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1 CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL 8° PLANO BIENAL DOS ORGANISMOS NACIONAIS Brasília, DF, 1985-1986 APRESENTAÇÃO Este plano é fruto de uma permanente colaboração das várias instâncias que estão a serviço da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em nível nacional e regional. A Assembléia da Comissão Nacional de Pastoral levantou, em setembro de 1984, pontos que mereciam maior atenção pastoral. Para esta Comissão convergem também os esforços e contribuições das Comissões Nacionais dos Presbíteros, dos Diáconos, dos Religiosos, dos Institutos Seculares e do Conselho Nacional de Leigos. Os dados foram analisados e completados no Encontro dos Subsecretários Regionais, pelos Assessores e Representantes de Organismos Nacionais e pelos membros do Instituto Nacional de Pastoral. Houve a possibilidade de consultar, em muitos Regionais, os colaboradores mais diretos dos respectivos Secretariados. Durante meses, os membros da Presidência e Comissão Episcopal de Pastoral avaliaram as propostas de programas e projetos, procurando estabelecer critérios de seleção e discernimento pastoral. Entre as conclusões deste lento e trabalhoso processo, temos a constatar que, além do mérito pastoral de cada programa e projeto, importa marcar o valor do próprio processo participativo. Aprende-se a ouvir os outros, a captar as aspirações e clamores do Povo de Deus, a questionar as próprias opiniões e a discernir, à luz da Palavra de Deus, urgências e prioridades pastorais. O 8º Plano Bienal teve como embrião uma série de constatações que emergiram, pouco a pouco, do longo intercâmbio entre os membros ligados ao Secretariado Nacional e Regionais. Entre os desafios maiores sobressaem os jovens, os empobrecidos, o desemprego, as população indígenas, o gravíssimo problema da terra, o menor carente e abandonado. Do ponto de vista da vida eclesial, o mais importante é sempre a missão de evangelizar, confiada por Jesus Cristo à sua Igreja. Esta missão deve ser vivida com amor, entusiasmo, sabendo adequar-se às necessidades dos homens de hoje. Neste sentido, surgiu o anseio de aprofundar a teologia do Povo de Deus à luz da doutrina, principalmente do Vaticano II e dos iluminadores documentos do Magistério Eclesial. Entre os aspectos que requerem maior aprofundamento, lembrou-se a questão da autoridade e obediência e da participação diversificada, mas sempre necessária dos membros do povo de Deus. A este respeito há um crescente interesse para que os leigos descubram a sua vocação e o dever de participar na missão evangelizadora.

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1

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

8° PLANO BIENAL DOS ORGANISMOS NACIONAIS

Brasília, DF, 1985-1986

APRESENTAÇÃO Este plano é fruto de uma permanente colaboração das várias instâncias que estão a serviço da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em nível nacional e regional. A Assembléia da Comissão Nacional de Pastoral levantou, em setembro de 1984, pontos que mereciam maior atenção pastoral. Para esta Comissão convergem também os esforços e contribuições das Comissões Nacionais dos Presbíteros, dos Diáconos, dos Religiosos, dos Institutos Seculares e do Conselho Nacional de Leigos. Os dados foram analisados e completados no Encontro dos Subsecretários Regionais, pelos Assessores e Representantes de Organismos Nacionais e pelos membros do Instituto Nacional de Pastoral. Houve a possibilidade de consultar, em muitos Regionais, os colaboradores mais diretos dos respectivos Secretariados. Durante meses, os membros da Presidência e Comissão Episcopal de Pastoral avaliaram as propostas de programas e projetos, procurando estabelecer critérios de seleção e discernimento pastoral. Entre as conclusões deste lento e trabalhoso processo, temos a constatar que, além do mérito pastoral de cada programa e projeto, importa marcar o valor do próprio processo participativo. Aprende-se a ouvir os outros, a captar as aspirações e clamores do Povo de Deus, a questionar as próprias opiniões e a discernir, à luz da Palavra de Deus, urgências e prioridades pastorais. O 8º Plano Bienal teve como embrião uma série de constatações que emergiram, pouco a pouco, do longo intercâmbio entre os membros ligados ao Secretariado Nacional e Regionais. Entre os desafios maiores sobressaem os jovens, os empobrecidos, o desemprego, as população indígenas, o gravíssimo problema da terra, o menor carente e abandonado. Do ponto de vista da vida eclesial, o mais importante é sempre a missão de evangelizar, confiada por Jesus Cristo à sua Igreja. Esta missão deve ser vivida com amor, entusiasmo, sabendo adequar-se às necessidades dos homens de hoje. Neste sentido, surgiu o anseio de aprofundar a teologia do Povo de Deus à luz da doutrina, principalmente do Vaticano II e dos iluminadores documentos do Magistério Eclesial. Entre os aspectos que requerem maior aprofundamento, lembrou-se a questão da autoridade e obediência e da participação diversificada, mas sempre necessária dos membros do povo de Deus. A este respeito há um crescente interesse para que os leigos descubram a sua vocação e o dever de participar na missão evangelizadora.

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2Sentiu-se, também, a urgência de promover a formação principalmente do clero e dos leigos, constatando-se que os religiosos têm conseguido desenvolver mais as oportunidades de formação permanente. O método participativo tornou-se cada vez mais valorizado e assumido nos vários níveis de vida e atuação eclesial. Por isto, voltou-se a atenção para os lugares onde se exercita, de modo constante, o conhecimento, a fraternidade e a atuação conjunta das comunidades. Assim, os grupos de rua, as comunidades eclesiais de base continuaram merecendo constante solicitude na maior parte das Igrejas particulares. Consideraram-se, também, as dificuldades que surgem da atuação dos movimentos religiosos independentes (seitas), das ideologias radicais e, também, no seio da própria Igreja por parte de alguns movimentos que atuam sem a conveniente integração pastoral. Na elaboração do 8º Plano Bienal há um esforço em privilegiar os Programas denominados “Conjuntos” que devem ser promovidos, na medida do possível, por todos, porque tratam de aspectos que necessitam de maior colaboração para serem realizados. São também a oportunidade de maior entrosamento e participação entre os agentes de pastoral de nível nacional e regional. Os “Programas Conjuntos” são de três tipos: de reflexão, de formação e o de realização de certas ações, que respondem a desafios pastorais de alcance nacional, denominados programas de atuação. A este tipo pertencem, por exemplo, a Campanha da Fraternidade e o Projeto de Co-responsabilidade entre as Igrejas. O segundo grupo de Programas chamados “Específicos” está reunido sob três títulos: O primeiro trata das Linhas ou Dimensões Pastorais, contendo orientações para a ação, Atividades permanentes e projetos. O segundo trata das Situações Pastorais mais importantes, conforme o discernimento de que se falou acima, realizado nas reuniões preparatórias. O terceiro está voltado para o trabalho da Coordenação Nacional, incluindo serviços especiais da Presidência, do Secretariado Geral e da Comissão Episcopal de Pastoral. I. PROGRAMAS CONJUNTOS (PC) PROGRAMA 1: REFLEXÃO (PC-R) Nos diversos encontros realizados durante os anos de 1983 e 1984, percebeu-se a necessidade de a ação evangelizadora da Igreja ser sempre acompanhada duma contínua reflexão. Para fundamentar essa caminhada, a partir dos muitos desafios que se colocam diante dos cristãos, foram selecionados alguns pontos que nesse momento da história da Igreja e da Sociedade necessitariam duma reflexão especial. Entre esses pontos estão: • a dimensão comunitária e participativa da Igreja; • as mudanças políticas e a urgência de transformações estruturais que desafiam a atuação dos cristãos; • a metodologia participativa no processo de planejamento e de ação evangelizadora; • o papel específico do leigo para uma visão mais clara por parte tanto da hierarquia como dos próprios leigos; • a busca de uma forma própria de ser Igreja nos grandes centros urbanos; • os diversos conflitos surgidos devido à multiplicação dos movimentos religiosos independentes (seitas) e sua penetração no meio do povo católico, especialmente entre os pobres e marginalizados.

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3 PROJETO PC-R-1: DIMENSÃO COMUNITÁRIA E PARTICIPATIVA DA IGREJA À LUZ DO VATICANO II, DE MEDELLÍN E DE PUEBLA A conjuntura atual e a adoção de uma metodologia participativa na Igreja do Brasil precisam ser iluminadas com o aprofundamento de questões e problemas eclesiológicos e pastorais e a sistematização da reflexão de forma coerente, em torno de temas, tais como: Teologia do Povo de Deus e da autoridade; relações internas da Igreja no aspecto de participação e co-responsabilidade. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS./PARTIC. Seminário de âmbito restrito para levantamento da problemática e preparação do Encontro amplo sobre a problemática levantada e sistematização da reflexão.

1985 junho 23 a 25 1986

INP (Coord.) Secretariado Geral Assessores Nacionais Subsecretários Regionais Teólogos Leigos Engajados.

PROJETO PC-R-2: MISSÃO DA IGREJA NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO SÓCIO-POLÍTICA DO BRASIL A partir do Vaticano II, Medellín e Puebla, há uma consciência cada vez mais clara da importância da missão da Igreja no mundo: a Igreja é serviço ao mundo. Torna-se necessário desenvolver a forma e a maneira como essa missão deve ser repensada e exercida em função das sempre novas situações que mundo nos apresenta. O momento político atual e projeto duma nova Constituição solicitam a atenção dos cristãos para que possam participar e influenciar nesses acontecimentos dentro das exigências do Evangelho. SISTEMÁTICA PRAZO RESPO

NS./PARTIC.

1ª etapa: Encontro de estudos para identificação e aprofundamento da problemática.

1985 junho 22 a 23

Linha 6: Setor Pastoral Social (Coord.)

2ª etapa: Apresentação e discussão dos resultados em um encontro da presidência e CEP.

outubro Bispos responsáveis pelas diversas pastorais; Membros dessas pastorais (1ª etapa); Presidência e CEP, Assessores Nacion

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4ais (2ª e 3ª etapas).

3ª etapa: Elaboração de subsídios para reflexão e ação.

4ª Trim.

4ª etapa: Implementação da reflexão e ação nos Regionais.

1986 Subsecretários Regionais e Assessores Nacionais (4ª etapa).

PROJETO PC-R-3: METODOLOGIA PARTICIPATIVA REFLEXÃO SOBRE O PLANEJAMENTO NA IGREJA DO BRASIL Tendo em conta a caminhada de planejamento da Igreja no Brasil desde 1962, e os frutos de comunhão e participação nos vários níveis da ação pastoral, torna-se necessário sistematizar uma metodologia participativa para o planejamento pastoral. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS./PARTIC. Encontro para: * levantamento de experiências de planejamento participativo. * a avaliação destas experiência à luz de um marco teórico sobre metodologia participativa * orientações praticas para metodologia participativa da ação pastoral

1985 abril, 23 a 24.

INP (Coordenador) Secretariado Geral Algumas Dioceses Assessores Nacionais Especialistas em planejamento Subsecretários Regionais.

Publicação e divulgação de “Subsídio” para uma metodologia participativa, elaborado a partir dos dados do encontro de abril.

1985 2° Semestre.

PROJETO PC-R-4: LUGAR E ORGANIZAÇÃO DOS LEIGOS NA MISSÃO DA IGREJA NO MUNDO Na hora em que os leigos são chamados de modo especial a preencher seu papel na missão da Igreja no mundo, é preciso clarificar sua função especifica e as condições de sua autonomia no temporal, que constitui seu campo de ação, favorecer sua atenção enquanto “Laicato organizado”, bem como sua articulação com a Pastoral Orgânica. Uma reflexão em vista do Sínodo de 1987 deve ajudar a ter um conhecimento mais claro do lugar dos leigos na missão da Igreja. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS./PARTIC. Encaminhamento nas Reuniões: a) da Equipe preparatória do Sínodo sobre Leigos; b) do Conselho de representantes do CNL; c)da Assembléia da Comissão Nacional de Pastoral.

1985, junho 29 agosto; 20 setembro 20 e 22.

Linha 1: Setor Leigos (Coord) Equipe preparatória do Sínodo sobre Leigos CNL ampliado (representantes regionais)

Identificação de temas e 2° semestre CNP

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5participantes através das Reuniões Regionais (Projeto PE-1-9) e reuniões dos Assessores Nacionais.

Assessores Nacionais

Encontro Nacional. 1986 fevereiro 22 e 23.

PROJETO PC-R-5: PASTORAL URBANA - BUSCA DE UMA FORMA PRÓPRIA DE SER IGREJA NAS GRANDES CIDADES Dentro do Setor Estruturas da Igreja merece uma atenção especial a Pastoral nas Grandes Cidades diante de desafios como: a divisão do trabalho com seus sujeitos; o proletário urbano desempregado (reserva de mão-de-obra); a classe média; a política do urbanismo; as organizações e os movimentos populares, o movimento cultural do povo. Nas grandes cidades está concentrada 70% da população brasileira, aumentando dia a dia, os problemas de solo urbano (invasões), de moradia (cortiços e favelas). O estilo de vida massacrante da cidade influencia profundamente a psicologia das pessoas e sua prática religiosa. Sendo “a missão da Igreja evangelizar pessoas que constróem estruturas sociais, econômicas e políticas, que criam cultura, que trabalham, que têm aspirações, que são sujeitos de direitos e deveres, e agentes de sua própria história” (Diretrizes Gerais..., n.15), requer-se a busca de uma forma própria de ser Igreja nos grandes centros urbanos. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS./PARTIC. Elaboração de um subsídio inicial sob a problemática e desafios para a pastoral nas megalópoles e nas grandes cidades, através de:

Linha1: Setor Estruturas de Igreja

a) organização e encontro de pequeno grupo. b)reflexão conjunta com dimensões da ação pastoral.

1985 2° semestre

Teólogos, pastoralistas, sociólogos e urbanistas; Linha 1 Linha 2 Linha 3 Linha 4 Linha 6

Desencadeamento de um processo de reflexão a partir do subsídio inicial: a) promovendo encontros inter-regionais em vista: * da problemática das megalópoles,

1986 1° Semestre

Representantes de megalópoles: Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

*da problemática das grandes cidades.

2° Semestre Representantes das grandes cidades do nordeste, Representantes das grandes cidades do sul.

PROJETO PC-R-6: REFLEXÃO SOBRE O FENÔMENO NO CRESCIMENTO DOS MOVIMENTOS RELIGIOSOS INDEPENDENTES (SEITAS) NO BRASIL Uma reflexão mais abrangente sobre o fenômeno, com o intuito de oferecer à Igreja no Brasil elementos sólidos para uma resposta pastoral, é urgente, por várias razões:

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6• vários deste movimentos exercem crescente atração sobre grande número de católicos; • sua atuação no ensino religioso e nos MCS tem criado problemas sérios em várias regiões do País; • a transmissão integral da mensagem de Cristo corre perigo, visto que muitos deste movimentos a reduzem a alguns aspectos ou a misturam com doutrinas contrárias à fé; • certos movimentos constituem sério perigo à saúde física e psíquica do povo, ou causam verdadeiros atentados à identidade cultural do mesmo; • a pregação e atuação violentamente anti-católicas e alienantes de muitos destes movimentos enfraquecem a organização e ação do povo pobre e marginalizado; • há indicações de que o crescimento de certos grupos tem implicações políticas; • finalmente, o fenômeno está exigindo da parte da Igreja um sério exame da sua vida e ação, a fim de encontrar os caminhos pastorais mais adaptados à situação. Além destas, podemos ainda citar: • várias Conferências fizeram ou estão fazendo estudos sobre o fenômeno; • o CELAM incluiu o estudo em sua programação; • Secretariado para a Unidade dos Cristãos e demais secretariados, juntamente com o Pontifício Conselho da Cultura estão realizando um estudo. Assim parece que o projeto deve ser realizado em contato com todos estes organismos de Igreja. Sendo o tema de interesse também de outras Igrejas cristãs, tentar-se-á conseguir uma colaboração ecumênica na execução do projeto e até na elaboração definitiva e na coordenação do mesmo. Pensa-se especialmente na colaboração do CONIC, CEDI e ISER. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS./PARTIC. Estudo teórico, com base em literatura disponível.

Biênio Linha 5 (Coord.).

Análise de algumas dioceses. Linha 6: Sondagem em grupos significativos Setor Pastoral Social,

CERIS. Análise de experiências de ação INP. Elaboração de uma síntese pastoral Assessores Nacionais,

Assessores Regionais, Organismos Ecumênicos.

Encontro e/ou Seminário. PROGRAMA 2: FORMAÇÃO - (PC-F) Uma metodologia participativa, embasada numa visão de Igreja segundo o Concílio Vaticano II, pede, a par da co-responsabilidade, a formação dos diversos membros do povo de Deus, para que realizem o mais plenamente possível sua missão específica e complementar. No que diz respeito aos presbíteros, diáconos e religiosos, em nível nacional, a Comissão Nacional do Clero, a Comissão Nacional de Diáconos e a Conferência dos Religiosos do Brasil incumbem-se respectivamente desta tarefa. Permanece a necessidade de prever meios para intensificar a formação dos leigos. Na atual conjuntura, para que se viabilize o processo participativo, é necessário também favorecer a formação de agentes de pastoral com compreensão e domínio da metodologia participativa. É o que se propõe este programa. PROJETO PC-F-1: SUBSÍDIO PARA A FORMAÇÃO DE LEIGOS Diante da situação de deficiência de formação religiosa da parte de muitos leigos engajados, especialmente na linha do ensino social da Igreja, e da necessidade de integrar essa formação com a formação humana, é urgente uma ação conjunta da CNBB

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7(através da atuação das Linhas, em especial da 1,3 e 6, e INP) e do Conselho Nacional de Leigos (CNL), ainda em fase de fortalecimento. Essa ação conjunta visa potenciar instrumentos de formação já existentes e criar novos, que possam ser utilizados também por leigos que não contam com uma assessoria especializada. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS. / PARTIC. Produção de fichas e cadernos. Biênio. Linha 1

Setor Leigos (Coordenação). Produção e/ou divulgação de tapes e outras técnicas de formação a distância.

CNL INP Linha 3 Linha 6 Peritos.

PROJETO PC-F-2: FORMAÇÃO DE ANIMADORES DE PLANEJAMENTO PASTORAL PARTICIPATIVO Nos Encontros Nacionais de Subsecretários Regionais solicitou-se que a CNBB propiciasse condições para um aprofundamento da metodologia participativa no planejamento pastoral, em todos os níveis, através da troca de experiências e da análise das mesmas. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS. / PARTIC. Encontros de Planejamento Pastoral Participativo: a) Inter-Regionais: NE 1, 2.3 e 4 N 1 e 2 CO L 1 e 2 Sul 1,2,3,4 e EO

1985 novembro 7 e 8 Datas a marcar

Equipe especial (Coordenação) INP Equipes Regionais Assessores Nacionais,

b) Nacional: Assessores Nacionais

1986 2° semestre

PROGRAMA 3 - ATUAÇÃO - (PC-A) A organização da CNBB supõe a realização de certas ações, em nível nacional, como resposta a necessidades e desafios pastorais de alcance nacional. Em primeiro lugar, destaca-se a Campanha da Fraternidade que, há mais de 20 anos, vem propondo a reflexão sobre temas da maior relevância para a vida da Igreja e da sociedade. Em segundo lugar, o acompanhamento das atividades que concretizam a co-responsabilidade entre as Igrejas. Há ainda a implementação de Documentos da CNBB para que impregnem toda a ação pastoral da Igreja no Brasil. Indispensável, também, é a ação de criar canais e garantir mecanismos e instrumentos que possibilitem a concretização do processo de planejamento participativo na caminhada da Igreja, no Brasil. PROJETO PC-A-1: CAMPANHA DA FRATERNIDADE A Campanha da Fraternidade, criada em 1964, tornou-se, ao longo destes 20 anos, um privilegiado processo de evangelização nacional durante o período da Quaresma, com uma profunda influência, como fio inspirador e condutor do planejamento pastoral do ano todo. Além disso, a CF passou a ser também um fator de unidade pastoral, aglutinando todas as Igrejas locais do Brasil numa mesma proposta de reflexão e ação, cativando também a simpatia de várias confissões evangélicas que aos poucos assumem a CF em sua ação evangelizadora. Sendo um projeto nacional de tamanha importância, requer um aperfeiçoamento cada vez maior do processo de participação de toda a Igreja em seus diversos níveis e o comprometimento consciente de todas as dimensões ou linhas de ação pastoral.

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8A 23ª Assembléia Geral da CNBB, em abril de 1985, ao realizar a reflexão sobre a ação evangelizadora da Igreja no Brasil, recomendou que se fizesse uma avaliação global da Campanha da Fraternidade para dirimir algumas dificuldades que ainda persistem e, conseqüentemente, procurar meios para torná-la ainda mais eficaz. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS. / PARTIC. a) Atividades habituais Revisão e melhoria do sistema de Coordenação Nacional e Regional em vista da dinamização e da animação da CF, Mudança na sistemática de distribuição e cobrança do material da CF

1985 1° semestre

Secretariado Geral, Assessor Nacional da CF (Coordenação do processo de rotina da CF), juntamente com os animadores regionais da CF e assessores nacionais da CNBB.

Encontro Nacional da CF para: * avaliação da CF-85 * implementação da CF-86 (concurso de músicas e cartazes: elaboração do texto-base e dos subsídios), * primeiros passos para a CF-87 (escolha do tema e do lema; esboço do texto-base para fundamentar os concursos realização do concurso de letras para os cânticos da CF), * coleta e classificação dos subsídios elaborados nas bases

1985 maio 26 a 28.

Conselho Permanente da CNBB (Coordenação da avaliação global da CF), juntamente com os bispos, os subsecretários regionais e animadores regionais da CF, assessores nacionais da CNBB e agentes de pastoral.

Encontro Nacional da CF para: * avaliação da CF-86 e das mudanças propostas em 1985, * implementação da CF-87 (concurso de músicas e cartazes; elaboração do texto-base e dos subsídios), * primeiros passos para a CF-88 (escolha do tema e do lema; esboço do texto-base para fundamentar os concursos, realização dee concurso de letras para os cânticos da CF, * coleta e classificação dos subsídios elaborados na base. b) Atividade especial Levantamento geral da situação de como a CF está sendo vivenciada em todo o Brasil (visitas, encontros e questionário), Análise dos dados do levantamento. Busca dos meios para a melhoria de todo o complexo processo da CF, visando torná-la mais eficaz na consecução de seu objetivo.

1986 maio 25 a 27 1985 agosto (reunião do Conselho Permanente) até 1986 (próxima Assembléia geral da CNBB).

PROJETO PC-A-2: CO-RESPONSABILIDADE ENTRE AS IGREJAS A missão entendida como comunhão e participação recupera sua dimensão comunitária, eclesial, deixando de ser iniciativa de indivíduos ou grupos determinados, tornando-se o fruto da co-responsabilidade entre as Igrejas Nesse sentido é que se desenvolveram

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9atividades como programa “Igrejas-Irmãs” e, posteriormente, numa situação de emergência e projeto de “Interajuda”. Além de facilitar e incentivar uma distribuição melhor de forças vivas, o programa “Igrejas-Irmãs” promove no povo de Deus o autêntico sentido da vocação missionária entre todos os cristãos: leigos, religiosos, religiosas, sacerdotes e seminaristas. Depois de 13 anos do programa “Igrejas-Irmãs” é oportuna uma avaliação de sua caminhada e seus objetivos e necessária se faz, também, uma avaliação do projeto de “Interajuda”, em suas implicações e relação com o programa “Igrejas-Irmãs”. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS. / PARTIC. Reuniões entre os responsáveis do projeto Interajuda” e do programa Igrejas-Irmãs”. Encaminhamento do roteiro de avaliação e análise das respostas.

1985 junho.

Secretario Geral (Coord.) Linha 2 Linha 6: Setor: Pastoral Social - Caritas Linha 2 Linha 6: Setor Pastoral Social - Cáritas e CERIS Bispos.

Encontro nas áreas através dos COMIRES ou do Secretariado Regional

2º sem. e 1986

Subcretários Regionais, Coodernadores Diocesanos de Pastorais.

Encontro Nacional de responsáveis pelo programa “lgrejas-Irmãs”.

Durante AG, CNBB, 1986.

Membros dos COMIRES.

PROJETO PC-A-3: IMPLEMENTAÇÃO DO DOCUMENTO 31 DA CNBB: “NORDESTE, UM DESAFIO À MISSÃO DA IGREJA DO BRASIL” O Nordeste, hoje, é um problema nacional e sua situação é calamitosa e humanamente desesperadora, resultado do pauperismo a que foi reduzido o povo nordestino, vítima de um sistema concentrador de riqueza e, particularmente, da posse da terra. A situação agrava-se durante as secas e as enchentes. Frente a essa realidade de verdadeira miséria e penúria crescente e gritante do povo, a Igreja no Brasil não pode ficar calada. Quer, com os nordestinos, assumir a caminhada de libertação expressa no Documento 31 da CNBB. Apesar da existência de possíveis preconceitos, não se pode esquecer de que a Igreja no Nordeste tem muito a comunicar à Igreja no Brasil. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS. / PARTIC. Divulgação ampla e permanente do Documento 31 e da real situação do povo e da atuação da Igreja através de lançamentos do Documento, discussões em todos os níveis e ambientes possíveis.

Biênio Linha 6: Setor Pastoral Social (Coord.) Conselho Permanente Secretariado Geral, Assessores Nacionais Subsecretários Regionais, Cáritas Brasileira.

Promoção de dias de reflexão nos Regionais, com os assessores nacionais, Organismos Anexos e Secretariados Regionais sobre a realidade do Nordeste

Avaliação, pelo Secretariado Geral, dos compromissos assumidos no Documento 31, n. 113-131).

Avaliação e novo encaminhamento do

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10Projeto de Interajuda e Igrejas-Irmãs, incentivando os contatos de pessoas com a realidade nordestina no intuito de mútuo enriquecimento (em colaboração com o Projeto PC-A-2) Avaliação, com a CRB, da preparação e atuação dos agentes religiosos no Nordeste.

Compromisso efetivo com a Reforma Agrária na perspectiva do Documento. 31, n° 131.

PROJETO PC-A-4: APOIO À ORGANIZAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DOS SECRETARIADOS REGIONAIS A Pastoral Orgânica da Igreja no Brasil depende, em grande parte, da organização e funcionamento dos Secretariados Regionais. O Conselho Permanente, na sessão de junho de 1983, chamava a atenção para a necessidade de dinamização de estruturas e organismos regionais e inter-regionais. Esta é, também, condição para o processo participativo como meio de viabilizar uma ação coordenada em nível nacional. A situação concreta mostra significativa disparidade de recursos e de estruturação entre os Secretariados e, ao mesmo tempo, o desejo de crescimento, através de entreajuda e de apoio do Nacional. Este projeto visa potencializar essa entreajuda e colocar, de forma mais sistemática, o Nacional, quando solicitado, a serviço desse crescimento. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS. / PARTIC. Levantamento da situação real dos Secretariados Regionais a partir de um questionário elaborado pelos Subsecretários Regionais com a colaboração do Secretariado Geral

Biênio. Secretariado geral (Coordenação), Equipe dos Subsecretários Regionais, Secretariados Regionais.

Potenciar o sistema de Assessores fixos para cada Regional.

Colaboração efetiva, em especial, na preparação e execução das Assembléias

Regionais, de acordo com as solicitações de cada Regional.

Dinamizar o intercâmbio entre os Regionais.

