comunicaÇÃo da comissÃo ao parlamento europeu...
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PT PT
COMISSÃO EUROPEIA
Bruxelas, XXX
[…](2015) XXX draft
DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO
Relatório sobre a execução dos planos de gestão de bacias hidrográficas em
conformidade com a Diretiva-Quadro Água
Estado-Membro: PORTUGAL
que acompanha o documento
COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO
CONSELHO
A Diretiva-Quadro Água e a Diretiva Inundações: ações tendentes à consecução do
«bom estado» da água na UE e à redução dos riscos de inundações
2
ÍNDICE
1. INFORMAÇÕES DE CARÁTER GERAL .................................................................................................................. 4
2. SITUAÇÃO EM TERMOS DE COMUNICAÇÃO E CONFORMIDADE DO PLANO DE GESTÃO DE BACIA HIDROGRÁFICA ...................................................................................................................................................... 6
2.1. PRINCIPAIS PONTOS FORTES ................................................................................................................................................ 6 2.2. PRINCIPAIS LACUNAS ............................................................................................................................................................. 7
3. GOVERNAÇÃO ............................................................................................................................................................. 9 3.1. CALENDÁRIO DE EXECUÇÃO .................................................................................................................................................. 9 3.2. DISPOSIÇÕES ADMINISTRATIVAS — REGIÕES HIDROGRÁFICAS E AUTORIDADES COMPETENTES .............................. 9 3.3. PGBH — ESTRUTURA, EXAUSTIVIDADE, ESTATUTO JURÍDICO .................................................................................... 11 3.4. CONSULTA PÚBLICA, PARTICIPAÇÃO DAS PARTES INTERESSADAS ............................................................................... 13 3.5. COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO COM PAÍSES TERCEIROS............................................................................................... 14 3.6. INTEGRAÇÃO COM OUTROS SETORES ................................................................................................................................ 15
4. CARACTERIZAÇÃO DAS REGIÕES HIDROGRÁFICAS .................................................................................. 16 4.1. CATEGORIAS DE ÁGUA NAS RH .......................................................................................................................................... 16 4.2. TIPOLOGIA DAS ÁGUAS DE SUPERFÍCIE ............................................................................................................................. 16 4.3. DELIMITAÇÃO DAS MASSAS DE ÁGUA DE SUPERFÍCIE ..................................................................................................... 19 4.4. IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS E PRESSÕES SIGNIFICATIVAS ......................................................................................... 20 4.5. ZONAS PROTEGIDAS ............................................................................................................................................................. 24
5. MONITORIZAÇÃO ................................................................................................................................................... 27 5.1. DESCRIÇÃO GERAL DA REDE DE MONITORIZAÇÃO. ......................................................................................................... 27 5.2. MONITORIZAÇÃO DAS ÁGUAS DE SUPERFÍCIE .................................................................................................................. 31 5.3. MONITORIZAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS .................................................................................................................. 33 5.4. MONITORIZAÇÃO DE ZONAS PROTEGIDAS ........................................................................................................................ 34
6. PANORÂMICA DO ESTADO (ECOLÓGICO, QUÍMICO, ÁGUAS SUBTERRÂNEAS)................................ 36 6.1. AVALIAÇÃO DO ESTADO ECOLÓGICO DAS ÁGUAS DE SUPERFÍCIE .................................................................................. 66 6.2. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO ESTADO ECOLÓGICO ......................................................................................................... 66 6.3. APLICAÇÃO DE MÉTODOS E RESULTADOS DE ESTADO ECOLÓGICO ............................................................................... 71 6.4. POLUENTES ESPECÍFICOS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS ................................................................................................... 72
7. DESIGNAÇÃO DAS MASSAS DE ÁGUA FORTEMENTE MODIFICADAS (MAFM) E AVALIAÇÃO DO BOM POTENCIAL ECOLÓGICO ...................................................................................................................................... 74
7.1. DESIGNAÇÃO DE MAFM ..................................................................................................................................................... 76 7.2. METODOLOGIA PARA ESTABELECER UM POTENCIAL ECOLÓGICO BOM (PEB) .......................................................... 78 7.3. RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ECOLÓGICO EM MAFM E MAA........................................................... 79
8. AVALIAÇÃO DO ESTADO QUÍMICO DAS ÁGUAS DE SUPERFÍCIE ........................................................... 79 8.1. ABORDAGEM METODOLÓGICA PARA A AVALIAÇÃO ......................................................................................................... 79 8.2. SUBSTÂNCIAS QUE PROVOCAM EXCEDÊNCIAS ................................................................................................................. 80
9. AVALIAÇÃO DO ESTADO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ............................................................................ 82 9.1. ESTADO QUANTITATIVO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS .................................................................................................... 82 9.2. ESTADO QUÍMICO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ................................................................................................................ 83 9.3. ZONAS PROTEGIDAS ............................................................................................................................................................. 84
10. OBJETIVOS AMBIENTAIS E ISENÇÕES ....................................................................................................... 85 10.1. OBJETIVOS ADICIONAIS EM ZONAS PROTEGIDAS ............................................................................................................. 85 10.2. ISENÇÕES NOS TERMOS DO ARTIGO 4.º, N.OS 4 E 5 ........................................................................................................ 85 10.3. ISENÇÕES NOS TERMOS DO ARTIGO 4.º, N.º 6 ................................................................................................................. 88 10.4. ISENÇÕES NOS TERMOS DO ARTIGO 4.º, N.º 7 ................................................................................................................. 88 10.5. ISENÇÕES À DIRETIVA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS....................................................................................................... 89
11. PROGRAMAS DE MEDIDAS ............................................................................................................................ 89 11.1. PROGRAMA DE MEDIDAS — GERAL .................................................................................................................................. 89 11.2. MEDIDAS RELACIONADAS COM A AGRICULTURA ............................................................................................................. 90 11.3. MEDIDAS RELACIONADAS COM A HIDROMORFOLOGIA ................................................................................................... 94 11.4. MEDIDAS RELATIVAS ÀS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ............................................................................................................... 0 11.5. MEDIDAS RELACIONADAS COM A POLUIÇÃO QUÍMICA ....................................................................................................... 1
3
11.6. MEDIDAS RELACIONADAS COM O ARTIGO 9.º (POLÍTICAS DE TARIFAÇÃO DA ÁGUA)................................................... 4 11.7. MEDIDAS ADICIONAIS EM ZONAS PROTEGIDAS .................................................................................................................. 7
12. ADAPTAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, ESCASSEZ DE ÁGUA E SECAS, GESTÃO DO RISCO DE INUNDAÇÕES E OUTRAS QUESTÕES EMERGENTES E RELACIONADAS COMO PARTE INTEGRANTE DOS PGBH ............................................................................................................................................................................... 8
12.1. ESCASSEZ DE ÁGUA E SECAS .................................................................................................................................................. 8 12.2. GESTÃO DO RISCO DE INUNDAÇÃO ....................................................................................................................................... 9 12.3. ADAPTAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS ........................................................................................................................ 9
13. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................................................ 10
4
1. INFORMAÇÕES DE CARÁTER GERAL
ES020
PT
PT
PT
Atlantic Ocean
PTRH5
PTRH3
PTRH4
PTRH6PTRH7
PTRH8
PTRH2
PTRH1
ES020
ES040
ES030
ES050
ES010
ES018
ES091
ES014
ES070
ES080
ES064
ES017
ES091
Madeira (PT)
Azores (PT)
PTRH10
PTRH9
0 100 km
0 200 km
0 100 200
km
Figura 1.1: Mapa das Regiões Hidrográficas Regiões Hidrográficas Internacionais (na UE)
Regiões Hidrográficas Internacionais (fora da UE)
Regiões Hidrográficas Nacionais (na UE)
Países (não pertencentes à UE)
Águas Costeiras
Fonte: WISE, Eurostat (fronteiras do país)
Portugal é uma república constituída por um território continental e por duas regiões
autónomas. A área total do território é de 92 072 Km² e a zona económica exclusiva abrange
1 727 408 km². Em 2011 (data da último censo) a população era aproximadamente
10,6 milhões de habitantes1. A Região Autónoma dos Açores tem uma população de 246 mil
habitantes distribuídos por 9 ilhas, ao passo que a Região Autónoma da Madeira tem uma
população de 268 mil habitantes distribuídos por 2 ilhas.
Existem três jurisdições administrativas diferentes que regem a aplicação da Diretiva-Quadro
da Água (DQA) em Portugal: Portugal continental (PTRH1 a PTRH8) e Regiões Autónomas
1 www.INE.pt
5
dos Açores (PTHR9) e da Madeira (PTRH10). Aquando da preparação dos Planos de Gestão
de Bacia Hidrográfica (PGBH) existiam cinco administrações de região hidrográfica
independentes em Portugal continental (ver infra).
RH Nome Superfície (km2)
2 Países que partilham fronteiras
PTRH1 Minho e Lima 2 465* ES
PTRH2 Cávado, Ave e Leça 3584 -
PTRH3 Douro 19 219* ES
PTRH4 Vouga, Mondego, Lis e
Ribeiras do Oeste 16 981 -
PTRH5 Tejo 25 665 ES
PTRH6 Sado e Mira 12 149 -
PTRH7 Guadiana 11 611 ES
PTRH8 Ribeiras do Algarve 5 511 -
PTRH9 Açores 10 047 -
PTRH10 Madeira 2 248 -
Quadro 1.1: Panorâmica das Regiões Hidrográficas de Portugal
* Superfície no território português
Fonte: Planos de Gestão das Bacias Hidrográficas comunicados ao WISE3:
http://cdr.eionet.europa.eu/be/eu/wfdart13
Existem algumas particularidades em alguns PGBH. Para a PTRH4 existem dois PGBH, um
para o Vouga, Mondego e Lis, e outro para as Ribeiras do Oeste. Isto porque o PGBH das
Ribeiras do Oeste foi elaborado e aplicado pela administração da região hidrográfica do Tejo
(PTRH5), enquanto o PGBH do Vouga, Mondego e Lis foi elaborado pela administração da
região hidrográfica do Centro (PTRH4)4. O arquipélago dos Açores é composto por nove
ilhas, formando a PTRH9; há um capítulo de Caracterização e Diagnóstico que inclui um
estudo do estado, pressões, monitorização e análise económica de cada ilha, resumido no
PGBH principal.
Portugal partilha quatro bacias hidrográficas com a Espanha: Minho e Lima, Douro, Tejo e
Guadiana. Não existem PGBH conjuntos com a Espanha, mas houve alguma coordenação
com, nomeadamente, as administrações das regiões hidrográficas (RH) espanholas relevantes.
Nome
internacional
bacia
hidrográfica
RH Nacional
Países que
partilham
fronteiras
Categoria de
coordenação
2
km² %
Miño/Minho PTRH1 (Minho-Lima) ES 817 5,0
Limia/Lima PTRH1 (Minho-Lima) ES 1 220 47,1
Duero/Douro PTRH3 (Douro) ES 18 650 19,3
Tajo/Tejo PTRH5 (Tejo) ES 25 026 21,7
Guadiana PTRH7 (Guadiana) ES 11 599 17,3
2 Os dados foram fornecidos pelas autoridades portuguesas após ter sido efetuada a avaliação dos PGBH.
3 É de salientar que a comunicação de dados ao WISE ocorreu antes da publicação dos PGBH, e que foram
introduzidas algumas alterações entre as duas datas. Consequentemente, existem algumas discrepâncias entre as
informações apresentadas nos PGBH e no WISE.
4 Ver ponto 3.2 relativo aos acordos administrativos. De acordo com a Autoridade Nacional da Água (junho de
2014) no próximo ciclo de programação as massas de água das Ribeiras do Oeste serão integradas na PTRH5.
6
Quadro 1.2: Bacias hidrográficas transfronteiriças por categoria (ver ponto 8.1 do do documento de trabalho dos serviços da
Comissão) e % da superfície em Portugal5.
Categoria 1: Acordo de cooperação, organismo de cooperação e PGBH em vigor.
Categoria 2: Acordo de cooperação e organismo de cooperação em vigor.
Categoria 3: Acordo de cooperação em vigor.
Categoria 4: Nenhuma cooperação formalizada.
Fonte: Estudo comparativo realizado pela CE das pressões e medidas contidas nos principais planos de gestão de bacias
hidrográficas da UE. Os dados relativos à superfície foram fornecidos pelas autoridades portuguesas após ter sido efetuada a
avaliação dos PGBH.
O presente anexo abrange os PGBH de Portugal continental (PTRH1 a PTRH8) e das Regiões
Autónomas dos Açores (PTRH9) e da Madeira (PTRH10).
2. SITUAÇÃO EM TERMOS DE COMUNICAÇÃO E CONFORMIDADE DO PLANO DE
GESTÃO DE BACIA HIDROGRÁFICA
Os PGBH de Portugal continental foram adotados em 22 de março de 2013 mediante uma
resolução do Conselho de Ministros (RCM) e foram comunicados à Comissão em setembro
de 2013. O PGBH dos Açores foi adotado em 27 de março de 2013 (Resolução do Conselho
do Governo6 n.º 24/2013) e comunicado à Comissão em setembro de 2013. O PGBH da
Madeira foi adotado em 20 de fevereiro de 20147 (Resolução n.º 81/2014) e introduzido no
WISE entre 1 e 4 de abril de 2014.
RH Data de Adoção do
PGBH
Data de
Comunicação do
PGBH
PTRH1 22/3/2013 27/9/2013
PTRH2 22/3/2013 27/9/2013
PTRH3 22/3/2013 27/9/2013
PTRH4 22/3/2013 27/9/2013
PTRH5 22/3/2013 27/9/2013
PTRH6 22/3/2013 29/9/2013
PTRH7 22/3/2013 29/9/2013
PTRH8 22/3/2013 29/9/2013
PTRH9 27/3/2013 27/9/2013
PTRH10 20/2/2014 4/4/2014
Quadro 2.1: Adoção e comunicação à Comissão dos PGBH de Portugal.
Fonte: PGBH, WISE
Enquanto os PGBH foram comunicados ao WISE em setembro de 2013 (com exceção da
Madeira [PTRH10], tal como acima referido), os ficheiros de dados XML tinham sido
comunicados em 2011 e 2012, ou seja, antes da conclusão dos PGBH. Os dados do WISE nem
sempre correspondem aos planos efetivos. No presente relatório, a fonte dos dados é
claramente identificada.
2.1. Principais Pontos Fortes
Os PGBH são bastante completos, com explicações pormenorizadas sobre a
5 Categorização determinada no âmbito do estudo comparativo da CE sobre as pressões e medidas contidas nos
principais planos de gestão de bacia hidrográfica da UE (Tarefa 1-B: mecanismos de coordenação internacional).
6 Resolução do Conselho do Governo, de 27 de março.
7 O processo formal de consulta pública do PGBH da PTRH10 realizou-se entre 19 de agosto de 2013 e 18 de
fevereiro de 2014 — o PGBH refere que só foram recebidas três observações durante o período formal de
consulta pública. A última reunião pública de preparação do PGBH foi realizada em 4 de fevereiro de 2014
7
metodologia, pressupostos e abordagens, complementadas com mapas, desenhos e
quadros de dados.
O desenvolvimento dos PGBH foi objeto de procedimentos de participação pública,
incluindo a criação de Conselhos de Região Hidrográfica multilaterais para cada
região hidrográfica. Toda a documentação da participação pública, bem como os
documentos de avaliação ambiental estratégica, está disponível no mesmo sítio Web
em que se encontram os PGBH.
Em quase todas as regiões hidrográficas existe pouca informação sobre uma série de
massas de água. Em algumas regiões hidrográficas, os programas de monitorização
não estão totalmente instituídos ou é apenas monitorizado um número limitado de
parâmetros. No entanto, os PGBH mostram que foram envidados esforços para superar
a falta de dados e para obter a classificação das massas de água através de métodos
alternativos, tais como a modelização, pareceres de peritos, etc. Os métodos utilizados
são explicados com um grau de pormenor razoável.
O Programa de Medidas contém informações acerca das medidas que serão aplicadas
nas massas de água específicas. Além disso, é fornecida a justificação para cada
medida. Tal verifica-se, nomeadamente, para a PTRH6, 7 e 8.
Um número significativo de medidas visa aumentar o conhecimento sobre as massas
de água através de investigação e reforço da rede de monitorização, e através da
atualização ou melhoria dos inventários de pressões. O objetivo é aumentar os dados
disponíveis no próximo ciclo de programação da DQA e, noutros casos, poder
classificar um maior número de massas de água e aumentar a precisão da delimitação
e da classificação.
Tem havido coordenação entre Portugal e Espanha no que se refere às RH
internacionais, embora não tenham sido concebidos planos ou ações conjuntas.
2.2. Principais Lacunas
Em geral, existe pouca informação sobre massas de água e várias massas de água não
puderam ser classificadas em termos de estado ecológico e químico (ver quadros
constantes do ponto 6), ou possuem apenas uma classificação preliminar.
Ainda não foram definidas condições de referência para a classificação das águas de
transição e costeiras e a classificação é, assim, considerada preliminar.
A rede de monitorização em Portugal tem tido problemas de manutenção desde 2009
e, como resultado, tem sérias limitações, sobretudo para as águas de superfície. Em
2014, foi assinado um novo contrato de rede de monitorização para que em 2015
estejam operacionais estações de monitorização novas e renovadas. Para as águas
subterrâneas, a rede de monitorização é mais representativa.
No que diz respeito aos métodos de avaliação biológica, é utilizado um número
reduzido de elementos de qualidade biológica (EQB) para a classificação das massas
de água. Por exemplo, apenas são considerados os fitobentos e os invertebrados
bentónicos para a classificação das massas de água fluviais e só são utilizados
parâmetros de fitoplâncton (nomeadamente, clorofila-a, biovolume total, % de
8
biovolume de cianobactérias e um índice de composição) na classificação de massas
de água fortemente modificada (MAFM) de lagos (não existem lagos naturais em
Portugal continental). Esta decisão é tomada a nível nacional. Mesmo que sejam
monitorizados mais EQB em alguns PGBH, eles não são utilizados para efeitos da
avaliação.
Existe pouca informação acerca da metodologia utilizada para identificar pressões
significativas. Também inexistente ou muito preliminar é a definição de caudal
ecológico8, as informações sobre os ecossistemas dependentes das águas subterrâneas,
a análise das tendências e outras questões que requerem a existência de bons conjuntos
de dados.
As relações entre as pressões, o estado e as medidas não são claras. A falta de
informação de base, juntamente com uma falta de análise dos impactos esperados das
medidas, torna pouco claro se e quais os objetivos da DQA serão alcançados para
muitas massas de água.
Não foi especificamente garantido nenhum financiamento abrangente ao abrigo dos
PGBH para a implementação do Programa de Medidas (PdM). No entanto, algumas
das medidas incluídas no PdM derivam de outros planos em curso, alguns dos quais
com fundos para execução.
Tal como acima referido, os relatórios de síntese do WISE nem sempre estão
atualizados, uma vez que os dados foram enviados antes da conclusão dos PGBH e
que estes sofreram algumas alterações após a comunicação de dados ao WISE.
Consequentemente, algumas informações estão em falta e existem diferenças entre os
dados comunicados no WISE e os dados constantes dos PGBH.
8 As autoridades portuguesas da água entendem por caudais ecológicos a água que as barragens têm de libertar a
jusante a fim de minimizar os impactos ambientais (incluindo para atingir os objetivos da DQA).
9
3. GOVERNAÇÃO
3.1. Calendário de execução
RH Calendário
Programa
de
trabalho
Declaração
sobre a
consulta
Questões
significativas
da gestão da
água
Projeto de
PGBH
PGBH
Final
Prazos 22/6/2006 22/6/2006 22/6/2006 22/12/2007 22/12/2008 22/12/2009
PTRH1 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2009 3/10/2011 1/6/2012
PTRH2 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2009 3/10/2011 1/6/2012
PTRH3 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2009 3/10/2011 1/6/2012
PTRH4 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2009
1/10/2011 31/10/2012
PTRH5 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2009 22/8/2011 30/9/2012
PTRH6 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2007 1/2/20099 20/6/2011 22/3/2012
PTRH7 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2009 15/7/2011 22/3/2012
PTRH8 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2007 1/2/2009 19/9/2011 1/6/2012
PTRH9 1/11/2006 1/11/2006 1/11/2006 1/2/2010 15/12/2011 15/6/2012
PTRH10 29/12/2005 19/10/2009 19/8/2013 2/8/2013 2/8/2013 25/2/2014
Quadro 3.1.1: Calendário das diversas fases do processo de execução
Fonte: Resumo WISE 1.3.2 para cada RH
3.2. Disposições administrativas — regiões hidrográficas e autoridades competentes
Entre a conceção e a elaboração dos PGBH, o momento em que os planos foram concluídos e
publicados e a implementação efetiva, ocorreram algumas mudanças institucionais
importantes, com impacto sobre o processo. Tal reflete-se principalmente no caso de Portugal
continental.
Em Portugal continental, o desenvolvimento dos PGBH esteve a cargo de cinco
administrações de região hidrográfica (anteriormente «Autoridades de RH»), que dispunham
na altura de autonomia administrativa e financeira. Existia também o Instituto da Água, que
era a Autoridade Nacional da Água em Portugal. Este último concentrou-se na prestação de
assistência técnica e coordenação, por exemplo através da emissão de orientações nacionais.
De julho de 2011 a julho de 2013 (durante o período de tempo em que os PGBH foram
apresentados para apreciação final e foram aprovados), o Ministério da Agricultura, Mar,
Ambiente e Ordenamento do Território (MAMAOT) foi responsável por definir e coordenar
políticas relativas à água (incluindo águas costeiras), bem como à agricultura e às pescas. A
lei orgânica (Decreto-Lei n.º 7/2012, de 17 de janeiro de 2012) criou uma nova instituição – a
Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. (APA), em que foram incluídos o Instituto Nacional da
Água e as cinco administrações de região hidrográfica (Decreto-Lei n.º 56/2012, de 12 de
março de 2012). Em consequência, as anteriores autoridades de RH são, atualmente,
departamentos regionais da APA, aplicando a política da água a nível regional. A APA
funciona, assim, como a única Autoridade Nacional da Água para todas as RH de Portugal
continental.
Pouco depois da publicação dos PGBH em 27 de julho de 2013, o MAMAOT cindiu-se,
dando origem ao Ministério da Agricultura e do Mar (MAM), responsável pelos assuntos
9 De acordo com as autoridades portuguesas, «existe um erro de comunicação no sistema WISE, uma vez que
todas as questões significativas da gestão da água de Portugal continental foram objeto de procedimentos de
participação pública ao mesmo tempo, isto é, em 1/2/2009».
10
marítimos, e ao Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE),
que detém as competências jurídicas de gestão da água e da zona costeira. Esta é a situação
atual, segundo a qual, em particular, a APA manteve as suas competências.
De acordo com a autoridade nacional da água (APA), as relações e os contactos entre os dois
ministérios são excelentes e constantes («graças ao facto de os funcionários terem trabalhado
juntos durante décadas»). Estão a ser envidados esforços para considerar as águas costeiras e
de transição uma preocupação comum. Em especial, os esforços de coordenação e de
cooperação concentram-se em:
• «Elaboração de programas e indicadores de monitorização, especialmente no contexto
das águas marinhas, incluindo as águas costeiras, domínio em que os desafios
portugueses são mais elevados tendo em conta a vasta zona de jurisdição e o seu caráter
de profundidade;
• Comunicação, incluindo calendarizações e formatos harmonizados;
• Estabelecimento de programas de medidas, incluindo a análise económica necessária e
procedimentos de gestão».
Um outro interveniente fundamental na gestão da água em Portugal é a Entidade Reguladora
dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), criada em 2006. A ERSAR desempenha um
papel crucial na definição das tarifas da água do ciclo urbano da água, e é igualmente
importante na aplicação da taxa de recursos hídricos. A entidade reguladora tem estatutos
revistos recentemente e publicados pela Lei n.º 10/2014, de 6 de março de 2014.
Outros organismos, instituídos pela Lei da Água (Lei n.º 58/2005), são os Conselhos de
Região Hidrográfica. Os conselhos têm um papel consultivo e desempenharam papéis
importantes no desenvolvimento dos PGBH, nomeadamente em termos de assistência técnica
e aconselhamento. No entanto, as suas competências, composição e funcionamento serão
estabelecidos num ato jurídico específico (ainda não publicado).
A Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) do MAM é
responsável pelo licenciamento de atividades no espaço marítimo público, bem como pela
regulação, inspeção, fiscalização, coordenação e controlo da proteção dos recursos marinhos,
pescas, aquicultura, segurança marítima e portuária. A monitorização das águas costeiras e de
transição é efetuada pelo recém-criado Instituto Português do Mar e da Atmosfera (que
integra as funções do anterior Instituto de Meteorologia e do Instituto de Investigação
Marinha).
As competências da administração da RH da Região Autónoma dos Açores foram aprovadas
pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 23/2011/A, que estabelece como autoridade
competente a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, que, a partir de março de 2014, se
tornou Secretaria Regional dos Recursos Naturais (SRRN). A água é gerida pela Direção do
Ambiente, que faz parte da SRRN. Existe também uma Entidade Reguladora Regional dos
Serviços de Águas e Resíduos, criada pelo Decreto Legislativo Regional n.º 8/2010/A, de 5 de
março de 2010.
As competências da administração da RH da Região Autónoma da Madeira foram aprovadas
pelo Decreto Legislativo Regional n.º 33/2008/M, que estabelece como administração da
região hidrográfica a Direção Regional do Ambiente, sendo a zona costeira e as questões de
11
segurança (inundações, segurança e a segurança relacionada com barragens) administradas
pela Secretaria Regional do Equipamento Social, exceto nos portos em que a autoridade é a
Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira.
3.3. PGBH — Estrutura, exaustividade, estatuto jurídico
Normalmente, os PGBH para Portugal são compostos por partes específicas e, em cada parte,
por capítulos específicos. As partes específicas consistem na caracterização e diagnóstico,
objetivos e isenções, cenários prospetivos, análise económica, programa de medidas,
monitorização e avaliação. Cada parte dispõe de documentos escritos, bem como de
documentos complementares com mapas e desenhos. Cada capítulo das partes pode ter várias
centenas de páginas, seguidas de anexos. Os documentos sobre procedimentos
complementares, tais como a Análise Ambiental Estratégica, a Participação Pública e os
Sistemas de Informação de Apoio à Tomada de Decisão, bem como um resumo não técnico,
são disponibilizados no sítio Web da administração de região hidrográfica, onde o PGBH
pode ser facilmente encontrado10
.
