caderno pedagÓgico prÁticas educacionais para … · prática da sala de aula e para o...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCACÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
CADERNO PEDAGÓGICO
PRÁTICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO DA BIODIVERSIDA DE
CURITIBA
2009
2
JOSÉ ANEVAN FAGUNDES
MARIA APARECIDA LOPES DE OLIVEIRA
MARIA DO SOCORRO FERREIRA DE MORAES
REJANE RODRIGUES DA ROSA PIANOVSKI
SÔNIA FERREIRA DE ASSIS
PRÁTICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO DA BIODIVERSIDA DE
Produções Didático-Pedagógicas que compõem o Caderno Pedagógico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, sob orientação d o Professor Msc Carlos Eduardo Fortes Gonzalez da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR.
CURITIBA
2009
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SUMÁRIO
Apresentação ...................................... ........................................................... 05
Unidade 1 – Herbário Escolar: suas contribuições ao estudo da
Botânica ..................... ................................................................
07
• Introdução ........................................ .................................................... 07
• Como desenvolver um herbário na escola ............ ........................... 09
• Onde buscar mais informações sobre plantas herboriz adas na
rede .............................................. .........................................................
12
• Procedimento de herborização das exsicatas ........ ......................... 13
• Orientação do professor aos alunos ................ ................................. 14
• Sugestão de atividades ............................ .......................................... 14
• O uso de chaves dicotômicas para o estudo didático e
identificação botânica ............................ ............................................
16
• Sites recomendados ................................ ........................................... 32
• Referências ....................................... ................................................... 33
Unidade 2 – Construindo práticas pedagógicas reflex ivas e
significativas ............... ..............................................................
35
• Introdução ........................................ .................................................... 35
• Trabalhando com a metodologia de projetos ......... ......................... 37
• Diferentes linguagens para a prática pedagógica com utilização
das mídias ........................................ ....................................................
44
• Experimentação: manipulação, demonstração ou
investigação? ..................................... .................................................
52
• TICs: suas possibilidades e aplicabilidades como fe rramentas
pedagógicas ....................................... .................................................
56
• Referências ....................................... ................................................... 58
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Unidade 3 – Educação ambiental no contexto local .. ................................ 61
• Introdução ........................................ .................................................... 61
• Biodiversidade .................................... ................................................ 63
• Análise ecossistêmica urbana ...................... ..................................... 67
• Agenda 21 na escola ............................... ............................................ 72
• Consumo e produção de resíduos .................... ................................ 79
• Considerações ..................................... ............................................... 83
• Sugestão de sites ................................. ............................................... 85
• Referências ....................................... ................................................... 86
Unidade 4 – Utilização de portfólios no estudo da B iologia Evolutiva e
Biodiversidade ............... ...........................................................
89
• Introdução ........................................ .................................................... 89
• Como organizar um portfólio ....................... ...................................... 80
• Orientações do professor aos alunos ............... ................................ 91
• Sugestão de portfólio ............................. ............................................ 93
• Referências ....................................... ................................................... 98
Unidade 5 – Os rios em foco ....................... ..................................................
99
• Introdução ........................................ .................................................... 99
• Atividades ........................................ .................................................... 101
• Sugestão de visitação ............................. ........................................... 110
• Siglas importantes ................................ .............................................. 111
• É bom ler ......................................... ..................................................... 112
• Sites consultados e recomendados .................. ................................ 113
• Referências ....................................... ................................................... 114
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APRESENTAÇÃO
Este caderno pedagógico se propõe a suprir necessidades percebidas
por alguns docentes do Estado no que concerne à carência de materiais didáticos
engajados às questões educacionais das unidades curriculares de Biologia.
Portanto, constitui contributo valioso ao processo de ensino-aprendizagem no campo
das Ciências Biológicas. Os textos em pauta enfatizam possibilidades de
abordagens aplicáveis às realidades das distintas escolas estaduais paranaenses,
mediante eventuais adaptações às várias regiões do Paraná – em função da riqueza
da diversidade cultural deste Estado dos pinheirais.
O presente Caderno Pedagógico está organizado como segue:
A Unidade 1 apresenta o desenvolvimento de Herbário Escolar como
uma forma de contribuição ao estudo da Botânica no curso de Ensino Médio.
Através da abordagem, propõe-se um direcionamento mais pedagógico sem deixar
transparecer o aprofundamento científico que se apresenta na forma subliminar. As
atividades sugeridas na unidade permitirão ao aluno um aprendizado mais
participativo nas aulas de modo a explorar a realidade local na qual se encontra
inserido.
A Unidade 2 propõe alguns direcionamentos ao trabalho do professor,
com o uso das TICs, metodologia de projetos, atividades experimentais e as mídias,
objetivando promover uma análise reflexiva de sua prática no contexto escolar. As
atividades pedagógicas propostas sugerem um repensar no espaço escolar, de
forma a contribuir para a formação de indivíduos capazes de aliar teoria à prática e
solucionar problemas, bem como uma aprendizagem mais significativa e
contextualizada na escola.
A Unidade 3 traz uma proposta para o trabalho permanente da
Educação Ambiental, com textos e atividades que levam à reflexão sobre nossos
hábitos e atitudes a respeito das questões ambientais. Envolve ainda as
preocupações sociais, políticas, econômicas e culturais que permeiam nossas ações
nesse planeta. Para trabalhar toda a complexidade que o tema exige segue-se um
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dos princípios básicos da Educação Ambiental que é pensar globalmente, agir
localmente.
A Unidade 4 apresenta a utilização de portfólios no estudo da Biologia
evolutiva e Biodiversidade. Destacam-se as vantagens do uso de portfólios no
processo ensino-aprendizagem ao favorecer o trabalho docente e proporcionar ao
aluno construir o conhecimento de forma autônoma e criativa. O portfólio possibilita
ao professor acompanhar o desempenho do aluno, seus avanços, suas dificuldades.
Pode demonstrar os momentos de necessidade de retomar os conteúdos e
estabelecer novas estratégias de ação.
A Unidade 5 retrata um grande problema ambiental que é a poluição
dos rios e a necessidade de preservação e conservação dos mesmos, como objetivo
fundamental à sobrevivência da humanidade, uma vez que a água é indispensável a
todo ser vivo. As atividades propostas despertam para a sensibilização da
comunidade escolar sobre a situação atual dos rios das nossas cidades.
Deve-se ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE a
elaboração dos estudos monográficos constantes neste caderno, razão pela qual
agradecemos a oportunidade conferida pela Secretaria Estadual de Educação do
Paraná.
Ensejando bom proveito aos colegas professores na utilização deste
material, atenciosamente, os docentes organizadores,
Carlos Eduardo Fortes Gonzalez (Prof. Orientador)
José Anevan Fagundes
Maria Aparecida Lopes de Oliveira
Maria do Socorro Ferreira de Moraes
Rejane Rodrigues da Rosa Pianovski
Sônia Ferreira de Assis
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UNIDADE 1: HERBÁRIO ESCOLAR: SUAS CONTRIBUIÇÕES AO
ESTUDO DA BOTÂNICA
A situação inédita é a que se coloca quando o próprio professor se propõe a investigar a sua prática, o seu “fazer pedagógico”, divulgar a sua pesquisa com a intenção prática de reverter os resultados para o acervo da prática da sala de aula e para o aperfeiçoamento profissional. (Terezinha Maria Neli Silva)
José Anevan Fagundes [email protected] C.E.D. Arnaldo Faivro Busato – Pinhais - PR
INTRODUÇÃO
O ensino de Botânica vem sendo abordado com déficit de estratégias
que contribuam para a exploração dos conteúdos em sala de aula. Assim, como
forma de contribuição motivadora se propõe um encaminhamento didático
pedagógico que busque privilegiar práticas de ensino que ofereçam a condição de
aprendizagem significativa e neste caso não se trata de inovações, mas sim de
orientações para a superação do fato denotado em encontros com professores de
Biologia de diferentes localidades regionais do Estado do Paraná.
Alunos têm problemas de incompreensão de vocabulário na Biologia
como um todo, mas como é apontado o excesso técnico de informação nas aulas de
Botânica por Krasilchik (2004) na página 56, agregado a falta de interação professor-
aluno, principalmente pela escassez de dinâmicas que explorem o universo do
conhecimento de modo a constituir verdadeiramente uma ponte de ligação entre a
atividade, o ensino e a aprendizagem-alvo, a ação pedagógica de sala de aula torna-
se falha, pois não consegue estabelecer a conexão necessária para superar o
problema em questão.
As atividades sugeridas nesta unidade didática estabelecida no
Conteúdo Estruturante Biodiversidade permitirão diferentes abordagens no universo
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da disciplina de Biologia, relacionando diversos conhecimentos específicos com
outras áreas do conhecimento e mesmo dentro da própria Botânica. Assim, os
professores da rede estadual de ensino terão autonomia para adequá-lo a sua
realidade local, usufruindo da etnobotânica para priorizar o desenvolvimento de
conceitos científicos produzidos, bem como conduzir para o aprendizado, para a
reflexão e apropriação destes.
Um herbário cumpre a função científica de preservar e acondicionar as
coleções de plantas devidamente coletadas para estudo, identificação e
classificação de exemplares que após os procedimentos de herborização são
incorporados à coleção, passando a receber a denominação de exsicatas (plantas
desidratadas por técnica de herborização que apresenta dados de descrição
morfológicos, acompanhados de ficha de informações sobre o local da coleta e do
coletor da espécie).
Muitas pesquisas podem ser originadas da criação de um herbário,
pois além de ramos de plantas desidratados por procedimentos técnicos de
secagem e fixação, os mesmos possuem fichas de identificação muito preciosas
para a ciência, contendo informações que preservarão as características de
descrição morfológica, anatômica, fisiológica e da região de localização do
espécime. Esses dados possuem subsídios para retratar a geografia da região e
inclusive permitir que outros pesquisadores da área Botânica possam re-visitar o
local quando se tratar de espécimes raros ou ameaçados de extinção (processo
bastante natural na conjuntura). No entanto, para a finalidade didática, um herbário
pode desempenhar um papel importantíssimo no processo de aprendizagem de
termos técnicos botânicos, pois o desenvolvimento de práticas motivadoras
diferenciadas para as aulas conteudistas caracteriza um contraponto dialético entre
a teoria e a prática e associação entre as duas, o que possibilitará ao professor do
ensino de Biologia uma exploração do conteúdo da Botânica de forma mais aplicada
e significativa para o aluno.
A partir do herbário objetiva-se estudar os seguintes pontos dentro da
botânica:
- Montagem de Herbário Escolar para fins didáticos.
- Sistemática das plantas na Botânica.
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- Criação de chaves dicotômicas para uso nas atividades propostas na
unidade.
- Uso de chaves dicotômicas para a identificação de estruturas das
plantas, através do reconhecimento das peças in vivo.
- Organização de Herbário Escolar por desenvolvimento de
procedimentos de herborização, envolvendo coleta, preparação e manutenção da
coleção.
- Aplicação dos recursos para a exploração da etnobotânica.
O Herbário Escolar, sob o ponto de vista didático, é um recurso que
permitirá ao professor fazer todas as adaptações necessárias ao suprimento da sua
particularidade ou necessidade local, sob essa ótica, espera-se que as atividades
sugeridas não sejam consideradas como obrigatoriedade a ser seguida, mas sim um
fio condutor para engrenar a proposta pedagógica.
COMO DESENVOLVER UM HERBÁRIO NA ESCOLA
Você poderá formar uma coleção de plantas comuns existentes nos
arredores de sua casa ou escola, preparando assim um herbário. O herbário nada
mais é do que um conjunto de plantas preparadas para o acervo de uma coleção,
tendo em vista a sua preservação, estudo, descrição, aprendizagem e pesquisa.
Este preparo, no entanto, implica em uma seqüência de procedimentos
indispensáveis à produção de exemplares, garantindo sua conservação por muitos
anos, desde que seguida de cuidados de manipulação e manutenção das peças que
constituirão o acervo da coleção. No herbário são acondicionadas plantas ou ramos
das mesmas, obtidas de coletas autorizadas pelas autoridades competentes d a
região . As peças coletadas são molhadas com álcool 70% (solução de álcool sendo
sete partes deste para três de água) para evitar a perda de folhas, pois a solução
ajuda na fixação das partes. O material a ser herborizado, ou seja, preparado para
integrar à coleção do herbário, deve ser coletado o mais completo possível (com
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flores, folhas, frutos, raízes). Sem a flor presente o material biológico não tem
serventia para as técnicas de identificação e reconhecimento da espécie científica.
Se vamos coletar material de uma árvore, devemos escolher um ramo com muitas
flores e folhas, carregando sempre uma caderneta para anotar os dados de coleta
como o tipo de local (descrição se num barranco, ou próximo a um lago, etc.). É
importante o uso de uma fita crepe numerada à caneta ou lápis para identificar o
material coletado, de forma correspondente ao número de descrição na agenda de
coleta.
Posteriormente, este material deve ser colocado entre folhas de jornal
dobrado, molhando o ramo a ser preservado com a solução de álcool 70%
(pulverizado) imediatamente após a coleta para então sobrepor camadas de folhas
jornal dobrado, encerrando o monte em forma de “sanduíche” - (papelão + jornal +
jornal + jornal + jornal + planta + jornal + jornal + jornal + jornal + papelão) - com
duas pranchas de papelão, preferencialmente sanfonado. Vencida esta etapa, deve-
se amarrar com barbante o lote para deixá-lo prensado com algum tipo de peso.
Na etapa descrita anteriormente, deve-se tomar o maior cuidado para
dispor o material biológico da melhor maneira possível, isto é, o mais natural,
evitando o comprometimento do material por conter folhas prensadas com dobras ou
amassadas, cumprindo a finalidade estética e que qualifica a exsicata.
É necessário preparar de uma mesma planta ao menos três
exemplares (condição ideal), dos quais o melhor será a unicata do herbário e as
demais, as duplicatas que poderão inclusive ser permutadas.
Ao preparar a prensagem, não esquecer de verificar se as fichas de
identificação ou etiquetas estão acompanhando os exemplares.
A prensa pode ser improvisada da forma que for mais conveniente.
Pode ser com duas tábuas furadas na medida de 30 cm x 40 cm, ou outro material
disponível, podendo ser amarrada com elástico de câmara de bicicleta ou ainda
sobreposta ao peso de uma pedra de massa o suficiente para suprir a necessidade.
Para que se tenha uma boa secagem da peça em procedimento de
herborização, será necessário efetuar a troca diária dos jornais usados para
absorver a água da planta, pois se não fizer um bom trabalho nesta etapa, é muito
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provável que a umidade presente danifique a exsicata acarretando na perda da peça
por ação de fungos, podendo inclusive comprometer outras exsicatas que estejam
arquivadas no mesmo lote de acondicionamento.
Assim, entre sete ou dez dias, substituindo-se as folhas de jornal que
integram o “sanduíche”, o material estará pronto. Desidratado na posição ideal para
a finalização do processo de herborização.
O processo final de preparo consiste em fixar o material biológico em
uma folha de papel grosso (tipo cartolina grande e branca, que pode ser dobrada em
duas para proceder ao recorte da mesma. Assim, de cada cartolina obtêm-se duas
pastas para a fixação da planta) podendo costurar a peça com o uso da linha nº. 10
ou através de finas tiras de papel gomado. Se o uso escolhido foi a cartolina, basta
dobrar ao meio cada um dos recortes que as pastas para o acondicionamento da
exsicata já estará pronto, bastando fixar a planta da maneira desejada.
No canto inferior direito interno da capa, cola-se a etiqueta de
identificação com os dados da planta (veja na ilustração de preparo de exsicata na
seqüência da unidade).
Para guardar as exsicatas, pode-se apropriar-se de um velho arquivo
de metal ou uma estante, onde o uso de caixas de papelão servirá muito bem para
conservar o material do acervo. Lembrando que a caixa pode ser revestida com o
apoio do professor de ensino de Artes.
Também é importante que dentro das caixas sejam colocadas
pacotinhos de bolinhas de naftalina para repelir a presença de insetos indesejados.
Os pacotinhos de naftalina devem ser previamente perfurados com uma agulha para
facilitar a sublimação do produto repelente.
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ONDE BUSCAR MAIS INFORMAÇÕES SOBRE PLANTAS
HERBORIZADAS NA REDE
Caso você queira conhecer um pouco mais sobre plantas herborizadas
visite o site abaixo para ver imagens de plantas e exsicatas do NEOTROPICAL
HERBARIUM SPECIMENS, do THE FIELD MUSEUM. Veja também no site indicado
imagens disponíveis de plantas vivas em: NEOTROPICAL LIVE PLANT PHOTOS.
Ao acessar o site use o BUSCADOR existente no topo do cabeçalho, do lado direito.
Para localizar qualquer planta ou palavra no site, o ideal é procurar através do buscador freeFind "Procura neste site", existente no canto superior-direito do site, pois: a) um mesmo nome popular pode se referir a várias plantas diferentes; b) uma mesma espécie (planta) pode ter vários nomes populares ou científicos; Salientamos que as buscas de termos com mais de uma palavra devem estar entre aspas. Ex.: “viola odorata”.
c) ao obter o resultado da busca, faça sua escolha e CLIC com o mouse sobre o LINK (em azul) da planta que você deseja informações. A página específica se abrirá automaticamente.
Site indicado: http://fm1.fieldmuseum.org/vrrc/
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PROCEDIMENTOS DE HERBORIZAÇÃO DAS EXSICATAS
Folha de cartolina cortada ao meio para a montagem das pastas das exsicatas.
Papelão sanfonado e fio Nº. 10, usados para prensagem e fixação da planta.
Montagem do “sanduíche do material biológico” entre jornais para a desidratação.
“Sanduíche” encerrado com papelão pronto para a amarra e para a prensagem.
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Após a secagem e a prensagem, fixar o material na folha de cartolina usando o fio 10 para costura ou tirinhas de fita gomada. Acrescentar a etiqueta de identificação e dados de coleta, podendo acondicionar a pasta com a planta (exsicata) em uma caixa de papelão com bolinhas de naftalina para evitar o aparecimento de traças e demais insetos indesejados.
ORIENTAÇÕES DO PROFESSOR AOS ALUNOS
A princípio é muito importante que se tenha em mente que qualquer
coleta de material botânico só pode ser realizada mediante prévia autorização de
órgãos competentes da região por documento expedido para este fim, mesmo
quando para uso em pesquisa ou estudo no ensino básico. Portanto é fundamental
que haja um responsável competente envolvido no acompanhamento das atividades
propostas nesta unidade didática (professor da área biológica). No entanto, em sua
localidade, desde que não sejam em parques, praças, reservas, matas ou florestas,
você poderá coletar partes de plantas para amostragem, sendo coletados em sua
casa, no seu sítio, em sua horta ou no seu quintal, desde que com a devida
autorização do proprietário ou cultivador.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES
Atividade sugerida – “Vamos criar um herbário?” Agora que você já sabe como
preparar um material para incorporação ao acervo botânico preservado, reúna-se
com outros quatro colegas para compor um grupo de trabalho. A missão atribuída à
equipe é a providência de uma coleta de plantas medicinais. Para tanto, converse
com sua mãe e familiares ou mesmo vizinhos próximos sobre o conhecimento
popular da existência de plantas usadas para fins medicinais em suas moradias e
com o devido consentimento e autorização promovam a coleta do exemplar para a
produção das suas exsicatas. Para cada exemplar é importante que seja efetuada a
coleta mínima em duplicata. Não esqueça de preencher uma ficha no local da coleta,
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descrevendo o local e suas características, bem como as das plantas coletadas (cor
da flor e do fruto quando houver). Só colete plantas ou ramos que apresentem flores,
pois sem flores o material biológico não apresenta valor sistemático para compor o
acervo do Herbário Escolar em criação. Na própria ficha devem ser anotadas as
informações sobre a procedência da planta, pois é bastante comum a doação de
mudas entre conhecidos que assim disseminam os espécimes para as mais variadas
regiões. Também é possível compor um espaço para registro das finalidades e
modos de utilização em seus fins medicinais.
Atividade sugerida – Dada à questão da regionalidade, com o objetivo de facilitar o
trabalho escolar nas múltiplas possibilidades que o recurso da herborização oferece,
busque junto à comunidade, coletar exemplares de plantas freqüentemente
empregado na cultura local para fins medicinais. Existe um site recomendado no
final da unidade que pode ser empregado para auxiliar na identificação e
reconhecimento didático dos exemplares através de fotos das espécies.
Atividade sugerida – Faça um levantamento prévio de algumas plantas que
ocorrem em sua região. Consulte à comunidade local, sempre auxiliado por
orientações e recomendações do seu professor regente de classe. Solicite ao seu
professor para verificar com sua turma a possibilidade de coletar ramos desses
exemplares listados, a fim de preparar exsicatas para a montagem de um herbário
na escola.
O espaço destinado para o herbário será bem simples. Pode ser uma
caixa de papelão revestida e encapada para acondicionar o material preparado. Não
esqueça que toda coleta deve ser precedida da devida autorização das autoridades
competentes locais (Secretaria do Meio Ambiente ou Departamento Responsável).
