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PACOTE PREPARATÓRIO – TRT 2ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO - JUD PROF. FABIANO PEREIRA – DIREITO ADMINISTRATIVO --------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br Olá! Eis a nossa aula sobre a Lei 8.666/1993 e Lei 10.520/2002 (pregão), que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Apesar de o conteúdo também ter ficado “um pouquinho” grande, vale a pena dedicar-se à leitura da aula, pois, certamente, você irá encontrar algumas assertivas sobre o assunto em sua prova. Desde já, lembre-se de que você não deseja se tornar um especialista em licitações (pelo menos por enquanto), mas apenas conseguir o seu lugar no serviço público. Depois disso, caso seja de seu interesse, você terá um bom tempo disponível e, o que é melhor, muito dinheiro no bolso para pagar um excelente curso de pós-graduação sobre o tema. Se você está incluído na lista daqueles que possuem “pavor” da Lei de Licitações, pode ter certeza de que, ao término de nossa aula, a sua síndrome estará medicada. Entretanto, será necessário que você adote todas as dicas que irei fornecer durante o desenvolvimento da aula, e, como não poderia ser diferente, resolva todas as questões de fixação de conteúdo que estão sendo disponibilizadas. Tenho certeza de que você não terá dificuldade alguma para interpretá- las e acertá-las, mas, se isso ocorrer, lembre-se de enviar para o fórum todos os seus questionamentos, pois o nosso objetivo é garantir que você gabarite as questões sobre o tema. No mais, se tiver alguma sugestão, crítica ou elogio que possam melhorar a qualidade e produtividade do nosso curso, estou à sua disposição no e-mail [email protected]. Bons estudos! Fabiano Pereira Ps.: também estou à sua disposição no FACEBOOK, é só clicar no link www.facebook.com.br/professorfabianopereira

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PACOTE PREPARATÓRIO – TRT 2ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO - JUD PROF. FABIANO PEREIRA – DIREITO ADMINISTRATIVO

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Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br

Olá!

Eis a nossa aula sobre a Lei 8.666/1993 e Lei 10.520⁄2002 (pregão), que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

Apesar de o conteúdo também ter ficado “um pouquinho” grande, vale a pena dedicar-se à leitura da aula, pois, certamente, você irá encontrar algumas assertivas sobre o assunto em sua prova.

Desde já, lembre-se de que você não deseja se tornar um especialista em licitações (pelo menos por enquanto), mas apenas conseguir o seu lugar no serviço público. Depois disso, caso seja de seu interesse, você terá um bom tempo disponível e, o que é melhor, muito dinheiro no bolso para pagar um excelente curso de pós-graduação sobre o tema.

Se você está incluído na lista daqueles que possuem “pavor” da Lei de Licitações, pode ter certeza de que, ao término de nossa aula, a sua síndrome estará medicada. Entretanto, será necessário que você adote todas as dicas que irei fornecer durante o desenvolvimento da aula, e, como não poderia ser diferente, resolva todas as questões de fixação de conteúdo que estão sendo disponibilizadas.

Tenho certeza de que você não terá dificuldade alguma para interpretá-las e acertá-las, mas, se isso ocorrer, lembre-se de enviar para o fórum todos os seus questionamentos, pois o nosso objetivo é garantir que você gabarite as questões sobre o tema.

No mais, se tiver alguma sugestão, crítica ou elogio que possam melhorar a qualidade e produtividade do nosso curso, estou à sua disposição no e-mail [email protected].

Bons estudos!

Fabiano Pereira

Ps.: também estou à sua disposição no FACEBOOK, é só clicar no link www.facebook.com.br/professorfabianopereira

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LICITAÇÃO – LEI 8.666/1993

1. Considerações iniciais ............................................................. 05

2. Abrangência da lei 8.666/1993 ................................................ 06

3. Conceito .................................................................................. 08

4. Princípios da licitação ............................................................. 08

4.1. Princípio da legalidade ................................................. 09

4.2. Princípio da impessoalidade ......................................... 10

4.3. Princípio da moralidade ................................................ 11

4.4. Igualdade entre os participantes ................................. 13

4.5. Princípio da publicidade ............................................... 14

4.6. Probidade administrativa ............................................. 16

4.7. Vinculação ao instrumento convocatório ...................... 16

4.8. Julgamento objetivo ..................................................... 17

4.9. Formalismo .................................................................. 19

4.10. Sigilo na apresentação das propostas ........................ 19

4.11. Adjudicação compulsória ........................................... 20

5. Margens de preferência .......................................................... 20

6. Das Definições ........................................................................ 23

7. Procedimentos ........................................................................ 26

7.1. Audiência Pública ........................................................ 27

7.2. Edital .......................................................................... 28

7.3. Antecedência mínima do edital ................................... 30

7.4. Impugnação administrativa ao edital .......................... 31

7.5. Comissão de licitação .................................................. 31

7.6. Habilitação dos licitantes ............................................ 32

7.6.1. Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF .......................................................................................... 35

7.7. Julgamento das propostas ........................................... 37

7.8. Homologação e adjudicação ao vencedor .................... 38

8. Das obras e serviços ............................................................... 39

9. Modalidades de licitação ......................................................... 42

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9.1. Concorrência .............................................................. 45

9.2. Tomada de preços ...................................................... 46

9.3. Convite ...................................................................... .... 46

9.4. Concurso ................................................................... ... 48

9.5. Leilão ........................................................................ 49

10. Tipos de licitação .................................................................. 50

11. Exceções à obrigatoriedade de licitar ................................... 53

11.1. Inexigibilidade .......................................................... 54

11.2. Licitação dispensada ................................................. 57

11.3. Licitação dispensável ................................................. 58

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

1. Introdução ao estudo dos contratos administrativos ................ 63

2. Disciplina normativa e conceito ................................................. 64

3. Características .......................................................................... 64

3.1. Atuação da administração como poder público ............... 65

3.2. Finalidade pública .......................................................... 65

3.3. Formalismo .................................................................... 65

3.4. Contrato de adesão ........................................................ 67

3.5. Pessoalidade (caráter intuitu personae) ........................ 67

3.6. Existência de “cláusulas exorbitantes” .......................... 69

4. Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato ...................... 75

5. Exigência de garantias para a execução do contrato ................ 77

6. Responsabilidade pelos encargos de execução ......................... 77

7. Recebimento do objeto do contrato .......................................... 78

8. Extinção do contrato administrativo ......................................... 79

9. Prazo de duração e prorrogação do contrato ............................ 81

10. Inexecução contratual ............................................................ 83

10.1. Inexecução culposa ..................................................... 84

10.2. Inexecução sem culpa ................................................. 84

10.3. Teoria da imprevisão ................................................... 84

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10.3.1. Caso fortuito e força maior ....................................... 85

10.3.2. Fato do príncipe ........................................................ 86

10.3.3. Fato da Administração .............................................. 87

10.3.4. Interferências imprevistas ....................................... 88

11. Revisão de Véspera de Prova .................................................. 89

PREGÃO – LEI 10.520/2002

1. Considerações iniciais ................................................................ 95

2. Abrangência ............................................................................... 95

3. Utilização subsidiária da Lei 8.666/1993 .................................. 96

4. Principais características ........................................................... 96

5. Princípios de observância obrigatória ....................................... 98

6. Pregão presencial e pregão eletrônico ...................................... 99

7. Sistema de Registro de Preços .................................................. 111

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1. Considerações iniciais

O inciso XXI, artigo 37, da CF/88, declara expressamente que, ressalvados os casos especificados na legislação, “as obras, serviços,compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação públicaque assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, comcláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condiçõesefetivas da proposta, nos termos da lei, a qual somente permitirá as exigênciasde qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimentodas obrigações”.

Perceba que nem todas as obras, serviços, compras e alienações serão contratadas mediante processo de licitação pública, pois a legislação poderá criar determinadas hipóteses em que irá ocorrer a sua dispensa ou inexigibilidade.

A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que "a diferença básicaentre as duas hipóteses está no fato de que, na dispensa, há possibilidade decompetição que justifique a licitação; de modo que a lei faculta a dispensa, quefica inserida na competência discricionária da Administração. Nos casos deinexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe umobjeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; alicitação é, portanto, inviável."

Exemplo: imagine que a Administração Pública tenha o interesse em adquirir a “forca” com a qual Tiradentes foi morto. Ora, se existe apenas uma única forca no mundo, como a Administração Pública irá fazer licitação?

Nesse caso, temos uma hipótese em que a licitação é inexigível, pois existe impossibilidade jurídica de competição, já que apenas uma pessoa é proprietária da citada “forca”.

Outro exemplo: o art. 24, III, da Lei 8.666/1993, informa que a licitação é dispensável nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. Ora, já imaginou que beleza seria se a Administração tivesse que fazer licitação, no meio da guerra, com o objetivo de adquirir novas armas para combater o inimigo? Certamente não iria sobrar uma alma viva brasileira para contar a história da guerra.

Para evitar maiores prejuízos à Administração Pública, por se tratar de uma situação excepcional, o próprio texto legal dispensou a realização de licitação (mas se o administrador quiser realizá-la, fica a critério dele).

(FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) Nos termos da Lei, a dispensa de licitação ocorre nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. Assertiva considerada correta.

Pergunta: Em qual legislação iremos encontrar essas hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação?

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Entretanto, o artigo 3º da Lei 8.666/93 declara expressamente que “a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos”.

Além dos princípios expressamente previstos no artigo 3º da Lei de Licitações, o professor Hely Lopes Meirelles ainda destaca o princípio do sigilo das propostas, da adjudicação compulsória e o do formalismo.

4.1. Princípio da legalidade

Atualmente, o princípio da legalidade pode ser estudado sob dois enfoques distintos: em relação aos particulares e em relação à Administração Pública.

Em relação aos particulares, o princípio da legalidade está consagrado no inciso II, artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão emvirtude da lei".

Isso significa que, em regra, somente uma lei (ato emanado do Poder Legislativo) pode impor obrigações aos particulares.

Segundo o saudoso professor Hely Lopes Meirelles, “enquanto os indivíduos, no campo privado, podem fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só pode atuar onde a lei autoriza”.

Em relação à Administração, o princípio da legalidade assume um enfoque diferente. Nesse caso, está previsto expressamente no caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, significando que a Administração Pública somente pode agir se existir uma norma legal autorizando.

Segundo o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da legalidade “implica subordinação completa do administrador à lei. Todos osagentes públicos, desde o que ocupe a cúspide até o mais modesto deles,devem ser instrumentos de fiel e dócil realização das finalidades normativas”.

Num primeiro momento, pode até parecer que a necessidade de autorização legal para que a administração possa agir estaria “engessando” a atividade administrativa, além de incentivar o ócio. Entretanto, não é esse o objetivo do referido princípio.

Na verdade, o princípio da legalidade é uma exigência que decorre do próprio Estado de Direito, que impõe a necessidade de submissão ao império da lei. A Administração Pública somente poderá atuar quando autorizada ou permitida por lei. A vontade da Administração é a que decorre da lei e, portanto, os agentes públicos somente poderão fazer o que a lei permitir ou autorizar.

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Durante a realização do procedimento licitatório, por exemplo, todos os atos administrativos devem possuir amparo legal, isto é, precisam ser editados em conformidade com a legislação vigente. Essa obrigatoriedade também se impõe ao edital da licitação, que, caso seja editado em desconformidade com o ordenamento jurídico vigente, é passível de nulidade.

4.2. Princípio da impessoalidade

O princípio da impessoalidade, no que se refere ao procedimento licitatório, pode ser analisado sob vários aspectos distintos, a saber:

1º) dever de tratamento isonômico a todos os licitantes;

2º) imputação dos atos praticados pelos agentes públicos diretamente àspessoas jurídicas em que atuam;

3º) dever de sempre agir com o intuito de satisfazer o interesse público.

Sob o primeiro aspecto, o princípio da impessoalidade impõe à Administração Pública a obrigação de conceder tratamento isonômico a todos os licitantes que se encontrarem em idêntica situação jurídica. Assim, fica vedado o tratamento privilegiado a um ou alguns licitantes em função de amizade, parentesco ou troca de favores. Da mesma forma, o princípio também veda aos administradores que pratiquem atos prejudiciais a determinado licitante em razão de inimizade ou perseguição política, por exemplo.

Nesse caso, tem-se o princípio da impessoalidade como um verdadeiro “sinônimo” do princípio da isonomia, e a obrigatoriedade de realização de concurso público para ingresso em cargo ou emprego público (artigo 37, II), bem como a obrigatoriedade de realização de licitação pela Administração (artigo 37, XXI), são exemplos clássicos de tal princípio, já que proporcionam igualdade de condições para todos os interessados.

Em relação ao segundo aspecto, o princípio da impessoalidade determina que os atos praticados pela Administração Pública não podem ser utilizados para a promoção pessoal do agente público, mandamento expresso na segunda parte do § 1º, artigo 37, da Constituição Federal de 1988:

§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dosórgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientaçãosocial, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Os atos praticados pelos agentes púbicos durante a realização do procedimento licitatório devem ser imputados à entidade política ou administrativa às quais se encontram vinculados, portanto, não poderão ser utilizados para a promoção pessoal de quem quer que seja.

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Assim, não se admite que determinado Prefeito divulgue vários outdoors pela cidade, por exemplo, destacado que ele foi o responsável pela licitação para a construção do Hospital Municipal, que já estava “parada” há vários anos. Os bônus e ônus relativos ao regular processo licitatório devem ser atribuídos ao Município e não ao agente público, que “simplesmente” foi um instrumento pelo qual o ente municipal se manifestou.

Sob um terceiro aspecto, o princípio da impessoalidade pode ser estudado como uma aplicação do princípio da finalidade, pois o objetivo maior da Administração deve ser sempre a satisfação do interesse público.

O edital de licitação, as leis e demais normas administrativas devem ser interpretados da forma que melhor atenda ao interesse público a que se dirigem. Durante o procedimento licitatório, todos os atos administrativos praticados em desconformidade com o interesse público que justificou a realização da licitação serão anulados, seja pela própria Administração Pública ou pelo Poder Judiciário.

4.3. Princípio da moralidade

O princípio da moralidade, também previsto expressamente no caput, do artigo 37, da Constituição Federal de 1988, determina que os atos e atividades da Administração devem obedecer não só à lei, mas também à própria moral, pois nem tudo que é legal é honesto.

Como consequência do princípio da moralidade, os agentes públicos devem agir com honestidade, boa-fé e lealdade, respeitando a isonomia e demais preceitos éticos.

É válido destacar que a moral administrativa é diferente da moral comum, pois, conforme Hauriou, a moral comum é imposta ao homem para a sua conduta externa, enquanto a moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação, que é a satisfação do interesse público.

Em razão de tal princípio, veda-se à Administração Pública qualquer comportamento que contrarie os princípios da lealdade e da boa-fé. Além disso, observe-se que o princípio deve ser respeitado não apenas pelos agentes públicos, mas também pelos particulares que se relacionam com a Administração Pública. Em um processo licitatório, por exemplo, é muito comum o conluio entre licitantes com o objetivo de violar o referido princípio, conforme informa a professora Di Pietro.

Afirma ainda a professora que, em matéria administrativa, sempre que se verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, além da ideia comum de honestidade, haverá ofensa ao princípio da moralidade administrativa.

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O parágrafo 4º, artigo 37, da CF/1988, não se descuidou de assegurar o respeito à moralidade administrativa, asseverando que:

§ 4º. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstasem lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Ainda com o objetivo de resguardar a moralidade administrativa, a Constituição Federal também contemplou, em seu inciso LXXIII, artigo 5º, a Ação Popular, regulada pela Lei 4.717/65. Por meio dessa ação constitucional qualquer cidadão pode deduzir a pretensão de anular atos praticados pelo poder público e que estejam contaminados de imoralidade administrativa.

É importante esclarecer ainda que, na maioria das vezes, quando um ato praticado pela Administração viola um princípio qualquer, como o da impessoalidade, legalidade, publicidade, eficiência, etc., estará violando também, consequentemente e num segundo plano, o princípio da moralidade.

Tamanha é a importância do princípio da moralidade no âmbito do processo licitatório que, com o intuito de combater eventuais fraudes, o Superior Tribunal de Justiça vem admitindo a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica na esfera administrativa, evitando, assim, que sócios de empresas que foram impedidas de licitar ou contratar com a Administração Pública criem outras pessoas jurídicas e continuem participando normalmente de licitações.

Nesse caso, a aplicação da penalidade de proibição de contratar com a Administração Pública, apesar de ter sido aplicada à EMPRESA X, por exemplo, também poderá incidir sobre a EMPRESA Y, que foi constituída pelos mesmos sócios com o único propósito de continuar participando de licitações, apesar da imposição da sanção prevista no art. 87, IV, da Lei 8.666/1993.

No julgamento do recurso ordinário em mandado de segurança nº 15.166/BA, derelatoria do Ministro Castro Meira, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que “aconstituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os mesmos sóciose com o mesmo endereço, em substituição a outra declarada inidônea para licitarcom a Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar à aplicação dasanção administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de Licitações (Lei n.º8.666/93), de modo a possibilitar a aplicação da teoria da desconsideração dapersonalidade jurídica para estenderem-se os efeitos da sanção administrativa ànova sociedade constituída. A Administração Pública pode, em observância aoprincípio da moralidade administrativa e da indisponibilidade dos interessespúblicos tutelados, desconsiderar a personalidade jurídica de sociedade constituídacom abuso de forma e fraude à lei, desde que facultado ao administrado ocontraditório e a ampla defesa em processo administrativo regular”.

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repartição pública, apresentem e formalizem as suas propostas, que, por sinal, podem ser ainda mais vantajosas para o interesse público.

Tal entendimento está expresso no parágrafo único, do artigo 20, da Lei 8.666/93, ao estabelecer que “a Administração não impedirá a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais”.

As cláusulas editalícias que restringem injustificadamente a participação de interessados sediados em localidades diversas violam o denominado princípio da competitividade, que é uma consequência do princípio da igualdade entre os participantes.

Apesar disso, é possível afirmar que o direito de participar de licitação não constitui uma garantia absoluta e inquestionável de quaisquer pessoas ou empresas. Apenas as que atendam às exigências feitas justificadamente pela Administração podem invocar o seu direito subjetivo de ingressarem no certame e apresentarem as suas propostas, desde que tais exigências estejam em conformidade com a lei e demais princípios constitucionais.

Por último, lembre-se de que, se as propostas oferecidas pelos licitantes forem iguais, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

1º) produzidos no País;

2º) produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e

3º) produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa eno desenvolvimento de tecnologia no País.

4.5. Princípio da publicidade

O princípio da publicidade impõe à Administração Pública a obrigatoriedade de conceder aos seus atos a mais ampla divulgação possível entre os administrados, pois só assim estes poderão fiscalizar e controlar a legitimidade das condutas praticadas pelos agentes públicos.

Ademais, a publicidade de atos, programas, obras e serviços dos órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social.

O referido princípio encontra amparo no caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, bem como no inciso XXXIII, do artigo 5º, que declara expressamente:

XXXIII - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações deseu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serãoprestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadasaquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e doEstado.

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Conforme é possível constatar da leitura do citado inciso, nem toda informação de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral serão disponibilizadas aos interessados, pois foram ressalvadas aquelas que coloquem em risco a segurança da sociedade e do Estado.

Exemplo: Suponhamos que você tenha formulado uma petição administrativa destinada ao Ministro de Estado da Defesa e que, no seu texto, você tenha solicitado as seguintes informações: quantidade de tanques deguerra que estão em atividade no Brasil; número do efetivo de homens daMarinha, Exército e Aeronáutica, e os endereços dos locais onde ficamguardados os equipamentos bélicos das Forças Armadas.

Pergunta: Será que o Ministro de Estado da Defesa irá lhe fornecer as informações solicitadas?

É lógico que não, pois tais informações são imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado. Imagine o que pode acontecer ao nosso país se essas informações forem parar em mãos erradas? (Hugo Chávez, por exemplo... brincadeira...)

A divulgação oficial dos atos praticados pela Administração Pública ocorre, em regra, mediante publicação no Diário Oficial, isso em relação à União, aos Estados e ao Distrito Federal. Em relação aos Municípios, pode ser que algum não possua órgão oficial de publicação de seus atos (Diário Oficial). Nesse caso, a divulgação poderá ocorrer mediante afixação do ato na sede do órgão ou entidade que os tenha produzido.

Exemplo: Caso o ato (edital de licitação, por exemplo) seja de titularidade do Poder Executivo, poderá ser afixado no quadro de avisos localizado no saguão da Prefeitura. Caso o ato tenha sido editado pelo Poder Legislativo, poderá ser afixado no saguão da Câmara de Vereadores, em um quadro de avisos, a fim de que todos os interessados possam ter acesso e consultá-los quando necessário.

Para responder às questões de prova: A publicação do ato administrativo em órgão oficial de imprensa não é condição de sua validade, mas sim condição de eficácia e moralidade. Somente a partir da publicação é que o ato começará a produzir os seus efeitos jurídicos, mesmo que há muito tempo já esteja editado, aguardando apenas a sua divulgação.

Atenção: Alguns atos administrativos, a exemplo dos atos internos, podem ser divulgados nos boletins internos existentes no interior de vários órgãos e entidades administrativas. Por outro lado, os atos externos devem ser publicados em Diário Oficial, exceto se a lei estabelecer outra forma.

A preocupação do legislador em relação à publicidade dos atos e procedimentos inerentes à licitação está expressa no texto da Lei 8.666/1993, que, em seu art. 3º, § 3º, dispõe que:

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A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

4.6. Probidade administrativa

O professor Marcelo Figueiredo entende que “a probidade é espécie dogênero ‘moralidade administrativa’ a que alude, por exemplo, o art. 37, capute seu § 4° da CF. O núcleo da probidade está associado (deflui) ao princípiomaior da moralidade administrativa, verdadeiro norte à administração emtodas as suas manifestações. Se correta estiver a análise, podemos associar,como o faz a moderna doutrina do Direito Administrativo, os atos atentatóriosà probidade como também atentatórios à moralidade administrativa. Nãoestamos a afirmar que ambos os conceitos são idênticos. Ao contrário, aprobidade é peculiar e específico aspecto da moralidade administrativa”.

De qualquer forma, o importante é que você entenda que os atos que caracterizam improbidade administrativa estão relacionados na Lei 8.429/92, e, nos termos do artigo 37, § 4°, da CF/88, podem ocasionar a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Além disso, nos artigos 89 a 99 da Lei 8.666/93 é possível constatar vários dispositivos que punem a prática de atos violadores da moralidade e probidade administrativa.

4.7. Vinculação ao instrumento convocatório

O Princípio da vinculação ao instrumento convocatório, também chamado de princípio da vinculação ao edital, está previsto expressamente no artigo 41 da Lei 8.666/93, ao afirmar que “a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada”.

Na verdade, apesar de o artigo 41 da Lei 8.666/93 fazer referência somente à Administração Pública, é necessário esclarecer que as regras licitatórias estabelecidas no edital tornam-se obrigatórias também para todos aqueles particulares que desejam participar do certame. O edital, nesse caso, torna-se lei entre as partes.

(FCC/Procurador TCE SP/2011) A Administração Pública realizou licitação para venda de ativos mobiliários à vista. Venceu o licitante que apresentou proposta de maior valor. Em razão de oscilações no mercado financeiro, o licitante apresentou, posteriormente, requerimento para parcelamento do valor ofertado. A Administração Pública deverá indeferir o pedido, com base no princípio da vinculação ao instrumento convocatório. Assertiva considerada correta pela banca.

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O princípio do julgamento objetivo está previsto expressamente no texto da Lei Geral de Licitações, mais precisamente em seu artigo 44, ao afirmar que, “no julgamento das propostas, a Comissão levará emconsideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais nãodevem contrariar as normas e os princípios estabelecidos por esta Lei”.

Corroborando essa obrigatoriedade, o artigo 45 também determina que “o julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ouo responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e deacordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitarsua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle”.

No concurso público para o cargo de Secretário de Diligências do MPE/RS, realizado pela Fundação Carlos Chagas em 2008, foi elaborada a seguinte questão sobre o tema:

(FCC/Secretário de Diligências- MPE RS/2008) Ao dispor que a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite deve realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle, a Lei de Licitações está se referindo ao princípio (A) da legalidade.(B) da moralidade.(C) da igualdade.(D) do julgamento objetivo.(E) da impessoalidade. Gabarito: Letra “D”

Pergunta: Professor, o que são tipos de licitação?

Os “tipos de licitação” são critérios adotados para a escolha da proposta mais vantajosa para a Administração e estão previstos no § 1º, do artigo 45, da Lei 8.666/93, que assim expõe:

“Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta maisvantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitanteque apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ouconvite e ofertar o menor preço;

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço.

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ouconcessão de direito real de uso”.

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Dentre todos os tipos de licitação apresentados no § 1º do artigo 45, certamente o que possibilita um efetivo julgamento objetivo é o de “menorpreço”, pois, neste caso, não resta qualquer subjetivismo à Comissão de Licitação ou o responsável pelo convite, que se restringirão a certificar o valor da proposta e o respeito aos requisitos editalícios.

Em relação aos demais tipos licitatórios, dificilmente teremos um julgamento efetivamente objetivo em virtude da necessidade de análises técnicas que, em muitas das vezes, importam na emissão de juízo de valor.

Na modalidade licitatória denominada “concurso”, por exemplo, fica muito difícil valer-se exclusivamente de critérios objetivos para decidir qual é a proposta vencedora. Em um concurso realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral para escolher um novo hino para a instituição, por exemplo, inevitavelmente serão utilizados alguns critérios subjetivos para definir o vencedor, já que se trata de uma “peça artística”, que levará em conta os gostos musicais dos eventuais membros da comissão de licitação.

(FCC/Técnico Judiciário TRE RN/2011) O princípio segundo o qual os critérios e fatores seletivos previstos no edital devem ser adotados inafastavelmente para o julgamento, evitando-se, assim, qualquer surpresa para os participantes da licitação, denomina-se Julgamento Objetivo. Assertiva considerada correta pela banca.

4.9. Formalismo

O artigo 4º da Lei 8.666/93 afirma que o procedimento licitatório caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. Isso quer dizer que o procedimento licitatório está vinculado não somente ao texto legal, mas também aos regulamentos, às normatizações administrativas e, consequentemente, ao próprio edital.

O professor Hely Lopes Meirelles chama atenção para o fato de que o “procedimento formal, entretanto, não se confunde com ‘formalismo’, que secaracteriza por exigências inúteis e desnecessárias. Por isso mesmo, não seanula o procedimento diante de meras omissões ou irregularidades formais nadocumentação ou nas propostas, desde que, por sua irrelevância, não causemprejuízo à Administração e aos licitantes. A regra é a dominante nos processosjudiciais: não se decreta a nulidade onde não houver dano para qualquer daspartes - ‘pas de nullité sans grief’, como dizem os franceses.”

4.10. Sigilo na apresentação das propostas

A fim de garantir o caráter competitivo e, principalmente, a moralidade do procedimento licitatório, o conteúdo das propostas apresentadas pelos licitantes somente será conhecido no momento previamente determinado.

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O sigilo das propostas é consequência lógica do processo, pois, caso um licitante tenha acesso antecipado às propostas apresentadas pelos demais, certamente seria privilegiado, podendo manipular o resultado da licitação.

O § 3º, do art. 3º, da Lei 8.666/93, declara que “a licitação não serásigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento,salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.

A violação do sigilo das propostas ensejará a anulação do procedimento licitatório, além da tipificação do crime previsto no artigo 94:

“Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimentolicitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena - detenção de 02 (dois) a 03 (três) anos e multa”.

4.11. Adjudicação compulsória

Adjudicar significa “atribuir ao adjudicatário o objeto ou a mercadoriapostos em adjudicação; chamar a si; apropriar-se” (Larousse Dicionário da Língua Portuguesa).

Bem, o significado da palavra nos fornece apenas uma dica sobre o princípio em estudo, mas, de uma forma geral, podemos definir a adjudicação como o ato pelo qual a autoridade competente atribui ao vencedor da licitação o seu objeto.

O professor Hely Lopes Meirelles afirma que a Administração não pode, concluído o procedimento licitatório, atribuir o objeto da licitação a outrem que não o vencedor. “A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se estedesistir expressamente do contrato ou o não firmar no prazo prefixado, amenos que comprove justo motivo. A compulsoriedade veda também que seabra nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior”.

Afirma ainda o professor que, no entanto, “o direito do vencedor limita-se à adjudicação, ou seja, à atribuição a ele do objeto da licitação, e não aocontrato imediato. E assim é porque a Administração pode, licitamente,revogar ou anular o procedimento ou, ainda, adiar o contrato, quando ocorrammotivos para essas condutas. O que não se lhe permite é contratar comoutrem, enquanto válida a adjudicação, nem revogar o procedimento ouprotelar indefinidamente a adjudicação ou a assinatura do contrato sem justacausa”.

5. Margens de preferência

Nos processos de licitação realizados pela Administração Pública, poderá ser estabelecida margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras. Essa “margem de preferência”, incluída pela Lei 12.349/2010, acabou relativizando

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o princípio da igualdade entre os participantes e a afirmação de que a licitação tem por objetivo contratar a proposta que seja mais “vantajosa” financeiramente para a Administração.

Doravante, em virtude da alteração promovida no texto do art. 3º da Lei 8.666/1990, uma proposta pode ser definida como a “mais vantajosa” para Administração ainda que não apresente, necessariamente, o menor preço (mesmo nas licitações do tipo menor preço), se gerar benefícios indiretos e mediatos a longo prazo que garantam a promoção do desenvolvimento nacional sustentável.

Exemplo: Se em determinada licitação para aquisição do “produto X“ for estabelecida margem de preferência de 10% (dez por cento) para os produtos nacionais, a proposta contendo produto estrangeiro será derrotada ainda que apresente valor até 10% (dez por cento) inferior. Assim, se o produto nacional for oferecido para a Administração Pública por R$ 109.000,00 e o estrangeiro por R$ 100.000,00, aquele deverá ser escolhido em razão da margem de preferência de 10% (dez por cento).

A própria Lei 12.349/2010 encarregou-se de definir as expressões “produtos manufaturados nacionais” e “serviços nacionais”, conforme prevê o art. 6º, incisos XVII e XVIII, da Lei 8.666/1993:

1. Produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

2. Serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal.

Além da margem de preferência “básica”, prevista no § 5º, art. 3º, da Lei 8.666/1993, a Administração Pública ainda poderá prever uma margem de preferência “adicional” para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados noPaís, desde que essas duas margens de preferência, quando somadas, não ultrapassem o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.

