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Ciências do Comportamento
Psicologia do Desporto
Curso de Treinadores Futsal 1º Nível
A.F.Castelo Branco 2010
Luis Filipe Santana Júlio
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A Importância dos Factores Psicológicos no Rendimento
Apesar do treino se basear em 90% de desenvolvimento físico, táctico e técnico e apenas 10% em preparação psicológica e
emocional, a minha experiência no futebol tem-me mostrado que aqueles 90% são quase sempre controlados, para o melhor
e para o pior, pelos outros 10%”.
Bil Beswick (Psicologo Manchester United)
Psicologia do Desporto
O estudo cientifico dos factores psicológicos que estão associados, influenciam e são influenciados pela
participação e pelo rendimento no desporto
Prática DesportivaFactores Psicológicos
A Prática tem Consequências nos Factores Psicológicos
Os Factores Psicológicos têm Consequências na Prática
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A Psicologia do Desporto tem a ver com:
- Pensamentos (dimensão cognitiva)
- Sentimentos (dimensão emocional)
- Comportamentos (as acções)
- Relações Interpessoais
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Factores Psicológicos Associados a Elevados Rendimentos Desportivos
• Elevados níveis de Motivação
•Forte Autoconceito, (identidade e imagem pessoal)
• Adequada Autoconfiança e Optimismo
• Capacidade de transformar Pensamentos Negativos em Positivos
• Elevada percepção de auto-eficácia e eficácia colectiva
• Capacidade de Gerir e Controlar situações de Stress e Ansiedade
• Gestão dos níveis óptimos de Activação
• Elevados níveis de Atenção e Concentração
• Persistência e Capacidade de Sofrimento
• Capacidade de Autocontrolo em relação ás exigências da competição
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• Claros Objectivos Pessoais de prestação e rendimento
• Capacidade de Adaptação e de Aprendizagem
• Controlo emocional no sucesso e insucesso e perante as criticasjustas e injustas
• Estilo de vida cuidado ajustado ás exigências do desporto
• Plena Integração no Grupo assente nos processos de Comunicação, Relação com o Treinador e participação e contributo para a Coesão da Equipa
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Temas Centrais
• Processos de Comunicação
• Percepção e níveis de Autoconfiança e Auto-eficácia
• Emoções: activação e ansiedade
• Processos psicossociais: coesão de equipa
• Processos de atenção e concentração
• Motivação
• Processos psicológicos das Lesões
• Grupos, Conflitos e sua Resolução, Liderança
• Factor casa: uma vantagem cognitiva ?
• O fenómeno da “chicotada psicológica”
• Importância e Consequências da Atribuição Causal
• Tomada de Decisão: consequências para o treino técnico-táctico
• Definição de objectivos
• A Intervenção Psicológica: Modificação de comportamentos e de processos cognitivos; estratégias motivacionais e gestão de emoções
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Elevado Rendimento- Sucesso -
Dialogo InternoPositivo
Incrementoda
Autoconfiançaa
Expectativas Positivas acerca do Futuro
Níveis adequados de ansiedade
Incremento daConcentração
Motivação para Competir
O Ciclo do Sucesso
Fraco Rendimento-Insucesso –
Dialogo InternoNegativo
Duvidas sobre si próprio
Expectativas Negativas acerca do Futuro
Incrementoda Ansiedade
Perturbação daConcentração
Desmotivação para competir
Quebras na Coesão do Grupo
O Ciclo do Insucesso
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Existe por vezes um paradoxo quando se verifica que uma equipa composta por jogadores de
talento, rende pouco, falha no uso das potencialidades dos seus membros, enquanto outras com menos talento
e menos capacidade em geral, triunfam.
Hardy,C. ( 1997)
O Actual Rendimento da Equipa( Capacidade actual da equipa traduzida no rendimento e nos resultados obtidos num
determinado momento ou fase da competição)
= (é igual ao..)
Potencial de Rendimento individual e colectivo dos seus membros
(Potencial da equipa ou o máximo que é produzir produzir com aqueles jogadores)
- (menos..)
As influências negativas de factores causadores de distúrbios que levam a perdas e erros no processo
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É assim fundamental:
Conhecer os factores e processos que prejudicam o rendimento actual da equipa porque conduzem a uma perda parcial do potencial individual –o(s) jogador(es) e colectivo - a equipa no seu todo.
Note-se que os factores e processos prejudiciais são os mesmos que, pelo contrário, contribuem e beneficiam o rendimento individual e colectivo,
dependendo da forma como são geridos e oprimizados
Os mais importantes factores e processos que beneficaim ou prejudicam o ActualRendimento da Equipa, são os de âmbito psicológico e a três níveis:
1- Individual
2- Colectivo
3- Relacional
Ser treinador de Futsal ou de outro jogo colectivosignifica estar motivado para:
1- Obter SATISFAÇÃO pelo trabalho que realiza
2- Ajudar ao RENDIMENTO dos Jogadores e Equipa
1- Expressar no jogo o máximo da competência e capacidade dos jogadores e equipa
2- Manter uma elevada estabilidade e consistência no rendimento
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Devendo ter em atenção que, nem sempre o Rendimento tem relação com os Resultados obtidos: é um assunto que merece reflexão por parte do treinador
RENDIMENTO : Associado ao processo/qualidade /melhoria /evolução
(Depende essencialmente dos jogadores e equipa)
RESULTADOS : Associado ao produto/quantidade /comparação com os outros
(Depende de muitos factores não controláveis)
A equipa e os jogadores podem ter apresentado um Bom Rendimento (qualidade de jogo habitual) e um mau resultado, assim como um Bom Resultado nem sempre significa que a equipa teve um bom
rendimento (jogar ao seu melhor nível)
Uma derrota nem sempre significa “fracasso”
É necessário ter presente a específicidade de cadamodalidade desportiva, pelas particularidades que apresentam, uma
vez que isso tem consequências na forma como se abordam os factores do rendimento, particularmente no âmbito psicológico
Existem aspectos psicológicos gerais comuns a todas as formas de competição desportiva
Existem aspectos psicológicos específicos de cada modalidade desportiva
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As diferenças entre o Futsal e o Futebol existem a vários níveis e por isso colocam questões distintas:
1- Importância cultural e social2- Pressão social para os resultados3- Número de jogadores envolvidos (no jogo e como parte da equipa)4- Factores críticos ao nível da arbitragem e dinheiro envolvido5- Relevância e dimensão das competições dos escalões infanto-juvenis6- Dimensão da participação de jogadoras (sexo feminino)7- Acompanhamento e relevância da comunicação social8- Número médio de espectadores nos jogos9- Características dos locais de treino e jogo10- Características do jogo em si:
- Oportunidades e importância do golo- Alternância do resultado momentâneo- Maior ou menor frequência da relação entre rendimento e resultados- Frequência da “surpresa” no resultado final
Factores do Rendimento Desportivo
FactorTÉCNICO
FactorTÁCTICO
FactorFISICO
FactorPSICOLÓGICO
OUTROS
TALENTOTALENTO
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Factores do Rendimento Desportivo
FactoresPSICOLÓGICOS
FactorTÉCNICO
FactorTÁCTICO
FactorFISICO OUTROS
TALENTO
A Componente Psicológica em Equipas Desportivas estáhabitualmente associada á Personalidade dos jogadores
..... mas devemos acrescentar a componente psicológica associada ......