Os PGBH são planos setoriais sujeitos ao regime jurídico de ordenamento do território, nos
termos do qual o seu desenvolvimento está sujeito às orientações definidas pela política de
planeamento do programa nacional, e deve também ser compatível com os planos regionais.
Os PGBH estão num nível intermédio entre o Plano Nacional da Água (a gestão estratégica da
água que implementam) e os Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica específicos que incluem
medidas destinadas a proteger e a melhorar os recursos hídricos. Os PGBH não podem
contradizer as orientações ou decisões nacionais, uma vez que o seu âmbito de aplicação
territorial está limitado à bacia hidrográfica e estão sujeitos à legislação aplicável relevante.
A Lei da Água (Lei n.º 58/2005) transpõe a Diretiva-Quadro da Água para o direito
português, e também se aplica às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira (artigo 101.º).
No caso da Madeira, o Decreto Legislativo Regional n.º 33/2008/M adapta a Lei da Água à
Madeira e o DL n.º 77/2006 complementa-a.
O artigo 63.º da Lei da Água (Lei n.º 58/2005) define as seguintes condições e requisitos para
a atribuição do direito de utilização de água: cumprimento das normas e princípios da Lei da
Água; cumprimento das disposições dos PGBH; cumprimento dos instrumentos de
planeamento territorial e gestão de extensões de água específicas; e cumprimento das normas
de qualidade e de descarga.
O artigo 62.º da Lei da Água estabelece que as seguintes atividades relacionadas com recursos
hídricos particulares exigem uma licença prévia e estão especificamente sujeitas aos PGBH:
descarga de águas residuais; imersão de resíduos; recarga e injeção artificial nas águas
subterrâneas; extração de inertes; aterros e escavações.
O regime jurídico para utilizações de água foi estabelecido pelo DL n.º 226-A/2007, cuja
aplicação foi alargada aos Açores pela Portaria n.º 67/2007. A Madeira não dispõe de um ato
legislativo equivalente. O regime estabelece que a autoridade competente pode alterar
temporariamente os títulos de utilização da água (licença ou concessão) sempre que for
necessário para assegurar a sua conformidade com os PGBH (artigo 28.º, alínea d), do DL n.º
10
Portugal continental: http://www.apambiente.pt/?ref=16&subref=7&sub2ref=9&sub3ref=834; Açores:
http://www.azores.gov.pt/Gra/srrn-drotrh/conteudos/livres/PGRH-A%C3%A7ores.htm; Madeira:
http://drota.gov-madeira.pt/berilio/berwpag0.listctn?pCtn=83
12
226-A/2007), ou, no caso de seca ou outra catástrofe natural ou em caso de força maior
(artigo 67.º, n.º 3, da Lei da Água).
Regra geral, o ciclo de planeamento definido ao abrigo da Lei da Água reflete-se nos regimes
jurídicos para as diferentes utilizações especificadas abaixo. Com efeito, os requisitos de
utilização de água são obrigatórios para todas as utilizações de água para as quais é emitida
uma licença ao abrigo da Lei da Água pela Autoridade Nacional da Água. Esta licença é
necessária para adquirir uma licença de exploração por setor de atividade.
No entanto, em matéria de concessões, o DL n.º 226-A/2007, que regula as utilizações de
água, estabelece que o novo regime não tem impacto sobre os contratos existentes. Existem
causas para a alteração ou revogação de concessões; a obrigação de cumprir as leis e
regulamentos aplicáveis e as instruções do concedente é uma delas, mas a conformidade com
o PGBH não é expressamente mencionada em concessões antigas. O método adotado em
Portugal é o de proceder a alterações aos requisitos quando as concessões são renovadas. A
maioria das barragens existentes é antiga e, na maioria dos casos, as suas licenças têm a
duração de várias décadas.
As barragens para produção de energia hidroelétrica e/ou para fins agrícolas constituem
exemplos do que precede. Atualmente, a fim de explorar uma nova barragem, uma licença de
utilização de água emitida pelo ministro responsável pelo Ambiente constitui um pré-requisito
para obter a licença final. As concessões antigas foram fixadas pelos ministros responsáveis
pela energia (e/ou economia), agricultura, ou outros.
De um modo geral, o período de tempo das licenças para utilização de água e das licenças
relativas a atividade setorial é compatível ou idêntico. O ministro responsável pela
Agricultura concederá concessões para a utilização de infraestruturas de regadio público por
um período de 20 anos, em conformidade com a Portaria n.º 1473/2007.11
Em tais concessões,
existe uma cláusula geral que indica que o concedente se reserva o direito de rever as
condições da concessão a fim de assegurar a respetiva conformidade, e qualquer alteração à
legislação aplicável e às regras de gestão das utilizações hidroagrícolas, recursos hídricos e
política ambiental (base VI da Portaria n.º 1473/2007).
A licença de exploração de uma instalação de PCIP e as suas alterações só podem ser emitidas
após a decisão administrativa de licença ambiental que visa garantir a prevenção e o controlo
da poluição, e em que se estabelece as medidas necessárias para evitar, ou se tal não for
possível, reduzir as emissões. A minimização da descarga de água é uma condição sine qua
non para o funcionamento da instalação. Estão explicitamente previstas condições
suplementares, a fim de garantir o cumprimento dos objetivos de qualidade ambiental
(artigo 18.º do DL n.º 173/2008). A utilização dos recursos hídricos por uma instalação de
PCIP pode ser solicitada diretamente pelo operador ao departamento regional da APA, e a
licença é anexada à licença ambiental e deve respeitar o regime jurídico aplicável às
utilizações de água (DL n.º 226-A/2007, com a redação que lhe foi dada) e a Lei da Água
(artigo 26.º do DL n.º 173/2008).
11
Portaria n.º 1473/2007, de 15 de novembro de 2007, que aprova o modelo dos contratos de concessão para a
conservação e exploração de aproveitamentos hidroagrícolas
http://dre.pt/pdf1sdip/2007/11/22000/0850608514.pdf, com a redação que lhe foi dada pela Portaria
n.º 1001/2009, de 8 de setembro de 2009:http://dre.pt/pdf1sdip/2009/09/17400/0611706117.pdf.
13
3.4. Consulta pública, participação das partes interessadas
O ponto seguinte tem em conta que as Autoridades de Região Hidrográfica existiam no
momento em que decorreu o processo de consulta. Ver pontos supra para informação acerca
das mudanças em curso. Os pormenores dos futuros processos de consulta ainda não são
conhecidos em detalhe, embora, de um modo geral, devam alegadamente seguir os requisitos
legais e práticas estabelecidas.
O princípio geral de participação está estabelecido nos termos do artigo 84.º da Lei da Água,
de acordo com o qual o Estado deve, através da Autoridade Nacional da Água e das
Administrações das Regiões Hidrográficas (ARH) (agora integradas na APA), promover a
participação ativa de pessoas singulares e coletivas na elaboração, revisão e atualização dos
PGBH. Esta tarefa é atribuída à Secretaria Regional responsável pelo Ambiente nas Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira. As partes interessadas devem ser envolvidas na
elaboração, revisão e avaliação dos PGBH através do procedimento de discussão pública e de
representação dos utilizadores em órgãos consultivos de gestão da água.
O início do período de discussão pública foi anunciado através de uma nota publicada no
diário oficial português e divulgada nos meios de comunicação social12
. Essa nota inclui as
seguintes informações: (i) período de consulta (que foi fixado em seis meses para cada
PGBH); (ii) âmbito da consulta (projeto do PGBH, incluindo o relatório técnico e o resumo
não técnico para cada bacia hidrográfica; os relatórios ambientais; e resumos não técnicos da
avaliação ambiental estratégica); (iii) sítios Web das autoridades competentes. Após o período
de discussão pública, cada ARH deve avaliar os resultados e preparar a versão final. O PGBH
deve indicar as medidas de informação e consulta pública, incluindo os resultados e as
alterações efetuadas aos planos em conformidade.
Em cada RH, os Conselhos de Região Hidrográfica (CRH) desempenham um papel central no
processo de consulta pública durante a elaboração dos PGBH. São um órgão consultivo das
ARH e também podem receber pedidos e queixas de pessoas singulares e coletivas. Os CRH
incluem representantes de: ministérios; outros organismos da administração pública;
municípios com um interesse direto; organismos representativos dos principais utilizadores
relacionados com a utilização destrutiva e não destrutiva da água na respetiva bacia
hidrográfica — associações de diferentes setores, tais como utilizadores de recursos hídricos,
agricultura, pescas, turismo; organizações técnicas e científicas relacionadas com o ambiente
e recursos hídricos; e organizações não governamentais no domínio do ambiente e recursos
hídricos. A composição e funcionamento dos CRH devem ser estabelecidos no estatuto de
cada ARH em conformidade com as características de cada região hidrográfica13
. A
periodicidade das reuniões deve ser determinada pelo presidente do CRH em conformidade
12
Exemplo do anúncio da ARH do Norte: http://dre.pt/pdf2sdip/2011/10/195000000/4018140182.pdf.
13 Portaria n.º 394/2008, de 5 de junho, que aprova os estatutos da ARH, com a última redação que lhe foi dada
pela Portaria n.º 1311/2010, de 24 de dezembro.
http://dre.pt/pdf1sdip/2008/06/10800/0328603311.pdf
http://dre.pt/pdf1sdip/2010/12/24800/0592005922.pdf
As competências da ARH dos Açores foram aprovadas pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 2011/23/A13
que
aprova a estrutura orgânica da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar
http://dre.pt/pdf1sdip/2011/11/22300/0497705006.pdf
As competências da ARH da Madeira foram aprovadas pelo Decreto Legislativo Regional n.º 33/2008/M13
, que
adapta à Região Autónoma da Madeira a Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, que aprova a Lei de Água, bem
como o DL n.º 77/2006, de 30 de março, que complementa o seu regime jurídico
http://www.dre.pt/pdf1sdip/2008/08/15700/0563705645.PDF
14
com as regras gerais aplicáveis aos organismos coletivos ao abrigo do Código de
Procedimentos Administrativos. O CRH da ARH do Tejo, por exemplo, reuniu três vezes em
2009 e 2010 e duas vezes em 2011 — os relatórios e listas de participantes estão disponíveis
ao público.14
O período de consulta de todos os PGBH portugueses cumpriu com a legislação acima
referida e com a DQA. As informações para a consulta pública foram fornecidas através dos
meios de comunicação social, Internet, material impresso e convites a todas as partes
interessadas. O processo de consulta teve lugar através de reuniões presenciais, consulta por
escrito e propostas em linha. Foram realizados seminários e reuniões com setores relevantes,
bem como seminários para o público em geral.
As partes interessadas envolvidas no processo de consulta incluíram empresas de distribuição
de água, empresas energéticas, agricultores, portos, a indústria pesqueira, outras indústrias,
organismos de conservação, autoridades locais de planeamento, ONG, grupos de
consumidores, universidades e o público em geral.
O impacto do processo de consulta nos planos finais resultou em alterações às medidas e às
informações. Em paralelo, houve também uma avaliação ambiental estratégica com
participação pública.
A documentação existente no que respeita alguns PGBH não permite uma distinção clara
entre o impacto da consulta pública direta nos PGBH e o impacto da AAE.
3.5. Cooperação e coordenação com países terceiros
Portugal possui quatro RH internacionais partilhadas com a Espanha: Minho, Douro, Tejo e
Guadiana. Não foram adotados nem estão a ser desenvolvidos PGBH internacionais. No
entanto, tem havido alguma cooperação entre as administrações hidrográficas homólogas.
A cooperação foi organizada em termos de participação das autoridades espanholas e
portuguesas em reuniões públicas organizadas tanto em Espanha como em Portugal sobre
questões significativas da gestão da água e pela apresentação de observações pelas
autoridades espanholas e portuguesas sobre os respetivos PGBH. Isto verificou-se no caso da
PTRH1 e PTRH3 com o Miño-Sil (ES010) e Duero (ES020); no caso da PTRH5 com o Tajo
(ES030); e no caso da PTRH7 com o Guadiana (ES040).
Além disso, existe um acordo bilateral sobre os recursos hídricos partilhados, salvaguardando
a quantidade e a qualidade da água na fronteira15
: a Convenção de Albufeira, de 1998, revista
em 2008 pela Resolução do Parlamento (Resolução da Assembleia da República) n.º 62/2008.
No âmbito das reuniões bilaterais da Convenção, acordou-se a delimitação das massas de
água e as tipologias dos rios e albufeiras.
Está em vigor uma plataforma de informação e foram efetuados vários estudos conjuntos. No
entanto, até à data, não houve implementação conjunta de PdM em Portugal e Espanha. Em
alguns casos, os PGBH portugueses contêm uma medida geral que se refere à implementação
14
http://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=7&sub2ref=757
15 http://snirh.pt/index.php?idMain=6&idItem=1
15
dos respetivos PGBH pelas autoridades espanholas, para que as águas de superfície e
subterrâneas que chegam à fronteira estejam em bom estado ecológico.
Tal como referem as autoridades portuguesas, para o novo ciclo de planeamento (2015-2021),
Portugal e Espanha acordaram, na reunião plenária de dezembro de 2013 da Comissão para a
Aplicação e Desenvolvimento da Convenção de Albufeira (CADC), melhorar a comunicação
e coordenação nas diferentes fases do processo, nomeadamente na:
Atualização da delimitação das massas de água fronteiriças e transfronteiriças;
Atualização dos sistemas de classificação;
Avaliação do estado das massas de água fronteiriças e transfronteiriças;
Definição de objetivos ambientais comuns para massas de água fronteiriças e
transfronteiriças e respetivos prazos de cumprimento;
Harmonização dos PdM;
Definição de elementos comuns para os procedimentos de participação pública de cada
PGBH (por exemplo, resumo não técnico, reuniões públicas conjuntas, etc.);
Coordenação em matéria de pressões e impactos, estado da massa de água e objetivos
iniciais (prevista para outubro de 2014).
3.6. Integração com outros setores
O planeamento da água está sujeito, nomeadamente, ao princípio da integração, em
conformidade com o qual deve ser compatível com outros instrumentos administrativos de
planeamento ao mesmo nível hierárquico nos domínios económico, ambiental e de
ordenamento do território.
O Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território (PNPOT), aprovado pela Lei
n.º 58/200716
, prevalece sobre todos os outros instrumentos de ordenamento do território em
vigor, estabelecendo as diretrizes para a elaboração de novos planos setoriais. O PNPOT e o
Plano Nacional da Água devem ser coordenados por forma a assegurar a integração adequada
e a compatibilidade das suas opções políticas. Por outro lado, os planos e programas setoriais
com impactos significativos na água devem integrar os objetivos e medidas previstas nos
instrumentos de planeamento da água. Os instrumentos de planeamento da água são
vinculativos para a administração pública e incluem os planos de desenvolvimento de reservas
hídricas públicas, os planos de gestão das zonas costeiras e os planos de gestão de estuários.
O «Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroelétrico», aprovado em
outubro de 2007, identifica e define prioridades para os investimentos em centrais
hidroelétricas para o período de 2007-2020, a fim de cumprir as metas europeias e nacionais
de energia renovável e alterações climáticas — inclusive após 2020. O objetivo geral do
Governo português é alcançar um total de 7 000 MW de energia hidroelétrica instalada até
2020, com vista à realização dos objetivos da Diretiva 2001/77/CE e da Diretiva 2009/28/CE
(31 % de energia renovável no consumo final de energia). Os PGBH referem-se
16
Lei n.º 58/2007, que aprova o Programa da Política de Ordenamento do Território
http://dre.pt/pdf1sdip/2010/12/24800/0592005922.pdf
16
especificamente a este Programa no que respeita às orientações de política setorial a que o
PGBH deve obedecer. A execução do Programa irá ter um forte impacto nas RH e algumas
massas de água terão de ser reclassificadas, particularmente na PTRH3.
Para além das ligações aos setores acima referidos, o PGBH contém ligações a outros setores
como a conservação da natureza, a agricultura (incluindo o setor da pecuária e silvícola), o
desenvolvimento rural, as questões marítimas, as alterações climáticas, o abastecimento de
água e serviços de tratamento de águas residuais, a gestão dos resíduos sólidos, o turismo e os
transportes.
4. CARACTERIZAÇÃO DAS REGIÕES HIDROGRÁFICAS
4.1. Categorias de água nas RH
Nove das dez RH avaliadas em Portugal contêm rios, lagos, águas de transição e águas
costeiras. Em Portugal continental não existem lagos naturais e as albufeiras são consideradas
lagos fortemente modificados (ver mais adiante). No que se refere à PTRH10 Madeira,
existem apenas rios e águas costeiras e, embora existam águas artificiais (as «levadas»), a
falta de informação impede a sua delimitação e caracterização.
Os Açores (PTRH9) são um arquipélago vulcânico constituído por nove ilhas. Esta
característica explica o elevado número de massas de água costeiras. O PGBH explica
igualmente que, devido às características orográficas e hidrológicas das ilhas, os lagos estão
representados em maior número do que os rios.
As massas de água foram delimitadas de acordo com as orientações do documento de
Estratégia Comum de Aplicação (ECA) «Identificação das Massas de Água» — Documento
de Orientação n.º 2 da ECA da DQA (2003) e Documento de Orientação n.º 4 (Identificação e
Designação de Massas de Água Fortemente Modificada e Massas de Água Artificiais), em
conjugação com um método de agregação que tem em conta características naturais, tais
como a morfologia ou a salinidade e pressões antropogénicas, tais como cargas de fósforo e
azoto e os seus impactos, a carga de matéria orgânica e oxigénio dissolvido.
4.2. Tipologia das águas de superfície
RH Rios Lagos Águas de
transição Costeiras
PTRH1 5 1 1 1
PTRH2 4 1 1 1
PTRH3 6 2 1 2
PTRH4 6 2 1 2
PTRH5 10 3 1 2
PTRH6 4 1 1 2
PTRH7 4 2 1 1
PTRH8 5 1 1 3
PTRH9 1 2 3 3
PTRH10 3 0 0 2
Quadro 4.2.1: Tipos de massas de água de superfície a nível da RH
Fonte: Resumo WISE 2.2.2
17
Todas as massas de água fluviais foram consideradas como tendo um comprimento mínimo
de 2 km e uma bacia de drenagem de 10 km2. Para a categoria «lagos», foi utilizado um limiar
de 0,4 km2 (superfíce) para identificar massas de água. Por conseguinte, não foram
identificadas em Portugal continental massas de água da categoria lago natural; as albufeiras
foram identificadas como massas de água e, posteriormente, identificadas e designadas como
MAFM-Lagos. Como isto não estava em conformidade com a orientação n.º 4 da ECA da
DQA, será alterado no segundo ciclo e as albufeiras serão consideradas como MAFM-Rios
para efeitos de notificação.
Para Portugal continental, os tipos de rios e albufeiras foram definidos utilizando o sistema B
do anexo II da Diretiva-Quadro da Água para estabelecer a tipologia abiótica. Posteriormente,
a tipologia foi verificada em relação a comunidades biológicas para ver se estas estavam em
conformidade com a distribuição dos elementos de qualidade biológica, a fim de assegurar
que a avaliação do estado da água não era influenciada por problemas de tipologia. Foram
efetuados alguns ajustamentos no caso de alguns tipos de rio. O método encontra-se
estabelecido no documento de orientação nacional Critérios para a classificação do estado
das massas de água superficiais — rios e albufeiras publicado em 2009 pelo antigo Instituto
Português da Água.
Para os rios, os elementos biológicos que foram utilizados são os típicos desta categoria de
massa de água, ou seja, invertebrados bentónicos, fitobentos, macrófitos e populações de
peixes. Foram tidos em consideração os dados obtidos a partir de amostragens efetuadas em
pontos de referência nas campanhas de 2004-2005. O processo conduziu à definição de 15
tipos de rios para Portugal continental.
A definição do tipo de albufeiras baseou-se no sistema B, envolvendo a análise estatística
multivariada de 23 variáveis abióticas. O resultado final foi a definição de três grandes tipos:
Norte, Sul e Curso Principal.
Para as águas de transição, o processo de definição de tipologia foi composto por uma
abordagem assente em pareceres de peritos (do topo para a base) e por uma análise de clusters
(da base para o topo), utilizando a ferramenta «Deluxe Integrated System for Clustering
Operations» (DISCO). Com base no documento de orientação «Documento de Orientação
n.º 5 da ECA da DQA» (2003), foram selecionados fatores obrigatórios e facultativos para
massas de água superiores a 1 km2. Na análise pericial, a classificação das águas de transição
foi realizada segundo o sistema B. Uma equipa de peritos nacionais e internacionais chegou a
consenso sobre uma lista de tipos. A análise de clusters incluiu fatores obrigatórios e
facultativos do sistema B. A tipologia final foi alcançada através de uma comparação dos
tipos obtidos com a abordagem de peritos e a análise de clusters. Isto resultou em dois tipos:
A1 — Estuário Mesotidal Estratificado, presente no norte de Portugal, onde o regime
pluviométrico é uniformemente distribuído ao longo dos meses de inverno; e A2 — Estuário
Mesotidal Homogéneo, nas regiões Centro e Sul do país, onde ocorrem episódios intensos de
precipitação dando origem a caudais de rio irregulares.
A definição de tipos de massas de água costeiras foi efetuada utilizando uma metodologia
semelhante à das águas de transição. A definição dos tipos foi feita no âmbito do projeto
«TICOR: Typology and Reference Conditions for Portuguese Transitional and Coastal
Waters» (Tipologia e Condições de Referência para as Águas Costeiras e de Transição
Portuguesas). Através da aplicação do sistema B, foram identificados cinco tipos de águas
costeiras em Portugal continental: duas que correspondem a lagoas costeiras (A3 — Lagoa
18
Mesotidal Semi-Fechada e A4 — Lagoa Mesotidal Pouco Profunda) e três tipos de costa
aberta (A5 — Costa Atlântica Mesotidal Exposta, A6 — Costa Atlântica Mesotidal
Moderadamente Exposta e A7 — Costa Atlântica Mesotidal Abrigada).
Ambas as tipologias de massas de água, costeiras e de transição, foram confrontadas com
informação biológica, utilizando a metodologia descrita em Bettencourt et al., (2004).17
De acordo com os respetivos PGBH, as massas de água dos arquipélagos dos Açores e da
Madeira apresentam características únicas, não permitindo uma comparação com massas de
água continentais ou com os tipos gerais da UE definidos no exercício de intercalibração. Nos
Açores, o sistema A do anexo II da DQA foi aplicado às águas costeiras e de transição e o
sistema B foi aplicado em rios e lagos naturais. Na Madeira, o sistema B foi utilizado para os
rios, sendo o principal parâmetro de diferenciação a precipitação, enquanto o sistema A foi
utilizado para as águas costeiras, sendo o fator de diferenciação a profundidade (200 m).
O PGBH dos Açores refere que, embora fosse lógico estabelecer dois tipos de massa de água
fluvial, em função da altitude e variação das comunidades biológicas, o limiar entre os dois
tipos não pôde ser estabelecido devido à pouca informação disponível (baixo número de
pontos de monitorização). Por conseguinte, só foi tido em consideração um tipo de massa de
água fluvial no PGBH. Para os lagos, definiram-se dois tipos, de acordo com fatores
geográficos e físicos e pressões antropogénicas, e a relativa abundância de comunidades
planctónicas em relação às comunidades costeiras bentónicas (fitobentos e fauna bentónica).
As águas de transição são pequenas lagoas costeiras que recebem água doce principalmente
de águas subterrâneas e constituem ecossistemas únicos. Foram definidos três tipos de águas
de transição: A-T-O/P Águas Oligohalinas com uma salinidade de 0,5-5 %, A-T-M/P Água
Mesohalina com uma salinidade de 5-18 %, e A-T-P/P Água Polihalina com uma salinidade
de 18-30 %. Os três tipos de águas costeiras dependem da profundidade: superficial,
intermédia e profunda. No que diz respeito às águas costeiras e de transição, as tipologias não
foram confrontadas com informação biológica.
A Madeira definiu três tipos de rio de acordo com a localização geográfica, altitude, geologia,
dimensão (bacia de drenagem superior a 1 km2
na Madeira e 0,5 km2
em Porto Santo) e
precipitação. As tipologias não foram cruzadas com as condições ecológicas e químicas.
Foram definidos dois tipos de águas costeiras, utilizando a salinidade, a profundidade e a
ecorregião como parâmetros. O fator de diferenciação dos dois tipos é o nível batimétrico de
200m; os outros dois parâmetros são similares nos dois tipos. O PGBH refere que o nível
batimétrico de 200 m foi utilizado, uma vez que é o limite da zona eutrófica onde se verifica a
maioria dos recursos haliêuticos.
No que diz respeito às condições de referência, o trabalho relativamente a lacunas existentes
na monitorização e desenvolvimento de métodos de avaliação não está concluído em várias
RH de Portugal. O trabalho está mais avançado em Portugal continental. Para os Açores e
Madeira há menos dados e as massas de água são diferentes das do continente e exclusivas
das ilhas. Sempre que possível, a Madeira utilizou os valores de referência dos parâmetros
conforme especificado nos documentos de orientação nacionais. Nos outros casos, os valores
17
Bettencourt, A. M., S. B. Bricker, J. G. Ferreira, A. Franco, J. C. Marques, J. J. Melo, A. Nobre, L. Ramos, C.
S. Reis, F. Salas, M. C. Silva, T. Simas, W. J. Wolff (2004). Typology and Reference Conditions for Portuguese
Transitional and Coastal Waters Development of Guidelines for the Application of the European Union Water
Framework Directive. Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, Instituto da Água, I.P., e
IPIMAR. 98 pp.
19
de referência foram obtidos recorrendo a pareceres de peritos, resultados de diferentes estudos
e metodologias ad hoc. Todavia, muito do trabalho relativo à definição de condições de
referência ainda está por fazer.
