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LeiteIntegralRevista Técnica da Bovinocultura de Leite - Número 31 - Ano 6 | Março/Abril 2011
Por que estão ocorrendo mais partos gemelares?
REPRODUÇÃO
“Check list” para controle de mastite
SANIDADE
NOSSA HISTÓRIA
Conheça a FAZENDA SÃO PEDRO, o maior sistema de produção de leite em
pasto do Estado de São Paulo
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Editora ChefeFlávia Adriana Pereira Vieira FontesDSc. Ciência Animal - CRMV-MG 5741flaviafontes@revistaleiteintegral.com.br
Editora TécnicaNadja Gomes AlvesProfa. Adjunta do Departamento de Zootecnia,Universidade Federal de Lavras
Jornalista ResponsávelAlessandra Alves - MTB 14.298/MG
Consultora Técnico/ComercialPaula Foronipaula@revistaleiteintegral.com.br
Consultoria TécnicaAdriana de Souza Coutinho - UFLAÁlan Maia Borges - UFMGAna Luíza da Costa Cruz Borges - UFMGAngela Maria Quintão Lana - UFMGAntônio Último de Carvalho - UFMGElias Jorge Facury Filho - UFMGJosé Luiz Moraes- UNESP/BotucatuMarcos Neves Pereira - UFLAMônica M. O. Pinho Cerqueira - UFMG
Norberto Mário Rodriguez - UFMGRonaldo Braga Reis - UFMG
DiagramaçãoAlessandra Alves
Assinatura Anual (11 edições)Brasil - R$ 95,00www.revistaleiteintegral.com.br
Capa: Fazenda São Pedro, Fernandópolis/SP
edito
rial
expediente
Administração / RedaçãoAv. Getúlio Vargas, 874 - sala 607 | Funcionários 30112-020 | Belo Horizonte/MGHorário de atendimento: 9h às 17h30 | Telefax: (31) 3281-5862
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milkpoint.com.br/mypoint/revistaleiteintegralAs idéias contidas nos artigos assinados não
expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.
Cinco anos de vida. Cinco anos de grandes
reportagens, entrevistas instigantes, cader-
nos especiais com assuntos de extrema rele-
vância. Cinco anos de artigos assinados pelos
mais respeitados técnicos da pecuária leiteira
do Brasil e do mundo. Cinco anos de Revista
Leite Integral!
Poucas publicações nacionais podem apre-
sentar um portfólio como esse. Menos ainda
quando respaldado por uma circulação que já
extrapola os limites do papel e adentra pesado
no mundo digital. Sempre de forma inovadora
e pioneira. Cinco anos de muito trabalho e, no
entanto, parece que foi ontem.
Ontem, foi o ano de 2006, quando decidi-
mos que a pecuária leiteira precisava de uma
publicação com maior cunho técnico, uma
publicação diferenciada, que atendesse às ne-
cessidades de informação de técnicos e produ-
tores de leite progressistas. Hoje, é abril de
2011, e escrevo esse editorial às vésperas da
realização de outro grande projeto, de outro
grande sonho – o I Simpósio Internacional Leite
Integral.
Foram mais de 12 meses de trabalho ár-
duo e de superação de obstáculos que, nos
últimos dias, se ma-
terializaram sob
as formas mais
diversas. Mas,
tudo isso fica
pequeno perto
da grandiosidade
desse projeto, perto
do apoio imprescindível e incondicional dos
nossos patrocinadores e apoiadores, perto das
dezenas de inscrições que chegam todos os
dias ao nosso site, perto da alegria que toma
conta do coração de nossa equipe.
Sabemos que na vida tudo é transitório,
tudo passa, e diante dessa verdade incômo-
da somos impelidos a questionar: o que fica
então? O que fica é a história. Tudo aquilo que
fomos e fizemos, de bom ou ruim, ao longo de
nossas vidas. Todos os dias, damos aquilo que
temos de melhor para construir a história da
Revista Leite Integral, para imprimir a mar-
ca do sucesso em todos os nossos produtos e
ações. É essa mesma marca que queremos dar
ao I Simpósio Internacional Leite Integral. E
isso vai ficar.
Bom simpósio e boa leitura!
Flávia FontesEditora-chefe
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Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
9
FAZENDA SÃO PEDROMaior sistema de produção de leite em pasto do Estado de São Paulo
Para quem não acredita mais em sucessão eficiente no agronegócio, a família Blanco Machado está aí para provar o con-trário. Tradicionais produtores de laranja e cana, Valmi Blanco Machado e os filhos Felipe Dib Machado e Rafael Dib Machado, entraram a apenas cinco anos na pecuária leiteira e mostram que profissionalismo é a chave do sucesso na atividade.
Em meio às preocupações com a ensilagem, mui-
to atrasada por causa do excesso de chuva, quem
nos recebe para a visita à Fazenda São Pedro é Fe-
lipe, filho do proprietário e um dos administradores
da propriedade que, de cara, nos impressiona pela
pouca idade para alguém com tantas responsabili-
dades. Estamos em Fernandópolis, São Paulo, para
conhecer o maior sistema de produção de leite em
pasto do Estado de São Paulo, e o sexto do país,
segundo levantamento Top 100 do MilkPoint. A fa-
zenda é também, de acordo com o mesmo levan-
tamento, a 24a maior produtora de leite do Brasil,
com 4.900.000 litros em 2010.
A primeira pergunta que nos vem à cabeça, sa-
bendo que a família entrou a tão pouco tempo na
atividade é: por que o leite? Felipe explica, com
bastante sinceridade, que a entrada na pecuária
leiteira deveu-se à oportunidade de compra da fa-
zenda e do rebanho leiteiro, que antes pertencia
ao Grupo CFM. Com a mesma sinceridade, ele nos
conta que, no início, não sabiam nada sobre o leite,
o que foi um grande desafio. Vendo os números,
principalmente de produtividade, percebe-se que a
família aprendeu bem depressa.
Um pouco de história
Falando sobre o pai, com um misto de respeito
e orgulho, Felipe nos conta que ele começou a vida
de maneira muito simples, na mesma pequena ci-
dade de Monte Azul Paulista/SP, onde a família vive
até hoje.
Com uma inegável capacidade comercial e visão
de oportunidades, o Sr. Valmi Blanco Machado,
começou a comprar e vender terras, terrenos, casas
e, com bastante esforço, adquiriu um pequeno sítio
de aproximadamente 3 ha onde começou a plantar
laranja aproximadamente 40 anos atrás.
Sistema de produção
Em função das condições ambientais, principal-
mente as altas temperaturas da região, a seleção
genética do rebanho, que vem sendo feita ao lon
go de 40 anos, foi direcionada
à produção de animais Girolando
(F1, ¾ e 7/8, 1/2). Todas as vacas
são exclusivamente produtos da
fazenda, que hoje conta também
com 200 cabeças de Jersolando,
resultado do cruzamento das ra-
ças Jersey e Holandês.
Para suprir toda a necessidade
de reposição, grandes investi-
mentos em instalação e nutrição
são feitos durante as fases de cria
e recria. A fazenda avalia todo o
colostro utilizado por meio de
colostrômetro e possui um banco
para situações de emergência.
As bezerras recebem 6 litros de
leite/dia, divididos em 2 aleita-
mentos diários.
Nos meses de verão a produção
de leite é essencialmente a pas-
to. A fazenda conta com 450
piquetes de capins Colonião e
Mombaça, manejados em pastejo
rotacionado que, no início do mês
de abril, ainda estavam muito
verdes e com grande
disponibilidade de mas-
sa. A lotação nos pastos
onde circula o rebanho
em lactação chega a
mais de 14 vacas por
hectare em alguns ro-
tacionados. A adubação
do pasto, feita sempre
após a saída dos animais
do piquete, é exclusiva-
mente nitrogenada e as
correções de solo são
feitas anualmente com
calcário e gesso, base-
adas sempre na reco-
mendação do agrônomo respon-
sável. No verão, todos os animais
recebem concentrado durante
a ordenha e, aqueles de maior
produção, que hoje são cerca de
200 vacas, recebem o chamado
“lanche”, composto de silagem
de cana e concentrado.
No inverno, os animais são con-
finados em piquetes e recebem,
de acordo com a produção de
leite, dieta completa, composta
basicamente de concentrado,
silagens de milho, sorgo, cana e
milheto. Um diferencial da pro-
priedade é a alta inclusão de pol-
pa cítrica, que em alguns lotes
chega a 4 kg/cbç/dia.
A ordenha é feita, duas ou
três vezes ao dia, de acordo
com a produção, em uma sala du
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Vacas em pastejo rotacionado no verão
Fornecimento de concentrado durante a ordenha
plo 24, onde trabalham quatro
funcionários. “Estamos produ-
zindo leite com 3,78% de gordura
e 3,31% de proteína e atribuo
grande parte desses índices de
qualidade ao constante investi-
mento em genética e nutrição”,
explica Felipe.
Índices zootécnicos
A área destinada ao leite é de
300ha, para aproximadamente
2000 animais, sendo 800 vacas
em lactação.
A produção média/vaca/dia é
de 16 litros no verão e 25 litros
no inverno. No último inverno,
um grupo de 140 vacas produziu
uma média de 40 litros/dia. Se-
guem abaixo alguns outros índices
de produtividade e reprodução:
Visão empresarial
É fato notório que, no Brasil,
alguns dos produtores de leite
mais bem sucedidos na ativi-
dade são também produtores de
alimentos em outras cadeias do
agronegócio. Provavelmente, a
visão empresarial de outras cul-
turas, trazida para a pecuária
leiteira, é a chave do sucesso
desses sistemas de produção.
No caso da Fazenda São Pe-
dro, essa visão fica muito eviden-
te em uma frase de Felipe: “Eu
não estou na atividade para viver
do leite, estou para
ganhar dinheiro”. E
é essa a lógica que
conduz todas as to-
madas de decisão na
propriedade. Dife-
rente de grande par-
te dos produtores de
leite a pasto do Bra-
sil, Felipe acredita que a escala
de produção é fundamental para
o sucesso de qualquer sistema de
produção de leite. Segundo ele,
só assim é possível diluir custos
fixos e ter maior poder de nego-
ciação, tanto na compra de insu-
mos, quanto na política de preços
junto à indústria.
A busca constante por infor-
mações e tecnologias que possam
melhorar a eficiência dos pro-
cessos produtivos, aliada a uma
grande capacidade de discerni-
mento, são outros pontos fortes
e, muito positivos, que percebe-
mos ao conversar com Felipe. Se-
gundo Paulo Gallo, nutricionista
da fazenda, um grande diferen-
cial da família, trazido das outras
atividades agrícolas que desen-
volvem, é a eficiência na compra
de insumos, alcançada por meio
de constante estudo de mercado
das commodities.
Desafios
Quando questionado sobre
os desafios da atividade, Felipe
aponta as políticas de pagamen
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
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Padrão racial das vacas Jersolando
• Produção por hectare: 16.300 litros
• Produção total em 2010: 4.900.000 litros
• Idade média ao Primeiro parto (meses): 31
• Intervalo entre Partos (dias): 401
• Doses/semen/concepção (vacas): 2,80
• Doses/semen/concepção (novilhas): 2
to da indústria como os maio-
res gargalos da pecuária leiteira.
Segundo ele, é preciso um amad-
urecimento do mercado e uma
maior conscientização sobre a
forma de pagamento e formação
do preço do leite. “É inconce-
bível entregar um produto e não
saber exatamente quanto será
pago pelo mesmo”, comenta. So-
bre o pagamento por sólidos, ele
acredita que a indústria precisa
dar uma contra-partida maior aos
produtores, na forma de preço,
mas também de fomento à ativi-
dade.
Ainda sobre mercado, ele
acredita que a informalidade
precisa ser combatida com maior
empenho, pois compromete o de-
senvolvimento e credibilidade da
cadeia produtiva do leite como
um todo.
Outro ponto de estrangula-
mento da atividade, segundo
Felipe, é a baixa qualificação e
disponibilidade da mão-de-obra.
“A fazenda investe pesado no
treinamento de funcionários e
acredita que uma equipe de tra-
balho coesa é ponto vital em um
sistema de produção”, explica.
Sobre a comparação do leite
com as outras atividades agrí-
colas que a família desenvolve,
Felipe diz que os resultados
econômicos por área costumam
ser parecidos com os dos citrus,
mas que o trabalho exigido pelo
leite é muito maior, devido às i-
númeras variáveis que devem ser
controladas na atividade.
O futuro
Em apenas cinco anos a Fa-
zenda São Pedro passou por mu-
danças profundas em parâmetros
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Vacas Girolando Sala de ordenha
Aleitamento das bezerras Criação de bezerras
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de produtividade e otimiza-
ção da mão-de-obra. Mesmo com
uma redução na área utilizada
pelo leite e no tamanho do re-
banho, a produção aumentou sig-
nificativamente. Nesse período,
a produção por funcionário/dia
saltou de 146,6 para 335,56 li-
tros.
Vendo esses números, é im-
possível não perguntar sobre as
perspectivas futuras. Segundo
Felipe, o maior objetivo agora
é aumentar ainda mais a produ-
tividade (litros/ha), para diluir os
custos fixos. Palavra de econo-
mista!
Leilão
Em função da sua tradição
na produção de animais bem
adaptados a altas temperatu-
ras, com porte razoável, rústi-
cos e com excelentes índices
produtivos e reprodutivos, a
Fazenda São Pedro realiza anual-
mente um leilão, no qual são co-
mercializados aproximadamente
200 animais. O próximo será no
dia 22/05.
Para maiores informações,
acesse o site:
www.agromachado.com.br •
Felipe, André e Paulo Gallo
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rodu
ção
14
POR QUE ESTÃO OCORRENDO MAIS PARTOS GEMELARES?
A incidência de ovulações e gestações múltiplas tem aumentado muito nas últi-mas décadas, acompanhando o aumento na produção de leite por vaca. Estudos fei-tos no início dos anos 70 relatavam taxas de dupla ovulação variando entre 5 e 13%, e taxas de gestações gemelares entre 1 e 5%. Estudos recentes, com vacas de alta produção, têm relatado taxas de dupla ovu-
lação de 18 a 25%, e taxas de gestações ge-melares da ordem de 5 a 15%. Trata-se de um tema interessante, pois a grande maio-ria dos nascimentos múltiplos em bovinos são provenientes de ovulações múltiplas. Nesse artigo, apresentaremos uma série de perguntas e respostas relacionadas a este assunto obtidas em um experimento con-duzido na Universidade de Wisconsin.
Dr. Hernando LopezDiretor Contas Chave América Latina ABS Globalhlopez@absglobal.com
Como foi o estudo?
O estudo avaliou 267 vacas da raça Holandesa
mantidas em sistema ‘free stall’ e alimentadas com
uma ração balanceada de mistura total. As vacas
foram ordenhadas duas vezes ao dia e a quantidade
de leite produzida (em kg) foi registrada a cada or-
denha. Coletas de sangue e exames de ultrassono-
grafia foram realizados semanalmente após o parto.
As ultrassonografias tiveram o objetivo de deter-
minar quando ocorreu a primeira ovulação após o
parto e se esta foi simples ou dupla (de um ou dois
folículos). No total, foram avaliadas 504 ovulações
espontâneas (sem tratamento hormonal). Além dis-
so, foi realizada a detecção de cio 24 horas por dia,
utilizando um sistema de radiotelemetria comer-
cialmente conhecido como HeatWatch® (Figura 1).
Qual foi a relação entre o nível de produção de
leite e de ovulações múltiplas?
Segundo a avaliação dos níveis de progesterona
e das ultrassonografias foi observado que, aos 71
Figura 1
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
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dias em leite (DEL), 28,5% das
vacas ainda não estavam ciclando
(anovulares), enquanto 71,5% já
apresentavam atividade cíclica.
No grupo de vacas cíclicas, a in-
cidência geral de dupla ovulação
foi de 22,4%, e foi diretamente
relacionada ao nível de produção
de leite.
A Figura 2 mostra que a in-
cidência de dupla ovulação foi
baixa (menos de 7%) para as va-
cas que produziram menos de
40 kg de leite por dia. Quando a
produção de leite foi maior que
40 kg por dia, a incidência de du-
pla ovulação aumentou para 25%,
sendo que para as vacas que pro-
duziram mais de 50 kg por dia, o
índice ultrapassou os 50%.
Houve diferença entre o
número de partos?
A Figura 3 mostra os resulta-
dos de uma análise detalhada, na
qual foram avaliados os fatores
que podem estar relacionados a
uma dupla ovulação, incluindo o
número de dias pós-parto e o DEL.
Em geral, as chances para que
uma vaca tenha dupla ovulação
irá aumentar à medida em que
se aumenta a produção de leite,
tanto para as vacas de primeira
lactação como para multíparas.
Aparentemente, as vacas mais
velhas parecem ter uma taxa de
dupla ovulação ligeiramente mais
alta.
Qual foi a incidência de partos
gemelares?
Nem todas as vacas que ti-
veram dupla ovulação apresenta-
ram partos gemelares. Embora a
taxa de dupla ovulação tenha sido
superior a 20%, a taxa de gêmeos
foi de apenas 7%. Novos estudos
devem ser realizados para en-
tender se isso ocorreu devido a
uma diferença de fertilização (de
somente um dos oócitos), e para
elucidar outras questões impor-
tantes, como o fato de que al-
gumas vacas com gestação múlti-
pla perderam um dos embriões e
pariram apenas um bezerro.
