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SEXTA-FEIRA, 18 MAIO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N o 1569 (II Série) | Preço: 0,90 Passaporte dá descontos nos museus alentejanos Celebra-se hoje o Dia Internacional dos Museus. E a Rede de Museus do Distrito de Beja, que engloba cerca de 50 espaços musealizados, lança nesta data um passaporte que dá direito a descontos e um guia com todos os locais museo- gráficos da rede. págs. 6/7 e 24 Roquete ameaça parar projeto em Alqueva José Roquete está a “ponderar” desistir do megaprojeto turístico que detém junto ao Alqueva. Por dificuldades de financiamen- to, o ex-presidente do Sporting necessita de 35 milhões de euros para concluir a primeira fase da obra. pág. 10 Autarcas a uma só voz contra cortes no IMI Governo quer retirar cinco por cento do imposto sobre os imóveis aos municípios JOSÉ FERROLHO JOSÉ SERRANO PUB PUB P UB O novo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, António Dieb, revela em entrevista exclusiva ao “Diário do Alentejo” que vai fazer uma profunda avaliação dos investimentos públicos efetuados na região nos últimos 26 anos. É necessário, afirma, encontrar uma estratégia de desenvolvimento que passe pelo “investimento produtivo e gerador de mão de obra qualificada”. págs. 16/17 António Dieb: “O nosso grande falhanço tem sido a incapacidade de atrair investimento” “O Governo não tem respeito nenhum pela autonomia do Poder Local”. É com estas palavras duras que o presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, José Maria Pós-de-Mina, reage ao anúncio governamental que prevê o corte de cinco por cento nas verbas do IMI. Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, ameaça mesmo levar o Governo a tribunal em reação a uma medida que é “ilegal” e um “abuso de poder”. pág. 8 Há mãos que fazem milagres Viagem ao misterioso mundo dos “endireitas” págs. 12/13 Marmelar: Aldeia ribeirinha mas nem tanto págs. 4/5

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SEXTA-FEIRA, 18 MAIO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXX, No 1569 (II Série) | Preço: € 0,90

Passaporte dá descontos nos museus alentejanosCelebra-se hoje o Dia Internacional dos Museus. E a Rede de Museus do Distrito de Beja, que engloba cerca de 50 espaços musealizados, lança nesta data um passaporte que dá direito a descontos e um guia com todos os locais museo-gráfi cos da rede. págs. 6/7 e 24

Roquete ameaça parar projeto em AlquevaJosé Roquete está a “ponderar” desistir do megaprojeto turístico que detém junto ao Alqueva. Por difi culdades de fi nanciamen-to, o ex-presidente do Sporting necessita de 35 milhões de euros para concluir a primeira fase da obra. pág. 10

Autarcas a uma só voz contra cortes no IMIGoverno quer retirar cinco por cento do imposto sobre os imóveis aos municípios

JOSÉ

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JOSÉ

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PUBPUB

O novo presidente da Comissão de

Coordenação e Desenvolvimento

Regional do Alentejo, António

Dieb, revela em entrevista exclusiva

ao “Diário do Alentejo” que vai

fazer uma profunda avaliação dos

investimentos públicos efetuados

na região nos últimos 26 anos. É

necessário, afi rma, encontrar uma

estratégia de desenvolvimento

que passe pelo “investimento

produtivo e gerador de mão de

obra qualifi cada”. págs. 16/17

AntónioDieb:“O nossogrande falhançotem sidoa incapacidadede atrairinvestimento”

“O Governo não tem respeito nenhum pela autonomia do Poder Local”. É com estas palavras duras que o presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, José Maria Pós-de-Mina, reage ao anúncio governamental que prevê

o corte de cinco por cento nas verbas do IMI. Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, ameaça mesmo levar o Governo a tribunal em reação a uma medida que é “ilegal” e um “abuso de poder”. pág. 8

Há mãos que fazem milagresViagem ao misterioso mundo dos “endireitas”

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EditorialCaracóisPaulo Barriga

A única certeza que a na-tureza nos dá, faça sol ou borrasca, é que por esta

altura nunca nos faltam. Os ca-racóis. Os belos caracóis que de-ambulam pelas ervas tenras no fresco da noite. E que de dia se apegam com assinalável alento às folhas dos cardos. Protetoras, es-tas. Previdentes, contra a violên-cia do astro. Dissuasoras, contra a voracidade dos homens. Se bem que, desde o advento dos viveiros, os caracóis, os nossos belos e vi-çosos caracóis, andam com vidas muito mais tranquilas. Apanhar caracóis dá trabalho, muito tra-balho. Requer empenho, persis-tência, empreendimento. Que são três das palavras que os estrangei-ros que nos emprestam dinheiro acham que não sabemos conju-gar. Ou que, pelo menos, não gos-tamos de conjugar. Estão engana-dos, no que toca ao caracol. É que comê-los também dá um trabalho do caneco. E não há neste Alentejo quem não se empenhe com afinco nessa ágil função. Mas já no que toca à apanha e aos preparos do petisco, a coisa muda de figura. Ainda há bem pouco tempo não havia café, taberna, venda ou casa de pasto que não preparasse os seus próprios caracóis. Alterando aqui e ali, em segredo, uma re-ceita que não vai muito além de um simples caldo de orégãos. Mas conferindo-lhes sempre um to-que muito pessoal, muito próprio. Uma tarde de caracolada, daque-las à séria, exigia uma espécie de procissão por, pelo menos, meia - -dúzia de catedrais. A poder de minis ou de copos de branco. Hoje, não apenas são os bichos ali-mentados em estufas como, ima-gine-se, são confecionados no mesmo local e distribuídos indus-trialmente pelas diferentes espla-nadas e balcões. Nunca estão mais salgados uns que os outros. Mais ou menos picantes. Mais ou me-nos limpos. Melhor ou pior lava-dos. Não são maiores nem mais pequenos. Nem mais ou menos amargos, dependendo das ervas que lhes serviram de dieta. São apenas aparentemente caracóis, com casca e tudo, gémeos uns dos outros. Caros por igual. A massi-ficação do caracol de aviário veio, por fim, dar razão à velha piada taberneira que põe os caracóis ao nível do marisco. Marisco do res-tolho.

“Após nova visita ao local, acompanhado pelo diretor do Museu Regional, (…) o executivo da câmara pôde constatar a necessidade de pequenas intervenções de manutenção e conservação que têm que ser realizadas anualmente devido às características do espaço, em nada correspondendo ao alarmismo lançado”.

Pulido Valente, presidente da Câmara Municipal de Beja

Francisco Pesseguina,

81 anos, reformado do comércio. Quando chego a uma cidade pela primeira procuro logo in-formar-me se aí existem ou não museus. Para ir visitar. Admiro muito as antiguida-des. As ferramentas e a arte dos povos antigos. É muito importante uma cidade ter um museu. Para que a juven-tude saiba como era dantes.

Hermes Picamilho,

50 anos, bibliotecário.Quando faço turismo. Chego a certas cidades e tenho curio-sidade de ir visitar os museus. E igrejas. Assim ficamos a sa-ber mais sobre a cultura de uma região. Um museu pode atrair turistas a uma locali-dade. Mas com as dificulda-des que hoje existem, penso que os bilhetes não deviam ser tão caros. Isso pode afastar as pessoas dos monumentos.

Maria Amélia,

49 anos, técnica de biblioteca.Eu gosto de visitar museus. Gosto daqueles espaços e do que lá podemos aprender. Já vi-sitei muitas vezes o nosso mu-seu [Museu Regional de Beja]. E fico triste com as notícias que tenho lido sobre ele. Ir a mu-seus enriquece-nos. Não vi-vemos sem a nossa história. Preservar o museu da nossa ci-dade é muito importante.

Jessica Estevens,

18 anos, estudante.Fui a alguns através da es-cola. Quando era mais nova. Agora vou menos. Não quer di-zer que não goste de museus. Gosto. Mas como as entradas são pagas torna-se mais difí-cil ir. Um museu deve contar a história do sítio onde está. Isso é importante. São pouco di-vulgados. Deviam ter ativida-des que cativassem mais pú-blico. Workshops, por exemplo.

Voz do povo Costuma visitar museus? Inquérito de José Serrano

Vice-versa“A situação do Núcleo Visigótico é uma vergonha para a cidade de Beja”, dizem os vereadores da CDU que, em visita ao núcleo, “constataram as consequências para este espaço do facto de a câmara ter reduzido drasticamente o financiamento da Assembleia Distrital, menos 70 por cento que em 2011, para além dos apoios pontuais”.

Miguel Ramalho, vereador da CDU

Fotonotícia Trânsito em Beja. O aparato é muito maior do que as consequências foram. Neste caso foi apenas lata amol-

gada. E um verdadeiro número de circo, não anunciado, entre duas viaturas automóveis. Mas este acidente dá boa imagem da imprudência

de muitos automobilistas a circular nas ruas de Beja. E revela também que, na cidade, existem verdadeiros pontos negros ao nível do trân-

sito. Este cruzamento, bem perto da antiga Metalúrgica Alentejana, é um deles. Mas o que por aí não falta são verdadeiras armadilhas para

os condutores mais desatentos. PB Foto de Rui Eugénio

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Rede social

O que é que se pretende com o No Stress

Night II, um evento organizado por 11

empresárias bejenses e que terá lugar

no próximo dia 26, em Beja?

A ideia da No Stress Night surgiu, como não podia deixar de ser, de uma conversa de amigas. O objetivo era fazer uma troca de experiências profissionais num se-rão bem passado só entre mulheres, ideia essa que se revelou um sucesso em 2010. Pensámos, discutimos ideias e voltámos a discutir – sim porque nós mulheres gos-tamos destas coisas –, e desta feita surgiu a primeira edição. Este é um evento que reunirá localmente diferentes empresas parceiras que em conjunto vão promo-ver experiências, dicas e serviços pensa-dos para o público feminino, convidando cada entidade um grupo seletivo de mu-lheres. Assenta no modelo de marketing das parcerias, que permitirá potenciar as trocas de contatos e associação de valores entre os parceiros locais de várias áreas. O evento falará no feminino, no seu pa-pel tripartido de mãe, profissional e con-sumidora. As expectativas são apenas de uma noite bem passada e da lembrança dos nossos produtos/serviços aquando da necessidade de adquirir qualquer um deles. A No Stress Night não é nada mais do que uma ação de charme para poten-ciais clientes.

Que produtos serão divulgados?

Serão divulgados automóveis Toyota, representados por Margarida Chícharo; estética por Célia Palma, do salão Cristal Azul; vinhos e espumantes Monte Novo e Figueirinha, por Cristina Cameirinha; bombons pelo Mestre Cacau, represen-tado por Célia Dias; decoração de bolos 3D, elaborados por Carmen Alvalade; AC Condomínios com representa-ção de Alexandra Cortez; bijuteria por Manuela Nascimento; arranjos florais a cargo de Emília Silva; e a divulgação do espaço Karas e La Taska, da respon-sabilidade de Carla Dionísio. Contamos ainda com uma passagem de modelos com jovens vestidas pela loja El Futuro, com gerência de Luísa Guerreiro. O evento contará com apresentação e fo-tografia de Madalena Palma. Tudo ao som da música dos anos 80, que mar-cou uma época, a nossa geração.

Para além da No Stress Night, que vai

na sua segunda edição, prevê-se a reali-

zação de outras iniciativas pelo referido

grupo de empresárias?

Este tipo de iniciativa é sem dúvida para continuar. Há que contornar a crise, ar-regaçar as mangas e abraçar o futuro e se é para o fazer que seja com um sor-riso no rosto, proporcionando às mu-lheres alentejanas uma noite inesquecí-vel. Este ano contamos com a presença de caras bem conhecidas do meio artís-tico nacional e local, pelo que pensamos vir a ser um verdadeiro sucesso. NP

3 perguntasa Margarida

ChícharoEmpresária

Semana passada

DIA 12, SÁBADO

GRÂNDOLA PRAIAS DO CONCELHO TÊM MENOS LIXO DO QUE EM ANOS ANTERIORES

Centenas de alunos de cinco escolas de Grândola recolheram dezenas de sacos de resíduos durante a limpeza da praia Troiamar promovida pela Associação Bandeira Azul, mas encontraram a praia mais limpa do que no ano passado.”Ficámos satisfeitos. A praia não estava muito suja, porque o inverno deste ano foi menos rigoroso e também porque se trata de uma praia que é limpa frequentemente”, disse à Lusa o vereador do ambiente da Câmara de Grândola, Paulo Carmo. “As pessoas também estão cada vez mais conscientes de que é importante para todos manter as praias limpa”, acrescentou o autarca salientando que a ação de limpeza se estendeu algumas centenas de metros além dos limites da praia. A maré humana promovida pela Associação Bandeira Azul decorreu em duas dezenas de praias de todo o País.

DIA 13, DOMINGO

CUBA DOIS DETIDOS EM ASSALTO A RESIDÊNCIA CUJO PROPRIETÁRIO FICOU EM ESTADO GRAVE

A GNR deteve na madrugada de domingo em Cuba dois homens que assaltaram uma residência, tendo furtado dinheiro e agredido o proprietário, que ficou ferido em estado grave, disse fonte da força de segurança. A fonte da GNR adiantou à Lusa que a vítima, um homem de 65 anos, que vivia sozinho, foi transportado para o Hospital Distrital de Beja. O assalto registou-se cerca das 5 e 30 horas, tendo sido furtado 200 euros em dinheiro, recuperando a GNR 150 euros que estavam ainda na posse dos assaltantes. Os dois homens, de 21 e 32 anos, foram detidos depois de tentarem assaltar outra residência, em Cuba, tendo a proprietária alertado as autoridades. O Tribunal Judicial de Cuba decretou a prisão preventiva aos dois homens.

BEJA V ACAMPAMENTO DISTRITAL DA JUVEBOMBEIRO

Realizou-se no fim de semana, na barragem de Odivelas, no concelho de Ferreira do Alentejo, o V Acampamento Distrital da JuveBombeiro de Beja, uma iniciativa que contou com a presença de meia centena de jovens bombeiros do distrito. O programa do acampamento incluiu uma prova de orientação, uma ação de sensibilização de incêndios florestais, assim como a entrega de lembranças e um almoço convívio. A iniciativa teve como objetivo “fomentar o convívio e a camaradagem entre os jovens bombeiros do distrito de Beja assim como carregar baterias para o período crítico de incêndios florestais” que teve início no passado dia 15.

DIA 14, SEGUNDA-FEIRA

MÉRTOLA DOIS SUSPEITOS DE PASSAGEM DE MOEDA FALSA

Duas pessoas são suspeitas de um crime de passagem de moeda falsa na compra de queijos em Vale do Poço, concelho de Mértola, disse à Lusa fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR). Segundo a mesma fonte, um homem e uma mulher entregaram 10 notas falsas de 50 euros numa queijaria da localidade, para pagamento da compra de 50 quilos de queijos. A GNR apreendeu as notas contrafeitas e montou um dispositivo para tentar localizar as duas pessoas. A Polícia Judiciária está a investigar.

DIA 16, QUARTA-FEIRA

BEJA EDIÇÃO EM PAPEL DO ALENTEJO POPULAR SUSPENSA

A edição semanal em papel do jornal “Alentejo Popular” está suspensa temporariamente. A suspensão deve-se a “razões económicas”, como o explica o comunicado enviado ao “Diário do Alentejo”. “Num contexto económico de enormes e generalizadas dificuldades, diminuíram substancialmente as receitas de publicidade e vendas, pelo que se tornou impossível continuar a suportar as despesas de impressão do jornal”, explica a cooperativa. A direção da CCA anunciou ainda que “espera que a medida permita em alguns meses o saneamento das contas da cooperativa de forma a que o “Alentejo Popular” em papel volte aos seus leitores no mais curto espaço de tempo possível”. O site do jornal manter-se-á on line.

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Depois da bênção é que começa a fitaOs finalistas do IPBeja tiveram no último sábado a sua bênção das pastas. Momento marcante na vida dos alunos que juntou milhares de familiares e amigos no Parque de Feiras e Exposições de Beja.

Estes tipos não se fartam de ganhar prémiosO filme “Lugar do Tempo”, um retrato coletivo da vila de Aljustrel, acaba de ganhar o Prémio PrimeirOlhar dos XII Encontros de Viana. Prudêncio, Ramos Lopes e Manuel Guerra de parabéns, outra vez.

Calma que o festival é só para o anoA Câmara Municipal de Mértola apresentou esta semana mais uma edição da bienal do mundo árabe e mediterrânico, o Festival Islâmico, que leva dezenas de milhar de visitantes ao coração da vila, sempre que acontece.

Beja tem um quartel há 206 anosE no passado dia 11 fez uma festa para assinalar o dia da unidade. E também para dar as boas-vindas ao novo comandante, o coronel de infantaria João Carlos Sobral dos Santos, que está acabadinho de chegar à cidade.

Há pequenos gestos tão valiososA Câmara de Aljustrel entregou esta semana às instituições de solidariedade social e misericórdias do concelho mais de 150 peças de material ortopédico. Uma prenda no valor de 17 500 euros.

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MarmelarEm Marmelar, Vidigueira, contam-se

as crianças pelos dedos das mãos

Ribeirinhamas não tanto

Na informação oficial do município de Vidigueira, nada consta de con-creto sobre as origens de Marmelar,

umas das 16 aldeias ribeirinhas do Alqueva. Parece, no entanto, tratar-se de uma povo-ação muito antiga, como sublinha o povo, orgulhoso, apoiado no muito que já viram e ouviram as paredes da velhinha igreja de Santa Brígida, tida com uma das mais boni-tas das redondezas. “Dizem que isto é mais velho que a Vidigueira 600 anos mas depois passou por aqui uma serpente ou uma do-ença muito má, que deram todos em mor-rer e os que iam escapando abalavam com medo”, conta José Fernando Marques, de 76 anos. Na fachada da igreja não se menciona a lenda, mas ficaram eternizadas numa placa as comemorações dos 808 anos da carta de foral dada a Marmelar por D. Sancho I, em 1194, apenas meio século passado sobre a fundação do reino de Portugal.

Hoje parte-se, não por doença ou por bichos ameaçadores, mas porque a terra não oferece alternativas a quem se encon-tra em plena idade ativa. “Os que não têm morrido, têm abalado. Eu tenho três filhos e já não está cá nenhum”, desabafa José Fernando Marques, sentado na fiada de es-cadas que dá para a escola primária, onde já há alguns anos não soa a música das cor-rerias e brincadeiras infantis. Ir para a es-cola passou a ser sinónimo de saídas diá-rias rumo à sede de concelho, Vidigueira, num transporte municipal. Não há alter-nativas mais próximas, nem na sede de freguesia, Pedrógão.

Do lado direito, o cemitério, vizinho da igreja, também tem histórias para contar. Só por sua conta, ao longo dos 20 anos em que esteve ao serviço da Câmara de Vidigueira, José Fernando Marques diz ter enterrado “cento e tal pessoas”. “Veja lá, numa terra tão pequenina. E nesses 20 anos, não sei se terão nascido 10 crianças”, acrescenta. Resultado: hoje não são mais do que 241 os habitantes de Marmelar, entre eles uma “meia dúzia de famílias jovens, com idade para ter filhos”, calcula o antigo coveiro.

Para esses, as opções não são muitas, como lembra a vizinha Maria Trole, de 65 anos, dando o exemplo da filha, que está em casa desempregada, apesar de contar ape-nas 42 anos. “Fez a campanha da azeitona ali no monte da Ribeira, foi para a poda e quando acabou mandaram-na para casa. Agora só na altura da vindima”, concre-tiza. Nuno Costa, 33 anos, está na mesma situação. Ao colo, traz a pequena Jessica, de nove meses, que cumprimenta os estra-nhos com um sorriso rasgado. Foi um dos que andou a plantar oliveiras na herdade da Casa Branca, campanha que entretanto ter-minou. Atualmente está em casa “com o di-nheiro do desemprego”. Tem sido assim o trabalho em Marmelar. “Umas vezes vai, outras vezes volta, é conforme”, conta, re-signado, confessando que, mesmo assim, não pensa sair da aldeia, “uma boa terra” onde tem família e amigos.

Com as crianças a contarem-se pelos

Marmelar goza de uma localização geográfica privilegiada. Está pra-

ticamente paredes meias com a barragem do Pedrógão, inaugurada

em 2006, e dista aproximadamente 15 quilómetros do grande lago do

Alqueva. Mas nem isso a faz atrair e fixar população. “Os que não têm

morrido, têm abalado”, desabafa o antigo coveiro. Dos atuais 241 habi-

tantes, apenas restam “meia dúzia de famílias jovens” que sobrevivem

de trabalhos sazonais na agricultura. E vão gerando as poucas crianças

que ali vivem.

Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano

dedos das mãos, a gente mais velha está apreensiva, sim, mas nem todos acreditam na extinção. Ao cenário catastrófico de José Fernando Marques – “quando os velhotes morrerem, vêm para aqui os coelhos, as le-bres, os veados e os javardos” – opõe-se o otimismo de Florinda Calado, octogenária ainda rija, que cruza o largo com um mo-lho de coentros para as favas que há de fa-zer para o almoço. “Eu penso que as famí-lias novas, essas com os pais que são daqui, ainda cá hão de vir recolher. Eu tenho uma filha em Beja, mas tenho aqui a minha casa e uma terra ali com um montesinho. Aquilo vai ficar para ela. Tenho esperança, acho que as pessoas têm que tomar conta daquilo que os pais deixam”.

Sandra Charrito, de 22 anos, representa esse movimento contrário que dá esperança a Florinda Calado. Chegou de Arraiolos há um mês e uma semana para explorar um dos dois cafés da terra, juntamente com o namorado, e ainda não se arrependeu. “Na zona onde eu estava o trabalho estava es-casso e então apareceu-nos esta oportuni-dade. Tem sido bom. E nós também estamos apostados em ajudar um pouco a população a ter mais ânimo”, confessa, do lado de den-tro do balcão, enquanto vai aviando minis a dois clientes. Tem aqui família e também amigos, “uns quantos jovens que ainda es-tão cá” e com quem se junta à noite “para pôr as novidades em dia”.

