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Grigory Sokolov grigory sokolov © dr 8 ABRIL 2018

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Page 1: Grigory Sokolov · para piano, a qual, apesar de em geral apresentar uma dificuldade técnica moderada, não deixa de oferecer também um desafio interessante em termos interpretativos

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8 ABRIL 2018

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mecenas principalgulbenkian música

mecenascoro gulbenkian

mecenasciclo piano

mecenasconcertos de domingo

mecenasestágios gulbenkian para orquestra

mecenasmúsica de câmara

mecenasmúsica e natureza

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Duração total prevista: c. 1h 50 min.Intervalo de 20 min.

Ciclo de Piano

Grigory Sokolov Piano

8 ABRILDOMINGO19:00 — Grande Auditório

Joseph HaydnSonata n.º 32, em Sol menor, Hob.XVI:44

ModeratoAllegretto

Sonata n.º 47, em Si menor, Hob.XVI:32

Allegro moderatoMenuetFinale: Presto

Sonata n.º 49, em Dó sustenido menor, Hob.XVI:36

ModeratoScherzando: Allegro con brioMenuet: Moderato

intervalo

Franz SchubertImpromptus D. 935

1. Allegro moderato2. Allegretto3. Andante4. Allegro Scherzando

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Sonata n.º 32, em Sol menor, Hob.XVI:44composição: c. 1771duração: c. 13 min..

Joseph Haydn foi considerado, na sua época, uma referência cultural em toda a Europa. A partir do início do século XIX começou a ser venerado como um dos três “clássicos vienenses”, a par de Mozart e Beethoven. A sua produção para tecla abrange praticamente todo o seu percurso criativo, compreendendo dois grandes períodos: primeiro a música escrita ainda para cravo e clavicórdio, e depois, a partir da década de 1770, as obras concebidas já para o pianoforte, instrumento que então começava a impor-se. O conjunto das suas sonatas constitui um corpus bastante variado, desde a simplicidade das experiências iniciais até à robustez e virtuosismo das últimas criações.A Sonata n.º 32, em Sol menor, Hob.XVI:44, uma das primeiras que o compositor designou “sonata” e não “divertimento”, foi composta provavelmente em 1771. Esta peça melancólica e lírica é um exemplo interessante do quão Haydn foi influenciado pelo espírito da Empfindsamkeit, e em particular por C. P. E. Bach, procurando recriá-lo à sua maneira. O primeiro andamento, Moderato, marcado pelo motivo inicial de tercina, inicia-se numa atmosfera sombria que rapidamente se desanuvia, com a modulação para Si bemol maior. No desenvolvimento é atingido um ponto culminante densamente contrapontístico e a reexposição mantém o modo menor até um final de cariz improvisatório. Por sua vez, o segundo andamento, Allegretto, concebido à maneira de um delicado minuete, abre com um gesto eloquente e expressivo, baseado no tema do primeiro andamento.

Contrastando com a afirmação inicial surge uma nova secção, em Sol maior, cujo tema é derivado do tema principal. A primeira parte em Sol menor regressa profusamente ornamentada e o andamento encerra com uma evocação abreviada do episódio em Sol maior.

Sonata n.º 47, em Si menor, Hob.XVI:32composição: c. 1775duração: c. 15 min.

A Sonata n.º 47, em Si menor, Hob.XVI:32, terá sido composta no início da década de 1770, tendo sido publicada em 1776 a par de outras cinco sonatas para cravo, um conjunto de obras caracterizadas ainda por aspetos típicos da escrita para esse instrumento, mas que prenunciam já criações ulteriores. A nível estilístico, a obra constitui um bom exemplo da aproximação do compositor ao movimento literário Sturm und Drang, com o seu desígnio de provocar uma resposta emocional intensa no ouvinte, o que em termos musicais se traduzia no recurso a tonalidades menores, saltos intervalares e ritmos sincopados, por exemplo. O primeiro andamento, Allegro moderato, abre com um tema marcado por escalas e acordes afirmativos, elaborado num desenvolvimento arrebatado, por vezes também sarcástico, num ambiente de inquietação que se mantém até ao final. Segue-se um minuete e trio, em Si maior, um lento e doce interlúdio próximo da graciosidade mozarteana, que inclui um inquieto e sinistro momento central, em Si menor, antes do regresso da atmosfera inicial de elegância. O Presto final é um andamento agitado, ao estilo de toccata, que se inicia com um tema marcado pelo seu caráter obsessivo, entrecortado e acentuado por silêncios inquietantes e

Joseph HaydnRohrau, 31 de março de 1732Viena, 31 de maio de 1809

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dramáticos, e culminando, após um momento não tão impulsivo, numa curta e tempestuosa coda.