Como foi a expressão de cio?
As vacas que tiveram dupla
ovulação expressaram cios mais
curtos do que aquelas com ovu-
lação única. A duração do cio (a
partir do primeiro até o último
evento de monta) de vacas com
ovulação única foi de 9,8 horas,
enquanto aquelas com dupla
ovulação manifestaram cio por
apenas 4 horas. Essa observação
deveu-se ao fato de que as altas
produtoras (que tiveram mais du-
plas ovulações) mostraram cios
mais curtos, devido a uma rela-
ção negativa entre a produção
de leite e a duração do cio. Em
nosso estudo, as vacas com ovu-
lação simples apresentaram uma
menor produção de leite (<40 kg)
que aquelas com dupla ovula-
ção (>40 kg) (Tabela 1).
Qual é a relação entre o nível
de produção de leite e de dupla
ovulação?
A razão pela qual as vacas
apresentam duas ovulações é que
dois folículos crescem até um ta-
manho de “folículo dominante”.
Os níveis circulantes de proges-
terona parecem ser decisivos
para determinar se uma vaca irá
desenvolver um ou dois folículos
dominantes.
Geralmente, baixos níveis de
progesterona promovem o desen-
volvimento de mais de um folí-
culo dominante ou, neste caso,
co-dominante. Assim, a produção
diária de leite torna-se um im-
portante fator que determinará
se as vacas terão ovulação sim-
ples ou dupla, pois quanto maior
a produção de leite, menor será o
nível circulante de progesterona,
e maior a probabilidade da vaca
desenvolver dois folículos ovu-
latórios.
Por que vacas em primeira
lactação são menos propensas
a terem gêmeos?
A razão mais importante é que
durante a primeira lactação, em
média, as vacas produzem menos
leite que nas lactações subse-
quentes. É interessante obser-
var que vacas mais jovens e com
produção mais alta de leite têm
taxas de gestação dupla muito
semelhantes às de vacas multípa-
ras, o que mostra mais uma vez
o efeito do nível de produção de
leite sobre a incidência de ovu-
lações múltiplas, independente-
mente do número de lactações
(Figura 3).
O que se pode fazer?
Se a produção de leite está
aumentando, então é provável
que as taxas de dupla ovulação
também
e s t e -
j a m .
A s s i m ,
m a i s
c e d o
ou mais
t a r d e ,
também
aumentarão a quantidade de par-
tos gemelares.
A seguir apresentaremos al-
gumas práticas que podem ser
incorporadas ao manejo dos re-
banhos, visando à redução de
problemas decorrentes dos par-
tos gemelares:
• Rotineiramente, avalie
a existência de gestações geme-
lares durante a revisão do médico
veterinário. De forma alterna-
tiva, identifique as vacas mais
produtivas e avalie a existência
de gestações gemelares nessas
vacas. As vacas que têm gêmeos
apresentam um risco maior de
distocia do que aquelas que pa-
rem só um bezerro, devido a
problemas óbvios de acomoda-
ção. Portanto, um diagnóstico
prévio de prenhez gemelar é
valioso no sentido de alertar os
produtores sobre as vacas que
são mais propensas a enfrentar
problemas durante o parto.
• Ajuste as rações das va-
cas gestantes de gêmeos antes do
parto, porque esses animais têm
requisitos de energia mais eleva-
dos ao final da gestação.
• Crie um sistema de mo-
nitoramento para tratar as vacas
que pariram gêmeos a fim reduzir
os problemas causados por nasci-
mentos de dois bezerros. •
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rodu
ção
16
Tabela 1. Características do cio, estruturas ovarianas, concentrações de estra-diol e produção de leite para vacas que ovularam um ou dois folículos
Ovulação simples
Ovulação dupla
P
Duração do cio, h. 4.0 ± 1.0 9.8 ± 0.9 0.004
Vol. folicular, mm3 4136 ± 123 3085 ± 110 <0.01
Estradiol, pg/ml 5.5 ± 0.3 7.8 ± 0.4 0.005
Prod. Leite, Kg/d 49.9 ± 0.8 39.9 ± 1.0 <0.01
Dias pós-parto, d 90 ± 8 97 ± 3 0.40
Nut
rição
18
FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA E PROTEÍNA PARA BOVINOS LEITEIROS
Flávio Augusto Portela SantosProfessor do Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ
Junio Cesar MartinezDoutor em Ciência Animal e Pastagens pelo Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ
Dando continuidade ao assunto iniciado na e-
dição passada, nesse número, apresentaremos mais
três sub-produtos que podem ser utilizados como
fontes alternativas de energia ou proteína para
bovinos leiteiros, visando à redução nos custos da
dieta. Vale salientar novamente que a avaliação
de custo x benefício, bem como a análise da com-
posição bromatológica das fontes a serem utiliza-
das, é fundamental para garantir a lucratividade e
assegurar a saúde dos animais.
Casca de Soja
Características do produto
A produção nacional de soja vem crescendo
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
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de forma expressiva nos úl-
timos anos. As expectativas são
que o país se torne, em breve, o
maior produtor mundial de soja.
Do processamento da soja,
para extração do óleo, geram-se
dois subprodutos de grande im-
portância na alimentação de bo-
vinos: o farelo de soja e a casca
de soja. A casca passa por um
processo de tostagem, para inati-
var a enzima uréase, e posterior
moagem, para aumentar a densi-
dade do material. Cada tonelada
de soja moída para a extração do
óleo gera, em média, 183 kg de
óleo, 733 kg de farelo (48%) e 50
kg de casca (5%).
No Brasil, produz-se, princi-
palmente, o farelo de soja 46, e
não o 48%. Isso resulta em maior
adição de casca ao farelo e menor
disponibilidade de casca no mer-
cado. Mesmo assim, a estimativa
atual é que a disponibilidade de
casca no mercado gire em torno
de 1,6 milhões de toneladas, o
que coloca esse subproduto como
uma importante opção aos produ-
tores de leite.
A casca de soja é composta,
principalmente, de fibra, que
tem pouco valor na alimenta-
ção humana e no uso industrial.
No entanto,
suas caracte-
rísticas físi-
co-químicas,
a facilidade
de aquisição
em algumas
regiões e seu
preço compe-
titivo fazem
da casca de
soja um alimento interessante
para o gado leiteiro. Além do
que, pode contribuir para um
ambiente ruminal mais favorável
para a digestão de fibra e menor
risco de acidose. Alternativa-
mente, a casca de soja pode ser
usada como uma fonte de fibra,
em substituição parcial ao volu-
moso.
Em parte, o valor nutricional
da casca de soja para ruminantes
é determinado pela natureza
química da casca. Como para
muitos outros subprodutos, a
composição química da casca de
soja varia muito entre as indús-
trias processadoras.
A fração fibrosa da casca de
NutrienteConcentração (% da matéria seca)
1 2 CV DP
Matéria Seca 90,9
Proteína Bruta 13,9 11,8 9,8 1,1
Extrato Etéreo 2,7 2,5 35,7 0,9
Matéria Mineral 4,8 5,33 10,0 0,54
FDN 60,3 64,4 5,9 3,8
FDA 44,6 46,6 6,2 2,9
Carboidratos não estruturais6 5,3 16,1 19,5 3,1
NDT7 67,3 62,4 7,1 4,5
Energia Líquida de Lactação8 1,46 1,43 8,2 0,05
Energia Líquida de Manutenção 1,58 1,41 11,0 0,07
Energia Líquida de Ganho 0,98 0,84 17,1 0,06
Lignina 2,5 3,7 46,5 1,7
Proteína não degradável (% PB) 39,9 11,0 12,7 0,2
Proteína solúvel (% PB) 22,5 17,8 3,5 0,71 - NRC (2001); 2 – Hinders (2000);
Tabela 1. Composição bromatológica da casca de soja, segundo várias fontes
Casca de soja
soja, que contém relativa-
mente grande quantidade de ce-
lulose (aproximadamente 43% da
MS) e hemicelulose (aproximada-
mente 18% da MS), é muito pouco
lignificada (1,4 a 4,3%). O teor de
amido tem variado de 0 a 9,4%,
com valores médios de 3,6%, e os
teores médios de pectina têm se
situado em torno de 12,8% da MS.
Outras características podem ser
observadas na Tabela 1.
O valor nutricional da casca
de soja é afetado pela taxa com
que é digerida no rúmen e pela
taxa com que ela passa do rúmen
para os outros com-
partimentos do trato
gastrintestinal. Dados
de experimentos in
situ e in vitro mostram
que os microrganismos
ruminais são capazes
de fermentar exten-
sivamente a casca de
soja. Em sete de cinco
estudos, a fração fibra
em detergente neutro
(FDN) da casca de soja
foi fermentada com
uma taxa média de
5,6%/h, e, em quatro
estudos, o desapareci-
mento de FDN foi em
torno de 90%, após 96
horas de incubação.
Desempenho de vacas leiteiras
alimentadas com casca de soja
Avaliando-se o desempenho
de vacas leiteiras e a substitu-
ição do milho pela casca de soja,
em 13 de 15 estudos, não houve
diferença no consumo de animais
alimentados com dietas controle,
comparados àqueles que rece-
beram casca de soja. A correla-
ção entre produção de leite e a
porcentagem de casca de soja na
dieta, em 10 estudos, foi baixa e
não significativa. O teor de gor-
dura do leite não se correlacio-
nou com a concentração de casca
de soja na dieta, ou com o teor
de FDN proveniente da casca de
soja, em 10 dos estudos revisa-
dos.
A substituição de grão de
cereais por casca de soja diminu-
iu o teor de proteína do leite.
Essa resposta pode parcialmente
ser explicada pelo baixo teor de
carboidratos não estruturais em
dietas que contém altos níveis de
casca de soja, podendo limitar a
síntese de proteína microbiana
no rúmen.
Embora a substituição parcial
Nut
rição
20
TratamentosEPM
Pr>F
CS0 CS10 CS20 linear desvio
Leite (kg/d) 28,21 28,28 28,51 0,2602 0,414 0,812
LCG 3,5 (kg/d) 28,20 28,40 28,85 0,2707 0,097 0,692
IMS (kg/an./d) 23,53 21,76 23,22 2,0560 0,924 0,588
Composição do Leite
Gordura (%) 3,53 3,51 3,57 0,0333 0,466 0,265
Gordura (kg/d) 0,98 0,99 1,02 0,0117 0,047 0,538
Proteína (%) 3,09 3,09 3,07 0,0101 0,188 0,781
Proteína (kg/d) 0,86 0,86 0,86 0,0090 0,737 0,855
Lactose (%) 4,32 4,33 4,33 0,0094 0,554 0,472
Lactose (kg/d) 1.22 1.23 1.23 0.0120 0.458 0.963
Sólidos totais (%) 11,79 11,83 11,87 0,0406 0,183 0,998
Sólidos totais (kg/d) 3,32 3,33 3,37 0,0318 0,221 0,821
NUL (mg/dL) 16,67 15,95 15,83 0.1311 0,0001 0,067
CS 0= 20% milho moído finoCS 10= 10% milho moído fino + 10% casca de sojaCS 20 = 20% casca de sojaPr>F= probabilidade de haver efeito significativo entre os tratamentos (análise de contrastes)EPM= erro padrão da médiaLCG 3,5= leite corrigido para teor de gordura igual a 3,5%IMS= ingestão de matéria secaNUL= nitrogênio uréico no leite
Tabela 2. Substituição de milho moído fino por casca de soja
Fonte: Pedroso et al. (2004)
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
21
TratamentosEPM
P = F
MFPC MGPC MFCS MGCS GR FN GR x FN
Leite (kg/d) 24,61 24,62 25,45 24,89 0,40 0,91 0,98 0,42
LCG 3,5 (kg/d) 24,22 25,32 25,82 24,91 0,60 0,57 0,77 0,28
IMS (kg/an./d) 19,14 18,40 18,16 19,71 0,70 0,57 0,82 0,43
Composição do Leite
Gordura (%) 3,42 3,62 3,61 3,55 0,10 0,35 0,21 0,55
Gordura (kg/d) 0,84 0,90 0,91 0,87 0,03 0,51 0,67 0,33
Proteína (%) 3,00 3,02 3,06 3,00 0,02 0,49 0,31 0,33
Proteína (kg/d) 0,73 0,74 0,76 0,73 0,74 0,95 0,82 0,24
Lactose (%) 4,45 4,46 4,46 4,46 0,04 0,75 0,36 0,99
Lactose (kg/d) 1,09 1,11 1,14 1,11 0,02 0,81 0,83 0,51
Sólidos totais (%) 11,80 12,04 12,06 11,94 0,13 0,43 0,44 0,49
Sólidos totais (kg/d) 2,88 2,98 3,05 2,94 0,05 0,70 0,91 0,24
NUL (mg/dL) 17,24 15,96 16,93 16,41 0,41 0,11 0,67 0,14
Parâmetros sanguíneos
NUP (mg/dL) 16,70 16,01 16,17 16,64 0,72 0,87 0,94 0,86
Glicose (mg/dL) 53,40 53,82 53,40 53,50 0,66 0,79 0,77 0,01
MFPC= milho moído fino + polpa cítrica; MGPC= milho moído grosso + polpa cítrica; MFCS= milho moído fino + casca de soja; MGCS= milho moído grosso + casca de soja; P=F= probabilidade de haver efeito significativo entre os tratamentos; EPM= erro padrão da média; GR= efeito de granulometria (milho moído fino vs. moído grosso); FN= efeito de fonte (polpa cítrica vs. casca de soja); GRxFN= efeito da interação granulometria x fonte; LCG 3,5= leite corrigido para teor de gordura igual a 3,5%; IMS= ingestão de matéria seca; NUL= nitrogênio uréico no leite; NUP= nitrogênio uréico no plasma.
Fonte: Carmo et al., 2004.
Tabela 3. Graus de moagem do milho e fonte de subproduto para vacas leiteiras
ou total do milho moído fino
por casca de soja possa não afetar
o consumo e a produção de leite,
estudos têm demonstrado que a
eficiência alimentar (LCG 3,5%/
CMS) foi maior nas dietas con-
tendo casca de soja, conforme
apresentado na Tabela 2. Esses
dados mostram a possibilidade
de redução nos custos de alimen-
tação de vacas de bom potencial
de produção, com a substituição
parcial ou total do milho por cas-
ca de soja, em dietas contendo
silagem de milho como volumoso
e polpa cítrica como concentrado
energético.
A casca de soja, quando in-
cluída em dietas contendo sila-
gem de milho como volumoso,
em substituição à polpa cítrica
peletizada, apresentou valor nu-
tricional similar ao da polpa cítri-
ca, conforme pode ser observado
na Tabela 3.
Farelo de Glúten de Milho-21
(Refinasil ou Promill)
Características do produto
O FGM-21 é um subproduto da
indústria, à base de milho, ba-
sicamente, amido e adoçantes,
conhecido pelos nomes comerci-
ais de Refinazil® ou Promill®. É
obtido pela separação e secagem
das fibras dos grãos de milho du-
rante o processo de moagem
Nut
rição
22
Nutriente Milho FMG úmido* FGM seco*
MS, % 88 42-44 90-92
Proteína Bruta (PB), % 10,1 14-22 21-22
ELM, Mcal/Kg 2,25 2,11-2,18 1,92
ELG, Mcal/Kg 1,54 1,43 1,25
NDT, % 90 90 78
Gordura, % 4,2 3-5 2-3,3
FDN, % 10,8 - -
Amido, % 72 26 18
Cinzas, % 1,4 7,2-9 7-7,2
Cálcio, % 0,02 0,10 0,10-0,20
Fósforo, % 0,35 0,45-1 0,80-1
Potássio, % 0,37 0,90-1,60 1,30-1,50
Magnésio, % 0,13 0,15-0,50 0,42-0,50
Sódio, % 0,02 0,20 0,12
Enxofre, % 0,14 0,35-0,40 0,16-0,30
Cobalto, ppm 0,04 - 0,09
Cobre, ppm 4 6 6-9,9
Ferro, ppm 26 41-165 165-304
Manganês, ppm 6 12-26 22-26
Zinco, ppm 16 45-114 88-114
Fonte: *Blasi, et al. (2001); *NRC(1996)
Tabela 4. Comparação nutricional entre milho e refinasil
úmida do cereal. Tecnica-
mente, é o que sobra do grão
de milho, após a extração da
maior parte do amido, glúten e
germe, pelos processos de moa-
gem e separação, empregados na
produção de amido e xarope de
milho, sendo 2/3 de conteúdo fi-
broso e 1/3 de licor concentrado
de maceração. O rendimento na
produção de FGM-21 é estimado
em 11% do material original que
chega na indústria.
Nos EUA e Europa, o FGM-21 é
comercializado na forma úmida,
apresentando cerca de 42% de
matéria seca (MS), ou na forma
seca, com 90-92% de MS. O FGM-
21 úmido tem sua utilização res-
trita às proximidades das fontes
produtoras, devido ao custo do
frete. No Brasil, comercializa-
se, principalmente, o FGM-21
na forma seca, entretanto, esse
subproduto passou a ser co-
mercializado também na forma
úmida, no país, recentemente.
A produção anual de FGM-21 gira
em torno de 230 mil toneladas.