Exemplo: suponhamos que a Administração Pública, interessada em adquirir determinado produto, tenha fixado margem de preferência básica de 10% (dez por cento) para os produtos manufaturados nacionais em relação aos produtos estrangeiros. Imaginemos, agora, que a Administração também decida fixar margem de preferência adicional para os produtos manufaturados nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País.

Nesse caso, qual será o percentual máximo de margem adicional que poderá ser fixado pela Administração Pública?

É simples. O percentual máximo para produtos nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País será de 15% (quinze por cento), pois já existe margem básica fixada em 10% (dez por

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II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;

III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente;

IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;

V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei , isto é, superior a R$ 37.500.000,00;

VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos;

VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios;

VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes:

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;

d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;

e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada;

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

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b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;

XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;

XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis;

XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;

XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública;

XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.

XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

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XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade.

7. Procedimentos

O professor Edmir Netto de Araújo afirma que como todo ato administrativo decisório da Administração, a licitação se inicia pela autuação do respectivo procedimento. Este significa a formalização de atos (passos) em sequência lógica, em direção ao provimento administrativo visado, sendo por vezes denominado processo administrativo quando o contraditório é previsto em sua estrutura procedimental.

O Tribunal de Contas da União, através da Súmula 177, deixou bem claro que “a definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação”.

A doutrina majoritária divide a licitação em duas grandes fases: a interna, que se inicia com a abertura do procedimento administrativo, e a externa, que tem início com uma audiência pública, nas licitações cujos valores sejam superiores a R$ 150.000.000,00 (cento e cinquenta milhões de reais), ou com a publicação do edital ou envio da carta-convite, nos valores medianos e aqueles considerados de menor vulto.

Apesar de não trazer em seu texto um “roteiro” licitatório, a Lei 8.666/1993 apresenta vários dispositivos que podem orientar o nosso estudo e facilitar o conhecimento das fases interna e externa da licitação.

O artigo 43, por exemplo, apresenta um resumo das principais etapas da fase externa da licitação aplicáveis à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite, a saber:

1ª) abertura dos envelopes contendo a documentação relativa àhabilitação dos concorrentes, e sua apreciação;

2ª) devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados,contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recursoou após sua denegação;

3ª) abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrenteshabilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso,ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dosrecursos interpostos;

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4ª) verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos doedital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado oufixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes dosistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamenteregistrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação daspropostas desconformes ou incompatíveis;

5ª) julgamento e classificação das propostas de acordo com os critériosde avaliação constantes do edital;

6ª) deliberação da autoridade competente quanto à homologação e àadjudicação do objeto da licitação.

É importante destacar que as etapas apresentadas aplicam-se à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite.

7.1. Audiência Pública

O artigo 39 da Lei 8.666/93 estabelece que sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a R$ 150.000.000,00 (100 vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c"), o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados, sejam futuros participantes ou representantes da sociedade.

Licitações simultâneas são aquelas com objetos similares e com realização prevista com intervalos iguais ou inferiores a 30 dias. Por outra via, consideram-se sucessivas duas licitações, quando, sendo semelhantes seus objetos, o edital de abertura da posterior seja publicado antes de 120 dias do término do contrato relativo à licitação anterior.

A título de exemplo, destaca-se que recentemente o DNIT (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte) realizou audiência pública para discussão do processo licitatório da segunda etapa do “PlanoNacional de Pesagem”, através do qual serão instalados 157 Postos de Pesagem de Veículos – PPVs, com previsão de investimento de R$ 1 bilhão, sendo 94 postos dotados de equipamentos fixos e 63 bases para operação de equipamentos de pesagem móvel.

Na audiência pública estiveram presentes representantes de aproximadamente 25 empresas, que fizeram questionamentos a respeito do processo licitatório e dos detalhes do edital de lançamento.

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(FCC/Agente Administrativo MPE RS/2010) A Lei nº 8.666/93 estabelece que o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública sempre que o valor estimado para a licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a cento e cinquenta milhões de reais. Assertiva considerada correta pela banca.

7.2. Edital

O Edital é considerado a lei interna da licitação. Através dele a Administração Pública apresentará todas as regras para a aquisição de bens ou contratação dos serviços desejados, que deverão ser respeitadas na íntegra, sob pena de inabilitação (documentação) ou desclassificação (proposta comercial não aceita).

O artigo 40 da Lei 8.666/93 estabelece que o edital contenha no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regido por esta Lei, o local, o dia e a hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, além de indicar, obrigatoriamente, o seguinte:

1º) objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

2º) prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dosinstrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução docontrato e para entrega do objeto da licitação;

3º) sanções para o caso de inadimplemento;

4º) local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

5º) se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital delicitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;

6º) condições para participação na licitação e forma de apresentação daspropostas;

7º) critério para julgamento, com disposições claras e parâmetrosobjetivos;

8º) locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação àdistância em que serão fornecidos elementos, informações eesclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento dasobrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;

9º) condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras eestrangeiras, no caso de licitações internacionais;

10) o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme ocaso, permitida a fixação de preços máximos e vedada a fixação depreços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação apreços de referência;

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11) critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custode produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desdea data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a queessa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;

12) limites para pagamento de instalação e mobilização para execuçãode obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separadodas demais parcelas, etapas ou tarefas;

13) condições de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partirda data final do período de adimplemento de cada parcela;

b) cronograma de desembolso máximo por período, emconformidade com a disponibilidade de recursos financeiros;

c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos,desde a data final do período de adimplemento de cada parcela atéa data do efetivo pagamento;

d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos,e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;

e) exigência de seguros, quando for o caso;

14) instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

15) condições de recebimento do objeto da licitação;

16) outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

Além disso, é importante destacar que o artigo 21 da lei estudada determina que os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgãoou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratarde obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ougarantidas por instituições federais;

II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade daAdministração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;

III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, sehouver, em jornal de circulação no Município ou na região onde serárealizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado obem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação,utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área decompetição.

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É importante ficar claro que não existe a necessidade de que o edital de licitação seja publicado na íntegra, sendo suficiente a divulgação de um resumo contendo as principais informações.

Por último, informa ainda que o aviso publicado contenha a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

7.3. Antecedência mínima do edital

A própria Lei de Licitações, em seu artigo 21, estabelece o prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento, que será de:

I - quarenta e cinco dias para:

a) concurso;

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regimede empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica"ou "técnica e preço";

II - trinta dias para:

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do incisoanterior;

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou"técnica e preço";

III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificadosna alínea "b" do inciso anterior, ou leilão;

IV - cinco dias úteis para convite.

Assim, é necessário que a Administração publique os editais licitatórios ou envie as cartas-convites para os interessados com uma antecedência mínima, necessária para um estudo minucioso das regras do procedimento licitatório específico e para a elaboração de proposta que realmente possa atender às expectativas do ente licitante.

Os prazos estabelecidos no artigo 21 serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.

Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

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Exemplo: Suponhamos que, após ter publicado o edital licitatório, a Administração tenha o interesse em promover uma alteração em seu texto, modificando o local de entrega das propostas do 2º para o 3º andar da sede do órgão licitante.

Ora, nesse caso, a alteração promovida no edital não irá afetar em nada a formulação das propostas. Entretanto, caso o interesse da Administração seja alterar a quantidade de computadores que serão adquiridos, de 50 (cinquenta) para 100 (cem), será necessário realizar uma nova divulgação, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido.

(FCC/Técnico Judiciário TRT 23ª Região/2011) No que concerne à modalidade de licitação concurso, é correto afirmar que o edital deve ser publicado com antecedência mínima de quarenta dias. Assertiva considerada incorreta pela banca.

7.4. Impugnação administrativa ao edital

Qualquer cidadão ou participante do procedimento licitatório é parte legítima para impugnar edital de licitação quando este contrariar o texto da Lei 8.666/93 ou os princípios gerais do Direito Administrativo.

Caso a impugnação seja feita por um cidadão qualquer, que não esteja partic ipando do procedimento licitatório, deverá ser efetuada até 05 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 03 (três) dias úteis, sem prejuízo de representar ainda ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno sobre a irregularidade apontada.

Por outro lado, o licitante possui até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, para impugnar os termos do edital de licitação perante a Administração.

A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.

7.5. Comissão de licitação

A Comissão de Licitação tem como objetivo organizar, com apoio técnico, todo o procedimento licitatório, tais como: elaborar, publicar e divulgar o edital e seus anexos, prestar esclarecimentos, receber propostas, conduzir o certame, julgar, adjudicar e elaborar a ata da reunião de licitação.

As regras básicas sobre sua organização e funcionamento estão previstas no artigo 51 da Lei 8.666/93, que institui a possibilidade de criação de comissões permanentes ou especiais compostas de, no mínimo, 03 (três)

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membros, sendo pelo menos 02 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

No caso da modalidade convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

Por último, declara o § 3º do artigo 51 que “os membros das Comissõesde licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pelaComissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sidotomada a decisão”.

7.6. Habilitação dos licitantes

A fase de habilitação dos licitantes tem por objetivo verificar a documentação e os requisitos pessoais daqueles que manifestam interesse em participar do procedimento licitatório, selecionando somente os que comprovem reais condições de participar do certame.

É importante destacar que a Administração deve sempre objetivar a satisfação do interesse público, e, portanto, tem que se assegurar de que o objeto a ser licitado será executado de forma eficiente e eficaz.

O artigo 27 da Lei 8.666/93 estabelece que, para a habilitação nas licitações, que ocorrerá antes da análise das propostas (salvo no pregão), exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.

Apesar de não ser objeto constante de provas, é importante que você conheça quais são os documentos necessários para a comprovação da habilitação jurídica, regularidade fiscal, qualificação técnica e qualificação econômico-financeira, relacionados nos artigos 28 a 31 da Lei de Licitações:

Para a comprovação da habilitação jurídica, conforme o caso, deverão ser apresentados os seguintes documentos, previstos no artigo 28:

1º) cédula de identidade;

2º) registro comercial, no caso de empresa individual;

3º) ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamenteregistrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso desociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seusadministradores;

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4º) inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis,acompanhada de prova de diretoria em exercício;

5º) decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedadeestrangeira em funcionamento no País e ato de registro ou autorizaçãopara funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividadeassim o exigir.

Em relação à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o caso, deverá ser apresentado (artigo 29):

1º) prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou noCadastro Geral de Contribuintes (CGC);

2º) prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual oumunicipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante,pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objetocontratual;

3º) prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual eMunicipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, naforma da lei;

4º) prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo deGarantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regularno cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.

5º) prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça doTrabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos doTítulo VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada peloDecreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.

A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a (artigo 30)

1º) registro ou inscrição na entidade profissional competente;

2º) comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente ecompatível em características, quantidades e prazos com o objeto dalicitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoaltécnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação,bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnicaque se responsabilizará pelos trabalhos;

3º) comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu osdocumentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas asinformações e das condições locais para o cumprimento das obrigaçõesobjeto da licitação;

4º) prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quandofor o caso.

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Por último, a documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a (artigo 31):

1º) balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercíciosocial, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boasituação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetesou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiaisquando encerrado há mais de 03 (três) meses da data de apresentaçãoda proposta;

2º) certidão negativa de falência ou concordata expedida pelodistribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial,expedida no domicílio da pessoa física;

3º) garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e§ 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valorestimado do objeto da contratação.

Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão. Da mesma forma, ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes e abertas as propostas, não cabe mais desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.

ATENÇÃO: A lei complementar 123/2006, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, criou várias regras específicas sobre a comprovação de regularidade fiscal dessas empresas, conforme destacado abaixo:

Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscaldas microempresas e empresas de pequeno porte somente será exigidapara efeito de assinatura do contrato.

Art. 43. As microempresas e empresas de pequeno porte, por ocasião daparticipação em certames licitatórios, deverão apresentar toda adocumentação exigida para efeito de comprovação de regularidade fiscal,mesmo que esta apresente alguma restrição.

§ 1o Havendo alguma restrição à comprovação da regularidade fiscal,será assegurado o prazo de 02 (dois) dias úteis, cujo termo inicialcorresponderá ao momento em que o proponente for declarado ovencedor do certame, prorrogáveis por igual período, a critério daAdministração Pública, para a regularização da documentação,pagamento ou parcelamento do débito, e emissão de eventuais certidõesnegativas ou positivas, com efeito, de certidão negativa.

§ 2o A não-regularização da documentação, no prazo previsto no § 1odeste artigo, implicará decadência do direito à contratação, sem prejuízodas sanções previstas no art. 81 da Lei no 8.666, de 21 de junho de1993, sendo facultado à Administração convocar os licitantes

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remanescentes, na ordem de classificação, para a assinatura do contrato,ou revogar a licitação.

No concurso público para o cargo de Promotor de Justiça de Alagoas, realizado em 2012, a FCC elaborou a seguinte assertiva sobre o tema:

(FCC/Promotor de Justiça – MPE AL/2012) NÃO se pode exigir, na fase de habilitação das licitações, nos termos da Lei Federal no 8.666/93, a) o balanço patrimonial e as demonstrações contábeis do último exercíciosocial, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boasituação financeira da empresa.b) a comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu osdocumentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas asinformações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objetoda licitação.c) a certidão emitida pelo Ministério do Trabalho, como prova de situaçãoregular no cumprimento das normas relativas à segurança e saúde dotrabalhador.d) a prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantiapor Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimentodos encargos sociais instituídos por lei.e) a prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça doTrabalho, mediante a apresentação de certidão negativa. Gabarito: Letra c.

7.6.1. Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF

Os órgãos e entidades da Administração Pública que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação dos eventuais interessados, pois, assim, não precisarão fazer a análise aprofundada de documentos durante a fase de habilitação em processo licitatório.

Se determinada pessoa tem interesse em participar de procedimentos licitatórios promovidos pela Administração Pública, por exemplo, não é necessário aguardar a publicação de edital a fim de que apresente a sua documentação cadastral.

Nesse caso, independentemente de existir licitação em curso, o interessado pode comparecer à Administração Pública e realizar um cadastramento prévio, pois, com a publicação do edital de seu interesse, estará apto a participar de futuras licitações, inclusive na modalidade tomada de preços (em regra, restrita aos fornecedores previamente cadastrados).

Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos e documentos necessários à comprovação da habilitação jurídica; qualificação técnica; qualificação

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8. Das obras e serviços

8.1. Necessidade de projeto

Apesar de o art. 7º da Lei 8.666/1993 fazer referência expressa à execução de “obras e serviços”, é importante esclarecer que se for necessário, antes da execução, licitar a o respectivo projeto, também serão utilizadas as regras previstas em seu texto, porque a elaboração de projeto compreende-se como execução de serviço, correspondendo aos “trabalhos técnico-profissionais” que integram o art. 6º, inciso II.

As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços deverão obedecer à seguinte sequência: projeto básico, projeto executivo e execução das obras e serviços.

A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.

As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

a) houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;

b) existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;

c) houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

d) o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.

Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que é vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação específica. Essa vedação tem por objetivo impedir que os gastos sejam onerados com o custo da intermediação, evitando-se, também, que seja desrespeitado o princípio da isonomia em relação a outros potenciais executores que não dispusessem de financiamento. Assim, eventuais interessados devem demonstrar e comprovar previamente que possuem capacidade financeira para executar a obra ou serviço licitado.

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8.1.2. Proibição de retardamento imotivado

A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.

É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 da Lei 8.666/1993.

8.1.3. Proibição de participação no procedimento licitatório

Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:

I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pelaelaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto sejadirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) docapital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ousubcontratado;

III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ouresponsável pela licitação.

É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o item II, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada (essa prerrogativa se aplica também aos membros da comissão de licitação).

8.1.4. Formas de execução de obras e serviços

As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas:

I - execução direta;

II - execução indireta, nos seguintes regimes:

a) empreitada por preço global;

b) empreitada por preço unitário;

d) tarefa;

e) empreitada integral.

As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do empreendimento.

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O CREA/SC, no ato nº 22/1978, definiu o projeto-padrão como “projetos, especialmente elaborados dentro de padrões técnicos e econômicos, que são utilizados de forma repetitiva na execução de obras ou empreendimentos”.

Assim, se o Município de Montes Claros/MG deseja construir 300 casas populares em três locais distintos, por exemplo, não precisará de 3 (três) projetos específicos, podendo se valer de um projeto-padrão.

Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisitos:

I - segurança;

II - funcionalidade e adequação ao interesse público;

III - economia na execução, conservação e operação;

IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;

V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;

VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas;

VII - impacto ambiental.

As especificações e demais exigências do projeto básico ou executivo, para contratação de obras e serviços de engenharia, devem ser elaboradas visando à economia da manutenção e operacionalização da edificação, à redução do consumo de energia e água, bem como à utilização de tecnologia e materiais que reduzam o impacto ambiental. Além disso, deve ser priorizado o emprego de mão de obra, materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local para execução, conservação e operação das obras públicas.

9. Modalidades de licitação

A Lei 8.666/93 apresenta em seu texto 05 (cinco) modalidades básicas de licitação: concorrência, tomada de preços, convite, leilão e concurso. Todavia, é importante destacar que existem mais duas modalidades licitatórias previstas em leis distintas: o pregão e a consulta.

Analisando-se os principais editais de concurso, constata-se que a consulta não costuma ser objeto de cobrança em prova, que se restringe ao texto da Lei 8.666/93. Nesse caso, é suficiente destacar que foi criada pela Lei 9.472/97 (responsável pela criação da ANATEL), com o objetivo de ser utilizada na aquisição de bens e serviços no âmbito da própria Anatel.

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De outro lado, a modalidade denominada pregão, que foi instituída pela medida provisória 2.026/00, posteriormente convertida na Lei 10.520/02, será abordada posteriormente durante o nosso curso sobre licitação.

Pergunta: Professor, a escolha da modalidade licitatória a ser utilizada para a aquisição de bens ou contratação de serviços fica a critério da Administração?

Não. O artigo 23 da Lei de Licitações, por exemplo, especifica que a concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites legais, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores, ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

Para responder às questões de prova: A alienação de bens imóveis incorporados ao patrimônio da Administração mediante procedimentos judiciais ou dação em pagamento, também poderá ocorrer através da modalidade concorrência ou leilão, caracterizando-se como uma exceção à regra de utilização da concorrência, prevista no § 3º, do artigo 23, da Lei 8.666/93.

Em regra, a modalidade licitatória a ser utilizada para a aquisição de bens ou a contratação de serviços será definida com base nos valores constantes nos incisos I e II, do artigo 23, da Lei de Licitações, a saber:

I - para obras e serviços de engenharia:

a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);

b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos milreais);

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos milreais).

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta milreais);

c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta milreais).

No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados acima quando formado por até 03 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número.

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Assim, com exceção das situações apresentadas no artigo 23 da Lei 8.666/93, cuja modalidade licitatória utilizada será necessariamente a concorrência, deve ser respeitada uma ordem na utilização das modalidades básicas de licitação, com base no valor estimado para contração. Utilizar-se-á primeiramente a concorrência, depois a tomada de preços e, por último, o convite.

Nesses termos, o § 4º do artigo 22 declara que, “nos casos em quecouber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência”. A regra é de fácil assimilação, assegurando que “quem pode mais, pode menos”.

Exemplo: Se a Administração necessita comprar material de escritório no montante de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), deverá utilizar, em regra, a modalidade convite, cujo valor máximo é de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

Todavia, como a tomada de preços e a concorrência podem ser utilizadas inclusive para valores superiores a R$ 80.000,00, também poderão ser utilizadas para o valor de R$ 50.000,00.

Por outro lado, a modalidade convite jamais poderá ser utilizada para valores superiores a R$ 80.000,00, da mesma forma que a modalidade tomada de preços jamais será utilizada para valores superiores a R$ 650.000,00 (lembre-se de que todos os valores citados como exemplo referem-se ao inciso II do artigo 23, pois, no caso de obras e serviços de engenharia, os valores poderão ser maiores).

(FCC/Procurador Prefeitura Teresina/2010) No que diz respeito às licitações, é correto afirmar que nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. Assertiva considerada correta pela banca.

ATENÇÃO: O § 5º do artigo 23 proíbe a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam serexecutadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela doexecutor da obra ou serviço.

Por outro lado, é possível, nos termos do § 2º do art. 23, que as obras, os serviços e as compras sejam realizadas de forma parcelada, desde que, para cada parcela da obra, do serviço ou da compra, seja feita nova licitação.

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3º) nas licitações internacionais, com exceção dos casos em que podeser utilizada a tomada de preços ou o convite, dependendo do valor docontrato;

4º) para o sistema de registros de preços, utilizado nas licitações paracompra de bens, previsto no inciso I, § 3º do artigo 15.

9.2. Tomada de preços

O § 2º, do artigo 22, da Lei de Licitações, define a tomada de preços como “a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas paracadastramento até o terceiro dia anterior à data de recebimento daspropostas, observada a necessária qualificação”.

Dentre as principais características desta modalidade licitatória, podemos citar:

1ª) somente permitir a participação de interessados cadastrados oupreviamente habilitados;

2º) a exigência de publicidade no Diário Oficial;

3º) destinar-se a contratos de valores medianos (em regra, valores deaté R$ 1.500.000,00, para obras e serviços de engenharia, e valoresde até R$ 650.000,00, nos casos de compras e serviços que não sejam de engenharia).

A tomada de preços possui procedimento semelhante ao da concorrência, permitindo a participação de todos os interessados, todavia, é necessário que apresentem a documentação até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.

Essa documentação deverá ser apresentada à Comissão de Julgamento da tomada de preços, que ficará responsável pela sua análise e, finalizada a fase de habilitação, ocorrerá o julgamento das propostas, assim como acontece na concorrência.

(FCC/Técnico Judiciário TRT 1ª Região/2011) A União Federal pretende realizar certame licitatório de cunho nacional, para a contratação de obras e serviços de engenharia, no valor de um milhão de reais. Nesse caso, a modalidade de licitação cabível é a tomada de preços, mas a Administração Pública também poderá valer-se da concorrência, consoante previsto na Lei nº 8.666/1993. Assertiva considerada correta pela banca examinadora.

9.3. Convite

O convite é a modalidade de licitação utilizada para contratações de menor vulto e está definida no § 3º, artigo 22, da Lei 8.666/93, ao afirmar que se trata da licitação entre “interessados do ramo pertinente ao seu objeto,cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 03 (três)

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pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia doinstrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados nacorrespondente especialidade que manifestarem seu interesse comantecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas”.

Nos termos do artigo 23 da Lei 8.666/93, o convite será utilizado para a aquisição de materiais e serviços até o limite de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), e, para a execução de obras e serviços de engenharia, até o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).

Nessa modalidade, existe a necessidade de que sejam convidados a participar da licitação pelo menos três convidados, a fim de que evite o direcionamento do objeto licitado a um único interessado convidado, caracterizando-se um desvio de finalidade.

Entretanto, quando existirem na praça mais de três interessados para o item a ser licitado, a cada novo convite que possua objeto da mesma espécie ou do mesmo gênero, a Administração deverá, obrigatoriamente, convidar sempre mais um interessado, até que não existam mais cadastrados que não tenham sido convidados em licitações anteriores.

(FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) Na modalidade de convite, a existência na praça de mais de três possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. Assertiva considerada correta pela banca.

O número mínimo de licitantes no convite também foi objeto de dispositivo legal, que impõe que, quando esse número mínimo não for atingido, tanto por limitações de mercado, quanto por manifesto desinteresse dos convidados em participar do certame, essas ocorrências deverão ser justificadas no processo, a fim de que o procedimento não necessite ser repetido.

Não existe um edital propriamente dito na modalidade convite. A convocação dos interessados ocorrerá mediante o envio de uma “carta-convite”, que não exige publicidade em diários oficiais e/ou jornais de grande circulação.

A publicidade da licitação na modalidade convite poderá ser realizada através da simples afixação da carta-convite em local visível na própria Administração com, no mínimo, cinco dias úteis antes de sua abertura.

A referida afixação tem o objetivo de informar sobre a existência da licitação àqueles que não foram convidados, possibilitando assim que manifestem o interesse de participar do procedimento, desde que estejam devidamente cadastrados e manifestem o interesse em até 24 horas antes da data/horário marcado para a apresentação das propostas.

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Ao concurso não se aplicam os tipos de licitação previstos no art. 45 da Lei de Licitações, pois nessa modalidade o vencedor recebe um prêmio ou remuneração, previamente estipulado pela Administração, não existindo preço a ser analisado.

No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não, que, em conformidade com o edital e o regulamento, analisarão as propostas apresentadas.

O concurso deverá ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital, devendo indicar:

1º) a qualificação exigida dos participantes;

2º) as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

3º) as condições de realização do concurso e os prêmios a seremconcedidos.

(FCC/Secretário de Diligências MPE RS/2010) Sobre as modalidades de licitação, previstas na Lei no 8.666/93, é correto afirmar que concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores. Assertiva considerada correta pela banca examinadora.

ATENÇÃO: Sei que você jamais faria isso, mas, de qualquer forma, cuidado para não confundir o concurso público realizado pela Administração Pública para a seleção de pessoal com a modalidade licitatória também denominada concurso, pois são institutos que possuem objetivos distintos.

9.5. Leilão

Nos termos do § 5º, do artigo 22, da Lei 8.666/93, a modalidade licitatória denominada leilão poderá ser utilizada pela Administração Pública com 03 (três) finalidades distintas:

1ª) venda de bens móveis inservíveis;

2ª) venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados; e

3ª) alienação de bens imóveis adquiridos em procedimento judicial ouatravés de dação em pagamento.

Na realização do leilão, os interessados comparecerão em local e hora determinados em edital para apresentarem seus lances ou ofertas, os quais nunca poderão ser inferiores ao valor de referência estipulado pelo órgão, consequência de criteriosa avaliação prévia.

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A publicidade para o leilão é de 15 (quinze) dias corridos, devendo seu resumo contar com veiculação em órgão de imprensa oficial, em jornal de grande circulação e afixação em mural do órgão, a exemplo das concorrências e das tomadas de preços.

Quando a Administração for vender bens móveis, ainda que tenham sido apreendidos ou penhorados, conforme disposto no art. 17, § 6º, da Lei nº. 8.666/93, deverá respeitar o limite previsto no art. 23, II, "b" do mesmo diploma legal (atualmente R$ 650.000,00) para utilizar a modalidade leilão, montante este apurado pelo órgão promotor da licitação, mediante avaliações prévias de mercado. Acima desse valor, deverá ser utilizada a concorrência.

O artigo 53 da Lei 8.666/93 estabelece regras gerais para a realização do leilão, a saber:

Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidordesignado pela Administração, procedendo-se na forma da legislaçãopertinente.

§ 1º. Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pelaAdministração para fixação do preço mínimo de arrematação.

§ 2º. Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentualestabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após aassinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamenteentregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restanteno prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder emfavor da Administração o valor já recolhido.

§ 3º. Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderáser feito em até vinte e quatro horas.

§ 4º. O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmenteno município em que se realizará.

(FCC/Analista Judiciário TRT 12ª Região/2010) No que concerne à modalidade de licitação leilão, é correto afirmar que se destina, dentre outras hipóteses, à venda de bens móveis inservíveis para a Administração. Assertiva considerada correta pela banca examinadora.

10. Tipos de licitação

Os tipos de licitação nada mais são que os critérios utilizados pela Administração Pública para selecionar a proposta mais vantajosa. A própria Lei 8.666/93, em seu § 1º, artigo 45, apresenta um rol exaustivo de tipos de licitação que podem ser adotados, a saber:

“Art. 45, § 1º. Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação,exceto na modalidade concurso:

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I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta maisvantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante queapresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite eofertar o menor preço;

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço;

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ouconcessão de direito real de uso”.

O edital do procedimento licitatório deve apresentar obrigatoriamente o tipo (critério) para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos, com o objetivo de nortear todas as demais ações do procedimento licitatório, em especial o seu prazo de publicidade e o julgamento.

10.1. Menor preço

As licitações realizadas pelo tipo "menor preço" são as mais comuns, constituindo a regra geral para a contratação de obras, serviços, compras e locações. Por meio delas, o fator preponderante para a escolha da proposta mais vantajosa será o preço, desde que atendidas as exigências do edital.

A seleção do critério de julgamento pelo menor preço não será um ato discricionário do administrador e deverá ser preferencialmente adotado em licitações cujo objeto se apresente de forma mais simples, sem maiores complexidades técnicas, e que permitam um julgamento igualitário e objetivo entre as propostas.

No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, e, no caso de empate entre duas ou mais propostas, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.

10.2. Melhor técnica

O artigo 46 da Lei 8.666/93 afirma que os tipos de licitação "melhortécnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos.

Entretanto, existe uma ressalva prevista no § 4º do artigo 45 da mesma lei, que permite a adoção desse tipo de licitação para a aquisição de bens e serviços de informática, sendo permitido ainda o emprego de outro tipo de licitação, nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.

O § 1º, do artigo 46, da Lei de Licitação, estabelece que seja adotado o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:

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a) Concluída a fase de análise da documentação, serão abertos osenvelopes contendo as propostas técnicas somente das licitantes queforem habilitadas;

b) Abertas as propostas técnicas, essas serão avaliadas e classificadas deacordo com os critérios previstos no edital, levando-se em conta,especialmente, a capacitação e a experiência do proponente, a qualidadetécnica da proposta, o que inclui a análise da metodologia, organização,tecnologias e recursos materiais a serem utilizados para a realização doobjeto licitado, além da qualificação técnica das equipes que serãomobilizadas para a consecução do objeto;

c) Após o término da classificação da proposta técnica, proceder-se-á àabertura das propostas de preço das licitantes que tenham atingido apontuação mínima na proposta técnica, a qual estará previamenteestabelecida no edital;

d) Na sequência, serão adotadas as providências para a negociação dascondições ofertadas com a proponente melhor classificada na propostatécnica, a fim de que ela execute o objeto no valor proposto pelaprimeira colocada em preço;

e) Na hipótese de não restar frutífera a negociação constante do itemanterior, esse mesmo procedimento será adotado, sucessivamente, comas demais licitantes, na ordem de classificação da proposta técnica, atéque se concretize o ajuste;

f) As propostas técnicas e de preço serão devolvidas, invioladas, àslicitantes que não forem habilitadas, e as propostas de preços tambémserão restituídas, invioladas, às licitantes que não obtiveram a pontuaçãomínima na proposta técnica, após, é claro, respeitados todos os prazosrecursais.

