carson rio - design school project

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S U M Á R I O

C O M P O R T A M E N T OV i d a c a r i o c a 0 4

E S TA D O S U N I D O S D A D O RP o r F r e d M e l o 0 6

C O P A 2 0 1 4S e r á q u e v a i d a r ? 0 8L e i g e r a l d a c o p a 0 9

I N T E R N E TO l a d o o c u l t o 1 0A n ô n i m o s 1 2

E N S A I O F O T O G R Á F I C OC a s a d e c u l t u r a 1 4

S U R FP e i x e d e n t r o d ’ á g u a 1 6

D A V I D C A R S O NO m i t o 1 8

C A R S O N I N R I O # 1 - V i d a C a r i o c a

E D I T O R E SP e d r o B r e d a e M a r d e n N a s c i m e n t oD I R E T O R S U P E R I N T E N D E N T EA l e x a n d r e S a l o m o nA R T EP e d r o B r e d a e M a r d e n N a s c i m e n t oF O T O G R A F I A SM a r d e n N a s c i m e n t oR E D A Ç Ã OJ o s e l i t o S e n o c i o nI L U S T R A Ç Õ E SP e d r o B r e d a

V I S I T E N O S S O S I T E :c a r s o n w o r k s h o p . c o m

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EDITORIALC a r i o c a ( d o t u p i ka r a ’ i w a ( h o m e m b r a n c o ) + o k a ( c a s a ) , “ c a s a d e h o m e m b r a n c o ” ) é o g e n t í l i c o d o m u n i c í p i o d o R i o d e J a n e i ro , n o B r a s i l . O u t r a h i p ó te s e s o b r e a o r i g e m d a p a l av r a , n o e n t a n to , d i z qu e e l a v i r i a d o s te r m o s t u p i s k a r i î ó ( “ í n d i o c a r i j ó ” ) e o k a ( “ c a s a ” ) , s i g n i f i c a n d o “ c a s a d e í n d i o c a r i j ó ” . C o n t u d o , t a m b é m Fe l i s b e l l o Fr e i r e , n a s u a o b r a H i s t ó r i a Te r r i to r i a l d o B r a z i l ( F R E I -R E , Fe l i s b e l l o . H i s to r i a Te r r i to r i a l d o B r a z i l . R i o d e J a n e i ro : J o r n a l d o C o m -m e rc i o , vo l . 1 ( B a h i a , S e r g i p e e E s p i r i to S a n to ) , 19 0 6 , p . 15 3 ) m e n c i o n a d u a s t r i b o s i n d í g e n a s e m g u e r r a n a l o c a l i d a d e b a h i a n a d e To c o , qu e te r i a m s i d o p a c i f i c a d a s p o r t ro p a s d e J e r e m o a b o ( o u G e r e m o a b o n a é p o c a d o a u to r ) : o s M u n g u r ú s e o s C a r i o c a s . I s s o qu e r d i z e r qu e ex i s t i a u m a t r i b o i n d í g e -n a n o B r a s i l c o m o n o m e d e “ c a r i o c a ” ( o a u to r s e f u n d a -m e n t a n a fo n te “ M e m . d o s L i m i te s d e S e r g i p e e B a h i a ” ) .N o s é c u l o X V I , o s í n d i o s t u p i n a m b á s qu e d o m i n ava m a r e g i ã o d a B a í a d e G u a n a b a r a te r i a m a p e l i d a d o o s i n -va s o r e s p o r t u g u e s e s d e a k a r i ( te r m o t u p i p a r a u m a e s p é c i e d e p e i xe , o c a s c u d o ) d ev i d o a o f a to d e a s a r -m a d u r a s d o s p o r t u g u e s e s s e a s s e m e l h a r e m à s t í p i -c a s p l a c a s qu e r eve s te m e s s e p e i xe . C o m a s e g u n -d a ex p e d i ç ã o p o r t u g u e s a à B a í a d e G u a n a b a r a , e m 15 0 3 , l i d e r a d a p o r G o n ç a l o C o e l h o , te r i a s i d o , c o n s t r u í d a p e l o s p o r t u g u e s e s , e m u m a d a s fo z d o R i o C a r i o c a , n a a t u a l P r a i a d o F l a m e n g o , u m a c a s a d e p e d r a qu e o s í n d i o s t a m o i o s te r i a m c h a -m a d o d e a ka r i o ka , “ c a s a d e h o m e m b r a n c o ” .