A Tabela 4 apresenta uma com-
paração entre as composições nu-
tricionais do milho com o FGM-21,
úmido e seco. A composição final
do subproduto pode variar em
função das condições de cada in-
dústria, de forma que sempre se
recomenda a análise dos teores
Refinasil
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
11
nutricionais do FGM-21 antes
de sua utilização.
O FGM-21 pode ser utilizado
tanto como fonte de energia,
como de proteína. Normalmente,
quando incluído na dieta de va-
cas leiteiras, o FGM-21 substitui
parte do cereal, na maior parte
dos casos, o milho, e também
permite reduzir a dose de suple-
mentos protéicos, como farelo de
soja, farelo de algodão e uréia.
A proteína do FGM-21 é bastante
degradável no rúmen. A fração de
proteína não degradável no rú-
men é pequena e deficiente em
lisina.
Em função de suas carac-
terísticas – pobre em gordura e
amido e bastante rico em fibra
altamente digestível –, o FGM-21
constitui-se em uma ótima alter-
nativa para inclusão em dietas
baseadas em grãos e silagem de
milho. Por apresentar concen-
trações mais elevadas de FDA e
FDN do que os grãos de cereais,
a utilização do FGM-21 pode le-
vantar questões sobre a concen-
tração energética e limitações ao
consumo das dietas. Contudo, os
teores reduzidos de amido e e-
levados de fibra digestível podem
ajudar a manter o pH ruminal em
patamares mais desejáveis, oti-
mizando a digestão da fibra, o
que pode compensar possíveis
diferenças na digestibilidade to-
tal das dietas.
Desempenho de vacas leiteiras
alimentadas com Refinasil
Cinco estudos foram encon-
trados em que o FGM-21 (úmido
TratamentoEPM
Pr>F
Milho FGM50 FGM100 linear desvio
CMS (kg/d) 21.03 22.32 20.22 0.820 0.558 0.2336
Leite (kg/d) 25.17 24.91 24.55 0.030 0.149 0.8900
LCG 3,5 (kg/d) 25.23 25.31 25.47 0.410 0.668 0.9430
Composição do Leite
Gordura (%) 3.52 3.60 3.74 0.076 0.074 0.6780
Gordura (kg/d) 0.88 0.88 0.91 0.022 0.486 0.4490
Proteína (%) 3.05 2.99 3.00 0,012 0,004 0,0170
Proteína (kg/d) 0.76 0.73 0.73 0.008 0,026 0,2030
Lactose (%) 4.40 4.34 4.35 0.011 0,002 0,0190
Lactose (kg/d) 1.11 1.09 1.08 0.014 0.225 0.6200
Sólidos totais (%) 11.85 11.82 11.92 0.075 0.704 0.4430
Sólidos totais (kg/d) 2.98 2.94 2.92 0.040 0.328 0.8410
FGM50 – substituição de 50% do milho; FGM100 – substituição de 100 do milho moído fino.
Tabela 5. Substituição do milho por FGM para vacas leiteiras confinadas
Font
e: P
edro
so e
t al
, 20
03
VariáveisTratamentos
Média EPM1 P2
T0 T25 T50 T75
Produção de leite (kg) 12,41 12,64 12,36 12,20 12,41 0,23 0,58
Prod. leite 3,5% (kg) 12,28 12,51 12,17 12,26 12,30 0,23 0,73
Gordura (%) 3,50 3,50 3,47 3,60 3,52 0,07 0,67
Gordura (kg) 0,425 0,434 0,420 0,430 0,427 0,09 0,72
Proteína (%) 3,30 3,31 3,31 3,35 3,32 0,27 0,55
Proteína (kg) 0,396 0,407 0,395 0,398 0,400 0,08 0,70
Lactose (%) 4,26 4,22 4,25 4,20 4,23 0,02 0,13
Lactose (kg) 0,530 0,537 0,526 0,516 0,527 0,01 0,51
Sólidos totais (%) 11,94 11,86 11,88 11,96 11,91 0,07 0,78
Sólidos totais (kg) 1,463 1,490 1,450 1,448 1,462 0,27 0,68
Extrato seco desengord. (%) 7,56 7,53 7,56 7,55 7,55 0,29 0,85
Extrato seco desengord. (kg) 0,927 0,845 0,922 0,914 0,902 0,02 0,65
Relação gordura/proteína 1,07 1,06 1,05 1,07 1,06 0,02 0,88
Cont. de cel. somát. (x1000) 269,1 345,7 265,0 271,8 278,9 37,5 0,34
Uréia (%) 14,34 13,92 14,20 14,00 14,11 0,22 0,52
Relação leite/concentrado 1,97 2,00 1,96 1,93 1,96 0,03 0,58
Relação LCG/concentrado 1,95 1,98 1,93 1,94 1,97 0,03 0,73
1 – Erro padrão da média; 2 – Probabilidade.
Tabela 6. Substituição do milho por FGM-21 para vacas leiteiras mantidas em pastagens
Font
e: M
arti
nez
et a
l.,
(dad
os n
ão p
ublic
ados
)
Nut
rição
24
11
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
25
ou seco) substituiu apenas o
concentrado, sendo incluído nas
do-ses entre 10 a 40% da MS das
dietas. O consumo não foi afetado
pelo FGM-21 em três estudos, foi
aumentado em um e reduzido em
um. A produção de leite corrigido
para gordura não foi alterada em
dois dos estudos, aumentou em
dois e diminuiu em um deles.
No estudo em que houve efeito
negativo na produção de leite,
este ocorreu apenas na compara-
ção na qual o FGM-21 foi incluído
em dose alta na dieta (40% da
MS). Nesse caso, também houve
redução no CMS.
Por outro lado, foram encon-
trados 6 estudos em que o FGM-
21 substituiu parte do volumoso e
parte do concentrado, sem efeito
no consumo e na produção de
leite corrigido para gordura em 5
dos estudos. Em apenas um estu-
do, houve aumento no consumo e
produção de leite corrigido para
gordura.
Estudos conduzidos recente-
mente no Departamento de Zoo-
tecnia da ESALQ, com vacas ali-
mentadas com silagem de milho
(Tabela 5), ou mantidas em pas-
tagens de capim elefante, mane-
jadas intensivamente (Tabela 6),
resultaram em dados concor-
dantes com os acima citados.
Nota-se que o consumo, a
produção de leite e de leite cor-
rigido para gordura não foram
alterados pelos tratamentos. A
substituição do milho por FGM-
21 resultou em aumento linear
no teor de gordura e redução no
teor de proteína do leite. O au-
mento no teor de gordura do leite
pode ser explicado por um efeito
conjunto de redução no teor de
amido e aumento no teor de fi-
bra da dieta. Da mesma maneira,
a redução no teor de amido da
dieta pode explicar em parte a
redução no teor de proteína do
leite. Pela Tabela 5, podemos
concluir que vacas leiteiras, com
produção ao redor de 25 kg de
leite/d, quando alimentadas com
silagem de milho, podem rece-
ber concentrado contendo polpa
cítrica e FGM-21 em partes iguais
e sem milho, sem que haja queda
no consumo e produção de leite.
Essa prática permite reduzir os
custos de alimentação das va-
cas, especialmente durante a
entresafra do milho, quando o
custo do grão é elevado e dos
subprodutos é baixo.
Pode-se concluir, então, que
o FGM-21, tanto na forma úmida,
como seca, quando utilizado em
substituição parcial ao concen-
trado ou ao concentrado e volu-
moso, não tem grande efeito no
desempenho de vacas leiteiras
e pode se constituir em uma al-
ternativa de custo vantajoso em
relação à mistura milho mais
farelo de soja.
Farelo de Trigo
Características do produto
Da produção da farinha de tri-
go para consumo humano resul-
tam vários subprodutos, dentre
eles o farelo, o gérmen e frações
de aleurona do grão. Todos esses
subprodutos são adequados para
a alimentação animal, porém
apenas o farelo de trigo tem im-
portância comercial no Brasil. De
cada tonelada de trigo processa-
do, 70 a 75% são convertidos em
farinha, e o restante, 25 a 30%,
é transformado em subproduto,
com uso potencial na alimenta-
ção animal.
Como o objetivo do processa-
mento industrial é obter a farinha
– esta basicamente constituída
por amido –, o farelo de trigo
concentra quase a totalidade
dos minerais e vitaminas dos
grãos, com teores relativamente
constantes.
A Tabela 7 apresenta a com-
posição bromatológica do farelo
de trigo. Sua proteína apresenta
alta degradabilidade, e o alimen-
to, como um todo, apresenta alta
degradabilidade inicial, quan-
do comparado com outros sub-
produtos. Sua fibra apresenta
efetividade mediana, quando
comparada com as forragens,
porém mais alta que a maioria
das fibras dos alimentos concen-
trados.
Desempenho de vacas
leiteiras alimentadas
com farelo de trigo
A literatura é carente em da-
dos de comparação do farelo de
trigo com outras fontes energé-
ticas, especialmente o milho.
Apesar de ser grandemente
usado na alimentação de gado
de corte, a quantidade de farelo
de trigo que pode ser usada nas
rações de vacas leiteiras ainda
não está totalmente definida.
Freqüentemente, a quantidade
usada é limitada a ¼ do con-
centrado, por questões ligadas à
palatabilidade e ao desempenho
animal. Com relação à palatabili-
dade, a peletização ameniza esse
problema em misturas com altas
quantidades de farelo de trigo.
Por causa da alta digestibili-
dade, o farelo de trigo tem sido
usado, principalmente, para
substituir grãos de cereais. É co-
mumente utilizado como fonte
de energia e proteína em concen-
trados comerciais para vacas em
lactação. A energia contida no
farelo de trigo é similar à contida
nos grãos, entretanto, a energia
está na forma de fibra digestível,
e não na forma de amido. A pro-
teína bruta do farelo de trigo é
extensivamente degradada rú-
men e promove poucos aminoáci-
dos para o abomaso em relação a
outras fontes de subprodutos de
alta energia. Entretanto, a apa-
rente baixa energia contida no
farelo de trigo, comparado com o
milho, era contrabalançada pela
variação benéfica na ingestão de
Nutriente NRC (2001) Blasi et al (1998)
Matéria seca 89,3 88,3
Proteína bruta 18,5 18,13
Proteína não degradável (% PB) 20,7 -
Proteína degradável (% PB) 79,3 -
Extrato Etéreo 4,5 3,7
FDN 36,7 39,7
FDA 12,1 13,54
Celulose (FDA – Lignina) 7,9 -
Hemicelulose (FDN – FDA) 24,6 -
Lignina 4,2 -
Carboidratos não estruturais5 35,6 -
Amido - 25,65
NDT6 73,3 73,0
Energia Líquida de Lactação7 1,67 -
Energia Líquida de Manutenção 1,80 -
Energia Líquida de Ganho 1,18 -
Matéria Mineral 5,0 5,18
Ca 0,16 0,131
P 1,02 1,07
Mg 0,42 0,50
K 1,38 1,34
Cl 0,10 -
Na 0,03 0,035
S 0,18 0,21
Cu (mg/kg) 10 12,95
Fe (mg/kg) 158 140
Mn (mg/kg) 125 158
Se (mg/kg) 0,46 9
Zn (mg/kg) 91 83
Tabela 7. Composição bromatológica média do farelo de trigo
Nut
rição
26
Tabela 8. Desempenho de vacas leiteiras recebendo farelo de trigo na dieta
TratamentosEPM
Pr>F
TRG0 TRG10 TRG20 linear desvio
Leite (kg/d) 31.88 32.19 30.87 0.2615 0.0088 0.0152
LCG 3,5 (kg/d) 27.91 27.89 26.52 0.4015 0.0185 0.1803
IMS (kg/an./d) 21.23 23.03 22.34 0.2850 0.1101 0.0697
Composição do Leite
Gordura (%) 2.70 2.75 2.60 0.0410 0.0906 0.0655
Gordura (kg/d) 0.86 0.88 0.81 0.0181 0.0460 0.0449
Proteína (%) 3.07 3.09 3.06 0.0199 0.8680 0.2927
Proteína (kg/d) 0.98 0.97 0.94 0.0114 0.0126 0.2748
Lactose (%) 4.47 4.45 4.44 0.0165 0.1510 0.7710
Lactose (kg/d) 1.43 1.44 1.37 0.0140 0.0063 0.0431
Sólidos totais (%) 11.21 11.24 11.10 0.0734 0.2852 0.3336
Sólidos totais (kg/d) 3.60 3.58 3.42 0.0437 0.0045 0.1899
NUL (mg/dL) 14.57 15.02 15.34 0.2020 0.0097 0.7901 Font
e: P
edro
so e
t al
. (2
005)
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
27
forragem e/ou digestibilidade.
O consumo de vacas alimen-
tadas com farelo de trigo, em
substituição ao milho, em até
60%, tende a ser igual ao obser-
vado nas dietas controle, for-
muladas com base em farelo de
soja, milho moído e silagem de
milho. Por outro lado, em relação
ao refinasil e à casca de soja, o
consumo tendeu a ser diferente.
Entretanto, quando o farelo de
trigo substituiu substancialmente
a forragem (15%), houve aumento
no consumo.
Vacas que recebem dieta com
farelo de trigo podem apresentar
maior concentração ruminal de
TRG 0= 20% milho moído finoTRG 10= 10% milho moído fino + 10% farelo de trigoTRG 20 = 20% farelo de trigoPr>F= probabilidade de haver efeito significativo entre os tratamentos
EPM= erro padrão da médiaLCG 3,5= leite corrigido para teor de gordura igual a 3,5%IMS= ingestão de matéria secaNUL= nitrogênio uréico no leite
Farelo de trigo
amônia do que aquelas ali-
mentadas com dieta alta em for-
ragem. A concentração foi sem-
pre acima de 11 mg/dL, sendo
adequado para síntese de pro-
teína microbiana e digestão do
alimento. Também, a digestibili-
dade do nitrogênio aumentou de
55 para 61,9%, quando o farelo de
trigo esteve presente na dieta.
Em substituição ao milho, a
produção de leite se manteve
inalterada com a utilização de
farelo de trigo, em até 45% do
concentrado. Quando a inclusão
foi entre 45 e 60%, a produção
de leite reduziu. Em combina-
ção com refinasil e casca de soja,
com dois níveis de farelo de trigo
na dieta, a produção de leite foi
mantida, embora o teor de gor-
dura houvesse diminuído.
O teor e a produção de gor-
dura do leite aumentaram linear-
mente, à medida que se aumen-
tou a proporção dos subprodutos
farelo de trigo, grãos destilados
e caroço de algodão, associa-
dos a diferentes níveis de milho
de alta umidade. Entretanto, a
maior percentagem de gordura
do leite foi observada quando se
forneceu dieta sem subprodutos
e com baixo teor de milho de
alta umidade. Por outro lado,
outros estudos não observaram
efeito sobre a produção e com-
posição do leite, em dieta con-
tendo 22,38% de farelo de trigo,
com igual quantidade de casca de
soja, farelo de glúten de milho ou
34,5% de milho moído. Alguns es-
tudos demonstraram tendência
para maior teor de gordura para
vacas consumindo casca de soja,
em relação ao farelo de trigo. A
lactose e os sólidos totais desen-
gordurados tendem a ser maiores
para a dieta com farelo de trigo.
Em estudo recentemente con-
duzido na ESALQ, observou-se que
a substituição dos grãos de milho
pelo farelo de trigo, em dietas de
vacas leiteiras em confinamento,
produzindo em torno de 30 kg/
leite/dia, com o nível mais alto
de inclusão, foi desvantajosa. No
entanto, no nível intermediário
de substituição, observou-se
aumento na produção de leite,
sem alteração nos parâmetros de
composição do leite. Nesse caso,
quando o custo de aquisição do
subproduto for competitivo em
relação ao milho, sua utilização
pode ser uma alternativa interes-
sante em sistemas de produção
de leite.
Quando a palatabilidade não
é problema, o farelo de trigo
pode ser incorporado facilmente
nas dietas de ruminantes, desde
que seja viável economicamente.
Porém, quando utilizado em
grandes quantidades na dieta, o
desempenho dos animais diminui.
Portanto, as vacas alimentadas
com dietas contendo grandes
quantidades de farelo de trigo
poderão ser beneficiadas de adi-
cional proteína não degradável
no rúmen, especialmente du-
rante o início da lactação. De
maneira geral, o farelo de trigo
pode constituir até 45% do con-
centrado, ou 25% da dieta, sem
afetar a produção e a composição
do leite. •
Nut
rição
24
San
idad
e
30
“CHECK-LIST” PARA CONTROLE DE MASTITE
“Check lists” ou listas de conferências podem
ser ferramentas extremamente interessantes de ge-
renciamento em uma fazenda de produção de leite.
O objetivo é revisar procedimentos ou itens impor-
tantes de processos ou programas que, muitas ve-
zes, passam despercebidos na rotina de atividades.
Infecções da glândula mamária (mastite) são
ocorrências bastante comuns em fazendas leiteiras,
e os prejuízos podem ser bem grandes quando o
problema é exacerbado. Menor produção, maior
descarte de leite, menor vida útil das vacas no re-
banho, aumento na despesa com medicamentos,
pior qualidade do leite produzido e penalizações
são exemplos de prejuízos que a mastite pode cau-
sar, quando não controlada.
O National Mastitis Council (NMC), institu-
ição global para controle de mastite e qualidade
do leite, publicou, recentemente, em seu site
www.nmconline.org uma lista completa de con-
ferência ou “check-list” para um programa de
controle de mastite. Segue abaixo o programa de
controle de mastite recomendado pelo NMC, tra-
duzido e adaptado para as condições brasileiras.