· Ás Características e Exigências Físicas dos Jogadores , em que é necessário persistência, motivação, estabilidade emocional, e concentração
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Á Técnica Individual, porque está na base dos princípios da aprendizagem que são orientados pelos sentimentos, percepções, imagens, pensamento e processos de memória
Á Táctica porque o conhecimento, a tomada decisão, a memória, a focalização e distribuição da atenção são factores cognitivos que estão na base do seu desenvolvimento.
CONCLUSÃO:
A Componente Psicológica não é “Mais” um dos Factores do Rendimento Desportivo, a juntar aos
restantes
....... mas sim,
O Factor que está presente, condiciona e influencia todos os restantes. Atravessa todas as
áreas do treino e da competição
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Aspectos
muito importantes
e “críticos” no Futebol
A Avaliação e Interpretação que os jogadores
fazem da competência dos seus treinadores e
da qualidade ou pertinência de determinados
métodos de treino ou opções para os jogos
A Avaliação e Interpretação que os jogadores
fazem das rotinas e normas que regulam os
estágios, sobretudo as refeições pré-competitivas
A Interpretação que os jogadores e
treinadores fazem do facto de jogar no
seu campo ou pelo contrário, na
situação de visitantes e a Avaliação
das suas possibilidades
“factor casa”
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A Interpretação que os jogadores fazem do
valor dos jogadores e equipa adversária que
resulta muitas vezes em autênticos fracassos
ou, pelo contrário na obtenção de elevados
rendimentos e resultados.
A AvaliaAvaliaçção e Interpretaão e Interpretaççãoão que o treinador
e jogadores fazem das CAUSAS que
explicam determinado resultado.
É um processo que tem enormes implicações no rendimento futuro
Antes, Durante e Após um
Acontecimento-Problema
- EmocionaisReacções:
- Comportamentais
Pensamentos
Processos Cognitivos
AvaliaçãoInterpretação
Estrutura do Pensamento
ESQUEMAS - CRENÇAS
Emoções Positivas-Agradáveis
Alegria; Satisfação; Orgulho, Prazer
Emoções Negativas-Desagradáveis
Tristeza (depressão) Irritação;Raiva Vergonha, Ansiedade, Frustração
Antes, Durante e Após um
Acontecimento-Problema
- EmocionaisReacções:
- Comportamentais
Pensamentos
Processos Cognitivos
AvaliaçãoInterpretação
DISTORÇÕES COGNITIVAS
(Erros de Pensamento)
Estrutura do Pensamento
ESQUEMAS - CRENÇAS
• Catastrofização
• Pensamento Dicotómico
• Abstracção Selectiva
• Desqualificação do positivo
• Hiper-generalização
• Victimização
• Imperativos (tenho de….)
Emoções Positivas-Agradáveis
Alegria; Satisfação; Orgulho, Prazer
Emoções Negativas-Desagradáveis
Tristeza (depressão) Irritação; Vergonha, Ansiedade, Frustração
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Acontecimento- Emocionais
Reacções: - Comportamentais
Pensamentos
Processos Cognitivos
AvaliaçãoInterpretação
Após o acontecimento
Emoções Positivas-Agradáveis
Alegria
Satisfação
Orgulho
Prazer
Emoções Negativas-Desagradáveis
Tristeza
Irritação
Vergonha
Frustração
Acontecimento- Emocionais
Reacções: - Comportamentais
Pensamentos
Processos Cognitivos
AvaliaçãoInterpretação
Antes do acontecimento
Emoções Negativas-Desagradáveis
Ansiedade-SubconfiançaMedrosoReceosoPreocupadoApreensivoInquieto
Emoções Positivas-Agradáveis
AlegriaInteressadoAtentoDecididoEstimulado ExcitadoEntusiamadoDescontraídoSerenoCalmoTranquilo
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Acontecimento- Emocional-Ansiedade
Reacção:- Comportamental
Pensamentos
Processos Cognitivos
AvaliaçãoInterpretação
Antes do acontecimento
1- Avaliação-Interpretação do Acontecimento
2- Estratégias de confronto-gerir a situação
Processos de Comunicação e Liderança
Treinar é, na sua essência, um processo de comunicação
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O treinador é um Líder
É um indivíduo que dispõe de poder e influência sobre as
pessoas e tem como função coordenar ou dirigir o grupo na
persecução dos seus objectivos.
LideranLiderançça nos Grupos/Equipas a nos Grupos/Equipas
- Capacidade intrínseca de alguém ser capaz de influenciar, quer voluntária quer involuntariamente, quer directa, quer directamente, a vida de terceiros
- Lideres são todos aqueles que influenciam significantemente os pensamentos, comportamentos e sentimentos dos outros
- Processo comportamental visando influenciar os indivíduos e grupos a fim de que atinjam objectivos determinados”
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É um fenómeno de influência interpessoal exercida em determinada situação através do processo de comunicação humana, com vista à comunicação de determinados objectivos
É a capacidade de influenciar pessoas para que se envolvam voluntariamente em tarefas para a concretização de objectivoscomuns.
É a capacidade para promover a acção coordenada, com vista ao alcance dos objectivos organizacionais
Funções essenciais do treinador enquanto Líder
1- Planear2- Coordenar3- Organizar4- Influenciar5- Controlar6- Estabelecer objectivos7- Fazer previsões 8- Analisar e resolver problemas 9- Tomar decisões 10- Determinar actividades necessárias para alcançar objectivos(as várias etapas)12- Classificar e distribuir o trabalho/tarefas pelos grupos e pelos sujeitos 13- Conferir o realizado com o que foi planeado e proposto.14- Corrigir os desvios verificados.15- Alterar e readaptar caminhos e planos.
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Durante muitos anos, a liderança foi estudada e entendida como um traço de personalidade, isto é, dependendo exclusivamente de características pessoais e inatas do sujeito.