N a h i p ó te s e a l te r n a t i v a s o b r e a o r i g e m d o n o m e “ c a r i o c a ” , c o n s i d e r a - s e qu e ex i s t i a u m a a l d e i a t u p i n a m b á c h a m a d a Ka r i ó k o u Ka r i ó g n o s o p é d o O u te i ro d a G l ó r i a , n a o u -t r a fo z d o R i o C a r i o c a . Ta l a l d e i a é m e n c i o n a -d a p e l o e s c r i to r f r a n c ê s J e a n d e L é r y , qu e fe z p a r te d a ex p e d i ç ã o f r a n c e s a qu e i m p l a n to u a Fr a n ç a A n t á r t i c a , n o s é c u l o X V I . C o m o te m p o , d e n o m e d e l u g a r, o te r m o “ c a r i o c a ” te r i a p a s -s a d o a d e s i g n a r to d o s o s h a b i t a n te s d a c i d a d e .E m 1 8 3 4 , a t r av é s d o A to Ad i c i o n a l à C o n s t i t u i ç ã o d e 1 8 24 , o M u n i c í p i o d o R i o d e J a n e i ro s e s e p a ro u d a P ro -v í n c i a d o R i o d e J a n e i ro p a r a c o n s t i t u i r o M u n i c í p i o N e u -t ro d a C o r te , c o m a d m i n i s t r a ç ã o v i n c u l a d a d i r e t a m e n te à c o r te . Fo i , e n t ã o , c r i a d o o g e n t í l i c o d o n ovo m u n i c í p i o : “ c a r i o c a ” . A t é e n t ã o , o f i c i a l m e n te , ex i s t i a a p e n a s o g e n -t í l i c o p a r a a P rov í n c i a d o R i o d e J a n e i ro i n te i r a : “ f l u m i -n e n s e ” , d e r i v a d o d o l a t i m f l u m e n ( qu e s i g n i f i c a “ r i o ” ) .O R i o C a r i o c a e s t á i n t i m a m e n te v i n c u l a d o a o d e s e nvo l v i -m e n to u r b a n o d a c i d a d e , te n d o s i d o u s a d o c o m o fo n te d e á g u a d o c e d e s d e o s i n í c i o s d a é p o c a c o l o n i a l . E m 15 0 3 , e m s u a fo z , o n d e h o j e é a P r a i a d o F l a m e n g o , fo i c o n s t r u í d a , a m a n d o d e G o n ç a l o C o e l h o , u m a c a s a qu e f i c a r i a p a r a s e m p r e m a rc a d a n a m e m ó r i a d o R i o . O s í n d i o s t a m o i o s qu e v i v i a m n a r e g i ã o p a s s a r a m a c h a m á - l a d e a k a r i o k a , qu e s i g n i f i c a c a s a d e c a s c u d o . C a s c u d o s e r i a o a p e l i d o d a d o p e l o s í n d i o s a o s p o r t u -g u e s e s , p o r c a u s a d a s e m e l h a n ç a e n t r e a s a r m a d u r a s d o s p o r t u -g u e s e s e a s p l a c a s c a r a c te r í s t i c a s d o c o r p o d e s s e p e i xe . O termo dar ia or igem não só ao nome do r io mas também ao nome do natur a l .

P O R M A R D E NN A S C I M E N T O

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Indígenas americanos vivem vida de empresários como donos de cassinos.Em 1979 eles abriram dois bingos. Duas décadas depois, compraram hotéis e cassinos na Flórida.

A venda de cadernos Moleskhini aumentou

exponenciamelmente nos últimos dois anos nas capitais

brasileiras. Esse foi o resultado de um trabalho inédito de divulgação da

marca no país utilizando internet como principal veículo

de comunicação.Hoje você já pode comprar

moleskhini em qualquer livraria ou online.

Índio quer ativos

Caderninho não

COM-PORTA-MENTO

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E D u c A ç ã O g A R b O E L E g â n c I AArthur Veríssimo, o repórter ogro da Trip, encara um curso da milenar arte da etiquetaTexto por Arthur Veríssimo Fotos Rui Mendes

Em nossa eterna busca para aprimorar os modos de nosso repórter excepcional, decidimosenviá-lo a um curso da milenar arte da etiqueta para ver se uma lição sobre o manejo de talheres e guardanapos daria um jeito no ogro da Trip.Desde a caverna do sadhu solitário no Himalaia até o palácio do sultão de Brunei, existem muitas regras, pro-tocolos e atitudes que deve-mos aprender para melho-rar nosso convívio social. Bons modos são aliados imprescindíveis para qual-quer pessoa, local ou situ-ação. Mas, no trânsito, em restaurantes, aeroportos, shows, no trabalho e nas ruas, notamos que os ogros

e seus pares femininos in-felizmente ainda dominam o cenário. Há pouquíssimos Shreks bem-educados.Para me lapidar e melhorar a minha vida, resolvi me submeter a um curso de eti-queta, para que possamos juntos exonerar algumas falhas arraigadas. Saí em busca do melhor professor para elucidar os mistérios da conduta à mesa, do uso de talheres, da postura e do controle no exibicionismo, indo da língua solta à vesti-menta apropriada.A placa na frente da casa no Morumbi, zona sul de São Paulo, indica que ali é um local de boas maneiras. Logo na entrada fui recebi-do com polidez e cortesia

pela professora Virgínia Gargiulo, que ensina a arte de receber e ser recebido. A anfitriã nos conduz para a ala da residência onde mi-nistra suas aulas de lapida-ção social. A nossa será um resumo geral do curso que ela desenvolve em módulos de quatro horas. Sua casa é repleta de louças, pratarias, quadros e vasos da dinastia Ming herdados da família. Seu pai, Humberto Gargiu-lo, foi fundador da ances-tral TV Tupi, e ela teve como padrinho ninguém menos que Assis Chateaubriand – coisa de gente chique de verdade. Com braço e mão levemente estendidos, ela orienta para onde devemos ir e nos sentar.

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Estados Unidos da dorOklahoma, terra do country, da Ku Klux Klan e de grupos paramilita-res de direita, abrigou um evento insólito no final do ano passado.

por Fred MelO Paiva Fotos de vavá ribeirO

Em 1992, o paulistano André Meyer, DJ e um dos primeiros piercers do Brasil, desembarcou em Londres de-pois de 6 meses de Índia. Estava fraco e abatido: entre vacas sagra-das e pratos de couve, havia per-dido mais de 10 quilos. Assim mes-mo, sentindo-se o próprio faquir, acordou na manhã seguinte e foi até o ateliê de uma amiga, onde tinha hora marcada para colocar um pier-cing na cabeça do pênis. Como não conhecia a técnica de aplicação da peça em órgãos genitais, curvou-se à tarefa de assistir ao processo no qual, sem anestesia sem nada, veria o próprio sexo sendo perfu-rado de lado a lado por um metal pontudo. Debilitado pelo exílio de privações entre hindus e muçulma-nos, André não resistiu e desmaiou.No início de dezembro passado,

aos 30 anos de idade, André Meyer - cujo corpo comporta hoje oito pier-cings, inclusive um no saco escro-tal, e mais de vinte sessões de tatuagem - desembarcou em oklaho-ma, nos Estados Unidos. Estava for-te e confiante: entre sucos e sala-das, ganhou saúde. No dia seguinte à sua chegada, apresentou-se como ator voluntário a um grupo de “per-formances corporais” chamado tsD, sigla para traumatic stress Disci-pline. Segundo o site oficial criado por seus integrantes (www.obscuri-ties.com/tsd), o tsD faz “deforma-ções perigosas da forma humana”. No “espetáculo” Cycle of Life - em cartaz um dia só, naquela mesma noite - isto significava fazer parte de um script que inclui deixar-se perfurar por ganchos de até 1 cm de espessura, prendê-los a correntes e, com a ajuda de uma estrutura me-tálica armada de roldanas, permitir

que seja suspenso do chão pela pele como se fosse uma peça de açougue.Ninguém quer saber muito do ro-

teiro de Cycle of Life. Em todo o caso, é a encenação do ciclo da vida desde o nascimento até a morte, um mero pano de fundo para o “ritual” de perfurações e suspensões de cor-pos. o que importa mesmo é pendu-rar-se, e sobretudo suportar a dor durante a “suspensão humana”, uma prática da seara do bodypiercing. Não é nada de ritual, nada de magia negra nem de religiões orientais. É gente normal, jovens de classe média com seus piercings e ta-tua-gens, se pendurando pela pele, sim-plesmente. Gente que, depois de se suspender, toma cerveja no bar como se faz depois de uma pelada de fim

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de semana. “Quando você faz um bom sexo, sua consciência altera”, ex-plica-se André. “Esse é só um jeito de alterar a consciência e os sen-timentos. Mas através da dor.” Na noite do “espetáculo”, oito pessoas foram suspensas. outras oito apli-cavam os ganchos, amarravam as cor-rentes e faziam o trabalho. Apre-sentado num salão de festas de nome Diamond Ballroom, atraiu cerca de quinhentas pessoas, bem menos que no ano anterior - quando mil espec-tadores compareceram, metade deles para vomitar no banheiro. “Era gen-te da cidade”, conta André. “Uma coisa assim de show de rock, ca-ras fantasiados de Marilyn Mason batendo palmas espantadíssimos.” Dispostos em quadrinhos na parede

do Diamond Ballroom - “onde prova-velmente acontecem os encontros da-quelas associações de senhoras” -,

cobrir com folga uma cama de casal). Na modalidade Dupla, um sujeito se engarrancha no outro, suportando, além do próprio peso, o do parceiro.

Elvis presley e uma meia dúzia de cowboys deviam se perguntar o que era aquilo: por quê? Para quê? Ao som de “um big beat meio mórbido”, corpos subiam e desciam enganchados pelo peito como fez o Homem Chamado Cavalo, personagem do filme homônimo de Elliot silverstein. Algumas pes-soas preferiram a suspensão pelas costas sem o auxílio dos ganchos nas pernas, conhecida como suicide.Um homem chamado Allan Faulkner,

considerado um “mestre da suspensão humana”, pendurou-se pelos joelhos. A pele esticava-se com força (ali-ás, a elasticidade da pele é tama-nha que, se fosse retirada do corpo e esticada por inteiro, daria para

aNZOl de TUbarÃO

Depois de duas horas e meia de show, um apresentador, equipa-do com uma parafernália de voz de efeito futurista, anunciou que o trem fantasma tinha chegado no fim da linha. Acabou a festa e André Meyer não tinha conseguido lugar no palco para se supender. Mas não teve drama: Allan Faulkner - tam-bém sócio-fundador do tsD e dono de um verbete no Guiness Book como o único que se suspendeu por um gan-cho só - ia levá-lo para Dallas, onde, uma se-mana depois, fariam uma sessão privada. “o show não me assustou porque era aquilo que eu queria”, lembra André. “An-tes da minha própria suspensão, ainda assisti o vídeo da pri-meira vez do Allan. Faziam tudo com fio de nylon ao invés dos ganchos. Queimava pra burro.”o ganchos utilizados nas sus-

pensões humanas, fabricados pe-las mesmas indústrias que fazem os piercings convencionais, são manipulados em material cirúr-gico. Aqueles que vão nas cos-tas, em geral, têm 5 mm; os das pernas, 4. Mas tudo depende do tipo de suspensão - o recorde de Allan, por exemplo, o obrigou a uma peça de 1 cm de espessura.

