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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
NÚCLEO DE REVISÃO DE COMISSÕES
TEXTO COM REDAÇÃO FINAL
COMISSÃO ESPECIAL PEC 137-A/99 - SUBTETOEVENTO: Reunião ordinária Nº: 0438/00 DATA: 09/05/00INÍCIO: 15h15min TÉRMINO: 16h55 DURAÇÃO: 1h25min TEMPO DE GRAVAÇÃO: 1h28min PÁGINAS: 31 QUARTOS: 9REVISÃO: ROBINSON, ROSA ARAGÃOSUPERVISÃO: ESTELACONCATENAÇÃO: ESTELA
DEPOENTE/CONVIDADO - QUALIFICAÇÃO
SUMÁRIO: Continuação da votação dos destaques apresentados à Proposta de Emenda àConstituição nº 137-A, de 1999.
OBSERVAÇÕES
Há intervenções inaudíveis.Há oradores não identificados.Há uma expressão ininteligível.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNome: COMISSÃO ESPECIAL PEC 137-A/99 - SUBTETONúmero: 0438/00 Data: 09/05/00
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Havendo número
regimental, declaro abertos os trabalhos da presente reunião, solicitando aos
senhores membros da Comissão que tomem assento no plenário.
Informo aos Srs. Parlamentares que foi distribuída a cópia da Ata da 11ª
Reunião desta Comissão Especial, realizada no dia 3 de maio de 2000. Assim
sendo, indago ao Plenário se há necessidade da sua leitura.
O SR. DEPUTADO DARCI COELHO - Sr. Presidente, peço a dispensa da
leitura da ata.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Dispensada a leitura da Ata
a pedido do Deputado Darci Coelho.
Em discussão a Ata. (Pausa.)
Não havendo quem queira discuti-la, coloco-a em votação.
Os Deputados que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada a Ata da 11ª Reunião.
Expediente.
Correspondência recebida. Ofício do Deputado Márcio Bittar justificando sua
ausência à reunião desta Comissão no dia 3 de maio.
Ofício do Líder do Bloco PSDB/PTB indicando o Deputado Léo Alcântara
para integrar esta Comissão, na condição de titular, em substituição ao Deputado
Alexandre Santos.
Ofício do Líder do Bloco PSDB/PTB indicando o Deputado Alexandre Santos
para integrar a Comissão, na condição de suplente.
Comunicação.
Comunico aos Srs. Parlamentares que o Presidente da Câmara dos
Deputados, Michel Temer, prorrogou o prazo desta Comissão por mais vinte
sessões.
Ordem do Dia.
Esta reunião foi convocada para continuação da votação dos destaques.
Destaque nº 15.
Encontra-se sobre a mesa requerimento de destaque da bancada do Bloco
PSDB/PTB, solicitando votação em separado da seguinte expressão: "incluídas
todas e quaisquer vantagens pessoais e funcionais de qualquer natureza,
constantes do caput do art. 2º do substitutivo".
Vamos passar à votação da matéria destacada.
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Esclareço a V.Exas. tratar-se de DVS.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente, peço
a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Com a palavra o nobre
Deputado Antonio Carlos Pannunzio.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente,
requeiro a V.Exa., com base no Regimento Interno e, evidentemente, ouvido o
Plenário, se houver concordância, que deixemos esse destaque, já que estamos
com dificuldade na interpretação do texto, para uma discussão posterior, e
passemos a um outro que não seja, inclusive, correlato, para adiantar a discussão
da matéria e chegar a um termo comum, o que, ao que parece, é a vontade de
todos os Parlamentares que aqui estão.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - A Mesa acata a questão de
ordem de V.Exa. Analisaremos o Destaque nº 10 posteriormente, que trata de
matéria correlata, e vamos examinar o Destaque nº 22.
Destaque de nº 22, da bancada do Bloco PSDB/PTB, solicitando a votação
em separado das expressões "ativos ou", constantes do § 4º, do art. 2º, do
substitutivo.
Vamos passar à votação da matéria destacada.
Esclareço a V.Exas. tratar-se de DVS.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Sr. Presidente, peço a
palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Pela ordem, com a palavra
o Deputado Luiz Antonio Fleury.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Sr. Presidente, gostaria de
chamar a atenção dos Srs. Deputados para o § 4º, do art. 2º, que diz que o disposto
neste artigo não se aplica aos juízes classistas de primeira instância ativos ou
inativos nem a seus pensionistas.
Sr. Presidente, os juízes classistas deixarão de existir daqui a um ano e
meio. Parece-me que não existe emenda, mas poderá haver acordo. Há destaque
apenas para retirar os ativos, porque me parece que a supressão do § 4º é da maior
injustiça. Na verdade, é uma verdadeira perseguição a eles. Já acabamos com os
classistas, vamos tirá-los agora desta emenda, quando, daqui a um ano e meio,
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desaparecerão os ativos. Mas os inativos e os pensionistas precisam ser
garantidos.
Então, parece-me que a supressão do § 4º é de rigor.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Permite-me V.Exa.
uma aparte, Deputado Fleury?
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - O Deputado Gerson Peres...
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Ouço o Deputado
Gerson Peres e depois, então, falarei.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Pois não, obrigado pela
compreensão, Deputado.
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - Sr. Presidente, o problema é o
seguinte: primeiro, esse dispositivo é inconstitucional, fere princípio básico da
Constituição que são direitos adquiridos que existem na Carta Magna para serem
respeitados.
O Estado, quando acabou com os juízes classistas, previu obter resultados
de enxugamento da área financeira e outras justificativas, segundo exposições
feitas aqui pelo Executivo.
Agora, ele também tem de arcar com o ônus da extinção, respeitando os
direitos daqueles cidadãos que exerceram suas atividades e que se aposentaram
dentro delas. E uma redação dessa é imprópria, inadequada e inaceitável.
Temos de deixar os juízes classistas que estão no exercício do cargo por
determinação constitucional. É a ressalva que foi feita por ocasião da extinção. O
espírito do legislador, quando colocou a ressalva, foi para não atingir direitos, não
transformar a extinção numa perseguição. Se não há conquista, não há
modificação, não há mudança.
De forma que a sugestão do Deputado Fleury é oportuna. É melhor eliminar
essa parte e deixar o direito fluir. E, se houver alguma norma do Poder Executivo
que venha atentar contra os direitos, há a Justiça para corrigir as falhas. Mas não
cabe a nós atentarmos de maneira constitucional contra a própria Constituição.
Esta é a minha observação e espero que V.Exas. a comentem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Com a palavra o Deputado
Antonio Carlos Pannunzio.
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O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente, Sras.
e Srs. Parlamentares, na verdade, sempre é prudente ouvir primeiro o Deputado
Gerson Peres, com quem tenho procurado aprender.
O Deputado Luiz Antonio Fleury foi muito feliz na sua análise sobre esses
destaques de bancada, que é do Bloco PSDB/PTB. ,E, fazendo estudo mais
acurado, dá para perceber que a aprovação desse destaque seria uma injustiça e,
com certeza, um ilícito.
Assim sendo — não sei em termos regimentais —, pergunto a V.Exas., Sr.
Presidente, Sr. Relator, se é possível a supressão total do § 4º. Se for, como
autores do destaque do Bloco PSDB/PTB, nos sentiríamos atendidos.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - O destaque em si mesmo criaria
situação de conflito no dispositivo. Evidentemente a intenção do destaque foi retirar
a constitucionalidade. Então, tem de se entender como extensão. O destaque foi
para todo o dispositivo, não para uma parte dele, compreendeu?
A Presidência pode considerar perfeitamente que, pelo espírito do destaque
e o próprio autor declarando que seu objetivo era corrigir a distorção existente no
dispositivo, o destaque não foi feito parcialmente, mas como foi combinado para os
ativos e os inativos.
O SR. DEPUTADO HENRIQUE FONTANA - Sr. Relator, Sr. Presidente, só
gostaria...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Deputado Henrique
Fontana, o Deputado Fernando Coruja havia pedido a palavra anteriormente.