4.3. Delimitação das massas de água de superfície
Foi definido um limiar de dimensão mínima para cada categoria de águas de superfície. A
maior parte da delimitação das massas de água baseou-se na Orientação n.º 2 da ECA da UE,
mas existem algumas exceções. Para os rios, o limiar foi fixado numa bacia hidrográfica de
10 km2 em Portugal continental e nos Açores, mas de 1 km
2 na ilha da Madeira. Todas as
albufeiras com uma superfície superior a 0,4 km2 foram consideradas MAFM-Lagos, para
além de algumas albufeiras com uma superfície mais pequena, utilizadas para abastecimento
de água. Nos Açores, foi considerada uma área de superfície mínima entre 0,01-0,5 km2.
Pequenas massas de água com o mesmo tipo e estado foram incorporadas em massas de água
adjacentes. Depois disso, com base na análise pericial, as massas de água foram
iterativamente agrupadas de forma a obter-se um número mínimo de massas de água para o
qual é possível estabelecer claramente os objetivos de qualidade ambiental. Para as águas
costeiras e de transição, a tipologia descrita em Bettencourt et al. (2004)18
não tem em conta a
existência de massas de água pequenas. No entanto, a dimensão mínima das massas de água
consideradas é de 1 km2. Nos segundos PGBH, a delimitação das massas de água será revista
em todas as RH, de modo a ter em conta a melhoria dos dados sobre pressões
hidromorfológicas e as massas de água mais pequenas, se for caso disso.
RH
Águas de superfície Água subterrâneas
Rios Lagos Águas de transição Costeiras
Número Comprimento
Médio (km) Número
Superfície
Média
(km²)
Número
Superfície
Média
(km²)
Número
Superfície
Média
(km²)
Número
Superfície
Média
(km²)19
PTRH1 56 9 3 5 10 4 2 29 2 1 203
PTRH2 69 10 7 6 6 1 1 222 4 840
PTRH3 361 14 17 5 3 2 2 181 3 6 274
PTRH4 236 16 9 3 10 13 8 387 30 510
PTRH5 395 17 24 6 4 92 2 191 12 2 236
PTRH6 195 11 19 5 9 24 3 688 8 1 050
PTRH7 222 14 16 20 5 7 2 9 9 1 300
PTRH8 64 14 3 2 3 3 10 176 23 163
PTRH9 13 63* 24 0 3 0 27 286 54 43
PTRH10 94 6 - - - - 8 181 4 196
Total 1 705 17,4 122 6 53 16 65 235 149 13 815
Quadro 4.3.1: Massas de água de superfície, massas de água subterrânea e as suas dimensões
Fonte: WISE (Resumo 2.2.1.1 e 2.3.1.1 para cada RH)
* Na PTRH9, foram considerados todos os cursos de água no interior da bacia hidrográfica ao proceder ao
cálculo do comprimento total das massas de água.
Na PTRH7, a grande dimensão dos lagos (albufeiras) deve-se à albufeira de Alqueva, a maior
da Europa. No âmbito do primeiro PGBH, esta albufeira foi considerada uma massa de água
18
Ibidem. 17 19
Dados fornecidos pelas autoridades portuguesas após ter sido efetuada a avaliação dos PGBH.
20
porque não existiam dados suficientes disponíveis para a dividir em várias massas de água.
Esta situação será alterada no segundo PGBH.
Na PTRH5, a grande dimensão das águas de transição deve-se ao estuário do Tejo, um dos
maiores estuários de Portugal.
4.4. Identificação de impactos e pressões significativas
A metodologia utilizada para a identificação de pressões significativas segue, geralmente,
uma abordagem nacional sobre as pressões a considerar (Decreto-Lei n.º 77/2006). No
entanto, os poucos dados sobre pressões, nomeadamente nos inventários de fontes tópicas de
poluição, captação de água e pressões hidromorfológicas afetam os resultados. A metodologia
para avaliar as pressões significativas inclui uma combinação de instrumentos numéricos e
pareceres de peritos com base nas informações existentes, que varia entre RH. Refere-se que
as pressões significativas são as que produzem um impacto nas massas de água que provoca o
incumprimento de, pelo menos, um dos critérios estabelecidos para a classificação do
Estado/Potencial Ecológico e Estado Químico e que, por conseguinte, contribuem mais para
um estado inferior ao nível «Bom». Os PGBH não fornecem informações sobre todos os
valores numéricos utilizados e para alguns tipos de pressões (por exemplo,
hidromorfológicas), RH diferentes utilizam critérios diferentes.
No que se refere às pressões hidromorfológicas, a decisão acerca do que é significativo é
tomada ao nível da RH, mas a lógica subjacente não é explicada. Foram desenvolvidas
orientações nacionais para avaliar os impactos e pressões hidromorfológicas, mas são amplas
e as regras utilizadas para avaliar a importância não são claras. Além disso, o nível de
informações existentes não era o mesmo em cada RH e, por conseguinte, as RH escolheram
alguns dos impactos (mas nunca todos) com base em pareceres de peritos e em informações
limitadas. Por exemplo, na PTRH3, as pressões hidromorfológicas são moderadas se existir,
pelo menos, uma barragem com uma parede de 5 m, ou a pressão é considerada significativa
se pelo menos uma das barragens não tiver passagem de peixes. No entanto, na PTRH7, se
uma massa de água tiver uma barragem com uma parede de 2 m, considera-se que existe uma
pressão significativa. O mesmo se verifica quanto à extensão de um troço de rio regulado; na
PTRH7, a existência de um troço regulado igual ou superior a 500 m é significativa; no caso
da PTRH3 é significativa se os 500 m forem delimitados por paredes verticais ou se o leito for
impermeável.
Na PTRH9 existem algumas pressões hidromorfológicas significativas, nomeadamente em
duas massas de água com paredes de barragem de 3 m (uma das quais é uma cascata de
barragens). No entanto, não foi definida nenhuma MAFM. Na PTRH10 Madeira, 27 das 97
regulações de caudais de rios foram consideradas pressões significativas (uma vez que têm
uma extensão superior a 500 m) e considerou-se que duas barragens impõem pressões
significativas, dado que a sua parede é superior a 2 m (estes dados estão incluídos como
gestão fluvial no quadro 4.4.1). No entanto, não foram definidas MAFM na Madeira. A não
definição de MAFM pode estar relacionada com a falta de dados, mas não se encontram
explicações adicionais nos PGBH.
A regulação de caudais foi avaliada por meio de um parecer de perito, juntamente com mapas
do SIG (sistema de informação geográfica) e conjuntos de dados sobre pressão, incluindo o
River Habitat Survey e os respetivos indicadores (Habitat Modification Score).
Para a captação de água, foram tidos em conta o regime elevado de utilizações, as licenças e
estimativas de utilização para fins pessoais. As RH reconhecem que o inventário de captação
21
de água está incompleto em termos de número de captações e suas características, como
consequência dos dados disponíveis na altura da elaboração dos primeiros PGBH. Entretanto,
verificou-se uma melhoria dos procedimentos de concessão de licenças e espera-se que estes
dados melhorem nos segundos PGBH.
Foram utilizados dados comunicados de fontes tópicas para avaliar a pressão relativa à
poluição. Nos casos em que não havia dados, foram considerados coeficientes ligados à
produção do município. Para os portos, realizou-se uma análise qualitativa. Em zonas
protegidas, «significativa» significa que as fontes tópicas impedem que se alcance as normas
de qualidade da legislação específica. Para as fontes tópicas, os valores da licença de descarga
foram convertidos em valores de carga para diversas substâncias e as concentrações foram
comparadas com as normas relevantes para identificar riscos no que se refere ao cumprimento
da DQA. Para as fontes difusas foram utilizadas informações sobre a ocupação e utilização do
solo, dados do recenseamento agrícola e classificação da qualidade da água para fornecer uma
categoria de risco.
A análise mostra que todas as pressões existentes foram abrangidas de forma desigual pelas
diferentes RH sem critérios harmonizados. A Autoridade Nacional da Água comprometeu-se
a abordar esta questão na atualização da análise exigida nos termos do artigo 5.º da DQA.
O gráfico seguinte indica as pressões significativas observadas em Portugal. Existe alguma
variação regional. Dada a diferença no número de massas de água em cada RH, é conveniente
examinar a proporção de RH afetadas.
22
RH
Sem
pressões
Fontes
tópicas
Fontes
difusas
Captação de
água
Regulações de
caudais e
alterações
morfológicas
Gestão
fluvial
Gestão de águas
costeiras e de
transição
Outras
alterações
morfológicas
Outras
pressões
N.º % N.º % N.º % N.º % Não % N.º % N.º % N.º % N.º %
PTRH1 52 73 1 1,41 10 14 0 0 12 17 0 0 0 0 0 0 5 7,04
PTRH2 61 73 9 10,84 17 20 0 0 11 13 0 0 0 0 0 0 1 1,2
PTRH3 265 69 17 4,44 103 27 0 0 80 21 0 0 0 0 0 0 24 6,27
PTRH4 174 66 52 19,77 62 24 0 0 26 10 0 0 0 0 0 0 10 3,8
PTRH5 217 51 138 32,47 208 49 3 0,7 76 18 10 2,35 0 0 0 0 0 0
PTRH6 31 14 132 58,41 183 81 9 4 77 34 1 0,44 7 3,1 0 0 0 0
PTRH7 16 7 138 56,33 209 85 6 2,5 155 63 0 0 2 0,82 0 0 0 0
PTRH8 3 4 34 42,5 76 95 4 5 58 73 1 1,3 4 5 1 1,25 0 0
PTRH9 42 63 0 0 19 28 1 1,5 4 6 3 4,5 0 0 2 2,99 0 0
PTRH10 63 62 7 7 10 10 3 3 0 0 28 27 0 0 0 0 0 0
Total 924 48 521 27 887 46 23 1,2 499 26 15 0,8 13 0,7 3 0,2 40 2,1
Quadro 4.4.1: Número e percentagem de massas de água de superfície afetadas por pressões significativas
Fonte: WISE SWB_PRESSURE
23
Figura 4.4.1: Gráfico da percentagem de massas de água de superfície afetadas por pressões significativas
1 = Sem pressões
2 = Fontes tópicas
3 = Fontes difusas
4 = Captação de água
5 = Regulações de caudais e alterações morfológicas
6 = Gestão fluvial
7 = Gestão de águas costeiras e de transição
8 = Outras alterações morfológicas
9 = Outras pressões
Fonte: WISE SWB_PRESSURE (a PTRH10 não consta do Relatório WISE SWB_PRESSURE. Por
conseguinte, os dados foram extraídos diretamente da base de dados do sistema WISE)
Os setores que mais contribuem para a poluição química incluem: estações de tratamento de
águas residuais (ETAR) e a agricultura, incluindo a pecuária, nomeadamente a suinicultura.
Em algumas RH, as minas abandonadas ou zonas industriais que necessitam de reabilitação
ambiental também constituem pressões.
As fontes tópicas e difusas de poluição são consideradas pressões mais fortes no sul de
Portugal. Nos Açores, as fontes tópicas de poluição não são consideradas uma pressão. No
entanto, analisando o número de massas de água afetadas, é evidente que a PTRH3 e a
PTRH5 são afetadas pela poluição proveniente de fontes difusas. A PTRH5 tem igualmente
um grande número de massas de água afetadas por fontes tópicas de poluição, como é de
esperar devido à indústria e suinicultura existentes, bem como às aglomerações humanas. As
regulações de caudais e as alterações morfológicas são consideradas pressões significativas
nas bacias hidrográficas do Douro (PTRH3) e do Tejo (PTRH5) devido às barragens
hidroelétricas. Do mesmo modo, as barragens são pressões significativas na PTRH7, devido
ao sistema Alqueva-Pedrógão e a uma barragem a montante em Espanha, e no sul de Portugal,
no Alentejo (PTRH6) e no Algarve (PTRH8), devido à escassez de água e às barragens e
reservatórios necessários para a agricultura e consumo humano. Para os Açores, as grandes
pressões estão relacionadas com a poluição proveniente de fontes difusas (28 %). O nível de
pressões significativas relacionadas com a captação de água é surpreendentemente baixo. De
acordo com a autoridade portuguesa da água, o inventário da captação de água está
incompleto em termos do número de captações e suas características, como consequência dos
24
dados disponíveis na altura da elaboração dos primeiros PGBH. Com as melhorias
introduzidas nos processos de licenciamento, espera-se que os dados melhorem nos segundos
PGBH.
4.5. Zonas protegidas
Os quadros seguintes identificam as zonas protegidas no âmbito da aplicação da Diretiva-
Quadro da Água em Portugal. O quadro 4.5.1 resulta de uma fonte diferente da dos quadros
subsequentes e existem algumas diferenças. Os quadros a partir do quadro 4.5.2 foram
fornecidos pelas autoridades portuguesas da água e não incluem a Madeira.
RH
Número de ZP
Art
igo
7.º
Ca
pta
ção
de
ág
ua
po
táv
el
Ba
lnea
res
Av
es
Ou
tra
s
euro
pei
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xe
Ha
bit
ats
Lo
cal
Na
cio
na
l
Nit
rato
s
Mo
lusc
os
TA
RU
PTRH1 33 15 2 7 6
PTRH2 35 46 1 11 2 1
PTRH3 79 46 5 9 13 4
PTRH4 56 106 5 22 14 2 2
PTRH5 43 57 9 19 16 2 2
PTRH6 23 33 10 5 8 2
PTRH7 52 4 11 6 7 2 1
PTRH8 18 103 4 2 8 2 1
PTRH9 193 52 15 22 78 8 34
PTRH10 164 31 4 3 11 5
Total 696 493 66 3 81 107 78 5 17 34 12
Quadro 4.5.1: Número de zonas protegidas, de todos os tipos, em cada RH e para todo o país, para as águas
subterrâneas e de superfície20
Fonte: WISE (PA_NB) e PGBH da PTRH9 e PTRH10
20
Esta informação corresponde à comunicação das zonas protegidas no âmbito da DQA. Mais/outras
informações podem ter sido comunicadas no âmbito das obrigações de outras diretivas.
25
MASb: Número de Zonas
Protegidas
Número de MASb com Zonas
Protegidas
RH
Artigo 7.º
Captação
de água
potável
Nitratos RH
Artigo 7.º
Captação
de água
potável
Nitratos
PTRH1 25 0 PTRH1 2 0
PTRH2 23 1 PTRH2 2 1
PTRH3 29 0 PTRH3 1 0
PTRH4 25 2 PTRH4 25 2
PTRH5 12 2 PTRH5 12 3
PTRH6 19 0 PTRH6 6 0
PTRH7 43 2 PTRH7 3 3
PTRH8 16 2 PTRH8 1 5
PTRH9 207 0 PTRH9 39 0
Total 399 9 Total 91 14
Quadro 4.5.2: Número de zonas protegidas em massas de água subterrâneas em cada RH e número de massas
de água subterrâneas com zonas protegidas
Fonte: Informações adicionais fornecidas pelas autoridades portuguesas após avaliação dos PGBH.
MASp: Número de Zonas Protegidas
RH
Artigo 7.º
Captação
de água
potável
Balneares Aves Outras
europeias Peixe Habitats Local Nitratos Moluscos
PTRH1 8 15 19 0 15 41 0 0 0
PTRH2 12 46 4 0 25 21 0 0 0
PTRH3 50 46 92 4 24 146 0 0 0
PTRH4 31 106 20 3 61 54 0 0 0
PTRH5 31 57 42 0 76 88 0 0 0
PTRH6 4 33 33 2 28 74 0 0 0
PTRH7 9 4 81 1 22 85 0 0 0
PTRH8 2 103 37 1 9 53 0 0 0
PTRH9 3 51 24 0 42 125 13 79
Total 150 461 352 11 260 604 125 13 79
Quadro 4.5.3: Número de zonas protegidas em massas de água de superfície em cada RH
Fonte: Informações complementares apresentadas pelas autoridades portuguesas
26
Número de MASp com Zonas Protegidas
RH
Artigo 7.º
Captação
de água
potável
Balneares Aves Outras
europeias Peixe Habitats Local Nitratos Moluscos
PTRH1 6 5 19 0 15 39 0 0 0
PTRH2 9 6 4 0 24 21 0 0 0
PTRH3 43 14 91 4 22 137 0 0 0
PTRH4 21 26 20 3 53 51 0 0 0
PTRH5 26 19 42 0 69 86 0 0 0
PTRH6 4 4 31 2 28 72 0 0 0
PTRH7 9 3 76 1 22 84 0 0 0
PTRH8 2 9 35 1 9 45 0 0 0
PTRH9 3 13 19 0 0 31 38 13 25
Total 123 99 337 11 242 566 38 13 25
Quadro 4.5.4: Número de massas de água de superfície com zonas protegidas em cada RH
Fonte: Informações complementares apresentadas pelas autoridades portuguesas
Em Portugal continental, as zonas de produção de bivalves não foram designadas como zonas
protegidas. Tal deve-se ao facto de Portugal considerar que só podem ser classificadas como
consequência direta da aplicação da Diretiva 79/923/CE. No entanto, foram considerados
condicionalismos específicos associados na aplicação de outras Diretivas, incluindo a Diretiva
Tratamento de Águas Residuais Urbanas e a concessão de licenças de descargas de águas
residuais. Nos segundos PGBH, as zonas identificadas para produção de moluscos (Despacho
n.º 15264/2013, 2ª série, n.º 227, de 22 de novembro de 2013) serão classificadas como zonas
protegidas.
27
5. MONITORIZAÇÃO
5.1. Descrição geral da rede de monitorização.
0 100 200
km
Madeira (PT)
Azores (PT)
0 100 200 km
0 50 100 km
PTRH3
PTRH4
PTRH5
PTRH6
PTRH7
PTRH8
PTRH1
PTRH2
PTRH9
PTRH10
Atlantic Ocean
0 100 200
km
Madeira (PT)
Azores (PT)
0 100 200 km
0 50 100 km
PTRH3
PTRH4
PTRH5
PTRH6
PTRH7
PTRH8
PTRH1
PTRH2
PTRH9
PTRH10
Atlantic Ocean
Figura 5.1: Mapas das águas de superfície (à esquerda) e das estações de monitorização de águas subterrâneas (à
direita).
• Estações de monitorização de rios
• Estações de monitorização de lagos
• Estações de monitorização de águas de transição
• Estações de monitorização de águas costeiras
• Estações de monitorização de águas de superfície não classificadas
• Estações de monitorização de águas subterrâneas
Regiões Hidrográficas
Países exteriores à UE
Fonte: WISE, Eurostat (fronteiras do país)
Os PGBH não revelam progressos em comparação com o relatório de implementação de
2009. As redes de monitorização em diversas RH não são consideradas representativas, e os
PdM de todas as RH incluem medidas destinadas a reforçar a rede de monitorização.
28
RH
Rios Lagos
EQ
1.1
Fit
op
lân
cton
EQ
1.2
Ou
tra f
lora
aq
uáti
ca
EQ
1.2
.3 M
acr
ófi
tos
EQ
1.2
.4 F
itob
ento
s
EQ
1.3
In
ver
teb
rad
os
Ben
tón
icos
EQ
1.4
Pei
xes
EQ
1.5
Ou
tras
esp
écie
s
EQ
2 E
Q
Hid
rom
orf
oló
gic
os
EQ
3.1
Parâ
met
ros
Ger
ais
E
Q3.3
Polu
ente
s
Esp
ecíf
icos
Não
Pri
ori
tári
os
EQ
3.4
Ou
tros
Polu
ente
s
Naci
on
ais
EQ
1.1
Fit
op
lân
cton
EQ
1.2
Ou
tra f
lora
aq
uáti
ca
EQ
1.2
.3 M
acr
ófi
tos
EQ
1.2
.4 F
ito
ben
tos
EQ
1.3
In
ver
teb
rad
os
Ben
tón
icos
EQ
1.4
Pei
xes
EQ
1.5
Ou
tras
esp
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s
EQ
2 E
Q
Hid
rom
orf
oló
gic
os
EQ
3.1
Parâ
met
ros
Ger
ais
E
Q3.3
Polu
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Esp
ecíf
icos
Não
Pri
ori
tári
os
EQ
3.4
Ou
tros
Polu
ente
s
Naci
on
ais
PTRH1 - - - -
PTRH2 - - - -
PTRH3 - - - -
PTRH4 - - - -
PTRH5 - - - -
PTRH6 - - - -
PTRH7 - - - -
PTRH8 - - - -
PTRH9 - - - - - - - -
PTRH10 - - - - - - - - - - - -
29
RH
Águas de transição Costeiras
EQ
1.1
Fit
op
lân
cton
EQ
1.2
Ou
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lora
aq
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EQ
1.2
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1.2
.2 A
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EQ
1.3
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1.4
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EQ
1.5
Ou
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esp
écie
s
EQ
2 E
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orf
oló
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EQ
3.1
Parâ
met
ros
Ger
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E
Q3.3
Polu
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s
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icos
Não
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tári
os
EQ
3.4
Ou
tros
Polu
ente
s
Naci
on
ais
EQ
1.1
Fit
op
lân
cton
EQ
1.2
Ou
tra f
lora
aq
uáti
ca
EQ
1.2
.1 M
icro
alg
as
EQ
1.2
.2 A
ngio
spér
mic
as
EQ
1.3
In
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teb
rad
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Ben
tón
icos
EQ
1.4
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EQ
1.5
Ou
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s
EQ
2 E
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EQ
3.1
Parâ
met
ros
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E
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s
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icos
Não
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ori
tári
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EQ
3.4
Ou
tros
Polu
ente
s
Naci
on
ais
PTRH1 - - - - -
PTRH2 - - - - -
PTRH3 - - - - -
PTRH4 - - - - -
PTRH5 - - - - -
PTRH6 - - - - -
PTRH7 - - - - -
PTRH8 - - - - -
PTRH9 - - - - -
PTRH10 - - - - - - - - - - - -
Quadro 5.1: Elementos de qualidade monitorizados
EQ Monitorizados
EQ Não monitorizados
- Não é relevante
Fonte: WISE 4.1.7 e 4.1.8
30
RH Rios Lagos
Águas de
transição Costeiras Água subterrâneas
V Op V Op V Op V Op V Op Quant
PTRH1 19 7 1 0 1 0 0 0 6 0 4
PTRH2 16 23 6 2 7 0 1 0 9 23 8
PTRH3 58 62 4 12 3 0 1 0 12 0 10
PTRH4 65 62 4 5 9 0 3 2 117 57 86
PTRH5 83 84 10 14 3 5 1 2 222 52 163
PTRH6 21 31 2 7 9 0 3 0 20 0 8
PTRH7 16 41 3 9 4 0 1 0 30 52 26
PTRH8 20 12 3 0 3 0 2 0 59 31 115
PTRH9 23 0 23 15 3 0 42 0 100 0 -
PTRH10 22 0 - - - - 0 0 - - -
Total por tipo de
sítio 343 322 56 64 42 5 54 4 575 215 420
Número total de
estações de
monitorização21
665 120 47 58 1 117
Quadro 5.2: Número de estações de monitorização por categoria de água.
V = Vigilância, Op = Operacional, Quant = Quantitativa
Fonte: Autoridade Nacional da Água portuguesa (junho de 2014) e PGBH da Madeira (PTRH10)
21
O número total de estações de monitorização pode diferir da soma das estações de monitorização por tipo, dado que algumas estações são utilizadas para mais do que uma
finalidade.
31
5.2. Monitorização das águas de superfície
Em Portugal, existem cerca de 500 estações de monitorização de vigilância e 400 estações de
monitorização operacional. Contudo, existem ainda cerca de 1100 massas de água de
superfície sem qualquer monitorização. A duração das séries cronológicas varia entre estações
e alguns parâmetros são medidos apenas num número limitado de estações e não são
registados no programa de monitorização do primeiro ciclo (apesar de os dados serem
recolhidos). A Madeira (PTRH10) é o caso mais grave, uma vez que apenas 22 massas de
água fluviais são monitorizadas e apenas em relação a parâmetros gerais.
Para a monitorização de vigilância, a DQA exige a avaliação de todos os elementos de
qualidade que sejam relevantes para a respetiva categoria de água.
Portugal continental
Os parâmetros e a frequência da monitorização da rede de monitorização de vigilância e
operacional de águas de superfície e do estado quantitativo e químico das águas subterrâneas
estão definidos nos anexos VI e VII do Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de março de 2006, que
complementa a transposição da DQA. Nas situações em que as estações de monitorização
preenchem, simultaneamente, os critérios das redes de monitorização de vigilância e de
monitorização operacional, foi decidido integrá-las no programa operacional, desde que se
considere que as massas de água estão em risco. Assim que as massas de água alcançarem um
estado ou um potencial ecológico de nível «bom» serão integradas na rede de vigilância. Não
existe nenhum programa de monitorização internacional em vigor para as águas de superfície
das RH internacionais.
O conhecimento limitado sobre massas de água de transição conduziu à adoção de um
programa de monitorização de vigilância que é mais exigente do que o programa operacional.
As estações foram selecionadas de acordo com os seguintes critérios: a) todas as massas de
água cuja tipologia não estava abrangida pelo exercício de intercalibração, com vista a validar
as fronteiras das classes do estado biológico dos parâmetros definidos e a confirmar o estado
ecológico e químico22
; b) todas as massas de água classificadas como estando em dúvida ou
em risco no âmbito dos sistemas do exercício de intercalibração, a fim de confirmar o grau de
risco; c) representatividade da água; d) pontos de transição para as águas costeiras. A análise
de risco sobre o estado químico foi atualizada com base no projeto de Diretiva relativa a
Normas de Qualidade Ambiental e com base em novos dados de monitorização.
Relativamente às águas costeiras, a seleção das estações seguiu os mesmos critérios aplicados
às águas de transição. Os locais foram selecionados de modo a: i) permitir uma avaliação
global do estado da qualidade ecológica e química; ii) detetar pressões significativas para a
definição de programas de medidas; iii) detetar alterações temporais no estado ecológico e
químico devido a fatores naturais ou antropogénicos; iv) verificar o cumprimento do estado
da qualidade com a legislação nacional e determinada legislação da UE (Diretivas da UE); e
v) trocar informações no interior da UE.
No que diz respeito aos elementos de qualidade biológica dos rios, a monitorização de
vigilância não inclui o fitoplâncton uma vez que a grande variabilidade das condições naturais
dos rios mediterrânicos não permite a criação de comunidades estáveis de fitoplâncton nos
22
Muitas massas de água de transição das diferentes RH estão apenas provisoriamente classificadas até serem
desenvolvidos métodos de avaliação e definidas condições de referência.
