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DIREITO
CONSTITUCIONALDireitos Individuais –Remédios Constitucionais e
Garantias ProcessuaisRemédios Constitucionais -habeas corpus, habeas data, mandado de
segurança, mandado de injunção e ação popular – Parte 8
Profª. Liz Rodrigues
Remédios Constitucionais
- Art. 5º, LXXIII: “qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência”.
Remédios Constitucionais
- Ação constitucional que tem por fim a proteção da coisa
pública.
- É uma das formas de manifestação da soberania popular
e permite que o cidadão exerça sua função fiscalizadora.
- Legitimidade ativa: cidadãos em sentido estrito – ou seja,
os que estão em pleno gozo dos direitos políticos (a prova
de cidadania é feita com o título de eleitor – art. 1º, §3º,
Lei n. 4.717/65).
Remédios Constitucionais
- Substituição processual: o cidadão defende em nome
próprio um direito difuso titularizado pela coletividade
(Novelino).
- Litisconsórcio: qualquer cidadão pode habilitar-se ou
participar como assistente do autor popular.
- Legitimidade passiva: entes da Administração Pública
direta e indireta e pessoas jurídicas que administrem ou
sejam subvencionadas pelos cofres públicos.
Remédios Constitucionais
- Art. 6º, Lei n. 4.717/65: “a ação será proposta contra as
pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º,
contra as autoridades, funcionários ou administradores que
houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato
impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à
lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo”.
- Qualquer pessoa beneficiada ou responsável pelo ato deve ser
citada (desde que descoberta antes da sentença de 1º grau).
Remédios Constitucionais
- Nos termos do art. 6º, §3º, a pessoa jurídica cujo ato
esteja sendo impugnado pode abster-se de contestar o
pedido ou pode atuar ao lado do autor popular, desde que
isso se afigure útil ao interesse público.
- Esta decisão é tomada pelo representante legal ou
dirigente da entidade.
- O Ministério Público deve acompanhar a ação.
Remédios Constitucionais
- Competência: a ação será julgada pelo juiz competente
pra as causas que interessem à União, Estados, DF ou
Municípios conforme as regras de organização judiciária
em questão (não há prerrogativa de foro e a APop pode
ser julgada tanto pela Justiça Federal quanto pela
Estadual), tendo em vista a origem do ato impugnado.
Remédios Constitucionais
- Objeto: ato de caráter administrativo ou equiparados (atos de
efeitos concretos praticados pela Administração Pública,
inclusive os de regime de direito privado – Novelino).
- Atos omissivos ou comissivos.
- Não cabe Apop contra lei em tese (a não ser que esta seja uma
lei de efeitos concretos e que se faça nela um controle incidental
de constitucionalidade) e contra atos de conteúdo jurisdicional.
Remédios Constitucionais
- Objetivo: proteção de interesses difusos. Pretende obter a
invalidação de atos lesivos ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.
- Pode ser reparatória (a lesão já ocorreu) ou preventiva
(tenta evitar que a lesão ocorra).
Remédios Constitucionais
- Requisitos: ilegalidade e lesividade. Há divergências
doutrinárias (alguns autores entendem que basta a
lesividade para que o ato possa ser impugnado), mas a
maioria entende que é necessário demonstrar a
ocorrência dos dois problemas.
- Obs.: em se tratando de proteção à moralidade
administrativa, é possível pleitear a impugnação do ato
mesmo sem a existência de dano material (Novelino).
Remédios Constitucionais
- Medidas liminares: o art. 5º, §4º prevê a possibilidade de
suspensão liminar do ato lesivo impugnado, quando se
tratar de defesa do patrimônio público.
- A decisão que julgar procedente o pedido irá declarar a
nulidade do ato impugnado e condenar os responsáveis e
beneficiários em perdas e danos (veja os arts. 2º a 4º e
11 da Lei n. 4.717/65).
Remédios Constitucionais
- Pedido improcedente: como regra geral, o autor popular
não é condenado ao pagamento de custas judiciais ou
ônus da sucumbência.
- Porém, em caso de má-fé, o autor será condenado a
pagá-las e, em sendo a lide manifestamente temerária,
poderá ser condenado ao pagamento do décuplo das
custas (art. 13, Lei n. 4.717/65).
Remédios Constitucionais
- Desistência da ação: se o autor desistir ou der motivo
para a absolvição da instância, serão publicados editais,
sendo assegurado a qualquer cidadão e ao representante
do Ministério Público promover o prosseguimento da
ação, em um prazo de até 90 dias contados da última
publicação feita.
Remédios Constitucionais
- Art. 18, Lei n. 4.717/65: “a sentença terá eficácia de coisa
julgada oponível erga omnes, exceto no caso de haver
sido a ação julgada improcedente por deficiência de
prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra
ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova
prova”.
Remédios Constitucionais
- Reexame necessário: a sentença que concluir pela carência ou
improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição
e só irá produzir efeitos após confirmada pelo tribunal.
- Se o pedido for julgado procedente, cabe apelação com efeito
suspensivo. Das decisões interlocutórias cabe agravo.
- Decisões proferidas contra o autor popular: qualquer cidadão e
o Ministério Público podem apresentar recurso (se for cabível).