Com a palavra o Deputado Fernando Coruja.
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Sr. Presidente, quero também
enaltecer o Deputado Fleury pela sua proposição. Temos duas observações a
fazer. A primeira é que realmente os juízes classistas acabaram sendo o bode
expiatório da reforma que não houve. Falou-se em fazer reforma na Justiça do
Trabalho, e não houve. Os juízes classistas acabaram sendo o bode expiatório
dela. Na verdade, a reforma que se queria fazer era apenas acabar com os juízes
classistas.
Nós, do PDT, que temos história ligada aos juízes classistas, achávamos
que, naqueles tempos, era preciso aperfeiçoar o instituto, mas, enfim, isso já é
matéria vencida. A segunda questão trata da matéria levantada também pelo
Deputado Gerson Peres.
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Está tramitando nesta Casa a PEC nº 137, que trata da contribuição dos
inativos. Eu mesmo apresentei voto em separado, em nome do PDT, levantando a
questão da inconstitucionalidade. É claro que esta norma vai de encontro ao inciso
XXXVI do art. 5º da Constituição, que prevê o direito adquirido.
Portanto, é de bom alvitre que se faça acordo. Não podemos também
desrespeitar o Regimento Interno. Daqui a pouco abriremos outra exceção: permitir
que os destaques sejam alterados a qualquer instante.
Em nome de uma compreensão geral, de que isso fere o direito adquirido,
poder-se-ia fazer acordo amplo para que houvesse concordância de todos no
sentido da supressão do artigo e não abrirmos exceção que permita a qualquer
instante...
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Permite-me V.Exa. um aparte?
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Pois não, nobre Deputado.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - O Deputado Antonio Carlos
Pannunzio, quando apresentou o destaque, disse que houve erro de datilografia.
S.Exa. queria retirar os inativos, porque os ativos não tinham nenhuma razão de
ser. O que feria os inativos é que já estavam numa situação consolidada e não
poderiam ser atingidos.
Mas o Deputado Fleury se antecipou e quis a supressão geral. Já havia
conversado comigo e, no momento em que S.Exa. apresentou, ficou um erro,
porque não havia sentido em tirar os ativos e inativos.
Portanto, isso foi um erro na datilografia do destaque, que S.Exa. corrigiu
oralmente. Estávamos na seguinte posição: ou aceitávamos o destaque para retirar
os inativos, deixando os ativos, ou, então, ampliaríamos anti-regimentalmente nesse
sentido. Mas, quanto à parte dos inativos, é regimental, porque S.Exa. já tinha-se
manifestado perante a Mesa que houve erro de datilografia na apresentação do
destaque, porque ele queria colocar os inativos. E confirmou isso perante a
Comissão.
Agora, se devemos suprimir totalmente, ou só os inativos e os pensionistas,
também não faz diferença nenhuma, porque os ativos vão terminar agora.
Para evitar que haja alegação posterior de que foi ferido o Regimento
Interno, deixaríamos somente os ativos e tiraríamos os inativos e os pensionistas.
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O SR. DEPUTADO LÉO ALCÂNTARA - Sr. Relator, eu seria oposição a
esse acordo. Tem de haver tratamento igualitário para inativos, pensionistas e
ativos. O mesmo tratamento que for dado a um tem de ser dado a outro.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Não, o problema não é esse.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Pela ordem. Há um outro
problema que tem diferença. Pela ordem, por favor, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Mesmo sendo pela ordem,
vou estabelecer o seguinte critério, senão vamos nos perder. Vou conceder a
palavra ao Deputado Henrique Fontana e, depois, pela ordem, a concederei a
V.Exa.
O SR. DEPUTADO HENRIQUE FONTANA - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
Deputados, evidentemente temos abertura e disposição para discutir eventuais
acordos que contemplem situações gerais neste projeto. Existem intenções que
estavam sendo debatidas longamente aqui, em cada canto da sala, antes de
começar a reunião. Agora, não podemos abrir mão do Regimento Interno — e esta
é a posição da bancada do PT —, para resolver acordo pontual.
Se esta Comissão resolver nos chamar para uma reunião em que se
discutam quatro, cinco ou seis pontos que estão nos colocando sob tensão por
conta de posições que um ou outro queira alterar, estamos abertos a uma
negociação desse tipo. Mas, da forma como está sendo proposta, o PT reivindica o
cumprimento do Regimento Interno, que nos indica que não podemos fazer a
votação da forma que estava sendo sugerida. Agora, estamos abertos para nos
sentar com a Comissão e discutir de forma mais geral todo o relatório.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente, pela
ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - O Deputado Luiz Antonio
Fleury pediu a palavra pela ordem. Deseja usá-la ainda?
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Gostaria, Sr. Presidente.
O ilustre representante do Partido dos Trabalhadores tem razão até o
seguinte, na proposta que apresentou: o § 1º do art. 2º estabelece que a maior
remuneração do Ministro do Supremo Tribunal Federal equivalerá, na data da
promulgação dessa emenda, a 11.500 reais.
Se for para debater tudo, discutiremos a constitucionalidade do § 1º. O art.
48 é muito claro em seu inciso XV, quando diz: "A fixação do subsídio do Ministro
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do Supremo Tribunal Federal será privativa do Congresso Nacional, por lei de
iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal."
Portanto, temos que examinar a matéria. Parece-me que não podemos fixar
o teto do art. 1º. E não podendo fixar o teto, não podemos discutir subteto.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Com a palavra o Deputado
Antonio Carlos Pannunzio.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente, Srs.
Parlamentares, talvez esteja até insistindo num ponto já sobejamente explicado
pelo Relator. Como um dos autores do destaque de bancada, evidentemente que,
ao tirar os ativos ou/e manter os aposentados e pensionistas, a nossa tese foi
considerando que havíamos votado pela aprovação dos juízes classistas.
Foi levantada, por alguns Parlamentares e pelo Deputado Fleury, com muita
propriedade, a questão da injustiça. Se vamos garantir — até porque é de direito —,
o reajuste na forma como vai dispor essa emenda, se aprovada, aos classistas
aposentados ou respectivas pensionistas, não há nenhuma justiça. E aqui peço, por
favor, a compreensão de todos, porque o erro foi nosso ao datilografarmos o texto.
Não há nenhuma razão em mantermos a exclusão dos juízes classistas da
ativa que já estão em extinção. Se estão em extinção, nada mais justo que deixá-los
para que isso aconteça de forma natural.
Por isso, Deputado Henrique Fontana, peço à bancada do PT e a outras
bancadas que porventura tenham dúvidas que analisem esse aspecto. Sou,
inclusive, um dos responsáveis por esse destaque, estou assumindo a
responsabilidade por um erro. E não queremos que um erro venha prejudicar
amanhã ou depois toda uma categoria de brasileiros que vêm trabalhando em
conformidade com a lei vigente e dando sua contribuição para o estabelecimento
da justiça na área trabalhista.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Deputado Henrique Fontana, o
problema é o seguinte: quanto ao destaque, não há dúvida, porque ele já havia
deixado claro para a Mesa que tinha havido um erro de datilografia, comunicando
ao Presidente e ao Relator. E eu disse que não havia importância alguma e que ele
esclarecesse no momento da votação. Agora, o que o Deputado Luiz Antônio Fleury
sugeriu é que se considerasse o destaque na totalidade, ativos e inativos. Não
poderíamos suprimir com base no destaque, porque o destaque se referia só aos
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inativos. Mas, diante das ponderações, do conflito que criaria na divergência, no
tratamento desigual na mesma situação, é que se propôs que se considerasse o
destaque como supressivo e não discutir só parte dele. Evidentemente que isso
não está sujeito à anuência de todos, senão vamos votar só o destaque na parte
parcial referente aos inativos.
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Sr. Presidente, apenas para
uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Com a palavra o Deputado
Fernando Coruja.
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Veja bem, Sr. Presidente, se
excluirmos os ativos, estamos dizendo que isso não se aplica a eles. Bom, se
excluirmos, passará a se aplicar.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Os ativos.
