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Produtividade e custo no sistema de fôrmas: mesa voadora x cimbre convencional usadas em
concreto protendido
Julho/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018
Produtividade e custo no sistema de fôrmas: mesa voadora x cimbre
convencional usadas em concreto protendido
Ana Karliane Carlos Dantas – karlianedantas@gmail.com
MBA Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho da Construção
Instituto de Pós-graduação – IPOG
Natal, RN, 17/05/2017
RESUMO
Este artigo científico estuda a produtividade e os custos no sistema de fôrmas. Foram
analisados dois sistemas construtivos bem distintos entre si, a mesa voadora e o cimbre
convencional, em um canteiro de obras localizado em na cidade de Fortaleza/CE, composto
de duas torres (gêmeas), com 20 pavimentos tipo cada e um edifício garagem com 12
pavimentos. A pesquisa foi estimulada pela falta de comparativo entre os sistemas de fôrmas.
O objeto de estudo compreende a análise de eficiência entre os métodos aplicados, tendo sua
importância agravada quando se trata de índices de relevância como a produtividade e o custo
entre eles. A pesquisa de campo deu-se no ciclo de 5 dias das concretagens das lajes,
analisando as dificuldades de cada sistema e atrelando ao planejamento. Os dados utilizados
na pesquisa foram em sua maioria materiais e pessoas envolvidas para a montagem de cada
sistema.
Palavras-chave: Produtividade. Cimbre. Mesa Voadora. Processo construtivo. Eficiência.
Planejamento.
1 INTRODUÇÃO
O setor da construção busca inovações em seus produtos e processos, de forma a
otimizar os custos para maximização dos lucros através da melhoria na produtividade, menor
consumo de materiais e maior reaproveitamento dos mesmos. Um exemplo é a utilização de
aço cortado e dobrado em uma central de forma a fim evitar, desperdício de ferragem, melhor
aproveitamento do espaço no canteiro de obras, bem como menor utilização de mão de obra,
visto que, no cenário atual, a mesma é uma parcela importante nos gastos mensais do
construtor devido sua valorização com a ascensão do mercado construtivo. (MOREIRA,
2013).
Novas tecnologias construtivas sempre estão aparecendo no mercado da construção
civil e essas novas ideias vêm inovando o método de construir a cada dia, em todas as áreas
da construção. Criar, inovar e transformar são palavras que devem estar sempre na mente de
profissionais de tecnologia para alcançar os objetivos. Até o mais básico da construção está
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em evolução a cada dia, como o concreto, base de toda obra, e sua fôrma para poder dar forma
aos projetos de engenharia.
As armaduras protendidas veio a ser mais comum e consagra-se no Brasil nas últimas
décadas como técnica construtiva, mas segundo a história breve do concreto protendido ele
foi utilizado pela primeira vez por Eugene Freyssinet, um engenheiro estrutural e civil
francês, em 1928, como um método para superar a fraqueza natural do concreto em tensão.
O sistema de mesas voadoras é caracterizado pelo transporte vertical ou horizontal de
estruturas denominadas mesas, compostas pelos elementos de escoramento e vigamento
ligados à fôrma que dá o molde desejado à laje. O conjunto formato permite a desforma e a
movimentação das mesas com o auxílio de gruas para a próxima etapa de concretagem (SH
FÔRMAS, 2013). O sistema é de fácil locomoção, no Brasil desde a década de 80 que se vem
utilizando, de forma até discreta, hoje em dia as empresas assim como profissionais estão
acreditando no sistema como um todo e passando a utilizar em larga escala.
Já o cimbramento convencional é feito de sistema misto, ou seja, painéis de madeirite
compensado plastificado e perfis metálicos, de alumínio ou madeira que podem servir de
vigas primárias ou secundárias, posicionando sobre torres cargas e escoramentos. O sistema
bastante indicado para lajes que possuam muitos recortes. Sobre os perfis são instaladas as
chapas de madeira compensada que servirão de forro para as lajes. O sistema corresponde ao
conjunto de elementos responsáveis por suportar os esforços atuantes nas fôrmas, como o
peso próprio da estrutura, cargas de equipamentos, funcionários e materiais, durante a sua
execução, até que esta se torne autoportante. De acordo com Araújo (2004), o cimbramento é
composto basicamente por quatro elementos:
• Escoramentos: peças verticais sujeitas aos esforços de compressão;
• Vigamentos: peças verticais sujeitas aos esforços de flexão;
• Travamentos: peças verticais ou horizontais sujeitas aos esforços de tração e/ou
flexão;
• Mãos-francesas: peças inclinadas para a contenção horizontal.