Atividade sugerida – Faça como na atividade anterior, mas pesquise e levante o
nome das espécies de plantas usadas pela prefeitura local para o plantio urbano
(paisagismo), depois verifique com seu professor a possibilidade autorizada para
coleta de ramos desses exemplares para montagem do acervo temático de plantas
usadas no paisagismo de sua cidade.
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Atividade sugerida – Em regiões agrícolas ou nas escolas que oferecem o ensino
profissionalizante em técnicas agrícolas o recurso da montagem do Herbário Escolar
poderá contribuir para a montagem de um acervo temático, voltado para a questão
das ervas daninhas ao plantio e até mesmo para os cultivares, apresentando uma
conexão contextualizada.
Atividade sugerida – Faça uma pesquisa na sua vizinhança e com seus parentes
próximos para levantar quais são os tipos de plantas cultivadas nos quintais das
moradias. Estabeleça uma classificação por critérios de utilização (plantas cultivadas
para ornamentação; plantas cultivadas para uso fitoterápico, medicinal, etc.). Se
houver flor, solicite autorização para coletar.
O USO DE CHAVES DICOTÔMICAS PARA O ESTUDO DIDÁTICO E A
IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA
As chaves dicotômicas são ótimos instrumentos de utilização no estudo
e nos processos de identificação, reconhecimento e classificação de espécies
biológicas. Uma chave dicotômica é elaborada a partir da definição de
características distintas que servem para diferenciar grupos de organismos ou
espécies em particularidades que convergem ou divergem para um tipo
característico em separado. Para clarear mais, veja o exemplo que segue. Para
tanto, observe que o uso da chave dicotômica segue da leitura inicial em que se
verifica a concordância com o critério adotado. Se houver discordância, abandona-
se o item e segue para a leitura do subseqüente, até se chegar ao grupo
reconhecido em questão.
Organização das plantas no Reino Vegetal.
Chave dicotômica para identificação das Divisões da s plantas.
1 – Plantas com flores..................................................................ESPERMATÓFITAS .
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1’ – Plantas sem flores................................................................................................2.
2 – Plantas com raiz, caule e folha.....................................................PTERIDÓFITAS.
2’ – Plantas sem raízes, sem caule e sem folhas.......................................................3.
3 – Plantas de pequeno porte com rizóides, caulóides e filóides..............BRIÓFITAS .
3’ – Plantas aquáticas sem distinção de suas estruturas e com o corpo reduzido a
um talo.... .........................................................................................................ALGAS .
Atividade sugerida – Monte a sua chave dicotômica para diferenciar o grupo das
ESPERMATÓFITAS , para isso, consulte nos livros de Biologia da Biblioteca de sua
escola uma tabela clássica (apresentada na maioria dos livros didáticos) que
apresenta as diferenças principais entre as MONOCOTILEDÔNEAS e as
DICOTILEDÔNEAS , considerando os critérios como tipo de raiz, tipo de caule, tipo
de folha, tipo de flor e tipo de semente. Nesta sugestão, você pode fazer uma chave
para cada item tipificado, isto é, uma chave para o tipo de raiz, outra para o tipo de
caule e assim sucessivamente.
Classificação das Raízes
Na organologia vegetal as raízes podem ser classificadas tanto pelo tipo de função que desempenham quanto pelo tipo de ambiente em que vivem. A classificação das raízes quanto ao ambiente é definida como: subterrâneas, aéreas e aquáticas.
Chave dicotômica para a classificação das raízes su bterrâneas.
1 – Plantas com raízes subterrâneas...........................................................................2
2 – Raízes que apresentam uma raiz primária da qual partem raízes ou radicelas secundárias............................................................................Raiz axial ou pivotante .
2' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................3
3 – Raízes com várias ramificações dentre as quais não se identifica um ramo diferenciado como primário ou principal................Raiz fasciculada ou em cabeleira .
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3' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................4
4 – Raízes bem desenvolvidas devido ao acúmulo de substâncias nutritivas na raiz principal ou nas secundárias..........................Raiz tuberosa ou tubérculo radicular .
Chave dicotômica para classificação das raízes aére as.
1 – Plantas com raízes aéreas desenvolvidas de forma parcial ou totalmente acima
do solo..........................................................................................................................2
2 – Raízes de origem caulinar, que oferecem uma fixação suplementar a planta.....................................................................................Raiz suporte ou escora .
2' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................3
3 – Raízes de plantas que se fixam sobre outros vegetais envolvendo-os sem produzir o parasitismo destes...................................................................Raiz cintura .
3' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................4
4 – Raízes de plantas epífitas (que vivem sobre outros vegetais) não parasitas, que crescem envolvendo o caule da planta suporte, sufocando-o por estrangulamento, impedindo a circulação das seivas e acarretando na morte do vegetal...........................................................................................Raiz estrangulante .
4' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................5
5 – Raízes de plantas que habitam ambientes alagados ou pantanosos e que se desenvolvem para a superfície do banhado para respirar através de orifícios (pneumatódios) ou lenticelas .............................Raiz respiratória ou pneumatófora .
5' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................6
6 – Raízes com formas de grampos e que têm por função a fixação dos vegetais em suportes..........................................................................................Raiz grampiforme .
6' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................7
7 – Raízes de plantas epífitas parasitas em que as raízes penetram no interior, nos tecidos de condução do hospedeiro para sugar-lhe um dos tipos de seiva...............................................................................Raiz haustório ou sugadora .
7' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................8
8 – Raízes aéreas clorofiladas (verdes) que apresentam a capacidade de realizar fotossíntese.....................................................................................Raiz assimilatória .
8' – Raízes que apresentam outra disposição.............................................................9
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9 – Raízes aéreas modificadas que apresentam espinhos para a proteção contra predadores............................................Raízes modificadas em forma de espinhos .
Chave dicotômica para a classificação das raízes aq uáticas.
1 – Plantas com raízes aquáticas.................................................................................2
2 – Raízes com parênquima aerífero, denominado aerênquima, funcionando como elemento de flutuação e respiração.......................................................Raiz aquática .
Obs.: Existem raízes denominadas adventícias quando originadas diretamente de folhas ou de caules, podendo tanto ser do tipo aérea quanto subterrânea.
Classificação do Caule
O caule das plantas é uma estrutura vegetal que cumpre a função orgânica de sustentação da espécie, presente de forma geral na superfície do solo, cumprindo também a função de condução das seivas orgânica (elaborada) e mineral (bruta) e de reserva alimentar em alguns casos. Os caules quanto ao meio são classificados em aéreos, subterrâneos e aquáticos.
Chave dicotômica para a classificação dos caules aé reos.
1 – Caules eretos que se desenvolvem verticalmente, mantendo-se em pé sem
ponto de apoio, vá para o ............................................................................................2
2 – Caule lenhoso, sendo bem desenvolvido, normalmente de diâmetro menor na
extremidade onde ocorrem ramificações..........................................................Tronco .
2' – Caule ereto que apresenta outra disposição.........................................................3
3 – Caule resistente e alongado sem ramificações e com folhas na parte superior
terminal............................................................................................Estipe ou Estípite .
3' – Caule ereto que apresenta outra disposição.........................................................4
4 – Caule cilíndrico que apresenta nitidamente nós e internós, podendo ser oco
(bambu) ou maciço (cana-de-açúcar)................................................................Colmo .
4' – Caule ereto que apresenta outra disposição.........................................................5
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5 – Caule ereto verde (clorofilado) pouco resistente comum nas ervas..............Haste .
5' – Caule aéreo não ereto, mas do tipo rastejante......................................................6
6 – Caules que se espalham horizontalmente ao solo que por serem pouco
resistentes não conseguem manter-se eretos (comum em gramas)
.....................................................................Rastejantes, Estolhos ou Estoliníferos .
6' – Caules aéreos não eretos e não rastejantes.........................................................7
7 – Caules trepadores que apresentam elementos de fixação representados por
gavinhas e raízes adventícias (grampiformes).........................................Sarmentoso .
7' – Caules trepadores que apresentam outra disposição...........................................8
8 – Caules trepadores desprovidos de órgãos de fixação, enrolando-se em espiral
quando encontra suporte................................................................................Volúveis .
Obs.: Quando o enrolamento do caule volúvel no suporte é para a esquerda, ele é
chamado SINISTRORSO ou LEVORSO e para a direita DESTRORSO.
Chave dicotômica para a classificação dos caules su bterrâneos.
1 – Caules subterrâneos mais ou menos cilíndricos, desenvolvidos paralelamente à
superfície do solo de onde partem raízes adventícias como nas samambaias e
bananeiras.........................................................................................................Rizoma
1' – Caule subterrâneo que apresenta outra disposição..............................................2
2 – Caules subterrâneos dilatados pelo acúmulo de substâncias de reserva,
podendo apresentar brotos........................................................................Tubérculos .
2' – Caule subterrâneo que apresenta outra disposição..............................................3
3 – Caules subterrâneos que apresenta uma porção central na base de onde partem
raízes adventícias (essa porção central e basal é denominada prato). Prato
envolvido por folhas modificadas (catáfilos) que são suculentos. Na parte superior do
prato surge um botão vegetativo que origina nova planta. Este tipo de caule
denomina-se bulbo. Os bulbos podem ser diferenciados em ....................................3'
21
3' – Catáfilos ricos em substâncias nutritivas e dispostos concentricamente em torno
do botão vegetativo.............................................................................Bulbo tunicado .
3'' – Catáfilos ricos em substâncias nutritivas com disposição sobrepostas em forma
de escamas......................................................................................Bulbo escamoso .
4 – Caule subterrâneo que apresenta outra disposição..............................................4'
4' – Caules subterrâneos, semelhantes aos bulbos, sólidos, chatos, de crescimento
perpendicular à superfície do solo, apresentando reservas nutritivas em sua
estrutura carnosa. Apresentam catáfilos secos envolvendo completamente este tipo
de caule...........................................................................................................Cormos .
Obs.: Alguns autores classificam os caules do tipo cormo como sendo um bulbo
maciço.
Chave dicotômica para classificação dos caules aquá ticos.
Os caules aquáticos, neste caso, não apresentarão uma divisão específica
para denominações, não sendo necessário, portanto, a criação de uma chave
sistemática (dicotômica), pois a característica básica é a sua adaptação à vida
submersa. Esses caules são poucos desenvolvidos, quase sempre verdes
(clorofilados) e com reservas de ar em câmaras (aerênquimas), facilitando a
flutuação e a respiração da planta...................................................Caules aquáticos .
.
Adaptações caulinares.
Algumas plantas sofrem adaptações em seus caules para sobreviver a
determinadas condições de vida. Nestas plantas, os caules recebem nomenclaturas
especiais.
• Caules suculentos – especializados no armazenamento de água, característico
das plantas de regiões limitadas ao fornecimento de água, como nas regiões
áridas. Ex.: Cactos.
22
• Caules cladódios – ramos longos suculentos, achatados e clorofilados (verdes).
Têm a função fotossintetizante e de reserva (armazenamento), comum em
carqueja e em cactos.
• Caules filocládios – fotossintetizante com função de folha. São ramos curtos, de
crescimento limitado. Ex.: Flor de maio.
• Caule alado – achatado e em forma de folha. Ex.: carqueja.
• Gavinhas – são modificações caulinares para a fixação em suportes com
desenvolvimento espiralado para enrolamento. Ex.: chuchu e videira.
• Espinhos – são estreitamentos de ramos curtos e pontiagudos, servindo como
elemento de proteção e para evitar a perda da água. Ex.: cactos, coroa de cristo
e laranjeira.
Atividade sugerida – Faça uma pesquisa na biblioteca ou na internet, para conter
em seu caderno um desenho esquemático no qual seja representada a morfologia
externa de uma folha simples completa com as seguintes partes: bainha; pecíolo;
base; nervura principal; nervura secundária; limbo; borda e ápice. Depois, orientado
pelo professor, pode organizar uma equipe para representar a morfologia da folha
em cartaz ou material mais elaborado como o E.V.A.
Chave dicotômica para classificação de folhas incom pletas.
1 – Folha sem bainha; pecíolo insere-se diretamente no caule (comum em
dicotiledôneas). Ex.: folha de abóbora.........................................................Peciolada .
1' – Folha sem bainha e sem outra estrutura...............................................................2
2 – Folha sem bainha e sem pecíolo; o limbo insere-se diretamente no caule. Ex.:
folha de tabaco....................................................................................................Séssil .
23
2' – Folha com bainha e sem outra estrutura...............................................................3
3 – Folha sem pecíolo, com bainha bem desenvolvida (comum em
monocotiledôneas). Ex.: cana de açúcar e grama....................................Invaginante .
3' – Folha sem outro tipo de estrutura..........................................................................4
4 – Folha sem limbo, com pecíolo achatado cumprindo a função do limbo. Ex.:
Acácia.................................................................................................................Filódio
.
Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à forma.
1 – Limbo da folha em forma de coração...................................................Cordiforme .
1' – Limbo da folha com outro formato........................................................................2
2 – Limbo da folha semelhante ao delta grego............................................Deltiforme .
2' – Limbo da folha com outro formato........................................................................3
3 – Limbo da folha em forma de rim............................................................Reniforme .
3' – Limbo da folha com outro formato.........................................................................4
4 – Limbo da folha em forma de seta........................................................Sagitiforme .
4' – Limbo da folha com outro formato.........................................................................5
5 – Limbo da folha em forma de agulha..........................................................Acicular .
5' – Limbo da folha com outro formato.........................................................................6
6 – Limbo em forma de espátula................................................................Espatulada .
6' – Limbo da folha com outro formato........................................................................7
7 – Limbo em forma de lança....................................................................Lanceolada .
7' – Limbo da folha com outro formato.........................................................................8
8 – Limbo em forma de foice.......................................................................Falciforme .
8' – Limbo da folha com outro formato.........................................................................9
24
9 – Folha com forma variada (arredondada, cordiforme, etc.), mas com o pecíolo
inserido na região central da folha. Ex.: vitória-régia, mamona........................Peltada .
9' – Limbo da folha com outro formato.......................................................................10
10 – Limbo em forma de círculo, arredondado..............................................Orbicular .
10' – Limbo da folha com outro formato.....................................................................11
11 – Limbo em forma de elipse........................................................................Elíptica .
11' – Limbo da folha com outro formato.....................................................................12
12 – Limbo em forma oval...............................................................................Ovalada .
12' – Limbo da folha com outro formato.....................................................................13
13 – Limbo com recortes que acompanham o alongamento das nervuras
secundárias.......................................................................................................Partida .
13' – Limbo da folha com outro formato.....................................................................14
14 – Limbo do qual as nervuras partem da base do pecíolo em
raios......................................................................................................Palmatilobada .
Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto ao ápice (ponta) do
Limbo.
1 – Ápice do limbo terminado em ponta.............................................................Agudo .
1' – Ápice do limbo com terminação diferente..............................................................2
2 – Ápice do limbo terminado arredondado......................................................Obtuso .
2' – Ápice do limbo com terminação diferente..............................................................3
3 – Ápice do limbo terminado em prolongamento estreito e longo.............Acuminado
3' – Ápice do limbo com terminação diferente..............................................................4
4 – Ápice do limbo terminado com incisão terminal.............................................Eciso .
25
4' – Ápice do limbo com terminação diferente..............................................................5
5 – Ápice do limbo terminado em ponta curta............................................Mucronado .
Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à base do limbo.
1 – Base do limbo terminada em ponta..............................................................Aguda .
1' – Base do limbo com terminação diferente..............................................................2
2 – Base do Limbo terminada arredondada......................................................Obtusa .
2' – Base do limbo com terminação diferente..............................................................3
3 – Base do limbo semelhante à base de um coração..............................Cordiforme .
3' – Base do limbo com terminação diferente..............................................................4
4 – Base do limbo semelhante ao hilo renal................................................Reniforme .
4' – Base do limbo com terminação diferente..............................................................5
5 – Base do limbo semelhante às farpas de uma seta..................................Sagitada .
5' – Base do limbo com terminação diferente..............................................................6
6 – Base do limbo que alcança lentamente a largura do pecíolo.................Atenuada .
Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à Borda.
1 – Folha cuja borda do limbo é contínua..............................................................Lisa .
1' – Folha com borda diferente....................................................................................2
2 – Folha em que a borda apresenta contornos com saliências comparáveis a
dentes............................................................................................................Denteada .
2' – Folha com borda diferente....................................................................................3
3 – Folha em que a borda apresenta contorno similar a borda de uma
serra...............................................................................................................Serreada .
26
3' – Folha com borda diferente....................................................................................4
4 – Folha em que a borda apresenta contorno com dentes
arredondados..................................................................................................Crenada .
4' – Folha com borda diferente....................................................................................5
5 – Folha em que a borda entre duas saliências em ponta apresenta uma
convexidade......................................................................................................Ripada .
5' – Folha com borda diferente....................................................................................6
6 – Folha em que a borda apresenta contornos com dentes curvos..........Runcinada .
6' – Folha com borda diferente....................................................................................7
7 – Folha com recortes arredondados e não muito profundos, atingindo
aproximadamente um quarto de largura do limbo............................................Lobada .
7' – Folha com borda diferente....................................................................................8
8 – Folha em que os recortes atingem aproximadamente metade da largura do
limbo................................................................................................................Fendida .
8' – Folha com borda diferente....................................................................................9
9 – Folha em que os recortes são profundos, quase atingindo a nervura
mediana.............................................................................................................Partida .
Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à Nervura.
1 – Folha que não apresenta nervuras visíveis. (Ex. Babosa)......................Enervada .
1' – Folha com nervuras visíveis..................................................................................2
2 – Folha que apresenta uma só nervura mediana. (Ex. Cravo)...................Uninerva .
2' – Folha que apresenta mais nervuras......................................................................3
27
3 – Folha que apresenta uma nervura principal que se ramifica em nervuras
secundárias, dispostas como as barbas de uma pena. (Ex. limão e
goiaba).........................................................................................................Peninerva .
3' – Folha com nervura em outra disposição................................................................4
4 – Folha que apresenta as nervuras principais paralelas....................Paralelinerva* .
*4.1.- Pode ser retinerva como o milho;
*4.2.- Pode ser curvinerva como a quaresmeira.
4' – Folha com nervura em outra disposição................................................................5
5 – Folha com as nervuras principais saindo todas da base do limbo, em forma de
palma como o figo e a uva.........................................................................Palminerva .
5' – Folha com nervura em outra disposição................................................................6
6 – Folha que se apresenta como peninerva e partida. (Ex. serralha e dente de
leão)...........................................................................................................Penipartida .
6' – Folha com nervura em outra disposição................................................................7
7 – Folha que se apresenta como palminerva e partida. (Ex.
mandioca)................................................................................................Palmipartida .
Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à Superfície do
Limbo.
1 – Folha cuja superfície apresenta pêlos..........................................................Pilosa .
1' – Folha cuja a superfície é diferente.......................................................................2
2 – Folha sem pêlos na superfície.....................................................................Glabra .
2' – Folha cuja a superfície é diferente.......................................................................3
3 – Folha que apresenta perfurações........................................................Fenestrada .
3' – Folha cuja a superfície é diferente.......................................................................4
28
4 – Folha com espinhos..............................................................................Espinhosa .
4' – Folha cuja a superfície é diferente.......................................................................5
5 – Folha sem acidentes........................................................................................Lisa .
Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à divisão do limbo da
folha.
1 – Folha do limbo inteiro em que o pecíolo não possui
ramificações........................................................................................Folhas simples .
1' – Folha em que o limbo apresenta-se dividido em folhas menores, denominadas
folíolos, com pecíolo geralmente ramificado constituindo uma folha
composta......................................................................................................................2
2 – Folíolos dispostos ao longo de todo o pecíolo principal
.............................................................................................Folha composta pinada* .
*2.1.- Folha pinada terminada por dois folíolos (em número par)
........................................................................................Folha composta paripinada .
*2.2.- Folha pinada terminada por apenas um folíolo (em número ímpar)
....................................................................................Folha composta imparipinada .
2' – Folíolos com outra disposição...............................................................................3
3 – Folíolos no fim do pecíolo principal do tipo palmado ou digitado...........................*
*3.1.- Com dois folíolos. (Ex.: unha de vaca)............................Bifoliada .
*3.2.- Com três folíolos. (Ex.: trevo).........................................Trifoliada .
*3.3.- Com mais de três folíolos. (Ex.: campânula)................Polifoliada .
3' – Folíolos com outra disposição...............................................................................4
4 – Folhas duplamente composta..............................................................................4’
4' – Folha duas vezes dividida em três. (Ex.: salsa).....................................Biternada .
29
4’’ – Folha duas vezes pinada. (Ex.: sensitiva)............Duplicatopinada ou Bipinada .
Chave dicotômica para a classificação das folhas qu anto à Disposição das
folhas no caule (Filotaxia).
1 – Quando de cada nó sai apenas uma folha. (Ex.: limoeiro).......................Alternas .
1' – Surgimento da folha em outra disposição.............................................................2
2 – Quando de cada nó saem duas folhas, mas em lados opostos. (Ex.:
araçá).............................................................................................................Opostas .
2' – Surgimento da folha em outra disposição.............................................................3
3 – Quando as folhas opostas de um nó formam um ângulo reto com as folhas
opostas do nó seguinte. (Ex.: goiabeira)........................................Opostas cruzadas .
3' – Surgimento da folha em outra disposição.............................................................4
4 – Quando de um nó saem três ou mais folhas. (Ex.:
espirradeira)..............................................................................................Verticiladas .