1. Estabelecimento de metas para saúde
do úbere
• Estabeleça metas realísticas para contagem
de células somáticas (CCS) e taxa de mastite
clínica do rebanho.
• Reveja as metas periodicamente, com auxílio
de pessoas capacitadas (veterinário, gerente,
técnicos de ordenha e consultores).
• Priorize mudanças de manejo para atingir as
metas.
2. Manutenção de um ambiente limpo,
seco e confortável
• Garanta o adequado uso das camas de free-
stall, assegurando o correto dimensionamento
e design, e forneça espaço adequado para o
número de vacas nos piquetes.
• Mantenha baias e piquetes limpos, secos e con-
fortáveis.
• Mantenhas as áreas de tráfego das vacas limpas
e secas.
• Certifique-se de que o sistema de ventilação
está funcionando adequadamente.
Euler RabeloMédico veterinárioPhD em Nutrição AnimalCoordenador da pós-graduação em Pecuária leiteira do ReHAgro
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
31
• Certifique-se de que vacas a
pasto tenham áreas de des-
canso sem excesso de con-
taminação.
• Controle influências ambi-
entais prejudiciais (estresse
calórico, fuga de corrente
elétrica, etc...)
• Certifique-se de que as vacas
permaneçam em pé depois
da ordenha (forneça alimen-
to fresco e água).
3. Procedimentos adequados de
ordenha
• Examine os primeiros jatos
de leite para a detecção pre-
coce de mastite clínica e a
descida apropriada do leite.
• Certifique-se de que as tetas
estão limpas e secas antes da
ordenha.
• Aplique um desinfetante
pré-ordenha (pré-dipping),
cobrindo completamente a
pele do teto e deixe que o
mesmo permaneça por, pelo
menos, 30 segundos.
• Seque as tetas utili-
zando um papel toalha
ou um pano adequada-
mente lavado e desin-
fetado para uso único e
exclusivo de cada vaca.
• Use luvas limpas e des-
cartáveis durante a
ordenha para limitar a
propagação de mastite
contagiosa.
• Coloque o conjunto de
ordenha em até 90 se-
gundos após o início
da preparação e nivele
o conjunto de ordenha em
relação ao úbere.
• Ajuste o conjunto durante
a ordenha para prevenir en-
trada de ar e o deslizamento
de teteiras.
• Na remoção manual do con-
junto de ordenha, evite que
ocorra gotejamento de leite
pela teteira e desligue o vá-
cuo do conjunto de ordenha
antes de removê-lo.
• Aplique o desinfetante de
tetos (pós-dipping) imedi-
atamente após a remoção do
conjunto de ordenha e ga-
ranta a cobertura total dos
tetos.
• Os desinfetantes de tetos
devem ser selecionados com
base em dados de eficácia
documentada, que podem
• ser encontrados no site da
NMC (www.nmconline.org).
• Ordenhe por último vacas
com infecções intramamárias
contagiosas confirmadas.
4. Manutenção e uso adequado
do equipamento de ordenha
• Instale ou atualize o equipa-
mento de ordenha de acordo
com as normas ISO 5707
(“Instalações para máquina
de ordenha – Construção e
desempenho) ou de acordo
com as normas do CBQL
(Colégio Brasileiro de Quali-
dade do Leite).
• Avalie e faça a manutenção
periódica do equipamento de
ordenha, de acordo com as
recomendações do fabrican-
te e utilizando métodos de
avaliação dinâmicos e formu-
lários de registro adequados.
• Troque insufladores e outras
peças de plástico e borra-
cha regularmente, de acordo
com as recomendações do
fabricante.
• Troque imediatamente insu-
fladores e mangueiras que-
bradas ou rachadas.
• Lave e promova uma sani-
tização adequada do equi-
pamento depois de cada or-
denha.
5. Anotação e análise de dados
e eventos
• Para cada caso de mastite
clínica, anote o número da
vaca, a data da detecção,
os dias em lactação, o(s)
quarto(s) afetado(s), o núme-
ro e tipo de tratamentos, o
resultado dos tratamentos
(ex. retorno da secreção nor-
mal de leite, tempo para des-
carte de leite) e o patógeno
responsável, caso seja feita
a cultura microbiológica de
amostras de leite.
• Use um sistema manual ou in-
formatizado de análise para
gerenciar dados referentes a
CCS individual, prevalência
e incidência de mastite sub-
clínica.
6. Manejo adequado de mastite
clínica durante a lactação
• Desenvolva e programe pro-
tocolos de tratamento de
mastite clínica com a ajuda
de consultores.
• Considere, de maneira cui-
dadosa, as ramificações
econômicas de decisões rela-
cionadas a tratamentos.
• Colete uma amostra de leite,
assepticamente e pré-trata-
mento, para cultura microbi-
ológica.
• Aplique um programa te-
rapêutico apropriado: use
medicamentos de acordo
com o protocolo ou de acor-
do com a recomendação de
um veterinário.
• Antes da infusão de medica-
mentos na glândula mamária,
desinfete o teto com germi-
cida e esfregue a extremi-
dade com algodão e álcool.
• Utilize antibióticos de dose
única para infusão intrama-
mária, com inserção parcial
da cânula.
• Não trate infecções crônicas
que não respondem a trata-
mentos.
• Observe o correto período de
descarte de leite para o anti-
biótico usado, de acordo com
a bula.
• Siga as recomendações de
armazenagem de medica-
mentos e observe a data de
vencimento dos mesmos.
• Identifique, de maneira bem
visível, todas as vacas trata
San
idad
e
32
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
11
• das, e anote todos os trata-
mentos.
• Quando necessário, faça tes-
tes do leite para substâncias
inibitórias antes da comer-
cialização.
7. Manejo adequado de
vacas secas
• Seque as vacas abrupta-
mente e aplique o tratamen-
to de vaca seca imediata-
mente após a última or
denha.
• Antes da aplicação da infusão
intramamária, desinfete os
tetos e esfregue a extremi-
dade dos mesmos com al-
godão e álcool.
• Trate todos os quartos de
todas as vacas com um an-
tibiótico comercial (longa
duração) específico para o
período seco e/ou um se-
lante interno.
• Use o método de inserção
parcial da cânula nos trata-
mentos de vacas secas.
• Desinfete os tetos imediata-
mente após a infusão usando
um produto para pós-dipping
efetivo.
•Promova ali-
mentação a-
dequada das vacas
secas e fortaleça
o seu sistema
imune.
•Mantenha um
ambiente limpo,
seco e confortável
para vacas secas.
O manejo do am-
biente é impor-
tante para mini-
mizar a exposição
a patógenos.
•Em situações de
exposição muito
acentuada a pató-
genos, use um se-
lante de tetos, in-
terno ou externo, para vacas
secas, além do tratamento
com antibióticos no momen-
to da secagem.
• Em rebanhos com problemas
de mastite por coliformes,
utilize vacinas com antígeno
“core”, seguindo as reco-
mendações do fabricante.
• Apare o excesso de pelos do
úbere e flancos. O chamusca-
mento do úbere pode ser útil
para garantir a retirada dos
pelos.
8. Manutenção da biosegurança
para patógenos contagiosos e
descarte de vacas com
infecções crônicas
• Avalie dados de CCS indivi-
duais e de tanque. Antes da
compra de vacas deve ser re-
alizado um exame completo
para identificar casos de
mastite subclínica.
• Se possível, antes da compra
de animais, colete asseptica-
mente amostras de leite para
cultura microbiológica.
• Separe vacas com CCS alta,
persistente por muitos me-
ses, e observe a resposta ao
tratamento de vaca seca ou
outra terapia recomendada.
• Descarte ou segregue de ma-
neira permanente vacas in-
fectadas por Stahylococcus
aureus ou outros agentes que
não respondem a tratamen-
tos (Mycoplasma, Nocardia,
Pseudomonas ou Arcanobac-
terum pyogenes).
• Avalie a saúde do úbere de
primíparas ou novilhas pre-
nhes, pois as mesmas podem
afetar a biosegurança do re-
banho.
9. Monitoramento periódico da
saúde do úbere.
• Participe de um programa de
avaliação individual de CCS
San
idad
e
34
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
• de vacas ou use outra ferra-
menta de monitoramento de
infecções subclínicas.
• Utilize um monitor de in-
flamação, como o CMT ou
WMT, em vacas suspeitas ou
em períodos de alto risco
(ex. início de lactação).
• Monitore a distribuição de
vacas com alta CCS e as ta-
xas de mudança para alta
CCS (incidência de novos ca-
sos).
• Faça regularmente a cul-
tura microbiológica de casos
clínicos e de vacas com alta
CCS.
• Monitore a saúde de úbere do
rebanho utilizando relatórios
de softwares ou de centros
de qualidade do leite.
• Calcule periodicamente as
taxas de mastite clínica e
distribuição, com atenção
especial às infecções em
primíparas.
• Use os dados de CCS e mas-
tite clínica para avaliar pro-
tocolos e para a tomada de
decisões em relação a trata-
mentos e descartes.
10 . Revisão Periódica do
Programa de Controle de
Mastite
• Busque avaliações objetivas
de consultores em relação ao
seu programa de controle de
mastite.
• Utilize todo o time de consul-
tores de saúde de úbere dis-
ponível (veterinário, produ-
tor, gerente, ordenhadores),
para avaliar e monitorar o
programa de controle. •
Mer
cado
36
ÍNDICE DE CUSTO DE PRODUÇÃO DE LEITE EMBRAPA GADO DE LEITE
ICPLEITE/EMBRAPA) - FEVEREIRO DE 2011
Alziro Vasconcelos CarneiroAnalista da Embrapa Gado de Leite
Lorildo Aldo StockAnalista da Embrapa Gado de Leite
Carine Leite PéresEstudante de Ciências Econômicas – UFJF
O ICPLeite/Embrapa, índice que mede a varia-
ção no custo de produção do leite, apresentou au-
mento de 2,68% em fevereiro, em comparação com
janeiro de 2011. Na figura 1 é ilustrada a evolução
do Índice nos últimos 12 meses. A base, igual a 100,
refere-se ao mês de abril de 2006. No mês de feve-
reiro, o ICPLeite/Embrapa foi 158,04. Após declínio
no primeiro semestre de 2010, o ICPLeite/Embrapa
acumulado nos últimos 12 meses contabiliza au-
mento de 4,29%.
Na Tabela 1 é apresentada a estrutura de pon-
deração para o cálculo do Índice; as variações per-
centuais calculadas para o mês de fevereiro/10 e
para os últimos doze meses. A metodologia com-
pleta está disponível na edição 21 do Panorama do
Leite em http://www.cileite.com.br/panorama/
edicao21.html.
Variações do ICPLeite/Embrapa em fevereiro
de 2011
Em fevereiro o ICPLeite/Embra-
pa foi 158,04 ante 153,92 em janei-
ro de 2011, uma variação positiva
de 2,68%. Na Figura 2 é possível no-
tar que os insumos que compõem os
grupos relacionados à alimentação
do rebanho foram os itens que mais
contribuíram para o aumento do
custo. Os aumentos no preço médio
dos insumos do grupo Concentrado
foram de 4,1%, seguido do grupo Sal
mineral, com 2,6%. Vale res
Figura 1. Evolução do Índice de custo de produção de leite -ICPLeite/Embrapa- no
período de fevereiro/2010 a fevereiro/2011. Base: abr./2006 = 100.
Fonte: Embrapa Gado de Leite
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
37
saltar que esses dois grupos
tem elevada participação no pro-
cesso de ponderação do ICPLeite/
Embrapa.
No grupo Concentrado a alta
foi influenciada pelo aumento nos
preços da ração para vacas lei-
teiras, do fubá de milho e da pou-
pa cítrica. No grupo Sal mineral
foi devido à alta no preço do sal
comum. Em Produção e compra
de volumosos a alta foi devido,
principalmente, ao aumento nos
preços de insumos necessários
para produção silagem e ma-
nutenção de canaviais. No grupo
Energia e combustível a alta foi
influenciada pelo aumento nos
preços do álcool, que geralmente
ocorre no fim e no início de cada
ano, uma vez que a safra deste
combustível, geralmente, vai de
março até agosto.
Nos dois grupos que apresen-
taram deflação, em Reprodução a
queda foi influenciada por varia-
ções nos preços do sêmen e em
Sanidade, devido a ligeira varia-
ção nos preços de carrapaticidas
e bernicidas.
O grupo de insumos Qualidade
do leite não sofreu alteração em
seus preços.
Variação do ICPLeite/Embrapa
nos dois primeiros meses de
2011
O ICPLeite/Embrapa acumu-
lado nos dois primeiros meses de
2011 apresentou variação posi-
tiva de 4,3%. Como pode ser visu-
alizado na Figura 3, cinco grupos
apresentaram alta: Concentrado,
com taxa de 6,3%; Sal
Tabela 1.Estrutura de ponderação do índice do ICPLeite/Embrapa e variações percentuais de fevereiro/2011 em relação a
janeiro/2011, o acumulado no ano e o acumulado em 12 meses.
Índice geral e grupos Pesos fev/2011 Acumulado no ano
Acumulado em 12 meses
ICPLeite/Embrapa 100,0 2,68 4,29 9,10
Mão de obra 8,49 0,03 0,64 3,09
Produção e compra de volumosos 21,03 1,48 2,67 12,84
Concentrado 57,54 4,11 6,30 9,05
Sal Mineral 2,24 2,64 5,08 32,45
Sanidade 4,40 -0,26 -0,72 6,18
Qualidade do Leite 1,21 0,00 0,00 -1,12
Reprodução 1,50 -3,97 -3,53 -2,53
Energia e Combustível 3,57 0,34 0,68 -1,29
Figura 2. Variações percentuais do índice de custo de produção de leite, geral e por
grupos, no mês de fevereiro de 2011 em relação a janeiro de 2011.
mineral, 5,1%; Produção e
compra de volumosos,2,7%; En-
ergia e combustível, 0,7% e Mão
de obra, 0,6%, e dois grupos apre-
sentaram deflação: Reprodução,
com 3,5%, e Sanidade, com 0,7%.
O grupo de insumos Qualidade
do leite manteve-se estável,
não apresentando variações nos
preços.
Variação do ICPLeite/Embrapa
nos últimos 12 meses
No período dos últimos 12 me-
ses o ICPLeite/Embrapa acumula
aumento de 9,1%. É possível no-
tar na Figura 4 que o conjunto de
itens relativos a alimentação do
rebanho foram os que apresenta-
ram as maiores variações: o grupo
Sal mineral com mais de 32,5%;
Produção e compra de volumo-
sos, 12,8%; e Concentrado, 9,1%.
A alta verificada nos insumos
que formam o grupo Sal mineral
ocorreu principalmente nos in-
gredientes utilizados como fonte
de fósforo. No grupo Produção e
compra de volumosos a alta foi
devido ao aumento nos preços de
adubos e insumos utilizados para
produção silagem e manutenção
de canaviais e pastagens. No
grupo Concentrado foi devido ao
aumento nos preços dos ingre-
dientes da ração bovina, princi-
palmente milho e soja. No grupo
Sanidade, em conseqüência de
variações nos preços de medica-
mentos e vacinas de uso vete-
rinário.
Três grupos apresentaram
deflação: o grupo Reprodução,
devido a variação nos preços de
sêmen, e o grupo Energia e com-
bustível devido ao realinhamento
nos preços dos combustíveis. O
grupo Qualidade do leite man-
teve os preços dos insumos prati-
camente estáveis, com pequena
deflação nos detergentes utiliza-
dos para limpeza dos tanques de
armazenamento e equipamentos
de ordenha.•
Mer
cado
38
Figura 4. Variações percentuais do índice de custo de produção de leite, geral e por grupos,
acumulado nos últimos 12 meses (março/2010 a fevereiro/2011).
Figura 3. Variações percentuais do índice de custo de produção de leite, geral e por grupos,
acumulado em 2011 (em relação a dezembro de 2010).
Fonte: Panorama do Leite, ano 5, Nº 52, Março de 2011, uma publicação mensal de responsabilidade do Centro de Inteligência do Leite CILeite/Embrapa Gado de Leite.
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Mer
cado
40
Fonte: Panorama do Leite, ano 5, Nº 52, Março de 2011, uma publicação mensal de responsabilidade do Centro de Inteligência do Leite CILeite/Embrapa Gado de Leite.
PODER DE COMPRA DO LEITE
Alziro Vasconcelos Carneiroalziro@cnpgl.embrapa.br
Carine L. Pérese-agro@cnpgl.embrapa.br
Litros de leite necessários para comprar insumos e serviços utilizados na pecuária de leite.