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COPA 2014, NO BRASIL, SERÁ QUE VAI DAR?Texto de Giancarlo LepianiFalta pouco tempo o início do Mundial 2014 e a

pergunta que não quer calar é: “vai dar tempo?” O nos-so país está com a oportunidade rara em suas mãos, de demonstrar que ainda pode receber, pelo menos o título de o “país do futuro” ou como se costuma dizer “país emergente”. Todavia, a visível demora e entra-ves nas obras de infraestrutura, tão fundamentais para o funcionamento do Mundial, nos deixa com a pergunta do título deste artigo. Como ficaremos aos olhos do mundo inteiro, se montarmos um espetáculo feito de qualquer maneira? Isso seria uma visão pessimista das coisas, poderiam dizer alguns mas, a realidade nos leva à reflexões sérias. Vivemos em um país onde a preste-za no cumprimento de metas rigorosas não é o forte.

Os atrasos de uma ou três semanas para entrega de obras como pavimentação de ruas, reformas de praças e outras obras menores, podemos tolerar ou “engo-lir” mas, para um evento da magnitude de uma Copa do Mundo, não podemos encarar atrasos de mais de 3 semanas como “normal” ou “aceitável”. Mas, os prepa-rativos para sediar o mundial, a urgência no andamen-to das obras de construção e reforma de estádios e, pior ainda, as de infra-estrutura na modernização dos obsoletos aeroportos e outros meios de transpor-te, como por exemplo, a pretensão de construir um trem de alta-velocidade, parece não causar preocupa-ção nas mentes das pessoas responsáveis pelo evento.

Resta-nos aguardar para ver até o dia do início de Copa do Mundo de 2014. Será que, de repente , haverá um “surto” febril de obras que, até pouco tempos estavam em ritmo lento ou haviam estado paradas? Obras que precisavam de licitação, serão liberadas como que “por encanto”? Ao rever o histórico de nosso pobre e rico país, é o que parece que deverá acontecer pois do con-trário, iremos fazer um fiasco aos olhos de todo o mun-do, o que fará a credibilidade do Brasil cair, infelizmente. Esperamos que, ao contrário, possamos fazer com que

esta oportunidade rara, mesmo com o alto custo que isso possa acarretar e que o saldo, no final seja positivo.

A história das Copas do Mundo ensina que receber o torneio aumenta as chances de vitória da seleção que joga em casa. Nas últimas edições, porém, esse retros-pecto vem sendo contrariado - nas últimas três déca-das, apenas a França, em 1998, festejou a conquista de um Mundial como país-sede. Outro benefício atribuído à realização de uma Copa é o impulso no crescimen-to econômico da nação que acolhe a festa. Esse efei-to positivo, no entanto, também provoca controvérsia: para muitos economistas, o reforço no PIB no ano do Mundial acaba sendo pulverizado nos anos seguintes, quando os lucros colhidos com o evento desaparecem e sobram apenas as contas deixadas pelas obras mo-numentais exigidas pela Fifa. Existe, ainda, outro des-dobramento comum de uma Copa em casa, algo que causa um impacto mais evidente e imediato, ainda que seja mais difícil de ser mensurado. Trata-se de uma in-jeção poderosa de confiança e orgulho nacional, que desperta na população um clima de euforia pela chan-ce de desfilar o sucesso de seu país diante do resto do planeta. Depois do oceano de bandeiras tricolores que cobriu a Alemanha em 2006 e do rugido das vu-vuzelas que uniu a África do Sul em 2010 (leia mais no quadro no fim do texto), a Copa do Mundo corre o risco de amargar seu anticlímax em 2014 - justamente num lugar fascinado pelo futebol e, segundo consta, es-pecialista em fazer uma grande festa. Se depender das expectativas atuais da torcida, o Mundial do Brasil será uma estrepitosa decepção, talvez até um vexame inter-nacional. Pouca gente se sente satisfeita com a Copa. Menos gente ainda está ansiosa para ver o maior even-to esportivo do planeta acontecer em seu próprio país.

A pouco menos de três anos para o início do Mundial, o site de VEJA recorreu a seus leitores para medir a per-cepção da torcida sobre 2014. Numa pesquisa de opinião realizada entre os dias 20 e 25 de julho, 1.879 pessoas de todas as regiões do país responderam a doze perguntas a respeito da Copa. Os leitores foram consultados sobre os preparativos do país, sobre o papel do poder público no evento, sobre as sensações provocadas pela realização do torneio e, claro, sobre as chances da seleção brasilei-ra. O cenário desenhado pelos resultados da sondagem é absolutamente desastroso. Em todas as doze questões propostas, a opinião majoritária sempre foi negativa. Ain-da mais alarmante para a Fifa, a CBF e o governo - os responsáveis pela escolha do país como sede, pela or-ganização da Copa e pela realização das principais obras - é a dimensão desse pessimismo. Em nenhuma questão incluída na pesquisa há equilíbrio entre as respostas po-sitivas e negativas. As piores opções possíveis foram assi-naladas por uma sólida maioria dos participantes da son-dagem. As amplas margens que separam os porcentuais favoráveis e desfavoráveis do levantamento não deixam

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dúvidas: hoje, a Copa do Mundo de 2014 não empolga nem cativa o torcedor, desperta temores sobre a ima-gem do brasileiro no exterior e provoca insatisfação por causa do gasto excessivo e pouco inteligente de dinheiro público nas obras. A 34 meses da abertura, marcada para 12 de junho, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, ainda há tempo de sobra para que essas opiniões se ame-nizem - principalmente se as obras enfim começarem a avançar de verdade. É de se esperar, aliás, que o brasileiro se anime um pouco mais quando o clima da Copa come-çar a ser sentido. Até agora, entretanto, o Mundial é um fiasco, conforme revelam os números detalhados a seguir.

