engineer to order - versão 2

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RELATÓRIO GESTÃO INDUSTRIAL Professora: Tatiana Renata Garcia Componentes: Luiz Cláudio Almeida; Stefany Patricia Dutra ENGINEER TO ORDER – PNEUS DE FÓRMULA 1 Situação Problema: O piloto de Fórmula 1 da RBR (Red Bull Racing), Sebastian Vettel, culpa os pneus por corrida discreta no GP da Espanha. Ele afirma que ele e equipe ainda não descobriram a melhor maneira de andar rápido e economizar pneus. O tricampeão acredita que houve um erro de estratégia da equipe com relação ao número de paradas, o que pode ter lhe atrapalhado e tirado a chance de um lugar no pódio. “O carro é rápido o suficiente, mas há algo que temos que fazer com os pneus para que durem mais. Três pessoas conseguiram fazer isso melhor e precisamos alcançá-los. Às vezes não temos que nos guiar pelo ritmo que o carro pode ir, mas pelo ritmo que os pneus aguentam”, admite o corredor. A pedido da equipe de Vettel, a empresa Pirelli deve, portanto, desenvolver pneus que tenham uma resistência maior, diminuindo assim, o número de paradas para troca. Entretanto, o aumento desse requisito não poderá implicar em desvantagem quanto à aderência dos pneus na pista. Em vista disso, o caso problema exposto enquadra-se na Estratégia de Manufatura Engineer to Order.

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Trabalho Gestao

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RELATRIO GESTO INDUSTRIAL

Professora: Tatiana Renata GarciaComponentes: Luiz Cludio Almeida; Stefany Patricia Dutra

ENGINEER TO ORDER PNEUS DE FRMULA 1

Situao Problema: O piloto de Frmula 1 da RBR (Red Bull Racing), Sebastian Vettel, culpa os pneus por corrida discreta no GP da Espanha. Ele afirma que ele e equipe ainda no descobriram a melhor maneira de andar rpido e economizar pneus. O tricampeo acredita que houve um erro de estratgia da equipe com relao ao nmero de paradas, o que pode ter lhe atrapalhado e tirado a chance de um lugar no pdio. O carro rpido o suficiente, mas h algo que temos que fazer com os pneus para que durem mais. Trs pessoas conseguiram fazer isso melhor e precisamos alcan-los. s vezes no temos que nos guiar pelo ritmo que o carro pode ir, mas pelo ritmo que os pneus aguentam, admite o corredor.A pedido da equipe de Vettel, a empresa Pirelli deve, portanto, desenvolver pneus que tenham uma resistncia maior, diminuindo assim, o nmero de paradas para troca. Entretanto, o aumento desse requisito no poder implicar em desvantagem quanto aderncia dos pneus na pista.Em vista disso, o caso problema exposto enquadra-se na Estratgia de Manufatura Engineer to Order. A Engineer to Order uma extenso do Make to Order, com a diferena de que o produto a ser confeccionado feito exclusivamente de acordo com as especificaes do cliente. O nvel de interao entre cliente e empresa muito elevado, o que caracteriza custo elevado e lead time longo. As fases componentes deste tipo de manufatura so:

1. Projeto2. Compra3. Fabricao4. Montagem5. EnvioProjeto Os pneus so de suma importncia em veculos de Frmula 1, pois eles so os nicos componentes em contato com o cho, fazendo com que os outros sistemas como suspenso, motor e os freios cumpram o objetivo com seu auxlio.Devido s reclamaes apresentadas em relao a degradaes excessivas dos pneus, houve a necessidade da criao de um novo projeto, o qual atenderia os requisitos solicitados, obedecendo as regras da Frmula 1. Os pneus supermacios oferecem a vantagem de possuir melhor aderncia em relao aos outros, porm, estes se desgastam mais rapidamente. Na medida em que os pneus tornam-se mais duros consegue o aumento da resistncia em detrimento da aderncia. Isso acontece devido ao fato de que os pneus duros demoram mais para aquecer e consequentemente, se prendem menos no asfalto.Tendo estas informaes, props-se ento um pneu que se aproxime mais de componentes duros do que os supermacios. No possvel construir um pneu totalmente duro, pois a borracha macia que quando aquecida proporciona excelente aderncia pista. Para que a aderncia no fosse prejudicada houve a necessidade de modificar elementos da banda de rodagem que composta por trs partes: os sulcos, ranhuras e as barras.Os sulcos so responsveis por drenar a gua, refrigerar os pneus e evitar deslizamentos, logo foi proposto um aumento do nmero de sulcos longitudinais que circundam os pneus. Alm disso, um aumento das ranhuras vlido, pois atravs delas que a borracha dos pneus refrigerada, e ainda so responsveis por diminuir a ressonncia.Seguindo as recomendaes da Frmula 1, os pneus dianteiros devem ter de 30 a 40 cm de largura e, os traseiros, entre 35 e 40 cm. Os sulcos devem ter, pelo menos, 2,5 mm de profundidade e 50 mm de distncia uns dos outros. Nesta fase os prottipos so testados visando atender todos os requisitos solicitados pela equipe, buscando o melhor conforto e dirigibilidade. Neste ponto, a interao entre a RBR e a Pirelli altssima, havendo trocas de opinies e feedbacks para dar continuidade ao processo. Aps ter estrutura e geometria definidas, a Pirelli deve trabalhar na definio das ligas que sero usadas. Em seguida, antes de ir para a linha de produo, o projeto testado e inspecionado segundo vrios critrios rigorosos.