Marmelar goza de uma localização geo-gráfica privilegiada. Está praticamente pa-redes meias com a barragem do Pedrógão, inaugurada em 2006, e dista aproximada-mente 15 quilómetros do grande lago do Alqueva, o mesmo que a separa da sede do concelho, Vidigueira. Além do esta-tuto de “ribeirinha”, a aldeia está tam-bém integrada no circuito Rota do Fresco, da Associação de Municípios do Alentejo Central (Amcal), nomeadamente por conta do importante conjunto de pinturas mu-rais que a sua igreja paroquial alberga. Tudo parecia conspirar para que houvesse aqui um movimento regular de visitantes que desse alento ao comércio local, mas não parece ser essa a realidade da povoa-ção. “Acontece de vez em quando. Não se pode dizer que é frequente. Chegam aí al-guns turistas, portugueses e estrangeiros, que vêm ver a barragem e dão uma volta pelas aldeias ribeirinhas, para ver com as pessoas vivem, a sua cultura e gastrono-mia”, lembra Sandra.

Para José Fernando Marques, pouco mu-dou na aldeia com a inauguração da bar-ragem do Pedrógão. Até porque de ribei-rinha Marmelar parece ter muito pouco, conclui: “Pensámos que a água ia chegar aqui mas não chega. Chega ali ao monte da Casa Branca, à ribeira de Marmelar, e está ali dois, três dias. Depois despejam-na e baixa outra vez. E como a água não se man-tém, as pessoas não pendem para aqui; vão para onde há água. Pedrógão sempre tem mais uma vidazinha, porque está mesmo ali pegado”.

Pensámos que a água ia chegar aqui mas não chega. Chega ali ao monte da Casa Branca, à ribeira de Marmelar, e está ali dois, três dias. Depois despejam-na e baixa outra vez. E como a água não se mantém, as pessoas não pendem para aqui; vão para onde há água. Pedrógão sempre tem mais uma vidazinha, porque está mesmo ali pegado”. José Fernando Marques

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Igreja de Santa Brígida

Ocupa o centro da vila e é, por excelência, o seu ex-líbris. Calcula-se que terá sido erguida na primeira metade de Quinhentos, conservando ainda a estrutura original, do reinado de D. Manuel. A sua feição representa um exemplo claro do estilo manuelino-mudéjar que então constituía o mo-delo corrente na região. Sobre ela foi lançado, em 2004, o livro As pinturas

murais de Marmelar – Vestígios de um passado, da historiadora Catarina Vilaça, onde se exalta este conjunto pictórico como “testemunho da importância da pintura mural no quadro dos revestimentos murários do final da Idade Média e Época Moderna em Portugal, nomeadamente no Alentejo – capi-tal da pintura mural no final do século XVI e primeiras décadas de centúria seguinte”. Marmelar e a sua igreja paroquial são, por isto, parte do circuito da Rota do Fresco, promovido pela Amcal.

Barragem do Pedrógão

Foi inaugurada em 2006, ainda por José Sócrates, e apresenta-se como a segunda maior das 15 barragens do Sistema Global de Rega de Alqueva, com capacidade para alimen-tar os subsistemas de rega do Pedrógão e do Ardila. Situa-se a 22 quilómetros a ju-sante da barragem mãe e tem como missão recuperar os caudais turbinados na cen-tral de Alqueva, bombeando-os de volta, numa operação de reutilização da água. Está equipada com uma pequena central hidroelétrica e é também utilizada para ativida-des desportivas e de lazer, como a canoagem e a pesca. Em Pedrógão, sede de fregue-sia, decorre todos os anos o Festival Gastronómico Sabores do Rio, através do qual se dá a conhecer aos visitantes as múltiplas possibilidades de se desfrutar da beira-rio.

Festas de agosto

Marmelar presta homenagem à sua padroeira, santa Brígida, no mês do emigrante. E calha bem porque não há melhor pretexto para umas me-recidas férias na terra natal. Aos residentes, jun-tam-se os ausentes e ainda a população das al-deias vizinhas. Durante dois dias, organizam-se procissões, bailes, espetáculos, garraiadas e quermesse. A aldeia enche-se de vida como em mais nenhuma outra altura do ano.

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Atual

06 “Maio mês do coração” é o tema da Semana da Saúde

que a Câmara Municipal de Moura está a promover até

amanhã, sábado, em colaboração com o Centro de Saúde

de Moura e as farmácias do concelho. O objetivo do evento,

adianta a autarquia, “é promover comportamentos e estilos

de vida saudáveis, valorizando a atividade física e uma

alimentação saudável”. Para dar o exemplo, “a câmara

promoveu iniciativas destinadas aos seus funcionários,

designadamente um teste de avaliação física para verificar

o índice de massa corporal”. O programa reserva ainda para

o dia de amanhã, no jardim de Santa Justa, a partir das 16

horas, o II FitMoura (atividade física realizada ao ar livre)

e avaliação corporal (peso, altura, IMC, pressão arterial e

IMG – Índice de Massa Gorda) para a população em geral.

Câmara de Moura promove

hábitos de vida

saudáveis

PUB

Cerca de meia centena de espa-ços museológicos de 12 conce-lhos integram atualmente a Rede de Museus do Distrito de Beja, apresentada formalmente ontem, quinta-feira, em Almodôvar. Hoje serão lançados o Passaporte da Rede, que dá descontos na com-pra de ingressos, e o “Guia de Museus”.

Texto Nélia Pedrosa

A Rede de Museus do Distrito de Beja, apresentada for-m a l me nt e o nt e m , e m

Almodôvar, lança hoje, sexta-feira, Dia Internacional dos Museus, um passaporte para visitantes que per-mite usufruir de descontos na com-pra de ingressos. “O Passaporte da Rede, como lhe chamamos, é um documento que vai ser disponibili-zado em todos os museus que aderi-ram à rede. Imaginemos que um vi-sitante vai ao Museu de Mértola, que é um desses museus, paga a sua en-trada e ao pagar fica com um des-conto de 50 por cento nos outros museus por onde vier a passar. É uma vantagem”, explica ao “Diário do Alentejo” Maria João Pina, dire-tora do Museu Municipal de Ferreira do Alentejo e uma das coordena-doras do grupo de trabalho da rede para 2012, grupo esse que integra as câmaras de Ferreira do Alentejo, Aljustrel e Alvito.

Também a partir de hoje os es-paços museológicos da rede passa-rão a ostentar “finalmente”, na porta de entrada, “uma placa que os vai

identificar como pertencendo à rede distrital de Beja”, adianta a respon-sável. Será ainda lançado o “Guia dos Museus”, um folheto descritivo de todos os museus que integram o projeto.

“Avançámos com estas iniciativas para já, que parecem ser um passo pequeno mas que para nós é muito importante. Vai ser importante po-dermos trabalhar finalmente em rede, porque muitas vezes não co-nhecíamos os museus do concelho ao lado, não sabíamos como é que fun-cionavam, não sabíamos o que é que estavam a fazer. É claro que há divul-gação, mas uma coisa é a divulgação, outra coisa é conhecer a orgânica do museu, é conhecer como é que estão a trabalhar e essa partilha passou a ser possível”, diz Maria João Pina.

Em desenvolvimento está ainda a criação de um site da rede, ainda sem data prevista de lançamento, e a pre-paração de uma exposição itinerante, que “congrega peças dos diferentes museus que integram esta rede” e “que seguramente estará pronta até ao final do ano”, revela a coordenadora. “Estamos agora a fazer os textos para a exposição. Já elencámos as peças com que cada um dos museus vai contribuir. Existem materiais muito diversificados, há também materiais etnográficos, trajes”, esclarece. Os responsáveis decidiram ainda “fazer alusão à rede nos sites dos museus integrantes ou dos próprios municí-pios”, colocando também “links para cada um dos espaços”.

A Rede de Museus do Distrito de Beja, que integra atualmente

unidades museológicas de 12 conce-lhos do distrito, num total de cerca de meia centena de espaços, foi criada em 2011, “da vontade de um grupo de técnicos que trabalhavam em diferen-tes museus do distrito”. “Começou a falar-se da necessidade de conjugar esforços no sentido de começarmos a trabalhar em rede, de trocarmos im-pressões, de nos podermos auxiliar, de podermos trocar recursos, ideias para exposições, permitir que hou-vesse itinerâncias de diferentes expo-sições”, esclarece a diretora do Museu de Ferreira do Alentejo, adiantado que se chegou à conclusão que esse trabalho teria que ser feito através das “tutelas institucionais, neste caso dos municípios para os quais os téc-nicos trabalhavam e que integravam os museus”. Posteriormente a rede foi alargada a outras entidades, in-cluindo atualmente museus “que não são municipais”.

Maria João Pina diz ainda que o balanço de quase um ano e meio de funcionamento da rede “é sem dú-vida positivo”. “Colocámos uma sé-rie de técnicos em contacto e isso é sempre muito positivo. Houve muita troca de experiências, de ideias, de conhecimentos de diferentes realida-des. Tenho grandes expetativas rela-tivamente a esta rede, acho que pode sair daqui algo ainda mais benéfico e frutífero para a nossa realidade mu-seológica, a realidade museológica do distrito de Beja”, acrescenta a co-ordenadora, realçando o facto de to-dos os municípios contactados até ao momento “terem visto vantagens nesta conjugação de esforços”.

E embora “não seja fácil lidar com o número de pessoas que a rede já abarca”, diz a responsável, o pró-ximo passo “será ir buscar os ou-tros [museus] que ainda não fazem parte”: “Obviamente que nós quere-mos mais, queremos ir mais além, e esta rede estará sempre aberta”.

Está ainda prevista a realização de ações de formação para os técni-cos que fazem parte da rede, ações essas “que obviamente depois serão abertas a outros técnicos que se quei-ram agregar”, diz Maria João Pina, e que se prendem “com algumas das lacunas que sentimos no nosso dia a dia enquanto conservadores ou dire-tores de museus, nomeadamente ao nível da gestão, conservação e res-tauro, serviços educativos e sistema de inventário”.

Hoje é Dia Internacional dos Museus

Passaporte dá descontos D

R

Ferreira do Alentejo cria Conselho Municipal para o Empreendedorismo

A Câmara de Ferreira aprovou a criação do Conselho Municipal

para o Empreendedorismo, um órgão de consulta, apoio e

participação na definição das linhas gerais de atuação do município

nas áreas do empreendedorismo. O conselho, que foi aprovado na

última reunião do executivo camarário, terá funções de análise e

avaliação do mérito das ideias de projeto que vierem a ser propostas

para incubação no Ninho de Empresas de Ferreira do Alentejo.

Associação dos Antigos Alunos do Liceu de Beja promove convívio O núcleo de Lisboa da Associação dos Antigos Alunos do Liceu de Beja promove no próximo dia 26 mais uma jornada de convívio, extensivo a to-dos os que frequentaram aquele estabelecimento de ensino. O evento terá lu-gar no restaurante Flor da Mata, em Fernão Ferro. As inscrições terminam hoje, sexta-feira, 18.

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Odemira fomenta prática do xadrez nas escolas O municí-pio de Odemira quer fomentar a prática do xadrez nas escolas do concelho, modalidade que está a promover nos estabelecimentos de ensino, ao longo deste mês e até final de junho, através da realização de workshops, forma-ções e torneios. As ações abrangem os agrupamentos de escolas de Saboia, Colos, Odemira, São Teotónio e Vila Nova de Milfontes, assim como as escolas

secundária e profissional de Odemira e o Colégio Nossa Senhora da Graça. O projeto quer dar “maior impulso” ao xadrez, tanto ao nível formativo como da sua prática, para que a modalidade seja efetivamente praticada pelas crian-ças e jovens. Este jogo, sublinhou o município, “constitui um importante com-plemento à educação escolar”, uma vez que estimula o desenvolvimento do raciocínio e das competências cognitivas.

A Câmara da Vidigueira, através do seu núcleo de voluntariado,

vai promover nos dias 26 e 27, em supermercados locais,

uma campanha de recolha de alimentos para pessoas

carenciadas. Os interessados em participar na campanha,

desenvolvida no âmbito do Banco Alimentar Contra a Fome,

podem inscrever-se no Serviço de Ação Social da Câmara,

no Centro Social e nas juntas de freguesia da Vidigueira.

Vidigueira promove

campanha de recolha

de alimentos

Infografia José Serrano

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Portaria do Governo retira cinco por cento do IMI às autarquias

“O Governo não tem respeito nenhum pela autonomia do Poder Local”

Através de uma portaria o Governo prepara-se para retirar aos municí-pios cinco por cento do IMI. Os au-tarcas falam a uma só voz e prepa-ram-se para fazer valer em tribunal a autonomia administrativa e finan-ceira do Poder Local.

Texto Aníbal Fernandes

O anúncio da retenção pelas Finanças de cinco por cento das verbas do Imposto Municipal sobre Imóveis

(IMI) mostra que o Governo “não tem ne-nhum respeito pela autonomia adminis-

trativa e financeira do Poder Local”, disse ao “Diário do Alentejo José Maria Pós-de--Mina, presidente da Câmara de Moura e da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal).

Mais do que uma questão financeira “é de uma questão política”, acrescenta o au-tarca, que acusa o Governo de “tratar as au-tarquias como um qualquer departamento estatal” ao arrepio do que está consagrado na lei.

Reunida na passada segunda-feira, o conselho executivo da Cimbal alinhou a sua posição pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que

enviou a todos os municípios uma minuta de uma providência cautelar para que pos-sam contestar a intenção do Governo que, através de uma portaria publicada em abril, estipula uma retenção de cinco por cento do IMI para 2011 e 2012, com a justificação de fazer face a despesas de reavaliação dos pré-dios urbanos.

No entanto, Jorge Pulido Valente, pre-sidente da Câmara de Beja, garante que a verba que o Estado pretende retirar é “su-perior” à que vai gastar. O autarca bejense anunciou que a Câmara de Beja irá avançar com uma ação em tribunal contra esta me-dida, que é “ilegal” e um “abuso de poder”.

Os municípios podem também avan-çar para a cobrança do serviço prestado às Finanças, visto que muitas das avalia-ções estão a ser feitas por técnicos munici-pais, avançou Pós-de-Mina ao “Diário do Alentejo”.

Na terça-feira, dia 15, Fernando Ruas, presidente da ANMP, foi recebido por Cavaco Silva, em Belém, e à saída da au-diência informou os jornalistas de que o Presidente da República “está preocupado que, eventualmente, por falta das receitas adequadas, os municípios não possam exer-cer uma das suas ações mais importantes: a componente social”.

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Cimbal e Ambaal defendem poder local demo-crático O apoio à realização de “um encontro nacional de autar-cas e/ou congresso extraordinário” para apreciar “a atual situa-ção, a estratégia e política do Governo para a administração local” é uma das resoluções que saíram das reuniões ordinárias do con-selho executivo da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo

(Cimbal) e do conselho diretivo da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal), realizadas na passada segunda-feira, em Beja. Em nota à comunicação social, a Cimbal exige ainda a “rápida conclusão” do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, “um imperativo para o desenvolvimento do Alentejo e do País”, nomeadamente através da clarificação das

fontes de financiamento; e a revogação da “Lei dos Compromissos, que subverte a autonomia do Poder Local e paralisa os municípios e freguesias”. Os dois organismos fizeram a avaliação dos proble-mas existentes nos projetos financiados pelos fundos comunitá-rios e reivindicam “a necessidade de viabilização dos empréstimos do Banco Europeu de Investimento”.

Nove entidades representativas de diversos setores do Baixo Alentejo,

que defendem o aeroporto de Beja como alternativa a considerar

para complemento ao aeroporto de Lisboa, promove na próxima

segunda-feira, dia 21, a partir das 10 horas, no auditório da Expobeja,

um encontro sob o lema “Todos juntos pelo aeroporto de Beja”. O

encontro surge no seguimento da entrega ao primeiro-ministro,

aquando da sua visita à Ovibeja, de um documento em defesa

do aeroporto de Beja. São promotores do encontro a Associação

Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral, Associação de Municípios

do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, Turismo do Alentejo – ERT,

Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, Instituto

Politécnico de Beja, Câmara Municipal de Beja, Associação do

Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja, Agricultores do

Sul e Federação das Associações de Agricultura do Baixo Alentejo.

Em defesado aeroporto

de Beja

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Miguel Macedo anuncia decisão no Parlamento

PSP no aeroporto de Beja

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Miguel Macedo, mi-nistro da Admi-nistração Interna,

anunciou esta semana no Parlamento que “em to-dos os aeroportos onde haja

voos internacionais, a se-gurança passa a ser assegu-rada pela PSP”.

O ministro da tutela afirmou aos deputados da comissão parlamentar dos

Assuntos Constitucionais, Liberdades e Garantias que esta clarificação de compe-tências se colocou por causa do aeroporto de Beja, que está situado numa área da

responsabilidade da GNR. A decisão ministerial foi

tomada no âmbito da alte-rações orgânicas que estão a ser feitas nas forças de segu-rança do País.

Jornalista pede insolvência da Voz da PlanícieO jornalista Teixeira Correia, que pertenceu aos quadros da

rádio Voz da Planície nos últimos 10 anos, interpôs a 24 de

abril, junto do Tribunal de Beja, um pedido de insolvência

coerciva da estação emissora bejense. Teixeira Correia e outros

dois profissionais da Voz da Planície foram dispensados

no início do ano. E segundo declarações do próprio, até à

data ainda não lhe foram pagas as remunerações vencidas,

nem a respetiva indeminização, num montante global que

rondará os 12 mil euros. Justino Engana, diretor executivo

da rádio Voz da Planície, reconhece a dívida e os direitos do

trabalhador, mas garante que a situação atual não permite

que a estação emissora possa cumprir os seus compromissos

no imediato. Aliás, Justino Engana refere que este é um

caso laboral que deve ser resolvido em acordo de partes no

Tribunal de Trabalho, situação que até ao momento ainda não

foi requerida pelo jornalista. “Avançar com uma ação deste

género”, prossegue Engana, “serve apenas para criar mais

um problema à rádio e não para resolver seja o que for”.

Recolha de resíduos no Terreiro dos Valentes impedida temporariamenteDevido às obras de requalificação das Portas de Mértola,

a Câmara Municipal de Beja diz que “temporariamente

não é possível efetuar a recolha de resíduos no Terreiro

dos Valentes”. “Dadas as características do local, torna-se

inviável a colocação de contentores alternativos e respetiva

recolha nos próximos meses”, pode ler-se num comunicado

de imprensa. “Em alternativa, até que esta situação esteja

solucionada, previsivelmente no início do mês de julho”,

adianta a autarquia, poderão ser utilizados, entre outros, os

moloks instalados junto à praça Diogo Fernandes de Beja,

pousada de São Francisco, Liceu de Beja ou largo dos Correios.

EMAS introduz melhoria no tarifário de famílias numerosas A EMAS de Beja, no quadro da sua responsabilidade social,

criou em 2011 um tarifário específico para famílias numerosas.

“Da experiência deste primeiro ano de implementação”,

adianta a empresa, “foi possível identificar e introduzir as

melhorias necessárias que deram origem à implementação do

novo tarifário, em vigor desde o início deste ano”. De acordo

com a EMAS “trata-se de uma medida há muito ambicionada

e que atinge agora um grau de maturidade importante, numa

altura em que o número de famílias que beneficia desta

medida está prestes a atingir as 50”. A empresa refere ainda

que, “muito mais que um apoio direto, este tarifário destina-se

essencialmente a garantir que as famílias numerosas não

sejam penalizadas por terem consumos mais elevados, não por

um uso pouco eficiente da água, mas por serem constituídas

por um agregado familiar mais alargado”. Para o efeito, “são

considerados todos os agregados familiares que tenham três ou

mais filhos em residência comum com os seus ascendestes”.

Pessoal do STM Guiné 1962 --1964 em almoço-convívioRealiza-se no próximo dia 26, em Beja, o almoço-convívio

do pessoal do STM Guiné 1962-1964. O programa inclui

missa de sufrágio “pelos camaradas já falecidos” (10 e 30

horas), uma visita à cidade de Beja acompanhada por uma

técnica dos serviços da Comissão de Turismo, de Beja (11 e 30

horas), e o almoço-convívio no restaurante do Nerbe (13 e 30

horas). As inscrições poderão ser feitas até domingo, dia 20.

O Grupo Coral de Baleizão assinala amanhã, sábado, na casa do povo, o seu 11.º

aniversário, com um encontro de grupos corais. O evento tem início pelas 16 horas na

rua José Vargas com um desfile a cargo dos grupos Coral Feminino Terra de Catarina,

Coral e Desportivo da Freguesia de Monsaraz, Instrumental União Alentejana, Coral

Alentejano O Sobreiro, Coral Feminino de Mombeja e Coral Masculino de Baleizão.

Jerónimo de Sousa participa em homenagem a Catarina Eufémia Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, participa no próximo domingo, dia 20, pelas 11 horas, em Baleizão, na tradicional romagem em homenagem a Catarina Eufémia, assassinada há 58 anos. O programa inclui uma ida ao cemitério para deposição de flores na campa de Catarina Eufémia, uma romagem a pé até ao largo que vai receber a atuação de grupos corais de Baleizão e o comício que vai ter como ponto alto a intervenção do secretário-geral.

Grupo Coral de Baleizão

comemora o 11.º aniversário

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As dificuldades de finan-ciamento junto da banca, nomeadamente junto do

BPI e da CGD, estão a levar José Roquete a “ponderar” desistir do megaprojeto turístico junto ao Alqueva, disse o empresário à co-municação social.

O ex-presidente do Sporting e dono da herdade do Esporão pre-cisa de 35 milhões de euros para concluir a primeira fase da obra, que já absorveu 55 milhões de eu-ros, metade dos quais em capitais próprios.

Roquete lamenta que “apesar do Parque Alqueva ter sido classifi-cado pelo Governo como Projeto de Interesse Estratégico Nacional em agosto de 2011, não foi ainda possí-vel concluir o modelo de financia-mento com adequada repartição de risco com os bancos financiado-res”, o que o impede de “continuar a suportar esses custos, sem um mo-delo de financiamento aprovado”.