32
rios portugueses. Por conseguinte, Portugal considera que não é possível ou adequado utilizar
este elemento de qualidade biológica para avaliar o estado das massas de água na maioria dos
rios portugueses. Nas albufeiras a monitorização de vigilância exclui os macrófitos, os
fitobentos e os invertebrados bentónicos. De acordo com os PGBH, isto acontece porque os
macrófitos e fitobentos são limitados em termos de abundância e diversidade nas albufeiras, e
as comunidades de invertebrados bentónicos na margem não são representativas da situação
das massas de água.
Um aspeto crucial da monitorização operacional diz respeito à seleção do(s) elemento(s) de
qualidade biológica considerado(s) mais sensível(eis) à pressão. Para os rios, onde as pressões
orgânicas e os nutrientes são as pressões mais importantes, os invertebrados bentónicos são
monitorizados todas a primaveras, e os elementos físico-químicos de apoio e os poluentes
específicos são monitorizados de três em três meses. Sempre que as massas de água também
estão sujeitas a pressões hidromorfológicas importantes (bem como às duas pressões acima
referidas), os invertebrados bentónicos e a fauna piscícola são monitorizados em conjunto
com os elementos hidromorfológicos de apoio. Para as albufeiras, considerou-se que a
poluição orgânica e os nutrientes foram as pressões mais significativas e, assim, o
fitoplâncton e os elementos físico-químicos de apoio são monitorizados. Além disso, no que
diz respeito aos elementos de qualidade hidromorfológica, e tendo em conta a natureza
importante do tempo de residência, foi decidido monitorizar também o regime hidrológico.
São monitorizados poluentes específicos quando se espera que sejam descarregados em
quantidades significativas. As estações de monitorização estão situadas onde se sabe que
ocorreram concentrações de substâncias prioritárias mais elevadas do que as normas de
qualidade incluídas na proposta de Diretiva relativa a normas de qualidade ambiental.
De acordo com a Autoridade Nacional da Água (junho de 2014), as redes de monitorização
foram renovadas e atualizadas a fim de colmatar algumas das lacunas identificadas no
primeiro ciclo de planos. Esta revisão manteve os programas de monitorização de todos os
elementos da DQA e incluiu massas de água que ainda não tinham sido monitorizadas. As
principais limitações continuam a ser os recursos humanos e financeiros para colmatar as
lacunas nas redes de monitorização, em termos de cobertura das massas de água de superfície
e inclusão de todos os elementos de qualidade biológica, físico-química e hidromorfológica.
Recentemente, foram aprovados recursos financeiros para efetuar os programas de
monitorização previstos e foi assinado um novo contrato de prestação de serviços por forma a
assegurar que a nova rede de monitorização estará operacional a partir de 2015.
Açores
O PGBH da PTRH9 refere que, em geral, a rede de monitorização é insuficiente para
responder aos requisitos legais e técnicos para uma avaliação adequada do estado ecológico e
químico das massas de água de superfície.
A rede operacional nos Açores destina-se a avaliar a propagação de cianobactérias e a
concentração das suas toxinas. A rede abrange 15 massas de água da categoria lago. A
monitorização operacional é efetuada nas mesmas estações que a monitorização de vigilância,
onde as toxinas das cianobactérias são medidas a cada 3 meses. Não existe nenhuma
monitorização de investigação nos Açores.
Madeira
33
A monitorização de vigilância ocorre apenas em 19 % das massas de água da Madeira,
embora abranja 67 % das RH. Só são monitorizados os elementos físico-químicos (exceto os
fosfatos). Não existe qualquer rede de monitorização operacional, nem existe uma rede de
monitorização para as águas costeiras.
5.3. Monitorização de águas subterrâneas
As redes de monitorização baseiam-se nas redes existentes do antigo Instituto Nacional da
Água, ou da Direção Regional do Ambiente dos Açores, anteriores à Diretiva-Quadro da
Água. Portanto, o seu planeamento seguiu uma metodologia comum. Para a maior parte das
RH, a rede de monitorização não é considerada representativa (tal como indicado nos PGBH).
Foi estabelecido um programa de monitorização quantitativa de águas subterrâneas em todas
as RH de Portugal continental. Na PTRH9 (Açores) não existe qualquer rede de
monitorização quantitativa.
Na PTRH10 (Madeira) não existe qualquer rede de monitorização de águas subterrâneas
(quantitativa ou qualitativa), e os níveis dos parâmetros piezométricos e de qualidade são
monitorizados apenas pela empresa regional de abastecimento de água (uma empresa pública
cujos acionistas são o Governo Regional da Madeira e os municípios) nas zonas de captação.
Esta monitorização ocorre em zonas protegidas de captação de água para consumo humano.
A monitorização do estado químico das águas subterrâneas foi concebida de modo a poder
detetar tendências de aumento significativo e persistente, em especial no que respeita os
nitratos. Este é considerado o parâmetro mais problemático. Nos Açores existe uma rede de
vigilância qualitativa, mas os pesticidas não são monitorizados. 32 das 34 massas de água
monitorizadas têm um índice representativo inferior a 80 %.
Em algumas RH, só estão em vigor programas de monitorização operacional para as massas
de água consideradas em risco. O parâmetro habitualmente monitorizado são os nitratos.
Algumas RH não possuem massas de água consideradas em risco.
Não está em vigor nenhum programa de monitorização internacional para águas subterrâneas.
De facto, as formações geológicas na fronteira de Portugal e Espanha consistem
essencialmente em formações ígneas e metamórficas, que correspondem a meios fraturados
com baixas condutividades hidráulicas e rendimentos reduzidos. O caudal médio de
exploração neste tipo de rocha não excede, geralmente, o limite de 1 l/s, criando aquíferos
apenas com importância a nível local. Nestas circunstâncias, não foram identificadas massas
de água subterrâneas transfronteiriças entre Portugal e Espanha.
Portugal reconheceu a necessidade de aumentar a densidade das estações de monitorização a
fim de melhorar a avaliação química e quantitativa das massas de água subterrâneas, bem
como de manter a frequência e a continuidade dos locais de amostragem. Isto está, no entanto,
sujeito à disponibilidade de recursos financeiros. Para os segundos PGBH, Portugal tenciona
proceder à avaliação da inversão das tendências das massas de água subterrâneas identificadas
nos primeiros PGBH como tendo um estado químico medíocre.
34
5.4. Monitorização de zonas protegidas
0 100 200
km
Madeira (PT)
Azores (PT)
0 100 200 km
0 50 100 km
PTRH3
PTRH4
PTRH5
PTRH6
PTRH7
PTRH8
PTRH1
PTRH2
PTRH9
PTRH10
Atlantic Ocean
Figura 5.2: Mapa das estações de monitorização para zonas protegidas
Fonte: Base de dados WISE
A rede de monitorização específica para as zonas protegidas não foi comunicada ao WISE, e
só é possível termos uma ideia acerca dela nos PGBH.
35
RH
Águas de superfície Água
potável
de águas
subterrâ
neas
Captação
de água
potável de
águas de
superfície
Qualidad
e da
água
potável
Águas
balneares
Zonas
ornitoló
gicas
Peix
e
Zonas de
habitats
Nitratos23
Molus
cos TARU
PTRH1 11 11 15 5 6 5+18 2+6 - 6
PTRH2 13 13 46 1 16 1+10 22
(MASb) 7 9
PTRH3 50 50 47 32 9 40+30 724
(MASb) 7+9 9 12
PTRH4 38 38 106 16 23 16 4(MASb) 21 8 44
PTRH5 26 26 57 27 20 53 2
(MASb) 35 10 88
PTRH6 6 6 36 13 6 40 4
(MASb) 5 5 16
PTRH7 9 9 6 27 8 45 1
(MASb) 6 8 13
PTRH8 3 3 103 16 3 25 3
(MASb) 2 2 1
PTRH9 2 2 53 18 15 98
PTRH10 - 31 27
Total 158 158 392 27 91 283
15
(MASp)
43
(MASb)
93 49 314
Quadro 5.3: Número de estações de monitorização em zonas protegidas25
.
Legenda: monitorização de vigilância + operacional
Fonte: PGBH, e Autoridade Nacional da Água portuguesa após avaliação dos PGBH. Os dados fornecidos no
WISE não estão corretos.
No que respeita a zonas protegidas designadas para a captação de água destinada ao consumo
humano, ainda está em curso o processo de definição do seu perímetro de proteção. Estes
perímetros devem ser promulgados por um instrumento jurídico. Em consequência, muitos
dos pontos de monitorização referidos no quadro supra são para monitorização de água
potável e não necessariamente para zonas protegidas de água potável.
De acordo com a Autoridade Nacional da Água portuguesa:
«Zonas designadas para a proteção de espécies aquáticas de interesse económico» — essas
zonas são designadas pela Diretiva Peixes de Água Doce (Diretiva 2006/44/CE). Até 2013,
estas áreas foram monitorizadas em conformidade com a Diretiva (parâmetros e
frequência). Em 2014, as estações de monitorização foram todas incluídas nos programas
de monitorização de vigilância ou de monitorização operacional.
23
Em Portugal continental, as zonas vulneráveis aos nitratos só foram designadas no que se refere às águas
subterrâneas.
24 Monitorização adicional nas zonas de influência.
25 Número de sítios calculado a partir dos dados comunicados a nível local. Quando não são comunicados dados
a nível local, o quadro é completado com dados comunicados a nível do programa.
36
«Massas de água designadas como águas de recreio, incluindo zonas designadas como
águas balneares ao abrigo da Diretiva 2006/7/CE» — Portugal monitoriza todas as águas
balneares, tal como exigido pela Diretiva Águas Balneares.
«Zonas sensíveis em termos de nutrientes, incluindo zonas designadas como zonas
vulneráveis ao abrigo da Diretiva 91/676/CEE e zonas designadas como zonas sensíveis ao
abrigo da Diretiva 91/271/CEE» — estas zonas estão incluídas nos programas de
monitorização de vigilância ou de monitorização operacional, e foi definido um conjunto
específico de parâmetros e a frequência da monitorização para os sítios localizados nestas
zonas.
«Zonas designadas para a proteção de habitats ou de espécies em que a manutenção ou
melhoramento do estado da água seja um dos fatores importantes para a sua proteção,
incluindo os sítios relevantes da rede Natura 2000 designados ao abrigo da Diretiva
92/43/CEE e da Diretiva 79/409/CEE». As especificidades destas zonas foram
consideradas aquando da definição dos programas de monitorização de vigilância e de
monitorização operacional, em particular no que respeita à seleção dos sítios de
monitorização. No entanto, não foram considerados outros requisitos de monitorização
para além dos já incluídos nos programas de monitorização de vigilância e de
monitorização operacional.
6. PANORÂMICA DO ESTADO (ECOLÓGICO, QUÍMICO, ÁGUAS SUBTERRÂNEAS)
RH Total Excelente Bom Razoável Medíocre Mau
Desconhecid
o
N.º (%) N.º (%) N.º (%) N.º (%) N.º (%) N.º (%)
PTRH1 61 0 0 44 72 10 16 5 8 1 2 1 2
PTRH2 65 1 2 33 51 16 25 9 14 5 8 1 2
PTRH3 356 1 0 251 71 79 22 21 6 3 1 1 0
PTRH4 239 5 2 150 63 41 17 25 10 5 2 13 6
PTRH5 368 20 5 178 48 56 15 30 8 15 4 69 19
PTRH6 171 4 2 71 42 69 40 23 13 3 2 1 1
PTRH7 206 4 2 85 41 71 34 41 20 2 1 3 1
PTRH8 70 6 9 29 41 17 24 6 9 3 4 9 13
PTRH9 67 27 40 16 24 16 24 7 10 0 0 1 1
PTRH10 102 25 25 24 24 18 18 21 21 0 0 14 14
Total 1 705 93 5 % 881 52
% 393
23
% 188
11
% 37 2 % 113 7 %
Quadro 6.1: Estado ecológico das massas de água de superfície naturais.
38
RH Total Excelente Bom Razoável Medíocre Mau Desconhecido
N.º (%) N.º (%) N.º (%) N.º (%) N.º (%) N.º (%)
PTRH1 10 0 0 5 50 4 40 0 0 1 10 0 0
PTRH2 18 0 0 8 44 5 28 4 22 0 0 1 6
PTRH3 27 0 0 7 26 17 63 1 4 0 0 2 7
PTRH4 23 0 0 8 35 10 43 4 17 0 0 1 4
PTRH5 57 0 0 0 0 31 54 10 18 2 4 14 25
PTRH6 65 0 0 22 34 25 38 7 11 3 5 8 12
PTRH7 54 0 0 17 37 21 39 10 19 0 0 6 11
PTRH8 10 0 0 7 70 1 10 0 0 0 0 2 20
PTRH9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH10 0 0 [*] 0 [*] 0 [*] 0 [*] 0 [*] 0 [*]
Total 264 0 0 74 28 % 114 43 % 36 13 % 6 2 % 34 13 %
Quadro 6.2: Potencial ecológico das massas de água artificiais e fortemente modificadas.
Fonte: Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica. Os dados fornecidos no WISE não estão corretos.
[*] O PGBH refere que existem massas de água artificiais («levadas»), mas que não existem dados
disponíveis para as definir.
39
RH Total
Bom Medíocre Desconhecido
N.º % N.º % N.º %
PTRH1 61 15 25 0 0 46 75
PTRH2 65 18 28 3 5 44 68
PTRH3 356 63 18 4 1 289 81
PTRH4 239 166 70 6 3 67 28
PTRH5 368 16 4 0 0 352 96
PTRH6 171 25 15 2 1 144 88
PTRH7 206 21 10 0 0 185 90
PTRH8 70 26 37 1 1 43 61
PTRH9 67 67 100 0 0 0 0
PTRH10 102 49 48 0 0 53 52
Total 1 705 466 27 % 16 1 % 1 223 72 %
Quadro 6.3: Estado químico das massas de água de superfície naturais.
Fonte: Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica. Os dados fornecidos no WISE não estão corretos.
40
RH Total Bom Medíocre Desconhecido
N.º % N.º % N.º %
PTRH1 10 5 50 0 0 5 50
PTRH2 18 8 44 0 0 10 55
PTRH3 27 13 48 0 0 14 52
PTRH4 23 7 30 0 0 16 70
PTRH5 57 15 26 1 2 41 72
PTRH6 65 16 24 0 0 49 75
PTRH7 54 10 19 0 0 44 81
PTRH8 10 5 50 0 0 5 50
PTRH9 0 0 0 0 0 0 0
PTRH10 [*] [*] - [*] - [*] -
Total 264 79 30 % 1 0 184 70 %
Quadro 6.4: Estado químico das massas de água de superfície artificiais e fortemente modificadas.
Fonte: Planos de Gestão de Região Hidrográfica. Os dados fornecidos no WISE não estão corretos.
[*] O PGBH refere que existem massas de água artificiais («levadas»), mas que não existem dados
disponíveis para as definir.
41
RH Bom Medíocre Desconhecido
N.º % N.º % N.º %
PTRH1 2 100 0 0 0 0
PTRH2 2 50 2 50 0 0
PTRH3 3 100 0 0 0 0
PTRH4 21 75 7 25 0 0
PTRH5 8 67 4 33 0 0
PTRH6 7 88 1 13 0 0
PTRH7 6 67 3 33 0 0
PTRH8 19 83 4 17 0 0
PTRH9 50 93 4 7 0 0
PTRH10 3 75 0 0 1 25
Total 121 82 % 25 17 % 1 1 %
Quadro 6.5: Estado químico das massas de água subterrâneas.
Fonte: Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica. Os dados fornecidos no WISE não estão corretos.
42
RH Bom Medíocre Desconhecido
N.º % N.º % N.º %
PTRH1 2 100 0 0 0 0
PTRH2 4 100 0 0 0 0
PTRH3 3 100 0 0 0 0
PTRH4 27 96 1 4 0 0
PTRH5 12 100 0 0 0 0
PTRH6 8 100 0 0 0 0
PTRH7 8 89 0 0 1 11
PTRH8 22 96 0 0 1 4
PTRH9 54 100 0 0 0 0
PTRH10 4 100 0 0 0 0
Total 144 98 % 1 1 % 2 1 %
Quadro 6.6: Estado quantitativo das massas de água subterrâneas.
Fonte: Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica. Os dados fornecidos no WISE não estão corretos.
43
RH Total
Estado global (ecológico e químico)
Estado
global 2021
Estado global
2027
Isenções globais 2009 (%
de todas as MASp)
Bom ou melhor
2009
Bom ou melhor
2015
Aumento
2009-2015
Pont
o 4.4
Po
nto
4.5
Po
nto
4.6
Ponto
4.7
N.º % N.º % % N.º % N.º % % % % %
PTRH1 71 45 63 45 63 0 53 75 71 100 18 0
PTRH2 83 39 47 40 48 1 70 84 78 94 41 0
PTRH3 383 257 67 273 71 4 296 77 383 100 26 0 3
PTRH4 262 159 61 166 63 2 206 79 237 90 26 0 1,5
PTRH5 425 197 46 266 63 17 318 75 341 80 16 0 2
PTRH6 236 97 41 125 53 12 202 86 228 97 50 0 0,5
PTRH7 260 109 42 112 43 1 196 75 247 95 53 0
PTRH8 80 42 53 50 63 10 61 76 69 86 29 0 1,3
PTRH9 67 44 66 48 72 6 61 91 67 100 28 0
PTRH10 102 49 48 57 56 8 60 59 80 78 - -
Total 1 969 1 038 53 % 1 182 60 % 7 % 1
523 77 %
1
801 91 % 31 0 1
Quadro 6.7: Massas de água de superfície: panorâmica do estado em 2009 e estado esperado em 2015, 2021 e 2027
As massas de água em bom estado em 2009 inserem-se nas seguintes categorias:
44
1. O estado ecológico é excelente ou bom e o estado químico é bom, as isenções não são consideradas
As massas de água que se prevê que alcancem um bom estado em 2015 inserem-se nas seguintes categorias:
1. O estado ecológico é excelente ou bom e o estado químico é bom, as isenções não são consideradas
2. O estado químico é bom e o estado ecológico é razoável ou abaixo disso, mas sem isenções ecológicas
3. O estado ecológico é excelente ou bom e o estado químico não consegue alcançar o bom, mas não existem isenções químicas
4. O estado ecológico é razoável ou abaixo disso e o estado químico não consegue alcançar o bom, mas não existem isenções ecológicas e químicas
Nota: Não são consideradas as massas de água com um estado ecológico ou químico desconhecido/não classificado/não aplicável
Fonte: PGBH (os dados dos PGBH diferem dos dados do WISE).
45
RH Total
Estado ecológico Bom estado
ecológico
2021
Bom estado
ecológico
2027
Isenções ecológicas (% de
todas as MASp)
Bom ou
melhor 2009
Bom ou
melhor 2015
Aumento
2009-2015
Pont
o 4.4
Pont
o 4.5
Pont
o 4.6
Pont
o 4.7
N.º % N.º % % N.º % N.º % % % % %
PTRH1 61 42 69 46 75 6 48 79 61 100 16
PTRH2 65 31 48 32 49 1 60 92 64 98 42
PTRH3 356 251 71 242 68 -3 264 74 356 100 24 3
PTRH4 239 151 63 164 69 6 199 84 222 93 24 0,4 2
PTRH5 368 198 54 243 66 12 282 77 299 81 15 1
PTRH6 171 75 44 100 58 14 154 90 171 100 49
PTRH7 206 89 43 100 49 6 168 82 206 100 51
PTRH8 70 35 50 41 59 9 52 74 60 86 33 1
PTRH9 67 44 66 48 72 6 61 91 67 100 28
PTRH10 102 49 48 57 56 8 60 59 80 78
Total 1 705 965 56 % 1 073 63 % 7 % 1
348
79
%
1
586 93 % 29 0,1 0 1
Quadro 6.8: Massas de água de superfície naturais: estado ecológico em 2009 e estado esperado em 2015, 2021 e 2027
Fonte: PGBH (os dados dos PGBH diferem dos dados do WISE).
46
RH Total
Estado químico Bom estado
químico 2021
Bom estado
químico
2027
Isenções químicas (% de
todas as MASp)
Bom ou
melhor 2009 Bom ou melhor 2015
Aumento
2009-2015
Pont
o 4.4
Pont
o 4.5
Pont
o 4.6
Pont
o 4.7
N.º % N.º % % N.º % N.º % % % % %
PTRH1 61 15 25 46 75 50 48 79 61 100
PTRH2 65 18 28 32 49 21 60 92 64 98
PTRH3 356 63 18 242 68
50 264 74
35
6 100
PTRH4 239 151 63 164 69
6 199 83
22
2 93
PTRH5 368 16 4 244 66
62 283 77
30
0 82
PTRH6 171 25 15 50 29
14 104 61
12
1 71 1
PTRH7 206 21 10 32 16
6 100 49
13
7 67
PTRH8 70 21 30 41 59 29 52 74 60 86 1
PTRH9 67 67 100 67 100 0 67 100 67 100
PTRH10 102 49 48 57 56 8 60 59 80 78 - - - -
47
RH Total
Estado químico
Bom estado
químico 2021
Bom estado
químico
2027
Isenções químicas (% de
todas as MASp)
Bom ou
melhor 2009 Bom ou melhor 2015
Aumento
2009-2015
Pont
o 4.4
Pont
o 4.5
Pont
o 4.6
Pont
o 4.7
N.º % N.º % % N.º % N.º % % % % %
Total
1 705 446 26 % 975 57
31 % 1
237 73
1
46
8 86 %
0,2 0 0 0
Quadro 6.9: Massas de água de superfície naturais: estado químico em 2009 e estado esperado em 2015, 2021 e 2027
Fonte: PGBH (os dados dos PGBH diferem dos dados do WISE).
48
RH Total
Estado químico das águas subterrâneas Bom
Estado
Global
2021
Bom Estado
Global 2027
Isenções químicas (% de
todas as massas de água
subterrâneas)
Bom ou
melhor 2009
Bom ou
melhor 2015
Aumento
2009-2015
Pont
o 4.4
Pont
o 4.5
Pont
o 4.6
Pont
o 4.7
N.º % N.º % % N.º % N.º % % % % %
PTRH1 2 2 100 2 100 0 2 100 2 100 0 0
PTRH2 4 3 75 3 75 0 4 100 4 100 25 0
PTRH3 3 3 100 3 100 0 3 100 3 100 0 0
PTRH4 30 23 77 24 80 3 29 97 30 100 23 0
PTRH5 12 8 67 9 75 8 11 92 12 100 25 0
PTRH6 8 7 88 7 88 0 7 88 8 100 0 0
PTRH7 9 6 67 6 67 0 8 89 9 100 33 0
PTRH8 23 19 83 19 83 0 22 96 23 100 17 0
PTRH9 54 50 93 50 93 0 54 100 54 100 7 0
PTRH10 4 3 75 3 75 0 4 100 4 100
Total 149 124 83 % 126 85 % 2 % 144 97 % 149 100 % 14 0
Quadro 6.10: Massas de água subterrâneas: estado químico em 2009 e estado esperado em 2015, 2021 e 2027
Fonte: PGBH (os dados dos PGBH diferem dos dados do WISE).
49
RH Total
Estado quantitativo das águas
subterrâneas Bom estado
quantitativo
2021
Bom estado
quantitativo
2027
Isenções quantitativas (% de
todas as massas de água
subterrâneas)
Bom ou
melhor 2009
Bom ou
melhor 2015
Aumento
2009-
2015
Pont
o 4.4
Pont
o 4.5
Pont
o 4.6
Pont
o 4.7
N.º % N.º % % N.º % N.º % % % % %
PTRH1 2 2 100 2 100 0 2 100 2 100 0 0
PTRH2 4 4 100 4 100 0 4 100 4 100 0 0
PTRH3 3 3 100 3 100 0 3 100 3 100 0 0
PTRH4 30 29 97 29 97 0 30 100 30 100 3 0
PTRH5 12 12 100 12 100 0 12 100 12 100 0 0
PTRH6 8 8 100 8 100 0 8 100 8 100 0 0
PTRH7 9 8 89 8 89 0 9 100 9 100 0 0
PTRH8 23 22 96 22 96 0 22 96 23 100 4 0
PTRH9 54 54 100 54 100 0 54 100 54 100 0 0
PTRH10 4 4 100 4 100 0 4 100 4 100 - -
Total 149 146 98 % 146 98 % 0 148 99 % 149 100 % 3 0
Quadro 6.11: Massas de água subterrâneas: estado quantitativo em 2009 e estado esperado em 2015, 2021 e 2027
50
Fonte: PGBH (os dados dos PGBH diferem dos dados do WISE).
RH
Total
MAFM
e MAA
Potencial ecológico
Bom potencial
ecológico 2021
Bom potencial
ecológico
2027
Isenções ecológicas (% de
todas as MAFM/MAA)
Bom ou melhor
2009
Bom ou melhor
2015
Aument
o 2009-
2015
Pont
o 4.4
Pont
o 4.5
Pont
o 4.6
Pont
o 4.7
N.º % N.º % % N.º % N.º % % % % %
PTRH1 10 5 50 7 70 20 8 80 10 100 30
PTRH2 18 8 44 8 44 0 10 56 18 100 39
PTRH3 27 7 26 7 26 0 8 30 27 100 56
PTRH4 23 8 35 12 52 17 17 74 23 100 44
PTRH5 57 12 21 36 63 42 49 86 55 96 21
PTRH6 65 22 34 25 38 4 48 74 57 88 51
PTRH7 54 20 37 22 41 4 38 70 52 96 62
PTRH8 10 5 50 8 80 30 8 80 8 80
PTRH9 0 0 0 0 0 0 0
PTRH10 [*] [*] [*] [*] [*]
Total 264 87 33 % 125 47 % 14 % 186 70 % 250 95 % 58 0 0 0
51
Quadro 6.12: Massas de água fortemente modificada e artificiais: potencial ecológico em 2009 e o esperado em 2015, 2021 e 202726
Fonte: PGBH (os dados dos PGBH diferem dos dados do WISE).
[*] O PGBH refere que existem massas de água artificiais («levadas»), mas que não existem dados disponíveis para as definir.
26
Os dados relativos a 2009 e 2015 foram extraídos do sistema WISE. Os dados relativos a 2021 e 2027 foram determinados durante a avaliação do cumprimento dos PGBH.
