gainza_a improvisa+ç+âo musical como t+ëcnica pedag+ôgica

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http://www.atravez.org.br/ceem_1/improvisaca o_musical.htm Acesso – 23/05/2014 A !"#$%&A'($ !)&*A+ *$!$ ,-**A "A*A Violeta Hemsy de Gainza A educação, enquanto promotora do desenvolvimento integral do ser humano, recorre às mais variadas formas de mobilização, essencialmente inspiradas no ogo, modelo natural de crescimento! Atrav"s do ogo espont#neo e do ogo educativo, a criança adquire novas e$peri%ncias a partir da manipulação ativa da realidade que a rodeia, desfrutando, por conseq&%ncia de uma crescente compreensão e capacidade de manipular tanto esta realidade como seu mundo interior ! ' ogo musical e a improvisação, em suas formas livres e (pautadas) , contribui ativamente para a mobilização e metabolismo das estruturas musicais internacionalizadas, bem como promove a absorção de novos materiais e estruturas mediante a e$ploração e manipulação criativa dos obetos sonoros! *uando o ensino musical se ap+ia e$clusivamente nos aspectos intelectuais, concentrandose na reprodução fiel de modelos arquet-picos da arte ou da t"cnica musical, ele ficar. como algo (enviesado) na vida da pessoa e no processo de (crescimento da inf#ncia musical) , per-odo tão importante como a pr+pria inf#ncia, caracterizado, em suas diferentes etapas por condutas espec-ficas! *uando reina o autoritarismo, se produzem fi$aç/es e bloqueios significativos no desenvolvimento, não s+ musical, mas tamb"m intelectual e espiritual ulterior! 0ossa e$peri%ncia no trabalho com m1sicos que apresentavam problemas e conflitos psicol+gicos frente à atividade musical nos permitiu detectar anomalias no crescimento e no e$erc-cio pleno da musicalidade das mais sutis às mais s"rias , originadas em c ondutas infantis inadequadas em relação à m1sica, imposta por pais e mestres! 2nf#ncia musical implica em ogo, liberdade, descoberta, participação e outras atitudes positivas que determinarão decisivamente as condutas e o desenvolvimento posterior do futuro m1sico ou aficionado musical! A conhecida pesquisadora americana 3arilyn 4flederer 5immerman nos diz o seguinte6 (4ara adquirir conhecimento musical no sentido piagetiano, uma criança deve atuar criativamente sobre seu pr+prio ambiente sonoro! A neoconstrutivista 3argaret 7onaldson nos lembra que a criança co nstr+i a e$peri%ncia da aprendizagem em seu pr+prio estilo, o qual reflete sua

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http://www.atravez.org.br/ceem_1/improvisacao_musical.htm

Acesso – 23/05/2014

A !"#$%&A'($ !)&*A+ *$!$ ,-**A"A*A

Violeta Hemsy de Gainza

A educação, enquanto promotora do desenvolvimento integral do serhumano, recorre às mais variadas formas de mobilização, essencialmente

inspiradas no ogo, modelo natural de crescimento!Atrav"s do ogo espont#neo e do ogo educativo, a criança adquire novase$peri%ncias a partir da manipulação ativa da realidade que a rodeia,desfrutando, por conseq&%ncia de uma crescente compreensão ecapacidade de manipular tanto esta realidade como seu mundo interior!

' ogo musical e a improvisação, em suas formas livres e (pautadas),contribui ativamente para a mobilização e metabolismo das estruturasmusicais internacionalizadas, bem como promove a absorção de novosmateriais e estruturas mediante a e$ploração e manipulação criativa dos

obetos sonoros!

*uando o ensino musical se ap+ia e$clusivamente nos aspectosintelectuais, concentrandose na reprodução fiel de modelos arquet-picosda arte ou da t"cnica musical, ele ficar. como algo (enviesado) na vida dapessoa e no processo de (crescimento da inf#ncia musical), per-odo tãoimportante como a pr+pria inf#ncia, caracterizado, em suas diferentesetapas por condutas espec-ficas! *uando reina o autoritarismo, seproduzem fi$aç/es e bloqueios significativos no desenvolvimento, não s+musical, mas tamb"m intelectual e espiritual ulterior! 0ossa e$peri%ncia no

trabalho com m1sicos que apresentavam problemas e conflitospsicol+gicos frente à atividade musical nos permitiu detectar anomalias nocrescimento e no e$erc-cio pleno da musicalidade das mais sutis às maiss"rias , originadas em condutas infantis inadequadas em relação àm1sica, imposta por pais e mestres!

