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Avaliação da ingestão alimentar de uma população e
comparação com as recomendações da
Roda dos Alimentos Portuguesa
Assessment of food consumption according to the
Portuguese Food Wheel
Catarina de Aguiar Cordes A. da Rocha
Trabalho de Investigação
Orientado por: Dr.ª Aurora Daniela Duarte
Porto, Julho de 2008
i
Índice
Lista de Abreviaturas............................................................................................... ii�
Resumo.................................................................................................................. iii�
Abstract .................................................................................................................. iv�
Introdução ...............................................................................................................1�
Objectivos................................................................................................................3�
Participantes e Métodos..........................................................................................4�
Resultados ............................................................................................................10�
Discussão e Conclusões .......................................................................................24�
Índice de Anexos...................................................................................................34�
ii
Lista de Abreviaturas
CSL – centro de saúde de Lousada
g – grama
IMC – Índice de Massa Corporal
Kg – quilograma
Kg/m2 – quilograma por metro quadrado
n.a. – não aplicável
OMS – Organização Mundial de Saúde
p – nível de significância crítico para rejeição da hipótese nula
iii
Resumo
A nutrição inadequada é uma das principais causas de mortalidade, sobretudo
nos países desenvolvidos, mas, entre todas as determinantes comportamentais, é
a mais modificável. A avaliação nutricional é fundamental para que se
possam estudar padrões alimentares de consumo e suas implicações na saúde.
Assim será ainda possível adequar a prática quotidiana ao recomendado pela
Roda dos Alimentos. Objectivo: Avaliar a ingestão de alimentos, segundo as
recomendações da Roda dos Alimentos. População: Os questionários foram
aplicados a 147 utentes da consulta de nutrição do CSL. Métodos: Foi aplicado
um questionário através de entrevista presencial, que permitiu recolher dados
pessoais, sócio-económicos, antropométricos, de actividade física e de ingestão
habitual de alimentos presentes na Roda dos Alimentos Portuguesa. Após a
recolha dos questionários, os dados obtidos foram introduzidos e analisados no
programa SPSS. A informação foi comparada com as recomendações, seguindo
o critério das porções e das proporções. Resultados: Entre os principais
resultados está a diminuta adequação da ingestão de alimentos às
recomendações da Roda. Foram ainda encontradas discrepâncias consideráveis
do grau de adequação mediante os dois critérios utilizados. Conclusão: De todos
os determinantes analisados, a consulta de nutrição foi a que demonstrou maior
influência no padrão de consumo alimentar.
Palavras-Chave: Avaliação da ingestão alimentar; Roda dos Alimentos;
recomendações; porções, proporção.
iv
Abstract
An inadequate nutrition is one of the main causes of mortality, especially in
developed countries but, amongst all the behavioral factors, it is the most
changeable. Nutritional evaluation is the basis for analyzing food consumption
patterns and its health consequences. Only then will it be possible to ajust daily life
to the Portuguese Food Wheel recommendations. Objectives: To assess food
intake, according to the Portuguese Food Wheel. Population: 147 users of CSL’s
Nutrition Guidance were asked a questionnaire. Methods: The questions were
asked through a personal interview, through which we gathered information such
as: personal, social-economical and anthropometric data, as well as exercise
habits and the usual intake of food present in the Portuguese Food Wheel. This
data was analyzed in SPSS software and compared with the recommendations,
according both to the portion size and the proportion criteria. Results: Amongst
the main results is the small adjustment of food intake to the Wheel’s
recommendations. We could also find differences between both criteria level of
adjustment. Conclusion: Of all the data analyzed, nutritional guidance had the
most influence in food intake patterns.
Key-words: Food intake assessment; Food Wheel; recommendations; portion
size; proportion.
1
Introdução
As rápidas mutações no consumo alimentar em Portugal têm implicado alterações
no consumo de grupos específicos de alimentos e de padrões alimentares, como
a supressão de refeições, e devem-se à progressiva urbanização e globalização,
com um forte impacto na saúde e nas características sócio-económicas da
população(1-4). As mudanças estenderam-se ao tipo de alimentos disponíveis e
aos locais onde são distribuídos e, no seu conjunto, justificaram a revisão do guia
alimentar anterior, dando assim origem à nova Roda dos Alimentos, em 2003(5, 6).
O novo referencial passou a dar ainda mais relevo aos alimentos propriamente
ditos, incluindo recomendações de porções e tendo em consideração factores
como o impacto dos métodos de confecção(5).
Os guias alimentares pretendem promover uma alimentação saudável de forma
simples e perceptível. Diferem de país para país, considerando a especificidade
de cada um e contemplando diferentes alimentos, grupos e suas proporções(7, 8).
No entanto, todos têm o mesmo objectivo: traduzir em linguagem corrente a
complexidade das recomendações alimentares, de forma a alcançar o maior
número possível de pessoas(5).
É essencial a adopção das recomendações da Roda dos Alimentos, visto que
uma alimentação desequilibrada tem impacto negativo directo no nível de
morbilidade e mortalidade da população(1-3). A OMS calcula que uma alimentação
correcta como parte de um estilo de vida saudável permitiria evitar 90% dos casos
registados de diabetes mellitus tipo 2 e 80% das ocorrências de doenças
cardiovasculares(9). Daí ser cada vez mais premente estudar o consumo
alimentar(10) e apurar o grau de adequação às recomendações da Roda dos
2
Alimentos. Só assim será possível estruturar e aplicar as melhores políticas
Nutricionais – desde a educação até à saúde(3).
A enorme importância do tema não tem tido, contudo, reflexo directo na produção
de informação científica quer do meio académico quer das entidades nacionais
com responsabilidade na área(5). Constatou-se a inexistência de fontes de
informação completas e transversais à população nacional. O último Inquérito
Alimentar Nacional data de 1980 e não existem informações mais recentes que
permitam saber, nestas últimas duas décadas, se a população portuguesa deixou
de seguir o padrão alimentar dito “mediterrânico”, onde predomina o peixe, fruta e
hortícolas e onde o azeite tem um lugar importante(11).
A falta de informação foi uma das dificuldades encontradas na elaboração deste
trabalho e que levou à criação de novos mecanismos de recolha de informação.
Optou-se pelo método da História alimentar(12) (Burke,1947), adoptando um
questionário (estruturado de raiz) de modo a estabelecer o padrão de consumo
habitual da amostra apenas no que toca ao consumo dos alimentos constantes da
Roda.
No questionário, caracterizou-se a amostra (a nível pessoal e antropométrico) e
aferiu-se a ingestão alimentar e factores paralelos, como a prática de exercício
físico. Fundamental para assegurar a precisão das respostas, no que respeita às
porções ingeridas, foi a criação de um álbum fotográfico(13), especificamente para
este efeito, com imagens de porções definidas pela Roda dos Alimentos, que
serviram de termo de comparação com a ingestão reportada por cada inquirido(14,
15).
3
O consumo de alimentos presentes na Roda, relatado pelos participantes no
inquérito, foi comparado com as recomendações aí constantes (quer a nível das
porções, quer das proporções de consumo de cada grupo de alimentos)(6).
