aspectos legais do controle da leishmaniose visceral canina
DESCRIPTION
Panorama sobre o campo do direito e sua interface com o princípio da precaução, e com as áreas de saúde pública e dos direitos humanos fundamentais, no controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC). É examinado o escopo da legislação pertinente em vigência no país. Também são apresentados pareceres da assessoria jurídica do Ministério da Saúde, do Superior Tribunal de Justiça, e da Organização Mundial da Saúde./ Apresentação feita no I Simpósio de Leishmaniose Visceral do RN – 24 de novembro de 2010 – Natal - RN.TRANSCRIPT
Milena Camara - Médica Veterinária
Epidemiologia e Controle de Doenças
Prefeitura do Município Diadema - SP
DIREITO = conjunto de normas formuladas pelos homens,
destinadas a dar ordem à (reger as condutas na) vida em
sociedade
= LEGAL ≠ JUSTIÇA
No âmbito jurídico existem vários direitos diferentes, os quais
podem ser conflitantes entre si.
Direito Administrativo
Direito Ambiental
Direito Autoral
Direito Bancário
Direito Civil
Direito Comercial
Direito Constitucional
Direito das Telecomunicações
Direito de Família
Direito de Marcas e Patentes
Direito de Trânsito
Direito Desportivo
Direito do Consumidor
Direito Falimentar
Direito Imobiliário
Direito Internacional
Direito Penal
Direito Previdenciário
Direito Processual Civil
Direito Processual Penal
Direito Sanitário
Direito Societário
Direito Tecnológico
Direito Trabalhista
Direito Tributário
Direitos Humanos
No caso da leishmaniose, podem aparecer elementos de:
-direito administrativo, quando o proprietário alega que
portarias e decretos não tem o poder de criar obrigações, o que
somente a lei poderia fazer;
Apesar das normas infralegais não poderem gerar direitos e
obrigações, elas regulamentam a forma como essas
normas e obrigações já instituídas em lei serão cumpridas e
gozadas. Geralmente, nos “considerandos” do início
desses documentos, já vem explicitada qual(is) a(s) lei(s)
que justifica(m) a sua publicação.
-direito penal, quando se demonstra que é crime a
desobediência às determinações oficiais que visam impedir a
propagação de doenças;
Nesse caso, uma portaria do Ministério da Saúde torna-se
essa determinação oficial, e portanto, é o documento que
complementa a lei
- direito ambiental, quando se argumenta que ao poder público
é imposto o dever de defender e preservar o meio ambiente (C.
F. art. 225), nele inclusos os cães;
- direito sanitário, quando se demonstra que é obrigação do
Estado (nas três esferas), garantir a saúde da pessoa humana
através, entre outras, de ações que visam à redução do risco de
doenças (C.F. art. 196).
- direito civil, quando se alega o direito constitucional à posse
(C.F. art 5º, XXII) para impedir o Poder Público de realizar a
eutanásia de cães soropositivos.
A Constituição diz que esse direito será regulamentado por
lei (C.F. art 5º, XXIII e XXIV), adequando-o aos interesses
sociais, sendo possível a desapropriação. O Código Civil
permite a destituição da posse em casos de utilidade
pública ou interesse social (art. 1228, § 3°).
Quando esse tipo de conflito entre direitos ocorre, haverá que
prevalecer algum deles sobre os demais.
Os Direitos Humanos são direitos constitucionais: C.F. – Art. 4º, II e art. 5º, § 2º.
Em 2004 foi promulgada a Emenda Constitucional 45/04, que
determina que os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos aprovados pelo Congresso Nacional, e
sancionados pelo Presidente da República, serão equivalentes
às emendas constitucionais.
Declaração dos Direitos dos Animais? Não foi aprovada pelo
Congresso nem sancionada pelo Presidente, como exige a
Constituição, então não é lei no Brasil. Se tivesse sido, teria
valor de lei infraconstitucional (STF 2002).
Dentre os direitos humanos há aqueles que prevalecem até
mesmo sobre outros direitos humanos :
Saúde x lazer Alimentação x liberdade
O Direito Sanitário, por atender a um direito humano elementar,
prevalece sobre outros direitos:
“Sempre que houver colidência entre uma norma de direito
sanitário e uma norma comum, deve prevalecer o direito
sanitário”
. Prof. Dr. Dalmo de Abreu Dallari – Prof. Emérito da Faculdade de Direito da USP
O Direito não é uma ciência exata, possibilitando várias
interpretações diferentes para casos semelhantes.