Insumos/ServiçosPreço do Leite*
Dezembro/10R$ 0,72
Janeiro/11R$0,72
Fevereiro/11R$0,72
Vaca em lactação (+12 litros) 3404 3392 3403
Diarista 41 41 49
Ração para vaca em lactação (saco 50kg) 56 58 60
Farelo de algodão (saco 50kg) 54 55 55
Sal comum (saco 25 kg) 16 15 16
Neguvon 49 53 52
Tintura de iodo a 10% (litro) 36 34 36
Remédio mastite (mastilac) 7,4 7,2 7,6
Vacina Aftosa (dose) 1,9 2,0 2,0
Uréia pecuária 52 53 57
Sulfato de amônia (saco 50 kg) 54 60 59
Detergente alcalino (limpeza ordenhadeira) 35 39 38
Óleo diesel (litro) 2,7 2,7 2,7
* Preço médio do leite tipo C pago ao produtor
Res
olva
, se
pude
r
42
RESPOSTA DO CASO APRESENTADO NA ÚLTIMA EDIÇÃO
Agradecemos a todos que colaboraram com as suas respostas, especialmente:
• Hugo Barth, Zootecnista, Agropecuária Barth, Castro - PR
• Francyane V. Morais, Técnica em Agropecuária e estudante de Medicina Veterinária, Uberlândia/MG
• Candida Azevedo, Sítio do Urso, Carambeí – PR
Após uma palestra sobre criação de bezerras,
em Pompéu/MG, fui procurada por um proprietário
que estava apavorado com o índice de 25% de mor-
talidade de bezerras em sua propriedade, causada
Esse quadro será respondido pela Dra. Flávia Fontes, editora da Revista Leite Integral, pois trata-se de um case real. Segue a descrição do mesmo:
NOVO CASO CLÍNICO
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
45
principalmente por diarréias.
Em visita à fazenda, me impressionou a limpeza
do bezerreiro, dos utensílios e o zelo com que o
funcionário responsável cuidava das bezerras. Tudo
parecia funcionar perfeitamente, e eu me vi diante
de um grande desafio.
Algumas observações feitas durante a visita:
- A fazenda fazia uso de colostrômetro e banco
de colostro, sendo que apenas o colostro de alta
qualidade (verde) era congelado.
- As bezerras recebiam 2 litros de colostro no
primeiro dia de vida, sendo que as bezerras nasci-
das à noite recebiam o colostro no aleitamento da
manhã, e as que nasciam de manhã ou à tarde, no
aleitamento da tarde.
- O piso do bezerreiro era de areia de rio.
- Grande parte das bezerras iniciava com qua-
dros de diarréia nos primeiros 3 a 5 dias de vida,
e aquelas que sobreviviam apresentavam outros
episódios durante a permanência no bezerreiro.
- Foram observados também alguns quadros res-
piratórios condizentes com laringite e pneumonia.
Solução do problema:
Depois de muito pensar, minha decisão foi pas-
sar 2 dias inteiros na fazenda, observando todo o
manejo das bezerras, a fim de detectar onde estava
o “mistério” desse caso.
Vendo que tudo funcionava exatamente como
descrito pelo funcionário, observando rígidos crité-
rios de higiene, decidi desistir de procurar uma
causa única para o problema
e investir na ativação do sistema
imunológico das bezerras, para
que elas pudessem se “defender”
dos desafios ambientais de uma
forma geral.
É importante ter em mente
que, a fase inicial da vida das be-
zerras, em qualquer sistema de
criação, mesmo nos bem mane-
jados, é cercada de desafios. No
caso específico da Fazenda Mato
Grosso, acredito que a areia
utilizada como cama do bezer-
reiro, por ser de rio, apresente
uma alta carga de contamina-
ção microbiana, principalmente
por coliformes, que são respon-
sáveis pelos quadros de diarréia
nos primeiros dias de vida das
bezerras. Mas, acredito também,
que mudar toda a concepção da
instalação, retirando a areia,
provavelmente não soluciona-
ria completamente o problema,
além de causar grandes transtor-
nos e prejuízos financeiros à pro-
priedade.
Tendo como objetivo a esti-
mulação do sistema imunológico
e da sua capacidade de resposta,
a primeira mudança sugerida na
propriedade foi o fornecimento
dos dois primeiros litros de co-
lostro o mais rápido possível após
o nascimento, de preferência na
primeira hora. Foi recomendado
também um aumento na quanti-
dade total de colostro fornecida,
passando de dois para seis litros
nas primeiras 24 horas de vida
das bezerras, divididos em três
ou quatro fornecimentos. Para
aquelas que não conseguissem
ingerir todo o volume, foi reco-
mendada a ingestão forçada, por
meio de sonda naso-gástrica. Foi
sugerido também o fornecimento
de mais quatro litros de colostro
no 2º e 3º dias de vida das bezer-
ras, como forma de melhorar a
imunidade local da mucosa intes-
tinal.
Como forma de avaliar a colos-
tragem e identificar animais mal
colostrados e, por isso, mais sus-
ceptíveis a problemas de saúde,
foi sugerida a utilização do teste
do refratômetro, cuja descrição
encontra-se nessa matéria.
O fornecimento de leite, que
era de quatro litros por dia até o
desaleitamento, foi complemen-
tado com um produto comercial
que, além de aumentar a quan-
tidade de nutrientes para valores
iguais aos encontrados em seis
litros de leite, fornece ainda pro-
bióticos e prebióticos capazes de
melhorar enormemente a saúde
intestinal e estimular o sistema
imune.
No manejo das bezerras
doentes, foi recomendado, ao
primeiro sinal de apatia, redução
de apetite ou outros sintomas de
doença, o fornecimento 2 litros
de solução hidroeletrolítica para
hidratação oral, na mamadeira,
2 horas após o fornecimento de
leite. Foi sugerida a manutenção
dessa solução até o completo res-
tabelecimento da bezerra, e a
Res
olva
, se
pude
r
44
Avaliação da colostragem por meio do refratômetro
• Coletar o sangue da bezerra depois de 1 dia de nascida (desde que já tenha ingerido os 6 litros de colostro) até, no máximo, 3 dias• Anotar o número da bezerra e data da coleta.• Deixar dessorar, no suporte de isopor, por aproximadamente 7 horas• Calibrar o refratômetro com água destilada (zerar)• Secar a objetiva com papel higiênico• Pipetar o soro do tubo (cuidado para não misturar com sangue)• Colocar 1 gota na objetiva• Fazer a leitura• Fazer a anotação na planilha própria• Limpara a objetiva
Leitura
Maior que 5,5g/dl – colostragem efetivaEntre 5,4 e 5,0g/dl – colostragem moderadaAbaixo de 5,0g/dl – colostragem ineficiente
O novo caso clínico dessa edição será apresentado em nosso site.
Acesse www.revistaleiteintegral.com.br e envie sua resposta para leiteintegral@revistalei-teintegral.com.br
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
53
ingestão forçada, por meio de son-
da, quando o consumo voluntário não
for possível.
Com essas mudanças, relativamente
simples, em pouco mais de quinze dias
a realidade da fazenda já era outra. Os
quadros de doença tornaram-se menos
severos e a mortalidade caiu para va-
lores próximos de zero. O período chu-
voso, que seria a “prova de fogo” para
avaliar se as mudanças seriam real-
mente efetivas, passou sem maiores
percalços e hoje, oito meses após a im-
plantação dos novos procedimentos, a
mortalidade é de apenas 0,2%, em um
sistema que chega, nos meses de pico,
a mais de 70 partos. •
Aco
ntec
eu
46
1º WORKSHOP SOBRE STRESS TÉRMICO EM VACAS LEITEIRAS
O estresse térmico ocorre quando as vacas lei-
teiras são expostas a condições ambientais de altas
temperaturas e umidade.
A Zona “Termo Neutra” ou de Conforto de uma
vaca, situa-se entre 5 e 25º C. Entretanto, o con-
forto térmico é determinado não apenas pela tem-
peratura, mas também pela umidade relativa, mo-
vimentação do ar e radiação solar.
Quando a vaca sai da zona de conforto, seus re-
cursos normais para dissipação do calor tornam-se
menos efetivos e, na tentativa de resfriar o corpo,
ela passa a salivar e suar com maior intensidade,
mas nem sempre esses mecanismos são efetivos em
evitar um aumento da temperatura corporal. O es-
tresse térmico ocorre quando a produção de calor
da vaca, somada ao calor ambiental, se tornam
maiores que a habilidade em perder calor.
O stress térmico representa uma importante
causa de prejuízos em sistemas de produção
de leite, em conseqüência, principalmente, de
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
queda na ingestão de matéria
seca e, conseqüentemente, na
produção, acidose ruminal, de-
pressão da produção de gordura
do leite, falhas reprodutivas, pro-
blemas de casco, depressão do
sistema imunológico, mastite,
retenção de placenta, desloca-
mento de abomaso, redução do
escore de condição corporal,
dentre outras. Nos EUA estimam-
se prejuízos da ordem de US$ 897
milhões por ano em decorrência
do stress térmico.
Realizado em parceria entre
as empresas Elanco, FrontAgro
e QGN, no dia 16 de março, em
Uberlândia/MG, o 1º Workshop
sobre stress térmico em vacas
leiteiras apresentou o que há de
mais atual e relevante sobre esse
tema, reunindo grandes especia-
listas, mundialmente reconheci-
dos por seus trabalhos na área.
A Revista Leite Integral es-
teve presente no 1º Workshop
sobre stress térmico em vacas
leiteiras, realizando uma cober-
tura, em tempo real, via Twitter
(http://twitter.com//Leite_Inte-
gral). Veja abaixo alguns dados e
recomendações apresentados em
cada uma das palestras:
Consequências do stress
térmico na eficiência produtiva
e reprodutiva de vacas leiteiras
(Dr. Andrew Holloway, consultor
técnico da Elanco Animal Health
na região nordeste dos EUA)
• 8 em cada 10 vacas em
lactação apresentam tempera-
tura retal maior que 39,2º C, em
climas tropicais.
• Em estresse calórico as
taxas de respiração são superi-
ores a 80 movimentos por minu-
to, o que representa um gasto
expressivo de energia para dissi-
pação de calor, afetando negati-
vamente a produção de leite.
• O estresse calórico tam-
bém pode levar a reduções de
até 10% no consumo de matéria
seca, com conseqüente redução
na produção de leite.
• Observa-se uma redução
na expressão do cio (4,5 X 8,6
montas no verão e inverno,
respectivamente) em conseqüên-
cia do calor.
• A hipertermia pode levar
ainda à distocia fetal, aumento
na incidência de retenção de pla-
centa e qualidade reduzida do
colostro
• A evaporação (aumento
da freqüência respiratória e suor)
é, fisiologicamente, o método
mais importante de perda de ca-
lor. Entretanto, existe um grande
gasto de energia associado à
evaporação.
• Os método não-evapora-
tivos de perda de calor são: ra-
diação, condução e convecção.
• O fornecimento de som
Aco
ntec
eu
48
bra para os animais é uma for-
ma muito eficiente de reduzir a
temperatura ambiente e impedir
o ganho de calor por radiação.
• Ao contrário da radiação,
a condução necessita de contato
físico para que haja perda de
calor. Ex: cama de areia limpa e
fresca
• Outra forma de perda de
calor por condução e radiação é
molhar as vacas.
• A convecção é a remoção
de calor pela movimentação do
ar, devido à diferença entre a
temperatura da pele e do ar. Ex:
ventiladores
Mecanismos de resfriamento e
seus efeitos sobre a eficiência
produtiva e reprodutiva de va-
cas leiteiras (Dr. Israel Flamen-
baum, PhD, consultor internacio-
nal, especialista em manejo de
gado leiteiro em climas quentes)
• O calor é hoje o fator de
maior peso na perda de produção
de leite no mundo, superando in-
clusive as mastites.
• Vacas resfriadas nos últi-
mos 60 dias da gestação produzi-
ram 500 litros a mais de leite na
lactação subseqüente.
• O custo médio anual para
resfriamento de vacas em Israel é
de 50US$.
• Aumentos de apenas 5%
na produção e na eficiência nu-
tricional, em função do resfria-
mento, representam um ganho
de 145US$/vaca/ano.
Manejo reprodutivo de
vacas leiteiras de alta produção
(11.000 kg/lactação) em Israel
(Daniel Hojman, Ms.Sc.Agr.,
especialista em gado leiteiro na
SAE Afikim)
• A ineficiência reprodu-
tiva é um problema multifatorial,
com influências genéticas, bi-
ológicas, ambientais e de mane-
jo.
• A condição corporal da
vaca no momento da insemina-
ção tem influência significativa
na taxa de prenhez.
• Um correto manejo exige
que o ECC seja avaliado ao parto,
no pico de lactação, aos 200 dias
de lactação e na secagem.
• O estresse calórico re-
duz circulação em aparelho di-
gestório, útero e úbere, redu-
zindo a absorção de nutrientes e
a produção de leite.
Stress calórico em vacas
leiteiras e medidas nutricio-
nais de controle (Dr. André
Ostrensky, professor da Puc do
Paraná)
• A água é o nutriente
mais importante para vacas lei-
teiras, principalmente, quando
em stress calórico.
• Muita atenção com sila-
gem de grão úmido: dar prefe-
rência a fontes de amido de di-
gestão mais lenta para vacas em
stress calórico.
• Explorar o uso de
lipídeos, concentrar a energia,
utilizar monensina, propilenogli-
col e antioxidantes em períodos
de stress calórico.
• Atenção ao ba-
lanceamento de microminerais e
vitaminas A, D, E.
• Utilizar fontes de selênio
orgânico.
• Garantir ingestão de bi-
carbonato de sódio: 1% da IMS
para vacas em estresse calórico.
• O uso de leveduras tam-
bém pode ser considerado no
manejo para controle dos efeitos
do estresse calórico.
• Medidas de manejo para
reduzir os efeitos do stress tér-
mico sobre a ingestão de alimen-
tos: fornecimento de alimentos
frescos, aumento do número de
tratos, limpeza dos cochos, reti-
rada de sobras, conforto da área
de cocho. •
49
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
CONFIRA O RESULTADO DO 1º LEILÃO ANUAL TRUE TYPE – FAZENDA SÃO JOÃO
No dia 19 de março, aconteceu, em Inhaúma/
MG, o 1º Leilão Anual True Type - Fazenda São João.
Participaram como convidados a Fazenda Santa
Luzia, do Grupo Cabo Verde, a Fazenda Santa Maria
do Brejo Alegre, de Pedro Luis Nunes, e a Tropical
Genética.
Foram comercializadas 109 bezerras, 96 novi-
lhas prenhes e 23 vacas. O evento teve comprado-
res dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e
Pernambuco. O maior comprador do leilão foi Edu-
ardo Jorge Leucena da Silveira, do estado de Per-
nambuco.
O sucesso do Leilão pode ser avaliado pelo
faturamento total de R$ 1.307.559,00, com 100%
dos animais vendidos. O preço médio de venda foi
de R$ 5.735,00, sendo as bezerras vendidas ao preço
médio de R$ 3.942,00, as novilhas a R$ 6.690,00 e
as vacas a R$ 10.239,00.
A True Type e a Fazenda Santa Maria do Brejo
Alegre adquiriram da Tropical Genética 50% da vaca
Lindóia Fancy Paul Fundão; doadora consagrada, já
testada e comprovada na produção de embriões e
na produção de belas bezerras; que fará parte do
projeto de produção de embriões entre as três em-
presas. Trata-se de uma vaca livro fechado, com
lactação de 8.717,38 Kg em 312 dias.
A True Type – Fazenda São João já marcou o
leilão de 2012, novamente no mês de março, com
muitas novidades e surpresas, além de animais cada
vez mais apurados geneticamente. •
50
Info
rme
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licitá
rio
SELÊNIO ORGÂNICO NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES:
podemos esperar benefícios além da saúde animal?
Novas evidências de melhoria na qualidade do leite e da carne
Por Matthieu Baulez & Laurent DussertLallemand Animal Nutrition (Blagnac, França)
Pontos-chave• Devido aos baixos níveis de selênio (Se) observados na maioria dos solos, nutricionistas e demais
pequisadores indicam a suplementação deste elemento para ruminantes.• O selênio orgânico (levedura selenizada) é mais biodisponível que sua forma mineral (selenito ou
selenato) para suplementação dietética, além de ser mais eficiente em promover maior nível de Se nos tecidos ou sistemas do organismo dos animais.
• A suplementação com levedura selenizada para ruminantes promove maior concentração de antioxi-dantes nos animais, melhores índices reprodutivos, maior transferência de Se para as crias e melho-ria na saúde (decréscimos na contagem de células somáticas no leite e menores riscos de mastite)
• Decobertas recentes demonstram que animais de corte que foram suplementados com Se orgânico melhoraram a capacidade antioxidante da carne, melhor aproveitamento (menor perda por goteja-mento) e melhoria na qualidade organoléptica da mesma.
• A suplementação com levedura selenizada para vacas leiteiras aumentou o Se no leite e sua capaci-dade antioxidante, resultando em benefício à saúde humana (alimento funcional).
A suplementação com selênio (Se) é bastante di-
fundida para vacas leiteiras, gado de corte e peque-
nos ruminantes. A pesquisa científica demonstra
que há, com isso, melhoria na capacidade antioxi-
dante, na imunidade (em vacas leiteiras isso é tra-
duzido em menos casos de mastite) e na fertilidade.
A suplementação de vacas ainda melhora a trans-
ferência da imunidade passiva para os bezerros(as).
Dentre as várias fontes de Se disponíveis, a leve-
dura selenizada aparece com a melhor delas para
qualquer que seja a espécie animal, devido à sua
biodisponibilidade superior. Ela é a fonte mais efe-
tiva em melhorar o nível de selênio no sangue, no
músculo e no leite de animais suplementados.