2nf#ncia musical implica em ogo, liberdade, descoberta, participação eoutras atitudes positivas que determinarão decisivamente as condutas e odesenvolvimento posterior do futuro m1sico ou aficionado musical! Aconhecida pesquisadora americana 3arilyn 4flederer 5immerman nos diz oseguinte6 (4ara adquirir conhecimento musical no sentido piagetiano, umacriança deve atuar criativamente sobre seu pr+prio ambiente sonoro! Aneoconstrutivista 3argaret 7onaldson nos lembra que a criança constr+ia e$peri%ncia da aprendizagem em seu pr+prio estilo, o qual reflete sua

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forma de pensar) 89:!

' pedagogo brit#nico ;ac< 4! =! 7obbs, em seu trabalho (A m1sica comoeducação multicultural), afirma6 (>omecemos com o som antes do que

qualquer sistema! >om o som e o sil%ncio, dei$ando ao encargo de nossascrianças a investigação e a produção dos sons! ' som " nossa propriedadecomum e o saborear um s+ som " o começo do saber musical) 8?:!

stilos ou $rietaes a mprovisa6o

@m linhas gerais, distinguimos tr%s tipos ou estilos de improvisação, a

saber6

9! Recreativa  como atividade prazerosa 8e$pressiva, recreativa,comunicativa: do aficionado musical!

?! Profissional   como atividade especializada do m1sico profissional 8azz,m1sica popular, acompanhamento musical improvisado para classes dedança, etc!:

! Educacional   como t"cnica did.tica, a ser aplicada pelo pedagogo nos

diversos aspectos e n-veis musicais!A improvisa6o como recurso 7i78tico 9 $betivos

A pedagogia musical recorre à improvisação com o obetivo de promover6

A! 4rocessos onde predominam a e$pressão, comunicação e (descarga) noeducando e que compreendem principalmente $ formas livres, quefuncionam como teste proetivo da personalidade e do n-vel de

musicalidade do aluno! 2sto permite ao educador realizar diagn+sticos ousupervisionar furtivamente o mundo das viv%ncias musicais internalizadasdurante a improvisação espont#nea, bem como os processos sonorosproduzidos a partir de diretivas8: globais, abertas e e$tramusicais!

=! 4rocessos centrados na absorção de materiais, sensaç/es, id"ias econceitos! 2sto requer o manuseio ativo das estruturas sonoras e serealiza a partir de diretivas que reflitam uma incr-vel variedade de estilosindividuais, possibilitando alcançar os obetivos gerais ou espec-ficos noensino aprendizagem da m1sica! 4or e$emplo6 e$ercitar 8com a finalidadede fluidificar ou incorporar: determinado ritmo, escala, compasso nãohabitual, giro mel+dicoB conhecer, investigarB e$pressar, comunicar, apartir de ou baseado em um determinado obeto ou conduta sonoro

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musical, em seus diferentes aspectos 8t"cnico, interpretativo, etc!:!

A improvisação na educação musical não est. restrita a nenhum estiloparticular 8azz, pop, m1sica contempor#nea, m1sica para crianças, etc!:!

Cua finalidade consiste em responder de maneira funcional a6

9! necessidades e$pressas e$plicita ou implicitamente pelo educando emseu processo de aprendizagem! 4or e$emplo6 o maior desenvolvimentodos aspectos motores, da mem+ria, a concentração, a criatividade, asensibilidade frente ao som, a possibilidade de superar bloqueios afetivosque se traduzem em limitaç/es ou esteri+tipos musicais, etc!

?! propostas espec-ficas das diferentes mat"rias ou especialidadesmusicais! 4or e$emplo6 @m classes de educação auditiva improvisar emgrupo e depois individualmente sobre um esquema harmDnico, orientadopara a composição coletiva de um canon a E vozesB gravar umaimprovisação 8r-tmica, mel+dica ou harmDnica: livre ou não e logo (desgravar) e anotar em um pentagrama 8autoditado:!

@m classes de harmonia e$ecutar em teclados ou no violão uma s"rielivre de tr-ades maiores 8em forma de (coral):! 'u ainda, menores,aumentados ou diminutos, de maneira pura ou com inclus/es6 um 1nicoacorde menor ou um 1nico acorde aumentado na s"rie maior 8emqualquer lugar ou corno (final):!