“Não há interpretação jurídica que não esteja impregnada
das opiniões pessoais, realidades culturais, etc.”
. Prof. Dr. Vidal Serrano Nunes Júnior – Promotor de Justiça
O Direito Sanitário não faz parte da formação acadêmica dos
bacharéis de direito. Assim, a maioria dos advogados,
promotores e juízes não está inteirada das nuances jurídicas
envolvidas nas questões referentes ao controle da
leishmaniose visceral.
“Não há nas universidades a matéria de direito sanitário.
Assim, juízes tem que se pronunciar sobre temas em que
não tiveram uma formação anterior” .
. Dr. Sílvio Luiz O. Baptista – Prof. Titular aposentado da Faculdade de Direito da USP.
Muitas vezes, para que o controle da leishmaniose possa
ser realizado como o preconizado, deveremos nós
mesmos (os profissionais da Saúde Pública) instruir os
procuradores de nossos municípios quanto a essas
questões, para que eles possam construir argumentos
pertinentes para derrubar as liminares e outros
impedimentos jurídicos que possam aparecer.
Declaração de Wingspread (1998): .
"Quando uma atividade representa ameaças de danos ao
meio ambiente ou à saúde humana, medidas de precaução
devem ser tomadas, mesmo se algumas relações de causa e
efeito não forem plenamente estabelecidos cientificamente.
Neste contexto, o proponente de uma atividade, mais do que
o público, deve ter o ônus da prova”.
O Princípio da Precaução deve sempre ser considerado nos
casos de risco à saúde pública, pois ele diz respeito à
conduta que o Poder Público deve tomar frente à existência
de risco sanitário.
Na dúvida do risco, permanece a obrigação constitucional do
Poder Público agir em face da ameaça de danos irreversíveis
à saúde. A precaução atua na incerteza científica.
Há incertezas se:
-Os cães tratados contra leishmaniose, e mantidos
encoleirados, não se tornam transmissores inaparentes !!!
-O tratamento dos cães contra leishmaniose não gera
resistência aos medicamentos usados no tratamento
humano !!!
Em duas edições do Fórum de Leishmaniose Visceral (Brasília,
2007 e 2009) os técnicos, professores e pesquisadores
reunidos concluíram, dentre outras coisas, que:
- não há nenhum fármaco, ou esquema terapêutico, disponível,
que garanta a redução do risco ou a interrupção da
transmissão;
- há risco dos cães em tratamento manterem-se como
reservatórios e fonte de infecção para o vetor; e
- existe risco de indução à seleção de cepas resistentes aos
medicamentos disponíveis para o tratamento humano;
Quanto às vacinas:
Os produtores das vacinas disponíveis precisam apresentar
os estudos que:
- Apresentem métodos para diferenciar cães vacinados de
cães naturalmente infectados;
- Demonstrem o efeito protetor contra infecção e doença;
- Definam um método para avaliar a transmissão do parasito
para o vetor;
- Demonstrem de forma acurada a redução da incidência de
infecção, doença e transmissão do parasito para o vetor; e
- Sejam realizados no campo, preferencialmente, em
municípios endêmicos com comprovada prevalência de
infecção canina.
DECRETO-LEI N.º 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940:
infringir determinação do poder público destinada a impedir
introdução ou propagação de doença contagiosa, é crime
contra a saúde pública (cap. III, art. 268)
Esse tipo de determinação legal é chamada “norma penal
em branco”, ou seja, ela define a pena que vai ser imposta,
mas seu conteúdo fica indeterminado. Dessa forma, ela
depende da existência de outra norma infralegal (a
determinação do poder público) para que possa ser
executada. Assim, os atos administrativos: portarias,
resoluções, normas técnicas, emitidos pelo Ministério da
Saúde, se tornam o complemento dessa norma legal.
DECRETO FEDERAL N.º 51.838, DE 14 DE MARÇO DE
1963:
- estabelece como medidas profiláticas para o combate às
leishmanioses: investigação epidemiológica, inquéritos
para identificação de cães infectados, eliminação dos
animais doentes, combate aos flebótomos e tratamento
dos casos humanos (art. 3°);
- dispõe que a população deve ser esclarecida quanto à
importância do cão na transmissão, bem como da
eliminação dos animais doentes (art. 5°);
- estabelece a notificação compulsória à autoridade
sanitária dos casos positivos ou suspeitos (art. 6°);
- obriga o exame de cães nas áreas endêmicas (art. 8°) e a
eliminação sem crueldade dos animais doentes (art. 9°)
DECRETO-LEI N.º 467, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1969:
- institui a fiscalização do uso de produtos veterinários (art.
