estruturas de mercado

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1 Prof. Emerson L. S. Iaskio [email protected] Introdução às Estruturas de Mercado Todo os direitos reservados. Este material pode ser reproduzido apenas integralmente dentro do seu contexto. INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS DE MERCADO INTRODUÇÃO É provável que você já tenha comprado um aparelho de telefone celular. Quantas opções de marca e modelo tinha disponível? E na escolha da operadora desse celular, quantas opções? Se você for comprar roupas, há muitas ou poucas empresas que confeccionam essas roupas? E se você escolher uma empresa de fornecimento de água tratada e encanada? Certamente as suas respostas, sem entrar em números, foram: algumas, poucas, várias e apenas uma. O ramo da microeconomia que explica esses diferentes mercados, pelo número de empresas, de consumidores e outras características chama-se Estruturas de Mercado. Nos estudos de oferta e demanda, anteriormente, implicitamente discutimos apenas uma dessas estruturas: a Concorrência Perfeita. Este material irá discutir as outras estruturas, suas características e as diferenças entre elas. Mas antes de discutirmos as estruturas de mercado, precisamos entender um conceito: o de mercado. O que é um mercado? Um mercado pode ser descrito como a relação entre os diversos agentes econômicos, ou o ambiente onde ocorrem essas relações, e uma economia pode ser descrita como um ambiente onde ocorrem as relações entre os mercados. Cada agente interage com o outro o tempo todo, pois, na vida humana, nem todas as pessoas possuem tudo o que necessita. Assim sendo, é necessário que haja troca entre os agentes. Os agentes podem ser as pessoas, as empresas, os governos e outros países. Dentro de um mercado, vários agentes interagem entre si, e, em uma economia, vários mercados interagem uns com os outros. Assim, interagem entre si as pessoas, as empresas, os governos e outros países, mas também as empresas com as pessoas, os governos com as empresas, os governos com outros países etc. Vimos, no estudo do Fluxo Circular da Renda, que as trocas ocorrem dentro de mercados específicos. Assim, as empresas e as famílias interagem duplamente. No mercado de fatores de produção, as famílias oferecem os fatores de produção, como trabalho, capacidade empresarial, capital, terra e tecnologia. As empresas, por sua vez, remuneram esses fatores respectivamente com salários, lucros, juros, aluguéis e royalties.

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Introdução às Estruturas de Mercado

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Prof. Emerson L. S. Iaskio – [email protected]

Introdução às Estruturas de Mercado

Todo os direitos reservados. Este material pode ser reproduzido apenas integralmente dentro do seu contexto.

INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS DE MERCADO

INTRODUÇÃO

É provável que você já tenha comprado um aparelho de telefone celular. Quantas

opções de marca e modelo tinha disponível? E na escolha da operadora desse celular,

quantas opções? Se você for comprar roupas, há muitas ou poucas empresas que

confeccionam essas roupas? E se você escolher uma empresa de fornecimento de água

tratada e encanada? Certamente as suas respostas, sem entrar em números, foram:

algumas, poucas, várias e apenas uma.

O ramo da microeconomia que explica esses diferentes mercados, pelo número de

empresas, de consumidores e outras características chama-se Estruturas de Mercado. Nos

estudos de oferta e demanda, anteriormente, implicitamente discutimos apenas uma dessas

estruturas: a Concorrência Perfeita. Este material irá discutir as outras estruturas, suas

características e as diferenças entre elas.

Mas antes de discutirmos as estruturas de mercado, precisamos entender um

conceito: o de mercado. O que é um mercado?

Um mercado pode ser descrito como a relação entre os diversos agentes

econômicos, ou o ambiente onde ocorrem essas relações, e uma economia pode ser

descrita como um ambiente onde ocorrem as relações entre os mercados. Cada agente

interage com o outro o tempo todo, pois, na vida humana, nem todas as pessoas possuem

tudo o que necessita. Assim sendo, é necessário que haja troca entre os agentes. Os

agentes podem ser as pessoas, as empresas, os governos e outros países.

Dentro de um mercado, vários agentes interagem entre si, e, em uma economia,

vários mercados interagem uns com os outros. Assim, interagem entre si as pessoas, as

empresas, os governos e outros países, mas também as empresas com as pessoas, os

governos com as empresas, os governos com outros países etc.

Vimos, no estudo do Fluxo Circular da Renda, que as trocas ocorrem dentro de

mercados específicos. Assim, as empresas e as famílias interagem duplamente. No mercado

de fatores de produção, as famílias oferecem os fatores de produção, como trabalho,

capacidade empresarial, capital, terra e tecnologia. As empresas, por sua vez, remuneram

esses fatores respectivamente com salários, lucros, juros, aluguéis e royalties.

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Todo os direitos reservados. Este material pode ser reproduzido apenas integralmente dentro do seu contexto.

