cama hospitalar projeto decubito

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ ENGENHARIA MECÂNICA COM ÊNFASE EM MECATRÔNICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CAMA HOSPITALAR AUTOMÁTICA PARA MUDANÇA DE DECÚBITO CAMA HOSPITALAR AUTOMÁTICA PARA MUDANÇA DE DECÚBIO, DE BAIXO CUSTO, PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA DE ESCARAS EM PACIENTES ACAMADOS Anselmo Santos Barros RA 421-2 Claudinei Gil Feitosa RA 453-5 Daniel Henriques Sotto RA 335-4 Marcio Hideki Miyasima RA 462-6 Tiago Emanuel Cavalhero RA 457-6 Orientador: Prof. Me. Osvaldo Asato Coordenador: Prof. Me. Francisco Yastami Nakamoto Santo André – SP 2007

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Page 1: Cama Hospitalar Projeto Decubito

CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ

ENGENHARIA MECÂNICA COM ÊNFASE EM MECATRÔNICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CAMA HOSPITALAR AUTOMÁTICA PARA

MUDANÇA DE DECÚBITO

CAMA HOSPITALAR AUTOMÁTICA PARA MUDANÇA DE DECÚBIO, DE BAIXO

CUSTO, PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA DE ESCARAS EM PACIENTES

ACAMADOS

Anselmo Santos Barros RA 421-2 Claudinei Gil Feitosa RA 453-5 Daniel Henriques Sotto RA 335-4 Marcio Hideki Miyasima RA 462-6 Tiago Emanuel Cavalhero RA 457-6

Orientador: Prof. Me. Osvaldo Asato

Coordenador: Prof. Me. Francisco Yastami Nakamoto

Santo André – SP

2007

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Cama Hospitalar Automática para Mudança de Decúbito

Fundação Santo André - Engenharia Mecânica com Ênfase em Mecatrônica

Índice

1 - Introdução................................................................................................................................................. 3

2 - Motivação .................................................................................................................................................. 3

2.1 - Estágios da Ulcera de Pressão ........................................................................................................ 5

2.1.1 – Estágio 1.................................................................................................................................... 5

2.1.2 - Estágio 2..................................................................................................................................... 5

2.1.3 - Estágio 3..................................................................................................................................... 6

2.1.4 - Estágio 4..................................................................................................................................... 6

2.1.5 – Escara......................................................................................................................................... 7

3 - Justificativa ................................................................................................................................................ 7

4 - Objetivo ..................................................................................................................................................... 8

5 - Plano de Metas.......................................................................................................................................... 8

6 - Implementação ......................................................................................................................................... 8

6.1 - Eletromecânica.................................................................................................................................. 9

6.2 – Sistema Automatizado .................................................................................................................. 11

6.2.1 – Diagrama de Blocos............................................................................................................... 11

6.2.2 – Equipamentos Utilizados...................................................................................................... 12

6.2.3 – Sinais de Controle de Atuação ............................................................................................. 13

7 - Referências bibliográficas...................................................................................................................... 14

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1 - Introdução

A evolução, em seu sentido mais amplo, tem melhorado a qualidade de vida constantemente.

Paralelamente, em certos casos, isso acarreta um efeito colateral fazendo-se necessário criar novas

soluções para os novos problemas.

Hoje sabe-se que algumas lesões são decorrentes de fatores inerentes à doença e ao estado do

paciente de alto risco no entanto a maior parte do problema pode ser evitado através do uso de

materiais e equipamentos adequados para alívio da pressão, cuidados adequados com a pele e

considerações com os aspectos nutricionais. A presença da úlcera de pressão tem sido considerada

um indicador de qualidade de serviços de saúde na América do Norte e Europa e esforços tem

sido feitos para o estabelecimento de diretrizes que norteiem a prática visando a redução do

problema.

É com o propósito de aliviar a pressão em proeminências ósseas, visto que é uma das principais

causas e constitui agravantes às ulceras de pressão, é, portanto a mudança de decúbito, o objeto de

interesse deste estudo.

2 - Motivação

A úlcera de pressão é uma constante preocupação dos profissionais que prestam assistência a

pacientes acamados.

É considerada uma ferida crônica por ser de longa duração e reincidência freqüente, de

cicatrização difícil, apesar dos cuidados da equipe de saúde. Embora não ameace diretamente a

vida, representa um problema para os indivíduos afetados, uma vez que lhes acarreta considerável

desconforto e influência no aumento de dias de permanência no hospital, dificultando seu retorno

ao convívio familiar. Também induz à necessidade de tratamentos cirúrgicos e fisioterápicos, além

de afetar a auto-imagem e auto-estima dos pacientes, levando-os a evidenciar problemas

emocionais, psicossociais e econômicos.