1°);
- determina que a fiscalização incide também sobre
estabelecimentos privados que estoquem, manipulem e
utilizem os produtos (art. 2º);
- obriga o registro desses produtos no Ministério da
Agricultura (art. 3°).
LEI FEDERAL N.º 6.259, DE 30 DE OUTUBRO DE 1975:
- o Ministério da Saúde coordenará as ações relacionadas
com o controle das doenças transmissíveis, orientando
sua execução (art. 1º);
- profissionais de saúde no exercício da profissão,
responsáveis por organizações e estabelecimentos
públicos e particulares de saúde e ensino são obrigados
a notificar casos suspeitos ou confirmados das doenças
de notificação compulsória (art. 8°);
- a autoridade sanitária é obrigada a adotar as medidas
indicadas para controle da doença, no que concerne a
indivíduos, grupos populacionais e ambiente (art. 12)
A Resolução do Conselho Nacional de Saúde N° 287,
de 08 de outubro de 1998, reconhece os médicos
veterinários como profissionais de saúde de nível
superior (I, 10).
LEI FEDERAL N.º 6.437 DE 20 DE AGOSTO DE 1977 -
Estabelece como infrações sanitárias (art. 10):
- impedir ou dificultar a aplicação de medidas sanitárias e o
sacrifício de animais considerados perigosos pelas
autoridades sanitárias (inc. VII);
- deixar de executar, dificultar ou opor-se à execução de
medidas sanitárias que visem à prevenção das doenças
transmissíveis e sua disseminação (inc. VIII);
- opor-se à exigência de provas imunológicas ou sua
execução pelas autoridades sanitárias (inc. IX);
- obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades
sanitárias (inc. X);
- transgredir outras normas legais e regulamentares
destinadas à proteção da saúde (inc.XXIX);
- descumprir atos emanados das autoridades sanitárias
competentes visando à aplicação da legislação pertinente
(inc. XXXI)
RESOLUÇÃO CFMV N.º 722, DE 16 DE AGOSTO DE 2002:
São deveres do médico veterinário (art. 6°):
-fornecer informações de interesse da saúde pública às
autoridades competentes nos casos de enfermidades de
notificação obrigatória (inc. VII);
- realizar a eutanásia nos casos devidamente justificados,
observando princípios básicos de saúde pública, legislação
de proteção aos animais e normas do CFMV (inc. XIII);
É vedado ao médico veterinário (art. 13):
-prescrever medicamentos sem registro no órgão competente
(inc. I);
- praticar atos que a lei defina como crime ou contravenção
(inc. V);
NOTA TÉCNICA – MS – SVS, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2003:
O Ministério da Saúde determina:
- não utilização da vacina Leishimune® como medida de
controle da leishmaniose visceral no Brasil;
- coibição da utilização do Teto Financeiro de Epidemiologia
e Controle de Doenças (TFECD) para a aquisição deste
produto;
- não autorização da rede pública de laboratórios realizar
exames para descartar a infecção canina para posterior
vacinação;
- O diagnóstico sorológico dos animais a serem vacinados é
de responsabilidade exclusiva do médico veterinário, que
será responsável pelo animal vacinado e arcará com as
despesas do diagnóstico.
DECRETO FEDERAL N.º 5.053, DE 22 DE ABRIL DE 2004:
- compete ao Ministério da Agricultura baixar normas
complementares referentes ao emprego dos produtos de
uso veterinário (art. 2º);
- Para cumprimento das questões relativas ao impacto
sobre a saúde, o Ministério da Agricultura ouvirá o setor
responsável da área de saúde (ANEXO DO DECRETO, art.
25, § 2°):
- comprovado o uso indevido de produto de uso
veterinário, contrariando as recomendações para seu
emprego, sujeita-se o adquirente ou o usuário às
cominações do Código Penal (art. 124).
NOTA TÉCNICA – MS – SVS, DE 29 DE SETEMBRO DE
2005:
Estão mantidas as orientações contidas na Nota Técnica de
25/11/03, no que refere à não utilização do Teto Financeiro
de Vigilância em Saúde (TFVS) para a aquisição deste
produto, bem como a não autorização dos laboratórios da
rede pública na realização dos exames sorológicos com a
finalidade de descartar a infecção canina para posterior
vacinação.