52
RH
Total
MAFM e
MAA
Estado químico
Bom estado
químico 2021
Bom estado
químico 2027
Isenções químicas (% de todas
as MAFM/MAA)
Bom ou melhor
2009
Bom ou melhor
2015
Aumento
2009-
2015
Ponto
4.4
Ponto
4.5
Ponto
4.6
Ponto
4.7
N.º % N.º % % N.º % N.º % % % % %
PTRH1 10 5 50 7 70 20 8 80 10 100
PTRH2 18 8 44 8 44 0 10 56 18 100
PTRH3 27 13 48 13 48 0 13 48 27 100
PTRH4 23 7 0 11 48 48 16 70 22 96
PTRH5 57 15 26 29 51 25 42 74 48 84
PTRH6 65 16 25 19 29 4 42 65 51 78
PTRH7 54 10 19 12 22 3 28 52 42 78
PTRH8 10 5 50 8 80 30 8 80 10 100
PTRH9 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH10 [*] [*] [*] [*] [*] - - - -
Total 264 79 30 % 107 41 % 11 % 167 63 % 228 86 % 0 0 0 0
Quadro 6.13: Massas de água fortemente modificada e artificiais: estado químico em 2009 e o esperado em 2015, 2021 e 202727
27
Os dados relativos a 2009 e 2015 foram extraídos do sistema WISE. Os dados relativos a 2021 e 2027 foram determinados durante a avaliação do cumprimento dos PGBH.
53
Fonte: PGBH (os dados dos PGBH diferem dos dados do WISE).
[*] O PGBH refere que existem massas de água artificiais («levadas»), mas que não existem dados disponíveis para as definir.
55
Figura 6.2: Mapa do estado ecológico das massas de água de superfície naturais 2015
Excelente
Bom
Razoável
Medíocre
Mau
Desconhecido
Regiões Hidrográficas
Países exteriores à UE
Nota: Cores normalizadas com base no Anexo V da DQA, ponto 1.4.2, alínea i).
Fonte: PGBH, Eurostat (NB: alguns PGBH não contêm pormenores suficientes para criar mapas
precisos que apresentem uma repartição pormenorizada do estado em 2015).
56
Figura 6.3: Mapa do potencial ecológico das massas de água fortemente modificadas e artificiais
2009
57
Figura 6.4: Mapa do potencial ecológico das massas de água fortemente modificadas e artificiais
2015
Bom ou melhor
Razoável
Medíocre
Mau
Desconhecido
Regiões Hidrográficas
Países exteriores à UE
Nota: Cores normalizadas com base no Anexo V da DQA, ponto 1.4.2, alínea ii).
Fonte: PGBH, Eurostat (NB: alguns PGBH não contêm pormenores suficientes para criar mapas
precisos que apresentem uma repartição pormenorizada do estado em 2015).
58
0 100 200
km
0 100 200 km
Azores (PT)
Madeira (PT)
0 60 120 km
PTRH10
PTRH9PTRH1
PTRH2 PTRH3
PTRH4
PTRH5
PTRH6PTRH7
PTRH8
Atlantic Ocean
Figura 6.5: Mapa do estado químico das massas de água de superfície naturais 2009
59
Figura 6.6: Mapa do estado químico das massas de água de superfície naturais 2015
Bom
Não conseguiu alcançar o bom
Desconhecido
Regiões Hidrográficas
Países exteriores à UE
Nota: Cores normalizadas com base no Anexo V da DQA, ponto 1.4.3.
Fonte: PGBH, Eurostat
61
Figura 6.8: Mapa do estado químico das massas de água fortemente modificadas e artificiais 2015
Bom
Não conseguiu alcançar o bom
Desconhecido
Regiões Hidrográficas
Países exteriores à UE
Nota: Cores normalizadas com base no Anexo V da DQA, ponto 1.4.3.
Fonte: PGBH, Eurostat
63
Figura 6.10: Mapa do estado químico das massas de água subterrâneas 2015
Bom
Medíocre
Desconhecido
Regiões Hidrográficas
Países exteriores à UE
Nota: Cores normalizadas com base no Anexo V da DQA, ponto 2.4.5.
Fonte: PGBH, Eurostat
65
Figura 6.12: Mapa do estado quantitativo das massas de água subterrâneas 2015
Bom
Medíocre
Desconhecido
Regiões Hidrográficas
Países exteriores à UE
Nota: Cores normalizadas com base no Anexo V da DQA, ponto 2.2.4.
Fonte: PGBH, Eurostat
66
6.1. Avaliação do estado ecológico das águas de superfície
Geralmente, a avaliação do estado ecológico das águas de superfície segue uma abordagem
nacional. Em Portugal continental, para os rios e lagos, esta foi definida num documento
intitulado: Critérios para a classificação do estado das massas de água superficiais — rios e
albufeiras, emitido em 2009 pelo antigo Instituto Nacional da Água. Os métodos de avaliação
estão apenas parcialmente desenvolvidos para os rios e albufeiras. Só existem lagos naturais
nos Açores (PTRH9), pelo que não foram considerados na abordagem nacional. No entanto, o
PGBH para a PTRH9 teve em consideração as orientações nacionais tanto quanto possível. O
PGBH para a PTRH10 tem igualmente em conta a metodologia nacional em termos de
poluentes específicos para determinar o estado químico.
Embora os PGBH estivessem a ser finalizados, estava em curso um projeto (Avaliação do
Estado Ecológico das Massas de Água Costeiras e de Transição Adjacentes e do Potencial
Ecológico das Massas de Água Fortemente Modificadas, POVT-12-0233-FCOES-000017) a
nível nacional, com vista a estabelecer os métodos de avaliação e valores-limite para a
caracterização das águas costeiras e de transição, bem como para determinar as condições de
referência para o potencial ecológico de MAFM. Por conseguinte, os PGBH referem que as
classificações são apenas preliminares. Alguns PGBH classificam estas duas categorias de
água utilizando metodologias que variam consoante as diferentes RH, tal como explicado no
PGBH. Alguns PGBH utilizaram os resultados preliminares do estudo acima mencionado na
classificação de algumas massas de água. Outros utilizaram métodos ad hoc especificamente
desenvolvidos para as RH. Para certas outras RH, não se obteve nenhuma classificação.
Em geral, os dados são bastante limitados. As redes de monitorização não são consideradas
representativas e os restantes dados disponíveis são escassos (ver supra a comparação entre o
número de massas de água e de estações de monitorização). A maioria das massas de água foi
classificada com recurso a métodos alternativos formulados em cada RH, de acordo com os
dados disponíveis, modelização, análise das pressões, análise bibliográfica e/ou pareceres de
peritos. Nesses casos, o nível de precisão é bastante baixo. Na realidade, a maioria dos PdM
contém medidas tais como o aprofundamento da investigação e a melhoria da monitorização e
inventário de pressões de modo a permitir confirmar as classificações das massas de água e
aumentar a fiabilidade e precisão.
Desde a elaboração dos PGBH verificaram-se mudanças no regime de licenciamento, bem
como progressos nos inventários de pressões, e a rede de monitorização tem vindo a melhorar.
Por conseguinte, espera-se que a deteção e comunicação de pressões sejam mais precisas para
os segundos PGBH.
6.2. Métodos de avaliação do estado ecológico
O princípio «mau estado num ponto, maus estados em todos os pontos» (one-out-all-out) foi
utilizado em todas as classificações. Pode afirmar-se que, com exceção das águas de
transição, rios muito grandes e MAFM, a grande maioria dos tipos nacionais tem um sistema
de classificação (embora não para todos os EQ). Existem lacunas consideráveis no que se
refere à plena conformidade com os requisitos da DQA. O presente ponto termina com uma
lista das lacunas ainda existentes.
Em Portugal continental, segundo os procedimentos nacionais, apenas os fitobentos e os
67
invertebrados bentónicos são considerados na classificação das massas de água fluviais28
. No
caso das albufeiras só é utilizado o fitoplâncton. Para as águas costeiras, são utilizados na
classificação o fitoplâncton, as macroalgas e os invertebrados bentónicos, quando disponíveis.
Nos Açores, as classes de fitobentos, macrófitos e invertebrados bentónicos nos rios ainda
estão a ser desenvolvidas para os EQB. Nos lagos, são utilizados na classificação o
fitoplâncton, os fitobentos, os macrófitos, e os invertebrados bentónicos, mas as classes de
macrófitos ainda estão a ser desenvolvidas. Nos casos em que não existem dados de
monitorização, a análise foi feita através de análise de pressões e pareceres de peritos. Para as
águas costeiras e de transição29
, aquando do desenvolvimento dos PGBH existiam resultados
preliminares para efeitos de classificação mas não existiam dados oficiais. Nas águas
costeiras, não foram considerados nenhuns EQB na classificação devido à falta de dados.
Todos os peixes de água doce dos Açores são introduzidos, pelo que não existe uma
comunidade de peixes de água doce autóctone. Uma vez que os peixes não se encontram
presentes em situações primitivas, não é possível fixar condições de referência para a fauna
piscícola e, por conseguinte, utilizá-las para avaliar o estado das massas de água das massas
de água doce dos Açores.
Na Madeira, para 33 % das massas de água fluvial, os elementos biológicos utilizados foram
os invertebrados bentónicos e a brioflora (macrófitos). Não é indicado se os métodos estão
plenamente desenvolvidos. Nos casos em que não existem dados de monitorização, a análise
foi feita através de análise de pressões e pareceres de peritos. Para as águas costeiras só é
utilizado o fitoplâncton na caracterização. O PGBH refere que os indicadores utilizados são os
que foram objeto de intercalibração com os Açores (PT) e as ilhas Canárias (ES).
Para os rios e albufeiras, foram estabelecidas normas de qualidade ambiental (NQA) para
alguns poluentes químicos específicos nacionais e para alguns parâmetros físico-químicos.
Em relação aos primeiros, o documento de orientação refere que «continua a ser necessário
desenvolver esforços com a Agência Portuguesa do Ambiente (que é atualmente a Autoridade
Nacional da Água) para definir valores-limite para alguns poluentes específicos em
conformidade com o ponto 1.2.6 do Anexo V da DQA». Relativamente aos últimos, só foram
definidos os valores-limite que separam os níveis bom e razoável, e apenas para alguns
parâmetros. O documento de orientação nacional (igualmente seguido nos Açores e na
Madeira) enumera os parâmetros e os valores-limite, mas não há informações sobre a
metodologia para os calcular — não é, por conseguinte, possível verificar se as normas foram
definidas de acordo com o procedimento do ponto 1.2.6 do Anexo V da DQA. As águas de
transição foram monitorizadas, mas não foi estabelecida nenhuma classificação. Em relação
às águas costeiras, os PGBH referem que ainda não foram estabelecidas as condições físico-
químicas de referência.
No que respeita a hidromorfologia dos rios, os limiares que separam as classes foram
definidos através de relações entre EQB e de análises feitas por peritos. As orientações
nacionais referem que deve utilizar-se a metodologia do River Habitat Survey (versão 2003) e
os seus indicadores Habitat Modification Score (resultados da modificação do habitat) e
Habitat Quality Assessment (avaliação da qualidade do habitat) mas, à data da publicação das
orientações, ainda estavam a ser traduzidos e adaptados à situação portuguesa. Em Portugal
continental, não foi possível ter em conta a hidromorfologia na classificação do potencial
28
De acordo com a autoridade nacional da água portuguesa, apenas os elementos biológicos objeto de
intercalibração no primeiro exercício foram utilizados no primeiro ciclo dos PGBH. 29
Nos Açores, existem apenas três massas de águas de transição, e situam-se todas na ilha de S. Jorge.
68
ecológico.
Nos Açores (PTRH9), onde existem lagos naturais, todas as massas de água foram
consideradas como tendo condições hidromorfológicas adequadas para apoiar a vida aquática.
Para as águas costeiras e de transição, não existem limites oficiais para a classificação de
«excelente» no que respeita a elementos hidromorfológicos. Os métodos de análise utilizados
foram as pressões significativas morfológicas e hidrodinâmicas utilizadas na caracterização
das pressões significativas e incidências antropogénicas. Na PTRH9, o PGBH refere que,
apesar da falta de informação, foi possível concluir que as pressões hidromorfológicas não
eram significativas.
Na Madeira, não existe monitorização nem avaliação dos elementos de qualidade
hidromorfológica. Para os rios, foram utilizados alguns elementos hidromorfológicos na
classificação final das massas de água não monitorizadas (nomeadamente, a existência de
pontes e molhes, e canais). Para as águas costeiras, não foram utilizados elementos
hidromorfológicos uma vez que «não está disponível nenhum conjunto de dados
representativo». Não existe qualquer informação sobre quando é expectável existirem
critérios de classificação definitivos e não é referido se todos os EQ hidromorfológica serão
desenvolvidos no futuro.
Portugal intercalibrou com êxito os métodos de classificação nacionais para fitobentos e
macroinvertebrados nos rios (documento da Decisão Oficial de Intercalibração), as fronteiras
entre classes estão disponíveis no WISE 3.1.1, mas variam ligeiramente (algumas
ligeiramente mais restritivas, outras ligeiramente mais flexíveis) das indicadas na Decisão
Oficial de IC. Para as albufeiras, as fronteiras entre classes disponibilizadas no WISE 3.1.1
são coerentes com as fronteiras entre classes intercalibradas constantes da nova decisão oficial
de IC de 2013. Para as águas costeiras, as fronteiras entre classes disponibilizadas no WISE
3.1.1 são todas conformes com as fronteiras entre classes intercalibradas comunicadas na
Decisão Oficial de Intercalibração de 2009. Para as águas de transição, o exercício de
intercalibração ainda está em curso. Os valores-limite foram objeto de intercalibração e,
sempre que necessário, ajustados tendo em conta a Decisão n.º 2008/915/CE da Comissão.
A RH dos Açores (PTRH9) participa no exercício de intercalibração nacional, mas não pode
aplicar esses resultados uma vez que os tipos de água que existem nesta RH são diferentes dos
tipos de água continentais e não podem ser comparados com outro Estado-Membro. O PGBH
descreve os métodos utilizados para obter os valores-limite. O PGBH da Madeira (concluído
em 2013) refere a existência de um exercício de intercalibração com os Açores e as ilhas
Canárias no que respeita às águas costeiras.
De acordo com a Autoridade Nacional da Água, continuam a existir as seguintes lacunas
(estão a ser realizados alguns trabalhos a utilizar na segunda geração de PGBH, que se
encontram sob preparação):
Rios: i) o sistema de classificação de rios muito grandes estará concluído após a conclusão do
exercício de intercalibração em curso; ii) para os restantes tipos de rio, ainda existem lacunas
relativamente aos elementos físico-químicos. Ainda não estão disponíveis os limites para
todas as classes de qualidade (só foram estabelecidos valores que separam os níveis
bom/razoável) e os limiares de alguns parâmetros não foram estabelecidos. O trabalho de
revisão e de estabelecimento de novas normas para os parâmetros físico-químicos está agora a
começar.
69
Albufeiras - i) não existem limites para todos os parâmetros de EQB fitoplâncton para as
albufeiras do Sul (apenas foram estabelecidos os limiares para a clorofila-a); ii) para as
albufeiras a fio de água ainda não está desenvolvido o sistema de avaliação do potencial
ecológico. Este trabalho está atualmente em curso; iii) ainda existem lacunas nos elementos
físico-químicos. Não foram estabelecidos limiares para alguns parâmetros. O trabalho de
revisão e de estabelecimento de novas normas para parâmetros físico-químicos está agora a
começar; iv) os métodos de avaliação para os elementos de qualidade hidromorfológica ainda
não estão desenvolvidos nas albufeiras. Este trabalho encontra-se atualmente em curso a nível
nacional, bem como a nível do ECOSTAT.
MAFM (Rios) — i) o desenvolvimento do método de avaliação do potencial ecológico será
terminado após a conclusão dos trabalhos em curso para a harmonização dos métodos PEB
(potencial ecológico bom), que estão a ser desenvolvidos pelo grupo de trabalho do
ECOSTAT.
Águas costeiras e de transição — i) o exercício de intercalibração será concluído e será
desenvolvido um sistema completo de avaliação.
Nos Açores, o processo de alargamento da rede de monitorização30
em rios e lagos em todas
as ilhas teve início em 2011 e espera-se que esteja concluído em toda a PTRH9 em 2015. Tal
irá aumentar substancialmente a quantidade de dados disponíveis para melhorar a
caracterização e os métodos de avaliação.
30
http://servicos.srrn.azores.gov.pt/morhi/geografia.asp
70
RH
Rios Lagos Águas de transição Costeiras
Fit
op
lân
cton
Macr
ófi
tos
Fit
ob
ento
s
Inver
teb
rad
os
ben
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icos
Pei
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Fit
op
lân
cton
Macr
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Hid
rom
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lân
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An
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orf
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An
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Inver
teb
rad
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ben
tón
icos
Fís
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-qu
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os
Hid
rom
orf
oló
gic
os
PTRH1 PTRH2 PTRH3
PTRH4
PTRH5
PTRH6
PTRH7 PTRH8 PTRH9 - - -
PTRH10 - - - - - - - - - - - - - -
Quadro 7.2.1: Disponibilidade de métodos de avaliação biológica
Métodos de avaliação plenamente desenvolvidos para todos os EQB
Métodos de avaliação parcialmente desenvolvidos ou em desenvolvimento para todos ou alguns EQB
Métodos de avaliação não desenvolvidos para os EQB, não foram fornecidas informações sobre os métodos de avaliação, informações
fornecidas são pouco claras
- Categoria da água não relevante
Fonte: PGBH
71
6.3. Aplicação de métodos e resultados de estado ecológico
Para as massas de água continentais, a situação é geralmente a seguinte:
Rios: Embora os macrófitos e os peixes sejam monitorizados no programa de
monitorização de vigilância, ainda não existem fronteiras entre as classes
determinadas para estes EQB e eles não podem ser utilizados para a avaliação do
estado ecológico neste primeiro PGBH.
Albufeiras: Para os lagos (albufeiras), o fitoplâncton, os peixes, os EQ físico-químicos
gerais e os poluentes específicos nacionais são incluídos na monitorização de
vigilância, mas apenas o fitoplâncton e os EQ físico-químicos gerais e poluentes
específicos nacionais são utilizados para classificação, uma vez que não existe
nenhum sistema de classificação para os peixes.
Águas de transição: Embora todos os EQ estejam incluídos na monitorização de
vigilância, o sistema de classificação desenvolvido para todos os EQ, exceto para os
invertebrados bentónicos, é preliminar e, por conseguinte, não está validado pela
autoridade nacional da água para efeitos de classificação.
Costeiras: Todos os EQ estão incluídos na monitorização de vigilância, mas apenas o
fitoplâncton, os invertebrados bentónicos, os EQ físico-químicos gerais e os EQ
hidromorfológicos foram utilizados para a classificação. Tal como para as águas de
transição, estes são resultados preliminares.
Normalmente, não existe nenhuma monitorização operacional a longo prazo para águas de
transição e costeiras e a classificação baseia-se na monitorização de vigilância, em vez da
monitorização operacional. Para os rios e albufeiras, os parâmetros tendem a ser os EQB
utilizados na classificação, juntamente com dados hidromorfológicos, dados físico-químicos e
poluentes específicos.
Em Portugal continental, alguns parâmetros são medidos mas não são utilizados na
classificação. Isto pode ocorrer quando são efetuadas investigações adicionais para avaliar as
razões pelas quais uma massa de água não atinge o estado bom ou, noutros casos, para avaliar
a coerência de alguns resultados de amostragens biológicas (por exemplo, condutividade
elétrica para verificar a eficiência da pesca com meios elétricos). Além disso, alguns EQ e
EQB ainda não estão incluídos nas orientações nacionais de classificação, mas são medidos
para serem integrados no futuro.
Nos Açores (PTRH9), para todas as categorias de água o número de parâmetros
monitorizados é mais elevado do que os parâmetros utilizados para classificação. O EQB
«peixe» não foi monitorizado ou utilizado porque não existem nos Açores comunidades
autóctones de peixes de água doce. Nos Açores, os rios são classificados utilizando os
fitobentos, bem como parâmetros gerais (Q3-1) e os poluentes específicos não prioritários
(Q3-3). Os lagos são classificados utilizando apenas o fitoplâncton, EQ físico-químicos gerais
e poluentes específicos não prioritários. As aguas de transição são classificadas utilizando
apenas o fitoplâncton, a hidromorfologia e EQ físico-químicos gerais, embora o relatório
WISE refira que são monitorizados todos os EQB das massas de água de transição. Em
massas de água costeiras só são utilizados para classificação o fitoplâncton, a hidromorfologia
e EQ físico-químicos gerais. Só é levada a cabo monitorização operacional para lagos. Os EQ
monitorizados e utilizados para classificação do estado ecológico são: EQ1-1, mais dados
físico-químicos. São monitorizados outros parâmetros mas não são utilizados para
classificação.
72
Tal como acima referido, não existe nenhuma monitorização operacional na Madeira
(PTRH10), e a monitorização de vigilância é muito limitada e não inclui EQB. Em
contrapartida, os parâmetros gerais (EQ3.1) são monitorizados em 18 estações, mas não são
utilizados na classificação.
6.4. Poluentes específicos de bacias hidrográficas
Os principais poluentes que causam incapacidade para atingir o estado bom em Portugal são o
fósforo, o amoníaco e os nitratos. Em muitas RH, o CBO5 também está a impedir que se
atinja o estado/potencial ecológico bom.
O nonilfenol constitui um problema nas águas de transição da PTRH1, enquanto o flúor está
presente em algumas barragens da PTRH3. A PTRH5 e PTRH6 têm ocorrências de
compostos de tributilestanho e a RH mais a sul, a PTRH8, tem problemas com o chumbo e os
seus compostos.
Note-se que a incerteza é elevada quanto aos níveis destes poluentes. Esta deve-se
frequentemente à falta de dados de monitorização, ao facto de a rede de monitorização
abranger apenas uma pequena parte das massas de água de cada RH ou de os resultados se
basearem num único estudo e não numa série cronológica de resultados. Como tal, não são
fornecidas percentagens sobre a dimensão da pressão.
O PGBH da PTRH9 refere que a maioria dos poluentes específicos não está incluída nos
elementos de qualidade físico-química monitorizados nos rios e lagos dos Açores; a
monitorização das águas costeiras e de transição é considerada bastante incompleta e, por
agora, insuficiente para tirar conclusões.
Há também uma falta de dados de monitorização na Madeira. Para as águas costeiras não
foram tidos em conta quaisquer poluentes específicos. Para os rios, existem algumas estações
de monitorização — especialmente ligadas à captação de água — e não foram encontrados
poluentes específicos. Os dados históricos revelaram um elevado nível de chumbo dissolvido
numa estação, mas dados mais recentes não confirmam este valor. É a única massa de água
em que foi detetada tal ocorrência.
73
RH Número
CAS Substância
Percentagem de
Massas de Água que
não Atingem o
Estado (%)*
PTRH1 Azoto Total Rios
PTRH1 Fósforo Total Rios e albufeiras
PTRH1 CBO5 Rios
PTRH1 Amoníaco não ionizado Naturais de transição e
MAFM
PTRH1 104-40-5 Nonilfenol Natural de transição
PTRH2 Amónio Total
PTRH2 Fósforo Total
PTRH2 CBO5
PTRH3 Azoto Total Rios
PTRH3 Fósforo Total Rios e albufeiras
PTRH3 CBO5 Rios
PTRH3 Amoníaco não ionizado Naturais de transição e
MAFM
PTRH3 Fosfato Naturais de transição e
MAFM
PTRH3 86-73-7 Flúor Albufeiras
PTRH3 Nitrato Albufeiras
PTRH4 CBO5 7 MARio
PTRH4 Amónio Total 7 MARio
PTRH4 Nitratos 1 MARio
PTRH4 Fósforo Total 3 MAFM
PTRH5 36643-28-4 Tributilestanho Albufeiras
PTRH6 36643-28-4 Compostos de
tributilestanho
PTRH6 Fósforo Total
PTRH6 Azoto Total
PTRH6 CBO5
PTRH7 CBO5 -
PTRH7 Fósforo Total -
PTRH7 Nitrato Total -
PTRH8 CBO5
PTRH8 Fósforo Total -
PTRH8 Nitrato Total -
PTRH8 7439-92-1 Chumbo e seus
compostos
Rios
PTRH9 Fósforo Total Rios e Lagos
PTRH9 Azoto Total Rios e Lagos
PTRH9 NQO Rios e Lagos
Quadro 7.4.1: Poluentes específicos de bacias hidrográficas que causam incapacidade para atingir o estado
Fonte: PGBH.
* não é útil exprimir os valores em % dado que a classificação da maioria das massas de água não utilizou dados
de monitorização
74
7. DESIGNAÇÃO DAS MASSAS DE ÁGUA FORTEMENTE MODIFICADAS (MAFM) E
AVALIAÇÃO DO BOM POTENCIAL ECOLÓGICO
A análise do artigo 5.º (DQA), com base nos relatórios apresentados em 2005 para Portugal
continental, indicou uma série de massas de água artificiais e fortemente modificadas de 90
rios a jusante de barragens: 97 são barragens/albufeiras, 15 são águas de transição e uma é
uma massa de água costeira. Há ainda 23 massas de água artificiais na categoria dos rios e
uma em águas de transição.
Os valores mudaram e nos PGBH de 2009 102 rios (6 % do total de rios), 98 lagos (80 % dos
lagos de todo o país; 100 % dos lagos de Portugal continental), 14 águas de transição (26 %) e
1 água costeira (< 1 %) são designados como massas de água fortemente modificadas. O
número de massas de água artificiais «rios» diminuiu para 14 (< 1 %) e a água de transição
artificial manteve a sua designação.
A PTRH9 não definiu MAFM. Com efeito, o PGBH da PTRH9 destaca que algumas massas
de água costeiras foram consideradas naturais embora estejam nas zonas de influência de
portos e possam necessitar de ser alteradas. Como a caracterização das condições de
referência do estado ecológico está a ser desenvolvida, ainda não foi possível identificar
MAFM nesta RH. No entanto, os dados disponíveis não parecem indicar alterações
hidromorfológicas significativas decorrentes de alterações físicas nas massas de água
costeiras da PTRH9.
Na Madeira existem «levadas», canais feitos pelo Homem que decorrem das características
geológicas da ilha. No entanto, o PGBH da PTRH10 refere que, devido à falta de dados, não
foi possível delimitar e caracterizar essas massas de água.