10.3. Melhor técnica e preço

Conforme nos informa o professor José dos Santos Carvalho Filho, este tipo de licitação caracteriza-se “pelo fato de que o resultado do certame se fazde acordo com a média ponderada das valorizações das propostas técnicas ede preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumentoconvocatório (art. 46, § 2º, I e II)”.

Assim, o licitante que será convocado para negociar a proposta de preço será aquele que obteve a melhor média ponderada entre todos os interessados, e não aquele que apresentou a melhor proposta técnica (a Administração poderá estabelecer, por exemplo, um peso 05 para a proposta técnica e 07 para a proposta de preço, realizando-se, ao fim, uma média).

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10.4. Maior lance ou oferta

Esse tipo de licitação não apresenta maiores dificuldades de assimilação, sendo utilizada basicamente nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso efetuados pela própria Administração Pública, onde os licitantes vencedores apresentam o maior lance (leilão), ou a maior oferta (convite e concorrência).

Acontece, por exemplo, na venda de bens (ônibus, veículos, tratores, etc.) considerados inservíveis pela Administração. Será declarado vencedor do procedimento licitatório aquele que apresentar o maior lance ou oferta à aquisição (valores).

11. Exceções à obrigatoriedade de licitar

O inciso XXI, artigo 37, da CF/88, declara expressamente que ressalvados os casos especificados na legislação, “as obras, serviços,compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação públicaque assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, comcláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condiçõesefetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigênciasde qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimentodas obrigações”.

Assim, não é correto afirmar que a Administração sempre estará obrigada a realizar licitação para contratar obras, serviços, compras ou fazer alienações, pois existem situações específicas, expressamente previstas em lei, que fundamentarão a inexigibilidade ou dispensa licitatória.

Provavelmente este seja o tópico mais “sofrível” de todo o conteúdo da Lei 8.666/93, pois exige uma “certa” dose de paciência e dedicação dos candidatos.

Como são várias as hipóteses que podem caracterizar uma licitação dispensável, é necessário “memorizar” (para não dizer “entenderobrigatoriamente”) uma quantidade razoável de informações para se sair bem nas provas de concursos, já que as bancas examinadoras adoram cobrar questões sobre o assunto.

Para aqueles que não têm tempo a perder e desejam “abreviar” o caminho de ingresso no serviço público, existem alguns “truques” que poderão facilitar essa árdua missão, desde que praticados com freqüência e de forma correta:

1º) Ao responder a questão de prova, primeiramente tente verificar se a alternativa ou alternativas apresentadas se referem às hipóteses de inexigibilidade, previstas no artigo 25 da Lei 8.666/93. Como são apenas 03 (três), fica fácil “decorá-las”.

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fica inserida na competência discricionária da Administração. Nos casos deinexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe umobjeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; alicitação é, portanto, inviável."

Exemplo: imagine que a Administração Pública tenha o interesse em adquirir a “forca” com a qual Tiradentes foi morto. Ora, se existe apenas uma única forca no mundo, como a Administração irá fazer licitação?

Nesse caso, temos uma hipótese em que a licitação é inexigível, pois está configurada a impossibilidade jurídica de competição entre eventuais fornecedores do bem ou produto que precisa ser adquirido pela Administração.

As hipóteses de inexigibilidade estão exemplificativamente previstas no art. 25 da Lei n°. 8.666/93 e se caracterizam pela ausência de competição entre eventuais interessados, o que impossibilita a abertura de um certame licitatório, a saber:

1º) para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que se apenas uma empresa fornece determinado produto, não se poderá mesmo realizar o certame. Ademais, informa que o dispositivo é peremptório ao vedar preferência de marca. A razão é óbvia: a preferência simplesmente relegaria a nada a exigência de licitação. Logicamente, a vedação repudiada na lei não pode ser absoluta. Pode ocorrer que outras marcas sejam de produtos inadequados à Administração. Nesse caso a preferência estaria justificada pelo princípio da necessidade administrativa.

(FCC/Analista Judiciário 22ª Região/2010) É inexigível a licitação para a aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo. Assertiva considerada correta pela banca examinadora.

2º) para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 da Lei de Licitações, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

O § 1º do artigo 25 considera de notória especialização “o profissionalou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente dedesempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização,aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas

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atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente omais adequado à plena satisfação do objeto do contrato”.

Para os fins dispostos na Lei 8.666/1993, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados, nos termos do art. 13, os trabalhos relativos a:

I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;

II - pareceres, perícias e avaliações em geral;

III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras outributárias;

IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

(FCC/Secretário de Diligências MPE RS/2010) Sobre a dispensa e a inexigibilidade de licitação previstas na Lei nº 8.666/93, é correto afirmar que trabalhos relativos a pareceres, perícias e avaliações em geral, são considerados serviços técnico-profissionais especializados para fins de inexigibilidade de licitação. Assertiva considerada correta pela banca examinadora.

3º) para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

Nesse caso, perceba que para o administrador público é muito difícil decidir, por exemplo, qual a “melhor” dupla sertaneja para animar o aniversário de um determinado Município. Alguns gostam de Jorge & Mateus, outros de Zezé di Camargo & Luciano, de Gino e Geno, e por aí vai.

Não existe possibilidade de competição entre esses artistas, igualmente consagrados pela crítica especializada e pela opinião pública, por isso a licitação é inexigível.

(FCC/Secretário de Diligências MPE RS/2010) Sobre a dispensa e a inexigibilidade de licitação previstas na Lei nº 8.666/93, é correto afirmar que a contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública, é hipótese de inexigibilidade de licitação. Assertiva considerada correta pela banca examinadora.

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11.2. Licitação dispensada

A licitação dispensada também se caracteriza pela impossibilidade de licitar, visto que já se tem a definição da pessoa com quem se firmará o contrato. Assim, na licitação dispensada não existe a faculdade para se realizar a licitação, enquanto que na licitação dispensável essa alternativa é possível, cabendo ao administrador fazer a análise do caso concreto, pois, em alguns casos, licitar pode não representar a melhor alternativa.

Conforme destacado anteriormente, as hipóteses de licitação dispensada estão relacionadas com a alienação de bens pela Administração e estão taxativamente previstas no artigo 17 da Lei 8.666/93, a saber:

“Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada àexistência de interesse público devidamente justificado, seráprecedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãosda administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensadaesta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade daadministração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado odisposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes doinciso X do art. 24 desta Lei;

d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, dequalquer esfera de governo;

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito realde uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciaisconstruídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito deprogramas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse socialdesenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 daLei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa edeliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competêncialegal inclua-se tal atribuição;

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito realde uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercialde âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metrosquadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularizaçãofundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades daadministração pública;

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No concurso público para o cargo de Técnico Judiciário do TRT da 9ª Região, realizado em 2013, a FCC considerou correta a seguinte assertiva: “Como traço de semelhança ou de distinção entre a dispensa e ainexigibilidade de licitação pode-se indicar, dentre outras, a característica dalicitação, nas hipóteses de dispensa, ser, em tese, possível, mas diante davontade do legislador, torna-se prescindível nas situações indicadas”.

Desse modo, irei apresentar apenas o conteúdo do art. 24 da Lei 8.66/1993, mas, se você tiver dúvida em relação a algum dispositivo específico, fique à vontade para me questionar no fórum de dúvidas:

“Art. 24. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) dolimite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não serefiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras eserviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadasconjunta e concomitantemente;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limiteprevisto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, noscasos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmoserviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma sóvez;

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizadaurgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo oucomprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outrosbens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários aoatendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obrase serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento eoitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência daemergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração,mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regularpreços ou normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamentesuperiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com osfixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafoúnico do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicaçãodireta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro depreços, ou dos serviços;

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bensproduzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre aAdministração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em dataanterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatívelcom o praticado no mercado;

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IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional,nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido oConselho de Defesa Nacional;

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento dasfinalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação elocalização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível como valor de mercado, segundo avaliação prévia;

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, emconseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem declassificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelolicitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, notempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes,realizadas diretamente com base no preço do dia;

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ouestatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional,ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que acontratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha finslucrativos;

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacionalespecífico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadasforem manifestamente vantajosas para o Poder Público;

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, deautenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades doórgão ou entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de usoda administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação deserviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãosou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fimespecífico;

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ouestrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período degarantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando talcondição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento denavios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamentoquando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos oulocalidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacionalou de adestramento, quando a exigüidade dos prazos legais pudercomprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seuvalor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 destaLei;

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceçãode materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade demanter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meiosnavais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída pordecreto;

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XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem finslucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades daAdministração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado nomercado.

XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisacientífica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, peloCNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPqpara esse fim específico;

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gásnatural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normasda legislação específica;

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economiamista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação debens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado sejacompatível com o praticado no mercado.

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com asorganizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas degoverno, para atividades contempladas no contrato de gestão.

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT oupor agência de fomento para a transferência de tecnologia e para olicenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou comentidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicosde forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio públicoou em convênio de cooperação.

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduossólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coletaseletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadasexclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poderpúblico como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentoscompatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados noPaís, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesanacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pelaautoridade máxima do órgão.

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aoscontingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas emoperações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e àescolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ousem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica eextensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica eExtensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por leifederal.

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XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o,5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípiosgerais de contratação dela constantes.

XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtosestratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080,de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional doSUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas deabsorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para aimplementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água paraconsumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais debaixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água (Incluído pela Lei nº12.873, de 2013).

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput desteartigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratadospor consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa públicae por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas”.

No concurso público para o cargo de Técnico Judiciário do TRT da 9ª Região, realizado em 2013, a FCC abordou novamente o tema, elaborando a seguinte questão:

(FCC/Técnico Judiciário – TRT 9ª Região/2013) De acordo com a Lei no 8.666/93, é dispensável a licitação a) para aquisição de bens para necessidade contínua, pelo sistema de registrode preços.b) para alienação de imóvel, desde que desafetado do serviço público.c) para compra de produto de marca preferencial da Administração.d) para contratação de serviços comuns, de natureza contínua.e) nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. Gabarito: Letra e.

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

1. Introdução ao estudo dos contratos administrativos

Sempre que a Administração Pública formaliza compromissos recíprocos com terceiros, está celebrando um contrato. Em sentido amplo, podemos entender como contrato o acordo entre duas ou mais vontades, destinado a estabelecer a regulamentação de interesses entre as partes e que possibilita aos contratantes a aquisição, a conservação, a transferência, a modificação ou a extinção de direitos e obrigações.

Quando a Administração figura como parte em relações contratuais, temos os denominados contratos da Administração, que se dividem em duas espécies distintas: contratos administrativos e contratos privados. Assim, é correto afirmar que ao gênero “contratos da Administração” correspondem duas espécies de contratos: aqueles regidos pelo Direito Público (contratos administrativos) e aqueles regidos pelo Direito Civil ou Empresarial (contratos privados).

Nos contratos regidos pelo Direito Privado, em regra, a Administração não gozará de prerrogativas ou vantagens que a posicionam em patamar de superioridade em relação à outra parte, a exemplo do que ocorre nos contratos de compra e venda, permuta, doação, locação, entre outros.

Por outro lado, nos contratos regidos pelo Direito Público, que são os contratos administrativos propriamente ditos, a Administração gozará de prerrogativas e vantagens que não existem nos contratos regidos pelo Direito Privado, a exemplos das “cláusulas exorbitantes”, que lhe asseguram a possibilidade de alteração ou rescisão unilateral do contrato, por exemplo.

Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que apesar dos contratos administrativos submeterem-se basicamente às normas de Direito Público, também poderão ser submetidos aos princípios da teoria geral dos contratos e às disposições de Direito Privado, porém, supletivamente.

Nos mesmos moldes, o inciso I, § 3º, artigo 62, da Lei 8.666/93, estabelece que “aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em queo Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido,predominantemente, por norma de Direito Privado”, aplicam-se, no que couber, as principais prerrogativas de direito público inerentes aos contratos administrativos, a exemplo da possibilidade de rescisão e alteração unilateral, aplicação de sanções, fiscalização de sua execução, entre outros.

Assim, resumidamente falando, é possível chegarmos às seguintes conclusões:

1ª) Se alguma questão da banca afirmar que os contratos administrativos são regidos exclusivamente pelo direito público, estará errada, pois a esses se aplicam, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de Direito Privado;

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2ª) Da mesma forma, se alguma questão afirmar que as normas de Direito Público não se aplicam aos contratos regidos pelo Direito Privado, também estarão erradas, conforme previsto no inciso I, § 3º, artigo 62, da Lei 8.666/93.

No concurso público para o cargo de Técnico Ministerial do Ministério Público do Amapá, realizado em 2012, a Fundação Carlos Chagas considerou incorreta a seguinte assertiva: “os contratos administrativos regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, não lhes aplicando, nem mesmo supletivamente, disposições de direito privado”.

2. Disciplina normativa e conceito

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 22, inciso XXVII, declara que compete privativamente à União legislar sobre “normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido ao disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III”.

Nesses termos, o Congresso Nacional criou a Lei 8.666/93, que, em seus artigos 54 a 88, estabeleceu normas gerais sobre os contratos administrativos em toda a Administração Pública brasileira, reservando aos Municípios, Estados e Distrito Federal a competência para editar normas específicas sobre o tema.

São muitos os conceitos de contratos administrativos formulados pelos nossos doutrinadores, mas, para fins de concursos públicos, é interessante citar o formulado pelo professor Hely Lopes Meirelles, que certamente é um dos mais abrangentes.

O saudoso professor conceitua o contrato administrativo como “o ajusteque a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com o particular oucom outra entidade administrativa, para a consecução de objetivos deinteresse público, nas condições desejadas pela própria Administração”.

3. Características

A princípio, são enormes as chances de você encontrar em prova uma questão sobre as características dos contratos administrativos, a exemplo do que ocorreu em concursos anteriores. Desse modo, fique atento aos detalhes que serão apresentados, pois as assertivas, geralmente, correspondem ao texto literal dos dispositivos legais.

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(Analista Judiciário TRF 1ª Região 2011/FCC) É nulo o contrato verbal com a Administração, salvo, no caso de pequenas compras de pronto pagamento, com valor não superior a 4.000 reais. Assertiva considerada correta pela banca.

A necessidade de formalismo nos contratos administrativos está expressa no artigo 55 da Lei 8.666/93, que apresenta um rol das cláusulas consideradas essenciais em seu texto, a saber:

1ª) o objeto e seus elementos característicos;

2ª) o regime de execução ou a forma de fornecimento;

3ª) o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e aperiodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualizaçãomonetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivopagamento;

4ª) os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega,de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

5ª) o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação daclassificação funcional programática e da categoria econômica;

6ª) as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quandoexigidas;

7ª) os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveise os valores das multas;

8ª) os casos de rescisão;

9ª) o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisãoadministrativa prevista no art. 77 da Lei 8.666/93;

10ª) as condições de importação, a data e a taxa de câmbio paraconversão, quando for o caso;

11ª) a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou ainexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;

12ª) a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aoscasos omissos;

13ª) a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução docontrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas,todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

Além disso, todo contrato administrativo deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas da Lei 8.666/93 e às cláusulas contratuais (artigo 61).

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O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço (artigo 62).

3.4. Contrato de adesão

Os contratos, de uma forma geral, caracterizam-se pela livre estipulação das disposições pelas partes. Por se tratar de um acordo de vontades, apenas quando estas forem compostas será formalizado o contrato.

Entretanto, a evolução econômica e a dinamização das relações negociais fizeram surgir uma nova categoria de contratos, que tem por característica permitir que apenas um dos contratantes (preponente) determine previamente, de modo geral e abstrato, o conteúdo das condições gerais do contrato, eliminando a fase de negociação e ajuste mútuo de vontades. É o denominado contrato de adesão.

Os contratos administrativos incluem-se na categoria dos contratos de adesão, pois os interessados em contratar com a Administração têm conhecimento antecipado das cláusulas e condições a que terão que se submeter obrigatoriamente, não sendo possível alterá-las. Isso significa que ficará sob a responsabilidade da Administração redigir todas as cláusulas contratuais. Por outro lado, ao particular somente restará assinar o contrato, sem discutir (concordar ou discordar) o seu teor.

O § 1º, artigo 62, da Lei 8.666/93, estabelece que “a minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação”. Assim, o princípio da autonomia da vontade do particular restringe-se a aceitar, ou não, as cláusulas contratuais, o que irá ocorrer automaticamente a partir do momento que ingressar no processo licitatório.

Essa não é uma característica exclusiva dos contratos administrativos, pois o mesmo ocorre nos contratos regidos pelo direito privado, portanto, não é possível considerá-la uma “cláusula exorbitante”. Se você procura uma operadora de telefonia para contratar determinado serviço, por exemplo, ser-lhe-á oferecido um contrato “pronto e acabado” para assinatura, não sendo possível alterar as cláusulas que foram fixadas pela empresa. Assim, não restam dúvidas de que também estaremos diante de um contrato de adesão redigido por empresa da iniciativa privada.

3.5. Pessoalidade (caráter intuitu personae)

Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino afirmam que, como regra geral, os contratos administrativos são contratos pessoais, ou seja, “a execução do contrato deve ser levada a termo pela mesma pessoa que se obrigou perante a Administração. A natureza pessoal dos contratos

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3.6. Existência de “cláusulas exorbitantes”

O professor Hely Lopes Meirelles define as cláusulas exorbitantes como aquelas que “excedem do Direito Comum para consignar uma vantagem ouuma restrição à Administração ou ao contratado. A cláusula exorbitante nãoseria lícita num contrato privado, porque desigualaria as partes na execuçãodo avençado, mas é absolutamente válida no contrato administrativo, desdeque decorrente da lei ou dos princípios que regem a atividade administrativa,porque visa estabelecer uma prerrogativa em favor de uma das partespara o perfeito atendimento do interesse público, que se sobrepõe sempre aosinteresses particulares”.

(FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) O que caracteriza o contrato administrativo são as diversas prerrogativas impostas à Administração Pública, conhecidas como cláusulas exorbitantes. Assertiva considerada correta pela banca examinadora.

Dentre as principais cláusulas exorbitantes, podemos citar:

3.6.1. Possibilidade de rescisão unilateral do contrato

Nas relações contratuais regidas pelo Direito Privado, é assegurada igualdade jurídica entre as partes contratantes. Dessa forma, faz-se necessário um acordo de vontades a fim de que o contrato seja firmado e, posteriormente, se for o caso, rescindido. O Direito Privado não assegura às partes a possibilidade de rescindirem unilateralmente um contrato, já que no momento de sua formalização foi necessário o consentimento mútuo de ambos.

Essa mesma regra não se aplica aos contratos administrativos, pois a Administração poderá rescindi-los unilateralmente, desde que a rescisão seja formalmente motivada nos autos do processo e assegurados o contraditório e a ampla defesa.

ATENÇÃO: É importante esclarecer que, além da possibilidade de rescisão unilateral, o contrato administrativo também pode ser rescindido amigavelmente, por acordo entre o particular e a Administração, e judicialmente, caso necessário. Portanto, fique atento ao responder às questões de provas.

As hipóteses que podem ensejar a rescisão unilateral do contrato administrativo estão previstas no artigo 78 da Lei 8.666/93, a saber:

1ª) o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetosou prazos;

2ª) o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,projetos e prazos;

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3ª) a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração acomprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou dofornecimento, nos prazos estipulados;

4ª) o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

5ª) a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justacausa e prévia comunicação à Administração;

6ª) a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação docontratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem comoa fusão, a cisão ou a incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

7ª) o desatendimento das determinações regulares da autoridadedesignada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as deseus superiores;

8ª) o cometimento reiterado de faltas na sua execução;

9ª) a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

10ª) a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

11ª) a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura daempresa, que prejudique a execução do contrato;

12ª) razões de interesse público, de alta relevância e amploconhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esferaadministrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processoadministrativo a que se refere o contrato;

13ª) a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmentecomprovada, impeditiva da execução do contrato.

Fundamentada a rescisão unilateral na existência de razões de interesse público ou na ocorrência de caso fortuito ou de força maior, sem que fique configurada culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito à devolução de garantia, aos pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e ao pagamento do custo da desmobilização.

Ocorrendo a rescisão unilateral, poderá a Administração ainda assumir imediatamente o objeto do contrato administrativo no estado e local em que se encontrar, e, no caso de serviços essenciais, proceder à ocupação temporária e à utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à continuidade de sua execução, nos termos dos incisos I e II, artigo 80, da Lei 8.666/93.

(FCC/Outorga de Delegação TJ PA/2011) A comprovada ocorrência de caso fortuito ou força maior que impeça a execução do contrato administrativo autoriza a sua rescisão unilateral pelo Poder Público. Assertiva considerada correta pela banca.

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No concurso público para o cargo de Juiz Substituto do Tribunal de Justiça de Pernambuco, realizado em 2013, a FCC também elaborou a seguinte questão sobre o tema:

(FCC/Juiz Substituto – TJ PE/2013) Nos termos da Lei no 8.666/93, quando a rescisão do contrato administrativo se der por ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato e sem que haja culpa do contratado, terá o contratado alguns direitos de cunho patrimonial. Entre eles NÃO figura o de a) pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão.b) pagamento do custo da desmobilização.c) recebimento de multa compensatória, calculada em razão do escoamento doprazo contratual.d) devolução de garantia.e) ser ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido.

Gabarito: Letra c.

3.6.2. Possibilidade de alteração unilateral do contrato

Outra importante prerrogativa assegurada à Administração é a possibilidade de alteração unilateral do contrato administrativo, que deverá ocorrer mediante prévia motivação e sempre com o objetivo de satisfazer o interesse público.

Apesar de essa prerrogativa constar expressamente no inciso I, artigo 58, da Lei 8.666/93, é importante esclarecer que a alteração restringe-se ao objeto e às cláusulas regulamentares, que correspondem ao modo de execução do contrato administrativo. Portanto, as cláusulas econômico-financeiras (que estabelecem a relação entre a remuneração e os encargos do contratado) não podem ser alteradas unilateralmente pela Administração, sob pena de enriquecimento ilícito.

(FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) As cláusulas exorbitantes, previstas na Lei nº 8.666 de 1993, NÃO incluem a possibilidade de quebra do princípio do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos. Assertiva considerada correta pela banca.

ATENÇÃO: Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino afirmam que, “devido a essa prerrogativa de alteração unilateral do contrato por uma das partes (a Administração), diz-se que aos contratos administrativos não se aplica integralmente o princípio do pacta sunt servanda. Esse princípio implica a obrigação de cumprimento das cláusulas contratuais conforme foram estabelecidas inicialmente, e é um dos mais importantes princípios dentre os que regem os contratos privados. Entenda-se bem, os contratos administrativos também estão sujeitos ao pacta sunt servanda; acontece que há uma atenuação da rigidez desse princípio, em decorrência da possibilidade de alteração unilateral do contrato pela Administração”.

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O artigo 65 da Lei 8.666/93, em seu inciso I, estabelece que os contratos administrativos poderão ser alterados unilateralmente pela Administração, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:

1ª) quando houver modificação do projeto ou das especificações, paramelhor adequação técnica aos seus objetivos;

2ª) quando necessária à modificação do valor contratual em decorrênciade acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limitespermitidos na lei 8.666/93.

Em relação aos limites previstos na segunda hipótese, o § 1º do artigo 65 afirma que o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou as supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamentos, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

Atente-se para o fato de que, no caso de reforma de edifício ou de equipamento, o percentual para acréscimo é de até 50% (cinqüenta por cento), todavia, o percentual de supressão permanece no limite de até 25% (vinte e cinco por cento).

Por se tratar de uma peculiaridade, as bancas gostam muito de abordar esse tema em provas, a exemplo do que ocorreu no concurso público para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, realizada pela Fundação Carlos Chagas em 2012:

(FCC/Analista Judiciário – TRF 5ª Região/2012) A Administração contratou a reforma de edifício público e, no curso da execução do contrato, constatou a necessidade de acréscimos nas obras inicialmente contratadas. De acordo com a Lei no 8.666/1993, a Administração a) não poderá aditar o contrato para introduzir acréscimos sob pena de violaçãoao procedimento licitatório.b) somente poderá aditar o contrato para introduzir acréscimo em seu objetoaté o limite de 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado docontrato.c) poderá alterar o contrato, unilateralmente, até o limite de 50% (cinquentapor cento) do valor inicial atualizado do contrato.d) somente poderá alterar o contrato com a concordância do contratado, até olimite de 50% (cinquenta por cento) do seu valor inicial, cabendo o reequilíbrioeconômico-financeiro de acordo com as condições vigentes no momento daalteração.e) somente poderá alterar o contrato na hipótese de comprovar a ocorrência deeventos supervenientes e sempre até o limite de 25% (vinte e cinco por cento)do valor inicial atualizado do contrato. Gabarito: Letra “c”

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Durante muito tempo a doutrina defendeu a impossibilidade de o contratado alegar a exceção do contrato não cumprido em face da Administração Pública, mesmo nas hipóteses em que não recebia os valores correspondentes à execução do contrato, pois tal conduta estaria violando frontalmente o princípio da continuidade dos serviços públicos.

Atualmente, essa impossibilidade foi relativizada (mitigada) e o próprio texto da Lei 8.666/93, em seu artigo 78, autoriza a exceção do contrato não cumprido em face da Administração, nas seguintes hipóteses:

1ª) atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

2ª) a determinação de suspensão da execução do contrato administrativo, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação.

Lembre-se sempre de que, nas hipóteses acima citadas, em que não há culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito à devolução de garantia, pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e pagamento do custo da desmobilização.

3.6.5. Aplicação direta de penalidades contratuais

O regime jurídico dos contratos administrativos assegura à Administração a prerrogativa de aplicar sanções aos contratados independentemente de autorização judicial, em virtude da inexecução total ou parcial da obrigação assumida, sempre após defesa prévia.

Essa prerrogativa é consequência do atributo da autoexecutoriedade e está prevista expressamente no artigo 87 da Lei 8.666/93, que prevê as seguintes sanções:

1ª) advertência;

2ª) multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato(pode ser acumulada com as demais);

3ª) suspensão temporária de participação em licitação e impedimento decontratar com a Administração, por prazo não superior a 02 (dois) anos;

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4ª) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com aAdministração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantesda punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própriaautoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que ocontratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e depoisde decorrido o prazo da sanção aplicada com base no item anterior.

A declaração de inidoneidade é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 02 (dois) anos de sua aplicação.

Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.

No concurso público para o cargo de Técnico Judiciário do TRT/RJ, realizado em 2013, a FCC elaborou a seguinte questão sobre o tema:

(FCC/Técnico Judiciário – TRT/RJ/2013) De acordo com o que dispõe a Lei no 8.666/93, a inexecução total ou parcial do contrato poderá sujeitar o contratado, entre outras, à penalidade de a) multa, que não poderá ser cumulada com outras sanções e limita-se ao valorda garantia contratual.b) inabilitação para contratar com a Administração, podendo ser requerida areabilitação após cinco anos de sua aplicação.c) suspensão temporária de participação em licitação e impedimento decontratar com a Administração, por prazo não superior a dois anos.d) suspensão para licitar ou contratar com a Administração, que pode sersubstituída por multa limitada ao valor da garantia contratual.e) declaração de inidoneidade para participar de licitação ou contratar com aAdministração, vedada a reabilitação. Gabarito: Letra c.

4. Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato

Com o objetivo de preservar a equação das cláusulas econômico-financeiras do contrato administrativo, a Lei 8.666/93 prevê critérios de reajustes com a finalidade de não tornar demasiadamente onerosa a prestação do serviço público por parte do particular.

O professor Marçal Justen Filho afirma que “o princípio do equilíbrio daequação econômico-financeira da contratação acarreta a necessáriarecomposição do valor real da moeda. A inflação deve ser compensada com aelevação nominal da prestação devida. Não há benefício para o particular na

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econômico-financeiro de um contrato administrativo, dentre outros, haver situação na qual esteja caracterizado fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual”.

5. Exigência de garantias para a execução do contrato

A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no edital ou na carta-convite, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras com o objetivo de facilitar a adequada execução do contrato ou possibilitar o ressarcimento dos prejuízos sofridos pela Administração em virtude de uma eventual inexecução contratual.

A exigência ou não de garantia é decisão discricionária da autoridade administrativa competente, porém, deve ser prevista expressamente no edital ou carta-convite, cabendo ao contratado optar por uma das seguintes modalidades:

1ª) caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estester sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistemacentralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central doBrasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido peloMinistério da Fazenda;

2ª) seguro-garantia;

3ª) fiança bancária.

É importante esclarecer que a garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente a fim de evitar-lhe prejuízos.

ATENÇÃO: A garantia oferecida pelo contratado não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele. Contudo, nos termos do § 3º, artigo 56, da Lei 8.666/93, para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato.

6. Responsabilidade pelos encargos de execução

Nos termos do artigo 70 da Lei 8.666/93, “o contratado é responsávelpelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros,decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo oureduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento peloórgão interessado”.

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Ademais, o contratado é responsável ainda pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

Todavia, para fins de concursos públicos, lembre-se de que a Administração Pública responderá solidariamente (ao mesmo tempo) com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212/91.

(FCC/Técnico Judiciário TRE RN/2011) Nos contratos administrativos o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados. Assertiva considerada correta pela banca.

7. Recebimento do objeto do contrato

Nas palavras dos professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, “o‘recebimento’ é exatamente o que a palavra indica: terminada a execução docontrato, a Administração deve ‘atestar’ que ele foi corretamente executado eque o seu objeto lhe foi entregue. Ao ‘receber’ o objeto do contrato, aAdministração está confirmando que foi executado o que tinha sido contratado.Isso não significa que, depois do recebimento, o contratado fique inteiramenteliberado de responsabilidade pelo objeto. Significa, simplesmente, que, pelomenos ‘atestar’ que foi executado o que tinha sido contratado a Administraçãojá ‘atestou’. Por isso, aliás, o art. 76 embora meio óbvio, determina que ‘aAdministração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimentoexecutado em desacordo com o contrato’. Por outras palavras, se ela ‘recebeu’o objeto do contrato, ela ‘confirmou’ que ele foi executado de acordo com ocontrato”.