A pouco menos de três anos para o início do Mun-dial, o site de VEJA recorreu a seus leitores para medir a percepção da torcida sobre 2014. Numa pesquisa de opinião realizada entre os dias 20 e 25 de julho, 1.879 pessoas de todas as regiões do país responderam a doze perguntas a respeito da Copa. Os leitores foram consul-tados sobre os preparativos do país, sobre o papel do poder público no evento, sobre as sensações provoca-das pela realização do torneio e, claro, sobre as chances da seleção brasileira. O cenário desenhado pelos re-sultados da sondagem é absolutamente desastroso. Em todas as doze questões propostas, a opinião majoritária sempre foi negativa. Ainda mais alarmante para a Fifa, a CBF e o governo - os responsáveis pela escolha do país como sede, pela organização da Copa e pela realização das principais obras - é a dimensão desse pessimismo. Em nenhuma questão incluída na pesquisa há equilíbrio

entre as respostas positivas e negativas. As piores op-ções possíveis foram assinaladas por uma sólida maio-ria dos participantes da sondagem. As amplas margens que separam os porcentuais favoráveis e desfavoráveis do levantamento não deixam dúvidas: hoje, a Copa do Mundo de 2014 não empolga nem cativa o torcedor, desperta temores sobre a imagem do brasileiro no ex-terior e provoca insatisfação por causa do gasto exces-sivo e pouco inteligente de dinheiro público nas obras. A 34 meses da abertura, marcada para 12 de junho, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, ainda há tempo de sobra para que essas opiniões se amenizem - prin-cipalmente se as obras enfim começarem a avançar de verdade. É de se esperar, aliás, que o brasileiro se anime um pouco mais quando o clima da Copa começar a ser sentido. Até agora, entretanto, o Mundial é um fias-co, conforme revelam os números detalhados a seguir.

- Um dos principais argumentos dos defensores dos benefícios da realização da Copa do Mundo no Bra-sil é a oportunidade rara de mostrar as virtudes do país ao resto do mundo. Em alta no cenário econô-mico e com relevância crescente na comunidade in-ternacional, o Brasil poderia aproveitar o Mundial para se reinventar diante das outras nações, deixan-do para trás sua velha imagem do país de um futuro que nunca chega. Para 78% dos participantes da pes-quisa, porém, os torcedores que virão ao país em 2014 voltarão para casa com uma percepção ruim do Brasil. Só duas entre cada dez pessoas acreditam.

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mas tem que tomar cuidado pra não baixar por-caria. o que mais se vê é pedofilia, é impressionante.

eu: deep web é, basicamente, coisa ilegal e/ou errada?diogo.abdalla: não. deep web é qualquer coisa que não esteja indexada. pode ser sistema interno de biblioteca, áreas de site que são protegidas por senha, várias coisas.

eu: mas o que mais você encontrou?diogo.abdalla: assassinos e assaltantes de aluguel, venda de drogas, bibliotecas inteiras digitalizadas, serviços de lavagem de dinheiro, sites fascistas.

eu: você acha que ela pode ser uma boa para fugir das restrições que estão surgin-do, principalmente, ao compartilhamento de conteúdos?diogo.abdalla: se o cerco à pirataria apertar, pode ser a única saída. é útil pra fugir a qualquer tipo de censura. mas, por enquanto, pra pirataria mesmo, a “superfície da web” continua segura e cheia de opções.

Texto por Milos Kaiser

O LADO OCULTO DA INTERNETLonge dos nossos navegadores esconde-se a deep web, uma rede mundial sem lei

Há muito mais além do Google do que supõem nossos poucos conhecimentos informáticos. Na deep web (também chamada de darknet, under-net ou web invisível) estima-se pelo menos 500 vezes mais conteúdo do que na web convencional. Não se trata de uma outra internet, é bom frisar; é apenas um jeito diferente de acessá-la – um jeito um tanto quanto geek, digamos. Por isso, leigos que somos, batemos um papo virtual com um amigo programador para ele nos contar o que se esconde nas profundezas da rede mundial de computadores.

eu: fala, cara.diogo.abdalla: opa.

eu: então, explica aí: como se entra na deep web?diogo.abdalla: primeiro, você baixa o navegador

Tor. depois precisa achar algum diretório de links ou um sistema de busca da deep web. E aí você vai procurando, clicando em links etc.

eu: o que é o Tor exatamente?diogo.abdalla: é um navegador que torna impossí-vel (ou muito difícil) vigiar o que você tá acessan-do. ele usa uma rede de servidores espalhados por onde passa a sua conexão antes de chegar no que você tá acessando. muitos sites da deep web são criptografados, então um navegador normal não consegue acessá-los.

eu: em quanto tempo mais ou menos você achou isso tudo que mandou para a gente?diogo.abdalla: umas duas horas. as coisas são um tanto difíceis de achar. e tem que tomar cuidado pra não baixar vírus.

eu: você acha que qualquer leigo consegue aces-sar a deep web?diogo.abdalla: instalar o tor em si é bem simples. é só baixar e instalar como qualquer programa.