PROJETO PC-A-5: ENCAMINHAMENTO DO PROCESSO PARTICIPATIVO PARA A AVALIAÇÃO DO ATUAL QUADRIÊNIO E ELABORAÇÃO DAS DIRETRIZES GERAIS PARA O QUADRIÊNIO SEGUINTE O processo participativo de planejamento precisa ser visto e assumido como um processo sistemático que requer o comprometimento consciente dos vários níveis: É condição, para a continuidade do processo, uma avaliação, a mais ampla possível, do que estão significando as Diretrizes Gerais de Ação Pastoral nos Regionais e nas Dioceses. Como conseqüência, colher-se-ão elementos que permitirão que a Assembléia Geral da CNBB, em 1987, defina as novas Diretrizes com ampla participação das bases. Essa avaliação e esse encaminhamento não podem ser feitos no último momento, mas são fruto de um processo, ele mesmo planejado, o que justifica o projeto. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS. / PARTIC. Organização de uma equipe de coordenação.

1985 agosto. Presidência e CEP (Coordenação)

Elaboração de subsídios e roteiros novembro Conselho Permanente, Equipe dos

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11para avaliação. 23 a 25. Subsecretários Regionais,

Secretariados Regionais, Assessores Nacionais, CNP, INP.

Integração das Dioceses, via Secretariados Regionais.

1986 1º semestre

Síntese dos resultados da avaliação participativa.

1986 2º semestre

Elaboração de subsídios para a Assembléia Geral.

II. PROGRAMAS ESPECÍFICOS (PE) PROGRAMA 1: LINHA 1 - DIMENSÃO COMUNITÁRIA E PARTICIPATIVA (PE-1) “É o Espírito que convoca e reúne seu povo para viver em comunidade, conforme o carisma e a missão que a cada um são concedidos, segundo o dom de Deus” (Diretrizes Gerais, 82). Pela dimensão comunitária e participativa, essencial para a vida de fé, a Igreja no Brasil pretende valorizar todas as vocações, carismas e ministérios do Povo de Deus; criar condições para que tais vocações sejam vividas em crescente comunhão e fazer com que suas estruturas possibilitem plena participação de todos para atingir aquela unidade que é gérmen do Reino e sinal para que o mundo creia. Nessa dimensão incluem-se três setores: 1. Vocações e Ministérios 2. Leigos 3. Estruturas de Igreja SETOR VOCAÇÕES E MINISTÉRIOS • VOCAÇÕES E MINISTÉRIOS ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO Numa Igreja toda ministerial, todos são chamados a assumir algum serviço ou ministério, por fidelidade a Cristo, ao homem e à História. Por isso, cabe à comunidade cristã a tarefa de se responsabilizar pela promoção e amadurecimento de todas as vocações. Entre estas, diante de multidões de “ovelhas sem pastor” marginalizadas da fé e da vida, as vocações ao ministério presbiteral adquirem particular relevância. Conseqüentemente, as casas de formação e seminários têm a ingente tarefa de preparar os futuros padres inseridos na vida da Igreja local, sensíveis às necessidades do povo e com espírito missionário frente às necessidades de outras Igrejas. Também o ministério diaconal começa a se fazer presente e necessário, como aquele sinal sensível e específico do Cristo Servo, para que toda a comunidade se torne cada vez mais servidora de Cristo nos pobres. O Espírito tem suscitado entre nós diversos ministérios confiados aos leigos que, diligentemente preparados, serão capazes de rejuvenescer e reforçar o dinamismo evangelizador da Igreja. Lança-se, enfim, à Igreja, o desafio de valorizar a vocação específica à vida consagrada, em suas diversas formas, como manifestação profética e carismática do Reino, fazendo com que os consagrados se sintam chamados a assumir, segundo seus carismas, postos de vanguarda evangelizadora nas “situações de fronteira”, em favor de todos os homens, preferencialmente, dos mais necessitados.

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12Assim, a participação de todas as vocações, carismas e ministérios na mesma missão de evangelizar fará crescer a unidade da Igreja, fermento de comunhão para toda a sociedade. ATIVIDADES PERMANENTES • Incentivar e aprofundar a compreensão da vocação cristã como dimensão a ser vivenciada nas várias vocações especificas. • Aprofundar o sentido e acompanhar a práxis dos ministérios exercidos pelos leigos, como instrumentos de rejuvenescimento do dinamismo evangelizador da Igreja. • Acompanhar regularmente a Comissão Nacional do Clero (CNC), apoiando sua tarefa de proporcionar elementos para uma vivência de maior participação e comunhão a todos os que vivem a vocação presbiteral. • Acompanhar a Comissão Nacional de Diáconos (CND), apoiando sua tarefa de animar a vocação ao ministério diaconal, sobretudo como animador de comunidades e responsável pela pastoral de áreas especificas. • Colaborar com a CRB e com a CNIS, no âmbito das respectivas conferências, para que a vida consagrada assuma na Igreja a sua vocação específica, como manifestação profética e carismática do Reino. Para isto, que as respectivas conferências, em sintonia com a CNBB, desenvolvam uma programação adequada, procurando animar e dinamizar a vida consagrada e coordenar as atividades que contribuem para tanto. Destaquem-se as iniciativas da CRB junto aos religiosos que se dedicam à pastoral da saúde e com as religiosas de vida contemplativa. • Criar condições para a capacitação adequada dos formadores dos futuros presbíteros, apoiando cursos para formadores de seminários nos Regionais. • Acompanhar, através de contatos e reuniões com formadores, a aplicação das Diretrizes Básicas da Formação Presbiteral nos seminários e institutos de formação. • Implementar, juntamente com a OSIB, os meios de aperfeiçoamento da formação sacerdotal, tais como a atualização do Catálogo dos Seminários e do Cadastro de Professores dos Institutos de Filosofia e de Teologia do Brasil. • Acompanhar e analisar as atividades dos Regionais no campo da promoção e formação vocacional, promovendo o intercâmbio de subsídios e informações, especialmente em preparação aos momentos intensivos de pastoral vocacional. • Desenvolver, sobretudo nas comunidades e grupos jovens, o serviço de pastoral vocacional específica para o presbiterato diocesano. • Promover mais intensamente as vocações presbiterais e de vida consagrada no meio urbano, entre operários, universitários e profissionais liberais. • Promover uma pastoral vocacional em dimensão universal, procurando suscitar vocações missionárias nas comunidades. • Manter fraterno relacionamento com o setor de Vocações e Ministérios do CELAM, bem como com o de outras conferências episcopais, colaborando com suas solicitações e participando de possíveis encontros internacionais. • Colaborar com a Pastoral da Juventude e Universitária, no que se refere à dimensão vocacional.

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13PROJETOS PE-1.1: FORMAÇÃO PARTICIPATIVA NOS SEMINÁRIOS MAIORES A LUZ DAS DIRETRIZES BÁSICAS DA FORMAÇÃO PRESBITERAL (Doc. 30, CNBB)1

Com o aumento das vocações sacerdotais e dos seminários, torna-se urgente uma preparação adequada dos formadores, à luz das Diretrizes Básicas. Estes cursos pretendem criar condições para que os formadores, a partir de suas práticas, possam compreender cada vez melhor a realidade dos jovens formandos, rever a resposta que eles mesmos e os seminários estão proporcionando, através de uma formação participativa que incida na vida comunitária dos seminários e nas próprias atitudes dos formadores. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Grupo de trabalho de trabalho de peritos em formação.

1985 Julho 13 a 24.

Linha 1: Setor Vocações e Ministérios

Curso para Formadores dos diversos Regionais

1986 fevereiro e julho

OSIB

PROJETO PE-1.2: ENCONTRO NACIONAL DE REITORES E 5ª ASSEMBLÉIA DA OSIB Após dois anos de aprovação e implantação da nova “Ratio” brasileira, faz-se necessária uma avaliação dos resultados, tendo em vista o crescimento qualitativo da formação presbiteral. Com a Assembléia da OSIB pretende-se planejar suas atividades para o próximo biênio e eleger a nova diretoria. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Envio de um questionário de avaliação aos Reitores de Seminários.

1986 1º semestre

Linha 1

Encontro Nacional. julho. Setor vocações e Ministérios, OSIB.

PROJETO PE-1.3: EMENTÁRIO PARA OS SEMINÁRIOS MAIORES As solicitações dos Seminários de uma orientação mais detalhada quanto aos currículos de Filosofia e Teologia tornam necessária a elaboração de um Ementário com o programa e bibliografia básica de cada matéria. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Levantamento de dados. 1985 1º

semestre Linha 1 Setor vocações e Ministérios.

Grupo de trabalho. setembro 14 e 15

OSIB.

Publicação. 1986 1º semestre

PROJETO PE-1.4: MINISTÉRIOS DOS LEIGOS NO BRASIL Há anos que não se toma o pulso da caminhada dos ministérios dos leigos em nível nacional. No momento em que se prepara o Sínodo dos leigos, é importante avaliar a consciência ministerial dos leigos e quais as iniciativas de formação para os ministérios. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Levantamento de dados. 1986 1º

semestre Linha 1 Setor Vocações e Ministérios. Setor Leigos. Setor Leigos.

Grupo de trabalho.

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14Relatório final. PROJETO PE-1.5: ENCONTRO DE BISPOS RESPONSÁVEIS PELOS SEMINÁRIOS NOS REGIONAIS Após um plano de aprovação das Diretrizes Básicas, faz-se necessário um acompanhamento da caminhada dos Seminários Maiores do Brasil. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro Nacional. 1985 2º

semestre Linha 1 Setor Vocações e Ministérios.

PROJETO PE-1.6: A PASTORAL VOCACIONAL NO BRASIL: HISTÓRIA E PERSPECTIVAS Importa recuperar as várias etapas da Pastoral Vocacional no Brasil dos últimos 20 anos e oferecer um aprofundamento teológico-pastoral, como subsidio aos agentes de pastoral. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Pesquisa. 1986 Linha 1 Setor Vocações e

Ministérios. Grupo de trabalho. 2º semestre Publicação. • PRESBÍTEROS A programação pastoral dos presbíteros será assumida pela Comissão Nacional do Clero. ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO A Comissão Nacional do Clero, órgão subsidiário da CNBB, há de sempre considerar tarefa sua a animação constante da vida e ministério do presbítero, buscando servir, progressivamente, aos presbíteros da Igreja do Brasil em comunhão com o episcopado. É tarefa sua ainda buscar a encarnação de um novo modo de ser presbítero, dentro de uma Igreja evangélico-libertadora, conforme as “Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil”. O trabalho de animação realiza-se no esforço conjunto de proporcionar elementos para uma vivência de maior participação e comunhão em seus presbitérios, em nível regional e nacional. Sinal de unidade, a Comissão Nacional do Clero deve fortalecer as Comissões Regionais do Clero, guardando, deste modo, fidelidade às bases. Interessa à CNC encontrar caminhos próprios, inclusive de sua sustentação econômica, a fim de que tenha condições de promover os seus objetivos e ser uma voz organizada do clero. A CNC estará atenta a todas as iniciativas no campo da pastoral vocacional, sobretudo no que se refere à formação de presbíteros para a Igreja de hoje. A CNC, existindo para e em função dos irmãos presbíteros, procurará promover o intercâmbio de experiências e subsídios, bem como o aprofundamento de documentos sobre a vida e ministério do presbítero. A CNC deseja intensamente chegar às bases e ajudar a esclarecer mais o lugar do presbítero, extremamente relevante na Igreja. Mas não só, a CNC se propõe numa meta

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15maior, em nível regional e nacional, conduzir sua caminhada até uma necessária Assembléia Nacional de Presbíteros, acompanhando, e concretizando as conclusões daí emanadas. ATIVIDADES PERMANENTES • Assessorar a CEP em assuntos ligados à vida e ministério do presbítero, bem como participar, em nível de CNBB, de todos os encontros abertos à CNC. • Estabelecer o contato permanente entre as Comissões Regionais do Clero (CRCs) e a própria CNC, através de encontros, em diferentes níveis, e relatórios das atividades programadas. • Realizar, duas vezes ao ano, encontros com os membros da CNC, empenhando-se pela presença e participação de todos, levando às bases a reflexão desenvolvida por ocasião desses encontros, desejando ser um instrumento de comunicação de experiências e subsídios de cada Regional. • Acompanhar e apoiar, através das CRCs, os presbíteros em circunstâncias especiais de seu exercício pastoral. • Possibilitar uma permanente formação e atualização do clero, através de cursos, seminários, retiros e encontros especializados. • Agilizar projetos que tenham em vista a melhoria de condições de vida humana do presbítero e incentivar, por todos os meios, a valorização pessoal do presbítero, projetando sempre uma imagem positiva da sua vida e de sua missão. • Contribuir para uma eventual reestruturação dos Conselhos Presbiterais Diocesanos (CPDs), de modo a serem lugar privilegiado de participação e comunhão de todos e espaço para análise de seus problemas, além de respostas às suas legítimas aspirações. • Fundamentar a unidade presbiteral numa espiritualidade que se alimente constantemente da Palavra de Deus e da Eucaristia, exercendo uma verdadeira caridade pastoral, e estimular a formação de grupos de presbíteros, comprometidos com sua realização humana e sacerdotal, em nível pessoal e comunitário. • Realizar encontros, especialmente destinados aos padres jovens, tendo em vista uma plena integração no seio de sua Igreja particular. • Despertar no clero, em decorrência da co-responsabilidade universal com a Igreja, uma espiritualidade missionária que o estimule a interessar-se pela formação integral do futuro presbítero, como também prestar mais atenção à realidade daqueles que deixaram o ministério. PROJETO PE-1.7: ENCONTROS DA COMISSÃO NACIONAL DO CLERO Após a caminhada desencadeada pelo Documento da CNBB, n.º 20, Vida e Ministério do Presbítero, aparece como relevante a necessidade de a Comissão Nacional do Clero continuar a reflexão, ali iniciada, e buscar caminhos próprios e concretos para o fortalecimento dos presbitérios em suas Igrejas. Assim sendo, estaremos propiciando aos nossos presbíteros: maior realização pessoal em sua vocação, maior participação e comunhão em seus presbitérios e um esforço comum de assumir em unidade a missão da Igreja. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro dos membros da CNC, durante as Assembléias dos Bispos em Itaici.

1985 e 1986. LINHA 1 Setor Vocações e Ministérios CNC CRCs.

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16Encontro Nacional de Presbíteros, com a participação de todas as dioceses do Brasil

1985 outubro 21 a 25.

Encontro anual, promovido pela CNC, com a participação de outros presbíteros, para a coleta das reflexões das CRCs, avaliação, divulgação das conclusões e elaboração das atividades anuais da CNC.

1986.

• SETOR LEIGOS ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO Na realidade concreta de hoje, uma pastoral dos leigos preocupada com o engajamento do dinamismo da fé dos cristãos na transformação de uma sociedade cada vez mais injusta, desumana e opressiva não pode limitar-se à sensibilização das consciências para com as exigências evangélicas do Reino de Deus, a realizar-se em Cristo. Parece evidente que esta mentalização ou evangelização colocará os cristãos em posição de desacordo e de recusa em relação à sociedade, mas sem que por isso se empenhem na transformação de um mundo que se apresenta cada dia mais complexo e estruturado e diante do qual o indivíduo se encontra desarmado. Um questionamento se coloca em relação a essa pastoral: a transformação do mundo e da sociedade construídos como estruturas ou instituições articuladas entre si e como subsistemas de um sistema global não pede uma pastoral dos leigos concebida, ela também, de modo estrutural? Transformar um mundo estruturado não pede certo tipo de ação de grupos cristãos nas diversas instituições que operam na sociedade? Não basta denunciar por conta própria, ou ao lado da hierarquia, que já o está fazendo, os mecanismos do sistema vigente ou elaborar modelos alternativos, se cada um, na sua vida profissional, continua sua prática sem revisá-la nem modificá-la. Procedendo assim ela está perpetuando e até reforçando um sistema social, político e econômico que denuncia em palavras. Em todas as organizações e instituições do Brasil atual não faltam cristãos: mas estes, cristãos praticantes e, às vezes, membros de grupos que os despertam para a crítica social, continuam “ganhando a sua vida” sem pensar onde exercem sua atividade, sem abrir brechas nos mecanismos criados da injustiça e da opressão. Não será preciso descobrir estes cristãos e encaminhá-los para a revisão de sua vida numa autocrítica lúcida de suas próprias práticas, que de fato favorecem a desigualdade, a eliminação dos mais pobres e a dominação dos mais desamparados? Esta ação evangelizadora a desenvolver supõe que os leigos, já conscientes e organizados, se encontrem também regularmente não só como movimentos, mas como organismo que deve ser seu lugar de diálogo e de reflexão: o Conselho Nacional dos Leigos. Ela supõe também que se ofereça aos leigos os meios de assegurar sua formação social, econômica, política e, evidentemente, sua formação doutrinal. Sem esta formação doutrinal, corolário de uma conversão pessoal, a ação evangelizadora correria o risco de reduzir-se a mero ativismo sócio-político. A formação a dar, a partir da vida e da ação, deverá, na medida do possível, contemplar as dimensões da ação pastoral explicitadas nas Diretrizes Gerais.

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17ATIVIDADES PERMANENTES • Estudar junto com os leigos as Diretrizes Gerais propostas para o quadriênio a fim de que suas atividades sejam orientadas em conformidade com o objetivo geral e as dimensões da ação pastoral. • Estudar as possibilidades e modalidades de participação dos leigos nos organismos intra-eclesiais e na pastoral orgânica em seus níveis regional, diocesano e paroquial. • Ajudar o Conselho Nacional dos Leigos a se estruturar para que se transforme num órgão capaz de assumir as iniciativas e responsabilidades próprias da missão do leigo. • Colaborar com os leigos no aprofundamento da compreensão e vivência de sua vocação específica. • Estudar com eles as modalidades de uma participação mais ativa, permanente e efetiva na Comissão Nacional de Pastoral. • Continuar os esforços empreendidos para que os leigos se organizem nos níveis regional e diocesano e estejam presentes nas instâncias pastorais correspondentes. • Manter presença, de acordo com os movimentos, em reuniões nacionais deliberativas, tais como Assembléias e Conselhos. • Acompanhar as iniciativas e projetos determinados para a preparação do Sínodo de 1986. PROJETOS PROJETO-PE-1-8: REUNIÃO DA EQUIPE PREPARATÓRIA DO SÍNODO SOBRE LEIGOS A preparação do Sínodo de 1987 requer a participação dos leigos na reflexão sobre sua atuação na Igreja e no mundo. A reunião deve determinar os passos a serem feitos na preparação do Sínodo e articular os projetos do Setor, neste biênio, com esta preparação. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reunião com a equipe eleita na Assembléia do CNL, outros leigos convidados e Assessores da CNBB.

1985 março 23 e 24.

Linha 1 Setor Leigo CNL.

PROJETO-PE-1-9: II ENCONTRO DE COORDENADORES E ASSISTENTES DE MOVIMENTOS ORGANIZADOS Este encontro responde a uma decisão tomada pelos participantes do 1º Encontro realizado em 1984. Os resultados que decorreram deste encontro demonstraram que é um meio válido para intercambiar experiências e favorecer o conhecimento mútuo, condição para uma melhor articulação dos próprios movimentos dentro do CNL, que deve se tornar o órgão de expressão dos leigos. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Motivação, através de cartas. 1985. Linha 1: Setor Leigos CNL. Pedido antecipado de informes de cada movimento.

Pedido de sugestões para organização do Encontro

Realização do Encontro para elaboração de pistas para ação comum.

novembro.

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18 PROJETO-PE -1-10: ENCONTROS REGIONAIS SOBRE A PRESENÇA DO LEIGO NA IGREJA HOJE - EXPLICITAÇÃO DO CONTEÚDO “FÉ E VIDA” Torna-se necessário uma melhor identificação das diversas modalidades de engajamento do leigo no mundo, para chegar a uma articulação válida em nível nacional. A articulação nacional tem sentido se os leigos forem igualmente organizados em nível diocesano, ocupando seu lugar nos organismos intra-eclesiais (Conselhos Pastorais, Conselhos Regionais e Diocesanos de Leigos etc...)2. O projeto deve igualmente permitir uma maior participação na preparação do Sínodo de 87. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reuniões por regiões agrupando os regionais da CNBB com a maior representatividade possível dos leigos de todas as dioceses

Biênio Data a marcar.

Linha 1 Setor Leigos CNL Colaboração dos Regionais.

Curitiba: S1, S 2, S 3, S4 e EO Fortaleza: NE 1,2,3 e 4 Santarém: N 1 e 2 Belo Horizonte: L 1, L 2 e CO Participantes: Mínimo leigo por diocese Representantes de Regionais da CNBB (bispos ou padres) na qualidade de observadores. Representantes do Setor Leigos da CNBB na qualidade de assessores.

• SETOR ESTRUTURAS DE IGREJA ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO As Comunidades Eclesiais de Base representam, na Igreja do Brasil, o ponto de atração, o objetivo mais visado, o campo onde os maiores esforços têm sido despendidos nos últimos anos. A grande influência das CEBs não está prevalentemente em seu número, e sim no que representam como promessa para todos: pastores, agentes de pastoral, fiéis batizados que sonham com uma nova maneira de ser Igreja, semelhante à que os bispos visualizaram em Puebla (n.273)3. Essa promessa já está sendo realidade, sobretudo entre as camadas mais pobres da população, que têm encontrado nas CEBs um espaço inusitado de presença e atuação eclesial. As CEBs também exercem grande influência por seu potencial crítico frente às estruturas pastorais mais lentas e acomodadas, criticam a impessoalidade e a burocracia das grandes estruturas, a fé desencarnada da vida e separada da História, o cristianismo acomodado e passivo. Na dimensão sócio-política da evangelização, onde estariam situados os maiores riscos de desvios e tensões, as CEBs têm encontrado na própria Igreja e no magistério dos bispos os canais de sua vivência. O mesmo empenho se verifica na luta pela justiça e na libertação integral do homem. Há necessidade, contudo, de se dar um passo além, nessa nova maneira de ser Igreja, diante dos movimentos e organizações populares, terra e reforma agrária, sindicalismo, política partidária, massa popular e o papel dos agentes de pastoral. Dentro do Setor Estruturas de Igreja, outro ponto que merece uma atenção especial é a Pastoral das Grandes Cidades que, dada a sua complexidade e importância, exige uma ação unificada das diversas Linhas de Pastoral e por isso constitui tema de um Projeto Conjunto (cf. Projeto PC-R.5).

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19 ATIVIDADES PERMANENTES • Acompanhar os Encontros e as Assembléias Regionais de CEBs, observando os seguintes pontos: CEBs e a dimensão sócio-política da evangelização, CEBs e os movimentos e as organizações populares, o papel do ministério hierárquico na coordenação das CEBs. • Acompanhar a preparação e participar no 6º Encontro Intereclesial de Base. • Assessorar encontros de CEBs, quando solicitados. • Participar em encontros sobre temas relacionados com as CEBs. PROJETOS PROJETO-PE- 1-11: PARTICIPAÇÃO NO 6º ENCONTRO INTERECLESIAL DE BASE Os encontros intereclesiais de base são uma manifestação da vitalidade das CEBs. É de suma importância a presença e o acompanhamento dos mesmos. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Participação no 6º Encontro Intereclesial, e em Goiânia.

1986 julho. Linha 1: Setor Estruturas de Igreja.

PROJETO-PE-1-12: COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE NOS CENTROS URBANOS No acompanhamento da situação das Comunidades Eclesiais de Base interessa conhecer as experiências desta nova forma de ser Igreja na cidade. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Pesquisa da existência de experiência de CEBs no centro e bairros residenciais não periféricos dos grandes centros urbanos, através dos Regionais.

Biênio Linha 1 Setor Estrutura de Igreja.

PROGRAMA 2: LINHA 2 - DIMENSÃO MISSIONÁRIA (PE-2) “É o Espírito quem faz do Povo da Deus um povo que proclama a Palavra e oferece a toda a humanidade as dons de sua fé e pertença eclesial” (Diretrizes Gerais, 83). ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO Sendo a Igreja missionária por natureza, toda a atividade pastoral deve ser penetrada pela dimensão missionária. Todo o Povo de Deus é enviado para anunciar a Boa Nova a todas as nações, assumindo um compromisso especial com as regiões e situações mais carentes, dentro e fora do País, e com aqueles Povos e Grupos onde o Reino ainda não foi suficientemente proclamado. Assim, é tarefa da Linha 2: • contribuir para que a Igreja no Brasil, nos seus vários níveis e nas diferentes dimensões da sua atividade, mantenha viva a consciência de que Cristo é o único Salvador, razão última da nossa esperança e de toda a nossa ação; • alertar sobre as raízes, inclusive mundiais, dos males da opressão de que sofre o nosso povo, impedindo o Reino, bem como sobre manifestações locais do mistério da

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20iniqüidade, espalhados no mundo inteiro, que criam sistemas injustos de dependência política, econômica e cultural; • favorecer o conhecimento e os contatos entre as comunidades da Igreja do Brasil, mantendo vivo o dever de criar novas comunidades; • despertar para a urgência do envio além de suas fronteiras, “Ad Gentes”; • incentivar a abertura missionária das CEBs para que não limitem sua ação aos problemas locais e imediatos; • ajudar as paróquias, as dioceses e regiões, a se tornarem, cada vez mais, centros de serviço e de coordenação para manter viva e eficaz a fraternidade com todas as Igrejas e a solidariedade com outros povos; • estimular os Institutos Missionários para que, fiéis ao seu carisma “Ad Gentes”, ajudem a Igreja local a sentir profundamente a vocação universal que está nela e a produzir frutos de ações concretas. ATIVIDADES PERMANENTES • Animar a ação missionária da Igreja no Brasil, nas dimensões interna e externa, promovendo e apoiando centros locais e regionais de animação missionária, participando de encontros e preparando subsídios, inclusive para os Meios de Comunicação Social. • Estimular e acompanhar o programa “Igrejas-Irmãs” e todas as demais formas de cooperação intereclesial. • Articular, através do SCAI – Serviço de Cooperação Apostólica Internacional – o processo de entrada dos missionários estrangeiros que pretendam trabalhar no Brasil, acompanhando as etapas sucessivas até a permanência definitiva. Articular, também, o processo de saída dos missionários brasileiros destinados a trabalhar fora do País. • Manter contatos com os missionários brasileiros que trabalham em outros países. • Organizar, por meio do CENFI - Centro de Formação Intercultural, cursos de: a) formação contínua para os missionários brasileiros e estrangeiros que aqui trabalham; b) preparação para os missionários brasileiros que se destinam a trabalhar fora de sua Igreja particular, dentro ou fora do País: c) primeira aculturação para os missionários estrangeiros que vêm trabalhar no Brasil. • Articular e incentivar, através do COMINA, os institutos e organismos missionários existentes no País. • Acompanhar os institutos que preparam missionários para o exterior, a fim de que a formação e o envio aconteçam em comunhão com a Igreja no Brasil. • Promover Intercâmbio de experiências pastorais e troca de informações especialmente com as Igrejas da América Latina e África, em vista de uma comunhão intereclesial mais intensa. • Sensibilizar para a dimensão missionária a Igreja no Brasil, através da Campanha Missionária do mês de outubro, com a participação do COMINA e em colaboração com as PP.OO.MM. • Incentivar a criação de um departamento de Missiologia, ligado a uma Faculdade de Teologia.

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21PROJETOS PROJETO-PE-2-1: ARTICULAÇÃO DOS INSTITUTOS, ORGANISMOS E MOVIMENTOS MISSIONÁRIOS Este projeto visa incentivar os organismos missionários para uma ação conjunta, à luz das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil, e com eles avaliar e planejar as iniciativas na área da ação e animação missionária, nas dimensões internas e externas. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reuniões do COMINA. 1985

dezembro 03 a 06

Encontros Regionais responsáveis pela ação e animação missionária das dioceses.