Nos termos do artigo 73 da Lei 8.666/93, executado o contrato, o seu objeto será recebido:

1º) Em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento efiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes ematé 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridadecompetente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes,

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após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove aadequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto noart. 69 desta Lei;

2º) Em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidadedo material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade domaterial e conseqüente aceitação.

O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato (§ 2º do artigo 73).

Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo (§ 1º, artigo 73).

É importante destacar que o recebimento provisório poderá ser dispensado nos seguintes casos, a saber:

1º) gêneros perecíveis e alimentação preparada;

2º) serviços profissionais;

3º) obras e serviços de valor até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) desdeque não se componham de aparelhos, equipamentos e instalaçõessujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.

8. Extinção do contrato administrativo

São várias as circunstâncias que podem ensejar a extinção do contrato administrativo: o cumprimento do objeto, o término do prazo, a anulação e a rescisão.

8.1. Cumprimento do objeto

Trata-se da forma mais comum de extinção do contrato administrativo, pois acontece naturalmente, após a conclusão do seu objeto. Ocorre o cumprimento do objeto quando, por exemplo, a Administração contrata um particular a fim de que seja construída uma praça e, após alguns meses, a praça é construída.

Se o objeto do contrato já foi concluído (construção da praça) e a respectiva retribuição financeira repassada ao contratado pela Administração, as partes cumpriram as respectivas obrigações, encerrando-se naturalmente a relação jurídica entre ambos.

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8.2. Término do prazo

Eis uma hipótese que também não suscita maiores dificuldades para assimilação. A extinção do contrato pelo término do prazo, como a própria nomenclatura já indica, ocorrerá sempre que o prazo de duração estabelecido no contrato chegar ao seu fim.

É a denominada extinção de pleno direito, que acontecerá quando a obrigação do contratado se extinguir em virtude do transcurso de determinado lapso temporal.

Podemos citar como exemplo um contrato administrativo de fornecimento de refeições a determinado presídio, estabelecido inicialmente pelo prazo de 12 meses. Ora, concluído os doze meses, extingue-se o contrato pelo término do prazo.

8.3. Anulação

A anulação do contrato administrativo opera-se sempre que for constatada alguma ilegalidade, a exemplo da sua formalização sem o prévio procedimento licitatório.

A anulação pode ser realizada a qualquer tempo, seja pelo Poder Judiciário ou pela autoridade administrativa, pois está amparada no exercício do poder de autotutela, previsto na súmula 473 do Supremo Tribunal Federal:

“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios queos tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, pormotivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, eressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”

No mesmo sentido, o artigo 59 da Lei 8.666/93 declara expressamente que “a declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente,deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos”.

É importante esclarecer que a nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados (a exemplo do custo de desmobilização), contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

No julgamento dos Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 440.500/SP, cuja decisão foi publicada em 25/04/2008, de relatoria do Ministro Fernando Gonçalves, a 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça afirmou que “os contratos administrativosregem-se não apenas por suas cláusulas e pelas normas de direito público, mastambém lhes são aplicáveis, supletivamente, as normas de direito privado (art. 54 daLei 8.666/93), de maneira que é devido o ressarcimento dos lucros cessantes pordescumprimento de contrato administrativo”.

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8.4. Rescisão

Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino declaram que “arescisão do contrato implica sua extinção antes de concluído o seu objeto ouantes de terminado o prazo de sua duração. A rescisão pode se dar por culpado contratado ou por culpa da Administração. A rescisão por culpa daAdministração somente pode ser feita na esfera judicial ou por acordo entre aspartes. A rescisão por culpa do contratado, assim como a decorrente deinteresse público superveniente, ou de caso fortuito ou de força maior, podeser realizada unilateralmente pela Administração”.

9. Prazo de duração e prorrogação do contrato

As regras gerais sobre o prazo de duração dos contratos administrativos estão previstas no artigo 57 da Lei 8.666/93, que, dentre outros mandamentos, afirma que são proibidos os contratos administrativos com prazo indeterminado.

Em regra, o prazo de duração dos contratos administrativos não pode ultrapassar a vigência dos respectivos créditos orçamentários, que coincide com a duração do ano civil, que é de 12 (doze) meses, sendo que a sua prorrogação deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.

O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que “se aadministração pretender a execução de determinada obra que se prolonguepor mais de um ano, deverá inserir o projeto em plano plurianual, instrumentoque comporta a projeção temporal de investimentos de longa duração. Dessemodo, a Administração deve programar-se, como regra, para que os contratosde duração aproximada de doze meses sejam firmados no início do ano,hipótese em que o contrato estará sempre adstrito à vigência do respectivocrédito orçamentário, como reza o art. 57 do Estatuto”.

É importante esclarecer que a regra de que a duração dos contratos administrativos não pode ultrapassar a vigência dos respectivos créditos orçamentários não é absoluta, pois o próprio artigo 57 da Lei 8.666/93 prevê algumas exceções em relação aos seguintes contratos:

1º) aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metasestabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados sehouver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previstono ato convocatório;

2º) à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, quepoderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodoscom vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para aadministração, limitada a sessenta meses;

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3º) ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas deinformática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato;

4º) às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24,da Lei 8.666/93, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (centoe vinte) meses, caso haja interesse da administração.

No concurso público para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal Superior do Trabalho, realizado em 2012, a Fundação Carlos Chagas elaborou questão sobre o tema, conforme se constata no seguinte exemplo:

(FCC/Analista Judiciário – TST/2012) A duração dos contratos regidos pela Lei no 8.666/93, em regra, ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários. Essa regra comporta exceções, dentre as quais NÃO se inclui o caso de a) aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática, podendo aduração estender-se pelo prazo de até 48 meses após o início da vigência do contrato.b) prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a suaduração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços econdições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses.c) projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas na Lei deDiretrizes Orçamentárias, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse daAdministração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório.d) fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam,cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecerde comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão, cujoscontratos poderão ter vigência por até 120 meses, caso haja interesse daAdministração.e) contratação em situação de possibilidade de comprometimento da segurançanacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido oConselho de Defesa Nacional, situação em que os contratos poderão ter vigência poraté 120 meses, caso haja interesse da Administração. Gabarito: Letra “c”

O professor José dos Santos Carvalho filho faz importante consideração sobre a possibilidade de que os contratos administrativos tenham início no ano corrente e término no próximo ano.

Segundo o autor, “o art. 57 do Estatuto, por falta de clareza, deixoudúvida sobre tal possibilidade, e isso porque o contrato, estando atrelado adeterminado crédito orçamentário, só poderia iniciar-se e findar num mesmoperíodo anual. Alguns intérpretes adotaram esse entendimento. No entanto,com a vênia devida, a lei não pretendeu dificultar nem inviabilizar avariadíssima e complexa atividade administrativa. Por esse motivo, parece-nosmelhor o pensamento segundo o qual nada impede que um contrato tenhainício, por exemplo, em setembro de um ano e término em março do anosubsequente, desde que, no contrato, conste a rubrica orçamentária de ondeserão oriundos os recursos e a referência de que parte do pagamento será

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feita com um crédito orçamentário e a outra com o crédito relativo ao exercíciofinanceiro seguinte. Nesse caso, exigir-se-á que a Administração fixe o devidocronograma de obra, serviço ou compra, com a indicação dos pagamentoscorrespondentes ao ano corrente e ao ano subseqüente”.

O § 1º, artigo 57, da Lei 8.666/93, estabelece que os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:

1º) alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

2º) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho àvontade das partes, que altere fundamentalmente as condições deexecução do contrato;

3º) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo detrabalho por ordem e no interesse da Administração;

4º) aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, noslimites permitidos pela Lei 8.666/93;

5º) impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiroreconhecido pela Administração em documento contemporâneo à suaocorrência;

6º) omissão ou atraso de providências a cargo da Administração,inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente,impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízodas sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

10. Inexecução contratual

As hipóteses e consequências da inexecução contratual são muito cobradas em concursos públicos. Assim, é necessário que você tenha muita atenção na leitura e assimilação deste conteúdo.

Inicialmente, é importante destacar que as partes contratantes devem obedecer integral e fielmente às cláusulas previstas no respectivo contrato administrativo, mesmo que seja considerado um “contrato de adesão”, conforme destaquei anteriormente.

Apesar disso, a inexecução contratual pode ocorrer em várias situações distintas, às vezes por culpa do contratado, às vezes por culpa da Administração Pública. Além disso, é possível identificar ainda algumas circunstâncias em que o contrato deixará de ser executado sem culpa de quaisquer das partes, como acontece nos casos de força maior e caso fortuito, por exemplo.

A inexecução do contrato produz diversas consequências jurídicas, seja em âmbito civil, administrativo, ou, diante de situações mais graves, na esfera penal.

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10.1. Inexecução culposa

A inexecução culposa do contrato pode ocorrer em virtude do descumprimento ou cumprimento irregular de suas cláusulas, seja por ação ou omissão da Administração, bem como ainda do contratado.

É importante destacar que a inexecução culposa está relacionada com a culpa em sentido amplo, abrangendo, assim, a culpa em sentido estrito (negligência, imprudência e imperícia) e o dolo (intenção de praticar a conduta).

Caso a Administração tenha dado causa à inexecução contratual que acarrete a rescisão do contrato administrativo, estará obrigada a indenizar o contratado pelos prejuízos comprovados, devolver a garantia oferecida, efetuar os pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e, ainda, a custear as despesas referentes à retirada do contratante do local de execução do contrato.

Por outro lado, caso a inexecução contratual tenha ocorrido em virtude de ação ou omissão do contratado, poderá a Administração aplicar-lhe todas as sanções previstas no artigo 87 da Lei 8.666/93 (advertência, multa, suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração e, ainda, a declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública), bem como rescindir unilateralmente o contrato administrativo, executando a garantia contratual com o objetivo de assegurar o ressarcimento dos possíveis prejuízos sofridos com a inexecução contratual por parte do contratado.

10.2. Inexecução sem culpa

É comum que a inexecução contratual ocorra sem que se constate a culpa de qualquer das partes do contrato, como no surgimento de fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando área econômica extraordinária e extracontratual.

Nesses casos, a parte inadimplente ficará isenta de quaisquer responsabilidades em função da aplicação da denominada “Teoria da imprevisão”.

10.3. Teoria da imprevisão

A Lei 48 do Código de Hammurabi, que foi talhado em pedra a mais de 2.700 anos antes de Cristo, trazia expressamente os seguintes dizeres:

"se alguém tem um débito a juros, e uma tempestade devasta o campoou destrói a colheita, ou por falta de água não cresce o trigo no campo,ele não deverá nesse ano dar trigo ao credor, deverá modificar sua tábuade contrato e não pagar juros por esse ano."

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Mesmo tendo sido escrito há milhares de anos, o Código de Hammurabi pode ser considerado como um dos precursores da “Teoria da imprevisão”, que traduz a idéia de que os contratos administrativos poderão ser revistos a fim de que seja garantido o equilíbrio econômico-financeiro.

O professor Miguel Maria de Serpa Lopes define de forma magistral a teoria da imprevisão, ao afirmar que “consiste, assim, no desequilíbrio dasprestações sucessivas ou diferidas, em consequência de acontecimentosulteriores à formação do contrato, independentemente da vontade das partes,de tal forma extraordinários e anormais que impossível se tornava prevê-losrazoável e antecedentemente. São acontecimentos supervenientes que alteramprofundamente a economia do contrato, por tal forma perturbando o seuequilíbrio, como inicialmente estava fixado, que se torna certo que as partesjamais contratariam se pudessem ter podido antes antever esses fatos. Se, emtais circunstâncias, o contrato fosse mantido, redundaria num enriquecimentoanormal, em benefício do credor, determinando um empobrecimento damesma natureza, em relação ao devedor. Consequentemente, a imprevisãotende a alterar ou excluir a força obrigatória dos contratos."

Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino declaram que a Teoria da Imprevisão “resulta da aplicação de uma antiga cláusula, que se entende implícita em qualquer contrato de execução prolongada, segundo a qual o vínculo obrigatório gerado pelo contrato somente subsiste enquanto inalterado o estado de fato vigente à época da estipulação. Esta cláusula é conhecida como rebus sic stantibus, expressão que corresponde, na verdade, ao trecho final de uma longa fórmula latina (contractus qui habent tractumsucessivum et dependentiam de futuro rebus sic stantibus intelliguntur)”.

Informam ainda os autores que a cláusula rebus sic stantibus desdobra-se em cinco hipóteses, a saber: caso fortuito e força maior, fato do príncipe, fato da Administração e interferências imprevistas.

10.3.1. Caso fortuito e força maior

De início, é importante esclarecer que não existe um consenso doutrinário ou mesmo jurisprudencial sobre as definições de caso fortuito e força maior.

A doutrina tradicional entende que a força maior caracteriza-se por um evento da natureza, imprevisível, irresistível e inevitável, tais como enchentes, terremotos, furacões, entre outros. Por outro lado, o caso fortuito estaria relacionado a condutas culposas ou dolosas de terceiros, da mesma forma, imprevisíveis, irresistíveis, inevitáveis e independentes da vontade das partes. Podemos citar como exemplo os criminosos arrastões, guerras, greves ou invasões a locais públicos.

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optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que sejanormalizada a situação;

3ª) a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto paraexecução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem comodas fontes de materiais naturais especificadas no projeto.

(FCC/Analista Judiciário TRE RN/2011) No que concerne ao denominado "fato da Administração", é correto afirmar que incide direta e especificamente sobre determinado contrato administrativo. Assertiva considerada correta pela banca.

10.3.4. Interferências imprevistas

O professor Hely Lopes Meirelles define as interferências imprevistas como "ocorrências materiais não cogitadas pelas partes na celebração do contrato, mas que surgem na sua execução de modo surpreendente eexcepcional, dificultando e onerando extraordinariamente o prosseguimento ea conclusão dos trabalhos”.

Podemos citar como exemplo o fato de o contratado, no momento da execução de uma obra pública, ter se deparado com um lençol freático que não havia sido indicado pela Administração no projeto inicial.

É importante destacar que a existência do lençol freático não irá impedir a execução do contrato, mas irá aumentar sobremaneira o custo de realização da obra. Assim, não será necessário rescindir o contrato administrativo, mas certamente será imprescindível rever as cláusulas econômico-financeiras ou, até mesmo, prorrogar o prazo inicial de conclusão estipulado no contrato.

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REVISÃO DE VÉSPERA DE PROVA

1. Lembre-se sempre de que a finalidade básica da licitação é selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, que nem sempre será aquela que apresenta o menor preço;

2. É importante esclarecer que apesar de a Lei 8.666/93 ter sido criada pelo Congresso Nacional (órgão legislativo da União), estabeleceu normas gerais que devem ser obedecidas pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Entretanto, é assegurado a esses entes estatais legislarem sobre normas específicas com o objetivo de atender a peculiaridades locais (Municípios) ou regionais (Estados), desde que não contrariem o texto da Lei Geral de Licitações – Lei 8.666/93;

3. Até o presente momento não foi criada a lei a que se refere o §1º, artigo 173, da CF/88 (criando um procedimento licitatório diferenciado, menos “burocrático”), e, portanto, as empresas públicas e sociedades de economia mista devem submeter-se às normas da Lei Geral de Licitações (Lei 8.666/93);

4. Eventuais limitações à participação dos licitantes somente podem ser impostas nos limites previstos em lei e em conformidade com os princípios gerais do Direito, não sendo possível, sem justificativa razoável e aceitável, que se venha a restringir o caráter competitivo do certame;

5. O princípio da vinculação ao instrumento convocatório, também chamado de princípio da vinculação ao edital, está previsto expressamente no artigo 41 da Lei 8.666/93, ao afirmar que “a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada”;

6. O princípio do julgamento objetivo está previsto expressamente no texto da Lei Geral de Licitações, mais precisamente em seu artigo 44, ao afirmar que “no julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei”;

7. Se as propostas oferecidas pelos licitantes forem iguais, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: produzidos no País; produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País;

8. A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura;

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9. O artigo 4º da Lei 8.666/93 afirma que o procedimento licitatório caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. Isso quer dizer que o procedimento licitatório está vinculado não somente ao texto legal, mas também aos regulamentos, às normatizações administrativas e, consequentemente, ao próprio edital;

10. Nos processos de licitação realizados pela Administração Pública, poderá ser estabelecida margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras;

11. Além da margem de preferência “básica”, prevista no § 5º, art. 3º, da Lei 8.666/1993, a Administração Pública ainda poderá prever uma margem de preferência “adicional” para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, desde que essas duas margens de preferência, quando somadas, não ultrapassem o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros;

12. Obras, serviços e compras de grande vulto são aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei, isto é, superior a R$ 37.500.000,00;

13. É vedada a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo;

14. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 da Lei 8.666/1993;

15. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do empreendimento.

16. A alienação de bens imóveis incorporados ao patrimônio da Administração mediante procedimentos judiciais ou dação em pagamento poderá ocorrer através da modalidade concorrência ou leilão, caracterizando-se como uma exceção à regra de utilização da concorrência, prevista no § 3º, do artigo 23, da Lei 8.666/93;

17. Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência;

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18. Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto;

19. Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data de recebimento das propostas, observada a necessária qualificação;

20. O convite é a modalidade de licitação utilizada para contratações de menor vulto e está definida no § 3º, artigo 22, da Lei 8.666/93, ao afirmar que se trata da licitação entre “interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 03 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas”;

21. A publicidade da licitação na modalidade convite poderá ser realizada através da simples afixação da carta-convite em local visível na própria Administração com, no mínimo, cinco dias úteis antes de sua abertura;

22. O julgamento na modalidade convite poderá ser efetuado tanto pela Comissão de licitações (concorrência ou tomada de preços), quanto por servidor devidamente designado para tal atividade;

23. Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

24. A modalidade licitatória denominada leilão poderá ser utilizada pela Administração Pública com 03 (três) finalidades distintas: venda de bens móveis inservíveis; venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados; e alienação de bens imóveis adquiridos em procedimento judicial ou através de dação em pagamento;

25. A diferença básica entre dispensa e inexigibilidade de licitação está no fato de que, na dispensa, há possibilidade de competição que justifique a licitação; de modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na competência discricionária da Administração. Nos casos de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; a licitação é, portanto, inviável.

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26. Quando a Administração figura como parte em relações contratuais, temos os denominados contratos da Administração, que se dividem em duas espécies distintas: contratos administrativos e contratos privados. Assim, é correto afirmar que ao gênero “contratos da Administração” correspondem duas espécies de contratos: aqueles regidos pelo Direito Público (contratos administrativos) e aqueles regidos pelo Direito Civil ou Empresarial (contratos privados);

27. Nos contratos regidos pelo Direito Público a Administração gozará de prerrogativas especiais que assegurem a adequada execução do contrato, a exemplo da possibilidade de rescisão e alteração unilateral, fiscalização de sua execução, imposição direta de penalidades, dentre outras;

28. O parágrafo único, artigo 60, da Lei 8.666/93, declara que é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000.00 (quatro mil reais), feitas em regime de adiantamento;

29. Os contratos administrativos incluem-se na categoria dos contratos de adesão, pois os interessados em contratar com a Administração têm conhecimento antecipado das cláusulas e condições a que terão que se submeter obrigatoriamente, não sendo possível alterá-las;

30. Os contratos administrativos são celebrados intuitu personae, o que significa que a Administração Pública levou em conta certos requisitos ou exigências antes de escolher o particular com quem contratar. Assim, o contratado, em regra, não poderá transferir para terceiros a responsabilidade pela execução do objeto contratual, sob pena de rescisão do contrato;

31. Fundamentada a rescisão unilateral do contrato administrativo na existência de razões de interesse público ou na ocorrência de caso fortuito ou de força maior, sem que fique configurada culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito à devolução de garantia, aos pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e ao pagamento do custo da desmobilização;

32. O § 1º, artigo 65, da Lei 8.666/93, afirma que o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou as supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos;

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33. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado, conforme expresso no artigo 70 da Lei 8.666/93;

34. O regime jurídico dos contratos administrativos assegura à Administração a prerrogativa de aplicar sanções aos contratados independentemente de autorização judicial, em virtude da inexecução total ou parcial da obrigação assumida, sempre após defesa prévia;

35. Como a Administração precisa respeitar a manutenção da equação econômico-financeira do contrato, qualquer alteração que afete os pontos financeiros do contrato deverá ter a concordância expressa do contratado. É vedado à Administração alterá-la unilateralmente, pois certamente causaria graves prejuízos financeiros ao contratado;

36. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no edital ou na carta-convite, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras com o objetivo de facilitar a adequada execução do contrato ou possibilitar o ressarcimento dos prejuízos sofridos pela Administração em virtude de uma eventual inexecução contratual, cabendo ao contratado optar por uma das seguintes modalidades: caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária;

37. A Administração Pública responderá solidariamente (ao mesmo tempo) com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato administrativo;

38. As regras gerais sobre o prazo de duração dos contratos administrativos estão previstas no artigo 57 da Lei 8.666/93, que, dentre outros mandamentos, afirma que são proibidos os contratos administrativos com prazo indeterminado;

39. Independentemente da corrente conceitual que se adote, existe consenso de que o caso fortuito e o evento de força maior são acontecimentos ulteriores à formação do contrato, alheios à vontade das partes, extraordinários e anormais, que impossível era prevê-los com antecedência. Assim, caso configurado, poderá ocorrer a rescisão do contrato administrativo, sem culpa das partes, caso não seja possível a sua revisão e consequente execução;

40. O professor Hely Lopes Meirelles conceitua o fato do príncipe como "toda determinação estatal, positiva ou negativa, geral, imprevista e imprevisível, que onera substancialmente a execução do contrato administrativo";

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41. O fato da administração é uma das causas que impossibilitam o cumprimento do contrato administrativo pelo contratado, podendo ser definido como toda ação ou omissão do Poder Público, especificamente relacionada ao contrato, que impede ou retarda sua execução. O fato da administração nada mais é que o descumprimento, pela Administração, das suas obrigações contratualmente assumidas, o que pode ensejar a rescisão judicial ou amigável do contrato, ou ainda, a paralisação da execução contratual, até que a situação seja normalizada;1

42. O professor Hely Lopes Meirelles define as interferências imprevistas como "ocorrências materiais não cogitadas pelas partes na celebração do contrato, mas que surgem na sua execução de modo surpreendente e excepcional, dificultando e onerando extraordinariamente o prosseguimento e a conclusão dos trabalhos”.

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PREGÃO – LEI 10.520/2002

1. Considerações iniciais

Além das cinco modalidades licitatórias básicas dispostas no art. 22 da Lei 8.666/1993 (concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão), ainda encontramos em legislações esparsas duas outras modalidades: o pregão e a consulta.

Essas duas modalidades licitatórias foram instituídas inicialmente pela Lei 9.472/1997, que dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e o funcionamento da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações).

A princípio, o objetivo era restringir a utilização do pregão e da consulta apenas às agências reguladoras, que necessitavam de um procedimento célere e menos oneroso em razão das peculiaridades das atividades desenvolvidas. Todavia, em virtude da expressiva redução de preços apresentada nas propostas e do encurtamento do prazo de finalização do processo, o pregão acabou se estendendo também para toda a Administração Pública brasileira. O mesmo destino não teve a consulta, que caiu no “esquecimento” e atualmente não é utilizada sequer no âmbito das agências reguladoras.

2. Abrangência

Em virtude das inúmeras vantagens administrativas constatadas com a utilização do pregão no âmbito das agências reguladoras, a União decidiu estender a possibilidade de sua utilização para toda a Administração Pública Federal, fato que ocorreu através da edição da Medida Provisória nº 2.026-1, de 04 de maio de 2000, que sofreu várias reedições posteriormente.

Apesar das muitas críticas proferidas em razão da não inclusão dos demais entes estatais (Estados, Distrito Federal e Municípios) no âmbito de incidência do pregão, a União não alterou o seu posicionamento, permitindo a sua utilização apenas no âmbito federal (isso não impediu que vários Estados e Municípios utilizassem a nova modalidade licitatória independentemente da autorização legal).

O “erro” somente foi corrigido com a publicação da Lei Nacional nº 10.520/2002 (fruto da conversão da medida provisória em lei), que assegurou a possibilidade de utilização do pregão também pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.

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facilmente encontrados no mercado em razão da comercialização por vários fornecedores, a exemplo de mesas, cadeiras, canetas e veículos, no caso de bens comuns, e serviços de jardinagem, colocação de piso e manutenção de bens móveis, no caso de serviços comuns.

4.2. Inversão das fases de licitação

Sem sombra de dúvidas, a inversão das fases licitatórias é a característica mais importante do pregão, pois garante eficiência e celeridade muito superiores às demais modalidades licitatórias existentes.

Nos termos da Lei Geral de Licitação e Contratos Administrativos (Lei nº 8.666/1993), após o recebimento dos envelopes contendo a documentação e a proposta do eventual interessado, a Comissão de Licitação deve primeiramente conferir e analisar o envelope de habilitação, guardando o envelope de proposta em local seguro. Realizada a conferência de todos os documentos apresentados (estatuto ou contrato social em vigor, CNPJ, registro ou inscrição na entidade profissional competente, prova de regularidade com as Fazendas Federal, Estadual e Municipal etc.), será necessário “abrir vistas” (permitir a consulta) para os demais licitantes, pois, se algum deles tiver interesse, poderá impugnar os documentos apresentados pelos demais participantes (é possível alegar, por exemplo, eventuais falsificações). Se isso ocorrer, a impugnação será decida pela Comissão de Licitação, que, na sequência, deverá publicar a decisão no Diário Oficial a fim de que sejam apresentados recursos administrativos no prazo máximo de cinco dias úteis.

Caso seja proposto algum recurso administrativo, a Comissão de Licitação deve aguardar mais cinco dias úteis para que os interessados se manifestem sobre o seu conteúdo. Após, tanto o recurso administrativo quanto as eventuais manifestações dos demais licitantes serão encaminhados para a autoridade competente responsável por proferir a decisão final.

Somente com a decisão final da autoridade administrativa encerra-se a fase de habilitação, sendo possível, assim, iniciar a fase de análise dos envelopes contendo as propostas dos licitantes.

Não é difícil constatar que entre a data final para entrega dos envelopes de habilitação e a data de análise das propostas serão vários dias de muito trabalho, às vezes, em vão. Digo isso porque não raramente dezenas de empresas manifestam interesse em participar da licitação, mas, na fase de habilitação, são desclassificadas por não atenderem aos requisitos previstos no edital. Nesse caso, a Comissão de Licitação “perdeu” várias e várias horas de trabalho para conferir a documentação de empresas que sequer terão as suas propostas avaliadas, pois não conseguiram superar a fase de habilitação.

Isso não ocorre na modalidade pregão, já que não será necessário “perder” tempo conferindo a documentação de todas as empresas que manifestaram interesse em participar da licitação, pois, em virtude da inversão das fases licitatórias, primeiramente serão avaliadas as propostas apresentadas pelos participantes, e, somente depois, serão

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analisados os envelopes de habilitação. Ademais, somente será analisado o envelope de habilitação do autor da melhor proposta declarada aceitável, desconsiderando os demais envelopes.

Nesse caso, não restam dúvidas de que o Pregoeiro ganhará muito tempo ao deixar de conferir, um por um, os documentos apresentados por todos os licitantes. Como precisará conferir a documentação apenas do autor da melhor proposta, o procedimento será finalizado com muito mais rapidez.

Pergunta: Professor, e se a documentação do autor da melhor proposta não estiver em conformidade com as condições previstas no edital?

Se o licitante desatender às exigências de habilitação estabelecidas pelo edital, o pregoeiro examinará o envelope de documentos apresentado pelo autor da segunda melhor oferta na ordem de classificação, e, assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor, conforme dispõe o art. 4º, XVI, da Lei 10.520/2002.

4.3. Divisão da fase de julgamento em duas etapas

Recebidos os envelopes dos interessados em participar da licitação, o pregoeiro abrirá inicialmente todos os que forrem relativos às propostas, classificando-os por ordem de menor preço (1ª Fase). Na sequência, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor (2ª Fase).

Exemplo: suponhamos que a EMPRESA X tenha apresentado uma proposta de R$ 100.000,00; a EMPRESA Z uma proposta de R$ 104.000,00; a EXPRESA Y uma proposta de R$ 108.000,00 e a EMPRESA J uma proposta de R$ 112.000,00.

Nesse caso, a proposta da EMPRESA J será automaticamente desclassificada, pois contém valor superior, em mais de 10% (dez por cento), à proposta apresentada pela EMPRESA X, que foi a de menor preço. De outro lado, as empresas “X”, “Z” e “Y” serão convidadas a participar da segunda fase, oportunidade em que poderão oferecer novas propostas, de forma oral e em voz alta, com o objetivo de superar os valores apresentados pelos concorrentes.

5. Princípios de observância obrigatória

O art. 4º do Decreto nº 3.555/00 dispõe que “a licitação na modalidade de pregão é juridicamente condicionada aos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento

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objetivo, bem assim aos princípios correlatos da celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço, seletividade e comparação objetiva das propostas”.

Para responder às questões de prova, é importante ficar atento à relação de princípios que rege o pregão, pois, além daqueles contidos na Lei 8.666/93, vários outros são peculiares desse procedimento.

6. Pregão presencial e pregão eletrônico

Atualmente a Administração Pública pode valer-se de duas espécies distintas de pregão para a aquisição de bens e serviços comuns: o presencial e o eletrônico.

No pregão presencial, os interessados comparecerão fisicamente a local previamente determinado pela Administração, oportunidade na qual poderão ofertar, de forma oral e em voz alta, proposta distinta da que foi inicialmente apresentada (nesse caso, somente os que estiverem aptos a participar da segunda fase). De outro lado, o pregão eletrônico concentra-se na utilização da internet, ferramenta que servirá de instrumento para o envio das respectivas propostas para a Administração, sem a necessidade de presença física no local.

A própria Lei 10.520/02, em seu art. 1º, § 1º, prevê a possibilidade de instituição do pregão eletrônico, ao dispor expressamente que “poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica”. Atualmente o pregão eletrônico encontra-se regulamentado pelo Decreto Federal nº 5.450/05.

Como o nosso objetivo é gabaritar as questões de prova, serão expostos inicialmente os procedimentos e as regras estabelecidos para o pregão presencial e, na sequência, destacaremos as informações mais relevantes sobre o pregão eletrônico.

6.1. PREGÃO PRESENCIAL

6.1.1. Prioridade de utilização

O art. 3º do Decreto Federal nº 3.555/2000 dispõe que “os contratos celebrados pela União, para a aquisição de bens e serviços comuns, serão precedidos, prioritariamente, de licitação pública na modalidade de pregão”.