Recentemente, em declarações ao “Público”, José Roquette con-tabilizou os custos com a parali-sação da obra: “Este projeto está a

custar 12 mil euros por dia, o que em cada três meses perfaz um mi-lhão. Tenho de fazer as contas e sa-ber até onde é que os anéis podem ir, sem pôr em risco o fundamen-tal. Esgotei a capacidade de inter-venção e se não conseguir encon-trar uma solução não tenho outra hipótese a não ser parar e parar de forma definitiva, com grande pesar meu”, afirmou.

No entanto, José Roquete mos-tra-se otimista, pois, embora es-teja “muito preocupado”, ainda acredita “ser possível chegar a um

acordo que permita continuar o projeto com adequada repartição do risco entre todos os intervenien-tes”, afirmou.

Recorde-se que o investimento turístico de Roncão d’El Rei, nas margens do Alqueva, no concelho de Reguengos de Monsaraz, é visto como um projeto âncora do destino Alqueva e, em velocidade cruzeiro criará cerca de 200 empregos di-retos e 300 indiretos. José Calixto, presidente do município, disse à Lusa estar a acompanhar o pro-cesso “com muita preocupação”.

Bancos não aceitam “repartição do risco”

Roquete ameaça parar com projeto turístico em Alqueva

Mina de S. Domingos vai ter pista de canoagem O Clube Náutico e a Câmara de

Mértola vão construir uma pista de

canoagem de velocidade na praia

fluvial da Mina de São Domingos,

num investimento de 300 mil euros

para que o plano de água possa

receber competições de velocidade.

Segundo a Câmara de Mértola, o

clube náutico e a autarquia já têm

“financiamento garantido” do

Programa de Desenvolvimento

Rural (Proder) para “lançar a

implantação” da pista de canoagem

de velocidade na praia da Tapada

Grande. O projeto, além da

implantação das infraestruturas

técnicas na água, prevê também

melhorar as condições existentes

em terra para a prática desportiva

e usufruto da praia fluvial. A

praia fluvial da Tapada Grande

“é um local privilegiado” para

a prática de canoagem.

Jornadas Sénior animam concelho de Serpa O concelho de Serpa acolhe entre os dias 21 e 25 mais uma edição das Jornadas Sénior. Trata-se de uma iniciativa destinada à população sénior do con-celho, que tem como áreas de atividade o desporto, o bem-estar, a saúde, a cultura e a cidadania. Durante a

próxima semana serão desenvolvidas atividades em to-das as freguesias, que incluem caminhadas, música, ateliês, sessões de sensibilização, desporto, TIC, peddy-paper, exposições, teatro, cinema, yoga do riso, estética e cosmética e um baile da pinha, entre outras. A sessão de abertura terá lugar na segunda-feira, dia 21, com

uma mega aula de ginástica, às 9 e 30 horas, na praça da República, em Serpa, seguida da cerimónia oficial que dará início às dezenas de iniciativas promovidas pela câ-mara municipal, juntas de freguesia e movimento asso-ciativo concelhio, Hospital de S. Paulo e Ulsba – Centro de Saúde de Serpa.

A Associação do Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja e

a Centro-K promovem na próxima quinta-feira, dia 24, na Biblioteca

Municipal José Saramago, em Beja, um seminário subordinado ao

tema “Segurança no trabalho – atividades principais e obrigações dos

empregadores”. Os trabalhos terão início pelas 14 e 30 horas, sendo a sessão

de abertura presidida pelo secretário-geral da associação, Rui Matos, e pelo

diretor regional sul da Centro-K, Álvaro Viegas. Seguem-se as intervenções

de Carlos Graça, inspetor principal da Autoridade para as Condições de

Trabalho de Beja, José Pinela Gonçalves, presidente da delegação de Beja da

Ordem dos Advogados, Rogério Nunes, professor no IPBeja, e Joana Nobre,

técnica superior de segurança no trabalho do Centro-K. Já o encerramento do

seminário estará a cargo do administrador da Centro-K, Gilberto Pedrosa,

do presidente da Associação do Comércio de Beja, Francisco Carriço, e do

presidente da Ambaal, José Maria Pós-de-Mina.

Segurança no trabalho em debate

em Beja

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Câmara de Aljustrel entregou material técnico e ortopé-dico a instituições socias do concelho A Câmara de Aljustrel entregou no final da semana passada à loja social, às instituições particu-lares de solidariedade social (IPSS) e misericórdias da rede social do conce-lho mais de 150 objetos de material técnico e ortopédico avaliados em 17 500 euros. No atual contexto de crise, “temos que agir mais do que nunca

em termos sociais”, disse à Lusa o presidente do município, Nélson Brito, explicando que o material foi entregue no âmbito do projeto da autarquia “Aljustrel Concelho Solidário”. Além de ter entregado o material, a autar-quia assinou protocolos com as misericórdias de Aljustrel e de Messejana e a Associação de Solidariedade Social de São João de Negrilhos, que pre-veem apoios do município a projetos das três instituições.

O complexo petroquímico da Repsol Polímeros, instalado em Sines,

encontra-se em paragem geral para manutenção, representando um

investimento de 35 milhões de euros, divulgou a empresa. Durante a

paragem da produção irão realizar-se “inspeções regulamentares a

equipamentos e instalações, trabalhos de manutenção e implementação

de investimentos para aumento da eficiência energética, redução de

emissões e melhoria de segurança”, pode ler-se numa nota de imprensa.

De acordo com o mesmo documento, participam neste investimento em

manutenção cerca de 70 empresas, tendo sido “privilegiadas, de forma

significativa”, empresas da zona, “com um peso equivalente a 60 por

cento do orçamento dos contratos de serviços”. Além dos funcionários

do complexo petroquímico, estarão envolvidos na manutenção,

segundo a empresa, mais de 1 500 trabalhadores “adicionais”. Os

trabalhos deverão decorrer até ao início do mês de junho.

Repsol investe 35 milhões

em manutenção do complexo

petroquímico

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Deputados do PSD de Setúbal contra proposta para comarca do Alentejo LitoralOs deputados do PSD eleitos

por Setúbal afirmam estar

“preocupados com eventuais

alterações no funcionamento da

comarca do Alentejo Litoral”, tendo

pedido esclarecimentos à ministra

da Justiça no sentido de saber “se

a proposta de alteração para esta

comarca irá ser revista”. A comarca

do Alentejo Litoral, com sede em

Santiago do Cacém e abrangendo

também os concelhos de Alcácer do

Sal, Grândola, Odemira e Sines, faz

parte do grupo de três comarcas-

-piloto que arrancaram em 2009,

juntamente com Baixo Vouga e

Grande Lisboa Noroeste. No Ensaio

para a Reorganização da Estrutura

Judiciária, documento que está

em discussão pública, prevê-se a

transferência das grandes instâncias

cível e criminal para Setúbal e a

extinção do tribunal de Sines.

Operadores não se mostram animados com meses de verão

Costa alentejana perde turistasO

turismo na costa alen-tejana, que se estende desde Troia até ao limite

sul do concelho de Odemira, está a sofrer com a crise e alguns empre-sários não acreditam em melhorias significativas nos meses de verão.

Para Filomena Valério, diretora do Hotel Apartamento Porto Covo, situado em Porto Covo (Sines), as perspetivas para a época balnear que se avizinha são “preocupantes”.

“A taxa de ocupação de junho a setembro costuma situar-se nos 80 por cento, pelo que prevemos um decréscimo de dois a quatro pontos percentuais”, explicou à Lusa.

Segundo a responsável, os re-ceios prendem-se com as medidas de austeridade já anunciadas pelo Governo: “O nosso mercado, a classe média, será certamente aquele que

mais sofre com esta crise”.Efigénia Migueis Cachadinha,

administradora do Comporta Village, disse que as receitas deste empreendimento localizado na Comporta (Alcácer do Sal) nos pri-meiros quatro meses deste ano de-cresceram 50 por cento relativa-mente ao mesmo período do ano passado.

A gestora admitiu que se “man-tenha a ocupação do mês de agosto”, com uma taxa de 98 por cento, mas em julho a taxa de ocupação não de-verá ir além dos 65 por cento.

Os receios dos responsáveis são corroborados pelos números dispo-nibilizados à Lusa pelo presidente do Pólo Turístico do Litoral Alentejano, Carlos Beato.

Neste primeiro trimestre, in-cluindo a Páscoa, a região registou

uma quebra de 15 a 16 por cento na procura interna e de 25 por cento en-tre os turistas espanhóis.

Contudo, “os indicadores são ao contrário a nível dos mercados inter-nacionais”, com um aumento entre 7,5 e 9 por cento de turistas oriundos de países como a Alemanha, Bélgica, França e Reino Unido.

Carlos Beato afirmou-se “menos otimista” do que em 2011, mas disse continuar a “manter a esperança” para a época balnear que se avizi-nha, de 1 de junho a 15 de setembro.

António de Sousa, proprietá-rio do Camping Milfontes, em Vila Nova de Milfontes (Odemira), reve-lou uma tendência positiva na ocu-pação do seu parque de campismo.

O empreendimento, “ao longo das últimas épocas balneares, tem registado consecutivamente um

ligeiro aumento da procura” e, se-gundo o empresário, este ano não deverá ser exceção.

Tal pode ser explicado por “uma procura de alojamento a preços mais acessíveis, como os que oferecem o campismo, comparando com o alo-jamento hoteleiro”, disse.

O Aqualuz Suite Hotel Apartamentos, localizado em Troia (Grândola), prevê uma taxa de ocu-pação em agosto de “83 por cento, li-geiramente acima da ocupação do ano anterior”.

Para Agustin Macedo, diretor comercial do complexo, apesar de 90 por cento dos clientes serem portu-gueses, “a política de promoção do Aqualuz Suite Hotel Apartamentos está ajustada ao mercado e às vicis-situdes desta fase económica adversa que todas as famílias atravessam”.

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Reportagem

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Os amanhas de Ferreira, Serpa e São Luís

Os verdadeiros ossos do ofícioO

termómetro deixa adivinhar um dia quente. Às 10 horas já marca 25 graus. Os homens que se avis-

tam nas pastagens, de mangas arregaça-das e camisas abertas, não escondem o ca-lor, até porque lhes transparece nas gotas de água que lhes escorrem pela cara, que se en-rugou pelo sol.

O gado passeia-se no campo e junto a ele está Jorge Lota. Tem o seu rebanho por companhia, mas à sua espera, no monte de barra amarela que se abeira à estrada, perto de Ferreira do Alentejo, já estão umas quan-tas pessoas, doídas pelas maleitas e desar-ranjos do corpo. Pelos maus jeitos.

Uma mulher pergunta pela casa do en-direita, enquanto o marido estaciona o carro, embora seja ele que tenha aquela maldita pontada nas costas, que insiste em não desaparecer. Quem está acena positiva-mente com a cabeça. No chão repousam vá-rios cães, pachorrentos como a manhã que acordou.

Jorge Lota, corpulento, de boina na ca-beça e calças sujas pelo trabalho na terra, chega na sua carrinha de caixa aberta. O ci-garro trá-lo aceso, mas rápido o repousa no cinzeiro.

“Bom dia minha gente”. É assim que cumprimenta quem está. Sem desacele-rar o passo segue em direção ao banco que acolherá todos aqueles que estão dolori-dos. Lembra-se do homem que estacionava

Manuel Silva (Ferreirinha) Neto e filho de amanhas desde cedo percebeu o jeito de endireitar Manue Chaíça (Manuel barbeiro) Corta cabelos e endireita pessoas na sua barbearia

Endireitas. Toda a vida os houve e continuam a existir, embora a comunidade médica não os veja com bons olhos.

O “Diário do Alentejo” esteve com três amanhas, que ganharam fama pelo seu jeito para encanar e compor ossos

deslocados ou fraturados. Pelas mãos de Jorge Lota (dr. Jorge), Manuel Chaíça (Manuel barbeiro) e Manuel Silva (Ferreirinha)

passam as dores de gentes que chegam de vários sítios do País, e até de Espanha, à procura de quem as ponha no lugar.

Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho

Isto de “consertar” pessoas tem muitoque se lhe diga.Não é qualquer umque pode fazer isto.Mexer no corpode uma pessoaé uma tarefa muito delicada e de muita responsabilidade. Não se explica, não se ensina. Ou se tem aptidão ou não se tem”.

Jorge Lota

“Penso que não consigo ensinar isto a ninguém. Têm vindo

enfermeiras e pessoas com estudos ter comigo. Passam cá

um tempo. Observam, tento explicar qualquer coisa, mas

não adianta. Não conseguem aprender”. Manuel Silva

o carro? É o primeiro a sentar-se. Jorge Lota passa-lhe os dedos pelas costas. Uma e ou-tra vez. Pensa e não diz uma palavra, en-quanto a mulher do homem dolente explica todas as quedas que o marido deu, mesmo que já tenham sido há mais de 20 anos.

Um puxão, outro, e, por fim, uma pa-lavra. “Você custa-lhe a respirar, cansa-se muito?”, pergunta Jorge Lota. A mulher an-tecipa-se e responde. “Sim é verdade, se for para levantar pesos fica logo branco. Agora, a andar não se cansa. Isso anda melhor do que eu”. A conversa prossegue. Mais um es-ticão. Está pronto. Pode seguir viagem.

O próximo magoado senta-se. “Este é um desmancho fácil. Só aqui um jeitinho e está bom”, afirma.

Mas como começou esta vida de endi-reita? “Há 40 anos que faço isto. Não aprendi praticamente com ninguém. Quando era rapaz a nossa vida era difícil, ainda mais do que é hoje, e uma pessoa precisa de ter ideias. Comecei a fazer isto e pegou, mas pe-gou porque sabia o que fazia”, conta Jorge Lota. E acrescenta: “Pegou tanto, que me al-cunharam de ‘dr. Jorge’”.

Isto de “consertar” pessoas, segundo o endireita, “tem muito que se lhe diga”. “Não é qualquer um que pode fazer isto. Mexer no corpo de uma pessoa é uma tarefa muito delicada e de muita responsabilidade. Não se explica, não se ensina. Ou se tem aptidão ou não se tem”, assegura.

Entretanto, já tem entre mãos as dores de mais uma mulher. É uma picada debaixo do peito que a incomoda. Jorge Lota volta a passar a mão pelas costas. Abraça a mulher e dá-lhe um aperto no peito.

“Já me passou de tudo pelas mãos”, diz. Mas, de acordo com Jorge Lota, “há também quem chegue aqui e não tenha nada”. “Vejo logo quando estou perante um caso desses. Às vezes o mal está na cabeça das pessoas. Tenho de ser um bocadinho de tudo. De en-direita, de psicólogo”, conta.

Garante que não recusa ajuda a ninguém e que, por esse motivo, mal tem tempo para si. E reforça: “Como é que eu posso deixar isto se me aparecem aqui pessoas de to-dos os sítios do País? Até espanhóis aqui chegam”.

De Serpa também chegam notícias de um endireita. De Ferreira do Alentejo à Cidade Branca são 54 quilómetros de distância. As temperaturas às 14 horas já subiram. O ter-mómetro fixa-se agora nos 32 graus. Nas ruas pouca gente se avista. Perguntamos pelo endireita da terra e rapidamente res-pondem: “É o Manuel barbeiro”. Trata-se, na verdade, de Manuel Chaíça, que, como já se pode adivinhar, para além das técnicas de corte de cabelo e barba, sabe da arte de meter pessoas no lugar.

Não há letreiro algum que anuncie a bar-bearia, tal como não existe nenhum que apregoe o seu dom para tratar lesões ósseas.

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Jorge Lota (dr. Jorge) Há mais de 40 anos que lhe passam pelas mãos as dores de quem o procura

“Passo os dedos e sinto. Isto não se aprende.Isto é um dom”.Chega aqui uma pessoa qualquer.Basta-me jogar,por exemplo,as mãos às costas.A pessoa diz-me ondelhe dói e eu consigo apanhar o mal.Melhor, os meus dedos é que o apanham”.

Manuel Chaíça

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Apenas uma porta verde aberta. Uma ca-deira de barbeiro, bem como a bancada repleta de pincéis, navalhas, aftershave e afins. E no topo um quadro com uma foto-grafia da equipa do seu coração, o Benfica.

Quem o vê assim, vestido de bata branca e com os óculos pendurados, bem lhe pode parecer que está na frente de um médico. “Não sou. Não sou médico. Tenho este dom e tenho a obrigação de ajudar as pessoas, embora existam médicos que reconhecem este meu jeito”. É assim que começa a con-versa Manuel Chaíça, que dá jeito às dores dos outros há pelo menos 13 anos.

“Passo os dedos e sinto. Isto não se aprende. Isto é um dom”. Insistimos e ex-plica: “Chega aqui uma pessoa qualquer. Basta-me jogar, por exemplo, as mãos às costas. A pessoa diz-me onde lhe dói e eu consigo apanhar o mal. Melhor, os meus de-dos é que o apanham”.

Na fila de espera apenas clientes para cortar o cabelo, mas a explicação, essa, surge rapidamente. “Desde há uma semana que não posso amanhar ninguém. Fui con-tra um bico de um móvel e tenho uma dor no peito. Quase não posso comigo, quanto mais com os outros. Enquanto isto não passar não posso atender ninguém, com muita pena minha, porque eu não gosto de recusar”.

É aqui, na sua barbearia, que atende quem chega. “Tanto os posso sentar ali na-quela cadeira, como nesta de cortar cabelo, consoante o que for preciso fazer. Às vezes até no chão. Isto depende muito. Tenho dias que tenho aqui mais gente cheia de dores do que clientes para cortar o cabelo”, garante Manuel Chaíça.

Um dos filhos, garante, “já se encantou por este dom”. “Pede-me várias vezes para o ensinar, mas eu não o posso ensinar. Isto não se ensina”.

Ao fundo o rádio debita músicas. Manuel Chaíça continua a cortar cabelos, uns cor-tes mais audazes, outros apenas à máquina zero. “As pessoas começaram a perceber que tinha este dom e foram aparecendo. A palavra transmitiu-se de boca em boca e chega-me aqui gente de todo o lado”, conta o

endireita. Tanto é que não esquece o dia em que um autocarro cheio de gente lhe chegou à porta vindo dos lados de Cascais. “Uma excursão. Quando vi o que tinha à porta nem queria acreditar”, conta.

Quem acreditou bem cedo no dom que tinha foi Manuel Ferreira Silva, mais conhe-cido por “Ferreirinha”. Seguimos viagem. Desta vez em direção a Castelão, freguesia de São Luís, Odemira.

Nascido numa família de endireitas, fi-lho e neto da arte de saber amanhar, cedo se apercebeu que o dom de alinhar os ossos também o tinha. Em pequeno observava, mas foi no dia que partiu uma perna em dois sítios, depois de ter levado a marrada de um boi, que despertou para a arte de me-ter no lugar. “O meu pai é que me amanhou. Meteu-me os ossos no lugar. Meteu talas e meias cheias de areia. Mais tarde parti um braço e estes problemas despertaram-me para este dom”, conta Manuel Silva.

À sua porta vão parando carros, uns atrás dos outros. Um homem, com a mão no peito, abeira-se. “Sr. Ferreirinha tem de ver o que eu tenho”, avisa. “Certamente”, res-ponde o endireita. “Sente-se ali no banco”, acrescenta.

“Andei a carregar umas caixas de feijão. Dei um jeito e quase não me dou mexido”, conta o homem, que ora fecha, ora arregala os olhos. O endireita pega nos pulsos do mal amanhado. Estica-lhe os braços. Um puxão e diz: “Já está no lugar”.

A conversa prossegue. “Isto não é apren-dido. Isto é inato. Nasce connosco. Há os cantadores, os poetas e depois há os que têm este dom e há os que têm tantos outros”, explica Ferreirinha, concluindo: “Penso que não consigo ensinar isto a ninguém. Têm vindo enfermeiras e pessoas com es-tudos ter comigo. Passam cá um tempo. Observam, tento explicar qualquer coisa, mas não adianta. Não conseguem aprender. Julgo, então, que não conseguirei ensinar isto a ninguém”.

Um novo carro aproxima-se do por-tão. Mais um candidato ao banco do sr. Ferreirinha. Não tarda que chegue outro. “Isto, normalmente, é sempre assim. Há

sempre alguém a precisar”, explica o endi-reita, que só não alinha gente aos feriados e aos domingos à tarde.

Manuel Silva há 20 anos que se dedica a esta atividade. “O meu pai faleceu e depois fiquei eu. Depois do meu pai morrer as pes-soas nunca mais me deixaram”. Antes, no entanto, já fazia qualquer coisa. “Amanhei uns quantos moços. Trabalhava com eles e quando era preciso metia-os no lugar”, conta.

Mais um carro, mais um desarranjo. “Tenho casos difíceis, mas estes que estão a ver são coisas muito fáceis graças a Deus. Com um jeitinho e as pessoas ficam boas”, conta o homem.

Castelão fica a meio caminho. Entre São Luís e Odemira. E o caminho há muito que é procurado por muitos doídos à procura de cura. Chegam de norte a sul.

Jorge Lota (dr. Jorge), Manuel Chaíça (Manuel barbeiro) e Manuel Si lva (Ferreirinha). Três endireitas que garantem que não cobram nada a ninguém. Aqui, as-seguram, “só dá algo quem quer e se enten-der que o deve dar”.

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OpiniãoBernardo e BeatrizJosé Filipe Murteira Professor

Ao longo dos quase 15 anos em que trabalhei na área da Cultura da Câmara Municipal de Beja, e em particular nos últimos cinco e meio, na programação do Pax Julia, uma das coisas que mais me agradava era o contacto que tinha com os artistas (da música, do teatro, da dança) que aqui se deslocavam para apresentar os seus trabalhos.

Esse conhecimento, rico do ponto de vista pessoal e profissio-nal, serviu também para comprovar algo que, não existindo ape-nas do setor das Artes, se aplica neste, de uma forma bem visível: com algumas exceções, é claro, os melhores distinguem-se dos outros não só pelas suas qualidades artísticas, mas, sobretudo, pelas suas qualidades humanas. Em vez da distância, cultivam a simpatia e a proximidade, no lugar da arrogância, a simplicidade de quem sabe que é o talento que conquista o público e não essas posturas de pseudo vedetas.

Conheci, assim, o Bernardo (Sasseti) e a Beatriz (Batarda), ar-tistas dos melhores nas suas áreas (música e teatro/cinema) e que, nas horas que partilhavam connosco no teatro (nos ensaios e nos momentos de descompressão após os espetáculos), demonstra-vam as suas intrínsecas qualidades humanas.