Actualmente sabemos que:
-A liderança depende da aprendizagem social do indivíduo e, por isso mesmo, pode ser treinada/aperfeiçoada.
-A liderança está intimamente relacionada com as competências de comunicação e de transmissão de ideias
- O exercício da liderança é, também, dependente da situação e do contexto.
Não existe nenhum estilo de liderança único e válido para todas as situações e para todos os sujeitos sendo importante atender a três factores:
1- O líder (valores, convicções, confiança nos jogadores, estilo de liderar, etc.)
2- Os subordinado/liderados (gosto pelo trabalho, receptividade ao líder, expectativa de participação nas decisões, experiência na resolução de problemas, etc.)
3- O contexto (tipo de clube; valores, directrizes/normas, objectivos, complexidade, etc.).
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Liderança formal e Liderança emergente
A liderança formal está associada a uma posição na estrutura de poder , à qual correspondem comportamentos esperados de indivíduos, ocupando um estatuto oficialmente reconhecido. (ex.treinador)
A liderança emergente corresponde àquela que é exercida por alguém, independentemente da posição oficial que ocupa. Um membro que não detenha uma posição oficial de liderança, pode exercer uma influência decisiva no grupo (ex, jogador)
“A diferença entre um estilo de liderança eficaz e
um estilo ineficaz não depende unicamente do
comportamento do líder, mas da adequação desses
comportamentos ao ambiente onde ele desempenha
as suas funções e às características dos membros
que lidera.
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Tipos de Orientação do Líder
Líder orientados para as pessoas
- Existe nele uma maior sensibilidade ás problemáticas dos outros.
- Atende as pessoas como seres humanos e não como máquinas
- Existe uma preocupação autêntica pelos elementos da equipa, quer relativa ao modo como estes realizam as tarefas, quer relativa ao seu bem-estar e motivação.
Como conseqüência, há uma maior satisfação por parte dos liderados, que se traduz numa melhor coesão grupal. Contudo, este estilo de liderança não origina um
aumento directo da rendimento visto o objectivo estar mais orientado para os sujeitos.
Líder mais direcionado para as tarefas/objectivos
- Preocupação com a realização das actividades, valorizando-se os resultados e os lucros, sempre com o objectivo de desenvolver a organização.
- Há uma preocupação total com as tarefas em detrimento das pessoas que as executam.
Isto pode provocar a diminuição da coesão grupal e da satisfação dos liderados. Contudo, esta satisfação poderá aumentar se o líder mostrar aos subordinados o que espera deles e isso for
compreendido e aceite
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A Comunicação tem três dimensões:
1º- Comunicar é
Não só o envio de mensagens - informação
Mas também a sua recepção (audição)
O que releva a importância de “saber ouvir” como aspecto tão importante quanto é a transmissão de informação.
2º- Comunicar consiste na troca de
· Mensagens Verbais e
· Mensagens Não Verbais
Incluindo-se nestas ultimas,
· O Aspecto Físico
· A Postura
· O Contacto Corporal
· Os Gestos
· As Expressões faciais
O que significa que muitas vezes é transmitida informação com significado sem se proferir qualquer palavra
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3º- Comunicar contém duas partes:
· O Conteúdo
· A Emoção Associada
O Conteúdo considerado como a mensagem em si mesma (o que se quer transmitir) e a Emoção como ( a forma como a informação étransmitida)
É Impossível Não Comunicar
- Toma todas as decisões
- Ele é que sabe o que é melhor para os jogadores
- O jogador cumpre as ordens do treinador
Treinador Autoritário
- É ele que tem o conhecimento e a experiência e a sua função édizer o que os jogadores devem fazer
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- Atitude passiva
- Deixa os jogadores fazer o que querem
- Toma o mínimo de decisões
- Não possui conhecimentos e competência suficiente ou não tem a noção do que é o processo de treino
Treinador Permissivo
- Partilha com os jogadores decisões do treino
- Não significa abandonar as suas responsabilidades
- Contribui para o aumento da autoconfiança dos jogadores, melhoria da sua auto-imagem e clima emocional
Treinador Cooperante
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- Nunca Admite o Erro, porque actua como se soubesse tudo
- Exige permanentemente o respeito mas não responde da mesma forma
- Tem sempre resposta pronta para tudo e considera que nunca ou raramente se engana
- Vai ter grande dificuldade para conseguir ter credibilidade junto dos seus jogadores
Pretensioso / Convencido
Derrotista / Más Noticias
- As suas palavras e actos são sempre negativos
- Apenas critica sem deixar que os jogadores saibam que fizeram alguma coisa bem
- Por vezes parece que está no exército, revelando desumanidade e incapacidade de elogiar seja quem for
- É como se considerasse que se está a rebaixar quando tem de dizer alguma coisa agradável a alguém
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Juiz
- Avalia permanentemente mas não fornece instruções para melhorar
- Atribui a culpa ao jogador mas não diz como deve passar a fazer
- Diz que os jogadores fizeram mal mas não apresenta as soluções para melhorarem
- A abordagem pela negativa utiliza os castigos e as críticas para tentar eliminar ou alterar comportamentos indesejáveis ( de que tipo for).
- Esta abordagem faz aumentar o medo de errar ( quanto mais o treinador a usa, mais o jogador acumula o medo de falhar).
- Esta abordagem diminui a auto-estima
- Esta abordagem destrói a credibilidade do treinador
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Inconstante
- Num dia diz uma coisa, no dia seguinte diz outra completamente diferente
- Castiga um jogador por ter um determinado comportamento mas perante semelhante acto cometido pelo melhor jogador, não aplica o mesmo critério
- Diz aos jogadores para não discutirem as decisões do árbitro mas depois é o primeiro a fazê-lo.
- Os jogadores ficam confusos e acabam por perguntar: devo fazer como ele faz ou como ele diz para eu fazer ?
- Evitar dizer uma coisa e outra diferente, mais tarde
- Evitar dizer uma coisa e fazer outra
- Se prometerem algo, mantenham a vossa palavra
- Para isto é importante evitar utilizar as palavras,
- Todos
- Nenhum
- Sempre
- Nunca
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Fala Barato
- Está sempre a falar que não tem tempo para ouvir
- Sabe tudo e está sempre a dizer para os jogadores fazerem isto e aquilo sem lhes dar a oportunidade de eles poderem dizer aquilo que sentem
Treinador INTELECTUAL
• Não consegue explicar as coisas de forma compreensível
• Discurso confuso e inacessível
• Fornece indicações pouco claras ou com uma linguagem abstracta
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Treinador CARA de PEDRA
• Raramente mostra emoções
• Pouco acessível aos seus jogadores
• Ninguém sabe o que ele sente nos bons e maus momentos
• Provoca sensações de duvidas e insegurança aos seus jogadores
Estilos de Treinador e Estilos de Comunicação
O estilo ideal depende das situações, dos contextos e das características dos jogadores
- Para segurarmos um Sabonete, se apertarmos com demasiada força ele escorrega da mão e cai, mas se o segurarmos com pouca força irá suceder exactamente
o mesmo. A sua utilização correcta exige que o seguremos com a força devida
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Princípios de uma Boa Comunicação
- Conhecer e usar o nome próprio
- Ser empático: tentar compreender o ponto de vista dos outros
- Ser objectivo e controlar as emoções
- Ocasionalmente clarificar de que a mensagem foi recebida
- Repetir mensagens importantes
- Permitir tempo para a colocação de questões
- Fazer com que, cada momento de informação seja importante
- Nunca prometer o que não possa cumprir
- Quando comunicar por causa de um erro, focalizar na correcção e não no erro
- Preparar e antecipar uma comunicação importante
- Criticar apenas a prestação não a pessoa (Atacar o problema não a pessoa)
Isso dá a oportunidade do jogador responder e estar envolvido na solução.
Isso mantém a dignidade do jogador e dá oportunidade de pensar sobre o comportamento em questão e as opções futuras
- Evitar comunicar debaixo de um descontrolo emocional
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- Nunca Humilhar ou Gozar e ainda menos em publico
Isso inibe o natural desejo do jogador em correr riscos necessários á sua evolução.
O jogadores necessitam de Confiança: a Humilhação destrói a confiança
- Adoptar a política da “porta aberta”
- Focalizar a comunicação nos aspectos positivos, sem que isso signifique a ausência de crítica, quando necessária.
- O respeito mutuo é a fundação de uma boa relação. Para isso énecessário o treinador respeitar-se a ele próprio primeiro
Porque é que o Processo de Comunicação resulta por vezes num fracasso em relação àquilo que se
quer obter /atingir ?
- As mensagens são erradas ou não adequadas à situação.
- O jogador não recebe adequadamente a informação porque não está atento.
- O jogador interpreta inadequadamente a informação que recebe.
- A informação é inconstante ao longo do tempo provocando confusão.
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Quebras e Problemas de Comunicação
-Diferenças de opinião
-Choques pessoais
-Conflito de funções
-Percepção de injustiças
-Mudança de papeis
Na Comunicação com Jovens Jogadores éfundamental o Treinador não esquecer que:
· É um Modelo de referência para os jovens jogadores
· Deve saber e ter tempo para OUVIR
· Deve utilizar sistematicamente o REFORÇO POSITIVO
- Reforçar mais os aspectos do Rendimento e não tanto o Resultado
- Reforçar mais o esforço dispendido do que o sucesso ou insucesso momentâneo
- Reforçar as melhorias de âmbito psicológico e social e não só as de carácter desportivo
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As palavras chave nas relações treinador-jogadores
1- As 6 palavras mais importantes
.....ADMITO QUE O ERRO FOI MEU2- As 5 palavras mais importantes
.....TU FIZESTE UM BOM TRABALHO
3- As 4 palavras mais importantes
.....QUAL A TUA OPINIÃO ?4- As 3 palavras mais importantes
.....FAZ-ME ESTE FAVOR
5- As 2 palavras mais importantes
.....MUITO OBRIGADO6- A palavra mais importante
.....NÓS
A palavra menos importante
....EU
Por outro lado,
A qualidade e eficácia da Comunicação por parte do Treinador depende muito da forma como ele é aceite por parte dos jogadores, do crédito que lhe é dado...
Significa que existem factores que aumentam o respeito, a admiração e a confiança dos jogadores em relação ao seu Treinador
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Factores de Respeito na Relação
Treinador / Jogadores
• Experiência prévia como jogador e êxitos alcançados
• Experiência prévia como treinador e êxitos alcançados
• Boa aparência: vestuário e forma física
• Bons hábitos de vida
• Bons hábitos de trabalho: cumprimento de horários e eficiência
• Bem organizado: treinos, reuniões, deslocações
• Bom comunicador: explicar de forma clara e saber ouvir
• Disponibilidade: ter sempre tempo para o jogador
• Conhecimento: do jogo, e de todos os factores do treino
• Habilidade para ensinar: capacidade de correcção de erros
• Alta motivação: intensidade, compromisso
• Estados Positivos: ânimo, entusiasmo, optimismo, elogios
• Bom treinador no banco: analisar, reagir, ajustar
• Bom sentido de humor: ambiente descontraído
• Boa capacidade de liderança: no balneário e durante as competições
• Bom nível de Autocontrolo Emocional: calma e serenidade
• Desejo de melhorar: busca de conhecimentos, investiga, autoavalia-se
• Honesto e Justo: não mostra “favoritismo”, é “duro mas justo”
• Aberto a Sugestões: é flexível e escuta os outros
• Mostra um verdadeiro interesse pelos jogadores como pessoa
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MOTIVAÇÃO e EMOÇÕES
Processo de Selecção e Preferência por alguma actividade, a Persistência nessa actividade e a Intensidade (vigor) aíempreendido
Dimensões da MOTIVAÇÃO
DIRECÇÃO
( Escolha e Preferência)
INTENSIDADE
Esforço e Empenhamento
PERSISTÊNCIA
Manutenção na Actividade
A Motivação coordena e dirige a Direcção e aIntensidade do Esforço dos indivíduos
A Motivação exprime também a tendência para lutar pelo Sucesso, persistir em face do fracasso
e experenciar orgulho pelos resultados conseguidos
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A Comunicação e a Motivação são dois aspectos fundamentais
quando abordamos a intervenção sobre Jogadores Jovens de
ambos os sexos, quer seja no contexto do Clube ou no Desporto
Escolar, e particularmente no FUTSAL
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“ Os Motivos que levam um jovem a uma equipa desportiva raramente coincidem com o Motivo pelo qual os Treinadores
e Dirigentes o quer no clube”
Para Treinadores e Dirigentes, os Motivos estão essencialmente associados ao Rendimento Desportivo, no momento e no futuro.
Para os Jovens Jogadores, o que os leva ao desporto são esses mas também e sobretudo outros motivos.
Estudos têm mostrado algumas diferenças na forma como jovens jogadores de diferentes níveis, por um lado, e jogadoras (sexo feminino) por outro, encaram a aprendizagem do jogo e a competição formal. Algumas tendências encontradas:
- “Ganhar” e “Ser Campeão” são as maiores motivações e aquilo que mais gostam os jogadores que apresentam maior nível de capacidade e que participam em competições de futebol e futsal de nível nacional. “Perder”constitui aquilo que mais detestam.
- “Prazer de jogar bem” “Convivio” “Fazer amigos” são o mais relevante para as jogadoras do futsal e futebol 7. Os “desentendimentos” no jogo são aquilo que as alunas-jogadoras mais reprovam.
- Jovens jogadores de nível intermédio apresentam características comuns aos dois grupos referidos anteriormente.
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Ao nível da diferença entre sexos, encontram-se ainda outras tendências:
- As alunas-jogadoras são mais sensiveis à crítica e à percepção de injustiças em relação ao professor-treinador
- Apresentam maior fragilidade emocional perante situações adversas
- Ao mesmo tempo aceitam com mais naturalidade as opções do professor-treinador; o facto de jogarem menos e o resultado do jogo.
- Têm maior percepção do valor relativo dos elementos da sua equipa e das equipas adversárias.
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A DEFINIÇÃO de OBJECTIVOS como elemento promotor da motivação
Um clube é uma realidade dinâmica com objectivos flutuantes e submetidos a constantes reajustamentos.
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DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS
Objectivos de dois tipos:
- Rendimento (processo) ⇒ Mestria (comigo próprio) e progresso. Assenta na melhoria pessoal e na excelência
- Tarefa (resultados) ⇒ Em competição e na comparação com os outros.
DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS
Quando o objectivo final é muito distante (por exemplo definido na pré-época como a subida de divisão), há que estabelecer objectivos intermédios (final da primeira volta; final do 2º terço do campeonato...) para avaliar, periodicamente, o desempenho.
Os objectivos podem mesmo ser estabelecidos à semana, ao treino, ou até a cada exercício em cada treino. O treinador deve especificar o objectivo de cada exercício, treino e semana de trabalho.
Assim, para se atingir o objectivo final há que estabelecer objectivos de realização imediatos, no sentido de centrar a atenção dos jogadores
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DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS
Uma vez estabelecidos os fins (ex: propósito de subida de divisão) há que determinar os meios para a sua consecução e fazer avaliações intermédias de desempenho.
Quando tais objectivos são atingidos (os imediatos e a curto prazo), os jogadores experimentam uma sensação de orgulho e satisfação e as suas expectativas positivas acerca do seu desempenho futuro aumentam.
DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS
Deste modo, há como que uma auto-regulação do comportamento dos jogadores, fortalecendo assim a auto-percepção de controlo sobre o processo que conduz ao objectivo final.
⇓
Logo, aumenta a auto-confiança do atleta quando este constata que está a cumprir um plano meticulosamente elaborado.
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DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS
♦Realistas
♦Difíceis mas alcançáveis
♦Precisos (específicos)
♦Desafiantes
♦ Claramente definidos
As Emoções são o Reflexo Objectivo ou
Subjectivo, de Satisfação ou Frustração, Real
ou Pensada, de uma Motivação.
A Satisfação ou Não de uma Motivação égeradora de uma reacção Emocional
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O Controlo da Activação e da Ansiedade como elemento fundamental para o
rendimento desportivo
ANSIEDADE
• É um estado emocional, habitualmente negativo, que tem a ver com sentimentos de nervosismo, preocupação e apreensão, associados ao aumento da activação do organismo
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A Ansiedade é um conceito que integra pelo menos duas dimensões:
A Componente Mental (Cognitiva)
Normalmente designada por Ansiedade Cognitiva
associada a pensamentos e expectativas negativas e a
preocupações acerca de si mesmo em relação a determinadas
situações e a potenciais consequências
A Componente Fisiológica (Emocional)
Habitualmente referida como Ansiedade Somática que tem a
ver com a percepção individual de aspectos fisiológicos-afectivos
traduzidos em desagradáveis sentimentos de nervosismo e
tensão.
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No desporto, a elevação dos níveis de intensidade das
dimensões da Ansiedade está directamente relacionado com
“a pressão competitiva inerente á pratica desportiva
organizada”, pelo que é determinante para o seu rendimento
que os jogadores desenvolvam habilidades para responder
eficazmente no confronto com os problemas e as situações,
a nível mental e emocional.
A Ansiedade Cognitiva é mais preocupante do que a Ansiedade Somática uma vez que esta
última habitualmente desaparece ou reduz-se com o início do jogo
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As Atitudes do Treinador como Fonte de Ansiedade
O Treinador contribui para aumentar a Ansiedade dos seus jogadores, quando:
- Define objectivos irrealistas ou expectativas muito elevadas
- Ensina ou modifica tácticas complexas antes de importantes competições
- Utiliza o sarcasmo e a crítica injustamente ou em momentos não adequados.
- Aumenta o estado de incerteza de todos os aspectos que envolvema competição ( quem joga, a táctica etc)
- Realiza prelecções com elevada carga emocional muito próximas do jogo
- Faz críticas públicas em momentos de dificuldade para o jogador
- Tem intervenções durante o jogo que transmitem demasiada carga ou descontrolo emocional
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Indicadores de Activação ( Ansiedade Somática)
• Sensação de aperto no estômago
• Incremento da Tensão muscular: excessiva contracção muscular
• Aumento da respiração, transpiração, batimento cardíaco, frequência da urina.
• Alterações nos padrões de sono
• Mão suadas ou frias
• Movimentos repetidos de mãos e pés
Indicadores de Ansiedade Cognitiva
• Redução da Auto-Confiança
• Decréscimo na sensação de controlo
• Dificuldade na Concentração e atenção
• Sentimentos de insegurança, medo, duvidas, indecisão, apreensão
• Expectativas de falhas e erros
• Perspectiva negativa sobre a competição
• Diminuição geral da sensação de bem-estar.
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Porque é que o Rendimento é afectado com elevados níveis de Ansiedade ?
• Aumento da Tensão Muscular
• Dificuldades de Coordenação
• Sensação de Fadiga
• Atenção Restringida
• Perturbação da Concentração
Rendimento
Níveis de Ansiedade
A habitual relação entre a Ansiedade e o Desempenho (Rendimento)
Elevado
Baixo
Baixa Óptima Excessiva
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A Questão central de hoje:
As emoções em geral e a ansiedade em particular de igual forma
distintos jogadores ?
Podemos concluir da existências de reacções semelhantes perante as mesmas situações em jogadores diferentes ?
E o mesmo jogador será que reage sempre da mesma forma na mesma situação mas em momentos de tempo diferentes ?
