muitos munícipes que outilizam como espaço de exercício físico, mastambém de lazer, o Circuito de Manutenção dePinheiros de Marim tem vindo a degradar-se aolongo do tempo, fazendo parte da lista deprioridades da Autarquia, no que diz respeito aosespaços públicos a serem intervencionados. Umavez concluídos os trabalhos, todo o circuito demanutenção vai encontrar-se requalificado, com

destaque para os dois percursosexistentes e a criação de mais um.Todo o piso será requalificado ecada um dos circuitos passará ater, em média, uma largura detrês metros, passando a haver acada 100 metros um marcador, noqual também será assinalada amudança de direção.

A requalificação do Circuito deManutenção de Pinheiros deMarim também passará pelomelhoramento de toda a vedaçãoe respetivas entradas, e será dadaparticular atenção às entradasnorte e sul: a entrada norte, a

principal, verá todos os espaços adjacentesrequalificados, e a entrada sul, projetada apensar em pessoas com mobilidade reduzida,que ganhará uma zona com máquinas demanutenção e um ponto de água, de modo amelhorar as condições de usufruto daqueleespaço. A nova área de manutenção e a novazona de merendas farão deste circuito nãoapenas uma zona desportiva, mas tambémum espaço de caráter lúdico, que serácomplementado com um novo parque deestacionamento com 50 lugares, delimitadopor uma estrutura em madeira e uma áreaajardinada. Está ainda contemplada noprojeto a adequação do campo desportivopavimentado para futsal, o nivelamento docampo de terra batida e a criação de umcampo de basquetebol. O campo destinadoao futsal será requalificado. Com estaintervenção, o Circuito de Manutenção dePinheiros de Marim vai também ganhar umnovo campo de basquetebol .

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FUTURO DO CMRSULCOM NOVO RUMO

O Ministro da Saúde,Adalberto CamposFernandes,

anunciou, no dia 6 de abril, olançamento do concurso paraa concessão da gestão doCentro de Medicina eReabilitação do Sul (CMRSul),uma solução há muitoaguardada pelo Presidenteda Câmara Municipal de SãoBrás de Alportel, VitorGuerreiro. Esta informaçãoveio confirmar o prometidopelo Ministro da Saúde, nasua primeira reunião oficial,11 de março, com osautarcas da região, onde oPresidente da Câmara Municipal de São Brás deAlportel, Vítor Guerreiro reiterou a suapreocupação, bem como as dificuldades sentidaspelos profissionais de saúde e utentes face àsituação do CMRSul e de outros centros de saúdedo Algarve.

Adalberto Campos Fernandes reconheceu aimportância do Centro de Medicina e Reabilitaçãodo Sul, enquanto Unidade de cuidados de saúdealtamente diferenciados e de excelência eassegurou a implementação de um modelo degestão que permitisse o funcionamento em plenodo Centro, sem os constrangimentos que temvindo a ser alvo nos dois anos e meio. Olançamento do concurso para a concessão dagestão do Centro de Medicina de Reabilitação doSul veio agora confirmar essa garantia e traçar umrumo mais promissor para o Centro.

Desde que o Centro de Medicina e Reabilitaçãodo Sul passou para a gestão da Administração

Regional de Saúde do Algarve, na sequência darecusa de visto prévio do Tribunal de Contas àadenda ao contrato com a GPSaúde –Sociedade Gestora do Centro de Medicina eReabilitação do Sul, S.A., em novembro de2013, o funcionamento do mesmo ficoucomprometido com a drástica redução depessoal efetivo e uma redução acentuada nosserviços prestados. Vítor Guerreiro enaltece,pois, a atitude de Adalberto CamposFernandes. “É uma lufada de ar fresco, apóstantos anos a defender esta Unidade de saúdee os interesses de todos os cidadãos. Estadecisão fará certamente toda a diferença.Estou convicto da mudança e irei acompanharde perto o processo, colaborando no que fornecessário para que o Centro de Medicina eReabilitação do Sul volte a ser uma referênciana região e no mundo” .

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FESTA DO BASQUETEBOL JUVENILCELEBROU X EDIÇÃO EM ALBUFEIRA

Livestream de todos os jogos, estatísticaoficial com play-by-play em todas aspartidas, a Mascote Blitz, o Cartão Branco

de Fair-play, o Parque ativo da Coca-cola, o écrangigante da fun addict e o regresso do «All-StarGame» fizeram da 10ª edição da Festa doBasquetebol Juvenil de Albufeira um enormesucesso. De 29 de março a 3 de abril, Albufeiraviveu momentos únicos protagonizados pelas 18delegações regionais, compostas por 72 seleçõesde jovens, acompanhados pelos treinadores,árbitros, dirigentes, técnicos nacionais, membrosda organização, fisioterapeutas e familiares. Nototal as Festas do Basquetebol Juvenilmovimentam perto de cinco mil pessoas.