Sonata n.º 49, em Dó sustenido menor, Hob.XVI:36composição: c. 1780duração: c. 15 min.

A Sonata n.º 49, em Dó sustenido menor, Hob.XVI:36, composta ainda na década de 1770, foi publicada em 1780, integrada no op. 30. Esta publicação apresentava as sonatas, pela primeira vez, como sendo destinadas ao cravo ou ao pianoforte, explorando já algumas características técnicas do novo instrumento. Estilisticamente, esta é mais uma obra a refletir a influência do Sturm und Drang no compositor. O primeiro andamento, Moderato, é inaugurado num clima de antagonismo entre os dois membros motívicos do tema principal: uma afirmação

forte e implacável em uníssono e uma resposta suave e tocante. É dessa interação que acaba por emergir uma nova atmosfera, em que a mesma ideia melódica surge em Mi maior, envolta em elaborações contrapontísticas. O desenvolvimento explora esse material com dramatismo antes da recapitulação retomar o conflito inicial. O andamento seguinte, Scherzando: Allegro con brio, em Lá maior, produz um contraste significativo, decorrendo num ambiente mais ligeiro. Os elementos iniciais, em modo maior e menor, são depois sujeitos a variações até ao regresso do tema de abertura, que é reafirmado após novo episódio variado. Por fim, o terceiro andamento é um minuete e trio meditativo e algo solene, de regresso a Dó sustenido menor. A sua melancolia requintada é suspensa apenas por momentos no Trio, mais aprazível, após o que a música imerge indolente num final resignado.

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Franz Schubert teve uma vida curta, mas suficiente para produzir uma obra extensa, deixando para a posteridade contributos importantes em todos os géneros sobre os quais se debruçou. É certo que se destaca sobretudo a sua produção do domínio do Lied germânico, mas deve igualmente ser referida a sua obra para piano, a qual, apesar de em geral apresentar uma dificuldade técnica moderada, não deixa de oferecer também um desafio interessante em termos interpretativos. Entre 1823 e 1828, Schubert produziu inúmeras peças autónomas e de dimensões modestas, prática que tinha já antecedentes e que seria tão característica do gosto dos compositores românticos. Com efeito, a liberdade composicional que este tipo de géneros possibilitava levou-o a criações de grande originalidade. É neste quadro que se inserem os quatro Impromptus D. 935 (op. 142), compostos em 1827, mas publicados apenas postumamente em 1839. Não obstante a designação, nada nestas peças remete para a improvisação, tratando-se antes de obras bastante estruturadas e que requerem bastante do intérprete no sentido de explorar toda a extensão do seu conteúdo. O n.º 1, Allegro moderato, em Fá menor, abre com

um gesto declamatório e uma ideia expressiva, de onde acaba por emergir uma melodia elegante que se sustenta em acordes repetidos. Num segundo episódio mais intimista, a mão esquerda toca fragmentos melódicos cruzados sobre um acompanhamento harmonicamente rico no registo médio. Por sua vez, o n.º 2, Allegretto, em Lá bemol maior, é uma peça próxima de um minuete e trio, apresentando um primeiro tema gracioso, reminiscente do início da Sonata op. 26 de Beethoven, que contrasta com o movimento contínuo de uma secção central. Já o n.º 3, Tema. Andante – Variações, em Si bemol maior, parte do tema concebido originalmente para a música de cena de Rosamunde, construindo cinco variações que conduzem a uma coda surpreendentemente delicada. Por fim, o n.º 4, Allegro scherzando, em Fá menor, é um rondó que evoca o estilo húngaro, com um tema marcado por acentuações irregulares, hemíolas e floreados brilhantes, que contrasta com um episódio mais ligeiro e gracioso, culminando numa coda que encerra a peça com dramatismo.

notas de luís miguel santos

Franz SchubertViena, 31 de janeiro de 1797Viena, 19 de novembro de 1828

Impromptus D. 935composição: 1827duração: c. 35 min.