O trabalho tem como objectivo principal descrever o consumo alimentar de uma
amostra de indivíduos maiores de 18 anos, de nacionalidade portuguesa e
residentes no Concelho de Lousada. O trabalho irá descrever os alimentos
consumidos em comparação com as recomendações da Roda, separando a
amostra em grupos por sexo, primeiras consultas e consultas subsequentes,
prática de exercício físico e classificação de IMC.
Objectivos
Este trabalho tem como principal objectivo avaliar a ingestão de alimentos,
segundo as recomendações da Roda dos Alimentos, dividindo a amostra por:
sexo, primeiras consultas e subsequentes, prática de exercício físico e
classificação de IMC.
4
Participantes e Métodos
O trabalho, do tipo observacional descritivo, decorreu na consulta de nutrição do
Centro de Saúde de Lousada, de Janeiro a Março de 2008. Foi realizado com
autorização expressa do Centro de Saúde de Lousada e com o consentimento
informado dos inquiridos.
� Participantes
O estudo utilizou uma amostra de conveniência, tendo-se incluído 147 utentes
(correspondente a 34%), dos 428 inscritos na consulta de nutrição do CSL. Entre
as condições de selecção estiveram a idade (mais de 18 anos) e o IMC (> 25 kg
/m2).
A resposta ao inquérito foi expressamente aceite por todos os utentes convidados
a participar no estudo e foi realizada por entrevista. Desta forma, não houve
exclusão de inquéritos por dados omissos ou por preenchimento incorrecto.
Foi aplicado um questionário padronizado a todos os participantes para recolher
informações referentes a dados pessoais (sexo, data de nascimento, dados sócio-
demográficos), de actividade física e outras patologias, bem como dados
antropométricos (anexo 1).
De forma intencional, e para cumprir os objectivos inicialmente propostos, apenas
foi avaliado o consumo de alimentos presentes na Roda dos Alimentos
portuguesa.
� Recolha da informação
A informação foi recolhida através de um questionário estruturado, que identificou
as características socio-demográficas e clínicas da amostra, procedeu à sua
5
avaliação antropométrica, aferiu a prática de exercício físico realizado e avaliou a
ingestão alimentar.
O questionário foi de aplicação indirecta, durante as consultas de nutrição no
CSL. Os utentes foram convidados a participar e inquiridos no decorrer da
consulta, tanto que a maioria dos dados a recolher já faziam parte do protocolo
habitual da consulta de nutrição (Protocolo de Consulta de Nutrição/Dietoterapia –
ARS Norte).
As medições antropométricas e os inquéritos foram aplicados sempre pelo
mesmo investigador, para assegurar a uniformização dos procedimentos.
Características sócio-demográficas
As características inquiridas foram: sexo, data nascimento, profissão,
escolaridade completa (não escolarizado, 1º ciclo do ensino básico, 2º ciclo, 3º
ciclo, secundário, universitário) e nacionalidade.
� Avaliação antropométrica
A avaliação antropométrica incluiu a medição do peso, estatura, perímetro da
cintura e perímetro da anca, segundo as técnicas de referência(3, 16).
A medição do peso seguiu procedimentos internacionais recomendados pela
OMS e foi realizada numa balança Soehnle ®. Os participantes foram avaliados
com roupa leve e sem calçado.
A medição da estatura foi realizada num estadiómetro com uma escala de 1 cm
previamente afixado na parede. Os doentes encostavam-se ao estadiómetro, com
os pés junto à parede e com a cabeça no plano de Frankfurt.
6
Posteriormente calculou-se o Índice de Massa Corporal (IMC), com o peso e
altura (Índice de Quetelet: peso (kg)/ altura2 (m)). Utilizaram-se os critérios de
classificação da OMS(2), de forma a classificar os indivíduos de acordo com o seu
estado ponderal: excesso de peso, obesidade grau I, obesidade grau II e
obesidade grau III. Atendendo à classificação da OMS para definição de excesso
de peso e obesidade em adultos, consideraram-se:
Excesso de peso: indivíduos que possuíam um IMC entre 25 e 29,9 Kg/m2
Obesidade grau I: indivíduos que possuíam um IMC entre 30 e 34,9 Kg/m2
Obesidade grau II: indivíduos que possuíam um IMC entre 35 e 39,9 Kg/m2
Obesidade grau III: indivíduos que possuíam um IMC superior a 40 Kg/m2
� Patologias associadas
Foram recolhidos os dados referentes às co-morbilidades mais frequentes,
associadas à obesidade: diabetes tipo 2, dislipidemia, hipertensão arterial e
hiperuricemia.
� Exercício físico
O parâmetro exercício físico médio por semana foi determinado através da
resposta às seguintes questões: prática de exercício, frequência semanal,
duração e tipo de actividade praticada.
Foi contabilizado o exercício físico a partir de 30 minutos de caminhada, duas
vezes por semana (total de 1 hora de exercício físico por semana).
7
� Avaliação da ingestão alimentar
O questionário aplicado continha todos os alimentos presentes na Roda dos
Alimentos portuguesa e suas porções. O objectivo era avaliar a ingestão habitual
dos alimentos da Roda e porções correspondentes.
Para quantificar a ingestão alimentar, utilizou-se como material de apoio um
álbum fotográfico(13), desenvolvido para o efeito (anexo 2), e outra publicação que
permitiu estimar as porções de certos alimentos(17). Em alguns casos foram
usadas medidas caseiras e unidades para quantificação das porções constantes
na Roda.
O questionário assenta numa lista de 23 alimentos, de acordo com os grupos da
Roda dos Alimentos, suas porções e distribuição por refeição em que são
ingeridos. Certas porções de alimentos presentes no inquérito referiam-se apenas
a alimentos cozinhados, pela dificuldade de quantificação dos alimentos crus
(como arroz, massa, batata, carne, pescado e leguminosas).
Grupo dos cereais e derivados, tubérculos
Na contabilização das tostas, foi considerado o peso por unidade de 8,2 gramas
(uma observação directa do mercado permitiu concluir que é este o peso médio
de uma unidade). Calculou-se a correspondência com a porção de pão, donde se
concluiu que uma porção de pão equivale a quatro tostas(18).
As doses de batata na sopa estão descriminadas, admitindo-se que uma sopa
contém uma dose de batata (1 e ½ batata – 125 gramas).
Grupo dos hortícolas
8
Dentro dos hortícolas cozinhados, foram separadas as porções consumidas “no
prato” e as porções utilizadas na confecção de sopa. Admitiu-se que, para uma
porção de sopa, se utilizavam duas porções de hortícolas cozinhados (2 chávenas
almoçadeiras de hortícolas – 280 gramas).
Grupo dos lacticínios
O consumo de iogurtes sólidos encontra-se sobrestimado, uma vez que uma dose
de lacticínios corresponde a 1 e ½ iogurte sólido e era difícil contabilizar as doses.
Quando o consumo referido era 1 iogurte sólido, assumiu-se que 1 dose
correspondia a 1 iogurte sólido.
Grupo das carnes, pescado e ovos
Foi considerada a dose de carne ou peixe, consoante o inquirido referia qual
consumia com mais frequência.
Grupo das leguminosas
Assumiu-se que uma porção de sopa teria meia dose de leguminosas frescas ou
secas cozinhadas (1,5 colheres de sopa de leguminosas – 40 gramas).