As fôrmas são estruturas provisórias destinadas a dar forma e suporte ao lançamento e
adensamento do concreto fresco até que esse adquira uma resistência de suporte, garantindo a
obtenção das dimensões, posições, níveis, texturas e geometria das peças estruturais,
conforme especificados em projeto. Além disso, elas devem garantir o correto
posicionamento das instalações e das armaduras, permitindo a colocação de espaçadores para
garantir os cobrimentos e servir de suporte para os serviços de armação e concretagem
(CALIL et al., 1998).
3 METODOLOGIA CIENTÍFICA
O presente trabalho é uma pesquisa de dois sistemas de fôrmas usadas em estruturas
de concreto protendido. Com pesquisa em artigos, livros e teses, sem restrição de período de
publicação e dados aplicados em campo observando o comportamento dos sistemas. O estudo
de caso utilizou-se de um método comparativo para confrontar dois métodos executivos
diferentes para a utilização em concreto protendido
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Para Pinheiro (2010), considerando que o conhecimento tecnológico possui natureza
própria, específica, de ciência aplicada e técnica, por incluir a tecnologia (e a técnica) como
pressuposto fundamental, ele se constrói a partir do conhecimento científico.
3.1 Quanto a natureza
A pesquisa se caracteriza por ser uma pesquisa aplicada, pois, segundo PINHEIRO
(2010) ela tem como objetivo gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução
de problemas específicos.
3.2 Quanto a abordagem do problema
A pesquisa é quantitativa, por se tratar de uma coleta de informações, de dados, de
levantamentos, de índices que segundo Pinheiro (2010), caracteriza esse tipo de pesquisa.
3.3 Quanto aos objetivos
A pesquisa será exploratória-descritiva, uma vez que envolve levantamento
bibliográfico, ao mesmo tempo em que serão levantados dados e haverá estabelecimento de
relações entre as variáveis levantadas.
3.4 Quanto aos procedimentos técnicos
A pesquisa, do ponto de vista dos procedimentos técnicos, será composta por pesquisa
bibliográfica, pesquisa documental, levantamento de dados, estudo de caso da empresa objeto.
4 REFERENCIAL TEÓRICO
A aplicação da pesquisa se resumirá em analise in loco relacionando o custo benefício
dos sistemas (mesa voadora e cimbre convencional) e em referências bibliográficas, assim
como análise de produtividade e custo. Com isso explorado, será mostrado alguns detalhes de
cada sistema com custos envolvidos.
4.1 FERRAMENTAS APLICADAS – FÔRMAS OBJETO ESTUDO
4.1.1 Mesa Voadora
A mesa voadora trata de um sistema racionalizado de fôrmas com escoramento
metálico caracterizado pelo transporte vertical das estruturas monolíticas, denominadas
mesas, formadas pela ligação dos elementos constituintes do escoramento, que permitem a
desforma e o deslocamento dessa estrutura, com auxílio da grua, para a próxima laje a ser
concretada.
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Figura 2 – Exemplo de projeto de mesa voadora com detalhes
Fonte: Elaborado pelo autor - 2017
Figura 1 – Mesa voadora
Fonte: Comunidade da construção - 2004
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4.1.2 Passo a passo mesa voadora
4.1.2.1 Fabricação
As mesas voadoras são montadas pela própria obra sob orientação inicial do
fornecedor. São fornecidos projetos para montagem e a obra fornece o material para assoalho
(madeirite) e os parafusos usados para sua fixação.
Figura 3 – Exemplo de fôrmas de mesa voadora na obra objeto de estudo
Fonte: Elaborado pelo autor - 2015
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4.1.2.2 Transporte horizontal
As mesas são transportadas horizontalmente através do uso do carro VR, locado ao
fornecedor do escoramento. As mesas são levadas para as plataformas de içamento.
4.1.2.3 Transporte vertical
O transporte vertical é feito através de grua, que coleta as mesas na plataforma.