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Grigory Sokolov nasceu na cidade de Leningrado (agora São Petersburgo) em 1950. Estudou com Liya Zelikhman e Moisey Khalfin no Conservatório de Leninegrado e estreou-se em recital em 1962. Depois de vencer o Concurso Tchaikovsky de Moscovo, em 1966, realizaria um extraordinário percurso artístico que lhe conferiria um estatuto apenas reservado às grandes figuras. Volvidos cinquenta anos, é hoje considerado por muitos como o maior pianista vivo, continuando a surpreender o público com o fôlego do seu repertório e com o poder da sua musicalidade. Os conhecedores da sua arte sentem-se particularmente atraídos pela naturalidade da sua postura interpretativa e pelo seu credo artístico.A forma de tocar de Grigory Sokolov não se confunde com a influência dos mestres do passado, sendo o seu estilo inteiramente individual e único. Uma Tocata de Bach, uma Mazurca de Chopin ou um Prelúdio de Ravel soam como peças musicais surpreendentemente novas e até uma muito tocada Sonata de Beethoven pode ser redescoberta em cada nova interpretação. Além do vasto repertório

que interpreta, Sokolov deu sempre grande importância ao conhecimento profundo do próprio piano e antes de se sentar para tocar um instrumento que lhe seja estranho faz questão de o “desmontar nas suas peças”, explorando ao pormenor as suas potencialidades técnicas e a sua sonoridade. Estuda diariamente muitas horas e mesmo no dia de um concerto pratica intensivamente no palco. Não surpreende assim que prefira gravar os seus discos ao vivo, uma vez que gosta de capturar os momentos únicos de um concerto, evitando a atmosfera estéril de um estúdio. Nesse sentido, realizou várias gravações ao vivo para as editoras Melodya e Opus 111 que incluem obras de J. S. Bach, Beethoven, Brahms, Chopin, Rachmaninov, Prokofiev, Schubert, Schumann, Scriabin e Tchaikovsky. Convidado a atuar nas mais prestigiadas salas de concerto e festivais em todo o mundo, há vários anos que Grigory Sokolov é também uma presença assídua no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian. Com o presente recital completa uma série de nove recitais em nove temporadas consecutivas.

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mecenascoro gulbenkian

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mecenasmúsica e natureza

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O BPI obteveo índicede Satisfaçãodo Clientemais elevado,de acordocom o ECSI Portugal 2017.

Este estudo utiliza uma escala de satisfação de 1 a 10 e é realizado com recurso a 250 entrevistas telefónicas a Clientes de cada Banco/Marca estudado, com base numa amostra seleccionada de modo aleatório e extraída da população portuguesa.

Este prémio é da exclusiva responsabilidade da entidade que o atribuiu.

Este índice, baseado numa metodologia internacional comum, permite avaliar a qualidade dos bens e serviços disponíveis no mercado nacional, em vários sectores de actividade, com base em 8 dimensões: imagem, expectativas dos Clientes, qualidade apercebida, valor apercebido (relação preço/qualidade), satisfação, reclamações, confiança e lealdade. O ECSI Portugal é um estudo independente, desenvolvido anualmente pelo Instituto Português da Qualidade, pela Associação Portuguesa para a Qualidade e pela NOVA Information Management School da Universidade Nova de Lisboa.

O BPI é líder pelo 2º ano consecutivo na Satisfação dos Clientes, de acordo com o Índice Nacional de Satisfação do Cliente - ECSI Portugal 2017.

na Satisfação dos Clientes.No1

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direção criativaIan Anderson

design e direção de arteThe Designers Republic

design gráficoAH–HA

Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentraçãodos artistas e do público. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens duranteos espetáculos. Programas e elencos sujeitos a alteraçãosem aviso prévio.

O BPI obteveo índicede Satisfaçãodo Clientemais elevado,de acordocom o ECSI Portugal 2017.

Este estudo utiliza uma escala de satisfação de 1 a 10 e é realizado com recurso a 250 entrevistas telefónicas a Clientes de cada Banco/Marca estudado, com base numa amostra seleccionada de modo aleatório e extraída da população portuguesa.

Este prémio é da exclusiva responsabilidade da entidade que o atribuiu.

Este índice, baseado numa metodologia internacional comum, permite avaliar a qualidade dos bens e serviços disponíveis no mercado nacional, em vários sectores de actividade, com base em 8 dimensões: imagem, expectativas dos Clientes, qualidade apercebida, valor apercebido (relação preço/qualidade), satisfação, reclamações, confiança e lealdade. O ECSI Portugal é um estudo independente, desenvolvido anualmente pelo Instituto Português da Qualidade, pela Associação Portuguesa para a Qualidade e pela NOVA Information Management School da Universidade Nova de Lisboa.

O BPI é líder pelo 2º ano consecutivo na Satisfação dos Clientes, de acordo com o Índice Nacional de Satisfação do Cliente - ECSI Portugal 2017.

na Satisfação dos Clientes.No1

7,71BPI

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tiragem500

preço2€

Lisboa, Fevereiro 2018

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FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN