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AMORIM

Carlos Alberto da Costa Amorim nasceu no Rio de Janeiro, em 1964, e começou a publicar seus trabalhos no Pasquim, em 1984. Colaborou com os jornais O Nacional e Jornal do País e também com as revistas Ciência Hoje, Cadernos do 3º Mundo e Engenho e Arte. De 1990 a 1997, trabalhou como chargista diário do Jornal dos Sports, no Rio de Janeiro. Atualmente, produz charges, editoriais, caricaturas, ilustrações e quadrinhos para dezenas de jornais do país. Autor do livro de cartuns Canastra Suja, Amorim também participou de várias exposições, mostras e salões de humor, sendo premiado em

dezenas de eventos, tais como o 23º Salão Internacional de Caricatura de Montreal, no Canadá, e o Salão Internacional de Sátira Política de Cuba, ambos em 1986; a Bienal Internacional de Humor de Havana, em Cuba, em 1995; o International Cartoon Exhibition, no Japão, em 1998; o Festival Acquaviva Nei Fumetti, na Itália, em 1999; o Ranan Lurie Cartoon Awards de Nova York, em 2001 e o Turismovision em Stuttgart, na Alemanha, também em 2001.

BELMONTE

Benedito Carneiro Bastos Barreto nasceu em 15 de maio de 1896, em São Paulo. Tornou-se conhecido utilizando o pseudônimo Belmonte. Foi pesquisador, desenhista, pintor, caricaturista e jornalista. Começou fazendo desenhos nas revistas Alvorada e Miscellanea. Tempos depois foi contratado como caricaturista pelo jornal Folha da Noite. Como desenhista ilustrou diversos livros de Monteiro Lobato e Viriato Corrêa. Nas décadas de 1930 e 1940 desenvolveu a personagem Juca Pato, procurando traduzir as críticas e aspirações da classe média paulistana. Seus desenhos não apelavam para a grosseria; ao contrário, revelavam um alto grau de intelectualidade. Recusou convite para ir para Nova York, como desenhista da Metro Goldwyn Meyer para tornar-se diretor do Departamento de Publicidade das

Empresas Cinematográficas Reunidas, em São Paulo. Uma faceta menos conhecida de Belmonte foi a sua produção de quadrinhos para A Gazetinha, jornal voltado especialmente para crianças. Além de álbuns de caricatura, deixou também crônicas e contos humorísticos, com Idéias de João Niguém, de 1935, e estudos históricos como No Tempo dos Bandeirantes, Brasil de Outrora e Costumes da América Latina. Belmonte faleceu em 19 de abril de 1947, em São Paulo.

BORJALO

Mauro Borja Lopes nasceu em Pitangui, Minas Gerais, em 1925. Começou como chargista em 1946, na Folha de Minas de Belo Horizonte, transferindo-se depois para o Rio de Janeiro. Em 1955, foi considerado um dos sete maiores caricaturistas do mundo, no Congresso Internacional de Humorismo, na Itália. Nos anos 1960, trabalhou na agência de publicidade Esquire, de Fernando Barbosa Lima, onde participou da criação dos famosos bonecos sem boca e sem palavras do Jornal de Vanguarda, exibido pelas emissoras de televisão Excelsior, Tupi e TV Rio. Ingressou na Rede Globo em 1966, para ocupar o cargo de diretor de produção e programação, onde ficou até 1967, quando passou a assistente do diretor José Bonifácio de Oliveira Sobrinho. Borjalo criou a vinheta que deu origem ao famoso “plim-plim” global, que

intercala a exibição da programação com anúncios comerciais. Com um traço genial e como grande contador de histórias, figurou como um dos mais criativos cartunistas brasileiros de sua geração. Morreu no Rio de Janeiro, em 18 de novembro, três dias depois de completar 79 anos.

CARLOS ESTEVÃO

O pernambucano Carlos Estêvão de Souza nasceu em 1921. Nunca teve aulas de desenho ou pintura. Fez seus primeiros trabalhos como desenhista da seção de arquitetura da Secretaria Estadual de Agricultura, Indústria e Comércio. Aos 18 anos foi servir ao Exército, interrompendo seu trabalho como desenhista. Ao dar baixa, em 1948, ingressou nos Diários Associados, onde passou a desenhar a tira do contador de histórias Ignorabus. Em seguida, foi para a revista O Cruzeiro, com a qual colaborou, por mais de vinte anos, fazendo caricaturas, ilustrações, charges e séries. A revista foi uma das mais importantes publicações brasileiras, e sua primeira edição foi publicada em 1928. Lá, ele trabalhou ao lado de vários expoentes, como Millôr Fernandes e Péricles, criador da série O amigo da Onça. Após a morte de Péricles, Carlos Estêvão

passou a titular da seção criada pelo companheiro de trabalho. Dotado de um fino senso de humor e com uma imaginação riquíssima, Carlos Estêvão criou outras séries inesquecíveis como As aparências enganam, Perguntas inocentes, As duas faces do homem, Palavras que consolam e Acredite querendo. Chegou a editar a revista Dr. Macarra, publicada durante nove números até falecer em 1972.

CLÁUDIO

Cláudio César de Macedo Duarte começou como desenhista no jornal Tribuna de Petrópolis e fez várias ilustrações em livros da Editora Vozes. No Rio de Janeiro, cidade onde nasceu, além de ilustrar livros infantis, Cláudio colaborou, como caricaturista, para as revistas Fatos, Vela e Motor e Diálogo. Trabalhou durante algum tempo para o jornal Povo na Rua. Participou do 3º Salão de Humor de Niterói e do 13º Salão de humor de Piracicaba. Há mais de vinte anos trabalha no jornal O Globo, para onde manda seus desenhos a partir

de Florianópolis, onde mora há cerca de três anos. O ilustrador também colabora para veículos institucionais como os da Petrobrás, Sesc-MG e Crea-RJ.

HENFIL

Henrique de Souza Filho nasceu em Ribeirão das Neves, Minas Gerais, em 1944. Foi embalador de queijos, boy de agência de publicidade e jornalista, até especializar-se, no início da década de 1960, em ilustração e produção de histórias em quadrinhos. Começou sua carreira na revista Alterosa, de Belo Horizonte, onde criou suas personagens mais famosas, Os Fradinhos. Em 1965, passou a fazer caricatura política para o Diário de Minas. Em 1967, fez charges esportivas para o Jornal dos Sports do Rio de Janeiro e colaborou também com as revistas Visão, Realidade, Placar e O Cruzeiro. A partir de 1969,

fixou-se no semanário Pasquim e no Jornal do Brasil, onde personagens como a Graúna e o Capitão Zeferino, atingiram um grande nível de popularidade. O desenhista tinha traços simples e humor corrosivo. Em 1970, Henfil lançou a revista Os Fradinhos, com sua marca registrada: um desenho crítico e satírico de personagens tipicamente brasileiros, que retratava as situações da época. Após uma década de trabalho no Rio de Janeiro, Henfil mudou-se para Nova York, onde passou dois anos em tratamento de saúde. Lá ele escreveu o livro Diário de um Cucaracha. Além das histórias em quadrinhos e dos cartuns, Henfil aventurou-se pelo teatro produzindo a peça A Revista do Henfil; escreveu, dirigiu e atuou no filme Tanga - Deu no New York Times; e teve uma incursão na televisão com o quadro TV Homem, do programa TV Mulher, na Rede Globo. Entre 1976 e 1984, publicou diversos livros: Hiroxima, Meu Humor, Diretas Já, Henfil na China, Fradim de Libertação e Como Fazer Humor Político, além de ter participado da obra coletiva Dez em Humor. Devido a uma transfusão de sangue, durante o tratamento para hemofilia, Henfil contraiu o vírus da Aids, vindo a falecer em 1988, em decorrência da doença.

HILDE

Hilde Weber nasceu em 1913, na pequena cidade de Waldau, na Alemanha, em 1913, mas passou sua infância e juventude em Hamburgo, onde estudou na Escola de Belas Artes. Em 1933, aos 20 anos, resolveu reencontrar-se com seu pai, que havia imigrado para Brasil após o término da I Guerra Mundial. Encantada com o país que adotaria como sua terra, resolveu ficar por aqui, e, ainda sem domínio da língua, foi trabalhar como chargista para os Diários Associados. Em meados da década de 1930, Hilde se transferiu para São Paulo, passando a frequentar o Palacete Santa Helena, onde assistia a sessões noturnas de desenho com modelos vivos e saía em grupo para pintar a maneira impressionista. Em 1940, Hide foi trabalhar em um ateliê-

oficina de pintura sobre azulejos, ao lado de Volpi e Zanini. Na procura de um estilo tipicamente brasileiro, apropriou-se de signos nacionais e temas populares como o abacaxi, o papagaio ou o rodeio de gado, que podem ser claramente visualizados nos trabalhos assinados por ela ou coletivamente. No ano de 1950, voltou para o Rio de Janeiro, a convite de Carlos Lacerda, para trabalhar como chargista da recém-fundada Tribuna da Imprensa. Dez anos depois, foi premiada com o prêmio Seção América Latina do Concurso de Caricaturas do World Newspaper Forum, pelas melhores charges internacionais. Em 1962, Hilde voltou definitivamente para São Paulo, contratada pelo jornal Estado de São Paulo, para o qual já colaborava desde 1956. Representante importante do circuito artístico-cultural da capital paulista, Hilde participou das exposições do Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos em São Paulo, da Exposição de Arte Moderna em Belo Horizonte, do Salão Oficial de Arte Moderna e do Salão Nacional de Arte Moderna no Rio de Janeiro, bem como das quatro primeiras e da sexta Bienal Internacional de São Paulo. Hilde acompanhou e ilustrou todos os episódios marcantes da história da política brasileira, desde sua chegada ao país até o dia em que se aposentou, em 1989.

IQUE

Victor Henrique Woitschach, conhecido nacionalmente como Ique, nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em 26 de fevereiro de 1962. Iniciou a carreira aos 15 anos, fazendo histórias em quadrinhos. Em 1983, aos vinte e um anos, veio para o Rio de Janeiro, começou a trabalhar como chargista e foi premiado no Salão de Humor de Piracicaba. Logo depois, Ique foi contratado pelo grupo DEMUZA, formado pelo trio Dedé,

Mussum e Zacarias. Em 1986, passou a colaborar com o Jornal do Brasil, tornando-se, a partir de então, um dos mais renomados chargistas do país. Colaborou, durante muito

tempo com o jornal O Estado de São Paulo e publicou o livro de charges Ique: 100 vezes no Estadão. Trabalhou também para o jornal O Dia e o jornal esportivo O Lance. Publicou trabalhos nas revistas Veja, Mad, Fatos, Courrier International e Revista da Semana. Obteve o Prêmio Méridien no Salão Nacional de Humor de Maceió e de Salvador e dois prêmios Esso de Jornalismo. Como escultor tem quatro trabalhos em bronze expostos no Rio de Janeiro: Corneteiro de Pirajá em Ipanema, João Saldanha no estádio do Maracanã, Coimbra na Bolsa de Artes de Rio de Janeiro e Michael Jackson na comunidade Santa Marta. Atualmente trabalha como autor e roteirista do programa humorístico Zorra Total, da Rede Globo de Televisão.

J. CARLOS

José Carlos de Brito e Cunha nasceu no bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, em 1884. Sem sair de sua cidade natal e como autodidata, iniciou a carreira de caricaturista ainda estudante, quando publicou um de seus desenhos na revista O Tagarela, em 1902. Em seguida, passou a colaborar regularmente com a revista e em abril do ano seguinte desenhou sua primeira capa na publicação. Colaborou com diversas revistas como O Tico Tico, Fon-Fon, Careta, A Cigarra, Vida Moderna, Eu Sei Tudo, Revista da Semana e O Cruzeiro. Ao lado de Raul Pederneiras e K. Lixto, formou o trio que deu impulso à caricatura brasileira. Em 1922, passou a chefiar a seção artística de O Malho, principal

revista da época. Trabalhando a bico de pena e aquarela, com um traço fino e sintético, foi influenciado pelos desenhos elegantes e sinuosos da art nouveau. Optou pela charge política e pela caricatura de costumes, transformando seus trabalhos em preciosos documentos da evolução social carioca. Criou personagens como a negrinha Lamparina, a Melindrosa e o Almofadinha. Sua numerosa produção gráfica compreendeu ilustrações, publicidade, histórias em quadrinhos, charges, caricaturas, vinhetas, capas de revistas e livros infantis, tendo atingido a impressionante marca de mais de 100 mil trabalhos. Também fez esculturas, foi autor de teatro de revista e letrista de música popular. Muitas das figuras da época, em particular políticos como o Barão do Rio Branco, o Marechal Hermes, Nilo Peçanha e Epitácio Pessoa, ficaram mais vivos e verdadeiros nas charges que lhes dedicou. Morreu aos 66 anos, dois dias depois de sofrer uma hemorragia cerebral, enquanto trabalhava na redação da revista Careta, que então dirigia, no Rio de Janeiro. Foi reverenciado com o nome em uma rua do Jardim Botânico, um busto em praça pública no mesmo bairro e como nome de uma escola municipal em Irajá.

K. LIXTO

Calisto Cordeiro nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, no ano de 1877 e pintou seu primeiro quadro em 1890, copiando-o de uma estampa enquanto trabalhava como aprendiz na Casa da Moeda, onde, mais tarde, desenhou o primeiro selo de imposto de consumo impresso no Brasil.

Em 1892, passou a freqüentar a antiga Escola Nacional de Belas Artes e, em 1898, na edição de 30 de julho de O Mercúrio, publicou sua primeira caricatura. Nesse mesmo ano abreviou sua assinatura, adotando o K para substituir o C e o A. Pouco depois criou o seu primeiro cartaz, por encomenda, para as Águas Minerais Santa Rita. A partir de então, colaborou com diversos jornais e revistas do Rio de Janeiro, como O Riso, D. Quixote, Careta, A Semana Ilustrada, Fon-Fon, Ilustração Brasileira, A Caricatura, Gazeta de Notícias, O Cruzeiro, O Tagarela, O Malho, Avança e Degas, tendo participado, juntamente com outros escritores e artistas, da fundação das quatro últimas publicações. Em 1916, recebeu a medalha de bronze no Salão Nacional de Belas Artes, que lhe conferiria mais tarde, em 1954, a medalha de prata, pelo quadro Vigília. Em 1917, participou do I Salão dos Humoristas, realizado no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, do qual participaram também Belmiro de Almeida, Julião Machado, J. Carlos e Raul Pederneiras, entre outros. Trabalhou por quase vinte anos para a Loteria Federal, onde criou os conhecidos bordões O Seu Dia Chegará, Até que Enfim e Insista, Não Desista. Dedicou-se também, embora menos intensamente, a pintura, escultura e xilogravura, bem como a poesia e a literatura de ficção. Em 1933, K. Lixto ilustrou oito anúncios em série para uma campanha da Cafiaspirina da Bayer, onde seus personagens expunham situações hilárias de enxaqueca, dores de ouvido, dores reumáticas e dor de dente, dentre outros inconvenientes do cotidiano. Foi membro da Academia Brasileira de Belas Artes e em 1956, o Museu Nacional de Belas Artes organizou uma exposição de suas pinturas e caricaturas, com oitenta obras.