@m classes instrumentais e$ecutar melodias ou contrapontos livres 8solo,em teclado ou em d1o com instrumentos mel+dicos:, num determinadomodo ou tonalidade com o obetivo de familiarizarse com as alteraç/es etopografia instrumental, o que constitui um passo pr"vio para o estudo deuma peça na mesma tonalidade!

4apel do professor como coordenador da improvisação

0as aulas individuais, " o professor quem prop/e e coordena aimprovisação do aluno! 0as aulas em grupo, o educador pode e devecompartilhar a tarefa de coordenação com alguns alunos que, deste modo,se iniciarão na interessante e$peri%ncia de propor diretrizes ou de atuarcomo guia diante de um processo improvisat+rio!

F ' primeiro ponto consistir. em detectar o aspecto musical que deva sere$ercitado pela improvisação!

F A seguir, o professor elaborar. o esquema ou a (regra do ogo), que ser.

enunciada de maneira clara e obetiva!F ' professor observar. atentamente 8e se poss-vel gravar.: o alunodurante sua improvisação, com o obetivo de deduzir novos procedimentos

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8ou subprocedimentos: e, caso necess.rio, a seq&%ncia mais apropriadapara atingir a meta sugerida!

F 7urante a improvisação, o professor poder. intervir, dando indicaç/esverbais, que devem ser pronunciadas em tom suave, por"m muito preciso

como em (off) para não perturbar o aluno! 8Antes de começar aimprovisação, devese pedir aos alunos que não interrompam suaatividade ao escutar tais instruç/es!:

F *uando se percebem dificuldades ou problemas no trabalho do aluno,estes deverão ser focalizados mediante subprocedimentos que, emalguns casos implicam no (encerramento) ou concretização de umprimeiro esquema de improvisação muito gen"rico e, em outros casos, aocontr.rio, conduzem à (abertura) de um esquema demasiadamenteespec-fico para sua simplificação!

F @ncerrado o processo, professor e aluno escutarão a gravação e farão

coment.rios acerca dos resultados e sensaç/es 8prazer, dificuldade,desagrado, surpresa: e$perimentados durante a realização daimprovisação ou frente aos resultados sonoros obtidos!7eve o professor e$igir do aluno que, durante a improvisação, se austete$tualmente às regras do ogo A resposta depender. da circunst#ncia edaquilo que " priorit.rio na formação do educando! @m linhas gerais,podemos afirmar que, se o que o aluno precisa " de disciplina e limitespara poder concentrarse sobre um determinado aspecto daaprendizagem, seria conveniente fazerlhe respeitar o esquema proposto!Ce, por outro lado, a improvisação est. sendo utilizada como meio para

 (destravar) ou (fle$ibilizar) um aluno, devese salientar, como algopositivo, o fato dele ter se afastado do esquema original proposto que,neste caso, cumpriu seu obetivo como elemento chave no (calor) doprocesso de comunicação!

2mprovisar e logo escutar " uma e$peri%ncia fundamental para todas aspessoas, por"m mais especialmente para aquelas que não podem valoraradequadamente suas pr+prias produç/es musicais! 0estes casos ser.ainda mais importante recordar o efeito vitalizador das oportunas palavrase frases de est-mulo 8Que bom! Está muito bem! Vá em frente!:, como asque são pronunciadas por (fãs) durante a atuação do artista admirado!@sta ponderação se estende, com freq&%ncia, aos (erros) ocasionais que,muitas vezes, produziram os efeitos mais interessantes durante umaimprovisação dirigida! ' aluno ser., desta forma, induzido a escutarnovamente a gravação em sua casa e, talvez, se surpreender. a posteriori com o que ele foi capaz de produzir!

m professor com suficiente e$peri%ncia saber. escolher e propor o temada improvisação de tal modo que a efic.cia dos resultados estar. mais oumenos assegurada! @le deve saber que se for proposta uma atividadesup"rflua ou inadequada, o aluno não a valorizar. suficientemente porque

não lhe representar. nenhum incentivo de aprendizagem nem lhepermitir. e$ercer sua criatividade! Ce, por outro lado, a atividade propostafor demasiadamente comple$a, ou (difusa), sem direcionalidade est"tica

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ou conceitual, os resultados serão igualmente frustrantes e, portanto, oefeito da improvisação ser. antipedag+gico, criando futuras resist%ncias!>omo todas as coisas na vida, o problema consiste em encontrar a ustamedida, a palavra e o momento certo, o equil-brio entre esforço e

gratificação, entre o que satisfaze o que desagrada! A arte do pedagogocomo coordenador da improvisação consiste precisamente em apro$imarse sem inibiç/es por"m tamb"m sem autoe$ig%ncias prematuras aessas fronteiras, a essas dimens/es do equil-brio! I bom recordar que omaneo da improvisação como recurso did.tico não " mais f.cil nem maisdif-cil de resolver do que qualquer outro aspecto da atividade educativomusical, embora requeira, naturalmente, sensibilidade e tempo paradesenvolverse!