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Claro, passará a aplicar-se aos
ativos, porque veja bem o que diz o dispositivo: "O disposto nesse artigo não se
aplica aos juízes classistas de primeira instância, ativos e inativos." Se excluirmos
os ativos, passará a aplicar-se aos ativos e congelará os inativos.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Mas é justamente por isso que
ele...
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Aí estamos diante de uma
flagrante inconstitucionalidade de novo, Sr. Presidente, porque o art. 40, § 4º, diz
que não pode haver diferenciação entre ativos e inativos, também. Além da questão
do direito adquirido, temos uma outra flagrante inconstitucionalidade. Isso não
podemos votar. Então, insisto na tese do acordo. É claro que podemos conversar
eventualmente outras questões, mas a tese correta é suprimir.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTÔNIO FLEURY - Permite-me V.Exa. um
aparte?
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Quando um destaque é votado e
entra em conflito com o restante do substitutivo, então tem que ser suprimido. É
conseqüência da aprovação do destaque.
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Tem que ser suprimido.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTÔNIO FLEURY - Permite-me V.Exa. um
aparte? Há outra flagrante injustiça nesse dispositivo, que só fala nos juízes de
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primeira instância, ou seja, os classistas que estão nos tribunais serão beneficiados.
Quer dizer, tem de ser retirado o § 4º inteiro.
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Tem que ser retirado por
absoluta...
O SR. DEPUTADO HENRIQUE FONTANA - Sr. Presidente, Sr. Relator e
nobres Deputados, há uma questão que concordo ser injusta, equivocada no
relatório, com todo o respeito ao nobre Relator. Existem outros problemas, na visão
do PT e de outros Deputados. Então, estamos propondo o seguinte: vamos romper
a barreira do Regimento Interno? Queremos discussão preliminar, porque vamos
estar rompendo a barreira do Regimento. É evidente, não há meio-termo aqui.
Vamos estar rompendo a barreira do Regimento. Para romper a barreira do
Regimento, estamos querendo negociação mais ampla, que discuta outros temas
que também nos causam desconforto nesse relatório e, a essa altura, não é mais
possível destacar, alterar, etc. É óbvio que, se queremos o bom senso neste
momento para alterar isso, há outras atitudes de bom senso também necessárias.
É bom fazermos tudo de pacote, senão se atende a uma demanda e não se atende
a outra. Pode-se reivindicar a aplicação do Regimento num momento e abrir mão
dele num outro, conforme minha conveniência política ou a conveniência de outro.
Essa a nossa posição e contrariedade.
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - Sr. Presidente, eu gostaria de...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Com a palavra o Deputado
Gerson Peres.
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - Sr. Presidente, quando se tem um
gancho desses — já que estamos encontrando algumas barreiras —, procura-se
usar o que chamamos em família de esperteza regimental. Eu admiro muito o PT e
a sua competência. O PT tem interesses em outros dispositivos. Ele está utilizando
esse gancho para poder negociar. Então, seria bom que o PT dissesse logo quais
são os pontos básicos que gostaria para dar o seu voto ao acordo. Se
estivéssemos também de acordo com o PT, resolveríamos a questão. Agora, não
sabemos o que o PT quer agora "Então, eu quero isso, isso, isso, em troca de
quebrar o Regimento". Então, vamos negociar.
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Deputado Gerson Peres, o PT
não aceita quebrar o Regimento. É preciso deixar isso muito claro. O PT, nesta
Comissão, em nenhum momento aceitou a tese da quebra do Regimento. É muito
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claro o que o Deputado Henrique Fontana está dizendo. Temos, em plenário, a
possibilidade sempre da emenda aglutinativa e que, pelo que me consta, é o que se
propunha neste momento. Mas a emenda aglutinativa tem um pressuposto: o
acordo dos Líderes. Neste caso, não há acordo com o PT e até para que não
pareça que o PT aceita quebrar o Regimento, porque não aceitamos. Somos a
favor daquela tese de que o Regimento protege os mais fracos. E como nós aqui no
Congresso Nacional somos os mais fracos, temos de nos agarrar ao Regimento,
porque ele atende aos fortes e, às vezes, pode nos atender.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Deputado Geraldo Magela, V.Exa.
chegou agora, não acompanhou o início da discussão. O que está em discussão é
o seguinte: há destaque do PSDB que manda retirar parte do dispositivo. Inclusive,
ele já declarou perante a Mesa e o Relator que houve erro de datilografia. Queria
retirar os inativos e não os ativos. Muito bem. A Mesa já havia levado em
consideração, porque foi antes da votação. Então, o que estava ali em votação era
parte do dispositivo do destaque. Por sugestão do Deputado Luiz Antônio Fleury,
com a anuência dos Deputados Gerson Peres, Fernando Coruja, Antonio Carlos
Pannunzio e a aprovação tácita de toda a Comissão, sugeriu-se que, por uma
conseqüência jurídica, tendo em vista a paridade constitucional entre ativos e
inativos, que não poderia colocar o inativo, deixando o ativo e vice-versa, porque,
pela Constituição, o que se aplica a um se aplica a outro. Aprovando parte do
dispositivo, por conseqüência, estaria prejudicado todo o dispositivo por conflitar
com norma constitucional e não ser coerente com o espírito do destaque. Nesse
sentido, o então Deputado do PT achou que com isso estaríamos rompendo o
Regimento. Estamos dando interpretação ao dispositivo e ao destaque. É algo
perfeitamente coerente e lógico. Se houver impedimento, e não houver acordo,
votaremos só parte do dispositivo e deixaremos o inativo. Não queremos conflito,
não queremos alegações de que estamos aqui favorecendo a violação do
Regimento.
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Deputado Vicente Arruda, na
verdade, foi exatamente isso que entendi. Não estava presente no início da reunião,
mas tenho não só um companheiro de partido competente, como uma assessoria
que nos orienta bem e fui orientado. É exatamente com isso que não estamos
concordando. Na reunião passada, o Deputado Ibrahim Abi-Ackel abriu debate
sobre o que estávamos chamando de rompimento ou de ultrapassar o teto para o
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caso dos juízes, desembargadores, no tocante a um acréscimo que poderia ser
feito ao teto com relação ao adicional do tempo de serviço. Nós, do PT, dizíamos:
"Olha, Deputado Ibrahim Abi-Ackel, não é neste item que V.Exa. vai resolver esse
problema.", com o que ele concordou. Mas S.Exa., de forma muito brilhante,
competente, abriu o debate. Ficamos de estudar se haveria forma de
consensualmente encontrar uma solução. Pelo menos até agora não foi
apresentada ao PT nenhuma proposta no sentido de que pudéssemos partir para o
consenso, no tocante a essa questão. Mas ali, naquele momento, todos
concordávamos que, se não houvesse consenso, não haveria outra forma de
fazê-lo, porque seria anti-regimental. É o que estamos dizendo aqui.
Quanto ao mérito do destaque, quero dizer que o PT votou pela extinção do
cargo de juízes classistas. Aliás, votou junto com a maioria do Governo.
Praticamente todo o Governo votou a favor. Eu, particularmente, tinha posição um
pouco distinta e segui a posição do PT. Agora, parece-me contraditório colocar em
extinção e querer dar a eles a mesma situação dos que não estão em extinção.
Parece-me contraditório isso, ou se aplica ou não se aplica a todos.
Na verdade, acho que não há solução regimental. Até para agilizar os
trabalhos, eu proporia às bancadas do PSDB e do PTB que retirassem o destaque.
Para que retirar o destaque? Para permitir que votássemos o texto completo. Por
quê? Porque aí a solução para o Plenário talvez fosse até mais plausível. A
bancada do PT, hoje, fez um debate, e estamos convencidos de que, a seguir esse
ritmo, essa emenda vai para as gavetas, porque o Governo não terá interesse de
votá-la e daqui a pouco ninguém terá. Porque o PT, que sempre defendeu o teto
nacional, a depender do que sair daqui, vai-se descompromissar de ficar
defendendo a forma que sair daqui. Já deixamos isso claro em outras reuniões.