LAN

O italiano Lanfranco Aldo Ricardo Vaselli Cortellini Rossi Rossini, nasceu em 18 de fevereiro de 1925, em Montevarchi, pequena cidade Toscana, mas foi criado em Montevidéu, Uruguai, onde estudou arquitetura e iniciou sua carreira jornalística nas páginas do matutino El Pais. Contratado pela imprensa argentina em 1948, trabalhou em alguns dos órgãos de comunicação mais importantes de Buenos Aires, sendo distinguido com o primeiro prêmio de melhor caricaturista da capital portenha. Em 1952, de passagem pelo Rio de Janeiro,

Lan foi convidado por Samuel Weiman para inaugurar o jornal Última Hora. Seis meses depois, já em 1953, veio em definitivo para o Rio de Janeiro, onde trabalhou nos jornais O Globo, Manchete Esportiva e Correio da Manhã. Em 1958, foi considerado um dos cinco maiores no campo da caricatura internacional. Em 1963, tornou-se chargista exclusivo do Jornal do Brasil e, dois anos depois, ganhou o primeiro prêmio de caricatura no Festival de Foligno, na Itália. Considerando sua atividade como caricaturista, essencialmente voltada para a imprensa, realizou poucas exposições no transcurso de sua carreira. Radicado, desde 1974, em Pedro do Rio, no município de Petrópolis, e afastado do burburinho das grandes cidades, iniciou uma série de trabalhos que ele considera uma continuação de sua atividade jornalística. Em 2002, lançou o livro As Escolas de Lan, no Sesc-Tijuca, no Rio de Janeiro, onde foi montada uma exposição homônima da obra, que reuniu catorze ilustrações. A publicação apresenta um painel da cultura da cidade, em mais de 100 charges, que estampam hábitos e costumes populares, além de retratar figuras fundamentais do samba. O livro teve como base uma publicação anterior, É Hoje, lançada em 1979, a qual Lan acrescentou algumas caricaturas, ou cariocaturas, como costuma chamar, como as homenagens que faz a Paulinho da Viola, a velha-guarda da Portela, a Neguinho da Beija-Flor e a Dona Zica da Mangueira.

LUÍS PEIXOTO

Luís Carlos Peixoto de Castro nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, no dia 02 de fevereiro de 1889. Aos 15 anos de idade, publicou na Revista da Semana, seus primeiros desenhos, ironizando aspectos da vida da cidade. No ano seguinte, mostrou suas caricaturas a Raul Pederneiras, que as publicou na revista O Malho. Entre 1906 e 1919, foi desenhista e redator do Jornal do Brasil. Colaborou, na época, com várias revistas como O Papagaio e A Avenida, Tan-Tan e Fon-Fon. Em 1911, estreou no teatro a peça Seiscentos e Seis, produzida por Carlos Bittencourt. No ano seguinte, fez grande sucesso com a comédia Forrobodó, musicada por Chiquinha Gonzaga. Ainda em 1912, fundou juntamente com Casper Líbero, Olegário Mariano e Raul Pederneiras o jornal Última Hora, fechado pouco tempo depois, por motivos políticos. A partir de 1917, montou pelo menos 100 peças, que revolucionaram o teatro de revista e os musicais de costumes no Rio de Janeiro. Em 1923, começou a fazer sucesso também como compositor, diretor artístico, figurinista e cenógrafo. Na década de 1930, publicou uma série de poemas humorísticos em O Malho e fez vários trabalhos de ornamentação carnavalesca. Desenhou capas de livros e criou, em Paris, um modelo especial de automóvel esporte, construído em exemplar único pela fábrica de motocicletas Bellot. Faleceu no Rio de Janeiro, em 14 de novembro de 1973.