Figura 6 – Fotos do carro VR que transporta a mesa voadora horizontalmente
Fonte: Elaborado pelo autor
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 4 e 5 – Fotos da fabricação de mesas voadoras
Fonte: Elaborado pelo autor – 2015
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4.1.2.4 Locação e nivelamentomesa voadora é lançada na laje sob mais um carro VR que
faz a sua locação mais precisa. Após locada, o carro é retirado e a mesa é devidamente
nivelada.
4.1.2.5 Locação e nivelamento
No geral as mesas são retangulares, e necessitam de acabamentos entre si e entre
outros elementos como pilares e vigas. Esse acabamento também auxilia no travamento das
mesas.
4.1.2.6 Desforma
As mesas são facilmente desformadas. Para sua desforma, as escoras das mesas são
afrouxadas aos poucos e a mesa vai descendo, na ocasião, o próprio peso da estrutura da mesa
auxilia na sua retirada.
4.2 Cimbramento Comum
É o “conjunto de elementos-suporte que garantem o apoio consistente, indeformável,
resistente às intemperes, às cargas de peso próprio do concreto e das fôrmas, inclusive às
cargas decorrentes da movimentação operacional, de modo a garantir total segurança durante
as operações de concretagem das unidades estruturais. ” (DER-SP, 2013).
Figura 7 e 8 – Fotos da mesa voadora sendo transportada pela grua
Fonte: Elaborado pelo autor - 2015
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No mercado existem diversas empresas especializadas no fornecimento de materiais
para sistemas de cimbramentos assim como os projetos de escoramento e reescoramento,
suporte técnico para acompanhamento da execução na obra, treinamentos, entre outros
serviços para oferecer ao cliente a máxima rentabilidade e economia em obras. Os tipos de
sistemas de cimbramentos são escoras (ou sistemas pontuais em um ou dois níveis), torres
metálicas, mesas voadoras e deck light.
O cimbramento, por sua vez, corresponde ao conjunto de elementos responsáveis por
suportar os esforços atuantes nas fôrmas, como o peso próprio da estrutura, cargas de
equipamentos, funcionários e materiais, durante a sua execução, até que esta se torne
autoportante. De acordo com Araújo (2004), o cimbramento é composto basicamente por
quatro elementos:
• Escoramentos: peças verticais sujeitas aos esforços de compressão;
• Vigamentos: peças verticais sujeitas aos esforços de flexão;
• Travamentos: peças verticais ou horizontais sujeitas aos esforços de tração e/ou
flexão;
• Mãos-francesas: peças inclinadas para a contenção horizontal.
As fôrmas são estruturas provisórias destinadas a dar forma e suporte ao lançamento e
adensamento do concreto fresco até que esse adquira uma resistência de suporte, garantindo a
obtenção das dimensões, posições, níveis, texturas e geometria das peças estruturais,
conforme especificados em projeto. Além disso, elas devem garantir o correto
posicionamento das instalações e das armaduras, permitindo a colocação de espaçadores para
garantir os cobrimentos e servir de suporte para os serviços de armação e concretagem
(CALIL et al., 1998).
As fôrmas podem ser de madeira, metálicas, mistas (madeiras e metal) e híbridas no qual
segundo Peres (2013) são os sistemas compostos por subsistemas de materiais diferentes.
Podem ser de madeira, metálicos, mistos ou soluções específicas com a utilização de papelão,
fibra de vidro, borracha, plástico ou outros. Os sistemas híbridos são uma combinação
qualquer dos diferentes subsistemas. Alguns exemplos desse sistema são as fôrmas
deslizantes e trepantes para pilar e a adoção de blocos cerâmicos para lajes nervuradas.
O sistema de fôrma mista é o mais utilizado atualmente no mercado brasileiro para
edificações de multipavimentos devido sua alta produtividade e bom reaproveitamento da
fôrma aliado a um custo adequado.
4.2.1 O que é cimbramento comum?
É uma solução mista, ou seja, com a presença de peças de diferentes materiais,
indicada para lajes que possuam muitos recortes. O sistema é composto por perfis que podem
ser utilizados como vigas secundárias ou primárias, posicionando sobre torres de carga e
escoramentos. Os perfis podem ser metálicos, alumínio ou em vigas de madeira SH20, de
alturas e resistências variáveis. Cada material possui suas propriedades mecânicas, e por isso
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é recomendado um estudo detalhado para a escolha da melhor solução, a fim de evitar
possíveis transtornos futuros. (CEHOP)
Sobre os perfis são instaladas as chapas de madeira compensada que servirão de forro
para as lajes. O sistema traz muita produtividade na montagem da fôrma de lajes e /ou vigas e
por isso é um dos mais utilizados em edifícios multipavimentos.