A Beatriz esteve por duas vezes no Pax Julia. Na primeira in-terpretou um monólogo – “De homem para homem” –, a 17 de junho de 2009, no 4.º aniversário da reabertura desse espaço. Um texto forte, uma interpretação arrebatadora, de uma grande entrega, que deixou a todos, atriz e público, sem fôlego. Em ju-lho de 2010, não estando presente fisicamente, deixava essa sua marca, como encenadora da peça “Olá e Adeusinho”.

O Bernardo visitou-nos três vezes. A primeira em maio de 2008, a solo, num espetáculo integrado no InJazz, festival des-centralizado por várias localidades. A segunda, em fevereiro de 2011, com o Trio a quem dava o nome, composto ainda por outros dois excelentes músicos, o Carlos Barreto e o Alexandre Frazão. Estes dois espetáculos tiveram em comum duas outras das paixões do Bernardo, a fotografia e o cinema, já que ambos incluíram fotos suas, incluídas em apresentação multimédia e em curtas metragens.

A terceira apresentação deu-se ainda não há um ano, em ju-nho de 2011. Tal como na segunda já eu não trabalhava no Pax Julia, ainda que tivesse programado ambas (a terceira foi mesmo o último espetáculo que programei).

Nesta última o Bernardo compôs e interpretou as músicas que acompanharam as coreografias dos mais importantes no-mes da dança nacional, como Olga Roriz, Rui Horta ou Paulo Ribeiro. Tratou-se de uma produção da Companhia Nacional de Bailado, com o título “Uma coisa em forma de assim”, onde foi possível assistir de novo ao seu grande virtuosismo, através de músicas criadas para estilos bem diferentes, para um, dois ou vários bailarinos. Ficou na memória de todos a que assistiram o “diálogo” entre o pianista e dois bailarinos que, invadindo o seu espaço, fizeram do piano o seu palco, numa magnífica fusão de corpos e sons.

Foi apenas quando esteve em Beja o Bernardo Sasseti Trio que soube que era casado com a Beatriz, já que esta e as duas filhas de ambos o acompanharam na sua deslocação à nossa cidade.

E foi também no final desse espetáculo, quando conversáva-mos sobre vários temas, desde a reação dos espectadores aos mo-mentos menos bons que a Cultura já nessa altura atravessava, que o Bernardo disse algo que me (nos) deixou atónitos e satisfeitos: que gostava muito de atuar no Pax Julia, onde era sempre bem acolhido, pelos profissionais e pelo público, tendo este uma pos-tura de atenção, respeito e afeto que lhe agradava, e que, graças a

isso e às excelentes condições acústicas do espaço, talvez um dia viesse aqui gravar um disco a solo.

Não sei se, com tantos projetos em que estava sempre envol-vido, o Bernardo se iria lembrar dessas palavras e se o tal disco não passaria apenas de mais um momento de entusiasmo tão próprio dele. Sei é que, numa sexta-feira, à hora do almoço, a no-tícia chegou pela TV. Notícia cruel, bruta, estúpida: o Bernardo não gravaria mais, nem esse nem outros discos, não viria uma quarta vez ao Pax, não encantaria os bejenses com os acordes que saíam, qual passe de magia, das suas mãos únicas, a Beatriz e as filhas não o acompanhariam mais, alegrando os seus momen-tos, antes e após os espetáculos. O Bernardo partira.

Em memória do Bernardo.Em solidariedade com a Beatriz.

O longo inverno dos mineiros de AljustrelMarcos Aguiar Licenciado em Psicologia

Na passagem de 1922 para 1923, os mineiros da minha terra – Aljustrel – estiveram quatro meses em greve. Quatro me-ses que figuram na história do movimento anarcossindica-lista como uma das mais lon-gas paralisações de sempre, que colheu solidariedade em todo o País e, inclusivamente,

além-fronteiras, junto do operariado do mundo industrializado de então. Muitos se identificaram com a causa dos mineiros de Aljustrel, documentada diariamente no jornal “A Batalha”, des-tacando-se um episódio, em particular, que me entusiasma e co-move sempre que o evoco.

Tendo-se a greve arrastado por tanto tempo, a CGT (Confederação Geral do Trabalho) apelou ao proletariado na-cional para que apoiasse os mineiros, ajudando os filhos dos grevistas. Assim, durante a greve dos mineiros de Aljustrel, mais de 200 crianças foram colocadas em comboios para se-rem recebidas e alimentadas pelos operários de Lisboa. A cargo do operariado de Beja ficaram 25 crianças e no Barreiro mais 50. Imagine-se um cortejo de centenas e centenas de pessoas em sofrimentos profundo, percorrendo o percurso que separa Aljustrel da estação de comboios do Carregueiro, para expedir voluntariamente os filhos da terra para as mãos de estranhos. Afigure-se o desespero que levou esta gente a tomar medidas tão extremas para proteger as suas crianças da miséria que a greve pressupunha. Invoque-se o medo que esta gente foi obri-gada a dominar, tratando-se de tempos em que as greves eram reprimidas através do despedimento sumário e, não poucas ve-zes, pela violência e prisão.

Como é possível correr assim o risco de perder o pouco que se tem? Quem eram estas pessoas anónimas que afrontaram a todo--poderosa empresa mineira estrageira? Mas o que moveu os meus conterrâneos para este gesto de afirmação social que envolveu tan-tos perigos? A resposta é complexa e ao mesmo tempo muito sim-ples – a desesperança! Foi a desesperança perante as horríveis con-dições de trabalho e os baixos salários que levou esta gente simples a agir de forma tão radical. Em Aljustrel, no inverno de 1922/1923, da desesperança, nasceram heróis que, vencida a luta contra a pre-potência do patrão estrageiro, foram aclamados em todo o mundo industrializado como um exemplo a seguir.

Hoje, em Portugal, o desânimo é generalizado, ao ponto de alguns confundirem a “paz podre” que vivemos com a aceita-ção social das indignidades que nos são impostas. Não, não es-tamos em paz, estamos em torpor, incapazes de reagir a quem

nos agride. Não, não estamos satisfeitos, estamos em apatia, ob-servando, distantes, a forma como o País se carcome a si mesmo. Não, não estamos felizes, estamos em desesperança profunda, simplesmente ainda não conseguimos ter, nem por um mo-mento, a mesma valentia dos mineiros de Aljustrel daquele longo inverno de há 90 anos.

O plano tecnológico esqueceu-sedo YouTube? António Ceia da Silva Presidente da Turismo do Alentejo

Assistimos em Portugal, nos últi-mos anos, a um esforço significa-tivo em colocar o País na rota dos descobrimentos das novas tecno-logias, esforço que obviamente re-conheço como muito positivo.

Mas curiosamente ou não há ainda muito a fazer.

Há dias falava com um empre-sário que mostrava a sua preocu-

pação em gerir com eficácia as redes sociais, o Trip Advisor e a fa-cilidade e velocidade com que a informação circula.

Hoje não basta ter qualidade, é necessário transportar essa qualidade em termos de imagem e de comunicação.

Não basta ser bom, é preciso transmiti-lo ao mercado. Nós, na Turismo do Alentejo, fizemos o nosso caminho, a pri-

meira página oficial das ERT no Facebook com tratamento perso-nalizado e fortemente atualizado, investimento nas redes sociais, rede de informação turística regional, georeferenciação, informa-ção nos telemóveis, enfim, o nosso plano tecnológico. Também para a nossa campanha “O Alentejo Dá-lhe Tudo” investimos num ambicioso plano de comunicação on line, com trabalho de posicionamento do site visitalentejo, anúncios no Facebook e em sites especializados de viagens associados ao Google.

Mas deixem-me contar-vos a história do canal YouTube, sim, não é uma anedota, é mesmo verdade.

Na linha do que vos falei preparávamo-nos para ter um canal personalizado no YouTube.

No entanto, o Alentejo e qualquer outra região de Portugal não pode ter um canal personalizado na rede social YouTube – o chamado Brand Channel – porque não existe até à data ambiente legal em Portugal que permita essa disponibilização na Internet.

Só para terem uma ideia, os canais personalizados do You Tube em Espanha constituem uma realidade há três anos. Dá para perguntar se de facto temos encarado a importância do mundo on line para a promoção turística de Portugal.

Definimos a necessidade e o objetivo, na linha das melho-res práticas internacionais, construímos um bom produto, elo-giado pelos nossos empresários, mas deparámo-nos com as típi-cas barreiras que atrapalham o nosso desenvolvimento.

Registo com enorme satisfação as recentes palavras da secre-tária de Estado do Turismo que elevou ao estatuto de prioridade a promoção turística através do on line e particularmente pelo re-curso às redes sociais, sim este tem de ser o caminho.

Mas para terem uma noção mais global verifiquem que não é só a Espanha que tem um canal personalizado no YouTube, o Brasil tem, e até o Vaticano, mas a Turismo do Alentejo não pode ter.

Não vamos desistir. Como dizia Churchill, “nunca, nunca desistas”. E vamos claramente assumir mais uma vez a importância do

posicionamento on line e tudo faremos para que seja possível em Portugal, em breve, apresentarmos este canal.

14 Celebra-se hoje o DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS. Numa altura em que se agiganta a guerra partidária em torno do

Museu Regional de Beja, em prejuízo único desta instituição e dos seus colaboradores, não deixa de ser louvável que a Rede de Museus do Distrito de Beja, que junta cerca de meia centena de espaços museológicos em 12 concelhos diferentes, apareça agora cheia de vitalidade e com novas e boas ideias para levar as pessoas aos museus. PB

Não abandonei o PSD e não estou cansado nem desiludido (…) Não saio nem desiludido, nem magoado, nem ferido, nem cansado, nem aborrecido, absolutamente nada! João Paulo Ramôa ao “Correio Alentejo”, 11 de maio de 2012

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A troika não conhece o País nem a sua história milenar. Não conhece os problemas sociais deste povo. Não conhece as vi-las e aldeias do interior. Não conhece a nossa população envelhecida; não conhece as reformas de miséria de mais de um terço dos portugueses (…) O País acorda todos os dias com mais falências e mais desempregados. O sussurro da re-volta ouve-se já como sinal de graves consequências de um momento para o outro. Madeira Piçarra, “Diário do Sul”, 16 de maio de 2012

15A Câmara Municipal de Beja avançou esta semana com uma ação em tribunal para impedir o Governo de reter

cinco por cento do IMI. Após esta deliberação, dezenas de outras autarquias do País encetaram ações semelhantes. Abrindo um verdadeiro braço de ferro entre o poder executivo e autárquico. Com vantagem à partida, pelo menos em termos morais, para aqueles que defendem a autonomia do poder de proximidade. PB

E por falar em guerras partidárias, vãs, em torno do nosso património, é tristemente assinalável a batalha que a CDU e o

PS bejense estão a travar em torno do núcleo museológico da igreja de SANTO AMARO. Lá onde reside um dos mais importantes espólios de arte visigótica da Europa. O edifício está em muito más condições de uso. Mas os políticos da terra estão mais interessados em esgrimir responsabilidades, em vez de resolver definitivamente os problemas. PB

Há 50 anosDa escassezde comboiosà luta ferozentre burros

A edição de 17 de maio do “Diário do Alentejo” abordava um assunto re-corrente nesse tempo... tal como

agora: os deficientes caminhos-de-ferro servindo Beja. Intitulada “Para quando a melhoria das ligações ferroviárias entre o Baixo-Alentejo [assim mesmo, com hífen] e o Algarve?”, a “Nota do Dia” era muito crítica. Aliás, essa era uma regra: sujeito à censura do regime fascista, o jornal “vin-gava-se” nos dois ou três espaços de opinião que mantinha regularmente e, aí, tinha po-sições mais abertas sobretudo em relação a questões locais e regionais.

Leia-se, então, como há meio século já se protestava contra a discriminação do distrito de Beja, neste caso no setor dos transportes:

“Com a proximidade da época balnear, voltam a ter a maior actualidade e a ofere-cer aspectos mais graves as deficiências das ligações ferroviárias entre o Baixo-Alentejo e o Algarve, províncias de ‘fronteiras’ co-muns e naturalmente ligadas por estreitas ligações comerciais e turísticas. É problema que se arrasta desde há longo tempo, sem solução conveniente e perante uma passivi-dade que impressiona, sobretudo pelo sig-nificado que tem que se lhe dar.

Nem ao menos foi ventilado, nos últi-mos tempos, na Assembleia Nacional, onde qualquer intervenção nesse sentido tal-vez tivesse o mérito de despertar a atenção dos poderes governativos, levando-os a for-çar as providências que flagrantemente se impõem.

Melhoraram-se há cerca de dois anos os serviços ferroviários entre Lisboa e o Algarve, pelo Vale do Sado, sem que a nossa região tirasse qualquer benefício desses no-vos horários, quando bastava que fosse as-segurada uma fácil ligação entre a Estação da Funcheira e Beja!

Práticamente, as comunicações entre este distrito e o de Faro continuam a ser as mesmas de há mais de 20 anos!

Quando terminará esta anacrónica e prejudicial situação?”.

A primeira página do jornal trazia, nesse dia, notícias da região, do País e do estrangeiro, mais um texto sobre “O es-tado das culturas” e informação despor-tiva. E contava “O caso invulgar de dois asininos que morreram após luta feroz de corpo a corpo!...”, em Santo Aleixo da Restauração. O artigo descrevia o episódio ocorrido na herdade da “Cabeça de Porco”, naquela freguesia do concelho de Moura, e, filosoficamente, explicava o destaque dado aos burros “(...) não porque os ho-mens não sejam capazes de fazer ainda pior, mas porque é raro os animais proce-derem como a maioria dos ‘homens lobos dos homens’”.

Carlos Lopes Pereira

Morreuo Zé SilvestreManuel Dias Horta Beja

Nada! É nada!Tudo passa! Tudo morre!Morreu o Zé Silvestre. Nascido e

criado na Cabeça Gorda. Na mesma se findou. Durante muitos anos empre-gado na loja dos irmãos Figueira.

Poderia ter sido um Zé, entre tantos Zés da aldeia ou da cidade, mas as ma-nifestações de pesar, o número de ami-gos e conhecidos que acorreu a acom-panhá-lo à última morada significa que era um Zé e mais qualquer coisa.

A expressão da pureza dos senti-mentos tem um valor muito mais ele-vado do que a distribuição de uma me-dalha mereça ela consenso ou não.

Conheci bem o Zé Silvestre. Ou à es-quina da Casa do Povo, lá na aldeia, a contar anedotas e a falar do Ferrobico ou do Castrense, a eterna paixão que ti-nha pelo futebol regional. Ou a tagare-lar com os vizinhos barbeiros, no outro lado da rua, a quem todas as manhãs dava os bons dias.

Num dia diferente dos ou-tros dias chegou a morte, implacá-vel, estúpida e brutal, marcou-lhe a hora e o que era vida, agora, é nada.

Paz à sua alma.

Dr. Augusto Luiz PinheiroLuciano Raimundo Beja

O dr. Pinheiro durante muitos anos exerceu a profissão de médico de clínica geral, com muita dedicação e compe-tência, no antigo edifício antitubercu-loso, no centro de saúde e no seu con-sultório particular. A sua especialidade era o tratamento da doença da tubercu-lose, tendo sido ele próprio um tubercu-loso que foi internado num sanatório. Conseguiu curar algumas pessoas desta terrível doença (felizmente, nos nossos tempos, já há cura para esta doença). Acontece que presentemente esta do-ença está a alastrar assustadoramente neste país.

Um dia, o dr. Pinheiro foi visto cerca das sete horas da manhã, ao longo da mata municipal, numa cami-nhada. Alguém lhe perguntou o que fazia àquela hora na mata. Ele respon-deu: “Muitas vezes à mesma hora ve-nho fazer a caminhada, para respirar o ar puro da mata”, porque esta mata

sempre a considerou um sanatório e o coração da cidade de Beja.

No campo da ação cultural foi, du-rante muitos anos, um dedicado co-laborador na Casa da Cultura e no Conservatório Musical.

Na Capricho, onde era associado, fez grandes conferências, sendo ele o confe-rencista com a assistência de entidades oficiais, sócios da coletividade e seus fa-miliares, sempre com a sala cheia.

Organizou uma triunfal embai-xada à Sociedade Incrível Almadense, fazendo deslocar em dois autocarros a banda de música, composta de 40 músi-cos, e o grupo coral com um numeroso grupo de figurantes. Estavam muito bem ensaiados, atuando com muito agrado da numerosa assistência. Na as-sistência viam-se muitos alentejanos que se entusiasmaram a acompanhar o grupo coral. Foi de facto um grande dia para a Capricho, que deu bom nome à cidade de Beja. No final do espetá-culo, a direção da Sociedade Incrível Almadense ofereceu um abundante jan-tar a todos os elementos.

O dr. Pinheiro, na qualidade de presidente da direção da Sociedade Filarmónica Capricho Bejense, conse-guiu uma atuação do grupo coral diri-gido pelo famoso maestro Lopes Graça, que foi recebido com muito agrado pela numerosa assistência.

Deslocou-se algumas vezes a Lisboa para convidar a famosa fadista Amália Rodrigues para dar um espetáculo no salão da Capricho, ou talvez no cinema Pax Julia, mas ela nunca apareceu, o que lhe pareceu muito mal, com o pro-pósito de arranjar fundos para a com-pra de novos fardamentos e instrumen-tos para a banda.

O dr. Pinheiro ofereceu à Capricho, para a biblioteca, muitas valiosas obras, porque gostaria que os sócios se interes-sassem pela sua leitura, mas não tive-ram interesse na leitura.

O dr. Pinheiro, como presidente da direção da Capricho, ordenou ao contí-nuo a imediata retirada da sala de jogos, a mesa onde era disputado o jogo de azar, o chamado jogo do “burro”, por-que estava informado de que alguns jo-gadores perdiam os ordenados mensais, deixando as famílias sem dinheiro para o governo da casa. Os jogadores do cha-mado jogo do “burro” chegavam a jogar até ao dia seguinte, até aparecer o sol. A maioria dos sócios apoiou esta acertada decisão do presidente da direção. Devia ter sido há mais tempo.

Ele e a esposa selecionavam os espe-táculos de caráter cultural que se reali-zavam no cinema Pax Julia.

O dr. Pinheiro convenceu a esposa a criar um grupo coral infantil, mas os

ensaios pouco tempo duraram, apesar de ser oferecidas nos ensaios gulosei-mas às crianças. Elas pretendiam mais as brincadeiras de rua e não queriam estar em recintos fechados.

Não temos a menor dúvida em afir-mar que o dr. Augusto Luiz Henriques Pinheiro foi um grande amigo da Sociedade Fi larmónica Capricho Bejense, onde deixou obra feita que é para sempre recordar.

Nota: Curiosamente o dr. Pinheiro pedia sempre que quando escrevesse o seu nome Luís fosse escrito com “z” e não com “s”. Foi satisfeito o seu desejo.

Por fim só nos resta prestar uma me-recida e justa homenagem ao falecido e saudoso dr. Augusto Luiz Henriques Pinheiro, que tanta falta faz à cidade de Beja.

TerrasSem SombraRui Guedes Lisboa

Li com grande interesse a peça de-dicada à presença do Festival Terras Sem Sombra em Grândola. Este fes-tival está a afirmar-se como uma das iniciativas mais válidas da cultura portuguesa nos últimos anos e presta brilhantes serviços ao Alentejo.

Conseguir reunir uma programa-ção musical de altíssimo nível, a cargo de um diretor artístico com o gaba-rito internacional do maestro Paolo Pinamonti, é um feito. Associar-lhe uma plêiade de figuras ilustres, com o ex-ministro Armando Sevinate Pinto à cabeça do conselho de curadores, é uma atitude integradora ao serviço da região, que revela grande inteligência. Estabelecer um triângulo extrema-mente ativo entre música, património cultural e salvaguarda da biodiversi-dade é dar um passo pioneiro, ousado mas seguro, que denota vistas largas.

O nosso território encontra no trabalho discreto e eficiente – sem alardes políticos, sem proselitismos – do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja um dos seus melhores embaixa-dores. O diretor deste organismo, for-mado quase totalmente por voluntá-rios, professor doutor José António Falcão, é indiscutivelmente um dos rostos mais destacados da cultura e da sociedade não só do Alentejo, mas também do País. Saber combinar ca-ráter, competência, formação e raízes familiares é algo pouco usual entre nós. Suscita, naturalmente, respeito e admiração.

Cartas ao diretor

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EntrevistaAntónio Dieb é o novo presidente da Ccdra

“Temos sido incapazes de atrair investimento”

Chegamos agora a 2012 e dizemos: queríamos evitar a perda de população, continuamos a tê-la; queríamos reduzir o problema do envelhecimento, continuamos a tê-lo; queríamos mais investimento económico e não o temos; queríamos mais emprego e não o temos.

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O presidente da Comissão de

Coordenação e Desenvolvimento

Regional do Alentejo (Ccdra), que

gere a atribuição dos fundos co-

munitários do InAlentejo, tomou

posse há três meses. Em entrevista

exclusiva ao “Diário do Alentejo”,

revela que vai fazer uma “avaliação

dos investimentos públicos na re-

gião” nos últimos 26 anos e procu-

rar uma estratégia de de-

senvolvimento que

passa por “inves-

timento produ-

tivo e gerador

de mão de obra

qualificada”.

Texto Carlos Júlio

Foto Nuno Veiga

Quando as comissões de coordenação foram

criadas tinham em vista dar conteúdo a um pa-

tamar intermédio, de nível regional, centrado

no planeamento e na coordenação dos vários

aspetos da administração do território. Hoje

essa é uma característica que parece ter per-

dido importância.

Acho que sim e na minha perspetiva isso foi ne-gativo, mais para os próprios territórios e para

as populações, do que para as comissões de co-ordenação. Muitas vezes nota-se que não existe uma articulação entre os níveis de planeamento local e nacional. Os projetos podem ser excelen-tes, mas é preciso que as vontades locais se ar-ticulem ao nível regional e tenham em conta aquilo que é o planeamento nacional. Por isso, as comissões de coordenação terão que ganhar muito rapidamente, de novo, este papel.