INSTRUÇÃO NORMATIVA INTERMINISTERIAL MAPA/MS
Nº 31, DE 9 DE JULHO DE 2007:
Aprova o Regulamento Técnico para Pesquisa,
Desenvolvimento, Produção, Avaliação, Registro e
Renovação de Licenças, Comercialização e Uso de Vacina
Contra a Leishmaniose Visceral Canina.
PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 1.426, DE 11 DE
JULHO DE 2008:
-Proíbe o tratamento da leishmaniose visceral em cães
infectados ou doentes, com produtos de uso humano ou
produtos não-registrados no Ministério da Agricultura
(art. 1°);
- Estabelece os requisitos para obtenção do registro
desses produtos no MAPA, bem como de produtos
importados para esse fim (art.s 3° e 4°);
PARECER CODELEGIS/CONJUR/MS/LP Nº 1243/2009
“O descumprimento da Portaria Interministerial 1426/2008,
do MS/MAPA, que proíbe o tratamento de LVC com
produtos de uso humano ou com produtos de uso
veterinário não registrados no MAPA implica a
responsabilização, ao infrator, administrativa, penal e, no
caso do Médico Veterinário, ético-disciplinar.
As penalidades cabíveis deverão ser apuradas e aplicadas
pelas autoridades competentes e conforme os
procedimentos elucidados neste Parecer quanto ao crime
previsto no artigo 268 do Código Penal, às infrações
sanitárias previstas na Lei 6437/1977, e no Decreto Lei nº.
467/1969, e as possíveis violações ao Código de Ética
Profissional do Médico Veterinário.”
PORTARIA MS Nº 2.472, DE 31 DE AGOSTO DE 2010
Art. 4º - Adota, na forma do Anexo II Da Portaria, a Lista de
Notificação Compulsória Imediata - LNCI, referente às
doenças, agravos e eventos de importância para a saúde
pública de abrangência nacional em toda a rede de saúde,
pública e privada.
Anexo II
III. Doença, morte ou evidência de animais com agente
etiológico que podem acarretar a ocorrência de doenças em
humanos, destaca-se:
5. Canídeos
Leishmaniose visceral: primeiro registro de canídeo
doméstico em área indene, confirmado por meio da
identificação laboratorial da espécie Leishmania chagasi.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – Agravo Regimental na
SUSPENSÃO DE LIMINAR E DE SENTENÇA Nº 1.289 – MS
(2010/0149231-2)
1. A exigência de que o proprietário do animal portador da
doença consinta em sacrificá-lo pode acarretar grave lesão
à saúde pública; outro tanto, a possibilidade de que o
animal seja tratado sob a supervisão e responsabilidade de
médico veterinário, porque a transmissão da doença não é
evitada por esse meio.
2. O agente público de saúde só tem acesso ao domicílio em
que reside o proprietário do animal mediante
consentimento ou autorização judicial.
Processo de Suspensão de Liminar SLS1289 disponível em:
https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp?registro=201001
492312&dt_publicacao=19/11/2010
RECOMENDAÇÕES E CONSIDERAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE QUANTO AO CONTROLE DA
LEISHMANIOSE VISCERAL, SÉRIE HISTÓRICA
1996
WHO/LEISH/96.40 - LV e a Atenção Primária de Saúde.
Disponível em http://www.ops-
oms.org/Portuguese/AD/DPC/CD/leishmaniasis-manual-
1.pdf.
Medidas a serem tomadas em relação a cães com suspeita
de LV:
- Se o cão está gravemente doente e se suspeita que tem LV,
o proprietário deve ser aconselhado a eliminá-lo de maneira
humanitária, sem demora.
- Deve ser mantido um registro dos cães suspeitos e onde
podem ser encontrados.
-A presença desses cães deve ser notificada às autoridades
sanitárias
- Os cães domésticos que ficam perambulando pela ruas,
soltos e sem controle, devem ser eliminados de maneira
humanitária e higiênica.
1996
WHO/LEISH/96.40 - LV e o Médico Veterinário. Disponível em
http://www.ops-
oms.org/Portuguese/AD/DPC/CD/leishmaniasis-manual-6.pdf .
Em geral, deve-se sacrificar todos os cães que comprovadamente são
parasitologicamente positivos, porque podem atuar como focos de infecção
dos flebótomos e da enfermidade humana.