Então, queremos votar um teto, votar um subteto e — quem sabe? — deixar
o texto do jeito que está. Talvez seja mais um instrumento para que possamos
debater tudo e chegar a um consenso para levar ao plenário, o que não
conseguimos até hoje.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - V.Exa. quer falar, Deputado
Mendes Ribeiro Filho?
O SR. DEPUTADO MENDES RIBEIRO FILHO - Presidente, aprendi um
coisa: quando há clima, colocamos as coisas em cima da mesa e os acordos fluem;
quando não há, tudo acaba sendo mais um motivo para briga. Eu vou continuar
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sendo um cavalheiro no que se refere ao diálogo. Acho que temos de conversar e
muito sobre essa emenda, senão eu vou concordar com o Deputado Geraldo
Magela: vamos ficar sem emenda, sem teto, sem subteto, sem qualquer ponto de
referência. Temos de fazer essa reflexão e buscar o entendimento.
Concordo com o Relator, Deputado Gerado Magela. A emenda proposta pelo
PSDB torna inexeqüível a norma constitucional, se aprovada pela Comissão.
Obviamente, uma emenda de redação deve retirar o restante, mas é o que acabei
de dizer: quando não há clima para acordo, não há clima para acordo.
Por isso, Sr. Presidente, apelo novamente aos Líderes. Acho que estamos
votando matéria extremamente importante para a União, para os Estados, sem que
possa existir o devido entendimento entre as Lideranças e os membros desta
Comissão. Deixo para reflexão.
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - Sr. Presidente, penso o seguinte: se
nós, na Comissão, temos consciência jurídica, porque esta é uma Comissão
Técnica, ela tem os políticos, vamo-nos desobrigar um pouco das nossas paixões
políticas sobre a matéria e botar a consciência jurídica na frente. Trata-se de uma
aberração jurídica. O Deputado Geraldo Magela sabe disso, tenho certeza absoluta
de que sabe. S.Exa. sabe porque estudou Direito. Então, nós não podemos...
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Não estudei nas universidades,
mas tenho aprendido muito aqui, principalmente com V.Exa.
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - V.Exa. pode não ter estudado, mas é
um rábula do Direito.
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sou um aprendiz. Estou
aprendendo com V.Exa.
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - Nobre Deputado, os rábulas, às
vezes, são muito mais competentes do que os formados.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Deputado Gerson, vamos...
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - Um momentinho. Eu fico satisfeito e
vou terminar, Sr. Presidente. Eu queria ver o seguinte: nós poderíamos...
(Intervenção inaudível.)
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - Não, vamos criar dificuldades. Se
levássemos isso a limpo, não teríamos que perder tempo no gabinete do Michel
Temer. Nem sei quem colocou isso aí. Isso aí tem o dedo de alguém que achou que
classista é nome feio.
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O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Acordo lá...
DEPUTADO GERSON PERES - Lá em cima. Então, vem também o Governo
pelo meio, misturado. Então, o que acontece? Vamos encontrar, depois,
dificuldades para tirar do plenário. Se aqui reuníssemos a cavaleiro e
encontrássemos essa fórmula. Não é para tirar, porque está errado, é
inconstitucional. No Regimento, há um artigo que diz que até o Presidente da Casa,
quando recebe uma proposta e ela é flagrantemente inconstitucional, ele a indefere
in limine e vai embora. Eu pediria ao Deputado Geraldo Magela, com todo o
respeito que tenho por S.Exa., que refletisse. Se abreviássemos, faríamos uma
economia processual no debate e adiantaríamos para dar esse teto logo. Porque,
do jeito que estou vendo aqui, esse teto só vai sair na véspera de Natal. E aí os que
estão esperando o teto vão nos amaldiçoar no dia de Natal.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Com a palavra o Deputado
Ibrahim Abi-Ackel.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Sr. Presidente, atrevo-me a fazer
umas poucas observações a respeito do problema, mas elas me parecem
procedentes e racionais.
O Sr. Relator incluiu na sua emenda uma disposição que congela a
remuneração de ativos e inativos da Justiça do Trabalho, ou seja, dos juízes
classistas. Chegou-se depois à compreensão de que essa disposição era
inconveniente porque inconstitucional, ela congela funções e aposentadorias,
porque não é permitido ao legislador ordinário. Depois de já estabelecido este
entendimento, o ilustre Líder do PSDB, Deputado Jutahy Junior, entrou com um
destaque pedindo que fossem apenas excluídos do congelamento os da ativa, isto
é, os juízes classistas de primeira instância da ativa. Ora, como é público e notório
que os juízes classistas de primeira instância foram extintos, respeitados apenas os
seus atuais mandatos, é claro e óbvio que essa disposição cai no vazio, uma vez
que não tem destinatário.
Os ilustres representantes do PT, com toda razão, zelando, como é do seu
dever, pela intangibilidade do Regimento, preocupação essa da qual partilho,
poderiam concordar conosco em que, verificada uma inconstitucionalidade
flagrante, cessa o que a antiga musa canta. Não vamos, por uma dificuldade
regimental, ferir a Constituição, porque esta prevalece sobre os demais tipos de
ordenação jurídica num país.
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Temos que encontrar uma fórmula para isso, porque não podemos sair daqui
com uma disposição que congela funções ou aposentadorias de quem quer que
seja. Ou encontramos fórmula para isso, ou ficaremos discutindo indefinidamente,
porque eu não abrirei mão de resistir, tanto quanto for possível, a esse pretendido
congelamento que é uma inovação no Direito Público.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Mas, Deputado Ibrahim Abi-Ackel,
o que está sendo votado agora no destaque já foi reformulado, porque no momento
que ele apresentou, declarou perante a Mesa que houve um erro de redação, e a
Mesa já tem conhecimento disso. Então, o que se estava votando era "os inativos e
os... Agora, queria se tirar de tudo.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Não, mas é inconstitucional.
Continua sendo inconstitucional.
Então, quero apenas concordar com o ilustre Deputado Ibrahim Abi-Ackel e
dizer que não há como votar isso daqui. Não temos como votar, porque, se
votarmos "não", teremos um outro dispositivo também inconstitucional que
continuará no texto.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Exato.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Se nós votarmos "sim",
estaremos consagrando também a inconstitucionalidade. Não há como votar esse
destaque e não há como retirá-lo de acordo com o Regimento.
Portanto, temos de ser coerentes. Se há uma flagrante inconstitucionalidade,
gostaria de dizer que entendo que o Deputado Ibrahim Abi-Ackel nos deu uma lição
fundamental: é evidente que a Constituição se sobrepõe ao Regimento Interno.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Claro. É evidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - V.Exa. concluiu, Sr.
Deputado?
(Intervenção inaudível.)
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Eu me pergunto, Sr. Presidente,
se diante da verificação da existência de uma inconstitucionalidade patente está o
Sr. Relator-Geral impedido de corrigi-la, riscando do texto a disposição que afronta
a Constituição. Não está. Não está impedido de fazê-lo. Deve fazê-lo. É
aconselhável que o faça. O Relator não deve nem contribuir para uma
inconstitucionalidade, muito menos patrociná-la. Deve comparecer perante a Casa
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e dizer: "Houve um erro que eu corrijo neste momento. Excluo o parágrafo do meu
parecer". Está resolvido o problema.
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - Sr. Presidente, peço a palavra para
uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Sr. Deputado Gerson
Peres, há uma questão de ordem solicitada anteriormente pelo Deputado Fernando
Marroni. Peço a V.Exa. que me desculpe, mas vou assegurar a palavra ao
Deputado Fernando Marroni.
O SR. DEPUTADO FERNANDO MARRONI - Sr. Presidente, Sr. Relator,
demais Deputados, o debate sobre se há ou não uma flagrante
inconstitucionalidade não deve ser decidido por esse fórum. Quem diz se é
inconstitucional ou não é outro fórum. Na nossa opinião, há um destinatário, sim,
Deputado. São 3 mil juízes classistas em atividade. E há um destinatário dessa
emenda aqui para o congelamento. Esse disposto foi violento.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Não em atividade. Permite-me
V.Exa. um aparte?