75
PT
PT
PT
Atlantic Ocean
PTRH5
PTRH3
PTRH4
PTRH6
PTRH7
PTRH8
PTRH2
PTRH1
ES020
ES091
ES017
ES091
0 100 200
km
Madeira (PT)
Azores (PT)
0 100 200 km
0 50 100 km
PTRH10
PTRH9
Figura 8.1: Mapa da percentagem de massas de água artificiais e fortemente modificadas por região hidrográfica
0 – 5 %
5 – 20 %
20 – 40 %
40 – 60 %
60 – 100 %
Não foram comunicados dados
Regiões Hidrográficas
Países exteriores à UE
Fonte: WISE, Eurostat
76
7.1. Designação de MAFM
MAFM
ou
MAA
RH
Categoria de água
Rios Lagos Águas de transição Águas costeiras Todas as massas
de água
Número % da
categoria Número
% da
categoria Número
% da
categoria Número
% da
categoria Número %
MAFM
PTRH1 3 5,36 3 100 4 40 0 0 10 14
PTRH2 9 13,04 7 100 1 16,67 0 0 17 20
PTRH3 6 1,66 17 100 2 66,67 0 0 25 7
PTRH4 9 3,81 9 100 4 40 0 0 22 8
PTRH5 26 6,58 24 100 0 0 0 0 50 12
PTRH6 28 14,36 19 100 2 22,22 0 0 49 22
PTRH7 18 8,11 16 100 0 0 0 0 35 14
PTRH8 3 4,69 3 100 1 33,33 1 33,33 7 9
PTRH9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 102 6,33 % 98 80,3 % 14 26,42 % 1 1,75 % 215 12 %
MAA
PTRH1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH2 0 0 0 0 1 16,67 0 0 1 1
PTRH3 2 0,55 0 0 0 0 0 0 2 1
PTRH4 3 1,27 0 0 0 0 0 0 3 1
PTRH5 7 1,77 0 0 0 0 0 0 7 2
PTRH6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH8 2 3,12 0 0 0 0 0 0 2 3
PTRH9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH10 * * - - - -
Total 14 0,87 % 0 0 1 1,89 % 0 0 15 1 %
Quadro 8.1.1: Número e percentagem de MAFM e MAA.
Fonte: WISE
* Embora existam massas de água artificiais, a falta de dados impede a sua delimitação e caracterização.
77
Em Portugal continental, os PGBH referem as utilizações de água que levaram a que as
massas de água fossem designadas como artificiais ou fortemente modificadas. As utilizações
de água mais comuns referidas são: a navegação, a armazenagem de água potável, a
armazenagem para produção de energia elétrica, a armazenagem para irrigação e a
urbanização das margens do rio. Os tipos de modificação física considerados para efeitos de
designação incluem açudes/barragens/albufeiras, canais/alisamento/estabilização dos leitos,
reforço das margens, recuperação de terras/alterações costeiras/portos.
A metodologia utilizada para a designação de MAFM seguiu a abordagem faseada do
documento de orientação n.º 4 da ECA em todas as RH que definiram MAFM.
Uma massa de água da categoria rio foi designada como MAFM nos seguintes casos:
1) Em consequência da construção de uma barragem, ocorrem alterações significativas
na massa de água, em termos de características hidromorfológicas: i) na parte da
massa de água a jusante de uma barragem, na sequência da alteração do regime
hidrológico; ii) na parte da massa de água a montante de uma barragem, na sequência
da criação de uma albufeira (mudança de um ecossistema lótico para um ecossistema
lêntico), implicando uma «mudança substancial de carácter» da massa de água e
impedindo-a de alcançar o bom estado ecológico, tal como definido para aquele tipo
de rio; iii) troços de rio urbanos, ou águas costeiras e de transição com alterações
físicas e hidromorfológicas significativas; iv) portos e canais de navegação.
Todas as albufeiras com uma superfície superior a 0,4 km2 foram consideradas
MAFM. Foram igualmente incluídas algumas albufeiras com uma superfície mais
pequena, utilizadas para o abastecimento de água.
2) A eliminação de uma barragem implicaria um «efeito adverso significativo sobre as
utilizações de água» que não podem ser garantidas por outras opções, sendo
igualmente «a melhor opção ambiental» quando uma barragem foi construída para:
i) Produção hidroelétrica:
a. Permite uma resposta rápida ao aumento do consumo de energia durante as
horas de ponta que não pode ser alcançada por outras fontes de energia;
b. Contribui para a meta definida pelo Governo português e o quadro jurídico do
clima e energia da estratégia UE 2020 relativo à proporção de eletricidade
produzida a partir de fontes de energia renováveis: 31 % em 2020;
c. Permite a utilização de energia eólica em períodos de baixa procura energética
(reservatórios de armazenamento por bombagem).
ii) Abastecimento de água e/ou irrigação: devido à elevada variabilidade do regime
hidrológico em Portugal, é essencial dispor de uma regulação interanual e anual
do regime hidrológico para satisfazer as necessidades de água a nível do consumo
doméstico, indústria e irrigação. Esta situação é abordada recorrendo a albufeiras.
Portugal considerou como alterações morfológicas permanentes:
78
A existência de barragens para abastecimento de água, irrigação, energia hidroelétrica
e navegação;
A existência de diques de proteção contra inundações e outras estruturas longitudinais,
tais como portos, canais longos e significativos e outras infraestruturas.
Os troços de rio a jusante de uma barragem foram considerados como
substancialmente alterados se não estiverem presentes medidas de atenuação, tais
como caudais ecológicos ou passagens para peixes.
Os PGBH assumem que a utilização de barragens e albufeiras existentes não será
interrompida devido à aplicação da DQA. Os PGBH não contêm informações sobre a
apreciação de todas as medidas de restabelecimento possíveis que podem permitir o
atingimento do bom estado ecológico sem causar efeitos adversos significativos na utilização
de água ou no ambiente em geral. Em particular, a abordagem utilizada por Portugal para a
implementação dos requisitos de caudais ecológicos31
é a seguinte: i) Todas as novas
barragens (desde 2008) devem ter um caudal ecológico estabelecido através de métodos
ecologicamente orientados; ii) Aquando da renovação de licenças para barragens antigas, é
obrigatória uma revisão ou implementação dos caudais ecológicos estabelecidos através da
utilização de métodos ecologicamente orientados. Além disso, a autoridade nacional da água
portuguesa refere que, se uma massa de água tiver sido designada como MAFM não se pode
estabelecer medidas que, por motivos de viabilidade técnica ou custos desproporcionados,
possam comprometer os objetivos benéficos para os quais a MAFM foi designada.
Não existe qualquer referência explícita de incerteza no que se refere à designação, mas
encontra-se descrito um controlo de qualidade dos resultados do processo de designação.
São consideradas MAFM catorze massas de água de transição e uma massa de água costeira
em Portugal continental. Apesar de existirem defesas costeiras ao longo da costa, considera-se
frequentemente que têm um efeito localizado que é insuficiente para considerar toda a massa
de água como fortemente modificada.
7.2. Metodologia para estabelecer um potencial ecológico bom (PEB)
Aquando do desenvolvimento do PGBH, estava em curso a nível nacional o projeto Massas
de Água Costeiras e de Transição Adjacentes e do Potencial Ecológico das Massas de Água
Fortemente Modificadas (POVT-12-0233-FCOES-000017 — FEDER), para procurar
estabelecer condições de referência para o potencial ecológico de MAFM em diferentes tipos
de água.
O PEB está a ser definido a nível nacional. O PEB das albufeiras é o mais desenvolvido, mas
ainda não foi definido para todos os tipos de albufeira. As albufeiras do Norte são, na sua
maioria, barragens hidroelétricas e de abastecimento de água, enquanto as albufeiras do Sul
são sobretudo utilizadas para abastecimento de água e irrigação (várias albufeiras têm duas ou
mais finalidades). A componente biológica do PEB dos lagos decorre do exercício de
intercalibração e, após a segunda fase do exercício de intercalibração, foi possível definir o
31
É estabelecido e implementado um regime de caudal de orientação ecológica em muitas massas de água
portuguesas, existem, de facto, orientações sobre o caudal ecológico e, se necessário, a Agência Portuguesa do
Ambiente pode fornecer orientações adicionais sobre o estabelecimento do caudal ecológico, mediante pedido.
Algumas medidas relativas ao caudal ecológico previstas nos PdM já estão em vigor, outras estão em fase de
implementação.
79
PEB com todos os componentes do fitoplâncton (concentração de clorofila-a, Biovolume
total, % de Biovolume das Cianobactérias e grupo de algas). Para as albufeiras do Sul, apenas
a clorofila-a (do grupo de EQB) está atualmente integrada na avaliação do PEB. Para as
substâncias prioritárias, os valores-limite são os mesmos que os utilizados nos rios naturais.
No que diz respeito às condições hidromorfológicas, embora os indicadores já estejam
definidos, ainda não foram estabelecidos valores de referência.
De acordo com a Autoridade Nacional da Água, Portugal está a desenvolver um sistema
completo de avaliação do fitoplâncton para os tipos de albufeira do Sul bem como para o
terceiro tipo de albufeiras existente em Portugal, as albufeiras a fio de água.
Para a maioria dos tipos de rio, o PEB é avaliado através dos mesmos requisitos considerados
para o estado ecológico. De acordo com a Autoridade Nacional da Água, Portugal está
atualmente a trabalhar no que se refere às alterações hidromorfológicas associadas à energia
hidroelétrica, a fim de incluir caudais ecológicos (que já estejam em vigor) ou a atenuação de
picos de fluxo (se aplicável) na avaliação do PEB das massas de água a jusante de barragens.
No entanto, provavelmente este trabalho não estará pronto a tempo de ser incluído nos
segundos PGBH.
7.3. Resultados da avaliação do potencial ecológico em MAFM e MAA
Como indicado acima, ainda não existe uma definição clara e completa do PEB para cada
categoria de água. Estão em curso trabalhos, mas em muitos casos as referências do EEB
(estado ecológico bom) deverão ser utilizadas no PEB. Como não existem lagos naturais em
Portugal continental não foram definidas referências de EEB, por conseguinte, os PGBH
indicam que a definição do PEB depende de exercícios de intercalibração. No momento em
que os PGBH foram publicados, dos três existentes, apenas um tipo de albufeira dispunha de
todas as definições relativas à clorofila.
8. AVALIAÇÃO DO ESTADO QUÍMICO DAS ÁGUAS DE SUPERFÍCIE
8.1. Abordagem metodológica para a avaliação
As orientações para a metodologia são fornecidas por um documento nacional. Este
estabelece que os EQ relevantes para a determinação do estado químico são: as substâncias
prioritárias que constam da Diretiva 2008/105/CE para as quais foram estabelecidas normas;
outras substâncias perigosas para as quais foram definidas normas a nível nacional ou a nível
da UE.
De um modo geral, os dados de monitorização são escassos e, em alternativa, são utilizados
dados históricos. Nem todas as substâncias são medidas e as medições não são efetuadas em
todas as massas de água. As normas aplicáveis são as da legislação nacional que transpõe a
Diretiva e que são semelhantes às da Diretiva. Com exceção da PTRH4 e PTRH5 onde, em
média, 25 % não são classificadas, nas RH de Portugal continental a indeterminação é sempre
superior a 67 %, sendo que em três RH o nível de indeterminação é superior a 80 %.
Relativamente à PTRH9, refere-se no PGBH que não existem dados sobre a presença da
maioria das substâncias prioritárias nas massas de água de superfície. As poucas massas de
água que foram monitorizadas (por exemplo, para controlo do nível de zinco, cádmio e
mercúrio) têm valores de concentração inferiores aos limites de deteção dos métodos
utilizados. Não obstante a falta de dados, considerou-se que todas as massas de água de
superfície têm um bom estado químico.
80
Na PTRH10, apenas dez massas de água fluviais e duas águas costeiras tinham dados de
monitorização química provenientes de um programa de monitorização de produtos químicos
perigosos. Existem muito poucos dados para que seja possível uma caracterização conforme
com o disposto na DQA. Este programa analisa 17 substâncias e grupos de substâncias da
Lista I e 114 substâncias e grupos de substâncias da Lista II da Diretiva 76/464/CE. Várias
substâncias da Lista II revelaram concentrações superiores às normas de qualidade da «água
para consumo humano» em rios, e algumas revelaram concentrações acima das normas de
qualidade das águas conquícolas em águas costeiras. No entanto, o PGBH considera que não
existe risco químico na PTRH10. A única massa de água classificada como incerta é uma
massa de água fluvial em que ocorreram, em 2009, concentrações mais elevadas de chumbo
dissolvido, mas que não voltaram a ocorrer em 2010 e 2011. A grande maioria das massas de
água não dispunha de nenhuns dados e a respetiva classificação (baixo nível de certeza) foi
conseguida utilizando um modelo estatístico, o conhecimento das pressões e o parecer de
peritos.
De um modo geral para todas as RH portuguesas, não é fornecida qualquer metodologia para
lidar com concentrações de fundo. A deposição atmosférica não foi tomada em consideração.
Não foram definidas NQA para o mercúrio e o hexaclorobutadieno. Para o hexaclorobenzeno,
efetuou-se uma campanha de amostragem em 12 praias de Portugal continental e os
resultados foram inferiores ao limite de quantificação. Não se encontrou nos textos qualquer
referência a como os fatores de biodisponibilidade de metais são tidos em conta na avaliação
da conformidade com as NQA.
De acordo com a Autoridade Nacional da Água, Portugal implementou uma rede de
monitorização de sedimentos, a fim de avaliar as tendências de monitorização de substâncias
prioritárias. Os resultados estão disponíveis a partir de 2013 e serão incluídos no segundo
ciclo de PGBH.
8.2. Substâncias que provocam Excedências
As substâncias que levam a que as massas de água não atinjam o bom estado químico são
indicadas no quadro 8.2.1.
81
Substância que
provoca excedência
Excedências por RH
PTRH1* PTRH2 PTRH3 PTRH4 PTRH5 PTRH6 PTRH7* PTRH8 PTRH9* PTRH
10
Chumbo
1 (1 %) Impede a
classificação
como bom**
Nonilfenol 1 (1 %) 5 (2 %)
Compostos de
tributilestanho
1 (0,2 %) 2 (0,9 %)
Níquel 1 (0,3 %)
Quadro 8.2.1: Substâncias responsáveis pelas excedências
Fonte: WISE 5.5.b
* Não foram comunicados dados para esta RH
** Chumbo dissolvido que ocorreu em 2009 numa RH
82
Não há qualquer indicação nos PGBH de que estão a ser utilizadas zonas de mistura. A
Autoridade Nacional da Água afirma que «não existem planos para designar zonas de mistura
a nível nacional. Contudo, sempre que se justifica, algumas zonas de mistura são definidas a
nível local e associadas às licenças de descarga de águas residuais. As orientações sobre zonas
de mistura e o programa informático de ensaios de descarga da ECA estão a ser aplicados e,
até à data, todos os casos foram de nível 2».
9. AVALIAÇÃO DO ESTADO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Estado
Estado
químico
medíocre
Estado
quantitativo
medíocre
Bom
estado
PTRH1 0 0 2 (100 %)
PTRH2 1 (25 %) 0 3 (75 %)
PTRH3 0 0 3 (100 %)
PTRH4 7 (23 %) 1 (3 %) 22 (73 %)
PTRH5 3 (25 %) 0 9 (75 %)
PTRH6 1 (12 %) 0 7 (88 %)
PTRH7 3 (33 %) 1
desconhecida 5 (56 %)
PTRH8 4 (17 %) 0 19 (83 %)
PTRH9 4 (7 %) 0 50 (93 %)
PTRH10 1
desconhecida 0 3 (75 %)
Total 23 (15 %) 1 (0,7 %) 123 (84
%)
Quadro 9.1: Número e percentagem de massas de água subterrâneas e o seu estado.
Fonte: WISE GWB_STATUS e base de dados WISE
9.1. Estado quantitativo das águas subterrâneas
Das massas de água subterrâneas classificadas, apenas uma está em estado quantitativo
medíocre e uma em estado indeterminado. A metodologia para avaliar o estado quantitativo
de uma massa de água é estabelecida na Portaria n.º 1115/2009. Esta portaria refere que o
bom estado quantitativo é alcançado quando a taxa média anual de captação é inferior a 90 %
da taxa de recarga média anual a longo prazo global.
Analisando o texto da Portaria n.º 1115/2009 e as especificidades da avaliação apresentada
nos PGBH, pode concluir-se que é utilizado o artigo 2.º, n.º 27, da DQA. Há ainda muito
pouco conhecimento acerca das necessidades dos ecossistemas terrestres associados a massas
de água subterrâneas. Em Portugal, a abordagem geral foi a de estabelecer que o caudal
ecológico necessário para os ecossistemas aquáticos e ecossistemas terrestres conexos é de 10
% da média de recarga anual a longo prazo.
Consideraram-se os impactos das captações observando o equilíbrio entre a taxa de captação
média anual a longo prazo e os recursos de águas subterrâneas disponíveis. Foi efetuada uma
análise às tendências do nível piezométrico para todas as massas de água subterrâneas. Foram
também incluídas na avaliação intrusões salinas ou outras. Na PTRH8, em que os casos de
falta de água em anos de seca foram mais frequentes, também foram tidas em conta as
utilizações legítimas efetivas e potenciais e as funções das águas subterrâneas.
83
No caso das RH do Norte, os PGBH declaram que tais elementos não foram necessários para
essa avaliação uma vez que, através da utilização de outros parâmetros (nomeadamente uma
taxa de captação muito inferior ao limite de 90 %) se determinou que as massas de água estão
em bom estado quantitativo. No sul de Portugal continental (PTRH7 e PTRH8) é mencionado
que foram identificadas algumas águas de superfície associadas a águas subterrâneas e
ecossistemas terrestres dependentes de águas subterrâneas. Existem medidas nos PdM de
todos os PGBH destinadas a aumentar os conhecimentos sobre os ecossistemas dependentes
de águas subterrâneas.
9.2. Estado químico das águas subterrâneas
É importante notar que, para muitas RH, as redes de monitorização são consideradas não
representativas. Existem algumas massas de água sem dados de monitorização, outras massas
de água têm um único ponto de monitorização. Considera-se que apenas uma das massas de
água possui dados razoavelmente precisos.
A avaliação do estado químico das águas subterrâneas seguiu os princípios do Documento de
Orientação n.º 18 (Orientações sobre o estado das águas subterrâneas e avaliação das
tendências). Foi seguido e descrito nos PGBH o seguinte procedimento:
Foi calculado o valor médio para cada parâmetro e ponto de monitorização relevante
das massas de água subterrâneas;
Foi efetuada uma «investigação adequada» (ensaios) sempre que, pelo menos, um ponto
de monitorização registou um valor médio superior ao valor-limite (VL) ou à norma de
qualidade (NQ);
Foram aplicados os ensaios relevantes — intrusões salinas ou outras, águas de
superfície, ecossistemas terrestres dependentes de águas subterrâneas, avaliação geral de
qualidade;
No ensaio de avaliação geral de qualidade, quando a extensão da excedência ocorre
numa área superior a 20 % da MASb, o estado da MASb foi considerado medíocre. Em
geral, o método de interpolação utilizado foi o método da distância inversa ponderada
(IDW, ou Inverse Distance Weighted).
O instrumento utilizado para a avaliação da tendência é a análise de regressão. Se a
concentração do parâmetro for superior a 75 % do valor paramétrico de qualidade ou VL, os
objetivos ambientais são considerados em risco. Refere-se claramente que não foi tido em
conta nenhum procedimento específico para a avaliação de inversão da tendência.
Foram estabelecidos VL para os 10 parâmetros da parte B do anexo II do DL n.º 208/2008
que transpõe a Diretiva 2006/118/CE para o direito português. Existe um documento nacional
que fixa o procedimento para o estabelecimento dos VL. Para uma massa de água subterrânea
situada na PTRH6 foram fixados VL para vários hidrocarbonetos (21) incluindo os HAP.
Estes VL podem também ser utilizados a nível nacional sempre que necessário.
As causas de excedência dos valores são determinadas por uma análise de causas e por
pareceres de peritos. As concentrações de fundo são consideradas. Por exemplo, na PTRH1
existe uma elevada concentração natural de arsénio. Para a análise dos valores de fundo foram
realizados estudos específicos na RH.
84
As estimativas e avaliações são efetuadas nos locais em que existem dados, e centram-se mais
nos parâmetros acima dos limiares e na sua comparação com os níveis de base,
nomeadamente na frequência da ocorrência e na concentração. O nitrato foi considerado o
fator mais difícil. A pressão significativa é, por conseguinte, a agricultura e a pecuária.
As águas de superfície associadas e os ecossistemas terrestres dependentes de águas
subterrâneas são considerados na avaliação do estado químico. No entanto, o conhecimento
existente é reduzido e, tal como acima referido, está atualmente em curso um estudo de
investigação.
9.3. Zonas protegidas
Os métodos utilizados para a análise do estado da água em zonas protegidas não são claros.
É de notar que a delimitação de zonas de proteção para o consumo de água potável
(«perímetros de proteção»), deve ser estabelecida em legislação específica. Os dados
indicados abaixo correspondem frequentemente a massas de água em que tais perímetros
serão estabelecidos.
Para a PTRH9 e PTRH10, os perímetros de proteção ainda não estavam publicados, por
conseguinte, os PGBH não mostram quaisquer dados sobre o estado das águas subterrâneas
das zonas protegidas. No caso da Madeira, como a monitorização química é efetuada em
zonas em que é captada água para consumo humano, existem dados sobre a qualidade. Das
três massas de água subterrâneas, duas são de boa qualidade (categoria A1 do anexo I do DL
n.º 236/98) e uma apresenta alguns casos de incumprimento.
Às massas de água subterrâneas designadas como zonas vulneráveis no âmbito da Diretiva
Nitratos foi atribuído um estado inferior a bom.
RH Bom
Não
conseguiu
alcançar o
bom
Desconhecido
PTRH1 0 4 21
PTRH2 0 0 23
PTRH3 0 1 28
PTRH4 18 2 5
PTRH5 12 0 0
PTRH6 0 0 19
PTRH7 0 0 43
PTRH8 12 1 3
PTRH9 0 0 0
PTRH10 0 0 0
Total 42 8 142
Quadro 9.2: Estado das águas subterrâneas em zonas protegidas de água potável
Fonte: Base de dados WISE
85
10. OBJETIVOS AMBIENTAIS E ISENÇÕES
10.1. Objetivos adicionais em zonas protegidas
Para zonas de captação de águas de superfície e águas subterrâneas, foram estabelecidos
objetivos em relação ao nível de qualidade da água até 2015, e o objetivo é cumprir a
legislação relevante (nomeadamente o DL n.º 236/98 relativo ao estabelecimento da qualidade
da água em função da sua utilização; os parâmetros físico-químicos e biológicos estabelecidos
no anexo X do DL n.º 236/98 são mais rigorosos do que a DQA). Uma das principais medidas
é finalizar os perímetros de proteção em torno de zonas de captação. Em massas de água
específicas sujeitas a pressões, são tomadas medidas para a rápida resolução de problemas.
Não existem zonas protegidas de moluscos em Portugal. No entanto, existem zonas
conquícolas para as quais existe legislação relativa à segurança alimentar (Decreto-Lei
n.º 293/98, que transpõe a Diretiva 91/492/CEE, alterada pela Diretiva n.º 97/61/CE do
Conselho) e são tomadas medidas de controlo.
Para as águas balneares os objetivos adicionais estão relacionados com a manutenção da
conformidade das massas de água com legislação específica até 2015. Em especial, em
massas de água de transição e em albufeiras são considerados objetivos mais rigorosos. São
definidas medidas específicas.
Os objetivos das zonas designadas para a proteção de habitats e espécies são os mesmos que
os objetivos ambientais estabelecidos para as massas de água de superfície. A mais recente
definição destas zonas protegidas são as Resoluções do Conselho de Ministros n.os 76/2000 e
135/2004 e o DL n.º 49/2005. Portugal decidiu que para além do bom estado não são
necessários quaisquer outros requisitos para satisfazer os objetivos das Diretivas Aves e
Habitats.
10.2. Isenções nos termos do artigo 4.º, n.os 4 e 5
É importante ter em mente que os dados disponíveis para utilização nos PGBH são limitados.
Não foram classificadas algumas massas de água (águas de transição) e outras foram
classificadas a título provisório (águas costeiras). De um modo geral, em muitos casos, a
precisão da classificação também é baixa ou moderada no que se refere aos rios e barragens.
Para as massas de água cujo estado não está determinado, muitas vezes não foram
estabelecidos objetivos. Esta situação está refletida nos quadros do ponto 6 do presente
relatório.
Embora o WISE comunique uma derrogação nos termos do artigo 4.º, n.º 5, os PGBH não
incluem qualquer derrogação deste tipo32
. Também existem discrepâncias entre as isenções
em virtude do artigo 4.º, n.º 4, entre os dados comunicados no WISE e os dados constantes
dos PGBH. Um exemplo é a PTRH4, que tem dois PGBH, um para as Ribeiras do Oeste e
outro para o Vouga/Mondego/Lis. De acordo com a PGBH, a bacia hidrográfica Ribeiras do
Oeste aplica o artigo 4.º, n.º 4, a 47 massas de água e a do Vouga/Mondego/Lis aplica-o a 41
massas de água; no entanto, no WISE só são comunicadas 68 para toda a RH.
As justificações para a utilização de isenções nos termos do artigo 4.º, n.º 4, são a viabilidade
técnica e as condições naturais. Na PTRH10, existe também uma justificação baseada em
32
Isto pode tratar-se de um erro dado que, mesmo no WISE, o artigo 4.º, n.º 5, é referido apenas uma vez, ao
passo que, se existisse, devia ser mencionada em várias entradas. Existem, no entanto, derrogações relacionadas
com o artigo 4.º, n.º 7.
86
custos desproporcionados33
.
As medidas são tecnicamente inviáveis se um problema demorar mais tempo a solucionar do
que o período de tempo disponível, se não houver nenhuma solução técnica disponível, ou se
não existir nenhuma informação sobre a causa do problema. A utilização do «artigo 4.º, n.º 4,
— condições naturais» refere-se a algumas massas de água em que o estado ecológico não
alcança o «bom» devido a elementos de qualidade biológica. Em alguns casos estão previstas
medidas, mas não é certo que possa ser alcançado o estado bom até 2015, dado que as
comunidades biológicas precisam de um período indeterminado de tempo para recuperar até
limiares compatíveis com um «bom» estado. Nestes casos, a resposta das comunidades
biológicas às medidas implementadas não é imediata.