Estudo da flor – aparelho reprodutor das plantas fa nerógamas.
A flor não é considerada um órgão, mas sim um aparelho reprodutor por ser
constituído de um conjunto de órgãos destinados à reprodução das plantas.
Atividade sugerida – pesquise na biblioteca da sua escola ou utilize do recurso da
internet para encontrar o significado dos termos botânicos que seguem, montando
em seu caderno um glossário de termos: Flor; Antófilos; Pedúnculo; Receptáculo;
Verticilo Floral; Cálice; Corola e Tépala.
Atividade sugerida – Elabore uma representação de uma flor completa, utilize dos
recursos disponíveis, podendo usar materiais reciclados, cartolina, papelão pintado
ou E.V.A. Posteriormente faça uma exposição junto com as produções de outros
colegas de turma e mostre para as demais classes de sua escola para socializar o
conhecimento adquirido.
30
Chave dicotômica para classificação das Flores quan to ao perianto.
1 – Flor que apresenta cálice e corola. (Ex.: Rosa)........Diperiantada ou diclamídea .
1' – Flor com outro tipo de disposição..........................................................................2
2 – Flor que apresenta um só invólucro no perianto. (Ex.: mamona, só tem
cálice).........................................................Flor monoperiantada ou monoclamídea .
2' – Flor com outro tipo de disposição..........................................................................3
3 – Flor que não possui perianto. (Ex.: as gramíneas)...................................................
...................................................................................Flor aperiantada ou aclamídea .
3' – Flor com outro tipo de disposição..........................................................................4
4 – Flor em que o cálice e a corola são de cores diferentes. (Ex.: Rosa)......................
....................................................................................................Flor heteroclamídea .
4' - Flor com outro tipo de disposição...........................................................................5
5 – Flor em que o cálice e a corola são de cores iguais (neste caso cada elemento
dos verticilos é denominado tépala) e o perianto passa a ser denominado
perigônio.......................................................................................Flor homoclamídea .
Chave dicotômica para classificação das Flores quan to ao aparelho reprodutor
(em relação à flor).
1 – Flor bissexuada que possui androceu e gineceu. (Ex.: Cravo)...............................
........................................................................................Monóclina ou Hermafrodita .
1' – Flor com outro tipo de disposição..........................................................................2
2 – Flor de sexos separados que apresenta somente androceu (denominada
estaminada) ou somente o Gineceu (pistilada). É também denominada de imperfeita.
(Ex.: mamão).................................................................Flor Díclina ou unissexuada .
2' – Flor com outro tipo de disposição..........................................................................3
31
3 – Flor que não possui androceu nem gineceu, ou que estes órgãos, ainda que
presentes, não são fecundos. Ex.: Flores externas brancas de uma margarida (flores
pistiladas)....................................................................................................Flor estéril .
Chave dicotômica para classificação das Flores quan to ao aparelho reprodutor
(em relação ao organismo).
1 – Planta que produz flores masculinas e femininas no mesmo pé. Essas flores são
unissexuadas (Díclinas). Ex.: mamona e abóbora...........................Espécie monóica .
1' – Planta que apresenta flores com outra disposição................................................2
2 – Planta que produz flores masculinas num pé e femininas em outro. Essas flores
também são unissexuadas. Ex.: mamoeiro e tamareira......................Espécie dióica .
2' – Planta que apresenta flores com outra disposição................................................3
3 – Planta que produz flores monóclinas e díclinas na mesma espécie. Ex.:
margarida.....................................................................................Espécie poligâmica .
3' - Planta que apresenta flores com outra disposição.................................................4
4 – Planta que apresenta flores monóclinas. Ex.: rosa............Espécie hermafrodita .
Chave dicotômica para a classificação das flores qu anto à simetria.
1 – Flor sem plano de simetria. Ex.: cana-da-Índia...................................Assimétrica .
1’ – Flor que admite plano de simetria........................................................................2.
2 – Flor com apenas um plano de simetria, que a divide em duas metades laterais
simétricas. Ex.: amor perfeito e giesta.........................................................Zigomorfa .
2’ – Flor com outro plano de simetria..........................................................................3.
3 – Flor com mais de dois planos de simetria, ou seja, com simetria radiada. Ex.:
hibiscus....................................................................................................Actinomorfa .
3’ - Flor com outro plano de simetria..........................................................................4.
4 – Flor com dois planos de simetria, sendo um plano perpendicular ao outro. Ex.:
begônia...........................................................................................................Bilateral .
32
Chave dicotômica para a classificação da flor de ac ordo com a altura do ovário
em relação ao ponto de inserção dos outros verticil os.
1 – Flor em que o pistilo está acima da inserção dos verticilos florais..........................
...............................................................................................................Flor Hipógina .
Obs.1.: Neste caso o ovário é supero.
Obs.2.: Existem casos em que os estames são epipétalos, isto é, localizados
sobre as pétalas.
1' – Flor que apresenta o ovário em disposição diferente............................................2
2 – Quando a flor apresenta um ovário súpero, porém não soldado ao hipanto
(receptáculo em forma de taça) formado pela soldadura parcial de sépalas, pétalas e
estames...........................................................................................................Perígina .
2' – Flor que apresenta o ovário em disposição diferente............................................3
3 – Flor que apresenta ovário ínfero por estar aprofundado e soldado ao receptáculo
ou ao hipanto...................................................................................................Epígena .
Atividade sugerida – Pesquise juntamente com um grupo de quatro colegas as
informações sobre as inflorescências e frutos para a montagem de uma chave
dicotômica para a identificação e reconhecimento dos tipos de estruturas
pesquisadas. Para tanto o procedimento adotado deve ser o seguinte: Primeiro
pesquise todos os tipos e seus significados conceituais, depois faça uma
comparação entre quais critérios são convergentes e quais são divergentes.
Determinados estes aspectos, defina uma seqüência iniciadora para o trabalho
sistemático. Por fim, apresente ao professor para as devidas considerações a
respeito da produção da equipe.
SITES RECOMENDADOS
http://www.plantamed.com.br/
http://www.plantamed.com.br/plantaservas/image/
33
Este site contém indexação de plantas e ervas medicinais por nomes populares e também a indexação por nomes científicos. É rico em ilustração fotográfica, auxiliando muito o trabalho pedagógico em atividades programadas no Herbário Escolar.
http://br.geocities.com/rigottims/
Neste site de divulgação do CD-ROON Caminho das ervas, você pode visualizar algumas imagens das fotos de plantas medicinais.
http://www.digitalphoto.pl/pt/fotografias/4369/
Site que disponibiliza um banco de fotografias de plantas medicinais.
http://www.scribd.com/doc/3137361/Plantas-Toxicas
Site que apresenta um acervo fotográfico acompanhado de informações interessantes sobre algumas variedades de plantas tóxicas.
REFERÊNCIAS
AMABIS, J. M. ; MARTHO, G.R. Fundamentos da biologia moderna .. 2 ed. São Paulo : Moderna, 1997.
AMABIS, J. M.; MARTHO, G.R. Biologia dos organismos . v.2. 2 ed. São Paulo : Moderna, 2004.
BALTAR, S.L.S.M. de A. Manual prático: morfoanatomia vegetal . São Carlos: RiMa,2006.
DURREL, G.; DURREL, L. O naturalista amador: um guia prático ao mundo da natureza . 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
FERRI, M. G.; MENEZES, N. L. de; MONTEIRO, W. R. Glossário ilustrado de Botânica . São Paulo: Nobel, 1981.
KINOSHITA, L. S. et all. A Botânica no ensino básico: uma experiência transformadora . São Carlos: RiMa, 2006.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia . 4 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005.
34
MODESTO, Z. M. M.; SIQUEIRA, N. J. B. Botânica (2º grau) . São Paulo: EPU, 1981.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares de Biologia para o Ensino Médio, 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/file/livro_e_diretrizes/diretrizes/diretrizesbiologia72008.pdf. > Acesso em 18/11/2008.
PEREIRA, A. B. Introdução ao estudo das pteridófitas . Canoas: ULBRA, 1999.
PEREIRA, A. B.; PUTZKE, J. Ensino de Botânica e Ecologia: proposta metodológica . Porto Alegre: Sagra-Luzzatto,1996.
RIZZINI, C. T.; MORS, W. B. Botânica econômica brasileira . 2 ed. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural, 1995.
SILVA JÚNIOR, C. da; SASSON, S. Biologia . 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
SILVA, T. M. N. A construção do currículo na sala de aula: o profes sor como pesquisador . São Paulo: EPU, 1990.
35
UNIDADE 2: CONSTRUINDO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
REFLEXIVAS E SIGNIFICATIVAS
Aprender fazendo, agindo, experimentando é o modo mais natural, intuitivo e fácil de aprender. Isto é mais que uma estratégia fundamental da aprendizagem: é um modo de ver o ser humano que aprende. Ele aprende pela experimentação ativa do Mundo ALMEIDA ( p.21, 2000).
Maria Aparecida Lopes de Oliveira [email protected] Colégio Estadual Campos Sales – Campina Grande do Sul – PR
INTRODUÇÃO
A prática pedagógica baseada na transmissão para a memorização e
repetição de modelos, ainda presente na maioria das escolas, tem se mostrado
pouco eficaz na construção dos conhecimentos pela maioria dos alunos. Muito se
questiona, mas pouco se faz para mudar esta realidade, cada vez menos
necessária, nesta “sociedade da informação”, que exige competência cognitiva e
comunicacional.
Neste contexto e diante das “gerações digitais”, menos passivas, os
professores se vêem impelidos à utilização de novas tecnologias de informação e de
comunicação, mas permanecem atrelados a antigas pedagogias e com suas aulas
centradas na pedagogia da transmissão.
Numa sociedade em constantes transformações, com o conhecimento
cada vez mais volátil e flexível, mediar e articular a construção de saberes, sem aliar
os modismos teóricos, que pouco refletem na prática pedagógica do professor e
tornar as aulas mais significativas e contextualizadas, se torna imprescindível rever
os métodos de ensino.
Para Silva (2004), será preciso atentar para alguns princípios básicos:
36
l) Disponibilizar múltiplas experimentações e expressõ es, promovendo
oportunidade de trabalho em grupos colaborativos; desenvolver atividades que
possibilite a participação livre, o diálogo, a troca e articulação de experiências;
utilizar recursos cênicos para despertar e manter o interesse/motivação do grupo
envolvido; favorecer a participação coletiva em debates presenciais e on-line;
garantir a exposição de argumentos e questionamentos.
2) Disponibilizar uma montagem de conexões em rede, que permite múltiplas
ocorrências, como fazer uso de diferentes suportes de linguagens midiáticas ( texto,
som vídeo, computador, Internet) em mixagens e em multimídia, presenciais e on-
line; desenvolver um ambiente intuitivo, funcional, de navegação para ser
aperfeiçoado com a atuação do aprendiz; propor a aprendizagem e o conhecimento
como espaços abertos para navegação, colaboração e criação, que possibilite ao
aprendiz conduzir suas explorações.
3) Provocar situações de inquietação criadora, promovendo ocasiões de
enfrentamento em público, que provoque reações individuais e em grupos; encorajar
trocas e definições conjuntas de atitudes de respeito à diversidade e solidariedade,
incentivar a participação na resolução de problemas de forma autônoma e
cooperativa; elaborar problemas que provoquem os estudantes a apresentar,
defender e reformularem seus pontos de vista, possibilitando a ressignificação de
idéias, conceitos e procedimentos.
4) Arquitetar percursos hipertextuais, articulando a aprendizagem em caminhos
deferentes, multidisciplinares e transdisciplinares, em teias, atalhos e mecanismos
de associação; explorar as vantagens do hipertexto, disponibilizando dados de
conhecimento que facilitem o acesso e cruzamento de informações; implementar
múltiplas combinações de linguagens e recursos educacionais, baseados no
universo cultural e aos eixos de interesse dos estudantes.
5) Mobilizar a experiência do conhecimento, modelando os domínios do
conhecimento como espaços conceituais, onde os alunos podem construir seus
próprios mapas e conduzir suas explorações, com os conteúdos como ponto de
partida no processo de construção do conhecimento; desenvolver atividades que
37
propiciem a livre expressão, o confronto de idéias, a colaboração entre estudantes,
bem como, o aguçamento da observação e da interpretação das atitudes dos
envolvidos; implementar situações de aprendizagem, considerando as experiências,
os conhecimentos e expectativas dos estudantes.
Para tanto, Santos sugere que o professor deverá garantir algumas
“atitudes comunicacionais”, tais como “acionar a participação-intervenção do
receptor, garantir a bidirecionalidade da emissão e recepção, disponibilizar múltiplas
redes articulatórias, engendrar a cooperação, suscitar a expressão e a confrontação
das subjetividades”, para só então, poder promover modificações paradigmáticas e
qualitativas na docência e pragmática da aprendizagem, para assim, reinventar a
sala de aula em nosso tempo ( 2007, p.30-31).
Diante da problemática levantada e percebendo-se a necessidade de
proporcionar um ensino mais significativo e contextualizado na escola pública, esta
unidade propõe alguns direcionamentos ao trabalho do professor do Ensino Médio,
que possam vir a contribuir com sua prática no contexto escolar, tendo por objetivos,
promover uma análise reflexiva e analítica desta prática e sugerir atividades
pedagógicas para as aulas de biologia, baseadas em alguns conteúdos
estruturantes, com o intuito de propor um repensar no espaço escolar, que viabilize
de forma significativa a formação de indivíduos capazes de aliar a teoria à prática,
de solucionar problemas, de se solidarizar com seus pares e contribuir para uma
sociedade mais justa e igualitária para todos.
TRABALHANDO COM A METODOLOGIA DE PROJETOS
Na chamada sociedade do conhecimento, os indivíduos precisam ser
capazes de aprenderem o que seja relevante e significativo através da investigação
de situações e em circunstâncias diversas, ou seja, aprender a aprender.
Na última década, os professores têm sido desfiados na busca de
metodologias de ensino centradas no “aprender a aprender” de Demo (1995), que
propõe o ensino com a pesquisa, como possibilidade para que professor e aluno
38
desenvolvam a autonomia, a criatividade, a capacidade de inovar e superar a
reprodução, na busca para a produção de novos conhecimentos, bem como,
possibilitar uma reorganização do trabalho docente, focando a pesquisa como
atividade cotidiana de sala de aula, centrada no questionamento e na investigação
de informações bibliográficas, literárias, laboratoriais, informatizadas, advindas de
recursos tecnológicos, dentre outras.
Neste sentido, a metodologia de projetos surge como uma abordagem
relevante de acordo com as novas perspectivas da Educação para o século XXI.
Para Behrens:
A opção por um ensino baseado em projetos proporciona a possibilidade de uma aprendizagem pluralista e permite articulações diferenciadas de cada aluno envolvido no processo. Ao alicerçar projetos, o professor pode optar por um ensino com pesquisa, com uma abordagem de discussão coletiva crítica e reflexiva que oportunize aos alunos a convivência com a diversidade de opiniões, convertendo as atividades metodológicas em situações ricas e significativas. Esses procedimentos metodológicos propiciam o acesso a maneiras diferenciadas de aprender e, especialmente, de aprender a aprender. (BEHRENS, 2000, p.81)
Assim sendo, os projetos são assim entendidos como um modo de
apresentação do conhecimento escolar, baseado na aprendizagem da interpretação
da realidade, favorecendo um melhor entendimento e compreensão do mundo pelo
aluno, sendo uma exigência da sociedade atual.
O trabalho com projetos é possível quando baseado no ensino para a
compreensão. Para Hernandez, a finalidade deste trabalho é favorecer a criação de
estratégias para organizar os conhecimentos escolares em relação “ao tratamento
da informação” e os diferentes conteúdos, “em torno de problemas ou hipóteses que
facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação de
informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimentos
próprios” ( 1998, p. 61).
39
Para Moran,
o ideal é trabalhar com projetos significativos que integrem vária áreas de conhecimento, sem disciplinas estanques, ...podemos articular melhor algumas grandes atividades ou projetos em cada semestre, que integrem algumas dimensões dos conteúdos de cada disciplina e preocupar-nos com que cada educador foque muito mais a vivência, a experiência, a reflexão a partir de situações lúdicas, de histórias, de contatos efetivos com as múltiplas realidades de hoje. (MORAN, 2008)
Neste sentido, o trabalho com projetos permite a aprendizagem
colaborativa, que torna a relação ensino-aprendizagem mais dinâmica,
“possibilitando a formação de sujeitos participativos e autônomos, criando a
possibilidade de desfazer a forma de aula tradicional em que só o professor fala e
apresentar os conteúdos e os alunos, a escutar, copiar, memorizar e repetir
conteúdos” (BEHRENS, 2007, p.47).
VANTAGENS AO SE TRABALHAR COM PROJETOS
Para Lück, são múltiplas as vantagens para os profissionais que tem
aplicado o método de projetos, destacando-se “fundamental à efetividade do
trabalho” (p.18, 2003). Podemos citar alguns destas contribuições:
• Promove a consistência e unidade das ações, estabelecendo uma visão
estratégica global, ao mesmo tempo focada numa problemática específica;
• Define operacionalmente as condições e estratégias para propor as
melhorias necessárias;
• Mobiliza e direciona esforços centrados em situações-problemas; na
busca de suas soluções;
• Delimita as condições necessárias à sua realização, propondo objetivos e
metas a atingir;
40
• Estrutura as situações de monitoramento e possibilita a avaliação das
ações durante, ao longo e ao final do processo, permitindo os ajustes
necessários ao cumprimento das metas;
• Estabelece compromissos e comprometimento com as ações, na busca de
bons resultados;
A autora ainda ressalta que uma das características do projeto, “é a
delimitação do seu foco ou raio de ação, a partir da circunscrição da atenção para
questões específicas, consideradas prioritárias ou fundamentais” (p. 51, 2003) e
aponta como focos de interesse para a escola: a elevação do rendimento dos
alunos; a motivação de alunos e professores; a capacitação de professores, a
integração escola-família-comunidade, a formação e desenvolvimento de parcerias;
atração e retenção de alunos; a comunicação organizacional; o desenvolvimento da
imagem da escola e projetos especiais. Assim sendo, a escola pode valer-se da
metodologia de projetos, tanto para a oferta de capacitação aos seus professores,
quanto no envolvimento da comunidade local e escolar em projetos especiais que
promovam seu desenvolvimento cultural e social.
ETAPAS DE UM PROJETO
Para Nogueira (2002), pode se notar naturalmente num projeto,
algumas etapas:
• Planejamento, após a análise e escolha do tema/conteúdo, segue a etapa
do planejamento, que consiste na descrição detalhada de como se
desenvolverá os trabalhos durante a execução do projeto. Para tanto,
deve se ter em mente algumas indagações:
- Quê? O que será pesquisado e o que será feito neste projeto?
- Por quê? Por que este tema será tratado e quais os objetivos deste
projeto?
41
- Como? Como será realizado, como serão divididas as atividades entre o
grupo e como será apresentado?
- Quando? Quando será realizada cada uma das etapas estabelecidas?
- Quem? Quem será responsável por cada atividade?
- Recursos? Que recursos serão necessários para a realização do projeto
(materiais e humanos)?
• Montagem e Execução: esta etapa se refere a realização de tudo que foi
planejado, consistindo na prática do projeto. Nesta etapa, é fundamental a
participação dos professores facilitadores, que para o autor, atuam ou
auxiliam na disponibilização dos recursos necessários à montagem e
execução, bem como no processo motivacional, proporcionando o
envolvimento de cada aluno em todo o processo. Este momento consiste
na criação, produção e execução propriamente do projeto, portanto todos
os recursos, materiais e instrucionais, deverão estar à disposição dos
alunos envolvidos.
• Depuração e Ensaio: esta fase consiste na análise do projeto, onde todos
os ajustes deverão ser feitos. Neste momento, deverá ser feita a
depuração de todos os dados, informações, ilustrações, textos
pesquisados, fazendo-se a autocrítica e uma auto avaliação de como será
a realização e demonstração/ apresentação do projeto, bem como
ensaios desta apresentação.
• Apresentação: esta fase oportuniza ao grupo expor suas descobertas,
hipóteses, criações e conclusões, com a mediação e incentivo dos
professores, dando suporte às possíveis críticas e dúvidas dos alunos. Ao
apresentarem seus projetos, estes deverão estar bem preparados,
conhecendo profundamente o material a ser exposto, no intuito de evitar
uma apresentação mecânica, decorada e inexpressiva. Nesta fase, pode
42
se verificar ou não a ocorrência da aprendizagem, quando a equipe passa
a comunicar suas descobertas e a tratar o assunto focado naturalmente,
sem a clássica divisão de tópicos entre o grupo.
• Avaliação e Críticas: terminada a fase da apresentação, os professores
envolvidos poderão mediar uma avaliação final de todo o processo do
projeto, no intuito de demonstrar o erro como algo que não ficou bom e
que pode ser melhorado para os próximos projetos, pode se fazer uma
análise para o reconhecimento das falhas e acertos cometidos.