Grupo das gorduras e óleos
A manteiga/margarina foi o único alimento do grupo cujo consumo foi possível de
quantificar. De todos os alimentos deste grupo, foi o único para o qual os
inquiridos conseguiram identificar a porção consumida, utilizada para barrar o pão
ou tostas. Todas as outras gorduras ou óleos são mais utilizados na confecção
9
culinária ou em temperos, pelo que é difícil para quem não cozinha ou faz
refeições fora de casa quantificar.
De acordo com as porções ingeridas de cada alimento, obtiveram-se as porções
totais do respectivo Grupo da Roda dos Alimentos. Por comparação com as
porções diárias aconselhadas de cada grupo da Roda, verificou-se quantos
indivíduos se encontravam abaixo, dentro e acima das porções recomendadas.
Para conhecer a percentagem de consumo dos respectivos Grupos da Roda,
transformaram-se as porções de alimentos em peso, pela multiplicação do
número de porções pelo peso equivalente (em gramas). Somando todos os pesos
de porções ingeridas, obteve-se o peso total de alimentos da Roda ingerido por
cada indivíduo. Através dos pesos (dos grupos e do total), calculou-se a
percentagem correspondente. Para comparação com as recomendações da
Roda, admitiu-se o intervalo de percentagem de cada Grupo(5), a partir do qual foi
calculada a percentagem média dos grupos da Roda – sua proporção. Desta
forma, foram classificados os indivíduos como tendo um consumo inferior,
conforme ou superior ao aconselhado pela Roda, em termos de proporção dos
grupos.
Note-se que o cálculo do consumo da amostra por percentagem não teve em
linha de conta o peso do Grupo das Gorduras, pelas dificuldades de quantificação
descritas acima. Esta ausência, contudo, não interfere no resultado final, uma vez
que este Grupo tem uma importância relativa muito pequena no total das
recomendações da Roda (1,3 a 2,1%).
10
� Análise estatística
Os dados recolhidos foram introduzidos e analisados no programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS), versão 14.0 para Microsoft Windows,
Chicago, IL, 2005.
Uma vez que a amostra era de 147 participantes, utilizaram-se os coeficientes de
simetria e achatamento para testar o ajuste dos dados à distribuição normal.
Para comparar médias dos grupos, foi usado teste t de student.
Para verificar a independência entre pares de variáveis foi usado o teste do qui-
quadrado.
Os resultados numéricos apresentam-se como média ± desvio padrão.
Adoptou-se um intervalo de confiança de 95% e considerado como nível de
significância crítico para a rejeição da hipótese nula valores inferiores a 0,05.
Calculou-se ainda o Kappa de Fleiss (19) para verificar a concordância das
classificações segundo os diferentes critérios.
Resultados
Dos 428 utentes do Centro de Saúde de Lousada inscritos na consulta de
nutrição participaram neste estudo 147, o que corresponde a 34%. Um total de
98,6% (n=145) dos inquiridos era de naturalidade portuguesa.
11
Destes 147 participantes, 34,7% (n=51) foram inquiridos aquando da primeira
consulta de nutrição no CSL e os restantes 65,3% (n=96) já frequentavam a
consulta de nutrição. Desta amostra, 81,6% (n=120) dos participantes eram do
sexo feminino e 18,4% (n=27) eram do sexo masculino, com idades
compreendidas entre os 19 e os 77 anos (43,16 ± 13,62). Não existem diferenças
significativas entre sexos relativamente à idade (p=0,820).
Quase metade da amostra (48%) apresenta apenas o primeiro ciclo do ensino
básico completo e um quinto tem o segundo ciclo. O terceiro ciclo e o secundário
estão representados em proporções equivalentes, enquanto o ensino superior
responde por apenas 3% da amostra. 5% das pessoas inquiridas não é
escolarizada.
A distribuição dos participantes por sexo e classificação do IMC, distribuição das
consultas e prática de exercício físico encontra-se na Tabela 1.
Sexo feminino Sexo masculino Totaln % n % N %
Excesso de peso 43 35,8 9 33,3 52 35,4Obesidade grau I 49 40,8 12 44,4 61 41,5Obesidade grau II 19 15,8 4 14,8 23 15,6Obesidade grau III 9 7,5 2 7,4 11 7,5Primeira consulta 45 37,5 6 22,2 51 34,7Consultas subsequentes 75 62,5 21 77,8 96 65,3Pratica exercício 42 35 7 25,9 49 33,3Não pratica exercício 78 65 20 74,1 98 66,7
Tabela 1. Caracterização da amostra utilizada no presente trabalho.
A obesidade grau I é predominante na amostra, já que enquadra a maior parte
das mulheres e dos homens inquiridos. Nesta classificação incluem-se quase
metade do total de participantes. O segundo maior grupo é o das pessoas com
excesso de peso (pouco mais de um terço).
12
As mulheres estão a recorrer mais às consultas de nutrição do que os homens, já
que estão em maioria nas primeiras consultas.
Relativamente ao número de horas de exercício físico praticado semanalmente,
verificou-se que o número médio era de 3,5 ± 1,7 horas para as mulheres (com
mínimo de 1,3 e máximo de 7,0 horas), e de 3,8 ± 3,8 horas para os homens (com
mínimo de 1,5 e máximo de 12,0 horas).
Estudou-se a frequência com que praticam exercício, sendo que para as mulheres
a média é de 4,4 ± 1,8 vezes por semana e para os homens é 3,1 ± 2,1.
O consumo de alimentos presentes na Roda, por parte da amostra encontra-se
retratado na Tabela 2. Estão descriminados os dados relativos à ingestão em
porções, peso (gramas) e percentagem correspondente.
Consumo de porções
Consumo em gramas
Consumo em percentagem
média d.p. média d.p. média d.p.Cereais e derivados, tubérculos 9,9 4,3 581,8 271,8 34,1 13,5
pão 1,4 1,2 70,6 57,7 12,8 8,8 broa 0,1 0,3 4,5 18,9 0,5 2,0 batata 0,4 0,6 53,1 80,6 8,1 13,1 cereais 5 2,1 175,7 73,6 31,3 4,9 bolachas 0,6 0,6 22,3 22,2 4,8 6,2 arroz/massa 2,3 1,4 255,5 149,6 42,5 14,3
Hortícolas 3,5 1,8 503,7 251,1 29,3 13,3hortícolas crus 0,2 0,5 42,2 85,1 10,8 23,9 hortícolas cozinhados 3,3 1,8 461,4 250,1 89,2 23,9
Fruta 2,2 1,1 346,7 169,1 20,4 9,9Lacticínios 1,9 1,3 403,5 272,4 25,2 19,7
leite 0,9 0,8 214,3 190,2 54,1 35,0 iogurte 0,8 0,9 176,8 194,9 38,2 33,9 queijo 0,3 0,5 11 22 7,3 21,7 queijo fresco 0 0,2 1,4 10 0,4 2,9
Carne, pescado e ovos 9,4 4,3 234,5 108,7 13,9 6,5carne 5,6 4,4 138,9 109,1 58,5 30,5 peixe 3,8 3,2 95,6 79,7 41,5 30,5
Leguminosas 0,5 0,4 39,2 33,9 2,3 2,0
13
Tabela 2. Consumo de alimentos dos Grupos da Roda dos Alimentos, por porção, por
peso e por percentagem ingerida.
A partir das porções totais de cada Grupo, foi também possível calcular as
percentagens correspondentes dos alimentos que integram cada um desses
grupos.