O PROT (Plano Regional de Ordenamento do

Território) Alentejo está a funcionar, mas tem

sido alvo de muitas críticas, sobretudo por

parte dos autarcas. Prevê-se alguma revisão

deste programa?

O Alentejo pode orgulhar-se de ter sido a pri-meira região a ver aprovado o seu PROT, que é um programa que continua a exigir muito es-forço e grande necessidade de conciliação de vontades. Este PROT marcou também o início da concretização de um instrumento de gestão do território novo e inovador. Por isso mesmo foi difícil de negociar e de concretizar. Tem com certeza muitas insuficiências, algumas de-las ficaram bastantes claras nas críticas que fo-ram feitas na altura, mas tem pelo menos um grande mérito que é o de todos sabermos com o que contamos. Falar da revisão de um instru-mento que está em vigor há tão pouco tempo não faz qualquer sentido.

O quadro de pessoal da Ccdra é considerado

por muitos excessivo.Vai haver redu-

ção de pessoal?

Não. As reduções que se vão veri-ficar têm exclusivamente a ver com aquilo que forem as pas-sagens à aposentação ou com aquilo que for a vontade de algum colaborador de ini-ciar nova fase de vida.

O InAlentejo está a cor-

rer, na sua opinião,

como devia, ou há afi-

nações a fazer?

É reconhecido por todos os pro-

motores que o InAlentejo não e s t á a correr como de-via e como ambicio-náva-mos.

Isso tem

a ver com a taxa de execução muito baixa?

Estávamos com uma taxa de execução em abril de 26 por cento, com um baixíssimo va-lor de certificação de despesa, com grandes incertezas ao nível da capacidade de muitos compromissos que foram assumidos por vá-rios promotores virem a ser cumpridos e te-mos apenas cerca de dois anos e meio para re-cuperar tudo isto. É de facto um problema que temos em mãos. Vamos ter que aumentar sig-nificativamente a execução, vamos ter que au-mentar a certificação e a validação da despesa junto das autoridades comunitárias, vamos ter que levar os nossos promotores (câmaras municipais, empresas e outros) a perceberem que não vale a pena comprometerem-se com tudo, mas apenas com aquilo que seja absolu-tamente essencial e que tenham capacidade para realizar.

O que é preciso mudar no InAlentejo?

Duas notas. Primeiro, as câmaras municipais, que são um dos agentes primordiais destes in-vestimentos e que têm um programa próprio com a contratualização junto das comunida-des intermunicipais, vão ter que fazer neste tempo que nos resta um esforço maior de ra-cionalidade. Têm que perceber que não po-dem ter uma carteira de seis, 10, 12 projetos para executar até ao fim deste quadro comu-nitário. Têm que se concentrar em três ou qua-tro prioridades que levem até ao fim. Isto por-que não há tempo nem há dinheiro.

E a segunda nota?

As empresas têm sido pouco atraídas pe-los mecanismos postos à sua disposição no InAlentejo, mas neste último aviso que ter-minou em finais de abril, aberto sobre o sis-tema de incentivos às empresas, tivemos um número recorde de candidaturas, quer em número de empresas, quer em número de projetos propostos, excedendo em cerca de 30 por cento os últimos avisos que tinham sido abertos e a verba que o InAlentejo tinha disponibilizado foi ultrapassada em 28 mi-lhões de euros. E tudo porque andámos, no bom sentido, atrás das associações e das em-presas, divulgámos a iniciativa e consegui-mos este nível de adesão.

Vão acabar as chamadas obras feitas para

“fogo de vista” por muitas autarquias, sobre-

tudo em períodos eleitorais? Rotundas, jar-

dins, entre outros?

Esse tempo, se ainda não acabou, tem que aca-bar já. Não é possível continuar a duplicar in-vestimentos e não é possível continuar a gerir o nosso território como se em cada localidade

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Avaliar 26 anos de apoios

comunitários

A ntónio Dieb espera nos pró-ximos meses ter constituída uma comissão para fazer

uma avaliação das políticas públi-cas seguidas no Alentejo desde há 26 anos, ou seja, desde que chega-ram à região os primeiros apoios comunitários.O presidente da Ccdra considera que essa avaliação “nunca” foi feita e que é “essencial” para “corrigir os desvios” existentes e para a defini-ção das “prioridades e das necessi-dades concretas” da região.Esta comissão, que deverá iniciar o trabalho de avaliação em setembro, “coincidindo com um primeiro con-tributo de ref lexão global que va-mos propor para o próximo quadro comunitário de apoio (2014-2020), vai ter seis meses para concluir o seu diagnóstico”, disse ao “Diário do Alentejo” António Dieb.

Para o presidente da Ccrda, todo este diagnóstico e o plano de ação futuro terá que envolver a par-ticipação das entidades públicas e privadas da região, permitindo a definição clara das áreas e setores prioritários de investimento e ca-racterizando com detalhe as van-tagens competitivas que cada em-presa ou setor de atividade poderá ter ao instalar-se no Alentejo. CJ

17Diário do Alentejo

18 maio 2012PUB

tivéssemos que ter tudo. Temos que ser capazes de articular os equipamentos e, de uma forma inteligente, desenvolvermos o nosso território para outras dimensões, nomeadamente a eco-nómica e a da criação de emprego qualificado.

Têm existido também críticas fortes à buro-

cracia em todos estes processos de candida-

tura. Está pensada alguma alteração nesta

matéria?

É verdade que há uma crítica generalizada e dando a minha opinião pessoal, que me vin-cula apenas a mim, considero que quem con-cebeu este quadro comunitário concebeu-o de uma forma difícil em termos burocrático-ad-ministrativos. É possível simplificar procedi-mentos, mas pensar em estar agora a alterar, a dois anos e meio do final do quadro comu-nitário, manuais certificados por Bruxelas, é uma loucura porque nos iria paralisar durante seis meses. O que temos que encontrar é, com estas regras, as melhores formas de organizar o trabalho, tornando-o mais eficaz e eficiente.

Os diagnósticos, no entanto, parecem estar

já todos feitos há 20, 30 anos. Alqueva, porto

de Sines, aeroporto de Beja, indústria extra-

tiva, eram as âncoras para o desenvolvimento

da região. Mas a verdade é que todos os dias

o Alentejo perde habitantes e a economia re-

gional parece não dar o salto. Isto causa al-

guma frustração a quem aqui habita.

É verdade. E esse é o problema do Alentejo. Quando em 1986 se começam a receber os apoios da União Europeia dizia-se que esses apoios se destinavam a infraestruturas e co-esão territorial. Nessa altura gastaram-se da União Europeia no Alentejo 100 milhões de euros. Em 1994/1999 gastaram-se 400 mi-lhões de euros e continuou-se a dizer que era para promover a coesão territorial. Fizeram-se mais estradas, mais saneamento básico, mais escolas, etc.... Entre 2000 e 2006 gastaram-se

mil milhões da União Europeia e os objetivos continuaram a ser exatamente os mesmos, se bem que tenha havido uma pequena mudança de paradigma que era começar a avaliar resul-tados e dar aos programas operacionais re-gionais a autonomia de propor alguns apoios às empresas. Entre 2007 e 2013 só aqui para o Alentejo temos 870 milhões para gastar em in-centivos à inovação, infraestruturas e equipa-mentos de saúde, vias de comunicação, rede escolar e outras… Chegamos agora a 2012 e dizemos: queríamos evitar a perda de popu-lação, continuamos a tê-la; queríamos reduzir o problema do envelhecimento, continuamos a tê-lo; queríamos mais investimento econó-mico e não o temos; queríamos mais emprego e não o temos.

Com tanto dinheiro investido a situação não

devia ser diferente?

É verdade. Mas eu contraponho com outra ideia: temos boas estradas, bons hospitais, boas escolas, etc. Falta-nos uma coisa essencial que nunca conseguimos fazer que foi atrair inves-timento e criar emprego. E, de facto, aqui te-mos todos que reconhecer que desde 1986 até hoje esse foi o nosso grande falhanço. E é essa situação que temos que inverter, atraindo in-vestimento produtivo e sendo capazes de criar emprego com qualificação. Este é o nosso de-safio. Tudo o resto, apesar de algumas necessi-dades aqui e ali, está no terreno.

Não é caso inédito, já tinha acontecido com o

atual presidente da Câmara de Évora, mas o

senhor mantém-se como vereador do PSD na

Câmara de Évora. Tem sido fácil compatibili-

zar esse duplo exercício de funções?

Nunca tive por hábito parar a meio aquilo que iniciei e quando assumo compromissos com os outros, por muito que me custe, levo-os até ao fim. É minha vontade concluir o man-dato de vereador na Câmara Municipal de Évora e aqui na Ccdra vou estar o tempo que o Governo entenda que devo estar. Em termos legais não há qualquer tipo de incompatibili-dade e está provado ao longo destes três me-ses, quer pelo presidente da câmara quer pelos outros vereadores, que tenho a lucidez sufi-ciente para saber separar de uma forma muito clara aquilo que são as duas funções.

E usando, de novo, o caso de José Ernesto

Oliveira, que passou de presidente da Ccdra

para presidente da Câmara de Évora, este é

também um passo para tentar chegar à presi-

dência da câmara?

Este não é, com certeza, nenhum passo nesse sentido. Esta foi a primeira vez em 30 anos de atividade política, e apesar de ter tido diversos convites ao longo dos anos, como é público, que aceitei desempenhar uma função deste tipo. E aceitei porque senti, e perdoe-me a ex-pressão, que já não havia mais desculpas. Este desafio era extraordinariamente aliciante e eu senti-me com capacidade, motivado e com dis-ponibilidade para o desempenhar. Portanto, é um desafio que assumi por gosto e por respon-sabilidade e que quero levar da melhor forma possível até ao seu termo. E é só isto.

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2012

Aljustrelense joga a última partida em casa

Na hora da despedida...

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Desporto

Nacional 3.ª Divisão – Subida

8.ª jornada

Aljustrelense-Quarteirense ............................................. 0-2

Farense-Sesimbra .............................................................. 5-0

Esp. Lagos-Messinense ..................................................... 3-0

J V E D G P

Farense 8 5 1 2 17-9 44

Quarteirense 8 6 1 1 14-5 37

Sesimbra 8 3 2 3 6-9 29

Aljustrelense 8 3 2 3 9-8 28

Esp. Lagos 8 2 3 3 9-8 28

Messinense 8 0 1 7 5-21 18

Próxima jornada (20/5/2012): Aljustrelense-Messinense,

Quarteirense-Farense, Sesimbra-Esp. Lagos.

Nacional 3.ª Divisão – Manutenção

8.ª jornada

Redondense-Fabril Barreiro ............................................ 0-0

Pescadores-U. Montemor ................................................ 1-0

Despertar SC-Lagoa ............................................................1-2

J V E D G P

Lagoa 8 5 1 2 17-10 31

Fabril Barreiro 8 4 1 3 14-16 30

U. Montemor 8 4 2 2 15-8 29

Pescadores 8 5 1 2 15-8 28

Redondense 8 0 3 5 4-14 13

Despertar SC 8 2 0 6 10-19 8

Próxima jornada (20/5/2012): Redondense-Lagoa, Fabril Bar-

reiro-Pescadores, U. Montemor-Despertar SC.

O Aljustrelense recebe amanhã à tarde a formação do Messinense e despede-se por esta época do

Municipal de Aljustrel. Seria bom que a vitória sorrisse aos tricolores para que os seus adeptos deixem o recinto com a re-cordação de uma boa temporada despor-tiva.

A manutenção na terceira divisão na-cional foi uma realidade, o sonho de uma hipotética subida à segunda divisão esteve ali muito perto, mas o sonho esfumou-se. Nem se pode dizer que o Mineiro mor-reu na praia, porquanto a derrota sofrida no último domingo no seu terreno, com o Quarteirense, deitou por terra todas as

possibilidades, permitindo aos algarvios festejarem ali mesmo, eles sim, a subida de divisão, acompanhando a, também al-garvia, formação do Farense.

A equipa de Faro será o último adver-sário com que o conjunto mineiro terá que jogar, já no encerramento da tempo-rada desportiva 2011/2012. Tudo está de-cidido, pelo que as últimas duas rondas desta prova servem apenas para cumprir calendário.

Aconteça o que acontecer, Farense e Quarteirense estão na 2.ª Divisão Nacional, Sesimbra, Aljustrelense, Lagos e Messinense mantém-se neste escalão.

Firmino Paixão

Cabeça Gorda espreita título de campeão

O Piense quase promovidoS

ó a vitória interessa na deslocação do Piense a Vale de Vargo na tarde de amanhã. Ganhando assegura a su-

bida de divisão e fica a escassos dois pon-tos do Cabeça Gorda que folga nesta ronda. A decisão do título fica adiada para a úl-tima jornada do campeonato, obrigando-se o atual líder a ganhar em Saboia para aí fes-

tejar o título distrital. O empate não chega e o Piense fecha a prova com um jogo fácil no seu terreno. Da jornada do passado fim de semana realce para as goleadas em Pias e Cabeça Gorda. O jogo de Saboia não se con-cluiu porque o Sanluizense ficou sem o nú-mero mínimo legal de jogadores para a par-tida prosseguir.

Resultados da 24.ª jornada: Cabeça Gorda -Barrancos, 6-0; Saboia-Sanluizense; Negrilhos -Vale de Vargo, 0-3; Piense-Messejanense, 12-0; Renascente-Alvorada, 3-0; Ourique -Amarelejense, 3-1. Folgou o Bairro da Conceição. Classificação: 1.º Cabeça Gorda, 54 pontos. 2.º Piense, 49. 3.º Saboia, 46. 4.º Bairro da Conceição, 45. 5.º Amarelejense, 44. 6.º

Renascente, 35. 7.º Ourique, 30. 8.º Alvorada, 24. 9.º Vale de Vargo, 23. 10.º Sanluizense, 21. 11.º Barrancos, 19. 12.º Messejanense, 19. 13.º Negrilhos, cinco. Próxima jornada (19/5): Barrancos-Saboia; Sanluizense-Negrilhos; Vale de Vargo-Piense; Messejanense-Renascente; Alvorada-Ourique; Amarelejense-Bairro da Con ceição. Folga o Cabeça Gorda. FP

Despertar no caminho da manutenção dos montemorenses

O União precisa dos pontosN

ão será fácil a partida que o Despertar disputa na tarde de ama-nhã em Montemor-o-Novo. A luta

das equipas pela manutenção está ao rubro, com diferenças muito curtas e aos monte-morenses só a vitória interessa para man-terem acesa a esperança de continuarem neste patamar.

O Despertar pontuou já esta temporada no terreno do Montemor, pelo que a for-mação unionista deve estar avisada para as eventuais dificuldades que se lhe deparam frente a uma formação que, estando despro-movida e a cumprir calendário, joga sem qualquer tipo de pressão. Depois porque

a campanha dos despertarianos frente às equipas do Alto Alentejo tem sido bem su-cedida. Recorde-se, por exemplo, as duas vi-tórias conseguidas nesta fase frente à for-mação do Redondo.

No último domingo o Despertar jogou em casa, recebeu o Lagoa, e perdeu (2/1) pela diferença mínima. O União de Montemor perdeu na Caparica, está em posição de se manter mas será crucial ganhar os três pon-tos na partida de amanhã. Face à realização da final da Taça de Portugal no próximo do-mingo, todos os restantes jogos oficiais dis-putam-se amanhã, com início às 17 horas.

Firmino Paixão

3.ª Divisão A habitual entrega dos mineiros não chegou para travar a superioridade do Quarteirense

Último jogo da época disputa-se em Mértola: Serpa e Castrense na Supertaça O Estádio Municipal de Mértola recebe amanhã à tarde a Supertaça 2012, úl-tima competição desta temporada desportiva na categoria de seniores masculinos, num jogo que reunirá o Futebol Clube Castrense, Campeão Distrital da 1.ª Divisão 2011/2012 e o Futebol Clube de Serpa, vencedor da Taça Distrito de Beja. O jogo terá início às 17 horas.

O árbitro Bruno Vieira foi eleito o “árbitro do ano”

do Conselho Regional de Arbitragem da AFBeja.

O juiz bejense obteve a classificação final de 19,08

pontos e será o candidato efetivo por Beja aos

exames de acesso à terceira categoria nacional.

Moura ganhou

a Supertaça em juniores

Depois de ter conquistado o título de campeão

distrital e ter ganho a Taça Distrito de Beja, o Moura

Atlético Clube ganhou a Supertaça de juniores

batendo o Piense por 2/0, em jogo realizado no

Complexo Desportivo Manuel Baião, em Serpa.

Bruno Vieira

foi o árbitro do ano

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2012

Futebol juvenil

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Campeonato Distrital de Infantis 2.ª fase (8.ª jornada): Despertar-Rio de Moinhos, 4-1; Moura - -Odemirense, 7-1; Vasco da Gama-Guadiana, 8-5. Classificação: 1.º Despertar, 20 pontos. 2.º Moura, 14. 3.º Odemirense, 13. 4.º Rio de Moinhos, nove. 5.º Vasco da Gama, seis. 6.º Guadiana, 5. Próxima jornada (19/5): Vasco da Gama-Despertar; Rio de Moinhos-Moura; Guadiana-Odemirense. O Despertar é Campeão Distrital de Infantis.

Campeonato Distrital de Benjamins 2.ª fase (8.ª jornada): Castrense-Despertar, 4-7; Aldenovense - -Renascente, 11-1; Ferreirense-Sporting de Cuba, 5-2. Classificação: 1.º Despertar, 22 pontos. 2.º Ferreirense, 16. 3.º Aldenovense, 15. 4.º Sporting de Cuba, 12. 5.º Castrense, seis. 6.º Renascente, zero. Próxima jornada (19/5): Ferreirense-Castrense; Despertar-Aldenovense; Sporting de Cuba --Renascente. O Despertar é Campeão Distrital de Benjamins.

Taça Joaquim Branco – Benjamins (8.ª jor-nada): Série A: Núcleo Sportinguista de Beja --Vasco da Gama, 2-1; Casa do Benfica de Beja-Serpa, 7-2; Beringelense-Desportivo de Beja, 6-1; Bairro da Conceição-Moura, 0-0. Classificação: 1.º Núcleo Sportinguista de Beja, 21 pontos. 2.º Alvito, 18. 3.º Bairro da Conceição, 16. 4.º Moura, 16. 5.º Vasco da Gama, sete. 6.º Beringelense, seis. 7.º Casa do Benfica de Beja, seis. 8.º Serpa, quatro. 9.º Desportivo de Beja, zero. Próxima jornada (19/5): Vasco da Gama-Casa do Benfica de Beja; Serpa-Beringelense; Desportivo de Beja-Bairro da Conceição; Moura-Alvito. Série B: Ourique-Milfontes, 4-1; Odemirense-Figueirense, 15-4; Almodôvar-Guadiana, 5-2; Aljustrelense --Despertar, 4-2. Classificação final: 1.º Aljustrelense, 21 pontos. 2.º Odemirense, 16. 3.º Despertar, 13. 4.º Almodôvar, 12. 5.º Milfontes, nove. 6.º Guadiana, seis. 7.º Ourique, seis. 8.º Figueirense, zero. O Aljustrelense estará na final.

O Futebol Clube de Serpa conquistou a Taça Distrito de Beja em seniores mas-culinos, batendo na final a equipa do Rosairense, num jogo equilibrado, de-cidido em pequenos detalhes.

Texto e foto Firmino Paixão

A final da taça é ainda a verdadeira festa do futebol distrital e isso acen-tua-se consoante o perfil das equi-

pas finalistas. Por isso a moldura humana que enquadrou o Estádio 25 de Abril, em Castro Verde, palco onde o troféu foi discu-tido, foi enorme, ruidosa e colorida. De um lado o Rosairense, vencedor da edição an-

terior, no outro meio campo o Serpa, que procurava vencer pela primeira vez esta competição. Um auto golo do guardião do Rosário (Joel, 20 minutos) começou por dar vantagem ao Serpa, mas o Rosário empatou por Nuno Guerreiro (20). João Vilão, capi-tão da equipa de Hugo Felício, voltou a por a equipa em vantagem à beira do intervalo e o Rosairense equilibrou de novo o marcador aos 72 minutos. Com o prolongamento no horizonte e a dois minutos do final da par-tida, uma grande penalidade cometida por um defensor do Rosário pôs nos pés de João Vilão o detalhe que deu a vitória ao Serpa.

Hugo Felício, técnico vencedor, conside-rou: “O jogo foi muito equilibrado, podia ter

pendido para qualquer dos lados porque o Rosairense tem uma belíssima equipa, tem mais soluções do que nós porque nós temos al-gumas limitações”. E lembrou: “Quando sofre-mos o golo do empate tivemos que nos enco-lher um pouco porque não tínhamos soluções para darmos profundidade ao jogo, o adversá-rio aproveitou isso muito bem e encostou-nos um pouco atrás. Mas soubemos sofrer e gerir o jogo. Depois a grande penalidade foi muito bem marcada e conseguimos vencer”.

O técnico concluiu dizendo: “Foi impor-tante ganharmos esta taça, foi um prémio justo para a época de sofrimento que tivemos, um prémio para todos os que nos apoiaram e principalmente para o grupo de trabalho”.

No balneário dos vencidos, o técnico David Guerreiro fez uma análise muito só-bria da derrota sofrida pela sua equipa: “Tivemos sempre que andar à procura do prejuízo. Tivemos a infelicidade de fazer um autogolo e sofremos uma grande pena-lidade já nos últimos minutos, mas penso que o jogo foi equilibrado, foi um bom espe-táculo entre duas boas equipas”.

O treinador do Rosairense concluiu as-sim: “Hoje não tivemos a sorte do jogo, quando estávamos por cima aparecia sem-pre uma fatalidade, hoje não era o nosso dia, foi o dia do Serpa, parabéns aos vence-dores e parabéns também à minha equipa pela forma como se bateram”.

Castrense e Santo Aleixo discutiram, em Beja, a final da Taça Dr. Covas Lima, competição disputada na ca-

tegoria de infantis pelas equipas que não se apuraram para a fase final do respetivo campeonato. Dois clubes com recursos di-ferentes, sobretudo ao nível na capacidade de recrutamento, variantes contrariadas nesta final pelo grande empenho e maior qualidade dos jovens do Clube de Futebol de Santo Aleixo da Restauração, que assina-ram uma exibição agradável dilatando pro-gressivamente a vantagem no marcador até aos 5/3, resultado com que conseguiram este triunfo inédito em competições oficiais.