Compra

Completando-se a etapa de projeto, em que foram definidas as especificaes dos pneus, os materiais e componentes diferenciais devem ser comprados. Os materiais solicitados so oriundos de laboratrios e empresas da rea. Em termos prticos, feita uma listagem destes materiais, a exemplo:

Nylon e polister para confeco da carcaa dos pneus; Petrleo, carvo e enxofre para confeco da borracha; Uma porca central, encaixada na janta do pneu; Maquinrio novo para produo de ranhuras e sulcos diferenciados, como especificados no projeto.

A empresa tem por desafio avaliar o melhor custo benefcio entre as empresas fornecedoras dos materiais acima, sem esquecer-se do alto nvel de qualidade requerido. Esta funo executada pelos profissionais do setor de compras e suprimentos.

Fabricao

O processo de fabricao de um pneu comea pela preparao do composto de borracha. Cada mistura cuidadosamente estabelecida para responder as exigncias de resistividade, elasticidade e aderncia. Como o requisito do projeto o aumento da resistncia dos pneus, essencial garantir a dureza da borracha. Os constituintes da borracha que determinam a sua dureza so a quantidade de petrleo, carvo e enxofre. Entretanto, o pneu precisa ter aderncia pista, sendo assim, precisa possuir tambm alguns traos de borracha macia. A mistura composta por vrios tipos de borracha natural e sinttica. So eles: aceleradores que so os compostos de enxofre utilizado para controlar o processo de vulcanizao e melhorar as propriedades da borracha; negro de fumo, utilizado para aumentar a resistncia da borracha contra efeitos abrasivos; pigmentos qumicos, que so despejados no misturador banbury, onde se faz a homogeneizao dos elementos da mistura. Feito o composto inicia-se a produo dos componentes dos pneus (Figura 1), que podem ser produzidos simultaneamente em diversos departamentos da fbrica e no necessariamente tendo uma ordem de produo, ao final sendo reunidos para obter o produto. Os componentes so: banda de rodagem (parte do pneu que entra em contato com o solo), parede lateral, talo (parte do pneu que faz ligao com a roda), lonas de corpo (formadas por polister e nylon), lonas estabilizadoras (formadas por fios de ao) e lmina de estanque (formado por composto de borracha). A banda de rodagem e a parede lateral so feitas por extruso. A mquina extrusora, que uma espcie de rosca, vai girando, aquecendo e empurrando o composto para uma forma, na qual os componentes tomam seus formatos finais. A partir do uso de trs ou mais rolos cilndricos so produzidas as lminas de borracha. Essas lminas se juntam aos tecidos de polister, nylon, formando as lonas de corpo. Na formao das lonas estabilizadoras, feita tambm pelo processo de extruso, vrios fios de ao recebem a camada de borracha e formam uma fita com largura determinada. O talo passa por uma pequena extrusora, que aplica uma camada de borracha sobre fios de ao. Esses fios so enrolados em cilindros que formam o componente.

Figura 1

Montagem

Com todos os componentes produzidos, segue-se ento a etapa final. Cada uma das partes do pneu aplicada em uma mquina semelhante a um tambor. Esta mquina assegura que cada pea colocada no lugar certo. Primeiramente produzida a carcaa (esqueleto do pneu que sustenta a carga), e em seguida formada a primeira estrutura do pneu, o chamado pneu verde (Figura 2).

Figura 2

O pneu verde dirige-se para a vulcanizao, a qual dar formato ao pneu. Ele colocado em uma prensa com temperatura, presso e tempo determinados e moldados com suas caractersticas especficas. Detalhes como as marcas do fabricante so todos includos neste processo.Em seguida, o pneu passa por uma inspeo final, que inclui raios-X, corte e teste em pista. Com todos os componentes em perfeito estado, o pneu liberado para envio.

Envio Os novos pneus propostos pela Frmula 1 sero produzidos na Turquia, na cidade de Izmit. Desde 2007, a Pirelli concentra sua produo destinada a competies nesta fbrica, inaugurada em 1960. Durante o processo de produo dos pneus, atribudo a cada pneu um cdigo de barras, o qual inserido na estrutura durante o processo de vulcanizao e no pode ser modificado. Esse cdigo serve como uma espcie de passaporte, pois nele ficam armazenados todos os detalhes dos pneus, sendo que o mesmo rastreado por meio do software RTS (Racing Tyre System) da Pirelli, o qual pode ler e atualizar todas as suas informaes. Os pneus so transportados para o centro de logstica e distribuio da Pirelli em Didcot, no Reino Unido. A FIA (entidade que rege o esporte), ento, distribui os pneus para cada uma das equipes de forma aleatria. J no circuito, os pneus so distribudos s equipes conforme a lista preparada pela FIA. Os cdigos de barras permitem que tanto a FIA quanto a Pirelli tenham certeza de que cada equipe, de acordo com o regulamento, est usando os pneus corretos.Neste caso especfico, o pneu solicitado pela equipe de Vettel ser enviado para a sede da RBR, em Milton Keynes, Reuno Unido.