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O nome você não conhece, mas Guy Fawkes é dono do rosto do personagem da HQ, do filmão de Hollywood e, mais recentemente, do movimento Anonymous. Saiba quem foi ele...

Risada debochada, bochechas rosadas, quei-xo avantajado, cavanhaque. Muitos acham que a máscara do grupo de cyberativistas Anonymous é inspirada no filme V de vin-gança, de 2005. Mas sua origem é Guy Fa-wkes, soldado católico que, em 1603, tentou explodir o Parlamento inglês.

O objetivo era se livrar do rei Jaime I, escocês e protestante, e devolver a Inglaterra aos do-mínios religiosos de Roma. Fawkes, todavia, foi pego com a boca na botija, com 36 barris de pól-vora prontos para serem explodidos. A pena: prisão, tortura, enforcamento e esquarteja-mento (necessariamente nesta ordem).

Fawkes virou ícone pop nos anos 1980, quando David Llyod e Alan Moore criaram a série de HQ que originou o filme – o personagem rebel-de V usava a máscara com o rosto de Fawkes. Por volta de 2008, ela teria sido usada pela primeira vez pelo Anonymous, para depois virar habituée em todas as ações do grupo – e em vários outros protestos mundo afora. Ironia da vida: o desenho da máscara é propriedade da Time Warner, dona da DC Comics, uma das cem maiores empresas dos EUA.

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Andy

Filha de pai português e mãe japonesa, Andy Nakamura se equilibra entre dois opostos: de um lado, está a mulher disci-plinada que, aos 21 anos, estuda para ser diplomata e fala quatro línguas; do outro, a garota solar, de beleza exótica, que não sabe viver longe da praia.

Eram cinco da manhã e ela já estava acordada. Da janela, olhou pra fora e viu o mar. Sorriu. Fechou e abriu os olhos, sentiu a brisa que entrava, se encan-tou com as cores que começavam a brotar no céu. Mais um sorriso. Com ele, a agradável sensação de que a luz que daria forma àquele dia se con-solidaria em beleza. “Pensamentos bons, energia positiva.” A ansiedade se dissipou no mesmo mo-mento em que seus pés – nus, assim como todo seu corpo – tocaram a areia. Os passos a guiaram para o mar. “Lá é meu lugar.” “Lá” pode ser muitos: as águas da praia Mole, em Florianópolis – carrega-das de lembranças, inclusive de sua primeira onda –; os mares californianos – onde às vezes se refu-

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gia com o namorado –; ou o oceano esverdeado de Ilhabela – local em que as fotos deste ensaio foram tiradas e que, naquele momento, simbolizava um novo encontro, muito prazer.Eram cinco da manhã e ela já estava acordada. Da janela, olhou pra fora e viu o mar. Sorriu. Fechou e abriu os olhos, sen-tiu a brisa que entrava, se encantou com as cores que começavam a brotar no céu. Mais um sorriso. Com ele, a agradável sensação de que a luz que daria forma àquele dia se consolidaria em beleza. “Pensamentos bons, energia positiva.” A ansieda-de se dissipou no mesmo momento em que seus pés – nus, assim como todo seu corpo – tocaram a areia. Os passos a guiaram para o mar. “Lá é meu

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lugar.” “Lá” pode ser muitos: as águas da praia Mole, em Florianópolis – carregadas de lembranças, inclusive de sua primeira onda –; os mares ca-lifornianos – onde às vezes se refugia com o namorado –; ou o oceano esverdeado de Ilha-bela – local em que as fotos deste ensaio foram tiradas e que, naquele momento, sim-bolizava um novo encontro, muito prazer. A sintonia en-tre os olhos puxados, o rosto quadrado e a boca bem de-senhada já fariam de Andy uma mulher incrivelmente peculiar, fruto de uma exó-tica miscigenação que vem do pai, português de olhos azuis, e da mãe, filha de japo-neses. Esse, porém, é apenas um (belo) lado da balança. E a balança, vejam bem, está sempre na busca do equi-líbrio. O outro lado carrega uma mulher que fala quatro línguas e pretende aprender quantas outras aparecerem à sua frente; que cursa relações internacionais para ser diplo-mata e levar a cultura brasi-leira mundo afora; que está sempre lendo pelo menos dois livros ao mesmo tempo; que já estudou o cristianismo (ela devorou a Bíblia inteiri-nha, pelo simples prazer de ler), o espiritismo e o budis-mo. “Mas eu acredito muito, muito mesmo, é em energia.”