SUGESTÕES DE PROJETOS
SEMANA DO MEIO AMBIENTE: Faça a sua parte
Conteúdo Estruturante: Biodiversidade
Temas Sugeridos: A Botânica no Cotidiano das Pessoas
Mamíferos Ameaçados de Extinção no Paraná
Água: o Líquido da Vida
1. Planejamento: após escolha dos temas, organizar as ações que serão
desenvolvidas pelos professores e alunos, dentro do projeto, cabendo aos
professores sua organização.
- Distribuição dos alunos em grupos para decidirem qual grupo pesquisará sobre
qual tema;
- Coordenar as pesquisa dos temas, direcionando os grupos para os focos
principais: botânica (utilização do processo de enxertia no melhoramento do caqui
mel), mamíferos (baseando-se na Lista Vermelha do estado, verificar quais estão
presentes na sua região) e água (verificar a qualidade da água na sua cidade,
mapeamento dos rios e possíveis ações para sua conservação).
43
2. Montagem:
- Criação de panfletos educativos;
- Montagem dos trabalhos a serem apresentados na escola;
- Utilizar-se de vídeos pedagógicos sobre a água e animais ameaçados (Sugestão:
produzidos pela Fundação O Boticário);
- Montagem de slides e sala ambiente para apresentação dos projetos.
3. Depuração:
- Organizar e selecionar todos os materiais necessários para a apresentação do
projeto na escola.
- Selecionar o que será focado nas apresentações.
4. Apresentação: organizada pelos alunos, para a data previamente
selecionada.
5. Avaliação: verificação da viabilidade da aplicação em escala maior, como na
comunidade; discussão e análise dos resultados e dificuldades encontradas.
PROJETO DE PESQUISA DE CAMPO:
As verminoses comuns a crianças e adolescentes
Conteúdo Estruturante: Biodiversidade
Conteúdos Específicos: Estudo dos Seres vivos
1. Objetivo: Pesquisar na população local (cidade ou bairro), as verminoses mais
comuns que atingem crianças e adolescentes, veiculadas às condições de
saneamento básico.
2. Descrição: Sabe-se que em algumas regiões, as crianças e adolescentes
ficam mais expostas às verminoses, decorrentes, principalmente, da falta de
saneamento básico e da má alimentação, gerando problemas na escola como
44
seu baixo rendimento escolar, dores de cabeça, desmaios e ausência de
predisposição para aprender. Este projeto tem por objeto de estudo, analisar
as condições reais em que vivem o alunado desta escola.
3. Abordagem Pedagógica:
• Anteriormente a pesquisa de campo, o professor deverá fazer a
abordagem de todos os grupos de vermes, comuns ás pessoas,
principalmente os helmintos e nematódeos.
• Distribuir os alunos em grupos, por região de moradias, para irem a campo
munidos de fichas de pesquisa.
• Tabular os dados da pesquisa, juntamente com os alunos.
• Elaboração de tabelas e gráficos, para verificação das verminoses
identificadas e suas ocorrências.
• Identificação dos principais problemas de saneamento básico presentes
nos locais pesquisados.
• Apresentação dos resultados das pesquisas para alunos e professores.
4. Materiais: caneta, prancha ou pasta, tabela de pesquisa, blocos para
anotações.
5. Dicas: este projeto trará boas experiências para os alunos, que estarão
investigando a campo as condições de seu bairro ou cidade e os possíveis
problemas que podem decorrer destas condições. O professor deverá orientar
os alunos sobre como se portarem durante a pesquisa, bem como
confeccionar um crachá de identificação por se tratar de pesquisa escolar. Os
resultados poderão servir para questionamentos futuros sobre a melhoria nas
condições de saneamento da cidade, como para realização de palestras e
campanhas de esclarecimento aos pais e comunidade.
DIFERENTES LINGUAGENS PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA, C OM A
UTILIZAÇÃO DAS MÍDIAS
A mídia tem ocupado papel fundamental na vida das pessoas, seja
para entretenimento, criação, lazer, trabalho e formação. Assim, tem exigido dos
45
educadores, um convívio maior com as tecnologias da informação, da comunicação
e suas linguagens, sejam elas televisivas, cinematográficas, fotográficas,
multimídicas, hipertextuais, dentre outras.
Ao focar o enriquecimento de sua prática pedagógica, os educadores
devem levar “em conta a compreensão dos aspectos específicos da linguagem de
cada mídia e identificar as contribuições que podem dar para o processo de ensino-
aprendizagem que pretende desenvolver com seus educandos” (SARTORI, 2007,
p.101). Para tanto,
devem perceber as relações entre linguagem e conteúdo, tanto no sentido da aquisição e construção do conhecimento, quanto do desenvolvimento de valores e atitudes que possibilitem um olhar crítico para as produções da mídia e, ao mesmo tempo, desenvolva a expressão individual e coletiva (2007, p.102).
Neste sentido, as diferentes linguagens presentes nas mídias,
possibilitam a produção da cultura e constituem-se uma prática pedagógica eficaz na
aprendizagem, ainda que os educandos não tenham acesso a equipamentos
tecnológicos sofisticados, oportunizando a produção de notícias; a elaboração e
publicação de jornal. A dramatização e montagem de notícias, reportagens,
entrevistas, telejornais, programas de rádio ou TV; criação de comerciais e
programas diversos.
As produções audiovisuais para a prática pedagógica possibilitam que
os educandos desenvolvam a criatividade, a imaginação, a expressão corporal;
aprendam a redigir diferentes textos (reportagens, notícias, comerciais, crônicas,
artigos científicos); a organizar o tempo e o espaço; manipular as fontes de
informações, bem como, realizar pesquisas de interesse, emitir opiniões e elaborar
relatórios.
Assim sendo, este trabalho alia a razão, o sentir e o perceber o mundo,
permitindo a inserção e o agir criticamente e de forma comprometida com a
sociedade e suas diversidades. Para Moran,
46
Televisão e vídeo são sensoriais, visuais, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Daí sua força. Atingem-nos por todos os sentidos e de todas as maneiras. Televisão e vídeo nos seduzem, informa, entretêm, projetam em outras realidades (no imaginário), em outros tempos e espaços. Televisão e vídeo combinam a comunicação sensorial-cinestésica, com a audiovisual, a intuição com alógica, a emoção com a razão. Integração que começa pelo sensorial, pelo emocional e pelo intuitivo, para atingir posteriormente o racional (2000, p.38).
Assim, a linguagem audiovisual proporciona o “trabalho em equipe, de
co-autoria, de pesquisa em outros documentos, de organização de atividades, de
socialização dos resultados e de avaliação coletiva, pois é obra de todos” (
SARTORI, 2007, p.106).
O VÍDEO NA SALA DE AULA
Para Moran (1995), o vídeo finalmente chega à sala de aula e pode
ajudar o professor a atrair os alunos, mas não consegue por si só modificar a
relação e a prática pedagógica; pode aproximar a sala de aula do cotidiano do aluno,
das diferentes linguagens, da aprendizagem e da comunicação, mas também pode
induzir a novas e diferentes questões no processo educacional.
Para o autor, são usos inadequados do vídeo em sala de aula:
• Vídeo tapa buraco utilizar-se do vídeo para amenizar problemas
inesperados, como a falta de professores, pode ser útil eventualmente,
mas desvalorizar seu uso e associado a falta de aula, se usado
freqüentemente para este fim.
• Vídeo enrolação quando se exibe vídeos sem muita ligação com a
matéria ou disciplina, no intuito de camuflar e enrolar as aulas.
• Vídeo deslumbramento quando o professor descobre seu uso e
passa a utilizar-se deste meio em todas as aulas e de forma exagerada,
diminuindo sua eficácia e levando ao empobrecimento de suas aulas.
47
• Só vídeo quando se exibe os vídeos sem discussões posteriores, sem
realizar sua integração com o assunto estudado, sem voltar ou rever
partes significativas, ou seja, passar por passar o vídeo, este perde
totalmente sua função didática e pedagógica.
Ainda, segundo o autor, pode ser utilizado como sensibilizador, na
introdução de novos assuntos, para despertar a curiosidade e motivar para novos
temas a serem propostos, despertando o interesse do aluno no aprofundamento do
assunto presente no vídeo e da matéria; como ilustração, para exemplificar
costumes e cenários de época, aproximando os alunos de realidades e lugares
distantes; como simulador, ao simular experiências e situações de perigo ou que
exigiriam muito tempo e recursos para serem visualizadas; como conteúdo de
ensino, ao mostrar assunto de forma direta ou indireta, orientando, interpretando e
permitindo diferentes abordagens e trabalhos interdisciplinares; como produção, na
realização de documentários, registros de eventos, de aulas, estudos do meio, de
experiências, entrevistas e depoimentos, facilitando o trabalho do professor e dos
alunos, bem como, na possibilidade de reedição do vídeo que se quer trabalhar,
como nova forma de expressão e de comunicação, adaptando-o aos objetivos que
se quer atingir; como avaliação, para alunos, professor ou para um processo; como
integração e suporte, de outras mídias, como a televisão, o cinema, o computador,
o videogames e outras, ao exibir programas gravados de assuntos que estão sendo
trabalhados, filmes e documentários para ampliar o conhecimento e a linguagem
audiovisual dos alunos, dentre outras.
Para Sartori, “o professor precisa ter clareza em relação à adequação
do audiovisual escolhido as necessidades, às características e interesses da turma,
o que lhe confiará flexibilidade quanto ao tipo de atividade e o grau de exigência
quanto aos resultados obtidos” (p.108, 2007).
Tendo em vista os objetivos e as estratégias a serem atingidas, a
autora sugere alguns passos para organizar o trabalho do professor em sala de aula:
• Escolher o tema, em conjunto, professor e alunos propõem, discute e
escolhe os temas;
• Escolher o audiovisual;
48
• Assistir o audiovisual selecionado;
• Selecionar as cenas que abordam o tema a ser discutido com os
alunos. Estas podem ser selecionadas sob diversos critérios e abordagens
(provocadoras, humoradas, rica em detalhes, com situações inusitadas,
outras);
• Organizar as seqüências de cenas a serem exibidas e discutidas em
sala
• Elaborar grupos de perguntas/questões a serem respondidas pelos
alunos após exibição do áudio;
• Selecionar revistas com imagens que possam ser recortadas e
utilizadas em sala;
• Elaborar uma lista de especialistas que possam fornecer materiais ou
ministrar palestras aos alunos;
• Verificar possibilidade de visitas pela cidade (bibliotecas, museu,
pessoas históricas, parques, outras);
• Elaboração de atividades a serem realizadas, estipulando tempo e os
materiais necessários à sua realização, como pesquisas em bibliotecas,
confecção de cartazes e murais com imagens e textos do assunto
abordado, entrevistas, visitas, dentre outras.
PREPARATIVOS PARA ANTES DA EXIBIÇÃO DE VÍDEOS
Para Moran (1995), o professor ao trabalhar com vídeos em sala de
aula, antes de sua exibição, deve informar aos alunos somente os aspectos gerais
do vídeo, como o autor, sua duração, os atores, nome do vídeo e fazer uma
checagem prévia da imagem e dos aparelhos a serem utilizados e durante, os
alunos poderão fazer anotações e observações escritas, que julgarem importantes.
Para o autor, a análise do vídeo pode ser feita:
49
- em conjunto , com a participação de alunos e professor, tendo o
professor como moderador de uma conversação, durante a exibição do
vídeo;
- globalizante , quando após encerramento, é introduzida questões que
envolvam os aspectos positivos, negativos, as idéias principais e possíveis
mudanças a serem feitas, que os alunos deverão responder individual ou
em grupos e relatar para a turma, cabendo ao professor sintetizar os
comentários;
- concentrada, ao final da exibição, quando o professor seleciona as
cenas mais marcantes e lança perguntas pessoais, oral/escritas, como o
que chama a atenção e o que dizem as cenas, que conseqüências e
aplicações estas tem para a vida pessoal e coletiva do indivíduo;
- funcional, quando o professor seleciona, antes da exibição, as tarefas a
serem desenvolvidas pelos alunos, como identificar os problemas
relatados e pesquisá-los, relatar as mudanças ocorridas ( inicial e final),
caracterizar os personagens e outras.
SUGESTÕES DE VÌDEOS
• Um Dia Depois de Amanhã:
Conteúdo Estruturante: Biodiversidade
Conteúdos Específicos: Equilíbrio e Desequilíbrio Ambiental (aquecimento global,
alterações climáticas, enchentes).
Resumo do filme: O climatologista Adrian Hall (Dennis Quaid) tenta salvar a Terra
que sofre de uma mudança climática repentina: Nova York é devastada pelo gelo,
tornados atingem Los Angeles, granizos assolam Tóquio e neva em Nova Déli, a
natureza se revolta contra os maus tratos advindos da humanidade ao longo dos
tempos.
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Diretor: Rolland Emmerich.
Gênero: ação.
Tempo: 124 min.
Distribuidora: Fox Film.
Sugestão de atividades: - discussão e análise dos impactos ambientais provocados
pela ação do homem;
- relatório do filme: relatar como agiria numa situação semelhante a relatada pelo
filme.
• Impacto Profundo
Conteúdos Específicos: Astronomia (astros: cometas e meteoros); avanços
científicos e tecnológicos, influências dos astros na vida da Terra.
Resumo: Um jovem, Leo Biederman (Elijah Wood) e sua namorada Sarah ( Leelee
Sobieski), observam os astros e descobrem um cometa. Aparentemente inofensivo a
princípio, cientistas descobrem que a Terra está rota do objeto, capaz de destruir
todo o planeta. Pelo mundo todo, pessoas são selecionadas para perpetuar nossa
espécie, enquanto cientistas procuram uma forma de salvar a Terra de uma
destruição completa.
Direção: Mimi Leder
Gênero: ação
Tempo: 120 min.
Sugestão de atividades: - comentários e discussões após exibição do vídeo;
- pesquisa sobre os avanços tecnológicos na conquista do espaço;
• O Óleo de Lorenzo
Conteúdo Estruturante: Manipulação Genética.
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Conteúdos Específicos: Biotecnologia, terapia gênica, heranças relacionadas ao
sexo, mapas cromossômicos, projeto genoma (decodificação dos genes), anomalias
cromossômicas e aconselhamento genético.
Resumo: Lorenzo é uma criança normal até os sete anos e de repente começa a ter
problemas motores e acessos de agressividade. Diagnosticado como portador de
uma doença rara, a ALD (Aleucodistrofia), os pais Augusto (Nick Nolte) e Michaela
Odone( Susan Sarandon) são alertados para sua morte dentro de um ou dois anos.
Inconformados, os pais recusam o prognóstico e passam a pesquisar sobre algo que
possam ajudar o filho.
Direção: George Miller (Mad Max).
Gênero: drama.
Tempo: 135 min.
Estúdio: Universal Pictures.
Sugestão de atividades: - pesquisa sobre o projeto genoma, anomalias
cromossômicas comuns na espécie humana ou biotecnologias aplicadas na
engenharia genética;
- construção de mapas cromossômicos;
- apresentação de seminário das pesquisas realizadas;
- discussão sobre a importância do aconselhamento genético na prevenção de
doenças.
• Epidemia
Conteúdo Estruturante: Organização dos Seres Vivos.
Conteúdos Específicos: classificação dos seres vivos, vírus e bactérias, doenças
viróticas e bacterianas, vacinação, biotecnologia.
Resumo: Um coronel médico do exército americano Sam Daniels (Dustin Hoffman),
chefe do departamento de pesquisas epidemiológicas, investiga uma nova doença
52
contagiosa, que mata rapidamente. Numa pequena cidade, a população começa a
apresentar os mesmos sintomas da doença e é colocada pelo exército sob
quarentena. Quando o cientista do exército tenta ajudar a população, é
inexplicavelmente afastado do caso.
Direção: Wolfgang Petersen.
Gênero: suspense.
Tempo: 128 min.
Estúdio: Warner Bros.
Sugestão de atividades: - construção de tabelas sobre algumas doenças
provocadas por vírus e bactérias ( nome da doença, agente transmissor, sintomas ,
profilaxia);
- pesquisa sobre biotecnologia na produção de vacinas ou vírus e bactérias;
- desenhos esquemáticos de alguns vírus/bactérias.
EXPERIMENTAÇÃO: MANIPULAÇÂO, DEMONSTRAÇÃO OU
INVESTIGAÇÃO?
Para Delizoicov e Angotti,
as atividades experimentais devem ser garantidas de maneira a evitar que a relação teoria-prática seja transformada numa dicotomia. As experiências devem despertar em geral, um grande interesse nos alunos, além de propiciar uma situação de investigação. Quando planejadas levando em conta esses fatores, elas constituem momentos particularmente ricos no processo de ensino-aprendizagem (1994, p.22).
Assim, para as Diretrizes, ao utilizar-se dessas atividades como
estratégias de ensino, o professor mediador desenvolve “o interesse nos estudantes
53
e cria situações de investigação para a formação de conceitos” ( 2007,p.41),
podendo ser ponto de partida para desenvolver a compreensão dos conceitos e da
relação com as idéias discutidas em aula, aproximando teoria e prática e permitindo
perceber-se as dúvidas dos alunos.
Neste sentido, o professor deve propor o trabalho experimental de
forma articulada a um conteúdo e constituir um estímulo à curiosidade e à
investigação experimental, não atrelada exclusivamente ao laboratório, à
comprovação de leis e teorias ou ilustrativas para as aulas teóricas.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES EXPERIMENTAIS
1. Classificando Frutos e Sementes
Conteúdo Estruturante: Biodiversidade.
Conteúdos Específicos: classificação dos seres vivos.
Enunciado: Sabe-se que os frutos são estruturas auxiliares no ciclo reprodutivo das
angiospermas que protegem as sementes e contribuem para sua disseminação.
Quando o fruto origina-se do ovário sem que ocorra a fecundação, este se chama
partenocárpio e não apresenta sementes, como a banana. Ao originar-se do
pericarpo, os frutos são classificados em carnosos ( com pericarpo suculento), como
a uva e laranja ou secos (pericarpo seco), como grão de milho e arroz. Os
pseudofrutos são suculentos e tem reservas nutritivas, mas se desenvolvem a partir
de estruturas e não do ovário, como é o caso do caju (simples), compostos
(morango) ou infrutescência (abacaxi).
Abordagem Pedagógica:
- solicitar que em grupos os alunos levem três diferentes exemplos de frutos;
54
- distribuir lupas para os grupos, para que estes observem e listem as características
encontradas na observação dos exemplares;
- registro dos exemplares através de desenhos;
- com livros e textos de apóio, os alunos farão a etiquetação, classificando os frutos;
- realizar algum processo de dissecação de frutos ( ao sol ou em compotas);
- utilizando a técnica de parafina, confeccionar exemplares de frutos e sementes.
- exibição dos trabalhos.
Avaliação: cumprimento de todas as atividades propostas, verificar o entendimento
dos conceitos abordados.
2. Investigando a Ação dos Fungos sobre os Alimento s
Conteúdo Estruturante: Biodiversidade.
Conteúdos Específicos: Classificação de seres vivos (fungos).
Enunciado: Os fungos, popularmente conhecidos como bolores, mofos, leveduras,
cogumelos e orelha-de-pau, são organismos eucariontes que digerem a matéria
orgânica presente no meio, sob a ação de enzimas, absorvendo como alimento. A
Micologia é a ciência que estuda estes seres. Os fungos são empregados na
alimentação, na produção de bebidas e de medicamentos, atuando no ambiente
como decompositores ou parasitas de plantas e animais.
Abordagem Pedagógica:
- explanação do conteúdo sobre fungos;
- com os alunos construir uma tabela para investigação de um exemplar de fungo
sobre um alimento ( tomate, laranja, batatinha, mamão, pão, etc.). Exemplo de
tabela:
55
Nome do Aluno (a): Série:
Início da Investigação: Término da Investigação:
Alimento Investigado:
Fungo Identificado:
Dias da semana: Ações observadas:
1º dia
2º dia
3º dia
4º dia
5º dia
7º dia
8º dia
9º dia
10º dia
- Após estudo, levar para sala a tabela preenchida, em grupos analisar os
resultados observados.
- Relacionar, dentre os alimentos investigados, o tempo de ação do fungo em
sua decomposição.
- Relatar as conclusões de sua observação.
- Pesquisar a ação dos fungos na saúde das pessoas.
Avaliação: participação e entrega das atividades propostas, apresentação de
fotos de desenvolvimento do processo de decomposição.
56
TICs: SUAS POSSIBILIDADES E APLICABILIDADES, COMO F ERRAMENTAS
PEDAGÓGICAS
As TICs - Tecnologias da Informação e da Comunicação,
especialmente a Internet, ocupam um papel fundamental e importante em nossa
sociedade e, sem dúvida, democratizaram o acesso às informações, tanto das sérias
quanto das chamadas “lixos virtuais”, possibilitando o compartilhamento, a interação
e a construção de conhecimentos de forma dinâmica e atraente.
Para a implementação dessas tecnologias no ambiente escolar,
Valente (2005), considera dois aspectos relevantes: o domínio técnico e o
pedagógico dessas por parte do professor, para que sejam empregadas de forma
adequadas e nas mais diversas situações educacionais.
Portanto, o uso das tecnologias, como o computador e a Internet, em
ambiente escolar, favorecem a construção do conhecimento e permitem às escolas,
o uso de novas metodologias no processo ensino-aprendizagem e alencam diversas
empregabilidade dessas ferramentas, neste processo.