5 ESTUDO DE CASO
O estudo de caso como descrito, foi realizado em Fortaleza CE em uma obra de
empresa privada que está no ramo da construção civil há 30 anos. A companhia possui um
sistema de gestão integrada com os certificados internacionais de qualidade, saúde e
segurança e meio ambiente - ISO 9001, OHSAS 18001 e ISO 14001. O estudo foi feito de modo a comparar dois tipos de fôrmas, que irá nos dar uma base
de dados sólidos ao comparar custos e produtividade desses tipos de formas que são bastante
utilizadas na construção civil, em específico a obra objeto de estudo usou a mesa voadora
como principal forma, porém a empresa da obra em questão já usa cimbramento convencional
há muitos anos. Sendo assim há condições de fazer tal comparativo.
5.1 Dados coletados
Os primeiros dados coletados foi a fabricação da mesa voadora, pois a empresa que
fornece o aluguel esse sistema entrega desmontado para que a empresa que alugue tais peças
monte no local desejado de acordo com os projetos fornecidos pelo engenheiro calculista.
Figura 9 – Montagem de cimbramentos
Fonte: SH Fôrmas - 2013
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PRODUTIVIDADE DA FABRICAÇÃO DE MESA VOADORA (M²)
EQUIPE HH/M² M²/DIA
Carpinteiro 0,47 18,75
Auxiliar de Carpintaria 0,47 18,75
A aplicação do sistema na prática irá nos mostrar dados reais entre os dois sistemas de
forma, conforme descrito anteriormente. Segue dados da aplicação da mesa voadora:
PRODUTIVIDADE DE APLICAÇÃO DAS MESAS (M²)
EQUIPE HH/M² M²/DIA
Carpinteiro 0,24 36,06
Auxiliar de Carpintaria 0,15 57,696
A obra sentiu um pouco de dificudade na montagem das mesas, pelo menos das
primeiras, porém com a prática e a repetição conseguiram fabricar mais rápido. Porém a
equipe alocada para executar o serviço já está com esses funcionários designados a fabricação
e aplicação das mesmas.
Segue dados do cimbramento convencional:
PRODUTIVIDADE DO CIMBRAMENTO CONVENCIONAL (M²)
EQUIPE HH/M² M²/DIA
Carpinteiro 0,54 16,30
Auxiliar de Carpintaria 0,36 24,44
Diante dos resultados podemos observar a maior produtividade da aplicação das mesas
voadoras em relação ao cimbramento convencional, se dá principalmente porque a mesa voadora já
tem os reescoramentos acoplado a ela, só precisando nivelar, uma peça única. Já o cimbre comum,
precisa de mais tempo para acoplar as escoras a fôrma propriamente dita, isso faz com o que precise
de mais tempo para poder monta-la.
Tabela 1 – Produtividade da fabricação da mesa voadora
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
Tabela 2 – Produtividade de aplicação das mesas
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
Tabela 3 – Produtividade do cimbramento convencional
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
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5.1 Desenho de processo
Na obra do ITC Fortaleza, a empresa chama de desenho de processo uma tabela com dados do
serviço a ser iniciado no canteiro, por exemplo a forma propriamente dita de uma laje: O engenheiro
irá criar uma tabela padrão com o nome do serviço, algumas colunas mostrando a área, homem hora
alocado (HH), dias alocados, materiais, quantos m² no serviço empregado e etc, com esse desenho de
processo montado há previsto a quantidade de funcionários que irá fazer o serviço desejado. Conforme
mostra abaixo, segue o desenho de processo do serviço propriamente dito.
5.1.1 Desenho de processo da mesa voadora
DESENHO DE PROCESSO LAJE TIPO COM MESA VOADORA (CICLO 5 DIAS)
SERVIÇO ÁREA HH HH Aloc. DIA Aloc.