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Peixe dentro D`águaGênio do surf, caiçara que assombrou o World Tour, único do planeta capaz de bater Kelly Slater – ou adolescente dominado por uma figura paterna, como Neymar no fute-bol? Conheça a história da relação entre Gabriel Medina e seu padrasto, Charles Rodrigues, principal incentivador da maior esperança brasileira de um título mundial

“Quando tinha 10 anos, o Charles me levava pra nadar na piscina em Camburi até se a água estava fria. Ele dizia: ‘Quer ser campeão mundial? Tira a camisa!’. Aí também tirava, a gente corria na chuva e depois caía na piscina gelada. Eu já sabia que queria ser surfista profis-sional. Via o Kelly e pensava ‘quero ser ele’. Se pra isso precisasse cair na água gelada, caía!” Se para a maioria dos fiéis Deus é pai e não padrasto, para Gabriel Medina o padrasto é uma espécie de Deus. É o padrasto Charles Saldanha Rodrigues quem determina quando, como, onde e por que o surfista treina, descansa, come, acorda, com-pete, fala com a imprensa, dorme – e até namora. Tem funcionado: com Charles de sombra, Gabri’Air, ou Medal, ou Air Medina, como a imprensa o chama, é o único surfista na história a vencer dois títulos de etapas do campeonato mundial em suas primeiras quatro participa-ções. Dois títulos ganhando baterias em cima de Kelly Slater. Com 15 anos, Medina foi o mais jovem a ganhar uma etapa do WQS (na praia Mole, sobre o local Neco Padaratz). Com seus atuais 17, tornou-se o mais novo a entrar no World Tour (ao vencer o WQS no País Basco este ano) e o único a ganhar a segunda etapa do WT de que participou (em Hossegor, França). Em 2009-2010 já havia vencido três campeonatos seguidos, todos com notas dez na final, feito inédito: o King of the Groms International 2009 na França, o mundial júnior, no ISA World Surfing Games 2010 na Nova Zelândia, e o Rip Curl Grom Search International 2010 na Austrália. Outro recorde impressionante? Ao lado de Slater, o prodígio foi o único surfista profissional a tirar duas notas dez em uma mesma bateria (Slater pegou dois dez com dois tubos, mas Medina ganhou o King of Groms de 2009 com dois aéreos diferentes). As comparações com Slater não são descabidas. Aos 39, Slater é o mais velho campeão, mas já foi o mais novo (aos 20, em 1992, no Rio de Janeiro). Ao completar 18 anos em 22 de dezembro, o fenômeno ainda terá dois para superar essa marca do careca norte-americano. Será seu próximo recorde? “Tô trabalhando pra isso”, diz Medina, em seu jeito tranquilo – aliás, tranquilo demais para pronunciar a palavra trabalho: a alguns me-tros de distância quebram as ondas perfeitas de Pipeline. Estamos em Oahu, Havaí, na casa alugada a peso de ouro pela patrocinadora de Medina, a Rip Curl, de frente para o crime (valor estimado da mansão: US$ 7 milhões). Logo após a vitória na etapa de San Francisco, o pa-drasto Charles trouxe o menino pela orelha: “vai treinar pra Pipeline, moleque”. A orelha inchou e deu a Medina uma ideia. Fugindo da sempre crowdeada Pipeline, tem treinado em Off The Wall, Rock Piles e

Rocky Point – nesta úl-tima, depois de tro-peçar num celular na areia, Medina criou a manobra “airphone”. É um aéreo seguido de um veloz saque de celular da bermuda, suficiente para man-dar um “alô” e emen-dar o gesto com um floater, manobra em que a prancha flutua de leve sobre a onda [talvez você leve mais tempo para ler esta frase que Me-dina usou ao criar a acrobacia]. A ima-gem caiu na internet e em um dia 700 fãs criaram gracinhas para dublar Medi-na no airphone – de “Pois é, gata, fiquei preso no trânsito” a “Vou precisar de uma Kombi dia 8 de dezembro pra enfiar uns surfistas dentro”.

Bi, chegou a horaDia 8 de dezembro começaria o Pipe Masters, único dos campeonatos da Trí-plice Coroa havaia-na em que Medina se inscreveu [esta edição fechou antes das finais]. À boca miúda, surfistas con-denavam a estraté-gia de descartar o Reef Pro em Haleiwa e a World Cup em Sunset – afinal, o ga-roto precisa de expe-riência nas ondas do North Shore havaia-no. Mas foi assim que

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o padrastro Charles, decidiu. “Pipe Mas-ters tem mais visibi-lidade, e não fazia sentido o Gabriel se estressar com várias competições segui-das”, explica Char-les. “Assim ele pode alternar relax com treino, aí quando co-meçar Pipe vai ficar absolutamente foca-do.” Foco é unanimi-dade entre os elogios a Medina – ao lado das usuais compara-ções com Slater, que também só disputará o Masters. “Ele está sempre sossegado porque só pensa no surf que vai fazer”, avalia o big rider Pe-dro Scooby, parceiro constante de Medina no North Shore. “Nun-ca ouvi o Gabriel se referir ao Slater com medo: pra ele é natural ganhar do cara, sem arrogân-cia”, arremata. “A ascensão de Medina foi mais empolgante que qualquer outro surfista desde Slater”, afirma o ex-top Shea Lopez, zanzando em Sunset. “Gabriel me-teu fogo na praia”, disparou o veterano australiano Joel Pa-rkinson, que perdeu para Medina na final em San Francisco. “É um dos talentos mais loucos que já vi, um competidor duro, maduro para a ida-de.” O próprio Slater resignou-se, ao ser derrotado por Me-dina pela segunda vez (e contabilize-se nessa queda de qui-lhas com brasileiros a

lavada que tomou de Adriano de Souza na etapa do WT em Peni-che, Portugal). “Antigamente eram os jovens que aprendiam com os velhos. Mas agora está acontecendo o contrário! Se você quer colocar o surf em outro nível, tem que empurrá-lo para perto do que caras como o Gabriel estão fazendo”, suspirou.celular da bermuda, suficiente para mandar um “alô” e emendar o gesto com um floater, manobra em que a prancha flutua de leve sobre a onda [talvez você leve mais tempo para ler esta frase que Medina usou ao criar a acro-bacia]. A imagem caiu na internet e em um dia 700 fãs criaram graci-nhas para dublar Medina no airphone – de “Pois é, gata, fiquei preso no trânsito” a “Vou precisar de uma Kombi dia 8 de dezembro pra enfiar uns surfistas dentro”.