RH Artigo 4.º, n.º 4 Artigo 4.º, n.º 5
R L T C Sub R L T C Sub
PTRH1 12 1 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH2 33 1 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH3 87 13 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH4 57 3 8 0 4 1* 0 0 0 0
PTRH5 66 2 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH6 108 4 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH7 121 8 0 0 0 0 0 0 0 0
PTRH8 23 0 0 0 1 0 0 0 0 0
PTRH9 7 12 2 0 4 0 0 0 0 0
PTRH10 39
Total 514 44 10 0 9 1* 0 0 0 0
Quadro 10.2.1: Isenções do artigo 4.º, n.os 4 e 5.
* valor que se julga estar errado quando comparado com o PGBH.
Fonte: WISE (SWB_STATUS_EXEMPTIONS e GWB_STATUS_EXEMPTIONS), e informações fornecidas
pela Autoridade Nacional da Água, após a avaliação dos PGBH.
RH
Global34
Viabilidade
técnica
Custos
desproporcionado
s
Condições
naturais
Artigo
4.º, n.º 4
Artigo
4.º, n.º 5
Artigo
4.º, n.º 4
Artigo
4.º, n.º 5
Artigo
4.º, n.º 4
Artigo
4.º, n.º 5
PTRH1 13
PTRH2 34
PTRH3 100
PTRH4 66 1 2
PTRH5 68 0
33
A Madeira comunicou 39 derrogações no WISE, todas relacionadas com condições naturais. No PGBH da
PTRH10, o número de derrogações nas massas de água é de 40, sendo a justificação apresentada no
quadro 11.2.2. 34
As isenções são combinadas para o estado ecológico e químico.
87
RH
Global34
Viabilidade
técnica
Custos
desproporcionado
s
Condições
naturais
Artigo
4.º, n.º 4
Artigo
4.º, n.º 5
Artigo
4.º, n.º 4
Artigo
4.º, n.º 5
Artigo
4.º, n.º 4
Artigo
4.º, n.º 5
PTRH6 25 111
PTRH7 21 124
PTRH8 1 23
PTRH9 23 2
PTRH10 1 39
Total 222 1 0 0 448 0
Quadro 10.2.2: Número de isenções do artigo 4.º, n.os 4 e 5
Fonte: Base de dados WISE e PGBH para a PTRH8 e PTRH9
Figura 10.2.1: Número de isenções do artigo 4.º, n.os 4 e 5
T = Viabilidade técnica
D = Custos desproporcionados
N = Condições naturais
Fonte: Base de dados WISE
Os dados que figuram no quadro 10.2.2 e na figura 10.2.1 (supra) foram retirados do WISE,
ao passo que os dados que figuram no quadro 10.2.3 (abaixo) foram fornecidos enquanto
informação adicional pela autoridade nacional da água. Existem discrepâncias entre as duas
fontes de dados.
RH
Global
Viabilidade técnica Custos
desproporcionados Condições naturais
Nova
alteração
88
Artigo 4.º,
n.º 4
Artigo 4.º,
n.º 5
Artigo 4.º,
n.º 4
Artigo 4.º,
n.º 5
Artigo 4.º,
n.º 4
Artigo 4.º,
n.º 535
Artigo 4.º,
n.º 7
PTRH1 0 0 0 0 13 0 0
PTRH2 0 0 0 0 34 0 0
PTRH3 0 0 0 0 100 0 11
PTRH4 66 1 0 0 3 0 4
PTRH5 68 0 0 0 0 0 2
PTRH6 23 0 0 0 111 0 0
PTRH7 21 0 0 0 124 0 0
PTRH8 0 0 0 0 23 0 1
PTRH9 23 0 0 0 2 0 0
Total 201 1 0 0 410 0 18
Quadro 10.2.3: Número de isenções do artigo 4.º, n.os 4 e 5
Fonte: Informações complementares apresentadas pelas autoridades portuguesas
Em resultado do processo de comunicação entre a Comissão Europeia e as autoridades
nacionais, foram emitidas orientações indicando que «as condições naturais não devem ser
invocadas quando as medidas não estão a ser aplicadas por outros motivos (por exemplo, a
falta de fundos)». Tal poderá explicar as discrepâncias entre os quadros 10.2.2 e 10.2.3.
10.3. Isenções nos termos do artigo 4.º, n.º 6
O artigo 4.º, n.º 6, não foi aplicado.
10.4. Isenções nos termos do artigo 4.º, n.º 7
De acordo com os PGBH, houve em Portugal continental um número significativo de massas
de água às quais foi aplicado o artigo 4.º, n.º 7, devido a projetos de construção de barragens.
Na PTRH3 existem 30 massas de água fluviais com derrogações devido a futuras barragens
hidroelétricas, uma em construção e as outras com AIA favoráveis. A PTRH4 aplicou o artigo
4.º, n.º 7, a quatro massas de água; a PTRH5 também aplicou esse artigo a quatro massas de
água. Os dados comunicados ao WISE são diferentes daquilo que é comunicado nos PGBH.
Outros PGBH referem que estão previstas derrogações. Na PTRH7 existe um plano de
transferência de água para a PTRH6 que provavelmente também conduzirá a derrogações.
Como a causa comum da aplicação do artigo 4.º, n.º 7, são as barragens de médias e grandes
dimensões, é provável que haja reclassificação de massas de água no próximo exercício de
planeamento. Tal acontece, nomeadamente, na PTRH7 onde a albufeira do Alqueva foi
considerada uma única massa de água por insuficiência de dados disponíveis que permitissem
dividi-la em várias massas de água, algo que, contudo, será alterado no segundo ciclo de
PGBH.
Tal como acima referido, os PGBH não apresentam qualquer análise sobre como poderia
haver medidas de atenuação para que fossem reduzidos os impactos das barragens previstas
(nomeadamente para massas de água a jusante das barragens), nem avaliam alternativas à
35
Os valores deste quadro são diferentes dos que figuram no WISE. Houve um erro nas informações prestadas
inicialmente. O artigo 4.º, n.º 5, não foi utilizado.
89
construção de barragens. Refere-se que muitas barragens previstas possuem avaliações de
impacto ambiental aprovadas.
10.5. Isenções à Diretiva das Águas Subterrâneas
Não foram fornecidas informações sobre a utilização de isenções à Diretiva das Águas
Subterrâneas nas RH de Portugal.
11. PROGRAMAS DE MEDIDAS
De acordo com o anexo VII da DQA, os PGBH devem conter um resumo dos programas de
medidas (PdM), incluindo as formas como os Estados-Membros esperam alcançar os
objetivos do artigo 4.º da DQA. Os programas deviam ter sido elaborados até 2009 e eram
obrigados a estar em funcionamento em dezembro de 2012.
A avaliação contida no presente ponto tem por base os PdM, tal como resumidos pelos
Estados-Membros nos seus PGBH, e a conformidade destes exclusivamente o disposto no
artigo 11.º e no anexo VII da DQA. A avaliação incide em particular sobre os principais
conjuntos de medidas.
Os Estados-Membros transmitiram à Comissão, até dezembro de 2012, um relatório sobre a
execução dos seus PdM, incluindo sobre os progressos realizados na implementação de
medidas básicas, tal como previsto no artigo 11.º, n.º 3. O relatório apresentado por Portugal
continha poucas informações.
11.1. Programa de medidas — geral
As medidas incidem principalmente sobre pressões identificadas: poluição proveniente de
fontes tópicas e difusas, disponibilidade de água, etc. Os PGBH incluem uma análise custo-
eficácia, mas os resultados apresentados são muito gerais. É indicado em alguns PGBH que a
definição de prioridades não é necessariamente realizada em termos da relação custo/eficácia,
mas também em termos de benefício ou necessidade urgente, mas não existe qualquer
indicação clara sobre os critérios utilizados para a definição de prioridades. Não há indícios
claros, nomeadamente em relação às medidas básicas, que lhes será dada prioridade ou que
serão aplicadas mais intensamente em massas de água problemáticas.
Uma parte significativa das medidas diz respeito ao aumento do conhecimento sobre as
massas de água, ao reforço e alargamento da rede de monitorização e à melhoria do inventário
das pressões. Espera-se que, uma vez alcançados esses objetivos, possa haver progresso nos
métodos de avaliação, no estabelecimento de condições de referência, na planificação de
objetivos para as massas de água e na monitorização do impacto das medidas.
As medidas são apresentadas por tipo (básicas, suplementares, complementares e adicionais);
por programa operacional (programas e planos nacionais); por tema (quantidade de água,
qualidade da água, monitorização, investigação, etc.); e por entidade responsável. As
informações sobre o âmbito geográfico das medidas são prestadas a nível nacional, da sub-
bacia hidrográfica ou a nível da massa de água, consoante a natureza da medida (contida num
programa nacional, ou específica da RH).
Deve também salientar-se que vários PGBH incluem, como parte dos PdM, medidas de
planos e programas existentes, e investimentos em medidas aplicadas desde 2009. As
entidades responsáveis são públicas e privadas (sobretudo grandes empresas que lidam com o
abastecimento de água e o saneamento básico ou com a produção de energia hidroelétrica).
90
As medidas agrícolas também se caracterizam por uma responsabilidade partilhada, sendo
conduzidas pelas autoridades nacionais mas implementadas por agricultores e empresas.
Para as medidas criadas especificamente para os PGBH, muitas vezes os fundos não são
garantidos e os PGBH citam como possíveis fontes de financiamento: os fundos estruturais,
de coesão e de desenvolvimento rural; outros fundos da UE; o orçamento de Estado; e
investimentos privados. A crise económica e social que afetou Portugal provocou uma
redução da despesa pública e o colapso de muitas indústrias e empresas agrícolas, e a situação
tem igualmente repercussões na mobilização de fundos para a implementação das medidas.
No entanto, de acordo com a autoridade nacional da água portuguesa, a concentração da
gestão dos recursos hídricos e de outras questões ambientais na APA permitiu um aumento da
percentagem do orçamento geral da organização destinada à gestão dos recursos hídricos.
Esta evolução reflete a prioridade relativa da gestão da água em termos de política ambiental
pública em comparação com o contexto geral de escassez dos recursos públicos, tanto em
termos humanos como financeiros.
Não houve qualquer coordenação entre Portugal e Espanha no que respeita os PdM.
A Autoridade Nacional da Água reconhece que a análise da eventual eficácia das medidas é
um desafio. Não obstante, desde outubro de 2012, está a ser utilizado um sistema de
licenciamento que irá melhorar consideravelmente o conhecimento das pressões e que
controla em tempo real o número de utilizações de uma massa de água. De acordo com o DL
n.º 226-A/2007, a captação de água e as descargas de águas residuais estão sujeitas a um
processo de licenciamento e outras utilizações de menor dimensão devem ser previamente
comunicadas. A Autoridade Nacional da Água refere que está atualmente em fase de
preparação um processo de verificação para avaliar se as medidas identificadas são suficientes
para dar resposta às pressões identificadas, especialmente as medidas relacionadas com
pressões agrícolas e as relacionadas com pressões químicas (com base em inventários de
fontes de poluição química), e para clarificar as ligações entre medidas hidromorfológicas e
pressões hidromorfológicas específicas. Este objetivo será alcançado através de monitorização
(incluindo o autocontrolo) e inspeção. Está em curso comunicação e partilha de informações
com as autoridades da agricultura e com a entidade reguladora dos serviços de águas e
resíduos, bem como com os Conselhos de Região Hidrográfica.
11.2. Medidas relacionadas com a agricultura
A agricultura é avaliada como sendo conducente a pressões na qualidade da água, que
incluem a eutrofização, a quantidade de água e alterações hidromorfológicas. Em Portugal
continental, 386 massas de água de superfície e 11 massas de água subterrâneas não atingem o
bom estado devido a pressões relativas à agricultura (21 % e 8 %, respetivamente).
As medidas agrícolas são frequentemente incluídas nas medidas destinadas a reduzir a
poluição proveniente de fontes difusas e, em particular, nos PGBH do sul de Portugal
continental existem também medidas agrícolas para lidar com as pressões quantitativas. As
medidas relacionadas com a pecuária são frequentemente incluídas na redução das fontes
tópicas de poluição. Também são incluídas medidas nos domínios da comunicação e da
governação, que consistem na sensibilização e formação em matéria de melhores práticas na
agricultura (utilização reduzida de fertilizantes e pesticidas, utilização eficiente da água,
proteção dos solos, etc.)
Houve reuniões de consulta e encontros temáticos sobre agricultura durante a preparação dos
PGBH. No entanto, as medidas definitivas foram revistas em 2012, aquando da conclusão dos
91
PGBH, com vista a reduzir os investimentos, não sendo possível determinar as principais
alterações que podem ter ocorrido.
Foi selecionada uma combinação de medidas técnicas, instrumentos económicos e medidas
não técnicas para fazer face às pressões resultantes da agricultura em todos os PGBH de
Portugal (ver quadro 11.2.1).
As medidas são geralmente concebidas para a RH ou sub-RH. No caso dos projetos de
reparação específicos, essa escala pode ser definida em termos de local ou zona. São
fornecidas informações sobre o calendário para a implementação das medidas ou, pelo menos,
o período de implementação, por exemplo, até 2015.
O custo das medidas foi genericamente identificado em algumas RH (por exemplo, na
PTRH7) mas, em alguns casos, é identificado mais pormenorizadamente (por exemplo, na
PTRH5). Quando apenas são fornecidas informações gerais, o custo é identificado para
grupos de medidas, e não para cada medida.
Não existe um compromisso financeiro claro para implementar várias medidas, existem
lacunas nas medidas básicas necessárias para lidar com as pressões agrícolas (poluição,
captação, morfologia) e os Programas de Desenvolvimento Rural são considerados o principal
instrumento para apoiar medidas da DQA no domínio da agricultura.
Não é claro até que ponto as medidas propostas para a agricultura serão suficientes para lidar
com as pressões decorrentes deste setor. Além disso, não são evidentes os recursos adequados
para prestar aconselhamento, controlar e fazer cumprir a legislação e as medidas.
Para muitas massas de água não é definido um regime de caudal ecologicamente orientado e
não há orientações nacionais. Tal como acima referido, este trabalho está a ser feito no
momento da renovação dos contratos de concessão. Por enquanto, nem todas as barragens
demonstram ser compatíveis com os objetivos da DQA.
92
Medidas PTRH1 PTRH2 PTRH3 PTRH4 PTRH5 PTRH6 PTRH7 PTRH8 PTRH9 PTRH10
Medidas técnicas
Redução/alteração da aplicação de fertilizantes
Redução/alteração da aplicação de pesticidas
Mudança para a agricultura com baixa utilização
de fatores de produção
Medidas hidromorfológicas
Medidas contra a erosão do solo
Medidas com múltiplos objetivos
Medidas de poupança de água
Instrumentos económicos
Pagamento de compensações pela ocupação do
solo
Acordos de cooperação
Tarifação da água
Comércio de nutrientes
Tributação de adubos
Medidas não técnicas
Implementação e aplicação da legislação da UE
em vigor
Controlos
Alterações institucionais
Códigos de práticas agrícolas
Aconselhamento e formação
Sensibilização
Medidas destinadas a aumentar o conhecimento
para uma melhor tomada de decisões
Sistemas de certificação
Subdivisão em zonas
Planos/programas de ação específicos
93
Medidas PTRH1 PTRH2 PTRH3 PTRH4 PTRH5 PTRH6 PTRH7 PTRH8 PTRH9 PTRH10
Planeamento da utilização dos solos
Normas técnicas
Projetos específicos relacionados com a
agricultura
Licenciamento e concessão de autorizações
ambientais
Quadro 11.2.1: Tipos de medidas no âmbito da DQA que abordam as pressões agrícolas, tal como descritas no PdM
Fonte: PGBH
94
11.3. Medidas relacionadas com a hidromorfologia
As medidas de hidromorfologia contidas nos PGBH têm, frequentemente, âmbitos alargados,
como a recuperação do habitat ou a restauração da estrutura da margem. Estas medidas
destinam-se a concretizar o potencial de retenção natural de água. Outra medida que consta de
quase todos os PGBH é a fixação dos requisitos mínimos em matéria de caudal ecológico.
Com efeito, embora tenha sido um requisito da legislação portuguesa desde 1989,
nomeadamente em pequenas barragens e, desde 2007, para todas as estruturas hidráulicas,
ainda existe um conhecimento limitado das diferentes massas de água, particularmente no que
diz respeito a ecossistemas e habitats dependentes.
A dragagem tem sido um problema sobretudo no norte de Portugal continental, e estão
previstos planos de gestão para a extração de areia e outros inertes de domínios hídricos
públicos.
Para algumas RH (particularmente em Portugal continental), as medidas são as indicadas nas
declarações de impacto ambiental, nomeadamente para grandes estruturas: é o caso de
medidas de criação de canais de derivação e eclusas para peixes.
Para muitos PGBH as medidas relativas a pressões hidromorfológicas são limitadas. Isto pode
estar relacionado com o facto de existir um conhecimento limitado do impacto dessas
pressões.
95
Medidas PTRH1 PTRH2 PTRH3 PTRH4 PTRH5 PTRH6 PTRH7 PTRH8 PTRH9 PTRH10
Eclusas para peixes
Canais de derivação
Restabelecimento de habitats,
construção de zonas de desova
e de reprodução
Gestão de detritos/sedimentos
Remoção de estruturas: açudes,
barreiras, reforço das margens
Reconexão de curvas sinuosas
ou braços laterais
Abaixamento das margens dos
rios
Reabilitação da estrutura das
margens
Definição de requisitos
mínimos de caudal ecológico
Modificações operacionais
para picos de fluxo
Inundação de planícies aluviais
Construção de bacias de
retenção
Redução ou alteração da
dragagem
Reabilitação de estruturas de
leitos degradados
Restabelecer as sinuosidades
de cursos de água
anteriormente retificados
Quadro 11.3.1: Tipos de medidas no âmbito da DQA que abordam as pressões hidromorfológicas, tal como descritas no PdM
0
11.4. Medidas relativas às águas subterrâneas
Note-se que em todos os PGBH são implementadas tanto medidas básicas como
suplementares fim de combater a exploração excessiva de águas subterrâneas e impedir a
introdução de quaisquer substâncias nocivas que possam afetar a qualidade das águas
subterrâneas. Algumas medidas podem não ser específicas para águas subterrâneas mas, não
obstante, ter impacto na realização dos objetivos.
As medidas básicas implementadas para abordar a exploração excessiva de águas subterrâneas
incluem controlos aplicáveis ao excesso de captações e recarga artificial, e limites para as
licenças de utilização de águas subterrâneas nas massas de água cujo volume anual de água
captado é superior a 70 % da recarga anual. Nesses casos, as licenças são limitadas à água
para consumo humano. Outras medidas básicas incluem:
Promoção da reutilização de água, por exemplo, a utilização de água tratada na rega, a
reutilização de água tratada das instalações industriais e a utilização de água tratada no
setor do turismo (campos de golfe);
Controlo do limite de águas subterrâneas captadas em função da cultura e do clima;
Limitar a utilização de água potável para outros usos que não sejam o consumo
humano em zonas urbanas e periurbanas;
Reabilitação dos perímetros de rega comunitários;
Extensão de serviços para promover a utilização eficiente;
Promoção de tecnologias mais eficientes em matéria de distribuição de água;
Incentivos económicos à utilização eficiente; e
A revisão do coeficiente de escassez utilizado no cálculo da Taxa de Recursos
Hídricos.
As medidas suplementares incluem a avaliação das tendências piezométricas e a prevenção e
controlo da captação em massas de água que se saiba serem vulneráveis.
Na PTRH9, a prevenção da intrusão salina em massas de água subterrâneas na RH está
relacionada com a exploração excessiva. Está em curso um estudo em colaboração com a
Universidade dos Açores, a fim de caracterizar a salinização das águas subterrâneas nas ilhas
do Pico e Graciosa, onde algumas massas de água subterrâneas estão em estado químico
medíocre. Os objetivos deste projeto são: (1) caracterizar a composição das águas
subterrâneas no aquífero basal e os efeitos da mistura com água do mar através de elementos
maiores, menores e oligoelementos, bem como ferramentas isotópicas, (2) desenvolver um
modelo hidrogeoquímico, (3) proceder à cartografia do risco de intrusão de água do mar, e (4)
definir redes de monitorização operacional. Os resultados devem ser complementados por
uma análise global desta questão no arquipélago. Os resultados constituirão a base de uma
análise global das taxas de bombagem sustentável a fim de evitar más práticas e, se
necessário, localizar novos poços para serem perfurados quando necessário.
As medidas básicas implementadas a fim de prevenir e limitar as descargas de poluição (a
partir de fontes tópicas ou difusas de poluição) nas águas subterrâneas incluem:
1
Reforçar os requisitos e a monitorização/inspeção relativamente ao tratamento de
águas residuais das instalações de suinicultura;
Controlar alguns aterros fechados e selados;
Controlar as instalações de depósito de veículos em fim de vida;
Controlar minas abandonadas;
Incentivar a substituição de fossas séticas por sistemas mais eficientes, em função do
tipo de águas residuais e da vulnerabilidade do ambiente circundante à infiltração
(poluição difusa);
Implementar medidas em zonas vulneráveis à poluição (difusa) por nitratos; e
Prestação de aconselhamento técnico aos agricultores sobre as melhores práticas de
regadio e fertilização (poluição difusa).
Nenhum PGBH comunicou a elaboração de medidas específicas para uma parte de uma massa
de água subterrânea em que as normas de qualidade ou os valores-limite foram ultrapassados,
embora a massa de água subterrânea esteja em bom estado.
11.5. Medidas relacionadas com a poluição química
Os principais contribuintes para a poluição química comunicada nos PGBH são os agregados
familiares (através da ETAR), a indústria, a pecuária, as estações de combustível (todas com
impacto sobretudo nas águas de superfície), o setor da mineração e depósitos de resíduos e
aterros não controlados (sobretudo com impacto nas águas subterrâneas). A poluição difusa
provém essencialmente da agricultura, pecuária, campos de golfe, aquicultura e portos.
Vários PGBH estabeleceram um inventário de fontes de poluição, tendo em conta as
condições e circunstâncias nacionais. Alguns inventários incluem a poluição difusa. Os mais
completos têm substâncias prioritárias e certos outros poluentes, poluentes específicos não
prioritários ou os principais poluentes identificados a nível da RH e nutrientes. No entanto,
em algumas RH apenas foram considerados os nutrientes.
As medidas incluem:
Identificação de problemas nas ETAR e suinicultura intensiva;
Estabelecer protocolos de cooperação com calendários e metas a atingir para resolver
os problemas;
Implementação de ações que visam o cumprimento da lei;
Melhoramento das estações de tratamento de águas residuais urbanas, melhoramento
da rede de esgotos, melhoria dos sistemas de tratamento, trabalhos com vista ao
controlo das descargas não autorizadas;
Incentivos para a implementação de medidas de reutilização dos resíduos (lamas da
ETAR, descargas de líquidos);
2
Melhoria da ETAR das centrais de produção de vinho;
Revisão e controlo das condições de descarga de efluentes da indústria;
Implementação de medidas de autocontrolo para as ETAR;
Licenciamento de descargas das ETAR;
Estabelecimento de sistemas de alerta para os casos em que o caudal que chega à
ETAR é mais elevado do que a sua capacidade, a fim de minimizar as descargas de
águas residuais não tratadas ou parcialmente tratadas;
Definição de códigos de boas práticas e orientações técnicas para os agricultores;
Código de boas práticas para a indústria agropecuária e monitorização da sua
implementação;
Descontaminação de aquíferos e proibição de descargas diretas em aquíferos;
Reforço das inspeções das atividades suscetíveis de afetar as massas de água;
Prevenção e minimização dos efeitos da poluição acidental;
Otimização do controlo das emissões;
Monitorização das pressões de instalações mineiras abandonadas;
Reforço do controlo e melhoria das ETAR de suinicultura intensiva;
Desenvolvimento de projetos-piloto para a aplicação de lamas e resíduos orgânicos da
ETAR na agricultura e campos de golfe;
Prestação de informação aos agricultores sobre a utilização adequada de fertilizantes e
de abeberamento para aumentar a produção;
Pagamento de compensações a agricultores pela utilização de práticas agroambientais;
e,
Melhoria do inventário das pressões.
Mesmo que possam existir algumas medidas relacionadas com substâncias específicas, os
PGBH não mencionam tais ligações. No entanto, a Autoridade Nacional da Água comunica as
substâncias identificadas como excedendo as respetivas NQA no quadro 11.5.1.
3
RH MASp SWB_NAME Categoria* Estado
Químico
Excedências Químicas
PTRH2 PTCOST2 CWB-I-1B AC 3 3.10 Nonilfenol
PTRH3 PT03DOU0367 Rio Tinto AR 3 1.4 Níquel
PTRH4 PTCOST4 CWB-II-1B AC 3 3.10 Nonilfenol
PTRH4 PTCOST6 MAC-II-2 AC 3 3.10 Nonilfenol
PTRH4 PT04LIS0704 Lis AT 3 3.10 Nonilfenol
PTRH4 PT04VOU0536 Ria Aveiro-BH4 AT 3 3.10 Nonilfenol
PTRH4 PT04VOU0547 Ria Aveiro-BH2 AT 3 3.10 Nonilfenol
PTRH5 PT05TEJ0939 Albufeira Nisa —
Póvoa
Lago 3 4.17 Compostos de
tributilestanho
PTRH6 PT06SAD1195 Ribeira da Marateca AR 3 4.17 Compostos de
tributilestanho
PTRH6 PT06SAD1229 Rio Xarrama AR 3 4.17 Compostos de
tributilestanho
PTRH8 PT08RDA1706 Ribeira de Quarteira AR 3 1.2 Chumbo
Quadro 11.5.1: Substâncias identificadas como excedendo a sua NQA
Fonte: Informações adicionais fornecidas pelas autoridades portuguesas
Estas ocorrências estão a ser abordadas através da implementação das seguintes medidas:
Reabilitação ambiental de indústrias químicas, metalúrgicas e de mineração
abandonadas, que constituem anteriores «pontos críticos» de poluição;
Reforço dos requisitos de licenciamento :
o Revisão dos títulos de utilização de água para atividades responsáveis pela
poluição química;
o Revisão dos limites de descarga para unidades industriais ligadas a esgotos
municipais;
o Emissão de decisões desfavoráveis para a aplicação de lamas a terras agrícolas
que afete massas de água; e
o Exigir a reabilitação e a construção de estações de tratamento de águas
residuais industriais.