LULA

Luiz Fernando Palomanes Martinho nasceu em 1963, no Rio de Janeiro, e começou sua vida profissional em 1983, participando da exposição Dívida Externa, em um bar com este mesmo nome, em Vila Isabel. Foi lançado como caricaturista por Jaguar, no semanário Pasquim, onde trabalhou até 1987. Depois migrou para a chamada "grande imprensa" do Rio de Janeiro, trabalhando no jornal O Globo e no Jornal do Brasil. Caricaturista, desenhista e ilustrador de primeira, Lula mistura os recursos da prancheta e do

computador para obter desenhos valiosíssimos e desconcertantes. Por isso, apesar de seu humor ferino, ele pode ser classificado como artista gráfico. Em 1987, participou da criação do jornal Espírito da Coisa, que durou apenas um ano. Publicou seus trabalhos também nas revistas Imã, Nebelfpalter e Gráfica. Fez capas de livros para as editoras Zahar, Record e Rocco, e ilustrou as revistas Seleções, Playboy e Ciência Hoje. Em 1994 recebeu uma medalha de prata, conferida pela Society for News Design, por uma caricatura de Gore Vidal, publicada em O Globo. Lula, com grande sensibilidade e versatilidade, além de capas de livros, também ilustra livros infantis.

MAX YANTOK

Nicolau Cesarino, mais conhecido como Max Yantok, nasceu em 1881. Não há registros oficiais sobre sua naturalidade ou nacionalidade. Algumas fontes apontam o estado brasileiro do Rio Grande do Sul, enquanto outras indicam se tratar de um imigrante italiano. Pintor, jornalista e caricaturista, Yantok teve seus trabalhos publicados em diversas revistas brasileiras do início do século XX, como O Malho e O Tico Tico, onde lançou seu personagem mais conhecido: Kaxibow. O personagem surgiu na edição 304 da revista, lançada no dia 2 de Agosto de

1911. Era um grã-fino metido a intelectual que sempre aparecia fumando cachimbo e acompanhado de Pipoca, criado com o qual vivia uma série de peripécias em lugares míticos como a Pandegolândia. Max Yantok costumava retratar de forma crítica aspectos do cotidiano da República Velha, dentre eles o voto de cabresto e coronelismo. Além de Kaximbow, Joca Bemol, Barão de Rapapé e Chico Muque também figuram entre suas criações. Estilisticamente, foi influenciado pelos quadrinhos de cunho pré-surrealista de Little Nemo. Morreu em 1964, no Rio de Janeiro.

MIGUEL PAIVA

Miguel Paiva nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de janeiro de 1950. Começou a escrever aos 16 anos, para o Jornal dos Sports. Trabalhou no semanário O Pasquim e publicou inúmeros livros, tanto no Brasil quanto no exterior, como As Memórias de Casanova e ainda livros de História do Brasil. Também escreveu peças musicais, em parceria com Zé Rodrix, e fez vários cenários e figurinos para o teatro. Publicou cinco livros em parceria com Luís Fernando Veríssimo, sobre as aventuras do detetive Ed Mort. A partir de então, passou a colaborar com vários jornais e revistas, até ir para a Itália, onde ficou de 1974 a 1980, contratado pela Agência Quipos, de distribuição de quadrinhos

e humor, tendo publicado desenhos por toda a Europa. Em 1982, já de volta ao Brasil, criou a personagem Radical Chic, cujas histórias foram impressas na última página da revista Domingo do Jornal do Brasil, até novembro de 1996, quando passaram a figurar no caderno Ela do jornal O Globo. Durante quatro anos, a personagem, que deu notoriedade ao seu criador, figurou também no jornal Folha de São Paulo e, atualmente, os quadrinhos são publicados na revista Rio Show do jornal O Globo, no Caderno de TV do jornal O Estado de São Paulo, no jornal O Povo de Fortaleza e, mensalmente, na revista Nova. A Radical ainda aparece, ocasionalmente, em vinhetas da Rede Globo e, em 1993, se tornou estrela de um programa da emissora, interpretada pela atriz Andréa Beltrão. Miguel Paiva criou também as personagens Gatão de Meia Idade e Chiquinha, publicados em O Globo, e Bebel, a Top Top Model, publicada na revista Contigo. Além de diversos livros com coletâneas de suas personagens mais populares, Miguel Paiva publicou também o livro Sentimento Masculino.