Baixa Alta
Relaxação Excitação
Aborrecimento Ansiedade
Sensação de Activação
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1- Sentir uma baixa activação do organismo como desagradável traduz-se num sentimento de aborrecimento
2- Sentir uma baixa activação do organismo como agradável traduz-se num sentimento de relaxamento
3- Sentir uma elevada activação do organismo como agradável traduz-se num sentimento de excitação
4- Sentir uma elevada activação do organismo como desagradável traduz-se num sentimento de ansiedade
A sensação de elevada activação do organismo, muito frequente sobretudo no momento pré-competitivo, não é necessáriamente um factor
desagradável e prejudicial ao rendimento de determinado jogador. Depende da forma como ela é sentida-percepcionada
Para uns jogadores isso pode resultar em ansiedade, para outros é apenas um sentimento de excitação.
A atenção particular por parte do treinador á interpretação da activação de cada jogador é um processo central para melhor rentabilizar as
capacidades dos jogadores.
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Sujeito(jogador) + Situação
Antes Durante Depois
Emoções
Positivas-Agradáveis
Alegria; Satisfação; Orgulho...
Negativas-Desagradáveis
Tristeza, Irritação; Vergonha, Ansiedade..
Caracteristicas
da personalidade
1º - Avaliação Cognitiva
2º- Estratégias de Confronto
-São diferentes no mesmo jogador em situações diferentes
-São diferentes no mesmo jogador na mesma situação ao longo do tempo
Incerteza; Novidade; Duracção
Avaliação Cognitiva na relação sujeito-situação
Avaliação do significado para o bem-estar pessoal, daquilo que estáa
acontecer na relação pessoa-ambiente.
Até que ponto é que, o que está a acontecer é relevante, do ponto de vista pessoal:
O que é avaliado é o seguinte:
O que é que, se é que alguma coisa, eu posso fazer nesta situação, e em que medida aquilo que eu fizer e o que vai
acontecer irá afectar o meu bem estar
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Estratégias de Confronto na relação sujeito-situação
Refere-se ao esforço do sujeito para lidar com a situação momentânea e especifica.
Inclui grande variedade de comportamentos e estratégias que o sujeito adopta para se confrontar com a situação procurando beneficios e evitando prejuizos
Consequências
para a prática
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- A especificidade de cada jogador e as mudanças frequentesque ocorrem nos seus estados psicológicos não devem ser comparadas uma vez que os estados óptimos de funcionamento, são processos individuais.
- Necessidade de consciencialização por parte dos treinadores para o carácter iminentemente individual dos processos psicológicos e por isso a necessidade de uma intervenção diversificada e diferenciada junto dos seus jogadores.
Aspectos
muito importantes
e “críticos” no Futebol e Futsal
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- Da competência dos seus treinadores e da qualidade ou pertinência de determinados métodos de treino.
- Das rotinas, normas que regulam os estágios e sobretudo as refeições pré-competitivas, onde a satisfação individual deve ser o elemento mais importante e não o cumprimento de obrigações que alteram os hábitos dos jogadores. Pode ter influência na competição.
- Do chamado “factor casa” entendido como uma “vantagem cognitiva”que se constitui habitualmente como o elemento que explica a diferença de rendimento nos jogos em casa comparativamente aos jogos realizados na condição de visitante.
- Do valor dos jogadores e equipa adversária que resulta muitas vezes em autênticos fracassos ou, pelo contrário na transcendência e obtenção de elevados rendimentos e resultados.
A Interpretação que os jogadores fazem e a percepção que têm:
A AUTOCONFIANÇA
• É a Crença de que se consegue realizar com sucesso um comportamento desejado.
• Caracteriza-se por uma elevada expectativa de sucesso.
• É a ausência de duvidas sobre as próprias capacidades.
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Quando duas equipas são igualmente fortes aos níveis técnico, físico e táctico, aquela que tiver os jogadores mais auto-confiantes será a vencedora. É o mais importante factor psicológico do rendimento.
(S.G.Ericksson, 2001)
“ Uma pessoa que duvida de si própria é como um
homem que se alista no exército do inimigo e aponta
as armas contra si mesmo. Transforma o seu possível
fracasso numa certeza porque é ele próprio a primeira
pessoa a convencer-se desse facto.
( Alexandre Dumas)
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Contudo é necessário ter presente que:
A Confiança não irá suprir a Incompetência !!
· Quando está confiante o jogador joga para ganhar
· Quando não está confiante, o jogador joga para…… não perder
Alguns jogadores com talento e possibilidades de êxito não têm confiança nas suas capacidades quando em situações de pressão competitiva : são os jogadores de “treino”.
Rendimento
Autoconfiança
A Relação entre Auto-Confiança e Desempenho (Rendimento)
Elevado
Baixo
Baixa Óptima Excessiva
58
O NIVEL ÓPTIMO de CONFIANÇA
é aquele em que cada jogador:
· Está totalmente convencido de que consegue alcançar os objectivos
· E sobretudo de que fará tudo para os atingir
Tudo isto baseado na percepção correcta da sua capacidade.
Constitui um erro frequente, comentar que possuir Autoconfiança éacreditar que se ganhará ou que se quer ganhar.
A verdadeira Autoconfiança, é aquela que se baseia em expectativas realistas acerca do êxito que se pode alcançar.
A Autoconfiança não é ter a convicção de que poderá ganhar sempre ou que nunca errará, mas sim a convicção de que se poderá corrigir os erros cometidos desde que se trabalhe com esforço e empenho para aperfeiçoar o conjunto das suas capacidades
É a convicção nas capacidades de aprendizagem e aperfeiçoamento das competências técnicas, tácticas psicológicas e capacidade física.
Não é uma questão de vontade ou de poder.
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Autoconfiança de forma geral ou em relação a aspectos particulares (Auto-eficácia)
Um jogador pode estar:
- Confiante com o pé direito mas não como esquerdo
- Confiante com nos jogos em casa e não fora
- Confiante no jogo aéreo mas não no drible
- Confiante no ataque mas não na defesa
- Confiante contra certas equipas adversárias e não com outras
- Confiante no seu clube mas não na selecção
É por isso que se fala de Autoconfiança (aspectos mais gerais) e de Autoeficácia (que tem a ver com algo mais concreto e específico)
CONFIANÇA
A Autoconfiança depende de muitos factores:
Mudança de Perda de Lesões Posição Forma
Mudança de Pessoais
Táctica
Mudança de Problemas deTreinador de Comunicaçãocom o Treinador
Não ConvocadoEquipa em Atenção dos
Crise Outros
60
E ainda de outras variáveis relacionadas:
- O nível de Competência ou Capacidade do Jogador
- A situação concreta
( por ex. a autoconfiança na marcação de um penalty pode variar em função da capacidade do g..redes adversário, do momento do jogo, do resultado do momento, da importância daquela tarefa para o resultado do jogo etc
- Outros Factores Pessoais
(Indisposições, fadiga ou sobrecarga de treino etc)
A Percepção e Interpretação do valor da Equipa Adversária
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Sub-Confiança e Sobre-Confiança( Os desvios nos Níveis Óptimos de Confiança)
É um processo crítico e habitualmente referido pelos treinadores como um dos aspectos mais difíceis de alterar na sua intervenção. É tão importante que explica muitas vezes a diferença entre a Vitória e a Derrota.