Nas zonas de LV humana endêmica se recomenda que sejam eutanasiados
todos os cães sorologicamente positivos, porque quase seguramente tem
infecção ativa e podem contribuir para a propagação da enfermidade humana.
Não há nenhuma maneira de reconhecida eficácia para obter uma cura
permanente nos cães. Na Europa se usa à vezes um plano de tratamento
repetitivo com antimônio pentavalente para obter uma melhora clínica
temporal.
Em quase todos os casos há recidiva depois de cada ciclo de tratamento. Esta
modalidade de tratamento pode induzir resistência do parasita ao antimônio
pentavalente e o cão pode atuar como reservatório de infecção para a
enfermidade humana.
Por isso se recomenda que os medicamentos usados para tratar as infecções
humanas não sejam usados para os cães. Dessa maneira poderia se evitar o
desenvolvimento de parasitas resistentes.
1996
WHO/LEISH/96.40 - LV e as Ações de Saúde Pública.
Disponível em http://www.ops-
oms.org/Portuguese/AD/DPC/CD/leishmaniasis-manual-7.pdf
Os resultados das provas parasitológicas e sorológicas
devem ser comunicados aos proprietários, com
recomendação para que se eutanasiem todos os cães
parasitologicamente positivos.
Nas zonas endêmicas é recomendado eutanasiar todos os
cães sorologicamente positivos, porque é quase certo que
sejam portadores de infecções ativas e contribuam com a
propagação da enfermidade aos seres humanos.
LV e o Pesquisador. Disponível em http://www.ops-
oms.org/Portuguese/AD/DPC/CD/leishmaniasis-manual-9.pdf
É necessária a avaliação dos efeitos da eutanásia dos cães
sobre a transmissão da LV
2005
Communicable disease control in emergencies – A field manual.
World Health Organization. Parte relativa à leishmaniose
disponível em http://www.who.int/infectious-disease-
news/IDdocs/whocds200527/whocds200527chapters/5_Disease
_prev&control.pdf
Control measures for Zoonotic Visceral leishmaniasis:
Reduction of animal reservoirs - Large-scale screening,
followed by killing of infected dogs in emergency situations.
2005
WHO/MZCP PLAN OF WORK FOR THE BIENNIUM 2006-2007.
16th Session of the Joint Co-ordinating Committee of the
WHO/Mediterranean Zoonoses Control Programme - Athens,
Greece, 20-22 December 2005. Disponível em
http://www.who.int/zoonoses/institutions/MZCP_workplan.pdf
INTERCOUNTRY WORKSHOPS - WHO/MZCP-WHO/EMRO-
WHO/HQ INTERCOUNTRY CONSULTATION ON
INTERSECTORAL STRATEGIES FOR LEISHMANIASIS
PREVENTION AND CONTROL IN THE MEDITERRANEAN AND
THE MIDDLE EAST REGION, Aleppo, Syria, Time Period: 1st
semester 2007
Specific Objectives:
* Review of Leishmaniasis epidemiological situation in the
Mediterranean and the Middle East regions (MMER);
* Discuss the progress of immunization and treatment of
Leishmaniasis in humans and dogs
2005
CONSULTA DE EXPERTOS OPS/OMS SOBRE LEISHMANIASIS VISCERAL EN
LAS AMÉRICAS - 2005 - Informe Final. Disponível em
http://new.paho.org/panaftosa/index.php?option=com_docman&task=doc_do
wnload&gid=80
RECOMENDA:
-Que en todos los países se apliquen exclusivamente técnicas de eutanasia humanitarias
de animales infectados por LV
-Mantener las medidas de vigilancia activa de LV en la población canina mediante
encuestas o censos serológicos, análisis de riesgo, y verificación de animales infectados
y eutanasia en áreas en donde se comprueba la transmisión;
-Desarrollar políticas de intervención que contemplen estrategias de control integradas y
no sólo centradas en la eutanasia de animales infectados
-Que los países estimulen la realización de estudios operacionales para evaluar eficacia y
efectividad de medidas de intervención en reservorios
El tratamiento canino no es una medida de control de la LV. No obstante, en situaciones
especiales en que se aplique el tratamiento, se recomienda que se apliquen medidas que
impidan al contacto del perro tratado con el vector de LV. Tales medidas deberán ser
científicamente evaluadas y validadas, con el objeto de mitigar el riesgo de que el animal
en tratamiento sea fuente de infección para el vector y para las personas
En el contexto de la legislación sanitaria nacional específica de control de LV de cada
país, y cuando ésta permita el tratamiento de perros sintomáticos, este tratamiento
deberá estar bajo responsabilidad de un médicoveterinario y obligatoriamente notificado
a los órganos competentes
2006
OMS - CONSEJO EJECUTIVO - 118ª reunión - Control de la
leishmaniasis. Disponível em
http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/EB118/B118_4-sp.pdf
En la actualidad, no existe ningún modelo bien definido para un
control costoeficaz.