Biênio Linha 2. COMINA e/ou COMIRES

PROJETO-PE-2-2: APROFUNDAMENTO DA TEOLOGIA MISSIONÁRIA, PARA TORNAR MAIS CLARO O SENTIDO DA MISSÃO, HOJE, A PARTIR DA REALIDADE DE IGREJA NO BRASIL Nos encontros e cursos que a Linha 2 vêm promovendo nos últimos anos, têm surgido algumas questões que permanecem abertas. Sente-se a necessidade de aprofundar esses aspectos da teologia missionária para tornar mais claro o sentido da missão no contexto social e eclesial do País. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontros da Equipe de Reflexão 1985 fevereiro 25

abril 25 agosto 25 dezembro.

Linha 2.

PROJETO-PE-2-3: ARTICULAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELOS GRUPOS MISSIONÁRIOS ESTRANGEIROS QUE TRABALHAM NO BRASIL A presença de missionários inseridos na ação pastoral é um dado significativo, justificando toda iniciativa que vise articular os grupos e unir as forças para uma atuação conjunta. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontros com os responsáveis dos grupos.

1985 outubro 22 e 23.

Linha 2.

PROJETO-PE-2-4: ARTICULAÇÃO DOS GRUPOS DE MISSIONÁRIOS LEIGOS Nos últimos dois anos tem-se verificado crescente surgimento de grupos missionários leigos. A Linha 2 prestará, neste biênio, um serviço no sentido de articular esses grupos e estudar com eles modalidades mais viáveis de preparação para o trabalho missionário. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontros de formação para missionários leigos, em nível regional e/ou nacional.

1985 novembro 15 a 17 1986 datas a marcar.

Linha 2 Regionais.

PROJETO-PE-2-5: REFLEXÃO TEOLÓGICA SOBRE A MISSÃO HOJE Diante da Celebração do V.º Centenário, proposta pelo CELAM, julga-se importante aprofundar a questão da missão, procurando fazer uma avaliação, discutir as questões

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22abertas e as saídas no campo da evangelização, no enfoque pluridisciplinar, mas com acento específico na teologia missionária. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Semana de estudos teológicos sobre a missão, hoje, com os seguintes temas: encarnação e salvação.

1985 outubro 14 a 19.

Linha 2.

Encontro para representantes de institutos missionários, movimentos missionários leigos e outras pessoas interessadas.

1986 outubro 14 a 17.

Equipe de Reflexão da Linha 2.

PROGRAMA 3: LINHA 3 - DIMENSÃO CATEQUÉTICA (PE-3) “É o Espírito quem faz crescer continuamente o Povo de Deus, mediante o aprofundamento e a vivenda permanente na fé, e o ensina a ler os acontecimentos cotidianos à luz da palavra e da vida de Jesus Cristo” (Diretrizes Gerais, 84). ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO A terceira dimensão da vida cristã e, portanto, da Ação Pastoral da Igreja, é a CATEQUÉTICA. Sua importância é fundamental, visto que “sempre mais se impõem uma educação permanente da fé que acompanhe o homem por toda a vida e se integre em seu crescimento global” (Catequese Renovada, 129)4, e visto também que “se a catequese for bem feita nas Igrejas locais, tudo o mais será feito com a maior facilidade” (CT, 63)5. Consciente disso, João Paulo II veementemente insiste para que se estabeleça por toda a parte uma “organização adaptada e eficaz que empenhe na atividade catequética as pessoas, os meios e os instrumentos e também os recursos financeiros necessários” (CT, 63)6, de modo “a suscitar e a alimentar uma verdadeira paixão pela catequese” (CT, 63)7. Dentro desse espírito, a CNBB aprovou e publicou o documento Catequese Renovada, Orientações e Conteúdo (Doc. da CNBB n.26), que passa a constituir, com os demais documentos sobre o assunto, referência e parâmetro necessário para a catequese no Brasil. Enraizado na Palavra de Deus, na tradição, na História e nas necessidades do mundo atual, este documento estabelece um novo conceito e alcance da catequese como um processo de educação comunitária, permanente, progressiva, ordenada, orgânica e sistemática da fé”, tendo como finalidade “a maturidade da fé, num compromisso pessoal e comunitário de libertação integral, que deve acontecer já aqui e culminar na vida eterna feliz” (CR, 318)8. Esta catequese realiza-se por uma “Interação (um relacionamento mútuo e eficaz) entre a experiência de vida e a formulação da fé; entre a vivência atual e o dado da tradição” (CR, 113)9, assumindo “as situações históricas e as aspirações autenticamente humanas” como parte indispensável do seu conteúdo (CR, 74; cf. Medellín, Cat. 6)10

Há um florescer esperançoso da catequese em nosso País, de alguns anos para cá, reforçado pelo processo participativo utilizado para a elaboração do documento de catequese. Importa integrar, na pastoral orgânica, o movimento catequético que está se articulando nas paróquias, dioceses, regionais, nos grupos e movimentos, nas escolas católicas e públicas, nas CEBs, nos institutos e escolas de teologia e/ou ciências religiosas, catequéticas e nos meios de comunicação. A formação continuada de catequistas, a atenção à catequese especial, o esforço para que todas as instâncias de pastoral assumam a catequese, em nível nacional, além de procurar quase renovada polarizarão os trabalhos da linha 3 estar presente às solicitações dos Regionais e de outros organismos diretamente ligados à animação catequética. ATIVIDADES PERMANENTES

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23 • Acompanhar a divulgação, o estudo e a operacionalização do Documento “Catequese Renovada, Orientações e Conteúdo” (Documento da CNBB n.26 – Ed. Paulinas) prevendo uma avaliação em fins de 1986. • Apoiar as Coordenações Regionais de Catequese: contatos permanentes: cartas, circulares, boletins, subsídios, visitas, presença nas programações catequéticas, intercâmbio entre os Regionais. • Dinamizar o “GRECAT” (Grupo de Reflexão de Catequese - CNBB) como assessoria especial à Linha 3, principalmente para a reflexão crítica sobre a caminhada da Catequese Renovada. • Dinamizar o “GRERE” (Grupo de Reflexão sobre Ensino Religioso Escolar) tanto das Escolas da rede oficial de ensino como da particular, para acompanhamento, reflexão, troca de experiência, análise de textos, promoção de Seminários, fornecimento de orientações etc. • Dinamizar o “GRECAT-DA” (Grupo de Reflexão de Catequese com Deficientes Auditivos e o GREGAT-DM (Grupo de Reflexão de Catequese com Deficientes Mentais): levantamento de situação, estudo, intercâmbio, promoção de encontros e seminários. • Acompanhar, apoiar os diversos movimentos de Pastoral Bíblia do Brasil, articulando-os com as Diretrizes Gerais da Ação Pastoral, a Catequese Renovada e orientações do CELAM-FEBICAM. • Participar, quanto possível, dos projetos do Departamento de Catequese (DIECAT) do CELAM e do Conselho Internacional de Catequese (CIC) da Sé Apostólica. • Empenhar-se mais na articulação com as outras Assessorias da CNBB para um trabalho de maior integração especialmente com Liturgia, Ecumenismo, Comunicação, Vocações, Ministérios, Educação, Juventude e Pastoral Social. • Investir de modo especial na atualização catequética do clero e na formação em Catequese e em Ensino Religioso Escolar de seminaristas e estudantes de congregações religiosas. • Dinamizar a celebração do Dia do Catequista com fornecimento de subsídios para reflexão e celebração. • Incrementar a produção e distribuição de subsídios catequéticos sobretudo em linguagem popular, segundo os critérios da catequese renovada. • Integrar a reflexão que se está fazendo no Brasil sobre os santuários e a religiosidade popular, ressaltando os aspectos catequéticos presentes. • Levantar dados, articular experiências e refletir sobre catequese com menores abandonados, anciãos, enfermos e outras situações (cf. CR, 143)11. • Colaborar nos Cursos, Escolas e Institutos de Catequese, articulando experiências, currículos, professores e estágios etc. • Realizar intercâmbio e reflexão sobre Catequese Familiar para incrementar esse processo catequético no Brasil. • Participar da reflexão e das experiências sobre Evangelização, através dos MCS e MC grupal, sobretudo de índole popular.

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24• Colaborar em revistas especializadas de Catequese e Pastoral com artigos, notícias, informações, entrevistas etc. • Colaborar na regulamentação e adaptação, para o Brasil, do “Rito da Iniciação Cristã dos Adultos” com subsídios catequéticos apropriados. • Subsidiar a renovação da catequese paroquial para que assuma a “Catequese permanente, progressiva e orgânica” interligando os sacramentos, não parando na primeira Eucaristia. • Colaborar na elaboração dos subsídios da Campanha da Fraternidade, Natal em Família, mês das Missões etc. PROJETOS PROJETO-PE-3-1: ENSINO RELIGIOSO NA ESCOLA CATÓLICA, NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO DA FÉ A reflexão sobre a especificidade do ENSINO RELIGIOSO ESCOLAR, motivada pelo n.º 125 do Documento “Catequese Renovada” e pelo estudo sobre pastoral da Educação coordenada pela Linha 6: Setor Educação, bem como a reflexão da AEC sobre renovação da Escola Católica está levantando alguns sérios questionamentos quanto ao que se faz na Escola Católica em termos de Educação da Fé e, neste contexto, o como se situa o ENSINO RELIGIOSO quanto ao objetivo, conteúdo, metodologia, relacionamento com a Catequese que é feita na Comunidade de Fé e Culto e na família e com o todo da Escola Católica que deve se organizar em função da Educação da Fé. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Consulta às bases 1985 maio e

junho. Linha 3

Encontro Nacional com 3 representantes de cada seção da AEC.

1985 julho, 3 a 7.

Linha 6

Continuação do processo de reflexão nos Estados com apoio do Nacional.

1986 2º semestre

Setor Educação AEC Nacional.

PROJETO-PE-3-2: A CAMINHADA DA CATEQUESE NO BRASIL Cada dois anos, a Linha 3 realiza um Encontro Nacional com os Coordenadores Regionais de Catequese e alguns convidados especiais. Este evento dá prioridade ao intercâmbio entre os participantes e fornece à CNBB uma panorâmica sobre o caminhar da catequese no Brasil, ao mesmo tempo que reflete sobre um aspecto previamente escolhido e preparado. Duas motivações novas existem para o Encontro de 1985: o acompanhamento da “operacionalização do Documento Catequese Renovada”, estudado no Encontro de 1983 e a preparação para a Semana Brasileira de Catequese no segundo semestre de 1986. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Consulta às bases 1985 1º semestre Linha 3 Elaboração, envio, estudo de subsídios.

agosto 15 a 18.

Encontro. Relatório. PROJETO-PE-3-3: CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO E ANALISE DE TEXTOS CATEQUÉTICOS Dos pedidos de assessoria que mais chegam à Linha 3, além de cursos, seminários e presença em Assembléias Catequéticas dos Regionais, avultam os referentes a

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25orientações sobre Manuais de Catequese de acordo com o Documento Catequese Renovada. Mais que produzir os referidos manuais ou indicar os mais adaptados é tarefa da Linha 3 traçar alguns critérios para a elaboração e análise dos manuais. Este estudo, feito com apoio do Grupo de Reflexão de Catequese e consulta às bases, será apresentado à Presidência e CEP e, possivelmente, poderá constar na coletânea “Estudos da CNBB”. A Linha 3 estará atenta a outras necessidades nesta linha e, se necessário for, realizará algum outro estudo neste mesmo estilo. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Grupo de Trabalho (esboço 1). 1985 abril e junho. Linha 3 com apoio do

GRECAT. Grupo de Reflexão de Catequese da CNBB (estudo 1).

2º semestre 1986

Consulta às bases 1º semestre Grupo de Trabalho e GRFCAT 2º semestre Presidência e CEP Publicação PROJETO-PE-3-4: PARTICIPAÇÃO EM PROJETOS DE CATEQUESE DO DECAT-CELAM Após ampla consulta aos diversos países da América Latina sobre as principais necessidades da catequese no continente, o CELAM, através de seu Departamento de Catequese, elaborou, para o quadriênio 1983-1986, vários e importantes projetos. Em comunhão e participação, a Linha 3 continuará participando destes projetos, de diversos modos, conforme a índole de cada um, ou seja, com a produção de documentos, colaboração em grupos de trabalho, participação em seminários etc. Além de colaborar na obtenção dos objetivos próprios desses projetos do CELAM, a Linha 3 procurará fazer com que, segundo o caso, tenham a devida repercussão no Brasil. SITEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reflexão sobre os Documentos de consulta enviados pelo CELAM

biênio DECAT Linha 3

Participação em seminários: 1985 – junho 17 a 21 * Catequese Familiar (Chile),

* Pastoral Bíblica na América Latina (Colômbia),

Julho 21 a 27

* Catequese e CEB (Brasil) 1985 outubro 14 a 18

* Catequese e Liturgia, 1986 * Catequese e Audiovisual. 1986 Comunicação dos resultados. Após cada encontro. Realização de trabalhos semelhantes no Brasil.

Biênio.

PROJETO-PE-3-5: CATEQUESE COM DEFICIENTES MENTAIS No vasto campo do mundo dos pobres, há várias categorias ainda bastante esquecidas pela catequese. Uma delas é a do deficiente, especialmente auditivo, visual e mental. Sabemos que há pessoas isoladas dedicando-se com zelo a buscar caminhos de catequese especial com estes deficientes. A CNBB, no 7º Plano Bienal, deu atenção à Catequese de Deficiente Auditivo com um projeto realizado em janeiro de 1985 que desencadeou uma organização nacional específica. Neste próximo biênio, a Linha 3

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26procurará impulsionar recursos humanos e financeiros para atender à algumas necessidades básicas da Catequese com Deficientes Mentais, sobretudo articulando as iniciativas existentes nesta área. SITEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Criação de grupos de trabalho. 1985 2° semestre Linha 3 AEC

Movimento “Fé e Luz” Entidade que realizam pastoral com deficientes mentais.

Levantamento da situação. 1986 2° semestre Seminário nacional Final do 1° semestre Relatório PROJETO-PE-3-6: ENCONTRO NACIONAL DE COORDENADORES ESTADUAIS DE ENSINO RELIGIOSO ESCOLAR DA REDE OFICIAL DE ENSINO A CNBB, desde a implantação da Lei 5692/71, têm dado oportunidade a uma permanente reflexão sobre o Ensino Religioso Escolar (ERE) especialmente na rede oficial de Ensino. Publicou em 1974, um alentado estudo sobre o assunto (cf. Estudos da CNBB n.14)12. Organizou de dois em dois anos, um Encontro Nacional de Coordenadores Estaduais de Ensino Religioso Escolar. Os temas até agora trabalhados foram: a) Finalidade e Organização do ERE; b) o Professor de ERE: missão, preparação e situação legal; c) o Específico do Ensino Religioso Escolar em confronto com a Catequese na Comunidade. Visando dar continuidade à reflexão, à avaliação do. processo, troca de experiência e a responder a novas exigências do ERE a partir da realidade, realizar-se-á, em 1986, mais um Encontro Nacional de Coordenadores Estaduais de ERE. E como foi resolvido no último Encontro, em junho de 1984, em preparação do próximo, cada Estado ou Região realizará encontros e seminários com os professores de ERE sobre a temática estudada em 1984 e que consta na Revista de Catequese n.° 28/84. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Grupo de Trabalho. 1985 agosto Linha 3 Linha 6: Setor Educação

AEC Grupo de Trabalho Consulta às bases. Realização do Seminário.

2° semestre 1986 maio junho 29 a 06

Relatório. PROJETO-PE-3-7: PESQUISA SOBRE O ENSINO RELIGIOSO ESCOLAR NAS ESCOLAS DA REDE OFICIAL DE ENSINO O novo Código de Direito Canônico prescreve no cânon 804: “Compete à Conferência dos Bispos traçar 'normas gerais' sobre a formação e educação religiosa católica que se ministra em quaisquer escolas”. Há anos a CNBB vem acompanhando de perto as regulamentações estaduais dá lei 5692/71, artigo 7º Publicou, em 1976, um amplo estudo da questão como se encontrava na época (Col. Estudos da CNBB n.14: “Educação Religiosa nas Escolas” Ed. Paulinas)13. Ao completar dez anos deste trabalho, sente-se a necessidade, também em vista do cânon 804, de tomar conhecimento da realidade neste campo, refletir sobre a situação e atualizar as orientações gerais então elaboradas. Importa, portanto, fazer um estudo comparado das regulamentações estaduais atual mente em vigor; levantar o parecer dos Bispos a partir das orientações por eles traçadas em suas dioceses ou regionais; saber o que se faz para a formação dos professores de ensino religioso; avaliar os textos em uso para o ensino religioso; captar parecer de pais, alunos, professores e autoridades em educação. SISTEMÁTICA: PRAZO: RESPONSÁVEL: Nomeação de grupo de trabalho:

Biênio Linha 3 AEC.

Articulação com o CERIS e o Linha 6 Setor Educação CERIS

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27Ministério da Educação. Realização de levantamentos, tabulação e interpretação dos mesmos.

Elaboração de 'Normas Gerais' da CNBB para o ERE com ampla consulta.

Divulgação dos diversos estudos e das 'Normas Gerais'.

Continuidade do processo de acompanhamento e reflexão sobre a questão, nas bases

PROJETO-PE-3-8: SEMANA BRASILEIRA DE CATEQUESE Nesta gestão da CNBB (1983-1986) que teve em seu início a aprovação e o lançamento do Documento “Catequese Renovada”, a Linha 3 se aplicou em operacionalizá-la em todo o Brasil. Torna-se necessário, após 4 anos deste amplo trabalho, realizar uma avaliação e ao mesmo tempo providenciar instâncias que possam dar garantia de continuidade do processo de renovação da catequese, nos próximos anos. Neste sentido, um Congresso Catequético, reunindo os principais mentores e dinamizadores da Catequese Renovada nestes últimos anos, será uma privilegiada ocasião para realizar estes objetivos. Ao mesmo tempo, dará oportunidade para troca de experiências, o intercâmbio e sobretudo a tomada de posição frente a novos desafios que a realidade apresenta à catequese. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Grupo de Trabalho. 1985 agosto. Linha 3 Grupo de Trabalho. Consulta aos Regionais e Dioceses Circulares de Orientação..

2º sem. e 1986 1º semestre

Congressos Diocesanos Regionais.

1986 1º semestre

Semana de Catequese. 1986 outubro 13 a 18.

Publicação de relatório ou livro.

Logo após a realização da Semana de Catequese.

PROGRAMA 4: LINHA 4 - DIMENSÃO LITÚRGICA (PE-4) “É o Espírito que reúne a povo em assembléias para a escuta da Palavra de Deus e para celebrar a Palavra feita carne e alimento, e, em união com o mesmo Cristo, oferecê-lo e oferecer-se como oblação pura, e assim comprometer-se a viver mais intensamente a fraternidade” (Diretrizes Gerais, 85). ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO A dimensão litúrgica da vida cristã foi declarada, pelo Concílio Vaticano II, cume e fonte de toda a ação da Igreja (cf. SC, 10)14. Assim, o Concílio nos deu uma indicação sobre o lugar e a importância desta dimensão também nas atividades pastorais da Igreja no Brasil, em nível nacional. No decorrer dos 20 anos após a publicação da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, implantou-se, também no Brasil, a liturgia-pós-conciliar. Os livros litúrgicos foram publicados em língua portuguesa. Fizeram-se, igualmente, sobretudo na primeira década depois do Concílio, grandes esforços para a formação litúrgica em todos os níveis.

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28Deve-se reconhecer, no entanto, que os livros litúrgicos foram apenas traduzidos, não adaptados, e que a formação litúrgica não atingiu todos nem criou um novo espírito. Houve mais uma reforma do que uma renovação profunda. A liturgia da Igreja no Brasil ainda não integrou, como o Concílio Vaticano II o exige, o que há de válido nas tradições e na índole do nosso povo em sua religiosidade comunitária e na oração particular (cf. SC, 40)15. Surgiram, igualmente, nas comunidades de base e nas celebrações das comunidades eclesiais em geral, riquezas litúrgicas que deveriam ser aproveitadas para criar uma liturgia realmente renovada e adequada à Igreja que está assumindo um modo próprio de ser na América Latina e no Brasil. A renovação da liturgia no Brasil, neste sentido, que está plenamente dentro do objetivo geral da CNBB, particularmente da opção pelos pobres, é a grande preocupação da Linha 4 para os próximos anos. Estamos também convencidos de que, levando este processo para frente, em diálogo com as outras Conferências Episcopais da América Latina e com a Santa Sé, podemos dar uma contribuição válida para a renovação litúrgica em nosso continente e no mundo. ATIVIDADES PERMANENTES • Traduzir, elaborar e publicar livros e subsídios litúrgicos: a) Liturgia das Horas: • Edição em quatro volumes • Ofício das Leituras b) Lecionários, incluindo pesquisa sobre o tratamento pronominal. c) Edição adaptada e definitiva dos livros litúrgicos: • Missal Romano, conforme a segunda edição típica, que foi publicada em 1975 • Rito de Iniciação Cristã de Adultos • Rito do Matrimônio • Cerimonial dos Bispos • Livro das Bênçãos d) Edição popular da Liturgia das Horas e) Músicas para a Liturgia das Horas f) Hinário Litúrgico Nacional g) Documentário Litúrgico • Assessorar: a) Campanha da Fraternidade b) Regionais e Dioceses c) Congressos Eucarísticos d) Curso de pós-graduação e especialização em Liturgia de São Paulo e) Centro de Pastoral Popular (Liturgia Doméstica), em Brasília f) Revista de Liturgia “A Vida em Cristo e na Igreja” e a outras Revistas • Participar: a) De encontros regionais, inter-regionais e internacionais de Liturgia b) De outros encontros de interesse da Linha 4, por exemplo: CEBs, religiosidade popular e oração particular. • Dialogar:

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29com a Sé Apostólica, CELAM, Conferências Episcopais e Outras instituições. PROJETOS PROJETO-PE-4-1: NOVO IMPULSO PARA A RENOVAÇÃO LITÚRGICA NO BRASIL O levantamento sobre a situação da liturgia no Brasil, por ocasião dos 20 anos da “Sacrosanctum Concilium”, revelou grandes desafios para a pastoral litúrgica, que, por sua vez, exigem uma ação adequada em vista de uma autêntica renovação litúrgica. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Publicação dos resultados do levantamento e da análise dos mesmos.

1985, março. Linha 4.

Incentivo a atividades adequadas, através dos bispos responsáveis pela Liturgia nos Regionais.

1985, julho.

Preparação remota de um ano intensivo de formação litúrgica, culminando num Congresso Nacional de Liturgia em 1988.

1986, dezembro.

PROJETO-PE 4-2: ENCONTRO DOS PRESIDENTES E SECRETÁRIOS DAS COMISSÕES NACIONAIS DE LITURGIA DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA Os problemas comuns e a necessidade de formas comuns na liturgia dos países de língua portuguesa exigem um maior conhecimento mútuo, assim como reflexão e ação comum correspondentes. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Comunicação mútua dos problemas. 1985, janeiro. Linha 4. Preparação de um encontro internacional. 1985, maio. Encontro Internacional. 1985, julho. PROJETO-PE-4-3: LITURGIA NOS REGIONAIS Os desafios, que a situação da liturgia no Brasil apresenta, exigem reflexão e ação em todos os níveis, as quais devem ser incentivadas pelos bispos responsáveis de Liturgia nos Regionais. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS./PARTIC. Encontros Nacionais dos bispos responsáveis pela Liturgia nos Regionais.

1985 abril 10 julho 15 a 18 1986 setembro.

Linha 4.

PROJETO-PE-4-4: ENSINO DA LITURGIA Para superar as grandes falhas na formação litúrgica, em todos os níveis, é importante o ensino da liturgia de maneira profunda, prática e atualizada. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS./PARTIC. Encontros Nacionais de Liturgistas. 1985

fevereiro 11 a 14 1986 fevereiro

Linha 4.

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3010 a 13.

PROJETO-PE-4-5: MÚSICA LITÚRGICA (EM NÍVEL NACIONAL) Vista a situação da música litúrgica no Brasil, sente-se a necessidade de avaliar a realidade e de incentivar a criação de músicas propriamente litúrgicas. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONS./PARTIC. Encontro Nacional de Coordenadores e compositores de Música Litúrgica.

1986 outubro.

Linha 4.

PROJETO-PE-4-6: MÚSICA LITÚRGICA (EM NÍVEL INTER-REGIONAL) Por causa da dificuldade de muitos músicos, de participarem em encontros nacionais, é preciso possibilitar o contato deles, entre si e com a CNBB. em encontros inter-regionais. SISTEMÁTICA: PRAZO: RESPONSÁVEL: Encontros Inter-Regionais de Coordenadores e Compositores de Música Litúrgica:

1985. Linha 4.

N1, N2 e NE 4 (Belém) NE 1, NE 2 e NE 3 (Recife)

1985 agosto 23 a 25.

CO e EO (Goiânia) 1985 setembro 13 a 15.

Li, L2 e S1 (Rio de Janeiro) 1985 outubro 15 a 17.

S 2, S 3 e S 4 (Curitiba) 1985 outubro 22 a 24.

PROJETO-PE-4-7: FOLHETOS LITÚRGICOS Dada a grande influência e aceitação dos folhetos litúrgicos, é necessário trocar experiências: elaborar orientações e princípios que possam levar as assembléias a celebrar o Mistério Pascal encarnado na vida real das comunidades. SISTEMÁTICA: PRAZO: RESPONSÁVEL: Encontro Nacional de Autores e Editores de Folhetos Litúrgicos.

1986 agosto 11 a 14.

Linha 4.

PROJETO-PE-4-8: LITURGIA DE RÁDIO E TELEVISÃO - Veja Projeto PE-6-21 PROJETO-PE-4-9: CRITÉRIOS PARA ADAPTAÇÃO NA LITURGIA Para se conseguir uma adaptação criteriosa da liturgia à mentalidade e às tradições do nosso povo, conforme o espírito da “Sacrosanctum Concilium”, e urgente a elaboração de critérios. SISTEMÁTICA: PRAZO: RESPONSÁVEL: Elaboração de critérios por um grupo de peritos.

1985 setembro.

Linha 4.

PROJETO-PE-4-10: RELIGIOSIDADE POPULAR E LITURGIA

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31Na religiosidade popular, existem valores autênticos que não se devem perder e que podem ser inseridos, pelo menos em parte, na liturgia, para que esta se torne mais popular. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Estudo, por um grupo de peritos, a partir dos resultados do Seminário de fevereiro de 1981.

1985 dezembro 1986 março.

Linha 4.

PROJETO-PE-4-11: ORIENTAÇÕES LITÚRGICO-PASTORAIS PARA DOMINGOS, SEMANAS E MESES TEMÁTICOS A fim de evitar a instrumentalização na celebração litúrgica do Dia do Senhor, por temários superpostos, são necessárias seguras orientações litúrgico-pastorais. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Análise do assunto por grupo de peritos. 1985

agosto. Linha 4.

Envio do ante-projeto de orientações aos bispos.

1985 2º semestre

Apresentação na 24ª Assembléia Geral da CNBB para discussão e aprovação.

1986.

PROJETO-PE-4-12: ORIENTAÇÕES PARA CELEBRAÇÕES DOMINICAIS SEM PADRE Por falta de padres, muitas comunidades, no domingo, não celebram a Eucaristia, mas se reúnem para celebrações presididas por leigos, sendo pois necessárias orientações para uma celebração autêntica do Dia do Senhor. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Análise do assunto por grupo de peritos. 1985

agosto. Linha 4.

Envio do ante-projeto de orientações aos bispos.

1985 2º semestre

Apresentação na 24ª Assembléia Geral da CNBB para discussão e aprovação.

1986.

PROJETO-PE-4-13: REFLEXÃO SOBRE A TEOLOGIA E PRÁXIS DA LITURGIA Sendo que a Linha 4 não tem condições de refletir suficientemente sobre a teologia e a práxis da liturgia no Brasil. é necessário assessoramento para conseguir maior ligação entre Liturgia e vida. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontros da Equipe de Reflexão da Linha 4 com peritos e estudiosos.