Dentro dos Cereais e derivados, o alimento que se destaca, pela maior média de
consumo é o arroz (42%) e de seguida os cereais de pequeno-almoço (31%). Em
minoria estão a broa e as bolachas (respectivamente 2% e 6%).
A quantidade média de Hortícolas ingerida pelos participantes divide-se em
consumo de hortícolas crus e cozinhados, sendo que os hortícolas cozinhados
são consumidos em maior quantidade pela amostra (89%).
No Grupo dos Lacticínios, a ingestão média de consumo distribui-se da seguinte
forma: o queijo e o queijo fresco são muito pouco consumidos nesta amostra
(8%), por oposição ao leite (54%) e iogurtes (38%).
Relativamente ao consumo de Carne e pescado, verifica-se que a maioria da
amostra consome carne, em detrimento do peixe (59% vs. 42%).
A amostra foi dividida por subgrupos: sexo, primeiras consultas ou consultas
subsequentes, prática de exercício físico e classes de IMC, e foram comparadas
as médias de consumo através do Teste t de student. O consumo médio dos
alimentos dos grupos da Roda, quer pelas porções de alimentos, quer pela
percentagem consumida, está descrito no Anexo 3.
A comparação das médias de consumo dos diferentes Grupos da Roda revela
resultados significativos, quer pelas porções quer pelas percentagens, nos
seguintes casos: consumo de Carne, pescado e ovos entre sexos (p = 0,001);
consumo de todos Grupos excepto lacticínios entre indivíduos na 1ª ou 2ª
14
consulta; hortícolas entre praticantes ou não de exercício (p = 0,001 e p = 0,002)
e lacticínios por classes de IMC (p = 0,001 e p = 0,002).
Foram encontradas ainda diferenças relevantes nas médias de consumo entre
praticantes de exercício quanto à Fruta (em porções) e aos Cereais e derivados
(em percentagem).
Depois de apurados os dados de consumo reportado pela amostra, foi feita a sua
comparação com as recomendações da Roda dos Alimentos.
Os indivíduos foram distribuídos de acordo com sexo, primeira consulta ou
subsequente, prática de exercício físico e classes de IMC e classificados
consoante estivessem abaixo, acima ou dentro das recomendações. Para efeitos
de comparação de consumo entre as classes de IMC, entendeu-se juntar numa
só as classes de obesidade de grau II e grau III, uma vez que esta última tem um
peso de apenas 7,5% (n=11) da amostra total.
A adequação foi avaliada primeiro de acordo com as porções aconselhadas e
depois segundo as proporções de cada grupo.
As próximas três tabelas referem-se à análise feita por porções ingeridas (Tabela
4, 5 e 6).
15
Grupos daRoda dos Alimentos
Cer
eais
e d
eriv
ados
Hor
tícol
as
Frut
a
Lact
icín
ios
Car
nes,
pes
cado
e o
vos
Legu
min
osas
Águ
a
Porções diárias 4 a 11 3 a 5 3 a 5 2 1,5 a 4,5 1 a 2 >1,5l
n 102,0 60,0 12,0 39,0 17,0 51,0 55,0Amostra (n=147)
% 69,4 40,8 8,2 26,5 11,6 34,7 37,4Sexo feminino n 87,0 52,0 10,0 33,0 17,0 43,0 44,0
(n=120) % 72,5 43,3 8,3 27,5 14,2 35,8 36,7Sexo masculino n 15,0 8,0 2,0 6,0 0,0 8,0 11,0
(n=27) % 55,6 29,6 7,4 22,2 0,0 29,6 40,7p n.a. 0,181 n.a. 0,435 n.a. 0,869 0,693
1ª consultas n 28,0 13,0 2,0 11,0 4,0 5,0 9,0(n=51) % 54,9 25,5 3,9 21,6 7,8 9,8 17,6
Cons subsequ n 74,0 47,0 10,0 28,0 13,0 46,0 46,0(n=96) % 77,1 49,0 10,4 29,2 13,5 47,9 47,9
p n.a. 0,001 n.a. 0,855 0,805 0,001 0,001Prat. Exercicio n 38,0 19,0 4,0 11,0 6,0 21,0 23,0
(n=49) % 77,6 38,8 8,2 22,4 12,2 42,9 46,9
N prat exercic n 64,0 41,0 8,0 28,0 11,0 30,0 32,0
(n=98) % 65,3 41,8 8,2 28,6 11,2 30,6 32,7p n.a. 0,010 n.a. 0,122 n.a. 0,066 0,092
Excesso peso n 35,0 17,0 3,0 18,0 4,0 15,0 20,0
(n=52) % 67,3 32,7 5,8 34,6 7,7 28,8 38,5
Obesidade I n 46,0 27,0 7,0 18,0 9,0 25,0 26,0
(n=61) % 75,4 44,3 11,5 29,5 14,8 41,0 42,6
Obesidade II e III n 21,0 16,0 2,0 3,0 4,0 11,0 9,0
(n=34) % 61,8 47,1 5,9 8,8 11,8 32,4 26,5p n.a. 0,657 n.a. 0,246 n.a. 0,381 0,291
Tabela 4. Caracterização da amostra que apresenta um consumo de acordo com as
porções recomendadas pela Roda dos Alimentos.
16
Grupos daRoda dos Alimentos
Cer
eais
e d
eriv
ados
Hor
tícol
as
Frut
a
Lact
icín
ios
Car
nes,
pes
cado
e o
vos
Legu
min
osas
Águ
a
Porções diárias < 4 < 3 < 3 < 2 < 1,5 < 1 < 1,5l
n 3,0 61,0 134,0 58,0 4,0 96,0 92,0Amostra (n=147)
% 2,0 41,5 91,2 39,5 2,7 65,3 62,6Sexo feminino n 3,0 48,0 109,0 47,0 4,0 77 76,0
(n=120) % 2,5 40,0 90,8 39,2 3,3 64,2 63,3Sexo masculino n 0,0 13,0 25,0 11,0 0,0 19 16,0
(n=27) % 0,0 48,1 92,6 40,7 0,0 70,4 59,3p n.a. 0,181 n.a. 0,435 n.a. 0,869 0,693
1ª consultas n 1,0 35,0 48,0 24,0 1,0 46 42,0(n=51) % 2,0 68,6 94,1 47,1 2,0 90,2 82,4
Cons subsequ n 2,0 26,0 86,0 34,0 3,0 50 50,0(n=96) % 2,1 27,1 89,6 35,4 3,1 52,1 52,1
p n.a. 0,001 n.a. 0,855 0,805 0,001 0,001Prat. Exercicio n 1,0 14,0 44,0 17,0 0,0 28 26,0
(n=49) % 2,0 28,6 89,8 34,7 0,0 57,1 53,1
N prat exercic n 2,0 47,0 90,0 41,0 4,0 68 66,0
(n=98) % 2,0 48,0 91,8 41,8 4,1 69,4 67,3p n.a. 0,010 n.a. 0,122 n.a. 0,066 0,092
Excesso peso n 0,0 25,0 48,0 11,0 1,0 37,0 32,0
(n=52) % 0,0 48,1 92,3 21,2 1,9 71,2 61,5
Obesidade I n 1,0 23,0 54,0 23,0 1,0 36,0 35,0
(n=61) % 1,6 37,7 88,5 37,7 1,6 59,0 57,4
Obesidade II e III n 2,0 13,0 32,0 24,0 2,0 23,0 25,0
(n=34) % 5,9 38,2 94,1 70,6 5,9 67,6 73,5p n.a. 0,657 n.a. 0,246 n.a. 0,381 0,291
Tabela 5. Caracterização da amostra que apresenta um consumo de porções inferior às
recomendadas pela Roda dos Alimentos.