PAULO CAVALCANTE

Paulo Henrique Ribeiro Cavalcante nasceu no Rio de Janeiro e se tornou artista plástico, caricaturista e publicitário. Colaborou com as diversas publicações como O Pasquim, revista Status, jornal O Espírito da Coisa, jornal O Globo, jornal Leia e Revista de Comunicação. Conquistou o primeiro lugar em caricatura no 2º Salão de Humor do Piauí e o segundo lugar no 2º Salão de Humor pela Paz, realizado em Natal (RN); Participou ainda da mostra Humor Voador, realizada no Circo Voador; Humor no Carnaval, na Galeria

Espaço Alternativo da Funarte; e do 13º Salão Internacional de Humor de Piracicaba (SP). Em 2011 foi vencedor, na categoria Caricatura, do III Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro.

PEREIRA NETTO

Antônio Bernardes Pereira Netto começou a desenhar na revista O Fígaro, por volta de 1870. Nos anos seguintes, colaborou com as revistas A Lanterna, O Mequetrefe, O Gryphus, A Vespa, A Revista Teatral e A Ventarola. Trabalhou durante muitos anos na Revista Illustrada, onde foi discípulo de seu fundador, Ângelo Agostini. Muitas vezes seus traços se confundiam com os traços de seu mestre, fato que gerava, e ainda gera, dúvidas em relação à autoria dos desenhos. Nas páginas da Revista Illustrada, os dois cartunistas atacavam de modo contumaz e ácido a figura do Imperador Pedro II. Esta prática acabou por torná-los responsáveis pela deterioração da imagem do soberano, pois tais ataques exerciam grande influência na opinião pública. Em 1888, Agostini viajou para a França e deixou Pereira Netto como seu substituto na chefia editorial da revista. Pereira Netto, assim como Agostini, era antiescravocrata e, quando da promulgação da Lei Áurea, publicou na capa da Revista Illustrada uma ilustração antológica da festa popular realizada pelo fim dessa prática hedionda. Pereira Netto faleceu em 10 de janeiro de 1907, no Rio de Janeiro.

RAUL

Raul Paranhos Pederneiras, ou simplesmente Raul, nasceu no Rio de Janeiro, em 1874 e iniciou sua carreira em 1898, no diário O Mercúrio, jornal impresso em cores que circulou durante muitos anos. Além disso, manteve uma extensa e assídua participação em diversos outros periódicos cariocas, como a Revista da Semana, O Tagarela, D. Quixote, Fon-Fon, O Malho e também o Jornal do Brasil. Juntamente com J. Carlos e K. Lixto integrou o trio mais famoso de caricaturistas fluminenses da República Velha. Como pintor, sua técnica preferida era a aquarela, na qual era exímio. Embora tenha figurado em diversas exposições coletivas, realizou apenas uma mostra individual, em 1926, no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Raul foi ainda compositor; professor de anatomia e fisiologia artística na Escola Nacional de Belas

Artes, entre 1918 e 1938; professor de Direito Internacional na Faculdade de Direito da antiga Universidade do Brasil, de 1938 até a sua aposentadoria; teatrólogo; e redator em várias revistas, onde trabalhou com outros famosos como Luís Peixoto e Aporelli. Deixou publicações como o curioso livro Geringonça Carioca: Verbete Para um Dicionário de Gíria, e alguns volumes com versos humorísticos. Morreu em 1953, no Rio de Janeiro.

ROGÉRIO

Rogério Tadeu Monteiro da Silva é arquiteto por profissão e cartunista por opção. Começou como desenhista na Gazeta de Notícias e, depois, foi trabalhar no semanário O Pasquim. Colaborou também com o jornal de humor O Espírito da Coisa e com os jornais Nas Bancas e O País. É criador, em conjunto com Luís Pimentel, de personagens como Mão Estendida e Zé Bode. Foi premiado na I Bienal Internacional de Quadrinhos (categoria Charge). Usa o desenho para transmitir suas emoções e sua ideologia e se considera um militante do traço.