A outra interação entre as famílias e as empresas ocorre no mercado de bens e

serviços. As empresas fornecem às famílias os bens e serviços, e as famílias remuneram

esses bens, pagando seu preço. Assim, uma mesma pessoa pode trabalhar em uma

empresa e consumir os produtos desta empresa. Neste caso, essa relação se daria em dois

mercados diferentes.

A Figura 1 a seguir apresenta uma economia com vários mercados e cada mercado

com vários agentes, todos com suas respectivas interações.

Cada mercado possui uma característica que lhe é peculiar. Assim, um mercado

pode ter muitas empresas, outro pode ter poucas empresas, em outro mercado as empresas

pode fabricar produtos similares, em outro elas fabrica produtos diferenciados etc. A

microeconomia categorizou as diferentes estruturas de mercado. Assim, um mercado pode

ser classificado de acordo com:

Mercado 1

Agente 1

Agente 2

Mercado 2 A

ge

nte

2

Mercado 3

Agente 1

Economia

Figura 1: Representação de Uma Economia com Mercados e Agentes Econômicos

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Número de empresas (produtores);

Número de consumidores;

Diferenciação ou similaridade dos produtos; e

Presença ou ausência de barreiras à entrada ou à saída.

De acordo com o número de empresas, um mercado pode ter desde apenas uma

até muitas empresas. Dependendo da quantidade de agentes envolvidos, estes podem ter

maior ou menor poder de negociação. Normalmente, quanto maior a concorrência entre os

agentes, menor poder de negociação. Assim, quando há poucos ofertantes de um

determinado produto, estes possuem maior poder para a formação dos preços, por exemplo.

O mesmo ocorre também com o número de consumidores. Há mercado com poucos

consumidores, e outros com muitos consumidores.

Figura 2: Classificação dos Mercados

Os mercados são diferentes também se os bens ou serviços oferecidos por uma ou

outra empresa são parecidos, facilmente substituíveis entre si, ou se são diferenciados. A

outra característica, ainda é quanto à presença ou a ausência de barreiras à entrada. Em

alguns mercados, a entrada de novos concorrentes é facilitada, e em outros a mesma é

dificultada, desde aspectos legais, econômicos, até mesmo naturais. Vamos agora analisar

as diferentes estruturas de mercado:

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CONCORRÊNCIA PERFEITA

Como falamos anteriormente, quando falamos, no início do curso, sobre oferta e

demanda, deixamos implícito que se tratava de uma estrutura em especial: a Concorrência

Perfeita. Essa estrutura de mercado é a primeira a ser estudada porque ela possui muitos

produtores e muitos consumidores, e porque os produtos não são diferenciados. São

características da Concorrência Perfeita:

Muitos consumidores;

Muitos produtores;

Produtos sem diferenciação;

Ausência de barreiras à entrada e à saída.

O modelo de concorrência perfeita é um modelo teórico, no qual, uma vez que há

muitos produtores de bens e serviços, estes não possuem qualquer poder para estabelecer

preços. Assim, se algum produtor ofertar seu bem ou serviço a um preço maior que o preço

do mercado, os consumidores migrarão para outro produtor, até que esse baixe novamente

seu preço.

Como há muitos concorrentes, estes, num primeiro momento, concorrem entre si

por preços. Eles baixam seus preços até o limite, a fim de não perder o consumidor. Dessa

forma, os preços dos produtos da concorrência perfeita serão os mesmos para todos os

produtores. Um novo produtor que entra nesse mercado já encontra o preço estabelecido;

por isso diz-se que estes são tomadores de preços.

Se o preço de mercado já é definido, a única maneira de uma empresa da

concorrência perfeita obter lucros extraordinários (maior que a média) é por meio da redução

dos custos. Pela concorrência, as outras empresas também reduzirão seus custos,

equalizando novamente a relação entre custos e preços. Dessa forma, diz-se que uma

empresa de um mercado em concorrência perfeita possui lucro econômico igual a zero no

longo prazo.

Não há, na concorrência perfeita, barreiras à entrada e nem à saída de empresas.

Assim, uma empresa pode entrar ou sair desse mercado sem qualquer impedimento. Do

mesmo modo que uma empresa pode entrar e sair facilmente, uma única empresa não tem

qualquer poder de modificar a estrutura de mercado, dado o elevado número de

concorrentes.

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Como dito anteriormente, o modelo de concorrência perfeita é um modelo teórico.

Não há, atualmente, um mercado no qual todos os produtos sejam exatamente iguais, e que

haja muitas empresas e muitos consumidores. Todavia, essa inexistência não invalida a

teoria, que mostra um extremo das infinitas estruturas de mercado.