' professor chegar. a evidenciar, com a e$peri%ncia crescente, um estilo

pr+prio na pr.tica de sua tarefa improvisat+ria em aula! Haver. quem sesinta mais propenso a desenvolver, usando a improvisação, a sensibilidadede seus alunosB outros utilizarão este recurso para promover o e$erc-cioda t"cnica! 4ara uns, a improvisação servir. para integrar elementose$ternos à m1sicaB para outros, para concretizar apro$imaç/es de car.teranal-ticomusical! A alguns servir. para estimular a originalidade de seusalunosB a outros para ensinarlhes a adaptarse com fle$ibilidade anormas pr"estabelecidas! ' progresso na evolução pessoal do pedagogoconsistir. então na ampliação de suas motivaç/es internas, a partir doobetivo primeiro que, para todo professor, " conectarse, atrav"s da

tarefa musical, com a natureza profunda e com as necessidades dedesenvolvimento de seus alunos!

Al"m de iniciarse o quanto antes na pr.tica da improvisação comorecurso did.tico, o professor dever. atender ele mesmo, às suas pr+priasnecessidades e$pressivas e de e$ercitação musical, tomando aulasindividuais e coletivas com especialistas em improvisação pedag+gica ouem algum dos estilos improvisat+rios de sua prefer%ncia 8azz, m1sicafolcl+rica, popular, m1sica contempor#nea, m"todo 7alcroze:! Jamb"mtratar. de completar sua formação te+rica estudando as propostas quereconhecidos especialistas, locais ou estrangeiros, t%m formulado nosdiferentes campos da improvisação musical! Analisar. cuidadosamenteseus pontos de vista e seus e$emplos, selecionando individualmente ouem grupos de estudo com outros colegas aqueles que considere maisadequados para uma aplicação imediata em seu trabalho pedag+gico,inspirandose neles para a formulação de propostas pr+prias!

@ste " o caminho que sugerimos aos professores, sem esquecer que, semd1vida, o mais eficaz e formativo dentro deste campo musical como emtodos os outros seria o professor e$perimentar, como . dissemos, elemesmo, as sensaç/es e as vantagens da improvisação individual ou grupal

sob a coordenação de um expert  ou tamb"m de um aficionado! Iigualmente 1til assistir, como observador, a grupos ou sess/es deimprovisação musical!

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I conveniente que o professor de m1sica conheça a conduta t-pica dosalunos nas diferentes idades ou etapas evolutivas! @m geral, " bomcomeçar o quanto antes 8não e$iste limite m-nimo de idade: com aspropostas de ogo e improvisação musical, no trabalho com crianças, para

que seu efeito ben"fico possa instalarse antes que sobrevenham osmomentos de retic%ncia durante a pr"adolesc%ncia, por volta dos 9K ou99 anos! A conduta espont#nea da primeira inf#ncia constitui uma fontede aprendizagem e inspiração inesgot.veis para o pedagogo, que lhepermitirão abordar com paci%ncia e otimismo as dificuldades que logopossa encontrar no trabalho musical com adultos, às vezes severamentebloqueados em sua e$pressão musical!

's adolescentes deseam intensamente e$pressarse atrav"s da m1sica,por"m ustamente esta ansiedade às vezes compulsiva, se torna um freio

que lhes impede de encontrar a atitude adequada frente à improvisação eoutras formas de e$pressão art-stica! ' ovem, ao superar os 9L ou ?Kanos, volta a conectarse com sua fibra musical e sua criatividade atrav"sda improvisação! >ertamente estas idas e vindas, às quais estamos nosreferindo, não se aplicam aos improvisadores natos, aqueles que s+ sesentem realizados quando improvisamB a crise, para eles, se apresentacomo um afastamento, uma ida e vinda no que diz respeito às atividadesinterpretativas na m1sica!