17
Grupos daRoda dos Alimentos
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Porções diárias > 11 > 5 > 5 > 2 > 4,5 > 2
n 42,0 26,0 1,0 50,0 126,0 0,0Amostra (n=147)
% 28,6 17,7 0,7 34,0 85,7 0,0Sexo feminino n 30,0 20,0 1,0 40,0 99,0 0,0
(n=120) % 25,0 16,7 0,8 33,3 82,5 0,0Sexo masculino n 12,0 6,0 0,0 10,0 27,0 0,0
(n=27) % 44,4 22,2 0,0 37,0 100,0 0,0p n.a. 0,181 n.a. 0,435 n.a. 0,869
1ª consultas n 22,0 3,0 1,0 16,0 46,0 0,0(n=51) % 43,1 5,9 2,0 31,4 90,2 0,0
Cons subsequ n 20,0 23,0 0,0 34,0 80,0 0,0(n=96) % 20,8 24,0 0,0 35,4 83,3 0,0
p n.a. 0,001 n.a. 0,855 0,805 0,001Prat. Exercício n 10,0 16,0 1,0 21,0 43,0 0,0
(n=49) % 20,4 32,7 2,0 42,9 87,8 0,0
N prat exercic n 32,0 10,0 0,0 29,0 83,0 0,0
(n=98) % 32,7 10,2 0,0 29,6 84,7 0,0p n.a. 0,010 n.a. 0,122 n.a. 0,066
Excesso peso n 17,0 10,0 1,0 23,0 47,0 0,0
(n=52) % 32,7 19,2 1,9 44,2 90,4 0,0
Obesidade I n 14,0 11,0 0,0 20,0 51,0 0,0
(n=61) % 23,0 18,0 0,0 32,8 83,6 0,0
Obesidade II e III n 11,0 5,0 0,0 7,0 28,0 0,0
(n=34) % 32,4 14,7 0,0 20,6 82,4 0,0p n.a. 0,657 n.a. 0,246 n.a. 0,381
Tabela 6. Caracterização da amostra que apresenta um consumo de porções superior às
recomendadas pela Roda dos Alimentos.
Após uma análise por porção, as três tabelas seguintes analisam a adequação do
consumo às percentagens recomendadas (Tabela 7, 8 e 9).
18
Grupos daRoda dos Alimentos
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nes,
pes
cado
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min
osas
% de consumo 22,6 a 31,8 20,8 a 24,4 18,5 a 21,7 17,3 a 22,6 3,7 a 5,7 3,6 a 4
n 42,0 13,0 23,0 21,0 3,0 14,0Amostra (n=147)
% 28,6 8,8 15,6 14,3 2,0 9,5Sexo feminino n 38,0 13,0 19,0 15,0 3,0 10,0
(n=120) % 31,7 10,8 15,8 12,5 2,5 8,3Sexo masculino n 4,0 0,0 4,0 6,0 0,0 4,0
(n=27) % 14,8 0,0 14,8 22,2 0,0 14,8p 0,202 0,004 0,197 0,236 n.a. 0,156
1ª consultas n 8,0 7,0 4,0 6,0 1,0 0,0(n=51) % 15,7 13,7 7,8 11,8 2,0 0,0
Cons subsequ n 34,0 6,0 19,0 15,0 2,0 14,0(n=96) % 35,4 6,3 19,8 15,6 2,1 14,6
p 0,001 0,001 0,001 0,198 n.a. 0,001Prat. Exercicio n 17,0 3,0 10,0 5,0 1,0 8,0
(n=49) % 34,7 6,1 20,4 10,2 2,0 16,3
N prat exercic n 25,0 10,0 13,0 16,0 2,0 6,0
(n=98) % 25,5 10,2 13,3 16,3 2,0 6,1p 0,080 0,046 0,412 0,430 n.a. 0,130
Excesso peso n 14,0 5,0 8,0 8,0 1,0 5,0
(n=52) % 26,9 9,6 15,4 15,4 1,9 9,6
Obesidade I n 17,0 7,0 5,0 10,0 2,0 6,0
(n=61) % 27,9 11,5 8,2 16,4 3,3 9,8
Obesidade II e III n 11,0 1,0 10,0 3,0 0,0 3,0
(n=34) % 32,4 2,9 29,4 8,8 0,0 8,8p 0,748 n.a. 0,044 0,001 n.a. n.a.
Tabela 7. Caracterização da amostra que apresenta uma percentagem de consumo dos
diferentes Grupos dentro das recomendações da Roda dos Alimentos.
19
Grupos daRoda dos Alimentos
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min
osas
% de consumo < 22,6 < 20,8 < 18,5 < 17,3 < 3,7 < 3,6
n 29,0 37,0 60,0 52,0 4,0 97,0Amostra (n=147)
% 19,7 25,2 40,8 35,4 2,7 66,0Sexo feminino n 22,0 24,0 45,0 41,0 4,0 77,0
(n=120) % 18,3 20,0 37,5 34,2 3,3 64,2Sexo masculino n 7,0 13,0 15,0 11,0 0,0 20,0
(n=27) % 25,9 48,1 55,5 40,7 0,0 74,1p 0,202 0,004 0,197 0,236 n.a. 0,156
1ª consultas n 2,0 22,0 29,0 23,0 1,0 48,0(n=51) % 3,9 43,1 56,9 45,1 2,0 94,1
Cons. subsequ n 27,0 15,0 31,0 29,0 3,0 49,0(n=96) % 28,1 15,6 32,3 30,2 3,1 51,0
p 0,001 0,001 0,001 0,198 n.a. 0,001Prat. Exercicio n 13,0 7,0 17,0 16,0 0,0 29,0
(n=49) % 26,5 14,3 34,7 32,7 0,0 59,2
N prat exercic n 16,0 30,0 43,0 36,0 4,0 68,0
(n=98) % 16,3 30,6 43,9 36,7 4,1 69,4p 0,080 0,046 0,412 0,430 n.a. 0,130
Excesso peso n 9,0 14,0 23,0 8,0 1,0 34,0
(n=52) % 17,3 26,9 44,2 15,4 1,9 65,4
Obesidade I n 15,0 15,0 23,0 21,0 1,0 41,0
(n=61) % 24,6 24,6 37,7 34,4 1,6 67,2
Obesidade II e III n 5,0 8,0 14,0 23,0 2,0 22,0
(n=34) % 14,7 23,5 41,2 67,6 5,9 64,7p 0,748 n.a. 0,044 0,001 n.a. n.a.
Tabela 8. Caracterização da amostra que apresenta uma percentagem de consumo
inferior às recomendadas pela Roda dos Alimentos.