Forma de pilar 300,75 Carpinteiro 0,56 169,17 19,22
Auxiliar de Carp. 0,37 109,95 12,49
Forma de viga 135,19 Carpinteiro 0,56 74,04 8,64
Auxiliar de Carp. 0,37 49,43 5,62
Forma de laje
cimbre
95,78 Carpinteiro 0,56 53,88 6,22
Auxiliar de Carp. 0,37 35,02 3,98
Forma laje
trecho mesa
578,22 Carpinteiro 0,24 141,11 16,03
Auxiliar de Carp. 0,15 88,19 10,02
Concreto da laje 174,00 Carpinteiro 0,69 120,46 13,69
Auxiliar de Carp. 0,32 55,68 6,33
RESUMO TOTAL Carpinteiro 560,66 63,71
Aux Carp. 338,27 38,44
DESENHO DE PROCESSO LAJE TIPO CIMBRE NORMAL ORÇAMENTO (CICLO 5 DIAS)
SERVIÇO ÁREA HH HH Aloc. DIA Aloc.
Forma de pilar 300,75 Carpinteiro 0,55 165,41 18,80
Tabela 4 – Desenho de processo da mesa voadora
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
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Auxiliar de Carp. 0,36 108,27 12,30
Forma de viga 135,19 Carpinteiro 0,55 74,35 8,45
Auxiliar de Carp. 0,36 48,47 5,53
Forma de laje
cimbre
672,74 Carpinteiro 0,55 370,01 42,05
Auxiliar de Carp. 0,36 242,19 27,52
Concreto da laje 174,00 Carpinteiro 0,64 111,36 12,65
Auxiliar de Carp. 0,32 55,68 12,65
RESUMO TOTAL Carpinteiro 721,13 81,95
Aux Carp. 454,80 51,68
Equipe sugerida para executar o serviço:
CIMBRAMENTO CONVENCIONAL
EQUIPE EM 5 DIAS EQUIPE SUGERIDA
Carpinteiro 16,39 17 CARPINTEIROS
Auxiliar de carp. 10,34 10 AUXILIARES
MESA VOADORA
EQUIPE EM 5 DIAS EQUIPE SUGERIDA
Carpinteiro 12,74 12 CARPINTEIROS
Auxiliar de carp. 7,69 8 AUXILIARES
Como mostram as tabelas, a equipe para executar a laje tipo de 1109,94m², com a mesa
voadora utiliza menos mão de obra do que a forma de cimbramento convencional, assim gera
uma economia de mão de obra além de mostrar que a produtividade da equipe da mesa
voadora também é maior.
Tabela 5 – Desenho de processo do cimbre normal.
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
Tabela 6 – Equipe sugerida para executar a laje com cimbramento convencional
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
Tabela 7 – Equipe sugerida para executar a laje com mesa voadora
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
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Comparativo de custos de mão de obra entre mesa voadora e cimbre comum:
EQUIPE ADOTADA – MESA VOADORA Salário laje Total sem encargos Total com encargos 12 CARPINTEIROS R$ 2.500,00 R$ 30.000,00 R$ 75.600,00
8 AUXILIARES R$ 1.630,00 R$ 13.040,00 R$ 32.860,80
R$ 108.460,80
EQUIPE SUGERIDA – CIMBRE COMUM Salário laje Total sem encargos Total com encargos 17 CARPINTEIROS R$ 2.500,00 R$ 42.500,00 R$ 107.100,00
10 AUXILIARES R$ 1.630,00 R$ 16.300,00 R$ 41.076,00
R$ 148.176,00
Conforme tabelas podemos ver uma economia nítida de mão de obras entre dos dois
sistemas, uma economia de 26,80% entre a equipe adotada da mesa voadora e a equipe
sugerida do cimbre comum.
6 CONCLUSÕES
A construção civil sempre se mostra pouco tecnológica no Brasil, ainda é comum
encontrar profissionais na área da construção não se adaptando com tais tecnologias, ainda
com pensamento que a construção civil tem que ser arcaica e com índices de produtividade
ultrapassados.
Mesmo sendo utilizado desde o século XIX, o concreto protendido ainda sofre uma
certa resistência para ser utilizado, nele há métodos nos quais a armadura sofra um pré-
alongamento, gerando um sistema auto equilibrado de esforços, ou seja, tração no aço e
compressão no concreto, talvez pelo misticismo de que seja mais caro que o concreto armado.
Há muitas situações que o vão precisa ser livre totalmente, sem vigas e o concreto protendido
é uma escolha pertinente para tal fim.