Para responder às questões de prova: lembre-se sempre de que a prioridade de utilização do pregão para a aquisição de bens e serviços comuns não se estende aos Estados, Municípios e Distrito Federal, pois o Decreto nº 3.555/00 foi editado pelo Presidente da República, sendo de caráter obrigatório apenas para a União, seus respectivos órgãos e entidades integrantes da Administração Pública Indireta Federal.

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6.1.2. Inaplicabilidade do pregão

A licitação na modalidade de pregão não se aplica às contratações de obras e serviços de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações em geral, que serão regidas pela Lei Geral de Licitação e Contratos Administrativos (Lei. 8.666/1993).

Entretanto, é importante ficar atento ao texto introdutório da questão, pois, se estiver fazendo referência geral às hipóteses de vedação do pregão, temos que ter conhecimento do teor da Súmula 257 do Tribunal de Contas da União, que é expresso ao afirmar que “o uso do pregão nas contrataçõesde serviços comuns de engenharia encontra amparo na Lei nº 10.520/2002”.

6.1.3. Pregoeiro

Diferentemente do que ocorre nas modalidades licitatórias previstas na Lei Geral de Licitação e Contratos Administrativos (Lei 8.666/93), em que o procedimento licitatório, via de regra, será conduzido por uma Comissão de Licitação formada por três membros, no âmbito do pregão as etapas e fases licitatórias serão conduzidas por um único servidor público, denominado de pregoeiro, que deverá ter realizado capacitação específica (curso de formação) para exercer a atribuição.

Além de designar o servidor que irá exercer a função de pregoeiro, a autoridade competente para autorizar a realização do pregão também deverá indicar a respectiva equipe de apoio, que deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da Administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou da entidade promotora do pregão, para prestar a necessária assistência ao pregoeiro.

As atribuições do pregoeiro estão relacionadas à fase externa do pregão, e, dentre elas, podemos citar: o credenciamento dos interessados; o recebimento dos envelopes das propostas de preços e da documentação de habilitação; a abertura dos envelopes das propostas de preços, o seu exame e a classificação dos proponentes; a condução dos procedimentos relativos aos lances e à escolha da proposta ou do lance de menor preço; a adjudicação da proposta de menor preço; a elaboração de ata; a condução dos trabalhos da equipe de apoio; o recebimento, o exame e a decisão sobre recursos; e o encaminhamento do processo devidamente instruído, após a adjudicação, à autoridade superior, visando a homologação e a contratação.

Para responder às questões de prova: no âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares.

6.1.4. Fase interna

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A fase interna do pregão é muito semelhante ao que está disciplinado no texto da Lei 8.666/1993, sendo responsável por definir todas as condições determinantes do processo licitatório, a saber:

I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;

II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;

III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no item I e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados.

6.1.5. Fase externa

A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras:

I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos seguintes termos:

a) para bens e serviços de valores estimados em até R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais): Diário Oficial da União e meio eletrônico, na Internet;

b) para bens e serviços de valores estimados acima de R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais) até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): Diário Oficial da União; meio eletrônico, na Internet e jornal de grande circulação local;

c) para bens e serviços de valores estimados superiores a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): Diário Oficial da União; meio eletrônico, na Internet e jornal de grande circulação regional ou nacional;

d) em se tratando de órgão ou entidade integrante do Sistema de Serviços Gerais - SISG, a íntegra do edital deverá estar disponível em meio eletrônico, na Internet, no site www.comprasnet.gov.br, independentemente do valor estimado;

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II - do edital e do aviso constarão definição precisa, suficiente e clara do objeto, bem como a indicação dos locais, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital, e o local onde será realizada a sessão pública do pregão.

III - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998 (página do Tribunal de Contas da União na internet).

IV - o edital fixará prazo não inferior a oito dias úteis, contados da publicação do aviso, para os interessados prepararem suas propostas.

V - no dia, hora e local designados no edital, será realizada sessão pública para recebimento das propostas e da documentação de habilitação, devendo o interessado ou seu representante legal proceder ao respectivo credenciamento, comprovando, se for o caso, possuir os necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame.

Para verificar se a pessoa presente à sessão possui poderes legais para representar a pessoa jurídica responsável pela elaboração da proposta, o pregoeiro deverá exigir a apresentação, em termos originais ou cópia autenticada, do contrato social ou instrumento constitutivo da empresa, acompanhado de carta de preposição ou procuração, juntamente com os documentos pessoais do representante.

VI - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes legais entregarão ao pregoeiro, em envelopes separados, a proposta de preços e a documentação de habilitação.

VII - o pregoeiro procederá à abertura dos envelopes contendo as propostas de preços e classificará o autor da proposta de menor preço e aqueles que tenham apresentado propostas em valores sucessivos e superiores em até dez por cento, relativamente à de menor preço.

VIII - quando não forem verificadas, no mínimo, três propostas escritas de preços nas condições definidas no item anterior, o pregoeiro classificará as melhores propostas subsequentes, até o máximo de três, para que seus autores participem dos lances verbais, quaisquer que sejam os preços oferecidos nas propostas escritas.

IX - em seguida, será dado início à etapa de apresentação de lances verbais pelos proponentes, que deverão ser formulados de forma sucessiva, em valores distintos e decrescentes.

É importante destacar que no acórdão 57/2004, proferido pelo Tribunalde Contas da União, o plenário da Corte de Contas deliberou que não podehaver limitação ao número de lances em um pregão, por licitante, pois talconduta implicaria restrição ao caráter competitivo do certame.

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X - o pregoeiro convidará individualmente os licitantes classificados, de forma seqüencial, a apresentar lances verbais, a partir do autor da proposta classificada de maior preço e os demais, em ordem decrescente de valor.

XI - a desistência em apresentar lance verbal, quando convocado pelo pregoeiro, implicará a exclusão do licitante da etapa de lances verbais e na manutenção do último preço apresentado pelo licitante, para efeito de ordenação das propostas.

XII - caso não se realizem lances verbais, será verificada a conformidade entre a proposta escrita de menor preço e o valor estimado para a contratação.

XIII - declarada encerrada a etapa competitiva e ordenadas as propostas, o pregoeiro examinará a aceitabilidade da primeira classificada, quanto ao objeto e valor, decidindo motivadamente a respeito.

XIV - para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital.

XV - sendo aceitável a proposta de menor preço, será aberto o envelope contendo a documentação de habilitação do licitante que a tiver formulado, para confirmação das suas condições habilitatórias, com base no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF, ou nos dados cadastrais da Administração, assegurado ao já cadastrado o direito de apresentar a documentação atualizada e regularizada na própria sessão.

XVI - a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira.

XVII - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes.

XVIII - constatado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor, sendo-lhe adjudicado o objeto do certame.

XIX - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará a oferta subseqüente, verificando a sua aceitabilidade e procedendo à habilitação do

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proponente, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma proposta que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor e a ele adjudicado o objeto do certame.

XX - nas situações previstas nos itens XI, XII e XV, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor.

XXI - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos.

XXII - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento.

XXIII - o recurso contra decisão do pregoeiro não terá efeito suspensivo.

XXIV - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento.

XXV - decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos procedimentais, a autoridade competente homologará a adjudicação para determinar a contratação.

XXVI - como condição para celebração do contrato, o licitante vencedor deverá manter as mesmas condições de habilitação.

XXVII - quando o proponente vencedor não apresentar situação regular, no ato da assinatura do contrato, será convocado outro licitante, observada a ordem de classificação, para celebrar o contrato, e assim sucessivamente, sem prejuízo da aplicação das sanções cabíveis.

XXVIII - se o licitante vencedor recusar-se a assinar o contrato, injustificadamente, será aplicada a regra estabelecida no item anterior.

XIX - o prazo de validade das propostas será de sessenta dias, se outro não estiver fixado no edital.

6.1.6. Vedações expressas

Durante a realização do pregão é vedada a exigência de:

I - garantia de proposta.

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A Administração Pública, durante a realização do pregão, não pode exigir garantia de proposta a fim de que eventual interessado participe do certame. Nesse caso, a opção legislativa está amparada na celeridade do processo, assim como na garantia de participação do maior número possível de interessados.

A exigência de garantia poderia afastar a participação de muitos interessados que, por razões de ordem financeira ou burocrática, não teriam condições de apresentá-la nos termos e condições exigidos no edital. Nesse caso, a Administração Pública também seria indiretamente prejudicada, pois deixaria de ter acesso a propostas eventualmente mais vantajosas.

Apesar de não exigir garantia, é importante destacar que a legislação impôs penalidades mais severas àqueles que não mantiverem as propostas ou descumprirem as obrigações contratuais assumidas perante a Administração.

O art. 7º da Lei 10.520/02 dispõe que aquele que convocado dentro doprazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregarou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar oretardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar oufraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometerfraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados,Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemasde cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4º, peloprazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certame.

Ora, a Administração Pública não pode condicionar a participação no processo licitatório à aquisição do edital, pois, nesse caso, estaria restringindo o caráter competitivo do certame, já que eventuais interessados poderiam deixar de apresentar suas respectivas propostas em virtude de não possuírem recursos para adquiri-lo.

III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.

6.1.7. Anulação e revogação do procedimento

A autoridade competente para determinar a contratação poderá revogar a licitação em face de razões de interesse público, derivadas de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de qualquer pessoa, mediante ato escrito e fundamentado.

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do pregão na forma eletrônica. O credenciamento dar-se-á pela atribuição de chave de identificação e de senha, pessoal e intransferível, para acesso ao sistema eletrônico.

No caso de pregão promovido por órgão integrante do SISG, o credenciamento do licitante, bem assim a sua manutenção, dependerá de registro atualizado no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF.

A chave de identificação e a senha poderão ser utilizadas em qualquer pregão na forma eletrônica, salvo quando cancelada por solicitação do credenciado ou em virtude de seu descadastramento perante o SICAF.

A perda da senha ou a quebra de sigilo deverá ser comunicada imediatamente ao provedor do sistema, para imediato bloqueio de acesso.

O uso da senha de acesso pelo licitante é de sua responsabilidade exclusiva, incluindo qualquer transação efetuada diretamente ou por seu representante, não cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão promotor da licitação responsabilidade por eventuais danos decorrentes de uso indevido da senha, ainda que por terceiros.

O credenciamento junto ao provedor do sistema implica a responsabilidade legal do licitante e a presunção de sua capacidade técnica para realização das transações inerentes ao pregão na forma eletrônica.

6.2.2. Utilização obrigatória

O art. 4º do Decreto nº 5.450/05 dispõe que “nas licitações paraaquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão,sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica”.

O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente.

6.2.3. Responsabilidades do licitante

Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, na forma eletrônica:

I - credenciar-se no SICAF (Sistema de Cadastramento Unificado deFornecedores) para certames promovidos por órgãos da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e de órgão ou entidade dos demais Poderes, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, que tenham celebrado termo de adesão;

II - remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente por meio eletrônico, via internet, a proposta e, quando for o caso, seus anexos;

III - responsabilizar-se formalmente pelas transações efetuadas em seu nome, assumindo como firmes e verdadeiras suas propostas e lances, inclusive os atos praticados diretamente ou por seu representante, não

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cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão promotor da licitação responsabilidade por eventuais danos decorrentes de uso indevido da senha, ainda que por terceiros;

IV - acompanhar as operações no sistema eletrônico durante o processo licitatório, responsabilizando-se pelo ônus decorrente da perda de negócios diante da inobservância de quaisquer mensagens emitidas pelo sistema ou de sua desconexão;

V - comunicar imediatamente ao provedor do sistema qualquer acontecimento que possa comprometer o sigilo ou a inviabilidade do uso da senha, para imediato bloqueio de acesso;

VI - utilizar-se da chave de identificação e da senha de acesso para participar do pregão na forma eletrônica; e

VII - solicitar o cancelamento da chave de identificação ou da senha de acesso por interesse próprio.

6.2.4. Convocação dos interessados

A fase externa do pregão, na forma eletrônica, será iniciada com a convocação dos interessados por meio de publicação de aviso, observados os valores estimados para contratação e os meios de divulgação a seguir indicados:

I - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): a) Diário Oficial da União; e b) meio eletrônico, na internet;

II - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais) até R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais): a) Diário Oficial da União; b) meio eletrônico, na internet; e c) jornal de grande circulação local;

III - superiores a R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais): a) Diário Oficial da União; b) meio eletrônico, na internet; e c) jornal de grande circulação regional ou nacional.

O aviso do edital conterá a definição precisa, suficiente e clara do objeto, a indicação dos locais, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital, bem como o endereço eletrônico onde ocorrerá a sessão pública, a data e hora de sua realização e a indicação de que o pregão, na forma eletrônica, será realizado por meio da internet.

O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a oito dias úteis.

Todos os horários estabelecidos no edital, no aviso e durante a sessão pública observarão, para todos os efeitos, o horário de Brasília, Distrito Federal, inclusive para contagem de tempo e registro no sistema eletrônico e na documentação relativa ao certame.

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6.2.5. Impugnação do ato convocatório

Até dois dias úteis antes da data fixada para abertura da sessão pública, qualquer pessoa poderá impugnar o ato convocatório do pregão, na forma eletrônica. Caberá ao pregoeiro, auxiliado pelo setor responsável pela elaboração do edital, decidir sobre a impugnação no prazo de até vinte e quatro horas.

Acolhida a impugnação contra o ato convocatório, será definida e publicada nova data para realização do certame.

6.2.6. Peculiaridades da fase externa

Após a divulgação do edital no endereço eletrônico, os licitantes deverão encaminhar proposta com a descrição do objeto ofertado e o preço e, se for o caso, o respectivo anexo, até a data e hora marcadas para abertura da sessão, exclusivamente por meio do sistema eletrônico, quando, então, encerrar-se-á, automaticamente, a fase de recebimento de propostas.

Para responder às questões de prova: até a abertura da sessão, os licitantes poderão retirar ou substituir a proposta anteriormente apresentada.

A partir do horário previsto no edital, a sessão pública na internet será aberta por comando do pregoeiro com a utilização de sua chave de acesso e senha.

O pregoeiro verificará as propostas apresentadas, desclassificando aquelas que não estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos no edital. A desclassificação de proposta será sempre fundamentada e registrada no sistema, com acompanhamento em tempo real por todos os participantes.

O sistema ordenará, automaticamente, as propostas classificadas pelo pregoeiro, sendo que somente estas participarão da fase de lance. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase competitiva, quando então os licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente por meio do sistema eletrônico.

O licitante somente poderá oferecer lance inferior ao último por ele ofertado e registrado pelo sistema. Ademais, não serão aceitos dois ou mais lances iguais, prevalecendo aquele que for recebido e registrado primeiro.

Para responder às questões de prova: durante a sessão pública, os licitantes serão informados, em tempo real, do valor do menor lance registrado, vedada a identificação do licitante.

O sistema eletrônico encaminhará aviso de fechamento iminente dos lances, após o que transcorrerá período de tempo de até trinta minutos, aleatoriamente determinado, findo o qual será automaticamente encerrada a recepção de lances.

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Após o encerramento da etapa de lances da sessão pública, o pregoeiro poderá encaminhar, pelo sistema eletrônico, contraproposta ao licitante que tenha apresentado lance mais vantajoso, para que seja obtida melhor proposta, observado o critério de julgamento, não se admitindo negociar condições diferentes daquelas previstas no edital (a negociação será realizada por meio do sistema, podendo ser acompanhada pelos demais licitantes).

Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro examinará a proposta classificada em primeiro lugar quanto à compatibilidade do preço em relação ao estimado para contratação e verificará a habilitação do licitante conforme disposições do edital.

Se a proposta não for aceitável ou se o licitante não atender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará a proposta subseqüente e, assim sucessivamente, na ordem de classificação, até a apuração de uma proposta que atenda ao edital.

Constatado o atendimento às exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor.

Para responder às questões de prova: No pregão, na forma eletrônica, realizado para o sistema de registro de preços, quando a proposta do licitante vencedor não atender ao quantitativo total estimado para a contratação, respeitada a ordem de classificação, poderão ser convocados tantos licitantes quantos forem necessários para alcançar o total estimado, observado o preço da proposta vencedora.

6.2.7. Possibilidade de apresentação de recursos

Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante a sessão pública, de forma imediata e motivada, em campo próprio do sistema, manifestar sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três dias para apresentar as razões de recurso, ficando os demais licitantes, desde logo, intimados para, querendo, apresentarem contra-razões em igual prazo, que começará a contar do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa dos seus interesses.

A falta de manifestação imediata e motivada do licitante quanto à intenção de recorrer importará na decadência desse direito, ficando o pregoeiro autorizado a adjudicar o objeto ao licitante declarado vencedor.

Decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos praticados, a autoridade competente adjudicará o objeto e homologará o procedimento licitatório.

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7. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS

O Sistema de Registro de Preços é definido legalmente como “o conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras”.

Trata-se de instrumento de extrema importância para órgãos e entidades da Administração Pública, pois permite que seja feita licitação, na modalidade de concorrência ou pregão, para a escolha da proposta mais vantajosa em relação a bens e serviços que somente serão contratados no futuro, se for o caso.

Exemplo: Se a Administração Pública divulga edital para a aquisição de 50.000 canetas pelo sistema de registro de preços, não será obrigada a comprar todo o montante informado. Essa quantidade é apenas uma “estimativa”, portanto, a Administração poderia se limitar a adquirir apenas 30.000 canetas.

Ademais, durante o prazo fixado no edital (suponhamos que seja de doze meses) o licitante vencedor estará obrigado a conservar em seu poder os bens contratados pela Administração. Assim, as 30.000 canetas não precisam ser adquiridas de uma só vez, sendo possível, por exemplo, que esse montante seja diluído nos próximos doze meses (prazo de duração do sistema de registro de preços), variando em conformidade com a necessidade do órgão ou entidade.

Nesse caso, é criado um tipo de “almoxarifado virtual”, pois, sempre que a Administração precisar de mais canetas, basta entrar em contato com o fornecedor para que o bem lhe seja entregue (no prazo previamente determinado pelo edital). E o melhor: ainda que o pedido seja feito 8 (oito) meses depois da publicação do edital, por exemplo, o preço será o mesmo que foi definido no momento da contratação, já que o registro de preços irá durar por até dozes meses.

7.1. Principais vantagens para a Administração Pública

� É formalizado apenas uma espécie de termo de compromisso paracontratação futura por meio da Ata de Registro de Preços;

� A contratação ocorre quando surgir a necessidade da aquisição dos bense serviços para consumo;

� A legislação não obriga a aquisição da totalidade dos bens/serviçosestimados na licitação;

� O orçamento é apenas disponibilizado quando da efetiva contratação. Ouseja, a gestão orçamentária e financeira torna-se mais eficiente;

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� Há uma otimização/redução dos estoques e contratações com aconsequente redução de custos de armazenamento;

� Após assinatura da ata, as contratações são realizadas num tempo muitomenor;

� O processo de compras se torna mais simples e concentrado e, assim,ocorre uma redução do número de licitações.

� Com a desburocratização, possibilita-se a ampliação do uso do poder decompra, viabilizando mais agilidade na hora de contratar e maiseconomia.

� A melhoria do planejamento induz ao aprendizado/ conscientização dosfuncionários e ao maior controle.

� Padronização das especificações de bens e serviços, além da unificaçãodos preços.

� Outros órgãos públicos que não participaram do processo podem sehabilitar para contratar os bens e serviços registrados na Ata, com aconcordância do fornecedor.

7.2. Utilização preferencial

O sistema de registro de preços poderá ser adotado nas seguintes hipóteses:

I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidadede contratações frequentes;

II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão deentregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade demedida ou em regime de tarefa;

III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação deserviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programasde governo; ou

IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definirpreviamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.

7.3. Tipo de licitação

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Caberá ao fornecedor beneficiário da Ata de Registro de Preços, observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do fornecimento, independentemente dos quantitativos registrados em Ata, desde que este fornecimento não prejudique as obrigações anteriormente assumidas.

As eventuais aquisições ou contratações adicionais não poderão exceder, por órgão ou entidade, a cem por cento dos quantitativos registrados na Ata de Registro de Preços.

7.4.2. Possibilidade de alteração

A Ata de Registro de Preços poderá sofrer alterações, obedecidas as disposições contidas no art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.

O preço registrado poderá ser revisto em decorrência de eventual redução daqueles praticados no mercado, ou de fato que eleve o custo dos serviços ou bens registrados, cabendo ao órgão gerenciador da Ata promover as necessárias negociações junto aos fornecedores.

Quando o preço inicialmente registrado, por motivo superveniente, tornar-se superior ao preço praticado no mercado o órgão gerenciador deverá:

I - convocar o fornecedor visando a negociação para redução de preços esua adequação ao praticado pelo mercado;

II - frustrada a negociação, o fornecedor será liberado do compromissoassumido sem qualquer penalidade; e

III - convocar os demais fornecedores visando igual oportunidade denegociação.

7.5. Cancelamento do registro

O fornecedor terá seu registro cancelado quando:

I - descumprir as condições da Ata de Registro de Preços;

II - não retirar a respectiva nota de empenho ou instrumentoequivalente, no prazo estabelecido pela Administração, sem justificativaaceitável;

III - não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hipótese de este setornar superior àqueles praticados no mercado; e

IV - sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do caput do art. 87 daLei nº 8.666, de 1993, ou no art. 7º da Lei nº 10.520, de 2002.

O cancelamento de registro, nas hipóteses previstas nos itens I, II e IV, assegurados o contraditório e a ampla defesa, será formalizado por despacho da autoridade competente do órgão gerenciador.

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QUESTÕES COMENTADAS - LICITAÇÃO

01. (FCC⁄Analista Judiciário – TRT 12ª Região⁄2013) Acerca do sistema de registro de preços, previsto na Lei no 8.666/93, considere:

I. O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.

II. Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial.

III. O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas, dentre outras condições, a validade do registro não superior a cinco anos.

Está correto o que consta APENAS em a) II. b) I. c) I e II. d) II e III. e) III.

Comentários

Item I – A ampla pesquisa de mercado realmente é obrigatória, pois é essencial que a Administração Pública tenha acesso às condições mais vantajosas de aquisição, principalmente no que se refere ao preço, antes de estabelecer a ata de registro de preços. Assertiva correta.

Item II – É o que consta expressamente no art. 15, § 2º, da Lei 8.666⁄1993. Ademais, destaca-se que qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado. Assertiva correta.

Item III – A validade do registro não superior a um ano, nos termos do art. 15, § 3º, III, da Lei 8.666⁄1993. Assertiva incorreta.

Gabarito: Letra c.

02. (FCC⁄Analista Judiciário – TRT 12ª Região⁄2013) Determinado órgão público pretende restaurar obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, compatíveis com suas finalidades. Na hipótese narrada, a licitação é a) inexigível. b) obrigatória na modalidade convite. c) dispensável. d) obrigatória na modalidade concurso. e) obrigatória na modalidade pregão.

Comentários

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A Lei 8.666⁄1993, em seu art. 25, II, dispõe que é inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial para a contratação de serviços técnicos, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização. De outro lado, o art. 13, VII, considera serviço técnico profissional especializado o trabalho relativo a restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

Entretanto, em sentido semelhante, a própria Lei 8.666⁄1993, em seu art. 24, XV, preceitua que é dispensável a licitação para “a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade”.

Para responder às questões de prova, deve-se ficar atento ao inteiro teor do enunciado. Se a banca afirmar que a restauração dos objetos de arte ou valor histórico é compatível ou inerente às finalidades do órgão ou entidade, ter-se-á hipótese de licitação dispensável (é o que ocorre, por exemplo, quando um museu público decide promover a restauração). Contudo, se o INSS decide restaurar uma obra de arte de seu acervo, a licitação será inexigível, pois restaurações não são inerentes à finalidades da autarquia (que atua na área da seguridade social).

Gabarito: Letra c.

03. (FCC⁄Procurador – AL PB⁄2013) Nos processos licitatórios regulados pela Lei Federal no 8.666/93, é absolutamente vedada a

a) fixação de preferência a bens e serviços produzidos no país, em detrimento dos produzidos em país estrangeiro como critério de desempate.

b) realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas.

c) contratação direta por inexigibilidade de licitação, quando se tratar de serviços de publicidade e divulgação.

d) utilização de moeda estrangeira para cotação dos preços constantes das propostas dos licitantes.

e) realização de diversos certames para parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente.

Comentários

a) A Lei 8.666⁄1993, em seu art. 3º, § 5º, dispõe que nos processos de licitação poderão ser estabelecidas margens de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras. Assertiva incorreta.

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b) É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório. Assertiva incorreta.

c) A Lei 8.666⁄1993, em seu art. 25, II, veda expressamente a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação. Assertiva correta.

d) Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes. Ademais, quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro. Assertiva incorreta.

e) O art. 23, § 5º, da Lei 8.666⁄1993, dispõe que é vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. Assertiva incorreta.

Gabarito: Letra c.

04. (FCC⁄Analista Judiciário – TRT 9ª Região⁄2013) Sociedade de economia mista controlada pelo Estado, prestadora de serviço público de transporte de passageiros, instaurou licitação, na modalidade concorrência e do tipo menor preço, para aquisição de uma grande quantidade de trens, admitindo a participação dos licitantes em consórcios. Apenas 2 (dois) consórcios foram habilitados, porém apresentaram proposta de preço com valor global muito acima do estabelecido no orçamento de referência da Administração. Diante de tal situação, de acordo com as disposições da Lei no 8.666/93,

a) ambas as propostas devem ser desclassificadas, abrindo-se prazo de no máximo 8 (oito) e no mínimo 3 (três) dias úteis, para que os demais licitantes habilitados possam apresentar proposta de preço.

b) a proposta de menor preço deverá ser classificada, oferecendo-se ao licitante correspondente o prazo de até 8 (oito) dias úteis para adequá-la ao orçamento da Administração.

c) a licitação deverá ser anulada, instaurando-se novo procedimento licitatório, no prazo máximo de 8 (oito) dias úteis, com adequação do preço global máximo admitido.

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d) ambas as propostas devem ser desclassificadas, podendo ser fixado prazo de 8 (oito) dias úteis para apresentação de novas propostas, escoimadas das causas de desclassificação.

e) a Administração poderá optar entre a anulação da licitação ou a abertura de novo prazo para recebimento de proposta de preços pelos licitantes habilitados, que não poderá, em ambos os casos, ser inferior a 8 (oito) dias úteis.

Comentários

Analisando-se o enunciado da questão, constata-se que no exemplo citado ficou configurada a licitação fracassada, que ocorre sempre quando comparecem interessados em contratar o objeto licitado, mas, em razão de não apresentarem a documentação ou proposta em conformidade com o edital ou carta-convite, são inabilitados ou têm as propostas desclassificadas.

Nesse caso, dispõe o art. 48, § 3º, da Lei 8.666⁄1993, que quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.

Gabarito: Letra d.

05. (FCC⁄Técnico Judiciário – TRT 9ª Região⁄2013) Como traço de semelhança ou de distinção entre a dispensa e a inexigibilidade de licitação pode-se indicar, dentre outras, a característica

a) do rol de hipóteses de dispensa de licitação ser exemplificativo, na medida em que se trata de norma de exceção à regra legal que obriga o certame como observância do princípio da isonomia.

b) do rol de hipóteses de inexigibilidade de licitação ser taxativo, na medida em que se trata de norma de exceção à regra legal que obriga o certame como observância do princípio da isonomia, não admitindo flexibilização.

c) da licitação, nas hipóteses de inexigibilidade, ser, em tese, possível, mas diante da vontade do legislador, para agilizar algumas situações, torna-se prescindível.

d) da dispensa de licitação incidir nas hipóteses em que a licitação é inviável, por impossibilidade de competição.

e) da licitação, nas hipóteses de dispensa, ser, em tese, possível, mas diante da vontade do legislador, torna-se prescindível nas situações indicadas.

Comentários

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a) O rol de dispensa de licitação previsto no art. 24 da Lei 8.666⁄1993 é taxativo, isto é, somente pode ser ampliado através de lei. Assertiva incorreta.

b) O rol de hipóteses que ensejam a inexigibilidade licitatória, previsto no art. 25 da Lei 8.666⁄1993, é exemplificativo, permitindo, assim, que outras situações concretas possam ser enquadradas no permissivo legal. Assertiva incorreta.

c) Nas hipóteses previstas no art. 25 da Lei 8.666⁄1993 não existe possibilidade de competição ou disputa entre eventuais interessados, portanto, ainda que seja de interesse da Administração Pública, não será possível realizar licitação para a seleção de propostas. Assertiva incorreta.

d) Nas hipóteses previstas no art. 24 da Lei 8.666⁄1993 (dispensa) seria viável a realização de licitação, contudo, o próprio legislador definiu legal e previamente a sua não realização. Assertiva incorreta.

e) A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que "a diferença básica entre as duas hipóteses está no fato de que, na dispensa, há possibilidade de competição que justifique a licitação; de modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na competência discricionária da Administração. Nos casos de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; a licitação é, portanto, inviável." Assertiva correta.

Gabarito: Letra e.

06. (FCC/Técnico Judiciário TRT 1ª Região/2011) A União Federal pretende realizar certame licitatório de cunho nacional, para a contratação de obras e serviços de engenharia, no valor de um milhão de reais. Nesse caso,

a) a modalidade de licitação cabível é a tomada de preços, mas a Administração Pública também poderá valer-se da concorrência, consoante previsto na Lei nº 8.666/1993.

b) deve obrigatoriamente ser realizada licitação na modalidade concorrência, por ser a única modalidade possível.

c) a modalidade de licitação cabível é o convite, mas a Administração Pública também poderá valer-se da tomada de preços, consoante previsto na Lei nº 8.666/1993.

d) deve obrigatoriamente ser realizada licitação na modalidade tomada de preços, por ser a única modalidade possível.

e) a única modalidade de licitação cabível, em virtude do objeto e valor, é o convite.

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Comentários

Para responder corretamente a questão, primeiramente é necessário ficar atento ao valor total da licitação: R$ 1.000.000,00. Na sequência, atente-se para o fato de que a União pretende realizar a contratação de obras e serviços de engenharia, informação que também influencia diretamente na escolha da modalidade licitatória a ser adotada.

Nos termos do art. 23, I, “b”, da Lei 8.666/1993, para obras e serviços de engenharia cujo valor total seja de até R$ 1.500.000,00 deve ser adotada a modalidade tomada de preços. Entretanto, o § 4º do mesmo artigo afirma que “nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência”.