O SR. DEPUTADO FERNANDO MARRONI - Em segundo lugar, os
pensionistas e os inativos não estão mais no Regime Geral da Magistratura, estão
no Regime Geral da Previdência. Portanto, a idéia da isonomia também não cabe
aqui.
Há um debate de mérito também nessa emenda, e nós não podemos
concordar que simplesmente seja riscado pelo Relator ou que se desconsidere o
debate que se está fazendo nesta Comissão.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Eu gostaria de saber se
dessa informação de V.Exa. ...
O SR. DEPUTADO FERNANDO MARRONI - E o Papai Noel é no dia 1º de
maio, porque há um artigo aqui que remete para o dia 1º de maio, o Papai Noel.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Permite-me V.Exa. um
aparte? Eu só gostaria de saber qual foi o dispositivo legal que fez com que os
aposentados e pensionistas estivessem no Regime da Previdência e não no da
Magistratura?
O SR. DEPUTADO FERNANDO MARRONI - Essa é a norma.
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O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Não, não, eu gostaria de
saber onde é que está isso. Essa lei não passou por esta Casa, porque seria
inconstitucional.
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sr. Relator, uma questão de
informação.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Antes de conceder a
questão de informação a V.Exa., indago do Deputado Ibrahim Abi-Ackel se V.Exa.
terminou sua manifestação?
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Terminei e agradeço muito a
atenção de V.Exa., mas permita-me insistir em que o Relator, verificada uma
inconstitucionalidade, pode e deve excluí-la do seu parecer.
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - Sr. Presidente, eu pedi a palavra
para uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Para uma questão de
ordem, com a palavra o Deputado Gerson Peres.
O SR. DEPUTADO GERSON PERES - Sr. Presidente, o Regimento da Casa
determina que a questão de ordem é levantada para dirimir dúvidas que estejam em
conflito com o Regimento ou com a Constituição. O Regimento também estabelece
que quem decide em todo o plenário das Comissões Especiais ou de plenário são
os que compõem a maioria do Plenário.
Considerando, portanto, que a flagrância de inconstitucionalidade, como bem
frisou o Deputado Ibrahim Abi-Ackel, se sobrepõe a qualquer outro tipo de norma
regimental, eu levantaria a seguinte questão de ordem a V.Exa.: primeiramente, que
consultasse esta Comissão sobre se esse dispositivo é ou não flagrantemente
inconstitucional. Uma vez a maioria se manifestando, o Relator teria o respaldo da
maioria da Comissão para adotar medidas regimentais, excluindo o artigo, sem
precisar afrontar a Constituição.
Essa é a nossa questão de ordem apresentada a V.Exa. para ser discutida e
votada.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Antes de decidir sobre o
acolhimento ou não da questão de ordem de V.Exa., gostaria ouvir o eminente
Relator.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Deputados Gerson Peres e Ibrahim
Abi-Ackel, o problema é que a Comissão já votou o texto. O Relator não pode mais
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excluir o texto, a não ser mediante o destaque que está posto na Casa. Depois que
for aprovado o destaque, excluindo os inativos e os pensionistas, eu poderia, por
uma emenda de redação, entender que havia discrepância do termo, não podia
permanecer um e outro e decidir se levaria para plenário. Eu acho que a solução
deveria ser essa, porque temos base regimental para votar o destaque, excluindo
os inativos. Depois, eu, examinando a questão do ponto de vista constitucional, na
redação final, resolveria, e a Comissão aprovaria ou não, e no caso iria para
plenário. Mas, com isso, já teríamos demonstrado efetivamente o nosso desejo de
excluir, porque eu, realmente, como Relator, reconheço que errei ao incluí-lo no
texto.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente, mais
uma questão de ordem, se V.Exa. me permite. Eu confesso que fico com alguma
dificuldade de entender a dinâmica dos trabalhos desta Comissão. Partimos do
princípio de que, sendo um destaque de bancada, os representantes das duas
bancadas ou do Bloco que formularam o destaque já previamente perante a Mesa
se retrataram dizendo que houve um engano. Foi o que aconteceu, e a Mesa
concorda com isso, ou seja, no destaque não poderiam ter sido incluídos os inativos
e os pensionistas. Essa era a posição da bancada que fez o destaque. Num dado
momento, no decorrer desta sessão, um Parlamentar presente, o Deputado Luiz
Antonio Fleury, também membro do Bloco autor do destaque de bancada, levanta
uma questão constitucional. Mostra que a manutenção de parte do destaque
acabaria agravando a situação com um flagrante desrespeito ao texto constitucional
e aos direitos constitucionais. Assim sendo, Sr. Presidente, eu não consigo
entender o que impede, uma vez que o próprio Relator concorda que V.Exa. ponha
em votação, na forma como foi entendido pelo Relator. Se a maioria entender que o
Relator errou, muito bem, teremos que votar apenas a questão do destaque. Se a
maioria não entender assim, ficará aprovado da forma como foi aceita pelo Relator.
Eu não vejo, com todo respeito — e sabem os integrantes do PT o respeito
que tenho pela sua bancada —, onde estaríamos rasgando o Regimento nesta
questão.
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sr. Presidente, peço a palavra
para contraditar a questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Com a palavra o Deputado
Geraldo Magela.
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O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sr. Presidente, eu não precisaria
ir além de lembrar um fato ocorrido nesta Comissão.
Quando foi divulgado o último texto do Sr. Relator, percebi que havia uma
alteração. Como a bancada já havia apresentado os destaques de bancada, eu
apresentei um destaque individual. Posteriormente, um outro Deputado pediu que
fosse substituído um destaque da bancada, tornando o que eu havia feito como
individual, como de bancada, e foi indeferida a minha solicitação pela ordem,
porque não se poderia alterar o destaque já apresentado.
Eu compreendo todo os argumentos apresentados pelos Deputados Antonio
Carlos Pannunzio, Luiz Antonio Fleury e Ibrahim Abi-Ackel, mas não vejo solução, a
não ser consensual. E tenho que lamentar que não há consenso.
Volto a propor aos Deputados Pannunzio e Fleury que rejeitemos o
destaque, porque não há como aprová-lo do jeito que está, porque aí, sim, seria
inconstitucional, com o nosso compromisso de discutir todo o texto que nós
queremos discutir a partir da rejeição do destaque. Nós queremos agilizar, porque
não há solução regimental. Perdoe-me, Deputado Ibrahim Abi-Ackel, a solução que
S.Exa. apresenta só seria possível se ainda não houvesse sido votado o texto,
ressalvados os destaques. Já foi votado o texto, ressalvados os destaques. Não se
pode alterar o texto agora por decisão do Relator, porque, aí, sim, S.Exa. se estaria
superando à Comissão, o que não é possível.
Faço uma proposta, de fato, seguindo um pouco o que Deputado Mendes
Ribeiro Filho disse. Hoje, o clima não é para acordo. Sejamos absolutamente
claros. Este acordo pode ser feito no momento seguinte.
Deputado Antonio Carlos Pannunzio, com todo respeito a V.Exa. e aos
demais Parlamentares que apresentaram o destaque, neste momento, a forma de
salvar o destaque é derrotá-lo para discutir o conjunto do parágrafo no momento
mais apropriado.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Sr. Presidente, fui citado.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Sr. Presidente, só gostaria de
dizer que nós temos no Regimento Interno, entre as atribuições do Presidente da
Casa, exatamente a de rejeitar qualquer matéria que seja manifestamente
inconstitucional. Acredito eu que, por analogia, nós poderíamos aplicar o disposto
nesta Comissão, se a Comissão entender que a matéria é evidentemente
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inconstitucional. E por que digo isso? Porque não há como votar. Se nós rejeitarmos
o destaque, estaremos aprovando uma inconstitucionalidade flagrante. E, se nós o
rejeitarmos, nós também estaremos incorrendo numa inconstitucionalidade.
Portanto, por analogia, dentre as atribuições do Presidente da Casa,
parece-me que V.Exa., acolhendo a questão de ordem do Deputado Gerson Peres,
poderia submeter a esta Comissão se o texto é flagrantemente inconstitucional. Se
assim for, V.Exa., por analogia, poderia fazê-lo, sem impedir, Deputado Geraldo
Magela, que nós possamos discutir outros assuntos.
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Nobre Deputado, permita-me
discordar. V.Exa. defende muito bem a tese, mas me parece que parte da premissa
equivocada, porque o texto que está do § 4º do art. 2º da emenda não é
inconstitucional. Já fora votado. Ele poderia até a vir se tornar inconstitucional, se
aprovado fosse o destaque. Primeiramente, V.Exa. teria razão, se de todo
Presidente rejeitasse o destaque, porque o destaque tornaria o parágrafo
inconstitucional.
Sendo assim, apresento questão de ordem em sentido contrário a que
V.Exa. apresenta, no sentido de que ele rejeite imediatamente o destaque, porque o
destaque, se aprovado, é que tornará o § 4º inconstitucional.
O SR. DEPUTADO LUIZ ANTONIO FLEURY - Entendo que é
inconstitucional o § 4º como ele está redigido.
O SR. DEPUTADO MARCELO DÉDA - Mas ele não pode declarar essa
inconstitucionalidade nem a Comissão.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Sr. Presidente, eu fui citado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Para uma questão de
ordem, com a palavra o Deputado Ibrahim Abi-Ackel.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Não, Sr. Presidente, nós
estamos diante de uma questão gravíssima, porque ela envolve precedente do
maior risco para todo e qualquer servidor público daqui por diante. Consagrado
esse precedente, a qualquer tempo, ao ensejo de qualquer emenda constitucional,
poder-se-ão congelar pensões e proventos de aposentadoria de qualquer classe ou
categoria de servidor público, os funcionários administrativos, os soldos dos
militares, os proventos da Magistratura. Tudo, em suma, que o indivíduo construiu
ao longo de toda a sua vida, baseado num sistema legal plenamente em vigor, pode
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ser alcançado por norma idêntica a esta que estamos votando, porque ela vulnera
tudo aquilo que se tem como elementar na compreensão do direito adquirido.
São atos que se perfizeram à sombra da lei e integraram o patrimônio do
indivíduo. Não quero discutir se o juiz classista era ou não bem-vindo à nossa
ordem judicial. Não desejo indagar se ele foi ou não bem-vindo aos quadros da
Magistratura. O certo é que regularmente nomeado, regularmente empossado,
regularmente exercendo o cargo durante anos, perfez o direito a uma determinada
aposentadoria. E vem agora, de súbito, o legislador diz, ao conceder uma proposta
de emenda à Constituição, que os seus proventos e as pensões daqueles que o
sucederam são congelados. Toda e qualquer categoria de servidor público, no
futuro, poderá ser alcançada por norma semelhante a essa em virtude do
precedente que se estabeleceu.
Posta a matéria na sua verdadeira gravidade, na extensão das suas
verdadeiras repercussões para o futuro, verifiquemos o que acontece, neste
momento, na reunião da Comissão Especial que trata do assunto: há evidente
perplexidade entre todos nós. Todos reconhecemos que o § 4º é todo ele
inconstitucional. No íntimo, estamos todos convencidos de que ele não deve ser
inserido na ordem constitucional brasileira, mas não encontramos formas e meios
regimentais adequados para chegar a essa solução.
Esta é a questão que estamos enfrentando. É um simples questão de
mecânica, é uma simples questão de procedimento, porque a mens legis já se
formou no sentido da inconstitucionalidade.
Assim como o indivíduo, na órbita estrita do seu comportamento pessoal,
verifica, num determinado instante, que o seu procedimento contrasta com a lei, é
do seu dever retroceder para não consumar o delito que estava na iminência de
cometer. É da ética médica que, em meio a uma cirurgia, o cirurgião, entendendo
que está errado, retroceda, para tomar o melhor caminho. É da consciência de cada
um verificar o limite em que deve prosseguir, em que se deve corrigir.
Nós estamos convencidos de que nos devemos corrigir. A minha idéia é a de
que o Sr. Relator, homem eminente, advogado prático, jurista respeitável, tenha a
firme convicção de que a sua voluntas é a de excluir do texto o parágrafo que
inadvertidamente havia incluído. O que o impede de fazê-lo? O respeito
sacramental a um Regimento? Ora, quando foi que o Regimento, a lei, a lei
complementar, quando foi que qualquer norma dessas pôde sobrepor-se à
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consciência da inconstitucionalidade de uma disposição? Se é inconstitucional, não
deve prosseguir. Se é inconstitucional, deve ser desde logo eliminada. Se é
inconstitucional, não pode fazer parte do corpo das leis do País.
E como excluir o texto inconstitucional? Apenas através da manifestação da
vontade. Quem pode manifestar a sua vontade neste instante é o nobre e o ilustre
Relator.
' O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sr. Presidente, peço a palavra
pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sr. Presidente, quero apresentar
argumentações absolutamente distintas das do Deputado Ibrahim Abi-Ackel. V.Exa.
me permite?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Antes de V.Exa. eu havia
pedido a palavra, e consulto se a quer usar primeiramente o Deputado Fernando
Coruja.
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Sr. Presidente, não sei que
encaminhamento será dado, mas gostaria de sugerir que fosse dado um
encaminhamento dessa natureza.
Estamos diante de um parágrafo claramente inconstitucional. Quando se
coloca apenas o classista de primeira instância e retiramos o de segundo instância,
quando congelamos os salários — o que foi muito bem argumentado pelo Deputado
Ibrahim Abi-Ackel, embora estejamos diante de um dispositivo flagrantemente
inconstitucional —, não estamos fazendo uma lei ordinária ou complementar.
Estamos emendando a Constituição Federal. Na verdade, a colocação desse
dispositivo não existe, porque estamos colocando na Constituição um dispositivo
flagrantemente inconstitucional. É como se ele não existisse! Além da possibilidade
de votá-lo, o Relator pode excluí-lo, porque estamos tratando de emendar a
Constituição. É perfeitamente plausível que o Relator possa excluí-lo, discordando
dos argumentos levantados pelo Deputado Geraldo Magela...
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Sr. Presidente, vamos encerrar a
discussão. A solução é votarmos o destaque e, posteriormente, ao verificar a
inconstitucionalidade, sugerirei sua correção na redação final. Se a Comissão
concordar, bem, se não concordar...
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O SR. DEPUTADO MARCELO DÉDA - Sr. Relator, com todo o respeito, se
V.Exa. assim entender, deve sugerir aos membros do seu partido a apresentação
do destaque, porque a matéria não é de redação. Ela foi a plenário!
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Não, foi apresentado...
O SR. DEPUTADO MARCELO DÉDA - Sim, no plenário. Não é um caso
insolúvel. Um mero destaque supressivo do Plenário resolve isso. Singularmente,
estou com os ouvidos e a alma abertos para ser convencido de que a regra é
inconstitucional, no caso de deixarmos a expressão "os inativos" e retirarmos "os
ativos", ou seja, discriminar dentro de uma carreira aqueles que estão na atividade
dos inativos. Parece-me que o § 2º não é uma regra de reajustamento de
remuneração, mas um escalonamento a ser obedecido na relação entre os
vencimentos dos cargos da carreira do Judiciário.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Deputado, há um destaque inicial.
Então, foi sugerido que, com a votação do destaque inicial, poderia ficar alguma
discriminação. Então, sugerimos que se entendesse o destaque...
O SR. DEPUTADO MARCELO DÉDA - Então, derrota-se o destaque.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Ou se derrota ou se vota o
destaque.
O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER - Sr. Presidente, V.Exa. me permite?
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - A Comissão decide: ou se derrota
ou se aprova o destaque. Acho que devemos aprová-lo.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Com a palavra o Deputado
Cezar Schirmer.
O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER - Sr. Presidente, temos dois
problemas. Podemos solucionar um agora e deixar o outro para depois. Explicitarei
melhor. O primeiro problema é a inconstitucionalidade do § 4º. E temos um
destaque tornando-o mais inconstitucional ainda, se entendi bem.
Temos problemas regimentais que nos impedem de votar novamente o § 4º
na sua totalidade, o que já foi feito quando da aprovação do texto, e agora temos
um destaque. Pela proposta do Relator, devemos votar o destaque, contra ou a
favor, o que para mim é rigorosamente irrelevante, por haver um problema a
menos. Depois, ficamos com o problema do § 4º, na sua totalidade ou parcialmente.
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Mais adiante, na redação final, o Relator se dispõe a rediscutir essa questão.
Se eventualmente isso não for possível, o que é flagrantemente inconstitucional, o
Plenário irá corrigi-la.
Então, seguindo a linha do Relator, proponho que votemos logo o destaque.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Agradeço o destaque a
V.Exa. Devemos ouvir, com a paciência dos que querem aprender e dos que
desejam conciliar todos os argumentos que foram colocados. Minha decisão é a de
colocar em votação o destaque.
Consulto o Deputado Antonio Carlos Pannunzio se S.Exa. confirma a troca
da expressão "ativos" por "inativos".
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Confirmo.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Então, vamos votar.
O SR. DEPUTADO MARCELO DÉDA - Sr. Presidente, quero recorrer à
Presidência.
(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Com a palavra o Deputado
Ibrahim Abi-Ackel.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Sr. Presidente, desejo ser
informado a respeito daquilo que estamos votando.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Deputado Ibrahim
Abi-Ackel, informo a V.Exa. que estamos votando o destaque que pede a supressão
da expressão "inativos" ou...
O SR. DEPUTADO MARCELO DÉDA - Não, "ativos" ou ... Está no meu
papel!
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sr. Presidente, peço a palavra
para uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Foi corrigida a expressão.
Foi comunicado à Mesa...
O SR. DEPUTADO MARCELO DÉDA - Sr. Presidente, quero formalizar uma
recusa de V.Exa.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Deputado, V.Exa.
aguarde-me explicar. A Mesa foi comunicada que houve um erro de redação, ou
seja, que a expressão "ativos" deveria ser entendida como "inativos". Consultei o
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Deputado Antonio Carlos Pannunzio se confirmava o erro de redação, e S.Exa.
disse-me que sim. E o que está valendo é a expressão "inativos".
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente, peço
a palavra para uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Pois não, Deputado
Pannunzio.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente,
vamos esclarecer, porque estamos tratando de assunto muito delicado e é preciso
ter bastante responsabilidade.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Certo.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - O § 4º é muito claro.
Como o Relator colocou, o disposto deste artigo não se aplica ao juiz classista de
primeira instância, ativo ou inativo, nem aos seus pensionistas. Ou seja, sua
intenção primeira era excluir da vinculação com o teto os salários dos juízes
classistas da ativa ou pensionistas.
A interpretação do Bloco que apresentou o destaque foi a de que não seria
justo penalizar, a essa altura, quem já tem direito adquirido, que é o juiz classista
aposentado e seu/sua pensionista.
Então, nosso destaque foi para que se suprimisse a expressão "inativos e
aos seus pensionistas" do texto de maneira a ficar valendo apenas a questão do
juiz classista que está em atividade. Essa é a intenção do destaque. Era isso que
queria confirmar a V.Exa. quando fui indagado.
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sr. Presidente, peço a palavra
para uma questão de ordem.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Na seqüência, foi
proposto pelo Deputado Luiz Antonio Fleury que se abrangessem também os juízes
inativos, pois, por já estarem em extinção, não havia sentido fazer o oposto. Então,
que eles tivessem o reajuste de direito até que terminasse. Essa era a razão de ser,
no que houve concordância quase geral.
Sr. Presidente, quero esclarecer bem a V.Exa. Se vamos votar e para que
não fiquem dúvidas devido ao erro de datilografia, — quero que o Relator concorde
ou discorde da minha afirmação — suprimindo a expressão "inativos e aos
pensionistas", eles não seriam abrangidos pela medida, quer dizer, teriam direito
aos reajustes.
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O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Mas, Deputado Antonio Carlos
Pannunzio, acho que é o contrário. Aumentou a confusão.
(Não identificado) - Acho que devemos votar do jeito que está e o Plenário
resolve, senão, não terminaremos nunca esta reunião.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Atenção, eu gostaria de
garantir ao Deputado Geraldo Magela a questão de ordem solicitada
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sr. Presidente, quero dizer a
V.Exa. e a todos os integrantes desta Comissão — e chamar os testemunhos de
V.Exas. e principalmente do Sr. Presidente e do Sr. Relator — que em todos os
momentos procuramos colocar nossas divergências, nossas opiniões, as formas de
procedimentos, chegamos inclusive a participar de reuniões e conversas informais
buscando um entendimento, sempre respeitando as divergências. É inadmissível
que, numa questão que não é a maior polêmica desta Comissão, não apenas não
se respeite o Regimento Interno, como também se jogue na lata do lixo o que está
escrito.
Desculpem-me! Não posso permanecer numa Comissão onde o que está
escrito, que foi distribuído e que tenho em mãos passa a não valer. Até no jogo do
bicho vale o que está escrito! Nesta Comissão Especial não vai valer o que está
escrito? No que está escrito não se permite a interpretação de que a expressão
"inativos" foi omitida para se escrever "ativos", até porque ela não se limita a
apenas uma palavra. Leio o que está escrito: "O disposto neste artigo não se
aplica aos juízes classistas de primeira instância, ativos ou inativos, nem aos seus
pensionistas." E o que fez o Vice-Líder do Bloco PSDB/PTB, Deputado Jutahy
Junior, também está escrito aqui, Sr. Presidente. E não há retificação no que está
escrito. Leio: "Sr. Presidente, requeiro a V.Exa. destaque para supressão da
expressão "... ativos ou...".
Desculpe-me, Sr. Presidente, mas para que esta Casa mantenha o mínimo
de respeito ao que se escreve, V.Exa. não pode aceitar qualquer retificação do
destaque, porque, se isso prevalecer, não nos restará outra alternativa a não ser
sair da Comissão, não reconhecê-la e denunciá-la a público em plenário. Tenho
certeza de que V.Exa. não jogará fora o trabalho feito até hoje nesta Comissão,
caso aceite essa questão de ordem. V.Exa. foi íntegro, foi correto, foi democrata e
foi vigilante ao Regimento Interno e à Constituição Federal em todos os momentos.
Então, não pode aceitar isso.
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O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Deputado Geraldo Magela,
V.Exa. me permite um aparte?
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sim, Deputado Ibrahim Abi-Ackel.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Deputado Geraldo Magela, peço
um grande favor a V.Exa. para completar a lucidez do seu raciocínio. Peço a V.Exa.
que leia o § 4º proposto pelo Relator com a supressão proposta pelo destaque do
Deputado Jutahy Junior. Como ficaria?
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Ficaria da seguinte forma. E aí é
que vem o maior problema e, por isso, eu havia feito uma questão de ordem
anterior que sequer foi julgada, deferindo ou não.
Deputado Ibrahim Abi-Ackel, o disposto neste artigo não se aplica aos juízes
classistas de primeira instância, inativos nem aos seus pensionistas, o que a torna
absolutamente inconstitucional. Ou seja, o que é inconstitucional é o destaque
apresentado! Por isso, ele nem deveria ter sido aceito de pronto.
Sr. Presidente, rogo a V.Exa. que, em nome da forma como tem conduzido
os trabalhos desta Comissão até este momento, indefira qualquer retificação de
texto de destaque. Em segundo lugar, que rejeite de imediato, por inconstitucional,
o destaque apresentado e apresente ao Deputado Antonio Carlos Pannunzio toda
disposição para que discutamos sua proposta, seja hoje, seja amanhã, seja em
qualquer momento. S.Exa. pode estar com toda razão, mas não é esta a forma que
irá levar ao intento buscado, que é não discriminar ninguém.