Além da revisão dos benefícios do Se orgânico
na saúde de ruminantes, relataremos os dados mais
recentes do efeito da suplementação com levedura
selenizada nos produtos de origem animal, desta-
cando o fato de que além da saúde e desempe-
nho dos animais, o Se orgânico repercute no leite
e carne, melhorando a capacidade antioxidante e
qualidade destes e promovendo benefícios adicio-
nais para o produtor e, ainda mais importante, para
o consumidor.
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
51
Como aumentar o suprimento
de selênio?
Pesquisadores consideram
que, na maior parte do globo
terrestre, a ingestão de selênio
dietético, tanto para humanos,
quanto para animais, está abaixo
do nível para promover proteção
antioxidante. Em função do Se
entrar na cadeia alimentar so-
mente por meio de consumo de
plantas que convertam sua for-
ma inorgânica ou mineral em Se
orgânico e dos baixos níveis de
Se que são encontrados na maio-
ria dos solos da Terra (Oldfield,
2002), quantidades insuficientes
deste mineral essencial são en-
contrados em forragens e cereais.
Por isso, a maioria dos nutri-
cionistas recomenda sua suple-
mentação dietética. Duas formas
de Se suplementar estão dis-
poníveis:
• Forma mineral, como se-
lenito ou selenato de só-
dio;
• Forma orgânica, como
levedura enriquecida com
selênio, que contém o Se
ligado a aminoácidos (sele-
nometionina, selenocisteí-
na). Ao contrário da forma
mineral, a forma orgânica
é aquela encontrada em
vegetais e é prontamente
disponível para os animais
(sobre levedura seleni-
zada, veja o texto ao final
deste documento).
Inúmeros estudos demonstram
que, quando providas quanti-
dades equivalentes de selênio na
forma inorgânica ou orgânica, a
última promove maiores níveis
sanguíneos, teciduais e no leite,
provando a biodisponibilidade su-
perior da forma orgânica (Figuras
1-A e 1-B).
Qual a quantidade de selênio
que os ruminantes precisam?
Há diferenças no requerimen-
to dos animais, que foram men-
surados em experimentos e cujas
quantidades são necessárias para
que o animal atinja o desempe-
nho em condições reais, incluindo
a margem de segurança para con-
siderar a variação na ingestão de
alimento, composição do mesmo
e nível de produção que se busca.
Em 2001, o NRC (National Re-
search Council) aumentou o nível
recomendado de Se para vacas
leiteiras para 0,3 mg/kg MS in-
gerida.
Por exemplo, com base nesta
recomendação, as seguintes in-
clusões - apresentadas na tabela
Figura 1. Efeito da forma de Se suplementar (inorgânica vs. levedura selenizada) no nível de Se do animal.
B: leite – 0,3 mg/kg MS de Se suplementar por 90 dias (Weiss & Hogan, 2005).
A: músculo – 0,3 mg/kg MS de Se suplementar por 210 dias (Universidade de Padova, 2010).
a seguir - são indicadas quan-
do utilizado o Alkosel® R397
como fonte de selênio (Alkosel®
R397 contém > 2000 ppm de Se
orgânico – essencialmente como
selenometionina).
A suplementação de Vitamina
E e de selênio são normalmente
combinadas, uma vez que ambas
têm ações antioxidativas comple-
mentares: Vitamina E tem papel
de proteção das paredes celula-
res, enquanto o Se, via sistema
glutationa peroxidase, atual in-
tracelularmente.
Quais os benefícios na saúde de
vacas leiteiras e bezerros(as)?
O selênio tem papel crucial e
sistêmico no organismo animal.
Os benefícios na saúde dos ani-
mais suplementados com Se são
bastante reconhecidos:
…Melhoria da função e
resposta imune…
Em vacas em lactação, a su-
plementação com Se e vitamina
E reflete diretamente na redução
da contagem de células somáti-
cas (CCS) no leite e prevenção
da mastite subclínica. A mastite
é usualmente descrita como sen-
do a doença de maior custo na
produção leiteira (Weiss et al.,
1990).
A suplementação de vacas
leiteiras com levedura seleniza-
da pode ajudar a reduzir a CCS
no leite de maneira mais efici-
ente que o selenito, como de-
monstrado no estudo de Malbe et
al. (1995), na Figura 2.
Smith et al. (1997) correla-
cionaram o efeito do Se à capaci-
dade antioxidante do neutrófilo,
a célula imunológica circulante
que atua na resposta primária
contra patógenos. Quando esta
capacidade antioxidante é li-
mitada, o tempo de vida destas
células imunes é reduzido e a in-
fecção se estabelece ou a severi-
dade da mesma pode aumentar.
…Melhoria da função
reprodutiva…
52
Info
rme
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rio
Vacas leiteiras Bezerros(as)/Novilhos(as) Gado de corte
Estágio de crescimento ou lactação
De 6 a 8 semanas pós-parto até os 100 dias
de lactaçãoCria e recria Engorda
Inclusão (g de Alkosel/t de ração
100 - 200 g/t*(0,2 - 0,4 ppm de Se)
100 - 200 g/t*(0,2 - 0,4 ppm de Se)
50 - 150 g/t*(0,1 - 0,3 ppm de Se)
Benefícios reconhecidos da levedura selenizada
Animal: • Redução no risco
de mastite e CCS do leite;
• Redução nos casos de retenção de placenta;
• Melhor fertilidade.
Consumidor:• Aumento do Se no
leite e capacidade antioxidante.
Animal:• Melhoria na resposta
imune;• Maior desenvolvimento
muscular;• Risco reduzido de ocor-
rência de deficiências musculares (doença do músculo branco, miopatias, ...).
Animal: • Maior resistência ao
estresse.
Consumidor: • Melhoria da capaci-
dade oxidativa e qual-idade organoléptica dos cortes cárneos (coloração e maciez);
• Redução da perda por gotejamento.
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
53
o Selênio reduz a incidên-
cia de retenção de placenta: A
retenção de placenta ocorre em
9-20% dos partos nos EUA, custan-
do milhões para a indústria do
leite. Antigamente considerada
como multifatorial, a relação
entre retenção de placenta e a
deficiência de selênio e vitamina
E foi estabelecida em 1969. Até
hoje, cerca de 20 revisões bibli-
ográficas avaliaram o benefício
do selênio, vitamina E ou ambos
na diminuição da incidência de
retenção de placenta. A suple-
mentação de selênio e vitamina
E foi positiva em 2/3 dos casos.
o Selênio melhora a fer-
tilidade: Inúmeras publicações
científicas concluíram que a defi-
ciência de selênio e/ou vitamina
E tem impacto negativo na saúde
reprodutiva e desempenho de va-
cas leiteiras.
…Melhoria do nível de selênio em
bezerros(as)…
Em 2005, um estudo condu-
zido pele equipe do Dr. Bill Weiss,
da Ohio State University, EUA,
avaliou o efeito da suplemen-
tação com levedura selenizada
(Alkosel® R397) sobre o nível de
selênio no leite das vacas e no
sangue de suas crias (0,3 ppm de
Se como selenato de sódio vs. 0,3
ppm de Se como
Alkosel®).
Quando com-
parada à fonte
inorgânica de
selênio, a leve-
dura selenizada
Alkosel® R397
aumentou signi-
ficativamente o
nível de selênio
no soro sanguí-
neo das vacas,
bem como no
leite e colostro.
Também houve
efeito positivo
em transferir o
Se aos bezer-
ros, tanto na
gestação, como
também pelo alei-
tamento, com con
Figura 2. Levedura selenizada é mais efetiva que o selênio inorgânico para elevar o nível sanguíneo deste elemento e tem a capacidade de reduzir a CCS no leite (Malbe et al., 1995).
Figura 3. A levedura selenizada aumentou significativa-mente os níveis de selênio no leite e no colostro (A). A fonte orgânica de selênio ofereceu melhor transferência deste elemento para as crias, primeiro por meio da pla-centa e depois pelo colostro (B). Fonte: Weiss & Hogan, 2005.
sequente vantagem para a
saúde dos mesmos.
Além da saúde animal,
podemos esperar benefícios na
qualidade do leite e da carne?
Já vimos que a suplementa-
ção com selênio é importante
para a saúde e fertilidade, es-
pecialmente em animais de alta
produção que estão mais sujeitos
ao estresse oxidativo. Os mesmos
benefícios podem ser observados
com maior qualidade para o con-
sumidor. De fato, inúmeros estu-
dos científicos demonstram que
a suplementação com levedura
selenizada leva ao aumento nos
níveis de Se, consequentemente,
aumento da capacidade anti-
oxidante dos produtos de origem
animal: leite e carne.
Considerando que os pesqui-
sadores creem que o Se de nossa
alimentação está em níveis subó-
timos na maior parte dos países
do Mundo (em 2001, Combs Jr.
estimou que entre 500 milhões
e 1 bilhão de pessoas da Terra
têm deficiência deste mineral!),
o suprimento de Se pelo leite e
pela carne poderia ajudar bas-
tante este problema nutricional
ao prover produtos enriquecidos
com selênio.
…Melhoria na qualidade
da carne…
Novas descobertas baseadas
em recente estudo conduzido na
Universidade de Padova (Itália)
em 2010 demonstraram que a
levedura selenizada melhorou a
qualidade no processamento das
carnes e suas propriedades or-
ganolépticas, quando comparada
à fonte de Se inorgânico.
Este estudo foi conduzido em
um confinamento comercial com
animais da raça Charolês, duran-
te 210 dias. A qualidade da carne
sendo testada após 5 ou 10 dias
de maturação.
Primeiramente, este estudo
demonstrou que, comparada
à fonte inorgânica, o Alkosel®
aumentou significativamente o
nível de Se no animal (maiores
concentrações de Se no sangue
e tecido animal), confirmando a
maior biodisponibilidade desta
forma orgânica de selênio (Figura
1-A).
Ainda mais interessantes
foram os resultados de melhoria
na qualidade da carne (Figura 4):
• A levedura selenizada re-
duziu a perda por goteja-
mento durante a matura-
ção, promovendo maior
rendimento para a indús-
tria (Figura 4-A).
• A levedura selenizada
aumentou aspectos de-
sejáveis na carne (cor e
brilho), um importante
critério para decisão de
compra do consumidor e
parte da qualidade orga-
noléptica deste alimento
(Figura 4-C).
• A levedura selenizada au
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Info
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rio
Figura 4 – A suplementação com levedura selenizada aumentou consideravelmente a qualidade da carne se compara à fonte de selênio mineral. Fonte: Universidade de Padova, 2010.
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
55
• mentou a maciez da carne
(inversamente proporcio-
nal à força de cisalhamen-
to), outra qualidade orga-
noléptica chave, descrita
como sendo o primeiro cri-
tério de escolha do con-
sumidor (Figura 4-B).
…Melhoria no poder antioxidante
do leite…
Para elevar a concentração
de selênio no leite é muito im-
portante a fonte de Se suplemen-
tar: enquanto o Se inorgânico
aumenta o Se sanguíneo, sem
se traduzir em aumento na con-
centração do mineral no leite, o
selênio orgânico apresenta uma
excelente curva de dose e res-
posta (Figura 5).
Devido à elevada biodisponi-
bilidade, a levedura selenizada
é uma boa fonte de selênio para
aumentar o nível deste elemento
no leite: por exemplo, em estudo
desenvolvido em 2005, Weiss &
Hogan demonstraram o dobro de
aumento do Se no leite com Alko-
sel®, comparada à fonte mineral
(Figura 1-B).
Do ponto de vista de saúde hu-
mana, considera-se que a média
de consumo de selênio é de 30-35
µg/dia, enquanto a recomenda-
ção diária seria de 55 µg/dia na
Europa (70 µg/dia nos EUA). O
aumento no conteúdo de
Por que a maior capacidade antioxidante pode afetar a qualidade da carne?
O tecido com boa proteção contra oxigênio e bactérias:
• A luz é refletida eficientemente por uma pequena parte do tecido.
• Os pigmentos não são afetados.• Alguns pigmentos são visíveis, o músculo é
brilhante e com coloração vermelha intensa.
Boa qualidade da carne
Substâncias oxidantes afetam a integridade tecidual, induzindo a perda de água da gordura e de células musculares:
• Oxigênio e bactérias podem penetrar com facilidade no músculo, os pigmentos e outros components são alterados.
• A luz é refletida de forma deficiente pelo músculo.
• Quantidade importante de pigmentos oxidados são visíveis. A carne apresenta-se com colora-ção marrom.
Carne de qualidade ruim
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Info
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Se no leite de 19 para 30 µg/L,
poderia proporcionar incremento
de 6 µg/dia, ou seja, cerca de
20% da atual deficiência.
Conclusão
A suplementação com selênio
é essencial para os ruminantes
aumentarem sua capacidade an-
tioxidante, imunidade, saúde e
transferência de Se da mãe para
a cria. Se a levedura selenizada
é reconhecida por sua ótima
biodisponibilidade (em 2008, o
painel da EFSA reconheceu que
a levedura selenizada pode pro-
porcionar o dobro do nível de Se
da forma mineral proporciona
para o consumo humano) com
efeitos na imunidade, na fertili-
dade, no desempenho e na saúde
dos animais, os dados apresenta-
dos demonstram que esta forma
orgânica pode trazer também
benefícios adicionais ao produ-
tor, à indústria processadora
de alimentos e ao consumidor.
A suplementação com levedura
selenizada permite elevar o con-
teúdo de Se no produto animal e
aumentar a capacidade antioxi-
dante, diminuindo problemas de
saúde, mas também melhorando
a qualidade da carne, numa boa
exemplificação de benefício ‘do
campo à mesa’ de um aditivo nu-
tricional natural.
Sobre a levedura selenizada
Como as plantas, também
as leveduras (Saccharomyces
cerevisiae) têm a habilidade de
converter o selênio sob a forma
mineral na sua forma orgânica
(selenometionina, selenocisteí-
na) durante sua fermentação.
Com base nisto e com o conhe-
cimento da empresa em fermen-
tação de leveduras, a Lallemand
Animal Nutrition desenvolveu o
Alkosel® R397, um produto da
levedura rico em selênio ligado
organicamente, produzido com
os mais altos padrões de quali-
dade.
O Alkosel® R397 é oriundo de
uma cepa específica de levedura,
S. cerevisiae R397, selecionada
especialmente por sua habilidade
de incorporar grande quantidade
de selênio. Esta cepa de leve-
dura cresce na presença de quan-
tidades específicas de selênio
inorgânico, por meio de um pro-
cesso muito bem controlado.
Este processo de produção
específico garante alto nível de
selênio orgânico (mais de 98% do
Se é incorporado a certos ami-
noácidos, a maior parte é sele-
nometionina), para ótima biodis-
ponibilidade e eficácia. Alkosel®
R397 está disponível para todas
as espécies de animais. •
Referências Bibliográficas
COMBS JR, G.F. 2001. Br. J. Nutr. 85(5):517-547.MALBE, M.; KLAASSEN, M.; FANG, W.; MYLLYS, V.; VIKERPUUR, M.; NYHOLM, K.; SANKARI, S.; SUORANTA, K.; SAND-HOLM, M. 1995. J. Vet. Med. (Ser. A). 42(2):111-121.OLDFIELD, J.E. 2002. Selenium World Atlas. ORTMAN, K.; PEHRSON, B. 1999. J. Anim. Sci. 77(12):3365-3370Scientific Opinion of the Panel on Food Additives, Flavourings, Processing Aids and Materials in Contact with Food (AFC) on a Request from the Commission on Selenium-enriched Yeast as Source for Selenium. 2008. The EFSA Journal. 766:1-43.SMITH, K.L.; HOGAN, J.S.; WEISS, W.P. 1997. J. Anim Sci. 75(6):1659-1665.WEISS, W.P.; HOGAN, J.S. 2005. J. Dairy Sci. 88(12):4366-4374WEISS, W.P.; HOGAN, J.S.; SMITH, K.L.; HOBLET, K.H. 1990. J. Dairy Sci.
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ALTA GENETICS INICIA COMERCIALIZAÇÃO DE EMBRIÕES NO BRASIL
A partir de março de 2011 a Alta Genetics passou
a comercializar embriões no Brasil. Com o nome de
Alta Embryo, o projeto une touros e matrizes com
qualidade genética superior e a tecnologia dos me-
lhores laboratórios de fertilização in vitro do Brasil.
Com o produto, os criadores terão acesso a
prenhezes comerciais, de matrizes rigorosamente
selecionadas e acasaladas com os melhores touros
das raças de corte e leite, com o objetivo de pro-
mover uma aceleração no desenvolvimento gené-
tico dos rebanhos.
A parceria para a disponibilização do produto foi
estabelecida com a Fazenda São João True Type,
a Tropical Genética e a Agropecuária Naviraí, em-
presas que detém matrizes e reprodutores de alto
padrão genético, e com os laboratórios Vitrogen,
Invitro, Biovitro e Bio – Biotecnologia Animal.
Para Heverardo Carvalho, diretor da empresa, o
lançamento do Alta Embryo cria um marco no mer-
cado do melhoramento genético “A Alta passa a re-
unir o que existe de melhor em matrizes, reprodu-
tores e tecnologia para disponibilizar aos criadores
um produto de qualidade genética excepcional. Isso
mostra o compromisso da Alta com o resultado de
seus clientes e com a evolução da atividade da in-
seminação no Brasil. Certamente esse produto mar-
cará uma nova fase no desenvolvimento genético
brasileiro”, avalia.