Desse modo, a modalidade licitatória cabível no presente caso é a tomada de preços, mas, nos termos do art. 23, § 4º, da Lei 8.666/1993, também poderá ser utilizada a modalidade concorrência.

GABARITO: LETRA a.

07. (FCC/Procurador TCE SP/2011) A Administração Pública realizou licitação para venda de ativos mobiliários à vista. Venceu o licitante que apresentou proposta de maior valor. Em razão de oscilações no mercado financeiro, o licitante apresentou, posteriormente, requerimento para parcelamento do valor ofertado. A Administração Pública deverá a) indeferir o pedido, com base no princípio da publicidade. b) deferir o pedido, com fundamento no princípio da legalidade, já que não há vedação expressa. c) indeferir o pedido, com base no princípio da vinculação ao instrumento convocatório. d) deferir o pedido, em razão do princípio da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro. e) deferir o pedido, com base no princípio do julgamento objetivo das propostas, desde que as parcelas sejam atualizadas monetariamente.

Comentários

Se o edital licitatório estabelecia expressamente que os ativos imobiliários deveriam ser pagos à vista, a Administração Pública não pode aceitar qualquer outra proposta que não esteja nesses termos, sob pena de violação do princípio da vinculação ao instrumento convocatório.

O Princípio da vinculação ao instrumento convocatório, também chamado de princípio da vinculação ao edital, está previsto expressamente no artigo 41 da Lei 8.666/93, ao afirmar que “a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada”.

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GABARITO: LETRA c.

08. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) A modalidade de tomada de preços

a) aplica-se aos interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa.

b) é indicada para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores.

c) exige que os interessados estejam devidamente cadastrados ou atendam a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

d) compreende uma fase inicial de habilitação preliminar, para que os interessados comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

e) é utilizada para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados.

Comentários

a) Errado. O texto da assertiva está se referindo à modalidade licitatória denominada convite. Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que a modalidade tomada de preços restringe-se aos interessados devidamente ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

b) Errado. A modalidade licitatória indicada para a escolha de trabalho técnico, artístico ou científico é chamada de concurso.

c) Correto. Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas, lembre-se sempre de que a tomada de preços possui procedimento semelhante ao da concorrência, permitindo a participação de todos os interessados, inclusive os que não sejam cadastrados. Neste caso, é necessário que apresentem a documentação até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.

d) Errado. O texto da assertiva está se referindo à modalidade concorrência, que certamente é a mais complexa dentre todas as modalidades licitatórias, tendo como principais características a ampla publicidade, a possibilidade de participação de qualquer interessado (princípio da universalidade), a fase inicial de habilitação preliminar do interessado e a utilização para contratos de grandes vultos (em regra, valores superiores a R$ 1.500.000,00, para obras e serviços de engenharia, e valores superiores a R$ 650.000,00, nos casos de compras e serviços que não sejam de engenharia).

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e) Errado. Para a venda de bens móveis inservíveis ou produtos legalmente apreendidos a Administração Pública deve se valer da modalidade leilão.

GABARITO: LETRA c.

09. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) Na modalidade de convite,

a) a licitação deve ocorrer entre interessados, cadastrados ou não, que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia posterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

b) a unidade administrativa afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados, na correspondente especialidade, que manifestarem interesse com antecedência de até 48 horas da apresentação das propostas.

c) a licitação passa por uma fase inicial de habilitação preliminar para que os interessados comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

d) a existência na praça de mais de três possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.

e) os interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração são convidados a oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

Comentários

a) Errado. Perceba que o texto da assertiva não está se referindo à modalidade convite, mas sim à tomada de preços. O § 2º, artigo 22, da Lei de Licitações, define a tomada de preços como “a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data de recebimento das propostas, observada a necessária qualificação”.

b) Errado. Aqueles que forem cadastrados perante a Administração Pública e, ainda que não convidados, tiverem interesse em participar da licitação na modalidade convite, deverão manifestar interesse até 24 horas da apresentação das propostas.

c) Errado. A fase inicial de habilitação preliminar ocorrerá na modalidade concorrência, que é a mais complexa de todas as modalidades previstas na Lei 8.666/1993.

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d) Correto. É importante destacar também que quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de três licitantes, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

e) Errado. O texto da assertiva está se referindo à modalidade licitatória denominada leilão.

GABARITO: LETRA d.

10. (FCC/Analista Judiciário TRT 24ª Região/2011) Para a contratação de serviço técnico de treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, de natureza singular, com empresa de notória especialização,

a) exige-se, obrigatoriamente, licitação na modalidade tomada de preços.

b) é inexigível a licitação.

c) é dispensável a licitação.

d) exige-se, obrigatoriamente, licitação na modalidade convite.

e) exige-se, obrigatoriamente, licitação na modalidade concurso.

Comentários

O art. 25, II, da Lei 8.666/1993, dispõe que é inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 da Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação.

GABARITO: LETRA b.

11. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) No que concerne aos princípios das licitações, é correto afirmar:

a) O desrespeito ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório não torna inválido o procedimento licitatório.

b) Apenas o licitante lesado tem direito público subjetivo de impugnar judicialmente procedimento licitatório que não observou ditames legais.

c) A licitação não será sigilosa, sendo públicos todos os atos de seu procedimento, como por exemplo, o conteúdo das propostas, inclusive quando ainda não abertas.

d) É possível a abertura de novo procedimento licitatório, ainda que válida a adjudicação anterior.

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e) A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas, sob pena de nulidade.

Comentários

a) Errado. A inobservância do princípio da vinculação ao instrumento convocatório contamina todo o procedimento licitatório, o que enseja a sua anulação pela própria Administração Pública ou pelo Poder Judiciário.

b) Errado. Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação da Lei 8.666/1993, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis.

c) Errado. O § 3º, art. 3º, da Lei 8.666/1993, declara que “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.

d) Errado. O professor Hely Lopes Meirelles afirma que a Administração não pode, concluído o procedimento licitatório, atribuir o objeto da licitação a outrem que não o vencedor. “A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir expressamente do contrato ou o não firmar no prazo prefixado, a menos que comprove justo motivo. A compulsoriedade veda também que se abra nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior”.

e) Correto. O desrespeito à ordem de classificação das propostas enseja a violação a vários princípios licitatórios, entre eles o da impessoalidade e da probidade administrativa.

GABARITO: LETRA e.

12. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) Nos termos da Lei, a dispensa e inexigibilidade de licitação, ocorrem respectivamente:

a) PARA aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo e QUANDO a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento.

b) PARA a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade e PARA contratação de profissional de qualquer setor artístico, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

c) PARA a contratação de serviços de assessoria técnica, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização e

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PARA a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

d) NOS casos de guerra ou grave perturbação da ordem e PARA compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da Administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia.

e) QUANDO houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional e PARA a contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, desde que detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos.

Comentários

a) Errado. A primeira hipótese apresentada na assertiva corresponde à inexigibilidade licitatória, enquanto a segunda autoriza a dispensa de licitação.

b) Correto. O art. 24, XV, da Lei 8.666/1993, considera dispensável a licitação para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. Por outro lado, a contratação de profissional de qualquer setor artístico é prevista no art. 25, III, da Lei 8.666/1993, como hipótese em que a licitação é inexigível.

c) Errado. As situações apresentadas no texto da assertiva caracterizam hipóteses de inexigibilidade e dispensa de licitação, respectivamente.

d) Errado. As duas hipóteses previstas no texto da assertiva encontram-se arroladas no art. 24 da Lei 8.666/1993, isto é, ensejam a dispensa de licitação.

e) Errado. Da mesma forma que ocorreu na alternativa anterior, ambas as hipóteses justificam a dispensa de licitação.

GABARITO: LETRA b.

13. (FCC/Técnico Judiciário TER RN/2011) O princípio segundo o qual os critérios e fatores seletivos previstos no edital devem ser adotados inafastavelmente para o julgamento, evitando-se, assim, qualquer surpresa para os participantes da licitação, denomina-se:

a) Adjudicação Compulsória.

b) Publicidade.

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c) Julgamento Objetivo.

d) Impessoalidade.

e) Probidade Administrativa.

Comentários

O professor Hely Lopes Meirelles nos ensina que julgamento objetivo é aquele “que se baseia no critério indicado no edital e nos termos específicos das propostas. É princípio de toda licitação que seu julgamento se apoie em fatores concretos pedidos pela Administração, em confronto com o ofertado pelos proponentes dentro do permitido no edital ou convite. Visa afastar o discricionarismo na escolha das propostas, obrigando os julgadores a aterem-se ao critério prefixado pela Administração, com o que se reduz e se delimita a margem de valoração subjetiva, sempre presente em qualquer julgamento”.

O princípio do julgamento objetivo está previsto expressamente no texto da Lei Geral de Licitações, mais precisamente em seu artigo 44, ao afirmar que, “no julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e os princípios estabelecidos por esta Lei”.

GABARITO: LETRA c.

14. (FCC/Técnico Judiciário 8ª Região/2010) Para a contratação de obras e serviços de engenharia com valor acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), ressalvadas as hipóteses de dispensa e de inexigibilidade, deve ser feita licitação na modalidade

a) pregão.

b) tomada de preços.

c) convite.

d) leilão.

e) concorrência.

Comentários

A concorrência certamente é a mais complexa dentre todas as modalidades licitatórias, tendo como principais características a ampla publicidade, a possibilidade de participação de qualquer interessado (princípio da universalidade), a fase inicial de habilitação preliminar do interessado e a utilização para contratos de grandes vultos (em regra, valores superiores a R$ 1.500.000,00, para obras e serviços de engenharia, e valores superiores a R$ 650.000,00, nos casos de compras e serviços que não sejam de engenharia).

GABARITO: LETRA e.

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15. (FCC/Analista Judiciário TRT 8ª Região/2010) Órgão da Administração Pública pretende locar um imóvel destinado a instalar uma diretoria em cidade diversa da sua sede. Encontrando um imóvel que pertence a uma Organização Social, conforme disposição expressa na Lei de Licitações, para a locação,

a) deve ser feita licitação na modalidade leilão, para que os proprietários de imóveis semelhantes os ofereçam à locação, prevalecendo o de menor valor do aluguel.

b) é dispensável a licitação porque o imóvel pertence a uma Organização Social.

c) é inexigível a licitação por ser inviável a competição uma vez que aquele imóvel foi o escolhido pela Administração.

d) deve ser feita licitação, adotada a modalidade concorrência pública independentemente do valor do aluguel.

e) é dispensável a licitação se, dentre outros requisitos, o imóvel satisfaz as necessidades estatais e o aluguel é compatível com o valor de mercado.

Comentários

O caput da questão utilizou a expressão “Organização Social” para tentar confundir o candidato, pois, no contexto apresentado, essa informação não influencia diretamente na resposta.

Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas, lembre-se sempre de que o art. 24, X, da Lei 8.666/1993, considera dispensável a licitação “para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia”.

GABARITO: LETRA e.

16. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) Nos termos da Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93), constituem, dentre outras, hipóteses em que será possível a licitação na modalidade tomada de preços: a) licitações internacionais, mesmo que o órgão ou entidade não disponha de cadastro internacional de fornecedores. b) compras e serviços, com exceção dos serviços de engenharia, cujo valor seja de setecentos mil reais. c) casos em que couber convite. d) obras e serviços de engenharia cujo valor seja de um milhão e seiscentos mil reais. e) concessões de direito real de uso.

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Comentários

a) Errado. O art. 23, § 3º, da Lei 8.666/1993, dispõe que “a concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

b) Errado. Para as compras e serviços que não estejam relacionados a obras e serviços de engenharia o limite para utilização da modalidade tomada de preços é de até R$ 650.000,00.

c) Correto. A modalidade tomada de preços é mais complexa do que a modalidade convite, portanto, aquela poderá ser utilizada nas hipóteses em que, a princípio, esta seria cabível. No mesmo sentido, a modalidade concorrência poderá ser utilizada nos casos em que couber as modalidades tomada de preços e convite.

d) Errado. Para obras e serviços de engenharia, o limite máximo para a utilização da modalidade tomada de preços é de até R$ 1.500.000,00.

e) Errado. Nos casos de concessões de direito real de uso deve ser utilizada a modalidade concorrência, nos termos do art. 23, § 3º, da Lei 8.666/1993.

GABARITO: LETRA c.

17. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) NÃO constitui hipótese de inexigibilidade de licitação a

a) aquisição de materiais que só possam ser fornecidos por empresa exclusiva.

b) contratação de serviço técnico de restauração de obras de arte e bens de valor histórico, de natureza singular, com empresa de notória especialização.

c) contratação de profissional do setor artístico, consagrado pela opinião pública.

d) contratação de instituição dedicada à recuperação social do preso, de inquestionável reputação éticoprofissional e sem fins lucrativos.

e) contratação de parecer, de natureza singular, com profissional de notória especialização.

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Comentários

a) Errado. Se o material só pode ser fornecido por empresa exclusiva, não restam dúvidas de que estamos diante de uma das hipóteses de inexigibilidade de licitação, conforme preceitua o art. 25, I, da Lei 8.666/1993.

b) Errado. É importante destacar que o art. 13, VII, da Lei 8.666/1993, considera serviço técnico profissional especializado o trabalho relativo a restauração de obras de arte e bens de valor histórico. Assim, a contratação de empresa de notória especialização nesse ramo enquadra-se no art. 25, II, da Lei 8.666/1993, caracterizando-se como uma hipótese que enseja a inexigibilidade de licitação.

c) Errado. A contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública, enquadra-se dentro das hipóteses de inexigibilidade de licitação.

d) Correto. O art. 24, XIII, da Lei 8.666/1993, afirma ser hipótese de licitação dispensável a “contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos”.

e) Errado. A necessidade de contratação de parecer, de natureza singular, com profissional de notória especialização, enquadra-se na hipótese de inexigibilidade de licitação contida no art. 25, II, da Lei 8.666/1993.

GABARITO: LETRA d.

18. (FCC/Técnico Judiciário TRE AP/2011) Considere as seguintes assertivas concernentes aos interessados em participar da licitação na modalidade convite:

I. São escolhidos e convidados, em regra, em número mínimo de dois.

II. Podem ser cadastrados ou não.

III. Devem ser do ramo pertinente ao objeto da licitação.

Está correto o que se afirma SOMENT E em

a) II e III.

b) I.

c) III.

d) II.

e) I e III.

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Comentários

Item I – Errado. Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa.

Item II – Correto. É importante destacar que eventuais fornecedores que não sejam cadastrados perante a Administração Pública somente poderão participar da licitação se forem convidados. Por outro lado, se o fornecedor for cadastrado poderá participar ainda que não tenha sido convidado, desde que manifeste o seu interesse até 24 horas antes da data/horário marcado para a apresentação das propostas.

Item III – Correto. Por questões óbvias, somente poderão ser convidados a participar da licitação fornecedores que atuem na área relativa ao objeto que a Administração Pública deseja adquirir.

GABARITO: LETRA a.

19. (FCC/Técnico Judiciário TRT 23ª Região/2011) No que concerne à modalidade de licitação concurso, é correto afirmar:

a) Destina-se à escolha de trabalho apenas técnico ou científico, não sendo admitido para qualquer outra natureza de trabalho.

b) É possível, como forma contraprestação ao vencedor do certame, remuneração a ser paga pelo Poder Público.

c) O edital deve ser publicado com antecedência mínima de quarenta dias.

d) Não é cabível, como forma de contraprestação ao vencedor do certame, a instituição de prêmios.

e) Apenas interessados previamente cadastrados podem participar do certame, não se admitindo a participação de quaisquer interessados.

Comentários

a) Errado. A modalidade concurso pode ser utilizada para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, a exemplo da seleção da melhor estátua de Rui Barbosa para fixar na entrada da Faculdade de Direito de uma autarquia educacional (universidade pública federal).

b) Correto. É possível que o edital licitatório institua premiações, em dinheiro, para aqueles que apresentarem as melhores, ou, dependendo do caso, a melhor proposta. Em contrapartida, o edital pode estabelecer a regra de que não serão pagos eventuais direitos autorais no caso de futura execução da proposta pela Administração Pública.

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c) Errado. O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento na modalidade concurso será de 45 (quarenta e cinco) dias.

d) Errado. A Administração Pública poderá estabelecer que o vencedor da licitação na modalidade concurso será premiado com uma viagem para Fernando de Noronha ou que terá o objeto de sua proposta exposto em uma grande Feira Internacional, por exemplo,

e) Errado. Quaisquer interessados podem participar da licitação realizada através da modalidade concurso, desde que atendam aos critérios estabelecidos previamente no edital.

GABARITO: LETRA b.

20. (FCC/Procurador PGE RO/2011) A Lei de Licitações e Contratos - Lei Federal nº 8.666/93 - exige que seja feita audiência pública com antecedência mínima de 15 ( quinze ) dias úteis da data prevista para a publicação do edital quando

a) se tratar de obra ou prestação de serviço decorrente de contrato de programa celebrado com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada, em virtude de contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

b) o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o valor referente à dispensa de licitação, em contratação de obras ou serviços de engenharia.

c) a obra ou a prestação de serviços forem realizados no envoltório de 100 (cem) quilômetros do perímetro de unidade de conservação de proteção integral.

d) o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o valor estipulado como limite para a adoção da modalidade concorrência, em contratação de obras e serviços de engenharia.

e) se tratar da alienação ou concessão de direito real de uso de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal superiores ao limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500 ha (mil e quinhentos hectares).

Comentários

O artigo 39 da Lei 8.666/93 estabelece que sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a R$ 150.000.000,00 (100 vezes o limite previsto

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no art. 23, inciso I, alínea "c"), o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados, sejam futuros participantes ou representantes da sociedade.

GABARITO: LETRA d.

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RELAÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS – COM GABARITOS

01. (FCC⁄Analista Judiciário – TRT 12ª Região⁄2013) Acerca do sistema de registro de preços, previsto na Lei no 8.666/93, considere:

I. O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.

II. Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial.

III. O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas, dentre outras condições, a validade do registro não superior a cinco anos.

Está correto o que consta APENAS em a) II. b) I. c) I e II. d) II e III. e) III.

02. (FCC⁄Analista Judiciário – TRT 12ª Região⁄2013) Determinado órgão público pretende restaurar obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, compatíveis com suas finalidades. Na hipótese narrada, a licitação é a) inexigível. b) obrigatória na modalidade convite. c) dispensável. d) obrigatória na modalidade concurso. e) obrigatória na modalidade pregão.

03. (FCC⁄Procurador – AL PB⁄2013) Nos processos licitatórios regulados pela Lei Federal no 8.666/93, é absolutamente vedada a

a) fixação de preferência a bens e serviços produzidos no país, em detrimento dos produzidos em país estrangeiro como critério de desempate.

b) realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas.

c) contratação direta por inexigibilidade de licitação, quando se tratar de serviços de publicidade e divulgação.

d) utilização de moeda estrangeira para cotação dos preços constantes das propostas dos licitantes.

e) realização de diversos certames para parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente.

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04. (FCC⁄Analista Judiciário – TRT 9ª Região⁄2013) Sociedade de economia mista controlada pelo Estado, prestadora de serviço público de transporte de passageiros, instaurou licitação, na modalidade concorrência e do tipo menor preço, para aquisição de uma grande quantidade de trens, admitindo a participação dos licitantes em consórcios. Apenas 2 (dois) consórcios foram habilitados, porém apresentaram proposta de preço com valor global muito acima do estabelecido no orçamento de referência da Administração. Diante de tal situação, de acordo com as disposições da Lei no 8.666/93,

a) ambas as propostas devem ser desclassificadas, abrindo-se prazo de no máximo 8 (oito) e no mínimo 3 (três) dias úteis, para que os demais licitantes habilitados possam apresentar proposta de preço.

b) a proposta de menor preço deverá ser classificada, oferecendo-se ao licitante correspondente o prazo de até 8 (oito) dias úteis para adequá-la ao orçamento da Administração.

c) a licitação deverá ser anulada, instaurando-se novo procedimento licitatório, no prazo máximo de 8 (oito) dias úteis, com adequação do preço global máximo admitido.

d) ambas as propostas devem ser desclassificadas, podendo ser fixado prazo de 8 (oito) dias úteis para apresentação de novas propostas, escoimadas das causas de desclassificação.

e) a Administração poderá optar entre a anulação da licitação ou a abertura de novo prazo para recebimento de proposta de preços pelos licitantes habilitados, que não poderá, em ambos os casos, ser inferior a 8 (oito) dias úteis.

05. (FCC⁄Técnico Judiciário – TRT 9ª Região⁄2013) Como traço de semelhança ou de distinção entre a dispensa e a inexigibilidade de licitação pode-se indicar, dentre outras, a característica a) do rol de hipóteses de dispensa de licitação ser exemplificativo, na medida em que se trata de norma de exceção à regra legal que obriga o certame como observância do princípio da isonomia. b) do rol de hipóteses de inexigibilidade de licitação ser taxativo, na medida em que se trata de norma de exceção à regra legal que obriga o certame como observância do princípio da isonomia, não admitindo flexibilização. c) da licitação, nas hipóteses de inexigibilidade, ser, em tese, possível, mas diante da vontade do legislador, para agilizar algumas situações, torna-se prescindível. d) da dispensa de licitação incidir nas hipóteses em que a licitação é inviável, por impossibilidade de competição. e) da licitação, nas hipóteses de dispensa, ser, em tese, possível, mas diante da vontade do legislador, torna-se prescindível nas situações indicadas.

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06. (FCC/Técnico Judiciário TRT 1ª Região/2011) A União Federal pretende realizar certame licitatório de cunho nacional, para a contratação de obras e serviços de engenharia, no valor de um milhão de reais. Nesse caso,

a) a modalidade de licitação cabível é a tomada de preços, mas a Administração Pública também poderá valer-se da concorrência, consoante previsto na Lei nº 8.666/1993.

b) deve obrigatoriamente ser realizada licitação na modalidade concorrência, por ser a única modalidade possível.

c) a modalidade de licitação cabível é o convite, mas a Administração Pública também poderá valer-se da tomada de preços, consoante previsto na Lei nº 8.666/1993.

d) deve obrigatoriamente ser realizada licitação na modalidade tomada de preços, por ser a única modalidade possível.

e) a única modalidade de licitação cabível, em virtude do objeto e valor, é o convite.

07. (FCC/Procurador TCE SP/2011) A Administração Pública realizou licitação para venda de ativos mobiliários à vista. Venceu o licitante que apresentou proposta de maior valor. Em razão de oscilações no mercado financeiro, o licitante apresentou, posteriormente, requerimento para parcelamento do valor ofertado. A Administração Pública deverá

a) indeferir o pedido, com base no princípio da publicidade.

b) deferir o pedido, com fundamento no princípio da legalidade, já que não há vedação expressa.

c) indeferir o pedido, com base no princípio da vinculação ao instrumento convocatório.

d) deferir o pedido, em razão do princípio da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro.

e) deferir o pedido, com base no princípio do julgamento objetivo das propostas, desde que as parcelas sejam atualizadas monetariamente.

08. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) A modalidade de tomada de preços

a) aplica-se aos interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa.

b) é indicada para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores.

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c) exige que os interessados estejam devidamente cadastrados ou atendam a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

d) compreende uma fase inicial de habilitação preliminar, para que os interessados comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

e) é utilizada para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados.

09. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) Na modalidade de convite,

a) a licitação deve ocorrer entre interessados, cadastrados ou não, que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia posterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

b) a unidade administrativa afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados, na correspondente especialidade, que manifestarem interesse com antecedência de até 48 horas da apresentação das propostas.

c) a licitação passa por uma fase inicial de habilitação preliminar para que os interessados comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

d) a existência na praça de mais de três possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.

e) os interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração são convidados a oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

10. (FCC/Analista Judiciário TRT 24ª Região/2011) Para a contratação de serviço técnico de treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, de natureza singular, com empresa de notória especialização,

a) exige-se, obrigatoriamente, licitação na modalidade tomada de preços.

b) é inexigível a licitação.

c) é dispensável a licitação.

d) exige-se, obrigatoriamente, licitação na modalidade convite.

e) exige-se, obrigatoriamente, licitação na modalidade concurso.

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11. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) No que concerne aos princípios das licitações, é correto afirmar:

a) O desrespeito ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório não torna inválido o procedimento licitatório.

b) Apenas o licitante lesado tem direito público subjetivo de impugnar judicialmente procedimento licitatório que não observou ditames legais.

c) A licitação não será sigilosa, sendo públicos todos os atos de seu procedimento, como por exemplo, o conteúdo das propostas, inclusive quando ainda não abertas.

d) É possível a abertura de novo procedimento licitatório, ainda que válida a adjudicação anterior.

e) A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas, sob pena de nulidade.

12. (FCC/Técnico Judiciário TRE TO/2011) Nos termos da Lei, a dispensa e inexigibilidade de licitação, ocorrem respectivamente:

a) PARA aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo e QUANDO a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento.

b) PARA a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade e PARA contratação de profissional de qualquer setor artístico, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

c) PARA a contratação de serviços de assessoria técnica, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização e PARA a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

d) NOS casos de guerra ou grave perturbação da ordem e PARA compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da Administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia.

e) QUANDO houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional e PARA a contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, desde que detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos.

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13. (FCC/Técnico Judiciário TER RN/2011) O princípio segundo o qual os critérios e fatores seletivos previstos no edital devem ser adotados inafastavelmente para o julgamento, evitando-se, assim, qualquer surpresa para os participantes da licitação, denomina-se:

a) Adjudicação Compulsória.

b) Publicidade.

c) Julgamento Objetivo.

d) Impessoalidade.

e) Probidade Administrativa.

14. (FCC/Técnico Judiciário 8ª Região/2010) Para a contratação de obras e serviços de engenharia com valor acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), ressalvadas as hipóteses de dispensa e de inexigibilidade, deve ser feita licitação na modalidade

a) pregão.

b) tomada de preços.

c) convite.

d) leilão.

e) concorrência.

15. (FCC/Analista Judiciário TRT 8ª Região/2010) Órgão da Administração Pública pretende locar um imóvel destinado a instalar uma diretoria em cidade diversa da sua sede. Encontrando um imóvel que pertence a uma Organização Social, conforme disposição expressa na Lei de Licitações, para a locação,

a) deve ser feita licitação na modalidade leilão, para que os proprietários de imóveis semelhantes os ofereçam à locação, prevalecendo o de menor valor do aluguel.

b) é dispensável a licitação porque o imóvel pertence a uma Organização Social.

c) é inexigível a licitação por ser inviável a competição uma vez que aquele imóvel foi o escolhido pela Administração.

d) deve ser feita licitação, adotada a modalidade concorrência pública independentemente do valor do aluguel.

e) é dispensável a licitação se, dentre outros requisitos, o imóvel satisfaz as necessidades estatais e o aluguel é compatível com o valor de mercado.

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16. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) Nos termos da Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93), constituem, dentre outras, hipóteses em que será possível a licitação na modalidade tomada de preços:

a) licitações internacionais, mesmo que o órgão ou entidade não disponha de cadastro internacional de fornecedores.

b) compras e serviços, com exceção dos serviços de engenharia, cujo valor seja de setecentos mil reais.

c) casos em que couber convite.

d) obras e serviços de engenharia cujo valor seja de um milhão e seiscentos mil reais.

e) concessões de direito real de uso.

17. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) NÃO constitui hipótese de inexigibilidade de licitação a

a) aquisição de materiais que só possam ser fornecidos por empresa exclusiva.

b) contratação de serviço técnico de restauração de obras de arte e bens de valor histórico, de natureza singular, com empresa de notória especialização.

c) contratação de profissional do setor artístico, consagrado pela opinião pública.

d) contratação de instituição dedicada à recuperação social do preso, de inquestionável reputação éticoprofissional e sem fins lucrativos.

e) contratação de parecer, de natureza singular, com profissional de notória especialização.

18. (FCC/Técnico Judiciário TRE AP/2011) Considere as seguintes assertivas concernentes aos interessados em participar da licitação na modalidade convite:

I. São escolhidos e convidados, em regra, em número mínimo de dois.

II. Podem ser cadastrados ou não.

III. Devem ser do ramo pertinente ao objeto da licitação.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

a) II e III.

b) I.

c) III.

d) II.

e) I e III.

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19. (FCC/Técnico Judiciário TRT 23ª Região/2011) No que concerne à modalidade de licitação concurso, é correto afirmar:

a) Destina-se à escolha de trabalho apenas técnico ou científico, não sendo admitido para qualquer outra natureza de trabalho.

b) É possível, como forma contraprestação ao vencedor do certame, remuneração a ser paga pelo Poder Público.

c) O edital deve ser publicado com antecedência mínima de quarenta dias.

d) Não é cabível, como forma de contraprestação ao vencedor do certame, a instituição de prêmios.

e) Apenas interessados previamente cadastrados podem participar do certame, não se admitindo a participação de quaisquer interessados.

20. (FCC/Procurador PGE RO/2011) A Lei de Licitações e Contratos - Lei Federal nº 8.666/93 - exige que seja feita audiência pública com antecedência mínima de 15 ( quinze ) dias úteis da data prevista para a publicação do edital quando

a) se tratar de obra ou prestação de serviço decorrente de contrato de programa celebrado com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada, em virtude de contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

b) o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o valor referente à dispensa de licitação, em contratação de obras ou serviços de engenharia.

c) a obra ou a prestação de serviços forem realizados no envoltório de 100 (cem) quilômetros do perímetro de unidade de conservação de proteção integral.

d) o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o valor estipulado como limite para a adoção da modalidade concorrência, em contratação de obras e serviços de engenharia.

e) se tratar da alienação ou concessão de direito real de uso de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal superiores ao limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500 ha (mil e quinhentos hectares).

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QUESTÕES COMENTADAS – CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

01. (FCC⁄Analista de Procuradoria – PGE BA⁄2013) NÃO constitui aspecto fundamental do regime jurídico dos contratos administrativos clássicos: a) a adoção das chamadas cláusulas exorbitantes. b) o exercício de prerrogativas pela Administração pública, enquanto parte. c) a garantia de equilíbrio econômico-financeiro ao particular contratado. d) direito do contratado de invocar a exceção do contrato não cumprido quando houver qualquer inadimplência da administração. e) a ocupação provisória de bens e serviços vinculados ao objeto do contrato, a título de cautela para apuração administrativa de faltas contratuais nos casos de serviços essenciais.