Atualmente, não observamos diferenças importantes entre os se$os noque concerne à improvisação! 3oças e rapazes aderem com alegria àspropostas de ogo musical que lhes seam gratificantes, sea pelaatividade em si ou por seus resultados sonoros! As diferenças aparecerãomelhor a n-vel dos estilos e formas de e$pressão6 os homens preferem am1sica r-tmica e harmDnica 8manifestam facilidade para elaborar bai$os,assim como para harmonizar melodias durante um processo deimprovisação:B as mulheres preferem a m1sica mel+dica, mostrandosemais sens-veis aos aspectos sonoros e din#micos em geral!

' estudo das obras do repert+rio vocal e instrumental, em qualquer n-vele especialidade, deveria supor uma apro$imação aos materiais, estruturas

e condutas musicais do autor o que, sem d1vida, se concretiza melhoratrav"s da improvisação! 4or e$emplo, quando um aluno traz para a aulade piano, uma fita cassete de seu m1sico ou conunto predileto, " porqueespera, com auda de seu professor, poder desentranhar a melodia, osacordes ou o acompanhamento r-tmico de algum tema, com a finalidadede e$ecut.lo ele mesmo! 4roponho que esse trabalho sea feito emequipe e que, tão logo os alunos descubram os aspectos essenciais dessam1sica, lhes sea dada a tarefa de completar o trabalho em casa ou comoutros colegas, acrescentandolhe uma improvisação pr+pria sobre a baseharmDnica da obra!

' processo que acabamos de descrever não " privativo da m1sica popular,que ali.s não deve ser confrontada, de forma competitiva, com a m1sica

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do repert+rio (culto)! 0o trabalho com um aluno adolescente, os (alimentos) que lhe agradam e as atividades que ele realiza livremente,sozinho ou com o professor, conferem o e$ato equil-brio ao (menu)musical que, deste modo, se torna verdadeiramente funcional e adaptado

às suas necessidades profundas, sem se afastar ou abandonar a buscados obetivos acad%micos! m estudante avançado de piano, que e$ecuta,por e$emplo, o prel1dio Voiles 8no ? do primeiro livro de Prelúdios, de7ebussy: dever. depois de ter analisado untamente com o professor asestruturas e materiais 8escalas, acordes, intervalos: utilizados pelo autorna obra improvisar com os referidos materiais, numa tentativa de recriaros climas sonoros (debussyanos)!

0um trabalho nosso, dedicado ao tema espec-fico da 2mprovisação 3usical8indicado na bibliografia: tratamos em profundidade a questão do

 (esquema)! 4ortanto, remetemos nossos leitores ao mesmo, onde sedetalha e se classifica um elevado n1mero de condutas de improvisação,estimuladas ou iniciadas a partir de esquemas pr+prios e de outroscolegas e especialistas!

0esta oportunidade, gostaria apenas de salientar a riqueza que oferece otrabalho musical no qual interatuam permanentemente uma infinidade deaspectos musicais com n-veis ou caracter-sticas pessoais! Jodos estesaspectos poderão ser abordados ou focalizados com diferentesintensidades e intencionalidades atrav"s da improvisação, desde suasformas mais globais at" as mais especializadas! @m cada caso particular,um ou alguns poucos aspectos constituirão a vari.vel dependente oucontrolada do processo improvisat+rio, ficando todos os outros liberadospara a ação volunt.ria ou inconsciente do protagonista!

7esse modo, as vers/es pessoais de um 1nico esquema de improvisaçãopoderão variar infinitamente que " o dese.vel , desde que cuidemos dasensibilidade e da precisão durante o processo de transmissão dasorientaç/es! @ste fato s+ poder. enriquecer e conferir uma insuspeitarelev#ncia e hierarquia aos processos pedag+gicos!

*ostates ou par;metros 7a improvisa6o musical

7e uma forma sint"tica, poder-amos dizer que, de acordo com suascaracter-sticas pessoais, cada indiv-duo, atrav"s da improvisação musical,evidenciar., em graus diferentes, a integração ou polarização dasseguintes condutas ou atitudes6

9!a! Jende a reproduzir de maneira apro$imada, ou quase te$tual,determinados modelos 8provenientes do azz, roc<, folclore, m1sicacl.ssica, etc!: com os quais se identifica, numa tentativa de apropriarse

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dos mesmos! @$erce, deste modo, uma invenção (end+gena) dentro deuma linguagem que não lhe pertence!