O técnico da equipa, Sérgio Branquinho revelou: “Estes miúdos mereciam vencer a Taça Dr. Covas Lima por tudo aquilo que fizeram ao longo da época, e dos últimos três anos”. E explicou: “Não passámos à se-gunda fase do campeonato por um ponto e se calhar nunca mais teremos a nossa aldeia numa final desta natureza”. O treinador disse ainda: “Vamos manter esta equipa na próxima época, mas no escalão de iniciados,

Infantis do Santo Aleixo fazem história

Os miúdos mereceram a taça

faremos também escolinhas, mas é muito difícil manter uma equipa em Santo Aleixo, temos que correr as aldeias todas ali à volta para conseguirmos reunir uma equipa. Já

trabalho com estes miúdos há três anos, é um grupo muito unido. Foi um êxito mere-cido”, concluiu.

Firmino Paixão

Infantis Santo Aleixo ganhou a Taça Dr. Covas Lima

O Serpa ganhou a Taça Distrito de Beja 2012

Vilão, o detalhe que fez a diferença

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20

Cesária Évora deixou -

-nos um rol de mornas

da sua terra que nos

conduzem ao esconderijo

da saudade. Oriunda de

Mindelo, Cabo Verde, a

saudosa cantora fez do

crioulo um semântico

hino à arte de evocar a sua

substância vocal, trazendo

até nós músicas e letras

encantadoras. Do seu

painel fonético ressalta,

explicitamente, uma

morna em que Cesária

Évora entoava, com

ênfase, a palavra saudade.

Permitam-me evocar

o respetivo vocábulo

e trazer à estampa um

companheiro que partiu

recentemente para a

eternidade, sabendo

de antemão, confesso,

que o seu último adeus

já foi amplamente

divulgado. Todavia sinto

que moralmente era

inaceitável remeter-me

ao silêncio perante

a infelicidade de um

homem cujo destino lhe

foi cruel. Zé António

Castilho, parceiro

das lides jornalísticas

desportivas, deu o último

suspiro na manhã do

pretérito dia 7 de maio.

Findou, mas a sua história

de vida foi deslumbrante.

Simples, amigo do seu

amigo, sempre com uma

vontade inexcedível em

oferecer os seus préstimos

e “desenrascar” um

companheiro, o Zé foi

uma figura incontornável

no meio da comunicação

social regional. Abdicou,

com gentileza e saber,

de inoportunos “saberes

ancestrais” e fez uma

vida isenta de conflitos.

Diz-me também a saudade

que o Zé foi portador de

uma postura sociável

invejável. Ninguém tinha

nada a apontar-lhe. Com

ele travei momentos

onde o desporto

foi rei. Momentos

preponderantes que

levaram à estampa

crónicas desportivas no

“Diário do Alentejo”.

O Zé não renegava um

pedido. Era um homem

fiel. Diz-me a saudade

que o Zé transportou

com ele um mar de

amizades. A encruzilhada

da vida pregou-lhe uma

partida. Da nossa última

despedida, já no hospital,

ficou um pressuposto

compromisso: uma ida à

taberna do Zé Correia, em

Cabeça Gorda, e bebermos

um copo. Um sinal de

esperança que laqueou o

seu caminho. Até sempre,

amigo. Fica a saudade.

Saudade

José Saúde

Notável supremacia dos atle-tas bejenses na divisão dos tí-tulos de campeão do Alentejo, com 14 primeiros lugares no pódio, contra cinco eborenses e um portalegrense.

Texto e foto Firmino Paixão

Os atletas Diogo Luz (juvenil) e Liliane Amaro (sub/23), ambos da Juventude

Desportiva das Neves, destacaram-se durante os XV Campeonatos do Alentejo de Pista, melhorando os re-cordes regionais de salto em altura e comprimento.

As provas disputaram-se na pista Fernando Mamede com a participa-ção de 130 atletas de 19 clubes e ti-veram, entre o público assistente, a presença de Fernando Mota, presi-dente da Federação Portuguesa de Atletismo. A organização pertenceu à associação bejense com a colabora-ção das suas congéneres de Évora e de Portalegre.

Foi uma reunião com uma

Andebol Zona Azul joga em ÍlhavoMais uma deslocação da Zona

Azul para a região centro do

País, desta vez para o Ginásio

Encarnação, em Ílhavo, onde

jogará com a formação local

a sétima jornada (segunda da

segunda volta) da fase final

do Nacional da 3.ª Divisão.

A equipa da Associação de

Aveiro está um lugar à frente

dos bejenses, apenas com

mais um ponto. Na última

jornada na deslocação ao

recinto do Boa Hora a Zona

Azul voltou a perder (31/24).

Classificação: 1.º Boa Hora,

18 pontos. 2.º Módicus, 13.

3.º Samora Correia, 11. 4.º

Monte, 11. 5.º Ílhavo, 10. 6.º

Zona Azul, nove. No mesmo

campeonato, mas na fase de

manutenção, o Andebol Clube

de Sines (que se mantém no

último lugar) jogará amanhã

em casa com o Costa d’Oiro, de

Lagos, depois de há oito dias

ter sido derrotado em Lagoa

(39/10). Outros resultados:

Nacional 1.ª Divisão iniciados

masculinos (11.ª jornada):

CCPSerpa-Samora Correia,

11-31. Próxima jornada (19/5):

Benavente-CCPSerpa.

VI Encontro de Escolas de NataçãoO VI Encontro de Escolas

de Natação realiza-se

amanhã, sábado, nas Piscinas

Municipais de Santiago do

Cacém, com início às 9 e 30

horas e provas de diversas

distâncias nas variantes

de livres, bruços, costas,

mariposa e estilos. O encontro

inclui uma demonstração

de natação sincronizada

pela Associação Desportiva

Manuel Teixeira Gomes.

Raid BTT Alvalade//Porto CovoO 14.º Raid BTT Alvalade/

/Porto Covo realiza-se no

próximo domingo, com

organização do Grupo BTT

Alvaladense. A prova tem

dois percursos (Alvalade -

-Porto Covo, 70 quilómetros,

ou Alvalade-Porto Covo -

-Alvalade, 120 quilómetros) e

não tem caráter competitivo.

Estão inscritos 2 167 bicicletas

(1 638 só ida) 529 (ida e volta).

A Federação Portuguesa de Patinagem, em

parceria com a Associação de Patinagem do

Alentejo, promove no próximo fim de semana,

em Castro Verde, as provas de apuramento aos

campeonatos nacionais de patinagem artística

nas categorias de infantis, cadetes e juniores.

A necessidade de financia-mento para a beneficia-ção ou substituição do piso

sintético da pista de atletismo do Complexo Desportivo Fernando Mamede, na cidade de Beja, será ob-jeto de uma exposição conjunta da Federação Portuguesa de Atletismo e da Câmara Municipal de Beja para o órgão central de tutela.

A proposta, bem acolhida pelo vereador Miguel Góis, responsável pelo pelouro no município de Beja, foi avançada pelo presidente da fe-deração, Fernando Mota, em reu-nião aberta realizada na própria in-fraestrutura durante o decorrer dos Campeonatos do Alentejo.

O líder federativo acentuou que o problema ameaça “a segurança física dos atletas, impede o treino

regular e a realização de eventos que são um elemento estimulante na fidelização dos jovens às moda-lidades”. Estimou ainda uma verba entre os 300 e os 400 mil euros ne-cessária às várias soluções que fo-rem encontradas para o problema. Fernando Mota disse saber que o município “tem demonstrado entu-siasmo na procura de uma solução” e lembrou que na federação “tam-bém não falta entusiasmo para esse objetivo”, preconizando a necessi-dade de se encontrar “um parceiro fundamental, seja nos órgãos da ad-ministração pública central ou atra-vés dos órgãos dos quadros comuni-tários de apoio”.

O autarca Miguel Góis realçou, por sua vez, “o espírito de coopera-ção de pró atividade e de procura de

construir algo, mesmo em cima de todas as dificuldades que existem”. Lembrou ainda que o município tem procurado soluções ao nível dos ins-trumentos orçamentais que dispõe e regozijando-se com o reconhecimento da parte da federação da importância desta infraestrutura no contexto do desenvolvimento da modalidade.

Miguel Góis concordou que se retomem todos os esforços para a solução deste problema, mas lem-brou a necessidade de “incluir nes-sas ações a reivindicação de pro-tocolos de animação, promoção e dinamização das modalidades e das infraestruturas” e sublinhou que “existe toda a disponibilidade e in-teresse em levar este projeto para a frente que continua a ser prioritário para o município de Beja”. FP

Câmara de Beja e Federação de Atletismo unidas

Beneficiação da pista prioritária

Campeões do Alentejo 2012 – Altura masculinos: Henrique Água-Doce (BNSC), 1,91m. Altura femininos: Adriana Carneirinho (Entradense), 1,31m. Comprimento femininos: Liliane Amaro (JDNeves), 5,78m. Comprimento masculinos: Gonçalo Manteigas (Vendas Novas), 7.06m. Dardo 800 grs. masculinos: Micael Nóbrega (JDNeves), 46,56m. Dardo 600 grs. femininos: Elsa Patriarca (JDNeves), 31,39m. Disco 2 kg. mascu-linos: Daniel Dias (Cortiçadas), 31,52m. Disco 1 kg. femininos: Catarina Abreu (JDNeves), 26,51m. Martelo masculinos 7,260 kg.: Micael Nóbrega (JDNeves), 35,80. Martelo

femininos 4 kg.: Maria Mestrinho (Cortiçadas), 33,43m. 100 m/barreiras femininos: Teresa Mestre (Entradense), 16,56. 400 m/barreiras masculinos: Henrique Matinhos (Pavia), 1.00,64. 100 m femininos: Liliane Amaro (JDNeves), 12,79. 100 m masculinos: João Gradiz (BNSC), 11,16. 200 m masculinos séries: Pedro Fontes (Zona Azul), 22,78. 400 m femini-nos: Liliana Paredes (GDDiana), 1.05,97. 800 m masculinos: Pedro Poeira (NDCOdemira), 2.06,48. 1500 m masculinos: Celso Graciano (BejaAC), 4.15,48. 1 500 m femininos: Raquel Trabuco (Elvense), 4.52,67. 5000 m masculinos: João Figueiredo (CNAlvito), 16.06,98.

Atletas do distrito de Beja dominaram a competição

Recordes dedicados a Fernando Mota

qualidade organizativa levada ao pormenor, premiada com os bons resultados dos atletas dos clubes sul alentejanos (70 por cento dos títulos) e com as excelentes marcas alcança-das pelos atletas Diogo Luz (com re-cordes regionais no salto em altura juvenil, 1,91m, e no salto em com-primento juvenil e júnior, 6,62m) e Liliane Amaro (5,78m no salto em comprimento), cuja primeira ila-ção deve ser o reconhecimento do

trabalho desenvolvido pelos técnicos regionais e pela estrutura que enqua-dra a modalidade.

A Juventude Desportiva das Neves foi o clube com mais títulos (seis), se-guido pelo Bairro da Conceição (dois), Entradense (dois) e Cortiçadas do Lavre (dois). Zona Azul, Núcleo de Odemira, CNAlvito, Elvense, Vendas Novas, Beja Atlético Clube, Diana de Évora e Pavia preencheram o quadro dos restantes campeões.

Final da Taça Distrito

de Beja em futsal

A final da Taça Distrito de Beja em futsal

entre as equipas do Núcleo Sportinguista

de Moura e o Instituto Politécnico de

Beja disputa-se amanhã, pelas 16 horas,

no Pavilhão Municipal dos Desportos

Carlos Pinhão, na cidade de Serpa.

Patinagem: apuramento

em Castro Verde

Page 21: Ediçao N.º 1569

Diá

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2012

21

A excelência da organização e a qua-lidade do plano de água contribuíram para o sucesso de uma prova dura em que brilharam algumas tripulações de clubes alentejanos.

Texto e foto Firmino Paixão

A Tapada Grande da Mina de São Domingos recebeu a Taça de Portugal de Maratona em Canoagem, prova

que reuniu cerca de 300 atletas de 38 clu-bes nacionais. Uma organização do Clube Náutico de Mértola, cuja qualidade foi re-conhecida pelos clubes presentes e pela Federação Portuguesa de Canoagem.

Carlos Viegas, presidente do Náutico de Mértola, realçou: “Temos condições extraordi-nárias para realizar aqui a maratona, inclusiva-mente podemos aspirar a outro nível de organi-zação. No futuro podemos candidatar-nos a um campeonato nacional e, eventualmente, se exis-tirem condições financeiras para isso, temos aqui todas as condições reunidas para a realiza-ção de uma grande prova internacional”.

Na hora de avaliar a prestação dos seus atle-tas, Viegas disse: “Tivemos o Bruno Afonso em primeiro lugar na classe de C1 júnior, um atleta que é velocista, está na seleção nacional a preparar a sua participação no Campeonato da Europa”. Mas a qualidade dos atletas alen-tejanos revelou-se também: “A Ana Guerreiro, que é igualmente velocista e está também na

seleção nacional, fez um brilhante segundo lu-gar. Depois tivemos o José Sebastião com um terceiro lugar. São resultados que demonstram a qualidade do trabalho que o Clube Náutico de Mértola tem vindo a fazer”, concluiu o his-tórico dirigente da canoagem alentejana, sem que antes recordasse: “Tivemos também aqui o Clube Fluvial Odemirense e o Clube Náutico de Milfontes, igualmente com bons resultados, e os nossos vizinhos de Alcoutim que são quase alentejanos”.

Coletivamente venceu o Clube Náutico de Ponte Lima (241 pontos). O Náutico de Mértola foi 10.º (68 pontos), o Náutico de Milfontes foi 12.º (60 pontos) e o Fluvial Odemirense foi 28.º (10 pontos).

Individualmente destacaram-se as se-guinte tripulações: K1 júnior feminino – 2.º Ana Guerreiro (Mértola). C1 júnior – 1.º Bruno Afonso (Mértola); 3.º José Sebastião (Mértola). K2 veterano A – 3.º Pedro Rodrigues/José Duarte (Odemirense). K2 sénior – 4.º Sérgio Jesus/Nuno Silva (Milfontes); 9.º Filipe Correia/Simão Bárbara (Odemirense). K1 sénior – 5.º Nuno Brandão (Milfontes), 23.º Carlos Parreira (Milfontes), 31.º Manuel Macias (Mértola), 39.º Roberto Santos (Odemirense). K1 sénior fe-minino – 7.º Maria Luís (Milfontes). C1 sénior masculino – 5.º Miguel Amador (Milfontes). K1 júnior masculino – 11.º André Jerónimo (Mértola), 14.º Pedro Penitência (Milfontes). K1 veteranos A – 17.º Sérgio Tavares (Milfontes), 21.º Nelson Bernardo (Milfontes).

XI Torneio de Tiro aos Pratos da ASPP

A Associação Sindical dos Profissionais

da Polícia (ASPP) leva a efeito, amanhã,

sábado, em Beja, no campo de tiro

João Rebelo, o XI Torneio de Tiro aos

Pratos. Em disputa estarão o VIII

Troféu José Carreira (o malogrado

dirigente sindical e um dos fundadores

da ASPP) e a VIII Taça Alberto Torres

(segundo presidente da ASPP).

A prova inicia-se pelas 9 e 30 horas e é

aberta à população em geral mediante

a inscrição de 25 euros/50 pratos. Os

elementos das forças de segurança

(PSP, GNR e Guarda Prisional) no

ativo ou aposentados disputarão

uma montra de prémios. Para todos

os outros participantes haverá uma

segunda montra de prémios. Para

esclarecimentos e inscrição pode

ser usado o número 962 076 136.

O objetivo desta prova é promover o

convívio entre os elementos das várias

forças de segurança e a população.

Hóquei CPBeja derrotadoO Clube de Patinagem de Beja foi derrotado

em Estremoz (6/2) na 10.ª e última jornada

do Nacional de Iniciados (Zona Sul D), não

evitando o último lugar da tabela. A melhor

equipa alentejana em prova foi o Estremoz

(3.º lugar) à frente do Hóquei Vasco da Gama,

de Sines. Resultados da 10.ª jornada: Cascais -

-Benfica, 1-2; Paço d’Arcos-H.Vasco da Gama,

6-3. Classificação final: 1.º Benfica, 30 pontos. 2.º

Paço d’Arcos, 22. 3.º Estremoz, 16. 4.º HVasco da

Gama, oito. 5.º Cascais, seis. 6.º C.P.Beja, três.

Futsal Independentes lutam pelo 2.º lugarA equipa de Os Independentes de Sines,

amanhã joga no seu pavilhão com a formação

do Rangel (Amadora), reforçou o terceiro

lugar, depois de ter ganho, em Tavira, aos

Sonâmbulos (3/6) e beneficiado da derrota de

Os Indefetíveis (Alhos Vedros), que ocupam o

quarto lugar. O Baronia joga em casa com os

Sassoeiros (Cascais), depois de ter conseguido

uma vitória (3/9) na casa do Évora Futsal.

José Manuel Faria, do Clube de Tiro de Loulé, venceu a Taça de Portugal de Tiro aos Pratos “Fosso Universal” (pri-

meira contagem do Campeonato de Portugal e Taça Eduardo Ramos). A competição reuniu no Campo de Tiro João Rebelo, na cidade de Beja, mais de centena e meia de espingardas. O

triunfo de José Faria foi decidido no desempate com o bejense Loura Cardoso, depois de am-bos terem concluído a prova com o registo de 194/200 pratos. O sineense Correia Sebastião, que defendia o título, nesta edição, não foi além do 15.º lugar (190/200). José Loura Cardoso (CCBA Beja) ganhou a 3.ª categoria. FP

O XVI Torneio Cidade de Beja em Hóquei em Patins, na categoria de benjamins, revelou a grande dinâ-

mica organizativa do Clube de Patinagem de Beja. Os bejenses asseguraram presença na final, ganhando ao Hóquei de Santiago, mas acabaram goleados pelo Oeiras que, tal

como o Sporting de Tomar, apresentaram recursos muito superiores às duas equipas alentejanas. Os jogos foram intercalados pela apresentação de diversas exibições de patinagem artística a cargo de patinadoras bejenses, conferindo um ambiente festivo e de grande qualidade ao certame. FP

Torneio de Hóquei em Patins Cidade de Beja

Beja perde final

Taça de Portugal Fosso Universal

Troféu foi para o Algarve

Canoagem na Mina de São Domingos

Tripulações alentejanas no pódio

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Page 22: Ediçao N.º 1569

Diário do Alentejo18 maio 2012

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Page 23: Ediçao N.º 1569

Diário do Alentejo18 maio 2012

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Page 24: Ediçao N.º 1569

Diário do Alentejo18 maio 2012

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* Lourdes, Andorra e Zaragoza – Por ocasião da Peregrinação Militar – De 10 a 15 de Maio* Galiza – 17 a 20 de Maio - Visitando: Sanxenxo - Grove - La Toja - Santiago de Compostela - Corunha - Pontevedra – Vigo* Rota dos Judeus em Portugal – 19 a 20 de Maio - Visitando: Castelo de Vide - Sortelha - Sabugal - Serra da Malcata - Belmonte – Guarda* Cruzeiro no Alqueva com almoço típico - Dia 20 de Maio* Excursão ao Santuário de Fátima – Dia 20 de Maio* Peñiscola e Gandia – De 26 a 31 de Maio - Visitando: Peñiscola – Morella - Beni-cássim - Oropesa del Mar -Valência - Gândia – Denia* Cruzeiro no Douro – Porto / Régua / Porto - Dias 26 e 27 de Maio* MONTE SELVAGEM E FLUVIÁRIO DE MORA – Dia 27 de Maio* Huelva e Matalascañas – Porto das Caravelas, Mosteiro de La Rabida, El Rocío, Parque Doñana, Minas de Rio Tinto – Dias 2 e 3 de Junho* Circuito Açoreano – De 4 a 11 de Junho – Terceira, S. Miguel, Faial e Pico* Cruzeiro no Rio Zêzere, Barragem de Castelo de Bode – Dia 3 de Junho* País Basco – Bilbao, Gernica, Costa Basca, Zarautz, San Sebastián, Loyola, Vitó-ria – De 6 a 10 de Junho* Córdoba, Granada e Sevilha – O CORAÇÃO DE ANDALUZIA – De 7 a 10 de Junho* Na Rota do Vinho Verde e Alvarinho – Ponte de Lima, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez, Palácio da Brejoeira, Valença do Minho, e muito mais – De 7 a 10 de Junho* Cruzeiro no Douro – Barca D’alva / Régua – NOVIDADE – Dias 9 e 10 de Junho* Festa da Cereja – Cova da Beira – Castelo Branco – Alpedrinha – Fundão – Al-congosta – Covilhã – Dia 16 e 17 de Junho* Tejo Tradicional – Com Passeio de Barco e almoço Regional – Dia 17 de Junho* São João no Porto – A grande Festa no Norte – De 23 a 25 de Junho* Excursão ao Santuário de Fátima – Dia 24 de Junho* À descoberta das Baleares – PALMA DE MAIORCA em Fast Ferry – De 24 de Ju-nho a 01 de Julho * Cruzeiro no Douro – Alto Douro Vinhateiro – Cruzeiro Régua / Pinhão e Passeio de Comboio Pinhão / Régua – De 31 de Junho a 01 de Julho* Cruzeiros no Douro – VÁRIOS PROGRAMAS DISPONÍVEIS TODO O VERÃO!* MOSCOVO E SÃO PETERSBURGO – De 13 a 20 de Julho* CRUZEIRO “LENDAS DO MEDITERRÂNEO” – De 28 de Setembro a 06 de Outubro* FÉRIAS EM BENIDORM – JUNHO, JULHO, AGOSTO E SETEMBRO – 10 DIAS – PENSÃO COMPLETA! AUTOCARRO

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Diário do Alentejo nº 1569 de 18/05/2012 Única Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL

DE FERREIRA DO ALENTEJOSecção Única

ANÚNCIO

Processo: 108/12.OTBFAL

Interdição / Inabilitação

Requerente: Ministério Público

Requerido: Custódia Bárbara Pereira

N/Referência: 690375

Data: 09-05-2012

Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdi-

ção/Inabilitação em que é requerido Custódia Bárbara Pereira, com

residência em domicílio: Santa Casa da Misericórdia de Ferreira do

Alentejo, 7900-000 Ferreira do Alentejo, para efeito de ser decretada a

sua interdição por anomalia psíquica.