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david Carson nasceu dia 8 de setembro de 1956 no texas, Es-tados Unidos. Viveu em diferentes cidades e países na época do co-légio e ao final dos anos 70 era um surfista profissional, oitavo do ranking mundial. Formou-se em Sociologia, em 1977, na Univer-sidade do Estado em San Diego, Califórnia. De 1982 a 1987 lecionou na torrey pines High school sociologia, psicologia, economia e história. Em 1983, teve sua primeira aproximação com o Design Gráfico. Aos 26 anos foi cursar na Suíça, mas especificamente na escola rapperswil, um curso voltado ao design, com duração de apenas três semanas, que agora vemos, já foi o suficiente. A partir daí, influenciado pelo designer Hans-rudolph Lutz, começou a participar na parte gráfica de uma pequena revista de surf e a partir de 1983 até 1987 passou a trabalhar na edição da revista transworld skateboarding, o que lhe deu experiência a atuar nes-ta área que já lhe despertou a sua curiosidade e na qual ele de-monstrou, posteriormente, seu talento. Em 1988 foi o responsável gráfico pela revista Musician. Após isto ele foi contratado como free-lancer para fazer um catálogo anual de moda da surfer publi-cations e assim conheceu o editor Neil Feineman, com quem redire-cionou tal projeto, mudando sua periodicidade, agregando assuntos e conceitos e então passaram a chamar a publicação de beach Culture, da qual de 1889 até 1991 foi o diretor de arte. Este foi seu primeiro grande laboratório de experiências, e que “teve um dos mais inovadores projeto gráfico e editorial da época”.tal projeto teve apenas seis edições, mas devido

sua imensa criatividade, fora convidado pelos edi-tores da surfer publications a redesenhar o projeto gráfico de sua mais importante publicação a Surfer, revista que tinha 33 anos de circulação, mas pos-suía um design formal e típico dos anos 70. Ficou na surfer entre 1991 e 1992 e ganhou cerca de 150 prêmios, dentre eles o “Best overall Design”. Atraiu pela sua criatividade e inovação a atenção de Marvin scott Jarret (diretor e criador da revista de música alternativa ray Gun) que o contratou em 1992, como diretor de arte de sua publicação. A revista ray Gun após três anos sendo editorada por Carson triplicou suas vendas e isso atraiu ainda mais atenção para sua figura que começou a fazer consultoria de design para clientes como Burton snowboard e músicos como prince e David Byrne. Em 1994 passou a dirigir co-merciais de tV para anunciantes de peso como Coca--Cola, Levi strauus & Co., ryder trucks. Em 1995, escreve seu primeiro livro “The End of Print: the Graphic Design of David Carson”. Foi a primeira coleção do seu trabalho como designer.

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Em 1996, Carson larga a direção de arte da ray Gun e passa a dedicar-se a fama alcançada. Abre seu escritório de Design próprio o David Carson’s design, com escritórios espalhados, em Nova York e san Diego por exemplo. Em 1999 e em 2003 voltou a publicar três livros: 2nd Sight, Fotografiks e Trek. Aqui ele já definitivamente já “levantou vôo” e gigantes como a Nike, o Citibank, AmEx, a General Motors, entre outros, o solicitam para anúncios, reformulação de marca e todo tipo de design necessário. Até a bra-sileira revista trip teve sua reformulação proposta pelo mesmo.Atualmente possui além de seus escritórios nos eUa, um escritó-

rio em Zurich, na Suíça e é considerado o designer mais influente da atualidade. Palestrante, designer, ainda surfista, Carson continua trabalhando em projetos editoriais, televisivos, dentre outros, só não se dedica (e nem gosta) ao webdesign. O próprio defende: “Acho que, em relação ao design gráfico, o webdesign perde muito de sua força, fica confuso, não segue uma direção muito clara. Além disso, perde-se uma considerável energia no processo, conduzido por softwares mal resolvidos, que coíbem a liberdade de implemen-tar elementos na página, por conta de caixas invisíveis!” e ao ser questionado se não teme perder espaço pela inserção da internet na vida moderna, por não se dedicar a este “tipo” de design ele re-bate: “Não vou fazer webdesign porque todos fazem, isso não me dá prazer. Só navego para ver um site específico, e não entendo como as pessoas podem ficar em frente a uma tela procurando por nada!

Eu não posso me dar a esse luxo, nem tenho paciên-cia”. Carson, por sua natureza socióloga e surfista, pode ter sido agraciado, pois nem todos possuem uma visão de mundo acadêmica e informal tão distin-tas. o designer fez e ainda faz inúmeras viagens, para o trabalho e para o surfe, o que lhe dá ainda mais “noção de mundo” e completo sua biografia com uma frase dele próprio: “para ser bom designer, no entanto, não é necessário rodar o mundo, mas ter no mínimo variadas experiências de vida”.

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