Melhorar a inspeção através de:
o Aumento dos controlos;
o Avaliação do estado de implementação das melhores técnicas disponíveis
fornecidas no contexto de licenças ambientais (PCIP); e
o Aumento do controlo das atividades portuárias, nomeadamente dos efluentes
produzidos por atividades como serviços de manutenção e reparação de
embarcações.
4
Para além do que precede, a Portaria n.º 50/2005, de 20 de janeiro de 2005, aprovou
programas de redução e controlos para as seguintes substâncias perigosas no meio aquático:
antraceno, 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético), MCPA (2-metil- 4-clorofenoxiacético),
simazina, óxido de tributilestanho, 2,4,6-triclorofenol, amoníaco, compostos de fósforo,
nitritos, 1,2-dicloropropano, linurão, naftaleno, 2,4,5-T (2,4,5- ácido triclorofenoxiacético),
atrazina, cianetos.
11.6. Medidas relacionadas com o artigo 9.º (políticas de tarifação da água)
Foram calculados níveis de recuperação de custos para os sistemas urbanos de abastecimento
de água (AA) e de drenagem e tratamento de águas residuais (DTAR) e ainda para o
abastecimento de água (AA) para agricultura. Para os sistemas urbanos, foi calculado o total
de recuperação de custos: AA; DTAR; AA + DTAR (combinação dos dois36
). Cada um destes
três elementos foi desagregado em dois grupos: (i) setor doméstico; (ii) outros setores. O
último (outros setores) inclui a produção/indústria e todos os outros setores servidos no
âmbito de sistemas urbanos (por exemplo, comercial, turístico, serviços, instituições,
agricultura e pecuária).
No que respeita ao saneamento e abastecimento de água em regime de self-service,
considerou-se que tal inclui as pescas, a aquicultura, o golfe e a extração de recursos hídricos
públicos. Para a indústria em regime de self-service, foi assumida a recuperação integral dos
custos dos investimentos (partindo do princípio de que não há subsídios). Os custos totais
foram separados dos custos não subsidiados no caso da energia hidroelétrica. Para a
agricultura, os dados da recuperação de custos incidem nos perímetros especiais de regadio
público, cuja denominação pode ser traduzida como Aproveitamentos Hidroagrícolas
Coletivos Estatais (AHCE).
A recuperação de custos baseia-se essencialmente nos custos financeiros (custos de capital,
depreciação, custos operacionais e de manutenção, custos de substituição). Aquando do
desenvolvimento dos PGBH, Portugal não dispunha de informações fiáveis suficientes para
estimar os custos ambientais e de recursos. Apesar de a taxa de recursos hídricos integrar, em
certa medida, os custos ambientais e de recursos, o imposto era bastante recente no momento
da finalização dos PGBH e a análise da sua aplicação foi preliminar.
A taxa de recursos hídricos (TRH) implementa a ideia de base que o utilizador dos recursos
hídricos deve compensar os custos gerados à comunidade e/ou restaurar o benefício que a
comunidade concede (princípios do «utilizador-pagador» e do «poluidor-pagador»). A TRH é
paga numa base anual, e a entidade devedora é o utilizador dos recursos hídricos. A TRH
compensa: (1) a vantagem resultante da utilização privada de água pública, (2) os custos
ambientais relacionados com as atividades suscetíveis de causar um impacto significativo nos
recursos hídricos, e (3) os custos administrativos em matéria de planeamento, gestão,
supervisão e garantia da qualidade e quantidade da água.
Os cinco componentes da TRH correspondem: (1) à diferente contribuição que cada setor
económico deve ser obrigado a fornecer para a gestão sustentável dos recursos hídricos, (2) à
diferente escassez dos recursos hídricos em diferentes partes do território; (3) às preocupações
entre grupos de utilizadores em termos de perturbações sociais e económicas. Os cinco
componentes são os seguintes:
A — A captação de água pública para fins privados. É calculado multiplicando o valor de
base da respetiva utilização pelo volume de água captado, desviado ou utilizado expresso
36
Ocorre frequentemente que a recuperação dos custos de AA é superior a 100 %, enquanto a DTAR não for
integralmente recuperada.
5
em metros cúbicos, e pelo coeficiente de escassez aplicável. O coeficiente de escassez é
aplicado de forma distinta por região hidrográfica (1 para a PTRH1, PTRH2 e PTRH3; 1,1
para a PTRH4 e PTRH5 e 1,2 para a PTRH6, PTRH7 e PTRH8). Este componente é
aplicável aos seguintes setores: agricultura, piscicultura, aquicultura, maricultura, produção
de energia hidráulica, produção de energia térmica, sistemas públicos de abastecimento de
água e outros casos;
E — A descarga direta ou indireta de efluentes em recursos hídricos, suscetível de causar
impacto significativo. É calculado multiplicando o valor de base do efluente pela
quantidade de toxicidade ou cargas poluentes contidas na descarga, expressas em
quilogramas de matéria oxidável, azoto total e fósforo total;
I — A extração de inertes dos recursos hídricos públicos, calculada através da multiplicação
do valor de base pelo volume de inertes extraído, expresso em metros cúbicos;
O — A ocupação das terras de recursos hídricos públicos e/ou a ocupação e criação de
extensões de água, calculada através da multiplicação do valor de base da respetiva
utilização pela área ocupada, expressa em metros quadrados. Este componente é aplicável
aos seguintes setores / situações: produção de energia elétrica, equipamentos de
piscicultura localizados no mar, criação de extensões de água (por exemplo, uma
barragem); agricultura, piscicultura, aquicultura, maricultura, infraestrutura e equipamento
de apoio à pesca tradicional, saneamento, abastecimento público de água e produção de
eletricidade; indústria; residências/habitações; apoios temporários de praia e ocupações
ocasionais de natureza comercial, turística ou recreativa para fins lucrativos; apoios
permanentes de praia e ocupações duradouras de natureza comercial, turística ou recreativa
para fins lucrativos e demais casos;
U — A utilização privada de água, qualquer que seja a sua natureza ou regime estatutário,
sujeita a planeamento e gestão pública, suscetível de causar impacto significativo. É
calculado multiplicando o valor de base da respetiva utilização pelo volume de água
captado, desviado ou utilizado, expresso em metros cúbicos. Este componente é aplicável
aos seguintes setores: agricultura, piscicultura, aquicultura, maricultura, produção de
energia hidráulica, produção de energia térmica, sistemas públicos de abastecimento de
água e outros casos.
A taxa de tributação da TRH é determinada com base no autocontrolo e valores estimados
pelos utilizadores (utilização efetiva) ou, na sua falta, pelos valores máximos incluídos nas
licenças emitidas pela APA como autoridade da água uma vez que todas as utilizações dos
recursos hídricos devem ser sujeitas a uma licença. Em casos em que há falta de provas de
utilização são também usados métodos de cálculo indireto, incluindo indicadores dos
utilizadores por setor de atividade e com métodos de produção semelhantes.
A TRH recolhe fundos para fins ambientais públicos37
, e tem uma intenção clara de orientar o
comportamento dos utilizadores privados: (1) para uma utilização de água mais eficiente e (2)
para o favorecimento da utilização de água em atividades económicas mais rentáveis. A TRH
abrange custos relacionados com serviços públicos de abastecimento de água (com as tarifas);
abastecimento coletivo para irrigação hidroagrícola (HAICS, em inglês); custos ambientais e
custos de recursos (por região hidrográfica e por setor); a captação de água pública para fins
37
De acordo com a autoridade da água, a TRH baseou-se numa estimativa dos custos suportados pela APA a fim
de gerir os recursos hídricos. Estes custos foram estimados em cerca de 40 milhões de EUR/ano, cerca de metade
dos quais são reinvestidos na gestão dos recursos hídricos em Portugal por entidades públicas e privadas através
do Fundo para a Proteção dos Recursos Hídricos (FPRH).
6
privados; a descarga direta ou indireta de efluentes nos recursos hídricos; a extração de inertes
dos recursos hídricos públicos; a ocupação de terras de recursos hídricos públicos e / ou
extensões de água.
A poluição difusa proveniente da agricultura é muito difícil de medir em termos físicos e não
foi incluída nos PGBH. De facto, não existem mecanismos económicos diretos para avaliar a
poluição difusa, mas existem algumas medidas indiretas (como a tributação e outros
instrumentos económicos) relacionadas com um incentivo negativo que podem ser aplicadas a
substâncias que poluem a água e o solo. Os custos de redução da poluição incluem os custos
de análises laboratoriais (da amostragem em zonas vulneráveis designadas nos termos da
Diretiva Nitratos); a perda de receitas devido à adoção de medidas antipoluição, o que implica
uma redução da produção, pode ser abrangida pelo componente «O» da Taxa de Recursos
Hídricos.
Os incentivos na tarifação da água e as considerações sociais refletiram-se em tarifas por
parcelas, combinando o aumento de preço por metro cúbico de água com o aumento do
consumo de água.
Em Portugal, os municípios ou empresas fornecem água ao utilizador final. Estes prestadores
de serviços estabelecem o preço da água. Recentemente, a entidade reguladora de águas e
resíduos emitiu orientações para uma avaliação que tente harmonizar o preço da água, em que
podem ocorrer variações para pessoas ou regiões menos favorecidas.
Existem subsídios cruzados mas não são tornados explícitos nas estimativas do NRC. No caso
de subsídios ao investimento, só é incorporado na tarifa o subsídio líquido de depreciação. No
entanto, no que diz respeito aos custos operacionais e de manutenção, não foram tidos em
conta os subsídios cruzados. De facto, os subsídios à exploração são tidos em conta nas
receitas anuais totais. Embora Portugal considere que se deva evitar subsídios cruzados no
fornecimento de serviços de águas e resíduos, eles ainda se verificam em relação a vários
operadores quando o nível de rendimento do serviço é insuficiente para cobrir o nível de
custos. De acordo com a Autoridade Nacional da Água, na próxima geração de PGBH,
Portugal irá procurar explicitar os subsídios cruzados no cálculo da recuperação de custos.
Dado que não existiram quaisquer derrogações, o artigo 9.º, n.º 4, não é aplicável.
Em Portugal, todos os utilizadores abastecidos pelos sistemas públicos pagam os serviços
hídricos individualmente. As faturas da água explicitam o tipo de serviços pagos, bem como a
medição e o volume de água consumido. Os prestadores de serviços de água cobram uma taxa
de acesso ao serviço, uma taxa progressiva sobre o consumo de água (o que significa que as
tarifas mais elevadas são cobradas nos níveis mais elevados de consumo) e uma taxa relativa
às águas residuais. No caso da indústria, a tarifação deriva da medição própria (pelo
utilizador) de volumes ou do volume máximo atribuído numa licença de captação de água. No
caso da agricultura, o consumo de água é medido através de autocontrolo, através do volume
atribuído pela licença de captação de água, ou através dos volumes fornecidos por associações
de agricultores. As medidas e incentivos para promover a utilização eficiente de água
centram-se na informação, educação e ensino de boas práticas a todos os cidadãos e em todos
os setores, bem como na capacitação institucional pública para a utilização eficiente da água.
O Plano Nacional para o Uso Eficiente da Água38
(PNUEA) 2012-2020 centra-se na redução
das perdas de água e na otimização da utilização de água. As prioridades do PNUEA são os
38
http://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=7&sub2ref=9&sub3ref=860
7
setores urbano, agrícola e industrial e o plano visa minimizar os impactos das alterações
climáticas e da escassez de água e, ao mesmo tempo, promover a conservação e proteção dos
recursos naturais. Além disso, o PNUEA sublinha a importância de reduzir a descarga direta
ou indireta de efluentes em recursos hídricos suscetível de causar um impacto significativo no
ambiente.
As medidas previstas em matéria de tarifas e incentivos eficientes para uma utilização
eficiente da água foram a análise de tarifas, a recolha e o tratamento de informações de todos
os operadores, a regulação da qualidade de serviço e a regulação da qualidade da água, a
emissão de recomendações e a regulação das tarifas. A publicação de informações sobre a
avaliação comparativa da qualidade de serviço induz os operadores a serem mais eficientes
nas diferentes fases da cadeia de valor do serviço. Isto foi feito para os anos de 2011, 2012 e
2013.
11.7. Medidas adicionais em zonas protegidas
As medidas para zonas protegidas destinam-se essencialmente a melhorar o conhecimento das
pressões, a reforçar a vigilância e a monitorização das atividades suscetíveis de afetar as
massas de água, a melhorar as condições hidromorfológicas das massas de água de superfície;
e a preservar e reabilitar sistemas fluviais, zonas costeiras, estuários e zonas húmidas.
As medidas específicas previstas nos PdM relativas a zonas protegidas são as seguintes:
Zonas de captação de águas subterrâneas e águas de superfície
Definição jurídica dos perímetros de proteção para as zonas de captação de água
potável, tanto para as águas de superfície como para as águas subterrâneas, e a
utilização de restrições para estas zonas.
Utilização prioritária nos procedimentos de licenciamento e gestão dos recursos
hídricos.
Águas balneares
Desenvolvimento de perfis das águas balneares e implementação de um processo de
reapreciação de acordo com a periodicidade estabelecida no Decreto-Lei n.º 135/2009,
de 3 de junho de 2009.
Tornar operacional um sistema de alerta contra incidentes de poluição acidental,
incluindo a contaminação das águas balneares.
Águas doces aptas para a vida dos peixes
Medidas para melhorar o estado ecológico.
Zonas sensíveis em termos de nutrientes, incluindo zonas vulneráveis e zonas sensíveis
Atualização das zonas vulneráveis e zonas sensíveis.
Implementação dos programas de ação.
Implementação de programas de autocontrolo e reforço da inspeção de descargas de
águas residuais provenientes de estações de tratamento de águas residuais, com
prioridade para as estações de tratamento de águas residuais que servem uma
8
população igual ou superior a 10 000 habitantes, particularmente as que descarregam
em zonas sensíveis.
Zonas protegidas (habitats e aves)
Há várias medidas que figuram em Planos de Gestão de Zonas Protegidas destinadas a
cumprir as orientações da Diretiva Habitats e da Estratégia Nacional para a
Conservação da Natureza e a Biodiversidade (por exemplo, recuperação da turfeira de
Bertiandos e a Paisagem Protegida de São Pedro de Arcos).
Desenvolvimento de um estudo para definir os regimes hidrológicos em lagoas, redes
hidrográficas e turfeiras.
Desenvolvimento de um plano de gestão no que respeita a habitats naturais de pauis,
juncais, canaviais, galerias ripícolas, depressões húmidas, etc.).
Tal como acima referido, Portugal não estabeleceu zonas conquícolas protegidas. No entanto,
as zonas de produção conquícola são classificadas de acordo com legislação diferente
(segurança alimentar). A proteção das zonas conquícolas sensíveis classificadas é assegurada
nos termos da Diretiva Tratamento de Águas Residuais Urbanas (91/271/CEE), critérios c)
zonas em que é necessário outro tratamento além do previsto no artigo 4.º da Diretiva para o
cumprimento das diretivas do Conselho. Isto significa que as descargas da ETAR em zonas
sensíveis devem respeitar parâmetros adicionais ao abrigo de procedimentos nacionais de
licenciamento.
É claramente indicado nos PGBH que na implementação do programa de medidas será dada
prioridade às zonas em risco em zonas protegidas.
12. ADAPTAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, ESCASSEZ DE ÁGUA E SECAS, GESTÃO
DO RISCO DE INUNDAÇÕES E OUTRAS QUESTÕES EMERGENTES E RELACIONADAS
COMO PARTE INTEGRANTE DOS PGBH
12.1. Escassez de água e Secas
A escassez de água é relevante na PTRH5 e em todas as RH a sul da mesma. As secas
também são relevantes na PTRH7 e PTRH8. Os episódios de escassez de água ocorrem
principalmente devido à falta de capacidade de armazenamento no Sul, onde a chuva está
mais concentrada num menor número de dias durante o ano, e o ano «normal» corresponde de
perto a um ano «seco».
Normalmente, mesmo nos anos mais secos, não existe qualquer défice de água se for
considerado todo o ano. No entanto, no Algarve (PTRH8), onde o problema é mais
significativo, uma parte da água utilizada provém da transferência de água entre bacias
hidrográficas. Se não houvesse nenhuma regulação da água, poderia ocorrer um défice de
água.
Relativamente às secas, na PTRH7 vivem cerca de 7 000 habitantes (3 % da população da
RH) em zonas potencialmente afetadas por secas, cerca de 4 % do total de zonas urbanas está
localizado em zonas com risco de seca, e cerca de 11 % das zonas em construção na RH
situam-se nas zonas com maior risco de ocorrência de secas.
Na PTRH8, a escassez de água e a seca são compensadas pela exploração de uma massa de
água subterrânea cujo nível de captação equivale a 144 % da sua capacidade de recarga a
longo prazo. A utilização da água para o turismo, particularmente a irrigação dos campos de
9
golfe, constitui uma pressão crescente. Esse uso já representa 5 % da água de superfície
consumida na RH.
Foram efetuados para todos os PGBH cenários de procura e disponibilidade de água futuras
ou cenários de evolução. A análise descreve cenários para as diferentes utilizações da água:
agricultura, agregados familiares (incluindo o comércio e serviços), indústria, turismo,
incluindo e regime self-service. Os cenários incluem pressões relativas às águas de superfície
e às águas subterrâneas. De acordo com os PGBH, não está prevista qualquer escassez de
água, mesmo no cenário pessimista em matéria de disponibilidade de água (PTRH8). No
entanto, deve ser prevista regulação da água a fim de evitar a escassez de água ou a
necessidade de transferência de água da PTRH7.
Existem medidas concretas para: a proteção de zonas de infiltração máxima; controlo da
exploração excessiva de águas de superfície e subterrâneas; reformulação da rede de
monitorização da quantidade de água; estudos, investigação e projetos-piloto destinados a
resolver os problemas de escassez de água e melhorar a resposta à seca; reformulação das
tarifas de água e licenças de utilização de água.
Há também medidas relacionadas com a recarga de aquíferos, que incluem: a avaliação dos
melhores sítios potenciais para recarga de aquíferos; estabelecer um protocolo de
monitorização da recarga artificial de aquíferos; analisar a possibilidade de injetar água para
os aquíferos em zonas cársicas (nomeadamente em zonas de inundação); estudos-piloto sobre
um potencial aumento das águas subterrâneas através de recarga artificial de aquíferos.
Na PTRH9 a escassez de água e as secas não constituem um problema significativo. Os piores
casos são cinco casos de seca grave na ilha do Pico e três casos de seca extrema na ilha de S.
Miguel entre 1980-2010, medidos pelo índice normalizado de precipitação que mede o
desvio-padrão em relação à média histórica.
A PTRH10 é composta pelas ilhas habitadas da Madeira e Porto Santo. Enquanto na ilha da
Madeira existem recursos de águas subterrâneas suficientes e a água subterrânea entra no
sistema de águas de superfície de uma forma natural, em Porto Santo existe escassez de água.
A maior parte da água doce de Porto Santo provém da dessalinização e reutilização de água.
12.2. Gestão do risco de inundação
As inundações são referidas em vários pontos dos PGBH. A proteção contra as inundações é
mencionada como motivo para a designação de MAFM, e o aumento das inundações é
mencionado como um risco em cenários de alteração climática. No entanto, as inundações não
são mencionadas como uma pressão relacionada com medidas hidromorfológicas.
12.3. Adaptação às Alterações Climáticas
Existe uma estratégia nacional para as alterações climáticas e um plano de ação nacional. Os
recursos hídricos são uma das prioridades. Houve dois estudos, o SIAM e o SIAM II
(Alterações Climáticas em Portugal: Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação) e o antigo
Instituto Nacional da Água (INAG) realizou estudos específicos para a PTRH7. Além disso,
existe a Estratégia de Gestão Integrada das Zonas Costeiras que inclui medidas de luta contra
as alterações climáticas.
Os PGBH abordam as alterações climáticas, e referem os documentos acima referidos. A
secção das alterações climáticas faz parte do volume «Caracterização». Os temas discutidos
incluem: impactos no estado da água devido às alterações climáticas (qualidade da água e
biodiversidade em sistemas aquáticos); incertezas relacionadas com as alterações climáticas
10
(por exemplo, no que respeita à avaliação do estado ou efeitos das medidas); impactos em
zonas costeiras; disponibilidade de água e procura de água; riscos de seca; escassez de água e
riscos de inundação.
Os PdM identificam as medidas que são direta ou indiretamente entendidas como uma
adaptação às alterações climáticas. No entanto, os planos não indicam se foi efetuada uma
«verificação relativa ao clima» no que se refere ao PdM. Os exemplos de medidas de
adaptação incluem: medidas de controlo da procura e da segurança da distribuição de água;
medidas que visam o bom estado das massas de água (controlo de fontes tópicas e difusas de
poluição, aplicação da lei, recarga de aquíferos, proteção das águas de superfície e
reabilitação dos aquíferos); melhorar o conhecimento e a monitorização; medidas de
informação, educação e comunicação; medidas para aumentar a colaboração com Espanha; e
(para a zona costeira), a implementação da Estratégia de Gestão Integrada das Zonas
Costeiras, que inclui as alterações climáticas.
A Autoridade Nacional da Água refere que no próximo ciclo de PGBH haverá uma plena
integração das alterações climáticas na avaliação da evolução do estado das massas de água,
dos riscos de inundações e secas, e na definição da proteção e melhoria dos recursos hídricos
no âmbito dos PdM. Portugal deverá incluir informações sobre a adaptação às alterações
climáticas, em conformidade com a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações
Climáticas de 2010 (Resolução do Conselho de Ministros n.º 24/2010), que inclui um
conjunto de quatro objetivos estratégicos e 13 objetivos específicos, de que decorrem
medidas.
13. RECOMENDAÇÕES
Portugal deve:
Tomar medidas básicas que devem ser juridicamente vinculativas e claramente
identificadas nos 2os
PGBH, a fim de permitir uma avaliação clara da necessidade de
medidas adicionais, por exemplo, na agricultura ou no tratamento de águas residuais.
Promover uma boa coordenação entre a administração pública e as outras partes
interessadas, nomeadamente, envolvendo os Conselhos de Bacias Hidrográficas
existentes, a fim de melhorar o planeamento e a implementação de PdM e monitorizar
a sua eficácia.
Desenvolver PGBH para RH internacionais em estreita cooperação com a Espanha,
em particular no que respeita à identificação de impactos e pressões, conceção de
redes de monitorização, metodologias utilizadas para avaliar o estado e a evolução de
PdM.
Completar o desenvolvimento de métodos de avaliação do estado das massas de água
e de determinação das condições de referência e aplicá-los através da implementação
de programas de monitorização sólidos. Uma avaliação da conformidade com a DQA
e uma rede de monitorização adequadas são pré-requisitos necessários para a conceção
de PdM eficazes e, em última análise, para atingir os objetivos da DQA.
Incluir nos 2os
PGBH estimativas de quando serão alcançados os objetivos da DQA.
Incluir nos PGBH a justificação para as isenções aplicadas. Portugal deve, em
especial, melhorar as justificações referentes aos custos desproporcionados e à
viabilidade técnica, bem como a análise custo-eficácia.
11
Garantir que os PGBH identificam claramente a lacuna existente no que se refere ao
bom estado, e que os PdM são concebidos e implementados para colmatar essa lacuna.
As isenções devem ser devidamente justificadas a nível da massa de água (em
especial, não devem ser invocadas condições naturais quando as medidas não estão a
ser implementadas por outros motivos, tais como a falta de financiamento).
Garantir que as fontes difusas de poluição do setor agrícola são controladas, incluindo
requisitos obrigatórios para os agricultores, sempre que necessário.
Lidar com a poluição de fosfato e não apenas de nitratos. Portugal deve garantir que as
medidas tomadas serão suficientes para abordar as pressões em matéria de nutrientes
da agricultura ao nível necessário para assegurar condições de nutrientes compatíveis
com o bom estado.
Rever todas as licenças existentes para as captações e regulações de caudais, incluindo
barragens e, se necessário, proceder à sua alteração, a fim de garantir que são
compatíveis com os objetivos da DQA.
Melhorar a designação das Massas de Água Fortemente Modificadas e evitar a
designação automática das massas de água a jusante das grandes barragens. Deve ser
desenvolvida uma metodologia para estabelecer um Potencial Ecológico Bom. A sua
aplicação deve ser documentada nos PGBH.
As novas alterações hidromorfológicas, tais como novas instalações hidroelétricas,
devem cumprir os requisitos de isenção do artigo 4.º, n.º 7, e devem ser devidamente
justificadas, em especial no que respeita a avaliação de alternativas, e incluir todas as
medidas de atenuação necessárias.
Considerar e dar prioridade à utilização de infraestruturas verdes e/ou medidas de
retenção natural das águas que ofereçam uma série de benefícios ambientais
(melhorias na qualidade da água, aumento da infiltração de água e, por conseguinte, a
recarga de aquíferos, proteção contra as inundações, conservação de habitat, etc.),
sociais e económicos que podem, em muitos casos, ser mais eficazes em termos de
custos do que a infraestrutura «cinzenta».
Desenvolver plenamente a análise económica da utilização de água, incluindo o
cálculo dos Custos Ambientais e de Recursos, e garantir que a combinação das tarifas
de água e da taxa de recursos hídricos conduziu a uma adequada recuperação dos
custos dos serviços hídricos.
Assegurar que as medidas previstas estão claramente hierarquizadas em termos de
custo/eficácia, quer sejam voluntárias ou obrigatórias, e em termos de financiamento
disponível, explorando a possibilidade de utilizar fundos da UE (por exemplo, os
fundos do PDR, fundos estruturais e de investimento e os projetos integrados LIFE)
para implementar PdM.
Garantir que as alterações climáticas são devidamente consideradas na avaliação de
pressões e do estado das massas de água e que os objetivos da Estratégia Nacional de
Adaptação às Alterações Climáticas são devidamente tidos em conta na conceção dos
PdM.