Dados da literatura internacional estimam que entre 3% a 14% de todos os pacientes

hospitalizados atualmente desenvolvem U.P. Nos portadores de problemas crônicos e residentes

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em asilos para idosos (nursing homes), a incidência estimada é de 15% a 25%. No Brasil não

conhecemos dados que indiquem a incidência e prevalência em hospitais, mas sabemos

empiricamente que o problema existe e é bastante freqüente.

Úlcera de pressão conhecida também como escara ou úlcera de decúbito é definida como qualquer

lesão causada por pressão não aliviada que resulta em danos nos tecidos subjacentes (tecido

subcutâneo, músculo, articulações, ossos).

As úlceras de pressão geralmente ocorrem nas regiões de proeminências ósseas e são graduadas

em estágios I, II, III e IV para classificar o grau de danos observados nos tecidos.

Figura 1 - Diagrama demonstrando a pressão exercida na região de uma proeminencia ossea

Figura 2 - Diagrama dos capilares sem excesso de pressão e com excesso de pressão

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2.1 - Estágios da Ulcera de Pressão

2.1.1 – Estágio 1

Figura 3

É um eritema da pele intacta que não embranquece após a remoção da pressão. Em indivíduos

com a pele mais escura, a descoloração da pele, o calor, o edema ou o endurecimento também

podem ser indicadores de danos.

2.1.2 - Estágio 2

Figura 4

É uma perda parcial da pele envolvendo a epiderme, derme ou ambas. A úlcera é superficial e

apresenta-se como uma abrasão, uma bolha ou uma cratera rasa.

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2.1.3 - Estágio 3

Figura 5

É uma perda da pele na sua espessura total, envolvendo danos ou uma necrose do tecido

subcutâneo que pode se aprofundar, não chegando até a fáscia muscular. A úlcera se apresenta

clinicamente como uma cratera profunda.

2.1.4 - Estágio 4

Figura 6

É uma perda da pele na sua total espessura com uma extensa destruição ou necrose dos músculos,

ossos ou estruturas de suporte como tendões ou cápsulas das juntas.

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2.1.5 – Escara

Figura 7

É o termo que antigamente era atribuído como sinônimo de úlcera de pressão, porém, inadequado

pois, representa a crosta ou camada de tecido necrótico que pode estar cobrindo a lesão em

estágios mais avançados. Só após o desbridamento é que o estágio desta úlcera pode ser

identificado de acordo com a profundidade ou grau de comprometimento dos tecidos.

3 - Justificativa

A prevenção da úlcera de pressão é relevante, tanto para o paciente quanto para o hospital, no que

se refere a custos. Várias pesquisas foram realizadas para comparar o valor de sua prevenção e da

cura. Preston (1991, apud Dealey, 1996) comprovou que um paciente acometido por úlcera de

pressão permanece em média 180 dias no hospital, gerando uma perda de 250.000 libras esterlinas

por ano para os cofres públicos no tratamento desses pacientes. Sabemos também que muitos

pacientes deixam de ser internados devido à ocupação dos leitos, concluindo-se então, que a

prevenção exige um investimento econômico menor do que a cura.

Segundo Bergstrom et al. (1995), existe dificuldade em estimar o custo do tratamento da úlcera de

pressão pelo fato de que muitas vezes elas não são registradas por não ser o diagnóstico primário

do paciente, mesmo que comumente determine maior morbidade. Este fato dificulta a

identificação de todos os casos e, portanto, o cálculo acurado do custo.

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Declair (1997) refere que nos E. U. A., em média, 2,1 milhões de pessoas apresentam úlcera de

pressão por ano, equivalendo a um “custo hospitalar mensal de 4 a 7 mil dólares por paciente.”

Ainda, segundo a autora, aqui no Brasil não existe uma estatística precisa do número de pacientes

que são acometidos por úlcera de pressão.

Diante desta realidade, este projeto justifica-se por ser de importância singular para o paciente,

para a enfermagem e para o hospital. É importante para o paciente, visto que poderá contribuir

para a prevenção de úlceras de pressão, levando-o a um retorno precoce ao seu domicílio. Ao

mesmo tempo, o corpo de enfermeiros estará disponível para estar exercendo outras tarefas. Para

o hospital, poderá contribuir para a diminuição da taxa de permanência dos pacientes no hospital

e, conseqüentemente, para a diminuição dos custos hospitalares no que diz respeito a material e

mão-de-obra. Em contrapartida, contribuirá para um melhor atendimento à comunidade e para

elevar o nível de assistência hospitalar.

4 - Objetivo

Desenvolver uma cama hospitalar automática de baixo custo para mudança de decúbito.

5 - Plano de Metas

• Melhoria de qualidade de vida do paciente acamado;

• Baixo custo;

• Otimizar a utilização do enfermeiro;

• Benefícios para o hospital;

• Menor tempo de reabilitação.