20
Grupos daRoda dos Alimentos
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% de consumo > 31,8 > 24,4 > 21,7 > 22,6 > 5,7 > 4
n 76,0 97,0 64,0 74,0 140,0 36,0Amostra (n=147)
% 51,7 66,0 43,5 50,3 95,2 24,5Sexo feminino n 60,0 83,0 56,0 64,0 113,0 33,0
(n=120) % 50,0 69,2 46,7 53,3 94,2 27,5Sexo masculino n 16,0 14,0 8,0 10,0 27,0 3,0
(n=27) % 59,3 51,9 29,6 37,0 100,0 11,1p 0,202 0,004 0,197 0,236 n.a. 0,156
1ª consultas n 41,0 22,0 18,0 22,0 49,0 3,0(n=51) % 80,4 43,1 35,3 43,1 96,1 5,9
Cons. subsequ n 35,0 75,0 46,0 52,0 91,0 33,0(n=96) % 36,5 78,1 47,9 54,2 94,8 34,4
p 0,001 0,001 0,001 0,198 n.a. 0,001Prat. Exercicio n 19,0 39,0 22,0 28,0 48,0 12,0
(n=49) % 38,8 79,6 44,9 57,1 98,0 24,5
N prat exercic n 57,0 58,0 42,0 46,0 92,0 24,0
(n=98) % 58,2 59,2 42,9 46,9 93,9 24,5p 0,080 0,046 0,412 0,430 n.a. 0,130
Excesso peso n 29,0 33,0 21,0 36,0 50,0 13,0
(n=52) % 55,8 63,5 40,4 69,2 96,2 25,0
Obesidade I n 29,0 39,0 33,0 30,0 58,0 14,0
(n=61) % 47,5 63,9 54,1 49,2 95,1 23,0
Obesidade II e III n 18,0 25,0 10,0 8,0 32,0 9,0
(n=34) % 52,9 73,5 29,4 23,5 94,1 26,5p 0,748 n.a. 0,044 0,001 n.a. n.a.
Tabela 9. Caracterização da amostra que apresenta uma percentagem de consumo
superior às recomendadas pela Roda dos Alimentos.
21
De acordo com a adequação às recomendações, compararam-se os dois critérios
(porções e proporções), para cada Grupo da Roda dos Alimentos.
C ons umo�de�C ereais �e�derivados ,�tubérculos
01020304050607080
abaixo conforme ac ima
Recomendações da Roda dos Alimentos
% a
mos
tra
P orções
P ercentagem
Gráfico 1. Classificação da amostra segundo o consumo médio de Cereais, de acordo
com a recomendação da Roda: por porção e percentagem ingerida.
Segundo os dados apurados por comparação das porções ingeridas com as
porções recomendadas por dia, verifica-se que a larga maioria da amostra está
conforme. Já pela comparação com a proporção de Cereais e derivados
aconselhada, se verifica que grande parte da amostra se encontra acima.
C ons umo�de�Hortíc olas
0
10
20
3040
50
60
70
abaixo conforme ac ima
Recomendações da Roda dos Alimentos
% a
mos
tra P orções
P ercentagem
Gráfico 2. Classificação da amostra segundo o consumo médio de Hortícolas, de acordo
com a recomendação da Roda: por porção e percentagem ingerida.
22
O mesmo número de inquiridos encontra-se classificado como estando abaixo ou
dentro das recomendações, segundo as porções. Pelo critério das percentagens,
a maioria dos indivíduos está a exceder as proporções recomendadas de
Hortícolas. Por este ponto de vista, apenas uma pequena parte da amostra está
conforme.
C ons umo�de�F ruta
0
50
100
abaixo conforme ac ima
Recomendações da Roda dos Alimentos
% a
mos
tra P orções
P ercentagem
Gráfico 3. Classificação da amostra segundo o consumo médio de Fruta, de acordo com
a recomendação da Roda: por porção e percentagem ingerida.
O consumo de fruta encontra-se quase totalmente abaixo das porções supostas,
o incumprimento das recomendações na amostra é generalizado.
Em oposição, por percentagem de ingestão, a amostra divide-se em partes iguais
relativamente ao consumo acima e abaixo do ditames da Roda. Apenas uma
pequena parte da amostra está conforme.
C ons umo�de�L ac tic ínios
0
20
40
60
abaixo conforme ac ima
Recomendações da Roda dos Alimentos
% a
mos
tra P orções
P ercentagem
Gráfico 4. Classificação da amostra segundo o consumo médio de Lacticínios, de acordo
com a recomendação da Roda: por porção e percentagem ingerida.
23
A amostra está dividida de forma quase equitativa pelas três classificações de
adequação com a Roda, segundo as porções. De acordo com as percentagens de
consumo, a maior parte da amostra está acima do aconselhado.
C ons umo�de�C arne,�pes c ado�e�ovos
0
50
100
abaixo conforme ac ima
Recomendações da Roda dos Alimentos
% a
mos
tra P orções
P ercentagem
Gráfico 5. Classificação da amostra segundo o consumo médio de Carne, pescado e
ovos de acordo com a recomendação da Roda: por porção e percentagem ingerida.
Quanto à Carne e pescado, a esmagadora maioria da amostra encontra-se acima
das recomendações da Roda, quer pela avaliação das porções ingeridas, quer
pela percentagem.
C ons umo�de�L eguminos as
0
2040
60
80
abaixo conforme ac ima
Recomendações da Roda dos Alimentos
% a
mos
tra
P orções
P ercentagem
Gráfico 6. Classificação da amostra segundo o consumo médio de Leguminosas de
acordo com a recomendação da Roda: por porção e percentagem ingerida.
A amostra encontra-se predominantemente abaixo do pretendido pela Roda.
Pelas porções ingeridas, ninguém se encontra acima e só um terço está
24
conforme. Só pelas percentagens é possível encontrar indivíduos com consumo
acima.
Quanto ao consumo de água, apenas se verificou se era superior ou inferior à
recomendação mínima (1,5 litros por dia). A maioria da amostra tem um consumo
inferior.
Por meio de um teste de concordância, verificaram-se os indivíduos classificados
de forma diferente, consoante a referência usada: porções ou percentagens de
consumo.
Os valores de kappa(19) revelam concordâncias pobres e ligeiras, pelo que não há
correspondência entre os dois critérios de aferição da adequação (Anexo 4).
Discussão e Conclusões
� Método
Existem vários métodos para avaliar o consumo alimentar e todos eles estão
sujeitos a erros, pelo que o ideal é escolher o que mais se ajusta à tarefa a
desempenhar(20). Seleccionar o método de medida apropriado, aplicá-lo
correctamente e usar técnicas de análise de dados adequadas pode fazer a
diferença. A escolha deve ter em linha de conta condicionantes como o desenho
do estudo, as características dos participantes e os recursos disponíveis. Ainda, a
avaliação de dietas é complicada pelas deficiências das técnicas de recolha de
dados e pela variabilidade intra-pessoal da ingestão alimentar(3, 4).
A juntar a todas as limitações acima descritas, há que ter em conta as
características específicas subjacentes a este trabalho. Logo à partida, o estudo
foi realizado num ambiente semi-urbano, onde é ainda comum as pessoas
25
cultivarem alguns dos seus próprios alimentos ou, pelo menos, terem acesso fácil
a alimentos não processados, o que pode influenciar o tipo de ingestão alimentar.
