O povo judeu, sua organização social, política e religiosa
QUEM ERAM OS JUDEUS?
Eram um dos povos que vivia, desde 63 a.C, sob jugo do Império Romano, quando o general Pompeu dominou a
região da Judéia.
Foi-lhes permitido manter a liberdade para práticas religiosas como forma de manter a ordem.
A difusão da cultura grega e a presença de muitos judeus em outros países,
juntando-se com a unificação política proporcionada pelo governo de Roma,
compuseram o cenário propício para o inicio do Novo Testamento com a chegada de Jesus.
CLASSES SOCIAIS
É preciso conhecer os costumes e a sociedade judia daquela época, para melhor compreender certas
passagens dos Evangelhos.
SamaritanosPovo pagão; nutria aversão aos judeus iniciada séculos antes
da chegada de Jesus. Existia entre eles um ódio recíproco e se esquivavam a todas
as formas de relações entre si, devido a divergência de opiniões religiosas, embora as suas crenças tivessem a mesma
origem.
A cidade de Samaria, após a cisão das dez tribos, tornou-se a
capital do reino dissidente, e para
tornarem a separação ainda mais profunda e
não terem de ir a Jerusalém para a
celebração das festas religiosas,
construíram um templo próprio no
monte Garizim.
Os Samaritanos adotaram certas reformas:
•Admitiam somente o Pentateuco, que contém a Lei de Moisés;
•Aceitavam facilmente os ritos e as divindades estrangeiras;
•Perseguiam os que mantinham a circuncisão das crianças;
•Transformaram muitas vezes a religião em simulacros pagãos e teatro de solenidades obscenas de Baco;
•Edificaram uma fortaleza sobre as ruínas da cidadela de Davi, em Jerusalém, e dedicou o templo a Júpiter Olímpico.
Nazarenos
Nome dado aos judeus que faziam votos, por toda vida ou por um período, de conservar-se em pureza perfeita.
Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a
Jesus de Nazaré.
Publicanos
Encarregados da cobrança de impostos e outras rendas.
Eram desprezados por todos e considerados impuros, porque os judeus não aceitavam pagar impostos, especialmente a
contribuição para o sustento dos soldados romanos.
Zaqueo
FariseusConsiderados os verdadeiros judeus da época, os melhores
cultuadores e intérpretes da Torá; ou Doutores da Lei Mosaica. O lado negro do excesso de zêlo.
“Dotados de mentalidade estreita: levavam ao máximo rigorismo o culto exterior e a expressão literal dos textos”.
(O Redentor, cap. 12, Edgard Armond).
A palavra Fariseu tem o significado de "separados", "a verdadeira comunidade de Israel", "santos".
Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma figura de fanáticos e hipócritas que apenas
manipulam as leis para seu interesse.https://pt.wikipedia.org/wiki/Fariseus
Inimigos das inovações, mas sob as aparências de uma devoção meticulosa,
escondiam costumes dissolutos e muito
orgulho.
Acreditavam na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos.
Foi contra eles que Jesus dirigiu grande parte de suas advertências. “HIPÓCRITAS!”
De perseguidor de cristãos, passou a
perseguido por pregar o Evangelho que condenava.
Paulo de Tarso
Escribas
Eram aqueles que tinham a incumbência de escrever a lei e explicá-la.
Agindo como os Fariseus, participando dos seus
princípios e de sua aversão aos inovadores, recebiam
de Jesus a mesma reprovação.
Saduceus
Livres pensadores e céticos. Não acreditavam na fatalidade ou no destino e também discordavam dos fariseus em atribuírem a Deus a boa ou má conduta dos homens.
O Homem, diziam, deve guiar-se pelo livre-arbítrio e é o único autor de sua infelicidade ou ventura.
Negavam a imortalidade da alma, a ressurreição; acreditavam em Deus, serviam-no com interesse de
recompensas temporais.
Pacíficos e acomodados, suas riquezas os colocavam nos postos mais altos da administração e da sociedade.
Por isso não se deixavam empolgar pela geral expectativa da vinda de um Messias.
Essênios
Seita judia fundada cerca do ano 150 a.C.
Moravam em edifícios semelhantes a mosteiros, ou grutas, distinguiam-se pelos costumes suaves e as virtudes austeras,
ensinando o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade daalma, e crendo na
ressurreição.
Agricultores, viviam em comunidade e a partilha
dos bens era regra; desprezavam a riqueza, as posições e os bens do
mundo.
Eram celibatários e adotavam crianças órfãs como filhos.