Informações sobre o Alta Embryo podem ser ob-
tidas no site www.altagenetics.com.br, pelo tele-
fone (34) 3318.7777 ou ainda no twitter:
www.twitter.com/altabrasil •
58
Info
rme
Pub
licitá
rio
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
59
RHOELANDT COMEMORA PROJETO GIROLANDO SHOW
A Rhoelandt, quatro Vezes Criador Supremo da
Raça Holandesa, Melhor Criador Nacional, Maior
Média Vaca Dia durante 3 anos seguidos (39,7 Kg
por vaca dia) comemora agora o sucesso de suas
parcerias para a construção do Girolando altamente
produtivo. Provenientes das matrizes holandesas
com pontuações acima de 85 pontos e lactações
acima de 15.000 kg, bem como dos melhore touros
Gir Leiteiro da bateria de reprodutores da Alta Ge-
netics, a Rhoelandt comemora o nascimento desses
produtos especiais.
Em parceria com fazendas ícones na produção
de animais diferenciados como a MA SHOU TAO e a
Terras de Kubera, a Rhoelandt já conta com mais de
100 animais nascidos nas fazendas desses parceiros.
“Dá-nos um grande prazer quando analisamos
nossos 50 anos de melhoramento genético na raça
Holandês, com grandes matrizes com o mais alto
valor genético, para produzir um Girolando mo-
derno e altamente produtivo. A Rhoelandt está sa-
tisfeita de contribuir com a raça Girolando”, co-
menta Ronald Rabbers, proprietário da Rhoelandt.
“Estando diretamente ligado nas fazendas dessa
parceria, conferimos os animais nascidos, o que nos
alegra bastante por ver animais com muita homoge-
neidade, fenotipicamente maravilhosos e com um
valor genético surpreendente. São animais diferen-
ciados”, finaliza Davi Oliveira (BOI). •
Para maiores informações sobre o projeto Rhoelandt Girolando entre em contato com Ronald Rabbers – rrabbers@br10.com.br
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Conheça os palestrantes
I SIMPÓSIO INTERNACIONAL
LeiteIntegral
James K. Drackley
Professor do Departamento de Ciência
Animal da University of Illinois. Seu princi-
pal foco de trabalho é a nutrição animal,
especialmente de bezerros pré-rumi-
nantes e vacas em período de transição.
Só no Journal of Dairy Science possui 286
trabalhos publicados, sendo 34 apenas no
ano de 2010.
Linhas de Pesquisa
- Requisitos nutricionais de bezerros pré-
ruminantes
- Nutrição de ruminantes
- Metabolismo de lipídeos em vacas leiteiras,
especialmente no período de transição
- Fatores que afetam a composição do leite,
incluindo CLA
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
61
Alguns trabalhos publicados
• Effects of feeding polyphenols
from pomegranate extract on
health, growth, nutrient diges-
tion, and immunocompetence of
calves. R.A. Oliveira, C.D. Narciso,
R.S. Bisinotto, M.C. Perdomo, M.A.
Ballou, M. Dreher, J.E.P. Santos.
Journal of Dairy Science. Septem-
ber 2010 (Vol. 93, Issue 9, Pages
4280-4291)
• The effects of feeding medium-
chain triglycerides on the growth,
insulin responsiveness, and body
composition of Holstein calves
from birth to 85 kg of body weight.
J.K. Mills, D.A. Ross, M.E. Van Am-
burgh. Journal of Dairy Science,
September 2010 (Vol. 93, Issue 9,
Pages 4262-4273)
• Cannon, S. J., G. C. Fahey, Jr., M.
R. Murphy, C. L. Dikeman , B. L.
Miller, and J. K. Drackley. 2010. In-
clusion of psyllium in milk replacer
for neonatal calves. 1. Effects on
growth, digesta viscosity, rate of
passage, nutrient digestibilities,
and metabolites in blood. Journal
of Dairy Science 93, 10, 4744-4758.
• Localization of Mycobacterium
avium subspecies paratuberculo-
sis in artificially inoculated milk
and colostrum by fractionation.
L. Van Brandt, K. Coudijzer, G.
Vlaemynck, M. Hendrickx, C. Mi-
chiels, W. Messens, L. Herman, J.
De Block Journal of Dairy Science
October 2010 (Vol. 93, Issue 10,
Pages 4722-4729)
• Effect of saturated fatty acid
supplementation on production
and metabolism indices in heat-
stressed mid-lactation dairy cows.
J.P. Wang, D.P. Bu, J.Q. Wang, X.K.
Huo, T.J. Guo, H.Y. Wei, L.Y. Zhou,
R.R. Rastani, L.H. Baumgard, F.D.
Li. Journal of Dairy Science. Sep-
tember 2010 (Vol. 93, Issue 9, Pa-
ges 4121-4127)
• Litherland, N. B., M. Bionaz, R.
L. Wallace, J. J. Loor, and J. K.
Drackley. 2010. Effects of the
peroxisome proliferator-activated
receptor-alpha agonists clofi-
brate and fish oil on hepatic fatty
acid metabolism in weaned dairy
calves. Journal of Dairy Science
93, 6, 2404-2418.
• Janovick, N. A., and J. K. Dra-
ckley. 2010. Prepartum dietary
ma-nagement of energy intake af-
fects postpartum intake and lacta-
tion performance by primiparous
and multiparous Holstein cows.
Journal of Dairy Science 93:(in
press).
• Mukesh, M., M. Bionaz, D. E.
Graugnard, J. K. Drackley, and J.
J. Loor. 2009. Adipose tissue de-
pots of Holstein cows are immune
responsive: inflammatory gene ex-
pression in vitro. Domestic Animal
Endocrinology [Nov. 16, 2009, E-
pub ahead of print].
• Drackley, J. K. 2008. Calf nutrition
from birth to breeding. Veterinary
Clinics of North Amerida - Food
Animal Practice 24:55-86. (Invited
review).
• Douglas, G. N, T. R. Overton, H. G.
Bateman, II, H. M. Dann, and J. K.
Drackley. 2006. Prepartal plane of
nutrition, regardless of dietary e-
nergy source, affects periparturi-
ent metabolism and dry matter
intake in Holstein cows. Journal of
Dairy Science 89:2141-2157
• Drackley, J. K., R. M. Blome, K. S.
Bartlett, and K. L. Bailey. 2006.
Supplementation of 1% L-gluta-
mine to milk replacer does not
overcome the growth depression
in calves caused by soy protein
concentrate. Journal of Dairy Sci-
ence 89:1688-1693.
• Drackley, J. K., S. S. Donkin,
and C. K. Reynolds. 2006. Major
advances in fundamental dairy
cattle nutrition. Journal of Dairy
Science 89:1324-1336. (Invited re-
view – JDS Centennial edition).
• Bartlett, K. S., F. K. McKeith, M. J.
VandeHaar, G. E. Dahl, and J. K.
Drackley. 2006. Growth and body
composition of dairy calves fed
milk replacers containing different
amounts of protein at two feeding
rates. Journal of Animal Science
84:1454-1467.
Jim Quigley
Professor do Departamento
de Ciência Animal da Iowa State
University, vice-presidente e di-
retor de operações da área de
bezerros da APC Ind. (Functio-
nal Proteins for Animal Health
and Nutrition). Seu trabalho
concentra-se principalmente na
transferência de imunidade pas-
siva e qualidade do colostro. É
o responsável pelas Calf Notes
(www.calfnotes.com).
Linhas de pesquisa
- Imunologia neonatal
- Desenvolvimento do rúmen
- Nutrição e manejo de bezerras
e novilhas
Alguns trabalhos publicados
• Effects of Additional Milk Replacer
Feeding on Calf Health, Growth,
and Selected Blood Metabolites in
Calves. J.D. Quigley, T.A. Wolfe,
T.H. Elsasser. Journal of Dairy Sci-
ence, Vol. 89, Issue 1, Pages 207-
216, 2006
• Effect of Various Levels of Forage
and Form of Diet on Rumen Deve-
lopment and Growth in Calves.
J.A. Coverdale, H.D. Tyler, J.D.
Quigley, J.A. Brumm. Journal of
Dairy Science, Vol. 87, Issue 8,
Pages 2554-2562, 2004.
• Short Communication: Effect of pH
on Absorption of Immunoglobulin
G in Neonatal Calves. J.D. Qui-
gley, P. French, R.E. James. Jour-
nal of Dairy Science, Vol. 83, Issue
8, Pages 1853-1855, 2000.
• Absorption of Protein and IgG in
Calves Fed a Colostrum Supple-
ment or Replacer J.D. Quigley,
C.J. Kost, T.M. Wolfe. Journal of
Dairy Science, Vol. 85, Issue 5,
Pages 1243-1248, 2002.
• Evaluation of a Colostrum Supple-
ment, With or Without Trypsin
Inhibitor, and an Egg Protein Milk
Replacer for Dairy Calves. H.M.
Santoro, P.S. Erickson, N.L. White-
house, A.M. McLaughlin, C.G.
Schwab, J.D. Quigley. Journal of
Dairy Science, Vol. 87, Issue 6,
Pages 1739-1746, 2004.
• Formulation of Colostrum Supple-
ments, Colostrum Replacers and
Acquisition of Passive Immunity
in Neonatal Calves. J.D. Quigley,
R.E. Strohbehn, C.J. Kost, M.M.
O’Brien. Journal of Dairy Science,
Vol. 84, Issue 9, Pages 2059-2065,
2001.
• Influence of Weaning Method
on Growth, Intake, and Selec-
ted Blood Metabolites in Jersey
Calves. J.D. Quigley. Journal of
Dairy Science, Vol. 79, Issue 12,
Pages 2255-2260, 1996.
Jud Heinrichs
Professor de bovinocultura
de leite e ciência animal na
Penn State University, com foco
nas áreas de criação de bezer-
ras e novilhas, e forragicultura.
É responsável pela revisão das
tabelas de crescimento e ganho
de peso de gado Holandês uti-
lizadas atualmente em todo o
mundo. Foi um dos inventores
do separador de partículas de
TMR e forragem da Penn State.
Já foi membro do USDA, sendo
responsável pelo National Dairy
Heifer Evaluation Project. Tem
mais de 200 trabalhos publica-
dos no Journal of Dairy Science,
sendo 29 só no ano de 2010.
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Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
Linhas de pesquisa
- Manejo e nutrição de bezerras
e novilhas
- Forragicultura
Alguns artigos publicados
• Short communication: Analysis
of milk yield and composition for
dairy heifers limit-fed lower fo-
rage diets during the rearing pe-
riod. G.I. Zanton, A.J. Heinrichs,
Journal of Dairy Science Vol. 93,
Issue 10, Pages 4730-4734, 2010
• Feeding heat-treated colostrum or
unheated colostrum with two dif-
ferent bacterial concentrations to
neonatal dairy calves. J.A. Elizon-
do-Salazar, A.J. Heinrichs. Journal
of Dairy Science, Vol. 92, Issue 9,
Pages 4565-4571, 2009.
• Effect of limit feeding high- and
low-concentrate diets with Sac-
charomyces cerevisiae on diges-
tibility and on dairy heifer growth
and first-lactation performance.
G.J. Lascano, G.I. Zanton, F.X. Su-
arez-Mena, A.J. Heinrichs. Journal
of Dairy Science, Vol. 92, Issue 10,
Pages 5100-5110, 2009.
• Digestion and nitrogen utilization
in dairy heifers limit-fed a low or
high forage ration at four levels of
nitrogen intake. G.I. Zanton, A.J.
Heinrichs, Journal of Dairy Sci-
ence, Vol. 92, Issue 5, Pages 2078-
2094, 2009.
• Effects of Nucleotide Supplemen-
tation in Milk Replacer on Small
Intestinal Absorptive Capacity in
Dairy Calves. S.I. Kehoe, A.J. Hein-
richs, C.R. Baumrucker, D.L. Gre-
ger. Journal of Dairy Science, Vol.
91, Issue 7, Pages 2759-2770, 2008
• Is there a best growth rate for
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• heifers? Zanton, G., and A.J. Hein-
richs. 2006. Hoard’s Dairyman.
151:82, 2006.
• Rearing decisions can have long-
term effects: Part 2. Zanton, G.
I., and A. J. Heinrichs. Feedstuffs.
78(Feb 10), 2006.
• A Prospective Study of Calf Factors
Affecting Age, Body Size, and Body
Condition Score at First Calving of
Holstein Dairy Heifers. A.J. Hein-
richs, B.S. Heinrichs, O. Harel,
G.W. Rogers, N.T. Place. Journal
of Dairy Science, Vol. 88, Issue 8,
Pages 2828-2835, 2005
• What about waste milk for calves?
Jones, C., and J. Heinrichs.
Hoard’s Dairyman. 149:184-185,
2004.
• Dietary Protein to Metabolizable
Energy Ratios on Feed Efficiency
and Structural Growth of Prepu-
bertal Holstein Heifers. M.T. Ga-
bler, A.J. Heinrichs. Journal of
Dairy Science, Vol. 86, Issue 1,
Pages 268-274, 2003
• A Study of the Use of Milk Repla-
cers for Dairy Calves in the United
States. A.J. Heinrichs, S.J. Wells,
W.C. Losinger, Journal of Dairy
Science, Vol. 78, Issue 12, Pages
2831-2837,1995.
• Predicting Body Weight and Wither
Height in Holstein Heifers Using
Body Measurements.A.J. Hein-
richs, G.W. Rogers, J.B. Cooper,
Journal of Dairy Science, Vol. 75,
Issue 12, Pages 3576-3581, 1992.
Capítulos de livros
• Heinrichs, A. J. 1999. Dairy Calf and
Heifer Management in Herd Health 3rd
edition. O. M. Radostits editor. W. B.
Saunders. Co.
• Heinrichs, A. J., and L. E. Doepel.
2000. Milk Replacers in Large Animal In-
ternal Medicine 3rd edition. B. P. Smith
editor. Mosby Co.
• Heinrichs, A. J., L. Doepel, and R.
Corbett. 2001. Milk Replacers in Large
Animal Internal Medicine. Harcourt Co.
pp.382-386.
• Heinrichs, A. J., and O. M. Radostits.
2001. Health and Management of dairy
calves and replacement heifers in Heard
Health 3rd edition. W. B. Saunders Co.
pp. 333-396.
• Kehoe, S. I. and A. J. Heinrichs. 2004.
Gastrointestinal development in dairy
calves. In: Nutritional Biotechnology in
the Feed and Food Industries. Notting-
ham University Press. Pp 195-203.
• Heinrichs, A. J., and K. E. Lesmeister.
2005. Rumen development in the dairy
calf. In: Calf and Heifer Rearing. Not-
tingham University Press. Pp. 53-67.
• Zanton, G. I., M. L. Moody, and A. J.
Heinrichs. 2006. Improving animal feed
efficiency with alternative dairy heifer
feeding scenarios. In: Nutritional Bio-
technology in the Feed and Food Indus-
tries. Nottingham University Press. Pp.
353-358.
Kristy M. Daniels
Professora do Departamento
de Ciência Animal da Ohio State
University, seu principal foco de
trabalho é a elucidação da bio-
logia da glândula mamária como
ferramenta para aumentar a
eficiência de produção de vacas
leiteiras. É revisora ad hoc do
Journal of Dairy Science.
Linhas de pesquisa
- Estudo do crescimento e desen-
volvimento da glândula mamária
em bezerras e novilhas
- Efeitos da nutrição no desen-
volvimento funcional da glândula
mamária
- Fisiologia da lactação
Alguns trabalhos publicados
• A method for BrdU immunostaining
of bovine mammary cryosections
that retains RNA integrity. Chou-
dhary, R. K., K.M. Daniels, C. Clo-
ver and A.V. Capuco.J. Dairy Sci.,
93:2574-2579, 2010.
• Functional and gene network anal-
ysis of pre-weaned bovine mam-
mary parenchyma and fat pad shed
light on potential cross-
PROGRAMAÇÃO*28/04 – Quinta-feira
07:00 às 08:00 – Credenciamento e entrega de
material
08:00 às 08:30 – Abertura
08:30 às 09:45 – Influência do manejo pré-parto
na qualidade do colostro e saúde das bezerras -
Dr. Jim Quigley (University of Tennessee, EUA)
09:45 às 10:15 – Milk Break
10:15 às 11:30 – Influência da nutrição e dos
métodos de aleitamento e desaleitamento na
saúde, desenvolvimento do rúmen e desempe-
nho das bezerras - Dr. James Drackley (University
of Illinois, EUA)
11:30 às 12:45 – Avaliação do comportamento
das bezerras como indicativos de estresse e
doenças - Dr. Jeffrey Rushen (Pacific Agri-Food Re-
search Centre, Agriculture and Agri-Food Canada
- University of British Columbia, Canadá)
12:45 às 14:00 – Almoço
14:00 às 15:15 – Como o manejo, a sanidade e
a nutrição da bezerra podem afetar parâmetros
como idade e ECC ao 1º parto e produção de leite
- Jud Heinrichs (Penn State University, EUA)
15:15 às 15:30 – Espaço empresarial Itambé
15:30 às 16:00 - Sistema de criação de bezerras
da Fazenda Santa Luzia - Maurício Silveira Coelho
(Fazenda Santa Luzia - Passos/MG, Brasil)
16:00 às 16:30 – Milk Break
16:30 às 17:00 - Sistema de criação de bezerras
da Fazenda Santa Maria - Menge Gado Holandês -
Armando Menge (Pouso Alegre/MG, Brasil)
17:00 às 17:30 – Sistema de criação de bezerras
da Fazenda Boa Vista - Soraia (Educampo e Faz.