Além disso, a amostra é dominada por pessoas com baixa escolaridade, o que
justifica a escolha de um método de administração indirecta. A História alimentar
foi usada como parte do método de avaliação da dieta e baseia-se na percepção
individual da ingestão habitual(12, 21, 22). Este método é muito usado em países
europeus(20) e as suas variantes têm em comum o objectivo de usar entrevistas
presenciais para reconstituir o padrão de ingestão alimentar típico de uma
semana recente. Começa-se por delinear o padrão de refeições numa semana
típica, seguida de uma descrição geral dos alimentos que as compõem e,
finalmente, os detalhes de cada item alimentar (porção consumida habitualmente)
(21, 23).
A realização de entrevistas tem a vantagem de fornecer informação detalhada
sobre os inquiridos e os seus hábitos e anula a potencial dificuldade decorrente
do seu baixo grau de literacia. Além disso, recolhe informação sobre a dieta
seguida num período de tempo específico (no caso, o passado recente) e permite
concentrar as atenções nos aspectos de particular interesse para o estudo, como
por exemplo algum tipo de alimentos que por norma seja subvalorizado nos
relatos. Este último aspecto é da responsabilidade directa do inquiridor e, neste
caso, foi sempre o mesmo investigador a realizar os questionários.
A opção permitiu diminuir as hipóteses de erro e assegurar a maior coerência de
critérios possível(14) e, assim, minimizar o impacto de um dos três erros mais
comuns na avaliação de dietas, ou seja, o que está associado ao método em si, à
sua repetibilidade. O segundo erro comum é a possibilidade de a dieta variar no
tempo (como a época do ano) e, neste caso, não foi possível reduzir o seu
26
impacto. Já o terceiro erro, associado ao grau de habilidade do entrevistado para
fornecer a informação pretendida, foi contornado pelo recurso a um álbum
fotográfico, cuja utilização tem sido cada vez mais frequente na última década(24).
O recurso a fotografias leva a um menor erro na estimativa de porções quando
confrontado com vias alternativas, como a estimativa de orçamentos familiares e
dimensões. Há que ter em vista, contudo, que no uso de fotografias surgem
viéses, em que os inquiridos podem ser tentados a relatar um consumo
semelhante ao médio ou, em alternativa, sobrestimar ou subestimar o peso de
alguns alimentos consumidos(14, 15, 25). É, inclusive, reconhecido que as porções
maiores tendem a ser subestimadas, mais do que as médias ou as pequenas.
Indivíduos com o IMC superior a 30 kg/m2 têm tendência a subestimar o tamanho
das porções ingeridas. Pelo contrário, as mulheres com 65 anos ou mais tendem
a sobrestimar as porções(26). A capacidade individual de avaliar a porção ingerida
pode, ainda, ser influenciada por factores como a hora do dia e o estado de
saúde(24).
Um outro conjunto de desvantagens associado ao método fotográfico na
identificação do tamanho das porções consumidas durante a entrevista inclui o
facto de o processo de identificação depender da capacidade de percepção,
conceptualização e memória dos inquiridos(14, 26, 27).
Ainda assim, o recurso à fotografia como meio de aumentar o grau de fiabilidade
da informação recolhida foi validado por Weiss et al, que realça a importância de
utilizar métodos não intrusivos, rápidos e precisos na avaliação do consumo,
como o recurso a registos de imagens(27). Mais, sabe-se que entre 14% e 67%
das avaliações das porções alimentares apresenta um erro superior a 50%
quando não se recorre a ajudas visuais(26).
27
Por último, e ao contrário do recomendado por outros autores, foi criado um
álbum especificamente para este trabalho porque os já existentes não continham
correspondência com as porções recomendadas pela Roda(13, 24).
� Não concordância entre critérios de avaliação de adequação:
Após o tratamento dos dados relativos à ingestão, procurou-se comparar os
mesmos com as recomendações das porções da Roda(6). As recomendações da
Roda apresentam-se quer por porções quer por percentagens relativas de
consumo dos vários grupos de alimentos. Em coerência, o trabalho procurou
apurar a adequação a ambas as recomendações. Curiosamente, os resultados
divergiram de forma significativa, ao ponto de se verificarem apenas
concordâncias pobres e ligeiras entre os critérios de classificação.
A discrepância de resultados pode ter várias explicações. Por um lado o uso de
porções como critério de comparação com as recomendações pode ser mais
falível, pela facilidade com que podem ocorrer sub ou sobrestimação de porções.
Por outro lado, a porção ingerida de cada grupo da Roda é uma variável discreta,
sendo a meia porção o valor mínimo possível. Por oposição a percentagem de
consumo dos respectivos grupos é uma variável contínua, cuja unidade mínima é
0,1%(5). Desta forma a avaliação da conformidade atinge um nível de precisão
maior e por apenas uma pequena diferença de consumo em percentagem se
perde a conformidade. Daí o critério das percentagens classificar como estando
acima das recomendações indivíduos dados como conforme pelo critério das
porções. Ao transformar os consumos em percentagens relativas dos grupos da
Roda, há que ter em conta que certos grupos apresentam porções com um peso
mais elevado (como o caso dos Hortícolas e da Fruta), o que se traduz numa
28
percentagem maior, que pode mesmo ultrapassar os limites impostos pelas
recomendações.
� Adequação ao recomendado
Seguindo o critério de avaliação das porções, é no grupo dos Cereais e
derivados, tubérculos que se encontra uma maior percentagem de indivíduos
dentro do intervalo recomendado pela Roda. No extremo oposto está o consumo
de fruta.
No que toca às classificações abaixo do recomendado, em cada dez pessoas
inquiridas, nove ingere menos fruta. Pela positiva, apenas 2% tem um consumo
abaixo nos cereais e na carne. Ainda no tocante ao global da amostra, mais de
metade consume menos leguminosas e água do que o recomendado.
Acima das porções aconselhadas, em dois grupos – fruta e leguminosas – não se
verificam consumos relevantes acima, no global da amostra.
De acordo com as percentagens de consumo de cada grupo da roda, é também
nos Cereais e derivados que se encontra a maior percentagem de adequação,
embora esta não ultrapasse 1/3 da amostra. O caso das Carnes e pescado é o
mais extremo, com apenas 2% de adequação, já que 95% da amostra tem um
consumo superior ao aconselhado. A existência de uma percentagem tão elevada
da amostra com um consumo de Carne e pescado tão superior ao aconselhado
pode ser explicada pela tradição fortemente enraizada de os incluir nas duas
principais refeições do dia, não só no “prato” como também na confecção de
sopa.
Em todos os Grupos menos na Fruta e sobretudo nas Leguminosas, mais de
metade da amostra tem um consumo acima do recomendado. Na classificação
29
abaixo do recomendado, é nas Leguminosas que se verifica a maior percentagem
de não conformidade.
De seguida procedeu-se à análise de dependência entre variáveis. No critério das
porções, verificou-se que o consumo de Hortícolas, Leguminosas e Água é
dependente das consultas (primeiras ou subsequentes). Os Hortícolas são
também dependentes da prática ou não de exercício físico.
Já no respeitante às percentagens, existe um maior número de variáveis que
revelaram dependência. O consumo de hortícolas depende do sexo (masculino e
feminino), consulta e pratica de exercício; o consumo de fruta está dependente da
consulta e da classe de IMC (Excesso de peso e obesidades grau I, II e III); o IMC
é também determinante do consumo de Lacticínios; por último a consulta
influencia a ingestão de Cereais e derivados.