Comentários

a) Uma das principais características dos contratos administrativos é a presença de cláusulas exorbitantes, que, na definição de Hely Lopes Meirelles, são aquelas que “excedem do Direito Comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao contratado. A cláusula exorbitante não seria lícita num contrato privado, porque desigualaria as partes na execução do avençado, mas é absolutamente válida no contrato administrativo, desde que decorrente da lei ou dos princípios que regem a atividade administrativa, porque visa estabelecer uma prerrogativa em favor de uma das partes para o perfeito atendimento do interesse público, que se sobrepõe sempre aos interesses particulares”. Assertiva correta.

b) Se os contratos administrativos estão recheados de cláusulas exorbitantes, pode-se afirmar que a Administração Pública exercerá diversas prerrogativas especiais em face do particular, a exemplo da possibilidade de alteração unilateral do contrato administrativo. Assertiva correta.

c) Apesar da prerrogativa assegurada à Administração Pública de alterar unilateralmente as cláusulas quantitativas e qualitativas dos contratos administrativos, existe a obrigatoriedade de se respeitar a manutenção da equação econômico-financeira do contrato. Assim, qualquer alteração que afete o equilíbrio financeiro do contrato deverá ter a concordância expressa do contratado. Assertiva correta.

d) Atualmente o art. 78 da Lei 8.666/93 autoriza que o particular utilize a exceção do contrato não cumprido em face da Administração Pública, porém, somente nas hipóteses previstas legalmente: atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração, e, ainda, quando for determinada a suspensão da execução do contrato administrativo, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias. Assertiva incorreta.

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e) A possibilidade de ocupação provisória e a utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, consta expressamente no art. 80, II, da Lei 8.666⁄1993, constituindo aspecto fundamental do regime jurídico dos contratos administrativos. Assertiva correta.

Gabarito: Letra d.

02. (FCC⁄Analista Judiciário – TRT 12ª Região⁄2013) Nos termos da Lei no 8.666/93, a publicação resumida do instrumento do contrato administrativo ou de seus aditamentos na imprensa oficial é condição indispensável para sua eficácia e será providenciada pela Administração até o a) décimo dia útil do mês de sua assinatura. b) quinto dia útil do mês de sua assinatura. c) décimo dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura. d) quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura. e) sexto dia útil do mês de sua assinatura.

Comentários

A Lei 8.666⁄1993, em seu art. 61, parágrafo único, dispõe que a publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus,

Gabarito: Letra d.

03. (FCC⁄Técnico Judiciário – TRT 9ª Região⁄2013) A Administração pública celebrou contrato de locação de um imóvel comercial para instalação de uma repartição pública. Dentre as características desse contrato firmado com a Administração pública, destaca-se a a) regência pelo regime jurídico de direito privado, afastando-se, assim, a observância de leis específicas destinadas a contratos administrativos, tal como a lei de licitações, salvo disposição expressa no contrato. b) submissão a regime jurídico híbrido, estabelecido pelas partes no texto do contrato, observado o poder discricionário do administrador e a liberdade de contratar do administrado. c) submissão a regime de direito público, na medida em que os contratos administrativos são regidos exclusivamente por normas de direito público.

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d) submissão a regime jurídico de direito privado, como contrato privado da Administração pública, sem prejuízo de derrogações operadas por normas de direito público aplicáveis. e) aplicação integral das normas de direito público destinadas aos contratos administrativos, em especial a possibilidade de invocar cláusulas exorbitantes implícitas.

Comentários

O inciso I, § 3º, artigo 62, da Lei 8.666/93, estabelece que “aoscontratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Públicoseja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente,por norma de Direito Privado”, aplicam-se, no que couber, as principais prerrogativas de direito público inerentes aos contratos administrativos, a exemplo da possibilidade de rescisão e alteração unilateral, aplicação de sanções, fiscalização de sua execução, entre outros.

Assim, resumidamente falando, é possível chegarmos às seguintes conclusões:

1ª) Se alguma questão da Fundação Carlos Chagas afirmar que os contratos administrativos são regidos exclusivamente pelo direito público, estará errada, pois a esses se aplicam, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de Direito Privado;

2ª) Da mesma forma, se alguma questão afirmar que as normas de Direito Público não se aplicam aos contratos regidos pelo Direito Privado (a exemplo do contrato de locação), também estará errada, conforme previsto no inciso I, § 3º, artigo 62, da Lei 8.666/93.

Gabarito: Letra d.

04. (FCC⁄Técnico Judiciário – TRF 2ª Região⁄2013) Analise, sob o tema dos contratos administrativos, as prerrogativas conferidas à Administração em relação a esses contratos:

I. Modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitado os direitos do contratado.

II. Rescindi-los unilateralmente, em qualquer hipótese, desde que necessário.

III. Ocupar provisoriamente, em determinadas hipóteses, bens móveis e imóveis e serviços vinculados ao objeto do contrato nos casos de serviços essenciais.

IV. Aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.

Nesses casos, está correto o que consta APENAS em

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a) I, III e IV. b) II e III. c) II, III e IV. d) I e IV. e) I e II.

Comentários

Item I – A possibilidade de modificação unilateral dos contratos administrativos, prevista expressamente no inciso I, artigo 58, da Lei 8.666/93, realmente é uma importante prerrogativa assegurada à Administração Pública. Todavia, é importante esclarecer que a alteração restringe-se ao objeto e às cláusulas regulamentares, que correspondem ao modo de execução do contrato administrativo. Assertiva correta.

Item II – A Administração Pública realmente pode rescindir unilateralmente os contratos administrativos, desde que a rescisão seja formalmente motivada nos autos do processo e assegurados o contraditório e a ampla defesa. Todavia, somente nas hipóteses previstas expressamente no art. 78 da Lei 8.666⁄1993. Assertiva incorreta.

Item III - Ocorrendo a rescisão unilateral, poderá a Administração ainda assumir imediatamente o objeto do contrato administrativo no estado e local em que se encontrar, e, no caso de serviços essenciais, proceder à ocupação temporária e à utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à continuidade de sua execução, nos termos dos incisos I e II, artigo 80, da Lei 8.666/93. Assertiva correta.

Item IV - O regime jurídico dos contratos administrativos assegura à Administração Pública a prerrogativa de aplicar sanções aos contratados independentemente de autorização judicial, em virtude da inexecução total ou parcial da obrigação assumida, nos termos do art. 87 da Lei 8.666⁄1993, sempre após defesa prévia. Assertiva correta.

Gabarito: Letra a.

05. (FCC/Técnico Judiciário – TRT RJ/2013) De acordo com o que dispõe a Lei no 8.666/93, a inexecução total ou parcial do contrato poderá sujeitar o contratado, entre outras, à penalidade de A) multa, que não poderá ser cumulada com outras sanções e limita-se ao valor da garantia contratual. B) inabilitação para contratar com a Administração, podendo ser requerida a reabilitação após cinco anos de sua aplicação. C) suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a dois anos. D) suspensão para licitar ou contratar com a Administração, que pode ser substituída por multa limitada ao valor da garantia contratual. E) declaração de inidoneidade para participar de licitação ou contratar com a Administração, vedada a reabilitação.

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Comentários

A questão em epígrafe simplesmente exigiu do candidato o conhecimento do teor do art. 87 da Lei 8.666/1993, que assim dispõe:

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento decontratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a AdministraçãoPública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até queseja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou apenalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir aAdministração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sançãoaplicada com base no inciso anterior.

Ademais, afirma o parágrafo 2º do mesmo dispositivo legal que as sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas cumulativamente com a do inciso II (multa), facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

Analisando-se o enunciado da questão, não restam dúvidas de que a alternativa correta é a letra “c”.

Todavia, para responder às questões da Fundação Carlos Chagas, fique atento ainda à decisão abaixo, proferida pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do mandado de segurança nº 19.657/DF, de relatoria da Ministra Eliana Calmon (cujo acórdão foi publicado em 23/08/2013). Na oportunidade, o STJ ratificou o entendimento o entendimento de que a suspensão temporária do direito de licitar e contratar com a Administração Pública não se restringe ao ente que aplicou a sanção (União, Estado, Município ou Distrito Federal), abrangendo, também, todos os demais órgãos e entidades administrativos.

“A ministra Eliana Calmon, relatora do caso, ressaltou que a jurisprudência doSTJ estabelece que a penalidade prevista no artigo 87, inciso III, da Lei8.666/93 (Lei de Licitações), que suspende temporariamente a empresa faltosade participar de licitações e contratar com a administração, não tem efeitoslimitados ao órgão ou ente federativo que aplicou a sanção, mas se estende a toda a administração pública. Segundo a relatora, a ampla divulgação dainformação da penalidade sofrida pela empresa atende ao interesse público”.

Gabarito: Letra C.

06. (FCC/Analista Judiciário – TST/2012) Pelo regime da Lei no 8.666/93, é motivo suficiente para que a Administração deva restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro de um contrato administrativo, dentre outros, haver situação na qual

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A) o particular contratado não realize o lucro previsto em seus cálculos iniciais.

B) esteja caracterizado fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.

C) a Administração unilateralmente determine a supressão do objeto de uma reforma de edifício que implique redução de 40% em relação ao valor inicial.

D) a continuidade do contrato se veja ameaçada por problemas financeiros do particular contratado.

E) comprove-se que o valor oferecido pelo particular contratado na licitação era inexequível.

Comentários

O art. 65, II, “d”, da Lei 8.666/1993, dispõe que os contratos administrativos poderão ser alterados, com as devidas justificativas, por acordo das partes, “para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual”.

Gabarito: Letra B.

07. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) As cláusulas exorbitantes, previstas na Lei nº 8.666 de 1993, NÃO incluem a a) possibilidade de quebra do princípio do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos. b) alteração unilateral dos contratos administrativos. c) aplicação de penalidades em casos de não cumprimento justificado do contrato. d) ocupação provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato nos casos de serviços essenciais. e) fiscalização da execução do contrato sem a prévia anuência do contratante.

Comentários

a) Correto. A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que “ao poder de alteração unilateral, conferido à Administração, corresponde o direito do contratado, de ver mantido o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, assim considerada a relação que se estabelece, no momento da celebração do ajuste, entre o encargo assumido pelo contratado e a prestação pecuniária assegurada pela Administração.”

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b) Errado. Uma das mais importantes cláusulas exorbitantes existente nos contratos administrativos é a possibilidade de alteração unilateral deste, que deverá ocorrer mediante prévia motivação e sempre com o objetivo de satisfazer o interesse público.

c) Errado. O regime jurídico dos contratos administrativos assegura à Administração a prerrogativa de aplicar sanções aos contratados independentemente de autorização judicial, em virtude da inexecução total ou parcial da obrigação assumida, sempre após defesa prévia.

d) Errado. Essa prerrogativa está assegurada expressamente no art. 80, II, da Lei 8.666/1993.

e) Errado. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

GABARITO: LETRA a.

08. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) Com relação à possibilidade de alteração unilateral dos contratos pela Administração Pública, considere as afirmativas abaixo:

I. Caso seja alterada a quantidade da obrigação, não está o contratado obrigado a aceitar o acréscimo, se este ultrapassar a 15% do valor inicial atualizado do contrato.

II. Na eventualidade de alterações quantitativas, caso tenha acréscimo no serviço, o contrato não poderá receber mais na proporção do acrescido, desrespeitando o preço contratado originalmente.

III. As modificações qualitativas no contrato não têm proporção pré-fixada, nem precisam necessariamente respeitar a essência do objeto do contrato, pois o princípio que prevalece é o da supremacia do interesse público.

IV. Cabe a alteração unilateral, quando houver modificação do projeto ou das especificações para melhor adequação técnica a seus objetivos.

V. Cabe a alteração unilateral, quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por essa Lei.

Está correto o que se afirma SOMENTE em: a) I, II, III e V. b) I, II e III. c) II, IV e V. d) IV e V. e) II e IV.

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Comentários

Item I – Errado. O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

Item II – Errado. Se a Administração contratou um particular para construir 90 (noventa) casas populares ao valor individual de R$ 30.000.00 (trinta mil reais) cada, deve repassar ao contratado a quantia de R$ 2.700.000,00 (dois milhões e setecentos mil reais). Assim, caso decida alterar unilateralmente para 100 (cem) a quantidade de casas a serem construídas (dentro da margem de 25% assegurada em lei), deverá repassar ao contratado, proporcionalmente, o valor adicional de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), referente às 10 (dez) casas que foram construídas além do número inicialmente estabelecido.

Item III – Errado. A Administração Pública possui a prerrogativa de alterar unilateralmente as cláusulas regulamentares e as relativas ao objeto contratual. Todavia, ocorrendo a modificação, deve ser mantida a proporção inicialmente fixada entre o serviço a ser prestado e a consequente remuneração a ser recebida, respeitando-se, assim, o equilíbrio financeiro do contrato.

Item IV – Correto. Essa prerrogativa consta expressamente no art. 65, I, “a”, da Lei 8.666/1993.

Item V – Correto. Nesse caso, trata-se de uma prerrogativa garantida unilateralmente à Administração Pública.

GABARITO: LETRA d.

09. (Analista Judiciário/TRT 15ª Região 2010/FCC) Os contratos administrativos a) não podem ser rescindidos em razão da inexecução parcial, cabendo, nesse caso, apenas a aplicação de sanções pecuniárias ao contratado. b) podem ser escritos ou verbais, sendo estes reservados apenas para compras até o valor de R$ 10.000,00. c) de valor inferior a R$ 50.000,00 não precisam ser publicados na imprensa oficial. d) não podem conter cláusulas exorbitantes. e) são ajustes que a Administração, agindo nessa qualidade, firma com particular ou com outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração.

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Comentários

a) Errado. Os contratos administrativos podem ser rescindidos unilateralmente pela Administração em razão da inexecução total ou parcial de seu objeto, sem prejuízo das conseqüências contratuais e legais, a exemplo da aplicação de sanções pecuniária.

b) Errado. Em regra, os contratos administrativos devem ser escritos, conseqüência do princípio do formalismo. Entretanto, o parágrafo único do art. 60 da Lei 8.666/93 prevê a possibilidade de que os contratos sejam verbais nos casos de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais), feitas em regime de adiantamento.

c) Errado. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor.

d) Errado. Uma das principais características do contrato administrativo, senão a mais importante, é justamente a existência de cláusulas exorbitantes em seu texto, o que posiciona a Administração em um patamar de superioridade em relação ao administrado.

e) Correto. O texto da assertiva está em conformidade com o entendimento da doutrina majoritária, e, portanto, deve ser considerado correto. A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, por exemplo, utiliza a expressão contrato administrativo para designar “os ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de direito público”.

GABARITO: LETRA e.

10. (FCC/Técnico Judiciário TRE RN/2011) Nos contratos administrativos:

a) o contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato; no entanto, essa responsabilidade é excluída ou reduzida pela fiscalização ou acompanhamento pelo órgão interessado.

b) a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, não sendo permitida a contratação de terceiros para subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

c) o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.

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d) a inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, além de poder onerar o objeto do contrato e restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

e) o contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, não poderá, em qualquer hipótese, subcontratar partes da obra, do serviço ou do fornecimento.

Comentários

a) Errado. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

b) Errado. O art. 67 da Lei 8.666/1993 dispõe que a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

c) Correto. É importante destacar que o representante da Administração responsável pela fiscalização anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

d) Errado. A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

e) Errado. O art. 72 da Lei 8.666/1993 dispõe que “o contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração”.

GABARITO: LETRA c.

11. (FCC/Analista Judiciário TRE RN/2011) No que concerne ao denominado "fato da Administração", é correto afirmar:

a) não permite a rescisão do contrato administrativo, mas tão somente sua revisão.

b) corresponde a uma determinação estatal de caráter geral.

c) trata-se de interferência que antecede o contrato, mantendo-se desconhecida até ser revelada através das obras e serviços em andamento.

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d) incide direta e especificamente sobre determinado contrato administrativo.

e) sua ocorrência, em qualquer hipótese, não possibilita que o particular suspenda a execução do contrato, invocando a exceptio non adimpleti contractus.

Comentários

a) Errado. O fato da administração nada mais é que o descumprimento, pela Administração Pública, das suas obrigações contratualmente assumidas, o que pode ensejar a rescisão judicial ou amigável do contrato, ou ainda, a suspensão da execução contratual, até que a situação seja normalizada.

b) Errado. No fato da administração, a ação ou omissão do Poder Público está relacionada especificamente a determinado contrato administrativo, impedindo ou retardando a sua execução.

c) Errado. As interferências que caracterizam o fato da administração somente são constatadas após a formalização do contrato administrativo.

d) Correto. O professor Hely Lopes Meirelles afirma que o fato da administração pode ser conceituado como “toda a ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e especificadamente sobre o contrato, retarda ou impede sua execução”.

e) Errado. Ficando caracterizado o fato da administração, o contratado poderá optar por rescindir o contrato administrativo ou, simplesmente, suspender a sua execução enquanto não for normalizada a situação prejudicial.

GABARITO: LETRA c.

12. (FCC⁄Agente de Fiscalização – TCE SP⁄2012) O Departamento de Estradas de Rodagem - DER, autarquia estadual, contratou a execução de obras de ampliação de uma rodovia e, no curso da execução do contrato, constatou a imprescindibilidade de alteração do projeto para melhor adequação técnica. Diante dessa situação, o DER a) somente pode alterar o contrato com a concordância do contratado e desde que não importe majoração do valor inicial atualizado. b) pode alterar o contrato, unilateralmente, com as devidas justificativas, restabelecendo o equilíbrio econômico-financeiro do contrato caso a alteração aumente os encargos do contratado. c) não pode alterar o contrato, em face da vinculação ao Edital, estando autorizado a rescindi-lo, unilateralmente, e promover nova licitação com adequação do objeto. d) pode alterar o contrato, unilateralmente, desde que a alteração não implique acréscimo de mais de 50% do valor inicial atualizado do contrato.

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e) pode alterar o contrato, até o limite de 25% do valor inicial atualizado, desde que conte com a concordância do contratado.

Comentários

O artigo 65 da Lei 8.666/93, em seu inciso I, estabelece que os contratos administrativos poderão ser alterados unilateralmente pela Administração, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:

1ª) quando houver modificação do projeto ou das especificações, paramelhor adequação técnica aos seus objetivos;

2ª) quando necessária à modificação do valor contratual em decorrênciade acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limitespermitidos na lei 8.666/93.

Se a alteração unilateral acarretar aumento de encargos para o contratado, a Administração deverá providenciar o restabelecimento do equilíbrio financeiro do contrato, por ser direito assegurado legalmente ao contratado.

Em relação aos limites previstos na segunda hipótese, o § 1º do artigo 65 afirma que o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou as supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamentos, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

Atente-se para o fato de que, no caso de reforma de edifício ou de equipamento, o percentual para acréscimo é de até 50% (cinqüenta por cento), todavia, o percentual de supressão permanece no limite de até 25% (vinte e cinco por cento).

Gabarito: Letra b.

13. (FCC/Analista Judiciário – TRT 6ª Região/2012) No curso da execução de contrato administrativo regido pela Lei no 8.666/1993 para a construção de uma rodovia, identificou-se a necessidade de alteração do projeto inicial para melhor adequação técnica. A alteração importou majoração dos encargos do contratado, em relação àqueles tomados por base para o oferecimento de sua proposta na fase de licitação. Diante dessa situação, a Administração contratante

A) poderá alterar unilateralmente o contrato, desde que a alteração do projeto não importe acréscimo de mais de 50% do objeto.

B) poderá alterar o contrato de forma consensual com o contratado, assegurado o reequilíbrio econômico-financeiro, que não poderá superar 25% do valor do contrato.

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C) poderá alterar unilateralmente o contrato, sem necessidade de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, que somente é devido nas hipóteses de álea econômica extraordinária.

D) poderá alterar unilateralmente o contrato, reestabelecendo o seu equilíbrio econômico-financeiro por aditamento contratual.

E) somente poderá alterar o contrato se contar com a concordância do contratado e assegurado o seu reequilíbrio econômico-financeiro.

Comentários

A) O contratado somente fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos. Por se tratar de contrato afeto à construção de rodovia, caso a Administração Pública decida alterá-lo unilateralmente deverá respeitar o limite percentual de 25% do objeto. Assertiva incorreta.

B) O art. 65, I, “a”, da Lei 8.666/1993, dispõe que o contrato administrativo poderá ser alterado unilateralmente pela Administração Pública “quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos”. Assertiva incorreta.

C) Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. Assertiva incorreta.

D) O texto da assertiva simplesmente reproduziu o inteiro teor do art. 65, § 6º, da Lei 8.666/1993, portanto, deve ser considerado correto.

E) Por se tratar de cláusula exorbitante, que posiciona a Administração Pública em patamar de superioridade em relação ao particular, é assegurada a prerrogativa de alteração unilateral do contrato administrativo, independentemente de concordância ou aquiescência do contratado.

Gabarito: Letra D.

14. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) Uma das características dos contratos administrativos denomina-se comutatividade, que consiste em a) presença de cláusulas exorbitantes. b) equivalência entre as obrigações ajustadas pelas partes. c) sinônimo de bilateralidade, isto é, o contrato sempre há de traduzir obrigações para ambas as partes. d) obrigação intuitu personae, ou seja, que deve ser executada pelo próprio contratado. e) sinônimo de consensualidade, pois o contrato administrativo consubstancia um acordo de vontades e não um ato impositivo da Administração.

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Comentários

a) Errado. A comutatividade realmente é uma das características dos contratos administrativos, porém, não podemos afirmar que ela consiste na existência de cláusulas exorbitantes.

b) Correto. Durante a execução dos contratos administrativos existe equivalência entre as obrigações ajustadas pelas partes, que são previamente conhecidas. A essa equivalência dá-se o nome de comutatividade.

c) Errado. A comutatividade não pode ser considerada sinônima de bilateralidade, pois esta indica apenas que o contrato administrativo impõe obrigações para ambas as partes, independentemente de equivalência entre elas.

d) Errado. A confiança recíproca (intuitu personae) realmente é uma das características do contrato administrativo, mas não pode ser confundida com a comutatividade.

e) Errado. Consensualidade não é sinônimo de comutatividade.

GABARITO: LETRA b.

15. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) Uma das causas justificadoras da inexecução do contrato administrativo denomina-se fato do príncipe. Dentre os exemplos a seguir, constitui fato do príncipe

a) a criação de tributo que incida sobre matérias-primas necessárias ao cumprimento do contrato.

b) a omissão da Administração Pública em providenciar a desapropriação necessária para a realização de obra pelo contratado.

c) o atraso superior a noventa dias de pagamento devido pela Administração decorrente de serviço já executado.

d) a inundação imprevisível que cubra o local da obra.

e) a greve que paralise a fabricação de um produto de que dependa a execução do contrato.

Comentários

O professor Hely Lopes Meirelles conceitua o fato do príncipe como "toda determinação estatal, positiva ou negativa, geral, imprevista e imprevisível, que onera substancialmente a execução do contrato administrativo".

a) Correto. A criação ou aumento significativo e imprevisível do imposto de importação, por exemplo, responsável por onerar demasiadamente o valor de um determinado produto que deveria ser fornecido para a Administração enquadra-se na hipótese de fato do príncipe.

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b) Errado. O fato da administração é uma das causas que impossibilitam o cumprimento do contrato administrativo pelo contratado, podendo ser definido como toda ação ou omissão do Poder Público, especificamente relacionada ao contrato, que impede ou retarda sua execução. No caso apresentado na assertiva, não restam dúvidas de que a omissão da Administração Pública está impossibilitando o contratado de iniciar as suas atividades, caracterizando, assim, o fato da administração.

c) Errado. Nesse caso, temos uma hipótese que caracteriza fato da administração, pois a omissão administrativa em relação ao pagamento devido ao contratado está relacionada especificamente ao contrato, impedindo, assim, a continuidade de sua execução.

d) Errado. Eventual inundação imprevisível que cubra o local da obra, impossibilitando, assim, a continuidade da execução contratual pode ser enquadrada como hipótese de evento de força maior e não fato do príncipe.

e) Errado. O exemplo apresentado pelo texto da assertiva pode ser enquadrado como caso fortuito, pois está relacionado a condutas culposas ou dolosas de terceiros, imprevisíveis, irresistíveis, inevitáveis e independentes da vontade das partes.

GABARITO: LETRA a.

16. (FCC/Procurador TCE SP/2011) A mutabilidade do contrato administrativo é a) prerrogativa inerente a qualquer das partes, desde que vise ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro. b) passível de ser invocada pelo particular contratado, nos casos de álea empresarial que resulte no desequilíbrio econômico financeiro do contrato. c) dever da Administração Pública de rescindir unilateralmente o contrato nos casos de álea econômica, fato da Administração ou força maior. d) faculdade atribuída às partes para, nos casos de fato da administração, imprevisível, possibilitar a alteração unilateral do contrato. e) característica que permite à Administração Pública a alteração unilateral e limitada do contrato.

Comentários

a) Errado. Os contratos administrativos somente podem ser alterados pela Administração Pública, unilateralmente, ou por acordo entre as partes. Os particulares não possuem a prerrogativa de alterar o contrato unilateralmente, ainda que para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro.

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b) Errado. Ainda que ocorra álea empresarial (risco) responsável por desequilibrar a equação financeira do contrato administrativo, o particular não poderá alterá-lo unilateralmente.

c) Errado. A mutabilidade não é um dever da Administração Pública de rescindir o contrato administrativo, mas sim uma prerrogativa assegurada às partes, mediante acordo, para restabelecer a relação pactuada inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.

d) Errado. No caso de fato da administração não se fala em mutabilidade, mas sim na possibilidade de o particular suspender a execução contratual, ou rescindir o contrato, em virtude de conduta omissiva ou comissiva da Administração Pública que torne impossível a continuidade da execução contratual.

e) Correto. A possibilidade de alteração unilateral do contrato administrativo, que deverá ocorrer mediante prévia motivação e sempre com o objetivo de satisfazer o interesse público, é uma conseqüência direta da característica conhecida como mutabilidade.

Apesar de essa prerrogativa constar expressamente no inciso I, artigo 58, da Lei 8.666/93, é importante esclarecer que a alteração restringe-se ao objeto e às cláusulas regulamentares, que correspondem ao modo de execução do contrato administrativo. Portanto, as cláusulas econômico-financeiras (que estabelecem a relação entre a remuneração e os encargos do contratado) não podem ser alteradas unilateralmente pela Administração, sob pena de enriquecimento ilícito.

Gabarito: Letra E.

17. (FCC/Outorga de Delegação TJ PA/2012) Acerca da rescisão do contrato administrativo, é correto afirmar:

a) Não cabe falar em rescisão judicial de um contrato administrativo por motivo de inadimplemento pela Administração, dada a posição de supremacia desta em relação ao particular.

b) O mero atraso no início da obra, serviço ou fornecimento, ainda que injustificado, não é motivo para rescisão do contrato administrativo.

c) Sendo inviável a rescisão amigável, o Poder Público poderá rescindir unilateralmente o contrato, com fundamento no exercício de seu poder hierárquico.

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d) A rescisão unilateral tem caráter sancionador e desobriga o Poder Público do pagamento de indenizações ou ressarcimento de prejuízos ao contratado.

e) A comprovada ocorrência de caso fortuito ou força maior que impeça a execução do contrato administrativo autoriza a sua rescisão unilateral pelo Poder Público.

Comentários

a) Errado. O art. 78, XV, da Lei 8.666/1993, por exemplo, assegura a possibilidade de o particular rescindir o contrato administrativo no caso de atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado, ainda, o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação. Entretanto, deve ficar bem claro que essa rescisão somente pode ocorrer pela via judicial.

b) Errado. O atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento é uma das hipóteses que podem ensejar a rescisão do contrato administrativo, conforme preceitua o art. 78, IV, da Lei 8.666/1993.

c) Errado. Eventual rescisão do contrato administrativo será promovida com fundamento no princípio da supremacia do interesse público perante o interesse privado.

d) Errado. Nem sempre a rescisão do contrato administrativo possuirá caráter sancionador. Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo 78 da Lei 8.666/1993, por exemplo, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a: devolução de garantia, pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e pagamento do custo da desmobilização.

e) Correto. Essa prerrogativa está assegura no art. 78, XVII, da Lei 8.666/1993.

GABARITO: LETRA e.

18. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) O contrato administrativo, na administração pública brasileira a) não pode ser alterado em razão de acréscimos e supressões nas obras, serviços ou compras contratadas. b) pode ser estabelecido por prazo indeterminado. c) não pode ser prorrogado por meio de aditivos. d) pode ser alterado unilateralmente sem a anuência do contratante. e) não pode findar sem anuência do particular.

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Comentários

O art. 58 da Lei 8.666/1993 dispõe que o regime jurídico dos contratos administrativos confere à Administração Pública, em relação a eles, a prerrogativa de modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado.

O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

GABARITO: LETRA d.

19. (FCC/Técnico Judiciário TRT 8ª Região/2012) Os contratos administrativos típicos diferenciam-se dos contratos privados, dentre outras características, pela

a) finalidade pública como seu pressuposto.

b) presença de pessoas jurídicas como contratantes.

c) natureza do objeto.

d) imposição de cláusulas exorbitantes.

e) presença do Poder Público como parte contratante.

Comentários

Nos contratos regidos pelo Direito Privado, em regra, a Administração não gozará de prerrogativas ou vantagens que a posicionam em patamar de superioridade em relação à outra parte, a exemplo do que ocorre nos contratos de compra e venda, permuta, doação, locação, entre outros.

Por outro lado, nos contratos regidos pelo Direito Público, que são os contratos administrativos propriamente ditos, a Administração gozará de prerrogativas e vantagens que não existem nos contratos regidos pelo Direito Privado, a exemplos das “cláusulas exorbitantes”, que lhe asseguram a possibilidade de alteração ou rescisão unilateral do contrato.

GABARITO: LETRA d.

20. (Analista Judiciário TRF 1ª Região 2011/FCC) É nulo o contrato verbal com a Administração, salvo, no caso de pequenas compras de pronto pagamento, com valor não superior a

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a) 2.000 reais.

b) 4.000 reais.

c) 5.000 reais.

d) 6.000 reais.

e) 8.000 reais.

Comentários

Característica marcante nos contratos administrativos, o formalismo impõe a necessidade de que ele seja escrito. Essa imposição tem por objetivo facilitar o controle e a fiscalização das negociações efetuadas no âmbito da Administração Pública.