Não vou dar nessa questão de ordem a resposta no mérito interpretado pelo
Deputado Ibrahim Abi-Ackel com relação a esse parágrafo. Não concordo com
V.Exa. — e peço desculpas por isso —, mas não vou fazer isso agora, pois
considero que o melhor seria rejeitarmos o destaque ou indeferi-lo e ir ao debate
em plenário, mesmo que em outro momento. Mas não dessa forma.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Deputado Geraldo Magela,
ouvi atentamente a questão de ordem de V.Exa. Minha decisão baseou-se na
quase certeza de que haveria consenso desta Comissão, no sentido de que teria
havido um erro de redação com relação à proposta do eminente Deputado Antonio
Carlos Pannunzio.
O Deputado Mendes falou que hoje não é dia de consenso. Devo dizer que,
na Presidência desta Comissão, aprendi que houve consenso nesta Comissão.
Infelizmente, as Lideranças da Casa não trataram essa questão com a devida
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importância e fomos nós que construímos o consenso, com o esforço de todos os
Deputados da Comissão. Na verdade — volto a repetir —, fora o Sr. Presidente da
Casa, foram poucas as vezes que encontramos disposição para discutir e encontrar
consenso numa questão que — como V.Exa., eu também concordo — é uma das
mais importantes do País: a fixação de um teto e de um subteto.
Portanto, decidi pensando que havia um consenso. Se não há o consenso,
creia V.Exa. que vou considerar o destaque prejudicado por flagrante
inconstitucionalidade e, se for possível regimentalmente, manter o texto do Relator,
como fiz semana passada na outra reunião.
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Sr. Presidente, acho que aí
vamos criar outro problema. Acho que temos, então, de votar o destaque.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - A outra opção seria, então,
votarmos o destaque como está escrito.
O SR. DEPUTADO FERNANDO CORUJA - Votar o destaque como está
escrito. Vamos resolver essa questão.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente, peço
a palavra para uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente,
entendo que, se seguirmos o processo de votação e por ele adentrarmos sem
termos claramente a interpretação do objetivo do Deputado Jutahy Junior ao
elaborar o destaque, poderemos incorrer em erro.
Mais uma vez, por incrível que pareça — e concordo com tudo o que V.Exa.
com muita propriedade alegou —, se avançamos em alguma coisa, o mérito será de
V.Exa., que teve firmeza na condução dos trabalhos, e devido ao espírito
democrático e aberto do Relator, que sempre esteve disposto a acatar o que
resultou do fruto do consenso dos integrantes da Comissão.
Proponho a V.Exa. suspendermos a reunião, já que tivemos problema no
destaque anterior e continuamos com problema nesse outro. Eventualmente, V.Exa.
marcaria para amanhã nova reunião. Tentaríamos, após a reunião, construir um
consenso entre todas as bancadas que integram a Comissão.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Deputado Antonio Carlos
Pannunzio, da última reunião também saímos com a esperança de construirmos um
consenso. Abri a reunião hoje e vi que ele não ocorreu.
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O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER - Vamos votar, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Tenho a seguinte opção:
vamos votar o texto apresentado pelo Deputado Jutahy Junior: "Requeiro a V.Exa.
destaque para supressão da expressão 'ativos' ou constante do art. 2º § 4º do
substitutivo do Relator".
Vamos votar.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Sr. Presidente, peço a palavra
pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Sr. Presidente, lamento
profundamente e fico constrangido em perturbar tanto a reunião, mas não estou
seguro do que vai resultar da votação. Eu queria ouvir do Sr. Relator a respeito do
seguinte: excluída a palavra "ativos", os proventos da aposentadoria e as pensões
estarão preservados do que se chama congelamento, que a princípio se propôs?
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Examinarei essa matéria depois, na
redação final, porque posso considerar que, votado o destaque, haja isso aí. Vamos
votar o destaque e deixar a questão, porque senão não vamos sair daqui.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Deputado Ibrahim
Abi-Ackel, V.Exa. se considera...
(Intervenção inaudível.)
O SR. DEPUTADO CEZAR SCHIRMER - A solução é rejeitar o destaque.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - V.Exa. fará, então, na ocasião
própria, a cirurgia necessária?
(Não identificado) - Profunda. Profunda.
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - Não sou bom cirurgião.
O SR. DEPUTADO IBRAHIM ABI-ACKEL - Cirurgia de extirpação
necessária?
(Não identificado) - A Casa pode fazer (ininteligível).
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Os Srs. Deputados que
forem pela aprovação do texto do Relator permaneçam como se encontram e os
Deputados que forem pela supressão do texto do Relator ergam o braço. (Pausa.)
(Não identificado) - Sr. Presidente, antes de votar...
(Intervenção inaudível.)
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O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - É o que consta da
orientação. Se quiserem mudar, estou disposto a fazê-lo, mas é o que consta da
orientação.
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Sr. Presidente, eu queria
encaminhar pela bancada.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Então, vamos votar,
Deputado Geraldo Magela.
(Não identificado) - Sr. Presidente, a fase de encaminhamento foi esgotada.
(Não identificado) - Dá um tempo para um encaminhamento nessa
discussão.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Então, vamos votar,
Deputado Magela. Vamos votar.
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Encaminhamento, Sr. Presidente.
(Intervenções simultâneas ininteligíveis.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Deputado, quer orientar?
O SR. DEPUTADO GERALDO MAGELA - Eu quero, Sr. Presidente, com a
melhor vontade, tentar de fato ajudar.
Queremos votar contra o destaque, para a manutenção do texto, e estamos
absolutamente abertos e dispostos a conversar até sobre a possibilidade de um
DVS ou de um grande acordo para fazer essa discussão.
Deputados Pannunzio, Schimer e Ibrahim Abi-Ackel, estou apresentando
uma proposta. A bancada do PT vai votar contra o destaque por uma razão: a
matéria já foi aqui exaustivamente discutida. Se o destaque for aprovado, o que
permanecerá no texto é inconstitucional. Se mantivermos o texto como está, pela
discussão do mérito, é maior a possibilidade de aceitarmos discutir isso com
V.Exas. e fazer um acordo por meio de um DVS ou de outro instrumento.
Por isso, a bancada do PT, de forma muito transparente, vai votar contra,
pela rejeição do destaque e pela manutenção do texto, para que possamos, pela
discussão do mérito, até chegar à supressão do parágrafo todo. É mais
inconveniente ele ser extirpado.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Deputado Pannunzio,
V.Exa. quer orientar a votação ou podemos votar?
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Sr. Presidente, na
verdade, estamos balançando, porque sabemos qual foi a intenção da bancada ao
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apresentar o destaque, por intermédio do Deputado Jutahy, mas acabou tendo uma
conotação totalmente diferente.
Estamos tentando chegar a um acordo — se V.Exa. aguardar mais um
pouco — sobre o que é o melhor, até do ponto de vista do Relator. Quanto ao
mérito, o que fazer, todos já sabemos. O que é melhor neste momento: a
manutenção do texto do Relator ou, eventualmente, a aprovação do destaque, que
já dá ao Relator...
Qual é o melhor, Sr. Relator?
O SR. DEPUTADO VICENTE ARRUDA - É aprovar o destaque.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Aprovação do
destaque?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Deputado Pannunzio,
interpretando bem o sentimento de V.Exa., que talvez seja o da Comissão,
suspendo a sessão por 15 minutos, para que possamos retomar a votação.
O SR. DEPUTADO ANTONIO CARLOS PANNUNZIO - Agradeço a V.Exa.
(A reunião é suspensa.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gastão Vieira) - Está reaberta a reunião.
Considerando o início da Ordem do Dia no plenário, vou encerrar os
trabalhos da presente reunião, convocando outra para amanhã, às 14h30min.
Está encerrada a reunião.
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