9!b! Jende a e$plorar ativamente o som com o obetivo de inventar

modelos pr+prios que vão formando uma linguagem pessoal! @sta seria aatitude t-pica das crianças 8a n-vel inconsciente: e dos artistas 8a n-velconsciente:!

?!a! Jende a e$pressar ou descarregar, pela (e$ternalização) 8comdiferentes graus de elaboração:, as pr+prias estruturas sonorasinternalizadas!

?!b! Jende a absorver ou internalizar novos materiais e estruturassonoras, atrav"s da manipulação dos mesmos!

!a! Jende a e$ercer o controle consciente durante o processoimprovisat+rio, sueitandose a esquemas pr+prios (autoesquematização) ou e$ternos!

!b! 4redomina a espontaneidade, tanto nos processos de e$ternalizaçãocomo nos de absorção de estruturas musicais!

#ecome7aes para a pr8tica 7a improvisa6o com <is

7i78ticos

I conveniente gravar e arquivar os processos e produtos da improvisaçãomusical com a finalidade de6

A! Avaliar os processos de desenvolvimento musical a partir da primeirainf#ncia!

=! tiliz.los durante a formação acad%mica como materiais melodias,

ritmos, acordes, etc! improvisados para ditados 8orais e escritos:destinados aos alunos que os produziram ou a outros!

>! (7esgravar) e anotar como composiç/es espont#neas!

Cugerimos não limitar a atividade improvisat+ria à uma s+ ou à algumaspoucas formas dirigidas ou não para evitar o costume, a mecanização ea estereotipia!

' ideal seria introduzir a improvisação como uma atividade de car.terfuncional dentro do processo educativo! ' aluno improvisar. para

e$pressarse, rela$arse, gratificarse ou para aprender quando elemesmo ou quando o professor, sens-vel às necessidades que estee$pressa, considere necess.rio ou adequado! Ce se utiliza a improvisação

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de forma mec#nica, ou (por decreto), ela perder. a maior parte de suaess%ncia e sentido!

p=logo 9 *ocluses

Ce tudo parece ser tão natural e +bvio o ogo, a descoberta, omovimento, a e$peri%ncia para o desenvolvimento por que então asformas criativas de ensino demoram tanto para chegar às aulas e aosrecintos acad%micos

Mazendo um pouco de hist+ria, recordemos que o primeiro per-odo de

revolução e mudança da (nova) pedagogia musical, que se estendeatrav"s da primeira metade do s"culo NN 8na Am"rica Oatina a partir dad"cada de EK:, irrompe instaurando os aspectos ativos e vitais doeducando como ei$o do processo educativo! 0essa direção se orientaramas descobertas e e$perimentos de ;acques7alcroze, Pillems, 3artenot,3ursell, 'rff e Qod.ly, entre outros! ' segundo per-odo, que situamosentre as d"cadas dc RK e SK, ao qual chamo de revisão e atualização dosaspectos da primeira revolução, focalizar. a ess%ncia e qualidade dosprocessos criativos, cua riqueza s+ havia podido ser intu-da durante oprimeiro per-odo! @ o momento dos trabalhos de Celf, 7ennis, Cchafer,

Mol<e, Tabe, entre muitos outros! ' terceiro per-odo, este que estamosvivendo iniciado talvez um pouco antes da d"cada de LK , constitui, naminha opinião, um per-odo de integração e autonomia dos processosconscientes e criativos na aprendizagem! 3ais que as contribuiç/esmetodol+gicas originais de determinados pedagogos, parecia importar o (3"todo) 8assim com mai1scula, como queria Pillems:, ou sea osprinc-pios! U pedagogia atual interessa identificar as bases cient-ficas,filos+ficas, psicol+gicas e sociais da educação musical! 4ara superar ascrises educativas que vivemos em muitos de nossos pa-ses, se deveriapoder integrar na pr.tica os aspectos essenciais, emergentes de cada uma

destes tr%s per-odos da nova educação musical que descrevemos6 omovimento, a criatividade e a consci%ncia em um genu-no conte$to deliberdade e humanidade!