Em suma, encontra-se dependência entre variáveis comuns ao critério de
classificação por porções e por percentagem. É o caso da dependência de
Hortícolas e Leguminosas face às consultas e dos Hortícolas perante o exercício
físico.
Estes resultados permitem constatar a forte influência das consultas de nutrição
no consumo de determinados Grupos. A dependência dos Hortícolas,
Leguminosas e Fruta das consultas explica-se pelo enfoque dado à importância
do consumo de sopa e fruta. Quer no aconselhamento quer em planos
alimentares, a sopa ao almoço e jantar é uma presença constante, sendo que a
mesma deverá ter entre 5 a 6 variedades de hortícolas e uma leguminosa. Até
porque, na avaliação da ingestão alimentar, foi referido que apenas se utilizaram
leguminosas na confecção de sopa.
30
Por outro lado, a fruta é a sobremesa privilegiada ao almoço e jantar e consta
ainda numa das merendas. Ainda, é frequente a insistência no consumo de, pelo
menos, 1,5 litros de água por dia, daí esta variável também se encontrar
dependente da consulta. Por outro lado, a ausência de dependência do consumo
de Carne e pescado face às consultas poderá ser explicada pelo facto deste não
ser um item muito enfatizado nas consultas.
Uma outra razão que pode justificar a dependência de Hortícolas, Fruta,
leguminosas e água das consultas é o facto dos inquiridos poderem dar respostas
condicionados, mediante a expectativa do inquiridor.
Em relação às restantes dependências encontradas, não se descobriu explicação
possível.
O impacto positivo das consultas de nutrição pode ser inferido pelo maior grau de
adequação por parte das pessoas que já frequentam consultas.
� Investigações futuras
Pelo impacto que as consultas de nutrição demonstraram nos padrões de
consumo é especialmente importante a existência de recomendações que
facilmente possam ser postas em prática pela população. A discrepância nos
resultados entre os dois critérios de comparação aqui analisados pode indiciar
uma desadequação que seria importante estudar num trabalho futuro.
31
� Conclusão
As consultas têm um papel determinante na ingestão de vários Grupos da Roda
dos Alimentos. Uma vez que essa influência teve um impacto positivo nos graus
de adequação do consumo face às recomendações da Roda, conclui-se portanto
que a frequência das consultas de nutrição é benéfica na modificação e melhoria
de hábitos alimentares. A dependência das consultas é especialmente notória
quando se segue o critério, mais fino, de comparação com as percentagens.
Foi ainda possível concluir que os Cereais e derivados, tubérculos foram o Grupo
da Roda com maior índice de adequação às recomendações, por ambos os
critérios.
32
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34
Anexos
Índice de Anexos
Anexo 1
Questionário aplicado na consulta de nutrição do CSLaErro! Marcador não definido.�
Anexo 2
Fotografias utilizadas na quantificação de porções de alimentos, dos grupos da
Roda dos Alimentos ...............................................aErro! Marcador não definido.�
Anexo 3
Ingestão média de cada Grupo da Roda dos AlimentosaErro! Marcador não definido.�
Anexo 4
Teste de concordância aplicado à classificação pelos dois critérios de
comparação com as recomendações da Roda ......aErro! Marcador não definido.�
a1
Anexo 1
Questionário aplicado na consulta de nutrição do CSL
��
Inquérito: Quantificação do consumo de alimentos, segundo a Roda dos Alimentos
I. Dados Pessoais
1. Nome___________________________________________________________
2. Data de nascimento (dia/mês/ano) _____/_____/_____
3. Idade: ______ anos
4. Sexo: F____; M____
5. Nasceu em Portugal? Sim__ Não__
6. Qual a sua profissão?______________________________________________
7. Escolaridade completa _____________________________________________
8. Pratica algum tipo de exercício físico? Sim ____; Não ____
9. Se sim, qual/quais? __________________________________
10. Quantas vezes por semana? _____________________________
11. Durante quanto tempo? ________________________________
12. Data 1ª consulta (dia/mês/ano) _____/_____/_____
13. Perda de peso desde 1ª consulta _________ kg
14. Patologias:_________________________________________________________
15. Sofre de obstipação Sim__ Não__
16. Tipo de confecção mais utilizada? ______________________________________
II. Dados antropométricos 1ªconsulta actual
Peso (Kg)Altura (m)
Perímetro da cintura (cm)Perímetro da anca (cm)
III. Consumo de alimentos segundo porções da Roda dos Alimentos
Alimentos porção P.A. L A L J C Forarefeições
1 pão 50g
1 fatia de broa 70g
1 e ½ batata média 125g
5 c.sopa cereais 35g
6 bolachas Maria/água e sal 35g
4 c.sopa arroz/massa cozinhados 110g
2 cháv. almoçadeiras hortícolas crus
180g
1 cháv. almoçadeira hortícolas cozinhados
140g
1 peça fruta tamanho médio 160g
1 cháv. almoçadeira de leite 250ml
1 iogurte líquido ou 1 e ½ sólido 200g
2 fatias finas de queijo 40g
¼ de queijo fresco tamanho médio
50g
½ requeijão tamanho médio 100g
Carnes cozinhadas 25g
Pescado cozinhado 25g
1 ovo tamanho médio 55g
3 c.sopa leguminosas secas/frescas cozinhadas
80g
1 c.sopa azeite/óleo 10g
1 c.chá de banha 10g
4 c.sopa de nata 30ml
2 c.sobremesa de manteiga/margarina
15g
Água Consumo superior a 1,5 L por dia?
a2
Anexo 2
Fotografias utilizadas na quantificação de porções de alimentos, dos grupos
da Roda dos Alimentos
��
a3
Anexo 3
Ingestão média de cada Grupo da Roda dos Alimentos
��
Rod
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510,
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0,00
10,
002
0,98
30,
731
0,60
70,
649
a4
Anexo 4
Teste de concordância aplicado à classificação pelos dois critérios de
comparação com as recomendações da Roda
��
Cereais e derivados, tubérculos Percentagem
abaixo conforme acima Totalabaixo 0 1 2 3conforme 25 32 45 102acima 4 9 29 42
Porções
Total 29 42 76 147k = 0,1 slight agreement
Hortícolas Percentagem
abaixo conforme acima Totalabaixo 19 8 34 61conforme 11 5 44 60acima 7 0 19 26Total 37 13 97 147
Porções
k = 0,047 slight agreement Fruta
Percentagem abaixo conforme acima Total
abaixo 54 21 59 134conforme 6 2 4 12acima 0 0 1 1
Porções
Total 60 23 64 147 k = 0,00 poor agreement
Lacticínios Percentagem
abaixo conforme acima Totalabaixo 39 17 41 97conforme 9 2 21 32acima 4 2 12 18
Porções Total 52 21 74 147 k = 0,051 slight agreement
Carne e peixe e ovos Percentagem
abaixo conforme acima Totalabaixo 0 0 4 4conforme 1 1 15 17acima 3 2 121 126
Porções
Total 4 3 140 147 k = 0,058 slight agreement
Leguminosas Percentagem
abaixo conforme acima Totalabaixo 67 8 21 96conforme 30 6 15 51Total 97 14 36 147
Porções
Teste não aplicável