Boa Vista – São José do Rio Pardo/SP)
17:30 às 18:00 – Espaço empresarial Nutron
29/04 – Sexta-feira
08:00 às 09:15 – Desempenho de bezerros
manejados em alimentadores automáticos - Dr.
Jeffrey Rushen (Pacific Agri-Food Research Centre,
Agriculture and Agri-Food Canada - University of
British Columbia, Canadá)
09:15 às 09:30 – Espaço empresarial Itambé
09:30 às 10:45 – Requisitos nutricionais de bezer-
ras e novilhas - Mark Hill (Provimi – EUA)
10:45 às 11:15 – Milk Break
11:15 às 12:30 - Causas, controle e prevenção da
mastite em novilha - Sarne De Vliegher (Faculty of
Veterinary Medicine, Gent University, Belgica)
12:30 às 14:00 - Almoço
14:00 às 15:15 - Efeitos da nutrição e ganho de
peso no desenvolvimento funcional da glândula
mamária - Kristy Daniels (The Ohio State Univer-
sity - EUA)
15:15 às 15:30 – Espaço empresarial Milk Point
15:30 às 16:15 – Recria a pasto - Ronaldo Braga
Reis (Escola de Veterinária da UFMG, Fazenda
Vargem Grande, Monsenhor Paulo/MG)
16:15 às 16:45 – Milk Break
16:45 às 17:15 – Sistema de criação de bezerras
da Fazenda FINI - Hans Jan Groenwold (Fazenda
FINI, Castro/PR)
17:15 às 18:30 – Espaço empresarial Bayer -
Como reduzir a mortalidade por tristeza parasi-
tária no pós-desaleitamento
30/04 - Sábado
06:00 às 18:00 - Visita ao sistema de criação de
bezerras da Fazenda Santa Luzia e Leilão Giro-
lando Santa Luzia
CURSOS PRÉ-SIMPÓSIO
Dia 26/04/2011 das 08:00 às 18:00
Nutrição e manejo de bezerras do nascimento
aos 4 meses. - Dr. Jim Drackley (University of
Illinois, EUA)
Dia 27/04/2011 das 08:00 às 18:00
Glândula Mamária - anatomia, desenvolvimento
funcional e impactos da nutrição nas diferentes
fases de crescimento. - Dra. Kristy Daniels (The
Ohio State University - EUA)
I SIMPÓSIO INTERNACIONAL
28 a 30 de abril de 2011 Ouro Minas Palace Hotel - Belo Horizonte/MG
LeiteIntegral
INFORMAÇÕES: www.simposioleiteintegral.com.br | leiteintegral@revistaleintegral.com.br | 31 3281.5862
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*Programação sujeita a alterações
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• talk between the two developing
tissues. Piantoni, P., M. Bionaz,
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in dairy cows: Dominant innate im-
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Van Ryssen, C. Burvenich and A.V.
Capuco. Functional and Integra-
tive Genomics, 10:21-38, 2010.
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lation on Measures of Mammary
Growth and Composition in Hol-
stein Heifers. Daniels, K. M.,
A.V. Capuco, M.L. McGilliard, R.E.
James and R.M. Akers. J. Dairy Sci.
92:5937-5950, 2009.
• Effects of body weight and nu-
trition on histological mammary
development in Holstein heifers.
Daniels, K. M., M. L. McGilliard, M.
J. Meyer, M. E. Van Amburgh, A. V.
Capuco, and R. M. Akers. 2009. J.
Dairy Sci. 92: 499-505, 2009.
• Gene expression ratio stability
evaluation in prepubertal bovine
mammary tissue from calves fed
different milk replacers reveals
novel internal controls for quan-
titative polymerase chain reac-
tion. Piantoni, P., M. Bionaz, D.
E. Graugnard, K. M. Daniels, R.
M. Akers, and J. J. Loor. J. Nutr.
138:1158-1164, 2008.
• Developmental histology, segmen-
tal expression, and nutritional re-
gulation of somatotropic axis
genes in small intestine of pre-
weaned dairy heifers. Velayudhan,
B. T., K. M. Daniels, D. P. Horrell,
S. R. Hill, M. L. McGilliard, B. A.
Corl, H. Jiang, and R. M. Akers. J.
Dairy Sci. 91:3343-3352, 2008.
• Effects of feeding prepubertal
heifers a high-energy diet for
three, six, or twelve weeks on
mammary growth and composi-
tion. Davis Rincker, L. E., M. S.
Weber Nielsen, L. T. Chapin, J. S.
Liesman, K. M. Daniels, R. M. Ak-
ers, and M. J. VandeHaar J. Dairy
Sci. 91:1926-1935, 2008.
• Effects of body weight and nutri-
tion on mammary protein expres-
sion profiles in Holstein heifers.
Daniels, K. M., K. E. Webb, Jr.,
M. L. McGilliard, M. J. Meyer, M.
E. Van Amburgh, and R. M. Akers.
2006. J. Dairy Sci. 89:4276–4288,
2006.
Mark Hill
Ph.D. pelas Texas A&M Uni-
versity é atualmente integrante
do time de pesquisadores e nu-
tricionistas da Akey, uma em-
presa americana de nutrição
animal (www.akey.com), se
dedicando especialmente à nu-
trição de ruminantes. Ex-pro-
fessor da Colorado State Univer-
sity e da University of Maine.
Linhas de pesquisa
- Avaliação de sucedâneos do
leite para bezerros
- Nutrição de bezerras e novilhas
- Metabolismo de proteína e e-
nergia em bovinos leiteiros
Alguns trabalhos publicados
• Effect of milk replacer program
on digestion of nutrients in dairy
calves. T.M. Hill, H.G. Bateman,
J.M. Aldrich, R.L. Schlotterbeck.
Journal of Dairy Science. March
2010 (Vol. 93, Issue 3, Pg 1105-
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
67
• 1115)
• Optimizing nutrient ratios in milk
replacers for calves less than five
weeks of age. T.M. Hill, H.G. Bate-
man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-
beck. Journal of Dairy Science.
July 2009 (Vol. 92, Issue 7, Pages
3281-3291)
• Effects of fat concentration of a
high-protein milk replacer on calf
performance. T.M. Hill, H.G. Bate-
man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-
beck. Journal of Dairy Science.
October 2009 (Vol. 92, Issue 10,
Pages 5147-5153)
• Effects of changing the essential
and functional fatty acid intake of
dairy calves. T.M. Hill, H.G. Bate-
man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-
beck. Journal of Dairy Science.
February 2009 (Vol. 92, Issue 2,
Pages 670-676)
• Effects of corn processing, par-
ticle size, and diet form on perfor-
mance of calves in bedded pens.
H.G. Bateman, T.M. Hill, J.M. Al-
drich, R.L. Schlotterbeck. Journal
of Dairy Science. February 2009
(Vol. 92, Issue 2, Pages 782-789)
• Effects of the Amount of Chopped
Hay or Cottonseed Hulls in a Tex-
tured Calf Starter on Young Calf
Performance. T.M. Hill, H.G. Bate-
man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-
beck. Journal of Dairy Science.
July 2008 (Vol. 91, Issue 7, Pages
2684-2693)
• Optimal Concentrations of Lysine,
Methionine, and Threonine in Milk
Replacers for Calves Less than Five
Weeks of Age. T.M. Hill, H.G. Bate-
man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-
beck, K.G. Tanan Journal of Dairy
Science. June 2008 (Vol. 91, Issue
6, Pages 2433-2442)
• Effects of Feeding Different Car-
bohydrate Sources and Amounts to
Young Calves. T.M. Hill, H.G. Bate-
man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-
beck. Journal of Dairy Science. Au
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A Tortuga acompanha de perto as novidades e acontecimentos da
pecuária. Por isso, sempre fomenta os eventos e oferece ao produtor
de leite as informações e tendências do mercado.
Esse comprometimento tem nome: evolução.
A Tortuga é patrocinadora e apoiadora do I Simpósio Internacional Leite Integral.
• gust 2008 (Vol. 91, Issue 8, Pages
3128-3137)
Ronaldo Braga Reis
Professor do Departamento
de Zootecnia, da Escola de Ve-
terinária da Universidade Fe-
deral de Minas Gerais, post doc-
tor pela University of Wisconsin
e USDA Dairy Forage Research
Center. Produtor de leite na Fa-
zenda Vargem Grande, em Mon-
senhor Paulo/MG. Seu principal
foco de trabalho relaciona-se
com a produção e nutrição de
bovinos leiteiros.
Linhas de pesquisa
- Sistemas de produção de leite
- Nutrição de bovinos leiteiros
- Metabolismo intermediário de
proteínas, carboidratos e lipídeos
Alguns trabalhos publicados
• MOURTHE, M. H. F. ; REIS, R. B. ;
LADEIRA, Marcio Machado ; SOU-
ZA, Rafahel Carvalho ; COELHO,
Sandra Gesteira ; SATURNINO, Hel-
ton Mattana . Suplemento múlti-
plo com ionóforos para novilhos
em pasto: desempenho. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnia , v. 63, p. 124-128,
2011.
• GARCIA, Gabriel Alfonso Gar-
cia ; REIS, R. B. ; PEREIRA, A.
B. D. ; SATURNINO, Helton Mat-
tana ; COELHO, Sandra Gesteira .
Produção e composição de leite de
vacas em pastagem de capim-ele-
fante (Pennisetum purpureum) su-
plementado com diferentes fontes
de carboidratos. Arquivo Brasileiro
de Medicina Veterinária e Zootec-
nia , v. 62, p. 875-882, 2010.
• ARTUNDUAGA, Maria Alexandra
Torres ; COELHO, Sandra Ges-
teira ; BORGES, A. M. ; LANA, A.
M. Q. ; REIS, R. B. ; CAMPOS, B.
G. ; SATURNINO, Helton Mattana
; FORTES, Robson Vilela Sá ; DA
COSTA, H. N. . Primeira onda foli-
cular e ovulação de vacas primípa-
ras da raça Holandesa alimentadas
com diferentes fontes energéticas
durante o período de transição.
Arquivo Brasileiro de Medicina Ve-
terinária e Zootecnia , v. 62, p.
116-123, 2010.
• MOREIRA, P. C. ; REIS, R. B. ; WAS-
CHECK, R. C. ; Rezende ; MENDON-
ÇA ; RASSI . Degradabilidade in situ
das rações de vacas da raça Holan-
dês em lactação com substituição
do milho por polpa cítrica. Ciência
Animal Brasileira (UFG. Impresso) ,
v. 10, p. 406-412, 2009.
• MOREIRA, P. C. ; REIS, R. B. ;
Rezende ; MENDONÇA ; WASCHECK,
R. C. ; MARTINS . Produção de áci-
dos graxos voláteis, avaliada pela
técnica semiautomática in vitro,
na dieta de ruminantes com dife-
rentes fontes de carboidratos na
fração volumosa. Ciência Animal
Brasileira (UFG. Impresso) , v. 10,
p. 413-424, 2009.
• PEREIRA, F. R. ; SATURNINO, Hel-
ton Mattana ; SALIBA, E. O. S. ;
GONÇALVES, Lúcio Carlos ; REIS,
R. B. ; MIRANDA ; MOURAO, R. C. ;
SILVESTRE, D. T. ; CALDEIRA, P. N.
S. . Teores de proteína para vacas
lactantes em pastejo de capim-
elefante. Arquivo Brasileiro de Me-
dicina Veterinária e Zootecnia , v.
61, p. 1139-1147, 2009.
• C.G. Batista ; S.G. Coelho ; RABE-
LO, Euler ; A.M.Q. Lana ; A.U. Car-
valho ; REIS, R. B. ; SATURNINO,
Helton Mattana . Desempenho e
saúde de bezerras alimentadas
com leite sem resíduo de drogas
antimicrobianas ou leite de vacas
tratadas contra mastite adiciona-
do ou não de probiótico. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnia , v. 60, p. 185-191,
2008.
• FORTES, Robson Vilela Sá ; ARTUN-
DUAGA, Maria Alexandra Torres ;
A.U. Carvalho ; S.G. Coelho ; REIS,
R. B. ; A.M.Q. Lana . Propileno gli
I Sim
pósi
o In
tern
acio
nal L
eite
Inte
gral
68
• col ou monensina na dieta de vacas
leiteiras no período de transição:
saúde do úbere, produção e com-
posição do leite. Arquivo Brasileiro
de Medicina Veterinária e Zootec-
nia , v. 60, p. 179-184, 2008.
• FARIA, Bolivar Nóbrega de ; REIS,
R. B. ; MAURÍCIO, R. M. ; A.M.Q.
Lana ; LEITE, Leonardo Andrade
; SATURNINO, Helton Mattana ;
COELHO, Sandra Gesteira . Avalia-
ção da adição de monensina e pro-
pileno glicol à polpa cítrica sobre
a degradabilidade da matéria seca
e produção cumulativa de gases.
Arquivo Brasileiro de Medicina Ve-
terinária e Zootecnia , v. 60, p.
691-697, 2008.
Sarne De Vliegher
Professor do Departamento
de Reprodução, Obstetrícia e
Saúde Animal da Faculty of Ve-
terinary Medicine, em Ghent,
na Bélgica. Seu principal foco de
trabalho é o estudo das mastites
em novilhas.
Linhas de pesquisa
- Saúde da glândula mamária em
novilhas – aspectos microbiológi-
cos e epidemiológicos
- Mastites causadas por
Staphylococcus coagulase-nega-
tivo
- Mastites causadas por coli-
formes
- Tratamentos de mastites
Alguns trabalhos publicados
• Heifers infected with coagulase-
negative staphylococci in early
lactation have fewer cases of
clinical mastitis and higher milk
production in their first lactation
than noninfected heifers. S. Pie-
pers, G. Opsomer, H.W. Barkema,
A. de Kruif, S. De Vliegher. Journal
of Dairy Science, Vol. 93, Issue 5,
Pages 2014-2024, 2010
• Concentration of penicillin G in
mammary tissue and secretion of
end-term dairy heifers following
systemic prepartum administra-
tion of penethamate hydriodide.
Pieter Passchyn, Sofie Piepers,
Ellen Schmitt-Van de Leemput,
Christian Guidarini, Sarne De
Vliegher. Journal of Dairy Research
77, 33–36, 2010.
• Heifer and quarter characteristics
associated with periparturient
blood and milk neutrophil apopto-
sis in healthy heifers and in heifers
with subclinical mastitis.
• S. Piepers, G. Opsomer, E. Meyer,
K. Demeyere, H.W. Barkema, A.
de Kruif, S. De Vliegher, Journal
of Dairy Science, Vol. 92, Issue 9,
Pages 4330-4339, 2009.
• Effect of prepartum dry cow an-
tibiotic treatment in dairy heifers
on udder health and milk produc-
tion. O.C. Sampimon, S. De Vlie-
gher, H.W. Barkema, J. Sol,
T.J.G.M. Lam, Journal of Dairy Sci-
ence, Vol. 92, Issue 9, Pages 4395-
4403, 2009.
• Technical note: Use of trans-
fer RNA-intergenic spacer PCR
combined with capillary electro-
phoresis to identify coagulase-
negative Staphylococcus species
originating from bovine milk and
teat apices. K. Supré, S. De Vlie-
gher, O.C. Sampimon, R.N. Zadoks,
M. Vaneechoutte, M. Baele, E. De
Graef, S. Piepers, F. Haesebrouck,
Journal of Dairy Science, Vol. 92,
Issue 7, Pages 3204-3210, 2009.
• Impact of Early Lactation Somatic
Cell Count in Heifers on Milk Yield
Over the First Lactation. S. De
Vliegher, H.W. Barkema, H. Stryhn,
G. Opsomer, A. de Kruif
• Journal of Dairy Science, Vol. 88,
Issue 3, Pages 938-947, 2005.
• Association Between Somatic Cell
Count in Early Lactation and Cul-
ling of Dairy Heifers Using Cox
I Sim
pósi
o In
tern
acio
nal L
eite
Inte
gral
60
Revista Leite Integral - Março/Abril 2011
61
• Frailty Models. S. De Vliegher,
H.W. Barkema, G. Opsomer, A.
de Kruif, L. Duchateau. Journal
of Dairy Science, Vol. 88, Issue 2,
Pages 560-568, 2005.
• Impact of Early Lactation Somatic
Cell Count in Heifers on Somatic
Cell Counts Over the First Lacta-
tion. S. De Vliegher, H.W. Barke-
ma, H. Stryhn, G. Opsomer, A. de
Kruif, Journal of Dairy Science,
Vol. 87, Issue 11, Pages 3672-3682,
2004.
• Management Practices and Heifer
Characteristics Associated with
Early Lactation Somatic Cell
Count of Belgian Dairy Heifers.
S. De Vliegher, H. Laevens, H.W.
Barkema, I.R. Dohoo, H. Stryhn,
G. Opsomer, A. de Kruif, Journal
of Dairy Science, Vol. 87, Issue 4,
Pages 937-947, 2004.
• Short-Term Effect of Transition
from Conventional to Automated
Milking on Teat Skin and Teat
End Condition. S. De Vliegher, H.
Laevens, H.W. Barkema, G. Op-
somer, T. Hemling, A. de Kruif,
Journal of Dairy Science, Vol. 86,
Issue 5, Pages 1646-1652, 2003. •
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