1985 setembro 1986 março setembro.

Linha 4.

PROGRAMA 5: LINHA 5 - DIMENSÃO ECUMÊNICA E DIÁLOGO RELIGIOSO (PE-5) “É o Espírito quem impulsiona, a todo momento, a Igreja a viver na unidade, corrigindo suas divisões e reconstruindo a totalidade do Corpo de Cristo e abrindo-a para o diálogo religioso” (Diretrizes Gerais, 86). ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO

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32 1. Orientações comuns para o Ecumenismo e o Diálogo Religioso Fiel às grandes inspirações do Vaticano II e em resposta ao crescente pluralismo religioso no Brasil, a Igreja propõe-se a realizar o objetivo geral da sua ação em diálogo com os irmãos de outras Igrejas e Comunidades eclesiais, com adeptos de outras religiões e de concepções da vida e do mundo, fechadas ao Transcendente. Entende-se por diálogo não só o colóquio, mas todo o conjunto de relacionamentos positivos e construtivos com quaisquer grupos e comunidades. Este diálogo, em sentido amplo, visa o conhecimento e enriquecimento mútuos, e ainda a ação comum em prol da unidade do gênero humano, da qual a Igreja se professa sacramento, ou sinal e instrumento (Lumen Gentium, 1)16. Inspirados no mais recente documento do Secretariado para os Não-Cristãos (10 de junho de 1984; cf. L’ Osservatore Romano, edição portuguesa, 12 de agosto de 1984, p.45), indicamos quatro formas de diálogo, que também valem para o relacionamento com cristãos de outras Igrejas/Comunidades. A 1ª forma é o diálogo como espírito e atitude que devem guiar o comportamento. É o diálogo da convivência humana. A 2ª é diálogo das ações e da colaboração com objetivos de caráter humanitário, social, econômico e político, que se orientam para a libertação e a promoção humana. A 3ª é o diálogo em nível de especialistas, seja para confrontar, aprofundar e enriquecer os respectivos patrimônios religiosos, seja para aplicar os recursos, aí contidos, aos problemas que se põem à humanidade no decurso da História. Finalmente, a 4ª forma é a participação na própria vida, oração e ação da outra comunidade, dentro dos limites indicados pela fé e a disciplina. A luz da opção preferencial pelos pobres, o diálogo neste sentido amplo, deve prestar especial atenção: • à defesa da dignidade da pessoa humana, mormente dos pobres e marginalizados; • diálogo que está acontecendo nos meios populares, como CEBs, associações de bairro e outros; bem como aos perigos de divisão nestes meios, suscitada por movimentos religiosos independentes (seitas); • ao evangelismo em meios pobres, como às várias formas do pentecostalismo aos assim chamados cultos afro-brasileiros e às formas populares do espiritismo e sincretismo, ainda que nem todos estes grupos estejam abertos ao diálogo com a Igreja. Para que a Igreja, na sua ação evangelizadora, seja realmente Igreja do diálogo, merecem especial cuidado os cursos de ecumenismo e de diálogo religioso nos seminários e outros centros de formação pastoral. 2. Orientações especiais para o Ecumenismo A divisão entre os cristãos, que tem acontecido na história, e ainda acontece hoje, também no Brasil, e que faz surgir sempre novos grupos separados, “contradiz abertamente a vontade de Cristo, e se constitui em escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa do Evangelho a toda criatura” (Unitatis Redintegratio, 1)17. Todos os cristãos são chamados, obedecendo à ação do Espírito Santo, a crescerem até àquela plena comunhão que o Senhor deseja para sua Igreja e lha oferece como dom. Assim, a partir da fé comum, da incorporação em Cristo pelo Batismo validamente administrado e de outros dons que possam ter em comum, os cristãos devem crescer em comunhão, seguindo os caminhos que o Espírito abre para a Igreja. A fim de que cresçam o espírito e a ação ecumênicos na Igreja, deve-se prestar especial atenção:

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33 • ao ecumenismo espiritual que consiste na conversão do coração e na insistente oração pela unidade; • a um mínimo de estrutura para a ação, nos regionais e nas dioceses; • ao fortalecimento dos organismos oficiais (CONIC e CESE) e à colaboração com outros organismos ecumênicos. 3. Orientações especiais para o Diálogo Religioso No diálogo religioso, ocupa um lugar todo especial o Judaísmo; por motivos históricos (a história do anti-semitismo) e por motivos de fé (a aliança de Deus com o povo judeu). Também deve-se procurar o diálogo com grupos de muçulmanos e com adeptos de religiões orientais, antigas e novas, atuantes no Brasil. A situação religiosa do País torna urgente a busca de caminhos para o diálogo com os cultos afro-brasileiros e as várias formas do espiritismo. 4. Orientações para o Diálogo com a Cultura Contemporânea O fenômeno de humanismos imanentes e de não-crença está, sem duvida, presente na sociedade brasileira, mas, entre nós, dificilmente grupos se formam em base destas concepções da vida e do mundo. Por esta razão, parece mais acertado procurar o diálogo com a cultura contemporânea, da qual formas de humanismo imanente e de não-crença são componentes importantes. ATIVIDADES PERMANENTES Dimensão Ecumênica: 1. Atividades relacionadas com a Vida e Ação da Igreja (atividades “ad intra”): • dar apoio à formação ecumênica do clero e de outros agentes de pastoral (subsídios para cursos); • buscar contato com os Secretariados Regionais, em vista da criação de coordenações ecumênicas; • continuar contato com organismos da Igreja, em vista da dimensão ecumênica de suas atividades (CIMI, CPT, Centros de Defesa de Direitos Humanos); • participar em atividades da Seção de Ecumenismo do CELAM; • participar em atividades do Secretariado para a Unidade dos Cristãos. 2. Atividades relacionadas com outras Igrejas e Organismos Ecumênicos (atividades “ad extra”): • continuar o diálogo bilateral com as Igrejas da Ortodoxia, a Igreja Episcopal do Brasil, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, a Igreja Metodista • buscar caminhos para o diálogo com líderes de Igrejas Batistas, de Igrejas Pentecostais, e com Outros líderes “evangelicais”; • atender a convites para participar em Concílios, Sínodos e Assembléias nacionais de outras Igrejas;

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34• participar das atividades do CONIC, especialmente: das reuniões da Comissão Central e a Assembléia de 1986; da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos; do Seminário Nacional sobre o relatório de Lima (B.E.M.); da preparação da criação do Departamento de Liturgia e Música Sacra do CONIC; do Encontro de Responsáveis Nacionais de Ecumenismo das Igrejas membros; e da elaboração do histórico do CONIC; • participar das atividades da CESE, especialmente: das reuniões da diretoria e a assembléia anual; dos encontros de representantes de projetos; do encontro de experiências ecumênicas de base, especialmente na área social; do encontro de responsáveis nacionais das Igrejas-membros na área social; • participar das atividades conjuntas da CESE e do CONIC, especialmente: do 2º Encontro Nacional de Organismos Ecumênicos e do Encontro Ecumênico Internacional; • continuar o contato com a Fraternidade ecumênica de Taizé (Alagoinhas-BA), especialmente em vista da sua experiência de encontros de caráter participativo; • continuar o contato com organismos ecumênicos e interconfessionais, especialmente: CEDI, CESEP, Visão Mundial do Brasil, Institutos de Pesquisas Cristãs; • colaborar em atividades da Sociedade Bíblica do Brasil, especialmente: a publicação da Bíblia na linguagem de hoje (com a Linha 3); • continuar o contato com o Conselho Mundial de Igrejas. Diálogo Religioso: 1. Atividades relacionadas com a Vida e Ação da Igreja (atividades “ad intra”): • ajudar na formação do clero e de outros agentes de pastoral para o diálogo religioso • colaborar com a Linha 2 em seu relacionamento com grupos afro-brasileiros; • participar em atividades das correspondentes Seções do CELAM; • participar de atividades dos Secretariados para não-cristãos e não-crentes. 2. Atividades relacionadas com grupos de outras Religiões (atividades “ad extra”): • intensificar o diálogo com judeus; • estudar as possibilidades de diálogo com muçulmanos; • estudar os caminhos de relacionamento com adeptos do espiritismo e de religiões orientais. PROJETOS PROJETO-PE-5-1: REFLEXÃO SOBRE A SITUAÇÃO DO ECUMENISMO E DO DIÁLOGO RELIGIOSO NO BRASIL Para poder acompanhar e avaliar a evolução da situação do ecumenismo e do diálogo religioso no País, é importante reunir anualmente especialistas, que se dedicam a esta dimensão da vida e ação da Igreja. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro anual. 1985 novembro

1986 data a marcar. Linha 5.

PROJETO-PE-5-2: ELABORAÇÃO DE UM GUIA PARA O DIÁLOGO COM JUDEUS

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35 Com a aprovação da CEP foram publicadas as primeiras orientações para os católicos no seu relacionamento com os judeus. Importa dar, agora, um segundo passo: a elaboração de um Guia que ofereça elementos necessários, de caráter informativo e orientador para os católicos no seu relacionamento com os judeus. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Equipe de especialistas. 1986

setembro. Linha 5 com a Comissão Nacional de Diálogo com os Judeus.

PROJETO-PE-5-3: PUBLICAÇÃO DE UM GUIA PARA O DIÁLOGO COM OUTRAS RELIGIÕES O pluralismo é um componente da atual situação religiosa do Brasil. Praticamente, todas as religiões, de uma ou outra forma, estão atuantes no País. Cresce o número de grupos religiosos independentes. Sobre este último fenômeno está previsto um projeto especial de reflexão nos programas comuns. Um Guia, que ofereça aos agentes de pastoral informações seguras sobre as mais importantes religiões e grupos não-cristãos e que oriente a respeito das possibilidades e dificuldades do diálogo, está sendo reclamado há mais tempo. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Grupo de trabalho 1985

novembro. Linha 5.

PROJETO-PE-5-4: REFLEXÃO SOBRE A MAÇONARIA E A ATITUDE DOUTRINÁRIO-PASTORAL DA IGREJA O diálogo iniciado com maçons nos anos 70 e as declarações da Congregação da Doutrina da Fé, de 1974 e de 1983, exigem uma reflexão mais aprofundada, tanto sobre a Maçonaria no Brasil, quanto sobre a atitude doutrinário-pastoral da Igreja. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro de especialistas 1985

junho 13 a 14. Linha 5.

PROJETO-PE-5-5: DIÁLOGO COM A CULTURA CONTEMPORÂNEA Para a ação evangelizadora da Igreja é indispensável: • detectar os grandes desafios, que a cultura contemporânea levanta para a consciência cristã relativamente ao próprio destino da pessoa humana; estudar a identidade das diversas culturas no Brasil, no sentido de evangelizá-las, respeitando a identidade das mesmas (a temática da inculturação); refletir sobre o fenômeno das várias formas do humanismo imanente e da não-crença, como um dos componentes da cultura contemporânea. O projeto propõe-se deslanchar o diálogo, visando estes objetivos. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Comissão Nacional. 1986

novembro. Linha 5.

PROGRAMA 6: LINHA 6 - DIMENSÃO PROFÉTICA E TRANSFORMADORA (PE-6) “É o Espírito quem anima a vida do Povo de Deus para que atue no meio da sociedade como fermento, sal e luz, transformando-a pelo testemunho e ação, para que seja mais justa, solidária e fraterna, anunciando, dessa forma, os valores do Reino definitivo” (Diretrizes Gerais, 87).

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36A Igreja, como Povo de Deus, em seu conjunto – hierarquia, religiosos e leigos –, fiéis individualmente ou em grupos, instituições e organizações, está presente na sociedade, influencia e sofre influência, interage, anuncia profeticamente o Reino e denuncia os contra valores à luz da fé, que é dom gratuito de Deus, e segundo a missão recebida de Jesus Cristo. Ela é luz, sal e fermento. E, como tal, ausculta e assume os anseios, aspirações e apelos de todos, principalmente dos pequeninos e dos pobres, e empenha-se numa ação transformadora da situação de injustiça na sociedade ainda não comprometida com a promoção do bem comum. A dimensão profética e transformadora se operacionaliza através dos setores: 1. Pastoral Social 2. Educação 3. Comunicação Social SETOR PASTORAL SOCIAL ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO O objetivo e as diretrizes gerais da CNBB inspiram o programa específico de atividades do Setor Pastoral Social. Esse programa visa colaborar com todas as demais dimensões de atuação eclesial, para que estejam atentas e sensíveis à transformação sócio-econômica e cultural pela qual passa o povo brasileiro; atentas e atuantes para que essa transformação se realize com a participação solidária de todos, objetivando a libertação integral do homem e a construção de uma sociedade justa e fraterna, segundo o Espírito de Jesus. O Setor Pastoral Social procurará evitar paralelismos entre evangelização, promoção humana e ação organizada para a transformação das estruturas; entre a pastoral em geral e as obras sociais em especial. O referencial supremo no qual vai buscar essa unidade é Cristo e o seu Evangelho, a cuja luz toda a análise da realidade, reflexão e ação serão efetuadas; verá também nas CEBs um exemplo dessa unidade entre fé e vida, oração e ação. Como procedimento metodológico, tratará inicialmente de obter uma compreensão adequada e crítica da realidade de modo a permitir a formação de um julgamento ético sobre a situação e a formulação de linhas de ação. Seguindo esse procedimento, a CNBB tem elaborado, com significativa colaboração do Setor Pastoral Social, documentos e estudos tais como sobre o solo urbano e rural, a situação econômica, política e social, principalmente do Nordeste. Essa forma de procedimento tem a vantagem de deixar o discurso genérico e partir para o discernimento das situações e a orientação para ações concretas, à luz da fé. Outro aspecto positivo desse modo de elaborar e propor suas reflexões é que sua palavra passa a interessar amplos setores da população, pouco identificados com outros aspectos da vida da Igreja. O Setor Pastoral Social procurará dinamizar e ampliar suas atividades através da criação de espaços para o encontro de pessoas e instituições interessadas em participar num processo de análise e reflexão global e continuada sobre o que se poderia chamar de “a sociedade que queremos”. Além de se tratar de algo importante para a vida da Igreja e do País, isso viria responder a uma necessidade sentida por muitos entre os construtores da sociedade pluralista. Um desafio para o qual aqui se deve encontrar uma resposta é de como manter esse processo articulado com os movimentos populares e de como divulgar os resultados desta reflexão. Incentivará ainda a formação de pessoas que revelam dons de liderança. Busca-se uma formação mais continuada, mais exigente, tanto em colocar questões teóricas como na atuação prática. Enfim, uma formação que siga um método progressivo e grupal. Grande parte dos líderes de boa formação cristã no campo social foram formados há 20 e mais anos, através da Ação Católica especializada. A criação de movimentos de formação

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37cristã para o campo social, de acordo com o meio em que se encontram os jovens, parece uma urgente necessidade apostólica da Igreja no Brasil. Muitas pessoas e recursos, da Igreja se encontram investidos nas obras sociais” da Igreja, das quais o Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (CERIS) fez um levantamento nacional. É importante continuar explorando esse material com o intuito de introduzir um processo de renovação dessas obras, principalmente mediante uma maior participação de sua clientela e uma viva motivação dos agentes, a partir de Cristo e do seu Evangelho. Nesse campo há muito ainda por fazer, tendo em vista à falta de oportunidade de maior participação do povo, a mentalidade paternalista dos agentes e a desarticulação das obras sociais da pastoral em geral. O Setor Pastoral Social atua através de vários organismos que fazem parte da sua estrutura, mas que têm vida e dinamismo próprios. Maior articulação entre esses organismos é importante. Setor Pastoral Social quer ser um espaço onde' isso possa acontecer, bem como quer também abrir-se para articulações com outros organismos, com objetivos afins. Procurar-se-ão formas para colocar em prática esse objetivo e isso com criatividade e participação de todos esses organismos que já compõem o Setor Pastoral Social. Espera-se, com esse esforço, chegar a aperfeiçoar os métodos de trabalho de cada organismo, a promover ações verdadeiramente conjuntas e a elaborar um atualizado conceito de pastoral social que sirva de plataforma comum para a ação de todo o setor e da Igreja em geral. ATIVIDADES PERMANENTES • Analisar a problemática nacional e questões sociais de atualidade e refletir, à luz da fé, sobre os resultados dessa análise. • Analisar e avaliar a pastoral da Igreja no campo social, para uma renovação dessa ação. • Estudar e divulgar o ensino social da Igreja universal e também das Igrejas particulares, principalmente da América Latina, Estados Unidos e Canadá. • Apoiar iniciativas de Pastoral Social da Igreja, em nível regional e diocesano. • Apoiar grupos e movimentos de Pastoral Social, sobretudo de caráter popular e voltados para a defesa dos interesses das classes mais necessitadas. • Oferecer uma formação social a agentes de pastoral, preferencialmente àqueles que estão a serviço das CEBs. • Apoiar sistematicamente as pastorais de setores mais marginalizados da população: camponeses, peões, bóia-frias, marítimos e pescadores, mulher marginalizada, doentes, idosos, menores abandonados, encarcerados etc. • Prestar assistência jurídica a pessoas enquadradas na Lei de Segurança Nacional, vítimas de violência policial, estrangeiros em situação irregular no País, bem como a casos exemplares de conflitos em áreas urbanas e rurais. • Propiciar a possibilidade de uma análise e reflexão conjunta diante dos desafios e Interesses comuns que surgem no campo social, em particular nesta fase de transição política. PROJETO PROJETO-PE-6-1: ENCONTRO SOBRE PASTORAL SOCIAL

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38O projeto terá como finalidade discutir, esclarecer e aprofundar o conceito e a função da pastoral social dentro da pastoral orgânica da Igreja do Brasil. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro. 1985

outubro, 3 e 4 Linha 6: Setor Pastoral Social com assessorias.

ORGANISMOS DA PASTORAL SOCIAL COMISSÃO BRASILEIRA JUSTIÇA E PAZ CJP/BR Além de suas atividades permanentes, a CJP/BR propõe-se promover encontros e seminários que colaborem para a concretização dos pontos 1 a 3 das atividades permanentes da Pastoral Social. Estão previstos os seguintes projetos: PROJETO-PE-6-2: ENCONTRO SOBRE SUBSÍDIOS PARA A FUTURA CONSTITUIÇÃO (1985) PROJETO-PE-6-3: SIMPÓSIO SOBRE SOLO URBANO (1986) PROJETO-PE-6-4: ENCONTRO SOBRE VIOLÊNCIA (1986) CÁRITAS BRASILEIRA PROJETO-PE-6-5: PROMOÇÃO DA PASTORAL SOCIAL Os projetos aqui apresentados procuram contemplar em suas estratégias a necessidade de se ter presente uma ação educadora dentro da pedagogia libertadora no trabalho com as comunidades e grupos sociais, sem esquecer a mobilização de um número maior de agentes. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Animação e articulação da Pastoral Social em nível regional e diocesano.

Biênio. Linha 6: Setor Pastoral Social Cáritas Brasileira.

Apoio aos movimentos e organizações populares e CEBs.

PROJETO-PE-6-6: FORMAÇÃO DE AGENTES DE PASTORAL SOCIAL Este programa objetiva dar ao agente de Pastoral Social a consciência de uma autêntica mentalidade evangélica, capaz de comprometer-se no social por causa de sua fé. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Capacitação de agentes de Pastoral Social em nível regional e nacional.

Biênio. Linha 6: Setor Pastoral Social, Cáritas Brasileira.

Intercâmbio de experiências. PROJETO-PE-6-7: PROJETOS ALTERNATIVOS E EMERGÊNCIA O objetivo deste programa é propiciar o testemunho integral e concreto de fraternidade e solidariedade cristã das comunidades entre elas e delas para com os movimentos populares. Igualmente preocupa, nesse testemunho, a conscientização dos direitos do homem na luta contra injustiças que recriam diariamente a pobreza. Esse testemunho será dado atendendo à maioria das situações de emergência através de mini-projetos

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39alternativos de conteúdo educativo, no contexto da Caridade Libertadora e que transcendam o puramente assistencial. Nas demais situações de emergência, onde a premência não comporte um projeto, esta preocupação se converte em outro tipo de contrapartida da comunidade, com métodos que levem à reflexão e à participação comunitária, via mutirão, por exemplo. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Apoio a iniciativas comunitárias em situações de emergência

Biênio. Linha 6: Setor Pastoral Social, Cáritas Brasileira.

Atendimento a refugiados políticos em trânsito pelo Brasil

INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO (IBRADES) PROJETO-PE-6-8: ANÁLISE DA REALIDADE BRASILEIRA À LUZ DA FÉ O projeto se propõe: • a análise da realidade sócio-econômica e política brasileira, tanto do ponto de vista conjuntural quanto estrutural, à luz do ensino social da Igreja, mediante a elaboração e difusão periódica de estudos sobre aspectos concretos dessa realidade; o estudo e a discussão de problemas sócio-econômicos ou sócio-políticos de atualidade, mediante seminários de especialistas, sobretudo leigos; a organização de seminários ou fóruns abertos, para grupos específicos de leigos com poder decisório, a fim de estudar e debater problemas atuais e suas implicações éticas. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Seminários (3) para especialistas, lideranças religiosas e leigas sobre: * O Problema do Menor * Política Educacional e Escola Católica * Nova Ordem Internacional

1985. Linha 6: Setor Pastoral Social, IBRADES, Regionais, Organismos da CNBB, Assessores, Pesquisadores externos.

Seminários (2) para especialistas, lideranças religiosas e leigas.

1986.

PROJETO-PE-6-9: REFLEXÃO E ESTUDO INTERDISCIPLINAR SOBRE OS VALORES HUMANOS EM JOGO NA SOCIEDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA Reflexão e estudo interdisciplinar sobre os valores humanos (éticos-sociais) em jogo, na sociedade brasileira contemporânea, em particular em relação à família, e difusão dos resultados dessa reflexão e estudo. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Pesquisa sobre “Família e Valores: Permanência e Mudança”.

Biênio. Linha 6: Setor Pastoral Social, IBRADES.

Seminário sobre o mesmo tema. 1985 1º semestre

Com a colaboração de : Instituições acadêmicas e de pesquisa.

Grupos interdisciplinares de reflexão sobre valores na esfera cultural e sócio-política.

Biênio. Organismos provados e públicos.

Difusão dos resultados. 1986. Assessores e pesquisadores externos.

PROJETO-PE-6-10: FORMAÇÃO DE AGENTES DE PASTORAL SOCIAL Formação social de agentes de pastoral, mediante um curso anual de quatro meses no Rio e cursos de reciclagem.

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40 SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Cursos de reciclagem (2) de 12 dias de duração para ex-alunos do IBRADES.

1985 1º e 2º semestre

Linha 6: Setor Pastoral Social, IBRADES.

Curso de 4 meses no Rio de Janeiro. 1986 2º semestre

PROJETO-PE-6-11: FORMAÇÃO DE AGENTES DE PASTORAL SOCIAL E DE LIDERANÇAS LEIGAS Formação social de agentes de pastoral, de lideranças leigas (movimentos. populares e de trabalhadores, organizações de jovens, sindicatos...) e também de outros “construtores da sociedade pluralista na América Latina”, mediante cursos breves e seminários, no Rio e em outros Estados. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Seminários (10 por ano), de três a cinco dias de duração, em diversas regiões do País.

Biênio. Linha 6: Setor Pastoral Social, IBRADES, Cáritas Brasileira, MEB, Regionais da CNBB, Dioceses, Grupos locais, Assessores e professores externos.

PROJETO-PE-6-12: ASSESSORIAS E ACOMPANHAMENTO Assessorias e acompanhamento de grupos, movimentos ou organismos especializados: Associação Comercial, Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas do Brasil – ADCE, Movimentos de Educação Popular, Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), mediante palestras, participação em encontros etc. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Contatos e diálogos freqüentes, Palestras e seminários, Assessoria técnica, Encontros (3 ou 4 por ano).

Biênio. Linha 6: Setor Pastoral Social, IBRADES, Organismos da CNBB, Grupos locais, Assessores externos.

CENTRO DE ESTATÍSTICA RELIGIOSA E INVESTIGAÇÕES SOCIAIS (CERIS) O CERIS, organismo ligado à Linha 6, Setor de Pastoral Social, propõe-se, nos anos de 85 e 86, as seguintes atividades permanentes, que se operacionalizam em dezenas de pequenos projetos planejados e executados conforme as circunstâncias o exigirem. • Apoiar e assessorar iniciativas e experiências de trabalho social na área e periferia das cidades. Atendimento à necessidade de colocar em comunicação, através do deslocamento de pessoas, grupos de base em diferentes estágios de desenvolvimento para melhor domínio e conhecimento das atividades a que se propõem e oferecimento aos grupos locais de meios de capacitação e formação de seus membros, através de encontros, trocas de experiências e estudos com assessoria técnica. • Estimular atividades locais de promoção social através de um diálogo crítico com grupos de base. A existência de um fundo de apoio a pequenos projetos não significa um simples repasse de dinheiro, mas buscar, através da ajuda financeira, o suscitar de uma vivência de solidariedade e participação de todos no encontro de soluções para problemas comuns,

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41• Analisar projetos de trabalho social encaminhados a organizações de ajuda externa, tendo em vista uma integração com as linhas de atuação da Igreja no Brasil. Necessidade de oferecer, a quem recorre à ajuda externa, uma assessoria tanto técnica, na elaboração de seus projetos, quanto questionadora da solução encontrada e para a qual se pede apoio não local e. portanto, externo. • Realizar pesquisas integradas para grupos locais que buscam conhecer sua realidade. Trata-se de assessoria de quem, com conhecimentos e práticas de pesquisas e levantamento de dados, propõe-se a oferecer um serviço não acadêmico mas participativo na área de conhecimento da realidade, fazendo da coleta de informações e do seu aproveitamento uma atividade de todos. • Avaliar projetos realizados no campo social em nível diocesano. Obras sociais, grupos locais e movimentos que atuam na área social, muitas vezes precisam de uma avaliação do caminho andado, dos objetivos procurados, alcançados ou não, dos meios e recursos colocados à sua disposição. • Acompanhar projetos em curso no campo social, em nível diocesano. Obras sociais, grupos locais e movimentos que atuam no campo social, muitas vezes necessitam de um acompanhamento e assessoria na busca de seus objetivos. Esta atividade dispõe-se a oferecer uma ajuda com pessoas qualificadas na area técnica e de ciências humanas. • Assessorar organizações católicas de ajuda na determinação e inventariação de critérios prioritários de apoio a projetos sociais, em conformidade com as linhas de ação da Igreja no Brasil. Trata-se de um serviço tantas vezes já procurado pelas organizações de ajuda externa que, distantes dos problemas vividos pelo solicitante, premidos pelo aumento dos pedidos e limitação dos recursos disponíveis, precisam de uma escala de prioridade para as suas decisões. Comissão Pastoral da Terra CPT: ATIVIDADES PERMANENTES • Unir esforços ao CIMI para que o serviço aos índios e aos trabalhadores, no que se refere ao problema da terra, seja mais atuante, trabalhando, juntas, as duas pastorais (CPT e CIMI) para que os camponeses não ocupem terras indígenas e seja reconhecido o direito à terra dos indígenas e dos trabalhadores rurais. • Assessorar, nesta hora de mudanças políticas, os trabalhadores para que participem ativamente da vida política do País e sobretudo na preparação da Assembléia Constituinte. • Acompanhar os trabalhadores rurais para conquistar um sindicalismo ativo e desatrelado do Ministério do Trabalho e os movimentos livres dos trabalhadores rurais pela conquista da terra, da cidadania, dos direitos trabalhistas. • Aprofundar, a partir da fé dos trabalhadores, a ligação entre fé e vida, a reflexão sobre Bíblia e terra. • Lutar junto com os trabalhadores contra a violência no campo, e para que o problema do Nordeste seja assumido por toda a sociedade brasileira.