Os jogos decorreram em cinco equipamentosdesportivos do concelho: Pavilhão de Albufeira,Pavilhão da Escola Básica e Secundária deAlbufeira, Pavilhão da Escola Secundária deAlbufeira, Pavilhão da Escola EB 2,3 FranciscoCabrita e Pavilhão Francisco Neves (Imortal).Apesar de todos saírem vencedores pelo espíritode equipa, de solidariedade e de Fair-play quedemonstraram nesta Festa do Desporto, no finaldas contas, o Porto venceu nas provas masculinas,

enquanto Lisboa superiorizou-se nos jogosfemininos.

As quatro finais do CampeonatoInterassociações decorreram na manhã dedomingo em ambiente de euforia e emoção.Num clássico entre Porto e Lisboa, em Sub 16Masculinos, a associação da invicta levou amelhor sobre o adversário. Já no pavilhão daEscola Básica e Secundária de Vale Pedras,Porto e Aveiro defrontaram-se na final de Sub14 e, tal como tinha acontecido no anopassado, o Porto voltou a ser mais forte. Lisboaconquistou o título na categoria de Sub 16Femininos e Sub 14 Femininos, depois de baterSetúbal em ambas as partidas. A manhã dedomingo também  ficou marcada pelo tributoprestado pela Federação Portuguesa deBasquetebol a várias personalidades e equipas,entre as quais a Seleção Nacional Feminina deSub 16, Mário Saldanha, José Salgueiro, PauloNeta, Liberto Faria, Alfredo Brigas, Isilda Cunhae Carlos Lucas.

A 10ª edição do evento trouxe de volta, após6 anos, o torneio das estrelas. Muitos craquesprotagonistas de grandes duelos na LigaPortuguesa de Basquetebol entraram emcampo em duas partidas que provocaramsorrisos e o delírio do público que ovacionouefusivamente os atletas. Tal como no All Starfeminino, também nos homens o Norte venceuo Sul, e também por dois pontos de diferença.Os jovens tiveram a oportunidade de convivere partilhar experiências com as estrelas damodalidade. Este ano, a ação de BasketSolidário reverteu a favor do Agrupamento 714dos Escuteiros de Portugal- Núcleo deAlbufeira, que recebeu o montante de 1.362,00Euros, em resultado da doação de um euro porparte de todos os participantes do evento .

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AEROPORTO DE FAROVAI TER 9 NOVAS ROTAS NO VERÃO

Para o verão de 2016, o Aeroporto de Farovai contar com uma oferta adicional deum milhão de lugares, sendo o destaque

para o início de nove novas rotas, quatro novosserviços e ainda o reforço da operação charter eregular. Este crescimento contribui para o melhorano de sempre em termos de tráfego depassageiros, número de movimentos e oferta delugares. No final, além dos crescimentos, deveráregistar-se uma melhor distribuição da atividadeaeroportuária ao longo do ano, um importantecontributo para atenuar a sazonalidade destainfraestrutura, em particular, e do turismo noAlgarve em geral.

Estas previsões são tanto mais importantesquanto se seguem a um ano onde todos osrecordes foram ultrapassados, após cinco anos acrescer consecutivamente em termos de tráfego.Em 2015, o crescimento do número depassageiros em Faro foi de 4,4%, para os 6,4

milhões. No final do ano,o Aeroporto registavaligações a oito novosdestinos, num total de 78e o serviço de quatronovas companhia aéreas,num total de 67/ano.

Para 2016, o tráfego devoos regulares deverácrescer 19%, enquanto,nos voos charter, a subidaé de 29%, sendo que 90%dos lugares sãooferecidos em voosregulares. A Ryanair e aeasyJet devem consolidara liderança em termos detráfego com crescimentosde 8 e 17 por cento

respetivamente. 2016 irá trazer também umaumento do tráfego proveniente de países doespaço Schengen, sobretudo com oscontributos de França e Alemanha, sendo quecrescem igualmente os mercados tradicionais,como o Reino Unido e Irlanda (Não Schengen).A origem com maior quota de mercadocontinuará a ser o Reino Unido, que chegará aofim do Verão IATA com uma quota de 51% eum crescimento de 14%.

O ano em curso será também marcado porum forte investimento nos aeroportosportugueses. Em Faro, a parcela a investir é de24,7 milhões de euros, para melhoria docontrolo e do desempenho energéticos, para oaumento e melhoria da oferta comercial eainda por forma a adequar a oferta ao perfil depassageiros e à sazonalidade da operação. Asobras deverão decorrer por mais um ano edevem estar concluídas em março de 2017 .

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