Assim, “tecnologia e conhecimento interagem-se para produzir novos
conhecimentos que permitem compreender as problemáticas atuais e desenvolver
projetos em busca de alternativas para a transformação do cotidiano e a construção
da cidadania” ( ALMEIDA, 2005, p.41).
Neste sentido, o desafio maior para o uso dessas ferramentas, reside
na superação da fragmentação dos conteúdos e na reprodução dos conhecimentos,
no intuito de buscar metodologias que promovam a autonomia, a reflexão, o senso
crítico, a criatividade e a busca do próprio conhecimento pelo aluno, bem como
apostar na utilização do computador e da Internet pelo professor, ampliando, assim,
sua empregabilidade didática em sala de aula e como meio de interação entre
alunos e professores.
57
ALGUMAS INDICAÇÕES DE SITES DE PESQUISA
1. WWW.diaadiaeducacao.pr.gov.br - Página de biologia.
2. WWW.ppgte.cefetpr.br/revista ts/ Revista de Tecnologia e Sociedade.
3. WWW.fae.ufmg.br/abrapec/ Revista de pesquisa.
4. WWW.if.ufrgs.br/public/ensino/revista.htm Investigação no Ensino de
Ciências.
5. HTTP://cienciahoje.uol.com.br/ Ciência Hoje para Crianças.
6. WWW.on.br Observatório Nacional.
7. WWW.zenite.nu/ Astronomia no Zênite.
8. http://WWW.mast.br/sbhc/RSBHC19.htm Sociedade Brasileira de História da
Ciências.
9. HTTP://www.sbpcnet.org.br/site/home/ Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência.
10. WWW.sxc.hu/ Site de imagens.
11. WWW.portacurtas.com.br Site de vídeos.
12. WWW.dominiopublico.gov.br Domínio Público (com imagens, testos, vídeos,
músicas).
13. WWW.pr.gov.br/sema Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
14. WWW.feiradeciencias.com.br Experimentos e Projetos para Feira de
Ciências.
15. WWW.cempre.org.br Site sobre Reciclagem.
16. WWW.tvcultura.com.br/aloescola Recursos educativos para professores e
estudantes.
ROTEIRO PARA UTILIZAÇÃO DE SITES DE PESQUISA
• Verificar e agendar previamente o laboratório de informática;
• Fazer a investigação dos sites que condizem com os conteúdos a serem
pesquisados pelos alunos (estão dentro da faixa etária de desenvolvimento destes,
são claros, não possibilitam links para outros contextos);
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• Instruir os alunos para acessar os sites;
• Após todos estarem conectados nos site indicado, orientar a pesquisa (textos,
imagens, vídeos);
• Após pesquisa, usar modelos de hipertextos (digitalizados) para construção
de novos textos, que serão as pesquisa escritas sobre os assuntos pesquisados;
• Os hipertextos construídos pelos alunos poderão ser disponibilizados num
banco de dados da escola para consultas de outros alunos, para a construção de
jornais escolares e panfletos educativos, bem como fonte para apresentação dos
temas em seminários.
• Utilizar os textos construídos e o computador como ferramenta para
montagem de slides para apresentação de trabalhos escolares.
REFERÊNCIAS
BEHRENS, Marilda A. Metodologia de projetos: o processo de aprender a a prender. IN:
TORRES, Patrícia Lupion (Org.). Algumas vias para entretecer o pensar e o agir. Curitiba.
SENAR-PR, 2007.
COLL, C. Desenvolvimento psicológico e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
DELIZOICOV, Demétrio; ANGUTTI, José A.P. Metodologia do ensino de ciências. São
Paulo: Cortez, 1994.
DEMO, P. Educar para a pesquisa. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 1996.
HERNANDEZ, F., VENTURA, M. A organização do currículo por projetos. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1999.
KRASILCHIK, Myriam. O professor e o currículo de ciências. São Paulo: EPU: Editora da
Universidade de São Paulo, 1987.
59
KRASALCHIK, M. Prática de ensino de biologia. São Paulo: Editora Universidade de São
Paulo, 2004.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA-Orientações
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61
UNIDADE 3: EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO LOCAL
“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu.”
(Rubem Alves)
Maria do Socorro Ferreira de Moraes [email protected] CEEP Newton Freire Maia – Pinhais – PR INTRODUÇÃO
De acordo com a lei 9.795/99, “entende-se por Educação Ambiental os
processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação
do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida
e sua sustentabilidade.” Ampliando a maneira de perceber a Educação Ambiental,
podemos dizer que se trata de uma prática de educação para a sustentabilidade.
Um dos princípios da Educação para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global coloca que “A Educação Ambiental é individual e coletiva.
Tem o propósito de formar cidadãos com consciência local e planetária, que
respeitem a autodeterminação dos povos e a soberania das nações.” Seguindo este
princípio, a Agenda 21 deixa clara a preocupação com o impacto ambiental de
diferentes estilos de vida e padrões de consumo: “enquanto a pobreza tem como
resultado determinados tipos de pressão ambiental as principais causas da
deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis
de consumo e produção especialmente nos países industrializados. Motivo de séria
preocupação, tais padrões de consumo e produção provocam o agravamento da
pobreza e dos desequilíbrios”.
As atividades propostas aqui visam o reconhecimento dos espaços onde
estamos inseridos, sejam eles a escola, nossa casa ou nosso bairro.
A análise deve contemplar a interação entre o ambiente natural e o
ambiente urbano, alterado pelo homem.
62
O tema central é a Biodiversidade, portanto, devem-se analisar as
adaptações que o homem e os demais seres vivos acabam sofrendo em ambientes
alterados pela ação humana.
Antes da existência do homem, a Terra possuía uma cobertura vegetal
bastante diversificada e abundante dentro de suas características espaciais e
geográficas. A diversidade de seres vivos e suas adaptações e atividades
contribuíram para o processo evolutivo não apenas dos elementos bióticos, mas
também para o elementos abióticos que interagem no planeta. Devemos considerar
o dinamismo do universo, assim como o da própria Terra. Portanto, alterações ou
mudanças ambientais ocorreram e ocorre independente da existência do homem. O
que deve ser levantado é que há um período de reorganização do próprio planeta
que ocorre de forma natural. Os próprios indivíduos controlam as suas populações.
O homem, no entanto, dispondo de inteligência consegue o controle sobre os
aspectos naturais que o coloca como parte do meio ambiente. Portanto, a população
humana tende a aumentar numa velocidade que é destrutiva para o meio, já que a
sua recuperação não acompanha a velocidade predatória da atividade humana.
A presente unidade tem por objetivo inserir a Educação Ambiental a
partir do contexto local, propondo atividades que possam ser desenvolvidas de
modo a evidenciar as alterações ecológicas causadas pela presença dos diversos
sujeitos que convivem num mesmo ambiente. A escolha desta temática justifica-se
pela necessidade em sensibilizar as pessoas envolvidas no processo educacional
para as questões ambientais verificando que cada uma tem sua responsabilidade
neste processo e no meio ambiente, interferindo de maneira efetiva no mesmo.
A sociedade precisa assumir sua responsabilidade sobre as questões
ambientais entendendo que sua participação está relacionada à melhoria da
qualidade de vida. Assim sendo, a Educação Ambiental deve ser encarada como um
processo imprescindível e contínuo.
Cabe lembrar também que um dos papéis mais importantes da escola,
do ponto de vista da Educação Ambiental, é que ela contribua para que os
educandos vivenciem valores e não apenas os aceite e os aprenda.
A Educação Ambiental deve ocorrer de forma a sensibilizar e
conscientizar o homem dentro do seu próprio meio, no local onde está considerando
a construção histórica tanto deste homem quanto do meio onde se insere. “A
63
educação ambiental é um exercício para a participação comunitária e não
individualista” (Marcos Reigota, 1996).
É necessário conhecer e compreender as relações que estabelecemos
no ambiente urbano para que possamos perceber as pressões ambientais que
geramos a partir dele. A análise e a observação nestes ambientes são necessárias
para ampliar a percepção a respeito das mudanças de atitude necessárias para que
possamos atingir a sustentabilidade.
O processo educativo tem papel importante na visão de mundo que o
indivíduo constrói. Tal processo tem que ser vivenciado. Não se pode alcançar a
plenitude da consciência analítica e crítica apenas com teorias. A prática no sentido
de observar e sentir como as coisas acontecem é essencial.
Trabalhar com Educação Ambiental não é tarefa fácil, visto que ela
requer mudanças na nossa forma de pensar e agir, em nossos hábitos e atitudes.
Como mudar hábitos, atitudes e pensamentos já enraizados? A sensibilização
através da análise, da percepção e reflexão pode ser o caminho. Nesse sentido, a
escola deve parar de se preocupar superficialmente com as questões que estão no
seu cotidiano e começar a realizar o seu papel transformador. Os projetos no campo
da Educação Ambiental - bem como em outras áreas - devem ser contínuos e
permanentes e não apenas pontuais, como uma atividade que faz parte do processo
de avaliação. Devem ser encarados como projeto de vida - individual e coletivo –
para que possamos viver com qualidade e não apenas sobreviver.
BIODIVERSIDADE
Há na natureza vários tipos de ambientes ocupados por seres vivos
distintos e diversos, com suas adaptações e peculiaridades. A esta variedade de
seres vivos e seus ambientes damos o nome de biodiversidade. No entanto, numa
análise mais profunda, o conceito de biodiversidade não pode ser restrito apenas a
quantidade de seres vivos diversificados que coexistem num determinado ambiente.
Cada espécie difere na forma com que suas adaptações definem seu lugar no
ecossistema. A biodiversidade resulta das variações genéticas ou evolução. Como a
64
variabilidade genética é crucial para a resposta evolutiva das populações às
mudanças do ambiente, a diversidade genética entre as espécies e dentro delas é
um fator importante da biodiversidade. Além disso, a biodiversidade tem um
componente geográfico. Algumas regiões como as florestas tropicais, abrigam
números diferentes de espécies. Outras regiões abrigam espécies que só ocorrem
nelas, as chamadas espécies endêmicas. Portanto, a destruição de habitats, a caça,
a introdução de espécies exóticas (espécies que não pertencem àquela região)
resultam numa perda irreparável da biodiversidade.
O conjunto de organismos com seus ambientes físicos e químicos
formam um ecossistema. Ao longo de suas vidas, os organismos transformam
energia e processam materiais. Adquirem para isso energia e nutrientes do ambiente
onde habitam deixando ali seus dejetos. Com essas atividades, os organismos
acabam modificando as condições ambientais e os recursos disponíveis para outros
indivíduos contribuindo para o fluxo de energia e a ciclagem da matéria no ambiente
natural.
Considerado por alguns como uma máquina termodinâmica gigante
que dissipa energia continuamente na forma de calor, os ecossistemas são
importantes na manutenção da biodiversidade, garantindo a sobrevivência e
perpetuação das espécies. A perda de identidade do ambiente proporciona débito
de diversidade biológica.
Capra descreve:
... podemos aprender valiosas lições extraídas do estudo dos ecossistemas, que são comunidades sustentáveis de plantas, de animais e de microorganismos. Precisamos nos tornar ecologicamente alfabetizados, ou seja, entender os princípios de organização dos ecossistemas e usar esses princípios para criar comunidades humanas sustentáveis. (CAPRA, 1996)
As ações antrópicas não fundamentadas em princípios de
sustentabilidade destroem florestas e campos abrindo espaço para agricultura
(principalmente a monocultura), aumentando a produção em função da demanda
exigida pelo rápido crescimento da população. A diversidade destes ambientes está
ameaçada, bem como o equilíbrio de toda a cadeia que deles dependem.
65
Muitas são as causas que induzem a pressão Antrópica sobre os
ecossistemas naturais. O quadro que segue mostra algumas dessas interações e
suas possíveis conseqüências:
Tipos de Ecossistema
Ecossistemas Pressões Antrópicas
(efeito sobre os ecossistemas)
Causas da pressão
Agro- ecossistemas - Conversão e fragmentação das terras agrícolas para usos urbanos e industriais
- Poluição das águas por lixiviação de nutrientes
- Escassez de água provocada pela irrigação
- Degradação do solo pela erosão, excesso de cultivo e depleção de nutrientes
-Crescimento da população
-Aumento da demanda por comida e bens industriais.
- Urbanização
- Políticas governamentais subsidiando a agricultura
- Pobreza e manejo inadequado do ecossistema
- Mudança de clima global
Ecossistemas litorâneos
- Pesca excessiva dos estoques
- Conversão das áreas alagadas e de outros habitats litorâneos
- Poluição das águas de fontes agrícolas e industriais
- Destruição de dunas, recifes e restingas
- Invasão de espécies estrangeiras
- Potencial aumento do nível do mar
- Crescimento da população
- Aumento da demanda por comida e turismo litorâneo
- Urbanização e lazer
- Subsídios governamentais para pesca
- Informação inadequada sobre os estoques dos recursos marinhos
- Pobreza e manejo inadequado do ecossistema
- Políticas de usos da terra não coordenadas
- Mudanças de clima global
Ecossistemas florestais
- Conversão e fragmentação das terras florestas para usos urbanos e industriais
- Desflorestamento causando perda da biodiversidade, liberação de carbono estocado, poluição da água e doa ar
- Chuva ácida pela poluição industrial
- Crescimento da população
- Aumento da demanda por madeira e outras fibras
- Subsídios governamentais para extração de madeira
- Valoração inadequada dos custos da
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- Invasão de espécies estrangeiras
- Uso excessivo de água para fins agrícolas, urbanos e industriais
poluição industrial do ar
- pobreza e manejo inadequado do ecossistema
Ecossistemas de água doce
- Uso excessivo de água para fins agrícolas, urbanos e industriais
- Pesca excessiva dos estoques
- Construção de represas para irrigação, hidroelétrica e controle de vazão
- Poluição das águas de fontes agrícolas, urbanas e industriais
- Invasão de espécies estrangeiras
- Crescimento da população
- Escassez de água e distribuição geográfica desigual
- Subsídios governamentais para o uso da água
- Pobreza e manejo inadequado do ecossistema
- demanda crescente por hidroeletricidade
Ecossistemas de campos naturais
- Conversão e fragmentação dos campos naturais para usos agrícolas e urbanos
- Queimadas induzidas, resultando em perda de biodiversidade, liberação de carbono estocado e poluição do ar
- degradação do solo e poluição das águas pelo gado
- Crescimento da população
- Demanda crescente por produtos agrícolas, especialmente carne
- Informação inadequada sobre esses ecossistemas
- Pobreza e manejo inadequado do ecossistema
- Ecossistema frágil (acesso e transformação facilitados)
Fonte: WRI, 2001 – retirado de Phillipi Jr, 2004.
ATIVIDADE: Ecossistema Regional
a. Consultar na biblioteca ou pela internet as características dos
ecossistemas ou biomas terrestres e brasileiros.
b. Solicitar ao aluno uma investigação sobre os aspectos naturais da
região onde mora ou onde se localiza a escola. As questões a seguir
podem ajudar nesta tarefa:
• Qual é o ecossistema predominante na região onde está a
escola? A qual bioma terrestre ele pertence? Que características
você observa nesse ecossistema?
• Antes da chegada do homem e ocupação da área como era a
67
vegetação nativa?
• Que mudanças ocorreram na paisagem neste período de
ocupação e exploração humana?
• Que atividade antrópica promoveu essa mudança? (agricultura,
pecuária, exploração da madeira, crescimento urbano, exploração
de minérios, etc.). Houve benefícios? Quais?
• Quais os impactos causados sobre o meio ambiente?
• Organize uma tabela para registrar suas observações.
ANÁLISE ECOSSISTÊMICA URBANA
Os seres humanos criaram o seu próprio ecossistema ao urbanizarem
os ecossistemas naturais e talvez por isso, não nos sentimos parte do meio
ambiente e temos a prática de dominar e explorar o mesmo como se ali estivesse
para nos servir, nos fornecer recursos. É essa a lógica do sistema capitalista:
desenvolvimento significa industrialização, exploração dos recursos naturais,
construções de cidades e rodovias, bem como a comercialização de produtos que
provêm do ambiente. Isso tudo tem o seu preço: poluição e exclusão.
De acordo com Dias (2006), “do ponto de vista ecológico, os
ecossistemas urbanos são considerados parasitas do ambiente rural e de outros
ambientes (...) não sobrevivem uma semana sem a entrada dos recursos naturais
dos quais dependem”.
É necessário analisar o meio urbano no qual estamos inseridos,
observá-lo, para compreendermos que as atividades que ali mantemos através de
nossos hábitos de consumo, exercem forte pressão sobre esse ambiente e os
demais dos quais necessitamos.
Os ecossistemas onde vive o Homo sapiens foram sendo
progressivamente modificados, paralelamente à evolução humana. Na medida em
que nossa a espécie se diferenciou das demais por sua capacidade adaptativa e
68
inteligência, intensificaram-se os problemas ambientais, isto é, iniciou-se um
problema de degradação da biosfera. Isso ocorre porque a inteligência humana por
si só não é uma garantia de sobrevivência das espécies vivas (nem mesmo da
nossa própria espécie), visto que esta inteligência não está comprometida com a
manutenção da vida sobre a Terra.
Tudo começou no processo de humanização, a cerca de 1.000.000 de
anos atrás. Estes primeiros ancestrais humanóides não prejudicaram a natureza,
pois viveram em condições de igualdade adaptativa com outras espécies animais.
Mas o grupo dos hominídeos evolui devido a, principalmente, seu caráter social.
Durante um processo chamado humanização.
Capra (1996) descreve que:
“à medida que a diversidade e a riqueza das nossas relações humanas aumentavam, nossa humanidade – nossa linguagem, nossa arte, nosso pensamento e nossa cultura – se desenvolviam. Ao mesmo tempo, desenvolvemos a capacidade do pensamento abstrato, a capacidade de criar um mundo interior de conceitos, de objetos e de imagens de nós mesmos. Gradualmente, à medida que esse mundo interior se tornava cada vez mais diversificado e complexo, começamos a perder contato com a natureza e a nos transformar em personalidades cada vez mais fragmentadas”.
O homem dominou seu entorno de tal forma que os elementos naturais
foram transformados de acordo com a sua necessidade (utensílios de pedra,
madeira, ossos, etc.). Mais tarde, iniciaram processos de modificação das paisagens
naturais (apropriação de técnicas rústicas de plantio, de domesticação de animais,
construção de aldeias, etc.). Com o passar do tempo, chegamos ao atual momento
da História Contemporânea, quando o homem já visitou a Lua, planeja viajar para
Marte, começa a dominar as tecnologias de modificação e criação de novas
espécies vivas, com o uso da Engenharia Genética e encontra-se no auge das Artes
e Ciências...
Entretanto, o homem caminha por uma vereda muito estreita e
perigosa: a da extinção (própria e de outras tantas espécies). O limite entre o nosso
progresso e a nossa destruição é muito tênue. Ao que se sabe uma única espécie é
capaz de uma ação tão globalizada e tão nociva: o Homo sapiens. De acordo com
Capra, “Dentre todas as espécies, somos a única que mata seus semelhantes em
69
nome da religião, do mercado livre, do patriotismo e de outras idéias abstratas”. Por
outro lado, a satisfação das necessidades deste animal racional e social implica em
cuidados especiais, principalmente com o seu habitat: as cidades. É devido a esta
problemática que surge, na atualidade, este ramo das Ciências Ambientais chamado
de Análise Ecossistêmica Urbana, que tem por objetivo estudar minuciosamente os
ecossistemas urbanos, para viabilizar o desenvolvimento sustentável (entendido
como aquele que se mantém em um nível constante, sem a necessidade de
crescente exploração dos recursos naturais). É claro que isto implica em uma série
de medidas como, por exemplo, a reciclagem do lixo, o uso racional dos meios de
transporte, o planejamento urbano, o controle da natalidade, a otimização da
produção de alimentos em áreas definidas, o zoneamento municipal, o
desenvolvimento da pesquisa em direção aos produtos biodegradáveis, atóxicos e
não poluentes sob nenhuma forma, mudanças e cumprimento da legislação de
proteção ambiental, a prática dos Direitos Humanos da Educação Ambiental.
ATIVIDADE: Indicadores de Qualidade Ambiental
Veremos como se efetua um levantamento superficial de condições
ambientais num determinado espaço definido. Para isso, utilizamos indicadores de
qualidade ambiental que são elementos do meio que indicam a condição em que
este se encontra, como habitat de seres vivos. Podem ser positivos – os que indicam
boa qualidade ambiental – ou negativos – indicam má qualidade ambiental. Além dos
fatores qualitativos, deve-se também levar em conta fatores quantitativos, por
exemplo: a presença de liquens no ambiente por si só não é indicador de qualidade
ambiental positiva ou negativa, pois isto dependerá da quantidade em que estes se
encontram em um determinado ambiente.