4or"m isto " dif-cil, porque para romper a resist%ncia das condutas pr"estabelecidas no bloqueio e nas fi$aç/es pedag+gicas, se requeremesforços intensos e sistem.ticos! A evolução das consci%ncias pressup/emodificação profunda nas atitudes, para que se possa ter acesso a novase$peri%ncias e a novas formas de organização! 2sto requer tempo etamb"m decisão para abordar aquele temor tão natural e generalizado às

mudanças e à desestruturação!4ara concluir, recordamos que a criatividade se transmite por indução8pelo professor: e se adquire por osmose 8pelo educando:! 0ela se

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fundem o afetivo e a sensibilidade, com o cognitivo e a curiosidadecient-fica criadora! As t"cnicas de improvisação introduzidasadequadamente ao longo de todo o processo da educação musicalcontribuem para que se alcance a tão almeada integração do fazer com o

sentir e o conhecer! U pedagogia contempor#nea interessam os processostanto ou mais que os obetivos! A m1sica, antes que arte e ci%ncia,constitui uma linguagem cuo dom-nio se adquire paulatinamente dentrode um processo dial"tico no qual a improvisação constitui um recurso desuma efic.cia e transcend%ncia!

Jradução da @quipe @ditorial

$,A&

89: 5233@T3A0, 3arilyn 4flederer! (2mportancia de la teor-a de 4iaget enla educaci+n musica2), in6 Nuevas Perspectivas de la Educación Musical ,8ed! por Violeta H! de Gainza:! =uenos Aires6 @d! Guadalupe, 9K, p!?!

8?: 7'==C, ;ac< 4!=! (Oa m1sica como educaci+n multicultural), in6 'p!

cit!, p! 9E9!8: Consigna, traduzido ao longo do te$to por esquema, diretiva,procedimento!

Tefer%ncias =ibliogr.ficas

>'Q@T, NN!mprovisando en a"" 

! =uenos Aires6 @d! V-ctor Oer1, 9SE!

7AO>T'5@, ;acques! #e r$t%me& la musi'ue et (education! Oausanne6Moetisch Mreres CA @d!, 9RW!

GA205A, Violeta Hemsy de! #a improvisación musical ! =uenos Aires6Ticordi Americana, 9L!

GA205A, Violeta H! de! )c%o estudios de Psicopedagog*a musical ! =uenosAires6 4aid+s, 9L!

GA205A, Violeta H! de! (Valor de la improvisaci+n en la pedagog-a musicalactual), in6 +undamentos& materiales e t,cnicas de a educación musical !=uenos Aires6 Ticordi Americana, 9SS!

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7/24/2019 GAINZA_A IMPROVISA+ç+âO MUSICAL COMO T+ëCNICA PEDAG+ôGICA

http://slidepdf.com/reader/full/gainzaa-improvisacao-musical-como-tecnica-pedagogica 11/11

GA205A, Violeta H! de! Nuestro amigo el piano! =uenos Aires6 TicordiAmericana, 9SK!

GA205A, Violeta H! de! M-sica para ni.os compuesta por ni.os 8? livros:!

=uenos Aires6 Guadalupe, 9L!

GA205A, Violeta H! de! M,todo de piano 8 livros:! =uenos Aires6 @d!=arry, 9SWXSR!

GO'='QAT, Vin<o! (Tefle$iones sobre la improvisaci+n), in6 Tevista4AJA! lztapalapa, 3"$ico6 niversidad Aut+noma 3etropolitana, no ?,Abril 9L?!

H@T='0 y colab! Educación $ expressión est,tica! 8>ap-tulo de V! H! deGainza sobre o 7esenvolvimento da criatividade musical:! =uenos Aires64lus ltra, 9LS!

J'TJ, >esar! El ni.o $ la musica! 7iscos e partituras editados pelaniversidade 0acional do 3"$ico!

>ACA 7@ OAC A3@T2>AC! Ensa$os de M-sica #atinoamericana! 3arioOavista6 (@2 processo creador en la improvisaci+n musical), p! EWB Oeo=roYer6 (Oa improvisaci+n aleatoria), p! 9!

%ioleta >ems? 7e aiza estudou na niversidade 0acional de Jucum.n8Argentina:, onde licenciouse em 31sica 8especialidade 4iano:! >ombolsa da lnstitute of nternational Education, aperfeiçoouse no Allabama>ollege e na niversidade de >olumbia 8@A:! Atuando intensamentecomo educadora musical, lecionou na niversidade de Jucum.n, >ollegium3usicum de =uenos Aires, @scuela del Col, niversidad del Calvador,niversidade >at+lica Argentina e niversidade do 3useu CocialArgentino! Atualmente " presidente da Associação Argentina de3usicoterapia e editora da revista desta associação 8ACA3:!