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42• Ajudar toda a comunidade da Igreja a entender o problema dos trabalhadores e assumi-lo. PROJETO PROJETO-PE-6-13 ASSEMBLÉIA DOS 10 ANOS DA CPT A CPT completa, em agosto de 1985, dez anos de vida a serviço dos trabalhadores rurais. Para celebrar essa data, será realizada uma assembléia que avaliará o trabalho da CPT, sobretudo no que se refere à Reforma Agrária, à conquista da terra por parte dos trabalhadores, à sua organização, ao anúncio do Evangelho entre os trabalhadores e pelos mesmos e à Teologia da terra. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Assembléia. 1985 agosto. CPT SETOR EDUCAÇÃO ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO Toda ação evangelizadora, enquanto converte a consciência pessoal e coletiva das pessoas, sua atividade, seu meio concreto (cf. EN, 18)18, é educativa. A educação eclesial, no entanto, se concretiza, particularmente, seja na educação da fé, promovida de maneira sistemática na catequese, seja em outras formas de educação, que visam colaborar nas tarefas da promoção humana e cultural e são assumidas pela Igreja como servidora dos homens. Todos os cristãos são chamados a empregar seus esforços na tarefa de criar a nova educação (cf. Medellín, 4,11,2)19 exigida para a formação do homem novo, em vista da nova sociedade (cf. Puebla 1308)20. É nesta segunda forma de educação que se situa o Setor Educação. A ele cabe incentivar, assessorar e dinamizar a Pastoral da Educação, tendo presente posições que decorrem das Diretrizes da Ação Pastoral da Igreja no Brasil, da natureza da educação e dos apelos da realidade. Isto supõe a criação e/ou dinamização de organismos regionais e diocesanos de Coordenação da Pastoral da Educação. Esta tem um campo de abrangência muito grande. Considera tanto a educação escolar em todos os seus níveis e tipos de instituições, como a educação popular e a educação permanente, no que diz respeito tanto ao processo educativo como aos educadores. Em estreita relação com os demais setores da CNBB, a Pastoral da Educação tentará criar condições para que, nas diversas situações e instituições de educação, se concretizem todas as dimensões da vida eclesial. Neste sentido, deverão continuar recebendo especial atenção, no presente biênio, os destaques assumidos nas Diretrizes Gerais da Ação Pastoral e, mais especificamente: o acompanhamento da pastoral do educador leigo, o apoio à formação de assessores de pastoral de juventude, o desenvolvimento de uma pastoral vocacional nas instituições escolares, a reflexão sobre a dimensão pedagógico-educativa das CEBs, dos movimentos populares e associativos, a irradiação da pastoral das escolas para a pastoral da família, a inclusão da dimensão do trabalho no próprio processo educativo-escolar. A Pastoral da Educação contribui para que o processo educativo, visando à promoção das pessoas – a pessoa toda e todas as pessoas –, seja, ao mesmo tempo, expressão de um compromisso real com a formação de “homens novos”, evangelicamente críticos e criativos, com espírito fraterno e compromisso social, capazes de encontrar alternativas para uma nova sociedade (cf. Puebla 1308)21. A atuação do Setor visa incentivar e favorecer uma educação libertadora-evangelizadora em todas as situações. Para isto, é necessário que a educação se realize a partir da análise - iluminada pela fé - do próprio fenômeno educativo, dentro do contexto sócio-político-econômico em que ele se processa e não a partir de uma visão idealista da

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43educação que compromete muito pouco. É preciso ter presente o engodo que representa uma preocupação puramente técnico-pedagógica, desvinculada da dimensão sócio-política da educação. A educação libertadora-evangelizadora desafia, a partir da realidade social e das exigências da fé, os conteúdos, as metodologias, as relações educativas, o educador e as instituições, exigindo a revisão de práticas educativas que, muitas vezes, favorecem as desigualdades sociais, a eliminação dos mais pobres, reforçando o individualismo, a competição, enfim, o próprio sistema injusto que se denuncia verbalmente. A opção pelos pobres, ao mesmo tempo em que impulsiona para que se canalizem, de preferência, recursos e esforços na educação das classes populares, constitui a pedagogia evangélico-libertadora para todos os setores da sociedade. É a partir da causa dos pobres e de seu projeto histórico que deve ser constantemente repensado o processo educativo, tanto na educação formal como na educação não-formal. A própria maneira de encaminhar e realizar a ação na Pastoral Educativa deve ser um constante “questionamento crítico e construtivo” do sistema educacional vigente (cf. Puebla, 440)22. “Ser educador, hoje, constitui um verdadeiro desafio. Exige contínua disponibilidade e abertura às novas situações. Além do mais, quem se propõe a tarefa de educar deve educar-se também, continua mente, a si mesmo” (Mensagem do Santo Padre aos participantes do XI Congresso da AEC, 1983). Nesta perspectiva, impõe-se a criação de condições para a formação permanente do educador e a valorização dos movimentos e grupos de leigos educadores. Os dados da avaliação do 7º Plano dos Organismos Nacionais da CNBB e os obtidos nos contatos com os Regionais confrontados com as Orientações para a Ação, do mesmo plano, alertaram para desafios e problemas que geram múltiplas necessidades. Algumas já haviam sido detectadas em avaliações anteriores e outras novas foram-se manifestando. A urgência de dar respostas a essas necessidades exige uma atuação específica do Setor no próximo biênio. Essa atuação se expressa, especialmente, nas atividades permanentes abaixo previstas, que constituem estratégias de ação, visando possibilitar estímulo e assessoria a atividades e projetos de nível regional, facilitando ou reforçando a organização e atuação da Coordenação Regional do Setor, condição para que se efetive a Pastoral da Educação. Os projetos dizem respeito a duas situações específicas que requerem tratamento direto em nível nacional: a problemática da democratização do Ensino e da Pastoral da e na Universidade. ATIVIDADES PERMANENTES • Manter ligação com a AEC, ABESC, MEB e outras entidades de Igreja, de cunho nacional, que atuem na campo da educação, visando uma ação conjunta na dinamização da Pastoral da Educação. • Promover a reflexão sobre a dimensão pastoral da educação e sobre a dimensão educativa de toda a pastoral, divulgando o Documento de Estudo da CNBB: “Para uma Pastoral da Educação” e assessorando encontros regionais ou inter-regionais com uma proposta “de reflexão-ação” em torno do tema. • Incentivar e assessorar a criação e/ou o fortalecimento de organismos de coordenação da Pastoral da Educação nos Secretariados Regionais da CNBB e favorecer o intercâmbio entre esses organismos. • Incentivar a articulação de centros, movimentos, instituições e associações de educação católica, com a Pastoral Orgânica e com instituições similares de outras Igrejas e da sociedade civil.

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44• Estimular e colaborar na dinamização da Pastoral do Leigo Educador, sua formação cristã, seu comprometimento como agente da Pastoral da Educação, presença da Igreja nas instituições de ensino, sua organização em nível regional e nacional e sua articulação com o Conselho Nacional de Leigos. • Desenvolver, com a AEC, um programa de assessoramento à transformação curricular, à revisão das estruturas de poder e econômica das escolas católicas e à busca de novas estruturas participativas a de novas formas de manutenção das mesmas, em vista da educação na e para a justiça (opção pelos pobres). • Estimular e criar condições para que se efetue uma presença evangelizadora, através de educadores leigos e de escolas católicas no trabalho educativo das escolas mantidas pelos poderes públicos, na linha da reflexão, animação e disponibilidade de recursos. • Promover iniciativas em vista da Pastoral da e na Universidade e colaborar com a ABESC para “desencadear um processo de reflexão e formação de agentes educativos e de revisão da ação das IESCs, em ordem a um Projeto Educativo que encarne a missão evangelizadora à luz das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil” (Conclusão do Seminário Nacional CNBB-ABESC). • Incentivar e acompanhar iniciativas no campo da educação popular, especialmente formas alternativas de educação de crianças e jovens, e promover a articulação dessas iniciativas com a educação formal convencional, em nível de reflexão e de ação. • Favorecer a avaliação das iniciativas de educação popular da Igreja, em especial do MEB, colaborando no processo avaliatório, sempre que solicitado. • Refletir sobre o posicionamento a ser assumido diante do Movimento Nacional pela Escola Pública e Gratuita”. • Acompanhar criticamente a evolução das orientações governamentais sobre educação e das propostas para a nova Constituição, no que diz respeito à educação. • Refletir sobre as possibilidades e limitações das novas tecnologias em educação, promovendo a formação de juízo e postura crítica frente às mesmas. • Oferecer aos Regionais, particularmente através da AEC, condições para assessorar e dinamizar as Campanhas da CNBB, em especial a CF e as Promoções Vocacionais e Missionárias nas escolas e nos movimentos de educação. • Promover atividades conjuntas com outros setores e dimensões da CNBB, em especial com a Catequese, a Juventude, os Leigos, a Família, a Comunicação Social e as Estruturas de Igreja. • Entrosar-se com a CRB, sobretudo em aspectos relacionados com a educação. • Manter contato e colaborar com organismos da educação em nível nacional e internacional, particularmente com a Sagrada Congregação para as Escolas Católicas e com o Departamento de Educação Católica do CELAM. • Participar de encontros que interessem diretamente ao Setor. PROJETO PROJETO-PE-6-14 IGREJA E DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO O projeto iniciado no plano anterior mostrou a complexidade do problema, a diversidade de posicionamentos e tendências em relação à democratização do ensino, tanto na Igreja como na sociedade civil; a gravidade da problemática da Escola Católica, principalmente

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45no que diz respeito às estruturas de poder e econômicas, sua importância como elemento evangelizador e presença institucionalizada da Igreja no campo da educação; a importância de a Igreja apoiar o esforço no sentido de tornar a Escola Publica, uma escola de muito boa qualidade, já que ela é freqüentada pela grande maioria empobrecida. Há necessidade de encaminhamentos concretos em busca de alternativas para essas situações e impasses e de posicionamento claro da Igreja em relação à educação, especialmente à Escola Católica, em vista da nova Constituição. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Seminário com a assessoria do IBRADES.

1985 julho 29 a 31.

AEC.

Encontros com representantes de Entidades Mantenedoras de Escolas Católicas.

1985 2º semestre 1986 1º semestre

Linha 6: Setor Educação, Participação da CRB

Participação em debates e oferecimento de subsídios sobre educação, em vista da nova Constituição.

Biênio.

PROJETO-PE-6-15: REFLEXÃO SOBRE OS RUMOS E PERSPECTIVAS DA PASTORAL UNIVERSITÁRIA Considerando-se a situação atual da pastoral universitária, restrita ao compromisso evangelizador dos estudantes, percebe-se a necessidade de encaminhar uma reflexão no sentido de possibilitar que essa Pastoral recupere seu real alcance, atingindo não só estudantes, mas também docentes, funcionários das Escolas Superiores e, em geral, a evangelização global da Universidade. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro de estudo com a participação de representantes da ABESC, da PU e de Grupos de Docentes Universitários Cristãos.

1985 2º semestre

Linha 6: Setor Educação Pastoral Universitária

PROJETO-PE-6-16: REFLEXÃO SOB PASTORAL DA EDUCAÇÃO Os desafios e as necessidades da Pastoral da Educação, decorrentes da complexidade da problemática que lhe concerne, tornam indispensável, para a caminhada desta pastoral. que se possibilite uma reflexão periódica, mais ampla, com a participação de representantes das diferentes áreas que constituem o Setor, para auxiliar no encaminhamento e na avaliação de sua ação. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontros da Equipe de Reflexão da Pastoral da Educação (EREPE).

1985 julho dezembro 1986 abril julho novembro.

Linha 6: Setor Educação

SETOR COMUNICAÇÃO SOCIAL ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO Como forma de realizar a dimensão profética e transformadora, o Setor de Comunicação Social está no Plano Pastoral para servir a todos os setores da ação da Igreja, quer no seu interior, quer no seu relacionamento com o mundo. Pois “a comunicação é ato criador de cultura, concebida como expressão dos valores essenciais e identificadores do

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46povo, os quais deverão ser base e centro de sua realização em busca também de uma Nova Ordem - (Nova Ordem Mundial de Informação e Comunicação - NOMIC, Brasil, 1982). No esforço de contribuir para a realização do Objetivo Geral da Igreja no Brasil, o Setor Comunicação Social procura fazer com que, tanto os comunicadores como os usuários, tenham consciência da realidade e da sua responsabilidade diante da mesma. Dessa maneira, intenta provocar transformações, visando à libertação integral do homem e da sociedade. Porém, isto só será possível mediante uma Pastoral da Comunicação, que se realiza em três momentos: • através dos meios de comunicação, buscando expressar-se com linguagem do veículo, da área e do receptor, sendo voz dos que não têm voz e abrindo espaço aos que não a têm; • nos meios de comunicação, levando a Igreja a ser uma presença evangelizadora entre os profissionais, procurando conseguir “uma ordem mais humana e mais justa na Comunicação” (NOMIC, 1982); • diante dos meios de comunicação, promovendo a formação do povo para que tenha uma atitude crítica em face do impacto das mensagens ideológicas, culturais e publicitárias. Neste sentido, é de importância continuar apoiando e assessorando grupos especializados que atuam junto a escolas, oferecendo elementos que facilitem o trabalho de formação da consciência crítica dos alunos. Puebla nos diz que a “evangelização não pode prescindir, hoje em dia, dos meios de comunicação social” (1064)23. De fato, a evangelização é comunicação (cf. 1063)24. São inúmeros os espaços de que a Igreja dispõe nesses meios. Uma Pastoral adequada capacitará seus agentes a usar esses espaços com a técnica e a linguagem próprias de cada veículo. Por isso, é preciso retomar as propostas pastorais de Puebla: “Urge que a hierarquia e os agentes pastorais em geral conheçam, compreendam e experimentem mais a fundo o fenômeno da Comunicação Social a fim de que se adaptem as respostas pastorais a esta nova realidade e se integre a Comunicação na Pastoral de Conjunto” (1083). Como também, a afirmativa de que a tarefa da formação no campo da Comunicação é tarefa prioritária, quer para os aspirantes à vida sacerdotal ou religiosa, que devem ter programas específicos em seus estudos, quer para os sacerdotes, religiosos, religiosas e agentes de pastoral que devem ter programas de formação permanente (cf. 1085)25. A comunicação leva a liturgia a ser momento privilegiado da comunhão e participação para uma libertação integral. É importante que a Missa e outras celebrações de rádio e TV sejam momentos fortes, geradores dessa comunhão participativa. A comunicação grupal e popular já é bastante vivida pela Igreja no Brasil. Importa tomar consciência do seu valor e da necessidade de integrá-la no conjunto da Pastoral da Comunicação. Um passo importante a ser dado é, sem dúvida, a constituição e dinamização de Equipes Regionais de Comunicação, marcando presença de Igreja nos meios de comunicação locais. Para que esta presença seja adequada, os agentes de Pastoral precisam conhecer a importância do uso dos meios de comunicação na evangelização hoje e convencer-se da necessidade de se capacitarem para transmitir a mensagem dentro da linguagem própria de cada instrumento. ATIVIDADES PERMANENTES

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47• Promover a organização e/ou animação dos Setores Regionais, com a finalidade de integrar sempre mais a Comunicação na Pastoral de Conjunto, coordenando as atividades nos vários níveis, e possibilitando maiores resultados das iniciativas programadas. • Fortalecer e estimular no cumprimento de seus objetivos as Entidades de Comunicação (UCBC União Cristã Brasileira de Comunicação; UNDA, Federação de Emissoras Católicas; OCIC/BR, Organização Católica Internacional de Cinema e outras) e sua função na irradiação do pensamento e da ação da Igreja. • Estimular a conquista e o aproveitamento de espaços nos Meios de Comunicação, para uma comunicação verdadeiramente libertadora, avaliando constantemente as produções religiosas católicas, numa visão crítica dos conteúdos veiculados. • Estudar meios para a retomada, divulgação e aplicação da Instrução Pastoral “Communio et Progressio” e dos recentes Documentos sobre comunicação, da Igreja no Brasil e na América Latina. • Permanecer em contato com associações de pesquisa, centros, agremiações e sindicatos ligados à Comunicação, para um mútuo intercâmbio de informações e experiências, engajando-os na ação libertadora e evangelizadora da Igreja no Brasil. • Manter correspondência ativa com os Regionais e as Instituições de comunicação (UCBC, UNDA, OCIC, UCLAP, DECOS e outras afins) no Brasil e no Exterior. • Preparar subsídios para o Dia Mundial da Comunicação, da Paz, bem como para as Campanhas da Fraternidade, das Vocações, da Bíblia e das Missões. • Incentivar, através de contatos freqüentes, os Meios de Comunicação para a divulgação dos momentos fortes da atuação pastoral da Igreja no Brasil, como a Campanha da Fraternidade, Dia Mundial das Comunicações, da Paz, Mês das Vocações, da Bíblia, das Missões e outras, com o envio de subsídios adequados (artigos, filmes, discos). • Estimular a divulgação, em linguagem popular, dos documentos da Igreja, em boletins, revistas, jornais, programas de rádio e de televisão. • Conferir o prêmio “Margarida de Prata” ao melhor filme brasileiro do ano. Encaminhar o estudo e a viabilidade de outorgar prêmios semelhantes nas demais áreas de comunicação (teatro, rádio, televisão, imprensa, literatura e outros). • Apoiar a organização de leigos-comunicadores, incentivando sua formação permanente, seu engajamento como agentes de transformação da sociedade, à luz das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil. • Continuar promovendo a formação da consciência crítica diante dos Meios de Comunicação Social, em todos os níveis, visando a superação da sociedade consumista. • Promover gradativamente, na comunidade eclesial, a consciência da realidade e importância das novas tecnologias e sua implicação na Pastoral da Igreja. • Realizar reuniões trimestrais com a Equipe de Reflexão para um acompanhamento sistemático das atividades e projetos do Setor, e motivar os Regionais para que também constituam suas equipes, em nível regional na área da Comunicação. • Levar adiante as reuniões semestrais das Editoras Católicas e acompanhar a aplicação das resoluções que eventualmente forem nelas tomadas. • Participar de encontros regionais, nacionais e internacionais promovidos por entidades afins e que tenham relacionamento com o Setor de Comunicação.

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48 PROJETOS PROJETO-PE-6-17: PRESENÇA JUNTO ÀS ESCOLAS DE COMUNICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR CATÓLICO (IESCs) A carência de comunicadores comprometidos com a transformação da realidade, numa visão eclesial e a exigência das próprias escolas de Comunicação, que gostariam de ter um posicionamento pastoral mais claro de seu papel, exigem que se leve as Faculdades Católicas de Comunicação a questionar sua identidade e seu papel na formação de agentes de pastoral e de lideranças no campo da Comunicação. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Contatos com a ABESC e UCBC para um trabalho em conjunto.

1985 2º semestre

Linha 6: Setor Comunicação Social.

Pesquisa para conhecer a realidade das Escolas de Comunicação.

1986 1º semestre

Realização de um Encontro com os Diretores. Possível elaboração de diretrizes comuns.

1986 2º semestre

PROJETO-PE-6- 18: ENCONTRO NACIONAL COM OS RESPONSÁVEIS REGIONAIS DOS MCS O papel que a Comunicação tem na informação e difusão da ação pastoral da Igreja hoje e a necessidade, sempre de novo expressa, de os Regionais se sentirem entrosados e unidos ao Nacional, aconselham o fortalecimento dos Regionais através de incentivo mútuo e elaboração de pistas comuns de trabalho, respeitadas as características locais. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Pesquisa para levantar realidade. 1985

2º semestre Linha 6: Setor Comunicação Social.

Envio de pistas de reflexão sobre os objetivos e coleta das respostas.

Realização do Encontro. 1985 outubro 31 a 3 de novembro.

Acompanhamento e avaliação da aplicação das conclusões.

1986.

PROJETO-PE-6-19: FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS NA ÁREA DA COMUNICAÇÃO O poder da Comunicação no processo de transformação da sociedade é fundamental. A formação de comunicadores engajados conscientemente na Pastoral da Comunicação é ação prioritária da Igreja, sugerida por Puebla (cf. 1085)26. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Elaboração de um instrumento de trabalho e envio a comunicadores e Instituições de Comunicação para estudo, análise e complementação.

1985. Linha 6: Setor Comunicação Social.

Publicação e divulgação do texto definitivo.

1986 1º semestre

PROJETO-PE-6-20: CURSO PARA PROFESSORES DE COMUNICAÇÃO NOS SEMINÁRIOS E INSTITUTOS DE FORMAÇÃO

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49Em muitos Seminários não se observa a norma conciliar, solicitada também em Puebla, por falta de pessoas capacitadas. A necessidade de inserir a Comunicação no currículo teológico e a importância da Comunicação na Pastoral de Conjunto urge a preparação de elementos capacitados para aplicar o programa elaborado na etapa anterior (83/84). SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Levantamento de candidatos. 1985

1º semestre Linha 6: Setor Comunicação Social com a colaboração da Linha 1: Setor Vocações e Ministérios - OSIB.

Realização do Curso. 1985 outubro 16 a 22.

Acompanhamento para a atualização constante de bibliografia.

Biênio.

Avaliação, no final do Biênio, com professores e reitores.

1986 2º semestre

PROJETO-PE-6-21: REALIZAÇÃO DO 5º ENCONTRO NACIONAL DE LITURGIA DE RÁDIO E TELEVISÃO: ASSEMBLÉIA ELETRÔNICA, COMUNHÃO E PARTICIPAÇÃO A necessidade de dar continuação aos Encontros anteriores, de estudar o fato das missas de Rádio e Televisão e analisar até que ponto esse “fato” cria novas Assembléias Litúrgicas e interfere na pastoral orgânica, o estudo das possibilidades de outras Assembléias Eletrônicas que não sejam missa, justificam este Encontro. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Realização de um Seminário em preparação ao tema.

1985. Linha 6: Setor Comunicação Social, Linha 4.

Estudo, análise e complementação por peritos.

1985 fevereiro 4 a 7.

Elaboração de um instrumento de trabalho.

1985 1º semestre

Realização do Encontro. 1985 julho 24 a 28.

Acompanhamento e avaliação da aplicação das conclusões.

1985 2º semestre e 1986.

PROJETO-PE-6-22: ENCONTRO INTER-REGIONAL DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Os Meios de Comunicação Grupal são os mais usados em nossas comunidades. A existência de muitas experiências isoladas, sem nenhuma coordenação e com desperdício de forças, o valor pastoral comprovado desses micromeios e a necessidade de capacitar agentes de pastoral para criação, melhoria e utilização desses meios na evangelização nos colocam diante da necessidade de realizar este Encontro. Há necessidade de se fazer uma reflexão crítica sobre as produções existentes, analisando seu conteúdo, apresentação técnica, distribuição, realizando, ao mesmo tempo, intercâmbio de experiências, colaboração mútua e memória. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Levantamento de pessoas e instituições interessadas

1985 1º semestre

Linha 6: Setor Comunicação Social, OCIC/BR

Realização do Encontro julho 18 a 24.

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50Socialização dos resultados, através de sub-encontros

1986 2º semestre

PROJETO-PE-6-23 PRODUÇÃO DE FILME SOBRE LEITURA CRÍTICA DA COMUNICAÇÃO Multiplicam-se iniciativas na área da Formação da Consciência Crítica em todos os níveis, mas, de modo especial, em grupos de jovens, nas classes populares e comunidades de base. Tornam-se sempre mais necessários subsídios adequados, em linguagem atual, que facilitem um trabalho de conscientização. São inúmeros os pedidos de material para esse tipo de formação. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Pesquisa e documentação - Grupos de Base e Equipes de Comunicação Social dos Regionais da CNBB.

Biênio. Linha 6: Setor comunicação Social, UCBC, OCIC/BR.

Preparação do Roteiro com Equipe Especializada.

Produção do filme. Veiculação pelos canais próprios da Igreja e instituições de educação.

B. SITUAÇÕES PASTORAIS PROGRAMA 7: PASTORAL DA JUVENTUDE (PE-7) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO O jovem tornou-se opção preferencial para a pastoral latino-americana e brasileira, não apenas como um grupo de certa idade cronológica e como uma atitude diante da vida, mas também por constituir a maioria da população pobre. A juventude é, assim, um duplo desafio para a Igreja: por ser uma idade que se caracteriza pela busca e, assim, estar em processo de formação da personalidade, e por ser um enorme contingente que pertence aos marginalizados e manipulados da sociedade. Nos últimos anos cresce, dentro da Igreja, a consciência da necessidade de investir na juventude em termos de recursos humanos e financeiros, a partir da opção de Puebla: o destaque jovem votado na 21ª Assembléia Geral da CNBB e, agora, o enfoque dado pelo Ano Internacional de Juventude o comprovam. A dimensão latino-americana da juventude também começa a tomar corpo a partir dos encontros anuais, promovidos pelo Setor Juventude do CELAM, com a participação dos representantes da Pastoral da Juventude de 12 países. Levando-se em conta o que caracteriza a juventude (cf. Puebla, 1168)27 e suas aspirações, a grande responsabilidade do setor é “desenvolver, de acordo com a pastoral diferencial e orgânica, uma pastoral da juventude que leve em conta a realidade social dos jovens; atenda ao aprofundamento e crescimento da fé para a comunhão com Deus e com os homens; oriente a opção vocacional dos jovens; ofereça-lhes elementos para se converterem em fatores de transformação e lhes proporcione canais eficazes para a participação ativa na Igreja e na transformação da sociedade” (Puebla, 1187)28. Os jovens devem ser, pois, agentes de evangelização dos seus ambientes e do seu meio social. A Igreja os convida a se comprometerem numa ação que não exclua ninguém, mas que tenha predileção pelos mais pobres (cf. Puebla, 1188)29. A Pastoral da Juventude deve, enfim, ajudar os jovens, principalmente das bases populares, a tomar consciência de sua marginalização e manipulação pelas estruturas

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51sociais desagregadoras, tendo presente o apelo de João Paulo II para que “não se deixem instrumentalizar”, mas cresçam no seu compromisso corajoso com a fé encarnada. A Pastoral da Juventude deve tornar-se um verdadeiro processo de educação na fé, que leva à própria conversão e a um compromisso evangelizador (cf. Puebla, 1192)30. Neste processo, são de especial importância as experiências que procuram levar em conta os meios específicos em que vivem os jovens (camponeses, trabalhadores, estudantes e universitários), que revelam uma opção preferencial pelas bases populares e anunciam o Cristo libertador e uma libertação integral. Impõe-se, no trabalho com os jovens, integrar todos na pastoral de conjunto, fazendo com que se insiram nas coordenações paroquiais, diocesanas, regionais e nacionais e tenham projeções para uma integração latino-americana (cf. Puebla, 1189)31. Deve vigorar aí, especialmente com relação aos movimentos, entrosamento numa Pastoral Orgânica de Juventude, com necessárias e construtivas revisões, apesar do respeito que deve existir pelos diversos carismas e pelo sadio pluralismo. ATIVIDADES PERMANENTES A Pastoral da Juventude (PJ) propõe-se, para o biênio 1985-1986, como atividades permanentes: • Colaborar no surgimento e fortalecimento de coordenações regionais de jovens, assumidas pelos jovens e com assessoria de adultos. • Realizar visitas aos Regionais, visando o conhecimento e o acompanhamento de novas problemáticas e um bom entendimento da hierarquia com as coordenações da Pastoral da Juventude. • Apoiar e ajudar a encaminhar o processo de encontros e cursos nacionais, lançados pelos próprios jovens junto com seus assessores. • Apoiar e fortalecer uma pastoral que leve em conta o jovem situado, respeitando as diferenças entre adolescentes e jovens, jovens do meio rural e do meio urbano, jovens que estão no processo de iniciação e no processo de militância. • Apoiar a opção preferencial da Pastoral da Juventude pelos jovens pobres. • Colaborar no surgimento de estruturas de acompanhamento de uma Pastoral da Juventude Especializada por Meios Específicos, jovens trabalhadores, jovens rurais, jovens nos bairros populares, jovens universitários e jovens secundaristas), valorizando também a militância na comunidade eclesial, evitando que a valorização do nível de militância não leve a uma desvalorização das etapas pedagógicas de iniciação, para a grande massa de jovens que ainda não se comprometeu, hoje, com Jesus Cristo e com o homem sofrido. • Colaborar para que se realizem cursos, seminários e encontros, que auxiliem na formação de assessores de jovens, respondendo às exigências da Pastoral da Juventude, bem como apoiar instituições já existentes, para que tenham condições de trabalho e estejam abertas às exigências da pastoral de conjunto. • Fortificar os encontros inter-regionais, procurando encaminhar por eles as articulações já existentes. • Manter relacionamento com o Setor Juventude do CELAM, bem como com o de outras conferências episcopais. PROJETOS

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52Os seguintes projetos são o resultado de decisões tomadas em encontros em nível nacional com a participação de jovens e assessores, delegados dos Regionais. PROJETO-PE-7-1 COMISSÃO NACIONAL DA PASTORAL DA JUVENTUDE A Comissão Nacional tem como tarefa principal encaminhar os documentos e decisões dos Encontros Nacionais, manter contato com os grupos de regionais e com experiências significativas. Tem como tarefa, também, preparar os Encontros Nacionais. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reunião da Comissão Nacional e participação na 23ª Assembléia Geral da CNBB.