Exemplos de indicadores de qualidade ambiental humana nos
ecossistemas urbanos:
• Nível de ruído: baixo, razoável, incômodo, excessivo
• Luminosidade: fraca, adequada, excessiva
• Trânsito de veículos automotores: tranquilo e silencioso, moderado, violento,
poluidor sonoro, poluidor atmosférico
70
• Arborização: existência e estado da arborização nas ruas e nos jardins das
casas; existência de plantas nativas e/ou exóticas
• Temperatura
• Calçamento: condições e adequações
• Lazer: áreas e condições
• Depredação: pichação, dano, lixo e dejetos de toda natureza
• Diversidade de fauna e de flora
• Condições sócio-econômicas
• Qualidade do ar
• Iluminação pública: insuficiente, adequada, excessiva
• Condicionamento de lixo: natureza da embalagem e existência de locais
apropriados
• Saneamento básico: água e esgoto
• Densidade demográfica: baixa, tolerável, excessiva
• Serviço de saúde: postos, hospitais
• Atividades humanas: comércio, indústrias, residências
1º PROCEDIMENTO:
• Organizar equipes e propor para cada uma o local onde farão a análise da
qualidade ambiental.
• Utilizando os indicadores sugeridos, fazer uma rápida análise ecossistêmica
urbana no entorno do colégio. Organizar uma tabela com os indicadores
relacionados anteriormente para as anotações. Podem-se incluir também
outros parâmetros que a equipe julgar importantes.
• Determinar um tempo de uma a duas aulas, por exemplo, para o
levantamento das condições da região visitada.
• Retornando a sala cada equipe fará uma breve exposição da coleta de dados
71
realizada em cada local.
2º PROCEDIMENTO: medir a qualidade do ar
• Passar uma fina camada de vaselina incolor em uma lâmina e uma gota de
óleo de cozinha espalhada em outra lâmina. Observá-las ao microscópio
estereoscópico ou com uma lupa. Desenhar o que observam.
• Expor as lâminas por uma hora em locais previamente escolhidos;
• Com um microscópio estereoscópico (ou uma lupa) observar cuidadosamente
determinando certa área na superfície da lâmina. Faça um desenho que
represente a quantidade de partículas encontradas nesta área.
• Responda:
a) O que foi levantado pelo grupo, como aspectos positivos, em relação à
qualidade ambiental do local observado?
b) Quais os fatores negativos que foram registrados no local, no que se
refere à qualidade ambiental?
c) A equipe utilizou outros indicadores de qualidade ambiental além dos
sugeridos na atividade? Especifique o(s) parâmetro(s) utilizado(s) e
justifique a escolha do(s) mesmo(s).
d) Qual o fator negativo de maior impacto para as pessoas que trabalham,
transitam, estudam ou moram no local?
e) A partir do observado no local, evidencia-se que houve preocupação com
a qualidade ambiental no projeto de construção ou não? Explique:
f) O que pode ser feito para melhorar a qualidade ambiental no local
analisado?
g) Compare os resultados das lâminas colocadas em áreas diferentes, o que
se observa de importante quanto à qualidade do ar nestas áreas?
h) A que se devem, na opinião do grupo, estas diferenças? Discuta.
72
AGENDA 21 NA ESCOLA
As discussões a respeito das questões ambientais vêm tomando uma
proporção cada vez maior nas últimas décadas. A Educação Ambiental chega como
uma proposta para encontrarmos uma nova ética para nossa relação com a
natureza da qual somos partes integrantes. Agir positivamente sobre a nossa
realidade requer análise e reflexão sobre nosso próprio comportamento, nossos
hábitos e atitudes
Neste contexto, a Educação Ambiental é a Educação em si, não
qualquer Educação, mas aquela que é praticada por educadores comprometidos
com a transformação dessa realidade e que tenham como pressupostos teóricos: a
visão holística e crítica da realidade, a interdisciplinaridade, a participação e o
caráter político permanente.
Sato (2004) descreve que “A Educação Ambiental, assim como a
própria Educação, ainda continua caminhando lentamente no processo de efetivar
mudanças nas atitudes e comportamentos humanos em relação ao ambiente.”
Quando se fala em comportamento humano e ambiente, devemos lembrar que esse
ambiente não tem dimensão apenas natural e/ou paisagística, mas também social,
cultural, econômica e política.
A Agenda 21 é um plano de ação aprovado na Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, realizada no
Rio de Janeiro. Na Agenda 21 estão definidos os compromissos que 179 países que
assinaram e assumiram de construir um novo modelo de desenvolvimento que
resulte em melhor qualidade de vida para a humanidade e que seja econômica,
social e ambientalmente sustentável.
Desde 2002, nosso país tem uma Agenda 21 Brasileira, feita com a
participação de milhares de pessoas.
A construção de uma Agenda 21 Escolar (A21E), nos ajuda a eleger
compromissos que possam ser cumpridos e que se estendam pela comunidade
escolar, extrapolando os portões da escola.
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A A21E deve ter a participação de estudantes, professores,
funcionários, diretores, comunidade. A formação de um grupo bem organizado deve
contribuir para um dia-a-dia participativo, democrático, animado e saudável na
escola. Um grupo unido, com seu próprio jeito de caminhar, onde os integrantes
possam sentir-se protagonistas de sua própria história.
ETAPAS PARA CONSTRUÇÃO DA AGENDA 21 NA ESCOLA
1. MOTIVAÇÃO E REFLEXÃO: sugestões
• Criação de um grupo mobilizador: para que a idéia da A21E se torne prática, será
necessária a organização de um grupo de pessoas sensibilizadas pela causa. O
grupo deve ser unido, com autonomia e identidade própria, onde os integrantes
tenham uma visão de como funciona, o ritmo e a vocação de sua escola ou
comunidade. Para que a mobilização seja possível, as questões que envolvem a
relação homem-ambiente-sociedade, em todas as suas dimensões, devem fazer
parte da vida das pessoas do grupo; devem ser significativas para elas. Algumas
dicas para formar o grupo:
1. Descobrir pessoas-chave que gostam de ajudar.
2. Identificar voluntários que trabalham em atividades na escola e na
comunidade.
3. Observar os professores criativos que movimentam a rotina da escola.
4. Verificar em reuniões, comunitárias e/ou escolares, quem participa e
contribui com idéias e ações significativas e não apenas pontuais.
5. Conhecer e aproveitar a rede de relacionamentos sociais da comunidade e
da escola, como associação de moradores, grêmio estudantil, grupo de
jovens, APMF e Conselho Escolar.
6. Após identificar as pessoas que possuem liderança, fazer contato e
convidá-las para a formação do grupo mobilizador. Sugerir ao grupo que a
idéia é mobilizar o maior número de pessoas que fazem parte da
comunidade escolar.
• Convidar a comunidade escolar para apresentar a necessidade de criação e
implementação de uma A21E.
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• Promover atividades como gincanas, cinema participativo, oficinas temáticas
(aproveitamento de alimentos, criação de material decorativo com utilização de
pets, energias alternativas,...) para sensibilização da comunidade às questões
ambientais.
• Promover palestras com especialistas nas questões que envolvem os problemas
sociais, econômicos, culturais e ambientais e que fazem parte das atividades da
agenda 21.
Sugestões de Atividades para Mobilização
a. Que escola desejamos – do que precisamos ( compr omisso, atitude,
solidariedade, visão holística)
Para criar A21E (Agenda 21 Escolar) podemos realizar a Árvore dos Sonhos.
Uma árvore grande pode ser desenhada na lousa ou recortada em cartolina.
As pessoas devem se reunir em pequenos grupos para responder a uma
pergunta:
• Como é a escola dos nossos sonhos?
• Como é a comunidade dos nossos sonhos?
• Cada grupo escreve os seus sonhos num papel em forma de folha e
prega na Árvore dos Sonhos. A negociação coletiva dos sonhos vai
mostrar quais são os objetivos da A21E .
b. Levantamento dos problemas e fragilidades – por onde começar
• Quais são os problemas que dificultam chegarmos aos nossos sonhos?
Cada grupo debate, escolhe e escreve um problema. Depois de
examinarem todas as dificuldades, os participantes da oficina escolhem
quais desejam ver resolvidas em primeiro, em segundo e em terceiro
lugar.
c. Jornal mural – informações levantadas
• Como esses problemas surgiram?
• Como era a escola e a comunidade antes?
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• As pessoas mais velhas podem contar como as coisas eram
antigamente. Coletar fotos, desenhos, filmes e outras informações
sobre o passado ajuda a compor essa memória. Mas é preciso também
conhecer a situação atual. Novamente, vale à pena reunir todo tipo de
informação e de documentos. Que experiências interessantes já
aconteceram por aqui? Toda a documentação coletada pode virar um
Jornal Mural que vai facilitar a divulgação e a compreensão da situação
local.
d. Parcerias
• É muito importante identificar quem pode ser nosso parceiro: prefeitura,
órgãos governamentais ligados ao Meio Ambiente, ONGs,
representantes do comércio, indústrias, etc.
2. CRIAÇÃO DO FÓRUM PERMANENTE DE DISCUSSÕES
• Realizar reuniões ordinárias bimestrais para a discussão e análise das ações
propostas. E excepcionalmente, reuniões extraordinárias quando o assunto
requerer urgência. Tais reuniões devem ser dinâmicas e eficazes, para que as
pessoas sintam vontade de voltar outras vezes.
• Eleger os membros que vão compor o fórum: presidente, secretário, relator,
representantes dos pais, alunos, equipe pedagógica, professores,
funcionários, representantes das comunidades e do município onde está
localizada a escola. Propor a realização de um regimento próprio do fórum.
• Todas as discussões deverão ser registradas em ata, podendo-se também
criar registros com fotos e vídeos como um histórico dos encontros
promovidos.
• Criar câmaras temáticas conforme as necessidades sentidas e específicas de
determinados assuntos.
3. DIAGNÓSTICO
Os itens abaixo ajudarão no levantamento das condições da escola.
Muitas dessas questões, no entanto, podem ser encontradas no Projeto Político
Pedagógico construído com a participação da comunidade escolar.
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a. Contexto da região
b. Estrutura da escola
c. Entorno
4. PLANO DE AÇÃO
Esta parte da Agenda 21 vai ajudar o grupo a tomar uma atitude para
transformar a sua situação atual e chegar aos sonhos. Para isso, é preciso
responder a novas perguntas:
• Quais ações devem ser realizadas?
• O que será necessário para realizá-las?
• Quando cada ação será realizada?
• Quem se responsabiliza por elas?
• Como avaliar se o grupo conseguiu realizar o que planejou?
Planejamento das atividades
• Ação : Significa aquilo que deve ser feito para realizar a meta
• Materiais e custos: É preciso lembrar de todo material e mão-de-obra
necessários para realizar determinada ação. Cada produto e serviço tem um
custo.
• Prazo: Quando cada ação deve ser realizada?
• Responsáveis: Quem faz o quê? É preciso que cada grupo ou pessoa se
responsabilize pela ação.
• Como avaliar: Um plano de ação é como um mapa de orientação. Ele, às
vezes, pode demorar para ser construído, mas se for cuidadoso e completo
pode evitar muita dor de cabeça. Vale lembrar que os planos existem para
serem executados. Portanto, é importante acompanhar e avaliar a realização
de todos os passos, perguntando sempre se os sonhos da Árvore dos Sonhos
(proposta da etapa 1) estão sendo alcançados.
Sugestões de ações
a. Eventos temáticos e informativos: Promover constantes discussões através de
palestras, seminários sobre as questões ambientais levantadas no
diagnóstico.
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b. Formação de grupo de estudos com a participação de representantes da
comunidade escolar.
c. Realizar cursos que envolvam a comunidade nas questões sócio-ambientais
cujas produções sejam aplicadas no contexto escolar servindo como exemplo
para a comunidade.
d. Atividades culturais: grupo de teatro itinerante, escultores, poetas, para
desenvolver peças de comunicação como placas indicativas, murais,
atividades culturais, que servem para veicular melhor a proposta da agenda
21.
e. Adotar um ou mais temas geradores como prioridades dentro da agenda 21
escolar.
5. AVALIAÇÃO/ACOMPANHAMENTO
Avaliar um processo de mobilização e ação ajuda a reconhecer as
mudanças ocorridas no desenvolvimento do trabalho: nas pessoas, no ambiente, na
escola, na comunidade e na causa escolhida. O grupo escolhe coisas que possam
ser avaliadas e que indiquem se está conseguindo ou não realizar a ação. Esse é o
momento de recuperar os objetivos e os resultados esperados através de:
Coleta de informações: Por meio de questionários, entrevista pessoal
ou por telefone, identificação de reações das pessoas, anotações no diário, registros
fotográficos entre outros.
• Análise e interpretação: Identificando, nos materiais coletados, o que foi
aprendido, as recomendações e ações que precisam ser corrigidas ou
implementadas.
• Utilização de resultados: Compartilhando-os continuamente na escola, na
comunidade e na mídia, usando o que foi aprendido para orientar as novas
ações.
• Perguntas-chave:
o Fizemos o que dissemos que iríamos fazer?
o O que aprendemos com o que deu certo e com o que deu errado?
o Que diferença fez esta mobilização em nossa escola ou em nossa
comunidade?
78
o Como utilizar o que descobrimos, por meio da avaliação, para melhorar
nossa ação.
• Todas as informações, juntamente com as peças visuais, os registros
fotográficos e as anotações feitas em ata, são ferramentas para construir um
Dossiê da Agenda 21 Escolar, e mostrar para as outras pessoas como estão
as ações desempenhadas pelo grupo para a melhoria da qualidade de vida
dentro e fora da escola.
Tendo em vista que a Agenda 21 é ainda desconhecida pela maioria da
comunidade escolar sugerimos que, junto com o trabalho de elaboração da agenda
21 escolar, haja a discussão dos princípios da Carta da Terra, a saber: o respeito e a
manutenção de todas as formas de vida; a integridade ecológica; a justiça social e
econômica; e a paz, a democracia e a não-violência.
De acordo com Sato (2004), é importante, para se organizar um projeto
de Educação Ambiental (EA) junto com uma agenda 21, “conhecer as
representações dos indivíduos ou dos grupos sociais sobre o ‘ambiente’, pois,
dependendo do que aceitamos como ambiente, nossas representações poderão
direcionar nossas práticas pedagógicas da EA.”
Sauvé et al. (2000) classificam as representações ambientais em sete
categorias: como natureza; como recurso; como problema; como sistema; como
meio de vida; como biosfera; e como projeto de vida.
A tabela a seguir é uma síntese de cada representação traduzida e
modificado de Sauvé et al. (2000) por Sato (2004). Tais representações podem
auxiliar na identificação do ambiente, das ações antrópicas sobre ele e nas
estratégias para amenizar os impactos causados pela nossa presença.
Representações Palavras-chave Problema identificado
Objetivos da EA Exemplos de estratégias
Natureza que devemos apreciar e
respeitar
Preservação, árvores, animais,
natureza
Ser humano dissociado da
natureza (mero observador)
Renovação do laços com a
natureza, tornando-nos parte dela e desenvolvendo a
sensibilidade para o pertencimento
Imersão na natureza
“aclimatização”* processos de
“admiração” pelo meio natural
Recursos que devemos gestionar
Água, resíduos sólidos, energia, biodiversidade
Ser humano usando os recursos naturais
de uma forma irracional
Manejo e gestão ambiental para um futuro sustentável
Campanhas, economia de energia,
reciclagem do lixo interface com a
Agenda 21
79
Problemas que devemos solucionar
Contaminação, queimadas,
destruição, danos ambientais
Ser humano tem efeito negativo no ambiente e a vida está ameaçada
Desenvolver competências e
ações para a resolução dos
problemas por meio de comportamentos
responsáveis
Resolução de problemas, estudos
de caso
Sistema que devemos
compreender para as tomadas de decisão
Ecossistema, desequilíbrio
ecológico, relações ecológicas
Ser humano percebe o sistema
fragmentado, negligenciando uma
visão global
Desenvolver pensamento
sistêmico (ambiente como um grande sistema) para as
tomadas de decisões
Análise das situações,
modelagem, exercícios para validação dos
conhecimentos e busca de decisões
Meio de vida que devemos conhecer e
organizar
Tudo que nos rodeia, “oikos”, lugar de
trabalho e estudos, vida cotidiana
Seres humanos são habitantes do
ambiente sem o sentido de
pertencimento
Redescobrir os próprios meios de
vida, despertando o sentido de
pertencimento
Itinerários de interpretação, trilhas
da vida e estudos sobre o entorno
Biosfera que vivemos juntos em longo prazo
Planeta Terra, ambiente global,
cidadania planetária, visão espacial
Ser humano não é solidário e a cultura
ocidental não reconhece a relação
do ser humano com a Terra
Desenvolver uma visão global do
ambiente, considerando as
inter-relações local e global, entre o
passado, presente e futuro por intermédio
do pensamento cósmico
Valorização e utilização das
narrativas e lendas das comunidades
autóctones, discussões globais,
enfoques da Carta da Terra
Projeto comunitário com
comprometimento
Responsabilidade, projeto político, transformações,
emancipação
Ser humano é individualista e falta
compromissos políticos com sua
própria comunidade
Desenvolver a práxis, a reflexão e a ação, por intermédio do espírito crítico e
valorando o exercício da democracia e do
trabalho coletivo
Fórum ambiental com a comunidade,
pesquisa-ação e pedagogia de
projetos
*aclimatização: método de Educação Ambiental que gera oportunidades para os alunos observarem e obterem mais informações sobre o ambiente, associando emoções e pensamento crítico.
CONSUMO E PRODUÇÃO DE RESÍDUOS
O ritmo cada vez mais acelerado da produção de bens de consumo
mostra que a ação humana no ambiente é altamente predatória. Chega a ser
contraditório falar em proteção ambiental num sistema capitalista, visto que ele
próprio é danoso ao ambiente. Ajudado em grande parte pelos meios de
comunicação de massa (jornais, televisão, rádio), o mercado do capital cria
necessidades de consumo na população, incentiva a troca do produto velho pelo
novo, coloca à venda cada vez mais produtos de alta tecnologia (que demandam
grandes quantidades de energia na sua fabricação), porém de pouca durabilidade e
que se tornam obsoletos em pouco tempo. O que se torna descartável
inevitavelmente vira lixo. Até quando a natureza vai suportar o lixo gerado por tanto
consumo.
80
É muito difícil lutar contra um sistema tão poderoso formado pela união
dos meios de comunicação e das indústrias que dizem estar a favor do
desenvolvimento e prosperidade do povo e de seu país.
A sociedade de consumo impõe seus valores quando cria
necessidades de “ter” e “ser”. Tal sociedade só interessa aos donos e presidentes
das grandes corporações ou diretores das grandes instituições financeiras mundiais.
Esta elite consome produtos exclusivos e não fabricados em série. Para este grupo
rico e restrito o que interessa é o consumo dos outros, que sustenta seu
comportamento extravagante e de ostentação.
Como numa sociedade de consumo sempre haverá um novo produto
ou uma nova tecnologia a ser lançada, somos obrigados a conseguir mais dinheiro
para satisfazer nossas novas “necessidades”. É essa engrenagem principal que faz
a economia girar e que torna ilusória a busca da felicidade por meio do consumo.
Até quando vamos sustentar esta engrenagem? Quando vamos lutar por uma
sociedade mais justa e igualitária que discuta não apenas as questões ambientais,
mas suas relações sociais, políticas econômicas e culturais?
ATIVIDADE:
1. Leia com atenção o texto a seguir e responda as questões propostas:
O bicho (Manuel Bandeira)
Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.
81
a. O texto nos remete a problemas ambientais muito graves, enumere alguns
deles:
b. Que problema gerado pelo nosso sistema de produção e consumo está
implícito no seguinte trecho do texto: “catando comida entre os detritos”?
c. Relacione tal problema com o nosso padrão de consumo.
Obs.: Consulte a Agenda 21 (disponível no site do MMA) para argumentar sobre os
problemas levantados nas questões anteriores.
2. Com a expansão da sociedade de consumo, amplamente influenciada pelo
estilo de vida norte-americano, o consumo se transformou em uma compulsão e
um vício, estimulados pelas forças do mercado, da moda e da propaganda. A
sociedade de consumo produz carências e desejos (materias e simbólicos)
incessantemente. Os indivíduos passam a ser reconhecidos, avaliados e
julgados por aquilo que consomem, aquilo que vestem ou calçam, pelo carro e
pelo telefone celular que exibem em público. O próprio indivíduo passa a se
auto-avaliar pelo que tem e pelo que consome. (...) A felicidade e a qualidade
de vida têm sido cada vez mais associadas e reduzidas às conquistas materiais.
Isto acaba levando a um ciclo vicioso, em que o indivíduo trabalha para manter
e ostentar um nível de consumo, reduzindo o tempo dedicado ao lazer e as
outras atividades e relações sociais. Até mesmo o tempo livre e a felicidade se
tornam mercadorias que alimentam este ciclo. Em suas atividades de consumo,
os indivíduos acabam agindo centrados em si mesmos, sem se preocupar com
as consequências de suas escolhas. O cidadão é reduzido ao papel de
consumidor, sendo cobrado por uma espécie de “obrigação moral e cívica de
consumir”. (texto retirado do Manual de Educação: Consumo Sustentável -
MMA/MEC de 2005).
a. Após ler o texto, reflita e escreva sobre a incompatibilidade entre o
desenvolvimento econômico aqui descrito e as questões ambientais de
conservação e preservação dos recursos naturais.