MONOPÓLIO

No outro extremo das estruturas de mercado encontra-se o monopólio. São

características do monopólio:

Um único produtor;

Muitos consumidores;

O produtor é formador de preços; e

Presença de barreiras à entrada de outras empresas.

O monopólio é uma estrutura de mercado muito comum e bastante presente,

principalmente no Brasil. É o caso, por exemplo, dos serviços de água tratada e encanada,

trechos pedagiados de rodovias, ou mesmo livros. Uma editora possui o monopólio de

determinado livro de determinado autor, até que a sua obra se torne de domínio público.

Como o monopolista é o único produtor daquele bem ou serviço, ele possui alto

poder para determinar os seus preços. Mas ele pode cobrar o preço que quiser pela sua

mercadoria? Teoricamente, a resposta é sim, pela lei da oferta e da demanda. No entanto,

há limitações legais para o estabelecimento de preços. Normalmente, no Brasil, o governo

concede autorização para que a empresa monopolista eleve o preço do bem ou serviço.

Contudo, mesmo que não houvesse intervenção governamental, uma elevação

indiscriminada do preço inviabilizaria o consumo, e não adiantaria ao monopolista ser único

no mercado, se não tiver para quem vender.

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Quanto ao consumidor de um mercado monopolista, não á muita opção. Ou paga o

preço ou não consome.

Por fim, a última característica de um monopólio que destacaremos aqui é aquela

que mantém o próprio mercado como um monopólio: a presença de barreiras à entrada.

Barreiras à entrada são mecanismos que impedem a entrada de novos ofertantes de

determinado bem ou serviço no mercado. Nem sempre o monopolista usa de seu poder

econômico para se manter como tal, mas no caso da oferta de serviços de água tratada e

encanada, por exemplo, seria difícil haver outras empresas. Como veremos na última seção

deste capítulo, as barreiras podem ser barreiras de capital, tecnológicas, jurídicas, ou

naturais.

OLIGOPÓLIO

No início do capítulo falamos sobre as opções de operadoras de telefonia celular.

São poucas as opções que podemos encontrar no mercado, e a diferença de preços

normalmente não é tão grande que seja o diferencial para migrar de uma operadora para

outra. O oligopólio é a estrutura de mercado mais ampla e mais complexa, a ponto de

algumas correntes teóricas chegarem a afirmar que não há nem concorrência perfeita e nem

monopólio, que só há oligopólios, mais concentrados ou menos concentrados. Para a

presente disciplina, no entanto, vamos considerar as seguintes características de um

oligopólio:

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Poucos produtores;

Muitos consumidores;

Poder para formação de preços;

Os produtos podem ser homogêneos ou diferenciados; e

Os produtores levam em conta as decisões de seus concorrentes.

Assim como as opções de operadoras de telefonia celular são poucas, são poucas

também as opções de fabricantes de automóveis, bancos e companhias aéreas. Todos

esses mercados possuem poucos produtores. Os consumidores possuem mais opções que

em um monopólio, mas mesmo assim essas são poucas.

Por essa característica, os preços em um oligopólio são maiores que os preços em

um mercado da Concorrência Perfeita. Os produtores oligopolistas dispõem de certa

autonomia para o estabelecimento de preços, mas este leva em conta as decisões de seus

concorrentes. Por essa razão diz-se que em um oligopólio os concorrentes se comportam

como em um jogo de xadrez, pois movem suas peças tentando antecipar as decisões de

seus adversários.

Uma característica importante dos oligopólios é a possibilidade de as poucas

empresas combinarem, entre si, os preços e as quantidades ofertadas. Para evitar tais

abusos existem leis e órgãos governamentais que regulam esses mercados específicos. O

governo intervém, também, na regulação de fusões e aquisições em oligopólios, uma vez

que tanto a entrada de uma nova empresa, quanto a saída de uma delas, altera a estrutura

desses mercados, a favor dos consumidores ou dos produtores.

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OUTRAS ESTRUTURAS DE MERCADO

Vimos, até aqui, as três estruturas básicas dos mercados: Concorrência Perfeita,

Monopólio e Oligopólio. A partir de agora vamos ver outras estruturas igualmente

interessantes e existentes, embora não sejam tão comuns.

CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Um mercado de Concorrência Monopolística, também chamado de Concorrência

Monopólica, assemelha-se ao mercado de Concorrência Perfeita pelo fato da haver muitos

produtores e muitos consumidores. No entanto, os produtos em Concorrência Monopolística

são diferenciados. Um exemplo desse mercado podem ser as pizzarias. Existem muitas

pizzarias no mercado, de modo que a saída de uma delas não afetaria as outras. Além disso,

não há barreiras à entrada nesse mercado. O diferencial de uma pizzaria pode ser o

atendimento, os sabores das pizzas, o prazo de entrega ou mesmo a localização. Assim,

uma pizzaria, embora com muitos concorrentes, fideliza seus clientes pela sua diferenciação,

de forma que, para aquele seleto grupo de consumidores, ela se comporta de forma

assemelhada a um monopólio.