STORNI

Alfredo Storni nasceu no Rio Grande do Sul, em 1881. Em 1910, foi trabalhar para a revista O Malho, onde costumava fazer críticas políticas a Ruy Barbosa. Na revista Tico-Tico, cujo traço marcou por muitos anos, retratou os costumes do início do século XX, ao criar uma série em quadrinhos de uma típica família de classe média carioca: Zé Macaco, Faustina, Baratinha e o cão Serrote. Em seus desenhos, revelava a alienação burguesa, a obsessão pela ascensão social, as fantasias

do sexo masculino e a futilidade feminina, explorando o cotidiano dos brasileiros que, na época, eram encantados pelos modismos europeus. Na década de 1920, passou a colaborar também com a revista Careta, Morreu em 1966.

SETH

O cartunista Álvaro Marins, mais conhecido como Seth, nasceu em Macaé, Rio de Janeiro, em 18 de janeiro de 1891 e logo afirmou-se entre os mais estimados desenhistas do período, junto com J.Carlos, K. Lixto, Raul Pederneiras, Luiz Peixoto e Vasco Lima. Com este último, Seth fundou, em 1911, o Álbum de Caricaturas, uma influente revista ilustrada, cujo nome passaria depois a O Gato. Na revista Seth desenvolveu um dos trabalhos mais expressivos de sua fase inicial. Nos anos seguintes, também se destacaria nos periódicos A Noite, D.

Quixote, Fon-Fon e Seleta. Em 1917, durante a I Guerra Mundial, Seth foi responsável pela produção do primeiro desenho animado brasileiro, O Kaiser, que satirizava o imperador alemão Guilherme II. Foi responsável também pela edição da série Flagrantes Cariocas, coletânea de sátiras sobre os costumes da população do Rio de Janeiro, produzida de 1929 a 1935. Nas décadas de 1930 e 1940, Seth se revelou um pioneiro da publicidade ao produzir os cartazes comerciais da Casa Mathias. Uma das características mais marcantes de seu trabalho foi o uso, inédito, de personagens negros em suas propagandas comerciais. Em 1943, Seth escreveu o livro Brasil pela Imagem, no qual mostra 188 gravuras que retratam aspectos da história do Brasil, desde o período colonial até o primeiro governo de Getúlio Vargas. Suas ilustrações a bico de pena destacam momentos marcantes da história brasileira como, por exemplo, A Guerra de Canudos, Os 18 do Forte de Copacabana e Os Primeiros Bondes Elétricos na Cidade do Rio de Janeiro. Seth morreu em 29 de janeiro de 1949.

YKENGA

José Bonifácio Rodrigues, ou simplesmente Ykenga, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 14 de maio de 1952. Estudou no Colégio Santo Inácio e iniciou sua carreira nos anos 1970, no semanário O Pasquim. Trabalhou nos jornais Última Hora, O Dia, Jornal do Commércio, O Fluminense, A Notícia, Jornal dos Sports O Povo na Rua; Liberacion (Suécia) e La Juventud (Uruguai). Ilustrou o livro VERMELHO 17, com texto de Martinho da Vila, Novos Talentos, da ABL, o Catálogo do salão Internacional de Caricatura de Montreal(Canadá) e publicou o livro Humor a la Carte, um trabalho autoral. Expôs no Yomiury Shimbum-Japão, Angulenie-França, salão Internacional de Caricatura do Canadá, fez uma individual no Museu da Imagem e do Som-RJ, na

Casa do Humor e na Sátira de Gabrow-Bulgária. Lecionou na Oficina de Cartuns, Charge e História em Quadrinhos do Senac-Rio e trabalhou na Assessoria de Comunicação da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente está envolvido com vários projetos pessoais, buscando uma nova perspectiva para o seu trabalho.