82
b. Após observar e anotar a rotina de sua casa, faça um levantamento daquilo
que é consumido como: alimento, uso da água, da eletricidade, bens materias
(como rádio, televisão, computador e outros), a arquitetura de sua casa,
calçamento, aproveitamento do espaço externo, lixo produzido, etc.
c. Tudo o que você levantou como bens de consumo é realmente
indispensável? Há um bom aproveitamento desses recursos, tanto os naturais
quanto os industrializados?
d. Ao comprar alimento você e sua família se preocupam: com a origem do
mesmo, com o tipo de embalagem na qual vem acomodado, com o destino
que será dado a tais embalagens ou aos restos orgânicos (fazem a
separação do lixo orgânico e não orgânico)? Pensam nas questões sociais,
mão de obra utilizada para a produção não somente de alimentos, mas de
outros bens?
e. Após esta pesquisa elabore propostas viáveis que podem ser utilizadas em
sua casa e também na comunidade com o objetivo de:
• Diminuir o consumo evitando o desperdício.
• Melhorar o uso e evitar o desperdício de água
• Melhorar a iluminação com o propósito de economizar energia
elétrica.
• Reduzir o lixo produzido, diminuindo a quantidade de alimentos que
vem em embalagens de difícil decomposição e altamente
poluidoras do ambiente.
• Realizar a separação do lixo dando o destino adequado ao mesmo.
• Separar o lixo orgânico para compostagem caseira que possa ser
utilizada no jardim ou em pequenas hortas.
• Captar a água da chuva para utilização nas atividades domésticas:
regar plantas, lavar calçadas, usar no vaso sanitário, etc.
83
• Refletir sobre a real necessidade do consumo de muitos bens
vinculados como essenciais pela mídia.
• Que hábitos podem ser revistos para a melhoria da qualidade de
vida sua e de sua família?
f. Ao elaborar suas propostas se paute nas seguintes leis:
• Constituição Federal: artigo 225
• Recursos Hídricos: lei 9433/1997 (capítulos 1 e 2)
• Política Agrícola: lei 8171/1985 (capítulos 1, 7, 9 e 23)
• Política Nacional do Meio Ambiente: lei 6938/1981 ( artigos 1º, 2º, 3º e
4º)
• Biossegurança: lei 11105/2005
• Alimentos destinados ao consumo humano e de animais e OGM:
Decreto 4680/2003
• Educação Ambiental: lei 9795/99
• Consulte os sites dos Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde, da
Agricultura, dos Transportes; IBAMA; Ambiente Brasil; Idec;
Greenpeace.
CONSIDERAÇÕES
• Nossas escolas são construídas num modelo padrão que não leva em
consideração as características da região onde estão localizadas. As
questões ambientais não são consideradas na arquitetura. Cabe a nós sugerir
adaptações viáveis para tornar o local da escola mais agradável e menos
impactante no ambiente onde está inserida:
o O aproveitamento da luz solar pode acontecer tanto para iluminação
dos ambientes internos quanto para a construção de aquecedor solar
84
com garrafas pets que pode aquecer a água a ser utilizada na cantina
da escola.
o A utilização de tintas de cores claras para pintura dos ambientes que
auxilia na reflexão da luz tornando o ambiente mais claro.
o Construção de cisternas utilizando-se de calhas para captar a água da
chuva. Essa água pode ser usada nos banheiros e pias, e na lavagem
das áreas diversas da escola. A economia de água é significativa.
o Elaboração de projeto de paisagismo. Arborizar os espaços externos da
escola ajuda a tornar o ambiente mais agradável. A sombra das
árvores ameniza o calor intenso, evitando o uso de ventiladores, além
de servir de barreira para o vento.
o O melhor aproveitamento dos alimentos ajuda a evitar o desperdício e
a fazer um bom uso dos nutrientes. Organizar uma horta que possa ser
utilizada no preparo da alimentação dos alunos auxilia no trabalho de
alguns conceitos sobre a dinâmica dos ecossistemas e também ajuda
a promover a educação alimentar.
o O lixo é um dos mais sérios problemas gerado pelo consumo, muitas
vezes excessivo e desnecessário. Não basta apenas separá-lo.
Devemos promover campanhas que levem os indivíduos a refletir
sobre o que consomem. A política dos 3 Rs - reduzir, reutilizar, reciclar -
amplamente divulgada pelos órgãos oficiais do governo e pela mídia,
não dá conta de educar o indivíduo para pensar de forma crítica sobre
a real necessidade do que consome e qual o destino dos resíduos
resultantes desse consumo exacerbado. Com a intenção de promover
a Educação Ambiental nas escolas, muitas vezes é solicitado ao aluno
uma embalagem que não faz parte do seu consumo diário, para
confeccionar um artesanato, por exemplo. Isto leva o aluno a comprá-
la, aumentando assim, o consumo de materiais prejudiciais ao meio
ambiente.
o Precisamos ficar atentos, pois as discussões sobre o modelo
econômico e de sustentabilidade atende, numa análise mais
aprofundada, atende ao modelo capitalista, à sociedade de consumo.
85
Na tentativa de sermos ecologicamente corretos, corremos o risco de
nos enganar e cairmos numa armadilha que o próprio capital criou.
Muito destes enganos nos é colocado pela mídia, principalmente a
televisiva. Precisamos deixar a passividade de lado ao sentarmos em
frente à televisão e simplesmente aceitarmos o que nos é colocado
pela novela, pelo telejornal, pela propaganda. O conhecimento, a
análise, a discussão, a leitura, podem nos ajudar a ver a
intencionalidade das coisas e com isso podemos refletir melhor sobre
nossas atitudes diárias e promover mudanças significativas em nós
mesmos e também em outras pessoas. A própria agenda 21 foi
pensada sob a ótica do modelo capitalista de produção e consumo dos
recursos naturais. Devemos analisá-la com muita cautela
principalmente o que traz as entrelinhas das recomendações que
sugere.
o Desenvolver a criticidade, a análise, a observação e a reflexão deve
ser o papel da escola. Devemos lembrar que o modelo capitalista
segue os seus princípios, em última análise, não é esse modelo que
está errado, mas a nossa passividade diante do mesmo. Refletir sobre
nossos hábitos e atitudes se faz necessário. Deixemos o discurso de
lado e vamos partir para a ação. Estamos inseridos num sistema que é
destrutivo para o ambiente e os seres que nele habitam. Sendo assim,
precisamos entender seu poder de sedução, suas armadilhas, seus
enganos, suas imposições e partirmos para a ação. As mudanças
devem ocorrer primeiro dentro de nós mesmos. Se estivermos
convencidos que tais mudanças são realmente necessárias, aí sim
poderemos convencer e, quem sabe, promover mudanças também nas
outras pessoas.
SUGESTÃO DE SITES
• ANVISA: http://www.anvisa.gov.br/auxilio/sites/toxicologia.htm
• Ambiente Brasil: www.ambientebrasil.com.br
86
• Embrapa Meio Ambiente: www.cnpma.embrapa.br
• IBAMA: www.ibama.gov.br
• Greenpeace Brasil: http://www.greenpeace.org/brasil
• Instituto Ambiental do Paraná - IAP: http://www.iap.pr.gov.br/
• Instituto Supereco: www.supereco.org.br
• Meio Ambiente: www.biologo.com.br/meioambiente
• Ministério da Educação e Cultura: www.mec.gov.br
• Ministério do Meio Ambiente: www.mma.gov.br
• PNUD: http://www.pnud.org.br/home
• Recicloteca: http://www.recicloteca.org.br/Default.asp
• REBEA - Rede Brasileira de Educação Ambiental: www.rebea.org.br
• SOS Mata Atlântica: http://www.sosmatatlantica.org.br/
• Vilmar Berna: http://www.portaldomeioambiente.org.br/vilmarberna/
• WWF – Brasil: www.wwf.org.br
REFERÊNCIAS
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87
BERNARDES, J. A.; FERREIRA, F. P. de M. Sociedade e Natureza . CUNHA, S.; GUERRA, A. T. A questão ambiental: diferentes abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p.17-42.
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________ Consumo sustentável: manual de educação. Brasília, 2005.
________Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade Formando Com-Vida Comissão do Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola : construindo Agenda 21 na Escola / Ministério da Educação, Ministério do Meio Ambiente. – Brasília : MEC, Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2004. 42 p.
CAPELLETO, A. J. Biologia e Educação Ambiental: roteiros de trabalho s. São Paulo: Ática, 1992.
CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos . São Paulo, 1996.
CARVALHO, V. S. Educação Ambiental urbana . Rio de janeiro: Wak, 2008.
DERENGOSKI, P. R. Meio Ambiente: sua história. Como defender a nature za sem ser um ecochato . Florianópolis: Insular, 2001.
DIAS, G. F. Atividades interdisciplinares de educação ambiental : práticas
inovadoras de educação ambiental . 2 ed. São Paulo: Gaia, 2006.
___________ Educação Ambiental: princípios e práticas . 9ed. São Paulo: Gaia, 2004.
JÚNIOR, A. P. e PELICIONI, M. C. F. Educação ambiental e sustentabilidade . Barueri, SP: Manole, 2005.
JÚNIOR, A. P.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental . Barueri, SP: Manole, 2004.
LOUREIRO, C. F. B. et al .Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania . 2 ed. São Paulo: Cortez, 2002.
88
MEDAUAR, O. (Org). Constituição Federal, Coletânea de Legislação de Di reito Ambiental. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
RUSCHEINSKY, A (org). Educação Ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SATO, Michèle. Educação Ambiental. São Carlos: Rima 2004.
WALDMAN, M. e SCHNEIDER, D. Guia ecológico doméstico . 4 ed. São Paulo:
Contexto, 2004
89
UNIDADE 4 - UTILIZAÇÃO DE PORTFÓLIOS NO ESTUDO DA
BIOLOGIA EVOLUTIVA E BIODIVERSIDADE
... o professor deve assumir a responsabilidade de refletir sobre toda a produção de conhecimento do aluno, promovendo o “movimento”, favorecendo a iniciativa e a curiosidade no perguntar e no responder e construindo novos saberes junto com os alunos. (Jussara Hoffmann)
Rejane Rodrigues da Rosa Pianovski [email protected] Colégio Estadual Pedro Macedo – Curitiba- PR
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, apresenta-se a utilização de portfólios no estudo da
Biologia Evolutiva e Biodiversidade. O objetivo é levar o aluno à compreensão do
conteúdo estruturante Biodiversidade numa perspectiva evolutiva, ecológica e sua
aplicação em termos de conservação dos ecossistemas.
A abordagem é a interação dos alunos com os conceitos biológicos, a
pesquisa e o conhecimento. O aluno constrói seu próprio conhecimento de maneira
autônoma e criativa. O papel do professor é fazer o aluno pensar e agir e promover
novas reflexões, acompanhando os passos do educando na sua trajetória de
construção do conhecimento. O professor como mediador e o aluno com autonomia
no processo ensino-aprendizagem. O conteúdo abordado na forma de pesquisa,
elaboração de textos, figuras, imagens, visitas orientadas (museus, zoológicos,
parques) e resolução de atividades diversificadas. O aluno organizará suas
pesquisas, textos e atividades em um portfólio.
O portfólio consiste em organizar uma pasta com todas as atividades
realizadas; com as atividades reelaboradas, ficha de auto-avaliação e comentários
do professor. O intuito é possibilitar reflexões e a aprendizagem.
90
No primeiro momento orienta-se a elaboração de portfólios e num
segundo momento apresenta-se uma sugestão de utilização de portfólios no ensino
do conteúdo estruturante Biodiversidade.
Ressalta-se que nessa unidade propõem-se o uso de portfólios a fim
de centralizar o processo de ensino-aprendizagem no aluno, dando-lhe autonomia
na construção do conhecimento e o professor como mediador do processo. O uso
do portfólio proporciona ao professor a compreensão das dificuldades do educando
e possibilita oferecer novas oportunidades para o aluno apropriar-se do
conhecimento.
Nessa perspectiva a utilização do portfólio favorece o trabalho do
professor. É possível verificar se as estratégias de ensino selecionadas são
adequadas. Podem-se comparar os avanços de cada aluno ao longo de cada etapa
escolar, além das dificuldades de forma a retomar os conceitos trabalhados, bem
como metodologias para uma nova ação.
COMO ORGANIZAR UM PORTFÓLIO
As atividades realizadas pelos alunos são reunidas em uma pasta. O
aluno seleciona as atividades e as organiza o seu portfólio, sob a orientação do
professor.
Apresenta-se agora uma sugestão de organização de portfólios que foi
inspirada na leitura de propostas de (SHORES e GRACE, 2001 e GOMES, 2003).
Um portfólio pode ser organizado da seguinte maneira:
Capa: realizada pelo aluno. Pode conter desenhos, figuras, título ou
tema.
Apresentação: deve contemplar os dados de identificação do aluno, do
professor e da escola, os objetivos e a finalidade.
91
Sumário: demonstra a seqüência da apresentação do conteúdo
desenvolvido.
Atividades: devem ser significativas, contextualizadas e de pesquisa:
algumas individuais e outras em grupos. O portfólio não pode ser apenas uma
coletânea de atividades.
Atividades refeitas: oportunizar momentos para o aluno refazer as
atividades, ou até mesmo apresentá-la de outras formas.
Atividades de reflexão: devem provocar atitudes de reflexão no aluno.
Ficha de auto-avaliação: sugere-se o uso de uma tabela para anotar o
desempenho do aluno em todas as etapas de organização.
Comentários do professor: apreciação crítica sobre as atividades
desenvolvidas pelo aluno, bem como possíveis sugestões para aprofundamento e se
necessário revisão do conteúdo estudado.
ORIENTAÇÕES DO PROFESSOR AOS ALUNOS
Essas orientações foram inspiradas na leitura das propostas de
(GOMES, 2003)
O professor deverá:
Apresentar e explicar o que é um portfólio, como utilizá-lo, suas
vantagens.
Esclarecer os objetivos do conteúdo a ser estudado.
Combinar o número de atividades que formarão o portfólio e quais
serão estas atividades.
Informá-los que poderão entregar uma segunda versão da atividade.
92
Estabelecer e confirmar com seus alunos a data da entrega das
atividades e do portfólio.
Combinar com os alunos datas para socialização dos portfólios com os
colegas da própria sala ou de outras salas.
Destacar a responsabilidade do aluno na organização do portfólio.
SUGESTÃO DE PORTFÓLIO
O professor orienta os alunos na elaboração e na organização das
atividades em uma pasta para formar o portfólio. Tendo em vista o conteúdo Biologia
Evolutiva e Biodiversidade.
1ª ATIVIDADE – (Biologia Evolutiva e Biodiversidade) Produzindo um texto
introdutório.
O professor:
Leva para a sala um texto, um vídeo sobre Biologia Evolutiva e
Biodiversidade e faz a motivação.
Os alunos:
Realizam uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto. (em sala, na
biblioteca ou na sala de informática).
Produzem um texto introdutório de título: Biodiversidade e Evolução.
Esse texto deverá ter no máximo duas páginas.
Formam grupos para a leitura e compreensão dos textos elaborados
pelos colegas.
O texto deverá ser inserido no portfólio.
93
2ª ATIVIDADE – (Biodiversidade, Evolução e Classificação dos seres vivos).
Dinâmica em grupo.
O professor:
Leva para a sala figuras de seres vivos, observando que tenha uma
para cada aluno e que contemple os cinco reinos e os vírus.
Os alunos:
Observam as figuras de seres vivos.
Escolhe cada um, uma figura.
Formam grupos de acordo com a classificação em cinco reinos,
lembrando que os vírus estão à parte.
Cada grupo pesquisa a Evolução de cada reino e dos vírus na forma de
um texto e de uma apresentação no power point.
Cada grupo apresenta seu trabalho. (período estabelecido para
apresentação no máximo vinte minutos).
O texto elaborado e as figuras deverão ser inseridos no portfólio.
3ª ATIVIDADE – (Biodiversidade e Evolução). Glossário.
O professor:
Seleciona termos importantes para a compreensão do conteúdo.
Os alunos:
Elaboram um glossário com os principais termos relacionados ao
conteúdo.
Novos termos poderão ser acrescentadas ao glossário a medida que
as atividades são desenvolvidas.
O glossário fará parte do portfólio.
94
4ª ATIVIDADE – (Biodiversidade e ecossistemas). Visita orientada.
O professor:
Escolhe um local para a visitação. Um ambiente (ecossistema) trilha
ecológica, praça, pátio da escola. (Se não for possível a saída de escola). Leve um
vídeo ou fotos de um ecossistema.
Os alunos:
Tiram fotos do ambiente, ou desenham.
Elaboram fichas com as seguintes informações sobre os seres vivos
encontrados no ambiente: nome popular, características físicas, tipo de alimentação,
habitat e outras informações que possam ser observadas.
Conversam com os colegas sobre as relações dos seres vivos entre si,
e destes com o ambiente. Elaboram uma cadeia alimentar, uma teia alimentar.
Identificam as possíveis relações ecológicas entre os seres desse ambiente.
As fotos, os desenhos, as fichas, a cadeia alimentar e teia alimentar
deverão ser inseridos no portfólio.
5ª ATIVIDADE – (Biodiversidade e as relações ecológicas). Pesquisa.
O professor:
Leva vídeos, fotos ou imagens dos biomas brasileiros.
Promove discussão e reflexão das relações dos seres vivos com o
ambiente.
Os alunos:
Realizam uma pesquisa (em sala, na biblioteca ou na sala de
informática) para preencher o quadro síntese dos biomas brasileiros.
95
Biomas Solo Clima Flora Fauna Desequilíbrios
Floresta amazônica
Floresta atlântica
Floresta de araucárias
Cerrado
Caatinga
Pampa
Pantanal
Manguezais
A tabela também deverá fazer parte do portfólio.
6ª ATIVIDADE – (Biodiversidade e conservação dos ecossistemas). Apresentação
de telejornal.
O professor:
Seleciona temas como sugestão (desmatamento, biopirataria, espécies
exóticas e invasoras, água de lastro, poluição do ar, da água, do solo, agrotóxicos,
espécies ameaçadas de extinção, aquecimento global, resíduos sólidos, animais que
vivem na cidade – sinantropia),
Orienta para que as duplas abordem temas diferentes.
Os alunos:
Formam duplas.
Escolhem um problema ambiental. (regional, nacional ou internacional)
Elaboram texto jornalístico (problema, causa, solução)
96
Apresentam para a turma (tempo: 10 minutos). Pode ser ao vivo ou um
vídeo gravado por eles.
O texto elaborado pelos alunos deverá ser inserido no portfólio.
7ª ATIVIDADE – Elaboração e resolução de questões para fixação de conteúdo.
Os alunos:
Elaboram atividades para os colegas. (palavra cruzada, questões
objetivas, questões discursivas...)
Resolvem a atividade elaborada pelo colega.
As atividades elaboradas e as atividades resolvidas deverão ser
anexadas ao portfólio.
8ª ATIVIDADE – Questões para reflexão.
Os alunos:
Respondem as seguintes questões:
1. Citar informações aprendidas.
2. Relacionar as informações com o seu dia a dia.
3. Relatar assuntos de Biodiversidade e evolução a serem
aprofundados.
4. Listar possíveis dúvidas.
As respostas as questões acima deverão ser inseridas no portfólio.
9ª ATIVIDADE - Ficha de auto-avaliação.
Os alunos:
Preenchem uma ficha de auto-avaliação.
97
Não
fiz
Incompleto Completo Devo
refazer
1ª ATIVIDADE - Produção do texto.
1ª ATIVIDADE - Leitura e
compreensão dos textos dos colegas.
2ª ATIVIDADE - Produção do texto
com as figuras.
2ª ATIVIDADE - Apresentação no
power point.
3ª ATIVIDADE - Glossário
4ª ATIVIDADE - Fotos ou desenhos.
4ª ATIVIDADE -
Fichas com as anotações.
5ª ATIVIDADE - Quadro síntese.
6ª ATIVIDADE - Produção do texto.
6ª ATIVIDADE - Apresentação do tele
jornal.
7ª ATIVIDADE - Elaboração dos
exercícios de fixação.
7ª ATIVIDADE -
Resolução dos exercícios de fixação.
8ª ATIVIDADE - Questões para
reflexão.
9ª ATIVIDADE- Ficha de auto-
avaliação.
98
A ficha de auto-avaliação deverá ser inserida no portfólio.
Ao final do portfólio o professor apresenta comentários com o
desempenho do aluno no decorrer das atividades.
O portfólio poderá ser reorganizado quantas vezes forem necessárias.
REFERÊNCIAS
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AMABIS, J. M. ; MARTHO, G.R. Biologia das populações . v.3. 2 ed. São Paulo : Moderna, 2004.
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GOMES, M.T. O portfólio na avaliação da aprendizagem escolar . 71f. Dissertação (pós-graduação em Educação) – Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2003.
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VILLAS BOAS, B. M. de F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico . 5 ed. São Paulo: Papirus, 2004.
99
UNIDADE 5 – OS RIOS EM FOCO
“... A menor porção de água é uma molécula de H2O. Cerca de cem milhões de moléculas de água colocadas lado a lado preencheriam a distância de um centímetro.” (Art Sussman)
Sônia Ferreira de Assis [email protected] Colégio Estadual Semiramis de Barros Braga– Pinhais - PR
INTRODUÇÃO
Desde as antigas civilizações até os dias atuais, as cidades vêm sendo
construídas nas proximidades de grandes rios ou lagos. Esse acontecimento pode
ser explicado pelo fato de os recursos hídricos serem utilizados pelo homem tanto
para a retirada de água para abastecimento como também para receber seus
dejetos.