O parágrafo único, artigo 60, da Lei 8.666/93, declara que é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000.00 (quatro mil reais), feitas em regime de adiantamento.

Diante do que foi exposto, fique atento às questões da Fundação Carlos Chagas, pois, apesar do formalismo citado, é possível que a Administração celebre contratos verbais com particulares, desde que o valor não seja superior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

GABARITO: LETRA b.

21. (Analista Judiciário TRE RN 2011/FCC) No que concerne ao denominado "fato da Administração", é correto afirmar:

a) não permite a rescisão do contrato administrativo, mas tão somente sua revisão.

b) corresponde a uma determinação estatal de caráter geral.

c) trata-se de interferência que antecede o contrato, mantendo-se desconhecida até ser revelada através das obras e serviços em andamento.

d) incide direta e especificamente sobre determinado contrato administrativo.

e) sua ocorrência, em qualquer hipótese, não possibilita que o particular suspenda a execução do contrato, invocando a exceptio non adimpleti contractus.

Comentários

O fato da administração é uma das causas que impossibilitam o cumprimento do contrato administrativo pelo contratado, podendo ser definido como toda ação ou omissão do Poder Público, especificamente relacionada ao contrato, que impede ou retarda sua execução.

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O fato da administração nada mais é do que o descumprimento, pela Administração, das suas obrigações contratualmente assumidas, o que pode ensejar a rescisão judicial ou amigável do contrato, ou,ainda, a paralisação da execução contratual, até que a situação seja normalizada.

O artigo 78 da Lei 8.666/93, em seus incisos XIV, XV e XVI, apresenta um rol legal de hipóteses que caracterizam fato da administração (a decisão somente irá atingir determinado contratado):

1ª) a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração,por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidadepública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidassuspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamentoobrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistasdesmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado,nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento dasobrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

2ª) o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pelaAdministração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelasdestes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado odireito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até queseja normalizada a situação;

3ª) a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objetopara execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bemcomo das fontes de materiais naturais especificadas no projeto.

GABARITO: LETRA d.

22. (Analista Judiciário/TRT 15ª Região 2010/FCC) O contrato administrativo deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas legais, observadas, dentre outras, a seguinte regra:

a) Executado o contrato, o seu objeto será recebido provisoriamente e, depois, definitivamente, vedado, em qualquer hipótese, o recebimento definitivo sem o provisório.

b) A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, vedada a contratação de terceiros ainda que para assisti-lo.

c) A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento.

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d) Na execução do contrato, o contratado pode, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite de 25%, sem necessidade de autorização ou anuência da Administração.

e) O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

Comentários

a) Errado. O texto da assertiva deve ser considerado incorreto, pois contraria o que está disposto expressamente no art. 73 da Lei 8.666/93, que é claro ao afirmar que executado o contrato, em se tratando de obras e serviços, por exemplo, o seu objeto poderá ser recebido provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado.

Da mesa forma, prevê o dispositivo legal que em se tratando de compras ou de locação de equipamentos, o objeto do contrato também poderá ser recebido provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação.

(B) Errado. Mais do que uma prerrogativa, o acompanhamento e fiscalização da execução do contrato é um verdadeiro dever da Administração Pública, que deve assegurar que o interesse público jamais será desconsiderado durante o cumprimento do que foi avençado contratualmente.

Esse acompanhamento e fiscalização serão realizados por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

c) Errado. A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

d) Errado. É correto afirmar que a subcontratação parcial de obra, serviço ou fornecimento somente poderá ocorrer se for expressamente autorizada pela Administração Pública. Entretanto, é importante esclarecer que a lei 8.666/93 não estabelece um percentual determinado para as hipóteses de subcontratação, devendo ser analisada as peculiaridades de cada caso.

e) Correto. Durante todo o acompanhamento e fiscalização da execução do contrato, o representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

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Todavia, o contratado é que deve ser responsabilizado pelos danos causados diretamente à terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não sendo possível, por exemplo, alegar uma eventual omissão da Administração durante o processo de fiscalização para tentar se livrar das responsabilidades legais.

GABARITO: LETRA e.

23. (Especialista em Políticas Públicas/Estado de SP 2009/FCC) Como parte no contrato administrativo, a Administração pode

a) rescindi-lo por motivo de força maior ou caso fortuito, ressarcindo o contratado pelos prejuízos regularmente comprovados.

b) extingui-lo por razões de interesse público justificado ao contratado, que, nessa hipótese, não terá direito a qualquer espécie de indenização.

c) rescindi-lo, unilateralmente, pelo cumprimento irregular de suas cláusulas, assistindo ao contratado direito à devolução da garantia e ao pagamento do custo de desmobilização.

d) alterá-lo, unilateralmente, para acrescer ou suprimir partes do objeto, independentemente do valor, no caso de insuficiência orçamentária devidamente comprovada.

e) fiscalizar e gerenciar a execução de seu objeto, sempre por meio de terceiros especialmente contratados.

Comentários

a) Correto. O inc. XVII do art. 78 da Lei 8.666/93 é expresso ao afirmar que a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, que impeçam a continuidade da execução do contrato, constituem motivos para a sua rescisão.

Como no presente caso o contrato não deu causa à rescisão, deverá ser ressarcido dos prejuízos que comprovadamente tenha sofrido, tendo ainda direito à devolução de garantia, pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e pagamento do custo da desmobilização, quando cabíveis.

b) Errado. O contrato administrativo realmente pode ser rescindido por razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato.

Todavia, se o particular não deu causa à rescisão, deverá ser ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido.

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c) Errado. É correto afirmar que o contrato administrativo pode ser rescindido unilateralmente, pela Administração, em virtude do cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos. Todavia, deve ficar claro que, nesse caso, o particular não terá direito à devolução da garantia e ao pagamento do custo de desmobilização.

Ao contrário, prevê o art. 80 da lei 8.666/93 que tal rescisão acarreta as seguintes conseqüências, a saber: assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração; ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade; execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos; e, ainda, retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.

d) Errado. Ao assinar o contrato administrativo com a Administração, o contratado realmente fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, alguns acréscimos ou supressões que poderão ser feitos nas obras, serviços ou compras.

Entretanto, essa possibilidade de alteração unilateral não é ilimitada, restringindo-se a até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato (nos casos de acréscimos ou supressões), e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

e) Errado. A fiscalização da execução do objeto do contrato, em regra, será realizada por um representante da Administração especialmente designado. Contudo, é permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição, caso não detenha todos os conhecimentos técnicos inerentes à função.

GABARITO: LETRA a.

24. (Analista do Ministério Público/MPE SE 2009/FCC) A alteração do contrato administrativo, para recomposição do seu equilíbrio econômico-financeiro,

a) é direito do contratado e pode ser por ele unilateralmente efetuada, dentro dos estritos limites da autorização legal.

b) pode ser efetuada por acordo das partes, mesmo que as condições para essa recomposição não estejam disciplinadas no contrato.

c) é direito do contratado e deve ser efetuada unilateralmente pela Administração, desde que prevista pelo próprio contrato.

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d) é direito do contratado, mas depende de acordo entre as partes, podendo ser negado pela Administração por motivos de conveniência e oportunidade.

e) deve ser efetuada por acordo das partes, apenas se o contrato disciplinar as hipóteses e a forma em que essa recomposição deva se conduzir.

Comentários

O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que a “equação econômico-financeira do contrato é a relação de adequação entre o objeto e o preço, que deve estar presente ao momento em que se firma o ajuste. Quando é celebrado qualquer contrato, inclusive o administrativo, as partes se colocam diante de uma linha de equilíbrio que liga a atividade contratada ao encargo financeiro correspondente. Mesmo podendo haver certa variação nessa linha, o certo é que no contrato é necessária a referida relação de adequação. Sem ela, pode dizer-se, sequer haveria o interesse dos contratantes no que se refere ao objeto do ajuste”.

A alínea “d”, inc. II do art. 65 da Lei 8.666/93 prevê expressamente a possibilidade de alteração do contrato, por acordo entre as partes, para o restabelecimento da relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.

Desse modo, é correto afirmar que a alteração pode ser efetuada por acordo das partes, mesmo que as condições para essa recomposição não estejam disciplinadas no contrato.

GABARITO: LETRA b.

25. (Técnico Superior/PGE RJ 2009/FCC) A inexecução total ou parcial de contrato dá à Administração Pública a prerrogativa de aplicar sanções de natureza administrativa. Quanto a tais sanções é correto afirmar que

a) os recursos administrativos contra a aplicação de penalidades não admitem efeito suspensivo.

b) a pena de multa pode ser aplicada juntamente com qualquer uma das outras.

c) a pena de suspensão temporária para participação em licitação não pode ultrapassar cinco anos.

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d) não cabe recurso da aplicação das penas de advertência, multa e suspensão temporária.

e) é permitida a acumulação de sanções administrativas em qualquer hipótese.

Comentários

a) Errado. O prazo para a propositura de recursos administrativos contra a aplicação de penalidade é de 5 (cinco) dias úteis, a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata.

Em regra, esses recursos não possuem efeito suspensivo. Todavia, a lei autoriza a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, que atribua ao recurso interposto eficácia suspensiva.

b) Correto. A pena de multa pode ser aplicada concomitante com a advertência, suspensão temporária de participação em licitação, impedimento de contratar com a Administração ou declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública.

c) Errado. A suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração não pode ser superior a 2 (dois) anos.

d) Errado. A possibilidade de propositura de recurso administrativo contra aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa está prevista expressamente no art. 109 da Lei 8.666/93.

e) Errado. É necessário ficar atento ao texto desta assertiva, pois a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que a pena de multa pode ser aplicada juntamente com qualquer uma das outras penalidades, conforme destaquei acima, mas é vedada, implicitamente, em qualquer outra hipótese, a acumulação de sanções administrativas.

GABARITO: LETRA b.

26. (Procurador Judicial/Prefeitura de Recife 2011/FCC) As condições e termos do contrato administrativo que será lavrado após a conclusão de procedimento licitatório

a) são unilateralmente elaboradas pelo Poder Público, após a adjudicação do objeto ao vencedor do certame.

b) são elaboradas pelo vencedor do certame, que deve tê-las apresentado juntamente com a proposta, para avaliação conjunta pela comissão de licitação.

c) são propostos previamente pelo Poder Público e constam do documento que integra o edital da licitação, mas admitem alteração proposta pelo vencedor do certame antes de sua assinatura, para manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

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d) são discutidas após a homologação da licitação, mas podem ser compatibilizadas com a atual situação econômico-financeira para que seja mantido o equilíbrio do contrato.

e) devem ser redigidas previamente à abertura da licitação, devendo constar da minuta do documento que integra o edital do certame.

Comentários

A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que uma das características do contrato administrativo é a sua natureza de contrato de adesão. Todas as cláusulas dos contratos administrativos são fixadas unilateralmente pela Administração. Costuma-se dizer que, pelo instrumento convocatório da licitação, o poder público faz uma oferta a todos os interessados, fixando as condições em que pretende contratar; a apresentação de propostas pelos licitantes equivale à aceitação da oferta feita pela Administração.

Afirma ainda a professora que essa idéia se confirma com a norma do art. 40, § 2º, da Lei 8.666, segundo o qual, dentre os anexos do edital da licitação, deve constar necessariamente “a minuta do contrato a ser firmadoentre a Administração e o licitante vencedor”; com isto, fica a minuta do contrato sujeita ao princípio da vinculação ao edital.

Analisando-se os comentários apresentados, conclui-se que as condições e termos do contrato administrativo devem ser redigidos previamente à abertura da licitação, devendo constar da minuta do documento que integra o edital do certame.

GABARITO: LETRA e.

27. (Assistente de Controle Externo/TCE AM 2008/FCC) A respeito da rescisão do contrato administrativo, é correto afirmar que a) exonera o contratado da garantia oferecida. b) é sempre feita unilateralmente pela Administração. c) pode ser amigável, se houver conveniência para a Administração. d) depende de homologação judicial. e) permite que o contratado continue executando o contrato, até nova licitação.

Comentários

a) Errado. Fique atento ao responder às questões de prova, pois nem sempre a rescisão do contrato exonera o contratado da garantia oferecida. Somente quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo 78 da Lei 8.666/93, sem que haja culpa do contratado, será devida a devolução da garantia.

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b) Errado. O texto da assertiva está incorreto, pois afirmou que a rescisão contratual somente pode ser feita unilateralmente pela Administração, o que não é verdade. Além dessa hipótese, permite ainda a lei que a rescisão seja feita de forma amigável, por acordo entre as partes, além da possibilidade de se recorrer ao Poder Judiciário com o mesmo objetivo.

c) Correto. A rescisão do contrato administrativo realmente pode ser amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Administração.

d) Errado. Não é correto afirmar que a rescisão do contrato administrativo depende de homologação judicial, pois essa necessidade somente existirá em situações específicas, previstas no próprio texto legal. A título de exemplo, destaca-se que mesmo com atraso superior a 90 (noventa) dias nos pagamentos devidos pela Administração, o contratado somente poderá rescindir o contrato administrativo mediante autorização judicial, (podendo optar pela suspensão de sua execução, até a decisão final).

e) Errado. A rescisão determinada por ato unilateral e escrito da Administração assegura a ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, garantindo à Administração a prerrogativa de dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta, após afastamento do contratado.

Gabarito: Letra e.

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RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS

01. (FCC⁄Analista de Procuradoria – PGE BA⁄2013) NÃO constitui aspecto fundamental do regime jurídico dos contratos administrativos clássicos: a) a adoção das chamadas cláusulas exorbitantes. b) o exercício de prerrogativas pela Administração pública, enquanto parte. c) a garantia de equilíbrio econômico-financeiro ao particular contratado. d) direito do contratado de invocar a exceção do contrato não cumprido quando houver qualquer inadimplência da administração. e) a ocupação provisória de bens e serviços vinculados ao objeto do contrato, a título de cautela para apuração administrativa de faltas contratuais nos casos de serviços essenciais.

02. (FCC⁄Analista Judiciário – TRT 12ª Região⁄2013) Nos termos da Lei no 8.666/93, a publicação resumida do instrumento do contrato administrativo ou de seus aditamentos na imprensa oficial é condição indispensável para sua eficácia e será providenciada pela Administração até o a) décimo dia útil do mês de sua assinatura. b) quinto dia útil do mês de sua assinatura. c) décimo dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura. d) quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura. e) sexto dia útil do mês de sua assinatura.

03. (FCC⁄Técnico Judiciário – TRT 9ª Região⁄2013) A Administração pública celebrou contrato de locação de um imóvel comercial para instalação de uma repartição pública. Dentre as características desse contrato firmado com a Administração pública, destaca-se a a) regência pelo regime jurídico de direito privado, afastando-se, assim, a observância de leis específicas destinadas a contratos administrativos, tal como a lei de licitações, salvo disposição expressa no contrato. b) submissão a regime jurídico híbrido, estabelecido pelas partes no texto do contrato, observado o poder discricionário do administrador e a liberdade de contratar do administrado. c) submissão a regime de direito público, na medida em que os contratos administrativos são regidos exclusivamente por normas de direito público. d) submissão a regime jurídico de direito privado, como contrato privado da Administração pública, sem prejuízo de derrogações operadas por normas de direito público aplicáveis. e) aplicação integral das normas de direito público destinadas aos contratos administrativos, em especial a possibilidade de invocar cláusulas exorbitantes implícitas.

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04. (FCC⁄Técnico Judiciário – TRF 2ª Região⁄2013) Analise, sob o tema dos contratos administrativos, as prerrogativas conferidas à Administração em relação a esses contratos:

I. Modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitado os direitos do contratado.

II. Rescindi-los unilateralmente, em qualquer hipótese, desde que necessário.

III. Ocupar provisoriamente, em determinadas hipóteses, bens móveis e imóveis e serviços vinculados ao objeto do contrato nos casos de serviços essenciais.

IV. Aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.

Nesses casos, está correto o que consta APENAS em a) I, III e IV. b) II e III. c) II, III e IV. d) I e IV. e) I e II.

05. (FCC/Técnico Judiciário – TRT RJ/2013) De acordo com o que dispõe a Lei no 8.666/93, a inexecução total ou parcial do contrato poderá sujeitar o contratado, entre outras, à penalidade de A) multa, que não poderá ser cumulada com outras sanções e limita-se ao valor da garantia contratual. B) inabilitação para contratar com a Administração, podendo ser requerida a reabilitação após cinco anos de sua aplicação. C) suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a dois anos. D) suspensão para licitar ou contratar com a Administração, que pode ser substituída por multa limitada ao valor da garantia contratual. E) declaração de inidoneidade para participar de licitação ou contratar com a Administração, vedada a reabilitação.

06. (FCC/Analista Judiciário – TST/2012) Pelo regime da Lei no 8.666/93, é motivo suficiente para que a Administração deva restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro de um contrato administrativo, dentre outros, haver situação na qual

A) o particular contratado não realize o lucro previsto em seus cálculos iniciais.

B) esteja caracterizado fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.

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C) a Administração unilateralmente determine a supressão do objeto de uma reforma de edifício que implique redução de 40% em relação ao valor inicial. D) a continuidade do contrato se veja ameaçada por problemas financeiros do particular contratado. E) comprove-se que o valor oferecido pelo particular contratado na licitação era inexequível.

07. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) As cláusulas exorbitantes, previstas na Lei nº 8.666 de 1993, NÃO incluem a a) possibilidade de quebra do princípio do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos. b) alteração unilateral dos contratos administrativos. c) aplicação de penalidades em casos de não cumprimento justificado do contrato. d) ocupação provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato nos casos de serviços essenciais. e) fiscalização da execução do contrato sem a prévia anuência do contratante.

08. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) Com relação à possibilidade de alteração unilateral dos contratos pela Administração Pública, considere as afirmativas abaixo:

I. Caso seja alterada a quantidade da obrigação, não está o contratado obrigado a aceitar o acréscimo, se este ultrapassar a 15% do valor inicial atualizado do contrato.

II. Na eventualidade de alterações quantitativas, caso tenha acréscimo no serviço, o contrato não poderá receber mais na proporção do acrescido, desrespeitando o preço contratado originalmente.

III. As modificações qualitativas no contrato não têm proporção pré-fixada, nem precisam necessariamente respeitar a essência do objeto do contrato, pois o princípio que prevalece é o da supremacia do interesse público.

IV. Cabe a alteração unilateral, quando houver modificação do projeto ou das especificações para melhor adequação técnica a seus objetivos.

V. Cabe a alteração unilateral, quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por essa Lei.

Está correto o que se afirma SOMENTE em: a) I, II, III e V. b) I, II e III. c) II, IV e V. d) IV e V. e) II e IV.

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09. (Analista Judiciário/TRT 15ª Região 2010/FCC) Os contratos administrativos a) não podem ser rescindidos em razão da inexecução parcial, cabendo, nesse caso, apenas a aplicação de sanções pecuniárias ao contratado. b) podem ser escritos ou verbais, sendo estes reservados apenas para compras até o valor de R$ 10.000,00. c) de valor inferior a R$ 50.000,00 não precisam ser publicados na imprensa oficial. d) não podem conter cláusulas exorbitantes. e) são ajustes que a Administração, agindo nessa qualidade, firma com particular ou com outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração.

10. (FCC/Técnico Judiciário TRE RN/2011) Nos contratos administrativos:

a) o contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato; no entanto, essa responsabilidade é excluída ou reduzida pela fiscalização ou acompanhamento pelo órgão interessado.

b) a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, não sendo permitida a contratação de terceiros para subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

c) o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.

d) a inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, além de poder onerar o objeto do contrato e restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

e) o contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, não poderá, em qualquer hipótese, subcontratar partes da obra, do serviço ou do fornecimento.

11. (FCC/Analista Judiciário TRE RN/2011) No que concerne ao denominado "fato da Administração", é correto afirmar:

a) não permite a rescisão do contrato administrativo, mas tão somente sua revisão.

b) corresponde a uma determinação estatal de caráter geral.

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c) trata-se de interferência que antecede o contrato, mantendo-se desconhecida até ser revelada através das obras e serviços em andamento.

d) incide direta e especificamente sobre determinado contrato administrativo.

e) sua ocorrência, em qualquer hipótese, não possibilita que o particular suspenda a execução do contrato, invocando a exceptio non adimpleti contractus.

12. (FCC⁄Agente de Fiscalização – TCE SP⁄2012) O Departamento de Estradas de Rodagem - DER, autarquia estadual, contratou a execução de obras de ampliação de uma rodovia e, no curso da execução do contrato, constatou a imprescindibilidade de alteração do projeto para melhor adequação técnica. Diante dessa situação, o DER a) somente pode alterar o contrato com a concordância do contratado e desde que não importe majoração do valor inicial atualizado. b) pode alterar o contrato, unilateralmente, com as devidas justificativas, restabelecendo o equilíbrio econômico-financeiro do contrato caso a alteração aumente os encargos do contratado. c) não pode alterar o contrato, em face da vinculação ao Edital, estando autorizado a rescindi-lo, unilateralmente, e promover nova licitação com adequação do objeto. d) pode alterar o contrato, unilateralmente, desde que a alteração não implique acréscimo de mais de 50% do valor inicial atualizado do contrato. e) pode alterar o contrato, até o limite de 25% do valor inicial atualizado, desde que conte com a concordância do contratado.

13. (FCC/Analista Judiciário – TRT 6ª Região/2012) No curso da execução de contrato administrativo regido pela Lei no 8.666/1993 para a construção de uma rodovia, identificou-se a necessidade de alteração do projeto inicial para melhor adequação técnica. A alteração importou majoração dos encargos do contratado, em relação àqueles tomados por base para o oferecimento de sua proposta na fase de licitação. Diante dessa situação, a Administração contratante

A) poderá alterar unilateralmente o contrato, desde que a alteração do projeto não importe acréscimo de mais de 50% do objeto.

B) poderá alterar o contrato de forma consensual com o contratado, assegurado o reequilíbrio econômico-financeiro, que não poderá superar 25% do valor do contrato.

C) poderá alterar unilateralmente o contrato, sem necessidade de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, que somente é devido nas hipóteses de álea econômica extraordinária.

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D) poderá alterar unilateralmente o contrato, reestabelecendo o seu equilíbrio econômico-financeiro por aditamento contratual.

E) somente poderá alterar o contrato se contar com a concordância do contratado e assegurado o seu reequilíbrio econômico-financeiro.

14. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) Uma das características dos contratos administrativos denomina-se comutatividade, que consiste em a) presença de cláusulas exorbitantes. b) equivalência entre as obrigações ajustadas pelas partes. c) sinônimo de bilateralidade, isto é, o contrato sempre há de traduzir obrigações para ambas as partes. d) obrigação intuitu personae, ou seja, que deve ser executada pelo próprio contratado. e) sinônimo de consensualidade, pois o contrato administrativo consubstancia um acordo de vontades e não um ato impositivo da Administração.

15. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) Uma das causas justificadoras da inexecução do contrato administrativo denomina-se fato do príncipe. Dentre os exemplos a seguir, constitui fato do príncipe

a) a criação de tributo que incida sobre matérias-primas necessárias ao cumprimento do contrato.

b) a omissão da Administração Pública em providenciar a desapropriação necessária para a realização de obra pelo contratado.

c) o atraso superior a noventa dias de pagamento devido pela Administração decorrente de serviço já executado.

d) a inundação imprevisível que cubra o local da obra.

e) a greve que paralise a fabricação de um produto de que dependa a execução do contrato.

16. (FCC/Procurador TCE SP/2011) A mutabilidade do contrato administrativo é a) prerrogativa inerente a qualquer das partes, desde que vise ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro. b) passível de ser invocada pelo particular contratado, nos casos de álea empresarial que resulte no desequilíbrio econômico financeiro do contrato. c) dever da Administração Pública de rescindir unilateralmente o contrato nos casos de álea econômica, fato da Administração ou força maior.

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d) faculdade atribuída às partes para, nos casos de fato da administração, imprevisível, possibilitar a alteração unilateral do contrato. e) característica que permite à Administração Pública a alteração unilateral e limitada do contrato.

17. (FCC/Outorga de Delegação TJ PA/2012) Acerca da rescisão do contrato administrativo, é correto afirmar:

a) Não cabe falar em rescisão judicial de um contrato administrativo por motivo de inadimplemento pela Administração, dada a posição de supremacia desta em relação ao particular.

b) O mero atraso no início da obra, serviço ou fornecimento, ainda que injustificado, não é motivo para rescisão do contrato administrativo.

c) Sendo inviável a rescisão amigável, o Poder Público poderá rescindir unilateralmente o contrato, com fundamento no exercício de seu poder hierárquico.

d) A rescisão unilateral tem caráter sancionador e desobriga o Poder Público do pagamento de indenizações ou ressarcimento de prejuízos ao contratado.

e) A comprovada ocorrência de caso fortuito ou força maior que impeça a execução do contrato administrativo autoriza a sua rescisão unilateral pelo Poder Público.

18. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) O contrato administrativo, na administração pública brasileira

a) não pode ser alterado em razão de acréscimos e supressões nas obras, serviços ou compras contratadas.

b) pode ser estabelecido por prazo indeterminado.

c) não pode ser prorrogado por meio de aditivos.

d) pode ser alterado unilateralmente sem a anuência do contratante.

e) não pode findar sem anuência do particular.

19. (FCC/Técnico Judiciário TRT 8ª Região/2012) Os contratos administrativos típicos diferenciam-se dos contratos privados, dentre outras características, pela a) finalidade pública como seu pressuposto. b) presença de pessoas jurídicas como contratantes. c) natureza do objeto. d) imposição de cláusulas exorbitantes. e) presença do Poder Público como parte contratante.

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20. (Analista Judiciário TRF 1ª Região 2011/FCC) É nulo o contrato verbal com a Administração, salvo, no caso de pequenas compras de pronto pagamento, com valor não superior a a) 2.000 reais. b) 4.000 reais. c) 5.000 reais. d) 6.000 reais. e) 8.000 reais.

21. (Analista Judiciário TRE RN 2011/FCC) No que concerne ao denominado "fato da Administração", é correto afirmar: a) não permite a rescisão do contrato administrativo, mas tão somente sua revisão. b) corresponde a uma determinação estatal de caráter geral. c) trata-se de interferência que antecede o contrato, mantendo-se desconhecida até ser revelada através das obras e serviços em andamento. d) incide direta e especificamente sobre determinado contrato administrativo. e) sua ocorrência, em qualquer hipótese, não possibilita que o particular suspenda a execução do contrato, invocando a exceptio non adimpleti contractus.

22. (Analista Judiciário/TRT 15ª Região 2010/FCC) O contrato administrativo deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas legais, observadas, dentre outras, a seguinte regra: a) Executado o contrato, o seu objeto será recebido provisoriamente e, depois, definitivamente, vedado, em qualquer hipótese, o recebimento definitivo sem o provisório. b) A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, vedada a contratação de terceiros ainda que para assisti-lo. c) A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento. d) Na execução do contrato, o contratado pode, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite de 25%, sem necessidade de autorização ou anuência da Administração. e) O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

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23. (Especialista em Políticas Públicas/Estado de SP 2009/FCC) Como parte no contrato administrativo, a Administração pode

a) rescindi-lo por motivo de força maior ou caso fortuito, ressarcindo o contratado pelos prejuízos regularmente comprovados.

b) extingui-lo por razões de interesse público justificado ao contratado, que, nessa hipótese, não terá direito a qualquer espécie de indenização.

c) rescindi-lo, unilateralmente, pelo cumprimento irregular de suas cláusulas, assistindo ao contratado direito à devolução da garantia e ao pagamento do custo de desmobilização.

d) alterá-lo, unilateralmente, para acrescer ou suprimir partes do objeto, independentemente do valor, no caso de insuficiência orçamentária devidamente comprovada.

e) fiscalizar e gerenciar a execução de seu objeto, sempre por meio de terceiros especialmente contratados.

24. (Analista do Ministério Público/MPE SE 2009/FCC) A alteração do contrato administrativo, para recomposição do seu equilíbrio econômico-financeiro,

a) é direito do contratado e pode ser por ele unilateralmente efetuada, dentro dos estritos limites da autorização legal.

b) pode ser efetuada por acordo das partes, mesmo que as condições para essa recomposição não estejam disciplinadas no contrato.

c) é direito do contratado e deve ser efetuada unilateralmente pela Administração, desde que prevista pelo próprio contrato.

d) é direito do contratado, mas depende de acordo entre as partes, podendo ser negado pela Administração por motivos de conveniência e oportunidade.

e) deve ser efetuada por acordo das partes, apenas se o contrato disciplinar as hipóteses e a forma em que essa recomposição deva se conduzir.

25. (Técnico Superior/PGE RJ 2009/FCC) A inexecução total ou parcial de contrato dá à Administração Pública a prerrogativa de aplicar sanções de natureza administrativa. Quanto a tais sanções é correto afirmar que

a) os recursos administrativos contra a aplicação de penalidades não admitem efeito suspensivo.

b) a pena de multa pode ser aplicada juntamente com qualquer uma das outras.

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c) a pena de suspensão temporária para participação em licitação não pode ultrapassar cinco anos.

d) não cabe recurso da aplicação das penas de advertência, multa e suspensão temporária.

e) é permitida a acumulação de sanções administrativas em qualquer hipótese.

26. (Procurador Judicial/Prefeitura de Recife 2011/FCC) As condições e termos do contrato administrativo que será lavrado após a conclusão de procedimento licitatório

a) são unilateralmente elaboradas pelo Poder Público, após a adjudicação do objeto ao vencedor do certame.

b) são elaboradas pelo vencedor do certame, que deve tê-las apresentado juntamente com a proposta, para avaliação conjunta pela comissão de licitação.

c) são propostos previamente pelo Poder Público e constam do documento que integra o edital da licitação, mas admitem alteração proposta pelo vencedor do certame antes de sua assinatura, para manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

d) são discutidas após a homologação da licitação, mas podem ser compatibilizadas com a atual situação econômico-financeira para que seja mantido o equilíbrio do contrato.

e) devem ser redigidas previamente à abertura da licitação, devendo constar da minuta do documento que integra o edital do certame.

27. (Assistente de Controle Externo/TCE AM 2008/FCC) A respeito da rescisão do contrato administrativo, é correto afirmar que a) exonera o contratado da garantia oferecida. b) é sempre feita unilateralmente pela Administração. c) pode ser amigável, se houver conveniência para a Administração. d) depende de homologação judicial. e) permite que o contratado continue executando o contrato, até nova licitação.

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