La leishmaniasis es una de las enfermedades tropicales más
desatendidas si se tiene en cuenta que existen pocos medios
de lucha contra ella y no hay criterios claros para definir
métodos de control.
2007
60ª ASAMBLEA MUNDIAL DE LA SALUD - WHA60.13 -
Control de la leishmaniasis. Disponível em
http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA60/A60_R13-
sp.pdf . Acesso em jul/2010
Insta aos Estados membros para os quais a leishmaniose é
um importante problema de saúde pública, a que encontrem
métodos apropriados e eficazes de controle dos
reservatórios
O documento pede à Diretora Geral que elabore diretrizes
sobre prevenção e tratamento da LV, com ênfase especial na
atualização do informe do Comitê de Peritos da OMS em
Leishmaniose(de 1990)
Pede também que defina uma política para o controle da
leishmaniose, com o apoio técnico do quadro de peritos da
OMS sobre leishmaniose.
2009
Encuentro sobre vigilancia, prevención y control de leishmaniasis visceral (LV)
en el Cono Sur de Sudamérica. Brasil, 23 de septiembre de 2009. Disponível em
http://new.paho.org/panaftosa/index.php?option=com_content&task=view&id=2
81&Itemid=233
Al no existir a la fecha instrumentos para evitar que los caninos infectados transmitan la
enfermedad al hombre y a otros animales, para mitigar los riesgos de transmisión, la
conducta indicada es el sacrificio humanitario de los caninos infectados. Las regulaciones
que dificulten o demoren la ejecución de esta medida deben revisarse y perfeccionarse para
evitar casos humanos y así tutelar los bienes jurídicos prioritarios que son la vida y la salud
humana.
Las acciones integradas de vigilancia, control y prevención, (-vigilancia entomológica -
segregación y sacrificio humanitario de caninos infectados, y -control selectivo del vector
en las áreas de mayor riesgo de transmisión), acompañados por el diagnóstico precoz y
tratamiento oportuno de personas enfermas; demostraron que es posible disminuir el
número de casos humanos y sus consecuencias.
La estrategia de control de la LV canina es necesaria para mitigar el riesgo de casos
humanos y la diseminación de la enfermedad. Con los recursos y condiciones existentes a
la fecha, ésta debe incluir a la notificación de casos y a la vigilancia activa mediante
encuestas o censos serológicos, análisis de riesgo y sacrificio humanitario de los caninos
infectados;
Deben asegurarse los medios para la vigilancia epidemiológica, el diagnóstico y sacrificio
humanitario de caninos infectados; desarrollar e instrumentar estrategias jurídicas,
infraestructura y medios para concretarlo basándose en el principio de la indelegable
obligación por parte del Estado de tutelar los bienes jurídicos prioritarios como la vida y la
salud de las personas;
2010
CONTROL DE LA LEISHMANIASIS. 63.ª ASAMBLEA MUNDIAL
DE LA SALUD A63/16 Punto 11.13 del orden del día provisional -
25 de marzo de 2010. Disponível em
http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA63/A63_16-sp.pdf .
En respuesta a la petición formulada por la Asamblea de la Salud para
que se actualizara el informe del Comité de Expertos en Leishmaniasis,
la Secretaría está revisando el contenido técnico del mismo.
Se ha puesto en marcha (...) un programa de la Región de las Américas
destinado a reforzar el control y la vigilancia de la leishmaniasis en
dicha Región, que comprende el mapeo de la enfermedad en 14 países
y actividades encaminadas a frenar el avance de la leishmaniasis
visceral en la Argentina, el Brasil y el Paraguay
La Secretaría analizó la utilidad de los instrumentos existentes de
control considerando la evidencia disponible. (...) hay en curso otras
dos revisiones sobre el tratamiento de la leishmaniasis visceral (kala-
azar) y otras medidas de control.