Entregavam-se à prática da caridade ao próximo, mantendo hospitais, abrigos, leprosários, orfanatos, etc.
Não comiam carne, não tinham vícios e viviam sobriamente.
Condenavam a escravidão e a guerra.
Sua hierarquia era baseada no saber,
na idade e nas virtudes morais, atitude
obrigatória para todos os filiados à Ordem.
Principais regiões e cidades
Belém: Jesus nasceu em Belém.
Era uma pequena cidade, sem grande importância política.
Todos os seus apóstolos, exceto Judas lscariotes
(Judéia), nasceram na Galiléia.
O apelido “galileu” às vezes era dirigido a Jesus
depreciativamente, como insulto, justamente porque ele
passou a maior parte da sua vida terrena na província da
Galiléia.
“Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?”
Galiléia: Jesus viveu sua infância e adolescência
em Nazaré.
Judéia: Por localizar-se numa região estratégica, sempre foi disputada por
vários povos.
Atualmente, regiões em continuo conflito entre
Israel e Palestina.
Jerusalém: Significa “paz sagrada”. Principal centro religioso dos judeus.
Capital da Judéia, grande centro econômico e sede de governo de Roma.
Dividia-se em três bairros: Cidade Alta, no Monte Sião (ricos); Cidade Baixa, no vale de Cedron (pobres); e o bairro do Templo, ligado à Cidade
Alta por uma longa ponte de pedra.
Jericó: Cidade das palmeiras; oásis no deserto.
No tempo de Abraão, Isaac e Jacó, era o centro da
civilização.
Era dessa cidade que provinham os pais de Maria.
Cafarnaum: Era a cidade base de Jesus durante o seu ministério,
onde ensinava nas sinagogas e onde operou muitos dos seus “milagres”.
Organização Religiosa do Povo Judeu
Possuíam uma casta sacerdotal altamente hierarquizada; uma série extensa de ritos, liturgias e práticas devocionais
e de oferendas.
Moisés proibiu a necromancia e instituiu o Sábado, para a prática religiosa (monoteísta), convivência fraternal em
comunidade, ou mesmo em família.
Só um templo existia na Judéia, o de Salomão, em Jerusalém, as demais cidades tinham sinagogas, onde os judeus se reuniam aos sábados, para fazerem suas preces
públicas sob a direção dos Anciãos, dos Escribas e dos Doutores da Lei.
O GRANDE TEMPLO
O Templo, em Jerusalém, foi idealizado por Davi, construído por Salomão, destruído por Nabucodonosor, em
586 a.C., e reconstruído após a libertação dos judeus por Ciro, o Grande, rei dos Persas.
Separado por pátios: dos gentios, dos
israelitas, das mulheres, dos homens e dos levitas (altar dos
sacrifícios).
Os discípulos, admirados pelo luxo, pela suntuosidade, pela beleza e riqueza do templo, vão chamar Jesus para
lhe mostrar as edificações, e Jesus lhes diz:
“Vedes tudo isto? Em verdade vos digo não ficará aqui pedra sobre pedra: tudo será destruído.” (Mt 24:2).
No ano 70 d.C., após a subjugação total ao império Romano, o Templo foi totalmente destruído pelo general romano Tito, restando apenas o chamado “Muro das Lamentações”, em Jerusalém, onde muitos judeus ainda fazem suas orações.
Porque não aceitavam Jesus?
Os judeus vinham esperando, há séculos, pelo Messias, porém o orgulho os impediu de enxergar no meigo Rabi da
Galiléia a figura do Salvador.
Esperavam o Libertador pela espada!
Não entenderam que Jesus veio trazer o
“Reino de Deus”, a liberdade eterna.
“Sua mensagem de fraternidade igualou todos os homens, cujas diferenças estão nas indestrutíveis e inamovíveis
conquistas do Espírito imortal, em que o maior se faz servo do menor e o que possui se despoja para socorrer o que não
conseguiu reter...” Estudos Espíritas - Jesus, de Joanna de Angelis
Bibliografia- A Bíblia de Jerusalém.- Kardec, Allan A O Evangelho Segundo o Espiritismo A Ed. FEESP.- Xavier, Francisco C./Emmanuel - A Caminho da Luz.- Armond, Edgard - O Redentor.- Franco, Divaldo P./Joanna de Angelis - Estudos Espíritas.- Curso Aprendizes do Evangelho – 1º ano – equipe de educadores da Escola de Aprendizes do Evangelho; Área de Ensino – São Paulo: Edições FEESP, 1991
Roselí [email protected]