1985 abril 17 a 20.

Pastoral da Juventude.

PROJETO-PE-7-2: REUNIÃO DA COMISSÃO NACIONAL DE ASSESSORES O 5º Encontro Nacional de Assessores de Pastoral da Juventude indicou como finalidades desta comissão: viabilizar maior liberação dos assessores nos seus regionais e dioceses; desenvolver uma pedagogia de acompanhamento e comprometimento dos assessores defasados do processo da PJ; incentivar o surgimento e capacitação de assessores leigos; buscar a formação de assessores para o processo de militância; preocupar-se em atingir os novos padres em sua formação, no que se refere à PJ; organizar um curso nacional para assessores como um momento de aprofundamento de metodologia e espiritualidade, análise social e outros temas relacionados com a PJ; e formar uma Comissão de Assessores para auxiliar o Assessor Nacional. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reunião da Comissão de Assessores da PJ.

1985 março 29 a 31.

Pastoral da Juventude.

PROJETO-PE-7-3: 6º ENCONTRO NACIONAL DE PASTORAL DA JUVENTUDE O 5º Encontro definiu os objetivos dos encontros nacionais: fortalecer as articulações regionais e as Pastorais da Juventude especializadas; discutir e avaliar a articulação nacional; abrir um espaço de articulação e discussão da PJ no Brasil, a partir das prioridades definidas nestes encontros e ver até que ponto estas correspondem às necessidades dos Regionais. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro Nacional com um assessor e dois jovens de cada Regional e representantes das Pastorais da Juventude especializadas.

1985 dezembro 2 a 6.

Comissão Nacional da PJ.

PROJETO-PE-7-4: COMISSÃO NACIONAL DA PASTORAL DA JUVENTUDE ESTUDANTIL (PJE) A Comissão Nacional da PJE, eleita na 3ª Reunião Ampliada de 1984, é um instrumento importante para facilitar o intercâmbio de idéias e experiências e motivar a articulação de grupos na base e coordenações regionais. A comissão encaminha, também, o primeiro encontro nacional da PJE em julho de 1985. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reunião da Comissão Nacional da Pastoral da Juventude Estudantil.

1985 julho 17 e 18.

Pastoral da Juventude.

PROJETO-PE-7-5: COMISSÃO NACIONAL DE ASSESSORES DA PJE

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53A 3ª Reunião Ampliada da Pastoral da Juventude Estudantil, que elegeu a Comissão Nacional de Assessores, indicou como suas principais tarefas ajudar a preparar os encontros locais e regionais de assessores visando: sistematizar experiências; fazer subsídios; levar propostas da caminhada nacional para os mesmos; e encaminhar um curso em nível nacional para assessores de PJE. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reunião da Comissão Nacional de Assessores da Pastoral da Juventude Estudantil.

1985 fevereiro 2 a 3.

Assessores Nacionais.

PROJETO-PE-7-6: 1º ENCONTRO NACIONAL DE PASTORAL DA JUVENTUDE ESTUDANTIL O 1º Encontro Nacional de PJE é um espaço importante para clarear o projeto de uma PJE no presente contexto de sociedade e de Igreja. A escola é o lugar que congrega o maior número de jovens. É necessário que a Igreja tenha uma presença organizada no meio dos estudantes, através dos próprios jovens. “O jovem deve ser o apóstolo dos outros jovens”, diz Paulo VI. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro Nacional da PJE com delegados dos grupos de militantes, escolhidos nos encontros regionais

1985 Julho 19 a 21

Comissão Nacional da PJE

PROJETO-PE-7-7: PARTICIPAÇÃO NO ENCONTRO LATINO-AMERICANO O 3º Encontro Latino-Americano, organizado pelo CELAM com a participação de 12 países, é um espaço importante de inserção da juventude brasileira no contexto e na caminhada da Igreja no continente. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Participação de três delegados do Brasil no Encontro Latino-Americano.

1985 novembro 3 a 9.

PJ CELAM

PROJETO-PE-7-8: DIA INTERNACIONAL DA JUVENTUDE O dia 22 de setembro é o dia escolhido pela ONU para comemorar o Ano Internacional da Juventude. No 5º Encontro Nacional da PJ foi escolhido como lema para motivar a participação dos membros da pastoral nas comunidades, dioceses e regionais: JUVENTUDE CONSTRUINDO UMA NOVA SOCIEDADE. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Preparação de propaganda par motivar a participação.

1985 setembro 22.

Pastoral da Juventude.

PROGRAMA 8: PASTORAL DA FAMÍLIA (PE-8) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO O grande objetivo da Pastoral da Família é promover a família cristã para que ela possa viver e crescer na fé e contribuir para a criação de uma sociedade nova, onde sejam realidades concretas a justiça e a fraternidade, sinais da presença do Senhor ressuscitado. Para atingir tal objetivo, a Pastoral da Família deve buscar novas formas de apoio às famílias, para que elas enfrentem e superem todos os desafios e obstáculos que se opõem à realização plena de sua missão.

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54 A ação pastoral de promoção da família deve estender-se desde a preocupação com a preparação próxima e remota para o matrimônio até o acompanhamento da vida familiar em todas as suas dimensões. O trabalho pastoral com as famílias deve, portanto, desenvolver-se, quer no campo dos problemas ético-religiosos que as atingem, como também na área das questões sociais e econômicas, onde têm origem muitos dos fatores que contribuem para sua desagregação e alienação. Igualmente, a Pastoral da Família não pode restringir-se à defesa da instituição familiar e de seus valores fundamentais, mas precisa ajudar as famílias a encontrar novas vivências desses valores na realidade de nosso tempo. Levando em consideração que os movimentos familiares se desenvolveram quase exclusivamente na classe média, é urgente que se busque uma Pastoral da Família que, nascida nos ambientes populares, possa promover a vida familiar dos mais pobres e ajudar essas famílias na realização de sua missão. O crescente número de famílias incompletas deve levar a procurar os meios mais adequados de responder a esse desafio. ATIVIDADES PERMANENTES • Continuar o diálogo e a reflexão entre os Movimentos Familiares e participar de seus encontros e Assembléias Nacionais e Regionais. • Suscitar o entrosamento dos Movimentos Familiares com a Pastoral Orgânica, em nível diocesano e regional. • Entrosar-se com os outros setores da CNBB, cujas atividades tocam uma ou outra dimensão da ação pastoral em relação à Família: Catequese, Liturgia, Comunicação Social e Educação (em especial, a popular). • Continuar contatos com o Ministério da Saúde e a Comissão Parlamentar da Saúde. PROJETOS PROJETO-PE-8-1: VALORES DA FAMÍLIA DE CLASSE POPULAR A Pastoral da Família foi sempre pensada, a partir dos valores da classe média. Percebe-se cada dia melhor, especialmente à luz da opção pelos pobres, a importância de levar em consideração, na pastoral, os valores familiares da classe popular. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Seminário com a participação de casais da CPO, CEBs, cortiços, favelas.

1985 setembro 6 a 8.

Pastoral da Família.

PROJETO-PE-8-2: PREPARAÇÃO REMOTA E PRÓXIMA AO CASAMENTO, NA CLASSE POPULAR Como conseqüência do projeto anterior, percebe-se a necessidade de buscar conteúdo e dinâmica própria para a preparação remota e próxima ao casamento, na classe popular. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro com casais de classes populares.

Biênio. Pastoral da Família.

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55PROJETO-PE-8-3: REVISÃO DOS CURSOS DE PREPARAÇÃO PRÓXIMA AO CASAMENTO JÁ EXISTENTES Depois de longa prática de preparação próxima ao casamento, num mundo em mudança rápida e profunda, torna-se indispensável incentivar a revisão desse instrumento de ação pastoral, oferecendo estímulos e condições que permitam uma avaliação permanente. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Subsídios e contatos com os Regionais da CNBB.

Biênio. Pastoral da Família.

PROGRAMA 9: PASTORAL OPERÁRIA MUNDO DO TRABALHO (PE-9) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO Com o atual processo de abertura democrática, em que a sociedade civil recupera seu espaço de organização, crescem a importância do papel da classe trabalhadora em nosso País: o movimento operário e popular começa a romper uma situação de marginalização social e política. Hoje, os trabalhadores e setores populares começam a se fazer ouvir, e procuram recuperar seus instrumentos de organização (sindicatos, associações profissionais, associações de moradores, clubes de mães, grupos de desempregados, movimentos de trabalhadores sem-terra e uma infinidade de outras formas de articulação que organizam e canalizam aspirações reprimidas durante tanto tempo). Como decorrência natural desse processo, cresce também a atuação política destes setores. Neste contexto, o papel dos trabalhadores cristãos adquire importância fundamental: trata-se de ser presença evangélica, fermento do Reino do Senhor, dentro das lutas e organizações criadas pelo conjunto da classe trabalhadora. Os serviços e movimentos de Igreja ligados ao meio operário têm desenvolvido esta preocupação e, na medida do possível, têm procurado ser essa presença de Igreja no mundo do trabalho e, ao mesmo tempo, trazer para o interior da Igreja as preocupações e o conjunto de complexas dimensões que constituem este mundo do trabalho. A Pastoral Operária, nascida da necessidade de estabelecer esta vinculação muito intima entre mundo do trabalho e Igreja busca articular-se e relacionar-se com os movimentos e serviços que, preservando seus aspectos particulares e originais, têm o mesmo objetivo da Juventude Operária Católica (JOC), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP), Ação dos Cristãos no Meio Rural (ACR), Serviço de Pastoral dos Migrantes (SPM), Pastoral Rural, e outros organismos pastorais congêneres. Compromisso radical com a classe trabalhadora em suas organizações e lutas, de um lado, e compromisso radical com a comunidade eclesial em seu conjunto, de outro, formam os dois pontos de apoio e equilíbrio sobre os quais caminha a Pastoral Operária. ATIVIDADES PERMANENTES • Dentro das dimensões acima citadas, a Pastoral Operária estrutura-se a partir de seus grupos de base, paroquiais, (ou por local de trabalho), diocesanos, regionais e nacional desenvolvendo uma atividade que envolve diversos aspectos: • Como tarefa fundamental, que define sua própria identidade, ação evangelizadora dentro do mundo do trabalho: constituir-se em espaço de referência onde o militante operário cristão se encontra para rever e re-alimentar seu engajamento à luz da fé, através da revisão de sua vida e luta operária, do estudo e do planejamento comum da ação.

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56• Como tarefa supletiva de serviço à classe trabalhadora: apoiar o movimento sindical e popular, contribuindo para o crescimento da consciência operária, desde as questões mais elementares, como o conhecimento dos mínimos direitos trabalhistas, até as discussões de fundo, como a questão das linhas sindicais e do próprio projeto alternativo da classe trabalhadora. • Como contribuição do conjunto de serviços e movimentos cristãos ao mundo do trabalho: implementar uma pedagogia do trabalho coerente com o conteúdo libertador que se busca levar: trata-se de uma pedagogia que respeita os valores da pessoa, da dignidade humana e os esforços para se conseguir uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, onde desapareçam o explorador e o explorado - sinal do Reino de Deus. PROJETOS Neste sentido, além das atividades permanentes, formulam-se alguns projetos específicos que, dentro deste biênio, contribuirão para que se torne mais eficaz o serviço dos cristãos ao mundo do trabalho e a evangelização desta grande parcela do povo de Deus. PROJETO-PE-9-1: ENCONTRO NACIONAL DE ORGANIZADORES DE LUTA CONTRA O DESEMPREGO Há necessidade de articulação, em nível nacional, das iniciativas de saídas alternativas para o problema do desemprego, a partir dos próprios desempregados. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro Nacional com presença das diversas organizações, permitindo a troca de experiências. Análise dos problemas e busca de pistas comuns de ação.

1985 dezembro.

CPO Nacional, Assessores da CNBB.

PROJETO-PE-9-2: ENCONTRO DE CASAIS CRISTÃOS ENGAJADOS NO MOVIMENTO OPERÁRIO Propõe-se uma reflexão conjunta sobre os problemas das famílias operárias engajadas no movimento, a partir de suas experiências, em busca de uma mística própria da família cristã operária. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro Nacional. com casais convidados, de diversas regiões do País, como início de uma articulação de entreajuda e descoberta de perspectivas

1985 julho 26 a 28.

CPO Nacional, Assessoria da CNBB, Pastoral da Família.

PROJETO-PE-9-3: ENCONTRO NACIONAL DE AGENTES DE PASTORAL QUE ACOMPANHAM A PASTORAL OPERÁRIA (ASSISTENTES) As múltiplas dificuldades enfrentadas pelos agentes de Pastoral que acompanham a Pastoral Operária (Assistentes) fazem emergir questões sérias que requerem encaminhamento. O intercâmbio entre esses agentes e a avaliação de sua prática possibilita o levantamento das dificuldades, o aprofundamento das questões chaves que delas emergem e a descoberta de novas pistas de ação para uma caminhada da Pastoral Operária segura e coerente, em consonância com as Diretrizes da Ação Pastoral da Igreja no Brasil. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro Nacional, com avaliação da prática dos participantes.

1985 julho.

CPO Nacional, Assessoria da CNBB.

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57PROJETO-PE-9-4: PROJETO EDITORIAL COMO AUXILIAR DE UM PROCESSO DE FORMAÇÃO DE MILITANTES DE PASTORAL OPERÁRIA A formação permanente, assumida pelas próprias pessoas, é uma exigência das características do mundo hoje, ainda mais para quem se compromete na luta pela construção de uma sociedade justa e fraterna. A necessidade de oferecer materiais, que possibilitem a formação dos trabalhadores engajados, justifica o projeto. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Montagem de uma série de cartilhas (ou fichas), a partir da definição de um processo de formação discutido com os próprios trabalhadores.

1986 dezembro.

CPO Nacional, Assessoria: IDAC, IBASE, CEDAC.

PROJETO-PE-9-5: ENCONTRO DE “ASSESSORES TÉCNICOS” QUE APÓIAM A PASTORAL OPERÁRIA Intercâmbio entre profissionais de diversas áreas (teologia, ciências sociais, economia, pedagogia, história) que auxiliam os grupos de base e comissões de Pastoral Operária, visando definir e aprofundar o papel do assessor e melhorar sua contribuição (do ponto de vista de conteúdo e pedagógico). SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reunião Nacional, partindo da narrativa das experiências, buscando conjuntamente a definição de uma metodologia de educação própria ao trabalho com operários.

1986 julho.

CPO Nacional

PROGRAMA 10: PASTORAL DA SAÚDE (PE-10) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO A Igreja, em sua larga tradição de zelar pela saúde e no espírito da CF de 1981, “Saúde para todos”, deseja manter viva a preocupação pela saúde do povo brasileiro, como serviço de valor eminentemente evangélico. O amor fraterno impele os cristãos a lutarem contra o sofrimento, a dor dos irmãos e a se empenharem na superação de tudo o que se opõe à vida. Motivando e estimulando ações elementares que tendam a melhorar a situação de saúde do povo, e indo ao encontro dos doentes, tanto nos hospitais como nas moradias, as Equipes de Pastoral da Saúde, nas dioceses, nas paróquias e nas comunidades eclesiais de base poderão transformar-se em valioso instrumento de promoção humana, de renovação social, de integração comunitária e de evangelização. Para animar, coordenar e assessorar uma Pastoral da Saúde integrada na Pastoral Orgânica, sempre mais abrangente, é da máxima importância a criação e/ou a dinamização de Equipes de Coordenação da Pastoral da Saúde nos Regionais. ATIVIDADE PERMANENTE • Apoiar, através do Setor Pastoral Social da Linha 6, as várias iniciativas existentes, no desejo de colaboração e estimulo. PROJETO PROJETO-PE-10-1: ENCONTRO NACIONAL DE PASTORAL DA SAÚDE

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58Há, em quase todos os Regionais, um serviço organizado de Pastoral de Saúde, coordenando grande número de agentes desta Pastoral. Será muito enriquecedora, para o serviço das coordenações regionais neste campo, a troca de experiências para a compreensão sempre mais aprofundada do sentido e do alcance desta Pastoral, em ordem à elaboração de um programa integrado de Pastoral da Saúde. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro Nacional. 1986

1° semestre Linha 6: Setor Pastoral Social, CRB Nacional, Regionais.

PROGRAMA 11: PASTORAL DO MENOR (PE-II) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO Esta Pastoral abrange três tipos de situação: O menor carente propriamente dito é aquele que padece grave necessidade quanto à moradia, alimentação, cuidados de saúde, educação, constituindo-se um caso típico de indigência ante a sociedade que se revela omissa diante dessas carências, às vezes insuperáveis, sem uma programação mais integrada. A segunda situação é a do menor abandonado pela própria família. É o caso de crianças e de jovens que ficam privados de seus pais ou de seus substitutos, às vezes desde a mais terna idade, pelo falecimento, graves doenças ou pelo abandono do lar. A terceira situação é a dos menores que cometeram atos anti-sociais, praticando assaltos, fazendo parte de quadrilhas e constituindo-se, assim, agressores da própria sociedade. Essas três situações, hoje, revelam-se muito graves, seja por causa do número de menores nela implicados, seja também pelo desatendimento crônico por parte da sociedade. Numa cidade como São Paulo, onde mais da metade da população tem menos de 18 anos, calcula-se que, aproximadamente, um milhão de menores esteja em extrema carência. A Pastoral do Menor Carente visa conscientizar e sensibilizar a sociedade, particularmente as comunidades de Igreja, para identificar com objetividade a condição do menor e se dispor a colaborar nas múltiplas formas de serviço. Há princípios que asseguram um melhor resultado pastoral: • O atendimento ao menor não é, em primeira instância, pertencente ao Estado nem à instituição eclesial, mas à família ou à comunidade mais diretamente ligadas com o menor. É evidente que as demais entidades, particularmente o Estado e o Governo, em seus diferentes níveis, devem prestar a sua colaboração apoiando as iniciativas dos corpos sociais aos quais compete o primeiro atendimento. A função do Estado é necessária, mas supletiva. • A condição do menor carente, abandonado e infrator está demonstrando um vício estrutural da sociedade. Neste caso, o menor é como o profeta que denuncia a injustiça social, embora não seja capaz de corrigi-la. • A atenção voltada para o menor, por parte das famílias das comunidades, dos grupos intermediários, há de significar uma mudança na qualidade dos valores prioritários. A sociedade egoísta e consumista, que busca o lucro e o bem-estar de indivíduos ou de grupos, deve passar por uma conversão profunda no sentido de atribuir prioridade à dignidade da pessoa humana. O interesse sincero pelo menor carente é indutor de um novo comportamento social. Assim, a Pastoral do Menor não é apenas a busca de atendimento a situações de grave necessidade social, mas é, a bem dizer, o início da solução desse problema.

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59Além disso, é indispensável atender ao problema da mortalidade e mortandade infantil. No Brasil, 80 crianças morrem, no primeiro ano de vida, entre mil crianças que nascem. Este índice é muito elevado se comparado com outras nações. O México, por exemplo, tem a taxa de 59 por mil. Daí a necessidade de um esforço eficaz para aumentar a taxa de sobrevivência infantil. ATIVIDADES PERMANENTES As atividades de promoção do menor têm sido equacionadas e analisadas em congressos e encontros nacionais mais freqüentemente e por iniciativa da Igreja, com participação ecumênica. Com base na experiência recolhida nesses congressos e encontros, distinguem-se cinco níveis de atividades: • Atender ao menor infrator, principalmente com os serviços de casais voluntários que acompanham o menor egresso até a sua recuperação social. • Atender ao menor das favelas e cortiços, com a criação de centros educacionais comunitários. • Atender ao menor de rua, por meio de equipes volantes nas grandes cidades. • Rever e acompanhar o trabalho com o menor internado em instituições de suplência familiar: lares, casas de crianças abandonadas, entre outras. • Coordenar estes serviços, em nível diocesano e regional, por meio de secretariados e plantões permanentes, às vezes denominados Casa do menor”. • Além dessas atividades, neste biênio, a Pastoral do Menor Carente se dispõe a prestar assessoria na elaboração de subsídios para a CF 87 que terá como tema o Menor. PROJETOS PROJETO-PE-11-1: CONGRESSO NACIONAL SOBRE O MENOR (EM PREPARAÇÃO À CF 87) O fato de ter sido o tema do Menor indicado para a CF 87 requer a mobilização dos agentes desta pastoral em vista a encaminhamentos que possibilitem que esta Campanha da Fraternidade seja efetivamente um marco na Pastoral do Menor, reforçando, encaminhando, aperfeiçoando trabalhos existentes; motivando e desafiando para novas iniciativas comunitárias e, sobretudo, criando uma mentalidade nova em relação ao menor. A realização de um Congresso Nacional que possibilite o intercâmbio, em nível ecumênico, entre as várias Regiões do País, fornecerá uma base sólida para a preparação da CF 87. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Formação de grupo de trabalho. 1985

2º semestre Equipe especial.

Reuniões preparatórias. 1986. Realização do Encontro 1986

maio.

Relatórios para publicação 1986 2º semestre

Encaminhamentos posteriores PROJETO-PE-11-2: PREPARAÇÃO DE SUBSÍDIOS PARA O CAPÍTULO - “DIREITOS DO MENOR” - NA NOVA CONSTITUIÇÃO

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60 Os direitos do Menor são matéria indispensável à nova Constituição. Convém para isso que a Igreja preste sua contribuição de modo a assegurar a presença de certos direitos, como os conexos com a formação religiosa, a unidade da família, a regulamentação da adoção, o direito à vida e outros. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Escolha de uma pessoa responsável pelo tema dentro do grupo de juristas encarregados pela CNBB para subsídios com relação à nova Constituição.

1985. Pastoral do Menor.

Levantamento de material entre responsáveis pela Pastoral do Menor.

Elaboração de subsídios a serem devidamente encaminhados.

PROJETO-PE-11-3: PARTICIPAÇÃO NA SEMANA ECUMÊNICA SOBRE O MENOR (São Paulo outubro 1985) PROJETO -PE-11-4: PARTICIPAÇÃO NO “SEMINÁRIO SOBRE O MENOR” NO IBRADES (cf. PE-6-9) PROJETO-PE-11-5: ACOMPANHAMENTO DO CONVÊNIO CNBB - UNICEF SOBRE A LUTA CONTRA A MORTALIDADE E MORBIDADE INFANTIL: “PASTORAL DA CRIANÇA” Cristo, ao nascer, assumiu a condição de criança: nasceu pobre e sujeito a seus pais. Toda criança, imagem de Jesus que nasce, deve ser acolhida com carinho e bondade (cf. Puebla 584)32. A situação de pobreza generalizada adquire, na vida real, feições de crianças, golpeadas pela pobreza ainda antes de nascer, impedidas que estão de realizar-se, por causa de deficiências mentais irreparáveis, que as acompanharão por toda a vida; crianças abandonadas e muitas vezes exploradas de nossas cidades, resultado da pobreza e da desorganização moral da família (cf. Puebla 31-32)33. A Igreja pode e deve colocar a força transformadora do mandamento evangélico do amor para salvar preciosas vidas humanas, logo em seu início. Por isso, a Pastoral da Criança se propõe desenvolver informações adequadas sobre a saúde da criança, através das estruturas próprias da Igreja, visando diminuir, a curto prazo, a mortalidade e as doenças infantis e favorecer o desenvolvimento das potencialidades da criança: 1. propiciando na comunidade o desenvolvimento da co-responsabilidade pela criança; 2. favorecendo a Assistência Primária à Saúde, através da participação da comunidade organizada 3. promovendo treinamento de líderes comunitários – agentes da pastoral. O projeto se desenvolverá com a colaboração do Sistema Governamental de Saúde, Educação e Agricultura e da consultoria da UNICEF. Integram-se ainda o MEB e a CRB. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reuniões preparatórias de coordenação com as entidades conveniadas.

1985 abril.

Equipe especial.

Encontros de treinamento em Datas a marcar

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61Londrina-PR, Maceió-AL, Teresina-PI, Fortaleza-CE, São Paulo-SP. PROGRAMA 12: PASTORAL UNIVERSITÁRIA (PE-12) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO O termo Pastoral Universitária foi usado, habitualmente, no Brasil, para definir grupos de estudantes universitários católicos, articulados ou não em movimentos, engajados em uma pastoral transformadora da universidade, dentro de uma opção pelos pobres. Organizada espontaneamente a partir da base, a Pastoral Universitária pediu e obteve, há pouco, apoio e reconhecimento da CNBB. Deve ser responsabilidade do setor, por um lado, fortalecer, subsidiar, apoiar a Pastoral Universitária jovem ou de estudantes; por outro lado, estudar, dentro do biênio, e gradativamente realizar uma ampliação do campo de ação, que leve em conta as outras categorias da população universitária: docentes, administradores, funcionários etc. e, em geral, visar à evangelização global da universidade, como ambiente que gera e transmite o saber universitário, e que tem enorme influência sobre a sociedade. O modelo de ambiente e de trabalho pastoral, que se leva em conta, é aquele apresentado pelas conclusões de Medellín e Puebla (Medellín 111.4.4.4; Puebla 1054-1056)34. A universidade deve formar verdadeiros líderes, construtores duma nova sociedade, e isto implica, por parte da Igreja, possibilitar o conhecimento da mensagem do Evangelho neste meio, e fazê-lo com eficácia, respeitando a liberdade acadêmica, inspirando-lhe a função criativa, fazendo-se presente à educação política e social de seus membros, iluminando a pesquisa científica. Segue-se daí a atenção que todos devem dar ao ambiente intelectual e universitário. Pode-se afirmar que se trata duma opção-chave capital e funcional da evangelização, pois, do contrário, perder-se-ia uma posição decisiva para iluminar as mudanças de estruturas. Como os resultados não se podem medir a curto prazo, poderá ficar-nos a impressão de fracasso e ineficiência. Contudo, isto não deve diminuir a esperança e o empenho dos cristãos que trabalham no campo universitário, pois, apesar das dificuldades, eles estão colaborando na missão evangelizadora da Igreja. ATIVIDADES PERMANENTES • A Pastoral Universitária propõem-se, para o biênio 1985-1986, as seguintes atividades permanentes: • Assessorar a coordenação nacional e as coordenações regionais e estaduais da PU; participar em suas reuniões; favorecer nelas a vida espiritual, a revisão de vida, a formação teológica, a dedicação pastoral. • Visitar os grupos locais, desenvolvendo uma ação subsidiária onde falte - como acontece freqüentemente - o assessor local. • Fornecer subsídios de reflexão, leitura, vida espiritual à coordenação nacional bem como aos grupos locais e às instâncias intermediárias. • Participar em encontros estaduais, regionais e nacionais da PU. • Promover ou colaborar na promoção de cursos de Sagrada Escritura, Eclesiologia, História da Igreja e outros campos da Teologia, seminários, encontros de espiritualidade e outros, que auxiliem os estudantes universitários da PU a superar os desafios do

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62ambiente universitário e do movimento estudantil e refazer sempre de novo a síntese com os dados da fé. • Promover encontros entre assessores da PU, e cursos de capacitação para assessores novos ou candidatos a assessor da PU. • Assessorar indiretamente os movimentos que existem no âmbito da PU, por meio de suas coordenações nacionais e assessores nacionais. • Realizar visitas aos Regionais (e quando necessário às Igrejas locais e a seus bispos) visando propiciar o diálogo, que a experiência demonstra ser nem sempre fácil, entre eles e os grupos de PU. • Trabalhar em estrito contato com a Pastoral da Juventude com a qual a Pastoral Universitária possui uma ampla faixa de objetivos e interesses comuns. • Manter especial contato com o setor de Educação, da Linha 6, com a ABESC, como o MIIC e com outras organizações da Igreja que, de qualquer forma, se ocupem da Pastoral da Universidade. • Manter relacionamento com os Setores Juventude e Educação do CELAM, bem como com os setores correspondentes de outras conferências episcopais; manter contato também com o MIEC / SLA, visando a uma troca de experiências com a Pastoral Universitária e seus movimentos de universitários em outros países da América Latina. PROJETOS PROJETO-PE-12-1: CAPACITAÇÃO DE ASSESSORES O curso visa aumentar o número, atualmente insuficiente, de assessores da PU, e facilitar aos candidatos dados básicos sobre a universidade, o movimento estudantil, a conjuntura sócio-política e eclesial do País e do continente e a Pastoral Universitária. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Cursos de capacitação para novos assessores da PU do Centro, Sudeste e Sul do País com palestras e debates, trabalho de grupo e plenário.