SUB-CONFIANÇA ( Falta de Confiança)
Ocorre quando os Jogadores Valorizam Demasiado o Adversário, o que os faz perder Confiança na sua
própria força competitiva.
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SUBSUB--CONFIANCONFIANÇÇA ( Falta de ConfianA ( Falta de Confiançça)a)
A Excessiva Valorização da Equipa Adversária
Resulta em estados psicológicos de......
É preocupante, e atinge a situação extrema quando o jogador se desvaloriza a si e/ou á sua equipa de tal forma que acaba por convencer-se de que qualquer que seja o
esforço que manifeste obterá sempre resultados desastrosos
Surgem duvidas sobre si próprio e/ou sobre a sua equipa , o que cria ansiedade e prejudica a
concentração.
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A Falta de Confiança origina quase sempre:
• Uma entrada em campo já numa situação de meio derrotado.
• Os jogadores ficam menos predispostos para procurar vencer.
• Fazem um uso insuficiente dos seus recursos técnico e tácticos.
• Tornam-se passivos, reduzem o seus jogo ofensivo e deixam o adversário adoptar tácticas dominantes
SOBRE-CONFIANÇA ( Excesso de Confiança)
Ocorre quando os Jogadores Desvalorizam Demasiado o Adversário o que os coloca numa situação de “falsa confiança”
Tem uma perspectiva individual (pessoal) e colectiva (equipa)
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SobreSobre--CONFIANCONFIANÇÇAA ( Excesso de Confian( Excesso de Confiançça)a)
A Excessiva Desvalorização da Equipa Adversária
Resulta em estados psicológicos de......
. Os jogadores estão falsamente confiantes, porque a sua confiança é superior ás suas capacidades
• O seu desempenho será pior porque acreditam que não precisam de se preparar bem ou empenhar ao máximo para realizar as tarefas.
. Jogam com baixos níveis de concentração por porque acreditam que irão vencer sem se esforçar muito
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• Não colocam em prática todo o seu potencial ( ao nível da habilidade e do esforço).
O problema surge quando o adversário se apresenta “mais forte” do que o esperado inicialmente o que confronta os jogadores Sobre-confiantes com a necessidade de alterar a sua atitude. Isso acontece muitas vezes (por exemplo na segunda parte do jogo), mas outras vezes isso não se verifica (o golo não surge) e se a mudança necessária não ocorre, aumenta significativamente os níveis de ansiedade o que pode provocar “um bloqueio completo” e uma
incapacidade de dar a volta á situação.
A Relação dos Níveis de Autoconfiança com a Percepção de Dificuldade da Competição
PERCEPÇÃO
de
DIFICULDADE
(Exigência do
Jogo)
Percepção das Próprias Capacidades
BAIXA ELEVADA
ELEVADA
BAIXA
.
Sub - Confiança( Ansiedade )
Sobre - Confiança(Desinteresse)
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A Influência negativa do Treinador nos Níveis de Autoconfiança dos Jogadores:
- Quando gasta muito tempo e energia na identificação e correcção de erros e não nos aspectos positivos da prestação.
- Quando em momentos de fracasso actua exclusivamente com constantescriticas negativas
- Quando mostra dúvidas sobre a capacidade e qualidade de um jogador e/ou da equipa
- Quando atribuiu culpas de forma pessoal ou direccionada, não assumindo também as suas responsabilidades
A responsabilidade do Treinador:
- Focalizar a intervenção nos aspectos positivos sem que isso signifique a ausência da critica construtiva quando necessário.
- Focalizar a intervenção mais no esforço do que no resultado
- No treino deve promover situações facilitadas, especificas ou gerais, que proporcione o êxito a determinado jogador ou á equipa.
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A Intervenção do Treinador face a
Situações de Sub e Sobre- confiança
do Jogador (es) ou Equipa:
Nas situações de Estados de EXCESSO de CONFIANÇA
1- Deve fazer-se a abordagem do adversário IDENTIFICANDO e REALÇANDO os seus PONTOS FORTES.
2- Não basear a análise do adversário apenas de acordo com a sua classificação actual
3- Relembrar situações anteriores de fracasso da equipa em situações de excesso de confiança
4- Relembrar exemplos de insucessos de outras equipas face ás mesmas atitudes.
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Nas situações de Estados de FALTA de CONFIANÇA
1- Deve fazer-se a abordagem do adversário IDENTIFICANDO e REALÇANDO os seus PONTOS FRACOS
2- De forma geral deve-se fazer a abordagem do adversário com base em diferentes critérios associados ás suas potencialidades e NÃO com BASE na TABELA CLASSIFICATIVA
3- Relembrar situações anteriores de fracasso da equipa em situações de falta de confiança
4- Relembrar exemplos de insucessos de outras equipas face ás mesmas atitudes.
A Abordagem dos Resultados Pós Competição
- Consequências para os Níveis de Confiança dos Jogadores-
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Quando a Equipa Venceu e Jogou Bem
• O sucesso deve ser atribuído á capacidade individual e colectiva de âmbito físico, t.táctico e psicológico
Com isso incrementa-se o valor próprio e a autoconfiança, qualquer que tenha sido o adversário
• Realçar não tanto o resultado final, mas sobretudo o esforço demonstrado para o conseguir
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Quando a Equipa Venceu mas Jogou Mal
- Atribuir o sucesso á fragilidade do adversário mais do que áhabilidade dos jogadores ( quando o adversário tem capacidade inferior), e á sorte quando o adversário era de capacidade mais elevada.
- Se o esforço não foi o ideal deve ser questionado o porquê.
- Realçar as possíveis boas prestações de alguns jogadores.
Quando a Equipa Perdeu mas Jogou Bem
• Deve-se atribuir isso á superioridade do adversário , ou á falta de sorte quando o adversário era de capacidade inferior
• Focalizar a atenção na necessidade de incremento dos processos técnico-tácticos.