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MONOPSÔNIO

Imagine um mercado no qual há muitos produtores e apenas um único consumidor.

É difícil pensar em um mercado assim? Pois saiba que essa estrutura de mercado existe e

é mais comum do que você imagina. São características do Monopsônio:

Muitos vendedores;

Apenas um único consumidor;

Baixo poder de formação de preços por parte do produtor, e alto poder por

parte do consumidor.

Vamos pensar em um produtor de alface que possui uma pequena horta. Esse

produtor, com uma pequena produção, consegue vender seus bens diretamente em um

supermercado? É provável que não. Então esse pequeno produtor, juntamente com outros,

também pequenos, vendem a sua produção a uma cooperativa, que vai fazer essa

intermediação com as redes de supermercados. Assim, o único consumidor desse mercado

é a cooperativa, que compra a produção dos pequenos produtores.

OLIGOPSÔNIO

O oligopsônio é uma estrutura muito semelhante à anterior, mas nesse caso possui

mais unidades consumidoras. São características do Oligopsônio:

Muitos vendedores;

Poucos consumidores;

Baixo poder de formação de preços por parte do produtor, e alto poder por

parte do consumidor.

É o caso, por exemplo, da relação existente entre as montadoras de automóveis e

os fabricantes de autopeças.

MONOPÓLIO BILATERAL

O monopólio bilateral é uma estrutura de mercado na qual há apenas um produtor e

um consumidor. Em um contrato celebrado entre a prefeitura de um município e uma

empreiteira, por exemplo, durante o tempo do contrato, o único comprador é a prefeitura, e

o único produtor é o empreiteiro.

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OUTRAS CARACTERÍSTICAS DAS ESTRUTURAS DE MERCADO

É importante dizer aqui que essas divisões não são exatas. Existem diferentes graus

de concentração nos mercados. Assim, em um oligopólio, pode ser que não

necessariamente existam poucas empresas, mas que poucas delas dominem grande fatia

do mercado.

Agora que vimos as principais estruturas de mercado, na página a seguir temos um

mapa mental resumindo as características de todas elas.

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Figura 3: Mapa Mental - Resumo das Estruturas de Mercado

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BARREIRAS À ENTRADA E À SAÍDA

Em algumas estruturas de mercado há barreiras à entrada ou à saída de empresas.

As barreiras são fatores limitantes que impedem a entrada ou a saída de uma empresa de

um mercado. Como dissemos anteriormente, nem sempre o monopolista usa de seu poder

econômico para se manter como tal, mas no caso da oferta de serviços de água tratada e

encanada, por exemplo, seria difícil haver outras empresas.

Não apenas nos monopólios, mas também nos oligopólios há barreiras, que podem

ser de capital, tecnológicas, jurídicas, ou naturais. As barreiras de capital podem impedir não

apenas a entrada, como também a saída de uma empresa. Há barreira de capital em uma

estrutura de mercado quando, para que uma empresa inicie as suas atividades, seja

necessário o dispêndio de elevadas quantias de dinheiro.

É o caso, por exemplo de uma mineradora. Além de todo o dispêndio inicial de

viabilidade, estudos de solo, prospecção de jazidas etc., há, ainda, o dispêndio com

máquinas, equipamentos e mão de obra especializada. Uma empresa que teve todo esse

dispêndio para iniciar as suas atividades de mineração não vai conseguir se desfazer

facilmente do seu negócio. Por isso diz-se que há barreiras à saída.

As barreiras tecnológicas são decorrentes também da barreira de capital, porém

nesse caso não basta conseguir levantar a quantia de dinheiro necessária para adquirir

máquinas e equipamentos. Às vezes é necessário que a empresa possua muito

conhecimento tecnológico, o que nem sempre se adquiri com bons profissionais, mas sim

com o desenvolvimento tecnológico ao longo do tempo.

As barreiras jurídicas são determinadas em contrato. Assim, se um escritor

estabelece um contrato com uma editora, outra não poderá ofertar o mesmo livro. Ocorre o

mesmo com licitações para administração de portos, aeroportos, transporte coletivo etc. Por

fim, há as chamadas barreiras naturais. Nesses casos, não há concorrentes simplesmente

por não ser possível a entrada. É o exemplo de uma empresa que descobriu a única jazida

de determinado minério. Enquanto não forem descobertas novas jazidas, essa empresa

continuará sendo monopolista.

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BIBLIOGRAFIA

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de Economia. 3.ed. São Paulo: Sarava, 2008.

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; PINHO, Diva Benevides (orgs.). Manual de Economia. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

KRUGMAN, Paul; WELLS, Robin. Introdução à Economia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.