A Juiz de Direito,

Dra. Estela Vieira

A Ofi cial de Justiça,

Eulália Casaca

Diário do Alentejo nº 1569 de 18/05/2012 Única Publicação

EDITAL

Faz-se saber por desconhecimento da residência do

proprietário do imóvel sito na Rua Antero de Quental,

s/n em Aldeia de Ruins, e de acordo com o disposto na

alínea d) do n.º 1 do artigo 70º do Código do Procedi-

mento Administrativo;

Ficam por este meio “Notifi cados” os proprie-

tários desconhecidos do prédio atrás referido e na

sequência da vistoria realizada ao mesmo no dia

20 de setembro de 2011 e ao abrigo do n.º 1 do

artigo 90º do Regime Jurídico de Urbanização e da

Edifi cação, aprovado pelo Decreto Lei n.º 555/99, de

16 de dezembro, na sua atual redação, verifi ca-se

que o prédio encontra-se em avançado estado de

degradação. Nestes termos e ao abrigo do n.º 2 do

artigo 89º do já citado Regime Jurídico, fi cam por

este meio notifi cados os proprietários do prédio para,

no prazo de 30 (trinta) dias úteis a contar da data de

publicação do presente Edital, efetuarem as obras

de conservação na habitação, remoção de entulhos

e a limpeza do local.

Não sendo dado o cumprimento desta notifi cação

no prazo indicado, a Câmara Municipal tomará a posse

Administrativa do referido prédio, para proceder à sua

execução coerciva das obras, correndo todos os encar-

gos por conta dos proprietários nos termos previstos nos

artigos 107º e 108º do Regime Jurídico de Urbanização

e da Edifi cação.

Ferreira do Alentejo, 19 de abril de 2012.

O Presidente da Câmara Municipal,

Dr. Aníbal Sousa Reis Coelho da Costa

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Recentemente Inaugurado “ Lar Entardecer Solidário”, 51 lugares com quartos duplos e individuais

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Diário do Alentejo nº 1569 de 18/05/2012 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE BEJADIVISÃO DE SERVIÇOS URBANOS

AVISOExumação de Cadáveres

Óbitos ocorridos entre Outubro/2005 e Março/2006

Sep. N°. Nomes

9261 Maria Lúcia de Oliveira 9266 Mariano dos Santos 9267 Desconhecido (sexo - masculino) 9268 Maria Otília Ricardo Martins Rodrigues 603 Maria Antónia da Cruz 604 Francisca Bárbara da Conceição Barradinhas 606 Joana Maria Soares Camadinho Bolinhas Nogueira 610 Augusta Rita Pinto 612 Custódia Teresa Urbano 613 Luzia da Conceição Mancinhos 614 Francisco Manuel Cruz 615 José Batista Rodrigues 617 José Francisco dos Santos 618 Esmeralda Benedito de Sousa Branco 622 Constantino Viegas da Conceição 628 Beatriz dos Santos do Rosário 630 José Cândido Rosando 631 Emília Teresa dos Santos Veloso 633 Maria do Carmo Galinha 635 Maria José Candeias dos Santos 404 Alzira Mariana Afonso 636 Domingas Henriqueta Palma Constantino 638 Etelvina Maria Janeiro 639 José Bernardo Marujo 640 Fernando José Balicha 641 Emília de Almeida Raposo 642 Catarina Eufémia Carrilho 644 Maria Luísa Delgado Mateus da Silva 646 Manuel Luís Parreira Rodrigues 648 Domingos António Baião Ramos

Beja, 30/03/2012O Coordenador Técnico do Cemitério

António M. I. Barriga

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Page 25: Ediçao N.º 1569

Diário do Alentejo18 maio 2012

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Diário do Alentejo nº 1569 de 18/05/2012 Única Publicação

AMAGRA – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS

ALENTEJANOS PARA A GESTÃO REGIONAL

DO AMBIENTE

EDITAL

Aníbal Sousa Reis Coelho da Costa, Presidente da Mesa da

Assembleia Intermunicipal da AMAGRA – Associação de Municí-

pios Alentejanos para a Gestão Regional do Ambiente, faz saber,

nos termos do art.° 4 do Dec. Lei 54-A/99, de 22 de Fevereiro,

que em reunião de 20 Abril de 2012, foi aprovado o Relatório e

Contas de 2011.

Os documentos em causa podem ser consultados nos

Serviços Administrativos e Fi nanceiros das 09:00h às 17:00h, de

segunda a sexta-feira, nos dias úteis.

Para constar, se publica o presente que vai ser afi xado nos

lugares públicos do cos tume.

AMAGRA, 30 de Abril de 2012.

O Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal,

Aníbal Sousa Reis Coelho da Costa

Nove entidades da região subscreveram e entregaram ao Sr. Primeiro-Ministro na sua visita à OVIBEJA, um documento a defender o aproveitamento do Aeroporto de Beja e a sua consideração como solução para a escolha do aeroporto complementar de Lisboa, designado como Portela +1. Considera-se, que seria importante envolver outras entidades quer na subscrição do documento, quer no envio de contributos para o melhorar. Vamos promover no próximo dia 21 de Maio, segunda-feira, a partir das 10H00 e durante a manhã, no auditório da Expobeja, um Encontro sob o lema “Todos Juntos pelo Aeroporto de Beja”, para o qual gostaríamos de contar com a participação de todos.

NERBE/AEBAL – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral, AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, Turismo do Alentejo – ERT, ARPTA – Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, IPB – Instituto Politécnico de Beja, CMB – Câmara Municipal de Beja, ACSDB – Associação do Comercio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja, ACOS – Agricultores do Sul e FABA – Federação das Associações de Agricultura do Baixo Alentejo.

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Diário do Alentejo nº 1569 de 18/05/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO, SERVIÇOS

E TURISMO DO DISTRITO DE BEJA

CONVOCATÓRIA

ASSEMBLEIA GERALEm cumprimento do disposto no n.º1 do Art.17º dos estatutos

em vigor, convocam-se todos os associados para uma reunião extraordinária da Assembleia-geral, a realizar no dia 1 de Junho de 2012, pelas 18.30 horas, na sede da Associação do Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja, sita na Rua Luís de Camões n.º37, em Beja, com a seguinte ordem de trabalhos:

1 – Análise, discussão e Aprovação das contas do ano de 2011;

2 – Período de discussão de outros assuntos de interesse para a Associação.

Se à hora marcada não estiverem presentes ou representados a maioria dos seus membros, a Assembleia Geral funcionará meia hora mais tarde, com qualquer que seja o número de membros presentes ou representados.

As contas do ano de 2011 encontram-se à disposição na sede da ACSTDB para qualquer associado que as pretenda consultar.

Beja, 10 de Maio de 2012.

O Presidente da Assembleia-geral da ACSTDB

Luis Colaço Gomes Serrano

Page 26: Ediçao N.º 1569

Diário do Alentejo18 maio 2012

necrologia26

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CONSTRUÇÃO CIVIL “DESDE 1800”

PENEDO GORDO

†. Faleceu o Exmo. Sr. ANTÓNIO MANUEL BATISTA CATRAMPONA, de 63 anos, natural de Santiago Maior - Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 11, da Casa Mortuária do Penedo Gordo, para o cemitério local.

SANTA CLARA DE LOUREDO

†. Faleceu o Exmo. Sr. MANUEL JESUS RAMIRES, de 66 anos, natural de Entradas - Castro Verde, casado com a Exma. Sra. D. Eufrásia da Conceição Rosa Ramires. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 12, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério local.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

†. Faleceu o Exmo. Sr. DANIEL ALMEIDA BARROSO, de 65 anos, natural de Ervidel - Aljustrel, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 12, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

CABEÇA GORDA

†. Faleceu o Exmo. Sr. MANUEL TOMÉ DA PALMA, de 74 anos, natural de Mértola, casado com a Exma. Sra. D. Natália Maria Gamito Simão. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13, da Casa Mortuária de Cabeça Gorda, para o cemitério local.

SANTA CLARA DE

LOUREDO

†. Faleceu a Exma. Sra. D. FRANCISCA GODINHO BELGA, de 96 anos, natural de Ervidel - Aljustrel, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. DOMINGOS RODRIGUES PALMA, de 80 anos, natural de São João dos Caldeireiros - Mértola, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 14, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CUSTÓDIA MARIA CABRITA PALMA, de 70 anos, natural de Salvada - Beja, casada com o Exmo. Sr. Francisco António Manuel. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 15, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. JOSEFA JANEIRO COELHO, de 85 anos, natural de Baleizão - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 15, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOAQUIM MANUEL SENHORINHA RAMOS, de 54 anos, natural de Castro Verde, casado com a Exma. Sra. D. Maria Fernanda Gonçalves Martins Ramos. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16, da Capela do Bairro de Nossa Senhora da Conceição, para o cemitério de Beja.

SANTA CLARA DE LOUREDO / SELMES

†. Faleceu o Exmo. Sr. ANTÓNIO FRANCISCO PULQUÉRIA, de 82 anos, natural de Selmes - Vidigueira, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério de Selmes.

BALEIZÃO

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JÚLIA BAIÃO CASCALHEIRA, de 88 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16, da Casa Mortuária de Baleizão, para o cemitério local.

CABEÇA GORDA

†. Faleceu o Exmo. Sr. ANTÓNIO FRANCISCO TOMÉ PIRES, de 77 anos, natural de Cabeça Gorda, casado com a Exma. Sra. D. Ana Gatinho Palma Pires. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 17, da Casa Mortuária de Cabeça Gorda, para o cemitério local.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

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Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

AGRADECIMENTO

É difícil expressar o sentimento que nos vai na alma, pelo carinho e força

que nos foram dadas nestes dias.

Sabíamos que o JAC era de um coração enorme, mas não sabíamos

o quanto era enorme.

De todos os cantos do Alentejo, Algarve, Lisboa e incluindo além-frontei-

ras, recebemos inúmeras mensagens e telefonemas de condolências.

A todos os familiares, amigos, clubes, comunicação social e diversas

entidades, um profundo muito OBRIGADO.

Um obrigado muito especial a toda a equipa do SEC do hospital José

Joaquim Fernandes, incluindo as funcionárias da receção.

E não se esqueçam, até um dia, num sítio qualquer deste Alentejo pro-

fundo, que continuará a ser uma paixão.

PS: Só morre quem é esquecido! Querido esposo, pai, sogro e avô,

nunca serás esquecido.

JMC

PARTICIPAÇÃO

Esposa, fi lho, neto, nora e res-tante família, informam que no passado dia 29 de Março faleceu vitima de doença galo-pante, o seu ente querido José

Manuel Moreira de Carvalho, natural de Beja, sendo velado nesse mesmo dia na Igreja dos Jerónimos e seguindo no dia seguinte para o Cemitério da Ajuda.

Santa Clara

de Louredo

PARTICIPAÇÃO,

AGRADECIMENTO

E MISSA 7º DIA

Manuel de Jesus

RamiresEsposa, filhas, genros, netos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 11/05/2012, e na impossibilidade de o fazer pes-soalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou de outro modo ma-nifestaram o seu pesar.Mais informam que será cele-brada missa pelo seu eterno descanso no dia 18/05/2012, sexta-feira, às 18.00 horas na Igreja de Santa Clara de Louredo, agradecendo desde já a todos os que se dignarem comparecer.

MISSA

José Joaquim

Batoque Vaquinhas7º Ano de Eterna Saudade

Partiste e não voltaste

A saudade me deixaste

No nosso coração

Choramos de noite e dia

Pedimos à Virgem Maria

Que nos dê confi rmação

Pais, tios, primos e restante

família participam a todas as

pessoas de suas relações e

amizade que será celebrada

missa pelo eterno descanso

do seu ente querido no dia

24/05/2012, quinta-feira, às

18.30 h na Igreja do Carmo

em Beja, agradecendo desde

já a todos os que nela par-

ticipem.

Cuba

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Jacinto Inácio

GalinhaEsposa, fi lha, netos e restante família cumprem o doloroso de-ver de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 12/05/2012, e na impossibili-dade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acom-panharam à sua última morada ou que de qualquer forma ma-nifestaram o seu pesar.

Neves

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Maria José MarutaMissa do 2º Aniversário

de Falecimento

Sua fi lha manda rezar no pró-ximo dia 23, quarta-feira, pelas 18,30 horas na Sé de Beja, mis-sa pelo seu eterno descanso, agradecendo-se desde já a to-dos os que se dignarem assistir à celebração.

MISSA DO 30º DIA

Izaltina Maria

dos Santos1º Mês de Eterna Saudade

Marido, filhas, genro e netos participam a todas as pesso-as de suas relações e amiza-de, que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 18/05/2012, sexta-feira, pelas 18.00 horas na Igreja de Santa Maria em Beja, agradecendo desde já a todos os que comparecerem no pie-doso acto.

MISSA

Mariana Gertrudes

Ramos21º Ano de Eterna Saudade

Por mais que o tempo passe jamais consigo esquecer a tua imagem, antes pelo contrário, lembro a mesma como se hoje estivesses comigo, e recordo com saudade a boa irmã que foste para mim. Na minha me-mória viverás sempre.

Participo a todas as pessoas das minhas relações e amizade que mando celebrar missa por alma da minha saudosa irmã no dia 23 de Maio, quarta-feira, pelas 18.00 horas na Igreja de Santa Maria em Beja, agrade-cendo desde já a todos os que se dignarem assistir ao piedo-so acto.

MISSA

InácioEm nós continuam vivendo aqueles que partiram, pois em nós deixaram algo de seu – a amizade que nos fez crescer –, e que permanece apesar de separação física.

Será celebrada missa pelo 2º ano do aniversário da sua morte, no dia 18-05-2012, às 18, 30 h na Igreja da Sé em Beja.

Page 27: Ediçao N.º 1569

Diá

rio d

o A

lent

ejo

18 m

aio

2012

27Até ao dia 31 podes ver a exposição que os alunos da Escola Básica de Brescos preparam a

partir do estudo da obra de um dos grandes pintores do século XX, Pablo Picasso. Como diz a

professora responsável deste projeto, Margarida Brito, “estes meninos aprenderam e arriscaram

voar ainda mais alto.”

A imagem é do trabalho realizado por Mauro Carvalho a partir de uma pintura de Picasso

“Retratos: Uma mão cheia

de Picassos”, em Vila Nova de

Santo André

A páginas tantas...Letras nos atacadores, recentemente editado pela Kalandraka, é um livro que evoca a infância, a família, a escola e o contacto inicial com os livros, a porta para o saber ou o passaporte para outros mundos imaginários. O texto descreve a experiência de uma família numerosa e humilde de uma forma tão doce, emotiva e sentimental. As ilustrações, de Marina Marcolin, têm um tom ocre que lhes confere um ar antigo e de uma grande delicadeza.Este álbum traz-nos memórias da infância, onde a relação entre gerações é uma constante e sempre tão presente no nosso dia a dia.

Dica da semanaA dica desta semana centra-se no blogue da ilustradora de Letras nos atacadores, Marina Marcolin, onde consegues ver o processo criativo que está por trás de cada ilustração. É também um convite para tu começares a procurar sites e blogues de gente que por aqui falamos. Por agora a pista está dada e podes ir a http://www.marinasketch.blogspot.pt/ ou http://marinamarcolin.blogspot.com.es/

Com o calor que se tem sentido sabe bem comer e beber coisas frescas. Para os pequenotes que são relutantes em comer fruta uma boa ideia de torná-la atrativa.

Pais...

melância e paus de gelado

Duas ideias que facilmente podes pôr em prática. Vais precisar de uma caixa de fósforos, dois fosfóros, alguns pedacinhos de papel, tesoura e cola.Para a segunda sugestão vais precisar de cartolina, lápis e tesoura. http://krokotak.com/

Page 28: Ediçao N.º 1569

Diá

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18 m

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2012

Boa vidaComer Empadão de carne com cogumelosIngredientes para 4 pessoas:1 kg. de carne picada (porco e vaca),200 gr. de cogumelos fres-cos aos cubos, 1,2 kg. de batatas para cozer, 100 gr. de bacon aos cubos, 4 dentes de alho, 2 dl. de vinho branco ,2 cebolas, 1 dl. de azeite,4 tomates maduros, água q.b.,1 dl. de leite, 2 colheres (sopa) de man-teiga sem sal, 2 gemas de ovo, sal q.b., pimenta q.b., noz-moscada q.b..Confeção:

Confeção:Descasque as batatas, lave e coza-as em água temperada com sal. Depois de cozidas escorra-as.

Pique a cebola e os alhos e refogue-os no azeite, junte a carne picada e os cogume-los, tempere com sal e pi-menta e deixe cozer lenta-mente. Adicione o vinho branco, deixe reduzir e junte o tomate picado, sem pele e sem sementes, e a água.Cozinhe por 10 minutos em lume brando. Retifique os temperos.

Passe as batatas cozidas pelo passe-vite, junte leite, manteiga, sal, pimenta e a noz-moscada. Envolva bem.

Coloque metade do puré no fundo de um pirex, junte a carne e disponha por cima o restante puré. Pincele com a gema, espalhe o bacon por cima e leve ao forno a tostar.Bom apetite...

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

28 O Sharpy foi encontrado em Beja, este mês, desorientado. Tinha uma alergia

muito grande e teve de ser atendido de urgência. É um cão muito jovem, de

porte médio (12 quilos), muito brincalhão e bem disposto. Procura-se a família

de onde se terá perdido ou uma nova família que o possa adotar e dar-lhe o

carinho que merece. Já faz as necessidades na rua. Está desparasitado e será

vacinado em breve. Contactos: 962432844; [email protected]

O mundo do vinho em 10 artigos

Carne e vinhos

8As carnes sujeitas a um método culinário perdem água durante o processo e aumentam o teor dos outros componentes. Em média, podemos apontar para um conteúdo de lípidos ou gorduras que

ronda os 10 por cento e para uma participação das proteínas em pouco menos de metade da composição final da carne que comemos, o que con-

tribui para a sua textura sólida e compacta. Um naco de carne é uma proposta que nos preen-che demasiado e que representa a comida mais opulenta. A opção adequada para a harmoni-zação com vinhos é a escolha dos néctares mais sólidos e encorpados: os vinhos tintos.

Os taninos são elementos naturais que a sábia f lora colocou na casca das árvores e na película ou casca dos frutos com uma finali-dade protetora. Estes taninos combinam-se com as proteínas lubrificantes dos mucos li-bertados pelas aves e insetos, anulando o seu efeito e, assim, impedindo o avanço destes predadores para o interior do corpo dos fru-tos ou dos troncos. Por isso, os taninos es-tão concentrados na película da uva (tam-bém nas suas graínhas) e contribuem para a cor e, sobretudo, para a sua solidez e densi-dade. Devido à necessidade de extrair a cor da película para a elaboração do vinho tinto, os taninos da uva migram para o vinho e combinam-se, na nossa boca, com uma pro-teína lubricante: a saliva. Desta combinação surgem estruturas mais densas – que contri-buem para a sensação de corpo sólido e es-trutura do vinho – e surge a momentânea falta do efeito lubrificante da saliva sob as nossas mucosas, o que provoca a sensação de encortiçamento, secura ou adstringência, tí-pica do vinho tinto. Sentimos esta sensação quando mastigamos frutos secos ou diospi-ros, muito ricos em taninos.

Devemos nivelar a força do vinho com a força da carne eleita para a nossa mesa. Nas carnes de aves e de suíno, o teor de proteínas baixa e buscamos vinhos com taninos mais suaves e maduros, que respeitem as texturas mais ligeiras. Os vinhos tintos das regiões vi-nhateiras do Sul – Tejo, Alentejo, Península de Setúbal e Algarve – merecem primazia na sua mesa. Destas regiões também devem sair as opções de vinhos com taninos mais adoci-cados para aqueles leitores que gostam de co-midas étnicas, como a italiana ou a chinesa. As carnes volumosas e com menor teor de humi-dade, sobretudo as de ovino e bovino, em pre-parações de naco ou bife, anseiam pela mari-dagem com os vinhos tintos concentrados das nossas serras do Interior. Para dimensões in-termédias de carne, sobretudo nas diluições de tacho como o ensopado, a cabidela ou a chan-fana, os tintos que as nossas zonas atlânticas propõem são a escolha acertada. Na caça apli-que as mesmas recomendações mas escolha os vinhos mais antigos da sua garrafeira.

Aníbal Coutinho

Vinho de Calendário

Já se encontra on line

e de acesso gratuito

o novo guia “Copo &

Alma, 319 Melhores

Vinhos para 2012”.

Só tem de entrar em

www.w-anibal.com e

conferir. No Alentejo

destacou-se o vinho

tinto IG Alentejano

Tinto da Talha, Grande

Escolha, de 2008.

Vinho Diário

Um dos vinhos que

mais me impressionou

na recente prova cega

que deu origem ao

meu “Guia Popular de

Vinhos”, edição 2012,

já nas livrarias e nos

supermercados, foi

o tinto IG Alentejano

Terra d’Alter, Arinto de

2010. Compra segura

em qualquer prateleira.

LetrasNada está escrito

Lembrar Natália Correia e a “A defesa do poeta” a propósito de mais um li-

vro de poesia de Manuel Alegre... O poema remata: “Sou uma im-pudência a mesa posta de um verso onde o possa escrever. Ó su-balimentados do sonho! A poesia é para comer”. O 1.º de Maio deste ano e a saga vivida numa cadeia de supermercados ilustraram, de maneira brutal, a verdade da po-esia de Natália na evocação aos “subalimentados do sonho”. A es-crita de Alegre retoma a questão: pão ou poesia? Qual o alimento mais importante? Alegre sugere o pão mas dá o que tem: poesia. A escrita de Alegre é marcada pela crise profunda de um país em que cada um sabe do tamanho do bu-raco que tem na alma e/ou na car-teira. Abre com a “Balada dos Aflitos”:

“Irmãos humanos tão desamparados

a luz que nos guiava já não guia

somos pessoas – dizeis – e não mercados

este por certo não é tempo de poesia

gostaria de vos dar outros recados

com pão e vinho e menos mais-valia.”