6 - Implementação

Este equipamento hospitalar tem a sua mudança de decúbito feita de forma automática,

possibilitando ao enfermeiro, determinar alguns parâmetros antes da mesma entrar em

funcionamento, levando sempre em consideração o estado geral do paciente, ou seja, ela poderá

operar com varias configurações dependendo da necessidade.

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6.1 - Eletromecânica

Baseada nas normas NBR IEC 601-1, NBR IEC 60601-1-2 e NBR IEC 601-2-38, que dizem

respeito a equipamentos eletromecânicos da área médica, especificaram-se as necessidades de cada

equipamento e do sistema.

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Figura 8 – Posições físicas previstas para os sensores

Nomenclatura dos sensores: SIC � sensor de inclinação das costas; SIP � sensor de inclinação das pernas; SED � sensor de elevação direita; SEE � sensor de elevação esquerda; IAD � indicador de ângulo direito (20,30 E 40º); IAE � indicador de ângulo esquerdo (20,30 e 40º); TDA � trava direita acionada; TEA � trava esquerda acionada; ADA � ângulo direito alto (intertravamento de segurança); AEA � ângulo esquerdo alto (intertravamento de segurança).

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6.2 – Sistema Automatizado

6.2.1 – Diagrama de Blocos

Responsabilidades funcionais de cada módulo deste sistema de automação:

• Entrada:

o Interface com o usuário (indicação de valores, de estados, funções de emergência, atuação

direta com os movimentos);

o Seleção do ângulo para a comutação;

o Indicação de tempo de espera para mudanças de posição (decúbito).

• Sensoriamento:

o Indicação dos estados das partes móveis (variáveis de controle) do equipamento.

• Controle:

o Recebimento das informações vindas do módulo de entrada e do módulo de

sensoriamento;

o Emissão de sinais de controle para os módulos atuadores;

o Tratamento dos intertravamentos de segurança quando o equipamento está em operação;

o Controle lógico do processo.

• Atuador Principal:

o Movimentação da base de apoio para as costas do paciente.

• Atuador Secundário:

o Dita o lado há ser movimentado.

CONTROLADOR

Atuador Principal

Sensoriamento

Entrada

Atuador Secundário

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6.2.2 – Equipamentos Utilizados

Orçamento preliminar.

Descrição Quantidade Valor R$ Valor total R$

CLP Impac-lógic

IHM Impac-lógic

Fonte de alimentação para CLP

02 867,51 1735,02

Caixa de comando para 4 atuadores 02 213,00 426,00

Fonte de alimentação para motores 02 104,55 209,10

Amortecedor tipo mola-gás 04 85,00 340,00

Atuador linear 04 610,30 2441,20

Total 5151,32

Componentes e materiais não cotados.

Descrição Quantidade Valor R$ Valor total R$

Sistema de trava elétrica automotiva 04

Chave de fim de curso 04

Chave magnética 08

Chave de múltiplas posições 06

Estrutura em aço tubular (barra 3 metros) 10

Parafusos, fios, etc. -

Total estimado 350,00

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6.2.3 – Sinais de Controle de Atuação

S

E

N

S

O

R

E

S

ENTRADA

C

O

N

T

R

O

L

E

ATUADOR

PRINCIPAL

ATUADOR

SECUNDÁRIO

ADA

TEA

TDA

IAD

SEE

SIP

SED

IAE

SIC

AEA

DADOS

RP

AS

AP

RS

Nomenclatura dos sinais de atuação: AP � avança motor principal; RP � recua motor principal; AS � avança motor secundário; RS � recua motor secundário.

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7 - Referências bibliográficas

DEALEY, Carol. Cuidando de Feridas. São Paulo: Ateneu Editora, 1996.

NETTINA, Sandra M. Prática de Enfermagem. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan

S.A., 2003.

DOUGLAS, Carlos Roberto. Patofisiologia Geral. São Paulo: Robe Editorial, 2000.

Acesso em (03/05/2007)

http://www.reservaer.com.br/saude/lesaomedular.html

Acesso em (03/05/2007)

http://www.eerp.usp.br/projetos/ulcera/PREV.html

Acesso em (05/05/2007)

http://www.hill-rom.com/usa/TC_Bariatric.htm

Acesso em (09/05/2007)

http://www.bedsorefree.net/

Acesso em (12/05/2007)

http://www.wgate.com.br/fisioweb

Acesso em (30/05/2007)

http://www.feridologo.com.br/teseup.htm

Acesso em (31/05/2007)

www.eerp.usp.br_projetos_ulcera_PREV.pdf

Acesso em (31/05/2007)

http://www.biblioteca.ufjf.br/index.php?option=com_content&task=view&id=47&Itemid=65