• Realçar a boa prestação e o esforço desenvolvido.
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Quando a Equipa Perdeu e Jogou Mal
• Atribuir o insucesso á reduzida aplicação e esforço.
• Mostrar insatisfação por isso mais do que pela perda do jogo.
• Realçar a necessidade de melhorias e considerar o facto como algo que acontece.
PROCESSOS PSICOSSOCIAIS
• Ambiente de Grupo
• Coesão
•Team Building
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Um Grupo / Equipa
É o conjunto de indivíduos que:
•Possuem uma identidade colectiva
•Perseguem os mesmos objectivos
•Partilham um destino comum
•Desenvolvem padrões de comunicação
•Manifestam interdependência pessoal e de tarefa
•Consideram-se a si próprios como sendo um grupo.
A importância dos processos e dinâmica dos grupos / equipas assenta nas possíveis consequências positivas quando funcionam efectivamente, e isto a dois níveis:
• No Rendimento Individual e na Aderência ao Grupo
• Nos Resultados da Equipa e na Estabilidade do Grupo
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Antecedentes que contribuem para a definição da Estrutura do Grupo / Equipa
1- Os diferentes Atributos dos seus Membros
2- As características do Envolvimento
Estes elementos determinam o que o grupo é, que terá consequências na sua coesão interna e possibilita os processos referidos inicialmente.
Cada equipa desportiva é como todas as outras, como algumas
outras e como nenhuma outra
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........como todas as outras
• Significa que existem aspectos da sua dinâmica e das relações interpessoais que se estabelecem, que são comuns a todas a realidades desportivas, independentemente do tipo de modalidade desportiva considerada.
.......como algumas outras
• Significa que questões criticas ou características ideais de determinados Grupos/Equipas não são semelhantes a outros Grupos desportivos o que nos leva para a separação e agrupamento de diferentes modalidades desportivas que se constituem como entidades diferenciadas de outras.
75
....como nenhuma outra
• Significa duas coisas: - Não havendo duas pessoas iguais, cada grupo/equipa terá á partida aspectos próprios
- Necessidade de compreendermos as especificidades próprias de cada modalidade desportiva na sua lógica interna, na sua dinâmica social e sobretudo nas influências culturais.
Aspectos Críticos dos Grupos / Equipas
1- O tamanho do grupo/equipa
• Dificulta a coesão
• Influencia os processos de comunicação
• Tem consequências na Liderança
• A pressão sobre o individuo é maior em grupos maiores
• O sistema social (pessoas envolvidas) exerce uma influência maior
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2- A variabilidade dos elementos do Grupo/Equipa
• Idade, ( com jogadores dos 18 aos 35 na mesma equipa)
• Racial, ( com as equipas a constituírem-se como verdadeiras multinacionais de jogadores)
• Social (proveniências, formação e história anterior)
• Características Psicológicas,( mais ou menos compatíveis entre os membros- diferenças de personalidade)
• Influência Social Exterior e do factor Cultura, aspecto que distingue muitas vezes os grupos
3- Outros aspectos da estrutura dos grupos
• A posição de cada elemento no grupo/equipa.
• O Status entendido como as diferenças de poder, prestigio e importância entre os membros.
• As normas internas á equipa.
• Os papeis e funções que cada um desempenha.
Todos estes aspectos apesar de serem mais críticos no FUTEBOL, condicionam todas as equipas desportivas
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A Equipa (TEAM) :
• T – Together……………………………..Juntos
• E – Everyboby…………………………….Todos
• A – Achieves………………………………Conseguir
• M – More……………………………………Mais
EQUIPA
COESÃO da EQUIPA
Processo dinâmico que se reflecte na tendência para a equipa estar e se manter unida na perseguição dos seus objectivos
instrumentais, e/ou para a satisfação das necessidades afectivas dos seus membros”
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A Coesão é considerada numa dupla perspectiva
•Associada ao desenvolvimento e manutenção de relações sociais - Coesão Social
• Associada á realização de tarefas especificas, áprodutividade e ao Rendimento - Coesão para a(s) Tarefa(s)-Objectivos
a maior relação que existe é entre:
A Coesão para a Tarefa-Objectivo e o Rendimento
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Elementos que influenciam e determinam a Coesão
1- Factores do Envolvimento
2- Factores Pessoais
3- Factores da Equipa
3- Factores de Liderança
Os “Inimigos” da Coesão Interna e do trabalho da equipa- Obstáculos á coesão de equipa -
• O Individualismo
• Desacordo em relação aos objectivos
• Confusão e ambiguidade na aceitação dos papéis e funções
• Ausência de normas e regras claras
• Problemas de comunicação
• Conflitos de interesses
• Excessiva renovação ou mobilidade de jogadores
• A existência de diferentes lideres dentro da equipa
• Incompatibilidade de personalidades
• Excessiva competição interna
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O Treinador deve estar atento aos seguintes sinais e sintomas que são
indicadores da necessidade de uma estratégia de intervenção:
•Baixo rendimento de uma forma repentina
•Conflitos Interpessoais insolúveis
•Inapropriado uso de todas as capacidades
•Discussões confusas ou pouco claras
•Ambiguidade nos papeis a desempenhar
•Quebra repentina no interesse e criatividade
•Demasiada competitividade no seio do grupo
• Deve atender também ao individuo (dentro da equipa): conhecer cada jogador
• Deve Envolver os Jogadores nalgumas decisões
• Respeito, Confiança, Honestidade, são fundamentais
• Necessidade de Atribuir Responsabilidades
• Respeito, Confiança, Honestidade
• Definir claramente os papéis e funções
• Exercer uma Liderança ajustada ao contexto da equipa
• Definir das normas de funcionamento
• Criar de momentos / exercícios de proximidade física entre os jogadores
• Gerir correctamente a variabilidade dos elementos da equipa
• Estabelecer objectivos específicos
• Promover o sacrifício individual em prol do colectivo
• Criar e Valorizar a Identidade Colectiva da Equipa
A importância e intervenção do Treinador
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Esta informação é parte integrante das sessões de Ciências do Comportamento,
correspondente a 10 horas, do Curso de Treinadores de Futsal de 1º Nível 2010 na
Associação de Futebol de Castelo Branco
Autor: Luís Filipe Santana Júlio (Luisjulio @ sapo.pt)
• Licenciado em Educação Física e Desporto
• Mestre em Treino Desportivo de Alto Rendimento em Futebol
• Licenciado em Psicologia Clínica Cognitiva-Comportamental e Sistémica
• Mestre em Psicologia do Desporto e do Exercício
• Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde
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