Como a urbanização ocorre inicialmente próxima às águas fluviais, a
consequente degradação do ambiente é inevitável, pois os limites não são
respeitados. A água é indispensável à sobrevivência humana e por isso devemos
preservar os nossos rios. Sabemos que a ocupação de áreas diminui os espaços
permeáveis do solo, devido à utilização de asfalto, blocos de concreto, construções,
etc. “O aumento da área superficial impermeável e a presença de sistemas de
drenagem de águas pluviais, geralmente resulta em picos elevados do fluxo nos
cursos d’ água, durante e após as precipitações”. (Araújo, et al. 2001, p. 73). Todo o
tipo de rejeito que é carregado pelas águas pluviais vai uma hora ou outra
desembocar nos rios. O desmatamento para o assentamento de casas próximas aos
rios acaba com a mata ciliar, deixando o solo desprotegido, o qual é transportado
para dentro dos rios causando o seu assoreamento, diminuindo a sua superfície de
armazenamento de água.
Com os rios cheios de terra, entulhos, areia, etc., nos períodos de
chuvas intensas, as águas tendem a transbordar causando inundações que são tão
frequentes em várias regiões do país.
100
Quando se realizam projetos sobre o Meio Ambiente nas escolas,
normalmente é em função da reciclagem, abordando apenas a coleta seletiva de
lixo. Quando troca a equipe que iniciou esse projeto, tudo cai no esquecimento, pois
faltou fazer uma reflexão crítica a respeito dos valores culturais da sociedade com
relação ao consumo.
É muito difícil separar a luta em defesa do Meio Ambiente com o
sistema sócio-político-econômico. O que podemos e devemos fazer é optar por um
consumo consciente, evitando adquirir aquilo que é desnecessário para nossas
vidas.
O objetivo desse material didático é sugerir algumas atividades que
possam facilitar a abordagem de um dos temas envolvendo o Meio Ambiente, os
nossos rios. Essas questões são apenas sugestões, podendo o docente, através de
consultas nos sites, bem como em outras referências sugeridas, ampliar o número
de atividades a serem trabalhadas com os educandos.
ATIVIDADES
ATIVIDADE 01: Porcentagem de água utilizada
Atualmente, qual a porcentagem de água utilizada no setor agrícola, de
abastecimento urbano e industrial? Discutir os resultados
ATIVIDADE 02: Localização
“O brasileiro é tido como um dos povos mais perdidos do mundo, não conseguindo
se localizar facilmente”. Baseado nessa afirmação e com a utilização de mapas da
cidade, os alunos poderão responder às seguintes questões:
a) Com relação ao rio mais próximo, onde se localiza a sua casa?
b) O rio mais próximo fica a que distância de sua moradia?
c) O maior rio de sua cidade passa pelo centro ou corta a periferia?
d) Cite os rios que fazem parte da hidrografia de sua cidade.
101
ATIVIDADE 03: Mata Ciliar
Dentre várias definições encontradas, esta explica bem o que vem a
ser uma mata ciliar. “É a formação vegetal localizada nas margens dos rios,
córregos, lagos, represas e nascentes". Também conhecida como mata de galeria,
mata de várzea, vegetação ou floresta ripária. Segundo o Código Florestal (Lei
n°.771/65), a mata ciliar deve-se manter intocada, e caso esteja degradada deve-se
prever a imediata recuperação. É uma área de preservação permanente e de acordo
com o artigo 2º desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está
relacionada com a largura do curso d'água.
O desmatamento para o assentamento de casas próximas aos rios
acaba com a mata ciliar, provocando o assoreamento. Com os rios cheios de terra,
entulhos, areia, etc., nos períodos de chuvas intensas, as águas tendem a
transbordar causando inundações que são tão freqüentes em muitas regiões do
nosso País.
Com relação à mata ciliar, podem-se formar grupos de alunos para discutirem e
relatarem como evitar o assoreamento dos rios.
ATIVIDADE 04: Resíduos Sólidos
Equivocadamente, muitas pessoas acham que jogar lixo no rio não
causa prejuízo à população, pois partem do princípio que o rio leva para bem longe.
Certo? Errado e equivocado, pois o lixo poderá se acumular por perto de onde foi
lançado, tornando suas águas mais rasas e com a chuva esse rio poderá
transbordar, inundando, muitas vezes, a casa do indivíduo que colaborou com essa
situação. Mesmo que esse lixo seja arrastado para longe do local onde foi
arremessado, não diminui o problema, pois o rio pode transbordar em quaisquer
partes.
Nessa atividade, o aluno assinala com um x o que ele lembra ter jogado diretamente
no rio, próximo a ele ou nas ruas, nos últimos meses.
( ) papel de bala
102
( ) palito de sorvete
( ) plásticos em geral
( ) latinha de refrigerante
( ) preservativos
( ) garrafas pet
( ) móveis quebrados
( ) medicamentos vencidos
( ) sobras de construção
( ) baterias de eletrônicos
( ) todas as opções anteriores
( ) outros
( ) nada joguei no rio
( ) nada joguei nas ruas
ATIVIDADE 05: Tipos de Resíduos
Segundo a NBR 10004/1987, define-se resíduo sólido como: resíduos
nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade, de
origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição. Considerem-se também resíduos sólidos os lodos provenientes de
sistemas de tratamento da água, aqueles gerados em equipamentos e instalações
de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades
tornem invisível o seu lançamento na rede pública de esgoto ou corpo d’água, ou
exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face da melhor
tecnologia disponível.
103
Segundo Derengoski,
O tipo de poluição mais grave de um rio não é orgânico, mas aquele provocado pelo lixo industrial: são as toneladas de ácidos, álcalis, fenóis, metais e tintas misturados às suas águas. Cobertos de dejetos materiais ou de fungos fermentáveis, o oxigênio sempre diminui, as bactérias proliferam sem controle, a autopurificação entra em colapso – e a vida aquática morre. (DERENGOSKI, 2001, p. 43)
• Resíduo Doméstico : Também chamado lixo domiciliar ou residencial. É
constituído principalmente de restos de alimento, embalagens plásticas,
papéis em geral, entre outros.
• Resíduo Comercial : Aquele proveniente das atividades comerciais, tais como
papéis, papelões e plásticos.
• Resíduo Industrial : É o lixo originado das atividades industriais e podem
conter restos de alimentos, madeiras, tecidos, couros, metais, produtos
químicos e outros.
• Resíduo Hospitalar : também chamado lixo das áreas de saúde. Proveniente
de hospitais, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde. Nesse tipo de
resíduo encontramos seringas, vidros de remédios, algodão, gaze, órgãos
humanos, etc.
• Resíduo público : Composto por folhas em geral, galhos de árvores, papéis,
plásticos, animais mortos, etc.
• Resíduo Nuclear : É o lixo decorrente de atividades que envolvem materiais
radioativos, etc.
Responda: Como esses lixos podem chegar aos nossos rios?
ATIVIDADE 06: Poluentes
Ainda existem ocupações irregulares às margens dos Rios Atuba e
Palmital, na região de Pinhais, no Paraná. As águas desses rios se encontram
poluídas devido a essas ocupações e também a presença de esgotos clandestinos
das ocupações regulares, além de outros fatores aqui não mencionados. O que
podemos fazer?
104
Em grupo, os alunos poderão citar, pelo menos, cinco maneiras para evitar a
poluição dos rios, sugerindo formas alternativas para o destino de alguns poluentes.
Cada grupo poderá apresentar a sua sugestão.
ATIVIDADE 07: Os produtos de limpeza e a poluição d os rios
Sugestão: Para que essa atividade ocorra com mais sucesso, é interessante a
participação de um professor de Química da escola.
a. Diferenciar sabão de detergente.
b. Em laboratório poderá ser realizada a prática de diluições dos diferentes
detergentes.
c. Com o resultado da prática sobre as diluições dos detergentes, o aluno
poderá escrever sobre os impactos que os sabões e os detergentes causam
nesse ecossistema aquático em questão.
d. Por que encontramos espumas flutuando sobre as águas?
ATIVIDADE 08: Enchentes
O rio tem uma área em seu entorno onde ocorre naturalmente
inundação em determinadas épocas do ano ou quando o índice de precipitação é
elevado, podendo causar transbordamento. Nos grandes centros urbanos têm
ocorrido enchentes frequentes devido à impermeabilização do solo pelo asfalto e
concreto, evitando a infiltração da água no solo. Soma-se a isso uma grande
quantidade de lixo que as pessoas jogam nas ruas, causando entupimentos onde a
água deveria escoar. Esta atividade poderá ser realizada com o auxílio da internet.
Os alunos poderão pesquisar as últimas grandes enchentes ocorridas no Brasil,
alagando cidades e causando enormes prejuízos à população. Um exemplo
bastante divulgado foi o da enchente que aconteceu em 2008, no Estado de Santa
Catarina. Poderão ser utilizadas tabelas como as que seguem:
105
Tabela 1. Os estados com as suas respectivas cidades que enfrentaram grandes
enchentes nos últimos anos.
Estados castigados pelas
enchentes
Cidades que ficaram alagadas
Tabela 2. Cidades em situação de emergência com ou sem registro de mortes
devido às enchentes.
Registro de mortes Cidades que ficaram em
situação de emergência Sim Não
Tabela 3. Enchentes: cidades que registraram mortes e o número de mortes em
cada cidade.
Relação das cidades afetadas pelas
enchentes que registraram mortes
Número de mortes por cidade
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ATIVIDADE 09: Doenças Veiculadas pela Água
A situação da água é preocupante não só em Pinhais, não só no Brasil e sim no mundo todo. “Mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo consomem água contaminada, e a cada ano 3,4 milhões destas, principalmente crianças morrem por causa de enfermidades de transmissão hídrica; destas mortes, 2,2 milhões são causadas por distúrbios que provocam diarréia” (VALIENTE; MORA, 2002). Mendonça e Motta descreveram que:
Foi significativa a redução da mortalidade infantil no Brasil associada às doenças de veiculação hídrica ao longo das últimas duas décadas. Usando um modelo de estrutura epidemiológica, nosso estudo demonstra que essa redução foi alcançada com a melhoria na cobertura dos serviços de saneamento e também devido ao acesso aos serviços de educação e saúde. Com base nos resultados econométricos estimamos o custo médio de salvar uma vida para cada tipo de serviço. Considerando esses custos, a contínua redução do analfabetismo garante a alternativa mais barata para baixar mais ainda a incidência desse tipo de mortalidade. Por outro lado, gastos defensivos de saúde apresentam custos quase equivalentes aos respectivos custos relacionados com a expansão dos serviços de saneamento quando se trata da mesma magnitude de redução dessa taxa de mortalidade. (Mendonça e Motta, 2005)
Para esse tipo de atividade é bom fazer uso de tabelas para facilitar a compreensão. Exemplo de tabela envolvendo o tema: Doenças veiculadas pela água Doenças veiculadas pela água
Como se
contrai
O que pode
causar
Como se evitar
Amebíase
Cólera
Febre tifóide
Febre paratifóide
Gastroenterite
Giardíase
Hepatite infecciosa
Leptospirose
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ATIVIDADE 10: Regiões Hidrográficas
Região Hidrográfica Amazônica - É constituída pela bacia hidrográfica do rio
Amazonas situada no território nacional e, também, pelas bacias hidrográficas dos
rios existentes na Ilha de Marajó, além das bacias hidrográficas dos rios situados no
Estado do Amapá que deságuam no Atlântico Norte.
Região Hidrográfica do Tocantins/Araguaia - É constituída pela bacia hidrográfica
do rio Tocantins até a sua foz no Oceano Atlântico.
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental - É constituída pelas bacias
hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico - trecho Nordeste, estando limitada
a oeste pela região hidrográfica do Tocantins/Araguaia, exclusive, e a leste pela
região hidrográfica do Parnaíba.
Região Hidrográfica do Parnaíba - É constituída pela bacia hidrográfica do rio
Parnaíba.
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental - É constituída pelas bacias
hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico - trecho Nordeste, estando limitada
a oeste pela região hidrográfica do Parnaíba e ao sul pela região hidrográfica do São
Francisco.
Região Hidrográfica do São Francisco - É constituída pela bacia hidrográfica do
rio São Francisco.
Região Hidrográfica Atlântico Leste - É constituída pelas bacias hidrográficas de
rios que deságuam no Atlântico - trecho Leste, estando limitada ao norte e a oeste
pela região hidrográfica do São Francisco e ao sul pelas bacias hidrográficas dos
rios Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus, inclusive.
Região Hidrográfica Atlântico Sudeste - É constituída pelas bacias hidrográficas
de rios que deságuam no Atlântico - trecho Sudeste, estando limitada ao norte pela
bacia hidrográfica do rio Doce, inclusive, a oeste pelas regiões hidrográficas do São
Francisco e do Paraná e ao sul pela bacia hidrográfica do rio Ribeira, inclusive.
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Região Hidrográfica do Paraná - É constituída pela bacia hidrográfica do rio
Paraná situada no território nacional.
Região Hidrográfica do Uruguai - É constituída pela bacia hidrográfica do rio
Uruguai situada no território nacional, estando limitada ao norte pela região
hidrográfica do Paraná, a oeste pela Argentina e ao sul pelo Uruguai.
Região Hidrográfica Atlântico Sul - É constituída pelas bacias hidrográficas dos
rios que deságuam no Atlântico - trecho Sul, estando limitada ao norte pelas bacias
hidrográficas dos rios Ipiranguinha, Iririaia-Mirim, Candapuí, Serra Negra, Tabagaça
e Cachoeira, inclusive, a oeste pelas regiões hidrográficas do Paraná e do Uruguai e
ao sul pelo Uruguai.
Região Hidrográfica do Paraguai - É constituída pela bacia hidrográfica do rio
Paraguai situada no território nacional.
O aluno poderá identificar no mapa do Brasil as 12 regiões hidrográficas, em
seguida localizar em qual delas ele habita, para posteriormente poder comparar com
as demais (tamanho da bacia e o número de rios que a compõem).
ATIVIDADE 11: Bacia Hidrográfica
Entende-se por bacia hidrográfica um conjunto de terras drenadas por
um rio principal, seus afluentes e subafluentes. A bacia hidrográfica está associada à
existência de nascentes e divisores de águas. Elas podem ser classificadas de
acordo com a sua importância, como principais, secundárias e terciárias; e segundo
sua localização, como litorâneas ou interiores.
Os alunos poderão pesquisar em sua região se há uma bacia hidrográfica próxima à
sua casa. Identificar o rio principal e seus afluentes pertencentes a essa bacia.
ATIVIDADE 12: Mananciais
A definição de mananciais, segundo Andreoli (2003), “deve ser revestida de
garantias legais, institucionais e políticas para garantir sua manutenção frente às
109
pressões desenvolvimentistas”. É o local onde existe uma concentração de água
doce originada de lençóis subterrâneos e de águas superficiais, que geralmente é
usada para o abastecimento público. Podemos levantar duas questões para essa
atividade e trabalhar com os alunos:
a) Quais as características dos rios que fazem parte dos mananciais de
abastecimento?
b) Pesquisar, junto aos órgãos competentes, se a água distribuída para a população
vem de manancial do município ou vem de manancial distante. Justificar o motivo.
ATIVIDADE 13: Pesquisa de campo
Os alunos devem ser previamente orientados com relação ao local e
necessitarão de materiais para registro, como: máquina fotográfica, papel, caneta,
filmadora, etc. Esses alunos deverão ficar atentos a tudo e registrar:
a) Ocorrência de espumas flutuando sobre as águas
b) Cor da água
c) Presença de ocupações irregulares
d) Existência de mata ciliar
e) Objetos sendo carregados pelas águas
f) Objetos presos nos galhos às margens dos rios
ATIVIDADE 14: Confecção de materiais pelos alunos:
Com a participação de professores das diferentes Áreas de Ensino da
sua Instituição, solicitar aos alunos a confecção de cartazes, maquetes e vídeos,
utilizando as fotos, filmagens e outros registros sobre a situação atual dos rios
próximos à escola.
110
ATIVIDADE 15: Exposição dos trabalhos envolvendo os rios próximos da
escola
Uma das formas de divulgação dos trabalhos realizados é a exposição.
Para que esta ocorra é necessária a colaboração de várias pessoas da escola. Esta
exposição poderá ser realizada na Feira de Ciências ou em outra data específica.
a) Exposição das maquetes confeccionadas
b) Exibição dos cartazes com as fotos dos rios visitados
c) Apresentação de cartazes contendo um pouco da história de cada rio
d) Utilização de vídeo para as filmagens realizadas às margens dos rios visitados
Importante: Os alunos envolvidos nessas atividades deverão estar presentes, em
todas as exposições, para atender e tirar as possíveis dúvidas dos visitantes.
SUGESTÃO DE VISITAÇÃO
a) Visita ao rio mais próximo da sua escola para se observar a existência de
mata ciliar, ocupações irregulares e o aspecto da água.
b) Visita à Estação de Tratamento de Água (ETA) de sua cidade. Conhecer
como é feito o tratamento da água que utilizamos.
c) Visita a Parques Ecológicos, Reservas Biológicas existentes na região e, se
houver, visita a Áreas de Proteção Ambiental (APA).
Roteiro para visitação:
Local:
Dia:
111
Horário de saída com os alunos da escola:
Horário previsto para o retorno com os alunos:
Número de alunos:
Professor responsável:
Tempo de duração da visita:
É importante que o professor enfatize o objetivo da visita, tendo em mente algumas
questões: a) Por que visitar esse local
b) O que o aluno deve observar
c) Será solicitado relatório ou não
SIGLAS IMPORTANTES
ANA - Agência Nacional de Águas
CEMA - Conselho Estadual de Meio Ambiente do Paraná
IAP - Instituto Ambiental do Paraná
IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Renováveis
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
MMA - Ministério do Meio Ambiente
NEMA - Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental
PRONEA - Programa Nacional de Educação Ambiental
PROSAB - Programa de Pesquisa em Saneamento Básico
SANEPAR - Companhia de Saneamento do Paraná
112
SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
SUDERHSA - Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental
É BOM LER
Os principais tópicos de um documento redigido pela ONU, intitulado Declaração
Universal dos Direitos da Água.
o A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico:
é rara e dispendiosa e pode escassear em qualquer região do mundo.
o A utilização da água implica respeito à lei. Sua proteção constitui uma
obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza.
o O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e
de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente
para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende da
preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
o Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos,
frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com
racionalidade e precaução.
o A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo,
um empréstimo a nossos sucessores. Sua proteção constitui uma
necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as
gerações presentes e futuras.
o A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada
nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável
pela água da Terra.
o A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De
maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência para que não se
chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das
reservas atualmente disponíveis.
113
o A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo
vegetal, animal ou ser humano. Dela dependem a atmosfera, o clima, a
vegetação e a agricultura.
o O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o
consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
o A gestão da água impõe um equilíbrio entre a sua proteção e as
necessidades econômica, sanitária e social.
SITES CONSULTADOS E RECOMENDADOS:
http://www.ib.usp.br/coletaseletiva/saudecoletiva/tiposdelixo.htm
http://www.webciencia.com/21agua.htm
http://www3.pr.gov.br/mataciliar/perguntas.php
http://www.sema.rs.gov.br/sema/htm/rhbacias.htm
http://www.rededasaguas.org.br/bacia/bacia 01.asp
http://www.infoescola.com/hidrografia/enchentes-no-brasil/
http://www.iap.pr.gov.br
http://www.tratamentodeagua.com.br/a1/noticias/index.php?cp=ind&id=11152
http://www.suderhsa.pr.gov.br
http://ana.gov.br
http://www.anvisa.gov.br/auxilio/sites/toxicologia.htm
114
REFERÊNCIAS
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estudo de caso do Altíssimo Iguaçu. Curitiba: SANEPAR FINEP, 2003.
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CAPELLETO, A. J. Biologia e Educação Ambiental: roteiros de trabalho s. São Paulo: Ática, 1992. CLARKE, R.; KING, J. O Atlas da Água. São Paulo: Publifolha, 2005.
DERENGOSKI, P. R. Meio Ambiente: sua história. Como defender a nature za sem ser um ecochato . Florianópolis: Insular, 2001.
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JÚNIOR, A. P. e PELICIONI, M. C. F. Educação ambiental e sustentabilidade. Barueri, SP: Manole, 2005.z
JÚNIOR, A. P.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental . Barueri, SP: Manole, 2004.
LOUREIRO, C. F. B. et al .Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania . 2 ed. São Paulo: Cortez, 2002.
MENDONÇA, M.J.C. e MOTTA, R.S. Saúde e Saneamento no Brasil . Disponível
em <http://www.ipea.gov.br/pub/td/2005/td1081.pdf> Acesso em 23/02/2009.
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diarrea reportados en el período 1999 - 2001 en Costa Rica. Rev. costarric. salud pública. [online].
jul. 2002, vol.11, no.20, p.26-40. Disponível em:
<http://www.scielo.sa.cr/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1409-
14292002000100005&lng=es&nrm=iso>. Acesso em 23/02/2009.