O estudo de caso mostrado, expõe o cimbre comum que é utilizado em larga escala em
nossas construções, na empresa objeto de estudo não é diferente e na sua total maioria de
obras é utilizado esse tipo de fôrma. O cimbre comum é mais simples em sua composição,
porém existe muitas partes mistas e soltas, isso faz com o que o seu manejo e montagem seja
mais lenta, deixando a produtividade menor, porém mais fácil seu transporte e manejo. Já a
mesa voadora vem desmontada, porém quando montadas não há a necessidade de ter uma
Tabela 8 – Valor de mão de obra com a mesa voadora
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
Tabela 9 – Valor de mão de obra com cimbre comum
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
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equipe só para esse fim e nem tanto “perder” esse tempo em montagem, ou seja, o trabalho
que a obra teria montando as mesas só teria uma vez. Seu transporte de um pavimento para o
outro precisa ter uma logística arrojada e eficaz, pois ela precisa de dedicação quase que
exclusiva da grua, o seu peso é bastante elevado não sendo viável ter em obras sem grandes
gruas, o guincho foguete (velox) não suporta o peso elevado da mesa voadora, tornando uma
grande desvantagem, pois se a grua quebrar ela ficará impossibilidade de continuar seu
transporte, assim como as manutenções e elevação (telescopagem) precisa ter um
planejamento minucioso para que não ocorra paradas significativas e com isso alterando o
ciclo para então ter feito a concretagem de seu pavimento.
Assim expondo, conclui-se que nesse modelo de obra com seus projetos arrojados e quase
sem vigas (apenas no poço dos elevadores e escadas), utilizando o concreto protendido,
carrinho para suporte e nivelamento de mesas voadoras e grua para seu transporte vertical de
um pavimento para outro, aconteceu uma economia significativa no montante da obra nessa
fase de estrutura, foi notório que a quantidade de funcionários foi reduzida de 17 carpinteiros
e 10 auxiliares de carpintaria em cimbre comum para 12 carpinteiros e 8 auxiliares de
carpintaria utilizando a mesa voadora, aumentando significativamente sua produtividade
utilizando o mesmo ciclo para os dois sistemas de fôrma, como se pode perceber o ciclo de 5
dias com a mesa voadora utiliza menos funcionários que o cimbre comum. Todo esse
processo de ciclo, número de funcionários e escolha da fôrma gerou uma economia na mão de
obra 26,80% entre a equipe adotada da mesa voadora e a equipe sugerida do cimbre comum,
sendo mais viável para esse tipo de obra com os projetos específicos a utilização da mesa
voadora como fôrma escolhida.
8 REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Luis Otávio Cocito de. Tecnologia e Gestão de Sistemas Construtivos de
Edifícios. Apostila da Disciplina de Tecnologia de Produção de Edificações em Concreto
Armado. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2004.
ASSAHI, Paulo Nobuyoshi. Sistema de Fôrma para Estruturas de Concreto. Boletim
Técnico. São Paulo : s.n.
COSTA, Carlyne Pomi Diniz. Fôrmas para a construção civil e suas aplicações / Carlyne
Pomi Diniz Costa – Minas Gerais: UFMG / Escola de engenharia, 2014.
FLECK, Verônica Chaves. Sistemas de fôrmas: Análise comparativa entre os sistemas de
fôrmas voadoras e convencional na execução de estruturas de concreto armado/
Verônica Chaves Fleck – Porto Alegre: UFRS / Escola de Engenharia, 2014. HANAI, João Bento. Fundamentos de concreto protendido. Apostila da disciplina de estruturas. São
Carlos: Universidade de São Paulo, 2005
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JORGE, Felipe Mignone Quintairos. Práticas construtivas capazes de reduzir o tempo de
execução de obras/ Felipe Mignone Quintairos Jorge – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola
Politécnica, 2013.
PERES, Pedro de Oliveira. Um Estudo Comparativo sobre os Sistemas de Fôrmas: Mesa
Voadora X Convencional / Pedro de Oliveira Peres – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola
Politécnica, 2013.
OBATA, Sasquia H. Trabalho de Racionalização dos Serviços de Fôrmas na
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SH FÔRMAS. Catálogo de Equipamentos 2013-2014. Disponível em:
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