1985 janeiro 28 a 1 de fevereiro.

Pastoral Universitária.

PROJETO-PE- 12-2: INSERÇÃO NA PASTORAL UNIVERSITÁRIA DA AMÉRICA LATINA Visa-se aumentar a aproximação da PU brasileira com a dos outros países da América Latina e com as orientações do CELAM e estudar formas de ampliar a PU para um sentido mais abrangente, na base de outras experiências latino-americanas. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Participação no Encontro de Assessores da Pastoral Universitária em nível de América Latina (promoção do DEC/CELAM)

1985 março 19 a 21

Assessor Nacional da Pastoral Universitária.

Preparação de um documento, sobre universidades e PU no Brasil.

fevereiro e março

PROJETO-PE-12-3: REUNIÃO AMPLIADA DA CNPU A reunião visa iniciar uma fase de reflexão e revisão de vida frente a novas circunstâncias internas à PU e à nova conjuntura e preparar o 5º Encontro Nacional.

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SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Reunião da Coordenação Nacional com dois jovens de cada uma das cinco regiões da PU (correspondentes a um ou mais Regionais)

1985 junho 5 a 9.

Pastoral Universitária

PROJETO-PE-12-4: 5º ENCONTRO NACIONAL O encontro nacional de 1986 será particularmente importante para uma visão da caminhada decenal da PU, e para reestruturar a organização da PU depois da sua aceitação pela CNBB e o surgimento nela do Movimento de Cristãos Universitários. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro Nacional de delegados dos núcleos da PU com seus assessores e com a coordenação nacional.

1986 janeiro ou fevereiro.

Pastoral Universitária.

PROJETO-PE-12-5: 3º ENCONTRO NACIONAL DE ASSESSORES O congraçamento e a troca de experiências e opiniões entre assessores de todo o País é importante para que a PU seja assessorada de forma unitária, mesmo no pluralismo regional e de movimentos, dentro de uma visão eclesial e das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro Nacional de Assessores, com a presença da coordenação nacional.

1986 julho.

Pastoral Universitária

PROJETO-PE- 12-6: PRODUÇÃO DE SUBSÍDIOS Prevê-se a publicação de seis cadernos contendo subsídios para a ação pastoral da Universidade. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Publicação de seis cadernos pela Coordenação nacional e pelo Assessor Nacional da PU.

1985 abril a 1986 dezembro.

Pastoral Universitária

PROGRAMA 13: PASTORAL DOS GRUPOS ÉTNICO-CULTURAIS (PE-13) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO No Brasil, não existe um só povo e uma só cultura: aqui convivem e, freqüentemente se mesclam diversos povos e diversas culturas. Os fatores históricos e sociais que estão na origem dessas diferenças determinam diversas visões e vivências da fé. Para que a Igreja chegue a ser um povo unido e harmônico, sem, porém, destruir a legítima identidade das diversas minorias étnicas, é preciso refletir sobre a problemática, a partir de um diálogo sincero e respeitoso entre Evangelho e culturas. De modo particular, deve-se prestar atenção aos desafios da evangelização dos afro-brasileiros, dos índios, das minorias étnicas de origem asiática presentes no País. Nos últimos tempos, verifica-se um incremento notável, qualitativo, da consciência de uma identidade afro-brasileira que encontra suas principais manifestações em iniciativas não somente recreativas e folclóricas, mas especialmente de caráter associativo no campo cultural, social e religioso. A Igreja não pode deixar de estar presente neste processo de tomada de consciência. ATIVIDADES PERMANENTES

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64 • Refletir sobre as situações étnico-culturais do Pais e acompanhar os movimentos e programações, em vista de uma presença e solidariedade por parte da Igreja nas problemáticas: Indígena, através do CIMI, afro-brasileira, e de outras minorias étnicas. • Acompanhar e assessorar os missionários que atuam junto às comunidades indígenas na reflexão e aprofundamento teológico. Para isto, está sendo encaminhada a formação de uma comissão específica integrada por teólogos e antropólogos. • Apoiar e facilitar a organização autônoma dos índios, proporcionando-lhes os instrumentos necessários para tal. • Desenvolver relação de colaboração e entreajuda com as Igrejas Evangélicas e organismos indigenistas que buscam a autodeterminação dos povos indígenas. Esta entreajuda inclui permuta de assessorias e outros serviços. Aprofundar e ampliar a colaboração e entreajuda com as Igrejas, em nível latino-americano. PROJETOS PROJETO-PE-13-1: REFLEXÃO TEOLÓGICA SOBRE A MISSÃO JUNTO AOS POVOS INDÍGENAS A Igreja na América Latina ainda não enfrentou em profundidade a questão das culturas indígenas e o Evangelho. Este projeto quer começar a suprir essa falha. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro de peritos. 1986

março 10 a 14. Linha 2 CIMI.

PROJETO-PE-13-2: REFLEXÃO SOBRE ESPIRITUALIDADE PARA MISSIONÁRIOS ENGAJADOS NA PASTORAL INDIGENISTA O trabalho missionário entre os povos indígenas, exige, pela complexidade das culturas existentes, encontros periódicos não só para o aprofundamento bíblico-teológico, como também um intercâmbio de experiências vividas. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro de missionários com assessores teólogos e biblistas

1985 julho 4 a 12.

CIMI.

PROGRAMA 14: PASTORAL DOS MIGRANTES (PE-14) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO As migrações no Brasil de hoje continuam sendo um fenômeno social de grande relevância e graves conseqüências no campo social, econômico, político, cultural, psicológico e religioso. As migrações internas são agravadas pelos problemas sócio-econômicos e fundiários. O êxodo rural congestiona as cidades. A busca das fronteiras agrícolas está marcada por conflitos de graves proporções. Continua o fluxo de volantes, bóia-frias, safreiros e peões para trabalhos temporários na agricultura ou nos grandes projetos. Temos ainda a presença de mais de um milhão de estrangeiros, segundo o Censo de 1980, a maior parte como reminiscência dos grandes fluxos de imigração do passado, mas agora acrescida de considerável imigração provinda dos países limítrofes. Em contrapartida, verifica-se a emigração de brasileiros para países vizinhos como Paraguai, Bolívia, Uruguai, Argentina, entre outros.

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65A CNBB, consciente de que ajudar os migrantes é tarefa evangélica, procura prestar seu serviço de animação a toda a Igreja do Brasil no sentido de animação à pastoral dos migrantes, através do Serviço Pastoral dos Migrantes, de recente constituição. A atenção pastoral aos migrantes visa: • reuni-los em comunidades de fé ou integrá-los nas comunidades de acolhida, onde possam participar ativamente; • ajudá-los a se manter firmes na fé e a vivenciá-la nas vicissitudes da vida, contribuindo também para anunciá-la a outras pessoas, famílias e comunidades em seus deslocamentos: • estimular, em espírito missionário, as igrejas particulares e as comunidades a uma redistribuição mais eqüitativa dos recursos humanos e materiais da Igreja no Brasil, em favor das áreas mais atingidas pelos fluxos migratórios; • contribuir para que os envolvidos no processo migratório aprofundem sua fé e a celebrem no Mistério Pascal de Cristo e para que se mantenha respeitoso diálogo com outras crenças; • socorrer as necessidades mais urgentes dos que se deslocam, como acolhida, atendimento jurídico, emprego, habitação; • estimular as comunidades a se organizarem para uma transformação libertadora de situações de opressão e de miséria, removendo as causas estruturais que geram ou tornam mais agudas as migrações atuais. ATIVIDADES PERMANENTES • Assessorar os organismos e associações de apoio aos migrantes, reunidos no Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) e estimular o surgimento de outros. • Relacionar-se com as Comissões de Pastoral das Migrações da Santa Sé, do CELAM, de outras conferências episcopais, de dioceses e de outras entidades. • Acompanhar os fluxos migratórios novos e mais expressivos, tanto da migração interna quanto externa. • Acompanhar os imigrantes em suas necessidades é problemas, particularmente quanto à situação jurídica. • Assessorar organismos e associações de apoio aos migrantes e a outras formas de mobilidade humana, como nômades, turismo, pescadores, marinheiros, motoristas. • Relacionar-se com pastorais que se preocupam com problemas urbanos e do campo e com elas colaborar. • Publicar documentos e estudos sobre a Pastoral dos Migrantes. • Elaborar texto-base para a celebração anual do DIA DO MIGRANTE, no domingo anterior ao dia 25 de junho, dia civil do migrante (o Dia do Migrante terá o mesmo tema da CF). • Divulgar dados e notícias sobre a realidade migratória atual. PROJETOS

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66Como momentos fortes, a Pastoral dos Migrantes se propõe realizar os seguintes projetos: PROJETO-PE-14-1: ASSEMBLÉIAS DO SERVIÇO PASTORAL DOS MIGRANTES (SPM) Recém constituído, o Serviço Pastoral dos Migrantes se propõe reunir os responsáveis por serviços aos migrantes para animação, crescimento e enriquecimento mútuos e para iniciativas conjuntas que, sem prejuízo da autonomia de cada organismo, visem dar unidade e coerência aos serviços prestados aos migrantes no Brasil. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Assembléia dos responsáveis por serviços aos migrantes.

1985 outubro 30 e 31 1986 2º semestre

Linha 6: Setor Pastoral Social, Serviço Pastoral de Migrantes.

PROJETO-PE-14-2: REUNIÃO DE MIGRANTES E DEBATES DE SEUS PROBLEMAS Este projeto visa alcançar aquelas pessoas que fizeram experiência de migração e buscaram se organizar para encontrar uma solução solidária de seus problemas. Pretende reunir representantes desses grupos para um debate do que representou e do que representa a migração para eles e para os que atualmente estão migrando. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Levantamento de grupos organizados de migrantes: Análise de sua situação.

1985 1º semestre

Linha 6: Setor Pastoral Social.

Reunião de seus representantes. Serviço Pastoral dos Migrantes.

Encontros por Regiões 1985 2º semestre

Encontro Nacional. 1986 2º semestre

PROJETO-PE-14-3: ACOMPANHAMENTO DAS MIGRAÇÕES LIMÍTROFES E DOS GRUPOS ÉTNICOS MINORITÁRIOS Tanto as imigrações mais recentes, quanto os grupos imigrados há mais tempo, necessitam de uma presença acolhedora e estimulante da Igreja para favorecer um relacionamento desses grupos nas várias comunidades eclesiais, segundo o espírito de comunhão e participação e do documento pontifício “Pastoralis Migratorum Cura”. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Contatos com os responsáveis, capelães e com os principais núcleos.

1985 2º semestre

Linha 6: Setor Pastoral Social.

Elaboração de subsídios. 1986 2º semestre

Serviço Pastoral dos Migrante.

PROGRAMA 15: PASTORAL CARCERÁRIA (PE-IS) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO Em 1974, a CNBB publicou um trabalho intitulado “Pastoral Carcerária”, na coleção Estudos CNBB, n.° 4. Contém este documento quatro partes: a) Situação das prisões em nosso País e relatório do 1º Encontro Nacional de Pastoral Carcerária b) Conferências e estudos apresentados no 1º Encontro da Pastoral Carcerária c) Experiências e projetos de Pastoral Carcerária

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67d) Anexos. É resultado do Projeto 4.2A. do 2º Plano Bienal de Atividades, que teve seu momento-síntese no Encontro Nacional de Pastoral Carcerária, no Rio de Janeiro, em 1973. A partir daí, vários encontros e estudos foram realizados, por iniciativas de dioceses ou de grupos de trabalho. Torna-se importante recolher a experiência de todos esses esforços e dar atenção qualificada e cristã aos detentos, no espírito do Evangelho: “Estava preso e me visitastes” (Mt 25,36)35. PROJETO PROJETO-PE-15-1: APOIO E BUSCA DE PERSPECTIVAS PARA A PASTORAL CARCERÁRIA No encontro realizado no Rio de Janeiro, em 1984, os participantes sentiram a necessidade de uma reunião com participação mais ampla. O objetivo sugerido foi: estudar, a partir das experiências dos participantes e com assessorias, os seguintes temas: 1. Evangelização do homem carcerário 2. Homem carcerário e os direitos humanos 3. A Igreja colaborando na busca de novas alternativas para a recuperação do apenado. 4. Propostas para assistência às vítimas da violência. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Encontro Nacional. 1986

1º semestre Linha 6: Setor Pastoral Social CJP/BR.

PROGRAMA 16: PASTORAL DA MULHER MARGINALIZADA (PE-16) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO A CNBB, como resultado de seus projetos desenvolvidos em cinco anos, em prol de uma pastoral adequada à “MULHER SÓ E DESAMPARADA”, publicou, em 1976, um trabalho, na coleção “Estudos da CNBB”, n.° 15, intitulado “Prostituição, desafio à sociedade e à Igreja”. Continuou colocando em seus planos bienais a dinamização desta pastoral dentro dos propósitos de dar prioridade, em sua tarefa evangelizadora, aos mais pobres, mais carentes, que são marginalizados e oprimidos. Com o agravamento da problemática sócio-econômica, o desmoronamento dos valores perenes da humanidade e a exploração da mulher pelo sistema consumista e materialista prático, urge reforçar tanto a pastoral da família, como a pastoral da “mulher marginalizada e oprimida”. ATIVIDADES PERMANENTES • Apoiar, articular e avaliar a Pastoral da Mulher Marginalizada. • Promover contatos com os vários núcleos desta ação pastoral específica. • Buscar novos caminhos, critérios e metodologias. PROJETO-PE-16-1: APOIO À ARTICULAÇÃO DA PASTORAL DA MULHER MARGINALIZADA A Pastoral da Mulher Marginalizada está se estruturando aos poucos, mas com grandes dificuldades. São poucos os que acreditam em tal tipo de pastoral. Grande parte dos agentes, que se comprometem com tal trabalho, têm limitações financeiras sérias. Além disso, as distâncias para os necessários encontros são grandes. O trabalho está sendo

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68desenvolvido principalmente em áreas de colonização recente, ou de exploração de minérios, que estão geralmente muito afastadas; mas é nesses locais onde mais se dá a exploração da mulher. Tudo isso exige que se consigam recursos para poder articular esse tipo de pastoral. SISTEMÁTICA PRAZO RESPONSÁVEL Três Encontros Regionais: Nordeste, Bahia e Sul.

Biênio. Equipe dos Regionais, Linha 6: Setor Pastoral Social, Pastoral da Família.

PROGRAMA 17: PASTORAL DOS PESCADORES E MARÍTIMOS (APOSTOLADO DO MAR) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO O Setor do “Apostolado do Mar” engloba a pastoral que atua junto aos marítimos e pescadores em geral. Por marítimos entendemos os que exercem a profissão na chamada marinha mercante ou comercial. Tanto os pescadores como os marítimos são pessoas em movimento, em geral, marginalizados. Pelas dificuldades peculiares de seu trabalho, encontram muitas vezes obstáculos para contato com a Igreja. Daí a necessidade da presença desta junto a eles e a suas famílias. ATIVIDADES PERMANENTES • Reunir os responsáveis e interessados das dioceses em que se situam os principais portos do País para tentar organizar essas pastorais. • Colaborar com a criação de clubes “Stella Maris” nos portos mais importantes, ao menos, a exemplo do existente em Santos. • Divulgar noticias e experiências sobre o apostolado do mar, tendo como base as publicações das Pontifícias Comissões para a Pastoral das Migrações e Turismo, bem como boletins e publicações da Comissão Nacional dos Pescadores. • Apoiar as atividades da Comissão Nacional dos Pescadores e as reuniões dos seus responsáveis. PROGRAMA 18: PASTORAL DOS SANTUÁRIOS E ROMARIAS (PE-18) ORIENTAÇÕES PARA A AÇÃO A peregrinação é um sinal muito ao gosto do nosso povo. Basta ver o grande número de santuários, em todo o Brasil, e considerar as multidões dos peregrinos. O Santuário de Aparecida se destaca entre todos. Algumas vezes, são motivos interesseiros que levam os romeiros à peregrinação: para pedir graças e pagar promessas. Freqüentam templos, santuários, túmulos, monumentos e lugares de manifestações extraordinárias do divino. Parte dos peregrinos são cristãos que não participam assiduamente da vida de nossas comunidades. O Santuário é, para muitos, o único lugar onde ouvem a Palavra de Deus e recebem os sacramentos. Daí a necessidade de uma atenção especial à Pastoral dos Santuários, a fim de que sejam lugares de verdadeira evangelização e que se integrem na Pastoral de Conjunto. Faz parte da natureza do homem o “ser peregrino”. O homem está sempre à procura do Infinito que é Deus. Insatisfeito consigo mesmo, esmagado, muitas vezes, pela rotina do cotidiano, ele suspira por alguém que o possa libertar. Todo homem se sente como um

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69ser a caminho. Sua vida é uma caminhada à Pátria definitiva, à Casa do Pai. O sentido cristão da palavra peregrinar ou fazer romaria é, antes de tudo, caminhar pela estrada, ser alguém que passa, como Cristo passou pelas estradas da Palestina. É só abrirmos a Bíblia e logo perceberemos figuras de grandes peregrinos, por exemplo: Abraão, Moisés, Elias, Davi e, entre eles, Jesus, que foi a maior. Desde o início do cristianismo, a terra do nascimento, da vida, da morte e da ressurreição de Jesus, bem como o túmulo de São Pedro, em Roma, tornaram-se lugares de peregrinação. Em 1936, a Santa Sé deu orientações pastorais para as peregrinações aos santuários, recomendando que as romarias sejam consideradas e realizadas como atos de piedade cristã, isto é, revestindo-se de um caráter verdadeiramente religioso, visando à conversão e ao aprimoramento da vida cristã. Paulo VI e João Paulo II, em várias oportunidades, mostraram o valor das peregrinações, sobretudo como ocasião de intensificação de oração, reencontro com a misericórdia divina, “um lugar privilegiado para a evangelização de nossa cultura”. A opção preferencial pelos pobres, assinalada por Puebla e assumida no Objetivo Geral da Ação Pastoral da Igreja no Brasil, se torna imperiosa nos santuários, porque a eles acorrem pobres, marginalizados, enfermos, abandonados e aflitos, que formam a maioria da população do nosso continente. ATIVIDADES PERMANENTES • Incentivar uma melhor preparação das romarias e a continuidade das mesmas, num esforço para que haja maior interação da fé com a história do nosso povo. • Motivar para que a Liturgia seja sempre momento forte da vida nos santuários, sobretudo, o anúncio da Palavra de Deus e as Celebrações dos sacramentos da Eucaristia – como centro e ápice da vida cristã – e da Reconciliação, como ocasião forte de conversão. • Apoiar o trabalho da Pastoral dos Santuários, valorizando o Conselho de Santuários do Brasil e sua ação. • Participar nos Encontros Nacionais e do Cone Sul sobre Pastoral dos Santuários e nas reuniões do Conselho de Reitores de Santuários do Brasil (CRSB). • Incentivar os responsáveis pelos santuários para que os ajustem às orientações do novo Código de Direito Canônico. • Colaborar para que as Diretrizes Gerais para os Santuários, elaboradas pelo CRSB, cheguem a todas as dioceses e sejam postas em prática. C. COORDENAÇÃO NACIONAL PROGRAMA 19: COORDENAÇÃO NACIONAL E SERVIÇOS ESPECIAIS DA PRESIDÊNCIA, SECRETARIADO GERAL E CEP Este programa prevê atividades desenvolvidas em vista dos fins próprios da Conferência, das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral e da implementação deste Plano, como um serviço aos Regionais, visando suscitar e integrar a busca e a realização de ações comuns expressivas para a missão da Igreja no Brasil. ATIVIDADES PERMANENTES • Promover reuniões sistemáticas do Grupo de Assessores (GA).

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70 • Assessorar os Regionais. • Acompanhar permanentemente a execução dos programas deste Plano Bienal. • Dar atendimento a assuntos emergentes relacionados com os fins da CNBB. • Informar e manter atualizado o Episcopado em matéria jurídico-canônico, através de: • Respostas a consultas. • Manutenção da seção de Assuntos Jurídicos no Comunicado Mensal da CNBB. • Possibilitar o conhecimento mais aprofundado do novo Código de Direito Canônico, através de cursos intensivos, a pedido de Dioceses, Institutos Teológicos e de Institutos de Vida Consagrada. PRJETO TÍTULO SISTEMÁTICA RESPONSÁVEL PRAZO PE-19-1 23ª Assembléia

Geral da CNBB 24ª Assembléia Geral da CNBB

Reuniões plenárias, Reuniões por grupos regionais, inter-regionais, comissões integradas especiais, Reuniões por grupos de estudo.

Presidência CEP Secretatiado Geral

10 a 19/4/85 28/1 a 6/2/1986 ou 2 A 11/4/1986.

PE-19-2 Conselho Permanente.

Convocação com antecedência razoável. Reuniões plenárias. Encontros por grupos, constituídos segundo as conveniências.

Presidência CEP, Secretariado Geral.

(13ª) 27 a 30/8/1985 (14ª) 26 a 29/11/1985 (15ª) 26 a 29/8/1986 (16ª) 25 a 28/11/1986.

PE-19-3 Presidência e CEP.

Reuniões: privativas dos Bispos por Linhas de ação pastoral sessões de estudo.

Secretariado Geral. 1985 26 a 28/2 26 a 28/3 9/4; 28 a 30/5 25 a 27/6 26/8 24 a 26/9 29 a 31/10 25/11 16 a 18/12.

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711986 25 a 27/2 25 a 27/3 1/4 27 a 29/5 24 a 26/6 25/8 23 a 25/9 28 a 30/10 24/11 17 a 19/12.

PE-19-4 Comissão Episcopal de Doutrina.

Incentivar e acompanhar os que se dedicam à reflexão, ensino e produção nas áreas doutrinárias de imediato interesse para a missão da Igreja. Fomentar, apoiar, seguir a pesquisa, publicações, cursos e encontros nesta área. Examinar a concordância com a fé católica das publicações. Mediar, em questões doutrinárias, o diálogo entre autores, editores e bispos.

CED. BSB 1985 7 a 8/3 BSB 8 a 9/8 BSB 5 a 7/11 BSB 12 a 13/3. 1986 BSB 6 a 7/8 4 a 6/11.

PE-19-5 Comissão Nacional de Pastoral.

Reuniões Preparatórias. Convocação Reuniões Plenárias. Reuniões, por comissões especializadas.

CEP. 1985 e 1986 1º semestre julho 1985 setembro 20 a 22 1986 setembro 19 a 21 Biênio.

PE-19-6 Participação dos Regionais no acompanhamento do Plano Bienal.

Encontros Nacionais de Subsecretários Regionais.

Secretariado Geral. 1985 maio 24 e 25 novembro 23 a 25 1986 datas a marcar.

PE-19-7 Encontros da Presidência da

Reflexão sobre temas de interesse comum.

Presidência CNBB, Diretoria CRB.

1985 30/5

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72CNBB e Diretoria Nacional da CRB.

Tratamento de assuntos que interessam às duas Conferências.

10/11 1986 datas a marcar.

PE-19-8 Encontro da Presidência com as Conferências Episcopais da AL.

Tratamento de problemas pastorais comuns, especialmente de migrantes.

Presidência das Conferências.

PE-19-9 Acompanhamento da administração econômica financeira da CNBB.

Reunião do Conselho Fiscal.

Secretariado Geral.

PE-19-10 Acompanhamento dos Tribunais Eclesiásticos Regionais (TERs).

Visita aos TERs: Recife, Brasília, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Goiânia, Campo Grande, Teresina, Fortaleza, São Paulo, Campinas, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Belém. Encontro com Juízes Auditores das Dioceses sob jurisdição das Dioceses dos TERs visitados.

Serviço de Consultoria Jurídica.

1985 maio, junho, julho, agosto, agosto, agosto, setembro, outubro, dezembro, dezembro. 1986 1º semestre 1987 1º Trimestre Nas datas a cima indicadas.

PE-19-11 Encontros Nacionais de Juízes Presidentes de TERs.

2º Encontro, em Brasília para: * Revisão das normas promulgadas pela CNBB para os TERs. * Preparação de Formulários para os TERs. * Estudo de Jurisprudência Matrimonial 3º Encontro, em Brasília. Julho

Serviço de Consultoria Jurídica.

1985 julho 24 a 27 1986 julho.

PE-19-12 Articulação dos Canonistas Brasileiros.

1º Encontro, em Brasília, de Canonistas Brasileiros para: * Revisão da Situação Funcional dos

Serviço de Consultoria Jurídica.

1986 fevereiro. 1987 fevereiro.

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73canonistas no Brasil. * Revisão do Ensino do Direito Canônico. * Possibilidade de Associação dos Canonistas Brasileiros. 2º Encontro de Canonistas Brasileiros.