Nada está escrito tem be-leza, tem sonho e amor mas não deixa de sublinhar o desalento do período mais negro da vida de uma democracia demasiado jovem – precária, como muitos subalimentados que aqui sobre-vivem? – para alimentar com so-nho e esperança o que falta em pão. Escreve assim, o desalento: “Nas ruas cheias de gente vi as pessoas desertas”.

O poeta-político dispensa apresentações. Fez teatro aca-démico, foi campeão de nata-ção, preso pela PIDE, membro da rádio “Voz da Liberdade” na Argélia, dirigente histórico do Partido Socialista e candidato à Presidência da República. Nada está escrito é um repto, de es-perança, para escrever tudo de novo?

Maria do Carmo Piçarra

FilateliaEstá a decorrer a 2.ª exposição HuelvaAlgarve

Desde o dia 7, e até ao pró-ximo dia 25, decorre em Huelva a “Onugarve”

– 2.ª Exposição de Filatelia e Colecionismo.

Das 27 coleções de filatelia em exposição, 18 são de filatelistas naturais ou residentes no Algarve, todos eles sócios de clubes de fi-latel ia a lgar vios, nomeada-mente a Secção de Colecionismo dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António (Scbvvrsa), a Secção de Filatelia da Associação dos Trabalhadores Autárquicos de Faro (Sfataf), a AFAL – Associação Filatélica Alentejo-Algarve, o Lions Clube de Portimão e o Núcleo de Filatelia Juvenil da Escola EB1 de Estói (Faro).

Tal como o nome do certame indica, também estão expostos os mais variados produtos de co-lecconismo: moedas, notas fidu-ciárias, medalhas, postais ilus-trados, pines, dedais, relógios, carros (miniaturas) e bichos.

Do programa cultural des-tacamos a realização na pas-sada quarta-feira da confe-rência “Os Reis Católicos e a descoberta da América por Cristóvão Colombo”.

Esta exposição é já a quarta resultante de um protocolo assi-nado entre a Scbvvrsa e o Círculo Filatélico y Numismatico de Huelva, que alterna estas exposi-ções bilaterais entre o Algarve e Huelva. O agrupamento espanhol tem o patrocínio da Universidade de Huelva.

O anterior certame reali-zado em Huelva aconteceu de 24 de maio a 10 de junho do ano passado.

As duas exposições realizadas em Portugal foram em novem-bro de 2010 no Alvor e em dezem-bro de 2011 em Vila Real de Santo António.

A próxima bilateral entre es-tes agrupamentos está agendado para setembro e será realizada pela Sfataf.

Geada de Sousa

Manuel AlegreDom QuixotePVP: 11,90 euros88 págs.

Page 29: Ediçao N.º 1569

Diário do Alentejo18 maio 2012

Aromáticase Medicinais

(EIPAMs)

I Encontro Ibérico

BEJA (Auditório do IPB)

18 de MaioMONTE DO VENTO

(Mértola)

19 de Maio2012

PROMOTOR ORGANIZAÇÃO APOIO / CO-FINANCIAMENTO ALOJAMENTO OFICIAL

H O T E L S Ã O D O M I N G O S

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Page 30: Ediçao N.º 1569

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2012

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

É com uma exposição coletiva de pintura, serigrafia, fotografia,

escultura, cerâmica BD e cartoon que o espaço municipal

Oficinas, em Aljustrel, assinala o seu quinto aniversário. A

mostra, composta por obras de António Inverno, Roberto

Chichorro, Stela Barreto, Hilário Teixeira Lopes, Eugénia

Rosa, Roberto Santadreu ou Luís Afonso, entre outros, é

inaugurada hoje, sexta-feira, pelas 18 horas, mantendo-se

patente até 16 de junho. A festa prossegue amanhã, sábado,

com uma sessão de yoga, agendada para as 14 e 45 horas,

seguindo-se-lhe, pelas 16 horas, o concerto meditativo

“Vibrasons”. “Foram cinco anos de cultura, a democratizar o

acesso ao conhecimento, dando maior visibilidade aos talentos

do concelho de Aljustrel, do Alentejo e do País que o espaço

Oficinas vai festejar este fim de semana”, declara a organização.

Espaço Oficinas celebra

cinco anos de cultura

30

Fim de semana

Festival One Wo/Man Band encerra hoje no Pax Julia Cumpre-se hoje, sexta-feira, no Pax Julia Teatro

Municipal, o segundo e último dia do Festival One

Wo/Man Band, que se realiza pela segunda vez.

Sobem ao palco bejense, a partir das 22 horas,

a Nicotine’s Orchestra ou a orquestra “de um

homem só” chamado Nick Nicotine (na verdade,

Carlos Ramos), e Zoe Boekbinder, outra solitária

em palco e autora do álbum “Artichoke Perfume”

(2009), que foi já apresentado em várias paragens

pelos EUA.

Juventude em festa no cais do Guadiana As bandas nacionais Pontos Negros e Virgem

Suta vão ser a principal atração do III Festival

da Juventude de Mértola, a decorrer no cais do

Guadiana entre hoje e amanhã, sábado. Trata-se,

segundo a organização, a cargo da câmara municipal

local, de “uma iniciativa especialmente dedicada aos

jovens”, que propõe “noites longas” no cais da Vila

Museu, com animação diversa e os DJ François e João

Arroja.

Vozes eslavas cantam Rachmaninov em Vila de Frades É no cenário setecentista da igreja Matriz de São

Cucufate, em Vila de Frades, que o Coro de Câmara

Filarmónico da Estónia entoará amanhã, sábado, a

partir das 21 e 30 horas, as “Vésperas Op. 37”, de Sergei

Rachmamninov, sob direção do maestro britânico

Daniel Reuss. Mais um concerto da programação de

2012 do Festival Terras Sem Sombra, com organização

do Departamento do Património Histórico e

Artístico (DPHA) da Diocese de Beja. Além do valor

patrimonial, esta igreja oferece a “acústica perfeita”

para repertórios “cheios de contrastes e de coloridos”,

como acontece com esta obra de Sergei Rachmaninov,

a “mais surpreendente e a mais insólita das muitas que

compôs – e também a mais autenticamente russa”.

Concerto de cravo e órgão em Alvito Patrizia Giliberti e Rafael Reis protagonizam o concerto de cravo e órgão

agendado para amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, na igreja Matriz

de Alvito, encerrando assim a primeira fase do programa “Música nas

Igrejas – Concertos de Órgão”. O ciclo, resultante de uma parceria entre a

Direção Regional de Cultura do Alentejo, Fundação da Casa de Bragança

e Cabido da Sé de Évora, contempla a realização de concertos de órgão em

diversas igrejas da região e será retomado em setembro próximo.

Comédia musical “Encalhadas” passa por Beja As conhecidas atrizes Helena Isabel, Maria João Abreu e Rita Salema

protagonizam em Beja a comédia musical “Encalhadas”, que sobe

ao palco do Pax Julia Teatro Municipal amanhã, sábado, a partir das

21 e 30 horas. Nesta

peça são satirizadas as

“angústias e prazeres de

mulheres de diferentes

classes sociais que,

em determinada

altura das suas vidas,

se encontram sós,

privadas de amor, carinho e sexo”. Uma sequência de monólogos

noturnos, através dos quais o espetador se aperceberá do “problema”

que constitui para estas mulheres o facto de estar só, apesar das

aparências indicarem o contrário.

Peça de rua da Baal 17 estreia-se hoje, em Odemira

O que é o turismo

para todos?C

om estreia agendada para hoje, sexta-feira, no Cerro do Peguinho, em Odemira, “Muito ajuda o que não atrapalha” é a mais recente produção da companhia de

teatro Baal 17. Um espetáculo de rua, com encenação a cargo de Sofia Cabrita e dramaturgia coletiva, que coloca em palco qua-tro aspirantes a guias turísticos e as suas propostas “mirabolan-tes” de “autênticos especialistas na matéria”. Com várias reti-cências e hesitações, vão tentar responder à pergunta “O que é o turismo para todos?”, nesta peça que se insere no projeto de co-operação transnacional “Rotas sem Barreiras”, promovido em Portugal pelas associações de desenvolvimento local Esdime e Terras Dentro, e financiado pelos programas europeus Proder e Leader. “Rotas sem Barreiras” baseia-se nos pressupostos de que o turismo é um bem social e que deve estar ao alcance de to-dos os cidadãos, entre os quais as pessoas portadoras de defici-ência. Depois da estreia, em Odemira, os quatro guias excên-tricos (Filipe Seixas, Rui Ramos, Sandra Serra e Vânia Silva) vão passar por várias localidades da região até 2 de agosto, data da apresentação em Serpa, no espaço Nora. Almodôvar (praça da República, dia 25), Ferreira do Alentejo (praça Santa Maria Madaleno, dia 26) e Castro Verde (anfiteatro municipal, dia 1 de junho) são as próximas paragens.

Almodôvar regressa ao reinado de D. Dinis Mercadores e mestei-rais, cavaleiros e peões, mouros e plebeus, damas e donzelas vão compor o cená-rio de mais um Mercado Medieval de Almodôvar, que decorre a partir de hoje e até domingo, 20, no centro histórico da vila. Organizado pela câmara municipal local, o evento, que já vai na sua oitava edição, sugere uma viagem ao século XIII, concreta-mente ao ano de 1285, altura da doação da Carta de Foral a Almodôvar por D. Dinis.

Page 31: Ediçao N.º 1569

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

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filme promocional do ipbeja:

alunos participam porque

tÊm direito a crÉditos

que lhes permitem fazer

metade do ano letivo

Realizou-se no Instituto Politécnico de Beja um filme promocional com a participação de cerca de 2 000 pessoas, entre as quais o humorista Jorge Serafim. A maioria dos participantes foram alunos da instituição que viram com bons olhos esta iniciativa, já que significou a atribuição, a cada um, de créditos suficientes para fazer metade do ano letivo. “Acho bué da bem esta cena do processo de Bolonha, porque basta a gente entrar nestas cenas para fazer bué de cadeiras, e assim. Realmente, o processo Carbonara foi uma ganda ideia e a nossa escola fez bem em aderir. Já a semana passada, tive uma data de créditos só de lavar a carrinha da tuna, LOL! Abençoado sejas, processo Carpaccio!”, afirmou um aluno todo contente.

O Benfica celebrou um acordo com uma conhecida agência funerária, o

qual consiste em oferecer aos associados um desconto pelos serviços fu-

nerários, bem como a possibilidade de ouvir o hino do clube durante a

cerimónia fúnebre. Os clubes da região estão a aproveitar esta dica e co-

meçaram a estabelecer acordos com agências locais, que encaram isto

como uma grande oportunidade de negócio: “Os adeptos dos clubes lo-

cais são cada vez menos, é certo, mas caem que nem tordos, pois já não

vão para novos. Antigamente ainda morriam de uma pneumonia por

verem os jogos ao frio… Hoje é mais difícil, mas não hão de durar para

sempre!”, relatou-nos fonte da agência funerária “Cá te espero”.

Crise: Autarquias da região colocam anúncio nas páginas de “relax” do “Correio da Manhã” para sobreviver

Na última edição do “Diário do Alentejo” (para quem não conhece, trata -

-se do suplemento da Não confirmo, nem desminto) foi notícia o facto de

os municípios da região, salvo algumas exceções, demorarem mais tempo

a pagar aos fornecedores devido a dificuldades financeiras. E foram essas

mesmas dificuldades que levaram algumas das câmaras a recorreram a

medidas “extraordinárias” para obterem mais receitas. Segundo apurá-

mos, estas começaram a colocar anúncios no “Correio da Manhã”, na cha-

mada página de “relax”, com mensagens tão sugestivas como: “Autarquia

alentejana fogosa retém-te o IMI todinho!! Faço domicílios e assembleias

municipais; Município baixo alentejano discreto e musculado chega ao

céu com taxa de derrama, atendo em juntas de freguesia abandonadas;

Câmara safada ajoelha-se e PDMa-te as áreas de interesse ambiental e pa-

trimonial que tu quiseres, atendo em apartamentos e cabines de voto!”

Inquérito Como é que festejou o feriado municipal em Beja?

VENÂNCIO TOLERÂNCIA DE PONTO, 35 ANOS

Vencedor do concurso de poesia dedicado aos achigãs

da barragem do Roxo

Da melhor maneira – vesti o meu melhor fato de treino roxo e fiz uma

caminhada pelos pontos de interesse da cidade: o Intermarché, o

Continente e o LIDL, onde comprei um boião de litro de queijo Quark,

que é muito bom para barrar nas tostas e fertilizar os terrenos da mi-

nha horta. Antigamente ainda ia à espiga, mas agora deixei-me disso.

Diziam que isso dava sorte, mas é mentira: sorte é coisa de “homens

sexuais” e de pessoas que não comem carne.

ELISETE HISTAMÍNICO, 58 ANOS

Recordista nacional do lançamento da TV 7 Dias

Fiquei por casa. As minhas alergias não me permitem sair muito. A minha

mãe levava-me à espiga mas eu espirrava mais do que um bezerro preso

num monte de feno. É uma chatice isto das alergias! Sou alérgica ao choco-

late, à penicilina, ao níquel, à lactose, aos morangos, aos camarões, ao traba-

lho, ao aloé vera, aos detergentes da roupa de marca branca, ao Malato, ao

oxigénio e às receitas do chefe Silva. Tirando isso, sou sã que nem um pero,

menos quando tenho ataques epiléticos de cada vez que oiço o Trio Odemira.

DOMINGOS DA ASCENSÃO, 67 ANOS

Fundador do Coro do Carmo Velho, arqui-inimigo do Coro do Carmo

Aiii, foi um dia como outro qualquer!!! Fui mais os meus oito filhos às

compras, onde fomos perseguidos pelos seguranças só por sermos da

raça cigana. Até parece que os ciganos só fazem mal, mas isso é men-

tira… Lá por o meu sobrinho de três anos ter puxado fogo a um olival

com um lança-chamas, não quer dizer que “sêramos” todos maus…

Sou um cidadão exemplar! E fique sabendo que fui assistir à cerimónia

de entrega das medalhas e confesso que me desiludiu um pouco: gos-

tei muito mais do livro. Aiiiiiiiiiiiii!!!

Onda de calor: Organizadores equacionaram mudar o nome do I Festival de Chás e Ervas do Mundo para Festival do Ice Tea

Os organizadores do I Festival de Chás e Ervas do Mundo, a decorrer até ao dia 20 entre Amendoeira da Serra e Beja, apanharam um susto que os obrigou a repensar o evento: a recente onda de calor que fez com que os alentejanos suassem mais do que Fernando Mendes a correr atrás de um cozido de grão. Segundo apurámos, a temperatura, pouco convidativa à prova de chás, colocou os organizadores de sobreaviso, chegando estes a equacionar a alteração do nome do evento para I Festival do Ice Tea, Panachés e Caracóis, o que acabou por não ser necessário. No certame poderá provar chás de todo o mundo, com destaque para o chá de hortelã da ribeira, chá de peixe do rio, chá com sabor a cobre da Mina de São Domingos, chá de sementes

de papoila, chá de torrão de alicante e chá daquele café que o George Clooney bebe.

Cartaz reformulado

esteve prestes

a ser impresso

Clubes da região imitam Benfica e fazem acordos com agências funerárias

Page 32: Ediçao N.º 1569

Nº 1569 (II Série) | 18 maio 2012

RIbanho POR LUCA

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO

ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e

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Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas

Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão

Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso,

Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo | Publicidade

e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação

([email protected]) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares

Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

www.diariodoalentejo.pt

Hoje, sexta-feira, o céu deverá estar pouco nublado. A temperatura deverá oscilar entre os 12 e os 25 graus centígrados. Amanhã, sábado, o sol deverá brilhar em toda a região e no domingo são esperadas poucas nuvens.

“Relação” entre D. João IIe Colombo debatida em Cuba

O auditório da Biblioteca Municipal de Cuba recebe

amanhã, sábado, pelas 15 horas, o colóquio “D. João

II e Cristóvão Colon – que relação?”, proferido por

Maria Manuela Mendonça, presidente da Academia

Portuguesa de História. O evento é organizado pela

Associação Cristóvão Colon, com sede em Cuba, e

prevê um programa complementar com início pelas

11 horas, que contempla duas visitas guiadas, uma ao

painel de São Cristóvão e Portal do Paço, e outra ao

Centro Cristóvão Colon. Sobre estas duas importantes

figuras históricas, refere a historiadora tratar-se de

“dois interessantes personagens contemporâneos”

com “visões diversas sobre a hipótese de alcançar a

Índia por mar”. Além das Descobertas, Maria Manuela

Mendonça “não crê” que houvesse algo de pessoal a

ligá-los, ao contrário de algumas teses que circulam

sobre eventuais laços familiares. Quanto à possível

origem portuguesa do navegador, a historiadora

acredita que, ou Colombo “era português, ou veio

muito novo para Portugal”, mas admite não ter

dados para fundamentar nenhuma destas hipóteses.

Recorde-se que entre a Associação Cristóvão Colon e a

Academia Portuguesa de História foi estabelecido, em

janeiro último, um protocolo de colaboração.

Museus da região festejam Dia Internacional

Assinala-se hoje mais um Dia Internacional dos

Museus, efeméride que será comemorada por várias

unidades da região. O Museu da Luz, da EDIA,

empresa gestora do Alqueva, aposta num programa

para a infância, oferecendo amanhã, sábado, pelas

16 horas, o espetáculo de marionetas “O Romance da

Raposa”, inspirado na obra homónima de Aquilino

Ribeiro. Em Serpa, o Museu Etnográfico desafia

o visitante a “ver os ofícios tradicionais ao vivo”

(cadeireiro, ferrador, oleiro, sapateiro e roupeiro)

num programa que decorre hoje, sexta-feira, entre

as 10 e as 12 horas e das 14 às 16 horas. Beja propõe,

por seu turno, a oportunidade de vivenciar um

museu em ambiente nocturno. “À noite nos museus

de Beja” decorre amanhã, sábado, em dois núcleos, a

partir das 21 e 30 horas: Museu Jorge Vieira e Núcleo

Museológico do Sembrano.

Pela primeira vez, numa mesma edi-ção, a legislação mineira contida nas famosas tábuas de bronze de Vipasca

aparece traduzida do latim para português, castelhano, francês e inglês. Uma nova obra, lançada ontem em Aljustrel, a pre-texto do Dia Internacional dos Museus, que vem lembrar a importância destes achados “para o conhecimento do mundo romano em toda a Europa”, como explica o seu co-ordenador, Artur Martins, e também dire-tor do Museu Municipal de Aljustrel.

Que tipo de informação podemos encon-

trar na obra As Tábuas de Bronze de Vipasca,

lançada ontem, em Aljustrel?

A obra agora lançada pretende, tão-só, di-vulgar os textos das duas placas que, pela primeira vez, aparecem numa mesma edição traduzidos para português, caste-lhano, francês e inglês. A obra não se li-mita às traduções mas possui ainda um texto sobre pormenores técnicos das pla-cas e da história dos seus achados, e ainda outro texto que faz o seu enquadramento histórico.

Que contributos reúne esta obra de

divulgação?

O texto técnico é de minha autoria e o texto de enquadramento histórico teve como au-tor o professor Juan Aurelio Pérez Macias, da Universidade de Huelva (UH) e coorde-nador do projeto Vipasca, que resulta de uma parceria entre a UH e o município de Aljustrel, com o objetivo de estudar a evo-lução da mineração na região desde a Pré-história à Idade Média. No que respeita às traduções, optámos por utilizar textos já consagrados. Para a transcrição latina e tra-dução para português, os textos escolhidos são de José d’Encarnação, professor jubilado da Universidade de Coimbra; a tradução

Artur Martins, 58 anos, natural de LisboaFoi um dos fundadores, ainda a cursar História, na Faculdade de Letras de Lisboa, da Unidade Arqueológica de Aljustrel, concelho para onde viria a mudar-se a partir de 1995. Aí continuou a investigação arqueológica no castelo e no âmbito da criação do museu municipal, tendo sido responsável pela musealização do núcleo sede e dos núcleos rural de Ervidel e da Central de Compressores da Mina de Algares. É coordenador do Projeto Vipasca, de investigação arqueológica, e, em 2008, tornou-se mestre em Arqueologia pela Universidade de Huelva com uma tese sobre o megalitismo da região de Ourique. Foi orador convidado, em dois colóquios em Itália, para falar, especificamente, sobre as placas de bronze de Aljustrel.

para castelhano é de Genaro Chic Garcia (Universidade de Sevilha). A tradução fran-cesa é de Claude Domergue (Universidade de Toulouse) e a tradução inglesa é do pro-fessor F. R. Tenney, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, e já falecido.

Através destas tábuas de bronze, o que

tem sido possível conhecer sobre esta po-

voação, Vipasca?

O facto de estarmos perante dois tipos de legislação, uma mais virada para aspetos técnicos e fiscais da mineração e outra cen-trada no quotidiano da povoação do couto mineiro, dá-nos informação suficiente so-bre a importância da exploração mineira em geral, e de Aljustrel em particular, em-bora, presumivelmente, ambas estejam in-completas. Assim, enquanto a primeira nos elucida sobre as diferenças na explo-ração do cobre e da prata, das taxas que incidiam sobre a exploração mineira e da regulamentação das sociedades explora-doras, a segunda fala-nos dos direitos e de-veres de diversas profissões existentes em Vipasca como, por exemplo, a do mestre--escola, que estava isento de impostos.

Que importância têm estes achados para

o conhecimento do período romano em

Portugal?

São importantes, não apenas para Portugal, mas para o conhecimento do mundo ro-mano em toda a Europa. A prova disso está no facto de elas aparecerem citadas em inú-meros trabalhos de investigação e de divul-gação sobre o mundo romano, tanto nos seus aspetos jurídicos como económicos e sociais. Embora encontradas em Aljustrel, ainda hoje não existe uma certeza sobre se estas leis se aplicariam a todo o Império Romano ou apenas a Aljustrel.

Carla Ferreira

Nova edição do município de Aljustrel e da Adral lançada ontem

Roma nas tábuas de Vipasca

PU

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