___________________________________ Nota:1 CNBB, Formação dos presbíteros na Igreja do Brasil, Doc. 30. Nota:2 Conselhos Pastorais, Conselhos Regionais e Diocesanos de Leigos Nota:3 Puebla, 273: “Cada comunidade eclesial deveria esforçar-se por constituir para o Continente um exemplo de modelo de convivência onde consigam unir-se a liberdade e a solidariedade, onde a autoridade se exerça cor o espírito do Bom Pastor, onde se viva uma atitude diferente diante da riqueza, onde se ensaiem formas de organização e estruturas de participação, capazes de abrir caminho para um tipo mais humano de sociedade, e, sobretudo, onde inequivocamente se manifeste que, sem uma radical comunhão com Deus em Jesus Cristo, qualquer outra forma de comunhão puramente humana acaba se tornando incapaz de sustentar-se e termina fatalmente voltando-se contra o próprio homem”. Nota:4 Catequese Renovada, 129: “Sempre mais se impõe uma educação permanente da fé que acompanhe o homem por toda a vida e se integre em seu crescimento global. A comunidade catequizadora velará zelosamente para que isso aconteça de fato, estabelecendo uma organização adaptada e eficaz que empenhe na atividade catequética as pessoas, os meios, os instrumentos e os recursos financeiros necessários (CT 63; cf. DGAE 1974-78, p.59; P 998; Sínodo de 1977, proposição 15)”. Nota:5 CT, 63: “E dirijo-me em primeiro lugar aos meus Irmãos Bispos: o Concílio Vaticano II já nos recordou explicitamente as vossas tarefas no campo da catequese, como também os Padres da IV Assembléia Geral do Sínodo as acentuaram com vigor. Na verdade, quanto a este ponto, vós, caríssimos Irmãos, tendes uma missão particular nas vossas Igrejas; vós sois aí os primeiros responsáveis pela catequese, os catequetas por excelência. Depois, a vós juntamente com o Papa, no espírito da colegialidade episcopal, incumbe a responsabilidade pela catequese na Igreja inteira. Permiti, pois, que eu vos fale com o coração aberto. Eu sei que tendes de arrostar com um ministério episcopal cada dia mais complexo e sobrecarregado. Mil e um compromissos vos solicitam, desde a formação de novos sacerdotes à presença ativa no meio das comunidades dos fiéis, e desde a celebração vivida e digna do culto e dos sacramentos ao cuidado da promoção humana e da defesa dos direitos do homem. Pois bem: que a preocupação de promover uma catequese ativa e eficaz não ceda nada frente a qualquer outra preocupação seja ela qual for. Uma tal solicitude os levará a transmitirdes vós próprios a doutrina da vida aos vossos fiéis. Mas o mesmo cuidado deve levar-vos a assumir nos vossas Dioceses, em correspondência com os planos da Conferência Episcopal de que vós fazeis parte, a superior direção da catequese, rodeando-vos de colaboradores competentes e merecedores de confiança. O vosso papel principal deve ser o de suscitar e alimentar nas vossas Igrejas uma verdadeira paixão pela catequese; uma paixão, porém, que se encarne numa organização adaptada e eficaz, que empenhe na atividade as pessoas, os meios e os instrumentos e também os recursos financeiros necessários. Podeis ter a certeza disto: se a catequese for bem feita nas vossas Igrejas locais, tudo o mais será feito com maior facilidade. Por outro lado - e não seria que eu vo-lo dissesse - se o vosso zelo tiver de vos impor algumas vezes a tarefa ingrata de denunciar desvios, corrigir erros, ele deve proporcionar-vos muito mais freqüentemente a alegria e a consolação de ver as vossas Igrejas florescentes, porque a catequese aí é dada como o quer o Senhor”. Nota:6 CT, 63: “E dirijo-me em primeiro lugar aos meus Irmãos Bispos: o Concílio Vaticano II já nos recordou explicitamente as vossas tarefas no campo da catequese, como também os Padres da IV Assembléia Geral do Sínodo as acentuaram com vigor. Na verdade, quanto a este ponto, vós, caríssimos Irmãos, tendes uma missão particular nas vossas Igrejas; vós sois aí os primeiros responsáveis pela catequese, os catequetas por excelência. Depois, a vós juntamente com o Papa, no espírito da colegialidade episcopal, incumbe a responsabilidade pela catequese na Igreja inteira. Permiti, pois, que eu vos fale com o coração aberto. Eu sei que tendes de arrostar com um ministério episcopal cada dia mais complexo e sobrecarregado. Mil e um compromissos vos solicitam, desde a formação de novos sacerdotes à presença ativa no meio das comunidades dos fiéis, e desde a celebração vivida e digna do culto e dos sacramentos ao cuidado da promoção humana e da defesa dos direitos do homem. Pois bem: que a preocupação de promover uma catequese ativa e eficaz não ceda nada frente a qualquer outra preocupação seja ela qual for. Uma tal solicitude os levará a transmitirdes vós próprios a doutrina da vida aos vossos fiéis. Mas o mesmo cuidado deve levar-vos a assumir nos vossas Dioceses, em correspondência com os planos da Conferência Episcopal de que vós fazeis parte, a superior direção da catequese, rodeando-vos de colaboradores competentes e merecedores de confiança. O vosso papel principal deve ser o de suscitar e alimentar nas vossas Igrejas uma verdadeira paixão pela catequese; uma paixão, porém, que se encarne numa organização adaptada e eficaz, que empenhe na atividade as pessoas, os meios e os instrumentos e também os recursos financeiros necessários. Podeis ter a certeza disto: se a catequese for bem feita nas vossas Igrejas locais, tudo o mais será feito com maior facilidade. Por outro lado - e não seria que eu vo-lo dissesse - se o vosso zelo tiver de vos impor algumas vezes a tarefa ingrata de

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74denunciar desvios, corrigir erros, ele deve proporcionar-vos muito mais freqüentemente a alegria e a consolação de ver as vossas Igrejas florescentes, porque a catequese aí é dada como o quer o Senhor”. Nota:7 CT, 63: “E dirijo-me em primeiro lugar aos meus Irmãos Bispos: o Concílio Vaticano II já nos recordou explicitamente as vossas tarefas no campo da catequese, como também os Padres da IV Assembléia Geral do Sínodo as acentuaram com vigor. Na verdade, quanto a este ponto, vós, caríssimos Irmãos, tendes uma missão particular nas vossas Igrejas; vós sois aí os primeiros responsáveis pela catequese, os catequetas por excelência. Depois, a vós juntamente com o Papa, no espírito da colegialidade episcopal, incumbe a responsabilidade pela catequese na Igreja inteira. Permiti, pois, que eu vos fale com o coração aberto. Eu sei que tendes de arrostar com um ministério episcopal cada dia mais complexo e sobrecarregado. Mil e um compromissos vos solicitam, desde a formação de novos sacerdotes à presença ativa no meio das comunidades dos fiéis, e desde a celebração vivida e digna do culto e dos sacramentos ao cuidado da promoção humana e da defesa dos direitos do homem. Pois bem: que a preocupação de promover uma catequese ativa e eficaz não ceda nada frente a qualquer outra preocupação seja ela qual for. Uma tal solicitude os levará a transmitirdes vós próprios a doutrina da vida aos vossos fiéis. Mas o mesmo cuidado deve levar-vos a assumir nos vossas Dioceses, em correspondência com os planos da Conferência Episcopal de que vós fazeis parte, a superior direção da catequese, rodeando-vos de colaboradores competentes e merecedores de confiança. O vosso papel principal deve ser o de suscitar e alimentar nas vossas Igrejas uma verdadeira paixão pela catequese; uma paixão, porém, que se encarne numa organização adaptada e eficaz, que empenhe na atividade as pessoas, os meios e os instrumentos e também os recursos financeiros necessários. Podeis ter a certeza disto: se a catequese for bem feita nas vossas Igrejas locais, tudo o mais será feito com maior facilidade. Por outro lado - e não seria que eu vo-lo dissesse - se o vosso zelo tiver de vos impor algumas vezes a tarefa ingrata de denunciar desvios, corrigir erros, ele deve proporcionar-vos muito mais freqüentemente a alegria e a consolação de ver as vossas Igrejas florescentes, porque a catequese aí é dada como o quer o Senhor”. Nota:8 CR, 318: “Reafirmamos que a Catequese é um processo de educação comunitária, permanente, progressiva, ordenada, orgânica e sistemática da Fé. Sua finalidade é a maturidade da Fé, num compromisso pessoal e comunitário de libertação integral, que deve acontecer já aqui e culminar na vida eterna feliz”. Nota:9 CR, 113: “Pois, por tudo o que vimos anteriormente, na Catequese realiza-se uma inter-ação (= um relacionamento mútuo e eficaz) entre a experiência de vida e a formulação da fé; entre a vivência atual e o dado da Tradição. De um lado, a experiência da vida levanta perguntas; de outro, a formulação da fé é busca de explicitação das respostas a essas perguntas. De um lado, a fé propõe a mensagem de Deus e convida a uma comunhão com ele, que ultrapassa a busca e as expectativas humanas; de outro, a experiência humana é questionada e estimulada a abrir-se para esse horizonte mais amplo”. Nota:10 CR, 74: “As situações históricas e as aspirações autenticamente humanas são parte indispensável do conteúdo da Catequese. E devem ser interpretadas seriamente, dentro de seu contexto atual, à luz das experiências vivenciais do povo de Israel, de Cristo e da comunidade eclesial, na qual o Espírito de Cristo ressuscitado vive e opera continuamente (Medellín, Cat. 6)”. cf. Medellín, Cat. 6: “De acordo com esta teologia da revelação, a catequese atual deve assumir totalmente as angústias e esperanças do homem de hoje, para oferecer-lhe as possibilidades de uma libertação plena, as riquezas de uma salvação integral em Cristo, o Senhor. Por isso, deve ser fiel à transmissão, não só da Mensagem bíblica em seu conteúdo intelectual, mas também à sua realidade vital encarnada nos fatos da vida do homem de hoje. As situações históricas e as aspirações autenticamente humanas são parte indispensável do conteúdo da catequese. E devem ser interpretadas seriamente, dentro de seu contexto atual, à luz das experiências vivenciais do povo de Israel, de Cristo, e da comunidade eclesial, na qual o Espírito de Cristo ressuscitado vive e opera continuamente”. Nota:11 cf. CR, 143: “A comunidade deve prestar particular atenção e procurar meios adequados para ir ao encontro das necessidades catequéticas daquelas categorias de pessoas que, por sua condição de vida, mais dificilmente podem participar da vida normal da comunidade cristã. Lembramos sobretudo migrantes, menores abandonados, anciãos, motoristas, operários com turno especial de trabalho, encarcerados, prostitutas, bóias-frias etc.”. Nota:12 cf. Estudos da CNBB n.14. Nota:13 Col. Estudos da CNBB n.14: “Educação Religiosa nas Escolas” Ed. Paulinas. Nota:14 cf. SC, 10: “Mas a liturgia é o cume para o qual tende toda a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de que promana sua força. Os trabalhos apostólicos visam a que todos, como filhos de Deus, pela fé e pelo batismo, se reúnam para louvar a Deus na Igreja, participar do sacrifício e da ceia do Senhor”. Nota:15 cf. SC, 40: “Como, porém, em certos lugares ou circunstâncias se requer uma modificação mais profunda da liturgia e, portanto, mais difícil, fica estabelecido que: 1) O assunto seja levado quanto antes à autoridade competente, de acordo com o art. 22 § 2, que decidirá com prontidão e prudência o que se pode e é oportuno admitir no culto divino, em continuidade com as tradições e a índole de cada povo. Peça-se então à Sé Apostólica autorização para introdução das adaptações julgadas úteis e necessárias. 2) Para que a adaptação seja feita com a devida prudência, a Sé Apostólica dará poderes à autoridade territorial competente para que, conforme o caso, permita e oriente sua introdução em determinados grupos julgados aptos, a título de experiência.

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753) Como a aplicação das leis litúrgicas sobre as adaptações encontra especiais dificuldades nas missões, deve-se formar, o quanto antes, peritos nesse assunto”. Nota:16 LG, 1: “O concílio deseja ardentemente iluminar todos os homens com a claridade de Cristo, luz dos povos, que brilha na Igreja, para que o Evangelho seja anunciado a todas as criaturas (cf. Mc 16,15). A Igreja é em Cristo como que o sacramento ou o sinal e instrumento da união com Deus e da unidade de todo o gênero humano. Insistindo no tema dos concílios anteriores, ela quer manifestar, tanto aos fiéis como ao universo inteiro, com redobrado vigor, sua natureza e sua missão universal. Nos dias de hoje, os homens estão profundamente ligados uns aos outros pelos laços sociais, pela interdependência técnica e pela cultura. Torna-se então mais urgente o dever que tem a Igreja de promover a unidade perfeita de todos, em Cristo”. Nota:17 UR, 1: “Promover a reintegração de todos os cristãos na unidade é um dos principais objetivos do Concílio Ecumênico Vaticano II. Embora a Igreja tenha sido fundada por Cristo como única, diversas comunhões cristãs se propõem hoje como a verdadeira herança de Jesus Cristo. Todos se dizem discípulos do Senhor, mas têm sentimentos diversos e seguem caminhos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido. Essas divisões, evidentemente, contrariam a vontade de Cristo, são um escândalo para o mundo e prejudicam enormemente a pregação do Evangelho a toda a criatura. Sábia e pacientemente, o Senhor dos séculos persegue os objetivos de sua graça. Ultimamente começou a provocar com maior intensidade, entre os cristãos separados, a dor espiritual pelas separações e o ardente desejo de se unirem. Um número cada vez maior de pessoas foi tocado por essa graça. Surgiu assim, entre os irmãos separados, por inspiração do Espírito Santo, um movimento em favor da restauração da unidade entre todos os cristãos. Desse movimento em prol da unidade, denominado ecumênico, participam todos os que invocam o Deus Trino, confessam que Jesus é Senhor e Salvador, não de cada um de nós em separado, mas das comunidades em que estamos reunidos, em que se ouve o Evangelho, nossa Igreja e de Deus. Embora de maneiras diversas, quase todos aspiram a uma Igreja una, visível, universal de fato, enviada a todo o mundo para que o mundo se converta ao Evangelho e assim seja salvo, para a glória de Deus. Alegrando-se com tudo isso, o concílio, depois de declarar a doutrina da Igreja, movido pelo desejo de restaurar a unidade entre todos os discípulos de Cristo, decidiu propor a todos os católicos subsídios, caminhos e maneiras de agir para que também eles, por vocação divina, possam corresponder a essa graça”. Nota:18 cf. EN, 18: “Evangelizar, para a Igreja, é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade: “Eis que faço novas todas as coisas”. No entanto não haverá humanidade nova, se não houver em primeiro lugar homens novos, pela novidade do batismo e da vida segundo o Evangelho. A finalidade da evangelização, portanto, é precisamente esta mudança interior; e se fosse necessário traduzir isso em breves termos o mais exato seria dizer que a Igreja evangeliza quando, unicamente firmada na potência divina da mensagem que proclama, ela procura converter ao mesmo tempo a consciência pessoal e coletiva dos homens, a atividade em que eles se aplicam, e a vida e o meio concreto que lhes são próprios”. Nota:19 cf. Medellín, 4,11,2: “A educação formal ou sistemática se estende cada vez mais para as crianças e os jovens latino-americanos, embora grande número deles fique ainda fora dos sistemas escolares. Qualitativamente, e tendo em vista o futuro, está longe de corresponder àquilo que exige nosso desenvolvimento. Sem esquecer as diferenças que existem relativamente aos sistemas educativos nos diversos países do continente, parece-nos que o seu conteúdo programático é, em geral, demasiado abstrato e formalista. Os métodos didáticos estão mais preocupados com a transmissão dos conhecimentos do que com a criação de um espírito crítico. Do ponto de vista social, os sistemas educativos estão orientados para a manutenção das estruturas sociais e econômicas imperantes, mais do que para sua transformação. É uma educação uniforme, em um momento em que a comunidade latino-americana despertou para a riqueza de seu pluralismo humano; é passiva, quando já soou a hora para nossos povos de descobrirem seu próprio ser, pleno de originalidade; está orientada no sentido de sustentar uma economia baseada na ânsia de ter mais, quando a juventude latino-americana exige ser mais, na posse de sua auto-realização pelo serviço e no amor. Em especial, a formação profissional de nível médio e superior sacrifica com freqüência a profundidade humana, em nome do pragmatismo e do imediatismo, para ajustar-se às exigências do mercado de trabalho. Este tipo de educação é responsável pela colocação do homem a serviço da economia e não desta a serviço do homem”. Nota:20 cf. Puebla, 1308: “É necessário criar no homem latino-americano uma sã consciência social, um sentido evangélico crítico face à realidade, um espírito comunitário e um compromisso social. Tudo isto tornará possível uma participação livre e responsável, em comunhão fraterna e dialogante, para a construção da nova sociedade, verdadeiramente humana, penetrada de valores evangélicos. Ela deve ser modelada em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo e dar resposta aos sofrimentos e aspirações de nossos povos, cheios de uma esperança que não poderá ser iludida”. Nota:21 cf. Puebla, 1308: “É necessário criar no homem latino-americano uma sã consciência social, um sentido evangélico crítico face à realidade, um espírito comunitário e um compromisso social. Tudo isto tornará possível uma participação livre e responsável, em comunhão fraterna e dialogante, para a construção da nova sociedade, verdadeiramente humana, penetrada de valores evangélicos. Ela deve ser modelada em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo e dar resposta aos sofrimentos e aspirações de nossos povos, cheios de uma esperança que não poderá ser iludida”. Nota:22 cf. Puebla, 440: “Um questionamento crítico e construtivo do sistema educativo na América Latina”. Nota:23

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76Puebla, 1064: “A comunicação, como ato social vital, nasce com o próprio homem e tem sido potencializada na época moderna mediante poderosos recursos tecnológicos. Por conseguinte, a evangelização não pode prescindir, hoje em dia, dos meios de comunicação”. Nota:24 cf. Puebla, 1063: “A evangelização, anúncio do Reino, é comunicação: portanto, a comunicação social deve ser levada em conta em todos os aspectos da transmissão da Boa Nova”. Nota:25 cf. Puebla 1085: “c) A tarefa de formação no campo da comunicação é uma ação prioritária. Portanto, urge formar neste campo todos os agentes da evangelização: Para os aspirantes ao sacerdócio e à vida religiosa, é necessário que esta formação se integre nos programas de estudos e formação pastoral. Para os sacerdotes, religiosos, religiosas, agentes de pastoral e para os próprios responsáveis pelos organismos nacionais e diocesanos de pastoral de comunicação social, é mister programar sistemas de formação permanente. Especial atenção merecem os profissionais da comunicação e a formação mais adequada dos que cobrem a área da informação religiosa”. Nota:26 cf. Puebla, 1085: “A tarefa de formação no campo da comunicação é uma ação prioritária. Portanto, urge formar neste campo todos os agentes da evangelização: Para os aspirantes ao sacerdócio e à vida religiosa, é necessário que esta formação se integre nos programas de estudos e formação pastoral. Para os sacerdotes, religiosos, religiosas, agentes de pastoral e para os próprios responsáveis pelos organismos nacionais e diocesanos de pastoral de comunicação social, é mister programar sistemas de formação permanente. Especial atenção merecem os profissionais da comunicação e a formação mais adequada dos que cobrem a área da informação religiosa”. Nota:27 cf. Puebla, 1168: “Um inconformismo que a tudo questiona; um espírito de aventura que a leva a compromissos e situações radicais; uma capacidade criadora com respostas novas para o mundo em transformação, que aspira a sempre melhorar em sinal de esperança. Sua aspiração pessoal mais espontânea e forte é a liberdade, emancipada de qualquer tutela exterior. É sinal de alegria e felicidade. Muito sensível aos problemas sociais. Exige autenticidade e simplicidade, rejeitando com rebeldia uma sociedade invadida por hipocrisias e contravalores”. Nota:28 Puebla, 1187: “Por isso, queremos oferecer uma linha pastoral global: desenvolver, de acordo com a pastoral diferencial e orgânica, uma pastoral de juventude que leve em conta a realidade social dos jovens de nosso continente; atenda ao aprofundamento e crescimento da fé para a comunhão com Deus e os homens; oriente a opção vocacional dos jovens; lhes ofereça elementos para se converterem em fatores de transformação e lhes proporcione canais eficazes para a participação ativa na Igreja e na transformação da sociedade”. Nota:29 cf. Puebla, 1188: “A Igreja evangelizadora faz um veemente apelo para que os jovens nela busquem o lugar de sua comunhão com Deus e os homens a fim de construir “a civilização do amor” e edificar a paz na justiça. Convida-os a que se comprometam eficazmente numa ação evangelizadora que não exclua ninguém, de acordo com a situação em que vivem, e tendo predileção pelos mais pobres”. Nota:30 cf. Puebla, 1192: “A inserção na Igreja e a tarefa de compromisso efetivo na edificação de nova civilização do amor e da paz é muito exigente e requer profunda formação e participação responsável”. Nota:31 cf. Puebla, 1189: “A integração na Igreja será canalizada através de movimentos juvenis ou comunidades que devem estar integradas na pastoral de conjunto diocesana ou nacional, com projeções para uma integração latino-americana. Esta integração far-se-á especialmente por meio da * pastoral familiar; * pastoral da Igreja diocesana e paroquial em seus diversos aspectos de catequese, educação, vocações, etc..; * inter-relacionamento dos diversos movimentos de juventude ou comunidades, considerando-lhes a situação concreta: estudantes secundários, universitários, operários, camponeses, que tem condicionamentos próprios e exigências diferentes em face do processo evangelizador e que, por isso, pedem uma pastoral específica”. Nota:32 cf. Puebla 584: “Cristo, ao nascer, assumiu a condição das crianças: nasceu pobre e sujeito a seus pais. Toda criança imagem de Jesus que nasce deve ser acolhida com carinho e bondade. Ao transmitir a vida a um filho, o amor conjugal produz uma pessoa nova, singular, única e irrepetível. Neste momento começa para os pais o ministério da evangelização. Nisso devem eles fundar sua paternidade responsável: nas circunstancias sociais, econômicas, culturais, demográficas em que vivemos, estariam os esposos capacitados para educar e evangelizar em nome de Cristo mais um filho? A resposta dos pais sensatos será fruto do reto discernimento e não da opinião estranha de pessoas, da moda, ou dos impulsos. Desta sorte, o instinto e o capricho cederão lugar à disciplina consciente e livre da sexualidade, por amor a Cristo, cujo rosto transparece no rosto da criança que se deseja e se traz livremente à vida”. Nota:33 cf. Puebla, 31-32: “Esta situação de extrema pobreza generalizada adquire, na vida real, feições concretíssimas, nas quais deveríamos reconhecer as feições sofredoras de Cristo, o Senhor (que nos questiona e interpela): 32. - feições de crianças, golpeadas pela pobreza ainda antes de nascer, impedidas que estão de realizar-se, por causa de deficiências mentais e corporais irreparáveis, que as acompanharão por toda a vida; crianças abandonadas e muitas vezes exploradas de nossas cidades, resultado da pobreza e da desorganização moral da família”.

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77Nota:34 Medellín III.4.4.4: “2. Devemos reconhecer, antes de mais nada, que têm sido feitos esforços consideráveis em quase todos os nossos países para estender a educação em seus diversos níveis e são grandes os méritos que, neste esforço, correspondem tanto aos governos como à Igreja e aos demais setores responsáveis pela educação. Contudo, o panorama geral da educação apresenta-se a nós, ao mesmo tempo, com características de drama e de desafio. Ao dizer isto, não nos anima um espírito pessimista, mas um desejo de superação. Considerando a urgência do desenvolvimento integral do homem e de todos os homens na grande comunidade latino-americana, os esforços educativos padecem de sérias deficiências e inadequações. 3. Existe, em primeiro lugar, o vasto setor dos homens “marginalizados” da cultura, os analfabetos e especialmente os analfabetos indígenas, privados por vezes até do benefício elementar da comunicação por meio de uma língua comum. Sua ignorância é uma escravidão inumana. Sua libertação, uma responsabilidade de todos os homens latino-americanos. Devem ser libertados de seus preconceitos e superstições, de seus complexos e inibições, de seus fanatismos, de sua tendência fatalista, de sua incompreensão temerosa do mundo em que vivem, de sua desconfiança e de sua passividade. A tarefa de educação destes irmãos nossos não consiste propriamente em incorporá-los nas estruturas culturais que existem em torno deles, e que podem ser também opressoras, mas em algo muito mais profundo. Consiste em capacitá-los para que, eles próprios, como autores de seu próprio progresso, desenvolvam, de uma maneira criativa e original, um mundo cultural em acordo com sua própria riqueza e que seja fruto de seus próprios esforços, especialmente no caso dos indígenas devem-se respeitar os valores próprios de sua cultura, sem excluir o diálogo criador com outras culturas. 4. A educação formal ou sistemática se estende cada vez mais para as crianças e os jovens latino-americanos, embora grande número deles fique ainda fora dos sistemas escolares. Qualitativamente, e tendo em vista o futuro, está longe de corresponder àquilo que exige nosso desenvolvimento. Sem esquecer as diferenças que existem relativamente aos sistemas educativos nos diversos países do continente, parece-nos que o seu conteúdo programático é, em geral, demasiado abstrato e formalista. Os métodos didáticos estão mais preocupados com a transmissão dos conhecimentos do que com a criação de um espírito crítico. Do ponto de vista social, os sistemas educativos estão orientados para a manutenção das estruturas sociais e econômicas imperantes, mais do que para sua transformação. É uma educação uniforme, em um momento em que a comunidade latino-americana despertou para a riqueza de seu pluralismo humano; é passiva, quando já soou a hora para nossos povos de descobrirem seu próprio ser, pleno de originalidade; está orientada no sentido de sustentar uma economia baseada na ânsia de “ter mais”, quando a juventude latino-americana exige “ser mais”, na posse de sua auto-realização pelo serviço e no amor. Em especial, a formação profissional de nível médio e superior sacrifica com freqüência a profundidade humana, em nome do pragmatismo e do imediatismo, para ajustar-se às exigências do mercado de trabalho. Este tipo de educação é responsável pela colocação do homem a serviço da economia e não desta a serviço do homem. 5. Neste momento, aflora também uma preocupação nova pela educação assistemática, de crescente importância: meios de comunicação social, movimentos juvenis e tudo quanto contribui para a criação de certa cultura popular e para o aumento do desejo de mutação. 6. A democratização da educação é um ideal que está ainda longe de ter sido atingido em todos os níveis, sobretudo no universitário. Já que nossas universidades não levaram suficientemente em conta as peculiaridades latino-americanas, transpondo com freqüência esquemas de países desenvolvidos, não deram suficientemente resposta aos problemas próprios do nosso continente. A universidade permaneceu muitas vezes com cursos tradicionais, quase sem currículos de duração intermediária, aptos à nossa situação socioeconômica. Nem sempre e em todo lugar esteve devidamente aberta para a investigação ou para o diálogo interdisciplinar, indispensável ao progresso da cultura e ao desenvolvimento integral da sociedade. Particularmente quanto à universidade católica, assinalamos uma insuficiência na instauração do dialogo entre a Teologia e os diversos ramos do saber, diálogo capaz de respeitar a devida autonomia das ciências e de trazer a luz do Evangelho para a convergência dos valores humanos em Cristo. 7. A educação latino-americana, numa palavra, é chamada a dar uma resposta ao desafio do presente e do futuro em nosso continente. Somente assim será capaz de libertar nossos homens das servidões culturais, sociais, econômicas e políticas que se opõem ao nosso desenvolvimento. Quando falamos assim, não perdemos de vista a dimensão sobrenatural que se inscreve no próprio desenvolvimento e que condiciona a plenitude da vida cristã”. Puebla 1054-1056: “1054. A universidade deve formar verdadeiros líderes, construtores duma nova sociedade, e isto implica, por parte da Igreja, dar a conhecer a mensagem do Evangelho neste meio e fazê-lo com eficácia, respeitando a liberdade acadêmica, inspirando-lhe a função criativa, tornando-se presente à educação política e social de seus membros, iluminando a pesquisa científica. 1055. Segue-se dai a atenção que todos devemos dar ao ambiente intelectual e universitário. Pode-se afirmar que se trata duma opção-chave capital e funcional da evangelização, pois do contrário perder-se-ia uma posição decisiva para iluminar as mudanças de estruturas. 1056. Como os resultados não se podem medir a curto prazo, poderia ficar-nos a impressão de fracasso e ineficiência. Contudo, isto não deve diminuir a esperança e o empenho dos cristãos que trabalham no campo universitário, pois apesar das dificuldades, eles estão colaborando na missão evangelizadora da Igreja”. Nota:35 Mt 25,36: “Eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar”.